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1 FUNDAMENTOS PARA A MODERNIZAÇÃO DO ENSINO Diagnóstico Efetuado no Sistema de Ensino - 1996 Proposta de Ações para Corrigir as Deficiências Encontradas 1. Finalidade Consolidar o diagnóstico, as conclusões e as propostas do Grupo de Trabalho para o Estudo da Modernização do Ensino (GTEME) ao final do Projeto Nr 1, previsto no “Plano Geral de Trabalho”, de 29 Nov 95. 2. Referências a. Portaria Nr 25-DEP, de 06 Set 95; b. Portaria Nr 26-DEP, de 06 Set 95; c. Política Educacional para o Exército Brasileiro: Ano 2.000 - Fundamentos - EME, 1994; d. Política Educacional - ECEME, 1995; e. Plano Geral de Trabalho, do GTEME, de 29 Nov 95; f. Lei de Ensino do Exército e seu Regulamento; g. Lei do Magistério Militar; h. Legislação que rege os docentes civis no Exército; i. Regulamento de Preceitos Comuns aos Estabelecimentos de Ensino do Exército – R-126; j. Regulamento de cada estabelecimento de ensino; k. Metodologia para Elaboração e Revisão de Currículos (MERC); l. Normas para Medida da Aprendizagem (NMA); m. Normas para Planejamento e Montagem dos Instrumentos de Medida da Aprendizagem (NPMIMA); n. Documentação de ensino dos diferentes estabelecimentos subordinados ao DEP; o. Programa de Leitura para o biênio 1996-97, aprovado pela Portaria Nr 04-DEP, de 30 Jan. 96. 3. Objetivos a. Consubstanciar o diagnóstico do Sistema de Ensino Militar da Linha Bélica; b. Propor ações a realizar para aperfeiçoar e modernizar o Sistema; c. Estabelecer diretrizes para o prosseguimento dos trabalhos de modernização do ensino; d. Servir de base para a redação do Plano Básico do Ensino Militar da Linha Bélica.

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FUNDAMENTOS PARA A MODERNIZAÇÃO DO ENSINODiagnóstico Efetuado no Sistema de Ensino - 1996Proposta de Ações para Corrigir as Deficiências Encontradas

1. FinalidadeConsolidar o diagnóstico, as conclusões e as propostas do Grupo de Trabalho para o Estudo daModernização do Ensino (GTEME) ao final do Projeto Nr 1, previsto no “Plano Geral de Trabalho”,de 29 Nov 95.

2. Referênciasa. Portaria Nr 25-DEP, de 06 Set 95;

b. Portaria Nr 26-DEP, de 06 Set 95;

c. Política Educacional para o Exército Brasileiro: Ano 2.000 - Fundamentos - EME, 1994;

d. Política Educacional - ECEME, 1995;

e. Plano Geral de Trabalho, do GTEME, de 29 Nov 95;

f. Lei de Ensino do Exército e seu Regulamento;

g. Lei do Magistério Militar;

h. Legislação que rege os docentes civis no Exército;

i. Regulamento de Preceitos Comuns aos Estabelecimentos de Ensino do Exército – R-126;

j. Regulamento de cada estabelecimento de ensino;

k. Metodologia para Elaboração e Revisão de Currículos (MERC);

l. Normas para Medida da Aprendizagem (NMA);

m. Normas para Planejamento e Montagem dos Instrumentos de Medida da Aprendizagem(NPMIMA);

n. Documentação de ensino dos diferentes estabelecimentos subordinados ao DEP;

o. Programa de Leitura para o biênio 1996-97, aprovado pela Portaria Nr 04-DEP, de 30 Jan.96.

3. Objetivos a. Consubstanciar o diagnóstico do Sistema de Ensino Militar da Linha Bélica;

b. Propor ações a realizar para aperfeiçoar e modernizar o Sistema;

c. Estabelecer diretrizes para o prosseguimento dos trabalhos de modernização do ensino;

d. Servir de base para a redação do Plano Básico do Ensino Militar da Linha Bélica.

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4. Considerações Iniciaisa. As conclusões contidas nos documentos “Política Educacional para o Exército Brasileiro no Ano2000” e “Política Educacional”, elaborados, respectivamente, pelo Estado-Maior do Exército e pelaEscola de Comando e Estado-Maior do Exército, apontam para a necessidade deredimensionamento do perfil do militar profissional, tendo em vista os desafios esperados para osprimeiros anos do século XXI. Em linhas gerais, tal perfil pode ser delineado pelos seguintestraços:

• crença e compromisso com os valores centrais da instituição;

• atitudes que denotem criatividade, iniciativa, decisão, adaptabilidade, cooperação, arrojo,flexibilidade e liderança;

• habilidades interpessoais que facilitem sua interação com indivíduos e grupos;

• senso de responsabilidade pelo auto-aperfeiçoamento;

• habilidades cognitivas, nos níveis de compreensão, reflexão crítica e de aplicação deidéias criativas;

• domínio de idiomas estrangeiros;

• habilidades para fazer uso dos recursos de informática;

• habilidades físicas típicas da profissão.

b. O Sistema de Ensino do Exército, tradicionalmente, tem demonstrado capacidade deajustamento às exigências próprias de cada momento histórico. É comprovadamente sério,organizado, experiente, normalizado, validado e respeitado. Carece, contudo, deaperfeiçoamentos que lhe permitam fazer frente, em melhores condições, aos desafios do futuro,no qual, mais do que nunca, a educação exercerá papel preponderante para o desenvolvimentointegral do homem, elemento-chave da Instituição.

c. Desde setembro de 1995, o GTEME realizou estudos, pesquisas, entrevistas e visitas detrabalho que lhe permitiram levantar, com precisão, a atual situação do Sistema de Ensino. Aocabo desse período, foram ratificadas as qualidades do sistema e evidenciados os aspectos quedeverão ser objeto de aperfeiçoamento. Tais aspectos passarão a ser apreciados no parágrafoseguinte.

5. Situação Atuala. Estrutura do Sistema de Ensino

1) Trata-se de um dos sistemas de primeira ordem do Exército Brasileiro. Cabem-lhe açõesestratégicas e táticas relativas ao preparo de recursos humanos para a Força. Tem no DEP, o seuórgão central e nas Diretorias, seus órgãos de apoio.

2) Constatou-se a falta de assessoria técnica de supervisão pedagógica, tanto ao órgão centralquanto aos órgãos de apoio e mesmo aos Estabelecimentos de Ensino (EE). Pode-se somar aessa deficiência o peso do trabalho burocrático exigido de todos, o limitado poder decisório dasDiretorias e sua reduzida estrutura, o que as impede de exercer eficaz auditoria e orientação doensino nos estabelecimentos que lhes são subordinados.

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3) A troca de experiências pedagógicas entre as diferentes escolas, suas administrações e seusdocentes não se realiza de forma sistemática e ágil dentro do sistema, ficando limitada, quandoocorre, às instituições de uma mesma Diretoria.

4) Quanto aos EE e seus respectivos cursos, sob o ponto de vista sistêmico, deve ser mencionadoque:

• há escolas e cursos de formação e de aperfeiçoamento, de oficiais e de praças, subordinadosà Diretoria de Especialização e Extensão;

• há escolas que formam, aperfeiçoam, especializam e proporcionam extensão,simultaneamente, a oficiais e a praças.

5) Finalmente, observou-se a falta de estrutura sistêmica para recolher e tratar dados estatísticos,que poderiam ser relevantes para a análise e aperfeiçoamento do ensino no Exército.

b. Legislação de ensino

1) Entende-se por legislação de ensino o conjunto de leis, regulamentos, regimentos, portarias,instruções, diretrizes, normas, planos e programas que regem essa atividade no âmbito doExército. Esse conjunto, tal como está, caracteriza-se pelo elevado grau de centralização edetalhada regulamentação, o que tem acarretado excessivo controle burocrático. Emconseqüência desse caráter centralizador, observa-se que a legislação deixa pouco espaçodecisório para os diretores dos órgãos de apoio e menor espaço ainda para os comandantes deEE, diretores de ensino.

2) A legislação vigente não favorece a correlação com a legislação nacional, o que seria desejáveldo ponto de vista do relacionamento externo e do reconhecimento legal dos diversos cursosproporcionados pela Força.

