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Funções Logísticas das Embalagens

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Espaço LALT na Revista Cargo News - Edição 134

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Sérgio Adriano LoureiroPesquisador do LALTdesde 2005Doutorando em Engenharia de Transportes pela FEC/UNICAMP.Mestre em Engenharia de Transportes e Engenheiro Civil pela Unicamp.

Função logística das embalagensAna Paula Reis NolettoSérgio Adriano LoureiroOrlando Fontes Lima Jr.Laboratório de Aprendizagem em Logística e TransportesFaculdade de Engenharia Civil – Unicamp

As embalagens possuem duas funções essenciais: conter e proteger os produtos que nelas são acondicio-nados. Por outro lado, indo além, as embalagens têm um elevado potencial de desempenhar um estratégi-co papel logístico. Caso elas sejam desenvolvidas sob essa perspectiva, as embalagens podem ser facilitado-ras das etapas de manuseio, movimentação, armaze-nagem e até de exposição dos produtos. De fato, as embalagens estão sendo cada vez mais reconhecidas como agentes de melhoria da logística de distribuição de bens (PEREIRA, 2007).

Ana Paula Reis NolettoPesquisadora Científica do Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA / ITALMestranda em Engenharia de Transportes pela FEC / Unicamp

Nesse sentido, Lambert (1998) e Peres (2006) afirmam que as embalagens, quando dotadas das informações e das características adequadas de proteção e nível de padronização, possibi-litam a redução do tempo de expedição e dos custos de movimentação, otimizando o uso de espaço nos meios de transportes. Para detalhar isso, a Tabela 1 apresenta uma série de melho-rias que podem ser implementadas nas emba-lagens e seus efeitos decorrentes nas atividades logísticas:

O desenvolvimento de embalagens adequadas, sob a perspectiva da logística, envolve um conjunto de de-cisões a serem ponderadas. Elas devem ser avaliadas e definidas de forma integrada com as diversas ativida-des que compõem os processos logísticos aos quais a embalagem estará sujeita ao longo da cadeia de supri-mentos. Normalmente, esta avaliação leva em conta sobretudo os custos versus os benefícios.

A relação entre o desenvolvimento e o manuseio de embalagens e seu impacto econômico nas operações logísticas foi estudada por Hellstom (2006). Segun-do ele, “no mercado de varejo da Suécia, foi estimada uma economia da ordem de 5 milhões de euros para cada segundo reduzido no tempo de manuseio de em-balagens na cadeia de suprimentos, desde o Centro de Distribuição (CD) até o Ponto de Venda (PV)”.

De fato, o melhor aproveitamento de espaço em veículos de carga (otimização volumétrica) e a maior agilidade em atividades como movimentação, arma-zenagem e carregamento (proporcionados pela emba-lagem) permitem melhorias no desempenho das ope-rações logísticas, principalmente as relacionadas ao transporte. Com isso, há também reflexos positivos na circulação urbana de cargas. E as cadeias de supri-mentos, quando otimizadas, proporcionam melhorias no transporte de cargas e podem contribuir para se reduzir os congestionamentos nas áreas urbanas (Vic-torian Freight and Logistics Council, s.d.).

O impacto provocado pela embalagem no sistema de distribuição de bens levou ao surgimento do con-ceito de Packaging Logistics, definido como o desen-volvimento (criação) de embalagens e sistemas de embalagens em conformidade com os objetivos da logística de planejar, implementar e controlar, de ma-neira eficaz e eficiente, o fluxo de materiais (Johans-son et al, 1997).

Para cumprir suas funções, a embalagem pode ser desenvolvida de forma individualizada ou conjunta,

Orlando Fontes Lima Jr.Professor Associado e Coordenador do LALT/UnicampPresidente da ANPET Associação Nacional de Ensino e Pesquisa de TransportesPesquisador do CNPq e coordenador de diversos projetos de pesquisa em parceria com universidades brasileiras e do exterior.

Tabela 1. Melhorias na embalagem e efeitos nas atividades logísticas.

Adaptado de Lambert et al (1998) e Peres (2006).

formando um sistema de embalagens. A norma NBR 9198 (2011) define os tipos de embalagem da seguinte forma:

• Embalagem primária: embalagem em contato di-reto com o produto;

• Embalagem secundária: designada para conter uma ou mais embalagens primárias, podendo não ser indicada para transporte;

• Embalagem de transporte: embalagem final, que possui resistência e durabilidade compatíveis com o ambiente de distribuição.

