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Futuro da Agricultura em Portugal

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Moção Sectorial apresentada no XVII Congresso Nacional da JS pelo camarada Rui Hipólito [JS Chamusca]

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Moção sectorial sobre a Agricultura em Portugal

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Moção Sectorial Futuro da Agricultura em Portugal

1.º Subscritor: Rui Alexandre Moreira Hipólito (Militante n.º 61369)

XVII Congresso Nacional da JS

16, 17 e 18 de Julho de 2010

Lisboa

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Apresentação

A apresentação desta moção sobre o futuro da agricultura em Portugal,

surge da necessidade do apelo aos nossos jovens para o facto de existir uma das

maiores fontes de riqueza para o país e, que a qual não está aproveitada nem a pelo

menos de 10 % da sua capacidade. Tudo isto porque todas as gentes que tem

comandado os destinos do nosso país desde os anos 60, simplesmente se tem

esquecido da devida importância que esta actividade tem.

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Referência histórica da nossa Agricultura

No anos 60 e 70, o sector agrícola no nosso país, viu-se forçado a ser

remetido para segundo plano, empurrado por uma onda crescente que a instalação

da indústria no país estava a ser alvo. O despertar da industrialização, com o

crescimento económico que estava inerente a esta, foram razões mais que

suficientes para se deixar de apostar na agricultura em Portugal.

Com esta mudança de estratégia, o nosso país foi ficando atrás, e foi

perdendo o comboio da tecnologia e do” know how” que todos os outros países

referente a estas matérias foram adquirindo ao longo do tempo.

Com a integração na União Europeia (UE), e a chegada da Politica Agrícola

Comum (PAC), Portugal foi obrigado a tentar alcançar o nível dos restantes países,

já que a forma de fazer agricultura pela Europa fora estava a um nível superior, o

que já nos começava a implicar consequências que não eram agradáveis. Por essa

altura, a agricultura portuguesa foi mostrando muitas dificuldades em dar resposta

à mudança de orientação na procura alimentar operada durante esse período, ou

seja, o sector estava a começar a vacilar no vector da produtividade. Embora a

produção dos ditos produtos ricos tenha aumentado, com excepção da produção

de frutas, que cresceu a um ritmo muito aceitável, os restantes produtos ficaram-se

pelo crescimento a um ritmo lentíssimo.

Com uma agricultura em dificuldade para corresponder à mudança das

características da procura, o país foi-se vendo forçado a aumentar a importação de

determinados bens alimentares. Como seria esperável e desejável para um país nos

primórdios do seu desenvolvimento, as importações totais aumentaram mais do

que as agrícolas.

Conseguem definir as diferenças que este relato histórico tem com o presente?

Eu dou-lhes a resposta: É IGUAL.

Embora as sucessivas tentativas, que temos vindo a efectuar para acompanhar os

restantes, tenham gerado algumas boas respostas mas, o certo é que continuamos

precisamente a olhar para a nossa agricultura como sendo uma espécie de encargo

adicional para o Orçamento do Estado (OE).

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A agricultura na economia Portuguesa

A importância da agricultura na economia portuguesa tem diminuído ao longo dos

anos, tal como se verifica em todos os países industrializados, mas continua a ser

grande em comparação com os valores médios registados na UE.

A percentagem do sector no PIB nacional desceu mais de 3% entre 1988 e 2001,

tendo sido de 2,8% em 1999-2001. O valor acrescentado da agricultura é muito

mais variável do que o valor acrescentado bruto global; de resto, a produção total

da agricultura portuguesa é das mais irregulares de toda a UE.

Tal como noutros Estados-Membros da UE, a agricultura e o emprego primário

baseado nos recursos naturais perderam importância, descendo de 21% da mão-

de obra, em 1988-90, para 10%, actualmente. A relação entre o emprego agrícola e

o PIB total tem sido negativa, pois o decréscimo do PIB tem sido acompanhado por

uma desaceleração da taxa de decréscimo da mão-de-obra agrícola.

No que se refere à contribuição da agricultura para a formação de capital,

representa menos de 1% da formação bruta de capital fixo total, seguindo uma

tendência decrescente de longo prazo. A importância do consumo alimentar no

consumo final tem vindo também a decrescer, tendo sido de cerca de 22,5% no

período de 1999-2001. A inflação é muito influenciada pela evolução dos preços

dos produtos alimentares, como ficou demonstrado em 2000, ano em que

condições climatéricas desfavoráveis tiveram um efeito negativo na oferta de

produtos alimentares frescos, estando na origem de uma subida do índice de

preços no consumidor.

Paralelamente da importância da agricultura no nosso PIB, a competitividade de

Portugal é actualmente das mais baixas de todos os Estados-Membros da UE,

o que suscita preocupações relativamente à atractividade do país para os

investidores. A UE tem financiado despesas de capital e, Portugal recebe

actualmente da UE o equivalente a cerca de 3% do seu PIB, para financiamento do

desenvolvimento estrutural. Esses fundos destinavam-se a melhorar as infra-

estruturas portuguesas do sector, mas a modernização da indústria e das

estruturas determinantes para o desenvolvimento do país, tem sido mais

acutilantes e o financiamento é obrigado a dividir-se por vários caminhos.

