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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE NUTRIÇÃO FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA TRANSTORNOS ALIMENTARES ENTRE UNIVERSITÁRIOS ISABELA PRADO MARTINS Cuiabá-MT, setembro de 2018

FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA

TRANSTORNOS ALIMENTARES ENTRE UNIVERSITÁRIOS

ISABELA PRADO MARTINS

Cuiabá-MT, setembro de 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA

TRANSTORNOS ALIMENTARES ENTRE UNIVERSITÁRIOS

ISABELA PRADO MARTINS

Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de

Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso

como parte dos requisitos exigidos para obtenção

do título de Bacharel em Nutrição, sob orientação

da professora Ma. Ana Paula Alves de Souza.

Cuiabá-MT, setembro de 2018

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Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

P896f Prado Martins, Isabela.

Frequência de comportamentos de risco para transtornos alimentares entre universitários / Isabela Prado Martins. -- 2018

56 f. ; 30 cm.

Orientador: Ana Paula Alves de Souza.

TCC (graduação em Nutrição) - Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Nutrição, Cuiabá, 2018.

Inclui bibliografia.

1. Comportamento alimentar. 2. Saúde do estudante. 3. Grupos de risco. 4. Transtornos da alimentação e da ingestão de alimentos. I. Título.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE NUTRIÇÃO

FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA

TRANSTORNOS ALIMENTARES ENTRE UNIVERSITÁRIOS

ISABELA PRADO MARTINS

Orientadora:

Profa. Ma. Ana Paula Alves de Souza

MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA

JULGADO EM: 04 de setembro de 2018

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AGRADECIMENTOS

Agradecer é o entendimento de ser grato a algo que a vida nos dá, sendo ele bom ou ruim, de

conquistas ou desafios.

Agradeço a Deus, Àquele que permite que todas as coisas se concretizem.

À minha mãe e irmãs que me ampararam em todos os momentos e contribuíram com meus

estudos e sonhos.

Ao meu namorado pelo carinho, apoio e incentivo para a realização deste trabalho.

Às amizades que conquistei e levo para a vida.

À minha orientadora Ana Paula Alves de Souza, pelo suporte e paciência durante toda a

execução deste trabalho.

Aos professores que colaboraram com tamanho conhecimento e experiências durante toda a

graduação.

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“Your body is not an ornament, it’s the

vehicle to your dreams.”

Taryn Brumfitt

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10

2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 12

2.1. OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 12

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 12

3. REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 13

3.1. COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA TRANSTORNOS ALIMENTARES

ENTRE ADOLESCENTES .................................................................................................. 13

3.2. CONCEITO, FATORES DE RISCO E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DOS

TRANSTORNOS ALIMENTARES .................................................................................... 14

3.3. TRANSTORNOS ALIMENTARES ENTRE UNIVERSITÁRIOS ......................... 20

4. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 30

4.1. TIPO, LOCAL E POPULAÇÃO DE ESTUDO ........................................................ 30

4.2. COLETA DE DADOS ............................................................................................... 31

4.3. VARIÁVEIS DO ESTUDO E PROCEDIMENTOS DE AFERIÇÃO ..................... 31

4.4. ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................................ 32

4.5. ASPECTOS ÉTICOS ................................................................................................ 32

5. RESULTADOS .................................................................................................................. 34

6. DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 36

7. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 41

ANEXOS ................................................................................................................................. 51

ANEXO 1 - Questionário simplificado para triagem de adolescentes com comportamentos

de risco para transtornos alimentares em estudos epidemiológicos. .................................... 51

ANEXO 2 - Parecer consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa. ............................. 52

ANEXO 3 - Termo de consentimento livre e esclarecido. ................................................... 54

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RESUMO

MARTINS, I. P. Frequência de comportamentos de risco para transtornos alimentares entre universitários.

Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

Grosso, Cuiabá, 2018.

Introdução: O ingresso na universidade pode desencadear mudanças no estilo de vida dos estudantes, incluindo a

adoção de condutas negativas relacionadas à alimentação. Objetivo: Identificar a frequência de comportamentos

de risco para transtornos alimentares (TA) entre universitários e fatores associados. Métodos: Estudo transversal,

realizado com 1.038 estudantes de uma Universidade Púbica de Cuiabá-MT, com idade entre 16 e 25 anos. Para

coleta de dados, foi utilizado questionário de autopreenchimento e aferição de medidas antropométricas. Foram

calculadas as distribuições de frequências observadas (%) e utilizado o teste do qui-quadrado, considerando o nível

de significância de 5%, para avaliar associação dos comportamentos de risco de TA com as variáveis

independentes. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Júlio Muller

da Universidade Federal de Mato Grosso, sob o parecer nº 1.006.048, de 31 de março de 2015. Resultados: Dentre

os participantes, 50,96% eram do sexo masculino, 78,8% tinham idade entre 16 a 19 anos, 40,2% se declararam

de cor da pele branca, 69,5% residiam com os pais ou parentes e 48,5% eram da classe econômica B. O excesso

de peso foi observado em 23,4% dos estudantes. A frequência de comportamentos de risco para TA foi de 18,4%,

sendo maior entre as mulheres (26,7 vs. 10,4%; p<0,01), e entre aqueles que apresentaram excesso de peso (30,0

vs. 14,9%; p<0,01). Conclusão: A frequência de comportamentos risco para TA foi elevada entre os universitários,

sendo maior entre as mulheres e em indivíduos com excesso de peso.

PALAVRAS-CHAVE: Comportamento alimentar; Saúde do estudante; Grupos de risco; Transtornos da

alimentação e da ingestão de alimentos.

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ABSTRACT

MARTINS, I. P. Frequency of risk behaviors for eating disorders among university students. Completion of

course work. College of nutrition – UFMT, 2018.

Introduction: Admission to university can trigger changes in students' lifestyles, including the adoption of negative

behaviors related to eating. Objective: To identify the frequency of risk behaviors for eating disorders (ED) among

university students and associated factors. Methods: A cross-sectional study was carried out with 1,038 students

from a Public University of Cuiabá-MT, aged between 16 and 25 years. To collect data, a self-filling questionnaire

and anthropometric measurements were used. The observed frequency distributions (%) were calculated and the

chi-square test was used, considering the significance level of 5%, to evaluate the association of the ED risk

behaviors with the independent variables. The project was approved by the Research Ethics Committee of the Júlio

Muller University Hospital of the Federal University of Mato Grosso, under the nº 1,006,048, dated March 31,

2015. Results: Among the participants, 50.96% were males, 78.8% were aged between 16 and 19 years old, 40.2%

declared themselves white-skinned, 69.5% lived with their parents or relatives and 48.5% were from social class

B. Excess weight was observed in 23.4% of the students. The frequency of risk behaviors for ED was 18.4%,

higher among women (26.7 vs. 10.4%, p <0.01), and among those who were overweight (30.0% vs. 14.9%, p

<0.01). Conclusion: The frequency of risk behaviors for ED was high among college students, being higher among

women and in overweight individuals.

KEY WORDS: Food behavior; Student health; Risk groups; Eating disorders.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadros: Pg

Quadro 1 - Fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos

alimentares.

15

Quadro 2 - Estudos internacionais que avaliaram transtornos alimentares

entre universitários.

22

Quadro 3 - Estudos nacionais que avaliaram transtornos alimentares entre

universitários.

27

Tabelas:

Tabela 1 - Distribuição da população de estudo segundo características

sociodemográficas, econômicas e de saúde – Cuiabá/MT, 2018 (n= 1.038).

34

Tabela 2 - Frequência de comportamentos de risco para transtornos

alimentares entre universitários, segundo as variáveis sociodemográficas,

econômicas e de saúde – Cuiabá/MT, 2018 (n= 1.038).

35

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AN - Anorexia Nervosa

ABEP - Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa

APA - American Psychiatric Association

BITE - Teste de Investigação Bulímica de Edimburgo

BN - Bulimia Nervosa

CID - Código Internacional de Doenças

DSM - Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders

EAT-26 - Teste de Atitudes Alimentares

ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

OMS - Organização Mundial de Saúde

PPP - Percepção de Problemas de Peso

SCOFF - Sick, Control, One Stone, Fat, Food

TA - Transtornos Alimentares

TCAP - Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica

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10

1. INTRODUÇÃO

Os Transtornos Alimentares (TA) estão se tornando cada vez mais o centro da atenção

dos profissionais de saúde por apresentarem significativo prejuízo pessoal e social,

principalmente entre os jovens. Estes transtornos destacam-se pela alta frequência de

morbidade e mortalidade, e são caracterizados por distúrbios severos no comportamento

alimentar (PINZON e NOGUEIRA, 2004).

Os comportamentos de risco para TA podem ser definidos como a prática de dietas

restritivas ou jejuns prolongados, episódios de compulsão alimentar e o uso de mecanismos

compensatórios como laxantes, diuréticos e vômitos autoinduzidos com a finalidade de evitar

o ganho de peso (FERREIRA e VEIGA, 2008). Esses comportamentos têm sido considerados

precursores para o desenvolvimento de quadros completos de TA (KELLY et al., 2005).

Dentre os TA, os mais comuns são a anorexia nervosa (AN) e a bulimia nervosa (BN).

DAHLGREN et al. (2017) mostraram em uma revisão sistemática sobre prevalência de TA,

que incluiu estudos envolvendo indivíduos com idade entre 11 e 96 anos, uma variação da

prevalência de AN entre mulheres de 0,67% a 1,2% e, entre os homens, a prevalência

encontrada foi de 0,1%, visto que, apenas um estudo incluiu indivíduos do sexo masculino. Para

BN a prevalência foi de 0,59% a 0,6% entre mulheres. Não constam dados de prevalência de

BN para homens no estudo.

O aumento na ocorrência dos TA coincide com uma conjuntura social marcada pela

ênfase na magreza feminina, tornando a obesidade uma condição altamente estigmatizada e

rejeitada. O corpo magro passou a ser visto como uma expressão de atração sexual, associado

à beleza, sucesso e à felicidade e, como consequência disso, condutas negativas relacionadas à

alimentação têm aumentado, como por exemplo, dietas excessivas e uso de outros meios não

saudáveis para regulação do peso, em busca do corpo “ideal” que muitas vezes é incompatível

com as variantes individuais (KILLEN et al., 1993; SAIKALI et al., 2004; NUNES, 2012).

Adolescentes e adultos jovens, quando ingressam na universidade podem ser

influenciados por diversos fatores como novas relações sociais, estresse, instabilidade

psicossocial, modismos dietéticos, omissão de refeições, aumento do consumo de fast foods,

consumo excessivo de bebida alcoólica e tabaco. Este, muitas vezes é o primeiro momento em

que se responsabilizarão por sua moradia, alimentação e gestão de finanças (FIATES e

SALLES, 2001; VIEIRA et al., 2002).

