128
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVES PROPOSTA DE MELHORIA NA GESTÃO DO PLANEJAMENTO DO PROCESSO DE COMPRAS EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO: CEFET-RJ Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de Concentração: Organizações e Estratégia. Linha de Pesquisa: Sistema de Gestão pela Qualidade Total. Orientador: Prof. Luís Pérez Zotes, D.Sc. Universidade Federal Fluminense Niterói 2017

FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

1

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE

MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO

FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVES

PROPOSTA DE MELHORIA NA GESTÃO DO PLANEJAMENTO DO PROCESSO DE

COMPRAS EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO: CEFET-RJ

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em

Sistemas de Gestão da Universidade Federal

Fluminense como requisito parcial para obtenção do

Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de

Concentração: Organizações e Estratégia. Linha de

Pesquisa: Sistema de Gestão pela Qualidade

Total.

Orientador:

Prof. Luís Pérez Zotes, D.Sc. Universidade Federal Fluminense

Niterói 2017

Page 2: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

2

Cefet/RJ /Sistema de Bibliotecas / Campus Nova Iguaçu

Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952

A474 Alves, Francisco de Assis Bandeira.

Proposta de melhoria na gestão do planejamento do

processo de compras em uma instituição de ensino: CEFET/RJ /

Francisco de Assis Bandeira Alves. - 2017.

128 f. : il.color.

Orientador: Luis Pérez Zotes.

Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão) – Universidade Federal Fluminense. Escola de Engenharia, 2017.

Bibliografia: f. 114-122.

1. Compras (serviço público) - Administração. 2.

Planejamento estratégico. 3. Desenvolvimento organizacional.

4. Gestão da qualidade total na administração pública. 5. Centro

Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro – Estudo

de caso. I. Título.

CDD 352.34

Page 3: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

3

Page 4: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha Mãe, Antonia Laurenir (in memoriam), sempre

presente em todos os momentos de minha vida e que procurou guiar a minha

jornada com muita sabedoria, carinho e dedicação, por mostrar a importância da

busca do conhecimento e por proporcionar base familiar dando amor e dedicação

aos filhos.

A minha querida e estimada esposa Grassi Rosele, por sua dedicação e apoio.

Aos meus amados filhos Ester e Estevão, pelo incentivo e paciência.

Page 5: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

5

AGRADECIMENTOS

A Deus que me dá forças e ajuda-me a seguir em frente na minha caminhada

profissional e acadêmica, fortalecendo-me nas dificuldades e amparando-me nos

desafios;

Ao meu orientador Profo. Dro Luís Pérez Zotes, pe la orientação, d e d i ca çã o e

p a c iê n c ia , em que em muito contribuiu para o andamento desta pesquisa.

Aos companheiros e as companheiras da Turma de Mestrado, que tornaram o

desafio de concluir o curso mais construtivo;

Ao Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca

(CEFET/RJ) pela oportunidade de concretizar a realização do estudo de caso

abordado nesta pesquisa;

Aos colegas de trabalho da Unidade Maracanã do CEFET-RJ pelo carinho,

paciência e apoio dispensados;

À Universidade Federal Fluminense e aos docentes do Mestrado Profissional em

Sistemas de Gestão pelo ensino e dedicação de todos.

Aos professores da Banca Examinadora.

Muito obrigado a todos!

Page 6: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

6

RESUMO

Este estudo tem como proposta a elaboração de uma metodologia para a melhoria

na gestão do planejamento do processo de compras em uma Instituição Pública de

Ensino – CEFET/RJ, a partir do mapeamento das atividades da estrutura existente.

A investigação teve como foco a análise do formato da gestão das solicitações de

compras existentes no processo para aquisição de insumos e equipamentos,

identificando as principais barreiras percebidas pelos responsáveis envolvidos no

planejamento e alguns fatores que influenciam o processo. A natureza da pesquisa é

a de um estudo aplicado e de abordagem qualitativa, privilegiando um entendimento

analítico, documental, bibliográfico, investigação participativa e observação direta. O

escopo do estudo ficou delimitado no contexto da instituição pública de ensino

CEFET-RJ, Unidade Maracanã em análise, considerando que os resultados

alcançados ao final da pesquisa; sirvam como exemplo para outras instituições

públicas de ensino. Os resultados esperados indicam a melhoria da qualidade da

gestão do planejamento do processo de compras na referida instituição a partir da

utilização da abordagem do BSC, tais como: a comunicação interna efetiva para

alavancar a interação entre os colaboradores, desta forma, assegurar a gestão do

conhecimento, mapeamento do processo e a metodologia da gestão do

planejamento do processo de compras.

Palavras-chave: Gestão pública, Compras, balanced scorecard, Planejamento.

Procedimentos, Qualidade.

Page 7: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

7

Abstract

This study proposes the elaboration of a methodology for the improvement in the

management of the planning of the procurement process in a Public Educational

Institution - CEFET / RJ, from the mapping of the activities of the existing structure.

The research focused on the analysis of the format of the management of

procurement requests in the process for the acquisition of inputs and equipment,

identifying the main barriers perceived by those involved in planning and some

factors that influence the process. The nature of the research is that of an applied

study and a qualitative approach, privileging an analytical, documentary,

bibliographic understanding, participatory research and direct observation. The scope

of the study was delimited in the context of the public institution CEFET-RJ,

Maracanã Unit under analysis, considering that the results achieved at the end of the

research; serve as an example for other public educational institutions. The expected

results indicate the improvement of the quality of the management of planning of the

purchasing process in the referred institution, based on the use of the BSC approach,

such as: effective internal communication to leverage the interaction between

employees, thus ensuring the management of the knowledge, process mapping and

procurement planning methodology.

Keywords: Public management, Purchasing, Balanced Scorecard, Planning.

Procedures, Quality.

Page 8: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

8

LISTA DE SIGLAS

BSC - Balanced Scorecard

CEFET-RJ - Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca

CEP - Controle Estatístico de Processo

DEMET - Departamento de Ensino Médio e Técnico

DIGES - Diretoria de Gestão Estratégica

ETN - Escola Técnica Nacional

FNQ - Fundação Nacional da Qualidade

GC - Gestão do Conhecimento

GESPÚBLICA - Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização

IES - Instituição De Ensino Superior

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MEC - Ministério da Educação

OGC - Office Government Commerce

OMC- Organização Mundial do Comércio

PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional

PIB - Produto Interno Bruto

PND – Planejamento por Natureza de Despesas

POA - Plano Operativo Anual

PPI - Projeto Pedagógico Institucional

RG - Relatórios de Gestão

SAS - Scandinavian Airlines System

SciELO - Scientific Electronic Library Online

SCM - Supply Chain Management

SINAES - Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

TI - Tecnologia de Informação

TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação

TQM - Total Quality Management

UE - Comissão Europeia

Page 9: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Análise política, econômica, social e tecnológica ....................................................... 35

Figura 2: Mudança de papéis de compras: compra reativa e compra proativa. ..................... 37

Figura 3: Ciclo de compras ............................................................................................................... 38

Figura 4 - Estrutura do Balanced Scorecard (BSC) para a tradução da estratégia da

organização em objetivos e medidas tangíveis ............................................................................. 41

Figura 5 - Estrutura do Balanced Scorecard (BSC) para a tradução da estratégia da

organização em objetivos e medidas tangíveis ............................................................................. 42

Figura 6 - O Balanced Scorecard (BSC) como Estrutura para Ação Estratégica .................... 43

Figura 7 - Relações de Causa e Efeitos entre as Perspectivas do BSC ................................... 47

Figura 8 - Exemplo da Correlação Entre Várias Estratégias ....................................................... 48

Figura 9 - Ciclo de Causa e Efeito com Resultado Indesejado ................................................... 49

Figura 10 - Cadeia Geradora de Lucro ........................................................................................... 52

Figura 11 - Modelo da cadeia de valores genéricos da perspectiva dos processos internos. 56

Figura 12 - A Estrutura de Medição do Aprendizado e Crescimento. ........................................ 58

Figura 13 - Hierarquia dos Processos ............................................................................................. 64

Figura 14 – Os Macroprocessos. ..................................................................................................... 65

Figura 15 - Níveis Hierárquicos das Operações ............................................................................ 74

Figura 16 - Organograma do DEMET ............................................................................................. 74

Figura 17 - O Macroprocesso da Coordenação Administrativa na Gestão do Planejamento

de Compras deste Departamento .................................................................................................... 75

Figura 18 - Fluxo do Planejamento Orçamentário por Natureza de Despesas ...................... 106

Figura 19 - Plano de Ação 5W2H .................................................................................................. 107

Figura 20 - Planejamento Anual por Natureza de Despesas. ................................................... 109

Page 10: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

10

LISTA DE GRAFICOS

Gráfico 1 - Faixa Etária dos Entrevistados. .................................................................................... 87

Gráfico 2 - Tempo de Serviço dos Entrevistados na Instituição. ................................................ 88

Gráfico 3 -Você consegue responder o relatório anual planejamento por Natureza de

Despesas - PND? ............................................................................................................................... 89

Gráfico 4 - Com que frequência os Entrevistados Planejam as Suas Compras? .................... 90

Gráfico 5 - O seu Planejamento de Compras está Alinhado com os Objetivos do PDI (Plano

de Desenvolvimento Institucional)? ................................................................................................. 91

Gráfico 6 - Você Conhece o Planejamento Estratégico (PND, 5W2H, POA) da Instituição? 92

Gráfico 7 - Precisa de Orientações para Preenchimento da Ferramenta 5W2H? ................... 93

Gráfico 8 - Você Acompanha o Resultado do que foi Comprado e Entregue Baseado no seu

Planejamento no Ano Anterior? ....................................................................................................... 94

Gráfico 9 - Qual o Tempo MÉDIO para Recebimento dos Produtos a Partir da Realização do

Pedido de Compras? ......................................................................................................................... 95

Gráfico 10 - Você tem Acesso aos Fluxos do Processo de Compras? ..................................... 96

Gráfico 11 - Você tem informações sobre o Andamento do Processo de Compras? ............. 97

Gráfico 12 - Você Acredita que a Melhoria do Planejamento da sua Coordenação Depende

da Área Responsável pelo Planejamento Estratégico da Instituição? ....................................... 98

Gráfico 13 - Ao Comparar o Produto Solicitado e o Produto Comprado ................................... 99

Gráfico 14 - Com que Frequência você Recebe Assessoria do DEMET para Planejar as

suas Compras? ................................................................................................................................. 100

Gráfico 15 - Os Recursos Orçamentários Anuais Disponibilizados para sua Coordenação

são Suficientes para Execução do Seu Planejamento? ............................................................. 101

Gráfico 16 - Na sua Opinião o Modelo Atual de Gestão Atende as Suas Necessidades? .. 102

Page 11: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 13

1.1 Contextualização do tema ..................................................................................................... 14

1.2 Situação problema ................................................................................................................ 16

1.3 Questão da pesquisa ............................................................................................................. 17

1.4 Objetivo geral .......................................................................................................................... 18

1.5 Objetivos específicos ............................................................................................................. 18

1.6 Justificativa e relevância da pesquisa ................................................................................. 18

1.7 Delimitação da pesquisa ....................................................................................................... 19

1.8 Estrutura do trabalho ................................................................................................................... 20

2. Referencial Teórico ........................................................................................................................ 21

2.1 Planejamento Estratégico e Gestão Pública ........................................................................... 21

2.2 Contratos e compras públicas ................................................................................................... 25

2.3 A importância da gestão em compras públicas ...................................................................... 33

2.4 Estratégias do Gestor de Compras ........................................................................................... 34

2.5 Compra Proativa Como Estratégia ........................................................................................... 36

2.6 Balanced Scorecard (BSC) ........................................................................................................ 38

2.7 - Perspectivas do Balanced Scorecard .......................................................................... 46

2.7.1 - Perspectiva Financeira .......................................................................................................... 52

2.7.2· Perspectiva dos Clientes........................................................................................................ 53

2.7.3 - Perspectiva dos Processos Internos da Organização .............................................. 54

2.7.4 - Perspectiva de Aprendizado e Crescimento ...................................................................... 57

2.8 Qualidade .................................................................................................................................... 60

2.8.1 Ferramentas de Qualidade ................................................................................................. 61

2.9 Definição do Macroprocesso ................................................................................................. 63

Page 12: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

12

2.10 Mapeamento de Processo ....................................................................................................... 73

2.11 Gestão do Conhecimento ......................................................................................................... 66

2.12 Gestão por processos aplicada ao setor de compras ......................................................... 69

3 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................................................. 73

3.1 Definição de Pesquisa ................................................................................................................ 73

3.2 Plano de análise interpretação e apresentação de dados .................................................... 77

4. HISTÓRICO DO CEFET-RJ........................................................................................................ 78

4.1 Definição de Instituições de Ensino Superior ......................................................................... 78

4.2 - Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) ...................................................................... 80

4.3 - O PDI do CEFET/RJ ................................................................................................................. 81

4.4 - Planejamento Estratégico ........................................................................................................ 81

4.5 - Filosofia, Missão e Objetivos Institucionais .......................................................................... 83

5. ESTUDO DE CASO .............................................................................................................................. 78

5.1. Sobre o Estudo de Caso............................................................................................................ 85

5.2 Resultados .................................................................................................................................... 86

5.3 Fluxo geral do processo de compras do CEFET/RJ ............................................................ 110

5.4 Detalhamento da etapa de solicitação.......................................................................................... 107

6. ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................................................. 112

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 114

ANEXOS ............................................................................................................................................ 123

Page 13: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

13

1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa apresenta uma abordagem que tem o compromisso de analisar

e propor melhorias na gestão do planejamento do processo de compras adotado por

uma instituição pública de ensino, o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso

Suckow da Fonseca (CEFET-RJ).

A ação de planejamento em compras é uma atividade significativa na

administração moderna, tornando-se uma atividade corrente nos diferentes setores

das instituições e, em particular às instituições públicas, por ser um processo que

demanda de muitas funções que constituem o macroprocesso e que exigem ações

necessárias ao bom funcionamento, não só desta atividade, mas de todas as outras

atividades da Instituição como um todo.

O processo de compras ou licitatório apresenta-se como a mais relevante

ação dentre as ações necessárias para uma gestão na cadeia de suprimentos,

contribuindo para o aumento da produtividade, na aquisição de bens e serviços e na

redução dos custos.

As dificuldades em atividades de compras no setor público exigem que se

busque a modernização no planejamento deste processo, que é realizado pelo

centro de custos, exigindo mapeamento de suas entradas e saídas na gestão de

suprimentos.

Desta forma, esta pesquisa pretende responder como a gestão do

planejamento do processo de compras deve contribuir para obtenção do

gerenciamento efetivo em uma Instituição Federal de Ensino e que melhorias devem

ser implementadas para se obter um processo de gestão de compras efetivo.

Com o intuito de responder estas questões, buscar-se-á identificar quais são

os fluxos na gestão do planejamento do processo de compras, e quais as ações

mais adequadas deverão ser implementadas para se alcançar maior efetividade na

utilização dos recursos públicos, tendo como objetivo a aquisição de equipamentos,

bens de consumo e serviços de diárias e passagens e, ainda, quais as técnicas que

deverão ser implementadas nas diferentes fases do processo.

A pesquisa tem como objetivo mais relevante uma proposição de melhorias

na gestão do planejamento do processo de compras em uma Instituição Pública de

Ensino – CEFET/RJ.

Page 14: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

14

A investigação terá como princípio a análise do formato das propostas de

compras solicitadas, existentes no dia a dia do processo para aquisição de insumos

e equipamentos.

Este procedimento em toda a gestão do processo de compras, é o que

permite de forma mais prática, a identificação das principais barreiras percebidas

pelos responsáveis envolvidos nas solicitações e os fatores que influenciam o

processo.

Para que esta investigação de fato aponte para o alcance das melhorias

esperadas, será utilizada a metodologia do Balanced Scorecard (BSC) que tem o

objetivo de permitir, através de um conjunto articulado de indicadores de desempenho que

se estabeleça uma linguagem mais precisa na transmissão da estratégia da instituição

estudada.

A pesquisa propõe que a partir da utilização das perspectivas do BSC,

identifiquem-se as prioridades estratégicas de forma lógica a fim de que se

identifique um modelo que auxilie no gerenciamento da gestão do planejamento do

processo de compras do CEFET/RJ de forma estruturada e alinhada ao PDI.

A partir desta identificação serão mapeadas as fragilidades que se

apresentam na gestão do planejamento do processo compras da instituição e quais

são as alternativas para resolvê-las a partir de questões que auxiliarão no

surgimento de ideias que contribuam para a criação de um modelo adequado que

acene para uma melhoria significativa para o planejamento do processo de compras

do CEFET/RJ.

1.1 Contextualização do tema

A ação de planejamento em compras é uma necessidade relevante na

administração moderna, tornando-se uma atividade corrente nos diferentes setores

das instituições e, em particular às instituições públicas, por ser um processo que

demanda de muitas funções, ações necessárias ao bom funcionamento, não só

deste setor, mas da Instituição como um todo.

O processo de compras ou licitatório apresenta-se como a mais significativa

dentre as ações necessárias para uma gestão na cadeia de suprimentos,

Page 15: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

15

contribuindo para o aumento da produtividade, na aquisição de bens e serviços e na

redução dos custos.

Segundo Caddy e Helou (2007) é necessário que as organizações

concentrem a atenção dos gestores em todos os níveis do processo de compras;

salientando a necessidade de uma revisão constante das práticas para a promoção

das mudanças fundamentais, mantendo a eficiência e a eficácia na cadeia de

fornecimento.

Atualmente, os governos buscam adotar conceitos e práticas gerenciais que

são amplamente utilizados em empresas privadas. No entanto, as organizações do

setor público, precisam cumprir com vários objetivos, muitas vezes conflitantes e que

estão sujeitos à limitações em diversos segmentos: financeiro, legal, contratual,

pessoal, institucional (GROZNIK; TRKMAN, 2009).

Sobre isso, Botelho (2012) relata que os processos de compras públicas,

são realizados através de licitações, termo derivado do latim “licitatione” que significa

arrematar em leilão; fazendo uso de suas diferentes modalidades de compras; tais

como: concorrência, concorrência internacional, convite, tomada de preços,

concurso, pregão presencial e eletrônico. Esta última, sendo a mais utilizada na

administração em toda a sua esfera, movimentando grande parte dos recursos

públicos destinados às aquisições e contratações públicas.

De acordo com a mesma autora, no ano de 1964, foi criada a Lei nº 4.320,

estabelecendo a elaboração de orçamento e balanço, para que o processo de

aquisição de materiais fosse realizado através do princípio da concorrência. E mais,

surgindo também a Lei nº 4.401, com diretrizes sobre as normatizações para o

processo licitatório de serviços, obras e aquisição de materiais. O conteúdo desta

norma utiliza a expressão “licitação”, como indicativo de todas as modalidades de

compras.

Com a promulgação da Constituição da República Federativa de 1988, a

Administração Pública tomou novos rumos. A Licitação é um princípio constitucional,

em que o Estado é obrigado a usá-la, como única forma de contratação e, também a

observância de todos os preceitos legais, sendo a ausência desta prática,

considerada crime pelo Estado.

Page 16: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

16

A partir desse princípio, é relevante observar o comportamento dos

fornecedores, sendo necessário que se desenvolva um banco de dados dos

mesmos, de preferência por atividades. Esta organização facilitará a contratação

para que se atenda às demandas tanto, do estado, prefeituras nas pequenas

cidades; visando sempre obter o menor custo e a maior qualidade do serviço.

Segundo Blind (2013), é necessário que o setor público aja de forma clara, a

fim de conseguir uma aproximação às pequenas/médias e grandes empresas e,

assim, possibilitando a mercancia de certos bens e serviços, tendo assegurado a

massa crítica suficiente para fomentar o investimento em pesquisa e

desenvolvimento.

Percebe-se ainda, diante das pesquisas, através dos autores já citados, que

os contratos públicos tornam-se potencialmente consideráveis para impulsionar a

inovação; não deixando aqui de citar que inúmeras barreiras dificultam o setor

público em atuar como um cliente eficiente e eficaz, imbuindo-se do caráter

científico. É preciso entender como barreiras relacionadas a processos,

competências, procedimentos e relações públicas de aquisição, influenciam na

capacidade de interação com os fornecedores para obtenção dos benefícios da

inovação. (UYARRA et al, 2014).

Assim, tem-se uma breve compreensão de que as barreiras citadas devem

gerar lacunas de informação e eventuais fracassos no resultado do evento licitatório;

e ainda, durante este processo, uma gestão ruim (UYARRA et al, 2014).

1.2 Situação Problema

O processo de compra dentro de uma Instituição, em especial a pública, é um

setor que demanda inúmeras funções, fazendo-se imprescindível a criação de uma

ampla estrutura que englobe todas as questões necessárias ao bom desempenho,

não só deste setor (compras), mas sobretudo, no seu relacionamento com toda a

instituição. Isto permitirá, a princípio, que ele deva atuar de forma equilibrada, por

entender-se que os recursos técnicos, providos pela parte financeira, dão os

suprimentos necessários para a melhor atuação de todos os envolvidos na gestão

como um todo.

Page 17: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

17

Portanto, de acordo com Quayle (2006), compreende-se que este processo

deve ser considerado um dos mais críticos da Gestão Pública. Isto é geralmente

demonstrado pela insatisfação das áreas que dela dependem, seja de forma direta

ou indireta, onde esta relação acontece sem integração, gerando ineficiências e

gargalos no processo. Em muitos casos ocorre um imenso número de problemas na

origem dos pedidos: estrutura detalhada, os setores de recebimento e repasse para

os demais, a questão do prazo de entrega, entre outros, o que deve demonstrar a

existência de especificações técnicas incorretas e processos internos com

instruções inadequadas.

As dificuldades em atividades de compras no setor público impossibilitam o

suprimento das demandas básicas e comprometem a função precípua dos recursos

econômicos. Diante disto, há a necessidade de modernização no planejamento

deste processo, que é realizado pelo centro de custos, exigindo mapeamento de

suas entradas e saídas.

Considerando o exposto, a presente pesquisa pretende analisar e propor

melhorias na gestão do planejamento do processo de compras adotados pelo Centro

Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ),

mensurando as demandas das partes interessadas, discutindo um plano de ação,

com efetividade, para implementação na gestão do planejamento de um processo de

compras, auxiliando na identificação de oportunidades e, assim obter melhorias com

qualidade nos resultados; sendo ainda, necessário que todos os profissionais

estejam inseridos neste processo.

1.3 Questão da Pesquisa

A partir deste pressuposto, surge a seguinte questão da pesquisa:

Como a gestão do planejamento do processo de compras deve contribuir para

obtenção do gerenciamento efetivo em uma Instituição Federal de Ensino? Que

melhorias devem ser implementadas?

Para buscar respostas, é preciso identificar quais são os fluxos na gestão do

planejamento do processo de compras, e o que deve ser alterado para se alcançar

maior efetividade na utilização dos recursos públicos, tendo como objetivo a

aquisição de equipamentos, bens de consumo e serviços de diárias e passagens e,

Page 18: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

18

ainda, quais as técnicas devem ser implementadas nas diferentes fases do

processo.

1.4 Objetivo Geral

O objetivo geral desta pesquisa consiste na análise do processo da gestão do

planejamento do processo de compras em uma Instituição Pública de Ensino –

CEFET/RJ de forma a contribuir com propostas de melhorias para o referido

planejamento do processo.

Portanto, esta investigação terá como foco a análise do formato das

propostas de compras solicitadas existentes no processo para aquisição de insumos

e equipamentos, identificando as principais barreiras percebidas pelos responsáveis

envolvidos nas solicitações e os fatores que influenciam o processo.

1.5 Objetivos Específicos

Investigar o processo atual de gestão do planejamento de compras dentro de

um Centro de Custos de uma Instituição Federal de Ensino;

Identificar propostas que agreguem valor ao processo administrativo e

documental; bem como sistematizar boas práticas de gestão na evolução do

planejamento do processo de compras;

Sugerir melhorias no gerenciamento atual do planejamento do processo de

compras com base no resultado desta pesquisa.

