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Fundado em 24 de fevereiro de 2007 Registro na ABIM – 005/JV

Fundado em 24 de fevereiro de 2007 Registro na ABIM – 005/JV · o teu pensamento à claridade límpida da esfera divina. ... - O Círculo e Sua Simbologia Maçônica ... canalização

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Fundado em 24 de fevereiro de 2007 Registro na ABIM – 005/JV

EditorialEditorial__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

“Não te deixes arrebatar pela ira, quando te acontece algo desagradável,

nem percas o ânimo, quando a má sorte se aproxima de ti. Levanta

o teu pensamento à claridade límpida da esfera divina.

Imerge em Deus e procura nele viver.”

Professor Henrique José de Souza

ais uma vez, temos o enorme prazer de nos dirigirmos a você, leitor, para apresentarmos nossa grata satisfação no lançamento de mais uma edição da Revista Arte Real, a qual, com a sempre crescente e calorosa acolhida de nossos

Irmãos, tem sido motivo de muito orgulho para nós!M

A edição de maio nos remete à reflexão sobre o Amor mais puro, o Materno. Aproveitamos este espaço para homenagear todas as Mães, na figura da Excelsa Mãe Divina, a Mãe de todos nós!

Homenageamos, também, a Abolição da Escravatura, que, no próximo dia 13 de maio, completa 120 anos, quando, também, uma mulher assinava a Lei Áurea, encerrando, no Brasil, a mais ridícula e injusta relação entre seres humanos, a escravidão. Nossa homenagem vem através da belíssima matéria de autoria do nosso Irmão João Camanho, com o título “Abolição dos Escravos: Liberdade ou Ilusão?”.

Sabemos que os grilhões, que nos impedem de ser livres, ainda, existem, e são bem outros. Na política, ostentamos um rótulo, que, de democracia, nada tem. Um sistema totalmente político apodrecido, que permite, às claras, um desfile rotineiro de descomposturas, de vergonhosas “jogadas”, de descasos com o dinheiro público e total desrespeito ao cidadão, enriquecendo ilicitamente muitos de nossos políticos.

As eleições se aproximam e, mais uma vez, chamamos atenção de nossos leitores-eleitores, para acionarmos o gatilho, mas na direção certa. Enquanto fizermos de nosso voto uma barganha, para atendermos favores pessoais, não temos o menor direito de falarmos dos maus políticos. Eles são frutos de uma má escolha, do nosso descaso com a arma, que temos, para modificarmos essa situação.

Ao votarmos, pensemos em nossos filhos, em nossos netos, pensemos no Brasil, que estamos deixando para futuras gerações.

Nos últimos dias, o caso da menina Isabela, que revoltou a todos nós e que, estranhamente, ocupou enorme parte do tempo dos noticiários diários, por vários dias, embora todos os casos policiais, e não apenas esse, mereçam ser, exaustivamente, apurados, quase nos fez esquecer o escândalo dos Cartões Corporativos. Claro que o iremos esquecer, já esquecemos tantos! Deixamos a pergunta: qual será o próximo caso policial, que alguns órgãos da imprensa, coincidentemente, estarão dando tamanha cobertura, em paralelo, a um novo escândalo do governo?

As Olimpíadas da China estão chegando. No Brasil, ano, em que acontece as eleições, coincidentemente, temos a Copa do Mundo de Futebol ou as Olimpíadas. Votemos, conscientemente!

Falando sobre esta edição, em contrapartida ao nosso querido Brasil subtraído, apresentamos, na coluna Trabalhos, a matéria da escritora Zélia Scorza com o título “Brasil Lindo”; saciando a curiosidade de alguns de nossos leitores, que nos perguntaram sobre o que é EUBIOSE, produzimos uma matéria explicativa: “Aos Que Têm Olhos de Ver!”.

Abrilhantando a coluna Os Grandes Iniciados, apresentamos um trabalho de compilação sobre a Vida e a Obra de Sidarta Gautama, o Buda; a coluna Ritos Maçônicos traz “Os Conceitos Básicos do Rito Brasileiro”.

A coluna Trabalho destaca-se, também, pela matéria do ilustre e saudoso José Castellani, “O Círculo e Sua Simbologia Maçônica”, enquanto a coluna Reflexões, com o intuito de levar nossos leitores a uma profunda introspecção sobre o objetivo da Iniciação, apresenta uma bela matéria de nosso Irmão e Padre Aloísio Guerra, “Dentro da Pedra”, extraída de seu livro “Religiosidade e Maçonaria”.

Aproveitamos para agradecer, mais uma vez, a enorme quantidade de mensagens de incentivo e reconhecimento por esse trabalho, de Irmãos de todo o Brasil e do exterior. Mês passado, registramos, dentre as mensagens vindas de leitores fora do país, uma do outro lado do mundo, de parte do Irmão Gilmar, que reside na cidade de Iwata, no Japão.

Estamos muitíssimo orgulhosos; em menos de um ano e meio de vida, com a rápida ascensão de nossa Revista, que computava, em seu lançamento, pouco mais de 2000 “e-mails”, e, hoje, atingiu a brilhante marca de 10.533 “e-mails” diretos, além de estar disponibilizada, para “download”, em vários “sites” e redistribuída por diversas listas de discussão maçônica.

Tudo isso mostra que a seriedade e o respeito, com que sempre tratamos nossos leitores, se traduziram em Sucesso!

Desejamos a todos uma boa leitura!

Nesta EdiçãoNesta Edição________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Texto da Capa – Os Cátaros.............................................CapaEditorial....................................................................................2Matéria da Capa - Os Cátaros – Aurora da Maçonaria?......3Destaque - Aos Que Têm Olhos de Ver.................................. .5 - Abolição dos Escravos: Liberdade ou Ilusão?.........7Ritos Maçônicos – Conceitos Básicos do Rito Brasileiro.....9

Os Grandes Iniciados – Sidarta Gautama - O Buda...........10Trabalhos – Brasil Lindo!......................................................12

- O Círculo e Sua Simbologia Maçônica...........13Reflexões – Dentro da Pedra................................................14

Boas Dicas-E-book/Site /Livro /Edições Anteriores..14

Matéria da CapaMatéria da Capa________________________________________________________________________________________________________________________________________

Os Cátaros – Aurora da Maçonaria?Os Cátaros – Aurora da Maçonaria?Carlos Alberto Pires

a Idade das Trevas , quando o espírito repressor de quem detinha o poder podia atingir limites

inimagináveis, uma terrível Cruzada irrompeu no sul da Europa. As vítimas foram membros de um pequeno grupo religioso, conhecido posteriormente como "Catarismo". Tal movimento, cuja origem e evolução ainda não foram satisfatoriamente explicadas, deixou como legado um grande exemplo de luta e coragem, raramente visto em outros momentos.

N

Vamos realizar, ao longo deste trabalho, uma breve viagem no tempo. Voltaremos até o final do século XI e início do XII, em uma área situada ao Sul da atual França. Essa região, de grande beleza natural, era povoada por uma comunidade feliz, tranqüila e extremamente avançada para a época, em termos de bem-estar e harmonia social. Havia riqueza abundante e fartura material, raras na Europa Medieval. Em termos políticos, era um oásis de liberdade, pois se tratava de um território praticamente independente de qualquer poder central. Alguns autores acreditam que ali os Templários iriam fundar seu Estado, se não tivessem sofrido os reveses do início do século XIV.

Tudo caminhava em paz, até que a extrema arrogância de poucos acabou com esse paraíso na Terra. Disfarçados de defensores de Deus, os algozes, na verdade, queriam a incorporação política da região ao reino da França. Ao lançarmos luzes sobre os meandros, que envolveram esse triste capítulo, uma certeza inquestionável nos é apresentada: os fundamentos doutrinários de nossa Ordem foram fortemente influenciados por toda essa complexa situação e posteriores desdobramentos, advindos dessa experiência histórica. Portanto, ao estudarmos esse assunto, estaremos entendendo, um pouco mais, o próprio fenômeno maçônico.

Em meados do século XI, ao Sul da atual França, na região, antigamente, conhecida como "Ocitânia", hoje, denominada "Languedoc" – ambos os termos significando "terra da língua do sim" - surgiu um movimento fundamentalista cristão, pacífico, que via no exemplo de vida de Jesus, simples e sem luxo algum, a base de sua doutrina. Acima de tudo, a palavra de ordem era humildade -

desprezando a soberba, a arrogância e os valores mundanos.

Os integrantes desse movimento foram chamados, pelos historiadores eclesiásticos, de "Cátaros" - derivação de "katharoi", puro, em Grego. Considerado uma heresia pela cúria romana, tal movimento agregava integrantes de todas as classes sociais, sem distinção entre os sexos. Uma vez que o termo "heresia" deriva do Latim "haeresistia", que, por sua vez, veio do Grego "hairesis", que significa "capacidade de escolher", "herege" tornou-se sinônimo de Cátaro.

