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FUNDAÇAO VARGAS ESGOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇAO GURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇAO TOXIGOS, GIVILIZAÇAO E GONTRIBUIÇAO A ANALISE DOS SISTEMAS DE INFORMAÇOES TOXIGO-FARMAGOLOGIGAS NO BRASIL. MONOGRAFIA APRESENTADA A ESGOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇAO PARA A OBTENÇAO DO GRAU DE MESTRE EM ADMINISTRAÇAO MARIA ELIDE BORTOLETTO RIO DE JANEIRO, 1990

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FUNDAÇAO GET~LIO VARGAS ESGOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇAO P~BLIGA GURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇAO P~BLIGA

TOXIGOS, GIVILIZAÇAO E SA~DE.

GONTRIBUIÇAO A ANALISE DOS SISTEMAS DE

INFORMAÇOES TOXIGO-FARMAGOLOGIGAS NO BRASIL.

MONOGRAFIA APRESENTADA A ESGOLA

BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇAO

P~BLIGA PARA A OBTENÇAO DO GRAU

DE MESTRE EM ADMINISTRAÇAO P~BLIGA

MARIA ELIDE BORTOLETTO

RIO DE JANEIRO, 1990

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FUNDACAO GET~LIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRACAO P~BLICA CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRACAO P~BLICA

TdxlCOS, CIVILIZAÇAO E SA~DE. ; ! ~ ~

CONTRI~UIC10 A~ANALiSE ÓOS 'StS~EMAS DE , • '~ f .1 .' • '. \ ." " . 1;~;:·. . < u·.' I .

I NFORMACOES' 'rClX1 CO-fARMÁCOldGiC-AS:NO BRAS IL. \ 1": ; . '.' :, ~ I i,"

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MONOGRAf--IA 'DE MESTRAOOI!~PR'E~SENTADA POR - ~ ; I .~

MAR I A 'EL rDE B-ORTOLETTO

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APROVADA EM 14 DE MAIO DE 1990

PELA COMISSAO JULGADORA

~~e;wd;ú~~ SONIA MA~ FLEURY TEIXEIRA - MESTRE EM SOCIOLOGIA

-l!\~R~L~~TDR EM MEDICINA

U.:.I,,;','O- ot~ ~~ VAL~RIA DE SOUZA - ME~TRE EM ADMINISTRACAO P~BLICA

199006 422

T/EBAP B739t

1/111111111 1000055180

\

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iii

RESUMO

O presente estudo propEe, a partir das informa,5es levantadas sobre as principais intoxicaçSes e envenenamentos no pars e, em particular, da an~l ise do Sistema Nacional dE Informa,5es Tóxico­Farmacológicas - como uma fonte de dados de morbidade - a ado,io pelos Sistemas de Informaç5es de um enfoque concEitual ampliado do objeto Ulntoxica,Bes e Envenenamentos U, que englobe as quest5es I igadas a contamina,io ambiental nas suas diferentEs ~ormas, o consumo volunt~rio de tóxicos, compreendendo tabagismo, alcoolismo e drogas ilrcitas, em seu campo de abrangtncia.

Mostra a import~ncia que vem ganhando, na atualidade, o conjunto destes eventos pelos impactos que acarretam sobre o meio ambiente, a sadde humana e aos demais seres vivos, em nrvel nacional e internacional.

Destaca o papel relevante da informa,io como ferramenta essencial para subsidiar a formula,io de polrt icas, para o gerenciamento dos servi,os de sadde e para a administra,io cotidiana das atividades de aten,io ~ sadde.

Como conclusio sugere, para a supera,io das atuais limita,5es dos Sistemas de Informa,Ses Tóxico-Farmacológicas existentes, a ado,io de uma visio compreensiva e integradora das diversas ~reas do conhecimento e especialidades que oriente a constitui,io de Sistemas de Informa,5es diversificados e interativos e estruturados de acordo com a concep,io sisttmica da teoria da informa,io.

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Aos Professores Sérgio personagens importantes introduziram nessa área.

iv

AGRADECIMENTOS

Arouca e Marrlia Bernardes da história da Sa~de P~bl ica,

Marques, qUE mE

~ Prof. Sonia Fleury pela dedicada orienta,io desta monografia.

Ao Prof. José da Rocha Carvalheiro e Prof.Val~ria de Souza pelas valiosas sugest5es.

~ Ora. Cristina Possas pelo apoio e contribui,Bes inestim~veis no decorrer deste trabalho.

~ Prof. Marrl ia Bernardes Marques pela segura e orienta,ão dada a esta Monografia e pelo apoio e todas as fases do Curso de Mestrado.

vaI iosa co­est rmulo em

~s Bibliotec~rias da Escola Nacional de Sa~de P~bl ica, Regina e Luiza, pela eficitncia no levantamento do bibliogr~fico solicitado.

JU5sara, material

Ao Hélio Schechtman pelo dedicado e competente apoio na ~rea da inform~tica.

A Tania Rodrigues Nascimento e Marl i de Oliveira Ganime pelo importante auxrl io na digitação da monografia.

~ equipe da Superintendfncia de Informação Tecnológica da FIOCRUZ pelo apoio.

Cient rfica

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v

I N D I CE

CAPITULO I. INTRODUÇ?\O •.••..••••••.••••.•.•..••.•••••••• i

i. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS .•••.•..•.•..•••..•• 10 2. METODOLOGIA ............... "" .. " ................ " ...... 11" 11 .... " ...... 11" 11

CAPITULO 11. IMPACTOS ATUAIS DAS SUBSTANCIAS TOXICAS SOBRE O MEIO AMBIENTE, A SAUDE HUMANA E DEMAIS SERES VIVOS •••••••••••••••.•••• 13

1. POLUIÇ~O AMBIENTAL: DIMENS~O INTERNACIONAL DO PROBLEMA..................................................................... 16

2. POLUIÇAo AMBIENTAL: A DIMENS~O NACIONAL DO PROBLEMA..................................................................... 21

CAPITULO 111. REVIS~O DAS INFORMAÇOES DISPON!VEIS NO BRASIL SOBRE AS PRINCIPAIS INTOXICAÇUES E ENVENENAMENTOS

1. INTOXICAÇOES POR AGROTOXICOS •••••••••••••••••• 28 2. CONTAMINAÇ~O DE ALIMENTOS ••••••••••••••••••••• 33 3. AS INTOXICAÇOES PROFISSIONAIS •••••••••••••••• 35 4. INTOXICAÇOES MEDICAMENTOSAS ••••••••••••••••••• 42 5. ENVENENAMENTOS PROVOCADOS POR ACIDENTES COM

ANIMAIS PEÇONHENTOS ••••••••••••••••••••••••••• 44 6. CONSUMO VOLUNT~RIO DE TOXICOS

6.1. TABAGISMO............................................................... 51 6.2. ALCOOLISMO............................................................. 55 6.3. DROGAS ILtCITAS •••••••••••••••••••••••••• 61

CAPITULO IV. OS SISTEMAS NACIONAIS DE INFORMAÇOES NAS INTOXICAÇOES E ENVENENAMENTOS

1. A PROPOSTA DO SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇOES T6XICO-FARMACOLOGICAS - SNITF ••••••••••••••••• 75

2. O SNITF COMO FONTE DE DADOS DE MORBIDADE •••••• 79 3. COMPARAÇAO DOS DADOS DATAPREV (INTERNAÇOES)

COM OS DADOS DO SNITF ••••••••••••••••••••••••• 93

CAPITULO V. DISCUSS~O E CONCLUSOES FINAIS ••••••••••••••• 99

BIBLIOGRAFIA.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .... 110

ANEXOS

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".Íit, ~

LISTA DE TABELAS

vi

TABELA I - MORTES REGISTRADAS POR CAUSAS EXTERNAS SEGUNDO TIPO DE CAUSA. BRASIL,1985 ...••...••••••.•..••... 6

TABELA 11 - ACIDENTES DE TRABALHO SEGUNDO A CLASSIFICAÇ~O -BRASIL, 1970-1986 .•••••••...••.•..•..•.••.••....• 36

TABELA 111 - NUMERO DE CASOS E COEFICIENTES DE INCIDtNCIA DE ACIDENTES OFIDICOS POR REGI~O.8RASIL, 1986 (JUNHO A DEZEMBRO) E 1987 ••••.•.••••••••••••.••..• 45

TABELA IV - NUMERO DE OBITOS E COEFICIENTES DE MORTALIDADE POR ACIDENTES OFIDICOS SEGUNDO REGI~O. BRASIL, 1986 (JUNHO A DEZEMBRO) E 1987 •••••••••••••••••••• 45

TABELA V - ÓBITOS OCORRIDOS POR ACIDENTES OFIDICOS SEGUNDO REGI~O. BRASIL, 1979 - 1983 •••••••••••••••••••.••• 46

TABELA VI - NUMERO DE CASOS DE ACIDENTES OFIDICOS SEGUNDO FAIXA ET~RIA. BRASIL, 1986(JUNHO A DEZEMBRO ) E 1987 ..•........................................... 47

TABELA VII - NUMERO DE CASOS DE ACIDENTES OFIDICOS POR REGI~O SEGUNDO SEXO. BRASIL, 1986 (JUNHO A DEZEMBRO) E 1987 .............................................. 47

TABELA VIII - PROCED~NCIA DOS ACIDENTES DE TRABALHO ••••••••••••• 48

TABELA IX - NUMERO DE CASOS NOTIFICADOS DE INTOXICACOES ACIDENTAIS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS SEGUNDO REGI~O. BRASIL, 1985 - 1987 ••••••••••••••••••••.•. 49

TABELA X - O USO DE DROGAS ENTRE ESTUDANTES DA REDE ESTADUAL EM DEZ CAPITAIS. BRASIL, 1987 •••••••••••• 64

TABELA XI - USO (NA VIDA) DE DROGAS POR MENINOS DE RU~ DE TR~ CAPITAIS SEGUNDO TIPO DE DROGA.BRASIL, 1987 .............................................. 65

TABELA XII - PACIENTES INTERNADOS POR DEPEND~NCIA DE DROGAS POR UNIDADE DA FEDERAÇ~O. BRASIL, 1987 •••••••••••• 69

TABELA XIII- DISTRIBUIÇ~O PERCENTUAL DE 3.274 PACIENTES INTERNADOS SEGUNDO DIAGNOSTICO E IDADE. BRASIL, 1987 .............................................. 70

TABELA XIV - PACIENTES INTERNADOS POR DEPEND~NCIA DE DROGAS SEGUNDO DIAGNOSTICO POR UNIDADE DA FEDERAÇ~O (EM PORCENTAGEM). BRASIL, 1987 ••••••••••••••••••••.••• 71

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Vll

TABELA XV - N~MERO DE AIHS EXPEDIDAS PARA STNDROME DE DEPENDENCIA DE DROGAS (CID: 304). BRASIL, 1985-1987 ........................ ~ ...................................................... .. 73

TABELA XVI - VOLUME TOTAL DE SOLICITAÇOES ATENDIDAS. CENTROS DE INFORMAÇ~O TOXICOLOGICA VINCULADOS AO SNITF. BRASIL r 1985-1986 ........................................ li ...................... 8~~

TABELA XVII - VOLUME TOTAL DE CASOS REGISTRADOS DE INTOXICAÇ~O HUMANA POR CLASSE DE PRODUTOS ENVOLVIDOS. CENTROS DE INFORMÇ~O TOXICOLOGICA VINCULADOS AO SNITF. BRASIL, 1985 ••••••••••••••••.•••.•.•••.••• 84

TABELA XVIII- VOLUME TOTAL DOS CASOS REGISTRADOS DE INTOXICAÇ~O HUMANA POR CLASSE DE PRODUTOS ENVOLVIDOS. CENTROS DE INFORMAÇ~O TOXICOLOGICA VINCULADOS AO SNITF. BRASIL, 1986 ••••••••••••.••• 85

TABELA XIX - VOLUME TOTAL DE CASOS REGISTRADOS DE INTOXICAÇ~O HUMANA SEGUNDO CAUSAS DETERMINANTES. CENTROS DE INFORMAÇ~O TOXICOLOGICA VINCULADOS AO SNITF. BRASIL F 1985 ........................................................................ 87

TABELA XX - VOLUME TOTAL DE CASOS REGISTRADOS DE INTOXICAÇ~O HUMANA POR CLASSE DE PRODUTOS ENVOLVIDOS SEGUNDO CAUSAS DETERMINANTES. BRASIL, 1986 ••••••••••••••. 88

TABELA XXI - VOLUME TOTAL DE CASOS REGISTRADOS DE INTOXICAÇ~O HUMANA SEGUNDO FAIXA ET~RIA. CENTROS DE INFORMAC~O TOXICOLOGICA VINCULADOS AO SNITF. BRASIL, 1985 .......................................................................... 89

TABELA XXII - VOLUME TOTAL DE CASOS REGfSTRADOS DE INTOXICAÇ~O HUMANA POR CLASSE DE PRODUTOS ENVOLVIDOS SEGUNDO FAIXA ET~RIA. BRASIL, 1986 ••••••••••••••••••••••• 89

TABELA XXIII- EVOLUC~O DOS CASOS DE INTOXICAÇ~O HUMANA SEGUNDO CLASSE DE PRODUTOS. BRASIL, 1986 ••••••••• 90

TABELA XXIV - PACIENTES INTERNADOS COM INTOXICAÇOES E ENVENENAMENTOS NOS ESTADOS, TERRIT6RIOS E DISTRITO FEDERAL NOS HOSPITAIS CONTRATADOS DA PREVIDENCIA SOCIAL - 1986 •••••••••••••••••••••••• 94

TABELA XXV - MORBIDADE E MORTALIDADE HOSPITALAR POR INTOXICAÇUES E ENVENENAMENTOS ACIDENTAIS NOS HOSPITAIS CONTRATADOS DA PREVIDENCIA SOCIAL. BRASIL, 1986 ........................................................................ 96

TABELA XXVI- COMPARAÇ~O DOS DADOS DATAPREV (INTERNAÇUES) COM OS DADOS DO SNITF (CASOS REGISTRADOS). BRASIL, 1985-1986 .............................................................................. 97

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viii

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - AGENTES PATOGENICOS QUE CARACTERIZAM AS DOENÇAS PROFISSIONAIS OU DO TRABALHO ( DECRETO-LEI 79.037 dE 24/12/76) •••••.•••...•.•••. 38

RELAC~O DE ANEXOS

ANEXO 1 - LEGISLAC~O SOBRE MEIO AMBIENTE

ANEXO 2 - LEGISLAC~O SOBRE AGROTOXICOS

ANEXO 3 - CLASSIFICAC~O SUPLEMENTAR DE CAUSAS EXTERNAS DE LESUES E ENVENENAMENTOS (E800 - E999)

ANEXO 4 - COMPARAC~O DA CLASSIFICAC~O AGREGADA DO SISTEMA SINTESE DA DATAPREV COM A CLASSIFICAC~O INTERNACIONAL DAS DOENCAS (CID, 9.REVIS~O).

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GAP nULO I. I NTRODUÇAO

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I. INTRODUÇ~O

Na atual idadE aumEntam mundialmente e, part icularmente, no Brasil a Extensio e a gravidade das denominadas Hintoxica~5Es e Envenenamentos U e da contamina~io ambiental.

SEgundo estimativa da Organiza~io Mundial de Sa~de (OMS), em torno de 3% da popula~io urbana, nos pa(ses em desenvolvimento, ~ afetada, anualmente, por intoxica~5Es r EnvEnenamentos em geral, o qUE correspondeu, no Brasil, no ano de 1985, a aproximadamente tr~s milh5es de casos.

A estrutura da morbimortalidade dE uma popula~io transforma-se com as mudan~as introduzidas na sociedadE pelo prOCESSO de desenvolvimento cient rfico E tEcnolÓgico. Assim, a util iza~io crEsCEntE E abusiva, dE substâncias qurmicas nio acompanhada das prEcau~5Es E cuidados necEss~rios, vem causando s~rios problEmas de sa~de ~s popula~5es Expostas, afEtando nio somentE os qUE manipulam ou se colocam direta~entE Em contato com tais substâncias durante o trabalho, como tamb~m ~ popula~io Em geral, Exposta ~ difusa e PEnetrantE contamina~io dos alimEntos, das fontES dE ~9ua, dos bens de consumo E do meio ambiEnte.

SEgundo o Centro Panamericano dE Ecologia Humana E Sa~dE CECO/OPAS, 1988) a contaminaçio ambiental por agEntES qurmicos potencialmEnte tÓxicos const itui uma prEocupaçio atual ao n(vEI mundial, pelos riscos qUE provoca para a sa~dE humana E para os EcossistEmas.

A tEnd~ncia ~ de agravamento acelerado do problEma uma VEZ qUE um ndmero elevado de novos agEntes tÓxicos ~ lançado anualmentE no mErcado, ESt imando-se Em torno dE 100 mil o ndmero dE novos compostos sintEtizados por ano, dos quais 1.e00 sio utilizados comercialmentE (RIBEIRO & LACAZ, 1984).

No Brasil um fator importante ~ a instalaçio, Em ndmero crESCErlte no pars, de ind~strias altamente poluidoras, o qUE vem provocando um aumento significativo no ndmero de casos de intoxica~5Es agudas, dE problemas crenicos dE saddE e dE acidentes ambientais com graves repercuss5es EcolÓgicas.

Os riscos associados a tais produtos tóxicos marcam fortE prEsEn~a Em nosso mEio rural, nas rodovias, no ambiEntE dom~stico, nas Escolas, no trânsito, nos locais dE trabalho e de lazer, tendo, portanto, ampla disseminaçio na vida cotidiana do pa(s.

No prEsentE trabalho rEvisaremos os principais Estudos E pesquisas existentes com a final idadE de anal isar a situaçio no pars das informaç5Es rEferEntES a todos EStES problemas, qUE ExprEssam-sE com consEqutncias nefastas sobre sistemas biolÓgicos distintos.

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DEfEndE~Emos nEsta dissE~ta~~o. pEla impo~tAncia qUE ganha na atualidadE. a inclusio do consumo volunt~~io dE tdxicos no conjunto das Uintoxica~6Es E Env~nEnamEntosu. ou sEja:

ConsidE~a~Emos o p~oblEma do tabagismo qUE impl ica no consumo da nicotina. substAncia tdxica. qUE afEta di~EtamEntE a sa~dE do indiv(duo fumantE E, indi~EtamEntE, ~s pEssoas nia fumantEs qUE convivEm no mEsmo ambiEntE.

REvisa~Emos os p~oblEmas p~ovocados PElo alcool ismo uma das toxicomanias mais f~EqUEntEs Em qualqUE~ luga~ do mundo -qUE Ext~apolam as patologias E mo~tEs dEco~~EntEs do SEU consumo EXCEssivo. O alcoolismo ~ uma das p~incipais causas - quando SE considE~a o fato~ humano - dos acidEntEs dE t~Ansito E tamb~m ESt~ associado aos acidEntEs dE t~abalho, ao absEntE(smo labo~al, ~ violfncia E ~ c~iminalidadE.

Analisa~Emos o consumo dE d~ogas ilrcitas qUE vEm aumEntando, mundialmEntE. dESdE os anos sEtEnta. Os Estudos dispon(VEis, Em ESPEcial no B~asil, SE concEnt~am no consumo dE drogas Ent~E jovEns E, mais ESPEcificamEntE, Ent~E EstudantEs sEndo, Ent~Etanto, a maio~ia rEfErEntEs a pEqUEnOS grupos. No Brasil o dnico Estudo com ab~angfncia nacional ~ o do DEPartamEnto dE Psicobiologia da Escola Paulista dE MEdicina (Minist.SaddE/Minist.Justi~a, 1989).

A prEcariEdadE dos dados dispon(vEis E a inExistfncia dE fontEs sistEmatizadas do rEgistro da oco~~tncia dESSES EVEntos difusos E diVErsos, idEnt ificados gEnEricamEntE como Uintoxica~aEs E EnVEnEnamEntos U, impede um adEquado dimEnsionamEnto do problEma PElas auto~idadEs gOVErnamEntais.

ApEsar das Estat rsticas dispon(vEis no pa(s não rEflEt irem a amplitudE do universo dE rEfE~tncia do problEma, ~EcEntEmEntE, as autoridadEs dE saddE p~blica passaram a dEdicar maior atEn~io ao tema diante do progrEssivo aumEnto dos casos registrados dE acidEntes Envolvendo produtos tdxicos.

MEsmo assim, registra-sE uma profunda informa~5Es que impossibilita a avalia~ão rEalista E da totalidadE dESSES problemas.

cartncia de ab~angEntE

No Brasil, a principal fontE dE ~Egistro dE casos dE intoxicaç5es e Envenenamentos em SEres humanos, espontaneamEnte comunicados a uma redE de 28 CEntros dE Informa~ão Toxicoldgica distriburdos em 18 dos 25 Estados BrasilEiros E no Distrito FEdEral (1), ~ o SistEma Nacional dE Informa~aEs Tdxico­Farmacoldgicas (SNITF), vinculado ~ Funda~io Oswaldo Cruz do Minist~rio da Sa~dE. A Estrutura adotada PElo SNITF para classificar os tdxicos E os VEnEnos diVErsos - uclassE dE produtos Envolvidosu - aPEsar dE tratar dE forma igual casos dE intoxica~ão dE naturEza causal difErEntE, rEgistra, a n(vel

(1) VidE itEm 5 do Caprtulo 111 e Cap(tulo IV.

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nacional, os casos de intoxica~aes acidentais e volunt~rias com pesticidas agrrcolas, produtos qurmicos diversos, casos de envenenamentos com animais pe~on~entos e plantas tÓxicas e, inclui,também, intoxica~aes provocadas por medicamentos, produtos domissanit~rios, raticidas, E outros (2).

No que diz respeito ao meio ambiente, a cria~~o de redes de dados regionais e nacionais vem sendo incentivada, internacionalmente, pelo Programa das Na~5e5 Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), no sentido de alimentar as redES 9E~ais qUE vem desenvolvendo para acompanhar o Uestado de saddE do planeta u

O Monitoramento da Terra proposto PElo UNEP permitir' que SE recolha e se distribua informa~aes confi~veis a governos, cientistas e inddstrias. J~ se encontram em opera,io tris Bancos de Dados: o Registro Internacional de Produtos Gurmicos Potencialmente Perigosos (IRPTC) que tenta Juntar o conhecimento sobre o assunto disperso em livros, relatÓrios, arquivos, bancos de dados de muitos parses e J~ possui arquivos sobre o manuseio e controle de reJeitos, sobre os produtos qurmicos frequentemente submetidos a testes de efeitos tóxicos e sobre as restri,Ses qurmicas nacionais; o Global Environment Monitoring System (GEMS) que visa a fornecer uma rigorosa base de dados cientrfica para o gerenciamento ambiental, concentrando-se em cinco áreas: clima, polui~io transfronteiras, recursos naturais renováveis, oceanos e as consequlncias da polui~io para a saJde. FinalmentE o INFOTERRA que fornece a governos, indJstrias e cientistas dE 129 pa(ses o 'pool I de informa,Ses acumuladas nas Jltimas d~cadas (FINEP,1989).

Na regiio das Américas, o Centro Panamericano de Ecologia Humana e Sadde (ECO) localizado na cidade do M~xico, pertencente ao Programa de Sadde Ambiental da Organiza~io Panamericana da Sadde COPAS) e a Organiza,io Mundial de SaJde (OMS), cOlabora com os governos na preven~~o dos efeitos adversos sobre a sadde que resultem das modifica,Ses do meio ambiente que acompanham a industrializa~io, a urbanizaçio e o desenvolvimento econBmico. O ECO tem como objetivo colaborar com os parses membros da OPAS na realiza~~o de estudos epidemiolÓgicos e toxicolÓgicos desses efeitos, especialmente, dos principais contaminantes qurmicos de origem industrial e agrrcola. Entre as prioridades do ECO destacam-se os seguintes temas:

(2) Recentemente a FIOCRUZ transformou o SNITF em Programa Nacional Integrado de Informa~io F~rmaco-ToxicoIÓgica (PRONITOX) com o objetivo de ampl iar seu campo de abranglncia, de disseminar as informa~aes de bancos de dados internacionais e de desenvolver no pars o Sistema de Firmaco e ToxicovigilAncia.

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A "

a) efeitos da contamina;io atmosf~~ica em ~reas urbanas SOb~E a sa~dE.

b) intoxica~5Es agudas por uso inadEquado dE praguicidas;

c) consumo dE ~gua com alto contE~do dE rEsrduos pesados;

dE mEtais

d) efeitos sobrE a sa~de da contamina;io de resrduos industriais;

E) vigilAncia toxicoldgica.

Os PROECOS (P~ojetos de Ecologia Humana) constituEm uma iniciativa qUE visa a~ticula~ Em ~EdES nacionais institui;5Es pdblicas E p~ivadas qUE dEcidam colaborar ent~e sr e, em torno de um dos tEmas p~io~it~~ios indicados. Sio fun~5es ~EIEvantEs dos PROECOS= cria;io de bases dE dados, comprEEndEndo informa;6Es dE car~tE~ bibliog~~fico, dados estatrsticos; produ;io de material educat ivo E forma;io de recursos humanos; dEsenvolvimEnto de tecnologias dE diagndst ico e/ou medi;io; atividadEs de invEstiga;io ciEntrfica visando contribuir para uma melhor compreensio dos fatores causais.

O ECO disp5e dE nume~osas bases internacionais de informa;5es Em temas diversificados como economia, manuseio dE substlncias qurmicas, sa~dE ocupacional, medicina, sa~de ambiental, praguicidas, Emerglncias, toxicologia, engEnharia sanit'ria. Essas baSES compreendEm informa;6es tamb~m diversificadas tais como rElatdrios, dados, bibliografias, cat~logos, monografias. 1 inguagEns ESPEcial izadas (TEsauro).

Disp5E tamb~m, desde 1984, do sistema de informa~~o ECO-LinE, composto dos seguintes servi;os: consulta Em sala de lEitura; Empr~stimo EntrE bibliotecas; empr~stimo PEssoal; microfichas; rEcuPEra;io E dupl ica;io de documentos; compila;io dE bibliografias; sele;io dE tabElas dE contE~do; busca bibl iogrifica a bases de dados locais e distantes em temas especrficos.

Sio usuirios dos ECO-Line drgios governamentais, institui;5es universit~rias e pesquisadores e empresas privadas.

e aglncias de pesquisa,

As solicita;5es dE informa;io podem ser grupadas Em t6picos que requerem informa;io bibliogrifica (cdpias de documentos e listagens bibliogr'ficas) E informa;io atualizada sobre compostos qurmicos ( obtidos em 'data sheets' gerados po~ fabricantes ou de padr5Es internacionais ou nacionais de referlncia e inclui medidas de seguran;a E preven;io no manuseio e no armazenamento de produtos qurmicos).

O ECO disp6e al~m das bases de informa;io ~Efe~idas, dE Sistemas dE Informa;io como o UNEP/IRPTC, Dialog, SDC/Orbit. BRS, Questel, etc. e tamb~m apoia Redes de Info~ma;io como a REPIDISCA (Rede Panamericana de Informa;io e Documenta;io em EngEnharia

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Sanit~ria e Citncias do Ambiente) Latinoamericana em Citncias da Sa~de).

e a LILACS (Literatura

Entretanto, nenhum desses bancos de dados mundiais considera o consumo volunt~rio dE tóxicos E os acidEntES n~D nECEssariamEntE 1 igados ao tEma da polui,io ambiEntal, como por exemplo, 05 acidEntes por consumo de mEdicamEntos ou Envolvendo plantas E animais PE~onhentos.

No Brasil sio prec~rios 05 crit~rios e OS rEcursos diagnÓst icos empregados para ident ificar o conjunto de consequtncias resultantES da a,io de t6xicos diversos sobrE a saddE humana E sio desconhecidas as reais taxas de morbimortalidadE.

Com o objetivo dE diminuir o problEma geral dE sub­registro qUE afEtava SEriamEntE as Estatrsticas vitais no Brasil, o Minist~rio da SaddE implantou Em 1975, o SistEma dE Informa,io de Sa~de e passou a adotar, a partir do ano SEguintE, um formul~rio-padrio dE atestado dE 6bito para todo o territ6rio nacional, visando a obten~io dE dados de mortal idadE abrangentes e de maior confiabilidadE. ApEsar dE 05 atEstados dE 6bitos constituirem atualmEntE a principal fontE dE Estat rst icas dE mortalidade no pars, o problema do sub-rEgistro PErsiste, principalmEntE com a cobertura incomplEta das rEgloEs NortE, NordEstE E Centro-OEstE (Minist~rio da SaddE, 1982).

Apesar das "intoxica~aEs e enVEnenamentos" serEm pouco exprEssivas como causa dE morte, rEPrESEntando menos dE 1% do total dE 6bitos por causas ExtErnas (TabEla I), as EXPEritncias intErnacionais (TURSZ,1986 mimEo) E os Estudos rEalizados no Brasil (POSSAS, 1986b), (MENDES, 1986), (RIBEIRO & LACAZ, 1984), (RUMEL, 1987), mostram qUE, mEsmo com o aprimoramEnto do registro, elas rEPErcutEm dE forma muito mais intEnsa no quadro da morbidade do qUE na mortalidadE. DE modo gEral 05 autorES enfocam 05 efEitos agudos provocados pela exposi~io acidEntal a um produto tÓxico. EntrEtanto, 05 Estudos EPidEmiol6gicos necessitam incluir as intoxica~6Es assintomiticas no uniVErso dE anilisE pOrqUE muitos casos dEcorrEm da Exposi,io acidEntal a doses desconhEcidas dE produtos susPEitamEnte PErigosos. Estas situaç5es acarretam, frEqUEntEmEntE, a busca dE cuidados m~dic05 e de informaç5es e orientaçaEs, principalmEntE quando envolVEm crianças pequenas, mEsmo na austncia de qualqUEr sintomatologia.

Tratam-se, portanto, de problemas de grandE impacto social E que nio pEsam apenas na mortalidadE - onde prevalECEm 05 Efeitos agudos - mas SE manifestam sobrEtudo na morbidadE, ondE SE exprEssam atrav~s dE altera~5Es dE caritEr cr6nico, como no caso das intoxica~aEs profissionais, capazes dE provocar incapacidade permanEntE para o trabalho, diminui~io da capacidadE produt iva, inval idEZ e anos potenciais dE vida PErdidos.

o alcool ismo e o tabagismo ttm grande importlncia entre os jovens, Expressando-se atrav~s de problemas cr6nicos de saddE de elevada gravidadE.

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TABElA I

toTES REGISTRADAS POR CAUSAS EXTERNAS SEGUNDO TIPO DE CAUSA. BRASIL, 1985.

CAUSAS EXTERNAS NUlDO TOTAL DE tDTES REGISTRADAS

---------------------- .. - ACIDENTES DE TRAHSPORTE (E-SI' A E-848) • TRANSITO • MROS

- INTOXICAC((S ACIDENTAIS POR DROGAS IDICNlENTOS E SlIISTAHCIAS BI(l06ICAS (E-85t A E-858)

- INTOXICAaES ACIDENTAIS POR OOTRAS SlIIS. SOLIO. E UI. &ASES E VAPORES (E-86t A E-869)

- ACIDENTES DEVIDOS A fATORES NATURAIS E ~IENTAIS (E-911 A E-9t9)

- EFEITOS ADEVERSOS DE DROGAS, tEOIC. E StIIST. BIOL. USADAS COtt FINALIDADE TERAPEUTICA (E-93t A E-949)

- SUICIOIOS E LESOES AUTD-INfLIGIOAS (E-95t A E-959)

- tOIICIOIOS E LESOES PROIJOCAOAS INTENC. POR OOTRAS PESSOAS (E-961 A E-969)

- LESOES EtlIlE SE IGNORA SE fORM ACIDENTAIS 00 INTENC. INfLI6IOAS (E-98t A E-989)

- TOOAS AS OOTRAS CAUSAS EXTERNAS

----------,-------------------TOTAL

fONTE: tIS, 1988.

.'

24.937 (24.298)

(639)

li8

183

563

169

4.255

19.747

13.1.45

22.228

85.845

%00 TOTAl

29,ts (28,31) (',74)

',14

',21

',66

',21

4,96

23,"

15,89

25,89

1","

6

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As intoxicaç5es e envenenamentos acidentais ocorridos no ambiente domiciliar e nas circunvizinhan~as sio frequentes entre crian~as pequenas e entre idosos, destacando-sE no conjunto dos acidentes dom~st icos. Em certos casos, notadamEntE nas árEas rurais, ~ difrcil dEtErminar SE o acidEntE foi domtstico ou do trabalho, porqUE produtos tóxicos dE uso profissional sio armaZEnados no domic(l ia, Expondo famrlias inteiras, eSPEcialmEntE as crian~as pEqUEnaS, ao risco de intoxica,io.

Entre adolescentes E adultos jovEns, assumE Enorme importlncia na atualidade o consumo de drogas ilrcitas, por Estar associado a transmissio da AIDS. Segundo informaç5es da Divisio de Doen~as Sexualmente Transmissrveis e AIDS (DST), do Minist~rio da Sa~de, entre os cerca de nove mil casos de AIDS registrados no Brasil de Janeiro de 1980 a outubro de 1989, o grupo de risco dos consumidores de drogas injetáveis contribuiu com 13.2% (1.191 casos), revelando aumento acelerado da participaçio dessa forma de transmissio da doença no pars (3).

A extEnsio e a gravidade do conjunto desses problemas no pa(s, estio a requerer, portanto, uma an~lise intEgradora das diferentES fontes de informa,5Es e basEs dE dados governamentais E nio governamentais disponrveis E da bibliografia diVErsificada que recobre o tEma.

No Caprtulo 11 da preSEntE dissErta,io destacaremos a questio da contamina~io ambiEntal pela importAncia polrtica crescente que vem assumindo, em decortncia da natureza catastrófica e da presença cotidiana com as quais se ExprEssa na atual idade, fazendo refertncias gerais aos impactos atuais das substAncias tóxicas sobre o mEio ambiEnte, a sadde humana e demais seres vivos.

NESSE caprtulo ~óstramos que somEnte a partir dos anos sessenta, do presente s~culo, a degrada~io do mEio ambientE passou a ser encarada como um problema por parte de alguns parses e institui~6es internacionais. Na medida que a legislaçio passou, nos parses desenvolvidos, a punir as inddstria poluidoras, a tendtncia foi deslocar estas atividades para os parses em desenvolvimento onde a sociedade ainda nio havia criado mecanismos para control~-las. Na atualidade, no entanto, a poluiçio ambiental constitui um problema comum a ser enfrentado por todos os parses independente do est~gio de desenvolvimento.

(3) UAumentam os Casos de AIDS entre os Drogados", slo Paulo, 01/12/89.

in Folha de

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Destacamos tamb~m neSSE caprtulo o relatório "Nosso Futuro Comum" - elaborado pela Comissio Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento- ea tese nele contida do "desenvolvimento sustEnt~vel". Esta tE~E tEm SEU ponto focal na impossibilidade de separar as qUEst5es relativas ao desenvolvimento econemico das qUest5Es relat ivas ao meio ambiente, e avan~a na discussio das quest6es referentes ~ popula~io e recursos humanos, segurança aI imentar, Esp~cies E ecossistemas, energia, inddstria e desafio urbano, propondo qUE estas ~reas sejam tratadas, na atual idadE, n~o mais dE forma isolada, mas interligadas.

A recomenda~~o dE tratamento integrador para as quest5es relativas ~ contamina~io ambiental trazida por esse relatÓrio, representou um marco de referlncia importante para a proposta que desenvolveremos no presente trabalho para o conjunto das informa~5es tÓxico-farmaco16gicas.

o caprtulo 11 internacional e nacional, alguns parses entre os controlar a polui~io.

inclui ainda uma srntEse no plano das medidas que vem sendo adotadas por quais o Brasil, para diminuir e/ou

No caprtulo 111 revisaremos as principais informa;5es disponrveis e os estudos real izados por pesquisadores e 6rgios pdbl icos referentes aos agrot6xicos, aos aI imentos, ~s condi~Bes de trabalho, aos medicamentos e aos animais peçonhentos, mostrando que estio entre as principais causas de intoxicaç5es E

envenenamentos no Brasil. Identificaremos as principais lacunas Existentes nas informaç5es atualmente disponrveis.

o caprtulo 111 inclui tamb~m uma rEvis~o gEral das informaç5es sobre consumo volunt~rio dE t6xicos, compreendendo tabagismo, alcoolismo e drogas il rcitas demonstrando a dimens~o internacional associada a esses problemas e as carlncias a nrvel das fontes de dados detect~das.

No caprtulo IV analisaremos estruturas gOVErnamEntais que, atualmente, constituem as propostas nacionais de sistemas de informaç5es toxico-farmaco16gicas a nrvel setorial, ou seja, da ~rea da sadde: o SNITF e o Sistema Integrado de S~ries Hist6ricas (SINTESE) da Empresa de Procesamento de Dados (DATAPREV) do Minist~rio da Previdlncia e Assistlncia Social. O SINTESE apresenta ampla gama de informaç5es referentes ~s interna~Bes hospitalares que ocorrem anualmente no pars, incluindo entre elas as internaç5es por intoxicaç5es e envenenamentos.

o SNITF ser~ analisado com const ituir a fonte especrfica dE dados envenenamentos ao nrvel nacional.

maior paroa

dest aqlJe poro i n t m: i c a ~ Õ E S e

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No caprtulo V, discut iremos a inadequa;io teórica E metodológica que a nosso ver cerca a estruturaçio dos sistemas dE informa;6es tóxico-farmacológicas nio apenas no pars, mas internacionalmente, impondo s~rias limitaç5es aos mesmos face a abrangtncia de problema das intoxica;5es e envenenamentos. .

Finalmente nesse caprtulo fundamentaremos nossa proposta de ampl ia;io do conceito de informa;io tóxico­farmacológica, ressaltando a visio compreensiva e integradora para orientar a const itui;io de sistemas de informaç5es diversificados como condi;io necess~ria para superaçio das atuais limitaç5es.

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1. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS

Nosso trabalho parte de um objetivo especrfico~ analisar o Sistema Nacional de Informaç5es Tóxico-Farmacoldgicas - o SNITF - procurando avaliar a contribuiç~o potEncial do mEsmo como base de dados e de informaç6es para a pesquisa em saddE b~sica, aplicada e epidemiológica - e para subsidiar a a,~o governamental apropriada, ident ificando, simultaneamente, suas I i m i t aç:ch;~s e lacunas.

