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1 Fórum FAAP de Discussão Estudantil – 2015 GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE GR Gabinete Russo

Frum FAAP de Discussão Estudantil – 2015 · política russa, como a questão da Ucrânia e dos movimentos separatistas; como lidar e responder à altura ... conflitos étnicos

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Fórum FAAP de Discussão Estudantil – 2015GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE

GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE

GRGabinete Russo

03, 04, 05 e 06 de junho de 2015São Paulo

[email protected]

(11) 3662-7262

GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE

CONSELHO DE CURADORES

PresidenteSra. Celita Procopio de Carvalho

IntegrantesDr. Benjamin Augusto Baracchini Bueno

Dr. Octávio Plínio Botelho do AmaralDr. José Antonio de Seixas Pereira Neto

Sra. Maria Christina Farah Nassif FioravantiEmbaixador Paulo Tarso Flecha de Lima

DIRETORIA EXECUTIVA

Diretor-PresidenteDr. Antonio Bias Bueno Guillon

ASSESSORIA DA DIRETORIA

Assessor Administrativo e FinanceiroSr. Tomio Ogassavara

Assessor de Assuntos AcadêmicosProf. Rogério Massaro Suriani

Diretor do Conselho de EnsinoProf. Victor Mirshawka

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ORGANIZADORES

SecretariadoVictor Dias Grinberg – Secretário-Geral Acadêmico

José Victor Rosa Vilches – Secretário-Geral Administrativo

STAFF ADMINISTRATIVO

André de Melo Reis Bueno Filho – Diretor FinanceiroHenrique Tilelli de Almeida Anacleto – Diretor de Estrutura

Julia Pereira Borges – Diretora de Comunicação

STAFF ACADÊMICO

Agência Internacional de Energia AtômicaRaquel Pereira Silva Dell’Agli

Taís Duarte GreccoIsabela de Oliveira Maia

Assembleia Geral das Nações UnidasLeticia Astolfi Santana

Madalena Rodrigues DerziCarolina Andreosi

Rachel Naddeo GomesGabriele Sampaio

Comitê de ImprensaJulia Pereira Borges

Priscila Tiemo Lopes KawakamiVictoria Junqueira F. Ribeiro

Conselho de Direitos HumanosJúlio César Bardini Cuginotti

Bethânia KopkeCarolina de Faveri Siqueira

Conselho EuropeuThayná Mesquita de AbreuYann Lucas Siqueira SeveroVictoria Fontes Rodrigues

Corte Internacional de JustiçaLuana Assunção Teodoro Souza

Marcela da Costa ValenteNatália Brazinski de Andrade

Gabriella Caterina Longobrado

Counter-Terrorism CommitteeGuilherme de Pinho Vieira Silva

Renato Gonzales Raposo de MelloMatheus D`Agostino Martins

Gabinete RussoThaís Mingoti DutraRafael Facuri Villela

Thiago Godoy

Organização Internacional do TrabalhoGabriela Lotaif

Manoela Meirelles V. de Azevedo

Organização Mundial da SaúdeGuiliano Guidi Braga

Maiara Mayumi Ribeiro ShimoteRayanne C. Morales

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Bárbara Ilana Molitor PeriniFernanda Alves de Oliveira

Jéssica Tozatti

Terceiro SetorFernanda Cardoso de Oliveira

Bruno RossettoCarolina Comitre

União das Nações Sul-AmericanasGiovanni de Oliveira Furlani

Heitor P. FelippeMarcos Vinícius Alexandre Santos

United Nations Security CouncilRenan Yukio Nakano

Gabriella Lemos BrackmanLuiza Oliveira Damasceno

CARTA DE APRESENTAÇÃO

Caros delegados,

É com muito prazer que damos boas-vindas aos senhores. Nós, diretores do Gabinete Russo, estamos an-siosos para orientá-los nos debates e ver como os senhores desenvolverão uma cooperação necessária em temas tão complexos. Neste ano, as áreas contempladas no Gabinete Russo são políticas internas e externas da Rússia, visando alcançar um maior desenvolvimento de sua condição geopolítica no sistema internacional.

Cabe aos senhores debaterem quais projetos econômicos e políticos visam um maior desenvolvimento russo e como realizá-los. Os senhores também deverão ser capazes de lidar com questões externas da política russa, como a questão da Ucrânia e dos movimentos separatistas; como lidar e responder à altura de pressões da comunidade internacional; como reagir à crescente ameaça do Estado Islâmico na região. Informações serão dadas aos senhores ao longo do ano de modo a auxiliar o direcionamento dos estudos.

Diretores Acadêmicos:

•Thaís Dutra cursa o quinto semestre de Relações Internacionais na FAAP. Já participou do fórum como diretora do(a) UNODC.

•Rafael Villela cursa o terceiro semestre de Relações Internacionais na FAAP e participou do fórum pela primeira vez como voluntário acadêmico.

•Thiago Godoy cursa o terceiro semestre de Relações Internacionais na FAAP. Participou do fórum duas vezes, uma como delegado e outra como voluntário acadêmico, além de ter participado de diversas simulações.

Esperamos honrar os 11 anos de fórum realizando o melhor, e primeiro Gabinete Russo para os senho-res. Que os senhores ministros aproveitem cada minuto de estudo, discussão e aprendizagem com essa experiência magnífica e única.

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HISTÓRICO DO PROBLEMA

Extremamente importante para a nação russa, a Cri-meia já fora cenário de conflitos antes da atual crise iniciada nessa década. Entre 1853 e 1856 fora o ce-nário da guerra da península da Crimeia envolvendo o Império Russo contra a Aliança Anglo-Franco-Sar-da e o Império Otomano. Em 1921 tornou-se parte da URSS e em 19 de fevereiro de 1954 o presidium do Soviete Supremo da União Soviética emitiu um decreto que transferia o território para a República Socialista Soviética da Ucrânia. Tal medida fora um presente de celebração dos 300 anos de integração da Ucrânia ao Império Russo. Desenvolveu-se plena-mente nos anos que se seguiram nos âmbitos mili-tares, econômicos e culturais, e, em 1991, passou a receber o status de República Soviética Autônoma.

