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    Dr. Steven Lawson um dos mais comprometidos e capazes exposito-

    res bblicos desta gerao. A veemncia e a clareza do seu compromisso com a

    pregao bblica com a verdadeira exposio bblica constituem a marca dis*

    tintiva do seu ministrio. Alm disso, ele entende que o texto da Bblia apresenta

    um consistente e coeso testemunho da soberania de Deus e a manifestao pano*rmica da glria divina. Isto fica bem evidente em seu ministrio oral e escrito de

    exposio da Palavra. Dr. Lawson um homem extraordinrio, movido por uma

    paixo extraord inria.

    - Dr. R. ALBERT MOHLER, ]R., Presidente

    The Southern Baptist Theological Seminary, Lousville, .

    Em Fundamentos da Graa, o fiel pastor Steven Lawson percorre o rico e

    variado terreno da Bblia e apresenta a voc o Deus verdadeiro e seu amor salvfl

    co, baseado em toda a Escritura, e o faz de um modo que talvez voc nunca tenha

    apreciado antes. As doutrinas da graa e da soberania de Deus so verdades que

    alegram, transformam a vida, exaltam Cristo, glorificam Deus, motivam as mis*

    ses, incentivam a evangelizao e promovem o discipulado. Se voc pensa que

    o ensino sobre a soberania de Deus na salvao dos pecadores ideia fabricada

    pelo homem, vai torn ar a pensar sobre isso depois de andar atravs da Bblia

    com o Dr. Lawson. Mas, cuidado! Esta verdade, quando entendida e abraada,

    transforma a alma, anima o corao e altera a vida. O prprio Dr. Lawson um

    homem que foi transformado por ela. Dr. Lawson a tem proclamado ousada,

    brava e alegremente, ao custo de alto preo pessoal, fazendo muito para a glria

    de Deus, para o bem da igreja e jbilo dos pecadores que foram encontrados pela

    maravilhosa graa de Deus. Preparese para se deleitar com a afetuosa bo ndade do

    Senhor, que dura para sempre!

    - DR. ]. LIGON DUNCAN III, Ministro Snior

    Primeira Igreja Presbiteriana de Jackson, Mississipi.

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    S T E V E N J . L A W S O N

    F u D A HI E O SD A G A A1 4 0 0 A . c - 1 0 0 D . C

    V O L U m E UITI y y

    Longa L i n h a c/e V ultos P iedosos

    T r ad u o g r ac ios a d e

    ODAYR OLIVETTIp a r a a E d i t o r a F i e l , e m h o m e n a g e m a o Pr . R i c h a r d D e n h a m ,

    c r i a d o r e m a n t e n e d o r d a E d i t o r a F i el e d a C o n f e r n c i a Fi el .

    g u a s d a Pr a t a , p r i m e i r o de n o v e mb r o de 2 0 1 0

    _E_EDITORA FIEL

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    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Lawson, Steven J.

    Fundamentos da graa : 1.400 A.C. -100 D.C : longa linha de vultos piedosos :

    volume 1 / Steven J. Lawson; traduo Odayr Olivetti. So Jos dos Campos,SP : Editora Fiel, 2012.

    Ttulo original: Foundations of grace.ISBN 978-85-8132-029-8

    1. Graa (Teologia) - Ensino bblico 2. Vidaespiritual I. Ttulo.

    CDD-234.112-10846

    ndices para catlogo sistemtico:1. Graa: Teologia dogmtica crist234.1

    Todos os direitos em lngua portuguesa reservados porEditora Fiel da Misso Evanglica Literria

    Fundamen tos da GraaTraduzido do original em ingls

    Foundations of Gracepor Steven Lawson

    P roib ida ar e p r o du o de s t e l ivro por qua i s qu e r

    MEIOS, SEM A PERMISSO ESCRITA DOS EDITORES,

    SALVO EM BREVES CITAES, COM INDICAO DA FONTE.

    Copy right 2006 by Steven Lawson

    Presidente: James Richard Denham IIIPresidente Em rito: James Richard D enham Jr.

    Publicado originalmente em ingls por

    Reformation Trust,uma diviso de Ligonier Ministries

    Editor: Tiago J. Santos Filho

    Traduo: O dayr O livetti

    Reviso: Mrcia Gom es

    400 T echnology Park,

    Lake Mary, FL 32746

    Diagramao: Ru bner D urais

    Capa: Rubner Durais

    ISBN: 978-85-813229-8

    Copyright 2011 Editora Fiel

    Primeira Edio em Portugus: 2012

    Caixa Postal 1601

    CEP: 12230-971

    S o Jos dos Ca m pos , SP

    PABX: (12) 3919-9999

    w w w .e d i to r a f i e l . c om.br EDITORA FIEL

    http://www.editorafiel.com.br/http://www.editorafiel.com.br/
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    Em memria do

    DR. S. LEWIS JOHNSON- distinguido professor, telogo eminente, expositor preciso -

    que chocou meu mundo com as doutrinas da graa.

    Durante os anos da minha formao, o Dr. Johnson pregava fielmente

    a Palavra de Deus - e, especificamente, as doutrinas da graa - na Capela do

    Cren te (Believers Chapel), em Dallas, Texas. Embora inicialmente eu resistisse a

    essas verdades, o Senhor, em sua graa, prevaleceu e abriu meus olhos para a sua

    gloriosa soberania na salvao dos pecadores perdidos. Domingo aps domingo,

    o Dr. Joh nson fazia magistral exposio das Escrituras com preciso teolgica. Mi

    nha ideia a respeito de tudo foi mudada dramaticamente, e eu nunca mais fui o

    mesmo. Sempre serei grato ao Dr. Johnson por sua clara e convincente pregao

    sobre o nosso soberano Deus.

    Porque dele, e por meio dele, e para ele so codas as coisas.

    A ele, pois,aglria eternamente.Amm. (Rm 11.36).

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    NDICE

    PRLOGO, DE JOHN MACARTHUR..........................................................................11

    A IMUTABILIDADE DIVINA E AS DOUTRINAS DA GRAA

    PREFCIO DO AU T O R ................................................................................................... 29

    A VERTENTE CONTINENTAL DA TEOLOGIA

    RECONHECIMENTOS...................................................................................................... 35

    1. LONGA LINHA DEVULTOS PIEDOSOS................................................................39

    SERVOS DA GRAA SOBERANA:

    DE MOISS AO PRESENTE

    2. ONDE A LONGA LINHA CO ME A ........................................................................ 63

    O LEGISLADOR MOISS:

    GNESIS

    3. A GRAA SOBERANA NO DESERTO .................................................................. 103

    O LEGISLADOR MOISS:

    XODO A DEUTERONMIO

    1454. HOMENS FORTES COM UMA FORTE MENSAGEM

    PRIMEIROS LDERES:

    JOSU A J

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    5. MONARCAS INCLINAM-SE DIANTE DO SOBERANO ................................ 187

    OS REIS DAVI E SALOMO:

    SALMOS, PROVRBIOS E ECLESIASTES

    6. PORTA-VOZES DA GRAA SOBERANA.............................................................231

    OS PROFETAS MAIORES:

    ISAAS

    7. ARAUTOS DA REGENERAO DIVINA ............................................................ 263

    OS PROFETAS MAIORES:

    JEREMIAS, EZEQUIEL E DANIEL

    8.TEOLOGIA MAIOR DOS PROFETAS MENORES ............................................. 305

    OS PROFETAS MENORES:

    OSEIASA MALAQUIAS

    9 .0 MAIOR EXPOSITOR DA G RAA.....................................................................339O SENHOR JESUS CRISTO:

    MATEUS, MARCOS E LUCAS

    10 .0 MONTE EVEREST DA TEO LOGIA .................................................................. 383

    O SENHOR JESUS CRISTO:

    O EVANGELHO DE JOO

    11. QU O FIRME FU NDAMENTO!........................................................................ 437

    O APSTOLO PEDRO:

    ATOS E 1 e 2 PEDRO

    48712. POR SUA GRAA E PARA SUA GLRIA

    O APSTOLO PAULO:

    ROMANOS

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    54513. PREGADOR DAS DOUTRINAS DA GRAA

    0 APSTOLO PAULO:

    1 e 2 CORNTIOS E GLATAS

    14. ANTES DA FUNDAO DO M U N D O ..............................................................585O APSTOLO PAULO:

    EFSIOSA 2TESSALONICENSES

    15. COLUNA E BALUARTE DA VERDADE ...............................................................633

    0 APSTOLO PAULO:

    1 e 2TIMTEO ETITO

    16. A EVANGELIZAO E A SOBERANIA DIVINA ..............................................665

    O MDICO LUCAS E O AUTOR DE HEBREUS:

    ATOS E HEBREUS

    17. REGENERAO SOBERANA................................................................................ 709

    TIAGO, O APSTOLO JOO, E JUDAS:

    TIAGO, 1,2,3 JOO, E JUDAS

    18. PORTODOS OS SCULOS VINDO URO S ..........................................................757

    O APSTOLO JOO:

    O EVANGELHO DE JOO E APOCALIPSE

    EPLOGO, DE R. C. SPROUL .........................................................................................803

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    Prlogo

    A IMUTABILIDADE

    DIVINA E AS

    DOUTRINAS DA GRAA

    ____1, repetidamente e sem ser apologtica, salienta o feto que Deus no

    o absoluta, nem sofrer declnio em sua natureza eternamente fixa. Sua pessoa no

    muda: Porque eu, o SENHOR, no m udo (Ml 3.6). Seus planos no mudam:

    conselho do SENHOR dura para sempre; os desgnios do seu corao, por todas as

    geraes (SI 33.11). Seu propsito no muda: Querendo mostrar de forma bem clara

    a natureza imutvel do seu propsito... Deus o confirmou com juramento (Hb 6.17,

    NV1). Deus no muda de opinio: A Glria de Israel no mente, nem se arrepende,

    porquanto no homem, para que se arrependa (ISm 15.29); ou suas palavras: O

    Santo de Israel... no retira as suas palavras (Is 31.1,2); ou o seu chamado: Os dons e

    a vocao de Deus so irrevogveis (Rm 11.29; cf. Hb 13.8; Tg 1.17). Absolutamente,

    no h mudanas em Deus, nem variaes, nem surpresas (cf. Sl 102.27).

    muda. Na verdade, ele no pode mudar porque no pode melhorar em sua perfei

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    I 12

    F U N D A M E N T O S D A G R A A

    Deus no aumenta nem diminui. No melhora nem sofre declnio. Ele

    no muda por terem sido alteradas algumas circunstncias - no h emergncias

    imprevistas para aquele que eternamente onisciente. Seus propsitos eternos

    duram para sempre po rque ele dura para sempre (SI 33.11). Ele no reage, somen-

    te age - e 0 faz conforme lhe agrada (SI 115.3).

    Claro est que, segundo a perspectiva humana, parece que Deus muda

    seus planos ou suas aes baseado no que as pessoas fazem. Mas no assim

    segundo o ponto de vista de Deus. Visto que conhece e sempre conhece per-

    feitamente o futuro, tendo ,o planejado de acordo com o seu decreto inaltervelele sempre age do m odo como planejou desde a eternidade passada. En quanto

    que os homens no sabem como Deus vai agir, e s vezes se espantam quando

    veem revelados os planos divinos, Deus nunca pego de surpresa. Ele continu a

    trabalhando como sempre fez, de acordo com o seu propsito eterno e o seu

    beneplcito (cf. SI 33.10-12; Is 48.14; Dn 4.35; Cl 1.19-20).

