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Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho€¦ · Autor(a): Anja Kerstin Pereira Bernardes Co-autor(a): Letícia Chaves Piloto Orientador(a): Prof. Dr. Marcele Pescuma Capeletti Padula

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Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho

Faculdade de Ciências Médicas da

Santa Casa de São Paulo

XXXXVV FFÓÓRRUUMM DDEE

IINNIICCIIAAÇÇÃÃOO CCIIEENNTTÍÍFFIICCAA

PPIIBBIICC//CCNNPPqq ee IINNIICCIIAAÇÇÃÃOO CCIIEENNTTÍÍFFIICCAA –– FFCCMMSSCCSSPP

22001166//22001177

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APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS CONTEMPLADOS COM BOLSA PIBIC/CNPq e INICIAÇÃO CIENTÍFICA FCMSCSP

VIGÊNCIA – 2016/2017

COMISSÃO CIENTÍFICA DA FCMSCSP

Profa. Dra. Andrea Vieira - Membro Titular

Prof. Dr. Igor Bastos Polonio - Membro Titular

Profa. Dra. Kátia de Almeida - Membro Titular

Profa. Dra. Lígia Andrade da Silva Telles Mathias - Membro Titular

Profa. Dra. Luciana Malavolta Quaglio - Membro Titular

Profa. Dra. Marcele Pescuma Capelletti Padula - Membro Titular

Prof. Dr. Marcelo Benedito Menezes - Membro Titular

Prof. Dr. Marcelo Jenné Mimica - Membro Titular

Profa. Dra. Maria Amélia Mascena Veras - Membro Titular

Profa. Dra. Maria Fernanda Silber Caffaro - Membro Titular

Prof. Dr. Paulo Augusto Ayrosa Galvão Ribeiro - Membro Titular

Prof. Dr. Pedro Paulo Chieffi - Membro Titular

Prof. Dr. Pedro Shiozawa - Membro Titular

Profa. Dra. Vera Lúcia dos Santos Alves - Membro Titular

Profa. Dra. Wilma Carvalho Neves Forte - Membro Titular

Prof. Dr. Wagner Ricardo Montor - Presidente

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O XXV Fórum de Iniciação Científica da FCMSCSP é o momento de coroamento do

trabalho de todo um ano, desempenhado por nossos alunos, pesquisadores, professores e

orientadores.

Agradecemos à Diretoria da FCMSCSP e aos orientadores pelo apoio recebido assim

como aos consultores do CNPq que participaram desde a seleção até a avaliação final dos

trabalhos.

A Comissão Científica espera que este seja o início de uma carreira de sucesso para

nossos jovens pesquisadores.

Comissão Científica da FCMSCSP

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PP RR OO GG RR AA MM AA ÇÇ ÃÃ OO

Dia: 25 de outubro de 2017.

Local: Anfiteatro Paulo Ayrosa, Anfiteatro Emílio Athiê e Auditório Prof. Dr. Orlando J. Aidar

Horário: das 10:00 às 13:00 horas – Apresentação Oral dos Trabalhos Contemplados para a Comissão Externa de Avaliação do PIBIC/CNPq e IC-FCMSCSP – Vigência 2016/2017 e a Comissão Científica da Faculdade. O Comitê Externo de Avaliação do CNPq será constituído por: Prof. Dr. Fernando Rodrigues de Moraes Abdulkader

Professor do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Profa. Dra. Fernanda Ortis

Professora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Profa. Dra. Luciana Venturini Rossoni

Professora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

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TRABALHOS

RELAÇÃO DOS TRABALHOS CONTEMPLADOS Bolsas PIBIC/CNPq e IC – FCMSCSP

Vigência - 2016/2017 Apresentação Oral

Comitê Externo: Prof. Dr. Fernando Rodrigues de Moraes Abdulkader

1. Sintomas relacionados ao tratamento antineoplásico na infância: a perspectiva dos pais. Ator(a): Carolina Fonseca Alencar Co-Autor(a): Fernanda Machado Silva Rodrigues Orientador(a): Prof. Dr. Marcele Pescuma Capeletti Padula 2. Fatores que influenciam no desmame ventilatório precoce de pacientes coronariopatas submetidos à cirurgia cardíaca. Autor(a): Thomas Yogo Mendonça Alves Orientador: Profa. Dra. Vera Lúcia dos Santos Alves

3. Análogos do GnRh e hipertensão Intracraniana benigna. Autor(a): Maya Chaimovitz Silberfeld Orientador(a): Prof. Dr. Carlos Alberto Longui

4. Análise da força muscular respiratória em adolescentes obesos. Autor(a): Rebecca Luguera Copin Tenório Orientador(a): Profa. Dra. Vera Lúcia dos Santos Alves 5. Violência doméstica e os diferentes graus de vulnerabilidade social do centro de São Paulo. Autor(a): Luiza Arcas Gonçalves Co-autor(a): Diego Ruan Coutinho de Lima Orientador(a): Profa. Dra. Rita de Cássia Barradas Barata 6. Déficits de autocuidado relacionados à reeducação intestinal na esclerose múltipla. Autor(a): Anja Kerstin Pereira Bernardes Co-autor(a): Letícia Chaves Piloto Orientador(a): Prof. Dr. Marcele Pescuma Capeletti Padula 7. Aspectos clínicos e epidemiológicos dos tumores de pele: proposta de ações preventivas e educativas de enfermagem. Autor(a): Andreza de Fatima Ribeiro Bianco Orientador(a): Profa. Dra. Lívia Keismanas de Ávila 8. Experiências e necessidades dos pais quanto às informações recebidas durante o tratamento oncológico de seus filhos Autor(a): Karoline dos Santos Rodrigues Moraes

Orientador(a): Profa. Dra. Marcele Pescuma Capeletti Padula

9. A hipóxia e a disfunção mitocondrial como mecanismos centrais da neuropatologia da esquizofrenia: estudos em um modelo farmacológico de pré-eclâmpsia. Autor(a): Leonardo de Moura Volpi Orientador(a): Profa. Dra. Tatiana Rosado Rosenstock

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10. Avaliação de possíveis inibidores de fibrilas amiloidais. Relevância para o estudo de doenças amiloidogênicas. Autor(a): Letícia Yuki Matatsushita Orientador(a): Profa Dra. Luciana Malavolta Quaglio 11. Estratégias familiares na manutenção de vínculo com crianças em desmame precoce. Autor(a): Julianye Cristhine Trombim Reis Orientador(a): Profa. Dra. Lívia Keismanas de Ávila 12. Perfis dos modos de vida frente à saúde de discentes e docentes universitários: padrão alimentar e estado nutricional. Autor(a): Kryssia Marton Prete Co-autor(a): Damaris Pereira Carvalho Orientador(a): Profa. Dra. Márcia Regina Car 13. Perfil Epidemiológico, clínico e desfecho dos pacientes submetidos a neurocirurgia por Traumatismo Crânio Encefálico por acidente de moto. Autor(a): Caroline Cristine da Cruz Orientador(a): Profa. Dra. Camila Waters 14. A importância da degradação mitocondrial para a neuroproteção em diferentes modelos celulares da esclerose lateral amiotrófica. Autor(a): Pedro de Souza Lucarelli Antunes Orientador(a): Profa. Dra. Tatiana Rosado Rosenstock 15. Conhecimento dos docentes enfermeiros de um curso de enfermagem sobre tratamento vital. Autor(a): Nathalia Marques Fernandes Orientador(a): Profa. Dra. Maria do Carmo Querido Avelar 16. Prevalência do uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas na população de moradores de rua do centro de São Paulo. Autor(a): Diego Ruan Coutinho de Lima Co-Autor(a): Luiza Arcas Gonçalves Orientador(a): Profa. Dra. Rita de Cássia Barradas Barata 17. Avaliação do efeito de peptídeos antioxidantes em ratos submetidos ao modelo experimental de epilepsia induzido por pilocarpina. Autor(a): Angela Hyun Ji Kim Co-Autor(a): David Ramos da Silva

Orientador(a): Profa. Dra. Luciana Malavolta Quaglio

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RELAÇÃO DOS TRABALHOS CONTEMPLADOS Bolsas PIBIC/CNPq e IC – FCMSCSP

Vigência - 2016/2017 Apresentação Oral

Comitê Externo: Profa. Dra. Fernanda Ortis

1. Avaliação da atividade cardiovascular do extrato aquoso dos frutos da campomanesia phaea (cambuci) em ratos. Autor(a): Luana Rotta Wczassek Orientador(a): Profa. Dra. Maria Thereza Gamberini 2. Avaliação epidemiológica das fraturas explosão da coluna toracolombar pela nova classificação A.O. Spine. Autor(a): Annelise Akemi Higa Lee Co-autor(a): Karla Cristina Monteiro da Silva Orientador(a): Prof. Dr. Robert Meves 3. Investigação do efeito da Synadenium grantii na inibição de proliferação de células tumorais de mama. Autor(a): Julia Salles Oliveira Orientador(a): Prof. Dr. Wagner Ricardo Montor 4. Identificação e localização anatômica de células tronco tumorais no melanoma acral lentiginoso. Autor(a): Isis De Vito Izzo Ferreira Orientador(a): Profa. Dra. Fabiana Henriques Machado de Melo 5. Abuso e mau uso vocal: comparação da qualidade vocal e queixas em discentes de medicina antes e depois de uma competição esportiva. Autor(a): Izabelle Regina Vasconcelos Silva Orientador(a): Profa. Dra. Marta Assumpção Andrade e Silva 6. Uso dos cartões FTA como método de armazenamento e estudo molecular de amostras obtidas a partir de punções aspirativas de tumores pancreáticos. Autor(a): Beatriz Rizkallah Alves Co-Autor(a): Beatriz Rainho Marsal Orientador(a): Prof. Dr. Mauro Tadeu Ajaj Saieg 7. Acesso a serviços da saúde e desfechos da população trans do Estado de São Paulo. Autor(a): Otávio Lopes Ribeiro Fiorotto Co-autor(a): Gustavo Hideki Orikasa Orientador(a): Profa. Dra. Maria Amélia de Sousa Mascena Veras 8. Avaliação de atividade sinérgica antimicrobiana em cepas de Staphylococcus aureus de preparações da Bacchoris dracunculifoia DC. (alecrim do campo) e própolis verde com fármacos antimicrobianos. Autor(a): Gabriela Tomaz Martinho Co-autor(a): Giulia Marchetti Orientador: Prof. Dr. Marcelo Jenné Mimica 9. Avaliação de mutações em pacientes com perda aditiva, atendidos na Santa Casa de São Paulo. Autor(a): Giovanna Fernanda Eblak Orientador(a): Profa. Dra. Mylene Neves Rocha

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10. Uso de um método simples e barato de telecitopatologia para avaliação remota de amostras de punções aspirativas de tireoide. Autor(a): Caroline Tamaro Co-Autor(a): Camila Moura de Mendonça Costa Orientador(a): Prof. Dr. Mauro Tadeu Ajaj Saieg 11. Experiência dos pais de crianças com leucemia em terapia de indução: a volta para casa. Autor(a): Caroline Souza Gomes Bernardo Orientador(a): Profa. Dra. Danielle Freitas Alvim de Castro 12. Contribuição da disfunção da síntese do óxido nítrico e de seu cofator, a tetrahidrobiopterina, no desenvolvimento dos carcinomas de mama receptor de estrógeno positivo e negativo. Autor(a): Andrei Ronaldo Oliveira Silva Escatin Salas Orientador(a): Profa. Dra. Fabiana Henriques Machado de Melo 13. Avaliação da colonização do receptor B2 para bradicinina e placas amiloides em modelo animal da doença de Alzheimer. Autor(a): João Vinícius Alcântara Cheloni Souza Orientador(a): Prof. Dr. Hudson de Souza Buck 14. Caracterização fenotípica de enterococcus spp isolados no sangue e correlação do estado do portador em infecção por VRE. Autor(a): Morgana Barros Aboud Orientador(a): Profa. Dra. Marinês Dalla Valle Martino 15. Colonização por Staphylococcus aureus em marinas anteriores a orofaringe em pacientes pediátricos com sepse. Autor(a): Heloisa Gabriel Tersariol Co-autor: Alliny Oliveira Carvalho Galvan Orientador(a): Prof. Dr. Marcelo Jenné Mimica 16. Desempenho de linguagem em afasia de expressão após a intervenção com a terapia de entonação melódica. Autor(a): Greyce Kelly Franzon dos Santos Oreintador(a): Profa. Dra. Michele Devido dos Santos 17. Efeito da aromaterapia com óleo essencial de lavanda (lavandula angustifolia) na reconsolidação de memórias aversivas em camundongos. Autor(a): André Marcelli Ruzzi Orientador(a): Prof. Dr. Jair Guilherme dos Santos

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RELAÇÃO DOS TRABALHOS CONTEMPLADOS Bolsas PIBIC/CNPq e IC – FCMSCSP

Vigência - 2016/2017 Apresentação Oral

Comitê Externo: Profa. Dra. Luciana Venturini Rossoni

1. Avaliação de parâmetros nutricionais nos doentes com pancreatite aguda. Autor(a): Bruna do Nascimento Santos Orientador(a): Prof. Dr. Tércio de Campos 2. Avaliação da proteína C relativa (PCR) como fator prognóstico nos pacientes com linfoma de Hodgkin da Santa Casa de São Paulo. Autor(a): Allana Maria Gomes Giordano Co-autor(a): Raquel Cavarge Martins Orientador(a): Prof. Dr. Carlos Sérgio Chiattone 3. Análise do efeito bactericida do ôzonio sobre bactérias multirresistentes - Acinetobacter sp. Autor(a): Daniel Braga Massarollo Orientador(a): Prof. Dr. Rodrigo Altenfelder Silva 4. Distração comportamental com uso de aplicativo de tablet no pré-anestésico de crianças submetidas a procedimento de imagem. Autor(a): Felipe Patrezze Nunes Co-Autor(a): Lucas Saade Fernandes Orientador(a): Profa. Dra. Débora de Oliveira Cumino 5. A avaliação do funcionamento sexual feminino em pacientes com diagnóstico de linfoma de Hodgkin após tratamento quimioterápico. Autor(a): Bárbara Tannús Franco Orientados(a): Prof. Dr. Carlos Sérgio Chiattone

6. Profilaxia de infecções relacionadas à derivação ventriculoperitoneal. Autor(a): Gabrielle Madeira de Almeida Co-autor(a): Alexandre Welikow Orientador(a): Prof. Dr. Américo Rubens Leite dos Santos 7. Avaliação clínica e perfil de suscetibilidade das enterobactérias produtoras de carbapenemases isoladas em casos pediátricos de infecção de correntes sanguíneas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Autor(a): Fernanda Kochi Orientador(a): Profa. Dra. Flávia Jacqueline Almeida 8. Uso da medição Everolimus em pacientes com linfoma Hodgkins refratário. Autor(a): Raquel Cavarge Martins Co-autor(a): Allana Maria Gomes Giordano Orientador(a): Prof. Dr. Carlos Sérgio Chiattone 9. Perfil do idoso para catarata. Autor(a): Rodrigo Jaqueto Nomura Co-autor(a): Marcela Rodrigues Santos do Nascimento Orientador(a): Profa. Dra. Lígia Andrade da Silva Telles Mathias

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10. Avalição dos sintomas depressivos e da cognição em pacientes submetidos à estimulação do nervo trigêmeo para o tratamento de fibromialgia. Estudo clínico fase II, randomizado, duplo-cego. Autor(a): Affonso Jonathan Moro Co-autor(a): Bernardo Procaci Kestelman Orientador(a): Prof. Dr. Marcelo Vaz Perez 11. Triagem auditiva neonatal e o HIV. Autor(a): Juliana Coutinho da Silva Co-autor(a): Suenia de Jesus Oliveira Orientador(a): Prof. Dr. Osmar Mesquita de Sousa Neto

12. Investigação microbiológica entre diferentes indumentárias em hospital escola. Autor(a): Marina Pelicice Marcato Orientador(a): Prof. Dr. Fernando de Andrade Quintanilha Ribeiro 13. Avaliação de parâmetros hepáticos nos doentes com pancreatite aguda. Autor(a): Rodrigo de Almeida Mastrorosa Co-autor(a): Angelo Chelotti Duarte Orientador(a): Prof. Dr. Tércio de Campos 14. Gabapentina, Pregabalina e Midazolam: Profilaxia de náuseas de vômitos pós-operatórios em pacientes submetidos a colecistectomia videolaparoscópica. Autor(a): Juliana do Carmo Fazzolari – 4º ano Medicina Co-autor(a): Fábio Hideki Nishi Eto – 4º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Lígia Andrade da Silva Telles Mathias 15. Percepção dos agentes comunitários de saúde e identificação das pessoas com deficiência na atenção básica. Autor(a): Mariana Piassa – 3º ano Fonoaudiologia Co-autor(a): Gabriela dos Santos Vera Ortiz – 7º Semestre Enfermagem Orientador(a): Profa. Dra. Adriana Limongeli Gurgueira 16. Correlação entre leucemia linfocítica crônica e mielofibrose. Autor(a): Isabella Coutinho Pinto Orientador(a): Prof. Dr. Carlos Sérgio Chiattone 17. O reconhecimento das necessidades em saúde das mulheres sob a percepção do movimento de mulheres no município de São Paulo. Autor(a): Marcella Neiva Romero Orientador(a): Profa. Dra. Maria Fernanda Terra

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RESUMO DOS TRABALHOS Comitê Externo: Prof. Dr. Fernando R. de Moraes Abdulkader

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Nome do trabalho: Sintomas relacionados ao tratamento antineoplásico na infância e adolescência: a perspectiva dos pais. Autor: Carolina Fonseca Alencar Orientador: Prof. Dra. Marcele Pescuma Capeletti Padula

RESUMO

Introdução: O câncer infanto-juvenil caracteriza-se pela multiplicação de células anormais que pode ocorrer em qualquer local do corpo e

atinge indivíduos na faixa etária de 0 a 19 anos. Na maioria das vezes é resultado de modificações no DNA que ocorrem durante a vida ou

que tem origem embrionária(1)

. As leucemias são o tipo de neoplasias mais frequente na infância seguidos dos linfomas e tumores do sistema

nervoso central(1)

. A escolha do tratamento é feita de forma racional e individualizada para cada neoplasia e de acordo com complexidade da

doença(2)

. O câncer infantil tem como uma de suas consequências o fato de ser uma doença de tratamento prolongado e que demanda várias

hospitalizações. A criança é exposta a tratamentos agressivos e que ocasionam eventos adversos (EAs) e sintomas desagradáveis. A cura não

se baseia somente na recuperação biológica, mas também na qualidade de vida do paciente(3,4)

.

Objetivo: Descrever os sintomas associados ao tratamento quimioterápico, de acordo com a compreensão de pais e mães de crianças e

adolescentes com câncer.

Método: Estudo descritivo com análise qualitativa dos dados, realizado no ambulatório de quimioterapia do Instituto de Oncologia

Pediátrica (IOP-GRAAC), na cidade de São Paulo - SP. Participaram do estudo 19 pais (18 mães e 1 pai) de crianças e adolescentes com

câncer. Os dados empíricos foram organizados no software Atlas.ti e analisados segundo os procedimentos da análise de conteúdo.

Resultados e Discussão: Do agrupamento dos dados empíricos foram construídas as categorias a seguir: “Sintomas e eventos adversos

observados pelos pais"; “Impacto dos sintomas na rotina e nos relacionamentos da criança e adolescente” e “Estratégias dos pais no

manejo dos sintomas e eventos adversos da quimioterapia”. Segundo os pais, a ação dos quimioterápicos no organismo gera sintomas tão

incômodos e frequentes quanto os aqueles decorrentes da própria doença oncológica. Os sintomas mais comuns apontados pelos

entrevistados foram os do trato gastrointestinal. Observaram-se ainda sintomas e EAs constitucionais (perda do apetite, as alterações

ponderais, o cansaço e as alterações de humor). Assim como na literatura, os sintomas mais comuns não foram necessariamente os mais

incômodos para os pais, destacando-se dentre esses últimos, as lesões orais, febre, fraqueza e diarreia. Além de alterações de humor e outros

sintomas psicossociais que interferem na qualidade de vida e convívio social das crianças e adolescentes. Para o manejo dos sintomas, os pais

afirmaram utilizar meios farmacológicos, sempre sob recomendação médica. Alguns depoentes relataram também acreditar na eficácia dos

métodos não farmacológicos, dentre aqueles utilizados pelos pais, destacaram-se: o oferecimento de apoio emocional, tranquilidade e

incentivo a seus filhos.

Conclusões e implicações para a prática: Os pais demonstram reconhecer os sintomas e EAs físicos que seus filhos apresentam, porém

destaca-se a preocupação com sintomas neuropsíquicos e emocionais, os quais repercutem no comportamento, aceitação da doença e

convívio social desses pacientes. Conhecer a experiência desses pais com os sintomas e EAs do tratamento quimioterápico pode guiar os

profissionais, dentre eles o enfermeiro, nas discussões daqueles que são mais prevalentes e que mais preocupam os pais, no sentido de

subsidiar estratégias educativas e intervenções para melhor capacitá-los para o manejo desses efeitos indesejados do tratamento,

principalmente no início da terapia. Sugere-se ainda a condução de estudos sobre esta temática na perspectiva de crianças e adolescentes.

Descritores: neoplasia; quimioterapia; criança; adolescente; pais; efeitos adversos

Referências Bibliográficas:

1. Silva JKO, Filho DCM, Mahayri N, Ferraz RO, Friestino FS. Câncer Infantil: Monitoramento da Informação através dos Registros de

Câncer de Base Populacional. CA infantil 07/05/2012. Disponível em: http://www.inca.gov.br/rbc/n_58/v04/pdf/14-revisao-literatura-

cancer-infantil-monitoramento-informacao-atraves-registros-cancer-base-populacional.pdf

2. Bryant R. Managing Side Effects of Childhood Cancer Treatment. Journal of pediatric nursing, 2003 - Elsevier. Disponível em:

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0882596302439127

3. Chitra P, Priya MB. Awareness Regarding Adverse effects of Chemotherapy among Parents of Children Attending Oncology Units of

AIMS. International Journal of Nursing Care, 2014. Disponível em:

http://www.researchgate.net/profile/Farha_Azmi2/publication/272165926_In_Defense_of_Defensive_Nursing_Practice/links/54dcc9ab0cf

25b09b912cda2.pdf #page=26

4. Hedström M., Haglund K., Skolin I. Distressing events for children and adolescents with cancer: Child, parent, an nurse perceptions.

Journal of Pediatric Oncology Nursing 2003.Disponível em: http://jpo.sagepub.com/content/20/3/120.short

Page 14: Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho€¦ · Autor(a): Anja Kerstin Pereira Bernardes Co-autor(a): Letícia Chaves Piloto Orientador(a): Prof. Dr. Marcele Pescuma Capeletti Padula

Nome do trabalho: Fatores que influenciam no desmame ventilatório precoce de pacientes coronariopatas submetidos à cirurgia

cardíaca

Autor: Thomas Yogo Mendonça Alves

Orientadora: Profª Dra Vera Lucia dos Santos Alves

RESUMO

Introdução: A ventilação mecânica muitas vezes é necessária no pós-operatório imediato de cirurgias cardíacas porém o desmame

deve ocorrer o mais rápido possível afim de evitar complicações pulmonares e diminuir o tempo de internação na unidade de terapia

intensiva. Conhecer os fatores que influenciam no tempo de extubação pode auxiliar os profissionais a intervirem de forma mais

precisa e minimizar eventuais complicações. Apesar de ser motivo de inúmeros trabalhos na literatura ainda há incertezas quanto aos

fatores que mais influenciam no tempo de manutenção da ventilação mecânica após cirurgia cardíaca.

Objetivo: Analisar os fatores que influenciam no tempo de extubação em pacientes submetidos a revascularização do miocárdio.

Método: Estudo prospectivo, observacional e analítico com 28 pacientes submetidos a revascularização do miocárdio (RM) de

setembro de 2016 a fevereiro de 2017 com aprovação do Comitê de ética em pesquisa (CAEE: 51495415.3.0000.5479). Foram

incluídos pacientes com idade ≥ à 18 anos, de ambos os sexos, submetidos a RM eletiva ou de urgência e admitidos no serviço de

terapia intensiva no período de coleta do estudo. Todos os participantes (ou familiars) assinaram o termo de consentimento livre e

esclarecido. Foram excluídos os pacientes admitidos sem o catéter de artéria pulmonar (Swan-gans). Os pacientes elegíveis foram

separados em dois grupos de acordo com o tempo de permanência sob a ventilação mecânica: Grupo 1 (G1) sendo constituído pelos

indivíduos extubados em até seis horas após o término do procedimento cirúrgico contend 10 pacientes e Grupo 2 (G2) constituído

por pacientes extubados após seis horas contendo 18 pacientes. Foram colhidos do prontuário de cada paciente, em ficha padronizada

para o estudo as seguintes variáveis: SAPS (valor e porcentagem de óbito), Complacência Pulmonar estática (Cest), resistência de

vias aéreas (Rva), Lactato (LAC), índice cardíaco (IC), índice de resistência vascular sistêmica (IRVS), índice de resistência vascular

pulmonar (IRVP), pressão sistólica da arteria pulmonar (PSAP), pressão diastólica da artéria pulmonar (PSAP), pressão de oclusão

da artéria pulmonar (POAP), balanço hídrico (BH), fração de ejeção (FE), índice de respiração rápida e superficial (IRRS), tempo de

utilização de circulação extracorpórea (ΔTCEC). Para a análise das variáveis foi utilizado o Teste T de Studant.

Resultado: Foram observados uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos no IC e no IRVP. As demais variáveis não

apresentaram diferença entre os grupos.

Conclusão: Os fatores que mais influenciaram no tempo de extubação em pacientes submetidos a revascularização do miocárdio

foram o índice cardiaco e a resistência vascular pulmonar.

Page 15: Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho€¦ · Autor(a): Anja Kerstin Pereira Bernardes Co-autor(a): Letícia Chaves Piloto Orientador(a): Prof. Dr. Marcele Pescuma Capeletti Padula

Nome do trabalho: Impacto do uso de Análogos do GnRH em pacientes com Puberdade Precoce Central Autor: Maya

Chaimovitz Silberfeld

Orientador: Carlos Alerto Longui

RESUMO

Introdução:

A Puberdade Precoce (PP) se caracteriza pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários antes dos 8 anos nas meninas

e 9 anos nos meninos, sendo que esse inÍcio precoce do desenvolvimento puberal provém da interação complexa de fatores

genéticos, nutricionais, ambientais e socioeconômicos. Na PP-central o aparecimento dos sinais puberais é secundário à ativação

hipotalâmico-hipofisária, sendo o mais frequente mecanismo desencadeador do desenvolvimento puberal precoce, tanto em

condições normais quanto em situações patológicas. São dois os principais problemas relacionados com o desenvolvimento

puberal precoce: a baixa estatura e os possíveis distúrbios psicossociais que a criança possa apresentar.

O tratamento de pacientes com PP central utiliza análogos-agonistas hiperativos do GnRH (GnRHa). Em idade adequada (antes

da idade óssea atingir 12 anos e 13 anos no sexo feminino e masculino, respectivamente), o bloqueio da liberação das

gonadotrofinas e consequente supressão da liberação dos esteróides gonadais, é capaz de prevenir ou mesmo recuperar a perda

estatural.

O efeito do uso de GnRha é bem reconhecido e disseminado na prática clínica, porém o resultado do ganho de estatura final

varia entre os estudos realizados, sendo que ainda não está estabelecido na literatura um método adequado para prever o ganho

de estatura em tais pacientes.

Objetivo:

O objetivo do estudo é avaliar o impacto do uso de GnRha na estatura final em pacientes com PPC.

Método:

Foram selecionadas pacientes do sexo feminino com diagnóstico de PPC e acompanhamento no serviço de

Endocrinopediatria da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo nos anos de 2006 a 2016. As pacientes selecionadas tiveram seu

prontuário médico revisto para a obtenção das seguintes informações: Estatura do pai, Estatura da mãe,Idade cronológica (IC) no

início do tratamento com GnRHa,Idade óssea(IO) no início do tratamento com GnRHa, Peso(P) e Estatura(E) no início do

tratamento com GnRHa, IC no fim do tratamento com GnRha, IO no fim do tratamento com GnRha e P e E no fim do

tratamento com GnRha. Foi calculada a altura alvo familiar e a altura predita pelo sistema disponível no site

www.bonexpert.com/ahp

Resultado:

Nos anos de 2006 a 2016 o serviço de Endocrinologia Pediátrica atendeu e acompanhou 200 pacientes com PPC, das quais 69

preenchiam requisitos para inclusão em nossa pesquisa, sendo que dentro desse grupo 45 pacientes dispunham em prontuário de

todos os dados necessários para nossa análise.

Coletamos as Idades Cronólogicas, Idades Ósseas, Estatura e Peso no início e fim do tratamento com GnRHa. A partir das

estaturas maternas e paternas calculamos o alvo génetico das pacientes (target height = TH), a estatura final predita (pEf) no

início do tratamento (pEf início) e no fim do tratamento (pEf fim), utilizando o site www.bonexpert.com/ahp, os Z escores da

estatura e IMC.

Conclusão:

Em relação às estaturas analisadas foi observado que embora a maioria das pacientes não tenha alcançado o seu alvo genético

(média 160,7 cm), existiram benefícios individuais em relação ao ganho na estatura predita final (pEf fim) quando comparada a

estatura predita inicial (pEf in). Observamos que algumas pacientes tiveram ganho importante na estatura final predita, enquanto

outras mantiveram seu padrão de crescimento.

De fato o uso de GnRha não pareceu apresentar ganho na estatura, porém evitou que a maioria das pacientes progredisse com a

perda estatural e viabilizou recuperação de parte de seu alvo genético (TH – pEf). Ou seja, mesmo havendo discrepância entre os

resultados com a terapia de GnRHa, grande parte das pacientes do grupo estudado obtiveram ganho pessoal de estatura

comparado com a estatura predita no início do tratamento.

O sucesso da terapia varia entre as pacientes, sendo influenciada por diversos fatores, porém, alcançado o ganho de estatura ou

interrompida a progressão da perda com a terapia, o resultado do tratamento é vantajoso para as pacientes, principalmente por

uma perspectiva psicossocial. Levando ainda em consideração que o bloqueio com GnRHa não determina prejuízos

comprovados a longo prazo, deve-se manter a indicação da terapia, permitindo a possibilidade de ganho estatural.

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Nome do trabalho: Análise da força muscular respiratória em adolescentes obesos

Autor: Rebecca Luguera Copin Tenório

Co-autor: Não se aplica

Orientador: Vera Lúcia dos Santos Alves

RESUMO

Introdução: A obesidade pode ser descrita como um distúrbio do metabolismo, que ocorre pela interação de fatores genéticos,

ambientais e comportamentais e leva ao acúmulo excessivo de tecido adiposo. A avaliação da força da musculatura respiratória é

importante meio de investigação da fadiga dos músculos inspiratórios que é relatada como uma alteração relacioada a obesidade.