Com o colapso da URSS, passou a fazer parte da então independente Ucrânia, originando tensões entre o recém novo Estado ucraniano e o Estado russo; pela permanência da Frota do Mar Negro naquela região. Em 26 de fevereiro de 1992, teve seu nome alterado somente para República da Cri-meia, e, em 5 de maio, proclamou sua autonomia tendo sua Constituição aprovada no mesmo dia; no entanto ainda fazia parte da Ucrânia. Vendo nos anos seguintes movimentos de tentativa de integração com a Rússia, o parlamento ucraniano intervém e anula a constituição e depõe o atual presidente da Crimeia. Tendo sempre movimentos de uma parte da população de integração a Rússia e outros de integração a UE, era de se esperar uma intensificação desse cenário, e a mesma iniciou-se em 26 de fevereiro de 2014: estava iniciada a Re-volução Ucraniana de 2014. Com a retirada do po-der do presidente ucraniano Victor Yanukovych e o aumento da pressão da população pro-Rússia, fora anunciado um referendo popular que deci-diria pela independência da região em relação à Ucrânia, resultando no apoio do estado russo e no

repúdio do governo da Ucrânia, dos EUA e da UE. Realizado o referendo, 95,5% dos votantes opta-ram pela anexação da Crimeia pela Rússia, resul-tando em sua anexação no dia 18 de março pelo Kremlin russo. O próximo passo em relação à ane-xação desse território é a manutenção do mesmo e as medidas a serem tomadas em relação aos mo-vimentos separatistas e ao não reconhecimento da anexação da Crimeia por outras nações, cabendo todas essas decisões ao Gabinete Russo.

Tendo seu modelo inicial como uma mera ferra-menta consultiva criada no século XIX pelo Impe-rador Alexandre I,o Gabinete passou a ter maior influência e autonomia depois da emissão do Ma-nifesto de Outubro por Nicolau II em 1905. Sendo o principal órgão executivo do governo russo, reúne os principais oficiais do poder executivo, que de-terminam diretrizes políticas e econômicas do país.

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

1. Sobre o separatismo e suas implicações

O sentimento separatista é uma constante no mundo atual. Sua natureza pode ser de cunho po-lítico, étnico/racial, religioso e/ou social. Sendo as-sim, os movimentos separatistas nos antigos Esta-dos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) originam de diferentes propósitos, como será visto adiante.

Para entender a definição do problema, é preciso primeiramente conhecer o mapa da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que se encontra a seguir (lembrando que todos os quin-ze estados membros da URSS eram considerados unidades administrativas e eram submetidos a um governo central da União):

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Sendo eles:1. Armênia;2. Azerbaijão;3. Bielorrússia;4. Estônia;5. Geórgia;6. Cazaquistão;7. Quirguistão;8. Letônia;9. Lituânia;10. Moldávia;11. Rússia;12. Tajiquistão;13. Turcomenistão;14. Ucrânia;15. Uzbequistão.

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Tendo a formação geopolítica em mente, é impor-tante também conhecer o mapa étnico da URSS e como ele é diversificado.

Essa diversificação tem origens stalinistas, quando o líder adotou uma política de estimular a disper-são de diferentes grupos dentro do território.

Um dos locais mais conturbados quando se trata de conflitos étnicos é o Cáucaso. Na região habitam aproximadamente 12% da população da Rússia em uma área de 355 mil quilômetros quadrados1 e é uma região politicamente estratégica pois representa um ponto equidistante entre Ásia e Europa. O Cáucaso do Norte é uma região dentro da Federação Russa e

representa uma parcela significativa dentro do setor econômico russo. O norte caucasiano é uma região estrategicamente importante pois tem acesso a ma-res navegáveis, os mares Negro e Cáspio. Além disso, essa região apresenta condições favoráveis para a vida e atividades humanas, como por exemplo plan-tações2 . A região do Cáucaso também é importan-te por possuir uma ampla base de recursos minerais – é uma área rica em cobre, metais raros, enxofre, mármore, arenito, petróleo e gás. Atualmente, a re-gião econômica do Cáucaso é uma grande líder em química de fertilizantes. Por fim, é também uma das regiões mais importantes para a Rússia quando se diz respeito à agricultura: é um grande produtor de arroz, girassol, milho, frutas, grãos e lã.

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Desde o início desse século o governo russo redo-brou as medidas de combate aos grupos separatis-tas. Com o episódio de 11 de setembro nos Estados Unidos, o terrorismo passou a ser uma preocupa-ção maior, e os grupos russos que pediam emanci-pação passaram a ser considerados como terroris-tas. Dessa maneira, o governo da Rússia direcionou

sua maior para as zonas instáveis que têm vontade de emancipação.

O comitê em questão retratará os problemas relacio-nados a separatismo que os políticos russos podem en-frentar, tanto de povos de outro país que querem se juntar à Rússia, como é o caso da Crimeia na Ucrânia,

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quanto de povos dentro da própria Rússia que gosta-riam de se emancipar, como o caso da Chechênia.

2. Conflitos pós-soviéticos

2.1 Movimentos anti-Rússia

Como já foi visto anteriormente, a Rússia é compos-ta por um verdadeiro mosaico étnico. Dessa forma, os conflitos são inevitáveis, já que a afinidade cultu-ral e linguística criada por uma etnia acaba por dis-tanciar um grupo de outro. Isso quer dizer que os grupos étnicos se diferenciam entre si principalmen-te pela cultura, tradições, costumes, regras sociais e muitas vezes por possuir uma outra língua. A partir do momento em que surgem várias comunidades, o conflito entre elas se torna inevitável. Com tamanha diversidade entre si, os povos procuram por sua au-tonomia e independência.