3) Por último, constata-se o detalhamento excessivo em documentos de elevado nível, como, porexemplo, as leis, o que torna o Sistema pouco flexível e lento no adaptar-se a mudanças.

c. Currículos

1) O Exército dispõe de um instrumento específico para tratar currículos, a Metodologia paraElaboração e Revisão de Currículos, aprovada pela Portaria Nr 73/DEP, de 10 de dezembro de1987. Apesar de vigente, observou-se que a MERC é pouco conhecida por parte dos integrantesdo sistema, aí incluídos não apenas instrutores e professores, mas também diretores de ensino erespectivos conselhos.

Em decorrência, nota-se que a metodologia é pouco aplicada e, muitas das vezes, violada poraqueles a quem deveria ser útil. Não raro, os próprios escalões superiores determinam a inclusãode matérias e assuntos em diferentes currículos, deixando de atentar para as normas vigentes, oque tem acarretado distorções no conjunto, com prejuízo para a qualidade do ensino. Essa práticatem demonstrado que os currículos ainda estão vulneráveis a interferências estranhas àmetodologia, tais como “personalismos” e “achismos”.

Acresça-se a velocidade das transformações sociais, característica do mundo contemporâneo, oque leva à necessidade de se repensar a MERC, a fim de não apenas permitir, mas estimular aagilidade e o dinamismo no processo de revisão dos currículos. Quando do reestudo da MERC,

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deve-se considerar que o Exército adota os “currículos de matérias isoladas”, deixando de adotaroutros modelos, especificados naquele documento.

2) Ponto de partida para a elaboração e revisão de currículos, os perfis profissiográficos ganhamimportância dentro do processo. O que se constata é a não-observância da metodologia para asua elaboração e revisão, seja, em alguns casos, por alegada falta de tempo, seja, em outros, pordesconhecimento, e, principalmente, por inexistência de um mecanismo institucional parapermanente reavaliação dos perfis já elaborados.

3) A partir dos perfis, os currículos fixam objetivos gerais para cada curso. De sua análise, conclui-se que tais objetivos atêm-se, quase que exclusivamente, aos domínios cognitivo e psicomotor.Os objetivos do domínio afetivo, inclusive aqueles indispensáveis à internalização dos conceitosde auto-aperfeiçoamento, de aprender a aprender e da criação de hábitos intelectuais duráveis, aocontrário, recebem tratamento sobremaneira genérico.

4) O estudo da grade curricular, em princípio, mostra a necessidade de reavaliar a conveniênciada inclusão de novas matérias e a eliminação de outras.

5) Os objetivos particulares, por seu turno, não expressam com clareza a contribuição de cadamatéria para a consecução dos objetivos gerais do curso. Por outro lado, há objetivos específicosambiciosos, considerando-se a carga horária de cada assunto e os objetivos gerais e particularesdos currículos e das matérias, respectivamente. Além disso, nota-se inadequada hierarquizaçãode objetivos específicos, em flagrante desobediência a princípios fundamentais do processoensino-aprendizagem.

6) Quanto aos conteúdos, constatou-se que há assuntos importantes que não constam doscurrículos ou são abordados com evidente superficialidade. Outros são excessivamente repetidos,dentro de um mesmo curso ou em cursos subseqüentes, acarretando indesejáveis superposiçõese mal aproveitamento das cargas horárias, ainda que a título de nivelamento ou de recordação.Há ainda aqueles assuntos cuja permanência nos currículos é de validade bastante discutível.

Impõe-se, pois, a integração das matérias e assuntos nos currículos, dentro de um processo derevisão global de todos os currículos atualmente em vigor.

Em qualquer caso, contudo, conclui-se que há excesso de assuntos, em relação às cargashorárias disponíveis. Em outras palavras, na ânsia de transmitir todos os conhecimentosnecessários ao desempenho profissional de seus alunos, as escolas, os professores e osinstrutores estão privilegiando a quantidade em detrimento da qualidade, o que acarretasuperficialidade e limitada profundidade na abordagem de assuntos relevantes.

7) O domínio afetivo não recebe tratamento condizente com sua importância, o que fica evidentequando não se encontram referências precípuas nem nos objetivos particulares nem nosespecíficos. Nesse contexto, professores e instrutores não são orientados a trabalharsistematicamente esse domínio, perdendo-se, pois, oportunidades para o desenvolvimento globalde alunos e instruendos.

Some-se à constatação anterior a inflexibilidade dos planejamentos de utilização do tempo. Nosmoldes atuais, não há como dispor de carga horária para que docentes e discentes possamdesenvolver atividades de pesquisa, reflexão, debate, leitura e outras essenciais ao aprender aaprender. Nesse mesmo caso encontram-se as cargas horárias, em geral insuficientes, atribuídasao trabalho das seções técnicas e psicotécnicas.

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8) Finalmente, deve-se ressaltar que, ressalvadas as exceções, matérias e assuntos constam doscurrículos sem qualquer referência ao emprego dos inúmeros recursos de informática e de outrastecnologias, postos à disposição dos educadores, hoje em dia.

d. Didática e metodologia

1) O processo ensino-aprendizagem permanece centrado na figura do professor ou do instrutor. Odocente desempenha o papel de detentor, quase que exclusivo, do conhecimento e detransmissor único das informações necessárias ao exercício profissional de seus alunos ouinstruendos. Professores e instrutores não estão preparados, nem técnica, nem psicologicamente,para exercerem a função de facilitadores da aprendizagem. Além disso, não dispõem de suficientepreparação pedagógica para recorrer aos diferentes processos de ensino postos à sua disposição.

2) A publicação oficial do Ministério do Exército que trata de didática e de metodologia é o T 21-250, Manual do Instrutor, edição de 1973. Desse documento consta a orientação doutrinária sobreos diferentes processos de ensino, suas características e oportunidades de utilização. Em face desua desatualização, algumas escolas complementam aquele Manual por meio de publicaçõesinternas.

3) Na prática, observa-se a prevalência da palestra sobre outros processos, às vezes maisindicados para a aprendizagem de assuntos específicos e que, simultaneamente, concorrem paramelhor estimular a necessidade de auto-aperfeiçoamento continuado. Conseqüentemente, alunose instruendos não dispõem de situações adequadas ao desenvolvimento de atributos tais comoiniciativa, criatividade, expressão oral e escrita, ou ainda para transmitirem suas experiências,quando for o caso.

4) Esforços louváveis, mas isolados, têm sido empreendidos por alguns estabelecimentos nosentido de incrementar diferentes técnicas de trabalhos em grupo. Entretanto, foram observadasimperfeições naquelas experiências, fruto da preparação incompleta dos docentes, dodesconhecimento dos fundamentos metodológicos, da utilização parcial das técnicas, daarquitetura escolar não-adequada e dos erros conseqüentes da prática nas condições assimdescritas.

O emprego do trabalho em grupo, sem a criação das condições globais para a sua implementação– em especial quanto ao tempo concedido para o estudo preliminar e para os debates intra-grupos– com freqüência concorre para a sua rejeição e para a descrença quanto à eficácia do processo,com reflexos negativos no rendimento da aprendizagem.

Nesse contexto, observa-se que as normas regulamentares e a prática institucional não concedemaos instrutores e professores flexibilidade para dispor do tempo que lhes foi concedido. Osintervalos são concedidos aos alunos a cada tempo de aula – cinqüenta ou quarenta e cincominutos – independentemente do processo de ensino que está sendo utilizado ou da matéria empauta, mesmo que seja com prejuízo para a continuidade do ensino e da aprendizagem.

5) Ademais, constata-se a chamada “cultura dos polígrafos, das apostilas, das notas de aula ou,até mesmo, das cópias das transparências”. Em verdade, há motivos concretos que concorrerampara essa situação, podendo-se citar a falta de regulamentos, códigos e manuais, em quantidadesuficiente; as contradições existentes entre alguns manuais de campanha; a lenta velocidade deatualização oficial dessas mesmas publicações e a iniciativa das escolas, que editam documentosinternos atualizados; e a necessidade de os alunos disporem de fontes objetivas pararesponderem às verificações formais a que são submetidos.

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O estudo nos manuais é relegado a um plano secundário. O aluno passa a acreditar que tudo oque necessita para o bom desempenho profissional consta dos textos escolares e ficadesabituado à leitura e à pesquisa de documentos de maior densidade.

O conflito entre as publicações escolares e os documentos expedidos pelo Estado-Maior doExército é uma conseqüência direta do que se evidenciou nos parágrafos anteriores.