    Com relao humanidade, Deus predeterminou a redeno de um povopara sua glria. Nada pode frustrar esse plano (Jo 10.29; Rm 8.38,39). Conhe-

    cimento perfeito, perfeita liberdade influenciada, e poder perfeito e ilimitado

    para realizar tu do quanto ele quis e quer - santidade absoluta e perfeio moral

    movendo-o a ser plenamente verdadeiro e fiel sua Palavra - significam que o

    que Deus comeou a fazer antes do princpio do tempo, est fazendo e completa-

    r depois que findar o tempo.Esta arrebatadora e gloriosa inteno de Deus foi revelada na Bblia e foi

    entendida claramente atravs da histria dos redimidos. A Palavra de Deus a

    descerrou inequivocamente e, desde quando se completou o cnon da Escritura,

    todos os firmes intrpretes da Bblia tm crido e proclamado a gloriosa doutrina

    do soberano e imutvel propsito de Deus. Esta verdade, muitas vezes chamada

    doutrinas da graa, teve incio na determinao soberana de Deus na eternida-de passada.

    Deus no pode mudar, sua Palavra no pode mudar, e seu propsito no

    pode mudar. Sua verdade a mesma porque ele a Verdade (cf. SI 119.160; Jo

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    Pr logo A Im u tab i l id ad e D iv ina c as D ou tr in as da (iraa | 13 |

    17.17; Tt 1.2; Hb 6.18). Em contraste com a chamada teologia do telsmo aberto,que

    alega que Deus no conhece o futuro e, portanto, cabe-lhe adaptar-se s circuns

    tncias medida que se desenvolvem, a Bblia apresenta Deus como o Soberano

    que conhece todos os eventos, passados, presentes e futuros. Nas palavras de

    Isaas 46.9b,10 (NVI):

    Eu sou Deus, e no ha nenhum outro;

    eu sou Deus, e no h nenhum como eu.

    Desde o incio fao conhecido o fim,desde tempos remotos, 0que ainda vir. Digo:

    Meu propsito permanecer em p, e farei tudo 0queme agrada.

    A JUSTIA DIVINA E A DOUTRINA DA ELEIO

    Apesar da clareza que a Escritura fala sobre este tpico, atualmente muitos

    cristos professos esto em conflito com a aceitao da soberania de Deus - principalmente quando se trata da obra eletiva de Deus na salvao. Naturalmente, seu

    protesto mais comum que a doutrina da eleio injusta, no equnime. Mas

    essa objeo vem de uma ideia humana de justia, e no do entendimento divino,

    objetivo, da verdadeira justia. Para que possamos tratar apropriadamente do tema da

    eleio, devemos pr de lado todas as consideraes humanas e focalizar a natureza

    de Deus e seu justo e alto padro. A justia divina - onde a discusso deve comear.Que a justia divina? Exposta simplesmente, a justia um atributo es

    sencial de Deus pelo qual ele faz infinita, perfeita e independentemente, e com

    exatido, o que ele quer fazer, quando e como o quer fazer. Uma vez que 0

    padro da justia, pela prpria definio, seja o que for que faa, isso ser ine

    rentemente justo. Como William Perkins disse h muito tempo, No devemos

    pensar que Deus faz algo porque bom e reto, mas antes que algo bom e retoporque Deus o deseja e faz.

    Portanto, Deus define a justia para ns porque ele , por natureza,

    justo e re to , e o que ele faz reflete essa natureza. Sua vontade livre - e nada

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    I F U N D A M E NT O S DA G RA A

    mais - est por trs da sua justia. Significa que: o que ele quer justo; e

    justo , no devido a algum padro exte rn o de justia, mas simplesmente por-que ele o quer.

    Visto que a justia de Deus algo que flui do seu carter, no est sujeita

    s suposies que o homem cado faz do que a justia deve ser. O Criador no

    deve nada criatura, nem mesmo aquilo que, em sua graa, deseja dar a ela. Deus

    no age por obrigao e compulso, mas por sua prerrogativa independente. E

    isso que significa ser Deus. E porque ele Deus, os seus atos livremente determi-

    nados so intrinsecamente retos e perfeitos.

    Dizer que a eleio injusta, no somente inexato, como tambm

    deixar de reconhecer a essncia da verdadeira equidade. O que equnime,

    reto e justo o que Deus quer fazer. Dessa forma, se Deus quer escolher aque-

    les que deseja salvar, fazer isso inerentemente justo. No podemos impor

    nossas ideias de equidade e justia ao nosso entendimento das operaes de

    Deus. Em vez disso, devemos ir s Escrituras para ver como Deus, em sua

    retido perfeita, decide agir.

    EM QU E CO NSISTE A DO UT RIN A DA ELEIO?

    A ideia de que Deus faz o que quer, e justamente porque ele que o faz,

    torna o que ele faz verdadeiro e reto, e isso fundamental para o nosso entendi-

    mento de tudo o que h na Escritura, a dou trina da eleio inclusive.

    No sentido amplo, a eleio se refere ao fato de que Deus escolhe (ou ele-

    ge) fazer tudo o que faz por qualquer meio ou de qualquer modo que lhe parea

    prprio. Q uando ele age, o faz som ente porque, voluntria e independentemen-

    te, escolhe agir. Em conform idade com sua natureza, com seu plano determ inado

    e com seu beneplcito, Deus decide o que deseja, sem presso ou coao de

    nenhum a influncia externa.

    A Bblia defende este ponto repetidamente. No ato da Criao, Deus fez

    precisam ente o que queria criar e da maneira como queria (cf. G n 1.31). E desde

    a Criao ele tem prescrito ou permitido soberanamente tudo o que faz parte

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    Pr log o A Im u tab i l id a d e D iv in a e as D o u tr in a s da Gr a a | 15 |

    da histria humana, a fim de realizar o plano de redeno que tinha designado

    previamente (cf. Is 25.1; 46.10; 55.11; Rm 9.17; Ef 3.81).

    No Antigo Testamento Deus escolheu uma nao para si. De todas as

    naes do mundo, selecionou Israel (Dt 7.6; 14.2; SI 105.43; 135.4). Escolheu os

    israelitas, no porque fossem melhores ou mais desejveis do que qualquer ou-

    tro povo, mas simplesmente porque decidiu escolh-los. Nas palavras de Richard

    Wolf: Que coisa estranha Deus escolher os judeus! Pode no ter soado bem,

    mas igualmente estranho seria Deus ter escolhido qualquer outro povo. Quem

    quer que Deus escolha, faz essa opo por razes que pertencem totalmente a ele.

    No foi somente a nao de Israel que, na Escritura, foi objeto da escolha

    eletiva de Deus. No Novo Testamento Jesus Cristo chamado o meu eleito

    (Lc 9.35, ARA). Tambm se faz referncia aos santos anjos como anjos eleitos

    (lTm 5.21). E os crentes do Novo Testamento so chamados eleitos ou esco-

    lhidos de Deus (Cl 3.12; cf. ICo 1.27; 2Ts 2.13; 2Tm 2.10; Tt 1.1; lPe 1.1; 2.9;

    5.13; Ap 17.14), significando que a igreja a comunidade dos que foram eleitos

    ou escolhidos (Ef 1.4).

    Quando Jesus disse a seus discpulos, Vocs no me escolheram, mas eu

    os escolhi (Jo 15.16), estava salientando essa verdade. E o Novo Testamento a

    reitera passagem aps passagem. Atos 13.48b descreve a salvao com estas pala-

    vras: creram todos os que haviam sido designados para a vida eterna. Efsios

    1.4-6 registra que Deus nos escolheu nele [em Cristo] antes da criao do mundo,

    para sermos santos e irrepreensveis em sua presena. Em amor nos predestinou

    para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo, conform e o bom

    propsito da sua vontade, para louvor da sua gloriosa graa, a qual nos deu gra-

    tuitamen te no Amado.

    Em suas cartas aos tessalonicenses, Paulo lembra a seus leitores que sabia

    que Deus os escolhera (lTs 1.4), e lhes declara que estava agradecido a Deus por

    eles, porque Deus os escolheu como seus primeiros frutos, para serem salvos (2Ts

    2.13, NVI). A Palavra de Deus clara: os crentes so os que Deus escolheu para a

    salvao desde antes do princpio.

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    I Ifi

    I UN DA M EN TO S 1)A GRA A

    O pr-conhecimento a que Pedro se refere (IPe 1.2) no deve ser con-

    fundido com simples previso. Alguns ensinam essa ideia, afirmando que, na

    eternidade passada, Deus se inclinou e olhou para os sagues da histria paraver quem responderia positivamente a seu chamado, e ento elegeu os redimidos

    com base na resposta deles. Essa explicao torna a deciso de Deus sujeita

    deciso do homem, e d a este um nvel de soberania que s pertence a Deus.

    Faz de Deus algum que passivamente escolhido, e no algum que escolhe

    ativamente. E essa explicao entende erroneamente o m odo como Pedro empre

    ga o termo pr-conhecimento. Em lPe 1.20, o apstolo emprega a forma verbaldaquela palavra,prognosisno grego, para referir-se a Cristo . Nesse caso, o conceito

    de pr-conhecimento certamente inclui a ideia de escolha deliberada. , pois,

    razovel concluir que a mesma verdade prevalece quando Pedro aplica prognosisa

    crentes noutros lugares (cf. lPe 1.2).

    O captulo nove de Romanos tambm reitera os propsitos eletivos de

    Deus. Ali essa prerrogativa exposta claramente com referncia a seu amor salv-

    fico por Jac (e pelos descendentes de jac) em oposio a Esa (e linhagem de

    Esa). Deus escolheu Jac, e no Esa, no com base em qualquer coisa que eles

    tivessem feito, mas de acordo com o seu propsito soberano, livre e no influen-

    ciado. A quem acaso protestasse dizendo: Isso injusto!, Paulo simplesmente

    perguntava: Quem voc, homem , para questionar a Deus? (versculo 20).

    Muitas outras passagens da Escritura poderiam ser acrescentadas a este

    estudo. Contudo, honesta como a Palavra de Deus , muitos continuamente

    acham difcil aceitar a do utr ina da eleio. A razo, repito, que eles deixam que

    as suas noes preconcebidas sobre como Deus deveria agir (baseadas numa defi-

    nio humana de justia) se sobreponham verdade da sua soberania nos termos

    firmados nas Escrituras.

    Francamente, a nica razo que h para crermos na eleio que essa

    doutr ina se acha explicitamente na Palavra de Deus. Ela no foi originada po r ne-

    nhum homem, nem por nenhuma comisso de homens. E como a doutrina das

    penas eternas, no sentido de que conflitante com os ditames da mente carnal.

