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PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4497 • Terça-feira, 22 de Abril de 2014 10 PATACAS Pág. 9 Corridas Canídromo continua a importar galgos da Austrália Pág. 17 Futebol Benfiquistas vibraram em Macau com título “justo” Pág. 21 China Casamentos dos filhos deixam agricultores em ruína financeira Apoio psicológico motiva mais 50% de pedidos O Centro de Apoio Psicológico da Associação Geral de Mulheres re- gistou quase três mil consultas em 2013. Entre os problemas destaca- ram-se questões da vida familiar. Pág. 7 Leões voltaram a rugir frente ao Monte Carlo Com uma segunda parte de quase total aproveitamento, o Sporting de Macau derrotou de forma ex- pressiva o campeão Monte Carlo. Benfica ganhou à Polícia e isolou- -se no comando da Liga de Elite. Pág. 16 Escola de artes e línguas em fase de criação A companhia de dança Amal- gama e a Associação Macau no Coração uniram-se para fundar uma escola de artes e línguas. O projecto pretende oferecer cur- sos que serão reconhecidos por instituições portuguesas. Pág. 11 GRANT BOWIE, CEO DA MGM CHINA, EM ENTREVISTA AO JTM Págs 2 e 3 “Nem todos os caminhos têm que ir dar ao jogo” FOTO JTM FOTO JTM PROVEDOR DA SANTA CASA DEFENDE ALARGAMENTO DO APOIO SOCIAL Famílias “escondidas” sentem “crescentes dificuldades” Os dados mais recentes do índice de Gini apontam para uma maior equidade na distribuição de rendimentos em Macau, mas o Provedor da Santa Casa da Miseri- córdia alerta que muitos agregados enfrentam dificul- dades porque, embora não vivam na pobreza, estão a ser excluídos das políticas sociais. Para António José de Freitas, o Governo deve reformular os critérios para atribuição de apoios sociais. Pág. 5 “Em Macau começámos a cheirar a Liberdade” Pág. 15 JORGE FÃO E O 25 DE ABRIL

FOTO JTM PROVEDOR DA SANTA CASA DEFENDE … · o presidente da MGM Grand Paradise e CEO da MGM China considera que as limitações de Macau, em termos de espaço e de mão-de-obra,

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Page 1: FOTO JTM PROVEDOR DA SANTA CASA DEFENDE … · o presidente da MGM Grand Paradise e CEO da MGM China considera que as limitações de Macau, em termos de espaço e de mão-de-obra,

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Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4497 • Terça-feira, 22 de Abril de 2014 10 PATACAS

Pág. 9

CorridasCanídromo continuaa importar galgosda Austrália

Pág. 17

FutebolBenfiquistasvibraram em Macaucom título “justo”

Pág. 21

ChinaCasamentos dos filhosdeixam agricultoresem ruína financeira

Apoio psicológico motivamais 50% de pedidosO Centro de Apoio Psicológico da Associação Geral de Mulheres re-gistou quase três mil consultas em 2013. Entre os problemas destaca-ram-se questões da vida familiar.

Pág. 7

Leões voltaram a rugirfrente ao Monte CarloCom uma segunda parte de quase total aproveitamento, o Sporting de Macau derrotou de forma ex-pressiva o campeão Monte Carlo. Benfica ganhou à Polícia e isolou--se no comando da Liga de Elite.

Pág. 16

Escola de artes e línguasem fase de criaçãoA companhia de dança Amal-gama e a Associação Macau no Coração uniram-se para fundar uma escola de artes e línguas. O projecto pretende oferecer cur-sos que serão reconhecidos por instituições portuguesas.

Pág. 11

GRANT BOWIE, CEO DA MGM CHINA, EM ENTREVISTA AO JTM

Págs 2 e 3

“Nem todos os caminhos têm que ir dar ao jogo”

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JTM

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JTM PROVEDOR DA SANTA CASA DEFENDE ALARGAMENTO DO APOIO SOCIAL

Famílias “escondidas” sentem “crescentes dificuldades”Os dados mais recentes do índice de Gini apontam para uma maior equidade na distribuição de rendimentos em Macau, mas o Provedor da Santa Casa da Miseri-córdia alerta que muitos agregados enfrentam dificul-

dades porque, embora não vivam na pobreza, estão a ser excluídos das políticas sociais. Para António José de Freitas, o Governo deve reformular os critérios para atribuição de apoios sociais.

Pág. 5“Em Macaucomeçámos a cheirar

a Liberdade”Pág. 15

JORGE FÃO E O 25 DE ABRIL

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02 JTM | LOCAL Terça-feira, 22 de Abril de 2014

JORNAL TRIBUNA DE MACAUPropriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grandes Repórteres: Fátima Almeida e Raquel Carvalho • Redacção: Sandra Lobo Pimentel (editora), André Jegundo, Liane Ferreira, Pedro André Santos, Susana Diniz e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, António Ribeiro Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

Queremos que as pessoas saiam de Macau a pensar que não é só o COTAI, que compreendam também as relações culturais do território, com Portugal mas não só. Temos uma vantagem em Macau contrariamente a Hong Kong, que não tem

respeito pela sua herança cultural

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S JT

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GRANT BOWIE EM ENTREVISTA AO JTM

“Não devemos ficar sentados a contar o dinheiro”Descrevendo-se como optimista por natureza, Grant Bowie recorda alguns dos desafios assumidos pela MGM, bem como outros que espera enfrentar no sector do jogo, uma indústria que registou um crescimento inesperado e poderá sofrer alguns “soluços” nos próximos anos. Em entrevista ao JTM, o presidente da MGM Grand Paradise e CEO da MGM China considera que as limitações de Macau, em termos de espaço e de mão-de-obra, são alguns obstáculos para contornar, mas nada que não possa ser ultrapassado com a colaboração e apoio do Governo e da comunidade. Apontando a complacência como o “grande risco” do território, defende ainda que é necessário manter a dinâmica e “pensar como queremos que Macau seja daqui a 20 ou 30 anos”

Pedro André Santos

Mais de uma década após a libe-ralização do jogo em Macau, esperava um crescimento tão

acentuado?-Acho que ninguém esperava. A pes-

soa que teve a visão mais aprofundada na altura foi Sheldon Adelson, e mesmo ele não acertou, porque os valores que antecipou foram muito inferiores. Penso que não se tem dado o devido valor à forma como o crescimento da economia chinesa tem tido um impacto tão positi-vo na indústria do jogo. À medida que a comunidade chinesa foi tendo oportuni-dades para viajar e gastar o seu dinheiro, tornou-se consumidora e esse foi o ponto mais crítico para nós em Macau. Tal como tudo o resto, é uma oportunidade agrido-ce. Penso que criou grandes oportunida-des para Macau, mas ao mesmo tempo colocou muita pressão e tensão, e é aí que temos que nos sentar e pensar no tipo de futuro que pretendemos. Queremos cer-tamente estar numa situação em que haja mais oportunidades do que aquelas que podemos aproveitar do que o inverso. O desafio agora é pensar que as coisas vão ter que abrandar daqui a uns tempos e li-dar com isso.

-E, comparativamente a Las Vegas, seria expectável que Macau sobressaís-se desta forma nos últimos anos?

-Toda a gente se apercebeu e aceitou que havia aqui uma oportunidade. Quan-do o Chefe do Executivo da altura [Ed-mund Ho] abriu as concessões do jogo, percebeu que Macau tinha uma janela de oportunidade que era preciso aproveitar. Estava num estado de transição incerta, e não era apenas resultado da transferência de soberania, mas também por causa da natureza das indústrias. Havia um nível de apreensão sobre o que poderíamos fa-zer e a abertura das concessões do jogo foi um movimento natural, mas bastante visionário. Sem isso, Macau não teria tido muitas oportunidades. Acho que nesses tempos havia muita ansiedade e incer-tezas, mas depois, com as concessões do jogo às operadoras, surgiu uma transição muito importante em termos de escala e que promoveu um ambiente competiti-vo. Foi isso que deu confiança a Singapu-ra para se aventurar no sector e também a outras jurisdições que estão a conside-rar essa possibilidade. No fundo, a forma como o fizemos em Macau foi positiva e está a encorajar outros territórios a faze-rem o mesmo. E acredito em competição num contexto de criar qualidade e ofere-cer diferentes opções aos clientes. Se pen-sarmos no produto obtido, nos postos de trabalho criados, é espantoso, porque, em muitos aspectos, Macau não estava

preparado para isso, e alguns cidadãos ainda lutam para se adaptar. Mas, por outro lado, mesmo não estando prepara-dos, encontraram uma maneira de tudo funcionar, e penso que isso é muito bom. Julgo que a base de tudo o que fizemos não pode ser criticada.

-A abertura de casinos noutras re-giões representa algum tipo de ameaça para Macau?

-Não. Algumas pessoas talvez vejam isso, mas na minha perspectiva encaro até como algo positivo. Se formos tão bons como pensamos que somos, só o descobrimos a competir com outros. É como um desporto. Podemos treinar as vezes que quisermos e ver vídeos, mas até jogar contra outra equipa não se sabe o quão bom se é. Sou uma pessoa opti-mista, não se gere uma organização des-tas sendo pessimista. Acontecem tantas coisas que se torna frustrante, mas temos que pensar que delas também surgem oportunidades. Não sabemos que tipo de oportunidade será, mas ela está lá, e

é isso que temos que pensar para Macau. As coisas podem não correr como espe-rávamos, mas é com esses desafios que descobrimos se somos fortes. Não deve-mos ficar sentados a contar o dinheiro, mas pensar no que devemos fazer com ele e em como queremos que Macau seja daqui a 20 ou 30 anos, porque isso é que é importante. Claro que haverá desafios, mas se não começarmos a fazer algo hoje, essas coisas nunca irão mudar. A diver-sificação só surge criando algo que os nossos clientes querem comprar, e é ape-nas relevante ao criar um produto que seja competitivo. Precisamos de alargar actividades que entretenham os nossos clientes. Estamos num espaço que não se pensaria que é um casino, e é isso que nos orgulha na MGM. Nem todos os cami-nhos têm que ir dar ao jogo, e nem espe-ramos que todos os nossos clientes façam isso. Já ficamos satisfeitos se quiserem vir cá jantar ou visitar a Grande Praça.

-Em termos de receitas quais são as suas previsões para este ano?

-Já estou aqui há tempo suficiente para saber que qualquer número que aponte será errado (risos). O que pos-so dizer é que, qualquer valor que seja acima de 10% é imenso, porque a escala das nossas operações é já muito elevada. Estamos perto de 45 mil milhões de dó-lares norte-americanos e se crescermos 10% significa que vamos acrescentar 4,5 mil milhões de dólares. Não precisamos de pensar no crescimento dos lucros, mas sim na qualidade e sustentabilidade do nosso negócio. Estamos certamente a ge-rar dinheiro suficiente em impostos para o Governo construir as infra-estruturas que quiser. O desafio do Governo é con-seguir que os empreiteiros construam essas infraestruturas. No futuro, as recei-tas podem baixar, e o que significa isso? Ninguém sabe. Temos que estar prepa-rados para ser resilientes e dinâmicos. O sucesso é uma altura em que devemos estar a planear o que fazer quando algo corre mal. A grande ameaça somos nós próprios, a nossa complacência. São esses

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Terça-feira, 22 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 03

pelas pessoas da nossa equipa, as suas famílias, e depois, claro, a nossa base de clientes. Não podemos salvar as pessoas, mas o que temos que fazer é ter uma estrutu-ra preparada para ajudá-las quando precisarem. Temos que nos focar não apenas no jogo responsável, mas em questões ambientais também, por exemplo. Como um destino de turismo são questões muito importantes.

-Como vê Macau daqui a 20 anos?-Acho que vai ser muito excitante. O nosso Governo

está muito bem porque tem reservas em termos finan-ceiros. É verdade que temos alguns desafios pela frente, mas penso que serão resolvidos e são grandes oportu-nidades. Os jovens estão a começar novos empreendi-mentos, mas mesmo que os negócios dos avós tenham acabado não é algo necessariamente negativo, já que abriu espaço para as novas gerações. Gostava de traba-lhar com jovens da terceira geração, têm muito boa edu-cação, alguns foram estudar para fora, possuem quali-ficações em áreas importantes e as famílias querem que eles regressem para trabalhar no território. Fui mentor de alguns estudantes de Macau, do Instituto de Forma-ção Turística, e uma das jovens trabalha na loja de chá da mãe, onde mudou por completo o design das caixas. Será que a mãe pensa que a filha está à altura? Se calhar não. Mas o negócio está a crescer e a progredir.

-Como encara o processo de renovação das licenças do jogo?

-Se continuarmos a fornecer aquilo que nos pedem, o modelo - que é para onde devemos olhar primeiro - é muito seguro, com seis concessionárias. Claro que po-derão ser feitas algumas modificações, mas penso que não se deve mudar algo que está a funcionar só porque alguém pensa que seria uma boa ideia fazê-lo. Poderia o Governo aumentar o número de concessionárias? É uma decisão sua. Mas penso que as que existem têm feito bem o seu trabalho, e por isso têm o direito de continuar a se desenvolverem. O Governo deve decidir consoan-te os interesses da comunidade, mas as operadoras têm trabalhado bem nesse sentido.

os grandes riscos de Macau. Numa economia de consu-mo evoluímos juntamente com o cliente e temos que o entusiasmar e encorajar a continuar a ver-nos como algo relevante. Se uma pessoa vier a Macau e pensar que só quer estar cá uma vez é um risco para o território. Há limitações no espaço físico, e queremos que as pessoas visitem Macau várias vezes.

-O que poderemos esperar do projecto da MGM no COTAI?

-Vamos ter que oferecer algo novo, claro. Em vez de substituir um MGM pelo outro, queremos aumentar a experiência da MGM. Estamos muito dedicados à ope-radora na península, num local que, em muitos aspec-tos, é o coração de Macau. O COTAI é mais como um distrito de entretenimento, e ao focarmo-nos apenas nisso perde-se um pouco a noção sobre as razões pelas quais as pessoas vêm a Macau. Queremos que as pes-soas saiam de Macau a pensar que não é só o COTAI, que compreendam também as relações culturais do ter-ritório, com Portugal mas não só. Temos uma vantagem em Macau contrariamente a Hong Kong, que não tem respeito pela sua herança cultural. É uma cidade vibran-te, mas é estranho que não queiram contar a sua histó-ria. Para Macau, diversificação significa nunca perder a noção do que o território representa. Quando cheguei a Macau, em 2003, o COTAI era um pedaço de água entre duas ilhas, e, por isso, não é coincidência que o nome seja uma derivação de Taipa e Coloane. O nosso projecto do COTAI é sobre as qualidades que tornam Macau um sítio único, mas também sobre o que é a MGM.

-No Venetian, por exemplo, têm sido feitos grandes espectáculos musicais e desportivos. O novo espaço no COTAI também irá focar-se nessas áreas?

-Teremos oportunidades para isso, mas, francamen-te, o Venetian tem a vantagem de ter sido o primeiro a fa-zer isso e não vejo que faça muito sentido copiar, porque quem copia fica em segundo. Estamos é interessados em criar outros tipos de entretenimento, o que é difícil de descrever. Queremos focar-nos em criar conceitos novos. Trouxemos as borboletas, ninguém tinha feito isso antes. Depois foram os peixes, e o nosso grande desafio é sa-ber o que faremos de seguida. E isso é muito excitante. Muitos dizem que vão fazer isto e aquilo, mas depois quando abrem acabam por não o fazer por diversas ra-zões. Uma boa história é sempre aquela que surpreende.

-Chegou a ser admitida a possibilidade de trans-ferir o aquário da Grande Praça para outra zona da MGM. Esse plano mantém-se?

-Falámos nisso, mas é demasiado complicado. Vai fi-car até Outubro e depois vamos removê-lo. Serviu-nos bem e aprendemos muitas lições importantes. Os peixes são muito mais complicados de manter do que borbo-letas...

-Com a abertura dos novos complexos no COTAI, de que forma poderá ser enfrentado o problema da fal-ta de mão-de-obra?

-Vai ser um grande desafio, mas sou uma pessoa optimista e acho que deveríamos sê-lo sempre. Não há dúvida que tem havido muito debate sobre esta questão e acho que os dados numéricos revelam que não exis-tem pessoas suficientes em Macau. Por outro lado, não há muitas pessoas com as competências necessárias. O

Governo está determinado a criar institutos para apren-dizagem e transição. O grande desafio é que podem-se criar essas oportunidades, mas isso não quer dizer que as pessoas queiram aproveitá-las. Deverão os suces-sos do desenvolvimento da indústria do jogo reverter principalmente para as pessoas de Macau? Sem dúvi-da. Mas o grande desafio, e há muitos exemplos pelo mundo fora, é que muitas oportunidades acabam por ser desperdiçadas porque as pessoas não se dedicaram nem foram suficientemente honestas sobre como deve-riam aproveitar estas oportunidades. Muitos jovens es-tão confortáveis porque há muitos bebés a nascer e há muitas mulheres na MGM que estão grávidas, o que é fantástico. Isso diz-me que daqui a 25 anos estaremos bem, mas agora teremos alguns “soluços”, por isso, te-mos que procurar soluções temporárias. Se isso significa que teremos que trazer pessoas de fora, então devemos compreender que terão que ser as pessoas certas. E se es-sas pessoas quiserem ficar no território penso que é algo que deveria ser celebrado, porque significa que acredi-tam em Macau. Percebo que exista tensão, mas a maior das pessoas em Macau vieram de outros lados. Tenho pena que as questões relacionadas com a mão-de-obra e trabalhadores com competências necessárias tenham vindo a ser utilizadas como discussões políticas, em vez de haver um debate sobre algo que é muito importante para as pessoas de Macau. Estou muito feliz por viver aqui, Macau tem sido muito bom para mim, e tento o meu melhor para continuar a contribuir para Macau.

-Quando abrem novos casinos parece que nem pre-cisam de fazer publicidade, num sinal de que a ofer-ta estimula a procura. Isso continuará a acontecer nos próximos anos?

-O dia de abertura do casino é apenas isso, a abertu-ra. Não há dúvida que teremos que continuar a publici-tar a marca de Macau, porque queremos que as pessoas continuem a escolher Macau em primeiro lugar e a pen-sarem em quanto tempo podem cá ficar. Tem que man-ter a atracção de ser um destino de eleição e isso é um exercício de colaboração entre a indústria, o Governo e a comunidade. Ainda é um desafio para nós.

-Face ao desenvolvimento do território, não deve-riam ser melhoradas infra-estruturas como o aeroporto ou os terminais marítimos, entre outras?

-Claro que todas essas coisas deveriam ser desenvol-vidas, não só para os visitantes, mas para os residentes de Macau. É uma tarefa grande porque a cidade é muito pequena. Todos gostaríamos de ter um carro e o privilé-gio de ter espaço onde o estacionar. É também um pro-cesso de colaboração.

-Qual é o papel da MGM numa área tão importante para o sector como a questão do jogo responsável?

-Todos temos que compreender que há pessoas que são prejudicadas por actividades que disponibiliza-mos. Há pessoas que comem muito, outras que fazem demasiadas compras e em Macau há uma comunidade pequena que joga demasiado. Enquanto operadores te-mos consciência que se trata de um risco e queremos dis-ponibilizar mais informações sobre isso à nossa equipa porque compreendemos a situação. O jogo responsável é como uma cebola para nós, com várias camadas, e te-mos que ser responsáveis por todas elas. Começamos

“A mais excitante oportunidade da minha vida”A viver em Macau há mais de uma década, Grant Bowie confessa que a primeira impressão do territó-rio não foi a melhor, tendo ficado surpreendido pelos contrastes entre a Colina da Guia, um lugar “charmo-so”, e uma visita ao Hotel Lisboa, um “sítio impossí-vel de descrever”. A vinda para Macau não foi fácil, tendo recebido três chamadas telefónicas de um responsável da Wynn a quem deu três negas, mas à quarta acabou por ser de vez. “O telefone tocou e era Steve Wynn a dizer que estava a construir um empreendimento em Macau e queria encontrar-se comigo”. Hoje não se arrepende de nada, pois con-sidera esta como “a mais excitante oportunidade” da

sua vida. Destaca a alma de Macau, a honestidade da comunidade e os passeios matinais, período em que gosta de ver as pessoas a fazer tai-chi. É também fã de desporto e deu o aval ao patrocínio da MGM ao Sporting de Macau. Na altura em que foi abordado pelos dirigentes leoninos, segundo recorda, o clube militava na terceira divisão. Gostou do projecto e fez uma contraproposta, oferecendo um patrocínio de três anos, ao invés de anual. A descoberta de que o símbolo do clube também é um leão “foi um sinal”, contou Grant Bowie, e o caminho traçado foi cum-prido, com a equipa a chegar à primeira divisão e a garantir a prorrogação do vínculo.

