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Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna Fundações Diretas: projeto geotécnico e aspectos construtivos Jaime Domingos Marzionna

Fundações Diretas: projeto geotécnico e aspectos construtivos

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Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Fundações Diretas: projeto geotécnico e aspectos construtivos

Jaime Domingos Marzionna

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Objetivo deste Talk...

Tópicos a serem abordados:

• Tensão admissível do terreno e tensão resistente de projeto;

• Cargas permanentes e carregamentos excepcionais tipo vento e sobrecargas;

• Tipos de recalques e suas avaliações;

• Comentários sobre projeto geométrico;

• Escavação do terreno de apoio;

• Inspeção e liberação do terreno de apoio;

• Cuidados executivos.

2

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

O que são fundações?

Tipos de fundações:

• Rasas ou superficiais

• Profundas

Qual a grande diferença entre as fundações e as estruturas?

3

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As fundações rasas são as mais baratas

e as primeiras a terem sua utilização

imaginada para qualquer tipo de obra.

Quando uma fundação é chamada rasa

ou superficial?

4

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Principais tipos de fundação direta rasa:

• Blocos;

• Sapatas;

• Radiers.

B

D

D ≤ B a 1,5 B Fundação Rasa

1,5 B ≤ D ≤ 4 a 5 B Fundação Rasa

com efeito de profundidade D > 4 a 5 B Fundação

Profunda

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Como a carga é transferida da estrutura para o

terreno numa fundação direta?

Como saber se é possível utilizar fundação

direta para uma estrutura num determinado

perfil do subsolo?

O método construtivo da obra tem influência na

possibilidade de utilização de fundação direta?

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O que é necessário saber para elaborar um projeto de

fundação direta rasa?

Critérios: Estados Limites

Estado Limite Último (ELU)

Estado Limite de Serviço (ELS)

Segurança quanto à ruptura

Recalque aceitável

Quais os critérios que a fundação deve obedecer?

Cargas previstas na fundação e

propriedades geotécnicas do

subsolo

7

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna 8

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna 9

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Qual a primeira informação que se precisa

ter de um terreno para saber se é viável a

utilização de fundação direta rasa para

uma determinada estrutura?

• Tensão admissível

• Tensão resistente de projeto

10

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Tensão Admissível:

Tensão Resistente de Projeto:

tensão adotada em projeto que aplicada ao terreno

pela fundação superficial ou pela base de tubulão,

atende com coeficientes de segurança pré-

determinados, aos estados-limites último (ELU) e de

serviço (ELS). Esta grandeza é utilizada quando se

trabalha com ações em valores característicos.

é a tensão de ruptura geotécnica dividida pelo

coeficiente de minoração da resistência última. Esta

grandeza é utilizada quando se trabalha com ações em

valores de projeto.

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Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Todo terreno tem uma tensão admissível,

o que precisa ver é se ela é adequada para

o projeto de uma fundação direta.

Importante!

Exemplo: travessia de brejo

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Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Como determinar a tensão

admissível ou a tensão resistente

de projeto de um solo?

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Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

3 possibilidades (basicamente):

• Métodos Teóricos (teorias de

capacidade de carga – Terzaghi,

Meyerhoff, etc.) tensões de ruptura

• Provas de carga em placa (permite

determinar tensão admissível e

coeficiente de apoio elástico)

tensão de ruptura ou admissível por

recalque • Correlações (métodos semi-empíricos)

14

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Problema: precisa conhecer

parâmetros do solo: g, c e f

Métodos teóricos

Teorias de Capacidade de Carga

Terzaghi, K. - 1943

“Theoretical Soil Mechanics” – Terzaghi,

K. – 1943 – John Wiley & Sons

sRupt=Sc.c.Nc + Sq.q.Nq +

Sg.gB.Ng Sc, Sq, Sg = fatores de forma

Nc, Nq, Ng = fatores de carga

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Fatores de Carga

Ruptura Geral

0 10 20 30 40 50 60 70

Ng

0

10

20

30

40

50

010203040506070

Nc Nq

f (º)

