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GABRIELA ROCHA FERNANDES APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS ATUAIS E POTENCIAIS NO MERCADO PARA ALIMENTOS PROBIÓTICOS Sete Lagoas - MG 2013 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado Interdisciplinar em Biossistemas da Universidade Federal de São João del-Rei como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Biossistemas. Ênfase: Engenharia de Alimentos Orientadora: Prof. ª Andréia Marçal da Silva

GABRIELA ROCHA FERNANDES APLICAÇÕES … · gabriela rocha fernandes aplicaÇÕes tecnolÓgicas atuais e potenciais no mercado para alimentos probiÓticos Ênfase: engenharia de

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GABRIELA ROCHA FERNANDES

APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS ATUAIS E POTENCIAIS NO

MERCADO PARA ALIMENTOS PROBIÓTICOS

Sete Lagoas - MG

2013

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Bacharelado Interdisciplinar em

Biossistemas da Universidade Federal de São

João del-Rei como requisito parcial para a

obtenção do título de Bacharel em

Biossistemas.

Ênfase: Engenharia de Alimentos

Orientadora: Prof. ª Andréia Marçal da Silva

GABRIELA ROCHA FERNANDES

APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS ATUAIS E POTENCIAIS NO

MERCADO PARA ALIMENTOS PROBIÓTICOS

Aprovada em: __/__/____.

______________________________ ______________________________

Prof.ª Aline Acarruda Gonçalves Prof.º Juliano de Carvalho Cury

(Membro da banca) (Membro da banca)

_________________________________

Prof.ª Andréia Marçal da Silva

(Orientadora)

Sete Lagoas – MG

2013

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Bacharelado Interdisciplinar em

Biossistemas da Universidade Federal de São

João del-Rei como requisito parcial para a

obtenção do título de Bacharel em

Biossistemas.

Ênfase: Engenharia de Alimentos

Orientadora: Prof. ª Andréia Marçal da Silva

Agradecimentos

À Deus, por me fazer persistir em meus sonhos.

À minha família.

Aos meus amigos e colegas de graduação, que são uma enorme motivação para

mim.

A profª Andréia Marçal da Silva, que me deu atenção, ajuda e os conhecimentos

necessários durante o desenvolvimento deste projeto, pelas oportunidades e apoio

concedidos, principalmente no grupo de estudos de probióticos.

Agradeço a todos aqueles que contribuíram de alguma forma para a conclusão

de mais esta etapa.

RESUMO

Probióticos são microrganismos vivos que conferem efeito benéfico ao indivíduo

quando consumidos em quantidades adequadas. Nesta revisão abordam-se a alegação de

propriedade funcional para produtos finais, efeitos dos possíveis benefícios e riscos do

consumo de alimentos probióticos, além da influência do governo nas legislações e

atitude dos consumidores frente ao mercado global crescente que pressionam as

indústrias pela necessidade de produtos mais saudáveis. Ainda são apresentados neste

estudo, exemplos de novos alimentos probióticos adicionados ou não de prebióticos

funcionais não descobertos pela maior parte da população e aplicações de técnicas como

encapsulação, “spray dryer” e extrusão, combinadas com materiais encapsulantes que

podem gerar possibilidades de novos produtos .

Palavras-chave: Alimentos Funcionais, Aplicações Industriais, Encapsulação,

Microbiota intestinal, Microencapsulação, Probióticos, Tendências.

ABSTRACT

Probiotics are live microorganisms which confer a beneficial effect to the

individual when consumed in adequate amounts. In this review address to claim

property functional end products, effects of possible benefits and risks of consuming

probiotic foods, and the influence of government in the laws and attitudes of consumers

against the growing global market that push industries the need for products healthier.

Although this study are shown examples of new probiotic food added or not functional

prebiotic not discovered by the most people and applications of techniques such as

encapsulation, "spray drying" and extrusion combined with encapsulating material that

can generate new product possibilities.