Nossa participa;io, como pesquisadora, no estudo UIntoxica;5es e Envenenamentos Acidentais no Brasil u

(POSSAS,BORTOLETTO,ALBUQUERQUE & MARQUES,1988)(4) e nossas atividades profissionais na Fundaç:io Oswaldo Cruz, em particular nos ~ltimos quatro anos part icipando da implanta,~o da Superintendtncia de Informa,io Cientrfica e Tecnológica (SICT) que permitiram acompanhar o desenvolvimento das propostas formuladas pelo SNITF (incorporado ~ estrutura da SICT em 1986), alertaram-nos para a importlncia fundamental da continuidade desta linha de investigaçio. Esta importincia decorre da gravidadE e da extensio que o problema vem assumindo nos dltimos anos, mas, sobretudo, da c~rtncia de informaç:5es € de estudos que localizem o problema em um universo de refertncia € abrangtncia amplos.

No trabalho anterior acima citado constatamos que apesar de ser o SNITF um sistema de amplitude nacional para rEgistro das ocorrtncias denominadas "intoxicaç:5es € envenenamentos U e gerador de informaç5es tóxico-farmacoldgicas nio conseguia registrar com a necess~ria abrangtncia esses problemas. Percebemos que o SNITF operava com uma conceitua~io

muito restrita de seus objetos de estudos E de interven~~o: os casos por ele registrados de intoxicaç:6es e envenenamentos. Em decorrtncia, as informaç5es que vinha gerando Eram insuficientes para possibilitar a ident ificaç:io dos agentES determinantES, das circunstlncias e dos nexos causais desses eVEntos m~lt iplos e c omp I e~·:os.

Tal constataç:io nos mot ivou a tentar contribuir para a superaç~o dessa limitaç~o. Para tanto a prEsente disserta,~Q t€r~ como objetivo geral adotar um enfoque conceitual ampliado para esses eventos e que possibilite alcançar uma visio compreensiva dos sistemas de informaç:5es, capaz de captar as m~ltiplas formas de expressio desses fenBmenos no meio ambiente, na sa~de humana e nos demais seres vivos, tal como se verificam internacionalmEnte e no Brasil na atualidade.

(4) O estudo fez parte do Acordo dE Coopera;io T~cnica Programa Global de Prevenç:io de Acidentes, do Escritório Europeu da Organizaç:io Mundial de Sa~de (OMS) com a Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), coordenado pela Dra. Marrlia Marques.

par'a o REgional Fl.1nda,io

Bernardes

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A proposta de real Izar um estudo sobre o problema das Hintoxica~6es e envenenamentos", com tnfase no SNITF, como fonte de dados de morbidade neste campo justificou-SE por trts raz5es b'sicas. A primeira pela constata~io de que no Brasil os casos registrados de intoxica,6es e envenenamentos vtm aumentando progressivamente devido ao ndmero elevado de novos agentes tóxicos lançados anualmente no mercado, a instalaçio de ind~strias altamente poluidoras, a introduçio de novos h~bitos na sociedade com o crescente consumo volunt~rio de tÓxicos e da gravidade de outros fenemenos como os acidentes com animais peçonhentos e plantas tÓxicas, todos associados direta ou indiretamente ~s caracterrsticas do processo dE industrializa~~o e urbaniza~io do pars; a segunda pelo fato de que as intoxicaç5es e envenenamentos tendem a repercutir de forma mais intensa no quadro da morbidade do que no da mortalidade e, finalmente, a terceira, pela extrema precariedade das estatrst icas e da legislaçio neste campo em nosso Pars.

Acreditamos que a just ificativa maior do presente trabalho, entretanto, residir~ na sua contribui~io para a construçio de sistemas de informaç5es mais ajustados ~ complexidade e ~ extens~o que esses problemas assumem na sociedade brasileira. Pensamos que o aprimoramento das bases de dados existentes no pars, subsidiar' a formulaçio de polrt icas mais articuladas e integradas ao planejamento ambiintal, ao planejamento urbano e ao planejamento em sa~de, contribuindo para o aperfeiçoamento e a ampliaçio das estruturas institucionais e dos instrumentos jurrdicos especrficos atualmente disponrveis.

2. METODOLOGIA

Para estudar e analisar os sistemas de informaç5es nas intoxicaç5es e envenenamento~ efetuamos ampla revlsao da bibliografia dos ~ltimos oito anos relacionada ao tema Hintoxicaç5es e envenenamentos" nas suas diferentes formas, ou seja, da questio da poluiçio ambiental ao consumo voluntirio de tÓxicos.

AI~m do pequeno n~mero, existe grande variaçio da qualidade cientrfica nos trabalhos brasileiros por nós levantados. Entretanto, considerando que o pouco rigor metodolÓgico com frequ~ncia esti associado ~ car~ncia de informa~6es disponrveis no pars e/ou ~ precariedade da5 mesmas, optamos por um crit~rio flexrvel de inclusio e citaçio dessas refertncias bibliogrificas, ainda que muitas delas sejam bastante fr~geis. Consideramos que tais trabalhos de baixo valor acadtmico constituem um elemento rico de anilise para orientar a reformulaçio dos próprios sistemas de informaç5es, ajustando-os para o apoio necess'rio ~ elabora~io de pesquisas metodologicamente precisas no tema.

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Anal isamos documentos tio diversos, como relatórios, estatrst icas e registros oficiais, estudos E inqu~ritos epidemiológicos isolados E eSPEcrfiios, dEcretos, portarias e a própria Constitui~io dE 1988. Tamb~m real izamos entrevistas abertas com ESPEcialistas e profissionais qUE atuam no SNITF, nos Centros dE Informa;io loxicológica, na Secretaria Estadual dE SaddE do Estado do Rio de JanEiro e no CEntro dE Estudos da Sadde do Trabalhador e Ecologia Humana da FIOCRUZ.

DEVido ~ frequtncia crEscente dos acidentes ecológicos e qUE muitas vezes assumEm propor;5es catastróficas, assim como a conscient iza;io dos problemas causados pelo consumo volunt~rio de tóxicos, esses e outros problemas dE intoxica;5es e envenenamentos ttm merecido grande destaque a nrvel da informa;io Jornal(stica. Esta fonte, por esta razio, foi por nós amplamente utilizada no presente trabalho, na medida que a grande imprensa ~ muitas vezes a primeira e, com frequtncia, a dnica fonte importante dispon(vel, antecedendo a própria informa;io oficial e a cientrfica e oferecendo bases de dados bastante abrangentes.

Assim, selecionamos indmeras mat~rias relacionadas ao tema e veiculadas nos principais jornais do pa(s, nos dltimos doze meses e que mostram o peso pol(tico e a conscientiza;io crescente dos diferentes segmentos da sociedade civil, dos órgios pdbl icos do Brasil e dos demais pa(ses do mundo para o conjunto de problemas que const ituiram nosso objeto de estudo na presente dissertação.

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CAPíTULO I I. IMPACTOS ATUAIS DAS SUBSTANCIAS SOBRE O MEIO

AMBIENTE, A SAúDE HUMANA E DEMAIS SERES VIVOS.

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11. IMPACTOS ATUAIS DAS SUBSTANCIAS TOXICAS SOBRE O AMBIENTE, A SAUDE HUMANA E DEMAIS SERES VIVOS.

MEIO

Segundo JARDIM 1989) datam do s~culo 19 estudos quantitat ivos da aCidEz da chuva na rE9iio de Londres E Manchester e a avalia~io das suas consequtncias para a flora e a fauna. O inglis E.Goodby alertava, Em 1870, que a constru~io dE grandes canais marrt imos merecia uma aval ia;5o do impacto ambiental e tamb~m indicava qUE o desmatamento na Europa deveria ser cont ido.

Entretanto, seria somente apÓs 100 anos a partir da d~cada dos 60, do presente s~culo, que a degrada~io ambiental passaria a ser encarad~ como problema por parte de alguns parses e institui~5es internacionais. De fato, a polui~io presente no ar,na ~gua, nos alimentos, no ambiente profissional e dom~stico constitui-se, hoje, num grave problema a ser enfrentado por todos os parses, na medida que afeta a sa~de de milh5es de pessoas no mundo inteiro, diminuindo a qual idade de vida, principalmente nos grandes centros industriais.

A id~ia de gestio de recursos do ar (OMS, 1978) foi expressa claramente, pela primeira vez, em 1963, na Lei Americana N The Clean Air Act N, cuja primeira medida foi a fixa~io de normas sobre a qualidade do ar para o Estado da Califórnia.

Em 1964, na Rep~bl ica Federal Alem5, foi publicado o NTechnische Anleitung Zur Reinhaltung dEr Luft H (Guia T~cnico para a ManutEn~io da Pureza do Ar ) contendo normas de qualidadE do ar para cinco poluentes e regras precisas sobre a sua aplica~ão.

Na Uniio Sovi~tica foi publicado, em 1967, um Regulamento para a Gestio da Qualidade do Ar, semelhante ao Guia T~cnico Alemão.

Em 1969 um programa de longo prazo, de luta contra a polui~io ambiental, e destinado a ajud.r os governos e institui~5es interessados na qualidade do meio ambiente a tomar decis5es e estabelecer sistemas de gestio, foi adotado pelo Comitt Regional da OMS para a Europa.

A partir dos anos setenta a luta contra a polui~io ambiental foi se expandindo cada vez mais no plano internacional, na medida que as autoridades, as institui~aes e as sociedades passaram a se conscient izar da gravidade do problema que at inge a todos os parses, independente do est~gio de desenvolvimento.

Segundo o atual rssimo RelatÓrio "Nosso Futuro Comum" (CMMAD,1988) tendtncias ambientais amea~am modificar radicalmente o planeta, colocando em perigo a vida de muitas esp~cies: a cada ano 6 milhões de hectares de terras produtivas se transformam em desertos e mais de 11 milh5es de hectares de florestas sio destrurdas; na Europa as chuvas ~cidas matam

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florestas e lagos, danificam o patrimBnio art(st ico F

arquitetenico das na~Bes; o gradual aquecimento do planeta, "efeito estufa", provocado pela queima de combust rveis fósseis que espalha dióxido de carbono n~ atmosfera provocar~ transtornos ~ produçio agrrcola e a elevaçio do n(vel do mar acarretando inunda~5es de cidades costeiras e deltas dE rios e desequil (brio de economias; o comprometimento da camada protetora de ozenio que envolve o planeta, devido a I ibera,io de gasEs na produ~io industrial, aumEntar~ a incidincia de cAncEr E romper~ a cadeia alimentar dos oceanos; as substAncias tóxicas despejadas pela inddstria e agricultura poluem a cadeia aI imEntar humana e os len~Óis subterrAneos.

A responsabilidade pelo meio ambiente tornOU-SE um problema global. levando a press5es internacionais no sentido dE ado~io de medidas de controle ambiental nos projetos de desenvolvimento. uma vez que a degrada~io do meio ambiente deixou de amea~ar apenas as populaç5es do Terceiro Mundo. As pressBes internacionais dos ambiental istas levaram recentemente o Banco Mundial (BIRD) e o Banco Interamericano (BID ) a_liberar financiamentos somente a partir da associa~io de um programa dE preserva~io do meio ambiente (FINEP,1989).

Na Europa a associaçio da preserva~io do meio ambiente a outras lutas polrticas e econemicas est~ bastante amadurecida, envolvendo diversos setores da sociedade e dos poderes pdblicos. A tese de que a prote~io ambiental nio só ~ compatrvel com o crescimento econemico como pode promovi-lo, vem sendo divulgada pelo Programa das Na~5es Unidas para o Meio Ambiente e pela Comissio Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, entidades que assumiram a tutela da luta ecológica no plano internacional. O Relatório Nosso Futuro Comum prop5e um novo tipo de gerenciamento mundial dos recursos naturais, do consumo dE energia, do crescimento populacional, da tecnologia e da organiza~io social que proporcione um "desenvolvimento sustent~vel ". Assim. continua o relatório, ••• " os governos e as inst ituiç5es multilaterais tornam-se cada vez mais conscientes da impossibilidade de separar as qu~st5es relativas ao desenvolvimento econemico das quest5es relativas ao meio ambiente" (p~g. 3).

Aquele Relatório nomeia as ~reas interligadas e que nio podem ser tratadas isoladamente: populaçio e recursos humanos, segurança alimentar , esp~cies e ecossistemas, energia, inddstria e o desafio urbano.

o conceito de "desenvolvimento sustent~vel" est~ voltado para garantir o atendimento das necessidades do presente sem. comprometer a capacidade de atender ~s geraç5es futuras. Dessa forma no processo de mudan~a a exploraçio dos recursos, a orientaçio dos investimentos, os rumos do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional deverio estar voltados para o atendimento das necessidades atuais e futuras e depende de decisio pol(tica a ser tomada desde já (CMMAD, 1988).

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Nesta I inha dE raciocrnio, para qUE OH dESEnvolvimEnto sustEnt~vEIH sEja alcançado Em tErmos globais sEr~ prEciso definir novos padr5ES dE rElacionamEnto EntrE os pa(sEs desenvolvidos e em dEsenvolvimEnto, Entre governo, sociedadE E iniciat iva privada. DEssa forma a cooPEraçio intErnacional E a reforma das instituiç5ES ttm um paPEl prEPondErantE no prOCESSO dE HdEsEnvolvimEnto sustEnt~vElu. A sua viabil iza;io dEPEnde dE duas condiç5Es b~sicas, ou SEja, a manutEn;io dos Ecossistemas dos quais dEPendE a Economia global E qUE dEvEr~ SEr garantida E o inteFclmbio econ6mico qUE dEvEr~ SE rEal izar numa baSE mais justa CCMMAD, 1988).

Em srntEsE a prEsErva;io do meio ambiEnte, do qual depende a vida do homem e de outros seres vivos, SÓ ser~ poss(vel com a ado;io dE uma pol(t ica que integre a prote;io ambiental ao crescimento econ6mico, ou seja, o desafio para a promo;io do Ndesenvolvimento sustent~veIN, proposto pela Comissio Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Esta Comissio, durante trts anos de pesquisas e an~lises apoiadas em depoimentos de centEnas de especialistas de quase todos os parses, elaborou um banco de informa;5es riqurssimo sobre o cen~rio mundial do desenvolvimento e seus impactos no meio ambiente, contribui;io sem ddvida valiosa para os governos, sociedade e iniciativa privada para o estabelecimento de mecanismos de controle e/ou eliminaçio da polui;io ambiental hoje presente em nosso planeta.

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i6

1. POLUIÇ~O AMBIENTAL: DIMENS~O INTERNACIONAL DO PROBLEMA

De acordo com VETTORAZZI (1984) 05 dlt imos dectnios ttm registrado um aumento no emprego de substAncias qurmicas qUE, SE por um lado, trouxe bEnEfrcios a sociedade, por outro, imp6s um pre~o a ser pago em termos de sadde humana e qualidade do meio ambiente E qUE ser~ cada VEZ maior, se n50 forem tomadas mEdidas rigorosas para regular o emprego dessas 5ub5t~ncias.

Estima-se que atualmEnte sio de uso comum Em torno dE 500.000 substAncias qu(micas, al~m de milhares dE substAncias ut il izadas como praguicidas, produtos farmactut icos, adit ivos aI imentares, etc. As substAncias qurmicas proliferaram sem qualquer preocupa,io com seus poss(veis efeitos sobre a sadde humana e o meio ambiente, at~ que a ocorrtncia de tr~gicos desastres ecológicos revelou que alguns destes produtos podiam ser nocivos (como por exemplo o ocorrido em 1959, nos arredores da Baia de Minamata, no Japio, quando milhares de pessoas SE intoxicaram, e mais de 50 faleceram, ao ingerirem pescado, com alta concentra,io de mercdrio, proveniente de descarga industrial de compostos dE mErcdrio nas ~guas dos rios da região).

O Sistema da Na,5Es Unidas, em particular, o Programa das Na~5es Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a Organiza,lo Internacional do Trabalho (OIT), a Organiza,io Mundial da Sadde (OMS) e a Organiza,io das Na,ôes Unidas para a Agricultura e AI imenta,io (FAO), vtm examinando, h~ anos, as consequtncias globais, em especial para o mundo em desenvolvimento,e os grandes riscos que podem significar para o homem e para o meio ambiente as substAncias qurmicas, em particular os praguicidas, quando nio são consideradas suas poss(veis propriedades tÓxicas.

Na primeira metade do s~culo XX os venenos artificiais orglnicos foram desenvolvidos para serem utilizados como armas de guerra qurmica. As grandES empresas da inddstria qurm1ca dos Estados Unidos e Europa, ao descobrirem o p~der letal de seus novos produtos contra as pragas da agricultura, partiram para o desenvolvimento t~cnico e comercial de venenos umodernos u para a agricultura, baseados nos mesmos compostos e processos qurmicos utilizados na produ,io de armas qurmicas. Dessa forma, at~ o final dos anos quarenta, apareceram centenas de novos compostos de comprovada capacidade letal como os inset icidas, os fungicidas, os herbicidas (BULL & HATHAWAY,1986).

Segundo NAIDIN (1988) foi a part ir Segunda Guerra Mundial que os defensivos agrrcolas (5) passaram a desempenhar papel relevante na agricultura. A elevada taxa de lucro dos agricultores, nos Estados Unidos, abriu novos mercados para a

(5) No presente trabalho serão usados os termos defensivo agrrcola e agrotóxico de modo livre, uma vez que na literatura os diferentes autores ora empregam um, ora o outro.

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ind~stria qufmica. est imulando a introdu;;o de inovaç6es. Lideradas pelas grandes empresas europ6ias e americanas esta ind~stria foi se expandindo em nrvEl mundial. no comando de um processo de substituiçio de produtos naturais ou inorgAnicos por produtos organo-sint6t icos, produzidos Em larga escala, com maior capacidade de a;50 biológica. maior ampl itudc e pot6ncia. de qualidade mais uniforme e oferta mais el~stica. Estes produtos passaram a ser protegidos por patentes e pela prcipria complexidade tecnológica de seu processamento impondo. dessa forma. barreiras ~ entrada no setor, levando, consequentemente, a um aumento da concentra;50 econ6mica e financeira em benefrcio das empresas pioneiras.

Historicamente as alternativas ut ilizadas desde então t~m sido e~":portar os produtos pr"oduzidos na matr iz. inVEst ir diretamente nos parses hospedeiros e estabelecer 'joint ventures' com empresas nacionais.

Os defensivos organo-sint{ticos apresentam como caracterrst ica inovadora maior capacidade de persisttncia no ambiente. o que. tornava possrvel. por um lado. o controle de pragas emergentes por longo tempo. e gerava. por outro. graves desiquil rbrios nos ecossistemas. colocando novos probleaas ~ pesquisa. Com isso. as d{cadas de cinquenta e sessenta registraram um r~pido crescimento nos gastos com pesquisa e desenvolvimento por parte das empresas do ramo.

Assim. continua aquele autor. a caducidade das patentes das primeiras geraç6es de defensivos agrrcolas. a r~pida obsolesc~ncia tecnolÓgica e a relativa lentidão do ritao de difuslo internacional da tecnologia de produ;ão levou. a partir dos anos setenta. as empresas a redefinirem suas estrat{gias de crescimento a fim de garantir os mercados j~ conquistados bem como criar mecanismos de controle sobre os mesmos.

Em 1969. o Comitl OIT/OMS sobre Higiene do Trabalho iniciou a elaboraçlo de recomendaç5es e normas para a exposl;ao profissional de substAncias tÓxicas transmitidas pelo ar. €. em 1977. come;ou um programa sobre concentraç5es admissfveis. recomendadas internacionalmente. de exposição profissional a agentes nocivos.

Mais recentemente. o PNUMA estabeleceu o Registro Internacional de Produtos Gurmicos Potencialmente T6xicos (IRPCT). A OMS atrav{s do Sistema Mundial de VigilAncia do Meio Ambiente. do PNUMA. vem medindo. desde 1975. as concentra~5es de produtos qurmicos no ar. na ~gua e nos alimentos e tamb~m iniciou a vigilAncia biolÓgica. Outras institui;6es internacionais como a UNESCO vem tamb~m se dedicando ao tema. atrav{s do Programa NO Homem e a Bioesfera N

, voltado para os efeitos ecológicos das substAncias qurmicas; o Comitt Cientrfico das Naç6es Unidas com o NEstudo dos Efeitos das Radiaç5es At6micas u

; o Fundo das Na;6es Unidas com a Fiscaliza~ão do Uso Indevido de Drogas; a Organizaçlo MetereolÓgica Mundial, voltada para os problemas da camada de oz6nio; o Programa Internacional de Segurança Gurmica

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(IPCS), da OMS.

A ~egulamentaçio ecológica, por se~ uma questio que exige a coopera,io internacional, tem s1do colocada como um dos assuntos pol rt icos mais difrceis para a ddcada dE 90. A Comunidade Econ6mica Europ~ia (CEE),tendo Em vista a unifica,io do mErcado Em 1992 - LEi da Europa ~nica - Esti Empenhada num esfor,o para substituir o controle ambiental nacional por uma re9ulamEntaçio internacional, o qUE significa nio somEnte a harmonizaçio ambiental como tamb~m introduçio de padrEes mais elevados (6).

Na Alemanha a preserva;io ambiental tornou-se tarefa priorit~ria para 05 partidos E o governo que vem aplicando CErca dE 50 bilh5es dE marcos para contEr a poluiçio Em 10 anos (at~ 1993) E possui lEis rigorosas E puni;5es pesadas. A meta ~ chegar ~ prote;io ambiental integrada "onde os sistemas antipoluentes Já venham integrados ~s instalaç5es dE produ;io"(FINEP,1989).

o controle da poluiçio to~nou-se um próspero ramo da inddstria em muitos pa(ses. Inddstrias muito poluentes - como ferro, aço e outros metais, produtos qu(micos, gera;io de energia - levaram progressos a ~reas como de equipamentos ant ipoluentes, tratamentos de rEsrduos, instrumentos de mensura;io, etc. O mercado para sistemas, equipamentos e serviços est~ se ampliando cada vez mais (CMMAD,1988).

Verifica-se, mundialmente, que o crescimento no setor de eqUipamEntos antipoluentes decorre da moderniza;5o industrial, da lesisla;50 ecológica e das próprias sociedades qUE estio pressionando cada vez mais por um controle maior e mais rrgido das fontes poluidoras do meio ambiente (7).

Argumentos ecológicos tamb~m estio sendo utilizados pelas emprEsas em rela;io ao 'marketing' de seus produtos. A Associaçio Europ~ia do Alum(nio faz questio de enfatizar que o material que fabrica ~ "filo-ambiental" (8).

Atualmente na Europa, em torno de 35% do consumo total de alumrnio baseia-se em sucata reaproveitada, que chega a economizar cerca de 95% da energia necess~ria para produzir o metal novo. Segundo a inddstria do alumrnio o setor com maior tendtncia para o crescimento da reciclagem ~ o mercado de latas de bebidas que oferece uma melhor perspect iva porque possui um valor de sucata suficiente para que se organize uma infraestrutura de coleta e de reprocessamento (7).

A Alemanha recicla 48% do chumbo, 46% do estanho, 44X

(6) "Empresas Enfrentam Dificuldades para um Acordo Anti­Polui;~o", in Gazeta Mercantil, 16/05/89.

(7) "Crescem 05 Negócios e 05 Lucros com a Preserva;io do Meio Ambiente", in Gazeta Mercantil, 24/06/89 a.

(8) "Produtores Usam Argumentos Ecológicos", in Gazeta Mercantil,24/06/89 b.

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do papel, 35% do ferro, zinco (FINEP, 1989).

No sentido

30% d() alumrnio, 28% do vidro, 2~~% do

de promover e difundir a id€ia da rEciclagem, foi organizada por cinco EmprEsas (tr~s sEdiadas nos Estados Unidos, uma franCEsa e uma alEm~) a Associa;50 para a ReciclagEm de Latas de Alumrnio. Por~m, tanto as inddstrias dE a~o quanto as de alumrnio ( que disputam o mercado de latas dE bebidas) enfrentam no momEnto a amEa~a dE imposiç5o dE proibi,50 do uso dE embalagEns descart~vEis para bEbidas e qUE esti sEndo sEriamente considErada por v~rios pa(sEs eurOPEUS, como a Austria, Dinaniarca, It~lia, Sui<;a e Alemanh,":\ Ocidental(9).

Quanto ~ destrui;50 da camada de oz6nio - que protege a terra das radia~5es ultravioleta - causada PElos agentes qu(micos chamados clorofluorcarbonos (CFCs), amplamente utilizados nos parses industrializados em aerossÓis, refrigEradores e espumas plást icas, foi firmado um Acordo em Helsinque, por 81 parses, -a ser formalizado em Junho de 1990 em Londres- visando a elimina,io da produ<;io dos CFCs at~ o ano 2.000. Grupos ecologistas pedem, entretanto, a sua Eliminaçio imediata. Atender tal solicita~io, no momento, ~ invi~vel para os pa(ses do Terceiro Mundo, na medida que a sua subst ituiçio por produtos alternativos ~ um processo caro e ainda inacess(vel(i0).

A coleta seletiva do lixo existe em v~rios est~gios e, em algumas cidades ~ bastante rigorosa, como em Washington, nos Estados Unidos (11).

At~ o momEnto, por~m, as consEqutncias imEdiatas do problema do lixo se apresentam como amea~as ~ sadde pdblica e ao meio ambiente e assumlrao proporç5es assustadoras se forem confirmadas as previs5es da ONU dE crescimento urbano, at~ o final do s~culo, segundo as quais mais da mEtade da populaç5o mundial estari concentrada em cidadES e a maior taxa de crescimento vai ficar Justamente com os pa(ses menos desenvolvidos (1i).

o gis natural por ser econ6mico e poucrr poluentE ~ considerado o combust rvel do futuro para vErculos automotores e já vem sendo utilizado na Europa ( na Itil ia movimenta 300 mil automóveis),na Nova Zellndia e na Argent ina (12) (13).

Academia Nacional em torno de 600

de Ci~ncias dos Estados Unidos mil tonela.das de chumbo são

A estima que adicionadas, anualmente. ao meio ambiente, e 27 milh5es dE

(9) "Prodl.ltores usam Argumentos EcolÓg i cos", i n Gazeta Mercant i I, 24/06/89 b.

(10) "OztJnio", in Joronal do Broasi}, 07/05/89. (i1) "Experitncias buscam Aproveitamento' Inteligente' do Lixo

das Cidades", in Folha dE São Paulo,30/04/89. (12) "Fuma~a Negra Nunca Mais", in Jornal do Brasil, 13/05/89. (13) "Onibus a Gás reduz Polui~ãou, in Jornal do Brasil,

16/05/89.

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residincias, naquele pa(s, (LANDMANN, 1983).

receberam pintura contendo chumbo

Em parses, como os Estados Unidos, onde a tecnologia e os estudos na ~rea de controle da poluiç~o atmosf~rica est~o mais avançados, s~o poucos os dados existEntes que evidenciam 05

efeitos da contaminaçio do ar sobre a sadde da populaçio. uNio h~ como medir os efeitos sinérgicos (açio simultAnea dE v~rios fatores) da poluiçio do ar sobre a sa0de u diz o diretor da ~rea de An~lise de Riscos da A9~ncia dE Proteç50 Ambiental dos Estados Unidos (14).

Um estudo publ icado pelo Instituto Nacional do CAncer dos Estados Unidos, sobre incidincia de cAncer do pulmio, em diferentes estados e munic(pios, mostrou que a proporçio era significativamente mais elevada nas regi5es em que os rndices de polui~io por cobre, zinco e arsenicais eram mais altos (o aumento da mortalidade por cAncer do pulm~o era de 17% em homens e 15% em mulheres) (LANDHANN, 1983).

A busca de uma explica~io para a maior vulnerabilidade que algumas pessoas apresentam em relaçio aos elementos nocivos encontrados no ar, na ~gua, nos alimentos e em produtos industrializados ~ o objet Ivo de um grupo de cient istas da Universidade de Washington, voltados para um novo campo de pesquisa, a "ecogen~t ica", que estuda os riscos para o homem, da exposiçio ~ substAncias qu(micas presentes no meio ambiente. Para Arno Hotulsky, coordenador do programa, a ecogen~t ica por ser um campo novo, necessita reunir conhecimentos nas ~reas bioqu(mica, gen~t ica, toxicol6gica, medicina ambiental e epidemiologia. Até o momento presente, entretanto estas ~reas tem evoluido de forma independente e a troca' de informaç6es demora ~ acontecer (15).

A busca de todas essas soluç5es ambientais torna-se, no entanto, pouco relevante se os pa(ses detentores de arsenais nucleares nio caminharem no sentido do desarmamento, pois este ~, sem ddvida, o mais grave dos perigos que ameaçam o meio ambiente. O Protocolo de Genebra que pro(be o uso de armas atemicas dever~ ser suplementado por acordos que proibam a produçio e a acumulaçio dessas armas (CHHAD,1988).

Em resumo a aval iaçio dos riscos que as substAncias e/ou produtos qu(micos causam ao meio ambiente em geral vem sendo realizada por diversos organismos internacionais e divulgada atrav~s de normas, recomendaç5es, definiç5es de concentraç5es admissrveis, e outras. O resultado se apresenta como um conjunto gigantesco de informaç5es muito diversificadas, relevantes para conhecimento do desenvolvimento das sociedades em geral e para subsidiar a implantaçio de pol(ticas de cooperaçio internacional, como requer a questio ecol6gica.

(14) "Faltam Pesquisas que Relacionem as Doenças com a Poluiçio do Ar", in Gazeta Mercantil, 09/08/89.

(15) "Ecogenética Pesquisa Agress5es ao Ambiante", in Jornal do Brasil, 21/09/89.

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2. POLUIÇ~O AMBIENTAL: A DIMENS~O NACIONAL DO PROBLEMA

Segundo NAIDIN (1988), nos anos setenta aconteceu o 'boom' da inddstria dE agrotÓxicos no Brasil, quando foi lançado o Programa Nacional de Defensivos Agrrcolas. O governo brasileiro adotou, naquela ~pocar uma pol rt ica dE incent ivo ~ produ,~o interna de defensivos visando a moderniza;io da agricultura e a subst ituiç50 de importaç5es. Dest inou generosos incent ivos fiscais e crtditos subsidiados para a instalaç~o de plantas industriais do setor no pars.

A maciça presença de multinacionais no influenciou, de forma decisiva, a organiza,io e a desse ramo de inddstrias no pa(s, levando a um alto concentra;io econBmica e delegando ~s pequenas e m~dias nacionais o papel de real izar a formula;io dos produtos.

Brasil dinimica grau dE empresas

Entretanto, a descentraliza,io de plantas industriais para o Brasil e para todo o Terceiro Mundo, nio levou a uma descentraliza;io das atividades de pesquisa e desenvolvimento e da produ;io dos intermedi~rios b~sicos, que continuaram reservadas ~s matrizes.

O elevado grau de desnacionaliza,io do setor no Brasil pode ser verificado pela part icipa;io que empresas estrangeiras det inham, em 1982, de 77% do valor da produ;io. O Conselho dE Desenvolvimento Industrial ( CDI ) estimou, para 1983, qUE 19 empresas estrangeiras detinham 90% das vendas, restando para as outras 9 e as 42 nacionais uma participa;io de apenas 10% das vendas no mercado interno.

Assim, cont inua NAIDIN, a 1 iberal idade existente na legisla,io brasileira sobre agrotÓxicos tornou poss(vel a produ,io e a comercial iza;io, entre nÓs, de produtos proibidos em outros pa(ses. Isso significa, do ponto de vista das empresas, via exporta,io ou produ,~o local, um prolongamento no ciclo de vida de seus produtos e, portanto, maior amort iza;io do capital invest ido.

Para BULL e HATHAWAY (1986) o consumo de agrotÓxicos no pars pode ser dimensionado a partir da produ;io das seis culturas que mais pesam na agricultura brasileira: algodio, arroz, caf~, cana-de-a;dcar, soja e trigo. Em toneladas, essas culturas respondem por cerca de 85% de toda a produ;io agrrcola brasileira, tendo absorvido em 1980 cerca de 70% do volume dE agrotÓxicos vendidos no pars. Comparando as m~dias anuais dos per (odos 1966-69 e 1979-81, as vendas totais por ano de agrotÓxicos aumentaram mais de 250%, enquanto a produ;~o anual das seis culturas cresceu pouco mais de 90%, devido principalmente ~ ampl iaçio da ~rea cult ivada em 80%, com um aumento na produt ividade de mEnos de 8%.

Nesse setor um strio problema que o pa(s enfrenta se refere ao descumprimento gEneralizado das leiS e portarias, como tamb~m a inexi5tfnc~a de uma fiscal iza;io adequada.

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Santiago (1988) ut ilizando duas publ ica~6es de 1984-uma da Organiza~io das Na~5es Unidas, onde consta 1 ista de agrotÓxicos banidos ou submEtidos a SEVEras rEstri~5Es Em 50 parsES, E outra, da Agtncia dE ProtE;io ao Meio AmbiEntE, do govErnO americano, que relaciona os produtos cujos registros haviam sido suspensos, canCElados ou rEstringidos a casos ESPEciais dEntro dos Estados Unidos - comparou Estas duas listas com a Portaria da SecrEtaria Nacional dE Vi9il~ncia Sanit~ria, publ icada aos 14/03/85. Constatou qUE a grandE maioria dos agrotóxicos constantES das duas publ icaç5Es ttm SEU uso autorizado no Brasil para tratamEnto dE solos Em diVErsas culturas, no tratamEnto de sementes de hortal i~as e cereais E para aplica~io em culturas.

ApEsar de proibidos, os raticidas cont inuam amplamEntE acess(veis, com comErcializaçio livre, como por exemplo o ars@nico, qUE apesar dE proibido por lei, ~ um dos raticidas mais util izados, podendo SEr Encontrado Em quaSE todas as cidadES brasilEiras. Tamb~m o BHC, cuja comercial izaçio est~ proibida desde 1983, (exceto para campanhas de sa~de p~bl ica) cont inua sendo vendido livremente no Brasil.

Quanto aos herbicidas, cuja venda ~ livre no Brasil, sua util iza~io se d~ em sUbstituiçio ~ capina mecAnica na agricultura, ferrovias e vias p~blicas. O Paraquat al~m dE extremamente tóxico ~ um herbicida de contato (nio seletivo), que mata tanto ervas-daninhas como outras plantas com as quais Entre em contato.

Entretanto, alguns elementos novos vem forçando a tomada de conscitncia em relaçio aos problemas causados pela difu~io, em larga escala, dos agrotdxicos no pars : os estudos sobre a acumula~io dos inseticidas clorados nos tecidos bio16gicos; os acidentES com v(timas e provocadorEs de graVES desEquil (brios ecol6gicos; o aumEnto da rEsistfncia dE algumas pragas a certos defensivos o que leva a exigir produtos qu(micos cada vez mais potentes; os efeitos futuros da circula~io global, Em Escala crescente, do OOT e de outros produtos pouco degrad~vEis.

NestE SEntido, a aprova~io rECEntE da nova LEi sobrE Agrotóxicos (LEi No.7.802, dE 11/06/89) significou um grande avanço - conformE POdE ser verificado no AnEXO 2, onde Estio contEmplados alguns dos principais artigos da nova legisla~io. Muitas empresas, adiantando-se ~ legislaçio Estio instalando equipamentos antipoluentEs para controlar a emissio de efluentes qurmicos no mEio ambiEnte (16).

(16) HEcologistas Ga~chos Aprovam a Nova LEi dos Agrotóxicos H, in Gazeta Mercant il, 25/07/89.

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Outro problema grave e cada vez mais frequente no pa(s se refere aos acidentes com caminh5es que transportam cargas perigosas (produtos qu(micos, infl~m~veis, corrosivos, etc ). Somente pela cidade de Sio Paulo trafegam, diariamente, mais de 3.000 vercul05 transportando produtos que causam risco ~ popula~io e ao meio ambiente.

o Servi~o de Polui~io Ambiental da FEEMA (Funda~io Estadual de Estudos do Meio Ambiente do Rio de Janeiro) criado há alguns anos, constatou a partir de estudos por amostragem, que em apenas uma semana passaram por esta ~rea metropolitana grandes quantidades de produtos classificados pela ONU como muito perigosos por serem tÓxicos, explosivos, inflamiveis, corrosivos, poluentes e venenosos. Foram identificados 9 mil toneladas de materiais sÓlidos, 4 milh5es de litros de subst~ncias l(quidas e 450 quilos de gases letais.

Estes dados, embora restritos às mais importantes metrÓpoles brasileiras, sio um bom indicador da gravidade do problema em todo o pars. No ~lt imo semestre de 1986, somente no Rio de Janeiro, foram registrados 54 acidentes no transporte destas cargas, alguns com amea~a e outros com danos reais ao meio ambiente (17).

Dentre milhares de subst~ncias classificadas como perigosas pela Associação Brasileira de Normas Ticnicas (ABNT), com base nos critirios da ONU, sÓ não entra no Rio o isocianato de metila (g~S da lndia), banido em dezembro de 1984, apÓs a repercuss~o da tragidia verificada na cidade indiana de Bhopal.

Em quantidades e variedades que associadas e liberadas para uma rea~~o em cadeia, provocariam preju(zos de grav(ssimas propor~5es, estas subst~ncias são transportadas livremente pelas estradas em todo o pa(s e percorrem ruas e avenidas densamente ~ovoadas, ao lado de milhares de ve(culos.

Um exemplo de acidente grave no transporte e armazenamento de subst~ncia perigosa no pa(s, foi o acidente com o pentaclorofenato de sÓdio (Pó da China) ocorrido em 1982 no mercado de S~o Sebastiio no Rio de Janeiro. Este produto, usado para matar fungos que prejudicam a madeira, pl~sticos e tecidos, i importado. O transporte no navio, o descarregamento, a armazenagem e o transporte rodovi~rio sio feitos de maneira muito prec~ria, com enormes riscos em todo o pa(s. No acidente do Rio de Janeiro, que causou mortes entre os oper~rios que o transportavam, o pentaclbrofenato de sódio foi armazenado em ~rea onde havia grande quantidade de alimentos a serem distribuidos para a popula~io do Rio.

(17) "Cargas Letais e sem Controle sio Ameaça à Cidade", in Jornal do Brasil, 29/10/86.