1.6 Justificativa e Relevância da Pesquisa

A presente pesquisa busca aperfeiçoar a gestão do planejamento do

processo de compras para utilização com efetividade dos recursos financeiros de

uma Instituição Pública Federal de Ensino, oferecendo um serviço de qualidade

através da aquisição de bens e serviços; oferecendo subsídios para uma educação

de qualidade, promovendo um ambiente adequado para as atividades de ensino e

aprendizagem.

Sabe-se que todos os recursos especialmente o financeiro, vem diretamente

dos cofres públicos. Sendo assim, faz-se necessário que os setores envolvidos com

Page 19: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

19

a gestão do planejamento para aquisições de bens e serviços no Departamento de

Ensino Técnico de Nível Médio, busque caminhos exitosos a serem seguidos. O

trabalho contribuirá para que todos os que atuam ou desejam atuar na gestão do

planejamento do processo de compras adquiram uma visão estratégica, e

reconheçam os efeitos desta estratégia na cadeia de suprimentos. O estudo também

interessará aos estudantes de direito, administração, marketing, economia,

contabilidade e engenharia de produção, que queiram aprofundar seus estudos

sobre o tema.

Os resultados práticos almejados com a conclusão deste trabalho são: os de

maior rapidez no acesso às informações relativas à gestão e a sistematização dos

procedimentos que irão compor melhorias no gerenciamento do planejamento no

processo de compras.

Convém ressaltar que o presente estudo em si, trará benefícios ao

pesquisador e a todos que, assim como ele, procuram solucionar questões relativas

a gestão do planejamento do processo de compras, uma vez que o conhecimento

propagado deve incentivar outras pesquisas, gerando assim, novos conhecimentos

e promovendo progresso para o país.

1.7 Delimitação da Pesquisa

A presente pesquisa é parte integrante da operação do processo global de

compras e será desenvolvida no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso

Suckow da Fonseca – CEFET-RJ, na unidade Maracanã, localizado no Estado do

Rio de Janeiro, considerando o período da pesquisa entre os anos de 2016 e 2017 ,

utilizando como foco a busca de resoluções para minimizar os gargalos existentes

entre as coordenações solicitantes e o Centro de Custos do Departamento de

Ensino Médio e Técnico- DEMET.

Para otimizar a investigação foi selecionada como amostra, os

Coordenadores dos Cursos Técnicos, os Coordenadores de Disciplinas e os

Técnicos Administrativos que trabalham nas referidas coordenações.

Page 20: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

20

1.8 Estrutura do Trabalho

Este trabalho está organizado da seguinte forma:

No capítulo 1, intitulado Introdução, onde apresenta-se o tema da pesquisa;

No capítulo 2, Revisão da Literatura;

O capítulo 3, Metodologia da Pesquisa;

No capítulo 4 – Estudo de caso no CEFET- RJ;

No capítulo 5 – Propostas de melhorias na Gestão do Planejamento de

Compras do Centro de Custos;

No capítulo 6 – Considerações Finais.

Page 21: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

21

2. Referencial Teórico

A pesquisa aborda o tema naquilo que considera relevante no Estado da Arte

na busca do o entendimento necessário para o alcance do resultado na

transformação da informação em gestão do conhecimento e da melhoria contínua

em gestão do planejamento do processo de compras do CEFET-RJ.

2.1 Gestão Pública e Planejamento Estratégico

A gestão, em órgãos da administração pública direta, está presente no país

desde o período colonial e vem acompanhando a evolução deste até os dias atuais.

O legado herdado deste período, onde se tinha uma estrutura pública frágil e

desarticulada, apresenta reflexos hoje, onde se verifica um acentuado aumento

quantitativo dos serviços prestados a sociedade, em contrapartida, em termos

qualitativos, apresenta pouca melhoria.

As dimensões da gestão e do planejamento, deste modo, devem discorrer

com a preparação de uma arquitetura institucional adequada para edificar e reforçar

os canais que permitam atender o cidadão. Para isto, é essencial rever marcos

conceituais e legais relacionados à função pública, visto que há um esgotamento do

atual modelo de ação estatal, fato que gera dificuldades para a ação ágil e com

qualidade no atendimento às demandas sociais e do mercado, prejudicando, em

especial, os entes e populações mais vulneráveis (BRASIL, 1988).

Em um mercado cada vez mais competitivo e complexo, as organizações

necessitam utilizar mecanismos de sobrevivência para garantir o sucesso

empresarial. Segundo Mintzberg e Quinn (2001) a estratégia deve ser definida

como:

É o padrão ou plano que integra as principais metas, políticas e sequências de ações de uma organização em um todo coerente. Uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma organização para uma postura singular e viável, com base em suas competências internas e relativas, mudanças no ambiente antecipadas e providências contingentes realizadas por oponentes inteligentes. (MINTZBERG e QUINN 2001)

Page 22: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

22

Atualmente as estratégias corporativas são primordiais para as empresas

manterem suas posições de mercado ou galgarem maiores patamares. Uma

empresa precisa organizar-se internamente realizando a correta alocação de seus

recursos produtivos para gerar seus resultados. Além disto, a preocupação atual das

empresas é antecipar o movimento do ambiente externo, ou seja, conseguir tomar

atitudes antes da concorrência. Schermerhorn (2006) diz resumidamente que a

estratégia apresenta-se como um plano de ação amplo que identifica o

direcionamento a longo prazo e guia a utilização de recursos para atingir sua missão

e seus objetivos para garantir uma vantagem competitiva sobre seus concorrentes.

O planejamento estratégico é o processo de estabelecer objetivos e

determinar uma maneira de alcança-los. Schermerhorn (2007), relata que o

planejamento estratégico estabelece as diretrizes de ação amplas e de longo prazo

que serão adotadas nas empresas. Durante este planejamento a empresa busca

traçar objetivos estratégicos para todos os níveis da organização. Os gestores

costumam utilizar metas, indicadores e outros mecanismos internos para mensurar

os resultados e verificarem a aderência com seus objetivos e traçar os próximos

passos até atingi-los por completo.

Para nortear o planejamento estratégico de uma empresa o primeiro passo é

conhecer de maneira clara sua visão, sua missão e seus valores. Hitt, Ireland,

Hoskisson (2008) explicitam que a missão é a descrição do propósito principal da

existência de uma organização é como determina a realização de suas ações,

traduzindo a essência de uma organização. Já a visão é uma meta mensurável que

a empresa busca alcançar em um determinado horizonte de tempo previamente

definido e os valores são as posturas que a empresa preconiza ao tomar suas

decisões e realizar suas ações.

Como forma mais específica, o planejamento estratégico determina suas

ações em objetivos e metas, sendo de suma importância para a concretização da

estratégia traçada no Planejamento Estratégico, como um padrão global de ações e

decisões (SLACK, 2012).

O planejamento estratégico desenvolvido e usado eficazmente pelo gestor

de compras resultará para a organização vantagens sobre os concorrentes, à sua

manutenção em um mercado competitivo e o alcance do objetivo traçado. Este

profissional responsável por compras deverá ter uma visão sistêmica da organização

Page 23: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

23

para elaborar um planejamento coerente. A identificação das análises externas que

influenciam a organização é uma técnica que poderá ser explorada de maneira bem

estruturada.

Planejar é a primeira função da administração precedendo as funções:

organizar, dirigir e controlar os recursos inerentes às atividades da empresa para

geração de um bem físico ou serviço. Começa pelos objetivos da organização

(DRUCKER, 2009). A definição destes objetivos contará com uma avaliação dos

riscos que antecedem a tomada de decisão. Para que haja pleno êxito nos

resultados todo o corpo organizacional precisará desempenhar as tarefas de forma

consciente, utilizando os recursos disponíveis e necessários com eficiência e

eficácia.

Corroborando com o que foi dito anteriormente, Santos et al (2009)

enfatizam que o planejamento deve ser compreendido como a resolução dos

objetivos ou metas de um determinado empreendimento, ou como, a organização de

meios e recursos para poder atingir os objetivos almejados. Quem sabe o

planejamento, seja ativamente empregado em todos os segmentos do contexto

econômico, por acreditar-se que, o futuro deve ser melhorado por uma influência

ativa no presente.

O mesmo também tem um caráter compreendido como uma atribuição em

que o homem, atuando em conjunto e por meio da manipulação do controle cônscio

do meio ambiente, busca alcançar apropriados fins por ele mesmo especificados.

Ainda que as ideias devam ser diferentes, grande parte das organizações busca a

estabilização e a garantia do fluxo de trabalho contínuo, abrangendo ritmo de

produção para alcançar como resultado o desenvolvimento e a conclusão da obra

acatando as expectativas postas para o escopo, prazo, custo e qualidade (SANTOS

et al, 2009).

Planejamento estratégico, deste modo, deve ser definido como um processo

contínuo e adaptativo por meio do qual uma organização define (e redefine) sua

missão, seus objetivos e suas metas, seleciona as estratégias e meios para atingi-

las em um determinado período de tempo, por meio de constante interação com o

ambiente externo. O planejamento estratégico como sendo um processo sistêmico

envolve uma visão da organização como um “todo” formado por diversas partes

Page 24: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

24

(subprocessos), que devem ser percebidas em suas relações (interdependência

entre cada uma). (SANTOS et al, 2009).

Através de um adequado planejamento estratégico, será possível

estabelecer diretrizes de ações a serem cumpridas a fim de contribuir para o alcance

dos objetivos da empresa.

OLIVEIRA (2009) ainda afirma que o planejamento estratégico colabora para

a tomada de decisão e identificação dos objetivos da empresa, desta forma ajuda

também nas ações que deverão ser tomadas para alcançar estes objetivos. Além

disto, através do planejamento caracteriza-se as principais barreiras internas e

externas a serem superadas. Por se tratar de uma visão holística para o

desenvolvimento do planejamento estratégico é necessário fazer uma avaliação de

como está a empresa, qual são suas metas e objetivos e o que é preciso fazer para

sustentar os planos de ação para alcançar sua missão.

Constata-se assim, que o planejamento é uma atribuição pela qual o

homem, agindo em conjunto e através da administração e do estabelecimento de

pontos de controle consciente do meio ambiente, procura atingir os fins

estabelecidos pelo processo de gestão.

Gianakis e MCCue (2012), o conceito de gestão da oferta apareceu quando

os gerentes lançaram um novo olhar para as suas organizações, em resposta ao

choque externo de competição global por mercados emergentes, e a percepção de

que a compra foi um componente crítico da cadeia de valor dentro das

organizações. Organizações do setor privado apercebeu-se como produtores de

valor e gestão da oferta. Colocou-se como uma parte significativa da cadeia de

valor na qual suas organizações foram embutidas.

Ainda segundo Gianakis e MCCue (2012), os sistemas de prestação de

serviços públicos são geridos por profissionais, mas deve ser visto na condição de

"sob controle", pelas autoridades eleitas e responsáveis para com o processo

democrático. Por isso, os controles são colocados em uso por "fatores de produção"

de gestão: dinheiro, pessoas e suprimentos.

Os efeitos prejudiciais deste controle, são agravados pelas organizações

burocráticas ligadas às regras que normalmente obrigam gestores e profissionais a

cumpri-las. As organizações em que trabalham dificultam o exercício da

Page 25: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

25

especialidade para a qual foram contratados (GIANAKI e Mc CUE, 2012).

O planejamento de uma estratégia deve ser fundamentado sobre vários

fatores que envolvem a organização. O planejamento da análise ambiental será uma

estratégia adequada para o gestor de compras fazer um reconhecimento ambiental

e a sua análise das forças competitivas existentes. Com este planejamento

desenvolvido, o gestor de compras desempenhará a sua função embasada em

ações influenciáveis que deverá acarretar resultados para os seus objetivos.

Portanto, a gestão pública deve estar fundamentada em intervenções para a

aquisição (legislação, estruturas de governança), arranjos organizacionais e

capacidades de inovação para a aquisição, a identificação, especificação e

sinalização das necessidades, bem como a concessão de incentivos para os

fornecedores assumirem soluções inovadoras.

2.2 Contratos e Compras Públicas

A área de compras governamentais e contratação é um dos mais importantes

nos processos de reforma do Estado e modernização de componentes da

administração pública. Para fornecer serviços do Estado deve organizar sua ação de

várias maneiras: execução direta, terceirização privada outsourcing, recrutamento de

não - entidades públicas estaduais, de associação, de concessão, regulamentos de

privatização, entre outros. Todos são formas de contratos, e apenas um,

recrutamento direto; todos os outros são compras ou contratos de serviços com

pessoas jurídicas (PIMENTA (2002).

As condições para os setores público e privado são diferentes, e o mesmo faz

sentido no tocante às compras, Telgen et al. (2007), afirmam que "ao comparar as

aquisições do setor público e privado afigura-se que as exigências relativas aos

contratos públicos são maiores e mais altamente variada do que as relativas aos

contratos do setor privado. "Ainda assim, muitos dos itens e serviços comprados e

produzidos no setor público pôde ser entregue pelo setor privado, embora as

condições para os dois setores diferem substancialmente no que diz respeito aos

regulamentos e transparência. Telgen et al (2007, p. 19) têm mais rigorosamente

desenhado as diferenças juntos nos seguintes pontos:

Page 26: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

26

Demandas externas (transparência, integridade, responsabilidade,

exemplar).

Demandas internas (várias metas, objetivos políticos, múltiplos

stakeholders).

Demandas de contexto (orçamento impulsionado, orçamento aberto, os

orçamentos interdependentes, específicos cultural).

Processo demanda (regras e procedimentos, relacionamentos de longo

prazo, cooperação com outras entidades públicas).

Múltiplos papéis (entidades públicas são grandes compradores,

reciprocidade, determina algumas normas).

As empresas públicas têm que equilibrar seus interesses e operar em

condições diferentes do que as empresas privadas. Para isto, elas devem alinhar a

modos de funcionamento das empresas privadas, a fim de aumentar a eficiência.

O setor de compras desenvolveu-se ao longo do tempo, passando de uma

função burocrática até transformar-se em uma função estratégica da organização.

Batista e Maldonado (2008) destacam que a gestão de suprimentos em que

se encontram inseridas as compras dos materiais, bens e serviços, concebe um dos

pilares de qualquer entidade pública e é significante em termos estratégicos, tendo

em vista os recursos orçamentários aplicados nas atividades relacionadas às

compras de materiais, bens e serviços utilizados pela Administração Pública no

intuito de atingir seus objetivos.

As compras públicas representam uma relação relevante com a ação do

Estado capaz de ativar dispositivos para dinamizar a economia local, uma vez que

movimentam recursos estimados em 10% do PIB brasileiro (CATTANI, 2010).

As compras governamentais e a contratação de serviços, segundo Costin

(2010), apresentam uma regulamentação quando comparadas às demais

atividades. O poder desempenhado pelas compras governamentais torna a área de

compras vulnerável à pressões políticas, ao fisiologismo e a corrupção e, por isso,

segundo informa Costin (2010), “é uma área muito regulada na maior parte dos

países e mesmo no organismo multilateral responsável pelo comércio internacional,

a OMC”.

Page 27: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

27

As especificidades do processo licitatório de empresas públicas e

sociedades de economia mista devem, não obstante, ainda as formalidades

existentes que assinalam as aquisições daquelas praticadas nas empresas do

segundo setor, consentir o uso, ou adaptação, das práticas de Supply Chain

Management - SCM. Entretanto, atributos do processo de compras/contratações

públicas, tais como impessoalidade e igualdade de condições para todos os

concorrentes, devem oferecer-se como uma barreira para o desenvolvimento de

relacionamentos com fornecedores, nos quais sejam partilhados processos,

informações e ganhos (ALBUQUERQUE e PRIMO, 2011).

Os contratos públicos referem-se à aquisição de bens e serviços por

organizações governamentais ou do setor público. A contratação pública é antes de

tudo um veículo que permite as organizações do setor público para desempenhar

suas funções e fornecer serviços essenciais de forma efetiva. Não obstante, um

corpo crescente de estudiosos e formuladores de políticas reconhecem que através

da compra de produtos e soluções inovadoras do setor público, não só fornece

serviços de forma mais eficaz e eficiente, mas também influenciam as atividades de

inovação das empresas privadas ( OECD, 2011).

Nos últimos anos, o setor público tem assistido a uma crescente diferença

entre entregar os bens e serviços procurados pelos cidadãos e a capacidade dos

órgãos públicos para a prestação destes bens e serviços. No entanto, tem havido

um número de profissionais de compras que fizeram mudanças significativas para

seus ambientes operacionais através da adoção de sistemas de entrega de serviços

inovadores. Apesar do fato de que os serviços do setor público são tipicamente

produzidos quando são entregues, e organizações do setor público geralmente não

operam através de processos de produção, profissionais que adotam uma

perspectiva de gestão da oferta em seus contratos e processos relacionados têm

sido capazes de transformar suas funções de aquisição de controle para suportar

sistemas que agregam valor positivo para à prestação de serviços (GIANAKIS e

MCCUE, 2012).

A diferença entre compras e suprimentos foi classificada definindo compra

como sendo o processo de aquisição na indústria transformadora, enquanto os

contratos são considerados como um termo usado nos círculos governamentais para

Page 28: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

28

aquisições (ARLBJORN E FREYTAG, 2012). Os contratos públicos utiliza-se de

uma parcela do orçamento global do setor público.

A compra de volume e de valor está no mesmo nível (ou até maior) do que

muitas contrapartes privadas. Eles incluem as entradas como comunicação e

tecnologia de informação (TI), artigos de papelaria, energia, serviços públicos,

seguros, limpeza e manutenção, despesas de capital e consultorias. Os contratos

públicos são sujeitos à regras especiais a fim de assegurar que os bens e serviços

são adquiridos a preços competitivos. É necessária a transparência (ARLBJORN e

FREYTAG, 2012).

No setor público, qualquer perda de fundos públicos raramente é

caracterizada como uma experiência de aprendizagem. Tal eventualidade é vista

como fracasso. Por esta razão, a maioria dos estudos mostra que os gestores

públicos tendem a ter um risco aversivo em sua tomada de decisão do que suas

contrapartes do setor privado. O processo de compra é acompanhado de perto

porque é através deste processo que o setor público interage diretamente com as

empresas do setor privado (GIANAKIS e MC CUE, 2012).

As compras públicas no Brasil são conduzidas pela Constituição Federal e

pelas normas estabelecidas na Lei 8.666 de 1993, conhecida com a Lei de

Licitações na qual o termo compras é definido como sendo “toda aquisição

remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente”. Para

Carvalho Filho (2012), a Licitação é definida como:

O procedimento administrativo vinculado por meio do qual os entes da

Administração Pública e aqueles por ela controlados selecionam a melhor proposta

entre as oferecidas pelos vários interessados, com dois objetivos – a celebração de

contrato, ou a obtenção do melhor trabalho técnico, artístico ou científico.

No contexto atual, o Estado está mudando do produtor direto de bens e

serviços para um contratante cada vez mais - controlador e avaliador de Estado. O

setor de compras governamentais na América Latina deve expandir sua participação

no processo de reforma do Estado e da integração econômica dos mercados nos

próximos anos, como um dos principais setores que os governos devem investir na

sua modernização.

Page 29: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

29

O procedimento licitatório deverá ser adotado por toda a Administração

Pública nas esferas Federal, Estadual ou Municipal quando da realização das

compras públicas e da contratação de obras e serviços, exceto nos casos previstos

na própria legislação, que representam as situações de Dispensa de Licitação. Estas

exceções estão previstas no art. 24 da Lei 8.666/93 e representam situações em

que, embora o procedimento licitatório seja viável, o administrador tem autorização

legal para não realizá-lo, dada a particularidade do caso.

Costa et al (2013), realizaram um estudo com objetivo de analisar a

implementação de eletrônica-aquisição pública e salienta as suas principais

dificuldades e os impactos em relação ao tipo de organizações públicas. Segundo os

autores, a Comissão Europeia (UE) que reconhece que a Europa enfrenta sérios

desafios econômicos, sociais e ambientais, e há uma expectativa crescente por

parte dos cidadãos e das empresas europeias para os governos serem mais

abertos, flexíveis, ágeis e colaborativos na entrega de serviços públicos através da

Comissão Europeia (2010a).

Por toda a Europa, os governos nacionais, as empresas e as sociedades

estão esforçando-se para otimizar recursos, redesenhar os processos e desenvolver

instrumentos inovadores para melhorar a produtividade e apoiar melhores decisões.

A Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) emergem como instrumentos

estratégicos para melhorar a comunicação, a colaboração e a eficiência do processo

e adequar as abordagens baseadas no desempenho para projetos e processos.

De acordo com resultados de benchmark e-governo (Comissão Europeia,

2009b), as vantagens das TIC já são reconhecidas e na Europa demonstra um

progresso constante em termos de disponibilidade de serviços online. Neste

contexto, uma das questões mais discutidas é a introdução das TIC nos processos

de adjudicação de contratos públicos.

A contratação pública é uma questão-chave na maioria dos países porque

seu valor tende a ser maior do que 17% do PIB na UE (17,23% na UE-27, o

equivalente a 2,16 trilhões de euros em 2008) (Comissão Europeia, 2010d), uma

percentagem significativa. Portanto, os ganhos consideráveis devem ser alcançados

através do aumento da eficiência de aquisição. Isto é verdadeiro desde que os

contratos públicos sejam criticados pela sua complexidade e custo e a baixa

Page 30: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

30

transparência e valor. A Contratação pública é também reconhecida como

burocrática e rígida, exigindo renegociação frequente e gestão pró-ativa de conflitos.

Segundo Alexandrino e Paulo (2013), a inexigibilidade ocorre quando houver

impossibilidade jurídica de competição, tendo em vista que para que ocorra a

licitação é necessário que exista mais de uma pessoa, física ou jurídica, que possa

atender ao seu objeto.

A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

A Carta Magna de 1988 expressamente estabeleceu o procedimento

licitatório, assegurando a igualdade de condições entre os contratantes, devendo

realizar-se em estrita observância aos princípios da legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade e eficiência (Art. 37, caput da CRFB/88).

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade e eficiência (...)

Segundo um dos princípios norteadores da Administração Pública, a

transparência é essencial para a concorrência (intenções de divulgação de compras)

e também para monitorar e avaliar os resultados (preços mais baixos com a melhor

qualidade), desenvolver indicadores e estatísticas e proporcionar publicidade na

Internet e publicações em geral. A partir da ordem de requisição e compra até a

entrega e pagamento. Com transparência, com datas, nomes e quantidades.

Qualquer pessoa física ou jurídica interessada deve ser capaz de consultar

qualquer fase do processo. A flexibilidade administrativa é necessária para o gerente

obter uma boa compra no processo de negócio, principalmente em organismos que

têm a sua base em resultados, em vez de procedimentos de controle, como seria em

um contrato de gestão proposto para a administração descentralizada. A avaliação

dos resultados não é apenas o cumprimento, mas também os preços e a qualidade

obtida, a qual deve estar disponível na forma de indicadores de desempenho para

garantir a transparência.

Page 31: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

31

Os contratos públicos são cada vez mais vistos como um potencial

significativo para impulsionar a inovação. Apesar deste interesse, inúmeras

barreiras impedem o setor público de agir como um cliente inteligente e informado

(UYARRA et al, 2014). As principais barreiras relatadas referem-se à falta de

interação com organizações procurando, o uso de propostas em oposição com as

especificações do resultado com base, baixas competências das entidades

adjudicantes e uma má gestão de risco durante o processo de aquisição (UYARRA

et al, 2014).

Os contratos têm sido associados aos pressupostos de que os órgãos

públicos atuam para comprar, ou colocar uma ordem para, um bem físico ou serviço

ou sistema que não existem naquele momento, mas que deveria ser desenvolvido

num prazo razoável; isto é, que exige um trabalho inovador para cumprir as

exigências do comprador (UYARRA et al, 2014).

UYARRA et al (2014), analisando a gestão pública do Reino Unido,

constataram que tem estado particularmente ativa nesta área na última década, a

introdução de uma série de iniciativas e reformas, a fim de mobilizar a utilização de

contratos de apoio à competitividade e inovação. No entanto, a implementação de

tais estratégias e iniciativas têm sido relatada como sendo lenta e repleta de

dificuldades.

O Officer Government Commerce (OGC, 2004) observou que o setor público

não estava conseguindo totalmente "inovação-captura" através de contratos. Apesar

de muito progresso na mudança de agenda política, mudando as práticas de

contratação permaneceu um desafio importante, uma dificuldade agravada pela

natureza fragmentada dos contratos no Reino Unido.