Apesar da relação entre obesidade e força respiratória tal associação ainda é conflitante e não está bem estabelecida em crianças e

adolescentes. Objetivo: Analisar a pressão máxima inspiratória e expiratória em adolescentes obesos. Método: Estudo transversal

com adolescentes entre 12 e 16 anos em três instituições públicas. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética sob o CAAE

número 34634414.5.0000.5479. Como critério de inclusão foi adotado: adolescentes com idade entre 12-16 anos, de ambos os sexos,

púberes e pós púberes, com escore-Z Índice de Massa Corporal (zIMC) ≥ +2 desvio padrão (DP) para o grupo obeso (GO) e zIMC

entre -1DP e +1DP, para o eutrófico (GE), e que não estavam envolvidos em nenhum programa estruturado de atividade física, além

das atividades já propostas durante as aulas de educação física escolar. Foram excluídos os adolescentes que fizeram uso de qualquer

tratamento medicamentoso ou com doenças crônicas não tratadas (Diabetes Mellitus, alterações cardiovasculares, respiratória,

neurológicas), síndromes genéticas, alterações hormonais e ortopédicas. O nível de atividade física foi analisado com base no

Questionário IPAQ. A avaliação da massa corporal foi feita em balança digital (Geratherm®) e estatura em estadiômetro (Sammy®

Es-2060). A composição corporal foi determinada através do aparelho de bioimpedância (Biodinamics 310). A espirometria foi

realizada de acordo com a equação de Pereira (2007). E os valores das pressões respiratórias máximas foram determinadas por meio

de um manovacuômetro (Comercial Médica®).A análise estatistica foi realizada com o teste de correlação de Spearman e Pearson

com nível de significância com p ≤ 0,05. Resultado: Ao associar os dados espirométricos com as variáveis independentes: idade,

massa corporal (MC), estatura, porcentagem de gordura corporal (%GC), massa gorda (MG) e massa magra (MM), observou-se que

tanto a CVF como o VEF1 obtiveram uma correlação moderada com os valores de MM, com r=0,57 (p<0,05) e r=0,49 (p<0,05),

respectivamente. Enquanto entre as variáveis CFV e MC apresentaram uma fraca correlação entre si (r=0,37; p<0,05). Em outras

palavras, no presente estudo os adolescentes com maiores massa isenta de gordura apresentaram os maiores valores espirométricos

para CVF e VEF1. Ainda, ao correlacionar variáveis antropométricas e força muscular respiratória observou-se que embora estes

valores não tenham apresentados diferenças estatisticamente significante, observou-se uma fraca e negativa correlação entre %GC e

MG com as variáveis de força respiratória (r≤0,39; p≥0,05), o que indica que o aumento da adiposidade em jovem poderia ser levada

como uma hipótese para o prejuízo da força muscular respiratória. Por fim, notou-se que a correlação entre as variáveis

espirométricas com Pimax e Pemax, com as variáveis CVF, VEF1 e PFE. Já entre Pimax e CVF houve uma fraca correlação. Em

outras palavras, os jovens com maiores grau de força respiratória demonstração maiores capacidade e volumes espirométricos.

Conclusão: Nossos resultados mostram que adolescentes com maior valores de massa magra apresentam maiores valores de Pemax

e Pimax e possuem melhores resultados espirométricos.

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Nome do trabalho: Violência doméstica e os diferentes graus de vulnerabilidade social do centro de São Paulo

Autor: Luiza Arcas Gonçalves

Co-autor: Diego Ruan Coutinho de Lima

Orientador: Rita de Cássia Barradas Barata

RESUMO

Introdução: A violência contra a mulher é considerada um dos principais problemas de saúde pública e de violação dos direitos das

mulheres pela Organização Mundial de Saúde. A relevância desse tema não se restringe à sua elevada prevalência mundial, mas se

deve também às suas consequências à saúde física e mental da mulher. No Brasil, a conjuntura da violência doméstica é

extremamente alarmante. Combater essa violência é um avanço necessário em direção à promoção da saúde e ao compromisso com

os direitos humanos. Para enfrentar a problemática da agressão contra a mulher é fundamental não só identificar precocemente

casos de violência conjugal, mas também reconhecer mulheres vulneráveis a essa opressão. A prevenção da agressão conjugal é

uma contribuição essencial para a erradicação dessa problemática. A atuação do setor de saúde pode ser uma peça chave para a sua

concretização, especialmente, dos serviços básicos de saúde, seja através do atendimento ginecológico ou das atividades dos

agentes comunitários de saúde.

Objetivo: Com o intuito de nortear essas ações, o presente estudo tem como objetivo compreender a influência do grau de

vulnerabilidade social na ocorrência de violência física, psicológica ou sexual realizada por parceiro e, assim, verificar se o aumento

da vulnerabilidade agrava o risco de a mulher ser agredida. Outro propósito é entender se a prevalência dos diferentes tipos de

violência varia conforme o grau de vulnerabilidade social. Além disso, o estudo almeja discernir quais características individuais

contribuem para o aumento do risco de sofrer agressão como nível de escolaridade, sexo, estado civil, cor, paridade, renda, idade e

ocupação.

Método: O presente artigo emprega os resultados obtidos pela pesquisa “Desigualdades Sociais no estado de saúde e no acesso a

serviços para grupos com diferentes graus de vulnerabilidade e exclusão social vivendo no centro de São Paulo”, estudo transversal

com moradores adultos da Região da Subprefeitura da Sé no Município de São Paulo, estratificados de acordo com os graus de

vulnerabilidade social existentes na região. A amostra foi constituída por quatro grupos: moradores residentes com vulnerabilidade

social; moradores residentes sem vulnerabilidade social; imigrantes bolivianos e pessoas em situação de rua. A partir da amostra,

foram realizadas entrevistas individuais dirigidas por um questionário de perguntas fechadas. Buscou-se identificar as características

sociais e as diferenças no estado de saúde, na prevalência de fatores de risco e de proteção à saúde, nas práticas de cuidado da

reprodução e no acesso a serviços de saúde entre os quatro estratos de vulnerabilidade social. No âmbito de fatores de risco e de

proteção à saúde, foi indagado aos entrevistados a respeito de violência, informações consideradas como variáveis de desfecho do

presente estudo. Já a variável de exposição caracteriza-se como o nível de vulnerabilidade social definido pelo pertencimento do

entrevistado a determinado estrato da região central. As características demográficas e sociais individuais – idade, sexo, cor,

paridade, estado civil, escolaridade, renda e ocupação – serão variáveis intermediárias.

Resultado: Entre os entrevistados, 54,27% são homens e 45,73% são mulheres. Adultos jovens constituem a maioria da amostra

com 43,82%, seguido por adultos – 26,82%, jovens – 16,55% e idosos – 12,27%. Em relação a estado civil, 33,09% nunca foram

casados, 26% são casados, 16,45% vive com companheiro, 10,91% são separados, 5,73% são divorciados e 7,64% são viúvos.

Além disso, 53,36% são brancos, 37,45% são negros e os outros 6,09% se consideram de outra cor. Indivíduos da classe D

constituem 59,64% dos entrevistados, 13,64% pertencem à classe E, 10,64% são da classe C, 9,36% são da classe B e os outros

5,36% da classe A. Cerca de 46% da amostra tem renda familiar inferior a 3 salários mínimos, enquanto 14,45% recebem mais de

10 salários mínimos. Em relação à percepção do indivíduo quanto à renda familiar, 13,45% considera sua renda confortável,

41,73% acredita ser adequada à necessidade de vida, 30,27% considera difícil viver com a renda e 13,82%, muito difícil viver com

a renda. Entre os entrevistados, 38% consideram seu estado de saúde bom, 30,9% consideram regular, 25,64% creem ter saúde

muito boa, enquanto 4,36% consideram sua saúde ruim, e os outros 1,64, muito ruim. Na amostra, 14,36% relataram já terem

sofrido discriminação e 23,36% terem sido humilhados. Em relação à violência psicológica por parceiro ou ex-parceiro, 25,45% dos

entrevistados relataram já ter sido insultado, 17,64% ter sido depreciado e 19,91% ter sido intimidado. Já em relação à violência

física, 12,36% relataram já ter sido estapeado por parceiro ou ex-parceiro, 9,55% ter sido socado, 6,45% ter sido chutado, 1,73% ter

sido estrangulado ou queimado e 4,73% ter sido ameaçado com arma. Em relação à agressão sexual por parceiro, 3% afirmam ter

sido obrigado a realizar práticas sexuais degradantes, 4,91% ter feito sexo por medo e 5,91% ter feito sexo forçado.

Quando correlacionado com os grupos de vulnerabilidade social, é nítido que a violência doméstica é mais prevalente no grupo de

imigrantes (49,15%), seguido de residentes com vulnerabilidade (44,17%) e residentes sem vulnerabilidade (19,67%); com

significância estatística avaliada pelo teste de qui quadrado.

Conclusão: A violência doméstica mostrou estar associada aos graus de vulnerabilidade social, no qual maior grau apresenta maior

prevalência de violência doméstica; não só como um todo, mas seus diferentes tipos – - psicológico, sexual e física. O grupo de

vulnerabilidade, definido de maneira ecológica, pode ser considerado risco para sofrer agressão pelo parceiro ou ex-parceiro. A

violência psicológica é a mais prevalente, seguida da física e da sexual. A violência doméstica mostrou estar associada a: grupo

etário, situação de trabalho, classe econômica, cor, escolaridade, nível de felicidade, depressão, paridade, uso de drogas e sexo.

Considerando a violência doméstica como um importante problema de saúde pública, é importante que os profissionais de saúde

saibam reconhecer os grupos que estão propensos a sofrerem violência, independentemente do tipo de agressão. As características

sociodemográficas apresentadas podem servir de guia para a prevenção da violência doméstica na rede de saúde pública, como

preconiza a Lei Maria da Penha. O presente estudo identificou como as desigualdades de gênero e sociais podem interferir no

âmbito da saúde e como devemos agir para garantir sua promoção. Por isso, o estudo das desigualdades sociais em saúde é essencial

para que efetivamente caminhemos para a garantia de saúde ao homem em todas as esferas de sua existência, bio-psico-social.

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Nome do trabalho: Déficits de Autocuidado relacionados à reeducação intestinal na Esclerose Múltipla

Autor: Anja Kerstin Pereira Bernardes

Co-autor: Letícia Chaves Piloto

Orientador: Marcele Pescuma Capeletti Padula

RESUMO

Introdução: A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica autoimune e degenerativa, causada pela destruição da

mielina, proteína fundamental na transmissão do impulso nervoso, acometendo o Sistema Nervoso Central (SNC), mais

especificamente a substância branca(1).

Objetivo: Caracterizar os pacientes com Esclerose Múltipla segundo gênero, idade, cor da pele, escolaridade, tempo de diagnóstico

da doença, tempo de reabilitação, profissão/ ocupação, medicações em uso. Avaliar a capacidade funcional pelo Índice de Barthel.

Identificar principais déficits de autocuidado relacionado à eliminação intestinal.

Método: Trata-se de um estudo exploratório descritivo, de campo, com abordagem quantitativa realizado no Centro de Reabilitação

e no Centro de Atendimento e Tratamento da Esclerose Múltipla - CATEM do Hospital Central da Irmandade Santa Casa de

Misericórdia de São Paulo. A coleta de dados ocorreu nos meses de agosto a outubro de 2016 e no mês de abril de 2017 através da

aplicação de 3 instrumentos: caracterização dos pacientes, Índice de Barthel e Levantamento dos Déficits de Autocuidado

relacionado às Eliminações Vesical e Intestinal. O programa utilizado para tabulação de dados foi o Excel, o programa utilizado

para análise estatística foi SpSS versão 13.0. Protocolo de aprovação no Comitê de Ética 045/16.

Resultado: A amostra constiuiu-se de 27 pacientes onde predominou gênero feminino com 18 pacientes (66,7%), a faixa etária dos

56 a 65 anos (40,7%) seguida das faixas etárias de 36 a 45 anos e 46 a 55 anos ambas com 6 pacientes cada (22,2%); a cor da pele

de pacientes brancos com 21 (77,7%); o nível de escolaridade de pacientes com ensino médio completo 14, (51,9%). Não

encontramos nessa amostra pacientes analfabetos. O tempo de descoberta do diagnóstico predominante foi acima de 20 anos com 8

pacientes; segundo o tempo que o paciente faz reabilitação, predominou os pacientes que a realizam a até no máximo 6 meses com

18 pacientes(66,7%); quanto a profissão / ocupação atual, a maioria dos pacientes 18 (66,7%) encontra-se aposentado sem

desempenhar qualquer ocupação atualmente; em relação às medicações utilizadas atualmente, a maioria 15 pacientes (55,5%), está

em uso de medicações para controle da Esclerose Múltipla, seguido dos pacientes que utilizam a associação de medicações para

controle da Esclerose Múltipla e uso de antidepressivos, 5 pacientes (18,5%). O Índice de Barthel evidenciou que a maioria, 13

pacientes (48,1%), apresentou grau de dependência moderada. Dentre as atividades avaliadas nos itens da escala evidenciou-se

maior grau de dependência em relação ao Controle da Bexiga com 9 pacientes (33,3%) referindo acidentes ocasionais e 4 pacientes

(14,8%) referindo incontinência urinária. A identificação dos principais déficits de autocuidado relacionado à eliminação intestinal,

evidenciou 1 (3,7%) paciente em uso de laxante/ supositório, 5 (7,4%) pacientes em uso de óleo mineral para auxílio à evacuação. 6

pacientes (22,2%) referiram evacuação 1 vez na semana e 5 pacientes (18,5%) referiram evacuação 2 vezes na semana, revelando

uma frequência insuficiente. 11 pacientes (40,7%) apresentaram fezes endurecidas e 10 pacientes (37,0%) sentem dor à evacuação.

Conclusão: Esses dados nos levam a acreditar que a amostra estudada tem características de obstipação intestinal. Através deste

trabalho percebemos o relevante papel do enfermeiro junto aos portadores de Esclerose Múltipla, podendo contribuir para

reabilitação das incapacidades e no alívio da obstipação intestinal.

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Nome do trabalho: Aspectos clínicos e epidemiológicos dos tumores de pele: proposta de ações preventivas e educativas de

enfermagem

Autor: Andreza de Fatima Ribeiro Bianco

Orientador: Prof Drª. Lívia Keismanas de Ávila

RESUMO

Introdução: Os cânceres de pele podem ser de dois tipos: não melanoma e melanoma. O câncer não melanoma abrange o tumor

basocelular e o câncer espinocelular (epidermóide) (Costa, 2012). O fator de risco do tumor basocelular está diretamente ligado à

exposição solar (90% das lesões). O câncer de pele espinocelular é um tumor maligno que resulta da exposição solar cumulativa

durante toda a vida. Os fatores de risco são: exposição solar; tabagismo; alterações no sistema imunológico; exposição a substancias

químicas; entre outros (INCA, 2015). Diante disso, este estudo pretende explicitar os aspectos clínicos e epidemiológicos

relacionados a prevalência desta doença não transmissível, a fim de contribuir com propostas de ações de promoção da saúde à

indivíduos diagnosticados, bem como na educação em saúde para prevenção da doença em populações suscetíveis.

Objetivo: Caracterizar os aspectos clínicos e epidemiológicos dos tumores de pele em pacientes atendidos nos últimos 03 meses em

um hospital do município de São Paulo; - propor ações educativas de promoção da saúde e prevenção da doença em populações

suscetíveis.

Método: Estudo analítico, transversal, retrospectivo, de abordagem quantitativa, realizado no Instituto do Câncer Doutor Arnaldo

Vieira de Carvalho, com prontuários de pacientes diagnosticados com tumor de pele (basocelular, espinocelular ou melanoma)

atendidos no período de abril de 2016 a junho de 2016, por meio de formulário.

Resultado: A partir da análise dos resultados identificamos que, conforme retrata a literatura, o câncer de pele não melanoma tem

maior incidência em homens (64,54%) brancos (41,9%) (A.C Camargo Cancer Center). Ao observar os resultados, notamos que

apenas 9,3% dos pacientes completaram o ensino médio e 6,2% eram analfabetos, podemos inferir que os anos de instrução podem

se relacionar com o acesso a informação sobre a doença. Ao observarmos os resultados referentes ao tipo de profissão/ocupação dos

pacientes pesquisados, identificamos que 25,7% são ocupações realizadas com maior exposição solar, como motorista, roceiro,

pedreiro, caminhoneiro, agricultor, o que, ocasionalmente está associada a outros fatores de risco que contribuem para o

desenvolvimento do câncer de pele (A.C Camargo Cancer Center). As informações referentes ao local anatômico de aparecimento

do câncer evidenciam um significativo número de paciente (77,4%) com câncer de pele em cabeça e pescoço e maior frequência de

lesões espinocelular (54,8%). Esta informação reforça os achados bibliográficos em que cerca de 90% dos casos de câncer de pele

em local anatômico de cabeça e pescoço são de câncer espinocelular (Alvarenga 2008). “Casos de CPNM frequentemente não

levam a óbito, pois a chance de metástases é rara, variando nos CBC de 0,028% e CEC em 0,5% a 3% dos casos. Entretanto, quando

atingem áreas da face como periocular, cavidade nasal e orelha, podem causar disfunção do órgão afetado e produzir deformidades,

sendo necessárias cirurgias plásticas reparadoras para reverter o dano causado” (Imanichi 2017), essa citação confirma os resultados

referentes ao comprometimento físico relacionado a patologia/tratamento em 41,9% dos pacientes, como: deiscência periauricular;

fechamento do orifício nasal; perda de osso temporal, occipital, orelha e mastóide; e oclusão de orifício nasal. Percebe-se a maior

incidência do câncer de pele em pessoas acima da quinta década de vida - 19,4% entre 50 a 59 anos; 38,7% entre 60 a 69 anos;

19,4% entre 70 a 79 anos; 16,1% entre 80 a 89 anos e 3,2% entre 90 a 99 anos - e, conforme citação anterior, em trabalhadores

expostos a radiação solar por longo período de tempo. A partir da identificação de condições que se apresentam de maneira mais

frequente entre os pacientes com câncer de pele e, considerando a atuação da enfermagem na prevenção de doenças e também na

promoção da saúde dos indivíduos, faz-se necessário o desenvolvimento de estratégias de educação em saúde que possam contribuir

para a redução da prevalência e incidência desta doença na população. Com este intuito, a proposta de organização e

desenvolvimento de grupos de apoio aos pacientes que sofreram câncer de pele e que, devido suas condições de vida e trabalho

apresentam maior suscetibilidade à doença, haja uma orientação direcionada as características de saúde e doenças referidas,

contribuindo assim para a prevenção de futuras lesões desencadeadas principalmente pela exposição solar, bem como a promoção de

hábitos/comportamentos de vida saudáveis (Dalmolin 2011). Podemos ainda estabelecer uma possível relação da exposição solar

com o tipo de atividade profissional desenvolvida, a partir disto, outra proposta de atuação da enfermagem, desta vez no âmbito da

atenção primária ou no trabalho, pode ser envolver-se com as empresas contratantes de profissionais/trabalhadores com ocupações

que se caracterizam por alta exposição solar e assim propor a inclusão de equipamentos e/ou materiais que possam diminuir a

exposição solar como medida de proteção individual (INCA). Como a maioria da classificação clínica foi única, propomos prevenir

uma procura tardia de serviços de saúde por meio de folhetos informativos com imagens de lesões de pele e serviços de referência

para exames de detecção precoce.

Conclusão: Ao observar os aspectos clínicos como o local da lesão, o tipo dessa lesão, o tratamento que esses pacientes sofreram, e

relacionar com os aspectos epidemiológicos, como o tipo de trabalho exercido, o sexo predominante desses trabalhadores e a idade

em que essas pessoas foram diagnosticadas, nos mostram o quanto as medidas de prevenção e promoção a saúde são importantes, e

com base no estudo e nas características da população atingida, propomos as medidas educativas de promoção a saúde, com

finalidade de promover uma melhor condição de vida para essa população.

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Nome do trabalho: : Necessidade de informação dos pais de crianças em tratamento oncológico

Autor (a): Karoline dos Santos Rodrigues Moraes

Orientador (a): Profa. Dra. Fernanda Machado Silva Rodrigues

RESUMO

Introdução: A experiência do câncer infantil afeta a criança e seus familiares, os quais enfrentam longos períodos de

hospitalização, reinternações frequentes e mudanças rápidas e intensas. Assim, as informações são essenciais para o enfrentamento

da doença e do tratamento. Objetivo: Explorar as experiências dos pais de crianças com câncer, ao buscarem por informações em

diferentes fases do tratamento oncológico. Método: Estudo exploratório, com análise qualitativa dos dados. Foram entrevistados

vinte mães e dois pais de crianças com câncer de duas instituições hospitalares da cidade de São Paulo - SP. Resultados: Após a

análise, os dados foram agrupados nas seguintes categorias: Principais fontes informativas: “Onde pais e mães buscam

informações”?; Tipo de informação: “O que eles querem saber”?; Recursos para a transmissão de informações: “Diga-me e eu

esquecerei, envolva-me e eu aprenderei”. As principais fontes de informação identificadas pelos pais foram a internet, outros pais,

médicos e demais profissionais de saúde. Os enfermeiros foram citados por apenas quatro participantes. No início do tratamento, as

informações consideradas mais importantes pelos pais foram: comportamento das neoplasias; duração do tratamento; possíveis

sequelas e reações adversas das medicações; cuidados com a criança no domicílio; exames para o controle da doença e prognóstico.

No decorrer da terapêutica, os pais buscaram informações sobre a resposta à terapia, estadiamento da doença, cura e recidiva,

cuidados gerais com a criança, seguimento após o término do tratamento e novas possibilidades terapêuticas. Os pais destacaram

que as orientações devem ser transmitidas pelos profissionais com clareza, franqueza e calma para facilitar a compreensão. Além

disso, estes devem estar dispostos a ouvir e repetir o conteúdo transmitido. Materiais como cartilhas, folhetos informativos e

palestras foram considerados importantes para o esclarecimento de dúvidas. Alguns pais desenvolveram recursos próprios para a

busca de informações e retenção das explicações recebidas, como a elaboração de questões e anotações. Considerações Finais: Os

resultados desse estudo apontam que a busca por informações durante o tratamento oncológico pediátrico não segue padrões e

tampouco é linear, já que depende do avançar da criança dentro do planejamento terapêutico e de sua resposta à terapia empregada.

A equipe médica ainda é tida como a principal fonte de informação para a maioria dos pais, seguida da internet e outros

profissionais de saúde que não o enfermeiro, o qual, a despeito de seu papel fundamental como educador, não recebeu destaque

enquanto provedor de informações neste estudo. Pais e mães evidenciaram a necessidade de informações claras e individualizadas,

além do esclarecimento de dúvidas, inerentes a uma doença de características e desdobramentos bastante complexos. São

necessárias novas pesquisas que explorem também a perspectiva dos profissionais sobre o fornecimento de informações a esses pais,

incluindo as dificuldades envolvidas no processo.

Palavras chave: câncer; criança; pais; competência em informação; necessidades; enfermagem

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Nome do trabalho: A hipóxia e a disfunção mitocondrial como mecanismos centrais da neuropatologia da Esquizofrenia: estudos

em um modelo farmacológico de pré-eclâmpsia.

Autor: Leonardo Volpi

Orientador: Tatiana Rosado Rosenstock

RESUMO

Introdução: A Esquizofrenia (SHZ), que acomete aproximadamente 1% da população, é caracterizada como uma doença

psiquiátrica severa usualmente com início no começo da idade adulta. Os sintomas variam entre cada paciente; geralmente se inicia

com sintomas negativos (como anhedonia e embotamento afetivo), seguidos por sintomas positivos (como alucinações, desilusões e

fala desorganizada). Grande parte das evidencias relacionam a etiologia da SHZ com a “teoria neurodesenvolvimental”, segundo a

qual fatores genéticos e/ou ambientais promovem processos patológicos anteriores ao desenvolvimento anatômico adulto do

cérebro; tais alterações ocorrem entre o primeiro e segundo trimestres da vida intra-uterina. Corroborando tal teoria está justamente

o fato de que fatores ambientais incluindo complicações antes e após o parto como pré-eclâmpsia (PE) estão associadas à SHZ. A

PE está ainda relacionada a hipóxia, que contribui para danos cerebrais correlacionadas com a disfunção e morte neural. Com o

intuito de se adaptar a baixas concentrações de O2 e, logo, a baixas concentrações energéticas, o organismo se adapta no sentido de

recuperar a produção de adenosina trifosfato (ATP) e reestabelecer a homeostase do organismo. Assim, o desequilíbrio entre todos

esses processos, pode afetar negativamente a função mitocondrial e a viabilidade celular.

Objetivo: Determinar, em diferentes modelos animais, ratas que sofreram pré-eclâmpsia induzida por L-NAME e ratas

espontaneamente hipertensas (linhagem SHR), o papel da disfunção mitocondrial na neuropatologia da Esquizofrenia.

Métodos: Foram utilizadas ratas 1. SHR (spontaneous hypertensive rats), e 2. Ratas grávidas Wistar que foram subdividas em 4

diferentes grupos: 1) Salina de NaCl 0,9% (Grupo Controle); 2) NG-Nitroarginina metil éster (L-NAME) 50mg/kg/dia (Grupo L,

com o intuito de promover pré-eclâmpsia nas ratas grávidas uma vez que o L-NAME é um inibidor não seletivo da nítrico óxido

sintase (NOS) capaz de induzir elevação da pressão arterial.); 3) Citrato de Sildenafil 10mg/kg/dia (Grupo S; fármaco inibidor da

fosfodiesterase tipo 5, enzima responsável pela degradação do óxido nítrico); o tratamento ocorreu do primeiro dia de prenhez até o

décimo nono dia. Após o término do tratamento, ou a partir de ratas SHR, foram obtidos córtex dos fetos (E19) com o auxílio de

uma lupa cirúrgica (Zeiss). O tecido cerebral foi posteriormente dissociado com auxílio de seringas e agulhas de diferentes calibres,

e o pellet celular final obtido, após centrifugação (1500 rpm 5 minutos), foi ressuspendido em meio DMEN Low Glucose

(suplementado com 10% de SFB). As células foram cultivadas em frascos de 75cm2 com 5% CO2 e a 37ºC. O meio foi trocado a

cada três dias. Seguiu-se a caracterização da cultura primária de astrócitos por imunofluorescência e citometria de fluxo, assim como

a avaliação do metabolismo mitocondrial com diferentes indicadores de fluorescência como Fluo-4 (cálcio citosólico), TMRE

(potencial de membrana mitocondrial) e DCF (marcador de estresse oxidativo).

Resultados: Em relação a caracterização da cultura celular podemos concluir que em média 80% das células obtidas em nossos

experimentos são astrócitos. Em relação ao metabolismo mitocondrial observamos que não houve modificação da função

mitocondrial significativa mesmo após tratamento com L-NAME. Por outro lado, especificamente em relação ao nível de cálcio

citosólico, podemos observar que os astrócitos de animais Wistar possuem mais Ca2+ no citosol (valor basal) que as células do grupo

SHR e que curiosamente após estímulo com FCCP as células dos animais SHR apresentaram um sinal fluorescente maior, indicando

que as mitocôndrias liberaram mais cálcio de volta pro citosol. Além disso, há diferenças no potencial de membrana mitocondrial

bem como nos níveis de estresse oxidativo entre animais controle e SHR.

Conclusão: Podemos concluir que a cultura celular de córtex a partir de embrião é majoritariamente de astrócitos e que a ausência

de diferença após L-NAME pode ser explicado, como de fato há na literatura, de que a mitocôndria encontraria um ponto de

homeostase, mesmo em situação de estresse. Além disso, pesquisas anteriores indicam a existência de intercomunicação entre

mitocôndria e retículo endoplasmático, o qual provavelmente é o responsável pelo sequestro de cálcio e diminuição da fluorescência

observada. Em relação ao modelo dos animais SHR, levando os dados que temos até o presente momento em consideração, temos

que as mitocôndrias dos astrócitos de animais SHR capturam mais cálcio do citoplasma, e, justamente por essa razão, estão

despolarizas em relação às do grupo controle - uma tentativa de compensar o excesso do íon. Além disso, há uma elevação dos

níveis de estresse oxidativo nos astrócitos dos animais SHR, sugerindo uma relação entre o excesso de cálcio na matriz mitocondrial

e o potencial de membrana das mitocôndrias.

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Nome do trabalho: Avaliação de Possíveis Inibidores de Fibrilas Amiloidais. Relevância para o Estudo de Doenças

Amiloidogênicas

Autor: Letícia Yuki Matsushita

Orientador: Prof. Dra. Luciana Malavolta Quaglio

RESUMO

Introdução: Em termos fisiológicos, os casos mais conhecidos de patologias relacionadas com insolubilizações de segmentos

peptídicos no organismo são as denominadas amiloidoses que se caracterizam pelo depósito de fibrilas amiloidais no organismo e

estão associadas com dezenas de doenças degenerativas humanas incluindo-se a doença de Alzheimer, Diabetes do Tipo II, Prion,

Huntington e também Parkinson. Embora extremamente relevante, o problema da insolubilidade de peptídeos e proteínas ainda

está longe de ser completamente entendido, uma vez que, no processo de agregação, podemos observar uma enorme complexidade

de associação/dissociação molecular, dependente de inúmeros fatores: característica da sequência peptídica em si e de sua

conformação, mas principalmente da combinação das propriedades eletrofílicas, nucleofílicas e de capacidade de indução de

interações eletrostáticas e de van der Waals do solvente e também do soluto.

Objetivo: Desta forma, esse projeto tem como objetivo principal interpretar o processo de agregação/formação de fibrilas de

segmentos peptídicos em solução, com relevância fisiológica como proposta de estudo de doenças amiloidogênicas, utilizando um

composto como possível inibido de fibrilas amiloidais.

Métodos: Os peptídeos propostos foram sintetizados pelo método da síntese de peptídeos em fase sólida através da estratégia

Fmoc/tBut (manualmente). A clivagem final do peptídeo da resina e a remoção dos grupos protetores das cadeias laterais foram

efetuadas em uma mistura contendo elevado teor de TFA (Reagente K). Após todo o processo de síntese, os peptídeos passaram

por um processo de caracterização em HPLC e espectrometria de massas, na qual foi verificada a pureza dos mesmos. O estudo de

solubilidade dos peptídeos foi realizado através da suspensão de 10mg/mL do peptídeo puro em diferentes solventes, seguido da

sonicação, centrifugação e separação do sobrenadante. Para os estudos de fluorescência, utilizamos a sonda Tioflavina T (ThT).