Além disso, no período da adolescência, o indivíduo passa por importantes

transformações físicas, fisiológicas e psicossociais, o que contribui para o aumento da

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vulnerabilidade nesse grupo populacional (ENES e SLATER, 2010). O ato de restringir

alimentos tem início geralmente nesta fase, em resposta a uma má aceitação das mudanças

corporais, principalmente do peso, associado a fatores psicológicos individuais e familiares e

ao forte apelo sociocultural do culto à magreza, podendo gerar algum tipo de distúrbio alimentar

(DUNKER e PHILIPPI, 2003; ANDRADE e SANTOS, 2009).

Dessa forma, os TA estão intimamente relacionados ao modo como o indivíduo vivencia

seu corpo e constrói sua imagem corporal na passagem da adolescência (ANDRADE e

SANTOS, 2009). A preocupação com o peso e a imagem corporal é cada vez mais frequente

nessa faixa etária, sendo a insatisfação corporal um dos principais fatores para o

desencadeamento de comportamentos de risco para TA entre adolescentes (BUTRYN e

WADDEN, 2005).

Nesse contexto, considera-se relevante avaliar os comportamentos de risco para o

desenvolvimento de TA entre estudantes universitários, uma vez que, os períodos da

adolescência e vida acadêmica estão sujeitos a diversas mudanças sociais, culturais e

comportamentais, inclusive relacionadas com significantes alterações nos hábitos alimentares,

que podem induzir ao surgimento desses distúrbios e determinados problemas de saúde, e em

longo prazo podem comprometer a qualidade de vida desse grupo.

Portanto, este estudo visa contribuir para o conhecimento sobre os comportamentos de

risco e os fatores associados para TA entre os estudantes universitários. Vale ressaltar que, o

acompanhamento dos estudantes nessa fase da vida pode prevenir possíveis transtornos e ser

um incentivo à criação de programas de prevenção aos TA dentro da universidade.

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12

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

• Identificar a frequência de comportamentos de risco para transtornos alimentares entre

universitários e fatores associados.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Estimar a frequência de comportamentos de risco para transtornos alimentares entre

universitários;

• Identificar fatores associados aos comportamentos de risco para transtornos alimentares.

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3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1. COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA TRANSTORNOS ALIMENTARES

ENTRE ADOLESCENTES

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adolescência compreende a faixa

etária de 10 a 19 anos de idade e considera que a juventude se estende dos 15 aos 24 anos

(WHO, 1986; BRASIL, 2007). No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

considera criança o indivíduo com idade até 12 anos incompletos e define a adolescência como

a faixa etária de 12 a 18 anos de idade (BRASIL, 1990).

A adolescência é considerada um período de transição entre a infância e a vida adulta,

e nessa fase ocorrem muitas transformações biológicas e psíquicas, gerando diversas

inquietudes ao indivíduo. Esse período é marcado pela emergência da sexualidade e a

dificuldade em estabelecer a própria identidade (MANTOANELLI et al., 1997; SILVA et al.,

2014). Além disso, é caracterizada pelo desenvolvimento e definição de sua autoimagem, estilo

de vida e de reajuste à vida social, familiar e escolar, a fim de se tornar um adulto socialmente

aceito (GAMBARDELLA, 1995; MANTOANELLI et al., 1997).

Neste período, a alimentação representa um papel fundamental para o bom

desenvolvimento do indivíduo. A formação dos hábitos alimentares se inicia na infância e se

define na adolescência permanecendo na vida adulta (SILVA et al., 2014). Assim, a influência

do meio em que o indivíduo está inserido é primordial para a formação de seu caráter,

pensamentos e hábitos, inclusive alimentares. Na adolescência, também é comum condutas

negativas relacionadas à alimentação, podendo ocasionar problemas de saúde como obesidade

e os TA (CARMO et al., 2014; SILVA et al., 2014).

Dentre os fatores relacionados ao desencadeamento destes hábitos alimentares

inadequados nessa faixa etária estão: a insatisfação corporal, caracterizada pelo desgosto

profundo ao corpo (SCHERER et al., 2010; ALVARENGA et al., 2011; SCHAAL et al., 2011);

prática extenuante de atividade física (TEIXEIRA et al., 2011); estado nutricional inadequado

(PELEGRINI e PETROSKI, 2010); adiposidade elevada (MARTINS et al., 2010); pertencer à

etnia branca (SAMPEI et al., 2009); classe econômica elevada (VALE et al., 2011).

FORTES et al. (2015), em estudo conduzido com adolescentes do sexo feminino

encontraram que as jovens com baixa autoestima estiveram mais propensas a comportamentos

bulímicos; as insatisfeitas com seus corpos apresentaram predisposição a restrições alimentares

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e comportamentos compulsivos e purgativos; e as que mais internalizavam o ideal de magreza

eram mais vulneráveis à dieta, bulimia e autocontrole oral.

Com relação aos homens, LAVENDER et al. (2010), em estudo realizado com

estudantes do sexo masculino de uma universidade localizada em Boston (EUA), mostraram

que a restrição alimentar e a prática extenuante de atividade física podem ser interpretadas como

o ideal de corpo masculino, através do baixo percentual de gordura e da alta quantidade de

massa muscular.

Em geral, devido a essa preocupação excessiva com o peso corporal e insatisfação com

a própria imagem, muitos adotam comportamentos alimentares anormais e práticas inadequadas

de controle de peso, como o uso de diuréticos, laxantes, autoindução de vômitos e prática de

atividade física extenuante, produzindo um campo fértil para o desenvolvimento desses

transtornos (SIMAS e GUIMARÃES, 2002; ROMARO e ITOKAZU, 2002; FERREIRA e

VEIGA, 2008; SCHAAL et al., 2011; CARMO et al., 2014; NICE, 2017).

Ademais, a sociedade ocidental contemporânea vive sob o ideal de magreza e da boa

forma física, impostos pela mídia que transmite esses padrões estéticos, especialmente para as

mulheres, nas quais a aparência física representa uma importante medida de valor (SIMAS e

GUIMARÃES, 2002; CARMO et al., 2014). Além disso, o comportamento alimentar feminino

é muitas vezes influenciado pelo símbolo de poder e de beleza que as mulheres acreditam que

a dieta restritiva pode trazer (MAGALHÃES e MENDONÇA, 2005).

Assim, a prevalência destes comportamentos de risco tem se mostrado mais elevada

entre adolescentes do sexo feminino, que buscam o ideal de magreza pela insatisfação corporal

e que muitas vezes é inatingível, sendo uma impossibilidade biológica para a maioria das

mulheres (SIMAS e GUIMARÃES, 2002; BIGHETTI et al., 2004; ALVES et al., 2008;

FORTES et al., 2013a; FORTES et al., 2013b; CARMO et al., 2014; NICE, 2017).

Alguns estudos demonstram que nos últimos anos a ocorrência desses comportamentos

tem sido encontrada em idade cada vez mais precoce, apresentando casos no início da infância

(SAITO e SILVA, 2001; ALVES et al., 2008; SCHERER et al., 2010).

3.2. CONCEITO, FATORES DE RISCO E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DOS

TRANSTORNOS ALIMENTARES

Os TA e seus critérios diagnósticos têm sido amplamente estudados nos últimos 30 anos

e, apesar de estarem ligados à atualidade, a sintomatologia destes transtornos está relacionada

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15

a vários fatores através da história, não devendo ser considerados distúrbios contemporâneos

(BALDAM et al., 2008).

Nesse contexto, o primeiro episódio de anorexia a ser descrito, ocorreu durante a Idade

Média, com a “falta de apetite milagrosa” ligada à purificação espiritual e não visando a

magreza; era uma forma de penitência, demonstração de perfeccionismo, moral e rigidez

(DELL’OSSO et al., 2016).

Somente no final do século XIX, surgiram definições para AN, por William Gull,

passando a ser considerada um transtorno psicológico devido à autoimposição de recusa

alimentar e condução à magreza. Entre os anos de 1950 a 1960, esse transtorno foi conceituado

como uma reação psicofisiológica e o primeiro a ser inserido no Diagnostic and Statistical

Manual of Mental Disorders (DSM) (DELL’OSSO et al., 2016).

Em 1979, Russel foi o primeiro a definir a BN e a distingui-la da AN. Sendo uma de

suas práticas o vômito autoinduzido, conduta muito antiga e que pode ser encontrada em

diferentes povos da antiguidade. No Egito, por exemplo, acreditava-se que o vômito e o uso de

purgativos eram bons, visto que “todas as doenças dos homens eram oriundas da comida”. Ritos

semelhantes eram compartilhados entre outros povos e suas crenças, como gregos e romanos

(CORDÁS e CLAUDINO, 2002). A BN é considerada um transtorno específico desde 1980

com a publicação do DSM-III (ROMARO e ITOKAZU, 2002).

Nos anos 50 também foi descrito pela primeira vez o transtorno da compulsão alimentar

periódica (TCAP) por Stunkard (1959), porém, só foi incluído no Diagnostic and Statistical

Manual of Mental Disorders em 1994, na quarta edição DSM-IV (APA, 1994).

Os TA são definidos como distúrbios caracterizados por uma perturbação persistente na

alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação, que resulta no consumo ou na

absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o

funcionamento psicossocial (APA, 2013). São síndromes comportamentais de etiologia

multifatorial, relacionada a uma combinação de anormalidades biológicas, psicológicas e/ou

ambientais que contribuem para o seu desenvolvimento e, frequentemente considerados

quadros clínicos relacionados à modernidade (CLAUDINO e BORGES, 2002; CORDÁS e

CLAUDINO, 2002; MORGAN et al., 2002; EISENBERG et al., 2011).

Atualmente, na quinta edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders

– DSM-V referente às perturbações no comportamento alimentar, são descritos critérios

diagnósticos para pica, transtorno de ruminação, transtorno alimentar restritivo/evitativo,

anorexia nervosa, bulimia nervosa, transtorno de compulsão alimentar, outro transtorno

alimentar especificado e transtorno alimentar não especificado (APA, 2013).

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16

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de TA podem ser observados no

Quadro 1.

Quadro 1 - Fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares.

