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Futuro sombrio para Argentina sem Néstor

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Artigo sobre as perspectivas políticas da Argentina depois da morte do ex-presidente Néstor Kirchner.

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Page 1: Futuro sombrio para Argentina sem Néstor

o liberal poder n11

Países fecham acordo sobre biodiversidade. Página 12. mundoBelém, sáBado, 30 de outuBro de 2010

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Cólera já matou 330 no Haiti

O surto de Cólera no Hai-ti matou 25 pessoas nas últi-mas horas, elevando o total de mortos para 330, infor-mou uma autoridade sanitá-ria haitiana, ao divulgar um balanço da doença, que pro-duziu, ainda, 65 novas entra-das no hospital, elevando o total de internados a 4.714. Pelo menos 25 pessoas mor-reram nas últimas horas, informou o diretor-geral do Ministério da Saúde haitiano, Gabriel Thimoté, durante en-trevista coletiva. A República Dominicana, que divide com

o Haiti a ilha caribenha de La Hispaniola, reforçou os con-troles militares na fronteira para tentar impedir a propa-gação da epidemia de cólera que assola o país vizinho. Ao menos 170 cidadãos hai-tianos foram presos depois expulsos, informou o Corpo Especializado em Segurança Fronteiriça. Alguns haitianos presos na fronteira protesta-ram violentamente contra a medida que os impede de ir trabalhar, estudar ou fazer compras na República Do-minicana.

dos Patriotas, da Casa Rosada.Cristina se retirou do velório

de madrugada, depois das visi-tas de pêsames dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Bra-sil), Hugo Chávez (Venezuela) e Juan Carlos dos Santos (Colôm-bia). Mas retornou de manhã e permaneceu até o final. Vários funcionários públicos e minis-tros, como o chefe de Gabinete da Presidência, Aníbal Fernán-dez, choraram ao lado de Cris-tina. Jovens simpatizantes do casal Kirchner foram protago-nistas na cerimônia de adeus

ao ex-presidente. Ao fim das honras fúnebres,

na capela ardente do Salão dos Patriotas Latino-Americanos da Casa Rosada, a presidente liderou até o Aeroparque um cortejo de veículos, em cuja passagem milhares de pessoas agitavam bandeiras, cantavam, choravam e atiravam flores.

“Néstor não morreu, Néstor não morreu, vive nos corações do nosso povo trabalhador!”, cantava a multidão, em um ato político carregado de sentimen-tos e que, pela concentração de

Kirchner é sepultado apósvelório de Chefe de Estado

O corpo do ex-presidente e lí-der peronista Néstor Kirch-ner, cuja morte deixou um

vácuo de poder na Argentina, foi sepultado no final da tarde de ontem em Rio Gallegos, sua cidade natal, na Patagônia, após o último adeus de uma multi-dão que fez filas de 2 km du-rante 26 horas de velório digno de um chefe de Estado.

O avião com o corpo de Kir-chner chegou às 17h36 local (18h36 Brasília) a sua cidade natal de Rio Gallegos, onde se-guiu direto para um cemitério municipal.

No mesmo voo viajaram a presidente Cristina Kirchner, membros da família e altos funcionários do governo. O grupo foi recebido no aeroporto de Rio Gallegos pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Em Buenos Aires, uma multidão gritava “Voltarás e serás milhões!”, entre bandei-ras com as cores do país, azul celeste e branco, relembrando a frase histórica de Evita Pe-rón, ao mesmo tempo em que pediam força à viúva, Cristina Kirchner, cuja fortaleza está à prova. Apesar da incessante chuva, milhares de pessoas permaneciam ao redor da Casa Rosada e ao longo das avenidas que foram percorri-das pelo cortejo. A viúva e sua família passaram praticamen-te toda a quinta-feira no Salão

miTO POPULaR Enterro de Kirchnerfez lembrar a mortede Juan Perón e a de sua mulher Evita

Restos mortaisdo ex-presidenteforam levados para sua terra,na Patagônia

Argentinos acompanham no telão a dor de Cristina

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Futuro sombrio para Argentina sem Néstor

Homem-bomba mata 25 em Bagdá

Ao menos 25 pessoas morreram e 70 ficaram fe-ridas na noite de ontem, em um atentado suicida que teve como alvo um café da cidade de Balaz Ruz, a nordeste de Bagdá, informou a polícia. “Vinte e cinco pessoas mor-reram e 70 ficaram feridas, entre as quais duas mulheres e duas crianças, quando um suicida detonou os explosi-vos que levava na cintura em um café do centro da cidade”, disse o comandante Ahmad

al-Tamimi, chefe da polícia local. “O ataque ocorreu às 21h00 (16h00 Brasília)” no bairro de Dur Mandali, ha-bitado por curdos xiitas. A província agrícola de Diya-la, onde está Balad Ruz, é uma das mais violentas do Iraque, apesar da queda do número de atentados a par-tir de 2008. Governada pela maioria sunita, Diyala tem importantes minorias xiita e curda, e foi feudo da Al-Qae-da no Iraque.