Com o reforço da repressão por parte do governo russo, os atos de grupos rebeldes também aumen-taram. Por exemplo, um dos casos que tomou gran-de repercussão internacional foi o ataque à escola de Beslan, no ano de 2004, onde mais de 300 víti-mas foram mortas.

a) O povo checheno

A Chechênia é um dos lugares de maior tensão no mundo. É uma região autônoma da Rússia – ou seja, apesar de ser uma república constituída, ainda per-tence ao território russo. A emancipação total da Rússia já foi tentada duas vezes (em 1991 e 1994), mas ambas fracassaram, pois não tiveram reconhe-cimento internacional de seu território e foram re-primidos pelo governo russo.

De relevo acidentado e situada entre os mares Cás-pio e Negro, a República da Chechênia está localiza-da também na região do Cáucaso, assim como sua vizinha Inguchétia.

Assim como os inguches, os chechenos foram depor-tados para o Cazaquistão e para a Sibéria durante o governo stalinista pois eram suspeitos de colaborarem com agentes nazistas. Esse é um episódio fundamental para entender a aversão dos chechenos com os russos.

O sentimento separatista checheno iniciou-se logo após a dissolução da União Soviética no ano de 1991, quando o líder checheno Djokhar Dudaiev declara-rou independência – que não foi reconhecida inter-nacionalmente, implantando um governo legítimo e também um novo parlamento3. Como resposta, o presidente russo Boris Iéltsin enviou numerosas tro-pas a fim de evitar que a separação ocorresse efeti-vamente. Apesar de uma enorme resistência, o que levou o conflito a estender-se por um ano, os cheche-nos foram derrotados. O tratado de paz entre os dois lados só foi assinado em 1997.

Porém, os separatistas chechenos não estavam sa-tisfeitos com o modo como terminou a primeira guerra da Chechênia, o que levou a retomada do conflito em 1999. A Segunda Guerra da Chechênia trouxe uma nova tática, o terrorismo.

Ao decorrer do conflito, insurgentes chechenos pro-metiam a criação de um estado islâmico e utilizavam da nova tática pra tentarem ganhar poder. O gover-no russo recebeu recomendações de outros países para que assinasse um cessar-fogo, mas esse não foi o caminho seguido pela Federação. Foram várias as denúncias de torturas, estupros e genocídios contra os militares russos. Enquanto isso, os chechenos com-batiam com ataques suicidas e emboscadas.

Através de eleições fraudulentas, o primeiro presiden-te checheno, Akhmad Kadirov, foi eleito e considerado um traidor pelos insurgentes chechenos, e assim foi as-sassinado pelos mesmos. Seu filho, Ramzan Kadyrov, o atual presidente da Chechênia, tem apoio do presiden-te russo Putin e já foi premiado com a medalha Herói da Rússia, o título honorário mais alto do país.

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Em 2004 um episódio terrorista tomou as manche-tes internacionais: terroristas chechenos invadiram uma escola em Beslan, Ossétia do Norte, onde apri-sionaram, torturaram e assassinaram crianças, pais e funcionários. 334 civis foram mortos, entre eles 186 crianças. O ataque foi de responsabilidade de um grupo terrorista liderado pelo comandante guerri-lheiro Shamil Bassaiev4. Bassaiev também é respon-sável pela explosão no metrô de Moscou em 2004. Após o massacre na escola e o atentado no metrô, o Kremlin fortaleceu leis e métodos antiterrorismo e substanciou a autoridade russa na região, o que consolidou o regime do presidente Vladmir Putin.

Nos últimos anos, os Estados Unidos e a Arábia Sau-dita se declararam a favor do separatismo cheche-no. A Arábia Saudita, juntamente com o Paquistão, firmou acordos com grupos islâmicos caucasianos, que recebem apoio financeiro de organizações árabes. A região onde os chechenos habitam é um local extremamente importante para a Rússia por se tratar de um lugar estratégico pois grande parte do petróleo exportado da Rússia para a Europa usa como passagem a região da Chechênia.

b) O povo inguche5

Os inguches são uma das várias etnias nativas e que ainda habitam a região do Cáucaso russo (nor-te caucasiano), onde ocupam a República Russa da Inguchetia, ou simplesmente Inguchétia (divisão federal dentro da Rússia). Estima-se que a popula-ção inguche seja em torno de 300 mil habitantes6.

Por serem um grupo de etnia diferente, eles também possuem uma língua diferente, o inguche, além da língua oficial de seu país, o russo. A maioria dos in-guches são adeptos ao islamismo da vertente sunita.

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A Inguchétia faz fronteira com as regiões da Che-chênia, Ossetia do Norte e Geórgia. É uma das re-giões mais pobres e instáveis da Rússia, e por isso apresenta elevados índices de sequestro e assassi-natos, até mesmo de membros do governo para com a população, protestos, desemprego e viola-ção dos direitos humanos.

Os inguches foram dominados pelos russos no ano de 1810, o que levou à revolta de Nazran em 18587. Porém, os russos obtinham um poder bélico muito superior, o que significou a derrota dos inguches. Durante a Segunda Guerra Mundial o povo inguche é acusado por parte de Stalin de estar contribuindo com nazistas, e por isso foram deportados para a Ásia central, mais precisamente para o Cazaquistão, o que ficou conhecido como operação lentilha8.Du-rante a deportação, parte do território inguche foi transferido para a Ossétia (como pode ser analisado no mapa abaixo), o que causou um conflito iniciado no ano de 19929 e existente até hoje.

