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Deputado estadual Walney Rocha assume secretaria em Nova Iguaçu Lobão fala dos bastidores da Caixa Beneficente da PM Cabral se diverte enquanto PM é sepultado JORNAL Órgão informativo do Clube de Cabos e Soldados da PMERJ FOX www.cbpmerj.com.br Arquivo/Pedro Pantoja VIOLÊNCIA Latrocínio foi crime que mais cresceu no estado do Rio este ano Pág 2 O presidente da Asso- ciação dos Magistrados do Brasil - Seção Rio de Janeiro - Desembar- gador Roberto Felinto esteve reunido com os dirigentes do Clube de Cabos e Soldados da Policia Militar, onde foram abordados diver- sos assuntos jurídicos e das áreas de atuação da instituição. Um dos assuntos abordados foi a Lei 4848 que deter- minava a consignação na carteira da patente adquirida pelo PM na ocasião da reforma. Jorge Lobão presiden- te do CCS-PM, defende a o resgate da valida- de da lei considerada incosntitucional pela Justiça por ter sido iniciativa de um depu- tado, mas tendo sido sancionada pela go- vernadora. Na ocasião Felinto foi homenage- ado pelos dirigentes. Pág 6 A Caixa Beneficente já distribuiui entre associados e beneficiários mais de 20 mil cestas básicas o que representa cerca de 400 toneladas de alimenttos. Todos os meses o atendimento é feito na na Rua Pedro I - 16 na Praça Tira- dentes e a única reclamação dos con- templados está relacionado ao peso cada vez maior das bolsas. Pág 8 Uma justa homenagem Conheça todos os detalhes da administração SORTEIO Associado da Caixa será contemplado com uma casa mobiliada Pág 2 Desembargador recebe troféu do CCS-PM por serviços prestados Familiares de PMs comparecem todo o mês para receber a cesta básica DOAÇÃO Caixa Beneficente já distribuiu quase 100 cartas de doação aos moradores Pág 7 IRMANDADE Trabalho cristão de cunho social realizado com solidariedade e muita fé Pág 2 Decisão da 9ª Câmara Cível confirma sentença que determinou devolução de R$ 6 milhões retidos pelo Estado Jorge Lobão abre a ‘caixa preta’ da instituição e revela tudo que aconteceu desde a sua chegada a CBPMERJ Missa agradece graça alcançada na Justiça A missa de ação de graça foi celebrada na tradicioal Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no Centro do Rio de Janeiro O governador Sérgio Cabral parcipou da Parada Gay, em Copacabana e lembrou que legalizou a união estável para os servidores públicos Ao mesmo tempo, o cabo Emerson, morto por bandidos em serviço, era sepultado em Sulacap. Mais um para engrossar as estascas - Pág 7 400 toneladas de alimentos Coronel Braga parcipa da solenidade, onde a CBPM doa casas para os PMs O sonho vira realidade Fotos de divulgação Fellippo Brando Divulgação CCS-PM Arquivo CBPM Divulgação ascom

FOX 5º ED-2

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Page 1: FOX 5º ED-2

Deputado estadual Walney Rocha assume secretaria em Nova Iguaçu

Lobão fala dos bastidores da Caixa Beneficente da PM

Cabral se diverte enquanto PM é sepultado

JORNAL

Órgão informativo do Clube de Cabos e Soldados da PMERJ FOX

www.cbpmerj.com.br

Arquivo/Pedro Pantoja

GRATIDÃO Procuradoria Geral do Estado recebe homenagem do CCS-PMPág 5

VIOLÊNCIALatrocínio foi crime que mais cresceu no estado do Rio este anoPág 2

O presidente da Asso-ciação dos Magistrados do Brasil - Seção Rio de Janeiro - Desembar-gador Roberto Felinto esteve reunido com os dirigentes do Clube de Cabos e Soldados da Policia Militar, onde foram abordados diver-sos assuntos jurídicos e das áreas de atuação da instituição. Um dos assuntos abordados foi a Lei 4848 que deter-minava a consignação

na carteira da patente adquirida pelo PM na ocasião da reforma. Jorge Lobão presiden-te do CCS-PM, defende a o resgate da valida-de da lei considerada incosntitucional pela Justiça por ter sido iniciativa de um depu-tado, mas tendo sido sancionada pela go-vernadora. Na ocasião Felinto foi homenage-ado pelos dirigentes. Pág 6

A Caixa Beneficente já distribuiui entre associados e beneficiários mais de 20 mil cestas básicas o que representa cerca de 400 toneladas de alimenttos. Todos os meses o atendimento é feito na na Rua Pedro I - 16 na Praça Tira-dentes e a única reclamação dos con-templados está relacionado ao peso cada vez maior das bolsas. Pág 8

Uma justa homenagem

Conheça todos os detalhes da administração

SORTEIOAssociado da Caixa será contemplado com uma casa mobiliada Pág 2

Desembargador recebe troféu do CCS-PM por serviços prestados

Familiares de PMs comparecem todo o mês para receber a cesta básica

DOAÇÃOCaixa Beneficente já distribuiu quase 100 cartas de doação aos moradores Pág 7

IRMANDADETrabalho cristão de cunho social realizado com solidariedade e muita féPág 2

Decisão da 9ª Câmara Cível confirma sentença que determinou devolução de R$ 6 milhões retidos pelo Estado

Jorge Lobão abre a ‘caixa preta’ da instituição e revela tudo que aconteceu desde a sua chegada a CBPMERJ

Missa agradece graça alcançada na Justiça

A missa de ação de graça foi celebrada na tradicioal Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no Centro do Rio de Janeiro

O governador Sérgio Cabral participou da Parada Gay, em Copacabana e lembrou que legalizou a união estável para os servidores públicos

Ao mesmo tempo, o cabo Emerson, morto por bandidos em serviço, era sepultado em Sulacap. Mais um para engrossar as estatísticas - Pág 7

400 toneladas de alimentos

Coronel Braga participa da solenidade, onde a CBPM doa casas para os PMs

O sonho vira realidade

Fotos de divulgação

Fellippo Brando

Divulgação CCS-PM

Arquivo CBPM

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Page 2: FOX 5º ED-2

Rua Pedro I, nº 16, Praça Tiradentes - Centro - Rio de Janeiro / RJ

Fundador: Carmelos Ferreira da Silva

O Jornal FOX é produzido pela Panorama Comunicação da Baixada LTDA

Repórter: Alessandra Roza

Diretora Comercial: Jânia Bizarelli

Projeto Gráfico e Diagramação: Genaro Braga Tel: 9123-8104 [email protected]

Tiragem: 20 mil exemplares

Editor Chefe: Rogério Sant’Anna

Edição Ano 1 Nº 05. O Jornal Fox é órgão oficial de divulgação do Clube de Cabos e Soldados da PM, editado e publicado pela Panorama Comunicação

Os nossos colaboradores não possuem obrigações de horário ou continuidade, não mantendo nenhum vínculo empregatício com esse Jornal FOX, em consonância com a Lei de Imprensa

5250/67. Os conceitos emitidos pelos colunistas e matérias assinadas são de inteira responsabilidade dos mesmos.

FOX

IMPR

ESSO

Redação / Comercial - Telefax- 3852-9286

Sempre disposto a contribuir com ações de inteligência, o presidente do CCS-PM, Jorge Lobão, apresentou um plano para combater a criminalidade sem disparar um tiro sequer. Ele defende as aplicações dos Artigos 59 e 60 das Leis de Contravenções Penais para deter pessoas que estejam em situação de vadiagem, com o objetivo de tirar de circulação os grupo de desocupados ou delinqüentes que ocupam as ruas e praticam diversos delitos

