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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
FRANCISCO ILTON CORDEIRO TAVARES FILHO
O DIAGRAMA DE SEQUÊNCIA NA CONSTRUÇÃO DE CASAS DE ALTO PADRÃO – ESTUDO DE CASO
FORTALEZA 2011
ii
FRANCISCO ILTON CORDEIRO TAVARES FILHO
O DIAGRAMA DE SEQUÊNCIA NA CONSTRUÇÃO DE CASAS DE ALTO PADRÃO – ESTUDO DE CASO
Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil. Orientador(a): Prof. Luiz Fernando Mählmann Heineck
FORTALEZA 2011
iii
FRANCISCO ILTON CORDEIRO TAVARES FILHO
O DIAGRAMA DE SEQUÊNCIA NA CONSTRUÇÃO DE CASAS DE ALTO PADRÃO – ESTUDO DE CASO
Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Aprovada em ____/____/____
BANCA EXAMINADORA:
____________________________________________________ Prof. PhD. Luiz Fernando Mählmann Heineck
Universidade Federal do Ceará
____________________________________________________ Eng. Madalena Osório Leite
Fibra Engenharia Ltda.
____________________________________________________ Eng. Iuri Aragão de Vasconcelos
Mestrado - UFC
iv
Dedico este trabalho aos melhores pais do mundo, que trabalharam incessantemente para me proporcionar aquilo que não tiveram, oportunidade. A eles minha eterna e impagável gratidão.
v
AGRADECIMENTOS
Em primeiro e soberano lugar, a Deus, que sempre me abençoou, escutando principalmente as diárias orações de minha Mãe.
Ao meu padroeiro São Francisco das Chagas, que contempla com sua graça meu
lar e minha família, além de escutar e atender minhas promessas. Aos meus pais, Francisco Ilton Cordeiro Tavares e Maria Elda Rodrigues Tavares,
que nunca deixaram faltar amor, carinho, proteção, educação e enorme dedicação na minha criação e de minhas irmãs.
À minha terra, Canindé, que foi o cenário de infância e adolescência. Muitos dos
valores que aprendi com a vida nasceram naquele chão, entre eles a simplicidade, humildade e gratidão.
Àqueles que abriram as portas de suas casas para me receber em Fortaleza, os
padrinhos Fco. Eudes Apoliano Gomes e Maria de Fátima Rodrigues Gomes e a tia Maria Vanda Marques Rodrigues. Se não fosse o suporte de vocês, eu jamais obteria sucesso em meus estudos.
Aos engenheiros Fco. Eugênio Montenegro da Rocha e Hudson Silva Oliveira,
que deram a primeira oportunidade de estágio, experiência que até hoje tem sido incrível. Ao Prof. Luiz Fernando Mählmann Heineck, que sempre se mostrou paciente,
prestativo e entusiasta, tanto no âmbito acadêmico como no profissional. À toda a equipe Fibra, desde os mestres Marcones e Onofre ao servente Januário,
vulgo “materialzinho”, que me acolheram e mostraram o quão desafiante e estimulante uma obra pode ser.
Ao professor de física Haroldo, que felizmente me convenceu de que fazer
Engenharia Civil era mais interessante que Engenharia Mecânica. A todos os professores e colegas dos Colégios Menino Jesus e Farias Brito, que
juntos, construíram o alicerce para minha formação, em especial à Tia Joane e Tio Romeu. A todos os primos e amigos, em especial ao meu “irmão” Igor Euller, meus
compadres Neto Moreira, Antônio Filho, Fernando Neris, Raul Felix e Lincoln Alves e àqueles que ultrapassaram a barreira de simples colegas de faculdade e se tornaram amigos para a vida, Felipe Freitas, Igor Gurgel e Pedro Bastos.
Por fim, a todos os professores e funcionários da Universidade Federal do Ceará,
que forneceram suporte para o desenvolvimento acadêmico.
vi
RESUMO
O diagrama de sequência identifica no curto prazo as tarefas que serão feitas, em que local, por qual equipe e quando. Ele trata da atuação em conjunto de profissionais distintos e os aloca de acordo com a disponibilidade de execução do serviço e demanda por tal. A diversidade dos serviços e profissionais atuantes na obra resulta em maior dificuldade para a equipe assumir uma sequência de execução das casas bem definida e compatível com atividades predecessoras ou sucessoras. De acordo com a observação in loco dos processos em execução, pretende-se atentar para a interação entre as equipes ocupantes da célula, obtendo-se parâmetros acerca de prazos e sequências bem definidas, fatores que serão úteis no planejamento do período seguinte. Para exemplificar a aplicação desse método, escolheu-se uma obra de um condomínio de casas de alto padrão de uma construtora de Fortaleza/CE. Através do acompanhamento diário da produção, foi possível localizar problemas de execução e ciclos repetitivos de atividades, permitindo o conhecimento dos prazos necessários para conclusão das etapas. À medida que se aplicou o diagrama de sequência regido pelos prazos obtidos com a experiência da análise diária de produtividade, verificou-se a realidade da programação e buscou-se aprimorá-la constantemente. A veracidade do planejamento de curto prazo foi medida por dois índices de percentual de planejamento concluído (PPC), que apresentou em seu caráter quinzenal valores maiores que o diário, mostrando que o montante de atividades contidas na programação é realizado, porém não no dia previsto. A elaboração do planejamento sucessor ao período que se encerra foi feita conjuntamente com os profissionais envolvidos, o que enfatiza o compromisso assumido pela equipe. A contínua aplicação do diagrama de sequência para as etapas divididas inicialmente mostrou a importância de se levar em conta a movimentação das equipes nas células de produção, bem como os prazos estipulados para a realização de cada serviço e a comparação quantitativa entre atividades planejadas e realizadas, principalmente as divergências entre índices semanais e diários para o mesmo período de uma equipe.
Palavras-chave: diagrama de sequência, planejamento de curto prazo, célula de produção.
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1: Quadro da equipe fixado no local de trabalho ....................................................... 10
Figura 2.2: Detalhe do diagrama marcado pela equipe ............................................................ 11
Figura 3.1: Analogia entre eixos cartesianos e diagrama de sequência.................................... 14
Figura 3.2: Processo de construção do diagrama de sequência individual por equipe ............. 24
Figura 4.1: Modelos de “tripinha” preenchidos ....................................................................... 36
Figura 4.2: Detalhe da “tripinha” para a etapa de estacas ........................................................ 38
Figura 4.3: Exclusão dos serviços alheios à concretagem (quinzena 2) ................................... 43
viii
LISTA DE QUADROS
Quadro 2.1: Diagrama de sequência da etapa de uma obra vertical ........................................... 9
Quadro 3.1: Modelo de acompanhamento de execução de serviços ........................................ 14
Quadro 3.2: Diagrama de acompanhamento preenchido in loco.............................................. 16
Quadro 3.3: Modelo de tabela de produtividade diária ............................................................ 17
Quadro 3.4: Modelo de “tripinha” de acompanhamento .......................................................... 19
Quadro 3.5: Lista de serviços para etapa de estrutura .............................................................. 21
Quadro 3.6: Lista de serviços a serem executados por casa ..................................................... 22
Quadro 3.7: Roteiro de preenchimento do diagrama de sequência .......................................... 23
Quadro 3.8: Serviços de bombeiros derivados do diagrama de sequência inicial .................... 25
Quadro 3.9: Lista de serviços específicos para bombeiros ....................................................... 25
Quadro 3.10: Diagrama de sequência final para equipe de bombeiros .................................... 26
Quadro 3.11: Modelo de ordem de serviço diária .................................................................... 28
Quadro 4.1: Divisão dos serviços em etapas ............................................................................ 30
Quadro 4.2: Diagrama em branco (A) ...................................................................................... 32
Quadro 4.3: Diagrama em branco (B) ...................................................................................... 32
Quadro 4.4: Diagrama em branco (C) ...................................................................................... 33
Quadro 4.5: Tabela de produtividade diária preenchida ........................................................... 35
Quadro 4.6: “Tripinha” de estrutura preenchida ...................................................................... 39
Quadro 4.7: Quadro de atividades a executar (quinzena 2) ...................................................... 41
Quadro 4.8: Diagrama de sequência para etapa de estrutura (quinzena 2) ............................... 42
Quadro 4.9: Diagrama resultante da estrutura para concretagem (quinzena 2) ........................ 43
Quadro 4.10: Diagrama resultante da estrutura para equipe de ferreiros (quinzena 2) ............ 44
Quadro 4.11: Diagrama resultante da estrutura para bombeiros (quinzena 2) ......................... 44
Quadro 4.12: Diagrama resultante da estrutura para eletricistas (quinzena 2) ......................... 44
Quadro 4.13: Lista de serviços para a equipe de concretagem ................................................. 45
Quadro 4.14: Lista de serviços para a equipe de ferreiros........................................................ 45
Quadro 4.15: Lista de serviços para a equipe de eletricistas .................................................... 45
Quadro 4.16: Lista de serviços para a equipe de bombeiros .................................................... 46
Quadro 4.17: Diagrama de sequência para equipe de concretagem. ........................................ 46
Quadro 4.18: Diagrama de sequência para a equipe de ferreiros ............................................. 47
Quadro 4.19: Diagrama de sequência para a equipe de eletricistas.......................................... 47
Quadro 4.20: Diagrama de sequência para a equipe de bombeiros .......................................... 48
Quadro 4.21: Marcação do diagrama de sequência da etapa estrutura ..................................... 49
Quadro 4.22: Marcação do diagrama de sequência da etapa de concretagem ......................... 50
Quadro 4.23: Marcação do diagrama de sequência da equipe de ferreiros .............................. 50
Quadro 4.24: Marcação do diagrama de sequência da equipe de eletricistas........................... 51
Quadro 4.25: Marcação do diagrama de sequência da equipe de bombeiros ........................... 51
Quadro 4.26: Contagem de atividades planejadas para o período ............................................ 52
Quadro 4.27: Contagem de atividades executadas no período ................................................. 53
Quadro 4.28: Cálculo de PPC diário ........................................................................................ 54
Quadro 4.29: Índices PPC obtidos para o diagrama de sequência da quinzena 2 .................... 54
Quadro 4.30: Ordem de serviço derivada do diagrama de sequência. ..................................... 56
ix
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
1.1 Justificativa ................................................................................................................. 3
1.2 Objetivos ..................................................................................................................... 3
1.2.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 3
1.2.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 3
1.3 Metodologia ................................................................................................................ 4
1.4 Estrutura do trabalho ................................................................................................ 4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 6
2.1 As características do planejamento de curto prazo ................................................ 6
2.2 O diagrama de sequência .......................................................................................... 9
2.3 A célula de produção ............................................................................................... 12
3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 13
3.1 Diagramas de sequência em branco ....................................................................... 13
3.2 Tabelas de produtividade diária ............................................................................. 17
3.3 “Tripinhas” de acompanhamento diário ............................................................... 18
3.4 Roteiro de construção do diagrama de sequência ................................................. 20
3.5 Cálculo do percentual de planejamento concluído (PPC) .................................... 27
3.6 Elaboração de ordens de serviços diárias .............................................................. 27
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................... 29
4.1 Divisão dos serviços em etapas ............................................................................... 29
4.2 Observações do acompanhamento diário .............................................................. 29
4.2.1 Diagramas de sequência em branco.................................................................. 31
4.2.2 Tabelas de produtividade .................................................................................. 34
4.2.3 “Tripinhas” de acompanhamento ..................................................................... 36
4.3 Elaboração dos diagramas de sequência experimentais ...................................... 40
4.4 Obtenção de dados dos diagramas de sequência ao final do período ................. 48
4.5 Elaboração de uma ordem de serviço .................................................................... 55
5 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 59
1
1 INTRODUÇÃO
Diariamente os engenheiros de obra se deparam com situações adversas no
canteiro, como retrabalhos ou ociosidade de operários. Muitas são as causas desses aspectos,
mas várias delas têm uma base em comum, a falta de planejamento da execução. Por ser
executiva, essa programação deve ser acompanhada e aprimorada diariamente, incluindo
reuniões com participação dos envolvidos diretamente na produção. O planejamento, segundo
Laufer e Tucker (1987), é um processo de tomada de decisão realizado para antecipar uma
desejada ação futura, utilizando meios eficazes para concretizá-la. Porém, para Formoso
(2001), na maioria das vezes, a execução da obra é guiada por uma diretriz informal, realizada
normalmente pelo engenheiro, tornando-a rapidamente desatualizada.