O conflito na Ossétia do Norte culminou em uma verdadeira limpeza étnica dos inguches da região, pois milhares foram expulsos e centenas foram mortos pelos militares ossetianos.

Em 1991 a Chechênia declarou sua independência da Rússia, e os inguches aproveitaram da situação e se separaram da Chechênia para formar sua pró-pria república dentro da Rússia. Assim, em 1992, a República da Inguchétia foi reconhecida como república soberana.

O terrorismo é uma prática presente na Inguché-tia, e com isso o índice de mortes nesses atentados é alto – nos últimos sete anos, mais de 700 poli-ciais foram mortos10. O presidente da Inguchétia, Murat Zyazikov, declarou em 2004 que os serviços secretos russos não prestavam ajuda de maneira eficiente aos inguches.

c) Geórgia

As tensões entre Rússia a Geórgia têm ocorrido há mais de 18 anos, antes mesmo do fim da URSS, em 1991. Em 2008, os dois países entraram em um confronto armado em função da disputa pela Os-sétia do Sul. A região está localizada no território georgiano e é principalmente povoada por russos, além de possuir um relacionamento mais próximo com a Rússia (Ossétia do Norte) do que seu próprio país. Cerca de dois terços do orçamento da região, o que equivale a US$30 milhões vem do governo russo, além disso a maioria dos habitantes dessa região utilizam o rublo russo como moeda e pas-saporte russo. A região da Ossétia do Sul só está sobre o domínio da Geórgia devido ter sido ane-xada a força durante o regime soviético e perma-neceu assim logo após o fim da URSS, mas a maior parte da população, quase 70 mil habitantes, são distintos dos georgianos e falam sua própria lín-gua, algo parecido com o persa. Essa população afirma ter sido absorvida à força e exige exercer seu direito de autodeterminação.

O confronto entre a Rússia e a Geórgia, pela região da Ossétia do Sul, retoma a velha disputa silencio-sa existente na Guerra Fria, entre os EUA e a Rús-sia, segundo o professor da Universidade Federal Fluminense ‘’A Rússia está sozinha nessa batalha “ (Reis, 2008), já que as grandes potências, com ex-

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ceção dos EUA, que declarou seu apoio à Geórgia, buscando mediar esse confronto em busca da paz, mas para Rússia não era vantajoso retornar à anti-ga situação e muito por causa do setor energético, como o gás e o petróleo.

Outro fator que preocupava a Rússia era a possível aliança da Geórgia com a OTAN (Organização do Atlântico Norte), isso atrapalharia a real intenção russa de ampliar sua influência na região do Cáu-caso, onde a Rússia mandava e desmandava nas repúblicas dessa região, durante a URSS.

Segundo o historiador da Universidade Federal Flu-minense “E não podemos deixar de citar a política que a Geórgia tem com as minorias russas na Ossé-tia do Sul, que é muito truculenta” (Reis, 2008), ou seja, a Rússia também tinha intenção de proteger sua população contra os abusos praticados pelo governo da Geórgia, muito semelhante ao caso da Ucrânia que ocorreu alguns anos depois.

2.2. Movimentos pró-Rússia

a) Ucrânia

A República Autônoma da Crimeia é uma penín-sula situada na costa setentrional do Mar Negro. A Crimeia faz fronteira com a região de Kherson ao norte com o Mar Negro ao sul e ao oeste com o Mar Azov, possui uma população 2,1 milhões de habitantes, onde a maioria é russa, e sua capital é Simferopol.

A Crimeia conecta-se ao resto da Ucrânia pelo ist-mo de Perekop, a costa da Crimeia é repleta de baías e portos que estão localizados no lado oci-dental do Istmo de Perekop. No sudeste, na baía de Kalamita estão localizados os portos mais im-portantes, onde se encontra o porto de Sebasto-pol, Eupatoria e Balaklava.

Durante a era soviética, a Crimeia foi governada como parte da Republica Socialista Soviética da Rús-sia, mas isso mudou em 1954, quando o território da Crimeia foi transferido por Kruchev como presente de comemoração do trigésimo aniversário da unifi-

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cação da Rússia e da Ucrânia. Essa decisão resultou muito polêmica em Moscou, já que Kruchev em sua carreira de político teria ascendido através das filei-ras do Partido Comunista Ucraniano. Após o colap-so da União Soviética, a Crimeia tornou-se indepen-dente da Ucrânia, a separação causou um conflito entre os russos e os ucranianos, já que a maioria da população do território da Crimeia era russa, além disso, a Rússia mantinha a frota do Mar Negro na península, o que levou a apreensão a um conflito armado, a tensão diminuiu progressivamente após a derrota das forças radicais nacionais ucranianas perderem nas eleições. A Crimeia proclamou sua au-tonomia em 5 de maio de 1992, mas concordou logo após certo tempo permanecer parte integrante da Ucrânia como uma República autônoma.

Segundo Putin, a anexação da Crimeia para o terri-tório russo seria uma correção de um erro histórico, para ele quando o ex- líder soviético Nikita Kruschev entregou o país para a Ucrânia ninguém esperava que a União Soviética fosse se fragmentar, e após a fragmentação a Crimeia continuou como território ucraniano. “O que era inacreditável até então acon-teceu. Um grande país deixou de existir” (PUTIN, 2014). Para ele, a Crimeia também deveria fazer parte de um Estado forte e estável, Putin afirmou que não há uma liderança clara na Ucrânia, o que coloca em risco as populações da Crimeia, em grande parte de-vido à instabilidade econômica ucraniana. O país ne-cessita de empréstimos bilionários de modo a evitar a falência. Kiev ainda passa por uma profunda crise de identidade, dividida entre a adesão UE (União Euro-peia), ou integrar o plano de Vladmir Putin de cons-truir uma União Eurasiana. Outro argumento susten-tado pelo presidente russo na anexação da Crimeia é a preocupação com a população de origem russa na região onde manifestantes pró – Rússia e pró- Ucrâ-nia se enfrentam. Para ele esses conflitos estão ocor-rendo devido o Ocidente apoiar o governo de Kiev, Putin critica o apoio do Ocidente ao governo de Kiev, pois segundo ele, este chegou ao poder por meio de

golpe de Estado e o apoio a um governo ilegítimo derrubaria qualquer argumento contra o Ocidente em relação ao referendo e anexação do território pela Rússia, que eles consideram ilegítimo.

