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JEANN PAULO ARAÚJO FUTSAL NA INTERCLASSE ESCOLAR SESPA - SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DE PATOS DE MINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA SAÚDE 2006

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JEANN PAULO ARAÚJO

FUTSAL NA INTERCLASSE ESCOLAR

SESPA - SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DE PATOS DE MINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA SAÚDE

2006

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JEANN PAULO ARAÚJO

FUTSAL NA INTERCLASSE ESCOLAR

Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de Licenciatura em Educação Física pela SESPA – Sociedade de Ensino Superior de Patos de Minas, sob a orientação do Professor Ms. José Carlos P. Souza e Co-orientado pela Professora Marlúcia Teixeira.

SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DE PATOS DE MINAS

2006

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BANCA EXAMINADORA

Patos de Minas, 27 de novembro de 2006

_____________________________________________________ Prof. Walério Araújo Melo - SESPA

Examinador(a)

_____________________________________________________ Profª. Ms. Marlúcia Aparecida Silva Teixeira - SESPA

Examinador(a)

_______________________________________________________ Prof. José Carlos Paulino de Souza - SESPA

Orientador

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que me proporcionou muita saúde nesses anos, me dando os benefícios

necessários para uma vida saudável, podendo trabalhar e me dedicar aos estudos, além da

oportunidade de conviver com pessoas maravilhosas no meu cotidiano, sejam eles meus

familiares ou os amigos que me rodeiam.

Ao meu orientador José Carlos P. Souza e co-orientadora Marlúcia Teixeira, que

me ajudaram na estrutura da mesma, com muito profissionalismo nas reuniões.

A minha mãe Mª Madalena S. Araújo em especial, que me incentivou em todos os

momentos para não abaixar a cabeça nos desafios em busca da minha meta, ao seu amor e

empenho para suprir as necessidades do dia a dia, não deixando faltar nada em minha vida.

Minha heroína que transforma todos os meus dias mais prazerosos e ricos de pura sinceridade,

mostrando nas dificuldades vividas uma experiência maravilhosa de uma batalha cheia de

glória e perseverança para alcançar os objetivos desejados, um espelho que me vejo sempre.

Ao meu pai Divino P. Araújo (in memorian), que no nosso convívio trouxe até

mim muita dignidade e respeito para com os outros, mostrando os caminhos mais favoráveis

ao triunfo, em que com poucas palavras sabia impor muita autoridade e com ela cresço até

hoje com muito orgulho.

A minha irmã Janahina A. Araújo, que sinto orgulho em vê-la brilhar em seus

trabalhos, que teve a felicidade em ser privilegiada com uma habilidade nata, de uma mulher

com iniciativas e pensamentos que contagiam a todos e por me dar dicas para a

complementação de minha monografia.

À direção da SESPA, que me proporcionou enorme conhecimento em diversos

conteúdos, aos professores que se doaram ao máximo no desempenho das aulas demonstrando

os valores de um curso. Enfim, a todos os funcionários da limpeza, que indiretamente com

muito carinho e sua qualidade transformaram nosso ambiente mais agradável.

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O medo é o resultado da ineficiência para

superar situações. Não deixe as oportunidades

passarem, porque uma vez perdida, estará

perdida para sempre! Por isso afirmo para

aqueles que dedicam o seu tempo ou parte

dele de alguma forma ao esporte não desistir

dos seus ideais, porque em cada modalidade

há uma caixinha de surpresa.

Jeann Paulo Araújo

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RESUMO

A gênese desta pesquisa se deu através do seguinte questionamento: Como sanar a exclusão dos alunos com menos aptidão física no futsal pelos colegas? Este trabalho tem como objetivo analisar e descrever a importância do futsal escolar, para as aulas de Educação Física. Os objetivos centraram-se também em apresentar um relato e as especificidades do futsal na interclasse escolar e o seu papel na importância de jogos competitivos, descrever tópicos da historicidade do futsal no Brasil. Trabalhamos aliados à metodologia Quantitativa, tendo como método o estudo de caso. Usamos os procedimentos metodológicos da observação participante, entrevista estruturada, levantamento bibliográfico. Este trabalho é relevante na medida em que contribui para a divulgação de informações acerca do futsal na interclasse escolar, atividade que contribui para uma melhor socialização entre os jovens. Além de trazer até esse meio formas de motivações, seja tanto pela cooperação quanto pela competição. O fenômeno esporte é um dos conteúdos mais aplicados na educação física escolar brasileira alvo de constantes discussões dos pesquisadores e estudiosos do tema, este fenômeno será aqui abordado a partir da amplitude de possibilidades metodológicas que mesmo oferece ao longo do processo de ensino e aprendizagem na escola, que agregadas a uma perspectiva educacional permitem a ampliação da intervenção do professor. A luz da pedagogia do esporte. Serão discutidas os propósitos do esporte dentro do programa de educação física escolar; uma breve discussão acerca do métodos de ensino e do estimulo de competências na escola através do esporte será encaminhada a seguir. Por fim, já nas considerações finais, serão contempladas as possibilidades de intervenção no e pelo esporte a partir referenciais metodológico e sócio-educativo.

Palavras-chave: Futsal. Motivação. Socialização.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................7

CAPÍTULO I: HISTORIANDO O FUTSAL: CONCEITOS E DESAFIOS ...................10

1.1 O que é futsal? ....................................................................................................................10

1.2 Breve histórico do futsal no Brasil .....................................................................................10

1.3 Cronologia do futsal ...........................................................................................................11

CAPÍTULO II: FUTSAL NA INTERCLASSE ESCOLAR E A SUPERAÇÃO DOS

MODELOS TRADICIONAIS: REFLEXÕES ....................................................................14

2.1 Esporte na escola ................................................................................................................14

2.2 O que é interclasse escolar?................................................................................................16

2.2.1 Aplicação do futsal na interclasse escolar: direcionamento a um jogo saudável ............17

2.2.2 Do Material esportivo ao jogo .........................................................................................18

2.3 Esporte e co-educação ........................................................................................................18

2.4 Problema: como sanar a exclusão dos alunos com menos aptidão física no futsal pelos

colegas? ....................................................................................................................................20

2.5 Futsal masculino e feminino a heterogeneidade no esporte ...............................................21

2.6 Motivação no futsal ............................................................................................................23

CAPÍTULO III: A PESQUISA, METODOLOGIA, DISCUSSÕES E REFLEXÕES....25

3.1 Procedimentos metodológicos da pesquisa (etnográfica)...................................................25

3.2 Objeto de Pesquisa .............................................................................................................25

3.3 Análise dos resultados e discussões ...................................................................................26

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................38

REFERÊNCIAS .....................................................................................................................40

ANEXOS .................................................................................................................................42

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INTRODUÇÃO

O interesse em pesquisar esse tema vem da importância desse esporte na nossa

sociedade, sendo considerado pela maioria dos brasileiros como uma paixão nacional, por me

identificar enquanto profissional e atleta e por saber do seu valor no processo educacional dos

jovens.

O futsal, esporte que surgiu da fusão entre o futebol de salão e o futebol de

campo, isso no final da década de 80 do século XX (SANTANA, 2002), desenvolveu-se

substancialmente nos últimos dez, doze anos. Muito disso, deve-se às significativas alterações

ocorridas nas suas regras. Estas teriam feito do futsal, em comparado ao futebol de salão, um

esporte mais dinâmico, competitivo e atraente.

Em particular, há indícios de que as crianças brasileiras constituem grande parte

dos que praticam futsal. Isso pode ser entendido, em parte, se considerarmos o processo de

urbanização de boa parte das cidades brasileiras (FREIRE, 2003), que fez com que possíveis

locais onde as crianças brincavam e jogavam as suas primeiras "peladas" dessem lugar a

complexos residenciais e comerciais. Logo, crianças (pelo menos aquelas que vivem em

grandes cidades) encontram nas quadras de futsal de escolas, clubes, condomínios e

associações possíveis espaços para, orientadas por professores, "jogar bola".

Atualmente, o futsal é uma das modalidades esportivas mais praticadas pelas

crianças brasileiras, em nível recreativo, escolar ou federado.

A motivação é de extrema necessidade para os alunos desempenharem ativamente

as modalidades esportivas na escola. A conexão de professores e alunos precisa existir sempre

para um bom trabalho de longa duração, resultados que engrandecem ambos. Esse processo é

lento e também precisa ser reciclado a cada momento que o nosso meio exige em quaisquer

áreas profissionais, pois a escola está ligada indiretamente a várias, se tratando de crianças e

adolescentes com problemas sociais, afetivos, cognitivos.

O jogo de futsal decorre da natureza do confronto entre dois sistemas complexos,

as equipes. Caracteriza-se pela sucessiva alternância de estados de ordem e desordem,

estabilidade e instabilidade, uniformidade e variedade.

Sendo o futsal um objeto de estudo, com uma escassez de pesquisas dificultando o

real entendimento dos aspectos positivos e negativos envolvidos na competição infantil desta

modalidade, faz-se necessários estudos para preencher esta lacuna de conhecimento, já que

isso poderá beneficiar os profissionais de Educação Física, os alunos e a escola.

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Durante o processo de formação esportiva, o desempenho do jovem em eventos

competitivos é considerado por muitos como o principal fator relacionado ao sucesso futuro.