70

Ruptura Local

70 0 10 20 30 40 50 60 70

Ng

0

10

20

30

40

50

010203040506070

Nc Nq

f (º)

Cálculo da Capacidade de Carga de Sapatas pela Teoria Geral de Capacidade de Carga de Terzaghi

Dados de Entrada

Peso específico do solo - g (kN/m3) = 18,0

Coesão - c (kPa) = 10,0

Ângulo de Atrito - f (º) = 30,0

Profundidade do Nível d'água (m) = 1,0

Peso específico da água - gágua (kN/m3) = 10,0

Profundidade de Assentamento da Sapata = 2,00 m

Sobrecarga Lateral à Sapata = 26,00 kPa

Tipo de Ruptura = G L = Local / G = Geral

Fatores de Carga Nc = 37,2

Nq = 22,5

Ng = 14,6

Tipo de Sapata = Q Q = Quadrada / L = Corrida / C = Circular

Lado da Sapata = 2,5 m

Fatores de Forma da Sapata Sc = 1,3

SQ = 1,0

Sg = 0,4

Parcela devido a c = 483 kPa

q = 584 kPa

g = 263 kPa

Tensão de Ruptura na Base da Sapata sRupt = 1330 kPa

Fator de Segurança = 3,0Discutir tipos de ruptura

16

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Provas de carga em placa

Apesar de simples e normatizada, simplesmente não é

feita. Norma Brasileira ABNT-NBR-6489/1984

17

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Prova de Carga em Placa Circular f = 80 cm

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120

Tensão (tf/m2)

Recal

que

(m

m)

0:15

0:21

0:30

0:45

1:00

1:10

2:00

2:10

2:25

2:504:05

8:35 8:50

12:20

12:28

16:50

17:50

17:05

19:10

18:00

20:20

19:26

hh:mm

18

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Prova de carga em placa

Curva 1

Ruptura Geral

Curva 2

Ruptura Local

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Maior problema: representatividade

Bulbo de Tensões

20

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Correlações/Métodos semi-empíricos

Relacionados com ensaios de campo

- NSPT sadm = NSPT / 5 (kgf/cm2)

- CPT/CPTu sadm= qc / 10 (MPa) - argilas

= qc / 15 (MPa) - areias

Problemas:

Representatividade e Faixa de Validade

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E a Tensão Resistente de Projeto?

Quais as correlações disponíveis?

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Recalques

• Elásticos ou Imediatos

• Adensamento

Areias e Argilas

Argilas moles saturadas

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Recalques Elásticos ou Imediatos

Através do coeficiente de apoio elástico kv

kv Prova de Carga ou Correlações

Terzaghi - 3.4,1 SPTv tf/m²/cm p/ placa quadrada 30 cm de lado

Meyerhoff - 3.1,2 SPTv tf/m²/cm p/ placa quadrada 30 cm de lado

Argilas rB = rb x (B/b)

Areias r

rB

B

B

.

,.

,

,0 8

2

21

2

0 3c/ B em metro

07 7, r0 8, recalque da placa de Ø = 80 cm

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Recalques em Areias Schmertmann

v

dzv r

Sousa Pinto (2002)

Deformações

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Recalques em Areias Schmertmann

Deformações sugeridas por Schmertmann

𝑤 = 𝜀𝑧 . 𝑑𝑧 =𝐻

0

𝑞. 𝐼𝜀𝐸. 𝑑𝑧 = 𝑞.