ThT que se associa rapidamente com fibrilas amiloidais dos fragmentos peptídicos, acompanhado por um aumento dramático de

fluorescência com um novo máximo de aproximadamente 440 e 482 nm de excitação e emissão, respectivamente. Para avaliar o

espalhamento de luz, empregamos o mesmo espectrofluorímetro utilizado para a detecção de fluorescência, mas utilizando-se o

comprimento de onda tanto da excitação quanto da emissão de 320 nm

Resultado: Os peptídeos foram sintetizados, sendo denominados LY0716 (sequência 8-20 do peptídeo amilina), IAPP (sequência

20-29 do peptídeo amilina), LM0812 (fragmento 12-24 do peptídeo β-amiloide), SA0413 (amiloidose corneal) e LY1217

(amiloidose muscular). O rendimento final da síntese para os peptídeos LY0716, IAPP e SA0413 foi de 20%, enquanto o do

LM0812 foi 60%. Após o processo de purificação, não conseguimos obter massa para o peptídeo LY1217. Os estudos de

fluorescência foram realizados com os demais peptídeos cuja intensidade de fluorescência foi analisada na presença e na ausência

do inibidor proposto. Tais estudos revelaram que a formação de fibrilas é dependente não só do tamanho da sequência peptídica,

mas também da composição dos aminoácidos. Com a presença do inibidor, a intensidade de fluorescência reduziu

independentemente do tempo de incubação. Os resultados dos estudos de espalhamento de luz corroboraram os resultados de

fluorescência. Na presença de inibidor, houve uma redução na intensidade de espalhamento da maioria dos peptídeos, exceto pelo

fragmento LM0812, cujo espalhamento aumentou; isso revela que a formação de agregados pode ser independente da formação de

fibrilas.

Conclusão: Os peptídeos propostos foram sintetizados e purificados de maneira satisfatória, com exceção do peptídeo LY1217.

Com os estudos realizados, acreditamos que forças intermoleculares devem governar a formação de fibrilas e está diretamente

associado à sequência peptídica, salientando que a formação de fibrilas pode estar independente da formação de agregados e

solubilidade. Entretanto, em todos os experimentos realizados, observamos uma eficiência do composto em diminuir a formação

de fibrilas e agregados amiloidais. Assim, podemos concluir que os resultados parecem ser relevantes para a compreensão da

formação de fibrilas e poderão trazer avanços no tratamento das doenças relacionadas.

Apoio Financeiro: CNPq e Fapesp.

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Nome do trabalho: Estratégias familiares na manutenção de vínculo com crianças em desmame precoce

Autor: Julianye Cristhine Trombim Reis

Orientador: Profa. Dra Livia Keismanas de Ávila

RESUMO

Introdução: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a amamentação deve ser exclusiva até os seis meses de idade. (³)

Além disso, o aleitamento materno exclusivo é essencial para o bom desenvolvimento infantil e criar um vínculo necessário entre

mãe e bebê.(1) Mesmo assim, ainda existem situações que levam ao desmame precoce. A introdução precoce da alimentação

complementar tem sido associada ao desenvolvimento e aparecimento de doenças. (2) Desta forma cabe ao enfermeiro atuar na

identificação das possíveis causas do desmame precoce e acompanhar, aconselhar e educar.

Objetivos: Identificar os motivos desencadeantes do desmame precoce antes dos três meses de vida e descrever as estratégias

familiares estabelecidas para estimular o vínculo com a criança e as medidas de prevenção de doenças nesta faixa etária. Método:

Tratou-se de uma pesquisa exploratória, realizada na Unidade Básica de Saúde (UBS) Sé. A coleta de dados foi realizada a partir do

sistema de informação em atenção básica e na sala de vacinação, de setembro a novembro de 2016, durante a semana, no período da

tarde. As participantes aceitaram ser incluídas no estudo após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e

responderam a um formulário de perguntas abertas, com uma duração aproximada de 30 minutos. Resultados: A amostra foi

constituída por 10 mães de crianças menores de seis meses que tiveram desmame precoce. As justificativas para o desmame precoce

foram: leite fraco, medo das modificações estéticas mamárias, pressão social do parceiro, leite secou e ficou doente durante o

processo de amamentação. Ao serem questionadas sobre as estratégias de desenvolvimento e manutenção do vínculo com bebê e as

formas de prevenção de doenças, as mães participantes relataram acalentar a criança no seu colo, fazer carinho, conversar, brincar e

cantar para o bebê enquanto o alimenta. Duas mães utilizavam o método de colocar o bebê em seu colo enquanto dava a mamadeira,

três mães sempre cantavam para seu filho para o fazia dormir, quatro procuravam sempre conversar com o bebê durante todo o dia e

uma mãe brincava com o bebê de maneiras diferentes enquanto o alimentava. Além disso, as mães relataram dormir junto com seus

filhos e sempre pegar no colo quando o bebê chora. Isso nos remete ao conceito de parentalidade, definido como um conjunto de

“atividades propositadas no sentido de assegurar sobrevivência e o desenvolvimento da criança”, num ambiente seguro, de modo a

socializar a criança e atingir o objetivo de torná-la progressivamente mais “autônoma.” (Bornstein, 2002). Este conceito possui três

áreas com onze dimensões: Conhecimentos e compreensão, recursos, motivação, oportunidades, saúde física, saúde mental,

comportamento social, funcionamento educativo e intelectual, cuidado, disciplina e desenvolvimento que irão determinar

capacidades e competências parentais. Entre as dimensões destacam-se o cuidado, disciplina e desenvolvimento. Seus objetivos

segundo o autor, assegurar a prevenção de adversidades que possam fazer sofrer a criança, assim como promover ações positivas

que ajudem ao longo da sua vida (Hoghoughi, 2004). Ao observarmos os relatos das mães sobre medidas ou comportamentos que

promovam o vínculo com seus filhos, identificamos que a dimensão do cuidado se constitui como prioridade. Cuidados do nível

físico que são traduzidos na garantia de alimentos, produção, vestuário, higiene, hábitos de sono, assim como a prevenção de

acidentes ou doenças preveníveis e tomada de decisões rápidas. Este nível de cuidado traduz exatamente o vínculo que estas mães

estão criando com seus bebês. (3) Para Pedroso e Pucinni (2008), “O vínculo mãe-filho, fundamental para o crescimento e

desenvolvimento da criança, é fortalecido (grifo nosso) pela amamentação, que proporciona grande variedade de estímulos ao

recém-nascido e interações mais intensas com sua mãe.” (3) Sabe-se que a amamentação se constitui como um ato construído a partir

das representações sociais, culturais, a partir de valores e crenças sociais.(Pereira, 1999)."Por meio da sua resposta como mãe as

necessidades físicas e emocionais do bebê ele vai aprender a conhecer a mãe e construir sua confiança em uma pessoa cuidadosa e

prestativa, e por meio da sua interpretação adequada dos sentimentos dele, o bebê vai aprender a conhecer-se”. (Bender, 2007).

Conclusão: Neste estudo foi possível identificar que os fatores desencadeantes para o desmame precoce se relacionam com os

aspectos sociais e culturais vivenciados pelas mães. E que, a superação da impossibilidade de aleitar influencia em comportamentos

de reforço e manutenção de vínculo, por meio de práticas de aproximação e cuidado como, conversar com o bebê, estar presente na

maior parte do dia, prover satisfação de necessidades humanas básicas que, indiretamente, contribuem para a prevenção de doenças.

Essas estratégias estão vinculadas a parentalidade que é estabelecida ao longo da primeira infância, por meio do papel dos pais e do

núcleo familiar, imprescindível para as futuras relações sociais que esta criança irá ter.

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Nome do trabalho: Perfil dos modos de vida frente à saúde de discentes e docentes universitários: Padrão Alimentar e Estado

Nutricional

Autor(a): Kryssia Marton Prete

Co-autor(a): Damaris Pereira Carvalho

Orientador(a): Márcia Regina Car

RESUMO

Introdução: Este estudo é parte integrante do projeto temático de investigação ‘’Perfis dos Modos de Vida Frente à Saúde de

Discentes e Docentes Universitários’’, do grupo de pesquisa ‘’Promoção da Saúde e Doenças Não Transmissíveis’’, do Curso de

Graduação em Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Considerando a importância de

viabilizar a política brasileira de promoção à saúde, onde estão definidas as metas de prevenção e controle das Doenças Não

Transmissíveis (Brasil, 2015), assume-se a responsabilidade de demonstrar um perfil dos modos de vida frente à saúde, a fim de

fornecer subsídios para a elaboração de programas ou projetos de intervenção, sendo esta parte da investigação direcionada à

avaliação do padrão alimentar e do estado nutricional. Objetivo: Caracterizar os perfis dos modos de vida de docentes e discentes

em relação ao padrão alimentar e estado nutricional. Método: Foi desenvolvida uma pesquisa prospectiva, descritiva, exploratória,

com abordagem quantitativa dos dados, em uma instituição particular de ensino universitário em ciências da saúde da cidade de

São Paulo, tendo como sujeitos discentes e docentes dos cursos de graduação em enfermagem, fonoaudiologia, medicina,

tecnologia em radiologia e tecnologia em sistemas biomédicos. Critérios de Inclusão: incluídos todos os discentes e docentes, com

18 anos ou mais, de ambos os sexos, que concordaram participar do estudo por meio do aceite do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE). Excluídos os participantes que retiraram o TCLE. Do total de participantes (129), 23 foram docentes (13

medicina, 5 enfermagem e 5 fonoaudiologia); e 106 foram discentes, sendo o maior número de estudantes do curso de graduação

em medicina (52,7%), seguido por enfermagem (27,5%) e fonoaudiologia (10,7%).Os dados dos instrumentos preenchidos no

aplicativo Google Docs foram transferidos automaticamente para um banco de dados do programa Microsoft Excel e analisados

pela estatística descritiva, apresentados em frequência absoluta e relativa com auxílio de gráficos. Resultados: Embora a

população do presente estudo esteja diretamente associada ao ensino e promoção dos hábitos alimentares, verificou-se que apenas

31% dos docentes referem ingerir 5 porções de frutas, legumes e verduras ao dia e 29% dos discentes nunca ingerem estes

alimentos. A ingestão de feijão é bastante reduzida, sendo que os docentes (26%) ingerem feijão uma vez por semana e, os

discentes (15%) referiram ingerir todos os dias, duas vezes ou nunca. A ingestão de sal está diretamente associada à Hipertensão

Arterial e, o acréscimo de sódio servido à mesa nunca é feito por 48% dos docentes e por 40% dos discentes. O uso de bebida

alcoólica é feito uma vez por semana por 52% dos docentes e 44% dos discentes, cabendo ao profissional de saúde orientar quanto

à quantidade adequada para aqueles que possuem este hábito. Os dados indicam a ingestão de alimentos ricos em açúcares (18%

dos discentes todos os dias e 22% dos docentes duas vezes por semana); refrigerantes (43% dos discentes e 39% dos docentes

nunca). Já a ingestão de três refeições e um lanche por dia (31% dos docentes e 24% dos discentes todos os dias) e refeições

ingeridas devagar e preferencialmente com a família (22% dos docentes cinco vezes por semana e 19% dos discentes nunca)

podem favorecer uma alimentação mais equilibrada. A prática de, no mínimo, trinta minutos de atividade física pelo menos cinco

vezes por semana, entre os adultos residentes das capitais do Brasil, passou de 14,8% em 2006 para 14,9% em 2010. Esta prática

mostrou-se ainda insuficiente entre os docentes (22% dos docentes realizam duas ou cinco vezes por semana) e os discentes (35%

nunca realizam). O Índice de Massa Corpórea é normal em 58% dos discentes e 48% dos docentes; 35% dos docentes e 28% dos

discentes têm sobrepeso, e 17% dos docentes e 11% dos discentes são obesos. Para a prevenção e controle da Hipertensão Arterial

e do Diabetes Mellitus são previstas medidas preventivas e de promoção da saúde, como as ações educativas sobre condições de

risco tais como obesidade e sedentarismo. Conclusão: Os dados deste estudo indicam que há a necessidade de uma maior

conscientização sobre a promoção e prevenção das DCNT entre docentes e discentes e, que o papel da educação em saúde à

população por meio dos profissionais, deve ser iniciado durante a formação universitária.

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Nome do trabalho: Perfil epidemiológico, clínico e desfecho dos pacientes submetidos à neurocirurgia por traumatismo crânio

encefálico por acidente de moto.

Autor: Caroline Cristine da Cruz

Co-autor:

Orientador: Camila Waters

RESUMO

Introdução: As causas externas são todos os tipos de violências e acidentes, evitáveis ou não, representando alta

morbimortalidade. Dentre as causas externas por acidentes de trânsito, destacam-se os acidentes de moto, que podem provocar

várias lesões aos pacientes. Das lesões associadas aos acidentes com moto, o Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) é a mais

preocupante, pois pode levar o paciente a óbito ou sequelas, prejudicando a qualidade de vida e acarretando enormes gastos para o

sistema público de saúde.

Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico, clínico e desfecho dos pacientes submetidos a neurocirurgia vítimas de traumatismo

crânio encefálico causado por acidente de moto.

Método: Pesquisa retrospectiva, descritiva e quantitativa realizada no Serviço de Arquivo Médico Estatístico (SAME) do Hospital

Central da Irmandade da Santa casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP). Incluídos pacientes de ambos os sexos, com idade

maior ou igual a 18 anos, submetidos à intervenção neurocirúrgica, por TCE causado por acidente de moto, internados nas

dependências do Hospital Central no período de 01/01/2015 a 31/12/2015. Excluídos prontuários indisponíveis para consulta.

Foram selecionados 293 prontuários, desses 34 foram excluídos por estarem indisponíveis para a consulta no momento e, portanto,

dos 259 prontuários restantes, oito seguiram os critérios de inclusão do estudo. O projeto faz parte de um projeto maior já

aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição. Para a coleta de dados, foi elaborado um instrumento contendo questões

de identificação, dados do acidente, da entrada no pronto socorro, da internação, da cirurgia do pós-operatório. Para as variáveis

quantitativas foi verificada e média e a amplitude (mínimo e máximo).

Resultado: Na avaliação dos oito pacientes submetidos à neurocirurgia vítimas de TCE, por acidente de moto, todos eram do sexo

masculino, cor branca e condutores da moto. A faixa etária que predominou foi de 18 a 25 anos, com seis pacientes, seguido de

um paciente na faixa etária de 26 a 35 anos e outro na faixa etária de 36 a 45 anos. Cinco pacientes tiveram o TCE por acidente de

moto ocorrido no sábado, seguido de dois acidentes que ocorreram no domingo e um acidente na segunda-feira. O TCE por

acidente de moto ocorreu em dois pacientes das 18h01 às 24h00, seguido de outros dois pacientes das 24h01 às 06h00. Em um

paciente o acidente de moto ocorreu das 06h01 às 12h00 e em outro paciente ocorreu das 12h01 às 18h00. Cinco pacientes

chegaram ao serviço levados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, seguido de dois pacientes que foram transferidos

de outro serviço e um paciente chegou ao serviço de condução própria. Predominou a Escala de Coma de Glasgow (ECGl) de 3 a

8 na chegada ao Pronto Socorro, observada em cinco pacientes, seguido de dois pacientes com ECGl de 9 a 12 e um paciente com

ECGl de 13 a 15 pontos. Três pacientes permaneceram internados no hospital por até sete dias e outros três por mais de 16 dias.

Dos seis pacientes que foram para a UTI, três ficaram mais do que 16 dias. Seis pacientes receberam alta hospitalar, um paciente

evoluiu a óbito e outro paciente evadiu-se do hospital. As cirurgias duraram de uma a duas horas em quatro pacientes, seguido de

até duas horas ou mais de duas horas em outros dois pacientes cada.

Conclusão: Predominaram as vítimas do sexo masculino, cor branca, condutores da moto, na faixa etária de 18 a 25 anos de idade.

O acidente de moto ocorreu, em sua maioria, no sábado, no período noturno e na madrugada. A maioria dos pacientes foi levada

ao Pronto Socorro pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, vítimas de TCE grave, refletido pela ECGl de 3 a 8 no

momento da chegada ao Pronto Socorro. Ficaram internados ou até sete dias, ou mais de 16 dias, sendo que seis pacientes

necessitaram de atendimento na Unidade de Terapia Intensiva e a maioria recebeu alta hospitalar.

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Nome do trabalho: A importância da degradação mitocondrial para a neuroproteção em diferentes modelos celulares da Esclerose

Lateral Amiotrófica

Autor(a): Pedro de Souza Lucarelli Antunes

Orientador: Tatiana Rosado Rosenstock

RESUMO

Introdução: A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma doença neurodegenerativa rara, é caracterizada pela degeneração

progressiva de neurônios motores. A ELA, que na maioria dos casos é uma desordem esporádica, possui entre 10 e 15% de casos

familiares (de causa genética; FALS), dentre as quais se destaca a mutação no gene que codifica a enzima antioxidante superóxido

dismutase Cu/Zn (SOD1). Entretanto, sabe-se hoje que a ELA é uma desordem multifatorial visto que além de modificações dos

níveis de estresse oxidativo, também apresenta alterações de excitotoxicidade glutamatérgica e da função mitocondrial, incluindo

anormalidades na dinâmica dessa organela. Recentes evidências sugerem que a autofagia distingue as mitocôndrias danificadas a

serem degradas através de modificações em seu potencial de membrana e que, por sua vez, essa pode ser resultado de alterações

na maquinaria de fusão e fissão mitocondrial. Logo, a eliminação de organelas disfuncionais seria um mecanismo importante para

a manutenção da homeostasia celular e para a neuroproteção.

Objetivo: Determinar alterações nos níveis de auto(mito)fagia e a sua relação com a sobrevivência/viabilidade celular em

diferentes modelos da Esclerose Lateral Amiotrófica, neurônios expostos a peróxido de hidrogênio (H2O2) e FCCP (protonóforo

mitocondrial).

Material e método: Foi utilizada cultura estabelecida de neurônios (neuro2a e também SH-SY5Y), que foram cultivadas em meio

DMEM:F12 com 2mM Glutamina,1% de aminoácidos não essenciais e 15% de SFB e foram mantidas a 5% CO2 e 37ºC. As

células foram, posteriormente, plaqueadas de acordo com o objetivo dos experimentos. Para obter os diferentes modelos de ELA,

as células foram expostas a diferentes concentrações de H2O2 e FCCP. As células foram ainda tratadas com moduladores de

autofagia como Rapamicina (RAPA), responsável por induzir autofagia, e 3-metiladenina (3-MA), inibidora da fusão lisossomal

ao autofagossomo. Foram realizados ensaios de viabilidade celular com o método colorimétrico do MTT e de função mitocondrial

com o auxílio de indicadores de fluorescência específicos nomeadamente Fluo-4 (cálcio citosólico), TMRE (potencial de

membrana mitocondrial) e DCF (estresse oxidativo). A autofagia foi verificada por western blot.

Resultados: As células da linhagem Neuro2A após tratamento com diferentes concentrações de H2O2, bem como RAPA, meio

EBSS (meio sem soro) e 3-MA tiveram uma alta variabilidade de resposta. Contudo, podemos constatar de uma maneira geral que

quanto maior a concentração e tempo de exposição ao H2O2, maior a morte celular. Contudo, células SH-SY5Y tratadas com

RAPA por 48 ou 24 horas (nas concentrações de 0.2, 0.5 e 1 µM), apresentaram uma diminuição significante da sobrevivência

celular condizente com um possível aumento da autofagia; o mesmo ocorreu na presença de meio EBSS. Já células expostas a 3-

MA por 24 horas apresentaram uma diminuição significante da viabilidade celular somente após o tratamento com 20 mM. No

sentido de verificar a susceptibilidade das células SH-SY5Y ao estresse oxidativo, elas foram expostas a H2O2 por 1 hora (1, 2 e 5

mM). Observamos uma diminuição significante da viabilidade celular após todas as concentrações testadas. Já para verificar o

papel da disfunção mitocondrial como indutor de morte celular, as células foram expostas ao FCCP (10 µM) por 1 ou 24 horas;

houve uma diminuição significante da viabilidade após o tratamento por 24 horas. Como pode ser ainda observado, há uma

diminuição dos níveis de LAMP-1 coincidentes com o aumento de LC3-2 nas amostras tratadas com FCCP e H2O2, indicando que

de fato houve alteração dos níveis de autofagia. Em relação aos dados obtidos na Universidade de Birmingham, a morte celular foi

significantemente maior na linhagem knockdown para o gene WSF1 em condição basal. Constatamos ainda que os tratamentos

com as drogas indutoras de autofagia RAPA e Carbamazepina foi capaz de promover um resgate da morte celular.

Conclusão: Ao longo desse projeto pudemos estabelecer o modelo de estresse oxidativo e de disfunção mitocondrial com a

utilização respectivamente de H2O2 e FCCP. Nesse sentido, podemos afirmar que ambos os modelos farmacológicos são

ferramentas necessárias para o melhor entendimento dessa grave patologia neurológica. Estabelecemos ainda ao longo desse

projeto concentrações e tempo de tratamento específicos de RAPA, 3-MA e EBSS para avaliar o papel da autofagia como

mecanismo neuroprotetor nesses modelos. Em relação aos estudos realizados em Birmingham, os resultados sugerem que o perfil

fenotípico das células WSF1 está intimamente associado a defeitos nos estágios iniciais da autofagia, majoritariamente na

formação dos fagoforos.

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Nome do trabalho: Conhecimento dos Enfermeiros Docentes de um Curso de Enfermagem Sobre o Testamento Vital

Autor: Nathalia Marques Fernandes

Orientador: Profª Drª Mª do Carmo Querido Avelar

RESUMO

Introdução: A terminalidade da vida leva o indivíduo a inúmeros dilemas éticos e gera conflitos que envolvem os profissionais da

saúde, pacientes e seus familiares.

Com o fim de preservar a autonomia do paciente foi incorporado às legislações pertinentes o denominado ‘’Testamento Vital’’ que

constitui-se de um documento redigido por uma pessoa em pleno gozo de suas faculdades mentais, com a finalidade de especificar

quais cuidados, tratamentos e procedimentos deseja ou não ser submetido em situações de impossibilidade de manifestar sua

vontade. Neste documento o indivíduo expressa por escrito sua vontade de suprimir os procedimentos médicos destinados a

manter a sua vida.

A abordagem da temática ‘’ Testamento Vital’’ em estudos entre profissionais da saúde no país, apesar da sua relevância é ainda

muito incipiente. Essa situação evidencia a necessidade de realização de estudos tendo em vista o panorama atual dos tratamentos

de pacientes cuja condição de saúde é irreversível e que apresentem grande possibilidade de morte em um período determinado.

Objetivo: Verificar o conhecimento dos enfermeiros docentes de um Curso de Enfermagem sobre o Testamento Vital.

Método: Tipo de pesquisa- Estudo transversal, de natureza descritiva e quantitativa. A amostra incluiu 20 enfermeiros docentes do

Curso de Graduação em Enfermagem da FCMSCSP.

Critério de inclusão: ser enfermeiro docente do Curso de Graduação em Enfermagem, com atividade de ensino de alunos do Curso

de Graduação em Enfermagem, no momento da coleta de dados. Critério de exclusão: Enfermeiros docentes que não estiveram

presentes para responder ao questionário, no momento da aplicação.

Os enfermeiros docentes foram convidados a participar do estudo por meio de uma solicitação feita em seu local de trabalho.

Todos foram esclarecidos sobre o objetivo do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, confirmando sua

participação. Em seguida preencheram os questionários, com data, local e hora, conforme agenda acertada previamente. O

questionário foi elaborado com base em um estudo anterior. Os dados coletados foram compilados e tratados em números e

percentuais simples e explicitados em tabela, quadros e de forma textual.

Resultado: A maioria dos enfermeiros docentes são do sexo feminino (19 – 95%), uma característica da profissão. Do total (20 –

100%) de docentes, 12 (60%) possuiam até 15 anos de trabalho, sendo que com 26 anos e mais, foram 6 (30%) docentes.

12( 60%) respondentes referiram que os pacientes não são avisados e preparados para as condutas às quais serão submetidos.

Nota-se assim, o despreparo dos profissionais perante seu dever de sempre respeitar e orientar os pacientes quanto às informações

das suas condições e do seu tratamento denotando aspectos falhos da formação e exercício da sua profissão.

Acerca do Testamento Vital, 16 (80%) afirmaram conhecer a definição do termo. 13 (75%) referiram conhecer a Resolução

1995/12 do Conselho Federal de Medicina, que dispõe sobre as diretivas antecipadas dos pacientes/ Testamento Vital.

Cerca de 18 (90%) respondentes nunca atenderam pacientes que requereram o Testamento Vital, deduzindo-se daí a ausência de

informações ao paciente para a expressão da sua vontade sobre a decisão de seu tratamento, paralela à falta de oportunidades do

docente vivenciar esta situação.

A criação de uma lei e sua regulamentação sobre o Testamento Vital é considerada interessante por 16 (80%) enfermeiros

docentes, fato que proporciona segurança e apoio sobre as decisões a serem tomadas pelos profissionais.

Todos os entrevistados concordam que é importante discutir esse tema com profissionais da saúde e com os alunos do curso de

graduação. Deles, 17 (85%) consideraram importante a divulgação desse documento nos meios de comunicação.

Conclusão: Este estudo verificou que a maioria dos enfermeiros docentes do Curso de Graduação em Enfermagem, tem

conhecimento da definição de Testamento Vital e da Resolução 1995/12 do Conselho Federal de Medicina.

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Nome do trabalho: “Prevalência do uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas na população de moradores de rua do centro de São

Paulo”

Autor: Diego Ruan Coutinho de Lima

Co-autor: Luiza Arcas Golçalves

Orientador: Rita Barradas Barata

RESUMO

Introdução: Nos grandes centros urbanos, como na região central do município de São Paulo, nota-se a presença considerável da

população de moradores de rua, a qual vive em condições de vida precárias e representa um grupo de difícil inserção social. Os

problemas enfrentados por esse grupo vão além da falta de moradia, uma vez que ter uma casa nos traz não só uma maior

estabilidade com mais segurança, mas também se situa como um local de bem estar emocional.

Sendo assim, notamos que os moradores de rua da região central da cidade São Paulo apresentam diversas vulnerabilidades

sociais, como a ausência de laços familiares ou sociais, e estados de saúde ruins ou regulares (autodeclarados) em sua maioria.

Além disso, sabe-se que essa população tem condições financeiras precárias e baixos níveis de escolaridade, além de ser

desempregada em maior parte, vivendo de “bicos” ou atividades informais. Por fim, destaca-se o alto índice de uso de álcool,

tabaco e drogas ilícitas nessa população.

Considerando as condições precárias que o uso de substâncias de abuso traz a essas populações, em especial àquela situada

nas ruas, nota-se a necessidade de estudos epidemiológicos que esclareçam as particularidades dessa população para que,

posteriormente, definam-se estratégias e meios específicos que viabilizem o acesso dessa população aos recursos disponíveis.

Afinal, a precariedade e insalubridade das ruas acabam desafiando os próprios conceitos gerais do Sistema Único de Saúde e,

consequentemente, criam uma necessidade de intervenções e tratamento de acordo com certas especificidades e possíveis riscos

vinculados àquela população.

Objetivo: O estudo pretende avaliar a prevalência do abuso de álcool, tabaco e drogas ilícitas na população em situação de rua da

região central da cidade de São Paulo, de modo a buscar evidenciar se essa população, por ter maiores vulnerabilidades sociais,

teria um maior consumo dessas substâncias.

Método: Esse estudo utilizou dados da pesquisa intitulada “Desigualdades Sociais no estado de saúde e no acesso a serviços para

grupos com diferentes graus de vulnerabilidade e exclusão social vivendo no centro de São Paulo”, a qual foi realizada por meio

de inquérito domiciliar no ano de 2008 com diferentes populações da região central da capital paulista.

As análises das variáveis pertinentes ao projeto foram realizadas por meio do software STATA versão 13.2, de acordo com o

que era mais relevante segundo a literatura. Nesse sentido, objetivou-se levantar dados relativos à população de albergados

considerada, enfatizando o abuso de substâncias nocivas – álcool, tabaco e drogas ilícitas – e correlacioná-los com características

demográficas desse grupo, como sexo, idade e cor, assim como com outros quesitos, como renda mensal, situação de violência e

preconceito.

Resultado: Os principais resultados mostraram que esse grupo é formado, em sua maioria, por adultos do sexo masculino, não

brancos, com baixo nível de escolaridade e de renda. Além disso, em relação ao estado de saúde, a maioria dos entrevistados

considera seu estado de saúde regular ou ruim. Ademais, na questão central do abuso de substâncias nocivas, notou-se que 57%

dos entrevistados são fumantes, 34% consumem álcool, dos quais 18% relataram o consumo de mais de três doses por vez e 19%

apresentam consumo de risco, segundo questionário de CAGE. Cerca de um terço referiu já ter usado maconha; 10% a 14%

referiram o uso de cocaína inalada e crack.

Conclusão: Em suma, o trabalho nos mostra que a população estudada guarda particularidades em relação ao abuso de

substâncias, porém observamos um perfil sociodemográfico com uma importante situação de vulnerabilidade social. Assim vemos

que esse grupo de indivíduos apresenta importante abuso de substâncias nocivas, o que se relaciona com múltiplos fatores

explorados no texto. Nesse âmbito, as políticas de assistência social e saúde podem buscar maior flexibilidade nos modos de

observar e compreender essa diversidade, buscando implementar ações e serviços que permitam incorporar as diversas

necessidades de saúde da população em situação de rua.

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Nome do trabalho: Avaliação do Efeito de Peptídeos Antioxidantes em Ratos Submetidos ao Modelo Experimental de Epilepsia Induzido por

Pilocarpina

Autor: Angela Hyun Ji Kim

Co-autor: David Ramos da Silva

Orientador: Luciana Malavolta Quaglio

RESUMO

Introdução: Epilepsia é uma doença crônica, que atinge aproximadamente 65 milhões de pessoas no mundo, sendo a maior parte dos pacientes,

de países em desenvolvimento. Uma das alterações provocadas pela epilepsia consiste na elevação das espécies reativas de oxigênio (EROs) no

encéfalo e o estresse oxidativo em consequência, causando danos aos neurônios. Atualmente, apesar da disponibilidade de 15-20 fármacos

antiepilépticos, a resistência a esses medicamentos e os problemas clínicos por eles causados compromete mais de um terço dos pacientes com

epilepsia. Dessa maneira, nos últimos anos, o número de estudos que visam à descoberta de compostos que possam ser mais eficientes para o

tratamento dessa patologia, no qual se incluem os peptídeos antioxidantes, vem aumentando consideravelmente.

