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1 MJ - DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO ACRE Ofício nº 0783/2013 - IPL 0200/2012-4 - SR/DPF/AC Rio Branco/AC, 12 de abril de 2013. Sua Excelência a Senhora Denise Bonfim Desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Acre Rio Branco/AC Assunto: Operação G-7 Representação pela Decretação de Prisões Preventivas, Expedição de Mandados de Busca e Apreensão e de Condução Coercitiva,Bloqueio de Bens (congelamento de conta correntes) e compartilhamento de provas. Ref.: IPL nº200/2012 Senhora Desembargadora, Como é do conhecimento de Vossa Excelência, a Superintendência Regional do Departamento de Policial Federal no Estado do Acre iniciou em setembro de 2011 investigações para desarticular o cartel formado por empresas de construção civil que atuam em licitações promovidas pelo Estado do Acre, as quais formariam uma organização criminosa denominada G-7. Dos trabalhos de inteligência policial realizados, calcados em monitoramentos telefônicos e outros meios investigativos, foi possível obter fortes indícios dos ilícitos cometidos pela referida organização criminosa. Assim, visando desarticular o cartele coibir suas ações prejudiciais à concorrência, representamos pela decretação de Prisões Preventivas, expedição de Mandados de Busca e Apreensão e Condução Coercitiva e bloqueio de contas bancárias,conforme as razões e os fundamentos de fato e de direito a seguir expostos. DOS FATOS Trata-se de Inquérito Policial instaurado mediante portaria de fl.02 para apurar os crimes de formação de cartel, formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva e fraude à licitação, respectivamente tipificados no artigo 4º, incisos I e II, “a” e “b” da Lei nº8137/1990, art. 288, caput, art. 333, 317 e 299, todos do Código Penale artigos 90 e 96, V da Lei nº8.666/93.

G-7 Relatório da Polícia Federal

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SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO ACRE

Ofício nº 0783/2013 - IPL 0200/2012-4 - SR/DPF/AC

Rio Branco/AC, 12 de abril de 2013.

Sua Excelência a Senhora Denise Bonfim Desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Acre Rio Branco/AC Assunto: Operação G-7

Representação pela Decretação de Prisões Preventivas, Expedição de Mandados de Busca e Apreensão e de Condução Coercitiva,Bloqueio de Bens (congelamento de conta correntes) e compartilhamento de provas.

Ref.: IPL nº200/2012

Senhora Desembargadora, Como é do conhecimento de Vossa Excelência, a

Superintendência Regional do Departamento de Policial Federal no Estado do Acre iniciou em setembro de 2011 investigações para desarticular o cartel formado por empresas de construção civil que atuam em licitações promovidas pelo Estado do Acre, as quais formariam uma organização criminosa denominada G-7.

Dos trabalhos de inteligência policial realizados, calcados em

monitoramentos telefônicos e outros meios investigativos, foi possível obter fortes indícios dos ilícitos cometidos pela referida organização criminosa.

Assim, visando desarticular o cartele coibir suas ações

prejudiciais à concorrência, representamos pela decretação de Prisões Preventivas, expedição de Mandados de Busca e Apreensão e Condução Coercitiva e bloqueio de contas bancárias,conforme as razões e os fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS Trata-se de Inquérito Policial instaurado mediante portaria de fl.02

para apurar os crimes de formação de cartel, formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva e fraude à licitação, respectivamente tipificados no artigo 4º, incisos I e II, “a” e “b” da Lei nº8137/1990, art. 288, caput, art. 333, 317 e 299, todos do Código Penale artigos 90 e 96, V da Lei nº8.666/93.

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A apuração dos fatospermitiu identificar a formação de conluio de empresas do ramo da construção civil do Estado do Acre no intuito de simular a existência de competição entre licitantes mediante prévio ajuste, o que resultou na formação do cartel denominado G7.

A presente investigação originou-se do desmembramento do IPL

nº325/2011, conforme autorizado pela decisão da 3ª Vara da Justiça Federal, fls.8 e verso, tendo esta se manifestado pela competência da Justiça Estadual para a apreciação de medidas cautelares, eis que o crime contra a ordem econômica foi cometido em âmbito regional, uma vez que o cartel atua frustrando o caráter competitivo dos procedimentos licitatórios promovidos pelo Estado do Acre.

As investigações realizadas no âmbito do IPL nº325/2011,

inquérito originário, foram documentadas neste caderno através dos autos das medidas cautelares em apenso, os quais se referem às interceptações de comunicações telefônicas e suas prorrogações.

O CARTEL

A Organização Criminosa Denominada G-7.

A Constituição Federal em seu artigo 170, IV estatuiu como

princípio da atividade econômica a livre concorrência, estabelecendo que o mercado deva funcionar em dinâmica concorrencial, em que as empresas que atuam neste estão submetidas à luta e à competição sadia entre si para buscarem o mesmo objetivo.

Além de um princípio conformador, que revela a vontade do

constituinte em adotar uma ordem econômica baseada na economia de mercado, estabeleceu a livre concorrência como um instrumento destinado a impedir o abuso do poder econômico.

É neste sentido que o parágrafo 4º do artigo 173 da Constituição

Federal prevê que a lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, a eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário de lucros.

Essa competitividade prevista na Constituição Federal força as

empresas a investirem continuamente no aperfeiçoamento de seus produtos e serviços através da adoção de métodos tecnológicos mais eficientes que proporcionem a redução dos custos, e o melhoramento da qualidade dos produtos e serviços com vistas ao alcance de uma posição privilegiada de mercado.

A competição entre as empresas comumente se verifica nos

preços oferecidos e na qualidade dos produtos e serviços, sem que nenhum concorrente tenha privilégios que o faça gozar de alguma supremacia, seja

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jurídica, seja de poderio econômico, seja pela detenção exclusiva de recursos de produção.

O artigo 36 da Lei nº12.529/2011 prevê que constitui infração

contra a ordem econômica a adoção de qualquer ato que possa limitar ou prejudicar a livre concorrência,independentemente de culpa, ainda que tal fim não seja alcançado.

O parágrafo 3º desta mesma lei ainda prevê condutas que

também caracterizariam infração da ordem econômica, tais como: impedir o acesso de novas empresas ao mercado (inciso III), e combinar previamente preços em licitação pública (inciso I, alínea ‘d’).

As investigações levadas a efeito através das interceptações

telefônicas constataram que as empresas de construção civil existentes no Estado do Acre não possuem uma estratégia competitiva característica que as façam diferenciar entre si, bem como não se pode identificar quais seriam suas metas, nem as ações voltadas ao alcance destes objetivos.

Ao contrário, constatou-se a existência de cartel formado pelas

empresas de construção civil do Estado do Acre, que praticam conduta anticoncorrencial em licitações públicas.

Foram constatados os seguintes indícios da ausência de

concorrência entre as empresas, os quais poderão ser verificados através das chamadastranscritas a seguir:

.Barreira à entrada de novas empresas concorrentes, eis que

estas poderão acarretar ameaça ao status quo, pois poderiam inovar com métodos de produção mais eficientes, além de eventualmente estarem estruturadas em sólida base financeira, o que acarretaria ainda na redução de lucros com o excesso de oferta;

.Retaliação com a desclassificação do concorrente pela comissão

de licitação; .Preço dissuasivo, em que o concorrente do cartel terá que baixar

muito o preço ofertado, aproximando-se este do preço de custo; .Ausência de rivalidade entre as empresas concorrentes, eis que

não existe batalha de publicidade, nem concorrência de preços, e nem preocupação com a qualidade da obra, pois não foi identificada nenhuma estratégia competitiva que apresentasse ações ofensivas ou defensiva por parte das empresas investigadas.

Do que foi apurado até o presente momento,o Estado do Acre é

leniente com o referido cartel.

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As investigações desenvolvidas nestes autos permitiram identificar um grupo de empresas reunidas com características específicas de Organizações Criminosas, com a presença de todos os seus elementos constitutivos, em que estas empresas associaram-se para formação de cartel que atuaria em licitações públicas promovidas pelo Estado do Acre.

Há hierarquia organizacional com poder centralizado no

Presidente da FIEAC, Carlos Takashi Sasai, que possui controle sobre as atividades desenvolvidas pelos demais agentes.

Há a infiltração no poder público através de MARCELO

SANCHES DE MENEZES, da Secretaria de Habitação do Estado do Acre - SEHAB;de GILDO CESAR ROCHA, Diretor - Presidente do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento – DEPASA; de AURÉLIO SILVA DA CRUZ, Secretário de Habitação de Interesse Social do Estado do Acre, que por sua vez tem forte ligação com WOLVENAR CAMARGO,Secretário de Infra-estrutura e Obras Públicas, conforme será demonstrado.

Existe estabilidade temporal, pois há registros de que essa

modalidade de crime é praticada intensamente há pelo menosdois anos, bem como existe finalidade de cometer infrações graves: formação de cartel,fraude às licitações, formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção ativa, passiva e desvio de recursos públicos.

A Convenção de Palermo, devidamente integrada à legislação

brasileira, definiu o que é organização criminosa, considerando ser essa o "grupo estruturado de três ou mais pessoas, existente há algum tempo e atuando concertadamente com o fim de cometer infrações graves, com a intenção de obter benefício econômico ou moral".

O crime de formação cartel está tipificado no artigo 4º, I da Lei

nº8.137/90, que comina uma pena de 2 (dois) a 5 (cinco) anos de reclusão e multa. Este dispositivo prevê que constitui crime contra a ordem econômica abusar do poder econômico dominando o mercado ou eliminando total ou parcialmente a concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas. Tutela-se a ordem econômica e o interesse difuso da sociedade. Conforme previsão legal, o referido tipo penal descreve um crime de mera conduta, em que é narrada apenas a conduta que se quer proibir, sem mencionar qualquer resultado material, tampouco o exigindo para que o crime se consuma. Foi demonstrado através das interceptações telefônicas que os investigados SALOMÃO (empresa ELEACRE), CARLOS SASAI (empresa CONSTRUTERRA), SÉRGIO NAKAMURA (empresa ÁBACO), ADRIANO (empresa MAV), juntamente com VLADIMIR em associação com seu pai Jorge Wanderlau (empresa ENGECAL), SÉRGIO MURATA (empresa ETENGE) e JOÃO BRAGA (procurador da empresa ALBUQUERQUE ENGENHARIA),

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realizaram acordos e ajustes em detrimento da concorrência visando à contratação de obras públicas. Este grupo de empresas conta ainda com a colaboração de ASSURBANIPAL (empresa Vectra) e de CARLOS AFONSO (empresa AGE). No Edital de Chamamento Público nº1/2012 do Programa Minha Casa Minha Vida da Cidade do Povo, lançado pela Secretaria de Estado de Habitação de Interesse Social, constatou-se que asempresas estavam previamente ajustadas e com unidade de propósitos dividiram entre si os lotes do referido certame, os quais sabiam previamente qual empresa seria classificada para cada um destes lotes.

Ainda, pode-se verificar que algumas das empresas não participaram deste certame, o que pode configurar a prática do do “bid rigging”. Também verificou-se a prática do rodízio entre as empresas, havendo revezamento de vencedores nos diversos certames promovidos pelo Estado do Acre. As ações anticoncorrenciais voltadas para o domínio do mercado de construção civil em licitações promovidas pelo Estado do Acre praticadas pelo cartel ficaram evidentes aindapelo fato dos licitantes vencedores terem realizadosubcontratações com empresas menores.

É certo que a comprovação da ação do cartel dificilmente será feita através de documento formal assinado entre os participantes, em que constem as condições do ajuste. Antes será feita através de indícios que comprovem a presença do liame associativo entre os integrantes do cartel. As empresas através de seus representantes legais ou de fato formaram acordos ou ajustes prévios, e, com inequívoca unidade de propósitos, simularam a existência de competição na Concorrêncianº 124/2011 promovida pelo Estado do Acre nesta cidade de Rio Branco/AC.

DO MONITORAMENTO TELEFÔNICO

Vale registrar que as interceptações telefônicas utilizadas nesta

representação estão transcritas na íntegra. Durante o monitoramento telefônico documentado nos autos do

processo nº10556-34.2011.4.01.3000, o alvo NARCISO MENDES DE ASSIS JÚNIOR Noticiou a existência do “G-7”, grupo constituído de empresas do ramo de construção civil, que atuaria praticando ações anticoncorrenciais em certames licitatórios promovidos pelo Governo do Estado do Acre (apenso II), inclusive havendo rodízio entre as empresas vencedoras.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3138897 6881119927 6892023050 26/9/2011 10:37:51 00:08:19 EFETUADA

NARCISO X RODRIGO -

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EMPRESAS DO GRUPO G7

BOICOTAM AS OUTRAS @@

TRANSCRIÇÃO: NARCISO JÚNIOR: Alô. RODRIGO: Alô. NARCISO JÚNIOR: É RODRIGO? RODRIGO: Ele. NARCISO JÚNIOR: Tudo bom parceiro, Narcisinho. RODRIGO: Ô meu comandante! Perdi meu telefone, ai to sem teu número. NARCISO JÚNIOR: Deixa eu te perguntar uma coisa parceiro. Eu vi aqui que a... eu não sei se foi a Alzira Cruz, aquela licitação que você ganhou no DEPASA (Departamento de Pavimentação e Saneamento). RODRIGO: Sei. NARCISO JÚNIOR: Que ganhou no preço. Te tiraram pra dar pra MAV. Como é que foi esse processo?! RODRIGO: Teoricamente, mas entrei com recurso. NARCISO JÚNIOR: É? RODRIGO: É. Teoricamente me tiraram, mas ai eu entrei com recurso. O cara criou uma situação lá escrito "ajudante qualificado". Isso não existe. NARCISO JÚNIOR: Sei. RODRIGO: Que eu coloquei "ajudante de carpinteiro" e ele disse que tinha que ser era semi-qualificado. Aí no próprio (?) dispositivo tá escrito "qualquer servente de serviços gerais e ajudante é não qualificada". NARCISO JÚNIOR: Isso aí não são esses "fila da puta" se mexendo pra tirar da gente pra ficar com eles não heim? RODRIGO: Rapáz, eu pensei na mesma coisa. NARCISO JÚNIOR: Rapáz, RODRIGO eu tô... eu tô ficando meio puto com esses G7 aí cara. RODRIGO: Eu também tô... tô do mesmo jeito. Eu fui conversar... "não", ainda disse pro Marcelo que eu não ia recorrer, eu falei "não Marcelo". Eu disse pra ele o seguinte, eu não sabia que o negócio era dele, eu fui pedir desculpas pra ele. Que a praia era dele. Mas que eu vou recorrer, vou! Já tô lá dentro! NARCISO JÚNIOR: Com qual Marcelo? RODRIGO: Lá do SEHAB. Ele mora ali do lado também né. É outro interessado da rua. NARCISO JÚNIOR: Mas o que que o Marcelo tem há ver com o DEPASA? RODRIGO: Não, não, ele tá como pessoa física. O Marcelo é vizinho dele. Ele queria só saber como é que estava o processo. Ai eu falei pra ele. NARCISO JÚNIOR: Rapáz, bicho, eu tô ficando meio cabreiro, eu tô ficando puto, vendo esses caras querendo lavar a gente. E eu vou falar uma coisa, ou transforma esse G7 num G8, G9, pra entrar eu, tú, ou então meu irmão... Bicho, tudo, tudo aqui é pra MAV, pro Carlão, pro Adriano, pro Cril, "vai tomá no cú bicho!" (sic). RODRIGO: A gente tem que ficar olhando pra ver o que sobra. Eu falei pra ele "rapáz, não é assim não!". "Ah, porque vai sair outra léva, não sei o que". Eu falei "sim, até lá eu tenho que morrer?" (...) "Não, não é assim!". Eu falei "Ah tá bom, pra vocês é né?!". NARCISO JÚNIOR: Eu vi cara, eu tive que ir pro desespero e baixar 13%. (...) Tú ganhou essa com quanto? RODRIGO: 13.5. NARCISO JÚNIOR: Oh aí cara! A gente... a gente ganhar a licitação com 13,5% e os caras "tirar" em análise técnica pô! Isso eles têm que fazer pra cima das empresas de fora. Mas pra cima da gente pô! RODRIGO: Justamente. (...) Tá desse preço mesmo. É bom que quarta-feira tá todo mundo junto. É um pra gente ver qual é. Se nós vamos começar no "cacete".

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NARCISO JÚNIOR: A minha... a minha eu não tive informação que deu problema. Eu vou até agora lá pra saber. Quando eu vi a tua eu falei "rapáz, eu vô já vê a minha se... se vieram com "gaiatisse" ou não". RODRIGO: É porque na tua tá tú em primeiro, J.M., eu, aí começa os outros. Aí tem que tirar quatro!! Tú, J.M, eu e o próximo que também não faz parte de lá. NARCISO JÚNIOR: Aí talvez não interesse pra eles "mexer os pauzinho". (...) Bicho, esses caras são muito tranquilos RODRIGO, eles perdem uma licitação e saem rindo! Porque eles estão disputando pra ficar em segundo lugar, pra desclassificar a gente na análise técnica! RODRIGO: Isso, justamente. NARCISO JÚNIOR: Então vamos fazer o seguinte, eu só quero saber até onde que é canela. Se a canela vai até o pescoço? RODRIGO: Vai até o pescoço e até lá pra cima mais um pouco. Verdade. É só descobrir isso. NARCISO JÚNIOR: Bicho! Rapaz! Eu quando vi que eles tiraram a tua, eu fiquei puto por ti. Eu falei: "Rapaz!" Até te liguei na sexta-feira pra saber. Rapaz, os caras tão de "bandalheira" bicho? RODRIGO: Não, naquele dia que a gente teve a reunião lá no SINDUSCON eu já sabia. NARCISO JÚNIOR: Tu já sabia, né? RODRIGO: É. Na hora que foi embora eu não fiquei falando com o Adriano lá?! Tu não viu não? NARCISO JÚNIOR: Não tenho nada a ver com isso não. RODRIGO: Não, não. Ele riu falou "não, deixa quieto", que eu fui pedir desculpas pra ele por ter entrado na obra que ninguém falou que era dele. (...) Aí quando ele falou "não, não, deixa quieto" eu falei "achei quem foi". NARCISO JÚNIOR: Oi, ô RODRIGO. RODRIGO: Hm. NARCISO JÚNIOR: Rapaz, eu sei que eu já to indo lá no DEPASA pra saber se esses caras não tão armando nehuma "rasteira" pra mim. E, cara, depois nós temos que sentar, pra gente marcar, pra gente vê o que nós vamos fazer contra esses caras. RODRIGO: Ver o que nós vamos fazer com esse pessoal. NARCISO JÚNIOR: Vê porque... porque eu tô perdendo minha paciência. Tudo que eu fiz até hoje, eu fui lá "pedir benção" pro SINDUSCON, fui "pedir benção" pro Carlão. Mas, mas eu tô vendo que (...). NARCISO JÚNIOR: É, eu falei pra ele "nós vamos unir ou nós vamos brigar?". Aí vocês decidem! NARCISO JÚNIOR: Não, se é pra ser "massa de manobra". Eu tava querendo pegar contrato pra ganhar algum dinheiro. Agora se é pra pegar contrato, pra girar contrato, sem ganhar nada, mas pra viver, vamos tentar viver! RODRIGO: Pelo menos né! Na pior das hipóteses, pelo menos isso. Foi o que disse pro Crill, o Crill veio conversar comigo aquele dia que a gente conversou, aí ele falou "não, não vai por esse lado". Que eu falei que tava mandando todo mundo embora, que eu tava sem nada, que não sei o que, aí ele falou "não, não vai por esse lado". Aí depois no final da conversa ele disse "não, porque eu tô sem obra, não sei o quê", eu falei "não parte pra esse lado não que vai dar errado! Ai ele ainda ficou assim. Pra vocês funciona, pra nós a gente não pode falar isso?! Que tá todo mundo fudido?" NARCISO JÚNIOR: Rapaz, bicho, eu sei que o que esses caras fizeram, o que se desenhou nessas licitações é o seguinte "vamo pro pau, vamo pro pau" (cic). RODRIGO: Vai ser o jeito. NARCISO JÚNIOR: Só que é o seguinte, eu não vou deixar essas caras irem conversando entre eles e eu ir pro pau sem conversar com ninguém! Eu já naquela já entrei em consórcio e ganhei com o Keith, vou conversar contigo, vamos conversar com o Zico, vamos conversar com mais três ou quatro e outra, porque esses caras também só tão com interesse em falar com a gente porque entrou J.M. e Delta pelo meio, senão esse DEPASA tava todo dividido pra quatro empresas. RODRIGO: Isso. (...) Porque era sim "saí que é minha, saí que é minha, saí que é minha". E a minha, nunca chega!! Isso que é o interessante, a minha nunca chega. NARCISO JÚNIOR: Meu amigo. Rapáz eu to doente. Eu tô até pra deixar de ir... eu só vou na (?) da Minha Casa Minha Vida porque me interessa. Agora, eu tô pra deixar de andar ali de vez porque, bicho, eu tô... eu tô pra explodir de raiva.

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RODRIGO: Não. É, quando me mandam uma mensagem que é Minha Casa Minha Vida eu vou. Outro eu nem tô nem aí também. NARCISO JÚNIOR: Pois é parceiro. Se souber de alguma coisa, meu celular é esse, me liga ai que pra você eu tô a disposição sua pro que você precisar, 24 horas, viu? RODRIGO: Faço das suas palavras a minha. NARCISO JÚNIOR: Pra esses "fila da puta" eu não tô não. RODRIGO: Pra ver se a gente se junta porque tá feio. NARCISO JÚNIOR: Valeu, até mais. RODRIGO: Falou, abraço. Dados cadastrais Fone Contato (Celular Pós-Pago) Proprietário: SILTY CONSTRUCOES E COMERCIO LTDA (CNPJ 09122239/0001-09) Responsável pela empresa: Rodrigo Toledo Pontes (CPF 248.761.418-86) Endereço: Rua Lua, 185, Morada do Sol, Rio Branco/AC (CEP 69910-355)

O ajuste prévio entre as empresas ficou claramente demonstrado.

Veja na transcrição que o interlocutor do alvo Narciso pede desculpas a uma pessoa conhecida por Marcelo, da SEHAB, por ter vencido a licitação: “eu não sabia que o negócio era dele, eu fui pedir desculpas pra ele”...Narciso relata a existência de rodízio entre as empresas: “Bicho, tudo, tudo aqui é pra MAV, pro Carlão, pro Adriano, pro Criu...”

Noticia ainda a dificuldade enfrentada pelas pequenas empresas

para enfrentar o cartel, eis que teve baixar o preço ofertado no certame: “Eu vi cara, eu tive que ir pro desespero e baixar 13%...”

Informa ainda que há manobras realizadas pela comissão de

licitação para impedir que as empresas que não pertencem ao grupo ganhem a licitação: “a gente ganha a licitação com 13,5% e os caras "tirar" em análise técnica pô!...” Em seguida se refere à classificação do certame realizado: “É porque na tua tá tu em primeiro, J.M., eu, aí começa os outros. Aí tem que tirar quatro!Tu, J.M, eu e o próximo que também não faz parte de lá...”Bicho, esses caras são muito tranquilos Rodrigo, eles perdem uma licitação e saem rindo! Porque eles estão disputando pra ficar em segundo lugar, pra desclassificar a gente na análise técnica...”

O interlocutor Rodrigo ainda cita que nas reuniões promovidas no

SINDUSCON são realizados os acertos entre as empresas participantes das licitações: “...naquele dia que a gente teve a reunião lá no SINDUSCON (Sindicato das Empresas de Construção Civil) eu já sabia. (...) Na hora que foi embora eu não fiquei falando com o Adriano lá?! (...) Ele riu falou "não, deixa quieto", que eu fui pedir desculpas pra ele por ter entrado na obra que ninguém falou que era dele. (...) Aí quando ele falou "não, não, deixa quieto" eu falei "achei quem foi". ...

Mais adianteé noticiado o acerto prévio entre os licitantes: “Só

que é o seguinte, eu não vou deixar essas caras irem conversando entre eles e eu ir pro pau sem conversar com ninguém! Eu já naquela já entrei em consórcio e ganhei com o Keit, vou conversar contigo, vamos conversar com o Zico, vamos conversar com mais três ou quatro (...) Porque esses caras

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também só tão com interesse em falarcom a gente porque entrou J.M. e Delta pelo meio, senão esse DEPASA tava todo dividido pra quatro empresas... “Porque era sim "saí que é minha, saí que é minha, saí que é minha". E a minha, nunca chega!! Isso que é o interessante, a minha nunca chega.”

Cita ainda a existência da hierarquia:“eu fui lá "pedir benção" pro

SINDUSCON, fui "pedir benção" pro Carlão...”, referindo-se a Carlos Sasai, presidente da FIEAC e proprietário da empresa Construterra.

O termo circunstanciado relativo a esta interceptação noticiou o

que segue: “o áudio de índice 3138897, que segue na lista abaixo, demonstra que a CIC Construções vem participando de diversos processos licitatórios e fica evidente o jogo de interesses que ocorre entre as empresas do setor. Os interlocutores desta chamada telefônica chegam a dizer que existe um grupo de empresas que estaria, freqüentemente, articulando métodos de desclassificar seus concorrentes dos processos licitatórios. NARCISO chega a chamar o grupo de “G7“ e, em sua conversa com o empresário RODRIGO (possivelmente RODRIGO TOLEDO PONTES, CPF 248.761.418-86, sócio-administrador da empresa SILTY CONSTRUCOES E COM LTDA, CNPJ 09122239000109, em cujo nome o tel.: 68 92023050, utilizado nesta conversa, está registrado), expõe diversos fatos desta relação entre as empresas que disputam as concorrências de execução e projetos de obras públicas. Seguem anexas a este documento duas comunicações da CPL 05 (Comissão Permanente de Licitação) – DEPASA, relativas aos processos de Concorrência nº 124/2011 e nº 132/2011. Ambos podem estar relacionados com o processo licitatório abordado durante a conversa entre NARCISO e RODRIGO”.

A respeito desta desclassificação, veja abaixo a ata da Comissão

de Licitação referente à Concorrência nº124/2011, que desclassificou a empresa Silty Construções e Comércio Ltda, e classificou em 1º lugar a empresa MAV, tal como noticiado na chamada acima.

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O Ministério Público Federal ofertou excelente parecer às fls.61/82 do apenso IV opinando de forma adequada que o G-7 “organiza-se para dominar o mercado de construção civil e ajustar os preços cobrados do mercado consumidor, em especial do setor público”.

O ilustre Procurador da República havia noticiado que as

empresas que formariam o G7 seriam as seguintes: CONSTRUTERRA, de propriedade do atual presidente da Federação de Indústrias e Empresas do Estado do Acre (FIEAC), Carlos Sasai; ELEACRE, de propriedade de João Francisco Salomão, ex-presidente da FIEAC; AGE Construções, de propriedade do presidente do Sindicato de Indústrias da Construção Civil no Estado do Acre (SINDUSCON), Carlos Afonso; ADINN Construções e Representação Ltda., de propriedade do empresário Acrinaldo Pereira Pontes, conhecido como “Crio”; ÁBACO Engenharia, cujo dono é Sérgio Nakamura, ex-diretor do DERACRE; ALBUQUERQUE Engenharia, de propriedade de João Albuquerque; MAV Construções, cujo dono é José Adriano Ribeiro da Silva.

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OS INTEGRANTES DO CARTEL O áudio abaixo mostra claramente o vínculo associativo existente

entre os empresários que integram o cartel. Nesta chamada o alvo CARLOS AFONSO em diálogo com o alvo JORGE CÂMARA TOMAZ diz que SINDUSCON e Federação (FIEAC) não têm como desassociar, cita os integrantes do cartel, que foi denominado por ele de “pares”, e deixa transparecer que o alvo ADRIANO (José Adriano, da empresa MAV) seria o de maior destaque do grupo, eis que é denominado de “foda”. Ainda, esclarece que o alvo “CRIU” (Acrinaldo, da empresa ADDIN) seguiria carreira solo. Já o japonês citado como quem fica sempre em cima do muro é SÉRGIO MURATA, da empresa ETENGE. ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4942095 6899597389 6884283427 28/11/2012 10:06:56 00:05:35 EFETUADA

@@@JORGE X C. AFONSO

TRANSCRIÇÃO: C AFONSO: Alô JORGE: E aí.. tudo bem meu amigo? C. AFONSO: Tudo bem meu amigo.. ontem eu tinha um compromisso e tive que sair mais cedo.. JORGE: Hanram..o Assur falou com você já? C. AFONSO: O Assur rapaz.. eu to atrás do Assur, porque o Diretor da Eletroacre tá querendo falar com ele, tá o presidente aqui, têm umas informações que tá (sic) com ele e eu não to conseguindo falar com o Assur.. JORGE: Não é só tu não.. passa.já..já....eu já descobri uma coisa, melhor forma é passar mensagem.. C. AFONSO: ele tá no (...) negócio da câmara.. né? Na mesa diretora, então tá uma confusão danada.... JORGE: tá certo C. AFONSO: beleza, mas diga lá.. JORGE: era só pra te dar um retorno, é (...), ontem a gente falou com o presidente, ele não negou não, disse que tudo bem, mas sugeriu que era muito melhor fazer lá no parque aquático, o Salomão tava lá também e achou que é melhor no parque aquático, lá ia ficar meio emprensado (sic), termina ficando dois ambientes, e aí terminou ficando no parque aquático C. AFONSO: beleza, beleza.. JORGE: logicamente, como sugestão mesmo, você que decide.... C. AFONSO: não, não, mas a gente tem que seguir a orientação do nosso comandante né (risos) JORGE: (risos) C. AFONSO: eu acho que, politicamente, era melhor lá na Federação, que já, já deixava mais ou menos que uma coisa só .. JORGE: é, mas de qualquer forma lá também é nossa casa né? C. AFONSO: não, o que eu quero que fique demonstrado.. aos pares.. é que SINDUSCON e Federação não tem jeito de desassociar (sic) JORGE: sei, sei.. C. AFONSO: então eu queria dar um recado.. que o próximo é do SINDUSCON daqui a oito anos.. JORGE: mas talvez estrategicamente não seje (sic) muito bom a gente dar esse recado, porque começa a haver a reação, começa a ser antecipada.. C. AFONSO: antecipada, é verdade.. JORGE: então, a gente, já dizia a minha avó ..que quando se quer pegar uma galinha não (inaudível) (risos) C. AFONSO: tá certo, Jorge, tá certo..

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JORGE: tem que ir com calma.. C. AFONSO: e a nossa reunião.. JORGE: hã... C. AFONSO: tá confirmado.. amanhã oito horas.. JORGE: confirmado né? C. AFONSO: confirmado.. prepara o negócio aí, porque no final vai ter que ser a gente mesmo quem vai fazer as colocações.. JORGE: pois é, talvez fosse interessante a gente bater um papozinho (sic), nem que fosse rápido né? Pra ver C. AFONSO: hoje né? JORGE: é, hoje, dar uma conversada com o presidente também, pra ver que colocações a gente, a gente (...) C. AFONSO: tá, então eu vou convocar os nossos pares pra hoje às seis horas a gente bater um papo.. JORGE: tá, vê se leva o Salomão também.. C. AFONSO: não, é eu vou levar o Salomão, mas o Salomão não vai tá presente na reunião, porque vai viajar, né? JORGE: sei, mas de qualquer forma é importante lá pra dar sugestão C. AFONSO: ele dar sugestão, tá bom (inaudível)... JORGE: seria interessante o João também, que é um cara que C. AFONSO: aquela nossa equipe JORGE: é C. AFONSO: os 'jotas' (sic), deixa eu te falar, os 'jotas': Jorge Tomás, João Albuquerque, João Salomão.. JORGE: aham C. AFONSO: os 'C': Carlos Afonso e Carlos Sasai JORGE: certo C. AFONSO: o 'A': Adriano e Assur JORGE: certo C. AFONSO: e o 'S': o Sérgio, Nakamura JORGE: eu pensei que cê tinha dito 'F', mas serve também né? C. AFONSO: não, 'S' o 'S', Sérgio Nakamura JORGE: mas eu entendi você dizer 'F', o ..o.. foda (sic) né? (risos) C. AFONSO: (risos) mas eu acho que o 'foda' não é nem o 'F', o foda é o 'A', o 'A' do Adriano JORGE: é verdade, C. AFONSO: sabia? Porque (risos) o bicho tá fodendo todo mundo (sic) JORGE: é, mas (...) C. AFONSO: então a equipe eu acho que é essa. Cê tem alguma sugestão? JORGE: não, não... C. AFONSO: não adianta a gente envolver mais gente JORGE: não, eu acho que não, é por aí mesmo, já é mais que suficiente. Acho que é essa turma mesmo.. C. AFONSO: essa turma, tem aquele outro, mas aquele outro não participa com a gente (...) o Crio.. JORGE: é, não, esse aí não .. C. AFONSO: não participa, é carreira solo, então não adianta a gente envolver nesse negócio, então vai ser só nós mesmo.. JORGE: é.. eu acho C. AFONSO: ah, esqueci do japonês (sic) JORGE: que também não agrega absolutamente nada, não são a favor nem contra, não diz que sim, nem diz que não C. AFONSO: fica sempre em cima do muro, né? JORGE: é C. AFONSO: mas tá bom.. JORGE: mas chama né? C. AFONSO: é, chamar, vamo ver, né? JORGE: é C. AFONSO: então tá bom, meu amigo

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JORGE: tá ok C. AFONSO:Falou.. JORGE: Um abraço..

Em pesquisa ao site da FIEAC na internet, constatou-se que

Carlos Sasai é o presidente desta entidade, João Francisco Salomão é o 1º Vice-Presidente, João Oliveira Albuquerque é o 3º Vice-Presidente, José Adriano Ribeiro da Silva é o 8º Vice-Presidente, Jorge Wanderlau Tomás é o 2º Secretário, e Sérgio Nakamura é suplente da diretoria.

Já o SINDUSCOM tem como Presidente Carlos Afonso C. dos Santos, Vice-Presidente José Adriano Ribeiro da Silva, 1º Secretário Assurbanipal Barbary de Mesquita (CPF nº33968314204), Jorge Wanderlau Tomás, diretor social, Sérgio Nakamura e Acrinaldo Pereira Pontes são suplentes da diretoria e João Oliveira Albuquerque e Sérgio Muratasão membros do Conselho Fiscal, sendo que Jorge Wanderlau Tomás juntamente com Assurbanipal B. de Mesquita representam o SINDUSCON perante a FIEAC.

Segue abaixo a composição do SINDUSCON, conforme pesquisa no site desta entidade:

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Segue abaixo a composição da FIEAC, conforme pesquisa no

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site desta entidade:

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Percebe-se claramente que as empresas acima mencionadas exercem seu domínio valendo-se do véu protetivo de entidades de natureza associativa para praticar a cartelização do mercado de construção civil, em especial as obras de construção civil licitadas pelo Estado do Acre.

A ATUAÇÃO DO CARTEL

A respeito do “modus operandi” da organização criminosa

denominada G-7, identificou-se até o presente momento 3 (três) formas de atuação:

I. A primeira delas já foi noticiada pelo alvo Narciso, em que as

empresas que constituem o grupo criminoso, que tem sua sede operacional nas dependências do SINDUSCON, quando não se saem vencedoras do processo licitatório, procuram afastar a empresa vencedora através de uma desclassificação realizada pela comissão de licitação. No áudio acima citado Rodrigo relata que falou para Marcelo, tendo este dito a Rodrigo para não recorrer, dando a idéia de que o negócio era dele. Rodrigo ainda pede desculpas por não saber que o negócio era dele: “ainda disse pro Marcelo que eu não ia recorrer, eu falei "não Marcelo". Eu disse pra ele o seguinte, eu não sabia que o negócio era dele, eu fui pedir desculpas pra ele. Que (?) era dele. Mas que eu vou recorrer, vou! Já tô lá dentro!”

II. A segunda forma de atuação também já foi noticiada neste

mesmo áudio. Trata-se da reunião que ocorre no SINDUSCON onde são realizados os conluios com as empresas integrantes do grupo: “...naquele dia que a gente teve a reunião lá no SINDUSCON (Sindicato da Indústria da Construção da Construção Civil) eu já sabia. (...) Na hora que foi embora eu não fiquei falando com o Adriano lá?! (...) Ele riu falou "não, deixa quieto", que eu fui pedir desculpas pra ele por ter entrado na obra que ninguém falou que era dele. (...) Aí quando ele falou "não, não, deixa quieto" eu falei "achei quem foi".

Identificou-se que várias empresas através de seus

representantes legais e prepostos, reúnem-se em uma sala do SINDUSCON, Sindicato da Indústria da Construção da Construção Civil, existente no prédio da FIEAC – Federação das Indústrias do Estado do Acre, localizada ao lado da loja “Agroboi” da Avenida Ceará, nesta capital, especialmente para tratar dos certames licitatórios promovidos pelo Estado do Acre.

Segundo investigações preliminares, nesta sala do SINDUSCON

onde são realizadas estas reuniões, acontece o acerto entre as empresas interessadas na participação dos certames licitatórios, estabelecendo previamente entre eles qual empresa sairá vencedora.

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Este acerto é feito da seguinte forma: um único colaborador de confiança da organização criminosa elabora as planilhas de preços para todas as empresas, sendo que apenas a empresa da vez no rodízio existente oferecerá o preço menor, enquanto que as outras oferecerão um preço maior, e participarão da licitação apenas como massa de manobra, conforme citado por Narciso no áudio acima. Deste modo sabem de antemão que empresa sairá vencedora do certame.

Descobriu-se ainda que as empresas que não integram o grupo

do G-7, que insistem em participar do certame licitatório são denominadas de ‘furão’. O alvo Narciso parece temer o poder de intimidação que esta organização criminosa tem com os outros que não integram este grupo, pois diz: foi "pedir benção pro Carlão”,referindo-se a Carlos Sasai, da empresa Construterra e atual presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre, FIEAC.

O acerto entre as empresas ainda é confirmado pelo que disse

Rodrigo: “não sabia que o negócio era dele, eu fui pedir desculpas pra ele...”, referindo-se a um certame que já tinha “vencedor”. E logo a seguir diz revoltado: "sai que é minha, sai que é minha, sai que é minha". E a minha, nunca chega! Isso que é o interessante, a minha nunca chega”, referindo-se às expressões utilizadas pela empresa da vez beneficiada com o rodízio.

Em que pese a ocorrência de reiteradas reuniões na sede da

FIEAC e SINDUSCON, e conforme demonstrado no segundo áudio, o fato é que os empresários investigados são muitos próximos, e constantemente estão se reunindo em ocasiões informais para tratar de assuntos de seus interesses.

O ajuste prévio entre empresas ainda foi verificado através do

áudio abaixo em que o alvoVLADIMIR diz a seu pai que seria necessário conversar com o ‘trio olho puxado’, referindo-se aos empresários donos da empresa CONSTRUTERRA, sobre um possível acerto com esta empresa. VLADIMIR deixa transparecer que não estaria certo ainda, e que seria preciso conversar com o “magrinho” que gosta de pescar e com o “enjoado”, o mais “brabo”, ambos sócios da empresa Construterra. ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3409611 6899996614 6899597389 3/11/2011 13:48:45 00:03:00

VLADIMIR X PAI - VOLV.

VIAJANDO + CONVERSA C TRIO OLHO

PUXADO @@@

TRANSCRIÇÃO: VLADIMIR: alô. JORGE TOMAS: oi tu me ligou? eu tava com o telefone no silencioso. VLADIMIR: tá, puxa, tá, tu tem o telefone do FÁBIO né? acerta o FÁBIO pra ele consertar logo o pneu da retro tá? pra levar logo lá. JORGE TOMAS: ainda não consertou bicho? VLADIMIR: não, tá lá na PEMAZA.

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JORGE TOMAS: puta que pariu...quem que tá na PEMAZA? VLADIMIR: o pneu. JORGE TOMAS: como é que ele vai levar? VLADIMIR: não, já levou, já tá lá, aí tá consertando e...(inaudível, entendo FREIRE) leva de volta depois. JORGE TOMAS: e quem que leva? VLADIMIR: de volta? o FÁBIO leva lá...na caminhonete do FREIRE. JORGE TOMAS: hã? VLADIMIR: o FREIRE leva na caminhonete de volta. JORGE TOMAS: então tá. VLADIMIR: tá? só...(inaudível) pro FÁBIO pra agilizar logo (inaudível). JORGE TOMAS: tá ok. VLADIMIR: ...ou se for o caso, saca o pneu da frente, sabe o pneu da frente? JORGE TOMAS: sei. VLADIMIR: o da frente tá no porta mala aberto. JORGE TOMAS: hã ram. hã? VLADIMIR: o da frente acho que tá no porta mala do carro. JORGE TOMAS: sei, tá eu vou ver. VLADIMIR: tá? só tô dando esse toque aí...(inaudível) que chova né? que eu tô preocupado tanto com esse cara quanto aquele esgoto né? JORGE TOMAS: ram. VLADIMIR: Aí o... outra coisa... tá, quer dizer que o Volvenar tá viajando é? JORGE TOMAS: Tá. VLADIMIR: E volta quando? JORGE TOMAS: Acho que amanhã. VLADIMIR: Puta que o pariu. (6 segundos de siêncio) Tá. JORGE TOMAS: Tá ok. VLADIMIR: Tentar mudar (?). E o Marcelo (SEHAB), nada lá? JORGE TOMAS: Não! Eu falei com ele Vladimir! VLADIMIR: Sim, o outro problema que ele... que ele ia te passar? JORGE TOMAS: Não, num, num... ele ligou na minha frente não sei quantas vezes, disse óh: "Assim que eu tiver, eu te ligo", mas não me ligou. VLADIMIR: Tá. JORGE TOMAS: Ele ligou duas vezes, ligou... aliás, pra duas pessoas pra resolver. Mas não conseguiu. VLADIMIR: Tá. JORGE TOMAS: O sistema tava fora de área e... VLADIMIR: Vamos conversar com os "olhos puxados né?", no geral né? JORGE TOMAS: é, hoje eu tive com ele (?)... tão nessa? VLADIMIR: Então, exatamente. Não dá pra saber! JORGE TOMAS: Tá. VLADIMIR: Ô, ô, ô... tem que ver com o "magrinho" né, que gosta de pescar e com o outro enjoado lá o... o "mais brabo". JORGE TOMAS: Tá. VLADIMIR: Viu? JORGE TOMAS: Tá ok. VLADIMIR: O trio lá dos olhos... os três "olhos puxados". JORGE TOMAS: (risos) VLADIMIR: Hã? JORGE TOMAS: Tá ok. VLADIMIR: Tá? Beleza então. (trecho inaudível) (se despedem)

III. A terceira forma de atuação da organização criminosa consiste no assédio realizado com o vencedor da licitação para que este desista do

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certame, favorecendo assim determinada empresa, tal como constam nos áudio abaixo.

O monitoramento dos alvos VLADIMIR, administrador de fato da

empresa ENGECAL, de JORGE TOMÁS, seu pai, e de MARCELO relevam outro modo de atuação da organização criminosa ‘G-7’: quando não há o acerto prévio entre os licitantes, há o acerto realizado posteriormente para que um licitante desista da licitação que participou.

Durante as investigações pudemos apurar indícios de fraude ao processo licitatório, modalidade concorrência, nº 171/2011, vencido pela empresa ENGECAL CONSTRUÇÕES LTDA, conforme restou apontado no relatório de inteligência policial nº 01/2013, anexo. Trata-se de Relatório de Inteligência produzido a partir da análise de documentos, diligências policiais, consultas a bancos de dados disponíveis, bem como de interceptações telefônicas autorizadas judicialmente. Foi possível apontar irregularidades ocorridas na concorrência nº 171/2011, de responsabilidade da Secretaria de Estado de Habitação do Interesse Social – SEHAB, cujo objeto foi a contratação de empresa de engenharia para a execução dos serviços de urbanização no Bairro Nova Estação, lote 01, na cidade de Rio Branco, no valor de R$ 1.403.078,94 (hum milhão, quatrocentos e três mil setenta e oito reais e noventa e quatro centavos). Consta no edital da referida concorrência, que o recebimento dos envelopes foi realizado no dia 04 de novembro de 2011 e, segundo publicação no Diário Oficial do Estado do Acre, do dia 14 de dezembro de 2011, a empresa ENGECAL CONSTRUÇÕES LTDA foi à vencedora do certame licitatório.

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Segundo apontado no Auto Circunstanciado nº 02, no tocante aos alvos VLADIMIR CAMARA TOMAS1 e CHAYANNE DE OLIVEIRA LOPES2, de um total de 12 ligações destacadas, 10 aconteceram na semana de 31/10/2011 à 04/11/2011. Pelo conteúdo completo dos áudios, foi possível observar que o casal já vinha se preparando há cerca de duas semanas, para que a ENGECAL participasse de uma licitação cuja abertura ocorreu em 04/11/2011, que acreditamos ser a concorrência nº 171/2011.

Também foi apontado no Auto Circunstanciado nº 02, um

constante contato entre VLADIMIR e MARCELO SANCHES DE MENEZES3. Na chamada de índice 3366480, do dia 27/10/2011, VLADIMIR pede a MARCELO que o Secretário de Obras, WOLVENAR CAMARGO, interceda junto a ARTHUR, dono da Xapuri Motors. Ao que tudo indica, a ENGECAL apresenta uma dívida com a Xapuri Motors, referente à compra de um caminhão, e VLADIMIR precisa demonstrar garantias de que receberá recursos de serviços executados para o Estado do Acre, os quais serão destinados à

1 É Engenheiro Civil e marido de CHAYANNE DE OLIVEIRA LOPES, sócia da ENGECAL, sendo um dos administradores da empresa. 2 É sócia da ENGECAL CONSTRUÇÕES LTDA e filha de LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA. 3 Diretor Executivo da SEHAB – Secretaria de Estado de Habitação.

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quitação desta dívida. Tal fato serve para demonstrar a influência de VLADIMIR junto a SEHAB, através do Diretor Executivo MARCELO, e junto a Secretaria de Obras do Estado do Acre – SEOP, através do respectivo secretário, WOLVENAR CAMARGO.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3366480 6899996614 6899715011 27/10/2011 12:44:50 00:07:43

@@@ VLADIMIR X MARCELO -

VOLVENAR + XAPURI

MOTORS &#

TRANSCRIÇÃO: MARCELO: alô. VLADIMIR: alô Marcelo. MARCELO: e aí doutor. VLADIMIR: tudo bem, já deu certo aqui tá. MARCELO: confirmou? VLADIMIR: já, já vou até pagar os boletos, a Chay (esposa Chayanne) já está lá dentro pagando os boletos. Agora me diz uma coisa por favor, lá aquela carta que tem que enviar pra Xapuri, aquela coisa né, pro pro, ou o Volvenar dá uma ligada pro Artur né. MARCELO: é isso aí é mais fácil ele ligar cara, ele só pediu pra saber assim, o que você tem pra programação pra receber, entendeu? é aquilo que a gente conversou. VLADIMIR: é exatamente, você tem como dar um toque no Volvenar, pra ele ligar pro.. M: mas tem que tá com esse documento na mão cara, ele não te pediu? VLADIMIR: é ele te pediu, você já fez esse documento pra mandar pra ele? MARCELO: mas tu que ficou de fazer rapaz! VLADIMIR: eu fazer ?! MARCELO: é ué. VLADIMIR: eu tenho essa autoridade toda pra fazer um documento desse pra respaldar o secretário? MARCELO: não, mas você ficou de fazer pra mim, e eu passar por e-mail. VLADIMIR: tá tudo bem, eu vou levar em mãos. MARCELO: é o problema que hoje a tarde eu tô todo cheio de reunião, mas vai lá. VLADIMIR: não, eu vou tentar levar hoje a tarde, eu também tô cuidando desse negócio da licitação hoje a tarde, porque amanhã é feriado em órgão público né, qualquer coisa eu ligo pra aí, amanhã vocês não trabalham né? MARCELO: não amanhã não. VLADIMIR: tá MARCELO: porque eu acho que ele vai pra estrada né, só vai voltar no domingo praticamente, vai ....(trecho incompreensível)... com o governador amanhã, amanhã e sábado, só volta no sábado a noite, se for ver alguma coisa só segunda. VLADIMIR: é, mesmo que tu mande documento pra hoje, hoje ele não vai parar pra ligar pra ninguém. MARCELO: é, é pouco provável. VLADIMIR: exatamente, é melhor eu consultar o número do processo. MARCELO: mas qual que é o nome do dono da Xapuri lá? VLADIMIR: o Artur. MARCELO: então, qualquer coisa, faz o seguinte, vai lá na Xapuri e informa que nós conversamos com a secretaria e... VLADIMIR: já fiz isso, já fiz isso. MARCELO: e o Artur não foi bem.. VLADIMIR: não não já falei com o gerente né, o Artur não tá aqui, o Artur fica em Cuiabá. MARCELO: ah tá. VLADIMIR: ele não tá mais morando aqui ele só implantou e voltou, aí o gerente me ligou preocupado, que o Artur ligou e acho que tava de lorota né.

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MARCELO: não porque aí, precisa ver esse documento seu pra ver as programações, pra você estar pagando, tem que ter a tua proposta, de de programação, assim se você vai ter como regularizar dezembro, até o dia 15 de dezembro proposta de pagar tais parcelas, tem que ter essa proposta, que aí ele vai embasar o que você tem pra receber ou não. VLADIMIR: tá bom então. MARCELO: agora o seguinte. VLADIMIR: ãh. MARCELO: você conhece o Bessa né? VLADIMIR: Bessa, conheço demais, não tem nenhum perigo. MARCELO: é mas já fica esperto porque já estão buzinando tá? VLADIMIR: ãh? MARCELO: os dois ali, já tão buzinando tá. VLADIMIR: não, não, na hora que eu explicar não tem o menor perigo. MARCELO: tá bom, mas tô só te avisando só, ele me falou isso hoje de manhã. VLADIMIR: já vou falar com ele então. é aí segunda-feira tirar a lista né, pra ver com calma. MARCELO: justamente, falei com a Alcilene, mas tem que lembrar aí segunda-feira você me pede. VLADIMIR: tá mas me diz uma coisa, os documentos, outra coisa aqueles contratos daqueles reajustes, foram todos pra mão da menina lá né, da dona Alcilene. MARCELO: não, vixe! Aquilo já deu um rolo do caralho já. Foi mas, dos quatro lá eu pedi pra ele pelo menos resolver o dinheiro que eu tenho, aí é o seguinte, é o que fico dentro daqueles contratos, ficou um ano e meio pra pagar, ficou um ano e meio sem medição tinha 20 mil e ficou um ano e meio sem medição, todos eles têm que ter uma justificativa lá dentro, o William já tava trabalhando nisso, se eu falei William pega o mais fácil e resolve pra poder pagar os trinta e poucos dele, e aí na sequência vai arrumando os outros três, tem que ter uma justificativa porque tá tudo com uns buracos naquele troço lá. VLADIMIR: e da Vector você já falou com alguém já? MARCELO: cara esse da Vector meu amigo é o seguinte, eu tenho que pagar um troço dele, pra poder pedir qualquer coisa pra ele, e esse pagar pra ele tá foda....O problema é que a SEFAZ não me libera o dinheiro. VLADIMIR: não liberou nada ainda? MARCELO: nada! zero!

Na mesma chamada, acima transcrita, de índice 3366480,

MARCELO alerta VLADIMIR de que BESSA, sócio responsável pela empresa BESSA ENGENHARIA LTDA. CNPJ 0300358/0001-69, já estaria “buzinando” e VLADIMIR responde que “não tem nenhum perigo” (provavelmente o perigo a que se referem é o de BESSA participar ou talvez ganhar a licitação), provavelmente a 171/2011, e que MARCELO entenderia quando ele explicasse pessoalmente. MARCELO conclui dizendo que estaria apenas avisando. Citam ainda uma “lista” que VLADIMIR precisa pegar e que, nas demais chamadas aqui tratadas, volta a ser comentada, ficando clara sua importância.

Na ligação telefônica de índice nº 3392423, de 31/10/2011,

portanto às vésperas de apresentação dos envelopes para a concorrência 171/2011, VLADIMIR volta a mencionar que estaria precisando da “lista”. Fato relevante é quando VLADIMIR menciona que “o documento que ele usa pra participar é meu, não tem como ele entrar” (talvez se referindo ao fato de BESSA entrar na licitação). Diz ainda que “com ele não se preocupe, eu to preocupado com os outros, eu quero saber dos outros, esse é certeza que não vai”. Ao que tudo indica, a “lista” a que se referem nas ligações telefônicas revelam as empresas que participarão da concorrência nº 171/2011.

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ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3392423 6899996614 6899715011 31/10/2011 12:08:20 00:01:52 �

@@@ VLADIMIR X MARCELO - FAVOR &#

TRANSCRIÇÃO: VLADIMIR: alô MARCELO: oi VLADIMIR: seguinte eu estou terminando a minha parte hoje até a hora do almoço, o pai vai aí contigo pra tu passar aquela lista, pra gente já começar a trabalhar nisso hoje a tarde. MARCELO: só amanhã, hoje eu vou ficar fora, agora quando tava falando contigo eu já pedi a lista. VLADIMIR: agora eu preciso de um favor seu hoje, eu tô com aquela lista lá, dos créditos, daquelas coisas, agora precisa alguém ligar lá pro Artur (dono da Xapuri Motors), é melhor ir direto lá no Wolvenar, pra ele dar uma ligada lá pro Artur né. MARCELO: de que? VLADIMIR: do cara da Xapuri, pra ele segura lá aquela cobrança, o diretor. MARCELO: vai lá direto com ele, hoje eu tô em reunião com a caixa duas horas até dez da noite. VLADIMIR: então tudo bem eu vou pedir pro pai ir direto, só pede pra ele pelo menos dar uma ligada pedindo pra dar uma segurada porque o gerente ligou hoje desesperado com medo, porque o Artur ainda não sabe de nada e ligou e deu uma sacaneada nele hoje. MARCELO: não mas é conversa. VLADIMIR: tudo bem então amanhã eu passo aí oito horas pra pegar essa lista. MARCELO: liga pra saber se eu já estou com a lista, porque ela ficou de ver isso agora. VLADIMIR: quanto a isso eu vou te dizer uma coisa tá. MARCELO: hum VLADIMIR: o documento que ele usa pra participar é meu, não tem como ele entrar. MARCELO: aí não sei. VLADIMIR: com ele não se preocupa, eu tô preocupado com os outros eu quero saber dos outros, esse é certeza que não vai. MARCELO: tá bom beleza. VLADIMIR: ele, ele é impossibilitado de ir tá. MARCELO: tá bom, tá bom, foi só pra te avisar. VLADIMIR: não tudo bem, eu vou pegar a lista amanhã de manhã contigo. MARCELO: tá bom. VLADIMIR: tá bom brigadão, um abraço.

VLADIMIR, na chamada de índice 3396629, do dia 01/11/2011,

mais uma vez em conversa com MARCELO, afirma que precisa pegar a “lista” e sentar pra conversar pessoalmente com este. Afirma ainda que não estava com a lista porque “não dava também pra chutar o balde. Já vi algumas coisas e tem outro negocinho que ta me preocupando lá”.

ÍNDICE TELEFONE DO

ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3396629 6899996614 6899715011 01/11/2011 08:37:39 00:01:37

@@@ VLADIMIR X MARCELO (SEHAB) -

VLADIMIR JÁ ESTÁ COM A

LISTA &#

TRANSCRIÇÃO: MARCELO: Logo cedo bicho. VLADIMIR: (risos) Tu que me pediu pra ligar tá.

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MARCELO: (risos) E aê doutor, bom dia! VLADIMIR: Bom dia. eu já tive sondando, eu, eu tenho... eu já fui, tive lá tá? MARCELO: Tá. VLADIMIR: Aí eu peguei já "n" informações. Porque eu tenho uns amigos lá também. MARCELO: Tá. VLADIMIR: Aí, eu preciso conversar contigo hoje, preciso pegar aquela lista né... (...) e sentar pra conversar contigo pessoalmente. MARCELO: Lista de quem... ah, tá, tá, tá. Já tá com ela?! VLADIMIR: Não. Mas também não dava também pra chutar o balde né! Já vi algumas coisas e tem um outro negocinho que tá me preocupando lá. MARCELO: Ai meu Deus do céu! Tá, mas que horas isso? VLADIMIR: Eu só to indo aqui no CREA resolver... pegar um documento meu, que eu já quero pegar logo hoje, não quero deixar pra quinta-feira. Onze horas estaria bom pra ti ou (?) MARCELO: Não, não, eu tenho... Dez horas eu saio da SEHAB. Eu só volto a tarde. VLADIMIR: Dez horas você sai da SEHAB. MARCELO: É, eu tenho reunião com o Volvenar (Secretário de Obras). (...) VLADIMIR: Tá, então eu vou chegar umas quinze pras dez aí. (...) Eu falo contigo e depois volto a fazer as coisas que eu tava fazendo. MARCELO: Beleza então. VLADIMIR: Tá bom? Daqui a pouco eu to por aí. MARCELO: Falou. VLADIMIR: Tá bom. Tchau.

A importância da “lista” para ambos fica mais clara nas chamadas

de índices 3410705 e 3410851, ambas do dia 03/11/2011. Na primeira, MARCELO diz para VLADIMIR que a “lista” está na mesa de Fátima Mourão. Ele ainda passa a orientação para que VLADIMIR envie outra pessoa e enfatiza “sem ser você, sem ser você. Uma outra pessoa direto com a Fátima Mourão. Tá na mesa dela”. MARCELO ainda completa dizendo: “fala que é da SEHAB e pega lá”. Na segunda chamada, que acontece cerca de 15 minutos depois, MARCELO entra novamente em contato com VLADIMIR. Ele completa as orientações e diz que a pessoa que for pegar a lista “não pode ter nenhuma identificação”. VLADIMIR diz que enviará sua secretária (possivelmente “Dora”) e acata as orientações de MARCELO. No caso, MARCELO, Diretor Executivo da SEHAB, orienta VLADIMIR a obter a “lista” por meio de ardil, passando-se por servidor da SEHAB.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3410705 6899996614 6899715011 03/11/2011 16:35:23 00:01:19 � �

@@@ VLADIMIR X MARCELO -

PEGAR LISTA COM FÁTIMA MOURÃO &#

TRANSCRIÇÃO: V: VLADIMIR M: MARCELO M: E aí doutor? V: Fala filhão. M: Hum... daquela lista de material, tá precisando ainda? V: Com certeza.

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M: Seguinte, tem que ser... tinha que mandar alguém ir lá direto com a Fátima. V: Agora? M: Sem ser você, sem ser você. Uma outra pessoa direto com a Fátima. Fátima Mourão. Tá na mesa dela. V: Tá, tudo bem! M: Consegue? V: Outra pessoa ir lá? Sem problema nenhum. M: Então, uma pessoa pra ir lá com a Fátima. Fala que é da SEHAB... e pega lá. V: Tá tudo bem. M: Aí você me dá um ok quando tiver... V: Ela fica lá até que horas lá? M: Até cinco e meia. V: Tá, aí é só parar (?) alguém entrar (?) um carro né? M: Hã? V: Pode acontecer de alguém (?) entrar num carro. M: Hã? V: (?) Vou dar um (?) lá já já. M: Ah tá. V: Fátima Mourão? M: Isso. V: Tá. Pode deixar que já to indo lá. M: É porque mudou o local. Eles tão lá no Aviário né? V: Não hoje eles ainda tão funcionando lá na, na... M: Ah, não sei, então tá bom. Tá. Você sabe onde é, eu não sei onde tá não. V: Não, não, ainda tão lá no antigo. M: Então tá bom, beleza. V: Tá bom. Falou tchau. M: Falou, tchau.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3410851 6899996614 6899715011 03/11/2011 16:51:55 00:00:30 � �

@@@ VLADIMIR X MARCELO -

PESSOA NÃO PODE TER

IDENTIFICAÇÃO &#

TRANSCRIÇÃO: V: VLADIMIR M: MARCELO V: alô. M: é, quem tá indo lá? (falar com Fatima Mourão pra pegar a lista) V: ãh. M: quem tá indo lá? V: a minha secretária (talvez Dora). M: tá, tá não tem nenhuma identificação né? (pra não saberem que é da Engecal. Pela orientação anterior de Marcelo a pessoa precisa dizer que é da SEHAB). V: ãh? M: não pode ter nenhuma identificação né. V: não, não, não. M: tá bom. V: tá bom. M: falou tchau.

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Destacam-se ainda outras chamadas entre VLADIMIR e seu pai, JORGE WANDERLAU TOMAS4 como no caso da de índice 3409611, do dia 03/11/2011, na qual VLADIMIR pergunta ao pai se WOLVENAR estaria viajando. Quando JORGE WANDERLAU TOMAS responde positivamente, VLADIMIR se mostra preocupado e pergunta “E o Marcelo (SEHAB), nada lá?”. O pai diz que Marcelo teria tentado ligar para duas pessoas diferentes, mas que este não conseguiu resolver o problema. Na seqüência, VLADIMIR diz que eles deveriam conversar com os “olhos puxados” e seu pai parece querer saber se estes (“olhos puxados”) estariam “nessa” (provavelmente licitação). VLADIMIR enfatiza: “exatamente, não dá pra saber!”, sugerindo em seguida que deveriam conversar com o trio de “olhos puxados”.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3409611 6899996614 6899597389 03/11/2011 13:48:45 00:03:00 �

@@@ VLADIMIR X

JORGE TOMAS (PAI) #&

TRANSCRIÇÃO: VLADIMIR: alô. JORGE TOMAS: oi tu me ligou? eu tava com o telefone no silencioso. VLADIMIR: tá, puxa, tá, tu tem o telefone do FÁBIO né? acerta o FÁBIO pra ele consertar logo o pneu da retro tá? pra levar logo lá. JORGE TOMAS: ainda não consertou bicho? VLADIMIR: não, tá lá na PEMAZA. JORGE TOMAS: puta que pariu...quem que tá na PEMAZA? VLADIMIR: o pneu. JORGE TOMAS: como é que ele vai levar? VLADIMIR: não, já levou, já tá lá, aí tá consertando e...(inaudível, entendo FREIRE) leva de volta depois. JORGE TOMAS: e quem que leva? VLADIMIR: de volta? o FÁBIO leva lá...na caminhonete do FREIRE. JORGE TOMAS: hã? VLADIMIR: o FREIRE leva na caminhonete de volta. JORGE TOMAS: então tá. VLADIMIR: tá? só...(inaudível) pro FÁBIO pra agilizar logo (inaudível). JORGE TOMAS: tá ok. VLADIMIR: ...ou se for o caso, saca o pneu da frente, sabe o pneu da frente? JORGE TOMAS: sei. VLADIMIR: o da frente tá no porta mala aberto. JORGE TOMAS: hã ram. hã? VLADIMIR: o da frente acho que tá no porta mala do carro. JORGE TOMAS: sei, tá eu vou ver. VLADIMIR: tá? só tô dando esse toque aí...(inaudível) que chova né? que eu tô preocupado tanto com esse cara quanto aquele esgoto né? JORGE TOMAS: ram. VLADIMIR: Aí o... outra coisa... tá, quer dizer que o Wolvenar tá viajando é?

4 É Pai de VLADIMR CAMARA TOMAS e o auxilia, tanto tecnicamente quanto politicamente, nos negócios da ENGECAL. JORGE TOMAS mantém contatos estreitos com o Secretário de Obras WOLVENAR CAMARGO e, atualmente, ocupaos cargos de 2º SecretárionaFederação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC) e de Diretor Social do Sindicato das Indústrias de Construção Civil do Estado do Acre (SINDUSCON).

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JORGE TOMAS: Tá. VLADIMIR: E volta quando? JORGE TOMAS: Acho que amanhã. VLADIMIR: Puta que o pariu. (6 segundos de silêncio) Tá. JORGE TOMAS: Tá ok. VLADIMIR: Tentar mudar (?). E o Marcelo (SEHAB), nada lá? JORGE TOMAS: Não! Eu falei com ele Vladimir! VLADIMIR: Sim, o outro problema que ele... que ele ia te passar? JORGE TOMAS: Não, num, num... ele ligou na minha frente não sei quantas vezes, disse óh: "Assim que eu tiver, eu te ligo", mas não me ligou. VLADIMIR: Tá. JORGE TOMAS: Ele ligou duas vezes, ligou... aliás, pra duas pessoas pra resolver. Mas não conseguiu. VLADIMIR: Tá. JORGE TOMAS: O sistema tava fora de área e... VLADIMIR: Vamos conversar com os "olhos puxados né?", no geral né? JORGE TOMAS: é, hoje eu tive com ele (?)... tão nessa? VLADIMIR: Então, exatamente. Não dá pra saber! JORGE TOMAS: Tá. VLADIMIR: Ô, ô, ô... tem que ver com o "magrinho" né, que gosta de pescar e com o outro enjoado lá o... o "mais brabo". JORGE TOMAS: Tá. VLADIMIR: Viu? JORGE TOMAS: Tá ok. VLADIMIR: O trio lá dos olhos... os três "olhos puxados". JORGE TOMAS: (risos) VLADIMIR: Hã? JORGE TOMAS: Tá ok. VLADIMIR: Tá? Beleza então. (trecho inaudível) (se despedem)

Vale salientar que é de conhecimento desta investigação que

existem pelo menos duas empresas no ramo da construção civil que atuam na cidade de Rio Branco/AC e que tem como responsáveis pessoas de descendência oriental: a empresa ÁBACO (de Sérgio Nakamura) e a empresa CONSTRUTERRA (de Carlos Takashi Sasai). Logo, existem ao menos estas duas possibilidades para o codinome “olhos puxados”, utilizado por VLADIMIR.

Esse mesmo codinome também aparece na chamada de índice

3409962, onde outra conversa entre VLADIMIR e MARCELO revela a preocupação com “crioulo” e com MANOEL ANDRADE da empresa SERVILHA. De fato, existe a empresa CONSTRUTORA SERVILHA COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA., sob responsabilidade de MANOEL ANDRADE DE SOUZA. MARCELO alerta VLADIMIR que teria recebido um contato, informando que a empresa SERVILHA também “estaria nessa”.

É visível o interesse de MARCELO, Diretor Executivo da SEHAB,

em ajudar a empresa ENGECAL, chegando a passar informações para VLADIMIR (representante da ENGECAL), as quais deveriam permanecer em sigilo, como, por exemplo, informar que a empresa SERVILHA também estaria na licitação.

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VLADIMIR parece desconhecer esta empresa (SERVILHA) e,

portanto, MARCELO afirma que o “zóio rasgado sabe quem é. O zóio puxado”. Além disso, mais uma vez, VLADIMIR revela em alguns trechos que houve conversas entre a ENGECAL e outras empresas na véspera do processo licitatório, muito provavelmente a concorrência 171/11, que teve abertura em 04/11/2011.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3409962 6899996614 6899715011 03/11/2011 14:48:18 00:03:13 �

@@@ VLADIMIR X MARCELO (SEHAB) -

SOBRE "PROBLEMAS"

&#

TRANSCRIÇÃO: V: VLADIMIR M: MARCELO V: Alô. M: E aí doutor?! V: Fala filhão. M: Tu não passou pro teu pai aquele problema não bicho? V: Qual problema? M: Do "crioulo". V: Já, por que? M: Não, eu falei com ele hoje de manhã e ele não sabia de nada! V: Tá mentindo. M: Ué, porra... (é interrompido por Vladimir) V: Ele vai aprontar. M: Hã? V: Qual, o do "crioulo"? M: É! V: Vizinho né? M: Justamente. V: Tu (?) falou com ele? M: Hum, bem... ele pegou e falou que "Não, que não sei o que, "nóis" não sabia". Aí teu pai também perguntou se ele tinha conversado sobre aquele negócio lá, falou que não sabia, eu falei "Rapaz..." V: Acabou de conversar agora. M: Ah, conversou agora. (?) V: O Cacau (Luiz Carlos - sogro de Vladimir), o meu patrão conversou ontem com ele pessoalmente. Antes de ontem e ontem, pessoalmente com ele. M: É, porque eu to preocupado com aquele negócio que deu o "errinho" lá e (?). E aí que contestar fode todo mundo. V: Eu to com medo de ele aprontar! M: Ué, mas daí tem que, tem que... conversar né. V: O meu patrão foi antes de ontem com ele no escritório e conversou pessoalmente. M: Ãham. V: Hoje, o "olhos puxados" falou com ele. M: Sei. V: O outro, o meu pai também falou com ele. Todo mundo falou com ele. M: Tá bom. Não, só pra saber.

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V: Não, to... to indo por cima do (?), mas o que eu posso fazer? (?) M: Ééé... recebi um contato agora pouco. Sevilha também tá, tá? V: Hã? M: Manoel Andrade. V: Quem? M: Manoel Andrade, Sevilha. V: Ah é? E tu tá com aquele... com aquele documento ali (interrompido por Marcelo) M: Não tá conseguido cara!! O pessoal tá até preocupado... com aquela lista de material lá porque se não conseguir essa lista de material... aborta amanhã. Acredita nisso? V (anotando): Manoel? M: Servilha (ou Sevilha?). V: Servilha? M: É, o "zóio rasgado" sabe. V: Manoel Andrade o dono? M: É, o "zóio rasgado" conhece. V: Hã? M: O "zóio rasgado" sabe quem é. O "zóio puxado". V: Tá, tudo bem. Eu já vou ver isso agora. M: Aí, então a gente tá preocupado com isso aí cara. Se não conseguir puxar a lista de materiais aborta amanhã, viu? V: Mas aí dá pra diminuir mais uns dois dias? M: Não sei. Não sei. Aí não sei não. Por enquanto... V: Não é melhor fazer isso já...fazer logo isso hoje e ajeitar logo cara, pra não ter perigo? M: Ué, mas não é comigo não rapáz! Não é comigo isso aí. O problema é lá dentro do processo. V: Entendi. M: Entendeu? (...) V: Tudo bem, no final da tarde eu quero (?) conversar pessoalmente tá? M: Beleza, falou. V: Tá bom? Fica mais fácil tá. Já vou ver isso agora. M: Tá falou, tchau.

Dentro do contexto que envolve a conversa entre as empresas na

véspera da licitação de 04/11/2011 (171/2011), pode-se destacar a chamada de índice 3409431, gravada no dia 03/11/2011. Nesta ligação, é BESSA (responsável pela empresa BESSA ENGENHARIA) quem entra em contato com VLADIMIR e afirma que gostaria de conversar com este e seu sogro CACAU (trata-se de Luiz Carlos, sócio da ENGECAL).

Como já destacamos anteriormente, VLADIMIR deixa claro que a

BESSA ENGENHARIA utiliza documento da ENGECAL para participar de licitações, fato este que merece ser mais bem esclarecido, razão pela qual, inclusive, VLADIMIR chegou a afirmar para MARCELO, da SEHAB, que não temia pela participação da BESSA na licitação.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3409431 6899996614

03/11/2011 13:19:26 00:01:04 �

@@@ VLADIMIR X

BESSA - CONVERSA NO

ESCRITÓRIO DE BESSA AS

15H &#

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TRANSCRIÇÃO: V: VLADIMIR B: BESSA V: Alô. B: Oi, Vladimir? V: Oi Seu Bessa. B: Boa tarde Vladimir. V: Boa tarde. Pode falar. B: Ô Vladimir, eu to precisando conversar contigo "véio". V: Tudo bem. O senhor tá onde? B: É... no momento eu to em casa. Seria tipo daqui... agora é uma hora e... vinte né (13h20)? V: Agora são 13h15. B: Ali pelas 14h30, mais ou menos, 15h. V: 14h30? Lá no teu escritório? B: Pode ser. 15h! V: Tudo bem. 15h né. (?) 15h vou passar no teu escritório. B: E o Cacau (Luiz Carlos - sogro de Vladimir), tá na cidade? V: Tá na cidade sim. B: (?) bora ir nos três! V: Tá ok então. B: Combinado então. V: Tá bom. Tá, tchau. B: Tchau, tchau.

Na chamada de índice 3414148, do dia 04/11/2011, data de

entrega dos envelopes da concorrência nº 171/2011, VLADIMIR comenta com seu sogro CACAU que havia ganhado a licitação. Afirma ainda que “era uma turma light” e que esta primeira havia sido tranqüila, pois tinham “só amigos”. Termina ainda dizendo que “se a segunda for o mesmo pessoal, tá tranqüilo”.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3414148 6899996614 6899854114 04/11/2011 09:58:10 00:00:57 �

@@@ VLADIMIR X

SOGRO (LUIZ CARLOS) -

GANHAMOS A PRIMEIRA #&

TRANSCRIÇÃO: SOGRO: oi. VLADIMIR: alô SOGRO: oi. VLADIMIR: oi, deu certo tá. SOGRO: ai, graças a Deus. VLADIMIR: tá bom, uma já tá, tem a outra agora. SOGRO: ãh, mas não apareceu ninguém não né? VLADIMIR: muita gente. SOGRO: ãh? VLADIMIR: não, não tá tranquilo, foi, foi essa, num sei a um, a primeira foi tranquilo, só "amigos" SOGRO: ãh. VLADIMIR: tomo mundo no pau, mas ganhamos, agora era uma turma "light", sem muita confusão.

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SOGRO: peraí que eu chego no escritório. VLADIMIR: não, já vou voltar, eu não vou ficar aqui não, a segunda se for o mesmo pessoal, tá tranquilo. SOGRO: ãh. VLADIMIR: ...(inaudível) esse negócio.

De fato, a empresa ENGECAL foi classificada em 1º lugar na

concorrência nº 171/2011, ficando a empresa EXPEDITO C. CAVALCANTE em 2º lugar, conforme aviso de julgamento e classificação das propostas de preços, de 16/11/2011.

Os representantes da ENGECAL, todavia, não contavam que a empresa classificada em 2º lugar (EXPEDITO C. CAVALCANTE) fosse uma empresa de pequeno porte, com privilégios assegurados pelo artigo 44 da Lei Complementar nº 123/2006, de 14/12/20065.

Segundo a lei, propostas apresentadas pelas microempresas e

empresas de pequeno porte iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada, tem preferência na contratação. Como a proposta apresentada pela empresa EXPEDITO enquadrava-se nos critérios da

5 Art. 44 da lei 123/2006: nas licitações será assegurado, como critério de desempate, preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte.

§ 1º Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada.

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referida lei, a Comissão Permanente de Licitação – CPL 01, presidida por WILTON DIOGO DE OLIVEIRA, aplicou o direito de preferência, dando à empresa o primeiro lugar na licitação.

Não por outra razão, os representantes da ENGECAL procuraram a pessoa de EXPEDITO, com a intenção de fazê-lo desistir da licitação. Pela análise da interceptação telefônica registrada pelo índice 3517543, do dia 25/11/2011, registrada no Auto Circunstanciado nº 03, entre VLADIMIR CAMARA TOMAS, um dos administradores da empresa ENGECAL CONSTRUÇÕES LTDA, e seu pai JORGE WANDERLAU TOMAS, percebe-se o interesse de ambos em contatar a pessoa de EXPEDITO, proprietário da empresa de pequeno porte EXPEDITO C. CAVALCANTE.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3517543 6899996614

25/11/2011 09:32:36 00:03:12 �

@@@ VLADIMIR X JORGE -

SOBRE CONSTRUTERRA E EXPEDITO #&

TRANSCRIÇÃO: JORGE TOMAS: Alô. VLADIMIR: Oi, tu tá onde? JORGE TOMAS: Eu tô procurando o Expedito, mas não... Acho que ele tá viajando, já fui até na casa dele... e não tem ninguém. (...) To saindo da casa dele agora. (...) Não tem ninguém, dele deve ter viajado. Ele sempre viaja final de ano, fecha tudo e... VLADIMIR: Tá, e na Construterra, como é que tá? JORGE TOMAS: Hã? VLADIMIR: Na Construterrra. JORGE TOMAS: Eu não sei, até ontem não tinha (interrompido por Vladimir) VLADIMIR: Não, não, não, pediram a nota agora (...). Mandaram e-mail lá só agora. Acho que eu já tô com o papel antes de chegar o email lá. JORGE TOMAS: Hã. VLADIMIR: Aí tem uma hora pra dar tempo. Tem uma hora pra só separar os documentos e trazer aqui de volta. Eu achava melhor... eu posso ir, mas to com o negócio aqui (interrompido por Jorge Tomas). JORGE TOMAS: Não, faz o seguinte, vai, aproveita tá aí, vai lá que isso aí é com o... vai com o LUCIANO. Qualquer coisa me avisa...Alô! VLADIMIR: Oi. JORGE TOMAS: Tu não tá com isso na mão? VLADIMIR: Tô, mais tem que ficar alguém lá esperando eles aprontarem e eu não tô... eu já tenho um compromisso agora. JORGE TOMAS: Tá OK. VLADIMIR: Eu posso ir lá agora. Eu tenho que voltar só pra obra. Esquece essa obra pelo amor de Deus! JORGE TOMAS: Tá OK. VLADIMIR: (...) Tem um monte de gente, fornecedor, um monte de gente lá, eu tenho que voltar no escritório. JORGE TOMAS: Tá. Tu tá onde? VLADIMIR: To indo lá na Construterra. JORGE TOMAS: Então tá. Vai lá e quando chegar lá me avisa que aí eu... (...) e me diz que horas que vai ficar pronta essa coisa toda, que eu também não vou ficar sentado lá na cadeira do homem esperando né! Aí tu vai lá, fala com o LUCIANO e pergunta que horas que eu posso ir (interrompido por Vladimir).

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VLADIMIR: Tem o telefone do Luciano aí? JORGE TOMAS: Pera aí, eu acho que... tenho não, tenho não. VLADIMIR: Dá pra tu ligar pro Carlão, pra (?), pra ele adiantar. JORGE TOMAS: Ah?... Posso, posso ligar pro Carlos (Carlos Sasai - dono da empresa Construterra). Mas tem que chegar lá o documento primeiro. VLADIMIR: Já deve tá no e-mail deles. JORGE: Hã? VLADIMIR: Já deve tá no e-mail deles. JORGE TOMAS: Tá OK. Tá bom. Mas só me diz. Tu vai passar lá agora? VLADIMIR: Vou, vou lá agora. JORGE TOMAS: Aí tu me retorna dizendo que horas pra ir lá buscar o documento? VLADIMIR: Tá, eu te retorno, pode deixar. JORGE TOMAS: Tá. As interceptações telefônicas registradas sob os índices 3530257, 3530400, 3532022, 3533847, 3533967, 3533998, 3552027, 3573069, 3594137, 3594151, 3594587 e 3596928, integrantes do Auto Circunstanciado nº 03, revelam bem o expediente adotado pelos representantes da empresa ENGECAL para exclusão de EXPEDITO do certame licitatório.

Na primeira chamada (3530257), nota-se que o alvo MARCELO

SANCHES MENEZES, diretor executivo da SEHAB, é quem alerta VLADIMIR da situação que este e seu pai, JORGE TOMAS, haviam tentado evitar, ou seja, MARCELO informa que EXPEDITO “cobriu o preço” e que, portanto, “deu pau”. Outra vez destacamos o interesse de MARCELO na licitação nº 171/2011, passando informações que deveriam permanecer em sigilo.

ÍNDICE TELEFONE DO

ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3530257 6899996614

28/11/2011 11:49:36 00:00:43 �

@@@ VLADIMIR X MARCELO

(ALVO) - EXPEDITO COBRIU O PREÇO #&

TRANSCRIÇÃO: VLADIMIR: Alô. MARCELO: Doutor? VLADIMIR:: É. MARCELO: Tá sabendo do EXPEDITO? VLADIMIR: Não, o que é que foi? MARCELO: Cobriu teu preço. VLADIMIR: Hã? Por isso que ele está se escondendo né? MARCELO: Então, cobriu teu preço tá? Então deu pau. VLADIMIR:: É irreversível ou reversível isso? MARCELO: Ah, até então é irreversível. VLADIMIR: Só depende dele né? MARCELO: É. Tá? VLADIMIR: Tá bom então. Tá OK. Tá, tchau.

De posse dessas informações passadas diretamente de dentro da

SEHAB, por MARCELO, na chamada 3530400, VLADIMIR alerta seu pai, o qual menciona que “é por isso que esse cabra tá me evitando”, emendando

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“mas é muito filho de uma puta” e diz ainda que “eu falei com ele e ele disse que tava tudo bem, sem problema”. O que chama atenção é o fato de VLADIMIR mencionar reiteradas vezes que a solução seria “levar ele lá pra mostrar. Ele ainda ta acreditando na palavra”. Ou seja, ambos planejavam levar EXPEDITO em contato com um terceiro.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3530400 6899996614

28/11/2011 12:15:59 00:02:18 �

@@@ VLADIMIR X JORGE - VLADIMIR

CONTA SOBRE EXPEDITO #&

TRANSCRIÇÃO: JORGE TOMAS: Oi. VLADIMIR: Tá onde? JORGE TOMAS: Supermercado. O que é que foi? VLADIMIR: O menino entrou. JORGE TOMAS: Quem? VLADIMIR: Ah, você sabe quem que eu estou falando. JORGE TOMAS: Entrou?!! VLADIMIR: É. JORGE TOMAS: Então é por isso que esse cabra tá me evitando. Eu fui até na casa dele. Tá, eu vou ver hoje a tarde o que é que eu faço. Mas é muito filho de uma puta! Tem certeza? VLADIMIR: Absoluta. JORGE TOMAS: Tá, eu vou ver o que eu posso fazer né. VLADIMIR: Levar ele lá pra mostrar. JORGE TOMAS: Hã? VLADIMIR: Levar ele lá pra mostrar. Ele ainda tá acreditando na palavra. JORGE TOMAS: Hã? VLADIMIR: Ele ainda tá acreditando na palavra. JORGE TOMAS: Tá. VLADIMIR: Tem que ir junto agora pra ligar pra ele hoje. JORGE TOMAS: Tá OK. VLADIMIR: Já devia ter falado com ele logo que já passou, a gente já devia ter falado logo com ele a gente. JORGE TOMAS: Mas eu falei com ele! VLADIMIR: Hã? JORGE TOMAS: Eu falei com ele e ele disse que tava tudo bem, sem problema. VLADIMIR: Falou com ele? JORGE TOMAS: Falei. VLADIMIR: Alguém orientou, falou alguma outra coisa. Tem que levar ele. Eles tem boa amizade eles? JORGE TOMAS: Têm. Se dão muito bem. VLADIMIR: Você tá onde agora, pra eu falar contigo pessoalmente? JORGE TOMAS: Eu to aqui saindo do supermercado Araújo, aqui da... VLADIMIR: Eu vou lá em casa agora falar contigo. JORGE TOMAS: Hã? VLADIMIR: Eu vou lá em casa agora falar contigo. JORGE TOMAS: Tá OK.

Analisando-se as mensagens de texto SMS trocadas pelos

investigados, registra-se que no dia 28/11/2011 às 14h32min40seg, portanto, depois de saber, por meio de MARCELO, da SEHAB, que a empresa de EXPEDITO havia coberto a proposta da concorrência 171/2011, JORGE

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VANDERLAU TOMAS enviou mensagem de texto SMS para o número (68) 81117351, pertencente a EXPEDITO CAVALCANTE, onde dizia que precisava “falar urgente” com EXPEDITO, fazendo a seguinte pergunta: “podemos negociar? Jorge. Tomas”.

MENSAGEM(ORIGINADA)

Nº Origem IMEI Nº Destino

556899597389 354853021610090 81117351

Início Atendimento Término 28/11/2011 14:32:40

(724-06-04168-40022) AV. NA¿¿ES UNIDAS, S/N - TANGAR¿, - TANGAR¿ (AC) Lat. -9.964233 - Long. -67.840922 - Azi180 Raio Médio, Conteúdo SMS: (tipo: envio)Meu AMIGO ESPEDITO preciso falar urgente com vc. Podemos negociar? Jorge. Tomas(grifo nosso).

Ficou demonstrado nas chamadas 3532022 (28/11/2011),

3533847, 3533967 e 3633998 (nesta exata sequência) que VLADIMIR e seu pai, na data de 29/11/2011, foram buscar EXPEDITO em seu escritório e o levaram para a SEHAB. Chama atenção que VLADIMIR, enquanto JORGE TOMAS está a caminho da SEHAB na companhia de EXPEDITO, menciona que ele estava “indo lá antes pra amaciar, pra não chegar de surpresa” (chamada 3533998). Ao que tudo indica, as duas principais hipóteses seriam de que a pessoa a quem teriam se apresentado na SEHAB para “resolver” o problema seria MARCELO ou até mesmo WOLVENAR CAMARGO. Porém, pela proximidade entre JORGE TOMAS e WOLVENAR e pela chamada 3552027, na qual VLADIMIR entra em contato com MARCELO pra dizer que “deu certo lá” e que “Saí de lá mais de duas horas, mas consegui resolver, consegui salvar”, torna-se muito mais forte a hipótese de que a pessoa com quem JORGE, VLADIMIR e EXPEDITO teriam se encontrado seria WOLVENAR CAMARGO, Secretário de Obras.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3532022 6899597389 6832282881 28/11/2011 17:18:02 00:02:23 EFETUADA � �

@@@ JORGE X EXPEDITO - VÃO SE ENCONTRAR MAIS TARDE #&

TRANSCRIÇÃO: EXPEDITO: Alô. JORGE TOMAS: Grande EXPEDITO! EXPEDITO: Opa! Quem fala?! JORGE TOMAS: Seu amigo Jorge Tomas. (?) Você está me maltratando, o homem de Deus?

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EXPEDITO: Ô meu grande, e aí, tudo bem? Mas o que foi que houve homem? JORGE TOMAS: Quero falar com você. EXPEDITO: Vamos se encontrar então! JORGE TOMAS: Diga onde você tá que eu vou agora. EXPEDITO: Rapaz, eu to dando um saidinha ali rapidinho, que eu vou procurar o cachorrinho da minha nenê que fugiu, todos dois, ela tá doidinha lá chorando. JORGE TOMAS: Ah hãm. EXPEDITO: Aí eu vou sair jajá. Aí eu lhe retorno nesse telefone tá. É 7389 né? JORGE TOMAS: É. Você não tá com o 8111-7351 mais não? EXPEDITO: Não. Não to mais ele não. JORGE TOMAS: Hã? EXPEDITO: Não que eu tenho... na realidade meu plano são quatro telefones sabe? JORGE TOMAS: Ah. EXPEDITO: É o 7351, 7354, 55 e o 56. JORGE TOMAS: 8111-7356? EXPEDITO: 55 e o 56. JORGE TOMAS: 55 e 56? EXPEDITO: É. JORGE TOMAS: ÁH. EXPEDITO: viu? JORGE TOMAS: Meu amigo, eu passei inclusive mensagem pra você. Eu preciso mesmo conversar com você rapaz óh! EXPEDITO: Tá bom então, vamos fazer o seguinte, vamos deixar pra amanhã de manhã cedo, que eu vou aí. JORGE TOMAS: hã? EXPEDITO: amanhã de manhã cedo. JORGE TOMAS: Não, eu lhe procuro. O problema é o seguinte, se você não se incomodar, eu posso lhe procurar mais tarde que eu quero...o problema é que eu tenho que receber uma resposta sua hoje, senão não adianta mais. EXPEDITO: Eu sei. JORGE TOMAS: Eu queria só ter uma posição sua. EXPEDITO: Então me liga mais tarde, só um pouco mais tarde tá? JORGE TOMAS: Lá pelas sete da noite? EXPEDITO: É, que eu vou sair agora pra procurar esse cachorrinho da minha nenê, porque senão Ave Maria! JORGE TOMAS: Tá ok. EXPEDITO: Tá legal. JORGE TOMAS: Tá bom então, obrigado.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3533847 6899996614

29/11/2011 07:24:53 00:01:03 �

@@@ JORGE X VLADIMIR -

AMBOS VÃO A SEHAB (LEVAR EXPEDITO) #&

TRANSCRIÇÃO: JORGE TOMAS: Oi. VLADIMIR: Oi. JORGE TOMAS: Tu quer que eu vá lá na SEHAB também? VLADIMIR: Com certeza. JORGE TOMAS: Então tá. Te apanho aí? Você me apanha aqui? se encontra lá? VLADIMIR: Ou a gente já podia buscá-lo né. JORGE TOMAS: Hã? VLADIMIR: Podia pegá-lo lá né? JORGE TOMAS: Então tá. VLADIMIR: Já tô de saída.

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JORGE TOMAS: Eu também. VLADIMIR: Tu tá mais perto. Sabe onde que é né (?) ? JORGE TOMAS: Mais ou menos né, chegando lá a gente descobre. VLADIMIR: Tá bom então. JORGE TOMAS: Tá ok. VLADIMIR: (?), se encontra lá. JORGE TOMAS: Tá. VLADIMIR: tá ok.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3533967 6899597389 6881117355 29/11/2011 07:56:51 00:00:55 EFETUADA � �

@@@ JORGE X EXPEDITO - JORGE VAI

BUSCÁ-LO NO ESCRITÓRIO #&

TRANSCRIÇÃO: EXPEDITO: Alô. JORGE TOMAS: Expedito? EXPEDITO: Oi. JORGE TOMAS: Tu já tá aí no escritório? EXPEDITO: Já sim, tá vindo? JORGE TOMAS: Eu não to encontrando. Me diz uma coisa, fica aqui depois da Marmoraria Vila Rica é? EXPEDITO: É, depois da Vila Rica. JORGE TOMAS: Eu tô em frente a Vila Rica. EXPEDITO: Ah, tu tá em frente a Vila Rica? JORGE TOMAS: É. EXPEDITO: Pois, faz o seguinte, que eu to aqui em frente o Valquerendo, que eu já fui lá e voltei, a gente vai pra lá. Que eu vim pegar um material aqui e tomar um cafezinho. Vem andando pra cá, pra frente. JORGE TOMAS: Tá. EXPEDITO: No Valquerendo, bem em frente o Valquerendo. JORGE TOMAS: bem em frente ao Valquerendo né? EXPEDITO: é.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3533998 6899597389 6899996614 29/11/2011 08:04:02 00:00:31 RECEBIDA � �

@@@ JORGE X VLADIMIR -

(CASO EXPEDITO) #&

TRANSCRIÇÃO: JORGE TOMAS: Oi. VLADIMIR: Oi, tá no caminho? JORGE TOMAS: Tô. VLADIMIR: Tá, tá com ele né? JORGE TOMAS: É. VLADIMIR: Tá, eu já vou entrar antes pra amaciar, pra não chegar de surpresa, Tá bom? JORGE TOMAS: Tá ok. VLADIMIR: Né? JORGE TOMAS: Tá legal. VLADIMIR: Tá bom? JORGE TOMAS: Tá, daqui a pouquinho a gente tá chegando, já tamo no caminho. VLADIMIR: Falou então. JORGE TOMAS: Tá. tchau.

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ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3552027 6899996614

02/12/2011 15:01:50 00:01:45 �

@@@ VLADIMIR X MARCELO -

(CASO EXPEDITO) #&

MARCELO: Alô. VLADIMIR: Alô, oi. (...) MARCELO: Oi doutor, fale. VLADIMIR: Só lhe avisar. Deu certo lá, tá. MARCELO: Eu sei! VLADIMIR: Queria agradecer. MARCELO: Eu sei, eu sei! VLADIMIR: Saí de lá mais de duas horas, mas consegui resolver, consegui salvar. MARCELO: É meu filho, tá difícil né? (risos) VLADIMIR: Tudo cara, Deus me livre, eu tô "cagado de urubu" que nem diz o povo aqui. (risos) MARCELO: Mas tá dando certo. VLADIMIR: Não, vai indo tá. Aí, só que eu não vou mais aí cara, que eu não quero encher a paciência de ninguém. MARCELO: Que bom, dá folga pra gente essa semana (risos). (...) O pessoal aqui fala "Engecal? Pelo amor de Deus!" (risos). VLADIMIR: Ué, você não resolve. Se tivesse resolvido eu não tava aí. (risos) Eu também não queria tá aí. Queria tá mais na obra, mas não resolve! heim! só não esquece de ver aqueles dois negocinhos lá que...o outro ainda não chegou na mão da SILVANA né? os vinte e quatro (24) e aquele outro probleminha lá, o homem assinou na hora do almoço? MARCELO: áh não sei não cara, eu acabei de chegar aqui agora....(inaudível) não, deve ter assinado porque a (inaudível, entendo LÉIA) trouxe todos os processos aqui que tavam na mão dele, então provavelmente assinou. VLADIMIR: beleza...tá. MARCELO: que já vai pra pra frente. VLADIMIR: tá bom então. Falou então, bom final de semana. MARCELO: falou. VLADIMIR: muito obrigado aí pela força. MARCELO: falou doutor, tchau.

Corroborando com o acima informado, analisando, por meio das

ERBs (Estações Rádio Base)6 o deslocamento do terminal móvel de JORGE TOMAS, demonstramos que no dia 29/11/2011, o terminal móvel (celular) (68) 99597389, utilizado por JORGE, às 07h57min54seg, efetuou ligação telefônica (índice 3533967) para EXPEDITO CAVALCANTE ((68) 81117355), dizendo que estava nas proximidades de sua empresa, cito Conjunto Solar, Quadra 06, Casa 13 - Vila Ivonete/AC, tendo EXPEDITO marcado de encontrar JORGE em frente ao supermercado VAL QUERENDO, informação essa confirmada pelas coordenadas geográficas (abaixo) fornecidas pela ERB (Estação Rádio Base) do celular de JORGE.

6É a denominação dada em um sistema de telefonia celular para a Estação Fixa com que os terminais móveis se comunicam. Como são diversas ERBs espalhadas pela cidade, sendo certo de que quando se faz ou se atende uma ligação por meio de celular, utiliza-se a ERB mais próxima, é possível saber, por meio da localização da ERB utilizada pelo interlocutor, fornecida pela operadora de telefonia, se não o local preciso do interlocutor, uma área bastante delimitada de onde se está falando.

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Detalhes da Célula

724-06-04168-10061 Operadora: VIVO

Endereço: RUA APOLONIO SALES, 2318

Cidade - UF: VILA IVONETE - ACLongitude: -67.825813Latitude: -9.938297Azimute: 106

Prosseguindo o acompanhamento do deslocamento do terminal

móvel de JORGE VANDERLAU TOMAS, observou-se que esse, após sair da Vila Ivonete, passou nas proximidades do Conjunto Manoel Julião, tendo após 19 (dezenove) minutos chegado às imediações do conjunto universitário, local onde está a sede da SEHAB. No mesmo sentido, o Senhor MARCELO SANCHES às 08h05min26seg estava sob a mesma ERB de JORGE WANDERLAU, onde teria permanecido no local até às 12hs59min35seg.

Detalhes da Célula

724-06-04168-10321

Operadora: VIVO

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Endereço: RUA 5 QUADRA 7-LOTE 17

Cidade - UF: MANUEL JULIAO -

ACLongitude: -67.833944Latitude: -9.95375 Azimute: 0

Detalhes da Célula

724-06-04168-40041

Operadora: VIVO

Endereço: RODOVIA BR 364 KM 7

Cidade - UF: UNIVERSIT¿RIO - ACLongitude: -67.874103Latitude: -9.941414Azimute: 120

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Assim, no dia 29/11/2011, foi possível saber que os Senhores

MARCELO SANCHES, VLADIMIR CAMARA TOMAS e JORGE WANDERLAU, estavam sob a mesma ERB (Universitário – SEHAB), sendo que MARCELO SANCHES chegou por volta das 08h05min26seg, onde teria mudado de ERB somente às 12hs59min35seg. Em relação aos demais apresentamos o quadro abaixo para melhor entendimento:

ALVO CHEGADA SAÍDA CHEGADA SAÍDA VLADIMIR 08:04:01 08:29:02 10:17:27 11:20:07

JORGE TOMAS 08:24:30 08:25:13 10:54:21 11:26:16 Em que pese VLADIMIR, após reunião na SEHAB, ter

expressado claramente que havia resolvido o problema, ou seja, a empresa vencedora da licitação 171/2011 seria a ENGECAL, uma chamada (índice nº 3573069), do dia 05/12/12, inesperada para MARCELO, provavelmente de algum integrante da Comissão de Licitação, informa que a desclassificação da empresa EXPEDITO não havia sido acatada pela CPL e que, portanto, esta teria sido declarada a vencedora do processo licitatório, ficando a ENGECAL na segunda posição. MARCELO rebate dizendo que isso não seria possível por se tratar de pedido de desistência da própria empresa (EXPEDITO). Quando o interlocutor questiona dizendo que este não teria feito à desistência, MARCELO é enfático: “Claro que sim, era pra ter feito!”.

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ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3573069 6899715011

05/12/2011 16:15:07 00:01:37 �

@@@ MARCELO X AUDI - (CASO EXPEDITO) #&

TRANSCRIÇÃO: Audi: Marcelo? Marcelo: Oi Audi. Audi: Você tá na SEHAB? Marcelo: Não, tô no velório aqui da irmã do Mario Resende. Audi: Eu te mandei um email, negócio da concorrência lá dá 171. Marcelo: O que é que tem? Audi: A Expedito ficou em primeiro lugar mesmo. A CPL não acatou a desclassificação. Marcelo: Que?! Audi: É! Porque, porque já tinha ultrapassado, já ultrapassou a fase, vocês... é porque eu não vi a análise técnica. Marcelo: Mas a classificação era desistência dele mulher! Audi: Não, não!! Foi uma análise técnica pra lá! Marcelo: Não, a análise técnica é nossa, homologando a outra. Audi: Mas já tinha passado o momento de análise técnica. Na verdade, esse não era o momento, entendeu? de análise técnica, já tinha sido feita. Aí eles não aceitaram, ela ficou em primeiro lugar. Marcelo: Quem ficou em primeir lugar? Audi: A Expedito! A Engecal ficou em segundo. Marcelo: Mas vem cá, oh, foi a primeira análise nossa, aí nós mandamos na Engecal primeiro... Audi: Não, a primeira análise, lá no começo, vocês falaram que OK a proposta, da Expedito, entendeu? Marcelo: Não, não adianta agora, quando eu for pra aí a gente já vê. Daqui a meia hora eu tô saindo. Audi: Só que ele não fez desistência não! Marcelo: Claro que sim, era pra ter feito! Audi: Pois é, então tá bom. Quando chegar, tu me avisa. Marcelo: Tá bom. Audi: Tá, tchau.

Três dias depois, ao tomar conhecimento desta situação

VLADIMIR informa tanto ao sogro, CACAU (chamada 3594137), quanto a seu pai, JORGE TOMAS (chamada 3594151), sobre este imprevisto. Nota-se que ele classifica o fato como “problemas gravíssimos”, tendo pedido inclusive ao seu pai que cancelasse sua participação em um almoço da FIEAC que teria a presença de políticos do Estado. JORGE deixa claro que se referem à questão da concorrência 171/2011 quando, na chamada 3594587, afirma que “o Expedito não pode saber disso” e que “é pra ele não saber dessa história”. VLADIMIR diz que o próprio Secretário de Obras, teria pedido celeridade no processo, disse ainda que “a Assessoria Jurídica de lá já tava dizendo que não ia dar parecer favorável a isso porque ia se enrolar”. Termina dizendo que WOLVENAR teria falado “pergunta pra Gracie, o que ela disser tá dito”.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3594137 6899996614 08/12/2011 11:48:24 00:00:44 � �

@@@ VLADIMIR X CACAU -

(CASO EXPEDITO) #&

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TRANSCRIÇÃO: CACAU: Oi Vladimir. VLADIMIR: ...(inaudível) Me aguarde meia hora pro Senhor almoçar, que eu tenho que falar com o Senhor, com o Senhor agora tá? CACAU: Então tá. VLADIMIR: Problemas gravíssimos. CACAU: Hã? VLADIMIR: Problemas gravíssimos. Preciso falar com o senhor. CACAU: Tá. VLADIMIR: Tá? É sério mesmo. O negócio... (interrompido por Cacau). CACAU: Cê tá onde? VLADIMIR: Eu to passando aqui no DERACRE e vou pro escritório. CACAU: Então tá. VLADIMIR: Tá bom? Tá, tchau.

ÍNDICE TELEFONE DO

ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3594151 6899996614 08/12/2011 11:49:31 00:01:19 �

@@@ VLADIMIR X JORGE -

(CASO EXPEDITO) #&

TRANSCRIÇÃO: JORGE TOMAS: Fala. VLADIMIR: Tá onde agora? JORGE TOMAS: Eu vim em casa, mudar de roupa, que eu vou pra um almoço lá na federação (FIEAC). Por quê? VLADIMIR: Esquece teu almoço da federação (FIEAC) tá?! JORGE TOMAS: Hã? VLADIMIR: Esquece teu almoço da federação (FIEAC)! JORGE TOMAS: Não entendi. VLADIMIR: Esquece teu almoço tá? JORGE TOMAS: Por quê? VLADIMIR: Cancela esse almoço aí. Tem almoço do que lá? JORGE TOMAS: É com o pessoal da Assembleia e da Câmara Municipal, sobre agenda legislativa. Sim, mas diz, o que é? VLADIMIR: Um problema que deu. JORGE TOMAS: Com o... o... (interrompido por Vladimir). VLADIMIR: ...tu entendeu, agente tem que conversar agora. JORGE TOMAS: Tu tá onde? VLADIMIR: Eu tô passando aqui na SEOP, falar com a Gracie e tô indo pro escritório. JORGE TOMAS: Na SEOP? VLADIMIR: É, eu não vou poder entrar em detalhes contigo! Não adianta tá me perguntando! Chamada interrompida)

ÍNDICE TELEFONE DO

ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3594587 6899597389 08/12/2011 12:51:09 00:02:44 � �

@@@ VLADIMIR X JORGE (CASO EXPEDITO) #&

TRANSCRIÇÃO: VLADIMIR: Alô.

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JORGE TOMAS: Ééé, vê se, se... o Expedito não pode saber disso tá. Se alguém for informar qualquer coisa lá pela SEHAB, por enquanto num, num, num... é pra ele não saber dessa história, tá? Ou ele já sabe?! VLADIMIR: Não sei. JORGE TOMAS: Tá, ele mandou a carta já não? VLADIMIR: Também não sei. JORGE TOMAS: Tá. VLADIMIR: Não tenho mais com controle de situação nenhuma. Me chamaram hoje de manhã, falaram isso... JORGE TOMAS: Quem que te chamou pra falar isso? VLADIMIR: O diretor de obras. JORGE TOMAS: Tô achando estranho. VLADIMIR: Hã? JORGE TOMAS: Eu estou achando estranho! VLADIMIR: Não, eu já falei com ela, com a Gracie. Quem mandou passar com ela foi ele, o Secretário. Chamou... ele conversou com ele né. JORGE TOMAS: Hã. VLADIMIR: Conversou com ele de manhã e chamou os dois, pediu pra celeridade no processo, entendeu? JORGE TOMAS: hum. VLADIMIR: aí pra ver como é que ia fazer né? Aí a Assessoria Jurídica de lá já tava dizendo que não ia, no momento que ela falou que não ia dar parecer favorável a isso porque ia se enrolar né? lembra que eu te falei? Aí ele pediu, pergunta pra Gracie. O que ela disser, tá dito, como se diz: eu vou pelo o que a GRACIE fala. JORGE TOMAS: Foi o Secretário que pediu pra perguntar pra ela? VLADIMIR: É. JORGE TOMAS: Tá, o Secretário não tava mais lá e a tarde vou tentar falar com ele, saber direito isso aí...(inaudível) tá ok.

Fechando o que fora apurado até o presente com respeito a esta

situação, cito ainda a chamada 3596928, do dia 08/12/11, na qual MARCELO pergunta a VLADIMIR (ainda com relação ao problema da empresa EXPEDITO ter vencido a concorrência 171/2011) se a resolução do problema “é daquele jeito?”. Diante da negativa de VLADIMIR, MARCELO emenda “Vixi Maria, toma cuidado!”.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3596928 6899715011

08/12/2011 17:44:45 00:05:48 �

@@@ MARCELO X VLADIMIR - VAI

RESOLVER "DAQUELE JEITO"? #&

TRANSCRIÇÃO: VLADIMIR: Alô. MARCELO: Fala doutor. VLADIMIR: Fala, filhão, tenho uma luz, tá? MARCELO: Ai meu Deus do céu. eu não preciso de luz não. Eu preciso de uma lanterna de um holofote... de um refletor... VLADIMIR: Não, de um banho de sal grosso, alho, benzer e o cacete... porra. MARCELO: Hã. VLADIMIR: Mas tá, você já soube. O Leandro teve aí e falou que vocês iam hoje pra confraternização as cinco horas. Por isso que eu liguei e já não insisti. MARCELO: Fazer o que?! Ah, não, ih, agora que eu to saindo da Caixa (Caixa Econômica Federal).

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VLADIMIR: Tá, amanhã as oito horas eu passo lá só pra falar... MARCELO: Não vou estar lá. Eu só vou chegar lá.... eu vou chegar lá nove, eu vou sair, só volto dez pra...(inaudível) agenda com o Wolvenar (Secretário de Obras). VLADIMIR: Eu não preciso falar contigo amanhã de manhã não. Eu só vou amanhã... eu vou com o Anderson, (...) eu posso ir com o Anderson dar uma olhadinha num papel, tá? Que nove horas eu tenho uma reunião. Aí eu volto lá onze horas pra te dar o resultado. MARCELO: Tá, vê quando tu puder ir com o Anderson lá, porque amanhã de manhã eu to enroladézimo. VLADIMIR: Não, não, não. Eu só queria pedir permissão, pra ver se eu posso ir com o Anderson, tá entendendo? MARCELO: Tá, eu vou ligar pro Anderson autorizando, falo que você vai procurá-lo e cê já vai agilizando. VLADIMIR: Tá, é rapidinho. Que eu tenho reunião amanhã nove horas. Tem grandes chances... MARCELO: Hãham. Tá, tem que lembrar daquele jeito (risos), que é o único... VLADIMIR: Hã? MARCELO: É daquele jeito? VLADIMIR: Não, não. MARCELO: Vixi Maria, toma cuidado! VLADIMIR: Não com vocês, entendeu? Voltando pra trás. MARCELO: Vixi mamãe. VLADIMIR: É melhor... a gente conversa pessoalmente. Tem uma explicação que é demorada, uma história longa. Eu te conto pessoalmente depois. MARCELO: é...eu tinha outra coisa pra falar contigo. VLADIMIR: ...(inaudível) eu posso começar o serviço lá da rua? MARCELO: ah, a GICELE não me deu positivo ainda, eu falei pra ela, eu tô precisando da sua data, você vai dizer qual data, a data que eu pagar eu vou ligar não sei pra quem, eu tô vendo que é tão enrolado quanto a gente. VLADIMIR: então...(inaudível) final do ano todo mundo tá. aí...tá, aí isso eu já vi né? e já tomei providências, eu vou amanhã, eu vou mandar uma escavadeira lá pro igarapé fundo e afundar em meio metro todo o leito do canal, de ponta a ponta. MARCELO: áh tá, lembrou bem, igarapé fundo, tá vai fazer o que que tu ia fazer? VLADIMIR: afundar, dá uma afundada, dar raspada...canal, no leito. MARCELO: sei. VLADIMIR: pra melhorar o fluxo de água, ali perto da galeria. MARCELO: tá, então, é justamente isso aí, o Gildo me ligou é, o que acontece é o seguinte, nós tentamos lá na DEPASA, eu WOLVENAR tudo te liguei...(inaudível) pra gente fazer aquelas programações nossa pra execução daquela galeria... VLADIMIR: aí eu te mandei...que eu tava com umas coisa aqui que podia sentar pra ver né? eu já tinha feito todos os levantamentos. MARCELO: então, mais aí, eu preciso saber o seguinte, quando você começa a concretar os benditos módulos? começar a concretar aqueles módulos cara. VLADIMIR: tá deixa eu ajeitar esse espaço amanhã de manhã, a tarde a gente tenta fazer isso, porque... MARCELO:...não, não você já tem que começar a verificar as formas, né? aí eu falei GILDO... VLADIMIR: já comecei a verificar, eu tô com as formas lá no canteiro, deixa só eu pagar esse incêndio amanhã de manhã e a tarde eu sento contigo pra gente fazer essa reunião técnica! MARCELO: é, porque você tem que começar a concretar imediatamente, porque, ele tem que fazer a intervenção lá até o dia quinze de janeiro (15/01/2013), ele tem que fazer, entendeu? que ele já tá no limite até da CAIXA ECONÔMICA ele tá com risco até de perder os recursos lá da, eu acho que é a ELEACRE que vai fazer a... VLADIMIR: sim, mais aí no dia quinze de janeiro (15/01/2013) tá? como é que vai abrir aquilo com chuva? MARCELO: eu ainda não sei o que que vai fazer, nós temos que fazer, era pra ter feito já, esse concreto era pra tá pronto, um monte de coisa aí, eu sei... VLADIMIR: ...e não tá nem adequado na CAIXA pra fazer com pré-moldado né? eles não mandaram pra CAIXA também. MARCELO: mais como não?

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VLADIMIR: não, não tá não, pra ti ter uma ideia MARCELO tá? o LOTE II do palheiral eu não tô nem recebendo as medições de forma, de ferro, de nada... MARCELO: então... VLADIMIR: porque nem o LOTE II do palheiral está adequado na CAIXA. MARCELO: tá, então vamos tratar especificamente amanhã isso aí então, já diz que tu tem que se programar pra isso... VLADIMIR: a glosa do LOTE VI até hoje eu não recebi de dois anos, a glosa do LOTE VI ainda da CAIXA, as minhas obras...(inaudível) novidade não tá adequados na CAIXA, num tão lá. MARCELO: estranho, o GILDO hoje ligou e falou que tá tudo ok. Eu vou ligar pro (inaudível, entendo WILLIAM) então pra saber dessa adequação. VLADIMIR: não, não, nem adianta tu ligar...que só vai passar...eu tenho certeza que não alteraram a (inaudível) pra pré-moldado. MARCELO: não, pra saber quando vai tá pronto isso que...quando começar já vai tá aprovado, tem que ser encaminhado isso aí cara, que não podemos mais perder tempo. VLADIMIR: então vamos, faz o seguinte, é melhor fazer uma reunião um olhando na cara do outro, amanhã eu vou pra lá e tem essa reunião, chamando o WILHAMES, todo mundo. MARCELO: não, já chama, já antecipa lá, eu vou passar isso agora pra ele. VLADIMIR: tá, amanhã de manhã, quando eu for lá eu já vejo isso então. MARCELO: tá, fala que eu pedi, porque eu vou tá numa agenda fora. VLADIMIR: não, não te preocupa não, sabe que...eu vou lá com ele e já vou provocar, hoje mesmo, agora o coitado não tem tempo pra nada, eu tô há três dias, esperando pra ele ir comigo lá no palheiral e ele pedindo mil desculpas, que ele não tá tendo tempo nem pra se coçar. MARCELO: não, mas vamos ter que coçar com uma mão e trabalhar com a outra, tá eu vou ver. VLADIMIR: eu vou botar até o LEANDRO aqui pra já ajeitar todos os levantamentos pra já entregar tudo pronto pra ir. MARCELO: tá bom então. VLADIMIR: eu já vou começar a fazer hoje já. MARCELO: tá certo. VLADIMIR: tá bom.

Não sabemos qual foi o expediente adotado para a exclusão do

certame licitatório da concorrência nº 171/2011, da empresaEXPEDITO, fato que poderá ser esclarecido com o próprio proprietário da empresa e com a análise dos documentos relacionados à licitação, em momento oportuno.

Todavia, por tudo que restou apurado, existem fortes indícios de fraude ao caráter competitivo do procedimento licitatório materializado na concorrência nº 171/2011, crime previsto no artigo 90, da lei nº 8.666/93, por parte do representante da ENGECAL VLADIMIR CAMARA TOMAS e por parte do Diretor Executivo da SEHAB, MARCELO SANCHES DE MENEZES.

Abaixo, consta a publicação no Diário Oficial do Estado do Acre, em que o Secretário Wolvenar adjudicou o objeto da Concorrência 171/2011 a empresa ENGECAL, no dia 09/12/2011.

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A INEXISTÊNCIA DE COMPETIÇÃO ENTRE OS

CONCORRENTES No áudio de índice nº3414148, Vladimir informa a seu sogro Luiz

Carlos (cacau) que venceram a licitação, informando inclusive que nesta só participaram “amigos”, que no próximo certame se participarem os mesmos “amigos”, estaria tranquilo. ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3414148 6899996614 6899854114 04/11/2011 09:58:10 00:00:57 �

@@@ VLADIMIR X SOGRO (LUIZ

CARLOS) - GANHAMOS A PRIMEIRA #&

TRANSCRIÇÃO: SOGRO: oi. VLADIMIR: alô SOGRO: oi. VLADIMIR: oi, deu certo tá. SOGRO: ai, graças a Deus. VLADIMIR: tá bom, uma já tá, tem a outra agora. SOGRO: ãh, mas não apareceu ninguém não né?

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VLADIMIR: muita gente. SOGRO: ãh? VLADIMIR: não, não tá tranquilo, foi, foi essa, num sei a um, a primeira foi tranquilo, só "amigos" SOGRO: ãh. VLADIMIR: tomo mundo no pau, mas ganhamos, agora era uma turma "light", sem muita confusão. SOGRO: peraí que eu chego no escritório. VLADIMIR: não, já vou voltar, eu não vou ficar aqui não, a segunda se for o mesmo pessoal, tá tranquilo. SOGRO: ãh. VLADIMIR: ...(inaudível) esse negócio.

No áudio abaixo Narciso conversa com Nilton da ADINN

indagando do mesmo se iria participar da licitação do SEBRAE. Nilton responde “tô mexendo os lances, com as quadrilhas, vocês estão também na briga?” Neste áudio percebe-se que tanto Narciso, da empresa CIC, quanto Nilton da empresa ADINN estariam elaborando as propostas que iriam oferecer na licitação do SEBRAE, e que posteriormente iriam conversar.

Esclareça-se que o acerto entre os licitantes é materializado na

elaboração das propostas, em que um fica sabendo da proposta do outro, sabendo previamente quem ofertará menor preço.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3576594 6881119927 6899853843 06/12/2011 08:31:08 00:00:40 �

@@@ NARCISO JÚNIOR X NILTON - PARTICIPAR

DE LICITAÇÃO SEBRAE #

TRANSCRIÇÃO: NILTON: Alô. NARCISO JÚNIOR: Nilton NILTON: Oi Narciso. NARCISO JÚNIOR: Tudo bom parceiro? NILTON: Tudo. NARCISO JÚNIOR: Deixa eu te perguntar uma coisa, é, é, tu vai participar da licitação do SEBRAE? NILTON: Tô mexendo os lances, com as quadrilhas, vocês estão também na briga? Ta na briga? NARCISO JÚNIOR: Meu primo tá trabalhando nela aqui, comigo, o do tio Naildo. NILTON: Ah tá. NARCISO JÚNIOR: Não, mas então você tá fazendo proposta, né? NILTON: É, é, mas depois, mais fácil a gente conversa né? NARCISO JÚNIOR: Tá bom. NILTON: Tá? Tá jóia então

No áudio abaixo, Narciso, o pai, conversa com seu filho dizendo que tentaria um encontro com CARLOS SASAI, dono da empresa CONSTRUTERRA e atual presidente da FIEAC, mas devido a um sepultamento, cuja cerimônia ainda não havia terminado, não poderia dizer se teria como encontrar com ele. Narciso, pai, diz que todo mundo que ele queria

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falar sobre uma licitação estava lá no cemitério durante a cerimônia do sepultamento. Diz que o ADRIANO, da empresa MAV, teria lhe garantido que não participaria da licitação de sexta. Termina dizendo que se Carlos Sasai fosse à academia, de propriedade da família do alvo Narciso conhecida por Mais Academia, ligaria para seu filho.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3574109 6881119927 6881119857 05/12/2011 18:21:03 00:01:09 � �

@@@ NARCISO X PAI - SOBRE LICITAÇÃO DE

SEXTA (SEBRAE) #

TRANSCRIÇÃO: NARCISO JÚNIOR: Oi pai. PAI: Tu tá aonde? NARCISO JÚNIOR: Chegando em casa. PAI: Ah é? NARCISO JÚNIOR: É. PAI: Olha eu tinha acertado com o Carlos Sassai pra hoje às 7 horas. NARCISO JÚNIOR: Hum. PAI: Pra gente pegar ele e ir lá na academia. NARCISO JÚNIOR: Hum. PAI: Mas eu acho que com essa morte ele nem vai, a gente tá saindo agora do enterro, a gente tá saindo agora do cemitério e o enterro não terminou ainda né.NARCISO JÚNIOR: É, e ele tá aí o Carlos? Tá né? PAI: É claro Narciso, tá todo o G..(interrompe) todo mundo que eu queria falar hoje o negócio da licitação tava lá né, o Adriano, o Adriano me confirmou que, me disse, me garantiu que não entra tá. NARCISO JÚNIOR: Que o que? PAI: O Adriano me garantiu que não entra naquela de sexta tá, tá? NARCISO JÚNIOR: Tá, vamos conversar isso amanhã, vamos conversar amanhã pessoalmente. PAI: Alô. NARCISO JÚNIOR: Alô. PAI: Alô. NARCISO JÚNIOR: Oi. PAI: Mas se por acaso o Carlos Sasai ainda confirmar que vai hoje lá, na academia aí eu ligo pra você pra você ir pra lá, tá? NARCISO JÚNIOR: Tá bom.

A respeito deste assunto,o auto circunstanciado (fls.28 e

seguintes do apenso IV) esclarece: ...“Na ocasião do velório da irmã do empresário Mario Resende, onde estariam grande parte dos representantes das empresas do ramo de construção civil do Estado do Acre (grande parte das empresas associadas ao SINDUSCON), o pai de NARCISO menciona que tinha marcado uma reunião com Carlos Sasai naquele mesmo dia, porém não sabia se a conversa aconteceria em razão da eventualidade do óbito ocorrido. Entretanto, quando NARCISO questiona se CARLOS SASAI estava presente no velório, seu pai revela “É claro Narciso, tá todo mundo do G...(interrompe), todo mundo que eu queria falar hoje o negócio da licitação tava lá né. O Adriano me confirmou que, me disse, me garantiu que não entra tá”. Nota-se que este quase chegou a fazer menção ao suposto grupo G7. Diante da insistência do pai de prosseguir no assunto por telefone, “o Adriano me garantiu que não entra naquela de sexta lá”, NARCISO sugere “tá, vamos

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conversar depois pessoalmente”. Na ligação de índice 3578661, o pai de NARCISO revela que a licitação (do SEBRAE) tinha sido prorrogada (inclusive, em virtude de contestação do edital por parte da empresa CIC CONSTRUÇÕES). Ele comenta algo sobre uma conversa (provavelmente entre as empresas participantes), “reuniu todo mundo lá, depois eu converso contigo, mas ficou bom, foi interessante a conversa ta”. Finalmente, na chamada 3595943, NARCISO revela ao pai com entusiasmo que, com relação à licitação (do SEBRAE), tinha dado tudo certo e que a SEOP iria contratá-los, ou seja, que haviam vencido o processo licitatório.

As investigações até então realizadas apontam que entre as empresas participantes dos procedimentos licitatórios no Estado do Acre há relações muito próximas. Nos áudios abaixo constatou-se que a empresa ENGECAL administrada por Wladimir mantém estreitas relações com a empresa CONSTRUTERRA, cujo proprietário de fato é o Sr. CARLOS SASAI, atual presidente da FIEAC.

Neste sentido, o Auto Circunstanciado (apenso IV) noticia: “A

chamada de índice 3517543, entre VLADIMIR e JORGE TOMAS, apresenta o ponto de início de duas situações que se configuraram ao longo das demais chamadas. Uma delas diz respeito à ligação entre a empresa ENGECAL e a empresa CONSTRUTERRA CONSTRUÇÃO CIVIL LTDA, de propriedade de CARLOS TAKASHI SASAI (embora esteja em nome dos filhos ADRIANO SASAI e FABIANO SASAI), atual presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC). Nota-se que VLADIMIR menciona que precisa passar na CONSTRUTERRA, afirma que já haviam solicitado a nota (fiscal de serviço), que provavelmente já teria chegado um e-mail a CONSTRUTERRA e que JORGE TOMAS deveria entrar em contato com CARLOS SASAI. Ele comenta que teria uma hora para juntar uma série de documentos. Tal situação fica mais elucidada com o que se complementa nas chamadas subseqüentes, onde fica melhor esclarecido que a ENGECAL estaria agilizando todo o trâmite de um processo de pagamento na SEHAB em nome da empresa CONSTRUTERRA. Hipóteses para esta situação vão desde uma possível subempreitada (subcontratação), entre ambas as empresas, até uma situação mais crítica em que a ENGECAL teria executado obras em nome da empresa CONSTRUTERRA”...

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3517543 6899996614

25/11/2011 09:32:36 00:03:12 �

@@@ VLADIMIR X JORGE - SOBRE

CONSTRUTERRA E EXPEDITO #&

TRANSCRIÇÃO: JORGE TOMAS: Alô. VLADIMIR: Oi, tu tá onde? JORGE TOMAS: Eu tô procurando o Expedito, mas não... Acho que ele tá viajando, já fui até na casa dele... e não tem ninguém. (...) To saindo da casa dele agora. (...) Não tem ninguém, dele deve ter viajado. Ele sempre viaja final de ano, fecha tudo e...

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VLADIMIR: Tá, e na Construterra, como é que tá? JORGE TOMAS: Hã? VLADIMIR: Na Construterrra. JORGE TOMAS: Eu não sei, até ontem não tinha (interrompido por Vladimir) VLADIMIR: Não, não, não, pediram a nota agora (...). Mandaram e-mail lá só agora. Acho que eu já tô com o papel antes de chegar o email lá. JORGE TOMAS: Hã. VLADIMIR: Aí tem uma hora pra dar tempo. Tem uma hora pra só separar os documentos e trazer aqui de volta. Eu achava melhor... eu posso ir, mas to com o negócio aqui (interrompido por Jorge Tomas). JORGE TOMAS: Não, faz o seguinte, vai, aproveita tá aí, vai lá que isso aí é com o... vai com o LUCIANO. Qualquer coisa me avisa...Alô! VLADIMIR: Oi. JORGE TOMAS: Tu não tá com isso na mão? VLADIMIR: Tô, mais tem que ficar alguém lá esperando eles aprontarem e eu não tô... eu já tenho um compromisso agora. JORGE TOMAS: Tá OK. VLADIMIR: Eu posso ir lá agora. Eu tenho que voltar só pra obra. Esquece essa obra pelo amor de Deus! JORGE TOMAS: Tá OK. VLADIMIR: (...) Tem um monte de gente, fornecedor, um monte de gente lá, eu tenho que voltar no escritório. JORGE TOMAS: Tá. Tu tá onde? VLADIMIR: To indo lá na Construterra. JORGE TOMAS: Então tá. Vai lá e quando chegar lá me avisa que aí eu... (...) e me diz que horas que vai ficar pronta essa coisa toda, que eu também não vou ficar sentado lá na cadeira do homem esperando né! Aí tu vai lá, fala com o LUCIANO e pergunta que horas que eu posso ir (interrompido por Vladimir). VLADIMIR: Tem o telefone do Luciano aí? JORGE TOMAS: Pera aí, eu acho que... tenho não, tenho não. VLADIMIR: Dá pra tu ligar pro Carlão, pra (?), pra ele adiantar. JORGE TOMAS: Ah?... Posso, posso ligar pro Carlos (Carlos Sasai - dono da empresa Construterra). Mas tem que chegar lá o documento primeiro. VLADIMIR: Já deve tá no e-mail deles. JORGE: Hã? VLADIMIR: Já deve tá no e-mail deles. JORGE TOMAS: Tá OK. Tá bom. Mas só me diz. Tu vai passar lá agora? VLADIMIR: Vou, vou lá agora. JORGE TOMAS: Aí tu me retorna dizendo que horas pra ir lá buscar o documento? VLADIMIR: Tá, eu te retorno, pode deixar. JORGE TOMAS: Tá.

Ainda segundo este Auto Circunstanciado, “no tocante as demais ligações que demonstram a relação entre CONSTRUTERRA e ENGECAL, destacam-se as chamadas de índices 3521370, 3522952, 3529522 e 3540249. Na primeira, JORGE TOMAS menciona um pagamento que, ao que tudo indica, seria referente a débitos que deveriam ser quitados para regularizar a situação da CONSTRUTERRA (provavelmente para a emissão de certidões, as quais são exigidas por lei nos processos de pagamentos via contratos com o poder público). JORGE ainda diz que “eles” (CONSTRUTERRA) estariam no “mesmo barco” e que, portanto tentariam dar um jeito. Na chamada subseqüente (3522952), VLADIMIR diz que estaria entendendo o que foi feito, mas que deveriam “botar o rolo pra rodar e dar uma batidazinha”. Verifica-se que, tanto nesta quanto nas demais chamadas, VLADIMIR e o pai evitam citar

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nomes e reservam maiores detalhes para “explicar pessoalmente”. Ainda referente a esta questão da relação entre ENGECAL e CONSTRUTERRA, verifica-se na chamada de índice 3529522, que JORGE TOMAS estaria fazendo contatos com CARLOS SASAI ao passo que VLADIMIR estaria articulando junto com “os meninos” (ADRIANO SASAI e FABIANO SASAI). VLADIMIR diz que os “meninos são foda” e seu pai diz “não pense que estão melhor que a gente não”. Na ligação 3540249, VLADIMIR explica para um credor que o pagamento da CONSTRUTERRA havia sido cancelado e, inclusive, menciona claramente que o pagamento seria o “que ia fazer através da outra empresa”. No caso, pelo que se constata no próprio áudio, tratava-se realmente da CONSTRUTERRA. Fica caracterizado que a ENGECAL receberia uma parte do valor do pagamento em nome desta outra empresa e que iria inclusive quitar credores com parte do montante. Maiores investigações com relação à empresa CONSTRUTERRA se fazem necessárias para elucidar quais condutas estes têm adotado no que tange subcontratações ou, até mesmo, fraudes nas execuções das obras dos contratos com a administração pública”.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3521370 6899597389

25/11/2011 21:00:57 00:01:37 �

@@@ JORGE X VLADIMIR - VÃO VER SE DÁ PRA DAR UM JEITO #

3522952 6899597389

26/11/2011 10:04:33 00:00:45 �

@@ JORGE X VLADIMIR #

3529522 6899996614

28/11/2011 08:42:59 00:01:33 �

@@@ VLADIMIR X JORGE - CARLOS

SASAI FALOU QUE IA RESOLVER #

3540249 6899996614

30/11/2011 10:51:32 00:01:01 �

@@@ VLADIMIR X HNI - FOI

CANCELADO O DA CONSTRUTERRA #

TRANSCRIÇÃO DOÍNDICE: 3521370 VLADIMIR: Alô. JORGE TOMAS: Oi. VLADIMIR: Oi, diga. JORGE TOMAS: Não, é aquilo mesmo né. Não tava... não tava, não tá pago. Eu tava com medo de pedir... que é pra pagar e aparecer o resto. Então... VLADIMIR: Como assim? JORGE TOMAS: É, isso aí eu te explico pessoalmente. Mais eles tão se virando pra ver se segunda-feira... até porque tão no mesmo barco. Tem uma outra coisa também que eles tem que...resolver, mais aí... VLADIMIR: ...(inaudível). JORGE TOMAS: É, disse que segunda-feira de manhã vão... diz ele que vai dar pra dar um jeito. VLADIMIR: Tá ok...tudo bem. JORGE TOMAS: Tá? VLADIMIR: Tá ok. A gente se fala pessoalmente amanhã pra ver isso. JORGE TOMAS: Tá, amanhã de manhã eu te explico direitinho. VLADIMIR: Tá ok então. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE: 3522952 VLADIMIR: Alô. JORGE TOMAS: Sim, tu ainda demora?

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VLADIMIR: Não. To aqui em frente ao Makro... indo pra aí. JORGE TOMAS: Tá vindo pra cá? VLADIMIR: Eu to em frente ao Makro no carro. JORGE TOMAS: Então tá, porque eu vou ter que sair. Vem naquela rua, naquela Rua Toshiba. VLADIMIR: Tá eu vou na Rua Toshiba aí. O que é que houve? JORGE TOMAS: Não, é que eu vou ter que sair. Eu tenho que dar uma saída, mas eu quero conversar contigo. VLADIMIR: Não, eu vou conversar aí antes. Eu to com as caçambas tudo parado, vou ver o que é que eu faço. Eu to entendendo. Se vocês fizeram o que eu to pensando, beleza! Agora, tem que botar o rolo pra rodar pra dar uma batidazinha aí né. JORGE TOMAS: Tá, quando tu chegar a gente conversa. VLADIMIR: Tá bom, tá tchau. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE: 3529522 JORGE TOMAS: Oi. VLADIMIR: Oi, pode falar. JORGE TOMAS: Não, é só pra saber do andamento aí, pra ver o que... que posição eu tomo aqui. VLADIMIR: Como assim? JORGE TOMAS: Já foi na Construterra? VLADIMIR: Não, vou lá agora. Você tem que ligar e falar com o Carlos pra ele dar um (?). JORGE TOMAS: Falei com o Carlos e ele me disse que iam resolver, mas é aquela história, o Carlos aparece pouco por lá, vai de vez em quando e...mais ele diz que ia. Já tinha falado inclusive pros meninos resolverem isso. Agora, sempre tem reticente né? Por isso que eu queria saber lá, justamente...tu foi lá nos meninos ou não. VLADIMIR: To indo lá agora. JORGE TOMAS: E aí tu me dá um retorno. VLADIMIR: Tá, tudo bem. Os meninos são foda. JORGE TOMAS: Hã? VLADIMIR: Os meninos são foda. JORGE TOMAS: São meu filho, mais é (interrompido por Vladimir). VLADIMIR: Eu sei, eu vou lá agora, eu não tô...(inaudível) tá passando. JORGE TOMAS: Eles estão no mesmo desespero da gente. Pense que tão melhor do que a gente não. VLADIMIR: Tá. JORGE TOMAS: Tá ok. Inclusive falei pra ele que se tiver alguma (interrompido por Vladimir). VLADIMIR: Tá, tudo bem, tudo bem. Não, tá, eu sei, eu to entendendo. Eu vou lá agora. Tá, e lá? Dá pra fazer alguma coisa? (chamada interrompida) TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE: 3540249 VLADIMIR: Alô. HNI: Alô. VLADIMIR: Fala filhão. HNI: E aí comandante? VLADIMIR: Foi cancelado. HNI: Cancelado? VLADIMIR: Foi, da Construterra eles cancelaram. HNI: Hã? VLADIMIR: O que tinham que fazer através da outra empresa, cancelaram. HNI: Ãh, e o que tava lá na mão da Silvania? VLADIMIR: Ãh, tem um do reajuste lá, que não dá nem o boleto da Receita Federal. Passa lá hoje no final da tarde no escritório. Me liga hoje, no finalzinho da tarde, quando sair daí. HNI: Tá. VLADIMIR: Pra não ficar falando por telefone, tá? (...) Eu te mostro lá. HNI: Tá, falou então.

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VLADIMIR: Me liga mesmo, tá? HNI: Tá falou. VLADIMIR: Te (...inaudível) ainda hoje, tá? HNI: Tá.

Na chamada de índice 5311903 ADRIANO diz que no ano de 2011 realizou um trabalho juntamente com SÉRGIO NAKAMURA a respeito do dimensionamento de unidades habitacionais do “Minha Casa Minha Vida” para o estado todo. E diz a SÉRGIO NAKAMURA que o Ministério das Cidades informou que esta liberando para os municípios com menos de 50.000 (cinquenta mil) habitantes a construção de unidades. ADRIANO cita que disse ao Governador que já tinha este dimensionamento levando em consideração a logística e a dificuldade de cada município. Diz ainda que o Governador queria que esta proposta fosse levada a ele. São citadas as cidades de Capixaba, Plácido de Castro e Senador Guiomard, e que a cópia deste documento foi repassada ao Carlão (CARLOS SASAI). ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5311903 6892293956 6881110344 14/02/2013 12:11:29 00:01:57 � �

@@ ADRIANO X SÉRGIO

NAKAMURA #

TRANSCRIÇÃO: SÉRGIO NAKAMURA: alô. ADRIANO: Sergio? SÉRGIO NAKAMURA: oi? ADRIANO: tudo bem? SÉRGIO NAKAMURA: tranquilo. ADRIANO: ô Sergio você lembra que a gente fez éé em 2011 um éé um trabalho de dimensionamento de unidades habitacionais do Minha casa, minha vida pro estado todo, incluindo os municípios mais relevantes, não lembra que a gente fez? SÉRGIO NAKAMURA: lembro, lembro. Agora. ADRIANO: pois é. Tu sabe onde tá essa informação porque o Ministério das Cidades acabou de informar que tá liberando pra, pros municípios com menos de 50 mil habitantes a construção de unidades e o governador quer, quer... eu falei pra ele que a gente já tinha esse dimensionamento levando em consideração a logística e dificuldade de cada município e ele queria que a gente levasse essa proposta pra ele. Aquela quantidade né, por município. Eu lembro que a gente viu Capixaba, não foi!? Plácido de Castro, Senador Guiomar. SÉRGIO NAKAMURA: lembro, lembro. Agora aonde tá esse documento eu preciso dar uma olhada. ADRIANO: pois é, era exatamente isso. SÉRGIO NAKAMURA: porque, porque na época eu tinha passado uma cópia pro Carlão. ADRIANO: então, eu lembro que a gente tinha passado uma cópia pro Carlão, mas foi nós que fizemos. Aí o digital devia tar (sic) por aí. Tu não queria dar uma pesquisada pra mim se tá contigo? SÉRGIO NAKAMURA: deixa eu dar uma olhada, deixa eu localizar ele. Deixa. Vou tentar ver se acho se tem então. ADRIANO: tu vê pra mim e aí ele... até umas 4 horas me dá um retorno? SÉRGIO NAKAMURA: não, beleza então. Tranquilo então. Eu vejo. ADRIANO: falou, valeu. SÉRGIO NAKAMURA: valeu.

Estas relações próximas entre empresas construtoras constituem-se em um forte indício de que há acerto entre elas no que diz respeito à

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frustração do caráter competitivo do procedimento licitatório através da atuação do cartel.

O ACERTO ENTRE OS EMPRESÁRIOS ACERCA DA

DIVISÃO ENTRE SI DAS OBRAS A SEREM EXECUTADAS Na chamada abaixo o alvo SALOMÃO conversa com o

interlocutor “Manel” e menciona a existência de desacordo existente com os alvos Jorge Tomás e Vladimir (ambos da empresa ENGECAL) a cerca da construção de mais de mil casas populares. Este áudio deixa clara a existência do vínculo associativo entre os empresários, que estabelecem entre si o acerto quanto à divisão da execução do objeto a ser contratado.

É necessário esclarecer que a respeito destas obras (Cidade do

Povo), foi publicado o Edital de Chamamento nº001/2012 no Diário Oficial do Estado do Acre no dia 13/12/2012, dia anterior a data desta chamada, cujo edital destinou-se a seleção de empresas do ramo da construção civil com qualificação técnica e capacidade operacional para apresentação de propostas para a construção de até 3.348 unidades habitacionais. No referido áudio percebe-se nitidamente a articulação entre os empresários no que se refere à divisão do objeto licitado.