O número de embalagens utilizadas em cada siste-ma se relaciona diretamente às necessidades específi-cas de cada tipo de produto. Cada embalagem agrega uma ou mais funções, como, por exemplo, preserva-ção das características microbiológicas do produto, proteção física contra quedas e comunicação com o consumidor ou empresa de transporte. Dependendo das características do produto, um número maior ou menor de embalagens pode ser utilizado. Os conjun-tos formados por séries de embalagens primárias, se-cundárias ou de transporte, compondo unidades para movimentação (sobre paletes, slip sheets, roll con-tainers e etc.), podem ser denominados “unidade de carga”, “carga unitizada” ou ainda “embalagem terci-ária” (ABNT, 2011; HELLSTROM, 2007).

A escolha da melhor embalagem – ou sistema de embalagens – depende das características do produto e de seu ambiente de distribuição. Por isso, cada usu-ário de uma embalagem deve estudar qual a solução ideal para atender às suas necessidades específicas. Como exemplo disso, uma caixa de papelão ondula-do, que apresenta resistência adequada para proteger um produto do fabricante A, pode ser insuficiente para proteger o mesmo produto do fabricante B, que possui uma fábrica mais distante do centro consumi-dor e que, por isso, tem seu produto mais exposto às solicitações mecânicas ao longo do transporte.

Desenvolvimento das embalagens do ponto de vista logístico

Tipos de embalagens, sistemas e acessóriosA embalagem ideal é aque-

la que atende aos requisitos de proteção e comercializa-ção do produto utilizando o mínimo de material. Den-tro do universo de embala-gens para transporte e de acessórios para a formação da unidade de carga, estas são algumas das opções dis-poníveis no mercado:

Embalagens de transporte com vantagens funcionais• Embalagens segurasSão embalagens que se preocupam em evidenciar possíveis violações. No

caso de caixas de papelão ondulado, por exemplo, podemos citar as que oferecem um sistema de fechamento diferenciado, que impede sua abertura sem que a embalagem seja totalmente danificada.

• Embalagens tipo displaySeu diferencial é a versatilidade, o que possibilita que, além de desempe-

nhar as funções básicas, ela possa também ser utilizada como display nas gôndolas dos pontos de vendas. Tais embalagens possuem melhor design e maior qualidade na impressão do material, de forma a torná-lo mais atraen-te ao consumidor. Tudo isso é feito sem abrir mão da resistência mecânica necessária para proteger o produto durante seu transporte e distribuição.

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Sérgio Adriano LoureiroPesquisador do LALTdesde 2005Doutorando em Engenharia de Transportes pela FEC/UNICAMP.Mestre em Engenharia de Transportes e Engenheiro Civil pela Unicamp.

Função logística das embalagensAna Paula Reis NolettoSérgio Adriano LoureiroOrlando Fontes Lima Jr.Laboratório de Aprendizagem em Logística e TransportesFaculdade de Engenharia Civil – Unicamp

As embalagens possuem duas funções essenciais: conter e proteger os produtos que nelas são acondicio-nados. Por outro lado, indo além, as embalagens têm um elevado potencial de desempenhar um estratégi-co papel logístico. Caso elas sejam desenvolvidas sob essa perspectiva, as embalagens podem ser facilitado-ras das etapas de manuseio, movimentação, armaze-nagem e até de exposição dos produtos. De fato, as embalagens estão sendo cada vez mais reconhecidas como agentes de melhoria da logística de distribuição de bens (PEREIRA, 2007).

Ana Paula Reis NolettoPesquisadora Científica do Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA / ITALMestranda em Engenharia de Transportes pela FEC / Unicamp

Nesse sentido, Lambert (1998) e Peres (2006) afirmam que as embalagens, quando dotadas das informações e das características adequadas de proteção e nível de padronização, possibi-litam a redução do tempo de expedição e dos custos de movimentação, otimizando o uso de espaço nos meios de transportes. Para detalhar isso, a Tabela 1 apresenta uma série de melho-rias que podem ser implementadas nas emba-lagens e seus efeitos decorrentes nas atividades logísticas:

O desenvolvimento de embalagens adequadas, sob a perspectiva da logística, envolve um conjunto de de-cisões a serem ponderadas. Elas devem ser avaliadas e definidas de forma integrada com as diversas ativida-des que compõem os processos logísticos aos quais a embalagem estará sujeita ao longo da cadeia de supri-mentos. Normalmente, esta avaliação leva em conta sobretudo os custos versus os benefícios.