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    Pr l og o A Im u tab i l id a de D iv ina e as D ou tr inas da Gr a a | 19 |

    Tendo sumariado a salvao com trs breves frases, Paulo termina o ver-

    sculo 2 com estas palavras: a qual o Deus que no mente prometeu antes dos

    tempos eternos. A tese do apstolo que todo o milagre de revelao da salva-

    o, que culmina na vida eterna, baseia-se na promessa absoluta do nosso Deus,

    que absolutamente fidedigno. O fato de que Deus no pode mentir evidente

    em si e por si, como tambm atestado escrituristicamente (cf. Nm 23.19; ISm

    15.29; Jo 14.6, 17; 15.26). Na realidade, uma vez que Deus a fonte e a medida

    de toda verdade, por definio impossvel que Deus minta (Hb 6.18). Assim

    como o Diabo, quando fala mentira, fala a sua prpria lngua, pois mentiroso

    e pai da mentira (Jo 8.44), tambm sucede que toda vez que Deus fala, fala a

    verdade decorrente da sua prpria natureza, porque Ele o Pai da verdade.

    Este Deus da verdade, que o nico Deus verdadeiro, prometeu h

    muitas eras que aqueles escolhidos para justificao nesta vida, certa e segura-

    mente sero glorificados na vida por vir. A frase inglesa before the ages began"

    (antes dos tempos eternos Tt 1.2) no se refere simplesmente histriahu m an a antiga. Traduz-se literalm ente antes do tem po te r inicio , e significa

    exatamente isso. O certo que Deus reiterou seu plano de salvao e da vida

    eterna a homens piedosos como Abrao, Moiss, Davi e os profetas, mas a

    promessa original foi feita e ra tificada na ete rnid ade passada (cf. Ef 1.4,5; Hb

    13.20). Foi antes de haver se iniciado o tempo que ele escolheu aqueles que

    abraariam a f (Tt 1.1) e prometeu salv-los por toda a eternidade (1.2).Mas, a quem Deus fez essa promessa? Se a fez antes do princpio do tempo,

    no pode t-la feito a nenhum ser humano, nem a nenhum outro ser criado.

    Antes da criao do tempo, nada existia fora o prprio Deus. A quem, ento, ele

    fez tal promessa?

    A ELEIO DIVINA E O AMOR DO PAITemos a resposta em 2Timteo 1.9. Falando sobre Deus, o versculo de-

    clara que ele nos salvou e nos chamou com uma santa vocao, no em virtude

    das nossas obras, mas por causa da sua prpria determinao e graa. Esta graa

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    22 F U N D A M E N T O S D A G R A A

    o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade,

    nem qualquer ou tra coisa na criao ser capaz de nos separar do am or de Deus

    que est em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.38,39).

    Essa verdade profunda reiterada em Joo 17. Tendo a cruz somente al-

    gumas poucas horas de distncia, Jesus sabia que ia experimentar um perodo de

    separao do Pai (cf. Mt 27.46), no qual ia ter sobre si a ira de Deus pelo pecado

    (cf. Is 53.10; 2Co 5.21). Reconhecendo que no poderia proteger os seus naquele

    momento, confiou essa salvaguarda ao prprio Pai que lhos tinha dado. Nos ver-

    sculos 9 a 15, Jesus implora a seu Pai com estas palavras:

    Eu rogo por eles. No estou rogando pelo mundo, mas por aqueles

    que me deste, pois so teus. Tudo o que tenho teu, e tudo o que

    tens meu. E eu tenho sido glorificado por meio deles. No ficarei

    mais no mundo, mas eles ainda esto no mundo, e eu vou para ti.

    Pai santo, protegeos em teu nome, o nome que me deste, para que

    sejam um, assim como somos um. Enquanto estava com eles, eu

    os protegi e os guardei no nome que me deste. Nenhum deles se

    perdeu, a no ser aquele que estava destinado perdio, para que

    se cumprisse a Escritura. Agora vou para ti, mas digo estas coisas

    enquanto ainda estou no mundo, para que eles tenham a plenitu-

    de da minha alegria. Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou,

    pois eles no so do mundo, como eu tambm no sou. No rogo

    que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno.

    No contexto , Jesus ora pelos seus que esto no mundo. Ele reconhece

    que os redimidos so aqueles que o Pai lhe deu, e reitera que ele foi fiel na

    proteo e preservao deles. Mas agora, como vem cruz, pede ao Pai que os

    proteja no m om ento em que no poder faz-lo. Na nica ocasio, em toda

    a histria da redeno, em que haveria, em potencial, oportunidade para o

    maligno interromper o plano divino, o Filho confia os redimidos ao cuidado

    vigilante e amoroso de seu Pai. Como Jesus, falando sobre suas ovelhas, tinha

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    I 24 I F U N D A M E N T O S D A G R A A

    eleitos semelhantes ao Filho. Os redimidos em Cristo vo sendo conformados

    sua imagem, o que no se realizar plena e finalmente enquanto no se der a glo

    rificao deles (1J0 3.2; Fp 3.20,21). Tem-se dito acertadamente que a imitao

    a mais alta forma de louvor, pois esta ser o supremo tributo dado ao Filho - Ele

    ser o Primeiro e o Principal en tre m uitos que tero sido feitos semelhantes a ele.

    Os eleitos refletiro a sua bondade, porque sero semelhantes a ele, e proclama-

    ro a sua grandeza quan do o servirem incessantemente, por toda a eternidade.

    A ELEIO DIVINA E O PAPEL DO FILHOEm lCorntios 15.25-28, vemos uma notvel concluso de toda essa dis

    cusso. Ali Paulo diz:

    Pois necessrio que ele [Cristo] reine at que todos os seus inimigos

    sejam postos debaixo de seus ps. O ltimo inimigo a ser destrudo a morte.

    Porque ele tudo sujeitou debaixo de seus ps. Ora, quando se diz que tudo

    lhe foi sujeito, fica claro que isso no inclui o prprio Deus, que tudo submeteua Cristo. Quando, porm, tudo lhe estiver sujeito, ento o prprio Filho se sujei-

    tar quele que todas as coisas lhe sujeitou, a fim de que Deus seja tudo em todos.

    Referindo-se ao fim dos sculos, esta passagem nos revela que vir o dia em

    que Cristo, o Rei dos reis, assumir seu legtimo trono e reclamar o universo,

    que lhe pertence. Nesse tempo, tudo ser posto em sujeio a ele, a morte inclu-

    sive, e todos os redimidos sero reunidos na glria, alegrando-se na plenitude daadorao eterna. Quando tudo isso for feito, ento o prprio Filho se sujeitar

    quele que todas as coisas lhe sujeitou [referindo-se ao Pai], a fim de que Deus seja

    tudo em todos. Noutras palavras, quando o presente de amor completo, de uma

    humanidade redimida, tiver sido dado a Jesus Cristo, ele tomar essa humanida-

    de redimida e, incluindo-se neste presente, dar tudo de volta ao Pai, como uma

    expresso recproca do amor infinito do Pai. Naquele momento, os propsitosredentores de Deus sero concretizados plenamente.

    Segue-se, pois, que a dou trina da eleio est no verdadeiro corao da his

    tria da redeno. No se trata de alguma doutrina insignificante, esotrica, que

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    Pr logo A Im uta b i l ida d e Div ina e as D ou trinas da (t ra a | 25 |

    poderia ser trivializada ou relegada a debates nas salas de aulas dos seminrios.

    Antes, ela o centro pelo qual podemos entender a salvao e a igreja. A doutrina

    da eleio informa, instrui, modela a nossa evangelizao, a nossa pregao e a

    nossa identidade como corpo de Cristo.

    Tambm nos ajuda a entender por que Cristo leva to a srio a sua noiva,

    a igreja - esta o presente de amor que o Pai lhe deu. A igreja to preciosa para

    Cristo, que ele se disps a suportar grandes tribulaes e finalmente a sofrer a

    morte para receber o presente. [O Filho) sendo rico, se fez pobre por amor de

    vocs, para que por meio de sua pobreza, vocs se tornassem ricos (2C0 8.9; cf.Fp 2.5-11). Ele deixou de lado infinitas riquezas espirituais para que os seus elei

    tos herdassem essas mesmas riquezas (cf. Rm 8.17). Ele acatou a mais profunda

    pobreza possvel, despindo-se de tudo o que lhe propiciava perfeito bem-estar e

    do uso independente dos seus atributos divinos, escolhendo abraar a penalidade

    do pecado mediante seu sacrifcio na cruz. Como Paulo explica: Deus [o Pai]

    tornou pecado por ns aquele [o Filho] que no tinha pecado, para que nele nostornssemos justia de Deus (2Co 5.21).

    Jesus no era culpado de coisa alguma. Contudo, na cruz, o Pai o tratou

    como se ele tivesse cometido pessoalmente todos os pecados cometidos por to

    dos os indivduos que creram ou que viriam a crer. Apesar de isento de culpa,

    enfrentou a fria total da ira de Deus, sofrendo a penalidade do pecado em favor

    daqueles que veio salvar. Desse modo, o Filho de Deus, sem pecado, tornou-se osubstituto perfeito dos filhos dos homens, pecadores.

    Como resultado do sacrifcio de Cristo, os eleitos se tornaram a justia de

    Deus nele. Do mesmo modo como o Pai tratou o Filho como pecador, mesmo sendo

    ele sem pecado, o Pai agora trata os crentes, mesmo pecadores, como justos. Jesus

    trocou sua vida pelos pecadores a fim de cumprir o plano eletivo de Deus. E o fez

    para que, no fim, pudesse dar de volta ao Pai o presente de amor que o Pai lhe deu.Meditando nestas verdades, ns nos vemos atirados nas imensurveis

    profundezas dos planos e dos propsitos de Deus. Como Paulo exclamou em

    Romanos 11.33-36:

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    26 F U N D A M E N T O S DA GR A A

    profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus!

    Qu o insondveis so os seus juzos e inescrutveis os seus caminhos! Quem co-

    nheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Quem primeiro lhedeu, para que ele o recompense? Pois dele, por ele e para ele so todas as coisas.

    A ele seja a glria para sempre. Amm.

    Tomados de temor e maravilhados, aqueles que amam a Deus s podem

    reagir com profu ndo desejo de adorao e hum ilde submisso. Eles sentem neces-

    sidade de louv-lo por sua misericrdia, graa e glorioso propsito, que planejou

    isso tudo desde o incio do tempo. E sentem necessidade de submeter-se sua

    soberania, no somente no universo em geral, mas tambm nos mnimos porme-

    nores de suas vidas dirias. Esse o papel que eles desempenham como parte do

    presente de amor dado pelo Pai ao Filho. Que o adorem e o sirvam o propsito

    estabelecido para eles desde a eternidade passada. E isso que eles continuaro a

    fazer perfeitamente, no inefvel gozo da glria eterna.

    A realidade , pois, que os crentes so simplesmente uma diminuta par-

    te de um plano divino muito maior. O Pai, por causa do seu amor pelo Filho,

    determinou-se, antes do princpio do tempo, a escolher uma comunidade redimida

    que louvaria o Filho por toda a eternidade. E o Filho, devido a seu amor pelo Pai,

    aceitou este presente de amor do Pai, considerando-o precioso a ponto de entregar

    sua vida por ele. O Filho protege aqueles que o Pai escolheu para lhe dar, e promete

    lev-los para a glria, em conformidade com o predeterminado plano de Deus.