No dia 09 de janeiro de 2013 foi publicada no Diário Oficial do

Estado do Acre nota informativa referente ao Edital de Chamamento nº001/2012, em que foram divulgadas as empresas classificadas, e discriminadas as superquadradas destinadas a cada qual.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5034675 6881117029 6899717072 14/12/2012 18:09:50 00:01:32 EFETUADA �

@@@ SALOMÃO X MANEL - DIVISÃO

PRÉVIA #

TRANSCRIÇÃO: MANEL: ...(inaudível) SALOMÃO: Oh, oh MANEL! MANEL: Oi, SALOMÃO! SALOMÃO: Cê(sic) tá na obra? MANEL: Tô.(sic) SALOMÃO: Eu tô(sic) indo aí, que eu queria vê...um negócio contigo...e eu tô com Jorge e o Vladmir e ... diz que é mil, mil e tantas casas é isso?...(som de pessoas falando ao fundo) Eles insistem que é acima de mil casas. MANEL: Hã? SALOMÃO: Eles insiste que é acima de mil casa... MANEL: Tudo bem, ele me mostrando onde é que são elas, a gente põe dentro... SALOMÃO: Cê(sic) lembra que... MANEL: ...mas... SALOMÃO: ... aquele erro, tem aquele erro? MANEL: Erro de quê? SALOMÃO: Quando fez, quando for implantar era mais, que ficou dividido, lembra? MANEL: Ah, sim, aquela estória daquela... mas aí, nunca isso finalizou não. SALOMÃO: Tá mais nós não ficamos com as (inaudível) inteira? MANEL: Pois é, aí tinham ido conversar, mas aí não voltou, isso pra mim não voltou não, essa situação. Mas aí, ele...o Vladmir me explicando eu vejo onde é que é. Não tem problema não.

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SALOMÃO: Cê tá (inaudível) material aí, que eu vou aí... MANEL: Tô, tô...

A BARREIRA A ENTRADA DE NOVAS EMPRESAS Na chamada abaixo Alexandre (da empresa Projectus do Estado

de São Paulo) comenta com o alvo ASSURBANIPAL (da empresa Vectra) que existe uma empresa em São Paulo que tem um método de construção de casas do “minha casa, minha vida” que esta ganhando muito dinheiro em obras espalhadas pelo Brasil graças ao método construtivo adotado consistente na construção de uma casa por dia. O alvo Assur (Assurbanipal) demonstrou interesse em conhecer, tendo Alexandre dito que estava tentando entrar em contato para saber se eles se interessavam, e avisou a eles que “não adianta ir sozinho que não entra, ter que ir com a gente, tal...” (2 minutos e 45 segundos).

Esta chamada mostra claramente a existência de uma barreira

formada pelo cartel à entrada de novas empresas no mercado da construção civil do Estado do Acre, ainda que estas tenham método de produção mais eficiente.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5055616 6899564525 11992719222 18/12/2012 14:44:48 00:03:10 � �

@@ ASSUR X ALEXANDRE (ACERVO) #

TRANSCRIÇÃO: ASSUR: alô. ALEXANDRE: Assur. ASSUR: só, só um pouquinho Alexandre. Te ligo daqui a pouco. Opa, oi Alexandre. ALEXANDRE: oi Assur, é que eu tive lá na Projectus só hoje que a (inaudível) estava viajando. ASSUR: certo. ALEXANDRE: ééé... amanhã eu tô indo lá pra ver o edital lá da... da Eletroacre tá!? ASSUR: certo... eu tô... eu tô... tô arrumando aqui o acervo viu! ALEXANDRE: você me falou que tem uns três caras aí com acervo! ASSUR: isso, aí tem mais os engenheiros já, isso! ALEXANDRE: tá, eu tenho engenheiro civil, dois engenheiro civil e tem o Eude eletricista. Então... mas amanhã eu vou estudar isso a fundo lá direitinho, quem tem e quem não tem. ASSUR: então tá. ALEXANDRE: (inaudível) o edital, o acervo, o (inaudível) o atestado na Eletrosul. Tem coisa pra cacete! Acho que atende tudo. Amanhã eu vou, eu vou. ASSUR: se pudesse escanear e mandar pra mim dar uma olhada também, pode não!? ALEXANDRE: tá, eu do! ASSUR: tem um cara que fez um questionamento aí... não sei se tu chegou a ver, teve um cara que fez um questionamento. ALEXANDRE: (inaudível). ASSUR: fizeram um. ALEXANDRE: deve ser aquele cara que tá lá em Rondônia... mais... vamos encarar... de qualquer maneira se a gente não ganhar eu te indico pra eles... aí não tem problema. ASSUR: certo. ALEXANDRE: tá... outra coisa, você chegou a falar com o Salomão alguma coisa!? ASSUR: não não falei não... não deu pra falar na verdade com ele. Não encontrei com ele depois daquele dia lá... devo encontrar com ele hoje ou amanhã tá!? ALEXANDRE: tem outro aqui, se interessar? ASSUR: tá bom.

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ALEXANDRE: a gente, a gente vê aí tá. ASSUR: tá ok. ALEXANDRE: e tem uma empresa aqui que tá poderosíssima. De construção de casas éé dessa... do do do Minha Casa Minha Vida. ASSUR: hum. ALEXANDRE: e eles tão ganhando muito dinheiro e tão fazendo... é... tudo em lugares, não aqui em São Paulo, todo espalhado pelo Brasil. É a grande coisa dos caras ééé o método construtivo que eles bolaram que fazem uma casa por dia. ASSUR: é importante, interessante isso aí! Temos conhecer isso aí. ALEXANDRE: então, mas aí a gente tá entrando em contato pra ver se eles se interessam aí. ASSUR: (inaudível). ALEXANDRE: aí eu já avisei... ô não adianta ir sozinho que não, que não entra. Tem que, tem que ir com a gente, tal né. ASSUR: certo. ALEXANDRE: tá ok!? ASSUR: então tá ok. ALEXANDRE: (inaudível)... amanhã eu te te digo se a Projectus vai entrar ou não nesse licitação... se tem condição ou não. ASSUR: tá ok, beleza. ALEXANDRE: tá bom. ASSUR: falou. ALEXANDRE: um abraço. Tchau.

A PADRONIZAÇÃO ENTRE OS CONSTRUTORES ACERCA DOS

MATERIAIS QUE SERÃO EMPREGADOS NAS OBRAS DA CIDADE DO POVO

Na chamada de índice nº5130462, o alvo Carlos Sasai indaga de

Narciso se o processo que iria utilizar na construção das casas seria tijolo, tendo Narciso respondido que seria bloco de concreto. Sasai então diz que o Júnior da cerâmica Flor de Maio montou uma indústria de bloco cerâmico, e que ela substituiria o bloco de concreto, e que seria 40% mais barato. Narciso responde que migrará para o sistema dele. Sasai informa que esta fazendo uma pesquisa de quem utilizaria o material dele. Narciso propõe uma reunião com Sasai na Federação (FIEAC) para discutir o assunto.

Na chamada de índice nº5130607 Narciso comenta com uma pessoa

não identificada sobre a conversa que teve com Sasai a respeito do bloco cerâmico estrutural. Narciso diz que esta procurando um método construtivo rápido, mas que estaria achando caro o bloco de concreto. Narciso diz que Júnior (cerâmica Flor de Maio) estaria desesperado, pois nenhuma empresa estaria com ele para implantar. Narciso esclarece que a Albuquerque e outras empresas responsáveis pela construção de mais de mil casas não adotaram esse sistema, assim como a Ábaco e a MAV.

Na chamada de índice nº 5131718 Narciso informa ao projetista que

iria migrar do bloco estrutural de concreto para o cerâmico, e assim evitaria o problema da falta de brita, além de reduzir o custo em 40%. Narciso indaga a seu interlocutor sobre uma telha da PRECON, e informa que esta telha poderia ser utilizada sem a laje, e só com o forro de PVC, sendo que esta telha já teria sido aprovada e já estaria sendo vendida para o Minha Casa, Minha Vida.

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Narciso mostra-se interessado com esta telha, pois ela eliminaria a laje, que tem um custo alto. O interlocutor esclarece a Narciso que se empregar um produto mais barato, a CAIXA iria pagar também mais barato.

Estas chamadas mostram claramente que os construtores das casas

populares não se preocupam com a qualidade da obra que serão por eles executadas, o que trará prejuízo ao consumidor final.

Ainda, o mais grave, não há sigilo do método adotado para a

realização das construções, o que evidencia a inexistência de competição entre os licitantes.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5130462 6881119927 6881117013 04/01/2013 08:45:09 00:02:46 RECEBIDA � �

@@ NARCISO JÚNIOR X CARLOS SASAI #

5130607 6881119927 6892327020 04/01/2013 09:05:14 00:02:46 EFETUADA � �

@@ NARCISO JÚNIOR X NEYLDO #

5131718 6881119927 6884027467 04/01/2013 11:54:02 00:04:40 EFETUADA � �

@ NARCISO JÚNIOR X LANDER (LANDER - FAZ

PROJETOS) #

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE: 5130462 NARCISO JÚNIOR: Tu me ligou, eu te liguei de volta. Diga lá meu amigo. CARLOS SASAI: E ai? Tá, tá por aqui ou tá de férias viajando? NARCISO JÚNIOR:To aqui, to aqui. Vou viajar só em 2014. CARLOS SASAI: (risos) Hein Narciso, que processo você vai usar para construção das, das, das casas? Tijolo? NARCISO JÚNIOR: Eu acho que bloco de concreto. CARLOS SASAI: É? Era sobre isso. Ontem eu pedi pra vocês irem lá. Era exatamente pra trocar umas ideia lá (sic). Que na verdade o, o, o Júnior, da Flor de Maio, ele montou uma indústria de, de, de bloco cerâmico que ela substitui exatamente o bloco de concreto. NARCISO JÚNIOR: E mais barato? CARLOS SASAI: É. Ele me disse que vai ser cerca de 40% mais barato. NARCISO JÚNIOR: Ah é? Com bloco cerâmico? Mas ele já vai fazer "pré-moldadozinho" (sic)? CARLOS SASAI: É, é aqueles canaleta, aquelas coisas tudo, tudo que se usa no bloco de concreto, ele tem alternativa. NARCISO JÚNIOR: Só que ele vai fazer cerâmica e 40% mais barato? CARLOS SASAI: É, vai sai mais barato né? NARCISO JÚNIOR: Então eu vou migrar, eu vou migrar pro sistema dele. Se for, eu vou fazer, vou migrar pro sistema dele. CARLOS SASAI: Tá. E eu queria ter uma conversa com vocês porque ele me, me, me procurou semana passada e trouxe todos os prospectos. Ele, ele tem uma boquilha aqui. A indústria dele tá montada. A indústria dele, ele tem umas boquilhas de 14. Quando é estrutura, é, aliás, bloco cerâmico estrutural é de 14 ou 19, né? Mas como nossas casas vai ser térreo, tem uma opção de fabricar de 11,5 a espessura dela. NARCISO JÚNIOR: Sei. CARLOS SASAI: Tá. Ai eu to fazendo uma pesquisa de quem é que vai utilizar o material dele. Pra, ai ele vai lá atrás de comprar essa boquilha e produzir isso, essa outra opção de 11,5. Porque ai ainda reduz o custo ainda, né, pra gente? NARCISO JÚNIOR: Vamos fazer o seguinte, vamos conversar. É, é, e, vamos marcar hoje a tarde com o Tio Naildo, eu e o Neyldo. CARLOS SASAI: Não, tudo bem. É... NARCISO JÚNIOR: Lá na federação, tu chega que horas? CARLOS SASAI: Ah, eu... eu hoje à tarde eu não sei. Eu to querendo dar um "pulinho" lá na obra à tarde, lá Plácido de Castro. NARCISO JÚNIOR: Sei.

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CARLOS SASAI: Podia ser, podia ser agora lá pelas 11 horas, ué. NARCISO JÚNIOR: 11 horas? Tu vai tá onde? CARLOS SASAI: É. Não. Lá na Federação. Eu te aguardo, aguardo vocês lá. NARCISO JÚNIOR: Então pronto, 11 horas eu vou lá. Fechado. CARLOS SASAI: Ai agente troca ideia lá. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE: 5130607 NARCISO JÚNIOR: Cara, o Carlos Sasai me ligou agora. NEYLDO: Hum. NARCISO JÚNIOR: Querendo intermediar uma conversa da gente com o Júnior da flor de maio, que o Júnior da flor de Maio tá comprando umas boquilhas e ele tá montando uma industria de bloco cerâmico estrutural. Porque com as mesmas coisas do bloco de concreto, só que cerâmico. NAYLDO: Eu sei, eu sei. NARCISO JÚNIOR: Que você, que agente vai, a estrutura de concreto vai subir junto, tudo igualzinho, só que. NAYLDO: Eu sei. Narcisinho, Narcisinho, deixa eu lhe dizer uma coisa. O que acontece é que ele já ofereceu e ele tá querendo receber a mesma coisa que ele faz no tijolo, inves dele dobrar o preço, ele quer vender por quase 2 mil reais. NARCISO JÚNIOR: O que ele tá dizendo é o seguinte, que a comparação entre bloco de concreto e bloco cerâmico; o bloco cerâmico estrutural que ele já vai nos dar as "veza", as contra "veza", os pilares, tudo. Vai ficar 40 por cento mais barato que o bloco de concreto. Eu acho que essa solução é a solução intermediária e melhor pra gente. Eu to querendo ir pro sistema construtivo rápido. Mas eu to com medo achando caro, a, a, o bloco de concreto. NEYLDO: Tudo bem, vamo que um negócio desse dê certo. Ai nós vamos fazer o que? Vaichamar o Júnior nesse fim de semana aqui agora, vai fechar um contrato com ele pra eles fecharem até o final. NARCISO: Pois é, mas o cara tá querendo implantar isso porque ninguém tá com ele. Ele tá desesperado tentando implantar. Eu quero estabelecer com ele preço e crédito. Fala meu amigo você vai receber junto comigo, quando cair minha medição, você recebe. Eu não vou empacar dinheiro. O teu custo incial vai se de manter o primeiro mês de obra. Isso ele vai querer, porque o cara tá com uma "puta" (sic) produção, com uma "puta" (sic) indústria montando disso e ninguém foi no sistema dele. A ALBUQUERQUE e todas aquela empresas que dá mil e tantas casas não foram pra ele, a ABACO não foi pra ele, a MAV não foi pra ele. NEYLDO: Eu sei. NARCISO JÚNIOR: Então ele pediu pro Carlos, ai eu marquei 11 horas agente ir lá com o Carlos. NEYLDO: Tá bom. NARCISO JÚNIOR: Pra gente dar uma olhada lá na federação pra gente conversar. NEYLDO: Quando? NARCISO JÚNIOR: 11 horas. NEYLDO: Tá bom então. NARCISO JÚNIOR: Ai tu passa aqui e vamos junto? NEYLDO: Tá bom então. 11 horas né? Passo ai. Pode deixar. Falou. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE: 5131718 LANDER: Doutor? NARCISO: E aí meu amigo, já chegou de viagem? LANDER: Cheguei. NARCISO: Tudo bom? LANDER: Tudo jóia. NARCISO: E o nosso projeto tá pronto? LANDER: Ainda não. Tô(sic) fazendo.(risos) NARCISO: Mas é porque agora, já tivemos a reunião anteontem na SEHAB e agora nós estamos tudo parado na sua mão, esperando esse projeto.

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LANDER: Não, beleza, eu tô(sic) fazendo aqui. NARCISO: Porque sem o projeto eu não fecho o custo da casa, sabe? LANDER: Não, entendi, eu sei. NARCISO: Aí agora eu tô(sic)...Tu acha que até quando, a gente? LANDER: Eu acho que até terça ou quarta-feira eu consigo apresentar procês(sic), já fazer o orçamento. NARCISO: Deixa eu te falar uma coisa, é... surgiu agora uma oportunidade, eu vou agora 15:00h com o JÚNIOR da flor de maio lá, da flor de junho. LANDER: Hã. NARCISO: Ele tá(sic) com uma indústria do mesmo bloco estrutural, só que cerâmico ao invés do bloco estrutural de concreto. LANDER: Sei,sei. NARCISO: Esse bloco estrutural cerâmico, ele além de ter uma redução de 40% do custo, a gente não vai ficar no problema de não ter brita. LANDER: Entendi. NARCISO: É o problema que nós tamos(sic) tendo. Ele tem capacidade já instalada de mil milheiros por mês. LANDER: Entendi. NARCISO: E talvez...eu vou até te ligar...e talvez... não vai interferir em nada no teu projeto. Mas talvez eu vá migrar do bloco estrutural só que de concreto pro bloco estrutural cerâmico. LANDER: Não, beleza. Tranquilo. NARCISO: Outra coisa, é... tu ouviu falar alguma coisa da telha da precom que é a telha que o CASSIANO tá(sic) representando. LANDER: Também, não. NARCISO: É uma telha que segundo ele, cê(sic) pode utilizar a telha sem a laje que ela a já está...já foi aprovada no Brasil, aí... LANDER: Não. NARCISO: Já está vendendo esta telha só com forro de PVC. LANDER: Não. Telha o quê? Como que ela é? NARCISO: Parece que ela é uma telha que ela imita telha de barro, só que ela é uma telha única, é aquela de... tipo de pvc mesmo, só que grossa ela imita as ondulações de uma telha cerâmica. LANDER: É mais a questão não é estética, entendeu? NARCISO: Não, não, mas parece que essa precom...ele falou até pra gente olhar num site, que essa precom ela tem todos os laudos e já está aprovada pra e já está vendendo pro Minha Casa Minha Vida. LANDER: É, eu não sei, eu desconheço e não tem nada disso no normativo. NARCISO: Que é uma telha que não é barata, é uma telha cara, mas é uma telha que vai dar velocidade, não vai dar vazamento e vai eliminar a laje, né? LANDER: É... NARCISO: O custo pra construir a laje era um custo alto. LANDER: É, eu não sei, pra ser sincero, eu não sei. A verdade é a seguinte... NARCISO: Eu vou dar uma pesquisada se essa precom... LANDER: Porque na verdade o quê que acontece, a casa ela vai custar no máximo isso, entendeu? Então, se você colocar um produto que vai custar mais barato, a Caixa vai te pagar mais barato, não justifica. NARCISO: Não, não, eu sei, mas só que o que está acontecendo é o seguinte, é que a gente tá(sic) fazendo os cálculos e tá(sic) com medo desse preço tá acochado, então a gente tem que procurar uma solução... LANDER: Ah entendi. NARCISO: Nem que chegue lá na frente e fale ó, se for folga vamos fazer a laje vamos voltar, mas a primeira coisa nós vamos racionalizar pra fazer o mais barato possível, aí lá na frente a gente vai... vamos melhorar a especificação pra fazer a laje porque a gente tem folga, a gente faz... LANDER: Uhum. Agora sabe o que eu tô(sic) precisando? Eu precisava era daquele desenho lá da implantação, cara, dos lotes definitivos. Quais são as áreas definitivas, porque isso eu não tenho acesso. Vocês é que tem acesso. NARCISO: Mas isso agente passou aquele dia. Você anotou.

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LANDER: Eu anotei, mas eu não tenho acesso ao desenho. NARCISO: Ah, tu não tem acesso ao desenho? LANDER: Não tenho, não tenho. Você tem que conseguir isso ai pra mim, com urgência. NARCISO: Mas se eu não me engano tu ficou de pegar com o VILMAR, não foi? LANDER: Eu sei, mas é...mas aí é o seguinte, eu não sei o definitivo qual que é? O VALMIR, né? NARCISO: O, o VALMIR, o VALMIR. LANDER: É, eu vou dar uma ligadinha pra ele, pra ver se ele tem isso... NARCISO: O VALMIR tem, o VALMIR tem, se ele não te passar, tu me liga... LANDER: Ele tá fazendo a infra né? NARCISO: É. Tá até pronta a infra. O VALMIR tem, aí se você tiver alguma dificuldade você me liga que eu busco no pen drive e te levo. LANDER: Falou, falou. Valeu! NARCISO: Valeu. LANDER: Valeu, tchau, tchau.

Na chamada de índice 5161902 Naiara, a pedido de Sasai,

(Carlos Sasai) convida Sérgio(Nakamura) para participar de uma reunião sobre ‘Minha casa Minha vida’ na FIEAC, a qual provavelmente tratará de uniformização de procedimentos relativos à construção de casas populares.

índice TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5161902 6881110344 32124202 09/01/2013 14:36:11 00:00:36 �

@@ NAIARA (FIEAC) X

NAKAMURA #

TRANSCRIÇÃO: NAIARA: Alô sr. Sérgio? NAKAMURA: Oi NAIARA: Boa Tarde é a Naiara da Fieac..tudo bem? NAKAMURA: Oi Naiara. tudo bem. NAIARA: Tô ligando, a pedido do seu CARLOS, que amanhã vai tê a reunião Minha Casa Minha Vida, às 17h. NAKAMURA: Às 17h, perfeito. Então fazê o seguinte. Amanhã eu não vou tá, mas quem vai participá vai sê o LEANDRO que vai participá então. NAIARA: Ok. NAKAMURA: Tá bom, valeu Naiara, obrigado. NAIARA: De nada, eu que agradeço, tchau.

Na chamada abaixo o alvo Nakamura comenta que ocorrerá uma

reunião na FIEAC onde cada empresário irá apresentar seu projeto para que seja conhecido dos demais, com o fim de obter uma uniformidade. Estabelecem que os projetos de asfaltamento serão iguais para todos e o de drenagem seria mais ou menos coerente. Estes projetos dizem respeito às construções a serem realizadas na Cidade do Povo.

Este é mais um indício que demonstra como o empresariado da

construção civil do Estado do Acre atua com ações voltadas às práticas anticoncorrenciais. ÍNDICE TELEFONE DO

ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5227976 6899671386 92263829 21/01/2013 08:30:03 00:07:40 �

@@ NAKAMURA X LEANDRO #

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TRANSCRIÇÃO: LEANDRO: Oi Sérgio NAKAMURA: Oi Leandro, ok, tudo bem, como estão as coisas? LEANDRO: Tudo jóia Sergio, obrigado pela mensagem no dia do meu aniversário. NAKAMURA: Que isso.. temos que juntar para tomar uma cerveja. LEANDRO: Ah.. com certeza..estou só esperando vocês.. NAKAMURA: LEANDRO, como é que tá as coisa aí? LEANDRO: Tá tudo certo, Sérgio. Hoje a gente vai ter uma reunião lá na FIEAC, onde a gente vai apresentar... todo mundo vai mostrar os projetos né... o ADRIANO quer ver como é que tá os projetos de todo mundo... os nossos estão prontos e vamos discutir BDI né NAKAMURA: Certo, tá beleza LEANDRO: É vamos discutir o BDI e vamos discutir a... aquela... e tá gerando uma dúvida naqueles 2%, né, que a Dilma assinou... e vale a partir de março né. Porque assim ó... o medo que tá acontecendo é o seguinte, a gente colocar os encargos sociais aí com meia cinco e depois... hã... no final hã... se ele ser descontado de nós, porque na verdade isso nem pactua diretamente nos encargos, então o ADRIANO ia ver uma hã... ia pegar e passar um respaldo mais técnico pra nós né NAKAMURA: Beleza, então. Tá ótimo, então. Tranquilo. E tem também uma taxa pra se paga pra turma do cartório né... o (inaudível) vai pagar né LEANDRO: Isso NAKAMURA: Beleza, então. Agora, já deram entrada nos projetos todinho, não? LEANDRO: De água e esgoto demos entrada, e esse aí da prefeitura... eu acho que todo mundo vai dar entrada junto, né. O ADRIANO quer, porque é o seguinte, ele quer que todo mundo, antes de der entrada hã... e teje, e teje assim ó: pavimentação... e todo mundo centralizado né... todo mundo igual o de pavimentação hã... igual... o de drenagem, mais ou menos coerente. Agora assim ó, tem também um probleminha SÉRGIO hã... o SALOMÃO não entregou o projeto elétrico né... e que precisa hã... do projeto elétrico aprovado, o ADRIANO tá cobrando do SALOMÃO... o projeto elétrico e o de sinalização viária também, tem que tá, porque a gente não consegue fazer o nosso... na verdade o único projeto que a gente não fez foi o de sinalização, que é... ou seja, a gente precisa ter o do governo pra depois fazer o nosso né... aí o ADRIANO tá cobrando hã, hã... do SALOMÃO e do governo esse projeto aí NAKAMURA: Só nego enrolado heim, ave maria... LEANDRO: Então a gente vai tá hoje, mostrando todo mundo... tirando as dúvidas, ou seja, compatibilizando os projetos, e pra todo mundo seguir uma mesma lógica né ... não haver assim, olha, assim, olha, uma discrepância e... amanhã encaminhar, mesmo sem, e mesmo sem o sinalização né. NAKAMURA: Então beleza, então....Leandro, outra coisa, o da IPM, vamos retomar a discussão, porque veja bem, com essa chuva que está aí, não vamos conseguir avançar nada na nova fábrica, vamos ter que ter um alvará de pelo menos um ano..no mínimo 06 meses que era a inicial.... LEANDRO: Sim.. NAKAMURA:Vamos ter que retomar.. vem aonde está tudinho.. LEANDRO: Sim NAKAMURA:A gente corre atrás.. LEANDRO: Humrum.. LEANDRO: Ah, SÉRGIO, outra coisa que eu esqueci de falar. O pessoal pediu pra poder antecipar aqueles projeto das 150 casinhas, também, lá da prefeitura NAKAMURA: Então vamo agilizá né LEANDRO: Não... é... eu to grudado nele também... a gente só... já entramo no Depasa com água e esgoto... eu to finalizando drenagem, hã... e pavimentação também tá pronto... aí eu tive uma reunião com a CLÁUDIA eh... com o ANACLETO e a MARA e eu falei que assim ó... que assim ó, dessa forma que eles tão querendo ia ter uma contrapartida. Aí eles... assim ó... sem problema, o prefeito tá disposto a tê, só que a gente quer assinar isso dentro desse mês... eu falei: olha pessoal, é complicado, tem que ter a parte de licença ambiental... isso aí demora

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tempo. Ele disse: não, o prefeito aqui vai pegar o processo e entrar no IMAC debaixo do braço. Então beleza. NAKAMURA: Então beleza, então. LEANDRO: Vou pegar e retomar do DPM Sérgio.. NAKAMURA: Ótimo.. e lá da ...(não entendi ?) .. como ficou? LEANDRO: O pessoal fez mais duas limpezas .. só que com esta chuva ..tá entrando a guarda chuva no sistema e transborda tudo..esse tá enrolado ainda Sérgio... NAKAMURA: Não convém fazer outro laudo para ver como está...? LEANDRO: A gente ia fazer semana que vem .. só que transbordou tudo..aí o cara disse que acionou para desviar... e fazer com o sistema transbordado... o sistema tem que fucionar corretamente..jogando para fora o esgoto já.. a mesma coisa que está entrando... está saindo por causa da água com esta chuva.. NAKAMURA: Vai ter que dar uma... com esta água da chuva? LEANDRO: O pessoal estava vendo aonde ela está sendo captada e jogando no sistema.. NAKAMURA: Nós temos que avaliar também..se for o caso.... separar.. lembrar nossos projetos.. se a gente tivesse feito isso já estava resolvido.. LEANDRO: Já estava resolvido Sérgio... NAKAMURA: Vai ter que avaliar se vale a pena retomar agora..né.. LEANDRO: HUMRUM NAKAMURA: Emendar esse negócio.. LEANDRO: E para ser bem sincero..ali eu tô achando que ... vale a pena.. a gente tem que ligar 50 vezes para a turma atender a gente.. NAKAMURA: Então podia já tomar essa providência.. ver como se desmenbra tudinho..entendeu... LEANDRO: Humrum.. NAKAMURA: E uma vez que vai ter vai ter uma AF independente .. entrar com novo processo então.. LEANDRO: Humrum.. NAKAMURA: Vamos fazer isso então.. LEANDRO: Então tá beleza Sergio.... NAKAMURA: Beleza então Leandro.. qualquer coisa vou estar com o telefone ligado.. vou estar com o da TIM ligado..você pode me ligar.. LEANDRO: Da Tim? sem problemas então Sérgio... NAKAMURA: Valeu então.. falou.. LEANDRO: Um abraço.. NAKAMURA: abração.. LEANDRO: tchau.. tchau. ANÁLISE: Nakamura está viajando e Leandro foi em seu lugar na reunião da FIEAC. No diálogo analisado infere-se que Adriano da MAV está coordenado os projetos do MCMV.

A CONCORRÊNCIA Nº196/2012 Do que foi apurado até o presente momento, constatou-se que o

cartel é tolerado pelo Governo. Na chamada abaixo o alvo Wolvenar não conseguiu completar a chamada. Ao que parece o telefone celular deve ter ficado em seu bolso em chamada, e acabou por captar os áudios da conversa enquanto dialogava em determinado local com uma pessoa não identificada. Neste diálogo, o alvo Wolvenar informa sobre uma obra no valor de R$51.000.000,00 (cinquenta e um milhões de reais), e que tem a intenção em fazê-la no prazo de 16 (dezesseis) meses, eis que tal obra terminaria antes da eleição do Governador. Cita que é um prazo bastante apertado para a dimensão desta construção, e que seria necessário fazer um esforço enorme para isto acontecer, e que também estaria vendo a empresa que realizará tal

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obra para poder conseguir. A respeito desta empresa o alvo diz claramente que entre os empresários aí eles mesmos se organizam, mas que estaria vendo se consegue colocar uma empresa que consiga fazer neste tempo. E que tal empresa não seria qualquer uma dessas aí que faz. Informa que tal obra seria licitada em no mês de janeiro de 2013, e que a obra, um hospital, ficaria pronta em junho de 2014.

A obra acima citada se refere à construção do hospital regional da

cidade de Brasiléia/AC, a qual está sendo licitada através da Concorrência nº196/2012.

A existência do cartel é reconhecido pelo próprio Secretário de

Obras do Governo do Estado do Acre quando diz: “Entre os empresários aí eles mesmos se organizam, mas que estaria vendo se consegue colocar uma empresa que consiga fazer neste tempo. E que tal empresa não seria qualquer uma dessas aí que faz”. ÍNDICE TELEFONE DO ALVO TELEFONE DO

CONTATO DATA DA

CHAMADA HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4984012 6899852036

05/12/2012 15:19:34 00:04:38 �

@@@ CAIXA POSTAL -

WOLVENAR #

TRANSCRIÇÃO: WOLVENAR : ...valor da obra R$ 51.000.000,00(Hospital)...a gente tem que fazer em dezesseis meses, é o prazo, pra gente fazer um pouco antes da reeleição do governador. É um prazo bastante apertado, pruma(sic) obra dessa dimensão...é... nós vamos ter que fazer um esforço enorme para isso acontecer, mas... a empresa que vai poder fazer isso aí, pra poder conseguir, entre os empresários, aí eles mesmos se organizam pra pode ver, mas tô tentando ver se conseguimos colocar uma empresa que consiga fazer nesse tempo, aí não é qualquer uma dessas que tem aí que faça...tá? Então é difícil, mas é uma coisa que...assim nós vamos conseguir, nós vamos ter que fazer...mas é uma luta...mas a gente quer fazer por causa da reeleição...2014, ele tá pronto em que...é....começa em janeiro, né? Janeiro... 12 com 16 vezes vai dá lá pra março, abril...eu acredito que lá pra junho a gente deve estar com ele pronto. É, eu acho que em junho a gente entrega esse hospital...2014... é uma pena, né? Que meu Deus do céu... que a gente não conseguiu...tudo que você fez, tudo que o governo fez, né? E a gente não conseguir vencer... em Xapuri, não é, pra mim, nenhuma novidade, mas Brasiléia, seu trabalho foi excelente, tudo que você fez... aqui no Acre, isso acontece aqui no Acre...(inaudível) fica receioso de tanto investimento que está tendo aqui...(inaudível)pra ele se lascar lá(inaudível).

A respeito deste certame, a ata abaixo informa que a empresa ITASA havia sido inabilitada, e que seu recurso contra esta inabilitação não foi provido. E mais, noticia que a empresa ADDIN apresentou pedido de desistência da proposta de preços. O direcionamento para a seleção da empresa vencedora está ocorrendo, tal como já previa o referido Secretário de Estado.

Foram habilitadas neste certame as empresa ALBUQUERQUE

ENGENHARIA, ETENGE, ELEACRE, ADDIN, sendo que o Consórcio Saúde Brasiléia não foi credenciado por haver proibição no edital da participação de consórcio.

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A proibição da participação de consórcios visou afastar as pequenas empresa, e com a inabilitação da empresa sediada fora do Estado do Acre, ITASA, e a desistência da empresa ADDIN, o certame continuará com as empresas ALBUQUERQUE, ELEACRE (sendo que João Braga é procurador da primeira e Salomão, representante legal da segunda), e ETENGE.

É necessário dizer que o edital do referido certame previa

originariamente a participação de consórcios, conforme segue abaixo, o qual foi retificado posteriormente para proibir a participação destes como forma de restringir a concorrência.

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Pelas chamadas descritas logo adiante, constatou-se que as empresas Albuquerque e Eleacre são empresas parceiras, e que inclusive irão construir em parceria casas na Cidade do Povo.

Estes fatos indicam que neste certame haverá uma simulação de

competição entre as empresas envolvidas, eis que também a empresa ETENGE foi citada por ADRIANO no áudio de índice 5341620 como uma empresa que absorveria os lotes da empresa ÁBACO referentes ao Edital de Chamamento nº1/2012 da Secretaria de Habitação de Interesse Social. Conforme será demonstrado adiante, o TCU proibiu a empresa ÁBACO de contratar com o poder público, e como esta empresa já havia sido selecionada, o lote que caberia a esta iria ser executado em nome da empresa ETENGE, o que indica que esta empresa também faz parte do cartel.

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Ressalta-se que o alvo ASSUR já havia coordenado uma equipe encarregada de elaborar o projeto executivo deste hospital, conforme segue abaixo:

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PROXIMIDADE DO CARTEL COM O PODER PÚBLICO A proximidade das empresas integrantes do cartel com o poder

público fica claro na chamada abaixo. No diálogo de índice 5092647,o alvo Gildo, em diálogo com Nakamura, convida-o a participar de uma confraternização na Chácara Modelo, e afirma que estaria pedindo para as empresas mais próximas um brinde ou ajuda, que seria uma televisão.

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ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5092647 6881110344 32441490 26/12/2012 09:34:04 00:01:19 RECEBIDA � �

@@@ GILDO X NAKAMURA -

POSSIVEL OBTENÇÃO DE

VANTAGENS DEPASA #

TRANSCRIÇÃO: SECRETÁRIA: Oi seu SÉRGIO, vou passar pro GILDO agora, tá? NAKAMURA: Tá. Tá ok então. Muito obrigado. SECRETÁRIA: Só um minutinho por favor. GILDO: SÉRGIO? NAKAMURA: Oi GILDO, tudo bem? GILDO: Tudo bom e você? NAKAMURA: Tranquilo... GILDO: Sergião, queria te convidá amanhã pra almoça com a agente lá na chácara Modelo. NAKAMURA: Ah, beleza então. Vô pra lá. GILDO: A gente vai fazê uma confraternizaçãozinha. E aí eu tô falando pras empresas mais próximas... que a gente tá pedindo um brinde... uma ajuda... e os meninos tão, a maioria deles tão falando numa televisão. E aí eu queria, além de almoçar com a gente, você fosse entregar esse brinde lá pros servidores. Vamo fazê um sorteio. NAKAMURA: Beleza então, eu vejo isso. GILDO: É uma pequena, não precisa sê nada grande não. Algo bem... NAKAMURA: Perfeito, na chácara modelo,né? GILDO: Na chácara modelo, a partir do meio dia, tá? KAKAMURA: Beleza então, falou GILDÃO, valeu, brigado(sic).

A chamada abaixo mostra a influência que SASAI (presidente da

FIEAC) tem com as empresas que integram o cartel, eis que esta organizando com as empresas associadas quais poderiam contribuir com determinadas máquinas que seriam cedidas à Prefeitura de Rio Branco, as quais seriam utilizadas nas ações de combate à dengue.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5097355 6884283427 6881117013 27/12/2012 07:38:58 00:04:56 RECEBIDA � �

@@ CARLOS AFONSO X

CARLOS SASAI #

TRANSCRIÇÃO: CARLOS AFONSO: alô. CARLOS SASAI: (inaudível). CARLOS AFONSO: ô xará. Eu fui ontem lá, mas já era 6 horas e não tava mais. Tu tá onde agora? CARLOS SASAI: eu, eu tô indo pra Brasiléia uu com o governador. CARLOS AFONSO: e tu volta que horas? CARLOS SASAI: ah, a tarde né. Fazer umas visitas numas indústrias lá e ele convidou. CARLOS AFONSO: hurum. CARLOS SASAI: agora... (inaudível) fazer algumas coisas hoje ô porque amanhã já é sexta-feira né!? CARLOS AFONSO: é. Não. Vamos ter que fazer hoje mesmo. Eu vou fazer o seguinte, eu vou adiantar alguma coisa já. CARLOS SASAI: ontem eu já, já resolvi uu a MAV já tinha resolvido, ABACO, ADINN.

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CARLOS AFONSO: deixa eu anotar, deixa eu anotar, deixa eu pegar o relatório aqui pra mim (sic) já anotar, pelo menos eu já atualizo esse trem. Só um pouquinho. (...) CARLOS SASAI: alô? CARLOS AFONSO: oi, já... peguei. (inaudível). CARLOS SASAI: eu falei ontem com a ABACO, com a ADINN. CARLOS AFONSO: ADINN? O que ela, o que ela colocou? CARLOS SASAI: ele. CARLOS AFONSO: hum? CARLOS SASAI: ele ficou de confirmar ainda. Era uma caçamba e eu pedi mais uma, mais uma retro. Ele ficou de confirmar hoje pra mim. CARLOS: uma caçamba toco ou trucada? CARLOS SASAI: toco. CARLOS AFONSO: toco... e uma retro? CARLOS SASAI: é, ele ficou de confirmar... ééé. CARLOS AFONSO: vai ficou de confirmar né!? CARLOS SASAI: é... o Zico da CZS, uma pá. CARLOS AFONSO: CZS... uma pá. CARLOS SASAI: é. (inaudível) caçamba truque. CARLOS AFONSO: peraí. A CZS, uma pá e o que mais? CARLOS SASAI: só uma pá. CARLOS AFONSO: só uma pá. CARLOS SASAI: é! CARLOS AFONSO: e a FIT? CARLOS SASAI: não, eu não falei com a FIT ainda não. CARLOS AFONSO: tá. CARLOS SASAI: falei com, falei com o Keith. CARLOS AFONSO: com quem? CARLOS SASAI: Keith, Keith da da. CARLOS AFONSO: ah, o Keith da ENGEL. CARLOS SASAI: hum. CARLOS AFONSO: o que ele botou? CARLOS SASAI: uma caçamba truque. CARLOS AFONSO: uma caçamba truque. Beleza! Que mais? CARLOS SASAI: ééé, eu acho que foi só. Aí tem... acho que era bom entrar em contato com com com a ETENGE, não sei se é melhor eu falar com ele. ETENGE ou ENGECAL. Liguei pro, liguei pro Beto e tava tava desligado o telefone dele. Aí vê na lista aí o que puder ir adiantando. CARLOS AFONSO: tá. Tu não disse foi o da CONSTRUTERRA ainda. CARLOS SASAI: o meu é uma caçamba truque. CARLOS AFONSO: uma caçamba truque. CARLOS SASAI: é. CARLOS AFONSO: tá. Beleza. CARLOS SASAI: tá bom. CARLOS AFONSO: a CIC tu não conseguiu não né? Com o. CARLOS SASAI: não, eu não falei com ele não, falei não. Tu vê lá com eles. CARLOS AFONSO: tá! A SILT confirmou? A SILT confirmou alguma coisa? CARLOS SASAI: não, ele... eu tinha, eu tinha colocado aí era era dois equipamento pra ele né!? CARLOS AFONSO: é. CARLOS SASAI: confirmar um. CARLOS AFONSO: uma caçamba toco e uma retro escavadeira. CARLOS SASAI: é. Ele ainda. Vou ter que ligar pro pai dele porque parece que ele viajou, né? CARLOS AFONSO: hurum. CARLOS SASAI: mas liga pro Rodrigo pra ver, de repente ele. CARLOS AFONSO: tá, vou ligar. CARLOS SASAI: tá bom, tá ok. CARLOS AFONSO: beleza. Falou. CARLOS SASAI: tá.

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Na chamada de índice 5149085 Nakamura recebe o convite para participar de uma reunião com o Prefeito de Rio Branco eis que a empresa dele constava em uma lista, sendo que a interlocutora indaga se o Adriano (MAV) estaria nesta capital dando a entender que este também era para participar da reunião com o Prefeito.

INDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5149085 6881110344 99696235 07/01/2013 14:12:32 00:00:55 �

@ ALCINEIDE (PMRB) X

NAKAMURA #

TRANSCRIÇÃO: ALCINEIDE: Aqui é Alcineide .. Boa tarde.. NAKAMURA: Oi Alcinede.. tudo bem? ALCINEIDE: Tudo bem com o Senhor.. está jóia... Dr. Sérgio.. o Sr. está em Rio Branco? NAKAMURA: TÔ.. Tô em rio Branco.. ALCINEIDE: O Prefeito queria uma reunião hoje às 18:30 hs e o nome da sua empresa está aqui na lista..TÁ? NAKAMURA: Perfeito então.. aonde vai ser: ALCINEIDE: Aqui em frente à praça da revolução.. na Prefeitura do Centro. NAKAMURA: Na Prefeitura do Centro.. perfeito então.. ALCINEIDE: Dr. Sérgio o Sr. sabe se o Adriano está em Rio Branco? NAKAMURA: O Adriano estava viajando heim? ALCINEIDE: Mas será que a Fabiana está? NAKAMURA: A Fabiana está.. ALCINEIDE: Acha que a Fabiana deve está.. né... vou tentar o celular da Fabiana..obrigada.. um abraço..

LINHAS DE CRÉDITO PARA CAPITAL DE GIRO PARA AS EMPRESAS DO CARTEL As chamadas abaixo mostram a proximidade que as empresas do cartel têm com o Poder Público. Na chamada de índice 5175762 o alvo Salomão recebe ligação do Governador do Estado do Acre informando que haveria a possibilidade do Banco do Estado de Sergipe emprestar dinheiro sem as garantias da obra, e sem as amarras do Banco do Brasil, do BASA e da CAIXA. O Governador diz que fará a mediação entre Salomão, Sasai e Leandro (FECOMÉRCIO), o Secretário da Fazenda e o presidente do banco, e que tal operação se dará via Federação das Indústrias (FIEAC), com a Secretaria da Fazenda atestando os contratos, juntamente com a Secretaria de Planejamento e a de Obras. Salomão informa que o capital de giro iria dar outro ritmo às obras. Posteriormente, no índice 5176450, Salomão conversa com Carlos Afonso acerca deste assunto, diz que precisaria de uma reunião com Mâncio (Secretário da Fazenda) e Sasai (FIEAC).

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

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5175762 6881117029 6899793113 12/01/2013 08:56:19 00:02:38 EFETUADA � �

@@ GOVERNADOR X

SALOMAO - RECURSOS

BANCO SERGIPE #

5176450 6881117029 6884283427 12/01/2013 11:27:13 00:01:52 EFETUADA �

@@ SALOMAO X CARLOS AFONSO

#

TRANSCRIÇÃO: GOVERNADOR: SALOMÃO, tudo bem? SALOMÃO: Bom dia governador, tudo bem? GOVERNADOR: Tudo bem.Tudo bem? Como é que estão as coisas aí? SALOMÃO: Tá(sic) bem. GOVERNADOR: Eu tô(sic) de folga, tirei... treze dias de folga tô(sic) voltando quarta, aí tô(sic) em Sergipe, estava conversando com o governador aqui, eles tem uma coisa muito interessante que é o banco do Estado deles... SALOMÃO: Hã. GOVERNADOR: Eles emprestam dinheiro como a gente queria sem a garantia da obra sem necessitar daquelas amarras do Banco do Brasil, do Basa e da Caixa, lembra? Que a gente vinha tratando? SALOMÃO: Lembro...pô governador se o senhor consegui, o senhor dá outro ritmo... GOVERNADOR: Então, eu já falei com o secretário da fazenda aqui e aí, eu...segunda-feira, eu quero que você, o SASAI, aí é... e o LEANDRO conversem com... vão com o MANCIO que aí ele vai ligar pra ele eu já foi fazer a mediação dos dois...pra vocês virem aqui pra tratar da operação de crédito com ele, o secretário da fazenda e a presidente do banco, pra ver quais são...qual modelo, mas via federação das indústrias, né? Mediando tudo, indicando, pode ser? SALOMÃO: Pode... GOVERNADOR: Com a secretaria da fazenda atestando os contratos tudo (inaudível) planejamento....de obra. SALOMÃO: Governador se o senhor vai... o senhor fazer(sic).... se o pessoal não tá com carteira de obra e sem capital de giro, eu sei por que eu passei por .... de todo mundo. GOVERNADOR: É, então, exatamente... SALOMÃO: Aí vai dar outro ritmo a essas obras, capacidade os caras têm, mas... sem capital... GOVERNADOR: Então, tu fala com SASAI e com LEANDRO que aí segunda-feira eu vou programar pra vocês sentarem juntos com MÂNCIO e o TINEL pra irem ver isso, tá(sic) bem? SALOMÃO: Tá ótimo, muito obrigado. GOVERNADOR: Aí eu ponho vocês na linha, vai dar certo aí, eles já estão fazendo aqui muito bem. SALOMÃO: Tá e qualquer coisa aí, eu sou muito amigo aí do presidente o EDUARDO... GOVERNADOR: Exatamente, tudo já pode ir falando com ele se quiser, mas já está bem encaminhado, tá? SALOMÃO: Eu falo com o presidente da federação, governador... sou muito amigo do EDUARDO aí, se você quiser alguma coisa aí que... GOVERNADOR: Não aqui tá uma maravilha, estou adorando Sergipe, lugar lindo. Agora me diz uma coisa. E o Into, tá(sic) indo bem? SALOMÃO: Tá(sic) indo bem, apesar de tá(sic) chovendo demais, mas tá(sic) avançando...inclusive até hoje, já pode vir pra cá vindo de lá, né? GOVERNADOR: Eu... segunda-feira, quarta-feira, quinta-feira nós vamos visitar...um abraço! SALOMÃO: Outro, até mais! TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE: 5176450 CARLOS AFONSO: fala chefe. SALOMÃO: hein Carlos. CARLOS AFONSO: oi. SALOMÃO: eee, só queria reforçar o seguinte. Eu não vô taí. Tô viajando de madrugada e volto na terça. E o governador me ligou. Pediu pra fazer reunião com o Mancio segunda-feira,

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certo!? Ee taí o Sasai né, depois ele conseguiu falar com o Sasai. O Sasai já tá sabendo. E e e saiu o Leandro. Eu acho importante você levar o Leandro né. CARLOS AFONSO: o Leandro, o Leandro da do comércio? SALOMÃO: é do Fecomércio. CARLOS AFONSO: isso. Vamos fazer o seguinte. Vamos se encontrar mais tarde pra gente conversar melhor (inaudível). SALOMÃO: o problema, o problema que eu tô te passando que eu eu tô, eu tô indo pra um negócio aqui e não sei que horas que eu volto né. CARLOS AFONSO: a hora que tu voltar, a noite, a gente conversa. SALOMÃO: tá, mas só, só só pra você ficar ciente. Então você tinha que ir com o Sasai lá e e ficar em cima. Que eu vejo o Sasai meio discrente (sic) com esse negócio do governador e eu acredito que o governador tá preocupado com isso. CARLOS AFONSO: tá. SALOMÃO: ele pediu. Conseguiu lá ver lá lá no estado dele lá... no estado do Sergipe onde o governo éé através de um fundo dum banco ele faz o (inaudível) das empresas por obra né. CARLOS AFONSO: hum. SALOMÃO: então a gente tinha que bater em cima disso aí que é um negócio que a gente vem brigando o tempo todo né. CARLOS AFONSO: tá bom. SALOMÃO: mais tarde eu te ligo... (inaudível) a gente senta aí. CARLOS AFONSO: tranquilo. SALOMÃO: tá bom. As chamadas seguintes também dizem respeito às linhas de crédito existentes para atender empresários que têm obras com o Governo do Estado.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5193571 6892293956 6899847833 15/01/2013 14:51:44 00:02:10 RECEBIDA � �

@@ ADRIANO X CESAR

SCHELLER #

5195361 6899847118 6899718877 15/01/2013 18:56:22 00:18:34 �

@@TINEL X KEULY - REUNIÃO BANCO SERGIPE

#

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5193571 ADRIANO: alô. CESAR SCHELLER: oi Adriano. ADRIANO: rapaz éé, foi adiado pra amanhã é? CESAR SCHELLER: foi rapaz. Tô, tô enrolado agora a tarde ô. ADRIANO: rapaz, eu tô tentando falar com o João cara. Eu precisava pelo menos deixar um (inaudível) com ele ô. CESAR SCHELLER: ah tá, mas faz o seguinte. Eu tô indo aqui. A tarde eu te ligo tá!? ADRIANO: me liga, me liga porque aí... eu precisava pegar a sua assinatura hoje ainda. CESAR SCHELLER: tá bom, mas eu te ligo a tardezinha. Quando eu chegar dou um jeito, tá bom? ADRIANO: tá bom, valeu! CESAR SCHELLER: outra coisa tu falou com o Carlos Sasai sobre a reunião que eu tive com ele hoje? ADRIANO: ainda não, eu eu tive que ir lá no Marcus Alexandre. CESAR SCHELLER: deixa eu te passar. Tu sabe que o Tião viajou pra pra descansar mas ele não consegue descansar não. ADRIANO: hahaha. CESAR SCHELLER: de lá ele fica trabalhando todo tempo. E ele lá teve em Sergipe com a a presidente, com o governador de lá e com o presidente do. A presidente que o nome dela é Fla ééé... como é o nome dela... meu Deus agora eu me esqueci. Eu me esqueço. É do banco re de Sergipe tá!?

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ADRIANO: sei. CESAR SCHELLER: e falou sobre uma linha de crédito pra atender o capital de giro pra os empresários que tem obras com o governo do estado, entendeu!? E ela gostou muito e ele gostou porque ééé a burocracia é bem menos do que a do Banco do Brasil e da Caixa Econômica e do do BASA, né!? ADRIANO: hurum. CESAR SCHELLER: aí eu já falei com ela por telefone. Ele me deu o telefone e eu já falei com ela. Fiz uma reunião com com o Leandro da Federação do (inaudível), pessoal do Comércio e o Carlos Sasai junto com o Tinel da Fazenda e a PGE e o Planejamento. ADRIANO: hã? CESAR SCHELLER: e ficou pactuado que eles vão tar (sic) terça-feira com ela lá em Rec, lá em Sergipe entendeu? Em Aracaju, tá? ADRIANO: ah tá! CESAR SCHELLER: aí o Carlos vai passar isso pra vocês tá bom!? ADRIANO: beleza então. Ele até me ligou mesmo só que eu não atendi porque tava lá no Marcus, mas eu vou procurar ele hoje a tarde. CESAR SCHELLER: então tá bom parceiro, aí eu te ligo. Eu tô indo aqui na zona rural e quando eu voltar te ligo tá bom!? ADRIANO: então tá, mas não deixa de ligar não. CESAR SCHELLER: aí lhe explico direitinho. Tá, um abraço. ADRIANO: falou. CESAR SCHELLER: tchau. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5195361 KEULY: E aí? TINEL: E aí... hoje eu vou lhe dizer ó, é imperdoável, errar uma vez tudo bem, mas duas não dá deixar de atender duas vezes... KEULY: Pois é… o telefone tava(sic) no quarto e eu tava(sic) lá fora... TINEL: Não, eu que deixei de atender duas vezes não é possível, eu não admito... KEULY: Não, eu já... eu fiquei pensando... TINEL... TINEL: Não, eu não tô(sic) me perdoando, eu não tô(sic) me perdoando pra isso não. KEULY: Eu fiquei pensando que eu tu sabia de alguma coisa porque eu não tô(sic) sabendo de nada... TINEL: (risos) KEULY: Não, era pra(sic) eu acho que na hora eu tinha falado com a LILIAN, ela tinha falado alguma coisa do MÂNCIO agora eu não lembro...era alguma coisa de uma viagem dele, aí eu ia te perguntar como ia ficar essa semana, eu acho que foi isso...na hora. TINEL: Hoje ele me perguntou quando tu voltava, eu disse segunda-feira...(risos) KEULY: Foi? TINEL: Foi… não...não, foi nada. Ele (inaudível) segunda? Já volta segunda? Ainda fez assim, já volta segunda? KEULY: Ah, olha aí, então diz pra ele que eu não vou voltar não. Não tá (sic) nem com saudade de mim, então pronto. TINEL: Não, mas eu tô(sic). Se ele não tiver...se ele não tiver...não tá merendo essas coisas toda não.(risos) KEULY: Ah, então tá. Não era pra ver alguma coisa da... TINEL: (inaudível)...na coluna lembra? KEULY: O quê? TINEL: A coluna que saiu no jornal. KEULY: Eu nem sai aonde tá(sic). Eu vou atrás tá dentro do meu carro. Não, eu guardei pra eu levar pra quando eu for...é pois, é... TINEL: E tu tá melhor da dores, tá bem? KEULY: Assim, tô(sic) melhor. Eu tô achando assim TINEL, que é mais a tendinite, eu acho. Mas eu tô(sic) na lista de espera da passagem, a menina tá(sic) tentando conseguir pra mim... pra mim(sic) ir no(sic) Rio...senão eu vou logo assim que tiver, entendeu? Aí eu vou falar com o médico, mas assim...

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TINEL: Ainda não tá não pro dia 28? KEULY: Não, pro dia 28, tá a consulta, mas eu tô(sic) tentando ir pro Rio dia 27, ou dia 26 e não tô(sic) conseguindo... TINEL: Ah, ainda não conseguiu vaga é? KEULY: Não, o problema, meu amigo, é sair de Rio Branco. O negócio tá difícil, ó, vou te dizer. Nós tamo(sic) ilhado e não é pouco não, viu? TINEL: É.. KEULY: Eu tô achando que a gente tá morando... TINEL: Eu tenho uma reunião em Sergipe segunda-feira, terça-feira... KEULY: Hã... TINEL: Que eu vou lá e vou ter que ir de Trip, cara... segunda, 04:00 AM(quatro da manhã)... KEULY: Sério TINEL? TINEL: Sério. KEULY: Sobre o quê? TINEL: É uma conversa que... o governador não tá de férias lá? KEULY: Hã. TINEL: Aí ele conversou com MARCELO DEDA(governador de Sergipe) e a presidente do banco... e aí ele quer fazer aquele... aquelas operações de... KEULY: Renegociações de dívida. TINEL: Não, dos empresários daqui, financiar os empresários... KEULY: Humm. TINEL: Via banco de lá. Aí ele pediu pra ir lá. KEULY: Ele que te ligou de lá, de férias? TINEL: Não, o CÉSAR MESSIAS(Vice-governador do Acre). Ele tá(sic) fazendo com o CÉSAR... KEULY: Hã. TINEL: E aí foi em uma conversa com CÉSAR, aí tu já imagina isso... KEULY: E o MÂNCIO não vai não? TINEL: Pois é...não, eu falei que tinha essa viagem, aí o MÂNCIO não foi, mas só porque eu fui falar com o CÉSAR, aí tu já imagina o estresse que cria, ó! KEULY: Eu imagino. TINEL: Não...sei lá ó...bicho... KEULY: Mas o que que ele quer né TINEL foi ele que pediu isso, é fogo. TINEL: Aí hoje ele já... aí ele retoma aquela conversa de que tem que resolver logo, aí eu fico num "lenga lenga"... KEULY: E quem vai resolver é(sic) nós é, por um acaso? Ele que tem que saber dos compromissos dele que ele não pode sair antes de resolver as coisas com os fiscais não. Tá entendendo, porque se ele fizer isso, hum, aí... Ô TINEL e tu vai quando? Segunda é? TINEL: Na segunda... KEULY: Quatro horas da manhã? TINEL: Aquele voo das... quatro horas da manhã. Vou passar mais três dias sem te ver... KEULY: Pois é, isso que eu tava(sic) dizendo. Então, eu não vou voltar não, segunda-feira. Deixar o MÂNCIO aí, sozinho.(risos) TINEL: Deixa esse cara... KEULY: Aí tu volta quando? TINEL: Na terça à noite, acho que é terça à noite... deixa eu olhar até meu bilhete aqui. KEULY: Só essa viagem maravilhosa mesmo. Só assim... TINEL: Viagem maravilhosa deixa eu ver aqui... KEULY: E Sergipe ainda, ô meu Deus! TINEL: Deixa eu ver qual é, o... KEULY: TINEL deixa eu só te dizer nós temos que lembrar pro MÂNCIO, porque a CÉLIA me ligou esses dias, que eu tava(sic) em casa, querendo confirmar o CONFAZ, nós...o MÂNCIO tem que desfazer isso... entendendo? Tem que colocar outra pessoa, tem que logo dizer que não vai ter, entendeu? TINEL: Sabe que eu chego na quarta-feira... KEULY: Hã. TINEL: Meia-noite aqui em Rio Branco. KEULY: Eita!

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TINEL: Sai de Aracaju meio-dia vai pra Belo Horizonte, aí fica das três da tarde às nove da noite, seis horas em Belo Horizonte. KEULY: Meu Deus! TINEL: É muita crueldade, ó! KEULY: Olha seis horas, é verdade ,ó! A tua reunião é segunda e terça ou é só terça? TINEL: É segun.. é terça-feira, só terça-feira. KEULY: Porque tu passa o dia todo viajando, né?Coitado. TINEL: É, mas viajar segunda o dia todo é...chega...ainda dá pra pegar uma praia na segunda-feira, chega duas da tarde...três da tarde. KEULY: Só tem aquela bonita, né? Aquela lá longe. TINEL: Chega três da tarde em Aracaju. Daqui que chegue no hotel dá(sic) cinco horas...não dá tempo de nada. KEULY: É verdade... TINEL: A reunião é nove, só se for terça à tarde. KEULY: É. Hein TINEL... TINEL: Sem as pessoas importantes não vale a pena. KEULY: É verdade, hein TINEL... e o STF e as coisas, eu tenho acompanhado o que o Fábio tá(sic) mandando. TINEL: É, ainda não saiu nada da segunda...tá tudo calado, né...da segunda cota, mas eu acho que eles vão fazer um termo de ajustamento aí, mudar uns três, quatro meses pro Senado. Eu não tenho nenhum interesse de (inaudível), tá(sic) entendendo? KEULY: Hum. TINEL: Mas, eu não sei, tudo é possível com o Barbozinha.(risos) KEULY: É verdade, ó! Tudo é possível. TINEL: Tudo é possível com o JOAQUIM BARBOZA. KEULY: Mas aí… tem alguma coisa que dia o sistema volta a funcionar, como é que é? TINEL: Não amanhã já vai… já tá ... restos a pagar, hoje já baixamos tudo, a Helena já terminou lá os saldos é...e eu vou trazer os saldos tudinho(sic) também. A idéia é não deixar os órgãos e fazer o mapa dos restos a pagar e os saldos. KEULY: Tu não vai fazer igual ao ano passado? TINEL: Não, a idéia é não fazer não, ó! Até por que nós...nós vamos deixar esse dinheiro nos órgãos, mas não temos... nós vamos ter que administrar inclusive esses restos a pagar, tá entendendo? KEULY: É por falta de dinheiro, né? TINEL: É... KEULY: Nesse caso, esse ano é falta de dinheiro, né? TINEL: É por conta de poder administrar o saldo, tu tá entendendo? KEULY: É se deixar nos órgãos eles vão gastar. TINEL: Pois é, porque nós precisamos ter governabilidade no início do ano com esse dinheiro, aí é...tá entendendo? KEULY: É verdade. Tá certo. TINEL: Não vai ser fácil não, ó! KEULY: Mas, então segunda nós vamos(inaudível) em2013? TINEL: Já, já. KEULY: Mas aí podemos ver que área que vai pagar? TINEL: Mas eu acho que amanhã a gente já fecha, se a HELENA fechar os saldos com a NÍVIA lá que ela tá fechando a gente já transfere os saldos. KEULY: Ah, tá! TINEL: E aí a gente tira todas as precauções do jeito que tu tira, tira um antes, tira um... KEULY: Isso é, não é... TINEL: Depois que transferir a gente tira o outro, tá entendendo? KEULY: Certo. TINEL: Mas as menina(sic) tão...tão bem...bem sintonizada(sic) Nívia, Helena, Fabi, sabe... o pessoal tá legal. KEULY: A ELAINE, já voltou, o ÉLCIO, aí dá uma aliviada. TINEL: A ELAINE já tá de volta, a lá, voltou essa semana. Aí, ontem, olha só quem chegou ontem lá. KEULY: Quem?

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TINEL: O...como é o nome daquele... o do depasa lá? Aquela... KEULY: Ah, a mulher da (inaudível). TINEL: Rapaz, ela chegou tão macia com o (inaudível), eu digo(inaudível) tem alguma coisa aqui nesse negócio... KEULY:TINEL tu tá sabendo já que a (inaudível) vai embora? TINEL: Não. KEULY:Pois é, o mari…ela me ligou avisando eu tô(sic) atrás de uma pessoa pra te apresentar porque eu não tenho ninguém pra remanejar lá dentro não, eu vou ter que colocar alguém de fora e preciso nessas duas últimas semanas. O marido dela veio agora pra cá, né... aí disse que achou ela muito diferente que ele não liga mais pra ele, não sei o quê... o cara...tipo assim, o cara inventa de ir embora e acha que a mulher vai ficar aqui numa boa e ele vai chegar e a mulher vai tá sofrendo, né? Aí ficou desesperado e aí chegou e fez a mudança dela. TINEL: Ele tá onde ele? KEULY:Eu sei lá, qual é a cidade. TINEL: Ele é o que? KEULY: Ele é esses negócio(sic) aí de militar... TINEL: Ah é força nacional? KEULY:É, essas coisas aí que é transferido aí, ele foi transferido e aí disse que não dava pra levar ela, né? No início ela queria ir, mas tá bom, então ela ficou e tal, quando foi agora que ele voltou, aí ele disse não vai sim não dá pra ficar tu aqui e eu lá. Aí ela me ligou desesperada e que ela disse que agora ela não queria ir mais, mas a filha dela insistiu e não sei o quê, aí eu disse a gente já sabia né? Que ele tava(sic), que ele queria que fosse e aí eu tomei uma decisão, porque não dava pra ficar dois anos longe do marido, era melhor então né, acabar com isso tive que decidir. TINEL: É… dois anos? Ainda recebeu em casa tá bom demais. KEULY:Pois é. Aí eu tô(sic) atrás de... eu já falei com TIAGO eu tô(sic) vendo alguém na área mesmo, né... pra poder a gente pensar e começar a treinar. TINEL: Certo. KEULY:Então, tá(sic)! Acho que na é hora... nem lembro o que é foi a LILIAN que falou alguma palhaçada, aí eu te liguei pra mulher... TINEL: Eu disse pra ela que acho que ela que eu acho que ela tava...que hoje...que a única coisa que eu falei com o MÂNCIO foi que ele vai pro Peru no carnaval, né? KEULY:É, eu vou também, eu e a LILIAN, né? Tu sabe. Não sei pra onde, mas nem que seja pra Brasiléa(sic). TINEL: Pois é... KEULY:Que nós tamo(sic) atrás da passagem... TINEL: Pois é ela falou...Aí eu disse pra ela, ela que falou e disse, mas ela tava(sic) na dúvida se o MÂNCIO ia tá aqui, eu disse aí hoje eu só falei pra ela o MÂNCIO vai passar, ele só volta na sexta. KEULY:Então eu acho que era isso, era alguma coisa nesse negócio que a gente tava(sic) decidindo porque pro nosso pacote quinta e sexta a gente tinha que não trabalhar,né? Aí ela me disse que o MÂNCIO ia num(sic) sábado e voltava na quarta por que não podia faltar quinta e sexta, eu disse LILIAN eu não acredito não que o MÂNCIO tá fazendo isso. TINEL: Chega sexta-feira e ele vai chegar sexta à noite aqui. KEULY:Aí ela disse KEULY ele me disse o que que nós vamos fazer? LILIAN não vamos fazer nada, vamos esperar que ninguém tem nem passagem e tu já quer ficar pedindo antes de ter passagem, vamos atrás de passagem. Aí, foi isso ela me ligou pra dizer que o MÂNCIO tinha tomado a decisão de não voltar. TINEL: É eu falei hoje pra ela. Ontem eu perguntei pra ele, eu digo e aí tu vai tirar férias? KEULY: LILIAN, quem vai pagar a luz nesta secretaria...acho que foi pra isso...quem vai apagar a luz na secretaria? Ela disse TINEL. Aí eu ah, então tá(sic). O TINEL vai apagar a luz acho que foi nessa hora que gente tava bricando aí eu te liguei pra saber se tu ia tá aí pra apagar a luz. Porque disse que o EDNALDO não vai tá(sic)... TINEL: Vai tá na Boli...vai tá no Peru também... KEULY: Eu não vou tá e a LILIAN não vai tá, pronto! Então vamos fazer uma comitiva da secretaria da fazenda, TINEL, eu acho! TINEL: É então era melhor... KEULY: Então, a gente deixa o Élcio...o Élcio aí cuidando de tudo. Que o Élcio não pode pedir

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nem pra afastar nem... TINEL: Ele não tem moral mais nada não... KEULY: Ele num tem mais nada, não pode pedir mais nada. Hoje ele ficou me mandando mensagem dizendo que a Range Rover, né? Tá instalando a fábrica no Brasil, aí ele me manda mensagem pra dizer isso, pra dizer que a Evoque é a minha cara, mais não sei o quê, mas menino olhe você precisa ver passou o dia todo me mandando mensagem... TINEL: Ele tava(sic) dizendo, não é uma baratinha. A mais barata é cento e sessenta e cinco e... KEULY: Sério? É sério? Cento e sessenta e cinco, é? TINEL: É... KEULY: Puxa vida... eu fiquei até(inaudível) quando ele me disse que ela vinha me trazer, mas não sabia que era isso não. Perguntei pra ele o custo e ele não me disse. TINEL: Ele disse, não a KEULY, já tá gostando...(risos) KEULY: Mas ele não me disse o preço, esse gaiato(sic)...eu perguntei várias vezes, Élcio qual é o valor? E ele não respondia, olha o bicho sem vergonha. Não sabia que era tudo isso não. TINEL: É caríssimo... KEULY: Aqui nem tem, né? Não dá nem pra saber. TINEL: Rapaz, isso aí... eu disse rapaz eu acho que vou vender minha SW4 pra eu comprar um fusca por que...é mais negócio por que esses caras aí...você vai... KEULY: Meu Deus, TINEL, ela é cento e sessenta reais, eu não acredito não, cento e sessenta mil? Meu Deus do céu o que que é aquilo. Gente então tem muita gente rica aqui em Rio Branco, ó! TINEL: Tem, ó! Eu tô(sic) vendo isso, é mesmo! KEULY: TINEL tem muita gente rica...e hoje já tem cinco dela tem uma prata, uma branca...uma preta e branca. Puxa vida não acredito não(inaudível). Pensei que ela era o preço de uma... TINEL: A cento e quarenta mil é a dois mil e doze, doze. KEULY: Eu pensei que era o preço igual aquele da Kia, sabe? Sabe aquele da Kia que parece com o dela. Claro que não... parece, não é linda como ela...um da Kia...que não é esse é noventa mil, o Sportage só que... claro nas proporções totalmente diferentes, né? É por isso que ele não me mandou, quanto era.(risos) Então tá(sic) a gente conversa antes de tu viajar segunda-feira pra saber quais são as orientações. TINEL: (inaudível) KEULY: É tu que vai viajar, ora eu vou voltar de férias e tu vai viajar. TINEL: Pois é e nem vai tá aqui pra fazer a recepção, é muito ruim isso. KEULY: É verdade, olha eu vou te dizer o MÂNCIO tá achando que eu tô voltando cedo demais, tu não vai tá aí, eu...sinceramente a situação não tá...não sei não. TINEL tu já pensou num lugar pra nós, TINEL? TINEL pense num lugar pra nós. TINEL: Vamos amadurecer isso aqui... KEULY: Vamos pra onde chefe? TINEL: Vamos ter que amadurecer isso mesmo, ó! KEULY: É TINEL, pelo amor de Deus. Eu já me escrevi na... TINEL: Aí hoje a tarde teve a reunião... KEULY: Na faculdade TINEL: Sabe com quem foi a reunião hoje? KEULY: Ai meu Deus com quem? TINEL: FELISMAR, GILDO, MARCIA REGINA, aí tu já sabe né... KEULY: Ele vai assumir a Fazenda? TINEL: A reunião já vem... KEULY: Hein TINEL? Vão assumir a fazenda, ai meu Deus... TINEL: Não, aí...é mesma coisa que assumir por que a conta que eles trouxeram só do FELISMAR... aí gera stress, né?(risos) KEULY: (inaudível) é uma loucura, né? TINEL: Sei disso. Rapaz, além de não ter dinheiro vocês não tem uma proposta, a conversa é a mesma. Vocês não tem proposta de como vocês vão reduzir, como vai... tu tá entendendo? Aí ele vai a loucura, aí a MARCIA também pegou embalo na dele hoje.

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KEULY: Foi? TINEL: Foi. KEULY: Mas, contra ele ou a favor dele? TINEL: Não, a favor, a favor. KEULY: Ah, tá. Porque realmente alguém tem que seguir esse embalo... porque não é possível... TINEL: Vocês tem que ter um plano pra poder levar pro Governador, independente de ter ou não, mas, aí não tem um esforçozinho de vocês...vocês querem o mundo ideal. Todo mundo quer. Eu quero trinta milhões do tesouro pra continuar fazendo o que eu tô(sic) fazendo com a incompetência que eu tô(sic) fazendo, tá entendendo? KEULY: Ah era isso que eu ia dizer. Continuar fazendo o quê? Eu tô(sic) com três nome de rua que acabaram... as ruas... quando eu voltar, eu vou atrás de saber aonde a gente denuncia isso. Assim, com quem a gente fala, né? Porque eu pedi pras(sic) pessoa esperar, quando eu voltasse pra não fazer nada. Mas eu tô(sic) com três nomes, três ruas de pessoas que a rua tinha tijolinho, como essa minha tal, assim, entendeu? Dava pra trafegar e a Rua dos povo entrou e acabou com a rua e nunca mais voltaram, já faz seis meses... TINEL: É, aí é difícil. KEULY: É um horror menino. Aí mete...fala mal que só de nós porque... TINEL: Se a gente falar nisso, vai dizer que nós somos contra, né. Mas esse é o entendimento, ninguém tá... KEULY: Não, mas eu... na verdade, eu não tô(sic) nem querendo... voltar quero ver só com quem que a gente fala assim pra saber, né? Tem que ajudar as pessoas... TINEL: Não, a gente vai ter que falar com muita calma com o GILDO mermo(sic), mas... KEULY: Não, é pra saber como é que é e tal...aí maninho se não resolverem também, eu faço como eu fiz com a NÍVIA, oriento a entrar no Ministério Público. TINEL: É. KEULY: Que a NÍVIA entrou. TINEL: Entrou? KEULY: Porque ela ligou pro FELISMAR... Entrou e saiu, na época até no jor... eles foram lá na casa dela, aí foram tudo. Ela ligou até pro FELISMAR, o FELISMAR disse assim, aí como foi que ele disse... é mesmo... assim deu uma resposta ridícula, ela ficou com tanta raiva que pegou e foi. TINEL: É, ele é sarcástico, ele é incompetente, e ainda faz gracinha. KEULY: Ela veio me contar... eu disse não...(inaudível) olha eu vou entrar, eu disse entre minha filha, entre que é seu direito... lá o bueiro voltava alguma coisa assim... algum problema, eu acho até que já resolveram que quando ela foi no Ministério Público...saiu no jornal e tudo, na época. Aquelas coisas, né de sensacionalismo... que fala pra ir pro jornal. TINEL: É. KEULY: Ah, então, tá! TINEL: Então tá bom. Até amanhã! KEULY: Até amanhã, te ligo. Beijinho. TINEL: Beijo, tchau. KEULY: Tchau.

O VÍNCULO ASSOCIATIVO ENTRE AS EMPRESAS

INTEGRANTES DO CARTEL Na chamada abaixo o vínculo associativo entre as empresas do

cartel fica claro. O alvo Sérgio Nakamura recebe informação no sentido de que somente as empresas MAV, CONSTRUTERRA, ÁBACO foram as únicas empresas que compareceram ao local para efetuar o levantamento topográfico (possivelmente no local da implantação da Cidade do Povo). Nakamura diz que entraria em contato com o restante do pessoal, possivelmente (BESSA e ADDIN), e posteriormente daria o retorno. ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

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CONTATO

5012786 6881110344 6832217981 11/12/2012 09:21:23 00:01:13 RECEBIDA � �

@@@ RODRIGO X NAKAMURA #

TRANSCRIÇÃO: NAKAMURA: Alô RODRIGO: Sérgio.. é o Rodrigo.. tudo bom? "SÉRGIO, o pessoal das outras empresas não apareceram pra fazer o levantamento topográfico não viu." NAKAMURA: "Quem tá faltando?" RODRIGO: "Quem veio foi só a MAV e a CONSTRUTERRA" NAKAMURA: "E a ÁBACO" RODRIGO: "É e a ÁBACO" NAKAMURA: Eu vou cobrar do pessoal então.. RODRIGO: A Bessa não veio e teve um outro... NAKAMURA: ADIN.. RODRIGO: ADIN também não veio.. isso.. NAKAMURA: Eu vejo.. me dê seu telefone por favor..? RODRIGO: 9904-1112 NAKAMURA: Deixa que daqui a pouco eu dou um retorno para você então.. RODRIGO: Tá bom então.. NAKAMURA: Valeu.. obrigado.. tchau RODRIGO: Tchau

Neste áudio o alvo Adriano da empresa MAV conversa com o alvo Carlos Sasai da CONSTRUTERRA, e recebe daquele a notícia de que tinham que comemorar, eis foram bem sucedidos em uma reunião no Ministério das Cidades, e que a proposta tinha sido aprovada, e que era para avisar para todos os parceiros aí para se organizarem. O alvo Adriano faz referência ao Edital de Chamamento que estaria na praça. Este edital trata-se do Edital de Chamamento nº001/2012 que foi publicado no Diário Oficial do Estado do Acre no dia 13/12/2012.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5019331 6892293956 6881117013 12/12/2012 10:07:30 00:02:42 EFETUADA � �

@@@ ADRIANO X CARLOS SASAI #

TRANSCRIÇÃO: CARLOS SASAI: oi Adriano. (Adriano conversa com outra pessoa que está aparentemente com ele) CARLOS SASAI: oi Adriano. ADRIANO: bom dia, doutor. Tudo bom? CARLOS SASAI: bom dia. Tudo bem. ADRIANO: estamos aqui acabando de sair da reunião com o Ministério das Cidades. CARLOS SASAI: e aí? ADRIANO: e aí, camarada, nós temos que comemorar! Fomos bem sucedidos aqui na reunião... a proposta está sacramentada. CARLOS SASAI: é... maravilha. ADRIANO: e... e a gente só tem que comemorar aí e avisar pra todos os parceiros aí pra se organizarem. CARLOS SASAI: e vai trabalhar né... hehehe e vai trabalhar! ADRIANO: e graças a Deus a gente vai ter uma condição aí, agora, de mostrar que nós somos capazes. CARLOS SASAI: humhum, que bom. ADRIANO: tá certo?! O Edital de Chamamento, inclusive, autorizado aqui pelo Ministério também já tá na praça já aí também. CARLOS SASAI: é!?

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ADRIANO: é. CARLOS SASAI: ótimo! Você volta hoje à noite? ADRIANO: hoje à noite, hoje à noite. Aí avisa aos colegas aí que nós... eu tô aqui, vou tomar um chopp agora porque essa foi uma... uma reunião muito proveitosa. CARLOS SASAI: hehehe que era que agora é dez e quinze. Hein, Adriano?! Tu num tem jeito de dar um pulinho lá na (inaudível - entendo Cebic), não? ADRIANO: na (inaudível - entendo Cebic). Lá é de que horas? CARLOS SASAI: não... é só pra tomar as informações... o que é que tem de concreto nessa... nessa desoneração da previdência... pra pegar algumas informações... ou a gente pega depois via... email? ADRIANO: eu acho que é melhor fazer uma consulta formal... (inaudível) pedi pro meu contador dar um parecer do entendimento dele, aí com a visão do... do contador, a gente acrescenta é... o nosso entendimento e formula um documento oficial porque aí a gente vai ter que por pra outro setor. CARLOS SASAI: porque... tá muito. ADRIANO: é, tá confuso. CARLOS SASAI: tá, tá muito superficial as informações que a gente tem, né. Tá... ok. Mas tudo bem, meus parabéns aí. ADRIANO: tá certo, então. CARLOS SASAI: falou. ADRIANO: valeu. CARLOS SASAI: tudo de, tá bom.

A informação acima ainda é repassa pelo alvo Carlos Sasai ao

alvo Salomão.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5022591 6881117013 6881117029 12/12/2012 17:35:25 00:01:05 RECEBIDA � �

@@ CARLOS X SALOMAO #

TRANSCRIÇÃO: SALOMÃO: Oh, CARLOS! Cê(sic) tinha ligado pra mim? CARLOS SASAI: É, era sobre... a gente não tinha programado pra ir falar com o cara...(inaudível) SALOMÃO: Ele tá viajando, né? CARLOS SASAI: Ah, ele tá viajando? Por isso que eu tentei falar com ele hoje e deu fora de área. SALOMÃO: Tá viajando! CARLOS SASAI: SALOMÃO: ...saiu a publicação, né? CARLOS SASAI: É? SALOMÃO: É. CARLOS SASAI: Então, Adriano ligou pra mim muito satisfeito, contente e foi ótimo a reunião lá, e amanhã disse que quer sentar com a gente, tá? SALOMÃO: Tá bom! CARLOS SASAI: Então amanhã cedo a gente senta pra conversar. SALOMÃO: Amanhã cedo eu estou em Porto Velho, mas a tarde eu tô aí. SALOMÃO: CARLOS SASAI: Ah é? Ah, tá bom. Tá ok! Tá bom, tchau!

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Neste áudio, o alvo Marcelo da SEHAB informa a uma pessoa não identificada a respeito do Edital de Chamamento nº001/2012 que foi publicado no Diário Oficial do Estado do Acre no dia 13/12/2012. Neste diálogo, o alvo Marcelo diz claramente acerca de possível acerto e combinação entre as empresas interessadas. MARCELO diz que se não fez nada disso (acerto), a partir de agora estariam “lascados”. Marcelo fala para seu interlocutor que o negócio era vocês entrarem em acordo.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5026928 6899845898 6899847379 13/12/2012 13:34:08 00:02:36 �

@@@ MARCELO X HNI #

TRANSCRIÇÃO: MARCELO: bora trabalhar rapaz! HNI: bora, hehe. MARCELO: ei, o seguinte. HNI: hum!? MARCELO: como eu te falei o edital de chamamento do Minha casa minha vida saiu hoje. HNI: saiu hoje Marcelo!? MARCELO: saiu hoje. Então qualquer movimento que tenha meu filho é a partir de agora ou cale-se para sempre. HNI: é mesmo é!? MARCELO: é, então se não aceitou, se não combinou... não tem nada. A partir de agora vocês estão lascados. É até dia 21 o edital de chamamento... e aí com esse edital a gente vai mandar pra Caixa as empresas que estão habilitadas a se... a apresentarem as propostas da Caixa. Então você tem uma semana meu filho pra se mexer... antes que a gente envie pra Caixa as empresas habilitadas. HNI: eu sei. Eu vou ligar pro secretário daqui a pouco. MARCELO: entendeu!? Então... teu negócio agora é vocês entrarem em acordo... tem que meter o governador que ele tá bufando de raiva. HNI: é!? MARCELO: é... então... ou vocês fazem isso agora ou tchau tchau brother. HNI: é mesmo é!? MARCELO: é! Resumindo é isso. Então. O edital foi publicado hoje e até dia 21 as empresas tem que se manifestarem lá na secretaria. HNI: na secretaria das cidades? MARCELO: não, naa... aqui na SEHAB pô! HNI: ah, na SEHAB. MARCELO: é... eles vão pegar e cadastrar lá direitinho. A gente vai juntar todos dia 22... e vamos enviar pra Caixa. Aí a Caixa já pode receber as propostas das empresas. (inaudível). Se tiver qualquer alteração nas planilhas dela, tem que ser feito essa semana... de cadastramento. HNI: eu sei. MARCELO: então brother te vira! HNI: então beleza Marcelo! Eu vou, eu vou ver se falo com o Edvaldo agora. (inaudível). MARCELO: é, o negócio tá certo. HNI: meu Deus. Complicado esse negócio. MARCELO: tá no aeroporto? HNI: ahã!? MARCELO: tá no aeroporto? HNI: tô não, tô aqui na... no escritório do Rodrigo aqui. MARCELO: no escritório do Rodrigo da SILT? HNI: é! MARCELO: (inaudível) tem agora. Hahaha. HNI: hahaha. Não (inaudível) não cara. Eu tô com uma nota aqui. MARCELO: tá bom, beleza!

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HNI: hehe, falou Marcelo. MARCELO: tchau. HNI: tchau. Abaixo segue a cópia do Diário Oficial do Estado do Acre referente à publicação do Edital de Chamamento nº001/2012.

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No áudio abaixo, o alvo SALOMÃO conversa com seu interlocutor

a respeito da execução de obras na Cidade do Povo, e este diz que acertou

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com JOÃO BRAGA (da empresa Albuquerque), e que já discutiu com Jorge Wanderlau sobre uma possível parceria, e que analisaria se seria vantajoso fechar com estes, pouco importando se estaria no nome dele ou da empresa Albuquerque, eis que o que interessa era o resultado. Diz que quinta-feira iria ter uma reunião para apresentar os projetos, a qual seria convocada por SASAI para apresentar os projetos ou se esperaria o ADRIANO chegar. É a prova cabal do vínculo associativo entre as empresas participantes do cartel.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5159377 6881117029 6899891404 09/01/2013 08:34:56 00:02:36 RECEBIDA � �

@@@ SALOMÃO X JOÃO BRAGA #

TRANSCRIÇÃO: JOÃO BRAGA: Bom dia mano(sic) velho, tudo bem? Como é que estão as coisas? SALOMÃO: Tamo(sic) correndo aí! JOÃO BRAGA: É? É, me diga uma coisa... por quê...a gente...eu tô(sic) vendo aí pra dá entrada nos projetos e aí você decidiu alguma coisa? Como é que tá isso? Que a gente tem que vê em nome de quem ou eu vou entrar tudo em nome da ALBUQUERQUE e depois tu muda, se tu resolver... SALOMÃO: Então, mais aí ainda não publicou ainda não, né? JOÃO BRAGA: Não mais é que eu tô, isso mais é que a gente tá preparando as coisas e eu tava querendo fazer as consultas prévias né? Principalmente Banco do Brasil que os cara eu não sei como é que eles vão, como é que eles vão agir no escritório deles não sei como é que é. SALOMÃO: Então, o que eu acertei com o JOÃO (JOÃOALBUQUERQUE) é o seguinte, inclusive eu fiquei discutindo com o JORGE ontem todim(sic), eu devo tá fechando hoje mandando um e-mail pra ele, né? Porque eu tenho que entender como é que vai funcionar, aquele negócio né JOÃO BRAGA se é vantagem eu ficar com vocês ou não, é claro que quando eu fui fazer a parceria tô(sic) entendendo que é independente ficar no meu nome ou na da ALBUQUERQUE, o que for melhor negócio, o que interessa é resultado. Não interessa nem um (...inaudível) ficar no meu nome ou não ficar o que interessa é que tenha resultado. Aí o que eu acertei com o JOÃO (ALBUQUERQUE) é o seguinte...antes de ontem e ontem trabalhando eu devo fechar hoje, eu vou mandar um e-mail pro JOÃO (ALBUQUERQUE), eu tinha acertado com ele e ele deve tá publicando aquele negócio hoje ou amanhã, aí quinta-feira que vai ter uma reunião pra entrar com os projetos. Quinta-feira o SASAI vai convocar pra uma reunião e vai decidir se entra com os projetos ou espera... JOÃO BRAGA: quinta-feira que tu tá falando é amanhã? SALOMÃO: é, ou espera o ADRIANO chegar, né? JOÃO BRAGA: o ADRIANO chega quando? SALOMÃO: acho que ele chega na terça-feira da semana que vem. JOÃO BRAGA: terça-feira? SALOMÃO: é, então, mais hoje eu devo tá fechando e mandando pro JOÃO BRAGA pro JOÃO BRAGA dá uma analisada e vê óh vai funcionar desse jeito, tá entendendo? Aí a melhor situação é essa, aí acabou, aí não tem erro não, nós vamos chegar num acordo aí, né? Não esquenta não que já já a gente chega num acordo aí. Nessa semana a gente resolve isso. JOÃO BRAGA: Tudo bem.Tá ok. Tá jóia. Tchau,tchau! O processo de seleção adotado pela Caixa Econômica Federal visando à contratação de empresas para realizarem obras de construção de casas na Cidade do Povo, por ser deveras simplificado, permitiu a atuação livre e desimpedida do cartel.

No áudio abaixo o alvo Vladimir em diálogo com João Braga da empresa Albuquerque falam em reunião para discutirem projetos e

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procedimentos para darem entrada nas aprovações, e que daria uma ligadinha também para o Salomão. Diz ainda que se for marcada uma reunião, tanto o Adriano quanto o Carlos Sasai vão avisar para todo mundo (a partir do 5º minuto). Esta reunião diz respeito ao Edital de Chamamento nº001/2012, que trata das obras da Cidade do Povo.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5058534 6899996614 99891404 19/12/2012 08:38:35 00:07:20 EFETUADA � �

@@@ VLADIMIR X JOAO BRAGA #

TRANSCRIÇÃO: JOÃO: Diga lá meu ilustre..bom dia.. VLADIMIR: Oi mano.. bom dia .. tudo bem? JOÃO: Eu ia te ligar.. falei para o Jean que ia te ligar agora.. VLADIMIR: O que que o Sr. manda? JOÃO: Tudo bem? VLADIMIR: Tudo bem.. JOÃO: Não.. porque é assim.. primeiro eu queria te comunicar.. ontem eu corri.. corri..e findei não te ligando ontem....eu dei entrada ontem, viu? VLADIMIR: Entrada ontem, nos dois? JOÃO: Nos dois VLADIMIR: Você conseguiu pegar aquelas declarações no Banco? JOÃO: Todas duas meu amigo.. VLADIMIR: Eu vou dá entrada amanhã de manhã, ou na sexta de manhã JOÃO:É né..pois é, eu dei entrada em todos os dois, a nossa foi a primeira viu. VLADIMIR: Oh beleza... JOÃO: Segundo o Marcos deu uma olhada rapidamente lá.. tá tudo ok.. negócio da documentação..mais ou menos como te falei.. um banquinho e outro banco.. os cabras estão numa pressão desgraçada para a gente fazer com eles.. e o outro querendo botar marra... se botar marra.. a gente manda para tomar naquele lugar e faz com o outro... VLADIMIR: Com certeza você estava igual mulher bonita.. gostosa no final de festa...vai estar sendo disputada a tapa pelos dois.... eles estão doido para contratar.. JOÃO: É porque eu falei pro JOÃO o seguinte: JOÃO, chegou o momento do seguinte... tu já viu aquelas putas, bicho, de bordel, que quando sobra só ela, o priquito dela começa valê ouro. VLADIMIR: É JOÃO: Pois é o nosso caso agora (risos) vamu vendê caro essa porra agora, não vai sê barato não, vamu exigi uma porrada de outras coisa. Mas ora porra. A (inaudível), porra faz tudo. aquele bando de filho da puta que vive cheio de onda, cheio de marra. Ah, que isso. VLADIMIR: Aí eu te liguei hoje para ver se a gente marcava, amanhã , não sei como está sua agenda.. aquela reunião para ver com o Salomão, para definir o resto do projeto, as coisas, cada passo do trabalho, o que falta andar.. JOÃO: Eu mandei o Jean inclusive para escanear mandar para você e para o Manoel.. aquele negócio do Valmir...aí eu ia te ligar para ver como está a situação do Valmir..já concluiu tudo .. como é que está.. VLADIMIR: Falta fazer alguns ajustes..nos projetos..mas é normal... ele foi entregando.. a gente foi revisando... JOÃO: Porque ele está precisando de dinheiro.. VLADIMIR: Justamente eu queria sentar com ele hoje ou amanhã para a gente conversar sobre esse negócio.. o Salomão também encaminhou alguns projetos...beleza...tá dando quanto... quanto para cada um.. JOÃO: É isso que a gente tem que ver...você tem essas despesas que você fez.. o Salomão me disse que teve algumas despesas..vamos ver isso logo... VLADIMIR: Eu queria sentar logo com você... eu sentaria amanhã.. JOÃO: Mas amanhã já é quinta...eu digo para dar alguma coisa para o Valmir.. sem ser necessário a gente sentar...você poderia mandar por e-mail, a gente faz algumas contas..e a gente vê..

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VLADIMIR: Tudo bem, vai mandar para o meu e-mail, o Jean? JOÃO: Já.. eu não sei se ele te ligou...tu não tens o telefone dele não? VLADIMIR: Tenho não.. JOÃO: Deixa eu te passar o número dele para você dar uma ligadinha para ele por favor..aí tú passa seu e-mail para ele.. porque eu não estou no escritório.. aí você passa seu e-mail para ele..um minuto por favor.....(pausa)...9969-6886... aí ele passa para ti essa proposta e a gente vê o que nós podemos fazer pelo nosso parceiro... VLADIMIR: Eu já queria também ligar para o SALOMÃO pra vê se agente marcava uma reunião. Porque tem umas questões de projeto, tem umas decisões que a gente tem que tomar, questões de procedimento pra gente dar entrada nas aprovações JOÃO: É a gente tem que dá uma sentada. VLADIMIR: Pode ser amanhã, umas 18 horas, ou você tá muito ocupado? JOÃO: Não vamo marcar, eu teria que ver no escritório se tem alguma coisa para amanhã, eu te ligo ainda hoje. VLADIMIR: Tá bom então..eu vô dá uma ligadinha também pro SALOMÃO, para ver como ele está para amanhã.. aí eu aguardo o retorno de vocês. JOÃO: Se eu não me engano, eu encontrei ontem com o ADRIANO e o CARLOS SASAI. Se eu não me engano, eles queriam marcar alguma coisa pra amanhã. VLADIMIR: Se marcarem tu me avisa, o Adriano não tem meu contato e o pai está viajando, né que o ADRIANO não tem meu contato... JOÃO: Se marcarem vão avisar para todo mundo.. VLADIMIR: O Adriano não tem contato comigo e o pai tá viajando, está fora da área... JOÃO: Então é o seguinte..se ele me der alguma posição hoje eu marco.. mas de qualquer forma vamos marcar porque aí se não tiver nada lá a gente faz a nossa... VLADIMIR: Tá bom então.. JOÃO: Tá bem? VLADIMIR: Beleza então..um abraço, JOÃO: Dá uma ligadinha para o Jean.. VLADIMIR: Eu vou ligar para o Jean agora..pode deixar.. JOÃO: Tá falado..valeu.. VLADIMIR: Tchau.. tchau..

Neste áudio o alvo Vladimir fala com Salomão acerca da reunião acima citada, sendo que tal reunião seria de coordenação para definir detalhes, diretrizes e para dar uma organizada, e estabelecer uma divisão de tarefas.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5058991 6899996614 81117029 19/12/2012 09:36:41 00:05:40 EFETUADA � �

@@@ VLADIMIR X SALOMAO #

TRANSCRIÇÃO: SALOMÃO: Ô, VLADIMIR! VLADIMIR: Oi, bom-dia SALOMÃO. Tudo bem? SALOMÃO: Tudo bem. VLADIMIR: Como é que tá(sic) o aperreio hoje, essa semana? SALOMÃO: Hã? VLADIMIR: Como é que tá o aperreio essa semana? SALOMÃO: Como é que tá o que VLADIMIR? VLADIMIR: O aperreio? SALOMÃO: Rapaz...cada vez pior, né?(risos) VLADIMIR: Putz grila(sic), meu irmão... SALOMÃO: Ninguém paga bicho, meu Deus do céu... VLADIMIR: Ninguém paga e tão empurrando tudo pra...pro final da semana que vem., né? SALOMÃO: É... VLADIMIR: Esse negócio...só vão pagar décimo terceiro, também semana que vem... SALOMÃO: Enrolado, né?

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VLADIMIR: Hã? SALOMÃO: Tá enrolado... VLADIMIR: Meu irmão...tem nossa certidão do INSS, da Prefeitura...tá(sic) pra sair hoje(inaudível) pegar as duas hoje. Aí eu te liguei pra gente vê...pra vê três assuntos...um...tem algum problema se gente marcar uma reunião lá com o JOÃO BRAGA, eu, tu, o JOÃO BRAGA, o JOÃO, pra amanhã a tardezinha. SALOMÃO: Mas o quê você quer dizer com ele? VLADIMIR: Hã? SALOMÃO: O que nós vamos discutir? VLADIMIR: Tem uma, que eles mandaram e-mail daqueles projetos né, mas também tu teve dispesa de projeto, eu também tive, com topografia, essas coisas, sentá e vê isso, né. Que o JOÃO tá preocupado em evitar alguma coisa pro projetista né, pro menino que fez o projeto lá... SALOMÃO: Sei...tudo bem, pode marcá. VLADIMIR: E mais do que isso... o Leandro e o Manoel vão ter uma reunião hoje à tarde pra dar uma ajustada em uma série de coisas, tá? De projeto, de aprovação, de um monte de coisas e eu acho que a gente precisava fazer uma reunião de coordenação pra definir alguns detalhes e alguma diretriz...fazer alguma coisa... por que faz muito tempo que a gente não senta pra conversar, né e pra dá uma organizada...por que a partir da semana que vem a qualquer momento a gente pode precisar dá entrada em órgão, em projeto ajeitar um monte de coisa, tá(sic) entendendo? SALOMÃO: Sei... VLADIMIR: E aí essa reunião acho que era melhor que fosse a gente, e uma, pra conversar e dizer ó tal vai resolver isso, tá faltando isso tá aqui o check-list de coisas que tem pra resolver, entendeu? SALOMÃO: Sei...Ué pode marcar. VLADIMIR: Pode marcar? SALOMÃO: Pode...amanhã à tarde, né? VLADIMIR: É, amanhã de tardezinha lá pra umas cinco e meia, seis horas. SALOMÃO: Amanhã, é quinta... Vixe amanhã é a posse da desembragadora bicho e eu fiquei de ir lá, hein? VLADIMIR: Marca mais cedo... SALOMÃO: Não, é hoje...não é amanhã não...marca, marca amanhã à tarde mesmo. VLADIMIR: Tá bom? Aí a outra coisa que eu queria te pedir. Eu posso pedir(inaudível) pro Ivan, pro Ivan me mandar aquela minuta do contrato, lá do esperança, pra dá uma analisada, pra começar a revisar pra fazer minhas observações... essas coisas...pra gente ajeitar logo isso. SALOMÃO: Pode. VLADIMIR: Hã? SALOMÃO: Pode! VLADIMIR: Posso ajeitar. E a outra...eu já... tô aqui com a patrol no carro, tô levando pra polícia pra terminar de ajeitar umas ações, lá pro Josué começar a montar, o barracão lá no canteiro, né? Já fechei a mão de obra pra começar a montagem lá, por minha conta. Já fechei a tubulação de drenagem, também... SALOMÃO: Montagem de que? VLADIMIR: Do barracão, lá. SALOMÃO: Não... o barracão a gente monta, pô... VLADIMIR: Não, não, eu tenho que fazer minha parte... eu quero(inaudível) dá um apoio lá, com trator, com a patrol, pra... pra raspar o terreno...pra caçamba não atolar, essas coisas... SALOMÃO: O galpão a gente monta, porque tem que ser cara especializado, certo? Cê(sic) tá entendendo? Agora, cê(sic) tem que fazer é o resto do canteiro, né? VLADIMIR: O resto do canteiro já tô(sic) com a mão de obra e a madeira(inaudível) tá toda comprada. Já começo hoje à tarde ou amanhã de manhã. SALOMÃO: A madeira tá toda aqui, né? VLADIMIR: Tá, tá(sic) toda aí. Só falta o compensado, mas aí começa...(inaudível) comprada, alguns dias pra(sic) montar, quando entrar o dinheiro(inaudível) a gente compra este compensado. Não vai ficar parado. Eu já entrei lá, eu já mandei...eu já tô(sic) entrando com o (inaudível) de topografia, estaquiando as três primeiras ruas, pra bater (inaudível), conferir...Vê se o que tá em loco agora, tava diferente(inaudível)... Eu já vi o projeto e vi alguns detalhes...

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Eu já vou liberar o Jácome pra ir lá convesar com Ari, tá? Ele tem que tirar uma dupla com Ari pra gente poder começar... SALOMÃO: Tá(sic). VLADIMIR: Tá(sic)? SALOMÃO: Tá(sic) bom. VLADIMIR: Porque pelo que eu tô(sic) vendo a gente... naquele primeiro momento não vai pegar nada de barro na rua, a gente não vai interferir com morador... a gente vai abrir a valinha de drenagem de esgoto, reaterrar e o morador anda com carro dele normalmente. SALOMÃO: Então tá(sic). VLADIMIR: Tá(sic), então, hoje eu vou tomar estas ações, tá(sic)? SALOMÃO: Tá(sic) legal. VLADIMIR: Porque a gente tá(sic) tudo aperriado com esse negócio de déficit(inaudível) a gente fica com a cabeça maluca atrás das coisas... SALOMÃO: Mas, tudo bem, pode fazendo aí e pode pegar o pau aí... VLADIMIR: Tá(sic) bom então, já vou coordenar essas coisas e amanhã a gente marca a reunião... vou confirmar a com o JOÃO BRAGA amanhã seis horas na ALBUQUERQUE. SALOMÃO: Beleza, tá(sic) bom. VLADIMIR: Tá bom? Um abraço, tchau, tchau! Na chamada 5103390 Vladimir diz a Manoel, por volta do 2º minuto, que irá procurar os alvos Carlos Sasai e Adriano para fazer uma revisão para ver se tem alguma incoerência, pois eles estavam lá dentro (possivelmente executando as obras). Vladimir diz que já havia procurado ele (SASAI), tendo este dito que era para esperar passar a fase de seleção para depois discutir. Vladimir cita uma reunião que ocorrerá após o dia 4. E que dia 3 de janeiro iria procurar o Carlos (Sasai) e o Adriano (MAV). Veja que este áudio foi interceptado antes de ocorrer a seleção das empresas que iriam construir casas na Cidade do Povo. ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE

DO CONTATO DATA DA

CHAMADA HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5103390 6899996614 99717072 28/12/2012 07:34:06 00:05:33 EFETUADA � �

@@@ VLADIMIR X MANOEL #

TRANSCRIÇÃO: MANOEL: Alô VLADIMIR: Oi Manoel.. bom dia. tudo bem? MANOEL: Bom dia Vladimir.. VLADIMIR: é o seguinte.. já está no seu e-mail a separação por quadras..aí eu dividi...só dei uma acertada ..dividi pela quantidade de lotes...tá bastante equilibrado.. está dando em média dois mil e uns quebrados por quadra.. por lotes... não está dando nenhuma discrepância em relação a terraplanagem.. quando se divide pelo número de casas.. está dando valores bem próximos.. MANOEL: Eu vou lançar.. Vladimir.. o Leandro ainda não me mandou também..... VLADIMIR: O Leandro me ligou.. falei com ele agora.. ele já finalizou.. porque é bastante trabalho aquele ali .. ele tem que aferir uma por uma.. ele está procurando uma internet para mandar .. ele está sem internet.. MANOEL: Eu vou lançar o que der e vou passar para o Jácome porque não vai dar tempo de finalizar não...tem que finalizar cronograma.. você passou o cronograma tambèm? VLADIMIR: Cronograma ..finalizar agora.. aquela hora que eu cheguei e te falei que estava tudo certo..nego estava chegando agora para finalizar..ligaram agora de novo lá.. teve uma reunião no Gabinete que cancelaram metade dos pagamentos da Secretaria.. aí fizeram um plantão na Fazenda que hoje o orçamentário só vai estar aberto até as 10 horas da manhã..vocês estão sabendo disso aí..? (inaudìvel).. onze e meia da noite... MANOEL: Eu vou orientar o Jácome direitinho..ele vai pegar os dados.. ele vai lançando.. eu vou levar o computador..aí eu vou conferindo com ele.. e depois a gente finaliza..

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VLADIMIR: Porque de qualquer forma.. tirando a casa né. Todo o resto... agora... da terraplanagem, da infra, essas coisas. Após o dia quatro, vai ter a reunião, onde eu vou sentar, e talvez eu tenha que mudar alguns itens, algumas coisas, e está de acordo... dia três já vou procurar o CARLOS e o ADRIANO pra sentar e fazer uma revisão né, pra vê se tem alguma incoerência, especialmente porque eles estão lá dentro né, e tão acompanhando (inaudível). Eu já tive procurando eles, mas ele falou: deixa terminar essa fase que é de seleção, tem que sê selecionado, aí pega e senta pra discutir isso daí. MANOEL: Tá bom VLADIMIR: Aí, eu não posso, nem se eu quisesse (inaudível) fazê uma coisa agora. O VALMIR, eu já conversei com ele ontem, ele já fez as revisões daqueles PVs, né. E aí ele tá com tudo pronto pra dá entrada nos órgãos. MANOEL: Eu sei, tá bom, beleza. VLADIMIR: Se a gente não se falá mais então, boa viagem aí, boa, boa entrada de ano. MANOEL: Pra você também VLADIMIR, porque ano 2013 seja um ano bem melhor pra nós né. VLADIMIR: Com certeza vai sê, pelo que a gente tá trabalhando aí a gente vai consegui recuperá. (risos)... Agora, meu irmão, cara, tô te falando assim, porque não posso falá (inaudível) meu deus, que loucura. Ontem simplesmente fizeram e cancelaram o pagamento, os pagamentos da gente, sem um pingo de mentira, só três vezes. MANOEL: Meu deus que loucura VLADIMIR: Doidera, porque, por exemplo, lá os recursos de fonte 100, uma hora ia pagá as coisa da SEHAB, outra hora cancelaram. Aí ia com o TINEL, ele dizia que não. Ia com a MÁRCIA no gabinete, ela dizia que foi o secretário. Aí eles resolveram fazê um plantão, porque o sistema ficou aberto 24 horas na secretaria, e eles fazendo reunião com as empresas, negociando né, pra vê os cortes e essas coisas, aí .. tive a notícia.. naquela hora que te liguei estava tudo certo..tinha tido mandado e-mail para o Gabinete... uma hora e pouco depois cancelaram tudo.. aí o pessoal vai para o Gabinete.. você vai para a Secretaria e fica esperando..eu saí de la onze e quinze .. eles ficaram lá fazendo.. e vou para lá de novo.. MANOEL: Tem que ir sim.. VLADIMIR: Pelo amor de Deus cara.. é um estresse do cacete..Deus me livre.. dia 28.. você não pode planejar como vai ser o final de ano...entrada de ano.. com nota tirada e tudo..e pronto.. se você algum outro problema.. se tivesse faltado material na obra.. a obra está até na tampa com tubos... material e tudo..com contas a pagar.. e você não sabe se vai receber o que você produziu... MANOEL: É foda... VLADIMIR: Até a contra-partida eles ainda estavam resolvendo.. contra-partida de convênios com a Caixa..a situação na (inaudível) está caótica..lá eles estão completamente de escanteio.. dessas obras..mas tá bom..o importante é que ..? lá para resolver hoje..boa viagem.. MANOEL: Falou..Vladimir. VLADIMIR: Deixa tudo com o Jácome que eu vou pegar com ele para dar uma olhadinha.. a partir de amanhã eu já tranquilizo.. na hora de entregar para o pessoal lá.. MANOEL: Tá bom.. beleza..

Na chamada 5126167 Vladimir em conversa com João Braga (empresa Albuquerque) fica sabendo que o alvo Salomão havia se habilitado para uma quadra, contrariando o que haviam acordado, e que Carlão (Carlos Sasai) faria uma reunião para conversarem sobre este assunto.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5126167 6899996614 99891404 02/01/2013 18:30:01 00:04:24 EFETUADA � �

@@ VLADIMIR X JOAO BRAGA #

TRANSCRIÇÃO: VLADIMIR: Alô JOÃO: Alô VLADIMIR: Oi João .. tudo bem? JOÃO: Fala mano Vladimir.. VLADIMIR: Como foi de entrada de ano?

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JOÃO: Rapaz..eu virei rei fiquei legal...né.. passei os últimos três dias no trono cara....peguei essa infecção.. virose estomacal..meu amigo fiquei mal três dias.. VLADIMIR: gastrointerite-viral.. JOÃO: Negócio desse..essa "porra aí mesmo".. VLADIMIR: Meu filho teve um princípio também disso.. JOÃO: Meu amigo eu demoli.. afinei rapidinho..48 horas eu já estava show de bola..rs.. VLADIMIR: O ruim é que você está com a saúde sempre em dia né.. JOÃO: Eu tinha tudo programado..uma série de coisa e tal.. é assim mesmo...não reclamo de nada não..Deus sabe o que faz.. o que importa é que já estou legal já.. já estou trabalhando.. já estou na guerra.. Já fui lá a tarde. Já assinei os nossos negócios lá. VLADIMIR: É, então, teve uma reunião lá hoje. Foi chamado todo mundo ou só alguns? JOÃO BRAGA: Na verdade não foi reunião não. Era só pra gente assiná lá as coisas mesmo VLADIMIR: A ata JOÃO BRAGA: Era a ata só VLADIMIR: E aí, qual o próximo passo? JOÃO BRAGA: Não e, agora a gente foi aprovado né... tal... que essa ata lá é aquela ata de aprovação e quem, quem foi aprovado e tal. Aí ficou assim, eu até estranhei né, mas tudo bem, pra mim tá valendo. Porque o SALOMÃO findou se habilitando, não sei se através do Banco do Brasil e tal. ele se habilitô em uma quadra. VLADIMIR: Em uma quadra? JOÃO BRAGA: Em uma quadra. Aí a nossa ficou a... sim, mas se bem que vai ficá tudo junto né. Tem que vê como é que vai sê isso né. VLADIMIR: É, as vezes ele testou lá, e testou pelo Banco do Brasil. JOÃO BRAGA: Eu não sei cumé, eu não perguntei dele como foi que ele fez não, porque não era isso que tava acordado né, mas... VLADIMIR: Exatamente, tem que vê também. As vezes ele só fez pra testar, se ele vai querer. Tem que ver isso também. Tem que sentá pra defini isso amanhã né. JOÃO BRAGA: Pois é, então, e amanhã, nos vamo tê, acho que vamo comunica uma reunião... é 4 hora da tarde. O CARLÃO (Carlos Sasai) parece que vai convocá isso aí. VLADIMIR: E aí nos vamo sentá pra conversar isso... porque eu também não tava sabendo... se daí então for conversá com o SALOMÃO... isso quando aí a gente conversa? JOÃO BRAGA: Pois é, eu não conversei nada né e... com ele a respeito disso né. Como é que vai sê, que ele se habilitou. Pra mim foi uma surpresa lá, fiquei surpreendido, porque a programação não era essa. VLADIMIR: Exatamente, até as coisas que eu aprontei eu passei inclusive tudo pro MANOEL na sexta feira, pra terminar, o JEACOME tá lá terminando, o pessoal da Eleacre tá lá terminando o planejamento das planta. Eu até to fazendo um cronograma de infra pra entregar pra eles tudo. JOÃO BRAGA: No meu entendimento, vai permanecer tudo junto. Agora, como junto? que vai receber um dinheiro por lá, e outro por aqui, eu não sei. E aí eu não sei como é que vai ser agora. Tem que sentá e conversá realmente. VLADIMIR: E tem que sentá logo né, porque tem que correr com os trabalho né. Agora tem que entregar essas coisas tudo, né. JOÃO BRAGA: É tem que entregá tudo, entregá tudo. A gente agora tem que corre com isso que é pra entregá tudo né. VLADIMIR: Então vamo vê. Se não tivé reunião com a turma, vamo fazê uma reunião a gente já, amanhã, então. JOÃO BRAGA: É, mas deve ter essa reunião sim, o CARLOS SASAI qué... diz que ia convocá porque o Adriano está viajando. VLADIMIR: É, depois da do CARLOS a gente pode sentá pra conversá, amanhã... já vai todo mundo pra lá, a gente senta e bate um papo lá amanhã né. JOÃO BRAGA: É pode ser. Ou durante o dia a gente vê como se faz..bora vê.. VLADIMIR: A gente se fala amanhã de manhã então.. JOÃO BRAGA: Tá bem.. VLADIMIR: ..(inaudível)...fui pego de surpresa.. agora.. vamos ver também.. vamos ver qual a intenção dele então amanhã..um abraço.. JOÃO BRAGA: Outro.. VLADIMIR: Tchau.. tchau..

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O áudio acima trata da construção da casas populares na Cidade do Povo que serão executadas em conluio pelas empresas.

A reunião citada nas chamadas acima ocorreu no dia 03 de

janeiro, e pelo diálogo contou com a participação de Carlos Sasai, Jorge Wanderlau, Nilton, Keite e Salomão, conforme se pode perceber através das chamadas abaixo. Inclusive no índice 5128941 o alvo Vladimir diz que não pode atender o telefone por estar na reunião, cujo tema tratou do “Cidade do Povo”.

Já no índice 5129614 Vladimir comenta o que ocorreu na reunião

e relatou que determinados acontecimentos que ocorreriam após o dia 10 foram antecipados. Vladimir esclarece para seu interlocutor que o que foi antecipado foi o que estava relacionado ao Cidade do Povo. Diz que vai “pegar” uma subempreitada.

A chamada de índice 5129766 deixa claro o acerto que as

empresas fazem entre elas. Vladimir em conversa com seu pai cita que João (Albuquerque) disse a ele antes de entrarem na reunião que era para protocolar os projetos referentes à parte deles. Jorge Wanderlau diz que o melhor era pacificar, tendo Vladimir dito que era melhor o Salomão ir conversar com João Albuquerque. Cita que João daria uma tranca no Salomão, e que este iria afrouxa e iria fazer tudo junto.

E na chamada 5149253 João Braga relata a Vladimir o

desentendimento ocorrido entre o João Albuquerque e Salomão. O motivo de tal desentendimento foi que Salomão teria conseguido a aprovação de projeto para construção de casas no Cidade do Povo através de uma empresa interposta, preterindo as empresas de Vladimir (Engecal) e Albuquerque. Disse que era sacanagem o que o Salomão fez. João Braga cita a dificuldade que Salomão terá de comprar materiais no nome de uma empresa que ninguém conhece. (Salomão esta trabalhando com a empresa O.M. Cia Ltda, a qual esta registrada em nome de seus filhos). João Braga fica revoltado com Salomão pelo fato dele não ter dito que iria fazer isso.

No índice 5151817 Jorge diz que Salomão não mudou de idéia.

Já no índice 5167619, Jorge diz que Salomão estaria se convencendo. Na chamada de índice 5129510 Salomão conversa com um

empreiteiro de Cuiabá/MT relatando-o por volta do 1º minuto que pretende construir 3.000,00 casas populares do Minha Casa, Minha Vida na Cidade do Povo em conjunto com a Albuquerque e outra empresa de seu amigo Jorge Tomás (Engecal).

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5128805 6899996614 99597389 03/01/2013 16:13:22 00:00:49 �

@@ VLADIMIR X JORGE WANDERLAU

#

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5128941 6899996614 99825350 03/01/2013 16:54:59 00:00:32 RECEBIDA � �

@@ LEANDRO X VLADIMIR #

5129614 6899996614 99825350 03/01/2013 19:58:48 00:09:11 EFETUADA � �

@@@ VLADIMIR X LEANDRO #

5129766 6899996614 99597389 03/01/2013 20:51:20 00:03:37 �

@@@ VLADIMIR X JORGE WANDERLAU

#

5149253 6899996614 99891404 07/01/2013 14:33:11 00:12:13 RECEBIDA � �

@@@ JOAO BRAGA X VLADIMIR #

5151817 6899996614 99597389 07/01/2013 20:48:41 00:03:09 EFETUADA �

@@@ VLADIMIR X JORGE WANDERLAU

#

5167619 6899996614 99597389 10/01/2013 14:59:31 00:06:11 �

@ JORGE WANDERLAU X

VLADIMIR #

5129510 6881117029 6599812242 03/01/2013 19:24:46 00:10:00 EFETUADA � �

@@ SALOMÃO X PAULO (CUIABÁ) #

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5128805 VLADIMIR: Alô JORGE: inaudível.. VLADIMIR: Eu passei na Federação..o Carlos não está aí.. estava para a Caixa.. JORGE: Não.. mas ele ligou.. dizendo que estava na Caixa..que demorava um pouquinho.. mas estava vindo.. VLADIMIR: Exatamente.. JORGE: Ligou até perguntando quem estava aqui já.. VLADIMIR: O Nilton tá aí.. o Keith passou aí.. todo mundo passou por aí.. JORGE: Pois é.. o Nilton deu uma saída mas vai voltar.. VLADIMIR: inaudível... JORGE: E o Salomão não vem não? VLADIMIR: Acho que vinha.. JORGE: Tá.. VLADIMIR: Despede..(inaudível) TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5128941 VLADIMIR: "Alô, LEANDRO. Eu tô aqui na reunião do Cidade do Povo, aconteceram algumas coisas hoje, eu te ligo mais tarde, daqui a uma hora.. uma hora e meia no máximo eu estou te ligando tá?.." TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5129614 LEANDRO: Alô VLADIMIR: Desculpe não ter te atendido..mas é o seguinte. antecipou tudo, tudo, tudo, tudo que ia acontecer depois do dia dez, aconteceu de ontem pra hoje. LEANDRO: Hã, mas do que, da Cidade do Povo ou da SEHAB? VLADIMIR: Da... da... SEHAB nunca acontece nada naquela porra nenhuma, só deu um problema lá, mas só ne uma coisa, o resto tá tudo em ordem. Na cidade do Povo antecipou tudo, tudo, tudo, tudo. Pra você tê uma ideia, segunda feira já pode encaminhar os projetos. E não tem ninguém aqui... só tem eu. LEANDRO: Mas não tinha que seguir o edital de chamada VLADIMIR. VLADIMIR: Já passou tudo, já teve foi a ata de... LEANDRO: Só tem que sentá e vê o que que vai fazê, heim. VLADIMIR: Não... eu tô feito um maluco de ontem pra hoje, mas fica tranquilo, essa é uma notícia excelente, tá entendendo. Trabalhá, trabalhá nisso, nós vamos pegar uma sub-empreita, a nossa proposta foi reprovada, mas a gente vai fazer uma sub-empreitadazinha. É uma notícia boa, e pelo contrário isso é mais (inaudível)... jogaram tudo em cima de mim.... agora, mas paciência, isso é normal. Agora quero ver contigo a questão do seu dinheiro, tá.(...).. também ... com isso ..inaudível.....tenho que pagar o projeto agora de imediato...rachar

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despesa.. um monte de coisa... vê aí.. tudo que sabe das suas contas..tu também esta com a viagem programada .. não quero te prejudicar..até porque a gente vai trabalhar junto pelo resto do ano.. graças a Deus..o quê que você precisa para levar... LEANDRO: É Vladimir tenho que.... VLADIMIR: Tu tá entendendo o que eu quero fazer...o mínimo que você precisa para levar...quando tu voltar .. é outro panorama.. agora é só investimento.. LEANDRO: É Vladimir tu tem que ver o que vai fazer.. o que acontece.. tem o décimo que venceu.. aí dia 05 agora tem outro pagamento... VLADIMIR: Exatamente.. quanto tu está precisando? LEANDRO: É Vladimir manda pelo menos a metade do que você está devendo.. que está dentro.. VLADIMIR: Salário e 13º vai dar uns R$ 8.000,00, sua folha, metade não.. vou mandar uns 6 já te ajuda? mais da metade.. LEANDRO: Metade dos R$8.000,00 e os aqueles outros 9.... VLADIMIR: Mando os 8 e deixa os 9 para quando tu voltar.. LEANDRO: Manda 9.. VLADIMIR: Deixa 8 porque eu estou com a corda no pescoço.. não sei como eu vô te que arrumá 50 mil pra pagar os projetos... Porque agora antecipou um monte de despesa que só teria no final de fevereiro né. LEANDRO: Tá VLADIMIR manda os oito, aí quando voltá tenho que vê uma porção de coisa contigo, hein. VLADIMIR: Não, não, fique tranquilo, eu vô tá rico. Eu não, a Engecal vai tá rica né, já. . LEANDRO: manda amanhã? VLADIMIR: Amanhã já.. LEANDRO: E os outros 9 quando eu voltar? VLADIMIR: Quando voltar.. vai estar bem encaminhada as coisas.. final de janeiro...semana que vem (inaudível).... já vai tá tirando a medição de lá..mil coisas.. LEANDRO: Tá o que acontece.. vai mandar 8.. VLADIMIR: Quanto tu voltar eu acerto o resto contigo.. LEANDRO: Vai ser aqueles 9 mais 10 por cento..e mais o salário.. quando eu voltar vai ser final de mês... VLADIMIR: Exatamente.. tem essa parte das férias... um terço.. LEANDRO: Vai dar quase uns 15 isso.. tá ligado nisso.. VLADIMIR: Tá fique tranquilo.. amanhã está os 8 na sua conta.. LEANDRO: Vai depositar 8 e aí em fevereiro quando eu voltar acerta tudo mais o salário.. VLADIMIR: Tu vai voltar final de janeiro né? LEANDRO: É..isso.. VLADIMIR: Tudo bem então.. na hora que quiser eu mando a mensagem para ti..foi bom tu me ligar.. estou agoniado.. preocupado.. não estou achando de jeito nenhum no teu computador .. aqueles arquivos que tu levou p ?(SEDIC..?..Iinaudível) o memorial descritivo e o memorial de cálculo.. LEANDRO: Da onde? VLADIMIR: Lembra que você deixou com o engenheiro, o Anderson, lá na Sedic, o memorial descritivo e o memorial de cálculo.. daqueles galpões lá.. do projeto que a gente fez.. LEANDRO: Isso daí está na pasta de engenharia e projetos.. suinocultura.. VLADIMIR: Eu acho que não está lá não..faz o seguinte.. eu vou dar uma olhadinha lá de novo.. estou voltando para o escritório .. eu vou abrir o arquivo..me atende que eu vou te ligar tá.... LEANDRO: Tá.. tem que ver coisa que eu estou indo para ..um sitiozinho.. estou no meio da estrada indo para o sítio Vladimir.. aqui em Parati.. VLADIMIR: Tá...isso aí não está no teu HD não?..você não está levando isso não... LEANDRO: Estou sem HD aqui oh... HD está lá na mãe.. só domingo.. VLADIMIR: Porque foi um negócio tipo (inaudível)..entregou direto... lembra.. eu falei.. arruma o memorial e entrega lá para o cara.. LEANDRO: Aquilo foi para o e-mail, não foi? para o e-mail que a gente mandou.. VLADIMIR: Mas tu mandou direto do seu e-mail para o cara.. LEANDRO: Tá .. mas o que acontece..

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VLADIMIR: Eu acho que você não conseguia mandar.. lembra que estava muito pesado..naquele tempo que estava com problema.. LEANDRO: O memorial... (inaudível) gravou..gravou em um cd.. esse daí tá na pasta.. suinocultura na engenharia.. VLADIMIR: Ah tá não tá na pasta chamada (inaudível).. está na pasta suinocultura.. né.. LEANDRO: Né.. que pegou regravou ..montou o cd .. tudo de novo e mandou.. VLADIMIR: Suinocultura .. na pasta engenharia.. LEANDRO: Isso.. VLADIMIR: Engenharia.. suinocultura.. vou procurar lá..eu já caçei de tudo que é jeito..e não achei o memorial de cálculo.. as planilhas eu já achei..mas não achei o memorial de cálculo e o memorial descritivo.. LEANDRO: Mas tem que ver se o memorial não está junto com a planilha né? VLADIMIR: Já olhei.. eu estou com a planilha pô..(inaudível) LEANDRO: Dá uma olhadinha aí.. VLADIMIR: Tá bom.. eu já estou abrindo aqui o escritório.. LEANDRO: Vamos recaptulando tudinho então.. amanhã você vai depositar R$ 8.000,00 na minha conta.. VLADIMIR: r$ 8.000,00 LEANDRO: Em janeiro você vai depositar aqueles R$ 9 mil e pouco, daquela planilha que eu te repassei.. VLADIMIR: Final de janeiro ... não é começo de janeiro não.. LEANDRO: Final quando eu voltar..mais dez por cento e o salário de fevereiro..aí você tem que lembrar que janeiro é mês de aumento.. VLADIMIR: Agora vai ter aumento de salário.. você devia de estar comemorando .. tudo está no papel agora..já LEANDRO: Quer rir.. faz me rir.. né.. VLADIMIR: Detonou antes da hora.. tudo que a gente estava imaginando no início do ano.. LEANDRO: Então o que acontece..aí para esse salário de janeiro aqui.. não vou discutir salário contigo por telefone..vai ficar o revide do aumento né.. de janeiro que vai ser pago lá em fevereiro também.. VLADIMIR: Isso..(inaudível) LEANDRO: Tá bom então.. VLADIMIR: Tá bom então..estou ligando o computador... me dá mais cinco minutos que estou verificando sua pasta.. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5129766 JORGE: Oi VLADIMIR: Eu não te falei que ia rolar um stress por parte do JOÃO, JOÃO , JOÃO JORGE: Não, não sei não VLADIMIR: Você viu o que o JOÃO falou pra mim lá fora... você viu o que o João falou pra mim lá fora..era pra gente entrá... vai lá pega os projetos lá e protocola só a nossa parte... pega nossa parte e protocola lá. JORGE: É, mas se gente puder pacificar é melhor. VLADIMIR: Por isso que eu tô insistindo pro SALOMÃO ir lá conversar com o JOÃO ALBUQUERQUE. O JOÃO ALBUQUERQUE vai dá um tranca... ele vai afrouxá e vai fazê tudo junto. JORGE: É e eles conversaram lá fora né... o JOÃO conversou com ele né VLADIMIR: É mas o JOÃO BRAGA não ia peitar o SALOMÃO. Ele fica quieto, entendeu, na dele... mas disse que já tinha conversado com o JOÃO... com o JOÃO.. com o JOÃO... que o JOÃO deve tê ficado muito puto JORGE: Hã VLADIMIR: O JOÃO ALBUQUERQUE não tinha gostado muito não... tinha ficado meio puto. JORGE: (inaudível) Braga já tinha me falado um pouco sobre isso, mas VLADIMIR: Eu quero apaziguá, porque tu não fica tanto no fogo... eu que tô lá em baixo conversando com os técnicos eu que vou (inaudível)... porque... como é que eu vou pega as

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coisas lá com o MANOEL e trabalhar só pra Albuquerque... ou trabalhar em separado com os dois não dá conta..e aí bau bau.. inaudível.. JORGE: Vamos tentando pacificar...(inaudível).. a Norma chegou..e estava pensando em fazer alguma coisa para ela.. VLADIMIR:Qual Norma..aquela sua amiga? JORGE: É VLADIMIR: Aqui em casa.. eu te empresto.. rs... eu deixo tu usar...claro que pode fazer aqui.. JORGE: Chamava o (inaudível).. VLADIMIR: Mais gente até se você quiser..sem problemas JORGE: ... O Marco Aurélio...(inaudível) VLADIMIR: A gente vê... quando você vai querer fazer?amanhã? JORGE: Não.. domingo.. VLADIMIR: Domingo .. ótimo domingo.. sábado eu vou a Brasiléia.. JORGE: A gente está pensando no que fazer..eu acho que a gente faz uma muqueca e pronto..e um tambaquizinho assado.. VLADIMIR: Eu tenho até pirarucu aqui inclusive..eu acho que o que eu tenho de pirarucu dá para fazer.. JORGE: Dá para fazer uma muqueca? VLADIMIR: Eu acho.. tem que ver.. JORGE: Então dá uma olhada? tem que decidir isso amanhã de manhã.. VLADIMIR: Que vai fazer .. vai fazer..agora se o Pirarucu não der.. você vai no mercado e compra.. JORGE: Por isso que eu tenho que saber.. VLADIMIR: Amanhã eu vejo .. abro o freezer e vejo lá.. um beijo e tchau.. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5149253 VLADIMIR: Alô.. JOÃO: Vladimir? VLADIMIR: Oi João.. JOÃO: Oi mano..tudo bem?.. rapaz me desculpe .. eu não vi sua ligação.. eu tava com o telefone tinha colocado no modo silencioso.. estava estranhando .. o dia todinho meu telefone não tocou hoje.. fui olhar agora há pouco .. estava no silencioso.. oh.. aí tem ligações suas aqui.. VLADIMIR: Eu te liguei, pra... eu já liguei pro VALMIR e pedi pra ele deixar tudo preparado pra gente podê protocolá nos órgãos. Aí ele te ligou? JOÃO BRAGA: Não ligou não. Eu acho que a gente tem que dá entrada logo nisso cara... pegá os projetos e... a gente tem que fazer daquele jeito que nós conversamos da última vez, entendeu... mudar ali a cobertura... tem que ver isso daí... como é que nós vamos fazer... fechar a casa, entendeu... porque aí vai mudar um pouco o valor, né.. VLADIMIR: Beleza.. uma coisa que às vezes demora e a gente podia correr logo.. esgoto no Depasa.. de água.. drenagem.. JOÃO: Mas é assim.. deixa eu te dizer.. quando você dá entrada nisso.. eles vão querer.. exigir o projeto aprovado.. o arquitetônico..eles vão exigir com certeza.. o órgão exige.. VLADIMIR: Não.não... o Depasa..por exemplo.. de loteamento em si..para aprovar o projeto de água, esgoto do loteamento e drenagem...Depasa vai pedir o projeto da unidade habitacional? JOÃO: Com certeza vai pedir..vai pedir.. o habitacional aprovado.. como eles vão analisar uma coisa que a arquitetura não está aprovada..entendeu? VLADIMIR: Mas o Depasa analisa a casa? JOÃO: Não o Vladimir.. eles não analisam.. mas exigem que o arquitetônico seja aprovado.. VLADIMIR: Ae..(inaudível) achei que podia dar entrada direto.. JOÃO: O primeiro passo é o arquitetônico está aprovado..isso aí é o primeiro.. porque nos outros órgãos eles vão exigir isso..eles não vão analisar nada.. só que eles exigem que seja aprovado..nós temos que ter o documento que o projeto está aprovado.. o arquitetônico.. VLADIMIR: Então a planta dessa casa a gente tem que aprovar logo..o Manoel só vai estar aí na quinta-feira.. JOÃO: Não.. mas o Salomão disse que você tem acesso.. coisa. VLADIMIR: Tenho..

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JOÃO: É só você ir pegar.. o Salomão teve comigo sexta-feira..(...) Inclusive parceiro... o baixinho ficou grande maior que ele ó, o baixinho ficou puto... seu pai não te falou não? VLADIMIR: Sobre o negócio lá... com... JOÃO BRAGA: É sobre ele te botado aprovado com aquela outra porra daquela outra empresa lá... é sacanagem pô... o que ele fez. Então aí o JOÃO jogou bem claro com ele e ainda disse o seguinte: bicho... então tu toca lá... pra tocá tudo junto sem chance, não tem como, ai jogou bem aberto com ele. Teu pai tava junto... converse com teu pai. Aí ele já não... então vou dá entrada logo... não, não, não... SALOMÃO, analisa o que que é melhor pra você, nós estamos aqui tratando de negócios. Deixou claro que não gostou da situação né e aí... mas deixou bem claro... não porra... toca lá, se achá melhor pra ti tocá lá tuas duzentas e pouco... toca lá... aqui nós vamos continuar juntos aqui, eu e o JORGE, entendeu. Aí... ele ficou de analisar e dá a condição... se ia entrar pedindo pra cancelar o lote dele, porque... aí tem um detalhe né doutor, como é que o cara vai comprar as coisa tudo no nome de uma empresa que ninguém conhece. Porque o que a gente sofre meu amigo com o negócio das FPE'S lá.a gente quer as FPE's...a Albuquerque tem que avaliar..avalizar tudo que é comprado...tudo.. porque senão ninguém consegue comprar..empresa nova comprar.. é ruim heim.... compra é porra que compra.. VLADIMIR: (inaudível) .. Ele falou que vai sentar hoje à tarde ..pra ver..uma proposta vai mandar para o e-mail do João..ele entendeu o recado do João..acho que quer já.. JOÃO: É não.. é por causa disso que eu estou te falando mesmo.. por conta dessa situação..o cara com uma empresa nova.. como ele vai tocar isso sozinho.. só um minutinho Vladimir....( estou aqui esperando)....entendeu;...então..eu acho que ele vai fazer igual ao outro.. inteligente é pra todo mundo né meu.. eu diria que ele seria muito burro se ele fosse tocar assim, na atual circunstância que ele tá, porque... porra... vai caminhando sozinho parceiro... é isso aí, tanto o JORGE, já tinha conversado com teu pai a respeito disso. E quanto o JOÃO, porra, a gente foi... sem chance meu amigo, esse negócio de tocar dois contratos, sai fora... entrar dinheiro por dois canto, sem chance... o nosso negócio é... nós não tínhamos combinado desde o princípio assim, então como o cara entra, sem dizer nem pra um, nem pra outro que tava fazendo um negócio desse, porra, sacanagem. Mas eu acho que ele deve voltar atrás, se eu fosse ele eu não tinha nem feito isso, quanto mas insistir num negócio desse. Mas bora ver o que que dá. Sei que o JOÃO deixou bem claro pra ele o seguinte: ou é lá, ou é cá, chefe, certo, vai lá tudo bem,, vai lá toca,,eu acho que é um bom negócio.. .vai lá toca suas coisas pô, tá.... VLADIMIR: Então vamos fazer assim, eu vou já com o Jácome.. eu tenho acesso.. eu tô com o (inaudível)..hoje à tarde tô terminando de resolver um negócio aqui... JOÃO: Então eu queria era isso.. que você pegasse os projetos tudinho..pra gente junto.. ir logo.. dar entrada nesse negócio..entendeu.. vamos aprovar o arquitetônico..vamos dar entrada em tudo logo..e lá no Depasa se puder entrar sem estar aprovado .. vamos dar entrada também....vamos (inaudível)....montar as pastas.. montar tudo .. e vamos dar entrada.. VLADIMIR: Eu falei com o Valmir hoje..ele falou que precisava falar contigo pra ver aonde iria plotar as coisas né.....são quase 200 jogos de plantas....ele queria ver aonde podia plotar as coisas.. ele queria ver contigo.. JOÃO: Só ele ligar lá no escritório .. com o Jean..na Copiart..nós temos uma cópia.. é mais barato a gente plotar .. a gente mesmo...entendeu? VLADIMIR: Tu já pode dar uma ligada para o Valmir e dar esse toque nele, agora? JOÃO: Eu vou dar um toque nele.. VLADIMIR: Eu já vou com o Jácome, o menino da Eleacre, que trabalha com os projetos, tá com os projetos, eu vou pegar hoje à tarde..ou amanhã cedo.. JOÃO: Já apanha tudo.. eu tô vendo o seguinte.. a parte que está sem,.sem .. como é que é... as plantas que estão ainda sem a laje e com aquela cobertura do jeito que a gente combinou da última vez .. o cadista tem que fazer isso lá..porque no corte vai ter que aparecer..e tudo.. VLADIMIR: Tudo bem..eu já vou ver isso hoje com o Jácome .. se está pronto até amanhã.aí...enquanto isso o menino vai plotando os jogos de plantas né..até plotar (inaudível 200 pranchas?) demora um pouquinho..ele não consegue plotar em um dia.... JOÃO: Isso.. ele não consegue..não consegue.. VLADIMIR: Então já vou ajeitando isso.. JOÃO: Eu vou ligar pro Valmir daqui a pouquinho.. tá? VLADIMIR: Eu fico de pegar.. ver o negócio das casas.. JOÃO: Tá

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VLADIMIR: Eu tenho também que tirar..fazer uma última consulta lá.. se por exemplo uma casa de concreto.. por questão da norma né.....a laje pode ser feita depois e pré-moldada.. JOÃO: Isso.. isso... VLADIMIR: Vou consultar esse detalhe da norma.. JOÃO: Segundo os projetista.. disse que não pode.. então isso que a gente tem que ver....tá? VLADIMIR: Exatamente..vou verificar isso daí.. vou ver com quem eu verifico isso e já te dou uma resposta disso.. vou te dar uma resposta disso cedo... JOÃO: Tudo bem.. VLADIMIR: E também .. a partir de quinta-feira.. vou me ausentar né..passar uma semana fora..então ... te passar as coisas... JOÃO: Como eu não vou estar aqui... aliás como eu vou estar aqui..então tu me passa tudo.. faz um relatório..me passa todas as coisas..tá? VLADIMIR: Tá ..tudo bem..vou te passar tudo.. JOÃO: O que tiver pendente.. as coisas.. pra gente não perder tempo.. VLADIMIR: Não perder tempo..exatamente.. porque pelo menos a análise..é..é .. meu entendimento né.. da questão da planilha final de preços, eu tenho que dá mais uns dias pra fechá... depois que tivesse outras reuniões, aquele assunto que a gente conversou na quinta feira né... de dar umas comparadas... conversar né... pra ninguém dá ratada. .. agora a parte de aprovação .. a gente podia correr pra caminhar né? JOÃO: Isso.. VLADIMIR: Eu não sei como é o Banco do Brasil.. se eles deixam dar entrada também num jogo de plantas para eles irem analisando né?.. JOÃO: Sim..NÃO..pode sim.. eu já falei com eles..já vou dar entrada.. VLADIMIR: Você vai fazer metade Banco do Brasil..metade Caixa.. como você vai fazer? JOÃO: Vou entrar com tudo num só.. VLADIMIR: Já fez opção se vai fazer Banco do Brasil ou Caixa? JOÃO: É Banco do Brasil mesmo.. VLADIMIR: Decidiu Banco do Brasil.?.. JOÃO: É VLADIMIR: Então tudo bem.. JOÃO: Tá bem? VLADIMIR: Aí tá.. a gente .. pensava em ir lá amanhã.. (inaudível) se as planilhas deles já estão no site.. alguém me informar..proque as da Caixa (inaudível)..sei que as planilhas devem ser extremamente parecidas..mas sempre tem algum detalhe né...de uma pra outra.. JOÃO: Eles tiveram conosco lá.. entendeu..segundo eles.. eles pegaram o que era Caixa Econômica.. e viram o que que tinha desfavorável..e melhoraram essa parte desfavorável..segundo( inaudível).. tá? VLADIMIR: Justamente.. tem uma pessoa no Banco do Brasil aqui que já poderia atender a gente amanhã.....poderia dar um pulo lá.. se precisar? JOÃO: Pode.. tranquilo.. já tem os contatos lá...tudo.. VLADIMIR: Então amanhã de manhã eu te procuro então.... JOÃO: Tá bem.. VLADIMIR: Um abraço..tchau .. tchau JOÃO: Outro..tchau TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5151817 JORGE: Alô VLADIMIR: Está em casa ou está reunido ainda. JORGE: Em casa. VLADIMIR: E aí, foi boa a reunião, conseguiu convencê-lo? JORGE: Foi não, tá com ideia fixa mesmo, não adianta... ele acha que não tem problema nenhum, é a mesma coisa, tanto faz como tanto fez. Tanto faz ser no nome dele como no nome do JOÃO.. só a fatura que sai diferente, o resto pode ser tudo a mesma coisa... mas como... Ai, bom, pelo que eu senti, ele não aceita não... Vamos configurar uma minuta, de contrato interno, né? Então fala, passa pro João pra ver o que que ele diz. Amanhã vai me ligar de novo pra ver..se dar uma sentada... Ele tá achando que o João quer cobrar. Eu disse: mas

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rapaz, (inaudível) ele não vai cobrar nada. Ah, mas vai pagar imposto duas vezes. Tem esse detalhe, mas... VLADIMIR: Não cabe agente se meter. Deixa eles se entender. JORGE: É, deixa eles se entender. VLADIMIR: Porque pra gente ajudar no..., faz o membro, tá entendendo das coisas, o trabalho técnico, essas coisas né. Pra amanhã, eu vou lá entregar as coisas pro João Braga e ai? Entrego a quadra dele? Ou entrego só a 8, a 9 e a 10? JORGE: Entrega tudo. Deixa eles resolverem. Deixa eles resolverem. Entrega tudo. VLADIMIR: Tudo pro João Braga? JORGE: É. E eles se viram lá. VLADIMIR: Eu também. Vou fazer minha parte. Vou pegar os projetos e levo pra ele lá. Tudo bem então. Vem cá.. a norma de concreto.. o cara lá mandou no seu e-mail, aquele cara de são paulo, ou como é que está aquilo.. JORGE: Não... norma tem que pegar na ABNT..o que ele explicou e outras pessoas disseram.. é que tenha tido um mal entendido.. mas a própia Caixa... VLADIMIR: Tá .. eu vejo aqui então.. JORGE: Já era pacificado isso aí.. VLADIMIR: Tá ok.. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5167619 JORGE: Fala meu filho.. VLADIMIR: (inaudível..tudo bem?) JORGE: Tudo e aí como é que foi de viagem? VLADIMIR: Mais tranquilo impossível.. nem um vôo atrasou..tudo dentro do horário.. tudo direitinho..(inaudível) acordado o tempo todo..numa animação só.. JORGE: E o (inaudível") como foi? VLADIMIR: Totalmente empolgado.. eufórico..foi domir agora.. ele dormiu um pouquinho entre Rio Branco e Brasília né..entre Rio Branco e Brasília ele dormiu um pouco..depois acordado o tempo todo..... foi dormi agora..agora que ele apagou.. JORGE: Vocês estão no hotel? VLADIMIR: Já ..já fomos no hotel.. já fomos almoçar.. demos uma volta na praia....já fomos trocar o carro que deu problema..locadora.. estamos voltando.. JORGE: Tá beleza.. VLADIMIR: Tudo tranquilo aí? nada específico..toda hora estão ligando para tirar as dúvidas..para passar as coisas..passaram várias mensagens... por que teve algum problema aí? JORGE: Não.. só o (inaudível) que de manhã pediu o carro..perguntou aonde é que estava o carro.. ele está a pé.. VLADIMIR: Tudo bem.. deixei a caminhonete pra arrumar o ar-condicionado.. pedi pra ele devolver ..no máximo em 3 dias devolver..que estava precisando do carro.. JORGE: Ah.. VLADIMIR: Depois de amanhã.. segunda-feira .. eu dou uma ligada pra ele.. JORGE: Não.. não... é só pra .. VLADIMIR: Se for com aquele carro pra fazenda.. é (inaudível) .. carro... JORGE: No mais tá tudo bem.. VLADIMIR: Hã.. JORGE: No mais tá tudo bem .. tá andando..Salomão está se convencendo.. VLADIMIR: E lá.. Luis Fernando falou com o Japa? começar lá.. como é que está? JORGE: Não.. ainda não.. falei com o Salomão.. ele ficou de me dar um toque.. VLADIMIR: Não adianta mais falar com ele não pai.. o material está todo comprado.. guardado na Eleacre e no (inaudível).. JORGE: Daqui a pouco eu tenho uma reunião também do minha casa ..minha vida.. VLADIMIR: Aí já fala com ele.. pra pegar a equipe.. já vão começar a botar estaca..já vai cercando..não deixa passar em branco não amanha? eu sei que hoje tá mais tumultuado.. JORGE: As estacas vai? fazer... VLADIMIR: Arame liso.. já estão compradas pai... a madeira do canteiro já está toda comprada tá..