DesConTo 1%Irmandade da PM apela por ajuda

“... Pois é dando que se recebe...” o trecho da Oração de São Francisco reflete bem o que acontece com as pessoas que abrem mão de parte do que tem para atender ao próximo. Mesmo diante dos baixos salários da classe, alguns policiais militares ainda pensam no futuro das crianças e mantém em seus contracheques o desconto de 1% do seu soldo do Estado a fim de contribuir para a Irmandade da Polícia Militar do Rio de Janeiro a principal responsável pela missa de ação de graças enco-mandada pela Caixa Beneficente, re-alziada pelo padre Roque, na Igreja Nossa Senhora do Carmo, uma vez que a igreja localizada no Quartel General da corporação, também no Centro, passa por obras.Porém, nem tudo é motivo de orgul-ho. Afinal, enquanto muitos profis-sionais se esforçam para manter os serviços de assistência sobre os atos de trabalho, advocacia, entre outros benefícios, oferecidos pela Irman-dade, alguns policiais cancelam os descontos sem ao menos conhecer o belo trabalho comandado pelo coronel Edson Gomes Moreira. “É um valor singelo que o PM desconta de seu salário para ajudar muitas cri-anças que estão com as mãos esten-didas aguardando essa ajuda”,disse o coronel Moreira que assumiu a função, após o falecimento do coro-nel Luiz Gonzaga da Silva. A história conta que em 1870, ao voltar dos Campos de Batalha (Paraguai),o tenente coronel Joaquim Antônio Fernandes de Assumpção, que havia sido nomeado Comandan-te Geral do Corpo Militar de Polícia da Corte erigiu uma nova capela a Nossa Senhora das Dores, em ação de gra-ças às vitórias obtidas pelo 31º Batal-hão de Voluntários (atual PMERJ) sob o seu comando. Inaugurada em 1881, a capela ganhou o nome de “Sete Dores de Nossa Senhora”, em ligação ao seu dia de Nossa Senhora das Dores, representando todos os sofrimentos e aflições passadas por MARIA SANTÍSSIMA.Sua Santidade nos momentos difí-ceis que passou na prisão teve sem-pre como alento a perseverança, o exemplo de fé e determinação de Nossa Senhora para enfrentar todos os acontecimentos com referên-cia a vida de Jesus. Assim também foi estabelecido o paralelo entre as situações difíceis de Nossa Senhora e a vida policial militar. Em 1881, foi fundada a Irmandade de Nossa Sen-hora das Dores, hoje Arquiepiscopal das Dores, constituída dos Oficiais do Corpo, com fins religiosos e be-neficentes. A Arquiepiscopal Impe-rial Irmandade de Nossa Senhora das Dores, foi criada três meses após o fim da construção da capela erguida no antigo Quartel dos Barbonos, hoje Quartel General da PMERJ, com a missão de administrar e cuidar de todos os bens pertencentes à Igreja, bem como atender aos irmãos de-votos a ela filiados: assistência social, amparo aos órfãos do sexo feminino, em educandário de perfeito funcio-namento, onde graças ao espírito compreensivo de solidariedade de todos os elementos da Polícia Militar que contribuem.

Cidade Rio tem mais homicídios que SP em 2007Dados do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apresentado em São Paulo, apontam que em 2007, pela primeira vez, o Estado do Rio de Janeiro ultrapassou o número absoluto de homicídios registrados em São Paulo. Segundo o levantamento, foram 5.504 assassinatos no Rio, contra 4.877 no Estado paulista. Com relação à concentração de homicídios por número de habitantes, o Rio fica atrás apenas do Espírito Santo, com 35 assassi-natos por 100 mil habitantes. O Estado capixaba teve 41,6 por 100 mil habitantes.Página 02 - NovembRo /2008

Quase 60% dos brasileiros com idade de 5 a 13 anos que trabalhavam em 2007, eram pretos ou pardos

“A insegurança cresce a cada dia no Rio de Janeiro e as autori-dades parecem im-

potentes para conter esta escalada”. Este comentário foi feito pelo presi-dente do Clube de Cabos e Soldados da PM, Jorge Lobão ao analisar os dados do novo balanço do Instituto de Segurança Pública (ISP) sobre a incidência criminal, revelado nas primeiras semanas de outubro, cujo apontou que a violência dobrou no Rio de Janeiro. Entre os crimes que mais fizeram vítimas, o campeão é o latrocínio, roubo seguido de morte. Houve aumento de 110,0%. O relatório revela ainda que no acu-mulado dos sete primeiros meses de 2008 foram 128 vítimas e 99 no mesmo período de 2007. Este delito apresentou aumento de 29,3% em relação aos sete primeiros meses do ano passado. Em relação ao mês anterior, foi registrado um aumento de 10,5%.Lobão defende a aplicação dos arti-gos 59 e 60 da lei de contravenções penais, que dá a polícia autoridade para deter pessoas que estejam em situação de vadiagem. Proposta que tem como principal objetivo tirar de circulação os grupos de desocupa-dos ou delinqüentes que ocupam as ruas da cidade e praticam diversos delitos, provocando este aumento na criminalidade. Os números contabilizados pelo Nú-cleo de Pesquisa em Justiça Crimi-nal e Segurança Pública – NUPESP - registraram queda em 17 tipos de ocorrências, aumento em outras

15, além de um delito apresentar a mesma incidência se compara-do à pesquisa referente aos sete primeiros meses do ano passado.Os números de homicídios continu-am em queda. O período de janeiro a julho de 2008 totalizou o menor número de vítimas de homicídios dolosos em toda a Série Histórica, desde 1991. É importante registrar que o acumulado do ano (janeiro a julho de 2008) apresentou o maior número de vítimas no delito lesão corporal culposa no trânsito em toda a série histórica, desde 1997. Outra análise que merece destaque é o total de prisões e apreensões de crianças/adolescentes, realizadas no mês de julho em todas as formas de comparação, pois apresentou uma significativa melhora. Em compara-ção a Julho de 2007, houve aumen-to de 7,6% (mais 11 apreensões). No acumulado dos sete primeiros meses de 2008 foram 1.072 apreen-sões e 1.096 no mesmo período de 2007.Outros índices como furto de veícu-los tiveram aumento de 1,5% (mais 26 casos). Roubo a transeunte cres-ceu 30,5% (mais 1.384 vítimas). No acumulado dos sete primeiros me-ses de 2008 foram 39.218 vítimas e 32.987 no mesmo período de 2007. Este delito apresentou aumento de 18,9% (mais 6.231 vítimas) em relação aos sete primeiros meses do ano passado. Em relação ao mês anterior, foi registrado um au-mento de 6,7% (mais 370 vítimas). Também teve elevação o roubo de aparelho celular.

Violência em dobro no Rio

Trabalho infantil predomina entre negros, indica IBGEConstituião proibe trabalho para menores de 16 anos, mas o Brasil não respeita A maioria das crianças que trabalha ilegalmente no Brasil é preta ou par-da. Divulgada a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) revela que 59,5% dos brasileiros com idade entre 5 e 13 anos que tra-balhavam em 2007 eram pretos ou pardos. Elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa mostrou que o número de brasileiros na faixa etária de 5 a 17 anos que trabalhavam diminuiu no ano passado em relação à 2006, mas ainda representava 4,8 milhões de crianças e adolescentes.A Constituição Federal proíbe o tra-balho para pessoas com menos de 16 anos, a não ser na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. Entre as quatro divisões etárias estabeleci-das na pesquisa, o maior percentual

de pretos e pardos foi registrado en-tre as mais novas. De acordo com o IBGE, 69,6% das crianças com idade entre 5 e 9 anos que trabalhavam em 2007 eram pretas ou pardas. Na faixa de 10 a 13 anos, esse índice era de 65,1%.As crianças trabalhadoras de 5 a 13 anos somavam cerca de 1,257 mil-hão no ano passado. A maioria, do sexo masculino, estava empregada na agricultura e tinha renda familiar per capita mensal inferior a um sa-lário mínimo. Entre as mais novas, o rendimento era o menor: R$ 189. Entre os adolescentes de 14 a 17 anos e que podem trabalhar na condição de aprendiz, os pretos e pardos tam-bém predominavam. Entre aqueles de 14 e 15 anos, 67,7% eram classi-ficados como tal, assim como 55,4% dos ocupados com 16 e 17 anos.

Retrato

Assalto seguido de morte é o crime que mais cresce

Arquivo/ CCS

www.cbpmerj.com.br

Presidente: Jorge Lobão

Page 3: FOX 5º ED-2

NOVEMBRO - 2008 - Página 03

Especial

T arde de sábado, Centro da cidade deserto, durante um encontro que durou mais de três horas com a equipe do Jornal FOX, o presidente

da Caixa Beneficente da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBPMERJ), Jorge Lobão, resolveu abrir o jogo e falar tudo so-bre o dia-a-dia e o funcionamento da cen-tenária instituição policial militar. Durante a descontraída e reveladora conversa, Lobão falou de receitas e despesas, contabilizou os benefícios pagos, enumerou os proces-sos judiciais, falou das estratégias de sua gestão e contou com detalhes os camin-hos que trilhou até chegar à presidência da CBPMERJ.Durante a entrevista um momento de grande emoção: Lobão vai às lágrimas, ao lembrar-se do assassinato do amigo de di-versas jornadas. Com o crime, ele acaba sucedendo Ary Lopes. Nesta matéria especial do Jornal FOX, você terá a oportunidade de conhecer detalhes do funcionamento e da administração da Caixa Beneficente.

FOX - O que é a Caixa Beneficente da PMERJ?

LOBÃO – A Caixa Beneficente é originada do Decreto Legislativo Federal nº 1095, de 1903, quando o então presidente da república, Rodrigues Alves, criou e regulamentou uma Caixa Beneficente na Brigada Policial da Capital. Após a criação, a instituição teve a sua denominação modificada para Caixa Beneficente da Polícia Militar do Distrito Federal, Decreto 3.493/38, Caixa Beneficente da Polícia militar do Estado da Guanabara, Decreto 408/1965, e após a fusão, Caixa Beneficente da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.Em 1995, através de uma uniformização de jurisprudência, a Justiça entendeu que a Caixa Beneficente deveria ser dirigida por representantes eleitos pelos associados, uma vez que a instituição era mantida através da contribuição dos policiais militares, e por isso, ela deveria se adequar as condições da outras entidades na mesma situação. Então, foi ai que um grupo de associados, após uma

convocação na imprensa, promoveu a eleição para o cargo eletivo, onde saiu vitorioso o meu saudoso amigo Ary Lopes Santos.