Pregando o retorno ao Cristianismo primitivo, desprezavam a intermediação de qualquer instituição terrena nas questões de fé, defendendo a ligação direta dos servos com o Divino. Argumentavam que não se apregoa, em nenhum momento, nos Evangelhos, a existência da Igreja ou de qualquer autoridade regulatória da espiritualidade das pessoas. A salvação viria em seguir o exemplo de Jesus, com uma vida serena, livre de qualquer vaidade relativa ao mundo material. De nada adiantaria a existência de uma Igreja, como forma de canalização da vontade de Deus em relação às questões seculares – esta, talvez, fosse a maior das heresias: afirmar que não haveria justificativa para a existência da estrutura eclesiástica. A busca do divino através de experiências místicas diretas era uma das suas principais características.

Desejavam uma comunhão direta com o Criador, transcendendo o campo pessoal. Para isso, teriam que atingir a sabedoria superior – a chamada "Gnose".

Como principal texto doutrinário, utilizavam o Evangelho de São João e o chamado "Evangelho do Amor", texto não-reconhecido pela Igreja. Realizavam obras sociais concretas, ajudando os necessitados de diversas maneiras, pois acreditavam que a fé só seria uma experiência válida se exercida na prática. Investiam, por exemplo, em campanhas de promoção à saúde e educação, sempre gratuitas. Nesse ponto, percebemos que a preocupação com a filantropia, tão em voga atualmente, já existia nesta época. Seria uma forma de busca da perfeição como ser humano, ou de aproximação com o divino.

Por não exercerem nenhuma forma de hierarquia, respeitando os credos diversos e pela união sincera entre todos, podemos afirmar que exerciam fielmente os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade. Em relação à Arquitetura, deixaram um grande legado. Construíram castelos maravilhosos e abadias grandiosas em regiões de difícil acesso, nos cumes de montanha e perto de precipícios. Além de proteger contra ataques, possibilitava aos fiéis observarem vistas maravilhosas das paisagens, a partir de suas sacadas. Hoje, tais obras são famosos pontos de turismo e visitação.

Revestido pelo caráter humanístico, aceitando todos indistintamente e primando pelo exercício pleno da filantropia, tal movimento crescia vertiginosamente e começava a incomodar as autoridades eclesiásticas.

Pelo conjunto de idéias em franca disseminação e pelas ações junto às comunidades, os chamados heréticos se tornaram alvo da atenção do Papado e da Coroa da França. Em 1.165, houve a primeira condenação formal, realizada na cidade de Albi, localizada no Languedoc. Desse fato, deriva o termo "Albigense", utilizado para denominar a Cruzada e, também, o próprio movimento.

O Papa Inocêncio III convocou os fiéis para uma ação religioso-militar, conhecida como Cruzada Albigense. Sob a liderança de Simon de Montfort, no período de 1.209 a 1.224, e depois comandada pelo Rei Luís VIII, de 1.226 a 1.229, foi a primeira a combater, apenas, no continente europeu. Outra particularidade era que o alvo se constituía não por mouros invasores da Terra Santa, mas por uma pacífica comunidade cristã. O absurdo da situação espelhava o caos, que imperava nas colunas paulinas, e o total desprezo à dignidade humana.

No primeiro ano, um contingente de trinta mil cruzados se lançou rumo ao Languedoc, não apenas combatendo os Cátaros, mas todos aqueles que se encontravam pela região. Quem surgisse pela frente, sofreria as ações violentas, mesmo sendo católico fiel. Os "cavaleiros" foram alistados dentre os piores tipos disponíveis, como condenados, desordeiros e mercenários. A violência contra a população foi extremamente severa, e os registros da época nos mostram um horror e uma carnificina sem igual na História Ocidental. A turba feroz e enlouquecida, fortemente armada, arrasava tudo que se mexesse perante os sabres. A Ordem do Dia era ataque primeiro, e pergunte – ou ore – depois.

Apenas, na cidade de Bèziers, em 1.209, mais de sessenta mil sucumbiram queimados ou esquartejados. Existe a lenda de que, às portas da cidade, os cruzados relutaram por um momento antes do confronto, ao perceberem que havia muitos católicos e pessoas comuns pela cidade. Mas foram incentivados ao massacre pelo Prelado do Vaticano, ali presente, o Arcebispo de Narbonne. Arnaud Amaury tranqüilizou os atacantes afirmando que matassem todos, "pois Deus iria cuidar dos seus, posteriormente".

Arrasada a cidade de Bèziers, os cruzados marcharam triunfalmente para Carcassone, onde Simon de Montfort se apossou dos Condados de Trencavel, Alzonne, Franjeaux, Castres, Mirepox, Pamiera e Albi. Em todos, a matança foi maciça e cruel. A área, ao redor das cidades de Carcassone e Toulouse, foi completamente arrasada. Muitos eram queimados vivos, em fogueiras coletivas com até quinhentos

indivíduos. Mulheres, idosos, crianças e deficientes não eram poupados. O ânimo dos guerreiros era estrondoso, pois sabiam que, se combatessem fervorosamente por quarenta dias, teriam seus pecados perdoados e direitos legítimos às riquezas, originados dos saques.

Há de se registrar a postura solene e tranqüila da maioria das vítimas ao se encaminharem para o sacrifício, sem lamúrias nem choros, com sua fé inabalável, servindo como sustentáculo espiritual nesse momento de horror. Mesmo quando a única certeza era queimar lentamente em uma fogueira humana.

Por volta de 1.224 o Rei Luís VIII, liderando os Barões do Norte, empreendeu uma nova cruzada, após a morte de Montfort, em 1.218. Essa empreita durou cerca de três anos e chegou até Avignon, onde terminou o cerco aos hereges. Em 1.229, foi realizado um acordo, conhecido como tratado de Meaux, entre o Rei da França e os senhores feudais das áreas conquistadas, passando o domínio completo para a Coroa. Terminava oficialmente a guerra. A anexação plena da região havia sido obtida.

No curto espaço de tempo, que durou o massacre, centenas de milhares tombaram. Os números são variados, e não muito confiáveis, pois a única fonte de registro oficial pertence aos arquivos dos vencedores. Alguns autores mencionam quase um milhão de vítimas, trucidados diretamente em combate, ou nas fogueiras acesas após as conquistas das cidades. Os poucos aprisionados terminavam

agonizando em masmorras subterrâneas, caquéticos pela fome ou consumidos por doenças. A morte, nesses casos, era lenta e terrivelmente cruel.

Após arrefecer a fúria cruzada, os sobreviventes passaram a pregar, como faziam os primeiros cristãos: em catacumbas, cavernas e nas florestas. Isso porque a Cruzada Albigense, apesar de sua brutalidade atroz, não fora suficiente para exterminar todos os indivíduos nem tampouco os seus ideais.

O fortalecimento da Igreja e sua hegemonia, como "representante única de Deus na Terra", estavam garantidos, mas ainda havia reminiscências, que deveriam ser resolvidas. A perseguição deveria persistir, mas de forma pontual e constante. Alguns hereges haviam escapado e, juntamente, com outros, que maquinavam contra a Fé Sagrada, necessitavam ser "corrigidos". Não mais seria possível nem interessante empreitar uma nova cruzada. Estava indicado o uso de métodos mais "inteligentes", sem grande estardalhaço, mas com a mesma crueldade dos anteriores, marcando com sangue a vontade soberana do poder.

Em 1.231, já refletindo esse novo “modus operandi”, o Papa Gregório IX lança a Bula "Excomunicamus". Tal documento estabelecia a nova forma de ação, buscando as confissões dos hereges em julgamentos eclesiásticos. Encarregados de tais missões, surgiam as "cortes", chamadas genericamente de Tribunal do Santo Ofício. Os que pensavam de forma contrária ao "bom senso" reinante, estariam sujeitos à perda de propriedades, da liberdade e da própria vida - sua e daqueles que os protegessem. A nova diretriz aproveitava para proibir a manutenção de bíblias nas casas de pessoas comuns.

Em 20 de abril de 1.233, o mesmo Gregório IX lançou duas Bulas, que efetivaram as ações do Tribunal do Santo Ofício. Destaca-se a Bula "Licet et Capiendos", dirigida aos Dominicanos. Determinava que estes seriam os responsáveis pelas ações contra os suspeitos. Ordenava que não poupassem métodos para obter as confissões. Exigia apoio do poder secular, privando os pecadores dos benefícios espirituais com severas censuras eclesiásticas.