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JORGE: Ah tá.. as estacas vão ser de madeira.. VLADIMIR: Ham.. O que que é? JORGE: As estacas do canteiro também já estão? vão ser de madeira ou concreto? VLADIMIR: Tá tudo comprado.. JORGE: Não eu digo do cercamento do canteiro.. VLADIMIR: Tá tudo comprado..é só pegar o pessoal.. levar o servente..com boca de lobo..um encarregado.. começar a cavar..e assenta as estacas e arames.. JORGE: Tá.. VLADIMIR: Pegar um cara mais certo como o soldado e pronto.. JORGE: Tá..outra coisa.. pra cercar a (inaudível) do São Francisco, pode pegar lá na concrearte? VLADIMIR: Mas já tá com as estacas... só faltam as telas.. JORGE: Ah é? VLADIMIR: É.. dá uma olhadinha lá ..com (inaudível) pode ver.. só tá faltando uma estaca..tá faltando uma.. pede pras meninas mandar a requisição prá lá.. elas pegam lá.. JORGE: Tá ok..Tudo bem..acho que tá tudo sob controle aqui.. VLADIMIR: Tá bom então.. sei que hoje é um dia mais... mas prioridade zero.. zero.zero. é o esperança..entendeu.. JORGE: Tá ok.. VLADIMIR: Pra marcar o ponto.. porque..outra coisa.. estão me ligando lá da SEHAB...como eu estou aqui..(inaudível) atender o telefone.. só o pessoal mais próximo né....liga lá no Secretário porque ele ligou no meu telefone... JORGE: É? VLADIMIR: É.. JORGE: O que ele quer... VLADIMIR: Só fala que eu estou em São Paulo..não diz (inaudível)..resolvendo um negócio.. o que seria e tal.. que eu estou repassando todas as ligações pra ti... JORGE: Tá ok..ontem eu passei lá.. falei com o Marcelo rapidamente assim...levei um cara lá nas....mas tudo bem.. VLADIMIR: Não.. não é o Marcelo não... é o Aurélio... JORGE: Não eu sei.. tá ok.. VLADIMIR: Tá bom? JORGE: Tá legal.. VLADIMIR: (inaudível) .. agora tá? JORGE: (inaudível) .. de noite.. VLADIMIR: Tá bom então.. (inaudível) ..liga agora para o telefone dele..tá? um beijo.. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5129510 PAULO: Alô! SALOMÃO: É PAULO? PAULO: Ele... SALOMÃO: Opa! É SALOMÃO aqui do Acre. Tá lembrado? PAULO: Ô SALOMÃO! Tudo bem com você, SALOMÃO? SALOMÃO: Tudo bem e você? Tá em Cuiabá, ainda? PAULO: Tô(sic) em Cuiabá, SALOMÃO. Graças a Deus ainda tô(sic) aqui. SALOMÃO: Eu tive(sic) aí outro dia rapaz. O Mauro... teu prefeito , nosso prefeito agora... PAULO: Ô rapaz... SALOMÃO: Ele veio aqui em casa...um pouco antes eu tive(sic) aí com ele PAULO: Você veio a Cuiabá e não veio tomar um chopp comigo, SALOMÃO. SALOMÃO: É, eu ia até te ligar, mas foi correndo demais, rapaz. PAULO: Ah é? Correria! SALOMÃO: É, e aí PAULO como é que tá(sic) as coisas? Muito serviço é?(inaudível)...agora com essa Copa do Mundo, aí? (risos) PAULO: SALOMÃO aqui tá uma loucura, né? É uma loucura, é obra pra tudo que é lado...projeto pra tudo que é lado. Trem de doido mesmo. Tá bom graças a Deus, né SALOMÃO.

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SALOMÃO: Então, PAULO deixa eu te falar por que eu tô(sic) te ligando. Nós, que é eu, a Albuquerque e mais outra empresa que é de um amigo nosso aqui do JORGE TOMÁS. O governo lançou aqui com a Minha Casa Minha Vida, 10.000(dez mil) unidades...chega uma cidade praticamente, né? Fez projeto, fez tudo. E nós desejamos fazer em torno de 3.000(três mil) casas dessas... PAULO: Certo. SALOMÃO: É...vai ter umas três fases de licitação, já ocorreu a primeira... é... embora seja pela caixa,mas o terreno é do governo, você faz uma pubricação(sic), as empresa se habilita(sic) e vai tocano(sic)... PAULO: Certo. SALOMÃO: Ia ter um sistema construtivo que eu peguei da ODEBRECH, aquela forminha de concreto, se enche ela de concreto e cabô(sic). PAULO: Sei. SALOMÃO: O que que é preocupação nossa é justamente aquela gestão do (inaudível) como é que eu vô(sic) ter que empurrar isso aqui, montar um canteiro...dois ou três...como é que vai ser? Planejamento dela. PAULO: Sei. SALOMÃO: Como é que cê(sic)... cê(sic) tem condição de fazer isso? PAULO: Eu vou ver se eu consigo indicar alguém pra você. Porque eu tô(sic)... pra você ter uma idéia... eu tô fechado o ano inteiro de projeto... tem prédio aqui pra tudo que é lado, eu tô com... SALOMÃO: Eu imagino... PAULO: Eu tô com o faturamento de dois escritório(sic) meu fechado já pra 2013, pra você ter uma idéia. Então, eu tô...hoje meu problema, hoje é conseguir a conta do que eu já assinei, entendeu? Tem prédio de tudo que é tamanho, prédio de 40 pavimento, shopping... SALOMÃO: Graças a Deus, né PAULO? PAULO: Graças a Deus, SALOMÃO. Só uma dessas obras pra você ter uma idéia tem 170.000 m²(cento e setenta mil metros quadrados) de área, a outra tem 102.000m² de área(cento e dois mil metros quadrados... SALOMÃO: E cê(sic) tá fazendo projeto de tudo ou só estrutural? PAULO: Só estrutural e a incorporação imobiliária, o processo de incorporação imobiliária. Mas no estrutural eu faço aquele...eu faço...pra...pra...antes de começar qualquer trabalho, né? Eu faço um estudo de viabilidade de qual sistema construtivo mais econômico pra cada caso, né? Então já tamo(sic) trabalhando com laje protendida, cordoalha engraxada, com sistema construtivo, aí que o nordeste brasileiro aplicou é tá dando muito certo, então nós tamo(sic) também começando aqui em Cuiabá. Então eu tô assim, SALOMÃO, é... nem reunião eu não tô podendo marcar pra você ter uma idéia, porque eu tenho que dá conta do recado agora porque eu peguei... o cara quando enche o prato depois tem que comer, não tem? Não pode deixar resto, então... SALOMÃO: A gente tá acostumado a comer pouco, né?(risos) PAULO: Então, agora pega um banquete aí (inaudível) maior que a barriga... então eu tô com faturamento de 2013 já fechado, então eu tenho que me virar. Agora, o que que eu posso fazer, pra te ajudar nisso daí? Eu posso estudar exatamente quem poderia te dar uma assessoria nisso, né...de logística, planejamento e canteiro, e não sei mais o quê. Você vai começar quando a obra, SALOMÃO? SALOMÃO: Olha a gente deve tá começando essa obra em abril, por aí. PAULO: então, se tem que sair da chuva. Começa por aí, certo? SALOMÃO: É... PAULO: Essa obra é horizontal, então cê(sic) tem que sair da chuva. Você não pode trabalhar na chuva e você tem que fechar essa obra, né...pavimentar ela esse ano , tá certo? Então, é...cê(sic) precisava passar pra mim... o MANOEL tá com você ainda? SALOMÃO: Tá, o MANOEL tá comigo. PAULO: Passa pra mim, não precisa ser o projeto...uma descrição de como que é essa obra com três mil unidades tudo num local só ou com cada local... SALOMÃO: Vai ser tudo num local só, mas como cê(sic) tá entrando por lote...nesse primeiro momento nós vamos tá entrando com oitocentas e poucas unidades... oitocentas e cinquenta e poucas unidades.

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PAULO: Sei... SALOMÃO: Num local só, né....as quadras tudo junto. Eu vou fazer o seguinte, eu vou pedir para o Manel te ligar e te passar essas informação(sic) que cê(sic) precisá(sic), cê(sic) dá uma olhada aí. PAULO: Pede, pede pra ele me ligar ou se ele quiser mandar por e-mail pra mim as informações... não precisa mandar projeto,não...eu conheço esse sistema aí que você falou, tá? É... e também já fiz aqui em Cuiabá, um sistema construtivo, vamos dizer, adequado pra Cuiabá...montei...pra você ter uma idéia até um canteiro de produção de laje pré-fabricada...é...aquela placa, né? Sistema de placa pré-fabricada. SALOMÃO: Pois é, a gente tá pensando em fazer laje, agora tem a norma... tem que ser a norma do concreto. PAULO: Aham! SALOMÃO: Cê pode fabricar mais ou tem que concretar junto. De que maneira... PAULO: A gente costuma fazer, já fizemos mais de 10.000(dez mil) casa(sic) aqui. É assim, a gente faz uma laje no chão, entendeu? Uma pista de concretagem no chão e bota em cima do caminhão e já coloca lá em cima da casa, entendeu? (inaudível)...mas tem que ser na seca por que aí cê não vai conseguir andar na época de chuva, entendeu? SALOMÃO: Certo, não...com certeza... PAULO: Você tem que planejar ele, muito bem planejado pra cê(sic) não caí numa época que... senão você não consegue montar, cê(sic) vai ter a laje pronta, mas não vai conseguir montar...o caminhão não anda na... só se fosse um monte(inaudível). SALOMÃO: Que forma que cê(sic) usou? Cê(sic) usou metálica ou essas outras forma de... PAULO: Para laje... eu fiz uma pista no chão... SALOMÃO:...a casa cê fez com forma ou não? PAULO: Não, a casa eu fiz de tijolo... SALOMÃO: De tijolo você fez a laje e foi montando as... PAULO: Tijolo furado sem estrutura...só tijolo furado, entendeu? Pra você aí seria o ideal porque seu tijolo é bom pra caramba. Cê (sic) não precisaria de concreto nenhum, só pra laje precisaria...radier e laje, né? Sistema de radier, também... hoje eu usaria se fosse o caso a cordoalha engraxada protendida, por que é... ela impede queo radier tenha qualquer tipo de fissura, entendeu? É uma economia de armação boa, mas aí é uma tecnologia que você não vai ter aí, então cê faz o radier convencional mermo(sic), né? Mas SALOMÃO fala pro MANOEL me ligar então... eu vou ver aqui se eu consigo alguém pra te dar uma força, mas tá todo mundo até a tampa, viu SALOMÃO. SALOMÃO: Cadê teu filho, tá no Brasil ou tá fora? PAULO: Meu filho tá em Manaus, no tesouro de Manaus. Ele trabalha lá já alguns anos, né? SALOMÃO: Mas ele largou a engenharia, pô? PAULO: Não, ele tá...ele é engenheiro e trabalha no setor que é ligado com engenharia... ele fez também direito, então é um setor que encaixa exatamente engenharia, direito...ele cuida do patrimônio, né? Um dos engenheiros do patrimônio de é...do estado de Manaus, né? Por que a receita federal lá é divida em duas, o tesouro e a receita, entendeu? Então ele trabalha na área mais ligada a engenharia e essa coisa do patrimônio de Manaus, né? Mas tá bem graças a Deus. Ele ganhava pouco, lá ele ganha bem pra cacete, entendeu? E tem todas as regalias... pra você ter uma idéia vai ficar cinco meses agora de licença-prêmio. SALOMÃO: E você trabalhando...(risos) PAULO: Não, e eu tô trabalhando a trinta e sete anos e não tive nem um mês de licença-prêmio.(risos) SALOMÃO: Foi um prazer falar contigo, PAULO. Eu te agradeço aí, não vou tomar mais seu tempo, não...aí eu vou pedir pro MANEL entrar e contato contigo então e passar essa informação. PAULO: Tá(sic). O que eu puder aí, eu passo pra ele, vou ver se eu consigo alguém pra ajudar nessa orientação, tá bom? SALOMÃO: Tá bom. PAULO: Falou SALOMÃO. Olha um feliz 2013 procê(sic), viu? Muita saúde, juízo, por que nós já tamos na idade de ter juízo, né? SALOMÃO: É, ué!! PAULO: Vamos ter mais juízo ainda, tá certo? E prosperidade pra você pra sua família, muita saúde, paz...tudo de bom aí pra você.

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SALOMÃO: Tá(sic) ok, PAULO, um abraço! PAULO: Outro, tá tchau!

A chamada de índice 5317279 mostra a associação existente entre as empresas ENGECAL, ELEACRE e ALBUQUERQUEna construção de casas na Cidade do Povo, e inclusive VLADIMIR menciona que obteriam lucro de R$600.000,00 (seiscentos mil reais) apenas com a diminuição de meio metro quadrado no tamanho das casas a serem construídas. ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5317279 6899996614 6899891404 15/02/2013 12:02:31 00:07:18 �

@@VLADIMIR X JOAO BRAGA #

TRANSCRIÇÃO: JOÃO BRAGA: Alô. VLADIMIR: Ô JOÃO BRAGA. JOÃO BRAGA: Oi. VLADIMIR: Pode falar agora ... rapidinho? JOÃO BRAGA: Diga lá. VLADIMIR: Tá ..primeiro.. tá no teu e-mail as opções de vôo tá? JOÃO BRAGA: Hum. VLADIMIR: A Trip não tem.. de lá prá Brasília não tem.. consultei lá..o site da Trip também.. tem Brasília-Rio Branco fica pingado né..mas se a gente quiser voltar na terça-feira ainda tem que sair de lá duas e meia da tarde..no meio do dia.. JOÃO BRAGA: Amigo.. não dá de fazer nada Vladimir.. VLADIMIR: Hã..não eu tô te dando as opções.. JOÃO BRAGA: Você conhece Maceió? VLADIMIR: Conheço.. por isso eu tô te falando.. eu tô te dando as opções..pra mim.. JOÃO BRAGA: Calma.. você conhece Maceió? VLADIMIR: E não é nem lá.. é numa cidade lá do lado. JOÃO BRAGA: Pois é..mas você conhece Maceió? VLADIMIR: Não..não.. JOÃO BRAGA: Pronto.. então deixa eu lhe dizer..o aeroporto pra chegar na cidade é uma viagem..eu nunca vi..acho que no Brasil não tem aeroporto mais longe do que aquele.... talvez Confins lá em Belo Horizonte seje mais distante..mas é..é muito longe.. é uma viagem lá..então se nós vamos chegar meia noite e meia..nós vamos chegar no hotel..alguma coisa assim.. três.. três e pouca da manhã...entendeu? VLADIMIR: Tô escutando.. JOÃO BRAGA: E aí a gente vai ter a segunda-feira.. só a segunda-feira nos atende? VLADIMIR: Eu acho que não. JOÃO BRAGA: Pois é...então a gente tem que dar um jeito de..de.. chegar aqui quarta meio dia.. VLADIMIR: Então.. eu te mandei também esta opção..é que tu falou que queria ver se tinha alguma possibilidade da gente voltar na terça-feira à noite.. o que eu estou justamente te falando é que não tem esse jeito da gente voltar na terça-feira à noite.. entendeu.. essa possibilidade da gente sair daí terça-feira à noite..não tem nenhum vôo que a gente consiga chegar no mesmo dia em Rio Branco saindo lá de Maceió terça-feira à noite..a gente ficaria à noite no aeroporto de Brasília.. perambulando em Brasília né?..pra pegar no outro dia esse võo de manhã em Brasília .. que chega aqui logo depois do almoço em Rio Branco.. então acho que a opção mais sensata..ir lá no domingo.. a gente embarca seis e meia da manhã de quarta-feira e chega aqui na quarta-feira depois do almoço.. JOÃO BRAGA: Ah tá dá pra pegar de Maceió.. VLADIMIR: Exatamente..direto de Maceió.. JOÃO BRAGA: Pois é.. rs.. esse vôo aí é o que a gente vai ter que sair de casa tipo quatro da manhã..três e meia.. por aí..esse horário é até bom porque não tem muito trânsito né?

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VLADIMIR: É essa opção.. inclusive é a opção mais barata. JOÃO BRAGA: Vou dar uma olhada e aí a gente se fala à tarde. VLADIMIR: Tá bom então.. pra eu já separar as passagens..pra poder passar para o Manoel..ah e outra coisa.. o Valmir está no Depasa disse que o Francelino vai dar o parecer já favorável do projeto e na sequência vai pra Prefeitura.. tá?.. Eu já coloquei o Leandro à disposição dele.. JOÃO BRAGA: (inaudível) .. ter ido de manhã cedo lá..cara... VLADIMIR: Ele foi .. não... ele foi prá lá.. eu falei com ele oito horas da manhã .. ele já estava lá.... agora o Francelino teve que revisar todo o projeto junto com ele..já finalizou e disse que tá ok..tá? agora ele vai na Prefeitura.. na CDMG falar com o Charlei.. eu já coloquei o Leandro que trabalha com a gente que também é funcionário lá que é o que aprova os loteamentos e trabalha na mesa ao lado do Charlei, está à disposição dele, pra..o que for preciso pra o Charlei atender ele agora, a hora que ele quiser, já botei o cara lá do escritório à disposição dele, pra ele finalizar. Banco do Brasil eu já entrei em contato com a engenheira lá do Banco do Brasil aquela justificativa do pavimento, eu mesmo tô fazendo pra nem passar pro Valmir, a preocupação deles é que .. é porque lá eles não trabalham com TSD só trabalham com CBUQ e queriam saber porque a gente vai usar o TSD aqui, eu já conversei com ela é tranquilo deu justificar. Vou justificar tecnicamente é rápido...tá? Orçamento...eu já tô com uma pessoa cem por cento "full time" nisso.. eu tô com os meus orçamentos de infra pronto hoje à tarde ou amanhã de manhã..pronto..já no ponto de lançar na planilha pra entregar de volta no Banco. JOÃO BRAGA: Beleza. VLADIMIR: Aí conversei com a engenheira do Banco do Brasil, ela tá esperando isso no e-mail dela na segunda-feira de manhã..ela já tá com um terceirizado.. JOÃO BRAGA: Rapaz.. eles têm me mandado e-mail direto lá.. tenho recebido e-mail pra porra..me pedindo inclusive pra mim dar um jeito pra hoje, já falei inclusive com o Manoel, não tem como, não respondi não. VLADIMIR: Eu conversei..não.. eu liguei pra ela, eu conversei com ela. Ela: "não manda aí, dá uma ajeitada no orçamento e me manda".. eu disse: Larissa é o seguinte..Laís é o seguinte, eu te mando um orçamento.. tem gente que vai mandando, eu sei que vai mandando acrochambado que é impossível o cara mandar todos os cortes, todos os detalhamentos de uma casa que foi mudada por completo porque eu sei que todo mundo teve que mudar a casa..aí é tu que é a engenheira que vai fazer a medição? Ela: não. Eu falei: me diz uma coisa, e se der um.. uma diferença de ponto dois metros cúbicos no orçamento que eu te mandei em relação ao outro projeto da casa. Tu tem certeza, mas a caixa vai taxar com (inaudível), o engenheiro lá vai pagar? ele não vai encontrar essas diferençazinhas de compatibilidade entre o orçamento executivo, o projeto executivo e o projeto feito às coxas, ele vai pagar isso? Ela falou: ah isso eu não posso te garantir, ela falou: não Vladimir você tem razão, manda sábado, domingo, segunda-feira eu tô com um terceirizado aqui esperando pra analisar o de vocês..aí ela se calou.. JOÃO BRAGA: Então..beleza. VLADIMIR: Essa diferença que a gente baixou de mil metros quadrados aí na casa são seiscentos mil reais, setecentos mil reais que a gente tá falando de aumento de lucro pra gente. Eu não quero fazer fofoca não; aí ela falou pra mim: óh isso daqui Vladimir não sou eu tá? é o Governo, é o pessoal daí do Acre que tá me ligando pra esse corre ..corre todo. JOÃO BRAGA: É isso.. é isso mesmo.. é o Adriano tá me mandando mensagem.. o tempo todo. Eu não vou responder não cara. Deixa prá lá; vamos fazer o nosso papel . VLADIMIR: Vamos fazer o nosso, outra coisa, um dia eles não vão; tem empresa que eu sei que não aprovou Geric; sabe.. que a gente tem que preocupar com o nosso; eu sei como eles fizeram o deles; botaram DNT de piçarra com 20 km pra fechar. O Manoel e eu não podemos fazer isso porque não é só Eleacre; é Eleacre, é Engecal e Albuquerque, tem que ser um orçamento real. Depois o JOÃO (Albuquerque).. o JOÃO (Albuquerque).. quando a gente apresentar um orçamento das coisas pro JOÃO (Albuquerque).. o JOÃO (Albuquerque) vai querer matar a gente numa mesa. JOÃO BRAGA: Com certeza. Mas então tá. VLADIMIR: E não vai atrasar nossa contratação. Conversei com ela; se entregar segunda-feira ela bota um terceirizado pra fechar isso.. até quarta-feira ela diz que tá com tudo pronto pra contratação. JOÃO BRAGA: Tá. Tá beleza então.

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VLADIMIR: Tá bom? Só tô te passando o panorama. Um abraço. Tchau JOÃO BRAGA: Obrigado. Tchau.. tchau..

Outro exemplo de associação entre empresários pode ser obtido através da fotografia abaixo, a qual informa que na obra de pavimentação do bairro Mariana nesta capital, a empresa responsável pela execução, MAV, têm como responsáveis técnicos os alvos CARLOS TAKASHI SASAI (empresa CONSTRUTERRA) e ASSURBANÍPAL BARBARY DE MESQUITA ( empresa VECTRA).

A ATUAÇÃO DO CARTEL NA DISTRIBUIÇÃO PRÉVIA DOS LOTES REFERENTES AO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA – CIDADE DO POVO.

O índice 5125395 trata do diálogo mantido entre o então

Secretário de Habitação de Interesse Social, Aurélio Silva Da Cruz, e Marco sobre uma reunião que ocorrerá com empresários para a seleção dos lotes que cada empresa ficará responsável pelas obras de construção de casas populares na Cidade do Povo.

Conforme será demonstrado adiante, a indicação dos lotes que

caberiam a cada empresa partiu do SINDUSCON. Este fato indica que as

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empresas que se candidataram nesta “seleção” estavam previamente acordadas quanto à divisão dos lotes que cabariam a cada qual, o que evidencia que este ajuste impediu a existência de concorrência entre as empresas.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5125395 6899694803 6881110240 02/01/2013 15:06:36 00:01:23 � �

@@ AURELIO X MARCO #

TRANSCRIÇÃO: MARCO: alô. AURELIO: oi Marco, boa tarde! Tudo bem? MARCO: oi secretario, tudo bom. AURELIO: feliz ano novo meu amigo! MARCO: feliz ano novo! AURELIO: ééé... tu marcasse alguma reunião com os, com os empresários que. MARCO: às 04 horas. AURELIO: ah tu marcasse né? aí mesmo na SEHAB? MARCO: isso, exatamente. AURELIO: essa reunião é o que? é uma reunião técnica? MARCO: é somente pra seleção dos lotes. AURELIO: ah tá. Tu vai precisar da minha presença? MARCO: não, não secretário. É só pra seleção dos lotes mesmo. Na verdade humm... a maioria dos empresários já tão de férias viajando. Só voltam depois do dia 10. Só vão representantes mesmo. AURELIO: ah tá. Eu tô com uma dor de cabeça enorme. MARCO: não não. Tranquilo. AURELIO: então tá bom meu amigo. Tá. MARCO: tá bom!? AURELIO: obrigado. MARCO: de nada. AURELIO: tá, um abraço, tchau.

Conforme relatado pela equipe de analistas: “No Diário Oficial do Acre de 09/01/2012 foi publicada uma nota informativa referente ao Edital de Chamamento Público 001/2012 Programa Minha Casa Minha Vida – Cidade do Povo, listando as empresas selecionadas e os respectivos lotes. Coincidentemente, a empresa Albuquerque Engenharia foi contemplada com os lotes 8, 9 e 10, e a empresa OM & Cia Ltda ficou com o lote 6. É importante frisar que esta última empresa está em nome dos filhos de JOÃO FRANCISCO SALOMÃO, o que confirma que SALOMÃO teria entrado com uma empresa desconhecida, conforme comentado em diálogo passado entre VLADIMIR e JOÃO BRAGA. Estabelecendo uma conexão com os diálogos anteriores pode-se concluir que as empresas Engecal (VLADIMIR), Albuquerque Engenharia (JOÃO BRAGA) e Eleacre (SALOMÃO) estavam previamente acordadas de executarem em conjunto as obras do referido edital. É importante destacar que antes da publicação no diário oficial do Acre do Edital de Chamamento 001/2012, em 13/12/2012, VLADIMIR, JOÃO BRAGA e SALOMÃO possivelmente já se articulavam para trabalharem em conjunto no projeto, conforme chamada índice 5016833 de 11/12/2012.”

Na chamada de índice 5345947 JOÃO BRAGA solicita que

ADRIANO encaminhasse a primeira ata da reunião em que foram distribuídos

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os percentuais das empresas. Possivelmente esta ata diga respeito às divisões de lotes de certames licitatórios.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5345947 6899891404 6892293956 20/02/2013 18:01:42 00:03:53 RECEBIDA � �

@@@ JOÃO BRAGA X

ADRIANO #

TRANSCRIÇÃO: JOÃO BRAGA: e aí mano velho, tava em reunião? ADRIANO: tava em reunião aqui no gabinete, diga lá meu amigo. JOÃO BRAGA: ô ô Adriano rapaz, eu... eu queria ver se tu poderia me mandar tua... aquela primeira ata daquela primeira reunião, quando foi ééé... distribuído os percentuais das empresas. ADRIANO: aaahh... só não tenho aqui João ó. JOÃO BRAGA: não, mas pode me mandar depois. ADRIANO: pode, né. Tá. JOÃO BRAGA: manda, manda no meu e-mail, tá. ADRIANO: tá. JOÃO BRAGA: por favor. Eu acho que eu, eu perdi minha cópia porra (sic). Eu tava dando uma checada na minha documentação desde o princípio eee tá faltando isso, ó. ADRIANO: ahh, não, eu envio pra ti. JOÃO BRAGA: tá, então tá. Seria isso,tá. ADRIANO: falou. JOÃO BRAGA: um abraço, tchau.

Ainda a respeito da atuação do cartel na divisão dos lotes entre as empresas para construção de casas populares do programa “Minha Casa, Minha Vida” relativo ao Edital de Chamamento Público 001/2012, foi publicado no Diário Oficial do Estado do Acre a relação das empresas beneficiadas, em cuja publicação encontra-se o nome do alvo Aurélio Silva da Cruz, conforme abaixo:

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Na chamada de índice 5312925 Rodigueiro, do Banco do Brasil,

em diálogo com o Secretário WOLVENAR (Secretário de Infra-estrutura e Obras Públicas)solicita a este a documentação da desistência das empresas J.A. e O.M., as quais o Banco do Brasil estaria contratando. Rodigueiro esclarece que necessitaria de um ofício do dono da empresa ou do responsável pela licitação autorizando o banco a contratar com outra empresa, conforme havia sido combinado em uma reunião. O Secretário Wolvenar diz que caberia a empresa O.M. emitir o comunicado desistindo do negócio. O secretário ainda informa que caberia às empresas através de seu representante, função esta desempenhada pelo alvo ADRIANO, dividir as unidades habitacionais entre elas. O secretário se comprometeu a comunicar a ADRIANO a necessidade da produção do documento de desistência, e que caberia ao próprio ADRIANO articular entre as empresas qual ficaria com os lotes da empresa desistente.

Na chamada de índice 5312936 Wolvenar comunica a ADRIANO

a necessidade da empresa O.M. em produzir o documento de desistência. ADRIANO responde que a desistência já esta na SEHAB. O secretário indaga a ADRIANO qual empresa ficaria responsável pela construção das unidades desistidas (sic) pela empresa O.M. O alvo ADRIANO responde que segundo orientações da SEHAB e da PGE o banco poderia convocar obedecendo ao critério (não especificado). ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

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CONTATO

5312925 6899852036 6892050600 14/02/2013 15:07:17 00:02:52 RECEBIDA �

@@ WOLVENAR X RODIGHERO (BB) - DESISTENCIA DAS

EMPRESAS #

5312936 6899852036 6892293956 14/02/2013 15:10:41 00:01:34 EFETUADA �

@@ WOLVENAR X ADRIANO -

DESISTENCIA DA OM #

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5312925 RODIGHEIRO: Não sei nem como é que usa.(risos) Bom, nós precisamos da... WOLVENAR: Oi, RODIGUEIRO! RODIGHEIRO: Secretário, boa tarde. Cê(sic) tá(sic) podendo falar? WOLVENAR: Posso. RODIGHEIRO: Secretário, eu tentei falar com o Marco e com o outro menino teu aí e não consegui, ái eu tô(sic) apelando pra você. WOLVENAR: Pois não. RODIGHEIRO: É... eu tô precisando daquela documentação... WOLVENAR: Hã. RODIGHEIRO: É a desistência das empresas que a gente tá contratando que é a OM e JA. A desistência das duas, inclusive a desistência da JA, eu já tenho, já tá(sic) ok. WOLVENAR: Sei. Da OM, tá(sic). RODIGHEIRO: Então, eu preciso então da desistência da OM e o quê que eu preciso de um comunicado, de um ofício, de alguma coisa é... do...dono, do responsável da licitação autorizando o banco a contratar com a outra empresa, que ficou combinado aqui naquela reunião daquele dia. WOLVENAR: Aham. Não, então isso aí, não é bem comigo vai ser com o ADRIANO. É problema das empresas, tá(sic)? Então, eu vou ver com ADRIANO... RODIGHEIRO: Mas, é o ADRIANO que vai fazer esse comunicado que pode contratar com as outras empresas? WOLVENAR: Não, a questão do ofício com a empresa, a OM aí que... RODIGHEIRO: Desistindo do negócio. WOLVENAR: Desistindo. E a agente vai tá(sic) definindo então... quem tá(sic) cuidando disso das empresas, na verdade é o ADRIANO, ele mesmo representa a parte das empresas... RODIGHEIRO: Entendi. WOLVENAR: Esse é um processo...é uma parceria pública e privada, né? RODIGHEIRO: Entendi, entendi. WOLVENAR: Tem o Governo Federal, tem o Governo do Estado e tem as empresas... RODIGHEIRO: Perfeito. WOLVENAR: Essa questão do... da divisão...quem...que empresa...quantas...é...casas, unidades essa empresa tem interesse, tal Quem cuidou dessa parte não fomos nós foi o ADRIANO que representa as empresas, então... RODIGHEIRO: Certo. WOLVENAR: Eu vou comunicar o ADRIANO pra entrar em contato contigo e principalmente com a empresa pra(sic) poder fazer esse... RODIGHEIRO: Legal. Aí ele faz essa perna que é...essa perna que é a empresa disistindo(sic). Aí quem é que vai fazer o comunicado ao banco? WOLVENAR: Ele mesmo vai ver com qual das outras lá que vai poder é... essas unidades passar(sic) pra outra empresa, entendeu? RODIGHEIRO: Porque isso já tá(sic) certo, né? A gente já tá(sic) inclusive analisando, só precisa de documentar. WOLVENAR: Ok, mas eu falo com ele, isso aí eles que vão fazer tá(sic)? RODIGHEIRO: Não, legal. WOLVENAR: Eu tô(sic) ligando pra ele agora e pedindo pra ele fazer isso, tá(sic) bom? RODIGHEIRO: Tá(sic) combinado, tá(sic) combinado secretário. WOLVENAR: Brigado. (sic) RODIGHEIRO: Valeu, brigado(sic) a ajuda aí. Um abraço. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5312936

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ADRIANO: Oi, WOLVENAR. WOLVENAR: Oi ADRIANO, tudo bem? ADRIANO: Tudo bem. WOLVENAR: Deixa eu dizer o RODIGHEIRO, lá do Banco do Brasil me ligou que ele tá precisando lá dum(sic) ofício documento de... da OM... da desistência da... ADRIANO: Já tá(sic)...eu já expliquei isso pra ele, já está lá na SEHAB a desistência, a SEHAB não fez na sexta-feira porque a ALINE à tarde ela não foi trabalhar, ficou de fazer isso a partir de hoje já a comunicação, conforme ficou orientado pela PGE. WOLVENAR: Tá(sic) e aí...e outra coisa que ele me pergunta, parece que da JA já foi, ele já tem, só falta a OM entendeu, agora outra coisa que ele me pergunta: Quem é que vai é... tá(sic) entrando com a possibilidade de fazer essas unidades que foram desistidas pela OM. ADRIANO: Então, a orientação da SEHAB, da PGE é que o próprio banco, é... pode ficar a vontade pra convocar, obedecendo o critério... WOLVENAR: Mas, eu queria que você ligasse pra ele e explicasse pra ele... ADRIANO: Tá(sic), tá(sic) bom. Não, eu passo lá, eu tô(sic) aqui na ELETROACRE... WOLVENAR: Processo... ADRIANO: Tá(sic), é que eu expliquei tudo, na verdade bem, com detalhes pro LUCAS, né... acho que o LUCAS não passou pra ele. WOLVENAR: O telefone tá falhando... ADRIANO: Não eu ligo pra ele... WOLVENAR: Tá prejudicado, não tô(sic) ti entendendo. Tá(sic) falhando o telefone eu vou ligar outra vez.

Na chamada de índice 5335512 o Secretário AURÉLIO informa

que recebeu um telefonema do Governador Cesar Messias noticiando que Rodigueiro estaria esperando um documento da SEHAB. AURÉLIO indaga a RODIGUEIRO que documento estava esperando. RODIGUEIRO esclarece a AURÉLIO que no processo da cidade do povo foi feito um chamamento, e o Estado do Acre através da Secretaria (SEHAB) indicou a empresa “tal” no lote A, no lote 1 empresa tal. RODIGUEIRO então informa que algumas empresas não tiveram viabilidade para fazer negócio e desistiram. RODIGUEIRO afirma que possui a desistência das empresas, mas que não teria a correção do documento que indicou as empresas para os lotes, ou seja, não tem o documento indicando qual empresa ocuparia o lote das empresas que desistiram.

Em resposta, o Secretário AURÉLIO informa que é o SINDUCON

quem estaria comandando este processo. RODIGUEIRO afirma então que isso já havia sido acertado com o SINDUSCON. RODIGUEIRO diz que seria o Estado quem indicaria em documento a distribuição dos lotes entre as empresas. AURÉLIO nega que na publicação do resultado do Edital de Chamamentoo Estado diga o lote destinado a cada empresa, sendo que apenas constaria o nome das empresas que foram qualificadas. AURÉLIO insiste dizendo que na publicação do dia 09 de janeiro de 2013 não constava a designação dos lotes. RODIGUEIRO então indaga onde constaria esta designação de lotes, tendo AURÉLIO confirmado que a designação constaria apenas na distribuição que o SINDUSCON fez. RODIGUEIRO continua em dúvida e pede que AURÉLIO mande cópia do diário oficial onde foi publicado o resultado do chamamento.

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Na chamada de 5335554 RODIGUEIRO,de posse da cópia da publicação do diário oficial do Estado do Acre do dia 09 de janeiro de 2013,afirma a AURÉLIO que havia sim em tal publicação a designação dos lotes às empresas. RODIGUEIRO então comunica que a empresa CCE iria desistir do lote 16, e que precisaria de um documento informando que o lote 16 iria para determinada empresa. AURÉLIO então diz que tal documento seria providenciado.

Na chamada de índice 5356002 o secretário AURÉLIO em diálogo

com Cleudo recebe a notícia de que as 13 (treze) empresas selecionadas para a construção de casas populares do programa Minha Casa, Minha Vida na Cidade do Povo, conforme discriminadas no extrato do Diário Oficial do Estado do Acre acima citado, pagaram cada uma, em rateio, o valor de R$45.000,00 (quarenta e cinco mil reais) pelo projeto arquitetônico. O secretário é informado que antes mesmo do convite, o projeto já estava pronto, e que este fato afastou as pequenas empresas de participarem da seleção. Cleudo ainda esclarece que o pagamento dos projetos foi uma condição imposta por um secretário, e que a divisão dos lotes ocorreu entre as empresas que pagaram cada qual sua cota parte relativa às despesas com os projetos.

Ficou nítida a atuação do cartel no que se refere às suas ações

anticoncorrenciais, que inclusive contou com a participação do Secretário de Obras, Wolvenar, e do ex-secretário AURÉLIO. ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5335512 6899694803 6892050600 18/02/2013 16:43:27 00:03:46 �

@@ AURELIO X RODIGHERO #

5335554 6899694803 6892050600 18/02/2013 16:51:14 00:01:39 �

@@ AURELIO X RODIGHERO #

5356002 6899694803 6899974946 22/02/2013 18:01:16 00:01:56 �

@@ AURELIO X CLEUDO #

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5335512 RODIGHERO: alô! AURELIO: alô Rodigheiro? RODIGHERO: boa tarde, tudo bem!? AURELIO: boa tarde, é Aurélio! RODIGHERO: secretário, tudo bem secretário? AURELIO: tudo bem! Graças a Deus e você? RODIGHERO: quase bom hehehe. AURELIO: meu amigo me diga. RODIGHERO: o que o senhor manda? AURELIO: o o nosso governador Cesar Messias me ligou agora. RODIGHERO: ah sim. AURELIO: e me disse que tá, você tá esperando um documento da SEHAB. Que documento é esse que você tá precisando? RODIGHERO: ééé, foi feito uma... no processo da da Cidade do Povo foi feito um chamamento certo? AURELIO: sim um chamamento, certo. RODIGHERO: isso. Aí no chamamento o governo do estado através aí da sua secretaria indicou a empresa tal no lote A no lote 1, a empresa tal no lote 2... e assim por diante... beleza!? AURELIO: certo, certo.

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RODIGHERO: aí o que aconteceu? Algumas empresas não teve (sic) viabilidade pra poder fazer negócio e desistiram. AURELIO: certo. RODIGHERO: nós temos a desistência das empresas. O que que não temos? Esse, a correção desse documento ali de cima que como a empresa A desistiu, o lote 1 vai pra fulano. AURELIO: ah, mas isso aí. RODIGHERO: como a empresa 2 desistiu, o lote tal vai pra empresa X. AURELIO: humm, deixa eu, deixa eu verificar porque isso aí éé... isso depende da do do das empresas né. O Sinducon que, o Sinduscon que tá éé comandando esse negócio. RODIGHERO: então mas isso aí já foi acertado pelo Sinduscon. Só que da mesma forma que o, que o estado fez a primeira lá, lote A para fulano, lote B para fulano, lote C para fulano... foi o estado que designou, não foi!? AURELIO: não, na realidade a gente não, a gente não diz o lote não. Na na na publicação do resultado do chamamento a gente não diz não... a gente só fala o nome das empresas que foram éé qualificadas. RODIGHERO: o nome das empresas que foram qualificadas. AURELIO: isso. As empresas qualificadas e. RODIGHEIRO: que podem atuar. AURELIO: as que foram desclassificadas. Só. A gente não diz que a empresa tal ficou com o lote tal, não fala isso não. RODIGHERO: não fala isso? AURELIO: na publicação não, não. Na publicação não. E na realidade a gente nem... é só um chamamento mesmo. O chamamento é a qualificação só, da empresa. RODIGHERO: a publicação do resultado é aquela de janeiro, 12 de janeiro... um negócio assim!? AURELIO: foi. Exatamente aquela lá. É aquela lá, entendeu!? RODIGHERO: hum. AURELIO: aquela lá não consta é (inaudível). RODIGHERO: designação de lotes. AURELIO: não, não consta. RODIGHERO: é, é. Aonde que consta essa designação de lotes? Lugar nenhum!? Só na distribuição que o Sinduscon fez. AURELIO: exatamente... exatamente. RODIGHERO: entendi... entendi. Será que o Marco tem muito... fácil essa publicação do do resultado? AURELIO: chamamento? RODIGHERO: ou é muito difícil? É! AURELIO: não, tem. Mas tá no diário oficial. Mas mas eu posso, eu posso mandar pra ti. Eu posso mandar pra ti. RODIGHERO: certo, manda pra mim, por favor. AURELIO: (inaudível) eu tô aqui. Eu tô na PGE. Eu vou ligar lá pra minha chefe de gabinete ou então. RODIGHERO: pede que ela me ligar, eu acerto com ela. AURELIO: então tá, combinado. RODIGHERO: tá combinado secretário. Obrigado da ajuda, tá! AURELIO: tá, tá ok. Disponha. RODIGHERO: um abraço. AURELIO: um abraço também. Tá, tchau. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5335554 AURELIO: alô. RODIGHERO: ô secretário. AURELIO: oi, oi Rodighera (sic). RODIGHERO: é, no Diário Oficial que eu caçando aqui, eu consegui dar uma localizada, do dia 09 de janeiro, o 10963. Lá tem assim ô. AURELIO: hum.

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RODIGHERO: nota informativa Programa Minha Casa Minha Vida e Cidade do Povo. Informamos que em decorrência de edital de chamamento público 1 de 2012 tá, tal e tem lá as empresas... ALBUQUERQUE engenharia, CNPJ, superquadras 8,9 e 10. ADINN. AURELIO: é, é. RODIGHERO: superquadras 5, 12 e 13. AURELIO: é, exatamente. É isso mesmo. RODIGHERO: aí tem algumas empresas que não vão fazer. A CCE, por exemplo, ela tava com a quadra 16, ela não vai fazer. Aí o que a gente precisava... de um ofício, algo básico que fosse, mas naquele mesmo teor que aquela quadra 16 vai pra empresa tal que nem tá o edital ali. AURELIO: ahãm. É, eu já verifiquei isso aí. Éé, a gente vai, a gente vai providenciar... tá ok!? RODIGHERO: combinado, combinado. Obrigado meu amigo, brigadão (sic). AURELIO: aí você. Olha, o contato que você vai fazer é com Marco Otsubo. RODIGHERO: Marco Otsubo, eu tava tentando no celular telefone dele, mas não consegui hoje não hehehe. AURELIO: eu tava com ele. É porque... éé a gente tava em reunião. Talvez você não conseguiu falar com ele. RODIGHERO: isso, não foi isso. Eu ligo pra ele então secretário. Eu tenho o celular dele. AURELIO: então tá. RODIGHERO: tá combinado meu amigo. Obrigado por tudo aí. AURELIO: ok. RODIGHERO: um abraço. AURELIO: tá ok, um abraço. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5356002 CLEUDO: oi Aurelio. AURELIO: oi Cleudo. CLEUDO: oi meu querido. Eu, eu tive no município por isso que eu não fui aí na quarta-feira. É que eu tive que ir Manoel Urbano, tava fazendo uma medição lá, mas eu vou no início da semana. Deixa eu te falar uma coisa que eu consegui pra ti, pra ti levar. AURELIO: hum. CLEUDO: éé... antes mesmos daqueles convites ficarem prontos as 13 empresas pré-selecionadas já tinham pago inclusive o valor dos projetos. Custou 45 mil reais para cada uma das empresas os projetos arquitetônicos tudo tudo tudo daquela obra. AURELIO: foi mesmo? CLEUDO: por isso que ninguém entrou. Foi cada uma, eles fizeram a cota. Aí racharam e ficou 45 mil reais para cada uma, entendeu!? Por isso que ninguém entrou porque os caras tinham pagado 45 mil reais e aí ninguém ia, entendeu!? Aí por isso que o pessoal não entrou. Mas eu vou contigo na semana aí e te conto direitinho como foi, tá!? AURELIO: tá agora que eu descobrindo tudo ô... que eu... voando cara. CLEUDO: é né!? hehehe. AURELIO: tô muito surpreso com tudo, viu!? CLEUDO: pois é... cada empresa pagou 45 mil reais nos projetos, entendeu!? Que já tavam prontos. Antes dos convites já tavam prontos. Então foram escolhidas as empresas... aí oo foi uma condição que o pessoal e o secretário botou, então elas pagavam o projeto, entendeu!? Que elas queriam obra pagavam o projeto... e que isso aí era com RP (restos a pagar), né. E os projetos eram com RP e o governo não tinha... então cada uma pagou 45 mil reais nos projetos... aí ficou dividido entre elas, as 13 empresas... por isso que foi só eles e deu tudo certinho né!? Eles botaram o pé na parede mesmo e pronto. AURELIO: pois é, vamos conversar pessoalmente!? CLEUDO: vamos, vamos sim. AURELIO: não é bom ficar falando isso por telefone. CLEUDO: isso, exatamente! AURELIO: obrigado, viu. CLEUDO: tá, tchau. AURELIO: tá, tchau.

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Em que pese as empresas ENGECAL e ELEACRE terem sido

desclassificadas, estas trabalharão em nome da empresa Albuquerque, como ficou claro na chamada abaixo.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5348674 6899597389 21/02/2013 11:06:19 00:07:42 �

@@ JORGE WANDERLAU X ANTONIO (EMÃ ASFALTOS) #

TRANSCRIÇÃO: JORGE: Alô. ANTONIO: É.. o Seu Jorge? JORGE: É sim. ANTONIO: Ô seu Jorge é..é o Antonio da Emã Asfaltos novamente. JORGE: Diga Antonio. ANTONIO: Ô.. me diz uma coisa..é..quem seria aí a pessoa lá na..na Albuquerque que eu pudesse também começar um contato lá igual eu comecei com o Senhor.. JORGE: Rapaz eu não saberia te dizer no momento.. mas eu te recomendaria a aguardar aí uns dez dias porque isso aí ainda tá em processo de constituição.. ANTONIO : Certo. JORGE: Porque nós vamos constituir uma..uma terceira empresa com fins específicos..tá? ANTONIO: Humrum.. JORGE: E isso vai ainda demandar uns quinze a vinte dias pra isso se concretizar. Aí é que vai ser designada a pessoa pra tratar exclusivamente disto. ANTONIO: Certo. JORGE: Tá? Então nós tamos..como nós é que vamos tocar.. nossa empresa é que vai tocar a parte de infraestrutura.. ficou encarregada disso aí.. nós estamos adiantando até alguns contatos..essa coisa toda.. preços.. possibilidades..essa questão de..de.. estocagem..(inaudível).. equipamentos.. se você inclusive tiver notícia de alguém que tiver equipamentos pra..pra.. aplicação de TSD.. seria interessante.. a gente tá interessado em ver isso... tanto pra alocação como até possivelvente pra compra desses equipamentos ..tudo isso nós tamos vendo e adiantando ainda.. ANTONIO: Hanram.. JORGE: Agora quanto a tratativas de negociação eu te recomendaria a..a.. aguardar um pouco e.. por enquanto a gente vai ficando neste contato.. eu te passando as informações.. eu vou te passar uma quantidade de volume... agora quanto à questão de cadastro e tudo ainda não tá definido..tá? ANTONIO: Mas no caso aí..mas no caso aí.. o Senhor.. a Engecal.. e a Albuquerque e as empresas parceiras aí..vão..vão.. é...é..constituir uma outra empresa..pra poder fazer essa empreitada aí ou vai utilizar aí essas empresas existentes pra poder realizare essas compras. JORGE: O contrato tá saindo..não as compras vão sair no nome da Albuquerque. ANTONIO: Certo. JORGE: No entanto a decisão de compra..essa coisa..vai sair do consórcio..tá?. ANTONIO: O consórcio são essas três empresas...as três empresas aí.. a Albuquerque..certo? JORGE: Exatamente. Exatamente.. ANTONIO: O Senhor vai cons..Cês vão constituir..só pra eu entender.. só pra eu entender seu Jorge..cês vão constituir esse consórcio..certo? JORGE: Isso. ANTONIO: Vão construir esse consórcio. Esse consórcio vai..vai gerar um CNPJ.. correto? JORGE: Certo. ANTONIO: Só que a decisão de compra vai ficar com a.. no caso de faturamento..a princípio né..até que se resolva tudo.. vai ficar com a Albuquerque..entendi.. entendi.. tá certo.. JORGE: Então não tem uma pessoa ainda porque embora ..embora o faturamente vão sair em nome da..da.. Albuquerque.. mas ..é..é..a própria Albuquerque tá constituindo um setor que vai cuidar disso aí.. ainda não tem a pessoa indicada..

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ANTONIO: Ah.. entendi.. JORGE: Não saberia te dizer quem é a pessoa que cê pode tratar..quanto a negociações que você possa ter..ou propor à Albuquerque..não saberia te dizer.. ANTONIO: Não..tudo bem.. JORGE: Tá? mas eu (inaudível) .. a aguardar um pouco mais isso aí.. ANTONIO: Hanram.. JORGE: Agora se você puder ir me mandando aí inclusive aquela proposta da possibilidade de aluguel.. (inaudível).. estocagem..essa coisa toda.. eu te agradeceria. ANTONIO: Não. Tudo bem.. tudo bem..é.. é.. eu queria..essa obra aí pelo jeito é uma obra aí pra..o quê..primeira fase.. pelo menos o quê uns dois .. três anos? JORGE: Não. É a primeira fase é pra um ano e a segunda fase que vai ser.. mais ou menos do mesmo tamanho.. estimada em torno..a contar de agora.. em torno de 20 meses mais ou menos.. ANTONIO: Então é coisa rápida né? JORGE: É..é..a obra contratada ela tem que ser entregue em torno de 12 meses e a segunda fase a estimativa de contratação deve ser em torno de julho..por aí.. pelo menos essa é a expectativa. ANTONIO: Entendi. Entendi. É isso aí certamente cês ganharam essa..isso aí através de uma licitação né? de uma concorrência pública.. JORGE: Na realidade isso é financiamento via Caixa Econômica Federal. ANTONIO: É financiamento..financiamento direto né? JORGE: É..é.. ANTONIO: Tá certo. JORGE: Quer dizer ..essa é a nossa parte.. mas vai ter ..é..é.. na realidade.. o conjunto todo.. isso é só da nossa empresa.. o conjunto todo vão ser 3 mil e poucas casas..então bota preço aí ..bota preço aí pra ganhar da Ipiranga heim? ANTONIO: Por isso que eu tô..por isso toda essa idéia de conhecer aí a estrutura .. de conhecer o potencial das empresas.. é..pra gente poder saber com quem a gente tá trabalhando..pra estabelecer o máximo de parceria.. aí..vamos dizer assim.. JORGE: É um conjunto de 10 empresas que irão trabalhar lá.. ANTONIO: Certo.. certo.. os senhores já fecharam contrato com a Caixa.. com o Banco do Brasil? JORGE: Não foi assinado ainda mas já está aprovado. Já demos entrada ..toda documentação..já recebemos a sinalização de que já tá aprovado..agora estamos esperando só as últimas análises.. a questão de..de liberação também pelos órgãos..essa coisa toda..pra assinar o contrato.. mas já é..já é coisa certa. ANTONIO: Essa previsão de contrato aí é o quê..mais uns quinze dias? JORGE: A previsão pra assinatura do contrato sim.. ANTONIO: Até porque também o cronograma que o Senhor tá me passando aí..é..é coisa pra acontecer rápido.. JORGE: Não.. é muito rápido. ANTONIO: E.. e com a questão da chuva aí a gente só tem uma parte do ano pra trabalhar né? JORGE: Exatamente. Isso aí nós vamos ter que fazer de maio a novembro. ANTONIO: De maio a novembro. JORGE: A (inaudível) .. pavimentação é. ANTONIO: Aí..bom.. aí..daqui um.. lá como o Senhor me falou mesmo.. o Senhor vai me passar o quantitativo aí..né JORGE: Vou. ANTONIO: Quanto vai.. de pavimentação .. enfim .. essas informações aí..isso a gente já.. JORGE: Certo. ANTONIO: Começar a criar um laço aí né? Tá bom? Então tá jóia seu Jorge..obrigado por enquanto heim? JORGE: De nada. ANTONIO: Abraço tchau.. JORGE: Outro.. tchau.

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No índice 5341620 ADRIANO recebe uma chamada de César Messias, e é informado que Rodigueiro (Banco Brasil) teria dito que as empresas selecionadas no âmbito do edital de chamamento acima mencionado tinham sanado as pendências na obtenção de financiamento. ADRIANO cita que o impedimento de sua empresa (MAV) e da ÁBACO (SÉRGIO NAKAMURA), o qual foi imposto pelo TCU, tinha sido confirmado pela CEF também, e devido a este fato iria partir para o plano “B”. ADRIANO cita que iria conversar com MARIO TADACHI,procuradorda empresa ETENGE, para que este pudesse absorver os lotes que caberiam a empresa de SÉRGIO NAKAMURA. César Messias cita ainda que se fosse preciso era para chamá-lo que iria junto.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5341620 6892293956 6899847833 19/02/2013 19:33:16 00:03:21 RECEBIDA � �

@@ ADRIANO X CESAR

SCHELLER (IMPEDIMENTO

ABACO) #

TRANSCRIÇÃO: ADRIANO: diga Cesar. CESAR SCHELLER: e aí, Adriano tudo bem? ADRIANO: tudo bem dentro do possível. CESAR SCHELLER: melhorou? ADRIANO: rapaz, eu tô aqui com meu irmão que é médico. Ele tá me dizendo que a tendência é piorar aqui no meu quadro, mas tô resistindo. CESAR SCHELLER: má... mas... é... é, tem algum indicativo de dengue, não? ADRIANO: tem, chegou o resultado dos exames agora, ele tá dizendo que o quadro tem... 48 horas pra chegar no quadro. CESAR SCHELLER: tomar bastante líquido, hidratar bastante, cara. ADRIANO: é, ele tá dizendo aqui, tá me recomendando aqui, pedindo pra... repousar e hidratar bastante. CESAR SCHELLER: hidratar bastante... deixa eu te falar, eu não sei se você tá sabendo já, lá a reunião da Caixa foi muito boa. O SEPLAC lá... o SEPLAC? Como é o nome do. ADRIANO: é, eu tava lá com o Leonardo. É o SEPLAC. CESAR SCHELLER: é, eu acho que as notícias foram melhores de tarde do que de manhã, né!? ADRIANO: foi a... a... notícia respeito à parte do Estado... é, só tá faltando o Leonardo fechar as informações de... de... da ETE, né. CESAR SCHELLER: é. ADRIANO: que já tava o processo encaminhado com a. Mas a novidade boa é que... aquele prazo de quinze de março... de vinte e oito de fevereiro, pode ser antecipado pro Márcio poder apresentar os projeto lá no SEPLAC e eles vão fazer por estimativa lá. Então. CESAR SCHELLER: exato. ADRIANO: muito bom. CESAR SCHELLER: o Rodighero me me ligou também dizendo que as empresas praticamente zeraram já as pendências, tá. ADRIANO: hum. CESAR SCHELLER: e... o... a SEOP já mandou lá pra SEHAB a questão lá pra fazerem (inaudível) do decreto. ADRIANO: isso. CESAR SCHELLER: tá bom... e amanhã a gente volta a conversar novamente. Tá bom! ADRAINO: tá bom, deixa eu só te adian. CESAR SCHELLER: e vá descansar pra você melhorar. ADRIANO: hehehe. Não, eu vou descansar, mas amanhã a gente tá junto lá. Deixa eu te falar só uma coisa: aquele impedimento lá da minha empresa aí, da ÁBACO.

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CESAR SCHELLER: sim, do Banco do Brasil. ADRIANO: foi confirmado lá pela Caixa também. CESAR SCHELLER: hãm!? ADRIANO: então nós vamos partir pro Plano B mesmo. CESAR SCHELLER: é!? ADRIANO: é! CESAR SCHELLER: mas o... a Caixa acha é... restrição pra ti? ADRIANO: a Caixa tá colocando como restrição também. CESAR SCHELLER: ah, então é correr atrás, né meu irmão. ADRIANO: é, aí eu já tô... hoje eu já trabalhei com a minha já... substituindo já tudo, falta só o Banco do Brasil dá a palavra lá do... da revisão do coisa. Aí o Sérgio, eu vou conversar amanhã com o Mario Tadashi pra... pra... é abrigar a quantidade dele. CESAR SCHELLER: é, se for preciso, me chame que a gente conversa junto! ADRIANO: ah tá, vou precisar sim! Aí eu te dou um toque. Qualquer coisa, nós confirmamos toda a viagem pra Porto Velho ou tu precisava confirmar lá na empresa, né, que vai nos receber lá. A gente tá estimando que a gente quer chegar na obra por volta de oito horas e sair meio-dia de lá de dentro. CESAR SCHELLER: então tá bom. Então tu... amanhã tu me cobra isso, tá bom? ADRIANO: tá bom, pode deixar. Valeu. CESAR SCHELLER: tá certo?! Me cobra amanhã que aí a gente liga pra lá, tá. ADRIANO: tá bom. CESAR SCHELLER: oficializa, tá bom! ADRIANO: valeu, valeu. CESAR SCHELLER:Tá, um abraço. Tchau. ADRIANO: falou.

Na chamada de índice 5345012 Djalma do Banco do Brasil informa a ADRIANO que em virtude das restrições da empresa MAV, autorizou debitar a parcela da CONSTRUTERRA. O alvo ADRIANO, que em virtude das restrições impostas à sua empresa, MAV, cita que seu plano “B” é contratar com a empresa J.A., em substituição a empresa MAV, e que inclusive utilizaria o mesmo projeto já aprovado para esta empresa. ADRIANO solicita a Djalma que seja realizado estudo na parte jurídica da empresa J.A. no que diz respeito à sua capacidade de empreender. ADRIANO cita que a Caixa Econômica Federal contrataria com a empresa J.A., e solicita que o Banco do Brasil agilizasse a análise sobre a capacidade de empreender desta empresa.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5345012 6892293956 6892285160 20/02/2013 15:00:15 00:07:07 RECEBIDA � �

@@ ADRIANO X DJALMA (BANCO DO

BRASIL) #

TRANSCRIÇÃO: ADRIANO: (inaudível) DJALMA: Doutor ADRIANO? ADRIANO: Eu não falo com mosquito, não. DJALMA: (risos) Alguém me ligou, rapaz me chefe tá dengoso, tu não andou picando ele não? Eu digo não, eu não sou mosquito da dengue não. ADRIANO: Ela não tem o que fazer e fica achando que pode fazer essas colocações, mas você sabe que você não tem como picar ninguém, né? DJALMA: (risos) ADRIANO: Você é avesso a esse negócio, você gosta de ser butado(sic), aí é diferente. DJALMA: (risos) ADRIANO: Ela não sabe disso, gente loira é assim mesmo. DJALMA: É né?

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ADRIANO: Acredita em tudo. DJALMA: (risos) Escuta. ADRIANO: Hã. DJALMA: Conseguiu ver o... aquela questão dos terrenos lá, dos lotes? ADRIANO: Dos lotes, ah sim vimos, é 225 mesmo. DJALMA: É? (inaudível) lá no cartório? ADRIANO: É, tá(sic) no cartório. DJALMA: E a digitação, foi? ADRIANO: Foi digitação. É...como tem os lotes comerciais, quando faz a conta a quadra é de 1 a 14, aí a TATI ficou na (inaudível) de 1 a 4. DJALMA: Hum. ADRIANO: Aí, já falei com a THAIS, ela o... só o WOLVENAR fazer a nossa explicativa lá. DJALMA: Aham. ADRIANO: E amanhã a gente vai levar lá pra corrigir, ela disse que no mesmo dia ela faz. DJALMA: No mesmo dia ela faz, né? Ela já arruma, né? ADRIANO: Uhum. DJALMA: Porque o (inaudível) mandou um novo...nova situação aqui, né? ADRIANO: Hã. DJALMA: Aí da MAV ADRIANO (inaudível)aí eu autorizei debitar o... a parcela da CONSTRUTERRA, tá(sic)? ADRIANO: Tudo bem. DJALMA: Tá(sic) aqui, aí projetos (inaudível) com aprovação da prefeitura. ADRIANO: Mas, deixa eu te falar só uma coisa, é... eu não tô... eu tô com os projetos aprovado(sic) aqui pra mandar, mas eu não vou mandar pra vocês enquanto não sair aquela resposta lá, porque o quê que tu acha? Vale a pena, porque a resposta pra mim significa tudo... DJALMA: Você já tá com eles aí? Você já tá eles tudinho aprovado já? ADRIANO: Tá(sic) com tudo aprovado aqui. DJALMA: E correção da quantidade de lote na matrícula.(inaudível) ADRIANO: É. DJALMA: Uhum. E a 6, né? O Bachega tá(sic) me Brasília. ADRIANO: Hum. DJALMA: Aí ele até me ligou, mas eu tava(sic) em outra ligação, quando eu desliguei que eu vi a chamada dele, liguei ele não atendeu. Aí ele mandou uma mensagem, aí ele falou com o LUCAS, né? ADRIANO: Hã. DJALMA: Aí o LUCAS disse que ele cobrou de novo lá, o pessoal da análise, diretor lá. ADRIANO: Hã. DJALMA: Ele disse que consultaram o Ministério das Cidades. ADRIANO: Tô(sic) sabendo. DJALMA: Ah, tá(sic) sabendo já, né? ADRIANO: Não, tô(sic) sabendo só que eles consultaram, mas não sei da resposta do Ministério. DJALMA: É, aí ele cobrou pra que a resposta fosse logo, hoje, até hoje né? Disseram que iam tentar conseguir essa resposta hoje ainda porque seu Bachega falou pra ele, ó, tem que resolver isso logo pra dá tempo do plano B, né? Não vai dar tempo, se der problema dá tempo de partir pro plano B, né? Se não der... ADRIANO: Eu tô(sic) preparado aqui pra isso, porque...é...mandei botar tudo na... no nome da JA e tô(sic) considerado que é...o plano B é pra mim(sic) contratar pela JA. DJALMA: Certo. ADRIANO: É por isso que eu preciso que ele corra também lá em Brasília pra o pessoal rever aquela situação lá. DJALMA: Isso. ADRIANO: Uhum. DJALMA: Aí vamos, é isso. Aí vamos. Então essa documentação já tá prontinha na hora que disser ó, passou se passar passou, é só entregar né? ADRIANO: É só entregar. DJALMA: Tá(sic). Uhum. ADRIANO: Agora se não passou o quê que eu vou fazer, a í eu tenho que sentar...

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DJALMA: Aí já vai ter que alterar mesmo, né? ADRIANO: É, aí, não... já alterei, eu já tô(sic) com os projetos tudo pronto, os meninos tão(sic) ali fechando as pastas, tudinho pra ficar esperando. DJALMA: Ah, já alterou também, já? ADRIANO: É, eu já renomeei todinho, só que aí eu vou ter que passar de novo aprovando os meus projetos nos órgãos, mas é mais simples porque eu vou levar o aprovado da MAV e vou só pedindo que eles reconsiderem. DJALMA: Já tá(sic) aqui igualzinho é só pegar... ADRIANO: Reconsiderando, só que isso leva uns 2 dias pra fazer isso. DJALMA: Uhum. ADRIANO: Entendeu? Mas... DJALMA: Entendi. ADRIANO: A análise técnica que vocês já fizeram pelo da MAV , eu vou só fazer o documento tendo que (inaudível) do mesmo projeto e tal, e elas vão avaliar, também é rápido. Aí a documentação, a parte jurídica, eu preciso que vocês avancem aí com relação com a capacidade de empreender. DJALMA: Tá(sic), isso aí nós já mandamos, né? Tá(sic) lá já. ADRIANO: Pois é. DJALMA: Uhum. Já deve tá(sic) analisando também. ADRIANO: A Caixa também apareceu com o mesma... o mesmo questionamento do impedimento. DJALMA: Hum. ADRIANO: Só que eles disseram que no nosso caso já tá(sic) lá, eles contratariam. DJALMA: Hum. ADRIANO: Quer dizer eles já abriram, não pode fazer a JA que a gente contrata. DJALMA: Aham, mas cês(sic) questionaram também, lá foi? ADRIANO: Foi questionado também. E também subiu pra Brasília... DJALMA: Eles querem ... eles consultaram lá também? ADRIANO: É consultaram e ainda não tem resposta, ainda, também. DJALMA: Porque nesse caso aí, da.. digamos... da Caixa, digamos tu já tava com a capacidade já, jurídica...análise jurídica feita, né? Mas vai ter empresa que eu acho que não tava(sic) ainda, né? Ah não, mas não é o caso. ADRIANO: Não, não é o caso. DJALMA: O problema é tua e da ABACO, né? ADRIANO: É. DJALMA: É. Uhum. ADRIANO: Aí, o quê que acontece, a JA também lá, eles não tinham finalizado ainda o... a nossa capacidade mas eles disseram que não era problema nosso, se eu quiser fazer por lá. DJALMA: Hum. ADRIANO: Aí, eu te falei, ah rapaz, já me adiantei deixei com o Banco do Brasil isso lá hipotecado, eles já tão correndo e tal. DJALMA: Uhum. ADRIANO: Aí agora a bola tá(sic) contigo. DJALMA: Tá(sic) uhum. ADRIANO: Tá(sic)? DJALMA: Vou aguardar aqui a resposta hoje, né? ADRIANO: Pra mim seria muito, muito, muito bom se... seria como se dissesse assim, rapaz não teria um mal que não traga um bem. DJALMA: Uhum. ADRIANO: Mas aí, eu preciso que vocês agilizem essa questão de empreender lá. DJALMA: Uhum. ADRIANO: Tá(sic) bom? DJALMA: Tá(sic), uhum, beleza. ADRIANO: Se precisar inclusive que eu assine um documento dizendo que tudo que você colocou aí em termo de expertise, capacidade técnica... DJALMA: Uhum. ADRIANO: Vai ser transferida, eu faço. DJALMA: Tá(sic) uhum.

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ADRIANO: Tá(sic) bom? DJALMA: Tá(sic), vamos aguardar a decisão lá, né? Aí eu passo pra você aí. ADRIANO: Tá(sic) bom então. DJALMA: Valeu..

Na chamada de índice 5346039 ADRIANO diz a Djalma que desistiu de realizar a contratação do financiamento da empresa J.A. com a Caixa Econômica Federal, e que quer realizar a operação com o Banco do Brasil. ADRIANO esclarece que a capacidade de empreender depende do acervo (certidões de acervo técnico expedidas pelo CREA) e da experiência. Djalma esclarece que quem iria executar a obra seria a empresa J.A.que utilizaria todo o maquinário e o know howda empresa MAV. ADRIANO cita ainda que a empresa ÁBACO trabalharia com outra empresa de forma que o financiamento permanecesse com o Banco do Brasil. Djalma cita a empresa ETENGE, mas ADRIANO fala que seria melhor a ÁBACO fazer com a empresa ALBUQUERQUE. ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE

DO CONTATO DATA DA

CHAMADA HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5346039 6892293956 6892285160 20/02/2013 18:20:38 00:06:44 EFETUADA � �

@@@ ADRIANO X DJALMA #

TRANSCRIÇÃO: DJALMA: Adriano? ADRIANO: Fala DJALMA. DJALMA: Rapaz, disse que o Ministério das Cidades vetou. ADRIANO: To sabendo já. DJALMA: Ta sabendo já? O vice-governador te ligou? ADRIANO: Foi. DJALMA: Aham. O Lucas me ligou também agora há pouco. Disse que já chegou a consulta, né? Disse que ele já sabe que não pode nem Banco do Brasil, nem Caixa, né? Ai eles vão ligar pro Bachiega. Como ele tá em Brasília, pra ele sentar com o pessoal na diretoria amanhã e convencer a fazer da JA, né? ADRIANO: É. E ai eu ia pedir um esforço ai porque pra mim era muito importante o negócio da JA. Até porque é questão de compreensão de capacidade de investir, de empreender que é baseado em acervo e experiência. Então é só questão do entendimento lá mesmo. A caixa até se propõe a fazer, mas eu, infelizmente, "plotei" (cic) tudo pra fazer com o Banco do Brasil. DJALMA: Certo. Ai no caso puxa tudo, né? ADRIANO: É. Já to fazendo caso já. DJALMA: No caso, conseguindo pela JA, seria todas elas? ADRIANO: 584. DJALMA: 584, é? Aham. Vou até dá, daqui a pouco, dá mais um tempinho (cic) aqui, vou dar uma ligada pro Bachiega. Pode ser que ele ainda esteja em alguma reunião lá, que lá ainda é 7 e meia. Daqui a pouco dou uma ligada. Como ele... era dois dias em Brasília, hoje e amanhã. Amanhã ele vai tá lá ainda. Pra ele acampar lá pela diretoria pra convencer os caras. Mostrar lá, né? Explicar a situação direitinho (cic). Porque quem vai fazer a MAV, né? Só o nome da JA, mesmo, né? ADRIANO: Na verdade não é MAV que vai fazer, vai ser a JA. Mas toda a estrutura vai estar sublocada para a JA. DJALMA: Eu to dizendo a JA, mas com todo o maquinário e todo Knwon How da MAV, né? Eu coloquei no parecer, né? ADRIANO: Não, mais é isso mesmo. Não é diferente. DJALMA: Isso é mais só uma questão legal, mesmo, só pra não ter problema, né? ADRIANO: É uma questão de entendimento. Na verdade eles não têm, eu acho que quando eles viram isso, eles não observaram com essa ótica, né? Eles nem poderiam porque agente

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estava com avaliações da MAV lá e não tinha como vocês fazerem isso dentro do entendimento dividindo. DJALMA: É. Aham. Isso. ADRIANO: Por isso que quando ele falou... Porque o Bachiega falou na época pra fazer pela MAV que estava mais tranquilo. DJALMA: Porque a MAV já tinha estabelecido, né? ADRIANO: Pois é. Porque convencer o cara que tá em Brasília, que é a mesma coisa, é mais complicado. Não, vamos fazer pela MAV. Mas como agora não deu, caiu nesse entendimento. O que me dificultaria nesse momento. O que me dificultaria era se nesse momento agora eu tivesse: Ah, o banco do Brasil não consegue fazer pela a JA. Ai eu teria que refazer tudo denovo pra botar na caixa lá. E era a oportunidade que eu estava esperando pra tirar da caixa, mesmo. DJALMA: Pra tirar da caixa né? Então, dando certo na JA é melhor né? ADRIANO: Claro, não resta dúvidas. DJALMA: Certo. Ai vai pra 500 e? ADRIANO: 584 unidades. DJALMA: 584, né? É. Eu to voltando pra agência, vou ligar pro Djalma. (...) Aos 5:50 ADRIANO: Estou trabalhando pra ABACO (inaudível) por uma empresa que não tire do Banco do Brasil, entendeu? DJALMA: É. É. Ai a ABACO vai ter que ver agora né? ADRIANO: É. Ai ela migraria e só aumentaria a quantidade de vocês. Não diminuiria. DJALMA: Isso, pra não mecher na nossa quantidade né? É, aham. Ou a alternativa seria a ETENGE, tinha que ver como é o relacionamento dele. ADRIANO: É, mas não. Agente tá mais interessado em fazer pela Albuquerque.

Na chamada de índice 5349778 Djalma menciona que se não conseguir a aprovação do financiamento pelo Banco do Brasil pela empresa J.A., a saída seria a obtenção deste através da empresa ETENGE. ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5349778 6892293956 6892285160 21/02/2013 14:20:21 00:02:25 �

@@ ADRIANO X DJALMA #

TRANSCRIÇÃO: DJALMA: seu Adriano? ADRIANO: você ligou, cabra (sic). DJALMA: liguei, você anda meio nervoso, mesmo é? ADRIANO: hahaha... rapaz, parece que hoje a... a picada fez efeito, que eu tive ruim. DJALMA: é que a... a Laila falou ontem, né, mas já que tu... aí depois ela disse que tu tinha ido trabalhar... então o mosquitinho é... foi pequenininho. ADRIANO: é. Você sabe que... tu sabia que o que pica não é o macho, é a fêmea? DJALMA: é a fêmea, né?! ADRIANO: pois é. Eu acho que é parecido com você mesmo, pequenininho. DJALMA: hehehe. ADRIANO: você é meio afeminado mermo (sic). DJALMA: hehehe... escuta. ADRIANO: hum!? DJALMA: tô as voltas com aqueles negócio lá, o Baixega manda mensagem direto pra mim lá, que ele tá lá né, por lá. Aí... que tem que alterar o peso, né, daquela anotação lá. ADRIANO: é. DJALMA: e eu falei com a mulher lá da diretoria hoje, né... já... e ela tá só esperando isso... alterar o peso aqui, aí mandei pra Superintendência de novo, né. ADRIANO: é. DJALMA: o peso pra recalcular o limite aqui pra cair lá pra ela.

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ADRIANO: tá. DJALMA: aí o Baixega tá preocupado também, é se eles... qual o valor que eles vão estabelecer, se vão estabelecer o suficiente, né. ADRIANO: então, é essa nossa preocupação né. DJALMA: é. Aí ele já tava até sugerindo, se for o caso, já vendo mais outro plano, se não conseguir aprovar o valor todo na JA, né. ADRIANO: não, mas daí. DJALMA: hum? ADRIANO: outro plano, como assim? DJALMA: outra, digamos, outra empresa, digamos a ETENGE. ADRIANO: ah, mas pra quem num... tu tá na agência, tu? DJALMA: tô. ADRIANO: vô passar aí então, agora. DJALMA: tá, hurum. ADRIANO: falou. DJALMA: tô aqui almoçando, mas eu tô saindo já. ADRIANO: tá bom, eu tô saindo de casa agora. DJALMA: tá, tá. Valeu.

Através das chamadas acima, constatou-se que ADRIANO é

quem estaria liderando os outros empresários do cartel nas tratativas da execução das obras referentes ao Edital de Chamamento nº1/2012.

E o financiamento citado diz respeito ao empréstimo feito pelo

banco para que as empresas pudessem realizar as construções das casas do Programa Minha Casa, Minha Vida do Cidade do Povo.

O vínculo associativo entre as empresas ficou claro na chamada

de índice 5171977, em que Vladimir relata a dificuldade em que Salomão terá em realizar compras com a outra empresa que estaria trabalhando (O.M. Cia. Ltda), e diz que seria mais fácil trabalhar em parceria com a Albuquerque, eis que o cadastro desta empresa facilitaria a compra de insumos junto a fornecedores. Cita ainda que empresa Albuquerque tem a intenção de criar uma SPE (sociedade de propósito específico).

Já no índice 5196681, Vladimir relata a seu pai que Manoel disse

que as empresas ENGECAL, e a empresa de SALOMÃO entrariam juntas com a empresa ALBUQUERQUE, pois não havia como entrar na obra separados desta última.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5171977 6899996614 99717072 11/01/2013 12:27:42 00:02:11 �

@@@ MANOEL X VLADIMIR #

5196681 6899996614 99597389 16/01/2013 07:18:16 00:05:22 � �

@@ VLADIMIR X JORGE

WANDERLAU #

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5171977 VLADIMIR: Alô..Ôh Manoel..pode falar MANOEL: Oh Vladimir..agora quem está te atrapalhando sou eu heim..rs.. VLADIMIR: Pode falar meu irmão.. MANOEL: Deixa eu te perguntar uma coisa.. tu chegou a mexer naquele cronograma.?

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VLADIMIR: Cheguei... acabei... não entreguei para o Jácome..para começar.. acabou não fazendo nenhuma reunião com o Jácome.porque...acabou detonando antes do processo lá das casas né e aí teve reunião atrás de reunião..e o Jácome acabou não (inaudível).. com essas coisas...e depois, ficou aquela indefinição entre o SALOMÃO, o JOÃO e o pessoal... se ia fazer um de cada vez, ou dois ao mesmo tempo... aí eu segurei pra entregar né. Até porque o SALOMÃO entrou com uma outra empresa. Você tá sabendo né, que o SALOMÃO entrou com uma outra empresa, aprovou a empresa. MANOEL: É mas isso não vai dar certo não, ele vai ter que entrar com a Albuquerque mesmo VLADIMIR: Rapaz... MANOEL: Não tem recurso, isso aí é... VLADIMIR: Manoel, é unanimidade que vai ser muito mais econômico, vai dar muita mais (inaudível). Imagina o cadastro da Albuquerque quando for pra comprar todo o material de uma vez numa fábrica MANOEL: Pois é VLADIMIR: E o JOÃO BRAGA, já que tá tocando no assunto, quando o JOÃO BRAGA conversou comigo, comentou o seguinte: tú vai cobrar? a Albuquerque não vai cobrar nada. Eles querem montar uma SPE (Sociedade de Propósitos Específicos), uma empresa a parte, com cnpj tá... pra contratar uma equipe alí tá, pra fazer independente da própria (inaudível) (...) com total liberdade ali.. contratar o engenheiro prá lá .. o administrativo.. para fazer independente.. entendeu..

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5196681 JORGE: Oi VLADIMIR: Lá no Esperança tão montando o canteiro, está indo normal o canteiro? como é que está? JORGE: O pessoal da (inaudível Elesb?) está lá montando.. VLADIMIR: Não tem ninguém nosso montando? JORGE: Não.. tem muita gente lá..(inaudível)............... deixamos ajustado .. o trator deu mais uma arrumada lá..(inaudível).................. VLADIMIR: O arame.. JORGE: o arame... e ainda não resolveu isso.. VLADIMIR: Não resolveu isso não? ... JORGE: Não.. até ontem eu cobrei o Jaques.. muito bacana ..muito atencioso o rapaz viu.... VLADIMIR: Muito bom..agora tem que cobrar é do Salomão..ele não resolveu ainda o negócio.. ele chega hoje né? JORGE: É ele chega hoje.. VLADIMIR: Tem que definir pai..o João já está tocando tudo para frente .. o João Braga.. JORGE: Hã.. o quê... acho que ele já se definiu sim.. VLADIMIR: O que ele vai fazer? JORGE: Acho que vai fazer junto sim.. VLADIMIR: Tem que avisar né.. o Manoel meteu a boca..o Manoel (inaudível)... JORGE: Inclusive eu falei pra ele.. rapaz....(inaudível) VLADIMIR: O Manoel meteu a boca..o Manoel falou: Salomão tá maluco.. a gente não tem condições de nada Vladimir....a gente não tem condições de fazer esta obra...ainda falou assim.. bem assim maluco falou..(inaudível)....... ele está trabalhando pra todo mundo..tudo junto tá..ele não separou nada.. ele está em contato com o João Braga.. ele está fazendo as coisas..falei: Manoel como é que tá sua situação..o Salomão entrou em separado e tal? Salomão está é maluco .. a gente não tem condição nenhuma de entrar em separado da Albuquerque..a gente tem que entrar junto.. todo mundo junto.. não temos a menor condição de fazer uma obra desse porte sem estar em parceria com alguém.. com a Albuquerque..é viagem do Salomão.. nós vamos fazer todo mundo junto.. com toda autoridade do mundo....ele está mandando lá na Albuquerque.. Eleacre..aí nós vamos fazer essa obra todo mundo junto.. nós não temos condições de fazer separado de vocês..nós vamos fazer todo mundo junto.. JORGE: Inaudível.. VLADIMIR: O João Braga vem alfinetando.. oh! ontem eu fui na SEHAB e assinei tudo já.. estou só com três lotes.. o Salomão (inaudível)..

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JORGE: Vou dar mais uma conversada.. VLADIMIR: Aí cria uma série de entraves burocráticos tá... JORGE: Já está.. Marcos me disse que já vai ter problemas pra separar.. VLADIMIR: Hã? JORGE: Vai ter problema pra juntar no meio.. VLADIMIR: Tem que abrir de novo.. (inaudível) ..........a preferência é dessa empresa.. JORGE: Pois é.. tem que.. tem que ver isso.. VLADIMIR: Talvez não tenha mais jeito.. JORGE: inaudível..... VLADIMIR: Porque acontece o seguinte..eu queria ele junto também... porque é o seguinte..só a gente com ele...(inaudível)........ muito forte.. aquela história..o porteiro do cavalo do bandido..se o Salomão comprar peça mais próximo da gente.com a gente ali... é mais fácil...pra defender né.. JORGE: É.... tem isso.. VLADIMIR: Aí vai estar como descartável..já que o Salomão (inaudível)...tá junto ..um pouquinho mais de caldo....né.. JORGE: É mais um para dialogar.. VLADIMIR: Exatamente.. JORGE: Então tá.. VLADIMIR: Conversa com ele hoje.. JORGE: Vou conversar hoje à tarde.. VLADIMIR: Tá bom então..um beijo..

Nesta chamada o alvo Salomão informa que a empresa O.M. iria

abrir mão do lote.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5195172 6881117029 6899717072 15/01/2013 18:30:18 00:02:13 RECEBIDA � �

@@ MANOEL X SALOMAO -

CIDADE DO POVO #

TRANSCRIÇÃO: MANOEL: SALOMÃO? O João Braga me ligou agora, ele disse que a reunião que vai ter das empresas de novo, vai ser amanhã, não vai ser quinta... amanhã de tarde. Aí ele quer reunir de manhã pra ver qual a estratégia que vai fazer pra levar os orçamentos lá de tarde com o pessoal que vai discutir já né... só que ele disse que tem que ser depois das oito e meia, tipo umas nove hora(sic)... aí eu falei que ia te ligar para poder acertar com ele. SALOMÃO: Não, mas aí eu não vejo problema. É a parte técnica que vocês vão fazer, não é isso? MANOEL: É...mas tem aquelas decisão(sic) lá, né de... SALOMÃO: De quê? MANOEL: De asfalto, de empreendimento...quantos vão ser...de banco...se banco vai entrar. SALOMÃO: Mas vai ter que ser tudo decisão deles, né? Não tem jeito... MANOEL: É com eles, né? SALOMÃO: É por que eu vou entrar com eles, então eles vão decidir que banco vão entrar, né? Quantidade de empreendimento também, né? Na minha opinião tinha que ser mais de um, mas eu não sei, né? MANOEL: Mas e aquela questão do empreendimento da OM, não vai discutir não? SALOMÃO: Na verdade o Banco do Brasil até ligou hoje, mas aquela situação tá tudo ok, Manel. MANOEL: É...eu acho que... SALOMÃO: Eu fui ver o filha da puta do e-mail não tinha ido para o JOÃO, mandei hoje de novo, certo? MANOEL: Hum! Tu acha melhor não participar então dessa com eles? Técnica por enquanto? SALOMÃO: Não, mas essa vai ter que fechando não tem jeito, certo? Vai participando e vê. De qualquer maneira, vai ter que abrir mão daquele lote pra poder pegar, né? Tá(sic) entendendo?

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MANOEL: Certo. SALOMÃO: Então a gente vai discutindo uma outra opção mesmo, não tem problema não. MANOEL: Tá(sic), eu vou marcar com ele, então. SALOMÃO: Tá bom. MANOEL: Tá.

No áudio abaixo, o alvo Vladimir conversa com Manoel acerca de

preços que constam em planilhas, e os confronta com os preços praticados em mercado, bem como fala sobre a viabilidade econômico-financeira da obra. O alvo Vladimir por volta do 3º minuto diz que os preços praticados por sua empresa são os mesmos preços praticados pelas outras empresas, e diz que a turma tá muito bem na Cidade do Povo. Este áudio demonstra claramente que não há competição entre as empresas integrantes do cartel.

Repare que esta conversa ocorreu em data anterior à publicação

no Diário Oficial do Estado do Acre da empresas selecionadas para a construção de casas na Cidade do Povo.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5062515 6899996614 99717072 19/12/2012 18:23:41 00:04:12 �

@@@ MANOEL X VLADIMIR #

TRANSCRIÇÃO: MANOEL: Vladimir VLADIMIR: Fala doutor Manoel MANOEL: Beleza.. VLADIMIR:Beleza.. MANOEL: Deixa eu te falar.. VLADIMIR: Não muito beleza não..porque eu tô liso.. aí é foda..o cara liso nunca tá muito beleza não.. MANOEL: É o seguinte.. então ficou pior a situação agora..eu tava olhando aqui com o Jácome agora aqui a planilha... a que a gente está chamando de executivo.. ela está abaixo da planilha de venda..só 12 por cento.. o que aconteceu.. ele baixou os 30 por cento só que depois ele veio corrigindo com os preços de mercado uns baixam outros sobem.. então nesse caso a obra está parecendo inviável..tá.. a não ser que tenha algum preço ali que a gente consiga derrubar mas...por exemplo .. tubo de concreto.. tá mais caro no mercado do que está na planilha.. VLADIMIR: Tubo de concreto a gente consegue derrubar..tá.. toda a parte de movimentação de terra..parte de transporte de piçarra..toda a parte toda.. a gente vai ter a folga para compensar outros itens.. a parte de tubo de esgoto tá com folga....na análise que eu fiz..na parte que eu verifiquei.. calçada também não está dentro do exequível? MANOEL: Pois é.. eu não sei.. VLADIMIR: O que eu vi que estava apertado era tubo de concreto.. tá..estou solucionando através da fábrica..custo menor e pavimentação.. MANOEL: Se tu fizer uma análise nessa planilha que ele te mandou.. tu tem ela aí né.. VLADIMIR: Tenho MANOEL: Que seria a plhanilha de custo..dentro dessa planilha só tá dando 12 por cento não dá pra colocar nem os impostos.. porque fora dessa planilha ficaria a reserva para pagar imposto e lucro.. só tá dando 12 ..agora eu me assustei entendeu.. a gente tem que ver que

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tipo de preço pode cair .. ou não nisso.. senão a gente tem que repensar.. ainda mais no inverno heim.... VLADIMIR: Não.. tem várias.. que até hoje eu estava envolvido feito maluco com a Secretaria..eu vou te mostrar..me dá só o dia de amanhã que eu estou ajeitando minha proposta com a cidade do povo.. amanhã eu vou estar revisando.. eu vou te mostrar ..tem (n..inaudível) itens que são viáveis economicamente dentro da obra... MANOEL: Tá .. vamos dá uma conversada então pra gente ver isso.. VLADIMIR: Vamos revisar juntos... MANOEL: Tá bom.. VLADIMIR: (inaudível).... é o mesmo..nossos preços são os mesmos que as outras empresas estão fazendo..a turma está bem na cidade do povo..é que tem vários..por exemplo... vou alugar tudo que é equipamento..botar o preço do aluguel .. não..vou ter que botar os equipamentos de maneira mais barata pra compensar os outros serviços de pavimentação..por exemplo.. a pavimentação eu fiz o fechamento com o preço do insumo..não está dando 12 está dando 21 por cento..né.. (inaudível) .. estava dando menos..a parte então.. em uma análise mais detalhada dava sim para fazer.. MANOEL: Humrum.. tá.. VLADIMIR: Vamos parar com calma amanhã eu vou pra aí à tarde .. a gente senta..e faz todo esse detalhamento disso.. eu te mostro.. MANOEL: Tá bom.. VLADIMIR: Eu já vou te mostrar inclusive algumas coisas..preço de tubo.. esgoto..todos esses detalhes eu vou te mostrar....

A ASSOCIAÇÃO ENTRE OS EMPRESÁRIOS Na chamada de índice 5342886 CARLOS AFONSO solicita que

ASSURBANÍPAL, como Conselheiro Titular do CREA, verifique um processo relativo a um determinado consórcio que foi formado para executar obras do BID, que está para ser votado.CARLOS AFONSO cita que está executando tal obra há um ano, e não pode medir, eis que este não esta registrado no CREA. CARLOS AFONSO cita que existe um responsável técnico de cada empresa: Alércio, Salomão e o Sérgio. CARLOS AFONSO esclarece a ASSURBANIPAL que o SALOMÃO seria o responsável técnico de 3 (três) empresas. ASSURBANIPAL diz que devido ao fato de ser responsável técnico de três empresas, isto poderá trazer problemas.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5342886 6899564525 6899064447 20/02/2013 08:50:32 00:02:39 RECEBIDA � �

@@ ASSUR X CARLOS AFONSO

#

TRANSCRIÇÃO: ASSUR: alô. CARLOS AFONSO: barão. ASSUR: diga barão. CARLOS AFONSO: passa no CREA pra resolver aquele negócio pra gente. ASSUR: (inaudível) não foi lá ontem pô. CARLOS AFONSO: ontem ficou tarde rapaz.

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ASSUR: é né. Só um pouquinho. (vira logo a esquerda aqui ô). CARLOS AFONSO: hãm!? ASSUR: só um pouquinho. (é). CARLOS AFONSO: passa lá no CREA para resolver o negócio do consórcio pra gente. ASSUR: (entra a esquerda ali. Bom aqui é contra mão aqui!?) CARLOS AFONSO: não entendi. ASSUR: (hehehe, mais ou menos né). Afonso, eu vou, eu vou ligar lá, eu vou ligar lá pra ver se o processo tá lá... tá!? Agora tô tendo que ir na na Cláudia agora. CARLOS AFONSO: tá bom. ASSUR: tá ouvindo? CARLOS AFONSO: taí na Cláudia. ASSUR: eu vou ligar lá, qualquer coisa o pessoal leva pra mim lá. CARLOS AFONSO: bom, tá bom. ASSUR: o quê? Vocês vão participar de licitação é!? CARLOS AFONSO: não é participar de licitação! É o consórcio que a gente criou pra pra executar o BID. Que nós já tamo (sic) há um ano executando e não pode medir porque não tá registrado no CREA o consórcio. ASSUR: tem que registrar no CREA? CARLOS AFONSO: e agora, e agora. Ué. E agora tá lá faz um mês tá esperando a câmara se reunir. ASSUR: mas quem, mas quem que. Quem que definiu que tem que registrar no CREA. Foi o CREA ou foi a Eletroacre? CARLOS AFONSO: foi a Eletroacre. ASSUR: ah é!? CARLOS AFONSO: exatamente! É como se fosse uma empresa nova criada, um consórcio. ASSUR: não é não pô. CARLOS AFONSO: barão é assim que que tá sendo feito. ASSUR: tudo bem, ok. Beleza. CARLOS AFONSO: e aí já tá lá na câmara para ser votado e não vota. (inaudível). ASSUR: aí tem um, aí tem um responsável técnico é isso? CARLOS AFONSO: tem um responsável técnico de cada empresa... o Alex, o Salomão e o (inaudível). ASSUR: aí vai surgir outro problema. Ele tá em quantas empresas? Tem tudo isso aí. Éé. CARLOS AFONSO: pois é, ele tá em duas empresas. Essa é a terceira. ASSUR: beleza. CARLOS AFONSO: mas aí se der zebra (sic) exclui ele. ASSUR: (inaudível). Isso que eu tô achando complicado. Como é que vai justificar? A terceira já vai ter um impacto pra câmara. Eu tô dizendo assim... eu vejo lá, mas... por isso que eu tô achando que esse negócio tá meio esquisito, mas tudo bem. Vou ver lá o processo... tá. CARLOS AFONSO: vê lá, vê lá. ASSUR: tá ok. CARLOS AFONSO: só sei que a gente tem que resolver pra receber. ASSUR: então tá bom. CARLOS AFONSO: tá.

Abaixo a cópia do site do CREA que comprova que o alvo

ASSURBANIPAL exerce a função de conselheiro desta entidade.

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A INEXISTÊNCIA DE COMPETIÇÃO ENTRE OS EMPRESÁRIOS - SUBCONTRATAÇÕES

Foram identificados vários indícios que comprovariam a inexistência de competição entre as empresas pertencentes ao cartel e outras pequenas empresas a este associadas. Este fato ficou claramente demonstrado na realização de subcontratações.

A relação de proximidade entre os empresários do cartel ficou

evidente no áudio abaixo, em que CARLOS SASAI, da empresa CONSTRUTERRA, fala abertamente, em diálogo mantido com JOSÉ LUIS, que comprou um pouco de cimento para fornecer para a ELEACRE (empresa de propriedade de JOÃO FRANCISCO SALOMÃO), pois a ELEACRE vai fornecer a “telha” e ele (SASAI) o cimento, o que comprova a subcontratação, a qual ainda que seja prevista em contrato, é um meio de dividir os lucros da prestação do serviço de construção com outras empresas impedidas de licitar, ou que se quer se dignaram a participarem da licitação, ou mesmo não tinham capacidade de sagrarem-se vencedoras, pois sabedoras eram de que participariam dos lucros da empresa vencedora do certame.

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ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4883284 6881117013 6899852270 16/11/2012 09:53:23 00:04:10 EFETUADA � �

@@ CARLOS SASAI X JOSÉ

LUIS #

TRANSCRIÇÃO: CARLOS SASAI: oi Zé Luis. JOSE LUIS: êê chegou presidente!? CARLOS SASAI: cheguei ontem de madrugada. JOSE LUIS: hã. CARLOS SASAI: você me ligou outro dia rapaz. Eu tava numa numa numa reunião acho. JOSE LUIS: não, eu liguei porque as meninas disseram que você iria chegar ééé domingo, é quarta-feira na hora do almoço eu liguei 2 e meia da tarde aí (inaudível) tá aqui. CARLOS SASAI: não, não. Eu cheguei foi foi de madrugada. JOSE LUIS: ahã. CARLOS SASAI: ahã... fiz uma viagem doida de volta, sabe!? No feriadão desse que não tem passagem. JOSE LUIS: foi... eu eu achei ô que tu queira ter dado uma esticada, dado uma descansada por aí. Porra voltava segunda cara. CARLOS SASAI: é é. Eu tinha programado pra fazer isso, mas tinha um compromisso pra hoje. JOSE LUIS: hã. CARLOS SASAI: arru... arrumaram um negócio aí. Daí eu tive que voltar. Mas viu!? JOSE LUIS: hã!? CARLOS SASAI: ééé lá na nossa obrinha lá. Tava precisando de um sapos e já tô mandando lá tá!? Compacta. JOSE LUIS: um sapo, um sapo. Isso é que eu. Eu tô aqui no distrito aqui industrial, tava vendo um terreno. Eu já ia passar pra pra te falar, ligar pra ti. Outra coisa que eu queria falar contigo. É que eu mandei a (inaudível) ver uma tenda. Uma tenda. Ela tem uma. Tinha uma de 16 por 16 do Sesi e uma de 10 por 10. Ela disse que a de 10 por 10 tá desocupada. Eu acho que aquilo ia dar um adianto danado o Carlos. Fazer o cara. Pelo menos até subir, chegar perto do telhado. CARLOS SASAI: hum hum, hum hum. JOSE LUIS: né... aí ela tá lá, a a a tenda. Porque porra dá um chuvisquinho para tudo, dá um chuvisquinho tá. CARLOS SASAI: é. JOSE LUIS: assim não, eles trabalhavam o piso, trabalhavam o contrapiso tudo de baixo da cobertura. Não concorda? CARLOS SASAI: é, é. Interessante. Deixa eu, deixa eu ligar lá. JOSE LUIS: hum. CARLOS SASAI: e qualquer coisa a gente manda instalar lá. O o maior não tá, não tá desocupado não? JOSE LUIS: não, ela disse que viu a a a de 10 por 10 que taria livre. A outra seria ideal porque aí cobria tudo e gente não não se preocupa. CARLOS SASAI: (inaudível). JOSE LUIS: e não não não mexe com nada né. Só só é... 20 dias, sei lá 30 dias que até chegar a época do do, da cobertura porra. Aí a gente trabalhava com a. CARLOS SASAI: deixa eu ver, deixa eu ver lá. Qualquer coisa eu mando, eu mando. Melhor o maior né pra gente. JOSE LUIS: melhor o maior que aí abrange até as varanda né. CARLOS SASAI: hum hum, beleza. JOSE LUIS: (inaudível) e o barro que ele disse que desse para mandar agora que tá seco. CARLOS SASAI: já tá chegando. JOSE LUIS: já tá chegando né!? CARLOS SASAI: já tá providenciei de manhã. Outra coisa Zé... ééé... a parte de contrapiso tá tudo arrumado tá! JOSE LUIS: hurum.

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CARLOS SASAI: eu já consegui o cimento, já consegui o pessoal que vai fornecer. Eu só tô vendo lá quando é que eu vou fazer isso. JOSE LUIS: eu tô com, eu tô com, eu tô com o cimento também que eu comprei. Eu não quis levar pra lá. Eu quero levar de acordo com a necessidade deles tá. É pra alvenaria, reboco. CARLOS SASAI: tá. JOSE LUIS: alguma coisa já tudo ali na Miragina guardado que eu que comprei. CARLOS SASAI: ah tá. Então, na na na tua ausência também eu comprei mais um pouquinho de cimento, mas eu mandei pra lá. Ééé eu consegui um cimento também... ééé fornecendo lá pro pro pra Eleacre que ele vai... a gente vai fornecer o cimento ele vai fornecer a telha. (inaudível). O cimento eu já consegui com o pessoal aí. JOSE LUIS: maravilha, maravilha. Tá indo. Agora se a gente tivesse a tenda lá, aí dá um adianto danado. Aí eles não param. CARLOS SASAI: não. Eu eu quero, eu quero mexer agora é com a parte de de de cobertura né. Peça de madeira... essas coisa porque se... tem que começar a correr atrás porque senão não vai dar tempo né!? JOSE LUIS: hurum. CARLOS SASAI: humhum. Tá bom. JOSE LUIS: falou então. CARLOS SASAI: qualquer hora a gente vai dar um pulinho lá. JOSE LUIS: vamos, eu tô aí... é só me ligar. CARLOS SASAI: tá ok.

As chamadas de índice 4904791, 4904809 e 4904846, reforçam a

idéia de subcontratação. Nelas CARLOS SASAI, em conversa com LÚCIO, fala sobre um acidente (morte de trabalhador) em que poderão ser responsabilizados, entretanto diz que o “local do acidente” não é de responsabilidade deles. CARLOS conversa com Abdel Barbosa Derze, responsável pela empresa PROENGE Projetos e Construção Civil Ltda – Empresa responsável por obras executadas no município de Manoel Urbano - dizendo que falou com Marcos (servidor do DEPASA), com Manoel e estes teriam garantido que o local é do contrato do “pessoal lá” (sic).

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4904791 6881117013 6899719264 21/11/2012 15:35:32 00:03:38 RECEBIDA � �

@@@ CARLOS SASAI X LUCI -

FILHO (MANOEL URBANO) #

4904809 6881117013 6899719264 21/11/2012 15:39:47 00:02:04 EFETUADA �

@@@ CARLOS SASAI X LUCI - FILHO X ABDEL

(MANOEL URBANO) #

4904846 6881117013 6899719264 21/11/2012 15:45:55 00:03:25 EFETUADA � �

@@@ CARLOS X LUCI - FILHO #

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4904791 LUCI (FILHO): (inaudível)... mas deixa eu ver se ele deixou com alguém aqui. CARLOS SASAI: oi Luci. LUCI (FILHO): hein pai. CARLOS SASAI: hum. LUCI (FILHO): aquele relatório de Manoel Urbano o senhor deixou com alguém aqui no escritório? CARLOS SASAI: deixei aí contigo. LUCI (FILHO): comigo? CARLOS SASAI: não. Deixei aí com o Eudson. LUCI (FILHO): com o Eudson? CARLOS SASAI: é... para tirar cópia. LUCI (FILHO): o Abdel tá aqui comigo.

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CARLOS SASAI: taí com o Eudson. LUCI (FILHO): esse de amanhã pai... entra aquele do acidente... aí tem que levar o contrato dizendo que a rua não é nossa... mas tem que mandar alguém acho que daqui hein... hum. CARLOS SASAI: mas não é nosso porra. LUCI (FILHO): é mais ele pede pra pra mandar um representante da Construterra e o contrato entre. CARLOS SASAI: mas a obra não é nosso (sic) Luci. LUCI (FILHO): mas tá, como eu fiz... a gente tem que chegar lá e dizer assim ô... sim, o nosso contrato com eles é é é desse trecho aqui e o acidente foi no outro. Então, entendeu? CARLOS SASAI: sim... então você vai ter que. LUCI (FILHO): vai o Sidnei. CARLOS SASAI: não... é melhor você ir... você não sabe o tamanho do do abacaxi que é isso Luci. Você tem que pegar um documento lá no no no... com o Manoel Angelo... com alguém... e e e levar a comprovação que é do contrato deles pô. É que o coisa (sic) tá viajando... o o Marcos. Ele ele ele confirmou lá... inclusive disse que ia fazer um documento. LUCI (FILHO): pois é, isso que ele tá vendo. CARLOS SASAI: conversa conversa com o Manoel. LUCI (FILHO): pois é... porque dependendo é um trabalho a menos... e aí os caras tão dizendo que é nosso. CARLOS SASAI: não não... mas pô ooo... eu já conversei sobre isso lá com o pessoal lá... é o contrato deles lá... é um que fez uma rua que ficou do do do ano passado. HNI (LUCI - FILHO): hum. CARLOS SASAI: Agora isso daí quem tem que fazer essa declaração é é é o o o contratante né. Eles me garantiram que é. Tá!? LUCI (FILHO): Tá!? CARLOS SASAI: Agora era pra gente ter pego esse documento né!? Mas você, você... eu acho que tem que ir lá e dizer que a gente vai atrás do documento... é é pra comprovar. O Manoel... o Manoel Angelo, ele... o Manoel disse que éé... ele confirmou. LUCI (FILHO): pois é... tá tá. (inaudível). CARLOS SASAI: ele também sabe. LUCI (FILHO): então, mas o chefe da base não sabe né. Ele tá achando que o... o chefe da base ele tá achando que é o contrato nosso pra eles. CARLOS SASAI: por isso que eu acho que você tem que ir... ir lá contestar. Conversa com com com o Manoel pra ver ou arranja um telefone para mim que eu eu vou conversar com ele. LUCI (FILHO): eu ligo, eu vou ligar. CARLOS SASAI: O Marcos confirmou isso pra mim, só que ele tá de férias né. LUCI (FILHO): tá tá tá. CARLOS SASAI: tá. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4904809 LUCI - FILHO: oi pai. CARLOS SASAI: o Abdel tá aí? LUCI - FILHO: tá. CARLOS SASAI: deixa eu falar com ele. Viu Luci!? ABDEL: oi Carlos. CARLOS SASAI: o Abdel. Esse negócio aí ô... depois que aconteceu esse negócio... eu já fui lá falei com Marcos do DEPASA. ABDEL: hum. CARLOS SASAI: com Manoel. ABDEL: hum. CARLOS SASAI: e eles garantiram que é do contrato do pessoal lá. ABDEL: é... eu tô falando. CARLOS SASAI: inclusive eles ficaram de fazer um documento pra mim disso, só que nessa correria a gente esqueceu e ele tá... ele só volta na segunda. ABDEL: tá bom, mas aí não pode falar com o Manoel antes não? CARLOS SASAI: hum. ABDEL: não pode falar com Manoel antes? Para mandar uma relação das ruas... uma oficial.

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CARLOS SASAI: é. ABDEL: tá... eu vou ver se consigo falar com o Manoel aqui. CARLOS SASAI: só que ele tá de férias... ele só volta na segunda. ABDEL: o Manoel Angelo? CARLOS SASAI: não não o. ABDEL: o Marcos... Lourenço. CARLOS SASAI: é o Marcos que tá de. ABDEL: é, mas o Manoel Angelo pode fornecer. CARLOS SASAI: pode pode. ABDEL: tá bom, eu vou conversar com eles aqui. CARLOS SASAI: eu conversei com ele e ele ligou pro Manoel e eles ficaram de arranjar realmente um... essa relação. ABDEL: (inaudível)... tá bom então. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4904846 LUCI - FILHO: oi pai. CARLOS SASAI: Luci. LUCI - FILHO: hum. CARLOS SASAI: tem alguma alguma a a a pra pra gente é é alguma convocação pra amanhã!? Pra. LUCI - FILHO: (inaudível) tem um rascunho aqui escrito a mão né. CARLOS SASAI: sim. LUCI - FILHO: aqui... do ministério do trabalho... dois auditor fiscal... apreenderam até alguns documentos, diário de obra e essas coisas pra investigação desse acidente fatal né... aqui ele cita éé o contrato da Construterra com o DEPASA éé... u a CAT do acidente de trabalho desse cara que faleceu, a presença da mãe do trabalhador e a presença de representante da Construterra. CARLOS SASAI: mas então eles estão caracterizando que a obra foi que foi na nossa obra... pelo jeito que tá aí. LUCI - FILHO: é porque... é... eles tão achando que esse esse contrato nosso entre é... a gente e a cerâmica foi dentro de nossa rua. CARLOS SASAI: (inaudível). LUCI - FILHO: por isso que a gente tem que ir lá e chegar assim pro auditor... auditor eu (inaudível)... eu pego até os documentos esse onde foi o acidente foi no contrato desde o ano passado. Eu acho que quem recebeu essa essa esse documento lá quando foi o fiscal já era para ter falado "não esse daí é contrato era da cerâmica mesmo e não fizeram... entendeu!?". Tô aqui com uma cópia. CARLOS SASAI: então (inaudível). LUCI - FILHO: eu tô achando que tem que ir contigo amanhã lá viu!? (inaudível)... e falar e explicar. CARLOS SASAI: acho que é bom. LUCI - FILHO: eu falei com o Manoel e aí não tem ninguém pra assinar esse documento... ele disse que não tem problema nenhum... vai lá amanhã. CARLOS SASAI: aonde? LUCI - FILHO: liga pra ela. Ele disse pra mim ir lá amanhã com auditor... qualquer coisa o DEPASA faz o documento dizendo que a rua não era... não era nossa. CARLOS SASAI: mas ele ele tem a relação do das ruas? LUCI - FILHO: tem, mas ele disse que tá lá em Tarauacá... e falou que é uma rua do contrato do ano passado da cerâmica mesmo. CARLOS SASAI: mas não tem. LUCI - FILHO: e não tem ninguém pra assinar aqui. CARLOS SASAI: como que não tem!? Você não pode assinar não pô!? LUCI - FILHO: (inaudível). CARLOS SASAI: eu... falar aqui... mas acho que vai ter que ir lá viu Luci (inaudível). LUCI - FILHO: (inaudível)... e fica gente aqui ô... acho que vou sair de madrugada com. CARLOS SASAI: é... a gente essa semana.

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LUCI - FILHO: 4 horas da manhã. CARLOS SASAI: consegue esses documentos e encaminha lá pro ministério do trabalho. Contrato lá... ele disse que não é... o fiscal. LUCI - FILHO: é... disse que foi uma rua do (inaudível) do contrato que eles tem ainda. Tá!?

As atividades de domínio do mercado de prestação de serviços no

ramo da construção civil do Estado do Acre pela organização criminosa denominada G-7 ainda ficou evidente com realização de subcontratações dos contratos celebrados entre as empresas CONSTRUTERRA, MAV e ÁBACO e o Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento - DEPASA com as pequenas empresas do setor da construção civil, fato este que evidencia a inexistência de competição entre as empresas nos procedimentos licitatórios.

Os áudios abaixo indicam que a “federação” através de Assurbanipal (Assur) é quem indicaria as empresas junto ao DEPASA que se beneficiariam com as subcontratações.Assurbanipal Barbary de Mesquita, primeiro Secretário do SINDUSCON, seria o articulador deste cartel, o qual tem a função de negociador e porta-voz deste.

Do que se apurou até o presente momento, percebe-se que a subcontratação é um instrumento utilizado pelas grandes empresas para satisfazer às pequenas empresas com a realização de parte das obras contratadas visando impedir a revolta dos pequenos empresários contra a dominação do mercado.

Nos áudios abaixo, percebe-se claramente a infiltração da

organização criminosa no DEPASA, o qual é totalmente permissivo quanto a estas atividades, seja por parte de seu presidente (Gildo), seja pelos demais servidores responsáveis, tais como IVANA, responsável pela emissão de pareceres favoráveis às subcontratações.

A este respeito a equipe de analistas relata que: “na chamada de

índice 4282503 é possível verificar que ASSUR estaria realizando o intermédio nos processos de subcontratação entre as empresas detentoras de grandes contratos com o Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento - DEPASA e as pequenas empresas do setor da construção civil. Nesta conversa com Patrício, um provável pequeno empresário do setor de construção civil, este informa a ASSUR que a empresa SERVILHA, cujo responsável é Manoel Andrade, teria iniciado as obras do Contrato nº 06/2011(no valor de R$4.000.000,00). Pelo teor da conversa, ASSUR estaria pleiteando, junto às empresas contratadas pelo DEPASA, que estas disponibilizassem determinados percentuais de seus respectivos contratos para subcontratação. Dessa forma, ASSUR estaria consolidando as informações de cada contrato, ou seja, é ele quem faria todo o levantamento dos percentuais disponibilizados para subcontratação de cada empresa e formalizaria junto ao DEPASA quais as pequenas empresas que seriam as subcontratadas. No entanto, pelo que é possível inferir, algumas das empresas contratadas não teriam disponibilizado os percentuais que foram previamente acordados. Dessa forma, ASSUR estaria sofrendo pressão por parte das pequenas empresas,

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uma vez que teria firmado compromisso com os mesmos (de conseguir as subcontratações), e, portanto, levaria essa situação ao DEPASA para que o órgão a resolvesse junto às contratadas. Patrício, de acordo com o teor da conversa, seria um dos pequenos empresários cuja empresa integraria o grupo das subcontratas e que estaria auxiliando ASSUR nas tratativas (com o DEPASA ou com as grandes empresas, não se sabe ao certo). A provável ilicitude da situação reside no fato citado por Patrício durante a conversa. Segundo ele, o mesmo teria encontrado com Marcos (talvez Marcos Alexandre) na Expoacre e esse teria dito “Tenta que é hora de pedir voto!”, caracterizando, portanto, a hipótese de que a intenção de ASSUR (e talvez de Patrício) seria obter votos para o PSDC mediante promessas de conseguir subempreitadas para as os pequenos empresários do ramo da construção civil. Uma continuidade do assunto se dá na chamada de índice 4300466, onde Patrício quer que ASSUR converse com Manoel Andrade (empresa SERVILHA), pois o irmão de Patrício teria tentado falar com o mesmo e teria sido informado que: “é o pessoal da federação que manda pra lá”, ou seja, o proprietário da empresa SERVILHA estaria, possivelmente, se referindo ao SINDUSCON, dizendo que o intermédio das subcontratações seria realizado através deste. Portanto, Patrício pede auxilio de ASSUR, que diz que “devem falar sobre o assunto pessoalmente porque por telefone fica ruim”.

Outras chamadas trazem ainda mais subsídios da situação

descrita acima. Na interceptação de índice 4291699, ASSUR conversa com Ivana, provável funcionária do DEPASA responsável por elaborar os pareceres no que tange a autorizações de subcontratação nas obras. ASSUR pergunta sobre os pedidos (de subcontratação) que teriam chegado para Ivana. Ela afirma que chegaram apenas aqueles relacionados à ETENGE e a ADINN. ASSUR deixa claro que está interessado em saber sobre as subcontratações por parte da ÁBACO, empresa de propriedade de SÉRGIO NAKAMURA.

A ligação de índice 4300212 mostra que Afonso (Paulo Afonso Vasconcelos Ferna), pessoa que, ao que tudo indica, seria candidato do PSDC, está interessado em ver a situação de Adalcimar e que teria prometido uma resposta para este até as 18:00h do mesmo dia. Na conversa, deixam claro que Adalcimar é um pequeno empresário que pleiteia serviço e Afonso está tentando ajudá-lo. ASSUR recomenda que Afonso busque apoio de Patrício. Porém Afonso quer que ASSUR o auxilie, pois Patrício teria dito já ter sido procurado por 15 candidatos. Mencionam também a empresa de NARCISO (segundo a chamada de índice 4294380, ASSUR e NARCISO teriam feito uma reunião a pedido de ASSUR). ASSUR teria tentado, em conversa com NARCISO, obter serviço para os pequenos empresários junto à empresa deste (CIC CONSTRUÇÕES). Porém, Afonso reclama que a CIC entrou em contato com as pequenas empresas e, ao invés de propor subcontratação, propôs apenas o aluguel das máquinas. Segundo Afonso, isso “queimou realmente” e que “os caras ligaram para ele todos bravos”. ASSUR pede paciência e diz que estariam apenas “cutucando”, que precisariam ter calma e que ainda poderiam tentar (subcontratações) por meio das obras da empresa JM, as quais estariam na iminência de iniciarem-se”.

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ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4282503 6899995592 6899774118 09/07/2012 10:57:34 00:03:55 �

@@@ ASSUR X PATRICIO #

4291699 6899995592 6899843478 10/07/2012 17:39:13 00:01:19 RECEBIDA �

@@@ ASSUR X IVANA #

4294380 6899995592 6881119927 11/07/2012 09:07:05 00:00:39 �

@@@ ASSUR X NARCISO JUNIOR

(REUNIAO) #

4300212 6899995592 6899772727 12/07/2012 07:41:38 00:09:29 �

@@@ ASSUR X AFONSO #

4300466 6899995592 6899774118 12/07/2012 08:21:38 00:00:59 �

@@@ ASSUR X PATRÍCIO #

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4282503 PATRICIO: ô grande Assur. ASSUR: fala Patricio. PATRICIO: eu. ASSUR: e aí!? PATRICIO: e aí!? ASSUR: eu falei com o cabra (sic). Ele vai contigo... pra levar ele na JM né!? PATRICIO: é, mas é porque eu tenho aquele caso do do engenheiro né... o Jacomo não resolve, quem resolve é quem ficou no lugar do. ASSUR: sim, eu vou falar com ele. Já vou falar com ele. PATRICIO: certo. ASSUR: o cara porque. O cara que ele tá analisando lá já pra, já pra ver se entra já. Aí eu vou. Mais tarde vai ter uma posição dele. Deve te ligar. Aí vou falar com o cabra (sic) logo agora de manhã, vou ver se eu ligo agora de manhã. Jacomo né!? PATRICIO: não... o Jacomo, o Jacomo é o engenheiro. ASSUR: não, qual é o nome do cara lá? PATRICIO: é o engenheiro. ASSUR: esqueci o nome do cara lá. PATRICIO: eu não sei, eu não sei o nome do cara da. ASSUR: é um nome diferente. PATRICIO: no lugar do Yan é. Mas se tu ligar pro Jacomo antes ele te dá o nome do cara. ASSUR: mas eu vou falar com ele, mas eu vou falar com ele. PATRICIO: aí eu queria ver contigo o seguinte. O Manoel Andrade pra tá entrando lá no Bahia lá do Fleming né? É um contrato de 4 milhões. ASSUR: aonde é? Qual é essa obra? PATRICIO: ééé o contrato 06/2011. ASSUR: ah, é o da. PATRICIO: Servilha! ASSUR: Servilha, ah tá. Ô Patricio, eu tô querendo fechar hoje ou amanhã o que nós fechamos já lá no DEPASA. Pra gente passar pro DEPASA essa missão louca, entendeu!? PATRICIO: não, mas éééé... o que fechou? A gente não fechou nada né!? ASSUR: eu sei, mas tô querendo. Sim, mas fechou aquele 100 mil. Vamos mostrar que fechou só 100 mil, tá entendendo!? O que eu quero é levar lá... aí partir de agora nós vamos botar o Gildo pra ficar... não... hein... nós vamos ficar no pé do Gildo agora, tá entendendo!? PATRICIO: sei. ASSUR: não, o que eu quero. O teu já tá lá já. Já tá fechado o teu. O que eu quero assim. Eu tô fechando o do Jorge. O que fechou!? Nós vamos levar pra lá. O que deu certo, o que deu errado. Deu errado por quê? Agora o Gildo vai correr atrás. Melhor do que a gente agora. (inaudível) mais não. A gente fica patinando. PATRICIO: é. ASSUR: entendeu!? Aí nós vamos fazer assim. Nós... eu você... vamos ficar no pé do Gildo agora, entendeu!? PATRICIO: certo.

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ASSUR: então minha meta qual é? O teu já fechou... já tá lá. Tô vendo o do Jorge Henrique pra ver se fecha também. Né, o que fechou. Se foi pouco pra mostrar ô... o cara que tinha pra passar 500 passou 100, não é!? Tá entendendo!? PATRICIO: eu sei. ASSUR: aí nós vamos ver esses outros aí. Do Manoel e tudo mais que assinou agora lá. PATRICIO: é porque o Manoel, o Manoel. Eu conversei agora com o filho dele. Ele tem uma amizade muito grande com o menino da digital. ASSUR: é? PATRICIO: é! Se conversar que se for pra digital (inaudível) mesmo. ASSUR: não, posso conversar com ele. O Manoel é meu amigo também. Já. Ele ajuda a gente. Tranquilo. PATRICIO: (inaudível) rapaz vamos colocar o cara da digital lá, o teu amigo, o Ledo. Pronto. Já resolve mais um problema e tá dentro daquele grupo daquelas 5 empresas que eu coloquei. ASSUR: certo, mas eu tenho uma outra alternativa também pra você aí. Hoje eu consolido uma outra ideia também aí. PATRICIO: eu, eu, eu tô te dizendo. O Marco me encontrou sábado lá na na na sexta-feira na Expoacre lá. (inaudível) é hora de começar a pedir voto. (inaudível). Eu vou pedir voto como? Vou fazer como? Só se apanhar do pessoal, só se for pra apanhar meu amigo. O cara hoje ligou desaforado, me chamou de santo. ASSUR: hehe. PATRICIO: fica prometendo que é hoje, é amanhã. Resolve é hoje e não resolve. Eu disse meu irmão eu vou ficar quieto porque você tá todo certo e eu tô errado. ASSUR: Patricio, mas você entendeu a minha estratégia? Nós vamos resolver o que tá resolvido. PATRICIO: sei. Entendi. ASSUR: só o seu. O seu. Pouco ou muito. O que eu te falei. Vamos discutir, vamos fechar. Aí nós vamos pedir pro DEPASA que ele resolva o resto das coisas. PATRICIO: certo. ASSUR: o melhor, o melhor caminho. Porque a gente... eu tô vendo que a gente tá fechando e acaba a gente não avançando como a gente quer. PATRICIO: os caras, os caras tão atrasando pra acabar o serviço e aí não tem mais nada que fazer. ASSUR: não, atrasar não porque tem muita obra atrasada. Isso aí eu vou te dizer. PATRICIO: é. ASSUR: tão atrasadas e muito as obras aí. PATRICIO: certo então. Então vê o negócio da JM que a gente já tira... já resolve aquele problema do Gleisson lá. ASSUR: (inaudível) mando pra você. Falou. PATRICIO: tá bom então. Valeu. Tchau. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4291699 ASSUR: alô. IVANA: Assur. ASSUR: oi Ivana. IVANA: oi tudo bom, cê (sic) me ligou? É que eu estava com o meu filho na. ASSUR: eu tinha ligado. IVANA: é que eu. ASSUR: mas acho... eu tinha te ligado mas acho que não deve ter novidade não né!? IVANA: então, chegou uma lá. Quando eu tava (sic) saindo pro almoço. ASSUR: hum? IVANA: chegou uma da Adinn. ASSUR: da Adinn? IVANA: pedido da Enear se eu não me engano. ASSUR: certo. IVANA: terceri... (sic) ééé... aquele... esse negócio de. ASSUR: subcontratação. IVANA: isso, subcontratação tá (sic).

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ASSUR: beleza. IVANA: aí amanhã eu já vou mandar o parecer pra lá. É que agora tarde eu não pude ir que meu filho passou mal... aí não deu pra ir. ASSUR: não, tá bom. Mas é você que faz o parecer é!? IVANA: é, sou eu. Só chegou um. ASSUR: chegou da Adinn e da Etenge só até agora então né? IVANA: foi. ASSUR: tô esperando da Ábaco aí que não chega rapaz. IVANA: da Ábaco? ASSUR: mas deve chegar aí. IVANA: tá, assim que chegar eu te falo! ASSUR: tá legal, tá ok, obrigado. IVANA: valeu, de nada, tchau. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4294380 NARCISO JUNIOR: alô. ASSUR: alô bom dia é o Narcisinho? NARCISO JUNIOR: isso. ASSUR: (inaudível) aqui é o Assur tudo bem? NARCISO JUNIOR: oi Assur tudo bom. ASSUR: Narciso tu... como que tá teu... teu dia aí? Você conseguia me me receber uma hora que desse pra ti aí? NARCISO JUNIOR: a hora que você precisar meu amigo! ASSUR: você que diz aí... a hora que quiser agora... onde você tiver eu vou... eu vou! Tô na rua aqui. NARCISO JUNIOR: vamos fazer o seguinte... vem comigo 3 horas aqui no escritório. ASSUR: tá legal, beleza! Falou. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4300212 AFONSO: conseguiu falar com Auci, Adaucimar ontem? ASSUR: falamos. AFONSO: tu conseguiu falar com o Adaucimar ontem? ASSUR: falamos. O menino ligou pra ele já. O cara da da CIC lá. AFONSO: não ele, o outro. O Adaucimar... u u das máquinas. ASSUR: rapaz, não consegui não. Ele não me ligou não também. AFONSO: ele me ligou. Meu telefone tava desligado ô. Aí eu já... tentei falar com ele. Porque eu liguei de manhã pra ele né. Aí ele disse. ASSUR: ele não me ligou não. AFONSO: eu liguei de manhã. Ele disse ô "até 6 horas da tarde eu tô dando a resposta". Aí num num (sic). ASSUR: a questão. Mas o problema não é esse. Não vai ter jeito porque ele não vai conseguir tirar a nota direto porque ele não é empresa de pequeno porte. AFONSO: é. Só se. ASSUR: já tô vendo já que só esse fator vai, já vai excluir. Só por causa desse fator aí. AFONSO: é verdade, é verdade. ASSUR: porque... porque a gente tinha 30% ainda que dava pra gente trabalhar, vamos dizer assim né. AFONSO: aham, mas não tem a empresa né!? ASSUR: a empresa dele vai ter que usar outro nome. A não ser que use outra empresa, vamos dizer assim. AFONSO: eu falei. Eu falei com o Edson ontem a respeito das máquinas. É, é... ele disse que "a hora que quiser ele vai em Porto Velho e tem em Campo, ééé Campo Grande também. Tanto a patrol, quanto a retro". Aí se tu quiser falar com ele a gente marca pra gente se encontrar agora de manhã. ASSUR: tá certo. O, o Edson quer não porque já tá com a retro lá já não.

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AFONSO: não, o Edson tá trabalhando. O Edson tá com com o filho do Orleir. O Edson é do Leandro. ASSUR: entendi, Leandro. Falei com ele. AFONSO: pois é. ASSUR: falei com ele pra ver ele emplacava a empresinha do Patricio lá pô. Acabou que ele entrou e tirou fora os caras porra (sic). AFONSO: como que é? ASSUR: acabou que quando ele entrou lá. Aí uuuu Zit tirou os caras que trabalhavam tudo fora... do Patricio lá. Aí ficou um problemão. AFONSO: do Orleir? ASSUR: é. Aí tinha uma parte de calçada, cerca né. AFONSO: hã? ASSUR: aí uuu Zits ganhou. Passei pro cara já tudo. Tirou os caras tudo fora. Foi foda (sic). Aí os caras vieram me encher o saco. AFONSO: são quantos? São quantos? ASSUR: não, eu falei pro Leandro já pra receber o Patricio lá. E esse serviço pequenininho ir passando pra ele né! AFONSO: é. Pra ajudar né!? ASSUR: é, o Patricio. Por que ficou, criou uma situação ruim, entendeu!? AFONSO: é verdade. Falou, falou com o Leandro? ASSUR: falei com o Leandro. Aí o Leandro parece que esqueceu de avisar o Patricio. Só te falei pra reforçar porque aí o Patricio tem que puxar pra ti também pra ti aliar né!? AFONSO: é, verdade. ASSUR: entendeu!? Tu tem que se colar (sic) no Patricio aí. Ele tá resolvendo o problema da JM. Já entramo ontem né. AFONSO: ah, o Patricio deu entrada. Ele disse que "uns 15 já me procuraram". Aí eu não falei nada mais, sabe!? ASSUR: não, fecha com ele. (inaudível). AFONSO: não, eu só dei início... aí é você. E não adianta. Ele disse "rapaz, já tem uns 15 que conversaram aqui comigo". ASSUR: não, conversaram né!? AFONSO: hã? ASSUR: conversaram. AFONSO: é, então 15 candidatos. ASSUR: só o fato dele tá lhe ajudando com a empresas já dá uma sinalização que ele tem simpatia né!? Certo? AFONSO: é! ASSUR: mas eu tô dizendo pra você, mas eu tô dizendo pra você buscar apoio aí... por mais que ele não seja um um cara, um cara ideal mas éé é um voto. AFONSO: é, mas tô dizendo que ele num, ele num num foi muito boa com a gente não. No primeiro momento aí não foi boa não. Agora deixa eu te falar. É éé tu ligou pra aquelas empresas que queria só alugar os equipamentos deles, era? Aqueles que três eu te passei. ASSUR: não, não... o cara da CIC ligou lá. Passei pro cara da CIC... tem esses caras aqui. AFONSO: o cara disse que ele (inaudível) só aluguel de equipamento pô. ASSUR: porra (sic) não acredito. AFONSO: porra (sic) bicho (sic), aí queimou realmente. Os caras me ligaram foi tudo bravo. ASSUR: não, aí não, pô. Aí a gente, a gente tá cutucando. Já vai aparecer, calme lá. AFONSO: mas aí eles disseram que são 90 dias pra alugar o equipamento dele. Eles falaram. A proposta que veio foi essa, entendeu? ASSUR: não, vai abrir agora JM também. Nós acertamos ontem com o cara isso aí. Ele vai dar a tabela de serviço dele. Aí dá pra colocar quantos quiser lá. AFONSO: é, já melhora né! ASSUR: é produção. AFONSO: bicho (sic) é o seguinte cara. É... tu foi naquela reunião de ontem 4 horas lá com o Miguel? ASSUR: não teve reunião nenhuma bicho (sic). Fui lá tudo e num. AFONSO: o Miguel. Falou com o Miguel? ASSUR: era só reunião do PDT só.

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AFONSO: não, pô. O Miguel cara. O negócio era com o Miguel. ASSUR: pois é mas (inaudível) falar contigo pô. Liguei fora de área, o Afonso também. Aí eu liguei pro Abimael e ele disse que tava tendo reunião no no no gabinete do Marcus Alexandre. Fui lá. Chegando lá era só do PDT. Não, que essa reunião é só do PDT. AFONSO: PDT? PDT tá fora porra (sic). ASSUR: pois é, é do pessoal que tá querendo sair do PDT. AFONSO: ah tá, que vai apoiar o Marcus né! ASSUR: tava... tava lá o, tava lá o Camaia e o Leo. Pô o Camaia, o Camaia é o coordenador da campanha né. AFONSO: é, só que o seguinte. Essa reunião era com o Miguel pô. É sobre um evento de amanhã, Assur. ASSUR: pois é. Não falou nada. Isso que estou dizendo. AFONSO: mas eu não falei pra você que era o Miguel. Eu falei que era o Miguel. ASSUR: não falou não. Disse que era 4 horas e aí não consegui falar contigo. Mas tudo bem. Eu não posso falar que as vezes desapareço, então. AFONSO: é vou ter que ir atrás dele hoje porque é sobre esse evento de de de amanhã Assur. Evento amanhã tem que convocar todo mundo pra essa reunião de amanhã. Entendeu!? E aí Assur. Bicho (sic), eu queria sentar contigo. Ontem eu tentei uma coisa, um negócio com o Venilson. Era... é do meu parte ainda... e zero a zero cara... o negócio tá feio bicho (sic). Num, material não tem nada. (inaudível). Sem um material sem nada ô Assur. Ontem eu dei uma desligada, eu dei uma desligada porque (inaudível) bicho (sic). (inaudível). ASSUR: outra coisa, como está o CNPJ. Tem um monte de gente me ligando perguntando do CNPJ que não saiu ainda. AFONSO: eu vou, eu vou saber daqui a pouco, eu vou saber desse CNPJ. Já já dou uma posição. Agora Assur, o que vou fazer aí cara? Não tem? Não dá pra levantar nada cara? Tô sem nada nada nada pra movimentar aí. Material, alguma coisa. Eu já quero fazer o material e não dá pra fazer nada. Não tem como arrumar nada hoje não? ASSUR: não, vou ver. Vou tentar. Tentando ver aqui numa gráfica pra ver se segura pra gente né. É o jeito. (inaudível) imprime um negócio e tem que arrumar uma gráfica pra fazer né!? AFONSO: é, mas tem que ser hoje pô. Amanhã, amanhã já tem o, tô cheio de coisa. Reuniões e um monte de coisa. Ééé aí não tem material... tem que... 2 dias, 3 dias... material já na mão pra entregar. Ontem eu dei uma desligada porque eu desanimei cara ô. Não era nem porque o que tinha... (tá tá tá bom, espero aqui pai). Então bicho (sic). ASSUR: quem é o cara, quem é o cara que tá coordenando o material do PT, qual é o nome do cara? Que ele disse lá naquele dia. AFONSO: acho que é o Jô, é o Jô. É o Jô. ASSUR: é o Jô né!? AFONSO: é. Mas assim. Ainda tão tirando as fotos ainda né. ASSUR: não, mas disse 5 dias quando terminar o partido já entrega né!? Só pra mim (sic) ver se vai dar certo mesmo. Se vão. Pelo menos isso aí vai. AFONSO: se vai funcionar né. ASSUR: pra ver se eles vão cumprir palavra né. Só pra. AFONSO: é verdade. ASSUR: só pra monitorar. Não é nem, não é nem pra contar com isso aí não que eu sei que isso vai dar furo com certeza. AFONSO: é. Que que tu tem aí pra pra dizer pra mim pra hoje? ASSUR: eu tô preocupado que hoje tá o Flitz. Eu eu eu vou abandonar o pessoal de Brasi, Porto, de Brasiléia viu bicho (sic). Não vou mais mandar dinheiro pra lá não. AFONSO: por que? ASSUR: (inaudível) só teve aquele cheque de 3 mil ainda que nós ficamos de passar eeee isso aí temos que tomar uma decisão. Vamos abandonar Brasiléia? Vou dizer: "Flitz ô não vamos te ajudar em nada aí bicho. Vamos dar só os geradores e vocês se viram aí". Eu tô pra dizer isso pra ele... porque o bicho (sic) é chato. E por exemplo, eles pegarem dinheiro aqui, vou ter que mandar dinheiro pra ele lá. AFONSO: é, pega o dinheiro e tem que mandar pra lá né. ASSUR: 3 pau (sic), 3 pau (sic). Tipo assim. (inaudível) AFONSO: não, eu acho assim. Assur, Assur, Assur.