Keywords: Functional Foods, Industrial Applications, Encapsulation, Intestinal

Microbiota, Microencapsulation, Probiotics, Tendencies.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 7

2. OBJETIVO ................................................................................................................................... 9

3. METODOLOGIA ........................................................................................................................ 10

4. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................................ 11

4.1 Origem / História dos probióticos ..................................................................................... 11

4.2 Definições .......................................................................................................................... 11

4.2.1 Alimentos funcionais ...................................................................................................... 11

4.2.2 Probióticos ..................................................................................................................... 12

4.2.3 Prebióticos ...................................................................................................................... 14

4.2.4 Simbióticos ..................................................................................................................... 16

4.3 Efeitos (benefícios à saúde e possíveis riscos no consumo) ............................................. 16

4.4 Legislação .......................................................................................................................... 20

4.5 Mercado ............................................................................................................................ 22

4.5.1 Sociedade ....................................................................................................................... 24

4.5.2 Indústria ......................................................................................................................... 25

4.5.3 Produtos ......................................................................................................................... 25

4.6 Tecnologias ........................................................................................................................ 31

4.6.1 Técnicas .......................................................................................................................... 31

4.6.1.1 Cultura Starter ............................................................................................................. 31

4.6.1.2 Adição de culturas probióticas .................................................................................... 32

4.6.1.3 Adição de ingredientes prebióticos............................................................................. 32

4.6.1.4 Microencapsulação / imobilização .............................................................................. 33

4.6.1.4.1 Encapsulação ............................................................................................................ 34

4.6.1.4.2 Métodos de dispersão: atomização, emulsificação e extrusão ............................... 34

4.7 Embalagens ....................................................................................................................... 38

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 40

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................... 41

7

1. INTRODUÇÃO

Algumas espécies de microrganismos que habitam o organismo são importantes

para um bom funcionamento deste, tornando-se alvo de pesquisa e interesse de diversas

instituições e indústrias alimentícias.

Conhecidos como probióticos, são microrganismos capazes de permanecerem,

por exemplo, no trato intestinal de humanos, mesmo que por um período determinado

de tempo. Presentes em diversos produtos considerados alimentos funcionais, são

conhecidos há décadas pelos seus efeitos.

A pesquisa de probióticos conduzida nos últimos 20 anos tem resultado em uma

valiosa fonte de dados relacionada a efeitos (JANKOVIC et al., 2010). Exemplos são a

melhora da capacidade de absorção de nutrientes no intestino, a atividade anti-

microbiana contra possíveis patógenos, a modulação do sistema imune do hospedeiro e

a atividade anti-carcinogênica. Entretanto, pouco tem-se falado sobre possíveis riscos no

consumo deste tipo de microrganismo.

O mercado de produtos probióticos ainda é bem promissor. A influência dos

hábitos, necessidades e atitudes dos consumidores, pressiona o desenvolvimento das

indústrias aumentando a competitividade por novos produtos a preços acessíveis.

Entre os desafios da indústria alimentícia, destaca-se a manutenção da

viabilidade destes microrganismos durante o processamento e estocagem dos produtos.

Vários métodos têm sido propostos neste sentido (ROKKA; RANTAMÄKI, 2010).

Tecnologias e materiais usados na microencapsulação de lactobacilos e bifidobactérias

como polissacarídeos; inclusão de canudos probióticos a embalagens; probióticos em

8

produtos com liberação controlada de bactérias benéficas ao longo do dia e sem a

necessidade de refrigeração são alguns dos exemplos relatados nesta revisão de

literatura.

9

2. OBJETIVO

Esta revisão de literatura teve como objetivo abordar a alegação de propriedade

funcional para produtos finais probióticos, apresentar a influência do Governo nas

legislações, a atitude dos consumidores frente ao mercado global de alimentos e a

posição das indústrias. Além disso, exemplos de novos alimentos probióticos e

aplicações de técnicas combinadas com materiais encapsulantes que podem gerar

possibilidades de novos produtos.