Objetivo: Desta forma, esse projeto tem como objetivo principal avaliar o efeito de peptídeos antioxidantes na intensidade de crises epilépticas

em ratos submetidos ao modelo experimental de epilepsia induzido por pilocarpina.

Método: Os peptídeos propostos foram sintetizados pelo método da síntese de peptídeos em fase sólida através da estratégia Fmoc/tBut. A

clivagem final do peptídeo da resina e a remoção dos grupos protetores das cadeias laterais foram efetuadas em uma mistura contendo elevado

teor de TFA (Reagente K). Após todo o processo de síntese, os peptídeos passaram por um processo de caracterização em HPLC e

espectrometria de massas, na qual foi verificada a pureza dos mesmos. Para a indução do estado do mal epiléptico, os animais (n = 50) foram

pré-tratados com uma injeção subcutânea de metil-escopolamina na dose de 1mg/kg, usada com a finalidade de minimizar os efeitos colinérgicos

periféricos da pilocarpina. Trinta minutos após este pré-tratamento, a pilocarpina foi administrada, intraperitoneal (i.p), na dose de 350mg/kg.

Após duas horas de status epilepticus, os animais foram tratados com diazepam, na dose de 10mg/kg, por via intraperitoneal com o intuito de

interromper as manifestações comportamentais do status epilepticus (SE) e, assim, assegurar a sobrevida dos ratos. Com o auxílio de um conta-

gotas, todos os animais sobreviventes ao SE foram alimentados com uma suspensão aquosa contendo sacarose e farelo de ração disponível, não

só com a finalidade de assegurar o bem-estar, mas também melhorar a sobrevida do animal. Logo após a recuperação do SE, os animais são

encaminhados para o biotério, que é equipado com um sistema de monitorização 24h/dia por vídeo câmera para avaliar o número de crises

apresentadas antes e durante os 31 dias de tratamento com os peptídeos. Cabe ressaltar que o tratamento é iniciado somente após a apresentação

da primeira crise espontânea.

Resultado: Os peptídeos propostos foram sintetizados no período proposto (junho a janeiro de 2017). Entretanto, ao submeter 25 dos 50 animais

propostos ao modelo experimental de epilepsia induzido por Pilocarpina, houve uma taxa de mortalidade muito elevada (aproximadamente 90%

por consequências dos efeitos epileptogênicos da pilocarpina, não restando, portanto, n suficiente para a avaliação dos peptídeos propostos.

Dessa maneira, no próximo experimento diminuímos a dose de pilocarpina para 300 mg/Kg para 12 animais, dos quais sobreviveram 4 (redução

da mortalidade para 60%) e no momento estão sendo avaliados pela frequência de crises apresentadas durante 31 dias, como proposto no projeto.

Conclusão: Embora o modelo de epilepsia induzido por pilocarpina seja o mais consagrado na literatura, esse modelo acarreta em um índice de

mortalidade em torno de 40%. No nosso primeiro experimento esse índice chegou a 90% o que pode ter sido em decorrência da falta de

experiência no manejo com os animais. Entretanto essa alta mortalidade comprometeu o nosso estudo no prazo estabelecido. No segundo

experimento, o índice de mortalidade diminui para aproximadamente 60%, o que demonstra uma melhor experiência para realização da indução

da epilepsia em animais. No presente momento, os animais estão sendo avaliados quanto à frequência de crises. Acreditamos que os peptídeos

antioxidantes propostos possam inibir as crises epilépticas. E em um futuro próximo trazer grandes avanços para o seu tratamento, uma vez que,

acomete milhões de pessoas no mundo inteiro.

Apoio Financeiro: FCMSCSP and FAPESP.

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RESUMO DOS TRABALHOS Comitê Externo: Profa. Dra. Fernanda Ortis

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Título do Trabalho: Avaliação da atividade cardiovascular do extrato hidroalcóolico dos frutos da Campomanesia phaea (cambuci)

em ratos.

Autor: Luana Rotta Wczassek

Orientadora: Maria Thereza Gamberini

RESUMO

Introdução: Informações etnofarmacológicas dão conta da utilização do fruto da Campomanesia phaea (cambuci) como benéfica na

prevenção e controle da pressão arterial (PA). A planta é utilizada frequentemente na forma de suco e licores por moradores da Vila

de Paranapiacaba (SP), os quais afirmam que sua ingestão contínua representa uma estratégia terapêutica para a redução da PA.

Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito cardiovascular do extrato hidroalcóolico (EHA) obtido dos frutos do

cambuci afim de validar as informações da medicina tradicional.

Métodos: Devido ao fato de que ainda nenhum estudo científico tenha sido desenvolvido com a planta decidiu-se investigar,

preliminarmente, quais as respostas seriam observadas em ratos com a administração aguda do extrato (EHA). Utilizamos, para

isso, os testes de campo aberto e labirinto em cruz elevado. A avaliação da atividade espontânea para a observação de respostas

comportamentais poderiam ser relacionadas a mecanismos associados aos seus efeitos cardiovasculares, além de estabelecer as

doses que foram utilizadas em testes para a avaliação da PA sistólica (PAS) indireta de ratos Wistar normotensos através do método

da cauda. O EHA foi preparado a partir do processamento de frutos do cambuci em liquidificador com água/etanol (50:50). O

material foi coado, concentrado a 50C em rotaevaporador e liofilizado. Para avaliação das respostas comportamentais, ratos Wistar

(250-350 g) foram divididos em 04 grupos os quais receberam, respectivamente, água destilada (5 ml/Kg, n=7) e o EHA 0,5 g/Kg

(n=5); 1 g/Kg (n=5) e 2 g/Kg (n=8) v.o., 30 min antes da avaliação. A atividade cardiovascular do EHA foi avaliada por registro da

PA indireta pelo método da artéria caudal utilizando-se esfignomanômetro. Após estabilização da PAS (10 dias), ratos foram

divididos em 04 grupos, cada um com 05 animais e receberam por v.o., 01 h antes da aferição, respectivamente, água destilada (5

ml/Kg) e o EHA 0,5; 1 e 2 g/kg. Para a avaliação dos efeitos do EHA após administração aguda realizou-se a aferição da PAS por

um período de 8 h. Para a avaliação dos efeitos da administração subaguda do EHA (7 dias), a PAS foi aferida diariamente sempre

após 01 h da administração do EHA. Os resultados foram expressos como média ± EPM e analisados por ANOVA seguido por teste

de Tukey com significância para p < 0,05.

Resultados: Os resultados em campo aberto, onde os parâmetros: locomoção periférica, locomoção central, frequência ao levantar,

tempo de imobilidade, tempo de grooming, no de cropólitos foram avaliados, demonstraram que o EHA (0,5; 1 e 2 g/kg) não alterou

as respostas em relação ao controle, exceto o parâmetro tempo de grooming, no grupo EHA 2 g/kg com diferença em relação ao

controle no 3º min após o início do registro e valor total em 5 min de avaliação, 100% mais elevado em relação ao controle (2,1 ±

5,6 s versus 4,2 ± 5,4 s). Em labirinto em cruz, verificou-se que somente os animais submetidos à maior dose permaneceram por um

tempo mais elevado no braço fechado e, embora, não fosse realizada a mensuração, verificou-se um significativo comportamento de

grooming, corroborando os resultados obtidos em campo aberto. Com relação à atividade cardiovascular, a administração aguda do

EHA e aferição da PAS por um período de 8 h, observou-se que o EHA induziu hipotensão nos animais 01 h após a administração.

Neste período, os valores registrados foram: 95.6 ± 1.9 mmHg (EHA 0,5 g/kg); 96,4 ± 1,1 mmHg (EHA 1 g/kg) e 91,8 ± 3,4

mmHg (2g/kg), o que representa uma redução de 11%, 10% e 15%, respectivamente, em relação ao controle (103,6 ± 0,6 mmHg).

A administração subaguda (7 dias) do EHA determinou hipotensão, efeito que se manteve constante após 2o dia de administração,

registrando-se ao final do experimento os valores: 85,6 ± 1,5 mmHg (EHA 0,5 g/Kg); 81,4 ± 1,0 mmHg (EHA 1 g/Kg) e 82,4 ± 0,3

mmHg (EHA 2 g/Kg), que representam uma redução de 20%, 24% e 22%, respectivamente, em relação controle (102,9 ±

1,5mmHg).

Conclusão: Diante desses resultados houve a validação da atividade hipotensora da Campomanesia phaea (cambuci ) preconizada

pela medicina tradicional e, além deste efeito farmacológico pudemos também observar um comportamento de grooming acentuado

nos animais submetidos às maiores doses de EHA. Uma vez que tanto o a hipotensão quanto o grooming mostram relação com

ativação de vias colinérgicas, a primeira hipótese que levantamos para explicar o possível mecanismo de ação farmacológico da

planta seria uma ação colinomimética de compostos bioativos presentes no EHA. Testes posteriores serão realizados para

comprovação desta hipótese.

Apoio Financeiro: CNPq (Bolsa PIBIC)

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Nome do trabalho: Avaliação epidemiológica das fraturas explosão da coluna toracolombar pela nova classificação A.O. Spine Autor: Annelise Akemi Higa Lee

Co-autor: Karla Cristina Monteiro da Silva

Orientador: Prof. Dr. Robert Meves

Coorientador: Prof. Dr. Rodrigo Góes Medéa de Mendonça

RESUMO

Introdução: A fratura tipo explosão trata-se de uma lesão comum que impacta negativamente no cotidiano dos pacientes podendo

transformar indivíduos jovens economicamente ativos em pessoas dependentes. A nova classificação A.O. Spine permite um

melhor enquadramento dos casos possibilitando um diagnóstico mais efetivo e conveniente contribuindo para elaboração de ações

de medidas preventivas secundárias.

Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes com fratura explosão da coluna toracolombar pela nova classificação A.O.

Spine visando a prevenção secundária a partir de uma identificação precisa e eficaz da lesão em que tornará possível a aplicação de

condutas condizentes a enfermidade acometida pelo paciente.

Método: Estudo retrospectivo transversal de pacientes que foram atendidos na emergência ortopédica da Santa Casa Misericórdia

de SP no período de janeiro de 1989 até o ano de 2016, analisando 159 pacientes com fratura explosão da coluna toracolombar

aguda (10 dias) e classificando segunda A.O. Spine e seus modificadores. Avaliou-se gênero, idade, mecanismo de trauma,

morfologia da lesão, localização da fratura, presença de déficit neurológico e suspeição de lesão ligamentar posterior.

Resultado: Os pacientes vítimas de fratura toracolombar explosão foram predominantes do gênero masculino com média de idade

de 40 anos, vítimas de fratura toracolombar tipo explosão por queda de altura e a maioria não apresentava disfunção neurológica no

momento do atendimento inicial. Foi observado mecanismo queda de altura como o mais prevalente (74,2%) seguida por outros

(10%), acidente motociclistico (8,8%) e acidente automobilístico (7%).

Conclusão: Os pacientes vítimas de fratura toracolombar explosão foram predominantes adultos economicamente ativos, do gênero

masculino, vítimas de fratura toracolombar tipo explosão por queda de altura, acometendo ambas placas terminais juntamente com

a parede posterior e 83% não apresentavam disfunção neurológica no momento do atendimento inicial.

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Nome do trabalho: Investigação do efeito da Synadenium grantii na inibição da proliferação de células tumorais de mama

Autor: Julia Salles Oliveira

Orientador: Prof. Dr. Wagner Ricardo Montor

RESUMO

Introdução: Synadenium grantii popularmente conhecida como “leiterinha” ou “janaúba” é uma planta arbustiva euforbiácea, nativa

da região oeste da África, que é predominantemente encontrada em regiões tropicais e úmidas; rica em compostos biologicamente

ativos como flavonoides, alcaloides, lecitinas, ésteres, terpenos e outros. Em algumas regiões do Brasil a população usa 18 gotas do

látex dessa planta em 1L de água para o tratamento de doenças gástricas, alergias e câncer. Um princípio ativo do látex (3,4,12,13-

tetraacetilforbol-20-fenilacetato) já foi identificado como um raro forbol diterpeno éster responsável pelo efeito antiproliferativo em

linhagens celulares tumorais de gliomas, rins, pulmão e em câncer de mama triplo-negativo, além do mesmo também já ter se

mostrado citotóxico e antitumoral para linhagens representativas de melanoma B16F10.

Objetivo: Comparar o perfil de proliferação de diferentes linhagens celulares representativas de tumores mamários humanos (MCF-7

e MDA-MB-231) frente ao tratamento com preparados de látex de Synadenium grantii.

Método: Esse estudo visa analisar suas propriedades antiproliferativas nas linhagens MCF-7, um carcinoma menos agressivo, e MDA-

MB231, triplo-negativo que não possui tratamento específico, usando o ensaio de MTT, avaliando seu efeito sobre a curva de

crescimento em substrato sólido das linhagens e sua influência na capacidade de repreenchimento da área depletada de células através

da técnica de Scratch.

Resultado: Para saber se há inibição de proliferação da maneira usada pela população (18 gotas/L em água), foram preparadas as

seguintes concentrações do látex em meio de cultura: 0,1 gota/mL, 0,04 gota/mL, 0,02 gota/mL (representa o que a população usa),

0,01 gota/mL e 0,006 gota/mL. A linhagem MDA-MB-231 foi tratada com todas as 5 concentrações do látex e avaliada em curva de

crescimento em substrato sólido durante 7 dias, onde 0,1 gota/mL e 0,04 gota/mL se mostraram mais tóxicas, matando a maioria das

células em 7 dias; já as concentrações 0,02 gota/mL, 0,01 gota/mL e 0,006 gota/mL inibiram a proliferação celular após esses 7 dias de

tratamento quando comparadas com o controle. Todos os efeitos dos tratamentos apresentaram p<0,001 a partir do dia 5 pós-

tratamento. A linhagem MCF-7 foi tratada com as 3 concentrações mais diluídas e avaliada apenas até 48h após o tratamento, pois no

piloto as concentrações 0,1 gota/mL, 0,04 gota/mL se mostraram ser muito tóxicas para essa linhagem, matando todas as células nas

primeiras 24h; obtivemos como resultado que as 3 concentrações testadas mataram células nas primeiras 24h, mas em 48h apenas

inibiram a proliferação da mesma. A morfologia das duas linhagens foi avaliada após o tratamento, sendo que a MCF-7 apresentou-se

mais volumosa após 72h de tratamento; enquanto a MDA-MB-231 apresentou-se menor nas primeiras 24h e após 72h apresentou-se

com projeções citoplasmáticas e algumas células refringentes. Para a realização do MTT, foram utilizadas as concentrações menos

tóxicas para o tratamento (0,02 gota/mL, 0,01 gota/mL e 0,006 gota/mL) onde foi possível observar após 24h de tratamento que a

linhagem MDA-MB-231 apresentou redução de atividade metabólica em 51,3% com a 0,02 gota/mL e 12,1% com a 0,01 gota/mL,

mas 0,006 gota/mL não apresentando efeito sobre essa linhagem. A linhagem MCF-7 apresentou redução de atividade metabólica em

49,4% com a 0,02 gota/mL, 38,5% com a 0,01 gota/mL, e 42,2% com a 0,006 gota/mL, mostrando que é mesmo mais sensível a

inibidores de proliferação, como sempre relatado. Porém, quando avaliamos após 48h de tratamento, já não havia significativa redução

da atividade metabólica para quaisquer tratamentos. Devido a isso, foi realizado um MTT com a linhagem MDA-MB-231, onde as

células foram tratadas e avaliadas após 24h, após 48h, após 48h com adição de dose igual de látex e após 48h com renovação do

tratamento. Foi possível observar que as células que foram tratadas com uma segunda dose após 24h, mantiveram a redução de

atividade metabólica após 48h quando comparadas com o que foi visto após 24h. A técnica de Scratch foi realizada com ambas as

linhagens tratadas com as três soluções menos tóxicas. MCF-7 não apresentou repreenchimento significativo com os controles em 72h,

assim como também não apresentou repreenchimento com os tratamentos. Já MDA-MB-231 tratada com 0,02 gota/mL e 0,01

gota/mL, quando comparado com o controle, apresentou menor reeprenchimento da área depletada de células em 48h Conclusão: É

possível concluir que o látex fresco de Synadenium grantii promove morte celular e altera a curva de proliferação das linhagens

testadas, possivelmente por inibição de proliferação além de morte, pelo padrão observado. E promove redução da atividade

metabólica em 24h, e mantém essa redução após 48h quando é adicionado uma dose do tratamento, evidenciado pelo ensaio de MTT.

Além disso foi possível observar que o látex inibe a capacidade de repreenchimento das áreas depletadas de células da linhagem

MDA-MB-231 em 48h.

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Nome do trabalho: Identificação e localização anatômica de células tronco tumorais no melanoma acral lentiginoso

Autor: Ísis De Vito Izzo Ferreira

Orientador: Prof. Dr. Fabiana Henriques Machado de Melo

RESUMO

Introdução: No Brasil, o câncer de pele corresponde atualmente a 25% dos diagnósticos de câncer, estatística essa que está subindo nos

últimos anos. O melanoma não possui grande representatividade no total de casos, porém é responsável por 75% das mortes causadas por

neoplasias cutâneas devido a sua agressividade e capacidade metastática, apresentando um prognóstico ruim.

Acredita-se que essas características malignas sejam causadas pela possível presença de células tronco tumorais. A consequência mais

direta da presença desse tipo celular no melanoma é o fato de que essas células são refratárias à maioria dos tratamentos, tornando difícil a

sua eliminação e, consequentemente, a melhora do quadro do paciente. Identificar e localizar essas células durante o exame histopatológico

da biópsia poderia levar a tipos mais adequados de tratamento e de conduta médica, podendo melhorar o prognóstico da doença,

proporcionando uma maior sobrevida ao paciente. Dentre os tipos de câncer de pele há o melanoma. Apesar de corresponder a 4% do total

dos casos de neoplasias cutâneas, ele é o tipo mais agressivo e possui o pior prognóstico, sendo responsável por 75% das mortes causadas

por câncer de pele. De acordo com o Atlas da Mortalidade do Câncer, as mortes causadas por melanoma aumentaram em 50% de 2003 para

2013, um aumento preocupante para uma faixa de tempo de 10 anos. Devido à agressividade do melanoma e o alarmante crescimento de

casos e de mortes causadas por esse tipo de câncer de pele nos últimos anos, torna-se necessário investigar meticulosamente essa doença

para que novas alternativas de tratamento sejam descobertas e haja uma melhoria no prognóstico.

Objetivo: Frente ao aumento dos casos de melanoma nos últimos anos e ao mal prognóstico da doença que pode fortemente ser associado a

características de tumores que possuem células tronco tumorais em sua composição, o presente estudo busca a identificação através de

marcadores e a localização anatômica das células tronco de melanoma no melanoma acral lentiginoso. Método: Os participantes de

pesquisa foram selecionados dentre os pacientes atendidos no Serviço de Dermatologia da Santa Casa de São Paulo, em colaboração com o

Prof. Dr. Marcus Antônio de Olivas Ferreira, Chefe de Clínica Adjunto desse Serviço, onde as biópsias plantares serão realizadas. A

seleção dos participantes de pesquisa foi com base nas suspeitas clínicas e dermatoscópicas de melanoma acral lentiginoso com

correlações clínicas e dermatoscópicas com atipias. Essas biópsias foram encaminhadas rotineiramente para o Serviço de Patologia dessa

instituição para determinação do diagnóstico, sendo estabelecido o índice de Breslow, o qual foi nosso critério de inclusão. O índice de

Breslow das amostras de melanoma acral lentiginoso utilizado nesse projeto foi determinado durante a sua execução, pois dependeu das

amostras disponíveis. Os pesquisadores estimaram alcançar o número de 5 participantes de cada grupo, dada a dificuldade de recrutamento

de participantes elegíveis. Amostras de tecidos de pacientes com melanoma acral lentiginoso foram utilizadas para avaliação de marcadores

de células tronco de melanoma por imunohistoquímica. Após processamento histológico padrão, seguida da recuperação antigênica com

tampão citrato pH 6.0 no microondas e bloqueio da fosfatase alcalina endógena, as lâminas foram incubadas com anticorpos específicos a

4ºC por 22 h.

Também foi feito um controle negativo, incubando-se a lâmina com somente com anticorpo conjungado à peroxidase. Em seguida, a

lâminas foram lavadas com PBS/BSA 1% e incubadas com o anticorpo conjugado a peroxidase (Vector) e com estreptoavidina conjugada a

peroxidase (Dako, Carpinteria, CA) todos diluídos em PBS por 1 h a 37ºC. Em seguida as lâmina foram lavadas com PBS/BSA 1% e

reveladas com 60 mg de DAB (3,3 – Diaminobenzidina – Sigma, Steinheim, Germany), 1 mL de H 2 O 2 e 1 mL de DMS A contra

coloração foi feita com hematoxilina. Depois de lavadas abundantemente com água para retirada do excesso de corante, o processo inverso

foi realizado para retirada de toda a água do tecido e a montagem das lâminas foi realizada com o meio de montagem Entelan (Merck,

Darmstardt, Germany). Os anticorpos utilizados são anti-CD20, anti-CD271, anti-CD133, anti-ABCB2 e anti-ABCB5.

Resultado: A fim de escolher amostras adequadas e que se encaixassem no trabalho, foi feito um levantamento

da série histórica de casos de melanoma acral lentiginoso (MAL) no Departamento de Dermatologia da Irmandade da Santa Casa de São

Paulo, a qual possui casos desde 1989 até a data do levantamento (agosto/setembro de 2016). Foram constados 164 casos de MAL (tabela

em anexo), sendo 99 deles em mulheres e 65 em homens, com média de idade 65 anos, predominando na cor branca e em pessoas com

pouca exposição solar, havendo 19 casos de metástase e 26 óbitos. Foram feitos os testes dos anticorpos nos tecidos controle, ou seja,

aqueles tecidos que expressam esses marcadores segundo dados da literatura, a fim de determinar a concentração ideal dos anticorpos para

que houvesse otimização máxima da reação de imunohistoquímica no esquema de overnight. Levando-se em conta que várias

concentrações foram testadas até chegar à concentração ideal, os 5 anticorpos utilizados, 3 responderam de maneira adequada (anti-CD20,

anti-CD133 e anti-CD271) e os outros dois não responderam

(anti-ABCB5 e anti-ABCG2) – fotos representativas das imunohistoquímicas dos tecidos controle estão em anexo. Além do mais, em

todas as reações de controle negativo dos anticorpos, não houve marcação, indicando que, para os tecidos controle, não houve reação

cruzada, sendo as marcações exclusivas para os epítopos que os anticorpos devem reconhecer. As reações de imunohistoquímica dos

anticorpos anti-CD20 e anti-CD133 foram realizas nas 5 amostras. Entretanto, não foi possível chegar a uma conclusão a respeito da

marcação positiva, pois houve marcação de fundo, evidenciando reação cruzada com componentes do tecido epitelial, o que impediu a

avaliação das lâminas.

Conclusão: É possível concluir que os casos da série histórica do Departamento de Dermatologia da Irmandade da Santa Casa de São Paulo

possui semelhança com os dados epidemiológicos da literatura e que não foi possível chegar a uma conclusão a respeito da marcação das

reações de imunohistoquímica para constatar a identificação e localização anatômica das células tronco tumorais no melanoma acral devido

à marcação de fundo, assim, não podendo-se concluir nada a respeito. O processo será adaptado a fim de que as reações sejam otimizadas e

o resultado final seja adequado para interpretação.

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Nome do trabalho: Abuso e mau uso vocal: queixas e qualidade vocal em discentes de Medicina depois de uma competição

esportiva

Autor: Izabelle Regina Vasconcelos Silva

Orientador: Profa. Dra. Marta Assumpção de Andrada e Silva

RESUMO

Introdução: Muitos abusos e/ou maus usos vocais estão intimamente ligados à ocupação profissional, no entanto, não significa que

ocorram somente nesses casos. Em outras situações do cotidiano, como por exemplo, em um bar, em uma festa ou ainda na prática

esportiva esses abusos e/ou maus usos da voz estão com frequência presentes. Ao pensar em estudantes de Medicina, graduandos

inseridos na saúde, essa questão terá um impacto distinto?

Objetivo: Analisar a interferência do abuso e/ou mau uso vocal na qualidade vocal de estudantes de Medicina antes e depois de

uma competição esportiva.

Método: A amostra foi composta por 48 sujeitos discentes de uma Faculdade de Medicina particular de São Paulo, 25 homens e 23

mulheres, com média de 22 anos de idade. Para participar do estudo o aluno devia participar da competição esportiva entre

faculdades de Medicina do estado de São Paulo. O projeto foi aprovado pelo comitê de Ética da instituição e todos assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Essa pesquisa aconteceu em parceria a um Mestrado de Otorrinolaringologia da

instituição, que contou com outras avaliações além da voz. Os sujeitos responderam a um questionário antes e depois da competição

e tiveram suas vozes gravadas em um ambiente acusticamente tratado na véspera ou ida para competição e no dia seguinte à sua

chegada. As gravações foram realizadas baseadas no CAPE-V para posterior análise perceptivo-auditiva.

Resultados: A amostra foi composta por 52% do sexo masculino e 48% do sexo feminino, destes 60,4% participaram como atletas,

31,3% como ritmistas, 8,3% atletas e ritmistas e 4,2% participaram apenas como torcedores; 10,5% declaram-se tabagistas; 89,6%

declaram consumir álcool e 54,2% maconha durante a competição; 85,4% autoreferiram queixa depois da competição e apenas

2,1% referiu queixa prévia à competição; 95,8% dos sujeitos apresentaram alteração em pelo menos um aspecto de qualidade vocal

depois da competição e destes 25% apresentaram alterações antes da competição; os aspectos com maior percentual de alteração

depois da competição foram soprosidade (79%) e tensão (46%); o grupo de atletas apresentou maior índice de alteração nestes

aspectos, soprosidade (44%) e tensão (29%), seguido pelo grupo de ritmistas soprosidade (25%) e tensão (13%); e em relação à

saúde vocal o consumo de álcool foi o principal, seguido de maconha.

Conclusão: A maioria dos sujeitos da amostra de estudantes de Medicina analisados apresentou queixa autoreferida depois da

competição esportiva. A qualidade vocal mais presente encontrada foi soprosidade seguida de tensão. E em relação ao abuso e/ou

mau uso vocal a ingestão de bebidas alcoólicas e o consumo de maconha apareceram com maior frequência.

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Nome do trabalho: “Uso dos cartões FTA como método alternativo de armazenamento e estudo molecular de amostras obtidas a

partir de punções aspirativas de carcinomas pancreáticos”

Autor: Beatriz Rizkallah Alves

Co-autor: Beatriz Rainho Marsal

Orientador: Mauro Tadeu Ajaj Saieg

RESUMO

Introdução: O carcinoma pancreático, é uma doença altamente agressiva e umas das principais causas de mortalidade por câncer em todo

o mundo. Atualmente, o diagnóstico destas lesões tem sido mais precoce com o uso de ecoendoscopia aliada a punção aspirativa por

agulha fina, com obtenção de amostras citológicas por um método minimante invasivo. Neste contexto, a incorporação de métodos simples

e baratos de coleta, armazenamento e processamento de material biológico, com máximo aproveitamento de amostras citológicas, aumenta

exponencialmente o material disponível para análises moleculares. Papéis de filtro de preservação de ácidos nucléicos como os cartões

FTA® constituem uma alternativa barata, rápida e simples para armazenamento de amostras para fins moleculares, já que preservam o

DNA por vários anos, em temperatura ambiente sem necessidade de refrigeração, cuidados especiais ou protocolos complicados de coleta.

Objetivo: A coleta, armazenamento e processamento destas amostras utilizará alternativas simples e de baixo custo, como o uso dos

cartões FTA, o que possibilita a disseminação destas metodologias em locais remotos e a potencial implementação destas tecnologias em

nosso sistema público de saúde. Isto permitirá a inclusão de um número maior de pacientes em estudos moleculares, inclusive os com

doença avançada e/ou metastática. Permitindo então, uma análise molecular avançada a relativo baixo custo, com maior acesso da

população a tecnologias de grande impacto prognóstico e preditivo.

Método: O material citológico proveniente de punções aspirativas foi coletado com auxílio da análise rápida do material no local do

exame. Depois de todo o processamento diagnóstico, o material restante na agulha (que seria normalmente descartado) foi coletado em

solução salina e consequentemente centrifugado, sendo 3 gotas do precipitado aplicadas nos cartões FTA e o restante usado para gerar

lâminas de citocentrifugado, como controle. Desta forma, garantiu-se que o material proveniente da PAAF seja suficiente para determinar

diagnóstico em todas as amostras, sem prejuízo ao paciente e ainda assim prover DNA, já que o material colhido nos cartões será

proveniente do remanescente da seringa.

O DNA foi extraído dos cartões usando o Qiagen DNA easy Micro Kit. PCR foi realizado usando primers do gene HFE (mutação

S65C), com um produto final (amplicon) de 251bp. Este gene foi escolhido para demonstração do sucesso da amplificação de um produto

com tamanho médio, semelhante ao que se obteria com a extração de DNA de um bloco de parafina. O sucesso da reação foi determinado

pela visualização das bandas de amplificação no gel de agarose.

O número estimado amostras baseou-se no volume de punções do centro Franco-Brasileiro de EUS, locado no serviço de endoscopia

de nossa instituição. No presente projeto, não alcançamos o número idealizado devido a grave crise enfrentada nos últimos anos pela

instituição, mas totalizamos 15 coletas bem sucedidas.

Foram incluídos pacientes adultos (acima de 18 anos) de ambos os sexos, com presença de lesões císticas ou sólidas pancreáticas.

Foram excluídos do estudo aqueles que ao diagnóstico, representaram lesões metastáticas ao pâncreas ou lesões de caráter não-neoplásico.

Todos devidamente instruídos sobre o projeto e com termos de consentimento propriamente recolhidos.

Resultado: Foi coletado material de 15 pacientes no estudo. Todos com PAAF guiada por ultrassom bem sucedida, com sequente uso do

material da seringa para armazenamento no FTA card. Das 15 coletas, cinco pacientes (3 masculinos, 2 femininos, idade média de 56 anos)

já foram analisados molecularmente pelo laboratório Fleury. Os diagnósticos incluíam três adenocarcinomas ductais do pâncreas e duas

lesões císticas mucinosas. A média de concentração do DNA foi 1,9 ng/µl (intervalo de 1,3-2,6), com uma média da razão de pureza

260/280 de 1,7 (intervalo de 1,51-2,16) - Tabela 1. Todos os casos foram amplificados com sucesso, com visualização clara das bandas

para todas as amostras. A análise dos outros 10 casos está em andamento no laboratório Fleury, e trará os resultados finais dentro dos

próximos meses.