Para Mendes Jr. et al. (2008), o planejamento de curto prazo tem como objetivo
nortear diretamente a execução da obra, através da atribuição de recursos necessários para a
execução das operações, além da verificação dos problemas ocorridos com as atividades já
executadas. A programação de curto prazo é uma atividade que auxilia a execução dos
serviços, pois é permitido a ele apresentar grande especificação dos processos, indicando
micro etapas que muitas vezes passam despercebidas nos planos de médio ou longo prazo,
como no caso da linha de balanço, que suprime algumas etapas no seu planejamento, exibindo
apenas aquelas que representam serviços mais importantes na obra.
A discriminação dos serviços menores, que muitas vezes, quando não planejados
adequadamente, impossibilitam a execução dos serviços maiores, permite o completo controle
do andamento do local de trabalho, monitorando a realização das etapas e procurando
solucionar dificuldades que surjam no decorrer da produção. Essa resolução de problemas é
defendida por Ballard (1997), que atribui ao planejamento de médio e curto prazo a finalidade
de suprir falhas encontradas na linha de balanço e utilizar mecanismos que visem resolver os
problemas que impedem a execução das tarefas.
Além disso, é necessário entender a interação de profissionais de etapas ou
funções diferentes, principalmente quando o serviço posterior só puder ser executado se o
anterior, que não é designado a essa equipe, estiver concluído. Limmer (1997) afirma que o
planejamento ajuda na definição da organização para executar a obra, na tomada de decisões,
na alocação de recursos, na integração e coordenação de esforços de todos os envolvidos, de
modo a assegurar a boa comunicação entre os participantes da obra e propor a conscientização
2
dos envolvidos para os prazos. Um exemplo disso é a relação de bombeiros e eletricistas com
os demais profissionais, já que atuam praticamente em todas as fases da obra.
A demanda por elevado grau de acabamento em casas de alto padrão exige um
controle da execução dos serviços, que apresentam grande variabilidade dado o requinte
empregado a elas. A diversidade dos profissionais que participam da construção é mais um
fator contribuinte para a viabilidade do planejamento de curto prazo, representado neste caso
pelo diagrama de sequência, pois quanto mais funções participam da obra simultaneamente,
maior deve ser o controle para que ambas realizem suas atividades sem interferências que
atrapalhem a programação.
O diagrama de sequência é uma ferramenta para o planejamento de curto prazo e,
segundo Heineck et al. (2009), não possui fórmula exata e normalmente varia na sua forma
com relação ao empreendimento, não só quanto ao tipo de habitação (casas ou apartamentos,
por exemplo), como também para edificações similares que apresentem características
construtivas diferentes, como tipo de alvenaria (tijolo cerâmico ou bloco de gesso) ou método
de concretagem (concreto usinado ou rodado na obra).
Santos e Mendes Jr. (2001) enfatizam que o planejamento e o controle devem ser
aplicados simultaneamente e constantemente, de modo a esclarecer dúvidas e solucionar as
restrições encontradas. Além disso, afirmam que a real programação deve ser realizada na
obra, com acompanhamento diário no canteiro. Dessa forma, a constante análise da execução
real do diagrama de sequência planejado, para constatar a aplicação das atividades
programadas na célula, é uma medida tão importante quanto à construção do diagrama. É
possível, através da reprogramação, e com base nos parâmetros observados, aprimorar o
planejamento e adequar a sequência dos serviços e o arranjo dos operários na célula de uma
maneira que haja fluidez nos processos.
Com o contínuo aprendizado obtido na construção das primeiras unidades
construtivas por parte dos operários e pela gestão da obra, é provável que, após várias
tentativas e sucessivos replanejamentos, chegue-se a um diagrama sólido, que trate todas as
dificuldades encontradas e aplique adaptações referente a elas na programação final. Para
Ballard e Howell (1998), o objetivo maior do planejamento da produção acompanhado é
chegar a uma programação sem incertezas, e possivelmente sem folgas.
3
1.1 Justificativa
Muitos engenheiros e construtores ainda utilizam como único mecanismo de
planejamento o gráfico de barras ou PERT/CPM. Ambas essas ferramentas não possuem um
nível de especificação de serviços adequados, o que inviabiliza relacioná-lo ao planejamento
da produção, principalmente porque ele não permeia no canteiro de obras. Há também o uso
da linha de balanço. A utilização dessa ferramenta é essencial e indispensável para um
controle geral do andamento da obra e adequação aos prazos estabelecidos. Porém, há
algumas questões que ela não engloba, como a adequação de imprevistos à programação e a
interação das equipes na célula, principalmente por ser um planejamento de longo prazo.
Há a necessidade do planejamento que auxilie e sustente a linha de balanço. O
diagrama de sequência espelha a realidade da obra e pode ser confrontado com os parâmetros
adotados na construção do planejamento de longo prazo inicial.
A elaboração do planejamento de curto prazo com participação dos envolvidos no
processo fornece aos operários informações relevantes, como o que, onde e quando fazer.
Dessa forma, é possível que a própria equipe se programe e se organize para executar os
serviços como foi planejado, inclusive com sua participação.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
O objetivo geral deste trabalho é apresentar e analisar o efeito do planejamento de
curto prazo, utilizando o diagrama de sequência, na construção de casas de alto padrão.
1.2.2 Objetivos específicos
Para atingir o objetivo geral, os seguintes objetivos específicos devem ser
alcançados:
Elaborar diagramas de sequência experimentais baseados na divisão das
etapas para verificação in loco da sua aplicabilidade;
Fazer reuniões semanais com as equipes de profissionais para discussão e
melhoria dos aspectos que envolvem a produção;
4
Obter índices de percentual de planejamento concluído (PPC) para os
diagramas de sequência;
Elaborar ordens de serviço diárias baseadas no diagrama de sequência.
1.3 Metodologia
A metodologia empregada no trabalho foi basicamente experimental, tendo como
principal fator a observação e coleta de dados em campo, para reconhecimento das atividades
planejadas naquele período e elaboração da programação seguinte.
Primeiramente, foram listados os serviços que compõem a etapa a ser realizada,
assim como sua sequência lógica. Após isso, foram acompanhados os prazos de execução
para os serviços listados e verificou-se a compatibilidade da sequência adotada inicialmente.
Depois de certo tempo e algumas repetições foi possível construir o primeiro diagrama de
sequência para as equipes observadas, com base nos dados coletados diariamente no canteiro.
A análise dos dados coletados através do acompanhamento diário passou por
observações gráficas do diagrama marcado e mensurações da precisão observada para o
período planejado. Essa precisão foi medida através de um índice denominado PPC
(Percentual de Planejamento Concluído), que comparou o número de atividades planejadas
com as realizadas, tanto relacionando o montante de atividades pensadas para o período com a
parte dele realizado, como analisando a porcentagem de atividades programadas para o dia
com aquelas que realmente foram executadas.
Os resultados obtidos com o diagrama de sequência do período observado
mostraram os desvios e acertos do planejamento, que foram discutidos com as equipes de
profissionais que executaram as atividades planejadas, para justificar alterações na
programação e propor aprimoramento para o novo diagrama.
1.4 Estrutura do trabalho
O estudo monográfico está subdividido em 5 capítulos, de forma a facilitar a
abordagem do tema e a compreensão dos leitores, principalmente quanto à sequência de
etapas realizadas para se atingir os objetivos do trabalho.
5
O primeiro capítulo corresponde à introdução do tema, apresentando seus aspectos
gerais teóricos e práticos, além de discorrer sobre a justificativa da pesquisa, seus objetivos
gerais e específicos, sua metodologia e sua estrutura.
No segundo capítulo há descrição dos principais conceitos relativos ao tema,
assim como suas relações com a prática. Busca-se sempre indicar a relação da teoria
apresentada com a idéia central da obra, o diagrama de sequência. Dessa forma, nesse capítulo
está o embasamento dos resultados encontrados.
O método utilizado para realização da pesquisa é descrito no terceiro capítulo,
desde a coleta de dados até sua interpretação. Existe também um indicativo de como os dados
observados são utilizados e as consequências que podem implicar na construção do diagrama,
como a observação de ciclos repetitivos dos serviços na célula e a relação entre atividades
predecessoras e sucessoras, que influencia diretamente na programação das equipes.
A análise dos dados coletados em campo ocupa o quarto capítulo. Nele, a
interpretação do planejamento acompanhado e as ações realizadas no decorrer do tempo dão
origem aos resultados encontrados.
O quinto e último capítulo da monografia engloba as conclusões do estudo.
Baseado na teoria pesquisada e exposta durante o desenvolvimento do trabalho e nas
observações feitas em campo, é mostrado o estágio final alcançado, relacionando-o com o
atendimento dos objetivos gerais e específicos. Por fim, há recomendações para trabalhos
futuros.
6
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 As características do planejamento de curto prazo
O planejamento pode ser definido, segundo Laufer e Tucker (1987), como o
processo de tomada de decisão realizado para antecipar uma desejada ação futura, utilizando
meios eficazes para concretizá-la. Em outras palavras, Howell (1999) afirma que o
planejamento define os critérios de sucesso e estratégias para alcançar objetivos.
Para Formoso (2001), na maioria das vezes, a execução da obra é guiada por um
planejamento informal, realizada normalmente pelo engenheiro, tornando o planejamento
rapidamente desatualizado.
De acordo com Bernardes (1996), o planejamento pode ser dividido em três
níveis: o estratégico, o tático e o operacional. O primeiro refere-se ao cronograma mestre, ou
seja, ao planejamento de longo prazo. O nível tático agrupa os meios e limitações para que as
metas do cronograma geral sejam alcançadas, enquanto que no nível operacional atenta-se
para o caminho que as ações devem seguir para atender aos planejamentos hierarquicamente
superiores. Analogamente, são planos de longo, médio e curto prazo, respectivamente.
Segundo Limmer (1997), o planejamento ajuda em vários aspectos, tais como: a
definição da organização para executar a obra, a tomada de decisões, a alocação de recursos, a
integração e coordenação de esforços de todos os envolvidos, a estabilização da boa
comunicação entre os participantes da obra, a conscientização dos envolvidos para prazos,
qualidade e custos, a caracterização da autoridade do gerente, o estabelecimento de um
referencial para o controle e a definição de diretrizes para o empreendimento.
Outro benefício que o planejamento de curto prazo pode gerar é a racionalização
no canteiro. Para Gehbauer (2004), a racionalização passa pela análise do processo existente e
constatação de pontos fracos, falhas na preparação e transmissão de informações, tempos de
espera desnecessários e estoques intermediários evitáveis. A constatação de problemas pode
ser confirmada pelo acompanhamento do diagrama de sequência. O mesmo é capaz de
fornecer informações sobre o planejamento da produção para as equipes, permitindo a elas se
organizarem para execução do serviço no prazo estabelecido, assim como requisitar o material
necessário para o trabalho no tempo certo.
Para Mendes Jr. et al. (2008), o planejamento de curto prazo tem como objetivo
nortear diretamente a execução da obra, através da atribuição de recursos necessários para a
7
execução das operações, além da verificação dos problemas ocorridos com as atividades já
executadas. As tarefas no nível operacional são relacionadas com as atividades do
planejamento de médio prazo que, segundo Ballard (1997), tem a finalidade de suprir falhas
encontradas especificamente na linha de balanço e utiliza mecanismos que visam resolver os
problemas que impedem a execução das tarefas, tendo como objetivo antecipar ações futuras
e reduzir as incertezas que podem estar relacionadas aos objetivos do projeto, à conclusão
desses objetivos, ao fluxo de serviços e à avaliação da mão-de-obra, de onde são
interpretadas, sendo então a base para o planejamento de curto prazo.
O planejamento e o controle devem ser dois mecanismos continuamente aplicados
na construção, de modo a responder às dúvidas e solucionar as restrições. Se o que foi
planejado não foi executado deve-se analisar quais as causas para isso ter ocorrido e aprender
com as falhas. O replanejamento é uma atividade que pode ser realizada para corrigir os
possíveis erros cometidos no planejamento inicial (SANTOS & MENDES JR, 2001) ou
adaptar as atividades às restrições encontradas durante o processo. Para Howell (1999),
através do controle são definidas ações para tornar realidade o que foi planejado e são
estabelecidos processos para modificar o planejado, em função da medição do realizado.