10

3. METODOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre os principais aspectos

tecnológicos atuais e potenciais de probióticos nos últimos 15 anos, utilizando as

seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online-SCIELO e Periódicos

Capes. Como palavras chaves foram utilizadas: probióticos, microbiota intestinal,

microencapsulação, encapsulação, aplicações industriais, alimentos funcionais,

tendências.

11

4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1 Origem / História dos probióticos

A história dos probióticos é conhecida há centenas de anos, desde a versão Persa

do Velho Testamento (Gênesis 18:8) que relata “Abrão atribuiu a longevidade ao

consumo de leite azedo” (DOS SANTOS MARTINS et al., 2009).

Os primeiros estudos científicos sobre o tema vieram a partir de Eli Metchnikoff

no início do século XX, um microbiologista russo que estudou os benefícios do leite

fermentado e postulou a teoria de que o consumo diário de leite fermentado propiciava o

prolongamento da vida dos camponeses búlgaros (LERAYER; SALVA, 1997 citado

por HUNGRIA; LONGO, 2009).

O termo “probiótico” foi utilizado pela 1ª vez por Lilley e Stillwell, em 1965,

que o definiram como aquele fator de origem microbiológica que estimula o

crescimento de outros organismos. Mais tarde, em 1989, Roy Fuller enfatizou o

requisito de viabilidade para os probióticos e introduziu a ideia de que têm um efeito

benéfico para o hospedeiro (OMGE, 2008).

4.2 Definições

4.2.1 Alimentos funcionais

O termo alimentos funcionais foi inicialmente introduzido pelo governo do

Japão em meados dos anos 1980, como o resultado de esforços para desenvolver

alimentos que possibilitassem a redução dos gastos com saúde pública, considerando a

elevada expectativa de vida naquele país (STRINGHETA, 2007).

12

O alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de saúde pode,

além de funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzir efeitos

metabólicos, fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para o

consumo sem supervisão médica (BALLUS et al., 2010).

A novidade é que os funcionais estão deixando de ser um nicho de mercado para

transformarem-se em uma nova fronteira do mercado de alimentos, roubando espaço

dos produtos tradicionais e com amplas possibilidades de crescimento (RAUD, 2008).

Não são aprovadas alegações para ingredientes ou componentes dos alimentos, e

sim para o produto final que tenha esses ingredientes ou componentes. As alegações

aprovadas relacionam a propriedade funcional e ou de saúde de um nutriente ou não

nutriente do alimento, conforme o item 3.3 da Resolução nº 18/1999. No entanto, a

comprovação da eficácia da alegação deve ser realizada caso a caso, considerando a

formulação e as características do alimento (ANVISA, 2008).

Portanto, o alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de

saúde pode, além de funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzir

efeitos metabólicos, fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para

o consumo sem supervisão médica (BALLUS et al., 2010).

4.2.2 Probióticos

A definição atualmente aceita internacionalmente de probióticos é que eles são

microrganismos vivos, administrados em quantidades adequadas, que conferem

benefícios à saúde do hospedeiro (SAAD, 2006). Para um produto probiótico apresentar

a alegação de promoção de saúde, no seu rótulo, a ANVISA estabelece que a quantidade

13

mínima viável da cultura deva estar entre 108 a 10

9 Unidades Formadoras de Colônias

(UFC) por porção do produto (ANVISA, 2008).