A relação entre o desenvolvimento e o manuseio de embalagens e seu impacto econômico nas operações logísticas foi estudada por Hellstom (2006). Segun-do ele, “no mercado de varejo da Suécia, foi estimada uma economia da ordem de 5 milhões de euros para cada segundo reduzido no tempo de manuseio de em-balagens na cadeia de suprimentos, desde o Centro de Distribuição (CD) até o Ponto de Venda (PV)”.

De fato, o melhor aproveitamento de espaço em veículos de carga (otimização volumétrica) e a maior agilidade em atividades como movimentação, arma-zenagem e carregamento (proporcionados pela emba-lagem) permitem melhorias no desempenho das ope-rações logísticas, principalmente as relacionadas ao transporte. Com isso, há também reflexos positivos na circulação urbana de cargas. E as cadeias de supri-mentos, quando otimizadas, proporcionam melhorias no transporte de cargas e podem contribuir para se reduzir os congestionamentos nas áreas urbanas (Vic-torian Freight and Logistics Council, s.d.).

O impacto provocado pela embalagem no sistema de distribuição de bens levou ao surgimento do con-ceito de Packaging Logistics, definido como o desen-volvimento (criação) de embalagens e sistemas de embalagens em conformidade com os objetivos da logística de planejar, implementar e controlar, de ma-neira eficaz e eficiente, o fluxo de materiais (Johans-son et al, 1997).

Para cumprir suas funções, a embalagem pode ser desenvolvida de forma individualizada ou conjunta,

Orlando Fontes Lima Jr.Professor Associado e Coordenador do LALT/UnicampPresidente da ANPET Associação Nacional de Ensino e Pesquisa de TransportesPesquisador do CNPq e coordenador de diversos projetos de pesquisa em parceria com universidades brasileiras e do exterior.

Tabela 1. Melhorias na embalagem e efeitos nas atividades logísticas.

Adaptado de Lambert et al (1998) e Peres (2006).

formando um sistema de embalagens. A norma NBR 9198 (2011) define os tipos de embalagem da seguinte forma:

• Embalagem primária: embalagem em contato di-reto com o produto;

• Embalagem secundária: designada para conter uma ou mais embalagens primárias, podendo não ser indicada para transporte;

• Embalagem de transporte: embalagem final, que possui resistência e durabilidade compatíveis com o ambiente de distribuição.

O número de embalagens utilizadas em cada siste-ma se relaciona diretamente às necessidades específi-cas de cada tipo de produto. Cada embalagem agrega uma ou mais funções, como, por exemplo, preserva-ção das características microbiológicas do produto, proteção física contra quedas e comunicação com o consumidor ou empresa de transporte. Dependendo das características do produto, um número maior ou menor de embalagens pode ser utilizado. Os conjun-tos formados por séries de embalagens primárias, se-cundárias ou de transporte, compondo unidades para movimentação (sobre paletes, slip sheets, roll con-tainers e etc.), podem ser denominados “unidade de carga”, “carga unitizada” ou ainda “embalagem terci-ária” (ABNT, 2011; HELLSTROM, 2007).

A escolha da melhor embalagem – ou sistema de embalagens – depende das características do produto e de seu ambiente de distribuição. Por isso, cada usu-ário de uma embalagem deve estudar qual a solução ideal para atender às suas necessidades específicas. Como exemplo disso, uma caixa de papelão ondula-do, que apresenta resistência adequada para proteger um produto do fabricante A, pode ser insuficiente para proteger o mesmo produto do fabricante B, que possui uma fábrica mais distante do centro consumi-dor e que, por isso, tem seu produto mais exposto às solicitações mecânicas ao longo do transporte.