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Outro exemplo de acidente do gtnero foi o ocorrido em 1983 na reglao de Cubatio em Sio Paulo, quando um vazamEnto dE ~cido clorrdrico, dE um caminhio t~nqUE, causou intoxicaç5ES Em moradores das proximidades do local do acidente, atingindo principalmEntE crianças.

Entre as substlncias mais perigosas dEstaca-sE o icido sulfdrico, altamEntE corrosivo e venEnoso, dE la~9a ut ilizaç~o na inddstria qurmica (usado att Em agrotóxicos) E qUE reprEsEnta o maior volume de transporte dE carga PErigosa nas estradas brasilEiras e t o que mais tem causado acidEntES.

A legisla~io federal sobre o assunto - Decreto 96.044, de 18/05/88, ainda não totalmente implantada em Ambito estadual e municipal - previ a sinalização dos caminh5es com placas indicativas do tipo de risco que o produto transportado oferece,a anexaçio ~ nota fiscal que acompanha a carga de uma ficha de emergtncia sobre o produto, onde constam os riscos que apresenta e orienta~io em caso de acidente (18).

No Brasil, a preocupação ecológica j~ est~ levando inddstrias de v~rios segmentos a encomendar equipamentos ant ipoluentes. Muitas empresas fabricantes destES equipamentos ji começam a registrar uma expansão da produção e dos lucros e, Em algumas. o faturamento tem ficado acima das preVISOES. Consequtncia imediata ~ um aumento na demanda pelas a~5es destas empresas no mercado. a exemplo do que j~ acontece em outros parses (19).

Tamb~m o investimento em segurança e meio ambiente j~ começa a ser real izado por parte de algumas empresas, como a Rhodia que est~ aplicando 40 milh5es de dólares no bitnio 89/90 (20) •

Em relação ao uso de g~s natural como combustrvel nos transportes, o Minist~rio das Minas e Energia, autorizou em 12/05/89 o uso do g~S natural para verculos colet ivos do Rio de Jaiieir·o E São Paulo. O g~s natural. altm de não ser· tó~·:ico, fi menos corrosivo para o motor e existe em abundAncia no p~rs. Tal medida provocar~ uma melhoria na qualidade do ar, diminuindo a poluição. pois não produz fuligem e nio possui compostos de chumbo (21).

o uso do metanol (~lcool metrlico) em verculos automotores, apesar de produzir menos monóxido de carbono e óxido

(18) UAumenta o Ndmero de Acidentes com Cargas Pe~igosas em todo o Estado u • in Folha de sio Paulo, 02/06/89.

(19) uCrescem os Negócios e os Lucros com a Preservaçio do Meio Ambiente". in Gazeta Mercant il, 24/06/89 a.

(20) "Rhodia investe US$ 40 Milh5es em Seguran~a e Meio Ambiente", in Gazeta Mercantil, 18/04/89.

(21) "0 Partido Verde Brasileiro tem feito do G~s Combustrvel uma de suas Principais Bandeiras Ecológicas", in Jornal do Brasil. 13/05/89.

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de nitrogtnio em relaçio ~ gasol ina, tornando o ar menos poluido, nio afasta o perigo do Uefeito estufa U como tamb~m const itui strio problema de sa~de aos trabalh~dores de postos de gasolina e motoristas, al~m de problemas ambientais (22).

Recentemente, em 1989, grupos ecológicos reuniram mais de 50 mil pessoas em uma manifestaçio de protesto contra a decisio do Conselho Nacional de Petróleo (CNP), que reduziu dE 22% para 18% o percEntual de ~lcool anidro ~ gjsol ina, provocando um aumento da polui~io, principalmente nas ~reas de tr~fEgO intEnso. DiantE dE tal manifesta,io o CNP decidiu que a gasolina distriburda em Sio Paulo voltaria a tEr 22% de ~lcool anidro(23).

o dióxido dE enxofre (emit ido principalmente pela queima de óleo combustrvel), o monóxido de carbono (lançado pelos escapamentos dos automóveis) e a poeira (matErial part iculado) sio os trts principais poluentes da atmosfEra na rEgiio metropolitana dE Sio Paulo. Todos os anos ~ deflagrada PEla Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental dE sio Paulo (CETESB) a OPEra~io InVErno como forma dE reduzir o nrvEl dE polui~io do ar da cidade nos mESES mais frios, quando as condi~aEs metereológicas dificultam a disPErsio dos poluentes na atmosfEra.

Em 1983, Cubatio (SP) foi considerado, pelos órgios ambientais internacionais, o munic(pio mais polu(do do mundo. O ~ltimo rElatório da CETESB avalia que 80% das 320 fontes poluidoras no municrpio Estio controladas desdE junho dE 1988. O Programa dE Controle da Poluiçio Em Cubatio, iniciado Em 1984, nia foi concluido em 1989 porque a Companhia SidEr~rgica Paulista (COSIPA) atrasou a implanta,io dE sistemas ant ipoluentE5 Em suas ind~strias. Cubatio, hojE, ~ o exemplo e a prova da capacidade brasileira de conciliar industrial iza,io p

preserva,io ambiental (24).

No Brasil, o lixo que deixa de ser tratado, reciclado E reaproveitado al~m de acarretar dEsperd(cio de matEr iais p

energia, provoca degradaçio do solo ar~vel, de rios, da atmosfera e de len,óis de iguas subterrâneos como tamb~m causa erosio E trag~dias (como ocorreu com as chuvas do vErio de 1988, no Rio dE Janeiro). Algumas experitncias isoladas de tratamento do lixo urbano vem sendo realizadas em bairros e favelas das cidades de Sio Paulo e Rio de Janeiro. Os materiais conSEguidos atrav~s da coleta seletiva sio vendidos ~s ind~strias para reaproveitamento

(22) UPEtrobr~s faz Adverttncia sobre Perigos do MEtanol U, in Gazeta Mercantil, 17/11/89.

(23) uGasol ina Paulista ter~ 22% de ~lcoolu, in Gazeta Mercant il,28/07/89.

(24) uCOSIPA atrasa ControlE AmbiEntal dE Cubatio U, in Folha de

Sio Paulo, 13/08/89.

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I", I

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e os recursos advindos da venda sio util izados para financiar o próprio serviço de limpeza p~blica ou outros benEfrcios sociais (25).

A reciclagem do vidro (depois de beneficiado F

triturado POdE ser reut ilizado por indJstrias dE embalagEm) jJ vem SEndo realizada em algumas cidades do interior paulista. acarretando uma economia de mat~ria-prima (dE 1,3kg para 1kg por quilo dE vidro fabricado) al~m da economia enErg~t ica (26).

Quanto ao clorofluorcarbono (CFC), no Brasil, a proibi,io da comercializa,;o de aerossóis contendo CFC, estJ prevista na Lei Federal 1.355/88 que est ipula o prazo de dois anos para que as empresas modifiquem a fórmula de seus produtos. O departamento de Vigil~ncia Sanitiria do municrpio do Rio dE Janeiro ao iniciar. recentemente. a fiscal iza,;o em supermercados e farmicias, al~m de apreender um grande n~mero de produtos sem marca ou etiqueta indicando a austncia de CFC, verificou que a maioria dos estabelecimentos desconhecem a lei que proibe o uso de CFC (27).

No Brasil somente em 1981 foi definida uma Polrtica Nacional do Meio Ambiente, apesar de ji exist ir, desde 1973 a Secretaria Especial do Meio Ambiente, recentemente ext inta com a cria~io do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renoviveis ( IBAMA). Em 1980, a Lei 6803/80 que dispas sobre o zoneamento industrial nas ireas crrt icas de polui,io introduziu o Estudo de Impacto Ambiental ( ElA). At~ 1986 os estudos de viabilidade dos projetos consideravam apenas as variiveis t~cnicas e econemicas. A viabil idade ambiEntal foi introduzida a partir daquele ano, atrav~s de uma Resolu,io do Conselho Nacional do Meio Ambiente ( CONAMA ) E tornou obrigatória a apresentaçio do Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA) em projetos que modifiquem o meio ambiente. Tal medida significou uma considerivel conquista apesar do atraso em relaç;o a outros parses como os Estados Unidos, onde o processo de aval iaç;o ambiental existe hi quase vinte anos. (MACLIO,1988).

A introduç;o dos cilculos ambientais começa a se impor no planejamento econ6mico no pars e as opç5es tecnológicas qUE nio degradam o me~o ambiente começaram a ser utilizadas, graças ~ conscient izaçio da sociedade. A obrigatoriedade, a partir de 1986, de elaboraçio do RIMA, apesar de ser um instrumento insuficiente ( a sua elabora,io nio se di nos est~gios preliminares das obras), tem evitado desastres ecológicos. Por exemplo, recentemente, o Conselho Estadual dE Meio Ambiente dE

(25) "Experitncias buscam Aproveitamento Intel iSEnte do Lixo das Cidades", in Folha dE sio Paulo, 30/04/89.

(26) nEm Curitiba. Reciclagem do Vidro", in GaZEta Mercant il, 08/09/89.

(27) "Aerossóis, o Risco ~ Venda", in Jornal do Brasil, 05/09/89.

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Sio Paulo rejeitou o traçado proposto para a Estrada do Sol que desmataria mais de 600 hectares da Mata Atllnt ica (28).

Em srntese o problema da poluiç~o ambiental em nosso pa(s at inge dimens5es alarmantes e est~ a requerer a adoçio de medidas urgentes e a modernizaçio tecnoldgica do pa(s com o desenvolvimento de novos produtos e de novos prOCESSOS E qUE

dever~, altm de contribuir para uma produç~o mais eficiente em termos de energia e de recursos, preocupar-se com a diminuiçio da poluiçio e com a minimizaçio dos riscos ~ sa~dE E dos riscos de acidentes ecoldgicos.

NeSSE sentido a Const ituiçio dE 1988 t bastante inovadora em relaçio ~ proteçio do mEio ambiente (vide Anexo 1)~ al~m de estar contemplada nos t (tulos da Organizaçio do Estado, da Organiza;io dos Poderes, da Ordem Econ8mica e Financeira mereceu um cap(tulo especial no t(tulo da Ordem Social. Entretanto, sua reg~lamentaçio vai requerer uma gama de informa;5es organizadas de forma sistemat izada; as disponrveis, atualmente, se encontram dispersas e desconectadas, como veremos a seguir.

(28) UCustos Ambientais reformulam Crit~rios para Obras u, in

Jornal do Brasil, 14/05/89.

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CAPrTULO I I I . REVISAO DAS INFORMAÇOES DISPONrVEIS NO

BRASIL SOBRE AS PRINCIPAIS INTOXICAÇOES

E ENVENENAMENTOS.

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111. REVIS~O DAS INFORMACOES DISPONIVEIS SOBRE AS PRINCIPAIS INTOXICAÇOES E ENVENENAMENTOS

i. INTOXICACOES POR AGROTOXICOS

Os agrotóxicos ou defensivos agrrcolas sio subst~ncias que vtm sendo cada vez mais ut II izadas na agricultura e na sadde pdbl ica, podendo ou n~o oferecer perigo para o homem, dependendo da toxicidade, do grau de contamina~~o e o tempo de exposi;io durante sua aplica;io. Assim, o principal problema esti na sua ut il iza;io indiscriminada, sem qualquer preocupa;io com a seguran;a.

A questio da seguran;a nio deve se restringir aos que manuseiam os agrotóxicos, apl icando-se tamb~m aos operirios que os fabricam, ~s pessoas que os transportam e ~ popula;io que consome os produtos nos quais foram util izados.

Estas substAncias al~m nio apresentarem especificidade para determinada praga (eliminam o nocivo e o ~til) poluem o ambiente (persistem no solo por virios anos) e, posteriormente, acumulam-se no homem e em animais.

A contamina;io humana por agrotóxicos se di por via direta (operirios das ind~strias de s(ntese, manipuladores r apl icadores) e por via indireta (popula~io exposta). Os principais agentes de intoxica;io entre os praguicidas s~o os inset icidas usados na agricultura, em ambientes dom~st icos F

pdblicos, classificados em trts grandes grupos: os organoclorados, os inibidores da col inesterase (fosforados orgAnicos e carbamatos) e as piretrinas naturais e sint~ticas.

Os que mais persistem no meio ambiente sio os organoclorados, ji banidos de muitos pa(ses (sua absor;io se d~ por via oral, respiratória e d~rmica).

Segundo Adilson Paschoal (citado por Naidin, 1988) quatro fenBmenos desencadeiam os desiquil (brios biolÓgicos provocados pelos insumos qurmicos de uso agrrcola: a) esp~cies antes suscetrveis ~ a~io dos defensivos podem, via sele;io natural, desenvolver resisttncia, tornando inócuas ou pouco eficazes as dosagens at~ entio considerada~ normais; b) a maioria das pragas agrrcolas apresenta alta capacidade de reprodu~~o quando em baixos nrveis populacionais; como a a;io biológica dos agrotóxicos nio seletivos atinge mais fortemente as popula;5es dos inimigos naturais e competidores (existem em menor ndmero) do que as populaç5es da praga a ser combat ida, faz com que diminua ou mesmo desapare;a o controle normalmente realizado pelos agentes biológicos naturais; c) a quebra das cadeias alimentares existentes no ecossistema visado e a redu;io dos inimigos naturais favorecem o aparecimento de pragas tardias, dotadas de alta capacidade reprodutiva; d) os efeitos toxicológicos advindos de sua persisttncia no ambiente (os sistemas biológicos tendem a concentrar os produtos tóxicos de difrcil degrada;io, como o

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DDT. por exemplo).

Para SMITH e APPLE. citado por BULL e HATHAWAY (1986. pag.109):u... o controlE integrado de pragas ~ uma ampla abordagem eco16gica para o controle de pragas, que ut iliza uma variedade de tecnologias dE controle compat rveis em um Jnico sistema de manejo de pragas ••• faz-sE todo o poss(vEl para SE proteger e preservar os agentes naturais de controle das pragas, ••• quando SE prEcisa dE controlEs art ificiais, tais como apl icaç5es de pest icidas qu(micos. Eles sio empregados da maneira mais sElet iva poss(vel e apenas quando seu uso for just ificado Econ8mica e ecologicamente ••• objetiva um rendimento clt imo de uma lavoura de alta qualidadE. a um custo mrnimo, levando-se em considera,io as restri,aes ecolÓgicas e sociolÓgicas no agroecossistema particular e a preserva,io do mEio ambiente a longo prazou •

As principais ferramentas do controlE integrado sio=

a) o controle biolÓgico. que ~ a introdu,io de popula,5es espec(ficas de inimigos naturais das pragas para manter a popula,io destes dlt imos reduzida; pr~t icas agrrcolas qUE preservem ao m~ximo os inimigos naturais. por ex., atrav~s do uso mais cuidadoso e selet ivo de pesticidas; a aval ia,io rigorosa da seguran,a antes da introdu,io de agentEs dE controle biolÓgico;

b) os m~todos dE controles culturais, Em geral, sio mais Econ8micos E amplamentE apl iC~VEis (dEstrui,io dos rEsrduos das culturas. apÓs a colheita, PEr rodos dE pousio, rota,io dE culturas. resPEito pelas ~pocas corretas de plant io. capina e colheita) al~m dE serem t~cnicas tradicionalmente conhecidas pelos agricultores do Terceiro Mundo e qUE nEcessitam ser preservadas. ao lado dE outros m~todos culturais mais inovadores.

c) os controles frsico e mEc~nico sio aqUelES qUE destrOEm diretamentE ou reduzEm as pragas atrav~s da capina manual dE ervas daninhas. uso dE moscadEiros. etc •• ou m~todos mais sofisticados. como o uso de luz em armadilhas contra os insetos que voam ~ noite.

Segundo GRAZIANO (1985). no Brasil um fator importante na an~lise das informa,aes sobre intoxica,aes e envenenamentos no meio rural ~ a distAncia. qUE dificulta o acesso dos trabalhadores rurais aos centros de atendimento m~dico­hospitalar. Esta situaçio faz com que inJmeras vrt imas dE acidentes graves acabem morrendo sem qualquer assistincia m~dica. Os acidentes mais levEs acabam frequentemente nio sendo sequer comunicados ao FUNRURAL (Sistema de Previdincia ao Trabalhador Rural) (29). Esta situa,io ~ importante para Expl icar a aparente

(29) O FUNRURAL ~ o Órgio rEspons~vel pelas not ifica,5Es de acidentEs com trab~lhadores agrrcolae. Al~m dos dados dE empresas estio inclurdos tamb~m os trabalhadores aut8nomos.

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baixa incidtncia de acidentes leves entre os trabalhadores rurais detectada em v~rios trabalhos.

Outro fator a ser consider~do na an~lise do sub­registro ~ a gravidade. Muitas vezes, as intoxicaç6es por defensivos nio sio graves a ponto de exigir interna;io e sio frequentes os casos em que os trabalhadores rurais, embora com sintomas dE intoxica;io, continuem sua jornada de trabalho sem procurar atendimEnto m~dico. Mesmo para casos dE intoxica;5Es graves, a falta de atendimento m~dico ~ causa comum de sub­registro. De acordo com aquele autor o levantamento realizado por NASCHENVENG (1983) na Divisio Regional dE SaddE e nos hospitais de Ribeirio Preto, Estado de Sio Paulo, mostrou qUE 85% das vrtimas de intoxica;5es fatais morreram sem receber assisttncia m~dica hospitalar.

Uma terceira vari~vel continua o autor, reside no fato de a intoxica;io por agrotdxicos apresentar sintomas e sinais bastante vagos e semelhantes aos de outras patologias <v8mito, diarr~ia, tontura, falta de ar, dor de cabe;a, etc.), o que dificulta a identifica;io, sendo que frequentemente, nos casos graves, outras doen;as sio registradas como causa b~sica da morte. Os efeitos de alguns defensivos sio cumulativos, sd aparecendo posteriormente,o que dificulta e ~s vezes impede que se determine a causa do acidente.

A quarta vari~vel se refere a dificuldade de SE detectar as contamina;5es indiretas por agrotdxicos a que estio sujeitas as popula;6es em geral ao consumirem produtos agrrcolas com resrduos de inset icidas e herbicidas agrrcolas.

Finalmente, o prdprio uso da Internacional de Doen;as <CID) contribui para est imativa, na medida que ~ bastante restrita respeito ~s intoxica;5es por defensivos.

Classifica;io esta sub­

no que diz

A Organiza;io Mundi~l de Sadde estimou, em 1973, a ocorrtncia de 500 mil intoxica;5es por ano por agrotdxicos no mundo, com uma prov~vel taxa de letal idade de 1%. Nos parses em desenvolvimento, atualmente, a estimativa anual ~ de 375.000 casos agudos de intoxica;~o humana por agrotdxicos, com 10 mil mortes, o que corresponde, aproximadamente, a um caso por minuto e a uma morte a cada hora (HENAO, 1986).

Segundo levantamento realizado pela Funda;io Jorge Duprat Figueiredo de Seguran;a e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO) em 10 Estados que res~ondem por 85% do consumo dE pesticidas, os agricultores brasileiros usam o dobro de agrotdxicos da m~dia mundial, n~o ttm suficiente informa;io para se protegerem das intoxica;5es, nem contam com uma estrutura m~dica adequada para o tratamento (30).

(30) "Brasileiros Agrotdxicos",

superam a M~dia Mundial em Consumo in Jornal do Brasil, 06//11/89.

de

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N~o ~ possrv~l d~t~rminar quantos agricultor~s sofr~m d~ intoxica;5~s por agrotÓxicos porqu~ nio hi um sist~ma nacional d~ notificaçio confiiv~l. diz o c6ord~nador da p~squisa acima r~f~rida ~ para comprovar tal fato mostra qu~ no ano d~ 1985. ~nquanto o SNITF r~9istrou apenas 1.749 intoxica;5es por pest icidas em todo o pars. a Secretaria de Sa~de do Paran~ r~gistrou 1.119 intoxica;5es. com 106 Óbitos. soment~ naquele Estado.

o Val~ do Rib~ira. r~glao pr~dominant~m~nt~ agrrcola ~ das mais pobr~s do Estado d~ Sio Paulo. ~nfr~nta problemas s~rios d~ intoxicaç5~s por agrotÓxicos. Foi r~al izado. em 1984 (TEMA, RADIS, 1987), um l~vantamento do n~mero d~ paci~ntes int~rnados por intoxica;~o. d~ 1981 a 1983. nos dois principais hospitais da r~glao. Constatou-s~ qu~ ~m Pariquera-A;u os agrotdxicos r~spond~ram por 37,2/. das int~rnaç5~s ~ os ins~t icidas domésticos por 15,1/.. Em R~gistro, 23/. das intoxica;5~s foram causadas por agrotdxicos ~ 11/. por ins~ticidas domésticos. Com a implantaç~o do Sistema d~ Notifica;io de Intoxica;~o, ~m 1985, foram r~9istrados 327 casos d~ interna;io. dos quais 120 (36.7l) causados por agrotÓxicos. 62 (18.9/.) prov~ni~nt~s d~ acid~nt~s d~ trabalho. Em 1986, d~ 370 casos notificados, 144 (38,9/.) foram causados por intoxica;~o por agrotÓxicos, 78 (21%) acident~s do trabalho. As ~statrsticas r~velam tamb~m qu~ os animais p~;onh~ntos r~spond~ram por aproximadam~nt~ 50/. dos casos d~

int~rna;~o nos ~ltimos anos.

L~vantam~nto r~alizado por VIEIRA ~t aI i i (1983) junto à r~d~ hospitalar do Estado do Parani no p~rrodo d~ 1976 a 1982, d~t~ctou qu~ 34,3/. dos acidentes foram causados por produtos qurmicos, p~rc~ntag~m praticament~ igual à soma dos acid~ntes m~cAnicos (18,5/.) ~ por f~rram~ntas manuais (17.3/.).

Um ~studo r~alizado p~la S~cretaria d~ Agricultura do Estado do Parani (SIQUEIRA et ali i,1983) mostrou que no perrodo d~ agosto d~ 1982 a março d~ 1983, ocorr~ram c~rca d~ 1.500 casos d~ intoxica;5~s por agrotdxicos·naqu~l~ Estado, dos quais 1.268 (84,5/.) na cultura d~ algod~o. A faixa ~tiria d~ 20 a 30 an~s foi a r~sponsiv~l p~lo maior n~m~ro de intoxica;5~s. Outro dado important~ l~vantado s~ r~fer~ a tentativas d~ suicrdio por ingest~o de agrotdxicos, muito comuns no m~io rural. De 41 casos constatados, 24 foram a dbito, r~pr~s~ntando 1.5/. do total das p~ssoas intoxicadas. Também foi constatado por ~st~ ~studo a p~rmantncia d~ r~srduos d~ agrotÓxicos nos alim~ntos produzidos naqu~l~ Estado.

L~vantam~nto r~alizado por NASCHENVENG (1983), citado por GRAZIANO (1985). r~v~la que no municrpio d~ Rib~ir~o Preto (SP) ocorr~ram 34 casos fatais d~ intoxica;io por defensivos no p~rrodo de 1970 a 1977. ~ r~gistrados 333 casos n~o fatais no rn~smo p~rrodo. A maioria das mort~s ocorr~u com lavrador~s, que respond~ram por mais d~ 47/. dos casos fatais. Constatou-se qu~

80% dos Óbitos ocorr~ram na faixa etiria inf~rior a quarenta anos.

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Estudo realizado por MALUF (1983), em Campos (RJ), preocupou-se especificamente em verificar os efeitos dos fungicidas organomercuriais no cultivo da cana-de-aç~car. A conclusio mais importante ~ que a manipulaçio de fungicidas organomErcuriais constitui-se na atividadE dE maior risco para os trabalhadorEs na lavoura dE cana-dE-a,~car. MEsmo qUE estEs fungicidas tivessem uma aplicaçio correta, de acordo com as normas propostas nos rÓtulos destEs produtos, nio se Eliminaria o risco inErentE ~ opera,io, dada a sua açio altamEntE tóxica. Os exames laboratoriais realizados em 29 trabalhadores PErmit iram observar que 72X da popula;io Examinada encontrava-SE comprometEdoramente envolvida com a possibilidade de intoxica,io cr6nica por mercdrio, pelo tipo de trabalho que desempEnhavam. Exames clrnicos mostraram que mais de 50X dos trabalhadores examinados apresentavam altera,io do sistema nervoso e qUE aproximadamente 80X apresentavam altEraçio dermatológica.

O projeto de Vigil~ncia Epidemiológica em Ecotoxicologia de Pesticidas, vinculado ao Departamento de Medicina Preventiva da UniversidadE Estadual de Campinas chegou tamb~m a resultados bastante preocupantes. TRAPP! et ali i (1984), informam que numa amostra de 1.107 trabalhadorES rurais, de 10 municrpios da regiio de Campinas, 133 ou seja, 12X deles j~ haviam t ido problemas com agrotóxicos. DEstes mesmos 133 indivrduos, 21X tiveram duas ou mais intoxicaç5es agudas. Os autores ressaltam a gravidade dessas intoxicaç5es pois 36.4% delas levaram a internaç5es, sendo quase a metadE destas provocadas pelos inseticidas organofosforados.

Em srntese, no Brasil,como na maioria dos parsEs em desenvolvimento, ~ acentuado o sub-registro dos casos de intoxicaç5es por agrotóxicos. para o que contribuem fatorES diversos que vio da dificuldade de acesso aos serviços m~dicos nas áreas rurais, a falta dE recursos diagnósticos, a imprecisio das classificaç5es de doenças como a CID e a nio obrigatoriedade de notifica,io dos casos.

Os estudos e levantamentos por nós revisados, embora sendo dE cunho especrfico, revElam a ocorr~ncia dE um ndmero significativo de casos de intoxica,5es por agrotóxicos no Brasil, sugerindo ser este um problema prioritário e merecedor de uma especial atençio pelos sistemas de informa,5es, ao contr~rio do que se verifica na atualidade que registra uma grave situa,io de sub-registro.

Guanto a nova lei que trata dos agrotóxicos no Brasil, apresEntada no Anexo 2 (Lei 7802, de 11/06/89), SEm ddvida representou um avanço importante. Entretanto, a concretiza,io das modernas rEgras que estabElece, ESt~ seriamente amEaçada PEla inexistlncia de sistemas de informaç5Es no pars que possibilitem a sua aplica,io e orientem a fiscaliza,io.

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2. CONTAMINAC~O DE ALIMENTOS

Os aI imentos estio sempre relacionados com o ar, a ~gua e o solo, trts componentes b~sicos do ambiente, podendo, portanto, ser contaminados com agentEs qurmicos ou bip16gicos neles existentes. Os contaminantes prEsEntes nos alimentos sio provenientes dos processos industriais (mercdrio, c~dmio, chumbo, etc.), das atividades agrrcolas (praguicidas, fertil izantes, etc.), do prOCEssamento dos aI imentos (nitrosaminas, hidrocarbonos arom~ticos policrclicos) ou dos processos geoldgicos naturais. A contamina~io dos produtos aI imentares est~ tamb~m relacionada com o uso de fungicidas met ilmercuriais e descargas de efluentes industriais.

No Brasil, a legisla;io sobre resrduos de pesticidas est~ estreitamente ligada ~ legislaçio sobre alimentos do Minist~rio da Sadde (MS). O primeiro documento legal consta do Decreto Federal No. 50.040, de 1961, intitulado "Normas Reguladoras do Emprego de Aditivos", que apresenta uma tabela referente a Aditivos Intencionais em AI imEntos e outra de Aditivos Incidentais, com os limites m~ximos de toler~ncia de resrduos de pesticidas em alimentos.

O Decreto 55.871 de 1965 substituiu o anterior, atualizando-o mas conservando sua estrutura original. O Minist~rio da Sadde promulgou em 1969 o primeiro Decreto-Lei de No. 986/69. denominado Normas B~sicas sobre Alimentos. (CATI. 1982)

At~ 1970 nio havia dados sobre a presença de resrduos de pesticidas nos alimentos ingeridos pela popula;io. Ainda hoje os dados disponrveis no pars fornecem um quadro ainda bastante parcial quanto ~ gravidade e ~ intensidade das intoxica;aes por consumo de alimentos contaminados. Para esta restri;io contribui a inexisttncia de estudos epidemioldgicos abrangentes quanto aos impactos sobre a sadde da populaçio brasileira do consumo de aditivos, corantes e pesticidas"nos alimentos.

Testes realizados pelo Instituto de Tecnolo~ia de Alimentos (ITAL) da Secretaria de Agricultura do Estado de sio Paulo comprovam a contamina;io por agrotdxicos organoclorados de alimentos industrializados de consümo di~rio. O estudo, citado por BULL e HATHAWAY (1986). divulgado em 1984, foi bastante revelador da gravidade do problema. Ao longo de 24 meses. de 1981 a 1982, o ITAL analisou urna amostra mensal de cada um dos 49 produtos comerciais de grande consumo ~ venda nos supermercados paulistas. Das 1.176 amostras analisadas, 41% continham resrduos de agrot6xicos em quantidades superiores aos limites oficiais fixados no pars.

Como mostram BULL e HATHAWAY (1986), se 41X de contamina;io geral j~ parecem elevados, a preocupaçio ~ maior quando se constata, nas v~rias tabelas do estudo, que 11 dos 49 produtos apresentaram rndices ilegais de resrduos de agrotdxicos em mais de 80% das amostras mensais. Segundo os especialistas que

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divulgaram o docum~nto ~st~s rndic~s r~pr~s~ntam um grav~ p~rigo para o consumidor brasil~iro, j~ qu~ muitos dos r~sfduos ~ncontrados são, inclusiv~, canc~rfg~nos.

Conclus5~s an~logas foram suscitadas por p~squisas d~s~nvolvidas pelo Instituto Adolfo Lutz, da S~cr~taria de Sadde do Estado d~ São Paulo, ref~rentes aos r~sfduos de agrotdxicos em alimentos (CETESB, 1984).

Em uma anilis~ de 17 amostras de leite B ~ C de quatro marcas dif~r~nt~s, comercial izadas na capital paulista, o Inst ituto constatou que todas apresentaram teores do inseticida organoclorado BHC, com um valor m~dio de 0,03 ppm, uma concentra~~o venenosa sete vezes superior ~ toler~ncia estabelecida pelo CODEX, de 0,004 ppm. O mesmo trabalho, ao analisar quatro amostras de queiJo parmesão, encontrou resfduos de BHC que variavam de 1,45 a 13,5 vezes a toler~ncia recom~ndada pelo CODEX.

As anilises de 120 amostras de carne bovina revelaram, em m~dia, o dobro da toler~ncia recomendada do mesmo agrotdxico. O Instituto Adolfo Lutz, em outro estudo citado pela CETESB, revelou que toda o leite analisado de 25 mies lactantes paulistanas continha os agrotdxicos BHC e DDT. Embora o BHC e o DDT ji tenham sido banidos da agricultura no Brasil, continuam sendo usados pelo governo nas campanhas de sadde pdblica e, seus resrduos podem durar at~ virios anos no m~io ambiente e no corpo humano, com riscos incalculiveis para expressivos contingentes populacionais em todo o pars.

Recentemente, a Secretaria de Estado da Sadde de Slo Paulo proibiu a comercializa~~o de 900 ton~ladas de batatas sob suspeita de estarem contaminadas com fungicidas ~ base d~ mercdrio. Desde 1985, portarias do Minist~rio da Sadde e do Minist~rio da Agricultura, proibem a comercializa~io de agrotdxicos ~ base de mercdrio.

Podemos concluir a partir da revisio efetuada qu~ a contamina~~o de alimentos e os agrotdxicos integram o mesmo universo quanto aos casos de intoxica~5es € aos efeitos cr6nicos sobre a sadde associados, estendendo-se apenas quanto ~ alimentos industrializados para os riscos associados ao uso d~

aditivos como corantes, estabilizantes e outros produtos da qurmica fina utilizados. Aplicam-se, portanto, as mesmas conclus5es quanto ~ inexist~ncia de registros sistematizados de casos e de sistemas de informa~5es apropriados.

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3. AS INTOXICACOES PROFISSIONAIS

De acordo com POSSAS (1987) o problema dos acidentes e das doen~as do trabalho ( estas tamb~m consideradas no ~mbito da legisla;io em vigor como "acidEntes") assumE, no Brasil, propor;6es bem mais graves do qUE as estat rst icas existentes permitem vislumbrar.

As estatrst icas oficiais, apesar do sub-registro, mostram que ocorrem no pars cerca de 3.000 acidentes do trabalho por dia, com 12 mortes di~rias.

Assim, continua aquela autora, ~ difrcil dimensionar a real extensio do problema, seu custo social e seu impacto sobre a estrutura atuarial do sistema previdenci~rio, devido ~s restriç5es impostas pela polrt ica governamental brasileira, em especial nas duas dltimas d~cadas, que levou a uma acentuada omissio na comunica;io e no registro dos eventos acidentais.

As consequ~ncias advindas destas restrições, ainda segundo POSSAS (1987), visavam alcançar, basicamente, dois objetivos estreitamente relacionados: um de natureza polrtica referia-se ~ necessidade de escamotear por meio de art ifrcios legais e entraves institucionais a comunica~io e a identifica;io dos acidentes, sobretudo, das doenças associadas ao trabalho e, o segundo, de natureza securit~ria, a tentativa de minimizar o impacto destes eventos sobre a concessio de benefrcios acident~rios no ~mbito da Previd~ncia Social, reduzindo a despesa do Sistema. As estatrsticas previdenci~rias mostram que os dois objetivos foram alcançados.

As estat rsticas oficiais do INPS, de fato, apontam para uma dr~stica reduçio das doenças do trabalho entre 1971 e 1976, de 4.050 casos (J~ extremamente sub-registrados) para 2.598 casos, apesar do expressivo aumento do ndmero de segurados no per rodo, conforme pode ser verificado na Tabela II a seguir.

A transfer~ncia para as empresas, sob a forma de conv~nios, da assist~ncia mtdica e da concessio de benefrcios aos acidentados do trabalho (31) favoreceu o sub-registro de grande parte dos acidentes, que passaram a ser resolvidos no ~mbito da prdpria empresa que, quando registrados, recebem, na maioria dos casos, a classifica;io de "sem perda de tempo".

(31) Resoluçio INPS 900.10, de 17/12/75 do Plano de Pronta A;io.

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TABElA 11

ACIDENTES DE TRABAlJI) SE6UNDO A ClASSIFICACAO - BRASIL, 1971-1986.

---------------------------------------------------------------------------------------------------SEGURADOS DA ACIDENTES ACIDENTES DO DOENCAS DO TOTAl DE

MO PREVIDENCIA TIPICOS TRAJETO TRABAlHO ACIDENTES COH OBITOS AfASTAMENTO

-------------------------------------------------------------------------------------------

197. 7.284 •• 22 1.999.672 14.512 5.937 1.221.111 2.232 1971 7.764.486 1.318.335 18.138 4.151 1.331.523 2.559 1972 8.148.987 1.479.318 23 •• 16 2.389 1.514.723 2.8t5 1973 1 •• 956.956 1.612.517 28.395 1.784 1.632.969 3.122 1974 11.537 •• 24 1.756.649 38.273 1.838 1.796.761 . 3.764 1975 12.996.796 1.869.689 44.317 2.191 1.916.187 3.942 1976 14.945.489 1.692.833 48.394 2.598 1.743.825 3.911 1977 16.589.615 1.614.751 4.445 1978 18.5M .... 1.497.934 48.551 5 •• 16 1.551.511 4.342 1979 22.436.153 1.388.525 52.279 3.823 1.444.627 4.673 1981 23.782.216 1.414.531 55.967 3.713 1.464.211 4.824 1981 24.448.118 1.215.539 51.772 3.214 1.27 •• 465 4.818 1982 21.668.221 1.117.832 57.874 2.766 1.178.472 4.496 1983 22.562.3.1 943.11. 56.989 3 •• 16 1 ••• 3.115 4.214 1984 25.165.414 911.238 57.154 3.283 961.575 4.518 1985 25.616.5M 1 •• 1 •• 34. 63.515 4.tt6 1 •• 77.861 4.384 1986 27. 479.5tt 1 •• 79 •• 15 69.545 5.921 1. 154.48t 4.578

------------------- ---------------------------------------------------------------

FONTE: IMPS, Estitisticis de Beneficios, 1987 <Iileo). Extraída de POSSAS (\','39).

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::::7

Ao transferir para as empresas ( Lei 6.367176) a responsabilidade pelo pagamento dos 15 primeiros dias .pds o acidente, o INPS passou a assumir somente apds o 160. dia, caio o trabalhador nio retorne ~ ativ(dade (32).

Ainda segundo POSSAS (1987), a lei E.'m ;vigo":, rE'present 01.1 um retrocesso tanto no que se refere ao conce Ho de doença do tr'abalho, quanto à limitação de vár' i os ben~f rc i os previstos na lei anter' i or.

Na lei 5.316, de 14/09/67, as doenças do trabalho era a categoria mais geral, onde as doenças profissionais SE incluiam, apesar da limitaç~o colocada pela necessidadE de comprovaç~o do nexo causal. Já na Lei 6.367/76, em vi~or, o conceito de doença do trabalho acaba se restringindo ;ao de doença profissional, onde a possibilidade de comprovação do ne~o causal tornou-se uma situaç~o excepcional.

Por~m a situação se agrava ainda mais' quanao verificamos que não fazem parte das estatrsticas oficiais os acidentes do mercado informal, da área rural, os aut8nomcs, os empregados dom~st i cos e, frequent ement e, os ac i den.t es 'ocbrr i dos no prdpr io mercado formal. O nllmero de trabalhador:es $egurad~s pela Previdtncia atingiu 27.479.500 trabalhadores em 1986, enquanto que a população economicamente at iva (PEA)', foi est imaBa em 65 m i I hões de pessoas, ou sej a em t orno de 42% 'apenas da PEA ~ coberta pela Previdtncia. E, ainda mais, o setor industrial que abriga aproximadamente 22% da PEA, responde por .80% das notificaç5es de acidentes do trabalho, fatos que reforçam a te~E do sub-dimensionamento do problema em nosso pa(s(TEMiA­RADIS,1987).

O Guadro 1 a seguir enumera os agentes patogtnicos que caracterizam as doenças profissionais ou do trabalho, definidos pelo Decreto 79.037, de 24/12/76, estabelecendo o seguinte: "a doença profissional ou do trabalho estará caracterizada ~uando, diagnosticada a intoxicaç~o ou afec~~o, se verLficar:que o empregado exerce at i v i dade que o e),:põe ao respe;ct i ,,"o . aSEnt e patogtnico, constante deste quadro".