As principais barreiras relatadas referem-se à falta de interação com

organizações. O uso de mais propostas indicadas em oposição com as

especificações de resultado com base que demandam, baixas competências das

entidades adjudicantes e uma má gestão de risco. Principais preocupações

adicionais incluem (falta de) feedback dos lances sem sucesso, uma baixa

valorização de ideias não solicitadas e história de entrega do setor privado anterior,

e as dificuldades de participação colocados por procedimentos e ainda, as

condições de pré-qualificação (UYARRA et al 2014).

Page 32: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

32

A atual Constituição Federal no Brasil estabelece a obrigatoriedade da

licitação para toda a Administração Pública Direta e Indireta de todos os Poderes da

União, dos Estados e dos Municípios, nos termos do art. 37, inc. XXI:

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Como já mencionado, o setor de compras tem a responsabilidade de suprir a

empresa com os produtos apropriados às particularidades da organização, com o

objetivo de atender as necessidades do mercado. Em função da globalização o setor

de compras começou a destacar-se e a ter uma evolução dos seus objetivos,

exigindo fornecedores especializados para atender às suas necessidades.

Page 33: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

33

2.3 A Importância da Gestão em Compras Públicas

Atualmente, a gestão de compras é vista como um fator estratégico, pois

evidencia os impactos nos lucros das organizações no mercado globalizado. Ao

contrário do que se acredita, o processo de compras de uma organização não é de

responsabilidade exclusiva do departamento de compras (GODINHO FILHO e

SENAPESCHI NETO, 2010).

O planejamento das compras públicas é requisito para se garantir a

segurança sobre o objeto da compra ou serviço, pois é por meio dele que a

administração pública faz o controle de suas necessidades de bens, objetos e

serviços, assim como permite-lhe comprar com critérios – principalmente de

qualidade e preço (INAMINE, ERDMANN e MARCHI 2012).

Dentro das organizações, quem responde pela aquisição de materiais na

quantidade e qualidades certas, no tempo necessário ao melhor preço e do

fornecedor correto é o responsável pelo departamento de compras. O sucesso deste

departamento está ligado diretamente ao gerenciamento de pedidos, visando

sempre à redução nos custos e a satisfação dos clientes (PINTO FILHO et al, 2016)

Esta nova postura é caracterizada pela busca proativa de resultados,

legitimados pela avaliação de uma sociedade que controla continuamente a

transparência, a eficiência e a eficácia da gestão pública. Uma gestão

empreendedora preocupa-se com resultados, em oposição à administração

burocrática, que acena para as entradas e os controles internos formais. Esta nova

postura está totalmente alinhada com as vantagens oferecidas pela implantação de

uma gestão por processos.

Deve-se ressaltar, todavia, que o serviço público possui peculiaridades que o

diferencia de um empreendimento privado. Enquanto organizações privadas têm o

lucro como objetivo principal, a administração pública deve ser guiada pela gestão

efetiva dos recursos tributários coletados de forma a atender com maior eficácia ao

bem comum, gerando melhores resultados para a sociedade (PINTO FILHO et al,

2016).

Page 34: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

34

A gestão moderna, seja ela pública ou privada, a organização é um agregado

de processos inter-relacionados e seu entendimento sob este aspecto é um requisito

conceitual muito importante para o seu aperfeiçoamento gerencial.

2.4 Estratégias do Gestor de Compras

Segundo Baily et al. (2010), destacam que o pessoal de compras está em

contato com mais funções do que a maioria de outros especialistas. E que as

habilidades e o conhecimento exigidos são maiores do que a maioria das outras

funções.

O gestor de compras além da sua capacidade técnica de conhecimento e

competência sobre o seu setor, precisa ter também uma habilidade interpessoal.

Isso o ajudará, não só na negociação com os fornecedores, como também para lidar

com outros setores da organização. Com esta habilidade, o responsável de compras

junto com os responsáveis de outros setores, irá desenvolver uma interação,

baseada em estratégias, capazes de identificar as necessidades dos clientes em

relação aos preços praticados pela concorrência, produtos exigidos pelos clientes,

futuras promoções, quantidade de produtos para aquisição.

Esta estratégia de interação do setor de compras com outros setores tem

como objetivo principal, conhecer o mercado e atender as necessidades dos clientes

de forma eficiente e eficaz para a manutenção da organização em um mercado

competitivo e, consequentemente, para o seu crescimento e para sua rentabilidade.

Page 35: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

35

A figura 1 mostra a análise política, econômica e tecnológica dentro de uma

Organização.

Figura 1: Análise política, econômica, social e tecnológica

Fonte: BAILY et al. (2010,p. 9)

Para responder estas questões de forma adequada o responsável do setor

de compras precisa fazer um levantamento do mercado, analisar suas reais

necessidades e fazer uma comparação de produtos, pois em alguns casos a

necessidade não exige que o produto seja um líder de mercado, um similar atende a

necessidade da organização da mesma forma e ainda tem um custo mais baixo

(GOMES, 2016).

Ainda segundo Gomes (2016), alguns dos objetivos da função de compras

são obter mercadorias na qualidade e quantidade necessária, obter mercadorias e

serviços ao menor custo, garantir o melhor serviço possível e pronta entrega por

parte do fornecedor, desenvolver e manter boas relações com os fornecedores e

desenvolver fornecedores potenciais.

O gestor de compras tem uma importância estratégica para a organização

através de toda fase da cadeia de suprimento. Em cada estágio desta cadeia, o

profissional de compras busca desempenhar os melhores resultados, principalmente

os financeiros. Através das estratégias realizadas pelo gestor de compras.

Page 36: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

36

A gestão da aquisição – a conhecida função de compras – assume

papel verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje em face do

volume de recursos, principalmente financeiros, envolvidos, deixando

cada vez mais para trás a visão preconceituosa de que era uma

atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesas e não um

centro de lucros. (MARTINS e ALT , 2011, p.81)

Com este paradigma quebrado, o gestor de compras passa a exercer uma

função baseada constantemente em informações atualizadas para sua capacitação

e habilidades interpessoais para o seu desenvolvimento.

2.5 Compra Proativa Como Estratégia

Os autores Baily et al. (2010) descrevem que a rotina de concretizar pedidos

e repor estoques já não são tarefas tão concentradas. Com o reconhecimento do

setor de compras, a sua estratégia está voltada com mais intensidade para

atividades como negociação de relacionamento mais longos, busca e

desenvolvimento de fornecedores e redução de custo total.

Esta evolução trouxe para este profissional uma atitude proativa, onde as

atividades rotineiras e burocráticas tomam pouco tempo, pois a maior parte do

trabalho é executado na procura de fornecedores em potenciais, o seu

desenvolvimento e a sua manutenção.

A figura 2 a seguir mostra um quadro comparativo entre compra reativa e a

compra proativa, tornando-se um novo conceito de abordagem para o gestor de

compras.

COMPRA REATIVA COMPRA PROATIVA

- Compras é um centro de custo

- Compras recebe especificações

- Compras rejeita materiais defeituosos

- Compras subordina-se à finanças ou à produção

- Os compradores respondem às condições do

mercado

- Os problemas são responsabilidade do fornecedor

- Compras pode adicionar valor

- Compras (e fornecedores) contribuem para as

especificações

- Compras evita materiais defeituosos

- Compras é importante função gerencial

- Compras contribui para o desenvolvimento do

mercado

Page 37: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

37

- Preço é variável-chave

- Ênfase hoje

- Sistema independente de fornecedores

- As especificações são feitas por designers ou

usuários

- Negociações ganha-perde

- Muitos fornecedores = segurança

- Estoques excessivos = segurança

- Informação é poder

- Os problemas são responsabilidade compartilhada

- O custo total e o valor são variáveis-chaves

- Ênfase estratégica

- O sistema pode ser integrado aos sistemas dos

fornecedores

- Compradores e fornecedores contribuem para as

especificações

- Negociações ganha-ganha

- Muitos fornecedores = perda de oportunidades

- Excesso de estoque = desperdício

- Informação é valiosa se compartilhada

Figura 2: Mudança de papéis de compras: compra reativa e compra proativa.

Fonte: BAILY et al. (2010, p.20)

Para atender as necessidades de suprimento de uma empresa, é necessário

ter objetivos e seguir alguns passos básicos para que não fique nenhum desajuste

no processo, ou que o mesmo não ocorra no tempo e na forma correta. Abaixo

conseguimos notar o ciclo básico de compras, processo este básico que deve ser

seguido para que as operações de uma empresa não parem por falta de matéria-

prima.

Page 38: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

38

Figura 3: Ciclo de compras

Fonte: BAILY et al. (2010)

Hoje em dia com um setor de compras mais estratégico, muitas decisões são

repensadas e não apenas seguidas à risca. É avaliado se uma compra deve ser de

fato feita, se o material deve ser fabricado, o tempo de suprimento.

Os métodos de compra, de tomada de preço, de decisão de escolha do

fornecedor, também mudaram e serão apresentados os modos e ferramentas

utilizadas.

Dentre as ferramentas contemporâneas de gerenciamento de processos que

se destacam, este trabalho utilizará o BSC como ferramenta de gestão com a

finalidade de apresentar melhorias ao processo de aquisição de bens físicos e

contratação de serviços.

2.6 Balanced Scorecard (BSC)

O Balanced Scorecard (BSC) idealizada por Robert Kaplan e David Norton

Page 39: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

39

(1997), professores da Harvard Business School, gestores de empresa de

consultoria em Tecnologia da Informação (TI). Esta ferramenta tem como objetivo

permitir através de um conjunto articulado de indicadores de desempenho,

estabelecer uma linguagem mais precisa na transmissão da estratégia empresarial.

A hipótese central na qual baseiam-se os autores é bem explicada pela frase

"diga-me como me medes que eu te direi como me comportarei" (Goldratt e Cox,

1997)

Assim, através da avaliação baseada em indicadores, vinculada a um sistema

de "punição"/premiação, pretende-se monitorar os resultados obtidos pela estratégia,

e também, fazer com que esta seja almejada por todos os membros da organização.

A essência do BSC, explicitada em sua concepção veio com a insatisfação de

alguns representantes do meio empresarial, com o surgimento da inquietação com

relação ao processo de gestão baseado unicamente nos resultados financeiros das

organizações. Apenas o lucro é o que realmente interessa?

Afinal, o grande objetivo estratégico de longo prazo, tratando-se de empresas

com fins lucrativos é a obtenção de retorno superior sobre o investimento. No

entanto, para que isto aconteça e também, para que possua sustentabilidade a

longo prazo, este objetivo não deve ser pensado de forma única e isolada.

Às décadas de 1960 e 1970 representaram o auge do planejamento

estratégico clássico, onde a lógica preditiva era favorecida por um ambiente

relativamente estável. De fato, esta época favoreceu a perspectiva financeira, uma

vez que, determinados os objetivos estratégicos, bastavam alguns indicadores de

desempenho em finanças, para nortear a ação administrativa no médio e longo

prazos.

A partir da década de 1980, a lógica da aprendizagem começa a tomar corpo.

Verifica-se a necessidade de eliminar o caráter pontual do planejamento. Assim, o

planejamento estratégico perde o caráter bianual ou quinquenal, passando a ser um

processo mais dinâmico, onde, por exemplo, é propagada a técnica de análise

Page 40: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

40

SWOT.1

O BSC traduz missão e estratégia das empresas num conjunto extensivo de

medidas de desempenho, que servem de base para um sistema de medição e

gestão estratégica. Isto proporciona que as organizações gerenciem o

desenvolvimento financeiro, ao mesmo tempo em que monitoram outros indicadores

que serão fundamentais para se atingirem os objetivos da organização. (KAPLAN e

NORTON, 1997).

"O Balanced Scorecard leva o conjunto de objetivos das unidades de negócios além das medidas financeiras sumarizadas. Os executivos podem agora avaliar até que ponto suas unidades de negócios geram valor para os clientes atuais e futuros, e como devem aperfeiçoar as capacidades internas e os investimentos necessários em pessoal, sistemas e procedimentos visando a melhorar o desempenho futuro" (Kaplan e Norton, 1997).

Ao adotar estas medidas, a organização define quais são os processos

críticos do gerenciamento de processos. A Figura 4 apresenta a estrutura do BSC,

que traduz a missão e a estratégia da organização de forma estruturada quanto aos

objetivos e medidas tangíveis, através de suas quatro perspectivas equilibradas.

1 A Matriz SWOT, também conhecida como Análise SWOT, é uma ferramenta respeitada pelas

organizações de todos os segmentos e tamanhos. A Matriz SWOT analisa a fundo a realidade interna de uma empresa e a situação externa do setor de mercado em que se insere. Desta maneira, é possível descobrir os quatro pontos que dão nome à Análise: Forças (Strenghts), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). As forças e fraquezas dizem respeito à situação interna da empresa, enquanto as oportunidades e ameaças avaliam a realidade externa.(Adaptado de http://www.euax.com.br/2017/07).

Page 41: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

41

A ferramenta BSC coloca a estratégia e a missão da organização, no centro

do processo de gestão, contrapondo o sistema de controle. Ao estabelecer metas e

objetivos, a alta administração deixa a tarefa de definir os caminhos para se alcançar

esta estratégia a cargo dos níveis operacionais (CAMPOS ,1998).

Figura 4 - Estrutura do Balanced Scorecard (BSC) para a tradução da estratégia da organização em objetivos e medidas tangíveis

Fonte: Kaplan e Norton, 1997

Page 42: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

42

Figura 5 - Estrutura do Balanced Scorecard (BSC) para a tradução da estratégia da organização em objetivos e medidas tangíveis

Fonte: Kaplan e Norton, 1997

Como forma de nortear o processo de montagem das perspectivas, Kaplan e

Norton (1997), sugerem que sejam utilizadas as perguntas descritas na Figura 4. O

BSC acompanha os principais indicadores de desempenho financeiros e não

financeiros inseridos na estratégia de uma organização, garantindo uma rápida

análise da situação que gera constantes correções de rumo, para assegurar que as

metas e os objetivos sejam atingidos.

“Os altos executivos deverão estabelecer metas para os objetivos do Scorecard, com três a cinco anos de antecedência (...), que serão analisadas periodicamente através de revisões gerenciais, mensais e trimestrais, acompanhando os resultados financeiros (...) os executivos discutirão como os resultados passados foram

Page 43: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

43

alcançados, mas também, se suas expectativas para o futuro permanecem viáveis" (KAPLAN e NORTON 1997).

O processo de comunicação e perspectiva dos processos internos, cria o

alinhamento das metas para todos os setores da organização (demonstrado na fig.

5), mobilizando todos os indivíduos para ações dirigidas à consecução dos objetivos

organizacionais. Da mesma forma, o uso de medidas, como a linguagem, ajuda

a traduzir conceitos complexos em algo mais claro e de fácil compreensão.

Figura 6 - O Balanced Scorecard (BSC) como Estrutura para Ação Estratégica Fonte: Kaplan e Norton, 1997.

“A construção do scorecard, com sua ênfase nas causas efeitos, induz o raciocínio sistêmico e dinâmico. Profissionais dos diversos setores da organização passam a entender como as peças se encaixam, como seus papéis influenciam outras pessoas e por fim, a empresa inteira" (KAPKAN e NORTON, 1997).

Page 44: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

44

As perspectivas financeiras e não financeiras são analisadas sob a ótica de

melhoria os processos, crescimento da organização e dos colaboradores e criação

de valor para os clientes, enfatizando-se, particularmente, que a medição do

desempenho é um contínuo ato de saber balancear os indicadores contábeis e os

ativos intangíveis, e que o retorno do investimento passa pela qualidade do serviço,

satisfação e retenção do cliente, seja interno ou externo. Berton (1998) salienta que

o BSC provoca na organização a necessidade de buscar o consenso dos objetivos e

estratégias, a inovação como ação quotidiana, a cultura de feedback e a educação

dos componentes da empresa em busca de objetivos comuns.

Segundo Kotler (2000), deixa-se de ser uma identificação ocasional de

forças/fraquezas organizacionais e ameaças/oportunidades do ambiente, para se

tornar sistemático, constante, sintonizado em tempo real e passa a entender-se o

limite entre planejar e implementar, tornando-se desta forma, uma entidade única.

O movimento observado, da lógica preditiva para a lógica da aprendizagem,

parece, entretanto, ter contribuído para o surgimento de uma disfunção: a "síndrome

do curtoprazismo". Em uma forma de pensar simplista, o gestor alertado pela

complexidade ambiental e pela consequente dificuldade de mapeá-lo, passa a ser

tentado a desprezar o planejamento de médio e longo prazo. Alguns autores

atribuem à visão de curto prazo à letargia da indústria americana na década de 80.

É neste ponto que se insere o BSC, ao propor não a substituição dos

indicadores financeiros de curto prazo, mas a inserção de um outro elenco de temas

das métricas das organizações,

Quando o enfoque de uma organização é orientado para as variáveis

financeiras há o risco de que os sistemas de medição do desempenho motivem os

administradores a concentrar os esforços quase que exclusivamente no lucro a curto

prazo e na redução de custos, ignorando muitas vezes fatores críticos que

determinam o sucesso a longo prazo dos negócios (NEVES, 2003)

Uma empresa perde os futuros negócios, mesmo quando melhora a sua

eficiência, se não mudar e melhorar a sua eficácia. A liderança de mercado hoje não

significa a liderança de mercado amanhã (NEVES, 2003).

Ativos intangíveis, como valor da marca, valor da carteira de clientes ou o

Page 45: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

45

valor do nível técnico e gerencial de seus funcionários são, atualmente, indicadores

relevantes na avaliação de uma organização e o modelo contábil tradicional não

considera assim.

Segundo Rocha (2006), o termo Scorecard foi utilizado para ressaltar a forma

como os resultados dos períodos passaram a ser demonstrados, similar a um placar

(scorecard); o termo Balanced (balanceado), por sua vez, foi inserido para enfatizar

o equilíbrio existente entre objetivos de curto e longo prazo, medidas financeiras e

não-financeiras, entre indicadores de ocorrência e tendência, e entre as demais

perspectivas que tratam de aspectos internos e externos da organização.

Oliveira 2009, afirma que a escolha do BSC no modelo de gerenciamento de

processos para a área de serviços e indicativo para pequenas e médias empresas

dos diversos segmentos, se deve ao ato de que a metodologia proposta pelo BSC

leva em conta fatores financeiros e não financeiros da organização, ligando as

estratégias gerais (propostas no Planejamento Estratégico) a todas as atividades.

O scorecard deve estar adaptado numa série de relações de causa e efeito

derivadas da estratégia, incluindo estimativas dos tempos de resposta e graus de

correlação entre as medidas do scorecard. Com a quantificação das relações entre

as medidas do scorecard, as revisões periódicas e o monitoramento do desempenho

assumem a forma de teste de hipóteses.( HOURNEAUX 2010)

Além disto, a metodologia sugere a criação de indicadores de desempenho e

a construção de um painel de controle para que os dados sejam constantemente

avaliados, tendo um controle ao mesmo tempo amplo e objetivo. Este método

contribui para uma análise periódica das metas propostas e ainda sugere que a

medição verifique se as metas propostas estão dentro da realidade organizacional,

ou, se devem ser revistas; se os indicadores escolhidos estão realmente sendo úteis

ou se devem ser modificados.

O advento da era da informação nas últimas décadas do século XX

tornou obsoleta muitas premissas fundamentais da concorrência industrial e de

serviços. Não se deve mais considerar apenas os indicadores contábeis e

financeiros para mensurar o desempenho de uma- organização.

Page 46: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

46

As empresas não conseguem mais obter vantagens competitivas sustentáveis

apenas com a rápida alocação de novas tecnologias a ativos físicos e com a

excelência da gestão eficaz dos ativos e passivos financeiros (DA SILVA et al. 2013)

Atualmente, as organizações competem em ambientes complexos, sendo

fundamental que haja uma perfeita compreensão de suas metas e métodos para

alcançá-las.

As organizações competitivas descobriram que é necessário mudar o enfoque

do planejamento com base nos sistemas contábeis tradicionais, para a gestão

estratégica, capaz de antecipar as mudanças do mercado, e onde os sistemas de

medição, além do foco nos resultados financeiros, estão também centrados na

satisfação dos clientes, na melhoria e inovação dos produtos e processos internos,

no aprendizado contínuo e no crescimento dos seus funcionários, buscando o

equilíbrio entre a eficiência (produtividade) e eficácia (qualidade).

Assim, o BSC, mais que uma ferramenta de avaliação e controle da execução

dos objetivos é um " instrumento para provocar a mudança e tornar a empresa mais

fIexível e transparente." No intuito de apresentar melhor as características de um

cenário balanceado, os próximos itens detalharão as perspectivas básicas do BSC.

2.7 - Perspectivas do Balanced Scorecard

O BSC é representado por quatro diferentes perspectivas, que representam

as principais variáveis, quando em equilíbrio, asseguram a base para um sistema de

medição e gestão estratégica (ver Figura 6).

A inter-relação entre as perspectivas não é determinada de forma aleatória,

mas sim com base em relações de causa e efeito. Kaplan e Norton (1997) afirmam

que a ênfase na construção de relações de causa e efeito no scorecard gera um

raciocínio sistêmico dinâmico, permitindo que os indivíduos nos diversos setores da

organização compreendam como as peças encaixam-se.

O estudo constata como o BSC influencia o papel de outras pessoas

envolvidas nos processos, além de facilitar a definição dos vetores de desempenho

e as iniciativas correlatas que não medem apenas a mudança, mas, as alimentam

Page 47: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

47

continuamente. Isso permite o estudo da dinâmica do negócio, de forma a aumentar

a capacidade da organização de aprender, de trabalhar em processos que

efetivamente agreguem valor estratégico de forma proativa e com visão de futuro.

Figura 7 - Relações de Causa e Efeitos entre as Perspectivas do BSC

Fonte: Adaptado pelo Autor deste Trabalho, a partir de Kaplan e Norton, 1997.

Page 48: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

48

Um scorecard adequadamente elaborado deve contar a estratégia da unidade

de negócios através de uma sequência de relações de causa e efeito. O sistema de

mensuração deve explicitar as relações (hipóteses) entre os objetivos e as medidas,

nas diversas perspectivas, de modo que possam ser gerenciadas e validadas.

As relações de causa e efeito importantes são aquelas que avaliam os efeitos

das estratégias, ou que verificam as hipóteses em que as estratégias são

fundamentadas (ver figura 7).

Figura 8 - Exemplo da Correlação Entre Várias Estratégias

Fonte: (FNPQ. 2000).

Page 49: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

49

Toda estratégia é baseada em efeitos presumidos, uma hipótese sobre uma

ação que levará a um efeito desejado. No entanto, a estratégia deve levar a um

efeito indesejado, como demonstra a figura 8.

Figura 9 - Ciclo de Causa e Efeito com Resultado Indesejado Fonte: FPNQ, 2000

A partir da conduta assumida, se cada mudança estiver relacionada a uma

mensagem consistente, como uma nova estratégia para a organização, cada

transformação reforçará e ampliará as anteriores. Quando o BSC é utilizado, todas

as mudanças passarão a ter uma coerência maior.

A utilização do BSC contribui na coleta de dados, teste de hipóteses, reflexão,

discussão e aprendizado estratégico - peças fundamentais para a implementação

bem sucedida da estratégia empresarial. (Kaplan e Norton 1997) comentam que as

quatro perspectivas do BSC têm-se revelado adequadas em diversos setores do

mercado, mas que devem ser consideradas como modelo e, dependendo das

circunstâncias do setor e da estratégia de uma unidade de negócios, é possível que

seja preciso agregar uma ou mais perspectivas complementares.

Olve, et al (2001) afirma, da mesma forma que a literatura sugere que sejam

utilizadas cerca de quatro ou cinco medidas para cada perspectiva. ressaltam que as

medidas devem ser escolhidas com certo cuidado, pois, enquanto que uma

quantidade muito pequena de medidas ocasiona uma visão limitada da organização,

uma grande quantidade de medidas torna muito complexa a tarefa de colher e

Page 50: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

50

interpretar os dados relacionados com estas medidas.

