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REGIONAL NORDESTE ANO 10 | Nº 33 | RECIFE | JUNHO | 2013 Frederico Amâncio Entrevista com Secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco Nascido em Paulo Afonso (BA), em 17 de julho de 1969, o secretário de Planejamento e Gestão, Frederico da Costa Amâncio é formado em Administração pela Universidade de Pernambuco e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco. Ele ainda é pós-graduado em Economia Aplicada à Gestão Fiscal, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo e tem MBA em Gestão de Negócios em Petróleo e Gás, pela FGV do Rio de Janeiro. Em 1995, foi aprovado em concurso para auditor fiscal do Tesouro Estadual, lotado na Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz), onde trabalhou durante 15 anos. Antes de assumir a Secretaria de Planejamento e Gestão, cargo que ocupa atualmente, exerceu a função de secretário de Desenvolvimento Econômico e de presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape. Nesta edição, Fred Amâncio, como é mais conhecido, fala sobre Suape, energias renováveis e o aproveitamento das indústrias do mercado de eletroeletrônica nos projetos do principal porto pernambucano. ABINEE NEWS - Quais ações têm sido realizadas na área de Suape para incentivar o desenvolvimento e a utilização de energias renováveis no Estado? FREDERICO AMÂNCIO - O Estado de Pernam- buco aprovou recentemente uma legislação chamada “Pernambuco Sustentável”, que se encontra em fase de regulamentação. O objetivo desta lei é incentivar a utilização de energias renováveis pelas empresas instaladas no Estado, através do acréscimo de até cinco pontos percentuais nos benefícios fiscais das empresas que consumirem parte de sua demanda de fontes renováveis. Existem ainda diversos projetos de implantação de fontes renováveis em prédios públicos, assim como áreas remotas e ilhas, que muitas vezes dependem de fontes térmicas a óleo e carvão vegetal. AN - De que forma Pernambuco pretende transformar Suape em um cluster de fabricantes da cadeia eólica? FA - Suape já possui três empreendimentos de grande porte no setor. A IMPSA, maior fabricante de aerogera- dores do Brasil, e a Gestamp, que produz as torres eólicas. Outro empreendimento é a LM Wind Power, que já está com obras avançadas no Complexo e com previsão de que comece a operar neste ano. Com isso, Suape fecha a cadeia das grandes peças do setor eólico e já é, portanto, considerada uma referência nacional. Para a consolidação do cluster, temos nos apoiado em três pilares básicos: localização, infraestrutura e su- porte governamental. Estas condições tornam o trans- porte entre o porto e a fábrica ágil, descomplicado e, portanto, mais barato. AN - Como os projetos do Porto de Suape envolvem o aproveitamento das indústrias elétricas e eletrônicas instaladas no país? FA - Além da indústria eólica, o porto de Suape e o Estado de Pernambuco têm trabalhado fortemente no desenvolvimento dos setores de petróleo e gás, naval, offshore e automotivo. Dentro desse contexto, há em Pernambuco o Estaleiro Atlântico Sul, já em funcio- namento, três outros estaleiros em implantação, uma refinaria e uma petroquímica em construção, além da planta da FIAT, todos com as obras em andamento. Essas empresas têm grande interesse em desenvolver fornecedores nacionais, em função da política de conteúdo mínimo que atinge a todos esses setores de maneiras diferentes. Governo incentiva utilização de energias renováveis pelas empresas instaladas no Estado

Frederico Amâncio

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Page 1: Frederico Amâncio

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Frederico AmâncioEntrevista com

Secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco

Nascido em Paulo Afonso (BA), em 17 de julho de 1969, o secretário de Planejamento e Gestão, Frederico da Costa Amâncio é formado em Administração pela Universidade de Pernambuco e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco. Ele ainda é pós-graduado em Economia Aplicada à Gestão Fiscal, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo e tem MBA em Gestão de Negócios em Petróleo e Gás, pela FGV do Rio de Janeiro. Em 1995, foi aprovado em concurso para auditor fiscal do Tesouro Estadual, lotado na Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz), onde trabalhou durante 15 anos.

Antes de assumir a Secretaria de Planejamento e Gestão, cargo que ocupa atualmente, exerceu a função de secretário de Desenvolvimento Econômico e de presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape. Nesta edição, Fred Amâncio, como é mais conhecido, fala sobre Suape, energias renováveis e o aproveitamento das indústrias do mercado de eletroeletrônica nos projetos do principal porto pernambucano.

ABINEE NEWS - Quais ações têm sido realizadas na área de Suape para incentivar o desenvolvimento e a utilização de energias renováveis no Estado?

FREDERICO AMÂNCIO - O Estado de Pernam-buco aprovou recentemente uma legislação chamada “Pernambuco Sustentável”, que se encontra em fase de regulamentação. O objetivo desta lei é incentivar a utilização de energias renováveis pelas empresas instaladas no Estado, através do acréscimo de até cinco pontos percentuais nos benefícios fiscais das empresas que consumirem parte de sua demanda de fontes renováveis. Existem ainda diversos projetos de implantação de fontes renováveis em prédios públicos, assim como áreas remotas e ilhas, que muitas vezes dependem de fontes térmicas a óleo e carvão vegetal.

