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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
GESTÃO PARA A SUSTENTABILIDADE NOVO PARADIGMA PARA AS ORGANIZAÇÕES MODERNAS
MARIANA DIAS MEDEIROS
TERESÓPOLIS NOVEMBRO, 2011
1
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
GESTÃO PARA A SUSTENTABILIDADE NOVO PARADIGMA PARA AS ORGANIZAÇÕES MODERNAS
MARIANA DIAS MEDEIROS
TERESÓPOLIS NOVEMBRO, 2011
Trabalho de Curso elaborado como requisito obrigatório para a obtenção do título de Bacharel em Administração, no UNIFESO, sob orientação do Prof. Paulo Fontes.
3
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por ter me apoiado e sustentado nos obstáculos encontrados
durante esses quatro anos de curso;
À minha mãe Tânia, pela compreensão e apoio incondicional;
À minha avó Vandete, pelo carinho;
À minha irmã Juliana, por ser um modelo de dedicação;
Ao meu namorado Pedro Paulo, por ter me ajudado em tantos momentos durante
esse período do curso;
À amiga Ana Paula, companheira nos estudos, nos momentos felizes e tristes,
passados dentro de sala;
À amiga Norunimar, modelo de competência e obstinação;
Ao Prof. Paulo Fontes, principalmente por acreditar no meu tema e pela orientação
constante.
E, aos demais professores desse curso, que indiretamente, contribuíram para a
realização desse trabalho.
4
A Globalização dos problemas ambientais é um fato incontestável e as empresas estão, desde a sua origem, no centro desse processo. (Barbieri)
5
RESUMO
A questão ambiental, a partir dos anos 60, começou a ser tratada como variável de
causa e efeito, passando a ser discutida dentro do cenário internacional. Os países
desenvolvidos passaram a questionar até que ponto o planeta conseguiria suportar o
modo de consumo das sociedades. Várias discussões nasceram então com o intuito
de converter, minimizar ou reter os impactos causados pelas transformações do
planeta originadas das ações antrópicas.
Dentro desse contexto, encontram-se as organizações, que poderão atuar para
minimizar ou evitar o aumento dos problemas ambientais através da gestão
ambiental empresarial. Muitas forças externas já operam para que as organizações
que ainda não perceberam a questão ambiental o façam com urgência. A fim de
atender a uma nova demanda de consumidores, mercado e economia.
Neste trabalho, serão apresentados ferramentas e indicadores, cujo objetivo
principal é o de auxiliar as organizações a alcançarem a gestão para a
sustentabilidade.
Palavras – chaves: Evolução da variável ambiental. Gestão Ambiental Empresarial.
ISO.14.000.
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Principais conferências realizadas pela ONU ............................................ 30
Figura 2: Gestão Ambiental Empresarial - Influências .............................................. 32
Figura 3: Gestão Ambiental Empresarial – Abordagens ........................................... 38
Figura 4: Gestão Ambiental Empresarial – Controle de poluição .............................. 39
Figura 5: Sistema de Gestão Ambiental - SGA ......................................................... 48
Figura 6: Tipos de Rotulagens Ambientais ................................................................ 52
Figura 7: Tipos de Selos ........................................................................................... 53
Figura 8: Normas da família ISO 14.000 ................................................................... 62
7
SUMÁRIO
RESUMO .................................................................................................................... 5
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 6
SUMÁRIO ................................................................................................................... 7
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 9
2. A VARIÁVEL AMBIENTAL.................................................................................. 13
2.1 Evolução do pensamento sobre a problemática ambiental .......................... 17
3. MEIO AMBIENTE E O AMBIENTE EMPRESARIAL .......................................... 31
3.1 Meio ambiente: Sociedade .......................................................................... 33
3.2 Meio Ambiente: Mercado ............................................................................. 35
3.3 Meio Ambiente: Governo .............................................................................. 35
3.4 Abordagens para a gestão ambiental empresarial: ...................................... 38
4. MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL .................................... 41
4.1 Responsible Care ou Atuação responsável ................................................. 41
4.2 Total Quality Environmental Management (TQEM) ...................................... 42
4.3 Produção mais limpa .................................................................................... 42
4.4 Ecoeficiencia ................................................................................................ 42
8
4.5 Projeto para o Meio Ambiente ...................................................................... 43
4.6 Modelos baseados na natureza: .................................................................. 44
5. SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL .............................................................. 45
5.1 STEP ............................................................................................................ 46
5.2 BS 7750 ....................................................................................................... 46
5.3 EMAS ........................................................................................................... 47
5.4 Sistema de gestão ambiental - Relacionado ao Produto/Processo .............. 49
5.4.1 Avaliação do ciclo de vida do produto ........................................................ 49
5.4.2 Rotulagem ambiental ................................................................................. 49
5.4.3 Aspectos ambientais em normas de produtos ........................................... 53
5.5 Sistema de gestão ambiental - Relacionada à Empresa .............................. 54
5.5.1 Avaliação do desempenho ......................................................................... 54
5.5.2 Normas sobre sistemas de gestão ambiental ............................................ 54
5.5.3 Auditoria Ambiental .................................................................................... 60
5.6 Novas normas da família da ISO ................................................................. 64
6. RELATÓRIOS AMBIENTAIS .............................................................................. 66
7. ESTUDO DO IMPACTO AMBIENTAL ................................................................ 69
8. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 71
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 74
9
1. INTRODUÇÃO
Todas as atividades realizadas pelo ser humano impactam de alguma maneira no
meio ambiente, fato que não é apenas demonstrado nos dias de hoje. Para os
autores Borges e Tachibana (2005), acompanhando a evolução do mundo tem-se
observado que a degradação ambiental vem desde o advento do desenvolvimento
das atividades agrícolas, passando pela revolução industrial, até culminar no atual
modo de produção capitalista.
Sendo assim, em determinado momento começou-se a discutir como as ações
antrópicas poderiam afetar o modo de vida da espécie humana, verificando-se uma
maior conscientização para as incompatibilidades entre os múltiplos usos do
ambiente e a conservação da natureza. A partir daí surge uma crescente
preocupação ambiental, onde meio ambiente passa a figurar na pauta. Com o
passar das décadas foi ganhando mais espaço e notoriedade, e hoje já entrou de
vez no cenário internacional.
Foi no século XX, mais especificamente nos 60 e 70 que começou a ser tratado
como uma variável de causa e efeito. De acordo com Janete Busato (1996), foi no
10
início da década de 70 que surgem novas propostas com elaborações mais
precisas, buscando-se um desenvolvimento que atenda às necessidades básicas
materiais e sociais ao mesmo tempo em que promova a autonomia das populações
envolvidas no processo.
O conceito de desenvolvimento sustentável foi usado pela primeira vez como é
conhecido hoje, no encontro realizado pela ONU – Organização das Nações Unidas,
II Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
(CNUMAD)/Cúpula da Terra – a Rio 92 ou Eco 92. O termo se refere à manutenção
quantitativa e qualitativa do estoque de recursos ambientais, utilizando tais recursos
sem danificar suas fontes ou limitar a capacidade de suprimento futuro, para que
tanto as necessidades atuais quanto aquelas do futuro possam ser igualmente
satisfeitas.
Desde que a problemática ambiental passou a estar em evidência de forma mais
consistente a ONU promoveu conferências reunindo lideres de todo mundo. A
primeira conferência ficou conhecida como a I Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente realizado em Estocolmo, Suécia, em 1972. Sob forte crítica a
conferência reuniu de um lado países em desenvolvimento que eram a favor do
crescimento a qualquer custo e do outro os países desenvolvidos que eram a favor
do crescimento zero.
Em decorrência, da preocupação com as questões sociais e ambientais, observa-se
que surge um novo gerenciamento, que ganha cada vez mais importância no meio
empresarial e pode representar a garantia de que o homem será mesmo eco-
eficiente e capaz de alcançar um desenvolvimento sustentável. Trata-se de um
método de gestão que se apoia em um conjunto de procedimentos, normas e
11
cuidados, capaz de usufruir dos recursos naturais de maneira ambientalmente
responsável, evitando impactos, ou agredi-los, de maneira irreversível.
Essa nova concepção traz uma preocupação com a utilização de tecnologias limpas,
a minimização do desperdício e gestão sustentável dos recursos, o entendimento e
adequação às leis ambientais vigentes, buscando superá-las através de ações
inovadoras, com o foco de estabelecer uma prática de aperfeiçoamento contínuo e
preservação do meio ambiente.
Esse novo gerenciamento é a gestão ambiental empresarial, que segundo Barbieri
(2004) é entendida como as diretrizes e as atividades administrativas e operacionais
tais como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas
com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, quer reduzindo ou
eliminando os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evitando
que eles surjam.
O meio ambiente não deve ser mais visto apenas como fonte de recursos naturais
ou recipiente de resíduos. Em vista dessa mudança de visão, Borges e Tachibana,
(2005), chega a algumas conclusões iniciais de que o meio ambiente passa a ter
status de ativo na sociedade global.
O objetivo geral do trabalho é apresentar como a Gestão para a Sustentabilidade
está influenciando os modelos de gestão das empresas. E, para que o objetivo fosse
alcançado, o método utilizado foi pesquisa bibliográfica, onde os principais autores
consultados foram Barbieri e Tachizawa. Ainda, foram consultados artigos retirados
da internet, todos devidamente indicados na referência bibliográfica.
12
Este trabalho se justifica a partir do momento em que dentro das empresas, a
globalização dos problemas ambientais, passa a fazer parte da construção de novas
práticas gerenciais. A abordagem desse tema é oportuna, pois estão surgindo inúmeros
questionamentos sobre a capacidade de absorção do planeta Terra, com os atuais
modelos insustentáveis. Vários líderes de empresas já estão buscando a Gestão
Ambiental Empresarial como aliada na construção da vantagem competitiva.
No primeiro capítulo será apresentada uma narrativa evolutiva da questão ambiental,
sendo demonstradas as principais discussões sobre o tema e como culminou em
uma nova preocupação para todo o mundo.
O segundo capítulo mostrará a questão ambiental dentro das organizações e quais
foram as principais pressões que fizeram (e estão fazendo) com que as empresas
adotem um novo gerenciamento, a gestão ambiental.
No terceiro e quarto capítulos, serão expostos respectivamente, alguns modelos de
gestão que podem ser utilizados pelas organizações a fim de alcançarem a
sustentabilidade pela gestão ambiental e o SGA – sistema de gestão ambiental. Por
fim, no quinto e sexto capítulo, uma breve explicação sobre relatório ambiental e o
impacto ambiental, respectivamente.
13
2. A VARIÁVEL AMBIENTAL
Os recursos naturais, componentes do meio ambiente, são necessários para a
satisfação das necessidades humanas, são a partir deles que surgem à capacidade
do homem de produção e de transformação da sociedade, portanto a questão sobre
os problemas ambientais se tornou um importante fator de preocupação, pois, se
não houver um equilíbrio sobre o que é oferecido pelo meio ambiente e a
capacidade produtiva, o homem sofrerá as consequências causadas pelas restrições
ambientais.