Segundo Mendes Jr. (1999), o planejamento e controle voltados para o canteiro de
obras (nível operacional) é o elo para convergir a programação do empreendimento com o
comprometimento nas programações. O planejamento de curto prazo, exemplificado pelo
método “Last Planner”, é realizado pelos próprios envolvidos diretamente na produção e deve
obedecer ao nível tático e estratégico.
Para Santos e Mendes Jr. (2001), para que o processo de planejamento seja mais
eficiente sugere-se não somente a retroalimentação de informações do canteiro ao
planejamento realizado no escritório, mas que a real programação seja realizada na obra, com
acompanhamento diário no canteiro, pois muitas vezes o planejamento realizado no escritório
não espelha a realidade da construção.
“O ponto chave para chegar a um planejamento eficaz é o envolvimento do
pessoal do canteiro de obras. Desta forma, é possível gerar o comprometimento da mão-de-
obra com a execução dos serviços, além de tornar o processo mais transparente” (MENDES
JR., 1999).
Para todo caso, os diversos tipos de planos são vistos como ferramentas para
auxiliar na identificação do que precisa ser feito, quando será feito, qual a melhor maneira
para fazer e quem precisa ser envolvido. Porém, os planos precisam ter certa flexibilidade
8
para se adaptar às inevitáveis e constantes mudanças, tendo também certa estrutura, a fim de
não se desviar dos objetivos (TILLEY, 2005).
O planejamento de curto prazo também tem a função de proteger a produção, que
para Ballard e Howell (1988) é acompanhada por realizar tarefas com qualidade, aumentando
a confiabilidade de planejamentos semanais. Proteger a produção é uma estratégia alternativa
para condições de trabalho que possuem fluxo incerto. Durante o gerenciamento da produção,
existem vários tipos de incertezas, como as relativas ao objetivo do projeto, dos meios para
atingir esses objetivos, incertezas em relação ao fluxo de trabalho nas unidades de produção e
à disponibilidade de trabalho, além de seus respectivos recursos como ferramentas e
equipamentos.
Com os planos de médio e longo prazo elaborados, o plano de curto prazo busca
obter a real capacidade do sistema de produç,.ão com o envolvimento direto do encarregado
da execução da obra ("Last Planner"). Nele são programadas somente as atividades nas quais
não há interferências ou precedências que possam impedir a realização dos serviços
(SANTOS & MENDES JR., 2001).
Ballard (1997) lista os procedimentos para implementar o planejamento “Last
Planner”:
Identificar e priorizar as tarefas realizáveis;
Determinar a capacidade de mão-de-obra para a próxima semana;
Selecionar atividades por tamanho e capacidade;
Listar os excesso de tarefas e mão-de-obra;
Verificar o andamento de cada atividade a cada dia e listar os motivos por
não completar as tarefas. Estes motivos darão origem às discussões nas
reuniões de planejamento e de ações para melhorias e/ou treinamento;
Gerente deve analisar o plano semanal e atuar sobre as causas dos
problemas.
Para monitorar a eficácia da situação atual e futura do planejamento, Ballard e
Howell (1998) assumem indicadores de desempenho relacionados ao número de tarefas
concluídas em relação às previstas, sendo denominado como PPC - Percentual de Tarefas
Planejadas Completadas. Ele é calculado relacionando o número de tarefas concluídas no
período com o número total de tarefas planejadas para o mesmo.
9
2.2 O diagrama de sequência
Heineck et al. (2009, p. 19) define diagrama de sequência como uma ferramenta
criada para determinar o dia a dia dos serviços a serem realizados na célula e sua ordem, além
de quais profissionais serão responsáveis pelo respectivo serviço. Ele apresenta uma lista de
todos os serviços que serão executados na célula com a ordem de realização e o tempo
necessário para conclusão, assim como os operários que o farão.
Um exemplo de diagrama de sequência é apresentado no Quadro 2.1. Nele, há a
representação dos serviços programados e a célula de produção onde serão executados. A
ordem de execução das atividades é representada pelas células pintadas de acordo com a
legenda adotada para a equipe. Cada coluna corresponde a uma data do período.
Quadro 2.1: Diagrama de sequência da etapa de uma obra vertical
10
Após confecção do diagrama, ele é fixado em um quadro e colocado na célula
correspondente onde os serviços serão feitos, como se pode ver na Figura 2.1.
Figura 2.1: Quadro da equipe fixado no local de trabalho
Durante os dias para os quais foi feito o planejamento, o próprio executor do
serviço atualizará o diagrama manualmente, como se vê na Figura 2.2.
11
Figura 2.2: Detalhe do diagrama marcado pela equipe
À medida que o serviço é realizado, a marcação com um “X” e a anotação da data
em que ele é executado são feitas diariamente para registrar a data real de execução. Caso o
serviço seja executado diferente do planejado, será feita uma reprogramação, atentando
principalmente para as razões do descumprimento do planejamento (HEINECK et al. (2009).
A reprogramação pode ser feita através de reunião semanal com o
comparecimento de todos os envolvidos no processo, que descreverão como foi o andamento
do planejamento feito e se o diagrama de sequência elaborado corresponde à realidade. Os
profissionais poderão também dar opinião sobre uma nova programação, visando maior
desenvoltura no processo. Essa medida faz com que os responsáveis pelo serviço fiquem
cientes do novo plano e dessa forma não possuam dúvidas quanto ao decorrer da produção,
sabendo com antecedência onde devem estar e quais atividades devem exercer no curto prazo.
Neste caso, uma imposição do diagrama, sem consulta aos trabalhadores, poderia dificultar o
processo produtivo.
12
2.3 A célula de produção
Um conceito bastante ligado ao diagrama de sequência é o conceito de célula de
produção, pois é na célula que o diagrama de sequência será aplicado. Para Rother e Harris
(2002), uma célula é um arranjo de pessoas, máquinas, materiais e métodos em que os passos
do processo construtivo estão próximos e ocorrem em sequência, onde as etapas são
processadas num fluxo contínuo.
Nas células de produção, não só os operadores se organizam em equipes como as
responsabilidades são distribuídas de maneira que todos os operários envolvidos ocupem seus
espaços, assumindo suas tarefas e melhorando continuamente o processo produtivo. Essa
melhora passa por mudança de métodos de trabalho e eliminação das condições não
produtivas (HEINECK et al., 2009, p.17).
A aplicação do diagrama de sequência delimitará a célula de produção
naturalmente, pois em cada diagrama há uma lista de serviços necessários para cada etapa e,
sabendo disso, percebem-se quais profissionais serão demandados e em que quantidade.
A diversidade de serviços pode fazer com que o diagrama de sequência seja
dividido em etapas da obra, facilitando o planejamento e controle de execução. Por exemplo,
pode-se ter um diagrama de sequência para a fase de estrutura e outro para fase de alvenaria,
assim como para os serviços subsequentes.
13
3 METODOLOGIA
A metodologia é toda baseada no estudo de caso de uma obra de um condomínio
de 47 casas de alto padrão de 172,00 m² localizado no município de Eusébio/CE.
A empresa que realiza o empreendimento possui histórico na construção de
edificações, especialmente na aplicação dos conceitos do Lean Construction, e estréia na
construção de obras horizontais no presente condomínio.
O cenário da obra durante a pesquisa se encontrava na fase intermediária da etapa
estrutura, que foi a única analisada no estudo.
Através da observação in loco, são descritas as atividades desenvolvidas que são
acompanhadas pelo diagrama de sequência, incluindo-as em etapas e atribuindo cada serviço
a um profissional ou a uma equipe.
A partir dos serviços listados, é estabelecida uma sequência lógica através do
acompanhamento diário da obra, observando quais serviços são independentes, quais podem
ser executados simultaneamente ou se há necessidade de espera entre eles.
O acompanhamento pode ser feito de inúmeras formas segundo sua representação
gráfica. Os modelos utilizados para isso são os diagramas de sequência em branco
preenchidos diariamente, as tabelas de produtividade diária e as “tripinhas” de
acompanhamento diário. Cada modelo será descrito a seguir.
3.1 Diagramas de sequência em branco
Observando a definição de diagrama de sequência, percebe-se que essa ferramenta
consiste em uma lista de serviços no eixo vertical e uma sequência cronológica de datas na
horizontal, apresentando na interface entre os dois eixos uma região que será marcada
conforme a produção, identificando o que foi feito e quando.
Pode-se fazer uma analogia desse processo com a locação de pontos segundo os
eixos cartesianos. Por exemplo, na geometria, quando se tem que achar um ponto aleatório P,
que apresenta coordenadas x = 2 e y = 5, ou seja, P (2,5).. No cruzamento das duas retas
perpendiculares encontra-se o ponto desejado. A diferença para o caso do diagrama é que as
datas representam o eixo x, os serviços representam o eixo y, e ao invés de pontos, o objetivo
é marcar graficamente a execução das atividades. A Figura 3.1 ilustra esse raciocínio.
Figura 3.1: Analogia entre eixos cartesianos e diagrama de sequência
Dessa forma, é possível, a partir de uma lista de serviços e com uma sequência de
datas pré-determinadas, construir
realizadas.
Um exemplo de
do diagrama de sequência em branco é
Quadro 3.1: Modelo de acompanhamento de execução de serviços
: Analogia entre eixos cartesianos e diagrama de sequência
Dessa forma, é possível, a partir de uma lista de serviços e com uma sequência de
determinadas, construir um diagrama e preenchê-lo conforme as atividades sejam
Um exemplo de como o acompanhamento diário da execução dos serviç
do diagrama de sequência em branco é feito é apresentado no Quadro 3.
: Modelo de acompanhamento de execução de serviços
SE
QU
EN
CIA
14
: Analogia entre eixos cartesianos e diagrama de sequência
Dessa forma, é possível, a partir de uma lista de serviços e com uma sequência de
lo conforme as atividades sejam
como o acompanhamento diário da execução dos serviços através
.1.
: Modelo de acompanhamento de execução de serviços
15
Este quadro mostra uma lista de serviços na ordem vertical e uma sequência de
datas na horizontal, assim como a representação da célula (local) que será acompanhada (no
caso, a casa 31). Diariamente, através de visita à respectiva célula, é marcado manualmente
qual(ais) serviço(s) da lista foram feitos, assim como alguma anotação de serviço extra que
não esteja na lista.
Apesar do diagrama de sequência, por definição, apresentar a sequência de
serviços na ordem de baixo pra cima, nessa representação a ordem mostrada é inversa. A
razão para isso vem do fato de que é possível a anotação de serviços extras não pensados
abaixo daqueles representados sem comprometer a exposição do diagrama. Porém, na
elaboração do diagrama de sequência derivado desse método a ordem é restabelecida.
Dada a variedade dos serviços, é possível que cada um seja executado por equipes
de profissionais diferentes. No diagrama derivado dessas observações, cada equipe é
representada por determinada cor, assim como foi descrito e explicado no Quadro 2.1.
Esse diagrama preenchido manualmente auxilia na ordenação dos serviços,
estabelecendo um sequência real do que foi executado. Isso é importante, pois nem sempre a
sequência pensada pela gerência da obra se aplica na realidade. O Quadro 3.2 mostra um caso
em que a ordenação prevista não foi executada, pois se vê que os serviços que estão na parte
de baixo do diagrama já foram marcados (círculo azul), enquanto os serviços que estão acima
destes continuam em branco (seta vermelha).
Quadro
É importante saber que esse diagrama
outras unidades construtivas
dependência de outros que não sejam executados pela mesma equipe. Então, pode haver
situações em que determinada equipe
poderá concluí-lo após a interferência de outros profissionais.
Com uma sequência pré
à execução dos serviços, observando
mesmos. As inclusões retiradas dessa observação
sequência das tarefas.
Continuamente
em campo para verificar sua viabilidade.
Cada diagrama referente à célula respectiva
possíveis convergências de resultados, que facilitarão na elaboração do diagrama final.