Tabela 1. Lista dos casos estudados e resultados quanto a quantidade e qualidade de DNA por amostra.

Amostra Concentração de DNA (ng/ul) Razão 260/280 PCR

1 1,8 1,56 Sucesso

2 1,3 2,16 Sucesso

3 1,5 1,51 Sucesso

4 2,3 1,9 Sucesso

5 2,6 1,37 Sucesso

Conclusão: No presente projeto alcançamos como resultado inicial, a padronização do processamento e armazenamento de amostras de

PAAF guiada por EUS de tumores pancreáticos e linfonodos. Isto permitirá a inclusão de um número maior de pacientes em estudos

moleculares. A coleta, armazenamento e processamento destas amostras se provaram válidas quando a intenção é armazenar material

genético facilmente e com boa qualidade, por meio do uso dos cartões FTA. Além de possibilitar a inclusão de pacientes de locais remotos

em estudos, demonstra um grande potencial de implementação destas tecnologias em nosso sistema público de saúde. O conhecimento

científico aqui gerado estimulará trabalhos futuros que minuciem cada evento molecular adquirido ou perdido ao curso da progressão da

neoplasia e que testem a eficácia de novas drogas com base na avaliação molecular global do paciente.

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Nome do trabalho: Caracterização do Acesso a Serviços de Saúde pela População Trans do Estado de São Paulo

Autor: Otávio Lopes Ribeiro Fiorotto

Co-autor: Gustavo Hideki Orikasa

Orientador: Maria Amelia de Sousa Mascena Veras

RESUMO

Introdução: De acordo com Bento "transexuais são aquelas pessoas que vivem uma contradição entre seu corpo e sua

subjetividade. Embora em geral estejam associadas ao desejo de passar por transformações corporais profundas, que incluem a

cirurgia de redesignação sexual, nem todos(as) as transexuais efetivamente desejam ser submetidos(as) a uma cirurgia ou a utilizam

como marco para assim nomear-se". No Brasil, como em outras partes do mundo, travestis e transexuais compõem um grupo

heterogêneo da população, com exposição frequente a eventos de exclusão social, decorrente da não conformidade com o padrão

heteronormativo. Assim, são vítimas de violências, estigmas e discriminações, muitas vezes institucionalizadas, as quais resultam

em consequências negativas para a sua saúde como as altas prevalências de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis

(IST's), problemas de ordem psicológica e de abuso de substâncias psicoativas, entre outros que ampliam situação de

vulnerabilidade. Apesar das grandes conquistas de direitos da população trans nos últimos anos, como a legalização do processo

transexualizador, o acesso dessa população aos serviços de saúde ainda é muito deficitário decorrente, muitas vezes, de um

despreparo dos profissionais no atendimento dessa população, ou ainda de um sistema incapaz de absorver a demanda, que lhe é

imposto, de modo eficiente.

Objetivo: Caracterizar o acesso à serviços de saúde por uma amostra de travestis e transexuais, bem como suas principais demandas

de saúde e procedimentos de modificação corporal.

Método: Trata-se de um estudo de caráter descritivo que analisa dados obtidos por estudo do tipo transversal de metodologia

quantitativa. Analisamos os dados oriundos do Projeto Muriel, a partir de uma amostra de 670 pessoas. As variáveis qualitativas

foram descritas por meio de frequências absoluta e relativa; e variáveis numéricas médias e respectivos desvios-padrão. Os dados

foram analisados por meio do pacote estatístico Stata 13.

Resultado: Grande parte da amostra não possui convênio de saúde (83,28%). Um pouco mais da metade da amostra faz

acompanhamento para algum problema de saúde (59,1%), sendo que, as que fazem acompanhamento, a grande maioria o faz em

serviços públicos de saúde (96,05%) sendo os serviços secundários os mais acessados (73,68%) de um modo geral. O problema de

saúde mais frequente que as levam a acessar o serviço é o de HIV e outras IST's com 54,55%, seguida do processo transexualizador

(hormonioterapia, acompanhamento clínico e operatório) com 25% da amostra, já os problemas de ordem psíquica e abuso de

substâncias aparecem em 13,88% das entrevistas. 43,13% relatam terem sofrido algum tipo de discriminação em serviços de saúde.

Em relação a procedimentos relacionados à transição de gênero, a grande maioria (87,4%) já realizou percurso de transformação,

94,4% usa ou já usou hormônios, sendo que 76,8% consegue diretamente na farmácia sem receita médica. 53,04% já usou silicone

industrial sendo que 43,55% já tiveram algum problema de saúde relacionado ao uso da substancia. Dentre os procedimentos

realizados o local mais frequente acessado para o procedimento foram clinicas particulares, tanto para próteses de silicone como

para cirurgias de redesignação de sexo e para cirurgias plásticas.

Conclusão: A população se pessoas transexuais que participaram deste estudo se caracteriza como de baixa escolaridade, baixa

renda e com precária inserção no mercado de trabalho formal. Há falta de acesso a serviços e cuidados de saúde de um modo geral.

Os serviços mais usados são os centros de referência especializados da rede de atendimento às DST/aids e aos poucos serviços em

que o processo transexualizador é realizado. Ao contrário do que preconiza o sistema de saúde, a porta de entrada não se dá pela

atenção básica e sim pelos serviços de nível secundário, indicando que suas demandas de saúde geral e programas de prevenção

encontram-se limitados por barreiras ligadas em grande medida ao estigma e preconceitos relacionados à sua identidade de género.

Além disso, o acesso é particularmente difícil quando se trata dos procedimentos de transformação corporal, em função de um

número muito limitado de serviços. Essa situação leva as pessoas transexuais a se automedicarem e realizarem procedimentos que

colocam em risco sua saúde, como o uso de silicone líquido industrial. O estudo mostra que há muito o que melhorar no

atendimento às necessidades de saúde das pessoas transexuais no Brasil.

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Nome do trabalho: Avaliação de atividade sinérgica antimicrobiana em cepas de Staphylococcus aureus em preparações da

Baccharis dracunculifoia DC. (alecrim-do-campo) e da própolis-verde com fármacos antimicrobianos

Autor: Gabriela Tomaz Martinho

Co-autor: Giulia Marchetti

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Jenné Mimica

RESUMO

Introdução: Novos clones de S. aureus resistente à meticilina (MRSA) têm emergido no Brasil, e essa resistência tem dificultado a

terapêutica antimicrobiana. Nesse contexto, produtos naturais têm oferecido uma alternativa para novas medicações. A Baccharis

dracunculifolia DC (Asteraceae) é uma planta nativa do Brasil tradicionalmente utilizada para tratar inflamações. A própolis é uma

substância resinosa natural produzida por abelhas (Apis mellifera) de brotos e exsudatos de plantas e conhecida por apresentar

atividade antimicrobiana. O sinergismo entre drogas antimicrobianas e produtos naturais pode ser uma forma de resolver o

problema da emergência de novos clones de MRSA, permitindo a utilização de doses mais baixas de antibióticos e a

potencialização do fármaco.

Objetivo: Determinar a possível ocorrência de sinergismo entre concentrados de Baccharis dracunculifolia DC ou própolis-verde e

antimicrobianos utilizados para tratamento de infecções por Staphylococcus aureus.

Método: A própolis-verde e os brotos de folha de Baccharis dracunculifolia DC foram coletados na região sudeste do Brasil e

analisados. Foram preparados um óleo essencial, extratos e frações desses dois produtos. Foram incluídas 25 cepas de S. aureus

isoladas de hemoculturas, Das 25 cepas, 12 eram de MRSA e 13 de S. aureus sensível à meticilina (MSSA). Foram preparadas

placas de Mueller-Hinton (MH), contendo as formulações com Baccaris dracunculifolia DC e própolis-verde, separadamente. A

partir disso, foram feitos os testes de disco difusão com os antibióticos selecionados (penicilina, oxacilina, cefoxitina, clindamicina,

gentamicina, trimetropim+sulfametoxazol, vancomicina) nessas placas e em placas com apenas MH. Os halos de inibição dos

antimicrobianos isolados foram comparados aos halos de antimicrobianos associados às formulações naturais através do cálculo de

rank médio, teste de Friedman e teste de Wilcoxon.

Resultado: Ao observar os resultados de associação da própolis-verde e dos brotos de folha de Baccharis dracunculifolia DC com

outros antimicrobianos, comprovou-se a ausência de antagonismo nos mesmos. A associação do óleo da própolis-verde do Brasil e

dos brotos de folha de Baccharis dracunculifolia DC com diversos antibióticos (oxacilina, eritromicina, clindamicina, cloranfenicol,

sulf. metoxi., tetraciclina, gentamicina, ciprofloxacino, vancomicina, penincilina e cefoxitina) potencializou (ou não apresentou

alterações significativas) os efeitos desses antimicrobianos quando administrados tanto nas cepas de MRSA quanto nas de MSSA.

O antibiótico teve seu efeito potencializado com pelo menos um dos associados na maioria dos casos. Nas cepas de MSSA, a

relação da gentamicina em simples placas de MH apresentou um rank médio de 1,27. Ao associar a eritromicina com a própolis-

verde (PVEE) e com a Baccharis dracunculifolia DC (BVEE), o rank foi para 2,32 e 2,41 respectivamente. A vancomicina na placa

de MH apresentou um rank de 1,55, mas ao se associar a Baccharis dracunculifolia DC, o rank foi para 2,59. Ao analisar as cepas

de MRSA, a relação da vancomicina em simples placas de MH apresentou um rank médio de 1,13. Ao associá-la a placa BVEE, o

rank foi para 2,79.

Conclusão: Os resultados de sinergismo entre drogas antimicrobianas e produtos naturais, podem ser, então, uma forma de resolver

o problema da resistência bacteriana e da emergência de novos clones de MRSA. Com a base desses resultados, já seria possível

iniciar o desenvolvimento de fármacos tópicos e introduzir pesquisas para verificar a viabilidade do desenvolvimento de fármacos

endovenosos com os mesmos associados a fim de criar uma alternativa para o tratamento de infecções por bactérias

multirresistentes.

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Nome do trabalho: Avaliação de mutações em pacientes com perda auditiva, atendidos na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Autor: Giovanna Fernanda Eblak

Co-autor:

Orientador: Profa. Dra. Mylene Neves Rocha

RESUMO

Introdução: A perda auditiva (PA) é a desordem sensorial mais frequente em seres humanos. No Brasil, estima-se que em cada 1000

nascidos vivos 4 apresentem surdez. Cerca de metade dos casos de PA em todo o mundo apresentam etiologia genética, que pode ser na

forma sindrômica ou não sindrômica. A forma não sindrômica é responsável por cerca de 60% a 70% dos casos de PA, e podem ser

causados por falhas em mais de 100 genes diferentes, apresentando diversos padrões de herança (Wilcox et al 2000; Estivill et al, 2002;

Godinho R et al). O padrão mais frequentemente encontrado é o autossômico recessivo, presente em cerca de até 80% em algumas

populações sendo, em muitos casos, por consequência de mutações na sequência de genes que codificam as proteínas conexinas. Já foram

identificados como causadores de PA, mutações em três genes codificadores de conexinas: GJB2 que codifica a conexina 26

(Cx 26), GJB6 que codifica a conexina 30 (Cx 30) e GJB3 que codifica a conexina 31 (Cx 31) (Kumar NM et al, 1996; Bruzzone R et

al,1996; Cordeiro-Silva et al, 2010).

A conexina 26 (Cx 26) é uma proteína de junção comunicante codificada pelo gene Gap Junction Beta 2 (GJB2) que está

localizado no cromossomo 13q11-12 (OMIM 121011) (Estivill et al, 1998; Godinho R et al, 2003). Tem função de reciclar os íons

potássio como parte de um mecanismo de transdução de sinal na orelha interna, e pode ainda estar associada a

outras conexinas (Kumar NM et al, 1996; Bruzzone R et al,1996; Cordeiro-Silva et al, 2010).

Segundo a literatura, dentre as mutações já descritas para o gene GJB2 que ocasionam DFNB, até o momento, acredita-se que a

35delG seja a responsável por cerca de 50 a 60% dos alelos mutantes em algumas populações (Cordeiro-Silva et al, 2010; Rodrigues-

Paris J et al, 2011).

A mutação 35delG é caracterizada pela deleção de uma guanina em uma sequência de seis, que se estendem da posição 30 a 35

na região codificadora do gene, com resultado dessa perda ocorre a formação de um códon de terminação dando origem a um

polipeptídio incompleto, com apenas 12 aminoácidos quando o normal seriam 226 aminoácidos (Cordeiro-Silva et al, 2010).

No Brasil cerca de 80% dos casos de surdez são causados por fatores ambientais, e acredita-se que os 20% restantes devem ser

causados por fatores hereditários.

Algum grau de PA é esperado à medida que a idade avança. Quando avaliada uma amostra da população de São Paulo,

verificou-se que essa variação é de cerca de 5% entre adultos de 20 a 60 anos, de cerca de 15% entre adultos com 60 a 75 anos até mais

de 35% para idosos com mais de 75 anos (Cruz et al, 2002).

A presbiacusia ou surdez do idoso é o envelhecimento natural do ouvido humano, resultante da somatória de alterações

degenerativas de todo o aparelho auditivo. É de característica multifatorial, podendo estar relacionada com dieta, atividade profissional e

uso de medicamentos, além de várias mutações que variam de acordo com a população. Neste estudo nosso interesse

é pesquisar a mutação 35delG em idosos.

Objetivo: Nosso objetivo é utilizando a técnica molecular de reação em cadeia da polimerase alelo-específica (PCR-ARMS), avaliar a

presença da mutação 35delG, já citada na literatura, no grupo de pacientes idosos diagnosticados com PA, que estejam em atendimento

no ambulatório de Otorrinolaringologia da ISCMSP.

Método: Para o estudo foram coletadas amostra de 3 mL de sangue periférico de pacientes atendidos no ambulatório de

Otorrinolaringologia que apresentaram perda auditiva ou audição dentro dos limiares de normalidade comprovadas por exame de

audiometria tonal e vocal. A Extração de DNA foi realizada com o kit de extração QIAmp DNA miniKit da marca Qiagen, conforme

instruções do fabricantes. Ápos a extração de DNA foi utilizado o método molecular de reação em cadeia da polimerase alelo-específica

(PCR-ARMS), seguida de eletroforese.

Resultado: No total 19 indivíduos com 60 anos ou mais foram selecionados e analisados para o estudo. Desse total, 16 indivíduos

formaram o grupo pesquisa, apresentando perda auditiva do tipo sensorioneural bilateral de grau variando de moderado a profundo. O

grupo controle foi formado por 3 indivíduos com a audição dentro dos limiares de normalidade.

As amostras de DNA dos 19 indivíduos foram triadas para a presença da mutação 35delG utilizando a técnica de reação em

cadeia da polimerase alelo-específica (PCR-ARMS). A mutação 35delG não foi encontrada em nenhum dos indivíduos dos grupos

estudados.

Conclusão: A pesquisa de mutações genéticas associadas à perda auditiva em pessoas da terceira idade é de grande importância para

entender o comportamento dessas mutações nessa população. Em nosso estudo, não houve achados da mutação 35delG no grupo de

idosos estudado e devido à falta de literatura sobre o assunto, não foi possível a comparação dos achados.

A falta de resultados da mutação 35delG no grupo de idosos estudados, não exclui a existência de outras mutações relacionadas

a surdez. Expressando assim, a importância da continuidade do estudo pela busca por outros genes causadores de perda auditiva na

população idosa.

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Nome do trabalho: Uso de um método simples e barato de telecitopatologia para avaliação remota de amostras de punções

aspirativas de tireoide.

Autor: Caroline Tamaro

Co-autor: Camilla Moura de Mendonça Costa

Orientador: Mauro Ajaj Saieg

RESUMO

Introdução: A telepatologia tem sido usada na pratica cirúrgica quando a distância e/ou o tempo é um obstáculo para uma

interpretação diagnóstica imediata; sua acurácia em diagnósticos remotos é de 90-100%. Neste cenário, a telecitopatologia

apresenta-se como uma ótima opção para maximizar o tempo do patologista, especialmente em centros remotos ou com poucos

recursos.

O estudo em questão avalia um método low-cost para a avaliação remota de punções aspirativas por agulha fina (PAAF)

de lesões tireoidianas, com comparações de adequabilidade e diagnósticos entre os resultados obtidos por telecitopatologia e pelo

método convencional.

Objetivo: O presente projeto tem como objetivo testar a concordância entre a adequabilidade e diagnóstico dados na hora e o

diagnóstico e adequabilidade finais obtidos de forma tradicional. O impacto da incorporação da telecitopatologia será também

averiguado através da comparação com uma série retrospectiva de casos sem utilização do método.

Método: A coleta das amostras será realizada de forma prospectiva. Após a avaliação ultrassonográfica inicial, os nódulos

indicados para o exame serão puncionados e as lâminas de esfregaço resultantes da amostra obtida serão coradas na sala de punção

através da técnica de Panótico (Laborclin, Paraná, Brasil). As lâminas coradas serão então visualizadas no microscópio e

transmitidas em tempo real para o citopatologista remotamente com a possibilidade deste de “guiar” a varredura das lâminas para

as áreas de maior interesse, e dessa forma, ter uma visualização direta da amostra de forma remota.

Na hora do procedimento, o citopatologista será primeiramente responsável por verificar a adequabilidade do material. Em

caso de material não diagnóstico, deve-se estabelecer a causa (hemorragia, escassez de elementos epiteliais, presença de artefatos)

e quando possível clinicamente, orientar a realização de uma segunda punção para fins diagnósticos. Em um segundo momento, o

citopatologista, através da análise das imagens transmitidas remotamente fará um diagnóstico preliminar da amostra que será

comparado com o diagnóstico final.

Resultado: Foram avaliadas 42 punções de tireoide. Destes houve concordância quanto adequabilidade (entre a avaliação remota

e a final) em 38 casos (90,48%) e concordância quanto ao diagnóstico em 35 casos (83,33%).

Na avaliação remota foram diagnosticados 23 casos como nódulo coloide (Bethesda II), 6 como Bethesda III (atipia de

significado indeterminado), 2 como Bethesda I, 2 como Bethesda IV, 2 como Bethesda VI, 2 como hipocelularidade, 2 como

insatisfatório, 1 como nódulo hiperplásico, 1 como suspeita neoplásica de célula de Hurthle e 1 como suspeita de carcinoma. Em

relação à avaliação inicial, o método tradicional diagnosticou 3 casos a mais de Bethesda III (9 casos no total), 1 a mais de nódulo

coloide (24 no total), apenas 1 caso de hipocelularidade e nenhum diagnostico insatisfatório.

Dos casos analisados, em 2 foi necessária a repunção. No primeiro caso, havia uma hipocelularidade inicial, que não pode

ser resolvida após a repunção devido à grande quantidade de sangue na amostra repuncionada. No segundo caso, também havia

uma hipocelularidade inicial, mas que pode ser resolvida com a repunção, chegando-se ao diagnóstico de nódulo coloide. Em mais

3 casos foi indicado a repunção, porém não foi possível realiza-la no momento tendo assim que marcar um retorno em outra data

para os pacientes.

Conclusão: A adequabilidade e diagnóstico obtidos pelo método low-cost de telecitopatologia foram altamente concordantes com

as análises finais realizadas pelo método de microscopia convencional. O uso dessa nova tecnologia low-cost em centros remotos

ou com poucos recursos podem provocar um grande impacto no número de amostras inadequadas ou insatisfatórias, otimizando os

diagnósticos e condutas dadas para pacientes com lesões tireoidianas.

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Nome do trabalho: Experiências dos pais de crianças com leucemia em terapia de indução: a volta para casa

Autor: Caroline Souza Gomes Bernardo

Co-autor: Fernanda Machado Silva-Rodrigues

Orientador: Danielle F. Alvim de Castro

RESUMO

Introdução: As leucemias são o principal diagnóstico oncológico que acomete crianças e adolescentes(1). A experiência com a

doença e o tratamento afetará o paciente pediátrico e sua família. O tratamento em casa tem se tornado cada vez mais frequente,

aumentando de forma significativa a qualidade de vida das crianças(2). A volta para casa no intervalo dos ciclos quimioterápicos

depende muito das condições gerais, do diagnóstico e tratamento do paciente oncológico pediátrico. Objetivo: Descrever as

experiências dos pais de crianças com leucemia em fase de indução quanto aos cuidados no domicílio após a primeira alta. Método:

Estudo descritivo com análise qualitativa dos dados, realizado em hospital de referência em oncologia pediátrica da capital paulista.

Participaram do estudo nove mães e dois pais de crianças com Leucemia Linfoide Aguda (LLA). Os depoimentos obtidos nas

entrevistas foram transcritos na íntegra para melhor compreensão dos discursos e submetidos aos procedimentos da análise de

conteúdo(3). O processo de análise se deu de forma concomitante à coleta dos dados. Procedeu-se inicialmente à leitura exaustiva do

material empírico, identificando palavras, frases e conceitos de interesse para o estudo. Em seguida, os dados foram organizados em

categorias, com base em unidades de significado previamente identificadas. Resultados e Discussão: Do agrupamento dos dados

empíricos foram construídas as categorias a seguir: “A volta para casa: o impacto inicial das mudanças"; “A volta para casa: o

"nascimento” de uma nova modalidade de cuidados “e “A volta para casa: a busca de informações na capacitação para o

cuidado”. Considerações Finais: Os achados corroboram com outros estudos que apontam as incertezas dos cuidadores durante o

processo de transição da criança ou adolescente para o ambiente domiciliar e a relação da insegurança dos pais com a qualidade das

orientações dadas pela equipe. Os enfermeiros destacaram-se como os profissionais mais coesos e apoiadores dos pais no processo

de transição do hospital para o domicílio. Nos serviços de saúde, as equipes devem manter a comunicação uniforme entre seus

membros, de forma a esclarecer melhor suas dúvidas e abrindo espaço para os questionamentos dos cuidadores, o que

possivelmente diminuirá o número de hospitalizações causadas por intercorrências no domicílio. Baseando-se nos achados do

estudo, constata-se a carência de pesquisas futuras que, não se limitem ao foco do impacto emocional da doença oncológica para o

paciente pediátrico e família, mas considerem aspectos práticos relacionados à capacitação e protagonismo dos pais nos cuidados

domiciliares.

Descritores: Enfermagem Pediátrica. Enfermagem Oncológica. Educação em Saúde. Determinação de Necessidades de Cuidados

de Saúde. Cuidado da Criança. Cuidadores.

Referências Bibliográficas:

1. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Tumores pediátricos. In: Instituto Nacional de Câncer (INCA). Estimativa 2016: incidência

de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2016. p. 55 – 6.

2. Sari HY, Yilmaz M, Ozsoy S, Kantar M, Cetingul N. Experiences of parents with the physical care needs at home of children

with cancer. Cancer Nurs. 2013;36(5):385- 93.

3. Elo S. & Kyngas H. The qualitative contente analysis process. Journal of Advanced Nursing. 2008; 60(1):107 – 11.

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Nome do trabalho: Contribuição da disfunção da sintase de óxido nítrico e de seu cofator, a tetrahidrobiopterina, no desenvolvimento dos

carcinomas de mama receptor de estrógeno positivo e negativo

Autor: Andrei Ronaldo Oliveira Silva Escartin Salas

Orientador: Orientador: Profa. Dra. Fabiana Henriques Machado de Melo

RESUMO

Introdução: O câncer de mama é uma doença heterogênea que apresenta diversas formas, com alterações que afetam os receptores e vias

bioquímicas dos diversos tipos celulares que compõem o tecido mamário, acarretando numa mudança de comportamento da célula para uma

maior sobrevida em situações que outrora se mostrariam danosas às células. Porém, nem todos os cânceres de mama ER+ respondem a esses

tratamentos assim como ER- podem responder a esses tratamentos, o que indica que os mecanismos de proliferação e sobrevivência do

câncer de mama não estão completamente elucidados, ou seja, há outras formas de ativar vias de maior produção de espécies reativas de

oxigênio (EROs), por exemplo através da disfunção da NOS.

Objetivo: Avaliar se o desacoplamento da sintase de óxido nítrico contribui para a manutenção de um ambiente pró-oxidante em células de

carcinoma de mama e se isso seria receptor de estrógeno dependente.

Método: Foram utilizadas linhagens humanas normais e tumorais. A linhagem epitelial de mama humana MCF10A e as linhagens de

carcinoma ductal de mama MCF-7 (luminal A, RE e RP positiva, Her2 negativa), MDA-MB-231 (tripla negativa) e SKBr3 (Her2 positiva,

RE negativa. As linhagens MCF7 e SKBr3 foram cultivadas em meio DMEM pH 7,2 suplementado com 10% de soro fetal bovino, a

linhagem MDA-MB-231 foi cultivada em meio RPMI pH 7,2 suplementado com 10% de soro fetal bovino e a linhagem MCF10A foi

cultivada em meio DMEM/F12 pH 7,2 suplementado com 5% soro fetal equino juntamente com 100ng/mL de toxina de cólera, 10μg/mL de

insulina, 20ng/mL de hEGF e 0,5μg/mL de hidrocortisona.

Além disso, foi realizado um protocolo para obter células tumorais a partir da inhagem epitelial normal de mama. Visando obter células com

esse perfil, as células da linhagem MCF10A foram colocadas em situação de não adesão por 96 horas e depois colocadas em placas para que

apenas as que resistiram ao estresse se aderissem novamente. Depois que elas se aderiram, o processo de de-adesão foi repetido. Dessa

maneira, foram estabelecidas as linhas 1C (após um ciclo de de-adesão), 2C (após dois ciclos), 3C (após três ciclos) e 4C (após quatro ciclos

de de-adesão).

O nível intracelular de ânions superóxido foi medido usando-se dihidroetidio (DHE; Molecular Probes, Eugene, OR, USA), um permeante

celular não fluorescente indicador dos níveis de superóxido. Células aderidas e, então, suspendidas de todas linhagens foram lavadas e

incubadas em PBS por 30 minutos a 37ºC antes de serem incubadas com 200 ng/ml de DHE por mais 30minutos a 37ºC no escuro. Depois

de lavadas, as células foram analisadas pelo citômetro de fluxo (FACSCalibur; Becton–Dickinson, Franklin Lakes, NJ, USA) (comprimento

de onda excitatória de 480 nm; comprimento de onda de emissão 567 nm).

O indicador fluorescente para dosagem da concentração intracelular de óxido nítrico (NO) em todas as linhagens de células é o

diaminofluorescein-2 diace-tate (DAF-2DA). DAF-2DA prontamente entra nas células e é hidrolizado por esterases citosólicas a DAF-2, o

que o prende nas células. Na presença de NO e oxigênio, o DAF-2, que é relativamente não fluorescente, é convertido a forma de triazol

fluorescente verde – DAF-2T. O aumento dos níveis de DAF-2T indica um aumento da concentração de NO. As células foram incubadas

com DAF-2DA (10mM) em 0,5 ml de PBS à temperatura ambiente por 30 minutos, lavado com PBS, e analisado por citometria de fluxo em

um FACScan (Becton Dickinson) (comprimento da onda excitatória = 495 nm; comprimento da onda de emissão = 515 nm).

Os resultados dos experimentos que visavam analisar os níveis de ânion superóxido e óxido nítrico foram analisados usando o teste

estatístico ANOVA seguido do pós-teste de Bonferroni’s com nível de significância de p<0.05.

Resultado: O cultivo das linhagens MCF10A, MCF7, MDA-MB-231 e SKBR3 permitiram a extração de proteínas para análise da

nitrosilação, porém os resultados não foram conclusivos, pois o método de análise não foi eficiente.

A análise dos níveis de ânion superóxido nas linhagens acima mostrou que em relação à MC10A, a linhagem de célula epitelial de mama,

houve variação, sendo que em todas houve diminuição dos níveis de ânion superóxido, o que não corrobora com os dados da literatura, que

mostram que células de tumor de mama apresentam níveis maiores de ânion superóxido que a sua contraparte normal (figura 1).

Em relação aos níveis de óxido nítrico comparado com a linhagem MCF10A, houve diminuição na linhagem MCF7, aumento na MDA-MB-

231 e diminuição na linhagem SKBR3. Esses resultados nos levaram a mudar o objetivo do projeto, visto que as células não se comportam

como as células tumorais já descritas na literatura. Células em condições de cultivo vão sofrendo alterações ao longo do tempo, perdendo

suas características originais. O objetivo do trabalho era verificar se o aumento de ânion superóxido observado nas linhagens tumorais de

mama pode ser causado pelo desacoplamento da sintase de óxido nítrico (NOS), fenômeno observado em células de melanoma. Para avaliar

se a disfunção da NOS pode contribuir para o desenvolvimento do câncer de mama, resolvemos estabelecer um modelo de carcinoma

mamário a partir da linhagem não tumorigênica MCF10A. Para tanto, essas linhagens foram submetidas a ciclos de impedimento de adesão

ao substrato, situação que leva ao estresse sustentado. As células estabelecidas 1C, 2C, 3C e 4C mostraram alterações morfológicas, se

apresentando mais fusiformes que as células parentais 3)

A análise de níveis de ânion superóxido comparando as linhagens estabelecidas 1C1, 2C1, e 3C1 com a MFC10A mostrou aumento

progressivo dos níveis. 4)

Conclusão: A diminuição dos níveis de óxido nítrico e aumento de ânion superóxido pode ser explicada pelo desacoplamento da NOS, que

precisa do cofator tetrahidrobiopterina (BH4) para funcionar corretamente, e quando os níveis de BH4 estão baixos, e de sua forma

parcialmente oxidada (BH2) estão elevados, não produz NO e sim ânion superóxido, assim, não se pode afirmar que o aumento de ânion

superóxido nas linhagens 1C1, 2C1 e 3C1 estejam diretamente relacionadas ao desacoplamento da NOS pois não foram realizados ensaios

adequados para isso, mas pode-se pensar que talvez esse seja o caminho e que isso explique a progressão tumoral l.

dessa diferença de níveis entre as diferentes linhagens comparadas a uma célula epitelial de mama.

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Nome do trabalho: Avaliação da colocalização do receptor B2 para Bradicinina e placas amiloides em modelo animal da Doença de

Alzheimer.

