FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Embed Size (px)

Citation preview

Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados

1

FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAO PBLICA * Administrao Pblica e Governo: conceito e objetivos * Evoluo dos modelos de administrao pblica * Os princpios norteadores do servio pblico - legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia * Poderes e deveres do administrador pblico * Transparncia, informao e controle social na Administrao Pblica * Tipos e formas de controle * Controle interno e externo * Contratos administrativos: conceito, caractersticas, formalizao * Licitaes - princpios, obrigatoriedade, dispensa e inexigibilidade, modalidades e procedimentos, fases (Lei n. 8.883, de 8 de junho de 1994 e complementos) * Regime Jurdico dos Servidores Pblicos Federal

Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados

2

Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados

3

O contedo desta apostila de uso exclusivo do aluno que efetuou a compra no site, cujo nome e dados de I.P. constam do texto apresentado em formato de cdigo de barras, sendo vedada, por quaisquer meios e a qualquer ttulo, a sua reproduo, cpia, divulgao e distribuio. vedado, tambm, o fornecimento de informaes cadastrais inexatas ou incompletas nome, endereo, email - no ato da compra, qualificando assim o ato de falsidade ideolgica. O descumprimento dessas vedaes implicar na imediata ao por parte de nosso conselho jurdico.

O contedo desta apostila de uso exclusivo de sendo vedada, por quaisquer meios e a qualquer ttulo, a sua reproduo, cpia, divulgao e distribuio, sujeitando-se os infratores responsabilizao civil e criminal.

Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados

4

Basicamente temos dois sentidos a dar ao vocbulo Administrao Pblica (Pietro, 1998, 49-56): a) Em sentido Subjetivo, formal ou orgnico, orgnico ela designa os entes que exercem a atividade administrativa ; compreende pessoas jurdicas, rgos e Agentes Pblicos. b) Em sentido Objetivo, material ou Funcional, Funcional designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes ; nesse sentido, a Administrao Pblica a prpria funo administrativa que incumbe predominantemente ao Poder Executivo. Comecemos pelo aspecto objetivo. Nesse sentido Administrao Pblica cabe as seguintes tarefas: a) Fomento: Incentivo iniciativa de utilidade pblica (subvenes, financiamentos, favores fiscais); b) Polcia Administrativa: Compreende toda atividade de execuo das chamadas limitaes administrativas; c) Servio Pblico: toda atividade que a Administrao Pblica executa, diretamente, para satisfazer a necessidade coletiva, sob regime jurdico preponderantemente pblico (CF, art. 21, incisos X, XI, XII e 175); Ainda dentro do aspecto objetivo, podemos elencar as principais caractersticas da Administrao Pblica: a) uma atividade concreta, no sentido que pe em execuo a vontade do Estado contida na lei; b) A sua finalidade a satisfao direta e imediata dos fins do Estado; c) Seu regime jurdico de direito pblico; Quanto ao aspecto subjetivo da Administrao Pblica, vejamos a classificao contida no art. 4 do Dec.Lei 200/67: 1 Administrao direta, que se constitui dos servios integrados na estrutura administrativa da Presidncia da Repblica e dos Ministrios; 2 A Administrao indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotados de personalidade jurdica prpria: a) Autarquias; b) Empresas pblicas; c) Sociedades de Economia Mista; d) Fundaes pblicas; Vejamos o esquema abaixo: ADMINISTRAO DIRETA - A Administrao exercida pelo prprio Estado - RGOS: * DE DIREO; * CONSULTIVOS; * DE EXECUO

Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados

5

ADMINISTRAO INDIRETA - A atividade administrativa descentralizada exercida pessoa distinta do Estado - ENTIDADES: * AUTARQUIAS; * FUNDAES PBLICAS; * EMPRESAS PBLICAS; * SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA; Esses servios e atividades podem ser prestados pelo Estado de forma centralizada ou descentralizada, que so formas tcnicas de Organizao Administrativa. a) Centralizao: a prestao de servios diretamente pela pessoa poltica prevista constitucionalmente, sem delegao a outras pessoas. Diz-se que a atividade do Estado centralizada quando ele atua diretamente, por meio de seus rgos. b) Descentralizao: a transferncia de execuo do servio ou titularidade do servio para outras pessoas, quer seja de direito pblico, quer seja de direito privado. No mbito da mesma pessoa jurdica temos: a) Desconcentrao: a distribuio interna de competncias, ou seja, dentro da mesma pessoa jurdica. Sabe-se que a Administrao Pblica organizada hierarquicamente, como se fosse uma pirmide em cujo pice se situa o Chefe do Poder Executivo. As atribuies administrativas so outorgadas aos vrios rgos que compem a hierarquia. Isto feito para descongestionar, desconcentrar, tirar do centro um volume grande de atribuies, para permitir o seu mais adequado e racional desempenho. A desconcentrao liga-se hierarquia. b) Concentrao: Ocorre o inverso da desconcentrao. H uma desconcentrao das atividades dos rgos perifricos para os centrais.

Evoluo dos modelos de administrao pblica

A evoluo da administrao pblica em nosso pas passou por trs modelos diferentes: a administrao patrimonialista, a administrao burocrtica e a administrao gerencial. Essas modalidades surgiram sucessivamente ao longo do tempo, no significando, porm, que alguma delas tenha sido definitivamente abandonada. Na administrao pblica patrimonialista, prpria dos Estados absolutistas europeus do sculo XVIII, o aparelho do Estado a extenso do prprio poder do governante e os seus funcionrios so considerados como membros da nobreza. O patrimnio do Estado confunde-se com o patrimnio do soberano e os cargos so tidos como prebendas (ocupaes rendosas e de pouco trabalho). A corrupo e o nepotismo so inerentes a esse tipo de administrao.

Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados

6

A administrao pblica burocrtica surge para combater a corrupo e o nepotismo do modelo anterior. So princpios inerentes a este tipo de administrao a impessoalidade, o formalismo, a hierarquia funcional, a idia de carreira pblica e a profissionalizao do servidor, consubstanciando a idia de poder racional legal. Os controles administrativos funcionam previamente, para evitar a corrupo. Existe uma desconfiana prvia dos administradores pblicos e dos cidados que procuram o Estado com seus pleitos. So sempre necessrios, por esta razo, controles rgidos em todos os processos, como na admisso de pessoal, nas contrataes do Poder Pblico e no atendimento s necessidades da populao. A administrao burocrtica, embora possua o grande mrito de ser efetiva no controle dos abusos, corre o risco de transformar o controle a ela inerente em um verdadeiro fim do Estado, e no um simples meio para atingir seus objetivos. Com isso, a mquina administrativa voltase para si mesmo, perdendo a noo de sua misso bsica, que servir sociedade. O seu grande problema, portanto, a possibilidade de se tornar ineficiente, auto referente e incapaz de atender adequadamente os anseios dos cidados. A administrao pblica gerencial apresenta-se como soluo para estes problemas da burocracia. Priorizase a eficincia da Administrao, o aumento da qualidade dos servios e a reduo dos custos. Busca-se desenvolver uma cultura gerencial nas organizaes, com nfase nos resultados, e aumentar a governana do Estado, isto , a sua capacidade de gerenciar com efetividade e eficincia. O cidado passa a ser visto com outros olhos, tornandose pea essencial para o correto desempenho da atividade pblica, por ser considerado seu principal beneficirio, o cliente dos servios prestados pelo Estado. A administrao gerencial constitui um avano, mas sem romper em definitivo com a administrao burocrtica, pois no nega todos os seus mtodos e princpios. Na verdade, o gerencialismo apia-se na burocracia, conservando seus preceitos bsicos, como a admisso de pessoal segundo critrios rgidos, a meritocracia na carreira pblica, as avaliaes de desempenho,o aperfeioamento profissional e um sistema de remunerao estruturado. A diferena reside na maneira como feito o controle, que passa a concentrarse nos resultados, no mais nos processos em si, procurando-se, ainda, garantir a autonomia do servidor para atingir tais resultados, que sero verificados posteriormente.

Os princpios norteadores do servio pblico - legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia Na Constituio de 1988 encontram-se mencionados explicitamente como princpios os seguintes: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia (este ltimo acrescentado pela Emenda 19198 - Reforma Administrativa). Alguns doutrinadores buscam extrair outros princpios do texto constitucional como um todo, seriam os princpios implcitos. Outros princpios do direito administrativo decorrem classicamente de elaborao jurisprudencial e doutrinria. PRINCPIO DA LEGALIDADE

Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados

7

Uma das decorrncias da caracterizao de um Estado como Estado de Direito encontrase no princpio da legalidade que informa as atividades da Administrao Pblica. Na sua concepo originria esse princpio vinculou-se separao de poderes e ao conjunto de idias que historicamente significaram oposio s prticas do perodo absolutista. No conjunto dos poderes do Estado traduzia a supremacia do poder legislativo em relao ao poder executivo; no mbito das atuaes, exprimia a supremacia da lei sobre os atos e medidas administrativa,, Mediante a submisso da Administrao lei, o poder tornava-se objetivado; obedecer Administrao era o mesmo que obedecer lei, no vontade instvel da autoridade. Da um sentido de garantia, certeza jurdica e limitao do poder contido nessa concepo do princpio da legalidade administrativa. Tornaramse clssicos os quatros significados arrolados pelo francs Eisenmann: a) a Administrao pode realizar todos os atos e medidas que no sejam contrrios lei; b) a Administrao s pode editar atos ou medidas que uma nora autoriza; c) somente so fixado por norma legislativa; d) a Administrao s pode realizar atos ou medidas que a lei ordena fazer. PRINCPIO DA IMPESSOALIDADE No entender de Celso Antnio Bandeira de Mello, impessoalidade traduz a idia de que a Administrao tem que tratar a todos os administrados sem discriminaes, benficas ou detrimentosas... O princpio em causa no seno o prprio princpio da legalidade ou isonomia (Elementos de direito administrativo, 1992, p. 60) Os aspectos apontados acima representam ngulo diversos do intuito essencial de impedir que fatores pessoais, subjetivos sejam os verdadeiros mveis e fins das atividades administrativas. PRINCPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA Para configurar o princpio da moralidade administrativa e operacionaliz-lo parece melhor adotar o ltimo entendimento. O princpio da moralidade de difcil traduo verbal talvez porque seja impossvel enquadrar em um ou dois vocbulos a ampla gama de condutas e prticas desvirtuadoras das verdadeiras finalidades da Administrao Pblica. Em geral, a percepo da imoralidade administrativa ocorre no enfoque contextual; ou melhor, ao se considerar o contexto em que a deciso foi ou ser tomada. A deciso, de regra, destoa do contexto, e do conjunto de regras de conduta extradas da disciplina geral norteadora da Administrao. Exemplo: em momento de crise financeira, numa poca de reduo de mordomias, num perodo de agravamento de problemas sociais, configura imoralidade efetuar gastos com aquisio de automveis de luxo para "servir" autoridades, mesmo que tal aquisio revista-se de legalidade. A ao popular que pode ser proposta por qualquer cidado (no sentido de detentor de direitos polticos) para anular ato lesivo moralidade administrativa (art. 5.', ine. LXXUI). Outro a previso de sanes a governantes e agentes pblicos por atos ou condutas de improbidade administrativa. A probidade, que h de caracterizar a conduta e os atos das autoridades e agentes pblicos, aparecendo como dever, decorre do princpio da moralidade administrativa. Na linguagem comum, probidade equivale a honestidade, honradez, integridade de carter, retido. A improbidade administrativa tem um sentido forte de conduta que lese o errio pblico, que importe em enriquecimento ilcito ou proveito prprio ou de outrem no exerccio de mandato, cargo, funo, emprego pblico. PRINCPIO DA PUBLICIDADEApostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 8

Ao discorrer sobre democracia e poder invisvel, Bobbio caracteriza a democracia, sob tal prisma, como o "governo do poder pblico em pblico", atribuindo a este ltimo vocbulo o sentido de "manifesto(,", "visvel" (O futuro da democracia, 1986, p, 84). Por sua vez, Celso Lafer pondera que "numa democracia a visibilidade e a publicidade do poder so ingredientes bsicos, posto que permitem um importante mecanismo de controle 'ex parte populi' da conduta dos governantes... Numa democracia a publicidade a regra bsica do poder e o segredo, a exceo, o que significa que extremamente limitado o espao dos segredos de Estado" (A ruptura totalitria e a reconstruo dos direitos, 1988, p. 243-244). A Constituio de 1988 alinha-se a essa tendncia de publicidade ampla a reger as atividades da Administrao, invertendo a regra do segredo e do oculto que predominava. O princpio da publicidade vigora para todos os setores e todos os mbitos da atividade administrativa. Um dos desdobramentos desse princpio encontra-se n o inc. XXXIII do art. 5.', que reconhece a todos o direito de receber, dos rgos pblicos, informaes do seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral. PRINCPIO DA EFICINCIA A Emenda Constitucional 19198 - Reforma Administrativa - acrescentou o princpio da eficincia aos princpios da Administrao enunciados no caput do art. 37. Na legislao ptria o termo eficincia j aparecera relacionado prestao de servios pblicos. Assim, a Lei Orgnica do Municpio de So Paulo, de 04.04.1990, no art. 123, pargrafo nico, diz que ao 44 usurio fica garantido servio pblico compatvel com sua dignidade humana, prestado com eficincia, regularidade, pontualidade, uniformidade, conforto e segurana, sem distino de qualquer espcie". Por sua vez, a Lei 8.987195 - Concesso e Permisso de Servios Pblicos - no 1.'do art. 6.', caracteriza o servio adequado como aquele "que satisfaz as condies de regularidade, continuidade, eficincia, segurana, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestao, modificidade das tarifas". Agora a eficincia princpio que norteia toda a atuao da Administrao Pblica. O vocbulo liga-se idia de ao, para produzir resultado de modo rpido e preciso. Associado Administrao Pblica, o princpio da eficincia determina que a Administrao deve agir, de modo rpido e preciso, para produzir resultados que satisfaam as necessidades da populao. Eficincia contrape-se a lentido, a descaso, a negligncia, a omisso - caractersticas habituais da Administrao Pblica brasileira, com raras excees. Poderes e deveres do administrador pblico A ordem jurdica confere aos agentes pblicos certas prerrogativas para que estes, em nome do Estado, persigam a consecuo dos fins pblicos. Essas prerrogativas so outorgadas por lei. Essas prerrogativas consubstanciam os chamados poderes do administrador pblico. A lei impe ao administrador pblico alguns deveres: deveres administrativos. DEVERES DO ADMINISTRADOR PBLICO -poder-dever de agir; -dever de eficincia; -dever de probidade;Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 9

-dever de prestar contas. PODER-DEVER DE AGIR Poder-dever de agir significa dizer que o poder administrativo, por ser conferido Administrao para o atingimento do fim pblico, representa um dever de agir. No Direito Privado o poder de agir uma mera faculdade, no Direito Administrativo uma imposio, um dever de agir para o agente pblico. -Os poderes administrativos so irrenunciveis, devendo ser obrigatoriamente exercidos pelos titulares; -A omisso do agente, diante de situaes que exigem sua atuao, caracteriza abuso de poder, que poder ensejar, at mesmo, responsabilidade civil da Administrao. DEVER DE EFICINCIA O dever de eficincia mostra-se presente na necessidade de tornar cada vez mais qualitativa a atividade administrativa, no intuito de se imprimir atuao do administrador pblico maior celeridade, perfeio, coordenao, tcnica, controle, etc. DEVER DE PROBIDADE O dever de probidade exige que o administrador pblico atue sempre em consonncia com os princpios da moralidade e honestidade administrativas. Os atos de improbidade administrativa importaro: -suspenso dos direitos polticos; -perda da funo pblica; -indisponibilidade dos bens; -ressarcimento ao errio, na forma e gradao previstas em lei, sem prejuzo da ao penal cabvel. DEVER DE PRESTAR CONSTAS O dever de prestar contas decorrncia inafastvel da funo do administrador pblico, como gestor de bens e interesses alheios, da coletividade. PODERES ADMINISTRATIVOS o conjunto de prerrogativas de Direito Pblico que a ordem jurdica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins. -Poder Vinculado -Poder Discricionrio -Poder Hierrquico -Poder Disciplinar -Poder Regulamentar -Poder de Polcia Poder Vinculado aquele de que dispe a Administrao para a prtica de atos administrativos em que mnima ouApostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 10

inexistente sua liberdade de atuao. Todos os atos administrativos so vinculados quanto: -a competncia; -a finalidade; -a forma. Contudo, os atos administrativos ditos vinculados tambm o so quanto: -ao motivo; -ao objeto. Poder Discricionrio aquele conferido Administrao para a prtica de atos dessa natureza, ou seja, aquele em que a Administrao dispe de uma razovel liberdade de atuao, podendo valorar a oportunidade e convenincia da prtica do ato discricionrio, estabelecendo o motivo e escolhendo (dentro dos limites legais) seu contedo. A convenincia e a oportunidade formam o ncleo do poder discricionrio. Com base na teoria dos motivos determinantes, determinantes so tambm vinculados existncia e legitimidade dos motivos declarados como ensejadores de sua prtica, nos casos dos atos discricionrios motivados (aqueles em que foram declarados pela Administrao os motivos que levaram a sua prtica). Limites aos Poder Discricionrio A doutrina e a jurisprudncia modernas enfatizam a tendncia de limitao ao poder discricionrio da Administrao, a fim de possibilitar um maior controle judicial dos atos administrativos. Nesse aspecto, assumem relevncia os princpios da: -razoabilidade; -proporcionalidade. O princpio da razoabilidade tem por fim aferir a compatibilidade entre os meios e os fins de um ato administrativo, de modo a evitar restries desnecessrias, arbitrrias ou abusivas por parte da Administrao Pblica. O princpio da proporcionalidade exige que haja proporcionalidade entre os meios utilizados pelo administrador pblico e os fins que ele pretende alcanar. Poder Hierrquico A hierarquia caracteriza-se pela existncia de graus de subordinao entre os diversos rgos e agentes do Executivo. o poder hierrquico que permite Administrao estabelecer tais relaes, distribuindo as funes de seus rgos e agentes conforme o escalonamento hierrquico. Como resultado do poder hierrquico, a Administrao dotada da prerrogativa de ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades de seus rgos e agentes no seu mbito interno.Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 11

Reviso hierrquica a prerrogativa conferida ao superior para, de ofcio ou mediante provocao do interessado, apreciar todos os aspectos de um ato de seu subordinado, no intuito de mant-lo ou reform-lo. Delegao Significa atribuir ao subordinado competncia para a prtica de ato que originalmente pertencia ao superior hierrquico. Avocao Consiste no poder que possui o superior de chamar para si a execuo de atribuies cometidas a seus subordinados. Poder Disciplinar a faculdade que possui a Administrao de punir internamente as infraes funcionais de seus servidores e demais pessoas sujeitas disciplina dos rgo e servios da Administrao. No confundir o poder disciplinar da Administrao com o poder punitivo do Estado. O poder punitivo do Estado no um poder de expresso interna, realizado pelo Poder Judicirio e diz respeito represso de crimes e contravenes tipificados nas leis penais. Poder Regulamentar O denominado Poder Regulamentar decorre da competncia diretamente haurida da CF, por meio da qual conferida ao Poder Executivo a prerrogativa de editar atos normativos gerais e abstratos. a autorizao, ao Chefe do Poder Executivo, para a edio de decretos e regulamentos. Temos: -decreto ou regulamento de execuo; -decreto ou regulamento autnomo; -decreto ou regulamento autorizado. Decretos de Execuo Os decretos de execuo costumam ser definidos como regras gerais, abstratas e impessoais, editadas em funo de uma lei, concernentes atuao da Administrao, possibilitando a fiel execuo da lei a que se referem. A edio de decretos de execuo tem como pressuposto a edio de uma lei, que o ato primrio a ser regulamentado. O decreto de execuo deve restringir-se aos limites e ao contedo da lei, explicitando-o, detalhando seus dispositivos. Decretos Autnomos A partir da EC 32/2001, passou a existir autorizao expressa na CF para que o Presidente da Repblica disponha sobre a organizao e funcionamento da Administrao Federal, quando no implicar aumento deApostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 12