AN - De que forma Pernambuco pretende transformar Suape em um cluster de fabricantes da cadeia eólica?

FA - Suape já possui três empreendimentos de grande porte no setor. A IMPSA, maior fabricante de aerogera-dores do Brasil, e a Gestamp, que produz as torres eólicas. Outro empreendimento é a LM Wind Power, que já está com obras avançadas no Complexo e com previsão de que comece a operar neste ano. Com isso, Suape fecha a cadeia das grandes peças do setor eólico e já é, portanto, considerada uma referência nacional. Para a consolidação do cluster, temos nos apoiado em três pilares básicos: localização, infraestrutura e su-porte governamental. Estas condições tornam o trans-porte entre o porto e a fábrica ágil, descomplicado e, portanto, mais barato.

AN - Como os projetos do Porto de Suape envolvem o aproveitamento das indústrias elétricas e eletrônicas instaladas no país?

FA - Além da indústria eólica, o porto de Suape e o Estado de Pernambuco têm trabalhado fortemente no desenvolvimento dos setores de petróleo e gás, naval, offshore e automotivo. Dentro desse contexto, há em Pernambuco o Estaleiro Atlântico Sul, já em funcio-namento, três outros estaleiros em implantação, uma refinaria e uma petroquímica em construção, além da planta da FIAT, todos com as obras em andamento. Essas empresas têm grande interesse em desenvolver fornecedores nacionais, em função da política de conteúdo mínimo que atinge a todos esses setores de maneiras diferentes.

Governo incentiva utilização de energias renováveis pelas empresas instaladas no Estado

Page 2: Frederico Amâncio

Informativo da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica | www.abinee.org.br2

A Abinee realizou, no inicio do mês de abril, em São Paulo, o Abinee Tec 2013, em paralelo à FIEE 2013. A abertura do Fórum Abinee Tec, realizado no dia 1º, reuniu mais de 400 pessoas, entre representantes das indústrias do setor, além de membros dos poderes executivo e legislativo, e marcou o início das comemorações do cinquentenário da entidade. Estiveram presente, dentre outras autoridades, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o presidente da FINEP, Glauco Arbix.

Em seu pronunciamento na abertura do evento, o presidente da Abinee, Humberto Barbato, traçou um histórico da atuação da entidade, com destaque para cada um dos ex-presidentes. Para ele, falar sobre os 50 anos da Abinee é falar de parte da história do Brasil.

Um dos pontos de destaque do evento foi a palestra Tecnologias do Futuro, com a participação do dire-tor de inovação da Intel, Max Lei-te, o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Microsoft, Richard Chaves, o diretor do Centro de Pes-

quisas de Grafeno da Universidade Nacional de Cingapura, Antonio H. Castro Neto, tendo como modera-dor, o cientista Fábio Gandour. Essa e outras palestras, seminários e talk shows, estão disponíveis no sitewww.abinee.org.br.

Indústria Eletroeletrônica celebra 50 anos da Abinee em SP

Volume de negócios da FIEE 2013 deve atingir R$ 4 bilhões

A 27ª edição da FIEE 2013 - Feira In-ternacional da Indústria Elétrica, Ele-trônica, Energia e Automação - reali-zada pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, com o apoio oficial da Abi-nee, deve registrar um volume de ne-gócios de mais de R$ 4 bilhões. Esse

total de recursos será alcançado com negócios iniciados na Feira e concre-tizados nos próximos seis meses.

Numa edição que contou com 60 mil metros quadrados de exposição, a FIEE 2013 reuniu mais de 1.200 mar-cas, entre as maiores empresas do setor eletroeletrônico. O evento re-cebeu cerca de 55 mil visitantes entre executivos, técnicos e especialistas, representantes de empresas do Bra-sil e do exterior.

De acordo com levantamento feito pela Abinee, 85% dos expositores aprovaram a qualidade do público vi-sitante (entre ótimo e bom). Em re-

lação à quantidade de visitantes, 70% dos expositores aprovaram o volu-me de circulação no pavilhão (entre ótimo e bom). Na avaliação geral da Feira, 80% dos expositores aprova-ram o evento como um todo (entre ótimo e bom).

OPINIÃO DOS EXPOSITORES

Qualidade do público visitante

Ótimo

Péssimo

Ruim

Regular

Bom

Volume de circulação

Avaliação geral do evento

Page 3: Frederico Amâncio

Informativo da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica | www.abinee.org.br 3

Atualmente, existem dois ambien-tes de comercialização em funcio-namento no mercado de energia brasileiro. O maior e mais antigo, com 74% da energia dos consumi-dores brasileiros, é o Ambiente de Contratação Regulado (ACR), tam-bém chamado de Mercado Cativo. Neste mercado, todos os geradores vendem às distribuidoras de energia, que revendem ao consumidor final. O outro, menor e mais novo, com 26% da energia dos consumidores brasileiros, é o Ambiente de Contra-tação Livre (ACL), que une o gera-dor ao consumidor final, quer seja de forma direta, quer seja passando por uma Comercializadora. Atualmen-te, pela legislação vigente, o ACL tem a possibilidade de crescer até 46% em relação ao volume atual. E foi pensando neste mercado que o Grupo Cornélio Brennand (GCB) e a Koblitz iniciaram, no mês de abril, a operação de sua mais nova empresa: a Atiaia Comercializadora.

