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Escola Artística António Arroio A natureza Língua Portuguesa Ano Letivo 2011/2012 Professora: Elisabete Miguel Gabriel Espadinha Pessoa 10º F Nº1

Gabriel Pessoa - A natureza

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Gabriel Pessoa, 10.º ano, n.º12, turma F, Escola Artística António Arroio - Disciplina de Português - Professora Eli

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Page 1: Gabriel Pessoa - A natureza

Escola Artística António Arroio

A natureza

Lí ngua Portuguesa

Ano Letivo 2011/2012

Professora: Elisabete Miguel

Gabriel Espadinha Pessoa

10º F Nº1

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Índice

1. Introdução

2. Poemas de José Manuel Travado

3. Poemas de Fernando Pessoa

4. Poemas de Luís de Camões

5. Poemas de Alexandre O’Neill

6. A Natureza por Luís de Camões e Agnes Altmann

7. Poema de Maria Alberta Menéres

8. Poema de Florbela Espanca

9. Poema de António Gomes Leal

10. Poema de António Botto

11. Poema de Sophia de Mello Breyner

12. Poema de Gabriel Pessoa

13. Justificação dos 20 poemas e tema

14. Justificação do poema escolhido para ilustrar

15. Ilustração do poema “Arena” de José Manuel Travado

16. Conclusão

17. Fontes do trabalho

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Introdução

Na aula de português, a professora Elisabete propôs à turma a organização de

um portefólio com 20 poemas, em língua portuguesa, juntamente com a justificação

da escolha dos poemas, a ilustração do poema favorito e a sua fundamentação.

Antes de começar a pesquisa por poemas considerei melhor definir um tema

abrangente que me agradasse e assim foi, escolhi, como tema, a natureza visto que é

uma questão que me interessa.

A professora salientou também, em aula, a importância de o trabalho dever ter,

não só, uma apresentação digna de alunos de uma escola de artes, mas também haver

cuidado com a estrutura do mesmo, ou seja, não esquecer a capa, com a identificação

correta, o índice, a introdução, as justificações, a conclusão e uma bibliografia ou

webgrafia.

Procurando não limitar a minha criatividade e, simultaneamente, corresponder

ao solicitado, decidi juntar, aos 20 poemas do meu agrado e de autores que admiro,

mais um, que eu fiz há já alguns anos e, como continuo a gostar do que escrevi, pensei

enriquecer, de um modo diferente, o meu trabalho.

Para o meu poema favorito, concebi um desenho a carvão.

Page 6: Gabriel Pessoa - A natureza

Arena

Timbales

Clarins

Hora do sol

Capote grená

Verónicas

Adornos

Mãos envolvidas

Dorso negro

Crepúsculos

Aquecidos punhos

Signos gelados

Espadas abertas

Na sombra

Ocultas forças

Te desfalecem

Jorram dos ares

Lancinantes gotas

Sangue das origens

À terra retornado

Medo desembolsado

Multidões circulares

Medo capturado.

José Manuel Travado

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Jose Manuel Travado

Aqui

A terra

O mar

O sítio

Outrora

Lavrado

Os senhores

Do passado

O povo

Na palavra

Escondido

Terra lembrada

Os plátanos

A erva

Colhida

Pela onda

Orvalhada

José Manuel Travado

Page 8: Gabriel Pessoa - A natureza

Fernando pessoa

Ó ervas frescas que cobris

As sepulturas,

Vosso verde tem cores vis

A meus olhos, já servis

De conjecturas.

Sabemos bem de quem viveis

Ervas do chão,

Que sossego e esse que fazeis

Verde na forma que trazeis

Sem compaixão.

Ó verdes ervas, como o azul medo

Do céu sem ser,

Cunhado como entre segredo

Da vida viva, e outro degredo

Do infinito haver.

Tenho um terror como todo eu

Do verde chão…

Ó sol, não baixes já no céu,

Quero um momento ainda meu

Como um perdão.

Fernando Pessoa

O meu sentimento é cinza

Da minha imaginação,

E eu deixo cair a cinza

No cinzeiro da Razão.

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Já não me importo

Até com o que amo ou creio amar.

Sou um navio que chegou a um porto

E cujo movimento é ali estar.

Nada me resta

Do que quis ou achei.

Cheguei da festa

Como fui para la ou ainda irei

Indiferente

A quem sou ou suponho que mal sou,

Fito a gente

Que me rodeia e sempre rodeou,

Com um olhar

Que, sem o poder ver,

Sei [?] que é sem ar

De olhar a valer.

E só me não cansa

O que a brisa me traz

De súbita mudança

No que nada me faz.