despesa nem criao ou extino de rgos pblicos, e proceda extino de funes ou cargos pblicos, quando vagos, diretamente mediante decreto. Os decretos previstos na EC 32/2001 so atos de efeitos internos, dispondo sobre a organizao e funcionamento da Administrao e a extino de cargos vagos, embora, diretamente, tenham reflexos para os administrados em geral. A competncia para a edio de decretos autnomos (CF artigo 84, IV) pode ser delegada a outras autoridades administrativas, como os Ministros de Estado. Notas: 1- No foi instaurada em nosso ordenamento jurdico um autorizao ampla e genrica para a edio de decretos autnomos. Somente existem duas hipteses de edio de decretos autnomos (delegveis para Ministros de Estado): -organizao e funcionamento da Administrao Federal, quando no implicar em aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos; -extino de cargos ou funes pblicas, quando vagos. Princpio da Reserva da Administrao O princpio constitucional da reserva da Administrao impede a ingerncia normativa do Poder Legislativo em matrias sujeitas exclusiva competncia administrativa do Poder Executivo. No pode o Poder Legislativo desconstituir, por lei, atos de carter administrativo que tenham sido editados pelo Poder Executivo, no estrito desempenho de suas privativas atribuies institucionais. Regulamento Autorizado Regulamento autorizado (ou delegado) aquele que complementa disposies da lei em razo de expressa determinao, nela contida, para que o Poder Executivo assim o faa. O regulamento autorizado inova o Direito nas matrias em que a lei lhe confere essa atribuio. A jurisprudncia no Brasil no admite o regulamento autorizado para a disciplina de matrias reservadas lei. Se uma lei autorizar o Poder Executivo a disciplinar tais matrias ser inconstitucional por afrontar o princpio da separao dos poderes. No entanto, quando a autorizao do legislador diz respeito a matrias no reservadas lei, nossa doutrina, e o prprio Poder Judicirio tm admitido a utilizao do regulamento autorizado quando a lei, estabelecendo as condies, os limites e os contornos da matria a ser regulamentada, deixa ao Poder Executivo a fixao de normas tcnicas, como por exemplo: -regras relativas a registro de operaes no mercado de capitais; -estabelecimento de modelos de notas fiscais e outros documentos; -elaborao de lista com medicamentos sujeitos reteno de receita; -modelo de receiturio especial; -etc. Poder de Polcia Considera-se poder de polcia a atividade da Administrao Pblica que, limitando ou disciplinando direito,Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 13

interesse ou liberdade, regula a prtica de ato ou absteno de fato, em razo de interesse pblico concernente segurana, higiene, ordem, aos costumes, disciplina da produo e do mercado, ao exerccio de atividades econmicas dependentes de concesso ou autorizao do Poder Pblico, tranqilidade pblica ou ao respeito propriedade e aos direitos individuais e coletivos. Poder de polcia a faculdade de que dispe a Administrao Pblica para condicionar e restringir o uso e o gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefcio da coletividade ou do prprio Estado. Poder de polcia originrio aquele exercido pelas pessoas polticas do Estado (U.E.DF.M), alcanando os atos administrativos provenientes de tais pessoas. Poder de polcia delegado aquele executado pelas pessoas administrativas do Estado, integrantes da chamada Administrao Indireta. Outorga do poder de polcia para o particular A doutrina no admite a outorga do poder de polcia a pessoas da iniciativa privada, ainda que prestadores de servio ao Estado. Licena o ato administrativo vinculado e definitivo pelo qual a Administrao reconhece que o particular detentor de um direito subjetivo preenche as condies para seu gozo. No pode ser negada quando o requerente satisfaa os requisitos legais para sua obteno. Autorizao o ato administrativo discricionrio em que predomina o interesse do particular. Limites A atuao da polcia administrativa s ser legtima se realizada nos estritos termos jurdicos, respeitados os direitos do cidado, as prerrogativas individuais e as liberdades pblicas asseguradas na CF e nas leis. Atributos do Poder de Polcia -Discricionariedade -Auto-executoriedade -Coercibilidade A discricionariedade no exerccio do poder de polcia significa que a Administrao, quanto aos atos e ele relacionados, regra geral, dispe de uma razovel liberdade de atuao, podendo valorar a oportunidade e convenincia de sua prtica, estabelecendo o motivo e escolher, dentro dos limites legais, seu contedo. A auto-executoriedade consiste na possibilidade que certos aos administrativos ensejam imediata e direta execuo pela prpria administrao, independentemente de ordem judicial.

Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados

14

A coercibilidade possibilita que as medidas adotadas pela Administrao podem ser impostas coativamente ao administrado, isto , sua observncia obrigatria para o particular.

Transparncia, informao e controle social na Administrao Pblica Controle social entendido como um instituto que garante aos cidados, pessoa estranha ao Estado (aqui entendido como Unio, Estados e Municpios), individualmente, em grupo ou por meio de entidades juridicamente constitudas, como por exemplo as pessoas jurdicas de carter pblico, os conselhos estaduais e a Ordem dos Advogados do Brasil, o poder de fiscalizar dado a toda a sociedade, sobre o poder poltico do Estado.

No novidade, sendo quase senso comum, que o Estado ainda possui grandes obstculos, que faz com que mesmo com mais de 500 anos de existncia no Brasil, ainda continue falhando. O fato que precisamos de aes concretas, que no podem ser somente esperadas dos agentes polticos. A sociedade precisa trabalhar para que surja ento um Estado verdadeiramente til para todos.

O controle social uma ferramenta de garantia dos direitos fundamentais de todo cidado e como tal, se constitui em um pressuposto fundamental da democracia. A constituio cidad criou instrumentos para o seu exerccio e proteo.

Delmer Dunn afirma que o controle social no se d somente atravs de aes de fiscalizao e controle institucionalizadas, incluindo a capacidade de sano aos agentes polticos. A teoria do accountability trata da possibilidade de exigir justificao do agente pblico por seus atos ou omisses e imputar-lhe algum tipo de sano. As sanes tambm no se limitam aos dispositivos legais, pois podem ser tambm simblicas, de carter reputacional, ou ainda a no reconduo nas prximas eleies.

O controle social na administrao pblica pode ser exercido de diversas maneiras, dentre as quais passamos a citar: os conselhos sociais (Sade, Educao, Idoso, Assistncia Social, etc) que so conselhos formados pelo poder pblico e por usurios dos servios pblicos; tambm forma de controle o plebiscito, o oramento participativo, as audincias pblicas, ao popular, ao civil pblica, dentre outros.

O povo est na legtima condio de detentor do poder e necessariamente um dos elementos essenciais do Estado. O poder apresenta-se como fenmeno na relao Estado e Direito consubistanciado no monoplio da fora por parte do mesmo Estado. Porm ao povo compete titularidade do poder, e tambm a garantia da liberdade individual contra o arbtrio poltico, mediante a Constituio escrita.

Tipos e formas de controle

Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados

15

Embora a doutrina utilize tipos, formas, sistemas de controle sem muita propriedade didtica, denotando certa mudana na classificao do controle, segundo vrios aspectos, abaixo discorreremos sobre os mais importantes, vejamos:

Quanto ao momento em que so realizados Controle preventivo ou prvio (a priori) aquele verificado antes da realizao da despesa, exempli gratia, da liquidao da despesa. Tal modo de controle o mais antigo, contudo, emperra a mquina administrativa suspendendo a eficcia do ato at sua anlise pelo rgo competente. Controle concomitante efetuado durante a realizao da despesa. Considerado o mais eficaz, visto poder o ato tido como irregular poderia ser sobrestado durante a sua consecuo, evitando, assim, maior dispndio para o errio. Como ilustrao deste tipo de controle, tem-se as auditorias do Tribunal de Contas, a fiscalizao de concursos pblicos e procedimentos licitatrios, dentre outros. Controle subseqente ou corretivo (a posteriori) o feito aps a realizao do ato de despesa. a forma mais comum, mas tambm a mais ineficaz, pois verificar as contas de um gestor terminada sua gesto torna a reparao do dano e a restaurao do statu quo ante muito difceis.

Quanto ao fundamento utilizado Controle hierrquico decorre da desconcentrao administrativa, ou seja, da organizao vertical dos rgos administrativos. Esta modalidade de controle pressupe faculdades de superviso, orientao, fiscalizao, aprovao e reviso das atividades controladas, disponibilizando meios corretivos para os agentes responsveis pelo desvio de conduta. Controle finalstico o que verifica o escopo da instituio, perscrutando o enquadramento da instituio no programa de governo e o acompanhamento dos atos de seus dirigentes no desempenho das funes estatutrias, para o atingimento das finalidades da atividade controlada, verbi gratia, o Contrato de Gesto.

Quanto ao aspecto controlado Controle da legalidade ou legitimidade decorrente do princpio da legalidade presente no Estado de Direito, objetiva verificar se o ato administrativo est conforme a lei que o regula. Esta modalidade de controle exercida tanto pela Administrao como pelo Legislativo e Judicirio, devendo estes dois ltimos, contudo, serem provocados. Controle de mrito este avalia no o ato, mas a atividade administrativa de per si, ou seja, o efeito decursivo da prtica dos atos administrativos, visando aferir se o administrador pblico alcanou o resultado pretendido da melhor forma e com menos custos para a Administrao.

Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados

16

Controle de resultados assemelha-se ao controle finalstico supracitado, incidindo nos contratos de gesto.