(32) Uma parte considerável dos acidentados, de acordo com as estat(st icas do INPS, leva menos de 15 dias pata retotnar~ao trabalho, o que estimula a omiss~o da comUnic~~~o dos acidentes pelas empresas, que sio resolvidos em seus prdprios ambulatdrios.

l ;

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QUADRO i

AGENTES PATOGENICOS QUE CARACTERIZAM AS DOENÇAS PROFISSIONAIS OU DO TRABALHO (DECRETO-LEI 79037 de 24.12.76)

i. Al'"s~nicc:) 2. Asbesto 3. Benzeno, SEUS homólogos ou seus derivados

nitl'"osos e aminados 4. Berrlio 5. 81'"0mo 6. Cádmio 7. Chumbo 8. Clol'"o 9. Cl'"omo i0.Fluol'" 1i.Fósfol'"0 i2.Hidrocarbonetos da s~rie Graxa (derivados

halogenados) i3.Iodo 14.Mangan~s 15. Mel'" C li I'" i o i6.Monóxido de Carbono i7.Srlica ia.Sulfeto de Carbono i9.Alcatl'"io, Breu, Betume, Hulha Mineral,

Pal'"afina ou produtos I'"esiduais destas slJbst ~nc i as

20.Pl'"essio Atmosf~l'"ica 21.Radia,ões Ionizantes

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As poeiras em suspensio nos ambientes de trabalho provocam duas conhecidas doenças pulmonares ocupacionais, a silicose, provocada pela aspiração de poeiras de srlica (presente na mineração do carvão, do cobre, na fabricação de cer~micas, louças, vidros, etc.) e a asbestose, provocada pela aspiração das fibras ou pó de asbesto ou amianto (util izado na ind~stria t~xt il, de tintas de autopeças,etc.). As doenças pulmonares ocupacionais, em geral, sio irreversrveis e se evidenciam entre 30 e 45 anos. Apresentam um custo social elevado pela diminuição da capacidade produt iva e de vida de seus portadores (RIBEIRO & LACAZ, 1984).

As doenças profissionais mais comuns entre o trabalhadores da ind~stria qurmica são as contaminaç5es, a surdez e as dermatoses. O Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas da Sadde e dos Ambientes de Trabalho ( DIESAT ) realizou, um levantamento em conjunto com a Secretaria de Sadde do Estado de são Paulo, constatando que 6 mil entre os 40 mil trabalhadores da inddstria qurmica de Santo Andr~ estão sujeitos ~ contaminação de produtos como chumbo, mercdrio, cidmio e de solventes como benzeno e xileno. Um caso de leucemia por exposiç~o prolongada ao benzeno foi registrado (33).

! importante ressaltar que a presença dos agentes patog~nicos nio se limita ao ambiente ocupacional. Por exemplo, no caso do merc~rio, que al~m ser ut ilizado na ind~stria ~ tamb~m usado indiscriminadamente nos garimpos de ouro, na agricultura, contaminando não somente os trabalhadores diretamente expostos, mas o meio ambiente (solo, igua, peixes, etc.), afetando, portanto, a população em geral.

A ocorr~ncja de doenças profissionais, em nosso pars, segundo as estatrsticas oficiais ( Tabela 11) ~ extremamente baixa, fenemeno este comum a outros pa(ses em desenvolvimento. A sua incid~ncia, em torno de 1 a 2 casos em cada 10 mil trabalhadores, por ano, estaria - se fosse real - entre as mais baixas do mundo. Em pa(ses deienvolvidos, a incid~ncia anual esti em torno de 40 a 60 casos em cada 10 mil trabalhadores. Para MENDES (1986> ocorre tanto a falta de diagnóstico quanto o sub­registro.

Segundo este autor o fato das doenças profissionais não ocorrerem na população em geral, ~ um dado suficiente para se afirmar que a sua ocorr~ncia se deve ~s condiç5es de trabalho, ou pelos ambientes e/ou pelos processo de produção, sendo, portanto, evitiveis a exemplo do que vem ocorrendo em parses desenvolvidos.

(33) NDoen;as Profissionais u, in Gazeta Mercantil, 18/04/89.

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SCHILLING, citado por MENDES (1986), classifica as udoen~as relacionadas com o trabalhou em trts categorias: 1. trabalho como causa necessária (para nós doenças profissionais); 2. trabalho como fator causal contributivo, mas nio necess~rio, e 3. trabalho como provocador dE um distJrbio latente, ou agravador de dOEnça j~ Esta~Elecida. Para o autor as doen~as pertencentes a categoria 1 podem SEr controladas com relativa facilidade por um Servi~o de SaJde Ocupacional competente, dirigido ao ambiente de trabalho, aos fatores individuais predisponentes e aos fatores comportamentais do trabalhador. Cita, como exemplo, a Experitncia britlnica no controle e preven~ão de doenças profissionaisN

Quanto as doenças da categoria 2, SCHILLING entende que o U risco ocupacional pode ser eliminado pela combina~~o da vigillncia de saJde e controle ambiental, que sio por si sós, os elementos b~sicos de uma boa pr~tica da SaJde Ocupacional u

Assim, cont inua MENDES, o termo Ndoen~as relacionadas com o trabalhoU que vem sendo util izado com frequtncia cada vez maior inclusive pela própria OMS, est~ sendo empregado para se referir ~s doenças relacionadas com o trabalho que n~o as doenças profissionais, isto ~, as que correspondem ~s categorias 2 e 3 dE SCHILLING.

Segundo MENDES, das v~rias formas de classificar os desvios da sadde relacionados com o trabalho a mais utilizada ~ a que os agrupa em: efeitos a curto prazo ou U agudos N, onde se inclui os acidentes de trabalho (tipo) e as intoxica~6es agudas de origem profissionais; e efeitos a m~dio e longo prazo ou "cr6nicos". As intoxica~5es agudas de origem profissional, sio tipicamente exemplicadas pelas intoxicaç5es por agrotóxicos, cujos programas de vigilAncia epidemiológica desenvolvidos, recentemente, em nosso pars, revelam que o problema atinge dimens5es alarmantes, extrapolando os limites da SaJde Ocupacional, entrando no campo da Sadde Ambiental (34).

No caso das doenças profissionais decorrentes de intoxica~io cr6nica, as manifesta~5es clrnicas costumam aparecer muito tempo após o trabalhador ter sido exposto aos agentes causais.

o SNITF registrou, conforme pode ser verificado no item 2 do Cap.IV, em 13 Centros de Controle de Intoxica~6es, 1.542 into>:ica~ões profissionais, em apenas 9 Estados, no ano de 1986.

(34) Ver item 1. Intoxicaç5es por Agrotóxico~.

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,oI .': ...... 1.

Um estudo real izado pela FUNDACENTRO, no Hospital Vital Brazil, no ano de 1983, revelqu que 11.4X do total dos atendimentos de acidentados por animais peçonhentos foram caracterizados como acidentes do trabalho (35).

As intoxica,5Es profissionais afEtam o sistEma nErvoso central, particularmente as funç5es ps(quicas,e tem sido descritas a nrvel experimental e cl(nico-epidemiológico. NestE grupo estio inclu(dos o chumbo, o monóxido de carbono, o sulfeto de carbono, os pesticidas organofosforados e organoclorados, o mercdrio, os efeitos agudos causados pela inala;io de solventes clorados e arom~ticos, o estireno

No grupo das doenças em que o trabalho ~ fator contributivo (categoria 2 da classifica;~o de SCHILLING) e as que o trabalho ~ provocador ou agravador de distdrbios ou de doenças pr~-existentes ( categoria 3 de SCHILLING) MENDES cita a hipertens~o arterial, as doenças respiratórias crBnicas, as doenças do aparelho locomotor, os distdrbios mentais e stress, cujos crittrios de escolha levaram em conta a frequfncia ( as causas mais comuns de morbidade) e o fato de que algumas delas constituem tamb~m causa importante de incapacidade.

Podemos concluir que t crrtica a situa;io dos acidentes e doenças profissionais no Brasil, merecendo, portanto, um tratamento priorit~rio e a curto prazo pela absurda omissio detectada a n(vel das fontes de dados e de registro de informações dispon(veis.

Uma grave lacuna t a inexistfncia no pa(s de sistemas de vigillncia epidemiológica nos ambientes de trabalho e que t em grande parte decorrente da n~o integraçio dos serviços de sadde e dos serviços de engenharia e segurança do trabalho. Esta situaç~o t consequfncia da omissio governamental e de uma excessiva defesa de interesses corporativos por grupos de engenheiros e de m~dicos.

(35) Ver item 5. Envenenamentos provocados por acidentes com animais peçonhentos.

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4. INTOXICACOES MEDICAMENTOSAS

Os dados disponrveis, no pars, a respeito das intoxica~5es por consumo de medicamentos se restringem, basicamente, aos casos registrados pelos Centros de Informa~5es Toxicológicas, descritos na introduç50 e no cap(tulo IV do presente trabalho. Sabe-se que fatores como a grande extensio da pr~tica da auto-medicaç5o, a frequtncia elevada de condutas m~dicas inadequadas e, em menor escala, problemas de qualidade relacionados ~ produçio, conservaçio e manipula~io dos medicamentos elevam consideravelmente o n~mero de casos e o n~mero de óbitos em nosso pars.

As estatrsticas do Centro de Controle de Intoxicaç5es (CCI) do Jabaquara (Graff, 1986), na regiio metropol itana de Sio Paulo sio bem ilustrat ivas desta situaçio. Neste Centro, os medicamentos constituem a primeira causa de intoxica~6es acidentais e volunt~rias (44% em 1984) em todas as faixas et~rias, variando ligeiramente a frequfncia conforme a idade. Dos medicamentos, a intoxicaçio mais frequente ~ devida aos psicof~rmacos (37,8%). Tais medicamentos, com atividade depressora do sistema nervoso central, situam-se entre as drogas mais receitadas em todo o mundo para tratamento de ansiedade, dist~rbios neurológicos e psiqui~tricos. Dada esta difusio do uso muitas vezes indiscriminado, elevam-se os riscos da intera~~o destas drogas, frequentemente associadas entre si, al~m de sua associaçio com outras classes de medicamentos e com bebidas alcoólicas.

! interessante notar que esta proporçio de por medicamentos no CCI-SP ~ semelhante ~ de Quebec do Cairo (41,5%), distanciando-se contudo de parses (16,8%), por raz5es que o autor identifica como sócio-cultural.

intoxica~5es (58,6%) e ~ como o Japio de natureza

As estatrsticas do SNITF ainda que prec~rias, revelam que as intoxicaç5es por medica~entos apresentam-se ~ frente das principais classes de produtos envolvidos, chegando no ano de 1983 a 4.886 casos, que correspondem a 33% do total dos casos de intoxicaç5es registrados no pars e, em 1985, com 5.262 casos, ou seja, em torno de 20% do total (vide item 2 do Cap. IV).

Em alguns Centros de Informaç5es Toxicológicas, como Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasrlia e o já mencionado CCI da cidade de Sio Paulo, as intoxicaç5es por medicamentos octipam o primeiro lugar, como pode ser verificado no item 2 do Cap.IV.

Segundo a Associaçio Brasileira das Ind~strias Farmactuticas (ABIFARMA) cerca de 80 milh5es de pessoas sio adeptos da automedicaçio e se a ind~stria farmactutica fatura, anualmente, em torno de 2 milh5es de dólares, 1,2 milhio de dólares sio provenientes da venda de rem~dios sem receita m~dica.

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REcEntEmEntE a CEntral dE MEdicamEntos (CEME), do Minist~rio da SaddE, lançou a campanha nacional, UAntEs de se mEdicar procurE um m~dico. ! o melhor Rem~diou, visando diminuir a gravidadE do problEma da automedicaç~o no pa(s (36).

Tamb~m para este grupo de problemas registra-se a enormE prEcariEdadE das fontes dE dados E das informa;SEs dispon(vEis no pa(s. EntrEtanto, cabE ressaltar a a;io potEncial dos CEntros locais dE informaç6es, como podEmos dEPrEEndEr das EXPEritncias posit ivas ExistentEs, como a VErificada na rEgiio mEtropolitana dE Sio Paulo, onde o CCI indica claramentE o peso ExprEssivo qUE os mEdicamEntos podEm assumir como causa de intoxica;io.

(36) uSaddE combatE os Riscos da AutomEdica;iou , Brasil,28/09/89.

in Jornal do

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5. ENVENENAMENTOS PEÇONHENTOS

PROVOCADOS POR ACIDENTES

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COM ANIMAIS

A partir d~ Junho d~ 1986 o Minist~rio da Sadd~. atrav~s da Portaria n.325/GM. incorporou ~s at ividades da Secretaria Nacional de A~6es Baiicas dE SaddE (SNABS) o controlE dos acid~nt~s ofrdicos ~m todo o T~rritório Nacional (SNABS/MS.1987).

Tal m~dida tornOU-SE n~c~ss~ria d~vido a crisE ~m 1983. quando o Laboratório Synt~x qu~ fabricava ampolas anuais. susp~nd~u suas atividad~s no Brasil. v~rdadEira cris~ na of~rta d~ soros anti-v~n~nos.

d~tonada

300 mil provocando

A d~manda nacional passou ~ntio a s~r at~ndida p~los laboratórios oficiais, Inst ituto Butantan (SP), Inst ituto Vital Brazil (RJ) ~ a Funda~~o Ez~qui~l Dias (MG) Diant~ da incapacidad~ d~st~s tr~s laboratórios d~ atEnd~r satisfatoriam~nt~ o m~rcado o Minist~rio da Sadd~ d~finiu, ~m 1985. uma ~strat~gia qu~. no Ambito do Programa dE Autosufici~ncia em Imunobiológicos. proporcionaria uma aplicaçio maciça de recursos financ~iros d~ modo que atendess~ a d~manda estimada em torno de 500 mil ampolas anuais (SNABS/MS, 1988). Assim no per rodo de 1985-1988 foram transferidos r~cursos da ord~m de US$ 14.7 milh5es de dólar~s ~queles tr~s laboratdrios (Diniz,1989 )

Ao m~smo t~mpo o Minist~rio da Sadd~ d~tErminou qu~ toda a produ~io dE soros dos tr~s laboratórios fosse repassada ~s Secretarias dE Sadde qUE passaram a SE rEsponsabilizar PElo atendimento ~s vrt imas.

Como resultado dessas medidas, atualmente. no Estado dE sio Paulo 80 municrpios contam com unidades aptas a prestarem assist~ncia m~dica imediata E gratuita aos acidEntados ~, no Estado do Rio d~ Jan~iro, j~ foram instalados 34 polos de atendimento, distribuidos p~las'regi5~s onde ocorrem maior ndmero de acident~s por animais pe~onh~ntos.

Os ofrdios exist~m ~m todas as regi5es do pars. variando apenas as suas esp~cies e os acid~nt~s provocados p~lo gfnErO Bothrops ( Jararaca, urutu. jararacu~u) ocupam o prim~iro lugar.

A seguir apresentamos o ndmero de casos d~ acident~s com animais peçonhentos, no per rodo de junho a dezembro de 1986 e para o ano de 1987, enviados pelas Secretarias Estaduais de Sadde ~ SNABS. que incorporou ~s suas at ividades, a partir dE junho de 1986, o controle dos acidentes ofrdicos em nosso pars (Tabela 111).

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TABELA 111

NUMERO DE CASOS E COEFICIENTES DE INCIDCNCIA DE ACIDENTES OFIDICOS POR REGIAO. BRASIL, 1986CJUNHO A DEZEMBRO> E 1987.

COEFICl[NT[ NUMERO DE CASOS ABSOl_UTOS

1986 1987 (Jun.Dez.>

PERCENTUAL /1.000 HAB. r~EGIõES 1986 1987 1986 1987

(Jun.Dez.) <Jun.[)ez.)

NORTE '::-'·)'1 ...Jc..c.. 1864 6.1 8 -, • I 7.0 24.5

NORDESTE 2091 4310 24.4 ~~0. 1 5. ~1 10.8 SUDESTE 3676 9291 42.9 43.3 6.1 15.3 SUL 1269 3079 14.8 14.3 6.1 14.7 CENTRO-OESTE 1016 2919 11.8 13.6 11.0 31.0 -----------------------------------------------------------------T O T A L 8~;74 21463

FONTES:DIPLAN-/SNABS/MS.1987 SNABS/MS.1989

100.0 100.0 6.3 1 c- ",. ...J • ...J

A re9iio Sudeste conforme mostra a Tabela 111 respondeu por 43% dos casos notificados, no per(odo de Junho de 1986 a dezembro de 1987. mas ~ na regiio Centro-Oeste qUE o risco dE acidentes ofidrcos ~ maior ( 31 por 100 mil habitantes em 1987), seguida pela regiio Norte.

TABELA IV NUMERO DE OBITOS E ACIDENTES OFIDICOS (JUNHO A DEZEMBRO)

COEFICIENTES DE MORTALIDADE POR SEGUNDO REGI~O. BRASIL. 1986

e 1987.

NUMERO DE OBITOS REGI'OES ABS. %

1986 1987 1986 1987 (JUN.DEZ.> (JUN.DEZ.>

NORTE 10 16 11.9 13.6 NORDESTE 41 50 48.8 40.7 SUDESTE 17 21 20.2 17.1 SUL 04 17 4.8 13.8 CENTRO--OESTE 12 19 14.3 15.4

COEF. MORTALIDADE (POR 1.000.000 HAB.>

1986 1987 (JUN.DEZ.>

1.3 2.1 1.0 1.2 0.3 0.3 0.2 0.8 1.3 2.0

-----------------------------------------------------------------T O T A L 84 123 100.0

FONTES: DIPLAN-SNABS/MS.1987 SNABS/MS.1989

100.0 0.5 0.9

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Verifica-se na Tabela IV que a regiio NordestE contribuiu no per rodo de Junho a dezembro de 1986 com 41 dbitos (48.8%) e. no ano de 1987. com 50 dbitos (40.7%). No entanto ~ nas regiEes Norte e Centro-Oeste que se encontram os maiores coeficientes de mortalidade. 1.3 por um milhio dE habitantes em 1986 e 2.1. Em 1987.

TABELA V

OBITOS OCORRIDOS POR ACIDENTES OFIDICOS SEGUNDO REGI~O. BRASIL. 1979 - 1983.

ANO TOTAL 1979 1980 1981 1982 1983

REGIOES NRO.

NORTE 37 28 33 32 48 178 14.1 NORDESTE 42 60 48 48 55 253 20.0 SUDESTE 93 113 96 84 87 473 37.4 SUL 30 21 18 27 21 117 9.3 CENTRO-OESTE 59 47 46 46 44 242 19.2

T O T A L 261 269 241 237 255 1263 100.0

FONTE: MS/SNABS/DNE - SISTEMAS DE INFORMAÇOES SOBRE MORTALIDADE EXTRAIDA DE BELLUOMINI et alI i. 1987 a.

A Tabela V mostra a evoluçio do ndmero de óbitos decorrentes de acidentes ofrdicos no per rodo de 1979 a 1983. Verifica-se que a regiio Sudeste OCUPQU o primeiro lugar em todos os anos considerados. contribuindo. no per rodo • com 473 dbitos (37.4%). mas a partir de 1986 ( nio dispomos dos dados de 1984 E 1985) a regiio Nordeste assume a primeira posiçio (Tabela IV). Tal fato poderia ser explicado por uma melhoria no atendimento E uma cobertura maior no registro dos casos.

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TABELA VI

NUMERO DE CASOS DE ACIDENTES OFIDICOS SEGUNDO FAIXA ETARIA. BRASIL. 1986 (JUNHO A DEZEMBRO) E 1987.

CASOS NUMERO DE CASOS ABS.

FAIXA ETARIA 1986 (JUN.DEZ.)

1987 1986 1987

< - 1 07 1 - 4 230 5 - 14 1632

15 - 24 2289 25 - 49 3076

> 50 1121 IGNORADA 219

T O T A L 8574

FONTES: DIPLAN-SNABS/MS. 1987 SNABS/MS.i989

(JUN.DEZ.)

09 0.1 0 484 2.7 2. ~1

3973 19.0 18.5 5665 26.7 26.4 7975 35.9 37.2 2836 13.1 13.2

521 2.5 2.4

21463 100.0 100.0

A Tabela VI mostra que a faixa et~ria de 25 a 49 anos respondeu por mais de 35% dos casos notificados. Se considerarmos a faixa de 15 a 49 anos este percentual chega a 63%. faixa onde se situa a for~a de trabalho do pa(s.

TABELA VII

NUMERO DE CASOS DE ACIDENTES OFIDICOS POR REGI~O SEGUNDO SEXO. BRASIL.1986 (JUNHO A DEZEMBRO) E 1987.

S E X O REGIOES TOTAL

MASC. % FEM. % N~O INF. /.

-----------------------------------------------------------------NORTE 2386 1969 83 NORDESTE 6401 4517 71 SUDESTE 12967 9418 73 SUL 4348 3226 74 CENTRO-OESTE 3935 3104 79

T O T A L 30037 22234 74

FONTE:ADAPTADA de SNABS/MS. 1989.

414 17 1548 24 2538 19 1117 26

823 21

6440 21

03 336

1011 05 08

1363

0 5 8 0 0

",. .... !

Na Tabela VII acima verifica-se que o sexo masculino respondeu por 74% dos acidentes ofrdicos ocorridos no per rodo dE Junho de 1986 a dezembro de 1987.

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o estudo de BELLUOMINI, WAKAMATSU, LUCAS e CARDOSO (1987a) baseado na an~l ise de 2757 prontu~rios, relat ivos aos atendimentos de acidentados por animais peçonhentos do Hospital Vital Brazil no ano de 1983, revelou a ocorrlncia de 561 casos (20.3%) provocados por picadas de cobras, 1136 (41.2%) casos dE aranErsmo E 390 (14.1%) casos dE escorpionismo. Os demais 670 (24.4%) foram atendimentos de casos de picadas de abelhas, outros insetos, dermatites por taturanas, etc.

Os autores em outra publica~io (1987b) procuraram evidenciar atrav~s de apurada anil ise das circunstlncias em que os acidentes ocorreram e das profiss5es que apresentaram maior ndmero de acidentes, os casos que pudessem ser caracterizados como acidentes de trabalho. Os resultados revelaram que 11.4% (314 casos) do total dos atendimentos foram classificados como acidentes de trabalho, ou seja, 135 (24%) casos de ofidismo, 131 (11.5%) de picadas de aranha e 48 (12.3%) de escorpionismo (Tabela VIII).

TABELA I,,lIII

PROCEDtNCIA DOS ACIDENTES DE TRABALHO.

ARANEISMO ESCORPIONISMO OFIDISMO

GRANDE Si?!tO PAULO OUTROS MUNIC!PIOS OUTROS ESTADOS

T O T A L

88 42 01

131

FONTE:BELLUOMINI et AI i i, 1987 b.

32 16

48

66 66 03

135

TOTAL

186 124

04

314

As profiss5es que envolveram maiores riscos, segundo os mesmos autores, nos casos de ofidismo foram os lavradores; de picadas de aranhas as profiss5es ligadas a lavoul a, manuseio e com~rcio de bananas e construçio civil e, nos casos de escorpionismo os operirios da construçio civil.

Dando continuidade a esta linha de investiga~io a FUNDACENTRO vem realizando Junto ~s Regi5es Administrativas de Sa~de do Estado de Sio Paulo um levantamento baseado em 2 milh5es de interna~ões ocorridas no anó de 1983, objetivando a identifica~ão de acidentes de trabalho entre os casos ocorridos com animais pe~onhentos. Segundo Belluomini (1987a), pesquisador da FUNDACENTRO, H o levantamento, que se encontra em fase de digita~io, permit iri, atrav~s do conhecimento de seus dados, a apl icaçio de polrt icas preventivas no trabalho rural H (pag.8).

fonte dE informação Outra peçonhentos ~ Farmacol6gicas ( dados do SNITF

o Sistema Nacional SNITF ) da Funda~ão

a s i n t 0:-: i c a ç 5 E~,

sobre acidentes com animais de Informaç5es Tdxico­Oswaldo Cruz. Segundo os acidentais por animais

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peçonhentos aparece como uma das primeiras causas no conjunto das intoxicaç5es notificadas PElos. Centros de Informaç6es Toxicológicas, local izados na maioria dos Estados (ver item 2 do Cap.IV).

A Tabela IX a seguir mostra o ndmero de casos notificados PElos Centros vinculados ao SNITF, nos anos de 1985 a 1987. Ao compararmos os dados referentes ao ano de 1987 apresentados pela SNABS (Tabela 111) E pelo SNITF (Tabela IX), verificamos que a SNABS registrou um ndmero bastantE superior (21.463 casos) ao do SNITF (6.529 casos).

TABELA IX

NUMERO DE CASOS NOTIFICADOS DE INTOXICAÇOES ACIDENTAIS POR ANIMAIS PECONHENTOS SEGUNDO REGIAO.

BRASIL, 1985-1987.

CASOS-ANOS NUMERO DE CASOS NOTIFICADOS

REGIOES 1985 1986 1987

NORTE NORDESTE 1042 1677 991 SUDESTE 1499 1011 1065 SUL 1738 3385 3201 CENTRO-OESTE 378 1006 1272

T O T A L 4657 7079 6529

FONTE:ADAPTADO DOS DADOS DO SNITF/FIOCRUZ/MS,1985,1986,1987.

At~ 1987, 23 Centros de Informaçio Toxicoldgica estavam em funcionamento no pars. Atualmente existem 28 Centros, assim distriburdos: trts na Regiio Norte, nos Estados do Amazonas, Par~ e Rond6nia, im~lantados em 1989; seis na Regiio Nordeste, nos Estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Pararba, Maranhio e Cear~; dez na Regiio SudEste, nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro (dois Centros) e Sio Paulo (sete Centros); cinco na Regiio Sul, nos Estados de Santa Catarina, Paran~( trts Centros} e Rio Grande do Sul; trts na Regiio Centro-Oeste, nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goi~s e um no Distrito Federal.

Uma fonte importante de dados, o Sistema SINTESE (Sistema Integrado de S~ries Histdricas) da Empresa de Processamento de Dados do Minist~rio da Previdtncia e Assisttncia Social (DATAPREV), devido a abrangtncia da categoria E 520 Acidentes devido a Fatores Naturais e Ambientais (correspondtncia na CID E 900-E 909 },conforme pode ser verificado no Anexo 4, nio possibilita verificar o ndmero de interna~6es real izadas no pars por intoxicaçbes acidentais com animais peçonhentos.

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50

Resumidamente podemos dizer que a recente melhoria no registro de casos de envenenamentos .provocados por acidentes com animais peçonhentos verificada a part ir de 1986/1987. decorreu da centralizaçio do controle desses acidentes a nrvel do Minist~rio da Sadde. atrav~s da SNABS. Este controle. por sua vez, foi cOnSeqUEnte ~ crise na produ;io de soros ant i-vEnenos que SE iniciou em 1983 e que obrigou a introduçio de medidas pol(t icas importantes e que resultaram em aç5es planejadas e coordenadas visando a produçio desses insumos pelos laboratdrios nacionais oficiais, sd poss(veis com a introduçio de maior precisio na coleta e tratamento das informa;5es referentes aos acidentes. Esta maior precisio. por sua vez, evidenciou o grande sub­registro de casos pelo SNITF. ! prov~vel que esta diferença decorra do fato do SNITF contemplar registros de casos que sio espontaneamente notificados ao sistema. enquanto que para a SNABS a fonte de dados principal dessa morbidade especrfica sio as estatrsticas enviadas pelas Secretarias Estaduais de Sadde E que incluem registros hospitalares.

E importante ressaltar a paradoxal situa;io encontrada na principal fonte de dados hospitalares do pars - SINTESE - qUE trabalha com classificaçio e nrvel de agregaçio dos dados qUE torna impossrvel. pelo menos para simples usu~rios. a identificaçio dos casos de acidentes com animais peçonhentos na rede contratada de servi;os. Outra constataçio ~ a auslncia dE integra;io entre as diversas fontes: SNABS. SNITF. FUNDACENTRO E DATAPREV.

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6. CONSUMO VOLUNTARIO DE TOXICOS

6.1. TABAGISMO

SEgundo a OMS (1989) um dos h~bitos mais nocivos para a sa~dE dos jovEns ~ o consumo do tabaco, qUE cont~m a nicotina, substAncia tÓxica. A popula;io dE 15 a 24 anos no mundo aumEntou, EntrE 1960 E 1980, em 66%, EnqUanto qUE a popula~io mundial aumEntou Em 46% no mEsmo PEr(odo. DE cada cinco JOVEns, quatro viVEm Em pa(sEs Em dEsEnvolvimEnto. A longo prazo o consumo dE tabaco lEva a PErto dE 90% dos cAncErEs do pulmio, 30% dE todos os Óbitos por cAncEr, 75% dos casos dE bronquitE cr8nica E EnfiSEma E 25% dos casos dE dOEn~as cardiovascularEs.

O tabagismo EntrE os do mundo E Est~ aumEntando sobrEtudo EntrE as mulhErEs. A mais cEdo o indiv(duo inicia o

JOVEns ExistE Em todas as rEgiBES nos pa(sEs Em dEsEnvolvimEnto, EspEran~a dE vida ~ mEnor quanto

consumo do tabaco: 8 anos a mEnos SE comE~a aos 15 anos E 4, SE aos 25 anos. NOVEnta por CEnto dos fumantEs comE~aram antES dos 19 anos (OMS,1989).

Ainda sEgundo a OMS (37) Em torno dE 1/3 das mortES por EnfErmidadEs provocadas dirEtamEntE PElo cigarro corrEspondEm ao sexo fEminino. Brasil, Bolrvia E M~xico Estio EntrE os parsEs Em dESEnvolvimEnto com o maior n~mEro dE mulhErEs fumantEs E o Uruguai E o ChilE figuram EntrE os 15 parsEs Em qUE as mulhErES fumam mais qUE os homEns. O rndicE dE mortalidadE fEminina por cAncEr dE pulmão aumEntou mais dE 200% dESdE os anos 50, sUPErando o cAncEr da mama Em alguns parsEs (Japio E EscÓcia). O cigarro aliado ao uso dE prlula anticonCEPcional Exp5E a mulhEr a EnfartEs E acidEntEs vasculares cerEbrais, como anEurismas, trombosEs E co~gulos. A mulhEr fumantE al~m dE candidata potEncial ao cAncEr dE colo do ~tEro, aprEsEnta mEnopausa prEcocE E diminui~io da fEcundidadE. DurantE a gravidEz o Óxido dE carbono E a nicotina contaminam o bEbI qUE naSCE com insuficilncia rEspiratÓria E PESO mEnor do qUE o dE miE nio­fumantE; as mulhErEs fumantEs aprEsEntam uma maior incidlncia dE abortos E dE mortalidade nEonatal.

Embora o cigarro, maconha E cocarna criEm igualmEnte dEPEndlncia frsica, o qUE varia sio os rEsultados E, por Esta razio, o tabagismo nio ~ usualmEntE considErado EntrE as toxicomanias. O cigarro nio altEra o Estado mEntal nEm as rEla~5Es sociais do fumantE (ningu~m morrE dE OVErdOSE, nEm prEcisa SEr intErnado para supErar os EfEitos de sua falta). NOVEnta E cinco por CEnto das pEssoas qUE qUErEm parar dE fumar conSEguEm, ao contr~rio do qUE SE constata na dEPendtncia da cocarna E hEro(na(38).

----------(37) HCigarro causa 1/3 das MortES de MulhErEs u

, in Jornal de Brasil 01/06/89.

(38) uMEcanismo do Vrcio ~ Igual ao da Maconha u , in Folha dE São Paulo, 01/07/89.

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Os p~incipais efeitos negat ivos do tabaco sob~e a sa~de do indivrduo se manifestam na idade adulta. No mundo todo, dE 2 a 2,5 milh5Es dE pessoas - direta ou indirEtamEntE - morrem prematuramente po~ causa do fumo, o que rep~esenta uma morte a cada 13 segundos. De acordo com estat rst icas da ComunidadE EconBmica Europ~ia (CEE) morrem, anualmente, de doenças provocadas pelo ciga~ro 440 mil europeus (a metade de clncEr)(39).

Alguns parses (Estados Unidos, Gri-Bretanha, Su~cia, França) imp5em restri;5es tanto ao consumo quanto ~ publicidade.

Os Estados Unidos implantaram h~ vinte anos advertfncia contra o fumo nos maços de cigarro; a CEE, recentemente, tornou obrigatório advertincias mais duras como uFumar causa Clncer u , ou U o Fumo Mata U; a Noruega, em 1988, adotou uma lei que proibe o fumo em luga~es p~blicos, medida que p~ovocou uma ~edu;io do consumo e que causou um p~ejurzo aos fab~icantes de tabaco e ao gove~no de 20 milhões de dóla~es.

No B~asil, somente em 1988 foi baixada uma Po~ta~ia que ob~iga a inse~;~o nos ma;os de ciga~~os da f~ase: uO Minist~rio da Sa~de adve~te: Fuma~ ~ P~ejudicial ~ Sa~deu. O B~asil ~ o sexto maio~ me~cado de fumantes do mundo; após a campanha antitabagista int~oduzida em 1988, o consumo de ciga~os caiu 2%; essa campanha tem po~ objetivo ~eduzi~ at~ o ano 2000 em 30% o contingente de 47 milh5es de b~asilei~os fumantes. Essa diminui;io tem implica;5es negativas pa~a os lucros da multinacionais, que tfm um peso econemico importante no pars, emp~egando 2.4 milhões pessoas (40).

Os impostos pagos pela inddst~ia de cigarros, sio via de regra, em todos os parses, uma importante fonte de receita para o governo. Segundo o Relatório da Associa;io Brasileira da Inddstria do Fumo, em 1988, a produ;io nacional at ingiu 157.9 bilh5es de cigarros, contribuindo com vultosas quantias em impostos (41).

A queda no consumo de cigarros entre brasileiros parece estar estreitamente ligada ~ campanha contra o fumo, seguindo padrio semelhante ao verificado nos EUA.

No Brasil, publicidade vincula Uglamouru ao h~bito de fumar e as ind~strias patrocinam eventos nas ireas esportivas E cultural (Hollywood Rock, Rali Camel, Carlton Dance, etc.).

(39) UCigarro causa 1/3 das Mortes de Mulheres", in Brasil, 01/06/89.

(40) "Cai o Mercado de Cigarros", in Gazeta Mercant il, (41) "Cigarro causa 1/3 das Mortes de Mulhe~es", in

8rasil, 01/06/89.

Jornal do

02/12/89. Jornal do

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53

Em 1986, foi registrado o recorde de 168,9 bilh5es de cigarros (ano do Plano Cruzado 1). SEgundo a ABIFUMO o declrnic da produçio no per rodo dE 1980-1985 deveu-se, principalmente, ~ queda do poder aquisitivo dos consumidores (reajustes salariais inferiores ~ infla~io). A ABIFUMO contesta que a contrapropaganda e a legisla~io contribuam para diminuir o consumo. Novas marcas de cigarros sio lançadas no mercado para acompanhar as fases crcl icas do poder aquisit ivo dos fumantes (42).

Nos Estados Unidos o fumante j~ ~, hoje, considerado Hum cidadio de segunda classe" e segundo pesquisa da American Management Association, at~ 1995, 7.3% das empresas americanas deixario de contratar fumantes. Hoje 1% das empresas J~ adotam este procedimento, argumentando que o h~bito de fumar tornou-se um "benefrcio trabalhista muito caro": a) quando adoecem ou morrem prematuramente. 05 benefrcios de sadde das empresas pagam os custos; b) os fumantes sio respons~veis pelos rndices mais altos de absentersmo. atrasos. acidentes. inctndios e outros preJurzos ~ propriedade; c) os fumantes sio menos produtivos. pelo simples fato de fumar; d) aumento da conta da limpeza; e) os fumantes sofrem duas vezes mais acidentes de trabalho que os nio fumantes, de acordo com os dados do National Institute for Occupacional Safety (43).

Em torno de 68% das empresas americanas j~ adotaram algum tipo de pol rtica contra o fumo.

A campanha ant ifumo est~ desencadeando reaç5es de entidades defensoras dos direitos civis. Fumar nio ~ proibido por lei nos Estados Unidos. Mas começa ser pela pr~t ica social. Na maioria dos parses a pressio antifumo nio chegou ~s dimensBes dos Estados Unidos. onde 2 entre 3 adultos nio fumam. O ponto central da campanha antifumo ~ o conflito entre sadde e a livre escolha. O grande argumento para a histeria antifumo ~ que ao contr~rio de outras práticas nio saud~veis. a do fumo prejudica quem nio a exercita. O nio fumante tamb~m sofre os efeitos nocivos do cigarro num ambiente onde se fu~a (44).

Levantamentos consumo de cigarros cont inuar~ a crescer. crescente participação internacional.

diversos revelam, entretanto, que o em certos parses em desenvolvimento

como se verifica na ~sia, assegurando a das multinacionais do fumo no mercado

(42) "Ind~stria Brasileira Reage depois da Queda em 88", in Folha de Sio Paulo, 01/07/89.

(43) "Estudo em Empresa dos EUA Aponta Fumantes como os Menos Produtivos". in Folha de sio Paulo. 01/07/89.

(44) "Fumante ~ Hoje um Cidadio de Segunda Classe", in Folha de Sio Paulo. 01/07/89.

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o tabagismo~, portanto, um h~bito com impactos impressionantes sobre a morbidade e a mortal idade, respondendo como causa b~sica ou secund~ria por v~rias situaç5es de doenças ident ificadas como trpicas da modernidade: cAncer de pulmio, doenças pulmonares e cardiovasculares, problemas perinatais, etc.

Os interesses econemicos da ind~stria do fumo internacionalmente sio um strio fator 1 imitante ~ introduçio dE medidas preventivas para os problemas de sadde e mesmo para reduçio dos impactos que esse h~bito tem no processo de trabalho (menor produtividade entre fumantes, inctndios, absenteísmo, entre outros); outro fator que limita a introduçio de medidas preventivas ~ a questio da liberdade do cidadio de escolher os seus h~bitos, mesmo os pouco saud~veis.