𝐼𝜀,𝑖𝐸𝑖. ∆𝑧

𝑛

𝑖=1

2𝐵

0

𝑤𝑓 = 𝑤.𝐶1. 𝐶2

𝐶1 = 1 − 0,5.𝜎𝑣,0′

𝑞

𝐶2 = 1 + 0,2. 𝑙𝑜𝑔𝑡

0,1

𝐸 = 2. 𝑞𝑐 (1970)

𝐸 = 2,5. 𝑞𝑐 (1978- sapata

quadrada ou circular)

𝐸 = 3,5. 𝑞𝑐 (1978- sapata corrida)

FATORES DE CORREÇÃO

MÓDULO DE ELASTICIDADE

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Cliente : Arquivo : SCHMERT.XLS

Obra : Data : 30/10/2017

Assunto : Cálculo de recalque para fundação direta apoiada em

camada de areia pelo método de Schmertmann

Dados Iniciais

Características do solo Características Geométricas

Peso específ ico do solo = 2,00 tf /m3 Cota do terreno = 100,00 m

Peso específ ico da água = 1,00 tf /m3 Cota de apoio da sapata = 98,00 m

Correlação SPT com Rp = 100,00 tf /m2 (AOKI-VELLOSO) Cota do nível d'água = 98,00 m

Características da Sapata

Largura da Sapata (B) = 2,80 m Vida útil adotada para a Obra = 50 anos

Tipo de Sapata = I (Isolada = I ou Corrida = C)

Tensão na base da sapata (p)= 60,0 tf /m2

OBSERVAÇÃO : A cota de base da sapata deverá coincidir com uma das cotas de determinação do SPT

Cálculos Iniciais

Tensões

Tensão efetiva na cota de assentamento da sapata (p0)= 4,00 tf /m2

Acréscimo líquido de tensão (Dp = p-p0) = 56,0 tf /m2

Influência da Deformação

Cota do ponto de Início do fator de Influência da Deformação (Iz) = 98,00 m

Cota do ponto de Máximo do fator de Influência da Deformação (Iz) = 96,60 m

Cota do ponto de Final do fator de Influência da Deformação (Iz) = 92,40 m

Tensão efetiva na cota do valor máximo do fator de influência máximo = 5,40 tf /m2

Valor Inicial do Fator de Influência da Deformação = 0,10

Valor Máximo do Fator de Influência da Deformação = 0,82

Coeficiente para considerar o embutimento C1 = 0,96

Coeficiente para considerar a vida útil obra C2 = 1,54

Resistência de

Cota (m) Profundidade SPT ponta do cone Módulo de Fator de

(m) Rp (tf/m2) Elasticidade Influência Iz.Dz/Es

100,00 Es (tf/m2) da Deformação

99,00 1,00 33 3300 8250

98,00 2,00 33 3300 8250 0,10 1,21E-05

97,00 3,00 38 3800 9500 0,62 6,48E-05

96,00 4,00 34 3400 8500 0,72 8,46E-05

95,00 5,00 26 2600 6500 0,55 8,41E-05

94,00 6,00 23 2300 5750 0,38 6,52E-05

93,00 7,00 24 2400 6000 0,20 3,39E-05

92,00 8,00 22 2200 5500

91,00 9,00 21 2100 5250

90,00 10,00 20 2000 5000

89,00 11,00 26 2600 6500

88,00 12,00 35 3500 8750

87,00 13,00 35 3500 8750

86,00 14,00 31 3100 7750

85,00 15,00 50 5000 12500

84,00 16,00

83,00 17,00

82,00 18,00

81,00 19,00

80,00 20,00

79,00 21,00

Somatória = 0,00034

Recalque da Sapata = 0,029 m

Es = 2,5.Rp para sapatas isoladas quadradas

Es = 3,5.Rp para sapatas corridas

Cp

p1

01 0 5 0 5

. .

DC

t2 1 0 2

01

. log

.

r

C C p

I

Ezz

s

B

1 2

0

2

. . . .D D

Cliente : Arquivo : SCHMERT.XLS

Obra : Data : 30/10/2017

Assunto : Cálculo de recalque para fundação direta apoiada em

camada de areia pelo método de Schmertmann

Dados Iniciais

Características do solo Características Geométricas

Peso específ ico do solo = 2,00 tf /m3 Cota do terreno = 100,00 m

Peso específ ico da água = 1,00 tf /m3 Cota de apoio da sapata = 98,00 m

Correlação SPT com Rp = 100,00 tf /m2 (AOKI-VELLOSO) Cota do nível d'água = 98,00 m