Estamos certamente a gerar di-nheiro suficiente em impostos

para o Governo construir as infra--estruturas que quiser

Tenho pena que as questões relacionadas com a mão-de-obra e traba-lhadores com competências necessárias tenham vindo a ser utilizadas

como discussões políticas, em vez de haver um debate sobre algo que é muito importante para as pessoas de Macau

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Terça-feira, 22 de Abril de 201404 JTM | LOCAL

Viviana Chan

FOTO

ARQ

UIVO

PARTIDO SOCIALISTA

Jantar com António Reis

Por ocasião das comemorações do 40º ano do 25 de Abril de 1974, o Núcleo de Macau do Partido Socialista promove um Jantar-Convívio com o Professor Doutor António Reis, co-fundador do PS, ex-dirigente nacional, ex-deputado entre 1976 e 1983, deputado e vice-presidente do Grupo Parlamentar entre 1995-2002 e secretário de Estado da Cultura do II Governo Constitucional (em 1978). Integra actualmente o comité de especialistas escolhido pelo Parlamento Europeu para orientar a criação da futura Casa da História Europeia.

O jantar tem lugar, como habitualmente, no Clube Militar de Macau, dia 24, às 20 horas, podendo as inscrições ser feitas através dos telefones:

António Mota - 66517534Rocha Dinis - 66809498

1ª Vez “JTM” - 22 de Abril de 2014

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

Execução Ordinária nº CV1-13-0075-CEO 1º Juízo Cível

Exequente: GRUPO SINO EMPIRE COMPANHIA LIMITADA, com sede em Macau, na Avenida da Amizade, nº 1163-C, Edifício La Oceania, 4º andar C.Executado: WONG SAI HA, de nacionalidade chinesa, portador do B.I.R., casado com Chu Man In, no regime da comunhão de adquiridos, residente em Macau, na Rua Cidade de Coimbra, nº 416, Edifício “Jardim Brilhantismo”, 8º andar “AC.

FAZ-SE SABER que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos do executado para, no prazo de QUINZE DIAS, que começa a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamar o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem penhorado sobre que tenha garantia real e que é o seguinte:

Imóvel penhorado Denominação: fracção autónoma: “AC8”do 8º andar “AC”.Situação: sito em Macau, nºs 160 – 206 na Avenida Sir Anders Ljungstedt, 395 – 505 na Rua Cidade do Porto, 396 – 506 na Rua Cidade de Coimbra e 156-207 da Alameda Dr. Carlos D’Assumpção.Finalidade: para habitação,Número de matriz: 073080.Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: nº 22217, a fls. 138 do Livro B3K.Número de inscrição da propriedade horizontal: nº 9625, a fls F37K do Livro 309, inscrita a fracção a favor do executado, Wong Sai Ha e a sua mulher Chu Man In sob o nº 191615G, aí hipotecária ao Banco da China Limitada pela inscrição nº 101752C.

Na R.A.E.M., 08/04/2014..

A Juiz, Cheong Weng Tong

O Escrivão Judicial Aujunto, Ho Lap ChiRm. 1907, 19/F, AIA Tower, Nºs. 251A-301,

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A possibilidade de os turistas do Interior da China poderem entrar em Macau com vistos de países do sudeste asiático terá gerado abusos que levaram as

autoridades chinesas a apertar essa política de “visto indi-vidual”.

Quando os visitantes do Interior da China viajam de outro país podem permanecer sete dias na RAEM para poderem apanhar voo para outros destinos. Esta política é aproveitada por alguns jogadores, para virem a Macau frequentemente.

De acordo com o jornal “Ou Mun”, esta situação está a preocupar as autoridades do Continente, que em 2008 já tinham revisto a política de vistos, reduzindo o período de permanência de 14 para sete dias. Além disso, no fim da es-tadia, caso os turistas não viajem para o destino planeado, o prazo de permanência diminui para dois dias durante a sua segunda entrada em Macau. Se houver reincidência, a entrada será rejeitada.

Actualmente, os residentes do Continente chinês só po-dem pedir uma entrada para a RAEM de três em três meses.

Em declarações ao mesmo jornal, o deputado Si Ka Lon comentou que se verifica a existência de lacunas na lei, in-dicando como exemplo o tipo de permanência para fazer escala em Macau.

Si Ka Lon referiu ainda que para evitar serem sinali-zados por não efectuarem a viagem planeada neste siste-ma de entrada na RAEM, normalmente estes turistas, que acredita serem sobretudo jogadores ou pessoas envolvidas com o sector de jogo, podem voar para a Tailândia e voltar para Macau no dia seguinte.

Recentemente, relatou o “Ou Mun”, as autoridades al-fandegárias de Zhuhai realizaram uma série de acções de

combate às irregularidades no centro comercial subterrâ-neo de Gongbei. As agências de viagens são os alvos, so-bretudo aquelas que conseguem tratar destes vistos com rapidez. Segundo o jornal, essas agências continuam a ofe-recer vistos para o Camboja, um destino que já estava sina-lizado, uma vez que em 2012 foi desmantelado um grupo que falsificava esses documentos.

No entanto, actualmente, a obtenção de um visto para o Camboja em Gongbei custa 300 renminbis e demora apenas 15 minutos. Além dos países do sudeste asiático, também é possível tratar do visto rápido para a Guiné-Bissau, que custa entre 280 a 360 renminbis, um valor que desce para metade se a entrega for feita dois dias depois do pedido.

Segundo o Governo de Zhuhai, foram detectadas mais de 5.500 pessoas suspeitas na zona do Posto Fronteiriço de Gongbei no presente ano, sendo que 1.600 foram multadas e 58 detidas.

Ho Weng Pio não participa na reconstrução do Sin FongO construtor Ho Weng Pio não vai par-ticipar nos trabalhos de reconstrução do Edifício Sin Fong Garden nem em qualquer reunião sobre o projecto, ga-rantiu Lam Kam Seng, membro do Con-selho do Executivo e sócio da Empresa Social, companhia que vai coordenar o processo. De acordo com o programa radiofónico “Ou Mun Kuong Cheong”, Lam Kam Seng frisou que, embora Ho Weng Pio seja sócio daquela empresa, “desconhece a reconstrução”. No rela-tório recentemente divulgado pelo Go-verno, Ho Weng Pio foi apontado como um dos culpados pela degradação do edifício por ter sido o construtor civil responsável pela execução das obras do 2º andar do Sin Fong Garden. Lam Kam Seng disse ainda que a Empresa Social pretende garantir uma elevada trans-parência em todos os procedimentos, incluindo o concurso público e a ava-liação das propostas. O mesmo respon-sável acrescentou, por outro lado, que as verbas doadas ou emprestadas pela Associação de Conterrâneos de Jiang-men, Associação Beneficência Tung Sin Tong e do empresário António Ferreira serão geridas pela Empresa Social. En-tretanto, ontem à tarde, um grupo de re-presentantes de moradores do Sin Fong tentou entregar uma convocatória de votação a um proprietário de uma loja do edifício, mas não o conseguiu encon-trar. Segundo Wong Mang Song, mem-bro do grupo, o dono da loja afirmou anteriormente que não pretende receber a convocatória. Em declarações ao JTM, Chao Ka Cheong, outro representante dos moradores, disse que o proprietário da loja tem uma opinião diferente da es-magadora maioria, pois entende que os moradores devem interpor acções judi-ciais em vez de avançar com a recons-trução do edifício.

V.C.

VISTOS DE PAÍSES COMO O CAMBOJA FEITOS EM GONGBEI

“Ajuda” do sudeste asiático para entrar na RAEMAs restrições das autoridades chinesas à política de “visto individual” para Macau levaram a um aumento da procura de vistos para entrar no território, em escala para países do sudeste asiático. Porém, o sistema está a ser usado por turistas do Interior da China para permanecer em Macau durante sete dias. São as agências de viagens em Gongbei que tratam destes vistos, que, por vezes, demoram apenas 15 minutos, caso do visto para o Camboja

Agências em Gongbei chegam a disponibilizar vistos em apenas 15 minutos

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Terça-feira, 22 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 05

FAMÍLIAS “ESCONDIDAS” ENFRENTAM DIFICULDADES, ALERTA PROVEDOR DA SANTA CASA

Critérios para apoios sociais “devem ser alargados”Os dados mais recentes do índice de Gini em Macau mostram, nos últimos cinco anos, um aumento nos rendimentos das famílias do território e uma maior equidade na distribuição dos mesmos. O provedor da Santa Casa da Misericórdia, António José de Freitas, alerta no entanto para a existência de muitos agregados familiares “escondidos” que estão a passar por dificuldades, defendendo o alargamento dos critérios para a atribuição de apoios sociais

O Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Macau, An-tónio José de Freitas, defende

que o Governo deve reformular os cri-térios para a atribuição de apoios so-ciais, incluindo dos programas de ha-bitação económica e social, de forma a se alargar o número de residentes que hoje beneficiam destas políticas.

Face aos níveis elevados de infla-ção, António José de Freitas alerta para a existência de muitos agrega-dos familiares “que estão a enfrentar dificuldades” mas que estão a ser ex-

cluídos das políticas sociais porque “trabalham e têm rendimentos” que ultrapassam a maior parte dos limites definidos pelo Governo. “Há famílias escondidas que, não estando numa situação de pobreza, estão a passar por crescentes dificuldades. Têm ren-dimentos do trabalho que os excluem

André Jegundo

da maior parte dos apoios sociais mas não ganham o suficiente para encarar os custos crescentes da habitação, da alimentação e de outros bens essen-ciais”, descreve.

Dados recentes da Direcção dos Ser-viços de Estatística e Censos (DSEC), mostram que o índice de Gini em Ma-cau - um indicador usado para analisar a distribuição dos rendimentos numa economia – caiu em 2012/2013 para 0.35, quando há cinco anos era 0.38 (numa escala em que zero representa a maior igualdade possível e 1 a maior desigualdade possível). Excluindo os subsídios governamentais dos rendi-mentos das famílias, no mesmo perío-do, o índice caiu de 0.40 para 0.38.

Os números dão conta de uma maior equidade na distribuição dos

rendimentos que também subiram de forma acentuada no período ana-lisado. De acordo com o Inquérito aos Orçamentos Familiares, o rendimento médio dos agregados familiares subiu para 41.423 patacas mais 34,1% do que há cinco anos. Apesar da subi-da média registada nos rendimentos, António José de Freitas alerta para existência de “grandes discrepâncias” nos vencimentos praticados em vários sectores. “Sabemos que os vencimen-tos praticados nos ramos dos casinos, da hotelaria e outros estão a subir. Mas, o outro lado da realidade, que também existe, são muitas pequenas e médias empresas que estão em di-ficuldades de sobrevivência e em que os salários praticados são francamen-te inferiores”, adverte.

São estes trabalhadores, defende, que estão a sentir as maiores dificul-dades para fazer face à “subida em flecha de muitos produtos de primei-ra necessidade”. A pensar nesta fatia da população, António José de Freitas defende que o Governo devia promo-ver a criação de um novo programa de apoio social que juntasse institui-ções que já estão no terreno como a Caritas, o Banco Alimentar e a própria Santa Casa da Misericórdia. Esta es-trutura de “maior dimensão”, sugere, poderia permitir aos beneficiários “a aquisição de bens alimentares a pre-ços especiais” de forma a mitigar “o impacto dos preços galopantes nos orçamentos familiares”.

Segundo os dados da DSEC, as despesas médias mensais em consu-mo, por agregado familiar, subiram para as 29.117 patacas, mais 27,1% do que há cinco anos. Por outro lado, a proporção dos agregados familiares com rendimentos inferiores a 15.000 patacas por mês diminuiu de 24,4% em 2007/08 para 14,6% em 2012/13, enquanto o número de agregados com receitas médias mensais superiores a 70.000 patacas por mês registou uma subida de 7,7 pontos percentuais. No que toca aos rendimentos com média mensal superior a 30.000 patacas subi-ram de 26,3% para 30%.

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DADOS DO CRÉDITO À HABITAÇÃO DE FEVEREIRO

Empréstimos para pré-compras subiram 71%O crédito concedido pela banca para a compra de casas em Macau subiu quase um quarto em Fevereiro, mas no caso das fracções ainda em construção o aumento foi três vezes superior à média geral

Os novos empréstimos hipotecários para habi-tação aprovados pelos bancos de Macau atin-giram 2,5 mil milhões de patacas em Feve-

reiro, mais 24,2% face ao período homólogo de 2013. Segundo as estatísticas publicadas pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), em termos mensais, verificou-se ainda assim uma diminuição de 41,7%. Do total, 98% foram concedidos a residentes.

No caso dos empréstimos hipotecários envolven-do a alienação de fracções autónomas em edifícios em construção, registou-se uma descida mensal de 68,9% mas em termos anuais o valor total cresceu 70,9% para 138 milhões de patacas.

Já os novos empréstimos comerciais para a actividade imobiliária aprovados pela banca local ascenderam a 7,5 mil milhões de patacas, reflectindo aumentos de 36,1% e

1,8%, em termos mensais e anuais, respectivamente.No final de Fevereiro, o saldo bruto dos emprésti-

mos hipotecários para habitação foi de 122,3 mil mi-lhões de patacas, mais 1% face ao mês anterior e mais 23,5% comparativamente ao período homólogo do ano passado.

A mesma tendência verificou-se ao nível dos em-préstimos comerciais para actividades imobiliárias, cujo saldo bruto aumentou 2,6% face a Janeiro e 24,3% em relação a Fevereiro de 2013, fixando-se em 90,6 mil milhões de patacas.

Por outro lado, no final de Fevereiro e em relação ao mês anterior, o rácio das dívidas não pagas aos empréstimos hipotecários para habitação manteve-se nos 0,05% e desceu 0,01 pontos relativamente ao pe-ríodo homólogo de 2013.

Crédito para fracções em construção atingiu 138 milhões de patacas

PIB de Macau lidera na Ásia-Pacífico

O Produto Interno Bruto (PIB) de Macau per capita é 15 vezes superior à média da região da Ásia Pacífico, revela um estudo realizado pelo Banco Asiático de Desenvolvimento. De acordo com o jornal “Macau Daily Post”, o estudo da instituição financeira mostra que a economia do território é uma das mais ricas das 23 analisadas na Ásia-Pacífico. O PIB per capita de Macau é de 630.492 dólares de Hong Kong, enquanto a média regional apurada foi de 41.974.

António José de Freitas defende a criação de um novo programa de apoio socialque juntasse instituições que já estão no terreno

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Terça-feira, 22 de Abril de 201406 JTM | LOCAL

Anúncio [38/2014]

1. Entidade adjudicante: Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau.

2. Entidade que realiza o processo do concurso: Instituto de Habitação (IH).

3. Modalidade do concurso: concurso público.

4. Denominação do concurso: prestação de serviços para administração dos edifícios nos Bairros Sociais do IH.

5. Objectivo: torna-se público a abertura do presente concurso para prestação de serviços de administração, nomeadamente, limpeza, segurança, reparação e manutenção dos equipamentos colectivos e partes comuns dos edifícios, para o Edifício D.ª Julieta Nobre de Carvalho, Blocos B/C, Torres A/B/C do Bairro Tamagnini Barbosa, Edifício San Seng Si Fa Un, Bloco 17, Edifício Hou Kong Garden, Blocos 3/4/5, Bairro Social da Taipa, Blocos 9/10/11, Habitação Social de Fai Chi Kei – Edifícios Fai I / Fai Fu, Habitação Social da Ilha Verde – Edifícios Cheng Chun / Cheng Nga / Cheng Choi I / Cheng Choi II / Cheng Chong bem como Habitação Social de Mong Ha – Edifícios Mong Sin I / Mong Sin II / Mong In. O prazo dos serviços da administração destes bairros (além do Edifício Mong In) é de 2 anos, entre o dia 1 de Julho de 2014 e o dia 30 de Junho de 2016, e o prazo dos serviços da administração da Habitação Social de Mong Ha – Edifício Mong In é de 23 meses, entre o dia 1 de Agosto de 2014 e o dia 30 de Junho de 2016.

6. Condições gerais dos concorrentes: podem concorrer ao presente concurso as empresas que se encontrem registadas na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis, cujo âmbito das actividades, total ou parcial, inclua a prestação de serviços de administração de propriedades.

7. Obtenção do programa e processo do concurso: podem consultar ou obter o respectivo processo do concurso, na recepção do IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente. A obtenção da fotocópia dos documentos acima referidos é mediante o pagamento da importância de MOP 200,00 (duzentas patacas), em numerário, para o custo das fotocópias, ou por dowloand gratuito na página electrónica do IH (http://www.ihm.gov.mo).

8. Visita aos edifícios e sessão de esclarecimento: a visita aos edifícios será feita entre 23 e 24 de Abril de 2014. Os concorrentes interessados devem chegar a Habitação Social da Ilha Verde – Edifícios Cheng Chun, às 09:30 horas do dia 23 de Abril de 2014, e a Habitação Social de Mong Ha – Edifícios Mong In, às 09:30 horas do dia 24 de Abril de 2014, e serão guiados pelos trabalhadores do IH. Os concorrentes interessados devem dirigir-se à recepção do IH ou através do telefone n.º 28594875, durante as horas de expediente, antes do dia 22 de Abril de 2014, para proceder à respectiva inscrição prévia para participação na visita ao local.

A sessão de esclarecimento terá lugar às 15:30 horas do dia 25 de Abril de 2014, no IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau. Os concorrentes interessados devem dirigir-se à recepção do IH ou através do telefone n.º 28594875, durante as horas de expediente, antes do dia 24 de Abril de 2014, para proceder à respectiva inscrição prévia de participação na sessão de esclarecimento.

9. Caução provisória: o montante é de MOP900 000,00 (novecentas mil patacas). A caução provisória pode ser prestada por garantia bancária legal ou por depósito em numerário através da conta do IH, no Banco da China, sucursal de Macau.

10. Local, data e hora para entrega das propostas: as propostas devem ser entregues a partir da data da publicação do presente anúncio até às 17:00 horas do dia 19 de Maio de 2014, no IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente.

11. Local, data e hora do acto público do concurso: o acto público do concurso terá lugar do dia 20 de Maio de 2014, às 10:00 horas, no IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau.

12. Critérios de adjudicação:- Preço ..................................................................................................................................................................50% - Experiência (incluindo a experiência da gestão global, do funcionamento dos equipamentos instalados,

de manutenção dos sistemas do edifício, dos trabalhos necessários para a execução deste objectivo, da oferta e de serviços, bem como experiência na prestação de serviços do concurso).....................................10%

- Qualidade dos serviços (incluindo o controlo de entrada e saída do edifício, a fiscalização e segurança, a limpeza, a manutenção dos sistemas dos equipamentos, recursos humanos, equipamentos e materiais para a prestação de serviços)..............................................................................................................................40%

13. Outros assuntos: os pormenores e os assuntos a observar do respectivo concurso encontram-se disponíveis no processo do concurso. As novas informações do presente concurso serão publicadas na página electrónica do IH (http://www.ihm.gov.mo).

A Presidente, Subst.ª,Kuoc Vai Han

10 de Abril de 2014

Autoridades voltaram a descobrir vírus num mercado local

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“Tigerair Taiwan”escolhe Macau como primeirodestino internacional A “Tigerair Taiwan”, companhia aérea de baixo custo recentemente constituí-da, pretende iniciar voos entre Macau e a Formosa no quarto trimestre do cor-rente ano, tornando o território no seu primeiro destino internacional. A reve-lação foi feita por responsáveis da “low--cost” durante um encontro na RAEM com a CAM -Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau. De acordo com uma nota da CAM, durante a reunião as duas partes trocaram opiniões sobre os serviços aéreos entre Macau e Taiwan e o desenvolvimento das oportunidades de cooperação bilateral. Fruto de uma “joint-venture” entre a “China Airlines”, de Taiwan, e a Tiger Airways”, de Singa-pura, a nova companhia planeia iniciar operações em Outubro. Em Fevereiro, a Delegação Económica e Cultural de Ma-cau em Taiwan e a Delegação Económica e Cultural de Taipé assinaram um acordo que elimina as restrições no transporte aéreo entre a RAEM e as cidades formo-sinas de Taipé e Kaohsiung, permitindo ainda a operação de voos charter perió-dicos para outros pontos de Taiwan.