Apesar de integrar parte do território ucraniano, a maioria dos cidadãos da Crimeia são de origem russa. Desde uma avaliação geoestratégica, a re-gião tem enorme importância para Moscou, já que em Sebastopol, a cidade mais importante da Ucrânia, é mantida a base da frota russa no Mar Negro. De acordo com o último acordo assinado com o governo ucraniano, a Rússia manterá esse porto até, pelo menos, 2042.

3. Novas perspectivas

Mesmo possuindo presença permanente no Conse-lho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), no G-20 e uma parceria com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN+Rússia), fica claro que nações ocidentais desejam conter o crescimento russo e uma maior participação da mesma no cenário internacio-nal. Realizando ações nos conformes do direito inter-nacional na questão da Crimeia, a Federação Russa fora criticada tanto pelos EUA como pela União Eu-ropeia; que julgaram tais ações e interferências como “anti-democráticas”, sendo que visava-se preservar o princípio de autodeterminação dos povos. Em reta-liação, as nações ocidentais exigiram o afastamento da Rússia do antigo G-8 (agora G-7) e diversas san-ções econômicas. Fica claro que o atraso da Rússia atualmente se dá pelo medo que o ocidente possui do triunfo que a Rússia é capaz de alcançar, resta portanto para a mesma realizar suas próprias alian-ças com parceiros que não desejem seu fracasso.

Um dos fatores que impedem uma maior força geo-politica da Rússia é a ausência de uma aliança ofere-cida com a China. É necessário portanto entender o porquê tal aliança fundamental ainda não fora for-malizada por ambas as partes, e para isso os fatores

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que determinam a formação de uma aliança devem ser apresentados: esclarecer o propósito da aliança, identificar e recrutar possíveis aliados, estruturar a aliança, formalizar o plano e a estrutura da mesma e implementar e realizar a manutenção da aliança. É ne-cessário lembrar que alianças normalmente ocorrem quando há uma compatibilidade de valores entre as nações presentes, no entanto vale lembrar que os in-teresses geopolíticos de ambas as partes não conver-gem em todos os temas. Basta tomar como exemplo o fato da Rússia fornecer armas para nações como Vietnã e Índia, das quais a China continua a disputar ativamente sobre questões territoriais. A formalização de uma aliança com um gigante econômico como a China não somente desestabiliza a hegemonia ameri-cana e a incidência ocidental no cenário internacional, mas também é um passo a mais que a Rússia dará em direção à recuperação de sua notoriedade nas áreas geopolíticas e econômicas.

Alianças, portanto, tornam-se necessárias, no entan-to o mercado consumidor da Rússia não deve ser es-quecido; e sim analisado. A Rússia encontra em seu fornecimento de armas para a Síria a justificativa de ajudar a combater ataques terroristas do ISIS naque-la região. Sendo a existência de bases militares no exterior uma cláusula necessária para uma superpo-tência, torna-se primordial que a Rússia preserve e amplie suas bases em Estados pequenos; no entanto deve-se evitar cair no mesmo erro do imperialismo militar e ideológico americano em regiões menos desenvolvidas, despertando um sentimento contra esse Estado e atraindo manifestações terroristas. O surgimento de mais problemas domésticos deve ser evitado, já que o maior deles se tornou um obstáculo para o desenvolvimento russo: a corrupção nacional.

DOCUMENTO DE POSIÇÃO OFICIAL

Conisderando a apresentação feita nesse guia de estudos, o Documento de Posição Oficial (DPO) de cada delegado deverá:

•conter a posição do delegado frente às questões de separatismo que será debatida no Gabinete Russo;

•levar em consideração a posição do ministério ou do cargo exercido;

•ser formatado em Times New Roman 12, com es-paçamento de simples e texto justificado;

•ao centro superior da folha, o delegado deve identificar seu cargo e o nome que quem vai re-presentar;

•ao lado superior esquerdo, deverá ter o brasão do país;

•não conter mais de uma página.

Portanto, cabe aos alunos portarem-se de acordo com a função do ministro que lhe fora designada, levando em conta também que não representará somente um político ocupando um cargo, mas sim uma personalidade política; portanto, a represen-tação desse personagem é essencial para manter o realismo das discussões.

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PANORAMAS

VLADIMIR PUTINPresidente russoNascido em Leningrado no dia 7 de outubro de 1952, é o atual presidente da Federação Russa, teve o seu primeiro mandato, após a saída de Boris Iéltsin do cargo, marcado por extremas reformas políticas e es-truturais na Rússia, contando com a recuperação do esquecido nacionalismo russo. Entre suas conquistas no primeiro mandato destaca-se a recuperação eco-nomica da Rússia, graças à excelente gestão macro-econômica de sua parte. Deixando o cargo para seu sucessor Dmitri Medvedev, Putin assume o cargo de primeiro ministro após execercer dois mandatos pre-sidenciais (2000-2008). Em 2012 ele assume seu tercei-ro mandato presidencial, marcado por fortes críticas ocidentais e pela recente crise na Ucrânia. Conhecido por sua imagem e liderança fortes e pelos seus “puti-nismos”, Vladimir Putin é o líder que a Rússia necessi-ta em seu atual momento de forte oposição ocidental e de reestruturação da superpotência russa.