Para Branco, 1995:
O homem pertence à natureza tanto quanto - numa imagem que me parece apropriada - o embrião pertence ao ventre materno: originou-se dela e canaliza todos os seus recursos para as próprias funções e desenvolvimento, não lhe dando nada em troca. É seu dependente, mas não participa (pelo contrário, interfere) de sua estrutura e função normais. Será um simples embrião, se conseguir sugar a natureza, permanentemente, de forma compatível, isto é, sem produzir desgastes significativos e irreversíveis; caso contrário, será um câncer, o qual se extinguirá com a extinção do hospedeiro.
14
Após a revolução industrial que teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção, o mundo passou a viver sob a ótica de uma nova realidade: a mudança de temperatura em função da poluição causada pelas ações antrópicas. Com esta mecanização dos sistemas de produção e a mudança de temperatura que o planeta passou a ter, é possível então mencionar as práticas capitalistas e o novo modelo de produção do mundo, pois estas se constituem como preocupações constantes para a comunidade científica. Portanto, com as mudanças vividas pela sociedade, intensificadas com o fenômeno que transformou as relações sociais e econômicas – a Revolução Industrial – tem-se um agravante do acontecimento que seria natural.
Os recursos naturais podem ser classificados de duas maneiras: renováveis, quando
podem ser obtidos de forma indefinida de uma mesma fonte e os não-renováveis,
quando possuem uma limitação. Segundo Barbieri (2004), essa classificação,
embora bastante utilizada, deve ser vista com reserva, pois ela depende de uma
escala temporal humana. A noção de esgotamento ou renovação de recursos
envolve a dimensão de tempo e a perspectiva de tempo dos humanos nem sempre
é a mesma daquela que seria necessária para a renovação de certo recurso. Sendo
assim, entende-se que todos os recursos fornecidos pelo ambiente podem ser
renovados através de um ciclo natural. Entretanto, esse ciclo pode demorar vários
anos o que é impensável para o homem.
O planeta possui naturalmente um desgaste que já o levaria a sofrer processos de
degradação. Porém, especialistas e cientistas afirmam que dois terços do
aceleramento desse processo estão associados com a interferência humana.
Para Chaves, 2009:
15
O processo de degradação ambiental é observado desde as primeiras intervenções
do homem no meio ambiente, alguns autores apontam algumas das causas que
fazem parte da deterioração ambiental pela qual o planeta Terra está passando.
Segundo Janete Moro, 1996:
Ainda, segundo Ferreira e Fernandes, 2009:
As catástrofes ambientais provocadas pelo homem, o crescimento demográfico e os grandes desequilíbrios sociais, o alerta de cientistas e ambientalistas que, antecipadamente, detectaram a estreita relação entre crescimento econômico e meio ambiente, bem como as crises do petróleo de l973 e l979, forçando a economia de energia e de consumo de matéria-prima, certamente compõem um conjunto de fatores que vêm alertando cada vez mais a sociedade em relação à problemática ambiental.
AÇÃO ANTRÓPICA A atuação do homem nas atividades econômico-industriais tem comprometido e intensificado o processo natural de aquecimento e/ou resfriamento que a natureza por si produz. Essas atividades emitem uma quantidade exorbitante de dióxido de carbono (CO2) e metano (CH2), dentre outros gases poluentes, ocasionando o aquecimento do nosso planeta.
16
Nesse contexto, de dependência do ser humano em relação ao meio ambiente, os
recursos naturais se tornam referência como fatores de benefícios potenciais ao ser
humano. Atualmente, o petróleo é exemplo de um recurso natural que tem
responsabilidade pelo desenvolvimento da humanidade e que, até então, é
insubstituível. O petróleo é a matéria-prima mais importante para o fornecimento de
energia primária do mundo. Para ter uma ideia do tamanho da importância do
petróleo, segundo artigo publicado no site WikiNotícia, todas as atividades
econômicas a nível mundial, são baseadas no petróleo como fonte de energia,
representando cerca de 40% das necessidades energéticas do mundo. O petróleo e
seus derivados estão presentes no dia-a-dia através de combustíveis, gases, óleos,
graxas, borracha, plástico, lubrificantes, álcool, fibras, resinas, tintas entre outros.
Como se sabe, o Petróleo é participante do grupo dos recursos não-renováveis,
possui limite, e esse limite será precipitado pela forma de exploração realizada hoje
pelo homem. Em decorrência dessa limitação já foram observadas várias formas de
degradação ao meio ambiente e a sociedade.
Já existem estudos, em pauta, para descobertas de novas fontes de energias,
chamadas de limpas, estudos através do uso de energias alternativas, dentre elas a
solar, energia dos ventos, energia retirada das marés etc. Como afirma Janete Moro
(1996), novos produtos e novas tecnologias poderão ser úteis ao meio ambiente,
substituindo recursos naturais escassos ou aumentando o seu rendimento.
A revolução industrial marcou, definitivamente, o início da ruptura da relação entre o homem e o planeta. Com ela vieram as mudanças culturais, técnicas, econômicas, políticas e sociais influenciando, até a atualidade, o comportamento do consumidor.
17
De acordo com Barbieri (2004), a quantidade de pessoas realmente preocupadas
com o meio ambiente já é significativa e tende a crescer cada vez mais à medida
que populações se dão conta de que os problemas ambientais não só afetam a
qualidade de vida atual, mas compromete a vida da própria humanidade. Portanto, a
fim de gerenciar e tentar achar soluções pertinentes para regular a integração entre
o meio ambiente e o ser humano, surge o conceito de gestão ambiental.
2.1 Evolução do pensamento sobre a problemática ambiental
Antes de expor como as organizações possuem hoje uma preocupação ambiental, a
ponto de estar influenciando nas mudanças internas de estratégias empresariais, é
necessário entender o caminho pela qual elas percorreram para chegar neste nível
de consciência. Isto implica diretamente que, é preciso demonstrar como surgiram
as primeiras grandes discussões sobre a problemática ambiental e o porquê de ser
algo tão importante e vital para a vida da espécie humana.
Os danos causados pelo desgaste ambiental fizeram com que vários autores
começassem a pensar na problemática ambiental de uma maneira estruturada e
consistente. De acordo como McCormick (1992), os antecedentes das ideias
ecológicas remontam ao século XIX (ou até antes), mas o ambientalismo, como
causa e efeito de uma profunda mudança de mentalidade, só há pouco começa a
aparecer no significativo contexto da pós-II Guerra Mundial, basicamente nos anos
50 e 60. Delineando uma evolução histórica, os principais fatos descritos abaixo,
podem ser indicados como os propulsores de uma preocupação no que diz respeito
ao meio ambiente.
A teoria Malthusiana, decorre do século XVIII e serviu de base para vários
pensadores, estudiosos e cientistas que vieram depois dele, sua mais famosa obra
18
intitulada Ensaio sobre a população, 1798, consistiu principalmente em um
pensamento pessimista em relação ao crescimento populacional na qual diz que a
explosão populacional só serviria para ampliar o descompasso entre a população e
os meios de subsistência e como solução apontava o controle intenso sobre a
natalidade no mundo afirmando que o bem estar populacional estaria intimamente
relacionado com crescimento demográfico do planeta.
De acordo com Barbieri (2004), foi a partir do final do século XX que a questão
ambiental começou a ser observada de maneira mais consistente, ganhando
definitivamente espaço na agenda de muitos países e de diversos segmentos da
sociedade civil organizada. Num primeiro momento de maneira espaçada e com a
ênfase concentrada na proteção de determinadas espécies animais e vegetais. Mas
que com o passar dos anos se tornou teor de discussão permanente e de total
importância internacional.
O livro de Rachel Carson publicado em 1962, intitulado Primavera Silenciosa,
abordou o uso do pesticida DDT, causador de grandes efeitos colaterais, em
lavouras no EUA. O livro Primavera Silenciosa ficou marcado na história com um
grande marco da defesa ao meio ambiente, ajudando a quebrar paradigmas e
motivando vários países e a comunidade internacional em geral a agir, segundo o
relatório GEO-3.
No ano de 1968, em Paris, organizada pela Unesco, aconteceu a Conferência
Intergovernamental de Especialistas sobre as Bases Científicas para Uso e
Conservação Racionais dos Recursos da Biosfera - Conferência da Biosfera. Esta
conferência teve como escopo principal a análise e discussão de aspectos
científicos da conservação da biosfera e pesquisas em Ecologia.
19
Para Godoy (2007), outra forte influência nesse contexto foi o clube de Roma,
composto por cientistas, industriais e políticos tinha como objetivo, discutir e analisar
os limites do crescimento econômico levando em conta o uso crescente dos
recursos naturais. Com uma importante contribuição do clube de Roma, a questão
ambiental ganhou mais visibilidade e notoriedade, no começo da década de 70. Em
1972, liderado por Dennis L. Meadows, o grupo de pesquisadores publicou um
estudo referente a questões ambientais, conhecido como Limites do crescimento.
De forma genérica, esse estudo apresentou as seguintes propostas:
1. Se as atuais tendências de crescimento da população mundial,
industrialização, poluição, produção de alimentos e diminuição de recursos
naturais continuarem imutáveis, os limites de crescimento neste planeta serão
alcançados algum dia dentro dos próximos cem anos. O resultado mais
provável será um declínio súbito e incontrolável, tanto da população quanto
da capacidade industrial.
2. É possível modificar estas tendências de crescimento e formar uma
condição de estabilidade ecológica e econômica que se possa manter até um
futuro remoto. O estado de equilíbrio global poderá ser planejado de tal modo
que as necessidades materiais básicas de cada pessoa na Terra sejam
satisfeitas, e que cada pessoa tenha igual oportunidade de realizar seu
potencial humano individual.
20
3. Se a população do mundo decidir empenhar-se em obter este segundo
resultado, em vez de lutar pelo primeiro, quanto mais cedo ela começar a
trabalhar para alcançá-lo, maiores serão suas possibilidades de êxito.
Para alcançar a estabilidade econômica e ecológica, Meadows et al. propõem o
congelamento do crescimento da população global e do capital industrial; apontam
para a realidade dos recursos limitados e rediscutem a velha tese de Malthus do
perigo do crescimento desenfreado da população mundial.
Esse documento teve repercussão internacional, surgindo críticas de diversas áreas,
principalmente dos defensores da teoria do crescimento a qualquer custo. O relatório
GEO-3 relata que embora o estudo “Limites do Crescimento” tenha sido muito
criticado, ele tornou pública pela primeira vez a noção de limites externos – a ideia
de que o desenvolvimento poderia ser limitado pelo tamanho finito dos recursos
terrestres.