Os sistemas de informa;5es necessitam englobar, portanto, os dados da produçio industrial de cigarros, os indicadores do mercado de cigarros em cada pars, as estatísticas de sadde de problemas específicos associados ao h~bito de fumar, as legislações específicas, a açio estatal e a participaçio da mrdia no Umarketing U do cigarro, entre outros dados relevantes 1 igados ~ esfera do consumo volunt~rio do tabaco.

Em srntese a importlncia do tabagismo como problema de sadde pdblica, justifica, a nosso ver, a sua considera;io pelos sistemas de informaç5es tóxico-farmacoldgicas, parecendo-nos mesmo inexplic~vel a sua nio inclusio, sendo talvez a nicotina o tóxico mais disseminado mundialmente. sd no Brasil o cont ingente de fumantes est~ próximo dos 50 milhBes de habitantes, devendo ser acrescentados a estes, os fumantes indiretos.

Em palestra proferida no mts de abril de 1990 na Fundaçio Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, o Dr. Tord kjelstron, Coordenador da Rede Mundial de Epidemiologia Ambiental da OMS, afirmou, com base nas estimativas do ndmero de pessoas que vio morrer em consequtncia do h~bito de fumar at~ o ano 2050, ser possível prever que o tabagismo ser~ o maior problema ambiental mundial, j~ nos prdximos dez anos. Esta prevlsao reforça, portanto, nossa proposta de inclusio do consumo da nicot ina ao grupo das Uintoxicações e envenenamentos U e sua consideraçio pelos sistemas de informações tóxico-farmacológicas.

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6.2. ALCOOLISMO

o alcoolismo i a mais frequente das toxicomanias em todo o mundo tendo sido reconhecido oficialmente como doença em 1956 pela Associa;io Midica Americana. 05 resultados teraptut icos sio, de modo geral, desanimadores (os rndices de recuPEra;io sio baixos, as taxas dE reinterna;6es elevadas). Como um problEma social sua gravidadE POdE SEr verificada atrav~s das estatrsticas de criminal idade, acidentes dE trAnsito, absentErsmo e acidentes de trabalho, suicrdios e desajuste5 familiares. (ENGELS, 1980).

A grande maioria dos acidentes de tr~nsito entre os jovens acontece sob influtncia do ~lcool. Um estudo, nos Estados Unidos, revelou a presença de ~lcool no sangue de 63% das vrt imas de 15 a 19 anos e, 67%, das vrtimas de 20 a 24 anos (OMS,1989).

Os problemas provocados pelo consumo ~lcool compreendem nio somente as patologias decorrentes do ~lcool, mas tambim os acidentes nos trabalho e no trAnsito, a violtncia e o crime.

e~·:cess i vo de e as morte~>

domicílios, no

O psicolÓgica. leva a beber efeitos.

~lcool i uma droga que leva ~ dependtncia frsica e Os bebedores crenicos adquirem tolerlncia que os cada vez maiores quantidades para obter os mesmos

Nos parses da Amirica Central a maioria dos estudos publicados sobre o uso de drogas mostra uma elevada preval@ncia do consumo de ~lcool. Apesar dos diferentes sistemas utilizados para coleta, quase todos os resultados tendem a agrupar-se mostrando que o ~lcool e o tabaco sio 05 produtos cultural E

legalmente aceitos, cujo uso (e abuso) i mais comum. (OPAS, 1986)

No Brasil, um grupo interdisciplinar da Escola Paulista de Medicina (EPM) vem estudando h~ v~rios anos os efeitos do ~lcool e o alcoolismo. Para o grupo, beber muito i uma condi;io necess~ria, mas nio suficiente. O que caracteriza o alcool ismo nio i somente a quantidade, mas sim a importAncia que o ~lcool adquire na vida do indivrduo. (ZIGGIATTI, 1983)

Para a OMS ualcoolistas sio bebedores excessivos, cuja depend@ncia ao ~lcool chega ao ponto deles apresentarem perturba;io mental evidente, manifesta;5es afetando sua vida f(sica e mental, suas rela;5es individuais, seu comportamento social ou prÓdromos de perturba;5es deste tipou. (ENGELS, 1980, p.386.)

O alcoolismo i bem mais frequente no homem que na mulher. Nos Estados Unidos a rela;io i dE 5.5/1, no Brasil de 12/1. Quanto ao fator idade existe uma CErta unanimidade entre os autores ao considerar a idadE de 20 a 24 anos como o inrcio do consumo excessivo de ~lcool e a maior incid@ncia de graVES PSiCOSES aos 50 anos. Nio SE PodE considerar qUE o ~lcool SEja a dnica causa do alcoolismo. Nenhuma teoria expl ica o complexo de

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sintomas qUE SE dEsigna como alcool ismo. ParEcE prov~vEI qU€ rEsult€ da intEraç~o dE uma s~riE dE fatorEs sócio-culturais r

fisiológicos E psicológicos (ENGELS r .1980).

SEgundo SANTANA E ALMEIDA FILHO (1987) a prEdomin~ncia do SEXO masculino ~ um dos achados mais consistentes nos Estudos epidemiológicos do alcool ismo. apesar dos diferEntEs procEdimEntos metodológicos. dEfiniç6es E classificaç6Es diagn6st icas adotadas em invest iga,aes lat ino-americanas selecionadas. Guanto ~ morbidade r no entanto, ~ mais ElEvada no SEXO fEminino E. sEgundo EStES autorEs. as hip6tEsEs lEvantadas para EntEndEr EStE fEn8mEno sio dE natur€za biológica E aSPEctos sócio-Econ8micos. A falta dE dEfiniç6Es E classificaç6Es padronizadas imPEdE r na pr~tica. gEnEral izaç6Es ou mEsmo comparaçio dE rEsultados.

SEgundo o grupo intErdisciplinar da EPM um dos assuntos mais invEstigados Em outros parsEs SE rEfErE aos m~todos de tratamEnto. Os mais comuns sio as rEunloes dE Alcoólatras An8nimos, as drogas nanti-~lcooln E, EVEntualmEntE r intErnaç6Es Em hospitais psiqui~tricos. PEsquisas rEal izadas no ExtErior apontam para a inExisttncia dE um tratamento Eficaz para a maioria dos dEPEndEntEs dE ~lcool (ZIGGIATTI, 1983)

Dados aproximados rEvElaram para o Brasil. Em 1981 r uma produçio anual dE 900 milh5Es dE litros dE agUardEntE, 34r2 milh6Es dE litros dE conhaquE r 25 milh6Es dE litros dE UrSqUE, 12 milh6Es dE litros dE rum E 10,9 milh5Es dE 1 itros dE vodka. Em um PEr rodo dE 20 anos (1960-1980) a produçio mundial rEgistrada dE CErvEja crEsCEu 124% EnqUanto qUE a populaçio mundial crESCEU 46%(REGINATO & MORAES FILHO,1986).

SEgundo a ONU ExistEm 400 milh5es dE alcoólatras no TErcEiro Mundo r o qUE corrEspondE a 20% da populaçio. Calcula-sE Em torno dE 13 milh5Es a populaçio alcoólatra no Brasil r ou sEja r

aproximadamEntE 10% da populaç~o. (REGINATO & MORAES FILHO r

1986).

Estatrst icas da Stock r Em 1983, mostram qUE os brasilEiros ingEriram 1 bilhio dE litros dE aguardEntE, 150 milh5Es dE litros dE bebidas como UrSqUE, vodca, aPEritivos E 1 icorEs r 280 milh5Es dE litros de vinho E 3 bilh5Es dE litros dE CErvEja. Em rElaçio ao consumo dE bEbidas dEstiladas r o Brasil ocupa no ranking mundial o 50. lugar (3,5 litros PEr capita) Excluida a pinga. (COCIUFFO, 1984)

O alcoolismo rEspondE por 75% das intErnaç5Es Em hospitais psiqui~tricos (REGINATO & MORAES FILHO r 1986).

No Brasil nio ExistEm lEvantamentos nacionais r

abrangentEs E com crit~rios amostrais, sobrE o consumo dE ~lcool da populaçio. Alguns Estudos sobrE o consumo dE drogas lrcitas E ilrcitas sugErEm qUE o uso do ~lcool ttm prEdominado no pars.

I

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Em um l€vantam€nto realizado por SILVA et ali i (1985) com 532 universit~rios da Faculdad€ ·d€ Medicina da USP, em 1981, compreendendo a faixa €t~ria de 17 a 22 anos, o uso do ~lcool ocupou o 10. lugar (50.2%) seguido P€lo tigarro (35%) € a maconha (12.6%).

Um €studo realizado por CARLINI, PIRES, FERNANDES E MASUR (1986) ref€rentE ao consumo de bEbidas alcoól icas €ntre €studant€s d€ 10. € 20. graus, na faixa €ntr€ 9 e 17 anos, dE escolas municipais perif~ricas da cidade d€ Sio Paulo, r€alizado €m 1985, mostrou qU€ apenas 27% dos estudantes nio consomem b€bidas alcoólicas.

o D€partam€nto d€ Psicobiologia da 1987, na cidad€ d€ sio Paulo, um estudo sobre drogas com 119 Hm€ninos d€ ruaH, €ntr€ 6 € 17 mostraram nrv€is d€ consumo bastant€ €l€vados como a droga mais utilizada. (SILVA FILHO, 1988).

EPM r€alizou, €m o consumo de v~rias anos. Os r€sultados € o ~lcool apar€c€u

COTRIM & CARLINI,

Amostra probabil rstica d€ 1.438 trabalhador€s d€ inddstrias qurmica, p€troqurmica, sid€rdrgica, m€taldrgica, constru;io p€sada € montag€m, constru;io civil, no p€rrodo d€ jan€iro a julho d€ 1983, abrangendo a faixa €t~ria d€ 18 a 60 anos, no municrpio d€ Cubatio, mostrou qU€ o uso d€ ~lcool per se constitui causa important€ d€ acid€nt€s d€ trabalho. O consumo de ~lcool atingiu 48% da amostra, € o d€ tabaco 50%, tamb~m foi bastant€ alto. (DELUCIA, PLANETA & ALMEIDA, 1987).

A t€ntativa d€ diminuir os fator€s ext€rnos atrativos sobre o consumo d€ ~lcool visando o s€u controle, par€c€ indtil. Observa-s€, p€lo lado da propaganda qU€ mais d€ 25% do mat€rial publicit~rio apr€s€nta P€lo menos uma participa;io alcodl ica; pelos meios l€gais os r€sultados tamb~m nio sio animador€s;, no Cddigo d€ Proc€sso P€nal a €mbriagu€z pdblica torna o cidadio passrvel de prisio; na CLT (Art.482) o patrio t€m o dir€ito dE disP€nsar por justa causa o €mpr€gado quando surpr€endido alcoolizado d€ forma habitual (Art.482); no Cddigo Nacional d€ Tr~nsito as p€nas variam d€ acordo com o grau de d€lito com€tido. Verifica-se, d€ssa forma, qU€ uma a;io €fet iva nio €st~ condicionada ap€nas ~ propaganda, ao uso s€v€ro d€ l€is ou mesmo d€ int€rna;ões hospitalares.

Santos (1983) r€v€ndo a literatura internacional €specializada, v€rificou que o alcoolismo ~ uma das principais causas de acid€nt€s de trAnsito quando se consid€ra o fator humano. Assim, cont inua o autor, Wall€r, Hossack € Klamm afirmam qU€ o ~lcool ~ dir€tam€nte r€spons~v€l por c€rca de 50% dos acid€nt€s d€ tr~nsito. Para Br€ton-Bontron€ os alcodlatras tendem, €m m~dia, a causar 21 v€z€s mais acident€s fatais qU€ os não alcodlatras €ntr€ os motoristas de Michigan, nos Estados Unidos. Wall€r afirma qU€ €m torno de 50% dos p€destres adultos f€ridos €m acident€s de tr~nsito r€velava concentra;io €levada d€ ~lcool no sangu€ €, na maioria dos casos, o p€d€str€ foi mais r€spons~v€l do qU€ o motorista por iniciar o acid€nte. Em outro

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trabalho Walle~ most~a que de um total de 292 moto~istas e 113 pedestres, 30% desses ~ltimos com .idade de 15 a 24 anos tinham ~lcool no sangue na hora da morte, 58% ent~e 25 a 59 anos e, com mais de 60 anos 38%. Tamb~m Hossack most~ou em seu trabalho que o teste de alcoolemia ~ealizado em 106 pedestres mo~tos (qUE sobreviveram menos de 6 horas após o acidente) acusou a preSEnça de ~lcool no sangue em 48 (45%).

A presen;a do ~lcool foi constatada, em 1978, Em mais de 59% dos mortos po~ atropelamento em Sio Paulo e nos fins de semana a m~dia de acidentes com vrt imas ~ 70% superior, em g~ande pa~te sob a influincia de bebidas alcodl icas (MARQUES,1985).

A Su~cia conseguiu ~eduzir o n~me~o de acidentes de t~~nsito depois que passou a ~est~ingi~ a venda de bebidas alcoólicas, atrav~s de uma eleva;io no preço e liberando o consumo apenas durante as ~efei~5es(ADURA,1983).

o Japio conseguiu baixar de 50% pa~a 9% o rndice de pessoas alcoolizadas no tr~nsito quando o motorista passou a pe~der a licen;a e paga~ uma multa equivalente a 700 dóla~es. Nos Estados Unidos o moto~ista su~p~eendido di~igindo embriagado ~ p~eso com todos os demais ocupantes do verculo (45). No B~asil, al~m de penas leves e multas i~risórias, a maioria dos p~ocessos p~esc~evem ou nem sio investigados.

No B~asil conside~ando a falta de estatrst icas confi~veis, especialistas estimam que 50% dos acidentes que envolvem vrtimas estio, de alguma fo~ma, ~elacionados ao abuso de ~lcool, ou seja, uma das pa~tes envolvidas estava alcoolizada. Os p~incipais fatores de risco sio o moto~ista, o pedestre, as condi;5es do verculo e a via p~blica. Segundo Roberto Sca~ingella, P~esidente do Conselho Nacional de T~~nsito o n~mero de vrtimas do t~Ansito ~ maior do que as 350 mil regist~adas por ano; as companhias de segu~o estimam em mais 50 mil o n~mero ge~al de acidentados e, em mai~ 30 mil o n~mero de mo~tos. Tal fato ~ep~esenta um custo social bastante alto, em torno de i bilhio e meio de ddlares. Um Projeto de Lei em tramita;io no Congresso transforma em crime o ato de dirigir perigosamente ou embriagado (46).

(45) "Gera;io Perdida", Editorial do Jornal do Brasil, 27/07/89. (46) "TrAnsito, a Trag~dia Assimilada", in Jornal do Brasil,

30/07/89.

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o alcoolismo afeta o sistema nervoso central e perif~rico, o sistema cardiocirculatório, o sangue, as gl~ndulas endócrinas e o aparelho digestivo (o mais afetado, assumindo proporç5es preocupantes). Em r~laç~o ~ boca e ~ faringe o etanol ~ a segunda causa espec(fica mais importante de c~ncer, superada apenas pelo fumo. O risco ~ proporcional ~ dose de bebida ingerida, embora quantidades consideradas nio elevadas se consumidas durante longos per(odos tamb~m representam perigo, segundo MINCIS, citado por COCIUFFO (1984). O risco de c~ncer ~ ainda maior quando o indiv(duo al~m de alcoólatra ~ fumante, pois o etanol potencial iza os efeitos do fumo. Os efeitos corrosivos do etanol sobre o est8mago podem provocar o aparecimento de gastrites agudas.

o ~lcool ~ metabol izado quase que exclusivamente no frgado. As alteraç5es metabólicas, juntamente com os efeitos tóxicos do etanol e do aldeido ac~tico, geram les5es hepiticas como a esteatose, a hepat ite alcoólica, a cirrose e o c~ncer primitivo do f(gado. A cirrose alcoólica constitui atualmente a terceira causa de morte nas ~reas urbanas dos Estados Unidos. No Brasil nio h~ dados disponrveis sobre a sua ocorrtncia. Guanto aos tumores malignos primitivos do frgado, que vtm assumindo proporç6es consideriveis, a maior incidtncia ~ a observada em alcoólatras com ou sem cirrose.

As interaç5es do ~lcool com o sistema nervoso central s~o, h~ muito, conhecidas, podendo ser divididas em agudas e cr8nicas. O alcoolismo agudo manifesta-se principalmente por altera,5es do comportamento, variando de simples euforia e excita,~o at~ estados de coma profundo, dependendo da quantidade de etanol ingerida. No alcoolismo cr8nico s~o consideradas n~o apenas as manifestaç5es decorrentes do comprometimento do sistema nervoso pela aç~o direta do ~lcool, mas tamb~m as manifestaç5es neurológicas consequentes a outras complica,5es (encefalopatia hep~tica, distdrbios metabólicos, etc.> (REGINATO et ali i ,1986).

Segundo POSSAS (1989) em torno de 2.300 óbitos ocorrem, anualmente, no Brasil registrados como causa b~sica Utranstorno mental U

, dos quais 1.900 de usrndrome da dependtncia do ~lcoolu e "psicoses alcoólicasu • O alcoolismo ~ codificado entre as doenças mentais como upsicoses alcoólicasu e na Classificaç~o Internacional de Doenças (CID, 9a. Rev.> como "Srndrome de Dependtncia Alcoólicau • Devido seu car~ter cr8nico e baixa letal idade, a sua incidtncia ~ maior sobre a morbidade do que sobre a mortalidade.

SA et ali i, citado por POSSAS (1989>, estimam que 23% dapopulaçio brasileira esteja acometida de alcoolismo em graus variados. Estudos espec(ficos em serviços ambulatoriais e hospitalares de natureza diversa, detectaram prevaltncia do alcoolismo de 2 a 18% das mulheres e de 3,5 a 58% dos homens, atendidos naqueles serviços. Segundo estimativas dos autores, baseados em dados governamentais, o custo do alcoolismo representaria um 8nus em torno de 5% do Produto Interno Bruto,

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referente aos custos do tratamento, trabalho, absentersmo profissional, custos judiciais e carcerários. .

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acidentes de trAnsito e do queda de produtividade e

o alcoolismo t, em rEsumo, uma gravrssima qUEstio social no pars, associando-sE a um grande n~mEro dE strios problemas crBnicos de sa~dE, que at ingem o aparelho digEstivo em proporç5es alarmantes, o sanguE, as glAndulas endÓcrinas, o sistema cardiovascular e os sitemas nervosos central e perif~rico. Ao mesmo tempo, associa-se int imamEnte ao gravrssimo problema das mortes violentas no Brasil (homicrdios, suicrdios, mortes no trAnsito e mortes no trabalho).

Como resultado o alcoolismo tem um equivalente financeiro de 5,4% do Produto Interno Bruto(PIB), superando, portanto, a própria participaçio do gasto total em sa~de no PIB, que nio atinge os 4% na atual idade(47).

Os dados disponrveis sio divErgentes quanto ~ proporç;o de habitantes atingida pelo alcoolismo, indo as est imativas de 10 a 23% da populaç~o brasileira, como vimos.

Ao baixo ndmero de informa;5es fidedignas dispon(veis sobre a incidência real do alcoolismo no pa(s, acrescenta-se a falta de definiç5es e classificações padronizadas.

Em s(ntese, o alcoolismo pela sua frequtncia e gravidade como problema dE sadde p~blica, pela complexidade dos quadros sintomáticos associados, pelo conjunto de fatorES sociais, culturais, psicológicos E de outra natureza qUE interagem na sua determina;io, ~ uma toxicomania que deveria ser considerada pelos sistemas de informaç5es tóxico-farmacológicas prioritariamente e, entretanto, nio o ~.

(47) uAlcoolismo em Nrvel Alarmante gasta 5.4% do PIB Brasileirou , in Jornal do Brasil, 01/11/89.

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6.3. DROGAS ILICITAS

Segundo a OMS (1988) o·uso indevido de cocarna vem alcançando nrveis epidtmicos em ~reas das Am~ricas do Sul e do Norte. A estimativa mundial de consumo d~ cocaina foi de 35 a 45 toneladas em 1981, de 45 a 54 em 1982 e de 50 a 61 toneladas em 1983. Atualmente o cultivo de coca nos parses da Am~rica Latina ~ seis vezes superior ao do inrcio dos anos setenta e, paralelamente, ao aumento da produçio tem-se registrado um aumento do consumo na Am~rica Lat ina.

De acordo com uma pesquisa nacional domiciliar realizada pelo United States Institute of Drug Abuse (NIDA), nos Estados Unidos, a prevaltncia do consumo de cocaina vem aumentando consideravelmente desde os anos setenta. Entre 1974 e 1982 o ndmero de pessoas que haviam consumido cocaina pelo menos uma vez, passou de 5,4 milh5es para 21,6 milh5es, o ndmero de usu~rios habituais passou de 1,6 para 4,2 milh5es, e o ndmero de ingressos hospitalares de urgtncia relacionados com a cocaina aumentou em 300% entre 1976 e 1981.

No Canad~ os dados indicam que as taxas de consumo sio inferiores as dos Estados Unidos, mas se registra uma tendtncia de aumento nos nrveis de consumo. Estes dois pa(ses ttm elaborado sistemas de vigilAncia epidemiológica com tnfase na juventude.

Na Europa os dados disponrveis indicam um aumento do consumo em muitos parses, entretanto, n~o se disp5e de dados sobre tendtncias.

Se o consumo da cocarna nio se apresentava como um problema de sadde pdblica at~ 05 anos setenta, atualmente est~ se transformando em um problema mundial.

Os indiv(duos da classe m~dia e alta, em geral adultos jovens, das grandes ~reas metropolitanas eram os usu~rios t(picos de ~cido lis~rgico (LSD) nos anos sessenta, de MDA (metildexitroanfetaminas) nos anos setenta e de cocaina nos anos oitenta.

A falta de informaç5es tem impossibilitado a realiza;io de uma avaliaçio mundial do problema.

Quanto ao h~bito de fumar pasta de coca, estudos epidemiológicos real izados em escolas, universidades, hospitais psiqui~tricos e inqu~ritos domiciliares indicam que o mesmo vem alcançando proporç5es epidtmicas como tamb~m vem se propagando entre todas as classes sociais da BoI rvia, Col6mbia, Peru e,·em parte do Equador (OMS,i988).

De acordo com a OPAS (1986) a droga ilrcita de uso mais frequente na Am~rica Lat ina ~ a cannabis(maconha) consumida, preferentemente, pelos jovens e adolescentes. Quanto aos inalantes seu uso vem aumentando nos dltimos dez anos em todas as grandes cidades da Am~rica Latina especialmente

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entre os pr~-adolescentes de estratos socioecon6micos inferiores.

o consumo de drogas ~; frequentemente, um hibito vinculado ao conv(vio social entre viciados e narcotraficantes. Uma pesquisa ampla realizada nos Estados Unidos sobre o consumo de ilcool, maconha e LSO mostrou que 71, 68 e 81%, respectivamente, dos entrevistados nio consumiam Jamais quando estavam sós (OMS, 1989). Atualmente, o uso de drogas entre os Jovens ~ fortemente explorado por organiza~5es internacionais que se enriquecem com os benefrcios obtidos do tr~fico clandestino de drogas.

As drogas injetáveis (cocarna, herorna) enfrentam, atualmente, um novo perigo mortal, a infecç~o do virus da AIDS, quando as agulhas sio compartilhadas com sujeitos infectados.

A grande maioria dos estudos dispon(veis se concentra no consumo de drogas entre os jovens e, mais especificamente, entre os estudantes, sendo poucos os dados dispon(veis entre os adolescentes que estio fora do sistema escolar. O principal problema dos estudos de grupos especiais ~ a impossibilidade de general izar os resultados para populaç5es mais amplas(OPAS,1986).

No Brasil o estudo mais abrangente j~ realizado sobre o uso de drogas psicotrópicas por estudantes e por "meninos de rua", foi desenvolvido no per (odo de novembro de 1986 a julho de 1988, por pesquisadores do Departamento de Psicobiologia da Escola Paulista de Medicina (MINIST. DA SAUDE E MINIST. DA JUSTIÇA, 1989). O citado estudo foi real izado por sol icita~io dos Minist~rios da Sadde e da Just iça visando a obten~io de dados que permit issem real izar um diagnóst ico da extensio do problema no sentido de subsidiar uma pol(tica de prevençio E tratamento.

O estudo sobre o uso de drogas psicotrópicas por estudantes do 10. e 20. graus da rede estadual foi realizado em dez capitais brasileiras, atingindo 16.149 estudantes. O~ resultados mostram que os solventes e os ansiolrt icos ocupam o 10. e o 20. lugar respectivamente, seguidos das anfetaminas (5 capitais) e da maconha (5 capitais).

Os solventes mais utilizados foram o "loló" e o "lança­perfume", os ansiolrticos, o Diazepan e o Somalium e, entre as anfetaminas, o Moderex.

Guanto ao uso na vida (exceto ~lcool e fumo) a percentagem foi de 13.5% em Bel~m a 26.3% em Brasrl ia. Salvador e Sio Paulo foram as capitais com maiores prevalfncias de consumo de solventes (18.4% e 17.8% respectivamente); Brasrlia e Porto Alegre apresentaram os maiores rndices de uso de maconha E ansiol (t icos. Os maiores percentuais de estudantes usuirios dE cocaina foram encontrados no Rio de Janeiro e Brasrlia (Tabela X).

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ao uso d€ tabaco). relataram na vida, frequente

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Outro dado importante levantado pelo estudo se refere drogas na vida e nos dltimos 30 dias (exceto ilcool € De um total de 16.149 estudantes, 3.425 (21.2~) haver usado uma droga psicotrópica pelo menos uma vez caindo para 509 (3,15%) quando se consid€ra o uso

(6 ou mais vezes nos dlt imos 30 dias).

Segundo os autor€s os resultados obt idos r€velaram um consumo de drogas significativo na populaçio estudada, nio chegando, entretanto, a constituir um quadro alarmante.

Com relaç~o ao uso d€ drogas psicotrópicas "por m€ninos de rua", foi r€alizado €m trts capitais brasileiras (Sio Paulo, Porto Alegre e Salvador). A amostra abrangeu 205 m€nores, na faixa etiria de 6 a 17 anos, sendo a maioria entre 12 e 17 anos.

De acordo com os dados levantados as drogas mais usadas pelos "meninos de rua", tanto na vida (Tabela XI) quanto nos dltimos 30 dias foram os solventes org~nicos ("loló" ou "cheirinho" e cola de sapateiro), a maconha e os anticolin~rgicos (Artane).

Com relaçio a prim€ira droga usada na vida os solventes aparecem em primeiro lugar seguidos P€la maconha. A cola de sapateiro vem ganhando a prefertncia dos usuirios como droga de inrcio a partir de 1985, sendo que na cidade de S~o Paulo ~ a droga mais usada por este grupo ( de um total de 119 pesquisados, 90 utilizam a cola ).

Segundo os autores o uso de drogas neste grupo atingiu nrveis extremamente elevados se comparados com os estudantes de 10. e 20. graus das redes estaduais de ensino, das dez capitais brasileiras estudadas, como tamb~m se comparados com a literatura internacional, constituindo-se, portanto, em um s~rio grupo de risco.

! do conhecimento geral que o trifico de drogas movimenta vultosas quantias de dinheiro, acarretando corrupç~o em muitos aspectos da vida pdblica al~m de gerar violtncia e alto rndice de criminal idade.

As estatrsticas sobre a repress~o ao uso e trifico de entorpecentes constituem importantes indicadores da dimensio e caracterrsticas do consumo e com~rcio de drogas.

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TABELA X

O USO DE DROGAS ENTRE ESTOOItNTES DA REDE ESTADUAl Ett DEZ CAPITAIS. BRASIL, 1987 (H %) (*)

---------------------------.------------------------------------------------------------------------------CAPITAIS USUARIOS MSIo- MTICOlI- ANFETA- BARBITU- COCAIHA MCONHA SOlIJEH- XI,,·.IJI'ES

LITICOS toGlCOS "lHAS RICOS TES -------------- --------------------------------------------BelH 13,5 2,3 ',3 2,8 1,6 ',1 ',7 7,9 1,9

Belo Horizonte 21,6 4,6 ',6 2,3 ',9 ',4 3,2 17,2 1,2

Insilia 26,3 7,' ',8 3,6 1,6 1,' 5,6 17,7 2,9

Curitiba 15,6 4,4 ',3 1,9 2,' ',3 1,3 1',' ',5

Forhltn 17,6 4,9 ',4 1,4 1,5 ',2 4,2 U,8 ',8

Porto Alrgre 21,1 7,' ',8 5,4 1,6 ',3 4,5 13,3 ' ',6

Irci'e 23,5 6,' ',5 2,5 1,3 ',2 1,6 16,3 1,3

lio de Janeiro 25,6 6,9 ',2 2,4 1,6 1,5 2,5 16,3 1,3

Salvador 22,5 3,3 ',3 3,' ',9 ',2 1,7 18,4 1,6

Sao Paulo 23,5 4,5 ',8 2,9 2,9 ',7 3,5 17,8 1,1

-----------------------------------------------------._-------------------------------------------------I Cal exercao de aleool e tabaco

FONTE: "Inlsterio da Saude, "inisterio Justiea, 1989.

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TABElA XI

USO (tM VIDA) DE DROGAS PII lOUCOS DE RUA DE TRES CIIITAIS SEGlIfOO O TIPO DE DROGA. BRASIL, 1987.

---------------------------------------------------------------DROGAS PORTO ALEGRE SAlIJADOll SAO PAtl.O

No. = 58 No. • 28 No. = 119 % No. % No. % No.

---------------------------------------------------------------

Sol vent rs 62,' 36 43,' 12 Bt,' 95

IlacOllha 43,' 25 14,' 4 72,' 86

AnticolinergicOl 15,5 9 11,' 3 45,' 53

Ansiol it icos 1',' 6 14,' 4 26,' 31

Canina 12,' 7 3,5 1 25,' ai

Barbituricos 14,' 8 3,5 1 15,' 18

o,a de lir lo ',' • .,. • 15,' 18

Xaroprs 3,5 2 3,5 1 13,' 16

Anoro i gmos 3,5 2 3,5 1 12,' 14

Outros 8,5 5 3,5 1 1',' 12

Alcool 71,' 41 78,5 22 83,' 99

Tabaco 84,5 49 68,' 19 91,5 119

---------FONTEI Kinisterio da Saude t Klnisterio da Justica, 1989.

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66

As autoridades americanas (48) calculam que o tr~fico de cocaina movimenta, anualmente~ no pa(s, 130 bilh5es de dólares. De acordo com a Dru9 Enforcement Administration (DEA) foram apreendidos nos Estados Unidos em 1985, 24.654 quilos de cocaina, 27.521 em 1986, 37.404 em 1987 e, em 1988, 55.090 quilos. Existe cerca dE 23 milh5Es dE consumidores de drogas nos Estados Unidos. Dos cart~is colombianos de Medellin e Cal i 60% da produ~io segue para os Estados Unidos.

No Brasil, conforme estudo da EPM sobre o consumo de drogas psicotrópicas, foram apreendidos em 1987, pela polrcia Federal, 26.338 quilos de maconha e 1.020 quilos de cocarna. Se9undo os autores estes dados estio subestimados, uma vez qUE muitas delegacias estaduais de entorpecentes nio enviaram os dados requisitados e outras apresentaram dados parciais e/ou incompletos.

Foram tamb~m, naquele ano, instaurados pela Pol(cia Federal, com base nos artigos 12 e 16 da Lei 6386/76, 2.786 inqu~ritos policiais, indiciadas um total de 5.166 pessoas, sendo 3.633 por tr~fico e 1533 por uso de drogas.

Guanto a houve um aumento Segundo a Pol(cia 92,88 quilos em 1980

apreensão de cocarna pela Pol(cia Federal, em torno de 70% em 1987 em rela~io a 1984. Federal a apreensão de cocarna cresceu dE

para 1,650 toneladas em 1988 (49).

A Lei Federal 6386/76 que trata dos entorpecentes no Brasil, separa e define as figuras do usu~rio no Artigo 16: uadquirir, guardar ou trazer consigo, para uso próprio, substAncia entorpecente U e do traficante no Art igo 12: uimportar ou exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor ~ venda ou oferecer, fornecer ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a consumo, substAncia entorpecente ou que determine depend~ncia f(sica ou ps(quica, sem a~torização ou em desacordo com determina~io legal ou regulamentar u

o Art igo 16 considera todo e qualquer usu~rio de droga um criminoso.

----------(48) uMiami ~ o maior Centro de Tr~fico de Cocarna nos EUA u , in

Jornal do Brasil, 07/05/89. (49) uMinistro Aponta Dificuldades para o Controle do Tr~fjcoU,

in Folha de São Paulo, 27/06/89.

\ ...

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b!

Um Anteprojeto de Lei que est~ sendo elaborado pelo Conselho Federal de Entorpecentes (COFEN) para subst ituir a Lei 6386/76 tem provocado discuss5Es E~tre advogados, muitos dElEs contr'rios ~ lei atual qUE transforma o consumidor de entorpecentes num criminoso a ser punido com a prisio. No anteprojeto, segundo os advogados que o acompanham, discute-sE apenas a diminui~io ( dE 6 mESES a 2 anos para 3 mESES a 1 ano) da pEna, mas a dEfini~io do uso como pr~t ica criminosa permanecer~ (50) (51). Os Juristas que sio contra qUalqUEr puni,io ao usu~rio estio argumentando a inconstitucionalidade do Art.16, baseados no Art.5 da Constitui~io de 1988 que" garante inviol~veis a int imidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas u •

Segundo os autores da pesquisa realizada pela Escola Paulista de Medicina a dependtncia por maconha foi o diagndstico mais indicado como motivo de interna~io (31.1%). ~ prov~vel que os dados auferidos, continuam os autores, espelhem os limites da atual legisla~io brasileira, uma vez que prevt a deten~~o do indivfduo, flagrado por POSSE, para uso prdprio de substlncia entorpecente. A dnica forma de escapar ~ prisio ~ declarar-se dependente da droga~ neste caso, ~ determinado o tratamento m~dico compulsdrio, o que implica em interna~io.

Os autores colocam que a literatura especializada tem discutido a pertintncia do recurso da interna~~o como forma de tratar os dependentes de drogas, dado o seu car~ter estigmatizante, traum~tico e pouco eficiente e, no caso da maconha, os questionamentos ttm sido mais intensos, com um grande ndmero de autores que consideram a interna~~o um recurso inadequado para tratar o problema.

Guanto ao Art. 12 o referido anteprojeto prevt um tratamento mais rigoroso aos traficantes, permit indo ~ Pol reia Federal e demais institui~6es envolvidas nas investiga~6es o acesso ~s contas banc~rias dos suspeitos. Com esta a~io evitar­se-~ o processo conhecido comO lavagem do dinheiro do tr~fico, utilizado pelos traficantEs para colocar seus proventos ilrcitos na economia, em troca de propriedades e outros bens. O livre acesso ~s contas banc~rias permitir~ ~ Polrcia saber SE os bens foram adquiridos com dinheiro proveniente do tr~fico de drogas (52).

(50) "A Puni~io que Nio Compensa", in Folha de S~O Paulo, 21/05/89.

(51) "Projeto de Lei sobre Drogas Prop5e Tratamento mais Brando a Usu~riosu, in Folha de sio Paulo, 26/06/89.

(52) "CONFEN Guer Dar uma Chance aos R~us P~im~rios por Porte de Drogas", in Folha de Sio Paulo, 13/05/89.

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68

No Brasil foram realizados dois levantamentos, Ambito nacional, sobre interna~aes.de dependentes de drogas, primeiro por Parreiras em 1962 e, o segundo, pelo Departamento Psicobilogia'da Escola Paulista de Medicina, em 1987.

em o

de

o estudo de PARREIRAS citado por MORGADO (1983) foi realizado atrav~s dos dados obtidos em 187 instituiç6es, mediante contagem dos pacientes internados por drogas entre o total de pacientes. O levantamento mostrou que entre 225.198 pacientes internados, 9.992 (4.46%) eram pacientes de drogas. O estudo incluiu as internaç5es por dependtncia de ilcool, que correspondeu a 93.9% do total de 9.992 pacientes. Este estudo mostra que at~ a d~cada de sessenta a taxa de prevalfncia do consumo de drogas, que nio o ilcool, era relat ivamente baixa.

Quanto a pesquisa da Escola Paulista de Medicina (Minist.Sa~de/Minist.Just.,1989) os dados sobre internaç5es foram obtidos atrav~s do uMapa Estatrstico de Altas Hospitalares dE Dependentes de Drogas U

, junto a 419 institui~6es psiquiitricas de todo o pars (hospitais e clrnicas especializadas em psiquiatria, departamentos de psiquiatria de hospitais vinculados ~s escolas de medicina), para o ano de 1987.

Das 358 instituiç5es consideradas para an~lise, 143 (40%) enviaram todos os dados solicitados, cerca de 50 (14%) responderam parcialmente e 165 (46%) nio responderam. Assim foram anal isados os dados referentes a 193 inst ituiç6es, correspondendo a 3.274 internaç6es por dependfncia de drogas, no ano de 1987. Os casos de alcoolismo e psicoses alcoÓlicas nio foram inclurdos, e seriam analisados posteriormente pelos autores.

A Tabela XII mostra o n~mero de internaç5es psiquiitricas analisadas por Unidades da Federaçio. Sio Paulo aparece em primeiro lugar com 1741 (53.2%) interna~6es, seguido do Rio Grande do Sul com 440 (13.4%), Minas Gerais com 279 (8.5%), Parani com 268 (8.2%) e, em quinto lugar, o Rio de Janeiro com 210 interna~aes (6.4%). Se somados, estes cinco Estados atingem o percentual de 89.7% do total das interna~6es por dependentes de drogas, analisadas pelos autores da pesquisa.

Quanto ao sexo dos pacientes internados 90.3% sio do sexo masculino. Chama a atençio a predominAncia, nio somente no geral (67.7%) como tamb~m em cada categoria diagnÓstica, da faixa etiria entre 18 e 30 anos dos pacientes (Tabela XIII).

Em relaçio ao diagnóstico, a Cannabis (maconha) aparece em primeiro lugar, com 1.018 pacientes, destes, 48.1% se encontram na Bahia. A cocaina, em terceiro lugar, com 501 (15.3%) pacientes foi o diagnóstico predominante entre os pacientes do Rio de Janeiro, seguido de Sio Paulo. Chama a aten~io o elevado ndmero (830) de pacientes com diagnóstico nio especificado (Tabela XIV).

