Upload
enrique-schmitz
View
29
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
RESÍDUOS QUÍMICOS NO LEITE:
CONSERVANTES, NEUTRALIZANTES,
RECONSTITUINTES, DEFENSIVOS AGRÍCOLAS E
ANTIBIÓTICOS
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRARIAS
DPTO MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA
LABORATÓRIO DE INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE
ORIGEM ANIMAL
José Carlos Ribeiro Júnior
Orientadora: Profª Dra. Vanerli Beloti LONDRINA-2013
Introdução
Conservantes
Neutralizantes
Reconstituintes
FRAUDES!!!
Introdução
Defensivos agrícolas Perigos QUÍMICOS
Herbicidas
Fungicidas
Inseticidas
RESÍDUOS
EM POA
Contaminação química em
alimentos.
Promotores de crescimento
Medicamentos
Anti-Parasitários
Detecção obrigatória só de
antibióticos no leite
Praguicidas Agrícolas
Ração
Solo
Água
Introdução
Contaminação química de alimentos: “perigo silencioso”.
Desafio para a indústria de alimentos.
Vias de contaminação.
(BRASIL, 1999; MÍDIO, 2000; NERO, 2005; OGA, S. et al 2003).
Introdução
ANTIBIOTICOTERAPIA
Período de Carência
Resíduos no leite
CONSERVANTES
Conservantes
Utilizados para aumentar a vida útil do leite
Bactericidas ou
bacteriostáticos
Diminuição da deterioração
dos constituintes
Conservantes
Peróxido de Hidrogênio
Formaldeído
Hipoclorito de sódio
Permite H2O2 em leites
destinados
à produção de alguns
queijos.
Conservantes: H2O2
Agente oxidante
Ação bactericida e bacteriostática
H202 peroxidase H2O + O-
Radical Livre: oxidação de membrana e
enzimas essenciais para o metabolismo
basal dos micro-organismos
Natural do leite
e dos MO
Conservantes: H2O2
Conservante mais próximo do ideal
Detectável somente se superior a 0,1%
Sem resíduo de 0,03 a 0,08%
Não detectável a 0,1% após 24 horas.
Conservantes: Formol
Derivado do metanol: queima de
combustíveis
Se liga às aminas de proteínas bacterianas,
com efeito letal
Bactericida, fungicida e elimina esporos de
bactérias
Conservantes: Formol
No leite se liga à caseína e a albumina,
conferindo insolubilidade
Altamente carcinogênico, teratogênico e
mutagênico
Volátil: [ ] no leite diminui progressivamente
(?????)
Proibida a produção de desinfetantes a base
de formol com o objetivo de reduzir a oferta
do produto no mercado (ANVISA, 2008)
Conservantes: Hipoclorito
Bactericida
Cl: desnatura proteínas, impede o
metabolismo de glicose e compromete o
DNA
Em contato com a matéria orgânica: tri-
halometanos com consequente inativação
NEUTRALIZANTES
Neutralizantes
Diminuição da acidez (14 – 18ºD)
Devolve a
estabilidade
às proteínas.
Neutralizantes
Bicarbonato de sódio
Hidróxido de sódio
Neutralizantes: NaOH
Alterações em proteínas
Fosfato de Magnésio
Fosfato de Cálcio
Saponificação de gorduras
Os resíduos
não são
identificáveis
se a adulteração
foi realizada
corretamente
> pH < fator limitante multiplicação
microbiana
RECONSTITUINTES
Reconstituintes
Recompor a densidade e índice crioscópico
Para mascarar
a adição de
ÁGUA
Reconstituintes
Sal
Açúcar
Citrato de Sódio
Farinha
Solução
homogênea
Não altera
a crioscopia
Densidade
Adição de água Reconstituintes
1,0 g/mL
Água
1,034 g/mL 1,028 g/mL
Leite
Normal
Crioscopia
Adição de água Reconstituintes
0ºH
Água
-0,530ºH -0,550ºH
Leite
Normal
(Beloti, Silva & Tamanini, 2013)
Reconstituintes
Urina:
Densidade: 1,020 a 1,030 g/mL
Não sucede a adição de água
Grande volume acarreta odor
característico
Não detectável pela densidade ou
crioscopia
Reconstituintes
Ureia:
Mascarar a adição de água
Teores normais variam de 12 a 18
mg/dL
Fertilizante: Ureia + Formaldeído
0,1%
ureia -0,032ºH
0,3%
ureia
10%
Água
Ureia: Média paranaense
(APCBRH, 2013)
• Indica eficiência nutricional
• Considera-se fraude por adição de ureia
quando o valor ultrapassa 20 mg/dL
Reconstituintes: Ureia
Não é análise de rotina
Realizada em amostras de controle leiteiro
Metodologia não distingue o nitrogênio não
proteico das proteínas
> [ ] Ureia > [ ] Proteína
Reconstituintes: Citrato de
sódio
Citrato de sódio:
Mono, Di e Trifostato de sódio e Citrato de
sódio são permitidos em até 0,1% no leite
UHT
Recentemente: Citrato de sódio no leite
cru mascara a adição de água (Beloti
et al., 2010; Rios et al., 2013)
0,1% de Citrato -0,020ºH
0,1% de Fosfato -0,017ºH
Limitação brasileira
Legislação determina a pesquisa de
conservantes, neutralizantes e
reconstituintes somente em leite cru.