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Importações e exportações do sector Uma análise baseada nos produtos indica que se registam em Portugal tendências

negativas no que se refere à maior parte dos produtos de base agrícolas,

inclusive em alguns sectores dinâmicos da agricultura portuguesa, tais como os

dos frutos frescos, da carne de aves e da carne de suíno. Além disso, Portugal é

desde o princípio da década de 1990 um importador líquido de produtos

lácteos. Por outro lado, a redução das importações líquidas de bovinos vivos é

principalmente consequência do impacto da EEB na procura. Portugal manteve

(mas sem a reforçar) a sua balança comercial tradicionalmente positiva no

sector do vinho. A situação é também positiva no comércio de açúcar, em que

as importações líquidas estão a registar um decréscimo.

A carne e os cereais são os principais produtos importados, que em 2000/02

contribuíram com 11% e 10%, respectivamente, para as importações agro-

alimentares.

Em 1988/90, o principal volume de importações registou-se no sector das

oleaginosas, que contribuiu com 16% das importações totais. Porém, o contributo

do sector em 2000/01 foi apenas de 7%. As importações de carne, por outro lado,

aumentaram de 8% para 11% e as de cereais mantiveram-se estáveis, com 10%.

Simultaneamente, o défice no sector dos cereais aumentou para mais do

dobro, ascendendo a 439 milhões de euros, sendo inferior apenas ao que se

registou no sector da carne, que foi de 463 milhões de euros (ao passo que as

exportações se cifraram apenas em 13 milhões de euros, ou menos de 1% do

total).

Ao contrário do que se verificou no sector dos frutos, as importações de produtos

hortícolas aumentaram apenas 25%, ao passo que as exportações

duplicavam, reduzindo assim em 12% o défice sectorial.

Os produtos hortícolas transformados, cuja percentagem é de 8%, neste sector as

exportações cresceram, mas a um ritmo mais lento do que as importações

correspondentes, o que esteve na origem de uma mudança de sinal da balança

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comercial, que de positiva passou a negativa. Os produtos transformados à base de

tomate são o principal produto de exportação neste sector.

Os frutos são responsáveis por 5% das exportações agro-alimentares. As

exportações de frutos aumentaram para mais do triplo, mas o défice comercial

agravou-se muito, tendo quadruplicado.

No que se refere a todos os outros sectores, o valor das exportações é inferior a 80

milhões de euros e o seu peso nas exportações agro-alimentares totais é inferior a

5%.

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Resoluções

Descritas muitas das partes constituintes de um sector primário como é a

agricultura, muito há por dizer, visto que sanidade crescente não é decerto uma

virtude deste sector.

Começando, por uma parte que possivelmente toda a gente se esquece e que é

directa, ou seja o fomento aos mais novos para o gosto pela agricultura.

− Será que não é exequível no ensino primário e no ensino secundário, a existência

de actividades obrigatórias e facultativas respectivamente, sobre o tema

agricultura? Não seria de todo positivo a interacção entre os nossos estudantes

mais novos, e a realidade da agricultura? Quem sabe se entre tantos alunos, não

existe 30%, que até goste do espaço rural e não queira prosseguir uma carreira

ligada ao sector. A aprendizagem, o conhecimento e o gosto puro sobre o percurso

agrícola, poderá ser a alavanca para o nascimento de muitos empresários agrícolas

que poderão ser uma mais valia e uma solução para a nossa agricultura.

− Com o aparecimento de vários instrumentos políticos ligados ao sector, como o

programa PRODER como exemplo, que dá diversos apoios financeiros entre vários

eixos e medidas de acção e em que nenhum contempla de forma directa a

produção de qualidade, será que não deveremos ter em atenção cada vez mais, o

referenciar da qualidade do nosso trabalho? Já tanto se deu á modernização e á

competitividade, abrir um eixo ou uma medida para um factor obrigatório que se

chama qualidade, decerto que será uma aposta ganha, já que detemos os melhores

solos e as melhores condições climatéricas da Europa.

− Será que não é uma mais valia existirem definições para os produtos agrícolas, de

forma a destacar cada região de produção? Á semelhança como o que já acontece

com o sector do vinho, onde existe a valorização do produto com várias medidas,

como a criação de categorias para a qualidade do produto, sendo este mais ou

menos valorizado consoante a designação que lhe foi atribuída, ficando o

consumidor com a informação onde foi produzido o produto em questão, tentando

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sempre o enquadramento entre o conhecimento do potencial produtivo de

determinada região, e a qualidade do produto com produção na região

referenciada.

− Por fim, o segmento onde o governo pode e deve ser mais activo. A política de

comercialização. Será que os nossos produtos não poderão ficar a um preço

inferior do que estão actualmente, promovendo assim as exportações? Se o

governo projectar sempre em pacote no orçamento subsídios de apoio á produção

aos nossos agricultores, o que como consequência terá a diminuição em muito do

preço dos factores de produção, o que levará aos nossos produtores a apostar em

negócios além fronteiras visto que consegue combater e competir com os preços

que se praticam, oriundos maioritariamente dos países de leste, o que será o

mesmo que afirmar que o volume das exportações dos produtos agrícolas irá

aumentar em muitos pontos percentuais.

Por estas e mais algumas razões que aqui não estão expostas, devido ao facto de

entrar em posições mais técnicas, pensamos que através da resolução simples se

conseguem resolver inúmeros de problemas ligados ao sector, o que para isso

basta olhar para a agricultura portuguesa, como um parte da solução e não como

uma parte do problema.

Subscritores:

Rui Hipólito – Concelhia da Chamusca;

Ricardo Marques – Concelhia Chamusca;

Mariana Almeida – Concelhia Chamusca;

Nuno Figueiredo – Concelhia Chamusca;

Hugo Costa - Tomar

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SUBSCRITORES DA MOÇÃO SECTORIAL:

A agricultura em Portugal

Nome Concelhia N.º Militante Assinatura ____________________________________________________________________________

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