A partir do relatório do Clube de Roma, se estabeleceu uma grande pressão no
cenário internacional em volta dos problemas referentes ao meio ambiente. Sendo
assim, ainda nesse ano a ONU – Organização das Nações Unidas liderou a I grande
conferência em nível internacional para tratar assuntos sobre o Meio Ambiente. Foi
conhecida como I Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada
em Estocolmo, Suécia em 1972. A reunião reuniu líderes de países industriais e em
desenvolvimento.
Os problemas ambientais sempre foram discutidos com bastante resistência,
podendo ser observado, principalmente por parte dos países em desenvolvimento.
Na conferência de Estocolmo, essa situação ficou bem visível, de um lado os países
21
em desenvolvimento e do outro os países industrializados, integrantes dos países
desenvolvidos. Os países em desenvolvimento alegavam que deveriam ter o mesmo
direito da exploração dos recursos naturais, bem como os países ricos, no passado.
Ainda, alegavam que racionar o uso das matérias primas interferia diretamente no
seu crescimento e desenvolvimento.
Buscando aproveitar as contribuições positivas dessas duas visões sobre o meio
ambiente, dirigentes da conferência criaram o Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (PNUMA), que com o passar dos anos se tornou um órgão com
muita importância no cenário internacional para assuntos sobre o meio ambiente.
A conferência de Estocolmo produziu 26 princípios e um plano de ação de 109
recomendações. Segue abaixo os princípios determinados em Estocolmo.
Princípios da Declaração de Estocolmo:
1. Os direitos humanos devem ser defendidos; e o colonialismo deve ser
condenado;
2. Os recursos naturais devem ser preservados;
3. A capacidade da Terra de produzir recursos renováveis deve ser mantida;
4. A fauna e a flora silvestres devem ser preservadas;
5. Os recursos não-renováveis devem ser compartilhados, não esgotados;
6. A poluição não deve exceder a capacidade do meio ambiente de neutralizá-
la;
7. A poluição danosa aos oceanos deve ser evitada;
8. O desenvolvimento é necessário à melhoria do meio ambiente;
9. Os países em desenvolvimento requerem ajuda;
22
10. Os países em desenvolvimento necessitam de preços justos para as suas
exportações, para que realizem a gestão do meio ambiente;
11. As políticas ambientais não devem comprometer o desenvolvimento;
12. Os países em desenvolvimento necessitam de recursos para desenvolver
medidas de proteção ambiental;
13. É necessário estabelecer um planejamento integrado para o
desenvolvimento;
14. Um planejamento racional deve resolver conflitos entre meio ambiente e
desenvolvimento;
15. Assentamentos humanos devem ser planejados de forma a eliminar
problemas ambientais;
16. Os governos devem planejar suas próprias políticas populacionais de
maneira adequada;
17. As instituições nacionais devem planejar o desenvolvimento dos recursos
naturais dos Estados;
18. A ciência e a tecnologia devem ser usadas para melhorar o meio
ambiente;
19. A educação ambiental é essencial;
20. Devem-se promover pesquisas ambientais, principalmente em países em
desenvolvimento;
21. Os Estados podem explorar seus recursos como quiserem, desde que
não causem danos a outros;
22. Os Estados que sofrerem danos dessa forma devem ser indenizados;
23. Cada país deve estabelecer suas próprias normas;
24. Deve haver cooperação em questões internacionais;
25. Organizações internacionais devem ajudar a melhorar o meio ambiente;
26. Armas de destruição em massa devem ser eliminadas apartheid;
Em 1973, em Genebra, na reunião do conselho administrativo do PNUMA, surgiu o
Ecodesenvolvimento, um tema proposto por Maurice Strong – na época diretor
23
executivo do PNUMA - que logo depois foi expandida por Ignacy Sachs. O conceito
proposto trazia uma ideia de se realizar um conjunto de práticas que estimulassem o
desenvolvimento global respeitando os limites do Meio Ambiente, o economista
Ignacy, incorporou a esse conceito além da ideia de preocupação com o Meio
Ambiente, questões como:
a) a satisfação das necessidades básicas;
b) a solidariedade com as gerações futuras;
c) a participação da população envolvida;
d) a preservação dos recursos naturais e do meio ambiente em geral;
e) a elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e
respeito a outras culturas;
f) programas de educação;
Os anos 80 foram marcados por grandes catástrofes ambientais na qual confirmou a
ligação do homem com o meio ambiente. Em 1984 um vazamento de gases letais da
fábrica Union Carbide deixou um saldo de 3 mil mortos e 20 mil feridos em Bhopal,
na Índia. No mesmo ano, mais de um milhão de pessoas morreram de fome na
Etiópia. Em 1986, o mundo presenciou o seu pior desastre nuclear quando um reator
da usina nuclear de Chernobyl explodiu na Ucrânia, república da União Soviética. O
derramamento de 50 milhões de litros de petróleo no Canal Príncipe William, no
Alasca, causado pelo petroleiro Exxon Valdez em março de 1989, mostrou que
nenhuma área, por mais remota e “intacta” que seja, está a salvo do impacto
causado pelas atividades humanas, segundo dados do relatório do GEO-3.
Com a crescente constatação de que não poderia haver uma separação dos
problemas ambientais e o desenvolvimento, foi organizada através da comissão de
Brundtland, uma amostra de textos sintetizados em relatórios que foram produzidos
24
em audiências ao redor do mundo. Essas amostras resultaram em um relatório final,
que teve a finalidade de demonstrar a importância da interdependência das
questões ambientais e o desenvolvimento.
Em 1987, após três anos de audiências com líderes de governo e o público em geral
no mundo todo, foi divulgado um importante relatório que apresentou ao mundo uma
ideia de desenvolvimento sustentável. No Relatório Brundtlandt, também conhecido
como Nosso Futuro Comum (Our common future), foi usado pela primeira vez o
termo “desenvolvimento sustentável”, onde ficou definido que o termo
desenvolvimento sustentável implica na manutenção quantitativa e qualitativa do
estoque de recursos ambientais, utilizando tais recursos sem danificar suas fontes
ou limitar a capacidade de suprimento futuro, para que tanto as necessidades atuais
quanto aquelas do futuro possam ser igualmente satisfeitas. O Tripé do
desenvolvimento sustentável se justifica em uma economia sustentável, justiça
social e respeito ao meio ambiente.
A década de 1990 caracterizou por uma constante significação do termo
desenvolvimento sustentável. De acordo com o relatório da GEO-3, 2004:
A Câmara Internacional do Comércio, ONG dedicada ao Comércio Internacional, em
1991, publicou um documento denominado Carta Empresarial para o
Busca por uma melhor compreensão sobre o conceito e o significado do desenvolvimento sustentável, paralelamente às tendências crescentes em direção à globalização, especialmente no que diz respeito ao comércio e à tecnologia. A convicção de que havia um número cada vez maior de problemas ambientais no mundo que exigiam soluções internacionais se tornou mais forte.
25
Desenvolvimento Sustentável, onde se ressalta que a preservação do meio
ambiente e a gestão ambiental é prioridade de qualquer organização. Esta carta foi
criada sobre 16 princípios relativos a gestão ambiental, princípios estes de vital
importância, para o desenvolvimento sustentável. Segundo Filho (2004), a carta
empresarial considera que as organizações precisam ter consciência de que deve
existir um objetivo comum, e não um conflito, entre desenvolvimento econômico e
proteção ambiental, tanto para o momento presente como para gerações futuras.
Em 1992 foi realizada também pela ONU, uma conferência para abordar tanto os
assuntos referentes ao meio ambiente quanto ao desenvolvimento e para enfatizar
os diferentes pontos de vistas dos hemisférios sul e norte. Realizada na cidade do
Rio de Janeiro, ficou conhecida como, II Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD) /Cúpula da Terra – a Rio 92 ou Eco
92- nesse encontro foram estabelecidas medidas concretas para edificar meios de
desenvolvimento sem acarretar males ao meio ambiente. A partir dessa conferência
o desenvolvimento sustentável ganhou vida própria.
A Rio-92 produziu ao menos sete grandes resultados:
a) Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(contendo 27 princípios);
b) Agenda 21 – um plano de ação para o meio ambiente e o desenvolvimento
no século XXI;
c) Duas grandes convenções internacionais – a Convenção- Quadro das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e a Convenção sobre
Diversidade Biológica (CDB);
d) Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS);
e) Um acordo para negociar uma convenção mundial sobre a desertificação; e
26
f) Declaração de Princípios para o Manejo Sustentável de Florestas.
A Agenda 21 é um plano de ação na qual estabelece uma base sólida para a
promoção do desenvolvimento em termos de progresso social, econômico e
ambiental - os três pilares do desenvolvimento sustentável. Genericamente suas
recomendações estão divididas em quatro principais áreas:
Questões sociais e econômicas como a cooperação internacional para
acelerar o desenvolvimento sustentável, combater a pobreza, mudar os
padrões de consumo, as dinâmicas demográficas e a sustentabilidade, e
proteger e promover a saúde humana.
Conservação e manejo dos recursos visando o desenvolvimento, como a
proteção da atmosfera, o combate ao desmatamento, o combate à
desertificação e à seca, a promoção da agricultura sustentável e do
desenvolvimento rural, a conservação da diversidade biológica, a proteção
dos recursos de água doce e dos oceanos e o manejo racional de produtos
químicos tóxicos e de resíduos perigosos.
Fortalecimento do papel de grandes grupos, incluindo mulheres, crianças e
jovens, povos indígenas e suas comunidades, ONGs, iniciativas de
autoridades locais em apoio à Agenda 21, trabalhadores e seus sindicatos,
comércio e indústria, a comunidade científica e tecnológica e agricultores.
Meios de implementação do programa, incluindo mecanismos e recursos
financeiros, transferência de tecnologias ambientalmente saudáveis,
27
promoção da educação, conscientização pública e capacitação, arranjos de
instituições internacionais, mecanismos e instrumentos legais internacionais e
informações para o processo de tomada de decisões.
Outro capítulo importante, como citado acima, foi a criação da – Convenção- Quadro
das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). A convenção sobre o clima
se baseou no princípio da precaução, esse princípio tinha estabelecido que “diante
da ameaça de dano grave ou irreversível, a falta de uma considerável certeza
científica não deverá ser motivo para adiar a adoção de medidas para evitar a
degradação ambiental”. A discussão foi estabelecida por haver um clima de
incerteza sobre o real impacto que as ações antrópicas resultariam sobre o
aquecimento global e a diminuição da camada de ozônio através de emissão de
gases poluentes.
Como foi divulgado no relatório do GEO 3, a capacidade do Painel
intergovernamental de mudanças climáticas (IPCC) de fornecer evidências de que
as mudanças climáticas significam uma ameaça real incentivou governos a assinar a
convenção.
O órgão que passou a regulamentar a convenção denominou-se conferência das
partes – COP, sendo responsável por encontros periódicos para a análise de
relatórios na qual os países membros da convenção sobre o clima deveriam
desenvolver.
Dos protocolos da convenção o mais importante e também o mais polêmico foi o
protocolo de Quioto. O escopo desse protocolo visava à redução de gases de efeito
estufa em pelo menos 5% abaixo dos níveis de 1990 no período compreendido entre
28
1998 e 2012 emitidos por países desenvolvidos, individualmente ou conjuntamente.