Condenada Clínica dos Horrores

Um tribunal em Milão (norte da Itália) condenou três médicos por realizarem cirurgias desnecessárias em pacientes, no que a mídia italiana apelidou de “Clínica dos Horrores”. O cirurgião-chefe da clínica, Pier Paolo Brega Massone, foi conde-nado a 15 anos e meio de prisão. O tribunal emitiu a sentença na noite da quinta-feira, no que se tornou num dos piores casos de fraude médica na Itália nos últimos anos. Os procuradores en-

contraram várias provas de que cirurgias desnecessá-rias, incluindo amputações, foram realizadas em 83 pa-cientes na clínica Santa Rita em Milão. Os médicos rea-lizavam as cirurgias desne-cessárias, que prejudicaram vários pacientes, apenas pa-ra serem reembolsados pelo Ministério da Saúde da Itália.Várias mulheres foram sub-metidas a cirurgias de cân-cer nos seios, em casos que eram apenas de inflamações nos seios, não de câncer.

Berlusconi envolvido em mais um escândalo

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pessoas, reviveu os funerais de Evita, em 1952, e a do três vezes presidente Juan Perón, em 1974.

A morte de Kirchner, aos 60 anos, vítima de parada cardía-ca, na residência de El Calafa-te, extremo sul argentino, fez ressurgir a mística peronista, com o desfile de centenas de milhares de homens, mulhe-res e crianças pelo centro de Buenos Aires e pela Praça de Maio. A presidente, que além do cônjuge, perdeu o compa-nheiro de militância de toda a vida, recebeu pêsames e a so-lidariedade também de uma multidão de chefes de Estado, incluindo o presidente brasi-leiro Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao perder seu maior estra-tegista, a Argentina vive horas de incerteza, mas o principal artífice político do governo, a central operária CGT, renovou seu apoio, depois que seu líder, Hugo Moyano, afirmou que “depois de Perón e Eva, vem Néstor Kirchner”.

Mas apesar do luto nacio-nal e do respeito que provoca a morte, os ativistas cantaram sem pausa, de dia e de noite, palavras contra Julio Cobos, que há dois anos passou à oposição sem renunciar à vice-presidência, de onde opera sua candidatura presidencial para 2011. “Vai embora, Cobos, você é um traidor!”, bradava a multi-dão contra o político da social-democrata União Cívica Radi-cal (UCR), que vota leis contra o governo, quando há paridade no Senado, que ele preside.

argentinos manifestam pesar diante da Casa Rosada Muitos evocaram semelhanças com Perón e Evita

Leonardo aquino (*)

A morte de Néstor Kirch-ner não deve ser interpretada apenas como a perda de um ex-presidente na Argentina. Ela também traz fenômenos e processos que vão além da co-moção instantânea. Desde que a presidente Cristina Fernan-dez de Kirchner ficou viúva, a percepção popular sobre o governo (e sobre o kirchneris-mo de uma forma mais ampla) passou de uma frustração ge-neralizada ao merecimento de apoio incondicional por gran-de parte da população. Além disso, o cenário político do país nos próximos anos muda consideravelmente, já que o ex-presidente era o nome mais cotado para suceder a própria esposa e voltar à presidência.

Desde o anúncio da morte na quarta-feira até o fim do velório na sexta, milhares de argentinos foram à Praça de Maio. O palco mais tradicional para os atos cívicos do país re-cebeu uma longa vigília, além de homenagens e agradeci-mentos. “Obrigado, Néstor, por nos devolver a dignidade” e “Néstor, você me fez apren-der a sonhar” foram apenas algumas das mensagens ex-

pressas em cartazes, faixas ou pequenos bilhetes. Sobraram também associações óbvias a figuras míticas da política ar-gentina, como o ex-presidente Juan Domingo Perón e sua pri-meira esposa, Evita.