6) Por último, merece menção a dificuldade de relacionamento entre professores e seçõestécnicas de ensino (STE), no que se refere à supervisão pedagógica. O não-entendimento ou anão-aceitação, em particular por professores civis e por militares mais antigos, desse relevantepapel das STE, tem concorrido para dificultar a correção dos desvios anteriormente apontados.

e. Avaliação

1) As Normas para Medida da Aprendizagem e as Normas para Planejamento e Montagem dosInstrumentos de Medida da Aprendizagem em vigor, ambas publicadas em 1987 e comuns atodos os estabelecimentos de ensino, são complementadas por Normas Internas para Medida deAprendizagem, próprias de cada EE. Além desses documentos, vigem normas para avaliação dodesempenho e conceituação dos discentes, específicas de cada escola. No entanto, o Exércitonão dispõe de um sistema de avaliação global dos discentes.

2) Desde já, chama a atenção o fato de que apenas a ECEME e a EsAO consideram o resultadoda avaliação do desempenho na determinação da nota final de seus alunos, ainda que as demaisescolas avaliem ou conceituem seus respectivos alunos quanto ao desempenho.

Constata-se também que, à exceção dos estagiários do CPEAEx, o sistema de avaliação daaprendizagem tem sido aplicado igualmente a todos os alunos, da quinta série do primeiro grauaos cursos de estado-maior, independentemente das características dos cursos, dos docentes,dos discentes, dos processos de ensino, dos currículos e das próprias escolas. Quase não seaproveita a flexibilidade permitida pelo próprio sistema.

3) As verificações da aprendizagem ocupam o centro do processo. Como regra geral, é flagrante adedicação ao estudo dos assuntos que são matéria de VC, VE ou VEsp, a par do abandono detemas que não são objeto de verificação, não obstante a importância de que se revestem.Concorre decisivamente para essa realidade, a utilização, pelo Sistema de Pessoal, dosresultados escolares para fins de movimentação, ao final de cada curso. Os próprios alunosconsideram como direito adquirido, líquido e certo, que a escolha de suas futuras unidades serárealizada segundo a classificação final nos cursos, independentemente até mesmo da hierarquia,princípio basilar da instituição. Assim, a conquista de notas mais altas tem por objetivopredominante obter melhores condições de escolha de unidade, em detrimento do fim essencialdo estudo, a adequada preparação para o exercício de cargos e de funções militares.

Todavia, o paradigma de que “o aluno só estuda para a prova e o que cai na prova” não constituiverdade absoluta. Experiências recentes demonstraram que os alunos se dedicam com afinco aalguns temas não-objeto de prova formal, desde que sejam levados à compreensão de suaimportância para o futuro desempenho da profissão.

4) Na montagem das verificações, constata-se a freqüente exigência de memorização de textosque, no dia-a-dia, serão consultados pelos militares sempre que necessário. Nessa mesma linhade raciocínio, observa-se a reduzida utilização de verificações práticas, de provas com consultapermitida e das que solicitam respostas subjetivas, todas preconizadas nas NMA.

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5) Como regra geral, as escolas não utilizam as verificações para retificar a aprendizagem, passoessencial para fechar o ciclo do processo ensino-aprendizagem. Professores, instrutores eadministradores do ensino atribuem essa deficiência à falta de tempo.

O tempo consumido no processo de montagem, aplicação e correção de provas merece serreavaliado. Todos se queixam do excesso de tempo gasto nessa atividade, em particular as STE,que se vêm sobrecarregadas com as medidas da aprendizagem e deixam de exercer outrospapéis, notadamente o de supervisão pedagógica. O elevado número de verificações e as rotinasburocráticas concorrem para agravar o quadro em apreço.

6) O sistema privilegia a avaliação intelectual do estudante, relegando a plano secundárioaspectos e atributos que permitiriam uma apreciação mais precisa do homem e do militar. Osdomínios cognitivo e psicomotor se sobrepõem ao afetivo. Por outro lado, constata-se falta depadronização dos conceitos de avaliação da aprendizagem, avaliação do desempenho econceituação de alunos.

Concorre para esse quadro a falta de normalização específica, encargo do órgão central dosistema.

7) A preparação dos avaliadores do desempenho ou dos responsáveis pela conceituação,conforme o caso, carece de trato mais apurado. As repercussões dessa deficiência se tornammais graves se considerarmos que cabe às escolas prepararem seus discentes como avaliadores,atividade de crescente importância no Exército.

Da avaliação, em seu sentido mais amplo, incluindo o desempenho, devem participar ativamentetodos os envolvidos na atividade educacional. Em geral, os professores não são chamados a fazê-lo.

8) Ademais, a eficácia do ensino-aprendizagem exige avaliação sistemática dos professores, dosinstrutores, dos administradores do ensino, dos currículos e da infra-estrutura escolar, bem comoa validação do próprio processo de avaliação. Longe de se esgotar em si mesma, a avaliaçãodeve gerar reorientação e correção de rumos, o que nem sempre fica evidente no cotidiano dosEE.

f. Recursos humanos

1) Compreendem diretores de ensino, seus assessores imediatos, professores, instrutores emonitores. Os professores podem ser civis ou oficiais. Esses, por seu turno, ou pertencem aoMagistério do Exército (ME), ou estão em comissão, ou integram o Quadro Complementar deOficiais ou são prestadores de tarefa. Para o eficaz desempenho das respectivas funções, sãonecessários conhecimentos de pedagogia, didática e metodologia. A experiência na área deensino também contribui para aprimorar o desempenho daqueles profissionais.

2) Como regra geral, à exceção do QCO, todos evidenciam falta ou deficiência de formaçãopedagógica. Quanto aos diretores de ensino, nem todos têm experiência na área ou vivênciaanterior no estabelecimento que comandam. A preparação desses oficiais privilegia o comandanteem detrimento do diretor de ensino, fato este que facilita a adoção de medidas por vezespersonalistas, com prejuízo do trato pedagógico de diferentes assuntos.

Não é exigida formação pedagógica dos candidatos ao Quadro do Magistério do Exército, noconcurso a que são submetidos. Posteriormente, no decorrer de sua vida profissional, não são

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realizadas atividades regulares de reciclagem ou de aperfeiçoamento pedagógico para osprofessores, tanto civis quanto militares.

Os próprios instrutores, selecionados segundo critérios exigentes, desconhecem as técnicas dedinâmica grupal, em particular as referentes à condução de trabalhos em grupo. Em decorrência,pouco exploram e valorizam a experiência de seus instruendos.

Os Estágios de Atualização Pedagógica e Administração Escolar não têm atingido com eficáciaseus objetivos. Como causas podem ser apontadas a reduzida carga horária dos estágios, suarealização muito próxima ao início do ano letivo – quando alguns instrutores ainda não estãoprontos para o serviço – e seu aproveitamento para transmissão de normas gerais de ação e deoutras peculiaridades, em geral administrativas, do EE em questão.

3) A supervisão pedagógica, papel institucional das Seções Técnicas de Ensino, não vem sendoexercida a contento. Somam-se às causas já abordadas anteriormente, a forte reação dosprofessores civis à orientação das STE, a não-aceitação pelos professores hierarquicamentesuperiores da supervisão por parte de oficiais mais modernos, o não-entendimento do valor daassessoria pedagógica, a escassez de oficiais especializados em técnica de ensino e a modestaprevisão desses recursos humanos nos quadros de pessoal.

4) Outro ângulo do problema diz respeito à situação profissional dos oficiais do Magistério doExército. O valor desse segmento vem sendo depreciado, ao longo dos anos, no seio doMinistério. O fenômeno de desvalorização do professor, típico da sociedade brasileira, repetiu-seno Exército.

Os professores do ME sentem-se inferiorizados em relação a outros companheiros de turma queoptaram por diferentes linhas da carreira. Faltam-lhes incentivos institucionais à sua plenarealização, simultaneamente, como docentes e militares.

Por fim, cabe registrar a não-exigência de graduação e de pós-graduação para os oficiaiscandidatos a ingresso no ME. Além de influir na capacitação intelectual para o exercício dadocência, aquela lacuna os coloca em situação de inferioridade em face dos professores civis edos oficiais do QCO.

5) Como conseqüência do presente quadro, ainda que em caráter não exclusivo, constatam-se,entre os professores, indícios de acomodação, dos quais são exemplos: aulas repetitivas,monótonas e desatualizadas; priorização, por diversos docentes, das atividades estranhas aoExército; e descuido com a apresentação pessoal e o trato com os uniformes.

6) É evidente o afastamento entre instrutores e professores nas escolas em que ambos ossegmentos integram o corpo docente. As diferenças se evidenciam na postura, na apresentaçãopessoal, no entusiasmo, na visão recíproca, no relacionamento, na didática e, até mesmo, nouniforme. Como já foi dito, é comum atribuir-se exclusivamente aos instrutores a tarefa deconceituar alunos, alijando-se os professores dessa relevante atividade.