Ainda a esses países industrializados ficou estabelecida uma maior tributação, por
serem eles maiores geradores de recursos poluentes ao planeta.
De acordo com Barbieri (2004), houve uma dificuldade em chegar a resultados
concretos com o protocolo de Quioto, pois países que possuem dependência na sua
economia de combustíveis fósseis, como os Estados Unidos - responsáveis por
grande parte de emissão desses gases – impuseram resistência na assinatura do
protocolo. Mas em dezembro de 1997 na COP – 3 foi aprovado o Protocolo de
Quioto, na qual os países industrializados assinaram (exceto os EUA) o
compromisso da redução da emissão dos gases de efeito estufa.
Segundo o relatório da Geo-3, os anos 2000, serviram para demonstrar que a
implementação do desenvolvimento sustentável é possível. Foi intensificado o
conceito de desenvolvimento sustentável, começou-se uma mobilização maior de
empresas e órgãos públicos na direção de divulgar e assegurar a divulgação da
temática.
Em 2002 foi realizada em Joanesburgo, na África do Sul, a Cúpula Mundial do
desenvolvimento Sustentável, também conhecida como Rio+10, que reuniu
representantes de vários países do mundo, grandes empresas, associações
setoriais e organizações não-governamentais com o objetivo de avaliar as mudanças
que ocorrem no mundo desde a última conferência realizada pela ONU em 1992, na
cidade do Rio de Janeiro, como aponta Siquenel, o objetivo principal da Conferência
seria rever as metas propostas pela Agenda 21 e direcionar as realizações às áreas
que requerem um esforço adicional para sua implementação, assim como refletir
sobre outros acordos e tratados da Rio-92.
29
Os resultados alcançados com a Cúpula de Joanesburgo não foram muito
significativos. Mas, trouxe uma confirmação, que a ideia de uma ação coletiva rumo
à proteção ambiental deve estar diretamente ligada ao desenvolvimento econômico
e social.
Concluindo, além de problemas ambientais, simplesmente, a ideia de
desenvolvimento sustentável engloba outras variáveis, uma das mais importantes
está ligada a fatores econômicos e sociais. A enorme desigualdade social e os
problemas econômicos na qual as sociedades enfrentam, contribuem para o
agravamento de questões ambientais. É necessário que haja uma profunda
mudança no pensamento cultural da sociedade para que exista o real entendimento
do que vem a ser desenvolvimento sustentável e assim aderências de práticas e
modelos sustentáveis para a sociedade de maneira global.
As questões que foram mencionadas acima confirmam os danos que as ações
antrópicas podem causar ao meio ambiente e que as soluções, ou a menos um
menor impacto, virão com estratégias adotadas pela integração politica, empresarial
e social, de longo prazo e de maneira sistêmica.
30
Figura 1: Principais conferências realizadas pela ONU
ANO PRINCIPAIS CONFERÊNCIAS DA ONU
1972 CNUMAH: Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano
1982
Uma avaliação dos dez anos pós- Estocolmo aconteceu sob a supervisão do PNUMA, em Nairóbi, emergindo daí o clamor para a formação de uma Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, implementada em 1983.
1992 CNUMAD: o meio ambiente no centro do palco - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
2002 CMDS: Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável
FONTE: Revista do Departamento de Geografia, 15 (2002) 31–35. DINIZ, Eliezer Martins. Os resultados da Rio + 10
31
3. MEIO AMBIENTE E O AMBIENTE EMPRESARIAL
No passado os administradores não tinham a mentalidade de poupar os recursos
oferecidos pelo meio ambiente, até porque, se supunha ilimitados. Mas com passar
dos anos, principalmente a partir dos anos 80, presenciou-se um processo de
mudança progressiva em relação às reflexões sobre consciência ecológica, a
preservação do meio ambiente e o gerenciamento dessas preocupações dentro das
organizações. Segundo Nicolella, Marques, e Skorupa (2004), a visão
contemporânea das organizações com relação ao meio ambiente insere-se no
processo de mudanças que vem ocorrendo na sociedade nas últimas décadas e
que, segundo Donaire (1999), faz a empresa ser vista como uma instituição
sociopolítica com claras responsabilidades sociais que excedem a produção de bens
e serviços.
No entanto, a adoção dessa nova postura pelos administradores, não se deu de
maneira tão rápida, para Barbieri (2004), a princípio era visto como caráter corretivo,
sendo considerado um custo interno adicional à empresa. No segundo momento, as
soluções para os problemas ambientais eram vistas como aumento da
produtividade, hoje, numa etapa mais avançada já é considerada como fonte de
32
estratégias, seja minimizando problemas que podem comprometer a competitividade
da empresa, seja capturando oportunidades mercadológicas.
Saindo do campo genérico, ainda é fato que muitas empresas não concordam com
essa mudança de visão, por parte de alguns administradores, no entanto, de uma
maneira ou de outra são levadas a assumir essa nova responsabilidade e três
grandes forças as influenciam a assumirem essa atitude de consciência ambiental
dentro das empresas, governo, sociedade e mercado. Essas três forças exercem
uma pressão nas empresas, que se veem na eminencia de adotar novos hábitos a
fim de continuarem competitivas no mercado. De acordo com Donaire (1999), muitas
das decisões internas da organização hoje requerem considerações explícitas das
influências provindas do ambiente externo, e seu contexto inclui considerações de
caráter social e político que somam às tradicionais considerações econômicas. A
figura abaixo mostra as influências do meio ambiente externo agindo sob a gestão
empresarial.
Figura 2: Gestão Ambiental Empresarial - Influências
Fonte: Livro – Gestão Ambiental Empresarial. Barbieri, José Carlos. Pg: 99
33
3.1 Meio ambiente: Sociedade
É fato que a opinião da sociedade, principalmente nos países desenvolvidos, tem
mudado no que diz respeito a cuidado ao meio ambiente. Há uma crescente
preocupação com o impacto que as ações antrópicas têm em relação ao meio
ambiente. E isso se deve, porque os consumidores estão cada vez mais exigentes e
conscientes a esses fatos. Alguns fatores contribuem para essa mudança de
postura: o espaço que temas ambientais têm tido na lista de preocupações; a
atuação dos formadores de opiniões; a intensificação dos trabalhos de ONGs; dentre
outros.
Neste contexto, é preciso entender que esta mudança não ocorreu de maneira
rápida, e que hoje, mesmo com a tendência à sustentabilidade, não é algo ainda
plenamente assimilado. De acordo com Peres (2007), os consumidores atuais,
divididos entre o discurso da responsabilidade sócio-ambiental e os seus interesses
pessoais, tentam encontrar o equilíbrio na equação do consumo responsável. As
relações de comportamento em função do meio ambiente são classificadas,
segundo Ottman, (1994), apud Benevides, (2005), p. 6, em cinco perfis distintos:
1) Verdes Verdadeiros – indivíduos com fortes crenças ambientais efetivamente
vivenciadas. Evitam consumir de uma companhia com reputações ambientais
questionáveis, escolhem produtos e serviços ecologicamente corretos.
Acreditam que podem fazer pessoalmente uma diferença na resolução de
problemas ambientais.
2) Verdes do dinheiro - apoiam o ambientalismo, através de doação de dinheiro
e muito pouco com doação de tempo ou ação. Sentem-se ocupados demais
para mudar seus estilos de vida, entretanto, são felizes e conseguem
expressar suas crenças com carteiras e talões de cheque.
34
3) Quase-verdes - querem mais legislação pró-ambiental, porém, não acreditam
que eles mesmos possam fazer muito para exercer um impacto ambiental
positivo. Não desejam pagar mais por produtos pró-ambientais. Ficam
incertos quando forçados a escolher entre o ambiente e a economia. Este é o
grupo da liberdade de ação e da indefinição, que pode ir de um lado a outro
em qualquer questão ambiental.
4) Resmungões - realizam poucas ações ambientais, mas acreditam que outros
consumidores também não estejam cumprindo sua parte. Pensam que a
empresa deveria resolver os problemas e que, além de custarem muito mais
do que seus correspondentes não-verdes, os produtos verdes não funcionam
tão bem. Sentem-se confusos e desinformados sobre questões ambientais,
achando que toda a coisa é problema de outra pessoa e que um terceiro
deveria resolvê-la;
5) Marrons básicos – são os menos envolvidos com o ambientalismo. Acreditam
basicamente que não há muito que os indivíduos possam realizar para fazer
uma diferença; São os indiferentes.
Portanto, entendendo os tipos de consumidores e sabendo que não há uma
homogeneidade de pensamento em relação a variável ambiental, percebe-se que
mesmo assim, a sociedade imprime uma pressão às empresas, que por sua vez se
vêem levadas a busca de novos hábitos. Como será explicado mais abaixo, não é
somente a opinião dos consumidores que levam a essa mudança de comportamento
das empresas, porém é um fator importantíssimo que se deve levar em conta. Pois
como definiu Underhill (1999) apud Ferreira e Fernandes, a maior ignorância dos
35
homens de negócio centra-se no desconhecimento de quem são seus clientes.
Desta forma torna-se fundamental conhecer o mercado consumidor e suas
exigências.
3.2 Meio Ambiente: Mercado
Entende-se mercado como sendo o local na qual os agentes econômicos
(indivíduos, famílias, empresas, país ou qualquer outro tipo de decisor econômico)
realiza a troca de bens por uma unidade monetária ou por outros bens.
Sendo assim, o aumento da competitividade nos negócios fez com que as empresas
precisassem constantemente buscar a adaptação e a variável ambiental passou a
ser uma das causas dessa mudança. Como comenta Barbieri (2004), as questões
ambientais passaram a ter impactos importantes sobre a competitividade dos países
e de suas empresas. O dilema economia ou meio ambiente está relacionado a esse
fato.
3.3 Meio Ambiente: Governo
No passado, o olhar do governo para os problemas ambientais estava relacionado a
um caráter corretivo. Hoje, a participação do governo esta cada vez mais intensa,
através de instrumentos que avaliam o desempenho das organizações, não só com
o objetivo de corrigir os problemas, mas sim, a fim de eliminar ou minimizar os já
existentes. Portando, para o autor Golobovante (2010), empresas devem aprender
um novo modo de produzir; consumidores, de consumir; e governos terão que
estimular empresas e consumidores a adotarem modelos mais sustentáveis.
Essa nova postura veio sendo demonstrada através de instrumentos que facilitam a
atuação do governo. Esses instrumentos estão classificados em três grandes
grupos: Comando e controle (padrão de emissão, padrão de qualidade, padrão de
desempenho, etc), econômico (tributação sobre a poluição, incentivos fiscais para
reduzir emissões e conservar recursos, etc) e outros (apoio ao desenvolvimento
científico e tecnológico, educação ambiental, etc).