Após análise da aplicação dos diagramas de sequência iniciais,
diagrama unificado que busque r
Quadro 3.2: Diagrama de acompanhamento preenchido in loco
É importante saber que esse diagrama referente a uma célula pode vir conjugado a
unidades construtivas. Isso pode ocorrer caso os serviços descritos na lista possuam
dependência de outros que não sejam executados pela mesma equipe. Então, pode haver
situações em que determinada equipe realiza um serviço intermediário em uma casa e só
lo após a interferência de outros profissionais.
Com uma sequência pré-determinada, é analisada a desenvoltura
à execução dos serviços, observando os problemas que impedem um
inclusões retiradas dessa observação servem para adequar o diagrama de
Continuamente são feitos diagramas de sequência experimentais, que
para verificar sua viabilidade.
ama referente à célula respectiva é comparado aos demais, para
possíveis convergências de resultados, que facilitarão na elaboração do diagrama final.
Após análise da aplicação dos diagramas de sequência iniciais,
diagrama unificado que busque resolver problemas encontrados nos demais.
16
in loco
élula pode vir conjugado a
. Isso pode ocorrer caso os serviços descritos na lista possuam
dependência de outros que não sejam executados pela mesma equipe. Então, pode haver
realiza um serviço intermediário em uma casa e só
desenvoltura que ela propicia
que impedem uma maior fluidez dos
para adequar o diagrama de
diagramas de sequência experimentais, que são testados
comparado aos demais, para
possíveis convergências de resultados, que facilitarão na elaboração do diagrama final.
Após análise da aplicação dos diagramas de sequência iniciais, é feito um
esolver problemas encontrados nos demais.
17
3.2 Tabelas de produtividade diária
As tabelas de produtividade diária são o método mais tradicional de
acompanhamento, que basicamente consiste na anotação da produção diária das equipes, ou
seja, é um diário de obra individual por equipe que descreve o andamento da produção. O
principal fator deste método consiste na interpretação das anotações, ou seja, qual o impacto
que a produção de uma equipe gera no diagrama de sequência sucessor.
O modelo adotado como tabela de produtividade é apresentado a seguir, onde se
vê cada data sendo representada por um retângulo, que será preenchido manualmente com a
produção diária (Quadro 3.3).
Quadro 3.3: Modelo de tabela de produtividade diária
Condomínio Nature Village
Nova Fibra Engenharia / Construtora Placic
seg 10/10/11 seg 17/10/11
ter 11/10/11 ter 18/10/11
qua 12/10/11 qua 19/10/11
qui 13/10/11 qui 20/10/11
sex 14/10/11 sex 21/10/11
Acompanhamento diário de produtividade - Etapa 2.1
18
Após sucessivos preenchimentos dessas tabelas, o que pode gerar um banco de
dados, é possível analisar os pontos comuns observados, que induz a existência de ciclos de
produção, com uma sequência bem definida, o que é essencial para elaboração do diagrama
de sequência.
3.3 “Tripinhas” de acompanhamento diário
Além de anotar as datas de execução dos serviços, também é importante ter uma
visão do andamento da obra quanto aos prazos globais. As “tripinhas” possibilitam ao gerente
da obra entender o andamento da produção de suas equipes, assim como visualizar se esse
ritmo é compatível com seu planejamento ou se houve algum fator extraordinário que
atrapalhou o desenvolvimento de um serviço.
O termo “tripinha” está relacionado ao formato do papel usado para anotação das
datas, que é estreito e comprido. Ela consiste basicamente em um quadro composto por no
mínimo 3 colunas e quantidade de linhas variando com a quantidade de unidades construtivas.
Nas colunas obrigatoriamente representa-se a unidade construtiva (casa 40, por
exemplo), a previsão de execução (início e fim) e a data real da realização da atividade,
comparando assim o planejado com o real.
Para facilitar a visualização do acompanhamento, adota-se uma legenda de cores
como fundo das células preenchidas manualmente: cor amarela significa atividade executada
antes do prazo planejado, cor verde representa serviço realizado na data prevista e cor
vermelha corresponde às atividades feitas após o prazo estipulado. A cor azul mostra a
evolução da execução do serviço na obra de forma geral, apenas pintando as células que
representam o início (letra I) e fim (letra F) de acordo com sua realização.
Um modelo de “tripinha” é apresentado a seguir, assim como o detalhe de seus
componentes (Quadro 3.4).
'
19
Quadro 3.4: Modelo de “tripinha” de acompanhamento
No quadro apresentado é possível ver com destaque a etapa macro a qual ele está
referido (estrutura), além do ritmo (takt time) adotado pela gerência da obra no instante do
planejamento de longo prazo, que neste caso foi de três casas por mês.
Após o preenchimento das células vazias baseado na execução real das tarefas, é
possível analisar se determinado serviço foi feito antes, depois ou até mesmo na data prevista.
É utilizada nesta análise a representação gráfica por cores para facilitar a visualização.
ID PREVISÃO LOCAL BLOCOS CINTAS PILARES VIGAS ESCADA
F 31/01/12
I 23/01/12
F 20/01/12
I 12/01/12
F 11/01/12
I 02/01/12
F 23/12/11
I 16/12/11
F 15/12/11
I 09/12/11
F 08/12/11
I 01/12/11
F 30/11/11
I 23/11/11
F 22/11/11
I 11/11/11
F 10/11/11
I 01/11/11
F 31/10/11
I 24/10/11
F 21/10/11
I 13/10/11
F 11/10/11
I 03/10/11
F 30/09/11
I 22/09/11
F 21/09/11
I 13/09/11
F 12/09/11
I 01/09/11
F 31/08/11
I 22/08/11
F 19/08/11
I 10/08/11
F 09/08/11
I 01/08/11
LEGENDASERVIÇO EXECUTADO APÓS A DATA PREVISTA
SERVIÇO EXECUTADO NA DATA PREVISTA
SERVIÇO EXECUTADO ANTES DA DATA PREVISTA
CASA 25
CASA 24
CASA 39
CASA 40
CASA 41
CASA 42
CASA 43
CASA 44
CASA 26
CASA 14
CASA 15
CASA 16
CASA 17
CASA 18
CASA 30
CASA 29
CASA 28
CASA 27
TRIPINHA DE ACOMPANHAMENTO
ESTRUTURADURAÇÃO TAKT TIME
3 CASAS / MÊS
AGOSTO
SETEMBRO
OUTUBRO
JANEIRO
DEZEMBRO
NOVEMBRO
20
3.4 Roteiro de construção do diagrama de sequência
O processo de construção do diagrama de sequência é feito utilizando o Microsoft
Excel. Para facilitar a locação das atividades no diagrama, tem-se uma lista de serviços para
cada equipe. Essas atividades são locadas nas datas devidas segundo a necessidade do
planejamento.
Para dar início à programação, determina-se a etapa macro correspondente ao
serviço que se quer planejar (por exemplo, a concretagem é um serviço que faz parte da etapa
estrutura).
A partir dessa determinação, escolhe-se um dos serviços para comandar os
demais, ou seja, o responsável pelo ritmo de produção (por exemplo, serviço de fôrma). Dessa
forma, encaixa-se as atividades decorrentes da etapa segundo a demanda de produção (por
exemplo, se a fôrma e armadura das vigas ficam prontas em determinado dia, pode-se
encaixar (programar) a atividade de concretagem das mesmas para o dia seguinte).
Devido à diversidade de profissionais envolvidos na etapa, é necessário alocá-los
de forma precisa para que não haja problemas que inviabilizem a produção final (por
exemplo, se o eletricista não colocar as passagens na laje no dia programado, a concretagem
da mesma inevitavelmente vai atrasar, assim como as etapas subsequentes). Dessa maneira, é
importante controlar a produção para que não ocorra isso repetidamente, o que comprometeria
diretamente o prazo da obra, assim como a qualidade do produto final.
Após a alocação de todos os profissionais envolvidos no diagrama de sequência
de determinada etapa, é necessário expandir o planejamento para as etapas que acontecem em
paralelo, pois alguns profissionais executam serviços em mais de uma etapa, e a não
adequação ou compatibilização entre os planejamentos pode inviabilizar a execução de uma
ou outra atividade, como por exemplo a interferência de eletricistas e bombeiros na atividade
de pedreiros. Isso mostra que o planejamento sempre tem de ser feito pensando no todo, e não
apenas em etapas isoladas.
Essa é uma peculiaridade do diagrama de sequência feito para obras horizontais,
onde na maioria das vezes todos os serviços são executados ao mesmo tempo, mas em casas
diferentes. Isso faz com que seja necessária uma interligação direta entre os processos,
admitindo que os serviços são etapas para se chegar ao produto final.
Para os casos de profissionais que atendem a mais de uma etapa simultaneamente,
resolve-se fazer o diagrama da seguinte forma: escolhe-se um diagrama de sequência macro
de uma etapa como ponto de partida. Nele, seleciona-se as linhas que não correspondem à
21
etapa analisada (por exemplo, deseja-se construir o diagrama de sequência dos ferreiros,
partimos do diagrama de sequência da etapa estrutura, e excluímos todas as linhas que não
contém serviços dos ferreiros), observando ao final quantas e quais atividades restaram.
Nesse momento, no qual se está com um diagrama de sequência individual,
expande-se o planejamento para as demais atividades que demandam o serviço da equipe em
estudo (por exemplo, ferreiros). A partir dos vazios existentes no diagrama derivado da etapa
macro inicial, alocam-se as atividades pertencentes a outras etapas nesses espaços, procurando
preencher a lista de serviços para que a equipe não fique ociosa ou sobrecarregada.
Ao final, tem-se um ou mais diagramas macro das etapas e vários diagramas
individuais para os serviços que atendem a mais de uma etapa.
Para exemplificar essa metodologia, segue um roteiro para construção do
diagrama de sequência para a fase de estrutura (carpintaria) e turma do concreto (equipe que
atende a mais de uma etapa):
1º passo: Determina-se a lista de serviços correspondentes à etapa (Quadro 3.5)
Quadro 3.5: Lista de serviços para etapa de estrutura
LISTA DE SERVIÇOS
ESCAVAÇÃO
DESFÔRMA DOS PILARES
ARMADURA DOS BLOCOS E PILARES
MEDIÇÃO DAS EXCENTRICIDADES
FÔRMA E CONCRETAGEM DOS COLCHÕES DE APOIO ÀS VIGAS
DESFÔRMA DA ESCADA
DESFÔRMA DAS VIGAS
FÔRMA DA ESCADA
PASSAGENS NAS CINTAS
ARMADURA DAS CINTAS
LIBERAÇÃO DAS ESTACAS - PAULO CUNHA
FÔRMA DOS BLOCOS
ARMADURA DAS VIGAS
FÔRMA DAS VIGAS
CONCRETAGEM DOS PILARES
FÔRMA DAS CINTAS
DESFÔRMA DOS BLOCOS
CONCRETAGEM DOS BLOCOS
FÔRMA DOS PILARES
CONCRETAGEM DAS CINTAS
PASSAGENS NAS VIGAS
ORDEM
ALVENARIA DO MURO DIVISÓRIO
ARMADURA DA ESCADA
QUEBRA DA CABEÇA DAS ESTACAS
DESFÔRMA DAS CINTAS
CONCRETAGEM DA ESCADA
CONCRETAGEM DAS VIGAS E CINTAS
FÔRMA DA CINTA SOBRE A ALVENARIA DO MURO
CONCRETO MAGRO DE NIVELAMENTO DOS BLOCOS
22
2º passo: A partir do conhecimento da situação construtiva da casa no momento
do planejamento, sabem-se quais serviços subsequentes serão feitos, assim como os já
executados. Logo, tem-se uma lista de serviços pendentes para cada célula (Quadro 3.6).