Os referidos autores sugerem alguns critérios para o processo de escolha das

medidas para cada uma das perspectivas, quais sejam:

• As medidas não devem apresentar ambiguidades e devem ser entendidas

de forma uniforme através da organização;

• Quando associadas, as medidas devem cobrir de forma satisfatória os vários

aspectos do negócio relacionados com a estratégia e com os fatores críticos

de sucesso;

• As medidas utilizadas nas diferentes perspectivas devem estar claramente

conectadas. Um BSC deve ser capaz de retratar a empresa como esta é, ou

deveria ser. Tal retrato deve ser interpretado como relatório coerente e

convincente, que mostra com clareza como os esforços descritos nos níveis

mais baixos do BSC são plenamente justificáveis em busca de atingir-se os

objetivos dos níveis mais altos.

• O processo de mensuração deve ser fácil e descomplicado; deve-se utilizar

sistemas de medição já existentes na organização.

• Deve ser evitada a combinação de medidas que tenham desenvolvimento

incompatível ou conflitante.

Os objetivos, financeiros servem de foco para os objetivos e medidas das

outras medidas do scorecard, sendo que qualquer medida selecionada deve fazer

parte de uma cadeia de relações de causa e efeito que culminam com o

desempenho financeiro. A abordagem das perspectivas seguirá a proposta do

scorecard, Assim, o próximo item a ser tratado é a perspectiva financeira.

O BSC apresenta-se como um reflexo quantitativo da estratégia da empresa,

visto, por quatro ou mais dimensões distintas. Os indicadores são elaborados a

partir da definição da visão do negócio, que é, então, desdobrada na estratégia

empresarial que, por sua vez, orienta os objetivos estratégicos, os quais, finalmente,

geram os indicadores de desempenho (SANTOS, 2014).

De acordo com esta concepção, até certo ponto simples, a estratégia

empresarial consegue permear o seio organizacional pirâmide abaixo, norteando as

ações individuais e coletivas.

Page 51: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

51

O múltiplo enfoque do BSC permite ao gestor olhar para o futuro, já que

estará monitorando não apenas resultados efetivamente alcançados (perspectiva de

finanças), mas também outros indicadores que mostram as possibilidades futuras da

empresa (OLIVEIRA, 2015).

Vislumbrando-se as competências essenciais para a obtenção ou

manutenção de um determinado fator crítico de sucesso estão sendo mantidas ou

desenvolvidas, através da vista de inovação e aprendizado. Ou ainda, ao monitorar

indicadores de satisfação do cliente, o que já representa um resultado passado

alcançado, abre-se também a perspectiva de receitas futuras, quando a satisfação é

elevada e, portanto, o cliente é fidelizado.

Ainda como que um produto residual de sua utilização, o BSC evita a sub-

otimização das decisões. Ao forçar o gestor a escolher simultaneamente todos os

indicadores críticos, a ferramenta previne que uma determinada meta seja satisfeita

em detrimento de outra. Uma das maneiras, por exemplo, de aumentar o indicador de

faturamento por empregado é realizar um corte de pessoal.

Os indicadores de desempenho deverão ser por um lado, suficientemente

simples e compactos, de modo a permitir uma rápida análise, mas por outro lado,

permitir um fácil desdobramento em níveis mais detalhados, de modo que permita

um acompanhamento de todas as perspectivas (FROTA, 2015)

Page 52: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

52

2.7.1 - Perspectiva Financeira

A pesquisa de Leonard A. Schlesinger e James L. Heskett, citada por Campos

(1998), estabelece uma forte correlação entre o lucro e a retenção e satisfação do

cliente, fatores que dependem da qualidade do serviço prestado, que, por sua vez,

depende da retenção e satisfação dos funcionários e da qualidade do serviço interno

(ver. Figura 9)

Campos (1998), através desta pesquisa, demonstrou que a medição de

desempenho é um ato de balancear e afirma que a organização não deve ter

margem aceitável de lucro, caso não tenha funcionários e clientes satisfeitos. O

processo requer o compromisso constante de todos os recursos da organização,

promovendo um equilíbrio entre as quatro perspectivas.

Figura 10 - Cadeia Geradora de Lucro Fonte: Campos, 1998.

Page 53: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

53

A análise de indicadores financeiros é uma atividade tradicional, que

acompanha todos os procedimentos de negócio das organizações, desde a

constituição ao encerramento das atividades, independente do tipo de negócio, porte,

ou área de atuação. (OLVE et al. 2001)

Os autores citados acima, afirmam que a perspectiva financeira deve ser

concebida de uma forma que seja capaz de identificar os resultados de curto prazo

decorrentes das escolhas estratégicas feitas nas outras perspectivas. Além disto,

deve estar atenta para os objetivos de longo prazo, responsáveis pelo desempenho

futuro da organização (MORAES 2015)

Considera-se que os objetivos e medidas financeiras devem desempenhar um

duplo papel: definir o desempenho financeiro esperado da estratégia e servir de

meta principal para os objetivos e medidas de todas as outras perspectivas do BSC

(FREITAS, 2017)

A sugestão para se alcançar esta estratégia é que a perspectiva financeira

seja montada a partir de três temas estratégicos:

• Crescimento e Mix de Receita: ampliação da oferta de bens e serviços,

conquista de novos clientes e mercados, alterações do mix de produtos.

• Redução de custos e aumento da produtividade: ações que busquem baixar

o custo direto de bens e serviços, reduzir os custos indiretos e otimizar a utilização

de recursos;

• Utilização dos ativos e estratégias de investimentos: utilização dos ativos

disponíveis e com a segregação de ativos que estejam gerando retornos

inadequados, de forma a melhorar o retorno gerado pelos ativos financeiros e

físicos.

Desta forma, constata-se com a pesquisa que a perspectiva financeira está

intrinsecamente ligada à perspectiva dos clientes.

2.7.2·Perspectiva dos Clientes

A perspectiva dos clientes, além de alinhar as medidas de avaliação da

satisfação, lealdade, retenção, aquisição e rentabilidade para os mercados e clientes

alvo, também promove a identificação das principais tendências de mercado,

permitindo que a organização desenvolva bens físicos e serviços de valor para os

Page 54: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

54

seus clientes (FERRAZ 2013).

Constata-se que a perspectiva dos clientes é essencial para a organização,

pois, descreve as maneiras pelas quais a organização cria valor ao seu bem/serviço,

e de que maneira o cliente identifica este valor e o quanto está disposto a pagar por

ele. Se a organização falhar na entrega de bens e/ou serviços, com preços

compatíveis, satisfazendo o cliente tanto a curto como a longo prazo, não gerará

lucro e, dependendo do caso, levará a organização à falência.

A perspectiva dos clientes permite que as empresas alinhem suas medidas

essenciais de resultados relacionadas aos clientes - com segmentos específicos de

clientes e mercado. Além disto, permite a identificação e avaliação das propostas de

valor dirigidas a estes segmentos (LITIVAC 2014);

Na perspectiva de clientes, o BSC permite que os gestores identifiquem os

segmentos de clientes e mercados nos quais desejam competir. Estes segmentos

representam as fontes que irão produzir o componente de receita dos objetivos

financeiros da organização.

Cunha (2016), enfatiza que a perspectiva dos clientes além de alinhar as

medidas de avaliação da satisfação, fidelidade, retenção, captação e rentabilidade

para os mercados e clientes-alvo, também permite identificar e medir as principais

tendências e indicadores do mercado que conduzirão a organização a desenvolver

soluções de valor para os seus clientes.

Embora cada organização deva desenvolver um conjunto próprio de

propostas de valor e registrá-las na perspectiva dos clientes, praticamente todas as

propostas costumam incorporar medidas relacionadas ao tempo de resposta, à

qualidade do bem/serviço e ao preço dos processos que envolvem os clientes.

A identificação das propostas de valor dirigidas aos segmentos específicos é

um mecanismo para o desenvolvimento de objetivos e medidas na perspectiva dos

clientes. Para que se consiga fornecer bens físicos e serviços cujos atributos sejam

capazes de satisfazer os clientes, é preciso que os processos internos sejam

direcionados para isto.

2.7.3 - Perspectiva dos Processos Internos da Organização

Kaplan e Norton, 1997 recomendam que, principalmente, as organizações de

serviços, devam identificar os defeitos de seus processos internos que

Page 55: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

55

negativamente os custos, a capacidade de resposta ou o nível de satisfação dos

clientes, para desenvolver medidas que permitam oferecer bens físicos e serviços de

qualidade superior a de seus concorrentes.

Neste contexto, Kaplan e Norton (1997) recomendam que os executivos

definam uma cadeia de valor completa (ver figura 9) dos processos internos que

tenham início com o processo de inovação (identificação das necessidades atuais e

futuras dos clientes e desenvolvimento de novas soluções para estas necessidades),

prossiga com os processos de operações (entrega dos produtos e prestação de

serviço aos clientes) e termine com o serviço de pós-venda (garantias,

processamento dos pagamentos, entre outros) .

No processo de inovação, a unidade de negócios pesquisa as necessidades

emergentes ou latentes dos clientes e depois cria bens físicos ou serviços que

atenderão a estas necessidades.

Silva et al 2013, afirmam que o BSC, ao contrário, faz com que os requisitos

de desempenho dos processos internos decorram das expectativas de participantes

externos específicos. A simples utilização de medidas financeiras e não-financeiras

de desempenho para os processos internos existentes não levará as organizações a

melhorar a sua performance econômica

Deve estimular melhorias locais, mas a concentração exclusiva em ganhos no

tempo de ciclo, produtividade, qualidade e custo nos processos existentes, talvez

não leve à competências exclusivas.

Da Silva et. al 2013, nos processos de operações, os bens físicos ou serviços

são criados e oferecidos aos clientes, consideram como onda curta da criação de

valor nas organizações. Ele tem início com o recebimento do pedido de um cliente e

termina com a entrega do bem ou a prestação do serviço, enfatizando a entrega

eficiente, regular e pontual dos bens e serviços existentes aos clientes.

A influência da gestão da qualidade levou muitas organizações a

complementar suas medidas tradicionais de custo e finanças com medidas de

qualidade, tempo de ciclo de vida do produto e flexibilidade.

Este estágio tem sido historicamente o foco dos sistemas de medição de

desempenho da maioria das organizações. No entanto, observa-se, que é um dos

componentes significativos da cadeia de valor, porém, não é o único e nem o mais

decisivo na realização dos objetivos financeiros e dos clientes.

Page 56: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

56

O terceiro estágio da cadeia de valor é o serviço ao cliente após a venda ou

entrega de bem ou serviço. O serviço de pós-venda inclui garantia, processamento

dos pagamentos e apresenta relevância no processo de criação da imagem e na

reputação da organização na cadeia de valor do cliente.

As tendências mais recentes reforçam a necessidade de medir-se o

desempenho dos processos internos que atravessam vários departamentos, ao

contrário dos sistemas convencionais, que visam o controle e a melhoria dos centros

de responsabilidade de departamentos individuais, focalizando apenas a

monitoração e a melhoria dos indicadores de custo, qualidade e tempo dos

processos de negócios existentes.

De Castro et. al 2015, consideram o processo de inovação como a onda longa

da criação de valor, em que as organizações primeiro identificam e cultivam novos

mercados sondando oportunidades novas para seus bens físicos e serviços, depois

projetam e desenvolvem novos bens físicos e serviços para satisfazer as

necessidades recém-identificadas e atingir novos mercados.

Esta filosofia do processo de inovação como a onda longa da criação de valor

permite que a organização atribua a devida relevância·aos processos de pesquisa,

projeto e desenvolvimento que gerem novos bens físicos, serviços e mercados.

Figura 11 - Modelo da cadeia de valores genéricos da perspectiva dos processos internos.

Fonte: Kaplan e Norton, 1997.

Tradicionalmente, a escolha dos processos críticos para iniciar o

gerenciamento de processos é adaptada em uma matriz que apresenta os principais

processos organizacionais e, com base em alguns critérios definidos pelo gestor,

são escolhidos aqueles considerados críticos. Normalmente escolhem-se processos

que apresentam deficiências em algumas medidas financeiras ou de qualidade,

produção, ciclo e produtividade, buscando-se melhorar os processos já existentes

(KARIYADO 2016).

Page 57: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

57

A abordagem do scorecard resulta na identificação de processos inteiramente

novos, nos quais uma empresa deve atingir a excelência para alcançar os seus

objetivos. "Os vetores do sucesso financeiro a longo prazo podem exigir que uma

empresa crie produtos e serviços inteiramente novos que atendam a necessidades

emergentes de clientes atuais e futuros (KATO 2016).

As organizações têm obtido resultados positivos organizando-se em função

de processos e projetos, formando grupos de colaboradores, dando a eles

autonomia. No entanto, trabalhar eficazmente em grupos não é intuitivo. Para terem

sucesso em suas novas tarefas, estes colaboradores precisam de novos

conhecimentos, novas habilidades e novos comportamentos, desde a compreensão

de processos inteiros até a solução de problemas e a demonstração de iniciativa

para a tomada de decisão.

2.7.4 - Perspectiva de Aprendizado e Crescimento

A perspectiva de aprendizado e crescimento está diretamente relacionada ao

processo de empowerment. Quando ocorre este poder "energizador", percebe-se

que os colaboradores passam a ter a sensação de propriedade e controle de suas

tarefas. Os indivíduos imbuídos de poderes, energizados, sabem que suas tarefas

lhes pertencem. Com direito de opinar sobre o modo de execução das coisas, as

pessoas sentem-se mais responsáveis, demonstram mais iniciativa e produzem

mais. Através de estudos organizacionais, Kaplan e Norton (1997) sugerem três

medidas essenciais de resultado dos colaboradores: satisfação, retenção e

produtividade, conforme demonstração na figura. 11.

Page 58: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

58

Figura 12 - A Estrutura de Medição do Aprendizado e Crescimento.

Fonte: Kaplan e Norton, 1997.

Este conjunto de medidas é descrito da seguinte forma:

A Satisfação dos Colaboradores: deve ser considerada como um vetor que

direciona os outros dois grupos (Retenção dos Colaboradores e Resultado

dos Colaboradores), pois somente com a satisfação dos colaboradores

deverá obter-se a sua retenção e maior produtividade. Em organizações

prestadoras de serviços, tal aspecto é positivo, pois os colaboradores

interagem diretamente com os clientes, colocando todo o processo a perder,

caso pratique-se o mau atendimento, gerado pela insatisfação do

colaborador;

A Retenção dos Colaboradores: mantém os valores e a cultura da

organização, o conhecimento dos processos e a sensibilidade dos clientes.

Quando a organização investe em seus colaboradores, a ausência destes

colaboradores ocasiona a perda de capital intelectual da organização;

A Produtividade mede o resultado do impacto agregado da elevação do nível

de habilidade e competência dos colaboradores com relação à inovação,e

Resultados

Vetores

Indicadores Essenciais

Retenção dos

Colaboradores

Satisfação dos

Colaboradores

Resultado dos

Colaboradores

Competências do Quadro de

Colaboradores Infra-estrutura Tecnológica Clima para Ação

Page 59: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

59

pela melhoria dos processos internos e clientes satisfeitos.

A quarta e última perspectiva do BSC desenvolve objetivos e medidas para

orientar o aprendizado e o crescimento organizacional. Os objetivos estabelecidos

na perspectiva financeira, do cliente e dos processos internos revelam onde a

organização deve se destacar para obter um desempenho excepcional, e as

perspectivas de aprendizado e crescimento oferecem a infraestrutura que justifica a

consecução de objetivos ambiciosos das outras três perspectivas

As principais categorias que devem ser incluídas no cenário balanceado,

sugeridas por Kaplan e Norton (1997) e Campos (1998), para a perspectiva de

aprendizado e crescimento são:

a. Capacidade dos colaboradores

b. Capacidade dos sistemas de informação:

c. Motivação, empowerment e alinhamento

Assim, observa-se que a perspectiva de aprendizado e crescimento estimula

a organização a justificar investimentos a longo prazo, como modernização,

capacitação dos seus funcionários, melhoria dos sistemas de informação buscando

o alcance da qualidade dos processos.

O BSC enfatiza a importância de investir-se no futuro e não apenas em áreas

tradicionais de investimento, como novos equipamentos e pesquisa de

desenvolvimento de novos produtos, que embora sejam importantes, dificilmente

serão suficientes (VENTURA, 2013).

Segundo Pires 2013, A perspectiva do aprendizado e crescimento representa

a sobrevivência empresarial. Afirma que esta perspectiva não considera apenas o

que deve ser feito para manter e desenvolver o know-how necessário para satisfazer

o cliente, mas também como fazer para sustentar e garantir a eficiência e eficácia

necessárias aos processos que criam-valor para os clientes e para os acionistas.

De Morais et al. 2015, comentam que os gestores de várias organizações,

quando são avaliados apenas em relação a resultados imediatos, sentem dificuldade

para justificar investimentos na capacitação de seu pessoal, na modernização dos

sistemas ou na melhoria dos processos.

Page 60: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

60

2.8 Qualidade

A Gestão da qualidade é uma filosofia empresarial. Uma organização que a

utiliza de forma efetiva aprende a formar um conjunto de fundamentos firmes que

contribuem pela busca da melhoria no dia-a-dia.

Juran (1997), acreditava que baixar custos era um mecanismo para elevação

do nível da qualidade. O autor mostra que investir em prevenção é o fator mais

significativo para a qualidade. Escreveu sobre o custo da não-qualidade criando a

trilogia da qualidade que definida por Planejamento, Controle e Melhoramento da

qualidade. (CAMPOS, 2004).

O conceito chamado de Total Quality Management ou TQM criado ainda nos

anos 1950, foi estudado por inúmeros profissionais do mercado empresarial no quais

alguns, através dos seus escritos, propagaram a filosofia pelo mundo, como W.

Edwards Deming, Joseph M. Juran e Armand V. Feigenbaum. (Paiva, 2011). Deming

criou o sistema estatístico de controle de qualidade e a ideia do ciclo PDCA ou

PLAN - DO - CHECK – ACTION. Foi responsável pela expansão do controle da

qualidade no Japão, pós a segunda guerra. É considerado o estrangeiro de maior

influência na economia e na indústria japonesa no século XX.

A Toyota, no Japão, foi a primeira organização a empregar o conceito de

TQM e foi além do nível de gestão (Teixeira, 2012). Aplicou na gestão o conceito de

qualidade sob um prisma bem distinto da americana, até então vista.

O toyotismo trouxe um modo próprio de produção como solução encontrada

para produção no Japão pós a segunda guerra, opção inteligente e cabível para o

momento da época. O método japonês era um sistema flexível. A mão de obra não

era segmentada como ao do Henry Ford. O modelo era multifuncional, dando

capacidade para a produção japonesa da época com recursos escassos e produção

menor. Este modo exigiu um modelo de valorização e capacitação dos profissionais

assim como eficiência na gestão. (PAIVA, 2011)

As teorias de gestão da qualidade, produção e operações são afetadas tanto

por fatores econômicos como sociais de cada época, assim também como as

técnicas da qualidade usadas para seu desenvolvimento. Atualmente qualidade é

responsabilidade de todos. É imprescindível o trabalho em grupo, assim como

Page 61: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

61

também um compromisso por parte dos gestores, funcionários, diretores, e todos os

trabalhadores; ao praticar a filosofia de gestão de qualidade total.

Hoje, o mercado da competitividade oferece alternativas para as empresas

buscarem o fortalecimento da cultura de gestão da qualidade onde cada membro da

empresa assume objetivos interligados à gestão. Observa-se que os gestores hoje

têm o papel de atuar e transformar para atender às necessidades de satisfação do

cliente mantendo a qualidade como princípio fundamental a ser seguido pela

empresa (TEIXEIRA, 2012),

Atualmente este princípio é entendido pela gestão de qualidade por meio dos

seguintes fundamentos básicos:

Qualidade é algo que deve ser gerenciado;

Problemas devem ser prevenidos, não remediados;

Processos e não pessoas são os frutos dos problemas;

Todo processo tem um fornecedor e um cliente;

Todo empregado da empresa é responsável por manter a qualidade;

A qualidade precisa ser medida;

A melhora da qualidade precisa ser contínua;

Objetivos são baseados em necessidades, não são negociados;

Padrão da qualidade é livre de defeitos;

Planejar e organizar para melhorar a qualidade;

O Gestor deve ser um líder e estar comprometido diariamente no processo.

Sendo assim, a qualidade não é mais unicamente responsabilidade de um

especialista, mas está a cargo de todos os elementos e todos os departamentos da

organização.

2.8.1 Ferramentas de Qualidade

Nos últimos anos, observou-se uma evolução do setor de serviços na economia mundial, o que tem levado especialistas da aérea de gestão de qualidade a desenvolver ferramentas e técnicas específicas para este setor. (PALADINI, 2009)

As ferramentas administrativas são técnicas utilizadas para servir a gestão da

empresa. Hoje vista como fator essencial para que uma empresa cresça ou

fortaleça-se no mercado competitivo. As ferramentas da qualidade são usadas para

Page 62: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

62

solucionar problemas administrativos. Respeitado como um dos "gurus da

qualidade", Kaoru Ishikawa desenvolveu, na década de 80, um conjunto de

ferramentas da qualidade, que são métodos de adesão à resolução de problemas da

qualidade (GOMES, 2016).

Trabalhar com dados muitas vezes gera dificuldades e com o emprego das

ferramentas da qualidade algumas destas instabilidades desaparecem dentro das

empresas. Contudo não basta conhecer as ferramentas, é preciso saber onde e

quando usá-las.

Hoje são reconhecidos dois grupos de ferramentas da qualidade: As que são

reconhecidas como básicas para identificação e análise de resolução de problemas

e as que são usadas como apoio à sua utilização. Contudo, destaca-se que os dois

grupos têm finalidades próprias de melhoria e aperfeiçoamento e são constituídas

por uma base significativa de estatística aplicada..

Grupo 1- Fluxograma; Cartas de controle; Diagramas de causa-efeito

(espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa); Folhas de verificação; Histogramas;

Gráficos de dispersão; Diagrama de Pareto.

Grupo 2- Brainstorming; Nominal de grupo; Diagrama de apresentação,

analise de forças de campo; análise de capacidades de processo. (PEINADO e

GRAEML 2007).

As sete ferramentas da qualidade que são utilizadas para ações que

envolvem o controle estatístico do processo são as seguintes:

Diagrama de Pareto: Consiste numa técnica de melhoramento que separa os

problemas por partes, assim analisados entre si, por ordem de relevência.

Geralmente, para a produção do diagrama é utilizado um gráfico de barras verticais.

Esta técnica trouxe um conceito de 80/20 na qual 80% dos defeitos relacionam-se a

20% das causas potenciais coletadas;

Diagrama de causa-e-efeito ou Diagrama de Ishikawa: técnica empregada

em 1953 para descobrir a relação entre um efeito e as causas para que este efeito

esteja incidindo. Chamado popularmente como Espinha de Peixe, por causa do

formato do seu diagrama.

Page 63: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

63

Histograma: responsável por mostrar a variação entre um processo em

determinado período.

Folhas de Verificação: Segundo Juran (1998) Documento feito na forma de

planilha ou tabela para auxiliar na coleta de dados com número de ocorrência do

mesmo, o que ajuda a diminuir erros e uma interpretação da situação atual.

Gráficos de Dispersão: Gráficos de dispersão ou diagrama de dispersão é

um modelo representativo de duas ou mais variáveis dentro de um gráfico.

Fluxograma: Nesta ferramenta utiliza-se apoio gráfico para listar todas as

atividades de um processo, o fluxo, as etapas e as sequências. Apresenta um

conjunto de lógica do que é realizado nas etapas do processo.

Controle Estatístico de Processo (CEP): São usados para revelar as

tendências dos pontos de observação num determinado período de tempo

As sete ferramentas da qualidade auxiliam a organização a elevar seu nível

de qualidade, através da identificação dos problemas e consequentemente, a

diminuição destes.

2.9 Definição do Macroprocesso

O objetivo desta etapa é identificar o macroprocesso que proporcionará maior

impacto em relação às estratégias de uma instituição pública de ensino.

Em função da alta complexidade apresentada por muitos processos, torna-se

necessário estabelecer uma hierarquia dos processos.

Page 64: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

64

Figura 13 - Hierarquia dos Processos

Fonte: Dalla Valentina, 1988

Harrington (1993) definiu como macroprocesso o agrupamento de processos

necessários para administrar e/ou operar uma organização. O macroprocesso é

formado por um conjunto de processos e subprocessos, que são interrelacionados

de forma lógica dentro da organização.