Mesmo entre os professores, há problemas de relacionamento. É o caso das chefias de cadeira,que cabem aos militares da ativa mais antigos. Em alguns casos, há jovens do QCO que exercemaqueles cargos, tendo sob suas ordens experientes professores, civis ou prestadores de tarefa.

7) Equipes multidisciplinares são formadas esporadicamente e a interdisciplinaridade não éalcançada no grau desejado. Esse quadro se torna mais agudo no tocante ao relacionamentoentre as escolas, que vivem fechadas em si mesmas, não trocam experiências e não interagem na

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busca de soluções para problemas comuns. Em decorrência, deixa de existir o espírito de“comunidade de ensino”, que poderia ser mais estimulado pelas Diretorias.

8) A informática ainda não foi incorporada à cultura da maioria dos professores e de muitos dosinstrutores, que desconhecem e, portanto, deixam de utilizar esse poderoso instrumento emproveito da aprendizagem.

9) Quanto aos instrutores, vem ocorrendo, com prejuízo para o ensino: a nomeação de recém-concludentes para o corpo docente da própria escola que acabaram de cursar e a movimentaçãode instrutores, em particular no primeiro ano de nomeação, para missões no exterior ou paraoutros cargos no país.

10) Não há monitores nas escolas de formação e de aperfeiçoamento de oficiais. Em decorrência,os instrutores exercem tarefas típicas daqueles, com evidente desperdício de tempo. Outra graveconseqüência reside no fato de não ser transmitida aos alunos a imagem da correta utilização dosargento como monitor, contribuindo para a subutilização do graduado nos corpos de tropa.

Constatou-se, por último, que inúmeros monitores são desviados para tarefas administrativas,como solução de emergência para a falta de pessoal com que se defrontam os EE.

g. Infra-estrutura

1) As instalações escolares têm recebido dos comandantes evidente atenção. Em geral, asescolas do Exército podem servir de modelo para inúmeras instituições, em razão da esmeradaapresentação de suas instalações. Entretanto, a evolução do sistema exige melhoramentos devulto em todos os EE.

2) A quantidade de salas de aula é insuficiente, mesmo em estabelecimentos vitais para a Força.Os comandantes se vêem obrigados a resolver intrincados quebra-cabeças para coordenar o usodas salas disponíveis. Com isso, o planejamento do ensino fica subordinado a restriçõesadministrativas, com prejuízo da sua eficácia. Essa deficiência é ainda mais gritante, quando seconstata a falta de salas específicas para instrução militar, ministrada não raras vezes em locaisimprovisados.

Além disso, as salas existentes foram concebidas para que o instrutor e o professor ocupassem ocentro do processo. Não se prestam às atuais técnicas de trabalho em grupo, cada vez maisdesejadas na atividade ensino-aprendizagem. São escassas as salas polivalentes adequadas aosdiferentes processos de ensino e quase inexistentes os locais apropriados para leitura, estudo,reunião de grupos e lazer.

3) As bibliotecas, quando existentes, não atendem ao ensino. Entre outras deficiências, osacervos são pobres e desatualizados; faltam especialistas; os horários de funcionamento nãofacilitam a freqüência; as técnicas de disposição física do acervo são desconhecidas; os recursosde informática quase inexistentes; e instrutores, professores e alunos desconhecemprocedimentos de consulta ao acervo.

Essa situação reflete, na verdade, a utilização de processos de ensino que não exigem pesquisa,reflexão, leitura, comparação e a busca ativa do conhecimento. Por isso, as bibliotecas são, quasetodas, utilizadas apenas como salas de estudo. Poderiam até mesmo ser fechadas sem quequalquer prejuízo fosse sentido pelo ensino e pela aprendizagem.

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4) A falta ou a reduzida disponibilidade de material indispensável ao ensino militar propriamentedito tornou-se mais aguda nos últimos anos. Incluem-se nesse caso diversos itens de materialbélico, de comunicações e eletrônica, de engenharia, de motomecanização e de intendência. Oproblema é particularmente grave nas escolas de formação e de especialização, forçadas a lançarmão de excessivo número de pedidos de cooperação de instrução (PCI).

5) Os estabelecimentos de ensino devem primar pelo exemplo, em todos os aspectos e nãoapenas na qualidade do ensino. Isto é essencial, sobretudo nas escolas de formação. Entretanto,apesar dos esforços e da dedicação da administração, constatou-se, em diversosestabelecimentos, a precariedade de alojamentos, instalações sanitárias, refeitórios, instalaçõesesportivas, auditórios e salas de recreação, que não servem de referência para seus ex-alunos, nodecorrer da carreira.

6) Várias escolas ressentem-se da falta de laboratórios. Os que existem são ultrapassados oudeficientes. Os recursos para sua simples manutenção têm sido insuficientes. Não foramencontrados meios modernos para o ensino de idiomas, tais como televisão a cabo ou via satélite,vídeos e computadores. A ausência de simuladores complementa esse quadro.

7) A informática ainda não assumiu, no ensino do Exército, o papel de relevância que lhe cabe. Apar de iniciativas institucionais, predominam esforços isolados de uma ou de outra escola e, emalguns casos, o interesse pessoal de seus instrutores. O sistema de ensino, como um todo,carece de um plano de informatização. Com isso, evidencia-se: a falta de uma rede que interligueo sistema; a quase total carência de aplicativos militares; a reduzida utilização de programaseducacionais; e a falta de difusão das experiências bem sucedidas, de determinadas escolas,quanto ao uso da informática em rotinas de administração do ensino. Iniciativas de produção deaplicativos militares, empreendidas no passado recente, não tiveram continuidade e foramabandonadas ou esquecidas.

Conseqüentemente, os recursos humanos, habilitados pelo Sistema de Ensino, deixam deincorporar a cultura da informática à sua capacitação profissional, com reflexos prejudiciais naprópria formulação doutrinária. Assim, rotinas logísticas de campanha, preconizadas há décadas,permanecem imutáveis.

8) A infra-estrutura organizacional também merece atenção. É o caso das seções psicotécnica ede orientação educacional de vários estabelecimentos, deficientes, inexistentes ou não-ativadas.O desconhecimento, pela administração escolar, do papel desse órgão, responde parcialmentepelo quadro encontrado.

9) A insuficiência de próprios nacionais residenciais, especialmente em guarnições de elevadocusto de vida, tem contribuído negativamente para a qualidade do ensino. Oficiais e sargentos dereconhecida competência deixam de aceitar convites, pela impossibilidade de arcar com aluguéismuito acima de suas possibilidades financeiras.

10) Por último, todas as escolas se ressentem da falta de regulamentos, códigos, manuais decampanha e outras publicações oficiais do Ministério do Exército, indispensáveis ao ensino queministram. Esses documentos não são publicados anualmente na quantidade necessária e, váriosestão desatualizados. Essa deficiência reforça a já aludida prática do uso exagerado de notas deaula, polígrafos e apostilas.

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h. Relacionamento externo ao Exército

1) As escolas do Exército mantêm proveitoso relacionamento com outras instituições de ensino,civis e militares, brasileiras e estrangeiras, facultando a absorção de conhecimentos gerados emcentros de excelência e a difusão do pensamento e valores da Força no meio acadêmico.

Trata-se, contudo, de intercâmbio superficial e assistemático, caracterizado, quase sempre, pelamera troca de visitas. O limitado relacionamento institucional do Sistema de Ensino do Exércitocom o Sistema Nacional de Educação é, em parte, responsável por esse fato.

2) As bibliotecas não estão interligadas às congêneres civis e militares, mesmo às mais próximase os convênios para atualização de recursos humanos apenas ensaiam seus primeiros passos.

3) O reconhecimento dos certificados e diplomas expedidos pelo Exército é dificultado, entreoutras, pelas seguintes razões: as escolas militares de terceiro grau não graduam nem titulam; oscursos de formação e de aperfeiçoamento de sargentos não têm equivalência com cursos civis domesmo nível; e as cargas horárias ministradas pelo Exército não equivalem às de idênticasdisciplinas ensinadas nos estabelecimentos civis.