36
Portanto, à medida que as empresas foram se conscientizando e sofrendo os efeitos
dessas pressões, percebeu-se que seria necessário um novo sistema de
gerenciamento, a fim de obter um controle efetivo do impacto que suas atividades
causariam no ambiente externo. Surgi nesse contexto, o conceito de gestão
ambiental, baseada no desenvolvimento sustentável, visa proteger o meio ambiente
das ações antrópicas com a redução ou eliminação dos problemas ambientais.
De acordo com Tachizawa apud Filho, 2004:
Ainda, para Barbieri, 2004:
Gestão ambiental é um importante instrumento gerencial para as empresas, pois a GA visa à capacitação e criação de condições de competitividade para as organizações independentemente do seu segmento econômico, em outras palavras, a Gestão Ambiental é a resposta natural das organizações ao seu novo cliente, que é o consumidor verde e ecologicamente correto, pois empresa verde é sinônimo de bom negócio e no futuro será uma das principais formas de empreender negócios de forma duradoura e lucrativa, ou seja, o quanto antes às organizações modernas enxergarem o meio ambiente como seu principal desafio e como oportunidade competitiva, maior será a chance da sua sobrevivência no mercado
mundilalizado.
37
Diversos processos foram e continuam sendo desenvolvidos para capturar, tratar e dispor os poluentes, bem como para usar recursos de modo mais eficiente, podendo-se dizer que o esforço para compreender e dominar os problemas ambientais constitui um dos capítulos mais importantes da história da ciência e tecnologia. Sem esses processos, a capacidade da Terra de sustentar a vida certamente já teria entrado em colapso, dada a grande variedade de poluentes gerados pelas atividades humanas, as quantidades lançadas ao longo tempo e as quantidades de recursos utilizados. A contribuição da ciência e da tecnologia tem sido significativa e não seria exagero afirmar que a maioria dos problemas decorrentes da poluição já teria sido resolvida se as soluções já conhecidas fossem aplicadas. Porém, questões de ordem política, econômica, social e cultural que estão na raiz dos problemas ambientais retardam ou inviabilizam a adoção de soluções. Todas essas questões devem ser consideradas quando se pretende enfrentar os problemas ambientais e isso é o que grosso modo se denomina gestão ambiental.
Quanto antes as empresas se conscientizarem dessa nova tendência
organizacional, reavaliando seus processos de gerenciamento e produção, mais
cedo poderão desfrutar dos benefícios que a gestão ambiental pode acarretar, tanto
economicamente, quando para sua imagem perante aos stakeholders. E tal iniciativa
é possível, para qualquer que seja o segmento econômico ou porte da empresa.
De acordo o autor Tachizawa (2005), a gestão ambiental, enfim, torna-se um
importante instrumento gerencial para capacitação e criação de condições de
competividade para as organizações qualquer que seja seu segmento econômico,
Dessa maneira, empresas siderúrgicas, montadoras automobilísticas, fabricantes de
papel e celulose, indústrias químicas e petroquímicas investem em gestão ambiental
e marketing ecológico.
38
3.4 Abordagens para a gestão ambiental empresarial:
De acordo com Barbieri (2004), a forma como uma empresa atua em relação aos
problemas ambientais decorrentes das suas atividades, pode ser analisada a partir
de três diferentes abordagens: controle de poluição, prevenção da poluição ou
estratégia empresarial. Como mostra a tabela abaixo:
Figura 3: Gestão Ambiental Empresarial – Abordagens
Fontes: Livro – Gestão Empresarial Ambiental. Barbieri, Jose Carlos. Pg: 103.
Ainda segundo o mesmo autor, do ponto de vista ambiental, as soluções voltadas
exclusivamente para o controle da poluição são fundamentais, porém, insuficientes,
na medida em que atuam apenas sobre a poluição. A abordagem de controle da
poluição caracteriza-se pelo estabelecimento de práticas para impedir os efeitos
decorrentes da poluição gerada por um dado processo. Em geral, este tipo de
abordagem tem o objetivo de atender às exigências estabelecidas nos instrumentos
CARACTERÍSTICAS
ABORDAGENS
CONTROLE DA
POLUIÇÃO
PREVENÇÃO DA
POLUIÇÃO ESTRATÉGIA
Percepção dos empresários e dos administradores
Custo adicional Redução de custo e
aumento da produtividade
Vantagens competitivas
Envolvimento da alta administração
Esporádico Periódico Permanente e
sistémico
Áreas envolvidas Ações ambientais
confinadas nas áreas produtivas
As principais ações ambientais continuam confinadas nas áreas produtivas, mas há
crescente envolvimento de outras
áreas.
Atividades ambientais disseminadas pela
organização
Ampliação das ações ambientais para toda a
cadeia produtiva
39
de comando e controle aos quais a empresa está sujeita. As tecnologias aplicadas
para a abordagem de Controle da Poluição são normalmente de remediação,
quando são utilizadas tecnologias em um problema ambiental que já ocorreu e de
controle final de processo ou end-of-pipe, termos que serão esclarecidos abaixo.
Tecnologias End-of-pipe objetivam capturar e tratar a poluição resultante de um
processo de produção antes que ela seja lançada ao meio ambiente.
Figura 4: Gestão Ambiental Empresarial – Controle de poluição
Fontes: Livro – Gestão Empresarial Ambiental. Barbieri, Jose Carlos. Elaborado pela autora.
Na abordagem de Prevenção da Poluição, a empresa tem a preocupação de
prevenir a geração de poluição, atuando diretamente sobre os produtos e processos,
tendo em vista a produção mais eficiente poupando materiais e energia. A
abordagem de Prevenção da Produção combina duas questões ambientais: o uso
sustentável dos recursos e o controle da poluição. O autor ainda destaca como
instrumento do uso sustentável dos recursos a ferramenta dos 4Rs: reduzir, reusar,
reciclar e recuperar.
a) Reduzir: processo que visa minimizar o uso da matéria-prima, ou seja, reduzir o
peso ou o volume dos resíduos gerados.
CO
NT
RO
LE
DE
PO
LU
IÇÃ
O
EXEMPLOS
REMEDIAÇÃO
Descontaminar o solo degradado por algum tipo de
poluente ou para recuperar o petróleo derramado no mar e
limpar as praias.
END-OF-PIPE Estações de tratamento de efluentes, ciclones,
precipitadores eletrostáticos, filtros, incineradores e outros.
40
b) Reusar: objetiva reaproveitar aquelas peças que foram descartadas nos
processos de produção nas próprias fontes produtora.
c) Reciclar: com o mesmo principio básico de reusar uma peça, mas que não é
necessariamente na fonte que o gerou anteriormente.
d) Recuperar: reaproveitamento do poder calórico dos produtos reusado ou reciclado
interna ou externamente, a fim de gerar energia.
A abordagem estratégica busca obter vantagem competitiva com os problemas
ambientais, aproveitando as oportunidades mercadológicas e reduzindo as ameaças
de passivos ambientais que poderão ocorrer no futuro. Incorporando as questões de
controle e prevenções nos assuntos empresariais. É nessa estratégia que a
empresa, com o crescente aumento da opinião pública, o envolvimento da empresa
com problemas ambientais ganham importância estratégica. Estratégia significa
coordenar ações a fim de atingir um objetivo, nesse contexto agregar a questão
ambiental a sua estratégia agrega a empresa vantagem competitiva.
Essas abordagens demonstram que houve uma evolução no pensamento ambiental
dentro das organizações que consolida que o comportamento politicamente correto
não se refere apenas como uma tendência de gestão ou de mercado, mas é uma
nova maneira de gerir e de captar vantagem competitiva para a empresa. Num ciclo
onde todos ganham as organizações, que passam a abordar o meio ambiente de
maneira sistêmica e o meio ambiente.
41
4. MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL
Modelo de gestão ambiental se caracteriza por definir, através de atividades
administrativas e operacionais, como as organizações irão abordar seus diferentes
problemas ambientais. Nesse capítulo, serão apresentadas duas famílias de
modelos ambientais, a primeira família tem por característica a de ser adotada por
empresas de maneira isolada. Já a segunda família de modelos ambientais, tem por
característica a aplicabilidade em um conjunto de empresas. Ainda, esses modelos
se configuram por serem genéricos, ou seja, não estabelecem verdades absolutas,
pois as empresas podem apenas usar os parâmetros para a criação de modelos de
gestão próprios.
4.1 Responsible Care ou Atuação responsável
O Responsible Care é um modelo de gestão ambiental, criado em meados dos anos
80, como resposta a desconfiança do público a indústria Canadian Chemical
Producers Association. No Brasil foi introduzida pela ABINQUIN – Associação
Brasileira da Indústria Química, ficando conhecida como Atuação responsável. A
princípio era um modelo voluntário, mas a partir de 1998, passou a ser obrigatório,
como nos demais países que a adotaram. O programa é dividido em seis
componentes: princípios diretivos, códigos e práticas gerenciais, comissões de
42
liderança empresariais, conselhos comunitários consultivos, avaliação de progresso
e difusão na cadeia produtiva.
4.2 Total Quality Environmental Management (TQEM)
A TQEM – Total Quality Environmental Management é um conceito ampliado do
TQM, ou seja, tem como foco principal a atender as expectativas dos clientes, porém
voltados para as questões ambientais. Segundo Barbieri (2004), TQEM é o TQM
preocupado com as questões ambientais. Ainda, esse modelo está voltado para a
melhora contínua, qualquer que seja, através do envolvimento dos stakeholders.
Trabalha com o auxílio das ferramentas típicas da qualidade, sendo o ciclo Plan-Do-
Check-act, ou o ciclo PDCA, o mais utilizado, pois garante a elaboração de um
planejamento com a busca da melhora contínua.
4.3 Produção mais limpa
Produção mais limpa – cleaner production - também conhecida como P+L, foi
desenvolvida pelo PNUMA, e tem o objetivo de reduzir os impactos causados ao
meio ambiente através de processos, produtos e serviços. Sendo assim definida
pelo PNUMA, uma abordagem de proteção ambiental ampla que considera todas as
fases do processo de manufatura ou ciclo de vida do produto, com o objetivo de
prevenir e minimizar os riscos para os seres humanos e o ambiente a curto e longo
prazo.
4.4 Ecoeficiencia
De acordo com a OCDE – Organization for Economic Co-operation and
Development, 1998, definiu Ecoeficiência como sendo:
43
A ecoeficiencia baseia-se na ideia de que a redução de matérias-primas e energia por unidade de produto ou serviços aumenta a competitividade de empresa, ao mesmo tempo em que reduz as pressões sobre o meio ambiente, seja como fonte de recurso, seja como depósito de resíduos. É um modelo de produção e consumo sustentáveis, na medida em que ressalta a produção de bens e serviços necessários e que contribuam para melhorar a qualidade de vida. Esse modelo de gestão apresenta os seguintes elementos: o uso de uma estrutura do tipo input/output para medir o desempenho da organização e uma ênfase sobre a entrega do serviço, mais do que os recursos físicos usados para realizar a entrega.