Fatores gerais e sociais

Gênero

Raça / etnia

Participação na subcultura social ou profissional relacionada ao peso (dançarina, modelo,

atleta, ginastas)

Orientação do papel sexual; para homens: homossexualidade

Fatores familiares

Obesidade Parental

Psicopatologia parental

Interação familiar / estilo de comunicação, emoção expressa

Fatores de desenvolvimento

Idade adolescente

Obesidade pré-mórbida, maior índice de massa corporal

Comer exigente na infância, comer problematizado, pica

Alimentação infantil e problemas digestivos

Comentários arrogantes / críticos sobre peso e forma

Maturação puberal precoce

Transtornos de ansiedade na infância

Eventos adversos da vida

Abuso sexual ou físico e outros eventos de vida estressantes ou adversos

Fatores psicológicos e comportamentais

Fazer dieta, comer contido, excesso de preocupação com peso e forma, insatisfação corporal/

imagem negativa do corpo, exercícios de alta intensidade visando magreza

Baixa percepção interoceptiva e baixa autoestima

Perfeccionismo, obsessividade-compulsiva

Transtorno obsessivo-compulsivo, depressão, transtornos de ansiedade, abuso de substâncias

e/ou álcool, instabilidade afetiva

Estilo de apego

Autoconsciência

Exercício de alto nível

Fatores Biológicos

Fatores genéticos

Perturbações neuroendócrinas e metabólicas

Mudanças na densidade do receptor

Alterações eletroencefalográficas

Mudanças na regulação da fome e saciedade

Fonte: JACOBI et al., 2004.

O indivíduo que desenvolve algum tipo de TA é permeado de múltiplos sentimentos e

ideias, ora de características negativas, ora positivas. Os mais comuns, são: solidão, medo,

culpa, raiva, tristeza, autocontrole e poder. Nesse contexto, a comida em estados emocionais

positivos também é gatilho para a compulsão alimentar; comer passa a ser uma forma de

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17

intensificar os sentimentos positivos, causar excitação e celebrar os bons momentos

(ESPÍNDOLA e BLAY, 2006).

Dentre os transtornos psiquiátricos, os distúrbios alimentares estão relacionados com

elevada morbidade e com maior taxa de mortalidade (STICE e RAGAN, 2002; CORDÁS,

2004), sendo que indivíduos com distúrbios alimentares têm um índice de mortalidade doze

vezes maior comparado com indivíduos da mesma faixa etária que não apresentam esses

problemas, e duas vezes maior do que pessoas portadoras de outros transtornos psiquiátricos

(ANDRADE et al., 2006).

O diagnóstico de TA tem critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde

(OMS), no Código Internacional de Doenças (CID) e pela Associação de Psiquiatria Americana

(APA), no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) (ARAÚJO e NETO,

2014).

Diante disso, a AN é caracterizada por uma recusa alimentar deliberada com o intuito

de emagrecer ou por um inexplicável medo de engordar ou de tornar-se obeso, visto que em

casos mais graves apresentam real perda de apetite, e a supervalorização da imagem corporal,

gerando uma distorção de imagem do próprio corpo (SAIKALI et al., 2004; APA, 2013).

Os critérios diagnósticos para AN são: restrição da ingestão calórica em relação às

necessidades levando a uma perda de peso significativa, medo intenso de ganhar peso ou de

engordar e perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciadas ou

ausência persistente de reconhecimento da gravidade do baixo peso corporal atual (APA, 2013).

Os fatores de risco associados à AN são de origem ambiental, como ocupações e

trabalhos que incentivem e valorizem a magreza, como por exemplo, bailarinas e modelos,

culturas e contextos. Além disso, fatores temperamentais, como indivíduos que desenvolvem

transtornos de ansiedade ou exibem traços obsessivos na infância. E ainda, associação com

fatores genéticos e fisiológicos, como parentes biológicos de primeiro grau com o transtorno e

em gêmeos monozigóticos (KENDLER, 1997; KLEIN e WALSH, 2004; APA, 2013).

A ocorrência desse transtorno é mais comum entre as mulheres em relação aos homens,

e geralmente começa durante a adolescência ou na idade adulta jovem, sendo relativamente rara

entre adolescentes. O início costuma estar associado a algum fator de estresse, como deixar a

casa dos pais para ingressar na universidade. O curso e o desfecho da AN são altamente

variáveis (CURRIN et al., 2005; APA, 2013).

Alguns se recuperam inteiramente depois de um único episódio, outros exibem um

padrão flutuante de ganho de peso seguido por recaída, ou ainda apresentam um curso crônico

ao longo de muitos anos, sendo muitas vezes necessária a hospitalização para recuperação do

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18

peso e tratamento de complicações clínicas. A maioria dos indivíduos com AN sofre remissão

dentro de cinco anos depois da manifestação inicial do transtorno (ZIPFEL et al., 2000;

NIELSEN, 2001; APA, 2013).

Atualmente, a AN apresenta incidências que variam de 4,2 a 12,6 por 100.000 pessoas

e a maior taxa de mortalidade dentre os transtornos mentais, sendo a mais comum na causa de

mortes por suicídio e complicações cardíacas (CURRIN et al., 2005; ARCELUS et al., 2011).

A taxa de mortalidade varia entre 0,3 a 3%, de acordo com a gravidade dos casos clínicos

analisados (HERZOG et al., 2000; NIELSEN, 2001; APA, 2013).

Em estudo de metanálise com artigos publicados entre 1966 a 2010, a taxa de

mortalidade por AN foi de 5,10 mortes por 1000 pessoas ao ano (IC 95% = 3,99; 6,14), dentre

as quais 1,3 mortes resultaram de suicídio (ARCELUS et al., 2011).

Outro transtorno alimentar é a BN, que é caracterizada em sua forma típica pela ingestão

compulsiva e rápida de grande quantidade de alimento, com pouco ou nenhum prazer, alternada

com comportamento dirigido para evitar ganho de peso e medo mórbido de engordar (CORDÁS

e CLAUDINO, 2002).

Os critérios diagnósticos desse transtorno envolvem episódios recorrentes de compulsão

alimentar, comportamentos compensatórios inapropriados, como por exemplo, jejum, vômito

autoinduzido e uso de laxantes de forma recorrente, a fim de impedir o ganho de peso com a

frequência, em média, de no mínimo uma vez por semana durante três meses e autoavaliação é

indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporal (APA, 2013).

Os fatores de risco para BN compreendem os ambientais, como a internalização de um

ideal corporal magro que aumenta o risco de desenvolver preocupações com o peso e indivíduos

que sofreram abuso sexual ou físico na infância apresentam maior risco (ROMARO e

ITOKAZU, 2002; APA, 2013).

E ainda, os fatores temperamentais, onde destacam-se as preocupações com o peso,

baixa autoestima, sintomas depressivos, tipo de vínculo com a figura materna, o limiar da

resistência ao estresse, tendências perfeccionistas, dificuldade no controle de impulsos,

transtorno de ansiedade social e transtorno de ansiedade excessiva na infância (ROMARO e

ITOKAZU, 2002; APA, 2013).

Também fazem parte os fatores genéticos e fisiológicos, como a obesidade infantil, a

maturação puberal precoce e a vulnerabilidade genética para a perturbação. Além disso, outro

aspecto estudado é a presença de depressão e de distúrbios alimentares nas mães de bulímicos.

Ademais, fatores modificadores do curso, como a gravidade da comorbidade psiquiátrica que

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19

prediz uma evolução desfavorável de bulimia nervosa em longo prazo (ROMARO e

ITOKAZU, 2002; APA, 2013).

A prevalência de BN é maior entre adultos, já que o transtorno atinge seu pico no fim

da adolescência e início da idade adulta, sendo que a compulsão alimentar com elevada

frequência começa durante ou depois de um episódio de dieta para perder peso e também

através de múltiplos eventos estressantes. O curso do transtorno pode ser crônico ou

intermitente, com períodos de remissão alternando com recorrências de compulsão alimentar

(APA, 2013).

Segundo a APA (2013), este transtorno é mais comum entre as mulheres. Entretanto,

estudo realizado por HUDSON et al. (2007) com famílias americanas, encontraram alta

frequência de homens com BN, representando aproximadamente um quarto dos casos

encontrados.

Em relação a taxa de mortalidade por BN, ARCELUS et al. (2011), em estudo de

metanálise, encontraram uma taxa de 1,74 mortes para cada 1000 pessoas ao ano (IC 95%=

1,09; 2,44). Além disso, dos artigos revisados pelos autores, cinco reportaram a mortalidade

por BN apenas para o sexo feminino com taxa de 2,22 mortes por 1000 pessoas ao ano (IC

95%= 0,73; 4,72). Não foram encontrados estudos exclusivamente masculinos.

O transtorno da compulsão alimentar periódica, apresenta como característica essencial

episódios recorrentes de compulsão alimentar que ocorrem, em média, uma vez por semana

durante três meses (APA, 2013). Os indivíduos com esse transtorno apresentam episódios de

compulsão alimentar, mas não utilizam as medidas extremas para evitar o ganho de peso como

a pessoa com BN (SPITZER et al., 1991).

Os critérios diagnósticos para TCAP são: episódios recorrentes de compulsão alimentar;

compulsão alimentar associada a comer rapidamente, se sentir desconfortavelmente satisfeito,

comer grandes quantidades de alimento na ausência de fome, comer sozinho por vergonha,

sentir-se desgostoso de si mesmo; sofrimento marcante em virtude da compulsão alimentar;

compulsão alimentar não está associada ao uso recorrente de comportamento compensatório

inapropriado como na BN e não ocorre exclusivamente durante o curso de BN ou AN (APA,

2013).

Os fatores de risco para TCAP estão associados ao fator genético e fisiológico, ou seja,

parece comum em famílias, o que pode refletir influências genéticas adicionais (APA, 2013).

Alterações comportamentais e neuroendócrinas, um atraso no ritmo circadiano e saciedade

prejudicada podem levar ao desenvolvimento deste transtorno, sendo associados, em muitos

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20

estudos, com Índice de Massa Corporal (IMC) elevado, humor deprimido, estresse e ansiedade

(BERNARDI et al., 2009).

A maioria dos indivíduos com esse transtorno apresentam excesso de peso

(APPOLINÁRIO e CLAUDINO, 2000; NICE, 2017). Ademais, o TCAP é particularmente

comum entre indivíduos encaminhados para cirurgia bariátrica (NICE, 2017). No Brasil, cerca

de 15 a 22% dos indivíduos que procuram tratamento para emagrecimento apresentam TCAP

(COUTINHO, 2006).

Isto pode ser explicado, pelo fato de que indivíduos obesos, geralmente, apresentam

sofrimento psicológico devido à depreciação de sua imagem física e preocupação excessiva

com o peso, e esta condição emocional muitas vezes pode levar estes indivíduos a práticas

alimentares anormais, consumindo compulsivamente alimentos como um mecanismo

compensatório (BERNARDI et al., 2005).

Esse comportamento é comum tanto em adolescentes e universitários (APA, 2013),

principalmente entre 14 e 18 anos de idade (MAGALHÃES, 2009), quanto em indivíduos mais

velhos, sendo que um terço são do sexo masculino (NICE, 2017). Entretanto, em estudo

conduzido por PIVETTA e GONÇALVES-SILVA (2010) com adolescentes de Cuiabá, Mato

Grosso, foi encontrada associação entre episódios de compulsão alimentar com o sexo feminino

(RP = 1,93; IC 95%= 1,47; 2,53).