4) Ressalvadas as atividades desenvolvidas por algumas escolas, não são oferecidas vagas paracivis em cursos, ciclos de estudos, estágios e outras atividades educacionais desenvolvidas peloExército.

i. Conclusões Parciais

1) O presente diagnóstico revela a necessidade de aperfeiçoamento das seguintes áreas críticas:

• a estrutura do sistema;

• a legislação de ensino;

• os currículos;

• a didática e a metodologia;

• o sistema de avaliação;

• os recursos humanos envolvidos nas atividades de ensino;

• a infra-estrutura escolar;

• o relacionamento do sistema com instituições fora do Exército.

2) Conclui-se, também, que três das áreas críticas identificadas – estrutura do sistema, infra-estrutura escolar e relacionamento do sistema com instituições fora do Exército – não foramcontempladas com projetos específicos no Plano Geral de Trabalho, do GTEME.

3) No parágrafo seguinte serão indicadas, para cada área crítica, propostas de ações corretivas,desdobradas, quando for o caso, em dois grupos:

• ações imediatas;

• diretrizes para os projetos (os de números 2 a 6, previstos no Plano Geral de Trabalho doGTEME; e o projeto Nr 7, relativo à revisão dos perfis profissiográficos, cuja necessidade foisentida no decorrer do trabalho).

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6. Propostas de Ações e de DiretrizesEste parágrafo propõe ações e diretrizes, fundamentadas na situação anteriormente descrita.Entende-se por ação toda e qualquer medida passível de ser adotada diretamente pelo DEP oupor ele proposta a outros órgãos, e por diretriz, a orientação para o desenvolvimento, peloGTEME, dos seguintes projetos:

• Nr 2 – Reformulação da Legislação Básica;

• Nr 3 – Reformulação da MERC;

• Nr 4 – Reformulação do Sistema de Avaliação;

• Nr 5 – Desenvolvimento de Recursos Humanos na Área do Ensino;

• Nr 6 – Reformulação dos Currículos em cada Estabelecimento de Ensino;

• Nr 7 – Revisão Crítica dos Perfis Profissiográficos.

O Projeto Nr 1, “Fundamentos para a Modernização do Ensino”, se encerra com a apresentaçãodo presente documento.

a. Estrutura do Sistema de Ensino

1) Ações

a) Aperfeiçoar o Sistema a fim de aumentar sua eficácia. Para tal:

• criar uma assessoria de supervisão pedagógica ao órgão central, que lhe permita,simultaneamente, manter permanente auditoria do ensino e planejar a evolução do sistema;

• alterar a subordinação dos seguintes estabelecimentos de ensino

• Escola de Saúde do Exército – da DEE para a DFA,

• Escola de Administração do Exército – da DEE para a DFA;

• determinar que a supervisão dos cursos de especialização, ministrados pela EsSE,permaneça com a DEE, uma vez transferida a subordinação desse estabelecimento para aDFA.

b) Incrementar a utilização da estatística no sistema, de forma a permitir a coleta, o arquivo, otratamento e a utilização de informações de interesse do ensino.

c) Interligar todo o sistema por meio de uma rede de dados que possibilite:

• a eliminação e a simplificação de rotinas burocráticas;

• o acompanhamento imediato do planejamento e do desenvolvimento das atividades dasescolas;

• a pronta difusão de ordens, conhecimentos e experiências;

• a realização de teleconferências.

d) Estudar e propor ao EME, ouvida a SCT, que a formação básica de alunos do IME sejatransferida da Escola de Saúde do Exército. Considerar nos estudos a possibilidade de realizá-lano CPOR/RJ.

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e) Propor ao EME o estudo da necessidade da permanência dos cursos de especialização paraoficiais das Armas na EsCom e na EsMB, em decorrência de recente diretriz ministerial quepreconiza o preenchimento de cargos por oficiais de Comunicações e de Material Bélico em OMdas diferentes armas.

f) Propor ao DGS realizar estudos conjuntos com o DEP sobre a conveniência de transferir ocurso de aperfeiçoamento de sargentos de Saúde para o CIAS-Sul.

g) Propor à SGEx que a DAC participe, quando necessário, de atividades de ensino,especialmente aquelas relacionadas à História Militar, Programa de Leitura e iniciativas culturaisdesenvolvidas nos Estabelecimentos de Ensino.

b. Legislação de Ensino

1) Ações

a) Sustar, no âmbito do DEP, toda e qualquer medida que implique em alterações na legislação,antes da conclusão do Projeto Nr 2.

b) Orientar a DFA para que promova a revisão do R-48, Regulamento da EsAEx, com o objetivode retirar de seu texto as atuais referências ao quadro complementar de praças, preservando essaEscola, exclusivamente, para a formação de oficiais.

c) Estudar a conveniência e a oportunidade de propor, ao EME, a elevação, para a primeira sériedo segundo grau, do nível mínimo de escolaridade, requerido para matrícula nos cursos deformação de sargentos de carreira, coerente com a proposta da letra “6. c. 2) u)”, que sugere suaampliação para dois anos letivos e equiparação a cursos do segundo grau.

d) Estudar, em conjunto com o DGS, a conveniência e a oportunidade de propor programas deresidência médica e de residência de enfermagem em hospitais militares, a exemplo da prática jáem uso na Marinha do Brasil e na Aeronáutica, com os objetivos de contribuir para oaperfeiçoamento dos recursos humanos de Saúde e de aumentar o intercâmbio com o meioacadêmico nacional. Esta proposta é decorrente de constatações feitas pelo GTEME durante ostrabalhos do Projeto Nr 1, elaboração do documento “Fundamentos da Modernização do Ensino”.

2) Diretrizes para os Projetos Nr 2 e 3

a) Propor alterações que tornem a legislação menos centralizadora e detalhista.

b) Propor alterações que facilitem a implantação de mudanças. Para tal, documentos de maiorhierarquia deverão abster-se de minúcias que podem ser tratadas em documentos de menor nível.

c) Propor medidas legislativas que facilitem a compatibilização e a integração do ensino noExército ao Sistema de Educação Nacional, concedendo atenção ao reconhecimento, por esseSistema, de cursos ministrados pela Força. É o caso, por exemplo, dos cursos de especializaçãoe de extensão que tenham correspondentes no meio civil.

d) Estudar medidas que possibilitem o melhor aproveitamento, pelo Sistema de Ensino, demilitares que concluam cursos em outras instituições.

e) Estudar a conveniência de conceder graduação e certificação aos concludentes dos cursos daAMAN e da EsSA, respectivamente.

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f) Estudar a supressão das expressões “ensino fundamental” e “ensino profissional”, uma vez quetodas as matérias formam um só conjunto de conhecimentos necessários ao desempenhoprofissional.

c. Currículos

1) Ações

a) Determinar que os Estabelecimentos de Ensino, no segundo semestre do ano em curso,promovam o estudo e a aplicação, pelo corpo docente, do conteúdo da MERC, a fim de prepará-lopara os trabalhos de revisão curricular – Projeto Nr 6 – previstos para 1997.

b) Incrementar, entre os alunos dos Colégios Militares, particularmente aqueles que não sedestinarem à EsPCEx, a realização de visitas, palestras, demonstrações e outras atividades quetransmitam conhecimentos básicos sobre o Exército, sua história, tradições, valores, missão epeculiaridades.

c) Implementar o Projeto História Militar.

d) Só aprovar, para o ano letivo de 1997, mudanças de currículo que estejam de acordo com asdiretrizes que se seguem.

2) Diretrizes para os Projetos Nr 3, 6 e 7

a) Propor mecanismos que permitam a permanente revisão e validação dos perfisprofissiográficos.

b) Na elaboração dos perfis, não se limitar à análise funcional – presente – mas projetar asnecessidades futuras do militar profissional. Considerar nos estudos o conceito de “família defunções”.

c) Propor modificações na MERC que permitam atualização de currículos em prazos condizentescom o ritmo das transformações do mundo atual.

d) Estabelecer, em cada currículo, objetivos gerais, particulares e específicos para a área afetiva.

e) Compatibilizar as cargas horárias com objetivos gerais, particulares e específicos e processosde ensino, a fim de corrigir distorções e assegurar condições de plena eficácia a todos oscurrículos e planos de matérias.

f) Na revisão curricular, selecionar criteriosamente disciplinas e assuntos, privilegiando aimportância e validade dos conteúdos sobre a quantidade, fugindo à idéia de que cabe à escolaensinar tudo que o aluno necessitará para o desempenho profissional.

g) Estudar a possibilidade de indicar, em cada currículo, as cargas horárias destinadas a:

• atividade presencial, entendida como aquela que reúne, em caráter obrigatório, alunos ouinstruendos, com ou sem a presença de professores ou instrutores, em local determinado pelaescola, para realizar qualquer tipo de tarefa;