Este desempenho caracteriza-se pela combinação de fatores multi variados e interdependentes

dos quais se destacam as capacidades física, técnica, tática e psicológica. O foco maior não é

priorizar a competição com visão em novos talentos, podendo sim ser um segundo plano,

falamos da inclusão do esporte com todos fazendo regras onde aqueles interessados possam

participar tanto quanto os demais que têm uma predisposição para sobressair nas aulas e

interclasse escolar.

A importância física, psicológica e individual é de suma importância,

características que são daqueles que têm uma personalidade mais forte para suprir as

necessidades de um jogo, não por idade cronológica específica e sim a dependência destas

características.

A socialização significa o processo de transmissão dos comportamentos

socialmente esperados. Mais especificamente, a socialização para o desempenho de

determinado papel social envolve a aquisição de capacidades (habilidades) físicas e sociais,

valores, conhecimentos, atitudes, normas e disposições que podem ser aprendidas em uma ou

mais instituições sociais, como por exemplo, a família, a escola, o esporte, e ainda através dos

meios de comunicação.

A necessidade de ocupar-se com a questão da socialização e da aprendizagem

social numa perspectiva didática da educação física resultam, por um lado, da análise da

realidade social do esporte, como um campo nos quais as relações e ações sociais são de valor

central; por outro lado, os problemas diários do professor de Educação Física obrigam a

considerar com mais profundidade as relações sociais oferecidas ou influenciadas pela

Educação Física e, dependendo do caso, procurar modificá-las. A inclusão e início de

programas de esportes na escola têm sido freqüentemente, baseados na crença comum de que

a participação no esporte é um elemento de socialização que contribui para o desenvolvimento

mental e social. Loy et al. (1978 apud BRACHT, 1997, p. 75); e Farinatti (1995, p. 44)

complementam afirmando que a prática físico-desportiva proporciona à criança muitas

oportunidades de contato social, na medida de seu amadurecimento psíquico.

Nesse intuito, a pesquisa foi organizada em três capítulos distintos.

No primeiro, há os conceitos do futsal seus desafios e sua historicidade, em que se

descreve necessário para uma fundamentação teórica.

No segundo, a superação do modelo tradicionalista implantado nas educações

físicas escolares pelos professores. A competição escolar benefícios e extrapolações. A

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importância da homogeneidade entre meninos e meninas nas aulas, valores para com todos,

caminhos motivacionais que podem influenciar diretamente pelo gosto do esporte e a

importância de uma vida ativa saudável.

No terceiro, análise e pesquisa de campo com perguntas fechadas entre alunos de

uma instituição pública da cidade de Patos de Minas.

Finalizando, as considerações finais, bem como os referenciais existentes na

pesquisa.

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CAPÍTULO I: HISTORIANDO O FUTSAL: CONCEITOS E DESAFIOS

1.1 O que é futsal?

O futebol de salão, hoje conhecido como futsal, esporte de contato coletivo, com

regras oficiais, disputado por duas equipes de 5 jogadores cada, além dos reservas. As equipes

possuem como principal objetivo colocar a bola na baliza adversária (meta/gol), caracterizada

por dois postes verticais e um horizontal de medidas oficiais, no fundo limitado por redes ou

telas estendidas, facilitando a marcação deste, tal como o futebol de campo. Quando tal

objetivo é alcançado, diz-se que um gol foi marcado e um ponto é adicionado à equipe que o

atingiu. (RAMOS, 1982). (ver anexo A)

O futsal é um esporte dinâmico, cheio de habilidades, técnicas, raciocínio lógico,

força, concentração, no qual exige treinamentos para aprimorá-las. Essas variáveis diferem

um bom jogo de alto rendimento. Os jogadores deverão estar devidamente vestidos com um

uniforme de numeração e cores distintas dos adversários. É necessário para um jogo oficial

meiões e caneleiras, teoricamente o goleiro é o último jogador responsável por evitar o gol, o

único autorizado a segurar a bola com as mãos, posicionado em uma área específica, sua

movimentação é livre, porém quando está com a posse de bola há limitações pela regra, sua

vestimenta difere das dos demais, podendo usar luvas e calças apropriadas para o esporte.

A partida é vencida pela equipe que marcar o maior número de gols na meta

adversária. Portanto, o esporte é uma atividade pela qual se vivenciam as emoções com

intensidade. Os processos emocionais podem perturbar a ação esportiva, implicando não só na

preparação física e psicológica dos atletas, mas também em suas relações humanas. Sendo

que, é preciso administrar os níveis das emoções, para que não prejudiquem o desempenho

esportivo.

A literatura referente à Psicologia do Esporte destaca algumas variáveis que

interferem no desempenho de atletas são elas: concentração, motivação, ansiedade e coesão

de grupo.

1.2 Breve histórico do futsal no Brasil

O Futebol de Salão tem duas versões sobre o seu surgimento, como em outros

esportes, há divergências quanto a sua criação. Há uma versão que diz que o Futebol de Salão

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começou a ser jogado no Brasil por volta de 1940 por freqüentadores da Associação Cristã de

Moços (ACM), em São Paulo, pois havia uma grande dificuldade em encontrar campos de

futebol livres para poderem jogar e então começaram a jogar suas "peladas" nas quadras de

basquete e hóquei.

No início jogava-se com cinco, seis ou sete jogadores em cada equipe, mas logo

definiram o número de cinco jogadores para cada equipe.

As bolas usadas eram de serragem, crina vegetal ou de cortiça granulada, mas

apresentavam o problema de saltarem muito e freqüentemente saiam da quadra de jogo. Então

tiveram seu tamanho diminuído e seu peso aumentado. Por este fato o Futebol de Salão

passou a ser chamado de "O Esporte da Bola Pesada".

Temos também a versão que os gaúchos acreditavam que, o Futebol de Salão foi

inventado em 1931 na Associação Cristã de Moços (ACM) de Montevidéu/Uruguai, pelo

professor Juan Carlos Ceriani, que chamou esse novo esporte de "Indoor-Foot-Ball".

Destaca-se em São Paulo o nome de Habib Maphuz, que muito trabalhou nos

primórdios do Futebol de Salão no Brasil. O professor da ACM de São Paulo, Habib Maphuz,

no início dos anos cinqüenta participou da elaboração das normas para a prática de várias

modalidades esportivas, sendo uma delas o futebol jogado em quadras, tudo isto no âmbito

interno da ACM Paulista.

Esse mesmo salonista fundou a 1ª Liga de Futebol de Salão, a Liga de Futebol de

Salão da Associação Cristã de Moços e após foi o 1º presidente da Federação Paulista de

Futebol de Salão. Foi colaborador de Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes para a elaboração

do 1º Livro de Regras de Futebol de Salão editada no mundo, em 1956.

Apesar das divergências, o que se conclui é que o Futebol de Salão nasceu na

Associação Cristã de Moços, na década de 30 em Montevidéu ou na década de 40 em São

Paulo.

1.3 Cronologia do futsal

� 1949 - A ACM do Rio de Janeiro organiza o primeiro torneio aberto de futebol de salão

para meninos entre dez e quinze anos.

� 1954 - Em 28 de julho é fundada, no Rio de Janeiro, a primeira entidade oficial, a

Federação Metropolitana de Futebol de Salão, na sede do América Futebol Clube.

� 1955 - Em 14 de junho é fundada a Federação Paulista de Futebol de Salão.

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� 1956 - É realizado o primeiro campeonato da cidade do Rio de Janeiro, com 42 disputantes,

cabendo ao time carioca "Imperial" o título de primeiro campeão.

� 1958 - A Confederação Brasileira de Desportos resolve oficializar a prática de futebol de

salão, uniformiza suas regras e funda o Conselho Técnico de Futebol de salão tendo as

Federações Estaduais como filiadas.

� 1959 - Primeiro Campeonato Brasileiro de Seleções. A seleção do Rio de Janeiro fica com

o título, Seleção Paulista fica com o vice-campeonato.

� 1971 - É fundada no Rio de Janeiro, a Federação Internacional de Futebol de Salão

(FIFUSA), contando com a filiação de 32 países que praticavam o futebol de salão nos

moldes brasileiros. O primeiro presidente dela é João Havellange.

� 1981 - A CBFS consegue sua sede própria.

� 1982 - É realizado o primeiro campeonato Mundial de Seleções de Futsal, com o ginásio do

Ibirapuera o Brasil torna-se o primeiro campeão vencendo o Paraguai.

� 1985 - O segundo Campeonato Mundial de Futsal é realizado na Espanha e o Brasil torna-

se bi, vencendo a própria Espanha.

� 1988 - Na terceira edição do Mundial de Seleções o Paraguai surpreende o Brasil e fica

com o título na Austrália.

� 1989 - A Holanda é sede do quarto Mundial de Seleções, mais uma vez o Brasil conquista o

título diante dos donos da casa.

� 1990 - A FIFA homologa a supervisão do futsal mediante extinção da FIFUSA e cria sua

comissão de futsal. Posteriormente, algumas Federações desistem de acabar com a FIFUSA

e elegem o Sr. Antonio Alberca presidente. Surge o termo Futsal.