De acordo com o diretor executivo da nova empresa, Ro-mero Rêgo, o novo empreend imento tem por finalidade a comercialização de energia limpa den-tro do Ambiente de Contratação Livre (ACL), com o objeti-vo de atuar de duas diferentes maneiras, unindo gerador e consumidor de for-ma direta ou comprando e reven-dendo energia, com foco no merca-do de fontes renováveis, a médio e a longo prazo. “Além da comercia-lização, a empresa prestará outros serviços como consultoria técnica às instalações dos clientes, visando a migração para este novo mercado, gerenciamento e contabilização de energia, comercialização de sobras e faltas de energia, emissão de relató-

rios de gestão e disponibilização de dados de medição”, acrescentou.

A empresa, que foi criada em julho de 2012, possui sede no Recife, atua-ção nacional e inicia suas atividades com foco na prospecção de clientes, inicialmente, na região Norte/Nor-deste. Isto se dá pelo mercado regio-nal ser bastante atrativo, com grande potencial de crescimento.

A Abinee dá as boas vindas à mais nova associada, a empresa Limilight. A instituição foi fundada em 1998 com a finalidade de melhorar a qualidade de energia oferecida pela concessionária local, protegendo as instalações elétricas e também visando à diminuição dos custos de energia elétrica para os seus clientes. Atuante em todo o território nacional, a Lumilight do Brasil conta hoje com mais de 70 colaboradores. A sede da empresa fica na cidade do Recife, em Pernambuco.

Perspectiva de crescimento desse mercado é de, pelo menos, 46%

Grupo Cornélio Brennand e Koblitz investem em

EMPRESA COMERCIALIZADORA DE ENERGIA

Lumilight na Abinee

NOTA DESTACADA

Page 4: Frederico Amâncio

Fique por dentro

Entre os dias 17 e 18 abril, Recife foi palco da segunda edição do PE Business – Energias Renováveis, conferência que reuniu empresas nacionais e internacionais, além do Governo, para apresentar as oportunidades de negócios do setor em Pernambuco e discutir a neces-sidade de atrair investimentos para alterna-tivas diversificadas e sustentáveis de geração de energia. A programação foi formada por painéis, palestras e mesas redondas. O even-to aconteceu no Centro de Convenções, em Olinda, voltado para dirigentes de empresas privadas brasileiras e estrangeiras, instituições de classe, estudiosos e para o público em geral.

Sempre inovando, a Mectronic lança os únicos quadros que seguem o mesmo desenho das tomadas e interruptores, buscando a harmonia entre todos os ambientes da casa. A empresa pernambucana, com sede em São Lourenço da Mata, é especializada na fabricação de adaptadores, interruptores, plugues, tomadas e caixas de distribuição e conectividade.

Expediente ServiçoDiretor Regional:Angelo Leite

Vice Diretor:Renzo Sudário

Gerente Regional:Marco Rogério Santos

Jornalista responsável:Natália Tavares - DRT/PE 2704

Manter o espírito inovador tem sido a missão da Heimer, desde 1940. E, mais uma vez, a empresa comprova isso após lançar na Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia e Automação (FIEE) o seu mais novo produto. Trata-se de um sistema de energia renovável e híbrido, o Heimer ESB (Eólico-Solar-Biodiesel), projetado para locais onde é necessária uma independência em relação à con-cessionária local ou onde há ausên-

cia total de energia e um alto grau de exigência da mesma.

“Não havia melhor oportunidade do que estar na FIEE e lançar nosso produto num evento das propor-ções dessa feira, onde podemos ficar mais perto das novidades e apresentar nosso trabalho. Esta é uma excelente oportunidade para que todos descubram o que esta-mos preparando para os próximos anos”, disse o diretor da empresa, Charles Haimer.

O projeto inovador é assinado pela Heimer

Sistema de energia renovável e híbrido é lançado em feira

Proporcionar melhoria da qualidade na saúde através de soluções inovadoras e sustentáveis. Esta é a missão da TMED, presente no mer-cado desde 1997. A TMED é uma empresa voltada à pesquisa de novas tecnologias para o desenvolvimento de produtos e serviços di-ferenciados em soluções tecnológicas para as áreas de engenharia biomédica, eletroeletrô-nica, design industrial e metalurgia. A empresa tem sede no Recife, já atua em 14 estados do Brasil e conta com profissionais capacitados em industrialização e comercialização de so-luções tecnológicas, trabalhando em parceria com outras empresas da área.

Para corresponder com redação:Rua Domingos José Martins, 75 - Sl 101- Recife Antigo CEP 50030-200 - Fone/Fax: 81 3271-4266

Para Anunciar:Fone: 81 3271-4266e-mail: [email protected]

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