FOX - Como o Sr. chegou a presidência da Caixa Beneficente?

LOBÃO - Na ocasião, o então presidente do Clube de Cabos e Soldados da PM, Ary Lopes resolveu montar uma chapa e me convidou a participar como candidato a vice-presidente para eleições para diretoria da CBPMERJ que viria a ser realizada em 15 de janeiro de 1999. O pleito aconteceu e a chapa única liderada Ary Lopes foi eleita por aclamação. O resultado do pleito foi comunicado através de requerimento próprio, ao então comandante geral da PM Dorasil Corval que não se pronunciou a respeito, mantendo assim os dirigentes indicados a frente à instituição. Em seguida, o coronel Dorasil foi substituído pelo coronel Sérgio da Cruz e novo requerimento foi enviado e a resposta novamente foi o silêncio.

FOX – Então as eleições não valeram?

LOBÃO – Valeram sim, mas a efetivação de seu resultado só aconteceu anos depois. Afinal, diante da indiferença do Comando

Geral da PM não restou alternativa à diretoria eleita, a não ser recorrer a Justiça, dando início assim a uma longa e cansativa batalha jurídica. O processo que tinha como objetivo o reconhecimento legal das eleições de 15 de janeiro de 1999, ficou entregue ao juiz Álvaro Henrique. Após três anos de processo com a concessão de quatro liminares, o juiz reconheceu através de sentença longa, com 12 folhas a legitimidade e o direito da diretoria eleita. Vale lembrar que neste intervalo, o então governador Anthony Garotinho revogou o decreto 9633, tornando assim a Caixa Beneficente uma instituição privada.

FOX – Agora tudo passa acontecer?

LOBÃO – Ainda não. Apesar da sentença e da revogação do decreto feito pelo governador, a diretoria indicada recorreu ao Tribunal de Justiça que por sorteio designou a 10ª Câmara Cível que manteve a decisão da sentença e em seguida ao Superior Tribunal de Justiça que através do despacho do ministro Carlos Alberto Direito sepultou as pretensões da diretoria indicada dando posse imediata ao presidente eleito Ary Lopes. A decisão final sai em 24 de dezembro de 2003.

Presisente Jorge Lobão expli-ca o imbróglio jurídico que a Caixa Beneficente enfrentou até tornar-se uma instituição privada. Ele também lembra as péssimas heranças da gestão dos 11 coronéis, denuncia como estavam os cofres da CB e o que foi pre-ciso fazer para acabar com cabide de empregos

Lobão abre a ‘caixa preta’ da Caixa Beneficente

Presidente revela tudo que aconteceu nos bastidores da centenária instituição policial militarComo tudo começou

FOX – Como vocês encontram a instituição. As contas estavam em dia?

LOBÃO – Quando assumimos a situação era caótica. Não tinha dinheiro em caixa, as contas correntes estavam zeradas, os com-promissos vencidos e o patrimônio comple-tamente dilapidado. Para que vocês ten-ham uma idéia, encontramos várias notas ficais de serviços e de material para reforma da pousada Ilha Grande que totalizavam R$ 250 mil e com três meses de mandato fomos surpreendidos com o desabamento do teto durante uma forte chuva que provocou a in-terdição da pousada pela Defesa Civil. Além

disso, a pousada de São Pedro da Serra, em Friburgo, na Região Serrana do Estado do Rio, também estava abandonada, tudo isso, sem falar das sedes administrativas.

FOX – E como estavam os benefícios?

LOBÃO – Tudo atrasado. Os dirigentes in-dicados coagiam os associados e não per-mitiam o acesso às devidas explicações ou para justificar a inadimplência. Também sentimos a falta de cerca de 800 proces-sos que apuramos mais tarde que haviam desaparecido por iniciativa dos dirigentes o que se tornou um processo criminal, ainda em curso. Esta atitude provocou um grande prejuízo para os beneficiários e demoramos muito tempo para reconstituir os autos.

FOX – E os pagamentos foram feitos?

LOBÃO – O presidente Ary Lopes conseguiu compor muitos processos e solucionar os pagamentos. Porém, esta situação criou uma bola de neve. Os primeiros compromissos foram pagos trinta dias após a posse com o repasse mensal e a esta altura, as despesas já eram bem maior do que as receitas.

FOX - E a máquina administrativa?

LOBÃO – Completamente inchada, um ver-dadeiro cabide de empregos, a Caixa Be-neficente tinha cerca de 400 funcionários. A maioria familiares e apadrinhados dos diri-gentes que nem compareciam ao trabalho, ou seja, fantasmas.

Começa o mandato

Quando assumimos a situação era caótica. Não tinha dinheiro em caixa, as contas correntes estavam zeradas, os compromissos vencidos e o patrimônio completamente dilapidado

”“

Prédio da centenária instituiçção localizado no bairro de Madureira

A Pousada das Dunas, em Cabo Frio, é a preferida dos associados no Verão

Fotos de arquivo/ CBPMERJ

Page 4: FOX 5º ED-2

Página 04 - NovembRo /2008

EspecialFOX - Quando tudo começa caminhar, um acontecimento dramático?

LOBÃO - Verdade. Em março de 2004, o meu amigo e presidente da Caixa, Ary Lopes é assassi-nado. Este fato marca nossa tra-jetória e me impõe um desafio: dar continuidade ao trabalho de Ary. Neste momento, assumo a presidência para completar man-dato de Ary Lopes. Sendo depois reeleito com uma votação de 85% para um novo mandato que se findará em 2010.

FOX – Quais foram os principais resultados de sua gestão?

LOBÃO – Modifiquei a relação da direção da CB com os as-sociados. Tratei de aproximar e humanizar, este sem duvida é o principal resultado. Mas também posso falar sobre os pagamentos de processos de benefícios. Nunca em qualquer momento da história foram pa-gos tantos processos como at-ualmente. Aprofundamos nosso trabalho social, tanto tratando da assistência direta ou através de iniciativas que pudessem proporcionar benefícios aos associados. Para concluir, man-tivemos uma postura firme em defesa do policial militar e sua família, através da luta salarial e de ações de segurança.FOX – E as dificuldades e fra-cassos?

LOBÃO - A falta de recursos. A situação de pagamentos de benefícios foi se tornando uma bola neve. Em nossa gestão, além dos processos que já tramitavam, deferimos muitos que tinham direito. A máqui-na administrativa inchada nos obrigou a fazer uma reforma e reduzimos o quadro de 400 para 175 funcionários.

FOX – Então as finanças foi o maior problema?

LOBÃO – Continua sendo, ape-sar de já termos equacionado muitos problemas. Já paga-mos cerca de R$ 4 milhões em benefícios. De folha salarial quase R$ 2 milhões, de encar-gos sociais recolhemos mais de R$ 1 milhão e de rescisão e in-denizações aproximadamente R$ 2,2 milhões. Tudo isto sem falar no dia-a-dia.

FOX – Como tem conseguido?

LOBÃO – Equilibrando contas, adotando medidas austeras e infelizmente tivemos que se desfazer de um patrimônio que foi o Clube de Macembu, em Ja-carepaguá. Apesar de lamentar e chorar até hoje por esta decisão, considero acertada, uma vez que através desta venda, conseguimos minimizar a dor de diversas viúvas e familiares de policiais inativos.

Agora vem a era Lobão

FOX – O que o Sr. tem feito pelo atendimento social?

LOBÃO – Sob o comando do capitão Valdir Brunholo, hoje, além dos associados, através da diretoria social, atendemos muitos familiares de PMs que es-tão desassistido pelo Estado. Cri-amos o programa de distribuição de cestas básicas, onde já entre-gamos cerca de 400 toneladas de alimentos. Além disso, também já doamos 40 cadeiras de roda e medicamentos diversos.

FOX – E os benefícios?

LOBÃO – Firmamos uma parceria com a UNASP para agilizarmos os pagamentos dos benefícios. Conseguimos de março a outubro pagar cerca de dois mil processos através da terceirização deste trabalho. Esperamos agora a devolução de uma verba de R$ 6 milhões retidos pelo Estado para quitar todos os benefícios que se en-contram em atraso, o que giram em torno de R$ 4,5 Milhões.

FOX – E no momento, como se

encontra esta a situação?

LOBÃO – Após 13 anos de es-pera, conseguimos uma vitória com a decisão de juíza Ales-sandra Cristina Tufvesson da 8ª Vara de Fazenda Pública que determinou a devolução de R$ 6 milhões, sem correção, retidos da Caixa Beneficente, o Estado recorreu e a decisão foi confir-mada por unanimidade pela 9ª Câmara Cível. Agora aguardamos um pronunciamento da Procura-doria Geral do Estado (PGE) que poderá recorrer em Brasília ou opinar pelo pagamento.