O presidente russo é o chefe de Estado, comandante supremo das Forças Armadas e detentor do mais alto cargo dentro da federação russa. Entre seus deveres destacam-se o de guadião da constituição, apresen-tar e barrar leis que violem a constituição, nomear al-tos funcionários, ditar a política doméstica e externa e de comparecer a deveres cerimoniais. O presidente russo deve se portar de maneira decisiva nas reuniões e ser capaz de ditar a direção das discussões.

DMITRI MEDVEDEVPrimeiro-ministroNascido em 14 de setembro de 1965 em Lenin-grado, é o atual primeiro-ministro da Federação Russa. Sendo presidente nos anos de 2008 a 2012, teve seu mandato marcado por iniciar uma cam-panha anti-corrupção e por enfrentar a Guerra do Sul da Ossétia. Enfrentou também uma forte crise econômica de 2008 a 2009. Deixando a presidência

em 2012, fora nomeado por Putin como primeiro--ministro da Rússia. Durante uma visita em 31 de março de 2014 à Crimeia anunciou a criação do Mi-nistério Federal de relações com o país.

O Presidente do Governo da Rússia, coloquialmente conhecido como Primeiro-Ministro, é o segundo fun-cionário mais poderoso da Federação da Rússia, que, nos termos do artigo 24 da Lei Federal Constitucio-nal sobre o Governo da Federação da Rússia “dirige o Governo da Federação da Rússia”. Devido ao papel central do Presidente da Rússia no sistema político, as atividades do Poder Executivo (incluindo o primeiro--ministro) são significativamente influenciadas pelo chefe de Estado (por exemplo, é o presidente que nomeia e demite o primeiro-ministro e outros mem-bros do Governo, o Presidente poderá presidir as reu-niões do gabinete e dar ordens obrigatórias para o primeiro-ministro e outros membros do Governo, o Presidente pode também revogar qualquer ato do Governo). Cabe a ele as seguintes funções: determina as prioridades operacionais do Governo e organiza o seu trabalho de acordo com a Constituição, as leis constitucionais federais, leis federais e decretos pre-sidenciais. Submete ao Presidente propostas sobre a estrutura e as funções das instituições centrais do poder executivo (por exemplo, ministérios e agên-cias federais), nomeia os vice-primeiro-ministros, ministros federais e outros oficiais e apresenta-os ao Presidente, submete ao Presidente propostas sobre punição e recompensas dos membros do Governo, representa o governo como instituição nas relações externas e no interior do país; dirige as sessões do governo, distribui tarefas entre os membros do go-verno e informa sistematicamente o Presidente sobre as atividades governamentais.

SERGEI LAVROVMinistro das Relações ExterioresNascido em 21 de março de 1950 em Moscou, é o atual Ministro das Relações Exteriores da Fede-ração Rússia. Sendo um diplomata formado, exe-

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cutou seus serviços na embaixada soviética de Sri Lanka em 1972 e em 1976 trabalhou na Seção de Relações Internacionais e Econômicas da URSS. Em 1990 assumiu o cargo de Ministro das Relações Ex-teriores, do qual enfrentou crises e dilemas como o suporte a Bashar Assad e a crise na Ucrânia.

Cabe ao Ministro de Relações Exteriores russo aju-dar a formular a política externa do país, sendo o mais cauteloso possível com medidas externas a serem tomadas pelo Estado. Suas ações devem visar o melhor para o país no momento, buscando conciliá-las com as do Ministro da Defesa.

ALEXANDER NOVAKMinistro da EnergiaNascido em 23 de agosto de 1971 na Ucrânia, é o atual Ministro da Energia da Federação Russa. Eco-nomista formado, primeiramente assumiu o cargo de Ministro das Finanças da Rússia de 2008 a 2012. Após maio de 2012 ele assume o cargo de Ministro da Energia.

Criado em 2008, tal cargo tem como principal res-ponsabilidade ditar a política energética da Rús-sia, visando manter o desenvolvimento econômico russo na linha do desenvolvimento sustentável (já que a Rússia é signatária do Protocolo de Kyoto). Tal comitê fora criado durante a reforma do ex--presidente Dmitri Medvedev.

SERGEI SHOIGUMinistério da DefesaNasceu em 21 de maio de 1955, na cidade de Cha-dan, a Tuvan ASSR (agora a república de Tyva). Em 1977, graduou-se no instituto Politécnico da Krasnoyarsk com a especialização “Engenheiro de Construção’’. De 1991-1994 assumiu o cargo de Presidente do Comitê Estadual de RF para Defe-sa Civil. De 1994 – 2012 foi nomeado Ministro da Federação da Rússia para a Defesa Civil. Em 11 de maio de 2012, foi eleito o governador da região

de Moscou. No dia 6 de novembro de 2012, foi no-meado Ministro da Defesa da Federação Russa e continua com esse cargo atualmente.

O Ministério da Defesa (Minoborony) é um órgão executivo federal responsável pela elaboração e execução da política governamental e regula-mento legal de defesa e outras funções estipula-das pela constituição e outras leis federais e atos do Presidente e do governo; também autorizadas para gerenciar a propriedade das forças armadas da Federação Russa e organizações subordinadas.

OLEG SAVELYVMinistro de Negócios da CrimeiaNasceu em 27 de outubro de 1965, em Leningrado. Em 1988, graduou-se no departamento de radio-física do Instituto Politécnico de Leningrado. De 2008-2014 foi eleito vice-ministro russo do desen-volvimento econômico. Em 31 de março de 2014, foi nomeado Ministro dos Negócios da Crimeia.

