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FUNDAMENTOS DE DIREITO EMPRESARIAL Prof. Hermes da Fonseca Aula – 03 mai. 2010 O EMPRESÁRIO E OS DIREITOS DO CONSUMIDOR REGULAÇÃO DAS RELAÇÕES DE CONSUMO Antes do CDC (Lei n. 8.078/90) As relações e contratos entre empresários e consumidores eram reguladas pelo Código Comercial (1850) – quando tinham natureza mercantil – ou pelo Código Civil (1916), em caso contrário. Após o CDC (Lei n. 8.078/90) As relações e contratos de consumo passaram a ter uma lei própria – Lei n. 8.078/90 –, chamada Código de Defesa do Consumidor (CDC). APLICA-SE O CDC sempre que há relação de consumo Contrato de compra e venda Aplica-se o CDC sempre que houver relação de consumo. Aplica-se o Código Civil (arts. 481 a 504) sempre que não houver relação de consumo (o comprador não for destinatário final da coisa negociada). conforme varie a legislação que rege a relação jurídica há conseqüências quanto aos direitos do comprador, quanto aos prazos para exercício dos direitos, quanto às obrigações do vendedor, quanto às garantias, quanto às cláusulas do contrato etc.

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0O EMPRESÁRIO E OS DIREITOS DO CONSUMIDOR

REGULAÇÃO DAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Antes do CDC(Lei n. 8.078/90)

As relações e contratos entre empresários e consumidores eram reguladas pelo Código Comercial (1850) – quando tinham natureza mercantil – ou pelo Código Civil (1916), em caso contrário.

Após o CDC(Lei n. 8.078/90)

As relações e contratos de consumo passaram a ter uma lei própria – Lei n. 8.078/90 –, chamada Código de Defesa do Consumidor (CDC).

APLICA-SE O CDC

sempre que há relação de consumo

Contrato de compra e

vendaAplica-se o CDC

sempre que houver relação de consumo.

Aplica-se o Código Civil (arts. 481 a 504)

sempre que não houver relação de consumo (o comprador não for destinatário final da coisa negociada).

conforme varie a legislação que rege a relação jurídica há conseqüências quanto aos direitos do comprador, quanto aos prazos para exercício dos direitos, quanto às obrigações do vendedor, quanto às garantias, quanto às cláusulas do

contrato etc.

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0CONCEITOS

é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.(art.2 do CDC).

Equiparam-se ao consumidor (isto é, pode-se valer das mesmas regras de proteção ao consumidor):Art.2º, parágrafo único - Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que hajam intervindo nas relações de consumo.

Art. 17 - Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.

Art.29 - Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.

é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. (art. 3º).FO

RNEC

EDO

RCO

NSU

MID

OR

Fornecedor

pessoa física, jurídica ou ente despersonificado, pública ou privada, nacional ou estrangeira.

que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços

RELAÇÃO DE CONSUMO

Consumidor

pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.

equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.

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CONCEITOS Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. (art, 3º, §

1º).

Produtos:

duráveis: que não se extingue com o mero consumo (eletrodomésticos, automóveis, etc.) não-duráveis: que se extinguem com o consumo (alimentos, bebidas, etc.) essenciais: bens sem os quais o consumidor não pode passar (alimentos, vestuário, etc.)

CDC, art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo

Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações trabalhistas (art. 3º, § 2º).

Serviços:

duráveis: aqueles que persistem no tempo (pintura da casa, implante de um dente, etc.) não-duráveis: aqueles que se extinguem instantaneamente ou tem curta duração de aproveitamento (lavagem do carro, atendimento pelo garçom, etc.) essenciais: serviços sem os quais o consumidor não pode passar (fornecimento de energia elétrica, transporte, etc.).

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Princípios de proteção ao consumidor

Vulnerabilidade do consumidor

princípio maior – o consumidor é hipossuficiente, razão pela qual merece proteção do Estado. a fragilidade técnica e econômica diante do fornecedor, justifica a intervenção legal e de instrumentos protetores por parte do Estado. a presença do Estado objetiva equilibrar a relação entre consumidor e fornecedor.

