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FOTOGRAFIA Maria José Vicentini Jorente

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FOTOGRAFIA

Maria José Vicentini Jorente

Representação

sinônimo de imagem mental e padrão neural,

forma pela qual se interelacionam e se

incorporam estímulos

Cada nova situação é acervo, ou estoque informacional

Indivíduos diferentes, mas fisiologicamente semelhantes têm

resultados de percepções parcialmente comuns, padrões que

possibilitam comunicação de suas experiências.

Representações Externalizadas segundo alguma técnica

uso de tecnologias de informação e representação disponíveis

codificações e linguagens desenvolvidas a partir das

necessidades.

Problema central da representação da informação imagética

Reprodutibilidade (à medida que as sociedades incorporam números maiores de indivíduos)

Renascimento

Aparecem diversos tipos de lentes para captura de imagens

Modelo - anatomia do olho como mecanismo ótico fragmentável

Fotografia (1839) junção de dois processos científicos diferentes:

um ótico e um químico

completo sistema de representação e documentação de

informação visual, situado entre as matrizes tecnológica, científica

e artística

1888 - George Eastman

adapta a tecnologia aos

rolos de celulose (filme)

máquina “portátil”

Kodak, revolução

tecnológica - caráter

expansionista

fotografia como

tecnologia

informacional

Século XX Progressivo aumento da capacidade de captura de luminosidade

e melhoria na qualidade de imagem em novas lentes e câmaras.

Barateamento pela produção massiva

mesmo para os que

não fotografam, o

mundo é inundado

pelas imagens

fotográficas

disseminadas em

todos os meios de

informação.

diversas formas de

manipulação: a crença na

neutralidade das

imagens, após um

primeiro momento

positivista, mostra-se

totalmente infundada.

Ampliação do imaginário, somatória do aprendizado de

formas de representação do meio-ambiente Transformam-se as relações individuais com o meio

Determinam-se novas formas de cognição

Percepção humana em transformação constante: diferentes formas de existência no meio

transmissor, em que a percepção é determinada não só pela natureza, mas pelas circunstâncias

históricas e pela intermediação tecnológica (BENJAMIN, 2005)

Reprodutibilidade determinante de novas formas de ver, direcionando a educação das

massas: Imagens reorganizadas em novos sistemas são inseridas em

situações de ressignificação por meio de ações criativas, patrocinadas pelas

novas tecnologias de informação e comunicação.

A reprodutibilidade opõe-se à obra única, inacessível ao corpo social como

conjunto

novo código visual da fotografia altera e alarga as noções do que vale a pena olhar e o

direito de observar. Nova gramática e ética do olhar, sensação de poder conter todo o

mundo – uma antologia de imagens. (SONTAG, 2000, p.1)

Fotografia Informações não são geradas no interior da imagem, mas do seu exterior, a

partir de experiências prévias já mentalmente organizadas, induzidas por um

determinado enquadramento selecionado de formas já conhecidas, já

nomeadas ou simplesmente elaboradas precariamente e reafirmadas pela

experiência (muitas vezes inclusive de origem não fotográfica como as da pintura).

papel essencial na primeira

metade do século XX (só

comparável ao que o

computador pessoal (PC)

desempenha na segunda

metade do mesmo século).

Fotografia

dos modos de representação menos capazes de transmitir uma informação precisa.

Única informação precisa é: “eu sou uma fotografia: não sou uma pintura, um desenho,

um fotograma, etc, mas produto de uma tecnologia singular, no intuito de aproximar o

mundo”.

Um contrato de confiança se instaura entre receptores e emissores de imagens

fotográficas (CAUJOLLE, 2002)

Imagem Produção de imagens digitais na era pós-industrial : aparentada da técnica fotográfica

CCDs dispensam filmes para capturar e armazenar imagens em chips de memórias

Câmaras digitais transferem as imagens capturadas para computadores, alimentados

por programas de imagem - contemporaneidade traduzida pelo computador,

máquina/tecnologia informacional a partir da década de 1970

mudança de paradigma, de óptico para numérico.

Tecnologias e técnicas

combinadas - imagens

vistas em monitores e

dispositivos móveis,

telefones celulares e

ipods, impressas, ou

mandadas via correio

eletrônico e/ou RSS.

Imagens de fora do

planeta, capturadas

por sondas da Nasa

Novos mundos criados por simulação; imagens e informações penetram os indivíduos,

misturam-se com eles, sem que disso se tenha consciência.

Em sua virtualidade passam a ser habitadas como extensões corporais e depois a se

reproduzir; como corporificações, as imagens ganham independência das culturas que

integram (André Parente 1993).

Sujeitam, não são mais objetos:

Computação gráfica e a comunicação global dos efeitos produzidos homogeneízam

olhares, imaginário, criatividade e ações, embora nem todos os receptores tenham o

domínio da técnica ou da tecnologia; o trânsito das informações imagéticas permitidos

pelos instrumentos legais de apropriação e reuso requer uma reconstrução de

universos

industrialização da imagem Técnica como meio de percepção que transforma as visões de mundo

Problemas propostos pela imagem

como informação Como descrever, linguagens por meio das quais modelizar a descrição representativa,

instrumental de pesquisa e representação, funcionamento e funções, técnicas,

ferramentas, manualidade e/ou automação, introdução de novos sistemas

computacionais, reflexões que avaliem, qualifiquem, selecionem e impulsionem a

conceituação na Ciência da Informação.

A artificialidade do processo de representação é trazida à tona como as construções

mentais realizadas. A percepção de que os sistemas de informação e comunicação se

entrelaçam aos sistemas das tecnologias que os propiciam, passando por

reestruturação significativa e processos de rupturas e reorganizações faz legítima e

necessária uma experimentação consciente e sistemática,

A compreensão de determinadas formas de informação passa ao

domínio de castas com formação específica e assim permanece

até a atualidade

[...] A memória é uma

atividade psíquica que

encontra na fotografia

seu equivalente

tecnológico moderno.

... a fotografia é tanto um

fenômeno psíquico

quanto uma atividade

óptica-química.

(DUBOIS, 1994, p. 316).

Jogos Intersemióticos

Formas de expressão, permeadas principalmente dos universos da fotografia e do

cinema, da arquitetura e da publicidade, fundamentam nelas uma nova espacialidade.

Produzem, no lugar do ambiente arquitetônico, um espaço-tempo cinematográfico, que

transcende o conceito de espaço edificado; uma ambiência conceitual que constrói as

formalizações dos multimeios atualmente utilizados

Urgenciada necessidade de aprendizado = manutenção da capacidade crítica dos

olhares no contemporâneo, em relação à informação tramitada pelos meios

imagéticos e multimidiáticos

Intersemioses Digitais, Informação e Tecnologia Aprendizado das estruturas de novos sujeitos informativos

Desde 2007, o grupo realiza estudos com as matrizes semióticas da linguagem

imagética produzida numericamente, simultaneamente à produção teórica de resenhas

traduções intersemióticas

Experimentação é sistematizada no curso de Pós-Graduação em Ciência da

Informação, no campus da Unesp de Marília, em laboratórios com alunos de graduação

do curso de Biblioteconomia.

Previstos aprofundamentos textuais das discussões implicadas nos novas estruturas

imagéticas correntes, bem como em suas articulações sintáticas, semióticas e

intersemióticas. Estes constituirão estudos integrados à comunicações futuras aos

pares, para discussão no campo de pesquisa da Ciência da Informação.

Referências

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