VÍRUS H7N9 FOI DETECTADO NO MERCADO DO PATANE

Vendedora em isolamentosem sinais de doençaUma amostra ambiental positiva do vírus foi detectada na sexta-feira numa das bancas de venda de aves do Mercado Provisório do Patane. Uma das vendedoras do mercado está sob observação médica e a comercialização de aves de capoeira vivas foi novamente suspensa durante 21 dias

A vendedora de aves do mercado do Patane que foi co-locada sob observação médica continua sem manifes-tar quaisquer sinais de estar contaminada com o vírus

da gripe aviária H7N9. Os Serviços de Saúde realizaram on-tem de manhã uma sessão de esclarecimentos junto dos ou-tros trabalhadores não afectados do Mercado Provisório do Patane, que vão continuar sob observação médica por mais nove dias.

A amostra ambiental positiva do vírus foi detectada na última sexta-feira por equipas do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) numa das bancas de venda de aves de capoeira vivas do Mercado Provisório do Patane. Com vista a assegurar a saúde do público, as autoridades de-cidiram suspender pelo período de 21 dias e a comercializa-ção de aves de capoeira vivas em Macau, bem como proceder à limpeza e desinfecção dos estabelecimentos de venda e de abate. Alegando orientações da Organização Mundial da Saú-de Animal (OMSA) o IACM mandou também abater cerca de 8000 aves de capoeira vivas que se encontravam no mercado abastecedor e procedeu à desinfecção total do espaço.

Este fim-de-semana, os Serviços de Saúde foram notifica-dos pelos departamentos de Saúde do Interior da China da

ocorrência de um novo caso de infecção humana pela gripe aviária H7N9, ocorrido na Província de Guangdong. A mu-lher tem 55 anos de idade, e encontra-se actualmente em esta-do crítico num hospital da cidade de Shantou.

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Terça-feira, 22 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 07

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Durante o ano transacto, foram efectuadas 2.937 consultas no Centro de Apoio Psicológico

criado em 2012 pela Associação Geral de Mulheres de Macau, o que traduz um aumento de 50% em comparação com o ano anterior, de entre os quais, 298 cons-tituem casos novos.

Os dados revelam que, no ano passa-do, 312 pessoas estiveram no centro pela primeira vez, aceitando consultas com os assistentes para apoio psicológico. Com-parando com os números de 2012, o nú-mero de pessoas novas que pedem apoio psicológico aumentou 50% em 2013.

Segundo os dados estatísticos rela-tivos às pessoas que aceitam apoio do centro, 29% apresentam problemas emo-cionais ou doenças do foro psiquiátrico e cerca de 20% estão a tomar substâncias psicotrópicas.

Além disso, menos de um por cento dos utentes necessitaram de recorrer aos

No ano passado, o número de pedidos de apoio psicológico submetidos ao centro criado pela Associação Geral das Mulheres de Macau aumentou 50%. Entre os problemas que mais afectam as pessoas que procuram ajuda, as questões relacionadas com a família ocupam o primeiro lugar. Outro dado revela que 15% dos pedidos de ajuda são de jovens com idade inferior a 18 anos

serviços do Centro Hospitalar Conde São Januário, sendo o tratamento basea-do em apoio psicológico e comprimidos. Por outro lado, em seis por cento dos

CENTRO DA ASSOCIAÇÃO GERAL DAS MULHERES RECEBEU 298 NOVOS CASOS EM 2013

Mais 50% de pedidos de apoio psicológico

Viviana Chan

casos, o centro recebeu pessoas transfe-ridas por outras associações.

A subdirectora do centro, Tse Weng Si, indicou ao jornal “Ou Mun” que os

29% dos utentes revelaram problemas emocionais ou doenças do foro psiquiátrico

problemas familiares ocupam 46% das queixas de quem procura ajuda, obser-vando que o número de famílias nas quais os dois pais trabalham aumentou significativamente e, nesse contexto, “as pessoas têm que encarar o stress da fa-mília e do trabalho ao mesmo tempo”. Tze Weng Si referiu ainda que as crian-ças são vulneráveis aos problemas fami-liares. Cerca de 15% das pessoas que pe-dem apoio do centro têm idade inferior a 18 anos.

Quanto aos problemas pessoais, cer-ca de 26% das pessoas manifestaram que sentem-se perdidas e precisam de encontrar um objectivo de vida, en-quanto 17% acham que têm dificuldade em encarar os problemas com as outras pessoas.

Além disso, 13% pediram ajuda por causa do stress do trabalho.

A mesma responsável considerou que uma maior sensibilização poderá atrair mais pessoas a procurar este tipo de apoio, acrescentando que no futuro, o centro dará mais atenção à prevenção dos problemas emocionais.

Depois da suspensão de um protocolo que permitia o acesso dos advogados portugueses, os profissionais do território “chegaram a um consenso sobre as condições

em que é possível admitir o ingresso de advogados portugue-ses na profissão”, as quais incluem a criação de um ‘numerus clausus’, um curso prévio e um exame, confirmou à agência Lusa o presidente da Associação dos Advogados de Macau (AAM), Jorge Neto Valente.

A decisão de suspender o protocolo que anteriormente es-tava em curso partiu de Macau porque o número dos recém--chegados era superior às capacidades de absorção do territó-rio.

“Havia pessoas que vinham à aventura, sem enquadra-mento” e “estavam a vir seis/sete por mês” e “isso não era possível”, realçou Neto Valente.

Os pontos agora acordados, indicou, vão configurar a base de uma proposta para ver se há disponibilidade para um novo protocolo, “destinado a substituir o que vigorou até Março do ano passado”, o qual não previa este tipo de restrição.

Os advogados pretendem a realização de um curso prévio de três meses, assente sobretudo nas diferenças entre o sistema jurídico de Macau e o de Portugal, com exame final, bem como o estabelecimento de um limite anual do número de novos profissionais oriundos de Portugal.

O universo de candidatos a serem aceites não pode ser superior a 50% dos advogados que acederam à profissão lo-calmente nesse ano ou no anterior, precisou o presidente da AAM.

O número que for fixado para o ano dá acesso a quem pas-sar no exame e os que forem aprovados e admitidos à profis-são “ficam inscritos provisoriamente durante um período de adaptação em serviço, de formação em serviço”, disse o res-

ponsável.Com efeito, o número de admitidos “varia muito”. No ano

passado entraram 18, mas 2014 “é capaz de ser um ano em que entrará muita gente: Há 61 estagiários a fazerem exame final, portanto, daria 30 de Portugal”, exemplificou, apontando, po-rém, que a manter-se a tendência de passarem cerca de 50% dos candidatos serão 30 e, por conseguinte, poderão então vir 15 pessoas de Portugal.

Para se inscreverem como advogados efectivos e exercem actividade, os profissionais de Portugal terão também de obter o direito de residência no território. “Entendemos que o cartão azul [‘blue card’, uma autorização de permanência que está de-pendente do contrato de trabalho] é um título que não garante a independência necessária para o profissional estar à vontade para exercer”, explicou Neto Valente.

No entanto, o responsável salienta que, para os candidatos, este tipo de exigência não é necessária: “Podem vir com um contrato de prestação de serviços, de trabalho, cartão azul, ou visto de estudante, por exemplo”.

Paralelamente, os profissionais do território vão procurar saber junto da Ordem “em que condições de reciprocidade, ou com um mínimo de reciprocidade”, Portugal pode “admitir os advogados de Macau”.

“Neste momento, com as condições de vida que há lá não estou a ver muita gente interessada, mas pode haver”, afirmou.

“Em Portugal sempre encararam este assunto com sim-patia e com uma consideração muito objectiva: enquanto nós temos 300 advogados, eles têm 30 mil. E, portanto, se fossem todos para lá - e não vão - seria uma gota de água no oceano. Agora, se vierem 300 para Macau isto vira tudo do avesso e estou convencido de que o mercado não absorve”, resumiu o responsável da associação. JTM/Lusa

Chefe do Executivo volta hoje à ALcom estreia em directoatravés do YouTubeChui Sai On vai participar hoje, pelas 15:00, na reunião plenária da Assem-bleia Legislativa, com o objectivo de responder às perguntas dos deputa-dos sobre assuntos relacionados com a Administração da RAEM e a vida da população. A presença do Chefe do Executivo na reunião plenária da Assembleia Legislativa será a primei-ra deste ano e terá direito a transmis-são em directo e integral pela TDM (Televisão e Rádio). A sessão poderá também ser acompanhada através da página electrónica da Assembleia Legislativa (www.al.gov.mo), do por-tal do Governo da RAEM (www.gov.mo), Gabinete do Chefe do Executivo (www.gce.gov.mo), Gabinete de Co-municação Social (www.gcs.gov.mo) e pela primeira vez, através do canal, em directo, de YouTube (www.you-tube.com/user/macaogcs), a fim de proporcionar à população, mais meios de acesso às informações do Governo. Em comunicado divulgado pelo Ga-binete de Comunicação Social, o Exe-cutivo recorda que, para além de se deslocar no fim do ano à Assembleia Legislativa para apresentar as Linhas de Acção Governativa do ano se-guinte e responder às perguntas dos deputados sobre as mesmas, o Chefe do Executivo marca presença, anual-mente, nos meses de Abril e Agosto, na Assembleia Legislativa, “com vista a dar a conhecer à população a evo-lução dos trabalhos do Governo, bem como melhorar a comunicação e inte-racção com os deputados”.

DEFINIDAS REGRAS PARA PROFISSIONAIS VINDOS DE PORTUGAL

“Consenso” entre advogados para novo protocoloOs advogados de Macau atingiram um consenso sobre o conjunto de requisitos que vão propor à Ordem em Portugal para retomar a admissão no território de profissionais vindos do país, interrompida há um ano

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Terça-feira, 22 de Abril de 201408 JTM | LOCAL

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GCS ENTROU NA FASE FINAL DE ELABORAÇÃO DO DOCUMENTO

Revisão da Lei de Imprensa avança até JunhoA proposta de revisão da Lei de Imprensa ainda não tem data prevista de entrada na Assembleia Legislativa, mas o Gabinete de Comunicação Social pretende concluir a elaboração do documento ainda no primeiro semestre deste ano

O Gabinete de Comunicação Social de Macau (GCS) es-pera ter concluída a revi-

são da Lei de Imprensa até ao final do primeiro semestre, afirmou o director Victor Chan.

Actualmente, o GCS está a preparar os documentos adminis-trativos para a revisão da Lei de Imprensa, os quais seguirão para os serviços jurídicos e para o Con-selho Executivo, afirmou Victor Chan na apresentação do relatório da consulta pública da proposta, realizada entre 23 de Setembro e 25 de Outubro de 2013. O diplo-ma seguirá posteriormente para a Assembleia Legislativa, não tendo sido avançada data para essa fase.

A proposta de revisão prevê a revogação sobre os artigos sobre o Conselho de Imprensa e o Esta-tuto dos Jornalistas, “cuja criação até hoje não aconteceu por falta de consenso no seio do sector da comunicação social”, refere a nota justificativa. Em 2012, Victor Chan justificava a retirada da lei do Con-selho de Imprensa e do Estatuto do Jornalista com a necessidade

do sector da comunicação social em Macau se regular como fazem outras profissões.

Outro artigo que marcou a dis-cussão é o relativo à liberdade de acesso às fontes de informação, tendo o director do GCS reiterado que “na Lei de Imprensa não há nenhuma disposição que regule o conteúdo que é divulgado”. “Não é a Lei de Imprensa que vai regu-lar qual o conteúdo que vai ser ou não divulgado”, sublinhou.

A revisão da Lei vai ainda re-tirar o agravamento de “até um terço” em vigor para crimes de liberdade de imprensa praticados por jornalistas, que passam a ser punidos com a lei penal.

A proposta tem 46 artigos dis-tribuídos em seis capítulos, contra os 61 em sete capítulos actuais da lei em vigor há mais de 20 anos.

Fora do âmbito da revisão fi-cou, para já, a lei relativa à radio-difusão dado que tem vários as-pectos técnicos a ponderar e não se mostra tão urgente como a Lei de Imprensa, segundo o Governo.

JTM/Lusa

SINAIS PODERÃO SOFRER PERTURBAÇÕES

Início “intermitente”da nova era televisivaEm colaboração com os anteneiros, a empresa criada pelo Governo passa a partir de hoje a assegurar a transmissão dos canais de televisão básicos. A DSRT admite que a recepção dos sinais poderá ser “instável” até amanhã

Durante os dias de hoje e amanhã, os sinais televisivos em Macau poderão registar “alguma instabilidade inter-

mitente”, alertou a Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT), ao sublinhar que os problemas derivam dos no-vos trabalhos de conexão dos sinais, trabalho que foi iniciado esta madrugada.

As alterações surgem na sequência da cessação, ontem, do acordo de cooperação entre a TV Cabo Macau e os fornecedores do serviço de antena comum (vulgo “ante-neiros”), com os quais a empresa Canais de Televisão Básicos de Macau, S.A., criada pelo Governo, passa a colaborar para transmitir os 49 canais de televisão básicos.

Tendo em conta que as obras de conexão envolvem a prestação dos referidos sinais em todas as zonas de Macau, a DSRT garan-tiu que irá fiscalizar o processo “in loco” e deu instruções à Canais de Televisão Básicos de Macau, S.A. e aos “anteneiros” para que “procedam a todos os esforços de ajusta-mento técnico, a fim de minimizar o impacto sobre os residentes”.

Ainda assim, a DSRT admite que as obras poderão causar “um impacto de curto prazo” junto dos residentes.

Esta nova etapa assinala também o térmi-no da anterior concessão à TV Cabo do serviço terrestre de televisão por subscrição. Na sema-na passada, o Governo celebrou com a empre-sa um novo acordo válido por cinco anos mas num regime não exclusivo.

Segundo a DSRT, o prazo de cinco anos - renovável, por igual período, foi definido com base no “interesse público” e na neces-sidade de se “estimular o investimento”.

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Terça-feira, 22 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 09

EXPORTAÇÃO PODE SER PROIBIDA DEPOIS DA LEI DE PROTECÇÃO DOS ANIMAIS

Galgos australianos continuam a vir para Macau Um artigo de um jornal australiano garante que a exportação de galgos para o Canídromo continua, não tendo sido posta em prática qualquer proibição, como chegou a ser divulgado. Albano Martins, presidente da Anima, confirma esse cenário, mas prevê que o governo australiano imponha a proibição depois da aprovação da lei de protecção de animais proposta pelo Executivo da RAEM. Isto porque, antevê, a legislação vai apenas incluir os animais de estimação, deixando os galgos de fora

Em Março deste ano chegou a ser avançado que a Austrália tinha banido a exportação de galgos

para Macau, no entanto, os animais continuam a ser fornecidos ao Caní-dromo, garante um artigo do jornal australiano “Sydney Morning He-rald”.

O jornal diz que “dezenas de gal-gos ainda estão a ser exportados para o Canídromo de Macau onde en-frentam maus-tratos e morte”, ape-sar da “Greyhounds Australasia”, que representa vários fornecedores, ter dito que havia parado de emi-tir passaportes para a exportação de cães há cerca de um ano, para qual-quer país que não cumpra normas mínimas de protecção dos animais. No entanto, documentos a que o “Sydney Morning Herald” teve aces-so, mostram que os galgos australia-nos continuam a ser enviados para Macau.

Sandra Lobo Pimentel

Instado a comentar, Albano Mar-tins, presidente da Anima, explicou ao JTM que “não houve proibição, mas sim uma recomendação com carácter não vinculativo”, o que resultou na continuação da exportação da parte de alguns fornecedores. “É verdade que houve uma queda substancial dos animais exportados, mas estamos no âmbito de um mercado privado e vol-tou a acontecer”, confirmou.

O artigo publicado no jornal aus-traliano revela que a “Greyhounds

Australasia” tem sido criticada por “manter em segredo” dados relativos às exportações de cães e às normas de protecção dos animais dos países que os recebem, tendo havido uma auditoria realizada em 2012, mas os resultados nunca foram tornados pú-blicos.

Ao jornal australiano, um am-bientalista comentou que “ao manter a suspensão do programa de passa-portes de galgos um segredo, tem sido feita ‘vista grossa’ ao comércio e não foi possível levantar um alarme público sobre o destino que aguarda os cães em Macau”. O registo de ex-portações mostra que os reguladores não têm colocado nenhum esforço na execução da proibição, diz o artigo. “Se tivesse havido qualquer intenção séria para parar o abuso de cães aus-tralianos exportados para Macau, os órgãos estaduais e federais teriam le-vantado um alarme público”, criticou o mesmo ambientalista.

Albano Martins lembra que a Aus-trália é a única fonte de fornecimento de galgos para o Canídromo, ante-vendo que as autoridades governa-mentais daquele país poderão tomar medidas em breve. “O Governo de Macau está preparado para aprovar uma lei de protecção dos animais de estimação, logo, os galgos ficarão de fora. Deste modo, o governo austra-liano deverá, de certeza, acabar com a exportação”, confia.

O presidente da Anima lembra que está estimado que o Canídromo abata cerca de 30 galgos por mês e não há qualquer programa de adopção.

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DOIS POLÍCIAS ENTRE OS TRÊS AGREDIDOS QUE TENTARAM PARAR DISCUSSÃO

Entre amigas não se “mete a colher”Um indivíduo do Continente tentou parar uma discussão entre três mulheres, porém, acabou por ser alvo da fúria destas. Dois polícias também foram agredidos

E-mails enganaram cliente americano de empresa local

Uma empresa de Macau apresentou queixa em nome próprio e de um cliente norte-americano por burla, no âmbito de um caso que envolveu mensagens electrónicas e furto de dados. Segundo a queixa, o cliente afirmou ter recebido um e-mail da empresa, solicitando o pagamento de 58.706 dólares numa nova conta. Desconfiado, não o fez, porém, recebeu uma nova mensagem, alegadamente de um sócio da empresa, a confirmar a veracidade dos novos dados da conta bancária e do e-mail. Acabou por fazer a transferência, mas ao telefonar à empresa para confirmar a recepção do valor percebeu que tinha sido mentira.

Um grupo de três mulheres alcoolizadas “ater-rorizou” o sexo masculino, incluindo dois po-lícias e um homem do Continente chinês que

foi o primeiro a tentar parar uma acalorada discussão. Segundo as autoridades, agentes da PSP foram

chamados para resolver um caso de discussão e agres-são, na intercepção da Rua de Foshan e Praça D. Afon-so Henriques.

Chegados ao local, os agentes depararam-se com três mulheres a agredir um homem. As suspeitas não gostaram da intromissão dos agentes e começaram também a agredi-los, tendo um deles sofrido ferimen-tos nos braços, mãos e cintura. Só foram controladas com o auxílio de outros polícias que acorreram ao local.

Já na esquadra, as mulheres não só negaram as agressões ao homem, de 36 anos e oriundo da China Continental, como ofenderam os agentes. Uma sus-peita chegou mesmo ao ponto de dar um murro na cara de um polícia.

A vítima declarou à PSP que encontrou as mulhe-

res a discutir e tentou acalmar a situação, mas apenas conseguiu redireccionar a fúria do trio para ele pró-prio. No calor da luta, ficou ferido no pescoço e na cara e perdeu um fio de ouro.

As três detidas são do Continente Chinês e têm en-tre 21 e 31 anos de idade.

Roubado, agredido e deixado no meio da estrada em Coloane

Noutro caso, um jogador pensou que ia fazer um empréstimo para jogo, mas acabou por ser vítima de agressões e abandonado em Coloane.

Segundo indicaram as autoridades, a vítima terá perdido dinheiro num casino e foi convencida por um homem a pedir um empréstimo, que tinha de ser acei-te pelo patrão.

Indo ao encontro do “chefe”, os dois entraram numa viatura com mais dois “seguranças”. De acor-do com o queixoso, o patrão disse que tinham de ir buscar o dinheiro a outro casino, porém, a meio do percurso, agrediram-no dentro do carro e tiraram--lhe a carteira. Mais tarde pararam a viatura, surgi-ram mais seis homens, que continuaram as agressões

Liane Ferreira e deixaram a vítima na Estrada do Alto de Coloane, sem jóias, carteira e telemóvel, o que representou um prejuízo de cerca de 75.000 dólares de Hong Kong.

Albano Martins fica na Anima até final de 2015

Em declarações ao JTM, o presidente da Anima revelou que está a constituir uma lista candidata a mais um mandato, isto depois da sucessão ter ficado comprometida por falta de interessados na candidatura. A lista integrará a maioria dos elementos da direcção anterior. Albano Martins admite “pequenas mudanças” na equipa, que passará de 15 para 23 elementos, e mantém-se na Anima até final de 2015, altura em que termina a concessão do Canídromo. “Quero acompanhar e manter-me-ei na Anima até lá”, disse. O acto eleitoral ainda não tem data marcada, mas está previsto que ocorra no final do mês de Maio.