FOX – O Estado ainda pode protelar?

LOBÃO – Sim, mas agora seria a última instância e a decisão além de ser rápida, pode vir acompan-hada de uma penhora on-line nas contas do Estado. Entretan-to, espero realmente que a PGE opine pela conclusão imediata.

FOX – E como seria utilizado este dinheiro?

LOBÃO – Imediatamente para regularizar os pagamentos dos benefícios. Afinal, essa é a priori-dade desde o início.

O trabalho social

FOX – E como estão as pousadas?

LOBÃO - Uma ótima opção de lazer, entretenimento e diversão, as pousadas têm recebido de nossa gestão uma atenção espe-cial, tendo a frente, Valdir Brunholo. Elas ainda rep-resentam, financeiramente falando, um peso no or-çamento mensal da Caixa Beneficente. No entanto, implantamos o sistema de gestão que o objetivo final será a garantia da auto-sus-tentação e neste momento posso dizer que elas estão se administrando.

FOX – E os condomínios?

LOBÃO – Temos pelo me-nos 15 policiais que viviam em áreas de riscos e hoje residem nos condomínios de propriedades de CBPM, além disso, 12 policiais inati-vos, alguns deles cadeirantes também desfrutam desse benefício. Estes pagam ap-enas o valor do condomínio. Sob o titularidade de Ed-son Camejo, a diretoria de patrimônio tem mantido uma administração firme e

a inadimplência tem reduzi-do consideravelmente.

FOX – Por que a doação das casas do Condomínio Marambaia, em Itaboraí?

LOBÃO – As casas são ocu-padas por policias militares e seus familiares que por di-ficuldades diversas não con-seguiram saldar as dívidas de aluguel. A inadimplên-cia fez com que a dívida de cada morada atingisse um patamar de dificuldade para realizar o pagamento, re-stando apenas à via judicial para resolver. Diante deste quadro e entendendo que se tratava de associados, sugeri a diretoria o perdão da dívida e a doação dos imóveis que hoje atingem a 94 policiais militares e seus dependentes.

FOX- Pretende adotar esta política em outra situação?

LOBÃO – É possível que este benefício seja estendido para os policiais militares e fami-liares residentes no Con-junto Primavera, em Duque de Caxias, na Baixada, onde abrida 110 associados.

Falando do patrimônio

modifiquei a relação da direção da Caixa beneficente com os seus associados, pois tratei de aproximar e humanizar esse contato ”

Após o assassinato do presidente Ary Lopes, em 2004, seu vice Jorge Lobão assume a Caixa Beneficente disposto a dar continuidade ao trabalho de seu antecessor

Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame recebe a visita de uma comitiva do CCS-PM

Baleado em serviço, o policial militar reformado Luiz é um dosmoradores que desfrutam do condomínios da CB, em Madureira

Centenas de beneficiários fazem fila na sede da CB para retirarem as cestas básicas

Beneficiários aguardam resposta da Procuradoria Geral do Estado

O capitão Valdir Brunholo é o responsável por todo assunto relacionado a Social da CB

Sob o comando de Edson Camejo, a diretoria de patrimônio tem mantido uma administração firme e conseguido reduzir a inadimplência nos condomínios da instituição

Fotos de Ascom CBMERJ

Page 5: FOX 5º ED-2

FOX – O Sr. também pre-side o Clube de Cabos e Soldados da PM?

LOBÃO - Como falei no iní-cio da nossa conversa, o Ary Lopes presidia o Clube de Cabos e Soldados da Polícia Militar (CCS-PM) e eu tam-bém era seu vice, e por isso, assumi a entidade.

FOX – No CCS-PM e na CBPMERJ o Sr. tem tido posições firmes em defesa dos direitos do PM?

LOBÂO – Sim, e a principal delas é a luta por um salário digno. Trabalho para que seja a reposição das perdas salariais que chega a 58%. O Governo concedeu um aumento de 8% e ainda restam 50%.

FOX – E os R$ 1.000,00 que o Sr. tanto fala?

LOBÃO – O que defendo neste caso é a concessão imediata de um abono no valor de R$ 1 mil para todos os PMs independente de patente, até que ocorra a reposição das perdas. O que não pode, é o policial con-tinuar com o salário ridículo que recebe atualmente.

FOX- E a campanha de re-compensa que ficou inter-nacionalmente conhecida, qual é o objetivo?

LOBÃO – Cansado da triste rotina de comparecer a sepultamentos de colegas assassinados e diante da

morosidade nas investiga-ções e nas soluções destes crimes, busquei a mobi-lização da sociedade ofe-recendo uma recompensa simbólica inicialmente de R$ 1 mil e depois de R$ 2 mil por informações que levas-sem à prisão de assassinos de PMs. Além da mobilização con-seguida, pois a sociedade entendeu a mensagem e a imprensa deu grande apoio, contribuímos para elucida-ção de alguns casos.

FOX – Mas como tudo começou?

LOBÃO – Fui procurado pela mãe do soldado Alex-sander Vieira que havia sido seqüestrado e morto por bandidos, mas como seu corpo havia desaparecido seria dado como desertor, deixando assim sua filha menor e a viúva desassis-tida. Além de disponibilizar o setor jurídico e garantir a manutenção da família do soldado, iniciei a campanha oferecendo R$ 1 mil por informações que levassem aos assassinos e encontrar os restos mortais.

FOX - E como ficou este caso?

LOBÃO – Os assassinos foram presos e um deles morreu. Inclusive a mãe do soldado do Vieira que esteve frente a frente com um dos algozes de seu filho. A Justiça reconheceu o óbito do sol-dado Vieira e os direitos da família foram assegurados.

Sempre em defesa do PM

FOX – O Sr. tem posições destemidas com relação a segurança pública e de-fende idéias consideradas polêmicas. Vamos relem-brar algumas delas?

1-Extinção da Polícia Federal

LOBÃO – As trapalhadas da PF têm provocado prejuí-zos. Perdemos um cabo PM assassinado dentro de casa em uma operação realizada às 5h da manhã. PMs foram presos em operações que se revelaram equivocadas, onde a maioria foram in-ocentados, mas o prejuízo da imagem ninguém rep-arou. As investigações são feitas com base em gram-pos que não constituem uma base legal. Sem falar que as atribuições de in-vestigar e prender são da polícia civíl.

2-Lei da Vadiagem

LOBÃO – Precisamos re-tirar de circulação os gru-pos de desocupados que ocupam o Centro da ci-dade e vivem praticando delitos, assaltando e até matando. Prender para averiguação é a melhor forma de abordar sus-peitos sem disparos de tiros que acabam muitas vezes ceifando vidas de inocentes.

3-Fim do uso de armas pe-sadas no policiamento

LOBÃO – O policiamento ostensivo deve ser feito com a utilização de armas leves e de aplicação com precisão. A idéia foi rece-bida com simpatia pelo governador Sérgio Cabral que já chegou a determi-nar o fim do uso do fuzil.

4-Colete numerado para motociclista

LOBÃO – Esta medida vai coibir os crimes praticados com o uso de motocicleta. Através desta medida o trabalho de identificação será facilitado. Esta obriga-toriedade é aplicada na Colômbia e os números da redução dos crimes com moto comprovam a eficiência.

5- Contra a política de confrontos

LOBÃO - No ano passado, 968 pessoas morreram em confrontos e 179 ino- centes foram vítimas de balas perdidas. Este ano, os números já se repetem. A polícia tem que substituir as ações de confronto por estratégias de inteligência. E inconcebível entrar em uma comunidade carente durante o dia atirando, são os inocentes que acabam pagando com a vida.

6-Delegacia especializada para apurar crimes contra policiais

LOBÃO- As delegacias espe-cializadas desenvolvem um trabalho muito eficiente e os resultados obtidos com celeridade. Os crimes cometi-dos contra policiais, princi-palmente os assassinatos, em uma investigação muito morosa. Uma especializada modificaria este quadro.

FOX – Para concluir o S.r disse que tem um anúncio importante

LOBÃO – É uma boa notí-cia, pois pelo segundo ano consecutivo estaremos sorteando uma casa mo-biliada para um associado. O sorteio acontecerá no dia 19 de dezembro, e a entrega do imóvel será no dia 24, véspera de Natal.