Produtor
Indústria ???
ANTIBIÓTICOS
Antibióticos
Anos 50 → efetivamente usados em veterinária e são usados extensivamente em animais produtores de
alimentos nas últimas três décadas (BLACK, 1984).
Resíduos freqüentemente detectados em POA.
Gado leiteiro→mastites→resíduos no leite.
Período de carência.
Tratamentos de quaisquer enfermidades com antimicrobianos, por qualquer via: resíduos no leite.
(BRASIL, 1999; MÍDIO, 2000).
Antibióticos
Brasil:
100 amostras de leite cru em GO, avaliadas para
β-lactâmicos, sulfonamidas, gentamicina e tilosina,
10% positivas (Souza et al. 2013).
6.873 amostras de leite cru em GO, 0,22%
positivas. (Costa et al. 2013).
273.578 amostras de 44.300 produtores do estado
de São Paulo (CARLOS, L.A. et al. 2004).
Principais ATB: β-lactâmicos.
Antibióticos – Estado de SP
(MÍDIO, 2000).
(Cassoli et al. 2013)
Antibióticos
β-lactâmicos: penicilinas e cefalosporinas.
Penicilinas: amoxicilina, ampicilina, penicilina G, dicloxacilina, fenoximetilpenicilina e oxacilina.
Cefalosporinas: cefalexina, cefalotina e cefazolina.
(CHA et al. 2006).
Antibióticos: Problemática
Seleção de cepas bacterianas resistentes
(ambiente/consumidor).
Hipersensibilidade e choque anafilático.
Desequilíbrio da microbiota intestinal.
Efeito teratogênico.
Inibição da multiplicação de microrganismos→ derivados
(queijos e iogurtes).
ATB no leite: tão importante quanto patógenos.
(NASCIMENTO et al., 2001; COSTA, 1996; ALBUQUERQUE et al., 1996)
Detecção
Determinação da IN 62/2011:
1 análise mensal de cada unidade
produtora com método que detecte o
LMR do MAPA.
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
Defensivos Agrícolas
PESTICIDA
PRAGUICIDA
DEFENSIVOS
AGRÍCOLAS
Defensivos Agrícolas
Brasil: 3,2 kg de ingrediente ativo/hectare→ 8º
lugar mundial no uso de pesticidas por área
cultivada (SINDAG, 2002).
Segunda Guerra→ crescimento progressivo.
Inseticidas, herbicidas, fungicidas e raticidas.
(SENENT, 1979).
Defensivos Agrícolas
Mais de 300 princípios ativos distribuídos em mais
de 2000 formulações. (LARA e BATISTA, 1992).
Aplicação desmedida→conseqüências negativas:
Desaparecimento espécies de insetos úteis;
Novas pragas;
Insetos resistentes;
Permanência meio ambiente→ ecossistemas.
(SENENT, 1979) (FLORES et al 2004)
Defensivos Agrícolas
Obedecer prazos de carência para cada produto
utilizado → resíduos em POA.
Risco para a saúde pública→ monitoramento e
vigilância desses produtos em águas, solos,
alimentos e ar (JAVARONI et al., 1991).