• atividade não-presencial, entendida como aquela destinada à realização de tarefas escolares,em momento e local de livre escolha dos alunos ou instruendos, com ou sem a presença deprofessores ou instrutores, com prazo determinado pela escola e especificada na gradecurricular. Enquadram-se neste caso, entre outros exemplos, os chamados “estudo adomicílio”, “estudo preliminar” e “estudo preparatório a domicílio”;

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• atividade de complementação do ensino, conceituada e comentada na MERC e que engloba,por exemplo, os “tempos à disposição do comando”;

• atividade livre, entendida como aquela de livre escolha dos alunos ou instruendos.

h) Prever, em todos os currículos, tempos destinados à:

• retificação da aprendizagem, correspondente a cada verificação planejada;

• abordagem, ao longo do ano letivo em curso, de assuntos ditados pela evolução daconjuntura. Essa carga não deverá ser confundida com os atuais “tempos à disposição docomando”;

• leitura, pesquisa, estudo preliminar e outras atividades que contribuam para desenvolver oauto-aperfeiçoamento.

i) Evitar repetições de conteúdos em cursos subseqüentes de uma mesma escola ou entreescolas. Para tal, conceder especial cuidado à integração dos currículos das seguintes escolas oucursos:

• Colégios Militares e EsPCEx;

• EsPCEx e AMAN;

• AMAN e cursos de especialização ou extensão;

• AMAN e EsAO;

• EsAO e ECEME (cursos de estado-maior);

• ECEME (cursos de estado-maior e CPEAEx);

• EsSA e demais cursos de formação de sargentos com os respectivos cursos deespecialização ou extensão;

• EsSA e demais cursos de formação de sargentos com os respectivos cursos deaperfeiçoamento.

j) Caracterizar a interdisciplinaridade no currículo de um mesmo curso.

l) Estimular a utilização dos recursos de informática em todas as disciplinas.

m) Com relação ao estudo de idiomas estrangeiros, estudar a possibilidade e a conveniência de:

• compatibilizar o ensino na EsPCEx com seu prosseguimento na AMAN e realizá-lo por níveis;

• considerar habilitado o militar que apresentar diploma de proficiência expedido por instituiçãocivil de ensino de idiomas, reconhecida pelo MEC;

• organizar o currículo da AMAN de modo que o idioma considerado tenha como objetivo incluiro futuro aspirante-a-oficial no universo dos militares habilitados em idiomas estrangeiros;

• dispensar da freqüência às aulas de idiomas o cadete que for habilitado pelo sistema em vigorno Exército. Adicionalmente, facultar a habilitação ao aluno da EsPCEx e concedendo-lhetratamento idêntico ao proposto para o cadete;

• retirar idiomas estrangeiros dos currículos da EsAO e da ECEME. Paralelamente, criarcondições para que os oficiais alunos pratiquem o idioma no qual estão habilitados;

• retirar, a partir do ano 2003, essa matéria do concurso de admissão à ECEME e incluir, comopré-requisito à matrícula, a habilitação em um idioma.

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n) Na AMAN, estudar a organização do denominado ensino fundamental em dois grandes grupos:

• um núcleo central – “core” – de disciplinas que caracterize a formação geral mínima, deconhecimento indispensável a todos os futuros oficiais, e que incorpore os princípiosfundamentais de cada ciência;

• disciplinas eletivas que caracterizem a formação especializada. Para tal, identificar, emharmonia com os órgãos que tratam da política de pessoal, áreas de conhecimento úteis aodesempenho profissional e necessárias ao Exército.

Em ambos os grupos, organizar o currículo de forma que as cargas horárias das disciplinascorrespondam, sempre que possível, a créditos similares aos do meio universitário.

o) Na EsAEx buscar formas de enfatizar o trabalho na área afetiva, estudando, inclusive, apossibilidade de aumentar a duração do curso Básico de Formação Militar.

p) Nos CPOR e NPOR:

• conceder ênfase especial à necessidade de preparar futuros cidadãos para a compreensão etransmissão à sociedade da história, das tradições, dos valores e do papel institucional doExército.

• organizar os currículos de forma a que tenham uma base comum e atendam às peculiaridadesregionais, desobrigando, por exemplo, o CPOR/RJ de ministrar conhecimentos sobreoperações na caatinga, ou o CPOR/PA de ensinar operações de guerra na selva.

q) Quanto à especialização e extensão de oficiais:

• rever os currículos de forma a evitar a superposição de conteúdos próprios dos cursos desargentos e a destacar o papel de comandante, planejador e gerenciador do oficial;

• prever programas de ensino a distância com o objetivo de manter atualizados osconhecimentos dos diplomados pelas escolas de especialização;

• estudar a conveniência de institucionalizar os cursos de especialização de oficiais dentistas,atualmente vinculados a iniciativas pessoais.

r) Na EsAO:

• organizar o curso de aperfeiçoamento de oficiais em dois anos letivos, com a seguinteconcepção: realização do primeiro ano por meio do ensino a distância e do segundo,presencialmente; inexistência de curso de preparação; efetiva integração e continuidade doscurrículos de ambos os anos; aproveitamento das avaliações de ambas as fases para oresultado final de curso. Essa medida permitirá valorizar o currículo do atual CPrep, integrá-loaos currículos dos demais cursos, caracterizar a continuidade, evitar repetições, racionalizar autilização do tempo e estimular o oficial ao auto-aperfeiçoamento;

• estudar o aproveitamento de conteúdos da História Militar, com o objetivo de subsidiar oestudo da tática, da logística e da liderança do escalão unidade, e de contribuir para odesenvolvimento da flexibilidade e da criatividade. Considerar, entre outras, as seguintespossibilidades: História Militar como uma disciplina ou como assunto de outras disciplinas;

• estudar a conveniência e a possibilidade de que os cursos tenham duração diferenciada, àsemelhança do que já ocorre com o aperfeiçoamento dos oficiais médicos;

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• prever programas de ensino a distância com o objetivo de manter atualizados osconhecimentos dos oficiais aperfeiçoados que não realizarem os cursos de Altos EstudosMilitares.

s) Na AMAN, na EsAO e na ECEME:

• estudar a introdução de conteúdos com vistas à preparação do oficial para entender e analisaro papel e o crescente poder da mídia, habilitando-o a relacionar-se com os profissionais daimprensa e, inclusive, a participar de entrevistas. Considerar, durante o estudo, a experiênciaobtida por oficiais brasileiros recém-chegados do exterior e planejar as aulas com carátereminentemente prático e objetivo;

• dar profundidade ao estudo das Operações Psicológicas, em vista de experiências recentes eda perspectiva de sua crescente importância.

t) No CEP, dar profundidade, no curso de Técnica de Ensino, a Fundamentos Educacionais e àPsicologia da Aprendizagem.

u) Quanto aos cursos de formação de sargentos:

• ampliá-los para dois anos letivos, com os objetivos de: melhorar a qualidade do ensino;permitir sua equiparação a cursos do segundo grau e posterior reconhecimento; valorizar osrespectivos certificados e diplomas; introduzir no currículo disciplinas de formação geral; eracionalizar o tempo disponível, permitindo ao aluno sedimentar conhecimentos e desenvolvero hábito do auto-aperfeiçoamento;

• introduzir, em caráter voluntário, idiomas estrangeiros, a serem ministrados pelo sistema detelensino, facultando ao aluno inscrever-se em exames de habilitação lingüística;

• estudar o aproveitamento de conteúdos da História Militar, com o objetivo de subsidiar oestudo da tática, da logística e da liderança de pequenas frações e facilitar o trabalho na áreaafetiva. Considerar, entre outras, as seguintes possibilidades: História Militar como umadisciplina ou como assunto de outras disciplinas;

• estudar a conveniência de introduzir no currículo, em caráter voluntário, assuntos opcionais –como datilografia, informática, desenho e outros – que permitam ao aluno desenvolverhabilidades pessoais e adquirir outras capacitações úteis ao desempenho profissional.

• uniformizar os currículos e os PLAMA referentes às partes comuns dos diferentes cursos;

• estudar a conveniência de descentralizar o curso Básico de Formação Militar das QMlogísticas e singular pelos estabelecimentos de ensino já encarregados da parte peculiar, comos objetivos de: melhorar a qualidade do ensino; permitir cerrado acompanhamento dosalunos durante o curso; possibilitar profícuo trabalho na área afetiva; racionalizar oaproveitamento da infra-estrutura; e desenvolver o espírito militar em melhores condições.

v) Quanto ao aperfeiçoamento de sargentos:

• estudar a possibilidade do aproveitamento de conteúdos da História Militar, com os objetivosde reforçar a crença nos valores centrais da instituição e de ampliar os conhecimentos jáadquiridos no curso de formação. Considerar, entre outras, as seguintes possibilidades:História Militar como uma disciplina ou como assunto de outras disciplinas;

• uniformizar a parte básica do CAS das diferentes qualificações militares.