Segundo a natureza dos organismos controladores Controle judicirio encontra respaldo no artigo 5, XXXV da Lei Fundamental, exercido pelo Poder Judicirio, observando a legalidade dos atos emanados do Poder Executivo. Vrios so os meios postos disposio do cidado o exerccio deste controle. Dentre eles, encontram-se as seguintes aes constitucionais: mandado de segurana coletivo e individual, ao popular, ao civil pblica, mandado de injuno, habeas data, aes de inconstitucionalidade, etc. Controle administrativo ou executivo o exercido por todos os rgos sobre as suas respectivas administraes, podendo analisar o mrito do ato, visto que o Judicirio s poder manifestar-se acerca da legalidade, no adentrando a seara da oportunidade e convenincia. Controle parlamentar exercido pelo Poder Legislativo diretamente ou com o auxlio de uma Controladoria ou Tribunal de Contas. O controle direto albergado no artigo 49, X da Lei Maior, enquanto o indireto est previsto no 70, caput do mesmo Estatuto.

Quanto instaurao do controle Controle de ofcio (ex officio) o que se instaura independemente de provocao do administrado ou de qualquer outro rgo pertencente estrutura do Poder Pblico. Como exemplo, a anlise de contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros pblicos. Controle por provocao ou externo popular - tem assento no artigo 74, 2o da Lei das Leis. Assim, todo cidado poder denunciar as irregularidades ao rgo de controle externo para fins de instaurao do devido procedimento.

Segundo a posio do rgo controlador Controle interno quando seu exerccio cabe ao mesmo ou outro rgo da mesma administrao de que emanou o ato. E j que o rgo controlador tem a mesma natureza daquele que emitiu o ato, verifica-se naturalmente que o controle examina, em regra, o mrito do ato, com um reexame sobre sua convenincia [1] . Este controle tem espeque constitucional no artigo 74, devendo ser um auxiliar do controle externo, atuando como articulador entre as aes administrativas e a anlise de legalidade. Controle externo o que se realiza por rgo estranho ao que emanou o ato ou procedimento administrativo, a exemplo daquele realizado pelo Tribunal de Contas, pelo Poder Judicirio e pelo Legislativo.

Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados

17

Do Controle Externo A origem dos rgos de controle remonta gnese embrionria dos Estados, presentes tais controles j aos tempos do Cdigo Indiano de Manu (sculo XIII a.C.). notada tambm na Antiga China a existncia de um rgo fiscalizador da administrao financeira, chefiado por um censor, que examinava toda a atividade estatal, inclusive a do rei, algo inimaginvel at o perodo do advento do Estado Moderno, sucessor do Estado Absolutista. Foi, no entanto, nas Antigas Grcia (logistas) e Roma (questores) que a atividade de fiscalizao do Estado recebeu institucionalizao, servindo de inspirao para as demais geraes. No perodo medieval, foram criados rgos de controle na Frana e Inglaterra, os Chambres de Comptes e Exchequer, respectivamente, os quais delinearam, grosso modo, os atuais modelos de controle: Tribunais de Contas e Controladorias. Entre ns, a origem do controle das contas pblica deu-se com a vinda da Famlia Real para o Brasil, pois, em 28 de junho de 1808, o Prncipe Regente D. Joo VI lavrou alvar criando o Errio Rgio e Conselho de Fazenda. Vale observar que o referido controle tomou a feio atual com a iniciativa do pranteado baiano Ruy Barbosa, concomitante instituio da Repblica, atravs da criao do Tribunal de Contas da Unio. Hodiernamente, os doutrinadores so unnimes ao asseverar no haver pas democrtico sem a presena de um rgo de controle com a misso de fiscalizar e garantia sociedade a boa gesto do dinheiro pblico, exceo dos pseudos Estados de Direito. Os estudiosos costumam classificar o controle epigrafado em dois principais sistemas, embora encontremos outras formas [2]. Os dois ramos predominantes na atualidade so as Controladorias e os Tribunais de Contas. As Controladorias so mais encontradios nos pases de tradio anglo-saxnica, difundida na GrBretanha, nos Estados Unidos, na Repblica da Irlanda, em Israel, dentre outros. Referido controle formado por um rgo monocrtico (Controlador-geral, revisor), designado pelo Parlamento e, perante este responsvel, um Ofcio Revisional, hierarquicamente subordinado quele. Este modo de controle de contas pblicas observa proficuamente o mrito ou economicidade do ato administrativo. As Cortes de Contas surgem nos pases de tradio latina, tendo notvel desenvolvimento na Frana, por Napoleo em 1807. Este modo caracteriza-se pela marcante presena de um rgo colegiado, possuindo seus membros as mesmas garantias e impedimentos dos membros do Poder Judicirio, a quem compete observar a legalidade dos atos administrativos. Os Tribunais de Contas e Controladorias tenham o mesmo escopo, ou seja, fiscalizar as contas da Administrao Pblica, possuem profundas distines, a saber: (a) as Controladorias so rgos monocrticos, j os Pretrios de Contas so rgos de deciso coletiva; (b) as Controladorias tm avanado sistema de fiscalizao, dotadas de competncia para anlise do mrito do ato administrativo, que, segundo Hely Lopes: ... consubstancia-se, portanto, na valorao dos motivos e na escolha do objeto do ato, feita pela Administrao incumbida de sua prtica, quando autorizada a decidir sobre a convenincia eApostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 18

oportunidade e justia do ato a realizar. J o Colgio de Contas analisa a regularidade e conformidade do ato, como corolrio do princpio da legalidade, ou seja, investiga a adequao do ato norma legal. Todavia, com o advento da Carta de 1988, os Tribunais de Contas viram suas competncias ser significativamente ampliadas, pois o caput do artigo 70 do referido diploma legal prev a apreciao da legalidade, legitimidade, economicidade dos atos administrativos da Administrao Direta e Indireta. No tocante posio do rgo de controle, ele pode ser vinculado ao Judicirio, Executivo ou Legislativo, sendo esta ltima a mais encontrada. Contudo, a discusso acerca da posio do rgo controlador at hoje persiste, pois existem defensores para cada posio do referido rgo. Para os que defendem o vnculo ao Poder Judicirio, entendem dever o rgo de controle passar a integrar o corpo da Magistratura, formando, assim, uma justia especializada, como o caso da trabalhista, eleitoral e militar. A vinculao ao Poder Executivo hoje opinio minoritria entre as naes, malgrado alguns destes rgos originarem-se no Executivo, especialmente junto Fazenda Pblica, posio comum nos pases de regime ditatorial. A posio do rgo de controle vinculado ao Legislativo a adotada em larga escala na maior parte do mundo, inclusive no Brasil. O Tribunal de Contas no Estado Brasileiro exerce o controle externo em auxlio ao Congresso Nacional, Assemblia Legislativa Estadual ou Cmara de Vereadores, como rgo autnomo e com competncias claramente fixadas pela Constituio, no ocupando posio de subordinao ao Parlamento, mas de colaborao tcnica com a respectiva Casa Legislativa. Cabe abordar a posio de independncia e autonomia do rgo de controle externo, no que atine autonomia administrativa e funcional, exclusividade de sua competncia e investidura e garantias de seus membros. Referente autonomia administrativa e funcional, observa-se constituir pr-requisito para o funcionamento adequado dos rgos de controle e, sem esse componente, os Tribunais de Contas tornam-se meros departamentos submetidos ao interesse do Governo, portanto, incapazes de fiscaliz-lo. A exclusividade de competncia facilmente encontrada na maioria dos pases que possuem um desenvolvido rgo de controle, pois, na verdade, as competncias funcionais dos Tribunais e Controladorias esto, via de regra, previstas no Estatuto Maior de cada pas. A problemtica maior agora se pe, pois refere-se investidura dos integrantes dos rgos de controle. A forma de indicao de seus membros, bem como a situao em que estes executam a tarefa de controle, acabar informando a prpria localizao da instituio como rgo independente ou meramente submetidos ao interesse do Governo. Aqui, como alhures, existem vrias formas de investidura dos membros dos Tribunais e Controladorias. Entrementes, a forma geral de indicao segue as mesmas regras adotadas nas indicaes de juzes de tribunais superiores dos respectivos pases.Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 19

O Brasil adota o sistema misto, onde parte dos membros so indicados pelo prprio Legislativo, e por ele aprovada, e parte constitui-se de indicaes do Executivo, com a aprovao do Legislativo. Poder-se-ia questionar tal forma de investidura que na sua forma pura, poderia ser escorreita, todavia, foi desvirtuada, pois os pretensos representantes do povo nomeiam os Ministros e Conselheiros ao seu talante e da forma mais conveniente. Acerca das garantias, os membros do controle gozaro das mesmas inerentes ao Poder Judicirio, ou seja, as insculpidas no artigo 95, I a III da Carta Magna, a saber: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsdio. No que concerne s vedaes so igualmente adotadas as aplicadas aos Magistrados. Antonio Roque Citadini, Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de So Paulo e autor de livros sobre o controle externo, com muita propriedade discorre sobre os desafios que o Controle Externo ter com a volta da poltica liberal, ou seja, o Estado Mnimo do iderio francs Laissez Faire. Conforme o citado autor: ... um desafio aos Tribunais de Contas e Controladorias ajustar-se ao novo modelo do Estado para bem desempenhar sua misso de fiscalizar a boa aplicao dos recursos do oramento pblico e ter padro de avaliao de resultados para dar a sociedade a satisfatria informao que ela espera. Destarte, na atual conjuntura, os rgos controladores tiveram suas competncias substancialmente alargadas, passando a observar no apenas a legalidade dos atos como tambm a sua economicidade. Por conseguinte, os rgos de controle devero ser considerados instrumentos de suma importncia, no s para a boa aplicao do dinheiro pblico, e sim para a manuteno da ordem jurdica posta pelo Estado de Direito.