Fernando Pessoa

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Luí s de Camo es

Descalça vai para a fonte

Lianor pela verdura;

Vai fermosa, e não segura.

Leva na cabeça o pote,

O testo nas mãos de prata,

Cinta de fina escarlata,

Saínho de chamalote;

Traz a vesquinha da cote,

Mais branca que a neve pura;

Vai fermosa, e não segura.

Descobre a touca a garganta,

Cabelos d’ouro o trançado,

Fita de cor d’encarnado.

Tão linda que o mundo espanta;

Chove nela graça tanta

Que dá fermosura;

Vai fermosa, e não segura.

Luís de Camões

Page 11: Gabriel Pessoa - A natureza

O dia em que nasci, moura e pereça

O dia em que nasci, moura e pereça,

Não o queiras jamais o tempo dar,

Não torne mais ao mundo, e, se tornar,

Eclipse nesse passo o sol padeça.

A luz lhe falte, sol se [lhe] escureça,

Mostre o mundo sinais de acabar,

Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,

A mãe ao próprio filho não conheça.

As pessoas pasmadas, de ignorantes,

As lagrimas no rosto, a cor perdida,

Cuidem que o mundo já se destruiu.

O gente temerosa, não te espantes,

Que este dia deitou ao mundo a vida

Mais desgraçada que jamais se viu!

Luís de Camões

Page 12: Gabriel Pessoa - A natureza

Alexandre O’Neill

Ao rosto vulgar dos dias

Monstros e homens lado a lado

Não à margem, mas na própria vida.

Absurdos monstros que circulam

Quase honestamente.

Homens atormentados, divididos, fracos.

Homens fortes, unidos, temperados.

Alexandre O’Neill

Page 13: Gabriel Pessoa - A natureza

Os amantes de novembro

Ruas e ruas dos amantes

Sem um quarto para o amor

Amantes são sempre extravagantes

E ao frio também faz calor

Pobres amantes escorraçados

Dum tempo sem amor nenhum

Coitados são engalfinhados

Que sendo dois parecem um

De pé imoveis transportados

Como uma estátua erguida num

Jardim votado ao abandono

De amor juncado e de outono.

Alexandre O’Neill

Page 14: Gabriel Pessoa - A natureza

A Natureza Agnes Altmann e Luís de camões

Floresta

À sombra vira-folhas

em muxoxos murmurinhos

nos castos ninhos

na densa floresta de frutos

de copa altaneira celtitudes

de balanços palmeiras

encantos abrigo de alegres cantos

de passarinhos à sós mussitando

nas grutas às escuras

espigas de flores soturnas

dos troncos rijos adornos

folhas-de-prata opulências

de bromélias ao relento

guaches pinceladas matizes

suspensas róseas vistosas

na selva musgosa verdecente

a fingirem-se esconderijos

brássias, não-me-esqueças

em delírio tintas sorrindo

no maior luxo enlaçadas

à solta na paz meditando

amor monocarpo no íntimo

sem fins-d'águas murmulhos

no maior sigilo verde-água

nas folhas-da-fonte em relevo

entre orquídeas em chamas

e não-me-deixes floríferas

pós dilúvios nubíferos

das paixões policárpicas

à sombra fora de perigo

tesouro nubívago

amor por ti entrelaça.

Agnes Altmann

Page 15: Gabriel Pessoa - A natureza

O fogo que na branda cera ardia

O fogo que na branda cera ardia, Vendo o rosto gentil que na alma vejo. Se acendeu de outro fogo do desejo, Por alcançar a luz que vence o dia. Como de dois ardores se incendia, Da grande impaciência fez despejo, E, remetendo com furor sobejo, Vos foi beijar na parte onde se via. Ditosa aquela flama, que se atreve Apagar seus ardores e tormentos Na vista do que o mundo tremer deve! Namoram-se, Senhora, os Elementos De vós, e queima o fogo aquela nave Que queima corações e pensamentos.

Luís de camões

Se as penas com que Amor tão mal me trata

Se as penas com que Amor tão mal me trata Permitirem que eu tanto viva delas, Que veja escuro o lume das estrelas, Em cuja vista o meu se acende e mata; E se o tempo, que tudo desbarata Secar as frescas rosas sem colhê-las, Mostrando a linda cor das tranças belas Mudada de ouro fino em bela prata; Vereis, Senhora, então também mudado O pensamento e aspereza vossa, Quando não sirva já sua mudança. Suspirareis então pelo passado, Em tempo quando executar-se possa Em vosso arrepender minha vingança.