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TABELA XII.

PACIENTES INTERNADOS POR DEPENDtNCIA DE DROGAS POR UNIDADE DA FEDERAÇAO. BRASIL. 1987.

UNIDADES Dt-I FEDERAÇ?!tO

ACRE ALAGOAS AMAZONAS AMAPA BAHIA CEARA DISTRITO FEDERAL ESPIRITO SANTO GOlAS MARANH'~C> MATO GROSSO MATO GROSSO DO SUL MINAS GERAIS PARA PARAIBA PARANA PERNAMBUCO PIAUI RIO DE JANEIRO RIO GRANDE DO NORTE RIO GRANDE DO SUL RONDONI~~

RORAIMA SANTA CATARINA S'AO PAULO SERGIPE

T O T A L

NUMERO DE PACIENTES INTERNADOS ADS.

6 o ~) .c-

27 0.8 8 0.2

21 0.6 57 1.7

7 o r) .c-

279 8.5

4 0.1 268 8 '") .t:..

59 1.8 17 0.5

210 6.4 14 0.4

440 13.4

105 3. ~! 1.741 53.2

11 0.3

3.274 100.0

FONTE:Extrarda dE Minist.Sa~dE/Minst.Just., 1989.

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TABELA XIII

DISTRIBUICAO PERCENTUAl DE 3.274 PACIENTES INTERNADOS SEIQI)O DIAGNOSTICO E IDADE BRASIL, 1987

DIAGNOSTICO CID.9 ( 18 anos 18-31 anos ) 3t anos

tIorfina (314.') 4,61 81,' 15,4

Barbiturico (314.1) 9,1 54,51 36,4

Conina (314.2) 8,' 67,2 24,8

Cannabis (314.3) 15,31 67,2 17,5

Anfrtllina (314.4) 11,2 69,' 19,8

Alue inogrnos (314.5) 22,61 66,1 U,3

Dutras (COll, absinto) (314.6) 23,61 62,4 14,'

Ass. COl torfina (314.7) U,8 67,6 21,6

Ass. in torfina (314.8) 12,2 71,' 16,8

MIo especificada (314.9) 1',4 68,3 21,3

X 12,6 67,7 19,7 roTAl

110. (411) (2.218) (645)

----1 P ( ',15 ri rtlleao I distribuicaoftaria dos outros diatnostieos

FONTE: "inist. Saudr I "inist. Justiea, 1989.

70

TOTAL

1 ..

1"

1"

1 ..

1 ..

1 ..

1 ..

1 ..

1 ..

1 ..

1 ..

3.274

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TABELA XIV

PACIENTES INTERNADOS PIIl DEPEHDEHCIA DE DROGAS SE6lIGXI DIAOHOSTIeJ) PIIl IIfIDADE DA FEDERACAO (EIt PIIlCOOAGEH). IRASIL, 1987

------ ---- -------------------------COOIOO DIA6HOSTICO

314.' 314.1 314.2 314.3 314.4 314.5 314.6 314.7 314.8 314.9 If IIorf. Barb. Coca. Cann. AIIf. Alue. Outras Ass.fIor • Ass.sltlor • MIo HP. TOTAl

-----------------------------------------------------------------------------------------------------Al . ,. .,. ',' 33,3 . ,. ., . ',' . , . 33,3 33,' 1 ..

IA .,. . ,. ., . 48,1 . ,. . , . 3,7 . , . 37,' 11,1 1 ..

CE .,. .,. '.' 12,5 . ,. . , . 37.5 . , . 12,5 37,5 1 ..

ES 33,3 .,. 9,5 28,6 ',' '.' 9,5 ',' 9,5 9,5 1 ..

60 .,. 1,8 3,5 17,5 3,5 3,5 5,3 ',1 1,8 63,2 1 ..

lIA I,' I,' I,' 28,6 '.1 .,. .,. 28,6 42,9 ',1 1 ..

116 1,4 4,7 5,' 22,9 1,1 1,1 6,1 ',7 5,' 52,' 1 ..

PI I,' I,' .,. .,. 51,' I,' 1,1 25,1 ',1 25,1 1 ..

PE I,' 1,1 3,4 51,8 I,' 3,4 1,7 ',1 3,4 35,6 1 ..

PI 1,1 ',1 5.9 7',6 5,9 5,9 5,9 1,1 5,9 .,. 1 ..

PR ',7 4,9 7,8 37,3 2,2 3,' 6,7 5,6 14,2 17,5 1 ..

IH .,. .,. 7,1 78,6 7,1 . ,. 7,1 I,' I,' .,. 1 ..

IS 3,2 3,' 15,2 29,5 8,9 3,9 4,3 2,1 13,2 16,8 1 ..

IJ 1,4 ',5 32,4 19,' 1,4 . 1,' 1,9 ',' 21,' 22,4 1 ..

se 6,7 .,. 5,7 22,9 1,9 I,' 2.9 1,9 4,8 55,2 1 ..

SE 1,1 I,' I,' 18,2 9,1 I,' ',1 I,' 9,1 63,6 1 ..

SP 1,6 1,4 18,2 32,8 3,2 1,6 4,8 2,1 12,2 22,1 1 ..

TOTAl Z 2,' 2,' 15,3 31,1 3,5 1,9 4,8 2,1 12,' 25,3 1 ..

•• 65 66 511 1.'18 116 62 157 68 392 83t 3.274 --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

FONTE: Extraida dr Minist. Saudr,"inist. Justiea, 1989.

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Segundo os autores o conjunto de dados levantados pelo estudo contrasta com o levantamento realizado por Parreiras. Das 187 institui~5es de sadde pesquisadas foram obt idos os registros de 466 casos de internaç5es por Ntoxicomania N para uma popula~~o de 70 milh5es em 1962, contra 3.274 casos para uma popula~~o de 140 milh5es , em 1987. Dadas as dificuldades operacionais com que se defrontaram os autores (quase 50% de nio respostas) ~ difrcil interpretar os resultados apresentados e, mais ainda, compar~-los com os de outros autores.

Os autores concluem que as informa~5es levantadas apontam para a necessidade de uma continuidade na coleta de dados, objetivando ampl iar o conhecimento do problema. Para isso prop5em incluir em futuros levantamentos as internaç5es por depend~ncia de álcool, as informaç5es sobre internaç5es por drogas em leitos psiquiátricos de hospitais gerais, bem como esclarecer o significado do diagnóstico 304.9 (n~o especificado) na prática m~dica junto ~s clrnicas.

Verifica-se atrav~s do Sistema SINTESE da Dataprev (Tabela XV) que no ano de 1987 foram expedidas 3416 Autoriza~5es de Interna~5es Hospitalares (AIHS) para Srndrome de Depend~ncia de Drogas, ndmero muito próximo do levantamento realizado pela EPM, ou seja 3274 interna~5es. Se consideramos o ndmero de pacientes internados por Estado (os cinco primeiros colocados) o Sistema SINTESE registrou 2.944 interna~5es (86.2%) e o estudo da EPM 2.938 (89.7~), ndmeros estes que, embora muito aproximados, podem expressar uma mera coincid~ncia.

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TABELA XV.

N~MERO DE AIHS EXPEDIDAS PARA StNDROME DE DEPEND~NCIA DE DROGAS (CID: 304).BRASIL. 1985-1987.

ESTADOS NUMERO DE AIHS 1985 1986 1987

DIR.GERAL 0 0 0 ALAGOAS 31 39 40 AMAZONAS 14 13 0 BAHIA 62 43 60 CEARA 14 18 20 MATO GROSSO DO SUL 1 3 4 ESPIRITO SANTO 35 12 29 GOlAS 39 27 37 MARANH~O 4 3 1 MATO GROSSO 1 0 0 MINAS GERAIS 199 202 178 PARA 0 0 0 PARAIBA 28 40 34 PARANA 270 245 262 PERNAMBUCO 95 73 13~.~ PIAUI 30 13 29 RIO DE JANEIRO 136 64 10:-'·) '-Jt:.

RIO GRANDE DO NORTE 8 13 6 RIO GRANDE DO SUL 440 433 382 SANTA CATARINA 56 96 59 S~O PAULO 1.611 1.862 1.970 SERGIPE 1 3 6 DISTRITO FEDERAL 6 29 14 ACRE 0 0 1 AMAPA 0 0 0 RONDONIA 0 0 0 RORAIMA 0 0 0 FERNANDO DE NORONHA 0 0 0 IGNORADO 0 0 0

T O T A L 3.081 3.231 3.416

FONTE:MPAS-DATAPREV-SINTESE.

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Resumindo. podemos afirmar que o consumo de drogas ilrcitas no Brasil (e mundialmente). j~ assume propor;5es EPidtmicas entre adultos jovens. adolEscentES E crianças E o narcotr~fico ~. sem ddvida. uma das mai~ graves qUEst5es latino­americanas da atualidade e suas consequtncias Est~O comprometendo a paz no continente. suscitando deI icados confl itos intErnacionais. como a invasio do Panam~ pelos EUA ao final do ano de 1989. Constatamos que a falta de informa;5es referentes a este grave problema ~ mundial.

Por outro lado. um aspecto posit ivo por nós notado. talvez pelo fato das drogas ganharem presença cotidiana na imprensa. ~ uma certa tendfncia do meio acadtmico brasileiro dedicar maior aten;io ao consumo volunt~rio de drogas ilrcitas. como sugere o maior ndmero de estudos e levantamentos por nós revisados. ainda que de qualidade metodológica muito variada.

Parece-nos inexplic~vel a n~o inclus~o desses problemas pelos sistemas de informa;6es tóxico-farmacológicas. como o SNITF. que deveriam consider~-los priorit~rios. Estabelecendo crit~rios padronizados para possibil itar compara;5es internacionais a partir dos dados coletados.

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CAPrTULO IV. OS SISTEMAS NACIONAIS DE INfORMAÇOES

INTOXIC~ÇOES E ENVENENAMENTOS.

\

...

NAS

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IV. OS SISTEMAS NACIONAIS DE INFORMAÇOES NAS INTOXICAÇOES E ENVENENAMENTOS.

1. A PROPOSTA DO SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇOES FARMACOLOGICAS - SNITF

TOXICO-

A const itui~io do Sistema Nacional de Informa~6es TÓxico-FarmacolÓgicas - SNITF - em 1980, segundo seus criadores, surgiu da constata~io, entre as prioridades do governo brasileiro, da necessidade de se criar um sistema abrangente de informa~io e documenta~io em toxicologia e farmacologia de alcance nacional. capaz de fornecer informa~5es precisas sobre medicamentos e demais agentes tÓxicos existentes em nosso meio, ~s autoridades de sa~de p~blica. aos profissionais de sa~de e ireas afins e ~ popula~io em geral.

O SNITF teve sua origem em 1976 com a cria~io do Centro de Informa~5es Toxicológicas - ClT - do Instituto de Pesquisas BiolÓgicas da Secretaria de Sa~de do Estado do Rio Grande do Sul.

A cria~io do SNITF foi fundamentada, na ~poca, pelas seguintes constata~5es=

a) uma car~ncia real de informa~6es adequadas quanto ~s principais subst~ncias tóxicas existentes no pa(s e dados epidemiológicos sobre rea~ões adversas a elas relacionadas;

b) o crescente problema de util iza~io de produtos qu(micos na agricultura;

c) a necessidade de utiliza~io de an~lises toxicológicas para confirma~io de diagnósticos;

d) falta de toxicologistas clrnicos no campo da sa~de p~blica;

e) necessidade de integrar conhecimentos espec(ficos da realidade nacional nas ireas da sa~de, agricultura, previd~ncia, educa~io, trabalho, para formula~io de pol(ticas efetivas de prote~io ~ sa~de da popula~io exposta ~s principais subst~ncias tÓxicas.

Seus objetivos foram assim definidos:

a) proporcionar a implanta~io de centros regionais para controle de envenenamentos;

b) desenvolver um Centro Ji existente para funcionar como ponto focal para dissemina~io de informa~ões aos outros Centros;

c) coletar dados epidemiolÓgicos sobre envenenamentos e rea~ões adversas ~ firmacos;

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d) desenvolve~ um sistema de comunica~io com info~mações atualizadas aos Cent~os;

e) incent iva~ e apoia~

campos da toxicologia e pesquisas clrn"ica e expe~imental

da p~even~io de envenenamentos; nos

f) enfatiza~ a necessidade de int~odu~io da disciplina de Toxicologia Clrnica nas Faculdades de Medicina do p~rs;

g) i d e n t i f i c a ~ a s i n s t i t IJ i ~ Õ e s j á e >: i s t e n t e s nas á I~ e a s dE Toxicologia e Fa~macologia, objet ivando a integ~a~io de polrticas de assist@ncia e p~evençio, em consonAncia com as diretrizes da OPAS e OMS;

h) desenvolver um p~og~ama continuado de p~ofissionais de sadde e comunidade em geral, preven~io e tratamento dos envenenamentos;

educa~ão para para melho~ar a

i) manter trabalho

intercAmbio de informa~ões t~cnico-cientrficas e com inst itui~ões cong@neres no pa(s e no exterior e

de

j) fornecer subsrdios epidemiológicos ~ órgãos governamentais encarregados de a~io regulamentadora ou normat iva.

Existem atualmente 28 Centros em funcionamento no pars, localizados em dezoito Estados e no Distrito Federal, dos quais dezenove sio Centros de Informa~io Toxicológica (ClT), trts são Centros Anti-Veneno (ClAVE) e, seis, são Centros de Controle de Intoxica~5es (CCI).

o municrpio de São Paulo conta, desde 1971, com um Centro de Controle de Intoxica~aes, inicialmente localizado no Hospital do Servidor Pdblico Municipal prestando, basicamente, informações toxicológicas. A part ir de 1974 teve in(cio as atividades do Laboratório de Análises loxicológicas e, no final de 1981 foi transferido para o Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya, passando, em"1982, a integra~ o SNITF.

Assim, as experitncias pioneiras do Rio Grande do Sul e de sio Paulo exerceram um papel fundamental na implanta~ão Centros nos demais Estados, a partir de 1980.

Em geral os Centros t@m como local de implantação as capitais dos Estados. A Secretaria de Sadde do Estado de São Paulo celebrou, em 1982, conv@nio com a Funda~ão Oswaldo Cruz com o obJet Ivo de iniciar um Programa de Regionaliza~io de Centros de Toxicologia no Estado. Foram implantados Centros nas cidades de Campinas, Ribeirio Preto, Taubat~, Botucatu, todos vinculados ~s Unive~sidades locais (UNICAMP, USP, UNESP).

AI~m de São Paulo, somente o Estado do Pa~aná conta com Centros no interio~.

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/7

A implanta~io dos Centros nos Estados processam-se por meio de convtnios celebrados entre a Funda~io Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e as Secretarias Estaduais e Municipais de Sadde ou atrav~s das Funda~aes de Sadde 1 igadas ~s Secretarias e as Universidades. A FIOCRUZ fornece material b~sico (microfichas, cat~logo de informa~5es sobre os produtos registrados no Minist~rio da Sadde, etc.), promove o treinamento dos recursos humanos necess~rios aos Centros e prEsta assEssoria t~cnica.

At~ maio de 1986 o SNITF era vinculado diretamente ~ Presidtncia da Funda~io Oswaldo Cruz. A partir daquela data foi incorporado ~ estrutura da Superintendtncia de Informa~io Cient rfica e Tecnol6gica da FIOCRUZ. Em fevereiro de 1989 o Sistema passou a denominar-se Programa Nacional Integrado de Informaç~o F~rmaco-Toxicol6gica (PRONITOX), cuja coordenaç~o conta com um 6rgio de assessoramento T~cnico-Cientrfico formado por especialistas da FIOCRUZ e de outras instituiç5es do pars.

O Centro de Informa~5es Toxicol6gicas do Rio Grande do Sul CCIT/RS) exerce o papel de Unidade de Refer~ncia para os demais Centros implantados no pars a partir de 1980, desenvolvendo as seguintes atividades:

a) produç~o, armazenamento e distribuiç~o da informa~io relacionada com a Toxicologia. A informaç~o ~ elaborada a partir de bibliografia especializada, refer~ncias de fabricantes de produtos comercializados, consultas a especialistas, etc. Em seguida ~ armazenada em um Banco de Dados, em fichas individualizadas por tipo de produtos t6xicos, contendo, basicamente, os seguintes dados:

• categoria do agente • fabricante • composiç~o • toxicidade • sinais e sintomas • primeiros socorros • tratamento clrnico • medidas de preven~~o • bibliografia disponrvel

Al~m destes, dados complementares de acordo com o agente, sio incorporados ~ ficha, como para animais peçonhentos informa~aes sobre seu habitat, soroterapia, para produtos industriais os limites de toler~ncia, etc. (GALV~O, 1982)

b) prestaçio de informa~io ~ popula~io leiga, aos profissionais de saúde, ~s institui~ões hospitalares. A informaç~o ~ prestada por plantonistas, supervisionados pelo corpo t~cnico do Centro, atrav~s de telefone, de telex, funcionando o serviço em regime de plantio permanente;

c) educa~io, promovendo cursos, palestras em escolas, em universidades, associa~ões comunit~rias, meio rural, bem como distribuindo material did~t ico ilustrativo visando ~ preven~io dos acidentes t6xicos;

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d) atendimento cl(nico;

e) Banco de Antrdotos: fisioldgicos;

f) idEnt ificação d~ organização dE um idEnt ificação visual

biológicos (soros antiven~no), qu(micos e

animais PEçonhEntos ~ plantas tÓxicas: mus~u d~ Esp~cim~s para facilitar a

por parte do p~blico at~ndido;

g) rEspons~vEl PEla Elaboração das Estatrsticas d~ morbidadE do SistEma.

DE um modo gEral a atividadE b~sica dEsEnvolvida PElos CEntros dE Informaç5Es Toxicológicas (CITs) est~ voltada ao atendimEnto telefBnico ~ profissionais da ~rEa da sa~dE e ao pdblico em geral, podEndo SEr classificado, segundo tipo dE solicitação em:

a) pedido de informação decorrEnte dE caso de intoxicação e

b) pedido de informação SEm caso dE intoxicação.

Os CITs, Em gEral, não estão localizados em hospitais como tamb~m não oferECEm sErviços m~dicos. J~ os CEntros de Controle de Intoxicaç5es (CCI) estão localizados em hospitais e al~m de prestar informaç5Es oferecem atendimEnto m~dico e hospitalar E sErviços dE laboratório de an~lises toxicoldgicas. Tanto os CITs quanto os CCIs atendem 24 horas por dia, nos sEte dias da semana, funcionando em rEgimE dE plantão PErmanEntE.

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2. O SNITF COMO FONTE DE DADOS DE MORBIDADE

o SNITF. na ~r~a da sa~d~. v~m a s~r o principal 5ist~ma d~ informaç~o sobr~ intoxicaç5~s acid~ntais ~ nio­acid~ntais ~m ~mbito nacional. Para consid~ri-lo como font~ d~ dados d~ morbidad~ ~ n~c~55irio inicialm~nt~ r~cordar qu~ na Classificaçio Int~rnacional das Do~n;as -C1D- (9a. R~v.,1975) as intoxica;5Es ~ os ~nv~n~nam~ntos, ~ncontram-s~ classificados no grupo das Causas Ext~rnas. Estas ~ltimas figuram na Classificaçio Supl~m~ntar de Causas Externas de Les5es E Envenenam~ntos, que acrescenta ao cÓdigo da natureza da lesio, informaçS~s quanto ~ causa da lesio, condi;5es e circunstAncias do acident~ (utiliza a letra E - causa externa - antes do código).

As cat~gorias das intoxicaç5es ~ ~nv~n~namentos contidas na CID C9a.Rev.,1975), sio as seguint~s:

A. Intoxica,Ses acid~ntais por drogas. m~dicamentos ~ substAncias biológicas (E850 - E858).

B. Intoxica,5~s acid~ntais por outras subst~ncias sólidas ~ lrquidas. gas~s ~ vapor~s (E860 - E869).

C. Acid~nt~s d~vidos a fator~s naturais ~ ambi~ntais (E905).

D. Ef~itos adversos de drogas. m~dicamentos ~ substAncias usadas com finalidad~ t~rap~utica ([930-E949).

E. Suicrdios ~ l~s5~s auto-infl igidas (E950 - (952).

F. Homicrdios e l~s5~s provocados int~ncionalmente por outras p~ssoas (E962).

G. L~sa~s ~m qU~ s~ ignora s~ foram acid~ntal ou int~ncionalm~nt~ infligidas (E980 - E982).

o An~xo 3 apr~senta as subcategorias d~ ~nv~n~nam~ntos.

i nt O}: i ca,õ~s

o C~ntro d~ Informaç5~s Toxicológicas do Estado do Rio Grand~ do Sul iniciou, em 1983. a implanta,ão de IJm Sist~ma de Estatrstica d~ Informa~io Toxicológica (computadorizado), r~spond~ndo p~la consolida;ão das informa~5es ~nviadas pelos Centros dos demais Estados.

o r~gistro

vinculados ao SNITF. ref~rem a:

d~ casos dos C~ntros de Toxicologia, ~laborado p~lo CIT/RS. a partir de 1986, se

i. Volume Total d~ Solicita;5~s at~ndidas, divididas em:

a) intoxicaçio humana

b) i nto>: i caçio an i mal

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U0

c) informaç:ão

2. Volume Total dos Casos de Intoxicaç:io Humana por Causas Determinantes, assim cla5sificada~:

a) acidental

b) abuso

C) SIJ i c r d i o

d) profissional

e) outras causas

f) ignorada

3. Volume Total de Casos de Intoxicaç:~o Humana por ClassEs de Produtos Envolvidos, assim classificados:

a) medicamentos

b) animais peç:onhentos

c) animais n~o peçonhentos

d) produtos qurmicos industriais

e) pesticidas agropecu~rios

f) PEsticidas dom~sticos

g) raticidas

h) domissanit~rios

i) produtos de toalete

j) plantas

1) toxi infecç:5es alimentares

m) outros produtos

n) n~o determinados

4. Volume Total de Casos de Intoxicaç:~o Humana por Faixa Et~ria, assim agrupada:

a) < dE 1 ano

b) de 1 a 5 anos

c) de 6 a 12 anos

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d) de 13 a 20 anos

e) de 21 a 35 anos

f) + de 35 anos

9> ignorado

A seguir apresentamos as estat rsticas divulgadas pelo Sistema Nacional de Informa;Ses Tóxico-Farmacológicas, para os anos de 1985 e 1986. A compara;io dos dados para os dois anos considerados permitiu evidenciar as mudan;as introduzidas na apresenta;io dos dados registrados pelo Sistema. O ano de 1987 nio foi inclurdo na presente an~lise devido ser a apresenta;io dos dados semelhante ao ano de 1986, e ao expressivo sub­registro verificado ( 19.258 casos de intoxica;io humana). De 23 Centros em funcionamento no pars apenas 12 constam das estatrticas do Sistema. verificando-se a auslncia de dados de Centros como o do municrpio de Sio Paulo (SP). Botucatu (SP). Belo Horizonte (MG). Brasrlia (DF). Joio Pessoa (PB). e a existlncia de dados parciais dos Centros localizados em Campinas (SP). Cuiab~ (MT) e Natal (RN). O SNITF consol ida as informa;5es sobre os casos de intoxica;io e envenenamento no pars. enviadas espontaneamente pelos Centros. Os dados do ano de 1988 (20.373 casos registrados) só recentemente foram divulgados pelo Sistema.

E importante destacar que o n~mero de casos registrados pelo SNITF vem diminuindo de forma acentuada. de 27.324 em 1985 para 20.373 casos em 1988. embora tenha aumentado. nEstE pEr rodo. o n~mero de centros implantados no pars.

VErifica-se na Tabela XVI que o volume de casos de intoxica,io humana registrados pelos sistema diminuiu no per rodo. de 27.324 (em 1985) para 20.879 (em 1986). fato este qUE poderia ser explicado pela auslncia de informa,io de alguns Centros que nio enviaram os dados (D.Federal. R.G Norte e municrpio de S. Paulo) como tamb~m de outros que encaminharam dados parciais (Campinas. Taubat~. Goi~s).

Os dados disponrveis para o ano de 1985 e 1986 apresentados nas Tabelas XVII e XVIII que se seguem mostram com rela,io ~s classes de agentes tóxicos envolvidos, que os medicamentos E os animais peçonhentos foram os principais agentes identificados, rEPresentando Juntos, 36% em 1985 e 55% em 1986 do total de intoxicaç5es registradas pelo Sistema.

CabE rEssaltar. entretanto. que os medicamentos ocuparam o primeiro lugar (19.3%) e os animais pe;onhentos o segundo (17%) no ano de 1985. situa;io que se inverteu para o ano de 1986. quando os animais peçonhentos atingiram o perCEntual de 33.9% e os medicamentos 21.2%. A Justificativa para tal fato foi a inexisttncia de dados de alguns Centros. principalmente o do municrpio de Sio Paulo. onde as intoxicaç5es por medicamentos ocupam um lugar de destaque (44% em 1984>. conforme pode SEr verificado no item 4 do Cap.III destE trabalho.

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82

Nos Estados da Bahia, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e em alguns Centros do Estado de Sio Paulo (Ribeirio Preto, Campinas e Taubat~), as intoxica~5es por animais pe~onhentos ~pareceram em primeiro lugar e os medicamentos em segundo, em 1985 e 1986.

~

Part icular destaque merecem os produtos fabricados pela ind~stria da qurmica fina (medicamentos, produtos qurmicos, pest icidas agrrcolas, pesticidas dom~sticos, raticidas, domissanitários, cosm~t icos/toaletes) que responderam por 12.652 (46,3%) e 10.789 (51,7%) dos casos registrados em 1985 e 1986, respectivamente.

, ,

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TABELA XVI

IJ(ltItE TOTM. DE D.ICITAaD ATENDIDAS. CENTROS DE INFlIMCAO TOXIal.OGICA IJIIDUDOS AO SHITF. BRASIL, 1985-1986.

------------------- .. - .. ... _---------------------------IIfTOXICAaES IIfTOXICACOES D.ICITAaD TOTAL %

CENTROS tUWfAS ANIMIS DE INFIIUIACfES 1985 1986 1985 1986 1985 1986 1985 1986 1985 1986

--------- ----------------------------------- ---------------------------------------------------RIO GRANDE DO SII. 4.527 5.582 298 243 2.613 3.263 7.438 9._ 3.1 32.3 SMTA CATARINA 571 1.151 39 t4 291 414 911 1.568 2.4 5.6 PMAMA (CUritiba) 1.221 1.681 13 14 611 726 1.833 2.4U 4.9 8.6 PMANA (Londrina) 3t8 618 t4 42 91 3M 713 1.9 2.5 !lATO GROSSO DO SUL 694 1.159 41 25 lU 98 846 1.282 2.3 4.6 RIO DE JANEIRO 3.211 3.731 68 72 555 777 3.833 4.581 11.3 16.3 "IIfAS GERAIS 571 344 17 13 4.115 1.235 4.692 1.582(2) 12.6 5.6 BAHIA 2.851 3.542 15 229 94 3 •• 3.641 8.3 13.1 DISTRITO FEDERAL 941 16 78 1.134 2.8 RIO GRANDE DO OTE 91 91 1.2 SAO PAULO (Sao Paulo) 8.196 8.196 21.8 SAO PAULO (Ribtirao Prtto) 1.337 1.563 21 47 1.358 1.611 3.7 5.-7 SAO PAULO (CalPinas) 2.314 544 15 17 636 28 2.965 589(1) 8.1 2.1 SAO PAULO (faubatt) 595 417 12 12 37 12 634 421(2) 1.8 1.5 SAO PAULO (Botucatu) 146 li 147 1.5 GOlAS 412 t5 69 486(3) 1.7 ---------- --------------- ---

TOTAl 27.324 21.879 499 3B5 9.328 6.854 37.151 28.U8 lH.1 lH.1 ---------- . ------------------

FONTEI Elaborada a Plrtir dos dados do SNITF/FIOCRUlIMS (1986 t 1987). CP lA.)

(U PDIODO: JANEIRO A ttARCO 86. (2) 'ERIODO: JANEIRO A .rum 86. (3) PDIODO: .lllHO A DEZEtlBRO 86.

-

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TABELA XVII

IJIl.lItE TOTAl DE CASOS REGISTRADOS DE INTOXICACAO fUWM POR ClASSE DE PRoourOS ElMlVIOOS. CENTROS DE IIFORMCM TOXICOl06ICA VIHaIJOOS AO SNITF. BRASIL - 1985.

------- ---- -- - -------------CENTROS .--------------------- RS se PRU) tIS RJ fi) BA DF RN SP(2) 81'(3) SP(4) SP(5) TOTAL % ClASSE DE PIOOUTOS ,--------------------ttEDICNDTOS 1.193 1.3 339 88 1.123 171 513 299 16 343 38t 1.7 581 5.262 19.3 ANIKAIS PECONHENTOS 994 182 562 357 169 19 1.'18 21 24 476 622 2U 2 4.657 17.' OOTIOS ANIKAIS 385 14 5S 17 129 6 466 12 1. U' 214 53 5 1.476 5.4 PRODUTOS IUI"ICOS 417 66 83 31 317 68 173 152 18 56 233 55 166 1.814 6.6 PESTICIDAS AGRICOLAS 366 52 161 1" 167 138 95 93 4 155 347 26 46 1.749 6.4 PESTICIDAS DOMESTICOS 345 29 '6 37 3t8 24 116 68 3 35 137 38 153 1.379 5.1 RATICIDAS U5 18 17 3 151 9 74 32 3 27 32 4 36 52t 1.9 DOttISSMIT AlI OS 337 24 61 25 459 37 185 1M 5 59 159 46 151 1.652 6.' COSIETICOS/TOAlETE 87 4 8 6 67 4 21 21 1 31 8 18 '06 1.' PLANTAS 139 66 51 21 127 27 129 66 5 48 82 24 47 831 3.' TOXIIIfECCOES ALIIDTAlES 37 9 14 1 125 16 4 34 1 41 5 .8 295 1.1 ooTROS PROOUTOS U. 3 51 8 71 38 67 21 1 28 31 U 71 5U 1.9 Nt\O DETER"IIMOOS 12 1 32 1 8 7 17 5 7 66 156 '.6 Nt\O DISCRI"INAOOS 6.746 6.746 24.7

,----TOTAL 4.527 571 1.528 694 3.21' 57. 2.851 941 91 1.337 2.314 595 8.196 27.324 1 .... ---------,

FIIfTE: El altarado a ,1ft i r dos dados do SNITF /FIOCRUZIftS U 986) • (Xl

oi:>-(1) ClT Curitiba e ClT Londrina (2) ClT Rlbelrao Preto (3) CCI Calpinas (4) CCI Taubatt (5) CCI Tabaquara

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TAlElA XVIII

VIl.tIE TOTAl DOS CASOS REGISTRADOS DE IIfTOXICACAO IUWM POR a.ASSE DE PRODUTOS ElMl.VIDOS. CENTROS DE INFlIMCAO TOXICOl06ICA VINCtUOOS AO SNITF. BRASIL - 1986

---, CENTROS ---------- RS BA RJ PRU) SP(2) tIS se SP(3) 80 SP(4) fI6 SP(5) TOTAl % a.ASSE DE PROOUlOS ,------------------_ .. ------------------_. -------------------------ttEDICAIOTOS 1.312 491 1.318 339 39t 1.3 146 71 32 B5 97 49 4.433 21.2 MItlAIS PECOIIDTOS 1.638 1.677 172 994 551 771 753 128 23S 131 22 2 7.'79 33.9 MItlAIS NAO PECONIDTOS 343 S52 199 187 94 12 14 67 51 59 1 1 1 •• 7.6 PRODUTOS eunucos 431 164 613 85 44 31 44 38 11 25 41 21 1.537 7.4 PESTICIDAS AGROPECUARIOS 422 174 167 211 167 115 51 115 39 l' 72 17 1.539 7.4 .. PESTICIDAS ~STICOS 412 1M 273 93 69 38 48 52 14 21 2t 21 1.165 5.6 RATICIDAS 141 64 196 32 44 9 35 8 4 2 17 1 553 2.6 IOIISSANI TAR lOS 456 154 449 78 66 18 32 29 12 15 2t 1. 1.339 6.4 PRoo. DE TOALETE 94 23 77 9 4 3 4 4 1 4 223 1.1 PI.AHTAS 159 84 181 47 56 18 14 31 3 25 41 2 66t 3.1 TOXIINFECCOES AlItlElfTARES 24 21 68 l' 6 3 7 7 2 . 147 '.7 MROS PROOUTOS 142 35 23 121 51 29 3 2 22 7 19 453 2.2 NAO DETER"INAOOS 8 5 14. 21 12 1 6 3 6 1 4 171 '.8 ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

TOTAl. 5.582 3.542 3.731 2.299 1.563 1.159 1.151 544 412 417 344 146 21.879 lH.' -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

FOIfTEI Elaborado a partir dos dados do SNITF/FIOCRUZIttS U987>.

(1) ClT Curitiba e ClT londrina 00 111

(2) ClT Ribeirao Preto (3) ClT CalPinas (4) ClT Taubate (5) ClT Botucatu

ObS.1 DF, RN, PB e SP (S.o Paulo) nao aprrsrntaral dados.

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86

As tabelas XIX e XX referem-se ~ distribui~~o dos casos de intoxica~~o humana segundo causas determinantes. Uma primEira obsErva~io ~ a grande 'participa~~o das intoxica~8Es acidentais no conjunto das intoxica~aes, representando cerca de 73% (13.922 casos em 1985 e 15.212 em 1986) do total dE intoxicaç8Es discriminadas por causas para os dois anos considerados. O acidente aparEceu como a primeira causa para todos os Centros que enviaram os dados discriminados. A inexistlncia do registro por causas determinantES para o municrpio dE Sio Paulo e o Estado do Rio Grande do Norte no ano de 1985. impediu uma maior prEcisio dEste percentual.

Merece ainda destacar a grande participa~ão dos suicrdios no conjunto das causas determinantes, respondendo por 2.417 (12.6%) casos em 1985 e 2.468 (11,8%) casos em 1986. Somando os suicrdios e as intoxica~aes acidentais anteriormente referidas, observa-se que atingiram cerca de 85% dos casos de intoxica~io humana registrados naqueles anos.

Outra informaçio relevante diz respeito ao ndmero elevado dE intoxica~8es profissionais registradas pelo SNITF quando se considera que, anualmente, em todo o pars são notificadas apenas 3.000 doen~as profissionais ao ano, à Previdtncia Social. SomentE o SNITF. em 1985, identificou 1.211 E, em 1986, 1.542 intoxica~8es profissionais. Tal fato destaca-se ainda mais quando se considera que a capital de S~o Paulo, que tem peso consider~vel nas estat rsticas nacionais de acidentes do trabalho e doen~as profissionais. dada sua grande concentra~~o dE ind~strias e atividades correlatas. não foi incluida neste total de casos identificados pelo SNITF, pela inexisttncia dE discrimina~~o de causa para o ano de 1985 e de dados daquelE Centro para 1986.

Na Tabela XXII, referente aos casos registrados de intoxica~~o humana por classe de produtos envolvidos segundo ~aixa et~ria, podemos verificar que o grupo mais vulnerivel a intoxica~aes por medicamentos 4 o de crian~as de 1 a 5 anos.

As mudanças ocorridas na forma de tabula~io e apresenta~io dos dados pelo SNITF no ano de 1986, se por um lado foram positivas no sentido de relacionar as intoxica~aes humanas por classe de produtos envolvidos segundo causas determinantes, por outro, a n~o apresenta~io dos dados por unidade da federa~io impossibilitou o estudo em uma s~rie temporal e a n~o padronizaçio dos grupos et~rios impediu tamb~m a an~lise seriada dos casos (Tabelas XXI e XXII).

\ I

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TMElA XIX

VIllltE TOTAl DE CASOS REGISTRADOS DE INTOXICACAO tuIMA SEGUNDO CAUSAS DETER"INMTES. CENTROS DE INFORItACAO TOXIaLOGICA VINCtlADOS AO SNITF. BRASIL, 1985.

CAUSA OUTRAS NAO ---

CENTROS ACIDENTAl MUSO SUICIDIO PROFISSIONAl.. CAUSAS DETER"INADO TOTAl ,-- --------------RIO GRANDE DO StI. 3.497 71 476 2n 153 53 4.527 SANTA CATARINA 437 1 n 55 1 571 PARANA (CUritiba) 818 ai 1_7 153 71 41 1.221 PARANA (Londrina) 116 7 51 23 23 89 3t8 MTO GROSSO 00 StI. 547 3 82 49 9 4 694 110 DE JANEIRO 2.315 135 432 73 68 197 3.21_ "lHAS GERAIS 354 29 1_3 46 29 9 57_ BAHIA 2.246 11 413 34 134 13 2.851 ' DISTRITO FEDERAl 68t 41 113 ~ 45 36 94_ SAO PAULO (Ribtirao Preto) 883 11 247 116 32 31 1.337 SAO PAULO (Cllpinll) 1.597 27 241 314 128 8 2.314 SAO PAUlO (Tlubltt) 442

l_ 51 56 29 8 595

O-TOTAl 13.922 376 2.417 1.211 722 489 19.137 -----.---- .... . .. ---------------------------------------- -------------------------------------------------------------------R 10 GRANDE DO IlllTE SAO PMlO (Slo Paulo)

TOTAl GERAl

* • • • * • ----- -------, FOftiF: SNITF/FIOCIUZItIS (1986) •

• Dados nao disponiveis.