Autor: João Vinicius de Alcântara Cheloni Souza

Orientador: Prof. Dr. Hudson de Sousa Buck

RESUMO

Introdução: As cininas bradicinina (BK) e calidina (Lys-BK) são oligopeptídeos cujos efeitos são produzidos pela ativação dos receptores

B1 (BKB1R) e B2 (BKB2R), acoplados à proteína G. O BKB2R é considerado constitutivo. O BKB1R é expressado em condições

patológicas como nas doenças neurológicas crônicas. A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa que leva ao déficit de

memória, de linguagem e emocional. As lesões estruturais que caracterizam a DA são a formação de placas senis, compostas peptídeo β-

amiloide (βA), emaranhados neurofibrilares formados pela hiperfosforilação da Tau. Este estudo objetiva avaliar a participação do BKB2R

na DA utilizando camundongos transgênicos que hiperexpressam a proteína precursora amiloide. O desempenho cognitivo desses animais

foi avaliado via Labirinto terrestre de Barnes e os resultados morfológicos de colonização dos receptores serão relacionados com tais

dados. O objetivo final é determinar a localização celular do BKB2R e sua densidade durante o processo de instalação da

neurodegeneração, assim como a localização e quantificação de placas β-amiloides utilizando técnicas de imunofluorescencia. O material a

ser estudado foi confeccionado com amostras de hemicérebros de camundongos que passaram pelo protocolo de avaliação cognitiva. O

material não foi submetido a nenhum outro estudo que não o comportamental. Foram confeccionadas laminas histológicas para as análises

morfológicas comparativas entre animais de diferentes idades e condição biológica (Naïve e trangênicos).

Objetivo: Quantificar a densidade de Placas Amiloides e sua possível colocalização com o receptor B2 para bradicinina em camundongos

(Mus musculus) transgênicos para a DA de 12 e 15 meses e correlacionar o resultado com o padrão comportamental dos grupos estudados.

Método: As amostras de cérebros de animais foram obtidas por nosso grupo em outros estudos. Tratam-se de animais criados e fornecidos

pelo biotério do Departamento de Ciências Fisiológicas da Faculdade de Ciências Medicas da Santa Casa de São Paulo. Os estudos

comportamentais de avaliação de memoria foram realizados com base no labirinto terrestre de barnes.

As amostras para estudo de imunofluorescencia são hemisférios cerebrais de camundongos (Mus musculus) transgênicos da linhagem B6-

Cg-Tg (PDGFB-APPPSwlnd)20Lms/2J, machos, hemizigóticos; as amostras dos grupos controle foram obtidas de animais de mesma

ninhada, mas que não portam o inserto transgênico.

Por se tratar de um modelo animal de doença neurodegenerativa progressiva, as amostras utilizadas são de animais de idades diferentes, a

fim de abranger da melhor forma possível a evolução natural da doença, sendo o grupo 1 composto por animais de 15 meses não

transgênicos; grupo 2 com mesmo idade transgênicos, grupo 3 animais de 12 meses não transgênicos e grupo 4 mesma idade transgênicos.

De um dos hemisférios cerebrais de cada animal foram obtidos cortes transversais de 20 μm com uso de um criostato (Micron HM 505N,

Francheville, França) que foram montados em lâminas silanizadas e secas à temperatura ambiente por 5 minutos em ambiente com vácuo.

Após, foram mantidos a –80º C até a data do ensaio de imunoflorescência. Para a colocalização celular e quantificação dos receptores B2

foi realizada imunoflorescência com dupla marcação: para a marcação do receptor utilizado o anticorpo primário anti-receptor B2

associado com o anticorpo primário anti-NeuN, marcador de neurônios. A densidade de placas amiloides foi avaliada pela marcação

histoquímica com o fluorocromo tioflavina-S. Resultado:

Conclusão: Para correlacionar os dados comportamentais dos animais – sobretudo os transgênicos, que demonstraram um desempenho

cognitivo e de evocação de memória inferior aos animais não transgênicos, foram realizados experimentos de imunomarcação de placas β-

amiloides. Foram estudadas as regiões de córtex e hipocampo dos animais, sendo os resultados obtidos nas figuras 13 e 14. Tanto no grupo

de animais de 15 meses (1 e 2) quanto no grupo de animais de 12 meses (3 e 4), observamos uma diferença muitíssimo significativa

(p<0,001) na quantificação das placas, sendo que os animais transgênicos apresentaram número muito superior de placas e emaranhados se

comparados aos animais controle. Nas figuras 15 e 16 podemos observar visualmente a diferença morfológica entre os animais.

Sendo assim, pode-se sugerir que o déficit cognitivo e de evocação de memória dos animais transgênicos está relacionado com a

quantidade de placas β-amiloides encontradas nessas regiões cerebrais.

A demais, o próximo passo a ser avaliado é a tripla marcação via imunofluorescencia, a fim de avaliar a distribuição morfológica e o

possível papel do receptor B2 de bradicinina na doença de Alzheimer, sendo o esperado um aumento significativo da expressão desse

receptor nos animais transgênicos. Outrossim, esperamos evidenciar uma relação de causa-efeito entre as placas β-amiloides e os

receptores BKB2R.

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Nome do trabalho: Caracterização fenotípica de Enterococcus spp isolados no sangue e correlação do estado de portador em infecções por VRE

Autor: Morgana Barros Aboud

Orientador: Dra. Marinês Dalla Valle Martino

RESUMO:

Introdução: Os Enterococcus spp são bactérias gram positivas presentes na microbiota do trato gastrointestinal; estas, além de apresentarem várias

resistências intrínsecas, vem adquirindo resistência à vancomicina (VRE). De acordo com a SCOPE (Surveillance and Control of Pathogens of

Epidemiological Importance), em um estudo envolvendo 16 hospitais brasileiros, revelou-se que 4,5% das infecções sanguíneas continham

Enterococcus como agente, dentre os quais 25% eram VRE. Além disso, de acordo com estudos mundiais publicados no PubMed e EMBASE, o risco

de infecção em um paciente colonizado por VRE chega a 45% e o de bacteremia nesses, a 16%. Por outro lado, em pacientes não colonizados, esse

risco é de apenas 2%.

Objetivo: A partir de isolados de Enterococcus spp adquiridos de hemoculturas de pacientes do Hospital da Santa Casa de São Paulo, o projeto

objetiva determinar as diferentes espécies dos isolados, avaliar a resistência à vancomicina e determinar associação entre colonização por cepas VRE e

evolução para bacteremia.

Método: Os isolados, obtidos do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Irmandade da Santa Casa de São Paulo e do Laboratório da disciplina

de Microbiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, datam do período de 01/04/2015 até 31/03/2016 e destes foram

excluídas cepas inviáveis. Após a avaliação da viabilidade, as cepas foram submetidas a testes de identificação – Enterokit® da PROBAC do Brasil e

Matrix-Assisted Laser Desorption Ionization-Time of Flight (MALDI-TOF) – e determinação do perfil de suscetibilidade – triagem em Agar

Cromogênico VRE, e determinação de concentração inibitória mínima (CIM) por meio do Etest® e do Painel de Microdiluição de Vancomicina da

PROBAC.

Resultados: Ao todo, foi trabalhado com 100 cepas de Enterococcus isolados de hemocultura de diferentes pacientes atendidos no Hospital da Santa

Casa de São Paulo, sendo adquiridas dos departamentos de UTI adulto (34%), PSCT (17%), clínica (17%), pediatria (13%), renal (11%), cirúrgico

(6%) e o UOGI (2%). Destas, 94 foram submetidas ao Enterokit®; 77 ao Agar cromogênico geral e Agar cromogênico VRE; 96 ao Maldi-tof; 97 ao

painel de vancomicina; e 98 ao Etest.

Nos testes de identificação, foi obtido pelo Kit de Identificação de Enterococcus expressiva maioria de E. faecalis, correspondendo a 86%

das cepas identificadas, de modo que apenas 8,5% correspondiam a E. faecium. Também foi identificado um isolado de E. cecorum e um isolado de

Enterococcus spp correspondentes dos grupos I e III – não possível diferenciar a espécie correspondentes desse grupo por precisar realizar testes de

sorbose, rafinose, piruvato e resistência a efrotomicina. Enquanto na tecnologia Maldi-tof, os achados de E. faecalis e. faecium foram mais próximos

entre si, correspondendo a 53% e 45,8% respectivamente; também foi encontrado um isolado de E. gallinarum.

Quanto ao perfil de resistência dos isolados, no agar cromogênico geral, 31% das cepas semeadas eram E. faecalis, 20,7% E. faecium, 33,7%

houve o crescimento de colônias incolores, 10,3% ocorreu o crescimento de colônias brancas e 3,8% não houve crescimento. No agar cromogênico

VRE, foi obtido 16,8% de E. faecium, 18,2% de E. faecalis, 1,3% de baixo crescimento de colônias incolores, 23,3% de baixo crescimento de E.

faecalis, 6,5% de baixo crescimento de E. faecium, 1,3% houve crescimento de colônias brancas esverdeadas, 15,6% de crescimento de colônias

incolores e 16,8% das cepas não apresentaram crescimento neste meio

– foi considerado como baixo crescimento placas com menos de 10 colônias.

No Etest de vancomicina, 10,2% dos isolados não apresentaram crescimento, 5,1% apresentaram CIM de 1 µg/mL, 21,4% com CIM de 1,5

µg/mL, 10,2% com CIM de 2 µg/mL, 8,1% com CIM de 3 µg/mL, 1% com CIM de 4 µg/mL, 2% com CIM de 6 µg/mL, 2% com CIM maior que 64

µg/mL e 39,8% com CIM maior que 256 µg/mL.

Enquanto no teste de Painel de Microdiluição de vancomicina, 8,2% das cepas não cresceram, 25,7% apresentaram CIM de 1 µg/mL, 15,5%

com CIM de 2 µg/mL, 1% com CIM de 4 µg/mL, 4% com CIM de 16 µg/mL, 4% com CIM de 32 µg/mL, 5% com CIM de 64 µg/mL e 36% com uma

CIM maior que 64 µg/mL.

Discussão e Conclusão: Ao analisar os resultados, nota-se que o Agar cromogênico VRE demostrou-se suficiente como um teste emergencial para

identificação de resistência das cepas, por ser uma forma econômica, rápida e ter correspondência de 79,7% do perfil de sensibilidade quando

comparado aos outros testes.

O Etest e o Painel de Microdiluição de vancomicina além de ser mais precisos quanto a caracterização de resistência, ambos se assemelham

na identificação de resistência, apresentando correspondência de 91,6%. No entanto, o painel de vancomicina acusou mais cepas resistentes do que

aquelas apontadas pelo Etest.

Por fim, tendo em vista o perfil dos isolados, nota-se que na instituição há uma prevalência do perfil colonização por E. faecalis e E. faecium.

Ainda, dada a elevada porcentagem de pacientes com bacteremia são colonizados por VRE, é possível afirmar que há relação entre uma maior

probabilidade de evolução para bacteremia e possuir colonização por Enterococcos spp resistentes à vancomicina.

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Nome do trabalho: Colonização por Staphylococcus aureus em narinas anteriores e orofaringe em pacientes pediátricos com sepse

Autor: Heloisa Gabriel Tersariol

Co-autor: Alliny Oliveira Carvalho Galvan

Orientador: Marcelo Jenne Mimica

RESUMO

Introdução: A sepse é definida como uma resposta inflamatória sistêmica associada a uma infecção documentada ou suspeita. O

Staphylococcus aureus é o principal agente isolado (25% dos casos) em hemoculturas em pacientes com quadro de sepse e um dos

principais agentes de colonização, principalmente em narinas anteriores e orofaringe.

Objetivo: Analisar a incidência de colonização de Staphylococcus aureus em narina anterior e orofaringe e sepse em pediatria;

levantar dados epidemiológicos de colonização por Staphylococcus aureus em nasofaringe e orofaringe em pacientes pediátricos com

sepse, levando em consideração as comorbidades dos pacientes; observar o perfil de resistência antimicrobiana do Staphylococcus

aureus nos pacientes com sepse; analisar a relação entre hemoculturas positivas para Staphylococcus aureus e colonização prévia em

narina anterior e orofaringe.

Método: Coleta de amostras com swab em narinas anteriores e orofaringe, transporte do material colhido do pronto-socorro infantil

(PSI) da Santa Casa de São Paulo para o Laboratório de Microbiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

em meio Stuart e cultura em placas de ágar sangue. Se crescimento positivo para S. aureus, feito o perfil de resistência antimicrobiana

por meio da técnica de disco-difusão. A hemocultura foi coletada no PSI conforme o Protocolo de Sepse, antes de iniciar

antibioticoterapia. Critério de inclusão: pacientes entre um mês e 18 anos de idade que deram entrada no PSI e que foram incluídos no

Protocolo de Sepse (PS) da instituição.

Resultado: Dos 12 pacientes analisados, sete tiveram pelo menos uma amostra positiva para Staphylococcus aureus, sendo que dois

pacientes tiveram positividade apenas em narinas anteriores, três só em orofaringe e dois em ambos os sítios. Das nove cepas de S.

aureus isoladas, apenas uma apresentava resistência à oxacilina (MRSA) e oito eram sensíveis ao fármaco (MSSA). Quando o

paciente apresentou cepas de S. aureus nos dois sítios, essas tinham o mesmo perfil de antibiograma. Todas as cepas apresentaram

resistência à penicilina, quatro eram resistentes à clindamicina e seis, à ertiromicina. Observou-se também que dois pacientes não

tiveram a hemocultura coletada. Entre as dez hemoculturas coletadas, houve uma amostra positiva, em que foi isolado Citrobactersp e

nenhum paciente que apresentava S.aureus (em um sítio ou em ambos) teve hemocultura positiva para S.aureus. O trabalho aponta

para uma deficiência no cumprimento do protocolo do hospital, já que duas hemoculturas não foram coletadas e uma foi colhida cinco

dias após a entrada no Pronto Socorro Infantil, quando foi aberto o Protocolo para sepse, por motivos alheios ao nosso conhecimento.

Conclusão: Embora o número de amostras seja insuficiente para considerar os resultados definitivos, o estudo aborda diversos temas

que são importantes à prática clínica, como a resistência à clindamicina e a baixa sensibilidade da hemocultura, e oferece substrato

para que estes sejam investigados de forma mais profunda por trabalhos posteriores.

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Nome do trabalho: Terapia de Entonação Melódica adaptada em paciente com afasia de Expressão

Autor: Greyce Kelly Franzon dos Santos

Orientador: Profa. Michele Devido dos Santos

RESUMO

Introdução: A música e a linguagem são processadas de maneira independente no cérebro, há predominância do hemisfério direito

no processamento musical (especialmente melódico) e do hemisfério esquerdo para processamento de linguagem. Isso pode ser

observado em casos de pacientes com amusia, por exemplo, que têm a fala intacta e apresentam problemas em reconhecimento de

músicas (Zatorre et al, 2002; Pfeuty e Peretz, 2010). Estudos indicam que pacientes com afasia podem se beneficiar da Terapia de

Entonação Melódica (MIT - Melodic Intonation Therapy).

Objetivo: Comparar o desempenho de um sujeito afásico antes e depois de um programa de terapia de entonação melódica a fim de

verificar a eficácia deste programa de reabilitação.

Método: Trata-se de uma pesquisa prospectiva, descritiva de caráter qualitativo e quantitativo. Foram avaliados 23 pacientes (14

com afasia de Broca e 9 com afasia Anômica), sendo que 5 pacientes iniciaram a aplicação da TEM e não finalizaram (três se

comprometeram e não conseguiram estar presentes desde a segunda sessão e dois fizeram somente 3 sessões), 14 pacientes tinham

muito comprometimento e não foram selecionados para a TEM e 4 pacientes não aderiram, apenas um se encaixou nos critérios de

inclusão e finalizou o programa TEM. Foi incluído um paciente com afasia de expressão no período de Março/2017 a Maio/2017.

Participou do estudo um sujeito do gênero masculino, adulto com escolaridade mínima de ensino fundamental, diagnóstico médico

de AVC confirmado por exame de imagem ( tomografia computadorizada e ressonância magnética). Foram excluídos pacientes

analfabetos, com outras comorbidades neurológicas além do AVC como demência, transtornos psiquiátricos. O paciente foi

submetido inicialmente à avaliação de linguagem através do teste Bateria Montreal Brasil 2016, Teste de Nomeação de Boston para

posteriormente ser aplicado o programa de intervenção Terapia de Entonação Melódica. O programa TEM aplicado foi baseado no

estudo de Fontoura (2012), porém, sofreu somente redução do número de sessões aplicadas para melhor adesão de pacientes, sendo

aplicado em seis semanas, 45 minutos cada sessão nos 3 níveis propostos pela autora. Para que o paciente permanecesse no

programa de terapia, era necessário manter a freqüência. Sugeriu-se não haver faltas. A eficácia da terapia pode proporcionar

melhora na capacidade de comunicação na vida diária e melhora da fluência e expressão da linguagem oral. Logo após as seis

semanas de aplicação da TEM, o paciente foi reavaliado com os testes já citados. Resultado: a comparação nas tarefas de linguagem

antes e após a TEM, mostrou que as tarefas de compreensão oral, discurso narrativo oral, escrita sob ditado, repetição, leitura em

voz alta, fluência verbal semântica, compreensão oral de texto, ditado de números e cálculo numérico apresentaram melhora; a

linguagem automática, cópia, praxias não verbais, nomeação oral, fluência verbal fonológica, reconhecimentos de partes do corpo,

leitura de números e compreensão escrita de texto mantiveram os mesmos desempenhos; porém, houve piora na entrevista dirigida,

compreensão escrita, manipulação de objetos sob ordem, nomeação escrita e discurso narrativo escrito.

Conclusão: A partir deste estudo é possível concluir que melhora nas habilidades de linguagem após a Terapia de Entonação

Melódica, porém somente com o aumento da casuística e número de sessões será possível afirmar a eficácia na reabilitação de

afásicos não fluentes após AVC.

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Nome do trabalho: Efeito da aromaterapia com óleo essencial de lavanda (Lavandula angustifolia) na reconsolidação de memórias

aversivas em camundongos

Autor: André Marcelli Ruzzi

Orientador: Jair Guilherme dos Santos Junior

RESUMO

Introdução: Constantemente nos deparamos com inúmeras situações aversivas, as quais passam por um processo complexo de

aprendizagem e memória. Dependendo da carga emocional, o processo de memorização pode induzir a formação de uma memória

emocional patológica. Indivíduos submetidos a eventos traumáticos são mais susceptíveis a desenvolverem quadros de ansiedade,

levando-nos a crer na potencialidade terapêutica da modulação das memórias aversiva. Um estudo recente ainda não publicado do

nosso grupo mostrou que aromaterapia com lavanda inibiu a consolidação de memórias aversivas. Sendo assim, é possível que a

aromaterapia com lavanda possa modular o processo de reconsolidação de memórias aversivas patológicas.

Objetivo: Avaliar o efeito da aromaterapia com óleo essencial de Lavandula angustifolia sobre a reconsolidação de memórias

aversivas em roedores. Para tanto será verificado o efeito do tratamento após a reexposição ao contexto em desenhos experimentais

que avaliam a atualização e manutenção da precisão da memória de medo condicionado ao contexto.

Método: Foram utilizados camundongos C57BL6 machos adultos. A aquisição da memória de medo condicionado de todos os

experimentos foi realizada no contexto A. No experimento de atualização da memória, a reexposição (90s) foi feita no hibrido (AB)

ou alternativo (B) e o teste realizado no contexto A ou B. No protocolo de reativação a reexposição foi realizada no contexto AB,

teste 1 no contexto A, a sessão de reativação no contexto B e o teste 2 no contexto A. No experimento de manutenção da precisão

da memória a reexposição (180 s) foi realizada no contexto A e o teste no contexto A ou B. A resposta de medo será avaliada pelo

tempo em freezing. Foi utilizado ANOVA de uma via e ANOVA de medidas repetidas, seguida de Tukey post hoc quando

necessário.

Resultado: Em relação ao experimento da atualização da memória, não houve diferença entre os grupos AB-A e AB-B, enquanto

que o grupo B-B teve menos freezing que os grupos AB-A e B-A [F(5,54)=24,676, p<0,05]. Portanto, os animais do grupo AB-B

atualizaram a memória do medo condicionado ao contexto. Na validação farmacológica [F(3,36)=6,31, p<0,05], o tratamento com

nimodipino no momento da reexposição no grupo AB-B diminuiu o freezing na sessão teste, indicando inibição da atualização da

memória. Em relação à aromaterapia após reexposição no contexto AB, a concentração do óleo essencial a 1% (mas não 2,5% e

5%) diminuiu o freezing na sessão no contexto A [F(3, 36)=3,133, p<0,05] e no contexto B [F(3, 36)=3,3445, p<0.05]. No

protocolo de reativação os animais tratados com lavanda na concentração de 1% apresentaram um aumento da média de freezing

após a sessão de reativação [F(1,18)=12,835, p <0,05], demonstrando assim que o tratamento com óleo essencial de lavanda

facilitou extinção (ao invés de inibir a reconsolidação) da memória. No experimento da manutenção da precisão da memória, houve

redução na média de freezing do grupo A-B em comparação com os grupos A, B e A-A [F(3,36)=11,167; p<0,05], indicando que a

reexposição mantem a precisão da memória. Na validação farmacológica [F(3,36)=23,078; p<0,05] foi provado que o tempo de

freezing dos animais A-B tratados com nimodipino é superior aos grupos A-B e A-B veículo, demonstrando que o tratamento com

nimodipino reverte o efeito da reexposição ao contexto. Em relação à aromaterapia, foi evidenciado que o tratamento nas

concentrações 2,5% e 5% foi capaz de reverter o efeito da reexposição nos animais testados no contexto B [F(3,31)=9,018; p<0,05],

mas não apresentou efeito nos animais testados no contexto A [F(3,31)=1,426,p<0,05], mostrando que o óleo essencial de lavanda

foi capaz de inibir o processo de reconsolidação.

Conclusão: No modelo de atualização da memória de medo condicionado ao contexto, a aromaterapia com óleo essencial de

lavanda favorece a extinção da memória aversiva patológica. Já no modelo de manutenção da precisão da memória a aromaterapia

com óleo essencial de lavanda inibiu o processo de reconsolidação da memória aversiva patológica, impedindo que a memória se

tornasse mais precisa e acarretando na generalização da memória. Estes resultados mostram que a aromaterapia com óleo essencial

de lavanda pode atuar de forma positiva no tratamento dos transtornos de ansiedade, especialmente naqueles que envolvem

mecanismos cognitivos de desenvolvimento do ciclo antecipatório.

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RESUMO DOS TRABALHOS Comitê Externo: Profa. Dra. Luciana Venturini Rossoni

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Nome do trabalho: Avaliação de parâmetros nutricionais nos doentes com pancreatite aguda

Autor: Bruna do Nascimento Santos Crouzillard

Co-autor: Angelo Chelotti Duarte

Orientador: Tércio de Campos

RESUMO

Introdução: A Pancreatite Aguda (PA) é uma doença frequente, cuja incidência no Brasil é de 15 a 20 casos por ano para cada

100.000 habitantes e que pode determinar a síndrome de resposta inflamatória sistêmica, acarretando significativa morbidade e

mortalidade em 20% dos pacientes. Um dos fatores de grande relevância no tratamento do doente é seu estado nutricional, que pode

refletir em seu prognóstico e tempo de hospitalização

Objetivo: Avaliar o estado nutricional em pacientes portadores de PA.

Métodos: Foi conduzida um estudo prospectivo que avaliou pacientes admitidos no Pronto Socorro Central do Hospital Irmandade

Santa Casa de São Paulo. São critérios de inclusão pacientes acima de 18 anos que tiverem o diagnóstico de Pancreatite Aguda

confirmada por meio de avaliação clínica e/ou laboratorial e/ou radiológica, os quais apresentem dois critérios em três possíveis.

Foram excluídos do estudo pacientes que não aceitaram participar do estudo por meio da assinatura do Termo de Consentimento

Livre Esclarecido. A análise estatística foi realizada pelos testes de chiquadrado ou exato de Fisher, para variáveis qualitativas, e t

student test, para variáveis quantitativas

Resultados: Dos 36 pacientes, 15 eram homens e 21 mulheres. A média de idade foi de 46,8 anos. Da gravidade, 13 apresentaram

episódio grave de PA e 23 leve. Da etiologia, 27 de causa biliar, 6 alcóolica, 1 hipertrigliceridemia, 1 medicamentosa, 1 pós CPRE.

Não foram encontradas correlações estatisticamente significativas entre a gravidade e o estado nutricional do paciente, porém foi

encontrado uma maior tendência à maior gravidade em pacientes obesos e desnutridos.

Conclusão: Na presente amostra não houve relação entre os parâmetros nutricionais dos pacientes com pancreatite aguda e sua

gravidade.

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Nome do trabalho: Avaliação da Proteína C Reativa (PCR) como fator de prognóstico nos pacientes com Linfoma de Hodgkin da

Santa Casa de São Paulo

Autor: Allana Maria Gomes Giordano

Co-autor: Raquel Cavarge Martins

Orientador: Prof. Dr. Carlos Sérgio Chiattone

RESUMO

Introdução: Linfoma de Hodgkin (LH) é uma doença linfoproliferativa maligna, localizada ou disseminada, que envolve,

primariamente, os linfonodos, baço, fígado e medula óssea. Origina-se de células B do centro germinativo ou pós-centro

germinativo. Sua principal característica histopatológica é a presença de células grandes com citoplasma basofílico, núcleo

bilobulado ou multilobulado, predominantemente eosinofílico e nucléolos evidentes em, pelo menos, dois núcleos – as células de

Reed-Sternberg – e um fundo inflamatório. A classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) divide o LH em dois tipos

principais: o LH clássico e o LH nodular com predominância linfocítica. Esses dois grupos diferem pelo quadro clínico,

comportamento da doença e imunofenotipicamente. A Proteína C - Reativa (PCR), é uma proteína de fase aguda, sintetizada pelos

hepatócitos e induzida por citocinas pró-inflamatórias, principalmente, interleucina 6 (IL6), mas também interleucina 1 (IL1) e fator

de necrose tumoral (TNF-alfa). É um marcador de inflamação inespecífica. Além disso, a PCR vem sendo usada como um

marcador diagnóstico e prognóstico em várias neoplasias, principalmente câncer de colón, de ovário, de mama, hepatocarcinoma e

outras doenças malignas. Correlação entre IL2 e PCR foi encontrada em várias neoplasias. Em linfomas, o nível elevado de PCR

reflete o aumento de citocinas inflamatórias, principalmente IL-6, que estão associadas a processos malignos. A IL6 induz a

produção da PCR pelo fígado e nos pacientes com LH essa citocina é produzida pelas células do linfoma. Existem poucos trabalhos

em nossa literatura dedicados ao estudo da PCR como possível fator prognóstico em pacientes com LH, o que já é bem estabelecido

em LNH. A observação de vários pacientes, acompanhados no ambulatório de LH na Santa Casa de São Paulo, com PCR elevada,

que não responderam ao tratamento ou recaíram, nos fez pesquisar essa proteína como um possível marcador prognóstico e de

recaída.

Objetivo: O objetivo do estudo foi avaliar o valor prognóstico da proteína C reativa ao diagnóstico e durante o acompanhamento

em pacientes com diagnóstico de Linfoma de Hodgkin atendidos no Serviço de Hematologia da Santa Casa de São Paulo.

Método: Foram avaliados pacientes acompanhados no ambulatório do Serviço de Hematologia da Santa Casa de São Paulo,

portadores de Linfoma de Hodgkin. Sendo os critérios de inclusão: diagnóstico de LH entre outubro de 2010 e dezembro de 2015.

E, como critérios de exclusão: dados incompletos no prontuário ou tratamento de primeira linha sem dados de resposta no momento

da análise. Foi realizada análise retrospectiva de dados clínicos e laboratoriais através dos prontuários, e, coletados os seguintes

dados: idade ao diagnóstico, sexo, estádio da doença, presença de massa bulky ao diagnóstico, PCR ao diagnóstico e após cada ciclo

de quimioterapia, tipo de tratamento (quimioterapia e/ou radioterapia), resposta na metade do tratamento (inicial), resposta ao final,

recidivas.

A análise estatística foi realizada utilizado IBM SPSS ver. 20. A análise de sobrevida foi realizada pelo método de kaplan-meier e

log rank, enquanto que para a comparação de médias foi utilizado o t-student, considerando variâncias diferentes e p bi-caudal

significante <0,05. Além disso, a comparação de variáveis categóricas foi feita através do teste chi-quadrado.

Resultado: Foram excluídos do estudo por falta de dados no prontuário, 3 pacientes, e, 1 paciente foi excluído do estudo por não ter

aderido ao tratamento. O estudo conta com 67 pacientes, desses 56,71% eram homens e 43,28% eram mulheres. A mediana de

idade foi de 32 anos. Foi visto também que a razão entre PCR basal e PCR após o primeiro ciclo de quimioterapia (PCR basal/ PCR

pós-QT1), apresentou diferença significativa. Conclusão: Ao analisar os resultados encontrados viu-se que a queda rápida do PCR (alta razão entre PCR basal e PCR pós-QT1)

se relaciona com uma maior chance de se atingir uma resposta completa com PET-CT negativo ao final do tratamento. Dessa forma,

acredita-se que provavelmente um rápido controle da doença é necessário para atingir respostas mais profundas ao término do

tratamento.

Mais estudos estatísticos estão sendo feitos para determinar o impacto na sobrevida da razão PCR basal/ PCR pós-QT1, e também

para determinar melhor o cut-off que se correlacione com a resposta final. Dessa forma o estudo continua em seguimento, pois

serão incluídos novos pacientes para se aumentar o n e, assim, ampliar os resultados

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Nome do trabalho: Análise do efeito bactericida do ozônio sobre bactérias multirresistentes – Acinetobacter sp.

Autor: Daniel Braga Massarollo

Co-autor:

Orientador: Dr. Rodrigo Altenfelder Silva

RESUMO

Introdução: O ozônio é uma molécula que apresenta uma grande capacidade de oxidar e de reagir com outras moléculas. Ele tem uma

ação bactericida que faz com que essa capacidade seja testada, de variadas formas, em diferentes microrganismos, para que ocorra uma

análise dos dados obtidos, visando elucidar seu real efeito e poder antisséptico. Por conta de constantes descobertas sobre suas

propriedades, está ocorrendo um aumento de suas aplicabilidades (CHIATTONE; TORRES; ZAMBIAZI, 2008).

Segundo MORETTE (2008), “Essa terapia vem sendo cada vez mais estudada com intuito de auxiliar em tratamentos de feridas

extensas, infecções fúngicas, bacterianas e virais, lesões isquêmicas e várias outras afecções”

Em função desses aspectos nos interessou avaliar a ação bactericida do ozônio gasoso e da água ozonizada sobre as bactérias

multirresistentes, particularmente sobre a Acinetobacter baumannii.

Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar o poder bactericida do ozônio gasoso e da água ozonizada sobre a bactéria multirresistente:

Acinetobacter baumanni multirresistente.