Características da Sapata

Largura da Sapata (B) = 2,80 m Vida útil adotada para a Obra = 50 anos

Tipo de Sapata = I (Isolada = I ou Corrida = C)

Tensão na base da sapata (p)= 60,0 tf /m2

OBSERVAÇÃO : A cota de base da sapata deverá coincidir com uma das cotas de determinação do SPT

Cálculos Iniciais

Tensões

Tensão efetiva na cota de assentamento da sapata (p0)= 4,00 tf /m2

Acréscimo líquido de tensão (Dp = p-p0) = 56,0 tf /m2

Influência da Deformação

Cota do ponto de Início do fator de Influência da Deformação (Iz) = 98,00 m

Cota do ponto de Máximo do fator de Influência da Deformação (Iz) = 96,60 m

Cota do ponto de Final do fator de Influência da Deformação (Iz) = 92,40 m

Tensão efetiva na cota do valor máximo do fator de influência máximo = 5,40 tf /m2

Valor Inicial do Fator de Influência da Deformação = 0,10

Valor Máximo do Fator de Influência da Deformação = 0,82

Coeficiente para considerar o embutimento C1 = 0,96

Coeficiente para considerar a vida útil obra C2 = 1,54

Resistência de

Cota (m) Profundidade SPT ponta do cone Módulo de Fator de

(m) Rp (tf/m2) Elasticidade Influência Iz.Dz/Es

100,00 Es (tf/m2) da Deformação

99,00 1,00 33 3300 8250

98,00 2,00 33 3300 8250 0,10 1,21E-05

97,00 3,00 38 3800 9500 0,62 6,48E-05

96,00 4,00 34 3400 8500 0,72 8,46E-05

95,00 5,00 26 2600 6500 0,55 8,41E-05

94,00 6,00 23 2300 5750 0,38 6,52E-05

93,00 7,00 24 2400 6000 0,20 3,39E-05

92,00 8,00 22 2200 5500

91,00 9,00 21 2100 5250

90,00 10,00 20 2000 5000

89,00 11,00 26 2600 6500

88,00 12,00 35 3500 8750

87,00 13,00 35 3500 8750

86,00 14,00 31 3100 7750

85,00 15,00 50 5000 12500

84,00 16,00

83,00 17,00

82,00 18,00

81,00 19,00

80,00 20,00

79,00 21,00

Somatória = 0,00034

Recalque da Sapata = 0,029 m

Es = 2,5.Rp para sapatas isoladas quadradas

Es = 3,5.Rp para sapatas corridas

Cp

p1

01 0 5 0 5

. .

DC

t2 1 0 2

01

. log

.

r

C C p

I

Ezz

s

B

1 2

0

2

. . . .D D

E se não tiver ensaio CPT?

Correlações, p. ex. Aoki-Velloso

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Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Recalque por adensamento

ARGILA MUITO MOLE

AREIA

AREIA

Recalques Elásticos ou imediatos

Recalques por Adensamento Teoria

de Adensamento de Terzaghi, etc.

28

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Caso importante: Sapatas com força normal e momento fletor

“Fundações” – Volume 1 – Velloso, D.A. & Lopes, F.R. – 2004 – Oficina de Textos

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Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Cálculo de Tensões na Base de Sapatas com Carregamento Excêntrico

DADOS DE ENTRADA

Geométricos:

Cotas Dimensões da Sapata e do Pilar Pesos Específicos

Cota de Aplicação das Cargas (CAC)= 100,20 m PILAR Peso Específico do Solo (GSO) (gs) = 18,0 kN/m3

Cota do Terreno (CTE) = 100,00 m Lado Maior Pilar (LXP)(lx)= 1,00 m Peso Específico do Concreto (GCO) (gc) = 22,0 kN/m3

Cota de Topo da Sapata (CTS) = 98,10 m Lado Menor Pilar (LYP)(ly)= 1,00 m Peso Específico da Água (GCA) (ga) = 10,0 kN/m3