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Terça-feira, 22 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 11

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JTM

PROJECTO JUNTA COMPANHIA DE DANÇA AMALGAMA E MACAU NO CORAÇÃO

Vai nascer nova escola de artes e línguasUnindo as diferentes artes e o ensino das línguas, a Associação Macau no Coração e Companhia de Dança Amalgama estão a erguer uma escola que terá sede no território. O projecto cria pontes entre a RAEM e Portugal e pretende oferecer cursos que serão reconhecidos por instituições portuguesas. As responsáveis pela escola explicaram ao JTM que o plano curricular está desenvolvido e que procuram um espaço para arrancar com os programas de longo termo

Fátima Almeida

A companhia de dança portuguesa Amalgama e a Associação Ma-cau no Coração uniram-se para

erguer uma escola de artes e línguas na RAEM com o objectivo de vir a propor-cionar cursos profissionalizantes e assim colmatar algumas das “lacunas” que de-tectaram nesse campo. A criação de uma academia vem na sequência de “uma série de projectos sino-lusos que foram desenvolvidos em Macau e do encontro entre culturas”, explicou ao JTM Sandra Battaglia, que dirige a companhia Amal-gama e tem ministrado várias activida-des no território criando uma ponte com Portugal.

O programa curricular da academia foi desenhado com a perspectiva de “for-mar, dar oportunidades aos locais” para que “possam abrir horizontes ao nível de profissões e ligações entre artes e educa-ção, desenvolvimento pessoal, ou seja, áreas que não estão exploradas”. “Na sequência de todos os eventos que temos vindo a desenvolver, como o Unitygate, já havia esta vontade de abrir algo des-te lado da ponte [Macau], que pudesse também deixar raízes e criar sementes, no sentido do desenvolvimento local bem alicerçado e que oferecesse cursos especializados ligados à arte e às línguas [incluindo Português, Inglês e Manda-rim]”, explicou a directora e coreógrafa da Amalgama.

A escola não vai apenas criar um pon-te com Portugal, no sentido de ter profes-sores daquele país a leccionar na RAEM por algumas temporadas, mas também de ver reconhecidos os currículos por instituições portuguesas. Como explica-ram ao JTM as responsáveis pela criação do projecto, a escola vai funcionar em Macau mas terá “protocolos com outras instituições, universidades ou institutos

de Portugal que estão ligados à área de desenvolvimento”.

Neste momento, o projecto está “mes-mo alicerçado e vai para a frente” com a realização de workshops e acções de curta duração até a escola encontrar um espaço para se estabelecer a título mais perma-nente e poder oferecer cursos com currí-culos de entre dois a três anos. “O que nos falta são apenas situações logísticas para complementar, nomeadamente um espa-ço. Tem sido uma procura resistente, por-que temos o problema de não existir uma legislação que dê alguma segurança a quem aluga os espaços, de um momento para o outro poder ficar sem ele”, referiu Sandra Battaglia, que está em Macau não só para lançar a primeira pedra da escola

como também para participar no Festival das Artes e no programa de comemora-ções do 25 de Abril.

Workshops para começarA estratégia passa, para já, em come-

çar a ministrar workshops para dar a co-nhecer o projecto e perceber a receptivi-dade. “Temos um pouco de dificuldade em encontrar um espaço, mas temos de ir andando (...). O preço é muito elevado, por isso, há coisas que não conseguimos avançar já, mas vamos alugar salas para começar a divulgar, que também é bom para vermos como funciona melhor”, ex-plicou, por sua vez, Ana Manhão, respon-sável da Associação Macau no Coração.

A escola vai assentar numa “caracte-

rística que em Macau me parece única”, enfatiza Sandra Battaglia. “Traz um sen-tido holístico da formação artística, não se baseia apenas na formação de dança, teatro, clássicas, músicas, línguas, mas no sentido abrangente. É feito por blocos, vários professores e matérias, que per-mitem ao aluno ter uma bagagem muito aberta para desenvolver futuras profis-sões ligadas à área da educação, da arte, da inserção social, do desenvolvimento social, muito abrangente”.

A primeira actividade para dar a co-nhecer matérias que mais tarde se irão aprofundar nos futuros cursos profissio-nais de arte e Línguas, no âmbito deste projecto sino-luso, tive início no sábado com um workshop de voz em movimen-to. Para dia 26 de Abril está marcada uma sessão que mistura o Flamengo e Fado. A 5 de Maio realiza-se outra sessão de dan-ças tradicionais e históricas. Os eventos decorrem no edifício TBC, na Avenida da Praia Grande. Além de Sandra Battaglia as sessões contam ainda com a bailarina e professora Joana Silva e o bailarino e co-reógrafo Pedro Vaz.

Nos planos das mentoras deste pro-jecto está ainda realizar “propostas de intervenção junto de empresas ligadas às artes, ou através das línguas” bem como “sondar se há interesses de patrocinado-res e mecenas que queiram ajudar a por de pé esta nova escola multicultural, plu-ridisciplinar”.

Como se trata de uma academia que desenvolve o lado da comunicação consi-deram também “interessante pensar não só em empresas mas também em empre-sários a todos os níveis, nas várias artes que existem em Macau, e queiram inves-tir na Educação”. “Quem sabe se pode haver interesse em serem parceiros com um espaço físico que permita que esta escola possa desenvolver-se rapidamen-te já este ano ou para o próximo”, referiu Sandra Battaglia.

SUGERIDA ALTA TECNOLOGIA PARA FISCALIZAR PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO CONTÍNUO

Assinatura digital para evitar falsos registosAs verbas destinadas ao programa de desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo, que podem atingir três mil milhões de patacas, exigem uma fiscalização apertada, mas existem apenas 20 funcionários do Governo que estão a operar o plano, diz Song Pek Kei. Para assegurar a qualidade da fiscalização e minimizar a possibilidade de falsificação dos registos, a deputada propõe a introdução de alta tecnologia

Song Pek Kei sugere a aplicação de alta tecnologia para fiscalizar o cumprimento do programa de desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo.

Segundo indicou numa entrevista ao jornal “Ou Mun”, apenas duas dezenas de funcionários da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) trabalham no programa que, por sua vez, tem uma “dimensão gigante”, logo pelo valor de atribuição que atinge três mil milhões de patacas anualmente.

Nesse contexto, a deputada mostra-se preocupada com a escassez de recursos humanos, algo que pode afectar o cumprimento do programa e, ao mesmo tem-po, evidencia muitas lacunas na fiscalização.

Na sua opinião, a falta de trabalhadores afecta a eficiência, e pode originar uma série de problemas ao bom funcionamento. Nesse sentido, Song Pek Kei sugere a introdução de um sistema de alta tecnologia que permita elevar a eficiência e, ao mesmo tempo, funcionar como uma medida para o longo prazo, as-segurando a fiscalização.

A deputada explicou que a sua ideia assenta no mé-

todo de fiscalizar a taxa de frequência dos alunos deste programa através da assinatura registada na Direcção dos Serviços de Identificação (DSI). Quando for imple-mentado o sistema digital, poderá ser minimizada a pos-sibilidade de erro e falsificação de registos de frequência.

Por outro lado, Song Pek Kei considera que o Go-verno não deve preocupar-se com os custos de intro-dução do sistema de alta tecnologia, devendo antes assumir um papel activo a fiscalizar a concretização do plano, sublinhando que quando comparado com os custos de contratação de pessoal, “a aquisição de máquinas será mais barata”.

Viviana Chan

Ana Manhão e Sandra Battaglia (ao centro) lideram projecto

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Terça-feira, 22 de Abril de 201412 JTM | LOCAL

GOVERNO QUER ALTERAR LEI DE LICENCIAMENTO E FISCALIZAÇÃO

Centros de explicações vão a consulta públicaA Direcção dos Serviços de Educação e Juventude planeia iniciar a segunda fase de consulta pública para a revisão da lei sobre o licenciamento e fiscalização dos centros de explicação. O organismo prevê penalizações mais pesadas para as irregularidades e garante que vai estudar a redução do tempo de espera para obter uma licença de operação

Depois do alerta de que o núme-ro dos centros de explicações ilegais no território pode já

ultrapassar os legais, as autoridades garantiram que vão tomar medidas. Segundo o chefe da Divisão de Exten-são Educativa da Direcção dos Servi-ços de Educação e Juventude (DSEJ), Kong Ngai, o Governo planeia avan-çar com a segunda fase de consulta pública para revisão do “Regime do licenciamento e fiscalização dos cen-tros de apoio pedagógico complemen-tar particulares”.

A nova proposta prevê o agra-vamento do valor de multa para os centros de explicações ilegais. Segun-do o jornal Ou Mun, a primeira fase da consulta pública foi realizada em 2009, e mais tarde, foram promovidas mais duas consultas ao sector, mas que não obtiveram consenso. Nessa altura, segundo Kong Ngai, estava previsto um agravamento do valor da multa no máximo de 15 mil patacas para 20 mil.

Relativamente às queixas do sector sobre o tempo de espera para obten-ção de uma licença, a DSEJ garante que vai ser iniciado o processo de co-municação no prazo de um ou dois meses com a Direcção dos Serviços dos Solos, Obras Públicas e Transpor-tes (DSSOPT). A ideia é rever as ins-truções para poder reduzir o máximo possível o tempo de espera.

Nas mesmas declarações, o res-ponsável referiu que há necessidade

Viviana Chan de rever o regime jurídico, e, desta vez, que sejam incluídos os centros de transporte de crianças no âmbito da fiscalização. Segundo o actual regime, quando um centro - ou um professor - dá explicações a menos de 20 pes-soas por dia e menos de seis pessoas de cada vez, não é obrigatório pedir uma licença.

Kong Ngai explicou que o objecti-vo passou por dar mais flexibilidade e liberdade ao modo como se dá ex-plicações, mas na realidade, “esta po-lítica não foi bem cumprida”, porque muitos centros acabaram por receber mais alunos do que o previsto na au-sência de licença.

O documento para consulta foi al-terado duas vezes, incluídas que fo-ram as opiniões obtidas nas últimas consultas. O tamanho mínimo do es-paço de ensino diminuiu de 1,43 para 1,2 metros quadrados. Kong Ngai re-velou que esta última alteração não vai baixar a exigência em termos de espaço, defendendo que é preciso as-segurar as actividades de cada aluno.

Face ao surgimento de centro de explicações ilegais, Kong Ngai disse que a DSEJ faz, em média, 377 inspec-ções todos os anos, o que significa que cada centro pode ser inspeccionado entre duas a três vezes anualmente. Além disso, os Serviços de Saúde e a DSSOPT podem também realizar ins-pecção. O mesmo responsável indicou que quanto mais inspecções são fei-tas, mais incómodo causa ao funcio-namento do centro, apelando ainda aos pais para que fiquem mais atentos acerca da legalidade dos centros.

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Terça-feira, 22 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 13

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CELEBRAÇÕES DA PÁSCOA VOLTARAM A ATRAIR MUITOS FIÉIS E CURIOSOS

Manifestação de fé “renovada” juntou centenasAs celebrações da Semana Santa concentraram centenas de fiéis, turistas e curiosos junto à Sé Catedral de Macau. O ponto alto das celebrações foi na sexta-feira com a procissão do enterro, que assinala a Paixão do Senhor

A tradição dita que na semana da Páscoa os fiéis relembrem a pai-xão de Cristo e em Macau con-

tinua a não ser diferente, dado o impor-tante número de católicos residentes. A Sé Catedral voltou este ano a ser o cen-tro das comemorações, reunindo cente-nas de fiéis, turistas ou meros curiosos que acompanharam as festividades re-ligiosas, dando um colorido especial à zona do Centro Histórico de Macau.

Na quarta-feira, pelas às 18 horas celebrou-se a Missa Crismal, que deu início à semana Santa. No dia seguin-te, centenas de fiéis puderam assistir à Missa da Ceia do Senhor, realizada também na Igreja da Sé Catedral.

À entrada da Sé era visível o espírito religioso. “É uma tradição muito antiga das famílias”, explicavam alguns na-turais de Macau. “Desde pequeno que participo nas celebrações religiosas e este ano não foi excepção”, afirmou ou-tro participante nas celebrações ouvido pelo Canal Macau.

Na Sexta-Feira Santa foi celebrada a Paixão do Senhor seguida da Procissão do Enterro, evento que conta sempre com grande adesão devido ao profun-do significado de que se reveste para a comunidade católica.

À passagem dos andores ouviam-se rezas, choros mas acima de tudo mani-festações de fé, que não passaram des-percebidas aos muitos turistas de visita ao território.

Papa Francisco pede pazNa mensagem de Páscoa lida du-

rante a celebração da missa solene do Domingo da Ressurreição, o Papa Fran-cisco pediu esforços pela paz em países como a Venezuela e a Ucrânia. As de-clarações do Sumo Pontífice foram pro-feridas perante 150 mil fiéis reunidos na Praça São Pedro, onde ocorreu missa.

O Papa apelou à pacificação de to-dos os conflitos do mundo, “peque-nos ou grandes, antigos ou recentes”,

e formulou o desejo de assistir a uma “reconciliação” na Venezuela. “Que as almas se encaminhem para a reconcilia-ção e para a concórdia fraterna na Ve-

nezuela”, pediu o primeiro Papa latino--americano.

A figura maior do Vaticano também instou a comunidade internacional

a “impedir a violência” na Ucrânia e noutros países como Iraque, República Centro-Africana e Sudão do Sul.

S.D.

Milfontes recordou primeiro voo Portugal-MacauA primeira travessia aérea entre Portugal e Macau foi recordada através de um espectáculo teatral de rua, no sábado, em Vila Nova de Milfontes, no concelho de Odemira, de onde partiram os aviadores há 90 anos

A acção começou junto à igreja local, onde foi bap-tizado o avião da equipa formada pelo piloto Sarmento de Beires, pelo navegador António

Brito de Pais (natural do concelho) e pelo mecânico Ma-nuel Gouveia, explicou à agência Lusa o director artístico da produção, Rui Pisco.

O trajecto percorreu uma parte da vila, com interrup-ções para a recriação de algumas das etapas da viagem, e terminou na Barbacã, o mesmo local onde os aventurei-ros foram recebidos após mais de 16 mil quilómetros e no qual existe um monumento evocativo do acontecimento.

O elenco integrou mais de 50 elementos de compa-nhias de teatro da zona: Os Piscos (Odemira), Galderices e Teatro Rústico (Vila Nova de Milfontes), Gatos Pinga-dos (Brunheiras) e Kalitruz (São Luís). A produção, em preparação desde Janeiro, esteve também aberta a quem quisesse participar como figurante, bastando ir trajado a

rigor, com roupa da época (anos 20 do século passado), ou tradicional alentejana, árabe ou oriental.

O espectáculo “Raid Aéreo”, uma iniciativa da Câ-mara Municipal de Odemira, visou comemorar os 90 anos da travessia aérea que ligou Vila Nova de Milfontes a Macau. O avião Breguet 16 BN2, baptizado de “Pátria”, partiu da localidade do litoral alentejano a 7 de Abril de 1924, para empreender uma viagem que, segundo Rui Pisco, seria considerada um “feito inacreditável para a altura”.

O responsável sublinhou a importância do aconteci-mento, numa época em que se davam “os primeiros pas-sos para as grandes travessias”, e a forma peculiar como foi tornada possível, uma vez que o avião foi comprado com recurso a uma “colecta pública”. “Foram os cida-dãos que pagaram o avião”, sublinhou.

As cenas da peça de teatro foram construídas com base

nos relatos de Sarmento de Beires no seu livro “De Portu-gal a Macau: a viagem do Pátria”, que Rui Pisco classifi-cou como “dos melhores livros de viagens” que já leu.

O percurso dos aviadores entre Vila Nova de Milfon-tes e Macau foi efectuado em várias etapas, com para-gens em diversos países, como Espanha, Tunísia, Líbia, Egipto, Iraque, Paquistão, Índia e Tailândia, entre outros. Na peça “Raid Aéreo” foram representadas apenas algu-mas dessas etapas, mas não faltaram as mais marcantes, como a de Jodhpur, na Índia, na qual o “Pátria” sofreu um acidente, tornando-se necessário comprar outro avião.

A chegada ao destino, encenada junto ao farol da vila, também foi “atribulada”, contou Rui Pisco, uma vez que, devido às condições atmosféricas, os aviadores não con-seguiram pousar em Macau, tendo de fazer uma aterra-gem de emergência em território chinês. JTM/Lusa

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Terça-feira, 22 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 15

Fátima Almeida

JORGE FÃO RECORDA:

“Em Macau começámos a cheirar a Liberdade”Há quase 40 anos a Liberdade saiu à rua enraizada nos corpos de um povo até então sufocado pela ditadura. Em Macau a notícia da Revolução de Abril chegou através da Rádio e Jorge Fão ainda se recorda que os residentes neste território distante também saíram à rua. Com 27 anos e a trabalhar na função pública, recebeu o movimento dos capitães com uma boa nova e começou a sentir o que era ser-se livre, mas quando um ano depois viajou até Portugal e viu retratos de Mao Tsé-Tung temeu pelo caminho que o país estava a traçar

Quando os cravos come-çaram a “sair” das espin-gardas Jorge Fão tinha

27 anos e escutava à distância as vozes da Revolução. Em Macau as notícias de que os capitães de Abril avançavam com o seu movimento caíram com uma “grande surpresa”. Mas nem o fuso horário impediu os resi-dentes no território de saírem à rua. O que se ouvia pela rádio, ou via numa televisão, a preto e branco, balançava entre a incer-teza e a esperança.

Pelo menos não chegavam relatos de que a Revolução ge-rasse sangue. O único vermelho a jorrar nas ruas, corpos, máqui-nas, pistolas era o das flores. E este é já para Jorge Fão um sinal positivo. A liberdade não se es-palhou apenas pelas artérias de Portugal, começando também a sentir-se em Macau. Embora longe do centro da política por-tuguesa, antes do 25 de Abril o território também se via obriga-do à censura ou na base de sus-peitas de conspiração contra o sistema de partido único.

“Nós, como residentes em Macau, começámos a cheirar a Liberdade, porque antes tam-bém não tínhamos muita. Às vezes juntavam-se duas ou três pessoas e já pensavam que era uma reunião clandestina, uma conspiração contra o partido”, recordou ao JTM Jorge Fão, que na altura trabalhava na Função Pública. “Lembro-me que a im-prensa era censurada. Eu tra-balhava na Administração do Concelho, e então os jornais que se publicavam em Macau que eram três – o Clarim, a Gazeta Macaense e talvez o Notícias de Macau – passavam pela censura do administrador do Concelho antes da publicação. O admi-nistrador lia e metia um visto, mandava para a proveniência e era ou não publicado, se ele não gostasse de nada não saía”, acrescentou.

Assim que o lápis azul foi abolido, Jorge Fão também co-meçou a escrever para os media mas sob pseudónimo, pois em-bora a Liberdade tivesse sido agarrada pelos residentes ha-via ainda receio que a situação se pudesse reverter. “Na altura ainda não estávamos certos que a Liberdade fosse segura”, re-

fere, notando contudo que, na-quele momento da Revolução, a notícia que um novo sistema se iria implementar foi recebi-da como uma dádiva. “Foi uma boa notícia para nós, porque terminávamos um regime único que tínhamos no nosso país”.

Mao aclamado em Portugal

No ano seguinte à Revolu-ção de Abril Jorge Fão viajou até Portugal com a mulher e encon-trou o que esperava – “democra-cia, liberdade, liam-se os jornais que falavam de tudo, atacavam, criticavam”, mas também as-pectos que o surpreenderam e lhe suscitaram muitas dúvidas sobre o caminho que país esta-va a traçar. “Ainda me lembro daquela euforia do 25 de Abril. Mas logo no ano seguinte fui a Portugal, fiquei lá cinco ou seis meses e a que é que assisti? As pessoas adoravam o presiden-te da China, Mao Tsé-Tung. Vi medalhas, bustos, grafites dele. Lembro-me do partido MRPP – que não sei se ainda existe – ter um busto de Mao na sede”.