Com a finalidade de otimizar os esforços do go-verno da Rússia para integrar a República da Cri-meia e a cidade de Sebastopol na área econômica, financeira e sistemas jurídicos, o presidente Putin emitiu uma instrução para estabelecer o Ministé-rio da Crimeia. Esse tem como objetivo elaborar programas estaduais para desenvolver a Crimeia, coordenar a sua execução e acompanhar o traba-lho das autoridades Crimeia e Sevastopol no exer-cício das competências que lhes foram delegadas, em conformidade com a lei russa.

NIKOLAI NIKIFOROVMinistro da ComunicaçãoNasceu em 24 de junho de 1982, em Kazan. Em 2004, graduou-se no departamento de economia da Universidade do Estado de Kazan. De 2001-2005 foi diretor adjunto do Portal Kazansky. De 2004-2005 foi vice-diretor geral de tecnologias modernas. De 2005-2006 foi consultor de tecno-

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logias de informações para o primeiro ministro do Tartaristão. De 2006-2010 assumiu o cargo de dire-tor geral do centro de tecnologias de informação da República do Tartaristão. Em maio de 2012, foi eleito vice-primeiro-ministro da República de Tar-taristão para a ciência da informação e comunica-ções, no mesmo ano foi nomeado Ministro das Co-municações e meios de comunicação da Federação Russa por decreto presidencial.

O Ministério da Comunicação e Mass Media (Minkomsvyaz) é um órgão executivo federal res-ponsável pela elaboração e aplicação da política do governo e regulação legal no campo da tecno-logia da informação (incluindo o uso de tecnolo-gia da informação para a criação de recursos de informação do Estado e garantir o acesso a eles).

VITALY CHURKINEmbaixador russo nas Nações UnidasNasceu no dia 21 de fevereiro de 1952, em Mos-cou. Em 1974, ele completou seus estudos no Insti-tuto Estatal de Moscou de Relações Internacionais do Ministério dos Negócios Estrangeiros da União Soviética (mais comumente abreviado como MGI-MO). Desde de 1974, Churkin serve no Ministério dos negócios estrangeiros da União Soviética e da Rússia. Em 1992, tornou-se o vice-ministro dos ne-gócios estrangeiros da Federação Russa. Em 1994, Churkin foi nomeado o embaixador russo para a Bélgica e o representante da Rússia na OTAN. Em 1998, foi nomeado embaixador russo para o Cana-dá. Em 2003, foi nomeado como enviado especial do Ministério dos negócios estrangeiros da Fede-ração Russa e em 2006 foi escolhido como o repre-sentante constante da Rússia nas Nações Unidas, continua no cargo atualmente.

LEV KUZNESTOVMinistro para Negócios do Norte do CáucasoNasceu em 24 de abril de 1965, em Moscou. Em 1990, graduou-se com uma licenciatura em econo-mia. Em 1994, Kuznetsov começou a trabalhar como chefe de gestão de crédito no Banco Alfa. Em 1996, ele se juntou à empresa de mineração e metalurgia, Norilsk Nickel, onde ocupou os cargos de chefe do departamento de auditoria, diretor de controle e auditoria de atividades, além de ser diretor-geral adjunto da Norilsk Nickel e primeiro diretor-geral adjunto da Joint Stock Company Norilsk. No início de 2000, ele começou a construir a sua carreira polí-tica, servindo em vários postos no governo local da Sibéria. Em fevereiro de 2010, o presidente russo, Dmitry Medvedev nomeou Kuznetsov governador da região de Krasnoyarsk.

VALENTINA MATVIENKOPresidente do Soviete da FederaçãoNascida em 7 de abril de 1949, Matvienko é mem-bro do partido Rússia Unida. Já foi governante de São Petesburgo em 2003, quando foi a única mu-lher a ocupar esse cargo em todo o país.

O Conselho Federal da Rússia é a câmara alta da Assembleia Federal da Rússia (parlamento da Fe-deração Russa), e é o mais alto órgão legislativo do país. O órgão é composto por 170 conselheiros. Alguns dos poderes especiais concedidos ao Con-selho da Federação são: a aprovação de alterações em fronteiras da Federação da Rússia; aprovação de um decreto do Presidente da Federação da Rús-sia sobre a introdução de um estado de emergên-cia; poder de decisão sobre a possibilidade de usar as Forças Armadas da Federação da Rússia fora do território da Federação da Rússia; impeachment do Presidente da Federação Russa; entre outros.

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SERGEI NARYSHKINPresidente da DumaPolítico, burocrata e empresário de Leningrado, nasceu em 27 de outubro de 1954. É presidente da Duma desde o final do ano de 2011. Em uma declaração feita em 2013, Naryshkin disse que não há presos políticos atualmente na Rússia.

A Duma é a câmara baixa da Assembleia Fede-ral da Rússia, e faz parte do poder legislativo. Os membros da Duma são deputados. A Duma subs-tituiu o Soviete Supremo a partir da nova Consti-tuição, que foi introduzida por Boris Yeltsin após a crise constitucional russa em 1993, e aprovada pelo público russo em um referendo. Previsto na consti-tuição russa, a Duma tem poderes de: ouvir os re-latórios anuais do governo sobre os resultados de seu trabalho, nomear e demitir o Comissário para os Direitos Humanos, que deve agir de acordo com a lei constitucional federal; fazer anúncio sobre anistia; decidir sobre acusar ou não o Presidente da Federação da Rússia para seu impeachment (o qual requer uma maioria de dois terços); entre outros.

DENIS MANTUROVMinistro da Indústria e ComércioNascido em 23 de fevereiro de 1969 em Murmansk, noroeste russo, graduou-se em sociologia e iniciou seu trabalho na política em 2007 quando foi nomea-do ao cargo de deputado do vice-ministro da Indús-tria e Energia, e no ano seguinte para o mesmo car-go no Ministério de Indústria e Comércio. Em 2012 conquistou o cargo de ministro, que ocupa até hoje.