Cota de Base da Sapata (CBS) = 97,50 m SAPATA

Cota do Nível D'água (CNA) = 97,00 m Lado Maior Sapata (LXS) (Lx)= 10,00 m

Lado Menor Sapata (LYS) (Ly)= 6,00 m

Altura da Sapata (ATS) (hs) = 0,60 m

Rodapé da Sapata (RDP) = 0,30 m

Carregamento na Base do Pilar:

Carga Normal Vertical (N) = 123,00 kN

Força Horizontal (Hx) = 33,00 kN

Força Horizontal (Hy) = -191,00 kN

Momento Fletor (Mx) = 3664,00 kN.m

Momento Fletor (My) = 702,00 kN.m

CÁLCULOS

Pesos:

Peso da Sapata (PST) = 594,00 kN

Peso do Solo sobre a Sapata (PSO) = 2217,60 kN

Empuxo devido à Submersão (EMP) = 0,00 kN

PESO TOTAL (PTO) = 2811,60 kN

Esforços Totais na Base da Sapata

Carga Normal Vertical (N*)= 2934,60 kN

Força Horizontal (Hx) = 33,00 kN

Força Horizontal (Hy) = -191,00 kN Excentricidades:

Momento Fletor (M*x) = 4179,70 kN.m Excentricidade no eixo X (EXX) - ex = 0,27 m

Momento Fletor (M*y) = 791,10 kN.m Excentricidade no eixo Y (EXY) - ey = 1,42 m

Zona em que a Resultante se encontra = 4

Tensão Máxima = smáx = 135 kPa

Área Total da Sapata = 60,00 m2

Área Comprimida Sapata = 47,07 m2

Área Tracionada Sapata = 12,93 m2

% da Sapata Tracionada = 22%

Lx

LyMx

x

N

y

Hy

Hy

My

Lx

LyMx'

x

N'

y

My'

ex

ey

1 23

2

2

2

4

4

5

55

5

3

IMPORTANTE:

Qual é o carregamento que causa a excentricidade? Vento? Empuxo? Ponte

Rolante? Etc...

30

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Projeto de Fundação Direta Rasa

Como verificar a sua viabilidade?

2. Fixar a tensão admissível ou tensão resistente de projeto;

1. Estudar Método Construtivo da obra;

3. Avaliar cargas na fundação.

31

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Avaliação da carga na fundação para edifícios

“normais”:

• Carga distribuída p = 12 kN/m2/andar

- Pmín = 100. n (kN)

- Pméd = 200. n (kN)

- Pmáx = 300. n (kN)

Onde “n” é o número de pavimentos do edifício

32

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

• Informações básicas sobre a estrutura: é “normal”?

• CG ≈ CC

Viabilidade geométrica de uso de fundação direta rasa: Asapatas ≤ 65% Aedifício em planta

sadm ≥ (1/0,65) . p . n

33

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Dimensionamento Geométrico

1) Sapata isolada Dados Dimensões do Pilar (b0xa0): 20x50 cm

Tensão admissível para o solo (sadm): 300kPa Carga vertical aplicada na sapata (N): 1200kN Solução Determinação da área da Sapata (As)

2

adm

s 4m300

1200

σ

NA

Determinação das dimensões da sapata (a e b) Supondo-se abas iguais, tem-se: a – b = a0 – b0 = 0,5 – 0,2 = 0,3 e a.b = 4m2 Logo, a = 2,15m e b = 1,85m

1) Sapata isolada Dados Dimensões do Pilar (b0xa0): 20x50 cm

Tensão admissível para o solo (sadm): 300kPa Carga vertical aplicada na sapata (N): 1200kN Solução Determinação da área da Sapata (As)

2

adm

s 4m300

1200

σ

NA

Determinação das dimensões da sapata (a e b) Supondo-se abas iguais, tem-se: a – b = a0 – b0 = 0,5 – 0,2 = 0,3 e a.b = 4m2 Logo, a = 2,15m e b = 1,85m