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d. Didática e Metodologia

1) Ações

a) Implementar o Projeto Trabalho em Grupo.

b) Determinar que os EE desenvolvam os ESTAPAE/97 de modo a, efetivamente, realizarem apreparação pedagógica do corpo docente, fugindo à prática de utilizá-los para transmissão denormas gerais de ação e de rotinas burocráticas, próprias de cada estabelecimento.

c) Incrementar nos Estabelecimentos de Ensino, a realização de trabalhos escritos; a leitura deregulamentos, manuais, livros e periódicos de cunho profissional; e as atividades de pesquisa e deconsulta às bibliotecas.

d) Determinar que as Diretorias planejem a substituição gradativa de polígrafos, apostilas, notasde aula e documentos congêneres por regulamentos, manuais de campanha e livros, e quemantenham o DEP a par dos progressos conseguidos.

e) Incrementar e valorizar o papel de supervisão pedagógica, próprio das seções técnicas deensino.

f) Implementar a utilização de jogos de guerra, como instrumento de apoio ao ensino, em especialda História Militar, e de desenvolvimento de atributos da área afetiva. Para tal:

• constituir, um núcleo de especialistas que avalie os jogos disponíveis no mercado, indique suamelhor utilização e desenvolva, em ligação com o COTer, jogos de interesse do ensino e dainstrução;

• incentivar a criação de clubes de jogos de guerra, nos diferentes EE.

g) Fazer uso, no Programa de Leitura, de textos de História Militar, selecionados de acordo com onível dos alunos e os objetivos do curso.

2) Diretrizes para os Projetos Nr 3, 4 e 6

a) Aproveitar, de cada escola pedagógica, as peculiaridades julgadas adequadas, sem, todavia,vincular o ensino no exército a qualquer delas, optando por uma visão eclética que melhorenriqueça as experiências a serem oferecidas aos alunos.

b) Considerar, na revisão curricular, que os processos de ensino centrados no aluno exigem maiorcarga horária que os processos tradicionais.

c) Na AMAN e na EsSA, estudar a conveniência de programar exercícios conjuntos, com osobjetivos de aproximar futuros oficiais e sargentos e de racionalizar os apoios solicitados àsunidades operacionais.

d) Na EsAEx e nos cursos de formação de sargentos, aproveitar a experiência anterior demilitares matriculados, utilizando-os como monitores e coordenadores de trabalhos em grupo.

e) Na ECEME, estudar se os procedimentos didáticos atualmente adotados são os mais indicadospara a consecução dos objetivos do PADECEME.

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e. Avaliação

1) Ações

As propostas que se seguem têm por objetivo orientar as escolas quanto à transição do atual parao futuro modelo de avaliação do processo ensino-aprendizagem e estão consoantes com asdiretrizes estabelecidas para o grupo encarregado de desenvolver o projeto Nr 4.

a) Determinar que os Estabelecimentos de Ensino adotem as seguintes providências relativas àsverificações classificatórias:

• priorização das questões discursivas sobre as objetivas, de modo a exigir, cada vez mais,reflexão, análise, síntese e apresentação, por escrito, do ponto de vista do discente;

• exigência, mesmo nas questões objetivas, de respostas que envolvam raciocínio, em oposiçãoa soluções memorizadas;

• máximo uso de provas com consulta livre;

• máxima utilização de questões práticas, evitando-se aquelas puramente teóricas oudesvinculadas da realidade profissional militar;

• compatibilização dos itens das verificações com os níveis taxionômicos previstos nos planosde matérias;

• mínima utilização de questões que exijam a simples memorização de regulamentos, códigos,manuais e textos escolares.

b) Orientar os estabelecimentos de ensino para que:

• diminuam o número de verificações correntes (VC), verificações de estudo (VE) e verificaçõesespeciais (V Esp);

• prevejam, após cada verificação corrente, tempo para a conseqüente retificação daaprendizagem. Esse tempo, proporcional ao concedido aos alunos para a resolução, deverápermitir destacar os ensinamentos mais importantes e as explicações, comentários e debatessobre as possíveis soluções.

c) Determinar que tanto professores quanto instrutores participem do processo de observação eavaliação do desempenho ou conceituação dos discentes.

2) Diretrizes para o Projeto Nr 4

a) Considerar nos estudos a conveniência de:

• admitir diferenças na sistemática de avaliação, tendo em vista as características dos graus eciclos do ensino militar;

• sugerir, aos escalões superiores de administração do pessoal, alternativas de procedimentos ecritérios para a escolha de OM e que possam vir a substituir o atual, baseado na classificaçãofinal obtida pelo aluno;

• adotar-se diferentes formas de divulgação de resultados das verificações classificatórias, alémda prática atual de informar ao aluno a nota obtida.

b) Estudar também a conveniência de se utilizar a avaliação do desempenho ou o conceito comoparcela da nota final de curso. Em caso positivo, indicar as escolas em que essa prática deva seradotada e o percentual recomendado para cada parcela (avaliação do desempenho ou conceito eavaliação da aprendizagem).

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c) Na EsAEx, estudar a conveniência de adotar uma sistemática de classificação final que leve emconsideração as diferenças curriculares entre os cursos. Considerar nos estudos, como uma daspossíveis soluções, a opção pela escala de medida de padronização de escores, conhecida comodo “escorez” ou do “escore padrão”.

d) No EPOT dos CPOR e NPOR, introduzir assuntos e instrumentos que permitam a preparaçãodo futuro avaliador nos corpos de tropa.

e) Nos cursos de especialização e extensão, estudar a adoção de um sistema de avaliaçãoespecífico, considerando:

• a conveniência de não haver classificação intelectual ao término de curso;

• a possibilidade de estabelecer critérios que indiquem se o aluno está “apto” ou “inapto”, aolongo do curso;

• a utilização de menções, como expressão final do resultado da aprendizagem e dodesempenho.

f) Nas escolas de formação e aperfeiçoamento que ministram cursos para diferentes armas,quadros e serviços, estudar a conveniência e a possibilidade da adoção de escalas de atributosda área afetiva diferenciadas, que atentem para as peculiaridades de cada segmento.

g) Na ECEME:

• estudar a validade da prática, adotada por essa escola, de manter em sigilo os graus e asnotas obtidas pelos alunos, o que caracteriza, atualmente, uma exceção dentro do sistema;

• proceder a trabalhos de validação da sistemática de avaliação do desempenho dos estagiáriosdo CPEAEx.

h) Nos colégios militares, estudar a conveniência de serem retomados mecanismos derecuperação de aprendizagem, de acordo com a legislação nacional que trata do ensino deprimeiro e segundo graus.

f. Recursos humanos

1) Ações

a) Realizar um estágio sobre administração de ensino, atualização pedagógica e supervisãoescolar, destinado aos diretores de ensino e chefes de divisão de ensino nomeados para opróximo biênio e aos que permanecerem no cargo em 1997.

b) Efetuar gestões, junto à Alta Administração do Exército, no sentido de melhorar,gradativamente, a relação numérica instrutor-monitor/aluno na EsPCEx, na AMAN e na EsSA.

c) Realizar os seguintes estágios para docentes:

• preparação para trabalhar objetivos da área afetiva;

• preparação do avaliador do desempenho;

• informática aplicada ao ensino.