A prática de fazer dieta segue o desenvolvimento de compulsão alimentar em muitos

indivíduos com o transtorno, diferentemente da BN em que o hábito disfuncional de fazer dieta

geralmente precede o início da compulsão alimentar.

Quanto a taxa de remissão destes transtornos, os indivíduos com AN sofrem remissão

dentro de cinco anos depois da manifestação inicial do transtorno, sendo que entre aqueles

hospitalizados, as taxas podem ser menores; para indivíduos com BN, os períodos de remissão

acima de um ano estão associados a uma evolução de longo prazo mais favorável; e, comparado

com os outros transtornos, a TCAP possui taxa de remissão maior, porém, esse transtorno

parece ser relativamente persistente, e seu curso é comparável ao da BN em termos de gravidade

e duração (APA, 2013).

3.3. TRANSTORNOS ALIMENTARES ENTRE UNIVERSITÁRIOS

Entre os estudantes universitários, a frequência de TA é elevada visto que, no período

em que estão na universidade passam por diversas mudanças sociais e culturais como, saída do

núcleo familiar, novas relações, instabilidade psicossocial, e ainda tornam-se responsáveis por

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21

sua moradia, gestão de finanças, administração do tempo, hábitos alimentares, elaboração do

cardápio, compra de alimentos e a organização dos horários das refeições (JACOBSON, 1998;

VIEIRA et al., 2002; IZAGA et al., 2006).

A prevalência destes transtornos entre universitários apresenta uma variação conforme

a localidade, por exemplo, na Espanha, 19,5% dos universitários apresentaram algum tipo de

TA, sendo maior entre as mulheres (MARTÍNEZ-GONZALEZ et al., 2014). Em contrapartida,

na Grécia a prevalência encontrada foi de 40%, demonstrando também associação entre o sexo

feminino e a depressão/estresse com o desenvolvimento desses distúrbios (FRAGKOS e

FRANGOS, 2013).

Em estudo conduzido com universitários na Cidade do México no ano de 2011, cerca

de 41,4% dos estudantes relataram sentir fome constantemente e comer demais; 18,8%

relataram ter dificuldade em parar de comer; 9,7% apresentavam compulsão alimentar; na

análise segundo o sexo, as mulheres apresentaram mais comportamentos alimentares alterados

comparado aos homens (LAZAREVICH et al., 2013).

No Brasil, foi observada no ano de 2007, nas cinco regiões do país, uma variação na

frequência dos comportamentos de risco para TA entre estudantes do sexo feminino dos cursos

de Enfermagem e/ou Psicologia de 23,7% a 30,1% (p<0,05) (ALVARENGA et al., 2011). Do

mesmo modo, em Minas Gerais no ano de 2011, entre as estudantes universitárias de vários

cursos de graduação, também foi encontrada alta frequência de comportamento de risco para o

desenvolvimento de TA, diferindo estatisticamente dos homens, de 22,46% vs. 6,43% (p<0,05)

(CARVALHO et al., 2013).

A seguir, destacam-se alguns estudos internacionais (Quadro 2) e nacionais (Quadro 3)

que identificaram comportamentos de risco para TA entre universitários de ambos os sexos, em

ordem cronológica crescente do ano de publicação, de acordo com as informações disponíveis

nos artigos.

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22

Quadro 2 - Estudos internacionais que avaliaram transtornos alimentares entre universitários.

AUTOR, ANO

LOCAL E

PERÍODO DE

ESTUDO

TIPO DE ESTUDO,

POPULAÇÃO PRINCIPAIS RESULTADOS CONCLUSÕES

ÁLVAREZ et al.,

2009

México

2002

Estudo transversal, n= 742

estudantes com idade entre 16 e

25 anos do primeiro ano de

Medicina da Universidade

Nacional Autônoma do México.

A prevalência de comportamentos de

risco para TA foi de 5,8%. Entre os

comportamentos de risco associados a

TA: 9,7% dos alunos apresentaram

eventos compulsivos, 5,6% vômito

autoinduzido e 5,6% de uso de laxantes.

O estudo mostrou que a

população universitária

apresentou comportamentos

de risco para TA. O IMC e a

percepção da imagem

corporal apresentaram

correlação estatística

significativa com os TA.

SAULES

et al., 2009

Estados Unidos

2006-2007

Estudo transversal, n= 1.063

estudantes universitários de

psicologia da Middlewestern

University, com idade média de

22,3 anos (DP ± 7.1).

42,6% dos estudantes com excesso de

peso admitiram a compulsão alimentar.

Entre os participantes que não tinham

excesso de peso, 43,2% daqueles que

acreditavam estar com excesso de peso

admitiram a compulsão alimentar. A

Percepção de Problemas de Peso (PPP)

mediou a contribuição do IMC sobre os

resultados de compulsão alimentar e a

PPP contribuiu significativamente para

a previsão de compulsão alimentar,

além do risco conferido por correlatos

estabelecidos de compulsão alimentar

(por exemplo, gênero, humor e

tabagismo).

O fato do indivíduo acreditar

ou não que está acima do

peso, tem poder preditivo

significativo para o risco de

compulsão alimentar.

Continua

Page 25: FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

23

Quadro 2 - Estudos internacionais que avaliaram transtornos alimentares entre universitários. Continuação

AUTOR,

ANO

LOCAL E

PERÍODO DE

ESTUDO

TIPO DE ESTUDO,

POPULAÇÃO PRINCIPAIS RESULTADOS CONCLUSÕES

EISENBERG

et al., 2011

Estados Unidos

2005-2007

Estudo transversal, n= 2.822

estudantes da graduação e

pós-graduação, com pelo

menos 18 anos de idade.

Entre os alunos de graduação, a

prevalência de risco de desenvolvimento

de TA (SCOFF +) foi de 13,5% para as

mulheres e de 3,6% para os homens.

Entre estudantes com SCOFF positivo,

20% tinham recebido tratamento de

saúde mental no ano passado.

Estudantes com sintomas de TA são

muito mais propensos a desenvolver

sintomas concomitantes de

psicopatologia (exemplo: depressão,

ansiedade, ideação suicida e autolesão

não suicida).

LAZAREVICH

et al., 2013

Cidade do México

2011

Estudo transversal, n= 1.122

universitários calouros,

com idade média de 20 anos

(DP=1,98), da Universidade

Metropolitana Autônoma

Xochimilco da Cidade do

México.

Estudantes com comportamento

alimentar alterado apresentaram elevados

níveis de impulsividade e depressão;

82,8% tinham problemas para comer

regularmente, 41,1% relataram sentir

fome constantemente, comer em excesso

e têm dificuldade em parar de comer

(18,8%) ou compulsão alimentar (9,7%);

As mulheres apresentaram mais

comportamentos alimentares alterados

em relação aos homens(p<0,05).

Foi encontrada relação do

comportamento alimentar inadequado

com problemas de saúde mental e

excesso de peso.

FRAGKOS e

FRANGOS,

2013

Atenas/Grécia

2010 – 2011

Estudo tranversal, n= 1.865

estudantes de educação

profissional pós-secundária,

graduação ou pós-

graudação de instituições

públicas ou privadas de

Atenas com idade média de

21,2 anos.

A prevalência de TA foi de 40%, houve

associação entre o sexo feminino e a

depressão/estresse com o

desenvolvimento desses distúrbios.

O risco de TA é prevalente entre as

populações de estudantes na Grécia. O

estudo apresentou evidências sugerindo

associação do desenvolvimento de TA

com o sexo feminino, relações

interpessoais (estresse conjugal ou

relacionamento) e ansiedade.

Continua

Page 26: FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

24

Quadro 2 - Estudos internacionais que avaliaram transtornos alimentares entre universitários. Continuação

AUTOR, ANO

LOCAL E

PERÍODO DE

ESTUDO

TIPO DE ESTUDO,

POPULAÇÃO PRINCIPAIS RESULTADOS CONCLUSÕES

QUICK e BYRD-

BREDBENNER,

2013

Estados Unidos

2009-2010

Estudo transversal, n= 2.604

universitários com idade entre

18 e 26 anos, estudantes de

instituições públicas dos

EUA.

Um em cada sete estudantes relatou ter

regularmente compulsão alimentar; as mulheres

apresentaram maior pressão para atingir o

padrão de aparência física da mídia do que os

homens; Comportamentos compensatórios de

vômito autoinduzido (6%) e uso indevido de

medicamentos (4%) foram similares em ambos

os sexos, porém, a prática excessiva de

exercício foi significantemente maior em

homens do que em mulheres.

Estudantes universitários

apresentaram práticas

alimentares inadequadas,

principalmente a compulsão

alimentar entre as mulheres e

os homens nos

comportamentos

compensatórios.

SHAIKH e

KAYANI,

2014

Islamabad,

Paquistão

2011

Estudo transversal, n= 1.134

estudantes do sexo feminino

entre 16 e 20 anos de idade de

escolas no ensino médio e

universidades de Islamabad.

O maior número de respostas afirmativas no

SCOFF foi para “a comida domina a vida”

(62,3%); Apenas 11,6% responderam

negativamente a todas as cinco perguntas do

SCOFF e 64,9% pontuaram dois ou mais na

escala SCOFF; estudantes entre 19-20 anos

estavam mais insatisfeitos com o tamanho do

corpo em comparação com as estudantes entre

16-18 anos de idade.

Estudo ressaltou a importância

de ações sobre educação em

saúde para os familiares

docentes e aos próprios

adolescentes, o que ajudaria a

lidar com os TA.

MARTÍNEZ-

GONZALEZ

et al., 2014

Espanha

2011- 2013

Estudo transversal, n= 1.306

estudantes de universidades

públicas com idade ≤ 30 anos

de idade.

Prevalência de TA foi de 19,5% (p= 0,006),

sendo maior no sexo feminino. As mulheres

com risco de TA apresentaram mais

frequentemente depressão, dores menstruais e

percepção de saúde ruim; entre os homens, o

risco que se apresentou com maior frequência

foi percepção de saúde ruim.

Os TA são frequentes em

estudantes universitários do

primeiro ano, cuja elevada

prevalência tem sido associada

a diferentes hábitos de vida,

influenciados por gênero.

Continua

Page 27: FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

25

Quadro 2 - Estudos internacionais que avaliaram transtornos alimentares entre universitários. Continuação

AUTOR, ANO

LOCAL E

PERÍODO DE

ESTUDO

TIPO DE ESTUDO,

POPULAÇÃO PRINCIPAIS RESULTADOS CONCLUSÕES

TAVOLACCI

et al., 2015

França

2009-2012

Estudo transversal, n= 3.457

estudantes universitários

com idade entre 18 e 25 anos

da University of Upper

Normandy, França.