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ASSUR: escute. Eles estão dizendo que nós vamos passar vexame, que o (inaudível) tá cobrando ele. Que o... que eu digo ô... tamo (sic) vendo aqui. Falo só isso. Tamos (sic) o que a gente consegue. AFONSO: Assur, eu acho assim. Manda esse compromisso que você tem. ASSUR: vou fazer isso hoje. AFONSO: tem que mandar... mandar esse compromisso e chamar o Edvaldo cara e sair fora desse imprensado cara. Tu num (sic)... tu num (sic) tem condições de fazer nada, sai fora bicho (sic). ASSUR: nós vamos. A gente tem... eu tô correndo atrás do nosso trabalho. Aí o Edvaldo corre atrás do dele. AFONSO: é pô. É isso que. ASSUR: eu tô, eu tô eu tô fazendo o seguinte. Entrando numa reunião com a Antonia Lúcia pra ver se entra com o Messias e ele se vira. Tô fazendo isso. AFONSO: a Antonia Lúcia é picareta (sic). Não vai arrumar nada. ASSUR: sim, mas tudo bem. Põe ele lá... ele lá e eles se viram. Arrumei alguém aqui pra financiar pra vocês. AFONSO: hahaha. ASSUR: aí você assume compromisso, aí você assume compromisso com ela e fica com ela aí. AFONSO: é. ASSUR: não adianta. Já sei que ali compromisso com a gente ééé não vai existir ali. Mesmo se ele ganhar não vai ter compromisso com a gente. O perfil dele é muito de. AFONSO: nenhum. ASSUR: como que é? É de... aquele perfil que não muda opinião de nunca. Então, pra gente não dá certo não. AFONSO: não tem compromisso nenhum com a gente ali não. ASSUR: não, e mesmo que tenha compromisso é um perfil que não muda uuu opinião. Quando tem uma decisão não muda. Então. AFONSO: é! ASSUR: não ouve o grupo, então. AFONSO: por isso que que essa conversa já era pra ter acontecido cara. Tem que definir. Passa esses 3 mil cara que tu fez, tu prometeu. Passa esses 3 mil. E o resto cara. Diz. ASSUR: não, eu tô pensando nisso. Muito puto (sic), mas eu vou fazer. AFONSO: pelo menos 3 mil ô Assur. Pelo menos ele sai do teu pé e tu resolve isso aí cara. Resolve com esses 3 mil reais. Aí tu fica limpo. Pelo menos resolve. Aí depois o negócio do resto do material tu vê aí como vai ser, né!? ASSUR: tá certo, tá certo. AFONSO: Assur bicho (sic). Eee vê aí alguma coisa. Tô feio cara. ASSUR: isso aí tem que ver, isso aí tem que ver... isso aí. AFONSO: tô zero a zero aqui. ASSUR: eu sei, eu sei que essa semana... até amanhã tem que aparecer coisa, senão a gente vai ficar na na murcho. AFONSO: situação feia. Então tá tu me liga aí. ASSUR: tu vai no Miguel ver esse negócio aí? AFONSO: eu vou ligar pro Miguel, vou lá conversar com ele. ASSUR: me deixa um pouco solto agora de manhã que tenho que resolver algumas coisas. AFONSO: tá, falou. Tá tchau. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4300466 PATRICIO: oi Assur bom dia. ASSUR: oi Patricio. PATRICIO: e aí meu amigo!? ASSUR: e aí!? PATRICIO: eu queria ver contigo. Que tu visse aquele negócio do Manel. Que ontem a noite... o meu irmão foi e ligou pra ele. Aí foi a mesma coisa lá o negócio da: "é tem que ver lá na Federação. É o pessoal lá que manda pra cá". ASSUR: tá nós chama (sic) ele lá. Podemos conversar com ele.

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PATRICIO: certo. ASSUR: tá bom... porque isso tem que ser pessoalmente que por telefone é ruim né!? PATRICIO: não, eu sei. ASSUR: então aguenta mais um pouquinho aí. PATRICIO: tá... aí eu vou, eu vou. Tô indo agora levando o veinho (sic) aqui no Leandro agora. ASSUR: tá legal. PATRICIO: pra botar logo aqui já pra. ASSUR: bacana aí. PATRICIO: pra resolver essa situação. Isso. ASSUR: beleza. PATRICIO: tá bom meu irmão. ASSUR: falou. PATRICIO: tô na área aí. ASSUR: tá legal, eu também. PATRICIO: tá, tchau.

A chamada abaixo mostra o presidente da FIEAC, Carlos Sasai, conversando com Assurbanipal acerca das subcontratações a serem realizadas com a anuência do DEPASA. Nesta chamada Assurbanipal (Assur) está desempenhando função de articulador entre as empresas para viabilizar as subcontratações. Cita as empresas que subcontratarão: Construterra, Etenge e J.J. Sasai diz que subcontratará as obras de Manoel Urbano e Tarauacá, as quais ficariam a cargo de um empresário conhecido por Raimundinho executar.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4287996 6881117013 6899995592 10/07/2012 08:48:51 00:04:22 � �

@@@ CARLOS SASA X ASSUR (DEPASA -

MANOEL URBANO) #

TRANSCRIÇÃO: CARLOS SASAI: oi Assur. ASSUR: alô, seu Carlos. CARLOS SASAI: hum. ASSUR: deixa eu te atrapalhar um pouquinho aí, por favor. Dá, dá pra falar, dá pra falar? Você tá podendo falar? CARLOS SASAI: não, pode falar. ASSUR: então tá. Primeiro desculpar aquele dia no sábado (inaudível) na hora do almoço que fiquei preso (sic) com o Salomão. Acabou atrasou tudo. CARLOS SASAI: hum hum. ASSUR: deixa eu te falar aqui seu Carlos. A gente tá tentando ver se consegue fechar o que tiver fechado hoje lá do do do negócio do DEPASA. Aí eu não sei como tá o andamento do do fechamento do senhor da... hehehe. CARLOS SASAI: rapaz os caras não quer (sic), não quer (sic) nada não o Assur. ASSUR: oi? CARLOS SASAI: o primeiro, o primeiro que você mandou lá do do do, o primeiro que você mandou outro dia lá não... o cara correu do pau (sic). O outro ficou de ir na sexta-feira a tarde lá na obra pra sentar com com com o engenheiro pra pra pra ver já... porque eu já separei o trecho né!? ASSUR: certo! CARLOS SASAI: o cara não foi e disse que falou com meu engenheiro que quer ver a planilha primeiro. Sabe!? Ah... tá... não tem boca (sic) com esse cara não o Assur. Tá tá ligando pra você e Carlos Afonso.

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ASSUR: Carlos Afonso... não. CARLOS SASAI: eu, eu acho que você tem que ser bem claro com o pessoal ô. Ô pessoal num num não sei porque razão num num... acharam a... acharam (inaudível)... porque na verdade a planilha do do DEPASA uma parte de de tubulação realmente não paga nem o tudo né!? ASSUR: não, mas essa questão do valor num num se discute né. Ou ele entra ou não entra. CARLOS SASAI: pois é, mas eles querem. Mas eles não querem... ele quando vê essas coisas aí, vê a dificuldade não não quer não. Os dois quer (sic) que. Mesmo esse que uu Dil que ficou de de de ir lá pra fechar. ASSUR: o que ele disse, o que ele passou pra mim foi que na sexta ele falou que não ia poder ir parece que na na Plácido de Castro... na sexta não ia poder ir né!? Mas aí num sei, num sei... você tá falando que ele não foi, combinou e não foi. CARLOS SASAI: ele não foi. Até porque o (inaudível) ele tava lá porque ele tava com os dados já du du da planilha né pra fazer a. Aí ele disse que ontem falou com meu engenheiro, ele falou "não, ele tá querendo que passe planilha pra ele primeiro pra analisar e não sei o que", sabe!? ASSUR: não, mas analisar a planilha... isso aí... ou quer ou não quer! Se ele escolheu aquela é porque já tem analisado né!? CARLOS SASAI: é, mais num num. Eles, eles quando vê (sic) o preço da obra eles fogem. Realmente tá meio meio ruim mesmo. ASSUR: então tá ok! CARLOS SASAI: (inaudível) né!? ASSUR: não porque... hoje eu vou... o que fechou eu vou levar pro DEPASA hoje que eles (inaudível). CARLOS SASAI: eu acho o seguinte, eu acho o seguinte. ASSUR: o Nakamura fechou lá já, o Nakamura. Uu só falta fechar... só vai fechar o Nakamura e u a Etenge com 100 mil lá o negócio. E a JJ... e a JJ. Mas beleza, liguei pra saber pra levar... que vamos levar e entregar esse negócio lá pro governo. CARLOS SASAI: eu tô pleiteando em Manoel Urbano e de Tarauacá. Agora é problema de planilha porque eu. ASSUR: o pessoal... o pessoal tá fazendo inferno seu Carlos, tá fazendo confusão todo dia. Eu vou passar lá e eles vão fazer confusão com o governo agora hehehe. CARLOS SASAI: mas você tem que falar com os presidentes das suas associações aí que não é má vontade da nossa parte não. ASSUR: certo. CARLOS SASAI: esse caras que que olha, quer ver. Por que porra (sic), não tem como. Nós tinhamos contrato e tamos (sic) jogando aberto... né!? Aí daqui a pouco vem a bronca pro meu lado. ASSUR: não, tá bom. Não, não, isso ele não falou pra mim assim não. Isso aí ele falou outra coisa. Acho que eu tô... já fiquei meio bravo já aqui agora. CARLOS SASAI: eu acho que você devia pegar o Carlos Afonso e ir lá no DEPASA eee ser bem claro que essas empresas também que... que que você tentou fazer a subrogação vê o preço da obra e não quer, sabe!? Coloca um monte de dificuldade também porque. Comigo eu já senti que que o pessoal não vai querer encarar não. ASSUR: mas aí é objetivo. Ele olha lá e se tiver... se interessar éé. Não tem, não existe escolha, assim como o senhor não teve escolha... hehehe. Mas tá legal. Não, pelo menos você me passou aqui uma posição que dá pra saber o que tá acontecendo. Tá legal. CARLOS SASAI: eu ainda tô tentando aqui. Agora de Manoel Urbano e de Tarauacá eu tô fechando aqui porque isso daí ele estão trabalhando mesmo já. ASSUR: certo, lá é com... lá é com Raimundinho? CARLOS SASAI: é! ASSUR: então tá ok. Então tá bom. CARLOS SASAI: tá. ASSUR: té mais.

A associação entre os empresários do Cartel ficou ainda mais

evidente nas chamadas abaixo. Na chamada de índice 5230419 Adriano (MAV) em conversa com uma pessoa possivelmente servidor do Banco do Brasil cita que a empresa ALBUQUERQUE irá contratar R$670.000,00 com o Branco do

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Brasil e com a CAIXA irá contratar aproximadamente R$200.000,00. Diz que a empresa CIC (Narciso) irá contratar com o Banco do Brasil. É informado que a empresa O.M. (de propriedade dos filhos do alvo Salomão) irá contratar com o Banco do Brasil, porém esta empresa está com limite de financiamento baixo. Adriano diz que Salomão está sem força financeira e que seria melhor ele trabalhar com a empresa ALBUQUERQUE ao invés da empresa O.M., fazendo a obra em nome daquela, pois assim não correria risco de atrasar a obra.ADRIANO cita ainda que a empresa CONSTRUTERRA iria fazer o financiamento do capital de giro em nome da MAV, pois no nome de Carlos Sasai (Construterra) não tinha dado certo. É citado ainda que a empresa ETENGE tinha limite suficiente.

Já na chamada de índice 5232391 por volta do 9º minuto, o alvo

Adriano em conversa com Moacir fala a respeito de construção de casas através do “Minha Casa, Minha Vida” na Cidade do Povo. Cita que o processo construtivo das casas consumiria muita pedra (brita), e que firmaria um compromisso pelo grupo (de empresas) com Moacir (possível fornecedor). ADRIANO fala em compromisso associativo em que todo mundo vai negociar em bloco. Moacir ainda demonstra preocupação com seu concorrente, o que dá a entender que Moacir estaria se articulando com os empreiteiros para garantir a estes o fornecimento de brita e cimento, evitando assim a competição com seu concorrente. Ainda, ADRIANO, cautelosamente, diz a seu interlocutor que a seleção das empresas ocorreu de acordo com os projetos apresentados, omitindo o fato de que este seleção já estava acertada previamente entre as empresas.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5230419 6892293956 6892285160 21/01/2013 16:34:31 00:10:54 EFETUADA � �

@@ ADRIANO X HNI (BANCO DO BRASIL) #

5232391 6892293956 6884037022 22/01/2013 09:10:13 00:14:13 EFETUADA � �

@@ ADRIANO X MOACIR #

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5230419 HNI:Beleza. ADRIANO: Fala ..cê já me ligou duas vezes, eu ligo de volta tu não me atende? HNI: Telefone tava no vibracall lá na Superintendência e eu não vi. ADRIANO: Hunrum.. bota pra vibrar no bolso lá de trás..é? HNI: Não..não uso ele no bolso não...rs.. quando ponho no bolso, é no bolso da frente. ADRIANO: Rs. Que que foi? HNI: Tá pensando que eu sou fraco rapaz? Peguei duas na mesma noite sem tomar (inaudível).. ADRIANO: Ah que cê tá forte.. cê deu carona.. isso eu garanto.. HNI: A menina disse assim.. ah! quando tu me ligou né eu falei rapaz a coisa é boa e tal... ela disse: ah! tu já pegou outra hoje num foi? Disse.. ah (inaudível) cê tava com outra.. tava com namorada.. num sei quem.. ADRIANO: Ela é ciumenta é? HNI:É Ciumenta. Quando ela passou a mão e viu o bicho lá em cima ela se animou. ADRIANO: Ela disse: me empresta esse isqueiro heim? Rs..Deve ser tamanho de um isqueiro. HNI: Ela disse.. quando ela disse assim: rapaz quando eu vi.. pensei que era uma PT..rs.. as aparências enganam..rs.. eu falei com o Mário, ele tá viajando ainda, ele tá fora do país ainda né? ADRIANO: Ele atendeu?

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HNI: Atendeu. Achei até que ele já tivesse no Brasil. Aí ele..não cara tô fora ainda. O Márcio tá acompanhando lá, tá vendo isso aí. Eu disse: mas cê vai fazer comigo né? Ele: rapaz tô vendo, nem decidi ainda, semana que vem eu chego.. eu vejo. Não pô.. tem que decidir logo, que tem prazo pô. Aí eu digo..mas ocê..o baixinho aí..ocê.. disse que prometeu pro japonezinho.. pro diretor que ia fazer com a gente. Se o Senhor puder dar uma força lá.. pra ele fazer com a gente..como tu tem moral mesmo.. tu tem moral mesmo com o pessoal.. ADRIANO: Então chamei o Márcio e falei..olha Márcio se tá me deixando numa situação difícil porque eu tive com Bastiega e o Anacleto e todos dois falaram que vocês vão fazer com ele, agora o Bastiega falou pra mim que o Mário falou pra ele que ia fazer com ele agora vocês decidem..aí ele disse: não Adriano.. ele tá viajando mas eu não recebi nenhuma informação nem pra um lado nem pro outro. Falei: bom.. vou colocar aqui na minha informação na próxima semana tu dê um jeito de ter resposta do Dr. Mário porque eu não vou levar pra ele lá a situação. Porque o quê acontece (inaudível )..não quero ninguém indo lá pro Banco do Brasil pedindo informações sobre o programa e vai contratar com a Caixa.. e nem quero a mesma coisa pro outro lado.. o cara vai contratar...não precisa ficar pegando orientaçã então... isto cria um mal estar..então quem vai contratar com a Caixa vai trabalhar com a Caixa, entendeu?..Procurar as informações, vai montar tudo por lá. HNI: É..fica pegando de um e do outro.. e num sabe.. ADRIANO: É..aí eu fiz uma relação, mandei por e-mail pra eles, e hoje a gente vai ter reunião às 5 horas e eu quero que eles batam o martelo na quantidade.. a Albuquerque vai contratar seiscentos e setenta com vocês e com a Caixa vai contratar só duzentos e alguma coisa.. HNI: É o Kenedy.. eu tava até com o Kenedy agora.. ele, como eles já assinaram hoje.. aquele.. (inaudível) .. de financiamento a produção, que eu te falei né, diz que é o primeiro da região norte, aí o Kenedy diz que ele prometeu que ia fazer 80 por cento pelo Banco do Brasil. ADRIANO: Pois é, ele já até separou lá, então a Albuquerque foi ele que separou.. lá e mais a CIC tá só aguardando a posição, mas que vai contratar com vocês também.. HNI: A OM eu tenho certeza que é com a gente.. o problema deles é o limite, disse que tá baixo né? ADRIANO: Só que a OM ele não vai conseguir contratar não.. HNI: Vai não? ADRIANO: Vai não. O Salomão tá..tá sem força... né..é assim financeira, e..acho melhor ele trabalhar com a Albuquerque.. HNI: Então ele vai fazer junto com a Albuquerque, em nome da Albuquerque é? ADRIANO: Isso, porque aí não corre risco dele atrasar essa obra. HNI: Nós pedimos até reconsideração do limite dele, né? Pra ver se eles aprovam um limite maior que tava pouco né? ADRIANO: Pois é. HNI: Mas independente disso ele já vai fazer por lá é? ADRIANO: Vai.. porque eu acho.. eu acho que ele ainda não decidiu.. ele disse que ele foi pra Sergipe com o Carlão .. e ele deve voltar .. é quarta-feira, quinta-feira ele tá aqui.. ele ficou .. não Adriano..é.. a princípio deixa assim com a Albuquerque mas eu ainda não falei com o João..eu tô quase já considerando que ele vai fazer com vocês, então eu já até coloquei ele na relação com vocês...seja pela Albuquerque ou não.. HNI: Ele tinha me falado mesmo uma época, que ia, antes né, que se não desse certo o nome dele, ele iria fazer pela Albuquerque né? ADRIANO: Pois é, mas aí é entre eles, eu não quero ...preciptar.(inaudível).. mas de qualquer forma eu já coloquei, ou seja pela Albuquerque ou seja por ele; ele vai fazer com vocês. HNI: Hum..sendo ele ou Albuquerque vai ser pela gente. ADRIANO: Vai ser com vocês, não vai mudar não. Aí eu falei: óh.. só quero que decida uma coisa, qual é o Banco? Não.. eu prefiro fazer Banco do Brasil. Disse, então seja por um lado ou pelo outro, cê vai fazer Banco do Brasil certo? Certo, então não muda mais não. Aí já viajou .. inaudível.. agora em nome.. se vai ser em nome dele ou no nome da Albuquerque, ele ficou de decidir até quinta-feira porque dá tempo dele chegar. HNI: Certo..hunrum.. a Construterra é contigo é? ADRIANO: A Construterra tá fazendo comigo.. HNI: No teu nome. É ..porque no nome dele não deu certo também não.. né? ADRIANO: É..num deu não. HNI: Hunrum.. certo..então no meu caso .. eu só preciso só ver o da Etenge né?

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ADRIANO: É..no teu caso, é só o da Etenge que tinha que ver aí.. né? HNI: Que a Etenge já tem limite suficiente também.. ADRIANO: Tem...a Etenge acendeu uma vela pra vocês e outro pro Anacleto. A Etenge acendeu uma vela pra vocês e outra pro Anacleto. Uma pra cada.. HNI: Não sabe .. com quem realmente vai fazer.. ADRIANO: Aí eu falei pra ele, falei óh Márcio: fala pro Mário, tem que é preciso ir lá e resolver isso..porque .. (inaudível) .. o Anacleto vai dizer: sim, que história é essa? HNI: Prometeu lá também né.. ADRIANO: Prometeu lá né.. mas o Mário ele já tem outros contratos por lá, eu acho que ele tá só com receio de sofrer alguma retaliação.. HNI: Ah é porque ele já tem lá.. aquela (inaudível.. entendo vila) lá.. esse que ele tá fazendo agora foi por lá.. ADRIANO: É. Foi por lá. HNI: Só que esse empreendimento aí .. ele.. a Caixa não faz .. é..financiamento à produção não..faz? também..financiamento à produção? ADRIANO: Faz. HNI: Aquele do Araça que tu fez.. foi financiamento à produção também... né? ADRIANO: Foi.. HNI: Foi né? ADRIANO: Foi.. HNI: Hunrum.. eu até ofereci pra Etenge também.. mas o Vila lá..eles já tinham acertado por lá já né? ADRIANO: Já... o meu eu ainda não fechei com ninguém....eu tô..só que eu não tenho tempo pra parar pra fechar..como o meu é menor.. eu vou deixar isso mais pra frente.. eu quero deixar essa parte do minha casa minha vida resolvido..e depois eu vou trabalhar isso aí.. mas aí eu jogo pra cima... HNI: Pretende fazer lá onde era seu escritório né? ADRIANO: É.. HNI: Aí nós vamos fazer aqui comigo né? ADRIANO: Faço aí com você.. minha casa minha vida também.. eu tô é definindo lá o restante do pessoal.. o que eu quero saber é o seguinte: ah..o Banco do Brasil ele vai.. ele tem essa linha de crédito pra antecipar ..pra fazer capital de giro para as empresas que vão contratar o minha casa..minha vida..porque..ah.. eu tenho uma portaria, uma portaria não, uma informação da (inaudível .. entendo SEDIC) que a Presidenta na última entrevista que ela deu, ela falou sobre isso, ela disse que tava liberando pros bancos e orientando que fizessem, abrissem capital de giro para as empresas minha casa minha vida e o Banco do Brasil acenou até com a possibilidade de percentuais de 10 por cento do valor do contrato. HNI: Hum.. eu comentei com o Lucas lá agora..ele disse até que viu falar.. viu isso também.. até porque pra você..cê só vai receber a primeira medição depois que executar.. né.. alguma coisa..pra executar essa primeira parte, pra receber medição tem que ter recurso próprio né? Se não tiver enrola né? Vai precisar de dinheiro pra isso né? ADRIANO: Exato. É isso aí que ficou certo. HNI: A gente vê isso também.. o (inaudível ) chega.. ele teve que viajar sábado.. ele me ligou sábado à noite... ele me pediu pra acompanhar contigo isso aí né? ..o minha casa minha vida.. que morreu a sogra dele.. ADRIANO: Ah morreu? HNI: Morreu. Foi. Aí no sábado à noite mesmo ele embarcou pra Goiás né? Mato Grosso.. sei lá.. ADRIANO: Tava na UTI né.. que ele falou.. HNI: Era. Hunrum.. aí quando ele voltar de lá.. ele vai parar em Brasília sexta-feira num encontro lá..deve tá aqui segunda.. ADRIANO: Ele foi confirmar mesmo se a velha tinha morrido.... rs HNI: Rs..Foi confirmar se era certeza mesmo..rs ADRIANO: Nada de comemorar antes..heim HNI: Nada de comemorar antes da hora..tem que primeiro olhar lá..ver se foi mesmo..rs ADRIANO: (inaudível).. NDI.. dura mermo.... encerrar.. (inaudível).. difícil de sair..(inaudível).. agora vamos tomar uma.. rs..brincadeira.. HNI: Esquenta não..ele pediu pra eu ir acompanhando contigo pra num deixar atrasar..

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ADRIANO: Então já que o Senhor tá na..na vara do Superintendente vou lhe avisar.. o Lucas me ligou de manhã perguntando sobre o Kit lá que falta três documentos pra ser entregue pra ele.. HNI: Hum.. ADRIANO: Aí eu falei que tinha sido assinado na reunião de sábado.. ainda não foi.. HNI: Não foi ainda não né? ADRIANO: Não.. mas vai ser assinado amanhã.. HNI: Certo. Hunrum.. ADRIANO: Porque tiveram que fazer mais uma alteração lá.. HNI: Hum.. ADRIANO: Mas já tá tudo.. acabei de confirmar..agora 4 horas tá tudo pronto lá já na SEOP.. aguardando o horário da reunião com o Governador.. pra poder assinar..só pra pegar a assinatura.. HNI: Beleza.. amanhã deve ter né? (inaudível).. tu me avisa.. ADRIANO: Pode deixar.. HNI: Tá..beleza.. ADRIANO: (inaudível).. outra lá.. HNI: Valeu..obrigado.... TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5232391 MOACIR: Alô. ADRIANO: Moacir, é Adriano. MOACIR: Ôôô, Adriano. Ainda tá vivo?! ADRIANO: Tô vivo, (inaudível) difícil. Só teimoso. MOACIR: Quê que você manda? ADRIANO: Hã, você me ligou aqui, eu tô retornando a sua ligação. MOACIR: Você estava viajando? ADRIANO: Tava, cheguei... Cheguei essa semana... Que passou agora, semana passada. MOACIR: Hum rum. ADRIANO: Eu tô correndo atrás daquele nosso compromisso lá, pra resolver pro senhor. A gente resolve até sexta-feira. MOACIR: E, Adriano, como é que tão (sic) as obras? ADRIANO: A gente... Eu tenho uma reunião onze e meia agora com o Gabinete, pra saber como é que tá. Mas tá todo mundo trabalhando aí pra... Pra não acontecer o que aconteceu o ano passado, né. A gente conseguir no início do verão tá (sic) todo mundo mobilizado, já. MOACIR: Eu sei. ADRIANO: Mas eu tô é... Preocupado com a Cidade do Povo, que a gente tá, é... trabalhando pra contratar as casas até o final do mês de fevereiro e, tá muito emprensado, né. Mas, acredito que vai dar (inaudível - certo???). Tamo reunindo (sic) com a Prefeitura. Eu acho que a... Essas obras da Cidade do Povo vai trazer uma segurança maior do fluxo, porque... Fluxo que nós temos de recebimento, porque a gente sai um pouco da dependência do pagamento do Governo. Esses programas de contrapartida tem dado muito trabalho pra gente. MOACIR: Eu ouvi dizer que ele não vai nem ajeitar os palcos pro carnaval. Disse que não tem dinheiro?! ADRIANO: É verdade. (inaudível) Eu acho que é pro bem, que a gente tem muita coisa aí que é mais importante do que fazer a folia de (inaudível - pobre?). MOACIR: Ôôô, Adriano, tá certo. ADRIANO: Tá certo. MOACIR: Mas o povão... O povão que vota não vai aceitar isso não. Vai encher o saco e depois as consequências vem lá dentro das urnas. ADRIANO: Não, mas isso vem depois. Isso vem no momento oportuno, só com um ano... MOACIR: (risos) Que isso nunca aconteceu... Tem que fazer nem que seja no meio da chuva. Tu acha?! ADRIANO: É. MOACIR: Senão... Vem as consequências... Vem depois... Vem... Se eu tivesse a oportunidade de falar com o Bacana, eu vou falar.

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ADRIANO: Mas... O senhor acha justo que... Ter uma... Um gasto desse e ter situações de... De... De empresas com um pouco... Metade disso pra receber e... Trabalhador sem receber... Não é mais problemático? MOACIR: Bacana, um cargo de governador, um de prefeito, um de senador vale tanto dinheiro que não tem quem calcule. Por causa de uma mixaria ele gasta aqui... ou não gasta um milhão nisso aí. ADRIANO: É... Mas... MOACIR: Ele vai gastar uns quatrocentos, uns quinhentos mil nisso. ADRIANO: É... Disse que no réveillon... MOACIR: Se ele não pode...Se ele não tiver dinheiro, o Adriano tem, o Moacir tem, o... O... O Salomão tem. Cada qual dando qualquer coisa, faz o carnaval, bicho! Depois a gente tira fora. (risos) ADRIANO: Ah... Não é assim tão simples não. (risos) O Moacir tem, mas o Adriano não tem. MOACIR: Mas rapaz...Tira um real de cada, dá. (risos) ADRIANO: (Risos) Hoje, tudo é muito caro. Ó, a festa do réveillon já foi uma confusão, né. MOACIR: Foi né?! ADRIANO: Foi. MOACIR: Mas, ô Adriano, isso repercute muito mal, viu. ADRIANO: É, né. MOACIR: É. O povão olha... O que vai de imaginar de gay, de gente bonita e feia no carnaval não tá (sic) escrito. ADRIANO: (risos) MOACIR: É voto adoidado (risos). ADRIANO: Mas é... Não vai deixar de ter. Só não vai ser patrocinado pelo governo. Mas não vai deixar de ter. MOACIR: Ah, tá, tá. Mas rapaz, o governo pode fazer a parte dele. Tem que... No dia... ADRIANO: Mas ele tá fazendo. Ele tá disponibilizando segurança, tá disponibilizando o espaço, garantindo o fluxo, o feriado, essas coisas. Eu acho que o governo tem que sair mesmo desse negócio de ficar financiando isso, porque é... As empresas, o comércio estão muito bem aí pra trabalhar isso durante esse período e... Dá até uma qualificada melhor no povão que vai. Quando é aberto vai, vai marginal vai tudo né. MOACIR: Vai tudo. ADRIANO: E assim, não. É... vai um pessoal mais selecionado, a família vai ter mais segurança, uma... O comércio vai ter que ser mais, é... Esperto pra... Pra apresentar um produto de mais qualidade. Essas coisas. Eu acho que vai ser uma boa experiência fazer isso esse ano desse jeito. MOACIR: É, mas... Não tem problema não. Se... Se depois a coisa acontecer, aí o cara vai dizer: "Porra, mas ninguém me falou nada". Isso aí... ADRIANO: Não, mas é... O pessoal tem falado pra ele, mas acho que a situação é muito crítica e precisar ser mando (sic) um recado pra população como um todo. MOACIR: Não, isso aí... Isso aí ele é inteligente. ADRIANO: É. Vamos esperar pra ver qual vai ser o... MOACIR: É. Eu não vou nem olhar, viu... Eu nunca... Eu não vou nem olhar. A gente tá lá no meio, aí depois vem um fi de uma égua (sic) lá da basta da égua (sic)... (inaudível) e acerta a gente. ADRIANO: (risos) É verdade, tem esse risco, né. MOACIR: Vou não... (risos) Mas ô... Ô Adriano, me disseram que... que as Ruas do Povo lá, vai ser dividido em bem umas oito empresas, né? ADRIANO: Cidade do Povo? MOACIR: Cidade do Povo. ADRIANO: É... Os empreendimentos, eles são... Eles são, é... Não é licitação, é um Chamamento, né. Aí, de acordo com a apresentação dos projetos pelas empresas interessadas, é que ocorre a seleção. Então, a seleção ocorreu, né... Apareceram dezoito empresas e... Aí tem os critérios que o próprio Ministério exige, a própria... O próprio programa que é... Tem que tá ajustado no DDQTH, essas coisas que algumas empresas não dão muita importância, né, pra se qualificar e aí num... A... Passaram, se eu não me engano, dez empresas, ou foi onze, e agora vem a segunda fase, que é a apresentação de projetos e a aprovação pelo... Pelo Sistema Financeiro, que é o caso Banco do Brasil e Caixa. E aí só

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depois a gente pode dizer quem... Mas não... Não vai fugir muito disso não, até porque não tem empresa de fora que queira arriscar trabalhar aqui, né, nas condições que a gente tem. MOACIR: Mas já tem uma aí que... Tem uma aí que eu tô olhando em todo canto tem escrito: "Castilho". ADRIANO: Castilho? MOACIR: Sim. Já tomaram até o... O... Aquele hospital que era do Salomão. Eles estão trabalhando lá. ADRIANO: Olha, Castilho, eles são só de estrutura metálica. MOACIR: É não. A Castilho, ela é uma empresa grande de terraplanagem, de asfalto, de tudo. ADRIANO: Bom, aquele hospital lá, eu tive com o Salomão sexta-feira, ele não falou não. Só se for alguma parceria que ele fez, mas tomar mesmo não tomou não. MOACIR: Mas lá tem a placa da Castilho, velho. ADRIANO: Tem, mas porque eles estão fornecendo parte do equipamento que eles precisam pra construir, porque lá é um processo construtivo diferente. MOACIR: É, né?! ADRIANO: É. MOACIR: E a Castilho tem um trecho aqui na BR, da Tucandeira até aqui na cidade. E tá fazendo tapa buraco e depois vai recapear tudo. ADRIANO: É, né MOACIR: Vão fazer... Um... Um asfalto de três centímetros nela todinha depois de... De... Do tapa buraco. ADRIANO: Eita! Então pronto, são fortes mesmo... Porque, a JM já abriu o bico. MOACIR: Mas eu ouvi dizer que a JM tá abrindo porque eles querem que diminuam o preço, dois milhões de cada obra. ADRIANO: (risos) MOACIR: E aí ele... Ele pulou. ADRIANO: Foi, é?! MOACIR: Mas os outros estão dentro, e ele... ele, eu acho que eles vão entrar de novo, vão voltar. ADRIANO: É. Então tá certo. Nós estamos aqui nesse aqui... Esse ano vai... Vai ser bem melhor que o ano passado. MOACIR: Se Deus quiser. Mas Adriano, eu tô aí, eu só tô liso. ADRIANO: (risos) E com saúde, não tá com saúde? MOACIR: É, eu tô com saúde. (risos) ADRIANO: Então pronto, o resto a gente vai ajustando. MOACIR: O... O João Albuquerque, o João Braga tá querendo falar comigo a respeito de... Das casas que eles vão... Vão construir, e diz ele que cada casa vai comer quinze metros de concreto. ADRIANO: É, eu falei com eles assim: nós estamos finalizando, o processo construtivo deles leva muita pedra, a gente tem muita pedra lá e... é pra consumir. Eu falei pra ele: olha nós temos que fazer com seu Moacir pelas garantias que ele pode nos dar tanto da entrega quanto da qualidade do produto, né. E a gente vai tá... É sentando com esse volume todinho com o senhor pra gente firmar o compromisso é... Pelo grupo, né. Então todo mundo vai estar dentro de um compromisso associativo pra negociar em bloco, né. E, vai desde o combustível, pedra, cimento, nós temos que fazer essa compra em bloco. E aí nós estamos... É... Correndo atrás de contratar, na hora que contratar a gente vai saber quem são as empresas de fato que vai tá... É... Executando. E aí nos vamos chamar os fornecedores locais pra ter essa conversa pra ajustar essa... Essa compra, não é. MOACIR: Inclusive, viu Adriano, eu tenho uma usina parada, eu tô querendo, se der certo, eu vou montar ela lá dentro. E outra, se tiver dinheiro, bonito, sem problema, eu forneço... ADRIANO: Não, é... Esse capital é... Ele é... Não tem carimbo político, ele é um... Um dos melhores programas do Brasil. Não tem nenhum tipo de interferência. MOACIR: Porque aí eu faço o seguinte: eu vou fornecer, a gente calcula direitinho e a gente senta pra calcular, fornecer o concreto completo com cimento e aditivo, tudo direitinho. Se tem, os empresários tem dinheiro pra comprar o cimento à vista, e eles mandam deixar aí, eu tenho. Eu tô com dois rodotrem, carrega mil e setenta sacos de cimento cada... Mil e quarenta e cinco saco cada um. ADRIANO: Certo.

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MOACIR: E aí, o... A diferença nossa é que, vamos supor, o Brito vende... O cimento assim, mas ele tem a frota de... De carreta pra puxar. Então ele tem a condição que dá... Dá... A diferença de... De... De preço de Porto Velho pra cá é só o transporte, então a gente faz. ADRIANO: Isso a gente faz... MOACIR: O transporte e faz o concreto, com cimento e tudo. A gente senta pra... ADRIANO: Não... Tranquilo, eu acho que é uma opção sim. MOACIR: Porque eu tenho depósito grande de cimento e tenho as carretas pra puxar de Porto Velho pra cá, e daqui pra lá. Vai... Vai levando lá pra... Pra usina de acordo com o que vai consumindo. ADRIANO: Certo. Não, seu Moacir, o senhor pode ficar tranquilo que temos a maior preocupação de inserir o senhor dentro do... Dessa conversa, dessa negociação. Não vai ter, é muita coisa. A gente precisa ter os parceiros pra dar segurança pro projeto. MOACIR: Entendeu?! E aí, o nosso concorrente, ele... Ele tá... Ele tá com a bola toda, quer correr mais do que os outros. Agora... ADRIANO: Hum... Esse já... Já... MOACIR: Já tem gente que... Correndo com medo dele. ADRIANO: É, exatamente. Exatamente. Ele já... Já... Todo mundo já conhece. MOACIR: Viu, eu tô... Tô... Essa semana eu... Essa semana que entra eu vou montar o outro cônico novo, e vamos ter um volume maior de brita. Inclusive eu tô... Eu tô comprando uma bomba, pra jogar lá dentro do açude e jogar água em cima da peneira... Vai... Vai ser peneira... Vai ser lavado tudo. ADRIANO: Ô, que bom. MOACIR: O pedrisco que sai... Vamos supor que sai cinquenta por cento de pedrisco junto com o pó, a gente pode tirar e o pó virar areia artificial, sem aquela poeira que ela tem. ADRIANO: Certo. MOACIR: E aí, aumenta a quantidade também de brita zero, lavada. ADRIANO: É, isso é bom. É muito bom. MOACIR: E então eu tô fazendo isso porque... Lá... Pra... Pras bandas (sic)do sul, é tudo lavado. ADRIANO: Seu Moacir, tem... Tem uma ligação aqui do Gabinete, o senhor deixa eu atender, depois eu retorno pro senhor. MOACIR: Óah! Tá, tá ok. Tá bom. ADRIANO: Tá bom, até mais. MOACIR: Tá, até. Tchau.

A ATUAÇÃO DO CARTEL

Apenas no ano de 2012, cita-se como exemplo de inexistência de

competição o que ocorreu na Concorrência nº83/2012, em que os lotes 1 e 2 tiveram como vencedora a empresa MAV Construtora Ltda, ficando a empresa ÁBACO em segundo lugar, enquanto que no lote 3, foi a ÁBACO quem venceu, ficando a empresa MAV em segundo lugar. As empresas ADDIN e CONSTRUTERRA participaram nestes certames apenas como figurantes para dar aparência de legalidade ao procedimento, sendo que a aparente lisura deste seria confirmada pela existência de rodízio entre as empresas vencedoras que formam o cartel.

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É curioso notar que a empresa MAV tenha condições de ganhar

concorrências que envolvem valores superiores a R$10.000.000,00 (dez milhões de reais), mas que é incapaz de vencer certames de menor vulto, como na Concorrência nº68/2012, em que ficou classificada em último lugar, atrás da modesta empresa BESSA SERVIÇOS DE TERRAPLANAGEM LTDA. Na verdade, as empresas que integram o cartel apenas se interessam pelos certames que envolvem quantias elevadas, sendo que as menores são “entregues” às pequenas empresas.

O rodízio ainda pode ser comprovado pelo que ocorreu na

Concorrência nº79/2012, em que a empresa JM TERRAPLANAGEM E CONSTRUÇÕES LTDA sagrou-se vencedora, sendo que na Concorrência nº86/2012 a empresa vencedora foi a MAV CONSTRUTORA LTDA, ficando a JM TERRAPLANAGEM E CONSTRUÇÕES LTDA em segundo lugar.

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Já na Concorrência nº26/2012 a empresa ÁBACO venceu a empresa ETENGE.

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Fatos muito graves ocorreram nas Concorrências nº53/2012 e 100/2012, em que a empresa ETENGE foi a única empresa classificada nestes certames, os quais envolvem valores de aproximadamente R$14.000.000,00 (quatorze milhões de reais).

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Caso semelhante também ocorreu na Concorrência nº128/2012

em que a empresa ELEACRE foi a única empresa classificada neste certame para o lote 1, que envolve a quantia de R$8.585.582,32. Já com relação ao Lote 3, a única empresa classificada foi a empresa ADDIN Construção e Pavimentação Ltda.

Segue abaixo uma tabela que mostra os valores e as

concorrências que as empresas acima citadas sagraram-se vencedoras: EMPRESA LICITAÇÃO VALOR

MAV CONSTRUTORA LTDA CONCORRÊNCIA 86/2012 R$11.069.944,50

CONCORRÊNCIA 83/2012 lote 1

R$10.299.734,96

CONCORRÊNCIA 83/2012 lote 2

R$12.514.357,83

TOTAL aprox. R$34 milhões

J.M.TERRAPLANAGEM CONCORRÊNCIA 79/2012 R$25.425.273,30

ETENGE CONCORRÊNCIA 53/2012 lote 1

R$1.166.630,20

CONCORRÊNCIA 53/2012 lote 2

R$1.146.507,56

CONCORRÊNCIA 53/2012 lote 3

R$1.116.826,18

CONCORRÊNCIA 100/2012 R$10.581.918,46 TOTAL aprox. R$14 milhões

ELEACRE CONCORRÊNCIA 128/2012 R$8.585.582,32

ÁBACO CONCORRÊNCIA 26/2012 R$4.073.369,33 CONCORRÊNCIA 83 lote 3 R$.16.148.465,84 TOTAL aprox. R$20 milhões

ADDIN CONCORRÊNCIA 128/2012 R$16.788.135,91

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Em que pese as empresas vencedoras terem ofertado preços

menores ao previsto em edital do certame, a verdade é que tais empresas acabam produzindo prejuízo ao erário, eis que oferecem preços menores ao previsto pelo poder público com o fim de vencerem os procedimentos licitatórios para posteriormente buscarem de forma premeditada a realização de aditivos contratuais para se recuperarem dos prejuízos sofridos.

A DECISÃO DO TCU

O ajuste entre as empresas vem sendo praticado de longa data. O Acórdão do TCU nº2596/2012, processo nº003.861/2009-7, presente na Informação Policial 10/2013 em anexo, declarou inidôneas as empresas ÁBACO Engenharia Construções e Comércio Ltda e MAV Construtora Ltda por terem apresentado propostas similares no Convite 1/2008 e Concorrência 1/2008, o que acarretou na frustração do caráter competitivo destes certames. Este fato foi apurado através do IPL nº301/2011, o qual já se encontra relatado.

Veja abaixo parte da referida decisão do TCU proferida nos autos

TC 003.681/2009-7.

A respeito das obras da Cidade do Povo, abaixo segue notícia

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extraída do site do SINDUSCON em que é noticiado que a FIEAC e o SINDUSCON “foram responsáveis pela mobilização de empresas e mão de obra para tamanha demanda”. E mais, é citado ainda que um dos requisitos adotados pelo Governo na seleção das empresas, é que estas deveriam ser do Estado do Acre. Este fato é verídico, conforme demonstrado nas chamadas que foram interceptadas, e demonstram a atuação do cartel, cujas ações são amparadas pelas referidas entidades.

OS ADITIVOS

No áudio abaixo, o alvo NARCISO diz da necessidade de se

oferecer preços ficticiamente abaixo do mercado com o fim de ganhar a licitação, para posteriormente recuperar-se do prejuízo forçando a Administração Pública a realizar aditivos contratuais. Neste áudio Narciso diz

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que a obra de construção do prédio da ACREPREV necessitará de um aditivo contratual no valor de R$200.000,00 (duzentos mil reais) para a instalação de aparelhos de ar condicionados. Este alvo ainda menciona que o Poder Público não terá como não realizar o aditivo, sob pena de ficar um pavimento do prédio sem ar refrigerado. Diz que não terá ética na contratação, que a empresa Hitachi estaria pagando por fora, que haveria sobrepreço de 200% etc.

O dano causado à sociedade pelo cartel é manifesto, eis que as

pequenas empresas reduzem o preço da proposta ao máximo para ganhar a licitação, porém oferecem em contrapartida serviços abaixo da qualidade exigida. Neste áudio, por volta do oitavo minuto, são citadas as falhas nas obras dos prédios do Tribunal de Justiça e da Maternidade de Rio Branco/AC. Quanto ao Tribunal de Justiça, é dito que será necessário “a instalação de um monte coisas que estava faltando”. E com relação à maternidade, é citado que deveria ser empregado o isolante de 25 milímetros, porém foi empregado o isolante de 19 milímetros, e que havia problemas com a automação desta.

Conforme noticiado pelo auto circunstanciado (apenso II),

“NARCISO conversa com ALEX, o qual possivelmente trabalha para a loja C COM Shopping, fornecedora de equipamentos de ar condicionado para a CIC Construções (inclusive ALEX fala através de um telefone registrado em nome da C COM Shopping). Na conversa tratam de assuntos referentes aos aditivos contratuais da obra da ACREPREV. São citados valores superiores a R$ 1.000.000,00, mas o que merece destaque é o fato de NARCISO mencionar que fornecedores praticam margens de lucro de 200%, que existe pagamento “por fora” e que não adianta ter muita ética. Vale ressaltar que a CIC Construções já efetuou uma série de interações com a SEOP, entretanto esta não concorda com os valores cobrados e, até a presente data, ainda não havia aprovado o orçamento deste aditivo”.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3167026 6881119927 6892328864 30/09/2011 08:24:03 00:16:22 RECEBIDA � �

@@ NARCISO JÚNIOR X ALEX -

ADITIVOS DA OBRA DA

ACREPREV #

TRANSCRIÇÃO: NARCISO: Só pra te falar uma coisa: é...parece que o pessoal lá da acreprev reagiu muito mal ao negócio do aditivo, viu?! ALEX: Certo NARCISO: Aí mandaram... o Ricardo mandou dar uma segurada pra trás nesse aditivo até lá pela terça, quarta, quinta-feira da semana que vem, que é quando eles vão dar uma luz se vão querer ou não. É aquilo que eu falei: eles tão questionando que tem muita coisa que está sendo cobrado em duplicado por aquele suporte, é...a quantidade de duto. Tem algumas coisas lá que tá tendo questionamento tremendo. O TIAGO sabe bem o que que é. Eu sei que por enquanto, eu até tinha te dito: manda vir as máquinas que aí por exemplo, o valor das evaporadoras tão questionando muito, o valor das evaporadoras que tá sendo cobrado. ALEX: Ele achou muito? NARCISO: É. Aquela questão da condensadora que agente...que era minha maior preocupação, passou! Agora eles tão reclamando do valor das evaporadoras...eu sei que aquilo ali é uma negociação que vai precisar todo mundo ter um jogo de cintura.

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ALEX: Eu sei. NARCISO: Entendeu? ALEX: Entendi. NARCISO: A gente vai ter que ter um jogo de cintura bom, senão nós vamu rodar nisso aí. Aí eu só to te falando então, até quarta, quinta-feira da semana que vem, fica sabendo aí que a situação deu uma escurecida nisso aí, tá? ALEX: Eu sei. NARCISO: Eu acho que não é nada insolúvel, não. Mas é alguma coisa aí que tu já pode ir trabalhando aí no preço dessas evaporadoras, coisa que está sendo colocada agora, por exemplo: esses multi-kits, essas coisas. Eles tão dizendo que isso já tinha que tá na proposta, que a proposta foi global, que isso tinha ficado bem claro. Eu sei que agente tem que ver o que que vai fazer, tá? ALEX: Não, tranquilo. Cara, ontem eu falei com o TIAGO, eu expliquei bem pra ele, né?... NARCISO: Só um minuto! (Outra ligação: Alô! Oi.) ALEX: Então, eu expliquei lá pro TIAGO, cara. Pra gente foi passado uma planilha e tá aqui a planilha. Agente fez cotação em cima da planilha, né?. Todo mundo faz preço sempre baseado em alguma coisa. E o preço e a cotação tudo foi baseado em cima daquilo ali. Agora, não pra você chegar e fazer um preço pra...tá lá oito multi-kits, aí agora, aí vai cinquenta e tudo certo? Cinquanta multi-kit, olha o preço de cada multi-kit, cara! Só ver o preço de cada um, o preju que dá. NARCISO: Não, beleza. É só pra te falar que o RICARDO tá tentando resolver, só que ontem ele parece que levou uma esculhambada foi até da ÁVILA. Porque? Porque ele chamou o ZÉ DOS SANTOS pra mostrar a planilha. O ZÉ DOS SANTOS falou com o Professor ANCHIETA, o Professor ANCHIETA pegou e chamou o WOLVENAR. Quando o WOLVENAR chama a ÁVILA, a pobre entra no meio de um tiroteio sem nem ter sido avisada, entendeu? ALEX: Entendi. NARCISO: Aí ela chega e pergunta: RICARDO, como é que você conversou com o pessoal da Acreprev sem conversar comigo que sou tua chefe? ALEX: Rapaz... NARCISO: Entendeu? Então, então, aí o RICARDO falou: enquanto o pessoal da acreprev não disser que tem lá os duzentos e tantos mil pra aditivar fácil, porque conforme for, se eles não quiserem tudo bem, é claro que eles não vão poder fazer isso, porque eles não vão ter um pavimento sem ar condicionado. NARCISO: Mas, o RICARDO disse: então vamos fazer o seguinte...agente faz a obra pelos setecentos e oitenta mil, mas não tem ar condicionado embaixo. NARCISO: É claro que isso daí, eles vão dar o jeito deles, entendeu? ALEX: Entendi. NARCISO: Porque no início do contrato aditivado tem. Agora... ALEX: Por segurança, por segurança a gente tem que segurar, né? NARCISO: É...não é por muito tempo. Hoje é sexta-feira. Eu to falando isso é até quarta-feira, tá? Até quarta-feira eu te dou uma...eu te mantenho informado, tá? NARCISO: Agora, agora, agora, parceiro...me ajude! Me ajude! Veja! Veja dentro daquela planilha que gordura que agente pode tirar, cara. Porque se tu me ajuda nisso daí, cara, é uma forma dagente salvar o contrato todo. ALEX: entendi. NARCISO: Entendeu? Porque o que eu to querendo evitar... o que eu to querendo evitar, cara, é que esses caras chamem um terceiro. Chamem um terceiro. Como eles já tão ameaçando. Chamar o FERNANDO aqui. Chamar...sei lá...até a porra do ANTÔNIO AUGUSTO pra rever isso, entendeu? Porque eu to achando que eles tão achando que eu me mancomunei com vocês com outra administração, entendeu? ALEX: entendi. NARCISO: Então, então...isso já aconteceu uma vez quando eu fui fazer um aditivo de uma escola e eles chamaram uma outra empresa pra auditar em cima do meu aditivo se tava tudo correto. ALEX: Entendi. NARCISO: Entendeu?

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ALEX: Agente não aumentou nada não. Olha, uma coisa eu posso te garantir, NARCISO...tem nem perigo. Eu falei com o TIAGO: TIAGO eles podem calcular o que eles quiserem aí. Não tem nada, nada, nada. NARCISO: Não, não. Mas não é só de quantitativo não. É expectativa de preço mesmo. Porque aí o concorrente quer fazer média, ele fica: o cara tá te cobrando seis mil nisso aqui e isso aqui sabe quanto custa na indústria? Custa três e duzentos. O cara tá tentando ganhar cem por cento em cima, sabe? Aí é a oportunidade que o cara tem pra te ferrar e me ferrar. ALEX: sei. NARCISO: Entendeu? Pra te ferrar e me ferrar. Então, é por isso que to te falando...tem alguns questionamentos que o TIAGO...que o RICARDO já fez com o TIAGO e que o TIAGO já notou. É por isso que eu queria num tempo que você tivesse passando com menos correria. Eu sei que vocês tão puto também comigo nesse negócio do shopping, mas dá uma sentada com ele e vê. Cara, me ajuda! Me ajuda! As vezes agente tira um pouco o pé do acelerador agora pra ganhar mais na frente. ALEX: Não, sem problema. Cara é o seguinte: ontem a tarde eu fiz lá o que eu podia com ele lá. Aí ele quer sentar de novo e não tem problema não, cara. NARCISO: Eu...tem duas semanas que eu to com receio disso. Eu to com muito receio disso, sabe? O problema é que o processo foi mal conduzido. O ANTÔNIO AUGUSTO, ele falou: olha, se tiver alguma coisa esquecida por este valor eu faço a obra e entrego pronto. Aí agora a gente chega e fala...não, mas tem multi-kit, tem suporte, tem controle de ar condicionado, tem sabe? Esses itens que ta sendo colocado, aí ele fala: esses itens, porra. Esses itens era pra tá dentro, porque não foi passado só uma planilha, foi passado o projeto. E no projeto ele sabe que vai ter controle, ele sabe que vai ter multi-kit. Aí até ele fala: NARCISO, você pode não saber que não vai precisar disso, mas a (Inaldível) tem que saber. ALEX: Certo. NARCISO: Entendeu? Aí eu fico: RICARDO, mas não tá na planilha, tem que aditivar. Ele fala: ô NARCISO, agente monta uma planilha pra ter um valor global que seja suficiente pra você contratar...e você contratou. Aí agora fica surgindo essas minúcias e isso daí fica ruim pra eu justificar com ÁVILA, com ZÉ DOS SANTOS. Eu falo: RICARDO, eu to tentando defender que eu pegue aquela sua planilha, jogue o BDI em cima e cabou...e cabou. NARCISO: Agora é o que eu to falando...tá difícil porque tem muita...o que o RICARDO queria fazer, vamu lá, o que eu encomendei a mais? Eu encomendei o piso de baixo. Então vamos levantar agora quantos metros de tubo tem? Quantos metros de grelha tem? Ele queria pagar só isso, sabe? Era só isso. ALEX: Ô NARCISO, mas assim cara, me escuta o seguinte. Essa questão...primeiro, ele escreveu pra você que fazia qualquer preço se tivesse qualquer coisa faltando. Tem cara, tu sabe que na negociação, tendo um furo, todo mundo faz isso cara. Agora eu não vou jogar...eu não vou colocar tudo isso, aí o preço fica lá em cima e a gente perde. A gente calcula com aquilo que tá pedindo. E veja bem...as vezes até o CRISTIANO fala...a fulano...eu nem gosto de falar isso, mas numa situação como esta eu sou obrigado...agora, eu não pude te atender porque eu tava agora no tribunal de justiça por exemplo, nós vamu ter que instalar plugador, instalar um monte de coisa que ficou faltando, por exemplo. NARCISO: Não, mas vocês tem que falar isso, cara. Sabe porque? Porque não adianta ter muita ética nisso não porque de lá ta vindo chumbo grosso. ALEX: Não, mas eu não gosto dessas coisas. Ó, lá na maternidade, por exemplo, tá lá...era isolante de vinte e cinco milímetros e tá dezenove. Tá pingando tudo e tá tudo molhado. Agente fez orçamento, ce sabe disso, lá na maternidade pra arrumar uma coisa que foi inaugurado agorinha. Então assim, uma coisa bicho é você falar que faz não sei o que e depois tira de um lado. Não existe milagre, NARCISO. Você sabe que não existe milagre. NARCISO: Não...eu sei que não existe milagre. O problema é que, paralelamente a isso, o próprio FERNANDO...ele falou: olha, só vai ter aditivo se aumentar alguma coisa. Aí eles falaram: tá, aumentou a parte de baixo. Mas aumentou a parte de baixo, foi o que? Foi uma condensadora, duas evaporadoras, a tubulação e grelha. Só que, paralelamente a isso, a gente ta cobrando coisas do primeiro contrato que não estão dentro. ALEX: Sei. NARCISO: Aí eles tão se apegando, porra, mas o do primeiro contrato não tem que pagar mais nada. Do primeiro contrato já está negociado no bolo.

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ALEX: Mas então faz o seguinte, NARCISO. Tu chega pra ele, se quiser incentiva...então faz o seguinte...que se o FERNANDO falar a gente diminui. Manda o FERNANDO falar então. Se o FERNANDO falar eu diminuo isso daí...eu não vou cobrar. NARCISO: Não. Não. Bicho, eu já aprendi uma coisa...não vamu, não vamu mexer com o FERNANDO, não vamu mexer com a (inaldível), a melhor coisa que agente tem que fazer é na paciência. O que aconteceu ontem foi natural. Ele pegaram o valor, acharam o valor alto e pularam...tão chiando. ALEX: Correto NARCISO: Eu acho que isso vai se assentar na cabeça deles, eles vai falar: porra, nós tá fudido, nós temu que contratar. ALEX: Certo NARCISO: Agora, só o que eu te falo é que as coisas que não tinham no primeiro contrato, na primeira proposta de setecentos e oitenta mil... ALEX: É que tá amarrando isso daí né? NARCISO: E que a gente ta aproveitando esse aditivo pra colocar agora, pra tirar o prejuízo. Essas coisas que agente tem que ver, não tudo, mas o que que agente pode...vamu fazer o seguinte...isso aqui eu vou tirar e nos vamu diluir isso aqui no restante da obra e tal, porque é aquele negócio...tu sabe o que o ANTÔNIO AUGUSTO disse, cara? ALEX: unnn... NARCISO: Quando eu fui questionar dele a respeito daqueles novecentos mil reais da obra do TÚLIO, ele fala: cara, eu já falei. O problema desse...que não faz uma obra de nove andares por novecentos mil, é porque neste contrato da acreprev que você tem que é um milhão e duzentos pra três pavimentos, tá todo mundo com a margem de lucro de duzentos por cento na tua cabeça, NARCISO. Aí a HITACHI jogou lá em cima, tá pagando dinheiro por fora pro FERNANDO, que tá pagando pra não sei quem... NARCISO: Então por isso que eu to te falando...não adianta ter muita ética não, que do lado de lá, o ANTÔNIO AUGUSTO não engole de ter perdido aquela licitação...essa obra pra vocês. ALEX: Sei NARCISO: Ele não engole. NARCISO: Aí do lado de lá ele fica: olha... NARCISO: ...E tu sabe que ele tem trânsito lá na SEOP. Ele vai lá e conversa com um, conversa com outro e fica naquele negócio... aquela conversinha mole de pé de ouvido. Aí ele fica: porra, eu mostro pra vocês...deve já ter pego planilha de (inaldível), planilha da Mitsubich, sei lá e levado...olha aqui ó...essa obra, essa obra, se tão querendo aditivo, essa obra dava pra fazer era por quinhentos mil, seiscentos mil, entendeu? ALEX: É cara, mas não dava não! NARCISO: Ele tá dizendo que fazia e ele já ligou pro TÚLIO e falou: olha, o teu prédio por novecentos mil eu faço ele inteiro e entrego pronto. ALEX: É, mas é isso que eu to te dizendo, NARCISO. Entrega pronto...mas então vamu lá nas obras que ele entregou pronto entao. Vamu lá. NARCISO: Aí eu queria que você fizesse isso! Pega o TÚLO, pega o TÚLIO, fala: TÚLIO, quando tiver numa obra dessa com um monte de problema, lembra...pega o TÚLIO e leva lá. Ó TÚLIO tá com esse problema aqui, agora vamos lá no TJ...tá com esse problema aqui, vamu lá no sei o que. Mostra, mostra. ALEX: Vamu lá na maternidade e ver se tem alguma automação funcionando lá. As válvulas tão aberta tudo na mão, cara. Porque a automação não tá funcionando. NARCISO: O que eu acho é o seguinte...chega um ponto que ce tem que fazer isso. Porque, do outro lado, pra completar, ainda tão dizendo...o RICARDO chegou e falou: NARCISO, ce não tem que tá cobrando aditivo porque ce ta ganhando cem por cento em cima disso aqui. Ce ta fazendo pela metade do preço. Eu falei: RICARDO, pelo amor de Deus, isso não existe RICARDO. ALEX: Sim cara, Tu sabe que é mentira. Então...pois é. Assim como você sabe que é mentira, olha, NARCISO, se você quiser, tu vem aqui e eu te passo (inaldível) e tu vai olhar. Você vai querer aumentar a porcentagem, brother! NARCISO: Parceiro, parceiro, a minha questão é só o seguinte: saiba o que está acontecendo e veja no que você pode ajustar. Quando o TIAGO, na terça-feira, ele me liga e fala: NARCISO, é bom tu vim pra cá, pra conversar com o RICARDO, que o RICARDO ele abriu o AutoCAD aqui e ele tá levantando quantos metros linear de tubo tem a mais, quantos metros linear de

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grelha tem a mais e quantas máquinas tem a mais que ele vai pagar só isso pelo valor de planilha. A diferença da condensadora ele paga, mas ele quer levantar metro por metro e pagar só isso em WG. Aí foi quando eu falei: RICARDO, se tu fizer isso tu me mata, a gente tá morto. Porque aí eu não vou ter dinheiro pra fechar com a C COM, não tem condição de botar duas empresas de ar condicionado fazendo dentro da obra. Aí eu vou chamar o PEDRO AUGUSTO pra fazer o primeiro pavimento, como é que eu faço? ALEX: É. Cara, não tem condições não, bicho. É loucura isso a nível nacional. Um cara dizer que faz cento e sessenta e cinco HP por oitocentos e cinquenta mil, não sabe o que tá falando não. NARCISO: Pois é, mas é nesse tipo de gente...aí ele fica, aí ele fica: Olha tem uma proposta pra um prédio desse de tanto. Lá na Acreprev que é bem menos é quarenta por cento a mais. Sabe...aí fica...tá ficando, tá ficando um clima chato, tá ficando uma situação desagradável. Isso daí me atinge. Isso chegou na mesa do Secretário de Obras, na mesa da ÁVILA, na mesa do presidente da Acre Previdência e tá o bolo e tá o bolo. Tanto que quando foi ontem eles falaram: nós não vamos contratar nem esse aditivo contratual agora até vim a orientação da acreprev. NARCISO: Que que eu vou fazer...vou deixar passar o resto dessa semana, eles acostumarem com a ideia e quando for lá pra quarta-feira eu cutuco de novo nisso aí. ALEX: Tá certo. Eu vou sentar com o TIAGO e a gente vê. Ele viu que a tubulação la...ele pode assim...quanto a contar...agente mostrou pro TIAGO e ele viu lá. Ele colocou por quilo, pegou os fator. O TIAGO passou pra ele. Ele viu, bicho, que não tem nada de aumentado no metro não. Nem nada aumentado. Nós não tamu cobrando nada, nada a mais. NARCISO: Beleza. Bom vamu ver o que a gente consegue. Agente se encontra no final da tarde. Ricardo só ligou pra me falar: avise pro ALEX pra não botar essa condensadora extra, as evaporadoras extra até minha ordem. Eu falei: tudo bem RICARDO. ALEX: Sem problema. NARCISO: Valeu? ALEX: Valeu. NARCISO: Um abraço.

O aditamento de contratos normalmente é realizadopara que a

empresa contratada se recupere dos prejuízos decorrentes da execução da obra. Neste sentido o alvo Narciso buscou meios de aditivar os contratos celebrados, inclusive se valendo de amizade do fiscal de obra da SEOP (Secretaria de Obras Públicas), Marcos Vinícius.

Acerca deste fato, veja o que o auto circunstanciado noticiou:

“Em relação às obras em andamento, onde uma delas possivelmente esteja relacionada com o projeto Ruas do Povo, aos 0’37” do áudio de índice 4296713, NARCISO, da empresa CIC Construções, em conversa com Marcos Vinícius, fiscal de obra da SEOP (Secretaria de Obras Públicas), realiza incisiva cobrança de um aditivo, demonstrando a influência deste empresário nas obras públicas do governo do Estado do Acre: “A gente tem que contratar esse aditivo, cara”. E Marcos Vinícius responde: “Não, não...tá tudo certo. Até encaminhei pro Marcos, a questão do jurídico, ele já tá tocando pra frente, né? Falta só eu encaminhar umas ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), planilhas...” Logo após, Marcos Vinícius diz a NARCISO que agora, está no lugar de Gicélia, ou seja, na coordenação do projeto Ruas do Povo e dá uma risada. NARCISO demonstra preocupação e pergunta quem ficará responsável pela fiscalização de suas obras e em seguida Marcos Vinícius responde que além de coordenar este projeto, continuará fiscalizando as obras de NARCISO. Este último, expressa um

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sentimento de alívio com a tal mudança, o que reforça a influência mantida junto à SEOP. Na mesma ligação, em chamada em espera, NARCISO comenta com Keith Fontenele Gouveia (empresário do ramo da construção civil, amigo de NARCISO, responsável pela empresa ENGEL – Engenharia, Importação e Exportação Ltdae que também executa obras do Programa Minha Casa Minha Vida) sobre as mudanças descritas em epígrafe”.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4296713 6881119927 99230831 11/07/2012 14:27:37 00:03:28 EFETUADA � �

@@@ NARCISO JÚNIOR X

MARCOS VENÍCIO / NARCISO

JÚNIOR X KEITH #

TRANSCRIÇÃO: MARCOS: Alô! NARCISO JÚNIOR: Marquinho, tudo bão? MARCOS: Fala Narciso! Eu tô sumido ou é tu rapá? NARCISO JÚNIOR: Meu parceiro, me dê uma resposta. Como está o negócio da nossa adequação, cara? MARCOS: Homem, eu tô fechando esse negócio aqui. Seu amigo tá pra ficar é doido. Mas eu estou mexendo nesse negócio desde manhã cedo, já. NARCISO JÚNIOR: Ah é? MARCOS: Tá? Rapaz, o negócio é que agente um negócio de umas visitas, negócio lá dos bairros, bicho, aí eu me enrolei todo aqui ó! Mas já tô agilizando aqui. Não, até amanhã... NARCISO JÚNIOR: Meu parceiro... MARCOS: Como é que é? NARCISO JÚNIOR: Agente tem que contratar esse aditivo, cara. MARCOS: Não, não, tá tudo certo. Até encaminhei pro Marcos, a questão do jurídico, ele já tá tocando pra frente, né? Falta só eu encaminhar umas ART, planilhas. O negócio é muito... agente faz tudo e os caras é cheio de "putaria" (sic) NARCISO JÚNIOR: Mas você acha que conclui isso hoje, cara? MARCOS: Rapá, no máximo até amanhã eu fecho isso aqui, por que hoje e amanhã não vai ter negócio de visita, não vai ter porra nenhuma. Eu vou ficar quieto aqui no escritório pra... Ai agora, além de... das minhas obras, agora eu tô...fiquei no lugar da Gicélia, que a Gicélia saiu, né? Aí tu sabe como é que é... além das minhas funções... as outras também...mas deixa que eu resolvo isso esta semana... NARCISO JÚNIOR: Tu tá no lugar da Gicélia? MARCOS: Tô. Agora agente que está coordenando as ruas do povo lá. NARCISO JÚNIOR: E quem é que vai medir lá na minha obra, tu ou ela? MARCOS: Não "é eu mermo"...(risadas) "é eu que tô"... NARCISO JÚNIOR: Vai botar outro fiscal ou é tu que vai continuar lá? MARCOS: Não, não, eu tô continuando, eu mesmo. NARCISO JÚNIOR: Ah, então tá bom. Falou. MARCOS: Ai, rapaz, eu queria ir contigo no negócio da obra lá, cara. O negócio da... NARCISO JÚNIOR: Que horas? MARCOS: Qual horário que agente pode ir lá? NARCISO JÚNIOR: A hora que ficar melhor pra você. Você me liga agora a tarde e agente vai lá. MARCOS: É. Então de tardezinha agente dá um pulo, pulo lá. NARCISO JÚNIOR: Beleza, valeu. MARCOS: Tá bom? NARCISO JÚNIOR: Falou. MARCOS: Falou.

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O alvo Narciso se vale de sua amizade com Tinel (Joaquim Manoel Mansour, Secretário-Adjunto da Secretaria da Fazenda) para a viabilização da contratação de aditivos. Veja o auto circunstanciado: “A partir da chamada de índice 4296777, NARCISO conversa com um terceiro (ainda não identificado) sobre reajuste no termo de referência da Licitação. Esta pessoa informa a NARCISO que no contrato não consta nenhuma cláusula de reajuste e que analisará as cláusulas do edital verificando o que pode ser alterado no contrato, que por ora estava incompleto. Tal conversa aparenta estar relacionada com alterações no contrato, em que pese haver margem em edital de licitação para introdução de futuros aditivos.

Já no áudio de índice 4296813, NARCISO entra em contato diretamente com Tinel (Joaquim Manoel Mansour, Secretário-Adjunto da Secretaria da Fazenda) e pergunta: “Tu conseguiu vê aquela questão (ADITIVO), que me informaram...”. Tinel informa a NARCISO que ainda não recebeu nenhum ofício para liberação de aditivos, mas que em conversa com Gildo Cesar Rocha (Diretor - presidente, do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento – DEPASA) e Mâncio Lima Cordeiro (Secretário de Finanças) soube que o pagamento estaria autorizado, faltando apenas este ofício”.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4296777 6881119927

11/07/2012 14:35:27 00:01:02 �

@@@NARCISO X HNI - ADITIVO

CLÁUSULAS DE REAJUSTE #

4296813 6881119927

11/07/2012 14:38:38 00:01:17 �

@@@NARCISO X TINEL - ADITIVO #

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4296777 HNI: (inaudível) fecharam o contrato, não consta cláusula, né? NARCISO JÚNIOR: Claúsula de reajuste? HNI: É a... do contrato de vocês, lá... não tem cláusula nenhuma, só tem obrigações do contratante, é muito pouco, vou ter que eleborar uma... NARCISO JÚNIOR: Não tem cláusula de reajuste, lá não? HNI: Oi? NARCISO JÚNIOR: Não tem cláusula de reajuste, lá não? HNI: Não tem cláusula de nada lá. Não tem cláusula nenhuma. NARCISO JÚNIOR: Cara, pois eu nem olhei. Dá uma olhada, pois no termo de referência da licitação tem. HNI: Aham. NARCISO JÚNIOR: Dá uma olhada no termo de referência da licitação tem lá, cláusula de reajuste. HNI: É? NARCISO JÚNIOR: Mas se tem na licitação, tem como encontrar, cara. HNI: A não, é eu vou pegar as cláusula do edital e vou tentar ver o que tem lá e que agente pode mexer... vou ver se até amanhã de tarde tá tudo pronto. NARCISO JÚNIOR: Falou. Valeu. HNI: E outra coisa. E aquele negócio lá... NARCISO JÚNIOR: (inaudível) amanhã a tarde também, já tive lá hoje e marcou amanhã a tarde agente sentar. Tá? HNI: Então tá beleza, então. NARCISO JÚNIOR: Valeu. HNI: Falou. Abraço.

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TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4296813 TINEL: Alô! NARCISO JÚNIOR: Oi Tinel, é Narcisinho, tudo bom? TINEL: Tudo bem. NARCISO JÚNIOR: E ai meu amigo, tu conseguiu vê aquela questão, que me informaram... TINEL: Rapaz eu continuo na mesma situação, eu não tenho... com quem tu tá falando?Pede para essa pessoa me ligar e me dá uma cópia desse ofício que chegou aqui, porque o que eu tenho teu aqui do DEPASA eu já liberei tudo que eu tinha... eu não encontro esse ofício. Quem é a pessoa lá? NARCISO JÚNIOR: É a Fernanda. TINEL: Pede pra ela ligar pra mim, essa mulher, pra me dizer onde que ela protocolou. NARCISO JÚNIOR: Ela protocolou dia 26 de junho. TINEL: Mas não deve ter sido aqui, Narciso. Deve ser em outro lugar, só não é na Fazenda. NARCISO JÚNIOR: Tá. Eu vou, eu vou... TINEL: Pede para ela me ligar aí agora. Eu tô tentando saber isso. O Gildo ligou pro Mâncio tá procurando os ofícos da DEPASA e que nunca chegaram aqui. Tu tá entendendo? NARCISO JÚNIOR: Tá eu vou correr atrás disso. TINEL: O Gildo falou com o Mâncio, tá tá... autorizou já, mas não chega esses ofícios. NARCISO JÚNIOR: Tá. Eu vou correr atrás disso aqui agora. TINEL: Tá legal, pede só para ela me ligar, que eu falo com ela agora. NARCISO JÚNIOR: Falou. Tá. Tchau.

Ainda acerca destes aditamentos, nos áudios abaixo, Narciso Júnior (Narcisinho) conta com a ajuda de seu pai Narciso para viabilizar a realização dos aditivos. Narciso, o pai, vale-se da influência que possui junto ao Governo do Estado do Acre para viabilizar a realização do “reajuste no DEPASA, que estava esperado orçamento”, bem como utilizou de seu prestígio para que o Governo do Estado do Acre realizasse o pagamento da contrapartida que lhe cabe, que possivelmente se refere a algum convênio mantido com a União, para que esta, através da CEF, pudesse realizar o pagamento da obra. É citado ainda que o aditivo seria liberado.

Segundo o auto circunstanciado, “na chamada de índice 4324923

é possível observar que NARCISO solicita a interferência de seu pai neste processo e pede para marcar uma reunião com Tinel para ver o reajuste do DEPASA, que está aguardando orçamento. Fica evidente que NARCISO MENDES DE ASSIS possui fácil acesso e goza de prestígio junto ao governo do Estado, conforme como se observa no áudio de índice 4298992, aos 1’30”, quando o pai de NARCISO diz a Tinel : “Toda vida que é pra ter que fazer essa contrapartida, a gente fica lhe incomodando, eu queria usar o meu amigo para coisas outras e não para essas coisas comuns de governo.

Finalmente o áudio de índice 4329614. O pai de Narciso comenta com

Gildo, que esteve na casa do Governador Tião Viana, no sábado (14/07/2012), por 01(uma) hora e contextualizou tudo a ele. Comentou também, que com o intuito de evitar futuros desentendimentos, esteve hoje mais de 01(uma) hora com Tinel e dissera que tudo ficou resolvido, esse e os futuros casos.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

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4324923 6881119927 16/07/2012 09:21:30 00:00:32 � �

@@@ NARCISO JÚNIOR X NARCISO MENDES -

ADITIVO #

4298992 6881119857

11/07/2012 19:45:54 00:04:48 �

@@@ NARCISO PAI X TINEL #

4329614 6881119857

16/07/2012 17:42:29 00:02:18 �

@@@ NARCISO PAI X GILDO - INFLUÊNCIA

POLÍCITA - GOVERNADOR #

TRANSCRIÇÃO:

NARCISO MENDES: Meu filho. NARCISO JÚNIOR: Oi. NARCISO MENDES: procure ver se...se os negocios tá andando tudo direitinho e me avisa o mais cedo possível. NARCISO JÚNIOR: Não, o dá...a gente, o senhor tem que tentar falar com o Tinel pra mim hoje, marcar uma hora com ele, pra gente ir lá com ele, pra ver o negócio do...do reajuste no DEPASA, que tá esperando orçamento, o outro ja foi depositado, a caixa deve tá pedindo a nota...hoje...foi na sexta-feita, tá. NARCISO MENDES: eu vou ligar pro Tinel agora. NARCISO JÚNIOR: Tá, tchau. TRANSCRIÇÃO: NARCISO: Alô TINEL: Oi Narciso NARCISO: Tinel.. TINEL; Diga meu grande.... NARCISO: .. Me diga uma coisa, (inaudível)..você vai tá na secretaria...? TINEL: Como é que é? NARCISO: Você vai tá na Secretaria amanhã de manhã? TINEL: Vou não.. tô viajando agora à noite..... óh cara..tenho uma reunião.. NARCISO: Mas Tinel, rapaz... aquele negócio... rapaz esse negócio desses pagamentos..tá muito complicado meu amiguinho..como é que faz.. TINEL: Estou vendo isso.. quando dá um erro.. eu não sei porque aqueles porra da..da..do Depasa não tão falando...houve um erro que tá sendo corrigido.. tá.. mas cacete ..desde o dia 27 de junho que esta porra está errada.. NARCISO: Tinel.. é o seguinte.. quando uma empresa entrega uma fatura para o Depasa e intervém Secretaria de Planejamento e Fazenda.. incitando, fica até o incômodo das empresas estarem envolvendo..né? TINEL: Não..eu concordo com você.. mas o erro.foi..foi.. não era vocês não..é a "porra" do Depasa que tinha que tá acompanhando isso..sabe? os caras tinham que acompanhar todas as fases senão eles estão fudidos... NARCISO: O Governador com aquela preocupação política.. TINEL: Não ..jogou essa (inaudível..). no meu colo Narciso.. porque quem tá dirigindo a porra desse Grupo sou eu.. para discutir isso.. NARCISO: Porque aí..todo mês... toda vida que é para fazer essa contra-partida; a gente fica lhe incomodando.. queria usar meu amigo para coisas outras .. não para essas coisas comuns de Governo..né meu amigo.. TINEL: Não.. eu tô indo pra reuniões que estou construindo junto com o Gildo...pra achar o caminho certo disso aí... mas nisso aí não cabe erro... não dá pra errar...porque a coisa era para tá no automático;...tá entendendo?.. o problema é que se um errar..... NARCISO: Quando foi ontem eu tive que voltar...que isso me incomoda, isso me chateia... fui lá no Gildo.. TINEL: O Gildo ligou pro Mancio... O Mancio está esperando esse negócio... sabe?.... eu saí daqui conversei com o Narciso.. o que tinha aqui eu pedi para liberar... só que não era o do Narciso...tá entendendo.... NARCISO: A gente chegou no Gildo... ele mostrou que saiu desde o dia 16 do mês passado, aí a gente fica nessa loucura, a gente não vai discutir com ninguém né Tinel... TINEL: Não... com certeza... mas foi um puta erro. Vou lhe dizer...isso tá... eu não sei..já tamos corrigindo... vai ter reunião de novo para tentar sanar esse problema..mas..

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NARCISO: Você acha que esse problema vai ficar resolvido de uma vez?, pelo menos da Secretaria? TINEL: Vai... porque já foi conversado com a Seplan ..porque o erro ocorreu na Seplan... NARCISO: Hum... TINEL: Tá entendendo? e aí veio e ficou lá..então já tá feita a correção na Seplan...e vai ficar..mas vou tá viajando.. mas vou estar acompanhando isso..pode ficar tranquilo... volto sexta.. uma hora estou aqui.. NARCISO: Você tá aqui amanhã..já.. de novo? TINEL: Não..na sexta,.. saio amanhã daqui no vôo das 05 da manhã... NARCISO: Não sei como vocês estão aguentando isso.. o Tião saiu para Brasília hoje e já volta hoje de novo .. saiu de meio dia e já volta meia noite.. TINEL: isso é vida para doido.. NARCISO: isso é vida para "filho da puta"... fora de brincadeira... se o preço para ser poder é esse seu amigo não queria não.viu rapaz.... puta que pariu... TINEL: Isso não é preço não.. fica sendo obrigação..a merda é essa..rs NARCISO: Então tá Tinel..então tá meu amigo.. TINEL: Eu fico acompanhando isso... pode ficar tranquilo... foi um erro... eu vou pedir desculpa..mas..só fui entender o erro porque falei hoje à tarde umas três vezes com o Narcisinho...Narcizinho eu não sei aonde está o erro cara... já olhei..... NARCISO: Você sabe de uma coisa..eu gosto muito de você lhe quero muito bem, mas quero muito mais bem a meu filho Narcisinho.. TINEL: Claro.. com certeza...não tem dúvida cara... É um negócio que... tu sabe que não é para não ter esse tipo de erro..cara.. NARCISO: Então tá bom.Tinel... boa viagem para você..mas não se esqueça.. independente de uma ligação sua.. só checar se está tudo resolvido..tá? TINEL: Eu vou acompanhar.. pode deixar.. vou estar acompanhando..tá..? NARCISO: Tchau.. TINEL: Um abraço meu garoto.. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4329614 GILDO: Alô? NARCISO MENDES: Gildo? GILDO: Opa! NARCISO MENDES: Tudo bem? É Narciso, tudo bom? GILDO: Tudo bom, meu amigo. NARCISO MENDES: Olha, eu tive por mais de uma hora, no sábado, na casa do nosso chefe... GILDO: Hã! NARCISO MENDES: E contextualizei tudinho, lá pra ele. Tá? GILDO: Certo. NARCISO MENDES: Mas, bonitinho. Aí para evitar futuras, futuros desentendimento, passei mais de uma hora com Tinel. GILDO: Certo. NARCISO MENDES: Então ficou tudo resolvido. Inclusive... resolvido o caso presente,... esses e os futuros, tá? GILDO: Tá certo então. NARCISO MENDES: Outra coisa, agora...houve só um problemazinho aí, que aí, como aí vai depender de você. Apesar da contrapartida ter sido feita na sexta-feira, não mandaram o ofício ainda para Caixa Econômica. GILDO: Eu vou ligar lá para saber o que que houve, porque era pra ter mando. Eu tô aqui em Cruzeiro do Sul, mas eu ligo já, já lá pro Isaias... NARCISO MENDES: Você tá em Cruzeiro do Sul? GILDO: Tô. NARCISO MENDES: Ah, você tá em Cruzeiro do Sul? Sabe porque?Porque este nosso processo ainda vai para Manaus, tá amigo? GILDO: O problema, acho que ele não mandou o ofício, porque ele só manda ofício quando a contrapartida tá liberada, sabe?

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NARCISO MENDES: Não, mas esta já foi liberada na sexta-feira. E o empenho do aditivo já vai ser feito amanhã, tá? GILDO: Então, eu já vou mandar ele se virar agora. NARCISO MENDES: Então faça isso meu amiguinho, se tá em Cruzeiro do Sul... GILDO: Quarta-feira o Governador vai entregar a rua aqui. NARCISO MENDES: Eu disse pro Governador, com essas palavras. Se você tivesse pelo menos uma trinca de Gildo, aí você podia...por que ele só fala agora em rua do povo, né? GILDO: É, agora ele está apaixonado pelo ruas do povo. NARCISO MENDES: Agora eu assisti hoje, no bom dia Rio Branco, aquela ida do pessoal lá pra Sena e lá pra Capixaba foi solto...foi o programa todinho hoje a tarde, tá? GILDO: Eu vi, eu vi... NARCISO MENDES: Ah, cê viu? GILDO: Eu vi. NARCISO MENDES: Então tá meu amiguinho, então veja aí. Dá um toquezinho no seu pessoal pra amanhã cedinho providenciar isso, tá? GILDO: Agora, eu já vou fazer o ofício agora e ele já assina hoje. NARCISO MENDES: Tá bom. GILDO: Um abraço.

Ainda a respeito dos aditivos contratuais, foi constatado nas

chamadas de índices 4899127, 4899615 e 4907500, que NARCISO JÚNIOR exerce influência sobre as obras que serão objeto de aditivos de contratos, havendo indícios de que a empresa de NARCISO JÚNIOR utiliza o método conhecido por “jogo de planilhas” em seus contratos. Nas chamadas, diversas vezes, é citado o nome de RICARDO (HENRIQUES VILARINHO) - servidor público da Secretaria de Obras Públicas (SEOP) - que seria o responsável pelas justificativas dos Termos Aditivos de Contrato.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4899127 6881119927

20/11/2012 16:26:45 00:01:59 �

@@ NARCISO JÚNIOR X JOÃO

THIAGO - MEDIÇÃO #

4899615 6881119927 20/11/2012 18:08:06 00:00:41 �

@@ NARCISO JÚNIOR X JOÃO

THIAGO #

4907500 6881119927 6881170585 22/11/2012 08:06:29 00:01:25 �

@@ NARCISO JÚNIOR X

RICARDO #

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4899127 NARCISO JÚNIOR: Oi Thiago. JOÃO THIAGO: Oi Narciso. NARCISO JÚNIOR: Tu tá com o, tu tá com o, com o (inaudível - entendo João) Ricardo? JOÃO THIAGO: To sim, to. To aqui. NARCISO JÚNIOR: Vocês estão fazendo a justificativa, né? JOÃO THIAGO: Ainda to esperando aqui bicho, ô. Ele tá esperando, tá fazendo não sei o que aqui. NARCISO JÚNIOR: Parceiro, combina com ele, pega isso, vai pra casa e faz isso, faz isso, faz isso.. JOÃO THIAGO: Ahãm. Ele ta querendo, ele ta querendo fazer a medição, e, pra eles pagarem logo a medição, mandar logo a medição, ai mandar hoje a medição. Pra eles pagarem logo essa medição, entendeu? NARCISO JÚNIOR: Não sei, não sei. É, termina logo o documento. Manda o papel junto. Ai se lá eles resolverem fazer em separado é outra coisa. Mas, mas é bom mandar tudo. JOÃO THIAGO: É né? Porque só a medição dá duzentos (200) mil, vai dar, se for. NARCISO JÚNIOR: Oi?

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JOÃO THIAGO: Se for a medição, sem item a parte, sem esses que ultrapassaram, dá uns 200 mil, entendeu? NARCISO JÚNIOR: Dá uns duzentos é? JOÃO THIAGO: É. Dá uns duzentos (200) mil. NARCISO JÚNIOR: Tá. E ai qual é o procedimento que, pra pagar o restante, seria em quantos DIRs (?)? JOÃO THIAGO: Não, ai o restante teria que ser aditivo, entendeu? NARCISO JÚNIOR: Fazer aditivo, fazer aditivo pode faz em um dia cara. É só ele ir lá explicar e fazer um DIR. JOÃO THIAGO: É. O negócio é, é. Eu vou conversar, eu vou conversar com ele aqui pra ver se eu passo essa justificativa "tudinho" (sic) e passo pra ele. NARCISO JÚNIOR: Faz essa justificativa e isso não significa que ele vai mandar. Tu vai fazer, entregar pra ele. Ai ele vai olhar essa justificativa. Se ele quiser mudar alguma coisa, ele muda. Mas se tu esperar ele... JOÃO THIAGO: Ahãm. NARCISO JÚNIOR: Por exemlo, ai ele vai e senta, ai a cada quinze minutos, ele levanta pra mijar, a cada dez minutos ele levanta pra fumar. JOÃO THIAGO: É. E até agora não fiz "porra" (sic) nenhuma. Ele me mandou esperar. NARCISO JÚNIOR: Então fala com ele: "Parceiro não tá rendendo. Deixa eu fazer o seguinte, deixa eu correr ai eu, ai eu, ai eu, ai eu resolvo, e depois que eu resolver, ai eu.." JOÃO THIAGO: Ahãm. NARCISO JÚNIOR: É melhor. Porque se tu ficar ai com ele tu vai perder tempo demais. JOÃO THIAGO: Demais. Tá beleza então. Vou tentar resolver aqui. Já, já te ligo ai. NARCISO JÚNIOR: Tá bom. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4899615 JOÃO THIAGO: Camarada. NARCISO JÚNIOR: Oi. JOÃO THIAGO: É. Peguei uma canseira gigante hoje a tarde, mas deu certo. Assim, eu vou, ele deixou eu levar, porque agente fechou tudinho os itens, o que vai suprimir, o que vai aditar. Ai ele (Ricardo) me deu a planilha, a parte do Word lá pra "mim" poder fazer a justificativa tudinho. Ai hoje a noite eu faço e amanhã cedo eu entrego pra ele. Ai eu já... (ligação fica muda). TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4907500 RICARDO: Não sei. Ricardo. NARCISO JÚNIOR: Oi Ricardo. Tudo bom? RICARDO: Beleza. NARCISO JÚNIOR:Tu conseguiu falar com o Cisé? RICARDO: Consegui. Falei. Só que ele não apareceu aqui. NARCISO JÚNIOR: É? RICARDO: Vou ligar pra ele de novo pelo menos entregar isso dai, pra ele dar uma checada. E ai ele telefonaria para o Thiago para qualquer coisa que ele puder, é qualquer dúvida, ele telefonaria para o Thiago. NARCISO JÚNIOR: Ah, beleza. RICARDO: Tá muito lisa. As nossas cosias estão muito clara (sic). Muito... NARCISO JÚNIOR: Eu sei. RICARDO: A não ser que ele queira alguma coisa além, entendeu? NARCISO JÚNIOR: Certo. Eu vou, eu vou ver se eu ligo pra ele também. RICARDO: Tá. O que, o que, o que eu queria, o que eu vou falar com o Zé. É pra mandar os papéis e pra fazer essa, o... Deixar o adicional e pagar o outro que é pelo menos pra não atrapalhar, entendeu? NARCISO JÚNIOR: Certo. RICARDO: Mas vamos ver se ele quer isso. É por isso que eu chamei ele ontem aqui. NARCISO JÚNIOR: Tá, eu vou ligar pra ele também. Então tá bom. RICARDO: Deixa eu ligar primeiro que eu vou ligar agora.

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O conhecido jogo de planilhas foi ainda citado no áudio abaixo: ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5237418 6892293956 6892050602 23/01/2013 11:09:58 00:01:29 RECEBIDA �

@@ ADRIANO X NILSON #

TRANSCRIÇÃO: ADRIANO: oi Nilson. NILSON: ééé sobre o Bujari. ADRIANO: hum? NILSON: uuu processo tá na mão do Alexandre Gomes. ADRIANO: tá. NILSON: ele disse que não despachou por conta do final do ano, tal, correria... e também porque ele quer que a gente apresente é... uma comprovação ou justificativa do preço do contrato. Tipo assim a gente apresentou notas fiscais do preço que a gente tá pedindo reequilíbrio. ADRIANO: tá. NILSON: ele quer que a gente comprove que na na época do contrato da da licitação a o fornecedor praticava aquele preço que tá no contrato. Aí eu questionei. ADRIANO: não isso, isso aí não tem nada a ver porque eu eu trabalhei em cima do preço que eles colocavam. NILSON: pois é! Eu questionei isso com ele... ô mas eu tenho uma referência a própria planilha de vocês que tá lá e tudo... disse "não mas e aí... aqui pode tar havendo um jogo de planilha que tu sabia que esse preço não pagava e tu baixou lá pra ganhar a obra e não sei o que". (inaudível) tu não pode tá falando, tu não pode deduzir essas coisas assim. ADRIANO: manda ele (inaudível) no papel. NILSON: (inaudível). Aí ele falou que é o tribunal que tá exigindo a essa comprovação no reequilíbrio. É por isso que ele não despachou e tá na mão dele. ADRIANO: tá, tá bom. Eu vou (inaudível) posição contigo. NILSON: tá bom.

A INFLUÊNCIA QUE NARCISO (PAI) EXERCE NO GOVERNO DO ESTADO DO ACRE SOBRE PAGAMENTOS E CONTRATAÇÃO DE ADITIVOS CONTRATUAIS – “OPERAÇÃO DO ADITIVO”.

Na chamada de índice 4917232, um homem não identificado

(HNI) diz a NARCISO que NEI (Deputado Nei Amorim) está na Assembléia “só com o prefeito de Plácido”. NARCISO pergunta sobre que assunto falaria com NEI, ele responde dizendo para NARCISO falar da “operação do aditivo” (sic).

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO

TRANSCRIÇÃO ÁUDIO

OBSERVAÇÕES

4917232 6881119857 6899851597 23/11/2012 17:02:03 00:00:46 �

@@ NARCISO MENDES X HNI #

TRANSCRIÇÃO: NARCISO MENDES: alô, alô. HNI: uu Nei tá aqui na Assembléia só com o prefeito de Plácido. NARCISO MENDES: escute. HNI: hum.

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NARCISO MENDES: escute... éé ôô, mais mais. O quê que nós ia (sic) falar com ele agora? HNI: não, pra dizer que que ia fazer aquela operação do aditivo né (inaudível). NARCISO MENDES: quem. HNI: entendeu!? NARCISO MENDES: faz o seguinte. Eu tô aqui na televisão que tava indo aí pra negócio do prédio da prefeitura né. HNI: hum. NARCISO MENDES: hãm!? HNI: mas é (sic) 6 horas Narciso. NARCISO MENDES: é (sic) 5 horas! HNI: 5. NARCISO MENDES: bom. Elian tá aí? HNI: tá. NARCISO MENDES: então eu passo daqui a pouquinho contigo. HNI: tá.

JOSÉ ADRIANO RIBEIRO DA SILVA, E A OBTENÇÃO DE TERMO ADITIVO NO VALOR DE R$4.000.000,00.

Na chamada de índice 4907709, um homem não identificado

(HNI) diz que chegou de Brasília ontem e já trouxe o Termo Aditivo daqueles R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais), só faltam as revisões dos lotes 1 e 2. ADRIANO pergunta se o laudo está feito, HNI diz que sim e que já está com o aditivo para o Governador assinar, porque agora já está disponível o dinheiro, antes não tinha saldo em conta. HNI diz que para liberar este dinheiro, tem que aprovar a revisão. ADRIANO pergunta sobre o prazo da revisão, HNI diz que três semanas, que vai ficar monitorando para (fazer o pagamento) antes disso, “porque já está o comentário lá...” Na chamada em tela, há indícios de favorecimento para a empresa de ADRIANO, que recebe informações privilegiadas de integrantes do governo.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4907709 6892293956 6899061115 22/11/2012 08:38:19 00:01:11 RECEBIDA � �

@@ ADRIANO X DÊMIO #

TRANSCRIÇÃO: ADRIANO: fala! DÊMIO: bom dia! ADRIANO: bom dia! DÊMIO: é che cheguei de Brasília ontem e já trouxe termo aditivo tá!? Daqueles 4 milhões. Tá faltando agora só depende das revisões. O dinheiro já tem! ADRIANO: revisões? DÊMIO: aquelas lá do lote 1 e lote 2 lá. ADRIANO: sei, mas eu (inaudível). O laudo então já foi aceito? DÊMIO: já. O aditivo tô com ele aqui já pro governador assinar. Já tá disponível o dinheiro pra pra pra... já tem em conta porque antes não tinha saldo em conta. Pra poder liberar esse dinheiro tem que aprovar revisão agora. ADRIANO: essa revisão tem previsão de quanto tempo demora pra... aprovar? DÊMIO: olha se eu te pudesse dizer como tá hoje o andamento... 3 semanas. Mas se tu pudesse de rependente... se tu tiver uma reunião ou então só pra tu ficar sabendo o dinheiro já tá na conta, tá! ADRIANO: tá, não eu tô, eu tô muito contente com isso, então! Foi uma boa notícia.

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DÊMIO: isso, agora é o seguinte... aquele negócio. Eu vou ficar monitorando aqui. Pra antes disso porque já tá um comentário aqui. Julio Cesar. ADRIANO: tudo bem, tudo bem, tudo bem... deixa comigo. DÊMIO: tá bom, valeu. Falou. ADRIANO: falou.

POSSÍVEIS IRREGULARIDADES NA CONTABILIDADE DO

GOVERNO A chamada de índice 5335369 demonstra que GILDO solicitou a

Mancio (então Secretário de Fazenda) o pagamento de contas no valor de R$930.000,00, sendo que o valor de R$530.000,00 seria de SALOMÃO e de JOÃO ALBUQUERQUE. O Secretário de Fazenda informa que não havia previsão para liquidar a referida despesa. GILDO então se defende alegando que seria ordem do Governador. Tudo indica que este fato encontra proibição no artigo 167, II da Constituição Federal, e no artigo 15 da Lei de Responsabilidade Fiscal, sendo que tal pagamento acaso realizado será considerado irregular e lesivo ao patrimônio público.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5335369 6899314055 6881117704 18/02/2013 16:19:50 00:02:12 RECEBIDA �

@@@ GILDO X MANCIO

(PAGAMENTOS) #

TRANSCRIÇÃO: GILDO: alô. MANCIO: oi Gildo. GILDO: (inaudível). MANCIO: Gildo!? GILDO: oi tô te ouvindo. MANCIO: tá, deixa eu te dizer. Éé tirando as faturas do mês do negócio. GILDO: hum? MANCIO: tu dissesse pra 130. GILDO: tirando as faturas tudo é carimbado. É 530 mais 400... é tudo é só pra pagar. A única coisa minha mesmo é (sic) as faturas. MANCIO: e aí o primeiro 400 aqui, são dois 400 é? GILDO: não, é um só. É 400 e 530. MANCIO: não, mas esses 530 é o quê? GILDO: 530 é o João Albuquerque mais o Salomão. MANCIO: que é 130 mais 400, né? GILDO: 130 mais 400, é. MANCIO: e mais 400 que é de quê, esse outro aqui? GILDO: e mais 400 são são as as pequenas empresas que ainda é do BNDS 4 e os três meses da conta de terceirização da empresa de esgoto. MANCIO: puta que pariu (sic) 930 Gildo que ainda não tá naquela tua conta! Esse negócio que é o que me lasca, entendeu!? Porque vem o negócio por fora! GILDO: hurum! MANCIO: que eu não tenho previsão em canto nenhum pra isso! GILDO: sei. MANCIO: tem que botar essas coisas na conta do Governador! (inaudível). GILDO: mas, não pois é! Mas esses, esses 530 tá dentro, tá dentro do do pedido que eu já tinha te feito com relação a. MANCIO: mas não tá na conta dos onze. GILDO: não, dos onze não, dos onze não! MANCIO: mas tem que tá, porque (inaudível) tá na regra de contrato é tanto. GILDO: é, dos onze não.

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MANCIO: porque... porque senão meu amigo, não aparece ali e depois aparece na conta. GILDO: dos onze é só a folha. MANCIO: sim e aí? O que que eu faço aqui? GILDO: é aí eu não sei. MANCIO : fora a tua conta!? GILDO: é, aí eu não sei, aí é autorização. Aí ele me chama lá e fala "Governador". Bom. Tá bom. MANCIO: ai ai ai, não sei o que eu faço aqui não! Mas tá bom, deixa eu pensar aqui. GILDO: falou.

Na chamada de índice 5348565, GILDO recebe de TINEL a informação de que o Estado do Acre está com um “furo” de R$120.000.000,00 (cento e vinte milhões de reais), e que devido a esta situação não poderá realizar o pagamento no valor de R$1.000.000,00 (um milhão de reais) à empresa de João Albuquerque. TINEL ainda explica que se não tiver cuidado, o Governador Tião está “ferrado”.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5348565 6899847118 6899510601 21/02/2013 10:46:45 00:04:21 RECEBIDA � �

@@ TINEL X MNI X GILDO #

TRANSCRIÇÃO: TINEL: alô MNI: seu Tinel?! TINEL: sim. MNI: oi, bom dia. Passar pro Gildo, tá! Só um minutinho por favor. GILDO: tudo bom? TINEL: fala meu garoto! GILDO: Tinel, é... quando fica restos a pagar, que a gente empenha. TINEL: hum? GILDO: é... e vocês capam, capam (sic) dinheiro, vocês num tem que devolver o dinheiro pra gente pagar... as contas? TINEL: muita calma nessa hora. Isso quando tem dinheiro, quando não tem. GILDO: porque eu tô com 204 mais 53 aqui pra pagar ô. TINEL: quando tiver dinheiro a gente vai resolvendo isso. GILDO: tu acha que até o final do mês na... na. TINEL: não. GILDO: lá pro dia trinta eu tenho isso? TINEL: eu acho que não. Acho que num dá não. Eu acho que ainda não. GILDO: é?! E o... e o... e aquele... e aquele restante que o governador autorizou da conversa eu... minha com o Mâncio e o Felizmar e ele? TINEL: ainda tão... ainda tá vendo aí, né (inaudível). GILDO: que ainda... ainda falta 700 e ainda falta. TINEL: é ele tá vendo que isso é... é é tudo extra, se já não tem pra fazer o normal, tu imagina pro extra. Esse é que é o problema! O Mâncio tá vendo como vai fazer, porque num... nós não tamo (sic) conseguindo chegar o valor pro extr... pro... pro... pro normal, tu tá entendendo? GILDO: hum. TINEL: nós tamo (sic) tentando achar pra financiar o normal, como é que nós vamos financiar o extra? GILDO: manda pelo menos metade, num tem nem metade né!? TINEL: não, rapaz. O problema é que tem que saber como vai chegar no valor... não adianta, eu resolvo um problema, aí lá na frente tu num vai ter dinheiro de novo pra pagar a conta do... do... do mês, cara, como nós fizemos ano passado. Esse é que é o problema, não adianta a gente fazer de novo, do mesmo jeito. (inaudível) aqui. GILDO: hum... TINEL: esse é que é o problema. Se tivesse dinheiro, tava pagando tudo, mas não tem.

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GILDO: entendi, entendi. O... o... pois é, então tá. Porque eu tenho... eu tenho ainda... eu tenho ainda aqueles 400 do reajuste do João Albuquerque, já tá autorizado inclusive. TINEL: pois é, aqui também não tem dinhei... num... num tá... num tá em lugar nenhum, tu tá entendendo? Quem já tem 120 conto (sic) de foro (sic)... 120 milhões. GILDO: não, mas esse negócio do Mâncio dizer... e aí eu num tô dizendo pra você não, eu tô dizendo pro... pro Mâncio, na verdade. Dizer que num tá em lugar nenhum, assim... eu... eu num concordo muito porque esse um milhão do João, esse a gente sabia desde o ano passado... nós mandamos documento, ofício, reiteramos, e agora o que nós estamos fazendo? Do 1 milhão do João, nós estamos dividindo. TINEL: mas nós não tínhamos dinheiro ano passado! Não temos esse ano! GILDO: não... eu não. TINEL: o ano passado nos tivemos um furo. Esse ano nós temos um furo de cem. GILDO: até pra pular do barnacle (sic) sem paraquedas. Agora, eu quero te dizer que a gente sabe que existia, aí o Mâncio chega "Governador, eu nem sabia". Sabia, sabia! (inaudível) é que não tem dinheiro, tudo bem. Eu aí... vamo... vamo dividir de dez vezes se for o caso. Tá bom? TINEL: tudo bem, mas... é... é... isso eu tenho. O que eu tô querendo te dizer, Gildo, é que nós temos hoje, o Estado, o Estado, o Estado com as contas que ele tá programando, falta 100 milhões. GILDO: não. TINEL: tá se buscando 100 milhões. GILDO: claro, claro. TINEL: tá buscando 100 milhões. E nesses, 100 milhões, que nós não sabemos de onde vai vir, não está incluído ainda esse, esse, esses, esses recursos. GILDO: tô entendendo. TINEL: tu tá entendendo? Ele vai ser adicionado a isso. GILDO: claro. TINEL: então tá difícil fechar os 100, continua sendo dif... Mais difícil fechar 101, 102. GILDO: tô entendendo. TINEL: é nessa lógica, que tem que ter porque senão a gente tem que tá sabendo que tá tirando, ó. Eu tenho um furo, nós "tamo". E aí a gente tá vendo o que vai fazer, porque senão vai... vai chegar no fim do ano de novo, do ano passado, a mesma coisa. GILDO: com... com o buraco maior. TINEL: com o buraco maior. E nós temos que pensar que se nós não tivermos cuidado, o Tião tá ferrado (sic) moço. E nós temos que cuidar dele fechar o governo dele. GILDO: é... eu concordo com você, eu concordo. TINEL: se ele não fechar esse governo dele, nós tamo ferrado. GILDO: eu concordo com você. Então tá bom, Tinel. TINEL: e a gente vai... sabe que tem os problemas e vamos tentar chegar no máximo de solução. Não é isso? GILDO: tá certo. TINEL: não adianta dizer: "ó, eu tenho a solução", sem ter. É... infelizmente é... a gente tá aqui tentando construir direito. GILDO: beleza. TINEL: falou, meu garoto. GILDO: valeu, um abraço. TINEL: um abraço, tchau.

A chamada de índice 5344017 mostra Lomário em diálogo com TINEL. Lomário diz que irá fazer um crédito no valor de R$30.000.000,00 (trinta milhões), cujo recurso seria originário do Banco do Brasil, supostamente destinado ao financiamento de projetos referentes à produção de peixe. Lomário informa que este crédito será transferido para a ANAC (Agência de Negócios do Acre). Lomário cita que foi o Governador quem mandou abrir um crédito suplementar de R$30.000.000,00 (trinta milhões), sendo que tal procedimento não envolveria a Secretaria de Planejamento, e que poderia

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importar na não aprovação das contas. Lomário esclarece que do valor total, 19 milhões vieram do Banco do Brasil, aproximadamente 7 milhões seriam oriundos do BNDES e outros 5 milhões que o Governador havia autorizado. Há suspeita de remanejamento de recursos oriundos do Ministério da Pesca, os quais seriam utilizados em despesas diversas da prevista originariamente. Lomário faz referência a um decreto que o Secretário de Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães havia mandado um decreto para o Governador abrindo crédito suplementar. Há indícios de desvio de finalidade na aplicação de recursos públicos.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5344017 6899847118 6899841205 20/02/2013 11:58:35 00:04:26 RECEBIDA �

@@@ TINEL X LOMARIO #

TRANSCRIÇÃO: Aos 0'22" LOMÁRIO:"Eu vou fazer um crédito que é aquele dinheiro do Banco do Brasil, lá do negócio do peixe." TINEL: "O quê?" LOMÁRIO: " Aquele negócio do peixe, lá? TINEL: " Os 4.700?" LOMÁRIO: " Não, aquele dos 4.700, eu fiz um remanejamento, né? Aí eu vou fazer um crédito agora pra lá." TINEL: " Um crédito de quê?" LOMÁRIO:"...pra Anac, 30 milhões! Aí, deixa eu te dizer..." TINEL:" Peraí, peraí(sic)...30 milhões? Que 30 milhões são esse, Lonário?" LOMÁRIO: " É um crédito de 30 milhões, disse que era hoje 19 e pouco, aí tinha mais...19 e pouco, porque era do Banco do Brasil, né? TINEL: "Não precisa ser agora, Lomário. Vamos fazer por partes, vamos fazer por partes..." LOMÁRIO: "Não, não. Amigo, amigo! Deixa eu lhe contar a história." TINEL: " Diga." LOMÁRIO: " Eu não vou e eu não posso tomar providência, de uma coisa que eu não tenho atribuição. Tu sabe o que tá acontecendo?" TINEL: " Não." LOMÁRIO: " O seu Edvaldo, mandou lá pro Governador, um decreto abrindo crédito suplementar." TINEL: " De quanto?" LOMÁRIO: " Aí.. espera!" TINEL: " Suplementar de quê?" LOMÁRIO: " Um crédito suplementar de fonte 500, de 30 milhões. Aí, eu vi isso! Nazaré liga pra cá, perguntando se já podia mandar pra publicar. Aí eu questinonei, né? Questinei... TINEL: " Rapaz, olha... o que o Governador assinou, eu não questiono mais. Esquece, eu já não falo mais nada." LOMÁRIO: " Não aí...sim, deixa eu te dizer. Levantei, questionei, fiquei emperrado até ontem à noite. Ontem à noite me ligaram. Agora, ou seja, ele tá tomando atribuição da fazenda(Secretaria da Fazenda) e da seplan(Secretaria de Planejamento). Eu questionei aqui.. TINEL: " Não, cabe o Márcio... aí ao Márcio ir ao Governador e dizer: - Governador, o senhor vai perder o controle do jeito que tá sendo feito...o orçamento da seplan. Se for feito, sem passar na seplan... o seu gabinete tá deixando passar. Diz assim: - Márcio, tá passando sim. Porque o governador tá assinando sem passar na seplan. Daqui a pouco a prestação do Governador, vai tá uma merda(sic) desaprovada por conta de coisas feitas, indevidamente."

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LOMÁRIO: "Isso..." TINEL: "Então, pronto..." LOMÁRIO: "E coisa errada, negócio errado, monte de coisa mal feita..." TINEL: "Ou o Márcio leva lá pro Governador ou ele vai ficar calado. Porque eu não vou desfazer o que o Governador fez. Mas, aí o Márcio tem que ir lá." LOMÁRIO: "Pois é..." TINEL: "Agora se ninguém quer peitar o Edvaldo, aí paciência. Aí, eu..." LOMÁRIO: "O problema é que ele quer que eu faça isso. Quer que eu vá brigar lá." TINEL: ' Quem?" LOMÁRIO: " O..." TINEL: "Não, mande ele... secretário tem que ser secretário meu amigo." LOMÁRIO: "Exatamente." TINEL: " Ou briga com Fábio, diz assim: - Se for com Fábio, eu vou brigar." LOMÁRIO: " É, pois é, mas aí..." TINEL: " Se for com Fábio ou com outro lá, eu vou brigar. Agora com secretário não. Secretário é secretário." LOMÁRIO: "Aí eu não posso, exatamente. Essa é minha posição. Aí eu vou fazer aqui o decreto vou passar pra lá. Porque eu..." TINEL: "Leva pra ele assinar, diz : - Aqui doutor, tá qui(sic), se o senhor assinar eu implanto. Se o senhor não assinar, eu não implanto."

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE Ressaltamos que apesar de constar áudios em que o Governador

do Estado do Acre manteve contato com alvos da presente operação, ou em que foi citado por aqueles, este não foi objeto de qualquer medida investigativa. Tais áudios serão discriminados em relatório, eserão encaminhados ao STJ para adoção de providências que entender pertinentes.

PROJETOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO Nas chamadas abaixo o assunto é sobre os projetos de

esgotamento sanitário em municípios isolados: Santa Rosa do Purús, Porto Walter, Jordão e Marechal Thaumaturgo. Esses projetos estão sendo elaborados pelo alvo Assur e por Ricardo. E há a participação, a pedido de Wolvenar, de uma pessoa conhecida por Donizete, que participaria por causa de sua experiência.

Na chamada seguinte Ricardo, da empresa VETOR, diz a Assur

que estava com dois projetos de esgoto: Jordão e Marechal Thaumaturgo, mas não sabia ainda quem iria contratar. Diz que iria fazer mesmo assim, e que depois iria ver quem pagaria o projeto de esgoto. Assur ainda solicita de Ricardo que lhe enviasse o projeto de esgoto de Porto Walter.

A elaboração dos projetos de esgotamento sanitário nos

Municípios de Santa Rosa do Purús/AC e Porto Walter foram licitados através das Concorrências nº123/2012, 126/2012, respectivamente. A Concorrência nº126/2012 foi vencida pela empresa Vectra, do alvo ASSUR, mas de forma

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surpreendente este alvo solicita de Ricardo que este lhe entregasse o levantamento topográfico do Município de Porto Walter/AC, que seria de sua responsabilidade elaborar, eis que venceu licitação para este fim.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4996561 6899564525 6899853300 07/12/2012 19:14:31 00:02:41 �

@@@ ASSUR X RICARDO (ISOLADOS)

#

4996587 6899564525 6899853300 07/12/2012 19:17:44 00:03:09 �

@@@ ASSUR X RICARDO (ISOLADOS)

#

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4996561 RICARDO: alô. ASSUR: Ricardo. RICARDO: alô! Fala Assur. ASSUR: pode falar aí? RICARDO: posso. ASSUR: rapaz a gente vai precisar da tua da tua ajuda acho que amanhã de manhã cedo já hein. RICARDO: hum. ASSUR: da topografia daquelas áreas lá... dos (inaudível - entendo municípios) lá. RICARDO: tá... aqui eu tenho... eu tô indo na Vetor agora... eu mando no teu email. ASSUR: então tá. Pode ser? RICARDO: pode, pode. ASSUR: tá na Vetor já, então beleza. RICARDO: tô... tô saindo agora... agora saindo do DEPASA... eu tô indo lá. ASSUR: tá bom. RICARDO: então tá, eu mando pra você o que eu tenho que é Porto Walter... é Porto Walter tá!? ASSUR: isso. RICARDO: então tá, falou. ASSUR: e o Santa Rosa né!? RICARDO: não, eu não tenho Santa Rosa. ASSUR: ah, tem não!? Quem tem Santa Rosa é o Donizete é? RICARDO: não... eu falei pro Petrônio acho que ninguém tem Santa Rosa. ASSUR: ah é! RICARDO: é! Porque era assim ô... a gente ia... a Vetor tinha ficado ao início de fazer Santa... ééé... Jordão, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter... e a Visa de Santa Rosa... aí a gente foi e fez a topografia de tudo... dos três nossos. ASSUR: certo. RICARDO: o Donizete não fez a dele... e ele fez certo né... porque agora tô (inaudível) uma topografia que... não sei se um dia vou receber algum retorno disso, financeiro... por isso que eu tenho Porto Walter porque eu peguei, me precipitei lá trás e fiz, entendeu!? ASSUR: certo. RICARDO: mas aí eu te passo ela sem problema algum. ASSUR: então tá bom. Mas aí deixa eu te perguntar um negócio... o o... deixa eu entender uma coisa só aqui... o projeto de saneamento ele é da da Visa que vai fazer né!? RICARDO: não é não... por enquanto tem que ver como eles vão acertar isso ainda! ASSUR: (inaudível) aqueles projetos lá do DEPASA que eles estão fazendo né!? RICARDO: não... eee então, esses projetos estão em aberto... porque o Gildo não tá contratando e a SEOP tá dizendo que que é o DEPASA que vai pagar... então ele tá em aberto ainda. ASSUR: eu sei... então mas aí vai ser o DEPASA vamos dizer assim. RICARDO: oi!? ASSUR: isso que eu não estou entendendo direito... então vocês não acertaram com o DEPASA ainda não isso aí então!? RICARDO: não... quem vai pagar esse projeto de esgoto tá em aberto.

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ASSUR: certo... entendi... mas aí vamos dizer assim... o Donizete que vai fazer o esgoto de lá ou a gente que vai ter que fazer!? RICARDO: bom aí eu não sei... acho que vocês porra... o Wolvenar falou na reunião lá aquela hora pô que o Donizete não tava envolvido nisso mas foi chamado por causa da experiência cara, você não viu isso não!? ASSUR: certo. Vi. Não tem problema (inaudível). RICARDO: ali eu entendi que já automaticamente. ASSUR: só para entender aqui como é que. RICARDO: por isso que eu tô falando... automaticamente eu entendi que o esgoto seria com vocês. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4996587 (continuação da chamada índice 4996561 - 07/12/2012). ASSUR: opa, caiu a ligação aí. RICARDO: não, caiu a ligação. Então eu entendi isso ali, sabe!? ASSUR: certo, mas hoje o Santa Rosa tava na mão mão do Pet hoje... o levantamento topográfico lá. Tinha um levantamento lá hoje. RICARDO: hum!? ASSUR: tinha uma planta de Santa Rosa na mão do Donizete hoje dobrada hoje. RICARDO: não, mas aquilo não é levantamento topográfico não. É negócio da SEOP lá, da FUNASA antigo. ASSUR: é antigo da FUNASA né!? RICARDO: mas aí o Assur, eu acho melhor você procurar a esclarecer entendeu!? ASSUR: é com Vinicius para ver direitinho. RICARDO: é, porque... eu sei o seguinte... meu caso... eu fiquei com os dois projetos de esgoto... que tá junto com os dois... com os dois contratos da SEOP que resolvia o problema da comunidade isolada... só que os projetos de esgoto ainda não sabe quem vai contratar. ASSUR: certo! RICARDO: mas eu vou fazer, entendeu!? Normal... depois eu vou quem paga isso! ASSUR: não, então por exemplo de Porto. De Porto Walter né!? A gente vai fazer o projeto de esgoto também? RICARDO: então... eu sei que eu não sou! ASSUR: o que eu entendi que na época lá o (inaudível)... o projeto de esgoto é do Ricardo né... ele tinha falado... mas aí gente vai ver o que tem para fazer, não tem jeito! RICARDO: não. ASSUR: até mesmo porque... até mesmo porque eu acho... eu acho que eu tenho a preferência disso aí também. RICARDO: então, pois é... eu não sei... viu ô. ASSUR: eu tenho a impressão que o termo de referência tá mais amplo do que ele deveria estar hehehe... e com esses caras aí, fudeu né!? hehehe RICARDO: como que é? ASSUR: eu tenho impressão que esse termo de referência desse projeto tá mais amplo do que ele deveria tar e como esses caras em cima fudeu tudo! RICARDO: mas lá... lá não fala... fala de projeto de esgoto? ASSUR: pois é, eu não lembro... vou dar uma olhadinha agora já já daqui a pouco... vou abrir. RICARDO: eu, eu acho que não... a princípio o projeto de esgoto já tá pronto. ASSUR: certo... não lembro. RICARDO: mas aí eu sei o seguinte... eu tenho que fazer é... Marechal Thaumaturgo e Sant... e Jordão e não sei nem quem vai pagar o projeto de esgoto... isso eu resolvo você entendeu. ASSUR: e Porto Walter? RICARDO: isso... essa informação não tem que é minha responsabilidade não. ASSUR: certo, então pronto em tese não é contigo Porto Walter né!? RICARDO: em tese não é comigo. ASSUR: beleza! Então tá bom, vou tentar ver. RICARDO: tá bom.

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ASSUR: e Santa Rosa é hum... a topografia que existe é tu fez é pensando em ti, vamos dizer não é isso? RICARDO: oi!? ASSUR: a topografia que tu tem... é que tu fez pensando já na tua ação de trabalho né!? RICARDO: é por isso que eu tinha o de Porto Walter. ASSUR: as que não tem... as que não tem... entendi! As que não tem era que o Donizete e disse que não tem e ele não fez. RICARDO: que é Santa Rosa. Por isso que eu peguei Porto Walter porque a princípio eu ia fazer o esgoto de Porto Walter. ASSUR: certo. RICARDO: aí eu não sei como é que ficou com essa mudança. Eu sei que pegou Porto Walter e ééé Santa Rosa pra fazer esse projeto da SEOP. Eu entendi que ia fazer esgoto, entendeu!? ASSUR: certo. RICARDO: mas vê aí. ASSUR: tá bom, mas eu vejo. Beleza, já esclareceu aqui alguma coisa. RICARDO: então tá bom. ASSUR: então você vai mandar só o Porto Walter que é o que tu tem. RICARDO: isso... que é a que eu tenho. ASSUR: tá legal, falou! RICARDO: então tá, falou. Tchau.

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Nas chamadas abaixo Assur comenta com Petrônio a conversa

que teve com Ricardo a respeito dos projetos de esgotamento sanitário das cidades de Porto Walter e de Santa Rosa seria da empresa Visa.

Em seguida, Petrônio fala com Assur, mas no momento em que

dialogava com Assur, recebia chamada do alvo Salomão.

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Esses áudios comprovam que não há a observância do sigilo de

estratégias a serem adotadas entre as empresas, características essencial de um mercado competitivo, cuja ausência desta característica reforça a constatação que de fato há não competição entre as empresas.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4996608 6899564525 6899715834 07/12/2012 19:22:45 00:04:41 � �

@@@ ASSUR X PETRONIO

(ISOLADOS) #

4996802 6899564525 6899853300 07/12/2012 20:02:35 00:02:38 �

@@@ ASSUR X RICARDO (ISOLADOS)

#

5004645 6899564525 6899715834 09/12/2012 18:31:42 00:10:07 � �

@@@ ASSUR X PETRONIO

(ISOLADOS) #

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4996608 ASSUR: alô! Pet!? PETRONIO: fala. ASSUR: sim... eu falei... falei com o Ricardo agora pouco. PETRONIO: hum? ASSUR: é o seguinte... eu vou dar uma olhadinha no termo de referência primeiro... que o projeto de esgoto acho que não está no nosso termo de referência. PETRONIO: hurum. ASSUR: aí tem um problema que ele alega que... o projeto de Porto Walter e de Santa Rosa não é dele... não é dele... disse que é da Visa. PETRONIO: tá. ASSUR: aí vou checar se no termo de referência não tem mesmo o o esgoto... tô chegando em casa aqui e vou ver se abro aqui para dar uma olhada. PETRONIO: tá... mas Assur vou te falar um negócio... então. ASSUR: não... tô... só vou fazer uma colocação... se for pra gente fazer o esgoto a gente faz e não tem dono... o que quero dizer é que no final das contas eu acho que não tem dono o de esgoto... e é um trabalho a mais. PETRONIO: então aí tem que ver... porque assim... o Donizete foi e já levou o de Santa Rosa lá... aquilo lá tal e tal e tal... então assim... eu!? Eu tô fudido porque me pediram um negócio pra semana que vem... eu com cheio de coisa pra fazer... entendeu!? Só eu aqui né... éé e num e aí eu vou ter que começar a trabalhar nisso pô... vou ter que fazer projeção habitacional, vou ter que fazer vazão, qual que é a vazão estimada... qual que é... tem um monte de coisa... quantitativo de tubo, estimativa de tubo... isso... hihi isso demanda um puto de um tempo, entendeu!? É um pré-projeto. ASSUR: peraí, vamos ver aqui. Que que é preciso fazer... eles pediram uma demanda para fazer pra semana que vem, é isso? PETRONIO: segunda-feira. ASSUR: pra segunda-feira? PETRONIO: segunda ou quarta. É... então assim... assim não foi só uma reunião... já começou a. ASSUR: quantitativo... quantitativo de tudo? PETRONIO: já! Com a previsão de quantitativo de tudo... entendeu? Então... essas coisas. ASSUR: tudo de esgoto... mas isso de esgoto... de água e esgoto!? PETRONIO: isso, isso... então essas coisas pô... vou ter que começar a lançar. Aí o Ricardo já tem topografia e eu não tenho. ASSUR: ele vai mandar... ele vai mandar pra gente a topografia... vai mandar daqui a pouco... tá mandando agora. PETRONIO: tá, eu sei Assur! Concordo contigo. Tá mandando, beleza... resolvemos um problema, só que ele não tem de Santa Rosa e aí? ASSUR: (inaudível)... na mão do Donizete.

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PETRONIO: é... entendeu? Então assim... eu vou te falar um negócio... do jeito que tá indo... pelo que eu percebi... é urgente... eles começaram agora e vai ser igual ao hospital. Ou a gente monta certinho uma estratégia... né... pra resolver isso... porque o Ricardo está com as coisas adiantada... vai falar que a gente é incompetente. É isso que eu tô te adiantando. Se você quiser não ter dor de cabeça nisso, vamos sentar né... vamos ver esse termo de referência, ver o escopo do projeto... começar a trabalhar nisso. Outra coisa... acabei de conversar com o Mateus... o Mateus falou que não tem condição de vir me ajudar, entendeu!? E não sabe quando vai vir né!? Falou que talvez esse ano ele não consiga terminar as obras dele lá que ele tá enrolado. Então assim... eu tô com... eu tô com a fábri... duas fábricas pra fazer, mais o polo florestal, mais dois projetos lá... o projeto de esgoto lá da Reserva do Bosque pra terminar de água e tô... e vai vir essas duas demandas... humhumhum, entendeu!? Ééé... vai ficar complicado só pra mim aqui meu jovem... nós temos que sentar pra gente resolver esses problemas, entendeu? Um desenhista eu já achei... beleza! Já tem experiência em saneamento... já vai me ajudar bastante... trabalhou lá no SAERB... tem tudo os detalhamentos. Já vou contratar... pedi... eu tô fazendo um teste com ele aqui e pedi para ele vir amanhã pra gente conversar... entendeu!? Ééé. ASSUR: você tá na Vectra agora? PETRONIO: tô. ASSUR: eu vou praí agora. PETRONIO: entendeu!? Vem aí. Você vai vir agora? ASSUR: é! PETRONIO: tá... o Salomão tá me ligando também... humhum. ASSUR: vai sair agora? PETRONIO: não, te espero. Já... eu ligo pra ele e falo que tô te esperando. Você não vai me deixar aqui te esperando de novo não? ASSUR: não pô. Tô saindo agora! PETRONIO: em quantos minutos você chega? Então tá. ASSUR: o tempo aqui do Bosque até chegar aí. PETRONIO: falou... tchau.

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4996802 RICARDO: alô. ASSUR: Ricardo? RICARDO: oi. ASSUR: tudo bom aí? A topografia que tem. RICARDO: oi. ASSUR: deixa eu te perturbar um pouquinho aí. RICARDO: hã!? ASSUR: a topografia que tem lá ela é cadastral ou é aquela só que tava na tua mão... só ruas que tu fez? RICARDO: como que é? ASSUR: a topografia que tu tem ela é cadastral ou é só as ruas que tu fez? Aquela... aquela que tava na tua mão. RICARDO: deixa eu ver aqui. ASSUR: entendeu ou não? Porque tu tava... tu tava com uma carta na mão hoje né!? RICARDO: tava com o que? ASSUR: tava com uma planta na mão hoje. Lá tinha as ruas e curvas de nível né!? RICARDO: (inaudível)... éé... o que eu tenho aqui agora que (inaudível) é só as ruas... eu não sei se a gente tem o cadastro também das casas, sabe!? ASSUR: certo. RICARDO: eu tenho... eu tenho que ver com o... amanhã vou pegar a topografia nossas aqui. ASSUR: beleza, beleza. RICARDO: mas o que a gente apresenta é sem as casas, né!? ASSUR: sei. RICARDO: mas tem aqui. Rapaz tem (inaudível) lançado aqui já... tem até orçamento aqui. ASSUR: hã!?

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RICARDO: rapaz... tem até orçamento do projeto aqui... realmente vou ver esse negócio aqui... vai ter que pagar por esse projeto de esgoto! ASSUR: vai o que? Hehe. RICARDO: ô tá aqui... 9 milhões e 600 o valor total. ASSUR: você tem o projeto já é!? De esgoto!? RICARDO: tenho... orçamento aqui... tem cara... só assim... é um projeto que a gente tem... reestudado... todos os nossos projetos de esgoto a gente (inaudível)... eu tenho o projeto completo aqui... ô (inaudível) das bombas e não sei o que... ééé... ééé... tenho 14 bombas lá. ASSUR: então tá pronto já... vai ser bom né!? RICARDO: hã!? ASSUR: então tá pronto... vai ser bom demais... hehehe. RICARDO: oi!? ASSUR: já tá pronto aí... então isso é bom demais... hehehe. RICARDO: é... precisa ver que depois... (inaudível) como é que vou acertar isso. ASSUR: hehehe. RICARDO: se quiser vir aqui... eu te mando aqui as coisas. ASSUR: rapaz o que você tiver e puder mandar é bem vindo demais ô... tem que olhar aqui. RICARDO: amanhã dá um jeito de vir aqui. ASSUR: hã!? então vou amanhã de manhã contigo aí que é melhor. RICARDO: tá... então tá bom... beleza! ASSUR: falou. RICARDO: tá bom, tchau. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5004645 PETRONIO: alô. ASSUR: ô Petrônio. PETRONIO: opa. ASSUR: tá no escritório? PETRONIO: tô, tô saindo já. Terminando aqui. ASSUR: então, vou mandar pro teu email o material aí. PETRONIO: é meu jovem, mas agora os meninos já foram tudo embora, nós viemos para cá 2 duas pô! ASSUR: deixa eu te falar um negócio... o o esgoto de de Porto Walter não é pra fazer não né! PETRONIO: hurum... tá! ASSUR: só vai ter que fazer o de Santa Rosa mesmo. PETRONIO: vai ter que fazer? Não, beleza! De Santa Rosa tranquilo... ééé só depois me manda aquelas cartas de imagem por email... tá... vê se consegue os (inaudível)... fechar aqui primeiro eee beleza. Aí amanhã eu vou pra (inaudível)... Tem reunião amanhã né! ASSUR: hein!? PETRONIO: tem reunião amanhã! Tem que apresentar lá os valores que eu tinha que ter tirado hoje lá. ASSUR: é mesmo!? O Ricardo disse... o Ricardo marcou outra data... Ricardo marcou quarta-feira para apresentar os primeiros resultados. PETRONIO: é!? ASSUR: é... contigo ele falou amanhã foi!? Falei com o Ricardo. PETRONIO: não, tá marcado para amanhã. Só que quarta-feira era outra... era outra reunião. ASSUR: é!? Bom, mas se tiver pra amanhã é melhor né!? O que ficou, o que ficou de apresentar amanhã tu? PERTRONIO: não, precisa apresentar u u a prévia dos quantitativos do, da rede de esgoto né!? Entendeu!? ASSUR: e mas só... mas no caso assim... porque tava na dúvida naquele negócio de Santa, de Porto Walter... ter esgoto ou não né!? PETRONIO: ééé... se nós conseguíssemos pegar com o Ricardo era tirar do do dele, se não eu ia ter que... eu ia (inaudível). ASSUR: mas o que que acontece. Ele tem lá o projeto já pronto né. PETRONIO: hurum.

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ASSUR: ontem a tarde eu consu... eu falei com ele ontem a tardezinha. Aí ele tá querendo dizer pra gente não fazer. Bom, eu não sei se a gente fala com o Vinícius Vinícius antes né!? PETRONIO: é Assur, não sei Assur como vai ser. ASSUR: quero saber... quero saber se vale a pena ou não fazer de esgoto. Se não a gente deixa quieto. PETRONIO: depende o que ele quiser cobrar né!? Porque ele vai querer cobrar alguma coisa. ASSUR: não não não, mas aí a cobrança dele é com outro órgão. Com o DEPASA, não é com a gente não. PETRONIO: entendeu!? Aí essa é a questão. ASSUR: segundo ele falou... segundo ele falou nesse termo de referência não tem o esgoto. Se a gente fizer o esgoto de Santa Rosa é outro projeto, tá entendendo!? PETRONIO: é! ASSUR: tá entendendo!? PETRONIO: é, é aquele negócio lá de necessidade, tem que fazer uma reunião com ele pra gente saber o que tem que fazer. ASSUR: isso, eu vou bolar esse documento logo hoje pra protocolar amanhã de manhã. Mas aí deixa eu te falar uma coisa... o esgoto de Santa Rosa é outro projeto! PETRONIO: hurum. ASSUR: não tá nesse. PETRONIO: sim. ASSUR: o negócio assim. O interessante dele porque o esgoto de Santa Rosa não está nesse pacote... não sei se tá entendendo!? PETRONIO: tô entendendo! U... a questão é assim... aquele que o Donizete tava é o de... é aquele da FUNASA. A gente tem ele aqui. O da FUNASA eu consegui fazer alguma coisa... então é isso! Agora tem que ver... tem que ver certinho ô Assur... acho que a gente não pode empurrar com a barriga não, fazer igual foi o de Brasiléia... tem que ir pra cima... já que os caras quer pro final de setembro, entendeu... a gente tem que ir pra cima logo senão nós não vai dar conta de resolver desse negócio não. ASSUR: sim, mas estou discutindo com você aqui uma coisa... o esgoto é melhor dizer que é nosso ou... porque se for dizer que é nosso... vamos dizer assim... aí ia tar dentro do pacote, a gente admite... porque tá dubil lá no termo de referência... é maior né! Então é melhor a gente chegar amanhã com isso combinado... o que que tá no escopo? Esgoto e (inaudível). PETRONIO: é, então. ASSUR: tá entendendo!? PETRONIO: não, mas é isso que eu estou te falando. Tem que perguntar pra eles é isso. ASSUR: é. PETRONIO: não. ASSUR: amanhã de manhã o que eu falei com o (inaudível - pode ser Venilson ou Vinícius) amanhã de manhã pra poder matar isso logo. PETRONIO: entendeu!? Porque se não estiver no escopo, beleza a gente não faz. A gente não tem nem o. ASSUR: mas aí Santa Rosa né... não é o Ricardo que tá fazendo e pelo que vi... ele falou que o Donizete se movimentou na área e abriu mão. Então aí o esgoto de Santa Rosa a gente teria que fazer, entendeu!? Seria... seria outro projeto. Vamos cobrar do DEPASA depois. PETRONIO: ou um aditivo de 25% ASSUR: assim... assim... assim como ele vai cobrar do DEPASA o esgoto dele de Porto Walter, tá entendendo!? PETRONIO: ou um aditivo de 25% também dá! ASSUR: tudo bem. Mas aí eu não sei se você entendeu a questão. Vai ser cobrado a parte de esgoto. PETRONIO: não, entendi. ASSUR: (inaudível) nesses termos esse raciocínio... é bom pra gente ou é ruim pra gente. PETRONIO: não, não vejo... não vejo diferença não. Nós vamos ter que fazer levantamento topográfico. A mesma coisa... né. É mais um serviço né!? ASSUR: não, tem diferença. Porque ter que fazer um projeto de esgoto do coisa dentro do pacote que tá lá, podendo ter a mais outro serviço, entendeu!?

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PETRONIO: não, o que quero te dizer é assim... ele pode até ser aditivado né, se for o caso. É é é a questão é assim... igual... Porto Walter a gente vai receber esse projeto de esgoto só dessa dentro do escopo? ASSUR: a gente vai receber todo o projeto... valor global... aí o esgoto não tá nesse serv... nesse... não tá nesse coisa. PETRONIO: aí então não é... não é interessante da gente fazer o projeto de esgoto não, entendeu!? ASSUR: mas a gente faz, mas aí. PETRONIO: (inaudível). ASSUR: entendi. A gente faz de Santa Rosa né... a gente faz o de Santa Rosa mas fora do escopo do projeto. PETRONIO: tudo bem ué... pode ser. ASSUR: isso que eu tô querendo entender contigo aí. PETRONIO: hurum. ASSUR: o esgoto de Porto Walter já tá feito já, foi o Ricardo que fez... ele vai cobrar do DEPASA... entendeu!? Não não não tem esgoto no nosso esco, no nosso termo de referência. PETRONIO: hurum. Não, beleza, ótimo. ASSUR: pro pessoal do BID eles querem ver o esgoto né. PETRONIO: é, mas eles querem ver o esgoto né. ASSUR: isso. PETRONIO: então, é. ASSUR: o item... aí o que vai acontecer. O item esgoto do nosso contr... escopo não é, não está na nossa responsabilidade, tá na responsabilidade da Vetor. PETRONIO: de Porto Walter. ASSUR: isso. PETRONIO: agora de Santa Rosa tá na da Visa. ASSUR: de Santa Rosa... de Santa Rosa tá na da Visa, mas como ninguém sabe mais, então a gente assume. PETRONIO: você conseguiu falar com o Donizete ou não? ASSUR: não, não falei com o Donizete não. Mas o Ricardo falou que o Donizete não vai mais fazer o de Santa Rosa não. PETRONIO: é!? ASSUR: é. Então o esgoto seria o de Santa Rosa só agora. O de Porto Walter já tá até pronto, ele mostrou lá o projeto. PETRONIO: hum. ASSUR: só não forcei a barra para pegar porque queria deixar o entendimento que era responsabilidade dele mesmo né. PETRONIO: hurum. ASSUR: aí fica essa vantagem. Se é responsabilidade dele. Acho já que o dele tá pronto já lá. Ele mostrou o orçamento. PETRONIO: se tiver pronto. ASSUR: mostrou o orçamento. Tá 9 milhões já todo o. Mostrou pra mim o orçamento. Tá certo que tá naquele escopo dele grandão né. PETRONIO: é... é o projeto mais... é o projeto mais complicado é o de esgoto... humhum. ASSUR: então. PETRONIO: vai dar mais problema. ASSUR: acho que vai tirar. Por mais que... poderia que ter um ganho em fazer o esgoto né... ganho técnico, sei lá de de credibilidade, mas por outro lado também tira o pepino das costas da gente. PETRONIO: é! Não, não vejo porque pegar mais o que tão fazendo. ASSUR: a gente faz o de Santa Rosa. PETRONIO: o de Santa Rosa tá pronto praticamente... da FUNASA. Tá dividido as bacias, tá calculado, é só. ASSUR: que aí ele falou até o valor que ia cobrar o esgoto de Porto Walter, duzentos e pouco. PETRONIO: entendeu!? O de Santa Rosa tá pronto já. É só, é só dar uma melhoradinha nele. ASSUR: é... não não... considerar o escopo que o cara falou lá... o cabeludinho. PETRONIO: não, então tô te falando. O de Santa Rosa praticamente tá pronto... só verificar as bacias, verificar a implantação das fotofiltro e o restante ver a... ver a parte de de... porque

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assim, o restante é espalhado... o grande lugar lá da cidade mesmo já foi, já foi viabilizado entendeu!? Talvez vá entrar mais uma bacia que foi implantada umas casinhas pra cá né. Tem que ir lá ver se essas casas já não tem fotofiltro também. Pelo jeito já foi implantado casa a casa, então nem vale a pena botar lá, entendeu!? ASSUR: sim, mas de qualquer forma essa semana tem que mandar o pessoal para lá... essa semana manda a topografia lá. PETRONIO: hurum... tem que viabilizar o recurso e mandar pra lá. Eles vão gastar uma semana lá mais ou menos. ASSUR: aí a topografia que tem do do Porto Walter já tem, entendeu!? Só mandar pro teu email aí. PETRONIO: é. Esse tempo. Então, mas eu eu eu ainda concordo em mandar pelo menos os meninos lá um dia ô Assur pra tirar referência dessa topografia, entendeu!? ASSUR: você diz o que? PETRONIO: vai ser um custo a mais. ASSUR: não, tranquilo... ir lá. PETRONIO: não, pegar o Marco... ir lá. ASSUR: beleza. PETRONIO: a gente fazer uma visita lá. Ele faz, ele tira os os pontos lá... os pontos principais, pega os marcos... os pontos da onde tem (inaudível)... essas coisas. Pra gente poder ter uma referência também, entendeu!? Não sei... confiar nesse topografia do Ricardo não sei se... é uma coisa... eu, eu não confio no Ricardo não... hehehe. ASSUR: não sei, se você achar que é isso, vamos fazer. PETRONIO: aí a gente discute isso. ASSUR: mas acho que a topografia tá tá boa, tá tranquila de assumir a topografia dele. Vou mandar pro teu email, vou mandar aí agora. PETRONIO: tá. Hurum. Manda aí. ASSUR: é... amanhã a tarde tá marcada uma reunião no DEPASA com o, com o... qual é o nome dele? O... aquele coisa da operação tudo o... Filó. PETRONIO: hurum. ASSUR: preciso ver com ele um negócio lá do... do do dos municípios né... a gente apresenta... se bem que o documento é com o Vinícius, no DEPASA. PETRONIO: é. Na verdade quem vai gerir é a SEPLAN né!? Então, tem que definir isso tudo Assur. A gente não pode ficar enrolando nisso não porque é como eu tô te falando, vai acabar fazendo igual o de... o de coisa e a gente tá fudido. Aí os caras vão pegar no nosso pé, entendeu!? Ou a gente desenrola rapaz ou... e também atender telefone né meu jovem. Tava dormindo? ASSUR: é, dei uma dormida agora tarde. PETRONIO: entendeu, dar retorno!? Você ficou de pegar um negócio lá pra mim e esqueceu de mim né, sabendo que eu vinha pra cá hoje. Só não vim mais cedo por causa da questão da da... é... por causa da luz né. ASSUR: é, tava sem luz o dia todo. PETRONIO: de manhã não ia ter luz. ASSUR: então, deixa eu te mandar logo agora aí o negócio tá. PETRONIO: manda aí. ASSUR: já olha. PETRONIO: falou.