Processo/subprocesso é o agrupamento formado por um número de

atividades com objetivos comuns. Atividades são as ações executadas dentro de

todos os processos, necessárias para produzir resultados específicos, enquanto que

a menor fração da atividade são denominadas tarefas. O macroprocesso prioritário é

aquele que, selecionado para análise de melhoria deve ser um macroprocesso

básico ou um macroprocesso de apoio.

Page 65: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

65

Segundo Adair e Murray (1994), praticamente todas as organizações

constituem-se em torno de quatro macroprocessos básicos, dos quais depende a

sua capacidade de proporcionar significativo valor para o cliente.

Figura 14 – Os Macroprocessos.

Fonte: Adaptado pelo Autor deste Trabalho a partir de Adair & Murray, 1994.

Os macroprocessos básicos e de apoio devem ser vistos como um conjunto

de processos/subprocessos, que são divididos em atividades/tarefas, que quando

colocados juntos, tornam-se insumo, transformando-se para produzir resultado. Os

macroprocessos básicos e de apoio existentes nas organizações são abrangentes,

englobando o fluxo de trabalho, do início ao fim, compostos por inúmeros

processos/subprocessos e nem sempre são visíveis imediatamente, devido

principalmente à sua fragmentação pela organização.

Um processo crítico agrega valor pela vantagem competitiva que promove

para a organização. Os processos críticos são valorizados pelos clientes ou

acionistas e são prioritários para a melhoria, pois são necessários para o sucesso no

setor no qual a organização está atuando. Segundo pesquisas de Kaplan e Norton

(2000), menos de 5% da força de trabalho típica compreende a estratégia das

respectivas organizações.

Quando a organização decide implantar um projeto de melhoria, é preciso

que seja dada prioridade para aqueles que sejam o foco estratégico e, só depois,

para aqueles que também agregam valor ao processo, mas, não são os que

Logística

Cliente

Necessidade

Expectativa

Cliente

Satisfação

PrazerComercial

Financeiro

Recursos Humanos

De

se

nvo

lvim

en

to

do

pro

du

to

Ge

raçã

o d

o

Pe

did

o

Pro

ce

ssa

me

nto

do

Pe

did

o

Ate

nd

ime

nto

ao

Clie

nte

Page 66: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

66

definirão a estratégia da instituição.

A pesquisa propõe que a partir da utilização das perspectivas do BSC,

identifique-se as prioridades estratégicas de forma lógica, levando à identificação de

um modelo que auxilie no gerenciamento da gestão do planejamento do processo

de compras do CEFET/RJ e que seja alinhado ao PDI.

Esta identificação permitirá mapear as fragilidades que se apresentam na

gestão do planejamento do processo compras do CEFET/RJ, quais são as

competências necessárias; o que existe atualmente; quais as deficiências e o grau

de complexidade do processo. Estas questões auxiliarão no surgimento de ideias

que contribuam para a criação de um modelo adequado que apresente uma

melhoria significativa para o planejamento do processo de compras.

2.10 Gestão do Conhecimento

Terra (2000) diz que o valor de mercado das empresas tende a ser maior do

que o valor patrimonial, em virtude do valor dos ativos intangíveis (patentes,

marcas). Abordando o conhecimento como um recurso intangível, o autor explica

que uma de suas principais características é ser reutilizável, ou seja, quanto mais

utilizado e difundido, maior seu valor. De maneira oposta, se não é aplicado, ocorre

o efeito depreciação.

Em determinado ponto dos anos 80, o foco para os ativos tangíveis ainda era

a maior orientação empresarial da organização. Já em um ponto dos anos 90, a

orientação mudou totalmente para os ativos intangíveis mudança esta,

potencializada nos anos 2000.

Para Coelho e Souza (2002), a GC é um conjunto de processos utilizado,

sobretudo, para compartilhar o conhecimento sob duas formas: o conhecimento

explícito (dos relatórios, dados, documentos e informações já codificadas) e o

conhecimento tácito (que envolve habilidades e experiências pessoais).

Page 67: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

67

Cruz (2002), por sua vez, complementa a visão sobre a construção dos

modelos de GC descrevendo atributos comportamentais necessários para todo o

processo, conforme demonstrado no Quadro 1:

Atitude e Convencimento

Mostrar convicção de que a implantação da gerência do conhecimento será boa para todos e deixar claro que o poder da informação e do conhecimento está em saber usá-lo

e não em escondê-lo.

Engajamento e Treinamento

Resistências vão sendo superadas à medida que mais e mais pessoas vão se engajando no projeto. Será preciso treiná-las para sua plena participação nesse universo do

conhecimento.

Vigilância Essa mudança na forma como nos relacionamentos com os companheiros de empresa

por vezes, não agradar a todos. É preciso estar atento a sabotadores.

Gerência e Atualização

A gerência do conhecimento deve ser dividida e compartilhada por todos assumindo papel de facilitador. Após a implantação, a gerência deve ser atualizada periodicamente

para que os participantes percebam o valor que ela lhes proporciona.

Quadro 1: Atributos Comportamentais da Gerência do Conhecimento.

Fonte: Adaptado pelo Autor deste Trabalho a partir de Cruz (2002, p.50-51).

Os ativos intangíveis representados por materiais, recursos financeiros,

patrimônio em imóveis. No contexto atual sociedade do conhecimento Rodriguez

(2007) afirma que os valores dos ativos intangíveis – aqueles criados a partir do

conhecimento humano – representam o diferencial competitivo entre as

organizações ao abrirem uma série de novos ativos que não eram percebidos pela

sociedade industrial. Os ativos são:

Estrutura externa da organização: possui clientes, fornecedores,

marcas, reputação e imagem.

Estrutura interna da organização: possui patentes, conceitos, modelos,

sistemas, cultura, espírito organizacional e pesquisa e desenvolvimento.

Trabalhadores da organização: possui competência individual,

educação, personalidade e inteligência.

Logo, para a aplicação da GC de modo estratégico, a alta direção também

precisa ter interesse em implantá-la, com o intuito de buscar o compromisso dos

demais membros da organização para construção do projeto a adotar. Neste

sentido, Rodriguez (2007) aponta como “pré-requisito” para qualquer projeto

orientado ao conhecimento os três modelos descritos a seguir:

Conhecimento externo estruturado: estruturado a partir das redes de

conhecimento com clientes, fornecedores e sociedade. Permite, assim, o

Page 68: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

68

fluxo de conhecimento de fora para dentro da organização, agregando

valor a partir de elementos externos à organização;

Conhecimento interno estruturado: estruturação dos procedimentos,

sistemas de informação, métodos e padrões utilizados pela organização

internamente. Permite que o conhecimento interno armazenado seja útil e

atenda às demandas atuais, com a agilidade suficiente para ser um

elemento de diferenciação competitiva;

Conhecimento interno informal registrado: conhecimento

fundamentado na experiência das pessoas que deve ser registrado em

base de dados, por exemplo, informações sobre lições aprendidas.

Permite a sinergia necessária à troca de informações e criação de novos

conhecimentos.

A forma tácita de conhecimento, pessoal e de difícil expressão, merece maior

destaque para sua difusão em toda empresa devido ao seu potencial inovador

escondido. Como mostram

“O novo conhecimento começa sempre com o indivíduo (...) Tornar o conhecimento pessoal disponível para os outros é a atividade central da empresa criadora de conhecimento. Isso se dá continuamente e em todos os níveis da organização” (NONAKA E TAKEUCHI (2008):

Complementando a visão de Nonaka e Takeuchi (2008), Marques, Oliveira e

Maruyama (2013) também ressaltam a importância do planejamento e controle do

conhecimento ser tomado pelos diferentes níveis da empresa: “as necessidades de

conhecimento manifestam-se nos três níveis de decisão organizacional: estratégico,

tático e operacional. Além disto, existe muita complementaridade e inter-

relacionamento entre os conhecimentos destes níveis”.

Observa-se que a alta administração comanda de acordo com a visão

estratégica determinada pela organização. Por outro lado, os empregados do nível

operacional têm uma visão prática da realidade cotidiana sobre o que é a

organização. Exatamente neste ponto aparece a importância dos colaboradores de

nível tático, sendo um elo entre os outros dois níveis para implementação da GC.

Nonaka e Takeuchi (2008) denominam como middle-up-down o modelo mais

eficiente de gerir o conhecimento na organização. Consiste nos administradores

médios “middle”, não raro líderes de uma equipe ou setor, condensarem o

conhecimento tácito (habilidades e experiências pessoais) da alta administração “up”

Page 69: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

69

e dos empregados da linha de frente “down”, tornando explícito, registrado e

codificado este conhecimento para todos.

Quando observa-se o conhecimento como um estratégico recurso intangível,

Porto (2014) considera-se a Gestão do Conhecimento (GC) como a arte de gerar

valor a partir de bens intangíveis da organização. Na visão de Teixeira Filho (2000),

a GC é uma forma de olhar a organização em busca de pontos em que o

conhecimento deva ser usado como vantagem competitiva: conhecimento sobre o

mercado, a concorrência, os clientes, os processos do negócio, inclusive, as novas

tecnologias.

Desta forma, a identificação do conhecimento útil e estratégico, por meio de

análise ou troca de experiências individuais, e o seu compartilhamento entre os

membros da organização, promove criatividade para novas soluções de negócio.

2.11 Gestão por Processos Aplicada ao Setor de Compras

O sistema de gestão deve ser construído através dos objetivos de

conhecimento, quando estabelecidos e o conhecimento já existente são válidos, pois

dará um ponto de partida útil a todos os gestores do conhecimento. A Gestão do

Conhecimento deve ser aplicada a indivíduos, a grupos ou estruturas

organizacionais, possuindo aspectos estratégicos e normativos além dos

operacionais.

O conhecimento é o impulsionador de todo ativo intangível de uma empresa,

e como os mesmos ganham maior valor que os tangíveis, gerir o conhecimento,

tornou-se primordial, para o alcance de posição sustentável no mercado para as

empresas.

As organizações possuem uma estrutura de conhecimento com as quais a

empresa negocia com seus parceiros, fornecedores e clientes, ou seja, o

conhecimento deve ser utilizado para que a entrega do produto seja feita de forma

completa. Quanto melhor for o relacionamento, maior a probabilidade da empresa

aprender com seus clientes, seus fornecedores e outras empresas.

O conhecimento compartilhado é a forma máxima do capital de

relacionamento. Através desta estrutura de conhecimento é gerado um ativo

intangível, pois o valor deste conhecimento é refletido no valor da marca, da imagem

Page 70: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

70

da organização e para uma instituição pública de ensino, este valor é de maior

responsabilidade

Malmegrim (2010) recomenda que os serviços de atendimento direto

aconteçam dentro de um processo a pedido, programado ou híbrido. Sendo que os

processos a pedido são ativados de forma exógena, já que são demandados pelo

interessado. Os processos programas são acionados de forma endógena por planos

de ação, e os processos híbridos correspondem a união dos anteriores.

Segundo os entendimentos preconizados de Excelência do Prêmio Nacional

da Qualidade da Fundação Nacional da Qualidade, FNQ2 KANAANE (2010) os

processos devem ser definidos como:

Um conjunto de atividade preestabelecidas que, executadas numa sequência, determinada, vão conduzir a um resultado esperado que assegure o atendimento às necessidades dos clientes e outras partes interessadas.

Os serviços públicos devem ser direcionados aos interesses do cidadão e

com isto, associam ações de busca pela qualidade e a melhor forma de otimizar os

recursos. Estão cada vez mais atuais na conjuntura social, o que significa um

processo que se torna presente na administração pública, num contexto de melhor

custo benefício. Por isto, algumas organizações perceberam a necessidade de

revisar seus modelos de gestão, passando a preocupar-se com a Gestão do

Conhecimento para sua sobrevivência e competitividade (MELO, 2012).

“Quando os objetivos de conhecimento estão estabelecidos e o conhecimento existente é avaliado, pode-se construir um sistema de gestão que dará um ponto de partida útil a todos os gestores de conhecimento” (PROBST et al., 2002).

A gestão por processos permite que a organização perceba a

interdependência das atividades que colaboram para a agregação de valor aos

resultados, sequências de atividades não permitem agregar valor meramente pela

sua execução, abrangem uma intricada cadeia de relações e ações, tomadas de

decisão e conhecimento tanto do público-alvo quanto do clima organizacional. Nas

instituições Públicas os diferentes elementos envolvidos nos processos, diferem do

âmbito das organizações privadas. (MELO, 2012).

O cidadão configura-se como fator determinante do processo de prestação do

serviço público, e este privilégio transcorre dos aparatos constitucionais e 2 FNQ.Fundação Nacional da Qualidade: Critérios de Excelência. São Paulo: FNQ, 2009.

Page 71: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

71

infraconstitucionais, tal como nos divulga a Constituição Federal, Art. 6º “São direitos

sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a

segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência

aos desamparados, na forma desta Constituição.

No âmbito da Administração pública Federal a Secretaria de Gestão é um

Órgão específico singular do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, cuja

essência é estudar desenhar, implementar e avaliar a ação do Estado para a

prestação de bons serviços aos cidadãos, e compete a esta secretaria, coordenar as

ações do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização -

GESPÚBLICA, instituído pelo Decreto no 5.378, de 23 de fevereiro de 2005.

Nos processos das organizações, aplica-se e constrói-se constantemente

um conhecimento que precisa ser preservado e disseminado. Na constante busca

de aliar produtividade à qualidade torna-se essencial que o conhecimento existente

nas organizações, proveniente da experiência de mercado e das pessoas que fazem

ou fizeram parte do seu grupo, seja gerado, mantido, aumentado e disseminado

(DORFEY e FROZZA, 2016).

A maioria das organizações gerencia, de um modo ou de outro, seus

mecanismos de memória, de registro e de compartilhamento de práticas e

conhecimentos. Apesar disto, é comum que o conhecimento criado ou absorvido

pelas organizações fique restrito às áreas isoladas, permanecendo acessível apenas

às pessoas diretamente envolvidas nas atividades onde foi inicialmente aplicado. A

gestão do conhecimento tem o propósito tanto de disseminar o conhecimento

existente para o maior número possível de integrantes da organização, quanto de

adquirir novos conhecimentos (DORFEY e FROZZA, 2016).

Nos processos das organizações, é importante que se construa um

conhecimento inovador que necessita ser preservado e disseminado. Na constante

procura para o aumento da produtividade, a qualidade torna-se efetiva fazendo com

que seus colaboradores estejam em consonância com o enfoque inovador

(DORFEY e FROZZA, 2016).

Segundo Dorfey e Frozza (2016), grande parte das organizações gerencia,

seus mecanismos de memória, de registro e de compartilhamento de práticas e

conhecimentos. Não obstante, pode ser que o conhecimento criado ou absorvido

Page 72: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

72

pelas organizações fique limitado às áreas isoladas, continuando aberto apenas aos

sujeitos diretamente envolvidos nas atividades onde foi primeiramente aplicado. A

gestão do conhecimento objetiva tanto de disseminar o conhecimento existente,

quanto o de adquirir novos conhecimentos para o maior número possível de

integrantes.

A partir da evolução organizacional, tende a ocorrer o acúmulo de

experiências, através dos casos e aprendizados associados à experiência contraída

pelas equipes e líderes, enquanto em ação nas operações e projetos. Um dos um

dos desafios da gestão do conhecimento é decompor o conhecimento que está na

mente das pessoas (tácito) em conhecimento explícito articulável, e que deva ser

espontaneamente expressado por algum mecanismo ou método, para um

admissível uso posterior (DORFEY e FROZZA, 2016).

Page 73: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

73

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

Este capítulo descreve a metodologia utilizada no presente estudo,

apresentando as estratégias para coleta de dados, a seleção da amostra, o

instrumento de pesquisa e o tratamento dos dados.

3.1 Definição de Pesquisa

Segundo Richardson (1999) a pesquisa configura-se como uma ferramenta

que irá facilitar a aquisição de conhecimento, e que de forma geral toda pesquisa

necessita da teoria, seja esta implícita ou explícita.

Lakatos e Marconi (2001), destacam que a pesquisa não versa somente para

a busca da verdade, já que a mesma requer, com base em um método científico,

que se encontrem as respostas para as perguntas que foram formuladas. Os autores

ressaltam ainda que o desenvolvimento de toda pesquisa, independentemente dos

métodos ou técnicas empregadas, envolve a busca de dados em variadas fontes.

3.2 Mapeamento de Processos

O macroprocesso do CEFET/RJ - O Plano de Desenvolvimento Institucional

(PDI) e o Projeto Pedagógico Institucional (PPI) são os instrumentos que formam o

macroprocesso onde constam os objetivos que devem ser alcançados pela

instituição.

Para execução dos referidos instrumentos mencionados acima é utilizado o

Planejamento Estratégico Anual (PEA), sendo o mesmo de responsabilidade da

Diretoria de Gestão Estratégica (DIGES).

A figura 15 demonstra os níveis hierárquicos das operações. No nível

operacional constam os objetivos a serem atendidos e elencados no Projeto

Pedagógico Institucional (PPI).

Page 74: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

74

Figura 15 - Níveis Hierárquicos das Operações

Fonte: Manual de Elaboração do Plano Estratégico Anual (PEA) 2016

A estrutura organizacional do DEMET esta configurada conforme a figura 15

Figura 16 - Organograma do DEMET

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Page 75: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

75

A Coordenação Administrativa subordinada ao DEMET desempenha atividades táticas e operacionais para atender aos objetivos estratégicos elencados no PDI.

O Macroprocesso da Coordenação Administrativa na Gestão do

Planejamento de Compras deste Departamento apresenta-se conforme a estrutura

da Figura 17:

AÇÃO Descrição

Assist. Estudantil Bolsas (Somente DIREX: PAA, PAEm e PAENE)

CUSTEIO

Bolsas (Todas exceto as da DIREX)

Diárias (nacionais e internacionais)

Passagens (nacionais e internacionais)

Inscrições Cursos e Eventos

Materiais Consumo

Materiais Consumo (Somente INFORMATICA)

Serviços Pessoa Jurídica (Todos exceto Reformas e Contratos de Recepção)

Serviços Pessoa Jurídica (PEQUENAS REFORMAS PREDIAIS até R$ 100.000,00)

Serviços Pessoa Jurídica (Contratos Recepção: MGR, NIG e PET) - visitas técnicas

INVESTIMENTO

Investimento Mat. Permanente

Investimento Mat. Perm. (Somente INFORMATICA)

Investimento (OBRAS e Reformas acima de R$ 100.000,00) Figura 17 - O Macroprocesso da Coordenação Administrativa na Gestão do Planejamento de

Compras deste Departamento

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

As ações estruturadas na Tabela XXX constam os serviços ofertados pelo

DEMET para atender as demandas das Coordenações de Cursos/Disciplinas que

buscam atender os objetivos do PDI através do seu planejamento.

O microprocesso da gestão do planejamento do processo de compras do

DEMET - Os relatórios de Planejamento por Natureza de Despesas (PND) e a

ferramenta de gestão da qualidade 5W2H, são solicitados pela Diretoria de Gestão

Estratégica (DIGES) e constituem a base para a gestão do planejamento de

compras deste departamento e são preenchidos pelos Coordenadores com suas

respectivas demandas de Investimento, Custeio e Assistência Estudantil.

Para a aproximação empírica dos dados, o delineamento adotado foi o Estudo

de caso, a pesquisa bibliográfica, a documental e análise da estrutura administrativa.

Na pesquisa documental foram verificados vários documentos dentre eles destaca-

se principalmente o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), o Projeto

Pedagógico Institucional (PPI), Plano Operativo Anual (POA) e os Relatórios de

Page 76: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

76

Gestão (RG). Na pesquisa bibliográfica foram apresentadas informações de vários

autores necessárias à percepção do processo de suprimento em uma organização

pública. Também para compreensão da melhoria do planejamento na Gestão de

Compras, utilizou-se pesquisa sobre a legislação vigente. A análise da estrutura

administrativa foi realizada através da observação direta e representação gráfica de

processos.

O estudo bibliográfico é baseado em literaturas estruturadas, obtidas de livros

e artigos científicos provenientes de bibliotecas convencionais e virtuais e a

pesquisa caracterizou-se pelo emprego de uma metodologia qualitativa de caráter

descritivo onde destacou-se artigos científicos sobre a temática. Estes artigos foram

acessados nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Portal

de Periódicos da Capes, na base SCOPUS, livros dos principais autores, de acordo

com o tópico abordado, buscando-se as edições mais recentes, principalmente pela

incipiência do tema abordado; Dissertações da Universidade Federal Fluminense e

de outras Instituições; e, Manuais e Guias utilizados oficialmente na Administração

Pública.

Além da pesquisa bibliográfica foi também se realizou pesquisa documental,

que segundo informa Gil (2009), possui a mesma sequência de passos que a

pesquisa bibliográfica, porém nesta segunda modalidade as fontes são muito mais

diversificadas e dispersas. A pesquisa documental baseou-se em legislações,

relatórios dos órgãos de controle, relatórios de gestão, acórdãos do Tribunal de

Contas da União, documentos de organizações internacionais e nacionais, arquivos

eletrônicos, dentre outros documentos.

Ratificando o que foi dito Gil (2009), descreve que a pesquisa pode ser

definida “como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo

proporcionar respostas aos problemas que são propostos”.

Diante das questões apresentadas entendeu-se que o estudo de caso seria

a opção mais adequada para o desenvolvimento desta pesquisa, uma vez que se

pretende entender as principais barreiras encontradas por uma Instituição Pública

de Ensino para propor melhorias na gestão do planejamento do processo de

compras em uma Instituição Federal – CEFET/RJ. Trata-se, assim, de um

assunto atual em que se busca ampliar o conhecimento.

Page 77: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

77

O estudo de caso foi realizado em uma Instituição Federal de Ensino,

conforme será abordado no capítulo 5.

3.3 Plano de Análise e Interpretação e Apresentação de Dados

Como a questão central da pesquisa é propor, melhorias na gestão do

planejamento do processo de compras em uma Instituição Federal – CEFET/RJ ,

esta investigação terá como propósito diagnosticar as propostas de planejamento e

solicitação, para aquisição de insumos e equipamentos, identificando as principais

barreiras percebidas pelos gestores envolvidos nas solicitações e alguns fatores que

influenciam de forma positiva neste processo.

Para interpretação dos dados foram utilizadas análises de conteúdo e

documental, de forma qualitativa, ou seja, não foi utilizado a estatística aplicada. Os

dados foram apresentados de forma estruturada para depois serem analisados. O

período utilizado para análise da gestão de compras foi o ano de 2016 e baseou-se

no método de levantamento de dados do Centro de Custos do DEMET na unidade

Maracanã, relacionados ao planejamento anual, também foram examinados o

relatório de gestão do período, arquivos com as planilhas eletrônicas para

processamento dos pedidos e relatórios gerenciais de acompanhamento, bem como

manuais de planejamentos do CEFET/RJ.

Para representação gráfica das rotinas do setor foi utilizado o fluxograma do

tipo setorial que conforme Correia (2005) “é o gráfico que, utilizando símbolos

padronizados ou previamente definidos para uma situação específica, representa,

em uma sequência lógica, os passos de um processo/atividade, os respectivos

documentos, pessoas e/ou órgãos envolvidos”.

E ainda baseado em Correia (2006), é utilizado para representar e estudar

detalhadamente processos complexos envolvendo várias unidades organizacionais,

os dados utilizados nesta representação foram coletados dos relatórios de

planejamento, e baseados na observação direta realizada e diálogos informais com

servidores que trabalham nas Coordenações.

Para o levantamento da legislação que orienta o processo foi utilizada a

pesquisa bibliográfica, manuais disponíveis nos sites do órgãos de controle da

União, apostilas de treinamento realizados pelo CEFET/RJ.

Page 78: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

78

4. ESTUDO DE CASO

Conforme abordado no capítulo correspondente à metodologia, optou-se,

como um dos meios de investigação desta pesquisa pelo estudo de caso em uma

Instituição Federal de Ensino.