A adoração pelo presiden-te da China que encetou uma Revolução Cultural fê-lo temer pelo futuro em Portugal. Ao encontrar as paredes marcadas de vermelho com elogios ques-tionou-se. “Falei para os meus botões: as pessoas sabem o que estão a fazer? Sabem o que es-

tão a venerar? Porque em 1970 a China estava na maior pobre-za. Eu via cadáveres de chineses que quiseram fugir da China e tentaram vir a nado até Macau. Enquanto os nossos portugue-ses estavam a elogiar um regime que aqui não estava a funcionar, fiquei muito admirado”, relatou.

Posteriormente, Jorge Fão veio a saber que as “pessoas que estavam à frente” daqueles movimentos “afinal estiveram” no território. “Passam por cá, portanto fizeram o tirocínio do regime em Macau e foram para Portugal propagar o regime, que no final não deu resultado. O ‘chefão’ do MRPP foi alferes em Macau, esteve aqui de pas-sagem, mas nunca viu a China, viu e não viu. Adorava os comu-nistas mas não sabia como eles viviam”, referiu. “Era melhor a China de hoje ou do passado? De certeza que a de hoje. Em 35 anos a China deu uma gran-de lição ao mundo mas não foi através de um regime totalitário comunista”, adicionou.

Com a queda da ditadura em Portugal, Jorge Fão contava, contudo, que Portugal “envere-dasse para melhor, conhecesse melhor a política do seu país”, mas o que viu no passado aca-bou “por se confirmar: aquele sistema de liberdade não foi to-talmente bem interpretado”. “A Democracia confundiu-se com

todas as outras coisas e depois as pessoas pensaram que po-diam fazer tudo e mais alguma coisa e Portugal não conseguiu sobreviver. Neste momento, é refém do sistema político dos países mais ricos”, considera o actual presidente da assembleia geral da Associação dos Apo-sentados, Reformados e Pensio-nistas de Macau (APOMAC).

Olhando para os últimos 40 anos, Jorge Fão acredita que povo “teria contado que o 25 de Abril traria melhores dias, mas a conclusão” a que chega é que “este sistema multipartidário e democrático, não resultou muito bem em Portugal”. “Teve vários anos de tumulto. Sucessivos Go-vernos provisórios que subiam e caíam, e mesmo até hoje, em vez de ter sido criada riqueza para o povo, com que lhes trouxe foi mais pobreza, estar mais amar-rado pelos poderes económicos dos outros países”, referiu, cul-pando sobretudo a corrupção.

“Esta é uma prova que nem toda e qualquer democracia ser-ve bem os interesse do seu povo, quando este não está preparado para tal democracia, e penso que Portugal não estava pre-parado para toda esta abertura que aconteceu. Nota-se muita corrupção em Portugal, fala-se, escreve-se mas não vemos nin-guém em Portugal que seja pu-nido por corrupção, por isso este é um crime que lá compensa. Mesmo com esta liberdade não conseguimos acabar com este mal grande das sociedades que é a corrupção”, analisa.

Luta firme pela causa sindical

Apesar dos pontos negativos que enumera, Jorge Fão não tem dúvidas que o “25 de Abril deu amplos poderes ao povo Por-tuguês” e lhe concedeu “total liberdade” também para lutar pelos direitos dos trabalhadores, acabando por fundar a CGTP e UGPT. Em Macau a luta sindi-cal foi diferente. “Em Portugal as duas centrais sindicais foram logo criadas, enquanto que Ma-cau relegou esta liberdade para data incerta. Dizia-se que pode-ria ser, mas só depois da lei ser regulamentada, o que não se verificou”.

Tanto que chegaram à con-clusão que tinham de criar uma associação e foi assim que em 1987 se fundou a Associação dos Trabalhadores da Função Públi-

ca de Macau (ATFPM), da qual Jorge Fão foi um dos fundado-res. A ideia despertou sobretudo quando Cavaco Silva, Primeiro--Ministro, assinou com o Gover-no Chinês a Declaração Conjun-ta. “Esta liberdade foi activada em 1987 e porquê? Porque na altura que o doutor Cavaco Sil-va estava em Pequim a assinar a Declaração Conjunta da entrega de Macau, falou-se das situações dos funcionários, do presente, do futuro e dos aposentados”, recorda. “Despertou-me muita atenção, porque Portugal não assumia qualquer responsabi-lidade em relação aos seus fun-cionários. Foi daí que nos lem-brámos de criar uma associação sindical, embora contrariando a lei 3/74”, indicou.

Apesar de o regulamento que a lei exigia para activação sindi-cal nunca ter sido promulgado, a ATFPM conseguiu nascer de um golpe de sorte. “Criámos a ATFPM contrariando aquela lei, mas tivemos sorte, porque o Governador, um civil que es-tava em Macau na altura, um médico de profissão, Joaquim Pinto Machado, apesar de sa-ber que andávamos a trabalhar para tal, ainda que o fizéssemos discretamente, nunca travou a criação desta associação. Aí foi bom, porque ele tratou-nos com civismo”, recordou.

A ideia de criar uma associa-ção que intercedesse pelos direi-tos dos funcionários públicos já cogitava na mente de Fão desde a viagem a Portugal, após o 25 de Abril de 1974. A imagem dos retornados no aeroporto tam-bém lhe suscitou preocupação quanto ao futuro dos que traba-lhavam nas ex-colónias.

“Vi alguma tristeza em Por-tugal, no Aeroporto da Portela estavam os retornados que vi-nham de África, as pessoas se-cavam as roupas no aeroporto. Cruzei-me até com uma família macaense retornada de Ango-la. Almocei e jantei com eles e todos esses retornados foram alojados em hotéis”, relembrou. “Talvez por ter visto estas coisas todas em Portugal quis defen-der com unhas e dentes a nossa causa sindical em Macau para assegurar uma reforma para todos aqueles que trabalharam para o Governo português, por-que nenhuma colónia portugue-sa teve direito à reforma. Macau foi a excepção”, afirmou.

25 DE ABRIL SEMPRE

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Terça-feira, 22 de Abril de 201416 JTM | LOCAL

Liga Elite

Resultados da 9ª JornadaBenfica – Polícia 3-0Lai Chi – Kei Lun 5-0Monte Carlo – Sporting 2-5Chau Pak Kei – Sub-23 4-0Folgou o Ka I

Classificação1º Benfica 22 (34-2)2º Sporting 20 (18-7)3º Monte Carlo 19 (26-11)4º Ka I 15 (23-6)5º Chau Pak Kei 14 (20-9)6º Polícia 9 (7-11)7º Lai Chi 9 (15-26)8º Sub-23 6 (5-38)9º Kei Lun 0 (6-46)

Próxima Jornada ( 3 e 4 de Maio)Benfica-Ka IMonte Carlo-PolíciaChau Pak Kei-Kei LunSub-23/SportingFolga o Lai ChiJogos a realizar no Estádio da Taipa

II Divisão

Resultados da 9ª JornadaMan Fung Hong – Casa de Portugal 2-7Hong Lok – Roma 2-1Chuac Lun – Hong Ngai 2-1Alfândega – Pau Peng 1-1Hong Nam – Sub-18 1-0

Classificação1º Casa de Portugal 23 (33-5)2º Alfândega 19 (14-4)3º Chuac Lun 18 (17-11)4º Hong Lok 16 (14-7)5º Hong Ngai 13 (13-11)6º Man Fung Hong 10 (9-17)7º Roma 8 (11-16)8º Pau Peng 8 (9-23)9º Hong Nam 6 (8-17)10º Sub-18 6 (5-22)

Próxima Jornada Sub-18-AlfândegaCasa de Portugal-Pau PengRoma-Hong NamHong Ngai-Man Fung HongChuac Lun-Hong LokJogos a realizar no Estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia

LIGA DE ELITE

“Leões” de garras bem afiadas deixam Benfica isolado na frenteCom uma segunda parte de quase total aproveitamento, o Sporting de Macau conseguiu uma vitória esmagadora sobre o campeão Monte Carlo. Benfica ganhou à Polícia e está no comando

Vítor Rebelo

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JTM

Vitória do Sporting foi construída na segunda parte

Jovem que morreu com cancrotreinou em Macau em 2008

O avançado australiano Dylan Tombides, de 20 anos, que representava o West Ham United, da I Divisão de Inglaterra, falecido na sexta-feira com cancro nos testículos, esteve a treinar durante alguns meses em Macau. O jovem acompanhou os pais, que para cá vieram trabalhar e chegou a fazer um treino com o plantel do Sporting e posteriormente sessões individuais com Paulo Conde, a pedido do pai, antes de realizar testes em Inglaterra. A doença de Dylan foi detectada em 2011, mas mesmo assim ainda se estreou pela primeira equipa do West Ham, em Setembro do ano seguinte. Paulo Conde recorda o jogador: “Tinha 14 anos na altura, prometia ser um talento, com grande futuro pela frente. Tive a oportunidade de o treinar e ele fez amizade com o meu filho Alexandre. Disse ao pai que ele estava em condições de se apresentar em Inglaterra, onde assinou um contrato por cinco anos com o West Ham. Ainda hoje mantenho contacto com os pais”.

Nada fazia prever um resultado tão desnivelado, quer para um lado quer para outro, no desafio de maior cartaz da primeira jornada da segunda vol-

ta, no confronto entre Sporting e Monte Carlo, favorável à equipa “verde-branca” por 5-2.

E afinal a vitória dos pupilos de João Pegado e Man-dinho na abertura do campeonato, não terá sido obra do acaso. É que o seu tipo de futebol voltou a fazer mossa no adversário.

Os “leões”, que se apresentaram desfalcados de Wam-ba, Francisco Cunha, Timba e Amâncio Goitia, para além de outros de menor influência na equipa, surpreenderam pela segunda vez o actual campeão, com uma segunda parte de quase total aproveitamento das oportunidades.

O Sporting não tem culpa dos muitos erros defensivos do Monte Carlo e até os provocou utilizando mais veloci-dade e pressão sobre os defesas contrários.

O jogo não deu golos na primeira parte, com um fute-bol pobre, mas teve outro ritmo na segunda, período em que a dupla técnica sportinguista colocou em campo Gas-pard Laplaine, Jardel e Miguel Soares.

Um enorme buraco no sector recuado do “onze” de William Chu, acelerou a derrota pesada do Monte Car-lo, onde se voltou a notar muita apatia e inexperiência de vários dos seus jogadores, numa equipa onde falta o “pa-trão” Rafael Medeiros, ainda lesionado.

Do lado do Sporting, a equipa regressou do intervalo apostando tudo no contra-ataque, destruindo por com-pleto a defesa dos “canarinhos”, onde Júlio César sozinho não podia ir a todas.

Euforia justificada

Foi uma noite para esquecer do clube de Firmino Mendonça e, pelo contrário, um final de tarde para recor-dar, com euforia justificada, do Sporting de Macau.

Marcaram os golos dos “leões” Bruno Brito (2 e mais uma excelente exibição), Edgar Souza, Alexandre Matos e Gaspard Laplaine.

Pelo Monte Carlo, Andersen Fernandes e Leong Ka Hang.

“A equipa cumpriu bem a estratégia e isto é uma vitó-

ria do grupo. Conseguimos ganhar duas vezes ao Monte Carlo, estamos todos de parabéns”, disse no final o capi-tão sportinguista Bruno Brito.

O capitão do outro lado, Geofredo Sousa, nem tinha palavras para justificar a derrota: “Nem sei o que se pas-sou, estivemos mal e cometemos muitos erros. Nada está perdido, vamos ver nas próximas jornadas.”

Benfica na liderança

Com esta vitória, ainda mais surpreendente e cate-górica do que a primeira, o Sporting subiu ao segundo lugar de uma tabela agora liderada de forma isolada pelo Benfica.

Os “encarnados” venceram sem grandes problemas a Polícia por 3-0, mantendo-se assim a invencibilidade na era Bruno Álvares, cujos pupilos também não sofreram qualquer golo desde o seu regresso ao futebol da RAEM.

O técnico tem apostado nos últimos jogos em Vinício de Morais Alves e o avançado correspondeu com um belo golo no desafio face ao Sporting e agora com dois, para além de ter feito a assistência para o tento da autoria de

Filipe Duarte.“Confirmou-se a estratégia da Polícia, muito defen-

siva, bloco muito baixo, mostrando-se mais preocupada em defender do que atacar. Eliminámos as hipóteses do contra-ataque do adversário e fomos acertando o nosso jogo, circulando a bola de forma rápida, criando várias si-tuações para marcar. Os jogadores do Benfica demonstra-ram uma vez mais um empenho e uma vontade de ven-cer muito fortes. Só assim foi possível ganhar à Polícia por um resultado expressivo, dominando durante os noventa minutos”, palavras de Bruno Álvares.

De resto, triunfos normais de Lai Chi sobre o lanterna vermelha Kei Lun (com quatro dos cinco golos apontados por Pan Chi Hang) e do Chau Pak Kei no confronto com os Sub-23, por quatro tentos sem resposta, dois deles da autoria do brasileiro Mayckol Sabino, que assim está a par de Bruno Brito na frente dos melhores marcadores, com oito.

Casa de Portugal goleiae reforça liderança

No campeonato da II Divisão a Casa de Portugal ob-teve um triunfo expressivo (7-2) sobre o Man Fung Hong, no fecho da primeira volta.

A formação orientada por Pelé mantem assim a in-vencibilidade nesta temporada, partindo para a segunda metade da prova com quatro pontos de vantagem sobre os Serviços de Alfândega.

A Casa de Portugal obteve os seus golos através de Jean Peres (4) e Nicholas Friedman (3).

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Terça-feira, 22 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 17

André Jegundo

BENFICA SAGROU-SE CAMPEÃO PELA 33ª VEZ NA HISTÓRIA

Um título “justo” celebrado na RAEM e no mundoEm Macau e um pouco por todo o mundo os adeptos do Benfica celebraram ontem o 33º título de campeão nacional dos encarnados, confirmado após a vitória por dois zero sobre o Olhanense. O epicentro da festa foi o Marquês de Pombal, em Lisboa, onde milhares de pessoas saudaram jogadores e equipa técnica. Em Macau, há vários convívios que estão ser agendados para as próximas semanas

Depois de ter vencido o Olhanen-se por 2-0, em jogo a contar para a 28ª jornada, o Benfica sagrou-

-se campeão nacional pela 33.ª vez na sua história, a duas jornadas do fim da I Liga. O título, que já escapava aos en-carnados desde a época 2009/2010, foi festejado nos quatro cantos do mundo e também em Macau. O presidente da Casa do Benfica, Duarte Alves, classifi-ca a conquista a encarnada como “justa e totalmente merecida” e promete orga-nizar nas próximas semanas uma festa para celebrar o título com os adeptos encarnados do território.

“Até ao final da época vamos cer-tamente organizar um evento para ce-lebrar esta conquista. Nas próximas semanas há ainda outros troféus a dis-putar e quem sabe o título de campeão nacional não será o único. De certeza que é para isso que a equipa vai lutar”, afirmou ao JTM.

O responsável pela Casa do Benfica de Macau atribui ainda os louros pela conquista do título à “união entre a direcção do clube, equipa técnica e os jogadores” que conseguiram recuperar de um ano “muito complicado.

Apesar de não ter existido nenhu-ma actividade organizada por parte do Benfica de Macau, Duarte Alves garan-te que muitos adeptos encarnados do território não deixaram de celebrar a vitória, madrugada dentro, em vários bares e espaços nocturnos.

Mas a festa que vai ser organizada pelo Benfica de Macau não deverá ser a única. Santos Pinto, proprietário do res-taurante Santos, que ontem celebrou a vitória com um grupo de trinta adeptos benfiquistas, promete organizar uma

festa para celebrar o 33º campeonato da história do clube. No convívio, Santos Pinto promete “reservar” o restaurante só para benfiquistas e utilizar uma faixa que fez a pensar no campeonato do ano passado e que não chegou a ver a luz do dia: ”Dizia: ‘Hoje é reservado para campeões. Se não é, volte amanhã!’. Fi-nalmente vou poder utilizá-la”, brinca.

Em Paris, Londres, Rio de Janeiro, Luxemburgo, Angola e Moçambique, centenas de adeptos encarnados saíram ontem às ruas para celebrar uma con-quista que foi confirmada depois da vi-

tória por 2-0 sobre o Olhanense, o últi-mo classificado da liga.

Num domingo de Páscoa e com mais de 64 mil adeptos nas bancadas do Estádio da Luz, o Benfica, que estava dependente da vitória para confirmar desde já o título, demorou 57 minutos a encontrar o caminho para o golo. Du-rante quase uma hora, a equipa algarvia resistiu às investidas encarnadas e aos sucessivos falhanços dos avançados do Benfica em frente à baliza.

Lima acabaria por se tornar no herói da partida ao marcar os dois golos que

selaram as contas do título, num jogo que ficou marcado por mais uma lesão grave de Salvio. O jogador argentino fracturou o braço esquerdo e não deve-rá jogar mais esta época.

Do relvado à rotunda do MarquêsA festa do título começou em pleno

relvado da Luz com a equipa a receber o troféu de campeão nacional das mãos do presidente da Liga de Clubes, Má-rio Figueiredo. Quando se preparava para erguer a taça, o capitão de equipa, Luisão, foi ao túnel de acesso aos bal-neários buscar o treinador Jorge Jesus e Luís Filipe Vieira, que receberam uma das ovações da noite.

Como já vem sendo hábito, a rotun-da do Marquês de Pombal, em Lisboa, voltou a ser o epicentro dos festejos dos adeptos encarnados. Ainda o jogo não tinha terminado e já centenas de adep-tos do Benfica estavam concentrados no local. Logo após o apito final, ouviram--se buzinadelas e cânticos de vitória de adeptos, que empunhavam bandeiras e ostentavam cachecóis do clube. A pró-pria estátua do Marquês de Pombal foi decorada com uma camisola gigante do Benfica.

O autocarro que transportava jo-gadores, equipa técnica e presidente juntou-se ao adeptos já perto da meia--noite, hora de Lisboa. O autocarro deu uma volta à zona, com os atletas encar-nados a extravasarem toda a alegria pelo título conquistado.

Depois da euforia da festa, a equipa volta ao trabalho hoje para começar a preparar o jogo de quinta-feira contra a Juventus, nas meias-finais da Liga Europa. O clube já está apurado para a final da Taça de Portugal e vai também disputar o acesso à final da Taça da Liga com mais um jogo frente ao FC Porto, no estádio do Dragão.

Santos Pinto e um grupo de “amigos benfiquistas” festejaram vitória encarnada em Macau

Rotunda do Marquês de Pombal, em Lisboa, voltou a ser o epicentro dos festejos

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Terça-feira, 22 de Abril de 201418 JTM | LOCAL

• • • BREVES

Comissão do Grande Prémio fez operação de charme em XangaiEm colaboração com os Serviços de Turismo, a Comissão do Grande Prémio de Macau (CGPM) promoveu o grande cartaz desporti-vo anual da RAEM durante o Grande Prémio de F1, realizado este fim-de-semana no circui-to de Xangai. Para o efeito foi organizada uma exposição com o carro de F3, no qual Daniel Juncadella venceu o Grande Prémio de Macau em 2011, e a moto que levou John McGuinness à vitória em 2001. Em Xangai também esteve Rodolfo Ávila, para mais uma ronda da Taça Porsche Carrera Ásia, mas o jovem piloto fa-lhou a subida ao pódio, ao terminar a primeira corrida em 9º e a segunda na 4ª posição.

Associação de médicos chineses concorda com estágio de um anoHo Son Fat, presidente da Federação de Médi-cos e Saúde de Macau, defendeu que o estágio obrigatório durante um ano é uma boa medida e poderá assegurar a qualidade dos médicos locais. A posição daquele responsável foi co-nhecida poucos dias depois de Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde, ter anunciado que todos os licenciados de Medicina terão de cumprir estágios de um ano no território e pas-sar a respectiva avaliação, antes de solicitarem licença para o exercício de actividade profissio-nal em Macau.

Acidente no COTAI causou mortede trabalhador do ContinenteUm trabalhador da China Continental, de cer-ca de 40 anos, faleceu no sábado na sequência de um acidente laboral, no estaleiro das obras de expansão do Galaxy Macau. Segundo as au-toridades, o acidente deveu-se à queda de um muro onde a vítima estava a trabalhar.

Corpo de Bombeiros celebra131 anos de existênciaO Corpo de Bombeiros vai realizar hoje e ama-nhã uma série de actividades comemorativas do seu 131º aniversário. O programa arranca hoje, pelas 08:00, com a cerimónia de hastear das bandeiras regional e da corporação no Pos-to Operacional do Lago Sai Van e inclui ainda uma missa no Cemitério de S. Miguel Arcanjo e deposição de flores no monumento em me-mória dos bombeiros falecidos (09:00). Para amanhã estão agendadas uma cerimónia de atribuição de insígnias de mérito e uma pales-tra profissional de intercâmbio, bem como um jantar de convívio.