    A LONGA LINHA DE VULTOS PIEDOSOS

    A histria o desdobramento deste plano de Deus - pois aqueles que ele

    escolheu so chamados, justificados e glorificados por meio da pessoa e obra do

    Filho. A histria com eou quando Deus criou 0tempo e o espao de acordo com

    o seu plano redentor eterno. E terminar quand o todos os seus propsitos para a

    sua criao forem concretizados de acordo com esse mesmo plano eterno.

    No surpreendentemente, os servos de Deus, atravs de toda a histria,

    tm entendido e abraado essa realidade. Desde Moiss at 0presente, tem havi

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    Pr logo A I m u t a b i l i d a d e D i v i n a e as D o u t r i n a s da Graa | 27 |

    do, verdadeiramente, uma longa linha de vultos piedosos que demonstram essa

    certeza tanto com suas palavras como com suas vidas. Tais servos de Deus so

    os nossos heris da f. Mas no sua grandeza inerente que aplaudimos. Antes, a grandeza e a glria do seu soberano Deus, refletidas em suas vidas e em seu

    ensino, que somos constrangidos a aplaudir. O tema destes volumes , ento, o

    carter e a fidelidade de Deus nas doutrinas da graa.

    No Volume 1, Steven Lawson, clara e compreensivamente, lana o alicerce

    escriturstico para as doutrinas da graa. Este volume nos d a base bblica de tudo

    0que se segue. Os Volumes 2 a 5 erguenvse como colunas sobre aquele firme fun

    damento - registrando os ecos da revelao divina atravs da histria da igreja. No

    transcurso da obra, logo se torna patente que os escritores da Escritura, e os intr-

    pretes que se lhes seguiram, sustentaram e ensinaram os mesmos dogmas imutveis

    que constituem a salvao divina e soberana. Quando voc ler os relatos sobre esses

    homens piedosos, ficar maravilhado, no pelo talento e pela habilidade deles,

    nem pelas circunstncias singulares em que se achavam, mas por sua coerncia em

    praticar e proclamar a mesma divina verdade das doutrinas da graa.

    Por conseguinte, a obra Longa Linha de Vultos Piedososno primariamente

    sobre homens, mas sim sobre o Deus de quem esses homens testificam. Enquan-

    to que os homens piedosos vm e passam, como qualquer exame da histria

    mostra claramente, o Deus que falou atravs deles nunca muda, e tampouco

    muda a sua mensagem. E isso que torna a obra produzida por Lawson to rica e

    edificante. O Deus de Moiss, o Deus de Pedro, o Deus de Crisstomo, o Deus

    de Lutero, o Deus de Edwards, o Deus de Spurgeon, e o Deus a quem servimos

    atualmente, manda

    nos proclamar as verdades imutveis firmadas no passado.

    A imutabilidade de Deus e a eternidade das suas verdades, particularmente da

    doutrina da eleio soberana, formam a pedra angular dessa histria.

    John M acArthur

    Los Angeles, 2006

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    0 I II N D A M H N TO S DA G RA A

    A geografia no o nico lugar em que encontramos uma grande ver-

    tente. H, tambm, um elevado terreno que corre atravs da histria da igreja

    - uma Vertente Continental da teologia. Esta grande vertente separa duascorrentes distintamente diferentes de pensamento que fluem em direes

    opostas. Para ser especfico, este elevado terreno determinativo a teologia

    que se adota sobre Deus, o homem e a salvao. Este o mais alto de todos

    os pensamentos, e divide toda a doutrina em duas escolas. Historicamente,

    os dois modos de pensamento acerca de Deus e de sua graa soberana tm

    recebido vrios nomes. Alguns os identificam como agostinianismo e pelagia-

    nismo. Outros os tm denominado calvinismo e arminianismo. Ainda outros

    os definem como reformados e catlicos, enquanto outros tm empregado os

    termos predestinao e iwe-arbtrio. Mas, seja qual for o nome, estas correntes

    so determinadas pela Vertente Continental da teologia.

    Esta vertente metafrica difere da Vertente Continental geogrfica em

    um aspecto-chave. Ao passo que as correntes que fluem para oeste e para leste,

    vindas das Mo ntanhas Rochosas, descem gradativam ente s plancies e s terras

    baixas onde encontram os oceanos, o te rreno nos dois lados da vertente dou-

    trinria muito diferente. Em um lado, encontramos as slidas terras altas da

    verdade. No outro esto os declives ngremes e escarpados das meias verdades

    e do erro total.

    Atravs dos sculos, os perodos de reforma e de avivamento da igreja

    surgem q uan do a graa soberana de Deus proclamada abe rtamente e ensina-

    da claramente. Q ua nd o um alto conceito de Deus era infun dido nos coraes

    e nas mentes do povo de Deus, a igreja se assentava nos elevados planaltos da

    verdade transcendental. Essa alta base o calvinismo - a alta base para a igre-

    ja. As excelsas verdades que fluem da so berania de Deus propic iam a maior

    e mais grandiosa viso de Deus. As doutrinas da graa se prestam para elevar

    a vida da igreja em todos os seus aspectos. O grande telogo de Princeton,

    Ben jamin Breckenridge Warfield, escrevendo h mais de um sculo, observou

    perceptivamente: O m undo deve com preender com m aio r clareza que o m o

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    P r e f c i o A Vertente Contincnhil ilti I' colof/iu | 31 |

    vimento realmente evanglico permanece ou cai no calvinismo.1 primeira

    vista, essa declarao surpreendente pode parecer um exagero, ou at uma hi-

    prb ole. Mas, quanto mais o in te re ssado ponderar sobre ela, mais perceberque o legtimo movimento evanglico - essa parte do corpo de Cristo que cor

    retam ente adere inerrncia da Escritura, com p lena aceitao das dou trinas

    da depravao total do homem e da soberania de Deus em todos os aspectos

    da vida - sempre tem necessidade das doutrinas ligadas soberania de Deus

    para poder ancora r em base firm e e elevada. Pois, sem os ensinos da verdade

    reformada concernente soberania de Deus na salvao do homem, a igrejase enfraquece e se torna vulnervel, para logo comear 0 inevitvel declnio,

    descambando para crenas inferiores, quer se d conta disso quer no.

    Sempre que a igreja se torna crescentemente centralizada no homem, co

    mea a deslizar ladeira abaixo, muitas vezes sem recuperao, e sempre em seu

    detrimento. Assim que a igreja desiste da elevada base do calvinismo, uma igreja ab

    sorta em si mesma pe todo o seu peso na escorregadia encosta do arminianismo,resultando na perda da sua estabilidade fundamental. Tragicamente, porm, raro

    a descida parar ali. Historicamente, a doutrina centrada no homem s tem servido

    como um catalisador que conduz a uma queda ainda maior.

    Com a arriscada descida pelos escorregadios declives do arminianismo,

    logo se v a igreja afundar cada vez mais num tenebroso atoleiro de ideias her

    ticas. Inevitavelmente, essa descida abre caminho para o liberalismo, com suacompleta rejeio da autoridade absoluta da Escritura. Do liberalismo - dando-se

    tempo suficiente - a igreja sempre mergulha mais fundo, indo parar no ecume

    nismo, essa filosofia mortal que abraa todas as religies considerando-as como

    tendo alguma parte da verdade. Continuando essa espiral descendente, a igreja

    cai no universalismo, a condenvel crena em que finalmente todos os homens

    sero salvos. Pior ainda, o universalismo abre caminho para o agnosticismo, a

    degenerada ideia segundo a qual no se pode nem saber se existe um Deus. Por

    i R. B. W arfie ld, cit ad o em T ta Sovereignty of God {A soberania de Deus), de Arthur C. Custance (Phillipsburg, NJ:

    Presbyterian & Reformed, 1979), 83 8 4 .

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    I I F U N D A M E N T O S D A G R A A

    ltimo, a igreja cai no abismo mais profundo - nas chamas infernais do atesmo,

    a crena em que no existe Deus.

    A apresentao das sublimes verdades do calvinismo neste livro umatentativa de restabelecer o firme alicerce da igreja no excelso fundamento que

    outrora ela mantin ha e defendia. Os captulos que se seguem foram projetados es

    trategicamente para manterem firmes os ps da igreja no pice de toda a verdade

    centrada em Deus: as doutrinas da graa. Em cada poro da Escritura, exami

    naremos o que historicamente tem sido identificado como os cinco pontos do

    calvinismo: depravao total, eleio incondicional, expiao limitada, graa irresistvel, e perseverana dos santos. Examinaremos virtualm ente todos os textos

    que ensinam cada uma dessas doutrinas principais e, ao faz10, fortaleceremos as

    nossas convices e consideraremos o seu poder de transformar a vida do crente.

    Sopesaremos cuidadosam ente o modo com o elas elevam drasticamente os minis

    trios, expandem as misses, e, subsequentemente, alteram o curso da histria.

    Nunca foi maior a necessidade de que as verdades relacionadas com a

    graa soberana sejam estabelecidas firmemente na igreja. O pensamento da igreja

    acerca de Deus necessita desesperadamente fluir na direo certa. Os adoradores

    pensam como a igreja pensa; e como a igreja adora, assim ela vive, serve e evan

    geliza. O correto conceito da igreja sobre Deus e sobre a operao da sua graa

    modela tudo o que vital e importante. A igreja precisarecapturar a sua elevada

    viso de Deus e, com isso, ancorar na slida rocha da absoluta supremacia divina

    em todas as coisas. S ento ela ter um a orientao teocntrica em todas as ques

    tes do ministrio. Esta,creio eu, a desesperada necessidade da presente hora.

    Embarquemos agora nessa busca que visa exaltar Deus e honrar Cristo. Em

    ltima anlise, o nosso conceito de Deus est em jogo. O conceito que dele temos

    afeta tudo. Elevemos o nosso Deus em nossos coraes ao lugar mais alto, o qual per

    tence exclusivamente a ele. Somente a Deus seja a glria para todo o sempre. Amm.

    Steven Lawson

    Mobile, 2006

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    RECONHECIMENTOS

    Quero expressar a minh a mais profunda gratido ao Dr. Joh n M acArthur.

    Durante vinte e cinco anos, o Dt.MacArthur tem aguado a minha mente e ali-

    m entado a minha alma p or m eio da sua exposio teocntrica das Escrituras. Seu

    prlogo para este volume, A Im utabilidade Divina e as Doutrinas da Graa, ,

    creio eu, inestimvel.

    Tambm quero agradecer as palavras do Dr. R. C. Sproul, cuja influncia

    pessoal sobre a m inha vida tem sido profunda. Durante os anos dos meus estudos

    para o douto rado, sentei-me para ouvi-lo, e cada uma de suas aulas ficou vivida-

    mente gravada em minha mente. Que ele tenha contribudo com o eplogo deste

    volume me torna hum ildemente e grato.

    Um grupo especial de pessoas ajudou a tornar realidade a obra Fun-

    damentos da Graa. Primeiro, devo mencionar os homens da Igreja Batista

    Comunidade de Cristo (Christ Fellowship Baptist Church), que se reuniam comi-

    go todas as sextas-feiras de manh por um ano inteiro de estudo das verdades

    destes captulos. O comprom isso deles com as dou trinas da graa me anim aram

    grandemente.