No ano de 1.252, o Papa Inocêncio IV publicou o Documento "Ad Extirpanda", autorizando o uso de tortura física para se obterem as confissões. Além de trazer uma série de orientações aos inquisidores, continha uma frase, que resumia bem os ânimos da época: "os hereges devem ser esmagados como serpentes venenosas". O conjunto de ações direcionadas a inquirir, ou questionar o comportamento dos desgarrados, ficou conhecido como "Santa Inquisição", nome que se tornou sinônimo de tortura, horror e irracionalidade.

O mundo ocidental atravessava uma fase de trevas. Para nós, em pleno século XXI, é quase impossível imaginar o grau de terror a que a população, em geral, estava sujeita. Qualquer denúncia podia gerar os mais dilacerantes sofrimentos. Milhares foram torturados. A criatividade humana projetava os mais engenhosos instrumentos, construídos exclusivamente para causar dor. A confissão era essencial para que os bens do infiel escoassem, diretamente, para os cofres do Clero. O medo se espalhava nas pequenas comunidades. À chegada das comitivas da Inquisição, seguiam-se as cenas de brutalidade, que culminavam com fogueiras humanas em locais públicos. Os "julgamentos" eram aberrações jurídicas. Enquadrado por heresia, bruxaria, ou qualquer outro comportamento não muito cristão, o infeliz não tinha qualquer chance de escapar.

Essas manifestações tenebrosas de autoritarismo teriam efeitos nas almas daqueles que não aceitavam esse desrespeito flagrante aos direitos humanos. Do campo teórico,

esses bravos partiram para a prática. Reunidos em associações secretas, começavam o trabalho de resgate dos mais nobres valores, como integridade física, liberdade e igualdade. Nessas entidades, seria essencial a escolha criteriosa dos membros, para evitar que maus elementos ou espiões se infiltrassem. Os segredos, que porventura existissem, deveriam ser garantidos mediante juramentos severos. A fraternidade tinha que ser perfeita entre todos, como se fossem irmãos de sangue. O objetivo, inicialmente, seria proteger os perseguidos pelos tiranos. Passada a fase mais sangrenta, as metas seriam ampliadas. A busca pela evolução geral da humanidade, até mesmo para evitar que catástrofes, como essas, se repitam, passaria a ser a razão de existir dessas sociedades esotéricas, cercadas de símbolos e mistérios iniciáticos.

Para a maioria dos estudiosos, as origens da Maçonaria se dispersam nos registros formais da historiografia. Não temos uma única e definitiva versão desse processo. Os dados oficiais, em grande parte, se perderam ao longo do tempo. Devido à perseguição visceral, os antigos Irmãos se viam obrigados a, maciça e eficientemente, destruírem atas, livros e todos os documentos, que seriam tão valiosos aos estudiosos contemporâneos.

O que existe de real e inconteste é que, no início, éramos uma sociedade que visava proteger homens perseguidos por qualquer forma de tirania. Os riscos, a que todos estavam sujeitos, eram tão terríveis, que juramentos e códigos severos de conduta se tornavam essenciais.

Certamente, a aproximação entre os Cátaros e nossa Sublime Ordem se estabelece de forma direta, em uma relação simples de causa e efeito. Sem a existência de todos os eventos aqui estudados, talvez, faltasse motivação, para que os Irmãos do passado se dedicassem tanto à criação e fortalecimento das Colunas seminais da Loja. Os germes das escolas iniciáticas, formadas por homens livres, que necessitavam de proteção mútua, se lançavam ao custo de muito trabalho, sangue e dedicação, nesse alvorecer da humanidade.

Podemos afirmar que, se o Catarismo não tivesse ocorrido - assim como sua aniquilação sangrenta posterior – talvez, a mais perfeita das associações humanas nunca tivesse existido. Foi tese, perturbadora e fascinante, que nos levou a pesquisar sobre o assunto.

DestaquesDestaques__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Aos Que Têm Olhos de VerAos Que Têm Olhos de VerFrancisco Feitosa

o longo da história de nossa Revista, pouco mais de um ano ininterrupto de edições mensais, temos brindado nossos leitores com matérias oriundas de diversos segmentos espiritualistas, pois entendemos que, por sermos Livres Pensadores,

devemos respeitar e, principalmente, sorver os ensinamentos de todas as Teogonias e Escolas Iniciáticas, que, assim como a Nossa Ordem, servem de caminho para evolução da espécie humana.

A

Foi através dessa postura que, por causa e efeito, fomos intuídos a criar a coluna “Os Grandes Iniciados”, a fim de expor, à luz da compreensão de nossos leitores, o excelso trabalho desses Seres, pertencentes à Grande Fraternidade Branca, que, ciclicamente, em “sacro-ofício”, surgem no plano terreno, trazendo as Boas Novas.

Esse procedimento de levar ao leitor o que de melhor esses segmentos nos oferecem, nos fez, por diversas vezes, publicarmos matérias e pensamentos do insigne Professor Henrique José de Souza (1883-1963), fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose. Com isso, despertou em muitos a curiosidade de saber o que vem a ser EUBIOSE.

Para definirmos Eubiose, tentaremos nos utilizar de uma forma sintética, devido à amplitude do tema e, a fim de facilitar a compreensão, abordaremos o termo por duas óticas distintas: Eubiose como Ciência e a Eubiose Instituição.

Eubiose – Ciência

A humanidade, ao longo da sua existência, foi orientada por Seres de Alta Hierarquia Espiritual, que, ciclicamente, surgiram na face da Terra, a fim de trazer novos conceitos e ensinamentos, para alavancar o processo evolucional da espécie humana. Esses Seres, “Mestres da Sabedoria”, conhecidos como Avataras, são a manifestação física da Consciência da Divindade, surgindo em diferentes épocas e locais, trazendo ensinamentos transcendentais, baseados na Ciência Iniciática das Idades. A origem dessa Ciência, trazida pelos Avataras, se perde na noite insondável dos tempos e, em cada ciclo de manifestação avatárica, recebeu um rótulo: os gregos a denominaram de Gnosis; os egípcios, de Kaibalion; no Tibet, chamou-se Gupta-Vidya; na Índia, Dharma-Vydia, Brahma-Vydia, Sanatana-Dharma; Amônio Sacas (séc. III d.C.) a chamou de Teosofia; assim, também, chamou-a Helena Petrovna Blavatsky, enquanto os alquimistas a denominaram de Sabedoria Iniciática das Idades. Essa mesma Ciência, hoje, recebe o nome de Eubiose.

Eubiose é a Ciência da Vida; como tal, é aquela que ensina os meios de se viver em harmonia com as Leis da Natureza e, conseqüentemente, com as Leis Universais, das quais as primeiras derivam. É a filosofia que visa à harmonização da criatura com o Criador, a fim de que o homem venha compor a fração consciente da humanidade, precursora do Novo Ciclo, a Era de Aquário.

Eubiose é uma palavra de origem grega, composta por: Eu (Bem, Bom e Belo), significa, também, o nosso Eu Interno, ou a Nossa Consciência Espiritual; e Biós (vida), significando, assim, viver em harmonia e equilíbrio com o nosso Eu Interno, ou a Nossa Consciência Superior. A vida Eubiótica é a arte de viver o bem, o bom e o belo em harmonia com as Leis da Natureza.

Eubiose – Instituição

A Sociedade Brasileira de Eubiose (SBE) é uma Escola de Iniciação, uma Instituição cultural e espiritualista genuinamente brasileira, sem fins lucrativos, existente desde 1924, que se propõe, através do estudo e da prática, promover a evolução individual e, conseqüentemente, do planeta, a fim de atingirmos um estado de consciência mais elevado e compatível com a etapa que se inicia no século 21. Tem como objetivo principal o preparo dos seres humanos para a vinda do Avatara da Era de Aquário, em terras brasileiras.

Fundada pelo eminente brasileiro, Professor Henrique José de Souza e sua esposa, Dona Helena Jefferson de Souza, espiritualmente, em São Lourenço, em 1921, e, materialmente,

em Niterói, no ano de 1924, tem sua sede na cidade sul-mineira de São Lourenço. Conta com Departamentos e Representações em quase todo o Brasil e em diversos países, com a finalidade de auxiliar na construção de uma humanidade equilibrada, com seus integrantes conscientemente harmonizados com o ritmo cósmico, sobretudo no Brasil, que tem o relevante papel de ser o atual centro irradiador e anunciador da nova etapa evolutiva.

A SBE acredita que, somente pela

evolução consciente, que implica, necessariamente, uma transformação interna, obedecida à Lei que a tudo e a todos rege, poderá o ser humano melhorar-se e melhorar o mundo em que vive.

