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SESC São José dos Campos Av. Adhemar de Barros, 999 - Jd. S. Dimas - CEP 12.245-010 (12) 3904 2000 - [email protected] - www.sescsp.org.br Abril | Maio | Junho | 2011 Artes Visuais Direcionada ao público infantojuvenil que visitará a exposição com suas escolas ou seus pais, este material faz um breve resumo do surgimento da gravura e aborda suas principais técnicas de confecção. Agendamento para visitas monitoradas de grupos podem ser feitas pessoalmente ou pelos telefones (12) 3904-2000, 3904-2020 e 3904-2033. Heinrich Knopfler, Natureza Morta. Xilogravura de topo em quadricromia, s.d. (meados do século XIX). Renina Katz - O Parque. Xilogravura, 1956.

Gabinete de Gravuras - Infantil

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Gabinete de Gravuras - Infantil - SESC Sao Jose dos Campos

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Page 1: Gabinete de Gravuras - Infantil

SESC São José dos CamposAv. Adhemar de Barros, 999 - Jd. S. Dimas - CEP 12.245-010(12) 3904 2000 - [email protected] - www.sescsp.org.br

Abril | Maio | Junho | 2011Abril | Maio | Junho | 2011Artes Visuais

Direcionada ao público infantojuvenil que visitará a exposição com suas escolas ou seus pais, este material faz um breve resumo do surgimento da gravura e aborda suas principais técnicas de confecção.

Agendamento para visitas monitoradas de grupos podem ser feitas pessoalmente ou pelos telefones (12) 3904-2000, 3904-2020 e 3904-2033.

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Page 2: Gabinete de Gravuras - Infantil

A ARTE DA GRAVURAEsta exposição é uma grande oportunidade para descobrir um tipo de arte muito antiga, mas muito legal, chamada GRAVURA. Todo mundo já ouviu falar de GRAVURA. Sempre que a gente vê uma imagem em um livro, a gente fala “aquela gravura”; ou então, quando a gente vê um pôster, também se fala, “que gravura legal”. Mas, quando estamos falando de ARTE, falar de GRAVURA é falar de um jeito muito especial de fazer a imagem.

Mais ou menos 500 anos atrás – num período em que o Brasil estava sendo descoberto pelos portugueses, quando não havia luz elétrica, nem gasolina, quando não havia carros nem aviões, e tudo andava mais devagar, quando o mundo era muito grande e quase ninguém sabia o que acontecia num outro continente, naquela época distante, as imagens eram feitas todas a mão.

Assim, se um membro de uma família nobre quisesse presentear um ente querido que morasse distante com um retrato seu ou de outra pessoa, ele precisaria contratar um desenhista ou pintor; posar para este e esperar que a obra � casse pronta. Isso poderia demorar muito se fosse uma pintura. Depois de terminada, essa pintura era única e muito cara. Caso este quadro se perdesse durante uma viagem, teria de se fazer um novo.

Era realmente difícil fazer uma imagem e, no caso da escrita, não tinha jeito. Não havia computadores nem máquinas de escrever, tinha que escrever na mão mesmo, por maior que fosse o livro. Eram chamados de manuscritos, ou “livros escritos à mão”. Então, na Europa em torno do ano 1400, num período que chamamos de Idade Média, alguém teve a ideia de escavar uma tábua de madeira – ou “gravar uma

Abraham Bosse A O� cina do Impressor. Água-forte,1642.

Tábua ilustrativa das Ferramentas utilizadas na gravura em metal, de S. Little John.Fonte: História da Gravura a Buril e a Água-forte, [DOVER].

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matriz de madeira” - e fazer um desenho. Depois, se passou tinta nesse desenho escavado na madeira e se imprimiu em um papel, um tipo de carimbo. Estava nascendo a gravura em madeira (ou XILOGRAVURA).

Daí em diante todo mundo aprendeu a fazer gravura para multiplicar a imagem. No começo imprimiram “santinhos” (folhetos com imagens de santos que existem ainda hoje) e cartas de baralho, mas depois começaram a imprimir imagens nos livros. Foi quando se teve a ideia de escavar não só a imagem, mas a página inteira na tábua de madeira, ou seja, imagem e texto. Depois de mais um tempo, um alemão chamado Gutemberg teve uma ideia brilhante: em vez de gastar tempo escavando página por página, Gutemberg fez letras soltas de metal fundido, que montou em uma base e imprimiu. O primeiro livro que ele imprimiu foi a BÍBLIA, em 1455. Estava nascendo a IMPRENSA.