Ecotoxicologia.
Inseticidas Organoclorados
Inseticidas Organoclorados
Principais compostos:
DDT (diclorodifeniltricloroetano).
HCH (hexaclorociclohexano): lindane.
Ciclodienos: aldrin, dieldrin, endrin, clordano,
heptacloro, mirex.
Toxafeno.
Toxicocinética:
Absorvidos pele, trato digestivo e respiratório;
Altamente lipossolúveis (leite);
Bioacumulação e Biomagnificação.
Inseticidas Organoclorados
Estabilidade química e pronunciada ação residual;
Distúrbios no transporte cálcio e na eletro-fisiologia das membranas neuronais (OGA, S. et al 2003).
Uso proibido na agricultura pela Portaria n. 329 (BRASIL, 1985).
Venezuela: Análise de fórmulas Infantis: endrín (55%), DDT(37,5%), heptaclor (35%), aldrín (30%), lindano (25%), dieldrín e BHC (20%),e clordano 7,5% das 20 amostras analisadas. (IZQUIERDO, P. et. al.
2006).
Inseticidas Organoclorados
Inseticidas Organoclorados
Leite e derivados de diversos países: HCH entre
43-88%, BHC 52%, DDT 73% e clordano 77-95%. (BENTABOL, A.;et. al. 1995. LOSADA, A.;et. al. 1996. MAITRE, M.;et. al. 1994.
WONG, S.;et. al. 1997.)
Brasil: ALMEIDA e BARRETO (1971) e LARA et
al. (1980 e 1985) : resíduos HCH 100% das
amostras.
1996 a 98, CISCATO, GEBARA e SPINOSA
(2002): HCH 1,06% das amostras de leite.
Inseticidas Carbamatos e
Organofosforados
Carbamatos e
Organofosforados
Paration, fention, clortion, malation.
Carbaril, dicarban, methiocarb, carbofuran.
Estruturas químicas diferentes e efeitos clínicos
semelhantes.
Inibidores* da acetilcolinesterase→ impulsos
nervosos→ inibição prolongada: “envelhecimento”. (OGA, S. et al 2003).
(MÍDIO, 2000; NERO, 2005).
Carbamatos e
Organofosforados
Toxicocinética:
Absorvidos pele, trato respiratório e intestinal.
Rapidamente distribuídos no organismo.
Biotransformação (produtos menos tóxicos)→
facilmente eliminados. (meia vida curta).
(Oga, S. et al 2003).
80 a 90% da dose absorvida é eliminada em
48h.
Sem evidências de bioacumulação.
Intoxicação aguda: suor abundante, salivação,
tontura, dores e cólicas, visão turva, miose,
vômitos, dificuldade respiratória, tremores e
convulsões.
Carbamatos e
Organofosforados
(Oga, S. et al 2003).
Carbamatos e
Organofosforados
Organofosforados: pesticidas mais utilizados no
mundo (30%) (RUBI et al., 2004; BENEDICO, 2002).
Responsáveis por 80% das intoxicações por
defensivos agrícolas que requerem tratamento
médico, e por 75% das mortes causadas por
pesticidas (RUBI et al., 2004).
Carbamatos e
Organofosforados
Estudo da qualidade do leite cru em 4 estados RS, PR, SP
e MG resíduos de OF em 75,1% das amostras e
carbamatos em 73,7%. (NERO et al., 2004)
Londrina: 32 amostras leite cru (16) e pasteurizado (16):
Granjas OF CB
G -1 72,2% 18,7%
G-2 68,7% 12,5%
(FAGAN, E.P., 2006)
Resultados ToxiVet-UEL
Amostra
(n)
% Positivo
para
organofosfo
rado
% Positivo
para
carbamatos
Leite 80 69,7 26,7
Iogurte 24 95,8 45,8
Queijo
Frescal
3
100
100
(Souza et al., 2013)
Análises oficiais periódicas do
SIF
Legislação no Brasil
Legislação no Brasil
IN 42/99 – SDA
IN 26/09 – ATB
Mercosul – Res.12/11
Análises oficiais
Laboratórios Nacionais Agropecuários –
LANAGROs.
Metodologias:
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência
(HPLC)
Resultados oficiais: 2012