A Iniciação Eubiótica aborda, simultaneamente, Escola, Teatro e Templo, que é uma forma alegórica de se referir ao desenvolvimento global do indivíduo, através de seus três atributos básicos, que são a razão, a emoção e a vontade.

Na SBE, não se estuda somente o conhecimento esotérico tradicional, ela amplia o conhecimento e o projeta para o futuro, baseada nas revelações do seu Fundador. É uma Escola completa, abordando aspectos filosóficos, místicos, científicos, artísticos e éticos, visando à expansão da consciência humana, transformando o ser humano num participante ativo e consciente da evolução planetária e cósmica.

O trecho abaixo, de autoria de seu Fundador, define, sinteticamente, o objetivo dessa nobre Instituição, no primoroso momento da evolução da humanidade.

“A Sociedade Brasileira de Eubiose não surgiu no Brasil como um fenômeno comum religioso, de que tão pródigo tem sido o nosso século. Como a flor do Loto que, em cem anos, floresce apenas uma vez ela é a pétala augusta de um Movimento, cuja origem se estende com as idades e para o qual os milênios são partículas infinitesimais do tempo divino... Não veio trazer aos homens o consolo da piedade, mas o consolo da VERDADE e da JUSTIÇA! Surgiu como surgem - ao longo da História Humana - os Movimentos destinados a libertar o Espírito da degradação, a Alma das paixões e o Corpo das enfermidades. A SBE é um elo da corrente da evolução, um anel da grande cadeia que, partindo do LOGOS manifestado, a ELE voltará pelos caminhos da experiência, subindo e descendo, palmilhando a espiral da travessia humana na face da Terra. Seu papel principal é o preparo do campo - sáfaro ainda - onde há de florescer a nova civilização portadora de melhores dias para o mundo. Sim, porque, de fato, o Brasil é o Santuário da Iniciação do gênero humano a caminho da sociedade futura... Daí seu glorioso lema: “SPES MESSIS IN SEMINE”,

ou a esperança da colheita reside na semente, relacionada com a brasileira, que não deveria, de modo algum, permanecer na superstição e no erro! Seu escopo principal é o combate intensivo ao analfabetismo e a tudo quanto já foi apontado e que contrarie ou impeça a evolução humana!...

No Brasil, pelo Brasil e para o mundo é o trabalho da Sociedade Brasileira de Eubiose, sediada na cidade de

São Lourenço (MG), por força de Lei, no presente ciclo! E, dessa cidade, bem como das terras

sagradas da Ilha de Itaparica (BA) e da Serra do Roncador (MT), são emanadas irradiações espirituais, que, devidamente aceitas e compreendidas, trarão para a Terra uma Era de Paz e Felicidade que todos almejamos, marcada pela manifestação, no início do Terceiro Milênio, do Excelso Avatara MAITRÉIA-BUDA, e para a qual todos devemos, sem exceção, colaborar.”

A Essência Divina, em um hercúleo trabalho em prol da evolução da espécie humana,

manifesta-se na face da Terra, em cada ciclo, e traz Seus Excelsos Ensinamentos, em cada momento da

história, utilizando-se de um nome, hoje, EUBIOSE, mas, no passado, tantos outros, que lhe serviram de rótulo.

Aos que têm olhos de ver, auguramos, com essa singela matéria, elucidar a essência desse tema, além de enfatizar aquilo que, já, em algumas edições, através da coluna “Os Grandes Iniciados”, viemos publicando.

DestaquesDestaques________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Abolição dos Escravos: Liberdade ou Ilusão?Abolição dos Escravos: Liberdade ou Ilusão?João Geraldo Camanho

ortugal navegava desde o início do século XV, com a conquista do Norte da África e do Marrocos. As

necessidades econômicas faziam o comércio crescer com o avanço ao longo do litoral atlântico da África, com a procura do ouro, marfim e escravos.

PPara os nativos da África, a chegada dos portugueses

significava destruição. Eles, tidos como inferiores, foram capturados e forçados a trabalhar nos canaviais plantados nas ilhas do Atlântico. E, desde 1441, começaram a ser levados para Portugal, Espanha, França e Inglaterra.

“Depois vi minha prole desgraçadaPelas garras d’Europa – arrebatada –Amestrado falcão!...”(Castro Alves, in “VOZES D’ÁFRICA”.)

A valorização mercantilista do negro, fonte riqueza para quem traficava e para quem utilizava sua força de trabalho, custou muito caro: “Em quatro séculos, do XV ao XIX, a África perdeu, entre escravizados e mortos, 65 a 75 milhões de pessoas”.

Nos séculos XVI, XVII e XVIII, respectivamente, segundo estimativas, entraram 100.000, 600.000 e 1.300.000 negros escravizados no Brasil.

“Hoje em meu sangue a América se nutreCondor que transformara-se em abutre,Ave da escravidão.” (Castro Alves, in “VOZES D’ÁFRICA”.)

Arrancados de sua terra de origem, uma vida penosa e amarga esperava esses homens na Colônia. O sofrimento era tão grande, que um africano aqui chegado durava de 7 a 10 anos em média. E desembarcar no Brasil já era prova de muita resistência: 40% dos negros morriam durante a viagem nos tumbeiros – os navios negreiros.

“Hoje... o porão negro, fundo, Infecto, apertado, imundo,Tendo a peste por jaguar...E o sono sempre cortadoPelo arranco de um finado,E o baque de um corpo ao mar...”(Castro Alves, in “O NAVIO NEGREIRO”.)

Os escravos faziam de tudo, eram mãos e pés de seus senhores. A riqueza produzida no Brasil dependia deles. É assim que o negro se integra na sociedade colonial: cultura dominada, esmagada. As justas reações contra a violência dessa ordem opressora eram punidas com torturas variadas. Os rebeldes eram colocados no tronco ou açoitadas com o bacalhau, tendo depois os

ferimentos salgados. Casos considerados mais graves eram punidos com a castração, a amputação de seios, a quebra de dentes a martelo e o emparedamento vivo.

Essa multidão de explorados sempre procurou manifestar-se contra tantos tormentos: suicidando-se, evitando a reprodução, assassinando feitores, capitães-do-mato, proprietários, resistindo à dominação nos seus cultos.

Na luta contra os holandeses, o “invasor infiel”, empurrados pela ideologia católico-cristã, escravos, índios em processo de aculturação e brancos pobres se uniram e, lado a lado com seus senhores, lutaram contra o “inimigo comum”.

“Aprendeu-se a liberdadeCombatendo em GuararapesEntre flechas e tacapes, facas, fuzis e canhõesBrasileiros irmanados, sem senhor e sem senzala.”(Martinho da Vila. “ONDE O BRASIL APRENDEU A

LIBERDADE”.Samba Enredo da Vila Isabel, 1978.)

Naquela batalha, delineou-se o espírito de resistência dos oprimidos, que veio a consolidar-se com a formação dos quilombos. Um dos mais importantes foi o de Palmares, constituído por alguns arraiais, no atual estado de Alagoas, estendendo-se por 27 mil km2, com aproximadamente 20.000 negros foragidos das senzalas. Tornou-se, por suas lutas e pela resistência heróica, uma ameaça à ordem colonial escravista.

O governo enviou várias expedições para destruí-lo, cabendo a Domingos Jorge Velho exterminá-lo em 1695, após um combate sangrento, no qual os negros, chefiados por Zumbi, lutaram até a morte sem se renderem.

“Valeu, Zumbi!O grito forte dos PalmaresQue correu terras, céus e maresInfluenciando a Abolição.Zumbi, valeu!(Rodolfo/Jonas. “KIZOMBA, A FESTA DA RAÇA”.Samba Enredo da Vila Isabel, 1988.)

Durante o Império, os negros continuaram a promover muitas outras revoltas. A essas revoltas, sempre sufocadas pelo aparelho repressivo, veio juntar-se o protesto de alguns setores da classe dominante e as vozes da oposição

internacional contra a escravidão. O movimento abolicionista toma vulto a partir do século XIX. E não se pode omitir a participação da Maçonaria Brasileira, que, desde a fundação da Loja Maçônica Cavaleiros da Luz, em 1797, na Bahia – “a primeira Loja Maçônica do Brasil” - vem lutando brava e heroicamente em prol da felicidade humana. Nesse movimento, podemos citar alguns valorosos e destemidos Irmãos, cujas participações foram decisivas para Abolição da Escravidão: Rui Barbosa, que, com seu Projeto de 1870, antecipou, de quase um ano a Lei do ventre Livre, pois tal Projeto, transformado em Lei Maçônica pelo G∴O∴B∴, obrigava os Maçons a lavrarem compromisso no sentido da emancipação de todas as crianças do sexo feminino, nascidas de escravas suas, daí em diante; Quintino Bocaiúva, que, ao mesmo tempo era um dos maiores propagandistas da Abolição e da República; Joaquim Nabuco, que, junto com outros abolicionistas fundou a Sociedade Brasileira contra a Escravidão, no Rio, em 1880, e teve o privilégio de comunicar a Lei Áurea à multidão postada em frente ao Palácio; José Maria da Silva Paranhos, Visconde do Rio Branco que, em 1871, com o 25º Gabinete, enviou a Câmara o Projeto da Lei do Ventre Livre, sancionado pela Princesa Isabel; Castro Alves, corajoso abolicionista e republicano, que, com seus inflamados poemas, declamados nos salões e nas praças públicas, vergastou a sociedade conservadora e escravocrata do seu tempo; José do Patrocínio, filho de escrava livre, formado em Direito, que se tornou um baluarte na propagação dos ideais abolicionistas.