Quadro 3.6: Lista de serviços a serem executados por casa
PASSAGENS NAS VIGAS - INSTALAÇÃO ELÉTRICA
CASA 18
PASSAGENS NAS CINTAS - INSTALAÇÃO HIDRO-SANITÁRIA
PASSAGENS NAS VIGAS - INSTALAÇÃO ELÉTRICA
DESFÔRMA DOS BLOCOS
DESFÔRMA DA ESCADA
ARMADURA DAS CINTAS
FÔRMA DAS CINTAS
DESFÔRMA DOS BLOCOS
FÔRMA DOS BLOCOS
PASSAGENS NAS VIGAS - INSTALAÇÃO HIDRO-SANITÁRIA
ARMADURA DAS VIGAS
PASSAGENS NAS CINTAS - INSTALAÇÃO ELÉTRICA
PASSAGENS NAS CINTAS - INSTALAÇÃO HIDRO-SANITÁRIA
ALVENARIA DO MURO DIVISÓRIO
CONCRETAGEM DOS BLOCOS
ARMADURA DOS BLOCOS E PILARES
FÔRMA DAS VIGAS
CONCRETAGEM DOS PILARES
DESFÔRMA DOS PILARES
CASA 29
CONCRETAGEM DA ESCADA
ARMADURA DA ESCADA
CONCRETAGEM DAS VIGAS E CINTAS
FÔRMA DA CINTA SOBRE A ALVENARIA DO MURO
FÔRMA E CONCRETAGEM DOS COLCHÕES DE APOIO ÀS VIGAS
FÔRMA DOS PILARES
CONCRETAGEM DAS CINTAS
CASA 28
DESFÔRMA DA ESCADA
DESFÔRMA DAS VIGAS
DESFÔRMA DOS PILARES
PASSAGENS NAS VIGAS - INSTALAÇÃO HIDRO-SANITÁRIA
FÔRMA DAS VIGAS
CONCRETAGEM DOS PILARES
CONCRETAGEM DAS VIGAS E CINTAS
FÔRMA DA ESCADA
DESFÔRMA DAS VIGAS
FÔRMA DOS BLOCOS
DESFÔRMA DAS CINTAS
ARMADURA DAS VIGAS
FÔRMA DA CINTA SOBRE A ALVENARIA DO MURO
ALVENARIA DO MURO DIVISÓRIO
CONCRETAGEM DA ESCADA
CASA 30
CONCRETAGEM DOS BLOCOS
FÔRMA DAS CINTAS
FÔRMA DOS PILARES
FÔRMA E CONCRETAGEM DOS COLCHÕES DE APOIO ÀS VIGAS
PASSAGENS NAS CINTAS - INSTALAÇÃO ELÉTRICA
ARMADURA DAS CINTAS
ARMADURA DOS BLOCOS E PILARES
FÔRMA DA ESCADA
ARMADURA DA ESCADA
DESFÔRMA DAS CINTAS
CONCRETAGEM DAS CINTAS
3º passo: A partir da lista de serviços pendentes e de conhecimento
execução (adotados a partir dos ciclos de repetição observados anteriormente), preenche
células correspondentes à cada dia com a cor relativa à cada equipe. Esse preenchimento se dá
de baixo para cima e o objetivo é não deixar equ
Quadro 3
1º Momento
2º Momento
3º Momento
3º passo: A partir da lista de serviços pendentes e de conhecimento
execução (adotados a partir dos ciclos de repetição observados anteriormente), preenche
células correspondentes à cada dia com a cor relativa à cada equipe. Esse preenchimento se dá
de baixo para cima e o objetivo é não deixar equipes ociosas ou sobrecarregadas
3.7: Roteiro de preenchimento do diagrama de sequência
23
3º passo: A partir da lista de serviços pendentes e de conhecimento dos prazos de
execução (adotados a partir dos ciclos de repetição observados anteriormente), preenche-se as
células correspondentes à cada dia com a cor relativa à cada equipe. Esse preenchimento se dá
ciosas ou sobrecarregadas (Quadro 3.7).
: Roteiro de preenchimento do diagrama de sequência
24
A partir desse momento, a tarefa é repetitiva. Considerando outros profissionais
envolvidos no processo (como eletricistas e bombeiros, por exemplo), preenche-se as células
de acordo com a demanda. É importante frisar que esse diagrama é feito em conjunto com as
demais casas e não isoladamente, pois muitos serviços são executados em partes, exigindo a
volta da equipe à casa para concluir sua etapa (por exemplo, a concretagem das vigas só pode
ser feita após a concretagem dos pilares). Mesmo sendo feitos pela mesma equipe, esses
serviços necessitam um intervalo, que tem de ser locado corretamente no diagrama de
sequência. Durante essa interface, outros serviços referentes a outras equipes são realizados,
preparando a célula para receber o retorno da equipe de concretagem.
4º passo: Após a construção completa do diagrama de sequência para os serviços
apresentados na lista, tem-se completamente alocados apenas os carpinteiros, que foram desde
o início o norte do planejamento. Porém, os outros profissionais ainda apresentam vazios na
sua lotação. O objetivo agora é preencher os espaços livres para os profissionais que estão
apenas relacionados no diagrama dos carpinteiros.
A forma adotada para fazer isso passa primeiramente pela identificação de qual
equipe deseja-se estudar (por exemplo, bombeiros). A equipe de bombeiros é representada
pela cor amarela. Então selecionam-se todas as linhas do diagrama de sequência construído
inicialmente que não contém células amarelas e procede-se a sua exclusão (Figura 3.2).
Figura 3.2: Processo de construção do diagrama de sequência individual por equipe
25
Dessa forma, restarão apenas os serviços específicos para a equipe de bombeiros
(Quadro 3.8).
Quadro 3.8: Serviços de bombeiros derivados do diagrama de sequência inicial
Facilmente percebe-se que há muitos espaços em branco, além do fato de que nem
sempre o serviço alocado para um dia consome toda a carga horária diária, podendo ser
acrescido de outro serviço para o mesmo dia sem nenhum prejuízo.
A partir daí, observa-se outra lista de serviços, dessa vez exclusiva para a equipe
de profissionais tomada como objetivo (bombeiros), apresentada no Quadro 3.9.
Quadro 3.9: Lista de serviços específicos para bombeiros
Essa lista não apresenta todos os serviços referentes aos bombeiros que compõem
a casa, apenas aqueles que estão sendo executados no momento. Nota-se que apenas dois
serviços da lista constavam no diagrama inicial. Os outros estão ligados a outras etapas e
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
seg ter qua qui sex seg ter qua qui sex
31/10/11
01/11/11
02/11/11
03/11/11
04/11/11
07/11/11
08/11/11
09/11/11
10/11/11
11/11/11
PASSAGENS NAS CINTAS - INSTALAÇÃO HIDRO-SANITÁRIA
PASSAGENS NAS VIGAS - INSTALAÇÃO HIDRO-SANITÁRIA
CASA 28
PASSAGENS NAS CINTAS - INSTALAÇÃO HIDRO-SANITÁRIA
PASSAGENS NAS VIGAS - INSTALAÇÃO HIDRO-SANITÁRIA
CASA 30
LISTA DE SERVIÇOS
PASSAGENS NA CINTA DE ALVENARIA ESTRUTURAL
BARRILETE
TUBULAÇÃO DE ESGOTO PAV. SUPERIOR
COLUNAS DA TUBULAÇÃO DE ESGOTO - PAV. SUPERIOR
COLUNAS DA TUBULAÇÃO DE ESGOTO - PAV TÉRREO
TUBULAÇÃO DE ESGOTO ENTERRADA
TUBULAÇÃO DE ÁGUA FRIA DO TÉRREO
TUBULAÇÃO DE ÁGUA FRIA DOS WC'S PAV. SUPERIOR
ORDEM
PASSAGENS NAS VIGAS
PASSAGENS NAS CINTAS
PASSAGENS NA 2ª LAJE
PASSAGENS NA 1ª LAJE
26
equipes e são alocados conforme a necessidade. O preenchimento é comandado pelo serviço
que o sucede (que pode ser a montagem de lajes, alvenaria, coberta, entre outros), o que só é
possível ser percebido se todos os diagramas forem feitos em conjunto.
Para efeito de ilustração e comparação, o diagrama de sequência resultante para a
equipe de bombeiros é apresentado no Quadro 3.10.
Quadro 3.10: Diagrama de sequência final para equipe de bombeiros
Observa-se que apenas os quadrados circulados em vermelho possuem relação
com o diagrama inicial. O restante refere-se a outras etapas.
Para todo caso, busca-se priorizar a construção do diagrama de sequência para os
serviços de construção propriamente ditos (concreto, alvenaria e revestimento). Dessa
maneira, é mais fácil perceber as necessidades de cada um e designar as equipes de apoio e
preparação (bombeiros e eletricistas) para atendê-las.
F
F
FF
F
F
F
F
F
F
FF
FF
VISTO DA EQUIPE: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
seg ter qua qui sex seg ter qua qui sex
31/10/11
01/11/11
02/11/11
03/11/11
04/11/11
07/11/11
08/11/11
09/11/11
10/11/11
11/11/11
TUBULAÇÃO DA LEJE DO 1 TETO
PASSAGENS NAS CINTAS
TUBULAÇÃO DA LAJE DE 2 TETO
TUBULAÇÃO DA LAJE DO 2 TETO
PASSAGENS NA CINTA DE ALVENARIA ESTRUTURAL
EXTRA
TUBULAÇÃO DE ESGOTO DO TÉRREO
CASA 30
CASA 41
CASA 46
TUBULAÇÃO DE ESGOTO DO TÉRREO
CASA 43
CASA 42
DRENAGEM DO CAMPO E PISCINA
TUBULAÇÃO DE ESGOTO -PAV.SUPERIOR
ÁGUA FRIA -TÉRREO E SUPERIOR
CASA 45
CASA 28
PASSAGENS NAS VIGAS
PASSAGENS NAS VIGAS
PASSAGENS NAS CINTAS
CASA 47
CASA 40
CASA 23
BARRILETE
27
3.5 Cálculo do percentual de planejamento concluído (PPC)
Em todo diagrama de sequência é possível mensurar a capacidade produtiva da
equipe, além de sua capacidade de cumprir prazos. Essa medida é realizada por um índice
percentual que relaciona as atividades planejadas e executadas, não só quanto à sua
terminalidade como também quanto à sua capacidade de executar determinada tarefa no dia
para o qual foi planejada.
Adotam-se dois índices diferentes para o PPC: o PPC do período (quinzenal) e o
PPC diário. O índice quinzenal mostra para o gestor de forma mais clara apenas a
produtividade no período, não importando a sequência de execução, pois analisa apenas se a
quantidade de atividades planejadas foi feitas ou não. Já o índice diário mostra o cumprimento
do planejamento por parte de uma equipe. Ele contabiliza apenas atividades executadas no dia
para o qual foram planejadas, ou seja, se uma tarefa estava programada para ser feita na terça-
feira e ela foi feita na quarta-feira, apesar de seu índice quinzenal ser 100%, seu PPC diário
será 0%.
Dessa maneira é possível olhar para os dois índices e tirar as informações que são
mais apropriadas para cada um.
Basicamente as fórmulas dos dois índices são as seguintes:
���������� =∑ ����� ��������� � �100%�����í���
∑ ����� ������ ��� ��! � � (3.1)
���"#á%#& =∑ ����� ��������� � �100%���� � ��! ��
∑ ����� ���� ��! � �� � ��� (3.2)
3.6 Elaboração de ordens de serviços diárias
As ordens de serviço são uma ferramenta muito importante para o controle da
obra, pois seu caráter de curtíssimo prazo permite a aplicação direta no dia-a-dia do canteiro.
Ela engloba todos os funcionários da obra e sua função é descrever as atividades que cada um
deve executar no dia.
É de suma importância que ela seja divulgada para todos os operários e não fique
somente no conhecimento da gerência da obra. Pelo fato de ser diária, ela permite que o
acompanhamento sobre o operário seja mais eficaz, pois a cobrança sobre a execução de um
serviço é imediata. Além disso, a partir do momento em que o próprio operário sabe o que
está designado em sua OS, ele assume o compromisso de realizar tal serviço.
A relação entre ordem de serviço e diagr
diagrama de sequência comanda a OS, pois as atividades planejadas para a quinzena são
desmembradas e aplicadas por dia. Porém, a ordem de serviço tem o poder de corrigir
possíveis falhas de planejamento do diagrama de
a programação do período, pois ela é feita ao final de todo dia, planejando o dia seguinte,
enquanto o diagrama é feito mirando um horizonte de quinze dias.
No Quadro 3.11
lista de pessoal da obra, dividida em equipes, com identificação das respectivas funções e um
espaço a ser preenchido segundo a
funcionário.
Quadro
serviço é imediata. Além disso, a partir do momento em que o próprio operário sabe o que
está designado em sua OS, ele assume o compromisso de realizar tal serviço.