Luís de Camões

Page 16: Gabriel Pessoa - A natureza

Verdes são os campos

Verdes são os campos, De cor de limão: Assim são os olhos Do meu coração. Campo, que te estendes Com verdura bela; Ovelhas, que nela Vosso pasto tendes, De ervas vos mantendes Que traz o Verão, E eu das lembranças Do meu coração. Gados que pasceis Com contentamento, Vosso mantimento Não no entendereis; Isso que comeis Não são ervas, não: São graças dos olhos Do meu coração.

Luís de camões

Page 17: Gabriel Pessoa - A natureza

Eu cantarei de amor tão docemente

Eu cantarei de amor tão docemente, Por uns termos em si tão concertados, Que dois mil acidentes namorados Faça sentir ao peito que não sente. Farei que amor a todos avivente, Pintando mil segredos delicados, Brandas iras, suspiros magoados, Temerosa ousadia e pena ausente. Também, Senhora, do desprezo honesto De vossa vista branda e rigorosa, Contentar-me-ei dizendo a menor parte. Porém, pera cantar de vosso gesto A composição alta e milagrosa Aqui falta saber, engenho e arte.

Luís de Camões

Page 18: Gabriel Pessoa - A natureza

Sempre a Razão vencida foi de Amor

Sempre a Razão vencida foi de Amor; Mas, porque assim o pedia o coração, Quis Amor ser vencido da Razão. Ora que caso pode haver maior!

Novo modo de morte e nova dor! Estranheza de grande admiração, Que perde suas forças a afeição, Por que não perca a pena o seu rigor. Pois nunca houve fraqueza no querer, Mas antes muito mais se esforça assim Um contrário com outro por vencer. Mas a Razão, que a luta vence, enfim, Não creio que é Razão; mas há-de ser Inclinação que eu tenho contra mim.

Luís de Camões

Page 19: Gabriel Pessoa - A natureza

Quem diz que Amor é falso ou enganoso

Quem diz que Amor é falso ou enganoso,

Ligeiro, ingrato, vão desconhecido,

Sem falta lhe terá bem merecido

Que lhe seja cruel ou rigoroso.

Amor é brando, é doce, e é piedoso.

Quem o contrário diz não seja crido;

Seja por cego e apaixonado tido,

E aos homens, e inda aos Deuses, odioso.

Se males faz Amor em mim se veem;

Em mim mostrando todo o seu rigor,

Ao mundo quis mostrar quanto podia.

Mas todas suas iras são de Amor;

Todos os seus males são um bem,

Que eu por todo outro bem não trocaria.

Luís de Camões

Page 20: Gabriel Pessoa - A natureza

Agua-memória

Que súbita alegria me tortura

Alegria tão bela e estranha

Tão inquieta

Tão densa de pressentimentos?

Que vento nos meus nervos

Que temporal lá fora

Que alegria tão pura, quase medo ao silencio?

Pára a chuna nas árvores

Para a chuva nos gestos,

Interiores confortos

Divisíveis distâncias

Ultrapassáveis gritos

Que alegria no inverno

Que montanha esperada ou inesperada canto?

Maria Alberta Menéres

Page 21: Gabriel Pessoa - A natureza

Árvores do Alentejo

Horas mortas... Curvada aos pés do Monte

A planície é um brasido e, torturadas,

As árvores sangrentas, revoltadas,

Gritam a Deus a bênção duma fonte!

E quando, manhã alta, o sol posponte

A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,

Esfíngicas, recortam desgrenhadas

Os trágicos perfis no horizonte!

Árvores! Corações, almas que choram,

Almas iguais à minha, almas que imploram

Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vede:

-Também ando a gritar, morta de sede,

Pedindo a Deus a minha gota de água!

Florbela Espanca

Page 22: Gabriel Pessoa - A natureza

Carta às Estrellas

Ninguém soletra mais vossos mistérios

Grandes letras da Noute! Sem cessar...

Ó tecidos de luz! rios etéreos,

Olhos azuis que amoleceis o Mar!...

O que fazeis dispersas pelo ar?!...

E há que tempos há já, fogos sidéreos,

Que ides assim como uns brandões funéreos

Que levais o Deus Padre a sepultar?!

Há que tempos, dizei! - Há muitos anos?...

E, com tudo, astros santos, desumanos,

A vossa luz é sempre clara e igual!

Há muito, que sois bons, castos, brilhantes!...

- Mas, também... ó cruéis! sempre distantes...

Como dos nossos braços o Ideal!

António Gomes Leal

Page 23: Gabriel Pessoa - A natureza

Quem não ama não vive

Já na minha alma se apagam

As alegrias que eu tive;

Só quem ama tem tristezas,

Mas quem não ama não vive.

Andam pétalas e folhas

Bailando no ar sombrio;

E as lágrimas, dos meus olhos,

Vão correndo ao desafio.

Em tudo vejo Saudades!