Numa escalada, medida de alcance vão acontecendo, até que, no dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea.

“Será que já raiou a liberdadeOu se foi pura ilusão?Será que a Lei Áurea tão sonhada,Há tanto tempo assinada,Não foi o fim da escravidão?Hoje, dentro da realidadeOnde está a liberdade?Onde está, que ninguém viu?(Hélio Turco/Jurandir/Alvinho. “100 ANOS DE

LIBERDADE, REALIDADE OU ILUSÃO?”Samba Enredo da Mangueira, 1988.)

Afinal, qual o significado da Abolição em termos sociais, mais especificamente para os libertos? Teria ela significado, realmente, a libertação?

Na verdade, a situação do ex-escravo não melhorou, ao contrário, tornou-se pior. A regra geral foi não-integração dos negros na sociedade. Atirados nos mundos dos brancos, sem indenização, garantia ou assistência, sem condições de concorrer com os imigrantes, mais qualificados tecnicamente, muito s se deslocaram para as cidades, onde se encontrava os desempregos e uma vida marginal. “Livres do açoite da senzala”, mas “presos à miséria da favela”, viram, pouco a pouco, o seu desajustamento transitório passar a estrutural, reforçando, assim, o preconceito racial. Contudo, não se deixaram abater; como os índios, organizaram-se e criaram o Movimento Negro Brasileiro, com suas Entidades Negras, atuando por todo o Brasil. Como conseqüência, galgaram posições no cenário político e começaram a se destacar no mais variados setores da vida pública nacional. Aos nomes de tantos negros famosos do passado, como Zumbi, Henrique Dias, Antônio Francisco Lisboa – o Aleijadinho, Machado de Assis, Cruz e Souza, juntam-se outros do presente: Mário de Andrade, Pinxiguinha, Luís Gonzaga, Gilberto Gil, Pelé, etc.

“Salve a mulatada brasileira!Salve! Salve!José do Patrocínio, Aleijadinho, Machado de Assis, Que também era mulatinho.Salve a mulatada brasileira!(Martinho da Vila. “SALVE A MULATADA

BRASILEIRA!”, 1978.)

Só por puro preconceito – descabida herança da colonização é que alguns, desprovidos de olhos de ver, negam-se a reconhecer a riqueza da contribuição dos negros à cultura brasileira. Para desespero desses indivíduos, Câmara Cascudo, em seu “DICIONÁRIO DO FOLCLORE BRASILEIRO”, através de sérias e profundas pesquisas fez o levantamento das raízes negras na cultura brasileira. Tais raízes estão presentes nas lendas e superstições populares, nas danças e cantos, no sincretismo religioso, na culinária, na Literatura de Cordel e no léxico do nosso idioma.

Ritos MaçônicosRitos Maçônicos__________________________________________________________________________________________________________________________________________

Conceitos Básicos do Rito BrasileiroConceitos Básicos do Rito Brasileiro

Valdir Roberto Galdeano restigiar ou aderir a uma Loja do Rito Brasileiro deve ser considerado uma legítima afirmação de

brasilidade e um autêntico ato de amor ao Brasil.P

Dos diversos ritos praticados pela Maçonaria Regular, em todos os recantos da Terra, o Rito Brasileiro é um deles. O Rito Brasileiro, há muito tempo, é Regular, Legal e Legítimo. Acata os Landmarks e os demais princípios tradicionais da Maçonaria, podendo ser praticado em qualquer país.

Teria sido o embrião do Rito Brasileiro o apelo feito por um irmão Lusitano, um Cavaleiro Rosa Cruz, no ano de 1864, dirigido aos Orientes Lusitano e do Brasil, no sentido de que fosse criado um Rito novo e independente, mantendo os três graus simbólicos, de acordo com a tradição maçônica, comum a todos os ritos, e os demais, altos graus, diferenciados, com características nacionais. Esse apelo vinha com a seguinte afirmação: “Convimos em que semelhante reforma é contrária ao cosmopolitismo e a tolerância Maçônica, mas, também, é verdade que, enquanto os Maçons forem patriotas e os povos fisicamente desiguais, a conservação de um Rito Universal, parece-nos impossível: talvez um tão gigantesco projeto só poderá ser possível no vigésimo século”. Essa idéia está na página 6, vol. I, da obra clássica em Maçonaria, intitulada “Biblioteca Maçônica ou Instrução Completa do Franco-Maçom”, publicada em Paris, por Ailleaud Guillard.

Em 1878, em Recife, surgiu a Constituição da Maçonaria do Especial Rito Brasileiro com aval de 838 obreiros, presidido pelo comerciante José Firmo Xavier, para as Casas do Círculo do Grande Oriente de Pernambuco; Esta Constituição era totalmente irregular, pois a mesma, além de se assentar sob os auspícios de sua Majestade Imperial Dom Pedro II, Imperador do Brasil, da Família Imperial e de sua Santidade, Sumo Pontífice, o Papa, nela estavam incluídos

vários preceitos negativos, como, por exemplo: A admissão somente de brasileiros natos, e, em seu artigo 4°, afirmava que uma das finalidades do Rito era defender a Religião Católica e sustentar a Monarquia Brasileira. Evidentemente, o Rito não prosperou, pois era Irregular. Esta Constituição se encontra na Biblioteca Nacional e, também, publicada nos livros “A Maçonaria e o Rito Brasileiro”, de Hercules Pinto, Editora

Maçônica, 1981, e “Rito Brasileiro de Maçons Antigos Livres e Aceitos”, de Mário Name, Editora A Trolha,

1992.Em 21 de dezembro de 1914, na reunião do Conselho Geral da Ordem, presidida

pelo Soberano Grão-Mestre Lauro Sodré, o Irmão Eugênio Pinto, Orador interino, fez a proposta para a criação do Rito Brasileiro,

quando foi aprovada sua criação.Em 23 de dezembro de 1914,

surgiu o decreto n° 500, que deu conhecimento aos Maçons e Oficinas da Federação da aprovação, do

reconhecimento e da adoção do Rito Brasileiro. Kurt Prober, pesquisador

maçônico, tece severas críticas à forma de criação do Rito, alegando que “o quorum da

reunião era insuficiente, realizada ao apagar das luzes, e que o Rito teria sido invenção dos militares”.

Em 1916, Lauro Sodré afastou-se do 3° Mandato de Soberano Grão-Mestre do GOB, assumindo, em seu

lugar, Veríssimo José da Costa, que encaminhou o decreto n° 500 para a aprovação da Soberana Assembléia Geral. Assim, através de um novo Decreto, dessa vez, o de n° 536, de 17 de outubro de 1916, reconheceu, consagrou e autorizou o Rito, criado e incorporado ao GOB.

Em junho de 1917, o Conselho Geral da Ordem aprovou a constituição do Rito com seus regulamentos, estatutos e rituais. Mesmo assim, o Rito não prosperava por falta de uma Oficina Chefe e de rituais publicados.

Em agosto de 1921, através do decreto n° 680, o Soberano Grão-Mestre do GOB expulsou o Grão-Mestre e outros 45 Veneráveis de Lojas do Estado de São Paulo, cassando as Cartas Constitutivas daquelas Oficinas, que passaram a adotar o Rito Brasileiro. Publicaram Rituais para os três primeiros graus, cópias fiéis do R∴E∴A∴A∴.

Em 1940, Álvaro Palmeira propõe a formação de uma comissão para analisar, estudar e atualizar o projeto do Rito Brasileiro, que, naquela época, achava-se adormecido.

Em 1941, foi instalado o Supremo Conclave do Rito Brasileiro através do ato n° 1636. Este Supremo Conclave viria adormecer, pois havia pequenas diferenças entre o Grão-Mestre Rodrigues Neves e o presidente do Supremo Conclave, Otaviano Bastos.