Feliz Natal

Lobão polêmico e destemido

NOVEMBRO - 2008 - Página 05

EspecialA boa notícia é que pelo segundo ano consecutivo sortearemos uma casa

”“

Através da campanha de recompensa, onde conta com o contribuição da população, Lobão contribui para levar à prisão alguns assassinos de policiais militares

Lobão defende a utilização de coletes numerados para motociclistas, o que facilitaria a identificação do veículo e coibiria crimes praticados por bandidos sob duas rodas

Com fama de polêmico de destemido, Lobão está sempre na imprensa defendendo os interesses do policial militar e a aplicação de medidas de inteligência no combate ao crime

Graças a recompensa oferecida pelo presidente do CCS-PM, a mãe e a esposa do sol-dado Vieira, seqüestrado e morto por bandidos que havia sido dado como desertor, conseguiram obter os seus direitos assegurados na Justiça e os criminosos presos

Fotos de arquivo/ CCS

Em reunião com representantes da classe e o secretário do Estado da Casa Civil, Regis Velasco Fichtner Pereira, o presidente do CCS-PM, Jorge Lobão, defende o abono de R$ 1 mil para todos os policiais militares, até que ocorra a reposição das perdas

Pelo segundo ano consecutivo, o presidente da CB, Lobão irá contemplar um associado com uma casa, em dezembro. Desta vez, o felizardo receberá o imóvel mobiliado

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O presidente da Caixa Beneficente da Polícia Militar, Jorge Lobão en-comendou uma missa

na tradicional igreja Nossa Senhora do Carmo, no Centro do Rio para agradecer uma graça alcançada, rezar para que a Procuradoria Geral do Estado dê um parecer favorável e pedir à Deus que toque no coração dos executivos da Secretaria de Esta-do de Fazenda e os sensibilize a cum-prir a decisão da juíza da 8ª Vara de Fazenda Pública, confirmada com a negativa dos desembargadores da 9ª Câmara Cível, ao recurso interposto pelo Estado e realize imediatamente o pagamento dos R$5.239.123,91, que foram descontados do salário do policial militar para pagamento de benefícios e indevidamente reti-do por mais de 13 anos.A decisão é produto de uma longa espera iniciada em 1994, quando a CBPM resolveu recorrer à Justiça para liberar um dinheiro que por direito pertence ao policial mili-tar e sua família, pois se tratava de uma retenção indevida de re-cursos descontados dos PMs, no período de maio de 1993 à junho de 1994 e que se destinava a pag-amentos de benefícios. Na oca-sião, o Estado foi forçado por uma decisão da Justiça a proceder aos repasses mensais o que passou a ser feito regularmente. Porém, o valor retido com suas devidas cor-reções nunca foi pago.

A batalha judicial foi árdua e can-sativa e por diversas vezes os ver-dadeiros prejudicados reclamaram publicamente através de manifesta-ções de rua, inclusive no Fórum, até finalmente em 2007, a juiza Alessan-dra Cristina Tufvesson Peixoto, da 8ª Vara de Fazenda Pública decidir por determinar que o repasse fose ime-diatamente feito. Em seu despacho que passamos a descrever na ínte-gra o trecho final, ela reconhece a o direito da CPBM e condena o Estado a pagar o valor de R$5.239.123,91, com as devidas correções, que se-gundo cálculos deve chegar a R$ 13 milhões. Em seu despacho diz a Juíza: JULGO PROCEDENTE a medi-da cautelar e confirmo antecipação de tutela concedida. Condeno o réu ao pagamento das custas e hon-orários, estes no percentual de 10% do valor da causa nos termos do artigo 20§4° do CPC. JULGO PROCE-DENTE o pedido aduzido nos autos do processo n° 94.001.059940-1, e condeno o réu ao pagamento das diferenças devidas no período de maio de 1993 a maio de 1994, no valor de R$5.239.123,91 (cinco mil-hões, duzentos e trinta e nove mil, cento e vinte e três reais e noventa e um centavos) com incidência de juros de mora contados da citação da medida cautelar. Condeno o réu, ainda, ao pagamento das custas e honorários, estes no percentual de 10% do valor da condenação nos termos do artigo 20§3° do CPC.

Missa por graça alcançada na JustiçaTribunal confirma sentença que determina liberação de R$ 6 milhões da CBPM retidos pelo Estado

Dirigentes, funcionários da CB compareceram a missa que também teve a presença de menbros de outras entidades da PM, como o presidente da Aspra, Vanderlei Ribeiro

Assessoria de imprensa da instituição participa ativamente da missa, na igreja Nossa Senhora do Carmo, no Centro do Rio

Apelação da PGE é derrotada

NOVEMBRO - 2008 - Página 06

Cidademetrô Rio é condenado a indenizar pai de Gabriela “Sou da Paz”O Metrô Rio foi condenado a pagar uma indenização de R$ 150 mil à Carlos Santiago pela morte de sua filha, a estudante Gabriela Prado, 14 anos, durante um assalto numa estação do metrô em 2003. A decisão é da 12ª Câmara Cível do Rio. “A grande vitória foi a condenação dos réus. A decisão de receber e atribuir valor à morte de alguém é muito estranha. Não me senti bem quando saiu a indenização”, afirmou Santiago que prometeu usar a verba no movimento “Gabriela Sou da Paz”.

Fotos de Fellippo Brando

Insensível ao drama vivido pelos beneficiários da Caixa Beneficente e descumprindo orientação dada pelo próprio governador Sérgio Cabral de encontrar uma solução para os problemas com a maior brevidade possível, o Estado através da Procuradoria Geral interpôs uma apelação da decisão da Juíza através do processo 2008.001.29940, que foi analisada pela 9ª Câmara Cível que negou por unanimidade o pedido.No voto do relator, desembargador Sérgio Jerônimo de Abreu Silveira, ele relata que as verbas requeridas pela CBPM se destinam ao pagamento de verbas previdenciárias e que o desconto é obrigatório de acordo com a Lei 85 da constituição e o atraso no repasse representa um fator de prejuízo aos servidores.O desembargador relata também que os descontos referidos não representam ato de liberalidade do Estado e sim cumprimento de dispositivo legal e que o atraso se constitui em locupletamento ilícito em favor do Estado.O magistrado ainda elogia a sentença da juíza da 1ª Instância,

considerando bem lançada a decisão de que o repasse deveria ter sido feito em 72 horas contadas da data de pagamento feito ao servidor, evitando assim maiores prejuízos.O acórdão reforça a decisão da juíza e determina que sejam computados os cálculos de juros e mora sobre o valor principal, levando em conta o lapso de tempo de demora no efetivo pagamento.O voto do relator foi acompanhado, pelos desembargadores RENATO RICARDO BARBOSA (REVISOR) ROBERTO DE ABREU E SILVA (VOGAL). O Estado ainda pode recorrer ao STF para tentar mudar a decisão, mas apenas para protelar e aumentar ainda mais o sofrimento dos beneficiários da CBPM, entretanto o presidente Jorge Lobão acredita que a batalha na esfera judicial já tenha chegado ao final. “Não quero acreditar em novos recursos e acredito que as autoridades do estado acabem agora com este sofrimento que já dura quase 14 anos” declarou Lobão

A importância do reconhecimentoO presidente do Clube de Cabos

e Soldados da Polícia Militar, Jorge Lobão fez uma visita

de cordialidade ao presidente da Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro do Estado do Rio de Janeiro, Roberto Luiz Felito de Oliveira. Durante o encontro, na Amaerj, onde também estiveram presente o vice-presidente do CCS-PM, Edson Aguiar Camejo, o assessor do presidente do Clube de Cabos e Soldados, Richard Lobão e o advogado Eunápio César Cotta, foram tratados assuntos diversos, entre eles, a aplicação da Lei 4848, as condições de trabalho do policial militar, e o dinheiro da Caixa Beneficente retido indevidamente pelo Estado. Ao ser questionado sobre a situação, Felinto deu a sua opinião de forma clara e objetiva: “Não estou tendo acesso ao

processo judicial, mas superficialmente diante das informações que vocês estão me passando não há muito o que fazer, pois depois de uma unanimidade, acredito que a procuradora Geral do Estado do Rio de Janeiro, Lúcia Léa não irá indeferir, mesmo porque ela é a procuradora mais competente que já vi passar pelo cargo nos últimos anos”.Ao sair do encontro, o presidente do CCS-PM, Jorge Lobão fez uma singela homenagem ao desembargador Ro-berto Felinto, entregando um trófeu de agradeimento pelos serviços prestados à população e teve certeza de que recon-hecer a competência de um profissional é tão importante quanto fazer novos amigos, pois ambos trocaram cartões e se mostraram solícitos a todo tipo de contribuição que possa dar ao próximo.