2) Diretrizes para o Projeto Nr 5

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a) Propor instrumentos de permanente aperfeiçoamento e atualização dos quadros de docentes eda administração escolar. Considerar, como uma das alternativas, a utilização de módulos deensino a distância.

b) Propor instrumentos de valorização e estímulo dos professores. Considerar, entre outrasprovidências, o estabelecimento de um plano de carreira e de incentivos à permanente reciclageme atualização profissional.

c) Estudar a conveniência de:

• exigir que professores do ME e os nomeados em comissão possuam licenciatura nasrespectivas graduações;

• adotar dispositivos legais que permitam a movimentação de professores do ME, a fim defacilitar o nivelamento dos corpos docentes, em particular dos CM;

• nomear apenas capitães para o cargo de instrutor da EsAEx, em atenção ao posto dos alunos,seu amadurecimento e experiências profissional e pessoal;

• propor a seleção de pedagogos e bibliotecários para o QCO, com o objetivo de atender àsnecessidades atuais e futuras das escolas em profissionais dessas áreas;

• designar, para cursos e outras missões no exterior, oficiais instrutores e sargentos monitoresde escolas de especialização, no exercício do cargo ou já selecionados, de forma a manteresses estabelecimentos de ensino atualizados quanto à evolução dos respectivos materiais etécnicas;

• nomear sargentos selecionados para o cargo de “instrutores-auxiliares” nas escolas deformação de sargentos;

• prever vagas para monitores na AMAN, com os objetivos de criar condições para que o cadeteaprenda, pelo exemplo de seus instrutores, a bem empregar os monitores; e de elevar aqualidade do ensino, liberando os instrutores de tarefas típicas de monitores;

• classificar, como auxiliares de seção psicotécnica e seção de orientação educacional,sargentos com formação universitária em áreas correlatas com o exercício daquelas funções,tais como psicologia, pedagogia e serviço social.

g. Infra-estrutura

1) Ações

a) Efetuar gestões junto à Alta Administração do Exército no sentido de incluir, na propostaorçamentária do Ministério, projetos para:

• reativar e modernizar bibliotecas, contemplando prioritariamente a EsPCEx, a AMAN e aEsSA;

• atender necessidades emergenciais da EsSA e da EsSE;

• viabilizar a construção de salas de aula e a restauração de parques na AMAN; a construçãode novas instalações na EsSA; e o reaparelhamento de laboratórios.

b) Tentar obter, junto à Alta Administração do Exército e à indústria civil, condições facilitadoraspara que os cadetes e os alunos das escolas de formação de oficiais da ativa possam adquirir, porocasião da matrícula, um computador pessoal.

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c) Estudar a criação de um órgão encarregado de fomentar o uso da informática no ensino, comas seguintes atribuições principais:

• pesquisar e propor o uso de aplicativos educacionais e de programas militares;

• desenvolver e difundir programas para facilitar e agilizar a administração do ensino.

d) Colocar à disposição das escolas: regulamentos, códigos, manuais de campanha e outraspublicações oficiais e doutrinárias do Exército. Para isso:

• determinar às Diretorias que levantem as necessidades quantitativas, por título e por escola,no ano A - 2;

• obter, através do EGGCF, o atendimento das necessidades acima e sua entrega às escolas,no ano A -1;

• distribuir aos alunos, mediante indenização, no ano A.

g) Para viabilizar a formação de sargentos das armas em dois anos, considerar a possibilidade deampliar e modernizar as instalações da EsSA, com o objetivo de dispor de um modelarestabelecimento de ensino, capaz de formar todos os sargentos das armas, inclusive os dosatuais cursos emergenciais.

h. Relacionamento Externo ao Exército

1) Ações

a) Abrir uma “home-page” do sistema na internet.

b) Incentivar a participação de professores civis e militares em cursos, estágios, congressos esimpósios patrocinados por outras instituições, nacionais e estrangeiras.

c) Propor ao EME o estudo da conveniência de:

• aumentar o número de vagas oferecidas à Marinha e à Aeronáutica no CPEAEx;

• oferecer vagas a civis em estágios, ciclos de estudos e outras atividades de ensino correlatas.

d) Determinar às Diretorias que busquem, facilitem e incentivem a participação de membros doscorpos docentes em estágios, ciclos e outras atividades promovidas por instituições de ensinocivis e empresariais.

e) Convidar professores civis, de reconhecida e comprovada capacidade, para integrar os corposdocentes da AMAN, da ECEME, da EsSA e das demais escolas de formação, na qualidade de“professores visitantes”.

f) Incentivar e apoiar a criação de associações de ex-alunos de CPOR e NPOR.

g) Estudar a conveniência de organizar e oferecer à comunidade acadêmica cursos, por meio doensino à distância, em áreas tais como História Militar, Estratégia, Técnica de Ensino e outras.

h) Estudar a conveniência de, quando possível, retomar a prática histórica de proporcionar aosalunos dos diversos cursos da ECEME, o contato pessoal com outras realidades nacionais emilitares, através de viagens ao exterior.

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7. Bases para o Prosseguimentoa. Desenvolvimento das atividades

Os trabalhos de modernização do ensino prosseguirão, no segundo semestre de 1996 e durante oano de 1997, por meio das seguintes iniciativas:

1) ações implementadas no âmbito do DEP, em decorrência das propostas apresentadas noparágrafo anterior;

2) propostas a serem apresentadas pelo DEP ao Estado-Maior do Exército e aos órgãos dedireção setorial, também decorrentes do exposto no parágrafo “6.”;

3) projetos de Nr 2 a 7, a serem desenvolvidos por grupos coordenados pelo GTEME, segundo ocronograma constante do Anexo;

4) projetos decorrentes dos estudos do GTEME e considerados de necessidade imediata, entre osquais:

• projeto “Biblioteca”;

• projeto “Trabalhos em Grupo”;

• projeto “História Militar”;

• outros, que poderão surgir durante o desenvolvimento dos estudos.

b. Considerações Fundamentais

Durante o desenrolar dos trabalhos, todos os integrantes do sistema de ensino militar da LinhaBélica deverão ter presente que:

1) há algumas iniciativas que produzirão frutos imediatos e outras a curto prazo, contudo, osresultados de várias medidas, por sua profundidade e extensão, só serão sentidos a médio e, atémesmo, a longo prazos;

2) a progressividade dos resultados, ressaltada no item anterior, pressupõe um esforçocontinuado por parte de todos os integrantes do sistema, com vistas a implementar as decisõesadotadas pelo DEP;

3) entretanto, serão encontradas dificuldades à implementação das decisões, entre as quais: asde ordem financeira, decorrentes da conjuntura nacional; às relativas à carência de recursoshumanos; as culturais, próprias das características da instituição; e as individuais, inerentes aoreceio da perda de posições consolidadas;

4) o tempo deverá ser considerado como um fator crítico para a plena concretização damodernização desejada, uma vez que cada retardo sofrido significará um atraso maior naconsecução dos objetivos pretendidos;

5) há medidas de modernização que serão decididas no âmbito do DEP, mas há outras queescapam à sua esfera de atribuições. Estas, inseridas no contexto mais amplo do SistemaExército, para serem efetivadas, demandarão, por parte do Departamento, sólida argumentação eeficaz capacidade de convencimento;

6) a amplitude, os custos e a profundidade das medidas obrigarão ao estabelecimento deprioridades e de um cronograma de implementação;

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7) há condições que facilitam a modernização pretendida para o Sistema de Ensino do Exército,inerentes à própria característica da Força, historicamente pioneira em diferentes áreas doconhecimento, em nosso país.

c. Prioridades

O estabelecimento das prioridades é encargo do DEP, sob a orientação do Órgão de DireçãoGeral, ouvidos os demais órgãos de direção setorial, as diretorias e os Estabelecimentos deEnsino. A especificidade de cada medida indicará alternativas para a decisão sobre asprioridades, contudo, sugere-se que seja mantida igualdade de tratamento para o ensino deoficiais e de praças, e que, como idéia geral, as medidas se concentrem nos cursos de formação,aperfeiçoamento e altos estudos militares.

d. Conclusão

A modernização do ensino no Exército exigirá compreensão e esforço por parte de todos. Não éapenas um conjunto de medidas, mas um esforço continuado que começa na consciênciaindividual e coletiva de que há passos indispensáveis que devem ser dados pela Força, o quantoantes. Apresenta-se, pois, um desafio que deve ser enfrentado a partir dos exemplos queenriquecem a história e a tradição do Exército.

Tomando-se como ponto de partida condições facilitadoras, tais como:

• as qualidades inerentes ao sistema de ensino, comprovadamente sério, organizado,normalizado, reconhecido, validado e experiente;

• o valor dos recursos humanos selecionados para os corpos docentes, sabidamentecompetentes, dedicados, entusiasmados e comprometidos com a Força;

• o momento internacional e nacional, de acelerado desenvolvimento científico-tecnológico, quese reflete nos anseios de modernização identificados nos quadros do Exército;

• a ampla participação dos integrantes dos Estabelecimentos de Ensino nas palestras edebates, com propostas e opiniões, que servirão aos estudos de modernização desenvolvidospelo DEP, pode-se afirmar, com convicção, que o sistema de ensino militar da linha bélicaempreenderá, sem retorno, acelerada marcha em direção à pretendida modernidade.