Para quem está há poucos meses na Argentina, tanto ca-rinho soa até estranho. Afinal de contas, o governo de Cristi-na Kirchner estava longe de ser uma unanimidade. Depois de brigar com produtores rurais e com os grandes conglomera-dos de imprensa, a presidente ainda era acusada de manipu-lar os índices oficiais da infla-ção nacional. E além de tudo isso, ainda se lançava suspeita sobre o enriquecimento obsce-no do casal presidencial. A for-tuna acumulada dos Kirchner cresceu quase 10 vezes entre 2003 e 2009, chegando a pouco mais de 14 milhões de dólares. Todos esses problemas chega-vam a ameaçar até mesmo a reputação de Néstor, que havia passado o poder à esposa com 50% de aprovação. Com ele no poder, a Argentina se reequili-brou economicamente depois de uma grave crise em dezem-bro de 2001, quando o país teve cinco presidentes em dez dias. Kirchner também rompeu com

o modelo neoliberal e preocu-pou-se em propor um Estado mais presente em sua gestão.

Entretanto, era imenso e inegável o poder do ex-pre-sidente mesmo três anos depois de deixar o gabinete principal da Casa Rosada. Era o presidente do partido políti-co mais importante do país, o Justicialista, fundado por Ju-an Domingo Perón e que teve cinco dos seis presidentes da Argentina depois do fim da ditadura militar. Além disso, exercia um papel de conse-lheiro informal da esposa. Costumava se reunir com mi-nistros e tomar decisões com eles à revelia de Cristina.

Sua volta já estava sendo ar-quitetada como uma forma de fortalecer o Partido Justicialis-ta, que anda dividido há vários anos. As dissidências atingem, por incrível que pareça, até a vice-presidência do país. Julio Cobos, o primeiro na linha da sucessão presidencial, rompeu relações com Cristina Kirch-ner em 2008, quando votou contra uma lei proposta pelo governo para criar um impos-to sobre a exportação de grãos. Desde então, é tratado como um traidor. O Justicialismo via num novo mandato de Néstor

a única saída para divergên-cias como essa.

A casualidade levou o plano a ser abortado, mas a união das correntes políticas deverá ser o principal desafio de Cristina à frente da Argen-tina sem o marido. A Confe-deração Geral do Trabalho, principal braço de apoio do governo Kirchner junto aos movimentos sociais, já orien-ta a todas as suas entidades filiadas declarar apoio à ma-nutenção do modelo econômi-co que o país vem seguindo. Outra boa perspectiva para a governabilidade é que, com toda essa consternação, dimi-nua o volume dos ataques en-tre a oposição e a presidente. O que ainda não se imagina é qual será o tamanho da som-bra que Néstor Kirchner dei-xará mesmo depois de morto. Tendo em vista a dependência de grandes figuras que a Ar-gentina tem, não será surpre-endente se a história o elevar ao patamar de primeiro mito político do país no século 21.n(*) O autor é jornalista paraense e mora há sete meses em Rosário, na Argentina, onde faz especialização em Comunicação Digital Interativa.

“Amo as mulheres”, diz Berlusconi

O chefe de Governo ita-liano, Silvio Berlusconi, cujo nome aparece em um novo escândalo sexual envolven-do uma menor marroquina, declarou abertamente ontem que “ama a vida e mulheres”. “Sou uma pessoa feliz, amo a vida e amo as mulheres”, de-clarou o dirigente, de 74 anos, aos jornalistas italianos que o entrevistaram sobre o novo escândalo que abala a política italiana. Toda a imprensa fala sobre o caso que implica uma jovem marroquina, chamada

Ruby, que queria iniciar uma carreira no mundo do entre-tenimento e teria participado de festas com caráter sexual. Detida pela polícia depois de ser acusada de roubo, Ruby admitiu que participou em festas celebradas em Ar-core, residência privada de Berlusconi perto de Milão. A imprensa, até o momento, descarta a possibilidade de a jovem ter mantido relações sexuais com Berlusconi e os advogados do premier italia-no negam a possibilidade.

Polônia finaliza estátua de Cristo

A Polônia finaliza a cons-trução da maior estátua de Cristo, que superará a figura do Cristo Redentor, do Rio de Janeiro. “Minha primeira vocação foi ser padre. Minha segunda foi construir esta estátua”, declarou Sylwester Zawadzki, padre da paró-quia da Divina Misericórdia de Swiebodzin, uma cidade de 40 mil habitantes a cerca de 50 km da fronteira com a Alemanha. Zawadzki é a ori-gem deste projeto, que nas-ceu há pouco mais de cinco

anos. Para isso, comprou um terreno de quatro hectares. Também foi o responsável por arrecadar fundos e atrair patrocinadores. “A estátua terá um total de 58 metros de altura desde a base e uma envergadura dos braços de 24 metros”, explicou o chefe da obra e irmão do padre, Jan Zawadzki. A inauguração da estátua está prevista para o dia 21 de novembro, uma vez que estejam concluídos os trabalhos de montagem das últimas peças.

agência france presse

BuenoS aireS