FOX NOTÍCIASRogerio Sant’anna [email protected]

No dito popular, há aquela velha história: “depois não adianta chorar o leite derra-mado”. Sempre que acontece uma tragédia, como a ex-ecução do diretor do presídio de segurança máxima Bangu 3, o tenente-coronel José Ro-berto Lourenço, todos ficam horrorizados. Porém, o que muitos esquecem é o mais importante: mais vale pre-venir do que remediar, pois caso a autoridade tivesse um segurança a morte poderia ser evitada.Por isso, “tiro o chapéu” para o pessoal do Centro Avançado em Técnicas de Imobilização (Cati - Treinamento Policial). Afinal, sob o comando do diretor operacional Adriano Moreira, o pessoal está sem-pre especializando os profis-sionais da área de segurança. Tanto que do dia 27 de outu-bro ao dia 1 de novembro, o Cati oferece o curso de PRO-TEÇÃO DE AUTORIDADES.Além de mostrar a importân-cia do papel do segurança, os professores começam ensi-nando a postura correta deste profissional e o posiciona-mento indicado das viaturas para evitar emboscadas. Em seguida, é a vez do stand de tiros, onde o diferencial está em como manusear as armas, durante os deslocamentos,

retirando a autoridade do lo-cal de perigo, apesar de todos obstáculos.No terceiro dia é chegada a hora da defesa pessoal, onde o aluno aprende técnicas para utilizar um bastão retrátil e saber tirar uma faca do sus-peito, imobilizando-o. Em seguida entra em ação um oficial da polícia militar para ensinar tudo sobre direção defensiva, ofensiva e evasiva, com truques para o motorista trocar de posição com out-ros ocupantes do veículo se necessário.No penúltimo dia, os profis-sionais do Cati explicam o posicionamento correto dos seguranças durante o em-barque e desembarque das autoridades. Encerrando o curso, os alunos fazem um tour pela cidade, protegendo um vip. Ao longo do dia, eles colocam em prática tudo que aprenderam para garantir a máxima segurança desta au-toridade.Então, depois não vá dizer que não avisei, pois opor-tunidade de especializar os profissionais da área de se-gurança é o que não falta, como é possível notar no site www.cati.com.br ou ainda entrando em contato com o próprio Adriano 7858-1854/87*15697.Representantes da PM fizeram visita de cordialidade ao presidente da Amaerj,

Felinto e os presentearam com um trófeu pelos serviços prestados à população

Prevenir para não remediarDivulgação CCS-PM

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NOVEMBRO - 2008 - Página 07

CidadePM sepultado e Cabral na Parada Gay

Na Zona Sul...Governador do Rio,

Sérgio Cabral se diverte

e é abraçado pelo Min-

istro do Meio Ambiente,

Carlos Minc no alto do

trio elétrico...

Divulgação

O direito de moradia do policial militar e sua família estiveram sempre entre as principais preo-cupações da gestão do tenente Jorge Lobão a frente da Caixa Beneficente da Polícia Militar. Sempre atento e cobrando das autoridades programas habita-cionais que atendessem ao PM, muitas vezes moradores de áreas de risco.Em mais uma iniciativa que ob-jetiva atender diretamente ao policial e chamar atenção dos governantes para o problema, o presidente Jorge Lobão e sua diretoria já doaram 94 casas lo-calizadas, no Conjunto Pedro Mazollenne, em Marambaia, Itaboraí para os PMs que já re-sidiam há anos nos imóveis per-tencentes a Caixa Beneficente, mas não tinha como honrar os pagamentos.A decisão tomada pela diretoria durante visita ao conjunto habita-cional em julho foi colocada em prática durante os meses de ago-sto e setembro, em atendimento feitos semanalmente a grupos de moradores que compareciam a sede da instituição munidos de documentação exigida para garantir o recebimento. “Nossa sensação é de dever cumprido, é um alívio saber que fizemos tudo para proporcionar a tantas famí-lias o direito de garantir a sua mo-radia”, declarou Jorge Lobão. Em reuniões realizadas uma vez

por semana em sua sede, no Centro do Rio, a diretoria da CBP-MERJ entregou as cartas de doa-ções aos felizardos que sempre muito emocionados, faziam de cada solenidade um momento ímpar. “Devo confessar que o sentimento de felicidade estam-pada nos rostos dessas pessoas conseguiu me levar às lágrimas”, revelou o presidente da Caixa Beneficente em uma dessas oca-siões. Acrescentando um tempero es-pecial aos coquetéis, presenças ilustres participaram das entre-gas das cartas. Entre as autori-dades, esteve o chefe de gabi-nete da Polícia Militar, coronel Jorge Braga. “Todos podem ter certeza que hoje é um dia muito especial para mim e que ficará marcado. Fico honrado de rep-resentar o comandante-geral da corporação em um evento como esse, pois sei das dificuldades em nossa profissão para conseguir tornar em realidade, o sonho de ter uma casa”, afirmou o coronel Braga, ressaltando ainda que a Caixa Beneficente merece os parabéns por ter uma atitude como essa. “Perdoar a dívida e passar a documentação para os moradores darem entrada na escritura é um ato solene que deveria ser seguido”, completou o coronel Braga que esteve rep-resentando o comandante geral da PM, Gilson Pitta Lopes.

Quando um sonho se torna realidadeCaixa Beneficente já doou 94 casas para PMs residentes no conjunto Marambaia, em Itaboraí

Moradores recebem as cartas de doação na solenidade que contou com a presença do chefe de gabinete da PM, coronel Jorge Braga, representando o comandante-geral

Moradores do conjunto Primavera, em Duque de Caxias, poderão ser os próximos beneficiados A questão de moradia do PM é uma das mais graves questões discutidas e encaradas incansavel-mente pela direção da CBPM. Diar-iamente chegam a entidade casos de policiais, que por morarem em área de risco, vivem ameaçados de morte pelos traficantes do local. Mesmo que evitem divulgar sua identidade, acabam sendo recon-hecidos como PMs e a partir de então não mais tem sossego, bem como os seus familiares.Muitos deles, sem ter para onde ir,

pois face os baixos salários não po-dem morar em áreas mais nobres, são constantemente vítimas de constrangimentos, tendo inclusive o seu drama divulgado pela mídia.Por isso, pensando em dar mais segurança a seus associados, a instituição destinou dois con-domínios, um na Zona Norte da cidade e outro na Baixada Flumin-ense, com segurança 24 horas e creches para atender aos policiais e familiares que atravessam esse tipo de dificuldade.

Presidente da associação de mo-radores de Marambaia, o cabo re-formado, Cosme Monteiro, e seu vice, o sargento da inativa, Mário Marcelino Tiburcio, receberam os parabéns do presidente da Caixa Be-neficente da Polícia Militar do Esta-do do Rio de Janeiro, tenente Jorge Lobão. “Todos estão de parabéns, em especial aqueles policiais que organizaram os grupos para vir até o Rio”, resumiu Lobão.Emocionados, os policiais excla-maram a sua gratidão. “Saber que

nossos filhos terão onde morar é uma benção de Deus”, comentou o presidente da associação, Cosme Monteiro, sendo completado pelo seu vice. “O gesto que a diretoria da Caixa Beneficente está tendo, sem dúvida vai marcar o resto das nos-sas vidas, pois ninguém poderá nos tirar esse bem”, concluiu Tiburcio.

Jardim PrimaveraA diretoria da Caixa Beneficente estuda agora conceder o mesmo

beneficio aos moradores do con-junto Jardim Primavera, em Duque de Caxias. O presidente Jorge Lobão já planeja uma visita ao condo-minio, enquanto o diretor de pa-trimônio Edson Camejo prepara um levantamento da situação dos condôminos, que a principio não difere da situação de Marambaia. “Aguardo o relatório da diretoria de patrimônio, mas de antemão posso adiantar que a nossa disposição é adotar o mesmo procedimento feito em Marambaia. As casas de-

vem pertencer aqueles que ja re-side”, comentou Jorge Lobão.Edson Camejo disse ainda que o presidente da Caixa Beneficente determinou celeridade na con-clusão do relatório para que a visita seja feita e a decisão seja tomada. “Estamos concluindo o trabalho para levar aos moradores de Pri-mavera a mesma sensação de ali-vio e alegria sentida por todos que residem em Marambaia e agora são proprietários de seus imóveis”, lembrou o diretor Edson Camejo.

Enquanto em Sulacap, na Zona Oeste da cidade, era sepultado, o cabo Emer-son Severiano Pereira, 35

anos, do Módulo Operacional de Vias Especiais (Move) do Batalhão de Choque, assassinado em uma emboscada feita por traficantes, entre os morros da Mangueira e Tuiuti, na Zona Sul, o governador Sérgio Cabral não demonstrava preocupação e participava, ao lado do ministro do Meio Ambi-ente, Carlos Minc, da Parada Gay, em Copacabana.A dor e a revolta que marcaram o enterro do jovem policial que pas-sa a fazer parte da triste estatís-tica de PMs mortos, constratavam com a empolgação do governador que se divertia muito na grande festa, onde inclusive aproveitou a para lembrar que o Estado foi o primeiro a garantir o direito à pen-são a companheiros do mesmo sexo no funcionalismo público.O presidente do Clube de Cabos e Soldados da PM, Jorge Lobão vol-tou a defender a criação de uma delegacia especializada para apu-rar estes tipos de crimes. “A mo-rosidade nas investigações resul-tam na impunidade, e por isso, os assassinatos crescem a cada ano”, disse Lobão que oferece uma re-compensa de R$ 2 mil para quem para informações que levem a prisão dos assassinos. Lobão disse ainda que respeita o direito ao anonimato dos informantes, e que é consciente dos “efeitos colaterais que existem para tal iniciativa”. “Não posso é estar indo todo dia ao cemitério, em alguns casos até