34

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Sapata associada Dados Dimensões do Pilar P1 (a0xb0): 40x40 cm Carga vertical aplicada na sapata (N): 2000kN

Dimensões do Pilar P2 (a0xb0): 50x20 cm Carga vertical aplicada na sapata (N): 1200kN

Tensão admissível para o solo (sadm): 300kPa

Solução

Pilares alinhados

x

y

P1 P2

180

Determinação do centro de carga (CC)

67,5cm12002000

180120002000

NN

xNxNx

21

2211cc

Determinação da área da Sapata (As)

2

adm

s 10,67m300

3200

σ

NA

Determinação das dimensões da sapata (a e b) O comprimento da sapata é determinado adotando-se uma aba de 0,20m na direção x. Além disto, o dimensionamento da sapata deve considerar que o centro de carga (calculado acima) deve coincidir com o centro de gravidade da sapata, então:

a = 2.(1,125 + 0,25 + 0,20) = 3,15m b = 3,40m

P1P2

180

CC

2520

67,5

20

315

340

35

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Pilares desalinhados

180

P1

P2

x

y

60

Determinação do centro de carga (CC)

67,5cm12002000

180120002000

NN

xNxNx

21

2211cc

22,5cm12002000

60120002000

NN

yNyNy

21

2211cc

Determinação da área da Sapata (As)

2

adm

s 10,67m300

3200

σ

NA

Determinação das dimensões da sapata (a e b) O comprimento da sapata é determinado adotando-se uma aba de 0,20m na direção do alinhamento dos centros dos pilares. Além disto, o dimensionamento da sapata deve considerar que o centro de carga (calculado acima) deve coincidir com o centro de gravidade da sapata, então:

a = 2.(1,125 + 0,25 + 0,20) = 3,30m b = 3,25m

180

P1

P2

60

325

330

67,5

22,5

~119

~20

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Pilar na divisa: Viga alavanca Dados Dimensões do Pilar P1 (a0xb0): 50x20 cm Carga vertical aplicada na sapata (N): 1200kN Dimensões do Pilar P2 (a0xb0): 80x20 cm Carga vertical aplicada na sapata (N): 2000kN

Tensão admissível para o solo (sadm): 300kPa Solução A sapata do pilar P1 não pode ultrapassar a divisa, portanto deve ser construída totalmente dentro do terreno. Assim, o centro de gravidade da sapata não será coincidente com o centro de gravidade do pilar, causando momento adicional na sapata. Neste caso é necessário utilizar-se uma viga alavanca que liga o pilar de divisa com outro dentro do terreno.

Pilares alinhados

DIV

ISA

500

50

20

80

20

DIV

ISA

P1 P2

b

N1

R1

N2

R2

e

L=500

Pelo esquema acima notamos que a somatória dos momentos deve ser nula, logo:

LN1eLR1

sendo que a excentricidade (e) é dada por:

2

bbe 0

Inicialmente costuma-se admitir R1 = 1,2N1 Então a área da sapata do pilar P1 será:

2

adm

1 4,8m300

12001,2

σ

NA

Utilizando-se a recomendação de otimização de armadura em sapatas alavancadas, a = 2,5b, tem-se: a = 3,4m e b = 1,4m Logo:

602

20140

2

bbe 0

1,2N11364kN120060500

500N1

eL

LR1

Como o valor de R1 é próximo ao inicial, pode-se fazer nova iteração mantendo b constante:

R1=1364kN A1 = 4,55m2 a = 3,25m e b=1,4m Para o dimensionamento da fundação do P2, será considerada apenas a metade do alívio gerado pela alavanca, uma vez que a carga do P1 (1200kN) engloba cargas acidentais, ou seja, que podem não ocorrer.