Desenvolvimento das embalagens do ponto de vista logístico

Tipos de embalagens, sistemas e acessóriosA embalagem ideal é aque-

la que atende aos requisitos de proteção e comercializa-ção do produto utilizando o mínimo de material. Den-tro do universo de embala-gens para transporte e de acessórios para a formação da unidade de carga, estas são algumas das opções dis-poníveis no mercado:

Embalagens de transporte com vantagens funcionais• Embalagens segurasSão embalagens que se preocupam em evidenciar possíveis violações. No

caso de caixas de papelão ondulado, por exemplo, podemos citar as que oferecem um sistema de fechamento diferenciado, que impede sua abertura sem que a embalagem seja totalmente danificada.

• Embalagens tipo displaySeu diferencial é a versatilidade, o que possibilita que, além de desempe-

nhar as funções básicas, ela possa também ser utilizada como display nas gôndolas dos pontos de vendas. Tais embalagens possuem melhor design e maior qualidade na impressão do material, de forma a torná-lo mais atraen-te ao consumidor. Tudo isso é feito sem abrir mão da resistência mecânica necessária para proteger o produto durante seu transporte e distribuição.

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Embalagens de transporte para grandes volumes

As embalagens voltadas para o transporte de grandes volumes atendem a uma vasta gama de produtos, podendo acondicionar desde alimentos e produtos químicos a peças automotivas. Elas podem ser fabricadas com cartão, papelão ondu-lado, plástico e/ou metal. As principais são as em-balagens do tipo bulk e as bag in box;

• Embalagens tipo bulkEstas são utilizadas para acondicionamento de

produtos embalados, líquidos ou a granel, pos-suindo várias opções de embalagens IBC (Inter-mediate Bulk Container). Dentre elas, há desde os hard bulks, de papelão ondulado ou cartão, com possibilidade de serem desmontados e reu-tilizados, aos IBC para produtos perigosos, con-feccionados com grades de aço, contêiner plástico com tampa e válvula e palete integrado. Suas ino-vações em geral se apresentam na sofisticação das válvulas, formatos e no aumento da resistência;

• Embalagens do tipo bag in boxEstas são utilizadas para acondicionamento de produtos

líquidos ou pastosos, contendo uma embalagem plástica em seu interior, que recebe o produto a ser acondicionado. O tipo de filme usado na fabricação da embalagem plásti-ca é determinado em função das necessidades de proteção do produto, sendo encontrado no mercado desde estrutu-ras simples de PEBD (polietileno de baixa densidade) até estruturas laminadas, tendo como exemplo as laminações com PET (poliéster) metalizado (NOLETTO, 2010).

Sistemas e acessóriosNo mercado podem ser encontradas unidades de trans-

porte que apresentam conceitos inovadores, reunindo funções múltiplas para se atender segmentos específicos. Esses dispositivos são formados, em geral, por várias pe-ças e permitem melhor aproveitamento de espaço no re-torno à empresa. Os exemplos ilustrados nas Figuras 1 e 2 mostram a fixação de etiquetas de RFID à estrutura, que permite que o produto seja rastreado ao longo da cadeia (MARTÍNEZ-SALA et al, 2009).

Figura 1. Unidade de transporte que agrega as funções de transportar e...

Figura 2. ...expor o produto (Empresa Ecomovistand).

Entre os acessórios mais co-muns das embalagens de trans-porte, podemos citar os filmes de stretch ou shrink utilizados para envolver as unidades de car-ga. Os avanços tecnológicos têm permitido que, cada vez mais, se-jam utilizados filmes mais finos e com resistência à perfuração igual ou superior às mais anti-gas. As cintas de amarração das unidades de carga também têm apresentado evolução em seu de-senvolvimento, e no mercado não é difícil obter-se dispositivos que facilitam a sua colocação.

Figura 3. Equipamento que facilita a fixação da cinta de amarração (Empresa ErgoPack).

No exemplo ilustrado na Figura 3, um equipamen-to lança uma alça mecânica que envolve o palete e contém a cinta de amarração. O dispositivo ainda au-xilia o operador a cortar e a selar a cinta.

Por sua vez, os calços utilizados dentro das emba-lagens e dos contêineres vêm apresentando inovações nos materiais e nas formas como são confeccionados.

Por fim, bons exemplos de acessórios interessantes podem ser encontrados nos separadores. Confeccio-nados, em geral, com papelão ou plástico, a Figura 4 ilustra um separador para paletes de bobinas produ-zido com polpa moldada.