Clientes residenciais e PME’ssem subidas na factura da luzA cláusula de ajustamento da tarifa de electrici-dade (TCA, na sigla inglesa) vai manter-se nos 36 avos por kWh no segundo trimestre deste ano para o grupo tarifário A, composto maiori-tariamente por clientes residenciais e pequenas e médias empresas, com fornecimento de bai-xa tensão, que representam mais de 99% dos clientes da CEM. Segundo a empresa, o subsí-dio para esse grupo de clientes aumentará as-sim de 8 para 9 avos por kwh. Em contrapar-tida, a TCA dos grupos tarifários B, C e D será ajustada para 45 cêntimos por kWh, de acordo com o valor contratual calculado.

SÃO PAULO APOSTA NO TERRITÓRIO

“Vamos ser a melhor escola de futebol de Macau”Abriu no domingo a escola de futebol com as cores do clube brasileiro São Paulo. O emblema investiu mais de um milhão de patacas no território e promete tornar-se na melhor escola de futebol em Macau

A escola que formou nomes tão sonantes como Kaká, Cafu, Juninho ou Lucas

está em Macau para fazer história. “Vamos ser a melhor escola de fu-tebol de Macau”, garantia dada por Dácio Petroni, sócio da “São Paulo Sports Association”, recentemente criada e que será a representante do clube no território.

“Fizemos um contrato de fran-quia por três anos”, explicou o responsável ao JTM. “Temos esse tempo para implementar o padrão de qualidade do São Paulo F.C. em Macau”, frisou.

A base da escola é a disciplina, a educação e o civismo. “Antes de serem jogadores de futebol, são ci-dadãos, por isso, temos a obrigação de formar bons adultos, responsá-veis”, frisou Dácio Petroni.

Para começar, a escola, que se-gue as linhas de orientação do clube brasileiro, pretende formar jovens dos três aos 18 anos. “Vamos formar jogadores e lançá-los quer na China Continental, quer no Brasil”, expli-cou o mesmo responsável, acrescen-tando que existirá um sistema de intercâmbio entre o Brasil e Macau.

“Existem 560 mil habitantes em Macau. Quando a escola estiver im-plementada vamos conseguir com que os novos jogadores percebam que poderão realmente ser jogadores pro-fissionais de futebol”, frisou Petroni.

À semelhança do que aconte-ce com as escolas do São Paulo no Brasil, também em Macau os for-mandos terão que merecer e orgu-lhar a camisola que vestem. “Todos os nossos jogadores têm seguro de saúde e têm que apresentar bons resultados escolares. Com tempo, teremos uma academia forte com transporte dos jovens de e para a escola, bem como professores auxi-liares para os ajudar nas disciplinas mais complicadas”, acrescentou.

China no horizonteCom um investimento inicial

de cerca de 1,1 milhões de patacas, a nova escola de futebol será uma porta de entrada para a China Con-tinental. “Vim cá diversas vezes nos últimos anos até que percebi que Macau é a plataforma comercial en-tre a China e os países lusófonos”, frisou Petroni, justificando o interes-se no território. “Para além disso, o Brasil tem 200 milhões de habitantes que saberão brevemente que o São Paulo F.C. abriu uma escola na Chi-na, e Macau aparecerá no mapa des-sas pessoas”, acrescentou.

O clube brasileiro aponta assim baterias para o Continente. “Quere-mos, dentro de um ano, abrir uma escola em Guangzhou”, explicou.

Por agora o clube está focado no território. Carlos Caboclo, vice-pre-sidente de Relações Internacionais do São Paulo Futebol Clube (SPFC), garantiu estar em Macau na inaugu-ração do projecto “por amor à cami-sola”. “Não faço isto por dinheiro. Estou ao serviço do São Paulo há 45 anos e continuava por outros tantos se a vida me permitisse”, afirmou.

Seis vezes vencedor do Brasilei-rão e tri-campeão mundial de clu-bes, o SPFC quer entrar em Macau já com selo de qualidade, “para ajudar o futebol do território a evoluir”, ex-plicou. “Nós proporcionamos con-forto e educação a todos os miúdos que se queiram juntar a nós. Utiliza-mos o desporto para tentar evitar a droga”, exemplificou Caboclo.

O vice-presidente do São Paulo confessou ter um carinho especial por Macau, já que no bairro onde cresceu, o Vila Maria, falava-se des-ta terra do Oriente onde se falava português. “Sempre tive uma curio-sidade enorme. Se fosse mais novo vinha para cá morar”, afirmou.

Caboclo assume-se como um vi-sionário. “Na minha primeira visita a Macau, disse que a China iria aparecer [nos destinos do São Paulo] no espaço de cinco anos, e aqui estamos nós”.

O Brasil é conhecido também pelo futebol, e em vésperas da “Copa do Mundo”, o responsável do clube está entusiasmado. “Parece que é impossível de concretizar mas vai correr tudo bem. O Brasil vai es-tar preparado”, frisou.

FOTO

JTM

Responsáveis do clube paulista vieram inaugurar a primeira escola em território chinês

Susana Diniz

Escola pretende formar jovens dos três aos 18 anos

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Terça-feira, 22 de Abril de 2014 JTM | DESPORTO 19

António Ribeiro Martins*

FÓRMULA UM

Hamilton “passeia” em XangaiA Mercedes continua a dominar, com carros fiáveis, suficientemente velozes para se distanciarem da concorrência, com uma equipa unida, e com capacidade técnica de resolver problemas atempadamente

A corrida deste ano em Xangai foi encurtada de duas voltas no que respeita à classifica-ção, pela amostragem errada da bandeira

do xadrez. Na pista, contudo, nada mudou. Mais vez uma dobradinha da Mercedes - Hamilton con-seguiu a sua terceira vitória consecutiva, com Ros-berg a ocupar o segundo lugar do pódio ao seu lado.

Se a corrida de Lewis Hamilton foi uma espécie de “passeio no parque”, já a de Nico não foi. A di-ferença de 18 segundos para o seu companheiro de equipa, não deixa entrever os problemas com que se debateu desde a largada, depois de um toque. Pouco depois Rosberg ficou sem comunicação tele-métrica, o que lhe fez perder tempo e paciência.

Massa também teve problemas com o seu carro, ao trocar de pneus à 11ª volta. Quando entrou na boxe estava na sexta posição. Saiu na última! Tudo por causa do toque que deu (ou levou) noutro car-ro na largada. E pouco mais pode fazer, com um carro desequilibrado que se arrastou pelo circuito, acabando na 16ª posição a uma volta de Hamilton. Valtery Bottas, seu companheiro de equipa ficou com a sétima posição.

Os dois Infinity Red Bull Racing, aparentemente recuperados das maleitas do inverno e das primei-ras corridas, deram boa conta de si durante as ses-sões de treinos livres e ocuparam a segunda e ter-ceira posições da grelha de largada, mas, durante a

corrida, mostraram-se frágeis e sem velocidade para acom-panhar os dois Mercedes e o Ferrari de Fernando Alonso. E para Vettel, campeão de Mundo em título, voltar a ou-vir a sua boxe dar-lhe, pela a segunda vez em duas provas, ordem para deixar passar o seu companheiro de equipa, à 24 ª volta desta corrida... não terá sido fácil de “en-golir”, mas portou-se bem e deixou o australiano seguir. Ricciardo estava a andar mais rápido que ele e chegou a ameaçar Fernando Alonso, acabando a cerca de quatro segundos do piloto da Fer-rari. Vettel no fim da corrida, “graciosamente” aceitou que o seu companheiro de equipa estava a andar mais de que ele e o tinha batido “fair and square”.

A Ferrari com um Alonso, combativo continua a marcar pontos valiosos em todas as corridas. Já Kimi Raikkonen continua a queixar-se e achar que os fins de semana são “dolorosos”...

Apesar de tudo a equipa tem vindo a melhorar. No cômputo geral todas as outras equipas parecem

estar a piorar.Daqui a três semanas, veremos o que os novos

apêndices aerodinâmicos nos trarão, sem falarmos de novas soluções para o “infeliz ruído” dos carros deste ano, que já deve estar a ser alterado...!

*Especialista JTM em Desportos Motorizados

• • • POLIDESPORTIVO

Barcelona ainda luta O argentino Lionel Messi marcou o golo que permitiu ao FC Barcelona vencer em casa o Athletic de Bilbau (2-1) e manter-se na corrida à revalidação do título espanhol de futebol. O Barça ascendeu provisoriamente, ao segundo lugar, com mais dois pontos do que o Real Ma-drid (apenas joga a 6 de Maio), e a quatro do líder Atlético de Madrid, que sexta-feira bateu em casa o Elche (2-0).

Uma vaga na “Champions”A fechar a 31.ª ronda do campeonato alemão, a três do final, a equipa de Leverkusen, quarta classificada, luta com o Shake 04 pela qualifi-cação para a Liga dos Campeões, enquanto o Bayern de Munique e o Borússia de Dortmund já garantiram o “passaporte”.

Mónaco reforça segundoNa 34.ª jornada da Liga francesa de futebol, o Mónaco venceu o Nice por 1-0, com João Mou-tinho na assistência para o golo apontado por Berbatov. O campeonato francês é liderado Pa-ris Saint-Germain, com 79 pontos mas menos um jogo (recebe quarta-feira o Evian), seguido pelo Mónaco, com 72, e pelo Nice, com 63.

AS Roma é segundo Na 34ª jornada do Campeonato italiano, a AS Roma foi a Florença vencer por 1-0 e garantiu o segundo lugar e a entrada directa na Liga dos Campeões. A Juventus venceu o Bolonha por 1-0, graças a um golo do jovem internacional francês Paul Pogba, e comanda o campeonato com 90 pontos, mais oito do que a AS Roma, a quatro jornadas do fim.

PREMIER LEAGUE

Liverpool “cheira” o títuloO Liverpool reforçou a liderança depois de vencer no terreno do Norwich, por 3-2, na 35.ª jornada. O Chelsea perdeu em casa e o Everton derrotou o Manchester United

Um dia depois de José Mou-rinho ter sofrido, ao 78.º jogo, a primeira derrota em

casa na Liga inglesa como treina-dor do Chelsea, o Liverpool apro-veitou para cimentar o comando na tabela, a três jornadas do fim.

Logo aos quatro minutos, o ja-maicano Raheem Sterling inaugu-rou o marcador para os “reds”, que dilataram a vantagem sete minutos depois, por intermédio do uru-guaio do Luis Suarez.

Nove minutos após o reatamen-to, Gary Hooper reduziu para o Norwich, mas o Liverpool voltou a ampliar a vantagem para dois go-los com o “bis” de Sterling, aos 62 minutos.

Em ritmo de “parada e respos-ta”, o Norwich voltou a reduzir, aos 77 minutos, com um golo do escocês Robert Snodgrass, mas não mais conseguiu acertar nas redes à guarda do belga Simon Mignolet.

Garantida a 11.ª vitória conse-cutiva para o campeonato, o Liver-pool recebe na próxima jornada o Chelsea, jogo em que deverá feste-jar o regresso ao título.

Noutro jogo grande, o Everton quase garantiu a presença na Liga Europa, ao bater em casa o Man-chester United. Como o quinto e o sexto lugares dão acesso à Liga

Europa caso o Manchester City (vencedor da Taça da Liga) garan-ta presença na Liga dos Campeões (é terceiro, com menos dois jogos disputados), Everton e Tottenham (sexto, com 63 pontos) estão melhor posicionados que o United para o

conseguirem.O Arsenal venceu fora o Hull

City, por 3-0, com um golo do ga-lês Aaron Ramsey e dois do alemão Lukas Podolski, deixando os anfi-triões no 14.º posto, com 36 pontos, ainda sem a permanência garantida.

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Terça-feira, 22 de Abril de 201420 JTM | PUBLICIDADE

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Terça-feira, 22 de Abril de 2014 JTM | ACTUAL 21

Dizia há dias um jornalista francês, no decurso de debate sobre a situação na Ucrânia, na estação TV 5 Monde - que

se está perante uma Rússia que reage “à sé-culo XIX”, num contexto europeu do século XXI.

E para fundamentar a sua asserção, pro-curava demonstrar a linha de continuidade da política externa do Kremlin, remontando--a ao período pré-soviético.

As afirmações do referido jornalista eram muito directas e indicavam, pelos seus no-mes, os líderes actuais, de um e de outro lado desta linha divisória de dois séculos. Não deixando de concluir que o que está funda-mentalmente em causa são duas concepções - opostas - do relacionamento entre Estados.

E é nesse ponto que a questão da Ucrânia (e o modo como for resolvida) pode assumir o papel de paradigma. Podendo dizer-se, sem grande risco de erro que se estará neste momento a lançar as bases, para bem ou para mal, de uma jurisprudência das relações in-ternacionais que poderá eventualmente va-ler para futuro.

Para bem ou para mal, repito.Tendo-me debruçado mais detidamente,

por razões académicas, sobre o estudo das diferentes situações de conflito que hoje pre-valecem no sistema internacional, não posso deixar de pensar que é imperativo o reforço das instituições que têm a seu cargo a aplica-ção das normas acordadas por todos.

E isto como única forma de contrariar a percepção de alguma anarquia, pós-Guerra Fria, resultante da alteração de papéis do duo que então dominou o sistema.

E os factores de instabilidade internacio-nal, pós-URSS, só se multiplicaram no mun-do, como se pode ler em qualquer manual sobre a História do final do século XX.

Competição sobre recursos naturais, con-flitos de natureza étnica e ou religiosa, tendo como expressão mais recente o uso sistemáti-co do terrorismo, etc, etc, o rol é de facto lon-go quanto às linhas de fractura entre povos, culturas e geografias.

Neste contexto de grande incerteza pois, as Nações Unidas voltam a ver reforçado o seu papel essencial de instância de regula-ção, através do Conselho de Segurança.

E, nos formatos mais apropriados para cada situação de crise, as negociações têm que prevalecer sobre o facto consumado - o das situações no terreno.

******É por todas estas razões que é funda-

mental que tenha sucesso o compromisso alcançado em Genebra, sobre a questão da Ucrânia.

O cepticismo por parte da Administração americana - e as sanções adicionais, a serem votadas em breve - têm para mim o único significado de forçarem a esclarecer as reais intenções da Federação Russa quanto a uma solução final deste conflito.

E os pontos básicos, implícitos no com-promisso de Genebra e a ter em conta, são óbvios, como guias para agora e para futuro: -respeito da soberania nacional; não ingerên-cia nos assuntos internos; e exclusão do uso da força.

Voltamos pois aos princípios básicos do sistema internacional, porque neles reside a garantia de paz e segurança para todos.

*Ex-embaixador de Portugal nas Coreias, ASEAN e Indonésia. Docente da Universidade de S. José.

A crise na Ucrânia e o“compromisso de Genebra”

OBSERVATÓRIOCarlos Frota*

CHINA

Casamentos arruínam agricultores

Os agricultores de aldeias de províncias situadas no norte da China Continental, como Hebei, Shan-dong e Henan, têm “sentido na pele” o aumento

dos custos inerentes aos casamentos, com muitas famílias a enfrentarem a ruína financeira, depois de terem gasto centenas de milhares de renminbis em cerimónias e dotes.

Segundo a Xinhua, nas zonas rurais é normal os pais atingirem os limites máximos dos orçamentos familiares para pagar os casamentos tradicionais dos filhos. Isto por-que, normalmente, a família da futura “cara-metade” exige ao noivo que compre casa, ofereça um dote e suporte as despesas da cerimónia de casamento, que podem chegar a 200 mil renminbis, ou seja, mais de 256 mil patacas.

Um agricultor de Hebei afirmou que gastou quase 630.000 patacas no casamento do filho, porque a família da noiva pediu-lhe que comprasse casa e carro, e pagasse um dote de 150 mil patacas, além da festa.

Nalgumas aldeias de Hebei e Daming, os dotes e as ceri-mónias de casamento podem custar mais de 250 mil patacas.

Com valores tão elevados, muitos pais vêem-se obriga-

Os crescentes custos dos casamentos estão a deixar muitos agricultores do Norte da China nas “ruas da amargura”, devido às elevadas dívidas que contraem na esperança de garantir o futuro dos filhos num país onde encontrar uma esposa pode ser uma missão muito complicada

dos a pedir empréstimos, ou então a trabalhar arduamente para reunir o dinheiro necessário para cobrir as despesas de casamento.

Ao mesmo tempo, também se tornou difícil encontrar esposas, devido à falta de mulheres, uma consequência da política de natalidade restritiva e da preferência tradicional por herdeiros homens, mas também porque muitas jovens migraram para as áreas urbanas.

Yin Chaoxiang, um agricultor de Hebei, contou que o processo de encontrar uma mulher obriga agora à partici-pação em “encontros às cegas”, sendo que o próprio irmão mais novo está numa lista de espera para uma rapariga da aldeia, juntamente com outros 27 solteiros com potencial para casar.

Wu Zhongmin, director do departamento de Sociologia da Escola do Comité Central do Partido Comunista chinês, reconhece que as autoridades governamentais devem re-forçar a educação nas aldeias, para reduzir este tipo de gas-tos, facto que também vai ao encontro da campanha lança-da por Pequim contra as extravagâncias.

A actuação do capitão e de alguns membros da tripulação é com-pletamente incompreensível,

inaceitável e equivalente a assassínio”, afirmou Park Geun-hye, durante uma reunião com os seus assessores, citada num comunicado da presidência, re-produzido pela agência Yonhap.

A chefe de Estado sul-coreana pro-meteu envidar esforços para apurar todas as irregularidades em torno do ‘ferry’ Sewol, frisando que todas as partes envolvidas - dos proprietários, aos inspectores de segurança até aos membros da tripulação - serão investi-gadas e que os culpados serão “crimi-nalmente responsabilizados”.

A Presidente da Coreia do Sul afir-mou ser cada vez mais claro que o capitão Lee Joon-Seok atrasou desne-cessariamente a evacuação do barco quando o ‘ferry’ se começou a afun-dar, “abandonando-os”, ao escapar primeiro.

“Não apenas o meu coração, mas

os corações de todos os sul-coreanos estão destroçados e repletos de choque e de raiva”, disse Park Geun-hye, que foi vaiada na quinta-feira quando se reuniu com os familiares das vítimas das centenas de passageiros que con-tinuam desaparecidos - a maioria dos quais jovens.

Além de criticar o capitão do barco, a quem são atribuídas várias decisões erradas, Park Geun-hye também reco-nheceu que houve graves problemas na resposta inicial por parte do Gover-no à tragédia humana.

Os familiares das vítimas têm teci-do duras críticas à Presidente e ao seu Governo, acusando-os de não envida-rem os esforços suficientes no resgate, assim como de tomar decisões erradas que impediram que vidas fossem sal-vas e de facultar informações incorre-tas.

O capitão foi detido na sexta-feira, a par de outros dois membros da tri-pulação, por ter abandonado o na-

vio deixando para trás a maioria dos passageiros, descuidando, portanto, a sua segurança. Ontem também foram emitidas ordens de detenção contra outros três tripulantes e contra um en-genheiro do ‘ferry’.

As equipas de salvamento recupe-raram ontem os corpos de mais cinco passageiros, elevando para 64 o núme-ro de mortos confirmados no acidente, prosseguindo as operações de busca pelos 238 desaparecidos. Os corpos recuperados, que foram localizados no quarto piso do barco, pertencem, segundo a imprensa sul-coreana, a cinco dos 325 estudantes do ensino se-cundário que seguiam a bordo do bar-co e que compõem a maior parte dos desaparecidos.

Entretanto, a operadora do ‘ferry’, a Cheonghaejin Marine, anunciou a suspensão de todas as suas rotas, num total de três, as quais têm como base o porto de Incheon, a oeste de Seul.

JTM/Lusa

COREIA DO SUL

Naufrágio “comparado” a assassínioA Presidente da Coreia do Sul criticou ontem a decisão do capitão do ‘ferry’, que naufragou na quarta-feira, de abandonar o barco deixando para trás os passageiros, qualificando a sua conduta como um “acto de assassínio”

Page 22: FOTO JTM PROVEDOR DA SANTA CASA DEFENDE … · o presidente da MGM Grand Paradise e CEO da MGM China considera que as limitações de Macau, em termos de espaço e de mão-de-obra,

Terça-feira, 22 de Abril de 201422 JTM | ROTEIRO

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral,Jorge Neto Valente

Planeamento da conexão dos canais básicos

A partir da madrugada do dia 22 de Abril de 2014, a Canais de Televisão Básicos de Macau, S.A., sociedade totalmente com capitais públicos, procederá gradualmente às obras de conexão dos sinais televisivos. Durante os dias 22 e 23 de Abril, verificar-se-á, eventualmente, alguma instabilidade intermitente nos sinais televisivos em Macau. Se os residentes necessitarem de quaisquer informações ou encontrarem quaisquer problemas acerca da recepção dos canais de televisão básicos, podem contactar, em primeiro lugar, os anteneiros que lhes prestam serviço, mas também podem comunicá-los à DSRT (linha aberta: 28716678, fax: 28356328, e-mail: [email protected]), caso em que se procederá ao tratamento do caso relevante o mais rapidamente possível.