1918kN2

120013642000

2

P1R1P2ΔP1P2R2

2

adm

1 m6300

1918

σ

NA 4, a – b = a0 – b0 = 0,8 – 0,2 = 0,6 e a.b = 6,4m2

Logo, a = 2,70m e b = 2,35m

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DIV

ISA

P1P2

VIGA ALAVANCA

140

270

32

5

23

5

Importante: Qual a precisão no dimensionamento das dimensões das sapatas?

38

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Projeto de fundação direta: o que deve apresentar?

• Planta de pilares com cargas

• Outras informações consideradas importantes

• Locação das sondagens

• Dimensões das sapatas em planta

• Cota de assentamento da base das sapatas

• Tensão admitida no projeto das sapatas

• Sequência executiva das sapatas se necessário

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Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna 40

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

NOTAS:

1. COTAS EM METRO E DIMENSÕES EM CCENTÍMETRO, EXCETO

INDICAÇÃO EM CONTRÁRIO.

2. NÍVEL DE REFERÊNCIA = 100,00 DO LEVANTAMENTO

PLANIALTIMÉTRICO.

3. CARGAS NA FUNDAÇÃO DE ACORDO COM O PROJETO DA

XXXXXXX.

4. TENSÃO ADMISSÍVEL ADOTADA NO PROJETO: sadm = 6,0

kgf/cm2 = 0,60 MPa.

5. PARA ARMAÇÃO DAS SAPATAS, ARRANQUE DOS PILARES, ETC.

VER PROJETO ESTRUTURAL.

6. O CENTRO DE GRAVIDADE DAS SAPTAS DEVERÁ COINCIDIR,

OBRIGATORIAMENTE, COM O CENTRO DE GRAVIDADE DOS

PILARES QUE NELA SE APOIAM.

41

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

7. PARA MATERIAIS VER PROJETO ESTRUTURAL.

8. A COTA DE BASE DAS SAPATAS (C.B.) PODERÁ VARIAR EM

FUNÇÃO DA INSPEÇÃO DO TERRENO LOCAL.

9. NÃO DEVERÁ SER PERMITIDO O ACÚMULO DE ÁGUA SOBRE

O SOLO NA COTA DE ASSENTAMENTO DAS SAPATAS PARA

EVITAR AMOLECIMENTO DO SOLO.

10.AS SAPATAS SOMENTE PODERÃO SER CONCRETADAS APÓS

O TERRENO DE APOIO SER LIBERADO POR ENGENHEIRO

ESPECIALISTA.

11.IMEDIATAMENTE APÓS A LIBERAÇÃO DO TERRENO DE

APOIO DA SAPATA PELO ENGENHEIRO ESPECIALISTA

DEVERÁ SER LANÇADO O LASTRO DE CONCRETO MAGRO.

12.AS SAPATAS QUE NECESSITAREM QUE SEJAM EXECUTADOS

CORTES NOS TALDUES DAS BERMAS PARA SUA EXECUÇÃO,

DEVERÃO SER EXECUTADAS UMA POR VEZ E O TALUDE

ESCAVADO DEVERÁ SER RECOMPOSTO APÓS A

CONCRETAGEM DA SAPATA.

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Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna

Algumas fotos de obras

com fundação em sapatas

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Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna 45

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna 46

Fundações Diretas Jaime Domingos Marzionna 47

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Verificações no Local

1. Escavação mecanizada até no máximo 30 cm acima da cota de base prevista. Os últimos 30 cm deverão ser obrigatoriamente escavados à mão.

2. Remover todo material solto mole ou que tenha amolecido durante a escavação.

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Verificações no local

3. Verificação da resistência do terreno através

de penetrômetro manual (barra de ferro ou penetrômetro).

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4. Não deixar acumular água na escavação da

sapata para não permitir que o terreno

amoleça.

5. Imediatamente após a verificação do terreno

de apoio e sua liberação, proceder ao

lançamento do concreto magro.

Verificações no local

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Através de medida de recalques de pinos instalados nos pilares.

Aspectos importantes:

• Iniciar medição o mais cedo possível;

• Cuidado com o posicionamento da referência de

nível.

Avaliação do Desempenho

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