Boa-fé espera-se, na relação contratual, que ambas as partes negociem de boa-fé, sem utilização da torpeza e engano consciente uma em relação á outra.

Coibição de abusos

o Estado deve não apenas reprimir os atos abusivos, punindo infratores e estabelecendo os devidos ressarcimentos, mas também adotando medidas preventivas, para que não ocorram novas práticas abusivas (lesivas aos consumidores) , como concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais.

Incentivo ao autocontrole

estímulo à criação de organização civis de controle das relações de consumo.

1.Controle de qualidade e segurança de produtos no mercado, visando diminuir atritos entre fornecedor e consumidor.2.Incentivo ao recall - medida pela qual o fornecedor de produtos em massa chama os consumidores para a substituição de produtos com defeito, correndo as despesas de substituição por conta do fornecedor.3.Criação de centros e serviços de atendimento ao consumidor por parte dos empresários, resolvendo de modo direto a reclamação ou queixa contra o produto ou serviço.

Conscientização do consumidor e

do fornecedor

realização de campanhas públicas de conscientização do consumidor e do fornecedor, com vistas á diminuição dos conflitos na justiça.

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Princípios de proteção ao consumidor

Irrenunciabilidade de direitos

são nulas as cláusulas que importem, tácita ou expressamente, renúncia pelo consumidor dos direitos que lhe são assegurados.- é nula a desconsideração do direito de optar pelo reembolso da quantia paga, quando autorizado por lei.- impossibilidade de inversão do ônus da prova em detrimento do consumidor.- proibição da transferência de responsabilidade.- impossibilidade de arbitragem necessária.- invalidade de cláusulas em desacordo com o CDC.

qualquer cláusula que importe limitação ou frustração dos direitos do consumidor, mesmo que assinada ou inserida e contrato de adesão será nula.

Equilíbrio contratual

a eqüidade nas relações de consumo é um dos valores fundamentais no sistema de proteção do consumidor. são nulas as convenções que resultem em oneração excessiva para o consumidor, que possam resultar em alteração unilateral das condições estabelecidas ou exigências injustificáveis praticadas pelo empresário.

Transparência

o consumidor deve ter prévio e completo conhecimento da exata extensão das obrigações contraídas por ele e pelo empresário. o consumidor não estará vinculado se não lhe for prestada ciência prévia do conteúdo do instrumento de contrato ou se este for feito de modo a dificultar a sua compreensão. as mensagens de publicidade levadas a efeito por qualquer meio integram o contrato. os contratos de adesão devem ser redigidos de forma clara e compreensível, destacadas as cláusulas que limitem os direitos do consumidor transparência = possibilidade de o consumidor ter acesso às informações relativas às condições do negócio que está sendo realizado ou se pretende realizar.

Interpretação favorável ao consumidor

sendo o contrato elaborado unilateralmente pelo fornecedor, a sua interpretação deve favorecer o consumidor, de modo que eventual tentativa de redação ambígua ou obscura do contrato se torne ineficaz. se houver mais de uma interpretação possível, deverá ser adotada a que mais favorecer o consumidor.

Execução específica dos

cont. de consumo

o juiz pode adotar toda e qualquer medida que viabilize o atingimento do efeito concreto pretendido pelas partes.

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0FORNECIMENTO

FORNECIMENTO PERIGOSO quando da utilização dos produtos ou serviços decorre dano,

motivado por inadequação ou insuficiência das informações prestadas pelo fornecedor sobre os riscos a que se expõe o consumidor (riscos à vida, à saúde ou à integridade física).

DEFEITUOSO quando o produto ou serviço apresenta alguma impropriedade danosa ao consumidor/ o defeito não decorre de má-utilização decorrente de informação inadequada ou insuficiente, mas de problema próprio do produto ou serviço

(ex.: erro no evasamento do refrigerante com concentração de gás que resulta em explosão do recipiente com ferimentos ao consumidor).