duas vezes por dia. Há diretores do clube que questionaram a for-mação dessa indústria da informa-ção, mas eu creio que não. Tinha que ter uma reação qualquer. Até que surja uma melhor, a reação vai ser o pagamento das informa-ções”, explicou o presidente. Sobre a presença de Cabral na Parada Gay, lembrou que o go-vernador tem o direito de com-parecer em qualquer atividade que ocorra no estado, mas lem-brou que Cabral tem sido muito festivo e que a situação da Segu-rança no Estado se agrava a cada dia por falta de uma política clara e uma orientação direta do chefe do executivo. “Não falo apenas de assassinatos de PMs, mas da explosão de violência que assusta toda cidade”, concluiu.Segundo o coronel Gilson Pitta, comandante-geral da corporação a “ação covarde” foi a segunda retaliação ao trabalho de PMs nas últimas semanas. Pitta confirmou que dois policiais foram humilha-dos por traficantes da Favela da Rocinha, depois da morte de dois homens, em São Conrado.O comandante afirmou que antes da execução do crime em Benfica, bandidos do Tuiuti tinham tro-cado tiros com policiais. “Acredito que eles acharam que fosse nova ação e dispararam contra a dupla do traficante Choque”. Emerson foi morto com dois tiros de fuzil na cabeça quando dirigia a viatura. O sargento Aurênio, que estava no carona, foi ferido por estilhaços. Levado para o Hospital da PM, no Estácio, foi liberado horas depois.

Na Zona Oeste...O corpo de mais um policial militar, morto em serviço, é levado por familiares e amigos, no Cemitério Jardim da Saudade...

Divulgação/ Ascom

Adeus ao diretor de bangu 3 e sargento, assassinados em serviçoNo mesmo dia, dois sepultamentos de policiais militares mortos em serviço, assim foi a sexta-feira, 17 de outubro, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. Pela manhã familiares e amigos lotaram o enterro do diretor do presídio de segurança máxima Bangu 3, o tenente-coronel José Roberto Lourenço, morto com pelo menos 30 tiros, quando ia para o trabalho e foi abordado por dois carros. No fim da tarde, foi a vez de o corpo do sargento Joaquim Chaves, 53 anos ser enterrado. O policial militar fazia a escolta de um preso, na Cruz Vermelha, no Centro do Rio, quando tentou impedir um assalto e acabou baleado na cabeça.

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Geral Após 100 horas de negociação, sequëstro termina de forma trágica, em São PauloDurante 100 horas, os olhos de todo o Brasil estiveram voltados para um conjunto habitacional na periferia de Santo André, no ABC. Em um dos apartamentos, Lindemberg Alves, 22, tomado pelo ciúmes, mantinha a ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, 15, refém. Lindemberg, antes considerado calmo pelos amigos, invadiu o apartamento dia 13. Ele chegou a manter quatro reféns, mas no mesmo dia libertou dois adolescentes. No dia seguinte, libertou Nayara. Porém, a adolescente voltou ao apartamento na manhã do dia 16. Um promotor de Justiça esteve dia 17, no local com um documento que dava garantia de que o seqüestrador não seria ferido ao se entregar. No entanto, quando a polícia se preparava para falar das negociações foi ouvido um estrondo. Às 18h08, a PM afirma que policiais que estavam em um apartamento ao lado do cativeiro ouviram um tiro. O Gate explodiu a porta e deteve Lindemberg. A adolescente Nayara foi baleada na boca, enquanto Eloá, teve morte cerebral horas depois.

Ícone do jornalismo carioca abre o jogo

NovembRo-2008- Página 08

Em 1969, auge da ditadura militar e da censura à imprensa, chegou à re-dação do Jornal do Brasil a informa-ção de que um depósito de munição do Exército, e fotógrafo partiu de he-licóptero para registrar o acidente.Quando sobrevoavam o quartel, o piloto viu que um militar acenava pa-ra a aeronave pousar. Imaginando que seriam presos, os jornalistas se surpreenderam ao descer: soldados perfilados batiam continência. No-tando o engano, o repórter retribuiu o sinal e passou a tropa em revista. Algum tempo depois, um oficial per-cebeu: o homem, de 1,55m, que não parava de perguntar não era general que viria para vistoriar o desastre.Afinal quem é o senhor?Sou Bartolomeu Brito, repórter do Jornal do Brasil.O senhor é muito abusado. Podía-mos ter metralhado o helicóptero. Agora, fora daqui! Disparou o mili-tar, enfurecido.Enquanto era expulso do quartel, Bartolomeu contou com a sorte o sargento que o conduzia não gos-tava do oficial e lhe revelou deta-lhes do acidente. Resultado: no dia seguinte, o JB publicou uma página com a reportagem exclusi-va sobre a explosão.O furo é um dos muitos que Bartô como é mais conhecido, coleciona ao longo de 46 anos de profissão. Aos 66 anos, atualmente em O Dia, ele é o mais experiente repórter de polícia do Rio nas ruas em busca de notícias.

Bartô conta que antes de começar em jornal, em 1961, já tinha curiosi-dade de saber dos fatos primeiro. ”Morava na Rua Riachuelo e, quando ouvia a sirene da polícia ou dos bom-beiros, corria para a janela. Logo de-pois, ligava o rádio para tentar desco-brir o que estava acontecendo”.Aos 19 anos, trabalhava de dia no se-tor de contabilidade de A Noite e, após as 18h, ia á redação acompa-nhar a rotina dos jornalistas. Foi quando um passaralho abriu vagas para repórteres. Após um teste, Bar-tô entrou na apuração - chamada na época de piscina, pois só havia foca -, no horário noturno, acumulando com as funções na contabilidade.Em 1963, a cobertura de uma greve geral lhe rendeu convite para o Diário de Notícias - emprego que dividiu com o de A Noite até o veículo ser fe-chado em 1964 pelo golpe militar. No ano seguinte, voltou á dupla jornada ao ser chamada pelo Dia. Houve pe-ríodo em que Bartô se desdobrou até em três jornais - Diário de Notí-cias, o Jornal e Gazeta de Notícias, prática nada incomum na época.Em 1967, começou na Luta Demo-crática, onde conseguiu um furo in-ternacional. ”Estava na apuração quando soube do encontro do corpo de um homem de terno boiando na Baia de Guanabara, no Caju. Ne-nhum colega quis ir ao local e até o meu chefe na época zombou, dizen-do que eu ia corre para um afogado. Quando chequei lá, havia documen-tos e cartas com o cadáver. Tratava-se

de um alemão, espião nazista que chegou ao Brasil em 1938 com nome falso e tinha até carta de recomenda-ção assinada pelo próprio Hitler. A suspeita é de que ele foi morto por grupos que caçavam nazistas”, recor-da. A história foi suitada por corres-pondentes e agências internacionais.Mais estrondosa ainda foi à reper-cussão de outro furo do repórter em 1969 pelo JB, para onde havia se transferido no ano anterior, contrata-do para cobrir as delicadas áreas mili-tar e de segurança. “Às 7h, tocou o telefone da mesa que era de Fernan-do Gabeira (que havia acabado de entra para a luta armada e largado o jornal) e atendia. Era um dos seqües-tradores do embaixador americano avisando que havia deixado a lista dos presos que deveriam ser liberta-dos em troca do diplomata no ba-nheiro de um bar na Rua Francisco de Sá, em Copacabana”, lembra.O que se seguiu foram situações dignas de ficção. Quando Bartô che-gou ao bar, o banheiro estava ocu-pado. Ansioso,o repórter começou a bater na porta, mandando que a pessoa se apressasse. Do outro la-do, uma voz conhecida pediu calma. “Como o bilhete estava num local muito alto, em cima da caixa de des-carga, tive que pedi ajuda para pe-gar o papel”Logo depois, o homem saiu do cubí-culo e Bartô se assustou.”O cara era um informante do Dops! Pensei que ele estava ali pelo mesmo motivo que eu, mas tentei manter o sangue

frio. Como o bilhete estava num lo-cal muito alto, em cima da caixa da descarga, tive que pedir ajuda para pega o papel, inventando que era a carta de uma namorada que amea-çava suicídio. Ele acreditou. “Depois, quando pus as mãos na listra, corri para o jornal, tirei várias cópias e es-palhei pela redação”, vibra ainda ho-je. Na edição do dia seguinte, o JB publicou a relação dos 15 presos, provocando a iria da censura.Durante a ditadura, Bartô voltou a dar trabalho aos censores quando descobriu que o assassinato de ho-mem em Piedade que parecia crime comum, era uma represália de mili-tantes da luta armada contra um delator. ”A vítima havia ajudado os guerrilheiros com informações para um assalto na Tijuca, mas depois passou a revelar os nomes dos mili-tantes à polícia. O JB foi o único que noticiou a história”,conta orgulhoso.Dos 23 anos no Jornal do Brasil, o re-pórter lembra outro momento mar-cante: o dia em que quase morreu durante confronto na Rocinha, 1988. “Tinha marcado entrevista com um dos chefes que disputavam o o domí-nio do tráfico. Estava a caminho do local, quando uma equipe da PM passou. Logo depois, ouvi um grande tiroteio. Em seguida, cheguei até a casa onde seria o encontro com o bandido. O barraco estava perfurado e o traficante morto. Por poucos mi-nutos quem estaria seria eu”. Apesar do perigo por que passou naquele dia, Bartô acredita que a