A REITERADA ASSOCIAÇÃO ENTRE EMPRESAS DO CARTEL Na chamada abaixo ASSUR conversa com Venilson acerca da

possibilidade de participar de uma licitação, a que o mesmo responde afirmativamente, e que era para ver com o ADRIANO. ASSUR menciona que ADRIANO não queria falar com ele sobre este assunto pelo telefone. É um forte indício de que haverá conluio entre as empresas de ASSUR e ADRIANO no processo licitatório.

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ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4987366 6899995592 6892050602 06/12/2012 09:08:01 00:01:19 �

@@@ ASSUR X NILSON (LICITAÇÃO)

#

TRANSCRIÇÃO: ASSUR: alô. NILSON: oi Assur é o Nilson. ASSUR: Nilson... ô rapaz. NILSON: ééé. ASSUR: (inaudível) licitações Nilson? NILSON: tu falou com o Adriano? ASSUR: hã!? Falei ainda não... mas... não consegui falar contigo ontem né. NILSON: é, eu vi a tua ligação. Aí... tava. ASSUR: tu baixou o edital ou não? NILSON: tentei retornar e tava desligado. ASSUR: tu baixou o edital? NILSON: baixei. ASSUR: dá pra participar não!? NILSON: é... dá sim... agora é só ver lá com o Adriano lá. ASSUR: tá ok, tu... tu não quer dar uma ligadinha pra ele não e dizer que falei... porque ele não vai querer que eu fale com ele no telefone não. NILSON: ééé... já falei ontem com ele ontem a tardezinha que ele tava lá pelo escritório e comentei com ele já... já tá ciente, mas ele não falou nada ainda não... digo então tá. ASSUR: então tá beleza, falou. NILSON: aí eu. ASSUR: mas aí bicho... bicho bicho vai dá tempo de fazer o orçamento? NILSON: rapaz eu... dá... dá pra fazer sim... pegando aqui direto dá! ASSUR: vê logo... vê logo aí qual é o seu valor, tudo aí já... já tá!? NILSON: tá... aí preciso que tu assine a declaração pra licitação da MAV, como é que eu faço? ASSUR: agora eu tô em casa, agora ô. NILSON: tá... dá... daqui um pouco eu vou taí pelo Bosque. ASSUR: mas é pra quando essa licitação? NILSON: é... tem tempo… tá tranquilo. ASSUR: deixa... deixa lá na Vectra então pro Evaldo que eu tô... vou pra lá agora... hoje eu vou pra lá. NILSON: então tá. ASSUR: melhor, falou. NILSON: tchau.

Na chamada 4982070 Sérgio Murata (empresa ETENGE)

conversa com Salomão, e diz que o alvo Afonso não pagou o CREA anual dele, dando a entender que este fato impediria que a empresa de Murata recebesse os pagamentos a que se refere às medições das obras já realizadas. Há a associação entre os empresários, eis que o alvo Afonso, da empresa AGE, estaria supostamente trabalhando como responsável técnico da empresa de Murata.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4982070 6881117029 6899856667 05/12/2012 10:58:56 00:01:47 EFETUADA �

@@ SALOMAO X SÉRGIO MURATA

- POSSÍVEL DIVISÃO DE LUCROS #

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TRANSCRIÇÃO: SÉRGIOMURATA: Oi, SALOMÃO. SALOMÃO: Oi, SÉRGIO, você ligou pra mim? SÉRGIO MURATA: Foi, foi. Hein, SALOMÃO! SALOMÃO: Hã. SÉRGIO MURATA: É...rapaz a gente tinha que ver como é que vai fazer que eu já tô(sic) pra faturar, tem nove medições aqui do Banco Mundial, né? SALOMÃO: Pois é, eu não sei como é que cê(sic) tá aguentando falei pra você... SÉRGIO MURATA: Rapaz, eu tô(sic) pra desistir. O AFONSO (CARLOS AFONSO)... ele não pagou nem a porra(sic) do CREA dele cara, do ano, anual, pô! SALOMÃO: Mas será que é só isso mesmo? Ele tá comigo aqui em Brasília, eu vou pegar ele e vou ver isso aí, porque eu acho um absurdo vocês tocar(sic) obra desse jeito... SÉRGIO MURATA: Pois é! Eu já tô(sic) nas últimas eu tô(sic) com nove(inaudível), entendeu? Eu ontem conversei com ele, ele falou só falta o negócio do CREA, né? SALOMÃO: Hã. SÉRGIO MURATA: Então, nem, nem registrado tá registrado na verdade, né SALOMÃO? SALOMÃO: Hã. SÉRGIO MURATA: Entendeu? E o OTÁVIO, bom o OTÁVIO tá totalmente certo, né ele quer tudo redondo na verdade, né? SALOMÃO: É. SÉRGIO MURATA: A ART recolhido, né? SALOMÃO: Eu vou falar com ele aqui pra...né? SÉRGIO MURATA: Dá uma conversada com ele, vê se realmente é só isso. Ele me garantiu que era só isso aí! SALOMÃO: Tá, eu vou vê aqui e te falo também. Tenho até pressionado ele. Eu falo AFONSO não dá pra entender, você precisando de dinheiro(inaudível)... você com dinheiro seguro, porque você não mede..., porque eu tô(sic) vendo com o SÉRGIO não sei o quê... SÉRGIO MURATA: Não e ele também tem(inaudível) da parte dele, eu não sei porque não regulariza a parte dele pô, tá precisando e não regulariza pô! SALOMÃO: Pois é. SÉRGIO MURATA: Mas dá uma conversada com ele aí, pô! SALOMÃO: Pode deixar. SÉRGIO MURATA: Tá(sic)? SALOMÃO: Tá(sic) bom, tá(sic) bom!

Neste áudio a pessoa de Julio Cesar da empresa J.M. diz a

Nakamura que tinha alguns contratos na Prefeitura Municipal de Rio Branco, e que a empresa de Nakamura tinha ficado em segundo lugar em uns, e pergunta a Nakamura se este queria encarar esse negócio, pois que estaria desanimado. A conversa dá a entender que haverá subcontratação, ou desistência de algum certame licitatório em que a empresa de Nakamura assumiria a primeira colocação. Nakamura diz que tem interesse.

INDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5123739 6881110344 99851864 02/01/2013 09:15:53 00:02:00 �

@@ JULIO CESAR JM X NAKAMURA

#

TRANSCRIÇÃO: JÚLIO CESAR: Alô Dr. Sergio? NAKAMURA: Oi JULIO CESAR: Aqui é o Julio Cesar da JM... o Sr. tá podendo falar um minutinho aí? NAKAMURA: Tô..pode falar..

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JÚLIO CESAR: Tem uns contrato nosso da prefeitura aí, e o senhor tá segundo colocado em uns aí. NAKAMURA: Perfeito JÚLIO CESAR: O senhô tem interesse em incará esse negócio aí doutô, que eu tô desanimado com esse trem viu. NAKAMURA: Ah é. JULIO CESAR: Eu vô tê uma reunião... NAKAMURA: Você tá aqui em Rio Branco? JULIO CESAR: Não eu vô tá aí segunda feira. NAKAMURA: Então vamo colocá segunda feira, então. Vamo dá uma analisada então. Nós tamo por aqui mesmo. JULIO CESAR: É isso que eu pensei doutô. Cê entendeu? Cê tá em segundo ne um e em terceiro ne outro aqui, uai. NAKAMURA: Certo..então vamo ver sim...nós temos interesse sim.. JULIO CESAR: Não.. beleza.. eu tô indo aí..então.. segunda..o senhor vai tá por aí na segunda? NAKAMURA: Vou tá..Segunda-feira eu vou tá por aqui... JULIO CESAR: Eu procuro o Senhor então Dr. Sergio.. NAKAMURA: Beleza então..E o resto tá tudo bem? JULIO CESAR: Tá tudo jóia .. graças a Deus..com saúde.. tá bom.. NAKAMURA: Inaudível;.. JULIO CESAR: Tudo jóia doutor.. NAKAMURA: Valeu então.. JULIO CESAR: Então tá jóia..Um abraço.. NAKAMURA: (Standy bay) inaudível.. então..um abraço.. JULIO CESAR: De nada .. tchau..

Circulou nos jornais impressos “Página 20” e “O Rio Branco”ambos da edição do dia 24 de fevereiro deste ano a notícia de que a Prefeitura Municipal de Rio Branco rescindiu o contrato da empresa J.M. Esta situação já havia sido relatada pelo próprio empresário Júlio César, responsável pela empresa J.M.

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Esclarecedora é a chamada5150895, que mostra de forma nítida

a associação entre as empresas. Nesta, Salomão diz que pegou na CAIXA um contrato da MAV do Minha Casa Minha Vida, e indaga a seu interlocutor se este contrato seria um SCP (sociedade em conta de participação). O interlocutor diz que acha que foi um SCP, e que foi celebrado com a Eleacre, e por se tratar de um contrato público, a Eleacre “não poderia colocar outra pessoa na parada”, e o sócio oculto não irá aparecer, e que só a Eleacre ficaria

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sabendo que haveria contrato entre as partes. Diz que esta modalidade de contrato possui o sócio ostensivo e o sócio oculto, sendo que o sócio ostensivo seria a Eleacre, pois é ela quem detém o contrato do minha casa, e o oculto é o que vai entrar com algum dinheiro, com alguma parceria. Esclarece que este tipo de contrato não vai a registro. Salomão indaga como vai pagar o sócio oculto que presta serviço, tendo Giliardi respondido que tem que analisar se o contrato permite a subempreitada. Giliardi diz que fez um contrato de SCP com a Albuquerque, e procura em sua caixa de e-mail um contrato da MAV. Giliardi então lê para Salomão um parecer, o qual cita que caso o contrato permita a subcontratação de apenas 30%, e impeça a formação de associação entre empresas através de consórcios, a única alternativa viável seria a constituição de uma sociedade em conta de participação na qual aparecerá apenas o sócio ostensivo. Cita que no caso a MAV seria sua sócia.

Já na chamada nº5167077, por volta do 6’ 40’’, Salomão em

diálogo com Alexandre faz referência à construção de 10.000 casas do Cidade do Povo, e diz que tem na mão 3.000 casas, e esclarece que era pelo fato de serem 3 empresas juntas. Salomão diz que tinha 1.000 casas e que estava associando-se com os “caras” fazendo uma sociedade em conta de participação porque não poderia participar. Salomão esclarece que uma empresa entraria com o dinheiro, e ele viabilizaria o concreto, eis que para as casas que vai construir adotou o método construtivo da Odebrecht que utiliza o concreto. Salomão diz que cada casa utilizaria 12 metros cúbicos de concreto.

A chamada de índice 5168229 mostra uma associação entre as

empresas dos alvos SALOMÃO (ELEACRE), SÉRGIO MURATA (ETENGE) e AFONSO (AGE). SÉRGIO MURATA diz que o AFONSO tinha parado de executar uma obra, a qual seria da empresa de SALOMÃO. Cita que o Afonso executou a obra de forma irregular, pois instalou postes de energia elétrica na beira da rodovia, e que teria que afastar os postes cerca de 50 metros. SÉRGIO MURATA diz que SALOMÃO como líder era para cobrar do AFONSO, e sugere que o percentual que cabia a Afonso seja repassado para SALOMÃO e SÉRGIO MURATA. MURATA informa ainda que tem R$500.000,00 para receber da medição.

Salomão mostra-se preocupado quanto à Receita Federal, eis que

sua empresa abriu CEI (Cadastro Específico do INSS) para obra de construção civil, e não teve movimentação ou funcionário, e com apresentação da fatura teria que pagar INSS dos funcionários de uma vez só. Esta chamada indica que outra empresa estaria executando a obra, mas em nome da empresa de Salomão.

INDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5150895 6881117029 6892822222 07/01/2013 18:18:00 00:06:18 RECEBIDA �

@@SALOMÃO X GILLIARD #

5167077 6881117029 11992719222 10/01/2013 13:14:38 00:09:27 RECEBIDA �

@@ SALOMÃO X ALEXANDRE #

5168229 6881117029 6899856667 10/01/2013 17:07:54 00:06:04 EFETUADA �

@@ SALOMÃO X SÉRGIO MURATA - MOVIMENTAÇÃO

FINANCEIRA #

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TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5150895 GILLIARD: Ô SALOMÃO. Tudo bom SALOMÃO? SALOMÃO: Alô? Como é que foi de festas? Tá festando ainda, é? GILLIARD: Não rapaz, eu tava(sic) com uns clientes aqui não tinha como te atender, agora quer saíram daqui pode falar. SALOMÃO: Deixa eu te falar, GILLIARD. GILLIARD: Hum. SALOMÃO: É… eu mandei pra ti, um tempo desse, que eu peguei na caixa econômica um contrato da MAV, é...onde tem aqueles contratos da Minha Casa Minha Vida, cê(sic) deu uma olhada eu lembro que cê(sic) falou pra mim o que é, a modalidade que poderia ser feito, eu não sei se era SPE ou SCP, cê lembra disso? GILLIARD: Vixe maria(sic)(risos), olha os dois caberiam, mas agora, eu lembro se eu olhei o contrato devo ter falado é que...assim a diferença é que... eu acho que se era da Minha Casa Minha Vida, eu devo ter sugerido SCP, porque o contrato público como ele envolve questão pública deve ter sido celebrado com a ELEACRE, e a ELEACRE não vai poder botar outra pessoa na parada, entendeu? Aí, então teria que ser SCP porque aí o sócio oculto, não vai aparecer vai ficar só a ELEACRE sabendo que tem contrato, só entre as partes, só vale entre as partes, entendeu? SALOMÃO: Sei... GILLIARD: E é isso... porque SCP a sociedade de conta de participação tem um sócio ostensivo e um sócio oculto. Sócio ostensivo seria a ELEACRE porque ela que detém o contrato do minha casa, certo? E o oculto é aquele que vai entrar com algum dinheiro, alguma parceria, entendeu?...contigo. SALOMÃO: É, porque na verdade eu sugeria esse contrato, ele ficaria com uma empresa, né? E as outras, o quê que elas iam fazer, elas não iriam é... é, aí seria um SCP. GILLIARD: Uma SCP, exatamente. As outras não aparecem, só aparece... é um contrato social, só que eles tem uma peculiaridade, não há registro e tal, agora a conta contábil do admini...do sócio ostensivo tem que tá(sic) bem especificada aquilo, entendeu? O que está acontecendo, tá(sic) bem separado, assim que funciona. SALOMÃO: E vamos supor aí... vem um sócio oculto e presta serviço, como é que cê(sic) vai pagar? Ele poderia prestar serviço? GILLIARD: Aí é que tá, é... aí eu teria que ver se no contrato permite a subempreitada, eu não sei. É por isso que eu tenho que dar uma analisada. Agora só se eu procurar aqui no histórico do e-mail aqui...leva um tempo, eu tenho que achar aqui...tive aí, aí eu vou lembrar. Você lembra era Minha Casa Minha Vida era o nome? SALOMÃO: É... era aquele junto com a ALBUQUERQUE, tá(sic) entendendo? GILLIARD: Hã? SALOMÃO: Era da ALBUQUERQUE isso aí. GILLIARD: Com a ALBUQUERQUE? Mas agente não fez o SCP com a ALBUQUERQUE? SALOMÃO: Não, daí é outra coisa. É um outro que eu deixei, que eu peguei da MAV pra você ver como é que era, cê(sic) ficou com o... te dei até em papel, não dei nem impresso, não. GILLIARD: Eu já te devolvi, né? SALOMÃO: Cê, me devolveu. GILLIARD: Hã. SALOMÃO: Eu tô(sic) com o contrato aqui, mas eu sei que cê(sic) me passou como é que cê(sic) achava que era, agora eu não sei se é por e-mail, eu procurei nos meus e-mail e não achei. GILLIARD: Eu vou fazer a mesma coisa eu vou procurar, porque se faz tempo, deixa eu ver aqui, faz mais de ano, não? SALOMÃO: Faz, faz um ano. Já faz um ano. Deixa eu dá(sic) uma analisada... GILLIARD: Já achei, tá(sic) aqui. Ainda bem que...parceria entre empresas. Oh, considerando... tanto é que eu escrevi aqui...considerando que os serviços executados pelas empresas que se baseiam no modelo do contrato da MAV(inaudível) você me mandou o contrato da MAV, só há a possibilidade de subcontratação de 30%, conforme dispõe a cláusula contratual 2ª... SALOMÃO: Hã.

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GILLIARD: O contrato ainda veda a associação com outros para a execução da obra, que é a cláusula 14ª que impede formação de consórcio, assim a única alternativa viável seria construir uma sociedade em conta de participação na qual aparecerá apenas o sócio ostensivo, ficando os demais como sócio oculto. A contabilização da situação ficará a cargo do contador da empresa sócio ostensivo conforme justificado, que é o caso grifado, e aí a empresa que for prestar serviço lá na verdade é... o risco é que toda a responsabilidade será da ELEACRE, aí por isso que o contrato da constituição da SCP vai ter que ser bem feito. Aqui, por exemplo, um funcionário que tá(sic) prestando serviço lá nessa obra, que é da outra sócia... SALOMÃO: Hã. GILLIARD: Vai botar a ELEACRE no pau porque ele tá trabalhando na obra da ELEACRE e a ELEACRE não poderia nem ter subcontratado ninguém, né pelo contrato e aí a ELEACRE tem que se resguardar para poder numa(sic) regressiva acionar, vamos dizer a MAV, que é essa sócia, seria essa sócia, entendeu? Então tem que tá no contrato social, bem explicado. SALOMÃO: Tá(sic). Manda esse e-mail de novo pra mim(inaudível). GILLIARD: Vou mandar, vou enviar agora. SALOMÃO: Tá(sic) bom. GILLIARD: Tá.(sic) SALOMÃO: Aí eu vou fazer o rascunho deles atestando uma (inaudível) aqui e vou mandar pra cê(sic) dá uma olhada pra mim, tá(sic)? GILLIARD: Tá(sic) bom então. SALOMÃO: E eu queria sentar contigo GILLIARD, eu mandei um e-mail procê(sic), mas cê(sic) tava(sic) viajando. GILLIARD: Hã. SALOMÃO: Acho que o judeu matou ele lá, porque ele não voltou não. GILLIARD: (risos)ah, hã. SALOMÃO: Mas é sobre aquela questão lá do.... até te mandei um e-mail era sobre esta questão aí da... de transformar em SA, aquela questão lá que eu já conversei com cê(sic) algumas vezes... GILLIARD: Lembro, lembro. Muito pouco... SALOMÃO: E eu tenho que tomar uma medida rápida aí, até porque tem uns negócio(sic) acontecendo e eu preciso definir algumas coisas, queria ver uma hora que cê(sic) pudesse me atender aí...preciso de uma hora pra gente conversar essas coisas aí. GILLIARD: Deixa eu ver aqui, SALOMÃO que a gente já marca agora, peraí(sic)só um poquinho... tava chamando agora, tá voltando o judiciário, tá meio agitado aqui, mas a gente dá um jeito. O dia que eu tô(sic) mais tranquilo aqui, seria quarta-feira. SALOMÃO: Quarta-feira agora? GILLIARD: É o mais próximo que eu tenho agora porque amanhã já tá(sic) lotado de novo... SALOMÃO: Quarta… GILLIARD: Quer vir aqui? A gente marca tipo de manhã cedo ou duas horas da tarde, tu que manda. SALOMÃO: Eu prefiro duas horas. GILLIARD: Duas horas? Então deixa eu marcar aqui. Tu vens aqui ou quer que eu vá até a ELEACRE? SALOMÃO: Não, aí... eu posso passar aí porque é caminho meu, não precisa vir aqui não, né? GILLIARD: Tá(sic) bom então. Então tá, já tá marcado. Já tô(sic) agendando aqui SALOMÃO: Tá(sic) bom. GILLIARD: Tá certo então. Até lá, hein. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5167077 SALOMÃO: Alô! ALEXANDRE: Oi SALOMÃO, ALEXANDRE. SALOMÃO: Oi ALEXANDRE eu tô(sic) te ligando bicho porque eu vou almoçar. ALEXANDRE: É o que? SALOMÃO: Eu vou almoçar, pô.(risos) ALEXANDRE: Ah desculpa, aí eu esqueci o horário. Eu tava(sic) trocando idéia com meu primo e por isso que demorou um pouquinho, você desculpa aí! SALOMÃO: Hã, cê(sic) conseguiu?(inaudível)

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ALEXANDRE: Como? SALOMÃO: Cê(sic) conseguiu localizar ele ou não? ALEXANDRE: Não, eu tava(sic)trocando idéia com ele... SALOMÃO: Ah tá, tranquilo.(inaudível) por telefone. ALEXANDRE: Eu tava(sic) conversando com ele via telefone, tá(sic) o... a gente...obviamente que os dados que você mandou são resumidos, tá(sic), mas...(inaudível) cê(sic) tem um puta de um grupo, um puta de um negócio. SALOMÃO: Não eu tenho um negócio excelente, ALEXANDRE, tenho negócio pra caralho(sic). O que ocorreu comigo(inaudível), eu me ferrei pelo seguinte, por duas coisas, primeiro eu entrei na federação(inaudível) e acabei me envolvendo e neguei meus negócio e passei... eu tentei fazer um negócio grande, botando um gestor em cada empresa (inaudível) só que eu não tive muita sorte com os caras, né? Porque quando o cara chega até ele entender o teu negócio, cê(sic) tem um negócio, no meu caso, cê(sic) tem ele na cabeça, né? Chega um cara que até ele entender pra ele tocar...eu peguei cara bom, peguei Superintendente da Caixa, Superintendente do Banco do Brasil, mas não deu certo e eu acreditei muito nesse LUZ PRA TODOS, né? Então eu tinha(inaudível) e além disso eu bancava os outros caras com poste e transformador e o que que aconteceu a ELETROBRÁS aqui do Acre, não a de Rondônia, do Acre, não pagou a gente ficou um sete, oito meses sem receber e... os cara não definiram, ah não segunda-feira a gente paga, no mês que vem e tal, e eu tinha esses contratos e ainda tenho uns contrato(sic) bom, o quê que eu fazia, eu ia num banco desse, no meu caso eu trabalhava com(inaudível), BMG, com RC2, Banco do Brasil, qualquer bancos desses aí, eu ia e pô, tinha esses contratos pedia o adiantamento de tanto o cara me dava e cê(sic) passava todo o faturamento pelo banco e o banco fazia uma previsão, ele descontava, né, ele ia tirando o dele por mês e quando eu atrasei que protestou, quando eu vi os caras tocando isso aí e o cara devolveu o cheque e protestou eu .... e quando a ELETROACRE pagou, pô aí eu paguei a nível de banco, então a maioria desses banco(sic) eu paguei(inaudível) eu fiquei sem grana pra pagar fornecedor e sem capital de giro pra rodar, pô então eu tô(sic) um ano e meio pra dois anos desse jeito fazendo os negócio(sic) tudo à vista no pau ainda, mas mesmo assim, ainda hoje quer dizer, eu faturo aí em torno de R$4.000.000,00 a R$5.000.000,00 por mês, então se eu tivesse um capital pra... eu tô tentando buscar um parceiro, um capital pra cê(sic) por dentro, eu tenho um negócio muito bom, o ALEXANDRE se cê(sic) quiser vim(sic) de repente tem a fábrica de poste, chego lá vamo(sic) entrar nessa obra, né... vamo(sic) entrar nisso, aí fica a critério de vocês pô, né... ALEXANDRE: O SALOMÃO, eu e meu primo, por exemplo, a gente não tem capital assim pra... SALOMÃO: Hã. ALEXANDRE: Entrar e resolver o problema financeiro e tocar esses negócio(sic), tá... em contrapartida eu tenho um grupo aqui que pode ser possível interessar... SALOMÃO: Hã. ALEXANDRE: Investir se vai comprar, se vai assumir, fazer parceria isso aí é daqui pra frente não tem condição agora, mas um negócio desse demora não é, não sei se você já passou por um processo de compra, fusão é coisa de anos... SALOMÃO: Não, é coisa é... ALEXANDRE: E não se resolve da noite pro dia e a oportunidade tá(sic) nesses dois anos agora, grande oportunidade, né... fora a continuidade, né... mas eu vou dar uma conversada com esse grupo também se ele se interessaria, tá? Independente disso, eu vou informalmente, né assim, escuta tem uma oportunidade aqui e tal o quê que vocês acham querem ir lá, não sei o quê e tal, independente disso eu vou marcar, eu e meu primo, nós... eu já tinha ido nas suas instalações a muito tempo a trás, e eu e meu primo é... a gente se interessaria de dar um pulo aí, de olhar isso, olhar como tá(sic) estudar em conjunto com você o quê que é, né? SALOMÃO: Claro. ALEXANDRE: A gente tem experiência de gestão, meu primo já teve fábrica dessas coisas também e tal, não sei o quê... SALOMÃO: Sei. ALEXANDRE: Já fez isso também, né? Pra gente sentar e trocar uma idéia contigo, às vezes você tá(sic) aí dentro, cê(sic) não tá... visualizando alguma coisa, né? SALOMÃO: Com certeza. ALEXANDRE: Tá no dia-a-dia aí, pode ser que a gente...

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SALOMÃO: Não e de repente, como eu te falei, como eu tenho outros negócios, eu mostro procês(sic) ou então não daqui, dá aqui, né(inaudível)tem esse negócio aqui, vamo(sic) entrar nisso aqui, né? ALEXANDRE: Eu tô(sic)... SALOMÃO: Hoje ALEXANDRE, se tem aqueles outros modelos de contrato é... que se faz rápido também, né? É... pra fim específico ou com sócio oculto, é tudo negócio legal e com segurança, né? Sabe que eu tenho feito com outras empresas, por exemplo, né? Pra tocar obra todinha, inclusive agora que cê(sic) ligou, eu ainda tava(sic) fechando um contrato, pô a gente tá entrando aqui junto, eu tenho um processo construtivo excelente, né? Pra cê te uma idéia vai fazendo só na concreteira ali que eu lhe falei...só pra ter uma noção, é... os cara(sic) vão fazer dez mil unidade ali, dez mil casa, dessas dez mil, eu tenho três mil na minha mão porque nós somos três empresas junto(sic) no processo construtivo que eu consegui que a ODEBRECHT passasse pra mim, né? Aí eu peguei o IPT, tal, aprovei na CAIXA, só que agora (inaudível) tudo de concreto as casas, cê(sic) tá(sic) entendendo? Então, pra vê esse negócio...o que eu vou fazer, eu tinha mil casas dessas pra mim, eu tô sociando com os cara, fazendo sociedade dessa proposta de participação porque eu não tenho jeito deu tocar pô, aí o cara põe grana dentro mais por outro lado eu viabilizo já o concreto certo? Já viabilizo o concreto, só de concreto nessas casas, cada casa, só a casa é(sic) doze metros cúbico por casa, por casinha dessa, só casa não tô(sic) falando a infra, então tem uns negócio bom pô. ALEXANDRE: Vamos ver, então eu vou marcar com meu primo, provavelmente entre o dia 30 e o dia 10 de fevereiro pra gente ir aí... SALOMÃO: Hã. ALEXANDRE: É...antes do carnaval porque até do dia 30, eu tô(sic) meio enrolado aqui, tá(sic) o dia(inaudível) alguma coisa assim. Eu vou tentar ver se tem umas passagens aí, porque também comprar passagem pra Rio Branco em cima da hora é R$6.000,00. SALOMÃO: Inclusive agora de última hora eu vou ter que ir pro Rio, domingo... aí os cara tá (sic)pagando um absurdo, eu tenho...eu faço parte de um conselho da Eletrobrás lá e o cara marcou a reunião(inaudível) marcou a reunião lá, eu falei rapaz se ocês(sic) comprar(sic) a passagem eu vou, aí os caras tão pagando mais ou menos isso aí mesmo de última hora, né? ALEXANDRE: Tá, mas então eu vou planejar e te ligo aí pra combinar, mas aí a intenção nossa é passar uns três dias aí, mas aí eu vou precisar da é... vocês se liberem um pouco aí pra gente poder conversar e analisar, e ver as coisas direitinho. SALOMÃO: Não tranquilo, não tem erro não. E aí(inaudível) cê(sic) viu as fotos... recebeu as duas apresentação, né? ALEXANDRE: Já, já, tão(sic) muito boas, tá(sic) muito bom, tá(sic)? SALOMÃO: E aí, não sei se você tem noção de repente...surge um negócio...qualquer coisa você me liga aí. ALEXANDRE: Legal. SALOMÃO: Surge outra idéia de vocês aí, fica a vontade aí, né? ALEXANDRE: Tá(sic) feito, ok SALOMÃO. SALOMÃO: Então tá(sic). ALEXANDRE: Um abraço. SALOMÃO: Um abraço. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5168229 SÉRGIO MURATA: Ô SALOMÃO! SALOMÃO: Oi SÉRGIO, tu tá vivo é? SÉRGIO MURATA: (risos) Eu é que te pergunto. Como é que tu anda? SALOMÃO: Esse povo agora nem me atende mais... não fala comigo, não me recebe. Eu vou, pegar a presidência daquela federação de novo, pô! SÉRGIO MURATA: Rapaz não fala um negócio desse, você sabe que eu sou seu amigo, porra(sic).(risos) Cê(sic) tá (sic) onde SALOMÃO, tá em Rio Branco? SALOMÃO: Tô(sic) uai(sic). SÉRGIO MURATA: É, né? Ô SALOMÃO SALOMÃO: Hã.

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SÉRGIO MURATA: Então rapaz, eu não sei o que eu faço mais rapaz, eu já pedi 1000 vezes pro AFONSO providenciar o documento dele e mandar pra você né? Pra pelo menos fazer a CEI a matrícula né isso? SALOMÃO: Pois é SÉRGIO nós não sentar aí não vai funcionar não...não entendo. Eu comento com o SASAI e eu não entendo aquele cara...aí o cara vem falar pra mim "não ele disse que...(inaudível) disse que eu vou pegar o dinheiro" eu vou pegar o dinheiro de que jeito porra? eu não acertei, eu não assinei um contrato com ele? SÉRGIO MURATA: Pois é. SALOMÃO: É, rapaz uma desculpa que ele dá... SÉRGIO MURATA: SALOMÃO? SALOMÃO: Aí já fala outra coisa...eu não entendo! SÉRGIO MURATA: Ô SALOMÃO, vamos fazer o seguinte, a gente tinha que combinar, realmente de sentar eu e você pra vê, pô, né? É... SALOMÃO: Tinha que sentar nós três, SÉRGIO. SÉRGIO MURATA: Pois é...Por que rapá(sic) o negócio tá... Hum! SALOMÃO: Ele tá levando muito ferro, SÉRGIO. Mas não entendo, sinceramente se ele tivesse bem de dinheiro(inaudível) mas tá uma ano trabalhando bicho. SÉRGIO MURATA: Puta que pariu(sic) cara. SALOMÃO, então vamos fazer o seguinte, rapaz amanhã, eu não esteja aí talvez sim talvez não, tá(sic)? Aí se eu tiver aí amanhã, aí nós vamos sentar tá(sic) certo, pra ver e definir isso aí! Porque rapaz, eu já... SALOMÃO: Eu vou te dá um conselho, SÉRGIO! SÉRGIO MURATA: Hã. SALOMÃO: Pra você que sempre me ajuda também, porque... SÉRGIO: Hã. SALOMÃO: Eu tô(sic) dentro desse negócio também, viu? SÉRGIO MURATA: Pois é, cara... vai deixar todo mundo ferrado, pô! SALOMÃO: Tem que priorizar isso aí, SÉRGIO! Cê tem que ligar pro CARLOS AFONSO, nem fala que eu vou lá. Chama ele lá, na hora que ele confirmar que vai, você me liga. Porque ele foge(inaudível) quando tá nós três, ele foge que é o caralho(sic), né? SÉRGIO MURATA: Pois é! Rapaz ele fala, ó SÉRGIO tô(sic) mandando amanhã, já paguei. Porra(sic) o cara não tem responsabilidade, SALOMÃO, porra! Brincadeira, né? SALOMÃO: Eu não sei, sinceramente, qual que é a jogada dele. SÉRGIO MURATA: Agora, tipo assim, é... então eu tô(sic) conversando sempre com ele, quer dizer,né? Mas aí, veja bem, eu não vou querer...AFONSO tu tem que levar isso, aí porque eu tô desse jeito minha situação é essa aqui, cê(sic) sabe, né? Aí, não SÉRGIO amanhã eu tô(sic) levando. Porra.(sic) Então que o cara diga, pô(sic) não vai dá, não tá(sic) dando, tá certo? Eu vou sair do contrato, tipo assim, né? SALOMÃO: Mas ele tá(sic) fazendo também e se não tiver fazendo tá com um monte de coisa. Tô vendo aqui perto da subestação, tá fincando poste pra caralho aqui, é ele que tá fazendo aqui? SÉRGIO MURATA: Ele na verdade parou, tá passando pra gente, eu realmente não sei como é que tá(sic) aí. Esse aí me parece que ele não vai continuar, não vai continuar. SALOMÃO: Não? SÉRGIO MURATA: Não, não vai porque tem que afastar quase cinquenta metros do eixo, né? SALOMÃO: Hã. SÉRGIO MURATA: E tá sem condições e tão querendo passar pra gente, não pô, ele começou agora vai, pô, né? Isso é o que eu tô(sic) sabendo, inclusive soube ontem isso aí, recebi esse recado ontem. SALOMÃO: Mas como é que o cara vai virar cinquenta metros aqui, porra(sic)? SÉRGIO MURATA: Pois é, agora não tem como, agora não tem como, né? Nessa chuva, né? SALOMÃO: Ele já fincou poste pra caralho aqui, tudo na beirinha também, eu vi...eu vi esses postes na beira da rodovia. Eu falei rapaz... SÉRGIO MURATA: Não, não pode isso. SALOMÃO: Tá muito fácil um trem desse. SÉRGIO MURATA: É, não, não, não. Ele mandou relocar... SALOMÃO: Quem fez esse projeto?

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SÉRGIO MURATA: Esse aí não, esse aí existe projeto, mas só que eu acho no início deixaram fazer na beira da estrada e não pode, pô! E agora tem que recuar todinho parece, viu? SALOMÃO: Porque eu vi esse negócio aqui, achei uma moleza do cão... SÉRGIO MURATA: É, pois é! Mas não é assim não, pô! Rodovia você sabe que tem que jogar, né? É... BR,pô,né! SALOMÃO: É, ué(sic)!Tem poste que ele pôs na beira mesmo... SÉRGIO MURATA: Então isso aí ele vai ter que recuar tudinho pro fundo, viu, SALOMÃO? SALOMÃO, vamos fazer o seguinte é... eu acho que era bom você dá uma cobrada nele também , até liguei pra SOCORRO hoje, né... SALOMÃO: Hã. Não, eu cobro ele direto, sabe porque... SÉRGIO MURATA: Hã... SALOMÃO: Eu já tô(sic) com a Receita Federal em cima de mim, ele tá(sic) achando que é sacanagem, pô! SÉRGIO MURATA: Pois é cara... SALOMÃO: Eu tô com meu (inaudível)...comprovante da Receita Federal, porque eu abri CEI e não movimentou, pô! Não tem funcionário, não tem nada, agora imagina na hora que meter um monte de fatura, aí como é que cês(sic) vão pagar, o tanto que cês(sic) vão pagar de imposto de ISS, INSS, ISS, de uma vez só! SÉRGIO MURATA: Pois é! Rapaz... SALOMÃO: Pagando o ISS dos funcionários agora... SÉRGIO MURATA: Vão..Rapaz...o negócio tá estranho mesmo, vai ficar preto na verdade, hein? SALOMÃO: É um negócio gravíssimo, SÉRGIO. Sabe o que vai acontecer nós vamo(sic) levar punição, nós três. Cê(sic) vai vê. Os cara(sic) vão mete o ferro na gente. SÉRGIO MURATA: Meu irmão, o problema sabe que é, SALOMÃO? É que você confia muito neles se a gente tivesse dito SÉRGIO, ó faz minha parte que eu resolvo... SALOMÃO: Eu não vi nem isso SÉRGIO, eu digo é o seguinte e pra vocês mete nota e receber isso, certo? SÉRGIO MURATA: Pois é, SALOMÃO, mas então cê(sic) tem que chamar ele, você como líder, eu já cansei te falar com o AFONSO, pô! Pô, ninguém é criança, né SALOMÃO? Ninguém é menino pô, né? Então eu acho que tem que ser você mesmo, você como líder, ó! AFONSO, ó! Ou você faz ou você tá fora pô, você não pode? Pô, né? Passa o seu percentual pra mim ou pro SÉRGIO, tá(sic) certo, né? Que não tem condições, pô! Isso você como líder SALOMÃO. SALOMÃO: É... SÉRGIO MURATA: O cara não tem documento, SALOMÃO. SALOMÃO: Então como é que nós vamos fazer pra ajeitar isso agora? SÉRGIO: Não, mais dá pra fazer, lembra no início nós íamos fazer? Aí depois ele arrumou a ...(entendo NHAMBIQUARA) pra fazer? SALOMÃO: Hã. SÉRGIO MURATA: Pois é, passa pra nhambiquara então uai, que seja uai. SALOMÃO: Eu vou conversar com ele, SÉRGIO. SÉRGIO MURATA: Eu acho que tem que conversar, heim. Amanhã se tu tiver aí... SALOMÃO: Você não fechou nenhuma medição de nada disso? SÉRGIO MURATA: Fechei porra(sic), tenho uns quinhentos conto (R$ 500mil) aqui pra. SALOMÃO: E como é que tá os preço disso? Alô?

No áudio de índice 5307789ADRIANOsolicita aSALOMÃO que enviasse a minuta do contrato que este iria celebrar com a empresa ALBUQUERQUE ENGENHARIA. Esta chamada mostra mais uma vez a existência de vínculo de amizade e parceria entre empresas supostamente concorrentes.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5307789 6881117029 6892293956 13/02/2013 15:28:05 00:01:58 RECEBIDA �

@@ SALOMAO X ADRIANO #

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TRANSCRIÇÃO: SALOMÃO: alô. ADRIANO: Salomão? SALOMÃO: oi. ADRIANO: ééé aquele, aquela minuta daquele contrato que tu vai fazer com a Albuquerque que tu disse que ia me passar? SALOMAO: tá. Te mandando já, já! ADRIANO: manda pra mim, tá? SALOMAO: tá, e e viu Adriano, eu não recebi nada daquelas informação (sic) bicho (sic). ADRIANO: o pessoal tá com dificuldade mesmo porque todos os projetos da Caixa e do Banco do Brasil são feitos via Proger, então é lançamento direto do do Sinape na no relatório e aí o pessoal tem que jogar primeiro éé no sistema da Pine pra poder tirar a curva (inaudível), ninguém consegue puxar direto daquilo lá por conta da interpretação dos (inaudível). Vai atrasar mesmo. SALOMÃO: tá, tá bom. Mas mas eu tenho a impressão que (inaudível)... a gente já não tem não pô? ADRIANO: não... não tem porque na confecção do orçamento... inclusive eu tô mandando o menino lançar todo o meu pra poder passar isso pra ti. Ele ia lançar direito do, pelo pela Sinape né! SALOMÃO: tá. ADRIANO: então você não compõe um orçamento dentro do sistema que você possa extrair essa informação... entendeu!? SALOMÃO: tá bom. ADRIANO: é é tipo um excel. SALOMÃO: tá. Sim, sim e quanto (inaudível). ADRIANO: hãm!? SALOMÃO: onde será que esse pessoal tem isso? ADRIANO: bom, eu tô estimando que todo mundo vai terminar até segunda-feira porque é o prazo que eu dei pra eles. SALOMÃO: tá bom. ADRIANO: tá bom. SALOMÃO: falou. ADRIANO: passa, passa pra mim a minuta por favor. SALOMÃO: tá, tá bom. ADRIANO: tá.

O Cartel e a Concorrência nº128/2012 – CPL 05 -DEPASA A Informação Policial nº1/2013-NIP/SR/DPF/AC noticia que o alvo

Carlos Takashi Sasai estaria comandando a “divisão de obras” entre as empresas associadas ao SINDUSCON, e que as empresas CONSTRUTERRA, ADDIN e ELEACRE estariam entre as mais beneficiadas.

Informa que os LOTES I, II e III da referida concorrência foram

divididos mediante prévio acerto entre as empresas CONSTRUTERRA, ADDIN e ELEACRE, e que as demais empresas concorrentes estariam participando do certame apenas com o fim único de dar aparência da existência de concorrência entre os licitantes.

Conforme atas em anexo, participaram deste certame as

empresas descritas na tabela abaixo:

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LOTE EMPRESAS l ADDIN, CONSTRUTERRA, CONSÓRCIO

NAED, ELEACRE ll ADDIN, CONSTRUTERRA, ABACO, EMOT lll ADDIN – única concorrente deste lote

Após a fase de habilitação, as empresas habilitadas constaram da tabela abaixo:

LOTE EMPRESAS l CONSÓRCIO NAED e ELEACRE ll CONSTRUTERRA, ÁBACO e EMOT lll ADDIN

Na fase recursal, as empresas CONSTRUTERRA e ÁBACO

recorreram contra a habilitação da empresa EMOT para o Lote II, sendo que esta empresa não se manifestou em contra-razões. A comissão então julgou o recurso improcedente, e o encaminhou a autoridade superior, que por sua vez, julgou o referido recurso procedente, e reformou a decisão da comissão para inabilitar a empresa EMOT para o Lote II.

Posteriormente, o Consórcio NAED realizou o pedido de

desistência de proposta para o Lote I, o que foi acatado, sendo então excluído do certame.

Com a abertura das propostas, as empresas foram classificadas

conforme tabela abaixo:

LOTE EMPRESAS l A empresa ELEACRE foi desclassificada ll CONSTRUTERRA e ÁBACO lll ADDIN

A empresa ELEACRE foi desclassificada do Lote I, e foi

concedido a mesma prazo para que apresentasse nova proposta de preços livre dos erros que ensejaram sua desclassificação, ficando a empresa ADDIN classificada para o Lote III.

Posteriormente, a empresa ELEACRE apresentou nova proposta

para o Lote I, a qual, após ser submetida a parecer técnico, foi classificada. Então a comissão entendendo que a ELEACRE era a única concorrente para o Lote I, encaminhou o processo para o DEPASA para homologação e adjudicação. Ver documento abaixo.

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Ainda, a Comissão de Licitação constatando que para o Lote III

havia apenas a empresa ADDIN participando, entendeu baseando-se no princípio da celeridade encaminhar o processo ao DEPASA para homologação e adjudicação em nome da empresa vencedora do Lote III com o valor de R$16.788.135,91.

Apesar das empresas CONSTRUTERRA e ÁBACO estarem

classificadas para o Lote II, este lote foi revogado pelo alvo GILDO, diretor do DEPASA, alegando razões de interesse público. Porém, a verdadeira razão desta revogação se deveu ao fato de que tanto a empresa CONSTRUTERRA quanto a ÁBACO terem apresentado propostas idênticas, e para evitar problemas futuros, decidiu-se pela revogação. Soube-se que o engenheiro do DEPASA, Marcus, teria ligado para o alvo SASAI da CONSTRUTERRA informando sobre o ocorrido. A referida informação policial disse ainda que o Lote I seria da ELEACRE, o Lote II da CONSTRUTERRA e o Lote III seria da ADDIN.

A respeito deste certame, veja a ata abaixo:

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A SUBCONTRATAÇÃO E A FALSIDADE IDELÓGICA

Nos áudios abaixo Gildo dialoga com Raimundinho acerca do

pagamento de determinadas obras que esta executando. Pelo teor da conversa, percebe-se que a empresa de Raimundinho está executando obra da empresa CONSTRUTERRA, e que tal subcontratação seria de conhecimento de Gildo, eis que este é quem providenciaria o pagamento pela execução das obras.

Pelo teor dos diálogos, percebe-se que a empresa de

Raimundinho está executando as obras, mas os pagamentos se darão em favor da empresa CONSTRUTERRA, do alvo Carlos Sasai. Tais obras se referem às Concorrências n.º 195/2011 - DEPASA - Manoel Urbano/AC e 196/2011 - DEPASA - Tarauacá/AC), sendo ambas de conhecimento de GILDO.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5099998 6899314055 6881150430 27/12/2012 14:17:35 00:00:46 �

@@@ GILDO X RAIMUNDINHO

(MANOEL URBANO -

TARAUACÁ) #

TRANSCRIÇÃO: RAIMUNDINHO: alô Gildo. GILDO: oi Raimundinho. RAIMUNDINHO: e aí me dá a boa notícia Gildo. GILDO: oi Raimundinho pode falar... tô lhe ouvindo. RAIMUNDINHO: me dê a boa notícia. GILDO: já... já tá autorizado... tá processando já. RAIMUNDINHO: ah!? GILDO: já. RAIMUNDINHO: como é que é!? GILDO: já tá autorizado e tá processando já o pagamento tá. RAIMUNDINHO: já tá providenciando né!? GILDO: já... já tá processando o pagamento! RAIMUNDINHO: eu posso... eu posso ligar lá pro pessoal do Sasai já entrar pra em contato com vocês aí? GILDO: já. RAIMUNDINHO: muito obrigado Gildo pela boa notícia tá amigão. GILDO: ok Raimundinho. RAIMUNDINHO: tchau... tchau.

Nesta chamada, é noticiado que a Construterra teria ficado fora dos pagamentos realizados pelo Governo, e devido a este fato, Raimundinho, que esta executando as obras, também ficaria sem os pagamentos.

ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE DO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

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CONTATO

5129041 6899314055 6899718638 03/01/2013 17:18:23 00:05:09 �

@@ GILDO X ROSADMA -

CONCORRÊNCIA N.º 195/2011 -

DEPASA #

TRANSCRIÇÃO: ROSADMA: Quem é a empresa? GILDO: Alô? ROSADMA: Olá, tudo bem senhor? GILDO: Tudo bom, querida! ROSADMA: Deixa eu te perguntar... GILDO: Dormir até agora, mas tá(sic) certo. ROSADMA: Não vai dormir não hoje? GILDO: Hã. (inaudível) estão terminando aqui uns documentos, nós estamos aqui esperando. ROSADMA: GILDO, deixa eu te dizer falei com a RENATA da FUNASA a gente preparou o documento já estava a caminho, eu pedi pra voltar. Ela disse que conversou com você e que a sugestão dela é que a gente possa pedir prazo para executar a obra da... GILDO: Não, executar obra, não. O que eu combinei com ela ontem... ROSADMA: Não ela disse que falou contigo hoje. GILDO: RENATA? ROSADMA: Sim, acabei de falar com ela. GILDO: Então ela deve ter sonhado comigo porque não falou comigo não. O que eu pedi pra ela ontem, foi o seguinte... ela ligou pra DANI... ROSADMA: Ah! GILDO: Que ela desse o prazo, a gente ia fazer o documento solicitando um prazo... ROSADMA: Hã. GILDO: Pra poder acionar o gestor da época quanto ao pagamento indevido do valor e que a gente ainda estava contestando nesse documento a condição de não incluir o nome do DEPASA no Cadin, isso aí ela...não isso é tranquilo, eu falei então tá(sic) bom. ROSADMA: Tá, porque, ok. Aí, eu acabei de falar ela disse ó, eu falei hoje com o GILDO e com DANIA porque a gente só colocou questionando o valor e dizendo que ia entrar com uma ação contra os gestores foi isso o teor que o documento que eu assinei pra ir pra ir pra FUNASA. GILDO: Mas aí, ROSADMA tu tem que solicitar no documento...é.... ROSADMA: E a não inclusão no Cadin. GILDO: Isso, porque se a gente for Cadin, nós tamo(sic) morto. ROSADMA: É tamo(sic) morto mesmo, porque...mas deixa eu dizer e essa outra sugestão porque ela disse que ali já não cabe mais nada de recurso porque é a parte final ou a gente devolve ou executa, foi isso que RENATA acabou de me dizer e... GILDO: Vão acionar o cara para executar, não tô(sic) mais afim de devolver dinheiro, já basta ano passado, tô(sic) fora. ROSADMA: Então, mas ela disse se a gente pedir um prazo de 8 meses, aí a gente mandar concluir o que não foi feito que nós vamos gastar muito menos, segundo ela. GILDO: Tudo bem a gente pede um prazo, aí a nossa assessoria jurídica vai pra cima com gosto... ROSADMA: Isso. GILDO: Do cara e da empresa... ROSADMA: É isso que ela sugere... GILDO: Bota pra cima do gestor pra devolver o dinheiro... ROSADMA: Que a gente ganha tempo pra não devolver. GILDO: Beleza. ROSADMA: Ok, porque ela disse pra quando a agente pedir esse prazo, ela manda para o engenheiro ele avalia que é muito mais fácil caminhar e ficar por 8 meses suspenso. GILDO: Tudo bem ROSADMA: Pode ser, né? GILDO: Tudo bem.

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ROSADMA: Ok, deixa eu te dizer, a MARCIA REGINA me ligou a Construterra ficou fora...de 500 e poucos mil GILDO: A Construterra(inaudível) não tem pressa não, o RAIMUNDINHO... ROSADMA: O RAIMUNDINHO veio aqui, veio rasgando. Eu disse eita calme aí...foi GILDO: Ele tem um monte de problemas pra ser corrigido lá em Manoel Urbano...ele só liga pro dinheiro dele. ROSADMA: Eu disse, não se acalme aí, que o senhor vai ter que se inteirar o que sua empresa tá fazendo, as notificações que ela recebeu, chamei o LOURENÇO e aí num instante ele se acalmou, aí ligou pra ABDEL... GILDO: O Marco Aurélio vai botar ele de cabeça pra baixo pendurado por um dos pés e dá só um furinho na testa e se ficar pingando, aí contar quantos pingos de sangue cai. ROSADMA: Viu GILDO, mas ele veio aqui chega veio vermelho ó! Não tive pena não, eu disse não, não venha não e vai ficar em restos a pagar, não foi pro banco não. Realmente Manoel Urbano tem problemas e você devia saber disso, eu disse isso pra ele, tá? Aí eu disse pra MARCIA ele não gostou, porque eu disse que estava no jurídico e que ele ia ter penalidades... GILDO: Tu disse isso pra ele... ROSADMA: E disse foi pra MÁRCIA REGINA. GILDO: E tu disse que era 2.200 e pouco por dia... ROSADMA: É 2.000 e pouco, disse... GILDO: É nada... ROSADMA: Não, mas não dei o valor não. Aí o MARCOS LOURENÇO depois disse assim olha, se tu tiver 550 pra receber e tua multa for de 50 mil, vai ser deduzido da medição. GILDO: Vai ter que pagar quarentão, 40 pau(sic0). ROSADMA: Assim mesmo, nós dissemos isso... LOURENÇO reforçou, tá? Vai dar 56 mil GILDO: 40 mil a gente paga nossas diária todinha. ROSADMA: É 56 mil GILDO o dele, é tá? GILDO: É, isso mesmo. Deixa ele... ROSADMA: Então tá(sic). Tá(sic) chorando ele aqui, catando moeda que nem nós, segundo ele. Tá(sic) bom? GILDO: Tá(sic). Ah, eu tô(sic) morrendo de pena dele ... ROSADMA: Tá(sic). Tá(sic) bom GILDO, vai dormir, um abraço, tchau!

A respeito deste assunto, veja abaixo as conclusões da equipe

de analistas: “Em consulta recente (24/01/2013) ao site Portal da Transparência do Estado

do Acre, observa-se que o DEPASA realizou um único pagamento em 2013, tendo sido a CONSTRUTERRA a beneficiada, sob o pagamento de número 7542030001, no valor líquido de R$ 503.857,61, contrato n.º 02.2012.011-A, referente à 6ª Medição dos serviços de Terraplanagem e Pavimentação de vias urbanas no município de Manoel Urbano/AC. No diálogo registrado sob o índice n.º 5129041, percebe-se claramente que GILDO CESAR tem pleno conhecimento de que as obras que estão sendo realizadas por RAIMUNDINHO, no Município de Manoel Urbano/AC (Concorrência n.º 195/2011 – DEPASA), que deveria, em tese, estar sendo realizada pela CONSTRUTERRA de SASAI, apresentam irregularidades, e mesmo assim continuam a efetuar pagamentos para a CONSTRUTERRA para que essa repasse os recursos para RAIMUNDINHO. Segundo matéria jornalística (http://oriobranco.net/transito/27578-tarauaca-agradece-tiao-viana-e-empresario-raimundo-damasceno-pela-pavimentacao-de-43-ruas.html), as empresas: CERÂMICA SÃO JORGE e R. S. DAMASCENO, são as que estão executando as obras em Tarauacá/AC (Concorrência n.º 196/2011-DEPASA), que também deveria está a cargo da empresa CONSTRUTERRA. A empresa CERAMICA SÃO JORGE, sob o CNPJ n.º 84.315.613/0001-08 está em nome de TÁSSIO ARAGÃO PRADO (26 anos) e TÁSSIO ARAGÃO PRADO FILHO (06 anos) e a empresa R. N. S. DAMASCENO E CIA LTDA – EPP, sob o CNPJ n.º 04.114.294/0001-33, está em nome de RAIMUNDO NONATO SOARES DAMASCENO (51 anos), mais conhecido por

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RAIMUNDINHO. “RAIMUNDINHO” figura como responsável por 09 (nove) empresa (matriz e filiais), somados 04 (quatro) postos de combustíveis.”

Fato curioso foi constatado no áudio abaixo travado entre Carlos

Sasai, da empresa CONSTRUTERRA, com o alvo Gildo. Nele, Gildo diz que Raimundinho estava querendo emitir nota fiscal no valor de R$6.000.000,00 (seis milhões), cujo valor se refere ao valor do contrato referente à Concorrência nº195/2011. Perceba-se que nos áudios acima é citado um valor de aproximadamente R$500.000,00 (quinhentos mil reais) pelas obras executadas pela empresa de Raimundinho.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5057611 6881117013 6899314055 18/12/2012 20:12:06 00:02:30 RECEBIDA �

@@@ CARLOS SASAI X GILDO (TARAUACA -

MANOEL URBANO) #

TRANSCRIÇÃO: GILDO: então, desculpa. Teu chefe ligou e eu tive que atender. CARLOS SASAI: hum. GILDO: é... eu tive 1 hora e meia aqui com o Raimundinho ainda agora. Ele veio aqui fazer uns questionamentos sobre... a primeira é a questão do pagamento dele né... eu falei rapaz a questão do teu pagamento está condicionada a tu resolver a tua vida lá... deixar a obra pronta... não é porque eu executei coisas a mais... ele trouxe um monte de situaçõe né... dizendo que é parceiro e bábábá... eu falei Raimundinho, vamos fazer o seguinte ô... você não quer um centavo a mais do que é devido... agora o que a gente também não pode é pagar coisas que não foram realizadas... eu não acho também justo... o que a gente pode fazer... eu vou ligar pro Sasai porque o contrato é dele e não seu... e vou combinar de ver se... o executor da obra, o nosso fiscal da obra que era o Manoel Angelo mais o fiscal da obra que tá atualmente lá... queria que tu botasse um engenheiro teu. CARLOS SASAI: éé... não, tranquilo. GILDO:e se o Sasai puder botar alguém dele pra gente chegar sabe!? a medir rua por rua e dizer tudo que tu tá com com pendência... a gente paga o que é justo. CARLOS SASAI: eu eu já tava pensando em fazer isso Gildo... eu só não não não tomei essa decisão porque... éé eu queria ouvir um pouco também a opinião de vocês né. GILDO: hurum. CARLOS SASAI: eu queria fazer o seguinte... amanhã de manhã você pode me atender? GILDO: claro... a hora que você quiser. CARLOS SASAI: eu vou de manhã aí pra gente conversar um pouquinho sobre isso também. Eu eu... tá mais ou menos na linha do pensamento que eu tava pensando. GILDO: eu disse pra ele... olha Raimundinho, a gente precisa nesse momento que a obra está encerrando chamar o Sasai pra conversar. CARLOS SASAI: claro claro claro. GILDO: a gente não pode fechar a obra e encerrar assim do nada. Ele disse: "eu não tô me negando não". Falei: pois é, então nesse momento... aí ele veio aqui com a... uma demanda de mais 6 milhões de reais em medição e falei não parceiro, não é assim não... calma. CARLOS SASAI: hahaha. GILDO: vamos ver o que é devido isso. CARLOS SASAI: tu é doido é!? GILDO: é... mas é bem estilo Raimundinho né. Folclórico mesmo. CARLOS SASAI: humhumhum. GILDO: falei não tem problema não. CARLOS SASAI: é o cherifão. É o cherifão. GILDO: o que é devido é devido e você recebe, agora se não for seu... nem nem espere. CARLOS SASAI: claro. Amanhã eu passo contigo para a gente conversar Gildo. GILDO: tá tranquilo então, fechado.

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CARLOS SASAI: tá bom. Eu passo de manhã aí, obrigado. GILDO: beleza.

DO DESVIO DE RECURSOS PÚBLICOS – PROGRAMA “RUAS DO POVO”

Durante as investigações logramos êxito em identificar indícios severos de desvio de recursos públicos em obras destinadas à pavimentação de ruas em municípios do interior do Estado do Acre, no âmbito do Programa de Governo denominado: “Ruas do Povo”.

As obras de pavimentação destas ruas vêm sendo executadas pelo Governo do Acre em todos os municípios do Estado, por meio do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento - DEPASA, com recursos oriundos, em sua imensa maioria, de contrato de financiamento entre o Estado do Acre e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES. Diversas irregularidades foram constatadas na execução destas obras de pavimentação, tais como: a) pagamentos por serviços ainda não executados, b) duplicidade de objetos licitados, c) inclusão nos projetos de ruas inexistentes, d) pavimentação de ruas com material diferente do previsto (ex. asfaltamento em tijolos ao invés de asfalto), e) inclusão nos projetos de ruas já pavimentadas, f) execução de ruas por empresas estranhas ao processo licitatório, sem falar de ruas mal executadas, e que certamente necessitarão de reparo em um curto espaço de tempo. Foram realizadas diligências policiais em diversos municípios do interior do Estado, beneficiados com contratos para pavimentação de ruas, com o objetivo de apurar o estágio de execução das obras. Concomitantemente, por meio do Portal da Transparência do Governo do Estado do Acre, foram checados os pagamentos realizados pelo Estado do Acre às empresas responsáveis pelas obras, de tal forma que foi possível estabelecer se os pagamentos guardavam relação com o estágio de execução das obras. Nesse sentido, foram realizadas diligências policiais nas cidades de Tarauacá, Manoel Urbano, Plácido de Castro, Epitaciolândia e Xapuri.

MUNICÍPIO DE TARAUACÁ – CONCORRÊNCIA Nº 196/2011. Dentro do Programa de Governo intitulado “Ruas do Povo”, o DEPASA, através da Concorrência nº 196/2011 – CPL 05 – DEPASA, licitou a contratação de empresa de engenharia para execução de obras de infraestrutura no município de Tarauacá/AC – 2ª etapa, no valor total de R$

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6.444.138,85 (seis milhões quatrocentos e quarenta e quatro mil cento e trinta e oito reais e oitenta e cinco centavos). Consta do Projeto de Engenharia relacionado à concorrência nº 196/2011 a relação de 31 ruas, com extensão total de 7.655 metros, a serem objeto de obras de infraestrutura e pavimentação asfáltica. A licitação foi vencida pela empresa CONSTRUTERRA CONSTRUÇÃO CIVIL LTDA, pelo valor de R$ 6.631.105,48 (seis milhões, seiscentos e trinta e um mil, cento e cinco reais e quarenta e oito centavos). No Aviso de Julgamento e Classificação das Propostas de Preço, abaixo reproduzido, datado de 19 de março de 2012, consta que a empresa CONSTRUTERRA foi a única empresa habilitada.

O contrato nº 04.2012.045-A, para execução das obras, é datado de 10/04/2012, tendo sido assinado entre a CONSTRUTERRA (contratada),

Única empresa habilitada: CONSTRUTERRA

Valor da proposta R$6.631.105,48

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através de ADRIANO SASAI e FABIANO SASAI, e o DEPASA (contratante), por meio de GILDO CESAR ROCHA PINTO. Abaixo, extrato do referido contrato, extraído do DOE/AC, do dia 18/04/2012.

Chama atenção o valor do contrato, de R$ 6.631,105, 48, acima do orçado pelo DEPASA para a obra, no valor deR$ 6.444.138,85,conforme edital de licitação, o que é vedado pela lei nº 8.666/93, no artigo 48, inciso II, abaixo reproduzido.

Extrato de contrato

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Lei nº 8.666/93

Art. 48. Serão desclassificadas:

I - as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da licitação;

II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexeqüiveis, assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Não bastasse o normativo legal, no sentido de desclassificar proposta com valor superior ao orçado, o edital referente à concorrência nº 196/2011 – CPL 05 – DEPASA, também contém previsão expressa, no item “f.2”, de que seriam desclassificadas as propostas com preços unitários superiores ao do orçamento do DEPASA.

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Ou seja, o DEPASA, contrariando todos os normativos legais vigentes, contratou a CONSTRUTERRA por um valor acima do orçado. Ainda que a empresa tenha sido a única habilitada ao certame licitatório, o procedimento correto a ser adotado para este tipo de caso seria inabilitar a empresa e abrir novo processo licitatório, devendo o DEPASA, se entendesse necessário, rever o valor do orçamento. Policiais Federais diligenciaram no município de Tarauacá/AC, com a finalidade de colherem elementos relacionados à execução das obras de infraestrutura e pavimentação de ruas objeto do contrato nº 04.2012.045-A. O resultado destas diligências está materializado na informação nº 01/2013 BAN/DRCOR/SR/DPF/AC (anexo). Vale transcrever trecho relevante da referida informação policial: (...) Alguns fatos importantes foram notados quando da visita in loco dos logradouros. No município, das ruas descritas na licitação, somente havia três ruas pavimentadas (asfaltadas). As demais apenas estavam calçadas, muitas em péssimo estado mesmo depois de pouco tempo de terminada a obra. Agravando o fato, os três logradouros citados na licitação no Bairro do Corcovado nem calçadas estavam; eram vias em chão puro; barro. Das vias asfaltadas, destaca-se o relato do morador da Rua Epitácio (sic) Pessoa (deveria ser João Pessoa), onde diz que a rua foi asfaltada há cerca de quatro anos. Essa informação é deveras importante devido ao tamanho da rua, a maior da licitação, com 1.231 metros.

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Curioso é observar que no Projeto de Engenharia para Implantação de Infraestrutura em Ruas, constante no Orçamento da licitação em tela, há a descrição minuciosa dos serviços utilizados para asfaltamento das ruas. Neste sentido, incluem-se termos técnicos como ‘Tratamento Superficial Duplo – TSD, com emulsão RR-2C, inclusive capa selante’. É notório que esses serviços somente descrevem um processo de pavimentação em asfalto. A informação policial foi esclarecedora no sentido de apontar irregularidades graves na execução das obras de pavimentação de ruas em Tarauacá, tais como:

1. O memorial descritivo da concorrência nº 196/2011 previa a pavimentação com a utilização de asfalto, todavia, poucas ruas estavam asfaltadas, sendo que na maioria das ruas foi encontrada pavimentação em tijolos maciços, em desacordo com o previsto na concorrência;

2. Apurou-se, ainda, que muitas das ruas pavimentadas com tijolos, já estavam pavimentadas há bastante tempo, como, por exemplo, a Rua Duque de Caxias, situada no bairro Senador Pompeu, com extensão de 250 metros, executada, segundo consta na informação policial, há mais de 10 anos, assim como a Rua João Pessoa, com extensão de 1.231 metros, dos 7.655 metros do contrato, executada, segundo os policiais, há cerca de quatro anos.

Após diligências preliminares e constatação de indícios de irregularidades em obras na cidade de Tarauacá, Peritos Criminais Federais deslocaram-se ao referido município e percorreram as ruas descritas no memorial descritivo da concorrência nº 196/2011. O resultado dos trabalhos está materializado no laudo pericial nº 080/2013 – SETEC/SR/DPF/AC (anexo).

Segundo restou apurado pela perícia criminal, a extensão de pavimentação asfáltica considerada contemporânea ao edital da concorrência nº 196/2011 – CPL 05 – DEPASA, foi de 1.952,00 metros, dos 7.655,00 metros licitados. Em relação às ruas pavimentadas com tijolos, portanto, em desacordo com o edital, que previa pavimentação em asfalto, a perícia constatou a execução de 3.997,00 metros. Logo, pavimentadas, em asfalto ou em tijolos, apurou-se a execução de 5.949 metros, dos 7.655 previstos.

Pesquisou-se no Portal da Transparência do Governo do Estado do Acre,a fim de serem identificados pagamentos realizados para a empresa CONSTRUTERRA, vinculados ao contrato nº 04.2012.045-A.

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O resultado, registrado na informação policial nº 05/2013 BAN/DRCOR/SR/DPF/AC (anexo), foi surpreendente, pois foram identificados pagamentos na ordem de R$ 5.925.851, 95 (cinco milhões e novecentos e vinte e cinco mil, oitocentos e cinqüenta e um reais e noventa e cinco centavos), correspondente a quase 90% do valor inicialdo contrato, de R$ 6.631.105,48. Segue abaixo uma tabela indicando os serviços de pavimentação licitados e executados na cidade de Tarauacá, relacionados ao contrato com a CONSTRUTERRA, assim como a descrição dos valores contratados e já pagos. Consideraram-se tão somente valores relativos à execução de pavimentação em asfalto, como previsto no processo licitatório.

Asfalto licitado Asfalto executado Percentual executado

7.655,00 m 1.952,00 m 25,49%

Valor contratado Valor pago Percentual

pago

R$ 6.631.105,48 R$ 5.925.851,95 89,36%

Percebe-se uma disparidade acentuada entre o que foi efetivamente pago e o que foi executado, conforme o edital, para pavimentação das ruas em Tarauacá. O percentual de 25,49% do valor total do contrato (R$ 6.631.105,48) corresponde, em valores, a R$ 1.690.268,79. Portanto, em vista do que foi efetivamente executado e o que já foi pago para a empresa CONSTRUTERRA (R$ 5.925.851,95), temos uma diferença no valor de R$ 4.235.583,16, por serviços aparentemente não executados.

Percentual executado Valor correspondente

25,49 % R$ 1.690.268,79

Percentual pago Valor correspondente

89,36 % R$ 5.925.851,95

Diferença entre o valor pago e o executado

R$ 4.235.583,16

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Ainda fazendo referência à informação policial nº 01/2013 BAN/DRCOR/SR/DPF/AC, os policiais constataram que o calçamento dos logradouros vinculados ao processo licitatório nº 196/2011 estavam sendo executados pela pessoa conhecida como RAIMUNDINHO, responsável pela empresa Cerâmica São Jorge, o que indica uma possível subcontratação para execução das obras em Tarauacá. Segundo restou apurado pelos policiais responsáveis pela informação policial nº 01/2013 - BAN/DRCOR/SR/DPF/AC, RAIMUNDINHO trata-se da pessoa de RAIMUNDO NONATO SOARES DAMASCENO, CPF 138.018.482-72, responsável pela Cerâmica São Jorge, que atualmente funciona na Rua Quintino Bocaiúva, nº 98, centro. Tal fato restou comprovado em uma segunda diligência policial realizada em Tarauacá, apontada com detalhes na informação nº 16/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC (anexo), quando funcionários uniformizados da Cerâmica São Jorge foram identificados trabalhando em ruas objeto do contrato nº 11.2011.068-A, firmado entre o DEPASA e a CONSTRUTERRA.

Outro destaque da diligência policial foi a identificação de uma placa afixada na Rua Enoque Gomes Coelho, contendo informações relacionadas à pavimentação da rua com recursos do Ministério das Cidades.

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A rua em questão, ENOQUE GOMES COELHO, faz parte da relação de ruas a serem pavimentadas com recursos do Estado do Acre, referentes à concorrência nº 196/2011. Nesse sentido, abaixo, relação de ruas constantes no projeto de engenharia da concorrência nº 196/2011.

Fica claro pela leitura da placa que a rua já está sendo objeto de pavimentação em tijolo maciço por parte do Governo Federal, com recursos do Ministério das Cidades, ou seja, o mesmo objeto (Rua Enoque Gomes Coelho) sendo licitado duas vezes.

Rua Enoque Gomes Coelho – Já era objeto de pavimentação com recurso do Ministério das Cidades.

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Além disso, em consulta ao Diário Oficial do Estado do Acre, do dia 07 de julho de 2011, disponível através do site www.diario.ac.gov.br, foi identificado um contrato entre o DEPASA e a Cerâmica São Jorge, no valor de R$ 573.300,00, para fornecimento de tijolos maciços, visando atendimento das necessidades do DEPASA, no município de Tarauacá. Abaixo, minuta do contrato entre o DEPASA e a Cerâmica São Jorge, extraído do DOE/AC, do dia 07 de julho de 2011.

Ora, considerando o objeto licitado (tijolos maciços), mesmo material utilizado para pavimentação da maioria das ruas de Tarauacá (3.997,00 metros), referentes à concorrência nº 196/2011, conforme informação policial, a data de assinatura do contrato (27/06/2011), anterior à data de celebração do contrato entre o DEPASA e a CONSTRUTERRA, para pavimentação de ruas em Tarauacá, o local para fornecimento de tijolos (Tarauacá), mesmo local de execução das ruas objeto do contrato com a CONSTRUTERRA, bem como a empresa responsável pelo fornecimento dos tijolos (Cerâmica São Jorge), empresa que, de fato, segundo apurado na diligência policial, materializada na informação 001/2013 BAN/DRCOR/SR/DPF/AC, estaria executando a pavimentação das ruas em Tarauacá, podemos inferir que os tijolos objeto da licitação realizada pelo DEPASA, da qual a Cerâmica São Jorge sagrou-se vencedora, estão, na verdade, servindo para a pavimentação das ruasobjeto da concorrência nº 196/2011.

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Nesse sentido, considerando os elementos apontados acima, cremos que existem suficientes indícios dedesvio de recursos públicos do Estado do Acre, em favor da empresa CONSTRUTERRA. Vejamos:

1. O memorial descritivo da concorrência previu a pavimentação de rua (Enoque Gomes Coelho) que já era objeto de pavimentação por parte do Governo Federal;

2. O memorial descritivo previu a pavimentação de ruas que já estavam pavimentadas com asfalto, como, por exemplo, a Rua Epitácio Pessoa (Tabela 2 do laudo pericial), com 1.231 metros licitados, dos 7.655 totais licitados, o que corresponde a 16% do total do contrato;

3. A empresa COSNTRUTERRA foi a única empresa habilitada ao certame licitatório;

4. O contrato assinado entre a CONSTRUTERRA e o DEPASA era acima do valor orçado para a obra, o que contraria todos os normativos legais e princípios que norteiam as licitações realizadas pela Administração Pública;

5. As obras em Tarauacá estão sendo realizadas pela Cerâmica São Jorge, salientando que, conforme previsão expressa do edital, somente 30% dos serviços poderiam ser subcontratados (item 6.4.1 do edital);

6. A maior parte das ruas está sendo objeto de pavimentação com tijolos maciços ao invés de asfalto, o que contraria o previsto no projeto de engenharia referente à concorrência nº 196/2011, que previu a pavimentação asfáltica;

7. Os valores já pagos para a empresa CONSTRUTERRA não guardam relação com o que foi executado;

8. Restou constatado que a maior parte das ruas está sendo pavimentada com tijolos ao invés de asfalto, com fortes indícios de que os tijolos utilizados para a pavimentação das ruas foram comprados pelo DEPASA (Pregão Presencial nº 395/2011).

Por ora, pelas informações disponíveis no site da SEFAZ, sabemos tão somente que os recursos, que já somam R$ 5.925.851,95 (cinco milhões e novecentos e vinte e cinco mil, oitocentos e cinqüenta e um reais e noventa e cinco centavos),foram transferidos para a CONSTRUTERRA, não dispondo de informações que esclareçam o destino de elevadas quantias transferidas, o que somente seria possível com a quebra de sigilo bancário das contas bancárias da empresa investigada. No entanto, vale registrar que dos seis pagamentos registrados para a CONSTRUTERRA, 04 deles, no valor total de R$ 4.821.694,07, foram concentrados nos meses de agosto e setembro de 2012, com dois pagamentos no dia 26/09/2012, no valor total de R$ 1.813.185,23, ou seja, às vésperas do 1º turno do processo eleitoral para eleição de prefeitos municipais e vereadores, ocorrido no dia 07/10/2012, fato que merece ser mais bem esclarecido, visto que existem, salvo juízo mais abalizado, indícios de que os recursos foram desviadospara financiamento de campanha eleitoral.

DATA CONTRATO VALOR BRUTO

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05/06/2012 04.2012.045-A 500.425,53 26/07/2012 04.2012.045-A 603.732,35 21/08/2012 04.2012.045-A 2.612.666,72 21/08/2012 04.2012.045-A 395.842,12 26/09/2012 04.2012.045-A 387.333,28 26/09/2012 04.2012.045-A 1.425.851,95

TOTAL 5.925.851,95 Portanto,entendemos existirem suficientes elementos de autoria e materialidade dos crimes previstos nos artigos 312 do CP, por parte do Diretor do DEPASA, senhor GILDO CESAR ROCHA PINTO, bem como por parte do administrador de fato da empresa CONSTRUTERRA, senhor CARLOS SASAI. Os áudios de índices5099998 e5094686, 4882790, 5335369, os quais já foram citados nesta representação, mostram claramente que o alvo GILDO é a autoridade responsável pelos pagamentos dos contratos sob a responsabilidade do DEPASA. MUNICÍPIO DE MANOEL URBANO – CONCORRÊNCIA Nº 195/2011 A empresa CONSTRUTERRA ainda sagrou-se vencedora do certame licitatório nº 195/2011 – CPL 05 – DEPASA, para execução dos Serviços de Terraplanagem e Pavimentação de Vias Urbanas, no município de Manuel Urbano, Acre – 2ª etapa, no valor de R$ 5.777.710,72 (Cinco milhões setecentos e setenta e sete mil setecentos e dez reais e setenta e dois centavos). O contrato foi firmado no dia 10/02/2012, entre o DEPASA e a CONSTRUTERRA, conforme extrato de contrato extraído do Diário Oficial do Estado do Acre, do dia 27 de fevereiro de 2012.

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Consta do Projeto de Engenharia relacionado à concorrência nº 195/2011, a relação de 41 ruas, com extensão total de 8.032 metros, a serem objeto de terraplanagem e pavimentação em tijolo maciço. Policiais Federais diligenciaram no município de Manoel Urbano, com a finalidade de colherem elementos relacionados à execução das obras objeto do contrato nº 02.2012.011-A. O resultado destas diligências está materializado na informação nº 01/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC - 2ª parte. Segundo consta na informação policial, 23 ruas descritas no memorial descritivo da licitação, identificadas de “A” a “Z”, não existem no

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município. Vale registrar que a extensão total destas ruas é de 3.180,57 metros, dos 8.032 previstos, ou seja, aproximadamente 40% das ruas a serem executadas em Manoel Urbano não existem. Em relação às demais ruas descritas no memorial descritivo da concorrência, não foram encontradas pavimentação nas ruas Wilson Rodrigues e Raimundo Dias. Além disso, assim como ocorreu em Tarauacá, foram encontradas ruas pavimentadas em tijolos maciços há bastante tempo, como a Rua Antônio Coelho de Brito, pavimentada há 03 anos e a Rua Valentim Ferreira, pavimentada há cinco anos. Abaixo, cópia do memorial descritivo da concorrência nº 195/2011, onde estão descritas as ruas de Manoel Urbano a serem objeto de infraestrutura.

Ruas inexistentes no município

Ruas encontradas sem nenhuma pavimentação

Ruas que já estavam pavimentadas

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Peritos Criminais Federais percorreram as ruas objeto da concorrência nº 195/2011. O resultado dos exames periciais está consubstanciado no laudo nº 086/2013 – SETEC/SR/DPF/AC. Assim como já havia sido verificado pelos policiais federais que diligenciaram no município de Tarauacá, os peritos não localizaram as 23 ruas denominadas no memorial descritivo com as letras “A” a “Z”. Segundo os peritos responsáveis pelos exames nas ruas de Manoel Urbano, foram identificados 6.437 metros de extensão pavimentada com tijolos, devendo ser observado (apêndice do laudo pericial) que em diversas ruas descritas no memorial descritivo, os peritos constataram trechos de ruas com pavimento mais recente do que o restante, indício de ruas já pavimentadas foram incluídas no memorial descritivo da concorrência nº 195/2011. Assim como em Tarauacá, as obras nas ruas de Manoel Urbano, referentes à pavimentação de ruas, também estariam a cargo de RAIMUNDINHO, conforme podemos inferir da análise de interceptações telefônicas.

Nos áudios abaixo GILDO, diretor do DEPASA, dialoga com RAIMUNDINHO acerca do pagamento de determinadas obras que estão sendo executadas. Pelo teor da conversa, percebe-se que a empresa de RAIMUNDINHO está executando obra da empresa CONSTRUTERRA, e que tal subcontratação seria de conhecimento de GILDO, pois este conversa diretamente com RAIMUNDINHO.

RAIMUNDINHO cobra GILDO sobre um determinado pagamento

(provavelmente um pagamento pela execução de serviços em Manoel Urbano, referentes à concorrência nº 195/2011). A título de esclarecimento, esta chamada já foi citada acima.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5099998 6899314055 6881150430 27/12/2012 14:17:35 00:00:46 �

@@@ GILDO X RAIMUNDINHO

(MANOEL URBANO -

TARAUACÁ) #

(...) Aos 0’18’’ RAIMUNDINHO: e aí me dá a boa notícia Gildo... (...) me dê a boa notícia...; GILDO: já... já tá autorizado... tá processando já... (...); RAIMUNDINHO: como é que é!? GILDO: já tá autorizado e tá processando já o pagamento tá...; RAIMUNDINHO: já tá providenciando né!?; GILDO: já... já tá processando o pagamento...; RAIMUNDINHO: eu posso... eu posso ligar lá pro pessoal do Sasai já entrar pra em contato com vocês aí?; GILDO: já... (...);

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RAIMUNDINHO: muito obrigado Gildo pela boa notícia tá amigão...;

Nesta chamada, do dia 03/01/2013 (índice 5129041), é noticiado

que a CONSTRUTERRA teria ficado fora dos pagamentos realizados pelo Governo, e devido a este fato,RAIMUNDINHO, que esta executando as obras, também ficaria sem os pagamentos. Referem-se a um pagamento no valor de quinhentos e poucos mil.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5129041 6899314055 6899718638 03/01/2013 17:18:23 00:05:09 �

@@ GILDO X ROSADMA -

CONCORRÊNCIA N.º 195/2011 -

DEPASA #

TRANSCRIÇÃO: - no início falam da Funasa... (...) Aos3’15’’: ROSADMA: a Marcia Regina me ligou... a Construterra ficou fora... de quinhentos e poucos...; GILDO: (...); ROSADMA: o Raimundinho veio aqui... rasgando... eu disse: ei se acalma aí...; GILDO: ele tem um monte de problema para ser corrigido lá em Manoel Urbano... (...); ROSADMA: (...) o senhor vai ter que se enterar... o que sua empresa tá fazendo...as notificações que ela recebeu... (...) e daí num instante ele se acalmou... (...)

Foram efetuadas pesquisas nos bancos de dados disponíveis no site do Portal da Transparência, onde é possível identificar pagamentos efetuados pelo Estado do Acre referentes a um determinado contrato, conforme consta na informação policial nº 11/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC. Nesse sentido, após pesquisas relacionadas a pagamentos referentes ao contrato nº 02.2012.011-A, objeto da concorrência nº 195/2011, identificamos o pagamento que era aguardado por RAIMUNDINHO. O pagamento em questão foi realizado no dia 23/01/2013, no valor de R$ 521.345,89, e corresponde, segundo consta nas informações disponibilizadas no portal da SEFAZ e incluídas na informação policial (11/2013), aos serviços da 6ª medição das obras de Manoel Urbano. Ainda fazendo referência à informação policial nº 11/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC, foram realizados 07 pagamentos para a CONSTRUTERRA, referentes a obras do contrato de Manoel Urbano, incluindo o pagamento de R$ 521.345,89,totalizandoR$ 3.698.280,27 em pagamentos para a CONSTRUTERRA. Mais uma vez vale registrar pagamentos elevados e concentrados nos meses de agosto e setembro de 2012, como um pagamento em

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10/08/2012, de R$ 453.042,02, um pagamento em 04/09/2012, de R$ 625.763,36,e um pagamento no dia 06/09/2012, no valor de R$ 1.028.573,50. Também identificamos em consulta ao Diário Oficial do Estado do Acre, do dia 16 de dezembro de 2011, disponível através do site www.diario.ac.gov.br,três contratosfirmados pelo DEPASA, para fornecimento de tijolos maciços, visando atendimento das necessidades do DEPASA, no município de Manoel Urbano.Dois dos contratos tem o valor de R$ 450.000,00 e um deles valor de R$ 618.750,00, totalizando R$ 1.518.750,00.

Creio não existirem justificativas para o fornecimento de grande quantidade de tijolos para o município de Manoel Urbano, o que nos leva a acreditar que, assim como provavelmente ocorreu em Tarauacá, o próprio DEPASA tenha fornecido os tijolos para a execução das ruas em Manoel Urbano, em benefício direto da empresa responsável pela execução das ruas.

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Existem indícios de desvio de recursos para a empresa CONSTRUTERRA, relacionados ao contrato nº 02.2012.011-A, objeto da concorrência nº 195/2011, os quais poderão melhor ser esclarecidos com a apreensão dos documentos (processo licitatório e processos de pagamentos) relacionados ao processo licitatório nº 195/2011. MUNICÍPIO DE PLÁCIDO DE CASTRO – CONCORRÊNCIA Nº 006/2012.

Com o escopo de identificar indícios de desvios de recursos públicos em obras de pavimentação e infraestrutura no município de Plácido de Castro, uma equipe de policiais federais deslocou-se ao citado município, a fim de analisar as ruas descritas no memorial descritivo referente à concorrência nº 006/2012 – CPL 05 – DEPASA. Mencionada licitação, executada pelo regime de empreitada e critério de menor preço global, teve por objeto a contratação de empresa de engenharia para execução de obras de infraestrutura no município de Plácido de Castro/AC - 2ª etapa, tendo sido dividida em dois lotes, no valor total de R$ 15.461.419,40 (quinze milhões, quatrocentos e sessenta e um mil, quatrocentos e dezenove reais e quarenta centavos), sendo R$ 7.150.636,61 (sete milhões, cento e cinqüenta mil, seiscentos e trinta e seis reais e sessenta e um centavos) para o lote I eR$8.310.782,79 (oito milhões, trezentos e dez mil, setecentos e oitenta e dois reais e setenta e nove centavos) para o lote II. As empresas vencedoras foram a CONSTRUTERRA CONSTRUÇÃO CIVIL LTDA, para o LOTE I, com valor de R$ 6.500.111,39, e a MAV CONSTRUTORA LTDA, para o LOTE II, com valor de R$7.893.480,52, conforme extratos de contrato, abaixo colacionados, extraídos do Diário Oficial do Estado do Acre (www.diario.ac.gov.br), dos dias 10 de maio de 2012 e 16 de maio de 2012.

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Restou apontado na informação policial nº 02/2013 BAN/DRCOR/SR/DPF/AC, por policiais federais que diligenciaram no município de Plácido de Castro, a execução parcial do contrato, com irregularidades consistentes em: inclusão de ruas já pavimentadas no memorial descritivo da concorrência, ruas não pavimentadas, além de ruas sendo pavimentadas por empresa estranha ao processo licitatório nº 006/2012. Segundo consta da referida informação policial, foram identificados funcionários da empresa SHALON CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA executando obras em ruas descritas no memorial descritivo do lote 02, da concorrência 06/2012, que deveria estar sendo executado pela MAV CONSTRUTORA. Nesse sentido, esclarecedor o vídeo de nº 267, anexo da informação policial. Calha anotar que a empresa SHALON também possui um contrato, de nº 11.2011.060-A, referente à concorrência nº 136/2011, para obras de infraestrutura no município de Plácido de Castro – Vila Campinas. Peritos Federais realizaram exame de constatação nas ruas objeto da concorrência nº 006/2012. O resultado dos exames encontra-se materializado no laudo pericial nº 069/2013 – SETEC/SR/DPF/AC. De acordo com a perícia, foram encontrados 3.655 metros de trechos pavimentados com asfalto, dos 7.985,60 metros previstos para o lote 01 da concorrência, conforme tabela 01 do referido laudo pericial.

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Asfalto licitado Asfalto executado Percentual executado

7.985,60 m 3.655,00 m 45,8%

A informação policial nº 08/2013 - BAN DRCOR/SR/DPF/AC teve o mérito de levantar todos os pagamentos realizados para a MAV (lote 02) e CONSTRUTERRA (lote 01), referentes à concorrência nº 06/2012. Identificaram-se 07 pagamentos já realizados para a CONSTRUTERRA, no valor de R$ 4.231.479,80, correspondente a 65,53% das obras do lote 01.

Valor contratado Valor pago

Percentual pago

R$ 6.500.111,39 R$ 4.231.479,80 65,98%

No tocante à execução de pavimentação das ruas, a diferença entre o percentual pago (65,98%) e o que foi efetivamente executado (45,8%) não guarda consonância, indício de irregularidades na execução das obras e possível desvio de recursos públicos. Os exames periciais realizados no lote II da concorrência nº 006/2012 restou materializado no laudo nº 090/2013 – SETEC/SR/DPF/AC. Segundo os peritos responsáveis pelos exames, foram encontrados 1.581,00 metros de pavimentação asfáltica recente, contemporânea ao edital nº 006/2012 – lote 02.

Asfalto licitado Asfalto

executado Percentual executado

9.341,00 m 1.581,00 m 16,92%

O valor executado, até a data da perícia, guarda relação com o que já foi pago para a empresa responsável pelas obras, pois foram identificados 03 pagamentos efetuados para a MAV, no valor total de 1.560.991,56, correspondente a 19,77% da obra. Vale ressaltar, entretanto, que foram identificados pelos peritos criminais, nas ruas a serem beneficiadas com as obras da concorrência nº 006/2012 – lote 02, 1.515,00 metros de vias já pavimentadas em data não contemporânea ao edital, ou seja, o edital previu a execução de ruas já pavimentadas.

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Mais uma vez foram identificados pagamentos concentrados e de valor elevado nos meses de agosto e setembro de 2012, conforme registrado na tabela abaixo:

MÊS/ANO MAV CONSTRUTERRA

AGOSTO/2012 R$ 807.923,12 R$ 596.024,14

SETEMBRO/2012 R$ 202.100,91 R$1.671.963,18

Cremos existirem indícios suficientes de fraude ao processo licitatório e desvio de recursos públicos para as empresas CONSTRUTERRA (lote 01) e MAV (lote 02), referentes às obras objeto da concorrência nº 006/2012, os quais poderão melhor ser esclarecidos com a análise dos processos licitatórios e processos de pagamentos referentes à concorrência nº 006/2012. MUNICÍPIO DE ACRELÂNDIA – CONCORRÊNCIA Nº 184/2011.

Seguindo a mesma metodologia de trabalho utilizada nos municípios de Tarauacá, Manoel Urbano e Plácido de Castro, uma equipe de policiais federais dirigiu-se ao município de Acrelândia, com o objetivo de verificar as obras relacionadas ao contrato nº 01.2012.006-A, decorrente da concorrência nº 184/2011. A licitação mais uma vez foi vencida pela empresa CONSTRUTERRA, com proposta de preço no valor de R$ 4.629.272,55, conforme extrato de contrato extraído do DOU/AC, do dia 31/01/2012.

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De forma anormal, o memorial descritivo referente à concorrência nº 184/2011, não elenca as ruas de Acrelândia/AC a serem objeto de infraestrutura, indício de fraude ao processo licitatório, pois não é crível que uma empresa participe de uma concorrência, tendo que obrigatoriamente apresentar planilha detalhada de custos, sem ao menos saber qual o objeto preciso do certame. Mesmo não sabendo quais as ruas objeto do certame licitatório, para obras de infraestrutura em Acrelândia/AC, uma equipe de policiais federais deslocou-se ao referido município. O resultado dos trabalhos está materializado na informação policial nº 03/2013 - BAN/DRCOR/SR/DPF/AC. Note-se que o trabalho de investigação realizado na cidade de Acrelândia, baseou-se na busca indireta de ruas asfaltadas, haja vista não haver no Memorial Descritivo da licitação a lista das ruas a serem pavimentadas. Conforme ressaltado na informação policial, a equipe de Policiais Federais relacionou in loco apenas as ruas que estavam recentemente pavimentadas.

Após percorrer todas as ruas do referido município, os investigadores concluíram que apenas 13 ruas tiveram obras de asfaltamento executadas nos últimos 12 meses, número pequeno se comparados com os recursos já recebidos pela empresa CONSTRUTERRA, até o mês de fevereiro de 2013, na ordem de 87,17% do valor do contrato, equivalente a R$

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4.035.395,07, conforme consta na informação policial nº 08/2013 - BAN/DRCOR/SR/DPF/AC. Nesse sentido, existem indícios de fraude ao certame licitatório e desvio de recursos públicos para a CONSTRUTERRA. Fato que poderá ser melhor esclarecido com a apreensão e análise dos documentos (processo licitatório e processos de pagamento) relacionados à concorrência nº 184/2011. MUNICÍPIO DE EPITACIOLÂNDIA – CONCORRÊNCIA Nº 192/2011.

No município de Epitaciolândia/AC, o objetivo foi o de verificar as obras de execução de infraestrutura, objeto da concorrência nº 192/2011, lotes 01 e 02, vencidos, respectivamente, pelas empresas ABACO ENGENHARIA (lote 01), no valor de R$ 8.833.572,45 e BESSA ENGENHARIA (lote 02), no valor de R$ 8.328.656,67, conforme extratos de contrato extraídos do DOE/AC, dos dias 29/03/2012 (ABACO) e 19/03/2012 (BESSA).

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Agentes da Polícia Federal percorreram as ruas descritas no memorial descritivo da concorrência nº 192/2011 – lotes 01 e 02. As ruas foram encontradas parcialmente executadas, conforme restou materializado na informação policial nº 04/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC. Ao percorrerem a Rua 25 de dezembro, no bairro José Hassen, em Epitaciolândia/AC, descrita no memorial descritivo do lote 01, da concorrência nº 192/2011, com extensão de 570 metros, os policiais depararam-se com uma placa de obras do Governo Federal, Projeto Calha Norte, fazendo referência ao convênio 004/2010/MD.

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Foto da placa do Governo Federal na Rua 25 de dezembro

Após oficiarmos ao Ministério da Defesa, solicitando informações acerca do Projeto Calha Norte, por meio do ofício nº 001/2013-BAN/DRCOR/SR/DPF/AC, descobrimos que o convênio nº 004/PCN/2010 tem como objeto a pavimentação de ruas, com prestação de contas final já apresentada em 12/11/2012, conforme ofício nº 1934/SEORI/DEADI/PCN. Segundo informações da Coordenadora do Projeto Calha Norte, a RUA 25 DE DEZEMBRO foi beneficiada com recursos do convênio nº 004/PCN/2010, que é do dia 24 de junho de 2010, portanto, bastante anterior à concorrência nº 192/2011, que é do dia 29/11/2011. O mesmo problema ocorreu na Rua 20 de Janeiro, também descrita no lote 01, com extensão de 320 metros, também no bairro José Hassen. Os policiais identificaram uma placa (foto abaixo) do Governo Federal, fazendo menção ao convênio 273/2011/MD. Após informações do Ministério da Defesa, descobrimos que a Rua 20 de Janeiro foi uma das ruas beneficiadas com os recursos do convênio celebrado entre a Prefeitura de Epitaciolândia e o Governo Federal.

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Segundo restou apurado pelos policiais federais responsáveis pelas diligências na cidade de Epitaciolândia/AC, dos 350 metros previstos no memorial descritivo, referentes à Rua 20 de Janeiro, apenas os 100 metros finais da rua haviam sido executados com recursos do Programa “Ruas do Povo”, sendo certo que o restante da rua foi executado com recursos públicos federais objeto do convênio com o Ministério da Defesa. Portanto, revelou-se que ruas já pavimentadas com recursos do Ministério da Defesa foram novamente licitadas para execução do mesmo serviço, por parte do DEPASA. Segue abaixo, parte integrante do projeto de engenharia da concorrência nº 192/2011, lote 01, descrevendo as ruas a serem executadas:

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Não fosse isso, observa-se a nítida a diferença entre o asfalto realizado na Rua 20 de Janeiro, com recursos do Programa “Ruas do Povo”, e o asfalto realizado com recursos do Ministério da Defesa (Projeto Calha Norte),

Ruas executadas com recursos do Ministério da Defesa – Projeto Calha Norte

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conforme revelam as fotos abaixo. A baixa qualidade do asfalto executado no âmbito do Programa Ruas do Povo, que certamente necessitará de reparos em um curto espaço de tempo, com certeza não atende aos requisitos de material e técnica exigidos pelo processo licitatório, indício de que as obras estejam sendo executadas sem nenhum tipo de fiscalização e a um custo bastante inferior àquele previsto na concorrência.

Parte da Rua 20 de Janeiro executada com Parte da Rua 20 de Janeiro executada com com recursos do Minstério da Defesa recursos do Programa Ruas do Povo

Existem indícios suficientes de que a empresa ABACO, responsável pela execução das obras do lote 01, da concorrência nº 192/2011, tenha se apropriado de recursos públicos destinados à pavimentação de parte das ruas do município de Epitaciolândia/AC, ainda mais quando sabemos que referida empresa já recebeu recursos na ordem de R$ 8.666.074,45, equivalente a 98,06% do valor do contrato, conforme informação policial nº 13/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC.

Dando continuidade às diligências em Epitaciolândia, os Agentes da Polícia Federal percorreram as ruas do município relacionadas ao lote nº 02, da concorrência nº 192/2011, vencida pela empresa BESSA ENGENHARIA, conforme consta na 2ª parte da informação policial nº 04/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC. Conforme consta da citada informação, as ruas descritas no memorial descritivo (lote 02) não estavam executadas na extensão indicada no processo licitatório, como, por exemplo, a Rua Amapá, com extensão indicada no memorial descritivo de 160 metros e execução de apenas 140 metros. Também foram encontradas ruas com largura bastante estreita, onde não passam dois veículos lado a lado, conforme destacado na foto da

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Rua Rio Branco, do Bairro Liberdade (foto d da informação policial) e Rua São João Del Rei (foto e da informação policial). Moradores das ruas Bahia, com extensão de 571 metros, e Airton Sena, com extensão de 145 metros, foram entrevistados pelos policiais responsáveis pelas diligências, revelando que as citadas ruas não foram executadas no âmbito do Projeto Ruas do Povo. Consta da informação policial que a moradora MARIA JOSÉ DANTAS ANDRÉ, da Rua Airton Sena, teria revelado que o calçamento de sua rua, em tijolos, foi realizado pela prefeitura municipal de Epitaciolândia. Cumpre ressaltar que a pavimentação prevista para as ruas de Epitaciolândia relacionadas à concorrência nº 192/2011 deveriam ser em asfalto e não em tijolos. A par de todas as irregularidades constatadas na execução das ruas descritas no lote 02, da concorrência nº 192/2011, foi detectado que uma das ruas previstas no memorial descritivo da concorrência (Ermelindo Maffi), assim como ocorreu no lote 01, já havia sido objeto de asfaltamento no âmbito do Programa Calha Norte, por meio de convênio com o Ministério da Defesa. De fato, restou esclarecido pelo Ministério da Defesa que a Rua Ermelindo Maffi foi beneficiada com recursos do convênio nº 273/2011, conforme consta no ofício nº 1934/SEORI/DEADI/PCN. Importante consignar que a Rua Ermelindo Maffi possui extensão de 650 metros, dos 6.269 metros totais a serem pavimentados.

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Mais uma vez vale registrar a qualidade das ruas pavimentadas com os recursos do Projeto Calha Norte, muito diferente das ruas pavimentadas com os recursos do Projeto Ruas do Povo, indício claro de que as obras do Projeto “Ruas do Povo”, no município de Epitaciolândia/AC, estão sendo executadas muito aquém do que é previsto nas especificações técnicas da concorrência nº 192/20117, fator que certamente diminui de forma drástica os custos da empresa para execução das obras.

7 Segundo consta nos documentos relacionados à concorrência nº 292/2011, na parte relacionada à pavimentação, constam às seguintes especificações técnicas: a) conformação geométrica de plataforma para execução de camadas de pavimento; b) escavação e carga de material para subbase e base; c) Transporte comercial de material para subbase e base (dmt: 10,00 km); d) Execução de subbase estabilizada sem mistura, com aquisição de material; e) Execução de base estabilizada sem mistura, com aquisição de material; f) Imprimação com CM-30, fornecimento e aplicação; g) Pintura de ligação com emulsão RR-2C, fornecimento e aplicação; h) Tratamento superficial duplo - TSD, com emulsão RR-2C, inclusive capa selante; i) Camada de capa selante com emulsão RR-2C.

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Rua Ermelindo Maffi (Calha Norte) Rua Amapá (Ruas do Povo)

Não diferente dos processos citados anteriormente, a BESSA ENGENHARIA já recebeu a maior parte dos recursos objeto do contrato nº 03.2012.022-A, relacionado à concorrência nº 192/2012 – lote 02, conforme informação policial nº 14/2013 BAN/DRCOR/SR/DPF/AC. Segundo consta na informação, dos R$ 10.409.274,27 previstos no contrato, contando um aditivo de R$ 2.080.617,60 em relação ao valor original do contrato, de R$ 8.328.656,67, a BESSA ENGENHARIA já recebeu R$ 9.506.652,70, o que corresponde a 91,32% do contrato. Dos pagamentos recebidos, vale registrar um pagamento de valor bastante elevado, no dia 11/09/2012, de R$ 2.049.081,23, quase o valor do aditivo, bastante superior aos demais pagamentos realizados à empresa nos meses anteriores (abril, maio, julho e agosto) e posteriores a setembro (novembro, dezembro e fevereiro).

Nesse sentido, por tudo que foi exposto, entendo existirem severos indícios de desvio de recursos públicos em favor da empresa BESSA ENGENHARIA.

A IRREGULARIDADE EM PAGAMENTOS REALIZADOS PELO DEPASA

No áudio abaixo há a notícia de suposta irregularidade em

pagamentos, eis que o alvo Gildo não iria observar a exigência legal no que refere à exigência de certidões.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5094686 6899314055 6899831525 26/12/2012 15:11:17 00:01:31 RECEBIDA �

@@ GILDO X DONÁRIO

(CERTIDAO

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VENCIDA) #

TRANSCRIÇÃO: GILDO: oi Donário. DONÁRIO: você pode falar? GILDO: posso meu amigo. DONÁRIO: escuta. Nós mandamos a documentação pra fazer a medição. Aquela medida... medindo aquele material daquela caixa d'água. GILDO: certo. DONÁRIO: só que a nossa certidão venceu exatamente ontem. GILDO: ahãn. DONÁRIO: a certidão da Receita Federal. GILDO: hã!? DONÁRIO: nós precisava (sic) de um aval seu... que... éé... se você não tinha como autorizar essa liberação e na outra medição nós já apresentava (sic) junto com a certidão. GILDO: não tem problema não meu amigo! DONÁRIO: tem!? GILDO: tem não! Eu vou quebrar o galho (sic) aqui. Pode... eu vou. Eu tô com a Dani já aqui e já vou autorizar ela, tá!? DONÁRIO: tá... porque já tá tudo pronto aí. Uma única certidão. GILDO: seu amigo corre um risco da porra mas você é parceiro. DONÁRIO: não, mas eu mando. Isso aí pode ter certeza que eu mando. GILDO: o problema... o problema não é... não é esse não. O problema é o seguinte. O problema é que não pode pagar sem... sem a certidão, mas eu vou pagar. DONÁRIO: certo. É porque venceu ontem e nós tamo frito (sic). A outra, pessoa física eu mandei hoje. GILDO: tá bom. Tá tá no nome da tua empresa mesmo né!? DONÁRIO: no nome da MD construção. GILDO: pode deixar. DONÁRIO: tá bom? GILDO: beleza! DONÁRIO: a Dani sabe aí. Que a menina do jurídico também. GILDO: deixa comigo. DONÁRIO: elas já viram tudo aí. Já tá tudo prontinho... só tá dependo de ir pro banco, pra banco. (inaudível) autorização. GILDO: pode deixar. DONÁRIO: tá GILDO: falou. DONÁRIO: obrigado irmão. GILDO: falou. DONÁRIO: tá, tá.

POSSÍVEL QUEBRA DO SIGILO DA INVESTIGAÇÃO No diálogo abaixo, o alvo ASSUR em diálogo com Venilson, este

último mostra-se temeroso quanto ao assunto que vão falar. Diz que os telefones estão todos grampeados. Assur ainda comenta que o alvo Adriano não que conversar com ele por telefone sobre determinado assunto. ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE

DO CONTATO DATA DA

CHAMADA HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

241

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4987385 6899564525 6899718405 06/12/2012 09:11:15 00:03:05 � �

@@@ ASSUR X VENILSON #

TRANSCRIÇÃO: VENILSON: alô. ASSUR: Venilson? VENILSON: oi. ASSUR: uuu uuu falei com o Adriano. Fiz fiz o negócio já já. Mandei pro teu email aí. VENILSON: ah tá! ASSUR: mas aí falei com o Adriano também. VENILSON: tranquilo! E ele aceitou né!? ASSUR: ahã!? VENILSON: o que. ASSUR: pois é, né. Aí falei com o Enilson... ele disse que tinha... o Enilson tinha falado com ele... e aí disse que "ele só não falou comigo". Achei que ia dar pra falar por telefone... ele não deixou puxar o assunto, não deixou puxar o assunto não. Tem que ir lá com ele agora. VENILSON: é... ele não deixa não, mas ele tá certo! Os telefones tudo grampeado né! ASSUR: não, mas não tem nada demais do que nós estamos falando! VENILSON: hehehe. ASSUR: não, o que que tem de errado!? uuu uuu. VENILSON: o problema é que... é que a Federal pega o que a gente fala e edita! ASSUR: sim, mas não. VENILSON: hehe... pra Justiça não serve, mas pra impresa quando publica, Deus me livre! ASSUR: pois é... não, tô falando aqui que que... eu falei com o Enilson. Ele faz o orçamento hoje ainda. VENILSON: ahãm. ASSUR: certo!? Tô analisando aqui ó... essa obra, ela é composta de 3 itens basicamente né: administração local, carvão antracito e fornecimento de perfil pra decantação. VENILSON: isso é o valor pesado né!? ASSUR: 90% da obra já tão nesses 3 itens aqui. VENILSON: aí o cara vai pedir (inaudível) de umas coisas que nem que nem faz parte do negócio né!? ASSUR: peraí, peraí. Não não não. Fiz errado porra. Mas 50% do valor da obra é mais ou menos esse item aqui né. Não, na verdade eu tava analisando né. VENILSON: hum? ASSUR: u u a areia ele é o sétimo item né. Aquele coisa da areia né. Só que exigiu pouquinho né... o que tá desconproporcional (sic) é o asfalto... pedindo... tá em 270 e pedindo 218 né. VENILSON: é. ASSUR: entendeu!? O que tá errado é isso aí, o asfalto né! Mas com aquela, essa questão já contorna né. VENILSON: hurum. ASSUR: de qualquer forma, o asfalto ele poderia exigir 100 metros cúbicos né. 100 metros. (inaudível) tonelada né!? VENILSON: 50% né. ASSUR: isso. VENILSON: mas aí diz que não tão exigindo mais porque só se atingir mais 4, pelo menos 4% do valor global não é!? ASSUR: não entendi. Como é!? VENILSON: se, por exemplo, um item lá atingir. ASSUR: entendi, entendi. É, o asfalto ele corresponde a dois, três, dois por cento, 2,5% da obra. O asfalto né. Mas tudo bem, o que quero dizer é o seguinte: se for (inaudível) né... amanhã tá pronto né. É isso que eu quero que você decida aí que vou com ele lá. Se for pra falar ou não. VENILSON: isso.

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ASSUR: então vamos né!? VENILSON: tranquilo. ASSUR: então tá, vou lá, vou lá com ele. Que ir também lá com ele ou não? VENILSON: nada, eu vou trabalhar na planilha aqui de novo aqui. Vou ficar preso na coisa de de medição. ASSUR: (inaudível). VENILSON: então tá, tchau.

O CRIME DE FALSIDADE DOCUMENTAL

As interceptações ainda noticiaram possível irregularidade que ocorrerá

em futuros procedimentos licitatórios. O alvo Assurbanipal diz que necessitaria de documentação de Marcos, possivelmente certidões, e pede que seja cortado da certidão a data e a hora que a mesma foi emitida.

Segundo o auto circunstanciado, “no que tange à participação em

processos licitatórios, as interceptações de índices 4308022 e 4325465 mostram possíveis irregularidades. Na primeira delas, chama atenção a conversa de ASSUR com uma pessoa que parece se chamar Marcos. Este utiliza um número de telefone fixo cuja propriedade ainda é desconhecida por ocasião do presente relatório. Na conversa, ASSUR menciona que precisa das certidões de Marcos (ou da empresa dele) para participar de um processo licitatório. Não é possível saber ao certo quais seriam estas certidões (podem ser, por exemplo, Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs). No entanto, resta ser melhor elucidado o que se menciona na conversa de índice 4325465. Nesta chamada, em conversa com um funcionário de sua empresa (VECTRA), ASSUR inicia dizendo que “lá já ganhamos” e que “o cara foi inabilitado lá”, possivelmente fazendo referência ao processo licitatório acima apontado. ASSUR pergunta se a certidão do CREA já havia sido emitida. Evaldo responde positivamente e ASSUR pede para que ele “corte” a parte do papel onde foi impressa a data e a hora. Mencionam ainda sobre ARTs e CATs (Certidões de Acervo Técnico) de terceiros que seriam necessários para participação em outro processo licitatório. ASSUR também afirma que a de projetos (licitação) já tá “manjado” e que está outra ainda não. Todas essas condutas podem caracterizar possíveis fraudes e, portanto, deverão ser acompanhadas e ainda melhor apuradas. ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4308022 6899995592 6832442412 13/07/2012 12:03:10 00:01:42 � �

@@@ ASSUR X MARCO #

4325465 6899995592 6899776532 16/07/2012 10:12:18 00:06:16 �

@@@ ASSUR X EVALDO #

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4308022 ASSUR: alô. MARCO: ô Assur. ASSUR: fala Marco. MARCO: conseguiu ver lá o negócio lá?

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ASSUR: rapaz, não vi não. Mas já que você me lembrou agora vou ver agora. Vejo agora, já já. Deixa eu te falar outra coisa. Viu Marco... tinha. Não sei se tu convocou um... tem um cabra (sic) que você tava selecionando aí, o Marcio. MARCO: qual Marcio? ASSUR: tu tu selecionou já o pessoal ou ainda tá selecionando? MARCO: tá selecionando ainda. ASSUR: então tá. Disse que tá pra ser chamado e não chamaram ainda. MARCO: mas quem é o Marcio? ASSUR: não sei o sobrenome dele. Mas o Marcio... acho que ele trabalhou na Etenge... convênio eletrotécnico também. MARCO: ah! Acho que eu sei quem é. Deve ser chamado agora porque... treinamento né. ASSUR: dá pra dar um apoio (inaudível) lá. MARCO: tá com o Edgar lá. A demanda tá com o Edgar lá pra poder chamar o pessoal. ASSUR: outra coisa. Marco, Marco. Acho que vou precisar da documentação na segunda-feira ô. MARCO: documentação de que? ASSUR: tem um... vamos ter que ajudar um processo aí. MARCO: então beleza, depois você me explica então. ASSUR: se conseguisse até... na verdade segunda-feira é o dia já! A minha, a minha aqui venceu um documento aqui hoje e não vou poder ajudar. Aí eu coloquei, coloquei a hipótese de tu ajudar. MARCO: tá. Tranquilo. ASSUR: teria que separar uu as tuas certidões aí. Uma cópia de cada um. MARCO: tá. Não, tá separado aqui já. ASSUR: o kit, o kit básico que você já sabe qual é! MARCO: tá! Tranquilo! ASSUR: eu falo depois contigo, falou. MARCO: valeu. Aí você me dá retorno né!? ASSUR: tá legal. MARCO: valeu. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4325465 EVALDO: oi Assur. ASSUR: Evaldo? EVALDO: oi? ASSUR: vamos passar aqui. Lá lá, vamos ganhar lá. O cara foi inabilitado. EVALDO: foi inabilitado? ASSUR: o cara foi inabilitado, o cara lá. EVALDO: ah, beleza. ASSUR: deixa eu te falar aqui. Éé vamos lá. A certidão do CREA saiu já? EVALDO: tá tá na mão, já ok já! ASSUR: então vê aí que o cara vai já já aí buscar o documento aí. EVALDO: já tá aqui já. ASSUR: então deixa prontinho aí e tal. EVALDO: aham. ASSUR: éé, agora não saiu a hora... na hora que imprimiu não sai a hora não!? EVALDO: a hora? ASSUR: é, quando imprimiu não sai a hora? Não sai embaixo lá a data, hora? EVALDO: eu acho que sai. Sai. ASSUR: pois é, então tu recorta, corta isso aí do papel. EVALDO: tá, beleza então! ASSUR: entendeu né!? Não sei que horas você imprimiu. Que ontem eram 10 horas. Deixa eu te falar aqui. EVALDO: hum.

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ASSUR: outra coisa. Ééé o negócio que eu queria ver contigo. Bicho (sic) temos que, temos que desse uma cutucada na Caixa Econômica... o negócio dos pagamentos de Feijó e Tarauacá... do Plano de Habitação ainda. EVALDO: hum. ASSUR: não vamos esquecer isso aí não. Isso aí é importante... tem que receber esse dinheiro. EVALDO: tá ok, vou ligar agora pra (inaudível). ASSUR: a nota do Penude já foi? A nota do Penude. EVALDO: foi, o seu Orlando acabou de me ligar lá... diz que recebeu lá. Agora eu vou ligar pra dona Lilian pra dona Lilian pegar essa nota com ele. ASSUR: certo. Aí tem aquela arquiteta que a gente pegou pra trabalhar com a gente... (inaudível) responsabilidade técnica. EVALDO: quem que é? ASSUR: qual o nome dela? Como que é o nome dela? EVALDO: a menina lá? A Tamires. ASSUR: Tamires o nome dela? EVALDO: (inaudível). ASSUR: aquela, aquela que assinou uma vez o projeto pra gente. EVALDO: é a Tamires... aquela que assinou aquele projeto me cobra até hoje. ASSUR: qual é a Tamires? EVALDO: aqui da da Projectus. ASSUR: Projectus. Então tu chama ela. Tu chama ela que vamos precisar dela pra licitação que vai ter quarta-feira. EVALDO: é. ASSUR: para compor o nosso quadro, tá!? Aí tem que verificar com ela se ela tem ART, ART de projetos aí. EVALDO: hurum. ASSUR: e quantos ART's ela tem, tá? EVALDO: tá! No caso, no caso... acho que a gente vai ter registrar a Vectra no CAO que é o. ASSUR: tudo bem. Isso. Mas isso aí é outra história, mas agora não vamos precisar disso não. EVALDO: beleza então. Eu vou falar com ela aqui agora. ASSUR: aí conversa com ela. Diz que vamos fazer um acerto e tal e. Ela tem que participar de mais essa aí com a gente. Tá!? EVALDO: tá ok. ASSUR: aí agora... ela tem que ter ART. A gente quer que ela separe o máximo de ART que ela tiver... o atestado que ela tiver de de projetos tá? EVALDO: tá ok. ASSUR: vamos deixar isso aí regular já... aí o que mais? Vamos ver aqui. Tem outro negócio aqui pra ti, outro negócio cara. EVALDO: essa parte de documentação quer que veja? ASSUR: (inaudível). Bom, quarta-feira, quarta-feira essa mesma documentação de hoje. Básica né!? EVALDO: hurum. ASSUR: então. Já vamos tentar ver se a gente consegue montar com antecedência um pouquinho né!? EVALDO: isso, eu já vou. ASSUR: CAT's. Aquelas CAT' do projeto do Mateus tudinho né... tem que usar... a minha. Não, vamos ver se a gente faz o planejamento já hoje né!? EVALDO: isso! ASSUR: na verdade é quarta-feira. Quinta-feira é dia 16. EVALDO: (inaudível) pois é. Vamos ver se no máximo quarta-feira já tá tudo montadinho pra evitar essa correria. ASSUR: peraí, vamos ver o que mais aqui. De projetos já tudo já manjado (inaudível). EVALDO: ahãm.

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ASSUR: o que mais quero ver contigo? Ééé. Ah, já lembrei. Precisava fazer meio urgente aí. Precisava que você fizesse um documento solicitando à Federação das Indústrias, a Federação das Indústrias, certo? Éé solicitamos por meio deste a a a disponibilidade de uma, de uma sala de aula, certo? Com capacidade para 20 pessoas. Solicitamos por meio deste a gentileza de disponibilizar uma sala de aula. Colocar gentileza a palavra né. EVALDO: tá! ASSUR: com capacidade para 20 pessoas para que possamos efetuar um treinamento, uma capacitação com alguns funcionários, com funcionários. Com funcionários ponto. Ah, o período da capacitação será do dia de amanhã, certo? EVALDO: qual dia? ASSUR: a partir de amanhã, dia 17 né. EVALDO: 17. ASSUR: até sexta dia de. EVALDO: sexta dia 20. ASSUR: de 17 a 20. 17, 18, 19 e 20. Quatro dias, isso! EVALDO: hum. ASSUR: dia 20, no horário das 8 horas até as 17 horas da tarde. EVALDO: das 8 às 17, beleza. Quem que é o presidente, quem é o presidente da? ASSUR: ponto, aí ponto. De antemão agradecemos a, agradecemos a atenção dispensada para a nossa empresa. EVALDO: tá. Quem que é o? ASSUR: aí assina. Se o Hamurabi tiver aí o Hamurabi assina. Se não tu assina logo e já manda ver. EVALDO: tá, é quem que é o presidente lá da Federação? ASSUR: é Carlos Takashi Sasai. EVALDO: Carlos Takashi Sasai, tá ok. ASSUR: bom, aí é bom tu confirmar o nome direitinho dele. Agora me pegou. EVALDO: não, eu entro no site direitinho. ASSUR: beleza? Mas essa carta tem que... a gente vai protocolar... mas tem que chegar na mão da Daniele. EVALDO: Daniele? ASSUR: isso! Bom, a minha ideia qual é. Tu pega essa carta, escaneia logo ela. EVALDO: hãm? ASSUR: certo? E já manda por, pela internet. Você já liga lá na Federação se for o caso e já vê o email deles. EVALDO: pego o email dela e mando pra ela. ASSUR: isso. Já manda logo aí... manda logo pra Aline. Anota aí 3212. EVALDO: 3212. ASSUR: 4202. EVALDO: 42? ASSUR: 02. Aí tu fala com a Aline. A Aline que vai atender. Secretária da presidência lá. EVALDO: tá. ASSUR: "Aline aqui é o Evaldo, o Assur pediu pra entrar em contato pra mandar uma carta solicitando uma sala de aula. Eu posso mandar logo por email?". Aí manda por email escaneada. EVALDO: tá ok. ASSUR: aí manda também depois. Aí manda depois o original. Mas o email já já adianta. EVALDO: beleza então. ASSUR: tá? EVALDO: tá! ASSUR: isso é meio urgente. Rapidinho tu redige ela. Gera um PDF. Qualquer coisa não tem aquela assinatura digital do Hamurabi? EVALDO: ahãm. ASSUR: então, gera um PDF daquilo ali. Até melhor. EVALDO: beleza então.

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ASSUR: falou.

OBRAS DA CIDADE DO POVO

Chamamos a atenção para os diálogos a seguir, eis que estes ocorreram em datas anteriores à publicação do Edital de Chamamento Público nº1/2012, acima citado, o que demonstra que as empresas do cartel já se articulavam para a construção de obras na Cidade do Povo.

O diálogo telefônico mantido com os alvos VLADIMIR E JORGE noticia

que as obras de acesso aos lotes das empresas que estariam sendo projetados ou sendo executados pelas empresas ENGEL, ALBUQUERQUE, ENGECAL e ELEACREnão haviam sido licitados, talvez pela SEOP, e que este fato poderia importar na não aceitação destes projetos por parte do agente financiador, Caixa Econômica Federal, e que os coordenadores estariam calados. O alvo JORGE diz que não haveria problema, dizendo que era para licitar outros lotes, dando a entender que as obras poderiam ser executadas sem licitação, e que deveria ser licitado outro acesso para “esquentar” a obra anteriormente executada sem licitação.

O alvo JORGE então mantém contato com SALOMÃO (ELEACRE)

acerca dos acessos da Cidade do Povo. E posteriormente noticia que teve encontro com WOLVENAR, Secretário de Obras do Estado do Acre, acerca destes fatos, o qual teria mencionado uma solução com uma possível realocação.

O secretário WOLNENAR liga para Jorge noticiando que após reunião

com Carlão (Carlos Sasai - CONSTRUTERRA) e Adriano (José Adriano - MAV) obtiveram uma solução, a qual não foi noticiada nestas chamadas.

A respeito destas chamadas, veja o que o auto circunstanciado noticiou:

“as chamadas de índices 4286178, 4288478, 4289422, 4297619, 4302264 e 4307703 mostram uma situação em que JORGE articula junto ao Secretário de Obras, WOLVENAR CAMARGO, com relação ao programa Cidade do Povo. Na primeira ligação (4286178) VLADIMIR explica para JORGE que os acessos (ruas) aos lotes das empresas (projetados ou executados pelas empresas) ENGEL, ALBUQUERQUE, ENGECAL e ELEACRE ainda não havia sido licitados (pela SEOP) e cita que isso poderia ocasionar um problema na aceitação dos projetos por parte da Caixa (CEF). Ambos mencionam estranhar o fato de todos terem ficados calados (VLADIMIR afirma no início que a ALBUQUERQUE teria ficado calada). Provavelmente, o assunto em tela envolveria tanto a SEHAB, que teria licitado ou estaria licitando os projetos dos lotes (casas) e a SEOP, que teria ou estaria licitando os acessos (ruas) do mesmo programa (Cidade do Povo). Não se sabe ao certo se o “homem” que ficaria “puto”, que VLADIMIR menciona, seria o Secretário de Habitação

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(Aurélio) ou algum empresário. O fato é que a ENGECAL se mostra estar articulando junto às empresas que executam (ou executariam) os acessos e a SEOP. Na chamada de índice 4288478, JORGE liga para SALOMÃO (João Francisco Salomão), proprietário da ELEACRE ENGENHARIA E COM. LTDA. (CNPJ 63.606.933/0001-47), e explica a situação. JORGE afirma a necessidade de conversarem com o Secretário de Obras, WOLVENAR. Já na chamada de índice 4289422, JORGE afirma ter conseguido adiantar a conversa com o Secretário e explica que este iria se colocar a par da situação e que daria um retorno. Tal retorno ocorre na chamada de índice 4307703, onde o próprio WOLVENAR liga para JORGE e diz ter conversado com SÉRGIO NAKAMURA (ÁBACO) e ADRIANO (MAV) sobre a questão do programa “Cidade do Povo”. JORGE afirma já ter conversado com os mesmos, diz que já têm uma boa solução e ainda diz que “estando nas mãos de WOLVENAR estaria tranquilo”. Ressalta-se ainda que outras duas chamadas (4297619 e 4302264) mostram que tanto VLADIMIR quanto JORGE teriam se reunido com SALOMÃO. Um dos encontros inclusive se deu na federação (provavelmente SINDUSCON).

As condutas que podem estar relacionadas às conversas acima citadas demonstram a influência que JORGE e VLADIMIR exercem junto a outros empresários e a órgãos do governo. Vale ressaltar que a forma como teriam “resolvido” o problema da licitação dos lotes não fica elucidada. Uma hipótese poderia apontar para uma solução onde a ÁBACO ou a MAV executariam, mesmo fora do escopo de suas obras, os acessos aos lotes que teriam ficado fora do processo licitatório. Dessa forma o pagamento poderia ocorrer como se o serviço tivesse sido executado em algum outro acesso (dentro do escopo), que teria, portanto, sua execução postergada. Necessita-se, dessa feita, melhor elucidação quanto às condutas aqui investigadas”.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4286178 6899597389 6899711977 09/07/2012 19:06:19 00:05:38 � �

@@@ JORGE X VLADIMIR #

4288478 6899597389 6881117029 10/07/2012 09:46:25 00:02:39 �

@@ JORGE X SALOMÃO - MÁ NOTICIA SOBRE

CIDADE DO POVO #

4289422 6899597389 6881117029 10/07/2012 11:50:06 00:01:52 �

@@@JORGE X SALOMÃO - ADIANTEI A

CONVERSA PRA ELE #

4297619 6899597389 6881117029 11/07/2012 16:45:42 00:00:54 �

@@@JORGE X SALOMÃO -

CONVERSAR NA FEDERAÇÃO JUNTO COM CARLOS #

4302264 6899597389 12/07/2012 12:13:47 00:01:19 �

@@JORGE X VLADIMIR -

VLADIMIR FALOU COM SALOMÃO #

4307703 6899597389

13/07/2012 11:18:22 00:01:16 �

@@@JORGE X WOLVENAR - RETORNO DA REUNIÃO COM

CARLÃO E ADRIANO #

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TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4286178 JORGE: Oi.. oi.. VLADIMIR: Alô JORGE: Diga.. VLADIMIR: Éh.. vou falar uma.. falar uma notícia não muito boa.. não.. pode ser que não seja problema nenhum né.. mas o que eu acho estranho é que todo mundo ficou calado né.. JORGE: Hum.. VLADIMIR: Tu sabia que os acessos que foram licitados pro cidade do povo.. né.. as ruas.. os acessos.. as macro-quadras.. não contemplam .. o que já foi licitado.. não contempla os lotes da Engel.. Albuquerque.. Engecal.. Eleacre? JORGE: Sim... é... os acessos? VLADIMIR: É.. JORGE: Mas não é tão ruim assim não.. eles vão ter que licitar outros? VLADIMIR: Sim.. tem que ver as condições..será que a Caixa vai aceitar os projetos.. (inaudível).. acessos? JORGE: É VLADIMIR: Eu não disse .(inaudível).. Salomão.(inaudível)...eu pedi para o Leandro coferir rua por rua.. quadra por quadra.. seção por seção..e comparar com os acessos.. se tinha as (inaudível) dos acessos.. pedi para o Leandro conferir.. ele conferiu e falou: não tá.. JORGE: Sim.. tu falou alguma coisa na Sehab ou não? VLADIMIR: Fui lá na Seop né.. agora para confirmar a informação e o Vinícius me confirmou a informação.. JORGE: Não foi licitado.. VLADIMIR: Não foi e ainda tão esperando a liberação do recurso do ministério ou no BNDES.. eles estão com duas opções de liberação..inclusive esta semana .. amanhã ele disse que está enviando os documentos para liberação..ele não tem nenhum recuros.. me disseram que está garantido ..que ele tem R$ 100 milhões solicitados..nos dois ministérios.. que é isso.. é aquilo.. patati.. patatá.. mas ainda tá.. disse que falta só mandar mais uns documentos esta semana.. para ter liberação lá no ministério.. JORGE: Falta licitar ainda.. VLADIMIR: (inaudível).. licitar..então é bom..agora.. o que eu acho estranho... estranho não? é ninguém.. tá todo mundo calado..absolutamente calado.. os coordenadores.. só cobrando parcela.. cobrando isso.. cobrando.aquilo...HÃ? JORGE: Isso aí é realmente estranho.. VLADIMIR: Caladinho.. caladinho.. caladinho.. JORGE: Mas esse assunto é um assunto pra Dom Albuquerque.. VLADIMIR: Dessa limonada.. desse limão pode virar uma limonada.. JORGE: Pode.. VLADIMIR: Se ferir o peso do homem.. você até já entendeu.. né.. JORGE: Humrum.. VLADIMIR: Hã? JORGE: É..pode ser.. VLADIMIR: Se ele ficar puto e for pra cima.. JORGE: Ham? VLADIMIR: Se ele ficar puto e for pra cima.. vai querer coordenar.. a partir. de agora então.... minha área e vou coordenar.. JORGE: Ham.. VLADIMIR: Não.. vamos tentar.. agora.. tem que sentar amanhã com o Salomão..né.. pra ver.. JORGE: O Salomão não sabe disso ainda não.. né? VLADIMIR: Não.. não.. só eu.. eu tô sabendo..até agora.. Leando.. o Leandro né.. JORGE: Humrum.. VLADIMIR: Aí eu fui na Ábaco.. o (Sérgio?) abriu as portas lá ..pra sentar com o pessoal dele..aí verificamos... aí fomos lá com o Vinícius..

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JORGE: O pessoal do Sérgio também foi? VLADIMIR: O Leandro deu toda assistência pra gente..(inaudível).. o Sergio quando eu liguei pra ele.. ele falou que iria deixar um engenheiro que está coordenando lá..à disposição..(inaudível) ..projetos..né.. certo? JORGE: Certo.. VLADIMIR: Certo? e um projeto particular.. tudo que ficar refazendo o Valmir vai cobrar.. da Albuquerque..e da (Engel? inaudível)..aí eu como engenheiro.. JORGE: (inaudível).. VLADIMIR: Hã? JORGE: ..A gente passou o dia junto inclusive o Leandro.. VLADIMIR: Ah tá.. isso aí.. amanhã a gente conversa..hoje à noite já tá tarde.. amanhã de manhã liga pro Salomão..marca uma reunião..conversa..já.. (inaudível).. coisa.. não tá me impedindo de fazer o projeto.... todas(inaudível) passou..tudo direitinho.. JORGE: Tá legal..E o Valmir.. como é que tá com? VLADIMIR: O Manoel também tá apertando ele.. JORGE: Tá ok.. VLADIMIR: Mas o Manoel não sabe disso também.. JORGE: Tá..ótimo.. VLADIMIR: Deixa ele trabalhar.. ele vai fazer uma estimativa..e vamos lá.. JORGE: Tá legal.. beleza.. VLADIMIR: (inaudível).é bom... mostrando... JORGE: Exato.. exato.. VLADIMIR: Sobre a nossa importância no negócio..olhando.. tá ativo.. JORGE: Ok VLADIMIR: Não é motivo de pavor..eu não tô.. JORGE: Claro que não.. VLADIMIR: Hã? JORGE: Claro que não.. VLADIMIR: Pelo que eu vi.. se a Caixa concordar....(inaudível). projetos...mas também não vai atrasar em absolutamente nada...te explico porque depois..vou te mostrar no (inaudível)... JORGE: Tá legal..tá.. VLADIMIR: Viu? JORGE: Tá.. Beleza.... VLADIMIR: Um beijo.. tchau.. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4288478 SALOMÃO: Alô JORGE: Fala chefe.. SALOMÃO: Oi Jorge.. tudo bem? JORGE: Tá podendo falar? SALOMÃO: Sim JORGE: Tá podendo falar? SALOMÃO: Tô..tô sim.. JORGE: Éh.. o seguinte.. a gente precisava dar uma conversada.. tem uma novidade que você não vai gostar nadinha da cidade do povo.... rs... SALOMÃO: Rs... puta que pariu.. eu tô aqui na Eleacre.. cê tá aonde? JORGE: Rapaz .. eu tô indo agorinha lá na SEHAB..eh..prá ver algumas coisas..eu queria.. assim que terminasse lá.. a gente..agora de manhã ainda.. a gente poderia dar uma sentada.. SALOMÃO: Deixa eu te falar..atinge todo mundo ou só a gente? JORGE: Só a gente.. eu posso até te adiantar.. mas aí eu queria te explicar com..com.. com... detalhes.. era até interessante que o Manoel estivesse junto..por enquanto não atrapalha não.. mas eu tô preocupado que mais um pouquinho adiante possa atrapalhar..é que aquela sua preocupação da questão dos acessos.. é..justamente os nossos lotes não foi licitado ainda não.. os acessos..

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SALOMÃO: Ah tá.. eu até...já havia..hoje eu tava vendo isso aí já.. JORGE: Hã? SALOMÃO: Hoje eu até tava vendo isso aí.. JORGE: O Vladimir foi fazer uma conciliação do projeto...os nossos (inaudível).. trabalhando nisso aí..e aí descobriu que não está contemplado...aí ele já foi na Seop.. já conversou com o pessoal..e a gente tem uma ruma de outras informações que eles passaram..aí pra gente tomar providência também..talvez ir lá no Volvenar.. dar uma conversada..eu não sei.. a gente tem que.. SALOMÃO: Não .. nós vamos em cima.pô...vamos em cima.. senão (inaudível) não vai concordar.. JORGE: Exatamente.. SALOMÃO: inaudível..os outros.. JORGE: Me diz uma coisa.. tu tem o endereço do Pedro Lima? SALOMÃO: Quem? JORGE: Pedro Lima SALOMÃO: Quem que é Pedro Lima? JORGE: Pedro Lima é uma empresa aí..bem eu te explico quando..e´..é.. a gente é..é..chegar aí.. SALOMÃO: Ah..então tá .. JORGE: Lá da Sehab eu vou ver o tempo que vou ser atendido.. de lá mesmo eu te ligo... era interessante até o Manoel estar junto.. SALOMÃO: Tá bom.. JORGE: Tá? SALOMÃO: Tá legal.. JORGE; Tá ok...tchau,... TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4289422 SALOMÃO: Oi Jorge JORGE: É...a gente foi lá.. entramos no gabinete dele.. ele tava chegando também..aí.. o..o.. não eu queria marcar uma hora contigo..não entra aí.. entra aí...o que que era? eu adiantei pra ele qual era o problema.. ele anotou.. ficou de ligar pro Venicius..de conversar com Venicius..pra saber.. que ele disse que não tava sabendo disso..e.. que vai.. que retorna pra gente.. SALOMÃO: Ah ..então tá.. JORGE: Prá marcar uma hora.. SALOMÃO: Então nós vamos ficar aguardando.. JORGE: Eh.. pelo menos foi o que ele disse..não porque hoje à tarde.. ele vai ficar a tarde toda fora..com reunião e tudo..mas disse que vai conversar com o Venícius...(inaudível) se a gente tinha conversado com o Venícius.. já.. essas informações foi o Venícius que nos passou..aí ele:tá.. deixa eu ver como tá isso aí.. e eu ligo de volta pra vocês.. SALOMÃO: Então tá Jorge.. JORGE: Já inclusive adiantou..aventou a possibilidade quem sabe de realocar naquele outro.. enfim.. vai se inteirar porque ele não estava sabendo não.. SALOMÃO: Beleza.. vamos ver se a gente senta no final da tarde pra dar continuidade.. JORGE: Vamos..vamos.. na hora que eu sair da..da..da.. Sehab lá com o Aurélio... acho que 3 e meia no máximo 4 horas.. eu já tô livre já..eu vou lá pra ver se aperto.. pra sair alguma coisa... e aí eu te ligo.. SALOMÃO: Beleza JORGE: A gente marca hora.. tá ok.. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4297619 JORGE: Alô SALOMÃO: Oi Jorge

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JORGE: Oi Salomão.. SALOMÃO: Ligaste p mim.. JORGE: Liguei.. tudo bem? SALOMÃO: Tudo bem JORGE: Como que tamos final da tarde.?. SALOMÃO: Uai.. eu tô livre.. mas não tem reunião..hoje não.. da federação.. ou eu olhei errado? JORGE: Eu acho que não.. não tou sabendo não..acho que não.. mas eu estou aqui na Federação.. deixa eu perguntar? SALOMÃO: Cê tá indo aí?..Cê tá aí? JORGE: Não.. não tem não. SALOMÃO: Tem não né? JORGE: Tem não.. eu tô aqui.. e se você pudesse vir.. era bom .. pra gente dar uma conversada com o Carlos..... SALOMÃO: Então tá.. tô indo aí.. na verdade estava até a caminho daí....(inaudível)..tá? JORGE: Tá bom. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4302264 JORGE: Fala VLADIMIR: Oi filho .. até nove e meia da manhã e você não atende o telefone? JORGE: Eu tava aqui no escritório.. e o telefone não tocou meu filho.. algum problema.. eu não tirei o telefone do bolso.. VLADIMIR: Devia ter me ligado.. JORGE: saí de casa oito e meia da manhã e vim para o escritório..e a tua mãe ( inaudível).. VLADIMIR: Eu fui lá no Salomão.. JORGE: Tu foi lá? VLADIMIR: Fui.. JORGE: Sim e aí? VLADIMIR: Inaudível.. um monte de coisa.. depois a gente vê.. JORGE: Hã? VLADIMIR: Depois a gente vê.. JORGE; Tá...mas .. o que tu foi fazer... ele te chamou? VLADIMIR: Não.. tinha um monte de coisa pra resolver.. (inaudível)..liguei pra ele e fui lá.. JORGE: Hum.. tá certo.. ótimo.. VLADIMIR: Monte de coisa pra fazer.. (inaudível)...fui lá.. mas tranquilo...(inaudível).. JORGE: Tá.. VLADIMIR: Ai ele já ligou.. já fizeram amizade.. (inaudível).. tudo resolvido lá.. JORGE: Tá.. VLADIMIR: Depois eu te explico... JORGE: Tá ok.. tchau.. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4307703 JORGE: Prazer receber sua ligação..sua..inaudível.. SECRETÁRIA: Rs. Tudo bem seu Jorge? O Secretário Wolvenar vai falar.. JORGE: Tá legal. WOLVENAR: Jorge? JORGE: Diga meu chefe.. WOLVENAR: Como vai companheiro.. tudo bom? JORGE: Tudo querido.. tudo.... WOLVENAR: Eu fiquei de dar o retorno pra vocês..mas nós sentamos com o Adriano e com o Carlão.. pra poder tratar daquele assunto da cidade do povo...não sei se o Adriano e o Carlão já falaram com vocês...já .. né?