Sendo assim, a ecoeficiência tem a preocupação com o produto em todo os seus
ciclos, para que o seu impacto seja o menor possível para o meio ambiente.
4.5 Projeto para o Meio Ambiente
Projeto para o meio ambiente (Dfe: Design for Environment) também é conhecido
como ecodesign e segundo Fiksel apud Barbieri (2004), esse modelo surge em
1992, em resposta às preocupações de algumas empresas da indústria eletrônica
em incorporar as questões ambientais em seus produtos, tendo a frente um grupo
de trabalho formado pela American Eletronics Association. Para esse autor, o Dfe
representa a convergência das preocupações com o desenvolvimento sustentável
com a integração empresarial. Esse modelo procura integrar um conjunto de
atividades e disciplinas que historicamente sempre foram tratadas separadamente
tanto em termos operacionais quanto estratégicos, tais como saúde e segurança do
trabalho, saúde e segurança do consumidor, conservação de recursos, prevenção
de acidentes e gestão de resíduos. A integração dessas funções é fundamental para
desenvolver produtos ecoeficientes.
Resumindo, Barbieri (2004), aponta que o TQEM tem seu foco no melhoramento
contínuo e no combate a todo tipo de desperdícios. A produção mais lima e a
Ecoeficiência procuram, por meios diferentes, levar a prevenção da poluição além
das fronteiras da empresa; a primeira, enfatizando a eficiência dos processos
44
produtivos e a segunda, as características do produto ou serviço. O projeto para o
Meio Ambiente (Dfe) procura fazer o mesmo atuando nas fases iniciais dos
processos de inovação de produto e processo.
4.6 Modelos baseados na natureza:
A família de modelos de gestão ambiental que será apresentada abaixo só poderá
ser implementada se houver uma integração de várias empresas, pois basicamente
tenta aproximar o processo de produção humana aos organismos num
ecossistemas. Os modelos de gestão baseados na natureza que serão
apresentados abaixo são: Metabolismo industrial, ecologia industrial e simbiose
industrial.
Metabolismo industrial (industrial metabolism): De Acordo com Barbieri (2004), é o
conjunto de transformações físico - químicas que converte matérias-primas
(biomassa, combustíveis minerais, metais, etc) em produtos manufaturados,
estruturas produtivas e resíduos.
Ecologia industrial (industrial ecology): tende a ser igual a um sistema natural, esse
modelo rejeita o conceito de resíduos. A ideia básica dessa proposta é a criação de
sistemas de produção inspirado nos fluxos de materiais e energia entre os
organismos e seu meio físico, nos quais as perdas são mínimas.
Simbiose industrial (industrial symbiosis): No caso da simbiose industrial espera-se
construir um relacionamento permanente e harmônico entre as empresas de
diferentes segmentos do processo produtivo situados num parque industrial ou uma
região industrial.
45
5. SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL
Sistema de Gestão ambiental é um instrumento gerencial na qual as empresas
adotam a fim de melhorar seus processos administrativos em relação os problemas
ambientais. O SGA tem por objetivo nortear as organizações no caminho de um
desenvolvimento sustentável, através de atividades administrativas ou operacionais,
com menos impacto ao meio ambiente.
Ainda, o SGA deve ser instituído em qualquer que seja o ramo de atuação da
empresa. Como define Donaire (1999), a concepção de um SGA deve ser idealizado
a fim de ter aplicabilidade a todos os tipos e partes de organizações, independentes
de suas condições geográficas, culturais e sociais.
Desde que a problemática ambiental começou a ganhar mais ênfase, alguns países
começaram a desenvolver um sistema de gestão ambiental próprio. Segundo
Campos et al. (2005), as primeiras iniciativas de modelos de sistemas de gestão
ambiental ou SGA surgiram a partir da década de 80. E visam identificar, minimizar e
controlar aspectos e impactos ambientais. Ainda, segundo o mesmo autor alguns
desses sistemas são: STEP, BS 7750, EMAS.
46
5.1 STEP
Em 1990, a API (American Petroleum Institute), instituto fundado em 1919 pela
indústria de petróleo americana, criou o STEP (Strategies for Today’s Environmental
Partnership). O principal objetivo do STEP foi o de desenvolver um guia para a
indústria de petróleo americana que possibilitasse um aprimoramento de seu
desempenho ambiental, de saúde e segurança (KUHRE, 1998). Desta forma foi
criado o American Petroleum Institute Environmental, Health and Safety Mission and
Guiding Principles. Em linhas gerais, este documento tem como princípios: a
prevenção da poluição, a conservação dos recursos naturais, a relação de parceria e
acordos com a comunidade, entre outros.
5.2 BS 7750
A Norma Britânica BS 7750 - Specifications for Environmental Management Systems
– teve sua primeira edição publicada em março de 1992, entrando em vigor em
janeiro de 1994. Trata-se de um marco importante para a gestão ambiental, pois é
uma forte referência para quase todos os sistemas existentes, principalmente para o
da ISO 14001.
A norma foi encomendada pelo Environmental and Pollution Standard Policy
Committe of British Standard Institution a um comitê técnico formado por 38
instituições inglesas representando os mais variados setores da economia, tais
como a Associação de Consultores Ambientais, a Corporação Britânica de Carvão e
a Real Academia de Química. Trata-se de uma especificação para o
desenvolvimento, implementação e manutenção de um sistema de gestão ambiental
para assegurar e demonstrar conformidade com as declarações da empresa quanto
à sua política, objetivos e metas relativos ao meio ambiente.
Esta norma não estabelece uma exigência absoluta quanto ao desempenho
ambiental. Exige, porém, atendimento às exigências legais locais e o
47
comprometimento com a melhoria contínua. Estipula, ainda, que a organização
formule políticas e objetivos que levem em conta as informações relativas aos
efeitos ambientais significativos decorrentes de suas atividades. Resumidamente,
pode-se dizer que se trata do primeiro sistema que preconiza que a organização
deva estabelecer e manter um sistema de gestão ambiental como mecanismo para
garantir que os efeitos de suas atividades, produtos ou serviços estejam em
conformidade com sua política ambiental.
5.3 EMAS
O Sistema Europeu de Ecogestão e Auditorias (EMAS: Eco-Management and Audit
Scheme), estabelecido pelo regulamento da Comissão da Comunidade Européia nº
1836/93, definiu os critérios para certificações ambientais de processos industriais. A
estes critérios foram incluídos posteriormente: um sistema de gestão e de auditoria;
padrões de desempenho; verificações por terceiros; e declarações públicas após
uma revisão ambiental inicial e conclusão de cada auditoria. O sistema entrou em
operação a partir de 1995.
O EMAS, basicamente, permite às empresas que desenvolvem atividades industriais
nos países membros da Comunidade Européia (CE) obterem registros de suas
fábricas junto a uma comissão da CE (CULLEY, 1998). Anualmente é publicada no
jornal oficial da Comunidade Européia uma lista de todas as instalações industriais
registradas. Tal registro pode ser considerado, portanto, como um "certificado" de
bom desempenho ambiental geral para quem o obtiver. O EMAS, porém, não
estabelece critérios específicos de desempenho ambiental.
De todos os SGA expostos acima o mais importante foi o desenvolvido pela ISO –
International Organization for Standardization – ISO 14.000. A família da ISO 14.000
começou a ser constituída através de um comitê técnico (TC 207), seus subcomitês
(SC) e grupos de trabalhos (WG) em 1993, teve como base todas os SGA
48
elaborados anteriormente, isso porque em determinado momento, observou-se a
necessidade de averiguar as normas ambientais existentes e seu impacto no
comércio internacional.
Os subcomitês, inicialmente seriam divididos em sete, o SC7 seria responsável pela
coordenação de aspectos ambientais em normas de produtos, mas segundo relata
Barbieri (2004), foi desativado por falta de consenso sobre o assunto e pelas
inúmeras interfaces que ele deveria ter com os demais comitês técnicos. Sendo
assim, como solução foi vinculada diretamente ao comitê técnico 207, um grupo de
trabalho, para tratar dos aspectos ambientais em normas de produtos. A figura
abaixo demonstra como ficou estabelecida a estrutura da família de ISO 14.000:
Figura 5: Sistema de Gestão Ambiental - SGA
Fonte: http://www.eps.ufsc.br/disserta96/campos/cap2/capitulo2.htm
49
5.4 Sistema de gestão ambiental - Relacionado ao Produto/Processo
5.4.1 Avaliação do ciclo de vida do produto
Responsável por definir princípios gerais e procedimentos, análise do inventário
geral, específico, avaliação de impacto de ciclo de vida e interpretação. A avaliação
do ciclo de vida do produto – ACV – está relacionada com todo o ciclo pelo qual
passa um bem ou serviço em relação aos aspectos ambientais. A ACV, também é
conhecida como, berço ao túmulo (cradle to grave), porque tem relação com o
nascimento do produto desde a extração dos insumos primários até o seu destino
final, túmulo, quando não são reciclados ou reutilizados.
5.4.2 Rotulagem ambiental
Rotulagem ambiental é responsável por tratar de rótulos baseados em múltiplos
critérios, autodeclaração, princípios e diretrizes. O ato de selar, etiquetar ou rotular
faz com que algo, nesse caso um produto/serviços, se diferencie dos demais,
portanto esse é o objetivo dos selos verdes ou rotulagem ambiental, fazer com que
determinados produtos se destaquem por apresentarem menor impacto ambiental
em relação aos demais produtos disponíveis no mercado e ainda informar aos
consumidores ou usuários os seus benefícios. Tem as seguintes características:
Biodegradabilidade;
Retornabilidade;
Uso de material reciclado;
Eficiência energética;
Outros;
Após a conquista do selo ambiental o produto ou serviço passa a gerar para a
empresa crescentes benefícios, segundo Tomé (2008) apud Felizola et al (2010).,
serve para conquistar novos mercados, otimizar vendas, e educar a população sobre
50
a importância do processo produtivo sustentável. Porém a confiabilidade que o
consumidor deve ter sobre os selos verdes deve advir das certificadoras e não da
empresa, pois os laudos técnicos são realizados pelas instituições responsáveis pela
emissão do selo.
De acordo com GUERRA; SILVA et al, (2009) apud Felizola et al (2010) a
certificação é uma garantia de origem que serve também para orientar o comprador
a escolher um produto diferenciado e com valor agregado, capaz de conquistar um
público mais exigente e, assim, abrir novos mercados.
De acordo com a família da ISO 14000 a rotulagem ambiental é classificada em três
tipos diferentes:
TIPO I – são criados por entidades independentes ou terceira parte que são
aplicados aos produtos que atendam um determinado padrão de exigência de
acordo com sua categoria. Para ser concedido o produto/serviço deverá alcançar
parâmetros previamente selecionados.