VICIADO quando o produto ou serviço apresenta alguma impropriedade da qual não decorre dano considerável ao consumidor, mas há vício de quantidade ou vício de qualidade.

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0FORNECIMENTO PERIGOSO Se o produto ou serviço não apresentar defeitos e o consumidor fizer uso

inadequado que lhe resulte danos, haverá possibilidade de alegar fornecimento perigoso?

• Informação adequada• Informação suficiente

Há produtos cujos riscos à saúde ou à segurança dos consumidores são tolerados, por serem “normais e previsíveis, em decorrência de sua natureza e fruição”, desde que devidamente e suficientemente informados ao consumidor (ex.: facas podem ser letais).

São as características próprias do produto que o fazem ser mais ou menos seguro?

• Suficiência e adequabilidade das informações prestadas.

Sempre que o fornecedor de produtos e serviços tiver conhecimento da periculosidade do objeto comercializado deve informar, custeando os gastos empenhados nesse fim, as autoridades e informar, por anúncios publicitários (na imprensa, rádio e televisão).

Quando houver fornecimento defeituoso será preciso provar a culpa (negligência, imprudência ou imperícia) do fornecedor?

• Direito do consumidor – responsabilidade objetiva = a obrigação de indenizar os consumidores pelos danos causados existe independentemente de culpa.

Para os efeitos de responsabilização por danos causados à saúde e segurança dos consumidores , são equiparadas ao consumidor todas as vítimas do evento.

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0FORNECIMENTO PERIGOSO

Quando há serviço defeituoso?

• O serviço será defeituoso quando não fornecer a segurança que o consumidor dele poderia esperar, considerando:

a) o modo de seu fornecimento; b) o resultado e os riscos que dele razoavelmente se pode esperar; c) a época em que foi fornecido.

Quando o fornecedor de serviços poderá deixar de ser responsabilizado?

• quando prova que:

a) prestado o serviço, o defeito não existe; b) a culpa é exclusiva do consumidor ou de terceiro.

Há responsabilização diferenciada em relação aos profissionais liberais?

• Responsabilidade a ser apurada por meio de culpa (negligência, imprudência ou imperícia).

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0FORNECIMENTO DEFEITUOSO

Quando há fornecimento defeituoso?• Defeito próprio do produto (não se trata de falta de informação ou de informação inadequada).Quando há fornecimento defeituoso qual o tipo da responsabilização do

fornecedor?• Objetiva – independe da existência ou não de culpa.O fornecedor pode deixar de ser responsabilizado em caso de fornecimento

defeituoso?• Exclui-se a responsabilidade, quandoa) prova de que não houve fornecimento (verificado o defeito, o produto foi separado para

inutilização; mas, antes desta, terceiros o furtaram e disponibilizaram no mercado);b)inexistência do defeito (situação em que os danos somente podem ser atribuídos a outros fatores,

como força maior ou caso fortuito posteriores ao fornecimento);c)culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro (se a culpa for concorrente, não exonera a

responsabilidade do fornecedor).O empresário que se dedica ao comércio pode ser responsabilizado por

fornecimento defeituoso?• Poderá, nas seguintes situações:a)o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser

identificados;b)houver fornecimento de produto sem identificação clara do fabricante, o

construtor, o produtor ou o importador ;c)não conservar adequadamente os produtos perecíveis.

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0FORNECIMENTO VICIADO

Quando há fornecimento viciado?• Quando o produto ou serviço apresenta alguma impropriedade da qual não decorre dano

considerável ao consumidor.

• Impropriedade – poderá ser defeito ou vício

Quando há fornecimento defeituoso o que o consumidor pode fazer?

1. Desfazer o negócio, com devolução dos valores pagos, devidamente corrigidos.2. Reduzir proporcionalmente o preço.3. Eliminar o vício, se necessário com substituição do produto ou reexecução do serviço.

Quais as espécies de vícios de consumo?

• vício de quantidade e vício de qualidade.