� 1992 - Na quinta edição do Mundial de Seleções, o Brasil conquista seu quarto título diante

dos Estados Unidos em Hong Kong. A organização fica por conta da FIFA.

� 1996 - Sexta edição do Mundial de Seleções, o Brasil conquista o Pentacampeonato

Mundial diante da Espanha, donos da casa.

� 2000 - Sétima edição do Mundial de Seleções, na Guatemala, o Brasil é surpreendido pela

Espanha na Final.

� 2002 - É realizado o primeiro Brasileiro de Seleções Feminino em São Paulo, a Seleção

Paulista é a campeã de forma invicta.

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� 2003 - Por intermédio de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico

Brasileiro, o Futsal é incluído nos jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio de Janeiro. A

Federação Paulista de Futsal lança um projeto em prol do Futsal: "Eu Quero Futsal

Olímpico".

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CAPÍTULO II: FUTSAL NA INTERCLASSE ESCOLAR E A SUPERAÇÃO DOS

MODELOS TRADICIONAIS: REFLEXÕES

2.1 Esporte na escola

O tema esporte na escola é um dos temas mais controversos na discussão

esportiva, pela paixão que suscita, por sua abrangência, por várias possibilidades de enfoque,

tudo isso gerado pela falta de mais pesquisas sob diferentes aspectos e diferentes realidades

escolares.

A socialização significa o processo de transmissão dos comportamentos

socialmente esperados. Mais especificamente, a socialização para o desempenho de

determinado papel social envolve a aquisição de capacidades (habilidades) físicas e sociais,

valores, conhecimentos, atitudes, normas e disposições que podem ser aprendidas em uma ou

mais instituições sociais, como por exemplo, a família, a escola, o esporte, e ainda através dos

meios de comunicação.

A necessidade de ocupar-se com a questão da socialização e da aprendizagem

social numa perspectiva didática da Educação Física resulta, por um lado, da análise da

realidade social do esporte, como um campo no qual as relações e ações sociais são de

importância central; por outro lado, os problemas diários do professor de educação física

obrigam a considerar com mais profundidade as relações sociais oferecidas ou influenciadas

pela Educação Física e, dependendo do caso, a procurar modificá-las.

Muitos pedagogos da Educação Física/Esporte têm realçado a contribuição da

atividade esportiva na socialização das crianças, contribuição essa que tem sido utilizada

como justificativa para a inclusão da Educação Física nos currículos escolares.

Nesse sentido, as muitas considerações tecidas, indicam que a criança através do

esporte aprende que entre ela e o mundo existem “os outros”, que para a convivência social

precisamos obedecer determinadas regras, ter determinado comportamento

(OBERTEUFER/ULRICH, 1977 apud BRACHT, 1997, p. 58); aprendem as crianças,

também, a conviverem com vitórias e derrotas, aprendem a vencer através do esforço pessoal;

desenvolvem através do esporte a independência e a confiança em si mesmos, o sentido de

responsabilidade, entre outras questões. Todas essas afirmações têm em comum o fato de

serem afirmações que identificam um papel positivo-funcional para o esporte no processo

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educativo; privilegiam os aspectos positivos funcionais camuflando, dessa forma, os

disfuncionais.

No entanto, ao lado dessas afirmações que consideram positivo-funcional os

resultados do processo de socialização através do esporte, poderiam listar outras que indicam

no sentido contrário, como por exemplo: pelas regras das competições, o esporte imprime no

comportamento as normas desejadas da competição e da concorrência (PARLEBAS, 1980

apud BRACH, 1997, p. 59); as condições do esporte organizado ou de rendimento são

simultaneamente as condições de uma sociedade de estruturação autoritária; o ensino dos

esportes nas escolas enfatiza o respeito incondicional e irrefletido às regras, e dá a estas um

caráter estático e inquestionável, o que não leva a reflexão e ao questionamento, mas sim, ao

acomodamento e na linguagem de (WEIS, 1979 apud BRACHT, 1997); forja um

“conformista feliz e eficiente”; o aprender as regras significa reconhecer e aceitar regras pré-

fixadas. Assim, podemos dizer que a socialização através do esporte escolar pode ser

considerada uma forma de controle social, pela adaptação do praticante aos valores e normas

dominantes como condição alegada para a funcionalidade e desenvolvimento da sociedade.

Um dos papéis que cumpre o esporte escolar em nosso país, então, é o de

reproduzir e reforçar a ideologia capitalista. Assim, vimos como realmente o esporte educa.

Mas, educação aqui significa levar o indivíduo a internalizar valores, normas de

comportamento, que lhe possibilitarão adaptar-se à sociedade capitalista. Em suma, é uma

educação que leva ao acomodamento, e não ao questionamento.

Como podemos verificar, sob um enfoque distinto, temos também valorizações

diferentes do produto do processo de socialização que ocorre no esporte infantil (BRACHT,

1997, p. 59).

Como mencionamos anteriormente, essas características que o esporte escolar

apresenta não são geradas no seio do próprio esporte, e sim, o reflexo mediatizado da

estrutura social em que se realiza, ou seja, da sociedade capitalista.

Se quisermos empreender uma tentativa de superação da tradicional concepção de

aprendizado social que, no esporte, enfatiza o respeito incondicional e irrefletido às regras,

que dá a estas um caráter estático e inquestionável e que não leva à reflexão e ao

questionamento, mas ao acomodamento, precisamos determinar, em coerência com nossas

idéias educacionais, o que deveria buscar o aprendizado social no esporte e como alcançá-lo.

Para que se tenha uma reformulação nas práticas esportivas deste país, é

necessário que atuemos com consciência crítica, principalmente na escola, onde a relação

esportiva pode-se tornar democrática, prazerosa e despertar nas crianças e adolescentes o

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gosto pelo movimento e um engajamento dessas atividades no contexto do processo

educacional, político e principalmente social.

2.2 O que é interclasse escolar?

A Interclasse Escolar (I.E) é um evento que acontece nas escolas públicas e/ou

particulares, enfatizando os esportes escolares em competições internas, sejam eles os

tradicionais ou não.

Comumente ela começa com uma abertura conglomerando professores de outras

áreas e com outras atividades, fazendo um ritual que passa de geração para geração e

inovando sempre que pode para dar maior valor e alegria ao evento. Seja ela: Com tochas,

danças, lutas, palestras, um jogo de abertura professor x aluno, entre outras. Assim depende

apenas da criatividade do professor e dos demais responsáveis.

A interclasse é fundamental para uma escola “ganhar” os alunos, acarretando em

uma série de fatores positivos, nos quais são trabalhados na motivação, interesses coletivos e

individuais de cada atleta escolar, abrindo espaço para todos sem distinção de raça, tamanho,

peso, habilidade desportiva, entre outros, desde que, essa seja opcional. Cabe, então, ao

docente aplicar regras motivacionais aonde integra uma boa parte de uma instituição, além de

abrir leques para engajar conceitos de modalidades esportivas e culturais do nosso país. Essas

modalidades podem ser trabalhadas durante o ano letivo ou semanas antes da interclasse

acontecer. Inúmeras formas existem, cabe ao profissional de Educação Física saber impor a

suas necessidades e intensidades a que quer chegar.

O professor(a) de Educação Física, como o responsável da I.E, aplica normas e

verifica as condições de todos os fatores que a envolve. Para ele é muito importante saber

chegar e passar o convite, seja formal ou oral, em que dará início à inclusão dos alunos

indiretamente.

Esse evento geralmente acontece uma vez por ano, porém não deixa de ser

opcional trabalhar mais vezes. Um fator desmotivante ao excesso que implica a instituição é o

desgaste geral, seja com a organização, seja com os praticantes. Outro fator é a sensação

monótona que acontece entre os alunos, também atrapalhando o rendimento na sala de aula.

Poder celebrar uma boa competição, estar em um bom planejamento, é muito importante

também visar o rendimento na sala de aula e uma data coerente às provas e trabalhos

realizados por aqueles que estejam envolvidos.

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A importância de um bom planejamento é fundamental para que ocorra tudo nos

conformes e dentro dos limites de uma instituição escolar seja ela: de uma boa organização

até as medidas de seguranças que evitariam fatores de riscos entre os competidores e outros

participantes que estão em segundo plano. Sabe-se que alguns são inevitáveis, porém aqueles

que podemos prevê-los é necessário providenciarmos os cuidados para a boa conduta do

evento.

2.2.1 Aplicação do futsal na interclasse escolar: direcionamento a um jogo saudável

A Interclasse Escolar é, talvez para alguns, o evento mais desejado dentro das

escolas do nosso país, principalmente o futsal, já que o futebol de grama é restrito para a

maioria das instituições escolares.

O futsal é trabalhado o ano todo em várias escolas e quando chega a interclasse o

clima modifica totalmente em um ambiente escolar, principalmente para os amantes de

“bola”, os alunos ficam eufóricos, tensos e completamente direcionado a competição.

O desejo de poder quebrar a rotina das salas de aulas e da Educação Física é um

fator que integra os alunos, professores e demais associados à interclasse.

O futsal na I.E está sempre em alta, pois a nossa cultura futebolística é muito

forte. Envolver cargos para alunos que não possam estar de forma ativa, também é

interessante para a inclusão de um todo. Sejam eles: Organização do evento (auxílio na

formação estrutural da tabela), mesários, auxiliares de jogos (boleiros, vestimenta adequada).