Lista dos números de telefone dos fornecedores do serviço de antena comum

Número

1

2

3

4

5

6

78

910

11

12

13

14

Nome das companhias

TAK VA INSTALAÇÃO ELÉCTRICO

FAI CHI INDÚSTRIA DE ELÉCTRICOS LDA.

SAI KAI INSTALAÇÃO ELÉCTRICA

SOCIEDADE DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS KONG SENG PAGING LIMITADA

SOCIEDADE DE ENGENHARIA ELECTRÓNICA HOI YING, LIMITADA

KOU FONG ELECTRONIC SYSTEM ENGINEERING

ENGENHARIA ELECTRÓNICA SON TONG

HI TECH COM. CIA . LDA.

SING FEI TECNOLOGIA ENGENHARIA

AG. OBRAS ELECT. HAP HENG

TECNOLOGIA ELECTRÓNICA KAM WENG COMPANHIA LIMITADA

DECORAÇÃO FAT KEI

MATERIAL TECNOLÓGICO JIN HUNG

COTEX ETECTRONIC ENGINEERING

Telefones para contacto

28378282

28211155

28923388

28555555

28309718

28727042

28282877

28355088

28216898

28326651

28955148

28366823

28366823

28717928

TDM 13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:30 Anach-ronic 14:55 Sessão de Perguntas e Respostas sobre o Relatório das Linhas de Acção Governativa com a presença do Chefe do Executivo (Directo) 18:15 TDM Desporto (Repetição) 19:30 Baía das Mulheres 20:30 Telejornal 21:00 TDM Entrevista 21:30 Irmãos e Irmãs Sr.5 22:00 Caminho das Índias 23:00 TDM News 23:30 Liga Zon Sagres: Porto - Rio Ave (Repetição) 01:00 Telejornal (Repetição) 01:30 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 Liga Bbva 2013/14 Malaga CF vs. Villarreal CF 15:00 Liga Bbva 2013/14 Sevilla FC vs. Granada CF 16:30 La Liga Review 17:30 NASCAR Sprint Cup Series 2014 - Highlights 18:30 (LIVE) FOX SPORTS Central 18:55 (LIVE) AFC Champions League 2014 Guangzhou Evergrande vs. Yokohama F Marinos 21:00 Singha Football Crazy 21:30 The Ultimate Fighter 23:00 (LIVE) FOX SPORTS Central 31 STAR SPORTS12:00 FIA F1 World Championship 2014 - Highlights Chinese Grand Pri 13:30 Planet Speed 2013/14 14:00 Laureus Spirit Of Sport 14:30 FIM MXGP World Championship 2014 16:30 Grand Prix Of Long Beach - Highlights 17:30 eni FIM Superbike World Championship 2014 - Highlights 17:55 (LIVE) AFC Champions League 2014 19:55 (LIVE) AFC Champions League 2014 22:00 Singha Football Crazy 22:30 BWF Badminton World Magazine Show 23:00 La Liga Review

40 FOX MOVIES12:25 Grown Ups 14:10 The Sapphires 15:50 Frankenweenie 17:20 Mummy: The Tomb Of The Dragon Emperor 19:15 Epic 21:00 Fantastic Four 22:45 Oz The Great And Powerful 00:55 Battle Los Angeles 00:10 Breaking The Girls

41 HBO12:00 Ocean’S Thirteen 14:00 Sherlock Holmes: A Game Of Shadows 16:10 About Schmidt 18:15 Anger Management 20:00 Argo 22:00 The Matrix 00:15 The Guilt Trip

42 CINEMAX12:30 Haywire 14:00 Wolf 16:00 Eye Of The Cat 17:40 The Crew 19:10 Generation Kill 20:15 Beverly Hills Cop Ii 22:00 Generation Kill 23:05 Contagion 00:50 Atm

50 DISCOVERY13:00 Manhunt 14:00 Gold Rush 15:00 Klondike 16:00 Fast N’ Loud 17:00 How Do They Do It 17:30 How It’s Made 18:00 Man Vs. Wild 2 19:00 World War II In Colour 20:00 Game Of Pawns 20:30 Lord Of The Fleas 21:00 Life In Cold Blood 22:00 I Shouldn’t BE Alive 23:00 River Monsters: Untold Stories 00:00 Game Of Pawns 00:30 Lord Of The Fleas

51 NGC12:30 Monster Fish 13:25 I Didn’t Know That 13:50 What Would Happen I 14:20 Yukon Gold 15:15 To Catch A Smuggler 16:10 Hustling America 17:05 The Border 18:00 Megastructures 19:00 Nick Baker’s Eco Malaysia 20:00 Brain Games 21:00 To Catch A Smuggler 22:00 Hustling America 23:00 The Border 00:00 To Catch A Smuggler

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 Daredevils 15:00 Pawn Stars 16:00 Counting Cars 17:00 Ancient Aliens 18:00 Kings Of Restoration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers 20:00 Big History 21:00 Storage Wars: New York 22:00 Hidden

Cities Extreme 23:00 Special Forces 00:00 Storage Wars: New York

55 BIOGRAPHY13:00 Hoardersn 14:00 Flip This House 15:00 Flipping Vegas 16:00 Billy The Exterminator 17:00 Baggage Battles 18:00 Sell This House: Extreme 19:00 The American Baking Competition 20:00 Billy The Exterminator 21:00 Shipping Wars 23:00 Hoarders 00:00 Billy The Exterminator

62 AXN13:00 The Amazing Race 13:55 American Ninja Warrior 14:50 Cash Cab Asia 15:50 Wipeout 16:40 Caught On Camera 17:30 Csi: Ny 18:20 Hawaii Five-0 20:10 The Voice 22:00 Hannibal 22:55 Csi: Ny 23:50 Hannibal 00:45 American Ninja Warrior

63 STAR WORLD12:55 DC Cupcakes 13:45 How I Met Your Mother 14:35 The Crazy Ones 15:25 Dads 16:15 Revenge 17:05 K Style 18:00 Asia’s Next Top Model 18:55 How I Met Your Mother 19:50 Glee 21:40 Devious Maids 22:35 Scandal 23:30 Glee

82 RTPI13:30 Telejornal Madeira 14:00 Bom Dia Portugal-Directo 15:02 Os Nossos Dias 15:45 Ler +, Ler Melhor 15:53 Uma Mesa Portuguesa... Com Certeza 16:25 Viagem ao Centro da Minha Terra 17:10 Ler +, Ler Melhor 17:19 Bem-vindos a Beirais 18:00 Telejornal Ásia-Directo 18:32 Um dia, Cinco Estórias 19:22 Uma Mesa Portuguesa... Com Certeza 20:00 Jornal da Tarde-Directo 21:14 Mulheres de Abril 22:05 5 Para a Meia-Noite 23:17 Os Nossos Dias 00:02 O Preço Certo 01:00 Portugal em Directo-Directo 02:01 Ler +, Ler Melhor 02:10 Bem-vindos a Beirais 02:49 Ler +, Ler Melhor 03:00 Telejornal-Directo 04:12 Praça da Alegria

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi (Amarelo) 28 519 519Táxi (Preto) 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

• • • TEMPO

230C/290C

• • • CÂMBIOSPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.94 8.04EURO 10.98 11.12YUAN (RPC) 1.243 1.295

SOCIEDADE PROTECTORA

DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

TELEFONES ÚTEIS

CLUBE MILITAR DE MACAUAvenida da Praia Grande, 975, Macau

TEL: 28714000

• • • AMANHÃ 18/04

• • • HOJE 17/04230C/280C

WWW.SMG.GOV.MO

A programação é da responsabilidade das estações emissoras

02:45TDM SPORT e HD

CINETEATROS1 The Demon Within14:30 • 16:30• 19:30 • 21:30

S2 Rio14:15 • 16:00• 19:30

TORRE DE MACAUCaptain America: The Winter Soldier (3D)- 14:15 • 16:45 • 19:15• 21.45

GALAXY

THEATER VÁRIOSCaptain America (3D)-15:00 • 16:00• 17:30 • 18:30 • 19:15 • 21:05

THEATER VÁRIOSThe Midnight After- 14:15 • 16:30 • 18:50 • 19:00 • 20:45 • 22:35

THEATER VÁRIOSNeed for Speed (3D)-13:30 • 16:20

DIRECTOR’S CLUB 2Divergent -12:20

DIRECTOR’S CLUB 3Non-Stop -12:15

THEATER VÁRIOSNoah (3D) - 16:25 • 18:45

THEATER VÁRIOS3D Naked Ambition (3D)- 14:50 • 16:50 • 18:45 • 21:15 • 23:00 • 23:45

Atl. Madrid vs Chelsea

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Terça-feira, 22 de Abril de 2014 JTM | OPINIÃO 23

NESTE LUGARHelder Fernando*

1 . Lugar nenhum é o centro do mundo.Há sempre outros mundos, ou-

tros centros, outra vida, outros dias.Outras verdades e mentiras.Outras alegrias e traições.Outros dissimulados e outros lídi-

mos.O conceito de centro, emocional ou

não, é apenas geográfico.A vida pode ser um jogo com peri-

ferias sem fim.Apetece-me ouvir Albert Collins a

cantar blues.

2. Leio declarações em triplicado sobre medidas ambientalistas ainda por tomar, mas que alguém

já considera excelentes. Medidas iso-ladas, circunstanciadas a um lugar, a um caso específico. Há círculos co-mentando não ser nítido um plano global e ousado de acção. Onde tam-bém se questiona o facto de tantas so-bras orçamentais aparentemente não chegarem, ou não serem consequen-temente utilizadas, de modo a que os decisores mostrem maior empenha-mento nesta e em várias outras si-tuações que se tornam cada vez mais urgentes. Ou seja, o desejo profundo de que os decisores fiquem muito me-lhor na História recente de Macau, mostrando mais perfeita e útil noção de grandeza.

Falta um verdadeiro pacto entre o meio-ambiente, os grandes causado-res dos desequilíbrios ecológicos, as vítimas, os decisores. A Natureza não

Conexão do desconexo

pode ser considerada como algo infi-nito, como matéria-prima gratuita das indústrias, através da exploração do-minante em terra e no mar. Maneira insensível de domínio ilimitado sobre o que pertence a todos.

Cada vez mais vaga a famosa ideia do “desenvolvimento sustentável”. Onde já vão, perdidos no tempo, os conceitos consagrados na criação do Clube de Roma, em 1968, que entre os seus fundadores principais, juntou prémios Nobel, cientistas, economis-tas, políticos, associações internacio-nais. O primado de todas as conclu-sões focava os limites do crescimento económico. Este devia ser, ainda ac-tualmente, um dos maiores desafios da actualidade. Ao contrário, as tími-das, vagarosas e pontuais medidas de protecção ambiental, amesquinham ideias e acções de tantos que lutaram e lutam a favor da qualidade de vida.

Fukushima, a tragédia em cadeia, não chegou para alterar notoriamente a carência de políticas que, decisiva-mente, fossem pensadas e praticadas a favor da qualidade de vida.

É a aparente conexão do desconexo.Mesmo não sendo a música punk,

o sonoro lugar confortável aos meus ouvidos, apetece-me ter à mão o céle-bre “Kyoto Now!”, dos Bad Religion - a letra fala da ignorância, na cobiça, nas políticas incoerentes, nos reféns que somos do desvario sádico dos gi-gantes da petroquímica, por exemplo.

3. Democracia, mesmo que vaga-mente sugerida, acanhada, pres-supõe mais direitos. E mais saúde

pública, em todas as suas vertentes, com decisões audazes, sem interferên-

cia de interesses, mais justiça, melho-res transportes públicos, combate sem intervalos contra toda a corrupção e contra todos os corruptores.

Obviamente, democracia, mesmo por activar, mesmo sugerida, mesmo que pensemos estar no seu caminho até lá, pressupõe deveres, mas não o dever de silenciar, ou o dever dos de-cisores protegerem os que silenciam.

* Radialista. Escreve habitualmente neste espaço às

segundas-feiras e hoje excepcionalmente.

O Rato?... vai desaparecer

... amanhã!

Democracia, mesmo que vagamente sugerida, acanhada, pressupõe mais direitos.

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Terça-feira, 22 de Abril de 201424 JTM | OPINIÃO

Dito

“O Governo, chamemos-lhe agora IPIM, até divulgou a lista de projectos recomendados para a área de 4,5 quilómetros quadrados [na Ilha da Montanha], mas recusou-se a dizer quais foram os investidores escolhi-dos – entre a entrega dos projectos e a sua aprovação a questão ficou a ser tratada como matéria da esfera privada dos empresários por motivos não apurados”

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

22/04/1994

LEAL SENADO VISITA CONGÉNERE DE H. KONGO Leal Senado de Macau está a apostar na melhoria da qualida-de de vida da população do ter-ritório, afirmou em Hong Kong o presidente do município, Sales Marques. Numa reunião com res-ponsáveis do “Urban Council” de Hong Kong, incluindo o pre-sidente Ronald Leung e o vice--presidente Lo King-Man, Sales Marques defendeu a promoção da qualidade de vida das populações assente num desenvolvimento equilibrado. “O rápido cresci-mento populacional e o acelerado desenvolvimento económico que Macau registou nos últimos anos geraram grandes pressões no te-cido urbano e nos padrões de qualidade de vida, que importa melhorar”, disse o presidente do Leal Senado. Sales Marques disse, entretanto, à agência Lusa que a visita de dois dias do Leal Senado a Hong, iniciada quarta-feira pre-tende reforçar canais de relacio-namento e intercâmbio de expe-riências acumuladas entre os dois municípios vizinhos. “Apesar das diferenças de escala entre Hong Kong e Macau, os dois municípios enfrentam problemas semelhan-tes derivados das características sociais e culturais comuns das po-pulações que servem”, disse Sales Marques, adiantando que “não se trata de procurar modelos a seguir mas trocar ideias para encontrar soluções próprias para problemas que são comuns”. Sobre a estraté-gia do Leal Senado de promoção da qualidade de vida, fontes mu-nicipais indicaram à Lusa que no plano de actividades do Leal Se-nado para este ano estão previstos vários projectos de reordenamen-to, em colaboração com os Servi-ços de Obras Públicas. A colina de Mong-Há, a fortaleza do Monte e a Colina da Guia são áreas que irão ser sujeitas a uma “intervenção humanizadora” com a criação de circuitos de manutenção, parques infantis, sanitários públicos e re-cintos de jogos. Na visita ao “Ur-ban Council” a delegação do Leal Senado visitou também as estufas e viveiros de aves do parque de Hong Kong, uma das principais zonas verdes do centro da colónia britânica, um mercado de vendi-lhões e o recém-inaugurado está-dio de Hong Kong.

China e Portugal, cinco centúrias de relacionamento

Sónia Nunes, in “Ponto Final”

“Gerou-se a partir desse encontro pri-mordial uma das vertentes mais fecundas

de relacionamento intercultural de que há memória no planeta.”

Roberto Carneiro, no prefácio do livro

Reunindo comunicações apre-sentadas numa série de semi-nários realizados a título de

preparação da viagem à República Popular da China, levada a efeito em Agosto/Setembro de 2013, pelo Cen-tro Nacional de Cultura e pelo Cen-tro de Estudos de Povos e Culturas de Expressão Portuguesa (CEPCEP), saiu recentemente do prelo o livro “China e Portugal, cinco centúrias de relacionamento: uma leitura académi-ca”. A edição, coordenada por Rober-to Carneiro e Guilherme d’Oliveira Martins, é da Universidade Católica Portuguesa.

Razão de ser da obraO significado da obra ficou bem

expresso no prefácio, da autoria de Roberto Carneiro, presidente do CEP-CEP:

“China e Portugal, cinco centúrias de relacionamento: uma leitura académica, apresenta-se, em essência, como um livro comemorativo, uma obra que celebra um extraordinário acontecimento: o encontro primeiro do Ocidente e do Oriente, evento esse cujos frutos resistem a todas as in-tempéries e conjunturas que fustigaram os tempos, e que foi arauto dos conceitos de globalização, e de interdependência, que fizeram caminho até à sua incontor-nável expressão contemporânea.

Há seis centúrias, mais exactamen-te em 1415, teve início a extraordinária epopeia da expansão portuguesa, com a conquista de Ceuta. Numa sequência es-tonteante de aventuras marítimas, cerca de cem anos mais tarde, em 1513, o nave-gador português Jorge Álvares singrava por mares e litorais de Guangdong e acos-tava a essa província meridional do ex-tenso continente chinês, maravilhando-se com um povo misterioso, cuja existência foi sendo cerzida ao longo de milénios de história e de poderes imperiais, avultando à época a poderosa dinastia Ming que go-vernava Cathay.

Gerou-se a partir desse encontro pri-mordial uma das vertentes mais fecundas do relacionamento intercultural de que há memória no planeta. Este singular, e úni-co, relacionamento perdurou em Macau – fundada cerca de 40 anos mais tarde – onde essa recíproca fecundação se tornou tangível e resistiu à erosão implacável do tempo, território minúsculo que serviu de entreposto à aproximação de povos e cul-turas, tão distantes quanto díspares.

Macau é, inclusivamente, como bem o lembra o autor de um dos artigos de re-ferência do presente livro, a plataforma na qual se sustenta um diálogo interre-ligioso complexo. É a partir desse choque filosófico e civilizacional que o próprio cristianismo de recorte ‘ocidental’ se vem afeiçoando aos formatos orientais de ver a vida, o outro e o mundo, dando lugar à emergência de novos entendimentos na maneira de compreender o transcendente, sem prejuízo da fidelidade à base doutri-nal e vivencial em que ele se funda há dois

milénios.Seguramente, a consciência do euro-

peu, que integra uma matriz inequivoca-mente tributária do legado humanista e cristão, muito se ficou a dever a esse con-fronto multissecular de distintas cosmo-visões, onde releva a rica mundividência sínica que os portugueses tiveram o pri-vilégio de conhecer, em primeira mão, e de com ela estabelecer traços de união que perduraram para além das vicissitudes da política, da geografia da distância, e dos sobressaltos da história. (...)

O CEPCEP e o CNC, co-editores ir-manados nesta publicação, ficam endivi-dados para com os autores que generosa-mente contribuíram para a sua feitura, nela empenhando o melhor dos seus co-nhecimentos e das novidades decorrentes dos seus trabalhos de investigação.

Para concluir, julgamos oportuno ci-tar o vice-presidente e director executivo (CEO) do grupo chinês Fosun (recente-mente entrado em Portugal com activi-dade no ramo segurador), Liang Xinjun. Afirmou ele recentemente: ‘Portugal é um país seguro e receptivo ao investimento chinês. Sentimo-nos muito confortáveis com Portugal por causa de Macau. Por-tugal manteve uma relação muito boa com o Governo e o povo da China’.

O desafio de continuar a sementeira do entendimento num planeta repentina-mente muito mais ‘pequeno’ do que ou-trora, mas feito de gentes diversas, é hoje, como nos cinco séculos decorridos, o des-tino do relacionamento Europa – China. Neste xadrez onde se joga a reinvenção do mundo, Portugal e os Portugueses são re-convocados a uma missão irrecusável, na redescoberta de uma vocação de interface dialogal, a qual só eles podem desempe-nhar cabalmente.”

Organização e conteúdoOs doze trabalhos de reputados

académicos e especialistas foram agrupados em quatro capítulos, o pri-meiro compreendendo o período de 1511 a 1515 (“Malaca, China, Ormuz e a Suma Oriental de Tomé Pires”), o segundo de 1541 a 1552 (“Xavier e o sonho de cristianização da China: o Padroado Português do Oriente”) e os outros dois perspectivando o sé-

FALAR DE NÓSJorge A. H. Rangel*

culo XXI (“Duas línguas de futuro no mundo: português e mandarim” e “O Império do Meio renasce para a eco-nomia global: oportunidades para in-termediar e triangular”).