TIPO II – São as autodeclarações que determinados produtos/bens apresentam para
o consumidor ou usuários, como define Barbieri (2004), a autodeclaração é uma
afirmação da qualidade ambiental do produto ou serviço, por exemplo, um texto ou
um símbolo informando que o produto foi elaborado com certo percentual de
material reciclado.
51
TIPO III – São concedidos a fim de facilitar ao consumidor a quantificação de
conjunto de parâmetros previamente selecionados, baseado no ciclo de vida do
produto.
52
Figura 6: Tipos de Rotulagens Ambientais
FONTE: http://www.abntonline.com.br/Rotulo/Dados/Images/file/Selos%20verdes%20ou%20rotulos%20ambientais%20-%20conceitos%20basicos.pdf
Na página seguinte serão listados alguns dos selos que podem ser utilizados pelas
empresas socialmente responsáveis:
53
Figura 7: Tipos de Selos
ABNT - Qualidade ambiental
Selo FSC - Forest
Stewardship Council
Selo IBD
Selo Blue Angel
Selo Leed - Leadership in energy and
environmental designer
Selo Green Seal
Selo de Eficiência Energética (PROCEL)
Ecolabel
Fonte: Google Imagens. Elaborado pela autora.
5.4.3 Aspectos ambientais em normas de produtos
Essa norma da ISO tem relação aos aspectos ambientais em relação ao
desenvolvimento dos produtos.
54
5.5 Sistema de gestão ambiental - Relacionada à Empresa
5.5.1 Avaliação do desempenho
Assim como a auditoria ambiental, a avaliação do desempenho é um instrumento
que mede o status da atuação ambiental da organização, visando identificar
possíveis danos e avaliar necessidade de melhorias, através de permanente coleta
de dados para controlar a situação atual e verificar os riscos futuros.
5.5.2 Normas sobre sistemas de gestão ambiental
Responsável por definir os requisitos gerais das normas em relação a sistema de
gestão ambiental, política ambiental, planejamento, implementação e operação,
verificação e ação corretiva e análise crítica pela administração.
Baseado no texto Gerência em projetos - pesquisa, desenvolvimento e engenharia,
de Valeriano, Dalton L. (1998), os cinco princípios do SGA são:
1. Política ambiental
A alta administração deve definir a política ambiental, e assegurar que ela:
a) Seja apropriada à natureza, escala e impactos ambientais de suas atividades,
produtos e serviços;
b) Inclua o comprometimento com o atendimento com a melhoria contínua e com
a prevenção de poluição;
55
c) Inclua comprometimento com o atendimento, a legislação e normas
ambientais aplicáveis, e demais requisitos subscritos pela organização;
d) Forneça a estrutura para o estabelecimento e revisão dos objetivos e metas
ambientais;
e) Seja documentada, implementada, mantida e comunicada a todos os
empregados;
f) Esteja disponível para o público;
É da politica ambiental que decorre o estabelecimento de objetivos e metas da
organização com relação ao ambiente. No caso de organizações hierarquicamente
vinculadas, recomenda-se que as politicas ambientais sejam integradas em um
mesmo contexto, de forma harmônica.
2. Planejamento
É recomendado que a organização estabeleça um determinado plano para cumprir
sua política ambiental. Este requisito é desdobrado em alguns itens:
a) Aspectos ambientais: A organização deve estabelecer e manter atualizados
procedimentos para identificar os aspectos ambientais, determinando seus
56
impactos, para fins de controle, devendo considerá-lo na definição dos seus
objetivos.
b) Requisitos legais e outros: A organização deve estabelecer e manter objetivos
e manter procedimentos para identificar e ter acesso à legislação e outros
requisitos aplicáveis a suas atividades, produtos e serviços.
c) Objetivos e metas: A organização deve estabelecer e manter objetivos e
metas ambientais documentadas, compatíveis com a política ambiental,
incluindo o comprometimento com a prevenção da poluição.
d) Programa de gestão ambiental: A administração deve estabelecer e manter
programa(s) para atingir seus objetivos e metas devendo incluir atribuição de
responsabilidade, os meios e prazos para alcança-las.
3. Implementação e operação
É ideal que a organização desenvolva a capacidade e os mecanismos de apoio
necessários para atender sua política, seus objetivos e metas ambientais.
a) Estrutura e responsabilidade: A administração deve definir a estrutura,
funções e responsabilidade, fornecendo recursos para implementação e
controle do sistema de gestão ambiental. Deve nomear representante para
assegurar que os requisitos sejam estabelecidos, implementados e mantidos
57
e para relatar à administração o desempenho do sistema para fins de análise
crítica e melhoria contínua.
b) Treinamento, conscientização e competência: A administração deve
proporcionar treinamento para que todos estejam conscientes:
Da importância da conformidade com os requisitos referentes à gestão
ambiental;
Dos impactos ambientais de suas atividades e dos benefícios quanto à
melhoria contínua
De suas funções e responsabilidades a conformidade com os requisitos do
sistema de gestão ambiental
Das potenciais consequências da inobservância de procedimentos
operacionais especificados.
c) Comunicação: A organização deve estabelecer e manter procedimentos para
comunicação interna e para a comunicação com as partes interessadas
extrenas.
58
d) Documentação do SGA: A organização deve estabelecer e manter
informações descrevendo os elementos do sistema de gestão ambiental e
suas interações.
e) Controle de documentos: A organização deve estabelecer e manter
procedimentos para o controle de todos os documentos exigidos pela norma.
f) Controle operacional: A organização deve identificar as atividades associadas
aos aspectos ambientais significativos e planejar tais atividades de forma a
assegurar cumprimento à política e obtenção de objetivos e metas inclusive
procedimentos a serem atendidos por fornecedores e prestadores de serviço.
g) Preparação e atendimento a emergência: A organização deve estabelecer e
manter procedimentos para identificar potenciais causadores de acidente e
emergência e prevenir e mitigar os impactos ambientais resultantes.
4. Verificação e ação corretiva
Neste requisito, é necessária a medição, monitoramento e avaliação do
desempenho ambiental.
a) Monitoramento e medição: A organização deve estabelecer e manter
procedimentos para monitorar e medir as características de suas operações
que possam ter impacto significativo sobre o meio ambiente. Os
59
equipamentos de monitoramento devem ser calibrados com registros desse
processo sob controle da organização.
b) Não-conformidade e ações corretivas e preventivas: A organização deve
estabelecer e manter procedimentos para definir responsabilidades e
autoridade para investigar não-conformidades e tomar medidas quanto a
redução de impactos e ações corretivas e preventivas, devendo a
organização registrar alterações consequentes destas ações.
c) Registros: A organização deve estabelecer e manter procedimentos para a
identificação, manutenção e descarte de registros ambientais.
d) Auditorias o SGA: A organização deve estabelecer e manter programa(s) e
procedimentos para auditorias periódicas do sistema de gestão ambiental
para determinar se este está em conformidade com as disposições
planejadas, se foi devidamente implementado e tem sido mantido e se
fornece à administração as informações sobre os resultados das auditorias.
5. Análise crítica pela administração
A alta administração, em intervalos por ela predeterminados, deve proceder à
analise critica do SGA para assegurar sua conveniência, adequação e eficácia
continuas.
60
5.5.3 Auditoria Ambiental
No dicionário, auditoria consiste em analisar e verificar a conformidade com regras e
ou atividades pré-estabelecidas. Sendo assim, a auditoria ambiental é um
instrumento utilizado para averiguar fatos existentes e compará-los com a realidade
das organizações em termos ambientais. O processo de auditoria, no simples
significado da palavra, é antigo e realizado por várias civilizações como Egito antigo
e Grécia, a auditoria contábil é um exemplo de auditoria realizada nessa época. Já a
auditoria ambiental começa a partir do século XX, após o conhecimento público de
vários desastres ambientais. A princípio servia apenas como um agente regulador
para assegurar a conformidade com as legislações ambientais, ou seja, adotando
uma atitude defensiva perante problemas ambientais. Porém, esse pensamento foi
evoluindo e sendo estimulado por órgãos governamentais, passando a ser
independente como instrumento de gestão a partir da década de 70, como aponta
Barbieri (2004), a partir da década de 70, se torna um instrumento autônomo de
gestão ambiental. Atualmente a auditoria ambiental agregou novos significados ao
seu conceito, está relacionada a identificações, averiguação e apuração de fatos e
problemas de qualquer magnitude e com diferentes escopos.
A auditoria ambiental tem por característica ser voluntária e seguir uma determinada
periodicidade. A periodicidade na auditoria serve para a avaliação das atividades
que estão sendo realizadas e o resultado por ser divulgado em relatórios
posteriormente divulgados. A auditoria periódica também serve para que a
organização trabalhe para conseguir as certificações, já citadas anteriormente.
A auditoria ambiental pode ser aplicada em locais, produtos, processos, sistemas de
gestão ambiental e organizações.
61
A seguir será demonstrada, de forma resumida, a estrutura da família da ISO 14.000
e depois as novas normas que foram sendo agregadas com o passar do tempo e
das necessidades do mundo.
62
Figura 8: Normas da família ISO 14.000
Normas para Área temática NÙMERO: ano de
publicação Título da Norma
OR
GA
NIZ
AÇ
ÕE
S
Sistema de Gestão
Ambiental
ISO 14.001: 1996
Sistema de gestão ambiental – especificação e diretrizes para o uso.
ISO 14.004: 1996
Sistema de gestão ambiental - diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio.
ISO 14.061: 1998
Informações para auxiliar as organizações florestais no uso das normas ISSO 14.001 e ISO 14.004.
Auditoria
Ambiental
ISO 14.010: 1996 Diretrizes para auditoria ambiental – princípios gerais.
ISO 14.011: 1996
Diretrizes para auditoria ambiental – procedimentos de auditoria – auditoria de sistemas
ISO 14.012: 1996
Diretrizes para auditoria ambiental – critérios de qualificação para auditores ambientais
ISO 14. 015: 2001 Gestão ambiental – avaliação de locais e organizações
ISO 19.001: 2002
Diretrizes para auditorias de sistemas de gestão da qualidade e/ou ambiental (substitui as normas ISO 14.010, 14.011 e 14.012).
Avaliação do
desempenho
Ambiental
ISO 14.031: 1999
Gestão ambiental - avaliação do desempenho ambiental diretrizes.
ISO 14.032: 1999
Gestão ambiental – exemplos de avaliação do desempenho ambiental
63
PR
OD
UT
OS
Rotulagem
Ambiental
ISO 14.020: 2000 Rótulos e declarações ambientais – princípios gerais
ISO 14.021: 1999
Rótulos e declarações ambientais – reivindicações de autodeclarações ambientais – rotulagem ambiental tipo II
ISO 14.024: 1999
Rótulos e declarações Ambientais – rotulagem ambiental tipo I princípios e procedimentos
ISO 14.025:2000
Rótulos e declarações ambientais – declarações ambientais tipo III
Avaliação do
Ciclo de vida
ISO 14.040: 1997
Gestão ambiental: avaliação do ciclo de vida – princípios e estruturas
ISO 14.041: 1998
Gestão ambiental: avaliação do ciclo de vida – objetivos e escopo, definições e análise de inventários
ISO 14.042: 2000
Gestão ambiental: avaliação do ciclo de vida – avaliação de impacto do ciclo de vida
ISO 14.043: 2000 Gestão ambiental: avaliação do ciclo de vida interpretação
Aspectos
Ambientais em
Normas de
Produtos
ISO Guia 64: 1997
Guia para a inclusão de aspectos ambientais em normas de produtos
ISO 14.062: 2002
Integração dos aspectos ambientais no desenvolvimento de produtos – diretrizes.