A relação entre ordem de serviço e diagrama de sequência é bastante simples, o
diagrama de sequência comanda a OS, pois as atividades planejadas para a quinzena são
desmembradas e aplicadas por dia. Porém, a ordem de serviço tem o poder de corrigir
possíveis falhas de planejamento do diagrama de sequência ou qualquer imprevisto que mude
a programação do período, pois ela é feita ao final de todo dia, planejando o dia seguinte,
enquanto o diagrama é feito mirando um horizonte de quinze dias.
11 apresenta-se um modelo de ordem de serviço diária, onde se vê a
lista de pessoal da obra, dividida em equipes, com identificação das respectivas funções e um
espaço a ser preenchido segundo a designação do serviço para determinada equipe ou
Quadro 3.11: Modelo de ordem de serviço diária
28
serviço é imediata. Além disso, a partir do momento em que o próprio operário sabe o que
está designado em sua OS, ele assume o compromisso de realizar tal serviço.
ama de sequência é bastante simples, o
diagrama de sequência comanda a OS, pois as atividades planejadas para a quinzena são
desmembradas e aplicadas por dia. Porém, a ordem de serviço tem o poder de corrigir
sequência ou qualquer imprevisto que mude
a programação do período, pois ela é feita ao final de todo dia, planejando o dia seguinte,
se um modelo de ordem de serviço diária, onde se vê a
lista de pessoal da obra, dividida em equipes, com identificação das respectivas funções e um
designação do serviço para determinada equipe ou
29
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
A análise dos resultados do estudo passa por observações decorrentes dos
diagramas de sequência, reajustes aplicados ao planejamento e à ordenação dos serviços,
assim como pela análise dos números provenientes de indicadores de produtividade.
Os resultados encontrados ao longo da pesquisa são apresentados a seguir de
forma cronológica.
4.1 Divisão dos serviços em etapas
Para iniciar o planejamento das etapas, é necessário primeiramente dividir as
atividades em grupos. Essa medida se torna ainda mais importante quando há grande
diversidade de atividades interagindo simultaneamente. Procura-se englobar numa etapa uma
equipe que execute serviços em sequência, evitando a interferência de terceiros e procurando
fazer com que os profissionais constituintes da etapa não precisem retornar à casa já
trabalhada para concluir seus serviços.
O diagrama de sequência pode ser feito tanto para cada etapa separadamente,
como em conjunto a outras executadas simultaneamente.
É importante salientar que houve inúmeras mudanças quanto à lista de serviços
que fazem parte de cada etapa, assim como na quantidade de profissionais que fazem parte da
equipe. Essas mudanças são inevitáveis quando se tenta ajustar da melhor forma o processo
produtivo. Como não cabe ao estudo analisar formas de se dividir tarefas em equipes, apenas
há necessidade de revelar a última divisão estabelecida. A descrição dos serviços
componentes de cada etapa, assim como a equipe que o executa são mostrados no Quadro 4.1.
4.2 Observações do acompanhamento diário
Durante o andamento da obra, com a diária convivência no canteiro e
familiarização com o processo produtivo, é provável que surjam percepções quanto ao
andamento e desenvolvimento da equipe naquele serviço para o qual este foi designado.
30
Quadro 4.1: Divisão dos serviços em etapas
Essas observações têm influência direta no diagrama de sequência, pois na
maioria das vezes o planejamento é feito sem muitas informações coerentes da realidade da
obra, tornando-o rapidamente desatualizado. Quando os parâmetros necessários para
elaboração do diagrama de sequência são fornecidos pelas próprias observações da célula
produtiva, o planejamento é capaz de superar os imprevistos decorrentes do ambiente de
produção e considerá-los no processo de melhoria de produtividade.
31
O compromisso que o diagrama de sequência feito dessa forma implica é bem
mais significativo, pois suas diretrizes foram determinadas pela percepção de ciclos
repetitivos na célula de produção. Dessa maneira, seria inviável aceitar que haja fatores que
atrasem o andamento da produção, já que as restrições existentes já foram observadas e
levadas em conta no instante do planejamento. Em suma, as dificuldades existem e são
conhecidas, busca-se eliminá-las ou tratá-las da melhor forma para que o planejamento final
sintetize todos esses fatores na sua programação.
A seguir, listam-se as observações feitas para cada método de acompanhamento
diário, assim como os resultados da aplicação de cada um.
4.2.1 Diagramas de sequência em branco
O diagrama de sequência em branco propicia bastante flexibilidade para o
acompanhamento dos serviços diariamente, pois não apresenta sequência pré-definida e, dessa
forma, permite que a realidade seja marcada graficamente sem ser confundida com um
planejamento premeditado.
Esse tipo de ferramenta é bastante útil para percepções de ciclos repetitivos das
etapas. Essa repetição é justamente o objetivo do diagrama de sequência, pois só dessa
maneira é possível planejar com mais precisão.
Após a observação desses fatores e com a experiência adquirida, já se tem
condições de esboçar o diagrama de sequência para as próximas duas semanas. Nesse
momento há a necessidade de se considerar que a repetição observada anteriormente
persistirá. Esse ritmo se torna o foco da equipe, que se compromete também em buscar a
melhoria contínua do processo.
Essa incessante busca pela perfeição mostra que o diagrama não possui modelo
rígido nem fórmula exata, podendo sempre ser aperfeiçoado por melhorias produtivas que
aconteçam na célula de produção.
A seguir apresentam-se alguns diagramas de sequência em branco e algumas
induções retiradas a partir da análise dos preenchimentos feitos.
Quadro 4.2: Diagrama em branco (A)
Quadro 4.3: Diagrama em branco (B)
32
Nos diagramas apresentados é possível identificar algumas informações relevantes
para o objetivo de construção do diagrama de sequência, não só pela própria sequência de
serviços, como também pelos prazos das atividades e qua
No Quadro 4.2
inicialmente (círculo vermelho)
executando os mesmos serviços em casas diferentes
observar anotações abaixo do diagrama que não correspondem ao processo produtivo
propriamente dito, pois elas estão refer
anotação de que o funcionário
equipe (há a indicação de que o funcionário José Firmino entrou dia 11/08)
amarelos).
Quadro 4.4: Diagrama em branco (C)
Nos diagramas apresentados é possível identificar algumas informações relevantes
para o objetivo de construção do diagrama de sequência, não só pela própria sequência de
serviços, como também pelos prazos das atividades e quantidade de operários envolvidos.
2 nota-se que houve anotação de serviços extras àqueles pensados
inicialmente (círculo vermelho). No Quadro 4.3 percebe-se a interação de uma mesma equipe
executando os mesmos serviços em casas diferentes (círculo azul). No
observar anotações abaixo do diagrama que não correspondem ao processo produtivo
propriamente dito, pois elas estão referindo-se a ausências (no segundo diagrama há a
anotação de que o funcionário Osmar faltou dias 01 e 02/08) ou mudanças no efetivo da
equipe (há a indicação de que o funcionário José Firmino entrou dia 11/08)
33
Nos diagramas apresentados é possível identificar algumas informações relevantes
para o objetivo de construção do diagrama de sequência, não só pela própria sequência de
ntidade de operários envolvidos.
houve anotação de serviços extras àqueles pensados
se a interação de uma mesma equipe
o Quadro 4.4 é possível
observar anotações abaixo do diagrama que não correspondem ao processo produtivo
se a ausências (no segundo diagrama há a
) ou mudanças no efetivo da
equipe (há a indicação de que o funcionário José Firmino entrou dia 11/08) (círculos
34
4.2.2 Tabelas de produtividade
A tabela de produtividade é um método simples de acompanhamento. Consiste
basicamente em uma agenda, na qual é preenchida a produtividade diária da equipe de
trabalho. Por não ter caráter gráfico e ser simplesmente descritiva, dá muita liberdade para se
escrever observações peculiares ou até externas ao processo produtivo (como por exemplo, o
prejuízo que o excesso de faltas de um operário pode gerar na produtividade da equipe).
Embora a atenção esteja voltada para o processo produtivo (como uma linha de
montagem, por exemplo), esses fatores externos, se não interpretados de forma correta,
podem maquiar a análise produtiva da equipe (como detalhes de projeto difíceis de executar,
retrabalhos e faltas de membros da equipe no período). Isso afeta diretamente o diagrama de
sequência e, se não levado em conta no momento de sua elaboração, norteará o planejamento
da obra de maneira errada, o que será comprovado no momento em que o diagrama for posto
à prova no campo.
A seguir apresenta-se uma tabela de produtividade preenchida no campo, assim
como as informações mais relevantes que ela e as demais forneceram (Quadro 4.5).
Quadro
As principais observações acerca das anotações
acima, são apresentadas a seguir:
Descrição de produtividade da equipe em fiadas de tijolo
Representação em porcentagem da execução dos serviços;
Descrição de serviços pendentes;
Faltas de membros da equipe;
Fatores geradores de improdutividade;
Percepção de ciclos repetitivos das atividades;
Atividades de produção intercaladas por um serviço extra;
Sequência adotada pela equipe na execução das atividades;
Má qualidade de serviços;
Restrições em potencial.
Quadro 4.5: Tabela de produtividade diária preenchida
As principais observações acerca das anotações feitas, representadas pelas figuras
acima, são apresentadas a seguir:
Descrição de produtividade da equipe em fiadas de tijolo
Representação em porcentagem da execução dos serviços;
Descrição de serviços pendentes;
Faltas de membros da equipe;
res geradores de improdutividade;
Percepção de ciclos repetitivos das atividades;
Atividades de produção intercaladas por um serviço extra;
Sequência adotada pela equipe na execução das atividades;
Má qualidade de serviços;
Restrições em potencial.
35
feitas, representadas pelas figuras
Descrição de produtividade da equipe em fiadas de tijolo (e m²);
Representação em porcentagem da execução dos serviços;
Atividades de produção intercaladas por um serviço extra;
Sequência adotada pela equipe na execução das atividades;
4.2.3 “Tripinhas” de acompanhamento
As “tripinhas”
como um todo, não tem o grau de especificação observado no diagrama de sequência em
branco e nas tabelas de produtividade. A sua função básica é mostrar a evolução da
produtividade no tempo dos serviços
Ao visualizá-lo é possível ver o panorama de determinado serviço através de cores
indicativas sobre a data de realização do serviço quanto
parâmetro que ordena o preenchimento das
A seguir apresentam
conclusões tiradas a seu respeito.
Na Figura 4.1 representam
Duas delas (centrais) referem
takt time. Enquanto o ritmo de uma é de 4 casas por mês, o da outra é de 5.
de acompanhamento
de acompanhamento, por ser um método geral e focar na obra
como um todo, não tem o grau de especificação observado no diagrama de sequência em
e nas tabelas de produtividade. A sua função básica é mostrar a evolução da
dos serviços-mãe.
lo é possível ver o panorama de determinado serviço através de cores
indicativas sobre a data de realização do serviço quanto ao prazo estipulado. Esse é o
parâmetro que ordena o preenchimento das “tripinhas”.
A seguir apresentam-se alguns modelos de “tripinhas” preenchidos, assim como
conclusões tiradas a seu respeito.
Figura 4.1: Modelos de “tripinha” preenchidos
representam-se quatro “tripinhas” de acompanhamento em paralelo.
Duas delas (centrais) referem-se à mesma etapa (escavação), diferindo
. Enquanto o ritmo de uma é de 4 casas por mês, o da outra é de 5.
36
método geral e focar na obra
como um todo, não tem o grau de especificação observado no diagrama de sequência em
e nas tabelas de produtividade. A sua função básica é mostrar a evolução da
lo é possível ver o panorama de determinado serviço através de cores
ao prazo estipulado. Esse é o
preenchidos, assim como
de acompanhamento em paralelo.
à mesma etapa (escavação), diferindo-se apenas quanto ao
. Enquanto o ritmo de uma é de 4 casas por mês, o da outra é de 5.
37
Em uma breve observação percebe-se que nas três primeiras “tripinhas” há
predominância da cor vermelha, que representa atividades executadas após a data prevista, o
que denota atraso em relação ao prazo inicial. Na última “tripinha” é visível a predominância
da cor amarela, que significa que as atividades foram realizadas antes da data prevista.