A prevalência de triagem positiva de SCOFF foi de

20,5% entre os alunos. Uma relação positiva entre o

SCOFF+ foi observada com o sexo feminino

(<0,001), estresse (p<0,001), depressão (p<0,006),

problemas de abuso de bebida alcoólica (p<0,006) e

risco de ciberdependência (p<0,001).

Os distúrbios alimentares

são altamente prevalentes

entre estudantes

universitários na França e

associados a outros riscos

comportamentais, estresse

e depressão.

CHANG

et al., 2015

Wuhu, Anhui

Province/China

2015.

Estudo transversal, n= 1.135

universitárias do sexo

feminino com idade entre 17

e 25 anos, cursando

Medicina na Universidade

Wannan.

Prevalência de estudantes em risco de TA foi de

2,17% sendo mais frequente entre aqueles que

tinham relacionamento ruim com seus pais,

apresentavam IMC elevado, possuíam foco

excessivo em propagandas emagrecedoras e cujos

parentes realizavam alguma dieta.

Alto risco de

desenvolvimento de TA,

embora tenham sido

observadas correlações

entre ansiedade,

depressão e

comportamento alimentar

não saudável.

LIPSON e

SONNERVILLE,

2017

Estados Unidos

2013-2015

Estudo transversal, n= 9.713

estudantes universitários

com idade entre 18 e 23 anos

de 12 instituições em todo o

país.

Maior prevalência de compulsão alimentar entre as

mulheres em relação aos homens (49% vs. 30%),

mas prevalência semelhante de comportamentos

compensatórios (31% vs. 29%). A condição de peso

foi a preditora mais consistente do risco de TA com

sintomas significativamente maiores observados

entre indivíduos com sobrepeso e obesidade.

Quando comparado a indivíduos com peso saudável,

aqueles com excesso de peso apresentaram maior

risco de TA (OR homens= 3,5; OR mulheres= 2,0),

compulsão alimentar (OR homens= 2,1; OR

mulheres= 1,9) e uso de comportamentos

compensatórios (OR homens= 1,5; OR mulheres=

1,3).

Os TA são altamente

prevalentes nos campi

universitários. Estudantes

de graduação, homens

homossexuais e

estudantes com sobrepeso

e obesidade devem ser

considerados populações

de risco elevado.

Continua

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26

Quadro 2 - Estudos internacionais que avaliaram transtornos alimentares entre universitários. Continuação

AUTOR, ANO LOCAL E PERÍODO

DE ESTUDO

TIPO DE ESTUDO,

POPULAÇÃO PRINCIPAIS RESULTADOS CONCLUSÕES

PENGPID e

PELTZER, 2018

5 países da Associação

de Nações do Sudeste

Asiático (Indonésia,

Malásia, Myanmar,

Tailândia e Vietnã)

2016

Estudo transversal, n= 3.148

estudantes universitárias com

idade média de 20,5 anos.

De acordo com o Teste de Atitudes

Alimentares (EAT-26), 11,5% dos

alunos foram classificados com

risco de desenvolver algum TA. Na

análise de regressão logística

multivariada, fatores

sociodemográficos, percepção do

peso corporal com baixo peso e

sobrepeso, fatores psicológicos

(sintomas de depressão e uso

patológico da internet) e obesidade

foram associados ao risco de TA.

Foram encontradas taxas

relativamente altas de risco

de TA.

SEO e JE,

2018

Coréia do Sul

2014

Estudo transversal, n= 637

estudantes universitários com

idade média de 22,9 (±2,2) anos.

Os sintomas depressivos foram

associados ao sexo feminino

(p=0,002), alto nível de estresse

vital (p<0,001) e comportamentos

alimentares perturbados (versão

coreana do EAT-26) (p<0,001). Em

contraste, os sintomas depressivos

foram inversamente associados com

alta satisfação da imagem corporal

(p=0,001) e autoestima (p<0,001).

Os estudantes com sintomas

depressivos tendiam a

apresentar distúrbios nos

comportamentos alimentares,

baixa satisfação da imagem

corporal, baixa autoestima e

altos níveis de estresse.

RADWAN

et al., 2018

Emirados Árabes

Unidos (UAE)

2015

Estudo transversal, n= 662

universitários com idade entre

18-25 anos, estudantes em

instituições nos UAE.

Cerca de 33% da amostra tinham

pontuação ≥ 20 no EAT-26 e 45%;

as mulheres estavam mais

preocupadas com sua forma

corporal e mais influenciadas pela

mídia do que os homens;

As imagens da mídia e as

famílias são influências

significativas nos hábitos

alimentares dos adultos

jovens.

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27

Quadro 3 - Estudos nacionais que avaliaram transtornos alimentares entre universitários.

AUTOR, ANO LOCAL E PERÍODO

DE ESTUDO

TIPO DE ESTUDO,

POPULAÇÃO PRINCIPAIS RESULTADOS CONCLUSÕES

PENZ et al.,

2008

Porto Alegre/RS

2007

Estudo transversal, n= 203

estudantes do sexo feminino

maiores de 18 anos

matriculadas no curso de

Nutrição.

35% das estudantes apresentavam risco

de desenvolvimento de TA sendo que

75,8% estavam eutróficas. Correlação

positiva entre EAT+ e IMC no grupo de

estudantes eutróficas.

Estudantes com peso

adequado mostram-se

excessivamente preocupadas

com seu peso e podem estar

enxergando seu corpo de uma

maneira distorcida

ALVARENGA et al.,

2011

Cinco regiões do Brasil

(Norte; Nordeste;

Centro-oeste; Sudeste;

Sul)

2010

Estudo transversal, n= 2.483

universitárias com idade ≥18

anos e ≤50 anos, matriculadas

nos cursos de Enfermagem

e/ou Psicologia. Não havendo

esses cursos, foram indicados

Fisioterapia, Farmácia e/ou

Biomedicina dos primeiros e

segundos anos do curso nas

cinco regiões do país.

Frequência de comportamento de risco

para TA variou de 23,7% a 30,1% nas

cinco regiões do país.

Universitárias brasileiras

apresentam alta frequência de

comportamentos de risco

para TA em todas as regiões

do país.

ALVARENGA

et al., 2013

Cinco regiões do Brasil

(Norte; Nordeste;

Centro-oeste; Sudeste;

Sul)

2010

Estudo transversal, n= 2.489

universitárias com idade ≥18

anos e ≤50 anos, matriculadas

nos cursos de Enfermagem

e/ou Psicologia. Não havendo

esses cursos, foram indicados

Fisioterapia, Farmácia e/ou

Biomedicina dos primeiros e

segundos anos.

Não comer e pular refeições foram

positivamente associados com o estado

nutricional, e foram mais frequentes

entre os estudantes com sobrepeso e

obesidade. Métodos compensatórios e

dieta foram positivamente associados ao

nível de escolaridade do chefe da família,

com menor prevalência entre os

participantes cujo chefe de família tinha

apenas quatro anos de escolaridade.

Alta prevalência de fatores

associados ao comer

transtornado em

universitárias brasileiras.

Continua

Page 30: FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

28

Quadro 3 - Estudos nacionais que avaliaram transtornos alimentares entre universitários. Continuação

AUTOR, ANO

LOCAL E

PERÍODO DE

ESTUDO

TIPO DE ESTUDO,

POPULAÇÃO PRINCIPAIS RESULTADOS CONCLUSÕES

CARVALHO

et al., 2013

Juiz de Fora/MG

2011

Estudo transversal, n= 587

universitários com idade ≥ 18 anos,

de diversos cursos de graduação da

Universidade Federal de Juiz de

Fora.

Checagem corporal (observação do

corpo, medições de partes do corpo,

comparação entre o corpo do sujeito com

de outros e busca por informações

perceptivas) está associada às atitudes

alimentares inadequadas e à insatisfação

corporal. Foram encontradas maiores

frequências das variáveis de checagem

corporal, atitude alimentar inadequada e

insatisfação com a imagem corporal entre

as mulheres.

A checagem corporal, é um

comportamento presente e de

alta frequência em

universitários com risco para

TA e também naqueles

insatisfeitos com sua imagem

corporal.

MAGALHÃES

et al., 2016

Belo Horizonte/MG

2008

Estudo transversal, n= 374

estudantes ingressantes de diversos

cursos no 2º semestre de 2008 na

Universidade Federal de Minas

Gerais.

Encontrou-se entre os estudantes um

comportamento de risco para BN de

28,7% e para AN de 6,7%.

Comportamento de risco para

AN foi maior entre as

mulheres do que entre

homens.

NUNES et al.,

2017

Latin American and

Caribbean Health

Science Literature

Database e Scientific

Eletronic Library

Online

2005-2015

Revisão sistemática de 11 artigos

sobre os fatores de risco associados

ao desenvolvimento de BN e AN em

estudantes universitários.

Os resultados da revisão apresentaram

como fatores de risco para

desenvolvimento dos TA: insatisfação e

distorção da imagem corporal, sexo

feminino, estudante do curso de Nutrição

e Educação Física, ambiente

universitário estressante, sobrepeso e

obesidade, idade, cultura familiar,

contato com experiências alimentares

inadequadas, supervalorização do peso e

práticas incorretas de controle do peso.

Esses fatores de risco

refletem diretamente no

aparecimento dos sintomas

da doença e dessa forma,

torna-se indispensável

estratégias a fim de

identificar precocemente os

sinais e sintomas das doenças

evitando o desenvolvimento

da bulimia e anorexia

nervosa nesses estudantes.

Page 31: FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

29

Conforme dados apresentados no Quadro 2, pode-se verificar alta frequência de

comportamentos de risco para o desenvolvimento de TA, variando de 2,17% na China a 64,9%

no Paquistão. No Brasil, as frequências encontradas variaram de 23,7% na região Centro-Oeste

a 35% na região Sul do país (Quadro 3).

Os estudos analisados mostraram forte associação dos comportamentos de risco com o

estresse, insatisfação e percepção corporal alterada, depressão e pressão social. Outrossim,

estudo realizado por BURNETTE et al. (2018) com estudantes universitários de ambos os

sexos, encontraram que as mulheres com excesso de peso são particularmente propensas a se

sentirem insatisfeitas com seus corpos e realizarem práticas de controle de peso.

Os TA representam um problema de saúde pública, tendo em vista sua relação frequente

com outros transtornos psiquiátricos, especialmente transtornos de humor, ansiedade e/ou de

personalidade, complicando a evolução clínica (CARMO et al., 2014). E ainda predispõe o

indivíduo a desnutrição ou obesidade, determinando uma baixa qualidade de vida (OZIER e

HENRY, 2011; VARELA-CASAL et al., 2011).