TERMOS E DEFINIÇÕES ISO 14.050: 2002 Gestão ambiental - vocabulário
Fonte: Livro – Gestão Ambiental Empresarial. Barbieri, Jose Carlos. Pg: 144 e 145.
64
5.6 Novas normas da família da ISO
A ISO, o comitê TC 207 vem se adaptando ao longo dos anos para suprir as
diversas necessidades que vem surgindo no mercado. Abaixo segue a listas das
novas normas da ISO.
ISO 14063
ISO 14064 partes 1 ,2,3
ISO 14065
ISO 14045 - irá fornecer princípios e requisitos para a eco-eficiência de
avaliação. Eco-eficiência se relaciona desempenho ambiental para o valor
criado. A norma irá estabelecer um internacionalmente quadro metodológico
padronizado para eco-eficiência, avaliação, apoiando assim uma solução
global, compreensível e apresentação transparente da eco-eficiência
medidas.
ISO 14051 - irá fornecer orientações gerais para princípios e a estrutura do
fluxo de materiais contabilidade de custos (MFCA). MFCA é uma gestão
ferramenta para promover a recurso efetivo utilização, principalmente na
fabricação e distribuição processos, a fim de reduzir a relação consumo de
recursos e os custos de material. MFCA mede o fluxo e estoque de materiais
e energia dentro de uma organização baseada em unidade física (peso
capacidade de volume, e assim por diante) e avalia-los de acordo com a
fabricação custos, um fator que geralmente é esquecido pela contabilidade de
custos convencionais. MFCA é uma das principais ferramentas do ambiente
gestão contabilística (EMA) e é orientado para uso interno dentro de uma
organização.
65
ISO 14067 - sobre a pegada de carbono de produtos irá fornecer requisitos
para a quantificação e comunicação de gases de efeito estufa (GEE)
associados produtos. A finalidade de cada parte será para: quantificar a
emissão de carbono (Parte 1); e harmonizar metodologias para comunicar as
informações pegada de carbono e também fornecer orientação para esta
comunicação (Parte 2).
ISO 14069 - dará orientações para as organizações para calcular a pegada de
carbono de seus produtos, serviços e fornecimento cadeia.
ISO 14005 - irá fornecer diretrizes para a implementação faseada de um SGA
para facilitar a aceitação da EMS por pequenas e pequenas e médias
empresas. Ele irá incluir a utilização da avaliação de desempenho ambiental.
ISO 14006 - irá fornecer orientações sobre ecodesign.
ISO 14033 - irá fornecer orientações e exemplos para compilar e comunicar
quantitativa informação ambiental.
ISO 14066 - irá especificar competência requisitos para validadores gases de
efeito estufa e verificadores.
66
6. RELATÓRIOS AMBIENTAIS
De acordo com Barbieri (2004), relatório ambiental é denominado pela comunicação
veiculada por qualquer meio, impresso ou eletrônico, para divulgar os aspectos
ambientais da organização, seus impactos e o que ela faz e pretende fazer em
relação a eles. As principais questões desses relatórios estão divididas em quatro
partes: Origem da demanda, Destinatários, Questões relatadas e Modelo do
relatório. Ainda, devem obedecer a quatro qualidades: ser documento relevante,
confiável, compreensivo e comparável.
Os relatórios divulgados pela empresa podem ser de caráter voluntário ou
obrigatório. Exemplo de relatório voluntário será consequência da pró-atividade da
organização em querer divulgar sua postura em relação aos problemas ambientais.
E os obrigatórios serão resultados de alguma exigência legal imposta à empresa.
Alguns questionamentos são fundamentais no momento de desenvolver os
relatórios, são eles: Para quem divulgar, o que divulgar e como divulgar.
Respondendo a esses requisitos as organizações estão aptas a expor seu
comprometimento com a questão ambiental.
67
a) Para quem divulgar:
Respondendo a essa pergunta à empresa visa estabelecer quem serão os usuários
finais e para qual deles realmente são necessários a apresentação dos relatórios
ambientais. É uma questão importante, pois sabendo ao certo quem se deseja
alcançar com os relatórios, podem-se confeccionar melhores modelos de
apresentação.
Para isso é necessário identificar os stakeholders, para Clarkson apud Barbieri
(2004), stakeholders são pessoas ou grupos que têm, ou reivindicam, propriedade,
diretos numa empresa e nas suas atividades presentes, passadas ou futuras. Nesse
contexto encontra-se o grupo dos acionistas ou proprietários, clientes, funcionários,
investidores, fornecedores, ONGs, governos, entre outros.
Depois de identificada a lista dos possíveis usuários, alguns autores, como Clarkson,
Azzone et al, apontam que não será necessária a divulgação para todos, e cita como
exemplo os consumidores e os meios de comunicação em geral porque eles não
expressam necessidades específicas que justifiquem o recebimento de informações
reguladores e consistentes sobre o desempenho ambiental da empresa.
b) O que divulgar:
Estipulado o grupo a qual será destinado os relatórios ambientais faz-se necessário
que a empresa delimite o conteúdo que será direcionado para cada usuário. Alguns
dos conteúdos que devem compor os relatórios são: Política ambiental atual e
futura, normas na empresa, detalhes do SGA, Demonstração do cumprimento da
68
legislação, detalhes da tendência ambiental, passivos ambientais, investimentos
futuros, entre outros.
c) Como divulgar:
A divulgação dos relatórios ambientais podem se dar por meio de relatórios
padronizados ou próprios (personalizados).
69
7. ESTUDO DO IMPACTO AMBIENTAL
O objeto de interesse desse capítulo é apresentar o Estudo do Impacto ambiental.
Para Impacto ambiental tem-se a definição de elementos que modificam o meio
ambiente. O Estudo do impacto ambiental (EIA) visa realizar uma investigação,
análise ou exame preliminar, do como os impactos causados pelas ações humanas,
afetarão o meio ambiente, se positiva ou negativamente, independente da
abordagem adotada pela empresa, se preventiva, corretiva ou estratégica. Para o
autor Barbieri (2004), o estudo do impacto compreende, além de avaliação dos
impactos, a identificação das soluções alternativas, o desenvolvimento de medidas
para prevenir impactos, para controlar e compensar os impactos inevitáveis e outros.
Antecipando os possíveis impactos ambientais, poderão ser verificadas medidas
corretivas pertinentes. O EIA, pode ser implementado, tanto antes quanto depois da
elaboração de produtos, serviços ou atividades. O Estudo do impacto pode ser
usado para diversos propósitos, na implementação de um SGA, pois vários
instrumentos da gestão ambiental são baseados nesse estudo. Ainda, observa-se
que em alguns países o EIA se dá através de licenciamento ambiental, ou seja,
quando para que determinada obra ou empreendimento seja realizado é necessário
70
a apresentação de licenças, na qual é demonstrado os possíveis impactos que
podem ser causados.
O EIA é tido como um instrumento de política pública obrigatória em diversos países,
e muitos órgãos financeiros internacionais passou a só aceitar a liberação de crédito
se o país apresentar um estudo do impacto ambiental de tal empreendimento pode
vir a ter.
71
8. CONCLUSÃO
Atualmente nasceu, nas Filipinas, o ser humano que foi considerado,
simbolicamente, o de número de 7 bilhões. Esse número marca uma grande
explosão populacional que ocorreu no planeta nas últimas décadas. E esse número
ainda pode crescer mais, de acordo com especialistas e pesquisadores em 2050, a
população mundial poderá chegar a 9 bilhões. Com essa realidade, alguns
questionamentos podem ser levantados, como a Terra conseguirá suportar tanta
gente? Como gerenciar recursos e necessidades básicas num planeta de recursos
limitados e necessidades ilimitadas?
Partindo desse contexto, o papel das organizações se torna importante, como
afirmou Barbieri (2004), as organizações estão desde sua origem nas globalizações
dos problemas ambientais e ainda partirá delas parte das soluções para que
possamos viver em harmonia com o planeta Terra.
Neste trabalho pode ser evidenciado como a questão ambiental se tornou um fator
importante nos dias de hoje, e sociedade, governo e empresas precisam estar
atentos às mudanças que estão ocorrendo no planeta. A Gestão Ambiental
72
Empresarial visa trazer para dentro das organizações soluções e propostas de uma
administração voltada para a sustentabilidade. Entretanto, deve ser um trabalho
contínuo e de longo prazo. Deve-se buscar a mudança profunda de todos os
envolvidos no processo.
Muitos administradores, gestores, até mesmo os stakeholders, podem olhar a
Gestão Empresarial Ambiental, como algo que atrapalhe a vida das empresas,
enquanto geradoras de benefícios financeiros, mas é preciso ter uma visão ampliada
do meio na qual se atua ou, além disso. As organizações devem perceber que a
Gestão para a sustentabilidade não é uma ameaça aos interesses econômicos, mas
uma resposta ao novo mercado e aos novos consumidores que estão surgindo, cada
vez mais preocupados com os problemas ambientais. Esse é sem dúvida um novo
paradigma que administradores e gestores deverão enfrentar a fim de conduzir suas
empresas paralelamente às questões ambientais.
Ao fazer essa análise as empresas, poderão vislumbrar novas possibilidades, bem
como melhoria da imagem institucional, renovação do portfólio de produtos, maior
comprometimento dos funcionários e melhores relações de trabalho, criatividade e
abertura para novos desafios, melhores relações com autoridades públicas,
comunidade e grupos ambientalistas ativistas, acesso assegurado aos mercados
externos e maior facilidade para cumprir os padrões ambientais.
Ainda, a compreensão da questão ambiental deve ocorrer em todos os
departamentos de uma organização, como afirma Savitz (2007), praticamente todas
as funções de negócios devem estar integradas ao movimento da sustentabilidade,
desde o setor de produção e fabricação, passando por Marketing, vendas, RH,
relação com os clientes, entre outros.
73
Serão muitos os desafios, muitas as mudanças, mas os benefícios poderão ser
desfrutados pelas organizações que melhor entenderem esse sentido e se
posicionarem pro-ativamente diante dessa nova tendência.
Levando em conta que nem todos os pontos que envolvem a Gestão Ambiental
Empresarial foram abordados neste trabalho, é sugerido que outrem possa continuar
o desdobramento desse tema, visto ser um novo paradigma a ser enfrentado por
todas as organizações, seja qual for seu segmento, porte ou atuação no mercado.
74
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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