4.1 HISTÓRICO DO CEFET-RJ

Através de uma parceria entre o governo da União e o da Prefeitura do

Distrito Federal, foi criada a Escola Normal de Artes e Ofícios Wenceslau Braz ,

versão primária do que vem a ser o CEFET/RJ contemporaneamente. Segundo

CEFET/RJ (2007) os principais objetivos da escola eram de criar professores,

mestre e contramestres para as instituições e escolas profissionais do Distrito

Federal, então Rio de Janeiro, além de professores de trabalhos manuais para

escolas primárias do Município.

De acordo com Maruyama (2013), após criação de sua primeira forma, teve

seus objetivos e estrutura atualizada, transformando-se em Escola Técnica Nacional

(ETN) em 1942. Já em 1965 a Escola recebe o nome Escola Técnica Federal da

Guanabara, porém foi apenas em 1967 que a Escola passa a ser chamada de

Escola Técnica Federal Celso Suckow da Fonseca.

Hoje, através de seu histórico de reconhecimento pela sociedade, a Escola

Técnica obteve expansão geográfica, passando a atuar com sede matriz a Unidade

Maracanã e demais sete outras Unidades descentralizadas pelo Rio e Janeiro (Nova

Iguaçu, Maria da Graça, Petrópolis, Nova Friburgo, Angra dos Reis e Itaguaí e

Valença), ofertando cursos regulares de ensino médio, educação profissional

técnica, graduação, pós-graduação, além de atividades de pesquisa e de extensão.

4.1.1 Definição de Instituições de Ensino Superior

De acordo com o artigo 21 da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (9394/96) a educação escolar é formada por duas etapas principais: I -

educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino

médio; II - educação superior: etapa posterior a educação básica cujo objetivo global

Page 79: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

79

é formal profissionais e cidadãos aptos a exercerem suas funções e promover o

desenvolvimento do país.

A LDB (Lei 9394/1996) assume a coexistência de instituições públicas e

privadas para a oferta de cursos superiores dizendo no Artigo 45 que a educação

superior poderá ser ministrada em instituições de ensino superior de caráter público

ou privada com variados graus de abrangência e particularização. Visando

complementar a LDB e a este artigo 7º do Decreto 3860/2001 classifica as

instituições de ensino superior quanto à sua organização acadêmica em:

Universidades - São caracterizadas pela oferta regular de atividades

que articulam três principais pilares: ensino, de pesquisa e de

extensão.

Centros Universitários - Os centros universitários são instituições de

ensino superior pluri-curriculares, comprovada pelo desempenho nos

cursos nas avaliações do MEC e que devem atender a comunidade.

Centros Federais de Educação Tecnológica - São instituições de

ensino superior, especializados na oferta de educação tecnológica nos

diferentes níveis e modalidades de ensino. O Centro Federal de

Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ) que é a

instituição alvo do presente estudo, se encaixa nesta classificação.

Faculdades Integradas, faculdades, institutos ou escolas superiores -

superiores orientados basicamente para o ensino são voltadas para a

formação de profissionais para o mercado de trabalho e não se

exigirão produção científica e não há exigência de oferta cursos de

pós-graduação.

Por fim todas as instituições de ensino superior independente de sua

classificação e dos cursos ofertados, por estar diretamente submetidas às decisões

do MEC, deve acatar com seus decretos e determinações, pois estão sob uma

mesma legislação e regime. Dentro das obrigatoriedades das IES destaca-se o

documento de caráter estratégico conhecido como Plano de Desenvolvimento

Institucional (PDI).

Page 80: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

80

4.1.2 - Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)

O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) é um documento institucional

exigido pelo Ministério da Educação (MEC) e apresenta as principais estratégicas e

posicionamento que a instituição de ensino superior (IES) irá adotar em um período

de tempo pré-definido. É análogo ao Planejamento Estratégico das empresas

privadas, porém com determinação para os resultados no sistema educacional,

processos internos e desempenho dentro do cenário mutável da educação no

período de vigência.

O Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI, é um documento

elaborado para um período de 5 (cinco) anos que identifica a

Instituição de Ensino Superior (IES), no que diz respeito à sua

filosofia de trabalho, à missão a que se propõe, às diretrizes

pedagógicas que orientam suas ações, à sua estrutura

organizacional e às atividades acadêmicas que desenvolve e/ou

que pretende desenvolver.(SAPIEnS, 2007)

A lei 10.861 (2004) instituiu o Sistema Nacional de Avaliação da Educação

Superior (SINAES). Este sistema tem como objetivo buscar a melhoria da qualidade

da educação superior, monitorar a expansão da oferta e aumento da eficiência e

eficácia institucional no âmbito de ensino e impacto na sociedade. Deve ser ainda

um sistema supervisor das IES no cumprimento de seus deveres institucionais como

identidade, respeito a diversidade e afirmação da autonomia. Esta lei promoveu em

2006 a edição do decreto Nº 5.773 que legitima a relevância e obrigatoriedade do

PDI nas IES.

O decreto Nº 5.773 (2006) descreve sobre as funções de regulamentação,

acompanhamento e avaliação das IES e cursos superiores de graduação e

sequenciais no sistema de ensino federal. No Art. 15, são descritas as exigências

para uma instituição ser credenciada ao MEC. É responsabilidade da IES possuir

além de documentos padrão como cumprimento de exigências fiscais legais e

regimento ou estatuto, o PDI é exigido devido ao seu caráter de avaliação de

potencial, capacidade e objetivos de longo prazo como instituição provedora de

ensino superior. O Art. 16 apresenta ainda um roteiro de subsídio na elaboração do

PDI com as exigências que o MEC determina.

Page 81: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

81

Neste contexto é que se identifica a instituição de ensino superior do estado

do Rio de Janeiro, o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da

Fonseca (CEFET/RJ). Uma instituição com tradição que ao longo dos anos

diversificou-se, alterou o escopo de ensino para oferta de cursos de cursos de

graduação e pós-graduação direcionados para a tecnologia e inovação. É

necessário conhecer as origens históricos e fatores que influenciaram a

consolidação do CEFET/RJ para entender seu papel no cenário atual.

4.1.3 - O PDI do CEFET/RJ

O Estatuto do CEFET/RJ foi aprovado em 2005 pelo ministro da educação,

Fernando Haddad, e instaurou a portaria nº 3.796. No capítulo III sobre a Estrutura

Organizacional na Subseção VIII do Estatuto do CEFET/RJ é estabelecida a criação

da Diretoria de Gestão Estratégica (DIGES).órgão responsável por conduzir o

processo de elaboração, validação e publicação dos DPI a cada quatro anos, bem

como acompanhar a execução dos planos e projetos definidos e ser o principal

fornecedor de informações sobre o desempenho da instituição perante a sociedade,

ministério da educação, União e demais órgãos públicos a que a IES está

submetida.

A construção do PDI é feita de maneira colaborativa e participativa por todos

os departamentos e secretarias que integram a instituição. Os entendimentos entre

todas as partes e consensos provisórios devem ser estabelecidos para definir

objetivos comuns a todos que deverão ser registrado e amplamente divulgado e

cascateado a todos os níveis da instituição. Com isso, o PDI deve ser apresentado

pela DIGES em um prazo de 150 a 60 dias à Comissão para validar o produto final,

conforme estabelecido no documento. O processo deve ser concluído dentro do ano

anterior ao período de vigência do PDI em elaboração.

4.1.4 - Planejamento Estratégico

Em um mercado cada vez mais competitivo e complexo, as organizações

necessitam utilizar mecanismos de sobrevivência para garantir o sucesso

empresarial. Segundo Mintzberg e Quinn (2001) a estratégia é definida como:

Page 82: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

82

É o padrão ou plano que integra as principais metas, políticas e seqüência de ações de uma organização em um todo coerente. Uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma organização para uma postura singular e viável, com base em suas competências internas e relativas, mudanças no ambiente antecipadas e providências contingentes realizadas por oponentes inteligentes. (MINTZBERG e QUINN 2001)

Atualmente as estratégias corporativas são primordiais para as empresas

manterem suas posições de mercado ou galgarem maiores patamares. Uma

empresa precisa organizar-se internamente realizando a correta alocação de seus

recursos produtivos para gerar seus resultados. Além disto, a grande preocupação

atual das empresas é antecipar o movimento do ambiente externo, ou seja,

conseguir tomar atitudes antes da concorrência. Schermerhorn (2006) diz

resumidamente que a estratégia nada mais é do que um plano de ação bastante

amplo que identifica o direcionamento ao longo prazo e guia a utilização de recursos

para atingir sua missão e seus objetivos para garantir uma vantagem competitiva

sobre suas concorrentes.

O planejamento estratégico é o processo de estabelecer objetivos e

determinar uma maneira de alcança-los. Schermerhorn (2007) relata que o

planejamento estratégico estabelece as diretrizes de ação amplas e de longo prazo

que serão adotadas nas empresas. Durante este planejamento a empresa busca

traçar objetivos estratégicos para todos os níveis da organização. Os gestores

costumam utilizar metas, indicadores e outros mecanismos internos para mensurar

os resultados e verificarem a aderência com seus objetivos e traçar os próximos

passos até atingi-los por completo.

Para orientar o planejamento estratégico de uma empresa entende-se que o

primeiro passo é conhecer com clareza, sua visão, sua missão e seus valores. Hitt,

Ireland, Hoskisson (2008), explicitam que a missão é a descrição do propósito

principal da existência de determinada organização e determina como irá realizar

suas ações, traduzindo a essência de uma organização. Já a visão é uma meta

mensurável que a empresa busca alcançar em um determinado horizonte de tempo

previamente definido, e os valores são as posturas que a empresa preconiza ao

tomar suas decisões e realizar suas ações.

Page 83: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

83

Como forma mais específica, o planejamento estratégico determina suas

ações em objetivos e metas de forma significativa para a concretização da estratégia

traçada no Planejamento estratégico.

4.1.5 - Filosofia, Missão e Objetivos Institucionais

Os princípios norteadores da filosofia são expressos através de seu Projeto

Pedagógico, integrando:

A defesa das condições garantidoras de qualidade social para a educação

pública viabilizada pela Rede Federal de Educação Profissional, Científica e

Tecnológica em sua diversidade institucional; reafirmação da identidade institucional

vinculada à formação de profissionais de diferentes níveis no projeto de

transformação de Centro Federal de Educação Tecnológica em Universidade

Tecnológica Federal; adoção de projetos de verticalização e integração das

atividades de ensino, pesquisa e extensão, da educação básica à pós-graduação,

como característica metodológica de formação na área tecnológica; · consolidação

de políticas de ensino, pesquisa e extensão que, compromissadas com o

desenvolvimento nacional e regional, a disseminação e produção de conhecimento,

a formação de pessoas, e a responsabilidade social e ética, continuem a legitimar a

atuação institucional junto à sociedade; · preservação e sustentação da autonomia

institucional definida em lei; · aperfeiçoamento permanente dos processos de gestão

democrática e descentralização gerencial nas instâncias acadêmicas e

administrativas, mediante adoção de estruturas colegiadas, mecanismos de

participação de todos os segmentos da comunidade interna, socialização de

informações e transparência na utilização de recursos; · observância de aspectos

inerentes ao caráter público e de identidade formadora da Instituição: valorização do

ser humano e do trabalho; respeito à pluralidade e divergências de idéias, sem

discriminação de qualquer natureza; adesão à tecnologia a serviço da promoção

humana; compromisso social; diálogo constante e parcerias com

instituições/entidades representativas da sociedade; responsabilidade funcional e

ética (PDI, 2010).

Page 84: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

84

Referindo-se a sua missão institucional, levando-se em consideração à

Responsabilidade Social assumida perante a sociedade, cabe ao CEFET/RJ:

Promover a educação mediante atividades de ensino, pesquisa e extensão

que propiciem, de modo reflexivo e crítico, na interação com a sociedade, a

formação integral (humanística, científica e tecnológica, ética, política e social) de

profissionais capazes de contribuir para o desenvolvimento cultural, tecnológico e

econômico dessa mesma sociedade (PDI, 2010).

Neste sentido, seus principais objetivos são:

ministrar educação profissional técnica de nível médio, de forma

articulada com o ensino médio, destinada a proporcionar habilitação

profissional para diferentes setores da economia;

ministrar ensino superior de graduação e de pós-graduação lato sensu

e stricto sensu, visando à formação de profissionais e especialistas na

área tecnológica;

ministrar cursos de licenciatura, bem como programas especiais de

formação pedagógica, nas áreas científica e tecnológica;

ofertar educação continuada, por diferentes mecanismos, visando à

atualização, ao aperfeiçoamento e à especialização de profissionais na

área tecnológica;

realizar pesquisa, estimulando o desenvolvimento de soluções

tecnológicas de forma criativa e estendendo seus benefícios à

comunidade;

promover a extensão mediante integração com a comunidade,

contribuindo para o seu desenvolvimento e melhoria da qualidade de

vida, desenvolvendo ações interativas que concorram para a

transferência e o aprimoramento dos benefícios e conquistas auferidos

na atividade acadêmica e na pesquisa aplicada;

estimular a produção cultural, o empreendedorismo, o desenvolvimento

científico e tecnológico, o pensamento reflexivo, com responsabilidade

social (PDI, 2010)

As Instituições de Ensino Superior (IES) e Médio Técnico são autarquias

vinculadas ao Ministério da Educação (MEC) que tem como atividade fim prover

Page 85: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

85

educação de qualidade e desenvolver a sociedade como um todo, sempre em

consonância com políticas, leis e decretos vigentes. As IES devem a cada quatro

anos apresentar o seu Planejamento Institucional (PDI) que é análogo ao

Planejamento Estratégico empresarial e documento obrigatório exigido pelo MEC.

Desta forma, o CEFET/RJ é uma Instituição que atua nos diferentes níveis da

educação e tem por objetivo a formação de profissionais capazes de atuar, intervir e

aplicar conhecimentos técnicos e científicos, sem desconsiderar a dinâmica

econômica e social, bem como o desenvolvimento das regiões onde suas unidades

estão inseridas.

4.2. Sobre o Estudo de Caso

Em um primeiro momento foi realizado, neste trabalho, um levantamento de

dados qualitativos e quantitativos a partir da pesquisa do estado da arte de diversos

autores, para melhor compreender a gestão do planejamento do processo de

compras nas Instituições e em particular nas instituições públicas.

Os dados coletados a partir dos Coordenadores e Técnicos Administrativos

que participam do planejamento em questão, tem como objetivo evidenciar a opinião

dos entrevistados em relação a relevância da gestão do planejamento do processo

de compras nesta Instituição e em que circunstâncias utilizam-se dos serviços

oferecidos, como entendem o planejamento estratégico, o atendimento por parte do

Departamento, qualidade dos produtos recebidos e também qual a opinião a

respeito da distribuição orçamentária.

Segundo Roberto Nogueira (2002), o questionário direto é aquele que

“apresenta a vantagem de coletar-se diretamente a resposta desejada”. Assim, foi

proposto um questionário com 17 (dezessete) questões objetivas com o intuito de

obter as respostas mais diretas.

Para a aplicação do questionário foi utilizado o modelo survey. O questionário

é composto de perguntas fechadas que continham 5 opções para respostas em

escala de importância.

Page 86: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

86

A elaboração do questionário foi feita de forma simples e enxuta, com apenas

três páginas de fácil compreensão e linguagem adequada ao público alvo.

A mensuração do questionário foi feita com nível ordinal, possibilitando

comparações entre as opções propostas em cada questão. As classes das variáveis

utilizadas na pesquisa foram de “Atributo” que conforme Roberto Nogueira (2002),

“são as características pessoais ou demográficas, tais como o nível de renda,

educação, número de filhos e aspectos comportamentais”.

A coleta dos dados foi realizada no período de março/2017 até junho/2017 e a

população selecionada foi Coordenadores de Cursos/Disciplinas e Técnicos

Administrativos, totalizando uma amostra de 22 entrevistados. A partir do exposto,

foi elaborado o questionário constante nos anexos deste trabalho.

4.3 Análise dos Resultados e Proposição de Melhorias

Por meio do estudo percebeu-se a necessidade de criar-se mecanismos de

comunicação sistemática e efetiva entre o setor de compras e o Departamento de

Ensino Técnico de Nível Médio com as suas respectivas Coordenações solicitantes

a partir das seguintes ações:

Diminuir a complexidade das atividades entre os envolvidos.

Compartilhando as informações, divulgando com antecedência todo o

processo;

Promover encontros com os usuários/solicitante, treinamento

permanente de todos os envolvidos e principalmente dos técnicos

administrativos destas atividades.

A seguir, apresenta-se 16 (dezesseis) gráficos com os resultados da pesquisa

realizada entre os Coordenadores de Curso/Disciplina e servidores envolvidos nas

atividades de planejamento e lotados nas referidas coordenações, com suas

respectivas análises e considerações. Esta pesquisa busca respostas aos níveis

crescentes das exigências profissionais do mercado em um ambiente em constante

Page 87: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

87

mutação. Tais exigências apresentam-se cada vez mais de maneira plural e

permanente em diversas partes dos processos.

Sendo assim, os gráficos são apresentados com os resultados da pesquisa a

partir da amostra mencionada anteriormente que envolveu Coordenadores de

Cursos/Disciplinas e servidores Técnicos Administrativos:

Gráfico 1 - Perfil dos entrevistados.

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Observa-se no gráfico 1, que a idade dos pesquisados encontra-se numa

faixa etária igual ou superior a 30 anos e ultrapassa os 60 anos. Os dados

demonstram que a maioria deles está com idade na faixa entre 40 e 50 anos.

Page 88: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

88

Gráfico 2 - Tempo de serviço dos entrevistados na Instituição.

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Verifica-se a partir da análise do gráfico 2 que a maioria dos entrevistados

têm um tempo de permanência na Instituição entre 11 e 20 anos. Sugerindo que

este grupo teve o tempo necessário para conhecer a Instituição e sua administração.

Page 89: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

89

Gráfico 3 - Quanto a existência de subsídios para responder o relatório anual

Planejamento por Natureza de Despesas - PND

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Constatou-se através do gráfico 3 que 59% (cinquenta e nove por cento)

consegue responder o relatório anual PND e 32% (trinta e dois por cento) dos que

não conseguem, justificam problemas de comunicação, falta de treinamento e

divulgação, não conhecem o processo devidamente e consideram complexo. 9%

(nove por cento), não responderam esta pergunta.

Após analise dos dados para este item a pesquisa aponta como proposta de

melhoria que seja realizado primeiro o preenchimento da ferramenta de gestão

5W2H utilizando os valores totais da planilha por rubrica para posterior

preenchimento do PND. Evitando-se desta forma, o preenchimento aleatório apenas

para cumprimento de prazos como tem sido feito na maioria dos casos.

Page 90: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

90

Gráfico 4 - A frequência que os responses planejam as suas compras

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Constatou-se através do gráfico 4 que 86% (oitenta e seis por cento) dos

pesquisados frequentemente fazem o planejamento de compras para um ano, 5%

(cinco por cento) não fazem planejamento, 9% (nove por cento) fazem planejamento

para seis meses, e nenhum deles fazem planejamento para 2 (dois) ou quatro

(anos).

Constata-se que a maioria dos respondentes fazem planejamento

exclusivamente para um ano, em desacordo com o PDI que estabelece um

planejamento plurianual de quatro anos sendo este o período de vigência. Percebe-

se que o planejamento ideal deve ser para quatro anos.

Page 91: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

91

Gráfico 5 - O Planejamento de compras da Coordenação está alinhado com os

objetivos do PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional)

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

A investigação realizada pela pesquisa identificou que 18% (dezoito por

cento) dos entrevistados raramente alinha o planejamento de compras com os

objetivos do PDI, 27% (vinte e sete por cento) de vez em quando, 32% muitas vezes

e 23% (vinte e três por cento), sempre utiliza os objetivos do PDI para montar o

planejamento.

Verificou-se a partir do resultado gráfico que nenhum respondente declarou

que sempre alinhou o seu planejamento com o PDI.

O ideal para o alinhamento do planejamento orientado pelos objetivos do PDI

deve partir de um programa de treinamento periódico e cíclico para divulgação do

processo, desta forma assegurando a Gestão do Conhecimento.

Page 92: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

92

Gráfico 6 – Quanto a existência da efetividade do conhecimento do

planejamento estratégico (PND, 5W2H, POA) da Instituição .

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Os indicadores desta questão apontam para o conhecimento do plano

estratégico onde apresentam que 73% (setenta e três por cento) conhecem

parcialmente ou totalmente e 28% (vinte e oito por cento) dos pesquisados

desconhecem parcialmente ou totalmente o tema.

O ideal para tornar conhecido o planejamento estratégico deve partir de um

programa de treinamento periódico e cíclico para aprendizagem do preenchimento

dos relatórios, desta forma atendendo as trocas dos Coordenadores a cada dois

anos.

Page 93: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

93

Gráfico 7 - Quanto a necessidade de orientações para preenchimento da

ferramenta 5W2H

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Observa-se a partir do gráfico 7 que apenas 32% (trinta e dois por cento) dos

respondentes nunca precisam de orientações para preencher o relatório 5W2H e 27% (vinte

e sete por cento) raramente preenchem sem precisar de orientações. 18% (dezoito por

cento) solicita orientações de vez em quando, 14% (quatorze por cento) muitas vezes e 9%

(nove por cento) sempre precisa de ajuda. Conclui-se que 68% (sessenta e oito por cento)

tem alguma dúvida sobre o preenchimento.

Apesar do resultado apresentado, entende-se que para melhoria do entendimento e

do preenchimento da ferramenta de gestão 5W2H é necessário que se acrescente na

estrutura da planilha abas contendo os objetivos do PDI e itens constante no PND.

Page 94: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

94

Gráfico 8 - Quanto ao acompanhamento do resultado do que foi comprado e

entregue baseado no seu planejamento no ano anterior

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Observando os resultados do gráfico 8, percebe-se que 27% (vinte e sete por

cento) dos respondentes SEMPRE fazem o acompanhamento de desempenho e este

mesmo percentual acompanha o processo de vez em quando, 14% (quatorze por cento)

nunca fazem e neste mesmo percentual os respondentes fazem muitas vezes o

acompanhamento. Observa-se ainda, que 18% (dezoito por ceto), raramente fazem

acompanhamento do processo até o final.

O Departamento precisa criar mecanismos no processo de informações para

minimizar o ruído da comunicação que está gerando a falta de acompanhamento.

A pesquisa aponta uma sugestão viável, a criação de uma planilha eletrônica que

conste todos processos e seus referidos dados de protocolo e de tramites para constante

acompanhamento garantindo assim, a logística da informação de todo o processo.

Page 95: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

95

Gráfico 9 - Quanto ao tempo MÉDIO para recebimento dos produtos a partir da

realização do pedido de compras

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Os indicadores desta questão apontam para o tempo médio de entrega

das compras, onde 32% (trinta e dois) responderam que não sabem dizer, 27%

(vinte e sete por cento) entre seis meses e um ano. Tendo a soma de 19%

(dezenove por cento) declarando que a entrega está entre um mês e seis meses.

Outro grupo com 23% (vinte e três por cento), disse aguardar mais de um ano para

receber suas compras.

Ajustar esta parte do processo é mais complexo, pois, depende do resultado

do serviço de outros colaboradores responsáveis pela continuidade do processo de

aquisição. Inclusive dependendo dos cenários alternativos, por exemplo os

embargos judiciais nas licitações, questões econômica e em alguns casos, até as

alterações cambiais.

Page 96: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

96

Gráfico 10 - Quanto ao acesso aos fluxos do processo de compras

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Verifica-se a partir da análise do gráfico 10 que 41% (quarenta e um por

cento), nunca teve acesso aos fluxos do processo de compras. Nenhum

respondente declarou ter constantemente acesso aos fluxos do processo.

Constatou-se a partir da investigação aos documentos institucionais, a

inexistência do mapeamento do processo e desta forma a impossibilidade de

reconhecimento dos fluxos. Após a elaboração do referido fluxo que consta neste

trabalho conforme a figura 17 (página 104).

Page 97: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

97

Gráfico 11 - Quanto as informações sobre o andamento do processo de

compras

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Constatou-se através do gráfico 11 que 32% (trinta e dois por cento)

obtém informações de vez em quando, 27% (vinte e sete por cento) raramente, 18%

(dezoito por cento), nunca recebe e 23% (vinte e três por cento) muitas vezes e

nenhum respondente declarou ter sempre informações sobre o andamento das

compras.