A comorbidade é comum tanto na AN quanto na BN, e há muitas questões sobre a

relação e o intercurso entre TA e outras doenças psiquiátricas. Os exemplos mais comuns

seriam: depressão, distimia, ansiedade e transtorno de personalidade (HERZOG et al., 1996;

APA, 2006).

O tratamento destes distúrbios alimentares é um grande desafio, sendo necessária a

atenção de uma equipe multiprofissional, integrando diversas áreas de abordagem. A estrutura

básica dessa equipe é formada por médicos psiquiatra e clínico geral ou nutrólogo, nutricionista

e psicólogo (SICCHIERI et al., 2006). Segundo KESKI-RAHKONEN e TOZZI (2005), o valor

da ajuda profissional está condicionado à disposição que os indivíduos têm para a mudança.

Dessa forma a recuperação vai muito além dos tratamentos tradicionais, dependendo de outros

elementos importantes como, a autoaceitação, disciplina, espiritualidade e rede social

(ESPÍNDOLA e BLAY, 2006).

Em relação ao tratamento, no Brasil existe um serviço de assistência em TA oferecido

pelo Sistema Único de Saúde (SUS) sendo portanto, universal – acessível para todos os

usuários, com integralidade prevista, e articulado com outros serviços de natureza curativa e

preventiva em esfera individual e coletiva para todos os níveis de complexidade (RAMOS e

PEDRÃO, 2013).

Page 32: FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

30

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. TIPO, LOCAL E POPULAÇÃO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo transversal que analisou dados de uma coorte dinâmica,

realizada com estudantes ingressantes na Universidade Federal de Mato Grosso em 2015, que

participaram da pesquisa intitulada "Estudo Longitudinal sobre Estilo de Vida de Estudantes

Universitários” (ELESEU). O estudo foi de caráter censitário, incluindo todos os universitários

matriculados nos 21 cursos de período integral e agrupados de acordo com o tipo de grau

acadêmico, ou seja, o grau de bacharel (Agronomia, Arquitetura e Urbanismo, Informática,

Biologia, Enfermagem, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Florestal,

Engenharia Sanitária e Ambiental, Física, Geologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição,

Psicologia, Química e Zootecnia), e licenciatura (Biologia, Filosofia, Matemática e Química)

(NOGUEIRA et al., 2018).

Foram excluídos do estudo os universitários que já tinham concluído outro curso

universitário, gestantes, lactantes e aqueles indivíduos que apresentassem alguma incapacidade

física que limitasse a mensuração das medidas antropométrica.

No primeiro semestre do ano letivo de 2015, ingressaram 812 alunos nos 21 cursos em

período integral. Destes, 81 estudantes desistiram do curso antes do início da coleta de dados

e 132 alunos não se enquadraram nos critérios de inclusão do estudo. Desse modo, foram

considerados elegíveis para o estudo 599 estudantes. Desse total, 46 estudantes se recusaram a

participar e 58 alunos não puderam ser localizados durante o período de aplicação do

questionário. Assim, 495 universitários foram avaliados (NOGUEIRA et al., 2018).

No primeiro semestre do ano letivo de 2016, ingressaram 953 estudantes nos 21 cursos

de tempo integral. Destes, 160 desistiram do curso antes do início da coleta de dados e 118

alunos não se encaixavam nos critérios de inclusão do estudo, assim 675 estudantes foram

elegíveis para o estudo. Destes, 62 estudantes transferiram para outro curso que não era em

tempo integral, 28 estudantes se recusaram a participar da pesquisa e 42 alunos não foram

localizados durante o período da aplicação do questionário. Sendo assim, 543 universitários

foram avaliados (NOGUEIRA et al., 2018).

Desse modo, o presente estudo analisou dados de 1.038 estudantes que ingressaram nos

anos de 2015 e 2016 na Universidade Federal de Mato Grosso.

Page 33: FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

31

4.2. COLETA DE DADOS

A coleta de dados teve início em 2015 e o questionário utilizado foi elaborado e revisado

pelo grupo de pesquisa, com base nos demais já validados (SOUZA et al., 2013; BRASIL,

2014; SZWARCWALD et al., 2014; NOGUEIRA et al., 2018). A coleta foi realizada por

pesquisadores previamente treinados e realizado um teste piloto com uma turma não incluída

nesse estudo, para padronização do instrumento e da logística do trabalho de campo.

Os procedimentos durante a coleta dos dados da pesquisa consistiram na aplicação de

um questionário composto por 115 questões, contendo perguntas sobre dados

sociodemográficos, econômicos, condição de peso e de estilo de vida, que incluiu questões

sobre comportamentos alimentares de risco para TA (NOGUEIRA et al., 2018). Além disso,

foram aferidas medidas antropométricas e pressão arterial.

4.3. VARIÁVEIS DO ESTUDO E PROCEDIMENTOS DE AFERIÇÃO

As variáveis sociodemográficas consideradas foram: sexo (masculino, feminino), a

idade foi obtida por meio do cálculo da diferença entre a data de aplicação do questionário e a

data de nascimento, sendo o resultado expresso em anos completos e classificados em duas

categorias: até 19 anos e 20 anos ou mais.

A variável raça/cor de pele foi classificada segundo a categorização proposta pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizada em 2008 e reagrupada em:

branca; preta; parda; outras (IBGE, 2011). A variável com quem reside também foi analisada,

sendo categorizada como: morar sozinho, morar na casa dos pais ou parentes e morar em

república ou outros.

A classe econômica das famílias foi avaliada utilizando-se os critérios da Associação

Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP, 2008) que considera a escolaridade do chefe de

família, presença de bens (eletrodomésticos e carros) e empregados domésticos mensalistas nos

domicílios, sendo as famílias classificadas em categorias que variaram de A (nível mais

elevado) até E (nível menor), sendo essas classes categorizadas em A, B e C+D+E.

As variáveis antropométricas analisadas nesse estudo foram peso e altura segundo as

recomendações de GORDON et al. (1988). O peso foi aferido por meio de analisador de

composição corporal, marca TANITA (Modelo UM-080), com capacidade para 150 kg e

variação de 0,1 Kg, sendo medido com o entrevistado em posição ortostática, vestindo roupas

Page 34: FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

32

leves, com bolsos vazios, sem sapatos e acessórios, pés apoiados na plataforma da balança, de

forma que o peso estivesse bem distribuído mantendo os braços estendidos ao longo do corpo

e olhando para a linha do horizonte. Para aferição da altura utilizou-se um estadiômetro portátil,

da marca SANNY, de 210 cm de extensão e variação de 1 mm, com o indivíduo descalço (ou

com meias) e vestindo roupas leves, sem acessórios de cabelo, com pernas e pés paralelos,

braços relaxados, palmas das mãos voltadas para o corpo e a parte posterior da cabeça,

calcanhares, panturrilhas, nádegas e costas próximos à parede, com a cabeça posicionada de

acordo com plano de Frankfurt. A aferição dessa medida foi realizada duas vezes e a média

encontrada foi considerada a estatura final.

O IMC foi utilizado para a classificação do peso, segundo a faixa etária. Para os

adolescentes, os pontos de corte do IMC foram: baixo peso (< -2); eutrofia (≥ -2 e ≤ +1);

sobrepeso (>+1 e ≤ +2); e obesidade (> +2) e com valores expressos em z-score (ONIS et al.,

2007). Para os adultos, os pontos de corte de IMC utilizados foram: < 18,5 kg/m2 (baixo peso);

≥ 18,5 e < 25,0 kg/m2 (eutrófico); ≥ 25,0 e < 30,0 kg/m2 (sobrepeso) e ≥ 30,0 kg/m2

(obesidade), segundo recomendação da OMS (WHO, 1995).

Para avaliação dos comportamentos de risco para TA os universitários responderam às

questões de número 56 a 59, elaboradas a partir de um questionário adaptado por FERREIRA

e VEIGA (2008), utilizado para investigar esses comportamentos entre adolescentes (ANEXO

1). Para avaliar a frequência desses comportamentos de risco as variáveis analisadas foram: uso

de laxante, uso de diurético, vômito induzido, dieta restritiva e comer excessivamente; as quais

foram categorizadas em: nenhuma vez, menos de uma vez por semana, uma vez por semana e

duas ou mais vezes por semana.

4.4. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Foram calculadas as distribuições de frequências observadas (%), sendo utilizado o teste

do qui-quadrado para avaliar a associação entre o comportamento de risco para o

desenvolvimento de TA com as variáveis independentes. A análise dos dados foi realizada

utilizando o software STATA, considerando o nível de significância 5% (p<0,05).

4.5. ASPECTOS ÉTICOS

Page 35: FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

33

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital

Universitário Júlio Muller da Universidade Federal de Mato Grosso, sob o parecer nº 1.006.048,

de 31 de março de 2015 (ANEXO 2). A coleta foi iniciada após o consentimento dos estudantes

por meio da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO 3) assegurando

aos participantes sua voluntariedade, anonimato e possibilidade de desistência a qualquer

momento do estudo.

Page 36: FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

34

5. RESULTADOS

Nesse estudo foram avaliados 1.038 estudantes universitários, sendo que 50,96% eram

do sexo masculino, 78,81% tinham idade entre 16 a 19 anos, 40,15% se declararam de cor da

pele branca, 69,46% residiam com os pais ou parentes, 48,50% pertenciam à classe econômica

B e 23,43% dos participantes estavam com excesso de peso. A frequência encontrada de

comportamentos de risco para TA foi de 18,4% (Tabela 1).

Tabela 1 - Distribuição da população de estudo segundo características sociodemográficas,

econômicas e de saúde – Cuiabá/MT, 2018 (n= 1.038).

Características da população n %

Sexo

Masculino

Feminino

529

509

50,96

49,04

Faixa etária

16-19 anos

≥ 20 anos

818

220

78,81

21,19

Raça/cor da pele (1)

Branca

Preta

Outros

416

119

501

40,15

11,49

48,36

Com quem reside

Sozinho

Com os pais ou parentes

República ou outros

160

721

157

15,41

69,46

15,13

Classe econômica (2)

A

B

C, D e E

195

503

336

18,80

48,50

32,40

Comportamento de risco

Não

Sim

847

191

81,60

18,40

Condição de peso (3)

Sem excesso de peso

Com excesso de peso

794

243

76,57

23,43

Nota: (1) Dois casos omissos; (2) quatro casos omissos; (3) um caso omisso.

Page 37: FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

35

A frequência de comportamentos de risco para TA foi maior entre as mulheres (26,72%

vs. 10,4%; p<0,01), e entre aqueles que apresentaram excesso de peso (30,04% vs. 14,86%;

p<0,01). Na análise das variáveis faixa etária, cor da pele, com quem reside e classe econômica,

não foram observadas diferenças significativas na frequência de comportamentos de risco para

TA (Tabela 2).