Contratos administrativos: conceito, caractersticas, formalizao De acordo com Di Pietro - Contratos administrativos so ajustes que a Administrao, nessa qualidade, celebra com pessoas fsicas ou jurdicas, pblicas ou privadas, para a consecuo de fins pblicos, segundo regime jurdico de direito pblico Caractersticas: a) Presena da Administrao Pblica como Poder Pblico: nos contratos administrativos, a Administrao aparece com uma srie de prerrogativas que garantem a sua posio de supremacia sobre o particular (Di Pietro, 2003, p. 250). De fato, se a Administrao celebrar um contrato de direito privado, ela ficar relativamente nivelada com os particulares. Tal realidade, porm, no a dos contratos administrativos, nos quais a Administrao figura em condio de superioridade frente aos contratados privados. b) Finalidade pblica: o contrato administrativo visa ao interesse pblico, ainda que somente consiga contempl-lo indiretamente. Em certos casos, inegvel que a finalidade pblica atingida de forma direta e imediata, tal como ocorre nas concesses de servio pblico. Exemplo: aos Municpios compete prestar o transporte coletivo urbano (CF, art. 30, V); porm ao invs de faz-lo diretamente, podem celebrar contrato de concesso, cedendo a prestao dos servios a particulares. Nesse caso, a concesso no visa ao enriquecimento da empresa privada, mas ao atendimento das necessidades coletivas. Em outros casos,Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 20

contudo, o interesse privado do particular contratado que imediatamente satisfeito (ex. concesso de sepultura em cemitrio), sendo o interesse pblico satisfeito de forma indireta. c) Formalismo: os contratos administrativos exigem a forma escrita. Ademais, eles no so celebrados ao mero acaso, eis que existem atos e procedimentos rgidos, a saber: avaliao, motivao, autorizao pela autoridade competente, indicao de recursos oramentrios e licitao(Di Pietro, 2003, p. 254). Assim, a deciso de celebrar um contrato administrativo tem, como pressuposto, uma srie de trmites burocrticos, a serem observados pela Administrao, sob pena de nulidade do pacto. d) Contrato de adeso: as clusulas do contrato administrativo so previamente fixadas pela Administrao Pblica. O contratante no participa da elaborao delas; simplesmente as aceita. E mais: a Administrao no inteiramente livre na criao de tais clusulas, eis que se atrela ao que impem as leis, os regulamentos e o princpio da indisponibilidade do interesse pblico. e) Natureza intuito personae: os contratos administrativos no so celebrados com qualquer pessoa, mas com aquelas que demonstraram qualidades especiais no procedimento licitatrio. Da o sentido da expresso latina intuito personae, isto , em razo da pessoa. Coerentemente com essa realidade, so vedadas: a) a subcontratao, total ou parcial, do seu objeto, a associao do contratado com outrem ou a cesso ou transferncia, total ou parcial, no admitidas no edital, sob pena de resciso contratual (arts. 72 e 78, VI, Lei 8.666/93); b) a alterao social ou a modificao da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execuo do contrato (art. 78, XI, Lei 8.666/93). f) Clusulas exorbitantes: nos contratos administrativos, existem clusulas que, no mbito do direito privado seriam consideradas incomuns ou ilcitas. Trata-se das clusulas exorbitantes, as quais so plenamente vlidas nos contratos em que a administrao figura como parte, em razo da supremacia dos interesses pblicos sobre os interesses particulares. Nos termos do art. 58 da Lei n 8.666/93, as clusulas exorbitantes so prerrogativas que permitem administrao: a) modificar unilateralmente os contratos para melhor adequao s finalidades de interesse pblico, respeitados os direitos do contratado; b) rescindir unilateralmente os contratos, nos caso de infrao contratual ou inaptido do contratante; c) fiscalizar a execuo dos contratos; d) aplicar sanes motivadas pela inexecuo total ou parcial do ajuste; e) ocupar, em caso de servio essencial, provisoriamente bens mveis, imveis, pessoal e servios vinculados ao objeto do contrato, na hiptese da necessidade de acautelar apurao administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hiptese de resciso do contrato administrativo. Observao. Sempre que a Administrao altera ou rescinde o contrato sem culpa do contratante, deve respeitar o equilbrio econmico-financeiro, garantindo-lhe o aumento da remunerao respectiva ou a indenizao por despesas j realizadas, pois, do contrrio, ningum teria o interesse de celebrar contratos administrativos

Licitaes - princpios, obrigatoriedade, dispensa e inexigibilidade, modalidades e procedimentos, fases (Lei n. 8.883, de 8 de junho de 1994 e complementos) LICITAOApostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 21

Conceitos e Princpios Licitao o procedimento administrativo formal em que a Administrao Pblica convoca, mediante condies estabelecidas em ato prprio (edital ou convite), empresas interessadas na apresentao de propostas para o oferecimento de bens e servios. A licitao objetiva garantir a observncia do princpio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administrao, de maneira a assegurar oportunidade igual a todos os interessados e possibilitar o comparecimento ao certame ao maior nmero possvel de concorrentes. A Lei n 8.666 de 1993, ao regulamentar o artigo 37, inciso XXI, da Constituio Federal, estabeleceu normas gerais sobre licitaes e contratos administrativos pertinentes a obras, servios, inclusive de publicidade, compras, alienaes e locaes no mbito dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios. De acordo com essa Lei, a celebrao de contratos com terceiros na Administrao Pblica deve ser necessariamente precedida de licitao, ressalvadas as hipteses de dispensa e de inexigibilidade de licitao. Os seguintes princpios bsicos que norteiam os procedimentos licitatrios devem ser observados, dentre outros: # Princpio da Legalidade Nos procedimentos de licitao, esse princpio vincula os licitantes e a Administrao Pblica s regras estabelecidas, nas normas e princpios em vigor. # Princpio da Isonomia Significa dar tratamento igual a todos os interessados. condio essencial para garantir em todas as fases da licitao. # Princpio da Impessoalidade Esse princpio obriga a Administrao a observar nas suas decises critrios objetivos previamente estabelecidos, afastando a discricionariedade e o subjetivismo na conduo dos procedimentos da licitao. # Princpio da Moralidade e da Probidade Administrativa A conduta dos licitantes e dos agentes pblicos tem que ser, alm de lcita, compatvel com a moral, tica, os bons costumes e as regras da boa administrao. # Princpio da Publicidade Qualquer interessado deve ter acesso s licitaes pblicas e seu controle, mediante divulgao dos atos praticados pelos administradores em todas as fases da licitao. # Princpio da Vinculao ao Instrumento ConvocatrioApostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 22

Obriga a Administrao e o licitante a observarem as normas e condies estabelecidas no ato convocatrio. Nada poder ser criado ou feito sem que haja previso no ato convocatrio. # Princpio do Julgamento Objetivo Esse princpio significa que o administrador deve observar critrios objetivos definidos no ato convocatrio para o julgamento das propostas. Afasta a possibilidade de o julgador utilizar-se de fatores subjetivos ou de critrios no previstos no ato convocatrio, mesmo que em benefcio da prpria Administrao. NOES GERAIS O Que Licitar A execuo de obras, a prestao de servios e o fornecimento de bens para atendimento de necessidades pblicas, as alienaes e locaes devem ser contratadas mediante licitaes pblicas, exceto nos casos previstos na Lei n 8.666, de 1993, e alteraes posteriores. Por que Licitar A Constituio Federal, art. 37, inciso XXI, prev para a Administrao Pblica a obrigatoriedade de licitar. O procedimento de licitao objetiva permitir que a Administrao contrate aqueles que renam as condies necessrias para o atendimento do interesse pblico, levando em considerao aspectos relacionados capacidade tcnica e econmico-financeira do licitante, qualidade do produto e ao valor do objeto. Quem deve Licitar Esto sujeitos regra de licitar, prevista na Lei n 8.666, de 1993, alm dos rgos integrantes da administrao direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundaes pblicas, as empresas pblicas, as sociedades da economia mista e demais entidades controladas direta e indiretamente pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios.

Como Licitar Uma vez definido o objeto que se quer contratar, necessrio estimar o valor total da obra, do servio ou do bem a ser licitado, mediante realizao de pesquisa de mercado. necessrio, ainda, verificar se h previso de recursos oramentrios para o pagamento da despesa e se esta se encontrar em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal. Aps apurao da estimativa, deve ser adotada a modalidade de licitao adequada, com prioridade especial para o prego, quando o objeto pretendido referir-se a bens e servios comuns listados no Decreto n 3.555,Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 23

de 8 de agosto de 2002, que regulamenta esta modalidade.

Responsveis pela licitao Consideram-se responsveis pela licitao, os agentes pblicos designados pela autoridade de competncia, mediante ato administrativo prprio (portaria, por exemplo), para integrar comisso de licitao, ser pregoeiro ou para realizar licitao na modalidade convite. A comisso de licitao criada pela Administrao com a funo de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos ao cadastramento de licitantes e s licitaes nas modalidades de concorrncia, tomadas de preos e convite. Pode ser permanente e especial. Ser permanente quando a designao abranger a realizao de licitaes por perodo determinado de no mximo doze meses. Ser especial quando for o caso de licitaes especficas. constituda por, no mnimo, trs membros, sendo pelo menos dois deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos rgos da Administrao responsveis pela licitao. A investidura dos membros das comisses permanentes no pode exceder a um ano. Quando da renovao da comisso para o perodo subseqente, possvel a reconduo parcial desses membros. A lei no admite apenas a reconduo da totalidade. Os membros da comisso de licitao respondem solidariamente pelos atos praticados, salvo se posio individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunio em que tiver sido tomada a deciso. Nas pequenas unidades administrativas a na falta de pessoal disponvel, em carter excepcional e s em convite, a comisso pode ser substituda por servidor designado para esse fim. No caso de prego, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio so designados dentre os servidores do rgo ou entidade promotora da licitao para, dentre outras atribuies, receberem a proposta escrita e os lances verbais, analisar a aceitabilidade da proposta e efetuar sua classificao, habilitar o licitante e adjudicar o objeto vencedor. Modalidades de Licitao Modalidade de licitao a forma especfica de conduzir o procedimento licitatrio, a partir de critrios definidos em lei. O valor estimado para contratao o principal fator para escolha da modalidade de licitao, exceto quando se trata de prego, que no est limitado a valores.Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 24