Figura 4. Separador de bobinas fabricado com polpa moldada (Empresa ErinPulp).

ConclusõesPara finalizar, constata-se que a diversidade de em-

balagens e acessórios oferecidos no mercado permite uma boa flexibilidade para a escolha da embalagem mais conveniente, conforme a demanda do mercado. Isso facilita as operações, minimiza as perdas de pro-duto e possibilita aspectos visuais mais atraentes e diferenciados para os consumidores.

Considerando também o impacto que as embala-gens têm sobre as atividades de transporte e distri-buição de bens de consumo, torna-se imprescindível, como foi ressaltado, a realização de estudos de men-suração da eficiência das mesmas dentro das cadeias logísticas. Esses estudos poderão auxiliar os envol-vidos na cadeia (fabricante, transportador, varejista, etc.) a trabalhar de forma conjunta na tomada de de-cisões que contribuirão para a elaboração de especi-ficações de embalagens mais adequadas, econômicas e rentáveis, com efeitos diretos em toda a cadeia de distribuição de produtos e no sistema de distribuição de mercadorias.

Referências bibliográficas: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9198: Embalagem e acondicionamento. Rio de Janeiro, 2011. 16 p.HELLSTROM, D.; SAGHIR, M. Packaging and logistics interactions in retail supply chains. Packaging Technology and Science, v. 20, n. 3, p. 197-216, 2007.JOHANSSON, K.; KARLSSON, A. L.; OLSMATS, C.; TILIANDER, L. (1997) Packaging logistics. Kista, Sweden: Packforsk, 86 p.LAMBERT, Douglas M.; STOCK, James R.; VANTINE, José Geraldo S. Admi-nistração estratégica da logística. São Paulo: Vantine Consultoria, 1998. 912 p.MARTÍNEZ-SALA, A.S.; EGEA-LÓPEZ, E., GARCÍA-SANCHEZ; F.; GARCÍA-HARO, J. Tracking of Returnable Packaging and Transport Units with active RFID in the grocery supply chain. Computers in Industry. v. 60, p.161-171, 2009.NOLETTO, A. P. R. (Coord.). Embalagens de papelão ondulado: propriedades e avaliação da qualidade. Campinas: ITAL/CETEA, 2010. 187 p.PEREIRA, G. R.. Aplicação da gestão baseada em atividades à distribuição ur-bana de bebidas. 2007. 230 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Transportes) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2007.PERES, Cassiano R. G. Análise do método de custeio baseado em atividades aplicado à logística de distribuição. 2006. 202 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção)--Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2006.

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Embalagens de transporte para grandes volumes

As embalagens voltadas para o transporte de grandes volumes atendem a uma vasta gama de produtos, podendo acondicionar desde alimentos e produtos químicos a peças automotivas. Elas podem ser fabricadas com cartão, papelão ondu-lado, plástico e/ou metal. As principais são as em-balagens do tipo bulk e as bag in box;

• Embalagens tipo bulkEstas são utilizadas para acondicionamento de

produtos embalados, líquidos ou a granel, pos-suindo várias opções de embalagens IBC (Inter-mediate Bulk Container). Dentre elas, há desde os hard bulks, de papelão ondulado ou cartão, com possibilidade de serem desmontados e reu-tilizados, aos IBC para produtos perigosos, con-feccionados com grades de aço, contêiner plástico com tampa e válvula e palete integrado. Suas ino-vações em geral se apresentam na sofisticação das válvulas, formatos e no aumento da resistência;

• Embalagens do tipo bag in boxEstas são utilizadas para acondicionamento de produtos

líquidos ou pastosos, contendo uma embalagem plástica em seu interior, que recebe o produto a ser acondicionado. O tipo de filme usado na fabricação da embalagem plásti-ca é determinado em função das necessidades de proteção do produto, sendo encontrado no mercado desde estrutu-ras simples de PEBD (polietileno de baixa densidade) até estruturas laminadas, tendo como exemplo as laminações com PET (poliéster) metalizado (NOLETTO, 2010).