Tabela 2 - Frequência de comportamentos de risco para transtornos alimentares entre

universitários, segundo as variáveis sociodemográficas, econômicas e de saúde – Cuiabá/MT,

2018 (n= 1.038).

Comportamentos de risco para TA

Variável Sim Não P valor*

Sexo

Masculino

Feminino

n

55

136

%

10,40

26,72

n

474

373

%

89,60

73,28

<0,01

Faixa etária

16-19 anos

≥ 20 anos

n

147

44

%

17,97

20,00

n

671

176

%

82,03

80,00

0,490

Raça/cor da pele (1)

Branca

Preta

Outros

n

69

22

100

%

16,59

18,49

19,96

n

347

97

401

%

83,41

81,51

80,04

0,423

Com quem reside

Sozinho

Com os pais ou parentes

República ou outros

n

25

139

27

%

15,63

19,28

17,20

n

135

582

130

%

84,38

80,72

82,80

0,511

Classe econômica (2)

A

B

C, D e E

n

36

88

65

%

18,50

17,50

19,60

n

159

415

270

%

81,50

82,50

80,40

0,733

Condição de peso (3)

Sem excesso de peso

Com excesso de peso

n

118

73

%

14,86

30,04

n

676

170

%

85,14

69,96

<0,01

Nota: (1) Dois casos omissos; (2) quatro casos omissos; (3) um caso omisso.

*Valor de p associado ao teste do qui-quadrado.

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36

6. DISCUSSÃO

Esse estudo analisou a frequência de comportamentos de risco para TA entre os

universitários da Universidade Federal de Mato Grosso e foi possível observar elevada

frequência destes comportamentos entre os estudantes. Outros estudos realizados no Brasil e

em outros países também têm encontrado resultados semelhantes (CAMARGO, 2008;

ALVARENGA et al., 2011; CARVALHO et al., 2013; MARTINEZ-GONZALES et al., 2014;

CHANG et al., 2015; TAVOLACCI et al., 2015; GUIMARÃES, 2018).

Os comportamentos de risco têm sido considerados precursores de quadros completos

de TA, sendo necessário investigar as condições que propiciam o surgimento desses

comportamentos, dentre as quais, se destaca o ambiente universitário (KELLY et al., 2005;

NUNES et al., 2017). Nesse contexto, considera-se relevante avaliar os comportamentos de

risco para o desenvolvimento de TA entre estudantes universitários, visto que alterações na

relação com o alimento e com o corpo, podem induzir o surgimento desses distúrbios

(ALVARENGA et al., 2011).

A vulnerabilidade psicológica e emocional nessa faixa etária pode ser expressa por

dúvidas a respeito da imagem corporal, maior sensibilidade à opinião dos outros e insegurança

sobre desejos pessoais (CAQUEO-URÍZAR et al., 2011). Neste sentido, o adolescente e o

adulto jovem vivem um dilema entre o desejo do corpo ideal e as opções de fast foods

estimuladas pela mídia, deixando-o vulnerável ao excesso de peso e aos TA. Devido a isso,

muitas vezes apresenta problemas de aceitação corporal, que podem levar à adoção de práticas

não saudáveis para controle de peso e ao comer transtornado (SERRA e SANTOS, 2003;

PETROSKI et al., 2012).

Os comportamentos adotados na busca do corpo ideal em muitas situações são

preocupantes, pois iniciam com atitudes menos graves como pular refeições, comer pouca

comida, usar substitutos de alimentos e tomar remédios para emagrecer com o objetivo de

controlar o peso, podendo evoluir para comportamentos mais próximos dos TA como restrição,

compulsão e purgação (LEAL et al., 2013).

Dentre as consequências dos TA, destacam-se algumas comorbidades que podem

preceder, acompanhar, persistir ou até mesmo desenvolver-se no TA, como por exemplo os

transtornos afetivos, ansiosos e os de personalidade (FLEITLICH et al., 2000).

Nesse estudo, a frequência de comportamentos de risco para TA foi maior entre as

mulheres, corroborando com resultados encontrados em outros estudos, inclusive em estudos

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37

nacionais (ANDRADE et al., 2006; OLIVEIRA, 2009; CARVALHO et al., 2013;

TAVOLACCI et al, 2015; NUNES et al., 2017).

Esses resultados podem ser explicados pelos seguintes fatores: a saúde da mulher pode

ser mais afetada pelo estresse, baixos níveis de autoestima e dependência cibernética, quando

comparado aos homens (TAVOLACCI et al., 2013); a insatisfação com a imagem corporal na

busca por um padrão imposto pela sociedade, aprendido durante a infância e adolescência

(MAGALHÃES e MENDONÇA, 2005; NUNES et al., 2017); prática frequente de dietas muito

restritivas e leitura de revistas que exaltam a utilização dessas dietas (MAGALHÃES e

MENDONÇA, 2005); cobranças sociais associadas ao curso e à profissão (CLAUMANN et al.,

2014; BENTO et al., 2016).

Em relação à condição de peso, aqueles indivíduos que estavam com excesso de peso

apresentaram elevada frequência de comportamento de risco para o desenvolvimento de TA,

resultados semelhantes ao encontrado em outros estudos (VITOLO et al., 2006; DUNKER et

al., 2009; ALVARENGA et al, 2013; CHANG et al, 2015; MORAES et al., 2016; LIPSON e

SONNERVILLE, 2017; NUNES et al., 2017).

Dessa forma, indivíduos com excesso de peso, em sua maioria do sexo feminino,

apresentam mais comportamentos de risco e práticas não saudáveis para controle de peso, fato

que pode ser explicado pela insatisfação corporal, a qual é considerada como um dos principais

fatores de risco para o TA (SHISSLAK et al., 2006; BURNETTE et al., 2018).

Além disso, mulheres com sobrepeso estão provavelmente sujeitas a maior sofrimento

psicológico, quando comparadas às eutróficas ou mesmo obesas, podendo ser consideradas um

grupo limítrofe mais suscetível às intervenções e orientações para a adequação do estado

nutricional (KAKESHITA e ALMEIDA, 2006).

Em estudo realizado por FRANK et al. (2016), a prevalência de insatisfação com a

imagem corporal entre acadêmicos de educação física, foi de 76,6%, sendo que deste total,

27,4% estavam insatisfeitos pela magreza e 49,0% pelo excesso de peso. A maioria dos homens

desejaram uma silhueta maior do que a atual, e as mulheres, uma silhueta menor.

Esta insatisfação relaciona-se a com a imposição de um modelo de corpo e aparência,

em que o corpo ideal masculino é musculoso, bronzeado, com ombros largos, bíceps e abdômen

definidos. Já o modelo ideal de corpo feminino seria aquele esbelto, com curvas e de estatura

mediana (GONÇALVES e MARTÍNEZ, 2014; SILVA et al., 2014).

A variável faixa etária não apresentou diferença significativa na frequência de

comportamentos de risco para TA assim como em dois estudos brasileiros (VITOLO et al.,

Page 40: FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

38

2006; ALVARENGA et al., 2011). Diferentemente dos achados desse estudo, alguns autores

encontraram maiores frequências desses comportamentos entre adolescentes e adultos jovens

(ANDRADE et al., 2006; NUNES, et al., 2017).

Segundo GONÇALVES et al. (2013), os TA costumam ser mais frequentes na infância

e na adolescência, podendo ser prorrogado desde a infância passando pela adolescência até a

vida adulta. Uma hipótese para o desenvolvimento dos transtornos nessas fases seria, a

influência da mídia, ambiente social e a esfera familiar, em que os momentos da refeição se

mostraram fundamentais na determinação do comportamento alimentar, como por exemplo,

regras alimentares rigorosas, individualização da alimentação e pais que influenciam e

incentivam o emagrecimento.

Com relação à raça/cor de pele, assim como alguns autores, o presente estudo não

encontrou significância estatística com o desfecho analisado (PEMBERTON et al., 1996;

ANDRADE et al., 2006; FORTES et al., 2013a). Em contrapartida, YATES et al. (2004) e

SAMPEI et al. (2009), encontraram maior prevalência de TA em mulheres brancas. Segundo

os autores, a ocorrência destes comportamentos, seria devido à maior pressão cultural e estética

entre os indivíduos caucasianos (SAMPEI et al., 2009).

Todavia, BITTENCOURT et al. (2013), em estudo realizado com estudantes do sexo

feminino de escolas públicas e privadas de ensino médio e universitário, identificaram que as

alunas que se autodeclararam como amarelas ou indígenas, tinham mais chances de

desenvolverem comportamentos de risco para TA. Porém, em outro estudo, conduzido por

WALCOTT et al. (2003), a frequência de comportamentos de risco alimentar entre mulheres

asiáticas e negras, foi mais elevada. Dessa forma, percebe-se a complexidade na determinação

de fatores de risco para o desenvolvimento do TA, visto que não são tão incomuns entre as

minorias étnicas.

Para a variável com quem reside, também não foi observada associação estatística

significante. Contudo, CAMARGO (2008), em estudo realizado com estudantes de medicina,

enfermagem e nutrição, encontrou maior frequência de TA, entre universitárias que moravam

sozinhas em comparação com as que residiam com os pais e/ou familiares e as que residiam

com amigos, portanto, morar com pais e/ou familiares, amigos e companheiros ou colegas foi

considerado um fator de proteção para o desenvolvimento de padrões anormais de alimentação.

Uma explicação para isso seria a realização regular de refeições em família, que tem

sido sugerida como fator protetor para o comer transtornado, pois se trata de um momento em

que os pais apresentam aos filhos padrões alimentares saudáveis além de promover a interação

Page 41: FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

39

social entre a família, que pode auxiliar na prevenção ou até mesmo identificação precoce de

comportamentos de risco para os TA (NEUMARK-SZTAINER et al., 2004).

Tal como observado em outros estudos, também não houve associação estatisticamente

significante com a classe econômica (CENCI, 2007; CAMARGO, 2008; CENCI et al., 2009;

DUNKER et al., 2009; OLIVEIRA, 2009; COSTA e VASCONCELOS, 2010; ALVARENGA

et al., 2011).

Ressalta-se que o presente estudo investigou os alunos ingressantes na universidade

sobre a presença de comportamentos de risco para o desenvolvimento de TA e que não se

constituiu em um diagnóstico destes distúrbios. Para mais, CAMPOS et al. (2016) observou

condutas de risco à saúde entre universitários mais frequente entre os estudantes dos últimos

períodos. Desta forma, sugere-se novas discussões sobre os comportamentos de risco também

para os concluintes da graduação.