• *

• *

• *

91 8."6 ---,--------------

'0.324 ---,----------------------------

ex> ....J

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TABElA XX

VWIHE TOTAL DE CASOS REGISTRADOS DE INTOXICACAO IUWM POI CLASSE DE PROOUTOS EIMIlIJIDOS SEGUNDO CttUSAS DETER"INMTES. BRASIL - 1986

,----, CAUSA OUTRAS

ACIDENTAL A8U&O SUICIDIO PRIFISSIONAL CAUSAS I6NOIMA TOTAL ClASSE DE PROOUTO -----____________________________________________________________________________ - __ a ______ • _________ ,

ttEDICMlENTOS 2.651 283 1."1 16 2M 181 4.433 MUltAIS PECONHENTOS 6.486 1 513 3 76 1 •• 19 MIItAIS lWl PECOIIENTOS 1.491 1 46 3 4t 1.58t PRODUTOS IUI"ICOS 1 •• 16 15 135 261 43 61 1.531 PESTICIDAS AGIOPECUARIOS 483 21 443 5tt 43 51 1.539 PESTICIDAS DONESTlCOS 68t 21 339 18 59 48 1.165 RATICIDAS 212 241 14 1. 16 553 DOfIISSMIT AI lOS 1.142 1. 181 47 18 41 1.339 PROOUTOS DE TOALETE 199 2 8 2 6 6 223 PLANTAS 5t8 43 24 4 51 3t 66t TOXIINFECCOES ALI~TAlES 115 2 37 3 147 OUTROS PROOUTOS 221 37 77 62 41 15 453 lWl DETEI"INADOS 6t 1. 12 53 7 29 171

,---------------------------------------------------------------------------------------------------- . _ ... _-------TOTAL 15.212 444 2.468 1.542 611 6t2 21.819

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------FONTE: SNITFIFIOCIIUZlItS (1981)

CP CP

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e e e e e

TABElA XXI

IJOlUttE TOTAl DE CASOS REGISTRADOS DE INTOXICACAO IUIAHA SEGUNDO FAIXA ETARIA CENTROS DE ItfllttACAO TOXICOlDGICA VINCUlADOS AO SNITF - BRASIL, 1985.

89

e _______________ , ______ _ -------------

• FAIXA ETARIA · ------------------------- 1-5 ANOS 6-12 ANOS 13-18 ANOS + 19 ANOS I6HIIADO TOTAl oomos ' e _____________________________________________________________________________________________________________

.110 GRANDE DO SUL e_A CATARINA

PARANA (Curitiba) • PARANA (Londr ina) .IIATO GROSSO DO StI. .110 DE _IRO

"lHAS GElAIS • BAHIA • DISTRITO FEDERAl

110 GlANDE DO tIITE • SAO PMl.O (Sio Plulo) • SAO PMl.O (Ribtirlo Prlto) • SAO PMl.O (CaIp inls)

SAO PMl.O (TlUbatt)

• • TOTAL

e FONTE: SNITF IFIOCRUZItIS (1986). e' Dado RIO disponivtl.

1.778 125 348 51

138 1.456

225 658 491 31

I

261 622 154

6.336

383 335 1.856 4. 58 253

154 118 582 32 25 195 76 59 41.

254 158 1.171 61 57 216

25t I 1.943 79 62 293 4 3 31

I I I

136 152 741 255 162 1.249 69 82 271

1.793 1.261 9.211

TABELA XXII • • e VOLlIE TOTAl DE CASOS REGISTRADOS DE INTOXICACAO tUtANA POR a.ASSE DE PRODUTOS EHIJOLVIDOS

SEGUNDO fAIXA ETARIA - BRASIL, 1986.

175 4.527 95 571 28 1.22t 6 3t8

11 694 171 3.21'

11 57. I 2.851

16 941 22 91

I 8."6 47 1.337 26 2.314 19 595 ----627 27.324

· --- ----------------------------- ---------e FAIXA ETARIA e ----------- ATE .1 .1-15 16-12 13-2' 21-35 +35 ISHORADO TOTAL

CLASSE DE PIOOUTOS

.---------------------------------------------------------------------------------------------e IDICNENTOS 214 2.157 351 542 651 44t 188 4.433 • MlllAIS PEaJlDTOS 13 435 91. 1.469 2..... 1.921 291 7.'79

MlllAIS IMO PECOHNTOS li 225 238 259 414 35t 84 1.581 e PlOOUTOS 1U1"ICOS 66 534 112 179 344 as 97 1.537 • PESTICIDAS A61UI'ECUMIOS 21 164 78 312 551 315 118 1.539

• PESTICIDAS IMIIESTICOS 49.... SI 161 263 149 63 1.165 IATICIDAS 15 199 25 91 115 82 27 553

e DCIIISSAHITMIOS 69 683 83 124 179 149 52 1.339 e PROOUTOS DE TOM.ETE 18 143 16 11 6 21 8 223 PLANTAS 31 311 112 65 65 42 45 UI

e TOXIItfECCfES ALlttEHTARES 1 42 24 16 26 Z/ 11 147 e OUTROS PIOOUTOS 13 121 39 78 115 57 31 453

MO DETERHINADOS 1 21 21 35 45 39 9 171 e ----------------------------------------------------------------------------------------------------------e TOTAl 51. 5.325 2.189 3.331 4.814 3.797 1.'13 21.879

• FONTEI SNITFIFIOCIUZlHS (1;"7>. • • e • e •

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o SNITF apresEntou a evolu~io dos casos de intoxica~io humana registradas pelo Sistema em 1986 (Tabela XXIII): 16.640 (79,7X) casos evoluiram para cura, 234 (l,lX) foram a óbito e um ndmero expressivo, 4.005 (19,2X) teve evolu~io ignorada. Os animais pe~onhEntos (29%), os pest icidas agroPEcuirios (23X) e os medicamentos (18~) responderam p~r aproximadamEnte 70X dos óbitos. Os dados referentes ao ano de 1985 nio foram apresentados pelo SNITF.

TABELA XXIII - EVOLUÇ~O DOS CASOS DE INTOXICAÇ~O HUMANA SEGUNDO CLASSE DE PRODUTOS. BRASIL, 1986.

EVOLUÇ'AO CURA OBITO IGNORADA TOTAL

CLASSE DE PRODUTO

MEDICAMENTOS 3.425 41 967 4.433 ANIMAIS PEÇONHENTOS 6.022 68 989 7.079 ANIMAIS N~O PEÇONHENTOS 1.338 1 241 1.580 PRODUTOS QUIMICOS 1. 152 26 359 1.537 PESTICIDAS AGROPECU~RIOS 1.081 53 405 1.539 PESTICIDAS DOM~STICOS 899 14 '")"'-..,

",->.l",- 1.165 RATICIDAS 405 11 137 553 DOMISSANIT~RIOS 1.101 7 231 1.339 PRODUTOS DE TOALETE 198 '")"'-

"'->.l 223 PLANTAS 511 7 142 660 TOXIINFECÇOES ALIMENTARES 123 24 147 OUTROS PRODUTOS 311 1 141 453 N~O DETERMINADO 74 5 92 171

T O T A L 16.640 234 4.005 20.879

-------------------------------~----------------------------------

FONTE:SNITF/FIOCRUZ/MS (1987).

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dados SNITF:

Finalmente, de mo~bidade

quanto ~ qualidade e ~ ab~anglncia detectamos as seguintes limitaç6Es

dos do

1. as not ificaç5Es qUE chEgam ~ Coordenaçio do SistEma refErEm-sE apenas aos Cent~os que encaminham espontaneamEnte os dados E que são consolidados em nrvel nacional Em tabelas simples como as ap~esentadas no p~esente texto;

2. a maio~ia dos CEntros (com exce~io de sio Paulo) estio instalados nas capitais dos Estados e os p~oblemas das intoxica~5es po~ ag~otdxicos e animais peçonhentos se apresentam basicamente no meio ~ural;

3. a Região No~te. grande parte da No~deste e a Centro-Oeste não disp5em de Centros. consequentemente. da mesma forma como acontece nas estat rsticas oficiais de morbidade e de mortalidade, g~ande parte do territdrio nacional não está coberto pelo Sistema;

4. nas informaç5es consolidadas em nrvel central do Sistema ~egistramos a não incorpora~ão de indicadores da gravidade das intoxicaç5es e dos efeitos tdxicos (agudo. cr6nico. tardio);

5. a classificação utilizada por faixa etária de apenas seis grupos enquanto que as Estatrsticas de Mortalidade do Ministério da Sa~de utilizam 12 grupos. Este problema merece destaque quando se considera que os riscos de acidente e os agentes envolvidos tlm relação direta com a idade. Verifica-se que esta falta de padronização impossibil ita a realização de análise comparativa entre as distintas regiBes do pars e com outros parses. A ~ltima faixa etária. mais de 35 anos. pela sua abranglncia apresenta sérios problemas ao não discriminar a faixa etária produtiva. o que se reveste de gravidade. considerando-se o grande peso das intoxicaç5es associadas ao processo de trabalho. constituindo segundo os pr6prios dados sub-registrados do SNITF a terceira causa de intoxicaçio.

6. a inexistlncia dE registro de variáveis relevantes como ocupaçio. nrvel de renda. categoria profissional entre in~meras outras;

7. a não inclusão de dados relacionados a ambiental. tabagismo. alcoolismo e drogas conjunto de informa~aes compiladas pelo Sistema;

contamina~ão ilrcitas no

No caprtulo V (Discussão e Conclus5es Finais) aprofundaremos a análise das limitaç5es que. a nosso ver. constituem os principais entraves para que o SNITF possa ser considerado um SistEma dE Informaçio(ou de Comunica~io). quando focalizado sob a 6tica da concep~ão sistlmica clássica e da teoria da informaçio. sio limitaç5es que se referem a dois aspectos centrais: em primeiro lugar. a falta de padroniza~io. tanto a nrvel de registro de dados. quanto ~ nrvel da modelagem do sistema. Em segundo lugar. a falta de integraçio a outras

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bases de dados, nacionais e internacionais, dificuldades para a realizaçio. dE an~l ises intoxicaç5es e envenenamentos no marco mais geral entre sa~de e produçio.

qUE do das

acarreta problema rela~ões

\

,

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3. COMPARAÇ~O DOS DADOS DATAPREV (INTERNAÇOES)COM OS DADOS DO SNITF.

POSSAS. BORTOLETTO. ALBUQUERQUE E MARQUES (1988) analisaram quatro sistEmas nacionais dE informa~io Em sa~dE rElacionados ao tEma intoxica~5Es E EnVEnEnamEntos acidEntais Em nosso pa(s. Al~m do SNITF foram considEradas as Estat rsticas dE Mortal idadE do Minist~rio da Sa~dE. as Estat rsticas dE DOEn~as Profissionais E AcidEntEs do Trabalho do INPS E as Estat rst icas dE MorbimortalidadE Hospitalar do SistEma SINTESE (SistEma IntEgrado dE S~riEs Históricas) da EmprEsa dE ProcEssamEnto dE Dados do Ministéroio da PrEvid~ncia E Assist~ncia Social (DATAPREV). AprEsEntamos a sEguir os principais rEsultados alcançados no trabalho citado.

A DATAPREV prOCEssa. mEnsalmEntE. rEfErEntEs ao pagamEnto dE intErnaç5Es aos hospitais PEla PrEvidincia, o qUE abrangE Em torno dE 70X das do pa(s.

informa~aEs contratados intErnaçÕEs

A principal contribuiçio do SistEma SINTESE da DATAPREV est~ no fato de qUE a ampla gama dE informaç5ES gEradas abrangEndo o n~mEro total dE intErnaç5Es hospitalarEs. o tEmpo dE PErman~ncia, o ndmEro dE óbitos - ESt~ vinculada ~ Classifica~io IntErnacional das DOEnças. CID (9a. REV.), o qUE cria condiçõEs para o Estudo da morbimortal idadE associada ~s intErnaçõEs.

Para a identificação dos dados rEfErEntEs ~S intErnaçÕES hospitalarES por intoxicaç5Es E EnVEnEnamEntos no pars, foram considEradas as v~rias catEgorias E subcategorias agrupadas PEla DATAPREV, a partir dE adaptaçio da Classificaçio IntErnacional das DOEnças (CID,9a.REv.), aprEsEntada no AnEXo 4.

A TabEla XXIV mostra a distribuiçio do n~mEro dE paciEntEs intErnados por intoxicaçõEs E Env~nEnamEntos no pa(s. para o ano dE 1986, pertEncEntes as catEgorias 53, E48 E E53. DEVido a excEssiva agregação não foram inclurdas as catEgorias E52 (nio PErmitE destacar dentre os acidentes devido a fatores naturais e ambientais aqueles associados a intoxicações e reaçÕES tóxicas causadas por animais e plantas venenosas. cuja participação, conforme sugerem os dados rEgistrados PElo SNITF, é bastante expressiva) e E56 (envenenamentos por subst~ncias sólidas ou l(quidas sem definiçio do car~ter acidental ou intencional).

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94

TABELA XXIV

'ACIENTES INTERNADOS COtI OOOXICACOES EENlJEHENAtlENTOS NOS ESTADOS. TERRITORIOS E DISTRITO FEDERAL NOS HOSPITAl

CONTRATADOS DA PREVIDENCIA SOCIAL - 1986.

--------------------------------------------------------ESTADOS E48 E53 53 TOTAl. --------------------------------------------------------DirfCio leral • • • • AlalOis 33 2 68 1.3 Alizonas • • 21 21 hhia 3U 7 844 1.162 Clara 144 8 736 888 llato 6.110 Sul 157 5 382 544 Esplrito Sinto 213 13 32t 536 60ias 673 53 1.5tt 2.226 llannhao 85 2 162 249 Jlito Grosso 164 7 212 373 "inas &trais 2.546 211 7.178 9.935 Para 143 14 238 395 'anibi 179 1 555 735 PariA) 2.642 89 3.784 6.515 'ernubuco 211 12 814 1.'27 Piaui 93 3 187 283 lia dt Janeiro 758 68 2.261 3.'87 lia &de do Martl 64 14 188 266 lio &dI do Sul 1.861 7. 3.24' 5.171 Santa Catarina 891 45 1.222 2.157 Sio Paulo 3.563 149 11.517 15.219 Serlipe 13 1 128 142 Distrito Federal 9 2 21 32 Acre • • 2 2 Mapa • • • • londonia • • • • k~ain • • • • F. de Noronha • • • • Ignondo • • • • --------------------------------------------------------

TOTAL 14.742 n6 35.549 51.167 --------------------------------------------

FONTE: IfAS-OATAPREV-SINTESE

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Os dados - apesar das limita~aes - permitem analisar alguns aspectos relevantes do problema. Do total de pacientes internados por intoxica~5es e envenenamentos registrados em todo o pars, 30% foram claramente definidos como acidentes, correspondendo aos Grupos E48 e [53, com respect ivamente 28,9% e 1,5% do total. Guanto ao Grupo 53, ~ importante destacar que respondeu por 70% das pessoas internadas por intoxica~5es e envenenamentos, abrangendo aqueles casos nio ident ificados como acidentais.

Os Estados de Sio Paulo, Minas Gerais, Paran~ e Rio Grande do Sul respondem por 72% do total de pacientes internados por intoxica~5es e envenenamentos, em 1986.

A Tabela XXV mostra que as intoxica~5es e envenenamentos para os tr~s grupos considerados (53,E48 e (53) responderam por 6.2 pessoas internadas em cada mil e, os óbitos, por 3 pessoas em cada mil óbitos hospitalares. Guanto ~ distribui~~o geogr~fica verifica-se que as regi5es Sul e Sudeste, com 75.6% do total de pacientes internados, respondem juntas por 83.5% das interna~aes por intoxica~5es e envenenamentos. A mesma tend~ncia se observa em rela~io aos óbitos. Com 80.2% do total dos óbitos estas duas re910es atingem 83.1% dos óbitos hospitalares por intoxica~5es e envenenamentos.

O SINTESE repete o verificado com o SNITF, praticamente nio cobre as regiões Norte e grande parte da região Centro-Oeste.

A Tabela XXVI compara os dados da DATAPREV ~s interna~aes por intoxica~5es e envenenamentos com registrados pelo SNITF, para os anos de 1985 e 1986.

referentes os casos

Em que pese o grande ndmero de casos de intoxica~5es humanas identificados pelos v~rios Centros que integram o SNITF, ~ possrvel constatar na Tabela XXVI, que o total de intoxica~5es identificadas pelo Sistema nos anos de 1985 e 1986 ~ muito inferior ao total de interna~5~s hospitalares por intoxica~5es e envenenamentos registrados pela Prevldtncia Social (SISTEMA SINTESE/DATAPREV) naqueles mesmos anos. Cabe ainda observar que esta dist~ncia se acentua em 1986 pelo aumento do ndmero de interna~5es registradas pela DATAPREV (de 44.028 em 1985 para 51.067 em 1986) e a simult~nea diminui~;o, pelo sub-registro apontado, dos casos registrados pelo SNITF (de 27.324 em 1985 para 20.879 em 1986).

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96

TMELA XXV

lIIIeIDADE E IIIITAlIDADE IIISPITAlAR POR IHTOXICIICIES E EllUEllEIWElITOS ACIDENTAIS. NOS IIISPITAIS CONTRATADOS DA PIEVIDEllCIA SOCIAl - BRASIL. 1986.

No. DE IDIBIIDITAlIDADE PACIENTES /lo. TOTAl DE OBJTOS No. TOTAl DE

INTERN. PACIENTES PlINTOX. OBITOS PAC. PlINTOX. Z INTElNADOS Z EIIIIEII. Z INTERNADOS Z E EIIIIEII. (53. E48 153 E48 e [53)

IE6IDES 1[53)

-----------------------------------DIIECMJ IDAl • - • - • -NORTE MuIlllIS 2t 17.924 • 188 'lI'a 395 124.846 3 2.'" Acrt 2 3.843 • 28 Alapa • • • • IlIIIdllllia • • • • IlII'liu • • • • ---------------------------------SII-TOTAl 417 '.8 146.613 1.8 3 '.5 2.316 1.2

---------------NOROESTE AIIIOII 1t3 86.446 2 1.288 .a11la 1.162 311.445 16 6.791 enrl 188 231.689 15 4.639 Hll'anhao 249 113.219 6 1 •• 'Iniba 735 179.818 8 4.'15 PrrUlkco 1.127 221.121 11 5.153 'ilai 283 74.555 1 1.219 I.Grande do Martl 266 74.976 2 2.'71 Srrlipr 142 65.381 9 2.47'

SII-TOTAl 4.855 9.5 1.346.541 16.3 7. 11.8 28.519 14.7

SIIlESTE E5I' ir ito Santo 536 92.271 2 2.157 "iftas &trlis 9.935 1.234.381 132 29.386 110 ft .... iro 3.t87 631.112 59 27.713 &lo 'aulo 15.219 2.258.381 179 511.318

--------------SII-TOTAl 28.m 56.4 4.215.984 51.' 372 62.8 117.574 61.7

SIl Pll'ana 6.515 833.21t 68 13.936 Suta Catarl .. 2.157 412.992 2t 7.51t I.Grude do Sul 5.171 798.917 32 16.358

SIII-TOTAl 13.843 27.1 2.'35.119 24.6 12t 2t.3 37.814 19.5

IDTID-OESTE "'to Grosso H Sul 544 68.387 7 1.344 80ill 2.226 382.41t 18 4.9. "'to Grosso 373 69.354 2 1.168

Distr ito Fedrrll 32 4.762 • 46

SII-TOTAl 3.175 6.2 524.833 6.3 27 4.6 7.466 3.9 ----------------------

FEI/IAIIlO DE NORONHA • • • • -------IGNORADO • • • • TO T Al 51.167 I" 8.269.t89 I" 592 I" 193.659 1 ..

FOIIJEI WAS-DATAPIEY-SIHTESE IÀPh41 ~e 'OSSAS rt .lIi (1988).

(I) SltaH I Clas.ificlClD I.trrlllcillllll dll DomCIS (CIO) - 9a.lrvIAO.

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TABELA XXVI 97

COHPftIIACAO DOS DADOS DATAPREIJ ClNTElNACOES) COfI OS DADOS DO SNITF (CASOS REGISTRADOS). BRASIL. 1985 - 1986

1985 1986

------------------------------------------------------------------------REGUES SINTESE DATAPREV SNIrf SINTESE DATAPREV SNITf

No. INTERHACOES CASOS REGISTRADOS No. INTERNACOES CASOS REGISTRADOS POR INTOXICACAO DE INTOXICACAO POR INTOXICACAO DE INTOXICACAO E ENVENENAltENTO HUHAHA E ENlJENENAttENTO IUIAHA

NORTE 417

Alizonas 25 21 Para 435 395 Acre 6 2 Mapa I I Rondonia , I Ronila I I

NORDESTE 4.511 2.942 4.855 3.542 --------------------------------------------Ala90as Bahia Ceara tlaranhao Paraiba Pernubuco Piaui Rio Grande do Norte Serg ipe

SUDESTE

Esp ir ito Santo "inas Gerais Rio de Janeiro Sio Paulo

SUL

Parana Santa Catar i na Rio Grande do Sul

COORD-OESTE

ltito Grosso do Sul 60ias llato Grosso Distrito Ftdrral

fERNItHDO DE IDIOIN I6HORADO

TOTAl

118 791 763 172 749

1.216 3t5 334 84

25.359

562 6.791 3.414

14.613

11.514

4.218 1.796 4.5H

3.178

571 2.254

342 11

I I

44.128

FONTES: .AS-DATAPRElJ-SINTESE SNITF IfIOCIUZIJtS

2.851

91

16.122

113 1.162

888 249 735

1.127 283 266 142

28.777 -----------------------

57' 3.21'

12.342

6.626

1.528 571

4.527

1.634

694

941

536 9.935 3.187

15.219

13.843

6.515 2.157 5.171

3.175

544 2.226

373 32

3.542

6.735 -------

344 3.731 2.661

9.'31

2.299 1.151 5.582

1.571

1.159 412

------------------------------------

27.324

I I

51.167 21.879

Adaptada di POSSAS. C.A. rt aI i i (1988).

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98

Como o SNITF, teoricamente, refere-se a todos os tipos e graus de intoxicaç5es e envenenamentos, sup5e-se que as informaç5es relativas ~s internaç5es hospitalares deveriam const ituir apenas parte deste conjunto' de informaç6es e n~o o inverso, como ocorre. Esta constataçio do expressivo sub-registro do Sistema fica ainda mais evidente quando se considera que:

1. O Sistema Srntese/DATAPREV abrangE, como se viu, somente 70% das internaç5es do pars, referentes ao pagamento de contas aos hospitais contratados pela Previdtncia Social, ficando de fora as internaç5es por intoxicaç5es e envenenamentos correspondentes aos 30% de internaç5es relacionadas aos hospitais próprios, al~m dos dados referentes ao restante da rede privada nio contratada.

2. Os dados apontados na Tabela XXVI referentes ao Sistema Srntese/DATAPREV, nio incluem, por sua excessiva agregaç~o, as intoxicaç5es por animais e plantas venenosas, cuja participaç~o no conjunto de intoxicaç5es no pars, como se viu, ~ bastantE expressiva. De qualquer forma, ~ importante destacar a possibilidade que o SNITF oferece de discriminaçio das diferentes modalidades de intoxicaçio e envenenamento por agentes tóxicos.

3. Al~m disto, foram exclurdas da Tabela XXVI, pelas mesmas raz5es, os dados do Sistema Srntese/DATAPREV referentes a envenenamentos por substAncias sólidas ou 1 rquidas sem definiçio do cariter acidental ou intencional.

A inclus~o de todas estas informaç5es no Sistema Srntese/DATAPREV aproximaria o total de internaç5es por intoxicaç5es e envenenamentos no pars a nrveis bastante próximos do real, compat rveis com a estimativa de 2.766.000 intoxicaç5es anuais (para 1985), equivalentes a 3% da populaç~o urbana brasileira, segundo est imativa da OMS.

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CAPrrULO v . DISCUSSAO E CONCLUSOES FINAIS.

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99

V. DISCUSS~O E CONCLUSOES FINAIS

Internacionalmente, avanços no conhecimento dos efeitos danosos de indmeros contaminantes qurmicos t~m ocorrido graças ao emprego de testes biológicos que permitem aval iar diferentes formas de impacto toxicológico e graças ~ existlncia de informa;io abundante sobre os danos ~ sadde humana provocados pela exposi~io - sobretudo no ambiente ocupacional - de alguns contaminantes especrficos, como metais pesados, fibras inorglnicas, praguicidas e compostos orgAnicos (53).

Entretanto, a incerteza em relaç~o aos riscos, isto ~, a probabilidade de ocorrlncia de um efeito tóxico particular derivado da exposiç~o a contaminantes qu(micos ambientais~, no presente, extremamente grande, devido a dificuldades de extrapolar ao ser humano os dados obtidos em testes biológicos com animais e de demarcar o grau de exposiç~o real dos seres humanos aos agentes de risco(54).

Estas I imitaçaes nos levaram a concluir que ainda nio se conseguiu aval iar os riscos para todos os contaminantes qurmicos a que est~ exposta a populaçio mundial e al~m disso a informa;io referente aos produtos qurmicos j~ estudados ~ ainda, internacionalmente, imprecisa e restrita (55).

Segundo POSSAS (1986, mimeo) nio existem informa;Bes oficiais sobre a populaç~o brasileira exposta ~ substlncias tóxicas e a pesquisa toxicológica no Brasil ~ praticamente inexistente, inexist indo um sistema de controle das substAncias tóxicas dispersas no ambiente de trabalho; esta auslncia torna o estabelecimento de valores dos llmlt~~ d~ tQl~~an~la (56) um instrumento legal destiturdo de sentido pr~t ico.

Verificamos em nosso trabalho que poucos sio tamb~m os dados e estudos que permitem evidenciar os efeitos da poluiç~o atmosf~rica sobre a sadde da"populaçio no pa(s. Em geral ~ ut ilizado o recurso ao cruzamento de informaç5es obtidas nas ~reas da sadde, metereologia e controle ambiental e pode-se afirmar que apenas o munic(pio de Sio Paulo redne dados com potencial para a determinaçio das doenças decorrentes da contaminaç~o atmosf~rica.

(53) Ver Prelmbulo de Cristina C.de Nava, na publica~io uEvaluat ión Epidemiológica de Riesgos Causados por Agentes Guimicos Ambientales U

, ECO/OPAS, 1988. (54) Idem. (55) Ibidem. (56) Limite de Tolerlncia refere-se ~s normas de exposiçio ~

substlncias tóxicas, prevendo as concentraçBes m~ximas ~s quais os indivrduos podem ser expostos durante oito horas por dia, diariamente, sem apresentar doença.

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Os estudos das causas e dos efeitos da contamina~~o do meio ambiente e das consequincias da exposi~io dos sistemas biol6gicos - em particular do ser humano - a agentes t6xicos ora abordam em profundidade contextos sDcioecon8micos precisos, por~m com refEr~ncias fr~gEis ao problema biol6gico, ora p6em infasE nos fen6menos bio16gico e qUrmiC05 sem a devida valora~~o das condi~6es socioecon6micas das estruturas sociais onde SE observam eSSES fen8mEnos (ECO/OPAS, 1988).

Neste campo complexo englobando

o enfoque interdiscipl inar v~rias disciplinas com

reqlJerido ~ m~todos, mll1 t i p I a

a análisE conceitua~aes e categorias dos fen6menos envolvidos. IJn i d i sc i p 1 i n ar.

muito diversas. A natureza praticamente, inviabiliza

o enfoque biol6gico procura estabelecer se a liga~io entre os fatores ambientais e o desenvolvimento de altera~5es biol6gicas ~ ou n~o uma associa~io fortuita.

Especificamente, no campo da saddehumana, para o estabelecimento da rela~~o causa-efeito ~ preciso efetuar uma simplifica~~o hipot~tica, onde um dos fatores - a exposi~io a um contaminante - ~ considerada como a causa e outros fatores sio tomados como condicionantEs.

Tanto (os end6genos, socioecon8micos r i sco.

o agEnte causal como os fatores condicionantes pr6prios dos sistemas biol6gicos e 05

e ambientais> podem SEr considerados fatorEs dE

A ident ifica~io dEstes fatores Estrat~9ias para modificá-los implica, em integrar, Entre outros, os m~todos epidEmiologia E da toxicologia, al~m dos sociais e ~s ci~ncias do comportamento.

e o desenvolvimento dE rela~io ~ sadde humana,

e conceitua~5es da relat ivos às ci~nciBs

Concluimos que a Toxicologia deveria ser um campo interdiscipl inar por ExcElincia, dE ordem biol6gica, m~dica E Jurrdica; entretanto limita-se ao estudo das subst~ncias t6xicBS e dos venenos, entendEndo como tal qualquer agente capaz de produzir uma resposta prejudicial num sistema biol6gico, SEja destruindo uma vida humana, animal ou vegetal, seja comprometendo funç:ôes vitais.

A Toxicologia que at~ há alguns anos era uma ci~ncia em uma Etapa dEscrit iva dos fatorES nocivos agudos de subst~ncias pouco ut ilizadas em ~mbito gEral, atualmEntE, gera conhecimentos para definir o mrnimo aCEitável das subst~ncias que, com rElativa frEqU~ncia, Entram Em contato com o ser humano. Tamb~m avan~a na compreEnsio dos mEcanismos fisiol6gicos, celularES E molecularEs qUE dEtErminam a toxicidade e define os riscos da Exposiç:~o prolongada a substAncias potencialmEntE t6xicBS Enio somente o risco por exposiç:io intEnsa e dE curta dura~io. Este tipo de conhecimento permitE sugerir a proibi~io ou diminui~io do uso ou da produç:io dE CErtas substAncias. o controle daquelas com

al.LIOTROA IUIIDA~ GETOLIO VAIIIIM

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baixo ~isco, como tamb~m d€t€~mina~ o possrv€l tÓxicos no d€senvolvim€nto d€ €nf€~midad€s c~enicas € d€ ~€spostas mutag~nicas, ca~cinog~nicas € (ECO/OPAS,1988).

i01

pap€l d€st€s d€g€n€~at ivas t€~atog~nicas

SCHVARTZMANN (1979) consid€ra as d€fini;5€s usuais da Toxicologia, €m g€~al, insatisfatórias, pois ap€sa~ d€ P€~mit ir€m a inclusio d€ in~m€ros ag€nt€s qurmicos ou frsicos conh€cidos nia faz€m ~€f€r~ncia a asP€ctos ~€IEvant€s como as circunstAncias e as condi;6€s d€ €xposiçio ~s substAncias tÓxicas.

CASARETT (1976), citado por SCHVARTZMANN (1979, pag.4) conc€itua a Toxicologia como "a ci~ncia qU€ d€fin€ os limltEs dE SEgU~an~a dos ag€nt€s qurmicos, €nt€nd€ndo-s€ como s€gu~ança a probabil idad€ d€ uma subst~ncia nio p~oduzi~ danos €m condi;5€s €sP€crficas" (g~ifo nosso). Est€ auto~ d€staca a impo~tAncia da no;io d€ "s€gu~an;a" pa~a o campo da Toxicologia.

A g~avidad€ da intoxica;io, €ntr€ out~os fato~€s, varia~~ com a natu~€za do tóxico €nvolvido € coma int€nsidad€ da €xpOSI;ao € s€~~ classificada €m aguda ou crenica d€ acordo com o t€mpo d€corrido €nt~€ €xposi;io € apa~€cim€nto d€ sinais €/ou sintomas. Contudo €sta abo~dag€m ~ insufici€nt€ pa~a a anilis€ das info~ma;6€s sob~€ intoxica;6€s € €nv€n€nam€ntos. Ela ~€qU€~ abo~dag€m qU€ s€ situa na front€i~a €nt~€ a toxicologia € a €pid€miologia social.

A Epid€miologia ~ a disciplina qU€ €studa as ~a~act€~rst icas da dist~ibui;io dos probl€mas d€ sa~d€ € do€nça nas popula;5€s, € o s€u campo d€ int€r€ss€ compr€€nd€ a id€ntificaçio das s€m€lhanças € dif€r€nças €ntr€ afEtados € nio af€tados, avaliando os fator€s d€t€rminant€s qU€ pod€m €xplica~ as m~ltiplas ~€la;5€s causais €xist€nt€s.

o €studo das g~and€s do€n;as €pid~micas (cÓl€ra, P€st€, f€br€ ama~€la, tifo, va~rola, raiva, €tc.) do s~culo XIX, ma~cou o nascim€nto da Epid€miologia, qU€, inicialm€nt€, imaginou € d€s€nhou m~todos € atividad€s d€ a;io im€diata € p~agmitica pa~a €nf~€ntar €SS€S g~av€s p~obl€mas.

A t€ndência, ao longo do siculo XX, €sP€cialm€nt€ nos parS€S d€s€nvolvidos, foi pa~a uma ênfas€ na inv€stiga;io €pid€miolÓgica cada v€z mais compl€xa, ap€~f€i;oando a €xatidio mat€m~tica dos m~todos d€ diagnÓst ico dos p~obl€mas pr€val€nt€s, po~tm d€ixando a ~€solu;io dos m€smos pa~a a administra;io € a organiza;io dos S€~vi;os d€ Sa~d€.

Atualm€nt€, €sta t€ndência com€;a a s€ ~€v€rt€~ nos parS€S mais avançados qU€ passaram a p~iorizar a €pid€miologia dita d€ "choqu€", oP€~acional € int€grada, voltada para a solu;io dos p~obl€mas p~€val€nt€s.

Ent~€tanto, na atualidad€, out~as do€n;as €stio s€ to~nando pr€val€nt€s, como o cinc€~, a hip~~t€nsio a~t€~ial, os acid€nt€s, € os transtornos m€ntais, oriundas das g~and€s

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mudan~as no ambiente e no modo de vida, impostos pela industrializa~io e pelo progressivo'crescimento urbano e para as quais estio sendo aplicados, com pouca. modifica~5es, o m~todo e os princrpios desenvolvidos para as doen~as infecciosas. Isto gera dificuldades como as que se referem a aplica~io da Epidemiologia ao campo da contamina~~o ambiental.

Nessa apl ica~io meclnica da Epidemiologia, independentemente do modelo de causalidade adotado, os fatores relacionados à produ~io como, entre outros, os agentes frsicos e"""J;.·

qurmicos, sio diluidos e igualados aos fatores ditos de ordem natural, como os agentes bioldgicos. Entretanto, como recorda GALV~O (1989), na rela~io produ~io e sadde estio englobados as relaç5es entre sadde e trabalho, sadde e meio ambiente e sa~de e consumo. Nessa dtica, os nexos causais sio originados da prdpria relaçio sadde e produ~io e gerados ao n(vel do trabalho, do ambiente e da esfera do consumo.

A produ~io deve ser, portanto, entendida como o elemento fundamental, sendo o processo por meio do qual, numa dada sociedade, sio produzidos bens e servi~os e a sadde ~ apreendida como a resultante das condiç5es ambientais, que englobam as condi~ões do ambiente do trabalho e do nrvel de consumo verificados nessa mesma sociedade.

No plano metodoldgico, por sua vez, para associar fatores de risco com sa~de, a Epidemiologia deve determinar se a distribuiçio dos efeitos e a frequ~ncia com que estes se apresentam na populaçio se relacionam com os nrveis de exposi~io dos contaminantes. Nesta demonstraç~o ~ preciso enfatizar a rela~~o temporal da causa com o efeito assim como relacionar a intensidade da dose de exposiçio com a intensidade da resposta (ECO/OPAS,1988).

,.

No campo da contaminaçio ambiental a Epidemiologia .,. enfrenta, portanto, dificlJldades s~rias, sitlJa~ão diferente da

verifica1a na ~rea das doenças infecciosas, das nutricionais e metabdlicas, etc., onde j~ h~ um grande desenvolvimento na identificação e no controle dos fatores de risco. No campo das enfermidades ou intoxicaç5es associadas ao ambiente contaminado por substlncias qurmicas, o tempo de exposição ou de incubaçio prolongado, a exposlçao de intensidade leve ou moderada, a exposiçio à mdltiplos contaminantes, os incrementos pequenos na frequtncia do evento estudado, assim como a presen~a de enfermidades ou srndromes de etiologia m~ltipla, determinam s~rios problemas metodoldgicos.

AI~m destas dificuldades metodoldgicas ~ fundamental ter presente que o r~pido desenvolvimento industrial e agr(cola, o crescimento demogr~fico e a crescente urbanizaçio na maioria dos parses vem provocando s~rios problemas de contaminaçio que afetam um ndmero cada vez maior de pessoas. E tão indispens~vel por estas raz5es aplicar a perspectiva epidemioldgica anal rtica, no sentido de se estabelecer as relaç5es causais complexas entre contaminantes e manifestaç5es de doen~as, quanto

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1.0::J

completar quadros clrnicos de enfermidades derivadas da contamina~io e medir o impacto de.novas terapias ou introduzir novos procedimentos de controle (REYNAGA O,J.,1988).

NAVA (57) indica que diversos esfor~05 vem senda internacionalmente no sentido de promover a sobre os riscos tdxicos derivados da exposi~io a

qurmicos ambientais - investiga~io cl rnica e - para aval iar o seu impacto nos trabalhadores e geral.

realizados investiga~io c:ontaminantes ep id€·:mioldg ica na popula~io em

Para REYNAGA (1988), a exist~ncia de vazios e desconhecimentos no campo da cantamina~io qurmica do ambiente, e de insufici~ncias que limitam a correla~io de fatores, aponta para a necessidade de se desenvolver, na área da investiga~ão aplicada e nos Servi~os de Sa~de, uma atitude prática e simples que contribua para o conhecimento dos componentes em jOgo que possibilite estabelecer as medidas de preven~ão e controle necessárias. Concordamos com este autor e agregamos que uma tal atitude deve necessariamente apoiar-se em sistemas de informa~5es globalizantes para permitir o correto dimensionamento das intoxica~5es e envenenamentos voluntários e acidentais.

TURSZ (1986,mimeo) considera como Nintoxica~ão e envenenamentoN qualquer penetra~io involuntária no corpo humano, de uma subst~ncia qurmica potencialmente tdxica, ocorrida seja por via digestiva, respiratdria ou transcut~nea e que poderá ou nio ser seguida de aparecimento de sintomas e/ou sinais, requerendo ou não cuidados m~dicos.

Constatamos com a revisio efetuada no presente trabalho, ser imperiosa a extensão do objeto de estudos Nintoxica~5es e envenenamentos N

, em fun~ão da dimensão nacional que as quest5es ligadas a polui~ão ambiental assumem, da gravidade do consumo voluntário do tabaco, álcool e drogas ilrcitas em nosso Pars e da import!ncia do suicrdio como segunda causa determinante de intoxica~io humana registrada pelo SNITF (58). Sugerimos para tanto a ampliaçio da conceitua~ão de TURSZ para englobar o conjunto desses eventos. Propomos a adoção da seguinte conceituação pelos sistemai de informa~5es:

Intoxicação ou Envenenamento ~ qualquer penetra~ãa voluntária ou involuntária de uma subst~ncia qurmica potencialmente tdxica no ser humano. A penetra~ão involuntária ou voluntária de um tdxico (ou veneno) no corpo humano, ocorrida seja por via digestiva, respiratdria ou transcut~nea, deverá ser considerada como intoxica~ão (ou envenenamento) seja ou nio seguida de aparecimento de sinais e/ou sintomas e requeira ou não cuidados m~dicos.