    Greg Bailey, editor-chefe da Editora Ligoniers Reformation Trust,emprestou

    seus atentos olhos e sua habilidosa mo aos originais, melhorando a acurcia e

    tornand o a leitura mais agradvel. Chris Larson, o criativo diretor do ministrio

    Ligonier, responsvel pelos chamativos grficos e pela atraente apresentao

    deste livro.

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    )

    1 I l lN D A M E N T O S DA G RA A

    Meu filho James Lawson fez considervel pesquisa no interesse deste

    livro. Keith Phillips, Chuck Finster, Chris Barksdale e Rick Holland, e seus alu-

    nos no Seminrio do Mestre (The Masters Seminary), fizeram, todos eles, teiscontribuies. Kay Allen, minha assistente executiva, desempenhou um papel

    especialmente significativo digitando todo o m anuscrito e coordenando tud o, do

    comeo ao fim.

    Muito importante: Quero prestar meus agradecimentos minha esposa,

    Anne, e aos nossos quatro filhos, Andrew, James, Grace Anne e John, por seu

    imorredouro amor, aguentando-me em minha pregao destas verdades que exal-

    tam o soberano Deus.

    Soli Deo Gloria.

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    C a p t u l o 1

    LONGA LINHA DE

    VULTOS PIEDOSOS

    SERVOS DA GRAA SOBERANA:

    DE MOISS AO PRESENTE

    omeando com o antigo profeta Moiss e cruzando os trinta e cinco sculos

    passados at a presente hora, compareceu ao palco da histria humana uma longa

    linha de homens piedosos, que mantiveram erguida a bandeira real das doutrinas

    da graa em suas respectivas geraes. Esses defensores modelares da soberania da

    graa de Deus compem uma nobre procisso que se tem mantido inquebrvel e

    ininterrupta durante milnios. Eles se levantam como um s - como um na verdade,

    na f, nas doutrinas da graa. Embora tendo divergncias em reas secundrias do

    entendimento bblico, no obstante falam com uma s voz sobre os temas principais

    de interesse doutrinrio, a saber, sobre a suprema soberania pela qual Deus designou

    a graa salvadora para pecadores no merecedores e, contudo, escolhidos. E, o que

    mais marcante, cada homem apareceu na histria precisamente no tempo determi-

    nado por Deus, e cada um deles testificou a soberania divina na salvao do homem.

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    40 F U N D A M E N T OS DA G RA A

    Quem so esses grandes homens da histria? Eles foram os pregadores

    mais fascinados por Deus do seu tempo, os mestres mais saturados pela Palavra

    da sua poca, os homens que, na maior parte, marcaram os seus tempos em sua

    nfase na glria de Deus. Eles foram os heris da f, as colunas mais slidas da

    igreja, homens que impactaram naes e influenciaram continentes por e para

    Cristo, homens que fizeram eclodir reformas e que acenderam despertamentos

    espirituais. Eles foram os valentes guerreiros do reino de Deus, que traduziram

    as Escrituras para as lnguas maternas dos seus respectivos povos - e que foram

    presos a estacas e queimados por realizarem esse trabalho. Foram homens que

    fundaram denominaes baseadas na Bblia e lanaram misses para a propa

    gao do Evangelho - homens que legaram um impacto eterno sobre a vida da

    igreja. Eles esto entre os mais estimados pastores, os mais distinguidos telogos

    e os mais prolficos escritores das suas respectivas geraes. Eles foram os evange

    listas mais apaixonados, eruditos professores e venerveis presidentes de colgios

    e seminrios bblicos - hom ens que defenderam o padro das ss palavras. So oshom ens que foram os verdadeiros campees das doutrinas da graa.

    Ns testificam os sua marcha para o palco da histria, sendo o m undo o

    seu teatro e a Escritura as suas linhas repassadas. Incontveis nmeros desses

    homens apareceram nos momentos mais prementes do registro divino, nos

    dias em que a igreja estava mais fraca. Foi em tais perodos que esta longa linha

    de vultos piedosos se afinou mais. Contudo, no meio dos tenebrosos dias deerro dou trin rio, eles permaneceram fiis Palavra de Deus e sua mensagem,

    ousando at marchar fora do passo, destoando da cadncia dos tempos. Estes

    resistentes mensageiros da verdade foram, deste ou daquele modo, os pequenos

    gonzos sobre os quais as grandes po rtas da historia da redeno giraram, levan

    do a igreja inevitavelmente de volta ao sol nascente de uma brilhante manh.

    Similarmente, nos perodos das maiores reformas e dos maiores avivamentosda igreja, eles se puseram resolutamente testa como verdadeiros arautos, pro

    clamando a veracidade da soberania de Deus na salvao dos homens para que

    todos ouvissem. Sculo aps sculo, a inquebrvel sucesso de valentes espiri

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    L o n g a L in h a de Vul to s P iedosos | 41 |

    tuais foi aumentando suas fileiras at se tornar uma grandiosa e imensa parada

    - uma longa linha de vultos piedosos, ininterrupta e intacta.

    UM ALTO CO NC EITO DA SOBERANIA DE DEUS

    Qual esse distante retumbar de tambores pelo qual estes homens mar-

    cham? O que os compele a mover-se para d iante mais e mais, por Deus e por suas

    geraes? Que que os impulsiona a capturar suas horas para Cristo? Que que

    incendeia suas almas fazendo-as arder de paixo por ele e fazendo delas fulgentes

    tochas da verdade nas suas respectivas pocas? A resposta clara e impositiva. Elesforam totalmente dominados por um alto conceito da soberania de Deus. Com

    uma transcendental e triunfante viso de Deus governando supremamente todas

    as coisas, compreenderam um exrcito de expositores e mestres, trombeteando

    o reinado sem rival de Deus sobre cu e terra. E isto que os torna extraordina-

    riamente grandes. E que eles pregam um Deus infinitamente grande, grandeem

    santidade e grande em soberania. A grandeza destes homens no se acha neles,mas no ser supremo que os chamou para o seu glorioso emprego.

    Esses homens creem que Deus Deus, no meramente no nome, mas

    tambm numa viva realidade. So eles os fiis mensageiros que se agarram ver-

    dade central de que Deus fala, e o que ele diz certamente se torna realidade. Eles

    proclamam que o que Deus se prope realizar, acontece. Eles declaram que Deus

    chama, e atendido. Eles marcham como arautos, anunciando que Deus planeja

    e cumpre o que planejou. No h fora que possa resistir ao soberano Deus, nem

    no cu, nem na terra, nem debaixo da terra. Ele pronuncia o fim desde o princ-

    pio. Seu propsito ser estabelecido infalivelmente.

    A mensagem destes homens funda se no testemunho inequivocamente

    claro da Escritura de que Deus soberano sobre todas as coisas. Com esse fim os

    salmistas escrevem: O Senhor desfaz os planos das naes e frustra os propsitos

    dos povos. Mas os planos do Senhor permanecem para sempre, os propsitos do

    seu corao, por todas as geraes (SI 33.10,11); O Senhor reina! Vestiu-se de

    majestade; de majestade vestiuse o Senhor e armou-se de poder! O mundo est

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    42 l a i N U A M E N T O S D A G R A A

    firme e no se abalar. O teu tron o est firme desde a antiguidade; tu existes des-

    de a eternidade (SI 93.1,2); O Senhor estabeleceu o seu trono nos cus, e como

    rei domina sobre tudo o que existe (SI 103.19); nosso Deus est nos cus,e pode fazer tudo o que lhe agrada (SI 115.3); e O Senhor faz tudo o que lhe

    agrada, nos cus e na terra, nos mares e em todas as suas profundezas (SI 135.6).

    Pode alguma coisa ser mais clara? O que quer que Deus queira, ele faz.

    A sabedoria de Salomo faz ressoar este mesmo domnio inescrutvel de

    Deus. Salomo escreve: Muitos so os planos no corao do homem, mas o

    que prevalece o propsito do Senhor (Pv 19.21); Os passos do homem sodirigidos pelo Senhor. Como poderia algum discernir o seu prprio caminho?

    (Pv 20.24); O corao do rei como um rio controlado pelo Senhor; ele o diri-

    ge para onde quer (Pv 21.1); e No h sabedoria alguma, nem discernimento

    algum, nem plano algum que possa opor-se ao Senhor. Prepara-se o cavalo para o

    dia da batalha, mas o Senhor que d a vitria (Pv 21.30,31).

    O profeta Isaas proclamou a soberania incondicional de Deus sobre todos

    osacontecimentos, sobre todasas circunstncias e sobre todos ospovos. Deus pes-

    soalmente, por intermdio de Isaas, diz: Desde os dias mais antigos eu o sou.

    No h quem possa livrar algum de min ha mo. Agindo eu, quem o pode des-

    fazer? (Is 43.13). Eu sou Deus, e no h nenhum outro; eu sou Deus, e no h

    nenhum como eu. Desde o incio fao conhecido o fim, desde tempos remotos,

    o que ainda vir. Digo: Meu propsito permanecer em p, e farei tudo o que me

    agrada... o que eu disse, isso eu farei acontecer; o que planejei, isso farei (Is 46.9-

    11); e Por amor de mim mesmo, por amor de mim mesmo, eu fao isso... No

    darei a minha glria a nenhum outro (Is 48.11). No h como entender mal es-

    ses versculos: Deusfartud o o que planeja e todo o seu propsito ser cumprido.

    O profeta Daniel e os mais poderosos governantes do seu antigo tempo

    afirmavam essa mesma altaneira soberania de Deus. Daniel registrou as palavras

    de Nabucodonosor, rei da Babilnia: O Altssimo domina sobre os reinos dos

    homens e os d a quem quer, e pe no poder o mais simples dos homens (Dn

    4.17). Nabucodonosor confessou humildemente: O seu domnio um domnio

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    L o n g a L in h a J e Vulto s P iedosos | 43 |

    eterno; o seu reino d ura de gerao em gerao. Todos os povos da terra so como

    nada diante dele. Ele age como lhe agrada com os exrcitos dos cus e com os

    habitantes da terra. Ningum capaz de resistir sua mo ou dizer-lhe: O quefizeste? (Dn 4.34,35). Dario, rei dos medos e dos persas, exaltou Deus procla-

    mando: Pois ele o Deus vivo e permanece para sempre; o seu reino no ser

    destrudo, o seu domnio jamais acabar. Ele livra e salva; faz sinais e maravilhas

    nos cus e na terra (Daniel 6.26,27).

    Co m grandeza de tirar o flego e com esplendor de quebrar o queixo, esse

    o grande e temvel Deus que esses grandes homens proclamavam. Eles tonitru-avam acerca de um Deus to gloriosamente soberano que nada ou ningum lhe

    pode fazer resistncia com sucesso, nem o cu, nem o inferno, nem Satans e os

    anjos cados, nem o homem e os anjos eleitos. Eles registraram seus testemunhos

    sobre um Deus que Criador, Controlador, Sustentador e Determinador de

    tudo quanto h. Em resumo, eles proclamavam um Deus altssimo em suprema-

    cia, um Deus que governa a histria e ordena o fim desde o princpio. Esse o

    Deus que eles defendiam d iante dos olhos atentos do mund o inteiro. Eles procu-

    ravam cumprir fielmente os termos do urgente apelo do salmista: Digam entre

    as naes: O Senhor reina! (SI 96.10). Algum ainda se espanta ou duvida que

    Deus abenoou e abenoa os seus esforos?