Alm do leilo e do concurso, as demais modalidades de licitao admitidas so exclusivamente as seguintes: CONCORRNCIA Modalidade da qual podem participar quaisquer interessados que na fase de habilitao preliminar comprovem possuir requisitos mnimos de qualificao exigidos no edital para execuo do objeto da licitao. TOMADA DE PREOS Modalidade realizada entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condies exigidas para cadastramento at o terceiro dia anterior data do recebimento das propostas, observada a necessria qualificao. CONVITE Modalidade realizada entre interessados do ramo de que trata o objeto da licitao, escolhidos e convidados em nmero mnimo de trs pela Administrao. O convite a modalidade de licitao mais simples. A Administrao escolhe quem quer convidar, entre os possveis interessados, cadastrados ou no. A divulgao deve ser feita mediante afixao de cpia do convite em quadro de avisos do rgo ou entidade, localizado em lugar de ampla divulgao. No convite possvel a participao de interessados que no tenham sido formalmente convidados, mas que sejam do ramo do objeto licitado, desde que cadastrados no rgo ou entidade licitadora ou no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores SICAF. Esses interessados devem solicitar o convite com antecedncia de at 24 horas da apresentao das propostas. No convite para que a contratao seja possvel, so necessrias pelo menos trs propostas vlidas, isto , que atendam a todas as exigncias do ato convocatrio. No suficiente a obteno de trs propostas. preciso que as trs sejam vlidas. Caso isso no ocorra, a Administrao deve repetir o convite e convidar mais um interessado, enquanto existirem cadastrados no convidados nas ltimas licitaes, ressalvadas as hipteses de limitao de mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, circunstncias estas que devem ser justificadas no processo de licitao. Para alcanar o maior nmero possvel de interessados no objeto licitado e evitar a repetio do procedimento, muitos rgos ou entidades vm utilizando a publicao do convite na imprensa oficial e em jornal de grande circulao, alm da distribuio direta aos fornecedores do ramo. A publicao na imprensa e em jornal de grande circulao confere ao convite divulgao idntica da concorrncia e tomada de preos e afasta a discricionariedade do agente pblico. Quando for impossvel a obteno de trs propostas vlidas, por limitaes do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, essas circunstncias devero ser devidamente motivada e justificados no processo, sob pena de repetio de convite.Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 25

Limitaes de mercado ou manifesto desinteresse das empresas convidadas no se caracterizam e nem podem ser justificados quando so inseridas na licitao condies que s uma ou outra empresa pode atender. PREGO a modalidade licitao em que disputa pelo fornecimento de bens e servios comuns feita em sesso pblica. Os licitantes apresentam suas propostas de preo por escrito e por lances verbais, independentemente do valor estimado da contratao. Ao contrrio do que ocorre em outras modalidades, no Prego a escolha da proposta feita antes da anlise da documentao, razo maior de sua celeridade. A modalidade prego foi instituda pela Medida Provisria 2.026, de 4 de maio de 2000, convertida na Lei n 10.520, de 2002, regulamentada pelo Decreto 3.555, de 2000. O prego modalidade alternativa ao convite, tomada de preos e concorrncia para contratao de bens e servios comuns. No obrigatria, mas deve ser prioritria e aplicvel a qualquer valor estimado de contratao. Escolha da modalidade de Licitao A escolha das modalidades concorrncia, tomada de preos, e convite definida pelos seguintes limites: Concorrncia: Obras e servios de engenharia acima de R$ 1.500.000,00. Compras e outros servios acima de R$ 650.000,00. Tomada de Preos Obras e servios de engenharia acima de R$ 150.000,00 at R$ 1.500.000,00. Convite Obras e servios de engenharia acima de R$ 15.000,00 at R$ 150.000,00. Compras e outros servios acima de R$ 8.000,00 at R$ 80.000,00. Quando couber convite, a Administrao pode utilizar a tomada de preos e, em qualquer caso, a concorrncia. Quando se tratar de bens e servios que no sejam de engenharia, a Administrao pode optar pelo prego.

Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados

26

Dispensa e Inexigibilidade A licitao regra para a Administrao Pblica, quando contrata obras, bens e servios. No entanto, a lei apresenta excees a essa regra. So os casos em que a licitao legalmente dispensada, dispensvel ou inexigvel. A possibilidade de compra ou contratao sem a realizao de licitao se dar somente nos casos previstos em lei. Tipos de licitao O tipo de licitao no deve ser confundido com modalidade de licitao. Modalidade procedimento. Tipo o critrio de julgamento utilizado pela Administrao para seleo da proposta mais vantajosa. Os tipos de licitao mais utilizados para o julgamento das propostas so os seguintes: Menor Preo Critrio de seleo em que a proposta mais vantajosa para a Administrao a de menor preo. utilizado para compras e servios de modo geral e para contratao e bens e servios de informtica, nos casos indicados em decreto do Poder Executivo. Melhor Tcnica Critrio de seleo em que a proposta mais vantajosa para a Administrao escolhida com base em fatores de ordem tcnica. usado exclusivamente para servios de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaborao de projetos, clculos, fiscalizao, superviso e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral, e em particular, para elaborao de estudos tcnicos preliminares e projetos bsicos e executivos. Tcnica e Preo Critrio de seleo em que a proposta mais vantajosa para a Administrao escolhida com base na maior mdia ponderada, considerando-se as notas obtidas nas propostas de preo e de tcnica. obrigatrio na contratao de bens e servios de informtica, nas modalidades tomada de preos e concorrncia.

Fases da Licitao Os atos da licitao devem desenvolver-se em seqncia lgica, a partir da existncia de determinada necessidade pblica a ser atendida. O procedimento tem incio com o planejamento e prossegue at aApostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 27

assinatura do respectivo contrato ou a emisso de documento correspondente, em duas fases distintas: Fase interna ou preparatria Delimita e determina as condies do ato convocatrio antes de traz-las ao conhecimento pblico. Fase externa ou executria Inicia-se com a publicao do edital ou com a entrega do convite e termina com a contratao do fornecimento do bem, da execuo da obra ou da prestao do servio.

A Fase Interna Durante a fase interna da licitao, a Administrao ter a oportunidade de corrigir falhas porventura verificadas no procedimento, sem precisar anular atos praticados. Exemplo: inobservncia de dispositivos legais, estabelecimento de condies restritivas, ausncia de informaes necessrias, entre outras faltas.

Procedimentos para a abertura de processo licitatrio

A fase interna do procedimento relativo s licitaes pblicas observar a seguinte seqncia de atos preparatrios: solicitao expressa do setor requisitante interessado, com indicao de sua necessidade; aprovao da autoridade competente para incio do processo licitatrio, devidamente motivada e analisada sob a tica da oportunidade, convenincia e relevncia para o interesse pblico; estimativa do valor da contratao, mediante comprovada pesquisa de mercado; indicao de recursos oramentrios para fazer face despesa; verificao da adequao oramentria e financeira, em conformidade com a Lei de responsabilidade Fiscal, quando for o caso; elaborao de projeto bsico, obrigatrio em caso de obras e servios; definio da modalidade e do tipo de licitao a serem adotados. Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal LRF, outras exigncias foram impostas ao gestor pblico para promover licitaes pblicas, em especial quando a despesa se referir criao, expanso ou aperfeioamento de ao governamental que acarrete aumento da despesa. Nesse caso, so condies necessrias para a efetivao do procedimento licitatrio a existncia de: estimativa de impacto oramentrio-financeiro no exerccio em que deva entrar em vigor a despesa e nos dois subseqentes; declarao do ordenador de despesa de que o aumento tem adequao oramentria e financeira com a leiApostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 28

oramentria anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes oramentrias. Para a Lei de Responsabilidade Fiscal, considera-se: adequada com a lei oramentria anual, a despesa objeto de dotao especfica e suficiente, ou que seja abrangida por crdito genrico, de forma que somadas todas as despesas da mesma espcie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, no sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exerccio; compatvel com o plano plurianual e a lei de diretrizes oramentrias, a despesa que se conforme com as diretrizes, os objetivos, prioridades e metas previstas nesses instrumentos e no infrinja qualquer de suas disposies. A LRF ressalvou dessas exigncias apenas as despesas consideradas irrelevantes, definidas para a lei de diretrizes oramentrias (LDO). Pelas LDO`s para 2003 (art.98, inciso II, da Lei n 10.524, de 25 de julho de 2002) e para 2004 (art.110, inciso II, da Lei n 10.707, 30 de julho de 2003), por exemplo, so despesas irrelevantes aquelas cujo valor no ultrapasse os limites dos incisos I e II do art.24 da Lei de Licitaes, ou seja, respectivamente, de R$ 15.000,00, para obras e servios de engenharia e R$ 8.000,00 para compras e outros servios.