Entre os autores, estão nomes in-contornáveis como Luís Filipe Barre-to, Rui Manuel Loureiro, Paulo Jorge de Sousa Pinto, João Paulo Oliveira e Costa, Guilherme d’Oliveira Martins, Joaquim Aguiar e José Félix Ribei-ro, sendo também de registar a con-tribuição do deputado José Ribeiro e Castro, na forma de um artigo sobre “Português e Mandarim: as línguas portuguesa e chinesa como línguas globais”.

Os seminários científicos organiza-dos, a obra agora publicada e a visita à China, que incluiu uma permanên-cia em Macau, quando foi levado a efeito o II Encontro de Poetas Lusófo-nos e Chineses, numa co-organização do Centro Nacional de Cultura, da Fundação Jorge Álvares e do Instituto Internacional de Macau, foram formas muito apropriadas de, num contexto e com propósitos marcadamente acadé-micos, se celebrar o 5.º centenário do encontro de Portugal com a China.

Outras celebraçõesNão tendo havido interesse político

na organização de comemorações ofi-ciais, coube a instituições académicas e culturais fazê-lo, com a dignidade que a efeméride merecia. Assim, além de universidades e das entidades atrás referidas, outras, como a Sociedade de Geografia de Lisboa, a Sociedade His-tórica da Independência de Portugal e a Academia de Marinha, promove-ram conferências e seminários, tendo sido particularmente relevante o Co-lóquio desta Academia que decorreu ao longo de três dias e cujo tema foi “Nos Mares da China”. A convite do seu presidente, Almirante Nuno Viei-ra Matias, proferiram as comunica-ções de abertura e de encerramento o Embaixador João de Deus Ramos e o autor deste artigo, na qualidade de presidente do Instituto Internacional de Macau. Também a Fundação Jorge Álvares se associou ao município de Freixo de Espada à Cinta para as cele-brações promovidas naquele concelho e patrocinou o Prémio Jorge Álvares, da Academia das Ciências.

* Presidente do Instituto Internacional de Macau. Escreve neste espaço habitualmen-

te às 2.ªs feiras e hoje excepcionalmente.

Os seminários científicos organizados, a obra agora pu-blicada e a visita à China, que incluiu uma permanência em Macau, quando foi levado a efeito o II Encontro de Poetas Lusófonos e Chineses, numa co-organização do

Centro Nacional de Cultura, da Fundação Jorge Álvares e do Instituto Internacional de Macau, foram formas muito

apropriadas de, num contexto e com propósitos mar-cadamente académicos, se celebrar o 5.º centenário do

encontro de Portugal com a China.

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Terça-feira, 22 de Abril de 2014 JTM | OPINIÃO 25

• • • CARTOON • • •

ONTEM LISBOA FICOU PINTADA DE VERMELHO.

MAS ENFIM, COMO FOINUM DOMINGO PODE SERQUE NÃO TENHAM VISTO

PARECE APREENSIVA,VIZINHA

É POR CAUSADOS MERCADOS

1O recente anúncio, por parte do cônsul de Portugal em Macau, Vítor Sereno, de abertura da resi-

dência consular a exposições ou outros actos culturais, vem confirmar o dina-mismo que o representante português na RAEM trouxe ao desempenho do cargo e aos contactos com a comunidade portuguesa.

Vítor Sereno está a exercer muito bem as suas funções, é o homem certo no lugar certo. Reaproximou a comunidade portuguesa ao Consulado, arranjou par-ceiros locais para suprir as dificuldades financeiras oficiais, desdobrou-se em iniciativas várias e, aos poucos, está a dar vida à residência consular, demasia-da afastada das pessoas no passado, o que constituiu uma pena face ao espaço e dimensão daquela casa.

Tudo isso se deve ao trabalho do côn-sul, que tem ido para além das palavras. Geralmente, há aquela desconfiança em relação aos políticos e, até, aos diploma-tas devido à discrepância entre o que é dito ou prometido e a execução.

Não é o caso do nosso cônsul em

Residência aberta à comunidade

Macau. Ou muito me engano ou, daqui a uns anos, este homem será o futuro ministro dos Negócios Estrangeiros em Portugal.

Outros voos o esperam, certamente, mas, até lá, que o deixem ficar por cá, porque está a fazer obra.

2Há algo de estranho no comporta-mento do governo da Malásia no que concerne à divulgação de infor-

mações sobre o maior mistério do século XXI - o que aconteceu, onde está o avião da Malaysia Airlines.

As informações chegam parcas, confusas. Depois, desde que a empre-sa britânica revelou que o aparelho se despenhou algures no Oceano Índico, o executivo malaio decretou que todos que seguiam a bordo morreram.

Iniciadas as buscas, nada foi encon-trado, até ao momento. Agora, o mesmo governo prepara-se para decretar, ofi-cialmente, a morte de toda essa gente, emitindo certidões de óbito.

Onde estão os corpos, onde está o avião ou os seus destroços? Porquê foi decretada a morte de pessoas que nin-guém sabe onde estão? Porquê a pressa do governo da Malásia?

Tudo isto contribuiu para adensar o mistério.

3Houve alguém que disse que Ga-briel Garcia Márquez foi o maior escritor do século XX. Não sei se

foi, sei, mas todo o mundo sabe que foi o maior contador de histórias.

Histórias telúricas, ligadas à terra, com pessoas lá dentro, com uma emoção fervilhante e febril, como nos mostrou nas dezenas de páginas de Cem Anos de Solidão, sem pontuação, escritas por Gabo quando se encontrava...doente e com febre elevada!

Diz a lenda que pouco foi corrigido, quando Gabriel Garcia Márquez recupe-rou...

4Parabéns ao Benfica pela conquista do título nacional de futebol. Foi a melhor equipa, logo seguida por um

notável Sporting, renascido das cinzas, após época miserável e com um orça-mento baixo, jovens jogadores portugue-ses, um excelente treinador e um grande presidente.

Voltamos, então, ao Benfica que se re-dimiu dos falhanços clamorosos do ano passado. Por isso, esta vitória tem dois rostos - desde logo, o presidente Luís Filipe Vieira que, contra tudo e contra todos, manteve a aposta no treinador Jor-ge Jesus, cujas últimas imagens que dele retivemos a época passada, eram com as mãos agarradas à cabeça e ou de joelhos...

Caso vença a Taça de Portugal, o Ben-fica coloca um ponto final no jejum de 27 anos, isto é, desde essa altura, os encar-nados nunca mais ganharam, no mesmo ano, um campeonato e uma Taça de Por-tugal! Desculpem lá, é muito ano.

Por isso, se percebe e se aceita toda a euforia dos benfiquistas...

Mas o que é que aconteceu ao clube durante estes 27 anos?... * Jornalista

UM OUTRO OLHARJorge Silva*

O princípio da incerteza

CHOVER NO MOLHADOJoão Figueira*

Piloto de drones. Eis uma profissão de futuro re-ferida num trabalho jornalístico recente sobre as profissões que vão marcar as nossas vidas e

as sociedades, dentro de breves anos. Claro que estas previsões, como os rankings - sejam quais forem - es-tão longe de ambicionar algum rigor. É como dizer, como um estudo norte-americano de há uns meses, que as piores profissões são as de lenhador e de jor-nalista.

Olha-se, na esmagadora maioria dos casos, para o valor de mercado de cada profissão, às vezes para o stress e pouco para os contextos em que é exercida e para a realização pessoal que cada uma delas repre-senta para cada pessoa. Veja-se a corrida aos cursos de Medicina, vistos como a grande via para um empre-go certo e bem remunerado. O que ouvimos e vemos agora? O início do desemprego médico e a sua cres-cente perda de remuneração.

O que era certo ontem deixou de o ser hoje. O que era antes visto como um bom investimento é agora olhado com desconfiança e pessimismo. O nosso tem-po presente é o da incerteza e da imprevisibilidade e essas são, porventura e simultaneamente, a maior dificuldade e desafio que enfrentamos.

A economista Norrena Hertz, autora de vários

best sellers, de que o mais conhecido talvez seja, “O tigre e a serpente - como tomar decisões inteligentes num mundo confuso”, é uma das entusiastas dessa corrente de pensamento caraterizada pela incerteza, pelo motivo simples, afirma ela, de que hoje já não podemos saber como vamos do ponto A para o ponto B, porque na maior parte dos casos não sabemos qual é esse ponto B.

Colocados perante tal dimensão de incerteza, a mesma economista - como outros investigadores de áreas bem diferentes - alerta-nos para a falência das certezas de outrora, o que nos deve impelir a tornar o nosso pensamento mais flexível e desconfiado. No fundo, aquilo que nos é dito é que nos devemos pre-parar para a mudança permanente, o que só é possí-vel conseguir através do conhecimento. Embora por outras palavras e num outro contexto, o que Hertz

afirma aproxima-a do conceito de sociedade líquida do sociólogo Zygmunt Bauman.

Ao contrário da ideologia do instante que apenas pensa o conhecimento e a aprendizagem em função das necessidades conjunturais do mercado, Noreena Hertz - que tanto frequenta as sala alcatifadas de Da-vos como as iniciativas TED, ao mesmo tempo que aconselha grandes empresas e primeiros ministros de vários países - coloca o centro de gravidade no co-nhecimento, uma vez que só através dele e com ele é possível adquirir as competências necessárias à vida num clima marcado pela incerteza das profissões e do trabalho.

Olho para estas linhas e é-me impossível deixar de pensar nas enormes transformações operadas nos úl-timos 40 anos, tendo como inevitável referência a data que depois de amanhã celebramos. Quais as repercus-sões que Tiananmen teria tido, se em 1989 já houvesse redes sociais e a internet a funcionar nos termos em que hoje a conhecemos? E o próprio 25 de abril?...

Tudo era mais certo nesses tempos - razão porque até as ditaduras duravam mais e as nossa vidinhas eram mais certinhas.

* Professor de Jornalismo na Universidade de Coimbra e ex-residente em Macau.

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Terça-feira, 22 de Abril de 201426 JTM | LAZER

Realizador de “X-Men” contra-atacaapós ser acusado de abuso sexualDois dias depois de Bryan Singer ter sido acusado de abuso sexual de menor, o seu advogado garantiu ter facturas de cartão de crédito, contas telefónicas e diários de produção que comprovam que o realizador de “X-Men” não estava no Hawaii nem em Los Angeles nas datas alegadas no processo, mas sim em Toronto, no Canadá. Segundo a revista “The Hollywood Reporter”, Bryan Singer, de 48 anos, foi acusado de abusar de Michael Egan em 1999, quando o queixoso tinha 17 anos e mudou-se para Los Angeles com a família para apostar na carreira de actor. “As afirmações sobre Bryan Singer são completamente inventadas”, disse o advogado de Singer, manifestando-se “ansioso” por interpor uma acção contra as “acusações maliciosas” de Egan, “cidadão que quer os seus 15 minutos de fama”.

Cantora virtual japonesa vai abrir concertos de Lady GagaHatsune Miku, estrela holográfica virtual do pop japonês, vai abrir os concertos da digressão de Lady Gaga nos Estados Unidos no próximo mês, anunciou a cantora americana na rede social “Twitter”. “A minha cantora digital favorita abrirá a ‘tourneé’ “Artpop Ball”. Olhem como é bonita!”, escreveu a cantora. Hatsune Miku é fruto da colaboração de criadores de sintetizadores vocais e programas de imagens digitais, de um desenhador de “Manga” e de uma comunidade de fãs de tecnologias que a transformaram em musa. Depois de Hastune Miku (de 6 de Maio a 3 de Junho), o grupo sul-coreano Crayon assumirá os concertos de abertura de Lady Gaga. A partir de Agosto, a digressão segue para o Japão, Austrália e Europa.

Elle Macpherson diz que ser madrasta é uma “dádiva”Elle Macpherson, a supermodelo que se tornou designer de lingerie, herdou mais três filhos com o casamento com o bilionário Jeffrey Soffer em Agosto de 2013, e garante que os trata como se fossem os seus. “Tornar-me madrasta foi a maior dádiva de todas e adoro a minha relação com os cinco. Acho que o amor faz maravilhas pelas mulheres. Ser mãe é a minha maior conquista e os meus filhos fazem muito por isso”, confessou à revista australiana “Who”. A beldade - que ganhou o apelido de “O Corpo” - afirmou ainda que não tem problemas em ter chegado recentemente aos 50 anos, confessando que passou o aniversário sem muitos alaridos, já que não tem muito do que se queixar.

A rainha da bateria

Apesar dos créditos firmados na sua

carreira de modelo, Bianca Leão esconde

uma paixão que, até agora, alimenta

apenas nas horas vagas: tocar bateria. A modelo brasileira

já chegou mesmo a ter uma banda de garagem mas as solicitações da

moda deixam-lhe pouco tempo livre.

“Por agora estou focada na minha

carreira de modelo, talvez quando for

mais velha retome a música”, afirmou.

Salão Comendador Ho Yin • 25-28 de Abril, 2014 - 18:00 Horas

Associação 25 de Abril

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Terça-feira, 22 de Abril de 2014 JTM | LAZER 27

Gente Gira Envie as suas fotos para: [email protected]

O que falta em Macau? por Vanessa Verdiana

Ao longo do tempo, temos visto a grande mudança de Macau. Para mim, seria importante mudar o

custo das rendas das casas. As famílias mais antigas de Macau não sentem o mesmo que o resto da população, pois têm o benefício de terem adquirido uma casa a um custo claramente mais baixo do que é hoje em dia. Em segundo lugar, a poluição. A média de rendimentos de cada residente que trabalha é algo ele-

vada, tendo o poder de comprar, não só um carro, mas vários. Penso que deveria haver um limite para o núme-ro de automóveis adquiridos por família para diminuir o número de carros que circulam. Por outro lado, o custo dos parques de estacionamento também devia ser regu-lamentado. Em Macau também fazem falta parques de di-versões e locais apropriados para crianças e adolescentes. Para além disso também penso que seria importante a construção de um centro comercial decente para não ser

necessário ir a Hong Kong fazer compras. Macau é com-parado a Las Vegas, sendo denominado de “Las Vegas da Ásia”. Mas será que é verdade? Podemos dizer que os ca-sinos de Macau claramente lucram mais, mas não se de-via comparar a qualidade de vida. Falei com pessoas que estiveram em Las Vegas e que disseram que há lá muito mais opções nocturnas e diurnas. Por isso, acredito que se devia tentar melhorar a qualidade das discotecas e bares, que em Macau são muito virados para a prostituição.

Prova de AmorTomás Gaspar Carvalho aproveitou a vinda da namorada a Macau para a pedir em

casamento. Entretanto, ela foi para Barcelona e com a ajuda de Bernardo Dias, o jovem noivo quis deixar algumas mensagens de amor a Maria João.

Parabéns Jane!Jane Martins vive em Macau há 28 anos e celebrou recentemente o quinquagésimo

aniversário. Como presente, o marido Nor e a Martinha ofereceram-lhe um bolo que rematou um jantar muito agradável.

Mergulho nas alturas

em SingapuraManu Sousa aproveitou as férias escolares dos filhos

para uma pequena viagem em família, até Singapura. A

fotografia foi tirada na piscina do Marina Bay Sands, um dos complexos mais famosos da

Cidade-Estado que é operado pelo grupo Las Vegas Sands.

Prenda de aniversário

especialAngelina Assunção,

Bianca Christina e Sandra Pinto aproveitaram o

aniversário de uma amiga para passarem uma tarde relaxada. As três amigas

escolheram o hotel Sofitel e presentearam a aniversariante com banhos e massagens.

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28 JTM | ÚLTIMA Terça-feira, 22 de Abril de 2014 • Fecho da Edição • 23:45 horas

Sempre

“Uma revolução autonomamente dirigida por militares com o objectivo prioritário de encontrar uma saída política para o impasse colonial, num país anestesiado por décadas de autoritarismo obscurantista e com escassa implantação de forças políticas e respectivas correntes ideológicas, dificilmente poderia escapar quer à tentação de uma tutela militar mais ou menos longa, quer à emergência de insanáveis contradições entre as opções estratégicas a seguir pelas diferentes facções da sua elite dirigente. ”

Excerto da intervençãodo Prof Doutor António Reis

Associação 25 de Abril

A Revoluçãodo 25 de Abril

Conferência pelo Professor Doutor António Reis

Dia 25 de Abril, às 18hSalão Stanley Hodo Clube Militar

Desde que Pequim alertou para a ne-cessidade de prevenir os perigos da mono--indústria local, que a palavra mais ouvida tem sido “diversificação”.

A palavra conseguiu unanimidade. Dos mais velhos aos mais novos, do Governo ao mais apolítico cidadão, todos estão de acor-do que é preciso diversificar. E depressa... e dentro do sector dos serviços, a única aposta possível.

O consenso termina quando se pretende saber como diversificar a economia local. Cada um tem debaixo da língua uma res-posta conforme os seus conhecimentos pro-fissionais ou gostos pessoais, sem cuidar de sólidos aprofundamentos.

O Governo, a quem a maior parte atribui a responsabilidade da diversificação, tam-bém não ajuda muito. Tem um vago plano da promoção de indústrias criativas, que até hoje se revelou pouco criativo, e, pelo con-trário administrativamente parece bloquear os privados de criarem novos espaços para serem usufruídos pelos habitantes e turistas.

O estado desolador em que se encon-tram as margens dos lagos Nam Van no centro da cidade, é um exemplo. No Nam Van e no Sai Van, para onde ninguém pen-sou num verdadeiro circuito pedonal, não existe uma esplanada aberta, nem animação diurna ou nocturna e a fonte com raios lazer, que podia ser um grande atractivo, deixou de funcionar desde as calendas.

Uma tristeza...

ENPASSANTJosé Rocha Dinis

Uma tristeza...

Carruagens do Metro Ligeiro em testesA empresa japonesa Mitsubishi já concluiu a montagem de 60 das primeiras 110 carruagens encomendadas para o sistema do Metro Ligeiro de Macau. An-tes de saírem da fábrica da empresa, localizada no Japão, os comboios foram submetidos a uma série de ensaios técnicos nas linhas de ensaio. A estrutura das carruagens do Metro de Macau é composta por três partes: o comboio, o “bogie” e os equipamentos a instalar no interior. De acordo com o Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes, a inspecção do desempenho de segu-rança dos comboios está também a ser assegurada por uma entidade externa, que é responsável por emitir pareceres sobre todo o projecto do Metro Ligeiro.

China puniu mais 142 funcionários por violação das regras anti-burocraciaA China puniu mais 142 funcionários na semana passada por violarem as “oito regras anti-burocracia e formalismo” decretadas pela nova liderança do país, anunciou ontem a Comissão Central de Disciplina do Partido Comunista. Três casos foram descobertos em duas grandes empresas estatais e os restantes em 27 províncias, entre as quais Pequim, precisou a Comissão, sem especificar o tipo de punição. As “oito regras”, destinadas a combater o esbanjamento de fun-dos públicos em banquetes, trocas de presentes e conferências, foram impostas em Dezembro de 2012, poucas semanas depois de o actual Presidente Xi Jinping, assumir a chefia do PCC. Logo no primeiro ano, a Comissão puniu 25.855 fun-cionários, 29% dos quais por uso indevido de viaturas do Estado, e só em Março passado foram relatados 4.599 casos. Antecipando-se às celebrações do 1º de Maio, Xu Chuanzhi, responsável da Comissão, prometeu “tolerância zero” e “severo castigo” aos que violarem as regras. “Na sua forma mais descarada, os problemas relacionados com estilos de trabalho perniciosos diminuíram desde há um ano, mas há alguns que continuam, às escondidas”, disse.

Arresto de navio por dívidas de guerra causa novo atrito entre Pequim e TóquioO Japão avisou ontem a China que o arresto de um navio mercante nipónico em Xangai devido a dívidas do período que antecedeu a II Guerra Mundial poderá minar as relações diplomáticas entre os dois países. O ministro por-ta-voz do Japão, Yoshihide Suga, disse que a apreensão afecta a declaração conjunta de 1972, na qual Pequim concordou em renunciar “aos pedidos de compensação ao Japão pelos danos causados pela guerra”. O Tribunal Maríti-mo de Xangai informou, no sábado, ter ordenado o arresto do “Baosteel Emo-tion”, propriedade da Mitsui OSK Lines, atracado num porto da província de Zhejiang (leste da China), com vista à execução de uma sentença proferida em Dezembro de 2007. O arresto terá sido ordenado após uma decisão judicial que condenou a japonesa Mitsui a pagar mais de 200 milhões de patacas pelo aluguer, há cerca de 80 anos, de dois navios chineses que foram, depois, afundados na II Guerra Mundial.