Percebe-se que não existe procedimento sistemático para divulgação da

informação do andamento do processo. Propõe-se uma articulação com o setor

competente para produção de um elenco de procedimentos para divulgação

constante da informação para toda a instituição.

Page 98: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

98

Gráfico 12 - Quanto a Melhoria do Planejamento da sua Coordenação ser

dependente exclusiva da Área Responsável pelo Planejamento Estratégico da

Instituição

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Constata-se no gráfico 12 que 55%(cinquenta e cinco por cento) dos

entrevistados concordam parcialmente, 27% (vinte e sete por cento) concordam e

14% (quatorze por cento) concordam plenamente, 5% (cinco por cento) discordam

parcialmente e nenhum respondente discorda plenamente, que para ocorrer

melhorias no planejamento da Coordenação depende da área responsável pelo

planejamento estratégico da Instituição.

O planejamento da Coordenação precisa ser feito após a catalogação dos

itens de consumo e equipamentos gerando uma demanda fixa anual e ajustando-se

a disponibilidade de recursos orçamentários, facilitando adesão ao planejamento

global da Instituição.

Page 99: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

99

Gráfico 13 - Quanto a comparação do produto solicitado e o produto comprado

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Verifica-se a partir da análise do gráfico 13 que 59%(cinquenta e nove por

cento) dos respondentes ao comparar o produto solicitado e o produto recebido na

maioria das vezes está de acordo com o solicitado e 41% (quarenta e um por cento)

maioria das vezes a qualidade do produto é inferior à que necessita.

A pesquisa demonstrou, para obtenção da melhor relação custo/beneficio é

necessário uma descrição bem elaborada com o maior número de detalhes

possíveis no momento da aquisição.

Page 100: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

100

Gráfico 14 - Quanto a frequência do recebimento de assessoria do DEMET para

planejamento de suas compras

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Observa-se a partir do gráfico 14, a porcentagem de 32% (trinta e dois

por cento) dos respondentes recebem assessoria, 27% (vinte e sete por cento)

raramente recebem, 5% (cinco por cento) muitas vezes, 18%(dezoito por cento)

sempre são assessorados e 18% (dezoito por cento), nunca o são.

Constata-se que é preciso estabelecer uma periodicidade para manutenção

do canal de comunicação entre o Departamento e os seus colaboradores,

estimulando a obtenção de feedback da comunicação.

Page 101: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

101

Gráfico 15 - Quanto a disponibilidade dos recursos orçamentários anuais

serem suficientes a Coordenação executar o seu planejamento

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Constatou-se através do gráfico 15 que 14% (quatorze por cento), dos

recursos orçamentários NUNCA são suficientes para execução do planejamento,

32%(trinta e dois por cento), RARAMENTE atende a execução do planejamento.

41% (quarenta e um por cento), de vez em quando são suficientes para atender e

9% (nove por cento), são MUITAS VEZES e 5% (cinco por cento), SEMPRE são

suficientes para execução do planejamento.

Verificou-se que apesar da escassez de recursos, fazer o planejamento de

maneira racional, estabelecendo valores reais para cada item, otimizará a utilização

dos mesmos. Associar-se a outros solicitantes para compras coletivas contribuirá

para a diminuição dos preços e redução dos custos.

Page 102: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

102

Gráfico 16 - Quanto a opinião em relação ao modelo atual de gestão atender as

necessidades da coordenação

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

O gráfico 16 mostra que o modelo atual de gestão atende a 40% (quarenta

por cento) das necessidades de vez em quando e 27% (vinte e sete por cento) das

necessidades muitas vezes e raramente são atendidas, mas, 5% (cinco) nunca tem

suas necessidades atendidas. Nenhum respondente declarou ter suas necessidades

sempre atendidas.

Para atender ao máximo as necessidades dos solicitantes a organização

precisa atribuir a devida relevância aos processos de pesquisa, projeto e

desenvolvimento que gerem novos bens e/ou serviços. Os recursos orçamentários

distribuídos pela Direção Geral devem atender as demandas do Departamento de

Ensino Médio e Técnico, evitando a fragilização do padrão de qualidade dos cursos.

Page 103: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

103

17 - Na sua opinião, o que deve ser melhorado, alterado, substituído para que o

planejamento do processo de compras seja mais efetivo.

As respostas a questão aberta foram em sua maioria distintas, mas, convergindo

para o mesmo objetivo, ou seja, a necessidade da melhoria do processo como um

todo. Alguns respondentes responderam chegando a conclusões muito semelhantes

que em linhas gerais classificam-se nos respectivos níveis:

Nível Estratégico

Melhor o planejamento estratégico;

Implementação de software de gestão de compras;

Criação de um setor apenas para gerar informações dos processos de compras, sem função operacional de compras;

Nível Tático

Desburocratizar, esclarecer e informar;

Deixar a cargo das coordenações apenas itens específicos. Os itens gerias deveriam ser cotados por um setor especifico da escola;

Aumentar a comunicação entre setor de compras e os departamentos solicitantes;

A estrutura do pedido de compras já tem que ter itens ligados a meio ambiente, segurança do trabalho e qualidade dos bens e serviços;

Simplificação do processo, menos burocracia;

A elaboração do processo de compras deveria ser feita em conjunto;

Compartilhamento das informações;

Nível Operacional

Divulgar com antecedência o processo;

Melhorar a comunicação entre os setores envolvidos;

Mais encontros com os usuários, treinamento permanente dos usuários e principalmente dos técnicos administrativos desta atividade.

Para garantir o entendimento do fluxo das rotinas é necessário que se

promova o mapeamento do processo para se demonstrar como este apresenta-se

hoje, ou seja, como se apresenta o "AS IS" da operação, pois sem isto, dificulta-se o

entendimento pleno de como funciona a cadeia de valor do processo e a partir deste

entendimento é que se estabelecerá a proposta de melhoria

Page 104: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

104

4.4 . Proposta de Melhoria na Gestão do Planejamento do Centro de Custos.

O AS IS como a Gestão do Planejamento do Centro de Custos apresenta-se

hoje, permitiu uma visão global das principais atividades do processo demonstrando

a relevância da operação e a necessidade de buscar-se uma estratégia para

solucionar os gargalos apresentados, culminando na escolha da abordagem do BSC

como alternativa para a proposição de melhoria na gestão do processo de compras.

Esta proposta que é baseada na abordagem do BSC, sugere que se escolha

uma estratégia que conduzirá à missão do CEFET/RJ, que tem como referencial

mais significativo, o resultado da produção do conhecimento. Este resultado será

percebido através de um conjunto abrangente de medidas de desempenho que

compõe o sistema de medição da gestão estratégica que se pretende aplicar.

Os aspectos críticos da gestão do planejamento do processo de compras,

serão evidenciados a partir de uma estrutura que apresente os objetivos e as medidas

tangíveis que auxiliarão na resolução dos problemas.

Os principais indicadores de desempenho financeiros e não financeiros serão

definidos na realização da estratégia para garantir a análise dos procedimentos de forma

constante e sistemática, para assegurar a correção dos rumos da operação e alcançar os

objetivos esperados.

Desta forma, o processo de comunicação efetivo contribuirá para o ajuste da

participação de todos os setores envolvidos na gestão do planejamento de compras,

evidenciando o estabelecimento de metas, a fixação de objetivos e o alinhamento

das estratégias.

A pesquisa constata neste ponto, que os indicadores financeiros e não

financeiros não são suficientes para se estabelecer uma métrica e adequar a

operação a fim gerenciar os gargalhos. Todas as variáveis que impactam na gestão

do planejamento do processo de compras, devem ser consideradas, o que justifica a

proposta da ferramenta BSC, que proporciona a criação de indicadores de

desempenho e uma estrutura de estabelecimento de pontos de controle que irão

esclarecer se os indicadores escolhidos são os mais adequados ou se devem ser

revistos e trocados para se alcançar o equilíbrio do processo.

A pesquisa propõe a adoção de alguns procedimentos para se balancear a

operação e promover melhoria na gestão do processo de compras do CEFET/RJ –

Page 105: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

105

Unidade Maracanã:

Diminuir a complexidade das atividades entre os envolvidos. Compartilhando

as informações, divulgando com antecedência todo o processo.

Promover encontros com os usuários/solicitante, treinamento permanente de

todos os envolvidos e principalmente dos técnicos administrativos destas atividades.

Quanto as bolsas da assistência estudantil é preciso calcular o valor da bolsa

por um período de 12 (doze) meses e pelo número de estudantes. O somatório é o

valor a ser posto no PND.

Considerando que o pré-requisito foi participar de Congressos e ter um ou

mais artigos aprovados com a referência do nome da Instituição patrocinadora do

referido solicitante. Pretende-se em breve adicionar mais um requisito, que o

requerente tenha uma participação efetiva no congresso, palestrante ou algo

semelhante, não apenas assistente do evento. O planejamento para participação

em um congresso e do cálculo das diárias dar-se-á da seguinte maneira: Consultar

no Sistema de concessão de Diárias e Passagens junto ao Centro de Custos do

DEMET, o valor da diária para a cidade de destino. Multiplicar o valor da diária pelo

número de dias do evento e o número de participante, até pelo menos dois por

evento.

Quanto ao valor das passagens, consultar o balcão virtual das companhias

aéreas, o valor da passagem de ida e volta para o destino desejado. Caso exista o

planejamento para outros congressos, repetir o procedimento de forma sistemática.

Para a contratação de serviços de pessoas jurídicas, dentre eles o pagamento

de inscrições no congresso, no planejamento da coordenação deve constar o valor

da inscrição da última edição do congresso que deseja participar multiplicado pelo

número de solicitantes.

Sugere-se que em cada laboratório da coordenação/disciplina, sejam

elencados em planilha eletrônica, todos os itens de material de consumo, sua

referida descrição e a quantidade mínima necessária para ser usado por 12(dose)

meses. Incluir o valor de mercado e os dados de um fornecedor potencial. O

somatório final desta planilha será o valor a ser posto na planilha do PND.

Os equipamentos serão elencados com as datas das próximas manutenções

e o prazo de vida útil, informação dos valores de cada serviço e os dados do

fornecedor. No caso de equipamentos a manutenção acontece por fornecedores

exclusivos.

Page 106: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

106

4.5 Fluxo do Planejamento Orçamentário por Natureza de Despesas

Figura 18 - Fluxo do Planejamento Orçamentário por Natureza de Despesas

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

O fluxo descrito na Figura 18 expressa de forma global o caminho que o

planejamento local percorre para se obter os recursos orçamentários que financiará

as aquisições da Instituição no ano seguinte. Destaca-se que um planejamento

elaborado com critérios definidos, contribuirá para a formação do planejamento

global de maneira realista.

Page 107: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

107

4.6 Planejamento Anual de uma Coordenação para o Centro de Custos do DEMET

Dat

a d

a cr

iaçã

o d

o p

lan

o:

24/0

9/20

16R

esp

on

sáve

l:O

bje

tivo

Est

raté

gico

:

Dat

a d

a re

visã

o d

o p

lan

o:

08/1

1/20

16R

esp

on

sáve

l:

Iníc

ioFi

m

Ma

teri

al

de

con

sum

o

Leva

nta

men

to d

as

nec

essi

da

des

de

ma

teri

al

de

con

sum

o p

ara

as

au

las

prá

tica

s d

e la

bo

rató

rio

.

Co

ord

ena

do

r0

1/0

9/2

01

63

0/0

9/2

01

6 C

EFET

/RJ

- U

n. M

ara

can

ã -

Blo

bo

B 3

º

Ma

nte

r o

fu

nci

on

am

ento

da

s a

ula

s

prá

tica

s R

$

-

Ma

teri

al

de

con

sum

oA

qu

isiç

ão

de

ma

teri

al

de

con

sum

o

Co

ord

ena

do

r0

1/0

1/2

01

70

3/0

3/2

01

7 C

EFET

/RJ

- U

n. M

ara

can

ã -

Blo

bo

B 3

º

Ma

teri

al

nec

essá

rio

às

ati

vid

ad

es d

e a

ula

de

lab

ora

tóri

o p

ara

exe

cuçã

o d

as

prá

tica

s. R

$

4

5.0

00

,00

Infr

aes

tru

tura

da

s sa

las

de

lab

ora

tóri

o

Leva

nta

men

to d

as

nec

essi

da

des

de

infr

aes

tru

tura

da

s sa

las

de

lab

ora

tóri

o

Co

ord

ena

do

r0

1/0

9/2

01

63

0/0

9/2

01

6 C

EFET

/RJ

- U

n. M

ara

can

ã -

Blo

bo

B 3

ºM

an

tes

e m

elh

ora

r a

s co

nd

içõ

es d

e a

ula

. R

$

-

Ref

orm

a d

as

inst

ala

ções

fís

ica

s

Ref

orm

a d

as

div

isó

ria

s d

o l

ab

ora

tóri

o

e tr

oca

do

s p

iso

s d

e sa

las

de

au

la e

m

ma

u e

sta

do

de

con

serv

açã

o.

Co

ord

ena

do

r0

1/0

1/2

01

70

3/0

3/2

01

7 C

EFET

/RJ

- U

n. M

ara

can

ã -

Blo

bo

B 3

º

Mel

ho

rar

as

con

diç

ões

de

tra

ba

lho

pa

ra

pro

fess

ore

s e

alu

no

s. R

$

5

0.0

00

,00

Estu

do

de

via

bil

ida

de

técn

ica

de

inst

ala

ção

de

no

vos

equ

ipa

men

tos

no

lab

de

Med

ida

s

Med

içõ

es d

e es

pa

ço, d

e ca

rga

elé

tric

a

e té

rmic

a e

nec

essi

da

de

de

mo

bil

iári

o.

Co

ord

ena

do

r0

1/0

9/2

01

63

0/0

9/2

01

6 C

EFET

/RJ

- U

n. M

ara

can

ã -

Blo

bo

B 3

º

Ver

ific

açã

o d

e n

eces

sid

ad

e d

e o

bra

ou

inte

rven

ção

elé

tric

a o

u c

ivil

pa

ra c

om

pra

de

equ

ipa

men

tos

R$

-

Lab

ora

tóri

o

Ad

qu

irir

eq

uip

am

ento

s a

deq

ua

do

s

pa

ra a

tua

liza

ção

tec

no

lógi

ca e

exp

an

são

da

fu

nci

on

ali

da

de

do

lab

ora

tóri

o.

Co

ord

ena

do

r0

1/0

1/2

01

70

3/0

3/2

01

7 C

EFET

/RJ

- U

n. M

ara

can

ã -

Blo

bo

B 3

ºA

tua

liza

r te

cno

logi

cam

ente

o c

urs

o.

R$

24

.00

0,0

0

Estu

do

de

via

bil

ida

de

técn

ica

de

inst

ala

ção

de

no

vos

Kit

s Ed

uca

cio

na

is e

visu

ais

Med

içõ

es d

e es

pa

ço, d

e ca

rga

elé

tric

a

e té

rmic

a e

nec

essi

da

de

de

mo

bil

iári

o.

Co

ord

ena

do

r0

1/0

9/2

01

63

0/0

9/2

01

6 C

EFET

/RJ

- U

n. M

ara

can

ã -

Blo

bo

B 3

º

Ver

ific

açã

o d

e n

eces

sid

ad

e d

e o

bra

ou

inte

rven

ção

elé

tric

a o

u c

ivil

pa

ra c

om

pra

de

equ

ipa

men

tos

R$

-

Atu

ali

zaçã

o d

os

Lab

ora

tóri

os

de

Mu

ltiu

so e

Dig

ita

l co

m u

so d

e K

its

Edu

caci

on

ais

e v

isu

ais

Ad

qu

irir

Kit

s Ed

uca

cio

na

is a

deq

ua

do

s

pa

ra a

tua

liza

ção

tec

no

lógi

ca e

exp

an

são

da

fu

nci

on

ali

da

de

do

lab

ora

tóri

o.

Co

ord

ena

do

r0

1/0

1/2

01

70

3/0

3/2

01

7 C

EFET

/RJ

- U

n. M

ara

can

ã -

Blo

bo

B 3

ºA

tua

liza

r te

cno

logi

cam

ente

o c

urs

o.

25

.00

0,0

0R

$

Estu

do

de

nec

essi

da

de

de

ob

ra c

ivil

ou

inst

ala

ção

elé

tric

a p

ara

ap

are

lho

s d

e

ar

con

dic

ion

ad

o

Ver

ific

açã

o d

e in

sta

laçõ

es

nec

essá

ria

s.C

oo

rden

ad

or

01

/09

/20

16

30

/09

/20

16

CEF

ET/R

J -

Un

. Ma

raca

-

Blo

bo

B 3

º

Ver

ific

açã

o d

e n

eces

sid

ad

e d

e o

bra

ou

inte

rven

ção

elé

tric

a o

u c

ivil

pa

ra c

om

pra

de

equ

ipa

men

tos

R$

-

Aq

uis

içã

o d

e a

pa

relh

os

de

ar

con

dic

ion

ad

o

R$

22

.00

0,0

0

Co

ord

ena

do

r C

EFET

/RJ

- U

n. M

ara

can

ã -

Blo

bo

B 3

º

Aq

uis

içã

o e

in

sta

laçã

o d

e a

pa

relh

os

de

ar

con

dic

ion

ad

o d

e ja

nel

a d

e

21

.00

0 B

TU e

30

00

0 B

TU p

ara

as

sala

s

e la

bo

rató

rio

s

Ad

equ

açã

o d

e ca

rga

tér

mic

a d

as

sala

s0

1/0

1/2

01

70

3/0

3/2

01

7

Pla

no

de

Açã

o 5

W2

H2.

3.8

Ass

egu

rar

a q

ual

idad

e d

as c

on

diç

õe

s d

e in

frae

stru

tura

e d

e

Qu

anto

DEM

ET/E

LETR

ÔN

ICA

O q

ue

Co

mo

Co

ord

en

ado

r

Qu

em

Qu

and

oO

nd

eP

or

qu

e

Figura 19 - Plano de Ação 5W2H

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Page 108: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

108

Os gargalos existentes na gestão do planejamento do processo de compras

percebidos conforme sua ordem de relevância, exige uma definição de planos de

ação para se reduzir e eliminar tais gargalos. Neste contexto, propõem-se a

utilização da ferramenta estratégica 5W2H.

Esta ferramenta permite ao gestor tomar decisões para montar um

planejamento de atividades de maneira clara e eficiente. Desta forma, com o

planejamento bem estruturado, a execução dos planos torna-se mais tangível e a

qualidade mais aplicável na instituição.

Os colaboradores que impactam a gestão do planejamento do processo de

compras adquirem o entendimento do "por quê fazer", "como fazer", "o que fazer",

"quando", "onde", "quem fará" e "quanto custará" realizar o planejamento, além de

dar fluidez à tomada de decisão e organizar soluções passo a passo, customizadas

a cada problema evidenciado, gerando alinhamento das equipes, que são

diferenciais estratégicos para as instituições públicas contemporâneas face à

competitividade e dinamismo do mercado do século XXI.

Page 109: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

109

4.7 Planejamento Anual do Centro de Custos do DEMET por Natureza de Despesas

DIÁR

IAS -

33.90

.14.00

CONS

UMO

- 33.9

0.30.0

0CO

NSUM

O IN

FO - 3

3.90.3

0.17

PASS

AGEN

S - 33

.90.33

.00PE

SSOA

JUR.

- 33.9

0.39.0

0PE

RMAN

ENTE

- 44.9

0.52.0

0PE

RMAN

ENTE

INFO

- 44.9

0.52.3

5TO

TAL

ADMI

NIST

RAÇÃ

O15

.000,0

0R$

900,0

0R$

15

.000,0

0R$

10.00

0,00

R$

30

.800,0

0R$

71

.700,0

0R$

BIOLO

GIA

14.50

0,00

R$

14

.500,0

0R$

5.500

,00R$

16.50

0,00

R$

8.600

,00R$

59

.600,0

0R$

CONS

CIVI

L10

.000,0

0R$

50.00

0,00

R$

20.00

0,00

R$

10.00

0,00

R$

19

2.320

,00R$

10

0.000

,00R$

30.00

0,00

R$

412.3

20,00

R$

DEME

T10

.000,0

0R$

10.00

0,00

R$

10

.000,0

0R$

30

.000,0

0R$

DESE

NHO

690,0

0R$

6.5

50,00

R$

7.240

,00R$

ED FI

SICA

10.00

0,00

R$

40.00

0,00

R$

18

.000,0

0R$

68

.000,0

0R$

ELET

RONI

CA5.0

00,00

R$

45

.000,0

0R$

5.0

00,00

R$

50

.000,0

0R$

71.00

0,00

R$

176.0

00,00

R$

ELET

ROTE

CNICA

15.00

0,00

R$

50

.000,0

0R$

15

.000,0

0R$

80.00

0,00

R$

160.0

00,00

R$

FILOS

OFIA

8.000

,00R$

700,0

0R$

4.0

00,00

R$

16

.300,0

0R$

1.000

,00R$

30

.000,0

0R$

FISICA

10.00

0,00

R$

10

.000,0

0R$

25.50

0,00

R$

30

.000,0

0R$

75

.500,0

0R$

GEOG

RAFIA

21.00

0,00

R$

1.4

88,90

R$

21

.100,0

0R$

18.02

4,69

R$

61

.613,5

9R$

HIST

ORIA

10.00

0,00

R$

10

.000,0

0R$

6.000

,00R$

6.500

,00R$

32

.500,0

0R$

INFO

RMAT

ICA15

.000,0

0R$

20.00

0,00

R$

15.00

0,00

R$

10

0.000

,00R$

30

.000,0

0R$

80

.000,0

0R$

26

0.000

,00R$

LINGU

A EST

10.00

0,00

R$

5.0

00,00

R$

60

0,00

R$

10.00

0,00

R$

43

.000,0

0R$

11.20

0,00

R$

79.80

0,00

R$

MATE

MATIC

A10

.000,0

0R$

500,0

0R$

10.00

0,00

R$

6.0

00,00

R$

7.5

00,00

R$

1.000

,00R$

35

.000,0

0R$

MECA

NICA

36.00

0,00

R$

300,0

0R$

60

4.000

,00R$

83

6.200

,00R$

1.476

.500,0

0R$

METE

OROL

OGIA

8.000

,00R$

6.500

,00R$

14.00

0,00

R$

6.000

,00R$

55.00

0,00

R$

31

4.000

,00R$

57.00

0,00

R$

460.5

00,00

R$

QUIM

ICA4.0

00,00

R$

7.0

00,00

R$

4.0

00,00

R$

6.8

00,00

R$

21.80

0,00

R$

SEG T

RAB

10.00

0,00

R$

20

.000,0

0R$

1.1

00,00

R$

10

.000,0

0R$

69.50

0,00

R$

16

7.880

,00R$

13.95

0,00

R$

292.4

30,00

R$

SOCIO

LOGI

A15

.000,0

0R$

9.000

,00R$

1.600

,00R$

15.00

0,00

R$

24

.800,0

0R$

2.800

,00R$

12

.500,0

0R$

80

.700,0

0R$

TELE

COM

15.00

0,00

R$

15

.000,0

0R$

15

.000,0

0R$

55.00

0,00

R$

37

.000,0

0R$

45

.000,0

0R$

18

2.000

,00R$

TURIS

MO50

.000,0

0R$

110.0

00,00

R$

21.00

0,00

R$

50.00

0,00

R$

21

0.000

,00R$

20

0.000

,00R$

50.00

0,00

R$

691.0

00,00

R$

4.764

.203,5

9R$

PLAN

EJAME

NTO

ANUA

L DO

DEME

T

Figura 20 - Planejamento Anual por Natureza de Despesas.

Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Page 110: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

110

4.8 Fluxo das Rotinas de Aquisição, Empenhamento e Pagamento do

CEFET/RJ

Figura 21 - Fluxo de Rotinas, Aquisição, Empenhamento e Pagamento. Fonte: Elaborado pelo Autor deste Trabalho, 2017

Page 111: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

111

O objetivo de buscar-se o entendimento de documentar a cadeia de

valor é descrever os processos de maneira ampla, na forma de um fluxo de

atividades que justifiquem o resultado na entrega do produto final. Nesta fase,

define-se a operação como está sendo executada (que é o AS IS) e a partir deste

desenho, promove-se o redesenho com as melhorias do processo (que é o TO BE).