Desde então, � cou fácil fazer livros em grande quantidade, e se continuou usando madeira gravada e impressa (“carimbada”) para fazer as imagens. Já no século XVI se descobriu que era possível usar outros tipos de matrizes para gravura como, por exemplo, lâminas de metal. Utilizavam lâminas bem cortantes para fazer a gravação na matriz. Daí nasceu a GRAVURA EM METAL. A Arte da GRAVURA foi se desenvolvendo e, no século XVIII, mais exatamente no ano 1796, um outro alemão descobriu um jeito de usar uma pedra bem lisa como matriz. Ele criou a LITOGRAFIA.

O ATELIÊ DO “GRAVURISTA”, OU DO ARTISTA DA GRAVURAAbaixo há uma imagem de um ateliê antigo de gravura, mas que não mudou muito. Na exposição pode-se ver uma prensa de madeira igual à da imagem.Na outra imagem, as várias ferramentas na gravura em metal. Pode-se comparar este desenho com as ferramentas reais expostas na vitrine e ver que nada mudou ao longo dos séculos. A gravura abaixo mostra que as coisas não mudaram muito desde 1642. O ateliê basicamente tem os materiais que permite trazer os três trabalhos básicos já comentados: a) preparação e gravação da matriz; b) entintagem da matriz; c) impressão da gravura. Na gravura de Abraham Bosse, o artista da esquerda está preparando a matriz, uma chapa de cobre. O artista mais ao fundo (entre os dois) está passando tinta na matriz e o artista na prensa está imprimindo o trabalho. Dá para ver o papel passando pelos cilindros, junto com a matriz.No varal em cima, as cópias molhadas são estendidas para secar. Tudo muito igual aos dias de hoje, a não ser a prensa que, geralmente, é feita de metal.

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A XILOGRAVURATécnica de gravura onde a matriz é a madeira. É como um carimbo, que é bem conhecido, mesmo por aqueles que não tem familiaridade com a Arte.

Além da XILO, há uma técnica semelhante mas que usa um outro material como matriz, um tipo de piso emborrachado chamado LINÓLEO. É a LINOLEOGRAVURA. É em tudo igual à XILO e só tem a diferença de ser mais fácil de trabalhar, por ser mais mole. Mas tem um detalhe: como a base é de borracha, não há as marcas das � bras da madeira, que tanta vida dão para as XILOS. Então, as LINOLEOGRAVURAS se parecem mais com carimbos mesmo. Na exposição há uma LINOLEOGRAVURA e dá para perceber a diferença entre ela e a XILOGRAVURA.

GRAVURA EM METALTécnica onde a matriz é uma placa de metal bem � na.

Geralmente se usa cobre, mas podem ser usados ferro, zinco ou outros metais. Na GRAVURA EM METAL são usadas

duas formas de se gravar: um é a chamada TÉCNICA DIRETA e outro é a TÉCNICA INDIRETA.

A GRAVURA EM PEDRA ou LITOGRAFIA é a técnica onde a matriz é uma placa de pedra calcárea especial bem grossa, chamada PEDRA LITOGRÁFICA. Das técnicas aqui expostas, é a mais trabalhosa e a que mais permite cópias da mesma matriz, sem desgaste do material (pode-se tirar até 10.000 cópias da pedra). Pode ser feita com inúmeras cores, dependendo do número de diferentes matrizes (uma pedra desenhada para cada cor), e do registro, pra não desalinhar as impressões.

Resumindo, a técnica se baseia na possibilidade de trabalhar a PEDRA LITOGRÁFICA com um lápis gorduroso. Trabalha-se na PEDRA com vários materiais, inclusive ácidos, até o momento da entintagem. Neste momento, ao passar a tinta oleosa sobre a pedra, onde o desenho foi feito, a tinta se � xa, e onde não há desenho, a pedra úmida repele a tinta oleosa. Imprime-se em uma prensa especial, feita só para impressões de LITOGRAFIAS.

Na exposição há três LITOS e dá para ver a perfeição do desenho com lápis conseguida com esta técnica.Nesta exposição é possível ver obras de arte feitas com três técnicas de gravura: a XILOGRAVURA, a GRAVURA EM METAL e a LITOGRAFIA.

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