•defeito: quando causar dano considerável ao consumidor (“acidente de consumo)

• vício: quando não causar dano considerável ao consumidor

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0FORNECIMENTO VICIADO

1.Vício de qualidade do produto: quando o produto é impróprio para o consumo ou tem impropriedade que lhe reduz o valor, ou se há disparidade entre a realidade do produto e as informações do fornecedor.

Produto impróprio: quando vencido o prazo de validade; quando há adulteração (falsificação); quando há alteração; quando há avaria (danos causados por deterioração de transporte); inobservância das normas técnicas ou, se por qualquer razão, não atende às finalidades a que se destina.

Quando de vício de qualidade, o fornecedor tem o direito de tentar sanar a impropriedade do produto,

inexistindo esse direito quando:

o produto for essencial (obrigado a contratar) ao consumidor ; ou a eliminação do vício não for possível sem o comprometimento da eficácia, das

características ou do valor do produto.

há vício de qualidade do serviço se este é inadequado para o fim que razoavelmente dele se espera ou houve inobservância das normas regulamentares para a sua prestação.

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0FORNECIMENTO VICIADO

2. Vício de quantidade: quando o conteúdo líquido é inferior às indicações do rótulo, embalagem ou publicidade, salvo as variações próprias de sua natureza.

O consumidor, pode , nesse caso, pleitear de imediato o saneamento mediante complementação do peso ou medida, ou devolução dos valores já pagos ou redução proporcional do preço.

Prazo para reclamar dos vícios (CDC, art. 26):

Produtos e serviços não-duráveis – 30 diasProdutos e serviços duráveis – 90 dias

oContagem do prazo: inicia-se da entrega efetiva do produto ou do término da execução do serviço.

oVício oculto: o prazo se inicia no momento em que ficar evidenciado o defeito ou vício.

oPrazo para responsabilização do fornecedor por danos causados – 5 anos, a serem contados da data do conhecimento do dano e da sua autoria (CDC, art. 27).

oPrazo para desistência do contrato: 7 dias, contados da assinatura do contrato ou do recebimento do produto ou serviço (quando a contratação de produtos ou serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial (vendas por telefone ou a domicílio).

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Publicidade

Publicidade simulada

quando a publicidade procura ocultar o seu caráter de propaganda, sem que o consumidor possa perceber clara e imediatamente, adotando as cautelas próprias diante natureza essencialmente parcial da mensagem.

Ex.: inserção, em jornais ou periódicos, de propaganda com aparência externa de reportagem, ou a subliminar, captável pelo inconsciente, mas imperceptível ao consciente.

não há sanção pela prática de publicidade simulada.

Publicidade enganosa

capaz de induzir o consumidor em erro.

não é necessário dolo do fornecedor para se caracterizar a enganosidade.

“é enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.” (art. 37, par. 1º do CDC).

enganosa por omissão é a publicidade que deixa de informar dado essencial do produto ou serviço.

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Publicidade abusiva

agride valores, podendo se caracterizar com conteúdos racistas, sexistas, xenófobos, discriminatórios e lesivos ao meio ambiente.

“é abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite a violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeite valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.” (art. 37, par. 2º do CDC)

palavrões, nudez e erotismo não são, necessariamente, abusivos, dependendo do contexto de sua apresentação pelo anúncio.

Responsabilidade quanto à publicidade

a veiculação de publicidade enganosa ou abusiva gera responsabilidade civil, penal e administrativa.

quem promover a publicidade fica obrigado a indenizar – material e moralmente – o consumidor, além de responder criminalmente e ter de veicular contrapropaganda que desfaça os efeitos do engano ou abuso.

o empresário que, mesmo não sendo o veiculador da publicidade enganosa ou abusiva, a reforça e endossa, fica vinculado e obrigado quanto à responsabilização.

se o empresário se negar a cumprir o conteúdo veiculado pela publicidade (exceto quando de publicidade abusiva), o consumidor pode exigir: a) observância estrita das condições anunciadas; b) optar por produto semelhante; ou c) resolver o contrato com indenização.