Sistemas e acessóriosNo mercado podem ser encontradas unidades de trans-

porte que apresentam conceitos inovadores, reunindo funções múltiplas para se atender segmentos específicos. Esses dispositivos são formados, em geral, por várias pe-ças e permitem melhor aproveitamento de espaço no re-torno à empresa. Os exemplos ilustrados nas Figuras 1 e 2 mostram a fixação de etiquetas de RFID à estrutura, que permite que o produto seja rastreado ao longo da cadeia (MARTÍNEZ-SALA et al, 2009).

Figura 1. Unidade de transporte que agrega as funções de transportar e...

Figura 2. ...expor o produto (Empresa Ecomovistand).

Entre os acessórios mais co-muns das embalagens de trans-porte, podemos citar os filmes de stretch ou shrink utilizados para envolver as unidades de car-ga. Os avanços tecnológicos têm permitido que, cada vez mais, se-jam utilizados filmes mais finos e com resistência à perfuração igual ou superior às mais anti-gas. As cintas de amarração das unidades de carga também têm apresentado evolução em seu de-senvolvimento, e no mercado não é difícil obter-se dispositivos que facilitam a sua colocação.

Figura 3. Equipamento que facilita a fixação da cinta de amarração (Empresa ErgoPack).

No exemplo ilustrado na Figura 3, um equipamen-to lança uma alça mecânica que envolve o palete e contém a cinta de amarração. O dispositivo ainda au-xilia o operador a cortar e a selar a cinta.

Por sua vez, os calços utilizados dentro das emba-lagens e dos contêineres vêm apresentando inovações nos materiais e nas formas como são confeccionados.

Por fim, bons exemplos de acessórios interessantes podem ser encontrados nos separadores. Confeccio-nados, em geral, com papelão ou plástico, a Figura 4 ilustra um separador para paletes de bobinas produ-zido com polpa moldada.

Figura 4. Separador de bobinas fabricado com polpa moldada (Empresa ErinPulp).

ConclusõesPara finalizar, constata-se que a diversidade de em-

balagens e acessórios oferecidos no mercado permite uma boa flexibilidade para a escolha da embalagem mais conveniente, conforme a demanda do mercado. Isso facilita as operações, minimiza as perdas de pro-duto e possibilita aspectos visuais mais atraentes e diferenciados para os consumidores.

Considerando também o impacto que as embala-gens têm sobre as atividades de transporte e distri-buição de bens de consumo, torna-se imprescindível, como foi ressaltado, a realização de estudos de men-suração da eficiência das mesmas dentro das cadeias logísticas. Esses estudos poderão auxiliar os envol-vidos na cadeia (fabricante, transportador, varejista, etc.) a trabalhar de forma conjunta na tomada de de-cisões que contribuirão para a elaboração de especi-ficações de embalagens mais adequadas, econômicas e rentáveis, com efeitos diretos em toda a cadeia de distribuição de produtos e no sistema de distribuição de mercadorias.

Referências bibliográficas: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9198: Embalagem e acondicionamento. Rio de Janeiro, 2011. 16 p.HELLSTROM, D.; SAGHIR, M. Packaging and logistics interactions in retail supply chains. Packaging Technology and Science, v. 20, n. 3, p. 197-216, 2007.JOHANSSON, K.; KARLSSON, A. L.; OLSMATS, C.; TILIANDER, L. (1997) Packaging logistics. Kista, Sweden: Packforsk, 86 p.LAMBERT, Douglas M.; STOCK, James R.; VANTINE, José Geraldo S. Admi-nistração estratégica da logística. São Paulo: Vantine Consultoria, 1998. 912 p.MARTÍNEZ-SALA, A.S.; EGEA-LÓPEZ, E., GARCÍA-SANCHEZ; F.; GARCÍA-HARO, J. Tracking of Returnable Packaging and Transport Units with active RFID in the grocery supply chain. Computers in Industry. v. 60, p.161-171, 2009.NOLETTO, A. P. R. (Coord.). Embalagens de papelão ondulado: propriedades e avaliação da qualidade. Campinas: ITAL/CETEA, 2010. 187 p.PEREIRA, G. R.. Aplicação da gestão baseada em atividades à distribuição ur-bana de bebidas. 2007. 230 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Transportes) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2007.PERES, Cassiano R. G. Análise do método de custeio baseado em atividades aplicado à logística de distribuição. 2006. 202 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção)--Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2006.

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