Peculiarmente, as justificativas para esses resultados são diversas. No primeiro
caso, na “tripinha” de estacas, houve inicialmente um atraso no próprio processo produtivo da
equipe, justificado pelo fato de que a profundidade de perfuração das mesmas aumentou
consideravelmente, o que aumentou também o tempo de ciclo da célula.
Nas “tripinhas” referentes à escavação (duas centrais), observa-se que há células
em amarelo na parte de baixo da tabela, interrompido pela coloração vermelha imediatamente
acima. Essa mudança abrupta é decorrência de uma medida administrativa. Diante do avanço
da equipe e da necessidade da obra pela execução de outros serviços que liberavam os demais
(aterro das casas), foi feito um remanejamento da equipe para executar esta nova etapa
(aterro) por um mês, o suficiente para atrasar o planejamento inicial.
Na última “tripinha”, a de estrutura, é quase única a presença de células em
amarelo. Esse resultado foi gerado indiscutivelmente por dois fatores: o efeito aprendizado da
equipe e a atuação em mais de uma célula ao mesmo tempo. Além de ajustar continuamente o
processo produtivo, o que diminui os prazos de execução, a equipe resolveu atuar em várias
células ao mesmo tempo. Isso faz com que no momento em que a realização de um serviço é
impedida pela execução de outro preparatório para o mesmo, a equipe executa os serviços de
sua lista na casa seguinte, voltando para a célula interrompida no momento apropriado.
Na Figura 4.2 são mostrados em detalhe os dados contidos nas “tripinhas” (no
caso, a de estacas). O termômetro em azul indica apenas o início e fim das atividades. As
datas escritas a mão são comparadas com as de planejamento, e de acordo com sua relação de
comparação, é pintada segundo a legenda. Se a data escrita for menor que a prevista,
preenche-se a célula de amarelo, se for igual, pinta-se de verde, e se for maior, a célula a ser
preenchida será vermelha.
Figura
Para melhor visualização, no
preenchida na planilha do Microsoft Excel. Nela,
etapa, como o tempo de ciclo de 3 casas por mês e a divisão
onde são preenchidos os dados) em cinco
componente da etapa (blocos, cintas, pilares, vigas e escada).
Figura 4.2: Detalhe da “tripinha” para a etapa de estacas
Para melhor visualização, no Quadro 4.6 representa-se a “
preenchida na planilha do Microsoft Excel. Nela, observa-se alguns fatores peculiares dessa
etapa, como o tempo de ciclo de 3 casas por mês e a divisão da coluna de controle (coluna
onde são preenchidos os dados) em cinco partes, representando cada elemento estrutural
componente da etapa (blocos, cintas, pilares, vigas e escada).
38
“tripinha” de estrutura
se alguns fatores peculiares dessa
da coluna de controle (coluna
, representando cada elemento estrutural
Quadro 4.6: “Tripinha” de estrutura preenchida
39
40
4.3 Elaboração dos diagramas de sequência experimentais
Como descrito na metodologia, o processo de construção do diagrama de
sequência parte de uma etapa macro (estrutura) e deriva outros diagramas individuais
(eletricistas, ferreiros e bombeiros) que consideram a interferência de outras etapas (laje,
alvenaria e instalações) no processo.
A seguir descreve-se o roteiro para elaboração do diagrama de sequência da etapa
de estrutura, assim como dos diagramas individuais atrelados a ela. Para efeito de
exemplificação, escolhe-se um período qualquer (quinzena 02, de 19 a 30/09).
Primeiramente, com base na situação de momento da obra e nas perspectivas para
o período que se deseja planejar, determina-se a lista de serviços pendentes da etapa macro
estrutura que deve ser executada no período (Quadro 4.7).
41
Quadro 4.7: Quadro de atividades a executar (quinzena 2)
Com a lista de serviços e sabendo quais profissionais os executam, preenche-se as
células diárias de acordo com as cores que representam os profissionais (Quadro 4.8).
Fôrma dos Blocos
Armadura das Cintas
Fôrma das Cintas
Armadura dos Blocos e Pilares
Alvenaria do Muro Divisório
Desfôrma de Vigas
Concretagem dos Blocos
Concretagem nas Cintas
Passagens nas Cintas - Inst. Hidrossanitária
Passagens nas Cintas - Inst. Elétrica
Desfôrma de Cintas
Concretagem de Escada
Armadura de Escada
Concretagem de Vigas e Cinta sobre a Alvenaria
Fôrma das Escada
Desfôrma dos Blocos
Armadura das Cintas
Fôrma das Cintas
Passagens nas Vigas - Inst. Hidrossanitária
Armadura dos Blocos e Pilares
Concretagem dos Blocos
Armadura dos Blocos e Pilares
Fôrma dos Blocos
Alvenaria do Muro Divisório
CASA 24
Desfôrma das Vigas
CASA 39
Desfôrma de Cintas
Concretagem dos Pilares
Fôrma dos Pilares
Concretagem nas Cintas
Desfôrma de Escada
Passagens nas Cintas - Inst. Hidrossanitária
Passagens nas Cintas - Inst. Elétrica
Concretagem dos Pilares
Concretagem de Escada
Fôrma dos Blocos
Forma de Cinta sobre Alvenaria do Muro
Concretagem de Vigas e Cinta sobre a Alvenaria
Armadura de Escada
Passagens nas Vigas - Inst. Elétrica
Forma de Cinta sobre Alvenaria do Muro
Forma e Concretagem dos Colchões de Apoio às Vigas
Passagens nas Vigas - Inst. Elétrica
Passagens nas Vigas - Inst. Hidrossanitária
CASA 40
CASA 25
Desfôrma dos Blocos
CASA 26
Desfôrma de Escada
Desfôrma de Vigas
Desfôrma de Pilares
Armadura das Vigas
Forma de Vigas
Forma e Concretagem dos Colchões de Apoio às Vigas
Desfôrma dos Blocos
Concretagem dos Blocos
Fôrma da Escada
Fôrma da Cinta C15
Fôrma da Cinta C15
Armadura da Cinta C15
Concreto da Cinta C15
Armadura da Cinta C15
Fôrma dos Pilares
Armadura das Vigas
Forma de Vigas
Concreto da Escada
Concreto da Cinta C15
Desfôrma de Pilares
Quadro 4.8: Diagrama de sequência para etapa de estrutura (quinzena 2): Diagrama de sequência para etapa de estrutura (quinzena 2)
42
: Diagrama de sequência para etapa de estrutura (quinzena 2)
Esse diagrama, a partir desse momento, é o ponto de partida dos dema
próximo diagrama a ser elaborado é o referente à concretagem dos elementos estruturais.
Excluem-se as linhas que se referem a serviços alheios à concretagem (
resultado é mostrado no Quadro
Figura 4.3: Exclusão dos serviços alheios à concretagem (quinzena 2)
Quadro 4.9: Diagrama resultante da estrutura para concretagem (quinzena 2)
Esse diagrama, a partir desse momento, é o ponto de partida dos dema
próximo diagrama a ser elaborado é o referente à concretagem dos elementos estruturais.
se as linhas que se referem a serviços alheios à concretagem (
Quadro 4.9.
: Exclusão dos serviços alheios à concretagem (quinzena 2)
: Diagrama resultante da estrutura para concretagem (quinzena 2)
43
Esse diagrama, a partir desse momento, é o ponto de partida dos demais. O
próximo diagrama a ser elaborado é o referente à concretagem dos elementos estruturais.
se as linhas que se referem a serviços alheios à concretagem (Figura 4.3). O
: Exclusão dos serviços alheios à concretagem (quinzena 2)
: Diagrama resultante da estrutura para concretagem (quinzena 2)
Repete-se essa ação de acordo com o número de equipes ex
são apresentados do Quadro
Quadro 4.10: Diagrama resultante da estrutura para equipe de ferreiros (quinzena 2)
Quadro 4.11: Diagrama resultante da estrutura para bombeiros (quinzena 2)
Quadro 4.12: Diagrama resultante da estrutura para eletricistas (quinzena 2)
se essa ação de acordo com o número de equipes ex
Quadro 4.10 ao Quadro 4.12.
: Diagrama resultante da estrutura para equipe de ferreiros (quinzena 2)
: Diagrama resultante da estrutura para bombeiros (quinzena 2)
: Diagrama resultante da estrutura para eletricistas (quinzena 2)
44
se essa ação de acordo com o número de equipes existentes. Os resultados
: Diagrama resultante da estrutura para equipe de ferreiros (quinzena 2)
: Diagrama resultante da estrutura para bombeiros (quinzena 2)
: Diagrama resultante da estrutura para eletricistas (quinzena 2)
45
Percebe-se que há muitas células em branco nos diagramas resultantes. Desse
modo, tem-se que alocar outros serviços que não façam parte da etapa de estrutura. Para
facilitar essa alocação, são listados os serviços diversos de responsabilidade da equipe
(Quadro 4.13 ao Quadro 4.16), independentemente da etapa, para chegar aos diagramas de
sequência individuais (Quadro 4.17 ao Quadro 4.20).
Quadro 4.13: Lista de serviços para a equipe de concretagem
Quadro 4.14: Lista de serviços para a equipe de ferreiros
Quadro 4.15: Lista de serviços para a equipe de eletricistas
Quadro
A partir da lista e do diagrama resultante da etapa estrutura,
da lista segundo a demanda da obra e disponibilidade da equipe.
O resultado final dos diagramas de sequência individuais é apresentado
Quadro 4
Quadro 4.16: Lista de serviços para a equipe de bombeiros
A partir da lista e do diagrama resultante da etapa estrutura,
da lista segundo a demanda da obra e disponibilidade da equipe.
O resultado final dos diagramas de sequência individuais é apresentado
4.17: Diagrama de sequência para equipe de concretagem.
46
A partir da lista e do diagrama resultante da etapa estrutura, aloca-se os serviços
O resultado final dos diagramas de sequência individuais é apresentado a seguir.
quipe de concretagem.
Quadro
Quadro 4
Quadro 4.18: Diagrama de sequência para a equipe de ferreiros
4.19: Diagrama de sequência para a equipe de eletricistas
47
: Diagrama de sequência para a equipe de ferreiros
: Diagrama de sequência para a equipe de eletricistas
Quadro 4
Assim como para a quinzena 2 (caso dos exemplos), também foram
outros diagramas de sequência para as demais quinzenas. Porém, não co
cada um, já que é basicamente uma tarefa similar.
4.4 Obtenção de dados dos diagramas de sequência ao final do período
O dado inicial
execução real do serviço. Com um “X” é assin
realizada determinada atividade.
Representa-se a seguir, do
apresentados anteriormente (
com a execução real dos serviços.
4.20: Diagrama de sequência para a equipe de bombeiros
Assim como para a quinzena 2 (caso dos exemplos), também foram
outros diagramas de sequência para as demais quinzenas. Porém, não co
cada um, já que é basicamente uma tarefa similar.
ados dos diagramas de sequência ao final do período
O dado inicial retirado dos diagramas de sequência corresponde à marcação da
execução real do serviço. Com um “X” é assinalado na própria célula a data em que foi
realizada determinada atividade.
se a seguir, do Quadro 4.21 ao Quadro
apresentados anteriormente (Quadro 4.8 e Quadro 4.17 ao Quadro 4.20
com a execução real dos serviços.
48
: Diagrama de sequência para a equipe de bombeiros
Assim como para a quinzena 2 (caso dos exemplos), também foram elaborados
outros diagramas de sequência para as demais quinzenas. Porém, não convém exemplificar
ados dos diagramas de sequência ao final do período
retirado dos diagramas de sequência corresponde à marcação da
alado na própria célula a data em que foi
Quadro 4.25, os diagramas
20) marcados de acordo
Quadro 4.2121: Marcação do diagrama de sequência da etapa estrutura
49
: Marcação do diagrama de sequência da etapa estrutura
Quadro 4.22: Marcação do diagrama
Quadro 4.23
: Marcação do diagrama de sequência da etapa de concretagem
23: Marcação do diagrama de sequência da equipe de ferreiros
50
de sequência da etapa de concretagem
: Marcação do diagrama de sequência da equipe de ferreiros
Quadro 4.24: Marcação do diagrama de sequência
Quadro 4.25: Marcação do diagrama de sequência da equipe de bombeiros
: Marcação do diagrama de sequência da equipe de eletricistas
: Marcação do diagrama de sequência da equipe de bombeiros
51
da equipe de eletricistas
: Marcação do diagrama de sequência da equipe de bombeiros
A partir dos diagramas marcados, é possível analisar o andamento da produção no
período estudado. Além da a
decidiu-se quantificar a produtividade da equipe no período pelos índices PPC (percentual de
planejamento concluído).