Esses podem ser alunos também escritos no evento escolar como os demais que

irão participar ativamente dos jogos, tudo que aplica deve estar devidamente nas regras para

poderem estar por dentro dos acontecimentos na realização da I.E.

Já os árbitros, quando possível, arrecadar fundos entre os alunos e patrocinadores

para contratá-los, assim evitaria o desgaste do professor(a) de Educação Física e até algumas

intrigas dentro do ambiente, ou até mesmo a influência de resultados.

O professor deverá estar apto para poder cumprir vários cargos em um evento que

pode durar normalmente de dois a oito dias sendo letivos e/ou não.

O bom trabalho do profissional de Educação Física envolve a disciplina e

competência naquilo que projeta para o objetivo principal.

O futsal traz consigo, na maioria das vezes, a agressão e desordens entre

competidores, principalmente aqueles que perdem e não tem um “espírito esportivo” para a

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competição que envolve seus colegas de escola podendo chegar a algo mais sério, então

regras são elaboradas para inibir com os vândalos e agressores.

Participar de forma alegre e conformista nem sempre está nos arredores de uma

competição de futsal. Então, existem formas para colocá-los unidos e prepará-los para um

longo futuro que deve ser promissor, e fazer de momentos estudantis histórias inesquecíveis

para a sua vida, deixando um “ar” de vivência e de satisfação nos momentos alegres e únicos

de cada um daqueles que estiveram presentes.

O futsal também consegue trazer inúmeros benefícios, sejam na saúde, na

profissão direta e indireta (continuidade esportiva), amizades, como tantos outros mais que

fazem buscar novas direções e novos conceitos do esporte.

O respeito quando implantado na iniciação esportiva pode gerar bons frutos na

formação dos alunos. Muitos defendem somente a integração social, porém a competição

quando bem trabalhada pode beneficiar tanto quanto a cooperação.

2.2.2 Do Material esportivo ao jogo

As escolas devem ter em suas regras informando o material esportivo que será

utilizado pelos alunos, coletes; vestimenta adequada; calçados específicos ou qualquer outro

necessário para a atividade. Isso pode variar de instituição para instituição dependendo das

necessidades daqueles que participa.

Os materiais esportivos de quadra, a escola deve oferecer, pois é de

responsabilidade do estado proporcionar as escolas estaduais.

Por não encontrar artigos ou outros materiais que fundamentasse com maior

precisão o assunto interclasse escolar, todo o conhecimento utilizado a cerca do mesmo

oriunda do senso comum. Neste sentido, foram valiosas as colaborações de profissionais da

Educação Física que tem experiência e contato direto com o tema.

2.3 Esporte e co-educação

Como vimos, anteriormente, o esporte, se ministrado de forma correta, ajuda na

socialização das crianças, mas então, porque é ministrado separado para meninos e meninas,

se eles convivem numa mesma sociedade?

Conhecendo-se as condições históricas da Educação Física, sabe-se que o uso,

quase exclusivo, do esporte nas escolas tem sido um importante mecanismo de reforço à

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esteriopatia sexual. E a discriminação sexual em aulas de Educação Física é resultado da

conformação de consciências estereotipadas que se dá no processo de socialização das

pessoas. E historicamente as pessoas têm em mente que no esporte (incluindo na escola)

devem-se seguir suas regras, e uma delas é a separação dos sexos. Visto que desde a

Antigüidade a mulher é socialmente discriminada no esporte. Esse fato ainda existe nos dias

de hoje por uma questão cultural.

O conceito de “papel sexual cultural” significa que uma série de diferenças entre

homens e mulheres em nossa sociedade – inobservadas muitas afinidades entre os dois sexos

são condensadas numa imagem que é resultado de culturas (hábitos de vida, objetos de uso,

comportamentos, valores, etc.) desenvolvidas diferentemente para os sexos (SARAIVA,

1999, p. 144). E a socialização para papéis sexuais no tocante às atividades em geral e ao

esporte geralmente começa cedo.

Em face das condições socioculturais de desenvolvimento dos papéis (formas de

comportamento), determinadas pela cultura, não se pode afirmar que “o Esporte” é

responsável pela manutenção das diferenças entre os sexos na Educação Física Escolar. As

causas dessas estão no processo de socialização como um todo.

Mas o professor pode amenizar essa situação, visto que “Quanto à situação central

de vida “tempo livre” para a ativação esportiva, vê-se como uma das tarefas mais importantes

da Educação Física (referentes ao esporte) a qualificação dos jovens para as atividades

esportivas sócio-comunicativas características do esporte em situações típicas de tempo livre,

na família, nos finais de semana, nas férias (DIECKERT, 1974). Por isso, moças e rapazes

também deveriam ser capacitados nas aulas de Educação Física a praticar esportes juntos,

independentemente das diferenças existentes, para que esta prática esportiva seja percebida,

sentida por todos como uma experiência positiva. Na prática esportiva com esta integração

dos sexos ocorre um enriquecimento substancial das possibilidades de comportamentos

vivências esportivas até mesmo para a vida de tempo livre presente e futura” (DIECKERT,

1985, p. 105).

Nessa perspectiva, uma aula precisa incluir ofertas amplas, que até então só eram

oferecidas a um ou outro sexo; deve oferecer às meninas e aos meninos as mesmas

modalidades, disciplinas e exercícios, em todas as orientações de sentido esportivo; deve

preparar espaços de vivências que possibilitem aos alunos entender que os modelos/padrões

de conduta dos sexos são socialmente construídos, e com isso, transformáveis e não de ordem

natural (SARAIVA, 1999, p. 190). E não devemos apenas transportar o esporte de alto nível

para a escola, que estaremos falando de “esportes com objetivos diferentes”.

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2.4 Problema: como sanar a exclusão dos alunos com menos aptidão física no futsal

pelos colegas?

Nesse sentido, Bourdieu (1995) lembra que o mundo social constrói o corpo por

meio de um trabalho permanente de formação e imprime nele um programa de percepção, de

apreciação e de ação. Nesse processo, as diferenças socialmente construídas acabam sendo

consideradas naturais, inscritas no biológico e legitimadoras de uma relação de dominação.

Percebe-se que a exclusão está em todos os esportes coletivos, pode ser na escola,

no bairro, nos treinos de uma escolinha que visa à competição e vitórias em cima de vitórias.

Independente dos problemas que rodeiam esses campos de atividades desportivas, o

tradicionalismo ainda é uma maioria para os treinadores de médio e pequeno porte e quando

não há treinadores e sim um líder de grupo que fica responsável por todas as tarefas extras que

são necessárias para uma partida, seja ela: agendar os jogos, vestimenta dos companheiros,

telefonemas para avisos e outras iniciativas que implicam ao cargo do “líder”, fica mais

visível ainda à exclusão dos demais que querem e não têm oportunidade de estar em um

grupo, já que o interesse é a competição e outros méritos individuais.

Essas idéias são reforçadas por Bordo (1997, p. 20), ao afirmar que "por meio da

organização e da regulamentação de nossas vidas, nossos corpos são treinados, moldados e

marcados pelo cunho das formas históricas predominantes de individualidade, desejo,

masculinidade e feminilidade".

A I.E não é diferente desse contexto, pois também traz o tradicionalismo e com

ele vem cheio de erros e metodologias que hoje não encaixam em um trabalho de inclusão

social. A interclasse é também uma Educação Física, apenas algumas diversidades que ela

oferece aos praticantes, por estar associada a atividades ligadas a toda instituição.

O futsal, por sua vez, é um esporte muito querido e desejado entre os alunos, e

nota-se também a rivalidade fora de quadra. A competição não fica somente ali, entre as

linhas limítrofes da quadra, então, como conseqüência a exclusão de alunos que não tem as

mesmas habilidades de outros que sobressaem entre os demais, na qual são colocados para

esse evento por motivos de obrigação ou outras regras.

Aqueles profissionais que querem ter uma boa resposta para o progresso de um

todo, verificar entre as atividades do cotidiano escolar a aptidão no esporte, não deixar de lado

aqueles que sempre tem “desculpas” para não socializar com os demais. Nesses alunos

verifica-se com facilidade o medo de não poder estar em um grupo, ou outras implicações de

inibição.

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A exclusão é coisa séria que deve ser tratada com cuidado para não prejudicar as

aulas. O propósito deste texto que discute as relações de gênero na cultura escolar é contribuir

para a fundamentação de uma ação pedagógica que permitam a todos, conjunta e

indiscriminadamente, conhecimento e vivências lúdicas do corpo que pensa, sente, age,

constrói e consome cultura.

É importante lembrar que o processo de socialização das novas gerações não é

simples nem pode ser considerado de modo linear ou mecânico. Ele é complexo, sutil e

marcado por inevitáveis resistências individuais e grupais, bem como por profundas

contradições. Nesse processo, a tendência conservadora lógica - presente em toda comunidade

social para reproduzir comportamentos, valores, idéias, artefatos e relações que são úteis para

a própria existência do grupo humano, choca-se inevitavelmente com a tendência, também

lógica, que busca modificar os caracteres dessa formação que se mostram desfavoráveis para

alguns dos indivíduos ou grupos que compõem o complexo e conflitante tecido social.