Obras e Servios Para definir o objeto da licitao, o administrador deve estar atento s peculiaridades do objeto e s diferentes exigncias da Lei de Licitaes na contratao de obras, servios ou compras. No caso de execuo de obras e prestao de servios, as licitaes somente podero ser realizadas quando: houver projeto bsico aprovado pela autoridade competente e disponvel para exame dos interessados em participar do processo licitatrio; existir oramento detalhado em planilhas que expressem a composio de todos os seus custos unitrios; houver previso de recursos oramentrios que assegurem o pagamento das obrigaes decorrentes de obras ou servios a serem executadas no exerccio financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma de desembolso; a obra ou o servio estiverem includos nas metas estabelecidas no PPA, se for o caso. No podero ser includos no objeto da licitao: a obteno de recursos financeiros para execuo de obras e servios, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e explorados sob o regime de concesso, nos termos da legislao especfica; o fornecimento de bens e servios sem similaridade ou de marcas, caractersticas e especificaes exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente injustificvel, ou quando o fornecimento desses materiais eApostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 29

servios for feito sob o regime de administrao contratada, previsto no ato convocatrio. A execuo das obras e dos servios deve ser programada sempre em sua totalidade, com previso de seus custos atual e final, levando em conta o prazo total da execuo, e ser realizada sob a forma de: execuo direta quando a Administrao utiliza meios prprios; execuo indireta quando a Administrao contrata com terceiros a execuo das obras e dos servios. Na execuo indireta, a contratao feita sob os seguintes regimes: * empreitada por preo global; * empreitada por preo unitrio; * tarefa; * empreitada integral. A empreitada por preo global utilizada quando se contrata a execuo da obra ou do servio por preo certo e total. Seu uso se verifica, geralmente, em contrataes de objetos mais comuns, quando os quantitativos de materiais empregados so pouco sujeitos a alteraes durante a execuo da obra ou da prestao de servios e podem ser aferidos mais facilmente. A empreitada por preo unitrio usada quando se contrata a execuo da obra ou servio por preo certo de unidades determinadas. empregada com mais freqncia em projetos de maior complexidade, cujas quantidades de servios e dos materiais relativos s parcelas de maior relevncia e do valor significativo so definidas de forma exata no ato convocatrio, nem tampouco no oramento apresentado junto proposta. A tarefa utilizada quando se contrata a mo-de-obra para pequenos trabalhos por preo certo, com ou sem fornecimento de materiais. A empreitada integral usada quando se pretende contratar o objeto em sua totalidade, ou seja, compreendendo todas as etapas da obra, servios e instalaes necessrias. Nesse regime, o contratado assume inteira responsabilidade pela execuo do objeto at a sua entrega ao rgo ou entidade da Administrao em condies de ser utilizado. Devem ser atendidos os requisitos tcnicos e legais para o uso do objeto. Esse uso diz respeito segurana estrutural e operacional e deve ter as caractersticas adequadas s finalidades para as quais o objeto que foi contratado. A empreitada por preo global e a empreitada por preo unitrio so os regimes mais utilizados de contratao. Na empreitada por preo global, o pagamento deve ser efetuadoaps a concluso dos servios ou etapas definidos em cronograma fsico-financeiro, por exemplo: fundaes, estrutura, concretagem da laje, cobertura, revestimento, pintura e outras etapas. Na empreitada por preo unitrio, o pagamento deve ser realizado por unidades feitas, pois seus quantitativos so pouco sujeitos a alteraes. Exemplo: metragem executada das fundaes, de paredesApostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 30

levantadas, de colocao de piso, de pintura, de colocao de gesso. recomendvel que o estabelecimento das quantidades a serem licitadas e contratadas seja o mais exato possvel, a fim de evitar distores na execuo de obras ou na prestao de servios, que possam culminar com acrscimos quantitativos alm dos limites legais. A licitao sob o regime de preo unitrio mais indicada quando o objeto incluir o fornecimento de materiais ou servios com previso de quantidades ou cujos quantitativos correspondam s previses reais do projeto bsico ou executivo, os quais devem retratar, com adequado nvel de preciso, a realidade da execuo da obra ou da prestao de servios. Independentemente da modalidade adotada, a Administrao dever fornecer, obrigatoriamente, junto com o ato convocatrio, todos os elementos e informaes necessrias para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preos com total e completo conhecimento do objeto da licitao. O projeto bsico Toda licitao de obra ou servio deve ser precedida da elaborao do projeto bsico. A lei estabelece que o projeto bsico deve estar anexado ao ato convocatrio, dele sendo parte integrante, e deve ser elaborado segundo as exigncias contidas na Lei n 8.666 de 1993. Projeto bsico o conjunto de elementos necessrios e suficientes, com nvel de preciso adequado, para caracterizar a obra ou o servio, ou complexo de obras ou servios. Deve ser elaborado com base nas indicaes de estudos tcnicos preliminares. Tem como objeto assegurar a viabilidade tcnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento. Possibilita a avaliao do custo da obra e a definio dos mtodos e do prazo de execuo. A legislao determina que o projeto bsico, relativamente as obras, deve conter os seguintes elementos: desenvolvimento da soluo escolhida; solues tcnicas globais e localizadas; identificao dos tipos de servios a executar e de materiais e equipamentos a incorporar obra; informaes que possibilitem o estudo e a deduo de mtodos construtivos; subsdios para montagem do plano de licitao e gesto da obra; oramento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de servios e fornecimentos propriamente avaliados. Um projeto bsico bem elaborado para contratao de servios de manuteno preventiva e corretiva, por exemplo, deve fornecer, dentre outras informaes essenciais:Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 31

detalhamento do objeto; periodicidade de visitas; se diria, semanal, quinzenal, mensal, etc. horrio das visitas de manuteno; prazo para atendimento s chamadas; equipe mnima/composio da equipe tcnica, com registro na entidade profissional competente; existncia de plantonistas quando for o caso; relao do material de reposio que dever estar coberto pelo futuro contrato; material mnimo necessrio para estoque no local dos servios; local de conserto dos equipamentos, quando no puder ser feito no prprio prdio; exigncia de oficina, quando for o caso. O projeto bsico, alm de ser pea imprescindvel para execuo de obra ou prestao de servio, o documento que propicia Administrao conhecimento pleno do objeto que se quer licitar, de forma detalhada, clara e precisa. Deve permitir ao licitante as informaes necessrias boa elaborao de sua proposta, mediante regras estabelecidas pela Administrao, a que estar sujeito. Em qualquer licitao de obras e servios, se o projeto bsico for falho ou incompleto, a licitao estar viciada e a contratao no atender aos objetivos da Administrao. As obras e servios limitados aos valores mximos a seguir esto dispensados de licitao e desobrigam o agente pblico da elaborao do projeto bsico. R$ 15.000,00, para obras e servios de engenharia; R$ 8.000,00, para quaisquer outros servios. Os valores referidos sero acrescidos de 20% (vinte por cento) para compras, obras e servios contratados por sociedades de economia mista e empresas pblicas, alm de autarquias e fundaes qualificadas na forma de agncias executivas. O projeto executivo Nas licitaes para contratao de obras tambm exigido projeto executivo. No ato convocatrio deve ser informado se h projeto executivo disponvel, na data da sua publicao, e o local onde possa ser examinado e adquirido. Projeto executivo o conjunto de elementos necessrios e suficientes realizao do empreendimento a ser executado, com nvel mximo de detalhamento possvel de todas as suas etapas. Para realizao do procedimento licitatrio no h obrigatoriedade da existncia prvia de projeto executivo, uma vez que este poder ser desenvolvido concomitantemente com a execuo das obras e servios, desde que autorizado pela Administrao. No caso, a licitao dever prever a elaborao do competente projeto executivo por parte da contratada ou por preo previamente fixado pela Administrao.Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 32

Quem no pode participar da licitao? No podem participar, direta ou indiretamente, da licitao, da execuo da obra, da prestao dos servios e do fornecimento de bens necessrios obra ou servios: o autor de projeto bsico ou executivo, pessoa fsica ou jurdica; a empresa, isoladamente ou em consrcio, de responsvel pela elaborao de projeto bsico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto, ou controlador, responsvel tcnico ou subcontratado; o servidor dirigente de rgo ou entidade contratante ou responsveis pela licitao. Considera-se participao indireta a existncia de qualquer vnculo de natureza tcnica, comercial, econmica, financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa fsica ou jurdica, e o licitante ou responsvel pelos servios, fornecimento e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e servios a estes necessrios. Esse entendimento extensivo aos membros da comisso de licitao. permitido ao autor do projeto a participao na licitao de obra ou servios, ou na execuo, apenas na qualidade de consultor ou tcnico, desde que nas funes de fiscalizao, superviso ou gerenciamento, e exclusivamente a servio da Administrao.

Regime Jurdico dos Servidores Pblicos Federais Regime jurdico dos servidores pblicos o conjunto de princpios e regras referentes a direitos, deveres e demais normas que regem a sua vida funcional. A lei que rene estas regas denominada de Estatuto e o regime jurdico passa a ser chamado de regime jurdico Estatutrio. No mbito de cada pessoa poltica - Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios - h um Estatuto. A lei 8.112/90, de 11/12/1990, com suas alteraes, o regime jurdico Estatutrio aplicvel aos Servidores Pblicos Civis da Unio, das autarquias e fundaes pblicas federais, ocupantes de cargos pblicos.

Ttulo I Captulo nico Das Disposies Preliminares Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurdico dos Servidores Pblicos Civis da Unio, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundaes pblicas federais. Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor a pessoa legalmente investida em cargo pblico. Art. 3o Cargo pblico o conjunto de atribuies e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 33

Pargrafo nico. Os cargos pblicos, acessveis a todos os brasileiros, so criados por lei, com denominao prpria e vencimento pago pelos cofres pblicos, para provimento em carter efetivo ou em comisso. Art. 4o proibida a prestao de servios gratuitos, salvo os casos previstos em lei. Ttulo II Do Provimento, Vacncia, Remoo, Redistribuio e Substituio Captulo I Do Provimento Seo I Disposies Gerais Art. 5o So requisitos bsicos para investidura em cargo pblico: I - a nacionalidade brasileira; II - o gozo dos direitos polticos; III - a quitao com as obrigaes militares e eleitorais; IV - o nvel de escolaridade exigido para o exerccio do cargo; V - a idade mnima de dezoito anos; VI - aptido fsica e mental. 1o As atribuies do cargo podem justificar a exigncia de outros requisitos estabelecidos em lei. 2o s pessoas portadoras de deficincia assegurado o direito de se inscrever em concurso pblico para provimento de cargo cujas atribuies sejam compatveis com a deficincia de que so portadoras; para tais pessoas sero reservadas at 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. 3o As universidades e instituies de pesquisa cientfica e tecnolgica federais podero prover seus cargos com professores, tcnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. (Includo pela Lei n 9.515, de 20.11.97) Art. 6o O provimento dos cargos pblicos far-se- mediante ato da autoridade competente de cada Poder. Art. 7o A investidura em cargo pblico ocorrer com a posse. Art. 8o So formas de provimento de cargo pblico: I - nomeao; II - promoo; III - (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) IV - (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) V - readaptao;

Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados

34

VI - reverso; VII - aproveitamento; VIII - reintegrao; IX - reconduo. Seo II Da Nomeao Art. 9o A nomeao far-se-: I - em carter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira; II - em comisso, inclusive na condio de interino, para cargos de confiana vagos. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Pargrafo nico. O servidor ocupante de cargo em comisso ou de natureza especial poder ser nomeado para ter exerccio, interinamente, em outro cargo de confiana, sem prejuzo das atribuies do que atualmente ocupa, hiptese em que dever optar pela remunerao de um deles durante o perodo da interinidade. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 10. A nomeao para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prvia habilitao em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, obedecidos a ordem de classificao e o prazo de sua validade. Pargrafo nico. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoo, sero estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administrao Pblica Federal e seus regulamentos. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Seo III Do Concurso Pblico Art. 11. O concurso ser de provas ou de provas e ttulos, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrio do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensvel ao seu custeio, e ressalvadas as hipteses de iseno nele expressamente previstas.(Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) (Regulamento) Art. 12. O concurso pblico ter validade de at 2 (dois ) anos, podendo ser prorrogado uma nica vez, por igual perodo. 1o O prazo de validade do concurso e as condies de sua realizao sero fixados em edital, que ser publicado no Dirio Oficial da Unio e em jornal dirio de grande circulao. 2o No se abrir novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade no expirado. Seo IV Da Posse e do Exerccio Art. 13. A posse dar-se- pela assinatura do respectivo termo, no qual devero constar as atribuies,Apostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 35

os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que no podero ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofcio previstos em lei. 1o A posse ocorrer no prazo de trinta dias contados da publicao do ato de provimento. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicao do ato de provimento, em licena prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alneas "a", "b", "d", "e" e "f", IX e X do art. 102, o prazo ser contado do trmino do impedimento. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 3o A posse poder dar-se mediante procurao especfica. 4o S haver posse nos casos de provimento de cargo por nomeao. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 5o No ato da posse, o servidor apresentar declarao de bens e valores que constituem seu patrimnio e declarao quanto ao exerccio ou no de outro cargo, emprego ou funo pblica. 6o Ser tornado sem efeito o ato de provimento se a posse no ocorrer no prazo previsto no 1o deste artigo. Art. 14. A posse em cargo pblico depender de prvia inspeo mdica oficial. Pargrafo nico. S poder ser empossado aquele que for julgado apto fsica e mentalmente para o exerccio do cargo. Art. 15. Exerccio o efetivo desempenho das atribuies do cargo pblico ou da funo de confiana. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 1o de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo pblico entrar em exerccio, contados da data da posse. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2o O servidor ser exonerado do cargo ou ser tornado sem efeito o ato de sua designao para funo de confiana, se no entrar em exerccio nos prazos previstos neste artigo, observado o disposto no art. 18. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 3o autoridade competente do rgo ou entidade para onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exerccio. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 4o O incio do exerccio de funo de confiana coincidir com a data de publicao do ato de designao, salvo quando o servidor estiver em licena ou afastado por qualquer outro motivo legal, hiptese em que recair no primeiro dia til aps o trmino do impedimento, que no poder exceder a trinta dias da publicao. (Includo pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 16. O incio, a suspenso, a interrupo e o reincio do exerccio sero registrados no assentamento individual do servidor. Pargrafo nico. Ao entrar em exerccio, o servidor apresentar ao rgo competente os elementos necessrios ao seu assentamento individual. Art. 17. A promoo no interrompe o tempo de exerccio, que contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de publicao do ato que promover o servidor. (Redao dada pela Lei n 9.527, deApostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 36

10.12.97) Art. 18. O servidor que deva ter exerccio em outro municpio em razo de ter sido removido, redistribudo, requisitado, cedido ou posto em exerccio provisrio ter, no mnimo, dez e, no mximo, trinta dias de prazo, contados da publicao do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuies do cargo, includo nesse prazo o tempo necessrio para o deslocamento para a nova sede. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 1o Na hiptese de o servidor encontrar-se em licena ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo ser contado a partir do trmino do impedimento. (Pargrafo renumerado e alterado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2o facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput. caput (Includo pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 19. Os servidores cumpriro jornada de trabalho fixada em razo das atribuies pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a durao mxima do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mnimo e mximo de seis horas e oito horas dirias, respectivamente. (Redao dada pela Lei n 8.270, de 17.12.91) 1o O ocupante de cargo em comisso ou funo de confiana submete-se a regime de integral dedicao ao servio, observado o disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administrao. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2o O disposto neste artigo no se aplica a durao de trabalho estabelecida em leis especiais. (Includo pela Lei n 8.270, de 17.12.91) Art. 20. Ao entrar em exerccio, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficar sujeito a estgio probatrio por perodo de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptido e capacidade sero objeto de avaliao para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: (vide EMC n 19) I - assiduidade; II - disciplina; III - capacidade de iniciativa; IV - produtividade; V- responsabilidade. 1o 4 (quatro) meses antes de findo o perodo do estgio probatrio, ser submetida homologao da autoridade competente a avaliao do desempenho do servidor, realizada por comisso constituda para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuzo da continuidade de apurao dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo. (Redao dada pela Lei n 11.784, de 2008 2o O servidor no aprovado no estgio probatrio ser exonerado ou, se estvel, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no pargrafo nico do art. 29. 3o O servidor em estgio probatrio poder exercer quaisquer cargos de provimento em comisso ou funes de direo, chefia ou assessoramento no rgo ou entidade de lotao, e somente poder ser cedido a outro rgo ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comisso do Grupo-Direo e Assessoramento Superiores - DAS, de nveis 6, 5 e 4, ou equivalentes. (Includo pela Lei nApostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 37

9.527, de 10.12.97) 4o Ao servidor em estgio probatrio somente podero ser concedidas as licenas e os afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar de curso de formao decorrente de aprovao em concurso para outro cargo na Administrao Pblica Federal. (Includo pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 5o O estgio probatrio ficar suspenso durante as licenas e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, 1o, 86 e 96, bem assim na hiptese de participao em curso de formao, e ser retomado a partir do trmino do impedimento. (Includo pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Seo V Da Estabilidade Art. 21. O servidor habilitado em concurso pblico e empossado em cargo de provimento efetivo adquirir estabilidade no servio pblico ao completar 2 (dois) anos de efetivo exerccio. (prazo 3 anos vide EMC n 19) Art. 22. O servidor estvel s perder o cargo em virtude de sentena judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. Seo VI Da Transferncia Art. 23. (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Seo VII Da Readaptao Art. 24. Readaptao a investidura do servidor em cargo de atribuies e responsabilidades compatveis com a limitao que tenha sofrido em sua capacidade fsica ou mental verificada em inspeo mdica. 1o Se julgado incapaz para o servio pblico, o readaptando ser aposentado. 2o A readaptao ser efetivada em cargo de atribuies afins, respeitada a habilitao exigida, nvel de escolaridade e equivalncia de vencimentos e, na hiptese de inexistncia de cargo vago, o servidor exercer suas atribuies como excedente, at a ocorrncia de vaga.(Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Seo VIII Da Reverso (Regulamento Dec. n 3.644, de 30.11.2000) Art. 25. Reverso o retorno atividade de servidor aposentado: (Redao dada pela Medida Provisria n 2.225-45, de 4.9.2001) I - por invalidez, quando junta mdica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, de 4.9.2001) II - no interesse da administrao, desde que: (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, deApostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 38

4.9.2001) a) tenha solicitado a reverso; (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, de 4.9.2001) b) a aposentadoria tenha sido voluntria; (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, de 4.9.2001) c) estvel quando na atividade; (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, de 4.9.2001) d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores solicitao; (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, de 4.9.2001) e) haja cargo vago. (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, de 4.9.2001) 1o A reverso far-se- no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformao. (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, de 4.9.2001) 2o O tempo em que o servidor estiver em exerccio ser considerado para concesso da aposentadoria. (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, de 4.9.2001) 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercer suas atribuies como excedente, at a ocorrncia de vaga. (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, de 4.9.2001) 4o O servidor que retornar atividade por interesse da administrao perceber, em substituio aos proventos da aposentadoria, a remunerao do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente aposentadoria. (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, de 4.9.2001) 5o O servidor de que trata o inciso II somente ter os proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo. (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, de 4.9.2001) 6o O Poder Executivo regulamentar o disposto neste artigo. (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, de 4.9.2001) Art. 26. (Revogado pela Medida Provisria n 2.225-45, de 4.9.2001) Art. 27. No poder reverter o aposentado que j tiver completado 70 (setenta) anos de idade. Seo IX Da Reintegrao Art. 28. A reintegrao a reinvestidura do servidor estvel no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformao, quando invalidada a sua demisso por deciso administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. 1o Na hiptese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficar em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31. 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante ser reconduzido ao cargo de origem, sem direito indenizao ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. Seo X Da ReconduoApostilas Aprendizado Urbano Todos os direitos reservados 39

Art. 29. Reconduo o retorno do servidor estvel ao cargo anteriormente ocupado e decorrer de: I - inabilitao em estgio probatrio relativo a outro cargo; II - reintegrao do anterior ocupante. Pargrafo nico. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor ser aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30. Seo XI Da Disponibilidade e do Aproveitamento Art. 30. O retorno atividade de servidor em disponibilidade far-se- mediante aproveitamento obrigatrio em cargo de atribuies e vencimentos compatveis com o anteriormente ocupado. Art. 31. O rgo Central do Sistema de Pessoal Civil determinar o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos rgos ou entidades da Administrao Pblica Federal. Pargrafo nico. Na hiptese prevista no 3o do art. 37, o servidor posto em disponibilidade poder ser mantido sob responsabilidade do rgo central do Sistema de Pessoal Civil da Administrao Federal SIPEC, at o seu adequado aproveitamento em outro rgo ou entidade. (Pargrafo includo pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 32. Ser tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor no entrar em exerccio no prazo legal, salvo doena comprovada por junta mdica oficial. Captulo II Da Vacncia Art. 33. A vacncia do cargo pblico decorrer de: I - exonerao; II - demisso; III - promoo; IV - (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) V - (Revogado pela Lei n 9.527, de 1