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JORGE: Já falaram..a gente tá.. resolvendo .resolvendo.. vendo como que .. resolve.. mas tem uma boa solução.. viu? WOLVENAR: Ah .. então tá bom.. é que eu fiquei de dar um retorno pra ti.. JORGE: Beleza.. WOLVENAR: Tô lembrando agora de dar esse retorno.. JORGE: Tando na sua mão eu fico tranquilo..rs WOLVENAR: Então tá Jorge.. JORGE: Obrigado meu amigo.. WOLVENAR: Um abraço...tchau JORGE: Outro..

O que ficou acertado entre Adriano, Carlos e Jorge, que contaria com a concordância de Wolvenar, não ficou esclarecido. Os alvos não noticiaram os assuntos que trataram entre si, eis que estes são debatidos em reuniões.

A EMISSÃO DE NOTAS FISCAIS FICTÍCIAS O áudio de índice 5343964 mostra o diálogo mantido entre SALOMÃO

e SÉRGIO MURATA, em que ambos cogitam a emissão de nota fiscais fictícias para o fim de recebimento por obra ainda não realizada, eis que tiveram a notícia de que o recurso disponibilizado iria voltar.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5343964 6881117029 6899856667 20/02/2013 11:48:14 00:02:28 RECEBIDA � �

@@SALOMAO X SERGIO MURATA - NOTAS SEM CEI

#

TRANSCRIÇÃO: SALOMÃO: Alô. SERGIO MURATA: Oi, SALOMÃO. SALOMÃO: Sou. SERGIO MURATA: Tá(sic) em Rio Branco? SALOMÃO: Oi. SERGIO MURATA: Hein, SALOMÃO? SALOMÃO: Quem viaja é só ocê(sic) mesmo, porra(sic)? SERGIO MURATA: Ah, só eu(inaudível)...(risos) Rapaz tô(sic) bem enrolado, também viu? Viu SALOMÃO? SALOMÃO: Hã. SERGIO MURATA: O OTÁVIO me ligou ontem rapaz, a gente tem que dá um jeito de fazer essa fatura essa semana aqui, porque é o sinal que o recurso vai voltar viu, já soube disso aí, ou não? SALOMÃO: Não, isso faz tempo que ele tá em dizendo, né? SERGIO MURATA: Pois é, ele falou que agora, não tem chance não, pediu pra mim(sic) tirar nota, só que a gente vai precisar da CEI na verdade, eu vou mandar uma CEI fictícia, tá certo, depois, você tem condições de tirar nota também, não tem? SALOMÃO: Não, nota tem. O problema é essa CEI(Cadastro Específico do INSS) aí que tá dependendo do CREA, né? Ficou do CARLOS AFONSO resolver isso com o ASSUR ontem, não sei se resolveu ou não. SERGIO MURATA: Então... SALOMÃO: Né?

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SERGIO MURATA: Agora... então, agora conforme for eu vou criar uma CEI, eu vou fazer uma CEI fictícia e depois faz a transferência cara, porque se você não tiver até sexta-feira pode parar tudo aí. SALOMÃO: Aí acho que dá pra emitir sem CEI, né? Cê(sic) não põe CEI na nota, né? SERGIO MURATA: É pode também, pode emitir sem CEI também, eu acho...eu vou conversar com meu... SALOMÃO: A gente dá uma conversada, né? SERGIO MURATA: É, tá(sic), tá(sic). Então faz o seguinte, então amanhã vamos tirar essa nota aqui, tá(sic)? SALOMÃO: É isso tem que passar certinho, eu não sei como é que é isso, né? Inclusive lá, o cara de Porto Velho, passou até pra mim como eles fizeram a medição lá, eu posso mandar isso procê(sic), se tiver e-mail mandar procê(sic) dá uma olhada, cês(sic) não tão perdendo dinheiro, é...ele me passou no e-mail aqui. SERGIO MURATA: Rapaz, eu não sei SALOMÃO, rapaz eu realmente eu não sei, se fala o negócio de transporte essas coisas, né? SALOMÃO: É. SERGIO MURATA: É, o meu na verdade é mais em Rio Branco, né SALOMÃO? SALOMÃO: Hã. SERGIO MURATA: Apesar de eu ter Bujari também, tá(sic) certo? Já transportei muito poste pra lá, né? SALOMÃO: É, mas cê(sic) tá(sic) por enquanto, né? Mas cê vai, de repente tá(sic) com uma obra fora, né? SERGIO MURATA: Ah, sim eu posso trabalhar em qualquer canto aí, pô(sic)(inaudível), né? SALOMÃO: É. SERGIO MURATA: Bom SALOMÃO, eu vou fazer o seguinte, eu vou ver, tá certo? Com OTÁVIO lá, se eu posso emitir ela(sic) sem a CEI, já com o pessoal da contabilidade, né? SALOMÃO: Hum. SERGIO MURATA: Então, e conforme for a gente já emiti amanhã, já, viu? SALOMÃO: Tá(sic) bom. SERGIO MURATA: Tá(sic)? SALOMÃO: Tá(sic) legal. SERGIO MURATA: Combinado então, falou então!

PREPARATIVOS PARA FRAUDES EM EXAMES DE SAÚDE Durante as investigações identificamos o possível direcionamento

de uma licitação realizada pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre – SESACRE, em favor da empresa CENTRO MEDICINA DIAGNOSTICA LTDA, CNPJ nº 14.086.734/0001-40.

Indícios também apontam que a empresa CENTRO tinha como

objetivo auferir vantagem dos serviços a serem prestados ao Estado do Acre, com prejuízo ao Erário Público, como poderemos demonstrar ao longo deste relatório.

A empresa CENTRO, de acordo com informações do Cadastro

Nacional de Empresas – CNE, iniciou suas atividades no dia 09/08/2011, no endereço da Estrada Dias Martins, nº 720, em Rio Branco/AC.

Consta que o quadro societário da referida empresa é formado por

PAULO JOSÉ TENELLO MENDESFERREIRA, CPF 844.723.751-68, RONAN

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ZANFORLIN BARBOSA, CPF 585.027.691-20, GERIVAL AIRES NEGRE FILHO, CPF 028.708.056-08, e RICARDO ALEXANDRE DE DEUS DOMINGUES, CPF 894.920.991-87, cada qual com 25% do capital societário da empresa.

Apesar de NARCISO MENDES DE ASSIS JUNIOR não constar

como sócio da empresa CENTRO MEDICINA DIAGNOSTICA LTDA, pudemos perceber uma atuação bastante ativa desta pessoa nos negócios da empresa, indicando que atua como verdadeiro administrador.

Vale registrar que um dos sócios da empresa, RONAN ZANFORLIN

BARBOSA, é cunhado de NARCISO JUNIOR. A empresa sagrou-se vencedora de um certame licitatório (Pregão

Presencial para Registro de Preços nº 490/2012 – CPL 4), realizado no dia 14/05/2012, pelo Estado do Acre, cujo objeto foi a contratação de empresa de radiologia médica, com atividade emdiagnósticos por imagem e tele radiologia, para fazer a implantação do sistema de digitalização deimagens radiológicas no sistema das unidades de saúde: fundação hospital estadual do acre, hospitalgeral das clínicas de rio branco e centro de controle de oncologia do acre, bem como ser responsávelpelos laudos médicos dos respectivos exames.

Abaixo, imagem ilustrando a primeira e a última página do Pregão

Presencial para Registro de Preços nº 490/2012.

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Abaixo, extrato da ata de pregão presencial para SRP nº 490/2012,

no valor de R$ 2.610.000,00, assinada por JOSE AMSTERDAM, representante da SESACRE e por RONAN ZANFORLIN BARBOSA, representando a empresa CENTTRO MEDICINA DIAGNÓSTICA LTDA, datada do dia 06/06/2012.

Pudemos perceber que muito antes da licitação ser lançada

(14/05/2012) já se articulava para que a empresa CENTRO fosse a empresa responsável pela prestação dos serviços que viriam a ser objeto da licitação nº 490/2012 – CPL 04.

Na ligação abaixo transcrita, de 30/09/2011, NARCISO entra em

contato com seu pai NARCISO MENDES, comentando sobre uma suposta reunião no gabinete do Governador, onde teriam tratado acerca da montagem de uma clínica em Rio Branco/AC.

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ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3174960 6881119927 6881119857 30/09/2011 20:42:49 00:02:06 RECEBIDA

@@@ NARCISO JÚNIOR X NARCISO MENDES - CLÍNICA

CENTTRO - SAÚDE #*

TRANSCRIÇÃO: NARCISO JÚNIOR: Oi pai. NARCISO MENDES: Oi, liguei só pra testar. Já chegamos no Rio, tá? NARCISO JÚNIOR: Papai, deixa eu contar uma coisa pro senhor. Quando dá

quatro horas da tarde (16:00 hs), quem me liga? É... do gabinete do governador. Aí o governador querendo falar comigo.

PAI: Hã. NARCISO JÚNIOR: Aí eu vou lá. Quando chega lá. O Rico da Uninorte... tinha

levado lá ele um radiologista, de Rondônia, que o cara tava querendo montar uma clínica aqui. NARCISO MENDES: Hã. NARCISO JÚNIOR: Aí o governador falou "oh, eu, há uns trinta dias atrás, o

Narciso me trouxe um grupo de gente e tal, o Narcisinho, tal. E eles compraram já um prédio, tudo. É... converse com eles, porque meu,... eu tenho compromisso com eles." Aí bicho, me chamou lá, queria conversar com os caras. Quando eu cheguei lá "olha, Narciso, esse aqui é um radiologista que quer montar uma clínica aqui e tal, mas eu quero dizer já, pra todo mundo aqui, que eu já empenhei apoio pra você. Agora veja se tem alguma coisa que vocês não vão montar que interessa pra ele, mas eu quero deixar (inaudível) que a gente tem um compromisso..." É... é um cara muito fudido né pai?

NARCISO MENDES: Narcisinho, um cara desse aí a gente não tem que brigar por ele? Não tem, não tem Narcisinho?

NARCISO JÚNIOR: Aí o cara mesmo já disse. Aí eu falei "não, as propostas que a gente tá fazendo com o governador..." aí depois ele saiu, foi atender outras pessoas "... é o negócio do embrionário..." ele falou "não, não, mas eu já entendi. Pra montar uma clínica aqui, o governo vai trabalhar com vocês" aí o cara, o cara mesmo já falou "não, eu não vou mexer em nada aqui não.

NARCISO MENDES: (risos). Narciso eu... (risos) eu não entendi... NARCISO JÚNIOR: Ele me chamou, me botou na sala com o cara... NARCISO MENDES: Eu quero saber que amor é esse. Eu quero saber que... de

onde é que nasceu isso né Narcisinho. NARCISO JÚNIOR: Pois é. PAI: Ninguém dispensa esse tipo de consideração a ninguém né?! NARCISO JÚNIOR: Pois é, eu sei que é um tal de Dr. Eduardo não sei o que.

Tem uma clínica lá em Rondônia, quer montar uma ressonância. NARCISO MENDES: E olha que ele foi acompanhado com uma ordem do

governador né doutor(?). NARCISO JÚNIOR: É, com o Rico. Alguns dias depois NARCISO JUNIOR entra em contato com

PAULO JOSÉ, que acreditamos ser a pessoa de PAULO JOSÉ TENELLO MENDES FERREIRA, CPF 844.723.751-68, um dos sócios da empresa CENTRO. Na ligação, percebe-se que NARCISO está montando as planilhas de custos e os projetos referentes aos serviços que serão prestados pela clínica ao Estado do Acre.

ÍNDICE TELEFONE TELEFONE DO DATA DA HORA DA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

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DO ALVO CONTATO CHAMADA CHAMADA

3203761 6881119927 6181298469 04/10/2011 12:03:11 00:02:21 RECEBIDA �

@@ NARCISO JÚNIOR X PAULO MÉDICO - SAÚDE -

CLÍNICA CENTTRO #*

TRANSCRIÇÃO: NARCISO JÚNIOR: Alou! PAULO JOSÉ: Fala Narciso. Paulo. NARCISO JÚNIOR: Chegou, bicho? PAULO JOSÉ: Acabei de chegar, sô (sic). Tava no aeroporto agora. To pegando

meu carro aqui na casa da minha sogra. Chegando agora. NARCISO JÚNIOR: Só um minuto. In off: "São 72 procedimentos". Eu to, tu to,

aqui exatamente, exatamente vendo aquela questão, é daquela proposta que agente fez. Ela tá achando ruim, querendo que jogue tudo dentro do procedimento. Só que nessa armadilha eu não vou cair não.

PAULO JOSÉ: A o que? NARCISO JÚNIOR: Se, se, se tiver que fazer... Eu te ligo, eu te ligo, eu te ligo pra

eu te falar. Tá chegando do aeroporto agora, é? PAULO JOSÉ: Não. É. Eu to chegando do aeroporto agora. Nem fui em casa

ainda. Já to te ligando, já. NARCISO JÚNIOR: E ai, como é que foi a viagem? PAULO JOSÉ: Foi do caralho (sic), bicho, foi muito massa. NARCISO JÚNIOR: Foi pra onde? Londres? PAULO JOSÉ: Fui pra Londres, Madri, é, norte da Espanha também. E.. É

Londres e Espanha. Bom demais. NARCISO JÚNIOR: É né? PAULO JOSÉ: Londres é melhor cidade que eu já fui na minha vida. Mó cidadão

(sic). NARCISO JÚNIOR: É mesmo, é? PAULO JOSÉ: Puta que pariu, bicho (sic). Recomendo, viu. NARCISO JÚNIOR: É dinheiro demais bicho. O dinheiro não acaba não, bicho.

Um mês viajando na Europa e não acaba o dinheiro. PAULO JOSÉ: Quase quinze dias. Eu tava precisando, viu, cara. NARCISO JÚNIOR: É, né? PAULO JOSÉ: Não preciso tirar férias agora não. NARCISO JÚNIOR: Uma viagem dessa é boa que o cara tira férias mesmo, né,

cara? O cara desliga celular, se desliga de tudo, né? PAULO JOSÉ: É bicho. Porque meu celular nem ligava lá. Internet, às vezes, não

pegava direito. Levei até negócio, mas agente esquece de tudo, né? Esquece de problema, esquece de tudo. Agora é...

NARCISO JÚNIOR: É a melhor coisa. Eu te ligo hoje a tarde pra te atualizar aqui da...

PAULO JOSÉ: Mas é foda, deixa eu te falar. Eu fico quinze dias, eu fico quinze dias, eu fico quinze dias fora ai nada funciona mais. O banco parou, o correio não funciona. É assim mesmo, né? Tem que voltar pra resolver as coisas... (risos)

NARCISO JÚNIOR: Deixa eu te falar uma coisa: o, o Rodolfo, o Rodolfo, o Rodolfo fechou os projetos tá? Ai eu vou dar um jeito de passar.

PAULO JOSÉ: Fechou? NARCISO JÚNIOR: Vou dar um jeito de te passar. PAULO JOSÉ: Ah. Eu quero ver então. Quando você puder, quando você puder

falar, cê me liga ai (sic) pra gente conversar ai que eu to com uma (inaudível). NARCISO JÚNIOR: Beleza. Valeu. Falou. PAULO JOSÉ: Valeu. Abraço.

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Continuando a conversa,NARCISO e PAULO discutem acerca dos

preços que serão cobrados pelos exames e das propostas que serão apresentadas ao governo.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3203856 6881119927 6181298469 04/10/2011 12:15:52 00:11:18 EFETUADA �

@@ NARCISO JÚNIOR X PAULO - EXAMES SUS -

SAÚDE-CLÍNICA CENTTRO #*

TRANSCRIÇÃO: PAULO JOSÉ: Oi Narciso. NARCISO JÚNIOR: Parceiro, deixa eu te falar uma coisa. PAULO JOSÉ: Oi? NARCISO JÚNIOR: Aquela hora, eu tava aqui com o Thiago. É, eu, ele vai tentar

na secretaria, fazer o contato lá com a secretaria de Barretos. Aquele negócio do ônibus que agente viu.

PAULO JOSÉ: Hã? NARCISO JÚNIOR: O, parece que a secretária falou com o Fábio, que é o cara

que botou lá o negócio dos ônibus daqui dessa parada. Parece que o cara se interessou em comprar e montar um ônibus daquele.

PAULO JOSÉ: É mermo (sic)? NARCISO JÚNIOR: É. Só que, só que isso ai tá muita conversa. Agente tem que

marcar pra ver esse ônibus, ver o valor do investimento. Vê se agente consegue fazer igual ao da Tele radiologia ai e da digitalização. Se agente consegue fazer isso por locação. Que agente não teria que fazer investimento de 2 milhões. Entendeu? Agente só assumiria pra gente protocolar uma proposta disso dai também. Isso tem que girar nessas, nesses próximos dez dias, no máximo. Aquela proposta da digitalização, é, o que, o que aconteceu. Eu conversei muito com o Ricardo quando tu viajou. Qual é o problema? Agente tem que fazer SUS. Tem que fazer com o preço de SUS. Não tem aquele negócio de 80% de SUS. Faz pelo SUS. Só que com uma, com uma, com uma coisa boa: ninguém vai dar o desconto de 20%. Uma coisa ruim é que vocês pegaram a melhor raio-x (sic) que é o que pagava 15 e pouco e botaram 20%. Tem raio-x de 5 reais, entendeu?

PAULO JOSÉ: Foda cara. Por isso, por isso que é foda isso. (sic) NARCISO JÚNIOR: Ai, eu to digitando uma planilha, algumas no Excel, eu vou te

passar. O que acontece? O raio-x vai pra faixa de 8 reais o exame. A tomo vai fica na faixa de 30..., a mamo 30 e pouco e a outra, e aoutra 110. Agente já fez essa conta aqui. Imprime a (inaudível - entendo expecta) SUS inteirinha.

PAULO JOSÉ: Não. A tabela do, da mamo é 45 reais. NARCISO JÚNIOR: É. A de dois peito (sic), né? Um peito só é vinte, a metade. PAULO JOSÉ: Não existe um peito só. É sempre dois peitos. NARCISO JÚNIOR: É sempre dois peitos, né (sic)? PAULO JOSÉ: É. Só se a mulher operou, mas isso ai é minoria. NARCISO JÚNIOR: Tá, mas, mas deixa eu te falar, o... Essa, deixa eu

recuperar... PAULO JOSÉ: O seu raciocínio. NARCISO JÚNIOR: Sim. Ai, o, o, essa questão dos exames, é, trazer para o SUS

e fazer. Ai eu conversei com o Ricardo, o Ricardo falou: "Não, Narciso. O problema é o seguinte. Agente pra contratar médico agente tem que pagar 500 reais num turno de cinco horas. É o que se paga, por menos que isso, eu não consigo". Ai eu fiz uma conta com ele. Tá, e esses quinhentos reais seria como? Ele falou ó: Num turno de 5 horas, o cara faz 40 raio-x a 5 reais, vai 200 reais; faz 4 tomos, e 4 mamo a 20 reias e 50 reais. Eu sei que dava 500 reais certinho. Ele falou: "Por essa produtividade, abaixo disso ninguém consegue contratar médico". Ele falou: "Por isso, nem eu, nem o Paulo, nem o Gerival, nós nem vamos ter interesse da

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gente laudar. Agente só vai contratar mão de obra de recém formado pra laudar pra gente. Mas por baixo disso ninguém lauda". Ai eu falei: "Então tudo bem". Ai eu peguei, ai eu fiz a conta de traz pra frente. Cheguei. Se for acima do (inaudível) laudo, eles não vão contratar, não vão contratar.

PAULO JOSÉ: Entendi. NARCISO JÚNIOR: Entendeu? Ai eu fiz. Se tá 5 reias e nós vamos receber 7, 8.

Tá. Ai, você vai tá tendo uma margem de lucro. Eu sei que tava dando pra salvar uma margem de lucro ai de uns 30%, fazendo isso. Só que quando bateu na secretaria, a secretária pegou enfiou e falou: "Não, mas essa outra planilha de 65 mil dos custos fixos tem que estar dentro dos procedimentos". Eu falei: "Impossível". Porque se tu jogar 65 mil por 4 mil exames dá 16 reais. Ai, como é que nós vamos fazer um raio-x pra receber 5 e pagar 21. Dezesseis mais cinco. Dezesseis da planilha do custo fixo mais cinco reais do que agente vai pagar pro médico. Que conta é essa que agente recebe cinco e paga vinte e um?

PAULO JOSÉ: Não tem lógica. NARCISO JÚNIOR: Então, então isso dai vai ter que ir pra mesa do Governador.

Porque? Porque a secretária é aquela mesma má vontade como sempre, sabe? Não, não dá. PAULO JOSÉ: Sei. NARCISO JÚNIOR: Porra gente (sic). Sessenta e cinco mil reais pro Estado ter

um serviço desse não é nada. Não é nada. PAULO JOSÉ: Não é nada. NARCISO JÚNIOR: Não é nada. 65 mil reais para uma empresa é muito dinheiro,

mas pro Estado não é nada pra resolver o problema de radiologia dele. Então é esse negócio. Essa palavra final vai ser dada, agora pelo Governador. Até porque, quem chamou pra fazer esse serviço não foi ela, foi ele. Falou: "Olha, tentem viabilizar um serviço desse, que é interessante para o Estado". Então, então, o que acontece, eu to, eu to, eu to fechando, eu e o Ronan, hoje ainda. Informalmente, ela já viu a planilha. Todo mundo já viu. Só que ela quer que jogue uma planilha dentro da outra. Se eu jogar isso, ela vai ter argumento pra foder (sic) com agente. Pra chegar e falar:"Não, olha. Como é que eu vou fica recebendo 5 reais do SUS e pagando 20 e tantos reais pra tá (inaudível - entendo: embicando) uma empresa?" Quando na verdade não é isso. Entendeu?

PAULO JOSÉ: Não, mas tem imposto, tem um monte de coisa. Senão, vai, vai, vai... É perigoso agente quebrar.

NARCISO JÚNIOR: Não. É por isso que o que eu to fazendo aqui agora é o seguinte. Eu vou fechar essa planilha. Vou te passar. Tu vai dar uma lida. Tu vai ver se concorda ou não concorda. É bom que tu chegou e o Gerival e o Ricardo, eles estão almoçando junto, ai em Brasília.

PAULO JOSÉ: É. Eu falei com eles já. NARCISO JÚNIOR: Ai tu dá, ai tu dá. Vocês dão uma lida e fala: "Narciso, pode

protocolar que agente assina em baixo". Pode protocolar? Então tudo beleza. Agente vai protocola e ai, e ai eu, e ai eu vou dar um jeito de sentar com o Governador pra defender isso. Porque isso só vai vir do gabinete dele pro dela. Porque dela pro dele, não vai não.

PAULO JOSÉ: Entendi. NARCISO JÚNIOR: Entendeu? PAULO JOSÉ: Entendi. Entendi. É porque isso ai é o mínimo, tipo assim, é o

mínimo que agente consegue de gente pra trabalhar, entendeu Narciso? NARCISO JÚNIOR: Não. É. Não. É, quando falou que tem que (inaudível). Eu

liguei pro Ricardo, falei: "Ricardo,bora bicho, agora tu vai ter que abrir pra mim o que que eu vou pagar pra cada médico?" Ele falou: "Bicho, dá pra fechar...". Se eu não me engano, era 5, 20, 50. Era 5 raio-x, 20 mamo, 50 tomo. Se tu fizer 5, 20, 50, nessa proporção, eu consegui pagar 500 reais num turno. Por 500 reais num turno, eu consegui contratar, é, é, é radio, médico pra trabalhar pra ti.

PAULO JOSÉ: É. Não. Agente não pode fazer um valor arriscado. Ah, vamos tentar na sorte conseguir.

NARCISO JÚNIOR: Não. Não. É por isso que eu falei. Nos dois procedimentos, numa planilha e na outra, agente tem que botar uma margem lucro de 30%, Paulo, porque

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agente não tá vendendo para um cliente particular que paga direito. Agente tá vendendo pra um cliente que enrola pra pagar, que enche o saco. Agente tá vendendo é, pra um cliente complicado. Você não pode trabalhar com. Por exemplo, supermercado eles trabalham com margem de lucro de 3, 4, 5%. Mas vende pra pobre e recebe dinheiro a vista. Ai você é diferente. Quando se faz pra Estado, o Estado atrasa, o Estado só te paga mediante certidão, meu irmão, é um rolo do caralho.

PAULO JOSÉ: Não. Eu to vendo isso. Eu tenho um convênio lá também do estado aqui lá de (inaudível - entendo Luziânia), do estado do Goiás. Qualquer merda, eles deixar de te pagar. Eles não te avisam. Não tão nem ai. Foda-se (sic). Agente tem que correr atrás. Uma cagada.

NARCISO JÚNIOR: Então, então, eu to fechando aqui. PAULO JOSÉ: Agora, o que você tem que mostrar pra ele é o seguinte. É, ele tá

ganhando, ele tá ganhando uma puta (sic) estrutura lá no Estado, que não era pra ter. NARCISO JÚNIOR: Paulo, Paulo, eu peguei aquela tua planilha, joguei uma

planilha do Excel. PAULO JOSÉ: Agora a mulher quer fazer isso de graça? NARCISO JÚNIOR: Fiz um negócio filé bicho. Fiz um negócio. Tu vai ver. Eu

peguei aquela tua planilha, arredondei para uma outra. E eu vou melhorar ela hoje ainda. Porque eu fiz uma pra mostrar informalmente. Agora eu vou ter que protocolar. Só pra tu ter uma ideia, nossa proposta vai ter mais de 100 folhas. Eu imprimi...

PAULO JOSÉ: Sério Narciso? NARCISO JÚNIOR: Eu imprimi procedimento por procedimento de raio-x, tudo.

Vou fazer uma folha de rosto, uma planilha mostrando cada um daqueles procedimentos, o quanto que é. Eu vou mostrar. Tem uma radiografia de laringe, que o SUS paga um e setenta e oito. Eu vou chegar: "Governador, a sorte é que não tem muito dessa. Porque essa aqui eu vou pagar 5 reais pro médico laudar e vou receber 1,78 de vocês".

PAULO JOSÉ: Não. Mas você não vai falar que vai pagar 5 reias pro médico laudar. Você não vai pagar 5. Você vai pagar mais de cinco.

NARCISO JÚNIOR: É. Eu vou pagar mais caro. PAULO JOSÉ: Você tem que mostrar pra ele o seguinte. Que o valor que ele

recebe do SUS não paga o custos dele dos médicos que ele tem ai. Não paga o custo dele dos técnicos, não paga nada. Esse valor do SUS é deficitário. Ele não se paga. Ele não se paga. Ele tá tomando prejuízo. Agora, ele não pode querer transferir o prejuízo pra gente.

NARCISO JÚNIOR: Certo. Porque o estado pode tomar prejuízo porque é função dele prover saúde. Agora a empresa não.

PAULO JOSÉ: Exatamente, a empresa não. Com certeza. NARCISO JÚNIOR: Então. Eu to fechando isso. Hoje eu vou sentar com o Ronan

no inicio da tarde pra gente fazer isso. E assim, eu te mando um email pra que você, estão o três ai, que vocês analisem, que ai eu preciso do aval de vocês.

PAULO JOSÉ: Tá. NARCISO JÚNIOR: Pode protocolar que por isso dai agente responde. Mas eu

acho que da forma como agente ta conduzindo, tá bem conduzido pra gente. Agora a secretária, a má notícia é que ele chegou: "Eu não quero pagar nada de consulta, não tenho a ver com cotação, eu tenho nada, eu quero saber quanto que vai custar o procedimento".

PAULO JOSÉ: (risos) NARCISO JÚNIOR: (...) pra viabilizar isso. PAULO JOSÉ: Dá opção. Se eles quiserem comprar, eles tem opção de comprar

também. NARCISO JÚNIOR: Não, é. Ou então se eles quiserem continuar com o serviço

bosta deles (sic), eles continuam. Fazer o que? Agora não dá. PAULO JOSÉ: Não dá pra fazer milagre. O cara quer ter uma radiologia toda

digitalizada e não quer gastar, não tem jeito. NARCISO JÚNIOR: (inaudível) por mês. Paulo, pra mim cara. Chegaram pra

gente e falou: "mudem a proposta". Eu prefiro não prestar o serviço. Vamos voltar só pra nossa

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clinicazinha mesmo (sic). Que era nosso projeto original. Agora prestar um serviço pra ficar arriscando, se agente vai quebrar ou não. Não vou fazer graça de jeito nenhum.

PAULO JOSÉ: Ah não. Isso também eu não quero montar. Negócio pra ficar tomando susto, pra ficar perdendo dinheiro ai, a toa, precisando fazer graça pros outros. Isso ai eu não vou fazer não.

NARCISO JÚNIOR: Assim que eu fechar eu te ligo. Vou falar: "Paulo, abre teu email, olha, analisa".

PAULO JOSÉ: Tá. NARCISO JÚNIOR: Porque eu queria protocolar isso hoje ainda. Se não der, no

máximo amanha. PAULO JOSÉ: Se você fizer isso agora, to voltando, já te retorno daqui a pouco. NARCISO JÚNIOR: Então beleza. Valeu. PAULO JOSÉ: Valeu fi (sic), abraço. Ainda no dia 04/10/2011, NARCISO volta a falar com PAULO

JOSÉ, avisando que encaminhou as planilhas, provavelmente as planilhas para prestação de serviços de exames clínicos ao Estado do Acre, que ainda seriam objeto de licitação.

Observa-se que NARCISO encaminhou as planilhas para PAULO

JOSÉ, GERIVAL, RICARDO e RONAN, os sócios da empresa CENTRO.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3205638 6881119927 6181298469 04/10/2011 17:06:34 00:01:05 EFETUADA � �

@@ NARCISO X PAULO - EMAIL COM PROPOSTA

(EXAME SUS) - SAÚDE #*

TRANSCRIÇÃO: PAULO JOSÉ: Oi Cisinho. NARCISO JÚNIOR: Paulo! PAULO JOSÉ: Bom cara? NARCISO JÚNIOR: Dá uma olhada no teu e-mail cara. PAULO JOSÉ: Vou olhar agora. Acabei de entrar no email e tu não tinha

mandado. Mandou agora? NARCISO JÚNIOR: Passei a tarde inteira, passei a tarde inteira mexendo nesse

email pra arredondar aqui, pra fechar. Mas eu acho que ficou, ficou bem bacana. Agora tá bem fácil de entender. Pra gente tentar ir lá defender junto com o Governador. Dá uma lida, dá uma lida, vê as considerações que tem pra fazer e me liga?

PAULO JOSÉ: Tá. Vou ver aqui agora. NARCISO JÚNIOR: Pede pro Gerival e pro Ricardo fazer a mesma coisa. Liga

pra eles e pede pra eles entrarem no email deles agora. (sic) Passei agora, um email agora pra ti, pro Ronan, passei pros quatro (sic). Dá uma olhada.

PAULO JOSÉ: Tá. Tá. Tá bem. NARCISO JÚNIOR: Pra tu ter uma ideia. Tu vai ver na planilha, lê. Se tiver

alguma dúvida, tu me liga. PAULO JOSÉ: Tá. Beleza. Ainda nas tratativas de como seria prestado o serviço ao Estado do

Acre, referente à realização de exames clínicos, NARCISO e PAULO se

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articulam em como levar vantagem na prestação dos serviços, definindo uma forma de atuação, salvo juízo mais abalizado, criminosa e com prejuízo ao Erário Público.

De acordo com os interlocutores (NARCISO e PAULO), a clínica

iria “laudar” exames realizados pela rede pública de saúde do Estado do Acre, mesmo que não houvesse necessidade de fornecimento do laudo, pois a forma de pagamento pelos serviços seria realizada por laudo, ou seja, a empresa prestaria um serviço desnecessário e cobraria por este serviço, em claro prejuízo ao Erário. Nesse sentido a fala de NARCISO é esclarecedora: “Disse que dá pra ter uma visão de negócio, um um, por isso que tem que aprovar essa porra né, e ele me falou uma coisa que é interessante, ele falou: "Narciso, com uma planilha dessa, a gente, a gente se for contratado nesse esquema a gente não vai laudar 4 (quatro) mil exames, a gente vai laudar 15, porque entrou no sistema a gente lauda.Esse exame chegou com 72 horas, se o, se o médico quiser jogar fora, fazer fogueira, é problema dele do que o hospital vai fazer com o exame, se tiver uma auditoria do ministério, tá lá o exame laudado, tá lá no sistema o exame foi laudado, foi feito, foi prestado o serviço, o que não pode é ter auditoria e você tá dizendo que fez 15 mil laudos e só fez 14 mil, aí tem mil laudos de graça, mas não vai ser o caso, entrou no sistema, pode ser de uma perna quebrada, não tem problema, entrou no sistema você lauda.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3206575 6881119927 6181298469 04/10/2011 18:55:32 00:08:03 � �

@@@ NARCISO JÚNIOR X PAULO (MÉDICO) - CLÍNICA

CENTTRO #*

TRANSCRIÇÃO: PAULO: Ô Narciso. NARCISO JÚNIOR: Tava falando com o Genival. PAULO: Ah tava falando com ele? NARCISO JÚNIOR:Esse homem só faltou me convidar pra cuidar das coisas dele

lá. PAULO: risos. NARCISO JÚNIOR: Ele se amarrou nas planilhas bicho, disse que porra... PAULO: Tão boas "mermo". NARCISO JÚNIOR: Disse que dá pra ter uma visão de negócio, um um, por isso

que tem que aprovar essa porra né, e ele me falou uma coisa que é interessante, ele falou: "Narciso, com uma planilha dessa, a gente, a gente se for contratado nesse esquema a gente não vai laudar 4 (quatro) mil exames, a gente vai laudar 15, porque entrou no sistema a gente lauda. Esse exame chegou com 72 horas, se o, se o médico quiser jogar fora, fazer fogueira, é problema dele do que o hospital vai fazer com o exame, se tiver uma auditoria do ministério, tá lá o exame laudado, tá lá no sistema o exame foi laudado, foi feito, foi prestado o serviço, o que não pode é ter auditoria e você tá dizendo que fez 15 mil laudos e só fez 14 mil, aí tem mil laudos de graça, mas não vai ser o caso, entrou no sistema, pode ser de uma perna quebrada, não tem problema, entrou no sistema você lauda.

PAULO: É que já colocou a "cabecinha" né bicho, o resto já entra, né? NARCISO JÚNIOR: e outra, pro estado isso não é ruim, porque quem paga isso é

é o SUS, entendeu?

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PAULO: Exatamente. NARCISO JÚNIOR: Vai só repassar pro ministério, então a diferença é que a

gente tá dizendo que é só, que é noventa e poucos mil, mas na verdade esse número pode ser 400 mil, por que? Porque entrou no sistema, precisou ou não precisou de laudo, vai laudar.

PAULO: O Genival falou uma coisa pro Narciso, eu tô com o Ricardo aqui, deixa eu só passar isso pra ele, interessante. Porque na verdade a gente não vai usar 4 mil exames, porque se o exame estiver no sistema, tá no nosso sistema não está laudado a gente lauda, quem vai falar pra gente não laudar?

NARCISO JÚNIOR: É é até complicado você não laudar, porque aí você vai tá implicando Ministério Público, e o caramba, "ah esse exame tem que ter laudo, esse outro não tem que ter laudo", não meu amigo entrou no sistema sai o laudo, se o laudo, se quando o laudo chegar, 2 dias depois se esse laudo, se o cara pegar esse laudo e vai arquivar, vai jogar fora, vai ligar pro paciente, " ó passe aqui pra pegar seu laudo" isso aí já não é problema nosso, nós prestamos o serviço e entregamos o laudo, e cobramos por ele.

PAULO: Entendi. NARCISO JÚNIOR: Entendeu? Aí se o negócio for isso mesmo meu parceiro, aí

tu espera faturamento alto pra caralho (sic) disso aí. PAULO: É, isso é verdade. NARCISO JÚNIOR: Verdade. Aí meu amigo o seu é o limite disso aí, aí a gente

vai tá faturando ao invés de faturar trinta, sessenta, nós vamos estar faturando 350, 400 paus (350, 400 mil).

PAULO: Aí fica bom hein, deixa eu te falar uma coisa, eu tô com o Ricardo aqui, e a gente tirou uns exames de radiografia que não, que não vão ser feitos e ele te mandou agora já.

NARCISO JÚNIOR: Eu pedi pro Genival fazer isso ai e ele disse que ía fazer isso agora, pra ver só os que fazem.

PAULO: É a gente cortou, tirou os que não fazem, Ricardo e eu. NARCISO JÚNIOR: Então beleza. PAULO: Agora uma coisa que a gente tá em dúvida é o seguinte, o valor pago...

(interrompido por Narciso) NARCISO JÚNIOR: Vocês cortaram, aí a média subiu, desceu ficou mais ou

menos? PAULO: A gente não soube fazer, a gente cortou mas não soube arrumar a

tabela. NARCISO JÚNIOR: Tá lá pô, é só vocês entrar na linha, clica na linha com o

botão direito e dá excluir. (passa instruções de como mexer na tabela) PAULO: Tá tá mas já cortou aqui, mas vai baixar a média porque a gente tirou os

exames mais caros, que era os de 40, 24, 40 Reais, tirou tudo. NARCISO JÚNIOR: Entendi PAULO: Outra coisa, Narciso te fazer uma pergunta. Você fez a média é pra

mostrar valor né? pra mostrar é... NARCISO JÚNIOR: É só pra mostrar, quando ela disser pra mim, na verdade a

gente recebe pelo SUS, a gente não recebe por mês...(trecho inaudível)...quando ela chegar pra mim, e disser que vocês tem que jogar uma planilha dentro da outra, eu vou falar secretária não dá, porque recebemos pelo SUS, ai eu só tenho 10% de margem de lucro, aí eu tenho números pra defender o que eu estou dizendo, entendeu?

PAULO: Entendi, porque, por exemplo, o Ricardo tá falando que é aquele negócio que a gente te falou, a mamografia bilateral, vai ser 98% dos exames e dá R$ 145,00.

NARCISO JÚNIOR: Isso beleza, nós não vamos receber pela média, eu tô colocando aqui, porque pra gente mostrar um número mais baixo, é melhor, porque quando a gente for fazer, que é 100% do outro beleza.

PAULO: Não eu só liguei pra conferir isso, é isso mesmo Ricardo. NARCISO JÚNIOR: Não é isso mesmo. PAULO: Outra coisa, você vai colocar número mínimo de exames?

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NARCISO JÚNIOR: Não, não vou colocar número mínimo de exames, sabe porque? Porque é o que eu estava conversando com o Genival, esse número mínimo vai estourar, porque a gente é o dono do campo e da bola, Paulo. Se a gente for contratado nesses termos, é o nosso funcionário do hospital que digitalizou, ele vai pegar o arquivo e ele vai mandar pra laudar e ele vai pegar o laudo e vai entregar lá no hospital, então está na nossa mão fazer com que...(trecho inaudível)

PAULO: Entendi. NARCISO JÚNIOR: Entendeu a gente é dono do arquivo, a gente digitalizou, caiu

no computador nosso, aí a gente que vai chegar e vai mandar, aí sim, a gente não vai ter menos de 4 mil exames, vai ter daí pra mais.

PAULO: Entendi. NARCISO JÚNIOR: Entendeu, é claro que vai ter variáveis que a gente só vai

saber quando for, mas eu não vejo porque não disso entendeu? PAULO: O meu medo, é o nosso medo aqui é o seguinte... NARCISO JÚNIOR: O Ricardo me falou é é é é você se compromete com o um

quadro mínimo de médicos e o cara chega pra produzir 500 Reais, e só tem 200 Reais pra ele produzir, e vai querer receber os 500.

PAULO: É. NARCISO JÚNIOR: É o Ricardo me falou isso, só que é o que eu falei, não dá

pra mudar a forma se eu estou defendendo que eu preciso de duas planilhas, porque eu joguei um custo fixo pra uma, eu não posso dizer que eu dei um custo fixo em uma e na outra eu também dei um custo fixo, entendeu? Aí eu fodo (sic) com a minha lógica de apresentação, aí eu fico sem argumento.

PAULO: Entendi, entendi. NARCISO JÚNIOR: Mas essa preocupação é a menor de todas, se tiver menos

exames, agente contrata menos médicos, se tiver mais exame, agente contrata mais médicos. Isso ai, o "feeling" do negócio que vai dizer se vai ter 4 médico laudando, 5 médicos laudando, 15 médicos laudando, vai depender do...

PAULO: Rapidão Narciso, só um pouquinho. Oi pode falar. NARCISO JÚNIOR: Então, então isso aí vai do "feeling" do negócio ...(trecho

inaudível)...os caras começar a chiar, nós vamos ter que eliminar por quadro, aí a gente vai apertando o acelerador ou apertando o freio.

PAULO: Tá. NARCISO: Tá. PAULO: Tá bom então. NARCISO JÚNIOR: Então valeu,falou. PAULO: Valeu fi (sic), um abraço. Nas ligações transcritas abaixo, NARCISO revela o receio de que a

secretária (provavelmente a Secretária de Saúde do Acre SUELY MELO) tenha mantido contato com outras empresas, para prestação dos serviços de exames clínicos, que viriam a ser objeto de licitação.

ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE DO

CONTATO DATA DA

CHAMADA HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3226795 6881119927 6881123766 07/10/2011 15:32:47 00:07:10 �

NARCISO X HNI - OBRAS PS / @ NARCISO X PAULO

PROJ.EXAMES SAÚDE #*

TRANSCRIÇÃO: A ligação com Paulo começa em 5:05 (NARCISO JÚNIOR X PAULO JOSÉ)

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NARCISO JÚNIOR: Oi. PAULO JOSÉ: Oi Narciso. NARCISO JÚNIOR: Oi Paulo. PAULO JOSÉ: Deixa eu te falar. Conversei com o cara da AGFA agora. Ele disse

que vai pra Rio Branco. NARCISO JÚNIOR: Sei. PAULO JOSÉ: Ai ele me ligou perguntando como tão as coisas. Ai eu falei com

ele, né, que agente já tava protocolando, tal, que ia ter reunião semana que vem pra analisar. Ai ele falou que procuraram ele, não falou quem né, mas teve um pessoal que procurou ele, é, a respeito de negócio de digitalização, a respeito de fax, (inaudível - entendo risco), que tá oferecendo pro pessoal ai, viu?

NARCISO JÚNIOR: Oferecendo como? PAULO JOSÉ: Ué, não sei direito. Ele falou que tem um grupo que tá oferecendo

digitalização. Não é bem o que agente tá oferecendo. Mas, tipo pra digitalizar ai o estado. NARCISO JÚNIOR: Ah é? PAULO JOSÉ: É. NARCISO JÚNIOR: Procuraram ele quando? PAULO JOSÉ: Procuram esses dias ai. NARCISO JÚNIOR: Mas ele tinha que abrir essas informações com a gente porra

(sic). Quem procurou e quando procurou. Alguma coisa firme pra eu saber. PAULO JOSÉ: É. Eu posso falar com ele de novo ai e tal. NARCISO JÚNIOR: Conversa com ele. Conversa com ele. PAULO JOSÉ: Mas ele falou que não é bem o que agente tá, o que agente... Mas

ele nem conversou direito com esse cara, ainda. "Pessoal aqui me procurou, tal...". Eu não quis falar muito também. Mas falou que ofereceram pra digitalizar ai.

NARCISO JÚNIOR: Beleza. PAULO JOSÉ: Falou só pra gente ficar de olho. NARCISO JÚNIOR: Não, não. Eu só queria, eu só queria, tenta saber qual a

informação verdadeira. Porque eu to com medo. O seguinte: uu protocolei isso antes de ontem na sala da secretária. Dessa secretária ter chamado outro grupo pra fazer, pra mandar cotar.

PAULO JOSÉ: Ela pode ter feito. NARCISO JÚNIOR: Entendeu? Mas eu preciso saber disso. PAULO JOSÉ: Tá. E outra coisa. Aquele, aquele negócio do cara do caminhão lá.

Eu não to conseguindo falar com os caras de jeito nenhum, véi (sic). Tem que falar com o Tiago e vê se descobre esse contato ai, que não to conseguindo falar com o cara. Eu acho que o cara tá de férias.

NARCISO JÚNIOR: Beleza, tá bom. PAULO JOSÉ: Tá? Falou. NARCISO JÚNIOR: Tá OK. Tchau. Em outra ligação, desta vez com TIAGO VIANA, Diretor de Análise

Clínica da Secretaria de Saúde do Estado do Acre, NARCISO volta a externar sua preocupação que outra clínica tenha sido contatada para apresentar cotação de preços em relação aos serviços de análises de exames clínicos. A ligação, ainda, deixa claro que o servidor do Estado do Acre TIAGO VIANA patrocina diretamente o interesse particular de NARCISO JUNIOR junto à Secretaria de Saúde.

ÍNDICE: 3226868 OPERAÇÃO: G7 NOME DO ALVO: NARCISO MENDES DE ASSIS JUNIOR TELEFONE DO ALVO: 6881119927

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DATA DA CHAMADA: 07/10/2011 HORA DA CHAMADA: 15:40:16 DURAÇÃO: 00:04:49 TELEFONE DO CONTATO: 6899369636 DIREÇÃO: OBSERVAÇÕES: @@@NARCISO X TIAGO VIANA CLÍNICA CENTTRO #* TRANSCRIÇÃO: TIAGO: Fala bicho. NARCISO JÚNIOR: Parceiro, beleza? TIAGO: Bão (sic) e melhorando. NARCISO JÚNIOR: Deixa eu te perguntar uma coisa. O Paulo me ligou agora,

me dizendo que o cara da AGFA, é, aquele que veio aqui da digitalização, disse que teve outro grupo daqui ligando pra fazer cotação de digitalização do governo.

TIAGO: Ele disse quem era? NARCISO JÚNIOR: Não, ele vai tentar arrancar mais informação do cara. Mas ai,

eu já to, eu como eu sou um cara meio cabreiro com, com, com coincidência. Como agente protocolou esse negócio ante ontem (sic), é, lá na mesa da secretária. Deve ter chamado alguém pra cotar isso.

TIAGO: Quem deve ter chamado? NARCISO JÚNIOR: Eu não sei. Agente, o, o Ronan protocolou pra secretária, a

nossa proposta. TIAGO: Eu sei. NARCISO JÚNIOR: Dessa proposta, ela deve ter pegado e chamado alguém pra

cotar. TIAGO: Aham. NARCISO JÚNIOR: Tu entendeu, né? TIAGO: Entendi. NARCISO JÚNIOR: Como é que faz, como é que faz pra gente ter logo uma

audiência com essa, com a, com a, com a secretária em bicho? TIAGO: Rapaz, eu estou, eu estou em viagem. Sabe que eu to em Belém, né? NARCISO JÚNIOR: Ah, tá em Belém, é? TIAGO: Eu to de viagem (sic). To em Belém. Agora é o seguinte. É, ela, ela deve

viajar, Narcisinho, segunda-feira, duas horas da tarde. Então, é o seguinte. Sugestão, ligar pra ela hoje. E tentar conversar com ela. Ligar pra Marise, ou pra ela e tentar conversar com elas ou hoje ainda, ou amanhã de manhã, ou segunda de manhã. Entendeu?

NARCISO JÚNIOR: Certo. TIAGO: Agora o seguinte. É bom ir todo mundo logo. É, ir teu pai junto e todo

mundo junto pra pressionar ela no limite. Pra deixar ela dizer assim: "Olha o governador me chamou e isso, isso, isso...". Pronto e acabou-se.

NARCISO JÚNIOR: Certo. TIAGO: Entendeu? NARCISO JÚNIOR: Pois é. TIAGO: Eu já andei vendo e o que eu andei vendo. É que não existe, é, nenhum

equipamento bom e barato como o da AGFA. Entendeu? NARCISO JÚNIOR: Sei. TIAGO: Todo mundo que for cotar alguma coisa fora da AGFA, vai pegar coisa

mais cara. NARCISO JÚNIOR: Certo. TIAGO: Certo? E outra coisa. Não vai ter estrutura. É como eu te falei. Uns vão

ter máquina mas não vai ter laudo, outros vão ter laudo, mas não vai ter máquina. Dificilmente alguém vai ter as duas coisas.

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SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO ACRE

NARCISO JÚNIOR: Bom, a, a, a questão é, a questão é que, é que tinha que sentar, tinha que sentar com essa filha da puta (sic) pra saber cara. Pra, porque, porque se eu recebo o não dela, agente tem que ir no Governador. Entendeu? Pra falar: "Governador, com um investimento de 68 mil, o senhor passa a ter todo o seu problema resolvido pelo, dentro da tabela SUS.".

TIAGO: É, não. Isso ai é uma coisa que, isso ai é uma coisa que vocês vão ter que acochar ela no limite, viu?

NARCISO JÚNIOR: É, né? TIAGO: É. Porque tu sabe que ela vai dizer pra ti uma coisa. Ai tu vai com o

Governador, ele manda fazer uma coisa. Daqui a pouco ela vai: "Não, eu já mandei fazer". Tu sabe que não é verdade, né?

NARCISO JÚNIOR: Pois é. Vou fazer... TIAGO: Não Nasinho. Não te preocupa com isso não. Só, tu tem o telefone dela? NARCISO JÚNIOR: Da Suley? Eu acho que tenho, cara. TIAGO: Anota ai 99710685. NARCISO JÚNIOR: 99710685. TIAGO: ... 85. Eu não faço nem ideia de quem seja, sabia? NARCISO JÚNIOR: Tu acha, tu acha, tu acha que eu ligo pra ela e tento marcar

uma audiência? TIAGO: Eu acho. Secretária, é o seguinte. Eu conversei com o Governador. Não

olha, eu to lhe ligando porque eu conversei com o Governador. Sábado o Governador mandou me chamar, porque tinha um grupo de fora ai, de Porto Velho, assim, assado e cozido (sic), oferecendo esses tipos de serviço e ele me chamou e disse na frente de todo mundo que queria que eu entrasse, que eu providenciasse a proposta porque já tinha resolvido tudo. Pronto.

NARCISO JÚNIOR: Certo. Eu vou. Bom, eu vou. Deixa que eu vou falar com ela agora.

TIAGO: Tu me fala, se tu não conseguir falar com ela, tu me fala. NARCISO JÚNIOR: Tá. Eu já te ligo. Eu vou tentar falar e já te ligo. TIAGO: Se ela não atender é porque ela tá na reunião dos 240 dias. São dois

dias, tu sabe né? NARCISO JÚNIOR: Tá. TIAGO: Ai tu manda uma mensagem: "Secretária, aqui quem tá falando, é, esse

telefone é do Narciso, do Narcisinho, eu preciso falar com a senhora, assim assado e cozido (sic) referente a isso, isso e isso, conforme, é, solicitação do Governador". Ponto, só isso.

NARCISO JÚNIOR: Beleza, deixa comigo. TIAGO: Tá? NARCISO JÚNIOR: Valeu. TIAGO: Valeu, Tchau. Em outra ligação com PAULO (sócio da clínica), após NARCISO

mencionar que já havia falado com TIAGO, PAULO cobra de NARCISO que TIAGO precisa participar mais, indicando uma possível participação de TIAGO nos negócios a serem desenvolvidos pela clínica. NARCISO então comenta que TIAGO o ajudou a preparar a planilha que foi apresentada à Secretaria de Saúde.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3226983 6881119927 6181298469 07/10/2011 15:50:25 00:04:46 RECEBIDA �

@ NARCISO X PAULO - EQUIPAMENTOS DE

DIGITALIZAÇÃO - CENTRO #*

TRANSCRIÇÃO:

270

MJ - DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO ACRE

PAULO: Aquele cara lá.. ele falou que não cotaram com ele.. foi um colega dele

que falou que tem um pessoal de Rio Branco que tá cotando aí pra comprar.. NARCISO JR.: Pra comprar o quê? PAULO: Pra comprar a digitalização.. NARCISO JR.: Estranho. PAULO: Se bobear.. foi (inaudível).. a Secretária que tá cotando aí..estavam

(inadível) da fuji .. agora queriam ver da agfa.. NARCISO JR.: Pra saber preço né? PAULO: É. NARCISO JR.: E os custos disso vão ser altíssimos? PAULO: São bem altos. NARCISO JR.: Hã? PAULO: São bem altos. NARCISO JR.: Isso aí é ótimo se for.. porque ela tá cotando pra ver se compensa

locar ou se compensa comprar....entendeu? PAULO: Entendi.. NARCISO: O Estado (inaudível)... PAULO: Cada um daquele negócio lá.. cada um daqueles aparelhos pra

digitalizar deve ser uns 80.000....90.000 dólares... a gente tá dando quatro, três aparelhos,, entendeu?

NARCISO JR.: Tá... mas aí ela digitaliza.. só que a gente tem que entender que não é só o aparelho.. tem as impressora também..aí fora...

PAULO: A impressora é 15.. 20 mil dólares...eu acho.. NARCISO JR.: E a.. e a proposta dele de locação a gente botou o quê.. 13.000

né? PAULO: Foi treze?.. Foi.. acho q foi né? Mas foi em reais né? NARCISO JR.: Hã? PAULO: A gente colocou 13.000 reais né? NARCISO JR.: Treze mil reais; só que a gente vai dizer pra ela; só que nisso daí

já está embutido os contratos de manutenção. Não é isso? PAULO: É..exatamente. NARCISO JR.: E na outra..ela por exemplo.. ela vai gastar 60.000 dólares.. aí.. PAULO: 80.000 (oitenta mil).. NARCISO JR.: 60.000 (sessenta mil dólares) de digitalizadora mais uns 60.000 ..

ela vai gastar uns 150.000(cento e cinquenta mil dólares) certo? PAULO: Não..Narciso.. ela vai gastar mais.. porque são três aparelhos..ela vai

gastar uns duzentos e tantos mil..duzentos e quarenta mil dólares... NARCISO JR.: Vai gastar duzentos e quarenta mil dólares, certo? Aí com

duzentos e quarenta mil dólares ela escapa de um aluguel de treze mil..só que em compensação .. e a manutenção disso?

PAULO: É...não..duzentos e quarenta mil dólares são quinhentos mil reais né? NARCISO JR.: São quinhentos paus né? PAULO: É pô.. NARCISO JR.: Bom.. é isso.. é isso que eu vou falar com ela.. os aparelhos que a

gente tá colocando, os aparelhos que a gente tá colocando aqui, eu vou dar até uma puxada pra cima, eles estão orçados em seiscentos, setecentos mil dólares e .. e mesmo que o Estado resolva comprar pra ter isso.. e escapar desse item aqui... ele ainda vai ter que ter um contrato de uns três mil reais ou um pouco mais de manutenção disso daqui que já tá embutido né?

PAULO: Há.. pode botar um contrato de uns 6.000 por aí.. NARCISO JR.: Hã? PAULO: Um contrato desse de manutenção pra três máquinas deve ser uns

cinco, seis mil.. NARCISO JR.: É né? Então beleza.. eu já falei com o Tiago, já mandei uma

mensagem de texto aqui pra ela, e tô aguardando retorno..se eu tiver eu te aviso.

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SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO ACRE

PAULO: Cê tem que conversar com o Tiago véio que ele tem que participar mais Narciso..

NARCISO JR.: Não.. o Tiago tá em Belém cara.... o Tiago participou porra.. ele pra fechar aquela planilha ele me ajudou pra caralho..

PAULO: Foi? NARCISO JR.: A planilha que a gente protocolou..porra .. ele me ajudou muito..

agora..só que é o seguinte: nessa etapa agora, é a etapa de..deu conversar com ela, entendeu? Porque..porque ela chamou ele (inaudível.. entendo formalmente) e mandou jogar uma planilha dentro da outra..e aí foi quando ele me chamou..eu falei isso eu não vou fazer, fico sem contrato mas isso eu não vou fazer..jogar uma planilha dentro da outra eu não vou porque eu passo a trabalhar sem minha redinha de segurança..essa minha redinha de segurança que eu tenho desse contrato..é o seguinte: se o Estado não tiver me passando exame nenhum.. eu não tô tendo prejuízo..

PAULO: Exatamente. NARCISO JR.: Entendeu? Eu passo a não ter lucro..mas não tô tendo prejuízo..

agora sem esse contrato de locação mensal..a gente.. a gente.. se não tiver exame.. a gente tem .. vai ter os custos pra pagar e não vai ter..sem uma receita mensal..tem custo mensal, sem receita mensal, aí não tem graça não.

PAULO: Tá. NARCISO JR.: Beleza? Eu vou te mantendo informado. PAULO: Falou.. até mais.. Na ligação transcrita abaixo, com RONAN (também sócio da

clínica), percebemos a proximidade de TIAGO com os sócios da clínica, pois RONAN afirma ao telefone que está junto de TIAGO. RONAN ainda diz que TIAGO vai falar com a secretária no dia seguinte.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3361280 6881119927 6881144440 26/10/2011 15:44:35 00:00:49 EFETUADA � �

@@ NARCISO X RONAN GOVERNADOR AUTORIZOU -

SAÚDE - CENNTRO #*

TRANSCRIÇÃO: RONAN: Oi Nasinho. NARCISO JÚNIOR: Rapaz, falei com o Tiago ontem, eu falei com o Tiago

ontem... RONAN: Tiago tá comigo aqui agora. NARCISO JÚNIOR: Hã? RONAN: Tiago aqui tá comigo agora. NARCISO JÚNIOR: É? RONAN: É. NARCISO JÚNIOR: Eu te contei, né, que o Governador falou: "Por mim já tá

autorizado. Vê o trâmite da secretaria". RONAN: É ele falou. Disse que a secretaria tá viajando. Chega quando, hein

(sic)? Hoje a noite. NARCISO JÚNIOR: Amanhã. RONAN: Chega hoje a noite, amanhã ela já tá na secretaria. NARCISO JÚNIOR: É? RONAN: É. Amanhã ele já vai falar sobre assunto com ela, vai ou não vai? É. Ele

falou que amanhã pega ela. NARCISO JÚNIOR: É? RONAN: Já falou que foi autorizado pelo governo, né?

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NARCISO JÚNIOR: Ele vai pegar ela mesmo? Vai ter coragem? Dessa viagem? RONAN: (risos) NARCISO JÚNIOR: Falou. RONAN: Tá perguntando se você vai ter coragem. NARCISO JÚNIOR: Falou. Na ligação abaixo, NARCISO, em conversa com PAULO, um dos

sócios da clínica, diz que TIAGO já falou com a secretária (SUELY), que deu andamento ao processo. Pelo teor da conversa percebe-se que a Secretaria de Saúde está montando um processo de dispensa de licitação para contratação dos serviços da clínica de NARCISO. O processo, segundo NARCISO, antes que fosse encaminhado à PGE, provavelmente para um parecer quanto à legalidade da dispensa de licitação, passaria pelas mãos de TIAGO, que seria o responsável pela realização do termo de referência. Na ligação NARCISO ainda comenta que TIAGO teria dito que iria agilizar o tempo de andamento do processo dentro da secretaria, pois se esta fosse seguir o trâmite normal, o tempo de apreciação do processo seria bastante longo.

Mais uma vez destacamos que TIAGO, servidor da SESACRE,

atuou diretamente na secretaria em prol da clínica CENTRO, defendendo interesses particulares manifestamente ilegítimos.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3370485 6881119927 6181298469 27/10/2011 20:50:40 00:11:05 �

@@@NARCISO X PAULO - SECRETARIA DEU ANDAMENTO

CLÍNICA CENTTRO #*

TRANSCRIÇÃO: PAULO JOSÉ: Fala Narciso! NARCISO JÚNIOR: Tu falou com o Ronan? PAULO JOSÉ: Cara, eu liguei pro Ronan, bicho. Ele não atendeu não, cara. NARCISO JÚNIOR: O Tiago teve hoje com a secretária, ela chegou de viagem.

E, ela já mandou pro RRA, que é o setor de regulação e não sei o que. Que é o setor dentro da secretaria que vai fazer a, a análise da... O Ronan sabe te explicar direitinho. Que vai fazer a análise da proposta, tal, mas já, ai isso ai passa no máximo dez dias lá. Ai de lá, vai pra mão do Tiago pra o Tiago fazer um termo de referência. O que, que o Tiago tá fazendo? O que, que o Tiago tá fazendo? É... O trabalho dessa assessoria lá é pra evitar que, que, como é a prestação de serviço específica, é, cabe dispensa de licitação. Entendeu? E ai quando isso chegar na mão do Tiago, o Tiago vai fazer o termo de referencia pra contratar. Depois que fizer isso, vai pra PGE. Ai é o que o Tiago falou. Esse é o único percalço. Que quando chegar na PGE, a PGE é aquele negócio... É Procuradoria Geral do Estado. Ela vai sair muito bem embasada, mostrando que, mostrando juridicamente que não tem nada de errado na contratação. Entendeu? Até porque não tem. Mas a PGE vai analisar, vai da cabeça do procurador. Ai tem que ver com quem que é que fala pra eles analisarem mais rápido. Ai o Ronan perguntou: "Tiago em quanto tempo até chegar na PGE?". Ele falou: "Umas três semanas, no máximo". Ai o Ronan falou: "Po, mas três semanas, 20 dias, ainda vai tudo isso?". Ele falou: "Bicho, vai tudo isso porque nessa RRA, sei lá...". Ele falou: "Eu já desço pra lá amanhã, porque se isso deixar transcorrer prazo normal dessa secretaria que nada anda, era coisa pra seis meses". Mas ele falou que vai ver com quem tá o processo pra fazer andar.

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PAULO JOSÉ: Entendi. Show de bola então. NARCISO JÚNIOR: Entendeu? Mas é essa questão cara, passou pelo crivo do

Governador e passou pelo crivo da Secretária. Agora já vai pra... já tá andando. PAULO JOSÉ: Eu acho até bom ter PGE nessa história, porque os cara

aprovando (sic), meu irmão, não tem problema pra gente, entendeu? NARCISO JÚNIOR: Claro. Claro. PAULO JOSÉ: Tá aprovado pelo Ministério Público, Procuradoria Geral, acabou.

Não tem conversa. NARCISO JÚNIOR: Isso ai sem dúvida. PAULO JOSÉ: Isso ai é ótimo. Eu fico até tranquilo, isso. Porque não tem risco de

dar nada entendeu. Até porque o nosso negócio tá certinho, agente não tá fazendo nada de errado, né. Mas é mais uma tranquilidade isso. Eu acho até bom.

NARCISO JÚNIOR: É. É uma prestação de serviço que agente ofereceu pro Estado. O Estado...

PAULO JOSÉ: Com o preço bom... NARCISO JÚNIOR: E se o Estado entender que ele tem que licitar, licita. Vamos

ver. Não tem como ninguém ofertar esse serviço com um preço menor. Deixa licitar ué. PAULO JOSÉ: É, não, com certeza... NARCISO JÚNIOR: Agora como é um serviço muito especifico que envolve

locação, envolve mão de obra própria, envolve tudo, é complicado fazer um termo de referência pra licitar. Então acho que é com base nisso que eles vão fazer uma defesa jurídica lá que é impossível de se licitar isso. Ou se contrata esse serviço, ou não tem como se fazer uma licitação... onde várias pessoas tenham como ofertar o mesmo serviço, já que esse serviço é único. A forma como ele foi apresentado é uma coisa meio...

PAULO JOSÉ: Uma situação impar né? NARCISO JÚNIOR: É. PAULO JOSÉ: Muito legal. NARCISO JÚNIOR: Então. Eu sei que o negócio andou. Ai eu falei: "Ronan,

agora fica a cargo teu, todo santo dia, cobrar o Tiago". Ele falou: "Não, pode deixar comigo". PAULO JOSÉ: Não e agora tem outra coisa. Agora dei até uma animada. Eu já

até liguei pro Ronan hoje a tarde, não consegui falar com ele. Ele devia estar em reunião. Me manda, você ou o Ronan, por mensagem agora, o endereço. Que eu vou mandar isso pelo TAM log, amanhã, os documentos que tão faltando, as coisas que tão faltando, porque não adianta nada agente tá com esse negócio e a nossa (inaudível, entendo clínica) não tá pronta, né?

NARCISO JÚNIOR: Sei. PAULO JOSÉ: Então eu quero agora eu mesmo, vou ficar em cima disso, pra

pentelha todo mundo pra... NARCISO JÚNIOR: É. Agente já tem que providenciar... Semana que vem eu vou

tá recebendo um dinheiro aqui. Agente já tem que providenciar a transferência dos 8 mil pra dar de entrada lá para os projetistas.

PAULO JOSÉ: Deu certo lá o negócio? NARCISO JÚNIOR: Deu, deu. É 2 mil conto de cada. PAULO JOSÉ: Não tem problema não. NARCISO JÚNIOR: Eles só querem... Como eles trabalham em secretaria de

obras, eles só querem que não faça o depósito com conta, pra não caracterizar, porra to recebendo uma propina. É um serviço que eles estão fazendo particular mas eles querem receber em espécie, entendeu? Então vocês vão transferir pra gente, eu vou sacar e vou entregar pra eles.

PAULO JOSÉ: Agora, fala um negócio. Agente vai pagar esse tanto agora, mas bota pressão nesses caras pra fazer esse negócio rápido, bicho.

NARCISO JÚNIOR: Não. É o que eu falei pra ele. Na hora que eu der o dinheiro pra ele, é um prazo de 30 dias. Falei pra ele, é 30 dias e não vamos passar disso dai não.

PAULO JOSÉ: Não, cara. Pega 20 ai, porque senão agente não faz esse projeto esse ano não, véi (sic).

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NARCISO JÚNIOR: Não faz, Paulo. Não faz. É muito projeto. Eu te passei o email. Tu viu a quantidade de projeto que os caras tem que fazer?

PAULO JOSÉ: É. É coisa pra caralho (sic). NARCISO JÚNIOR: É muito projeto. É muito projeto. E outra, depois que ele der

esse projeto, pra aprovar isso é mais uns dois, três meses. Agora, a sorte que pra aprovar isso pode andar no BASA, sem aprovação, entendeu? Você não pode é construir sem a aprovação de projeto. Já não trava mais o Franklin. Ai a aprovação dos projetos vão ocorrendo em paralelo com o trabalho que o Franklin vai fazer.

PAULO JOSÉ: Entendi. NARCISO JÚNIOR: Mas a aprovação de um projeto desse é coisa pra depois que

eles derem entrada, três meses pra aprovar. PAULO JOSÉ: Legal. Legal. Não. Tá começando a andar agora. Eu tava meio

desanimado porque não tava andando nada, bicho. Tava com aquelas, fazendo uma cera. Não, mas é, isso faz parte...

NARCISO JÚNIOR: É, é o que eu te falo. PAULO JOSÉ: Uma hora fica: vai, vai, vai. Agente faz um bando de coisa. Depois

faz uma cera. Ai quando começa a fazer, vai, vai, vai, né? É assim mesmo. A vida normal... NARCISO JÚNIOR: Mas é o que eu te falo, cara. Contratar com o serviço público.

E agora o seguinte. Tem que fazer uma pressão nessa secretaria de obra, fazer uma pressão tremenda porque, porque senão marcar de pé, só pra sair de um negócio desse pra fazer um termo de referência desse é seis meses.

PAULO JOSÉ: É verdade. NARCISO JÚNIOR: É. In off: "Abre ai o portão pra mim" PAULO JOSÉ: A outra preocupação nossa é o seguinte. Se não entrar esse

negócio do projeto do financiamento do BASA. Se for entrar ano que vem. Ai janeiro ninguém trabalha, fevereiro ninguém trabalha. Povo começa a trabalhar lá pra março. Essa que é a preocupação, entendeu?

NARCISO JÚNIOR: Oi, só um minuto. In off: "Abriu não gatinha". Oi! PAULO JOSÉ: Eu liguei tem meia hora no telefone do Gerival. A preocupação do

Gerival é o seguinte. Que, por exemplo, agente não der entrada no BASA esse ano, deixa pra entrar no ano que vem. Ai Janeiro ninguém trabalha direito, fevereiro ninguém trabalha, vai trabalhar pra março depois do carnaval...

NARCISO JÚNIOR: Não. Não. Isso ai não tem muito disso não. Isso ai não tem muito disso não, Paulo.

PAULO JOSÉ: Tem não, né? NARCISO JÚNIOR: Presidente do BASA trocou agora, entrou um cara novo que

tá querendo. Esses cara (sic), início de ano, quando eles tão com orçamento cheio. Então tão cheio de dinheiro pra emprestar, entendeu?

PAULO JOSÉ: Entendi, não tem mais só esse ano, né? Não atrapalha não. NARCISO JÚNIOR: É. Então é aquele negócio. A minha preocupação, essa daí é

a menor. Essa daí é a menor. A maior que agente tem que ter é o seguinte, cara: é que porra (sic), agente, cada um, já gastou 125 pau, e partir de agora é mais 6 mil conto, 6 mil e 500 conto de cada um por mês de cada um, né?

PAULO JOSÉ: E o Gerival fez um empréstimo meio alto e ele tá preocupado, entendeu?

NARCISO JÚNIOR: É, então. Ai aquele negócio. Agora todo mundo vai todo mundo se apertar com o negócio com o funil saindo grana e não entrando nada. Isso ai, é foda.

PAULO JOSÉ: É verdade. NARCISO JÚNIOR: Isso ai é pesado. E ai, pode ter certeza meu parceiro, que é

pesado pra todo mundo. Tentei até ver com aquele filho da puta (sic) do Oswaldo se ele queria. Ele disse que não, que já custodiou o cheque. Agora ele tá lá bonitinho. Eu passo todo dia na frente da casa dele, ele tá lá. Morando na casa, sem sair, sem construir nada, com aquela camionete velha, caindo os pedaços.

PAULO JOSÉ: Esse cara é louco. Não sei o que ele tá fazendo com esse dinheiro não, cara.

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NARCISO JÚNIOR: Ele tá quebrado. Ele não é louco não. Ele quebrou porra (sic).

PAULO JOSÉ: Ele quebrou feio, né? NARCISO JÚNIOR: É. Pois é. Ele quebrou, fazer o que? PAULO JOSÉ: Nossa senhora. Ele vai torrar esse dinheiro todo e não vai sobrar

nada. NARCISO JÚNIOR: É. PAULO JOSÉ: Né? NARCISO JÚNIOR: É. Não vai sobrar nada pra ele. Ele quebrou. Eu tava falando

mais cedo era com o gordo. PAULO JOSÉ: Ah, é? NARCISO JÚNIOR: Rapaz, tá feliz da vida. Disse que nunca... tudo ta dando

certo pra ele. PAULO JOSÉ: Que coisa boa! NARCISO JÚNIOR: Ele falou que tudo... ele falou que ta trabalhando no negócio

de água com o rato, tá se dando bem pra caralho (sic) com o pai, com o irmão, com todo mundo. Tá pagando uma grana boa lá. Agora vai começar a entrar dinheiro, porque esse mês ta o negócio do tio dele também tá abrindo. Então ele vai trabalhar meio expediente em casa e vai receber pelos dois.

PAULO JOSÉ: Que beleza, cara! NARCISO JÚNIOR: É. Disse que emagreceu 15 quilos, tá pegando mulher pra

porra. PAULO JOSÉ: (risos) NARCISO JÚNIOR: É a primeira que é assinada né? PAULO JOSÉ: É a primeira o que? NARCISO JÚNIOR: Que é assinada, né? Essa ai já morreu né? PAULO JOSÉ: (risos) Ai, ai, velho. Tomara que ele fique bem assim cara, tenho

medo dele dar uma pirada de vez em quando. Mas acho que ele tomou juízo. NARCISO JÚNIOR: Ele tava felizão hoje. PAULO JOSÉ: Ele me mandou um email outro dia falando isso, que ele tava

super feliz, que ele tava voltando. NARCISO JÚNIOR: Tudo que deu errado um tempão comigo, deu certo esse final

de ano. PAULO JOSÉ: Ah que bom, ele merece né bicho, coitado né. NARCISO JÚNIOR: Então falou. PAULO JOSÉ: Bom demais. NARCISO JÚNIOR: O Gerival até me ligou também, vou ver se eu dou uma

ligada pra ele. PAULO JOSÉ: Não. Faz mais uma coisa pra mim Narciso. Me manda uma

mensagem. Eu vou mandar um TAM log amanhã. Ou pra você, ou pro Ronan. Vê quem que é que eu mando, com os dados, pra onde eu mando que eu vou mandar uns documentos amanhã.

NARCISO JÚNIOR: Ronan. Vê isso tudo com o Ronan. Não tenho tempo nem pra...

PAULO JOSÉ: Não cosigo falar com o Ronan não, rapa (sic). O Ronan é mais difícil falar com ele do que com o presidente dos Estados Unidos, bicho.

NARCISO JÚNIOR: Não, ele atende. Ele atende. Liga pra ele. PAULO JOSÉ: Eu já liguei pra ele três vezes Narciso. Não consigo falar com ele

não, véi. NARCISO JÚNIOR: Foi mesmo? PAULO JOSÉ: Foi pô. Não consigo falar com o Ronan não. NARCISO JÚNIOR: Vou ligar pra ele. PAULO JOSÉ: Liga pra ele e fala pra ele mandar uma mensagem com os dados

tudo. NARCISO JÚNIOR: Beleza!

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PAULO JOSÉ: Tá bom? NARCISO JÚNIOR: Valeu! PAULO JOSÉ: Falou fi (sic), abraço. Em outras ligações, fica patente a participação de TIAGO

defendendo o interesse da clínica na SESACRE.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3535182 6881119927 6181298469 29/11/2011 11:21:20 00:01:04 �

@@@ NARCISO X PAULO SOBRE PROPOSTA NA ÁREA DA

SAÚDE CENTTRO #*

TRANSCRIÇÃO: NARCISO: fala José. JOSÉ PAULO: fala Narciso, tudo bom cara? NARCISO: beleza. JOSÉ PAULO: como estão as coisas por aí? NARCISO: tudo andando, eu falei, tava falando, eu falei com o Ronan não tem

nem uma hora sobre isso, pra ele dar uma "cutucada" de novo lá no Tiago (Viana) e na Dora, pra ver como é que tá nossa, nosso negócio né.

JOSÉ PAULO: bote fé, e o Maurício lá, deu, o arquiteto dele deu alguma notícia. NARCISO: não, essa questão do Maurício, eu ...(áudio ruim), eu acho que isso aí

está andando cara. JOSÉ PAULO: tá andando né? NARCISO: essa questão de documento eu não vejo não, do Governo eu vejo

(trecho incompreensível) quem vê sou eu. JOSÉ PAULO: entendi NARCISO: valeu? JOSÉ PAULO: tá bom, tá bom, eu só liguei pra ter notícia mesmo, o Paulo

sempre me liga perguntando aí eu te liguei pra perguntar também. NARCISO: mas eu vou me informar eu te ligo hoje também tá? JOSÉ PAULO: tá, tá bom tranquilo. NARCISO: beleza. JOSÉ PAULO: valeu cara, abraço.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3571488 6881119927 6181298469 05/12/2011 12:55:53 00:02:21 �

@@@ NARCISO JÚNIOR X PAULO JOSÉ GERIVAL

DEPOSITOU O $ CENTTRO #*

TRANSCRIÇÃO: PAULO JOSÉ: fala Narciso NARCISO JÚNIOR: Paulo PAULO JOSÉ: Oi NARCISO JÚNIOR: Deixa eu ver um negócio com você aqui, o...duas coisas, a

primeira o Genival comentou alguma coisa contigo? Porque parece que até sexta-feira ele não tinha depositado.

PAULO JOSÉ: Não falou que depositou, falou que ia depositar. NARCISO JÚNIOR: Ele falou que ia depositar? PAULO JOSÉ: Não ele falou pra mim que tava depositando, porque ele tava com

esse dinheiro ai falou que tinha pego mais uma grana lá do banco e que falou, que dia que eu falei com ele, foi quarta-feira eu acho.

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NARCISO JÚNIOR: Não não sei, eu sei que até sexta-feira ele não tinha depositado, eu não sei se ele depositou depois disso não, eu vou até ver com a menina.

PAULO JOSÉ: Vê se depositou, porque eu falei com ele na quarta-feira e falou que ia pegar um dinheiro que não tinha saído na quarta e que ía sair na quinta-feira ele ía depositar.

NARCISO JÚNIOR: tá deixa eu te falar outra coisa, falei com o Ricardo agora e ele falou que o tal do William da GE, ficou de passar umas informações para o Ricardo Pupim e não passou.

PAULO JOSÉ: Não passou? NARCISO JÚNIOR: E o Ricardo Pupim tá precisando disso pra fechar o projeto e

ele a minha parte eu já fechei toda, já estou no quantitativo, mas agora eu preciso dessas informações do William.

PAULO JOSÉ: Tá, vou falar agora com ele NARCISO JÚNIOR: Aí tu pede pra ele, William responde esse e-mail do Ricardo

Vilarinho imediatamente. PAULO JOSÉ: Quem tem o telefone dele é o Ricardo, o Ricardo ligou pra ele no

dia que pediu. NARCISO JÚNIOR: Só só. PAULO JOSÉ: Na mesma hora Ricardo ligou pro cara. NARCISO JÚNIOR: Pede pra ele responder esse e-mail, é coisa simples que ele

sabe até de cabeça, é uma potência de máquina. PAULO JOSÉ: Tá. NARCISO JÚNIOR: Tá? PAULO JOSÉ: Tá, acabei de falar com o Tiago daí. NARCISO JÚNIOR: Foi? PAULO JOSÉ: Aquele dia que você falou que ele tava aqui (Brasília) eu liguei pra

ele. NARCISO JÚNIOR: Hum PAULO JOSÉ: Aí ele falou pede mais esfirra, aí eu encomendei mais esfirra pra

ele. aí ele falou que deve vim aqui em Brasília. NARCISO JÚNIOR: Mas Tiago tá aonde? tu falou com ele agora? PAULO JOSÉ: Falei com ele agora. NARCISO JÚNIOR: E ele falou o que pra ti? PAULO JOSÉ: Ah não conversei sobre esse assunto não, só falei sobre as

esfirras mesmo. NARCISO JÚNIOR: É mesmo? PAULO JOSÉ: É. NARCISO JÚNIOR: Então valeu. PAULO JOSÉ: Tranquilo Narciso um abraço. Na ligação transcrita abaixo, já ciente de que a empresa CENTRO

prestará os serviços de exames ao Estado do Acre, NARCISO e PAULO JOSÉ buscam uma solução rápida de internet para prestação dos serviços pela clínica e revelam bem a despreocupação com o desperdício de recursos públicos. Em determinado trecho NARCISO JÚNIOR diz: “Aqui tem duas concorrentes: A Embratel e a Oi. Cada uma fornece. Internet de quatro mega dedicado custa uns R$3.500,00(três mil e quinhentos reais). Só que eu não estou preocupado com isso, é o ESTADO que vai pagar” e PAULO JOSÉ responde: é, foda-se.”

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

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4296376 6881119927 11/07/2012 13:35:31 00:03:01 � �

@@@NARCISO X PAULO(MÉDICO) -

IMPLANTAÇÃO DE TI CLÍNICA CENTTRO #*

TRANSCRIÇÃO: NARCISO JÚNIOR: Oi, Paulo. PAULO JOSÉ: Oi, cara. Beleza? NARCISO JÚNIOR: Beleza. PAULO JOSÉ: Tá ocupado? NARCISO JÚNIOR: Não pode falar. PAULO JOSÉ: E aí, como estão as coisas aí? NARCISO JÚNIOR: Cara, tão andando. Tivemos uma reunião de 11:00h às

12:00h e foi... foi pedido aquele prazo, é... de mais até hoje a tarde vão, vai alguém entrar em contato com agente. De toda forma eu tô seguindo a negociação com a FUJI. Tô pedindo pro cara passar...passar a cópia da minuta pra gente, pra gente analisar, tá?

PAULO JOSÉ: Tá, tá ótimo então. O negócio da internet, o Ronan mandou os endereços... eu mandei para o cara lá, da... da TI lá e pra ele ver como vai orçar, pra ver o que tem disponível e saber se o que está disponível dá, entendeu?

NARCISO JÚNIOR: Tá. PAULO JOSÉ: Eu vou uma ligada para ele de novo. NARCISO JÚNIOR: Tá, mas então cobra isso... cobra isso, que eles

pediram...eles pediram agora... é... foi pedido lá na secretaria e agente entra com esse ofício mesmo, tá...

PAULO JOSÉ: Agente tá fazendo de um jeito diferente, agente já vai pedir o que tem possível, entendeu?

NARCISO JÚNIOR: Eu sei, de toda forma eles querem o ofício... acho que o RONAN já até preparou este ofício e já mandou, pedindo 3Mb(três mega) dedicado, em cada unidade.

PAULO JOSÉ: É, mas eles não vão conseguir isso não. NARCISO JÚNIOR: Hã? PAULO JOSÉ: É, mas custa nada mandar, manda esse aí e aí eles não vão

consegui. NARCISO JÚNIOR: Porque que eles não vão conseguir? PAULO JOSÉ: Oi? NARCISO JÚNIOR: Por que eles não vão conseguir? PAULO JOSÉ: Será que consegue, aí? NARCISO JÚNIOR: Consegue, pô. Qual é a dificuldade? PAULO JOSÉ: Aí tem dez mega dedicado? NARCISO JÚNIOR: Três mega dedicado! PAULO JOSÉ: Aí tem? NARCISO JÚNIOR: Paulo, a minha internet da TV (Rio Branco), eu tenho dois

link de dois mega dedicado, na TV. PAULO JOSÉ: É? NARCISO JÚNIOR: É. PAULO JOSÉ: Então tá bom demais. NARCISO JÚNIOR: Aqui tem duas concorrentes: A Embratel e a Oi. Cada uma

fornece. Internet de quatro mega dedicado custa uns R$3.500,00(três mil e quinhentos reais). Só que eu não estou preocupado com isso, é o ESTADO que vai pagar.

PAULO JOSÉ: É, foda-se. NARCISO JÚNIOR: Entendeu? PAULO JOSÉ: É, o negócio é tá adiantando ela agora então. Tá bom. NARCISO JÚNIOR: Eu só quero bater o martelo nesse negócio da CR e dessa

DRY aqui. Pra gente começar a falar em prazo de implantação, né? O negócio da sala ai Paulo, foi fechado já, o?

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PAULO JOSÉ: Eu mandei o, eu dei uma enroladinha pra dar um tempo pra aumentar um pouquinho a nossa carência. Só que essa semana eu já mandei os documentos lá, eles iam fazer análise. Tá fechando essa semana a sala. E aquela sala que consegui o preço tá muito bom, cara, porque eu fui pesquisar outras salas, é sala bem menor que essa tava bem mais caro, entendeu?

NARCISO JÚNIOR: Beleza. PAULO JOSÉ: Consegui um preço bom nessa sala. NARCISO JÚNIOR: Então tranquilo, então tranquilo. Até o final do dia eu devo

entrar em contato contigo tá? PAULO JOSÉ: Valeu cara, abraço. NARCISO JÚNIOR: Valeu. Sabemos que a contratação da empresa CENTRO não se deu por

Dispensa de Licitação, como era esperado pelos investigados, talvez por parecer contrário da Procuradoria Geral do Estado, o que saberemos apenas com uma análise minuciosa do processo.

No entanto, o procedimento adotado pela SESACRE foi um pregão

presencial, publicado no dia 14 de maio de 2012, vencido pela empresa CENTRO, conforme extrato de ata, acima identificada, de 06 de junho de 2012. Ora, pudemos perceber que a clinica CENTRO já se preparava e já sabia que seria a responsável pela prestação dos serviços muito antes até da publicação do edital.

Não restam dúvidas acerca das irregularidades para contratação da

empresa CENTRO, com ampla repercussão na esfera penal. Vejamos: houve direcionamento do processo licitatório em favor da empresa CENTRO, que contou com a participação decisiva de TIAGO VIANA NEVES DE PAIVA, servidor da SESACRE e de NARCISO JUNIOR, responsável, de fato, pela empresa CENTRO, conforme revelado pelos áudios interceptados e acima transcritos.

Vale mencionar que TIAGO VIANA foi nomeado gestor para

atuação no pregão presencial nº 490/2012, com responsabilidade para emissão de laudos.

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Nesse sentido, existem fortes indícios de autoria e materialidade

dos crimes dos artigos 90 da lei nº 8.666/93, em desfavor dos sócios da empresa CENTRO, de NARCISO JUNIOR, responsável direto pela empresa e por TIAGO VIANA, que, em razão de suas funções na SESACRE, atuou diretamente para que a empresa CENTRO fosse a empresa contratada pelo Governo do Acre para a prestação dos serviços.

Também existem fortes indícios de que a empresa, ao começar a prestar os serviços, utilizar-se-ia de expedientes criminosos para causar prejuízo ao Erário Público, na medida em que a empresa emitiria laudos de exames clínicos de forma desnecessária, conduta esta prevista no artigo 96, inciso V, da lei nº 8.666/93.

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Sabemos que a associação de mais de três pessoas para o fim de cometer crimes subsume-se a norma do artigo 288 do CP (formação de quadrilha). Nesse sentido, acreditamos existirem elementos suficientes de autoria e materialidade do crime do artigo 288 em desfavor dos sócios da empresa CENTRO, de NARCISO JUNIOR e de TIAGO VIANA. Abaixo, visando melhor entendimento em relação aos envolvidos, segue abaixo o ornanograma contendo a relação das pessoas citadas nos diálogos interceptados.

CORRUPÇÃO PASSIVA DO EX-SECRETÁRIO DE

HABITAÇÃO E INTERESSE SOCIAL – AURÉLIO CRUZ

Os áudios que seguem abaixo mostram a ocorrência do crime decorrupção passiva cometido pelo então Secretário de Habitação de Interesse Social do Estado do Acre, Aurélio Silva da Cruz. É mostrado que este presta favores ao alvo Vladimir, como facilitar o pagamento para a empresa ENGECAL. Posteriormente outras chamadas mostram que Vladimir está executando obras na casa de Aurélio, inclusive aquele reclama de Aurélio dizendo que este é “pidão”, e que não achavam que iria ter que reformar sua casa.

O áudio abaixo noticia que Vladimir (Engecal) pede a Marcelo que este intercedesse com o fim de agilizar o trâmite de um documento, e demonstrando interesse em liberar valores que estão retidos na Caixa Econômica Federal, procura através de Marcelo que este utilize de sua influência junto ao ex-Secretário de Habitação de Interesse Social (Aurélio Silva Da Cruz, ex-superintendente da Caixa Econômica Federal no Acre), para facilitar a liberação de R$ 97.000,00, que possivelmente se trata do pagamento de obras públicas realizadas pela ENGECAL.

ÍNDICE TELEFONE DO

ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4290940 6899715011 6899711977 10/07/2012 15:54:28 00:03:06 �

@@@ MARCELO X VLADIMIR

(LIBERAÇÃO) #

TRANSCRIÇÃO: MARCELO: fala doutor. VLADIMIR: fala doutor tudo bem? MARCELO: tudo. VLADIMIR: vi que de manhã você tava indo lá enfrentar manifestante no Santa Inês é!? MARCELO: fazendo o que? VLADIMIR: tava lá pelo Santa Inês hoje de manhã? MARCELO: tava... hehehe. VLADIMIR: confusão com morador é!? MARCELO: não... ééé nivelar as informações, os problemas daquele povo lá. VLADIMIR: pensei que tinha algum problema... (inaudível) tropa de choque tava hoje de manhã... eu falei porra (sic).

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MARCELO: não não. Só mesmo só pra conversar todo mundo junto pra num... teve nivelamento de informações e encaminhamentos. E aí o que manda? VLADIMIR: uma, tirar uma dúvida com você. Será que o Ideilson... é que os andar, né. Tudo... ele já fez toda a parte dele. (inaudível). Ele já mandou pra frente né. MARCELO: hum!? sim. VALDIMIR: o problema tá só no Ila bicho (sic) ali na turma dos reajustes né. MARCELO: hum. VLADIMIR: e do apostilamento. MARCELO: hum. VLADIMIR: o maior problema é a demanda, entendeu? São lotados de trabalho lá né. Aí se puder ter uma força da chefia para ele darem uma agilizada lá. MARCELO: tá, eu vou mandar email pro Tiago para ele gerenciar isso aí. VLADIMIR: (inaudível) cara eu não sei se o Tiago. Se tu pudesse falar... porque o Williames já encontrou até os probleminhas que tem, o que resolveu. O Williames tá bem encaminhado, tá entendendo. Eu só não preciso ficar toda hora cobrando o Williames né. MARCELO: hurum, sim. VLADIMIR: só isso. Aí ele falou que tem que ver os... calcular as diferenças do apostilamento, né, MARCELO: hurum. VLADIMIR: faltou fechar um pedaço, né. E os reajustes que alguns meninos faltavam fechar, só isso. MARCELO: sei. VLADIMIR: as medições foram emitidas as notas agora também, num... tive que calcular, para solicitar isso e pronto. MARCELO: hurum. VLADIMIR: aí eu vou... me diz uma coisa. E tem alguma, um outro conselho. Tem alguma possibilidade do secretário interceder lá na Caixa para agilizar esses 97 ou acha que ele tem força ainda lá? MARCELO: não... não tem não hehehe. Tá meio esquisito lá, mas... se pedir eu vou ver, vou ver se tenho a oportunidade aqui eu peço pra ele, mas. VLADIMIR: hum... eu vou falar com ele hoje a tarde. MARCELO: é. VLADIMIR: vou falar com ele a tarde. MARCELO: então pede, não tem problema não. VLADIMIR: porque de qualquer forma se ele não conseguir lá liberar isso na Caixa, ele vai ter que sentar com Aguiar pra liberar uma dessas GRP também sem a certidão porque não saiu dinheiro pra pagar a certidão até agora... vai encavalar um monte de medição. MARCELO: sei, sei. VLADIMIR: então pra (inaudível) sentar com Aguiar já vou anteceder o problema, tá entendendo!? MARCELO: não, fala com ele... senta com ele lá que ele que resolve, não é nem é comigo mais. VLADIMIR: não, não, eu sei que não é contigo, só tô te pedindo um conselho. MARCELO: não, não, não, eu sei. VLADIMIR: não tem problema nenhum de ir lá não, né!? MARCELO: não tem problema não, nada. VLADIMIR: tá bom então, beleza. Era só isso, o resto da sua parte só tenho a lhe agradecer. MARCELO: não, tranquilo então doutor. VALDIMIR: tá bom, um abraço. MARCELO: tá bom, vou entrar numa reuniãozinha agora. VLADIMIR: tá, tchau. MARCELO: falou. Tchau.

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Em seguida, a chamada de índice 4306904 mostra o diálogo mantido entre MARCELO e Vilmar (Vilmar Ferreira Arantes), ocupando este último o cargo de Gerente Geral da Agência Rio Branco da Caixa Econômica Federal, em que Vilmar noticia que sempre ajudou a empresa ENGECAL, e que necessitaria de um borderô para a liberação antecipada no valor de R$97.000,00.

Vilmar sabendo da irregularidade da operação, lembrou a

MARCELO da situação da empresa Construterra, em que teria ocorrido o bloqueio judicial. Valmir diz que liberaria apenas parte do valor, e que utilizaria os recursos existentes em conta corrente como garantia, cuja operação ficaria vinculada com sua matrícula. Valmir demonstrou ter ciência da irregularidade da operação, eis que diz que se não fizer “não ganharia as contas (exonerado ou demitido) e nem teria prejuízo”.

Segundo noticiou o auto circunstanciado, “...percebe-se algo

estranho em tal procedimento, pois não é normal um gerente de banco liberar pagamentos públicos, que ainda não tiveram seus tramites finalizados, somente na confiança para empresas privadas”.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4306904 6899715011 6899719807 13/07/2012 09:28:38 00:03:07 �

@@@ MARCELO X VILMAR

(LIBERAÇÃO) #

TRANSCRIÇÃO: WILMAR: diga lá meu garoto! MARCELO: eu ainda tenho crédito aí? WILMAR: aí tem! Só que eu tô em Goiânia. Em Goiânia cê (sic) não tem muito não. MARCELO: ah, e você em Goiânia resolve nada!? WILMAR: hehehe, o que o senhor manda? MARCELO: ei, Engecal de novo precisando de uma ajuda ô. O negócio tá muito lento para liberar. WILMAR: ah! MARCELO: os coitados tem dois meses de medição atrasada. WILMAR: quem é a criatura? MARCELO: agora que tão pra liberar. WILMAR: quem é a criatura? MARCELO: na Engecal lá, o Vladimir e o seu Jorge Tomas. WILMAR: ah, isso é fácil, porque eu faço isso direto pra ele. Agora assim, já tem alguma coisa na mão já? MARCELO: seguinte, tá na mão da Adriana já, tá, e aí. WILMAR: tá, tá medindo? MARCELO: não, já tá medida, atestada e tudo, cara, só falta, falta, deu um rolinho lá no negocio da ART que não tava achando lá na Caixa, já pedi para reenviar esse negócio agora, ela libera hoje, o borderô gera segunda-feira, mas eles precisa do dinheiro pra ontem. WILMAR: qual o valor que tá liberando aí Marcelo? MARCELO: 97 mil. WILMAR: você arruma esse borderô pra mim até mais tarde ou até amanha? MARCELO: segunda-feira, amanhã não dá não.

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WILMAR: segunda, segunda. MARCELO: não, segunda-feira... certeza absoluta. WILMAR: tá, agora faz o seguinte, é 97, não vou liberar tudo pra ele hoje, vou liberar só um pouco, lógico, né? MARCELO: não sei quanto você pode liberar? WILMAR: não sei, faz o seguinte. Fala pra ele ir lá e falar com o Santiago. MARCELO: Santiago? WILMAR: e o Santiago me ligar na hora. MARCELO: então sim senhor meu amigo, eu agradeço. WILMAR: mas segunda-feira você manda esse borderô, que eu tô. MARCELO: é, porque assim... pode ser que hoje já saia, tá!? Só depende da ART. WILMAR: lembra aquele da da CONSTRUTERRA, né? MARCELO: ah não, quero lembrar não. WILMAR: que eu tive cumprir, né? MARCELO: mas foi eu que liberei? WILMAR: não, era a mesma coisa, só que eu aquele teve um problema, aquele foi um... bloqueio judicial, né. MARCELO: ah, do Banco do Brasil aquela vez lá. WILMAR: é tava tudo bonitinho, depois ele conseguiu só que aí passou meu prazo que a Caixa dá cara, debita na minha matrícula, aí eu, ainda bem que eu tinha um dinheiro. Eu tenho um dinheiro, eu tenho um dinheiro aplicado, eu vou agora... não sei o limite que eu tenho (inaudível), passou disso eu não faço nem para o papa mais, ó. MARCELO: é? WILMAR: se eu não fizer, eu não, não... conta e não tenho prejuízo. MARCELO: mas deu problema para ti? WILMAR: não eu... conta-corrente com limite eu tenho 10 dias úteis, 10 dias para cobrir e sem limite eu tenho 5, não deu, ele estoura na minha conta, pode ser, a matricula fica vinculada, sabe? MARCELO: hum. WILMAR: e chegou aquele lá teve o dia assim, não teve jeito, aí eu baixei minha aplicação que eu tinha, ele arrumou 10 mil, ou foi 50, né, eu arrumei para ele, é, ele arrumou 10 mil, eu baixei lá, apliquei, ainda bem que 3 dias depois ele conseguiu uma liminar aí, derrubou essa. MARCELO: (inaudível). WILMAR: bloqueio... mas deu certo. MARCELO: mas deu tudo limpo. WILMAR: não, tudo zerado. MARCELO: ah, então tá, se precisar de qualquer coisa você me avisa, que a gente intercede também. WILMAR: não, tranquilo. Pede para ele ir lá falar com o Santiago lá. MARCELO: muito obrigado aí, bom descanso aí. WILMAR: falou. MARCELO: falou. WILMAR: obrigado, tchau. MARCELO: tchau.

Durante esta chamada, Marcelo conversa com o ex-Secretário da Habitação do Estado do Acre, AURÉLIO CRUZ, tendo este se comprometido a realizar a liberação do pagamento dos serviços prestados pela ENGECAL, supostamente o referido valor de R$97.000,00, e que tal pagamento seria realizado baseando-se na confiança da palavra. Segundo foi constatado, primeiramente ocorrerá a liberação do pagamento do valor solicitado, para posteriormente ser comprovada a regularidade fiscal da empresa, cujo procedimento foi adotado baseando-se na confiança.

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Conforme noticiou o auto circunstanciado, “...mesmo ciente da

falta de certidão emitida pela SEFAZ, o Secretário vai liberar o pagamento, confiando que VLADIMIR pagará a taxa, relativa à certidão, após receber os valores liberados. Ele procura deixar bem claro que tal procedimento será realizado devido à confiança existente entre as partes. Em parte do diálogo, infere-se que o Secretário não está seguindo a orientação da SEFAZ quanto aos requisitos necessários para liberação de pagamentos. O secretário se compromete também a interceder junto ao Santiago da CEF em prol de VLADIMIR. Fica evidente que MARCELO irá conseguir com Vilmar (Gerente da Agência Rio Branco da CEF) a liberação de parte do valor que a ENGECAL queria, sendo que o valor total (R$ 97.000,00) já estaria previamente liberado pelo Secretário de Habitação”.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4307116 6899715011 6899715015 13/07/2012 09:57:38 00:03:53 � �

@@@ MARCELO X SILVANIA X

AURELIO (LIBERAÇÃO) #

TRANSCRIÇÃO: MARCELO: oi. SILVANA: oi Marcelo, o Vladimir ainda tá contigo? MARCELO: não, saiu já. SILVANA: ele já saiu. E aí o que ele vai resolver da vida? MARCELO: como assim? SILVANIA: assim, ele vai resolver pagar? MARCELO: é ele vai. SILVANIA: (inaudível) tô com o secretário aqui. MARCELO: eu falei com o Vilmar. Não porque ele quer. Assim, vai sair os pagamentos? Hoje? SILVANIA: vai... é isso que a gente tem que decidir né!? Tem que ver o que que faz. (inaudível). MARCELO: não, não, não. SILVANIA: vai ser liberado. MARCELO: vai ser liberado hoje? SILVANIA: vai, vai. MARCELO: não, isso é o que ele precisa saber. Você pode gerar o borderô? Não né. O borderô é quando vai pro banco. SILVANIA: ela liberar, ela liberada posso posso gerar aqui. MARCELO: você pode gerar o borderô mas e aí? SILVANIA: ele vai pagar? Ele decidiu alguma coisa contigo aí se vai pagar? MARCELO: não, ele vai, ele ô. Eu falei com o Vilmar lá da Caixa... ele vai estourar a conta dele né. SILVANIA: vai, hãm. MARCELO: vai liberar 60, só uma parte. Ele vai pegar e vai pagar essas taxas hoje ou segunda-feira. SILVANIA: hurum. MARCELO: entendeu. Pagou. SILVANIA: sei. MARCELO: e ele consegue a certidão na mesma hora ele falou. SILVANIA: consegue na mesma hora a certidão. MARCELO: ele falou que consegue na mesma hora.

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SILVANIA: ele pactuou contigo que vai pagar. MARCELO: ele vai estourar a conta. SILVANIA: e vai pagar. MARCELO: ele vai estourar a conta e vai pagar a certidão. SILVANIA: hum. MARCELO: esse é a ação dele. Falou que vai fazer isso agora e não vai ficar nenhuma certidão pendente. SILVANIA: hãm tá. MARCELO: se quiser só se a gente pode obrigar ele a pagar hoje e você faz tudo hoje também. SILVANIA: não porque o secretario e eu temos que pactuar junto né, um compromisso junto aqui. MARCELO: então vamos fazer o. SILVANIA: só um pouquinho, deixa eu passar pro secretário. Só um pouquinho. MARCELO: tá. AURELIO: Marcelo? MARCELO: oi secretário. AURELIO: foi Vladimir que tava tava aí contigo é!? MARCELO: veio o Vladimir, veio o Jorge Tomas e aí eu falei... tava conversando com a Silvania... eu falei com o Vilmar agora. Ele tá em Goiânia, mas eles vão falar com um tal de Santiago lá na Caixa. Eles vão estourar a conta dele. Ele vai pegar esse dinheiro que quando estourar a conta... vai pagar lá na SEFAZ e consegue a certidão no mesmo momento. Ou é hoje ou é segunda-feira. Ele garantiu que vai fazer isso agora. AURELIO: então tudo bem, tá bom. MARCELO: porque aí eu falei. Silvania se pudesse. AURELIO: resposta da SEFAZ né. MARCELO: (inaudível) Silvania se puder... liberar isso. Que já tem o compromisso mesmo que ele vão pagar 5 mil só, secretário. AURELIO: pois é, 5 mil pô. Brincadeira. MARCELO: aí o Mancio fica com as coisas. Fica as coisas né!? Então assim, agora é nosso comprometimento... senhor confiar que eles vão fazer isso, eles passaram a confiança pro lado deles. AURELIO: não, tá ok, tá ok. MARCELO: e já libera tudo. AURELIO: eles se comprometeram com isso né!? MARCELO: eles se comprometeram de fazer isso agora. AURELIO: tá bom. MARCELO: (inaudível). AURELIO: se você, você. Se você falar com eles de novo. Se você ficou de dar alguma resposta pra eles. MARCELO: hãm. AURELIO: você diz que vamos confiar na palavra. MARCELO: e vai liberar o pagamento. AURELIO: mas que deixa claro né, olha "confiança"! MARCELO: sim. AURELIO: confiança a gente né!? MARCELO: sim. AURELIO: se não cumprir meu amigo aí num. MARCELO: é meio complicado (inaudível) entre secretários. AURELIO: é porque eu tenho uma dessa... determinação lá do do da SEFAZ. MARCELO: então eu vou pedir pra ele pagar isso hoje. Aí já libera isso hoje ou libera segunda-feira? AURELIO: não, se, se ele for pagar a gente libera hoje. MARCELO: então tá bom. Então vou pedir pra ele pagar. Vou determinar que ele pague agora então.

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AURELIO: isso. MARCELO: vai liberar já. AURELIO: pede pra ele pagar agora. MARCELO: então tá bom então. AURELIO: dá um jeito lá porque o dinheiro vai cair na conta. MARCELO: já ligo pra ele agora. AURELIO: se quiser eu falo com o Santiago também da Caixa. MARCELO: não, ele falou que tá ok já. Que o Vilmar que já tava liberando. AURELIO: ah, já tá ok né!? MARCELO: mas se o senhor puder falar com o Santiago, melhor ainda né!? AURELIO: eu ligo pro Santiago. MARCELO: que o Vilmar já falou. AURELIO: eu vou, vou dar uma reforçada. MARCELO: é porque o Vilmar pediu que assim que ele chegasse lá no banco. Assim que chegasse no banco era pra ligar pra ele. AURELIO: hurum. MARCELO: mas se o senhor puder dar uma prensa, melhor ainda. AURELIO: não, tudo bem, eu falo com o Santiago. MARCELO: então tá bom. AURELIO: conheço. MARCELO: vou ligar pra eles agora. AURELIO: tá, tá ok. MARCELO: obrigado secretário. AURELIO: tá, tá ok. MARCELO: tá, tchau.

Na sequência, a chamada abaixo mostra que Marcelo comunica a VLADIMIR que o secretário iria realizar a liberação do pagamento, mas que as taxas das certidões que comprovaria a regularidade fiscal deveriam ser pagas na mesma data desta liberação, e que tal procedimento foi realizado baseando-se na confiança.

ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4307148 6899715011 6899711977 13/07/2012 10:05:27 00:02:59 EFETUADA �

@@@ MARCELO X VLADIMIR

(LIBERAÇÃO) #

TRANSCRIÇÃO: VLADIMIR: alô. MARCELO: doutor. VLADIMIR: oi, agora tá melhor a ligação né, que tava ruim de atender o telefone aqui. MARCELO: tá, o seguinte... ééé acabei de falar com o secretário, tá!? VLADIMIR: hum? MARCELO: ééé, ele falou que vai dá uma ligada pro Santiago, pra dá uma uma ajuda também. Assim que cê (sic) chegar lá é pro Santiago ligar pro Vilmar, tá!? No banco. Você tá indo no banco agora, não tá? VLADIMIR: 11 horas é que tá marcado lá. MARCELO: sei. Aí cê (sic) fala com o Santiago pra... ele só liga para o Vilmar pra confirmar. Que ele pediu pra ligar só pra confirmar. E aí o secretário também vai ligar pro Santiago, mas o seguinte, independente disso o secretário vai liberar o pagamento hoje, tá!? Só que vocês tem que pagar isso hoje! VLADIMIR: não, não, eu tava trabalhando com a hipótese dele de de. MARCELO: não.

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VLADIMIR: de levar a certidão pra ele na segunda-feira. MARCELO: não. VLADIMIR: tá entendendo, de levar hoje. MARCELO: pode ser. VLADIMIR: não tem problema nenhum, eu ia pagar de qualquer forma. MARCELO: hoje você paga! VLADIMIR: a certidão? MARCELO: é! VLADIMIR: sem problema nenhum. MARCELO: porque tem que ser a data da liberação dele, tem que ser a data do pagamento das das pendências. VLADIMIR: não, não se preocupa com isso não. MARCELO: relação de confiança! Ele falou nesse nível. VLADIMIR: não, não, não, não, isso daí não tem dificuldade nenhuma. MARCELO: não, então pronto. VLADIMIR: tudo bem, tô entendendo. MARCELO: ele vai liberar tudo hoje! VLADIMIR: tá bom então. MARCELO: acabei de conversar com ele. VLADIMIR: tá... eu vou, vou resolver isso agora, a tarde tá na sua mão. Outra coisa, o orçamento que (inaudível). Eu posso te entregar na segunda-feira de manhã? MARCELO: o mais rápido possível! O ideal é... mas tem que ser na primeira hora da segunda-feira. VLADIMIR: tudo bem, segunda-feira de manhã eu te entrego essa proposta, tá. MARCELO: espera só um pouquinho, só um pouquinho, só um pouquinho... (...) aí, porque a gente tem que, tem que passar o, tem que passar pro secretário... vai ter reunião de governo na segunda-feira. VLADIMIR: de manhã, 8 horas da manha eu já levo essa proposta pra você, não tem perigo não. MARCELO: então cancele o churrasco e a cerveja. VLADIMIR: não, ela tá toda orçada, é só questão de logística ou de corre-corre. MARCELO: ô... você sabe onde vai ser a fábrica, né? VLADIMIR: hãm? Lá no interior. MARCELO: (inaudível) em Cruzeiro e Tarauacá. VLADIMIR: tá, não, tudo bem. MARCELO: então tá bom. VLADIMIR: é isso que tá faltando pra fechar esse custo. Outra coisa. A demanda que a sua secretaria solicitou de elétrica tá aí tá. Tá lá atrás da mesa da Livia. MARCELO: ah, me diga. Qual é o número disso? VLADIMIR: hãm? MARCELO: qual o número? VLADIMIR: número? 3mm (inaudível). MARCELO: valor? Quanto é o metro dum negócio desse? VLADIMIR: ah, isso aí custou... 70 metros custou 560. MARCELO: tá bom. VLADIMIR: entendeu? 560. MARCELO: tá bom, beleza. (inaudível) MARCELO: não não, só pra saber, só pra saber. VLADIMIR: hahaha. MARCELO: só pra ter um horizonte. Beleza. VLADIMIR: tá bom tá, tchau. MARCELO: falou, tchau.

REFORMA NA CASA DO EX-SECRETÁRIO AURÉLIO

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Revelou-se que o ex-Secretário de Habitação AURÉLIO SILVA DA CRUZ solicitou para a pessoa de VLADIMIR, da empresa de engenharia ENGECAL, que possui diversos contratos de prestação de serviços com a Secretaria de Habitação do Acre, representada por AURÉLIO, uma reforma em sua casa, situada na Rua Almirante Tamandaré n° 84, bairro Izaura Parente (atrás do Supermercado Araújo), na cidade de Rio Branco/AC, em troca da facilitação, para a liberação de créditos e pagamentos da SEHAB, em benefício da ENGECAL, utilizando-se da função de Secretário de Habitação.

Residência de Aurélio Silva da Cruz

AURÉLIO SILVA DA CRUZ ainda solicitou para a empresa ENGECAL que realizasse serviços em uma unidade da Secretaria de Habitação (ZAP PALHEIRAL), sem a realização de qualquer processo licitatório, indicativo de que a empresa prestou os serviços de forma gratuita, valendo esclarecer que ZAP são as siglas para Zona de Atendimento Prioritário, escritórios vinculados à SEHAB, visando o atendimento da comunidade. Antes de dar início à transcrição das interceptações telefônicas indicando a possível prática do crime de corrupção passiva por parte do Secretário de Habitação do Acre, vale registrar que foram identificados diversos contratos, em andamento, entre a ENGECAL e a SEHAB, conforme tabela abaixo, sem prejuízo de outros contratos em andamento que não tenham sido localizados. Número Modalidade Situação Objeto Contratado Nº diário oficial

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047/2011 Concorrência Ativo

CONTRATAÇÃO DE EMPRESA DE ENGENHARIA PARA A EXECUÇÃO DE SERVIÇOS COMPLEMENTARES DE URBANIZAÇÃO NO BAIRRO NOVA ESTAÇÃO – LOTE 01, LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO

ENGECAL 10.696

046/2011 Concorrência Ativo

CONTRATAÇÃO DE EMPRESA DE ENGENHARIA PARA A EXECUÇÃO DE SERVIÇOS COMPLEMENTARES DE URBANIZAÇÃO NO BAIRRO PALHEIRAL – LOTE 03, LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO

ENGECAL 10.689

137/2008 Concorrência Ativo

Contratação de Empresa de Engenharia paraExecução dos serviços de Infra-Estrutura Urbana de 80 Unidades Habitacionais noBairro Eldorado Estr. São Francisco, para atendimento do Programa de Aceleração doCrescimento – PAC, no Município de Rio Branco

ENGECAL -

135/2008 Concorrência Ativo

Contratação de Empresa de Engenharia paraExecução dos serviços de Infra-Estrutura Urbana de 95 Unidades Habitacionais noLoteamento Ilson Ribeiro no Bairro Calafate,para atendimento do Programa deAceleração do Crescimento – PAC, no Município de Rio Branco.

ENGECAL -

56/2008 Concorrência Ativo

SERVIÇOS DE URBANIZAÇÃO E MACRODRENAGEM - IGARAPÉ MATERNIDADE - B. PALHEIRAL - LOTE 02

ENGECAL 9.778

34/2008 Concorrência PARALISADA

SERVIÇOS DE URBANIZAÇÃO E MACRODRENAGEM - IGARAPÉ FUNDO - BAIRRO NOVA ESTAÇÃO - LOTE 01

ENGECAL 9.752

31/2008 Concorrência PARALISADA

SERVIÇOS DE URBANIZAÇÃO E MACRODRENAGEM - IGARAPÉ MATERNIDADE - B. PALHEIRAL - LOTE 03

ENGECAL 9.752

Conforme ligação do dia 24/12/12, registrada sob índice 5084372, VLADIMIR CAMARA TOMAS, responsável pela empresa de engenharia ENGECAL, pede a AURELIO SILVA DA CRUZ, Secretário de Habitação de Interesse Social do Estado do Acre e ex-superintendente da Caixa Econômica Federal no Acre, para este interceder junto à Caixa Econômica Federal, visando a liberação de um crédito da CEF em favor da ENGECAL, a fim de que a empresa pudesse honrar pagamentos de final de ano em favor de empregados. O papel de AURÉLIO nesta transação puramente comercial, entre a CEF e a ENGECAL, seria o de confirmar para uma servidora da CEF

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(ANA LU), responsável pela liberação do dinheiro, que a empresa de VLADIMIR teria créditos a receber do Estado, os quais seriam liberados nos próximos dias e que, provavelmente, serviriam para cobrir a liberação do crédito solicitado por VLADIMIR junto a CEF. ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5084372 6899996614 6884012282 24/12/2012 08:37:17 00:04:23 �

@@@ VLADIMIR X AURELIO - REFORMA #

TRANSCRIÇÃO: AURÉLIO: Alô VLADIMIR: Alô Aurélio? AURÉLIO: É sim.. VLADIMIR: Bom dia ..é o Vladimir.. tudo bem? AURÉLIO: Oh Vladimir; tudo bem. VLADIMIR: Secretário.. desculpa lhe incomodar tão cedo,no seu recesso.. no recesso do Senhor aí.. mas tô com um .. tô com um probleminha e às vezes o Senhor pode me ajudar. AURÉLIO: Diga. VLADIMIR: A gente tá com esses pagamentos que vão sair na semana que vem..certo? na quarta.. AURÉLIO: É... quarta, quinta e sexta. VLADIMIR: Quarta, quinta e sexta..(inaudível).. pagamentos.. é BNDES.. não tem nenhum perigo, tá tudo tranquilo né...nós temos lá mais.. quase setecentos mil de notas que a Silvana tirou. Beleza, tá tudo em ordem, tá tudo tranquilo, mas o que aconteceu: o Sindicato veio parou as obras, criou um tumultozinho por conta do décimo, fez pressão...(inaudível) politica.. essas coisas..tá bom. Na sexta-feira, a gente foi com o Santiago na Caixa Econômica Federal e o Santiago disse: não.. não tem problema nenhum, os créditos estão lá, vocês nunca furaram comigo..tal.. eu ( inaudível) consigo fazer segunda-feira porque se o crédito cair até quinta, sexta-feira não tem perigo de eu ser notificado..né.. eu (inaudível)estou dentro do prazo que eu tenho, então eu estoro na segunda-feira de manhã. Pode ir lá confirmar pagamento com funcionário, com sindicato.. tá tudo tranquilo.. pode confirmar? Pode. Não sei o que que houve, tá tendo algum estresse lá na caixa, não sei o que que é.. parece que o Vilmar está saindo da agência né? AURÉLIO: É. Ele perdeu a função.. VLADIMIR: Isso..não sei qual o motivo. E aí a senha do Santiago está bloqueada hoje. AURÉLIO: Humrum.. VLADIMIR: E aí tá os funcionários com o Sindicato dentro de obra esperando receber esse dinheiro..né? Uma coisa que a situação tava tranquilamente garantida.. sexta-feira uma hora da tarde o Santiago estava com senha, o Anacleto foi e bloqueou a senha dele. Não sei o que que houve.Aí o que que eu estou querendo fazer; o senhor sabe que o sindicato hoje.. é tudo o que o sindicato quer.. chamar o AC24horas, chamar a imprensa, fazer a cena dele no final de ano.. a Ana Lu ainda tem senha, só que ela vai querer ligar pra alguém na Secretaria confirmando que a empresa tem um crédito, que quarta, quinta, tá sendo depositado..alguma coisa do tipo.. (inaudível) AURÉLIO: Humrum.. VLADIMIR: Teria algum problema caso a Ana Lú lhe ligue pra dar essa tranquilidade pra ela..? AURÉLIO: Não.. tem problema não. VLADIMIR: Hum.. eu vou levar a cópia de todos os e-mail's da Silvania pra ela.né...e falar que eu falei com o Senhor, que o Senhor está à disposição pra tirar qualquer dúvida dela se ela quiser ligar pro Senhor.. AURÉLIO: Pode ligar pra mim.. pode dizer pra ela..

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VLADIMIR: Tá.. estou com setecentos mil de notas tiradas..mas eu vou falar pra ela: tá aqui ..se cair 10 por cento ...(inaudível) conta .. cobriu..eu tô..agora se quiser confirmar e ligar pro Secretário..dizendo (inaudível) recesso.. que hoje não vai pagamento pro Banco, só vão poder ir na quarta e quinta.. AURÉLIO: Pode pedir. Pode pedir pra ela dar uma ligada pra mim. VLADIMIR: Tá.. eu posso passar esse número pra ela ligar .. se for (inaudível).. AURÉLIO: Pode sim.. VLADIMIR: Desculpa mesmo.. eu estou extremamente envergonhado. AURÉLIO: Não.. Vladimir.. que isso.. não..não se preocupe não.. VLADIMIR: Tá.. desculpa aí.. pegou completamente de surpresa..o Santiago ninguém sabia.. tava todo mundo lá traquilo e não sei o que que houve que o Vilmar perdeu a função lá. AURÉLIO: Eu também não tô sabendo não. VLADIMIR: Aquele cara é meio bravo né o (inaudível)... AURÉLIO: É.. .mas tá bom.. eu estou à disposição. VLADIMIR: Tudo bem Secretário obrigado.. eu estou indo lá agora. AURÉLIO: OK VLADIMIR: Tá tchau. AURÉLIO: Um abraço. Em outra ligação, ocorrida apenas três dias depois (27/12/2012), índice 5102469, VLADIMIR liga preocupado para AURÉLIO, afirmando que os pagamentos para ENGECAL não haviam sido liberados (pagamentos por serviços da ENGECAL ao Estado do Acre – contratos SEHAB). AURÉLIO fica surpreso ao saber que os pagamentos não saíram e pede um tempo para resolver. ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5102469 6899996614 6899694803 27/12/2012 19:46:25 00:02:32 � �

@@@VLADIMIR X AURELIO -

REFORMA #

TRANSCRIÇÃO: AURÉLIO: Alô VLADIMIR: Alô Aurélio? AURÉLIO: Oi. VLADIMIR: É o Vladimir.. tudo bem? AURÉLIO: Oi Vladimir. VLADIMIR: Secretário; ouvi lá na secretaria né... liguei agora..lá parece que lá no Gabinete não liberaram as (inaudível)... AURÉLIO: Como é.. não entendi.. deixa eu sair aqui. VLADIMIR: Lá no Gabinete liberaram..parece que liberaram só as notas da Etenge e as da Mav...né. AURÉLIO: Não.. tô sabendo disso não homem. VLADIMIR: É sério....eu liguei agora né...(inaudível)..tô ligando toda hora para o Marcos (inaudível) que está monitorando o BNDES.. essas coisas né.. tenho uma má notícia pra dá; só liberaram as notas da Etenge e as da Mav..né.. os reajustes da Mav e da Etenge; o de vocês não foi liberado um centavo lá..daquele que foi pra lá.. AURÉLIO: Rapaz deixa eu dá uma ligada pra lá. VLADIMIR: Se tivesse como o Senhor dar uma intercedida lá com a (inaudível).. não era tudo não.. se liberasse cem só... só cem mil..já era suficiente.. tá entendendo? AURÉLIO: Deixa eu dar uma ligada; deixa eu ver o que está acontecendo mesmo.. Tu tá falando com alguém? Essa informação é quente mesmo? VLADIMIR: Acabei de receber da Secretaria.

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AURÉLIO: A gente tá aqui de plantão né..eu dei um pulo aqui pra jantar.. aqui no shopping . VLADIMIR: Exatamente. AURÉLIO: Eu tô voltanto pra lá. VLADIMIR: O que eu fui hoje; tentei interceder lá com o Tinel pra ajudar a Secretaria. Fiquei lá..tô toda hora falando com o Marcelo..pra saber essas informações.. que ele falou oh..pode ser que dê tudo certo, pode ser que dê tudo errado..eles tão ajudando a monitorar né.. aí quando eu liguei agora pra ele..ele falou.. olha.. AURÉLIO: Marcelo? VLADIMIR: É o Marcelo que comentou comigo; a Jaqueline ligou pra ele; só liberaram a da Etenge e da MAV. AURÉLIO: Tá .. deixa eu ver... eu pedi..a Márcia ligou agora pra mim e pediu que alguém fosse.. pra que o Marcelo fosse lá pra casa civil.. pra eles definirem essas liberações. VLADIMIR: Aí a Jaqueline ligou pro Marcelo.. parece que a Jaqueline ligou pro o Marcelo e só liberaram de duas empresas. AURÉLIO: Deixa eu ver isso aí..tá? VLADIMIR: Tudo bem então. AURÉLIO: Um abraço. VLADIMIR: Outro. No dia seguinte, 28/12/2012, ainda pela manhã, VLADIMIR vai pessoalmente até a SEHAB, para conversar com AURÉLIO, conforme registrado na ligação de índice 5104004, das 08h59. Nesta ligação, AURÉLIO liga para VLADIMIR para falar que estava resolvendo a situação e VLADIMIR então fala que está pessoalmente na secretaria, momento em que AURÉLIO pede para VLADIMIR ir até sua sala. ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5104004 6899996614 6899694803 28/12/2012 08:59:13 00:00:23 � �

@@@ AURELIO X VLADIMIR - REFORMA #

TRANSCRIÇÃO: VLADIMIR: Alô AURÉLIO: Vladimir? VLADIMIR: É AURÉLIO: É Aurélio.. tudo bem? VLADIMIR: Tudo bem Secretário.. AURÉLIO: Meu amigo.. nós estamos resolvendo..não sei se tá sabendo .. se o Marcelo já te falou. VLADIMIR: Estou aqui na Secretaria pra falar com o Senhor..pra ver como é que tá. AURÉLIO: Pois é. VLADIMIR: Posso falar com Cê ..rapidinho? AURÉLIO: Então entra aqui na minha sala.. VLADIMIR: Tá ok então..tudo bem. AURÉLIO: Tá ok .. tchau Aproximadamente 10 minutos depois, VLADIMIR liga para sua esposa CHAYANNE, conforme conversa registrada sob índice 5104093, das 09h09. VLADIMIR então orienta sua esposa a preparar os ofícios, notas e certidões dos contratos nº 135 e 137, visando o recebimento de pagamentos

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por parte da SEHAB. VLADIMIR fala que os empenhos estão prontos, em mãos. ÍNDICE

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DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5104093 6899996614 6899261977 28/12/2012 09:09:09 00:04:31 �

@@@VLADIMIR X CHAYANNE - REFORMA #

TRANSCRIÇÃO: CHAYANNE: Oi Vladimir. VLADIMIR: Tu tá aonde? CHAYANNE: Tô na (inaudível).. VLADIMIR: Pegou o bloco de notas? CHAYANNE: Peguei....ah...o bloco de notas já está lá.. no escritório. VLADIMIR: Tá tu tem que pegar o bloco de notas né; e vir com as certidões 135 e 137. CHAYANNE: Mas não pediram não? VLADIMIR: Não vão pedir; já está aqui pronto; estou aqui, já me deram na minha mão, pra fazer a nota; pra fazer a nota; a nota tem que chegar aqui agora..aí deixar (inaudível) aqui.. eu tô com o texto já aqui. CHAYANNE: Tá. VLADIMIR: Cê tá com o seu tablet né? CHAYANNE: Tô. VLADIMIR: Mas pega o bloco, pega as certidões né..cê tá com o (inaudível) encaminhando a certidão né? CHAYANNE: Não. VLADIMIR: Só faz o seguinte: enviando a documentação pra recebimento do pagamento da 137.. CHAYANNE: Mas você quer que eu faça como? Eu vou ter que fazer no escritório. VLADIMIR: Então pega o bloco lá no escritório..faz o ofício... em dois minutos .. vem pra cá.. CHAYANNE: Tá eu tô só aqui esperando um GPS aqui..o FGTS.. VLADIMIR: Esqueci o GPS agora por enquanto, pra Silvana poder pagar. A (inaudível) deu até o final da tarde pra você poder entregar isso pra ela. CHAYANNE: Tá. VLADIMIR: Entendeu? CHAYANNE: Entendi Vladimir. VLADIMIR: Tu vai trazer os dois jogos .. dois jogos de certidão? CHAYANNE: Já tirei cópia desses dois jogos de certidões Vladimir. VLADIMIR: Então..tirou jogos de certidão enviando ofício pro pagamento do 135 e 137..né? CHAYANNE: (inaudível) o pagamento? VLADIMIR: Não.. quando tu manda a documentação... só um minutinho....(VLADIMIR fala com outra pessoa: o número do empenho é esse? tá.. e o número do empenho.. outra..né.. a Chay já está vindo aqui com o bloco pra fazer mais rápido tá? tá.. tudo bem) Alô Chayanne? CHAYANNE: Hum VLADIMIR: Traz dois jogos de certidão.. tá? E dois ofícios encaminhando a documentação pra recebimento do terceiro e quarto aniversário do 135 e .. e do reajuste 135 e do reajuste 137..tá bom? CHAYANNE: Tá VLADIMIR: Tu pode fazer isso? CHAYANNE: Posso. VLADIMIR: Então bem; porque os empenhos.. essas coisas .. estão aqui na minha mão..estão prontos.. estão aqui na minha mão.

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CHAYANNE: Você não consegue escaninhar e encaminhar pra mim não? Que eu já levo tudo pronto. Tudo bem; eu vou pegar e levar aí. VLADIMIR: Que diferença vai fazer? CHAYANNE: Não vai fazer diferença nenhuma..pode sair errado e vai ter que voltar; mas vou fazer lá. VLADIMIR: Se tu trouxer bloco. Não, não...tu vai trazer dois jogos de certidão certo.. você sabe (inaudível).certo?... a Silvana não vai te mandar e-mail..tá..aí a nota fiscal tu tira aqui.. CHAYANNE: E depois eu mando o ofício. VLADIMIR: Hã? CHAYANNE: E depois eu mando o ofício. VLADIMIR: Já traz o ofício.. pega um papel e uma caneta aí? pegou o papel e a caneta? CHAYANNE: Fala. VLADIMIR: Tu sabe aqueles ofícios que tu faz mandando as certidões de pagamento? CHAYANNE: Sei Vladimir.. sei. VLADIMIR: Tu vai lá aonde tá o número do contrato; aí tu tem os dados do contrato 135 e o outro você tem os dados do contrato 137...tá? e o assunto: recebimento dos reajustes. Tu vai estar encaminhando as certidões.. a nota fiscal .. (inaudível) .. certinho..os dados da nota fiscal já estão aqui na minha mão.. a Silvana deixou aqui na minhã mão.. só estão esperando você chegar.. CHAYANNE: Hum... VLADIMIR: Entendeu? CHAYANNE: Tem valor aí? VLADIMIR: Tem Chayanne. CHAYANNE: Então me dá Vladimir.. que (inaudível).. colocar o valor.. o nome ..o empenho.. VLADIMIR: Tá bom eu vou fazer tudo do jeito que você quer.. vou fazer do jeito que você está querendo..vou arrumar assim.. um jeito de mandar um e-mail pra você escanear..pra ver tudo daqui tá bom.. pera um minutinho que vou configurar meu telefone pra poder mandar isso pra ti..beleza. Vale mencionar que os contratos nº 135/2008 e 137/2008, entre a SEHAB e a ENGECAL, foram reajustados no dia 20 de dezembro de 2012, conforme publicação em diário oficial do Estado do Acre do dia 21 de dezembro de 2012.

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Considerando que às 08h59 (hora da ligação índice 5104004), VLADIMIR entrou na sala de AURÉLIO, para conversar pessoalmente com ele e às 09h09 (hora da ligação índice 5104093), VLADIMIR liga para sua esposa para esta preparar a documentação dos contratos 135/2008 e 137/2008, chegando a dizer que os empenhos estão em mãos, infere-se que durante a reunião realizada, entre VLADIMIR E AURÉLIO, tenham sido acertados os procedimentos para pagamentos de processos (135 e 137) em favor da ENGECAL.

De fato, no dia 28/12/2012, foram emitidos os pagamentos relacionados aos contratos nº 135/2008 e 137/2008, conforme informações extraídas do Portal da Transparência do Estado do Acre, abaixo reproduzidas. As informações também constam da informação policial nº 24/2013.

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Ainda no mesmo dia (28/12/2012), às 9h20, portanto, vinte minutos após reunião com o secretário de habitação, onde restaram acertados os procedimentos para pagamentos em favor da ENGECAL, VLADIMIR liga para um empreiteiro de nome FÁBIO (índice 5104200), pedindo para este realizar um serviço em um local que, segundo as referências transmitidas por VLADIMIR para FÁBIO, ficaria perto do ARAÚJO da Isaura Parente, na rua atrás do supermercado.

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ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

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DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5104200 6899996614 6899578194 28/12/2012 09:20:11 00:02:28 �

@@@ VLADIMIR X FABIO -

REFORMA #

TRANSCRIÇÃO: FÁBIO: Alô VLADIMIR: Alô Fábio? FÁBIO: Oi VLADIMIR: Tu tá fazendo.. o que aí? FÁBIO: Hã? VLADIMIR: Tu tá fazendo o que agora? FÁBIO: Tô fazendo nada.. tô em casa. VLADIMIR: Então tu.. eu precisava que você fizesse um serviço pra você agora..daqui uma horinha mais ou menos.. FÁBIO: Hã.. VLADIMIR: Agora cê tem como selecionar um bem não.. um excelente pedreiro pra fazer um acabamento.. . FÁBIO: Hanram.. VLADIMIR: Pode ser? FÁBIO: Pode sim VLADIMIR: Agora tem que ser um cara muito bom..é pra dar um acabamento num balcão.. aonde vai pegar pedra..assentar uma bancada de madeira .. essas coisas..tudo.. tá entendendo? FÁBIO: Hamram VLADIMIR: Tem quer ser um acabamento extremamente bem feito.. FÁBIO: Certo VLADIMIR: Tu tem como separar um cara em uma hora? FÁBIO: Tem.. pedreiro..só o pedreiro? VLADIMIR: Pedreiro (inaudível) .. agora tu vai ficar lá..do lado acompanhando o serviço.. não é pra deixar o pedreiro lá e sair.. tem que ficar do lado..então já já.. já vê também o seu serviço... (inaudível).. diária.. FÁBIO: Hanram VLADIMIR: Entendeu.. porque..é ali perto do araújo da Isaura Parente .. FÁBIO: Hanram.. VLADIMIR: Na rua de trás do Supermercado.. FÁBIO: Certo VLADIMIR: Então o pessoal.. o pessoal inclusive é um cliente (inaudível).. vai viajar.. então tu não pode sair de lá....porque a casa dele.. o negócio dele não pode ser entregue na mão de qualquer pessoa... então eu tou chamando tu justamente por isso..entendeu? FÁBIO: Beleza.. VLADIMIR: Tá.. aí tu vai ficar lá ..(inaudível).. cada minuto do serviço.. FÁBIO: Beleza.. VLADIMIR: Tudo bem? então vê o pedreiro né.. o servente e tu me encontra lá tá? FÁBIO: Certo..tem que levar logo o que então? maquita? VLADIMIR: Leva uma maquita.. colher de pedreiro.. essas coisas. FÁBIO: Tá bom então.. beleza.... VLADIMIR: Tá bom? FÁBIO: Tá.. tu me liga...né? VLADIMIR: Ligo.. já vai indo pra lá.. daqui uma hora eu tô lá.. FÁBIO: Sei . mas ..tu vai me ligar.. quando tiver indo prá lá eu vou....eu já ligo pro menino aqui agora .. pra ele já ir se ajeitando.. VLADIMIR: Já ..já..monta a equipe..tá entendendo.. de agora .. daqui a pouco..eu só vou resolver uns probleminhas aqui..quando liberar eu já vou lá..

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FÁBIO: Tá bom.. aí tu me liga né? VLADIMIR: Isso.. ligo sim.. FÁBIO: Então tá bom.. já vou ficar te esperando já... VLADIMIR: Então tchau.. FÁBIO: Tchau... Sabemos que a residência de AURÉLIO fica na Rua Almirante Tamandaré n° 84, bem atrás do supermercado ARAÚJO, indício, naquele momento, de que o serviço seria prestado na casa do secretário de habitação. O teor das ligações transcritas abaixo, entre VLADIMIR e AURELIO, não deixa a menor margem de dúvidas de que a ENGECAL prestou serviços de forma gratuita na residência do Secretário de Habitação AURÉLIO SILVA DA CRUZ. Vejamos: ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5105736 6899996614 6899694803 28/12/2012 12:11:47 00:02:56 �

@@@VLADIMIR X AURELIO -

REFORMA #

TRANSCRIÇÃO: AURÉLIO: Oi Vladimir. VLADIMIR: Desculpa te incomodar; só tirar uma dúvida: tem.. aqui.. estão trocando os portões de madeira por uns portões de ferro.. certo? AURÉLIO: Isso. VLADIMIR: Aí quer que dê um acabamento aqui de pedreiro onde .. sobrou pra jumbar o portão de ferro.. né? AURÉLIO: Isso VLADIMIR: E dar uma pintada nos portões metálicos.. né? AURÉLIO: Isso.. VLADIMIR: Hã? AURÉLIO: Aí tem as bancadas de madeira.. né?.. tem umas bancadas de madeira que ele vai trocar.. VLADIMIR: Cê tá falando da bancada de madeira é um.. um acabamento de madeira que tem na mureta da .. do que que seria a varanda de entrada..né? AURÉLIO: Isso. É. VLADIMIR: Isso que tu chama de bancada.. né? AURÉLIO: O Seu Mário, Seu Mário, meu sogro, tá aí. VLADIMIR: É.. Ele tá aqui. É que ele tava com uma duvidazinha por isso eu tô te ligando; eu tô aqui com ele do meu lado. AURÉLIO: Éh..Deixa eu falar com ele? VLADIMIR: Então.. eu tô ..tô vendo aqui; explica pra mim..é o seguinte.. AURÉLIO: Não tá.. é o portão.. e essas madeiras que estão tudo podre na..na área..ao redor das áreas. VLADIMIR: Já entendi..então é o que eu tô pensando mesmo. AURÉLIO: Só isso.. VLADIMIR: Tá .. essa madeira que tá ali..(inaudível)..ela ficou?.. quando botar outra madeira; não vai ser pintada não.. né? AURÉLIO: Não. Não .. ela disse que não vai ser pintada. VLADIMIR: Vai ficar naquela cor mesmo ali, né?