A propósito a exclusão é um passado recente que ainda persiste em algumas

escolas e outros estabelecimentos que rege trabalhos de grupos. Desde a infância até o fim da

adolescência devemos trabalhar o máximo para não haver esse tipo de problema mostrando a

eles que é importante estar com aqueles que nos rodeiam e nos trazem benefícios.

Os pais devem estar cientes dos problemas escolares de seu(s) filho(s). Quando

não vai bem é como qualquer outra matéria, e nada melhor em uma atividade de Educação

Física para verificar essa carência que alguns têm em não participar ou não envolver

conforme o educador pede.

Reuniões escolares são importantes para poder debater democraticamente os erros

de professores e alunos no andamento escolar.

2.5 Futsal masculino e feminino a heterogeneidade no esporte

O entendimento das barreiras da prática indiferenciada de esporte por homens e

mulheres na escola remete-nos à afirmação de Kunz (1993, p. 118).

Afirma essa autora que: Na contraposição das possibilidades expressas pelos dois

mundos esportivos, respectivamente para o feminino e masculino - cooperação/competição,

sensibilidade/racionalidade, criatividade/produtividade agressividade/delicadeza evidenciam-

se os pólos que o esporte, como praticado nas escolas, não deixa, por enquanto, conciliar.

Na intervenção docente, várias considerações podem ser feitas, dado o importante

papel do professor(a) na aula. Para Louro (1997, p. 75), as aulas de Educação Física

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representam uma situação constante e peculiar de exame: O uso de alinhamentos, a formação

de grupos e outras estratégias típicas dessas aulas permitem que o profissional exercite um

olhar escrutinador sobre cada estudante, corrigindo sua conduta, sua postura física, seu corpo,

enfim, examinando-o/a constantemente.

"A postura docente é uma referência que define como meninas e meninos agem e

se relacionam entre si" (ALTMANN 1998, P. 101). Meninos e meninas nem sempre reagem

da mesma forma à intervenção docente, e um exemplo reside no fato de que meninos

desobedecem mais a normas escolares e a solicitações docentes do que meninas.

Todas as conversas com relação à confirmação do futsal nas olimpíadas, passam

pelo futsal feminino, não só em nível de Brasil, mas sim, mundial.

Pouco tempo atrás ainda se ouvia falar em Futsal Feminino com certa restrição e

um preconceito por parte da população e até mesmo o péssimo uso deste desporto por parte

das entidades.

A Diretoria da Confederação Brasileira de Futsal, vendo que esta modalidade

tinha que sofrer uma intervenção maior por parte da instituição, em termos de organização de

campeonatos, criação de novos torneios nas idades de categorias de base, tomou as rédeas e o

resultado não pôde ser diferente do que agora está. Já nas escolas é de pura competência

profissional do professor(a) saber trabalhar essa modalidade com os dois sexos.

A realidade do Futsal Feminino no Brasil ver-se-á nas novas estruturas de

trabalho, desde a participação de profissionais da área até a inclusão de projetos sociais aonde

entrariam outros profissionais capacitados a auxiliar de alguma forma. E hoje se vê em todas

as categorias do futsal feminino uma evolução, graças aos méritos de confederações

oficializadas que estão motivando cada vez mais, sabendo implantar formas de

profissionalismo que estabelece a cada dia, novos valores.

O preconceito ainda é um fator que inibe meninas entrarem em quadra para

praticar um esporte saudável e de grandes benefícios, teríamos então, que abrirmos espaços

para o processo natural do esporte.

A Educação Física escolar teoricamente é para todos, seja homens ou mulheres,

em que a cultura antecedente traz para os pátios escolares diferentes linhas de trabalho,

meninos jogam bola e meninas rebatem ou faz quaisquer atividades que não seja em quadra

para não atrapalhar os meninos a jogarem em seu “espaço único”, desmotivando aqueles que

poderiam participar em grupos mistos ou não.

De todas as atividades desportivas talvez o futsal para meninas seja uma das mais

extintas dentro das escolas por se tratar um pouco do deixa disso. Professores já não querem

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manifestar de forma ativa em programa de médio e longo prazo, preferem trabalhar em suas

aulas atividades monótonas das quais meninos fazem X meninas fazem Y.

Aonde a I.E pode intervir de forma abrangedora quando se tratando de competição

entre salas para realizar nos seus objetivos norteadores, a motivação do esporte e socialização

entre os demais praticantes. Poder trabalhar paralelamente ao futsal masculino seria

importante, quando poderia haver parâmetros dos dois sexos, não compará-los entre si,

porém, individualmente, pois quando se trata de comparações desportivas devemos priorizar o

progresso de cada um, quando começou a interessar ao esporte e evoluções variáveis de

médio e longo prazo de trabalho.

Cada aluno tem seus interesses mesmo quando estão confusos a ele. Devemos

então saber transformar atividades em motivações que levem os enriquecimentos individuais,

tais como: Pode estar inibidos, não ter muitas habilidades, ter algumas dificuldades motoras,

percepção de tempo e espaço e outras mais. Quando bem trabalhado, aí sim, pode-se notar

prazer entre ambos, professor e aluno. O educador torna amigo e confiável deixando de ser

chato e ditador, não por talvez ser, mais sim e tentar muito naquela “tecla” com alunas que

não interessam por alguns esportes como: O futsal feminino.

O futsal feminino pode ser tão querido quanto o masculino desde que todos

comecem a respeitar o espaço das mulheres (meninas) na Educação Física. A interclasse é um

meio de conseguir desbloquear essa inibição das meninas em aprender fazendo, e não apenas

vendo os meninos jogarem.

Nos dias de hoje, o futsal feminino é mais visível se falando de nível escolar, pois

elas já querem poder estar nessas atividades.

Deixar sugestões e democraticamente pode ser um atrativo para chegar aos

objetivos escolares.

A motivação é sempre um fator importante. O docente é a “chave” para a porta do

conhecimento e grandes manifestações, saber implantar métodos desde a recreação até a

competição escolar.

2.6 Motivação no futsal

A motivação é um tema muito pesquisado pela psicologia experimental.

Através da análise de diversas pesquisas pode-se verificar que os desejos internos

desconhecidos, que se apresentam como necessidades, são impulsionadores de atividades que

levam o indivíduo a assumir este ou aquele comportamento (PEREIRA, 1992).

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Os seres humanos agem em função de suas motivações (necessidades), sejam

estas claras ou implícitas. Essas motivações se apresentam como uma forte razão interna que

resultam em uma necessidade psicológica.

Segundo Webster (apud MARQUES, 1988), a atitude do técnico/professor frente

a sua equipe antes do jogo pode ser encorajadora, apesar da ansiedade gerada pela competição

e vontade de perseguir a vitória, ou pode ser frustradora, criando um nível tão alto de

ansiedade que ela interfere no desempenho dos jogadores, bloqueando as atividades positivas,

acarretando-lhes uma derrota.

Alguns pontos que devem ser enfatizados para o alcance cada vez maior da

participação nos programas de esporte:

� aplicação de uma dinâmica adequada aos programas visando facilitar os caminhos que

despertam os motivos dirigidos à aprendizagem;

� os técnicos/professores devem assumir uma postura crítica e científica sobre o seu trabalho,

e que este deve levar em conta as necessidades e desejos específicos dos indivíduos;

� os problemas relacionados aos programas de treinamento devem ser revisados

continuamente construindo novos compromissos e descobrindo outras possibilidades.

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CAPÍTULO III: A PESQUISA, METODOLOGIA, DISCUSSÕES E REFLEXÕES

3.1 Procedimentos metodológicos da pesquisa (etnográfica)1

A pesquisa de campo foi elaborada para constatar as necessidades dos alunos e

melhorias, com interesse de moldar as regras implantadas na Interclasse Escolar. Foi aplicado

um questionário de interclasse escolar na Escola Estadual “Professor Zama Maciel” no

período de 11 a 20 de setembro de 2006 da cidade de Patos de Minas-MG. (ver anexo B)

Utilizou-se um questionário fechado, simples, contendo 18 perguntas com

resposta que melhor encaixa na sua concepção e que não prejudique qualquer seguimento

escolar.

O questionário foi aplicado a um número de alunos mistos, sendo 10 homens e 10

mulheres, com preferência entre as idades de 13 a 18 anos.

Com a colaboração de alunos voluntários para a pesquisa, a entrevista está ligada

a alguns alunos dos quais fazem parte da instituição, sejam eles: praticantes, não praticantes,

inaptos ou excluídos por algum motivo.

No estudo foram analisados seis itens: nível de participação, contatos sociais,

formação de subgrupos, participação na resolução de conflitos, aceitação nas mudanças de

regras e mudança de regras/expressão de idéias.

Ao escolher o estudo sobre futsal na interclasse escolar — uma manifestação

cultural popular brasileira — a escolha da metodologia não poderia ser outra que não a

pesquisa quantitativa, por se tratar de artigos que procuram discutir questões relativas aos

instrumentais utilizados na área da saúde.

3.2 Objeto de Pesquisa

O Questionário tem por fim expor e relatar através de perguntas simples com

respostas diretas e fechadas, marcando aquela que melhor encaixa na sua concepção enquanto

estudante.