cobertura da violência hoje é mais difícil. ”Não existe mais a liberdade de circular pelas favelas. Somos vis-to como inimigos. Em muitas co-munidades a ordem é atirar em jornalista. Assim, a polícia passa a ser a única fonte”, afirma.É uma constatação de que está sem-pre no olho do furacão. Na recente ocupação da polícia nos complexos da Penha e Alemão, por exemplo, virou um “correspondente de guer-ra” ao ficar de plantão na entrada dos morros durante quase um mês.Para os colegas mais jovens, Bartô é um modelo de disposição e hu-mildade. Qualidades adquiridas por quem também passou por as-sessorias de imprensa como a da Polícia Militar e da Secretaria de Segurança, e pela chefia de repor-

tagem da TV Manchete. Muitos dos repórteres que o en-contraram na rua - alguns com mais de 40 anos a amenos que ele - nem imaginam que aquele senhor grisa-lho, baixinho e de fala mansa tenha tanto para contar. “Não ligo para diferença de idade e me dou bem com todos. Gosto de saber que muito dos meus focas na apuração hoje dirigem as principais redações do Rio”, destaca, como as recordações da carreira - ele guar-da não só recortes de matéria já amarelada, mas até ameaças de morte que recebeu. Com tanta his-tória, se colocar tudo em livro, seria preciso uma enciclopédia.

*Matéria reproduzida da Revista Lide nº 51

Vitória, 9 anos, não permite que o fato de estar em uma cadeira de rodas retire o sorriso do seu rosto e encanta a todos sempre que vai à CB, junto com a mãe Marina

400 toneladas de alimentos distribuídosComo um exemplo de cidadania e solidariedade, a Caixa Beneficente da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBPMERJ) distribui mais de 20 mil cestas básicas, nos últimos três anos. Prioridade na vida de todo brasileiro e respon-sável por grande parte das despe-sas da população, os alimentos, sempre de muita qualidade são doados aos associados mensal-mente, na sede da instituição, na Rua Pedro I, nº 16, Praça Tiradent-es, no Centro do Rio.No total foram 400 toneladas de alimentos. Contabilizando desde o início deste ano, a CBPMERJ já doou 5.090 cestas. Oriundos de toda parte do Estado, os beneficiários dividem o mesmo tipo de reclamação: “Não há condições de levar a cesta para casa sozinho, pois é muito pesada”. Além dos alimentos, no mês de se-tembro, a Caixa Beneficente ainda distribuiu que mil guaravitas e san-duíches à população.Diante da satisfação de seus as-sociados, o presidente da insti-tuição, tenente Jorge Lobão, não

hesita em demonstrar a sua re-alização profissional. “Apesar de falta condições dignas do policial para sobreviver, nós tentamos amenizar a situação, oferecendo alimentos essenciais para essas pessoas que não têm culpa da ausência da presença do poder público”, afirmou Lobão.Aos 67 anos, a aposentada Con-ceição Lessa é uma das favoreci-das com a cesta básica que se diz muito satisfeita com os serviços prestados pela instituição. “Com certeza é muito bom receber uma ajuda como essa, pois além de ver a alegria das crianças em nos receber com os alimentos, vem tanto mantimento que é pos-sível até repassar uma parte para quem mais necessita”, comentou a aposentada que sempre vem acompanhada pela vizinha e tam-bém beneficiada pela cesta bási-ca Francisca Medeiros que aos 63 anos, chegou a emocionar-se ao dar o seu depoimento à equipe de reportagem do Jornal FOX. “Agradeço muito ao Lobão pela

Coronel entra de sola nos problemasApós dedicar 27 anos

de sua vida à corpo-ração, o coronel Aris-teu Leonardo Tavares

assume o comando da Diretoria de Inativos e Pensionistas (DIP) disposto a priorizar a família do policial militar. Aos 46 anos, o carioca pós-graduado em Política de Segurança Pública e Justiça Criminal que segue como instrutor no quadro de árbitros da Fifa deu às boas vindas, demonstrando afinco em defender os interesses da população. “Cheguei disposto a arrumar a casa, tanto que agora mesmo estou saindo para uma reunião onde estará em pauta a pensão militar”, afirmou o ex-assessor chefe da Assessoria de Relações Públi-cas da PMERJ, quando foi sur-preendido pela visita da equipe de reportagem do Jornal FOX.Tão logo encontrou o presi-dente da Caixa Beneficente da Polícia Militar do Estado do Rio

de Janeiro (CBPMERJ), tenente Jorge Lobão, pelas instalações da DIP, fez questão de agrade-cer o apoio que tem recebido. “É bom saber que podemos contar com a contribuição da CBPMERJ, pois além do café da manhã que é servido na DIP duas vezes por semana, em pouco tempo no cargo, já tomei conhecimento das mel-horias na infra-estrutura que os funcionários da Caixa Be-neficente proporcionou a sede da Diretoria de Inativos e Pen-sionistas”, disse o coronel.“A Polícia Militar é uma família e na realidade, os verdadeiros heróis são eternos, eles não se inativam, por isso, assim como seus familiares merecem toda atenção igualmente dirigida aos profissionais da ativa”, co-mentou o presidente da Caixa Beneficente, tenente Jorge Lobão, completando ainda que está disposto a ajudar a DIP, no que for possível. “Sempre que

há alguma obra de reforma para ser feita, disponibilizo a minha tropa de choque, com-posta por mais de 10 homens para colocar a mão na massa”, completou. Pronta para atender todas as necessidades das pensionistas e dos PMs que passam para inatividades, a Diretoria de Inativos de Pensionistas (DIP) mantém a sua porta aberta de segunda-feira a sexta-feira, de 8h às 17h, na Rua Eduardo Pra-do, 22, no bairro de São Cris-tóvão, na Zona Norte do Rio.Mensalmente cerca de 50 poli-ciais passam para reforma. A maioria cumpriu 30 anos de serviços prestados e agora pre-tende se dedicar mais à família. Sempre acostumado a se dirigir para o seu batalhão, o PM pas-sará a se procurar a DIP sempre que precisar providenciar todo tipo de documento, serviço ou qualquer coisa relacionada a sua profissão. Lobão conversa com o novo comandante da DIP, coronel Aristeu Leonardo e o sub-comandante Rogério Lyra

Divulgação ascom CBPM

cesta que me ajuda a economizar um dinheiro, já não preciso mais fazer a compra do mês. Uso esse dinheiro pra comprar meus re-médios. Se não fosse essa doação não sei o que faria”, desabafou a beneficiária, ressaltando ainda o belo trabalho para garantir a or-dem no dia da entrega das cestas básicas. “A fila é bem organizada, tudo com muita segurança e com o novo sistema de distribuição de senhas, a partir do momento que consigo pegar o meu número tenho certeza que a minha cesta estará segura me esperando”, completou.

Exemplo de superação

O nome reflete bem o significado da existência da filha de Marina Vieira Alves. Aos 9 anos, Vitória Vieira Alves não permite que o fato de estar em uma cadeira de rodas retire o sorriso do seu rosto. “Ela é bem animada e ape-sar de suas limitações, não deixa de demonstrar a sua felicidade quando ela sabe que é dia de pe-

garmos a nossa cesta básica, pois ela sabe que todos gostam muito e a bajula bastante”, disse a mãe coruja, completando ainda que a boa força para superar os limites vem das demonstrações de car-inhos das pessoas por sua filha. “Sempre que venho a CBPMERJ o tratamento é dos melhores pos-síveis. Desde o presidente Jorge Lobão, até o menor cargo dentro desta instituição nos tratam su-per bem, me sinto em casa, pois todos são como uma família”, afir-mou Marina que mora em Jardim Catarina, em Alcântara.Outra moradora de São Gonçalo e também mãe de uma criança com necessidades especiais, Roseane Luciano de Moura não conteve os elogios à instituição. “No início a Isabele ficava assustada com a agitação das pessoas na fila para pegar a cesta básica, mas hoje em dia não. Ela já conhece o pessoal, cumprimenta e sente-se a vonta-de, tanto que fica triste na hora da despedida”, exclamou a Roseane, mãe de Isabele.

Entre os beneficiários que mensalmente se dirigem à sede da CB, uma reclamação é unânime: a cesta básica é muito pesadaDivulgação ascom CBPM

O experiente repórter Bartô recebe uma justa homenagem do presidente da Caixa Beneficente, Jorge Lobão

Bartô lamenta o fato de os jornalistas serem vistos como inimigos e alerta que em algumas comunidades a ordem é atirar na imprensa