Ressalta-se que apesar da delimitação da pesquisa está relacionada

apenas ao tema aquisição, é necessário entender o fluxo do processo como um

todo.

Page 112: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

112

5. Considerações finais

Na construção desta dissertação foi realizada uma revisão bibliográfica

acerca do tema proposta de melhoria na gestão do planejamento do processo de

compras, bem como dos principais conceitos relacionados ao planejamento

estratégico e gestão pública, a importância da gestão em compras públicas,

definição do macroprocesso e gestão do conhecimento. Todo esse embasamento

teórico, aliado às técnicas para coleta e análise dos dados adquiridos com a

pesquisa permitiu alcançar os resultados expostos no decorrer dos capítulos.

Nesta pesquisa optou-se por utilizar a metodologia de pesquisa qualitativa e

quantitativa ou seja, após a coleta dos dados buscou-se traduzir as respostas e

identificar quais os principais problemas na gestão do planejamento do processo de

compras numa Instituição Federal de Ensino e analisar comparativamente as

características citadas ao longo do presente trabalho possibilitando uma reflexão

sobre o tema a partir dos dados da pesquisa.

A pesquisa propôs a busca de melhorias no modelo de gestão estratégico

dentro de um Centro de Custos, utilizando o Balanced Scorecard (BSC), o

gerenciamento de Processos e a Gestão da Qualidade para alcançar a excelência

na aquisição de bens/produtos e serviços e gerar vantagens competitivas nas

diversas Instituições principalmente na Rede Federal de Ensino Público.

O gerenciamento de processos é uma ferramenta útil para a melhoria

contínua das Instituições, entretanto a escolha dos processos que sofrem o

gerenciamento normalmente não é analisada com enfoque em perspectivas

estratégicas. Estas perspectivas devem estar voltadas para as mudanças do

mercado, satisfação dos clientes, melhorias e inovação dos produtos e processos

internos, aprendizado contínuo e crescimento organizacional, buscando sempre a

efetividade.

Ao estruturar as perspectivas do BSC identificou-se de forma clara os fatores

críticos de sucesso, ou seja, os fatores que devem ser privilegiados com um

gerenciamento específico para alinhar a gestão do planejamento do processo de

compras para alcançar os objetivos no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).

Page 113: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

113

O modelo de gestão estratégica, ao utilizar o BSC, consegue ordenar temas

organizacionais e desenvolver metas para os processos que se desdobram em

metas para os departamentos, coordenações e servidores, de maneira alinhada ao

plano estratégico da Instituição, dando prioridades e alocando recursos em

processos que realmente são responsáveis pelos resultados a curto e longo prazo.

Além disso, com a elaboração de um painel de controle – a relação causa e efeito –

torna-se claro, que na maioria das vezes é necessário melhorar outros processos

paralelamente aquele que foi considerado muito crítico pelas ferramentas

tradicionais utilizadas no gerenciamento de processos.

Assim o estudo demonstra que a dinâmica de uma Instituição está baseada

na existência dos diversos sistemas que se interconectam entre si, numa relação de

causa e efeito. A utilização das perspectivas do BSC na escolha dos macro

processos e dos processos a serem otimizados e dos indicadores de desempenho

financeiros e não financeiros, integrados, contribuiu para comunicar a estratégia da

organização a todos os setores, mostrando a influência das tarefas individuais para

o alcance das metas setoriais e globais da Instituição.

Ao combinar a Gestão da Qualidade no modelo de gestão estratégica

enfatiza-se a importância de que, na prestação de serviços é fundamental conhecer

melhor o cliente, identificando suas necessidades de forma especifica, oferecendo

um atendimento personalizado e criando uma relação de confiança de longo prazo.

5.1 Propostas para trabalhos futuros

Como proposta de continuidade deste trabalho indicamos alguns pontos que

devem ser objeto de estudos futuros que busquem a melhoria da gestão do

planejamento no processo de aquisições públicas;

Investigar metodologias que viabilizem suprir a implementação na melhoria da

gestão do planejamento no processo de compras nas instituições de ensino;

A comunicação como difusora de uma nova cultura adotada por uma gestão

comprometida com resultados e foco no planejamento estratégico;

E na expectativa de cooperar para o debate sobre modelos de gestão em

aquisições de bens e serviços, diminuindo a distância entre a academia e a

aplicação nos processos de gestão de uma instituição de ensino.

Page 114: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

114

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, Ana Elisabete Cavalcanti de; PRIMO, Marcos André Mendes.

Gestão da cadeia de suprimentos no setor público: uma discussão sobre viabilidade.

XXXI Encontro Nacional de Engenharia de Produção Inovação Tecnológica e

Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do

Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro

de 2011.

ARLBJOM, Jan Stentoft e FREEYTAG, Per Vagn. Public procurement vs private

purchasing, International Journal of Public Sector Management, Vol. 25 Iss 3 pp. 203

– 220, 2012.

BAILY, PETER... [et al.]. Compras: princípios e administração. 6ª reimpressão.

São Paulo: Atlas, 2010.

BATISTA, M.A.C.; MALDONADO, J.M.S.V. O papel do comprador no processo de

compras em instituições públicas de ciência e tecnologia em saúde (C&T/S).

Revista de Administração Pública. v.8, n.4, p.681-699. Rio de Janeiro, 2008.

BEAMON, B.M. Supply chain design and analysis: International Journal of

Production Economics. Disponível em www.sciencedirect.com, acesso em

28/04/2015.

BERTAGLIA, PAULO ROBERTO. Logística e Gerenciamento da Cadeia de

Abastecimento. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009

BERTON, Luiz Hamilton. Balanced Scorecard: uma nova ferramenta de gestão.

Revista da FAE. Curitiba, n. 1/2, p. 17-23, 1998.

BETIOL, L.S. et al. Compra Sustentável: a força do consume público e empresarial

para uma economia verde e inclusiva. 1 ed., São Paulo: FGV-Programa Gestão

Pública e Cidadania, 2012.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.

Brasília, DF: Senado, 1988.

Page 115: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

115

BUENO, Francisco da Silveira. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa,

11ªed./9ª tiragem. Rio de Janeiro: Editora Fundação de Assistência ao Estudante

(FAE), 1985.

CADDY, I.N; HELOU, M.M. Supply chains and their management: Application of

general systems theory. Journal of Retailing and Consumer Services. Disponível

em www.linkighub.elsevier.com, acesso em 09/10/2015.

CALDAS, Eduardo de Lima; NONATO, Raquel Sobral.Compras Públicas: Estratégia

e Instrumento para a Gestão do Desenvolvimento Local.Public Procurement:

Strategy and Instrument for Management of Local Development. INTERAÇÕES,

Campo Grande, v. 15, n. 1, p. 161-172, jan./jun. 2014

Campos, José Antonio. "Cenário Balanceado: painel de indicadores para a gestão

estratégica dos negócios." São Paulo: Aquariana 152 (1998).

CARDOZO, José Eduardo Martins. Curso de Direito Administrativo Econômico.

São Paulo: Malheiros, 2008.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 25 ed.

revisada, ampliada e atualizada até a Lei Nº 12.587, de 3.1.2012. São Paulo: Atlas,

2012.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 14ª. ed

Rio de Janeiro:.Lumen Juris, 2008.

CATANNI, Antônio David e FERRARINI, Adriane Vieira. Participação,

desenvolvimento local e política pública: estratégias articuladas para a superação da

pobreza. Revista Katái, Florianópolis, v. 3, 2010.

CHING, HONG Y. Gestão de Estoques na Cadeia de Logística Integrada. 4ª ed.

São Paulo: Atlas, 2009.

CHRISTOFER, MARTIN. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos:

Criando Redes que Agregam Valor. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011.

Page 116: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

116

COELHO, Eduardo José de Jesus, SOUZA, Milton José de. A prática da Gestão do

Conhecimento em empresas públicas Vol. II: o caso Petrobrás. Rio de Janeiro: E-

Papers Serviços Editoriais, 2002.

Costa, António Aguiar, Amílcar Arantes, and Luís Valadares Tavares. "Evidence of

the impacts of public e-procurement: The Portuguese experience." Journal of

Purchasing and Supply Management 19.4 (2013): 238-246.

CROOM,S; BRANDON-JONES, A. Impact of e-procurement: Experiences from

implementation in the UK public setor. Journal of Purchasing and Supply

Management, v.13, n.4, pp.294-303, 2007.

CRUZ, Tadeu. Gerência do conhecimento. São Paulo: Cobra, 2002.

________. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2008.

CUNHA, Yanne Souza Alves. Gestão do desempenho empresarial no

agronegócio. 2016.

D’ANJOUR, Miler Franco et al. Considerações sobre planejamento estratégico na

gestão pública: parâmetros e mudanças. III SEGet – Simpósio de Excelência em

Gestão e Tecnologia. Natal, RN, Brasil. 2005

DA ROCHA, Joséilton Silveira; SELIG, Paulo Mauricio. O sistema de gestão. RCA

Revista de Controle e Administração Volume II, nº 1, janeiro-junho de 2006,

2006.

DA SILVA, Elvis Magno; DIAS, Louise Maria Aninceto. O Balanced Scorecard

como ferramenta estratégica para a tomada de decisões na empresa

Microboard. 2013.

DE CASTRO, Alessandro et al. Mapa estratégico: as perspectivas do balanced

scorecard no alinhamento do planejamento estratégico com o planejamento

orçamentário. Revista ESPACIOS| Vol. 36 (Nº 07) , 2015.

DE MORAIS, Marco Antonio Dantas; GALEGALE, Napoleão V. Balanced

Scorecard: uma proposta para aplicação em instituição de ensino superior.

Novas Edições Acadêmicas, 2015.

Page 117: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

117

DE MORAIS, Marco Antonio Dantas; GALEGALE, Napoleão V. Balanced

Scorecard: uma proposta para aplicação em instituição de ensino superior.

Novas Edições Acadêmicas, 2015.

DIAS, Mário; COSTA, Roberto F. Manual do comprador: conceitos, técnicas e

práticas indispensáveis em um departamento de compras. São Paulo:2003

DORFEY, Dáila Elisa; FROZZA, Rejane. Gestão do Conhecimento aplicada à

Modelagem de Fluxos de Trabalho em Organizações. Departamento de Informática

– Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).2016.

DOS SANTOS NEVES, Mauricio; PALMEIRA FILHO, Pedro Lins. BALANCED

SCORECARD COMO CATALISADOR DA GESTÃO ESTRATÉGICA: REMÉDIO OU

PLACEBO?. Enegep, 2002

DRUCKER, Peter Ferdinand. O melhor de Peter Drucker: obra completa. São

Paulo: Nobel, 2009

FAJ, Marcelo Shibuya; VENDRAMETTO, Oduvaldo; NETO, Pedro Luiz Oliveira

Costa. O uso do balanced scorecard na gestão de indicadores de desempenho

do sistema de gestão da qualidade.

FERRAZ, Renata Cruz. Proposta de implantação do Balanced Scorecard para

uma pequena empresa: estudo empírico com enfoque nas principais

dificuldades encontradas. 2013.

FREITAS, Igor Menêses de. Balanced Scorecard: um estudo de caso sobre o

planejamento estratégico no Ministério Público do Distrito Federal e

Territórios. 2017.

FREZATTI, Fábio et al. O papel do Balanced Scorecard na gestão da inovação.

RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 54, n. 4, 2014.

FROTA, Marcelo. Aplicação e resultados do Balanced Scorecard na Rede

Escola de Governo-FDRH/RS. 2015.

GIANAKIS, Gerasimos e Mc CUE, e Clifford. Supply management concepts in local

government:Four case studies. Revista de Contratos Públicos, Volume 12, Issue 1,

Page 118: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

118

109-141 Primavera de 2012

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas,

2009.

GODINHO FILHO, Moacir; SENAPESCHI NETO, Alberto. Evolução da Gestão de

Compras: aspectos teóricos e estudo de caso XIII SIMPEP – Bauru, SP, Brasil, 06 a

08 de Novembro de 2010.

GOLDRATT, Eliyahu M. e Cox, JEFF. A Meta, São Paulo: Educator Editora, 1997.

GOMES, Lais. Departamento de compras de uma empresa. Disponível em:

http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/departamento-de-compras-de-

uma-empresa/39024/. Acesso: jan de 2016.

GRAHAM JÚNIOR, Cole Blease; HAYS, Steven W. Para administrar a

organização pública. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1994.

GROZNIK,A; TRKMAN, P. Upstream supply chain management in-government: The

case of Slovenia. Disponível http://linkinghub.elsevier.com, acesso em 09/10/2015.

HOURNEAUX JUNIOR, Flávio. Relações entre as partes interessadas

(stakeholders) e os sistemas de mensuração do desempenho organizacional.

2010. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

INAMINE, R.; ERDMANN, R. H.; MARCHI, J. J. Análise do sistema eletrônico de

compras do governo federal brasileiro sob a perspectiva da criação de valor público.

Revista de Administração, São Paulo, v. 47, n. 1, p. 124-139, jan./mar. 2012

JURAN, Joseph M.A qualidade desde o projeto: novos passos para o planejamento da qualidade em produtos e serviços. Cengage Learning Editores, 1997. KARIYADO, Monica Yukie et al. Proposta e aplicação de uma sistemática

baseada na gestão do conhecimento para a melhoria do processo de compras

públicas. 2016.

KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. Balanced Scorecard: a estratégia em

ação. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

Page 119: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

119

KATO, Jerry Miyoshi. Avaliação de desempenho de sistemas logísticos através

do Seis Sigma e Balanced Scorecard. Revista da FAE, v. 6, n. 2, 2016.

________. Licitação e Contrato Administrativo. 13. ed. São Paulo: Malheiros

Editores, 2002.

LITIVAC, Basiliki Theopone Calochorios; CALHAU, Cristina de Fátima Sendón;

NETO, Oldack Leal Sampaio. Avaliação do processo de implementação do balanced

scorecard: um estudo de caso na indústria do cimento. Revista Ciências

Administrativas ou Journal of Administrative Sciences, v. 16, n. 1, 2014.

MALMEGRIN, M. L. Gestão operacional, Florianópolis: CAPES , 2010

MAMAVI, O; NAGATI, H; T.WEHRLE, F; PACHE, G. Out of sight, out of mind?

Supplier spatial proximity inf French public procurement. Disponível em

http://www.emeraldinsight.com. Acesso em 09/10/2015.

Manual de Direito Administrativo, 12ª ed. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2005.

MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Metodologia do Trabalho Científico. São

Paulo: Atlas, 2001.

MARQUES, A. B.; OLIVEIRA, S. T.; MARUYAMA, U. Proposta para implementação

de um sistema de ferramentas para gestão do conhecimento. In: IX Congresso

Nacional de Excelência em Gestão, Rio de Janeiro, 2013.

MARTINS, PETRÔNIO G; ALT, PAULO R. C. Administração de Materiais e

Recursos Patrimoniais. 3. ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 33ª ed.. São Paulo:

Malheiros, 2007.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito administrativo. 7. ed. São

Paulo: Malheiros. 2004.

MELO, Alessandro Silveira . gestão de compras públicas: um studo de caso na

UNIPAMPA . Porto Alegre 2012

Page 120: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

120

MODELO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM UMA UNIVERSIDADE

PÚBLICA BRASILEIRA: DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO NA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

NEVES, Cloves das et al. Gestão estratégica do conhecimento. 2003.

NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Teoria da criação do conhecimento

organizacional. Gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, p. 54-90,

2008.

NOVAES, Antônio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de Distribuição:

estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Saraiva, 2014.

OLIVEIRA, Ana Claudia Sá. Aplicação do Balanced Scoredcard à Gestão

Estratégica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia.

2015.

Oliveira, Djalma de Pinto Rebouças de. "Planejamento estratégico: conceitos,

metodologias e práticas.". Atlas, 2010.

OLIVEIRA, Ester Marlene Kurtz de. Balanced Scorecard. 2009.

OLIVEIRA, Lindomar Subtil; HATAKEYAMA, Kazuo. O mercado de sistemas ERP

no contexto da TI, e o suporte de novas tecnologias. XII SIMPEP, 2009, Bauru,

São Paulo, 2009.

OLVE, Mils-Göran; ROY, Jan; Wetter, Magnus. Condutores da performance: um guia

prático para o uso do “Balanced Scorecard”. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.

PIMENTA, Carlos César. Compras e contratos públicos. RAE electron. vol.1 no.1

São Paulo jan./jun 2002

PINTO FILHO, João Bosco; ALVES, Carina; Pollyana Chagas, Hermano Moura.

Aplicação de uma Metodologia Adaptada para a Gestão de Processos de Negócios

em Organizações Públicas. 2016

PIRES, Emanuel Marlon Galdino. O Balanced Scorecard (BSC) como

instrumento de Gestão. 2013.

Page 121: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

121

PORTO, A.R. A influência da gestão do conhecimento na estratégia organizacional.

59 fl. Trabalho de conclusão de curso (especialização em Gestão Pessoas e

Coaching). Brasília: UNICEUB, 2014.

RIBEIRO, Geraldo Luiz Viera. A Evolução da Licitação. Disponível em:

<ehttp://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/21103-21104-1-PB.pdf>.

Acesso: fev. 2016.

RODRIGUEZ, M.V.R. Gestão empresarial em organizações aprendizes: a arte de

gerir mudanças. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007.

SANTOS, Adriana de Paula Lacerda; MUNHOZ, Alcides; Santos Filho, Mauro

Lacerda. Implantação do comércio eletrônico na função de compras de uma

empresa do setor industrial. GEPROS. Gestão da Produção, Operações e Sistemas

– Ano 3, nº 2, abr-jun/08, p. 25-37

SANTOS, Genéia Lucas dos. Contribuições do Balanced Scorecard para o

alinhamento entre as estratégias organizacionais e os processos da gestão da

qualidade em uma empresa catarinense de embalagens plásticas. 2014.

SANTOS, J JANE LUCIA SILVA SANTOS OLIVAL DE GUSMÃO FREITAS JÚNIOR

GREGORIO VARVAKIS JOAO CARLOS CORDEIRO BARBIRATO.

SIMÃO, Alberto et tal. Amentação de um processo de “Gestão por Processos” na

Política Federal Brasileira.: ELOGROUP, 2011. Mímeo.

SLACK, Nigel et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2012.

TEIXEIRA FILHO, Jayme. Gerenciando conhecimento: como a empresa pode usar a

memória organizacional e a inteligência competitiva no desenvolvimento de

negócios. Rio de Janeiro: Ed. Senac, 2000.

TELGEN, J., Harland, C et al. In Knight, L., Harland, C., Telgen, J., Thai, K.V.,

Callender, G. and McKen, K. (Eds), Public Procurement: International Cases and

Commentary, Routledge, London, pp. 16-24, 2007.

TERRA, José Cláudio C. Gestão do conhecimento: o grande desafio empresarial.

São Paulo: Negócio Editora, 2000.

Page 122: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

122

UYARRA , Elvira; Jakob Edler a, Javier Garcia-Estevez b, Luke Georghiou a, Jillian

Yeow. Barriers to innovation through public procurement: A supplier perspective.

Technovation 34 (2014) 631–645

VENTURA, ANA CAROLINA VIEIRA. Planejamento estratégico em empresas de

engenharia civil contratadas para o projeto do comperj. 2013. Tese de

Doutorado. Universidade Federal Fluminense.

VERDEGEM, P; VERLEYE, G. User-centered E-Governmente in practice: A

comprehensive model for measuring user satisfaction. Disponível em

http://dx.doi.org, acesso em 29/10/2015.

ZANOTELLO, Simone. Recursos Administrativos. Coleção 10 anos de Pregão, Vol.

XI. Curitiba: Editora Negócios Públicos, 2008.

Page 123: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

123

ANEXOS

Questionário 1 - Identificação e Caracterização dos Participantes da Pesquisa

Prezado(a),

Este questionário faz parte de minha dissertação de Mestrado em Sistemas de

Gestão da Universidade Federal Fluminense, cujo título é: Proposta de planejamento do

processo de compras em uma instituição pública federal de ensino: CEFET-RJ , e tem como

objetivo propor, um modelo de planejamento da gestão do processo de compras em uma

Instituição Federal – CEFET-RJ. Gostaria de contar com sua valiosa colaboração

respondendo a todas as questões, com sinceridade, para que a referida pesquisa demonstre

a real expectativa e consiga atingir o objetivo proposto.

As questões são de múltipla escolha com alternativas seguindo a ordenação

determinada, com espaço para desenvolver observações ou algum detalhe se for o seu

desejo. Sua identidade não será revelada.

Sua colaboração é muito importante para a pesquisa.

Agradeço sua participação antecipadamente!

Francisco de Assis Bandeira Alves

1 - Idade:

( )Menos de 30 anos

( )Entre 30 e 40 anos

( )Entre 40 e 50 anos

( )Entre 50 e 60 anos

( )Mais de 60 anos

Page 124: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

124

2 - Há quanto tempo é funcionário do CEFET-RJ?

( )Menos de 5 anos

( )Entre 6 a 10 anos

( )Entre 11 e 20 anos

( )Entre 21 e 30 anos

( )Mais de 30 anos

3 - Voce consegue responder o relatório anual de planejamento por natureza de despesas -

PND ?

( )sim

Em caso negativo, por quê? ____________________________________________

4 - Com que frequência você planeja as suas compras?

( )Não faço planejamento,

( )Planejo para seis meses

( )não

( )Planejo para um ano

( )Planejo para dois anos

( )Planejo para quatro anos

5 - O seu planejamento de compras está sempre alinhado com os objetivos do PDI (Plano

de Desenvolvimento Institucional)?

( )Nunca

( )Raramente

( )De vez em quando

( )Muitas vezes

( )Sempre

Page 125: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

125

6 - Voce conhece o planejamento estratégico (PND, 5W2H, POA) da Instituição?

( )desconheço totalmente

( )desconheço

( )desconheço parcialmente

( )conheço parcialmente

( )conheço totalmente

7 - Voce precisa de orientações para preenchimento da ferramenta 5W2H?

( )nunca

( )raramente

( )de vez em quando

( )muitas vezes

( )sempre

8 - Voce acompanha o resultado do que foi comprado e entregue baseado no seu

planejamento no ano anterior?

( )nunca

( )raramente

( )de vez em quando

( )muitas vezes

( )sempre

9 - Qual o tempo MÉDIO para recebimento dos produtos a partir da realização do pedido de

compras?

( )não sei dizer

( )entre um e três meses

( )entre três e seis meses

( )entre seis meses e um ano

( )mais de um ano

Page 126: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

126

10 - Voce tem acesso aos fluxos do processo de compras?

( )nunca

( )raramente

( )de vez em quando

( )muitas vezes

( )sempre

11 - Voce tem informações sobre o andamento do processo de compras?

( )nunca

( )raramente

( )de vez em quando

( )muitas vezes

( )sempre

12 - Você acredita que a melhoria do planejamento da sua coordenação depende da área

responsável pelo planejamento estratégico da Instituição?

( )Discordo plenamente

( )Discordo parcialmente

( )Concordo

( )Concordo parcialmente

( )Concordo plenamente

13 - Ao comparar o produto solicitado e o produto comprado

( )Na maioria das vezes está de acordo com o que solicitei

( )Na maioria das vezes a qualidade do produto comprado supera as minhas expectativas.

( )Na maioria das vezes a qualidade do produto é inferior a que necessito.

( )Na maioria das vezes o produto é diferente do que solicitei

Page 127: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

127

14 - Com que frequência você recebe assessoria do DEMET para planejar as suas

compras?

( )nunca

( )raramente

( )de vez em quando

( )muitas vezes

( )sempre

15 - Os recursos orçamentários anual disponibilizados para sua coordenação são suficientes

para execução do seu planejamento ?

( )nunca

( )raramente

( )de vez em quando

( )muitas vezes

( )sempre

16 - Na sua opinião o modelo atual de gestão atende as suas necessidades?

( )nunca

( )raramente

( )de vez em quando

( )muitas vezes

( )sempre

17 - Na sua opinião, o que deve ser melhorado, alterado, substituído para que o

planejamento do processo de compras seja mais efetivo.

Page 128: FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA ALVESapp.uff.br/riuff/bitstream/1/5041/3/Dissert Francisco de Assis B... · Bibliotecária: Vania Monteiro Coutinho – CRB7 -4952 A474 Alves, ... Gráfico

128