    A SOBERANIA DE DEUS NA SALVAO

    As doutrinas da graa compem um sistema coeso de teologia no qual a

    soberania claramente demonstrada na salvao dos pecadores eleitos. No s se

    reconhece que Deus reina sobre toda a histria humana, micro e macro, mas tambm

    que ele soberano na dispensao da sua graa salvadora. De Gnesis a Apocalipse,

    Deus apresentado na Escritura como absolutamente determinativo em outorgar a

    sua misericrdia. Ele exposto como tendo escolhido desde antes da fundao do

    mundo aqueles que quer salvar, e depois, dentro da histria, fazendo isso acontecer.

    O apstolo Paulo anunciou claramente a graa soberana de Deus na

    salvao do homem. Ele escreveu que, desde a eternidade, Deus escolheu,

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    44 I I ' l lN D A M E N T O S DA G R A A

    quis, decidiu e planejou salvar alguns pecadores. Eleger escolher, e Deus

    escolheu os que seriam salvos. Paulo escreveu: Pois ele diz a Moiss: Terei

    misericrdia de quem eu quiser ter misericrdia e terei compaixo de quemeu quiser ter compaixo. Portanto, no depende do desejo ou do esforo

    humano, mas da misericrdia de Deus. (Rm 9.156). Isso eqivale a dizer

    que Deus decide quem vai salvar a fim de manifestar sua glria: Deus nos

    escolheu nele antes da criao do mundo, para sermos santos e irrepreens

    veis em sua presena. Em amor nos predestinou para sermos adotados como

    filhos, po r meio de Jesus Cristo, con forme o bom prop sito da sua von tade

    (Ef 1.4,5); Sabemos, irmos, am ados de Deus, qu e ele os escolheu (lTs 1.4);

    Deus os escolheu como seus primeiros frutos para serem salvos mediante a

    obra santificadora do Esprito e a f na verdade (2Ts 2.13); Deus nos salvou

    e nos chamou com uma santa vocao, no em virtude das nossas obras, mas

    por causa da sua prpria dete rm in ao e graa. Esta graa nos foi dada em

    Cristo Jesus desde os tempos eternos (2Tm 1.9); e Paulo, servo de Deus e

    apstolo de Jesus Cristo, para levar os eleitos de Deus f (Tt 1.1).

    Os apstolos Pedro e Joo ensinavam precisamente a mesma autoridade

    suprema de Deus na salvao dos eleitos. Pedro escreveu: Pedro, apstolo de

    Jesus Cristo, aos eleitos de Deus, peregrinos dispersos no Ponto, na Galcia, na

    Capadcia, na provncia da sia e na Bitnia (lPe 1.1); e: Portanto, irmos,

    empenhem se ainda mais para consolidar o chamado e a eleio de vocs (2Pe

    1.10). O apstolo Joo escreveu: A besta que voc viu, era e j no . Ela est para

    subir do Abismo e caminha para a perdio. Os habitantes da terra, cujos nomes

    no foram escritos no livro da vida desde a criao do mundo, ficaro admirados

    qu ando virem a besta, porque ela era, agora no , e entre tan to vir (Ap 17.8).

    A GLRIA DE DEUS PRIMORDIAL

    Neste sistema de teologia, a glria de Deus central. Assim como todos

    os planetas giram em torno do fulgurante sol, todas as verdades da graa sobe

    rana fazem sua rotao ao redor de um nico ponto fixo - a glria de Deus. A

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    Longa Linha de Vultos Piedosos | 45 |

    preeminncia de Deus, sem rival, permanece firme no ponto focal do universo

    teolgico. Q ue Deus deve ser reconhecido como o principal objeto de louvor na

    manifestao da sua graa o que energiza esse sistema solar da verdade. Assim

    como a bssola sempre apon ta para o norte, assim tambm as doutrinas da graa

    apontam constantemente para cima, para as excelsas altitudes da glria de Deus.

    Q ue a glria de Deus? A Bblia fala da glria de Deus em dois aspec-

    tos primaciais. Primeiro fala da glria intrnseca de Deus, que a soma total

    de todos os atributos e perfeies divinas. Essa glria intrnseca quemDeus

    - sua grandeza infinitamente vasta. Glria, no Antigo Testamento (kabod),

    originariamente significava peso, importncia, ou significao. Pas

    sou depois a representar a maravilhosa magnificncia de certos objetos,

    tais como o esplendoroso sol e a rgia majestade ostentada pelos reis. Da,

    o termo glria veio a ser empregado para descrever o magnfico esplendor e

    o formidvel fulgor de Deus revelados ao homem. No Novo Testamento a

    palavra para glria doxa, que significa uma opinio ou uma estimati

    va sobre algo. Quando empregada com referncia reputao de algum,

    significa importncia, grandeza, renome, ou significao. A glria

    intrnseca de D eus a revelao da gran diosida de dos seus atribu tos s suas

    criaturas. Envolve a grandeza e a magnificncia de Deus manifestada aos pe-

    cadores, especialmente na salvao do h om em do jugo do pecado . Ningum

    pode acrescenta r coisa alg uma gl ria intrn seca de Deus. Deus quem

    ele , nunca diminuindo, nunca aumentando, sendo sempre o mesmo, o

    soberano Governador que conhece tudo, Todo-Poderoso, presente em toda

    arte, absolutamente verdadeiro, sbio, amoroso, dadivoso em conceder sua

    graa, misericordioso, justo e irado. E essa glria intrnseca que a Deus

    apraz dar a conhecer s suas criaturas.

    Segundo, a Bblia fala tambm da glria atribudaa Deus, ou seja, a glria

    que se lhe d. Doxa tambm se relaciona com o ato de expressar louvor a Deus

    baseado na revelao da sua majestade suprema. A nica resposta correta mani-

    festao das perfeies de Deus consiste, necessariamente, em d ar glria a Deus.

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    46 FUND AMEN TOS DA GRAA

    O homem deve apresentar-lhe o louvor devido a seu nome. Deve prestar-lhe o

    culto que pertence exclusivamente a ele. A manifestao da glria intrnseca de

    Deus move o homem a atnbuirglria a Deus. Quanto mais o homem contempla

    a glria intrnseca de Deus na salvao, mais o h om em atribui glria a Deus.

    Esta , pois, a pea central do propsito salvfico de Deus no universo - a

    revelao e o engrandecimento da sua glria. E isto que est no centro do ser de

    Deus - o apaixonado empenho em demonstrar o seu esplendor para a sua pr-

    pria glria. E isto que deve estar no centro de toda a vida humana - a promoo

    da glria de Deus, isto , a contemplao e a adorao da sua glria. Isto prim-

    rio na salvao de todo pecador perdido - a revelao da glria de Deus para que

    os pecadores se regozijem nela. No admira que o apstolo Paulo tenha escrito:

    Pois dele, por ele e para ele so todas as coisas. A ele seja a glria para sempre!

    Amm (Rm 11.36).

    MANIFESTA NAS DOUTRINAS DA GRAA

    Essa resplendente glria intrnseca de Deus, formidvel e magnfica, ma-

    nifesta-se mais plenamente nas doutrinas da graa. E nesta ordem da verdade,

    a glria atribuda mais livre e plenamente dada a Deus. Aqui todos os trs

    membros da Divindade - Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Esprito Santo

    - trabalham juntos como um s salvador, indivisivelmente unidos na obra de

    resgatar pecadores corruptos. Conforme ensina a Bblia, antes do princpio do

    tempo, Deus o Pai escolheu um povo, para ser um povo de adoradores da sua

    glria por se tornarem objetos da sua graa. Como uma expresso do infinito

    amor por seu Filho, o Pai deu os eleitos a Cristo como um presente de amor,

    um povo que o louvaria para todo o sempre. Depois o Pai comissionou seu

    Filho para vir a este mundo a fim de redimir homens e mulheres por meio de

    sua morte sacrificial. O Pai, juntam ente com o Filho, enviou tambm o Esprito

    a este mundo para aplicar a obra salvadora do Filho a esse mesmo grupo de

    pecadores eleitos. Esse imenso nmero de santos redimidos - eleitos por Deus,

    adquiridos por Cristo e chamados pelo Esprito - jamais cairo da graa. Todos

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    Longa Linha de Vultos Piedosos | 47 |

    eles sero transportados em segurana para o cu e sero glorificados para sem-

    pre. Esta a vitria da graa soberana que d honra a Deus.

    Falando biblicamente, essas verdades foram expostas em cinco principais

    ttulos que, juntos, manifestam a glria de Deus na salvao do homem. Cada

    uma dessas verdades est profundamente enraizada e solidamente fundada no

    rico solo da Palavra de Deus. Quando a Bblia bem interpretada, graas a uma

    sria exegese, e exposta cuidadosamente e explicada adequadamente, ela ensi-

    na claramente essas verdades. Elas so identificadas pelas seguintes expresses:

    depravao total, eleio incondicional, expiao limitada, graa irresistvel, e

    perseverana dos santos. Essas expresses foram originariamente cunhadas no

    Snodo de Dort (1618619), na Holanda do sculo dezessete. Conhecidas como

    os cinco pontos do calvinismo, constituram uma resposta aos remonstrantes

    (1610), os seguidores de Jacob Armnius (Armnio), que formularam um resu

    mo de doutrinas atualmente conhecido como os cinco pontos do arminianismo.

    Estas formulaes do pensamento arminiano, completa anttese do calvinismo

    bblico, tm os ttulos: depravao parcial, eleio condicional, expiao univer-

    sal, graa resistvel e a possibilidade de queda definitiva dos santos.

    Nunca dois sistemas de pensamento foram to polarizados. O primeiro

    sistema mencionado, o calvinismo, teocntrico e constitui um modo de ver

    a salvao que exalta Cristo. Unicamente Deus o Salvador e, por conseguin-

    te, unicamente Deus objeto de louvor. O outro sistema, o arminianismo,

    apresenta uma perspectiva completamente oposta. O arminianismo, tambm

    historicamente conhecido como semipelagianismo e como wesleyanismo,

    divide a glria entre Deus e o homem na salvao da raa humana. Em conse-

    quncia, ele dim inui a glria dada a Deus. N o primeiro sistema, que salienta as

    doutrinas da graa, a salvao obra que pertence completamente ao Senhor.

    Somente Deus supre o pecador de tudo o que necessrio, ou seja, a graa e

    a f. Mas, no segundo esquema, a salvao em parte pertence a Deus e em parte

    ao homem. Nesse caso, Deus fornece a graa e o homem fornece a f. Segun-

    do esse sistema, o homem cossalvador. No primeiro sistema, toda a glria

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    48 I l - ' U N D A M E N T O S D A G R A A

    dirigida unicamente a Deus. Mas no segundo, o louvor compartilhado por

    Deus e pelo homem. Um problema que logo sobressai que Deus no divide

    sua glria com ningum.

    A DEPRAVAO DO HOMEM E A SOBERANIA DE DEUS

    Das principais doutrinas da graa, a primeira intitulada depravao total

    ou radical. Esta a doutrina da runa do hom em causada pelo pecado, e serve de

    fundo, como um veludo negro, sobre o qual exposta a graa salvadora de Deus.

    Toda a humanidade nasce espiritualmente morta em transgresses e pecados.