Calcula-se o índice de duas maneiras diferentes: de forma geral, consideran
período completo e relacionando atividades planejadas com concluídas, sem levar em conta as
datas de realização das mesmas
apenas atividades planejadas e executadas exclusivamente na data.
A seguir mostra
diagrama. Primeiramente é contabilizada a quantidade de atividades planejadas para o
período. Basta somar quantas células preenchidas existem no diagrama (
Quadro
A partir dos diagramas marcados, é possível analisar o andamento da produção no
período estudado. Além da análise visual apenas por percepção de células marcadas ou não,
se quantificar a produtividade da equipe no período pelos índices PPC (percentual de
se o índice de duas maneiras diferentes: de forma geral, consideran
período completo e relacionando atividades planejadas com concluídas, sem levar em conta as
datas de realização das mesmas. E de modo mais específico, analisando o dia, relacionando
apenas atividades planejadas e executadas exclusivamente na data.
A seguir mostra-se como cada um dos índices leva em conta a marcação do
Primeiramente é contabilizada a quantidade de atividades planejadas para o
período. Basta somar quantas células preenchidas existem no diagrama (
Quadro 4.26: Contagem de atividades planejadas para o período
52
A partir dos diagramas marcados, é possível analisar o andamento da produção no
nálise visual apenas por percepção de células marcadas ou não,
se quantificar a produtividade da equipe no período pelos índices PPC (percentual de
se o índice de duas maneiras diferentes: de forma geral, considerando o
período completo e relacionando atividades planejadas com concluídas, sem levar em conta as
de modo mais específico, analisando o dia, relacionando
se como cada um dos índices leva em conta a marcação do
Primeiramente é contabilizada a quantidade de atividades planejadas para o
período. Basta somar quantas células preenchidas existem no diagrama (Quadro 4.26).
: Contagem de atividades planejadas para o período
Para o caso do PPC quinzenal, é calculada
que foram executadas, ou seja, aquelas que estejam marcadas com um”X”
Quadro
Para a equipe de concretagem nesse período, o cálculo de PPC quinzenal é:
����������
Já no cálculo do PPC diário, a contagem de atividades é feita da seguinte forma:
conta-se a quantidade de células preenchidas para determinado dia e consequentemente,
quantas destas células estão marcadas, obtendo assim um percentual de planejamento efetivo
(Quadro 4.28).
so do PPC quinzenal, é calculada a quantidade de atividades planejadas
que foram executadas, ou seja, aquelas que estejam marcadas com um”X”
Quadro 4.27: Contagem de atividades executadas no período
Para a equipe de concretagem nesse período, o cálculo de PPC quinzenal é:
������� =∑ ����� ��������� � �100%
∑ ����� ������ ��� ��! � �=
18
18
Já no cálculo do PPC diário, a contagem de atividades é feita da seguinte forma:
de células preenchidas para determinado dia e consequentemente,
as estão marcadas, obtendo assim um percentual de planejamento efetivo
53
ade de atividades planejadas
que foram executadas, ou seja, aquelas que estejam marcadas com um”X” (Quadro 4.27).
: Contagem de atividades executadas no período
Para a equipe de concretagem nesse período, o cálculo de PPC quinzenal é:
= ())%
Já no cálculo do PPC diário, a contagem de atividades é feita da seguinte forma:
de células preenchidas para determinado dia e consequentemente,
as estão marcadas, obtendo assim um percentual de planejamento efetivo
Como a metodologia é a mesma para as demais equipes, mostram
números obtidos dos diagramas marcados apresentados
Quadro 4.29: Índices
Equipe
Concreto
Carpinteiros
Ferreiros
Eletricistas
Bombeiros
Quadro 4.28: Cálculo de PPC diário
Como a metodologia é a mesma para as demais equipes, mostram
números obtidos dos diagramas marcados apresentados anteriormente (Quadro
: Índices PPC obtidos para o diagrama de sequência da quinzena 2
PPC quinzenal PPC diário (média)
100%
95,4%
100%
93,3%
92,3%
54
Como a metodologia é a mesma para as demais equipes, mostram-se a seguir os
Quadro 4.29).
PPC obtidos para o diagrama de sequência da quinzena 2
PPC diário (média)
73%
77,2
65,7%
70%
55%
55
4.5 Elaboração de uma ordem de serviço
A ordem de serviço diária engloba tanto serviços regidos pelo diagrama de
sequência, como aqueles realizados de acordo com a demanda da obra e sem ciclos repetitivos
que os enquadrem na lista de etapas planejadas segundo o diagrama.
Como o foco do trabalho é no diagrama de sequência, é importante apenas atentar
para serviços guiados pelo planejamento quinzenal e sua relação com a OS, que não deve
fugir das orientações prévias estabelecidas na programação de curto prazo.
A ação de exportar as atividades diárias do diagrama de sequência para a ordem
de serviço é apenas de transcrição, a não ser que tenha havido algo que interfira no andamento
do planejamento quinzenal e possa ser corrigido pela OS. O termo correção é bastante
aplicável, já que a idéia dessa ferramenta é que o operário só execute determinado serviço se o
mesmo estiver contido na ordem de serviço respectiva.
A seguir representa-se a exportação de atividades do diagrama de sequência para a
ordem de serviço de uma data escolhida (22/09, por exemplo). Observa-se nos diagramas de
sequência elaborados que a data em questão corresponde à quarta coluna (quarto dia do
período).
Ao se observar o Quadro 4.8 e do Quadro 4.17 ao Quadro 4.20, para a coluna 4
(22/09) de cada um, e transcrevendo as atividades que compõem o dia analisado para cada
equipe separadamente, constrói-se a ordem de serviço para esse dia (Quadro 4.30).
Comparando as atividades atribuídas a cada equipe para o dia em questão com as
planejadas no diagrama de sequência, percebe-se que há bastante semelhança. Porém, há
alguns pontos que precisaram ser corrigidos por desvios na programação inicial. Essa é uma
das funções da OS.
É importante que, no momento da elaboração da ordem de serviço para o próximo
dia, tenha-se noção se as atividades delegadas para aquele dia foram executadas com êxito.
Somente assim, é possível planejar o próximo dia com precisão.
Quadro 4.
Essa ferramenta conjugada ao diagrama de sequência permite avaliar
cotidianamente se a programação realizada anteriormente é compatível com a realidade, ou se
há muito remanejamento de serviço ou pessoal devido a indisponibilidade de execução da
tarefa planejada. Tudo isso servirá de aprendizado no instante do novo planejamento
quinzenal, para que os problemas observados não tornem a aparecer.
.30: Ordem de serviço derivada do diagrama de sequência.
Essa ferramenta conjugada ao diagrama de sequência permite avaliar
se a programação realizada anteriormente é compatível com a realidade, ou se
há muito remanejamento de serviço ou pessoal devido a indisponibilidade de execução da
tarefa planejada. Tudo isso servirá de aprendizado no instante do novo planejamento
al, para que os problemas observados não tornem a aparecer.
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: Ordem de serviço derivada do diagrama de sequência.
Essa ferramenta conjugada ao diagrama de sequência permite avaliar
se a programação realizada anteriormente é compatível com a realidade, ou se
há muito remanejamento de serviço ou pessoal devido a indisponibilidade de execução da
tarefa planejada. Tudo isso servirá de aprendizado no instante do novo planejamento
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5 CONCLUSÕES
O planejamento de curto prazo, exemplificado pelo diagrama de sequência,
aplicado à construção de casas de alto padrão, mostrou-se útil no acompanhamento da
produção. O controle atribuído a ele foi expresso por meio de marcação gráfica do diagrama e
obtenção de índices que caracterizassem a veracidade da programação.
A partir da divisão dos serviços em etapas, além da discriminação da equipe
responsável por executá-los, foi possível analisar o desenvolvimento do grupo no período.
Atentou-se principalmente para os problemas encontrados no decorrer da produção e para a
existência em potencial de ciclos repetitivos de serviços. Esse acompanhamento embasou as
conclusões acerca de prazo.
Com conhecimento suficiente sobre o processo produtivo das equipes, foi possível
construir o diagrama de sequência inicial, que procurou reunir tudo que foi observado e
discutido e aplicar na alocação de atividades no dia-a-dia das equipes. Esse diagrama foi
levado a campo para verificar sua aplicabilidade. Anotou-se os desvios, problemas e
incompatibilidade de prazos para se discutir com a equipe e chegar a um fator comum. O
resultado desse processo foi aplicado no planejamento para a quinzena seguinte, que sempre
buscou levar em conta os fatores conclusivos sobre o período recém acabado, como alteração
de ciclos ou inserção de novas atividades, caracterizando o processo de melhoria contínua.
O diagrama de sequência mostrou-se importante também para a equipe para o
qual é construído, principalmente para eletricistas e bombeiros. A partir do momento em que
eles recebem a programação quinzenal dos seus serviços, podem se preparar para executá-los
da melhor maneira possível. Essa preparação vai desde a organização dos componentes da
equipe para atender à demanda como a preparação de material necessário para realizar a
atividade. O conhecimento com antecedência da atividade que será feita permite a solicitação
de material com folga de aproximadamente uma semana para o almoxarifado, que tem tempo
para separar o material e, dessa forma, não comprometer a execução do serviço.
Um fator bastante peculiar à construção de casas que foi observado diz respeito à
execução de diversas etapas ao mesmo tempo. Enquanto em um prédio normalmente se
executa uma etapa de cada vez (estrutura, alvenaria e revestimento), na construção de casas
essas etapas são executadas todas de uma vez, porém em células diferentes. Isso demanda a
existência de vários profissionais de funções diferentes, o que necessita maior controle para
que as atividades não se choquem.
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Não é o bastante construir o diagrama de sequência e acompanhá-lo. É preciso
mensurar a precisão do planejamento e o cumprimento de prazos. Para isso, decidiu-se utilizar
dois índices de Percentual de Planejamento Concluído (PPC), um quinzenal e outro diário. O
primeiro mostra apenas a porcentagem de atividades programadas que foram realmente
executadas, independente da data. O segundo analisa somente o dia, observando se as
atividades planejadas para aquele dia foram feitas.
Embora pareçam iguais, esses índices mostraram resultados diferentes
interessantes. Analisando primeiramente, é estranho observar um PPC quinzenal de 100%
para a equipe do concreto, enquanto que a média de seu PPC diário é de 73%. Isso mostra que
todas as atividades delegadas para a equipe foram executadas, porém não como explícito no
diagrama. Dessa forma, é possível concluir que houve dias em que se fizeram mais serviços
que o previsto para compensar possíveis atrasos.
Outra observação que se pode tirar dos índices é que se houver predominância de
100% nos valores, pode-se aumentar gradativamente a alocação de serviços para essa equipe,
pois há possibilidade de que a mesma esteja ociosa.
A divulgação desses valores no canteiro para os profissionais também é
importante. Foi observado que, com o passar do tempo, as próprias equipes assumiram uma
disputa interna para obter o maior índice PPC. Como ninguém quer ter o menor índice, a
produtividade das equipes em geral aumenta.
O auxílio que a ordem de serviço diária propiciou ao diagrama de sequência foi
relevante, pois ela foi a comunicação direta com o operário sobre mudanças na alocação de
serviços para o dia. Ela visou não deixar o profissional desinformado sobre o que irá fazer
naquele dia, mesmo ele tendo o diagrama de sequência. Essa atenção com a produção fez a
diferença e evitou ociosidade e erros de execução, atingindo o objetivo de deixar o operário
focado na sua produção diária.
Como se pode observar, o diagrama de sequência, assim como as observações que
o cercam, foram feitos apenas para a fase de estrutura e etapas ligadas a ela. Logo, sugere-se
para trabalhos futuros:
A expansão do diagrama de sequência para outras etapas da obra;
Análise da interferência de terceirizados no diagrama.
Construção da linha de balanço compatível com o diagrama de sequência;
Cálculo do fator homem-hora para as atividades descritas no diagrama.
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