Em 1968, considerado o ano da implantação do Rito Brasileiro, Álvaro Palmeira, Soberano Grão-Mestre, assinou o decreto n° 2080, reativando o Supremo Conclave, determinando que 15 irmãos revissem a Constituição do Rito, adequando-a às exigências internacionais de regularidade, fazendo um Rito Universal, separando o Simbolismo dos Altos Graus, conciliando a tradição com a evolução e publicando os Rituais necessários.

Atualmente, o Rito Brasileiro é uma realidade vitoriosa. Possui organização e doutrina bem estruturadas, que muito se diferencia da organização e doutrina, insipientemente, propostas ao longo de sua história. Solidamente constituído, é praticado por mais de 150 Oficinas Simbólicas, distribuídas por quase todas as unidades da Federação. É o segundo Rito mais praticado no Brasil. O Supremo Conclave do Rito Brasileiro tem sede no Oriente do Rio de Janeiro, na Rua do Lavradio, n° 100.

O Rito se estrutura em cinco segmentos:● Lojas Simbólicas - 1° ao 3° grau.

1° Grau – consagrado à fraternidade dos irmãos, união dos Irmãos.

2° Grau – consagrado à exaltação do trabalho e ao estímulo da solidariedade.

3° Grau – consagrando o princípio de que a vida nasce da morte.

● Capítulos - 4° ao 18° grau. Dedicados ao estudo da Filosofia Moral, 14 virtudes

culminando com o Grau Rosa Cruz, moral e espiritual, degrau capitular máximo.

● Grandes Conselhos - 19° ao 30° grau.

Dedicados aos estudos dos problemas nacionais e da humanidade.

19° ao 22° - aspectos ligados à economia. 23° ao 26° - aspectos ligados à organização da

sociedade. 27° ao 30° - aspectos ligados à arte, ciência, religião e

filosofia. ● Altos Colégios - 31° e 32° grau.

Dedicados ao bem público e ao civismo, à abordagem de assuntos políticos, tratados elevadamente, sem injunções partidárias.

● Sumo Grau – 33º. Máximo na hierarquia de caráter

administrativo, com tendência em grau superior. Cada Rito possui modo próprio de

realizar suas cerimônias, respeitados os limites bem conhecidos, sob pena de heresia maçônica. O importante é que todos os Ritos têm o mesmo objetivo, qual

seja o de ordenar a prática dos estudos maçônicos. Enumeramos algumas características do Rito:

· Uso de Bastões – É, por tradição, o uso de bastões pelo Mestre de Cerimônias e Diáconos.

O Retorno da Palavra Sagrada - Peculiaridade do Rito, tem como objetivo

simbólico confirmar a boa condução dos trabalhos e sua conclusão. A palavra vai e

volta, imantando e desimantando; · Sinais - Além dos sinais habituais, temos

os de obediência e do rito; · O Giro da Sacola (Bolsa) - no Oriente, na Coluna do

Norte e na Coluna do Sul, todos, iniciando pelas Luzes da Região;

· Cerimônia das Luzes - Realizada pelo Venerável Mestre com o auxilio do 1° e 2° Vigilantes. Os três são as luzes que iluminam a Loja. As três luzes místicas representam e evocam a Onisciência (Sabedoria – V∴M∴), a Onipotência (Força – 1° Vig.) e a Onipresença divina (Beleza – 2° Vig∴);

· Inversão das Colunas Maçônicas - É uma questão complexa, mas, caracteristicamente, o Rito inverte a Coluna dentro do Templo. Coluna "J" à direita;

· Colunas Norte e Sul - Baseados no Hemisfério Sul, com pouca luz, os Aprendizes sentam-se na Coluna do Sul e os Companheiros na do Norte;

· Aclamação e Bateria - Glória, Glória, Glória, o-oo.

Os Grandes IniciadosOs Grandes Iniciados____________________________________________________________________________________________________________________

Sidarta Gautama – o BudaSidarta Gautama – o BudaFrancisco Feitosa

ssa coluna traz à Luz a Vida e Obra de mais um Avatara, em sua manifestação terrena, em auxílio à

evolução da humanidade - Príncipe Sidarta, o Gautama, Buda.

EO termo Buda é um título e não um nome. Significa

“aquele que sabe” ou “aquele que despertou” e se aplica a alguém que atingiu um nível superior de entendimento e a plenitude da condição humana. Foi aplicado, e ainda o é, a pessoas excepcionais, que atingiram tal grau de elevação moral e espiritual, que se transformaram em Mestres da Sabedoria.

A palavra Buda, também, significa iluminado, portador consciente da Divindade, como a palavra Cristus significa a mesma coisa – ungido ou iluminado – tanto que o sacramento da Crisma é realizado com óleo santo, com que o postulante é ungido. Por isso, é uma irreverência, indicadora de ignorância crassa usar-se o nome de Buda para marcas de farinha e motores de automóvel, como um sacrilégio é denominar uma cerveja de Brahma, palavra que em Sânscrito, significa Deus. Isso tudo mostra o quanto nossa civilização se vem amesquinhando na esfera espiritual, a despeito de sua hipertrofia realizadora.

Sidarta Gautama, o Buda, nasceu em 563 a.C., em Kapilavastu, aos pés do Himalaia, em uma região, que, hoje, pertence ao Nepal, a cem milhas a Noroeste de Benares, em um dia que se relaciona, no calendário atual, a uma quarta-feira de maio, segundo os Livros Sagrados. Era um aristocrata da casta Ksatrya, a dos guerreiros e governantes. Seu pai, Shudodhana, era o rei do clã dos Sakyas. Vem daí o outro nome pelo qual Sidarta se tornaria conhecido: Sakyamuni, ou “o Sábio Silencioso dos Sakyas”.

Sua Mãe, a Divina Maya (em Português, Maria), de incomparável beleza, ainda era virgem, quando, em um sonho, viu aquele que deveria ser o Buda, descer do céu sob a forma de um elefante branco, trazendo, na tromba, um loto.

Por que um elefante? Símbolo, já que, conforme as tradições, hábitos e ambiente de cada povo, tais são os seus símbolos; segundo eles, as coisas são compreendidas. Consultados os brâhmanes da Corte sobre tão misterioso sonho, prognosticaram: “o menino vai nascer e será o monarca, o Rei do Mundo, Tacha Karavartin; se renunciar, porém, aos bens transitórios, será bendita nele a Luz do Universo, será o Buda”.

Um velho eremita brâmane, chamado Asita, descobriu vários sinais no corpo do bebê e previu que o príncipe se tornaria um ser iluminado. A rainha Maya faleceu uma semana depois de dar à luz, e a criança passou a ser cuidada pela tia, Prajapati.

Cumpriu-se o prognóstico, e as Quatro Verdades, descobertas e assinadas por Gautama, o Buda, constituem-se a tônica do conhecimento metafísico dessa Maha-Yuga, ou Grande Idade do Mundo.

Gautama, o Buda, foi o “democrata da Verdade”. Naquela época, o clero brahmânico, uma das quatro castas, reservava para si o conhecimento superior, detendo-o como se fosse seu patrimônio exclusivo. Com Gautama, a salvação tornou-se possível para todos, inclusive para os párias. Não fundou uma religião, mas sim seus sucessores, tal como tem acontecido com todos os iluminados que têm vindo a esse mundo. Ele revelou outros aspectos da Verdade eterna e deu novo impulso à evolução humana, como fizeram seus sucessores.

Os princípios defendidos por ele em nada diferem do Brahmanismo, exceto no que se refere à segregação das castas, por constituir total negação das leis do amor e da caridade, consideradas nesta, como nas demais religiões, virtudes imprescindíveis para o alcance da perfeição, meta do ser humano.

Tentou abolir a escravidão, proclamando a igualdade das castas, assim como a emancipação da mulher, afirmando que ela poderia alcançar o grau superior de conhecimento da mesma maneira que o homem, pois a “liberdade transcende às formas e, por conseguinte, não depende do sexo”.