1 Pesquisa etnográfica e vem por excelência o método utilizado na coleta dos dados. Etnografia é identificar a passagem do indivíduo inserto nos micro coletivos mutáveis, que albergam nos seus comportamentos sociológicos, os conceitos maiores de etnia, região, povo e, por fim, nação.

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A tabela é o resultado real, combinatório as respostas de cada questão especifica

analisado em porcentagem.

3.3 Análise dos resultados e discussões

A partir dos dados coletados foi possível registrá-los e discuti-los a seguir.

Questionário de Interclasse

1. O que vocês acham do futsal na I.E?

a) Ruim, ele não trás nenhum benefício.

b) Bom, é quando posso disputar jogos contra outras salas.

c) Ótimo, é a competição mais esperada do ano.

d) Excelente, é a motivação para minhas aulas.

TABELA 1. O que vocês acham do futsal na I.E? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 0 0%

B 10 50%

C 5 25%

D 5 25%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

2. O futsal na I.E pode trazer maiores influências escolares?

a) Não, ele trás desordens e muitas confusões para aqueles que participam e para aqueles que

trabalham na interclasse.

b) Às vezes, por que é um esporte cheio de imprevistos e muito competitivo.

c) Sim, ele traz alegria, motivação e conhecimento do esporte.

d) Sim, além de trazer vários benefícios interdisciplinares pode ser um fator de novas

amizades e até mesmo atletas profissionais.

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TABELA 2. O futsal na I.E pode trazer maiores influências escolares? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 0 0%

B 8 40%

C 8 40%

D 4 20%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

3. A I.E é um evento obrigatório ou é apenas uma competição opcional geradora de

prazeres?

a) Ela existe por que nós pedimos todos os anos, se não exigirmos nunca tem.

b) Ela existe por ser habitual de geração para geração.

c) Ela existe por ser necessário todos participarem da disciplina como um quesito de

aprovação na matéria de E.F.

d) Ela existe por ser um evento de suma importância na formação cidadania dos alunos e até

na vivência escolar, participa aqueles que interessam.

TABELA 3. A I.E é um evento obrigatório ou é apenas uma competição opcional geradora de prazeres?

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 4 20%

B 12 60%

C 0 0%

D 4 20%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

4. A organização da instituição bloqueia os jovens a participarem do futsal na I.E?

a) Sim, ela visa apenas àqueles que têm condições de praticar uma boa competição.

b) Sim, quando elaborada, sua intenção é de apenas servir os interessados.

c) Não, ela está aberta para com todos de forma bem clara.

d) Não, ela sabe motivar os alunos a participarem dos jogos, sem inibi-los daqueles

preparados a uma boa competição.

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TABELA 4. A organização da instituição bloqueia os jovens a participarem do futsal na I.E? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 6 30%

B 10 50%

C 2 10%

D 2 10%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

5. As condições de jogos são bem elaboradas ao ponto de não intervir no bom

andamento das aulas?

a) Não, ela prejudica sempre as aulas e o rendimento da turma.

b) Não, ela prejudica apenas aqueles que são praticantes do evento escolar.

c) Sim, pois a escola pára e todos param, assim todos participam de alguma forma.

d) Sim, pois ela é bem elaborada e colocada no programa escolar com aprovação de todos os

professores.

TABELA 5. As condições de jogos são bem elaboradas ao ponto de não intervir no bom andamento das aulas? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 4 20%

B 9 45%

C 4 20%

D 3 15%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

6. Vocês (alunos) podem ajudar e/ou modificar as regras com sugestões antes do evento?

a) Não, ela já vem elaborada e com a tabela de jogos pronta, seguido do regulamento e

fechamento dos participantes.

b) Não, ela vem semi-pronta apenas com algumas influências de diretores ou outros de

cargos maiores.

c) Sim, mas ela visa apenas àqueles que demonstram ser mais capacitados em contribuir.

d) Sim, antes de datar o evento deixa em salas de aula caixa de sugestões e horários para

reuniões com representantes de turma e interessados.

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TABELA 6. Vocês (alunos) podem ajudar e/ou modificar as regras com sugestões antes do evento? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 14 70%

B 5 25%

C 1 5%

D 0 0%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

7. Em questão de segurança desportiva, vocês (alunos) podem participar tranquilamente

dos jogos?

a) Não, nunca participei por esse motivo.

b) Não, a segurança é precária, não há nenhum serviço de pronto socorro se algo acontecer,

porém, participo por minha vontade e consciência.

c) Sim, os jogos são feitos e sempre há alguém conhecedor de primeiros socorros com o

material adequado para utilizar se necessário.

d) Sim, além de ter os materiais do item anterior nos preparativos dos jogos há uma

anaminese dos alunos para participar e jogar com cautela.

TABELA 7. Em questão de segurança desportiva, vocês (alunos) podem participar tranquilamente dos jogos? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 2 10%

B 18 90%

C 0 0%

D 0 0%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

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8. A competição do futsal na I.E é segura, para intervir desordens, ou grupos

bardeneiros?

a) Não, se ocorrer briga todos entram e pode perde o controle de um bom andamento do

evento, até da seqüência dos jogos.

b) Sim, a escola é unida e não há brigas ou desentendimentos que possam atrapalhar o bom

andamento do evento.

c) Sim, apesar de não ter ninguém específico para tomar conta desta área.

d) Sim, a instituição prevalece em todos os itens sendo esse um dos mais importantes da I.E.

TABELA 8. A competição do futsal na I.E é segura, para intervir desordens, ou grupos bardeneiros? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 1 55%

B 3 15%

C 4 20%

D 2 10%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

9. O organizador (professor de E.F) tem estratégia para datar os jogos se algo de

imprevisto acontecer?

a) Não, ele formula os jogos sem consultar nada e ninguém. Se chover ou outro imprevisto

incidir joga com a quadra molhada para não atrapalhar as datas.

b) Não, apenas se chover ele encaixa o(s) jogo(s) em horários vagos ou em outros horários,

mesmo perturbando as aulas.

c) Não ficamos sabendo com antecedência apenas jogamos.

d) Sim, é tudo bem planejado e tranqüilo.

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TABELA 9. O organizador (professor de E.F) tem estratégia para datar os jogos se algo de imprevisto acontecer? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 1 5%

B 12 60%

C 6 30%

D 1 5%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

10. Nos jogos em si, quem comandam o grupo (time)?

a) Nunca há um líder.

b) Nem sempre, varia de sala pra sala.

c) Sim, cada sala elege o seu.

d) Sim, aquele que tem mais competência e iniciativa é o líder.

TABELA 10. Nos jogos em si, quem comandam o grupo (time)? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 5 25%

B 5 25%

C 5 25%

D 5 25%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

11. Por ser uma instituição estadual, como vocês lidam com a questão do material

desportivo?

a) A I.E. não exige calçados específicos para o futsal.

b) Não há problema, aqueles que não tem condições pegam de outro colega.

c) Quando necessário, nós (alunos) arrecadamos dinheiro ou pedimos patrocínio e

compramos para aqueles que não têm.

d) Não vejo problema algum nesse aspecto.

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TABELA 11. Por ser uma instituição estadual, como vocês lidam com a questão do material desportivo? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 10 50%

B 3 15%

C 0 0%

D 7 35%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

12. Para fazerem os jogos, normalmente o organizador (professor(a) de E.F) pede

dinheiro para os alunos contribuírem nos gastos extras, necessários para um bom

evento. Como vocês lidam com isso?

a) Não contribuo por não ter condições financeiras.

b) Não contribuo por achar que é de importância da escola conseguir fundos para o evento.

c) Contribuo com o que posso não o que me pedem.

d) Se for um preço justo, eu contribuo.

TABELA 12. Para fazerem os jogos, normalmente o organizador (professor(a) de E.F) pede dinheiro para os alunos contribuírem nos gastos extras, necessários para um bom evento. Como vocês lidam com isso? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 6 30%

B 0 0%

C 3 15%

D 11 50%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

13. Vocês acham necessário, no final do evento, ter premiações individuais? Ex:

artilheiro, goleiro menos vazado e outros?

a) Não, isso é uma bobagem que copiam dos campeonatos nacionais.

b) Não, isso é um gasto desnecessário o propósito e a integração social.

c) Sim, motiva a competição e aquele que quer chegar ao pódio.

d) Sim, o principal foco de um bom aluno (atleta escolar) é somar troféus, visando ser

sempre o melhor (individualista).

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TABELA 13. Vocês acham necessário no final do evento ter premiações individuais? Ex: artilheiro, goleiro menos vazado e outros. Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 2 10%

B 5 25%

C 10 50%

D 3 15%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

14. Se vocês fossem para classificar o Futsal na I.E em que posição ele ficaria ?

a) 1º

b) 2º

c) 3º

d) 4ºou mais.

TABELA 14. Se vocês fossem para classificar o Futsal na I.E em que posição ele ficaria? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 12 60%

B 3 15%

C 3 15%

D 2 10%

TOTAL 100%

Fonte: Questionários aplicados

15. Qual a sua preferência para participar de uma I.E?

a) Futsal.

b) Voleibol.

c) Basquete.

d) Handebol.