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AURÉLIO: Vai ficar no verniz .. ela disse. VLADIMIR: Tudo bem.. beleza; então tá ótimo. E pintar o portão; você quer que pinte de branco mesmo né? AURÉLIO: De branco mesmo. É.. VLADIMIR: Tá bom então. Já vou providenciar isso..tá? pode deixar.. AURÉLIO: Tá bom meu amigo. VLADIMIR: E fazer a ligação da eletricidade do portão..né? AURÉLIO: Do portão pequeno..né? VLADIMIR: Do portão pequeno. AURÉLIO: Só do portão pequeno. O portão grande já tem ligação.. ele pode pegar até pela do portão grande.. é só puxar um.. um fio pequeno.. o eletricista faz isso..da onde é que vem.. ele liga.. VLADIMIR: Já entendi..já entendi..agora ele tem que botar a fechadura no portão pequeno.. o cara não trouxe né? AURÉLIO: Tá aí a fechadura. VLADIMIR: Ah..já trouxe. Tá aqui.. tô vendo..a fechadura.. a trava.. tudinho..já vi agora.. AURÉLIO: Já tá aí tudinho.. VLADIMIR: E tem a fechadura e tem um interfone lá dentro né? que.. AURÉLIO: Isso. VLADIMIR: Que aciona ele já né? AURÉLIO: Isso..não.. não tem.. ele deve ter trazido.. tudinho.. VLADIMIR: (Pergunta para outra pessoa: ele trouxe.. tu trouxe também o interfone pra acionar essa.. essa.. fechadura.aqui? . tu trouxe o telefone pra acionar a fechadura?) é.. ele não trouxe interruptor não .. pra acionar..eu vejo isso daqui .. pode deixar.. AURÉLIO: Tu providencia pra mim? VLADIMIR: Providencio. AURÉLIO: Tá. VLADIMIR: Só não sei se dá pra acabar tudo hoje, mas seu sogro vai ficar aqui direto.. né.; vou pegar o telefone dele. AURÉLIO: Vai.. vai... VLADIMIR: Se não acabar até amanhã; no máximo segunda tá pronto. AURÉLIO: Isso.. tá bom. VLADIMIR: Tá bom..não se preocupa não...viaje tranquilo. AURÉLIO: Tá bom meu amigo. Obrigado. VLADIMIR: Um abraço. Tchau.. tchau.. AURÉLIO: Um abraço. VLADIMIR: Tchau.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5110556 6899996614 6899694803 29/12/2012 09:51:14 00:02:20 �

@@@VLADIMIR X AURELIO -

REFORMA #

TRANSCRIÇÃO: AURÉLIO: Alô. VLADIMIR: Alô. Aurélio? AURÉLIO: Oi Vladimir. VLADIMIR: Tudo bem? Seu sogro te ligou ontem? AURÉLIO: Quem? VLADIMIR: Seu sogro. AURÉLIO: Ligou.. ligou.. VLADIMIR: O pessoal tá lá né.. mas aí foi mais estreito do que a mureta... ele mesmo não.. o próprio Fábio me ligou de lá: Senhor Vladimir se colocar isso aqui vai ficar feio.

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AURÉLIO: Pois é eu falei.. eu falei pra ele falar com o marceneiro.. o marceneiro que foi medir lá. VLADIMIR: Ele mediu e cortou mais estreito do que a mureta. Aí o marceneiro vai consertar, ficou de consertar.. o que o marceneiro falou pra ele.. essas coisas? AURÉLIO: Pois é.. isso é que eu não sei óh.. VLADIMIR: Tá não.. eu só estou te dando uma satisfação; que eu mandei o menino pra lá.. né? o pessoal foi lá; vai botar o interfonizinho no portão.. (inaudível) ver umas coisas né? aí ..segunda.. a gente vai continuar fazendo o serviço..portão.. pintura..essas coisas..tá? Hoje como tá chovendo. Não dá pra mexer no muro né, na pintura , essas coisas, tá impossível.. tá chovendo desde terça; mas aí segunda-feira se der sol, na terça, na quarta, fazendo sol a gente tá lá trabalhando tá? AURÉLIO: Tá. Tá bom. VLADIMIR: Fica tranquilo. Ele vai fazer os outros serviços.. que tem pra ser feitos.né?.tem que retocar o portão, ligar o interfone, essas coisas, enquanto o marceneiro arruma lá o negócio da madeira. AURÉLIO: Tá bom, tá bom. VLADIMIR: Tá bom? aí qualquer coisa; o cara não ajeitar, tu me liga que eu dou um jeito naquilo lá pra você. AURÉLIO: Tá bom. Ta´..obrigado viu? VLADIMIR: Tá bom. Fique tranquilo. AURÉLIO: Valeu meu amigo. VLADIMIR: Se o marceneiro até quarta ou quinta-feira não..não trocar lá o negócio; eu ajeito aquilo lá pra ti. tá? AURÉLIO: Tá. VLADIMIR: Tá bom? Um abraço. AURÉLIO: Tchau..tchau.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5127095 6899996614 6899694803 03/01/2013 09:06:46 00:01:39 �

@@@VLADIMIR X AURELIO -

REFORMA #

TRANSCRIÇÃO: AURÉLIO: Alô. VLADIMIR: Aurélio? Bom dia . Tudo bem? AURÉLIO: Bom dia. Tudo bem. VLADIMIR: Vladimir que está falando. AURÉLIO: Oi Vladimir. VLADIMIR: Me diz, só me diz uma coisa: a madeira.. a moça vai entregar quando lá? AURÉLIO: Rapaz, eu cheguei; ainda nem falei com ela, mas o marceneiro falou com meu sogro lá que ele ia entregar hoje. VLADIMIR: Aí você me dá um toque.. assim que entregar, para o pessoal voltar lá.. tá? AURÉLIO: Tá.. tá bom.. pode deixar. Mas o portão .. o portão já daria..pra concluir. VLADIMIR: Não. O problema é a chuva que é aberto ali. Você com esmalte na chuva ficaria uma porcaria; não tem jeito. Tem que esperar um dia .. amanhecer um dia de sol que aí faz de manhã, até à tarde tá seco; aí pode chover de novo. AURÉLIO: É. VLADIMIR: Por isso que não foi lá; só por isso, tá entendendo? já tava sabendo; deixei tudo pra ele fazer. AURÉLIO: Tem instalação elétrica né? VLADIMIR: Não é. O rapaz já comprou um interfone lá; já vai fazer lá. AURÉLIO: Tá. Tá bom meu amigo.

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VLADIMIR: Tá; isso aí já tá; já vai lá hoje fazer lá. Vai botar um interfone ..tá com um telefone lá pra..pra atender tá? Entendeu? AURÉLIO: Tá certo. VLADIMIR: Porque se colocar só a fechadura fica muito ruim, cê não sabe quem tá lá fora, essas coisas; ele vai fazer um sistema melhor tá? AURÉLIO: Hunrum..tá bom meu amigo. Obrigado viu? VLADIMIR: Um abraço. Tchau.. tchau.. AURÉLIO: Um abraço. VLADIMIR: Tchau.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5138397 6899996614 6899694803 05/01/2013 13:58:58 00:01:00 �

@@@VLADIMIR X AURELIO -

REFORMA #

TRANSCRIÇÃO: AURÉLIO: Oi..oi Vladimir. VLADIMIR: Oi Aurélio. Tudo bem? AURÉLIO: Tudo bem. Era o Bastos que queria falar contigo. Eu tava ligando. VLADIMIR: Ah tá.. tudo bem. terminou aí.. né? AURÉLIO: É. Ele disse que já falou contigo. VLADIMIR: Ficou bom o negócio? AURÉLIO: Ficou. Ficou bom meu amigo. VLADIMIR: Ele vai..segunda-feira ele vai dar acabamento né? e aí tu vê que o cara (inaudível) já ir duas vezes.. saber se o cara lá..os caras lá entregam a madeira lá? AURÉLIO: É só quarta-feira; porque acabou a madeira. VLADIMIR: Mas de qualquer forma na segunda ele vai aí pra pintar portão fazer outras coisas. AURÉLIO: É.. a parte da frente já dá pra terminar. VLADIMIR: Tudo bem.. segunda-feira ele tá aí. De manhã ele tá te incomodando aí. Tá bom? AURÉLIO: Um abraço. Tchau. Vale registrar uma ligação (índice 5167559) do dia 10 de janeiro de 2013, em que AURÉLIO liga diretamente para FÁBIO, para reclamar dos serviços que estão sendo realizados em sua casa. ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5167559 6899694803 6899578194 10/01/2013 14:51:52 00:04:25 �

@@@ AURELIO X FABIO - REFORMA

#

TRANSCRIÇÃO: FÁBIO: Alô AURÉLIO: Alô Fábio? FÁBIO: Isso. AURÉLIO: É Aurélio Fábio. Tudo bem? Secretário de Habitação. FÁBIO: Hunrum.. AURÉLIO: O..o.. Fábio.. eu tô preocupado. Está demorando demais este serviço aqui em casa. FÁBIO: Ham.. AURÉLIO: Não tem como dá uma agilizada neste trabalho aqui não; pra terminar logo.

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FÁBIO: Mas o Senhor está falando assim, em qual sentido o Senhor acha que está devagar? AURÉLIO: Rapaz ô..sinceramente. Eu acho que tá em tudo. FÁBIO: Na pintura do portão? AURÉLIO: Eh..na pintura do portão o cara tá há três dias lixando.. FÁBIO: Porque isso daí dá trabalho..o Senhor quer o serviço bem feitinho né meu Patrão? AURÉLIO: Não eu sei..mas.. tu não acha demais não? Bem.. eu sou leigo.. eu sou leigo né? FÁBIO: Hanram..Porque é assim deixa eu lhe explicar a parte do portão... AURÉLIO: Ham.. FÁBIO: Nós emassamos né..emassamos tudinho as brechas.. ele fez (inaudível) as brechas.. certo? aí ele tá lixando..aí ele vai começar a pintar hoje ou amanhã; a pintar. Porque o mais difícil ..pra pintar isso aí era um dia..mas só que ao emassar atrapalha as brechas tudinho né? AURÉLIO: Ham. FÁBIO: Essa é a parte difícil e assentamento das pedras; o menino terminou de assentar as pedras ontem; aí o Senhor disse que queria dar uma descascada na parte que está mofo certo? AURÉLIO: Isso.. isso.. é. Aí é pedreiro né. Aquela parte de alvenaria é. FÁBIO: Aquela parte lá.. eu tô esperando aqui o Vladimir falar... pra mim mandar brasa. AURÉLIO: Mas aquilo é tão pequeno..meu pedreiro ele faz rapidinho aquilo lá. Por isso que eu pedi. FÁBIO: Não é só aquele buraco não cê tá entendendo? Porque ele pediu..o Mário pediu pra mim..(inaudível).. lá atrás...descascar um monte de coisa lá. O Mário pediu. Porque se fosse só aquele buraco em cima das pastilhas de vidro ali no tanquezinho.. aquele buraco nós tampa rapidinho mesmo. Só que o Mário pediu pra mandar, descascar um monte de canto que tá fofo. AURÉLIO: É.. mas tem muitos lugares que é só a massa; não é o pedreiro. É só massa. FÁBIO: Não. Ali tem que botar massa de cimento meu patrão..porque se colocar só a massa de pintura, o Senhor vai..rs.. o Senhor vai ver o negócio feio.. tem que tampar primeiro com a massa de cimento e depois com a massa de pintura por cima. AURÉLIO: É. FÁBIO: Isso. AURÉLIO: Pois é. Olha hoje foi um dia tão bom de sol né? Podia.. FÁBIO: Pois é. AURÉLIO: Vou dar uma ligar pro Vladimir. Vou dar uma ligada pra ele. FÁBIO: Isso. Dê uma ligada pra ele; porque ele que manda né meu patrão. Eu sou subordinado a ele. Se ele mandar eu faço. AURÉLIO: Mas tu já falou pra ele? FÁBIO: Já. Falei pra ele. Ele disse que ia me dar um retorno e até agora não deu retorno. AURÉLIO: Eu vou ligar pra ele.. eu vou ligar pra ele .. pra ele te ligar. FÁBIO: Dá uma conversada com ele porque se ele mandar eu meto brasa. se for preciso eu boto até mais gente aí. Quem decide é ele. AURÉLIO: Hunrum. FÁBIO: Tá bom? AURÉLIO: Mas uh.. uh.. senhor acha que só um..um.. pintor vai resolver? porque o outro deviria tá fazendo alvenaria né? FÁBIO: Não o outro. O pedreiro era só.. se tivesse de sair agora .. só pra descascar esses mofo..e (inaudível) massa... certo? AURÉLIO: Mas aí não seria bom se um outro pintor..pra ir fazendo alvenaria não? FÁBIO: Pois é. Então deixa eu lhe explicar. Porque o Vladimir me passou pra mim pintar o portão. AURÉLIO: Não...mas..não.. FÁBIO: Ele não me passou nenhuma parte de alvenaria não.

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AURÉLIO: Não falei pra ele aonde foi trocado. Realmente ali aonde tá (inaudível) não falei pra ele não. Mas eu vou falar com ele. Mas a parte daquela madeira que foi retirada eu já tinha dito pra ele. Aquela parte lá.. tudo que .. da madeira que foi retirada. Tudo aquilo ali tem que fazer o reparo. FÁBIO: Eu sei. Concordo com o Senhor. Tá certo. AURÉLIO: Eu já tinha falado pra ele isso. FÁBIO: Pois é. O senhor conversa com ele direitinho aí. E peça pra ele me dar as (inaudível) que eu meto brasa. AURÉLIO: Tá. Eu ligo pra ele. FÁBIO: Quem manda é ele. Eu sou subordinado a ele. Eu não posso passar por cima dele né? AURÉLIO: Tá. FÁBIO: Tá bom? AURÉLIO: Tá bom. Eu vou ligar agora pra ele. FÁBIO: Aí ele mandando a gente mete brasa. AURÉLIO: Tá bom. Tá. FÁBIO: Ta jóia. Beleza. AURÉLIO: Ok. Tá tchau. FÁBIO: Tchau. No mesmo dia, em conversa (índice 5165822) entre VLADIMIR e FABIO, este menciona que o “rapaz lá”, referência ao secretário de habitação, teria pedido mais serviços além daqueles inicialmente previstos. Nesta oportunidade VLADIMIR menciona que teria outro serviço para FABIO, “não oficial”. ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5165822 6899996614 6899578194 10/01/2013 09:59:50 00:01:49 � �

@@@FABIO X VLADIMIR - REFORMA #

TRANSCRIÇÃO: VLADIMIR: Alô. FÁBIO: Alô..Vladimir? VLADIMIR: Ô Fábio. FÁBIO: Deixa eu lhe falar. Eu já terminei de fazer o serviço lá que tinha que fazer lá no homem. Mas só que o rapaz lá quer que faça mais serviço. VLADIMIR: Que serviço? FÁBIO: Ele quer que descasque lá os mofos lá da parede e reboque de novo. VLADIMIR: Hã? FÁBIO: Ele quer que reboque..tire os mofos lá da parede e reboque de novo. VLADIMIR: Qual parede? FÁBIO: Rapaz é um monte. Se for tirar o mofo lá..o cara vai gastar umas três.. quatro sacas de cimento e um metro de areia. VLADIMIR: Eu vou ver aqui. (Inaudível) Eu te ligo já ..já.. FÁBIO: Oi? VLADIMIR: (inaudível).. FÁBIO: Não tô entendendo. VLADIMIR: Faz o seguinte.. eu ligo já..já. Dá...dá uma horinha que eu te ligo tá? FÁBIO: Tá jóia. Beleza. VLADIMIR: Tá bom. Dá uma hora .. eu te ligo. Tem um outro serviço pra tu fazer sem ser oficial. Eu vou te ligar já..já.. Tá? FÁBIO: Tá jóia.

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VLADIMIR: Dá uma horinha pra eu decidir aqui tá? FÁBIO: Tá bom. Na ligação seguinte, de índice 5166529, VLADIMIR esclarece que o serviço “não oficial” seria para a secretaria (uma casa), não esclarecendo qual, informando que a pessoa de nome AMANDA ligaria para FABIO. VLADIMIR passou um número de telefone para FABIO, para este combinar diretamente com a pessoa de AMANDA. O número passado por VLADIMIR foi o 3229-1211. Em consulta ao Portal do Governo do Estado do Acre (http://www.ac.gov.br/wps/portal/acre/Acre/governo-estado/secretarias), o telefone passado por VLADIMIR aparece vinculado à Secretaria de Estado de Habitação e Interesse Social. ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5166529 6899996614 6899578194 10/01/2013 11:33:20 00:02:49 �

@@@VLADIMIR X FABIO - REFORMA

#

TRANSCRIÇÃO: FÁBIO: Alô VLADIMIR: Alô.. Fábio? Eh..vai te ligar Amanda. Amanda vai te ligar.. tá? e quero que você veja um outro serviço em um outro lugar aí...Secretaria tá? A chave dessa casa tá lá na minha sala. Tu vai lá e pede pra Cristiane pegar uma chave..um chaveiro preto que tá em cima da minha mesa. FÁBIO: Hanram? VLADIMIR: Tá.. tu faz isso agora? FÁBIO: Sei.. sei.. aí ela vai me ligar pra mim... VLADIMIR: Pra tu ir com ela lá. FÁBIO: Tá jóia. Então vamos combinar assim: se ela me ligar .. eu já desço aqui de casa..passo no escritório..pego a chave e vou lá pra casa..já pego logo a.. VLADIMIR: Bom que tu já pega logo a chave .. tá entendendo? FÁBIO: Não porque aí quando eu sair aqui de casa eu já passo lá e pego a chave e já vou lá pra onde a mulher.. pra ir.. VLADIMIR: Até pra você combinar; anota esse número de telefone por favor: FÁBIO: Pode falar. VLADIMIR: 3229 FÁBIO: 3229 VLADIMIR: 1211 FÁBIO: 1211. Certo. Beleza. VLADIMIR: Tá. Liga pra ela e já fala com ela e já combina um horário; pede pra falar com Amanda tá? FÁBIO: Tá bom então. VLADIMIR: Cê tenta falar agora com ela tá? FÁBIO: Tá jóia. VLADIMIR: Aquele negócio lá .. cê dá prioridade pra fazer esse tá? FÁBIO: Tá ok. Beleza. VLADIMIR: Tá bom? FÁBIO: Pois é. Aí deixa eu te falar: o patrão lá quer.. que fazer um monte de serviço.. quer pintar a grade da frente..quer que pinte lá as telhas da frente.. um monte de serviço que ele quer fazer. VLADIMIR: Éh...só..só.. coisa.. tu..tu..aquele portão cê já pintou né?

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FÁBIO: Não o portão ele tá terminando de lixar hoje.. ele vai pintar hoje. Nós passamos esses dois dias emassando lá que ele pediu pra tampar todas as brechas comprei mais massa corrida; massa plástica quer dizer.. e passei lá... tô passando.. aí tô lixando né..hoje..dando acabamento porque o patrão lá.. ele é meio..difícil.. né difícil assim não...ele é meio certinho né.. todo chatinho assim.. quer o serviço bem.. bem feitinho. Aí nós tamo fazendo o serviço bem feitinho lá. VLADIMIR: Mas .(inaudível)... esse outro. Se.. se ele falar alguma coisa você fala: Óh.. estou fazendo um serviço que a Secretaria mandou fazer. entendeu.. ao mesmo tempo. Tá bom? FÁBIO: Beleza. VLADIMIR: Ele vai entender. Fala com ele : Olha.. estou fazendo lá ..um escritório de uma ZAP que mandaram arrumar.. o pessoal tá me cobrando..por isso que eu tô meio..meio termo tá? FÁBIO: Hunrum..beleza. VLADIMIR: Tchau. FÁBIO:Tá ok. A ligação transcrita abaixo (índice 5170061), entre VLADIMIR e seu pai JORGE WANDERLAU, VLADIMIR esclarece que o outro serviço realizado por FABIO seria na ZAP PALHEIRAL. Vale esclarecer que ZAP são as siglas para Zona de Atendimento Prioritário, escritórios vinculados à SEHAB em lugares estratégicos, visando o atendimento da comunidade. VLADIMIR esclarece que a casa da ZAP PALHEIRAL era alugada e estava sendo devolvida e por essa razão “pediram” para “dar a pintura”. ÍNDICE

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HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5170061 6899996614 6899597389 11/01/2013 07:46:48 00:03:13 �

@@@ JORGE WANDERLAU X

VLADIMIR - REFORMA #

TRANSCRIÇÃO: VLADIMIR: Alô. JORGE: Oi. VLADIMIR: Oi. Bom dia. Éh... (inaudível) JORGE: Hã? VLADIMIR: Bom.. tive pensando.. analisando.. não tem jeito né? JORGE: Sim o pessoal tá indo lá. O que ele reclamou é que diz que tão trabalhando duas horas por dia. VLADIMIR: Então vai lá e resolve. Liga..pede pras meninas.. as meninas têm o contato do menino lá. Pede pra ele agilizar lá. JORGE: Quem é. Qual é o Fábio que tá lá? VLADIMIR: É um Fábio .. Fábio empreiteiro; que fez a casa do Fernando. JORGE: Então posso ligar pra ele né? VLADIMIR: As meninas ligam..pode ligar lá. Passa pra elas ligarem.. que elas têm o contato.. (inaudível)..faz tudo.. só pede pra elas ligarem e pedir pra ele agilizar lá. E ele também tá vendo um escritório que é a antiga ZAP do Palheiral que ele está arrumando lá. JORGE: Quem? VLADIMIR: Escritório.. antiga ZAP lá. JORGE: Antiga ZAP do Palheiral?

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VLADIMIR: Aonde era a ZAP do Palheiral, escritório, a casa era alugada. Aí eles estão devolvendo a casa. E pediram pra dar a pintura; pediram pra mim fazer levantamento lá pra ver isso.. Inaudível.. JORGE: Não entendi nada.. fala mais devagar..tá meio ruim a ligação..fala mais devagar... VLADIMIR: O empreteiro tem melhor nível.. né? JORGE: Hã? VLADIMIR: Então ele me ligou. Porque tá tendo estresse na casa dele..O empreteiro me ligou que ele chamou só pra chumbar um portãozinho e ajeitar um portão eletrônico certo? JORGE: Certo. VLADIMIR: Aí começou a pedir um monte de coisa pra ele. Eu mandei ele justamente porque ele é empresário né? Então ele falou: já tá pedindo um monte de coisa a mais..já vai pedindo isso ..isso.. aquilo.. e aí? o quê que tu quer fazer? ..uma pessoa (inaudível) .. pra me dar um feedback...tá entendendo? JORGE: Hunrum..Mas esse contato... VLADIMIR: Aí ele me ligou.. óh..tá pedindo um monte de coisa, agora já pediu pra..pra pintar o muro, pintar uma grade (inaudível)..pra pintar isso.. pintar aquilo.. e aí.. JORGE: Tá.. e é o Fábio que.. que tá no comando então.. VLADIMIR: É.. O Fábio que fez a casa do Fernando.. tá ..aí vê isso com (inaudível).. tem o telefone dele.. JORGE: Tá. Tudo bem. VLADIMIR: Tá bom? JORGE: Tá. VLADIMIR: (inaudível).. esse negócio. JORGE: Cadê o neguinho? VLADIMIR: Tá aqui no carro já..numa ansiedade pra ir pro Beto Carreiro. Hoje ficou mais calmo que ontem foi mais corrido.. JORGE: Hum. Tá. VLADIMIR: Tá bom? JORGE: Tudo bem. VLADIMIR: Um beijo então. Tchau.. tchau.. JORGE: Tchau. Na chamada 5174825, do dia 11/01/2013,VLADIMIR conversa com seu pai a respeito da obra realizada na casa de Aurélio, e reclama que este estaria pedindo para executar algo que ficou além do que havia sido combinado. Inclusive chama Aurélio de “pidão”. ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5174825 6899996614 6899597389 11/01/2013 20:42:52 00:05:38 �

@@@ VLADIMIR X JORGE

WANDERLAU - REFORMA #

TRANSCRIÇÃO: JORGE: Oi VLADIMIR: (Inaudível)..cara mais pidão..puta que pariu.. JORGE: Não tô entendendo nada. VLADIMIR: Que cara mais pidão! puta que pariu! JORGE: Puta merda! Ele quer uma reforma na casa, o filho da puta. VLADIMIR: Que cara desagradável (inaudível).. JORGE: Também tem que ver o outro lado também, né, apesar de tudo. VLADIMIR: Não, mas na (inaudível) ... extremamente ( inaudível)

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JORGE: Quem foi que falou? VLADIMIR: Hã? Tô sabendo.. tô mantendo contato o dia todinho aí né. Então eu sei..eu sei do que tá acontecendo.. inaudível.. JORGE: Tu tá sabendo, com quem tu falou? VLADIMIR: Com as meninas do escritório, com todo mundo... com o FÁBIO.. alô.. JORGE: Tá, sim, o quê que era mais, digue.. VLADIMIR: Num tem jeito, isso é inevitável.. (inaudível) ... não tem como não fazer.. JORGE: É lógico... o que tá... tem que sê... não tem jeito, relaxe. VLADIMIR: Me diz uma coisa..inaudível.. no Esperança? JORGE: Ah meu filho.. se for pra tu comandar tudo daí não adianta eu ficar aqui.. fazer as coisas? VLADIMIR: Não é porque eu tô fora que eu não possa conversar sobre as coisas né? JORGE: Conversar sim..agora .. é...inaudível.. de segunda-feira em diante tudo bem..aí ..inaudível.. você passa as ordens.. eu sei o que é pra fazer..inaudível..comandar as coisas.. depois fica ligando pra cada um pra saber como é que tá.. pra depois ligar pra mim prá.. é no mínimo.. VLADIMIR: Eu não tô ligando pra nada pai.. inaudível.. relatório né.. tô te perguntando.. tô te perguntando como que pode.. inaudível.. lá no Esperança? JORGE: Tu sabe que não.. lá no..no.. Esperança..terminar (inaudível)..eu tive que aproveitar pessoal.. que tá no.no..pra segunda-feira continuar tocando lá. Eu tô ..inaudível.. tô avaliando..fui lá, olhei e o pessoal hoje não pode trabalhar no..no.. no.. Palheiral.. não teve como trabalhar, choveu demais, tá escorrendo água e tal coisa.. tinha pressa, prioridade no Esperança.. hoje eu vim.. (inaudível) VLADIMIR: Sobre o Igarapé fundo.. sobre o igarapé fundo tá tudo..inaudível.. JORGE: Tá bom meu filho..segunda feira.. VLADIMIR: Eu tô te falando.. para de frescura.. eu tô te dando um toque: o pessoal do Igarapé Fundo todo tá devendo um sábado. Tem sete pessoas devendo um sábado. Por quê convocar ..inaudível.. Palheiral .. hora extra? Estou te dando este toque, tá entendendo? JORGE: Hã.. o quê que eu faço. Amanhã de manhã eu dispenso o pessoal do Palheiral? VLADIMIR: Não..paciência. JORGE: Palheiral tem três pessoas só. VLADIMIR: Aonde? JORGE: Palheiral ..só tá indo três pessoas. VLADIMIR: Igaraé fundo? JORGE: Do Palheiral ..só tá indo três pessoas. VLADIMIR: Inaudível.. da onde? JORGE: Do Igarapé fundo. VLADIMIR: Então pede pro..pro.. pessoal do escritório controlar..pra não anotar hora-extra pra esse pessoal, porque senão... inaudível..eu tô te dando um toque.. inaudível.. anotar quais são os nomes que foram pra lá..pra não contabilizar hora-extra.. senão depois chega um monte de hora-extra pelo ponto.. e aí amanhã é cem por cento. Entendeu? aí o cara..o cara.. que sai por vinte, trinta e cinco, quarenta.. sai por setenta .. oitenta..eu tô dando um toque.. qual o problema de tá debatendo, conversando comigo...inaudível.. JORGE: Tá ok. VLADIMIR: Tá ok. Tchau.. tchau.. deixa eu ir.. Outras ligações demonstram o empenho de AURÉLIO em resolver problemas para VLADIMIR, referentes a contratos com a ENGECAL, como mostra a ligação transcrita abaixo: Chamada índice 5333821, do dia 18/02/2013, entre VLADIMIR e AURELIO.

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ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5333821 6899996614 6899694803 18/02/2013 11:23:55 00:01:19 �

@@@ VLADIMIR X AURELIO - REFORMA #

TRANSCRIÇÃO: AURÉLIO: Oi Vladimir? VLADIMIR: É. AURÉLIO: Aurélio. VLADIMIR: Oi Senhor Aurélio. Tudo bem? AURÉLIO: Tudo bem. Eu tô retornando né aquela conversa.. estou aqui com o Judeilson. Ele tá me dizendo que o aditivo não dá aqueles 40 e poucos mil... dá no maximo 20 mil... é isso mesmo? VLADIMIR: É mas aí lembra que te expliquei que pode ter novas ações..né? AURELIO: Hum..a tá ..é .. é... faz o seguinte..tu depois vem com ele aqui .. senta com ele que eu vou adiantar aqui. VLADIMIR: De futuras ações. O Senhor tá entendendo né? AURÉLIO: Hanram.. eu entendi. VLADIMIR: Tá bom então. Aí que horas.. eu vou aí que horas ? Três horas? AURÉLIO: (Pergunta para a pessoa que está com ele: que horas ele pode vir? ) .. Qualquer horário à tarde. VLADIMIR: Tudo bem então. O Senhor vai tá por aí também ? Caso a gente precise conversar com o Senhor de novo? AURÉLIO: Vou. A partir da uma e quinze. VLADIMIR: Tudo bem. Tudo bem então. Vou aí à tarde então. AURÉLIO: Tudo bem. Tá ok. VLADIMIR: Um abraço. Tchau.. tchau.. AURÉLIO: Outro. Tchau. Terminadas as obras, tanto na casa de AURÉLIO, como no escritório da secretaria de habitação (ZAP PALHEIRAL), VLADIMIR acerta com FÁBIO, na ligação 5353030, acerca dos valores devidos ao empreiteiro, em razão dos serviços prestados. ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5353030 6899996614 6899578194 22/02/2013 08:36:04 00:03:15 � �

@@@VLADIMIR X FABIO - REFORMA

#

TRANSCRIÇÃO: FÁBIO: Alô VLADIMIR: Fábio. Só me tire uma dúvida por favor. Éh.. eu tô passando aqui que tá prestes a sair o dinheiro e..e pra botar aqui no contas a pagar, o da casa do Secretário eu já fiz a revisão aqui.. esquece. Eu já fiz a revisão aqui, agora lá da ZAP deu R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais) de serviço né? FÁBIO: Mil e quanto? VLADIMIR: Lá da..da.. Secretaria, da pintura lá. FÁBIO: É Vladimir. Deu.. deu.. é11 diárias de um servente e 11 diárias de um pintor né? VLADIMIR: Não ..isso é na casa do Secretário .. cabeça. FÁBIO: Não.. na casa do Secretário deu 13 diárias e meia de um pintor.. 7 e meia dum.. VLADIMIR: Não..não.. do Secretário tu me passou ..é... tu.. tá aqui oh.. tá anotado tá? Tem as 11 diárias do pintor, as 11 diárias do servente, 2.300,00 (dois mil e trezentos)

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mais 316 mais duzentos, o resto que tu tirou materaial do teu bolso mais quinhentos reais do teu lucro. FÁBIO: Vladimir.. o total todo que tu tá devendo ainda Vladimir é R$ 3.000,00 (três mil reais) ainda. VLADIMIR: Sim.. eu quero saber o valor..eu tenho que lançar pro financeiro.. o valor total que deu o serviço pra..pra descontar o negócio tá entendendo? Pegar o desconto que foi pago e vai dar esse saldo... alô.. FÁBIO: Tô te ouvido.. VLADIMIR: Tá.. tá.. me ouvindo? Tudo bem.. eu não tô dizendo (inaudível).. eu tô justamente ajeitando pra pagar.. só que eu tenho que mandar pro financeiro o saldo total, tá entendendo? FÁBIO: Hum.. pois é foi 13 diárias e meia de um pintor, lá na casa do Secretário e 7 diárias e meia do outro pintor.... VLADIMIR: Calma aí.. quantas diárias? FÁBIO: 13 diárias e meia do pintor, do Antônio... VLADIMIR: Certo. FÁBIO: 7 diárias e meia do Elias, do outro pintor.. VLADIMIR: Tá vai.. FÁBIO: 4 diárias e meia do ajudante.. VLADIMIR: Foi. FÁBIO: E do pedreiro se.. do pedreiro se não é 5 é 6.. do pedreiro..se eu não tô enganado. VLADIMIR: Tá.. o pintor é R$ 80,00 (oitenta reais) né? FÁBIO: É oitenta e seis.. né Vladimir... VLADIMIR: Tá.. e do ..do servente.. quarenta e seis e do pedreiro é quanto? FÁBIO: Oitenta e seis também. VLADIMIR: Tudo bem.. tá ..eu já entendi aqui então.. .. tá bom então.. pode deixar.. FÁBIO: Tá ok. VLADIMIR: Eu faço aqui.. tá tchau.. FÁBIO: Tchau. Ora, os fatos narrados acima revelam a prática do crime de corrupção passiva, crime tipificado no artigo 317 do CP, por parte do Secretário de Habitação do Estado do Acre, AURÉLIO SILVA DA CRUZ, em razão de solicitação de vantagem indevida (reforma em sua própria casa e em escritório da SEHAB), a fim de facilitar a liberação de pagamentos em benefício da empresa de engenharia ENGECAL.

UTILIZAÇÃO DE BENS E SERVIDORES PÚBLICOS EM OBRAS EXECUTADAS POR EMPRESAS CONTRATADAS.

No áudio abaixo, o alvo NAKAMURA noticia que irá realizar um almoço de agradecimento, e que era para convidar o pessoal do DEPASA. NAKAMURA cita que o DEPASA forneceu pessoal e materiais para a execução de alguma obra a cargo de sua empresa.

Conforme noticiou o auto circunstanciado, “na chamada de índice

4312770, NAKAMURA comenta sobre um almoço que realizará para agradecer a turma (trabalhadores) que participou das obras em Senador Guiomard. Ele solicita que Diego convide também o Saraiva (SEBASTIÃO SARAIVA DOS

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SANTOS – Agente do posto do DEPASA em Senador Guiomard) e mais cinco pessoas do DEPASA, pois estes cederam material e ajudaram nas obras. Nota-se que NAKAMURA deseja estreitar os laços de amizade com estas pessoas, visto que manda Diego convidar pessoalmente Saraiva, além de aproveitar a visita para fazer a “parte política” com o pessoal do DEPASA”.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4312770 6899671386

14/07/2012 09:07:54 00:05:49 �

@@@ NAKAMURA X

DIEGO (TIEGO) - ALMOÇO, CHAMAR

PESSOAL DO DEPASA #

TRANSCRIÇÃO: DIEGO: Oi Sérgio.. bom dia.. NAKAMURA: Oi Diego bom dia.. Diego.. como estão as coisas aí? DIEGO: Tá tudo tranquilo.. NAKAMURA: Diego aquele lançamento lá da fazenda lá em baixo .. como tá aquele negócio lá? DIEGO: Lá da fazenda do Homem ? Nós vamos ver se sai esta semana né? NAKAMURA: Vamos arrumar uma cerca lá..isolar logo lá.. porque chega..chega lá no Gabinete do Governador né? DIEGO: Hé... NAKAMURA: Por que não faz uma cerca logo.. do provisório já libera lá..por que quantos tubos tá faltando lá? DIEGO: Não.. tubo não falta não.. falta ajeitar lá..esse.. esse.. NAKAMURA: Então a (inaudível) não tá aí? DIEGO: Tá. NAKAMURA: Então porque não ajeita logo.. desce o cacete.. a (inaudível) tá aí parada.. DIEGO: Aí eu fiquei de hoje ir pra lá pra falar com o homem lá.. com o dono ..que é pra ver como é que ele quer..né? Porque a gente fez o lançamento ..só que ele disse que ficou meio torto não sei o que..pra acertar.. NAKAMURA: Não é a gente que vai lá falar com o homem..a gente faz.. e só pede pra ele acompanhar doutor.. já manda a máquina lá .. tá aqui a máquina tal.. acompanha aqui ..tal.. só isso..já mete o pau.. faz um trem desse e liquida.. que chega lá no Governador.. não falei.. essas coisas chega.. nego.. quando vai Governador..nego leva os menores detalhes.. só pra mostrar .. reclamar.. só aparecer.. foi no Gabinete do Governador.... falar ontem.. nego já businou..oh pessoal deixou inacabado lá..faz duas semanas.. tá indo pra três semanas.. ninguém fala nada..ninguém resolve porra nenhuma.. esse tipo de coisa.. entendeu? DIEGO: Beleza.. NAKAMURA: Então já vai fazendo..mete pau, vai fazendo aí.. só pede pra ele acompanhar, diz aí é isso mesmo e tal?; cê vai perguntar como o cara quer e tal; pronto. Usa o bom censo e vão fazendo. Diz óh.. quando chegar nos finalmente o cara vai lá.. diz óh: cê tem mais alguma coisa pra fazer? óh ..pronto. DIEGO: Beleza irmão. Eu tô aqui agora com ele aqui..eu já vou pra lá agora..tô com a (inaudível PC) aqui. NAKAMURA: Primeiro mete o pau. Vamos fazer logo. Vê com o Seu Elielton..se tiver (inaudível) lá..já mete o pau.. faz logo. E aí quando tiver nos finalmente, chama ele lá e diz óh, o Senhor quer dar uma olhada lá..como que tá lá..TAL.. só isso..só comunica o cara. DIEGO: Tá ok. Tá. NAKAMURA: O problema é que não dá satisfação; por isso que o cara fica puto. DIEGO: Tá.

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NAKAMURA: Então não é perguntar pro cara. Diz: Óh nós tamos fazendo tal; nós tamos fazendo lá, já tá nos finalmente quando tiver terminando avisa: é bom o Senhor dar uma passada lá pra orientar se o Senhor tem alguma sugestão, alguma coisa; pronto, só isso. DIEGO: Tá ok então. NAKAMURA: Cê vai perguntar o cara como é que o cara quer, o cara vai falar, não quero assim e tal. Não; é só pra dar algumas dicas e pronto. DIEGO: Tá ok então. NAKAMURA: Agora vê com o Seu Elielton ontem como que ficou (inaudível) escavadeira..daí a pouco sai de novo ( inaudível).. vai embora.. fica inacabado de novo. DIEGO: Tá. NAKAMURA: E outra o Diego. Tem que fechar tudo que tem que fechar porque tá prevista outra chuva heim. DIEGO: Beleza então. NAKAMURA: Então avisar seu Elielton também; drenagem também já ir fechando tudo, selando tudinho porque tá prevista outra chuva entre domingo... de domingo pra segunda heim? Pode ser que não chova mas tá na previsão. Tem uma friagem na terça-feira. DIEGO: Tá ok. NAKAMURA: Então (inaudível)... vão fechando então. DIEGO: Beleza seu Sergio. Pode deixar comigo. NAKAMURA: Esses detalhes .. tem que já meter o pau e ir liquidando... Já foi (inaudível).. tudinho lá? DIEGO: Já. NAKAMURA: Então pronto. Já pega lá já..vê com seu Elielton..já manda a escavadeira pra lá..é usar o bom senso..abriu....arrasar, nivelar... (inaudível).. boi não vamos deixar desnível, então boi cai na vala, então, nivelar de um lado, do outro e tal, fazer uma rampinha, então é usar o bom senso, depois só comunica do cara, quando estiver nos finalmente diz óh é bom passar lá pra ver se tem alguma sugestão, alguma coisa, só isto, só dar uma satisfação, não é perguntar como é que quer que faça, aí nós tamos fudido. DIEGO: Tá beleza então. NAKAMURA: Entendeu? DIEGO: Tá. NAKAMURA: Vê lá então. DIEGO: Tá ok então. AMURA: E o almoço tá tudo certo, não? DIEGO: Tudo certo. NAKAMURA: Então chama a turma toda aí, e tal, pelo menos a gente agradece a turma aí. DIEGO: Beleza, o senhor vai vir por aqui? NAKAMURA: Eu passo, passo mais tarde aí.. e, bom, chamou os engenheiros também ou não? DIEGO: Oi NAKAMURA: Chamou o Escobar e o outro também? convidou eles. DIEGO: Quem veio pra cá só um hoje, foi só o Escobar, eu vou chamar ele, daqui a pouco ele tá chegando aí. NAKAMURA: Sim, mas, não custa nada dá uma ligada, diz o vamos fazer um almoço para agradecear a turma aí e tal, se você puder passar, liga um pro outro também, aí sim tem que fazer essa parte. DIEGO: Tá beleza então. NAKAMURA: Entendeu, aí tem o Saraiva, o pessoal do DEPASA aí, então ,convida, diz ó, vamos fazer um almoço para agradecer a turma, coisa bem simples, mas passa aí e tal, entendeu...o Saraiva principamente, a turma daí né, quem que ajudou, o Saraiva e quem mais. DIEGO: o Saraiva e o, só o Saraiva mesmo, o pessoal do DEPASA dele são 5. NAKAMURA: Então, chama a turma também, diz passa aí pra almoça aí, uma coisa bem simples, mas, não, um agradecimento a turma aí e tal que cumpriu uma etapa e tal, isso é bom, e mais outra pessoa que participou aí...entendeu.

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DIEGO: Ok, tá. NAKAMURA: Então já.. liga pros dois..mesmo que só venha um, mas liga pros dois, diz óh convidando pro almoço aqui heim? entendeu.. mesmo que o cara não vai, mas liga né? porque o cara diz ah fizeram o almoço e nem fui convidado....então o pessoal do DEPASA...o Saraiva, o pessoal que ajudou do DEPASA aí que, cedeu o material, tudinho, que ajudou, essa turma é sempre bom chamar, que venha ou não o problema é deles, mas...chamou ó. DIEGO: Tá beleza. NAKAMURA: Agora, o Saraiva é bom falar pessoalmente com ele. DIEGO: Tá. NAKAMURA: ...Vai lá, tal, já conversa com o pessoal, já faz a parte política também, entendeu. DIEGO: Tá ok. NAKAMURA: Beleza então, tá ok. DIEGO: Tá, falou serjao, tchau.

CORRUPÇÃO ELEITORAL - A INFLUÊNCIA DE POLÍTICOS

EM OBRAS PÚBLICAS.

As investigações realizadas através das interceptações telefônicas permitiram identificar a existência de influência de políticos na execução de obras pelas empresas contratadas para tal mister. No áudio abaixo, o alvo Carlos Sasai recebe a ligação de uma pessoa conhecida por Abdel, o qual confidencia que na obra destinada ao calçamento de ruas em Mâncio Lima/AC (Ruas do Povo), o Prefeito deste município estaria indicando quais trabalhadores deveriam ser contratados pela empresa de Abdel, inclusive cita que esta encontrando sérias dificuldades na conclusão da obra, eis que é obrigado a comprar insumos em determinadas lojas, as quais cobram preços abusivos.

Segundo o auto circunstanciado em anexo, “...a chamada de índice

4299118, onde o mesmo conversa com Abdel Barbosa Derze, responsável pela empresa PROENGE Projetos e Construção Civil Ltda. Abdel afirma que estaria sofrendo influências políticas na obra que estaria executando no município de Manoel Urbano/AC. Segundo o mesmo, as contratações de funcionários e/ou fornecedores só poderiam ocorrer com a indicação de pessoas da prefeitura do município (ao que tudo indica, Vereadores e o próprio Prefeito). Abdel mostra indignação ao comentar que não pode comprar materiais de adversários políticos (possivelmente, dos Vereadores e do Prefeito). Ele também reclama da pressão que estaria sofrendo dos agentes políticos do município e afirma que são “tudo gente do prefeito”.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4299118 6881117013 6881211526 11/07/2012 20:09:09 00:03:56 �

@@@ CARLOS SASAI X ABDEL

(MANOEL URBANO - TARAUACÁ) #

TRANSCRIÇÃO: ABDEL: oi Carlos.

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CARLOS SASAI: oi Abdel. ABDEL: e aí? CARLOS SASAI: hum? ABDEL: como é que tão as coisas? Não, porque eu fui... tive que ir lá pro lado de Manoel Urbano lá pra... ééé... aparar aresta. É problema político. Continua aquelas imundice (sic) de problema político. Entendeu!? O pessoal querendo interferir na obra. E aí quais são as novidades? CARLOS SASAI: como interferir? ABDEL: ah Carlos! Eles querem que eu só contrate o pessoal deles. Num num (sic) posso (inaudível). Eu tenho que pra contratar alguém eu tenho que perguntar pra eles. É a maior putaria (sic), sabe!? Eles ficam entregando a gente pro Marcos Dantas, pro Marcos Lourenço. Dizendo que nós contratamos o adversário. Eu não ando perguntando pra ninguém não rapaz. Cara, o pessoal deles não tem condição de executar obra. Aí tem uma empresa lá. O cara tem a máquina de meio-fio. Eu não posso contratar, não posso comprar areia do cara porque o cara é contra ele. Como é que eu vou fazer? Como é que a gente faz obra desse jeito? CARLOS SASAI: hahaha. ABDEL: não, tu ri é!? Aí marcam reunião com a gente. Amanhã. Eles queriam reunião amanhã 7 horas da manhã. Eu fui dizer pros meninos. Eu fui de taxi lá. Dizer pros meninos... ô se amanhã... um de vocês aqui pode se preparar. Se chegar aqui esse pessoal com negócio de reunião... política... por vocês... pode ir de lá mesmo com eles fazer política na puta que pariu. Porra (sic) a gente (inaudível) danado. Hum!? CARLOS SASAI: é é. É... esse monte... de vagabundo querendo viver na teta do do (inaudível) Ninguém quer trabalhar né!? ABDEL: não, mas ô Carlos pior de tudo que eu falei pra esses vereador (sic) e pro prefeito: "Eu digo olha, a pior coisa em obra é você indicar alguém. Se um cara desse dele não der certo. Eu demitir. Eles não vão ficar com raiva de mim não, porque eles não me conhecem não. Vão ficar com raiva de vocês rapaz. Vão dizer que vocês não tem força, que vocês são, (inaudível) que vocês são larva de lago". CARLOS SASAI: ham? ABDEL: é porque eles usam é. CARLOS SASAI: não, eu acho que, eu que acho que... essas, essas coisas a gente não tem que tar (sic) recebendo essas interferência não. ABDEL: ô Carlos o negócio é o seguinte. CARLOS SASAI: tem que executar a obra né! ABDEL: Carlos presta atenção. Pra assentar pavimentação de tijolo tu sabe que o preço nosso não tá muito bom. Aí a gente tá pagando em Tarauacá 2 reais por metro quadrado pra assentar só o tijolo. Lá na. Peraí um momentinho (inaudível). Aí pra assentar o tijolo. Aí u u lá em Tarauacá nós oferecemos 2 reais e só um cara quis. Só um cara quis. Aí nós aumentamos pra 3 pra ver se aparecia. Ninguém quer deles. Eles querem 8 conto (sic) Carlos. O nosso preço é 9,22. Naquela planilha lá é 9,22. Como é que vamos pagar 8, Carlos? CARLOS SASAI: cara ainda tem areia, tem. ABDEL: não... tem tudo. CARLOS SASAI: tem encargo, tem tem um monte de coisa né! ABDEL: é, aí os cara (sic) digo porra (sic) rapaz, por exemplo. Aí os caras querem. Não sabem aí e ficam forçando a barra. Tudo gente do prefeito, tudo gente do prefeito, Carlos. (inaudível). CARLOS SASAI: tá bom. ABDEL: e aí alguma novidade? CARLOS SASAI: não, não. Nós tamos (sic)... encaminhamos as coisa (sic) hoje né. ABDEL: ah tá. 5 dias. CARLOS SASAI: é. Tentando ver se arranja uma forma pra agilizar. Amanhã nós vamos correr atrás. ABDEL: tá bom meu irmão, então tá. Amanhã eu devo levar, eu levo a planilha lá pro Clealdo tá!? CARLOS SASAI: tá bom. ABDEL: tá bom, tá, tchau.

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A FABRICAÇÃO DE DOCUMENTOS.

Há indícios de irregularidades referentes à participação em

processos licitatórios envolvendo ASSURBANIPAL, de acordo com o que consta nas interceptações de índices 4875871 e 4875874. Na primeira delas, chama atenção a conversa de ASSUR com uma pessoa chamada Evaldo (possível funcionário da empresa de ASSUR). Na conversa, ASSUR pergunta se Evaldo tem modelo de “Diploma”, diz para Evaldo localizar os modelos de diploma ou certificado pra que eles os “inventem” (sic). Na segunda interceptação, ASSUR diz para um sujeito que parece se chamar Artur que acabou de “ganhar” uma licitação e precisa ver alguns documentos. Artur diz a ASSUR que “ele” (uma terceira pessoa) não tem “CREA” (sic) e que o “negócio” agora é correr atrás do “Mariozinho” (sic) pois a mãe do mesmo trabalha no CREA/AC (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Acre), fazendo alusão a algum funcionário da empresa que seria utilizado para cumprir alguma cláusula do Edital de Licitação, algum Termo de Capacitação Técnica ou algo do gênero.

Na interceptação de índice nº 4875897, ASSUR cobra novamente

Evaldo a respeito dos diplomas, e este diz estar “caçando” (sic). ASSUR diz a Evaldo que precisa de dois eletricistas da equipe, que era para Evaldo escolher os nomes. Diz que se estes tiverem “certificado” melhor, mas não seria necessário, pois essa questão eles iriam “ajeitar” (sic).

Na interceptação de índice nº 4875881, ASSUR pede para Marco

a indicação de um “eletrotécnico” para colocar na equipe, “só para colocar no processo”. Marco responde que no SENAI há “aos montes”, ASSUR rebate dizendo que é só para participar de uma licitação, depois troca. Marco pergunta se não vai dar “rolo” (sic), ASSUR afirma que não. Posteriormente, na transcrição de índice 4875961, Marco informa a ASSUR de que só tem Clauver (eletrotécnico), e diz que a Terezinha vai enviar os dados de Clauver. ASSUR diz que só precisa de um mesmo, pois já tem os dados de Moisés, e que vai mandar um Atestado de Capacidade de Fiscalização de Obras da Elite de Clauver para Marco fazer. ASSUR diz que está fazendo o de Moisés e que se Marco tiver um modelo é melhor, pois não ficariam iguais. Marco responde dizendo que vai ver com Terezinha.

As transcrições de índice nº 4875996, 4876129, 4876367,

4876566, 4876771 trazem conversas de ASSUR com Marco e Terezinha a respeito da documentação de CLAUVER. Chama atenção a transcrição constante no índice 4876129, na qual ASSUR recebe telefonema de Terezinha questionando quais documentos de Clauver ele quer receber em seu e-mail. ASSUR responde que quer o número do registro no CREA e pede pra Terezinha verificar quais módulos do NR 10 ele possui. Terezinha responde que Clauver não tem “NR10” (sic), ASSUR informa que vai enviar para

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Terezinha o “certificado” dele, pois precisa ser feito (para cumprir a cláusula do Edital de Licitação). ASSUR finaliza a conversa dizendo que Marco vai fazer um atestado para Clauver de acordo com um modelo enviado anteriormente.

Na interceptação de índice nº 4875977, ASSUR pergunta a

Moisés (funcionário) se este tem certificado “NR 10”, Moisés diz que não, ASSUR afirma que vai fazer o certificado e que Moisés tem que assiná-lo.

Todas essas condutas caracterizam possíveis fraudes em

licitações, nas quais há a exigência em Edital de alguns Certificados de Capacidade Técnica. No caso em epígrafe, trata-se de duas Atas de Pregão Eletrônico da Companhia de Eletricidade do Acre, Pregões 35 e 37/2012.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4875871 6899995592 6899818217 14/11/2012 09:32:45 00:00:50 EFETUADA � �

@@ ASSUR X EVALDO #

4875874 6899995592 6899861011 14/11/2012 09:33:22 00:00:58 RECEBIDA � �

@@ ASSUR X ARTUR #

4875881 6899995592 6884190925 14/11/2012 09:34:35 00:02:29 EFETUADA �

@@ ASSUR X MARCO (ACERVO - CERTIFICADO)

#

4875897 6899995592 6899818217 14/11/2012 09:37:55 00:00:56 EFETUADA �

@@ ASSUR X EVALDO #

4875961 6899995592 6884190925 14/11/2012 09:49:38 00:02:09 �

@@ ASSUR X MARCO (ACERVO - CERTIFICADO)

#

4875977 6899995592 6884030016 14/11/2012 09:51:59 00:00:53 EFETUADA �

@@ ASSUR X MOISES #

4875996 6899995592 6884190925 14/11/2012 09:54:33 00:02:18 �

@@ ASSUR X MARCO (ACERVO -

CERTIFICADO/ATESTADO) #

4876129 6899995592 6899969208 14/11/2012 10:18:17 00:01:17 RECEBIDA �

@@@ ASSUR X TEREZINHA #

4876367 6899995592 6899969208 14/11/2012 11:03:29 00:01:04 EFETUADA �

@@@ ASSUR X TEREZINHA #

4876566 6899995592 6899969208 14/11/2012 11:46:53 00:01:24 EFETUADA �

@@@ ASSUR X TEREZINHA #

4876771 6899995592 6899969208 14/11/2012 12:24:22 00:00:35 EFETUADA �

@@ EVALDO X TEREZINHA #

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4875871 ASSUR: Evaldo? EVALDO: oi. ASSUR: rapaz agora vamos ter que correr contra o. Precisamos arrumar os atestados aí, os acervos né! EVALDO: os atestados são aqueles que eu separei ontem? ASSUR: você separou. Agora temos que ver o negócio do diploma do. Tem o diploma aí, modelo de diploma? EVALDO: modelo de diploma? ASSUR: isso, localiza logo o modelo do diploma pra gente inventar o diploma de do NR10. EVALDO: diploma (inaudível) certificado né!? ASSUR: certificado, isso! Tem aí modelo de certificado, não tem? EVALDO: tenho! ASSUR: eu vou correr praí já. Pra gente já... ajeitar isso aí!

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EVALDO: ok. Ok, falou. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4875874 ASSUR: Artur. ARTUR: Assur. ASSUR: cadê (sic) tu macho? ARTUR: eu tava atrás do (inaudível). ASSUR: nós ganhamos uma licitação aqui agora, temos que ver os documentos. ARTUR: eu falei com ele. ASSUR: hum. ARTUR: ele não tem... acho que ele não tem CREA não. Não pegou CREA dele não. Aí agora é correr atrás do Mariozinho. ASSUR: tá bom. Deixa eu. Vou ver aqui. Peraí. ARTUR: o Mariozinho. ASSUR: não, o Mariozinho é da Etenge. A Etenge perdeu. Então eu não vou. ARTUR: é não. ASSUR: que Mariozinho? ARTUR: o Mariozinho pô que trabalha lá (inaudível). Mario. ASSUR: quem é Mario? ARTUR: a mãe, a mãe dele trabalha no CREA. ASSUR: então, mas tem que ver, tem que ver agora já porque (inaudível). Vai ter até mais ou menos meio-dia pra resolver isso. ARTUR: pois é. Mas tu tem o telefone dele aí? Que eu não tenho não. ASSUR: tenho não. Deixa eu ligar pro Marco Aurelio que logo vê se alguém da Elite. ARTUR: beleza. ASSUR: falou. ARTUR: falou. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4875881 MARCO: oi Assur. ASSUR: Marco? MARCO: opa. ASSUR: agora dá pra falar. Tava num pregão eletrônico aqui agora. MARCO: ah tá. ASSUR: rapaz... bicho (sic) vou precisar da tua ajuda aí. Precisava dum eletrotécnico pra botar aqui na minha equipe. MARCO: mais... tem lá no SENAI tá aos montes lá pô!? Mas mas como assim eletrotécnico? ASSUR: não, colocar aqui na na na licitação! MARCO: mas. ASSUR: precisava pegar um funcionário teu aí pra gente botar elétrico na equipe minha aqui. MARCO: cê fala pra tirar daqui? ASSUR: não, precisa tirar não, só pra colocar aqui no processo aqui. MARCO: ah tá, não, tranquilo. Mas não vai, mas não vai dar rolo aí pra... pra você não!? ASSUR: não... não, por quê? Não, pô tem que tá na equipe aqui. MARCO: ah tá. ASSUR: constar na equipe aqui, não é contratado não. Só pra indicar que ele vai ser. MARCO: vou pegar os dados de um deles aqui e mando depois então. ASSUR: depois substitui. Agora precisava pegar um deles aí. O Ricardo é eletrotécnico? O Ricardo? MARCO: não, ele vai formar ainda. ASSUR: tá se formando ainda. Quem quem da equipe aí que é eletrotécnico mesmo?

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MARCO: ah tem vários. Tem o Thiago (inaudível) tem o, tem o... tem um... vixe... uma sequencia. Nome agora. Tem tanta gente aqui cara que eu... agora de cabeça aqui eu... escolho algum aqui e te mando. ASSUR: vai precisar de 2. Tu tem. Eles tem NR10 né? MARCO: tem. ASSUR: mas os dois cursos ou só um curso? MARCO: o (inaudível) também, tem o (inaudível) que tá com a gente que tem. ASSUR: só tem 1 curso ou 2 cursos ele? MARCO: tem uns aqui que tem 2 módulos, mas eu vou ter que confirmar certinho aqui porque agora. Agora tem que verificar também o prazo. ASSUR: hehehe MARCO: se já não tá vencido. ASSUR: eu liguei ontem pra falar contigo e acabei esquecendo. Na hora que você ligou, tava torando aqui o negócio. MARCO: é, porque tem que fazer o levantamento né Assur. Até porque isso tem um prazo né! ASSUR: mas consegue pelo menos o eletrotécnico que tenha... o eletrotécnico. MARCO: dois módulos. ASSUR: eu dou o jeito. MARCO: dois módulos. ASSUR: certificado, certificado eu faço lá pela Vectra o certificado. MARCO: ah, então beleza então. ASSUR: se for, se for preciso. MARCO: cê quer que eu te mande 2 no seu email é isso? ASSUR: isso! Se puder o nome deles aí. Se tiver, se tiver carteira do CREA o número do CREA dele. MARCO: tá, beleza! ASSUR: tá! Falou. MARCO: te mando aí no email. E lá o negócio vai dar certo? ASSUR: hãm? Vai ser onde? MARCO: lá no lá Manoel lá. ASSUR: bora, então tá bom. MARCO: tranquilo, valeu. ASSUR: (inaudível) ainda tô meio na correria aqui. MARCO: tranquilo, tranquilo. Falou. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4875897 EVALDO: oi Assur. ASSUR: Evaldo? EVALDO: oi. ASSUR: vamos precisar que tu, vamos precisar que tu conseguisse uuu o diploma aí né, o certificado aí pô. Tá!? EVALDO: tô procu, tô caçando (sic) já aqui Assur. ASSUR: tem o modelo por aí. Vê quem tem aí. EVALDO: tá! ASSUR: aí outra coisa. Precisava que você arrumasse dois eletricistas nossos lá da equipe... tá. EVALDO: tá bom. ASSUR: que tenha. Dois eletricistas também nosso da equipe aí. EVALDO: tá. ASSUR: vamos colocar o... pode ser o. Aí escolhe dois eletricistas lá da equipe lá... nome de eletricista. EVALDO: tá. ASSUR: também se tiver o certificado, beleza também. Mas vamos... precisa do eletricista. O certificado nos vamos ajeitar aí né.

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EVALDO: isso. ASSUR: vamo, vamo (sic) revalidar ele. Falou! EVALDO: tá ok, falou. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4875961 ASSUR: Marco tu conseguiu ele aí? MARCO: é... só tem o Clauver mesmo viu cara. A Terezinha tá te enviando aí! ASSUR: o Clauver? MARCO: é, é só ele mesmo que tem. ASSUR: beleza, beleza. MARCO: tá tudo em andamento. Só no... em janeiro que eu vou ter aqui. Aí em janeiro vai ter uma porrada (sic) aqui. Daí outra pessoa só pra ter, só pra você ter noção, u u Gabrielzinho sabe!? Trabalhou com a gente lá na, lá no PT? ASSUR: hum Gabriel? MARCO: também tem CREA. ASSUR: Gabriel, o tampinha lá? MARCO: é o tampinha. O Rivaldo Gabriel. ASSUR: beleza. Mas consegue só. Mas eu tenho o do Moises aqui já. Só precisava de mais um aí né. MARCO: então beleza. Eu tô te. A Terezinha tá te encaminhando aí já. ASSUR: agora tu, tu não poderia fazer um favor. Eu vou mandar um atestado pra fazer Elite pra ele. Pode ser? MARCO: o que? ASSUR: fazer um atestado da Elite pra ele. MARCO: atestado de que você fala, de capacidade? ASSUR: de serviço que ele prestou aí... de fiscalização de obra, de coisa assim. MARCO: tranquilo. Pode mandar aí que eu. ASSUR: aí eu mando modelo pra ti aí. MARCO: tá beleza. ASSUR: tô fazendo o do Moisés da Projetos que ele trabalha lá né. MARCO: certo. ASSUR: mas não tem problema de tar trabalhando em outro canto não. Não tá exigindo que seja contratato agora, entendeu? MARCO: não, tranquilo. Eu sei como que é. ASSUR: então. Se se ele tivesse NR10 aí melhor ainda tua pra não ficar igual a minha aqui. Tem não o Clauver. MARCO: vou pedir pra Terezinha ver como ele lá. ASSUR: vê, vê o que ele tem de NR10 aí, tá!? MARCO: tá beleza. ASSUR: falou... porque suspenderam aqui a sessão e vai... vai ser pra de tarde. MARCO: tranquilo. ASSUR: sim, então vai ter o negócio, é isso? MARCO: vai, aí gente tá correndo até atrás aqui Assur. Tá agilizando. A gente mesmo agora tá organizando né. Pra o negócio ficar mais bem organizado. ASSUR: isso! Eu vou... rapaz vou ter que ir pra Sena agora a tarde. Aí na volta é que eu chego lá. MARCO: tranquilo. ASSUR: tá!? MARCO: vai ser a noite mesmo o negócio. ASSUR: tá bom. Aí cedo. Começar cedo o negócio bicho (sic) porque porra (sic). MARCO: não, mas é cedo mesmo. Tô organizando agora durante a tarde justamente a gente. ASSUR: e aí vê o que precisa aí... pra gente dar apoio da. Trazendo o Mateus não né!? MARCO: oi? ASSUR: só equipe de de de como que é? Só equipe principal mesmo né!?

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MARCO: é. ASSUR: não vai ter equipe de coadjuvantes não né!? MARCO: não. ASSUR: isso, então beleza. Falou. MARCO: falou. Até mais. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4875971 MOISES: oi Assur. ASSUR: Moises? MOISES: oi!? ASSUR: deixa eu te perguntar um negócio. Tu tem NR 10 é? MOISES: NR10? ASSUR: sim, certificado! MOISES: rapaz certificado não tenho não ô Assur. ASSUR: tem não né!? MOISES: tenho não ô. ASSUR: deixa eu te falar. Eu vou fazer certificado lá da Vectra pra ti e tu tem que assinar pra mim ele, tá!? MOISES: tá bom então. Tranquilo. ASSUR: qual é o teu CREA de cabeça aí? Que tu deixou lá, mas o Evaldo não mandou pra mim o xerox (inaudível). MOISES: de de cabeça não tenho não. Deixei lá ô. ASSUR: ô bicho (sic) que isso. Eu vi... éé, tudo bem, ele vai mandar pra mim, o Evaldo. MOISES: é. ASSUR: nós ganhamos, nós ganhamos aqui a licitação... tem que ver aqui, tá. MOISES: já tá pronto? Que eu tô aqui no acesso ao aeroporto. Aí eu podia dar um pulo lá. ASSUR: tá não, tá não. Eu tenho que aprontar, tô aprontando tudo aqui pra ti ainda. MOISES: tá bom então. Tu me liga que eu vou aí. ASSUR: a gente vai contigo. Falou. MOISES: tá ok então. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4875996 MARCO: oi Assur. ASSUR: Marco! Te perturbando aí. Quando é que, quando é que o Clauver entrou aí na na Elite? MARCO: ele entrou no dia 22. ASSUR: agora? MARCO: é! ASSUR: vixe! MARCO: por que? ASSUR: no mês agora né!? MARCO: é. ASSUR: tá trabalhando onde lá? Na fiscalização? MARCO: fiscalização. ASSUR: então beleza. Ele já trabalhou na Elite alguma vez, não né!? Só na Ábaco mesmo né!? MARCO: não, só na Ábaco. ASSUR: certo. MARCO: conforme for pode. Bom. ASSUR: vocês fizeram algum projeto. Fizeram algo assim. Nos temos ali a obra da Caixa Econômica né. MARCO: é Caixa Econômica. ASSUR: que fizeram né!?

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MARCO: isso. ASSUR: outra obra que vocês fizeram, que você fizeram de obra? Assim de obra? MARCO: nós fizemos uma obra lá na SEFAZ. A iluminação do clube da SEFAZ. Fizemos a obra. ASSUR: tinha subestação lá ou não? MARCO: não, tinha subestação não. Mas subestação nós fizemos lá na UFAC. Uma subestação de de 150 Kva. Subestação aérea. ASSUR: 150 Kva né!? MARCO: é. ASSUR: e na Caixa tinha subestação também de quanto? MARCO: na Caixa tinha uma subestação, subestação de 300 Kva abrigada. Transformador AC. ASSUR: 300 Kva, certo. Onde mais fizeram alguma (inaudível). Lá no TRE vocês fazem manutenção né!? MARCO: é, lá no TRE, nós fazemos manutenção lá no TRE. É... execução a gente. ASSUR: nem, nem subestação lá fizeram? De projeto? De nada? MARCO: a subestação a gente já teve projeto da da. A gente fez o projeto de subestação de obra da Caixa Econômica mais a da éé. ASSUR: (inaudível) da Albuquerque engenharia. MARCO: da Albuquerque engenharia nós fizemos projeto só né, execução não. ASSUR: então não aprovou na Eletroacre, não aprovou nada né!? MARCO: tudo... tá aprovado. ASSUR: qual o nome do empreendimento lá? MARCO: vixe, tem vários cara da Albuquerque. Fala um aí. Éé Via Parque. ASSUR: hãm? MARCO: Via Parque. Nós fizemos lá o projeto predial lá. ASSUR: beleza. MARCO: Via Parque. ASSUR: tá bom (inaudível). MARCO: então tá beleza. ASSUR: bom, então acho que... tá bom, tá bom. Ééé vou. MARCO: qualquer coisa você dá toque aí. ASSUR: tô montando aqui o atestado. Falou. MARCO: falou. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4876129 ASSUR: alô! TEREZINHA: oi Assur bom dia, Terezinha! ASSUR: bom dia! TEREZINHA: Assur... ééé o que você quer lá do registro do do Clauver... é você quer uma cópia hummm éé ou só o nome do registro... o número do registro no seu email... atende? ASSUR: é botar o número do registro. TEREZINHA: tem registro nacional e o registro. ASSUR: checar o que ele tem de NR10 aí. TEREZINHA: pois é, ele não tem NR10... eu falei com ele... ele disse que não fez nem módulo 1 e nem módulo 2. ASSUR: vou mandar pra ti o certificado dele aí para você fazer, tá? TEREZINHA: tá... aí fora isso eu posso tá mandando isso no teu email o restante? ASSUR: pode... isso. TEREZINHA: tá, to enviando agora já pro teu email. ASSUR: mandei Marco Aurélio o atestado aí pra gente fazer com ele, tá!? TEREZINHA: ah tá, mas ele não tem... eu falei com ele agora pouco... aí ele disse: "não ele não fez não, nem módulo 1 e nem módulo 2". ASSUR: tá bom, mas o Marco vai fazer o atestado pra ele aí porque já mandei o modelo já né. TEREZINHA: sei.

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ASSUR: (inaudível)... aí teria... mas tá bom. TEREZINHA: tá, to enviando agora no seu email. ASSUR: ok. TEREZINHA: tá. Tchau. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4876367 TEREZINHA: oi Assur. ASSUR: Terezinha. TEREZINHA: oi. ASSUR: só pra... (inaudível) te mandei o email... só pra tu. TEREZINHA: é tô abrindo aqui. ASSUR: tá bom. Então tá bom. TEREZINHA: tá tá... acabei de... recebi aqui. Vou tar (sic) fazendo e enviando. Ele precisa assinar alguma coisa? TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4876566 TEREZINHA: tô terminando Assur já pra te mandar... cinco minutinhos. ASSUR: ok ok ok. TEREZINHA: tá. ASSUR: tu... deixa eu fazer um favor, Terezinha? TEREZINHA: diga! ASSUR: faz o seguinte... tu, tu conhece a assinatura do Marcos, né? Aí manda... aí tu manda... tu escaneia já né! TEREZINHA: mandar o que? ASSUR: tu salva em PDF... tu salva em PDF... põe a assinatura do Marcos né! TEREZINHA: ah sim! ASSUR: salva em PDF. Se bem que tem aquela minha que eu tenho que assinar né... o diploma né. TEREZINHA: ééé... não, tô tô ouvindo! ASSUR: a assinatura digital do Marcos não tem aí não né!? TEREZINHA: tenho não. Eu vou ter que imprimir pra ele assinar e. ASSUR: imprime e eu pego aí. TEREZINHA: assinar e mandar. ASSUR: eu pego aí, eu pego aí... vai ficar alguém na hora do almoço, não vai!? TEREZINHA: não, vai não. ASSUR: vai ter ninguém na hora do almoço? TEREZINHA: não. ASSUR: vixe. TEREZINHA: hoje vou almoçar fora. Mas o o Marco. ASSUR: não vai almoçar por perto aqui não? TEREZINHA: eu não sei pra onde eu vou porque vou almoçar com meu marido, aí eu não sei. ASSUR: tinha como me fazer um favor e deixar isso lá no escritório lá com o Artur. Botar num envelope. TEREZINHA: tá, eu deixo... eu deixo lá com ele, ele vai ficar lá!? ASSUR: põe num envelope né... e tu grampeia... põe num envelope pra num. TEREZINHA: não, tranquilo. ASSUR: só entregar para o Assur. Só entregar para o Assur, ele vai vir buscar. TEREZINHA: tá beleza, eu deixo lá com o Artur. ASSUR: tá legal. TEREZINHA: tá, tchau. TRANSCRIÇÃO:

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TEREZINHA: alô. EVALDO: oi Terezinha, Evaldo. Eu tô ligando do celular do Assur. TEREZINHA: oi Evaldo. EVALDO: éé, (inaudível) ele pediu pra pegar um atestado contigo, onde é que posso pegar? Cê (sic) tá onde agora? TEREZINHA: olha... agora eu tô na Elite, eu tô esperando minha carona ainda. Mas cê (sic) tá da? EVALDO: você pode me esperar aí uns 10 minutinhos? Eu vou aí! TEREZINHA: então tá. Fico te aguardando. EVALDO: tá ok então, já chego aí. TEREZINHA: tá. EVALDO: tá.

A FALSIDADE IDEOLÓGICA

Na chamada de índice 4882790 uma pessoa não identificada (HNI), que conversa com NARCISO, questiona sobre uns valores referentes a serviços de asfalto (realizados pela empresa de um sujeito chamado ADILSON) que teriam que ser colocados na planilha da CIC Construções e Comércio Ltda, a pedido de ‘Marcos Lourenço’: HNI - “os meninos me ligaram, o negócio da gente, vai fechar a medição e colocar o asfalto deles na planilha é? Que não deu tempo não, que o Marcos Lourenço pediu pra fazer assim” (sic), “...botar (sic) o asfalto na nossa planilha pra fechar a medição hoje, porque ‘eles’ (governo) não têm como pagar eles (empresa de Adilson) agora” – possivelmente esse pedido de MARCOS LOURENÇO (diretor de pavimentação do DEPASA) deve-se ao fato de não haver contrato formalizado com a empresa de Adilson, ou seja, o Governo está contratando empresas sem o devido processo legal, configurando, em tese, favorecimento para determinadas empresas e para encobrir este fato, a empresa CIC sumularia com a emissão de nota fiscal ter sido a responsável por serviços executados por terceiros.

As chamadas de índice 4885479 e 4885547 reforçam a idéia de contratação sem o devido processo licitatório e formalização de contrato. Na primeira, NARCISO JÚNIOR, em conversa com KELMY, comenta sobre uma medição que teria sido entregue a KELMY por um sujeito chamado HENRIQUE. Ao que tudo indica, essa medição seria paga por intermédio da empresa de NARCISO JÚNIOR, a mando de MARCOS LOURENÇO. O nome da empresa é ZORTON CONSTRUÇÕES LTDA. NARCISO JÚNIOR chega comentar que: “se eu receber (a medição), vou descontar o ‘BDI’ (produto aplicado no asfalto) e pagar para eles, só que eu vou descontar 21,03 (por cento), ele vai perder muito dinheiro...”. Na segunda chamada, NARCISO JÚNIOR diz que, se a Zorton colocar sua medição para receber pelo seu contrato, irá “perder demais”, que o melhor seria eles irem “lá pra dentro na segunda-feira e conversarem com eles (DEPASA) para colocar a medição junto, ao invés (sic) de entrar com ela (medição) na segunda, entro na terça ou

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quarta, que não vai fazer diferença nenhuma e vocês resolvem a questão da papelada (possivelmente contrato) lá na segunda”. NARCISO JÚNIOR diz que “se ele (HNI) quiser, ele irá fazer (incluir sua medição) e após receber irá lhe repassar tirando 12%. HNI responde dizendo que terá que pagar os 12% fazendo ou não com NARCISO, que o que “eles” (DEPASA) tinham dito é que ele emitiria uma Nota Fiscal e pronto, a empresa de NARCISO repassaria a “coisa” (dinheiro). NARCISO JÚNIOR prossegue dizendo que se HNI “quiser fazer nessa pra (sic) resolver, a gente faz e vocês trazem (perdem) um pouquinho de dinheiro nessa e resolve isso (formaliza contrato) e na próxima vocês ‘tiram’ direto (sem intermediários)”. NARCISO JÚNIOR finaliza dizendo para HNI ir ao DEPASA acompanhado de ADILSON e LUCIAN, sentarem com MARCOS LOURENÇO e fazer uma reunião (para acertar a situação). Após todas as tratativas acima, na chamada de índice 4893359, NARCISO JÚNIOR, em conversa com KEITH, diz que falou com ADILSON “agora” e o GILDO (diretor do DEPASA) falou para não colocarem(sic) “a medição deles (Zorton) na nossa não (sic)”.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4882790 6881119927 81110309 16/11/2012 08:12:52 00:05:50 EFETUADA �

@@@ NARCISO JÚNIOR X KEITH -

POSSÍVEL SUBCONTRATAÇÃO

#

4885479 6881119927 6881110223 16/11/2012 17:03:29 00:01:01 RECEBIDA �

@@@ NARCISO JÚNIOR X KELMY #

4885547 6881119927 6899611300 16/11/2012 17:15:16 00:04:04 RECEBIDA � �

@@@ NARCISO JÚNIOR X

HENRIQUE - POSSÍVEL

SUBCONTRATAÇÃO #

4893359 6881119927 6881110309 19/11/2012 11:13:42 00:00:25 EFETUADA �

@@ NARCISO JÚNIOR X KEITH -

POSSÍVEL SUBCONTRATAÇÃO

#

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4882790 KEITH: fala parceiro! NARCISO JÚNIOR: rapaz eu tinha uma conversa com o, com o, com o Marcos Venício (Marcos Venício de Oliveira Holanda). Eu to achando que o Marcos Venício vai sair do DEPASA hein? KEITH: É? NARCISO JÚNIOR: Eu acho que ele vai pra prefeitura, vai ser da equipe do Marcos Alexandre. KEITH: Hm. Por isso que ele não tá mais dando atenção pra gente né, bicho? NARCISO JÚNIOR: Eu, eu, eu pela conversa lá, eu achei que ele vai integrar a equipe do Marcos Alexandre. KEITH: Hm. É. Eu já tava prevendo isso. Quem colocou ele lá, foi o, foi a Jucélia. Quem colocou ele nessa função que ele tá. Ele tem a confiança dela. NARCISO JÚNIOR: Pois é. KEITH: Ai é "foda" (sic). Deixar na mão da gente. Pelo o resto ele tem que fechar, né? NARCISO JÚNIOR: Não, eu acho que ele só vai em Janeiro, né? Acho que não vai antes não. KEITH: É. Ah é. Mas não é pra equipe de transição, né? NARCISO JÚNIOR: Hã? KEITH: Não é pra transição não. Deve ir pra obras né?

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NARCISO JÚNIOR: Não sei, não sei. Dá uma "suntada" (sic) com ele. Mas é o que eu achei pela conversa que eu tive com ele. KEITH: Tá. E os meninos me ligaram, negócio da gente vai fechar a medição e colocar o, o asfalto deles na planilha, é? Que não deu tempo não. Que o Marcos Lourenço mandou fazer assim. NARCISO JÚNIOR: Mandar botar nossa medição, na nossa planilha? KEITH: Mandar botar o asfalto na nossa planilha pra fechar a medição hoje porque eles não tem como pagar eles agora. NARCISO JÚNIOR: Mas ai... KEITH: Tá sabendo não, disso? NARCISO JÚNIOR: Não. Eles não falaram comigo não. Mas nisso eles vão perder muito "porra" (sic). KEITH: Pois é, porque tem que tirar nota pra gente. Tem que, tem o desconto da nota, do, do, do que agente gasta. NARCISO JÚNIOR: É. Eu acho melhor eles irem lá pra dentro e fazer o negócio. Eles vão perder uns 20% do valor. KEITH: É. NARCISO JÚNIOR: Quem falou contigo isso? KEITH: O Adilson. NARCISO JÚNIOR: Liga pro Adilson e fala pro Adilson, não pô. Que ele fez uma reunião lá com o Marcos Lourenço. Ele pega aquele, aquele documento que agente protocolou de setembro e ele já dá entrada na medição dele. A medição eu só vou dar entrada segunda-feira mesmo, cara. KEITH: Nem contrato foi feito com o cara, macho. NARCISO JÚNIOR: Hã? KEITH: Nem contrato foi feito com ele. NARCISO JÚNIOR: Mas dá tempo dele fazer tudo isso, bicho. Agente não recebeu nem a do mês passado ainda. Qual a diferença desse cara entrar com a medição segunda, terça ou quarta? Ele faz o contrato dele e faz isso. Ele vai perder vinte e tantos por cento? KEITH: Pensei que ele tinha falado contigo. NARCISO JÚNIOR: Falou comigo não. KEITH: Pra mim não tem problema não Adilson. Agora vocês vão perder dinheiro. Porque tem que pagar, tem que tirar nota, tem que ver o que agente vai, vai... Os encargos dessa nota, os impostos dessa nota. "Não, não, mas eu prefiro fazer assim, porque senão, eles não pagar agente não. Já to com um milhão e meio pra receber, não sei mais o que, já to sem dinheiro pra compra material". NARCISO JÚNIOR: Viu? Rapaz, rapaz, ele não falou nada comigo não. Se ele não me ligar, vou ficar calado. KEITH: Só vão mandar aquele reajuste segunda-feira? NARCISO JÚNIOR: Hoje não tem, né? Não, não. O Gildo disse que já foi. KEITH: Já foi pro banco? NARCISO JÚNIOR: Foi. Se o banco abrir hoje, vai cair hoje na conta. KEITH: Ah tá, então tá. Não, o banco abre hoje. Ai já vejo ai pra transferir o meu. NARCISO JÚNIOR: Então o dinheiro cai hoje na conta, viu? KEITH: É, né? NARCISO JÚNIOR: É. Dá uma olhada. Que, que que, quando chegou aquela informação, papai ligou direto pro Gildo. Ai deu uma esculhambação: "Gildo!". Rapaz, mas papai falou grosso com o Gildo: "Gildo! Porra Gildo, quer dizer que agente vai consegue o recurso. O recurso é repassado. Liguei agora pro Tinel, o Tinel disse que: "Narciso, desde da sexta-feira da semana passada o dinheiro já tá no DEPASA" E mesmo assim vocês não pagam, Gildo" Como quem fala: Eu consigo o dinheiro e vocês gastam meu dinheiro. Ai o, ai o, ai o Gildo pegou e ligou cinco minutos depois: "Já chamei aqui e foi pago". KEITH: Ah, então beleza. Cai hoje a tarde. NARCISO JÚNIOR: Eu acho que cai Keith, fica monitorando. KEITH: Tá.

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NARCISO JÚNIOR: E esse negócio do Adilson, se ele não me ligar, cara, não sei não, acho que não tem que botar "porra" (sic) nenhuma na medição não. KEITH: Eles fizeram algum serviço pra tu lá esses dias? NARCISO JÚNIOR: Fizeram. KEITH: Fizeram né. NARCISO JÚNIOR: Asfaltaram umas quatro ruas. Minha e vão asfaltar mais umas duas. KEITH: To vendo a hora deu perder porque eles não vem "imprimar" (sic), não vem fazer nada. NARCISO JÚNIOR: Pois é. Eles são horrível. KEITH: Então tá parceiro. NARCISO JÚNIOR: Tu viu, tu viu, tu viu que as empresas da rua povo agora, é, é, é o capeta, o capeta agora tem um pouquinho mais moral que as empresas da rua do povo, né? KEITH: (risos) NARCISO JÚNIOR: Tu viu, tu viu o tanto que tão batendo, né? É porrada agora pra todo lado. Dizem que as empresas do Rua do Povo só fazem porcaria. KEITH: Nós somos culpado de tudo agora, né? NARCISO JÚNIOR: "Vão tomar no cú, bicho" (sic) KEITH: Já tão me pedindo aqui um sofá. NARCISO JÚNIOR: Hã? KEITH: Tão me pedindo um sofá aqui. NARCISO JÚNIOR: Sofá? KEITH: É. Diz que a chuva "coisou" (sic) as coisas da molhou e eu tenho que dá um sofá novo pra ela. Sofá e um guarda-roupa. (risos) Fazer convênio da móveis Gazin. NARCISO JÚNIOR: É brincadeira viu? Agora agente virou culpado das "porra, vai tomar no cú bicho" (sic). KEITH: É. NARCISO JÚNIOR: Então falou. KEITH: Bicho, mas eu to doido que mude essa fiscalização mesmo. Porque o Marquinho não tá dando jeito, barão. Aqui eu to com uma rua aqui, o morador fez um negócio aqui, um gatilho na, na drenagem. Com essa chuva, espocou a rua toda que já tinha PSD. Tu acredita? Não, não, vou fazer, ai vê ai, paga denovo, mas "puta que pariu" (sic) é "foda" (sic) NARCISO JÚNIOR: Tá bom. KEITH: Tá bom. Falou. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4885479 KELMY: Essa medição da ZORTON, o Henrique me passou a medição parece que eles falaram com o Marcos Lourenço, eu vou entregar a medição e eles pagam direto para a ZORTON? Sabe? NARCISO JÚNIOR: Rapaz, eu não sei. Tem que falar para ele me procurar, o, o, o Kelmy. Tem que falar para ele me procurar, porque eu não sei. Eu ouvi alguma coisa do, eu ouvi alguma do Keith me falando isso também. Mas ele não me falou nada. Porque se eu receber, eu vou descontar o BDI e pagar pra ele, entendeu? Só que eu vou descontar 21,03 (por cento), ele vai perder muito dinheiro, "porra" (sic). KELMY: É. Então, então eu vou... NARCISO JÚNIOR: Quem que falou contigo? O Henrique ou o Jean? KELMY: O Henrique. Mas. NARCISO JÚNIOR: Pede pro Henrique me ligar. KELMY: Tá bom. NARCISO JÚNIOR: Tá. Tá, tchau. KELMY: Tá, Tchau. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4885547 NARCISO JÚNIOR: (...) rique?

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HENRIQUE: Oi Narciso, tá bom? NARCISO JÚNIOR: Meu amigo, a questão lá da medição da ZORTTON. HENRIQUE: Hã? NARCISO JÚNIOR: Se agente colocar é, no, no, no, é pra gente receber no meu contrato, vou ter que tirar o BDI, vocês vão perder dinheiro demais, cara. A ZORTTON vai perder dinheiro demais. HENRIQUE: É né? NARCISO JÚNIOR: Isso dai, isso dai era melhor agente, agente, agente ir lá pra dentro na segunda-feira e conversar com eles pra ver pra gente colocar a medição junto. Eu invés de entrar com ela na segunda (sic),eu entro na terça ou na quarta, que não vai fazer diferença nenhuma. E vocês resolvem a questão da papelada lá na segunda. O Keith me ligou de manhã e o Kelmy me ligou agora. Eu falei: "Cara, eles vão perder dinheiro demais". HENRIQUE: Certo. NARCISO JÚNIOR: Entendeu? Mesmo que eu não te cobre, mesmo que eu não te cobre o BDI, mas pelo menos os 12% de nota eu vou ter que te cobrar, entendeu? HENRIQUE: Não. Isso dai normal. Isso dai não tem problema. Mas... NARCISO JÚNIOR: Se você quiser: "Não Narciso, faz, faz e você recebe e me repassa e me repassa tirando 12%". Que é o que eu pago, eu pago é 11,70 e alguma coisa. Não chega nem a 12 por cento. Eu faço. "Ah não Narciso, eu não quero. Eu não quero. Eu quero resolver o papel e quero, e quero recuperar esses 11%". Ai fica a cargo de vocês, entendeu? HENRIQUE: Não porque, é você, você, o que você vai pagar, nós também vamos pagar. Mesmo que agente não faça junto com você, nós vamos ter que emitir a nota. NARCISO JÚNIOR: Mas ai, mas ai, ai além desses 11 vírgula alguma coisa por cento, vocês vão ter que tirar a nota pra mim por causa da contabilidade. HENRIQUE: Ah, entendi. NARCISO JÚNIOR: Entendeu? Ai ainda tem tributação. Essa outra, dessa outra forma tem uma vantagem: é só uma nota só. Vocês tiram a nota direto pra ele. E, e, e a de vocês ainda é EPP, vocês ainda pagam menos imposto. Eu acho que vocês nessa brincadeira ai vão perder uns 15 a 20 por cento. HENRIQUE: É né? NARCISO JÚNIOR: Eu, eu, eu que é acho melhor pegar aquele documento que agente fez lá traz e resolver desta forma. Ai eu seguro minha. Agente vai lá, conversa com eles. Eu seguro minha medição. Invés de entregar na segunda, eu entrego na terça ou na quarta. HENRIQUE: Certo. NARCISO JÚNIOR: Eles não pagaram nem a passada ainda. HENRIQUE: Não entendi. NARCISO JÚNIOR: Eles não pagaram nem a medição passada ainda. HENRIQUE: Não. NARCISO JÚNIOR: Então, não tem. Então não tem essa pressa deu (sic) entrar na segunda-feira. Eu entro na terça ou na quarta. HENRIQUE: Entendi. NARCISO JÚNIOR: Entendeu? Vê, vê o que fica bom. O que fica melhor pra Zorton eu faço. Nós somos parceiro. HENRIQUE: Tá. Tá legal. NARCISO JÚNIOR: Tá? Faz uma reunião lá com o Cian e com, e com, e com, e com o Adilson e vocês veem o que, que vocês querem. HENRIQUE: É. Porque, na verdade, na verdade, segundo o que eles nos tinham nos dito, é, é emitiria uma nota fiscal e pronto. Ai vocês repassariam o coisa. Só que eu falei o seguinte: "O produto agente teria que ter comprado no nome deles, pra eles ter despesa..." NARCISO JÚNIOR: Não, não. Mas pela aquela autorização, vai fazer, vai fazer uma subcontratação. Essa subcontratação, o que, que é isso? Vocês vão tirar nota pro estado e o estado vai depositar na conta de vocês. O dinheiro nem passa por mim, pô! HENRIQUE: Não, eu sei disso. Mas o que acontece é que eles não mandaram isso dai pra caixa, pelo jeito.

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NARCISO JÚNIOR: Ah, mas, mas, "porra" (sic), isso ai, isso ai agente resolveu em Setembro, né cara? HENRIQUE: Com certeza. NARCISO JÚNIOR: Agente resolveu em Setembro. Se esses caras passaram dois meses sem fazer isso, é sacanagem. HENRIQUE: Pelo jeito não passaram não. NARCISO JÚNIOR: Pois é. Ou, se, se, se tu quiser nessa, cara, nessa cara, pra resolver, agente faz, ai vocês perdem, vocês perdem um pouquinho de dinheiro nessa e na próxima. E ai resolve isso. E partir da próxima vocês tiram direto. HENRIQUE: É. Eu acho que é bom agente ir lá na, na, na Segunda-feira, lá no DEPASA, lá conversar com eles pra ver. NARCISO JÚNIOR: Vamo, vamo, vamo (sic). Vamo eu, você, o Adilson, o Cian (sic). Vamo todo mundo (sic). Agente senta com o Marcos Lourenço e faz a reunião com ele. HENRIQUE: É. NARCISO JÚNIOR: Pois é. É só. Eu não vou viajar. Eu to aqui em Rio Branco. A hora que você marcar eu vou lá. HENRIQUE: Ah, beleza então. NARCISO JÚNIOR: Pode marcar. Pode marcar que eu sou parceiro. HENRIQUE: Tá legal. NARCISO JÚNIOR: Valeu, até mais. HENRIQUE: Valeu, até mais. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 4893359 NARCISO JÚNIOR: Keith? KEITH: Fala parceiro. NARCISO JÚNIOR: Falei com o Adilson agora. Ele tá dizendo que o Gildo mandou dizer pra ele que não é pra meter nada na nossa medição não. O deles na nossa medição não, viu? KEITH: Ah, não é não? NARCISO JÚNIOR: É. Ele vai pagar direto. KEITH: Ah, beleza. NARCISO JÚNIOR: Tá? KEITH: Tu falou com o Adilson? NARCISO JÚNIOR: Falei com Adilson agora, nesse minuto. KEITH: Ah, então beleza. Tá bom. NARCISO JÚNIOR: Tá? Valeu. KEITH: Tá falado. Tá.

Na chamada abaixo Narciso em conversa com Fábio Calixto pede a este claramente que fizesse um projeto falso acerca das obras da Mais Academia, eis que este projeto era fundamental para se obter o financiamento do BASA, e que depois era para entregar o verdadeiro.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5013368 6881119927 6892050829 11/12/2012 10:22:49 00:02:16 EFETUADA � �

@@@ NARCISO JÚNIOR X FÁBIO

CALIXTO #

TRANSCRIÇÃO: FÁBIO: Alô. NARCISO JÚNIOR: Fábio Calixto? FÁBIO: Fala Narciso.

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NARCISO JÚNIOR: Meu amigo, to lhe ligando pra lhe pedir uma ajuda, você já mexeu no projeto da Mais? FÁBIO: Mexi não, ó. Eu to enrolado pra mexer nisso agora, ó. NARCISO JÚNIOR: Meu Deus do céu. FÁBIO: É que eu to mexendo aqui. NARCISO JÚNIOR: Meu Deus do céu, deixa eu lhe falar uma coisa. O pessoal do BASA, o nosso projeto vai pra comitê dia dezessete. FÁBIO: Certo. NARCISO JÚNIOR: Dia dezessete, e aí eu preciso, até quinta-feira, depois de amanhã, entregar o projeto elétrico e estrutural. Como o projeto estrutural ele não envolve, não envolve, é, é, é, aprovação, eu tava precisando que você mexesse nesse troço desse projeto pra mim, nem que você faça um projeto errado. Faz um lançamento, pega um detalhamento de qualquer outro projeto, cola. Faz um negócio falso, um negócio 'fake', sabe? Depois você faz o projeto correto, mas eu preciso que você… só desenha umas sapatas, desenha uns pilares, desenha uma viga, pega de outro projeto e cola lá. Faz um negócio falso pra mim, pra eu plotar e entregar amanhã. Porque se eu não entregar o elétrico, o elétrico o Campelo já me mandou. Se eu não entregar o elétrico e o estrutural e esse negócio não chegar até sexta-feira na mão deles, segunda-feira o meu projeto não vai pra comitê. FÁBIO: To entendendo. NARCISO JÚNIOR: O quê você pode fazer pra mim? FÁBIO: eu vou ver o que eu faço com você hoje à noite, tá? NARCISO JÚNIOR: Mas tinha que ser hoje, cara, pode ser um negócio, não perca tempo calculando nada, jogando nada, é um negócio falso mesmo, esse eu vou plotar, entregar no banco e depois jogar fora. Aí você daqui a duas semanas me entrega o verdadeiro. FÁBIO: Tá porque na verdade eu to enrolado aqui (inaudível)... NARCISO JÚNIOR: Mas meu amigo, …, eu to lhe ligando pra lhe pedir por favor não deixe de fazer isso pra mim hoje não, porque eu preciso entregar isso amanhã. FÁBIO: Então tá bom, hoje à noite eu vou dar uma olhada, tá? NARCISO JÚNIOR: Então tá bom. FÁBIO: tá bom. NARCISO JÚNIOR: Valeu. No áudio 5027875 Kelmy informa a Narciso que a medição da obra deu R$142.000,00. Narciso determina a Santos que a medição de sua obra tinha que dar R$300.000,00.Santos informa ainda que haviam cobrado em medição passada o valor de R$45.000,00 e que somente agora estaria executando a obra (possivelmente da empresa Raimundo Melo). Na chamada seguinteKELMY diz a Narciso que a medição tinha fechado em R$304.000,00. Em seguida Narciso diz que a medição teria que dar R$350.000,00. Estas chamadas mostram claramente que haverá o pagamento antecipado por obras ainda não executadas.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5027875 6881119927

13/12/2012 16:00:11 00:03:01 RECEBIDA �

@@@ NARCISO JÚNIOR X KELMY#

5030757 6881119927 6881110223 14/12/2012 09:08:50 00:01:15 EFETUADA �

@@@ NARCISO JÚNIOR X KELMY#

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TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5027875 NARCISO JÚNIOR: KELMY. KELMY: NARCISO? NARCISO JÚNIOR: Oi. KELMY: Essa minha medição, ela tá dando cento e quarenta e dois, mas, assim, por exemplo, tem calçada que não tá(sic) pronta que eu não tô(sic) colocando, entendeu? NARCISO JÚNIOR: Sim. KELMY: Eu tô(sic) colocando só uma parte dessas calçadas, porque tem muita calçada com baldrame, e essa... essa.., nessa medição cinquenta e cinco mil é só calçada. O quê tu acha, eu aumento mais? NARCISO JÚNIOR: Essa medição tem que fechar pelo menos duzentos e cinquenta a trezentos, né bicho? KELMY: É né? Porque mês que vem a gente não recebe, não né? NARCISO JÚNIOR: Pois é, essa medição tem que dar trezentos paus. KELMY: Trezentos? NARCISO JÚNIOR: É. KELMY: Então tá(sic), eu vou dar um jeito aqui. NARCISO JÚNIOR: Tá(sic), mas tu já concluiu a medição toda? KELMY: Já, falta pouca coisa pra eu colocar, falta só umas besteirinha(sic). NARCISO JÚNIOR: Tá(sic), mas por que deu tão baixo, cara? KELMY: Eu acho, problema é a chuva, né? Eu acho que gente teve uma ou duas semanas de muita chuva, e aí a gente tava(sic) fazendo muito esgoto, deu uma reduzida forte nos esgoto(sic), aí não dá pra puxar tanto, é, não dá pra fazer tanta base, e outra coisa.. NARCISO JÚNIOR: Mas reduziu os esgotos por quê? KELMY: Por causa da chuva. NARCISO JÚNIOR: Agora. KELMY: E outra coisa, teve a Raimundo Melo, a gente tá(sic) fazendo agora e cobrou na medição passada, né? Foram quarenta e cinco mil reais só da Raimundo Melo que a gente cobrou na medição passada. NARCISO JÚNIOR: Certo. Mas ninguém nem recebeu ainda. KELMY: É, mas já foi cobrada, né? NARCISO JÚNIOR: Tudo bem. KELMY: Eu tô(sic) falando, a gente tá executando agora, mas a gente já cobrou na doze. NARCISO JÚNIOR: Tá(sic), mas é, corre com essa medição, tá(sic)? KELMY: Então tá(sic), eu vou tentar chegar perto dos trezentos, então. NARCISO JÚNIOR: Tá (sic)tranquilo, né? KELMY: Hã? NARCISO JÚNIOR: Isso aí é tranquilo, né? KELMY: Chegar perto dos trezentos? NARCISO JÚNIOR: É. KELMY: É, porque aí eu posso colocar a base dessas ruas que a gente vai fazer , que vira no asfalto, posso dar uma aumentada na... NARCISO JÚNIOR: E aí, essas bases das piçarras tem toda na obra já também, né? KELMY: Já tem todas o quê? NARCISO JÚNIOR: Já tem toda essa piçarra na obra, né? KELMY: Teria, a pá já tá aqui, né? Só falta executar, só que sem chuva né? NARCISO JÚNIOR: É só lançar, e lançar essa piçarra é mixaria, né? É rápido? KELMY: Não, é. Rápido é. O problema é chuva né? O problema é chuva. NARCISO JÚNIOR: Tá(sic) bom, falou. KELMY: Tá(sic) bom, falou. //////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// Sobre o tema, vale citar as mensagens telefônicas abaixo:

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Recebida: "Narciso a mediao vai ficar em 150 mil" (sic) - Msg dia 10/12/2012 15:55:50 fone origem 556892285192 Enviada: "Falei agora com o Wellington e ele me disse que vai ver o que pode fazer pra chegar nos 220 mil" - Msg dia 10/12/2012 17:09:25 fone destino 556892285192 TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5030757 NARCISO JÚNIOR: Oi. KELMY: Oi. NARCISO JÚNIOR: Naquela medição que eu tenho lá para pagar para os empreiteiros, é...o EDILBERTO é doze mil, né? KELMY: É. Tu tá(sic) aqui na ob... na tv é? NARCISO JÚNIOR: Tô(sic), não. Tô(sic), não. Tô(sic) na ACREPREVIDÊNCIA . A ACREPREVIDÊNCIA inaugura na segunda-feira, então o fiscal me chamou aqui e o presidente da ACREPREVIDÊNCIA me chamou aqui e eu agora de manhã tô(sic) enrolado. Tu conseguiu fechar a medição? NARCISO JÚNIOR: tu conseguiu fechar a medição? KELMY: Consegui, mas não consegui equacionar tudo, porque eu tô(sic) com ele aqui na TV. NARCISO JÚNIOR: O quê? KELMY: Eu fechei a medição, fechei a medição. NARCISO JÚNIOR: Fechou quanto? KELMY: Trezentos e quatro. NARCISO JÚNIOR: Foi o que deu pra chegar, foi? KELMY: É, não, é, se tu quiser, a gente vê. NARCISO JÚNIOR: Não, eu queria chegar no trezento e cinquenta, tá(sic)? KELMY: Tá(sic), tá(sic) bom. Hein, mas me diz um negócio, é..., tu vai vim pra gente fecha junto? (sic) NARCISO JÚNIOR: Não, fecha essa medição e pode passar pra frente. KELMY: Já pode passar pra frente? NARCISO JÚNIOR: Pode. KELMY: E deixa eu te falar, eu tô(sic) precisando de estaca, ó! NARCISO JÚNIOR: Tá(sic) quando eu chegar no escritório eu vou liberar isso aí, tá(sic)? KELMY: Tá(sic) bom. NARCISO JÚNIOR: Tchau. KELMY: Tá(sic) bom. Tchau. Na chamada de índice 5310005 NARCISO cita obra de pavimentação em que cobrou do governo o pagamento de 9 (nove) metros de largura de um via, mas que executou apenas 8,60 metros, e indaga a seu interlocutor se 40 (quarenta) centímetros iria fazer toda esta diferença. Kelmy responde que sim, pois seria multiplicado pelo cumprimento da via.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5310005 6881119927 6881110223 14/02/2013 07:06:19 00:07:37 EFETUADA � �

@@ NARCISO JÚNIOR X KELMY -

MEDIÇÃO #

TRANSCRIÇÃO: KELMY: Oi. NARCISO JUNIOR: bom dia KELMY! KELMY: Diga! NARCISO JUNIOR: A gente vai ter que passar a medição né? KELMY: É! Eu tô... comecei a fechar já.

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NARCISO JUNIOR: É? KELMY: É! Mas é basicamente calçada! NARCISO JUNIOR: E o que, e o que que tu tá colocando nela? KELMY: Eu tô colocando calçada, né? Eu tô, eu tô fechando a quantidade né, mas tem algumas coisas que já tão (sic) adiantadas, né? Eu te falei, né? NARCISO JUNIOR: Sim. Mas é pouca coisa, né? KELMY: hãm? NARCISO JUNIOR: Pouca coisa adiantada né!? KELMY: Não! Tem pouca coisa não! Eu não descontei tudo que eu, que eu ia, eu ia medir na na medição passada não! NARCISO JUNIOR: Mas o que que tem? KELMY: Sim. Tem umas ruas aí que estão adiantadas. Entendeu? Por exemplo: tem ruas que eu medi 100 metros. NARCISO JUNIOR: Certo. KELMY: E aí eu vou, aí eu vou por exemplo, ela tem 220 metros, eu já medi 100, entendeu? Então só vou pedir, poder medir mais 120. NARCISO JUNIOR: Entendi. Vai fazer só o que foi feito agora, né? KELMY: É. Entendeu? NARCISO JUNIOR: Certo. Tu acha que essa medição vai dar o que? Vai dar maior que a outra? KELMY: Vai dar mais ou menos essa faixa aí. Uns 150. Aí tem um pouquinho de drenagem também que a gente fez. NARCISO JUNIOR: Tu acha que vai dar uns 150 mil só, é? KELMY: É. NARCISO JUNIOR: Deixa eu te perguntar uma coisa? Quando tu passou lá, (inaudível) o item 1 e 2, você já botou as as administrações? KELMY: Já. Nove. NARCISO JUNIOR: E isso aí passou, né? KELMY: Passou. E ainda aceitou. Eu coloquei nove. Até... seria até dia 16/12, né!? de 2013. NARCISO JUNIOR: Sei. KELMY: Mas passou. NARCISO JUNIOR: Certo. Então... e quando vocês ficaram de sentar pra pra ver os itens 3, 4, 5 e 6? KELMY: Pois é. Eu vou preparar e já levo pra ele. Converso com ele, né. Eu só preparo. Eu vou fechar 3 e 4 e vou levar pra ele. NARCISO JUNIOR: tá, tu fecha (inaudível) hoje? KELMY: (inaudível) hãm? NARCISO JUNIOR: hãm? KELMY: Não, tô. Eu tô levantando as coisas da medição, né, vou só terminar a medição e levo pra ele. Que eu tô levantando as (inaudível). NARCISO JUNIOR: Mas o que você tu acha que é mais complicado? KELMY: Assim. O o. NARCISO JUNIOR: O mais, o mais complicado pra mim era era no item 1, a questão lá do do das trocas de solos, todo aquele (inaudível), sabe? E isso, e isso já foi todo, já foi todo consolidado, né? KELMY: É mas tu tô falando. NARCISO JUNIOR: hãm? KELMY: hãm? NARCISO JUNIOR: Eu acho que o mais difícil é essa questão dessa piçarra da pavimentação. Porque o problema não é tanto o o macro em si. O problema é eles conseguirem salvar isso lá pra frente, entendeu? NARCISO JUNIOR: Sim, mas ele vai aprovar isso na obra, cara. Ele vai aprovar ainda na obra. Tem problema não. KELMY: Sim, mas ele ele... quando eu falei sobre pavimentação, ele falou: "ah, mas isso aqui é geométrico, isso aqui é". Entendeu?

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NARCISO JUNIOR: Tudo bem, mas mas a nossa pavimentação, tu me falou que o que está dando furo na nossa pavimentação não é, não é muito a largura. É... sim, a a pavimentação é que tem algumas que foi cobrado 9 metros e agente fez 8,60, né isso? KELMY: Isso. NARCISO JUNIOR: Mas os 40 centímetros? Vai fazer essa diferença toda? KELMY: Vai, pô. Porque é 40 centímetros a largura da rua vezes o comprimento da rua. NARCISO JUNIOR: Mas o problema da pavimentação não são os empolamentos? KELMY: Não, não! Não tava, não tava empolamentos, não. NARCISO JUNIOR: Tá não, né? KELMY: Tá não. Tá não. Eu fiz os cálculos lá e não tá dando empolamentos não. NARCISO JUNIOR: Então, então a pavimentação lá é entre os 20 e os 15, né? KELMY: É. O problema tá na... é. NARCISO JUNIOR: O problema, o problema da pavimentação é o seguinte: a gente fazer uma justificativa porque, porque quando foi pedido, foi pedido pra pra limpar a rua e dar acesso. Dar acesso era piçarrar. Era piçarrar de cerca a cerca. Então a gente jogou uma uma piçarra a mais. Isso aí, isso aí foi pedido na época é é pelo chefe do comitê gestor que era o Marcos Alexandre que pediu isso, pô. Porque tinha que dar acesso pro morador. KELMY: (inaudível). NARCISO JUNIOR: Isso aí não vai ser na base, isso aí não vai ser na base. É só na sub-base. KELMY: Pois é. Eu falei isso pra ele, mas ele falou: "mas homem isso é geométrico, isso não tem como". NARCISO JUNIOR: (inaudível). KELMY: Não, eu concordo contigo. O problema éé... eu tô te passando o que ele me argumentou, entendeu? NARCISO JUNIOR: Certo. (inaudível) ele quer descontar inclusive de coisa que já está medida? KELMY: É. No caso, lá na frente vai faltar né. NARCISO JUNIOR: É não... mas aí não pode né? Isso, isso aí já foi, já foi inclusive medido é não tem a menor menor condição. Foi medido porque foi feito. Na época foi medido e foi conferido. Não tem como. Bom, isso aí, isso aí a gente conversa com ele. KELMY: É... aí ó...aí da drenagem ééé largura, né? Só as larguras, que a gente tá fazendo larguras maiores. Por exemplo: tu lembra daquela, daquele terreno mais fundo que a gente fez lá na princesinha? Que tu foi lá e. NARCISO JUNIOR: Lembro. KELMY: Aí tu ligou pro Marcos... é esse tipo de coisa que vai dar problema em drenagem, entendeu? Mas... mas vou levar pra ele e ele vai dar uma analisada, né? NARCISO JUNIOR: Pois é. Porque essas coisas tudo, tudo implica em (inaudível) em DMT e o escambau, né? KELMY: Exatamente. É, é. Mexer em escavação, tu vai mexer em tudo, né? NARCISO JUNIOR: sei. KELMY: Pois é. NARCISO JUNIOR: E isso ele não tá pagando não, é? Ele nem chegou. KELMY: Não, pagando ele tá. Até. Eu acho que o Marcos faz só o seguinte: ele olha o valor da medição e vai lá e taca ferro pra pagar, entendeu? Porque, assim... ele não tá tão por dentro daquela planilha que eu passo por ele, pra ele não. NARCISO JUNIOR: É, mas mas isso aí, isso aí é é ruim pra ele, né cara? É ruim pra ele e depois pra gente. KELMY: Exatamente. É ruim pra ele, mas é ruim pra gente, porque ele não tá entendendo o que ele tá pagando, né? Porque ele chegou a dizer que item é esse aqui, não sei o que. NARCISO JUNIOR: Não, a gente... mas a nossa memória de cálculo tá lá ué. Tá lá. KELMY: tá, mas. NARCISO JUNIOR: (inaudível). Tá bom. KELMY: mas nós.

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NARCISO JUNIOR: É... faz faz o seguinte: fecha essa medição, fecha essa medição e se a gente chega perto dos cento e cinquenta, pelo menos de 200 pau (sic) e aí quando tiver com essa medição fechada tu me avisa, tá? KELMY: Tá bom, tá bom. NARCISO JUNIOR: tá tchau. KELMY: tá tchau. Nesta chamada, NARCISO informa várias irregularidades ocorridas na construção do hospital público de Rio Branco. NARCISO informa que está executando várias obras neste hospital que não foram contratadas pelo Governo do Estado do Acre. NARCISO cita que uma pessoa conhecida por Welington disse que há um aditivo no contrato no valor de R$50.000,00, e informa que há planilhas erradas da construção. NARCISO fica indignado, pois informa que só os cabos de 185 milímetros custaram o valor de R$40.000,00 (quarenta mil reais), e desta forma como o aditivo poderia ser apenas de R$50.000,00? NARCISO diz que vários itens executados não constavam da planilha da obra, tais como os itens 16 e 21, os quais constavam apenas na planilha de NARCISO, e que tais serviços não foram contratados pelo Governo. Assim NARCISO cita que tem um saldo a receber no valor de R$250.000,00.Ainda, NARCISO disse que comprou na fábrica os cabos de 158 milímetros por R$20.000,00 (vinte mil reais) e que no SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), o valor deles é de 35 a 40 mil reais.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5316450 6881119927 6892080161 15/02/2013 10:25:19 00:08:49 EFETUADA �

@@ NARCISO X MNI -

CONVERSAM SOBRE A OBRA DO HOSPITAL #

TRANSCRIÇÃO: MNI: Oi Narciso. NARCISO JR: Eu tava com.. com o Wesley aqui falando..aí ele falou: o problema do teu aditivo só tá dando uns 50.000. Aí eu falei Wesley o problema cara é que vocês..não entenderem.. enquanto vocês estiverem desprezando o meu trabalho e da (inaudível.. entendo Elisana).. vocês vão ficar fazendo planilha de adequação errada e aí eu vou ficar mostrando pra..pra Adler e pra todo mundo que vocês estão fazendo besteira.. só de cabo 185 mm, só um item cabo 185mm dá uns R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) , um item..um item cabo 185mm que tá lá na obra, tá em projeto, tá lá na obra dá uns 40 pau.. como é que ..como é que toda..toda equação dá só 50.000(cinquenta mil)? Aí ele: não.. mas é porque Narciso a gente paga o cabo...a gente pagou esse cabo e agora (inaudível)... eu falei Wesley vamos lá, mais uma vez: quando eu, lá no início da obra, eu não tinha executado o cabo, na minha medição que eu te passei com o que você me devia eu nunca cobrei o cabo, aí você pegou e me pagou o cabo. ok. Agora eu fui e executei o cabo..aí agora eu tô cobrando o cabo e você tá dizendo: eu te paguei. Tudo bem, cê me pagou pra mim pagar uma pastilha de vidro, pra mim pagar uma demolição, pra mim pagar"n" itens que não tem. Ele falou: e aonde estão esses itens? eu: na planilha que a (inaudível ..entendo Elisana) te manda e que você ignoram, faz o seguinte: pega aquela planilha, o item 16, o item 21, tem itens enormes lá com "n" serviços executados que vocês simplesmente nunca contratam. Eu agora, se você já me pagou o cabo de 90 mm, eu

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agora não tô te cobrando, eu tô te cobrando o cabo de 90 mm porque eu tô executando isso agora, mas como cê já me pagou cê não vai me pagar esse cabo, você vai me pagar é os "n" itens que tem na planilha que dá o meu saldo de 250.000 (duzentos e cinquenta mil), eu tenho 250 pau pra receber. Ele: mas na nossa não dá isso. Claro na de vocês, aí eu falei: agora mesmo.. chamei ele.. posso contratar o Julio por 7.000 (sete mil) pra fazer instalação de (inaudível..entendo IT)..ele :pode. Eu falei: isso daí vai entrar num item, instalação de IT que vai entrar lá no item 21, esse item você não tem em planilha, tu vai me pagar esse item como pintura, aí quando eu fizer a pintura, você vai falar eu já te paguei os sete mil da pintura. Sim, cadê o serviço de instalação do sistema IT? Tu tem que entender que tu tem que pegar aquela planilha e tudo que tem na minha planilha que não tem na de vocês.. vocês têm que contratar senão vai continuar dando merda. MNI: Hunrum. É verdade. Eles sabem disso. NARCISO JR.: Então.. mas cara.. o problema.. eu às vezes começo a achar que eles fazem também de maldade.. de burrice, eu acho que eles são burros. MNI: Não.. não é burrice Narciso; é pra ver se conseguem te dobrar no cansaço. NARCISO JR. : Hã? MNI: É pra ver se conseguem te dobrar no cans...no cansaço porque eles sabem disso; eles te fazem de besta. NARCISO JR. : Não, o que você vai.. aí ele falou então manda a Elizana pra cá, tu vai enfatizar o seguinte, quando ele chegar.. mas Elizana este cabo eu já paguei. Tudo bem já pagou.. tá. Aí tu vai na planilha, e esse item tu pagou aonde, e esse item tu pagou aonde, e esse item tu pagou aonde.. aí tu sai mostrando todos os itens e vai falar: meu parceiro tudo isso aqui cê não pagou. Então tudo bem, nós não queremos, nós não queremos os 40.. os trinta mil reais do cabo, nós queremos os trinta mil reais dessse serviços, desses serviços que este cê não pagou até porque não tem contrato, vocês nunca se indignaram a olhar esta planilha pra adequar ... MNI: Hunrum. NARCISO JR. : Entendeu. Então..então isso.. quando você chegar aqui na SEOP é isso que você vai enfatizar, o..o Welington o problema Welington é que enquanto vocês não pegarem, pára de olhar um pouquinho pro umbigo de vocês, pra planilha de vocês e olha pra planilha real, a planilha que é feita dentro da obra, quando a gente vai lá na obra e vocês mandam derrubar uma parede, a gente derruba esta parede, a gente mede e joga nessa planilha, em qual planilha, não é na de vocês, é na planilha real, a gente trabalha com a planilha real, dessa planilha real tu vai ter todos os itens que não tem na tua planilha contratada pra aditivar, e se você não fizer isso, vai ficar sempre essa putaria, a gente tem 250 pra receber e vocês só querem pagar 100 e com isso a obra nunca vai acabar. MNI: Certo. NARCISO JR. : Cê.. cê.. entendeu a transparência da coisa que você vai ter que passar pra ele agora, é porque ele continua dizendo: Narciso o problema é que esse cabo aqui tá pago. O problema é que este serviço que cês tão cobrando aqui já tá pago. Tudo bem; meu parceiro eu tenho que cobrar porque eu tenho que cobrar alguma hora; se eu não cobrei lá trás e cobrei agora é porque eu só executei agora; a minha planilha que eu faço com o Elizei, aquela coloridona...e aí..e aí quando a gente faz a nossa planilha real, lá no final, a gente faz um levantamento, quanto que eu tenho de serviço executado: é "x"; quanto que foi pago, pelo "n"formas, contrato, aditivo 1, aditivo 2, é..é... negócio do qualisus...a gente também lança lá; o quê que a CIC tem pra receber, um menos o outro, como é que ele regulariza, vendo tudo que tem nesta planilha que ele não tem contratado pra ele contratar.... MNI: Hunrum.. NARCISO JR.: Simples assim.. simples assim, agora o problema é que ele..é que ele não se indigna a olhar a planilha; o cara, ele.. acabou de me dizer que o (inaudível) dele tava nuns R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), se tu pegar pelo preço sinap o cabo de 185 mm que a gente botou lá, só de cabo, se eu paguei pra fábrica os 185mm eu acho que paguei uns R$ 20.000,00 (vinte mil reais), só de preço sinap desse cabo dá uns 35..40.000 (quarenta mil); como é que a planilha dele só dá 50? e todos aqueles itens....

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MNI: O (inaudível) teima ..é..pode ter certeza, que a parte de elétrica, eles não estão colocando na planilha, certeza absoluta. NARCISO JR: Então tudo bem; então se ele não for colocar a parte elétrica na planilha, eu vou.. eu vou...na segunda-feira eu vou ligar pra Adler, pro Governador e pro Wolvenar e vou falar: eu não vou terminar a obra porque não estão querendo me pagar a parte elétrica. Que a parte elétrica fica mais caro..eu comprei.. MNI: Eu falei pro Weifer.. Weifer a parte elétrica é o que tá dando mais dinheiro, ele: há mas a gente só vai mexer nisso aí depois que (inaudível) fizer levantamento..sim mas tu não tá fazendo aditivo? Coloca logo isso aí.. ele: não, isso não vai entrar nesse aditivo não porque isso daí é outra coisa. NARCISO JR.:Pois ..pode avisar pra ele, o Narciso disse que se não pagarem a parte elétrica ele vai paralisar a obra não é porque ele quer não; é porque ele não vai ter dinheiro pra terminar a obra; isso aí vai..vai paralisar a obra, vai paralisar mesmo, vai paralisar mesmo, e eu vou chegar pro Governador e vou falar: porque não quiseram medir minha parte elétrica, por que? porque disseram que precisavam de um levantamento e nunca mandaram o..o engenheiro eletricista fazer; cara, o Estado tá sem obra nenhuma, cê chega naquela SEOP tá todo mundo sem fazer nada, pega este cara e manda lá pra obra, em uma manhã ele faz esse levantamento; agora ele vai fazer esse levantamento quando? quando a obra estiver paralisada? MNI: É verdade. NARCISO JR. : Pode, pode avisar pra ele, ou..ou..ou faz a parte elétrica, isso é simples cara, pega o Adé, manda o Adé ir lá com o Toinho, que faz esse levantamento, faz esse levantamento hoje, amanhã que é sábado..faz esse levantamento em dois dias, segunda-feira esse levantamento tá pronto. Agora, se não fizerem o levantamento da parte elétrica, não tem problema, não tem problema, eu vou paralisar a obra, eu vou paralisar a obra.. MNI: Tá beleza então. NARCISO JR.: Então ..então..isso daí, isso daí..cê vai chegar pra mim, meu amigo, nós tamo tratando com transparência, o cabo tá lá na obra, vai lá e manda passar a trena, as eletrocalha tão lá na obra, manda passar trena nela, ah mas vocês estão querendo refazer um projeto pra medir pelo projeto que não fica nem certo, porque o projeto é o que tu não tava me mostrando a quantidade de uniduto, de curva que eu faço, no projeto sai uma coisa reta, lá na obra ela é cheio de curva. O problema é que eles têm que tirar um pouquinho a bunda do ar-condicionado e ir lá pra obra medir. O nome medição, o quê que é medição, medição é medir, não é estimar não, ele tem que ir lá pra obra, passa a trena porra, passa a trena, não tem problema não. MNI: O Weiser tava medindo a obra por...por foto. NARCISO JR.: Hã? MNI: O Weiser tava medindo a obra por foto. Ele vinha aqui e aí tirava a foto aí ia pra Seop e fazia a medição. NARCISO: Não.. é brincadeira..não é brincadeira..então, então chegou um ponto agora, chegou um ponto agora, que é chamar esses cara..pra.. chamar esses cara na responsabilidade mesmo.. falar com ele, olha: tem que.. tem que chegar e tem que contratar todo o aditivo, se não contratar o aditivo não tem jeito, não tem jeito. MNI: Tá certo. NARCISO JR. : Tá? Tá... tchau. MNI: Hunrum...tchau. Na chamada de índice 5310990 o alvo MARCELO propõe a empresário Ricardo, da empresa Vetor, a assinar um projeto referente ao Vale do Carandá de adequação de obra, o qual não foi realizado por Ricardo. Este demonstra preocupação quanto à irregularidade do que lhe foi proposto por MARCELO, e acaba recusando a proposta. Este áudio demonstra que MARCELO não prima pela legalidade em seus atos de ofício. ÍNDICE TELEFONE TELEFONE DATA DA HORA DA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

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DO ALVO DO CONTATO CHAMADA CHAMADA

5310990 6899845898 6899853300 14/02/2013 10:08:01 00:07:00 � �

@@@ MARCELO X RICARDO #

TRANSCRIÇÃO: MARCELO: fala doutor. RICARDO: e aí Marcelo beleza!? MARCELO: tudo tranquilo. RICARDO: rapaz, cara... que que é esse negócio do Vale do Acarandá pra gente assinar, hein Marcelo? MARCELO: mas era o projeto que a gente tinha combinado! RICARDO: a gente tinha combinado? MARCELO: ééé, não falei pra você que tinha uns projetos pra assinar que você fez e foi feita só algumas adequaçõezinhas. RICARDO: pois é Marcelo, ficar assinando coisa que a gente fez adequaçãozinha que não foi a gente que fez é complicado demais cara! MARCELO: mas dá uma olhada aí! Vê se tem alguma gravidade. Até então não foi nada demais não cara. No mais ééé solicitação que foi... foi feita. A gente tá com problemas nos contratos. RICARDO: (inaudível) as elevatórias ali que não é padrão que a gente faz. Eu assinei aquilo (inaudível). MARCELO: não, mas ô... elevatória foi baseado no fornecimento de uma empresa. Se propor uma situação. Aí o que que acontece. Éé quando foi adquirida, foi adquirida uma outra, um outro sistema que é patenteado. Ela é (inaudível). RICARDO: não Marcelo! MARCELO: hãm!? RICARDO: aí eu vou assinar isso!? MARCELO: ué!? Se tiver... tem algum problema para você!? Se tiver problema!? RICARDO: o problema Marcelo, sabe que que é o problema? Deixa eu te dizer qual é o problema. Daqui 3 anos não tem mais governo do povo... tá o governo Marcio Bittar aí... aí vem Ministério Público... não tá funcionando (inaudível), a elevatória não tá funcionando. Quem fez? Ah quem assinou aqui!? Ah, foi a Vetor. É só esse que é o problema Marcelo! MARCELO: mas se for baseado numa empresa que tá fornecendo que é a (inaudível) que tem o projeto. RICARDO: então beleza. Então a parte, essa parte que foi ele... você manda pra ele, ele assina. Pronto. Tira até o nome, o carimbo da Vetor lá e tal porque esse negócio hoje em dia cara tá dando muito problema! MARCELO: oxi. RICARDO: e o problema fica. Você sabe disso Marcelo. MARCELO: não. RICARDO: (inaudível) coisa pra você assinar aí ô e daqui a pouco não tem mais governo aí... fica um peso enorme nas suas costas. Você entendeu!? MARCELO: não, não quero que assina nada que teje (sic) problema. Tô mandando. RICARDO: só um pouquinho... hein!? MARCELO: oi? RICARDO: entendeu cara? MARCELO: hurum. RICARDO: é só isso! MARCELO: cê tá com a menina aí? RICARDO: não sei se ela já saiu. MARCELO: você nem deixou ele entrar não!? RICARDO: não, tá na recepção. Aí eu vi aqui. Eu falei vou conversar com o Marcelo e depois a gente resolve isso aqui. MARCELO: não deixou ela entrar não é!? RICARDO: porquê!? Valia a pena?

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MARCELO: o o o se vale! Hahaha. RICARDO: porra (sic) bicho (sic) hahaha. MARCELO: cê acha que eu vô, cê acha que eu vou mandar negócio que não presta rapaz!? RICARDO: eu devia ter olhado pelas câmeras aqui. MARCELO: mas rapaz, presta muito ô. Hehe. E gosta do negócio. Hehehe. RICARDO: hehehe. MARCELO: hehehe. RICARDO: rapaz, só isso. A gente tem que tomar cuidado. Depois é foda (sic) bicho (sic). MARCELO: não cara, a gente mandou justamente você tem que dar uma analisada. Se você vê que tem algum problema pra você a gente não vai criar problema não. Mas assim, a gente não vê nenhum problema por quê? Porque é um projeto... tá sendo a Infibra que forneceu. É uma coisa já usual. RICARDO: então beleza. MARCELO: o problema que tem. O problema que tem. Não o problema. Imagina eu tendo que passar ofício pra (inaudível) em São Paulo e não sei o que. A gente tem uma pressa, uma urgência sobre esse negócio aí. A gente tem que entregar os empreendimentos. RICARDO: aí (inaudível), bate o carimbo e tum (sic). MARCELO: mas não é projeto deles, é projeto nosso. A gente pagou. Teoricamente era pra tá dentro dum (sic). Assim, não é nada. A gente não vê nada. Agora se você sente desconfortável em fazer, em assinar... praticamente uma Zilt né!? RICARDO: (inaudível). MARCELO: hãm!? RICARDO: eu fico com medo de assinar esse negócio cara! MARCELO: não, se você tem receio de assinar. A gente não vê problema porque é um, é um negócio que é usual no país inteiro. Ela fornece até pro exterior, só que a dificuldade nossa é pegar isso aí e pedir aprovação de... projeto, não sei o que lá. Eu já pedi pra aquela porcaria de empresa que executou lá, a MC. Deus me livre! Até o cara ter a logística pra conseguir mandar esse troço (sic) pra lá vai um parto. E como a gente tem uma urgência urgentíssima, vou ver se o Ricardo ele assina porque até então não foge nada do que tá sendo usual. O problema dessas elevatórias não é nem o equipamento difícil, elevatório não. É operação cara. Já foi mais do que comprovado. A porra (sic) do DEPASA não opera. Acabou, deixa lá e não limpa. (inaudível)... nunca isso. O problema taí, não é na concepção... porque é uma coisa que tá sendo usual. Em todo ligar do mundo funciona porque a porra (sic) do Acre não funciona? Porque não tem operação. É culpa do Felizmar? Em termos sim... porque assumiu a bomba (sic) lá... o problema que governo não tem dinheiro pra cuidar de tudo. RICARDO: complicado cara. É grave isso aí! MARCELO: não é cara. Então assim, lá no Santo Afonso tá comprovado que tá funcionando perfeitamente, mas que que tem lá!? Tem um equipe lá... obstruiu, aí vai lá limpa e continua o sistema. Tá tudo bonitinho. Eficiência, eficiência muito boa. Agora esses outros aí ele não cuidam, não querem saber. Foda-se (sic), não quer saber. E o rolo tá mesmo instalado. RICARDO: cai em descrédito e depois querem cobrar dos dos usuários, fornecedor. Querem cobrar da gente pra pagar taxa de esgoto, você entendeu!? Aí fica aquela putaria (sic) né. MARCELO: não, entendo cara. Não, assim a gente não vê nenhum problema, se você vê problema nisso. RICARDO: não cara, eu não quero assinar mais nada que a gente não fez. E outra coisa, não entregou mais projeto corrido. Rapaz, o problema fica. MARCELO: ah na, isso aí sem dúvida. RICARDO: fica, mas fica mesmo sabe. Cara, não quero mais assinai isso não bicho (sic). Marcelo pode ter certeza. Toma cuidado com o que você assina aí. Muda governo. MARCELO: hãm!? RICARDO: toma cuidado com o que você assina aí porque muda o governo depois. MARCELO: ah, sim. RICARDO: não quer nem saber. Ah, não lembro disso não. Sei disso não. MARCELO: não, hahaha. Assinou porque quis e nem cobrou nada... eu sei que... já acontece hoje! Imagina depois que sai!

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RICARDO: pois é! MARCELO: hoje, hoje já é assim tá, que eu já entendo. RICARDO: pois é. MARCELO: não, porque... eu não, eu não tenho problema nenhum cara. Eu sou bem transparente. Se dá, dá. Se não dá, eu explico qual que era a ideia. Então assim, a partir do momento fala assim "por que que não fez?", "por que que não deu tempo de entregar?". O seguinte: o projeto é esse. Aconteceu isso. A projetista não é responsável pela assinatura... ela num num não vai assinar porque não é trabalho dele e a gente vai ter que correr com com outros procedimentos. Vai demorar mais meses, vai. Então isso aqui também vai demorar um mês, pronto! (inaudível) MARCELO: eu tô vendo um caminho mais fácil, no entanto. RICARDO: beleza doutor. MARCELO: ei, mas chama ela aí. Aí fala assim. Chama ela, não pode perder a chance não. Depois você me liga. Aí você pega, atende e fala o seguinte: "olha eu acabei de ligar pro Marcelo e aí como aqui se trata de uma Zilt eu não, eu não posso assinar tá!". RICARDO: não, beleza. MARCELO: e não faz igual eu fiz. Mas você tem que atender tá!? RICARDO: peraí, eu vou avisar a. MARCELO: ah. RICARDO: tá aqui ainda. MARCELO: falou. RICARDO: falou. MARCELO: hehe. Na chamada de índice 5319213 MARCELO informa a um empresário que em relação à nota de pagamentode uma empresa denominada Prática, no valor de R$700.000,00, iria utilizar recursos do BNDES. Cita que tal nota havia sido liquidada em restos a pagar, e devido a este fato não poderia ser mudado. Então o interlocutor propõe a MARCELO a proposta da confecção de uma carta retificadora, na qual constaria a frase: “onde se lê isto, leia-se isto” (sic). MARCELO diz que acataria a proposta, pois já havia adotado tal procedimento anteriormente como um meio de burlar a proibição legal. ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5319213 6899845898 6899719913 15/02/2013 17:11:15 00:02:19 �

@@ MARCELO X TOSTES #

TRANSCRIÇÃO: TOSTES: ô meu jovem! MARCELO: e aí autoridade! TOSTES: que que manda? MARCELO: seguinte cara. Temos um pequeno problema. Sabe aquele pagamento da Prática que ia usar dinheiro do BNDS... de 700 mil? TOSTES: hum!? MARCELO: aquela nota já foi liquidada cara. TOSTES: (inaudível). MARCELO: e ficou em restos a pagar. TOSTES: ah agora fudeu (sic) meu jovem.

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MARCELO: hãm. E não tem como cancelar, mudar até. Tava fazendo estratégia lá pra pra verificar essa porra (sic) aí. Falei pelo amor de Deus. Mas já tava como certo né!? Tudo. Tinha já passado aquela planilha. Tá tudo tranquilinho. TOSTES: mas o cara não pode. O cara pode alterar pelo menos alterar, alterar "nonde (sic) leia-se isso, leia isso", entendeu!? MARCELO: ah é, você deu uma ideia boa. Fazer aquele. TOSTES: entendeu!? Fazer aquele esquema assim: "onde leia isso, leia isso". MARCELO: tu lembra. Tu inteligente hein cara! TOSTES: hum. Hehehe. MARCELO: vô (sic) aceitar essa estratégia! (inaudível). TOSTES: (inaudível). Essa estratégia a gente. Não, faz. Tem umas aqui. Na na habitação, no DEPASA tem umas assim. MARCELO: é!? TOSTES: até contrato as vezes. MARCELO: eu já fiz isso uma vez, só que eu não lembrei dessa estratégia não. TOSTES: então, então... eu esqueci o nome como é que se fala. Retificar a nota, acho que é retificar. MARCELO: é! Uma carta retificadora. TOSTES: então, carta retificadora. Leia esse objeto tal tal tal. MARCELO: eu já fiz isso uma vez, só que não lembrava. Rapaz, até que tu teve uma ideia boa ô. TOSTES: já mata (sic). Já valeu, já vale as tuas férias já agora. Hehe. MARCELO: hehehe. Tá, eu vou pedir pro Judeilson fazer isso aí que eu tô, eu já tô entrando de férias. TOSTES: beleza então, falou. MARCELO: vou lá pra tua cidade, Rio de Janeiro. TOSTES: eu tô aqui pô. Hahaha. Chega quando? MARCELO: fica até quando aí? TOSTES: (inaudível). Eu saí já. Acabou hoje a minha mordomia. MARCELO: orra (sic) bicho (sic). Tô chegando aí quanta-feira. TOSTES: (inaudível). Tá, faltou a gente se encontrar no aeroporto. MARCELO: hehehe. TOSTES: beleza então, falou. MARCELO: beleza, falou. Valeu, tchau. TOSTES: tchau. Na chamada de índice 5319257 MARCELO menciona a seu interlocutor que manteve contato com alguém (ver áudio acima) e esta pessoa ter-lhe-ia dado uma idéia boa. MARCELO diz que era para deixar o processo (de pagamento) como está, e que iria pedir para a empresa uma carta retificadora, retificando o nome que tem lá (referindo-se possivelmente à nota de liquidação). MARCELO diz que era para deixar o processo “rodar” com os “cabeças de bagre”, e quando fosse pagar, solicitaria a retificação só do nome. E que tal procedimento seria realizado por último, sem passar pelos controladores, que não poderiam saber. Este é mais um exemplo de como MARCELO utiliza-se de subterfúgios ilegais para a consecução de seus objetivos. ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

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5319257 6899845898 6899245364 15/02/2013 17:14:07 00:01:19 � �

@@ MARCELO X JUDEILSON #

TRANSCRIÇÃO: OBS: vide chamada índice 5319213 - 15/02/2013. JUDEILSON: e aí!? MARCELO: seguinte cara. Acabei de falar com ele, ele deu ideia boa. Ééé deixa o processo do jeito que tá. Passa pro Normando, pro Normando, lá ooo. JUDEILSON: o Aguiar. MARCELO: o Aguiar tudo certinho. Eles vão aprovar. Aí a gente vai pedir pra empresa uma carta retificadora cara, retificando o nome que tem lá! JUDEILSON: ah, tá ok! MARCELO: entendeu!? JUDEILSON: aham, sem alterar a nota porque a nota não pode ser alterada. (inaudível). MARCELO: isso, mas ô. Mas primeiro deixar rodar o processo. JUDEILSON: aham. MARCELO: tudo pelos cabeças de bagre ali. Aí depois quando a Silvania for pagar solicita a retificação só do nome. JUDEILSON: ah tá. MARCELO: combina isso com a Silvania. JUDEILSON: (inaudível) manda uma correspondência dizendo assim... retificando o nome que tá lá. Aí a gente. MARCELO: isso! JUDEILSON: acrescenta saneamento né!? MARCELO: justamente! Acrescenta saneamento e tira o acesso lá. JUDEILSON: tá ok então. MARCELO: aí cê (sic) acerta aí com a Silvania direitinho, vê se pode fazer. Mas por último sem passar pelos controladores nossos aí porque senão. JUDEILSON: tá ok, deixar quando for fazer o pagamento né!? MARCELO: isso, até (inaudível) com a Silvania vê se dá, senão meu amigo aí tamos lascados (sic). Que não tem jeito não ele falou. Que o banco não vai pagar. JUDEILSON: não, a carta retificadora eles mandam né!? I (sic) se o Tostes disse que isso aí ele aceita, então vai dar certo. MARCELO: é só os nossos controlador (sic) que não podem saber. JUDEILSON: tá ok! MARCELO: tá bom. JUDEILSON: tá bom. Falou. MARCELO: falou, tchau.

Na chamada de índice 4892635, GILDO comenta com MARCOS

(possivelmente MARCOS LOURENÇO – Diretor de Pavimentação do DEPASA) sobre uma conversa que teve com HENRIQUE (ao que tudo indica proprietário/representante da empresa ZORTON) e que este estava preocupado com a sua “medição”. MARCOS diz que ele (HENRIQUE) tem que entrar com o pedido de medição. GILDO diz que HENRIQUE falou que MARCOS havia sugerido para ficar (a medição) no nome da CIC (empresa de NARCISO JÚNIOR). GILDO pergunta se a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL irá aceitar o pagamento dessa forma. MARCOS responde que o pagamento em si quem faz é o DEPASA e para Caixa vai tudo no nome da CIC. Na chamada em questão há indícios de que o DEPASA está contratando empresas sem Termo

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de Contrato e que está utilizando outras empresas – neste caso a CIC - para realizar os pagamentos.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4892635 6899314055 6892055890 19/11/2012 09:05:06 00:01:31 EFETUADA � �

@@ GILDO X MARCOS-

SUBCONTRATAÇÃO CIC #

TRANSCRIÇÃO: GILDO: ...aqui novembro, MARCOS? MARCOS: Oi. GILDO: É... é, pois é. O HENRIQUE me ligou preocupado com relação à medição dele. Conversou contigo e tu falou que da possibilidade... MARCOS: Que ele tem que dá entrada no pedido de medição, né? Ele só mandou um papel... GILDO: Calma, calma, ele disse que tu tinha sugerido ficar nome da CZS. MARCOS: Não, dá CIC, né? GILDO: Da CIC, aí o NARCISO já disse pra ele que se ficar no nome dele, vai cobrar imposto dele, que não vai... MARCOS: Não, não. Ele não vai receber não. É porque lá no comitê, eles fazem a divisão, entendeu? Da subcontratada e da... o fiscal que for fazer a medição, ele divide a subcontratada com a contratada. GILDO: Mas, me diz uma coisa. A Caixa Econômica, ela vai aceitar pagar isso desse jeito? MARCOS: Isso na verdade, GILDO, o processo de pagamento em si quem faz é o DEPASA. GILDO: Hum. MARCOS: Pra Caixa vai tudo em nome da CIC, só que como tem a lei das micro e pequenas empresas, aí o DEPASA faz o pagamento direto pra microempresa que é a Monte Moreá. GILDO: Então, se ele entrar com pedido de... então eu vou pedir para ele entrar com pedido de medição, agora. MARCOS: Tá(sic) legal. GILDO: Valeu. MARCOS: Valeu.