    O homem cado totalmentedepravado. O pecado afetou radicalmenteo homem

    total.Quer dizer, cada parte do homem - sua mente, suas emoes, e sua vonta

    de - est contaminada pelo pecado. Sua mente est obscurecida, o que o torna

    incapaz de ver a verdade acerca de Deus, de Cristo e de si prprio. Seu corao

    est contaminado, e no deseja Deus, mas, em vez disso, ama 0seu pecado. Sua

    vontade est morta e incapaz de escolher o que certo. Praguejados por essa

    incapacidade total, os pecadores se acham sujeitos ao pecado como seus escravos,

    incapazes de mudarem e se tornarem realmente bons. Estando espiritualmente

    morto em seu pecado, 0 homem nem sequer consegue buscar o que certo e

    justo. Em resumo, o homem no regenerado to ta lm ente incapaz de praticar

    qualquer bem espiritual, nada pode fazer para remover 0seu pecado, e no pode

    dar nenhuma contribuio em prol da sua salvao. Pior ainda: Deixado entre

    gue a si mesmo, o homem cado jamais procura Deus ou sua graa.

    A segunda importante doutrina a eleio incondicional, ou eleio soberana.

    Porque nenhum homem pode escolher Deus, preciso que Deus escolha o ho

    mem. A Bblia ensina que, antes da fundao do mundo, Deus escolheu certos

    indivduos para serem objetos de sua graa salvadora. Dos filhos cados da raa de

    Ado, Deus selecionou os eleitos, aqueles que iria salvar. Sua escolha no se baseou

    em nenhuma obra boa ou f prevista. Antes, a eleio divina foi feita exclusivamen-

    te pela escolha de Deus, por sua graa. Tendo escolhido os seus eleitos, ento os

    entregou ao Filho como uma expresso do seu amor, e comissionou o Filho para

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    L o n g a I Inlui tie '/lnv Pl ei lo sos | 49 |

    adentrar o mundo e adquirir a salvao deles. Alm disso, o Pai, juntam ente com

    0 Filho, encarregou 0 Esprito Santo de regenerar os escolhidos. Antes do princ

    pio do tempo, essa obra foi preordenada e predestinada pela vontade soberana de

    Deus. Essa a graa salvadora de Deus o Pai na eternidade pretrita.

    A REDENO REALIZADA E APLICADA

    O terceiro ttulo das principais doutrinas mencionadas expiao limitada,

    ou expiao definida.Tendo recebido os nomes dos eleitos pelo Pai na eternidade

    passada, Jesus Cristo veio a este mundo para adquirir a salvao deles. Na cruz,

    Jesus no tornou o mundo inteiro algo potencialmente salvvel. Antes, ele de

    fato salvou. Jesus assegurou realmente a vida eterna para suas ovelhas. M orrendo

    por todos os que lhe tinham sido confiados pelo Pai, propiciou a ira de Deus.

    Todos aqueles pelos quais Jesus morreu foram verdadeiramente salvospor meio de

    sua morte. Nenhum deles perecer. Essa a graa salvadora de Deus o Filho, h

    dois mil anos.

    A quarta verdade graa irresistvelou vocao irresistvel.O Pai e o Filho en

    viaram o Esprito Santo ao m undo para convencer do pecado, chamar e regenerar

    todos os eleitos. A medida que 0Evangelho proclamado no mundo, o Esprito

    faz um chamado interior especial aos que foram escolhidos pelo Pai. O Esprito

    gera de novo as almas espiritualmente mortas. Ele ressuscita o pecador morto

    do tmulo espiritual. Ele outorga arrependimento e f. O Esprito abre os olhos

    espiritualmente cegos para que vejam a verdade. Abre os ouvidos surdos para que

    ouam a verdade. Abre os coraes fechados para que aceitem a verdade. Ativa as

    verdades mortas para que creiam na verdade. Aplica a morte salvadora de Cristo

    aos coraes dos eleitos. Essa a graa salvadora de Deus o Esprito Santo dentro

    do tempo.

    SALVOS E SEGUROS PARA SEMPRE

    A quinta verdade a perseverana dos santos, ou graa preservadora.A Bblia

    ensina que todos os eleitos so guardados pelo poder do Pai. Nenhum dos esco-

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    I SO

    l - ' U N D A ME N T O S D A G RA A

    lhidos do Pai se perder. Nenhum daqueles pelos quais o Filho morreu perecer.

    Nenhu m dos que foram ou forem regenerados pelo Esprito cair da graa. Todos

    quantos receberam ou receberem a graa salvadora de Deus sero conduzidos para a glria, protegidos e preservados para sempre. A ampla abrangncia da

    salvao j est completa. Indo desde a eternidade passada e at a eternidade fu-

    tura, a salvao acertadamente vista como uma nicaobra da graa. Aqueles que

    Deus escolheu antes do princpio do tempo so aqueles que salvar para sempre

    quando no existir mais o tempo. Todos os eleitos perseveraro porque o prprio

    Deus persevera dentro deles - e os habilita a apresentarem-se inculpveis diante

    do seu trono.

    Esse ensino bblico sobre a salvao revela claramente que a salvao ,

    toda ela,pela graa. Do princpio ao fim cadaaspecto da graa salvadora ddiva

    gratuita de Deus, outorgada soberanamente a pecadores que no a merecem.

    Cada membro da Divindade age em perfeita unidade e harmonia nesse empreen-

    dimento. Primeiro, Deus o Pai escolheu os eleitos, por si e para si, na eternidade

    passada. Segundo, Deus 0 Filho redimiu todos esses escolhidos pelo Pai confia-

    dos a ele. Terceiro, Deus o Esprito Santo regenera esses escolhidos e redimidos.

    Juntas, as trs pessoas - o Pai e o Filho e o Esprito Santo - salvam pecadores.

    Os cinco pontos da salvao bblica se fundem para formar este nico ponto do-

    minante - Deus salva pecadores por sua graa e para sua glria. O que 0pecador

    cado no pode fazer por si mesmo, Deus faz. O que os pecadores humanos nem

    sequer procuram, Deus procura e realiza. O nosso trino Deus ativa, realiza e apli-

    ca a graa salvadora a seus eleitos. Neste esquema, v-se que a salvao dele, por

    ele e para ele (Rm 11.36). Quand o se v a salvao sob essa luz, s ento, pode-se

    dizer: A ele seja a glria para sempre! A m m .

    A LONGA LINHA COMEA AQUI

    E este realmente o ensino da Escritura? O certo que estas verdades teo-

    cntricas foram registradas nas pginas da Palavra por hom ens santos, comeando

    com os rudes profetas e com os reis de Israel ungidos por Deus. Moiss escreveu

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    L o n g a L in h a il c Vul to s P iedosos | 51 |

    os cinco primeiros livros da Bblia, o Pentateuco, ensinando com muita clareza

    as doutrinas da graa divina. Essas mesmas verdades foram redigidas pelos escri-

    tores dos livros histricos e de sabedoria do Antigo Testamento - Josu, Samuel,Esdras, Neemias, Davi, os outros salmistas, e Salomo. Todos os profetas falam

    a uma s voz a respeito delas - Isaas, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oseias, Ams,

    Jonas, Miqueias, Naum, Ageu, Zacarias e Malaquias. Cada um deles fez signifi

    cativa contribuio para o registro inspirado das doutrinas da graa. Depois, no

    Novo Testam ento, a longa linha continuou com o ensino de Jesus nos quatro

    evangelhos, como tambm com os de Pedro, Paulo, Lucas, o autor de Hebreus,

    Tiago, Judas e Joo. A dou trin a da graa soberana estende-se literalm ente de capa

    a capa na Bblia.

    Estas doutrinas que exaltam Deus tambm constituram a posio bem

    estudada e firmemente adotada por um imenso exrcito de hom ens fortes atravs

    dos sculos. Os que abraam essas verdades atualmente podem estar em minoria,

    mas as doutrinas da graa eram a convico daqueles que dirigiam a Igreja Primiti-

    va. Em seguida aos autores bblicos, vieram os pais primitivos da igreja - homens

    como Clemente de Roma, Justino Mrtir, Irineu, Atansio, Agostinho e Jerni-

    mo. Eles as ensinavam crendo que elas esto escritas na Escritura. Depois destes

    homens, muitas luzes brilharam na Idade das Trevas - fiis servos de Deus como

    Gallo, Gostschalk, Pedro Waldo, Anselmo e Thomas de Bradwardine. A seguir,

    antes da aurora da Reforma, houve notveis precursores, como Joo Wycliffe,

    Joo Hus, Savonarola e William Tyndale. Todos esses homens proclamaram alto

    e bom som as doutrinas da graa soberana.

    OS REFORMADORES CERRAM FILEIRAS

    Nos tempos sem precedentes da Reforma, na Europa do sculo dezesseis,

    houve gigantes espirituais que percorriam o Continente, homens destros nas

    Escrituras e instrudos pelo Esprito San to - reformadores como M artinho Lu-

    tero, Martin Bucer, Ulrich Zwnglio, Joo Calvino, Beza, Francisco Turrretino,

    e aqueles que se encontraram na reunio do Snodo de Dort, na Holanda.

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    I SZ I U N D A M E N T O S DA G R A A

    Para um homem, eles eram fortes predestinacionistas. Sem vacilar, estavam

    firmemente comprometidos com as doutrinas da graa soberana. Somente uma

    mensagem to cataltica poderia ter feito a Europa virar de cabea para baixo.Seguindo o despertamento deles, surgiram os reformadores escoceses e

    ingleses - Joo Knox,1John Foxe, John Rogers, Nicho las Ridley, Hugo Latimer,

    e outros semelhantes - homens que mantiveram fulgentemente acesa a tocha

    da verdade nas Ilhas Britnicas. Os testemunhos de muitos deles foram selados

    com sangue, simplesmente porque lutavam na fileira da frente, criam na graa

    soberana de Deus. Depois deles vieram os puritanos, valentes como Thomas Goodwin, Richard Sibbes, Jeremias Burroughs, John Owen, Thomas Watson e

    Matthew Henry. Estes escoceses e ingleses proclamavam um Deus que dispensa

    livremente sua misericrdia salvadora a quem quer. Ao mesmo tempo, foram

    levantados por Deus os Batistas Particulares, que tambm fizeram ressoar a

    nota da graa soberana - Joo Bunyan, Benjamin Keach e John Gil.

    A LONGA LINHA CRUZA O ATLNTICO

    Na providncia de Deus, as verdades das doutrinas da graa logo foram

    transportadas atravs do Atlntico por ho mens que buscavam liberdade religiosa.

    Os Peregrinos eram distintamente calvinistas, pois trouxeram com eles as suas

    Bblias de Genebra e pregavam baseados nelas. Os primeiros lderes coloniais

    eram reformados slidos e leais. Os que fundaram os primeiros estados - ho

    mens como John Winthrop, Thomas Hooker, Roger Williams, Increase Mather

    e Cotton Mather - eram calvinistas, todos eles. Os primeiros colleges americanos

    - Harvard e Yale, eram calvinistas, e foram estabelecidos com a finalidade de

    treinar ministros reformados que deveriam pregar doutrina reformada.