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TABELA 15. Qual a sua preferência para participar de uma I.E.? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 10 50%

B 6 30%

C 2 10%

D 2 10 %

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

16. O Futsal é um dos esportes mais praticados pelo sexo masculino no nosso país, o que

você acha dessa modalidade para o sexo feminino?

a) Chato, Futsal é para homens.

b) Não gosto de ver mulheres jogando, porém não tenho preconceito.

c) Tranqüilo, pois é um esporte que pode ser praticado por ambos os sexos.

d) Ótimo, porém há um pré-conceito por todos seja direto ou indireto, por ser um esporte de

muito contato e mais dinâmico que os demais tradicionais.

TABELA 16. O Futsal é um dos esportes mais praticados pelo sexo masculino no nosso país, o que você acha dessa modalidade para o sexo feminino? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 10 50%

B 5 25%

C 2 10%

D 3 15%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

17. Em geral as meninas exigem também em participar paralelamente da I.E?

a) Não, elas não gostam.

b) Não, elas preferem fazer outras atividades durante o evento.

c) Sim, pedem mais não exigem, fica a critério do professor.

d) Sim, elas exigem ter uma I.E. só para elas paralelamente com a dos meninos.

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TABELA 17. Em geral as meninas exigem também em participar paralelamente da I.E? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 6 30%

B 4 20%

C 2 10%

D 8 40%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

18. Aos portadores de necessidades especiais, qual a sua posição para com eles?

a) Não importo, eles não conseguem participar de forma competitiva, porém devem ficar de

fora.

b) Não importo, porém acho chato eles não poderem estar vivenciando o evento de forma

ativa.

c) Eles devem respeitar o evento, pois esse é uma proposta para a competição e não para a

socialização.

d) Gostaria que eles participassem de alguma forma do evento.

TABELA 18. Aos portadores de necessidades especiais, qual a sua posição para com eles? Escola Estadual “Professor Zama Maciel”

RESPOSTAS NÚMERO DE ALUNOS %

A 1 5%

B 8 40%

C 4 20%

D 7 35%

TOTAL 20 100%

Fonte: Questionários aplicados

Ao verificar as tabelas percebe-se que o futsal é um esporte muito bem aprovado,

e que quando bem trabalhado pode trazer inúmeros benefícios para a motivação escolar,

auxiliando também como disciplinador além do fator da socialização. A I.E tende a servir a

maioria dos alunos interessados em participar do evento, havendo uma exclusão em relação

àqueles que não se sentem aptos a participarem de alguma forma.

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Observou-se também que 45% acredita que a I.E pode prejudicar o andamento das

aulas teóricas em sala de aula, apenas àqueles que participam do evento. E 20% acreditam que

atrapalham o rendimento da turma, enquanto outros 20% dizem que se a escola pára pelo

evento, não haverá problemas.

As regras são elaboradas na maior parte das vezes por professores e comissões da

escola.

Já 90% dos jovens acham que o fator segurança é muito precário, mas não deixam

de participar por crer que o risco de lesão é baixo. Ainda 55% dos alunos temem em

confusões e brigas generalizadas.

Constatou-se que 60% dos alunos entendem que a organização não tem estratégia

para datar os jogos em um outro horário marcado, logo outros 30% não se preocupam com os

problemas, apenas jogam, acreditam que todos os problemas são ligados diretamente à

organização.

Nessa pesquisa ficou muito bem dividido a opinião sobre os lideres que

comandam a sala nos jogos, seja ele(a) como um jogador(a) ou como técnico/ coordenador(a).

Metade dos entrevistados não preocupa em utilizar o material desportivo. Outros

35% não vê problemas nesse aspecto.

Quanto à contribuição com as taxas para o desenvolvimento do evento escolar,

50% dos entrevistados não se importam, desde que seja necessário e de valor eqüitativo a

renda geral dos mesmos.

Outro fator é a premiação com medalhas e troféus dos ganhadores, 50% acredita

que seja um fator motivacional para a competição e outros 25% dos entrevistados acham que

isso consiste em vaidade da organização, uma vez que o propósito é a integração social.

O futsal feminino está em grande evolução, mas ainda assim 50% não agradam de

ver meninas jogando.

Vendo que o preconceito vem diminuindo em relação ao futsal feminino 40% das

meninas exigem também em ter uma I.E separada das dos meninos.

Aos portadores de necessidades especiais, 40% dos entrevistados não importam

que eles não participem da I.E. E 35% gostaria que eles estivessem mais ligados ao evento de

alguma forma.

Está claro também que é uma atividade comum e muito prazerosa, na qual tem

como ponto negativo características do tradicionalismo e o comodismo dentro da organização.

Esses são elementos que trazem para o evento a exclusão de uma forma geral.

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Assim, a participação no esporte pode afetar o adolescente de uma forma negativa

ou positiva, dependendo das experiências sociais à que são submetidas e a que princípios da

aprendizagem social lhe são solicitados, podendo ser aplicados no contexto esportivo para

otimizar os resultados da participação dos adolescentes. (SHIGUNOV, 2000).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com freqüência, observa-se que a Educação Física, ao mesmo tempo em que

qualifica, é rica em considerar as preferências da maioria elitizada em habilidades esportivas,

através da seleção dos melhores atletas representantes do "esporte na escola", e não em defesa

do "esporte da escola" (BRACHT, 1992).

Reforçam-se, assim, a apatia e o desânimo dos menos expressivos, sempre

discriminados e, muitas vezes, levados a ceder seu lugar na quadra, pela falta de domínio das

habilidades esportivas. Esse quadro gera desafios a serem solucionados e, através de

pesquisas, este projeto propõe apresentar sugestões para amenizá-lo.

Busca-se gestar a oportunidade de contribuir para o avanço qualitativo do ensino,

fornecendo-se subsídios para uma reflexão dos professores de "Educação Física Escolar", pois

as literaturas disponíveis quase não mostram estudos para solucionarem esses problemas que

se entrecruzam: desmotivação (problema pessoal), exclusão (problema social), má utilização

do tempo útil (problema didático-pedagógico).

Uma das causas da exclusão nas aulas de Educação Física é o reduzido tempo de

aula disponível para que todos os alunos exercitem as atividades.

Bento (1987) mostra em seus estudos que "numa aula de 50 minutos, o tempo

disponível para cada aluno se movimentar é extremamente escasso", não só pelo tempo em si,

mas também pela limitação da participação das turmas com elevado número de alunos para

uma quadra de esportes que, na escola, comporta no máximo 14 jogadores.

Como percebemos, o esporte moderno tem seus efeitos sociais negativos: a

reprodução compulsória do esporte performance na educação; a discriminação contra a

mulher no esporte; as violências do esporte performance; e ainda o uso ideológico-político do

esporte; e a preponderância da lógica do mercantilismo no esporte. Parece-nos que o esporte

só tem efeitos negativos, mas segundo Tubino (1992, p.40):

O esporte, pelas suas particularidades e pelo fascínio que envolve e provoca, permite muitas vezes um mal uso de suas possibilidades de conteúdo, paradoxalmente, com as suas finalidades e até dos discursos de sua promoção como um dos melhores meios de convivência humana. Isto explica que os efeitos sociais negativos do esporte são, na verdade, utilizações tendenciosas do fenômeno esportivo.

A competição ainda é uma incógnita. Nela há divergências para o bom

funcionamento, ter compromisso e estar apto a trabalhar essa aula requer muita

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responsabilidade, pois se mal colocado pode trazer a negatividade para as aulas de Educação

Física.

Mas o esporte é muito rico, e através dele podemos ensinar muitos valores

socialmente aceitos e podemos mostrar também que modelos/padrões são socialmente

construídos, e com isso, transformáveis e não de ordem natural. Devemos para tanto, nós

professores de Educação Física, repensar nossas ações pedagógicas, e não nos tornarmos

acomodados em apenas transpor o esporte de alto nível para escola, porque estamos falando

de uma profissão e nossos alunos são apenas estudantes. Devemos ter muitas informações e

argumentos para apresentar, discutir e pesquisar em prol da vida ativa, da vida esportiva, da

vida socialmente positiva. Podemos afirmar que se cada um fizer sua parte nós chegaremos

lá... !

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REFERÊNCIAS

ALTMANN, Helena. Rompendo fronteiras de gênero: Marias (e) homens na educação física. Dissertação de mestrado em educação. Belo Horizonte: UFMG, 1998, 111p.

BENTO, J. O. Planejamento e avaliação em educação física. Lisboa: Ed. Disul, 1987.

BORDO, Susan R. O corpo e a reprodução da feminilidade: Uma apropriação feminista de Foucault. In: JACAR, Alison e BORDO, Suzan, R. Gênero, corpo e conhecimento. Trad. Britta Lemos de Freitas. Rio de Janeiro: Record e Roda dos Tempos, 1997, p. 19-41. (Coleção Gênero, v. 1)

BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Educação e Realidade, v. 20, n. 2. Porto Alegre, jul./dez. 1995, p. 133-184.

BRACHT, Valter. Educação Física e Aprendizagem social. 2. ed. Porto Alegre: Magister, 1997.

DIECKERT, Jürgen, KURZ, Dietrich & BRODTMANN, Dieter. Elementos e Princípios da Educação Física: uma antologia. Tradução prof. M. S. Sonnhilde von der Heide. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1985.

FARINATTI, Paulo T. Veras. Criança e Atividade Física. Rio de Janeiro: Sprint, 1995.