O alvo Narciso em diálogo com Kelmy autoriza que seja realizada medição de obras que não foram construídas com o fim de obter o pagamento antecipado por elas.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5050635 6881119927 6881110223 17/12/2012 16:35:11 00:02:59 RECEBIDA �

@@@ NARCISO JÚNIOR X KELMY

AGUIAR #

TRANSCRIÇÃO: KELMY AGUIAR: Narciso? NARCISO JÚNIOR: Oi. KELMY AGUIAR: Seguinte, a forma do piso tátil, cara. Tá lá no, no Edilson, só esperando. NARCISO JÚNIOR: Ah, tá. E eu vou, eu vou, eu vou sentar pra liberar isso com ele, com ele agora. Tinha dado uns dois mil reais, né, só? KELMY AGUIAR: É só dois mil reais. Vamo, vamo agilizar isso dai que é simples de resolver. NARCISO JÚNIOR: Porque agente, agente já tá fazendo calçada né?

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KELMY AGUIAR: Inclusive Narciso, a nossa medição deu cinquenta e cinco mil de calçada e eu aumentei ela pra cento e quarenta e seis. E quando eu fui entregar, eu entreguei a medição hoje pro Marco e ele falou: "rapaz, isso tudo de calçada?" Não sei o quê, então a gente tem que dar uma acelerada pra ele não perceber que eu to adiantando tanto, entendeu? Eu adiantei noventa mil reais de calçada. NARCISO JÚNIOR: Cinquenta a gente já executou. KELMY AGUIAR: É, cinquenta e cinco. Não, cinquenta e cinco a gente executou e não tá nem executada toda. Tá feito o baldrame, tá aterrado e nem todos os pontos tá, tá com, tá cimentado não (sic). NARCISO JÚNIOR: As rampas tu colocou? KELMY AGUIAR: Coloquei quinze rampas e não fiz nenhuma. Tu entendeu? NARCISO JÚNIOR: Tem que fazer essas rampas, né? KELMY AGUIAR: É, tem que correr com rampa, com calçada porque eu cobri noventa mil de calçada pra aumentar a medição. NARCISO JÚNIOR: Certo. KELMY AGUIAR: Tá. NARCISO JÚNIOR: E? KELMY AGUIAR: Hã? NARCISO JÚNIOR: Não. Então, eu, eu já vou ligar. As do Keith não chegaram não pra emprestar algumas pra gente? KELMY AGUIAR: Rapaz, até semana passada não tinha chegado não. Que eu conversei com o, com o Titico. Não sei se chegou agora. NARCISO JÚNIOR: Tá. Eu vou, eu vou... KELMY AGUIAR: Mas é só dois mil reais. E outra coisa. NARCISO JÚNIOR: Hum? KELMY AGUIAR: O tampão de ferro? Agente pode pedir mais um? NARCISO JÚNIOR: Já usou todos? KELMY AGUIAR: Já to terminando de usar eles. Eu to com um levantamento aqui, só que tá no meu email e eu não to conseguindo acessar a internet. NARCISO JÚNIOR: Conseguiram achar as caixas todas Kelmy? KELMY AGUIAR: Agente tá achando, né. As vezes agente apanha um pouco pra achar a caixa, mas agente tá achando. NARCISO JÚNIOR: Não pode esquecer nenhuma em parceiro. KELMY AGUIAR: Não, não. Não pode esquecer não. É, eu to com um levantamento assim, de, de, das caixas. Eu quero te passar pra tu pedir essa quantidade. De drenagem e de esgoto. Parece que esse cara tem aqui, né? NARCISO JÚNIOR: Não, não. Mas nós não vamos comprar dele não, que ele é mais caro. Eu comprei aquele só porque foi o jeito, tá? KELMY AGUIAR: Hein, última coisa. O Gadi é um cara que tá, é um caçambeiro que está me procurando todo dia. Ele tem mil e quatrocentos reais, mil quatrocentos e pouco pra receber. Se tu quiser dar uma olhada nele. Provavelmente ele vai procurar ai, eu pedi, ele falou que ia procurar vocês ai no escritório. NARCISO JÚNIOR: Tá bom. Tá. KELMY AGUIAR: Tá. Valeu. Falou.

Já na chamada abaixo, Kelmy relata a Narciso Júnior que a medição realizada a mais iria dar problema, pois o fiscal da CAIXA não iria autorizar o pagamento em virtude da obra não estar concluída.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5059881 6881119927 6881110223 19/12/2012 11:31:26 00:01:03 RECEBIDA �

@@@ NARCISO JÚNIOR X KELMY

AGUIAR #

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TRANSCRIÇÃO: KELMY: "Pato" (sic) veio aqui na obra. Acabei de levar uma chamada dele, que por causa dessas coisas que a gente pediu a mais. NARCISO JÚNIOR: Hum? KELMY: Aí, ele falou ..., eu acho que ele vai dar uma cortada aí na medição, pelo que ele falou. Que tem algumas ruas que tem a calçada, mas não tá pronta, entendeu? Eu coloquei, mas não tá pronta, tá com "baldrame" (sic), tá no "baldrame" (sic), entendeu? NARCISO JÚNIOR: Sei KELMY: Aí, não sei se tu consegue conversar com ele e ver se melhora aí a situação, tá? NARCISO JÚNIOR: Ele falou da calçada de algumas ruas, foi? KELMY: Foi, pô. Porque não tem calçada, a calçada não tá pronta. NARCISO JÚNIOR: Mas até cair isso aí tá pronto, porra (sic) KELMY: Pois é, mas ele falou que tem que passar isso pro fiscal da Caixa, não sei o quê, e o fiscal da Caixa tem que vim ver (sic), e, e, e não vai tá pronta. Ele falou: "Ah, assim eu vou preso, não sei o quê". NARCISO JÚNIOR: Tá, eu vou falar com ele, tá? KELMY: Tá. Valeu. Falou.

A chamada abaixo mostra que haverá fabricação de documentação com data retroagida acerca de uma prestação de contas para que o alvo ADRIANO consiga receber pagamentos.

ÍNDICE TELEFONE

DO ALVO TELEFONE

DO CONTATO DATA DA

CHAMADA HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5211822 6892293956 6899091115 18/01/2013 09:28:08 00:03:35 EFETUADA �

@@ ADRIANO X DÊMIO #

TRANSCRIÇÃO: DÊMIO: alô. ADRIANO: Dêmio, Adriano. DÊMIO: fala meu amigo. Como é que foi de viagem? ADRIANO: muito bem. Como é que posso ir diferente se eu vim de Fortaleza né!? DÊMIO: hehehe, é né!? ADRIANO: hehehe... deixei, só que eu deixei a galera todinha lá. Vim sozinho com minha mãe. DÊMIO: eu tô sabendo, eu tô sabendo. Agora eu queria que saber se trouxe pelo menos aqueles barquinhos de madeira de 2 reais da praia pra mim... hehehe. ADRIANO: hahahe. Eu trouxe aquelas camiseta aqui. Hehe. DÊMIO: é né!? ADRIANO: é. DÊMIO: é pra eu sair andando e todo mundo falar: 'rapaz tu tava lá'?, falei 'é'. ADRIANO: hehe. DÊMIO: hehe. Deixa eu te falar. ADRIANO: se Deus quiser a gente vai fazer uma viagem dessa junto, com certeza! DÊMIO: mas meu amigo eu eu não tenho nem dúvida. ADRIANO: hehehe. DÊMIO: na verdade um dia desse a minha mulher tava meio chateada e eu falei "amor não se preocupa não que o Adriano falou que 2014 a gente vai". ADRIANO: pois é. Tem apartamento lá em Fortaleza porra (sic). A hora que quiser dar um pulo lá com a tua mulher. Tem que ir de vez em quando fazer um social. Se não (inaudível) com um negão desses (inaudível). DÊMIO: hehehe... ainda mais que a concorrência tá brava bicho (sic).

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ADRIANO: hahaha. DÊMIO:ô o cabra (sic) que trabalha, o cabra (sic) que trabalha muito sempre tem um curioso. ADRIANO: tem mesmo, tem que ter cuidado. DÊMIO: ô deixa eu te falar. ADRIANO: hãm? DÊMIO: é o seguinte... as coisas tão dão certo, só que eu vou ter que ir lá na Paraíba. O que que aconteceu? O Bosco tirou férias. As revisões foram aprovadas, as revisões foram aprovadas. Aí foram aprovadas tecnicamente, tão dependendo só do parecer que é emitido pelo rapaz que nós já estamos pressionando. Inclusive o governador já mandou uma pessoa lá pra pegar a data. Com esse parecer a prestação de contas fica pronta. ADRIANO: hãm. DÊMIO: isto é, preparada pra ser encaminhada. Só que quem tá no lugar dele é um cara chamado engenheiro Antônio Furtado. ADRIANO: eu sei quem é. Foi meu professor. DÊMIO: esse cara, é enjoado esse cara. Além dele ser oposição, ele sempre fala o que: "como ele não tá por dentro, ele não vai assinar". O que eu vou ter que fazer? Eu já liguei pro Bosco. Quando eu pegar esse documento, eu já vou pra, pra... eu pego um avião e vou lá na Paraíba, que ele tá lá. Vou fazer um documento com data retroativa. Aí ele assina com a época que ele tava aqui, já combinei com o Superintendente e aí o Superintendente manda pra Brasília pra liberar. Mas já foi aprovado, olha, sinceramente... em 25 dias no máximo você tá recebendo. Com toda (inaudível). ADRIANO: orra... porque a gente chora e dorme, acorda e fica (inaudível) pensando nisso. DÊMIO: eu sei cara, inclusive eu tava ontem com o Joselito. . ADRIANO: em cima né. Mas eu, eu tô, eu tô confiante aí. DÊMIO: não, depois de aprovado Adriano... sinceramente é é agora o problema é é... vai ser só aquele que eu te disse... o pessoal tá cercando né. ADRIANO: eu sei. Tem que ficar pegando essa documentação todinha né. DÊMIO: é. ADRIANO: então tá cara, mas aí me mantém informado aí conforme for. DÊMIO: com certeza. Deixa eu te fazer uma pergunta. Já tá em Rio Branco? ADRIANO: tô, tô sim desde de semana passada. DÊMIO: tá, eu vou te dar uma ligada. Hoje é sexta... como que tá hoje a noite, amanhã de manhã? Queria conversar contigo. ADRIANO: rapaz tá tá enrolado. Como eu cheguei no final de semana, eu tô a semana toda por conta disso aí. Mas o sábado é sempre tranquilo, tipo a tarde. DÊMIO: ahãm. ADRIANO: tá? DÊMIO: tá. ADRIANO: sábado a tarde se quiser ligar. DÊMIO: ahãm... tá, eu te dou uma ligada amahã a tarde então. ADRIANO: tá bom, falou. DÊMIO: valeu Adriano, um abraço. ADRIANO: tchau.

O Alvo AURÉLIO SILVA DA CRUZ (Secretário de Habitação de Interesse Social) E A NOTÍCIA DE QUE O GOVERNADOR TIÃO VIANA TERIA OFERECIDO A BRUNO UM TERRENO PÚBLICO PARA A IMPLANTAÇÃO DE UM POSTO DE COMBUSTÍVEL NA CIDADE DO POVO.

Na chamada de índice 4903835, BRUNO pergunta se estão

fazendo a “cidade”, AURELIO diz que sim, a “cidade do povo”. BRUNO diz a Aurélio que TIÃO ofereceu-lhe um terreno para a construção de um posto de gasolina.AURELIO diz que a parte dos terrenos ficou com WOLVENAR

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(Secretário de Infra-estrutura e Obras Públicas). BRUNO pergunta se AURELIO lembra quando o mesmo deu a ele R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) lá na Caixa, e pergunta se tem amizade lá . AURELIO diz que tem sim, o WILMAR (FERREIRA ARANTES – alvo da presente investigação). BRUNO diz que deu um terreno de garantia naquela época (dos R$ 500.000,00) e quer liberá-lo e o substituir porque quer vendê-lo.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

4903835 6899694803 6899527878 21/11/2012 12:45:22 00:11:45 �

@@@ AURELIO X BRUNO #

TRANSCRIÇÃO: AURELIO: alô. BRUNO: meu secretário. AURELIO: meu amigo Bruno. BRUNO: como é que? AURELIO: que satisfação receber uma ligação sua meu amigo! BRUNO: hum, meu amigo. Como que tá você rapaz? AURELIO: rapaz, na correria, na correria. BRUNO: na correia? Tá correndo muito? AURELIO: tô, não tô parando meu amigo. BRUNO: éé!? Aurelio deixa eu te falar uma coisa colega. AURELIO: diga. BRUNO: u Tião, u Tião me ofereceu pra mim (sic). AURELIO: hãm!? BRUNO: ali, vocês vão fazer, estão fazendo a Cidade lá não sei o que? AURELIO: é, isso, a Cidade do Povo. BRUNO: isso. O Tião me ofereceu pra mim (sic)... um dia ele falou "Bruno, pega... é vai lá e dá uma olhada num local dum terreno" pra mim fazer um posto de gasolina lá. AURELIO: hum. BRUNO: aí. AURELIO: vai ser bom hein!? BRUNO: pois é meu amigo. Aí eu queria ver se você, se você é é. Bom, como é na tua área ali, não é!? AURELIO: a gente tá fazendo uma parceria. Na realidade essa essa parte tá com o Wolvenar, tá com, tá com a SEOP. BRUNO: tá com. É? AURELIO: a gente ficou, a gente ficou só com as casas. BRUNO: na realidade. Ah, agora que eu lembro. Na realidade ele ligou pro Wolvenar. AURELIO: isso. BRUNO: agora que eu tô lembrando. Ele ligou. O Tião ligou pro Wolvenar e disse "Wolvenar receba o Bruno". Rapaz eu marquei com ele e nunca fui ô. AURELIO: éé, essa parte ficou com ele. BRUNO: ficou com ele. AURELIO: mas se você quiser eu eu posso articular isso pra você. BRUNO: eu queria, eu queria que você articulasse. Que tu tem o aval, tu tem o aval e o pedido. Foi, foi o Tião que me ofereceu. Foi nem eu que (inaudível). AURELIO: ahãm. BRUNO: "Bruno vá pra lá, bote um posto de gasolina. Escolha lá. Vê um local onde onde tá destinado a não sei o que e tal. E eu eu lhe dou esse terreno lá... você... bom pra... eu lhe coloco lá nesse terreno". Não sei o que ele disse, se foi, mas ele falou.

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AURELIO: é tem algumas áreas, tem algumas áreas que vão ser disponibilizadas para dar funcionalidade a todo o empreendimento né! BRUNO: exatamente, perfeito. AURELIO: então vai precisar de supermercado, posto de gasolina, de combustível. BRUNO: isso, isso. AURELIO: então vai precisar mesmo né. BRUNO: é. AURELIO: que bom que é você! BRUNO: é uma maravilha. AURELIO: é o próprio governador que tá, que tá gerenciando isso, sabe!? BRUNO: hum é!? Opa. Então tá. AURELIO: é. É ele mesmo que tá. BRUNO: foi ele que me ofereceu e disse "vamo lá e tudo". Aí ele pegou o telefone e ligou pro Wolvenar. O Wolvenar disse "eu recebo ele amanhã, pode mandar ele aqui". Aí rapaz... se sabe que acho que eu viajei em seguida ou alguma coisa assim. Eu sei que acabei que nem fui. Agora. AURELIO: certo. BRUNO: eu tô lembrando que ele mesmo ligou. Ele me ofereceu, ligou, ligou isso aí. Ligou pro Wolvenar. Agora meu amigo dá uma acionada lá pra mim tá e aí depois eu eu já vou mais mais por dentro do assunto como é lá tá!? AURELIO: isso é só pra tu ver na área que tá disponível. BRUNO: pois é. AURELIO: eu acho que você pode pegar qualquer área viu!? Porque ali. BRUNO: hãm. AURELIO: vai ser, vai ser muito bom viu Bruno. BRUNO: aham. AURELIO: vai ser bom viu!? BRUNO: não, também acho que vai ser bom e éé... esses bairros assim é bom a gente nascer junto né!? AURELIO: aham. BRUNO: não é!? AURELIO: é, deixa eu. Vou ligar pro Wolvenar e perguntar um horário que ele pode te atender. BRUNO: perfeito. AURELIO: tá bom? BRUNO: maravilha tá. AURELIO: eu vejo com ele. BRUNO: aí tu diz pra ele que é a mesma coisa que aquela vez que o governador ligou pra ele e. AURELIO: aham. BRUNO: tá bom? AURELIO: tá. BRUNO: Aurélio outra coisa que eu ia perguntar pra você. AURELIO: diga. BRUNO: tu lembra que, tu lembra que tu me deu 500 mil reais uma vez quando... lá na Caixa? AURELIO: foi, me lembro. BRUNO: tu tem amizade lá? AURELIO: tenho. Quem tá lá é o Vo, o Vilmar. BRUNO: é o Vilmar? AURELIO: o Vilmar! BRUNO: é mesmo? AURELIO: é, o Vilmar! BRUNO: (inaudível). Sabe o que eu queria? AURELIO: hãm? BRUNO: é que eu dei em garantia um terreno naquela época. AURELIO: hum?

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BRUNO: e esse terreno eu queria substituir a garantia dele por outro imóvel porque eu tô vendendo esse terreno. AURELIO: certo. BRUNO: aí eu queria liberar, liberar esse terreno. Aí eu eu queria dar outro imóvel em garantia aí. Agora a Márcia foi lá e eu não sei do setor. O menino cuidou, pediu lá e o documento ela tá levando e tudo, mas disse que demora muito isso, é verdade? AURELIO: a substituição da garantia? BRUNO: sim. AURELIO: na realidade demora só... a questão do engenheiro tem que fazer a nova avaliação do outro imóvel. BRUNO: a avaliação ele vai lá na hora esse cara... isso aí é o de menos. Mas eu pensei que era outra burocracia. AURELIO: hãm. BRUNO: é? Ou outra coisa. AURELIO: não, não. A burocracia é só a questão do próprio engenheiro e. BRUNO: o. AURELIO: ele já foi lá? BRUNO: não, mas isso aí. AURELIO: já fizesse a solicitação? BRUNO: já dei a solicitação, já dei a entrada lá e tudo. Aí eu queria pra mim, pra mim, pra mim ééé liberar esse terreno e dar outro imóvel em garantia, em garantia. AURELIO: ahãm. BRUNO: tá entendendo? AURELIO: não, isso, isso é possível. BRUNO: é possível né!? AURELIO: é possível sim. BRUNO: eu sei. AURELIO: é só tu fazer a solicitação. BRUNO: sim, já foi feita. AURELIO: faz o seguinte. BRUNO: já foi feita. AURELIO: já foi. BRUNO: é porque eu não tenho ido. Sabe Aurelio eu não tenho ido nos cantos. Então eu mando a Márcia. Aí com certeza o cara lá diz a burocracia que é, tá entendendo? Aquele tipo de coisa. Eu tenho medo. Correr por ele mesmo. Aí é uma novela. AURELIO: não, se for pela vala comum é complicado. BRUNO: não é!? Exato. Aí eu queria ver se você, você ainda tem muita amizade lá, não tem!? Claro né!? AURELIO: tenho. Eu vou dar uma ligada lá. BRUNO: você faz isso pro seu amigo? AURELIO: o meu amigo, pode deixar. É, na na realidade quem é o responsável pela pela área de setor jurídica. BRUNO: sim. AURELIO: é o Santiago. BRUNO: Santiago. AURELIO: é o Santiago é. Ele ele tava na pessoa física. Aí hoje eles fizeram umas mexidas e mudou. BRUNO: meu amigo. Quando é que você pra lá? AURELIO: aí eu dou uma ligada pro Santiago. BRUNO: quando é que tu volta pra lá meu amigo? AURELIO: pois é, tá todo mundo me pedindo isso. BRUNO: eu tenho tanta saudade de você, você não tem cara de político, de coisa não. AURELIO: hum. BRUNO: tem cara de Superintendente. É. AURELIO: hehehe, é verdade.

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BRUNO: é, claro. Você é um cara educado, amigo. É cara de linha, de tudo. Aquilo ali é. Acho que. Eu nem te vejo. Como que é... tu bota uma roupa esporte e vai pra essas obras, pra esses negócios? Hehehe. AURELIO: é. BRUNO: eu sempre lhe vi de paletó e tudo. AURELIO: é complicado né cara. BRUNO: é complicado. Mas isso é assim mesmo. Isso é, são. Faz parte de experiência da vida também né!? AURELIO: é, pra mim tá sendo uma experiência mesmo sabe!? BRUNO: é. AURELIO: num nego pra você que. BRUNO: melhorou, não melhorou? AURELIO: a vontade de voltar é muito grande. BRUNO: melhorou pra você alguma coisa... assim tipo financeiramente? AURELIO: não, não não. A mesma coisa. BRUNO: não. Vixe Maria. AURELIO: não melhorou nada. A mesma coisa né. Mesmo. BRUNO: Deus me livre. AURELIO: é, não. Piorou assim que a gente não tem mais sossego né. BRUNO: é não tem sossego e outra coisa não tem. Trabalha praticamente no pesado né! AURELIO: é. BRUNO: porque é negócio de obra, essas coisas né!? AURELIO: é, obra e tem a questão política, você num. BRUNO: é, é. AURELIO: você não tem. A gestão na realidade não é sua. BRUNO: é, é. O cabra (sic) que vem do regime. AURELIO: é foda (sic). BRUNO: de banco e segue todo um. AURELIO: e são muitos interesses, sabe!? Muito. BRUNO: eu sei, eu sei. E qualquer Zé lá não sei de onde é o cabra (sic) que tá decidindo também. AURELIO: é assim mesmo. BRUNO: é, eu conheço isso. Eu sei como que é. AURELIO: é. BRUNO: eu sei. Eu acho que não é o seu perfil não, mas um dia você voltar, você volta pra sua coisa ou não? AURELIO: é. Eu sou, eu sou funcionário da Caixa né. BRUNO: isso, mas aí. AURELIO: o dia que eu cumprir essa missão. BRUNO: hãm. AURELIO: que eu tô orando pra terminar logo. BRUNO: isso. AURELIO: hehe. BRUNO: se Deus quiser. AURELIO: aí eu vou precisar fazer gestão pra que eu retorne pro lugar que eu tava né!? BRUNO: ah é!? AURELIO: é! Porque não é garantido não. BRUNO: não!? Então você faça o seguinte meu amigo. Bom, mas de qualquer maneira onde você estiver... qualquer cara vai com seu conhecimento e com sua, seu modo de conduzir as coisas. Você vai, você vai ser chamado porque éé não ééé... não é assim também não. Não é em toda esquina que tem profissional que atende não, né!? AURELIO: obrigado meu amigo. BRUNO: éé... eu conh, eu sei meu amigo... não éééé jogando confete não, mas você é um cara que pô. Você até... você até é especial até pra dizer um não. Tá entendendo? Então é, é. AURELIO: obrigado. Hehe. Fico muito feliz ô.

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BRUNO: é mesmo. AURELIO: você é uma pessoa muito especial na minha vida. BRUNO: é, não, não Aurelio. Obrigado mas você é assim. AURELIO: amigos que falam dessa forma. BRUNO: você é assim mesmo, sempre foi desse jeito. É uma pessoa que, uma pessoa que sabe entrar e sair. AURELIO: hurum. BRUNO: então qualquer um cara que que for (inaudível) vai precisar de você. Pode ser que na hora chegue lá e teje (sic) ocupado. Mas logo logo.. isso aí num. AURELIO: é. BRUNO: esse o negócio de de de política meu amigo, eu vou te contar uma coisa. Um dia um amigo meu. AURELIO: é uma coisa temporária né. BRUNO: um dia. Um dia é um amigo da gente, depois é outro. E e e quando e depois quando não é o outro... e que não... aí meu amigo muda tudo. AURELIO: é, é assim mesmo. BRUNO: é... agora vale como experiência, como coisa. Acho que vale. AURELIO: hurum. Eu só espero que que esse tempo né de. BRUNO: hãm. AURELIO: eu sei que ele é temporário. BRUNO: é. AURELIO: não é ilimitado. BRUNO: isso. AURELIO: esse tempo ele seja um tempo que dê pra fazer trabalho né!? BRUNO: ah, isso mesmo. Exatamente. Se for. A gente também tem, tem o prazer de desenvolver um um trabalho (inaudível). AURELIO: é, exatamente. É. BRUNO: exatamente. Se for isso aí. AURELIO: espero que dê tempo. BRUNO: não, exatamente. AURELIO: eu sei que isso é passageiro. BRUNO: é. AURELIO: não tem. Eu nunca nunca imaginei em entrar no governo pra... pensando que vai ser eterno. BRUNO: é, e não é mesmo não. AURELIO: não, na Caixa não. Na Caixa eu sei que. Eu vou aposentar na Caixa. BRUNO: na Caixa tem uma linha pra você seguir e lá... não tem... nego não pega no teu pé de de... nada não. AURELIO: é. Ninguém pega. BRUNO: o máximo que você pode fazer é perder uma, uma, uma Superintendência, mas e num num perde o seu caráter e nem seu emprego nem nada né!? AURELIO: isso. É isso mesmo. BRUNO: exatamente. AURELIO: é isso mesmo. BRUNO: né. Mas parceiro qualquer horinha dessa. É porque eu tô, eu tô, eu tô trabalhando muito pouco, sabe Aurélio. Eu tô ainda. AURELIO: é, e você tem que fazer isso mesmo. BRUNO: eu tô indo muito devagar. AURELIO: (inaudível)... essas coisas tudo... cuidar da sua saúde né! BRUNO: o médico não me liberou 100% não. Aí, mas qualquer hora dessa eu vou fazer uma visita a você aí. AURELIO: ah, meu amigo, vai ser um prazer. BRUNO: escolher um dos dias que você... que é muito difícil tá folgado, mas um dia que tiver menos trabalho aí vou lhe fazer uma visita. AURELIO: ahãm. Tá bom.

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BRUNO: tá bom. AURELIO: meu amigo, mas eu te retorno daqui a pouquinho. BRUNO: bata, bata um papinho lá pra ver se dá uma agilizada nisso, tá? AURELIO: pode deixar. BRUNO: tá. AURELIO: pode deixar. BRUNO: tá bom amigo. AURELIO: tá bom. BRUNO: um abraço. AURELIO: eu te retorno. BRUNO: tá bom amigo. AURELIO: tá ok. BRUNO: tchau.

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL Foi amplamente divulgado pela mídia que o Estado do

Acre contraiu empréstimo com BNDES para financiar o programa Ruas do Povo e a implantação da Cidade do Povo, sendo que estes recursos obtidos por meio de mútuo, acabaram por incorporar o patrimônio do Estado do Acre, o que manteria a competência da Justiça Estadual para julgar possíveis empregos irregulares de verbas públicas.

A MÁ QUALIDADE ASSUMIDA DO ASFALTO DO RUAS DO

POVO,E NAS FUTURAS OBRAS A SEREM EXECUTADAS NA CIDADE DO POVO.

Na chamada de índice nº5158503 o alvo Narciso (filho) comenta com Keite a respeito de matéria jornalística divulgada no “Ecos da Notícia” criticando as obras executadas no conjunto habitacional Rosa Linda. Narciso mostra-se temeroso quanto a existência de uma possível ação civil pública contra eles. Keite diz que é a respeito do asfalto construído por CRIU, e que o Prefeito Marcus Alexandre iria acionar judicialmente. Keite diz que no trecho construído por Criu estava atolando, e tranqüiliza Narciso dizendo que o trecho construído por eles estava bom. Keite diz que o trecho construído por CRIU estava uma “merda”. Keite convida Narciso para ir visitar o local das obras, e Narciso diz: “não vou ser linchado não?”

Na chamada de índice nº5159706 Keite diz a Narciso que após visitar

o “Rosa Linda”, constatou que no trecho por ele construído tinha um “atolerinho”, uns buraquinhos. Keite diz ainda que no trecho construído por Narciso tinham buracos nas duas entradas, e o do CRIU estava todo acabado e com esgoto a céu aberto, com água preta.

No áudio de índice nº5159965 Narciso comenta com seu pai que o

asfalto do Criu não existe mais. O pai de Narciso diz é o que vai acontecer com esse Ruas do Povo daqui a dois anos.

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Na chamada 5151826 Vladimir comenta com Manoel, por volta do 7º

minuto, que no projeto das casas as paredes teriam 8 centímetros de espessura formando 16 centímetros, sendo que no projeto de arquitetura ficariam os 25 centímetros. Vladimir diz: “se colar, colou”. Manoel comenta que não tinha como não colar, por que os fiscais da obra não iria fazer furo na parede. Manoel comenta ainda que entre uma parede e outra poderia deixar um vão com ar.

ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5159965 6881119857 81119927 09/01/2013 09:55:55 00:01:08 �

@@@ NARCISO X NARCISO FILHO #

5158503 6881119927 6881110309 08/01/2013 21:20:57 00:01:30 RECEBIDA �

@ NARCISO X KEITH - ASFALTO ROSALINDA #

5159706 6881119927 6881110309 09/01/2013 09:21:17 00:01:49 EFETUADA � �

@@ NARCISO JÚNIOR X KEITH - ROSALINDA #

5151826 6899996614 84015041 07/01/2013 20:52:08 00:08:24 EFETUADA � �

@@@ VLADIMIR X MANOEL #

TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5159965 NARCISO PAI: Narcisinho.. NARCISO FILHO: Oi NARCISO PAI: Cê tá aonde? NARCISO FILHO: Tô aqui no Rosa (inaudível... Santa?).. NARCISO PAI: Heim? NARCISO FILHO: Tô aqui.. aqui no Rosa Linda.. NARCISO PAI: Tá no Rosa Linda.?. NARCISO FILHO: É ..(inaudível).. asfalto aqui.. que o ecos da notícia.. veio dando uma porrada no asfalto aqui..rapaz.. o asfalto do Keith não existe mais.. o asfalto do Crio .. não existe mais não viu.... NARCISO PAI: É mesmo é? NARCISO FILHO: O asfalto do Crio não existe mais.. NARCISO PAI: É o que vai acontecer com esse ruas do povo daqui a dois anos..né Narcisinho.. NARCISO FILHO: Vai.. eu tô conversando aqui..vim até aqui com o Neildo..(inaudível)...todinho...(inaudível)... NARCISO PAI: E o seu? NARCISO FILHO: O meu..o meu... tá o melhor dos três.. tem uns probleminhas aqui...mas é probleminha bem pontual.. NARCISO PAI: Narciso? tosse.....vc tem o telefone do Marcos Vinícius? O Marcos Vinicius já me ligou duas vezes hoje ..(inaudível) ..ói.. NARCISO FILHO: Tenho não..tenho não.. NARCISO PAI: Você tá vindo para aqui agora..não? NARCISO FILHO: Daqui a pouco eu chego aí.. NARCISO PAI: Tá.. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5158503 NARCISO JÚNIOR: E ai. KEITH: Fala parceiro. Me ligou? NARCISO JÚNIOR: Rapaz, o Neyldo me ligou. Dá uma entrada ai no ECOS DA NOTÍCIA. Saiu, saiu uma matéria metendo o "cacete" (sic) no Rosalinda, ó.

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KEITH: O que? NARCISO JÚNIOR: Metendo o "cacete" (sic) no Rosalinda. Eu acho que vai dar ação civil pública contra agente, cara, por causa do asfalto lá. KEITH: É o trecho do, do do Criu, "porra" (sic). Eles estão falando, inclusive o Marcos Alexandre disse que vai acionar judicialmente, já vi isso até no programa da Eliane Sinhasique. É. NARCISO JÚNIOR: Mas, mas aquele trecho é do Criu? KEITH: É lá no trecho do Criu, que tá atolando lá. NARCISO JÚNIOR: Mas certeza que não tem nada a ver com agente? KEITH: Não. No meu o no teu tá tranquilo. Eu tive lá essa semana. Eu tive lá semana passada agora. NARCISO JÚNIOR: Então tá bom. KEITH: É. Eu fui lá que "fudeu" (sic), queimou uma contactura minha e eu fui lá troca né? Ai aproveitei pra dar uma volta. Agora o trecho do Criu tá uma "merda" (sic), meu irmão. NARCISO JÚNIOR: Mas o, o, o nosso, o nosso tá bom? Tu andou pelo meu também? KEITH: Tá. O teu, o teu é o melhor dos três. NARCISO JÚNIOR: É, né? KEITH: O meu tem umas "coisinhas" (sic) ruim. Agora o teu tá bom e do Criu tá uma merda. NARCISO JÚNIOR: Então tá bom. KEITH: Né. Mas dá uma volta amanhã lá tu pra ver. NARCISO JÚNIOR: Não vou ser linchado não? KEITH: Hã? NARCISO JÚNIOR: Não vou ser linchado não? KEITH: Tu vai num carro com vidro escuro. (risos) NARCISO JÚNIOR: (risos) Falou, tchau. KEITH: Abraço. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5159706 KEITH: Fala parceiro. NARCISO JÚNIOR: Diga Keith. KEITH: Aquela hora que eu te liguei eu tava lá no Rosalinda. NARCISO JÚNIOR: E ai? KEITH: É aquilo mesmo que eu te disse. Meu trecho tem um "atoleirinho" (sic), uma "besterinha" (sic), uns "buraquinho" (sic). No teu tem uns "buraquinho" (sic) nas duas entradas, né. E o do Criu tá acabado barão, e o esgoto dele todo a céu aberto, ó. O problema maior é esse, ó. Não sei se é porque o meu e o teu joga no dele, e o dele não tá mandando pra "ET". Eu sei que tá "esborrando tudinho" (sic) pelos PV. NARCISO JÚNIOR: Mas isso, mas isso é no esgoto dele? KEITH: O esgoto dele. O nosso tá tudo "sequinho" (sic). Tudo "sequinho" mesmo. Só buraco negócio de ônibus mesmo, justamente nas entradas, as três entradas. Tem uma parada de ônibus que é onde ele para na parada de ônibus que é um buraco. E as duas entradas tuas tem, tem um buraco também. NARCISO JÚNIOR: Mas é buraco "fudido" (sic) Keith? Ou não? KEITH: Não. "Buraquinho" (sic) fácil. Buraco normal. Ai tá com água por causa da chuva. Agora o trecho dele é que é foda (sic), porque tá, tá com esgoto a céu aberto, barão. Tudo preto, aquela água preta mesmo. NARCISO JÚNIOR: Tu ligou pro Erick? KEITH: Eu não. NARCISO JÚNIOR: Hã? KEITH: Eu não. NARCISO JÚNIOR: Eu vou ligar pro Nilton aqui. KEITH: É. Liga pro Niltinho, que o Niltinho é um cara mais, o Erick já tá ficando puto comigo. Quando agente liga, ele trata mal. "Porra, não sei o que, essa obra não foi eu que comecei". Ai

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eu não tenho nada a ver com a birra dele. Mas o pior, é que eu tenho medo de sobrar pra nós, né? NARCISO JÚNIOR: Não, se, se virar ação civil pública, vai sobra pra todo mundo. KEITH: É. NARCISO JÚNIOR: Eu vou ligar pro Nilton aqui. Falou. KEITH: Então tá. Falou. TRANSCRIÇÃO DO ÍNDICE 5151826 PNI( Pessoa não identificada) PNI: Alô. VLADIMIR: Alô.. eu queria falar.. o Manoel..O Manoel tá aí com vocês? PNI: Tá..só um minuto.. (Manoel, telefone pra tu..um homem). MANOEL: Alô. VLADIMIR: Alô Manoel? MANOEL: Oi. VLADIMIR: Vladimir..tudo bem? MANOEL: Tudo Vladimir.. VLADIMIR: Desculpa tá te incomodando em plenas férias.. mas eu preciso tirar uma dúvida contigo em relação à casa lá. Tenho que passar os projetos pro João Braga amanhã de manhã..e aí eu precisava tirar essa dúvida contigo. Só me explica uma coisa, pela nova norma de concreto, tô te ligando pra não perder tempo lá.. pra estudar a norma. Pela norma da casa a casa não tem que laje obrigatoriamente não.. né? MANOEL: Não.. na norma diz que tem.. tem que ter laje. Agora: A CAIXA.. segundo as últimas informações que o projetista disse, a CAIXA estaria em alguns lugares do Brasil aceitando sem a laje; mas não é ponto pacífico não. O que está escrito na norma é que exige a laje. VLADIMIR: Pra ter certeza então.. era bom eu dar um pulo lá na CAIXA manhã de manhã então..conversar lá com o pessoal daqui.. MANOEL: Mas voltaram atrás? tão querendo usar a casa sem a laje? VLADIMIR: Não.. não.não .vai usar com a laje, tudo bem; mas a laje (inaudível) é o seguinte: vou te explicar... porque tá tendo dúvida, a casa vai ser com laje; só que o João Braga deu a idéia.. do negócio que eles fizeram nos dois conjuntos dele.. tanto no Riviera quanto no Green Garden.. e essa idéia bem interessante.. a idéia bem interessante.. MANOEL: Hum.. VLADIMIR: (Inaudível).. Porque a gente tava falando.. na hora que fizesse a casa toda com laje.. perde um pouco de (inaudível).. porque tem que esperar um tempo pra poder tirar as escoras da laje.. né? MANOEL: Não..Na verdade não..você vai reescorar ela né? você vai (inaudível).. ela só que com três dias não com um..não dá pra desescorar com um dia.. mas com três dias diminui um pouco a velocidade mas não é tão considerável não.. VLADIMIR: Mas a forma da casa.. das paredes .. iria..já tirar 8 horas depois.. 12 horas depois.. MANOEL: Não.. não.. a forma da parede vai tirar do mesmo jeito.. a forma de laje é que vai ter que comprar mais..mais um pouco dela..mais um pouco de faixa ..faixa de reescoramento.. VLADIMIR: Só te explicar, o João Braga deu uma idéia..que eu precisava discutir dois minutos aí contigo pra ver.. que eu achei muito boa a idéia..primeiro.. MANOEL: Hum. VLADIMIR: Tá..de fazer igual fizeram na obra dele; ele me mostrou; eles colocaram uma laje pré..tá? MANOEL: Há eu vi..na época da (inaudível).. eu vi. VLADIMIR: (inaudível) .. jogavam em cima direto.. ele falou é rapidinho. A CAIXA deve aceitar isso como laje também né? MANOEL: Não... não aceita não. Porque a norma exige que seja em forma de casca tem que ser concretado junto não pode ser pré-laje e nem pré-moldado.

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VLADIMIR: Então..pra..pra..pra.. eu teria que tirar essa dúvida na CAIXA se eles aceitam.. dessa maneira né..só pra ter mais uma opção. MANOEL: Tirar dúvida pode.. só assim; o que eu tô falando assim.. o tem na norma é restrito né? VLADIMIR: Porque qual era a idéia.. tá? As formas .. tanto a metálica quanto a outra de carbono.. elas já vêm com a empena certo? Pelo menos elas já vêm com a forma da empena.. MANOEL: Sim. VLADIMIR: Em vez de jogar a laje.. a laje no nível da casa..no nível de forro; jogar a laje na altura da empena..porque já poderia jogar a teia direto e prender em cima da laje; já eliminaria a estrutura de cobertura. MANOEL: Não..mas aí é o seguinte: as paredes internas têm que subir, senão tu fica sem forro entre os ambientes, a gente fez essa análise .. não era interessante não. VLADIMIR: Encarece muito? Mesmo (inaudível) ..cobertura? MANOEL: Eh..Encarece. Não funciona não. A gente tentou. O projetista tinha dado essa opção, e eu até recusei na época.. eu tenho até que conversar com ele que nesse último projeto ele voltou com essa idéia... o que acontece: as paredes do quarto, elas precisam de alguma coisa pra subir até o teto, como elas são de concreto, ou você vai usar alvenaria, ou vai usar placa cimentícia com outra coisa e não vai funcionar.. não vai ficar rápido isso..então não.. VLADIMIR: (inaudível) ..comprasse a forma com empena pra todos os ambientes.. quer dizer ..seria uma forma onde todos os telhados..(inaudível).. o que aumenta (inaudível) .. concreto sai mais caro do que..(inaudível)... cobertura.. MANOEL: Sai... sai..sai sim.. VLADIMIR: Ha tá.. MANOEL: Não vale a pena não.. esse jogo aí a gente tentou fazer também.. não foi..em relação a ela no nível de forro.. é melhor no nível de forro. VLADIMIR: Tô te entendendo..Se tu já fez essa conta então.. eu só .. eu vou.. só vou explicar pro João ..lá pro João amanhã que você já fez essa conta.. MANOEL: Mas se tu quiser fazer consulta.. quanto mais consulta e informação ..acho que não tem problema não.. VLADIMIR: É.. (inaudível).. o que tu tá ponderando tu tá correto..as paredes internas.. porque .. (inaudível) com a laje na altura do forro só precisaria fazer as empenas .. as empenas externas da casa né?... já no caso de subir o forro tem que fazer todas as paredes de dentro .. MANOEL: Tem que fazer todas.. é.. VLADIMIR: Que aí..até porque emenda.. o Leandro já consultou né..a empena entre as casas.. da parede de de divisão entre as casas..não precisa nem fazer .. basta botar uma divisória de (inaudível) cimento ali..né? (inaudível).. um forro..(inaudível) ..outro.. precisa nem de empena também.. MANOEL: É.. mas só que tem que manter os 25 cm..pode ser qualquer tipo de..de..de.. parede..pode ser placa cimentícia e tudo..contudo tem que permacer com os 25 até (inaudível).. foi o que ele me passou.. Leandro.. VLADIMIR: É.. sai mais barato botar uma madei....uma madeirinha com duas placas de cimento e pronto do que subir concreto até em cima né? MANOEL: Eu achei que era melhor nesse caso aí da..da.. parede de concreto..a gente permanecer com ela de 8 formando 16 e no projeto só de arquitetura manter os 25 enten..? VLADIMIR: Dá uma de que se cola colou né? MANOEL: Mas não tem jeito de não colar porque o cara não vai fazer furo na parede né? VLADIMIR: Vai não. MANOEL: E tem a opção da gente afastar a forma e deixar o vão livre.. o vão com ar.. entre uma parede e outra também.. VLADIMIR: Tá.. não tudo bem então .. eu vou fazer essa consulta amanhã de manhã.. mas eu vou fazer (inaudível)... pra ele. MANOEL: Na.. na quinta de manhã eu já tô aí.. se quiser eu já..já assumo isso aí de novo. VLADIMIR: Tá ok. Não ele só pediu os arquitetônicos pra ele dar uma olhadinha.. amanhã né.. já que o Valmir já tá preparando o pacote pra protocolar nos órgãos né? Aí eu só vou tirar uma dúvida se já pode protocolar todos os projetos de água, drenagem, esgoto das casas..o João

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(inaudível)..primeiro tem que aprovar o arquitetônico porque o órgão que vai fiscalizar o esgoto..né que vai o Depasa..o esgoto.. quer ver o modelo de casa que vai ser construído naquele terreno lá.. então tem que aprovar a arquitetura da casa..da outra vez quando eu aprovei o meu anterior não fiz nada disso não...protocolei o esgoto e drenagem lá e a casa em separado da Prefeitura.. (inaudível) .. em paralelo..mas de qualquer forma eu vou tirar essa dúvida então. MANOEL: Tá .. mas quinta eu já tô aí cedo. VLADIMIR: Tá bom então. Um abraço então e aí e a gente se fala depois.. um bom descanso aí.. tchau... tchau..

O áudio abaixo também informa acerca da má qualidade das

obras executadas pela empresa de ADRIANO (MAV).

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

5237591 6892293956 6892294678 23/01/2013 11:43:58 00:03:07 RECEBIDA � �

@@ ADRIANO X FABIANA #

TRANSCRIÇÃO: ADRIANO: oi Fabiana. FABIANA: Adriano eu tô saindo daqui do João (inaudível) com Gustavo, o Erivaldo e o Gabriel. ADRIANO: certo. FABIANA: eee não passou não. ADRIANO: por quê? Tem muito problema? FABIANA: tem. Na hora que eu cheguei aqui eu liguei pro Gab pro Erivaldo e pedi pra ele vim porque eu já sabia que na prefeitura não ia passar e se passasse pela prefeitura não ia passar pela Caixa. ADRIANO: quais são os problemas? FABIANA: muita coisa que a gente fez tá estourado de novo. ADRIANO: pavimento? FABIANA: hãm? ADRIANO: o pavimento? FABIANA: pavimento, sarjeta, (inaudível). As calçadas é que tá, tá... tão todas boas. Não teve problema em calçadas, mas principalmente sarjeta e pavimento. Tirei as fotos aqui dos piores pontos pra ti ver e não passa não. Aí assim, o que eu com eles... não não aconselho a gente mexer agora. Acho que esse dinheiro tá parado, sei que é prejuízo pra gente mas vamos ver como é que. O menor, o (sic) melhor solução pra gente é a gente esperar o verão e vir com um mutirão, entendeu aqui. No máximo, acho que uma semana de serviço aqui num mutirão a gente mata tudo porque... não adianta a gente tar (sic) fazendo esse serviço aqui no inverno. Teve uma rua aqui daquelas, das últimas já perto daquele triangulo que recebe a contribuição de água daquele motel, da parte da Floresta aqui tudinho desce nela. Nessas chuvas fortes chegou a alagar casa do pessoal porque ela não tá dentro... a ladeira que desce essa água não tá dentro do nosso loteamento. Não tem drenagem nenhuma. É muita água, invadiu a casa dos moradores lá. E aí a prefeitura tá tentando achar uma solução pra essa rua também. E daí assim, não sei se. Não vi uma outra solução do que a gente mexer no verão. ADRIANO: tá, eu acho assim Fabiana... a gente tem que dar uma olhada direitinho nisso aí porque... já algum tempo eu venho percebendo que a equipe que trabalha com essa parte de recuperação asfáltica não tem muito. FABIANA: falei isso com todas as letras. Eu cheguei a falar exatamente isso com o Gabriel. Por mim a gente demite a equipe que tá com ele todinha porque ou eles são muito incompetentes Adriano ou tão querendo queimar ele, sabe... porque não não justifica. ADRIANO: éé aqui no Mariano é do mesmo jeito, falei até com o André. Serviço que foi feito

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aqui tá, tá muito ruim. Então eu falei com o André pra. Bom, tudo bem a gente vai ter que dar uma parada pra discutir isso aí. A gente dá uma olhada nessas fotos. FABIANA: tá eu tirei as fotos aqui e vou montar lá pra ti dar uma olhada também. Tá bem? ADRIANO: tá bom, falou. FABIANA: então tá.

A CORRUPÇÃO PASSIVA DE SERVIDORES PÚBLICOS

Os áudios que seguem abaixo mostram a ocorrência do possível crime decorrupção passiva cometido pelo servidor estadual CÉSAR AUGUSTO GADELHA. Observa-se pela folha de pagamento do Governo do Estado do Acre, referente ao mês de fevereiro de 2013, que CESAR AUGUSTO GADELHA é servidor público estadual, ocupando o cargo de engenheiro civil.

Existem indícios de que o servidor estadual, em troca de vantagem indevida, tenha beneficiado, em licitações de obras de engenharia promovidas pelo DEPASA (concorrências nº 119/2011 e 12/2011), as empresas CIC CONSTRUÇÕES, de responsabilidade de NARCISO MENDES DE ASSIS JUNIOR, e ENGEL ENGENHARIA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO, de responsabilidade de KEITH FONTENELE GOUVEIA, por meio de pareceres técnicos favoráveis às empresas.

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Vale registrar que as empresas CIC e ENGEL uniram-se em consórcio, denominado CONSÓRCIO PORTAL, e foram as primeiras classificadas nas referidas concorrências (119/2011 e 120/2011), conforme avisos de julgamento e classificação das propostas de preços, abaixo destacados.

O fato merece ser mais bem esclarecido, com a oitiva dos

envolvidos e análise dos processos relacionados às concorrências nº 119/2011 e 120/2011, mas interceptações telefônicas autorizadas judicialmente revelam possível prática de corrupção por parte do servidor CESAR AUGUSTO GADELHA.

Vejamos:

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Conforme ligação do dia 27/09/2011, registrada sob índice 3144749, abaixo transcrita na íntegra, NARCISO JUNIOR, responsável pela CIC CONSTRUÇÕES, entra em contato com GADELHA (CESAR AUGUSTO GADELHA), servidor do DERACRE, e ambos conversam acerca de algum processo relacionado ao DEPASA, que acreditamos ser o processo relacionado à concorrência nº 119/11 ou 120/2011, o qual foi objeto de análise técnica e está prestes a ser publicado.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3144749 6881119927 6892055913 27/09/2011 11:26:58 00:01:03 RECEBIDA � �

@@@ NARCISO JÚNIOR X CESAR GADELHA -

POSSÍVEL CORRUPÇÃO #

TRANSCRIÇÃO: NARCISO JÚNIOR: Alô! CÉSAR: Alô, meu nobre Narciso. NARCISO JÚNIOR: Fala César. CÉSAR: E ai, tudo bom? NARCISO JÚNIOR: Tudo bom. CÉSAR: Como é que anda as coisas? Já assinaram lá a ordem de serviço? NARCISO JÚNIOR: Ainda não, cara. A, a, a análise técnica, eu fui lá e ainda tava na mesa do DEPASA. Ninguém mandou pra frente não. CÉSAR: Ué. NARCISO JÚNIOR: Eu sei, eu sei que parece que vocês mandaram lá pra quarta-feira ou quinta da semana passada, mas ainda estava na mesa do secretário. CÉSAR: É, não, é, já tem mais, hein, não, (inaudível) é passada, segunda ou terça-feira. NARCISO JÚNIOR: Pois é, eu fui lá ontem pra saber porque a que Zico ganhou, é foi depois da minha, a dele já foi publicada e a minha ainda tava lá parada. CÉSAR: Aham. NARCISO JÚNIOR: Mas ai os caras já me disseram ontem que já foi feito análise técnica, tá tudo OK, tal, que já tava indo hoje pra o, pra CPL, pra CPL botar no site. CÉSAR: Certo. Tá ok, patrão. NARCISO JÚNIOR: Beleza. CÉSAR: Tudo bem. NARCISO JÚNIOR: A gente vai se falando, até mais. CÉSAR: Falou!

No dia 30/09/2011, NARCISO e GADELHA voltam a se falar, conforme conversa registrada sob nº 3166871. NARCISO fala que o contrato será adjudicado e “lá para semana que vem contrata”. Nesta ligação GADELHA cobra NARCISO sobre “negócio nosso”, oportunidade em que NARCISO diz que já depositou mil e vai depositar outros mil. GADELHA então pede para NARCISO conversar com KEITH, mas NARCISO argumenta que GADELHA mesmo ligue para a pessoa de KEITH. A ligação deixa claro que NARCISO e GADELHA falam de um processo de interesse de KEITH, da ENGEL, e de NARCISO, da CIC. Já sabemos que a CIC e a ENGEL uniram-se em consórcio para participação nas concorrências nº 119/2011 e 120/2011, cujo trâmite

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burocrático para análise, adjudicação e assinatura do contrato coincide com as datas das ligações entre os envolvidos.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3166871 6881119927 6892055913 30/09/2011 08:06:34 00:01:06 RECEBIDA �

@@@ NARCISO JÚNIOR X CESAR GADELHA -

POSSÍVEL CORRUPÇÃO #

TRANSCRIÇÃO: NARCISO JÚNIOR: Oi César. CÉSAR: Bom dia meu nobre Narciso. NARCISO JÚNIOR: Tudo bom? CÉSAR: Tudo tranquilo. NARCISO JÚNIOR: Tudo certo. (...) Oi. CÉSAR: Como é que tá lá? NARCISO JÚNIOR: Rapaz, parece (...) Já, já chegou o email aqui dizendo que já vão adjudicar o contrato cinco dias úteis a partir de ontem, né? CÉSAR: Já publicaram já né? NARCISO JÚNIOR: Já. Aí depois dessa publicação aí, vamos ver. Lá pra semana que vem contrata. CÉSAR: Tá OK. Beleza então. NARCISO JÚNIOR: Falou! Aí eu vou precisar de ti. Vou te ligar ainda, tá? CÉSAR: Tá legal. NARCISO JÚNIOR: Falou. CÉSAR: Hey! NARCISO JÚNIOR: Hã? CÉSAR: Você só passou uma parte daquele... daquele negócio nosso, né? NARCISO JÚNIOR: É... Eu depositei mil aí eu vou te mandar mais mil, tá? CÉSAR: Tá, aí tu vê com o outro, com o outro, com o... o Keith, né? NARCISO JÚNIOR: Ah, eu queria que tu falasse com ele cara. CÉSAR: Tá, não, então eu ligo pra ele, eu ligo pra ele. NARCISO JÚNIOR: Valeu. CÉSAR: Tá OK. Tá OK. Falou, obrigado, hein. Dados cadastrais Fone Contato (Celular Pós -Pago) Proprietário: César Augusto Gadelha (CPF 095.614.122-68) Endereço: Q Bela Vista, 10, QD 22, Floresta, Rio Branco/AC (CEP 69906-370) Apenas alguns dias depois, GADELHA volta a cobrar NARCISO sobre o restante do dinheiro e NARCISO pede um tempo para pagar.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3204982 6881119927 6892055913 04/10/2011 15:37:37 00:00:42 RECEBIDA �

@@@ NARCISO JÚNIOR X CÉSAR GADELHA -

POSSÍVEL CORRUPÇÃO #

TRANSCRIÇÃO:

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NARCISO JÚNIOR: Alô! CÉSAR: E ai meu nobre Narciso, como é que você tá? NARCISO JÚNIOR: Bom. CÉSAR: Gadelha, meu nobre. NARCISO JÚNIOR: Diga lá parceiro. CÉSAR: Tudo bem? Você esqueceu de mim foi? NARCISO JÚNIOR: Rapaz, não esqueci não, cara. Deixa eu só, deixa eu só receber, receber uma faturazinha que eu boto seus outros mil tá? CÉSAR: Tá, não. Tudo bem. Pensei que você tinha esquecido. NARCISO JÚNIOR: Essa semana ai que eu, que eu... CÉSAR: Não, não, tranquilo, tranquilo. Porque depois daquele dia, eu entendi que você já ia, tudo bem. Tem problema não. NARCISO JÚNIOR: Dá só uma folguinha que eu to meio apertado. Ai eu boto junto com a folha tá? CÉSAR: Tranquilo, tá OK. NARCISO JÚNIOR: Falou. CÉSAR: Falou "compade" (sic).

Na ligação do dia 24/10/2011, entre NARCISO e KEITH, este se mostra preocupado com um determinado processo licitatório, que acreditamos ser o referente à concorrência nº 120/2011, alertando NARCISO de que o processo foi para o DERACRE, para um tal de ALEXANDRE, que será o responsável pelo “veredito”. Diante de tal situação, NARCISO afirma que vai ligar para o CESAR imediatamente.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3347498 6881119927 6881110309 24/10/2011 10:41:13 00:02:09 RECEBIDA �

@@@ NARCISO JÚNIOR X KEITH - PROCESSO

LICITATÓRIO - CORRUPÇÃO #

TRANSCRIÇÃO: KEITH: Tu tá aonde? NARCISO JÚNIOR: To no meu escritório. KEITH: Ah, eu vim aqui no centro, ai aproveitei e fui lá no Jáder, né. Deu um medo danado, ô. NARCISO JÚNIOR: Porque? KEITH: Da análise, de não tá correto aquilo. Aquela avaliação, a gente tinha que ter feito antes da licitação. NARCISO JÚNIOR: Que avaliação? KEITH: De justificar aqueles itens. Você justifica quando seu preço tá acima do órgão, no preço global. E não sabe qual é. O processo, o conclusivo é o seguinte, resumindo, eles estão mandando o processo de volta hoje para um tal de Alexandre, lá do DERACRE. NARCISO JÚNIOR: Alexandre do DERACRE? KEITH: É. Sabe quem é? Da engenharia? NARCISO JÚNIOR: Não. KEITH: Mas deve ser o coordenador lá, do pessoal lá. NARCISO JÚNIOR: Certo. KEITH: E é pra ele que vão dar o veredito. NARCISO JÚNIOR: É né? KEITH: É.

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NARCISO JÚNIOR: Então nós vamos fazer o seguinte. Vamos entrar em contato, com o, com o César. KEITH: Hã? NARCISO JÚNIOR: Vou falar com o César aqui agora. KEITH: É porque tá indo pra lá agora, né? Porque o que ele alega é o seguinte: "Keith, se aqueles três itens que vocês julgaram acima, né? Se vocês tivessem questionado antes, né, dando condições para todas as empresas apresentarem o preço correto ou então não sei o que assim. Ai você poderia justificar o que seu preço fosse maior, o preço global maior que o preço do órgão. Ai você justificava..." NARCISO JÚNIOR: (inaudível) o preço é sempre menor cara, isso ai não... KEITH: É. "Não quero é com isso dizer que não vai ser aceito as contra razões de vocês, mas eu entendo que vocês falharam nisso dai". NARCISO JÚNIOR: Nós falhamos "porra" (sic) nenhuma. Nós demos uma justificativa técnica, porque a nossa proposta tá correta. Eu vou, eu vou falar com o César aqui agora. KEITH: Vai pra mão dele e vai voltar pro Alexandre hoje, tá? NARCISO JÚNIOR: Tá bom, tá. KEITH: Tá falado. Tchau.

De fato, apenas alguns minutos depois, NARCISO entra em contato com CESAR GADELHA, retransmitindo o problema, ocasião em que GADELHA diz que não haverá problema, pois o parecer é dele e não de ALEXANDRE, que tão somente assina. Percebe-se pela ligação entre NARCISO e GADELHA, que o problema relacionado à análise que será feita no DERACRE envolve a empresa JM. Analisando as propostas classificadas referentes às concorrências nº 119/2011 e 120/2011 (acima registradas), podemos perceber que a JM ficou em 2º lugar em ambas as concorrências, logo, podemos inferir que tal empresa tenha contestado algum ponto da licitação visando ser classificada em primeiro lugar, razão pela qual o processo tenha sido encaminhado ao DERACRE para análise técnica.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3347522 6881119927 6892055913 24/10/2011 10:43:45 00:02:45 EFETUADA �

@@@ NARCISO JÚNIOR X CÉSAR GADELHA -

LICITAÇÃO - CORRUPÇÃO #

TRANSCRIÇÃO: CÉSAR: Alô. NARCISO JÚNIOR: Alô. César. Narciso, tudo bom? CÉSAR: Diga, meu nobre. NARCISO JÚNIOR: Deixa eu te falar uma coisa parceiro. CÉSAR: Hã. NARCISO JÚNIOR: Aquela, aquela análise lá do DERACRE, o DEPASA tá remetendo ela pra vocês ai, pra ao Alexandre. O Alexandre trabalha contigo é? CÉSAR: É. Ele é o gerente do setor, né. NARCISO JÚNIOR: Tá remetendo ele pra analisar porque os caras estão entendendo que aquele negócio da areia comercial e da brita comercial eu teria que ter questionado antes da licitação.

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CÉSAR: Hã? NARCISO JÚNIOR: Pra dar oportunidade que o órgão mudasse o seu, o seu, o seu preço e que aquilo valesse pra todos os concorrentes. CÉSAR: Hã? E ai, meu irmão? Não tem nada a ver não. A questão minha, a questão de você adotar uma coisa ou outra, é questão sua. Se você tem condições de colocar ela mais barata, porque eu não posso oferecer, né? Não tem nada a ver não. Mas tudo bem. Vai mandar aqui, mas não tem nenhum problema com agente não. NARCISO JÚNIOR: Então isso ai batendo no Alexandre, o parecer vai ser favorável, né? CÉSAR: Na verdade, vem pra mim, né. Porque fui eu que fiz o primeiro parecer, né. Ele só assina porque, é o chefe do setor é quem assina, né. NARCISO JÚNIOR: Certo. CÉSAR: Mas vem pra mim. NARCISO JÚNIOR: Então posso me despreocupar com isso dai? CÉSAR: Tá. O Montanhês já está pra homologação. Alô. NARCISO JÚNIOR: Mas, mas provavelmente, provavelmente a JM vai entrar também. CÉSAR: Não, não, no meu quadro aqui já tá pra homologação. Essa questão, se eu não me engano foi da JM, né? NARCISO JÚNIOR: É. CÉSAR: A JM andou perdeu antes das licitações do DEPASA, ele entrou em várias licitações aqui do DERACRE, né. Então tiveram problema porque tava tudo errado as planilha deles, né. Como eles estavam fora, parece que em Brasília, não deu tempo pra ele ficarem corrigindo, né. Então eles perderam quase todas as licitações aqui do DERACRE. Ai ficaram com raiva, né. Ai vieram aqui com o Marcos pra gente mudar algumas coisas, agente não mudou. "Não marcos o parecer é esse mesmo. Acabou, não tem como mudar". NARCISO JÚNIOR: Certo. CÉSAR: Ai eles ficaram com raiva, né. Disse que iam entrar as obras que eles fossem. Eles iam até o fim, iam procurar qualquer coisinha pra entrar em tudinho, né. Então agente não tá preocupado com ele não. Pode deixar vim, que agente responde aqui. NARCISO JÚNIOR: Então tá bom parceiro. Tá bom. CÉSAR: É tranquilo viu. NARCISO JÚNIOR: Tá OK, fechado. CÉSAR: Tá, tranquilo. Falou. NARCISO JÚNIOR: Valeu.

No dia 08/11/2011, GADELHA volta a cobrar os mil reais de NARCISO. Segundo GADELHA, o “outro menino”, possivelmente KEITH, já acertou, mas NARCISO ainda deve. NARCISO então fala que vai resolver. Vale registrar que neste dia (08/11), o DEPASA assinou o contrato com o consórcio PORTAL (CIC e ENGEL), referente às concorrências nº 119/2011 e 120/2011.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3436069 6881119927 6892055913 08/11/2011 17:13:54 00:00:39 RECEBIDA � �

@@@ NARCISO JÚNIOR X CÉSAR GADELHA -

POSSÍVEL CORRUPÇÃO - PAGTO #

TRANSCRIÇÃO: NARCISO JÚNIOR: Oi César! CÉSAR: E ai meu nobre. NARCISO JÚNIOR: Tudo bom, meu amigo?

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CÉSAR: Tudo. NARCISO JÚNIOR: Diga lá. CÉSAR: Tu esqueceu de mim, rapaz? NARCISO JÚNIOR: O pessoal meu não te pagou não, cara? CÉSAR: Não. Só. O, o, o menino. A não ser que tenha atrasado. NARCISO JÚNIOR: Eu to te devendo o que? To te devendo mil conto (sic) é? CÉSAR: É. NARCISO JÚNIOR: Ah não, então, eu vou, eu vou mandar resolver isso dai amanhã. Tá parceiro? CÉSAR: Tá certo. NARCISO JÚNIOR: Tá. Então falou. CÉSAR: Falou amigão.Tá.

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Portanto, em razão do restou apurado, parece-me crer que o

servidor do Estado do Acre, CÉSAR AUGUSTO GADELHA, em troca de vantagem indevida, tenha beneficiado, com pareceres técnicos favoráveis, em licitações de obras de engenharia promovidas pelo DEPASA (concorrências nº 119/2011 e 12/2011), o consórcio PORTAL, formado pelas empresas CIC CONSTRUÇÕES, de responsabilidade de NARCISO MENDES DE ASSIS JUNIOR, e ENGEL ENGENHARIA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO, de responsabilidade de KEITH FONTENELE GOUVEIA, o que, ao menos em tese, configura o crime do artigo 317 do CP.

Ainda, os áudios que seguem abaixo mostram a possível

ocorrência do crime de corrupção ativa e passiva,por parte do responsável pela empresa CIC CONSTRUÇÕES, NARCISO MENDES DE ASSIS JUNIOR (corrupção ativa), e pela servidora GREICE (corrupção passiva), à época dos fatos lotada na Secretaria de Obras Públicas do Estado do Acre. Foi encontrado um único contrato em andamento, celebrado entre a CIC CONSTRUÇÕES e a SEOP.

Número Modalidade Situação Objeto Contratado Nº diário oficial

008/12 Concorrência

nº 173/2011. Ativo

Reforma do Centro Cirúrgico e UTI no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco – HUERB.

CIC

Nas interceptações telefônicas autorizadas judicialmente, no dia 27/10/2011, a esposa de NARCISO JÚNIOR entra em contato com ele e pergunta se é para continuar dando bolsa na MAIS ACADEMIA para a GREICE da SEOP, e NARCISO responde positivamente.

A academia de ginástica MAIS ACADEMIA está localizada na Rua Isaura Parente, nº 2.820, Rio Branco/AC e pertence a JULIANA NUNES DE GUSMÃO, esposa de NARCISO JUNIOR, e PATRICIA FREITAS DE ASSIS ZANFORLIN, irmã de NARCISO JUNIOR.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3365670 6881119927 6881114904 27/10/2011 11:13:23 00:01:31 RECEBIDA �

@@@NARCISO X ESPOSA - BOLSA PARA

GREICE DA SEOP#

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SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO ACRE

Transcrição: ESPOSA: A Greice, lá da SEOP, ainda é pra ficar dando bolsa pra ela ou não? NARCISO JUNIOR: É. ESPOSA: Tô dando de 6 em 6 meses. Tá? NARCISO JUNIOR: Tá, pra Greice tem que dar tá. ESPOSA: Tá bom. NARCISO JUNIOR: Deixa eu te falar uma coisa, me ligou um cara da Itaú quer falar com você.. financeiro Itaú, o seu cartão... ESPOSA: Hã? NARCISO JUNIOR: O seu cartão Renner ou Americanas, sei lá... ESPOSA: Renner e Americanas? NARCISO JUNIOR: Não, é da Americanas, né? ESPOSA: Não, foi do Extra, não? NARCISO JUNIOR: Extra, Extra! ESPOSA: Ah, é aquele boleto que chegou, das coisas lá... televisão e tal. NARCISO JUNIOR: Quanto que é isso, meu amor, que está atrasado? ESPOSA: Novecentos e pouco. Chegou hoje, recebi hoje lá em casa. NARCISO JUNIOR: Recebeu o boleto hoje? ESPOSA: Recebi o boleto hoje, dizendo que eles tinham mandado um em outubro e outro agora, que é referente a essa compra da TV, da geleira lá do Ronan, e do negócio de lavar calçada... a gente parcelou em 8, e acumulou duas de 400... duas de 400 e pouco... tá dando 900 e pouco o boleto. Tu pediu que eu fizesse pelo boleto do Extra, que aí ia parcelar pela CIC. NARCISO JUNIOR: Tá, então, então... e esse boleto vence quando? ESPOSA: Dia primeiro. NARCISO JUNIOR: Tá, eu vou mandar pagar isso aí. ESPOSA: Segunda. NARCISO JUNIOR: Tá bom, tá. ESPOSA: Eu te dou na hora do almoço.

No dia 25/11/2011, NARCISO entra em contato com GREICE (ligação transcrita abaixo), da Secretaria de Obras Públicas, mencionando que constava no site (provavelmente o site do governo do Acre) o aviso de suspensão. Acreditamos que NARCISO estivesse fazendo referência ao aviso de suspensão da licitação nº 173/2011 (abaixo reproduzido), da qual se sagrou vencedor, pois, de fato, esta licitação foi suspensa no dia 22 de novembro de 2011.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3517832 6881119927 6832126500 25/11/2011 10:15:51 00:02:06 EFETUADA �

@@@NARCISO X GREICE (SEOP) - É

COM TEU CHEFE AÍ#

Transcrição: FÁTIMA: Secretaria de Obras, bom dia! NARCISO JUNIOR: Bom dia, com quem eu falo? FÁTIMA: Com a Fátima. NARCISO JUNIOR: Fátima, eu queria falar com a Greice, por favor. FÁTIMA: Um momento, por favor.

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(...) GREICE: Secretaria de Obras! NARCISO JUNIOR: Oi Greice, tudo bom? É o Narciso. GREICE: Oi, Narciso, tudo bom? NARCISO JUNIOR: Deixa eu te perguntar... eu olhei agora no site, e ainda tá o aviso de suspensão. Tu acha que eles vão alimentar hoje, marcando uma nova data? GREICE: Não, mas já saiu hoje, ficou pra abrir 1 do 12. Certo, Jair? 1 do 12?... Foi, já saiu hoje. NARCISO JUNIOR: Dia primeiro do 12? GREICE: Vai abrir... quinta-feira que vem. NARCISO JUNIOR: Quinta-feira? GREICE: É. NARCISO JUNIOR: Ah, então tá bom... GREICE: É, porque hoje é... 25... É, quinta-feira que vem. NARCISO JUNIOR: Então beleza. GREICE: Agora deixa eu te falar... o pessoal ainda veio aqui ontem, à tarde... Vê logo isso, porque qualquer coisa eu vou ser obrigada... NARCISO JUNIOR: Hã? GREICE: Já vieram aqui ontem pegar de novo... ontem à tarde. NARCISO JUNIOR: O mesmo pessoal? GREICE: Hãnrram... e aí na terceira vez... eu tô numa situação que eu não sei o quê que eu faça, eu vou ter que entregar. NARCISO JUNIOR: Não, mas... isso aí, isso aí... ficou de ser resolvido por aí... ficou de ser resolvido por aí. GREICE: Sério? NARCISO JUNIOR: É. GREICE: Não tô sabendo não. NARCISO JUNIOR: Isso é por aí. GREICE: Então eu vou falar... NARCISO JUNIOR: Isso é teu chefe, isso é teu chefe! GREICE: Tá. Eu vou ver aqui então. NARCISO JUNIOR: Teu chefe puxou pra ele. GREICE: Então tá... NARCISO JUNIOR: Conversa com ele, conversa com ele... GREICE: Eu vou ver. Tá, tchau. Tá bom, tchau.

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No dia 28/11/2013, NARCISO volta a falar com GRACIE, da

SEOP, que, evitando dar detalhes ao telefone, diz a NARCISO JUNIOR: “tá tudo bem por aqui”. É possível que estivessem conversando acerca da concorrência nº 173/2011.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3529967 6881119927 6832126502 28/11/2011 10:33:35 00:00:31 � �

@@@NARCISO X GREICE (SEOP) - TÁ

TUDO BEM POR AQUI#

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Transcrição: GREICE: Secretaria de Obras! NARCISO JÚNIOR: Alô, é o Narciso. GREICE: Narciso, é a Greice.... é... tudo bem viu, por aqui. NARCISO JÚNIOR: Tudo bem? GREICE: Já, tudo bem. NARCISO JÚNIOR: Com todo mundo, né? GREICE: Isso. NARCISO JÚNIOR: Tá bom. GREICE: Não, aquele lá que tu tá atrás. NARCISO JÚNIOR: Certo, aquilo ali foi... o restante é comigo... GREICE: Então tá bom. NARCISO JÚNIOR: Valeu. GREICE: Tá, tchau.

No dia 08/12/2011, GREICE entra em contato com NARCISO JUNIOR e solicita R$ 2.000,00 (dois mil reais).

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3593919 6881119927 6832126502 08/12/2011 11:23:49 00:03:52 �

@@@NARCISO X LAUREN / GREICE -

SOLICITA 2 MIL#

Transcrição: Aos 2min27seg, inicia-se diálogo de Greice com Narciso Júnior. NARCISO JUNIOR: Alô! GREICE: Narcisinho? NARCISO JUNIOR: Oi. GREICE: É a Greice, tudo bom? NARCISO JUNIOR: Tudo bom, Greice? GREICE: Então, deixa eu te falar, eu tô naquela comissão lá, da festa do fim de ano, e eu tô fazendo aquele velho contato... NARCISO JUNIOR: Certo. GREICE: E você foi contemplado...(risos). E aí eu queria te falar o valor e queria que tu me dissesse uma previsão de mais ou menos... NARCISO JUNIOR: Quanto? GREICE: Dois. NARCISO JUNIOR: Não, pegue mais leve comigo. GREICE: Como é que é? NARCISO JUNIOR: Pegue mais leve comigo. GREICE: Mandar pegar? NARCISO JUNIOR: Não. Pegue mais leve comigo... deixa eu te dar mil. GREICE: Pois é... mas sim, deixa eu te falar, já foi lá de uma reunião que saiu, óh? NARCISO JUNIOR: Eu tô tão apertado esse fim de ano. GREICE: É mesmo, é? NARCISO JUNIOR: Tô muito, muito... Deixa eu garantir mil... bote mil aí na minha cota. GREICE: Então tá bom. NARCISO JUNIOR: Tá? GREICE: Tá. Eu vou avisar aqui então, porque tem que incluir mais alguém, pra compensar esse... NARCISO JUNIOR: Distribua o bolo aí... bote mil... aí eu mando levar mil, tá?

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GREICE: Tá bom, tá... Pode ser pra quando? NARCISO JUNIOR: É... isso aí pode ser o que? Até quarta da semana que vem? GREICE: Semana... segunda-feira da semana que vem. NARCISO JUNIOR: Segunda? GREICE: É. É porque eu tenho que antecipar algumas coisas... pagar antecipado. NARCISO JUNIOR: Me dá até quarta-feira? GREICE: É? NARCISO JUNIOR: É. GREICE: Então tá bom. NARCISO JUNIOR: Tá. GREICE: Tá bom. Tá. Obrigado. Tchau. Acreditamos que a pessoa citada como GREICE seja GREICE HELIONAY FREITAS DOS PASSOS. GREICE é servidora pública municipal e no dia 11 de janeiro de 2011 foi cedida ao Governo do Estado do Acre para ocupar cargo comissionado na SEOP até 31/12/2011, conforme decreto nº 2.093, de 11 de janeiro de 2011.

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Acreditamos ainda existirem indícios de que a servidora pública GREICE HELIONAY FREITAS DOS PASSOS, à época lotada na SEOP, estivesse auferindo, em razão da função, vantagem indevida indireta, eis que fazia jus à bolsa na academia de ginástica MAIS, de propriedade da irmã e da esposa de NARCISO JUNIOR, responsável pela empresa CIC, além de vantagem pecuniária direta, pois solicita de NARCISO, ainda em razão da função, a quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais), o que implica, ao menos em tese, em conduta tipificada no artigo 317 do CP. Merece ser mais bem esclarecida, com a oitiva dos principais envolvidos, a participação de NARCISO JUNIOR no crime de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do CP.

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DIRECIONAMENTO DA CONCORRÊNCIA Nº173/2011

Durante as investigações constatou-se um possível direcionamento da concorrência nº 173/2011, para a empresa CIC CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA, de responsabilidade de NARCISO MENDES DE ASSIS JUNIOR. Segundo consta no edital da concorrência nº 173/2011, de 14 de outubro de 2011, a licitação foi realizada para a contratação de empresa de engenharia para execução dos serviços de reforma doCentro Cirúrgico e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco – HUERB, localizado no município Rio Branco – Acre, sob fiscalização da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Obras Públicas – SEOP.

Primeira página do edital da concorrência nº 173/2011 Última página do edital da concorrência nº 173/2011

A licitação foi vencida pela empresa CIC CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA, após inabilitação da empresa ADINN CONSTRUÇÃO E PAVIMENTAÇÃO LTDA, conforme ata de julgamento de 06/12/2011, abaixo reproduzida:

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O contrato com a empresa CIC foi assinado no dia 30 de janeiro de 2012:

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Interceptações telefônicas autorizadas judicialmente revelam que a licitação possivelmente foi direcionada para a empresa CIC CONSTRUÇÕES, tendo em vista que referida empresa já estava executando obras na HUERB - Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco,relacionadas à concorrência nº 090/2009. Abaixo, parte do edital da concorrência nº 090/2009, contendo a descrição do objeto, e o extrato de contrato nº 008/2012, de 30/01/2012.

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Percebe-se que o objeto das licitações nº 173/2011 e 090/2009 referem-se a obras no mesmo local, todavia, com objetos distintos. Vejamos: Objeto – concorrência nº 173/2011 Objeto – concorrência nº 090/2009

Execução dos serviços de reforma do

Centro Cirúrgico e Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) no Hospital de

Urgência e Emergência de Rio

Branco – HUERB, localizado no

município Rio Branco – Acre.

Execução dos serviços de reforma e

ampliação do hospital de urgência e

emergência de Rio Branco –

HUERB, localizado no Município de

Rio Branco – AC.

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Infere-se, pelo que restou até então apurado, que a empresa CIC pudesse estar com problemas para concluir as obras do HUERB, relacionadas à concorrência nº 090/2009, com risco de que a obra fosse paralisada, provavelmente por falta de recursos. Nesse sentido, visando a continuidade do serviço e não paralisação da obra do HUERB, acreditamos que a licitação relacionada à concorrência nº 173/2011, que previa a execução de outras obras no mesmo local (HUERB), tenha sido, possivelmente, direcionada para a empresa CIC, não somente para que esta também executasse o objeto da licitação (reforma do Centro Cirúrgico e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco – HUERB), mas que aproveitasse seus recursos para finalização das obras relacionadas à concorrência nº 090/2009 (execução dos serviços de reforma e ampliação do hospital de urgência e emergência de Rio Branco – HUERB). Indício nesse sentido é o fato da empresa ter recebido o valor de R$ 461.309,04, referente à 1ª medição dos serviços de reforma do centro cirúrgico e da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (concorrência nº 173/2011), no dia 26/03/2012, ou seja, pouco mais de 50 dias após a assinatura do contrato.

Passaremos agora a analisar o teor de interceptações telefônicas autorizadas judicialmente. Nas duas interceptações abaixo transcritas, do dia 30/09/2011, percebemos que NARCISO MENDES DE ASSIS JUNIOR, responsável pela CIC, e seu pai NARCISO MENDES DE ASSIS, articulam-se para resolver,

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junto ao Governo do Estado do Acre, problemas relacionados às obras do Pronto Socorro, que acreditamos serem as obras relacionadas à concorrência nº 090/2009. Ao que parece, uma reunião foi realizada no gabinete do Governador, na manhã do dia 30/09/2011, com a presença de NARCISO MENDES DE ASSIS JUNIOR e seu pai.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO

CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3166430 6881119927 30/09/2011 06:45:45 00:00:58 � �

@ NARCISO JÚNIOR X PAI -CONFIRMADA A

REUNIAO COM GOVERNADOR 173##

Transcrição: PAI: Alô. NARCISO JUNIOR: Pai? PAI: Oi. NARCISO JUNIOR: Vai ter a reunião com o Governador hoje de manhã? PAI: Já tô saindo daqui pra... vou sair só com esse objetivo, tá? NARCISO JUNIOR: Tá. E o senhor sabe se ele chegou, não? PAI: Deve ter chegado... deve ter chegado porque eu recebi um convite hoje pra um lançamento do negócio de 10 horas. NARCISO JUNIOR: Ah, então tá bom. PAI: Daqui a pouco eu comunico contigo, tá? NARCISO JUNIOR: Tá bom, tá.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3168416 6881119927 6899852333 30/09/2011 10:19:58 00:00:18 RECEBIDA � �

@@NARCISO JÚNIOR X HNI -

PRONTO SOCORRO 173

##

Transcrição: NARCISO JUNIOR: Alô HNI: (inaudível), parceiro? NARCISO JUNIOR: Tô aqui no gabinete do Governador, pra tentar falar com ele aqui pra resolver o negócio aí do pronto socorro. HNI: Ah, então tá, mais tarde eu te ligo.

Na tarde do mesmo dia 30/09/2011, NARCISO JUNIOR entra em contato com uma mulher de nome ADLA, que acreditamos ser a pessoa de ADLA MARIA HABER DE ALBUQUERQUE FERREIRA, Diretora Executiva da SEOP. Nesta ligação NARCISO comenta sobre a reunião com o Governador, pela manhã, avisando que outra reunião foi marcada para o dia seguinte, desta vez com a presença de WOLVENAR, Secretário de Obras do Estado. Percebe-se pela ligação que existe uma preocupação para que as obras do Pronto Socorro não parem (concorrência 090/2009), sendo que NARCISO comenta

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dos recursos para licitar a UTI e o centro cirúrgico, que foram o objeto da concorrência nº 173/2011. Vale mencionar que à época das ligações, o edital da concorrência nº 173/2011 sequer havia sido publicado.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3171457 6881119927 6899881252 30/09/2011 15:34:58 00:02:27 EFETUADA � �

@@NARCISO JÚNIOR X ADLA REUNIÃO

GOVERNADOR/PRONTO SOCORRO 173##

Transcrição: ADLA: Oi, Narciso! NARCISO JUNIOR: Oi, (inaudível), tudo bom? ADLA: Tudo. NARCISO JUNIOR: Tu soube da reunião (inaudível) não, né? ADLA: Oi? NARCISO JUNIOR: Eu tive com o Governador... meu pai teve com o Governador hoje, aí ele me chamou, aí nós conversamos lá sobre... teve uma brecha e eu conversei sobre o Pronto Socorro e tal, que tava na iminência de parar, pra fazer a (inaudível) de projetos e tal, e que tinha o problema que a Suely disse, de recurso pra licitar a UTI e o centro cirúrgico e ele falou "não, faz o seguinte, vamos conversar amanhã com o Wolvenar. Amanhã 09 horas". ADLA: Hum. NARCISO JUNIOR: Aí... aí, eu tô convocado pra gente ir amanhã 09 horas, eu e o Wolvenar. Eu não sei se o Wolvenar já te convocou, ele deve te convocar... ADLA: Não, o Wolvenar não me convocou. Primeiro porque ele não foi nem convocado ainda. NARCISO JUNIOR: Não foi? ADLA: Não! NARCISO JUNIOR: Ué. E quando ele saiu da sala, ele falou pra chefe de gabinete dele lá "oh, avisa pro Wolvenar vir amanhã 09 horas, uma reunião eu, Narciso e Wolvenar". Aí eu não queria ter nenhuma conversa sem... sem... sem se informar, mas é na linha daquilo que a gente conversou aí. Eu só falei "oh, Governador, lá tá na iminência... entregando o raio-x agora, é... tá meio... tá meio que devagar, vai parar, e tal... aí ele meio que mostrou preocupação. Ele falou "porra, eu tô com (inaudível) parado, tô com a verticalização meio capengando, se para outro na área de saúde, tudo que é obra parando...". Aí eu acho que ele mostrou disposição de resolver, sabe, Adla. ADLA: Hum. NARCISO JUNIOR: Agora tem que construir um caminho, né? ADLA: Tá, eu vou ver aqui. Eu tô vendo já com o Welinton, fazendo um resumo, que eu li tua mensagem, eu já tô fazendo aqui com ele pra informar o Wolvenar. Mas o Wolvenar, até ainda agora, não recebeu nenhum chamado do gabinete do Governador para reunião nenhuma amanhã. NARCISO JUNIOR: Bom, então... mas a... a minha parte era... a minha parte eu fiz, que era te avisar, eu te avisei, e tu já tá sabendo. ADLA: Tá. Eu vou fazer aqui umas informações pra ele. NARCISO JUNIOR: Beleza. Fechou. ADLA: Tá. Tchau. Adla Maria Haber de Albuquerque Ferreira Diretora Executiva SEOP Vale registrar que assim que saiu da reunião no dia 30/09/2011, NARCISO encaminhou uma mensagem pelo telefone celular (68) 9988-1252,

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que sabemos ser o de ADLA.

Originada Recebida Data e Hora Texto 6881119927 6899881252 30/09/2011 11:53:05 Acabo de sair do gabinete do governador para falar

sobre a obra da

6881119927 6899881252 30/09/2011 11:53:07 Huerb. Ele quer se reunir comigo e o Wolvenar amanh s 09:00. Prec

6881119927 6899881252 30/09/2011 11:53:09 iso falar com vc antes disso. Grato, Narciso

Já no dia seguinte, 01/10/2011, NARCISO entra em contato com uma pessoa não identificada, confirmando a reunião que teve com o secretário (provavelmente WOLVENAR, secretário de obras), como estava previsto, além de ADLA e o próprio Governador.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3178246 6881119927 6881195549 01/10/2011 09:42:08 00:01:15 EFETUADA �

@@@NARCISO JUNIOR X HNI -

PRONTO SOCORRO 173

##

Transcrição: HNI: Alô! NARCISO JÚNIOR: E aí, meu parceiro? Tu tá mexendo aí pra fechar? HNI: Tô sim. NARCISO JÚNIOR: É, né? HNI: Tô sim, tô em casa mas tô mexendo ainda. NARCISO JÚNIOR: Oh, tivemos uma reunião aqui agora com o secretário, com a Adla e com o Governador muito boa, sobre a questão da UTI, centro cirúrgico, rampa, é.... tem que ter verba pra fazer essas outras coisas aí e parece que eles já vão... já vão resolver... HNI: Vão liberar? NARCISO JÚNIOR: É... é, vão liberar uma porção de frentes de serviços para não ter que parar, tá? HNI: Opa, beleza! NARCISO JÚNIOR: E ficou batido o martelo aí que não vai mais paralisar a obra pra gente terminar essa parte e já vai ter outra pra gente começar, tá? HNI: Tranquilo então. NARCISO JÚNIOR: Então falou. HNI: Valeu

Como se lê na transcrição da interceptação acima, do dia 01/10/2011, NARCISO comenta sobre a UTI e o centro cirúrgico, que foi objeto da concorrência nº 173/2011, cujo edital é do dia 14/10/2011, afirmando que “tem que ter verba pra fazer essas outras coisas aí e parece que eles já

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vão... já vão resolver...”. Além disso, NARCISO afirma que “não vai mais paralisar a obra pra gente terminar essa parte e já vai ter outra pra gente começar, tá?” Pelo teor da interceptação acima, parece-me crer que quando NARCISO diz que “já vai ter outra pra gente começar”, ele está se referindo às obras na HUERB referentes à concorrência nº 173/2011. Na ligação seguinte, ainda do dia 01/10/2011, entre NARCISO JUNIOR e seu pai, NARCISO comenta com seu pai como foi a reunião: “foi com a Adla (Secretária-Executiva da SEOP), e com o Wolvenar (Wolvenar Camargo - Secretário de Obras Públicas) e com o Governador. O Governador mandou... mandou, já ligou pro Mâncio (Mâncio Lima Cordeiro - Secretário de Finanças). Mandou o Mâncio fazer uma reserva de recurso próprio porque ele precisava... porque ele precisava, é... fazer a contratação que... Chegou e... chegou claramente "olha, a empresa tem capital imobilizado dentro desta obra, a empresa não pode parar, a verticalização já tá parada e eu não tô querendo paralisar essa obra de jeito nenhum. Se tem UTI que é pra fazer, vai ter que fazer, tal..."

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3178261 6881119927 6881119857 01/10/2011 09:44:05 00:02:13 EFETUADA � �

@@@NARCISO JÚNIOR X PAI

APOIO DO GOVERNO/PRONTO

SOCORRO 173##

Transcrição: PAI: Alô. NARCISO JÚNIOR: A reunião aqui foi o melhor possível, viu? PAI: Foi nada? NARCISO JÚNIOR: Foi, foi com a Adla (Secretária-Executiva da SEOP), e com o Wolvenar (Wolvenar Camargo - Secretário de Obras Públicas) e com o Governador. O Governador mandou... mandou, já ligou pro Mâncio (Mâncio Lima Cordeiro - Secretário de Finanças). Mandou o Mâncio fazer uma reserva de recurso próprio porque ele precisava... porque ele precisava, é... fazer a contratação que... Chegou e... chegou claramente "olha, a empresa tem capital imobilizado dentro desta obra, a empresa não pode parar, a verticalização já tá parada e eu não tô querendo paralisar essa obra de jeito nenhum. Se tem UTI que é pra fazer, vai ter que fazer, tal..." PAI: (risos) Nasinho, Nasinho, a gente tem que quebrar lança pra esse cara, não tem não? NARCISO JÚNIOR: Cê é doido, eu nunca vi... eu nunca vi isso não. PAI: E, não, isso não existe, Narciso, isso não existe. O de ontem a tarde eu tava contando pra tua mãe, o de ontem a tarde e isso... quer dizer, o cara, esse homem passou dez dias fora e no dia que chegou... NARCISO JÚNIOR: Aí ele teve comigo de manhã, teve comigo ontem a tarde e teve comigo hoje de manhã já. PAI: Não, não tem cabimento. Talvez tinha secretário dele e.... NARCISO JÚNIOR: Não, e era eu conversando com ele e quem tava esperando ele, quem tava esperando do lado de fora. Ele chegou, eu fui o primeiro a entrar. Deixou esperando do

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lado de fora a Teresa Cruvinel, deixou esperando o Edvaldo, deixou esperando o João Paulo Mastrângelo (Secretário de Florestas), que é secretário. Deixou esperando o Edvaldo Magalhães, deixou... tinha... PAI: Aí de vez em quando ainda fica um "fila da puta" desse como eu chamei ontem o César, que quase que... que quase que eu mandava as contas dele ontem, fazendo propaganda do Major Rocha, que a saúde... que que... que o Major Rocha tá criticando a saúde. Já imaginou um negócio desse? NARCISO JÚNIOR: Pai, pai, pai, ele deixou a Teresa Cruvinel e dez Secretários de Estado do lado de fora e me atendendo com o Wolvenar. PAI: Mas é isso que eu tô dizendo Narciso, então (...) o nome disso é gratidão, né Narcisinho? NARCISO JÚNIOR: Orra, cê é doido, é demais. PAI: Então tá bom. tá.

No dia 07/10/2011, NARCISO entra em contato com DENIS, que acreditamos ser a pessoa de Dênis Kley de Souza Amorim, Chefe do Departamento de Construção de Obras Públicas/SEOP. Acreditamos que no trecho negritado da transcrição, NARCISO e DENIS conversam acerca da concorrência para as obras da HUERB (173/2011). NARCISO pergunta se até o dia 07 de novembro consegue licitar. Sabemos que o edital da concorrência nº 173/2011 foi lançado no dia 14 de outubro de 2011 e a ligação é do dia 07/10/2011, de tal forma que NARCISO já sabia que a licitação seria realizada muito antes de ser oficialmente publicada. ÍNDICE

TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3224750 6881119927 6892384956 07/10/2011 11:21:26 00:02:24 EFETUADA �

@@NARCISO X DENIS - ENVIO PROJETO 173 -

UTI ##

Transcrição: DÊNIS:Alô! NARCISO JUNIOR: Dênis, tudo bom? Narciso. DÊNIS: Opa, tudo bom. NARCISO JUNIOR: Parceiro, me responde uma coisa, vocês conseguiram fechar aquela... a... mandar pra CPL? DÊNIS: Saiu ontem... de mim aqui saiu ontem. Tá? Com caráter de urgência. NARCISO JUNIOR: Mas houve aquela conversa pra saber se... se a gente consegue licitar ela até o dia 07 de novembro? DÊNIS: Pois é, a gente fez... mandou em caráter de urgência pra ver como é que eles iam proceder lá. Aí agora essa conversa aí de secretário ficou de ver ainda aí se vai... é... pra ele ligar lá, né. Mas eu vou ligar... saiu daqui com todo trâmite de urgência, tá? NARCISO JUNIOR: E aí... DÊNIS: Agora é só dar uma confirmada se o secretário vai... NARCISO JUNIOR: Tu acha que isso aí abre em 30 dias? DÊNIS: É a nossa previsão, tá? Eu vou só me informar direitinho, mas é o que a gente tá querendo, por isso que nós emitimos tudo ontem, em caráter de urgência, tudo saiu daqui com caráter de urgência. Tá? NARCISO JUNIOR: É? E o... e aquele processo do reajuste? Já foi? DÊNIS: Já também. Já foi. Também. NARCISO JUNIOR: Já tá na SESACRE?

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DÊNIS: Rapaz, saiu daqui ontem, né? Aí eu não sei se já chegou na SESACRE. Já foi pedido, via ofício, eu acredito que hoje vá via ofício pra SESACRE, hoje pela manhã, se não já foi. NARCISO JUNIOR: E aí como é que eu faço pra gente fazer uma simulação da minha medição do aditivo, do que que eu ainda tenho pra medir. Porque quando você fizer essa medição, do reajuste, que aí eu vou ter noção se tá batendo com o meu, entendeu? DÊNIS: Certo. NARCISO JUNIOR: Eu precisava que tu fizesse uma simulaçao da medição desse reajuste. DÊNIS: Isso. Eu vou pedir isso pro Acer, aí na segunda a gente já tem isso aí, essa previsão. Aí tu dá entrada em contato com a gente e aí já vê. NARCISO JUNIOR: Aí tu pede pra ele fazer a medição do reajuste, tá? Porque quando ele medir, aí no meu vai ter que bater os 151. DÊNIS: Tá. NARCISO JUNIOR: Aí... aí... aí eu vou ter noção se bate ou não, porque pela medição ele vai pegar o que eu tenho de serviço executado, que é o que tá medido em nota, e os prazos. DÊNIS: Isso. Tá beleza. NARCISO JUNIOR: Beleza? DÊNIS: Tá bom. NARCISO JUNIOR: Falou. DÊNIS: Tá bom, Narciso. NARCISO JUNIOR: Falou.

No dia 25/11/2011, NARCISO entra em contato com uma pessoa de nome GREICE (ligação transcrita abaixo), da Secretaria de Obras Públicas, mencionando que constava no site (provavelmente o site do governo do Acre) o aviso de suspensão. Acreditamos que NARCISO estivesse fazendo referência ao aviso de suspensão da licitação nº 173/2011, pois, de fato, esta foi suspensa no dia 22 de novembro de 2011.

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ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3517832 6881119927 6832126500 25/11/2011 10:15:51 00:02:06 EFETUADA � �

@@@NARCISO X GREICE

(SEOP) - É COM TEU CHEFE AÍ#

Transcrição: FÁTIMA: Secretaria de Obras, bom dia! NARCISO JUNIOR: Bom dia, com quem eu falo? FÁTIMA: Com a Fátima. NARCISO JUNIOR: Fátima, eu queria falar com a Greice, por favor. FÁTIMA: Um momento, por favor. (...) GREICE: Secretaria de Obras! NARCISO JUNIOR: Oi Greice, tudo bom? É o Narciso. GREICE: Oi, Narciso, tudo bom? NARCISO JUNIOR: Deixa eu te perguntar... eu olhei agora no site, e ainda tá o aviso de suspensão. Tu acha que eles vão alimentar hoje, marcando uma nova data? GREICE: Não, mas já saiu hoje, ficou pra abrir 1 do 12. Certo, Jair? 1 do 12?... Foi, já saiu hoje. NARCISO JUNIOR: Dia primeiro do 12? GREICE: Vai abrir... quinta-feira que vem. NARCISO JUNIOR: Quinta-feira? GREICE: É. NARCISO JUNIOR: Ah, então tá bom... GREICE: É, porque hoje é... 25... É, quinta-feira que vem. NARCISO JUNIOR: Então beleza. GREICE: Agora deixa eu te falar... o pessoal ainda veio aqui ontem, à tarde... Vê logo isso, porque qualquer coisa eu vou ser obrigada... NARCISO JUNIOR: Hã? GREICE: Já vieram aqui ontem pegar de novo... ontem à tarde. NARCISO JUNIOR: O mesmo pessoal? GREICE: Hãnrram... e aí na terceira vez... eu tô numa situação que eu não sei o quê que eu faça, eu vou ter que entregar. NARCISO JUNIOR: Não, mas... isso aí, isso aí... ficou de ser resolvido por aí... ficou de ser resolvido por aí. GREICE: Sério? NARCISO JUNIOR: É. GREICE: Não tô sabendo não. NARCISO JUNIOR: Isso é por aí. GREICE: Então eu vou falar... NARCISO JUNIOR: Isso é teu chefe, isso é teu chefe! GREICE: Tá. Eu vou ver aqui então. NARCISO JUNIOR: Teu chefe puxou pra ele. GREICE: Então tá... NARCISO JUNIOR: Conversa com ele, conversa com ele... GREICE: Eu vou ver. Tá, tchau. Tá bom, tchau.

Ainda na ligação entre GREICE e NARCISO, GREICE menciona que a reabertura ficou para o dia 01/12. Neste dia foi reaberta a concorrência nº 173/2011, conforme aviso de reabertura reproduzido abaixo.

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Já no dia 07/12/2011, uma pessoa de nome WILTON, dizendo ser da CPL (Comissão Permanente de Licitação), entra em contato com NARCISO, dizendo que remarcou a reabertura da concorrência 173 para amanhã, às 15 horas, dizendo, ainda, que outra empresa teria aberto mão do prazo. De fato, no dia 06 de dezembro de 2012, conforme aviso de licitação abaixo reproduzido, a comissão de licitação inabilitou a empresa ADINN e julgou a empresa CIC habilitada à segunda fase do certame. Provavelmente, a empresa ADINN tenha aberto mão do prazo recursal, o que permitiu que a licitação fosse reaberta no dia seguinte, pois não foi preciso aguardar o prazo de recurso.

ÍNDICE TELEFONE DO ALVO

TELEFONE DO CONTATO

DATA DA CHAMADA

HORA DA CHAMADA

DURAÇÃO DIREÇÃO TRANSCRIÇÃO ÁUDIO OBSERVAÇÕES

3588756 6881119927 6899860795 07/12/2011 17:14:47 00:00:23 RECEBIDA � �

@NARCISO X WILTON -

CONCORRÊNCIA 173 PARA

AMANHÃ##

Transcrição: NARCISO JUNIOR: Alô. WILTON: Alô? NARCISO JUNIOR: Alô. WILTON: Oi. É o Wilton, aqui da CPL, é que eu marquei a reabertura da concorrência 173 pra amanhã, às 15 horas. NARCISO JUNIOR: Amanhã às 15 horas, Wilton? WILTON: Isso.

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NARCISO JUNIOR: Beleza. WILTON: Tá? A empresa já veio e já abriu mão do prazo aqui. NARCISO JUNIOR: Ah, tranquilo, parceiro. WILTON: Falou então. Até mais.

Portanto, existem indícios de direcionamento de licitação em favor da CIC, cujos fatos merecem serem melhor esclarecidos, com a análise dos documentos relacionados à concorrência nº 173/2011 e oitiva dos envolvidos.

FRAUDE NA CONCORRÊNCIA Nº22/2013, lote II.

A Informação Policial em anexo noticia que no dia 08 de abril deste ano ocorreu a abertura da sessão pública de recebimento de envelopes de habilitação e de proposta de preços seguido da abertura de dos envelopes de habilitação, julgamento dos documentos de habilitação, e envio ao órgão solicitante do certame para emissão de parecer.

Segundo o policial federal que participou da referida sessão, a

empresa ETENGE – EMPRESA DE ENGENHARIA EM ELETRICIDADE E COMÉRCIO LTDA foi a única empresa concorrente a comparecer no referido certame.

A referida informação ainda noticia que antes da abertura dos

trabalhos da comissão de licitação, o envelope da empresa ETENGE já se encontrava em poder dos membros desta comissão, sendo que não foi verificada a entrega destes envelopes por nenhum representante desta empresa antes do início da sessão.

Saliente-se que o valor do contrato é elevado, conforme cópia do

edital abaixo. O fato deste certame contar apenas com um único licitante, qual

seja, a empresa ETENGE, a qual faz parte do cartel investigado nestes autos, apenas reforça tudo o que já foi constatado nestes autos: há divisão entre as empresas das licitações que cada uma sairá vencedora. Tal constatação deve-se ao fato de que nada justifica neste certame contar apenas com um único licitante, sendo que em outros procedimentos licitatórios citados nesta representação contaram com a participação de várias empresas que também integravam o referido cartel.

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Segue abaixo a cópia da ata do referido certame licitatório.

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DOS PEDIDOS DE PRISÃO PREVENTIVA

A prisão cautelar dos envolvidos, conforme exige o artigo 282 do Código de Processo Penal, faz-se necessária para a preservação das provas para a correta conclusões das investigações, e como instrumento capaz de evitar a contumácia na prática delitiva, eis que os indícios obtidos com as interceptações telefônicas obtidas com autorização judicial demonstram que os investigados utilizam-se de subterfúgios para driblar proibições legais que os impeçam de contratar com o poder público.

Exemplificativamente, ficou claro nas chamadas telefônicas

interceptadas em que os alvos ADRIANO e SÉRGIO NAKAMURA, após suas empresas MAV e ÁBACO, respectivamente, terem recebido penalidade do TCU, decidiram burlar o impedimento realizando a contratação com empresas interpostas. No caso de ADRIANO este contrataria através da empresa J.A. e SÉRGIO NAKAMURA contrataria ou com a empresa ALBUQUERQUE ou com a empresa ETENGE.

Diferente não é a situação do investigado SALOMÃO, eis que

devido ao fato de sua empresa ELEACRE passar por dificuldades em obter crédito no mercado, decidiu contratar com a O.M., empresa interposta, tendo por fim associado com as empresas ALBUQUERQUE (administrada pelo alvo JOÃO BRAGA) e ENGECAL (administrada pelo alvo VLADIMIR, o qual conta com o apoio de seu pai, JORGE WANDERLAU).

Ressalta-se que as empresas ENGECAL e ELEACRE foram

desclassificadas, conforme publicação no Diário Oficial do Estado do Acre do resultado do Edital de Chamamento nº1/2012, que ocorreu no dia 09 de janeiro de 2013.

Ainda, tanto WOLVENAR quanto AURÉLIO, (Secretário de

Estado e ex-Secretário de Estado, repectivamente), sabiam que haveria prévio acerto entre as empresas no que diz respeito à divisão dos lotes do referido Edital de Chamamento, e que tal divisão seria comandada pelo SINDUSCON, através do alvo ADRIANO.

A investigação demonstrou que os alvos mantém contato muito

próximo entre si, exercem influência injustificável em autoridades públicas,einclusive se valem do véu protetivo de entidades associativas, como o SINDUSCON e FIEAC, para mais facilmente exercerem o domínio do mercado de construção civil nas contratações realizadas pelo poder público.

Por outro lado, vê-se o alvo NARCISO JÚNIOR (Narcisinho),

desenvolvendo livremente as atividades em sua clínica médica, (apesar desta estar registrada em nome de terceiros), que em conversas interceptadas

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demonstrou que iria fraudar os exames que realizaria como forma de aumentar seus lucros.

Todos os fatos apurados nesta investigação estão a

demonstrar que a prisão preventiva dos envolvidos é necessária e adequada, pois nenhuma outra medida cautelar substitutiva da prisão terá a coerção suficiente para desarticular o cartel, impedindo que os empresários voltem a se associarem, seja por suas empresas, sejam pelas empresas interpostas,e ao mesmo tempocoibir a infiltração deste no poder público, o qual é leniente com as ações do cartel.

O crime de formação de cartel é tipificado no artigo 4º, I da Lei

nº8.137/90, sendo que a pena cominada para o mesmo é de reclusão de 2 a 5 anos e multa, e tal como descrito na lei, trata-se de crime doloso e de mera conduta.

INDÍCIOS DE AUTORIA E PROVA DE MATERIALIDADE Restou demonstrado existirem robustas provas calcadas em

interceptações telefônicas daformação de conluio de empresas do ramo da construção civil do Estado do Acre no intuito de simular a existência de competição em licitações e contratações promovidas pelo Governo do Estado do Acre mediante prévio ajuste, o que resultou na formação do cartel denominado G7, bem como do desvio de recursos públicos, além de também existirem fundados indícios de autoria e participação em crimes previstos nos artigos 288 (formação de quadrilha ou bando), 312 (desvio de recursos públicos); 298 (falsificação de documento particular), 333 (corrupção ativa), 317 (corrupção passiva), todos do Código Penal, artigo 4º, I da lei nº8.1037/90 (formação de cartel) e artigo 90 e 96 da Lei 8.666/93.

DA IMPRESCINDIBILIDADE PARA AS INVESTIGAÇÕES DO INQUÉRITO

POLICIAL

A prisão cautelar dos investigados é necessária para a preservação das ordens pública e econômica, eis que soltos, os empresários integrantes do cartel investigado continuarão reiterando a prática criminosa, trazendo prejuízos para o Governo do Estado do Acre, bem como para o mercado da contrução civil, eis os investigados criarampara si uma reserva de mercado consistente no afastamento deseus potenciais concorrentes objetivando o aumento de lucros, e na prática da subcontratação de contratos públicos com as empresas menores. Além de tudo, as obras são executadas com a prática corriqueira manifestada na má qualidade do serviço prestado e nos aditamentos contratuais, o que também traz grande prejuízo para o mercado consumidor, em especial nas obras públicas contratadas pelo Estado do Acre.

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E por fim, ressalta-se a necessidade de se resguardar os cofres públicos diante do desvio de recursos públicos consistente no recebimento por obras não executadas.

Assim, encontram-se atendidos os requisitos previstos nos artigos 282, 283, §1º, 312, 313, I, todos do Código Penal.

Soltos, os membros docartel valerão da influência que exercem no Governo do Estado do Acre, e camuflados pelo véu protetivo da FEAC e SINDUSCON, tal como já sobejamente demonstrado nas chamadas interceptadas, terão facilidade para, entre si, planejarem e executarem ações para continuarem a delinqüir, bem como para impedir o esclarecimento integral dos fatos, seja destruindoas provas dos crimes praticados, seja fugindo ou intimidandotestemunhas para que não falem a verdade sobre os fatos apurados.

A Convenção de Palermo, devidamente integrada à legislação brasileira, definiu que organização criminosa é o "grupo estruturado de três ou mais pessoas, existente há algum tempo e atuando concertadamente com o fim de cometer infrações graves, com a intenção de obter benefício econômico ou moral".

É de destacar, sem dúvida, a conexão com o Poder Público como aquela que mais evidencia os traços da criminalidade verdadeiramente organizada.

As investigações desenvolvidas nestes autos permitiram identificar grupo de empresários que, além das características que permitem tipificar suas condutas em crimes de “quadrilhas ou bandos”, apresentam outras, específicas de organizações criminosas, com a presença de todos os seus elementos constitutivos, senão vejamos:

Atuação conjunta de no mínimo três pessoas: foram identificados quase uma dezena de empresários envolvidos com o cartel;

Estrutura organizacional com poder centralizado: FIEACe SINDUSCON possuem controle das atividades desenvolvidas pelo cartel, seja na pessoa de CARLOS SASAI, seja na pessoa de ADRIANO.

Estabilidade temporal: foi demonstrada a permanência do vínculo associativo entre os investigados para a prática de delitos. Há registros de que essa modalidade de crime é praticada pelos investigados intensamente há pelo menos dois anos. Finalidade de cometer infrações graves: formação de cartel, formação de quadrilha ou bando, corrupção ativa, corrupção passiva, falsificação de documentos particulares, desvio de recursos públicos.

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Intenção de obter benefício econômico ou moral: a atividade criminosa tem a finalidade de obtenção de lucro com a reserva de mercado; Infiltração na administração pública:Secretários de Estado são lenientes com o cartel investigado;

ISTO POSTO, a Autoridade Policial REPRESENTA a Vossa

Excelência pela decretação da Prisão Preventiva dos seguintes investigados, os quais demonstraram ativa participação no cartel investigado:

(1) Nome: CARLOS TAKASHI SASAI (CPF 791.275.338-91). Filiação - Pai: Yoshio Sasai, Mãe: Hatsu Sasai Endereço:CJ JARDIM TROPICAL II, RUA DAS PALMEIRAS 454, TROPICAL, RIO BRANCO – AC; Tipificação: artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel e artigo 312 c/c 29 do CPB (peculato).

(2) Nome:JOÃO FRANCISCO SALOMÃO (SALOMÃO) (CPF 277.793.949-72). Filiação -Pai: Joaquim Salomão, Mãe: Terezinha De Jesus Salomão. Endereço:Rua Camburiu, 306, qd. 13, cs 07, 69914-620, VILLAGE MACIEL,RIO BRANCO. Tipificação: artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel. (3) Nome: CARLOS AFONSO CIPRIANO DOS SANTOS (CPF 216.996.582-34). Filiação -Pai: Antonio Nendos Santos, Mãe: Maria da Silva Cypriano. Endereço:ALAMEDA VIENA, 112 - JARDIM EUROPA, RIO BRANCO - AC, 69911-220. Tipificação: artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel) c/c artigo 29 do Código Penal.

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(4) Nome: ASSURBANIPAL BARBARY DE MESQUITA (ASSUR) (CPF 339.683.142-04). Filiação -Pai: Claudionor Carvalho de Mesquita, Mãe: Linda Barbary de Mesquita. Endereço:RUA SAUDADE, 69/82, BOSQUE, RIO BRANCO/AC. Essa residência é propriedade do Sr. Joaquim (sogro do alvo) e da Sra. Rosa (sogra do alvo). Nesse local o alvo reside temporariamente com sua esposa Danusa. Tipificação: artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel) c/c artigo 29 e 297, ambos do Código Penal.

(5) Nome: JOSÉ ADRIANO RIBEIRO DA SILVA (ADRIANO) (CPF 216.362.302-53). Filiação - Pai: Manoel Gomes da Silva, Mãe: Jorgina Ribeiro da Silva Costa. Endereço: CONJUNTO MARIANA, AVENIDA RECANTO VERDE, 117 – PRIMAVERA – RIO BRANCO/AC CEP 69911- 390. Tipificação: artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel.

(6) Nome: MARCELO SANCHES DE MENEZES (CPF 251.158.008-02). Filiação - Pai: Osvaldo Queiroz de Menezes, Mãe: Maria Ines Sanches de Menezes. Endereço: Rua PARAISO, 76 - Residencial Mariana - Jardim Primavera CEP 69.911-450. Rio Branco/AC. Tipificação: artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel).

(7) Nome:SÉRGIO YOSHIO NAKAMURA(CPF00464162858). Filiação - Pai: EITI NAKAMURA, Mãe: KAZUKO NAKAMURA Endereço: Rua Melancia, 36 –Morada do Sol, Rio Branco - AC, 69910-320. Tipificação: artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel.

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(8) Nome:VLADIMIR CAMARA TOMAS(CPF13519699869). Filiação - Pai: Jorge Wanderlau Tomas, Mãe: Ruth Camara Tomas Endereço: Rua Carneiro Leão, 87, Conj. Bela Vista, Floresta, CEP 69906425, Rio Branco - AC Tipificação: artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel).

(9) Nome:GILDO CEZAR ROCHA PINTO(CPF233.208.342-15) Filiação - Pai: Antonio Dias Pinto, Mãe: Maria Lucia Rocha Pinto. Endereço: CJ GUIOMARD SANTOS II, RUA DELMAR PISMEL, QD 06, CASA 10, BOSQUE CEP 69909-560, Rio Branco - AC. Tipificação: desvio de recursos públicos (peculato), artigo 312 do Código Penal, e artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 c/c art.29 do Código Penal.

(10) Nome: WOLVENAR CAMARGO FILHO (CPF96421215815). Filiação - Pai: Wolvenar Camargo, Mãe:Derelis de Simone Camargo. Endereço: Rua Bom Destino, 77, Bosque, Cep. 69907260, Rio Branco/AC. Tipificação: artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 c/c art.29 do Código Penal. (11) Nome:AURÉLIO SILVA DA CRUZ (CPF00464162858). Filiação - Pai: José Magalhães da Cruz, Mãe: Maria Adeilda Silva da Cruz. Endereço: Rua Almirante Tamandaré,n° 84, Izaura Parente, Bosque, (atrás do Supermercado Araújo), CEP 69.907-250, Rio Branco/AC. Tipificação: artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 c/c art.29 do Código Penal e artigo 317 do CP.

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(12) Nome:JOÃO BRAGA CAMPOS FILHO (CPF004.641.628-58). Filiação -Pai: João Braga Campos, Mãe: Francisca de Lima Campos. Endereço: Trav. Fernando Lira, conj. Seta C 10 – Distrito Industrial, Rio Branco - AC, 69907-280. Tipificação:artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel).

(13) Nome: NARCISO MENDES DE ASSIS JÚNIOR (narcisinho) (CPF 811.089.311-20). Filiação - Pai: Narciso Mendes de Assis, Mãe: Auricelia Freitas de Assis. Endereço: ALAMEDA DAS PALMEIRAS, 260, CHÁCARA IPÊ CEP 69911-750, Rio Branco/AC. Tipificação: corrupção ativa (art.333, CP), falsidade ideológica (art.299, CP), peculato (artigo 312 c/c 29 CP), formação de quadrilha (288, CP),fraude à licitação (art. 96 da Lei nº8666/93).

(14) Nome: SERGIO TSUYOSHI MURATA (CPF 038.502.278-63). Filiação - Pai: Sadayoshi Murata, Mãe: Sizuka Murata. Endereço: Travessa Ciriaco, 130 - Aviario, Rio Branco - AC, 69909-180. Tipificação: artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel).

(15) Nome: TIAGO VIANA NEVES PAIVA (CPF 632.309.502-59). Filiação - Pai: Luiz Carlos Simão Paiva, Mãe: Silvia Helena Macedo Neves Paiva Endereço: Estrada da Usina, 563, 12º andar, APTO 1202 - Morada do Sol, Rio Branco – AC. Tipificação: formação de quadrilha (288, CP),fraude à licitação (art. 96 da Lei nº8666/93 c/c art.29 do CP).

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DOS PEDIDOS DE EXPEDIÇÃO DE MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO

Juntamente com a prisão preventiva dos envolvidos, é de suma

importância que também sejam expedidos mandados de busca e apreensão para que sejam colhidas eventuais provas existentes em residências, escritórios e empresas dos membros da organização criminosa, e também para possibilitar que os policiais adentrem os locais para dar cumprimento às prisões, caso sejam elas deferidas.

Assim, tendo em vista as investigações já realizadas, impõe-se a realização de busca e apreensão de materiais para formação do conjunto probatório nos seguintes endereços:

Residência dos investigados (15):

(1) Nome: CARLOS TAKASHI SASAI (CPF 791.275.338-91). Endereço: CJ JARDIM TROPICAL II, RUA DAS PALMEIRAS 454, TROPICAL, RIO BRANCO – AC;

(2) Nome:JOÃO FRANCISCO SALOMÃO (SALOMÃO) (CPF 277.793.949-72). Endereço: Rua Camburiu, 306, qd. 13, cs 07, 69914-620, VILLAGE MACIEL, RIO BRANCO.

(3) Nome: CARLOS AFONSO CIPRIANO DOS SANTOS (CPF 216.996.582-34). Endereço: ALAMEDA VIENA, 112 - JARDIM EUROPA, RIO BRANCO - AC, 69911-220.

(4) Nome: ASSURBANIPAL BARBARY DE MESQUITA (ASSUR) (CPF 339.683.142-04). Endereço: RUA SAUDADE, 69/82, BOSQUE, RIO BRANCO/AC. Essa residência é propriedade do Sr. Joaquim (sogro do alvo) e da Sra. Rosa (sogra do alvo). Nesse local o alvo reside temporariamente com sua esposa Danusa.

(5) Nome: JOSÉ ADRIANO RIBEIRO DA SILVA (ADRIANO) (CPF 216.362.302-53). Endereço: CONJUNTO MARIANA, AVENIDA RECANTO VERDE, 117 – PRIMAVERA – RIO BRANCO/AC CEP 69911- 390.

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(6) Nome: MARCELO SANCHES DE MENEZES

(CPF 251.158.008-02). Endereço: Rua PARAISO, 76 - Residencial Mariana - Jardim Primavera CEP 69.911-450. Rio Branco/AC. (7) Nome:SÉRGIO YOSHIO NAKAMURA(CPF00464162858). Endereço: Rua Melancia, 36 – Morada do Sol, Rio Branco - AC, 69910-320.

(8) Nome:VLADIMIR CAMARA TOMAS(CPF13519699869). Endereço: Rua Carneiro Leão, 87, Conj. Bela Vista, Floresta, CEP 69906425, Rio Branco - AC

(9) Nome:GILDO CEZAR ROCHA PINTO(CPF 233.208.342-15) Endereço: CJ GUIOMARD SANTOS II, RUA DELMAR PISMEL, QD 06, CASA 10, BOSQUE CEP 69909-560, Rio Branco - AC.

(10) Nome: WOLVENAR CAMARGO FILHO (CPF 96421215815). Endereço: Rua Bom Destino, 77, Bosque, Cep. 69907260, RioBranco/AC.

(11) Nome:AURÉLIO SILVA DA CRUZ (CPF00464162858). Endereço: Rua Almirante Tamandaré, n° 84, Izaura Parente, Bosque, (atrás do Supermercado Araújo), CEP 69.907-250, Rio Branco/AC.

(12) Nome:JOÃO BRAGA CAMPOS FILHO (CPF 004.641.628-58). Endereço: Trav. Fernando Lira, conj. Seta C 10 – Distrito Industrial, Rio Branco - AC, 69907-280.

(13) Nome: NARCISO MENDES DE ASSIS JÚNIOR

(narcisinho) (CPF 811.089.311-20). Endereço: ALAMEDA DAS PALMEIRAS, 260, CHÁCARA IPÊ CEP 69911-750, Rio Branco/AC.

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(14) Nome: SERGIO TSUYOSHI MURATA

(CPF 038.502.278-63). Endereço: Travessa Ciriaco, 130 - Aviario, Rio Branco - AC, 69909-180.

(15) Nome: TIAGOVIANANEVESPAIVA (CPF 632.309.502-59). Endereço: Estrada da Usina, 563, 12º andar, APTO 1202 - Morada do Sol, Rio Branco – AC.

Empresas dos investigados (12): .(1)ÁBACO - ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA. Avenida Ceará, nº544, Conjunto Mariana, Rio Branco/AC. .(2)CONSTRUTERRA CONSTRUÇÃO CIVIL LTDA. Rua Manoel Castor de Araújo, nº62, Bosque, Rio Branco/AC. .(3)MAV CONSTRUTORA LTDA. Rua Cleomar Medeiros de Moraes, quadra 02, lote 06, loteamento Santo Afonso, Rio Branco/AC. .(4)ELEACRE ENGENHARIA LTDA. Avenida Ceará, nº 3321, Abrahão Alab, Rio Branco/AC. .(5)ETENGE- EMPRESA DE ENGENHARIA EM ELETRICIDADE E COMERCIO LTDA. Av. Antônio da Rocha Viana,nº 2005, Vila Ivonete, CEP 69914610,Rio Branco/AC. .(6)ALBUQUERQUE ENGENHARIA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. Rua Minas Gerais, nº1186, Preventório, Rio Branco/AC.

.(7) CIC- CONSTRUCOES & COMERCIO LTDA. Avenida Ceará,nº 2804, sls 01 E 02, centro, Rio Branco/AC. .(8)ADINN CONSTRUÇÃO E PAVIMENTAÇÃO LTDA. Rua Carneiro Leão, nº120, Bela Vista, Rio Branco/AC.

.(9)ENGECAL CONSTRUÇÕES LTDA – EPP. Rua V.P.Lucena, nº198, Vila Ivonete, Rio Branco/AC.

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.(10) VECTRA LTDA – EPP. Rua Antônio Pinheiro Sobrinho, nº471, Santa Quitéria, Rio Branco/AC. .(11) AGE CONSTRUÇÕES E COMERCIO – EIRELI. Rua Alexandre, nº108, Jardim Brasil, Rio Branco/AC. . (12) CERÂMICA SÃO JORGE – Rua Quintino Bocaiúva, nº 98, centro, Tarauacá/AC. Órgãos Públicos (06): .(1)DEPASA – DEPARTAMENTO ESTADUAL DE PAVIMENTAÇÃO E SANEAMENTO. Avenida Brasil, nº475, centro, Rio Branco/AC. .(2)SEFAZ – SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA DO ESTADO DO ACRE. Rua Benjamim Constant, nº946, centro, Rio Branco/AC. .(3)SEHAB – SECRETARIA DE ESTADO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL. Avenida das Acácias, lote 1 – zona a, distrito industrial, Rio Branco/AC. .(4)SEOP – SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E OBRAS PÚBLICAS. Via Chico Mendes, nº805, 2º distrito, Rio Branco/AC. .(5)SESACRE - SECRETARIA DE ESTADO DA SAUDE DO ACRE. Rua Benjamin Constant, 830, centro, Rio Branco/AC. .(6)SGA – SECRETARIA DE GESTÃO ADMINISTRATIVA – SECRETARIA CONJUNTA DE COMPRAS E LICITAÇÕES PÚBLICAS. Estrada do Aviário, nº 927, Aviário, Rio Branco/AC, CEP – 69.900-830. Entidade de classe (1): .(1)FIEAC – FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ACRE E SINDUSCON – SINDICATO DA INDÚSTRIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL DO ESTADO DO ACRE. Av. Ceará, nº 3727 – Floresta69907-000 - Rio Branco /AC.

Isto posto, e visando a um maior robustecimento das provas já

colhidas, represento a V. Ex.ª., com fundamento no art. 5º, inciso XI, da Constituição c/c art. 240 e ss. do CCP, pela autorização da realização de busca e apreensão, com a expedição dos respectivos Mandados, nos locais acima

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declinados, com o fim de apreenderquaisquer outros documentos relacionados ao objeto da presente investigação.

Requer-se a Vossa Excelência, também, que seja estabelecido

o prazo de 20 (vinte) dias para cumprimento dos mandados, a fim de que se possa melhor planejar e executar a operação policial que, em razão de sua magnitude, envolverá grande efetivo.

Solicita-se, ainda, aautorização para que, na forma do que

preceitua a lei 9.034/95, possamos ter acesso a quaisquer bancos de dados informatizados que forem arrecadados, objetivando o conhecimento e retirada do que interessar aos fatos em apuração.

BLOQUEIO DE SALDOS BANCÁRIOS UTILIZADOS PELA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Representa-se ainda para que Vossa Excelência determine o

bloqueio dos saldos, inclusive de cheques de créditos e/ou débito em compensação, das contas correntes das instituições financeiras onde a empresa CONSTRUTERRA CONSTRUÇÃO CIVIL LTDA– CNPJ 07.328.918/0001-03 efetuou movimentações financeiras.

E para a execução desta medida, requer-se que Vossa

Excelênciaoficie ao Banco Central do Brasil (BACEN), solicitando-se a identificação de contas bancáriasda empresa CONSTRUTERRA CONSTRUÇÃO CIVIL LTDA (CNPJ 7328918000103), de seus sócios ADRIANO SASAI (CPF 638.663.232-04), FABIANO SASAI (CPF 691.011.082-04), e de seu administrador de fatoCARLOS TAKASHI SASAI (CPF 791.275.338-91)com vista ao posterior CONGELAMENTO das mesmas por meio do comando BACEN-JUD ou, alternativamente, oficiando o Banco Central para providências, a fim de que o numerário nelas indicado também possa, eventualmente, servir para futura reparação civil advinda da suposta prática ilícita (DL 3.240/41)com a apreensão dos valores nelas custodiados no patamar do dano quantificado: R$ 4.235.583,16.

Solicita-se que o encaminhamento das ordens judiciais de bloqueio de valores, caso deferidas, seja feito de forma simultânea ao cumprimento dos mandados de prisão e busca e apreensão

Requer-se a expedição de mandados de condução coercitiva (art. 260 do CPP) para que todos os demais envolvidos nos fatos descritos nesta investigação, para os quais não foi realizado o pedido de prisão preventiva, sejam ouvidos no mesmo dia da deflagração desta operação, inclusive das testemunhas. Esta medida é de fundamentalimportância, eis que

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possibilitará a colheita simultânea de declarações, e impedirá que uns influenciem o depoimento dos outros.

Assim, representa-se pela decretação da condução coercitiva

dos seguintes investigados/testemunhas (22): (1)Nome:ACRINALDO PEREIRA PONTES(criu) (CPF 215.757.542-15). Filiação -Pai: Sebastião Roque Pontes, Mãe: Maria do Carmo Pereira Pontes. Endereço: Rua Copacabana, 64, Conjunto VILLAGE MACIEL - Vila Ivonete, CEP 69914-380, Rio Branco - ACTipificação:artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel).

(2) Nome: JORGE WANDERLAU TOMAS (CPF 01546643249). Filiação - Pai: João Tomaz, Mãe: Ercília Carlos Tomaz Endereço: Rua Honório Cavalcante, Conj. Guiomard AS, Bosque, CEP 69909-560, RIO BRANCO – AC. Tipificação: artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel) c/c artigo 29 do Código Penal.

(3) Nome:ADRIANO SASAI(CPF 638.663.232-04). Filiação -Pai: CarlosTakashi Sasai, Mãe: Emico Kasahara Sasai Endereço: Avenida Antonio da Rocha Viana, 2686,Vila Ivonete, CEP 69914-610, Rio Branco-AC. Tipificação:artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel) e desvio de recursos públicos (artigo 312 c/c 29 do Código Penal)

(4)Nome:FABIANO SASAI (CPF : 691.011.082-04). Filiação -Pai: CarlosTakashi Sasai, Mãe: Emico Kasahara Sasai Endereço: Rua Júpter, 454 – Adalberto Aragão, Rio Branco - AC, 69910-580. Tipificação:artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel) e desvio de recursos públicos (artigo 312 c/c 29 do Código Penal).

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(5)Nome: JOAQUIM MANOEL MANSOUR MACEDO (tinel) (CPF 691.011.082-04). Filiação - Pai: Joaquim Falcão Macêdo, Mãe: Elais Mansour Macedo Endereço: Rua Laranja, 47, Morada do Sol, CEP 69901-024, RIO BRANCO – AC. Tipificação:prevaricação, art.319 do Código Penal

(6)Nome: TEÓFILO MONTEIRO LESSA NETTO (CPF 678.427.472-53). Filiação - Pai: Sebastião Galvão Lessa, Mãe: Giseles Maria Saraiva Lessa Endereço: Conj. Bela Vista, Q. 23, Casa 02, Floresta, Rio Branco/AC, CEP 69906-370. Condição:testemunha do cartel

(7)Nome: MARCOLINO JOSE DE ZORZE RODIGHERO (CPF 543.124.931-20). Filiação - Pai: Paulo Rodighero, Mãe: Madalena Maria de Zorze Rodighero Endereço: Rua Arlindo Porto Leal, 05, Centro, Rio Branco/AC, CEP 69053-140. Condição: testemunha do cartel. (8)Nome: RONANZANFORLINBARBOSA (CPF 543.124.931-20). Filiação - Pai: Geraldo Magela Barbosa, Mãe: Laide Zanforlin Barbosa Endereço: Alameda Manacas, 310, Chacara Ipê, Rio Branco/AC, CEP 69911-880. Tipificação:formação de quadrilha (288 CP), peculato (312 CP) e fraude à licitação (art.96 da Lei nº8.666/93).

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(9)Nome: KEITH FONTENELE GOUVEIA (CPF 339.974.622-91) Filiação - Pai: Jose Carlos Freire Gouveia, Mãe: Maria Ines das Graças Fontenele Gouveia Endereço: Rua Equador, 205, Q. C, Casa 07, Habitasa, Rio Branco/C, CEP 69900-310. Tipificação: corrupção ativa (art.333, CP). (10)Nome: RODRIGO TOLEDO PONTES(CPF 339.974.622-91) Filiação - Pai: Reginaldo Pereira Pontes, Mãe: Maria Helena de Toledo Pontes Endereço: Alameda Japim, nº 540 – Chácara Ipê, CEP 69917544, Rio Branco/AC. Condição: testemunha do cartel (11)Nome: CESAR AUGUSTO GADELHA CPF 095.614.122-68 Filiação - Pai: Francisco Pinheiro Gadelha, Mãe: Olinda Augusta Gadelha Endereço: Conj. Bela Vista, q.22, c.10, Floresta, Rio Branco/AC, 69906-370. Tipificação: corrupção passiva, art.317 do CP.

(12)Nome: MANCIO LIMA CORDEIRO CPF 04573447253 Filiação-Mãe: Rocilda Cordeiro de Lima Endereço: Alameda Palmeiras, 95, Chácara Ipê, CEP 69917528, Rio Branco/AC Tipificação: desvio de recursos públicos(art.312 do CP). (13)Nome: JOAO OLIVEIRA DE ALBUQUERQUE CPF 32186282704 Filiação-Mãe: Dagmar Jorge Oliveira Endereço: Av. Ceará, 467, Cadeia Velha, CEP 69900460, RIO BRANCO – AC. Tipificação: artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel).

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(14)Nome: MARIO TADACHI YONEKURA CPF 665.653.678-68 Filiação-Mãe: Akiko Ono Yonekura Endereço: Rua Capitão Ciríaco, 110, Aviário, CEP 69909180, Rio Branco/AC. Tipificação: artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel).Procurador da empresa ETENGE. (15)Nome: GREICE HELIONAY FREITAS DOS PASSOS CPF 18321305253 Filiação - Pai: Waldemar Peres de FreitasMãe:Terezinha Saraiva de Freitas Endereço: Rua Edmundo, 173, conj. Bela Vista, q. 10 c. 14, Floresta,Rio Branco/AC. Tipificação: art.317 do CP. (16)Nome: RAIMUNDO NONATO SOARES DAMASCENO (raimundinho) (CPF 138.018.482-72). Filiação - Pai: Natavio Cavalcante Damasceno, Mãe: Silene Soares Acioli Damasceno. Endereço: RUA: Doutor Sãnsão Gomes, 672 - triângulo, Tarauacá – AC. Condição: testemunha do cartel

(17)Nome: JOSÉ VENILSON DE CARVALHO (CPF 240.399.692-00). Filiação - Mãe: : INGELTINA GOMES DE CARVALHO. Endereço: Rua Leblon, 355 - Conj. Castelo Branco - Ivete Vargas, Rio Branco - AC, 69906-440. Condição: testemunha dopossível vazamento das investigações

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(18)Nome: EXPEDITO COSTA CAVALCANTE (CPF 090.585.403-91). Filiação – PAI: Agostinho Chaves CavalcanteMãe: Francisca Eliezer Cavalcante Costa. Endereço: Conj. Solar, quadra 06 casa 03, Rio Branco/AC. Tipificação: art.90 da Lei 8.666/93 e testemunha do cartel (19)Nome: NARCISO MENDES DE ASSIS (CPF 019.935.004-30). Filiação –PAI: Cristiano Mendes de AssisMãe:Luiza Carlos de Assis. Endereço: Chácara Ipê, Alameda Manacás, nº 310 - Barro Vermelho, Rio Branco/AC, 69911-880. Condição: testemunha do cartel

(20)Nome: WILMAR FERREIRA ARANTES (CPF 217.923.991-20). Filiação –Pai: Inácio Bento Ferreira,Mãe:Iror Terezinha Ferreira Endereço: Av. Recanto Verde, 350, q.5, casa 35, residencial Riviera Dei Fiori – Primavera – Rio Branco/AC Tipificação:prevaricação, art.319 CP. (21)Nome: DJALMA GADELHA DOS SANTOS (CPF 175.260.942-53). Filiação – Mãe: Antônia Gadelha dos Santos Endereço: Conj. Tucumã II, q.14, casa 15, (n° 225) – Distrito Industrial – Rio Branco/AC Condição: testemunha do cartel

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(22)Nome: JOÃO EDUARDO SILVEIRA DE ALBUQUERQUE (CPF 102.815.657-08). Filiação – Pai: João Oliveira de Albuquerque,Mãe: Adelaide Silveira de Albuquerque. Endereço: Estrada da Usina, 563, apto. 1001 – Morada do Sol – Rio Branco/AC. Tipificação:artigo 4º, I da Lei nº8.137/90 (formação de cartel).

Por fim, requer-se o compartilhamento de provas com a Secretaria de Defesa Econômica do Ministério da Justiça, eis que o crime de cartel apurado nestes autos também constitui-se em infração administrativa prevista na Lei de Defesa da Concorrência (Lei nº8.884/94), sendo que as empresas envolvidas também são passíveis de receberem multas aplicadas pelo CADE que podem chegar a 30% do faturamento, bem como receberem a punição de proibição de participarem de licitação por até 5 anos.

DOS PEDIDOS Por todo o exposto, pugnamos a V. Exa. se digne a deferir o seguinte:

I. Decretação da PRISÃO PREVENTIVA dos representados, pelas

razões já expostas;

II. Expedição de MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO, na forma prevista no Capítulo XI do CPP (arts. 240 e ss.), nos endereços comerciais e residenciais dos investigados, secretarias e empresas, acima citado;

III. CUMPRIMENTO DOS MANDADOS com prazo de até 20 (vinte)

dias para efetivação, em razão da enorme quantidade de providências preparatórias que as diligências requeridas demandam;

IV. CONGELAMENTO das contas bancárias utilizadas pela

empresa CONSTRUTERRA CONSTRUÇÃO CIVIL LTDA (CNPJ 7328918000103) pelos seus sócios ADRIANO SASAI (CPF 638.663.232-04), FABIANO SASAI(CPF 638.663.232-04) e CARLOS SASAI(CPF 791.275.338-91) por meio do comando BACEN-JUD ou, alternativamente, oficiando o Banco Central para providências, a fim de que o numerário nelas indicado

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também possa, eventualmente, servir para futura reparação civil advinda da suposta prática ilícita (DL 3.240/41). Solicita-se que o encaminhamento da ordem judicial de bloqueio de valores, caso deferida, seja feito simultaneamente ao cumprimento dos mandados de prisão e busca e apreensão.

V. Com vistas ao regular andamento da ação penal, evitando que se

aleguem nulidades, requer-se que se determine expressamente a QUEBRA DO SIGILO DE DADOS DOS MEIOS DE INFORMÁTICA (computadores, laptops, palms, agendas eletrônicas, zip ou pen drives, memory e flash cards, memory stick, telefones celulares ou quaisquer outros meios eletrônicos de armazenamento de dados) apreendidos, possivelmente, nas diligências de busca e apreensão requeridas, com permissão expressa para a realização de perícias ou análises que se fizerem necessárias;

VI. Condução coercitiva;

VII. Compartilhamento de provas com a SDE e o CADE.

Em caso de deferimento das medidas, requer a competente autorização para fornecimento de cópia digitalizada do presente inquérito policial, incluindo o acesso as provas coletadas por meio de interceptação telefônica (individualizada por investigado), aos advogados devidamente constituídos, mediante apresentação de procuração e requerimento formal, o que se faz em atenção a 14ª Súmula Vinculante do STF e ainda em consonância com a Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia), devendo correr as expensas do interessado, ao passo em que o defensor ficará alertado sobre a imperiosa necessidade da manutenção do sigilo do apuratório de forma a preservar a intimidade dos imputados, bem como não frustrar a correta coleta de outros elementos de provas.

Respeitosamente,

Benny Alysson Faleiro

Delegado de Polícia Federal

Fábio Morais De Paula Delegado de Polícia Federal

Anexos: Relatório de Inteligência Policial (concorrência nº 171/2011) Informação Policial nº 23/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC Informação Policial nº 22/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC

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Informação Policial nº 03/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC Informação Policial nº 08/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC Informação Policial nº 02/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC Informação Policial nº 01/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC Informação Policial nº 05/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC Informação Policial nº 11/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC Informação Policial nº 16/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC Informação Policial nº 04/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC Informação Policial nº 13/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC Informação Policial nº 14/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC Ofício nº 001/2013 – BAN/DRCOR/SR/DPF/AC Ofício nº 1934/SEORI/DEADI/PCN Laudo pericial nº 086/2013 – SETEC/SR/DPF/AC Laudo pericial nº 080/2013 – SETEC/SR/DPF/AC Laudo pericial nº 069/2013 – SETEC/SR/DPF/AC Laudo pericial nº 090/2013 – SETEC/SR/DPF/AC