    Qu and o as colnias se tornaram mais firmemente estabelecidas, as chamas

    do avivamento arderam brilhantemente na Nova Inglaterra. Na liderana desse

    movimento, conhecido como o Grande Despertamento, estavam pastores, evan-

    1 Em casos mais conhec i dos , ada p t o o s nomes , com o Joo Knox , Joo Cal v i no , e tc . Tambm adap t o ou t r as fo rmas

    s i mp l es , como Hugh - Hugo . No t a do t r adu t o r .

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    gelistas e educadores calvinistas. Wiliam Tennent, e seus filhos Gilbert e William

    Tennent, foram os importantes lderes presbiterianos que estabeleceram o Log

    Cabin Collegepara instruir e capacitar pastores para pregarem a Bblia. JonathanEdwards, de Northampton, Massachusetts, foi 0mais importante pastor da po-

    ca, e um calvinista estrito da mais elevada ordem. George Whitefield, de Bristol,

    Inglaterra, foi, inquestionavelmente, o mais distinguido evangelista daquele tem-

    po, talvez de qualquer tempo, e seu cerne era reformado. Q uando Harvard e Yale

    sucumbiram na escorregadia encosta do arminianismo, a escola de Princeton

    foi levantada para tornar-se o novo bastio do calvinismo. Foram estabelecidosoutros collegesdistintam ente reformados - Rutgers, D artm outh , e Brown. As ricas

    verdades da graa soberana saturaram o solo das primeiras colnias americanas.

    O calvinismo era a cosmoviso dom inan te naquela poca.

    Com a vinda da Guerra Revolucionria, os pensadores reformados conti

    nuaram a liderar. A forma representativa de governo delineada na Constituio

    simplesmente era a verdade reformada sobre o governo por ancios ou presbte-ros, expandida e aplicada nao. Muitos dos pais fundadores da nao eram

    calvinistas, John Witherspoon inclusive, o nico pastor que assinou a Declarao

    de Independncia. Depois da Guerra Revolucionria, o Segundo Grande Avi

    vamento fulgiu atravs da Nova Inglaterra, com homens chaves como Timothy

    Dwight, presidente de Yale, e Asahel Nettleton, ambos fortes calvinistas, entre os

    lderes da corrente calvinista.

    A TRIUNFANTE MARCHA NA AMRICA

    Quando a jovem nao emergiu, o Seminrio de Princeton foi logo fun-

    dado no campus da universidade. Por mais de cem anos, ele seria a influncia

    dom inan te em prol da verdade evanglica na Amrica. O corpo docente de Prin-

    ceton era um virtual exrcito de eruditos bblicos, cada homem um calvinista

    estrito. Esta linha comeou com o seu fundador, Archibald Alexander, e se es-

    tendeu at sua derradeira voz forte, J. Gresham Machen. Entre o primeiro e o

    ltimo, houve gigantes teolgicos como Charles Hodge, que, em seguida a Jona

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    than Edwards, foi o mais importante telogo da Amrica; J. W. Alexander; J. A.

    Alexander, A. A. Hodge, e o lcido Benjamin B. Warfield, o arquidefensor da f

    e um telogo reformado de altssimo nvel.

    Em meados do sculo dezenove foi fundada a Conveno Batista do Sul. Este

    grupo evanglico, atento s misses e formado em Charleston, Carolina do Sul, esta-

    va destinado a se tornar a maior denominao protestante do mundo. Era um corpo

    de crentes na Bblia fundado por homens inabalavelmente comprometidos com as

    doutrinas da graa. Em seus primeiros cinqenta anos, todos os seus presidentes

    eram calvinistas - William B. Johnson, R. B. C. Howell, Richard Fuller, Patrick Mell,

    e outros. Os fundadores do Seminrio Teolgico Batista do Sul, o primeiro seminrio

    da denominao, criam e ensinavam abertamente as doutrinas da graa. Entre eles es-

    tavam James P. Boyce e John Broadus, que atendiam Princeton, e, mais tarde, Edwin

    Dargan. O Sumrio de Princpios (Abstract of Principles) era - e continua sendo at

    hoje - o padro doutrinrio do Sul, e um documento declaradamente calvinista. O

    fundador do Seminrio Teolgico Batista do Sul, B. H. Carroll, outro homem que

    expunha a eleio incondicional de Deus. O prprio alicerce dessa grande associao

    de igrejas batistas foi lanado sobre a slida rocha da graa soberana.

    Durante o mesmo sculo dezenove, os presbiterianos estavam conseguindo

    um forte e estratgico p de apoio no Sul. Distinguidos telogos e pastores, como

    William S. Plumer, Daniel Baker, Robert L. Dabney, James Henley Thornwell,

    Benjamin Palmer, e John L. Girardeau, deixaram sua marca em suas igrejas e em

    seus alunos com as verdades da graa soberana. Por terem adotado a Confisso

    de F de Westminster, no havia disputas sobre onde pastores e igrejas se posi-

    cionavam teologicamente. No Norte, William G. T. Shedd, vigoroso telogo da

    dogmtica reformada, escreveu substantivos tomos de teologia e serviu de ncora

    das verdades reformadas durante anos.

    A LONGA LINHA ABARCA O GLOBO

    O movimento de maior alcance da histria do mundo, o movimento das

    misses modernas, viu missionrios enviados a todos os cantos e recantos da

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    L o n g a L i n h a d e V u l to s P i e d o s o s | 55 |

    terra no sculo dezenove. Homens vigorosos que eram grandemente calvinistas.

    William Carey, que tem sido chamado pai desse movimento, foi um que abraou

    a graa soberana. Ele acreditava que havia eleitos de Deus em todas as tribos e

    naes ao redor do m undo, e que os servos de Cristo deveriam ir alcan-los com

    o Evangelho. Outros homens de persuaso reformada tambm foram figuras im-

    portantes deste movimento histrico. Missionrios como Luther Rice, Adoniram

    Judson, David Livingstone, Henry Martyn, Robert Moffat, e John Paton se lhes

    seguiriam, todos crentes na graa soberana.

    Retornando ao outro lado do Atlntico, Esccia e Inglaterra, a igreja

    do sculo dezenove tinha um aroma fortemente calvinista, principalmente entre

    os lderes. Na Esccia, alguns dos mais fiis pastores, telogos, evangelistas e mis-

    sionrios que a igreja conheceu foram homens levantados por Deus. Homens

    briosos como Andrew Bonar, Thomas Boston, Robert Murray McCheyne, e Ro-

    bert Candlish pastorearam igrejas. Robert Haldane e James Haldane ajudaram a

    providenciar que o Evangelho fosse propagado fora do pas. Thomas Chalm ers e

    James Buchanan foram brilhantes telogos escoceses, impregnados da doutrina

    reformada, e tambm serviram como pastores. A astuta mente dos escoceses,

    combinada com seu zelo evangelstico e missionrio, fizeram deles homens real-

    mente notveis.

    Nessa mesma poca, dificilmente se poder exagerar sobre o poder do

    plpito dos pregadores calvinistas na Inglaterra. O mais proemin ente de todos

    foi Charles H. Spurgeon, o Prncipe dos Pregadores, um declarado e vido

    calvinista. A influncia reformada deste hom em sobre a igreja foi considervel, e

    continua forte mesmo na presente hora atravs dos seus escritos. Em torno dele,

    noutras igrejas inglesas, havia expositores como Alexander Maclaren, John C.

    Ryle e Charles Simeon, e o notvel protetor dos rfos, George Mueller. Todos

    eles estavam comprometidos com a soberania da graa.

    Na Holanda, onde se reuniu o Snodo de Dort, a proclamao da sobera-

    nia de Deus na salvao do hom em con tinu ou sendo forte, passando pelo sculo

    dezenove e adentrando o sculo vinte. Abrao Kuyper, que veio a ser o primeiro

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    ministro da Holanda, foi uma importante voz em favor das doutrinas da graa.

    Telogos holandeses notveis como Herman Bavinck, G. C. Berkouwer e Louis

    Berkhof deixaram sua marca nas mentes evanglicas por meio da pgina impres

    sa. William Hendriksen e Simon Kistemaker, ambos de antecedentes holandeses,

    tambm nos legaram uma obra e tanto em sua srie intitulada New Testament

    Commentary(Comentrio do Novo Testamento).

    A GRANDE PARADA ESTENDE-SE AT O PRESENTE

    Tudo o que foi dito nos traz queles homens piedosos levantados maisrecentemente por Deus, os quais tm sustentado fielmente as verdades bblicas

    relacionadas com a graa soberana. Na primeira metade do sculo vinte, a pro-

    lfica pena de A. W. Pink foi um instrumento excepcional para a propagao

    destas altas doutrinas. John Murray, presidente do Seminrio Teolgico West-

    minster, ajudou a preparar vrias geraes de pastores, escritores e missionrios

    calvinistas. Donald Grey Barnhouse, pastor da Dcima Igreja Presbiteriana deFiladlfia, calvinista firmemente convicto, tornou se o expositor americano mais

    popular da dcada de 50. D. Martyn Lloyd-Jones, pastor da Westminster Chapei,

    de Londres, veio a ser 0 expositor ingls mais popular do sculo vinte. James

    Montgomery Boice, sucessor de Barnhouse na Dcima Igreja Presbiteriana, foi

    o mais importante pastor e defensor do calvinismo do sculo vinte. At o dia de

    hoje, esses escrupulosos ministros, deixaram uma indelvel marca sobre 0 pen-samento teocntrico de incontveis legies de pastores e lderes eclesisticos dos

    tempos modernos.

    Esta presente hora no est sem campees da graa soberana. Entre eles h

    valentes guerreiros que pugnam pela verdade como R. C. Sproul, fundador dos

    ministrios Ligonier, e D. James Kennedy, fundador da Evangelizao Explosiva

    (Evangelism Explosion). A influncia mundial do plpito expositivo de John Ma

    cArthur, pastor da Grace Community Church, Los Angeles, incomparavelmente

    imensa enquanto ele expe essas verdades para que todos a ouam. O apaixo

    nado zelo de John Piper, pastor da Bethlehem Baptist Church, Minneapolis, est

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    L o n g a I i n lm 1/c I 'uli os I'lutloso. ! | 57 |

    influenciando atualmente toda uma gerao utilizando a sua pena e a sua voz

    para proclamar a supremacia de Deus na salvao do homem. R. Albert Mohler,

    presidente do Sem inro Teolgico Batista do Sul, assoma como um a fonte deinfluncia de altssimo nvel sobre a prxima gerao de pastores, contagiando-os

    com uma alta viso de Deus. Estes so apenas alguns dos atuais homens notveis

    que so calvinistas na doutrina e fortes na influncia que exercem.

    DEUS LEVANTA OS SEUS HOMENS

    Como foi que cada um destes homens veio para o cenrio da histria

    humana? No tenhamos dvida, o prprio Deus, o soberano Senhor da his-

    tria, que levanta cada gerao de lderes espirituais para se juntarem a esta

    longa linha de homens piedosos. Deus, o determinador da histria, prepara

    0 homem para a hora e a hora para o homem. Como o nico edificador da

    sua igreja, o Senhor Jesus Cristo designa o tempo quando e o lugar onde cada

    homem se ver no grande palco da histria. Com gnio infinito e propsito

    perfeito, Cristo escolhe so beranamente os seus homens (Jo 15.16), chamando-

    -os desd