Método: Ozônio gasoso

Inoculamos 108UFC/mL da bactéria a ser estudada, na escala de 0,5 McFarland, em um frasco contendo 500 mL de água estéril

bidestilada gelada, onde realizamos as infusões de ozônio gasosono recipiente. Uma vez acoplado a um tubo de silicone e a um difusor

de bolhas finas, borbulhamos o gás na solução contendo a bactéria. Antes de iniciar a aplicação, a concentração de ozônio e o tempo de

administração foram previamente estabelecidos no aparelho. O experimento foi realizado em duas etapas: na primeira, borbulhamos o

ozônio gasoso na concentração de 4 µg/mL no frasco contendo o caldo da bactéria durante 4 e, em outro frasco, 6 minutos. Na fase

seguinte borbulhamos o ozônio gasoso na concentração de 6 µg/mL durante os mesmos intervalos de tempo.

Após cada intervalo de tempo de borbulhamento, uma amostra de 1 ml da solução foi colhida e acondicionada em frascos de Hemobac

trifásico contendo 30 mL de caldo suplementado com TSB, Peridoxina, L-Cisteína estrato de levedura, capazes de promover o

crescimento de micro-organismos devido à riqueza de seus nutrientes. Os frascos foram incubados em estufa à 36ºC por 7 dias, sendo

feito leitura das colônias a cada 24 horas de incubação no período de 7 dias.

Água ozonizada

Produzimos água ozonizada a partir do borbulhamento de ozônio gasoso com difusor de bolhas finas na concentração de 10µg/ml em

100ml de água mineral gelada durante 30 minutos.

Em 10 tubos de ensaio colocamos 1ml de solução contendo a bactéria Acinetobacter baumannii (Cepa Multirrestente) na concentração

de 108 UFC/ml e adicionamos 2ml da água destilada ozonizada. Após 10 minutos, semeamos cada solução em 1 frasco de Hemobac

trifásico. Realizamos a leitura em 24 e 48hs.

Resultado:

Ozônio Gasoso Positivo Negativo

Concentração 4 μg

Tempo 4 minutos

6x102 UFC/ml

4

Tempo 6 minutos

4x102 UFC/ml

6

Concentração 6 μg

Tempo 4 minutos

2x102 UFC/ml

8

Tempo 6 minutos

2x102 UFC/ml

8

Controle

106 UFC/ml

Agua Ozonizada Positivo Negativo

Concentração 10 μg Tempo 30 minutos 10x106 UFC/ml 0

Controle 106 UFC/ml

Conclusão: Concluí-se, portanto, em função dos resultados dessa pesquisa, que mais estudos são necessários sobre o ozônio, tendo em

vista seu poder bactericida e o potencial de suas aplicações. Porém, ainda há muito a ser pesquisado sobre concentração, tempo e vias

de aplicação.

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Nome do trabalho: Distração comportamental com uso de aplicativo de tablet no pré-anestésico de crianças submetidas à procedimento de

imagem

Autor: Felipe Patrezze Nunes

Co-autor: Lucas Saade Fernandes

Orientador: Profa. Dra. Débora de Oliveira Cumino

RESUMO

Introdução: O estudo tem como objetivo analisar a diminuição nos níveis de agitação e ansiedade de crianças submetidas a exames de imagem,

notoriamente em procedimentos de ressonância magnética. Para tanto, o estudo utiliza-se de aplicativo de tablet, apresentado às crianças

anteriormente à indução anestésica que precede a realização do exame, bem como de escalas adaptadas ao propósito do estudo, visando mensurar

os níveis de agitação e ansiedade antes e após a realização do procedimento de imagem, assim como a cooperação da criança durante a indução

anestésica.

Objetivo: OBJETIVO PRIMÁRIO: Verificar se o uso de tablet, como estratégia de distração comportamental, é efeitvo no alívio da ansiedade em

crianças submetidas a anestesia geral para realização de exame de imagem (RM) no período pré-anestésico e durante a indução da anestesia.

OBJETIVOS SECUNDÁRIOS: Comparar nível de ansiedade das crianças nos dois grupos estudados, nos momentos: imediatamente antes da

criança receber o tablet (M1) e imediatamente antes da entrada na sala de ressonância magnética (M2); Comparar a colaboração durante a indução

anestésica nos dois grupos estudados no momento da indução anestésica (M2); Comparar a agitação ao despertar nos dois grupos estudados, a

cada cinco minutos durate os primeiros 20 minutos após o término da anestesia.

Método: Ensaio clínico prospectivo randômico, com finalidade de comparar se a distração com aplicativos de tablet, oferecidos às crianças no

período pré-anestésico, anterior a realização do exame radiológico (RM) tem impacto sobre a ansiedade da criança na indução anestésica e na

incidência de agitação pós anestésica. Serão avaliadas 126 crianças dividias aleatoriamente em 2 grupos de 15 pacientes: Grupo Controle (GC) =

criança recebe procedimento padrão do serviço. Grupo tablet (GT) = criança recebe o tablet, no período pré-anestésico. Será avaliada a ansiedade

das crianças por meio da Escala de ansiedade pré-operatória de Yale modificada (EAPY-m), no momento 1 (sala de espera do centro de

diagnóstico por imagem, imediatamente antes da criança receber o tablet – M1) e no momento 2 (imediatamente antes da entrada na sala de

ressonância magnética – M2). Neste mesmo momento (M2), foi realizada mensuração da colaboração na indução, fazendo uso da escala Induction

Compliance Checklist (ICC), que mede a cooperação da criança com o anestesiologista durante à indução anestésica. Ao término do

procedimento, na sala de recuperação as crianças serão avaliadas quanto a agitação no despertar por meio da escala de agitação Pediatric

Anesthesia Emergence Delirium (PAED). Após o despertar, durante 20 minutos, será avaliada a agitação a cada 5 minutos, totalizando 4

avaliações, sendo a primeira avaliação 5 minutos após o despertar (M5, M10, M15 e M20). A presença dos pais durante a indução anestésica

(PPIA) será permitida em todos os grupos, tal qual a rotina da instituição.

Resultado:

Conclusão: No presente estudo, os autores optaram por avaliar ansiedade no período pré-anestésico, na sala de espera do centro de diagnóstico por

imagem, imediatamente antes da intervenção de distração comportamental com tablet, visando obter valores basais de ansiedade das crianças nos

dois grupos estudados. Neste momento (M1), na comparação dos níveis de ansiedade entre os grupos estudados (GC e GT) não foi demonstrado

diferença estatística. Porém, após a entrega do tablet para as crianças e imediatamente antes da entrada na sala de ressonância magnética, momento

M2, observa-se menores níveis de ansiedade no GT quando comparado ao GC (P = 0,042), demonstrando efetividade da estratégia de distração

com tablet em aliviar a ansiedade no momento que precede a indução anestésica. Estes resultados corroboram com estudo anterior realizado nesta

instituição que também demonstrou menores níveis de ansiedade no período pré-operatório e na indução anestésica (Cumino, 2017). Em contra-

partida, quando se compara os níveis de ansiedade, no mesmo grupo, em relação aos momentos, observa-se que em ambos os grupos os níveis de

ansiedade no momento M2 são mais elevados do que os níveis iniciais observados em M1 (GC – M1=39,2 vs M2 = 71,7; P <0,001; GT – M1=

27,4 vs M2 = 54,0; P = 0,004), corroborando com os dados de literatura, que demonstram que a entrada na sala operatória e a indução anestésica

tem impacto emocional negativo influenciando no aumento da ansiedade das crianças (Chundamala, 2009). Em relação à colaboração das crianças

na indução anestésica, no GC observa-se menor colaboração (ICC escore 4 – 58%) quando comparado ao GC (ICC escore 4 – 11%),

demonstrando que o alívio da ansiedade no período pré-anestésico promove maior cooperação das crianças durante a colocação da máscara facial.

Nas comparações dos escores da escala de agitação ao despertar, PAED, não foi possível evidenciar diferença entre os grupos nos quatro

momentos estudados, provavelmente esta limitação é decorrente do cálculo da amostra que utilizou como referência ansiedade e não agitação, que

podem apresentar prevalências diferentes, não permitindo esta análise no presente estudo.

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Título: Avaliação da fertilidade após tratamento de pacientes acometidas por linfoma de Hodgkin em acompanhamento na Santa

Casa de São Paulo

Autora: Bárbara Tannús Franco

Orientador: Professor Doutor Carlos Sérgio Chiattone

RESUMO

Introdução: O linfoma de Hodgkin (LH) tem uma distribuição bimodal segundo a idade, com primeiro pico na terceira década de

vida e um segundo após os 50 anos. Seu prognóstico é dependente de diversos fatores observados no diagnóstico da doença, mas, na

maioria dos casos, alto potencial curativo, com taxas de remissão em cerca de 80%. Ao longo do acompanhamento, tem sido

observado que esses pacientes apresentam importantes eventos adversos, entre eles a infertilidade. Dentre os fatores relacionados a

esta complicação estão a idade e o tipo de tratamento realizado. Objetivos: Avaliar a fertilidade e o perfil epidemiológico das

pacientes com diagnóstico de LH após tratamento anti neoplásico em acompanhamento no ambulatório do hospital central da

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Casuística e Métodos: Análise retrospectiva de 169 pacientes com

diagnóstico de LH no período de janeiro de 1990 a julho de 2016. Resultados: A mediana de idade foi de 32 anos, 34,1% tiveram

relações sexuais sem métodos contraceptivos com intuito de engravidar e 24,1% engravidaram. Houve uma tendência de gravidez nas

mulheres com renda inferior a 2 salários mínimos e não encontramos diferença estatística entre os estadios avaliados nem entre os

tipos de tratamento realizados. Conclusão: Das 34,1% das pacientes que tentaram engravidar no período, 71% tiveram êxito com

maior tendência nas com renda familiar inferior a 2 salários mínimos. O perfil sócio-econômico é semelhante ao de outras

casuísticas de LH publicadas no Brasil. Palavras-chave: fertilidade, linfoma de Hodgkin.

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Nome do trabalho: Profilaxia de Infecções Relacionadas à Derivação Ventriculoperitoneal

Autor: Gabrielle Madeira de Almeida

Co-autor: Alexandre Welikow

Orientador: Américo Rubens Leite dos Santos

RESUMO

Introdução: A derivação ventriculoperitoneal (DVP) é o procedimento neurocirúrgico mais comum para o tratamento da

hidrocefalia. Ainda que de baixa complexidade técnica, a DVP apresenta prevalências de infecção pós-operatória entre 0,19% a 50%

(Choux et al, 1992), com médias entre 10% a 20% (Lee et al, 2012; Reddy et al, 2012; Gutierrez-Murgas et al, 2014). A detecção

precoce da infecção, sendo em 50% dos casos no primeiro mês do pós-operatório e em mais de 90% ao longo dos seis primeiros

meses, leva a considerar que os microrganismos patogênicos foram introduzidos no momento da cirurgia (Camboulives et al, 2002).

Muitos desses agentes são bacterianos e estão presentes na flora cutânea do paciente como Staphylococcus epidermidis,

Staphylococcus aureus, Propionilbacterium spp. e do gênero Corynebacterium. Na maioria das vezes, entretanto, estes não são

identificados na pele do paciente, sugerindo assim, outras fontes de contaminação (Choux et al, 1992). Múltiplos estudos propõem

diferentes técnicas preventivas para a redução de taxas de infecção, adotando rígidas medidas pré, peri e pós-operatórias de técnica

cirúrgica e de antibioticoprofilaxia (Choux et al, 1992; Faillace, 1995; Mottolese et al, 2000; Pattavilakom et al, 2007; Kestle et al

2011; Parker et al, 2015). Para o melhor aproveitamento dos protocolos, o reconhecimento de possíveis determinantes das infecções

do sistema nervoso central (SNC) relacionadas a DVP é uma importante ferramenta no direcionamento da equipe para a prevenção

primária destas infecções.

Objetivo: Avaliar a prevalência e descrever por idade, sexo, etiologia, intervalo cirurgia-infecção, e resultados de culturas

microbiológicas, a infecção-associada-a-DVP por paciente eletivos na Disciplina de Neurocirurgia da ISCMSP de 2013 a 2015.

Método: Coorte retrospectiva de amostra consecutiva considerada homogênea e calculada de 105 indivíduos. Critérios de inclusão:

indivíduos submetidos a cirurgias eletivas de colocação de DVP de janeiro de 2013 a dezembro de 2015. Critérios de exclusão: a.

Indivíduos que tenham colocado outras DVPs antes do período de estudo, b. Que apresentem infecção ativa do SNC durante a cirurgia

conforme os critérios diagnósticos deste estudo adaptados do Centers for Disease Prevention and Control (CDC) e do National

Healthcare Safety Network (NHSN) (Horan et al, 2008), c. Que apresentem conflitos de informações entre prontuário impresso e

histórico eletrônico do paciente, e d. Que tenham marcações de infecção em serviços externos à ISCMSP. Para definição de infecção-

relacionada-ao-cateter de DVP foi utilizado um instrumento adaptado de Conen (Conen et al, 2008) e do CDC e do NHSN (Horan et

al, 2008). Para a coleta de informações foi criado um questionário respondido por meio da pesquisa ativa em prontuários. O banco de

dados criado foi em seguida revisado por dois pesquisadores independentes e analisado combinando informações. Foram utilizados

para a descrição estatística variáveis categóricas como frequências analisadas pelo Fisher Exact test e por Mantel-Haenszel, e

variáveis contínuas como média e mediana. São considerados significantes p ≤ 0,05. Resultado: A coorte acompanhou 91 de 109

pacientes elegíveis, com idade média de 30,4 anos, razão homem/mulher de 1,1, e prevalência de infecção-associada-a-DVP de 21,9%

a uma média de 32,6 dias após a cirurgia. Metade dos infectados eram crianças (<17 anos). As etiologias mais comuns nos infectados

são malformações e pós-infecciosa com 30% cada. A menos comum foi trauma (5%). 35,1% dos pacientes foram reabordados pela

neurocirurgia em até um ano, sendo 34,4% desses com malformações encefálicas. Três pacientes apresentaram hemocultura positiva

(um bacilo Gram negativo e dois Staphylococcus aureus). 12 pacientes apresentaram culturas de líquor positiva (três bacilos Gram

negativos e nove Staphylococcus aureus). Não foi encontrada significância estatística nos indicadores. Conclusão: A pesquisa

forneceu importantes dados para o serviço da Instituição. Apesar de não ter atingido o número mínimo previsto no cálculo de amostra,

a prevalência esperada empiricamente pelos profissionais do serviço foi evidenciada pelo estudo. A ausência de significância

estatística em análises bivariadas e multivariadas pode ser explicada pelo baixo número captado de sujeitos de pesquisa. Entretanto, a

infecção é um processo dinâmico e multifatorial, e deve ser considerada em outros aspectos além dos abordados neste estudo.

Encorajamos outros estudos na área no departamento e com o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar.

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Nome do trabalho: Avaliação clínica e perfil de susceptibilidade das enterobactérias produtoras de carbapenemases isoladas em

casos pediátricos de infecção de corrente sanguínea na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Autor: Fernanda Kochi

Co-autor: Mariana Volpe Arnoni

Orientador: Flávia Jacqueline Almeida

RESUMO

Introdução: a resistência aos antimicrobianos mais utilizados em hospitais e centros de saúde na atualidade em conjunto com a

transmissão facilitada dessa capacidade tornou as bactérias produtoras de carbapenemases um assunto muito discutido em artigos e

periódicos. Entretanto, os estudos em casos pediátricos são pouco encontrados na literatura, apesar de o número de casos ser

significativo e da severidade das infecções ser expressiva.

Objetivo: nas cepas de enterobactérias produtoras de carbapenemases isoladas em hemoculturas de pacientes pediátricos:

determinar o perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos polimixina, tigeciclina, meropenem e amicacina e correlacionar o

desfecho clínico de acordo com o tratamento realizado.

Método: o trabalho foi realizado na Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de São Paulo, um hospital geral de nível terciário,

junto ao laboratório da Disciplina de Microbiologia da FCMSCSP. Foram incluídas as cepas viáveis de enterobactérias resistentes

aos carbapenêmicos isoladas em hemoculturas de pacientes pediátricos e armazenadas no banco de cepas do Serviço de Controle de

Infecção Hospitalar (SCIH) a partir de janeiro de 2012, até maio de 2017.

As amostras provenientes da bacterioteca do SCIH foram repicadas em Agar Sangue para avaliação da viabilidade e pureza. A

avaliação da suscetibilidade foi realizada pelos métodos epsilómétrico ou de microdiluição para determinação da Concentração

Inibitória Mínima (CIM) dos antimicrobianos: polimixina, amicacina, meropenem e tigeciclina. A determinação da CIM dos

antimicrobianos amicacina, meropenem e tigeciclina foi realizada pelo método epsilométrico e da polimixina pelo método de

microdiluição.

Para interpretação do perfil de susceptibilidade das cepas foram utilizados os pontos de corte do Clinical and Laboratory Standards

Institute 2017, European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing 2017 e Brazilian Committee on Antimicrobial

Susceptibility Testing 2017.

A análise molecular foi realizada por PCR (BD MAX System ®) com pesquisa dos genes blaKPC, blaOXA48, blaNDM e mcr-1.

Os dados clínicos coletados foram: classificação da infecção da corrente sanguínea em primária ou secundária, relacionada ou não

aos cateteres venosos centrais, uso prévio de antimicrobianos, tratamento antimicrobiano e desfecho.

Resultados: foram detectados 39 episódios de bacteremia por Enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos isoladas em 95

amostras de hemoculturas de 37 pacientes. Os episódios foram classificados como infecções primárias da corrente sanguínea em

74,4% dos casos (n=29) e a infecção foi associada ao cateter venoso central em 92,3% dos casos. O uso prévio de antimicrobianos

ocorreu em 92,3% dos casos, sendo o meropenem o antimicrobiano mais utilizado (72,2%). Com relação aos esquemas

terapêuticos instituídos, em 84,4% (27) dos casos foi utilizada terapia combinada, sendo o principal esquema utilizado a associação

de polimixina, amicacina e meropenem (77,8%). Foi detectada a presença do gene blaKPC em todos os isolados. Nos testes de

susceptibilidade, observamos altas taxas de resistência aos antimicrobianos testados: amicacina - MIC50=12 e MIC90=24;

meropenem – MIC50= >32 e MIC90= >32; polimixina – MIC50=16 e MIC90=64 e tigeciclina – MIC50=2 e MIC90=3.

Conclusão: em nosso estudo observamos que as infecções por Enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos ocorreram em

pacientes já expostos ao uso de antibióticos de amplo espectro e que evoluíram com taxas elevadas de letalidade a despeito do uso

de terapias combinadas com dois ou três antimicrobianos. Concluímos que as infecções por Enterobactérias resistentes aos

carbapenêmicos têm alto impacto no paciente pediátrico e são de difícil manejo dadas as escassas opções terapêuticas. Sendo assim,

as medidas de prevenção e controle continuam sendo a melhor estratégia.

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Nome do trabalho: Uso da Medicação Everolimo em Pacientes com Linfoma de Hodgkin Refratário e Recidivado

Autor: Raquel Cavarge Martins

Co-autor: Allana Maria Gomes Giordano

Orientador: Prof. Dr. Carlos Sérgio Chiattone

RESUMO

Introdução: apesar de todo o progresso científico feito na compreensão da doença, o prognóstico para pacientes com Linfoma de

Hodgkin (LH) recidivante e refratário permanece fraco e o tratamento será paliativo na maioria dos casos.

Um estudo de fase II examinou o uso de Everolimo em pacientes refratários e recidivados e mostrou uma taxa de resposta global de

47%, com respostas muito boas e prolongadas e pouca toxicidade. O Everolimo é um inibidor seletivo de mTOR (alvo da

rapamicina), o qual é a principal serina-treonina quinase na cascata de sinalização PI3K/ AKT, uma via conhecida por ser

desregulada na maioria dos cânceres humanos. O mTOR está envolvido no crescimento celular, metabolismo e sobrevida celular e é

um componente importante da angiogênese, especialmente em uma via de ativação diretamente associada ao fator de crescimento

endotelial vascular (VEGF). Sabe-se que no Linfoma de Hodgkin existe uma ativação do eixo PI3K / Akt / TORC1 com

conseqüente proliferação celular, angiogênese e sobrevivência das células tumorais. Outro estudo também demonstrou que o

Everolimo atua em outro caminho nas células tumorais de LH, como na via da proteína beta estimuladora de ligação a CCAAT /

potenciador (C / EBPb), diminuindo assim a ativação do fator nuclear kappa B (NF-kB) e, consequentemente, inibindo a

proliferação celular. Objetivo: apresentar os resultados no uso compassivo do everolimo em um grupo de 33 pacientes que foram

seguidos em 9 centros diferentes no Brasil. Método: análise retrospectiva de pacientes refratários e recidivados com Linfoma de

Hodgkin inscritos em programa compassivo de pacientes em 9 centros do Brasil. Os pacientes deveriam ser totalmente elegíveis

para serem considerados para o presente estudo, ou seja, serem considerados refratários/recidivados após HSCT autólogo e/ou

alogênico. Os pacientes também deveriam ser ≥ 18 anos de idade, com uma contagem absoluta de neutrófilos ≥ 1.000x10 (6) / L ;

plaquetas ≥75,000x10 (6) / L; hemoglobina ≥ 8 g/dL; creatinina sérica ≤ 2x limite superior; bilirrubina total sérica ≤ 2 vezes limite

de normal e aspartato aminotransferase ≤ 3x ULN.

O tratamento em estudo constou de uma dose inicial de 10 mg/dia do everolimo. O tempo de resposta foi avaliado desde o início do

uso da medicação até a perda de resposta, toxicidade ou decisão médica tomada para cessar o tratamento. A diminuição da dose

para 5 mg/dia ou 5 mg em dias alternados foi permitida quando ocorreram eventos adversos.

Uma planilha do Excel foi enviada a todos os co-participantes os quais foram convidados a fornecer os seguintes dados: as iniciais

do paciente, gênero, subtipo histológico, data de nascimento, data do diagnóstico, estágio da doença no diagnóstico, pontuação

prognóstica internacional (IPS) ou fator de risco em estágio inicial, resposta ao tratamento, número de recaídas, número de linhas de

tratamento, data da TCTH autólogo se realizada, data da TCTH alogênico se realizada; data em que o everolimo começou a ser

administrado; melhor resposta observada no paciente; método de avaliação da resposta [Tomografia por emissão de pósitrons -

tomografia computadorizada (PET-CT) ou tomografia computadorizada (CT)]; duração da resposta; data em que a administração do

everolimo foi encerrada; motivo da interrupção do tratamento; grau de toxicidade; data da morte e data do último contato.

A avaliação da resposta não foi uniformizada pelos centros; a maioria deles utilizou critérios de Cheson (2007 e 2014) conforme

descrito: remissão completa foi definida como o desaparecimento de todas as evidências clínicas e radiológicas da doença; resposta

parcial foi definida como uma redução maior que 50% no número de sítios que foram afetados pela doença, e a refratariedade foi

definida como o que não cumpriu nenhum desses critérios. Resultado: 33 pacientes foram avaliados. A idade mediana no início da

administração da medicação foi de 29 anos. Os pacientes receberam uma mediana de 5 terapias anteriores. A taxa de resposta global

foi de 45,4%, com 13 pacientes atingindo resposta parcial; 2, resposta clínica; 14, restante com doença estável; 2, com doença de

progressão; 2, não avaliados. Os pacientes receberam uma mediana de 14 ciclos. A sobrevida livre de progressão (SLP) foi de 9

meses, e a sobrevida global (SG) foi estimada em 36 meses. Três pacientes (3) usaram a medicação por mais de 4 anos. Os eventos

adversos mais frequentemente relatados foram trombocitopenia e hipercolesterolemia. Três (3) pacientes apresentaram toxicidade

pulmonar. Os eventos adversos de grau III e IV ocorreram em 39% dos pacientes. Conclusão: verificou-se que o everolimo teve

atividade em um grupo de pacientes com LH refratário ou recidivado, com tolerabilidade adequada à droga. O everolimo provou ser

ativo e melhorar os resultados em um grupo de pacientes selecionados em que havia poucas possibilidades terapêuticas, como

naquele com LH refratário e recidivante. Além disso, devido às boas respostas observadas em um subgrupo de pacientes, esses

resultados permitem estudá-lo em associação com outros medicamentos que possuem mecanismos de ação adicionais.

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Nome do trabalho: perfil clínico e laboratorial do paciente idoso a ser submetido a cirurgia de correção de catarata

Autor: Rodrigo Jaqueto Nomura

Co-autor: Marcela Rodrigues Santos do Nascimento

Orientador: Ligia Andrade da Silva Telles Mathias

RESUMO

Introdução: A despeito de inúmeros estudos terem mostrado que os exames pré-operatórios em cirurgias de baixo risco, como a

cirurgia de correção de catarata, não serem preditores da evolução intra e pós-operatória e terem mínimo impacto sobre a conduta

anestésica, estes continuam sendo solicitados amiúde. No Brasil são realizadas diversas cirurgias de correção de catarata

diariamente, em pacientes geralmente acima de 60 anos de idade, muitas vezes com mais de uma comorbidade presente, como é o

usual nesse tipo de doença. Na maioria das vezes a cirurgia é feita com anestesia tópica com ou sem sedação, sendo os pacientes

após a indicação cirúrgica, submetidos a uma bateria de exames subsidiários de rotina e a seguir encaminhados para avaliação pré-

anestésica. Objetivo: Avaliar no paciente idoso submetido à cirurgia de correção de catarata: perfil clínico; exames subsidiários

solicitados e alterados. Método: Após ter sido aprovado pelo comitê de ética e pesquisa, foi realizado estudo observacional em

pacientes idosos a serem submetidos à cirurgia de correção de catarata, de maio de 2016 a abril de 2017. Foram incluídos pacientes

com idade ≥ 65 anos e estado físico ASA < IV. As variáveis analisadas foram: idade, gênero, IMC; FC; PAS; PAD; SpO2; doenças

associadas; medicação(ões) em uso; exames subsidiários. Foi realizada análise estatística descritiva dos dados. Resultado: Foram

avaliados 301 pacientes, 100% ASA II e III. Os valores médios da idade, IMC, FC; PAS; PAD; SpO2foram: idade=73,9 anos;

IMC=25,8 kg.cm-2; FC=73,8 bat.min-1; PAS=140,0 mmHg; PAD=81,1 mmHg e SpO2=96,2%. As doenças cardiovasculares

foram as mais frequentes e muitas vezes concomitantes: HAS=55,4%; DM=32,7%; IAM=21,6%; AVE=16,7%; IRC=12,6%. HAS

(mmHg): 4,3% ≥ 180; 7,5%: 170-179; 13,8%: 160-169; 11,8%: 150-159 e 62,6% PAS < 150. Glicemia (mg.dL-1) ≤ 100=38,4%;

101-125=27,7%; >125=33,9%. 2,5% dos pacientes sem diagnóstico de DM, apresentaram glicemia > 125 mg.dL-1. 52,6% dos

pacientes faziam uso de cinco ou mais medicamentos, sendo os de uso mais frequentes e muitas vezes concomitantes: anti-

hipertensivos, hipoglicemiantes orais, diuréticos e antiagregantes plaquetários/anticoagulantes. Verificou-se os seguintes valores

médios: Hb=13,5g.dL-1; Ht=41,1%; plaquetas=226.000.mm-3; Na+=140mEq.L-1; K+=4,7mEq.L-1; ureia=48,0mg.dL-1;

creatinina=2,72mg.dL-1; clearance de creatinina=56,7mL.min-1.1,73m-2, sendo 10,2% clearance normal; 32,6% IRC grau II;

46,5% IRC grau III; 9,6% IRC grau IV e 1,1% IRC grau V. Observou-se alterações em 5,3% dos coagulogramas (82% em uso de

anticoagulante) e em 73,3% dos ECG, sendo as mais frequentes: bloqueio RD; alterações da repolarização ventricular; área inativa;

bloqueio DASE e FA. Conclusão: Neste estudo, em pacientes idosos a serem submetidos a correção de catarata, as comorbidades

mais frequentes foram cardiovasculares, incluindo HAS, DM, IAM, AVE e IRC e mais de 60% apresentavam alterações na

glicemia, clearence, creatinina e ECG. No entanto, os exames: Na+, K+, Hb, Ht, contagem de plaquetas e coagulograma

encontraram-se alterados em menos de 7% dos pacientes, sendo as alterações correlacionadas com doença clínica.

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Nome do trabalho: Avaliação dos sintomas depressivos e da cognição em pacientes submetidos à estimulação do nervo trigêmeo

para o tratamento da fibromialgia. Estudo clínico fase II, randomizado, duplo-cego.

Autor: Affonso Jonathan Moro

Co-autor: Bernardo Procaci Kestelman

Orientador: Marcelo Vaz Perez

RESUMO

Introdução: A fibromialgia (FM) é uma síndrome reumática não- articular, de origem desconhecida, caracterizada por dor

musculoesquelética difusa e crônica, sendo o seu tratamento um desafio. Diversas são as terapias existentes e pesquisadas para

controle dos sintomas. A utilização de estimulação do nervo trigêmeo (TNS) tem sido estudada em diversos transtornos

neuropsiquiátricos com resultados positivos, como depressão e epilepsia. Dado que o nervo trigêmeo possui relação com

importantes estruturas cerebrais, como córtex cerebral, nervo vago e locus ceruleus, com potencial de neuromodulação via

estimulação elétrica externa, novas possibilidades terapêuticas são possíveis. Método: Ensaio clínico randomizado fase II, duplo

cego e sham controlado. Os pacientes foram recrutados no ambulatório de dor na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São

Paulo e randomizados nos grupos de intervenção e placebo. No primeiro grupo foi aplicada a TNS com um simulador externo na

região superior do forâmen supraorbital e no grupo placebo foi feita a estimulação para alcançar uma leve parestesia na região e

posteriormente o aparelho foi desligado. Para a avaliação dos sintomas cognitivos realizou-se o questionário Montreal Cognitive

Assessment (MoCa) e para os sintomas depressivos utilizou-se a escala de Hamilton (HDRS17). Todos os pacientes foram avaliados

antes do início da estimulação, após as 10 sessões, após 1 mês, após 2 meses e após 3 meses do TNS. As análises estatísticas foram

realizadas com o programa Stata 12 SE. As variáveis clínicas foram testadas quanto à normalidade através do teste de Shapiro-Wilk

com significância de 0.05. Todas as análises foram feitas pelo princípio de intenção de tratamento, com a inclusão dos dados de

todos os pacientes avaliados (Last Observation Carried Forward). As análises foram consideradas significativas se p <0,05. Para os

desfechos centrais utilizou-se um modelo geral linear com uma variável dependente contínua (escore de depressão do HDRS17 e

MoCa) e duas variáveis independentes categóricas: tempo (5 níveis) e grupo (dois níveis). Resultado: Foram recrutados 50

pacientes e após aplicação dos critérios de exclusão, o dimensionamento amostral passou a ser 38 pacientes, com média de idade de

53 anos (DP=11,34). Apenas um dos pacientes analisados era do gênero masculino. Não se observou alteração significativa das

variáveis no desfecho, tampouco evidenciou-se uma interação entre o tempo versus grupo na avalição dos sintomas depressivos,

bem como, cognitivos (p=0,86 e p=0,97, respectivamente). O principal desfecho relaciona-se a estabilidade dos sintomas cognitivos

no decorrer das sucessivas avaliações independentemente da intervenção. Conclusão: O presente estudo demonstrou que a

estimulação de áreas do Sistema Nervoso Central (SNC) por meio do TNS não interferiu nos aspectos cognitivos e depressivos dos

pacientes com fibromialgia, o que permite dizer que a TNS é um método seguro a ser utilizado no contexto do presente estudo.