(57) NAVA, op. cit. (58) Vide Caprtulo IV item 2 - o SNITF como fonte de dados de

morbidade.

• ...

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o conceito de informaçio tóxico-farmacológica por nós proposto considera relevantes todo~ os sistemas de informaç5es nacionais e internacionais existentes e relacionados com sadde, o que inclui uma gama muito diversificada de basE de dados tais como, as demogr~ficas, epidemiológicas, de serviços dE saddE, cientrficas, tecnológicas, sociais, econ8micas, ecológicas/ambientais, Jornalrst icas, empresariais, Jur(dicas, de segurança e outras. O SNITF como vimos, revela falta total dE integraçio com bases de dados nacionais e internacionais. Esta ~ uma deficitncia s~ria, ao dificultar ou mesmo impedir a utilizaçio do sistema para a real izaçio de an~l ises no marco mais geral das relaç5es entre sadde e produçio.

A visio compreensiva de sistemas de informaç5es tio diversificados que propomos ~ condi;io necessária para o desenvolvimento das pesquisas em sadde referentes ~s intoxica;5es e envenenamentos e para a açio do Estado atrav~s de pol(t icas pdbl icas coerentes com o conceito ampliado de sadde e com o Sistema ~nico de Sadde que o processo de Reforma Sanit~ria prevt.

Ao nrvel da formulaçio de polrticas sio importantes as considera;5es tecnológicas próprias de um sistema de comunicaçio (ou de informaçio). Estas concentram-se basicamente na necessidade de padronizaç5es em diversos planos. A mais óbvia razio para a padronizaçio ~ que ela facilita a troca de dados. Tio importante quanto a troca de dados ~ a transfertncia de programas, por exemplo de um computador para outro, tornada poss(vel pelo recurso ~ linguagem 'standard'. Os padr5es sio tamb~m necess~rios para assegurar a confiabilidade e a segurança (sigilo, prote;io) dos dados. Tamb~m sio necess~rios para garantir a modelagem de sistemas e, apesar de serem vistos ~s vezes como obst~culos para a produtividade, ttm a funçio positiva de estimular o desenvolvimento de sistemas verdadeiramente interativos(SINGH,1966).

Portanto a integra;io intra e inter sistemas só ~ possrvel com padronizaçio em diferentes n(veis e planos.

Na modelagem de um sistema de informaç~o alguns crit~rios b~sicos devem ser considerados: confiabilidade, isto ~, o sistema deverá ter continuidade; compatibilidade com outros sistemas; capacidade de memória, de processamento, de difusio e expansibilidade, isto ~, capacidade de agregar novos elementos. O SNITF, nio preenche sat isfatoriamente nenhum desses crit~rios.

A informa;io em sadde comp5e-se de dados de tipos muito diversos, incluindo desde sintomas e sinais clrnicos, tratamento, relatórios financeiros, registros hospitalares, registros de pessoal, etc. etc., gerados tanto em n rvel i nd i v i dl.lal quanto a nrvel . institucional. Esses dados básicos devem pois ser 'purificados' e consolidados para serem utilizados em nrvel nacional. Para que os dados possam ser armazenados de modo compacto e para obter rápida recuperaçio dos mesmos, os dados brutos devem ser codificados e os códigos, para ter utilidade, devem obedecer um esquema unificado, padronizado. Um exemplo de

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pad~io em info~ma~io de inte~esse ge~al ~ um dicioni~io de dados que pode conte~ milha~es de itens de dados e entidades o~ganizacionais(SINGH,1966). A CID ~ um cÓdigo bastante familia~ aos p~ofissionais de sadde que o SNITF, at~ onde pudemos obse~var, nio util iza.

Verificamos desse modo que a falta de padroniza~io ~ o p~oblema crrt ico central do SNITF e que contribui acentuadamente pa~a a precariedade do Sistema, al~m das outras importantes I imitaç5es ji apontadas no Cap(tulo IV.

Deduzimos tamb~m de nossa anilise que os sistemas de informaç5es tÓxico-farmacolÓgicas ampliados ~equeri~io defini~5es metodolÓgicas e teÓricas sÓ possrveis com a incorpo~a~io de atividades de pesquisa em informa~io, isto ~, at~av~s da integra~io de grupos de pesquisa altamente qualificados, inte~agindo simultaneamente com especialistas de dive~sas i~eas e com as inst~ncias decisÓ~ias em polrtica dE sadde.

Esta interaçio deveri ser orientada para a defini~io de p~ioridades entre as intoxica~aes e envenenamentos em uma perspectiva estrat~gica para a açio estatal a cu~to, a m~dio e a longo prazo, voltada para a melhoria da condi~5es de t~abalho e da sadde da popula~io no B~asil.

Como primei~o passo seri necessirio um amplo e aprofundado levantamento das atuais fontes de informa~5es existentes no pars ~evisando-se detalhadamente a origem, a estrutura, as metodologias utilizadas em cada uma delas, os indicadores que são gerados e outros aspectos ~elevantes.

As estatrsticas de mortalidade - apesar de englobarem somente os eventos que levam ~ mo~te - constituem uma importante fonte de dados para os estudos epidemiolÓgicos. Ent~etanto sio as estatrsticas de morbidade que permitem analisa~ a incid~ncia e a p~eval~ncia de acidentes, de'doen~as, casos de invalidez e t~aumatismos de uma dada populaçio, constituindo significativa fe~~amenta no estudo de nume~osos complexos p~oblemas, entre os quais as intoxica~5es e envenenamentos acidentais e voluntirias (LAURENTI,MELLO JORGE,LEBR~O & GOTLIEB,1987).

Os rndices e taxas de mo~bidade ap~esentam' na sua constru~io um g~au de complexidade maior que as estatrsticas de mo~talidade. Enquanto a morte constitui um evento dnico e instant~neo, a" doen~a e o acidente sio eventos mdltiplos que podem afetar o ser humano num dado momento de sua vida ou durante toda a sua exist~ncia, podendo se~ medidos sob vi~ios aspectos, como frequ~ncia, du~a~io, gravidade, entre out~os (LAURENTI, 1976).

No Brasil, enquanto a fonte de info~maçio sobre a mo~talidade ~ uma sÓ (~egistro de Óbito)pa~a a morbidade sio utilizadas virias fontes de dados, nenhuma com cobertura total da popula~io e das doenças. Portanto, para se obter um quadro geral

\ I I

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da morbidade tlm-se que recorrer a diversas fontes de informa~5e5 t o das i n c o m p I e tas e i n e :.: a tas.' E 5 tas i tua ç ã o g E r a I é particularmente agravada no caso das intoxicaç5es e envenenamentos, face a natureza com~lexa desses problemas. Constatamos que o SNITF e o SINTESE sio sistemas nacionais que nio integram outras fontes de informa~5es ~s suas estruturas.

As principais fontes de dados de morbidade apresentadas pela Or9aniza~io Mundial de SaJde (OMS) foram reslJmidas por LAURENTI et aI i i (1987) em: not ificação compulsór ia de doen~as; estatísticas hospitalares; estat rst icas de servi~os de assistlncia m~dica (pacientes de ambulatórios); registros m~dicos de indJstrias e escolas; registros especiais de doen~as; registro de óbitos; inqu~ritos de morbidade. Em grupo dnico dE "outras fontes", Laurenti considerou os registros de m~dicos particulares, seguro social e de sadde e a inclusão de perguntas sobre doenças nos censos populacionais.

Para RIBEIRO e LACAZ (1984), as estat rsticas referentes ao registro de doenças do trabalhador na indJstria, por intoxicaç5es e envenenamentos, limitam-se a algumas doenças classificadas como "profissionais" e apenas compreendem aquelas que fazem jus aos benefrcios assegurados pela Previdlncia Social. A Lei 5.316 de 1967, classificou apenas 21 doenças como "profissionais" e que independem da comprovação do nexo causal entre o agente patógeno e a doen~a, tornando-se essa comprovação necess~ria para os demais casos - pelo trabalhador - sem o que nia se caracteriza o acidente ou a doença como "profissional".

Segundo MELLO JORGE (1979) os óbitos relacionados como nio naturais, portanto com a apresenta~ão da caracterrst ica da lnt~n~lcnallda~~ na causa provocadora dos mesmos, requerem a determina~io, do ponto de vista m~dico-Iegal, do fato de ter havido ou nio "crime" e, acrescentamos, "vício" e "delito".

o car~ter de "crime" ou melhor a criminal idade presente com frequlncia no problema das intoxicaç5es e envenenamentos­nos acidentes ambientais e com repercuss5es sobre a ecologia, nas doenças e acidentes profissionais, bem como no consumo volunt~rio de tóxicos constitui desafio para a regulamenta~io legal e jurrdica, tendo ainda seus limites e critérios estabelecidos de modo arbitr~rio no pars. As definiç5es que expressam os conceitos jurrdicos e legais dos eventos relacionados ~ sadde e trabalho e ao meio ambiente, nio exprimem claramente os limites dos acontecimentos causados com ou sem intencional idade. Muito menos precisos sio os conceitos e definiçEes que dizem respeito aos acontecimentos observados na esfera dita do "consumo" e que sio tratados pelo capítulo do direito do consumidor.

o Brasil elabora na atualidade o seu primeiro CÓdigo de Defesa do Consumidor, previsto no Artigo 48 das Disposiç5es Transitórias da Constituição de 1988. A Comissão Mista do Congresso Nacional que o est~ elaborando p~etende formular uma lei austera mas que nio inviabilize a produção e que abranja

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todos os NdElitosN contra o consumidor tais como: produtos E sErviços perigosos ou nocivos h sa~dE, contratos com cliusulas ExagEradas, publicidadE Enganosa, falta dE informa~~o sobrE os riscos dos produtos, EtC.

Para o trabalho dE dEfEsa do consumidor Em rEla~io ~ qualidadE dos produtos E dE dEfEsa da qual idadE do mEio ambiEntE ~ patEntE a importAncia dE uma rEdE nacional dE informa;BES qUE SEja Eficaz E suficiEntEmEntE dEscEntralizada E compatrvEI com um procEsso dE formula~io dE polrt icas p~bl icas E dE planEjamEnto qUE considErE as dimEnsBEs nacional E intErnacional qUE CErcam estEs problEmas.

Em sa~dE, como sucedE na maioria dos SEtorEs, a informa~io ~ cada vez mais reconhecida como uma fErramenta EssEncial para o gErenciamEnto. A Informa~io Em Sa~dE como vimos, POdE ser dE naturEza Estatrstica, fornEcendo dados sobrE tend~ncias quantitat ivas em um pars ou rEgiio; POdE ser tamb~m a intEgra~io dE Estatrsticas, anilisEs E dEscri~5Es de situa~5es em uma ou mais irEas, aprEsEntadas dE tal forma qUE possibilita aos usuirios o uso imEdiato das mEsmas. As ~ltimas d~cadas preSEnciaram um crescimEnto vertiginoso da quantidade dE informa~io disponrvel nas irEas da mEdicina clrnica E da pesquisa biom~dica ao qual corrEspondEu um incrEmEnto na util iza~io dEstas informaç5Es PElos clrnicos E pelos pesquisadores acad~micos. EntrEtanto, no campo da administraçio E gErenciamEnto Em sa~de, o ac~mulo dE dados estatrsticos nio foi acompanhado dE um incrEmEnto corrEspondEnte na disponibilidadE e na utilidadE da informa~io E na sua utilizaçio pelos administradorEs E 'policy makErs' do SEtor saddE (WEISS, 1986).

A implanta~io dE um SistEma Unico dE Sa~dE vai rEqUErEr a dEfini~io dE SistEmas dE Informaçio dE concEP~io nacional quanto aos dados nEcessirios para um adequado acompanhamEnto, controle, aval ia~io Em nrvel nacional, com os correspondentEs dEsdobramEntos compatrveis nos. nrveis estadual e municipal. A exist~ncia dE indmeros instrumEntos de colEta dE dados ji implantados no pars vai demandar, portanto, um processo dE compatibil izaçio destes instrumEntos visando uma uniformizaçio.

Tamb~m devErio os SistEmas de Informa~io adEqUar-SE aos princrpios e diretrizes bisicas do Sistema Nacional/Unico de Sadde, ou seja, ser um instrumento de apoio: ~ decisio em todos os nrveis gerenciais e operacionais estabelecidos pelo arcabollço institucional; ~ racionalidadE t~cnico-administrativa do setor; ao desenvolvi~ento de recursos humanos na irea; ao desenvolvimEnto cientrfico e tEcnoldgico e, finalmEntE, SEr um instrumEnto de avalia~io da efEtividadE das a~5Es dE sa~dE (CNRS,1987).

Nosso trabalho PErmitiu constatar a inExist~ncia dE a~5Es globais e articuladas dE vigilAncia sanitiria, vigilAncia toxicoldgica e vigilAncia EPidEmioldgicano pars E rEvelou a exist~ncia de um profundo dEscaso para com 6s sistEma nacionais dE informaç5Es tdxico-farmacoldgicas, ao contririo do qUE SE

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observa em outros parses e nas organizaç5es de multilateral que conferem priofidade crescente internacionais e nacionais de informaç5e$.

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cooperaç~o às redes

Entre as metas definidas pela OMS estava a previsio dE que antes de 1990, os Estados Membros deveriam dispor de Sistemas de Informaçio em Sadde capazes de sustentar as estratigias nacionais visando sadde para todos no ano 2000.

~, portanto, plenamente reconhecido o fato de serem necess~rias a informaçio relevante e a documentaçio para o gerenciamento apropriado dos serviços de sadde, tanto no nrvel nacional como no regional e para a administraçio cot idiana das atividades de atenç~o ~ sadde. O uso crescente de bases de dados 'on line', tem revelado como a pesquisa (clrnica, biom~dica, epidemiolÓgica e social) necessita da recuperaçio e da aquisiçio de informaç5es.

A elevaçio da qual idade da atençio midica e do gerenciamento da sadde pdbl ica requer o uso eficiente da informaçio disponrvel. Esta eficitncia exigir~ cooperaçio na apresentaçio e na utilizaçio de informaçio: dos usuirios, aguarda-se que aprendam a util izar melhor as diferentes fontes de informaçio e serviços de documentaç~o e dos geradores espera-se que adaptem melhor seus serviços ~s necessidades especrficas dos usuirios (WEISS, 1986).

Pensamos que a revisio efetuada das informaç5es disponrveis para o conjunto das intoxicaç5es e envenenamentos -por nÓs ampliado para abarcar o consumo volunt~rio de tÓxicos -revelou o amplo leque de possibilidades no tratamento teÓrico e analrtico desses eventos. Indmeros sio os caminhos que podem conduzir os estudos e pesquisas no tema, indo da esfera da produçio (industrial e agrrcola) à esfera do consumo. A Toxicologia no Brasil face a relev~ncia que seus objetos de estudo ganham na atualidade~ poderi emergir como campo privilegiado do conhecimento m~dico se souber enfrentar a modernidade desses novos e importantes desafios para o seu prÓprio desenvolvimento como citncia. De fato, para a Toxicologia, a anilise da configuraçio da morbimortalidade por intoxicaç5es e envenenamentos em populaç5es concretas e de seus determinantes sÓcio-econ8micos e que constituem os objetos essenciais da epidemiologia social, vem dela exigindo cada vez mais, no mundo contempor~neo, uma perspectiva integradora das virias bases de dados, das informações e das disciplinas cientrficas relacionadas a esses problemas.

Em uma interpretaçio vulgar, usa-se a palavra uinformaçio u com sin6nimos muito diversos, tais como: Unotrcia u , uconhecimentoU,Uinteligtnciau, urelato U, entre outros, em um amilgama de significados vagos e imprecisos. Conotaç5es tio diversas obrigam a engenharia da comunicaç~o a restringir os significados mdltiplos do termo aos aspectos quantitativos do fluHC em uma ~~d~ de um atributo intangrvel denominado lofc~ma~ic, medido por meio do seu valor de Unotrciau ,

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ou seja, a extensio da surpresa que causa no receptor. Para compreender a 'rat ionale' subjacente ~ esta medida do valor­surpresa na teoria da informa~io ~ preciso ter em conta em que consiste uma t rpica rEdE dE ~Qruunl~a~iQ." Nio importa se a rede ~ tele9r~fica, telef6nica, de r~dio ou televisio. Em qualquer desses casos uma rede consiste minimamente de. pelo menos, trts partes essenciais: uma fonte. um receptor e um canal que efetua a comunica~io CSINGH, 1966).

Obviamente, na pr~t ica as redes sio muito mais complexas e const ituidas por um certo n~mero de fontes transmissoras e receptoras. Como se trata de um substrato intang(vel - a informaç:~\o - passado atr·av~s de telefone, tel~grafo, etc., o crit~rio de eficitncia expressa a transmissio de mensagens com um mrnimo de distorçio, a um miximo de velocidade E a um mrnimo custo. Em todo sistema de comunicaç50 o problema fundamental ~, portanto, descobrir uma medida apropriada para a uinformaç:io u com a qual opera para poder incrementar a eficitncia do sistema.

Nessa concepç:50 sisttmica da teoria da informaç:io, cabe indagar se o SNITF pode ser enquadrado como um sistema de informaçio ou de comunica;io. A resposta, com base nas discuss6es efetuadas neste trabalho, ~ negat iva.

A revisio e a an~l ise que fizemos no presente trabalho da informaç:ic disponrvel e dos sistemas de informaç6es tóxico­farmacol6gicas existentes, permit iram ident ificar graves lacunas que necessitam ser superadas, sendo a principal a total austncia de padr on i zaç:io E.' de c on e;.:50 ent r e as bases d e dados a t Ila 1 ment E

existentes, indicando que a visio unilateral que orienta a estrutur"aç5o dos mesmos ~ totalmente oposta ~ visio compreensiva, integradora por n6s proposta. Esta situaç50 esti condenando o SNITF, o SINTESE e outros sistemas a serem precirias estruturas de coleta de dados metodologicamente imprecisos e de restrito impacto como sistemas e serviços de utilidade p~blica.

E, para finalizar, cabe ressaltar a prioridade que os sistemas de informaç:6es t6xico-farmacol6gicas devem conferir ~ divulgaçio ampla e transparente de suas informaç6s ~ sociedade brasileira.

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B I B L I O G R A F I A

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A N E X o 1

LEGISLAÇ~O SOBRE MEIO AMBIENTE

bastante especial t rtulos::

Com relação ao Meio Ambiente a Const ituiçio de 1988 ~ inovadora na medida que, al~m de dedicar um cap(tulo ao mEio ambiente, contempla tamb~m os SEguintes

Trtulo 111 - DA ORGANIZAÇ~O DO ESTADO

Cap rtulo 1- Da Organização Pol(tico-Administrat iva,

Art igo 18, Par~grafo 4: "a criação, a incorporação, a fus;o e o desmembramento de Municrpios preserver;o a continuidade e a unidade histÓrico-cultural do ambiente urbano, far-se-;o por lei estadual, obedecidos os requisitos previstos em lei complementar estadual, e dependerio de consulta pr~via, mediante plebiscito, ~s populaç5es diretamente interessadas.

Caprtulo 11 - Da Uniio,

Artigo 23. "~de compettncia comum da Uniio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic(pios": VI- "proteger o meio ambiente e combater a polui;io em qualquer de suas formas; VII- preservar as florestas, a fauna e a flora" e

Artigo 24. "Compete ~ Uniio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre": VI- "florestas, caça, pesca, fauna, conserva;io da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da polui;io; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artrstico, est~tico, histÓrico, turrstico e paisagrstico".

Trtulo IV - DA ORGANIZAÇ~O DOS PODERES

Caprtulo IV - Das Funç5es Essenciais ~ Justiça, Se;io I - do Minist~rio Público.

Artigo 129. "São funç5es institucionais do Minist~rio Público: 111 - promover o inqu~rito civil e a ação civil p~blica, para a proteção do patrim6nio público e social, do meio ambiente e de outros intereses difusos e coletivos".

Trtulo VII - DA ORDEM ECONOMICA E FINANCEIRA

Caprtulo I - Dos Princrpios Gerais da Atividade Econ6mica,

Art igo 170. "a ordem econBmica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existtncia digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princrpios: ••• VII- Defesa do meio ambiente;

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Artigo 174., parágrafo 3. o Estado favorecerá a organiza~ão da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteç~o do meio ambiente e a promoçio econ8mico-social dos garimpeiros u.

Cap(tulo 111 - Da polrt ica Agrrcola e Fundi~ria e Agrária,

Da Reforma

Artigo 186. U A fun~io social ~ cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo crit~rios e graus dE exigtncia estabelecidos em lei aos SEguintes requisitos: 11 - ut ilizaçio adequada dos recursos naturais disponrveis e preservação do meio ambiente u.

Trtulo VIII - DA ORDEM SOCIAL

Caprtulo 11 - Da Seguridade Social. Seçio 11 - Da Sa~de.

Artigo 200. U ao sistema ~nico de sa~de compete. al~m de outras atribuiç5es. nos termos da lei: VIII- colaborar na proteção do meio ambiente. nele compreendido o do trabalho U

Cap(tulo V - Da Comunicaçio Social.

Artigo 220. Parágrafo 3. Compete ~ lei federal: 11 U

estabelecer os meios legais que garantam ~ pessoa e ~ famrlia a possibilidade de se defenderem de rádio e televisio que contrariem o disposto no Art.221. bem como da propaganda de produtos. prát icas e serviços que possam ser nocivos ~ sa~de e ao meio ambienteu •

Caprtulo VII - DO MEIO AMBIENTE

Artigo 225. uTodos tlm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. bem de uso comum do povo e essencial ~ sadia qualidade de vida. impondo-se ao Poder P~blico e ~ coletividade o dever de defendi-lo e preservá-lo para as presentes e futuras geraçSes N

Par.i. Para assegurar a efet ividade desse direito. Poder P~blico:

incumbe ao

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das esp~cies e ecossistemas;

11 - preservar a diversidade e a integridade do patrim&nio gen~tico do Par~ e fiscalizar as ent idades dedicadas ~ pesquisa E manipulaçio de material gen~tico;

111 - definir. em todas as unidades da Federaçio. espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos. sendo a alteraçio e a supressio permitidas somente atrav~s de lei. vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteçio;

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IV - exigi~, na fo~ma da lei, pa~a instala~io de ob~a ou atividade potencialmente causado~a de significat iva deg~ada~io do meio ambiente, estudo p~~vio de impacto ambiental, a que se da~~ publ icidade;

v - controlar a produçio, a comercial iza~io e o emprego dE t~cnicas, m~todos E substAncias que comportem risco para a vida, a qualidadE de vida e o meio ambiente;

VI - promover a educa~io ambiental em todos os nrveis de ensino e a conscient iza~io p~bl ica para a p~eserva~io do meio ambiente;

VII - p~oteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as pr~t icas qUE coloquem em risco sua fun~io ecológica, provoquem a extin~io dE esp~cies ou submetam os animais a crueldade.

Par.2. Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solu~io t~cnica exigida pelo órgio p~blico competente, na forma da lei.

Par.3. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente suJeitario os infratores, pessoas frsicas ou Jurrdicas, a san~5es penais e administrativas, independentemente da obriga~io de reparar os danos causados.

Par.4. A Floresta Amaz6nica brasileira, a Mata Atlint ica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira sao patrimBnio nacional, e sua utiliza~io far-se-i, na forma da lei, dentro de condi~5es que assegurem a preserva~io do meio ambientE, inclUsive quanto ao uso dos rEcursos naturais.

Par.5. Sio indisponrvEis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por a~5es discriminat6rias, necessirias ~ prote~io dos ecossistemas naturais.

Par.6. As localiza~ão instaladas.

usinas que OPErem cQm reator nuclear devErio ter dEfinida em lEi federal, sem o que nio poderio

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A N E X O 2

LEGISLAC~O SOBRE AGROTOXICOS

A primeira lei federal que regulamenta a produ;io, a comercial iza;io e o uso de agrotóxicos ~ o Decreto-Lei no. 24.114, de 1934, portanto, data da ~poca Em que nio existiam ainda os produtos organossint~t icos. At~ o final da d~cada de 70 decretos e portarias ministeriais supriram a ausincia de normas legais. A primeira regulamenta;io estadual para tentar reduzir o uso de subst~ncias de alta toxicidade e Elevado poder poluente se deu em 1977, no Rio Grande do Sul. Foi estendida para todo o pars, em 1981, atrav~s da Portaria no. 7/81 do Minist~rio da Agricultura.

Em 1982 a Assembl~ia Legislativa gadcha aprovou a 1a. Lei Estadual de Agrotóxicos da história do pars, agregando decretos e portarias existentes, regulando a utiliza;io dos organoclorados, tornando compulsório o receituirio Agron8mico e o registro dos produtos comercial izados no estado. Esta Lei passou a servir de exemplo e modelo para os outros estados brasileiros. Por~m, a inconstitucionalidade da legislaçio gadcha foi alegada pela Associa;io Nacional de Defensivos Agrrcolas ( ANDEF) e o Sindicato das Inddstrias de Defensivos do Estado de Sio Paulo que recorreram ~ Procuradoria Geral da Repdblica. Foi firmada jurisprudincia contriria ao princrpio defendido pelas inddstrias por~m itens importantes da lei foram vetados.

A Portaria no. 329, de 1985, proibiu venda e uso de organoclorados em todo o pars, com "emergencial" do endossulfan (para lavouras de algodão e soja) do dicofol(para citros e aldrin(nocombate de formigas e cupins) e do DDT campanhas de sadde pdblica).

a fabrica;io, exceçio do uso caf~, cacau,

algodão), do e BHC (para

Passou a vigorar p partir de 11/06/89 a Lei 7.802 (com um prazo de 90 dias para ser regulamentada) que disp5e sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercializa;io, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resrduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspe;io e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins.

A nova Lei considera agrotóxicos e afins:

os produtos e agentes frsicos, qurmicos ou biológicos, destinado ao uso nos setores de produ;ão, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrrcolas nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas e de outros ecossistemas, tamb~m de ambientes urbanos, hrdricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composi;ão da flora ou da fauna, a fim de preservi-Ias da a;ão danosa de seres' vivos considerados nocivos;

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as desfolhantes, de crescimento.

substAncias dessecantes,

e produtos estimuladores

empregados como e inibidores

r componentes: 05 princrpios at ivos, t~cnicos, suas mat~rias-prima5, 05 ingredientes adit ivos usados na fabrica,io de agrotóxicos e afins.

produtos inertes e

A nova Lei, sem ddvida, representa um grande avanço. O registro para novos produtos nio ser~ concedido quando a desat iva,io dos componentes nio possa SEr real izada por m~todos disponrveis no pars~ para os quais nio haja ant (doto ou tratamento eficaz no pars; que revelem caracterrsticas teratogtnicas, carcinogtnicas ou mutagtnicas~ que provoquem distdrbios hormonais, danos ao aparelho reprodutor; que se revelem mais perigosos para o homem do que os testes dE laboratórios, com animais, tenham podido demonstrar e cujas caracterrst icas causem danos ao meio ambiente.

Foi criado tamb~m o registro tempor~rio para agrotóxicos e seus componentes quando se destinarem ~ pesquisa e experimentaç~o.

o Artigo 5 diz que possuem legitimidade para requerer o cancelamento ou a impugnaçio do registro de agrotóxicos e afins, arguindo prejurzo ao meio ambiente, ~ sadde humana e dos animais:

ligadas

Nacional;

entidades de classe, ao setor;

representat ivas de profissões

part idos polrt icos com representa,~o no Congresso

entidades legalmente constiturdas para a defesa dos interesses difusos relacionados ~ proteçio do consumidor, do meio ambiente e dos recursos naturais.

No Art igo 7, os agrotóxicos e afins para venda ficam obrigados a exibir rótulos próprios, redigidos em portugufs, que contenham, entre outros, indicaç5es para a ident ificaçio do produto, instru,5es para utiliza,io, informaç5es relativas aos perigos potenciais, recomenda,5es para que o usu~rio leia o rótulo antes da ut iliza,io do produto.

o Artigo 8 trata da propaganda comercial, que dever~ conter, obrigatoriamente, clara advertfncia sobre os riscos do produto ~ sadde humana, animal e ao meio ambiente.

No Artigo 13 a venda de agrotóxicos e afins aos usu~rios ser~ feita atrav~s de receitu~rio próprio, prescrito por profissionais legalmente habilitados.

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A N E X O 3

CLASSIFICAÇ~O SUPLEMENTAR DE CAUSAS EXTERNAS DE LESOES E ENVENENAMENTOS (E800-E999)

1. Acidentes de Transporte (E800-E848)

2. Intoxica~5es acidentais por drogas, medicamentos e substAncias biolÓgicas (E850-E858)

3. Intoxica~5es acidentais por outras substAncias sÓlidas e 1 (quidas, gases e vapores (E860-E869)

4. Acidentes provocados em pacientes durante a presta~~o de cuidados m~dicos e cirdrgicos (E870-E876)

5. Reaçio anormal em pacientes ou complicaçio tardia, causada por procedimentos cirdrgicos e m~dicos, sem men~io de acidente ao tempo do procedimento (E878-E879)

6. Guedas Acidentais (E880-E888)

7. Acidentes causados pelo fogo e chamas (E890-E899)

8. Acidentes devidos à fatores

9. Acidentes devidos à submersio, sufocaçio e corpos estranhos (E910-E915)

10. Outros acidentes (E916-E928)

11. Efeitos tardios de les5es acidentais E929)

12. Efeitos adversos de drogas, medica~entos e subst~ncias biolÓgicas usadas com final idade teraptut ica (E930-E949)

13. Suicrdios e les5es auto-infligadas (E950-E959)

14. Homicrdios e les5es provocadas intencionalmente por outras pessoas (E960-E969)

15. Intervenções legais (E970-E978)

16. Les5es em que se ignora se foram intencionalmente infligidas (E980-E989)

acidentais

17. Les5es resultantes de operaç6es de guerra (E990-E999)

ou

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As lntc~l~a~a~s ~ En~~n~naw~ntcs s~ ~n~cntraw nas s~gulnt~s ~at~gc~las ~ ~~se~~tl~as sub=~at~gc~las!

A. Intoxicaç5es acidentais por drogas, mEdicamentos e substAncias biol6gicas=

E850 Analg~sicos, ant ipir~t icos e antireum~t icos E851 Barbit~ricos E852 Outros sedat ivos e hipnÓt icos E853 Tranquilizantes E854 Outros agentes psicotrópicos E855 Outras drogas de açio sobre o sistema nervoso central ou

sobre o sistema nervoso autenomo E856 AntibiÓticos E857 SubstAncias anti infecciosas E858 Outras drogas

B. Intoxicaç5es acidentais por outras substAncias sólidas e 1 rquidas, gases e vapores:

E860 ~lcool (nio classificado em outra parte) E861 SubstAncias empregadas para I impeza, polimento,

desinfetantes, tintas e vernizes E862 Derivados do petrÓleo, outros solventes e seus vapores nia

classificados em outra parte E863 Preparaç5es qurmicas e farmactut icas empregadas em

agricultura e em horticultura, exceto adubos e fertilizantes E864 SubstAncias corrosivas e c~usticas nio classificadas em

outra parte E865 Alimentos e plantas venenosas E866 Outras substAncias sÓlidas ou 1 (quidas nio especificadas E867 G~s de rua (distriburdo por tubulaçio ou tubos) E868 Gases de iluminaç~o ou por monÓxido de carbono proveniente

de outras fontes E869 Outros gases e vapores

C. Acidentes devidos a fatores ~aturais e ambientais

E905 Intoxicaç5es e reaç5es tóxicas causadas por animais e plantas venenosas (exclui-se ingestio de plantas venenosas E865)

D. Efeitos adversos de drogas, medicamentos e substAncias usadas com finalidade teraptutica:

E930 A~tibióticós E931 Outras substAncias ant i infecciosas E932 Hormenios e substitutos sint~ticos E933 SubstAncias de açio primariamente sisttmicas E934 SubstAncias de açio primariamente hematolÓgicas E935 Analg~sicos, ant ipir~t icos e ant i-reum~ticos E936 Drogas anticonvulsivantes e antiparkinsonianas E937 Sedat ivos e hipnót icos E938 Outras drogas depressoras do sistema ne~voso central E940 Estimulantes do sistema nervoso central

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E941 Drogas que atuam primariamentE no sistEma nervoso autanomo E942 Subst~ncias que atuam primariamente sobre o aparelho c~rdio­

vascular' E943 SubstAncias que atuam primariamente sobre o

(Jaf:;t 1"0 i nt c~:;t i nal E944 Drogas que atuam sobre o metabol ismo da ~9ua. dos minerais e

ti o <i c i cI o 1,Ít' i c o [946 Substancias que atuam primariamente sobre a pele e as

membranas mucosas. e drogas de uso oftalmológico. oto!"r inolc\!' ingClIÓ(j ice. E' dent<ir io

E947 Outras drogas e medicamentos e os n~e. ESPEcificados E949 Outras vacinas E substSncias biológicas

E. Suicrdios e lesSes auto-infl igidas

E950 Por subst~ncias sól idas ou 1 rquidas E951 Por meio de g~s de uso dem~st ice E952 Por meio de outros gases e vapores

F. Homicrdios e les5es provocadas intencionalmente por pe!::,soas:

E962 Envenenamento intencional provocado por outra pessoa

G. Les5cs em que se ignora SE foram acidental ou intencionalmente infligidas:

E980 Envenenamento por substAnclas 561 idas ou 1 rquidas E981 Envenenamento por gases de uso dom~stico E982 Envenenamento por outros gases

,

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alfltRACAO Dt\ ClASSIFICACAO AGaEGItDt\ DO SISTEM SIIITESE Dt\ Dt\TIIPREU ali A ClASSIFlCACAO INTERHACltw. DttS DOENCAS (CID, 91. IEIJISM)

aPOISINTESE/DATIIPREIJ

53. EnYfllenurntOl , tf',itos toxicos (96t-989) 531. Agent,s Itdicinais (961-979)

CID

IntoxiclCao por drogu, ltdicilltfttOl I subltucias bioIOlical(96t-979) Ef,itos toxicos dI substucias di ariln nu predaliniAtntntl Itdici­nal (981-989)

E 48. Envenen .... to acidrnhl IntoxicacOfs acidentais par drogas, Itdicuntol (E 851 - E 869) substucias biologicas (E 851 I E 858) E 481. Envtntnurnto acidental por drogas, Itdicurntol , subs-

tancial biologicas (E 851 - E 858)

E 481. EnYfll,nlltnto acidental por outras substancias sol idas , IntoxicICoti acidentais por substucias 101 idas I liqui.as, lalll I I iquidas (E 86t , E 866) VlParn (E 86t - E 869) (E 86t , E 866)

E 482. EAYfIIIDlltnto ac i dental por lalll I VlPorn (E 867 I € 869)

E 52. Outros acidrntn, incluindo tf',itol tardios (E 9M , E 929) Acidntn dIVidOl a fatorn liturail I _inhil (E 9tt I E 919) UTEH EXClUlDO DA TABElA XXIV POR EXCESSIVA AGRE6ACAO ti) GPOI SINTESE) E 915 - Intoxicacao I rtaCOH toxiclI caIAdas por Uillil I planhl

VlftenOSls (Exclusivt ••• E 521. AcidrntH dIVidos a fatoro naturais I ubirl/tais

(E 9ft - E 919) E 865. rtf'trnt, a ininho d, pluhl VtHIOIIS)

E 9t5.t. StrPlltH , lagartos VlAtIOIOI

E 915.1. wuhas YfIIenOlls

E 915.2. Escarpiao

E 915.3. Itbtlbll, YHPII I VHPOH

E 915.4. Cataplias , .11 ipldH VlAIHIOI Urapic:ais)

E 915.5. OutrOl artrapDlln VlAtRDIOI

E 915.6. Aliuis I pluhs lIrilhOl YIAIDOIOI

E 915.7. EnVlAtllUllto t rtlCOH toxiul cluAdOl por outral ,lutai

E 915.8. OutrOl, HPlCific:Uos /

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Continuacao Anrxo 4

E 53. [fritos adversos dr drogu, Hdicurntos t substancial biologi- [fritos advrf'5os dr drogu, lIdiclltlltos I substancial blologiClI UII-ClI uRdas COl finalidadr ttrlPtUt ica (E 931 e E 949) dai CGI finalidade ttrlPnt ica (E 931 , E 949)

E 56. Outrll violenclli (E 97. r E 999) EnVtnlDurnto por Mltanclu IOlidal ou li~uidll do ~Ull 11 ilnora 11

UTEtl EXa.uIDO DA TABELA XXIV POI EXCESSIVA A61EGACAO NO 6PO/ foi acidlltal ou iatlDciDRal .. t, lafligido (E98t) SINTESE)

E 561. LtIOH n qur 51 ignora 51 foril acidtntal ou inhncio- E 981.'. Anallt5icD5, antipirrticD5 I antirtullticOl nalltDtr infligidas (E 981 - E 989)

E M.1. 8arbituricos

E 981.2. Outros Hdativos t bipnoticD5

E 981.3. Tran~uil izantH t outros "11tH Plicotropicos

E 981.4. Outras drogas r lIdicillltos HPteial izados

E 981.5. Drogas r lIdicllllltos 810 HPtcificados

E 981.6. Subltancias corrOliVls t caustical

E 981.7. Prrparados farllCtUticOl I /IuilicOl para alrlcultura I horti­cultura, outros /IUI nu os frrt illzantts t aliltlltos para as plantai

E 981.8. Antoico t StUI CGlPostos

E 981.9. Outras substancias I ai 1.0 IIPtciflcadal, iOlidal r li~uidal

EnVIDlllllllto por laSH di UID dGlHt ico do /Iual 11 ignora 11 foi aci­dntal ou inttllciDRal .. tl lafl ilido (E 981)

EnVIDtllillfltO por outros galll do flUal 11 ilnora 11 foi acidlDhl DI

ilttICiODalll8tr inflilido (E 982)

E 561. lHOH rtlUltantH di optracon di turra (E 9ft - E 999)Lnao produzida por outral forul dt guerra nao c.VlDciDRal «( '191)

E 977.2. ia"", fUIICal t MstllCial flUilical