Gautama, etimologicamente, significa condutor de gado, e, portanto, pastor. Ensinou que, em última análise, a causa do sofrimento reside na Avydia – ignorância, no não-conhecimento da Verdade; que o homem busca livrar-se da dor, já que a vida é dor. Daí, deduziu uma prodigiosa série de silogismo, apresentando aos seus Araths o edifício majestoso da sua doutrina:

A Conduta Ética, a Disciplina Mental e a Introspecção poderão ser entendidas como o Caminho do Meio ou Caminho Óctuplo, que consiste de oito princípios de fatores relacionados entre si e cada um contribuindo para o surgimento e desenvolvimento de outros. São as poderosas forças morais e mentais, que, reunidas, nos ajudam a libertar-nos do desejo:

1. Abstenção da mentira, calúnia e todas as palavras capazes de provocar o ódio e desarmonia;

2. Conduta moral honrada e pacífica, e ajudar aos outros na mesma finalidade;

3. Meio de vida correto, evitando ganhar a vida em profissões que possam ser nocivas aos outros;

4. Esforço de evitar e destruir os pensamentos negativos, fazendo surgir os bons e sadios pensamentos, mantendo, cultivando e desenvolvendo-os;

5. Plena atenção mental, realizando, através da meditação, a autodisciplina, o autocontrole e o autoconhecimento;

6. Concentração Correta como condição indispensável para todo e qualquer desenvolvimento espiritual;

7. Pensamento puro e correto, é o pensar com sabedoria, com equanimidade e contemplação;

8. Correta Compreensão através da contemplação pura, através da penetração, que consiste em ver as coisas em sua verdadeira natureza. Três séculos após a morte de Gautama, o Rei Açoca,

cujo reinado foi de 234 a 188 a.C., e seu filho Maedra estabeleceram o Budismo como religião oficial na Índia e o introduziram no Ceilão. Posteriormente, espalhou-se por toda a Ásia, China, Coréia e Japão. Mais tarde, apesar de firmemente estabelecido em outros países, quase desapareceu de seu berço natal. O ramo Sul da Ásia, principalmente em Ceilão e Burna, conhecido como Hanayama ou “o pequeno caminho”, conservou sua forma mais íntegra, deísta e espiritualista. No Norte, notadamente na China e no Japão, desenvolveu-se um sistema mais complexo e materialista, que ficou conhecido como Mahayana, “o grande veículo”. Também na China, o dualismo do Universo, os dois fatores da natureza oposta: macho e fêmea, positivo e negativo, energia e matéria, foram apresentados como Yang e Ying.

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A doutrina budista não determina uma crença ou credo, mas um “venha e veja”; é uma filosofia viva, cujos ensinamentos não foram ultrapassados pela Ciência e a Psicologia modernas. Ver por si mesmo, e não crer. Uma das características essenciais dessa doutrina é a rejeição de qualquer fé prévia. Crer é aceitar o que não sabemos se realmente existe. Ela é baseada na visão das coisas pelo conhecimento e compreensão, e não pela fé ou crença cega. A crença surge quando não há visão – visão em todo sentido da palavra. No momento em que vemos, a crença desaparece, e a fé cede lugar à confiança, baseada no conhecimento.

Gautama, o Buda, sempre aparece como um Mestre, um pensador, um sábio, um verdadeiro cientista, que estuda e

analisa a “fisiologia” da mente humana. Para Ele, o homem deveria traçar a rota de seu próprio destino, não se atribuindo nenhuma inspiração divina ou qualquer poder sobrenatural.

Mais tarde, diferentes maneiras de interpretação de seus ensinamentos surgiram, através de seus discípulos, que os adaptaram de acordo com o meio e país em que viviam, assim como aconteceu com o Cristianismo, Islamismo, etc. Hoje em dia, os países budistas mantêm as cerimônias com costumes simples, entretanto, têm pouca relação com o verdadeiro caminho que Buda ensinou, de ciências e filosofia de vida. Elas são, porém, válidas, até certo ponto, porque cumprem o misticismo dos povos.

TrabalhosTrabalhos__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Brasil Lindo!Brasil Lindo!Zélia Scorza Pires

is que os “Três Reis Solicitadores do Ciclo” estão em franco desempenho, “arrancando as ervas daninha” do

mundo a fim de deixá-lo em melhores condições para receber uma plêiade de ilustres visitantes, sob a égide de um Visitante Maior... Forças desequilibrantes tentam ofuscar o brilho natural do Brasil, crentes que a lama, que atualmente derramam sobre o país - escondida apenas para os ingênuos - irá tirar o Brasil de sua trajetória rumo a um novo ciclo de esplendor. Sempre houve o lado perverso e corruptor do homem público, com exceções, que, se não houvesse, o que seria do mundo. Quem sabe o suborno venha ter seus dias contados? Utopia? Pode até ser... A Nova Civilização, em vias de dar seus primeiros vagidos, pois, como disse José de Vasconcelos, ela nascerá das dores de toda a humanidade, exige das humanas criaturas comportamento impecável. Não basta apenas ser justo e bom, é preciso mais, para fazer jus ao ilustre Visitante, há milênios esperado... Desses Seres de grande envergadura moral e espiritual, que estão vindo, muitos deles vêm dos Mundos Subterrâneos, já crescidos, talvez, para acelerar a entrada dos Novos Tempos, enquanto outros estão reencarnando... Precisam encontrar lares equilibrados, famílias ajustadas, para que sejam tratados com ternura, pois vêm para fortalecer a Nova Civilização, que fará do Brasil uma fortaleza de Homens de Valor.

E

Não agrada às grandes potências um país, tido como pobre, começar a florescer... E há, ainda, como reforço, os maléficos magos negros. Eles não querem a transformação dos acontecimentos, porque serão desalojados... As religiões chamam toda essa balbúrdia mundial de Final dos Tempos, mas nós a consideramos como um novo recomeçar, a que a Natureza já se antecipou, agindo implacavelmente por tantos anos de desrespeito e maus tratos.

Os brasileiros não se devem deixar abater. Moderação e paciência, espera de nós o Anjo do Brasil, protetor do grandioso país que Lhe deu vida. Seres dos mundos internos e siderais trabalham para que, em poucas décadas, tudo fique, como se costuma dizer, “nos conformes”. Aos que o borbulhar dos acontecimentos causa lástima, a nós empolga, porque se vê a precipitação dos acontecimentos que o ano de 2005 em diante já provoca... Nossa mente e coração precisam estar limpos, livres de ressentimentos e de exageros devocionistas, para que passemos ilesos essa onda avassaladora de limpeza que varre o mundo, incluindo o Brasil.

Os Anjos Registradores, talvez, nunca tenham tido tanto trabalho como nos últimos tempos; fazer a seleção humana entre tantas formas de pensar e de agir, ver o que serve e o que não serve, o que vai contribuir e o que vai

prejudicar, não é fácil. Mas como eles não amam e nem odeiam, são, por isso mesmo, excelentes profissionais no que fazem. O arrependimento das faltas cometidas, talvez, ajude, do contrário nem é bom pensar. Soubessem os homens que vivem uma oportunidade única e definitiva, procurariam se desfazer da riqueza espúria, que acumularam e a que tanto se apegam, para ficar, apenas, com a riqueza, que a traça não corrói: a alma imortal.

A família é o amparo de toda civilização; a Mulher, o seu alicerce... Se a Mulher decai, leva de roldão a civilização inteira. Muito espremida no passado, sem nenhum poder de afirmação, hoje ela ainda não sabe dispor da liberdade que conquistou... Claro, no Ocidente, porque no Oriente... Poucos são os lares disponíveis em moral e espiritualidade, para receber a elite de Seres que necessitam de reencarnar. Isso é triste, e o Brasil, celeiro do mundo, não só no plantio, mas, principalmente, porque é destinado a acolher essas almas, está sendo atacado no ponto fraco de seu povo pelas forças das trevas, que, persistentes, teimam em não ceder ao último chamamento divino, que lhes daria nova chance...

Agradecemos ao ETERNO a oportunidade, que nos concede, de fazer uma melhor reflexão sobre nós mesmos, nosso modo de ser e nossa conduta, para que possamos melhor servi-LHE. Que nossos olhos consigam divulgar a Presença do Cristo Universal, onde quer que esteja. Que não sejamos imprudentes, a ponto de não merecermos perscrutar onde Ele está mais presente, onde atua e onde influencia... Que os prejuízos causados à Obra do Eterno, por todos nós, sejam, pelo PAI MAIOR, olhados com benevolência, pois bem sabemos que não há inocentes... Trabalhar pelo Brasil é trabalhar pelo mundo, façamos, então, o Brasil brilhar, tornar-Se um Sol verde-amarelo, passando otimismo aos nossos irmãos, a fim de ajudar o Anjo do Brasil a não ouvir o que ouvimos de uma pessoa, entrevistada na rua por um repórter de televisão sobre os últimos acontecimentos: “Infelizmente no Brasil não dá mais para acreditar”. Quê é isso?

Nosso papel, como Iniciados, é levantar, nunca derrubar; enaltecer, e não rebaixar; otimizar, e não desiludir. Maitréia precisa, urgentemente, de obreiros conscientes e valorosos! O trabalho sacrificial de elevados Seres, que O antecederam, é que permitirá o Seu aparecimento. É importante ver Maitréia, o Cristo Universal? Claro que sim, é o anseio de todos nós. Mas, o mais importante é servi-LHE dentro de nós; aí, sim, estaremos, verdadeiramente, vendo-O... E, com Ele, elevar-nos-emos.