O Ministério da Indústria e Comércio é responsá-vel por elaborar e aplicar políticas de governo e regular a atividade no setor industrial e de defesa, e também a conservação de energia e maximiza-ção da eficiência energética.

MIKHAIL FRADKOVDiretor do Serviço de Inteligência Estrangeiro Político, Fradkov é nascido em primeiro de setem-bro de 1950. Já foi primeiro-ministro russo entre os anos de 2004 e 2007 e também representou a Rús-sia na embaixada do país na Índia até 1973. Fradkov não é um homem muito inserido no círculo de pes-soas influenciadas pelo presidente Putin, apesar de ter sido apontado por este em 2007 a ser o diretor do Serviço de Inteligência Estrangeiro (SVR).

O Serviço de Inteligência Estrangeiro da Rússia é uma agência especializada do governo. Trata principalmente de assuntos civis. O SVR sucedeu a agência de espionagem KGB em 1991. A agência é responsável pelas atividades de inteligência e es-pionagem no exterior da Federação Russa, e tam-bém é uma agência autorizada a negociar acordos de cooperação e de intercâmbio de inteligência com anti-terroristas e agências de inteligência es-trangeiras. O SVR também fornece uma análise e divulgação de informações para o presidente russo.

VALERI GERASSIMOVComandante das Forças Armadas russoNascido na república do Tartaristão, Rússia, em 8 de setembro de 1955, é militar e foi nomeado ao car-go de Comandante das Forças Armadas russo por Putin. Sua carreira militar começou em 1977. Geras-simov é veterano de guerra e tem experiência em guerras baseadas no separatismo pois atuou como comandante na segunda guerra da Chechênia. Se-gundo o ministro da defesa Shoigu, Gerassimov é um homem militar das raízes do cabelo até os pés.

Nascida em 1922, as Forças Armadas da Federação Russa são todos os serviços militares do país. O Co-

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mandante Supremo das Forças Armadas é o Presi-dente da Federação, ou seja, Putin. As Forças Arma-das são administradas pelo Ministério da Defesa, e é composta pelo Exército, Marinha e Força Aérea.

SERGEI IVANOVICH KISLAYAKEmbaixador russo nos Estados UnidosNascido no ano de 1950, trabalha para o Ministério Exterior da Rússia desde 1977. Foi nomeado embai-xador da Rússia nos Estados Unidos em 26 de julho de 2008 pelo então presidente Dmitri Medvedev. Antes disso, serviu nas embaixadas russas no Reino Unido e na Bélgica, ao mesmo tempo que serviu à representação permanete russa à OTAN.

Como embaixador, Kislayak tem o dever de inter-mediar as relações diplomáticas entre os Estados Unidos e a Rússia.

ANDREY KELINRepresentante da Rússia na Organização para a Segurança e Cooperação na EuropaAndrey Kelin é embaixador russo na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). Diplomata desde 1979, Kelin nasceu em 15 de maio de 1957.

Criado no contexto pós Guerra Fria, a OSCE é uma organização internacional composta por 56 países, dentre estes todos do continente europeu. Tal orga-nização tem o objetivo de promover a democracia e o liberalismo econômico. A OSCE se preocupa com alertas sobre os conflitos, sua prevenção, gestão de crises e de recuperação pós-conflito. O conflito na Ucrânia é um assunto bem discutido na OSCE, ape-sar de ter sido acusado de uma inclinação pró-russa.

Considerações Finais

O Gabinete Russo, como expresso ao longo do guia, possui como desafios as respostas de Esta-dos e Organizações Internacionais ocidentais e o principal: a sua reestruturação como potência. Sua relevância na atualidade está presente claramente na intervenção russa na Ucrânia, e encontra uma maior relevância num futuro próximo no combate ao terrorismo promovido pelo Estado Islâmico, vis-to que o grupo fundamentalista realizou ameaças diretas a Putin pelo apoio que o mesmo forneceu ao regime de Bashar Al Assad.

Quanto às regras e ao funcionamento das discussões no comitê, recomenda-se que, pelo fato de somente o delegado que representar Putin possuir poder de veto, todos os ministros busquem conciliar interesses e atuar de maneira mais objetiva nas discussões para não perderem o precioso tempo. Vale lembrar que, um bom presidente deve buscar conciliar as partes e observar quando um fator é passível de aprova-ção ou não; o poder de veto deve ser utilizado com sabedoria. Recomenda-se também que os minis-tros tragam uma agenda de discussão pronta para o primeiro dia de discussões, tendo em vista que os assuntos são diversos e o tempo é curto, para que os mesmos votem qual agenda enumera melhor os temas a serem discutidos em cada dia; portanto, si-gam a agenda para dinamizar mais a discussão. É importante lembrar que, apesar de se tratar de um gabinete unilateral que possui ministros que buscam atingir um mesmo interesse em comum, cada minis-tro deve respeitar seu ministério, ou seja, discordar sempre quando necessário quando uma sugestão de um ministro prejudicar o desenvolvimento de seu ministério; portanto, o clássico sistema de alianças, presentes nas discussões dos comitês do fórum, não fica de fora das discussões do gabinete russo.

Com isso, удачи товарищи! (“Boa sorte camaradas!”)

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NOTAS

1. Economia no Cáucaso [on line]. Disponível em

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2. Economia no Cáucaso [on line]. Disponível em

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3. Almanaque Abril, São Paulo, 478, 2004

4. Massacre na escola de Beslan na Rússia deixou 334

mortos [on line]. Disponível em <http://acervo.

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2004-massacre-em-escola-em-beslan-na-russia-

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5. Na língua portuguesa, são corretos os termos:

inguches, inguchos ou inguchétios.

6. Ingushetia profile[on line]. Disponível em

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7. Idem

8. Idem

9. Tha Ingush-Ossetian conflict [on line]. Disponível

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10. Ingushetia’s cycle of violence [on line]. Disponível

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