A terra parece morta.

- Ó vento que tudo levas,

Não venhas á minha porta!

E as minhas rosas vermelhas,

As rosas, no meu jardim,

Parecem, assim caídas,

Restos de um grande festim!

Meu coração desgraçado,

Bebe ainda mais licor!

- Que importa morrer amando,

Que importa morrer d'amor!

E vem ouvir bem-amado

Senhor que eu nunca mais vi:

- Morro mas levo comigo

Alguma cousa de ti.

António Botto

Page 24: Gabriel Pessoa - A natureza

A hora da partida soa quando

Escurece o jardim e o vento passa,

Estala o chão e as portas batem, quando

A noite cada nó em si deslaça.

A hora da partida soa quando

as árvores parecem inspiradas

Como se tudo nelas germinasse.

Soa quando no fundo dos espelhos

Me é estranha e longínqua a minha face

E de mim se desprende a minha vida.

Sophia de Mello Breyner Anderson

Page 25: Gabriel Pessoa - A natureza

Um sonho

Tudo o que eu sonhei

Encontro numa caixa

Caixa que nunca avistei

Mas que um dia alcançarei

Com tudo o que eu imaginei

De como seria esta caixa

E quando no final despertei

Percebi que nunca sonhei.

Gabriel Pessoa

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Arena - José Manuel Travado

Timbales

Clarins

Hora do sol

Capote grená

Verónicas

Adornos

Mãos envolvidas

Dorso negro

Crepúsculos

Aquecidos punhos

Signos gelados

Espadas abertas

Na sombra

Ocultas forças

Te desfalecem

Jorram dos ares

Lancinantes gotas

Sangue das origens

À terra retornado

Medo desembolsado

Multidões circulares

Medo capturado.

Page 27: Gabriel Pessoa - A natureza

poema escolhido – ilustração

Decidi ilustrar “Arena”, de José Manuel Travado, porque ter descoberto estes versos

durante a minha pesquisa foi, de algum modo, o repto de que carecia para concretizar

um desejo já antigo: tentar esboçar uma arena! Não posso escrever que estou

totalmente feliz com o meu esquisso, porém não enjeito o que fiz. Aqui o deixo,

cumprindo um requisito do trabalho, mas, sobretudo, como memória futura.

Page 28: Gabriel Pessoa - A natureza

Justificação dos 20 poemas e tema

Ao começar o meu trabalho de língua portuguesa sobre a poesia já tinha em

mente o tema ser relacionado com a natureza, em geral, ou com o mar.

Acabei por selecionar 20 poemas e apenas alguns estão diretamente

relacionados com o tema, pois, ao procurar, encontrei diversos versos sobre diferentes

assuntos de que gostei e pensei que seria o excelente momento para os registar,

incluindo-os neste dossiê. Assim, e desviando-me um pouco do inicialmente pensado,

juntei poemas, como “arenas” – que acabei por eleger para ilustrar –, a outros de

maior interiorização, manifestações do sujeito poético sobre o “amor”. Parei para

pensar se deveria dar um outro nome ao meu tema, mas decidi manter «natureza»,

embora com um sentido muito mais abrangente do que inicialmente pensei – agora

também inclui a complexidade das manifestações dos diferentes sentimentos

humanos e a sua natureza.

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Conclusão

Chegado o momento da conclusão, importa fazer um balanço.

Creio que consegui retirar coisas positivas deste trabalho, que me obrigou a

tomar atenção e a fazê-lo com calma, tive de pesquisar o que me fez adquirir muitos

mais conhecimentos sobre literatura. Li mais poemas e conheci muitos mais poetas.

Selecionei os vinte pedidos, incluí um de minha autoria, ilustrei o de que mais gostei.

Gostei da ideia da ilustração de um poema, pelo facto de poder desenhar

livremente, quase esqueci a obrigatoriedade de ser um trabalho escrito. Penso que

trabalhos como estes, com partes obrigatórias, mas com outras de grande liberdade e

criatividade são interessantes e devem continuar. Em suma, foi uma boa proposta por

parte da professora e considero que todos nós aprendemos mais e com mais boa

vontade.

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Fontes do meu trabalho

(consultas feitas durante os meses de janeiro e de fevereiro)

Obra poética – Fernando Pessoa

No reino da Dinamarca – Alexandre O’Neill

Lugares do medo – José Manuel Travado

http://blogrenatapoesia.blogspot.com/2009/08/agua-memoria-um-poema-de-maria-

alberta.html

http://www.astormentas.com/andresen.htm

http://www.citador.pt/poemas/carta-as-estrellas-antonio-gomes-leal

http://www.citador.pt/poemas/quem-nao-ama-nao-vive-antonio-botto