Page 42: FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

40

7. CONCLUSÃO

Conclui-se que os universitários apresentaram elevada frequência de comportamento

alimentar inadequado, tornando os estudantes suscetíveis ao desenvolvimento de TA. Os

comportamentos adotados em busca de um corpo ideal e muitas vezes irreal torna-se

preocupante, pois na maioria das vezes essas atitudes são contrárias a uma boa condição de

saúde.

As práticas alimentares inadequadas foram mais frequentes entre as mulheres, visto que

estas muitas vezes sentem-se mais confiantes e satisfeitas quando perdem peso, e ainda a

pressão exercida pela sociedade em busca da supervalorização do corpo perfeito, pode

influenciar na internalização do ideal de magreza feminino. Essas condutas também foram mais

frequentes entre os indivíduos que apresentaram excesso de peso, reforçando a ideia da

insatisfação corporal como justificativa para essas práticas.

Portanto, se faz necessária novos estudos sobre TA entre universitários, a fim de se

conhecer melhor as causas que conduzem a este desfecho e a partir deste reconhecimento,

buscar estratégias visando à prevenção e tratamento destes distúrbios, visto que esses

comportamentos influenciam de forma direta e negativa na saúde dos estudantes.

Page 43: FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA … Prado Mart… · Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato

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51

ANEXOS

ANEXO 1 - Questionário simplificado para triagem de adolescentes com comportamentos de

risco para transtornos alimentares em estudos epidemiológicos.

53. Como você considera o seu consumo de GORDURAS (óleos, banha de porco, manteiga,

margarina, azeite):

1☐ Muito alto 2☐ Alto 3☐ Adequado 4☐ Baixo 5☐ Muito

baixo

54. Você considera o seu peso:

1☐ Acima do normal 2☐ Normal 3☐ Abaixo do normal 3☐ Não sabe

55. Você está fazendo algum tipo de dieta para perder peso? 1☐ Sim 0☐ Não

Esta pergunta é sobre vários métodos de controle de peso que algumas pessoas utilizam. NOS

ÚLTIMOS 3 MESES, você usou alguns dos seguintes métodos?

Nenhum

a vez

Menos de

uma vez

por semana

Uma

vez por

semana

Duas ou

mais vezes

por semana

56. Tomar laxativos (são remédios que provocam

diarreia para eliminar o excesso de alimento

ingerido).

57. Tomar diuréticos (são remédios que fazem

urinar muito).

58. Provocar vômitos para eliminar o excesso de

alimento ingerido com a intenção de emagrecer ou

de não ganhar peso?

59. Ficar sem comer ou comer pouquíssima

quantidade de comida durante um dia inteiro para

perder peso ou para não engordar?

Fonte: Adaptado de FERREIRA e VEIGA, 2008.

60. No ÚLTIMO ANO, você tentou perder peso ou evitou ganhar peso?

1☐ Sim 0☐ Não

Fez exercício físico 1☐Sim 0☐Não

Comeu pouca comida 1☐Sim 0☐Não

Tomou remédios para emagrecer 1☐Sim 0☐Não

Usou algum substituto de alimentos (ex.: shakes, suplementos) 1☐Sim 0☐Não

Pulou refeições 1☐Sim 0☐Não

Comeu mais frutas, legumes e verduras 1☐Sim 0☐Não

Comeu menos alimentos gordurosos 1☐Sim 0☐Não

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ANEXO 2 - Parecer consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa.

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: Mudança no Estilo de Vida dos Ingressantes na Universidade

Pesquisador: Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos

Área Temática:

Versão: 2

CAAE: 42587315.4.0000.5541

Instituição Proponente: Faculdade de Nutrição da UFMT

Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 1.006.048

Data da Relatoria: 15/04/2015

Apresentação do Projeto:

Estudantes ingressantes na universidade, de modo geral, estão no final da adolescência, sendo

verificadas nesse período várias mudanças comportamentais, incluindo modificações dos

hábitos de alimentação, de atividade física e de estilo de vida de modo geral. A vida

universitária inclui barreiras para a alimentação saudável, como por exemplo, a falta de tempo,

a disponibilidade limitada de alimentos saudáveis, ou o pouco conhecimento sobre alimentação

saudável. Entretanto, no Brasil, pouco se sabe sobre as alterações comportamentais que ocorrem

no primeiro ano da faculdade. Este projeto de pesquisa tem como objetivo avaliar as variações

no peso corporal e mudanças de comportamentos entre ingressantes na universidade e

identificar possíveis fatores associados. Trata-se de um estudo longitudinal, de caráter

censitário, a ser desenvolvido com 780 universitários matriculados em cursos de turno integral

no primeiro semestre de 2015, no campus da

Universidade Federal de Mato Grosso da cidade de Cuiabá. A pesquisa será desenvolvida

durante o período letivo de 2015 em duas etapas: a primeira etapa é o estudo de base (em abril

e maio de 2015) e a segunda etapa corresponderá à avaliação após seis meses cursando a

universidade (em novembro e dezembro de 2015). Todos os estudantes serão avaliados no

estudo de base e no seguimento de seis meses após a primeira avaliação. Serão avaliados peso,

estatura, circunferência de cintura e pressão arterial dos universitários e estes responderão a um

questionário contendo questões sobre condições socioeconômicas, consumo alimentar,

atividade física, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas e a autoavaliação do estado de saúde

e da dieta.

Objetivo da Pesquisa:

Objetivo Primário:

Avaliar as variações no peso corporal e mudanças de comportamentos entre ingressantes na

universidade e identificar possíveis fatores associados.

Objetivo Secundário:

1. Caracterizar a situação nutricional, o consumo alimentar, e o estilo de vida dos

ingressantes na universidade (estudo de base);

2. Comparar os comportamentos de saúde, nutrição, atividade física e estilo de vida dos

estudantes no ingresso e após seis meses de curso universitário;

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3. Avaliar as variações no peso corporal do estudante entre o início do curso e após seis

meses de ingresso na universidade;

4. Identificar os fatores associados às modificações no peso, consumo alimentar, nível de

atividade física e estilo de vida após o ingresso na universidade.

5. Caracterizar os ambientes alimentares do campus universitário e adjacências.

6.Identificar facilitadores e barreiras para o consumo alimentar adequado no campus

universitário;

7.Verificar associação entre auto avaliação da saúde e da dieta com as alterações de estilo de

vida e comportamento alimentar.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Riscos:

Todos os procedimentos que serão realizados, ou seja, medidas de peso, altura, cintura e

aferição da pressão arterial não oferecerão riscos para a saúde do sujeito.

Benefícios:

Os participantes da pesquisa receberão informações sobre a sua composição corporal, estado

de peso e medida da pressão arterial.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

Pesquisa relevante para a área.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

TCLE: adequado.

-Folha de Rosto: devidamente carimbada e assinada pela direção da Faculdade de Nutrição

-Autorização para coleta de dados na universidade: devidamente assinada pela reitoria.

Recomendações:

Recomenda-se que, como benefício, o estudante identificado com algum desvio nutricional ou

de pressão arterial, sejam concedidas orientações básicas de controle/tratamento e

encaminhamento para profissional de saúde.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

Não há pendências.

Situação do Parecer:

Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP:

Não

Considerações Finais a critério do CEP:

PROJETO APROVADO EM RELAÇÃO À ANÁLISE ÉTICA.

CUIABÁ, 31 de março de 2015

________________________________________________

Assinado por: SHIRLEY FERREIRA PEREIRA

(Coordenador)

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ANEXO 3 - Termo de consentimento livre e esclarecido.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do estudo: Mudanças no estilo de vida dos ingressantes na universidade

Coordenação: Professora Dra Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos – Faculdade de

Nutrição – UFMT, Avenida Fernando Correa da Costa, S/N, Cuiabá – MT.

Introdução: Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa com o objetivo de

descrever o estilo de vida de estudantes universitários. Sua turma será visitada por

entrevistadores, identificados com uso de crachá. Eles aplicarão um questionário contendo

perguntas sobre dados sociodemográficos e de estilo de vida como práticas de exercício físico,

alimentação, tabagismo, etc. Neste dia, o peso, a altura e as medidas da cintura e da pressão

arterial serão feitas nos participantes, utilizando-se balanças, fita própria para a medida e

aparelhos de aferição da pressão arterial.

Benefícios Potenciais:

Você receberá informações sobre a sua composição corporal, estado de peso e medida da

pressão arterial.

O estudante será informado do diagnóstico quanto ao seu estado nutricional ou de pressão

arterial, podendo ser alertado para a necessidade de orientação nutricional, se houver indicação.

Riscos: Todos os procedimentos que serão realizados, ou seja, medidas de peso, altura, cintura

e aferição da pressão arterial não oferecerão riscos para a sua saúde.

Compensação:

Você não será pago para participar deste estudo.

Participação voluntária/Desistência do Estudo:

Sua participação neste estudo é completamente voluntária. Você pode decidir não participar

desse estudo ou desistir de participar a qualquer momento e não sofrerá nenhum prejuízo por

essa decisão.

A participação nesse estudo se dará em duas etapas. A primeira avaliação será nos meses de

abril e maio, a segunda etapa corresponderá à avaliação após seis meses cursando a

universidade, sendo essas realizadas no período de aula. Os participantes também serão

contactados por telefone para responderem ao questionário sobre alimentação.

Confidencialidade: Sua identidade será mantida sob sigilo e, na medida do permitido pela

legislação e/ou regulamentos cabíveis, não serão disponíveis publicamente. Se os resultados do

estudo forem publicados, sua identidade permanecerá em sigilo.

Com Quem Você Deve Entrar em Contato em Caso de Dúvida:

Se você tem alguma questão ou dúvidas sobre a pesquisa você pode entrar em contato

com a Dra. Márcia Gonçalves Ferreira Lemos dos Santos e Professora Me. Patrícia Simone

Nogueira na Faculdade de Nutrição, Avenida Fernando Correa da Costa, n° 2367, no

Departamento de Alimentos e Nutrição, telefone: 3615-8811, ou por e-mail:

[email protected] e [email protected].

Suas dúvidas podem também ser enviadas para o Comitê de Ética do Hospital

Universitário Júlio Muller (Dra. Shirley Ferreira Pereira, na Universidade Federal de Mato

Grosso, no Bloco CCBS I, telefone 3615-8254).

Esse documento foi elaborado respeitando a resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012.

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Declaração de Consentimento:

Declaro que li e entendi o documento de consentimento e o objetivo do estudo, bem

como seus possíveis benefícios e riscos. Tive oportunidade de perguntar sobre o estudo e todas

as minhas dúvidas foram esclarecidas. Entendo que estou livre para decidir não participar desta

pesquisa.

Recebi uma cópia assinada e datada deste documento.

Nome do Participante

___________________________________________________ __________________

Assinatura do Participante (ou seu responsável legal) Data

_______________________________________________ __________________

Assinatura da pessoa que explicou o consentimento informado Data