FREIRE, J.B. Pedagogia do futebol. Campinas, Autores Associados, 2003.

KUNZ, Maria do Carmo Saraiva. Quando a diferença é mito: Uma análise da socialização específica para os sexos sob o ponto de vista do esporte e da educação física. Dissertação de mestrado em educação. Florianópolis: UFSC, 1993, 167p.

LOURO, Guacira Lopes. Uma leitura da história da educação sob a perspectiva de gênero. Teoria e Educação. n. 6. Porto Alegre, 1992, pp. 53-67.

MARQUES, A. O sistema de treino e de competição na preparação de prospectiva de crianças e jovens. No prelo, 1998.

PEREIRA, M.H.S. A motivação na aprendizagem e ensino em Educação Física. Monografia de especialização. Faculdade de Educação Física de Santa Maria. Rio Grande do Sul, 1992.

RAMOS, J.J. Os exercícios físicos na história e na arte: do homem primitivo aos nossos dias. São Paulo: IBRASA, 1982.

SANTANA, W.C. Jogo livre: a herança do jogador de futsal bem treinado. 2002b. Seção Apontamentos. Disponível em <http://www.pedagogiadofutsal.com.br> Acesso em 04 jul. 2006.

SARAIVA, Maria do Carmo. Co-Educação Física e esportes: quando a diferença é mito. Ijuí – RS: UNIJUÍ, 1999.

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SHIGUNOV, Viktor. Reflexões sobre o desporto escolar: questões de formação e competências. Revista Paranaense de Educação Física, v.1, n.º 1, p. 44-54, 2000.

TUBINO, Manoel J. Gomes. Dimensões sociais do esporte. São Paulo: Cortez: Autores Associados (Coleção polêmicas do nosso tempo, v. 44) 1992.

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ANEXOS Anexo A: Futsal na I.E

Fonte: http://www.cdb.br/pastoralNEW/fotos10/Torneio%20de%20futsal-%20Mamadeira/ima ges/11300004_JPG.jpg

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Anexo B: Questionário de interclasse

1. O que vocês acham do futsal na I.E?

a) Ruim, ele não trás nenhum benefício.

b) Bom, é quando posso disputar jogos contra outras salas.

c) Ótimo, é a competição mais esperada do ano.

d) Excelente, é a motivação para minhas aulas.

2. O futsal na I.E pode trazer maiores influências escolares?

a) Não, ele trás desordens e muitas confusões para aqueles que participam e para aqueles que

trabalham na interclasse.

b) Às vezes, por que é um esporte cheio de imprevistos e muito competitivo.

c) Sim, ele trás alegria, motivação e conhecimento do esporte.

d) Sim, além de trazer vários benefícios interdisciplinares pode ser um fator de novas

amizades e até mesmo atletas profissionais.

3. A I.E é um evento obrigatório ou é apenas uma competição opcional geradora de

prazeres?

Ela existe por que nós pedimos todos os anos, se não exigirmos nunca tem.

e) Ela existe por ser habitual de geração para geração.

f) Ela existe por ser necessário todos participarem da disciplina como um quesito de

aprovação na matéria de E.F.

g) Ela existe por ser um evento de suma importância na formação cidadania dos alunos e até

na vivência escolar, participa aqueles que interessam.

4. A organização da instituição bloqueia os jovens a participarem do futsal na I.E?

a) Sim, ela visa apenas àqueles que têm condições de praticar uma boa competição.

b) Sim, quando elaborada, sua intenção é de apenas servir os interessados.

c) Não, ela está aberta para com todos de forma bem clara.

d) Não, ela sabe motivar os alunos a participarem dos jogos, sem inibi-los daqueles

preparados a uma boa competição.

5. As condições de jogos são bem elaboradas ao ponto de não intervir no bom

andamento das aulas?

a) Não, ela prejudica sempre as aulas e o rendimento da turma.

b) Não, ela prejudica apenas aqueles que são praticantes do evento escolar.

c) Sim, pois a escola pára e todos param.

d) Sim, pois ela é bem elaborada e colocada no programa escolar com aprovação de todos os

professores.

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6. Vocês alunos podem ajudar e/ou modificar as regras com sugestões antes do evento?

a) Não, ela já vem elaborada e com a tabela de jogos pronta, seguido do regulamento e

fechamento dos participantes.

b) Não, ela vem semi-pronta apenas com algumas influências de diretores ou outros de

cargos maiores.

c) Sim, mais ela visa apenas àqueles que demonstram ser mais capacitados em contribuir.

d) Sim, antes de datar o evento deixa em salas de aula caixa de sugestões e horários para

reuniões com representantes de turma e interessados.

7. Em questão de segurança desportiva, vocês alunos podem participar tranquilamente

dos jogos?

a) Não, nunca participei por esse motivo.

b) Não, a segurança é precária, não há nenhum serviço de pronto socorro se algo acontecer,

porém, participo por minha vontade e consciência.

c) Sim, os jogos são feitos e sempre há alguém conhecedor de primeiros socorros com o

material adequado para utilizar se necessário.

d) Sim, além de ter os materiais do item anterior nos preparativos dos jogos há uma

anaminese dos alunos para participar e jogar com cautela.

8. A competição do futsal na I.E é segura, para intervir desordens, ou grupos

bardeneiros?

a) Não, se ocorrer briga todos entram e pode perde o controle de um bom andamento do

evento, até da seqüência dos jogos.

b) Sim, a escola é unida e não há brigas ou desentendimentos que possam atrapalhar o bom

andamento do evento.

c) Sim, apesar de não ter ninguém específico para tomar conta desta área.

d) Sim, a instituição prevalece em todos os itens sendo esse um dos mais importantes da I.E.

9. O organizador professor de E.F tem estratégia para datar os jogos se algo de

imprevisto acontecer?

a) Não, ele formula os jogos sem consultar nada e ninguém, se chover ou outro imprevisto

incidir joga com a quadra molhada para não atrapalhar as datas.

b) Não, apenas se chover ele encaixa os jogos em horários vagos ou em outros horários,

mesmo perturbando as aulas.

c) Não ficamos sabendo com antecedência apenas jogamos.

d) Sim, é tudo bem planejado e tranqüilo.

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10. Nos jogos em si, quem comandam o grupo time?

a) Nunca há um líder.

b) Nem sempre, varia de sala pra sala.

c) Sim, cada sala elege o seu.

d) Sim, aquele que tem mais competência e iniciativa é o líder.

11. Por ser uma instituição estadual, como vocês lidam com a questão do material

desportivo?

a) A I.E. não exige calçados específicos para o futsal.

b) Não há problema, aqueles que não tem condições pegam de outro colega.

c) Quando necessário, nós (alunos) arrecadamos dinheiro ou pedimos patrocínio e

compramos para aqueles que não têm.

d) Não vejo problema algum nesse aspecto.

12. Para fazerem os jogos, normalmente o organizador (professor(a) de E.F) pede

dinheiro para os alunos contribuírem nos gastos extras, necessários para um bom

evento. Como vocês lidam com isso?

a) Não contribuo por não ter condições financeiras.

b) Não contribuo por achar que é de importância da escola conseguir fundos para o evento.

c) Contribuo com o que posso não o que me pedem.

d) Se for um preço justo, eu contribuo.

13. Vocês acham necessário, no final do evento, ter premiações individuais? Ex:

artilheiro, goleiro menos vazado e outros?

a) Não, isso é uma bobagem que copiam dos campeonatos nacionais.

b) Não, isso é um gasto desnecessário o propósito e a integração social.

c) Sim, motiva a competição e aquele que quer chegar ao pódio.

d) Sim, o principal foco de um bom aluno atleta escolar é somar troféus, visando ser sempre

o melhor individualista.

14. Se vocês fossem para classificar o Futsal na I.E em que posição ele ficaria ?

a) 1º

b) 2º

c) 3º

d) 4º ou mais.

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15. Qual a sua preferência para participar de uma I.E?

a) Futsal.

b) Voleibol.

c) Basquete.

d) Handebol.

16. O Futsal é um dos esportes mais praticados pelo sexo masculino no nosso país, o que

você acha dessa modalidade para o sexo feminino?

a) Chato, Futsal é para homens.

b) Não gosto de ver mulheres jogando, porém não tenho preconceito.

c) Tranqüilo, pois é um esporte que pode ser praticado por ambos os sexos.

d) Ótimo, porém há um pré-conceito por todos seja direto ou indireto, por ser um esporte de

muito contato e mais dinâmico que os demais tradicionais.

17. Em geral as meninas exigem também em participar paralelamente da I.E?

a) Não, elas não gostam.

b) Não, elas preferem fazer outras atividades durante o evento.

c) Sim, pedem mais não exigem, fica a critério do professor.

d) Sim, elas exigem ter uma I.E. só para elas paralelamente com a dos meninos.

18. Aos portadores de necessidades especiais, qual a sua posição para com eles?

a) Não importo, eles não conseguem participar de forma competitiva, porém devem ficar de

fora.

b) Não importo, porém acho chato eles não poderem estar vivenciando o evento de forma

ativa.

c) Eles devem respeitar o evento, pois esse é uma proposta para a competição e não para a

socialização.

d) Gostaria que eles participassem de alguma forma do evento.