*Zélia Scorza Pires é escritora, poetisa e membro da Sociedade Brasileira de Eubiose há mais de 40 anos.

TrabalhosTrabalhos__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Círculo e Sua Simbologia MaçônicaO Círculo e Sua Simbologia MaçônicaJosé Castellani

s chamados Símbolos Gráficos são sinais gravados, pintados ou desenhados e que se destinam a representar idéias,

sentimentos, atitudes. Existem alguns símbolos gráficos aceitos, universalmente, como arquétipos, básicos e elementares no estudo da simbologia.

OHá, inclusive, autores que consideram os símbolos gráficos

como os mais importantes, já que, neles, é cristalina a intenção de exprimir um significado bem determinado. Além disso, é por intermédio dos símbolos gráficos que se pode, mais facilmente, transmitir os ensinamentos a distância, no espaço e no tempo, pois, através deles o homem se comunica, fazendo a linguagem simbólica e o seu estudo estarem presentes em todos os ramos do conhecimento humano, seja ele científico, artístico, ou religioso. Nesse caso, avulta, entre os principais símbolos, o Círculo, com significado bem definido e aceito, tanto simples, ou "limpo", quanto com a inscrição de outras figuras no seu interior.

O Círculo é o símbolo universal do infinito, do universo, do todo. Conhecido, também, como "o olho fechado de Deus".

Uma observação muito importante nos coloca o Amado Irmão Orlando Soares da Costa: “toda a decoração do Oriente é a representação da Quadratura do Círculo, onde o círculo do espaço cósmico se faz presente no Altar do Venerável, dentro do quadrado do mundo físico”.

A Quadratura se faz representar a partir da Unidade, que é o Todo. O Círculo que se manifesta no ponto. O Ponto que se expande de volta ao Círculo, o "Olho Que Tudo Vê".

Há que se observar, também, outras considerações:

O Círculo com Ponto no Centro, conhecido como "o olho aberto de Deus", é a representação simbólica da primeira manifestação divina, ou do princípio criador.

O Círculo com Triângulo em seu Interior, simboliza o ternário divino, ou o princípio espiritual dentro do todo, do universo (que é o círculo).

O Círculo com Quadrado em seu Interior, simboliza o princípio material, ou quaternário, dentro da totalidade, do universo.

O Círculo com Cruz no seu Interior, a formação do Quaternário, formado pelo círculo e por duas retas, uma vertical e outra horizontal, que se cruzam, dividindo o círculo em quatro partes iguais; é o símbolo do momento inicial da criação, quando o princípio masculino impregna o feminino. Outra observação: A Cruz se realiza fora do Círculo que nela se interioriza. A Cruz, ao se pôr em movimento, forma a Cruz Jaina ou a "swastika", que, no seu, giro constitui a quadratura do Círculo.

Círculo Dividido, formado pelo Círculo, cortado, horizontalmente, por uma reta, que o divide em duas partes iguais, simboliza a primeira divisão do princípio divino, em duas polaridades

opostas complementares: uma ativa (masculina); e outra passiva (feminina).

O Círculo, também, está presente num importante Símbolo da Alquimia, o da Pedra Filosofal. Neste, há as figuras de um homem e de uma mulher, representando a eternidade, dentro de um Círculo, inscrito num Quadrado, que, por sua vez, inscreve-se num Triângulo, estando, todo o conjunto, incluído num Círculo maior. O Símbolo, para a Alquimia Oculta, simboliza a transmutação do Quaternário Inferior (Quadrado) no Ternário Divino (Triângulo), superior ao Homem.

Não se considera como um símbolo o chamado "Círculo Mágico", usado, obviamente, em operações de magia. Essa figura é formada por um Círculo, no qual se inscrevem um Triângulo, um Quadrado e uma Estrela de Cinco Pontas, sendo traçado no solo e tendo, como finalidade, proteger o evocador dos ataques das

potências malignas invocadas.Em Maçonaria, o Círculo é

um símbolo muito importante e, também, representa o Universo, o Cosmo, a Totalidade. Mas, nele, existem as variações, ou as figuras compostas:

O Círculo entre Paralelas Tangenciais e Verticais é, também, importante Símbolo Maçônico. Como essas paralelas representam os Trópicos de Câncer e de Capricórnio, a figura mostra que o Sol não transpõe os Trópicos e recorda ao maçom que as concepções metafísicas e a consciência religiosa de cada obreiro são de foro íntimo, portanto, invioláveis.

O Círculo com Ponto no Meio, também, é, como ensinamento maçônico, importantíssimo, pois o ponto no centro do círculo representa um local estático: quando uma roda

(círculo) gira, todas as suas partes movem-se, com exceção do ponto central, que fica estático. Ele é, assim, o local de menor turbulência, de menor agitação (alguns o assimilam, inclusive, à Câmara do Meio). É o centro, onde a inteligência é iluminada pela Luz da Verdade e onde se encontram os verdadeiros Mestres, que, depois do estudo e da profunda meditação, podem melhor compreender os mistérios da Natureza. Sendo o ponto de nula turbulência, onde, simbolicamente, não reinam as paixões humanas, é onde o Mestre tem a lucidez necessária para evitar os erros e as falhas humanas.

O Círculo com o Triângulo no centro, que simboliza o princípio espiritual dentro da totalidade, e o Círculo com o Quadrado no centro, simbolizando o princípio material dentro do todo, também, podem ser encontrados em alguns Altos Graus Maçônicos.

Deve-se considerar, também, o Círculo, onde se inscreve o Triplo Tau, próprio do Real Arco do Emulation, onde alguns autores vêem o símbolo da cruz, segundo o Esoterismo Cristão.

ReflexõesReflexões____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Dentro da PedraDentro da PedraAloísio Guerra

creditamos ser conhecida de todos a famosa resposta de Michelangelo ao ser perguntado como era criar uma obra de

arte: “Dentro da pedra já existe uma obra de arte, eu tiro apenas o excesso do mármore”.

AAssim, amados Irmãos, dentro de nós, já existe uma linda

obra de arte, a mais bela do universo! Nosso grande desafio é retirarmos o excesso de mármore e a completarmos, quer dizer, tirarmos de nós tudo aquilo que nos impede de crescer espiritualmente. Extirparmos os defeitos, as mazelas, etc.

Na verdade, somos os artistas de nossa contínua criação. A grande verdade é que decidimos a pessoa que escolhemos ser. Potencialmente, somos perfeitos. Está em nós, particularmente no Maçom, caminharmos para a perfeição. Cada dia, decidimos continuar do jeito que somos ou mudar. Deveríamos considerar a grande glória que é o poder de participarmos de nossa autocriação.

Devemos perguntar-nos: o que estamos fazendo neste planeta?

Parece que a grande resposta será: evoluirmos espiritualmente e aprendermos a melhor amar.

Conta-se que um menino, filho único, contemplando a casa maravilhosa, a fazenda, o gado e tanto outros bens materiais, perguntou:

- Papai, tudo isso um dia será meu?- Na verdade, todos os nossos bens não são nossos. Meu

filho, ninguém é dono de nada. Somos meros administradores.Amados Irmãos, apesar de alguns casos em contrário,

ninguém veio a essa vida com a missão de ajuntar dinheiro, comer do bom e do melhor. Claro, ganhar dinheiro e alimentar-se faz parte da vida, mas não pode ser a razão dela.

Grande exemplo nos deram pessoas, que iluminaram o mundo, como Thereza de Calcutá, Mahatma Ghandi, Betinho, Chico Xavier, Dom Helder e tantos outros.

Meus Irmãos, somos essencialmente espíritos e, por isso, devemos aproveitar todas as oportunidades para nos aprimorarmos como pessoas, como “pedras polidas”.

Diante das dificuldades, temos que nos superar. Escutemos o espírito ou a voz do G∴A∴D∴U∴ em nosso coração e teremos a orientação sobre o caminho a seguir.

Se alguém os bloquear a porta, não gastemos energia com o confronto, procuremos as janelas. Notemos a sabedoria da água: a água corrente nunca discute com seus obstáculos, elas os contorna.

Amados Irmãos, todo obstáculo, que encontramos em nossa caminhada maçônica, contém uma oportunidade para melhorarmos nossa condição. Firmemo-nos nessa convicção: “Tudo podemos, n’Aquele que nos fortalece” (Fil 4,13).

Aproveitemos a força que vem de Deus para sermos sempre Maçons vencedores, com as bênçãos de nosso Grande Arquiteto do Universo.

*Extraído do livro “Religiosidade e Maçonaria,” de autoria do Irmão e Padre Aloísio Guerra, editado pela Editora Maçônica “A Trolha”.

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