Pesquisas demonstrando a eficácia da terapia utilizada são escassas na literatura, fazendo-se necessário novas publicações para

definir se a técnica pode ser realizada no tratamento da fibromialgia.

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Nome do trabalho: Triagem Auditiva Neonatal e o HIV

Autor: Juliana Coutinho da Silva

Co-autor: Suenia de Jesus Oliveira

Orientador: Profº Drº Osmar Mesquita de Sousa Neto

RESUMO

Introdução: Perdas auditivas, ainda que leves e/ou temporárias, reduzem a quantidade e a qualidade dos estímulos sonoros

oferecidos à criança, acarretando danos irreversíveis à aquisição da linguagem oral. Existem diversas situações de risco para a

deficiência auditiva e é fundamental que se detectem novas possibilidades de lesão ao sistema auditivo. A avaliação por Emissões

Otoacústicas Produto de Distorção é mais completa e permite uma caracterização mais acurada da função auditiva periférica do que

a avaliação por estímulo transiente. São pouco os estudos que relacionem os neonatos nascidos de mães soropositivas para o vírus

da imunodeficiência humana (HIV) e suas consequências em relação à audição. Objetivo: Por meio das Emissões Otoacústicas por

Produto de Distorção, verificar a presença ou não de alterações auditivas periféricas desses recém-nascidos e, também, avaliar a

prevalência de gestantes soropositivas para HIV nesta instituição. Método: Estudo retrospectivo do programa de triagem auditiva

neonatal da Santa Casa de São Paulo entre 2009 e 2011, período no qual se realizava como protocolo a pesquisa das emissões

otoacústicas produto de distorção (EOAPD). Os neonatos foram divididos em dois grupos, o primeiro com os filhos de mães

soropositivas para o HIV e segundo composto pelos filhos de mães não portadoras do vírus. Foram excluídos aqueles que não

fizeram o teste em ambas as orelhas e aqueles que tinham algum indicador de risco para perda auditiva segundo o JCIH. Ao todo,

foram considerados para a pesquisa 2147 neonatos, sendo 22 deles expostos ao HIV materno e 2125 não. O teste de Mann-Whitney

foi realizado para a comparação entre os neonatos expostos e não expostos ao HIV materno e o teste não paramétrico de Wilcoxon

foi utilizado para a comparação entre as orelhas. Resultado: A presença de exposição ao HIV ocorreu em 1% da população

estudada. O sexo dos neonatos foi equilibrado, com 51,10% do sexo masculino e 48,9% do sexo feminino. Com relação à amplitude

de respostas, foram comparadas as respostas entre orelhas e a resposta entre os grupos, e não foram encontradas diferenças

significativas (p<0,05) entre as orelhas e também em nenhuma das frequências testadas entre os bebês expostos e os não expostos

ao HIV materno, sugerindo que não há diferença nas EOAPD entre essas duas populações. Conclusão: O HIV materno não

influenciou na função coclear dos recém-nascidos estudados nessa pesquisa. Além disso, foi encontrada a prevalência de 1% de

gestantes com HIV nesse centro, maior que a média nacional.

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Nome do trabalho: Investigação microbiológica entre diferentes indumentárias em hospital escola

Autor: Marina Pelicice Marcato

Orientador: Fernando de Andrade Quintanilha Ribeiro

RESUMO

Introdução: Diversos objetos podem agir como fômites para a contaminação bacteriana, dentro e fora de hospitais. Jalecos, cordões

de crachá, canetas e até bolsas são contaminantes comuns em serviços de saúde, porém não podemos esquecer de celulares,

balaústres de ônibus e principalmente as mãos, por exemplo, fora dos hospitais.

Jalecos, aventais e camisas são normalmente lavados e higienizados. Gravatas não, ao menos usualmente. Os pacientes dos

hospitais lá estão por estarem doentes, tossindo, suando, vomitando, tocando os médicos. Até que ponto a contaminação das

gravatas não transporta pelos corredores, de uma enfermaria a outra, de um corredor à lanchonete, da proctologia para a pediatria,

miríades de bactérias e vírus que vão colonizar outras áreas, contaminar outros doentes, idosos, crianças, debilitados? As

gravatas podem ser reservatórios bacterianos, não necessariamente contaminando os pacientes diretamente. Assim, mesmo médicos

que realizam higienização adequada das mãos, ao tocarem em suas gravatas acidental ou propositalmente, podem se recontaminar.

Propomos neste trabalho colher swabs das gravatas e camisas dos médicos de um hospital escola de grande porte na região central

de São Paulo, e avaliar seu grau de contaminação. Esses achados foram comparados a um grupo controle com swabs de gravatas e

camisas de estudantes de direito de uma universidade na região central de São Paulo para avaliar a veracidade da proposição.

Através dos resultados foram avaliadas as possibilidades da contaminação das gravatas em comparação com as contaminações das

camisas do grupo controle.

Objetivo: O trabalho visou verificar presença de bactérias nas gravatas de médicos e estudantes de medicina que circulam pelo

hospital escola, comparando possíveis diferenças na contaminação entre as gravatas e as camisas dos médicos e no padrão de

contaminação dos médicos e do grupo controle. Para tal, também foi traçado o perfil de sensibilidade das bactérias que não

pertencem à microbiota normal.

Método: Os participantes foram abordados ao longo do dia, preenchendo o questionário sobre o uso de gravatas, assim como o

termo de consentimento livre e esclarecido.

A coleta foi realizada da seguinte forma:

1 – Coleta das amostras em meios de transporte de Stuart (swab com ponta de algodão e haste de plástico com meio semi-sólido)

2 – Separações dos meios de cultura e semeaduras

3 – Incubações 48 horas, à temperatura de 36°C

4 – Identificação

5 – Resultados

Resultado: Nas gravatas, entre os cocos Gram positivos, foram isoladas colônias de Streptococcus Grupo viridans (apenas em

estudantes de direito), Staphylococcus epidermidis (em ambos os grupos), Staphyococcus aureus (em ambos os grupos),

Enterococcus sp VRE (apenas em médicos), e Micrococcus sp (em ambos os grupos). Entre os bacilos Gram positivos, foram

isoladas colônias de Corynebacterium sp (apenas em médicos) e Bacilo subtillis (em ambos os grupos). Entre os bacilos Gram

negativo, foi isolada colônia de Klebsiella pneumonie (apenas em médicos), KPC positiva.

Nas camisas, entre os cocos Gram positivos, foram isoladas colônias de Staphylococcus epidermidis (em ambos os grupos),

Enterococcus sp (apenas em médicos), Staphylococcus aureus (em ambos os grupos) e Micrococcus sp (em ambos os grupos). Entre

os bacilos Gram positivos, foram isoladas colônias de Corynebacterium sp (apenas em estudantes de direito) e Bacilo subtillis (em

ambos os grupos). Entre os bacilos Gram negativo, foram isoladas colônias de Klebsiella pneumonie (apenas em médicos) e

Pseudomonas aeruginosa (apenas em estudantes de direito). Foi isolada uma colônia do fungo Rhodoturulla sp (apenas em

médicos).

Os resultados encontrados condizem com a literatura, que já reconhece o potencial de contaminação das gravatas. Este é o maior

trabalho já feito, e o primeiro a usar um grupo controle sem relação alguma com o ambiente hospitalar, representando a população

no geral.

A contaminação das gravatas de médicos foi superior à de advogados (p<0,05), como era esperado, levando em conta a exposição

de cada grupo a agentes microbianos. Mesmo se tratando em sua maioria de bactérias da microbiota, por serem originárias de um

ambiente hospitalar, onde existem mais pessoas susceptíveis, a sua presença se torna preocupante.

Quanto às bactérias patogênicas, não houve relevância estatística entre os dados, porém é importante ressaltar sua existência em

gravatas de médicos e camisas de ambos os grupos, quando o esperado seria não haver bactérias multirresistentes, geralmente

associadas a hospitais, no grupo controle.

Não houve relevância estatística na diferença de contaminação entre camisas nos dois grupos, o que é um indicativo que a falta de

lavagem das gravatas aumenta o risco de contaminação e propagação bacteriana.

Conclusão: Foram encontradas neste estudo bactérias patogênicas e bactérias da microbiota normal, observando que as gravatas de

médicos e estudantes de medicina são susceptíveis a serem contaminados por bactérias causadoras de infeção, e podem atuar na

comunidade como meio de transporte para bactérias resistentes aos antibióticos.

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Nome do trabalho: Avaliação de Parâmetros Hepáticos nos Doentes com Pancreatite Aguda

Autor: Rodrigo de Almeida Mastrorosa

Co-autor: Angelo Chelotti Duarte

Orientador: Tercio de Campos

RESUMO

Introdução: A Pancreatite Aguda (PA) é um processo inflamatório agudo do pâncreas com envolvimento variável de tecidos

regionais ou sistemas orgânicos. Em 85% dos casos ocorre apenas inflamação no pâncreas com taxa de mortalidade inferior a 2%.

Os outros 15% são PA grave ou crítica, com complicações sistêmicas mais frequentes e mortalidade de até 70%. Já foi demonstrado

o aumento da degradação na matriz extracelular no fígado e o aumento das enzimas hepáticas no sangue, após pancreatite. O fígado

participa da inflamação sistêmica, liberando mediadores inflamatórios e levando a lesão de outros órgãos, podendo levar à piora da

PA. Objetivo: Avaliar a função hepática comparada com a gravidade e mortalidade nos doentes com PA. Método: Trata-se de uma

coleta prospectiva de doentes com PA admitidos em um único centro. Os critérios de inclusão foram: pacientes que tiverem o

diagnóstico de PA confirmado por meio de avaliação clínica, laboratorial e radiológica, os quais apresentaram dois critérios em três

possíveis – a saber: quadro clínico característico; elevação de amilase e/ou lipase maior que três vezes o normal; tomografia

computadorizada (TC) comprovando alterações pancreáticas. Os critérios de exclusão para o trabalho foram: pacientes transferidos

de outros serviços, que não assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), menores de 12 anos e pacientes que

não tiveram os exames laboratoriais colhidos nas primeiras 24 horas após o diagnóstico. Os dados foram colhidos prospectivamente

através de um protocolo disponível no aplicativo de celular (IPancreas), sendo transferido para uma planilha Excel. A avaliação da

função hepática foi feita por meio do escore MELD (que utiliza os valores de bilirrubina sérica, creatinina sérica e índice

internacional normalizado) e da classificação de Child-Pugh (bilirrubinas totais, índice internacional normalizado, albumina e dados

clínicos sobre presença de ascite e encefalopatia), coletados na admissão do paciente, comparando-o com a gravidade da PA

(seguindo a Revisão da Classificação de Atlanta) e com a mortalidade. Análise estatística foi realizada com os testes t-Student e

Chi-quadrado (p<0,05). Resultado: Foram avaliados 100 doentes com o escore MELD, sendo 46% do sexo feminino, com média

etária de 43,8 anos. Entre os pacientes, 56% foram classificados em PA leve, 11% em moderada, 32% em grave e 1% em crítica,

sendo 66% de etiologia biliar e 20% alcoólica. Quanto à evolução, 9% foi a óbito. A gravidade sistêmica foi calculada através dos

escores: APACHE II, cuja média foi de 5,94(+4,57); SOFA, média de 1,69(+1,65) e Marshall, média 0,66(+1,07). O escore MELD,

calculado na admissão, relacionou-se com a gravidade (p<0,003) e com a taxa de óbito (p<0,017). Foram classificados com índice

superior a 20 na classificação de Meld 7% dos pacientes, 12% entre 16 e 20, 45% de 10 a 15 e 36% inferior a 10. Dos pacientes,

96,4% com PA leve tiveram índice igual ou inferior a 15 e todos os paciente com PA crítica tiverem índice igual ou superior a 16.

Quanto à taxa de óbito, 68% dos pacientes que foram a óbito apresentaram índice igual ou superior a 16.

Quanto a etiologia, 17,7% dos pacientes com etiologia biliar tiveram MELD superior a 15, enquanto 17,3% com etiologia alcoólica

apresentaram MELD superior a 15. Com relação a classificação de Child-Pugh, foram avaliados 41 pacientes da nossa amostra.

Sendo 39% do sexo feminino. Com relação a gravidade foram: 48% leve, 17% moderada e 34% grave. da nossa amostra, 78% foi

classificado como categoria A (hepatopatia leve), 19,1% como B (hepatopatia moderada) e 2,4% C (hepatopatia grave). 12,1%

destes pacientes foram a óbito. Entre os pacientes com hepatopatia leve (Child A), 53,1% apresentaram PA leve. Já, nos pacientes

com hepatopatia moderada, 50% tiveram PA grave e 100% dos pacientes com hepatopatia grave (Child C) evoluiram com PA

grave. Conclusão: Os resultados permitem concluir que a função hepática, calculado na admissão do paciente, pode se relacionar

com a gravidade da PA e com a taxa de mortalidade, podendo ser uma importante ferramenta para avaliar o prognóstico do

paciente.

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Nome do trabalho: GABAPENTINA, PREGABALINA: PROFILAXIA DE NÁUSEAS DE VÔMITOS PÓS-OPERATÓRIOS

EM PACIENTES SUBMETIDOS A COLECISTECTOMIA VIDEOLAPARÓSCOPICA.

Autor: Juliana do Carmo Fazzolari

Co-autor: Fábio Hideki Nishi Eto

Orientador: Prof. Dra. Ligia A. S.T. Mathias

Co-orientador: Thiago Ramos Grigio

RESUMO

Introdução: Náuseas e vômitos pós-operatórios (NVPO) são comuns após anestesia geral. A incidência de vômitos é estimada em

30%, de náusea em 50% e em pacientes de alto risco para NVPO pode chegar em 80%, sem profilaxia. A prevenção desses

episódios em pacientes de alto risco melhora os índices de satisfação e bem-estar. Com os fatos evidenciados, torna-se importante o

adequado manejo do PONV, objetivando a satisfação do paciente com o procedimento, diminuição dos custos para o sistema de

saúde e principalmente redução das complicações no pós-operatório.Objetivos: Avaliar associação de gabapentina, pregabalina ou

ondansetrona com dexametasona na redução da incidência de NVPO, em pacientes de alto risco submetidos à colecistectomia

(CCC) videolaparoscópica, nas primeiras 48 horas pós-operatórias; avaliar efeitos colaterais e custos hospitalares. Método: Após

aprovação do projeto pelo CEP da Instituição, será realizado ensaio clínico, prospectivo, randomizado, duplo encoberto, controlado,

em pacientes submetidos a CCC videolaparoscópica no Centro Cirúrgico Central da ISMSCSP. Critérios de inclusão: pacientes

submetidos a CCC videolaparoscópica eletiva; escore de Apfel 3 ou 4; pacientes adultos; ASA I ou II. Critérios de exclusão:

cirurgia convertida para aberta antes de trinta minutos de cirurgia; uso prévio de gabapentina, pregabalina; alergia a qualquer

medicamento utilizado no estudo; distúrbio cognitivo; pacientes analfabetos; recusa do paciente. Os pacientes serão orientados

sobre a pesquisa e após assinatura do paciente do termo livre e esclarecido serão randomizados pelo site random.org em 4 grupos.

Grupo A: gabapentina 600 mg VO 2 h antes da cirurgia. Grupo B: pregabalina 150 mg VO 2 h antes da cirurgia. Grupo C: placebo

VO 2 h antes da cirurgia e 8mg ondansetrona endovenoso no final da cirurgia. Nem o médico e nem o paciente saberão qual a

composição do comprimido e da solução EV. Os comprimidos terão formas e cores diferentes, porém o profissional responsável

pela administração do medicamento será diferente daquele presente na indução anestésica e também diferente daquele que realizará

a coleta dos dados. Toda a sequência de cuidado e atendimento aos pacientes dos quatro grupos estudados será idêntica. Na

indução anestésica será administrada dexametasona na dose de 10 mg e no final do procedimento, analgesia a critério do

anestesista. As variáveis estudadas serão: idade, gênero, peso, altura, IMC; tempo cirúrgico; FC; PAS; PAD; SpO2; FECO2; tempo

de permanência na recuperação pós-anestésica (RPA) e tempo total de internação hospitalar; presença/ausência de náusea/vômito na

RPA e na enfermaria; tempo de solicitação de primeira medicação para náuseas e vômitos e quantidade de medicação; tempo total

de internação, presença de complicações cirúrgicas e o grau de satisfação do paciente. A presença/ausência de náusea/vômito será

avaliada nos momentos: M0: após 01 hora da chegada na RPA; M12: 12 horas; M24: 24 horas e M48: 48 horas após a cirurgia.

Análise estatística:. será considerada diferença estatisticamente significante quando p<0,05. Resultado: Foram incluídos 42

pacientes no estudo, sendo 13 do grupo A (gabapentina), 15 do grupo B (pregabalina) e 14 do grupo C (placebo). O grupo A foi

composto por 1 homem e 12 mulheres, com idade média de 44 anos e IMC de 28. O grupo B foi composto por 1 homem e 14

mulheres, com idade média de 43 anos e IMC de 28,5. O grupo C foi composto por 2 homens e 12 mulheres, com idade média de

41 anos e IMC de 30,6. Dos pacientes do primeiro grupo, 7 foram submetidos a colecistectomia, 5 a histerectomia e 1 a

ooforectomia. Do segundo grupo, 11 foram submetidos a colecistectomia, 2 a histerectomia, 1 a retossigmoidectomia e 1 a

laparoscopia exploratória por endometriose. Do terceiro grupo, 10 foram submetidos a colecistectomia, 3 a histerectomia e 1 a

miomectomia. O tempo cirúrgico foi, em média, de 174 minutos no grupo A, 142 minutos no grupo B e 144 minutos no grupo C. O

tempos de anestesia foi, em média de 206 minutos para o A, 190 minutos para o B e 191 minutos para o C. O tempo de

permanência na RPA foi , em média, respectivamente de 129, 115 e 116 minutos para os grupos A, B e C. Não houve diferença

significativa nas taxas de NVPO entre os grupos, mas em todos a incidência foi menor do que a esperada se não tivesse sido

administrada medicação. Conclusão: Pode-se concluir, então, que não há diferença significativa entre a utilização de gababentina,

pregabalina e ondansetrona no controle de NVPO, quando estes são utilizados em conjunto com outro anti-emético – no caso a

dexametasona. Desta forma, é possível comparar o custo-benefício dos três medicamentos sendo o mais vantajoso a gabapentina,

seguida pela pregabalina e, por fim, a ondansetrona. A incidência observada de efeitos adversos foi maior no grupo controle, sendo

a diferença significativa, o que também fala a favor do uso de gabapentina ou pregabalina .

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Nome do trabalho: Percepção dos Agentes Comunitários de Saúde e identificação das pessoas com deficiência na Atenção Básica.

Autor: Mariana Piassa

Co-autor: Gabriela dos Santos Vera Ortiz

Orientador: Prof.Dra. Adriana Limongeli Gurgueira

RESUMO

Introdução: Na organização da assistência segundo a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, a Atenção Básica é

considerada um nível de relevância no atendimento às pessoas com deficiência e, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) tem

papel fundamental na relação entre a comunidade e o serviço. Desta forma, considerando os princípios que norteiam a atenção

primária a partir de um acesso universal e com equidade, como o trabalho e a educação permanente do agente comunitário de saúde

contribuem para o reconhecimento das necessidades em saúde dos deficientes e subsidiam o planejamento em serviço? Objetivo:

Reconhecer as percepções e atitudes que Agentes Comunitários de Saúde têm em relação à identificação, cadastro e

acompanhamento das pessoas com deficiência atendidas pela Estratégia de Saúde da Família. Identificar as pessoas com deficiência

cadastradas na Estratégia de Saúde da Família (ESF) e levantar características sócio demográficas dessa população, assistida pela

Unidade Básica de Saúde Dr. Octávio Augusto Rodovalho – Bom Retiro, (UBS Bom Retiro) localizada na região central do

município de São Paulo. Método: A pesquisa foi dividida em duas etapas: I - reconhecimento das percepções dos ACS da UBS

sobre a identificação, cadastramento e acompanhamento das pessoas com deficiência e II - identificação e cadastramento dos

indivíduos com deficiência. A etapa I foi realizada pela técnica de grupo focal (GF) em um único encontro com 1h e 30min de

duração. Os ACS foram divididos em dois grupos, com 15 integrantes no grupo um e 14 integrantes no grupo dois. Os dados foram

coletados por meio de mídia audiovisual. A análise dos dados/informações coletados nos grupos focais foi submetida à técnica de

análise de conteúdo de Bardin. Diante disso foram identificadas categorias temáticas que responderam aos questionamentos e,

portanto, se relacionavam ao objeto de estudo. Para a etapa II, foram utilizadas as informações referentes à deficiência, contidas na

Ficha de Cadastro individual e-SUS, preenchidas pelos ACS em Visita domiciliar e, inseridas no Sistema Integrado de Gestão de

Atendimento (SIGA) - Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), da Prefeitura de São Paulo. Para compilação dos dados da ficha de

cadastro foi criado uma base de dados na plataforma do “Google Forms” e as informações de cada indivíduo foram introduzidas

para a análise estatística descritiva. Resultado: A partir da análise dos dados dos grupos focais (Etapa I), no que diz respeito ao

conceito de deficiência ou as representações que se referem ao ser deficiente no território de abrangência da equipe da qual o ACS

pertence, duas temáticas puderam ser identificadas: limitações biológicas identificáveis e não superação das limitações existentes.

Na percepção em relação à identificação do usuário deficiente, alguns ACS citaram o item da ficha de cadastro da família que se

refere a: “Tem alguma deficiência na família?” e, estes se posicionaram dizendo que esta informação pode ser identificada via

inquérito familiar (auto referido) ou por meio da observação do ACS. Além disso, surgiram informações importantes sobre o fluxo

de assistência à saúde dispensado aos usuários considerados deficientes na perspectiva do ACS. Assim, foi possível identificar duas

maneiras de encaminhamentos dos usuários: a partir da reunião de equipe ou via núcleo de apoio à saúde da família. No que diz

respeito à identificação e cadastramento dos indivíduos com deficiência o resultado obtido foi parcial, uma vez que houve mudança

no sistema de cadastro da prefeitura dificultando o acesso à informação o que atrasou a coleta de dados. Assim, foram consultados

individualmente 561 cadastros da área da abrangência de um ACS, inseridos no SIGA-PEP no período de março a maio de 2017. A

partir da análise destes cadastros, verificou-se que 8 indivíduos apresentavam deficiência sendo 4 do sexo feminino e 4 do sexo

masculino e idade média de 64 anos. No que diz respeito aos tipos de deficiências, verificou-se que 3 indivíduos possuíam dois

tipos de deficiência, intelectual/cognitiva e física, 2 apenas deficiência auditiva, 2 apenas deficiência física e 1 usuário com

deficiência não identificada, classificada no sistema como “outras”. Não foram encontrados usuários com deficiências visuais.

Quanto ao grau de escolaridade 3 indivíduos não frequentavam escola, 3 cursaram ou estavam cursando entre a 1ª e a 4ª série, 1

entre a 5ª e 8ª série e 1 curso superior. Entre os 8 indivíduos, somente 3 possuíam plano de saúde privado. Conclusão: Foi possível

concluir que a atenção básica pode ser imprescindível para facilitar o acesso e contribuir de forma efetiva para a inserção do

deficiente na sociedade. Entretanto, fazem-se necessárias ações mais efetivas para identificação das pessoas com deficiência, bem

como de suas necessidades além de educação permanente que capacite os profissionais de saúde para a integração desses indivíduos

aos serviços.

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Nome do trabalho: Correlação entre Mielofibrose e Leucemia Linfóide Crônica

Autora: Isabella Coutinho Pinto

Orientador: Prof. Dr. Carlos Sérgio Chiattone

RESUMO

Introdução: Presença de mielofibrose secundaria em pacientes diagnosticados com LLC ocorre em torno de 20- 30%. Kimura et

AL sugere que a secreção de IL-1alfa, secretado pelos linfócitos clonais, estimularia hiperplasia dos fibroblastos e assim o processo

de fibrose medular. Já a mielofibrose primária associada a LLC é rara, com poucos relatos de casos descritos na literatura.

Objetivo: Avaliar a presença de MF secundária em pacientes portadores de LLC acompanhados na Santa Casa de São Paulo, em

diferentes estágios evolutivos da doença e correlacionar com citopenias após início de tratamento. Método: Os dados para

elaboração do projeto foram retirados dos prontuários médicos, os quais estão arquivados no SAME da mesma instituição. Foi

realizada BMO, sob sedo-analgesia, como realizado de rotina em nosso serviço, e o material coletado foi avaliado pela equipe de

patologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. O projeto foi aprovado pela comissão de ética do hospital e todos os

pacientes assinaram TCLE antes do procedimento. Resultado: Foi realizada BMO, todas pré-tratamento, de 17 pacientes. Mediana

de idade de 61 anos. Cinquenta e nove por cento (10/17) eram do sexo masculino. Cinquenta e três por cento realizaram

ciclofosfamida + fludarabina; 29% realizaram clorambucil, um (6%) paciente realizou solumedrol e 2 pacientes (12%) não

chegaram a realizar tratamento até o momento. Dezesseis pacientes apresentavam reticulogênese grau I e um paciente grau II pré

tratamento. Com relação a citopenias, 53% dos pacientes tiveram citopenia grau I e II durante tratamento e 47% citopenia grau III e

IV. Dos pacientes que fizeram citopenia grau III e IV, todos menos um (utilizou clorambucil), haviam utilizado FC ou solumedrol

altas doses. Com relação a citopenia grau I e II, 60% dos pacientes haviam realizado FC e 40% dos pacientes realizado clorambucil.

Conclusão: Nesta pequena amostra de pacientes não houve nenhum caso de doente com reticulogênese grau III ou IV, não se

podendo correlacionar grau de fibrose medular com citopenia após tratamento inicial. Estudo ainda em andamento. Nova análise

será realizada após coleta de do número total de pacientes planejado.

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Nome do trabalho: O reconhecimento das necessidades em saúde das mulheres sob a percepção do movimento de mulheres no

município de São Paulo

Autor: Marcella Neiva Romero

Orientador: Professora Dra. Maria Fernanda Terra

RESUMO

Introdução: O movimento feminista luta pelos direitos das mulheres na sociedade reivindicando igualdade no acesso aos direitos

envolvendo a participação na política, na vida social e econômica, no acesso a trabalho e renda, saúde, moradia, autonomia e

liberdade de expressão. No Brasil, o movimento de mulheres participou fortemente na luta pela saúde como direito, que culminou

na criação e implantação do Programa de Atenção Integral a Saúde das Mulheres (PAISM) em 1983 e, logo depois, do Sistema

Único de Saúde (SUS). O SUS tem o controle social como um dos seus princípios para a efetivação e garantia do direito à saúde.

Desse modo, reconhecendo que a luta popular e dos movimentos sociais é fundamental para a efetivação da saúde como um direito

a ser garantido, esse trabalho buscou identificar se o movimento social de mulheres reconhece a garantia dos direitos à saúde das

mulheres nas práticas assistenciais, principalmente na Atenção Primária à Saúde (APS). Objetivo: Identificar se o movimento

social de mulheres reconhece a garantia do direito à saúde das mulheres nos serviços de Atenção Primária à Saúde. Método: Foi

realizada uma pesquisa qualitativa a partir de entrevistas com as feministas que participaram ou participam da gestão da ONG

União de Mulheres de São Paulo. Foram realizadas três entrevistas semiestruturadas que aconteceram na sede da União de

Mulheres de São Paulo. Todas as entrevistas foram gravadas e tiveram duração média de 60 minutos. A pesquisa foi aprovada pelo

CEP da FCMSCSP e todas as mulheres leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As entrevistas foram

analisadas a partir do método Análise de Conteúdo. Na fase 1ª da análise das entrevistas foi feita a leitura flutuante do material

empírico. Na fase 2ª foram identificados os temas que apareceram no material empírico. E na fase 3a da análise foi realizada a

interpretação das categorias identificadas e selecionadas, a saber: o aborto legal e os direitos sexuais e os direitos reprodutivos.

Resultado: Na análise, emergiram temas que foram estruturados em 3 categorias: 1. Garantia do acesso à saúde; 2. Invisibilidade/

reprodução da violência; 3. Formação profissional. Porém, para a análise mais aprofundada foi trabalhada a categoria 1, a partir dos

subtemas: aborto legal e direito sexual e direito reprodutivo. O aborto, para as entrevistadas, é um tema fundamental para a garantia

dos direitos das mulheres, que não são assegurados nem com a existência da lei 2.848/40 que assegura o direito ao aborto legal no

Brasil. Essa não oferta se relaciona a uma prática assistencial permeada por julgamentos, preconceitos e distantes da ética do

cuidado. A não garantia desse direito, na concepção das entrevistadas, oferta risco a saúde das mulheres, quebrando a lógica de

cuidado do setor saúde. Somado ao tema do aborto, aparece o tema dos direitos sexuais e reprodutivos descritos na constituição

como um direito a ser garantido pelo Estado, mas que são pouco trabalhados na perspectiva da autonomia dos sujeitos,

principalmente das mulheres. Nesse contexto, as entrevistadas trazem que a educação sexual não é plenamente discutida nos

serviços de saúde, e, quando abordadas, são feitas a partir da oferta da ou imposição de métodos contraceptivos principalmente às

mulheres adultas, pobres, negras e com vários filhos, perpetuando o pensamento materno-infantil, sem considerar seus aspectos

individuais e de autonomia quanto a viver e a usufruir de seus direitos. Conclusão: Sabe-se que para se alcançar a plena garantia de

direitos, é necessária a articulação de três pilares: o campo das políticas públicas, das organizaçãoes e das práticas. Nesse contexto,

notou-se que, apesar de leis e protocolos, o direito à saúde das mulheres, na perspectiva do movimento social de mulheres, não é

plenamente garantido, pois, apesar do arcabouço legal, a prática assistencial dos profissionais de saúde, inclusive da enfermagem,

são baseadas em preconceitos e julgamentos morais. Desse modo, faz-se necessário o repensar a prática assistencial a luz dos

direitos humanos das mulheres e da ética profissional.

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