As espécies de Lactobacillus e Bifidobacterium são as mais comumente usadas

como probióticos. O fermento Saccharomyces cerevisiae e algumas espécies de

Escherichia coli e Bacillus também são utilizados como probióticos. As bactérias do

grupo ácido láctico (BAL), entre as quais se encontra a espécie Lactobacillus, foram

utilizadas para a conservação de alimentos mediante fermentação durante milhares de

anos; podem exercer uma função dupla, atuando como agentes fermentadores de

alimentos, podendo também gerar efeitos benéficos à saúde. Os mecanismos de ação

são específicos de cada cepa e há evidência de eficácia de algumas cepas de

Saccharomyces boulardii para a prevenção da diarréia aguda, na diarréia associada a

antibióticos, terapia adjuvante para erradicação de Helicobacter pylori (OMGE, 2008).

Em menor escala, Enterococcus faecium, são mais frequentemente empregadas

como suplementos probióticos para alimentos, uma vez que têm sido isoladas de todas

as porções do trato gastrointestinal do humano saudável (FANI, 2011).

No quadro 1 são apresentados os probióticos que a ANVISA faz alegação de

propriedade funcional e os requisitos específicos necessários:

14

Quadro 1. Probióticos com alegação de propriedade funcional aprovada:

Fonte: ANVISA, (2008).

4.2.3 Prebióticos

Os prebióticos são definidos como ingredientes seletivamente fermentáveis que

permitem modificações específicas na composição e/ou na atividade da microbiota

gastrintestinal que resultam em benefícios ao bem estar e à saúde do hospedeiro

(KOMATSU et.al., 2008).

15

O prebióticos mais comumente conhecidos são oligofrutose, inulina,

galactooligossacarídeos, lactulose e oligossacarídeos (OMGE, 2008).

Os prebióticos podem incluir féculas, fibras dietéticas, outros açúcares não-

absorvíveis, álcoois do açúcar e oligossacarídeos, sendo que este último é encontrado

como componente natural de vários alimentos, como frutas, vegetais, leite e mel. Entre

os oligossacarídeos naturais, os frutooligossacarídeos (FOS), são os principais

compostos reconhecidos e utilizados em alimentos, aos quais se atribuem propriedades

prebióticas. Os FOS estão presentes como compostos de reserva energética em mais de

36 mil espécies de vegetais, muitos dos quais utilizados na alimentação humana. As

principais fontes de FOS incluem trigo, cebola, banana, alcachofra, alho e raízes de

chicória (FANI, 2011).

Os FOS podem ser usados em formulações de sorvetes e sobremesas lácteas, em

formulações para diabéticos, em produtos funcionais que promovam efeito nutricional

adicional nas áreas de prebióticos, simbióticos, fibras dietéticas, em iogurtes,

promovendo efeito simbiótico (além do próprio efeito probiótico do iogurte), em

biscoitos e produtos de panificação, substituindo carboidratos e gerando produtos de

teor reduzido de açúcar, em barras de cereais, sucos e néctares frescos, produtos de

confeitaria, molhos etc. Na aplicação de simbióticos em alimentos, o ideal é que o

ingrediente selecionado seja um substrato metabolizável pelo microrganismo probiótico

no intestino, o que possibilitaria um aumento na capacidade de sobrevivência do

probiótico. Um exemplo é a maior preferência sensorial por um queijo cremoso

simbiótico, que associa Streptococcus thermophilus com Lactobacillus paracasei e

inulina, em relação ao probiótico, que contém Streptococcus thermophilus e inulina, e

ao queijo padrão, composto por Streptococcus Thermophilus (FANI, 2011).

16

4.2.4 Simbióticos

O termo simbiótico é usado quando um produto contém probióticos e

prebióticos. O termo alude ao sinergismo e deve ser usado para produtos em que o

prebiótico favoreça seletivamente o probiótico . Sendo assim, tanto um produto com a

combinação de oligofrutose e bifidobactérias quanto outro contendo oligofrutose e

Lactobacillus casei , por exemplo, encaixam - se na definição de produto simbiótico

(SCHREZENMEIR; VRESE, 2001).

4.3 Efeitos (benefícios à saúde e possíveis riscos no consumo)

Um produto probiótico deve conter uma ou mais cepas definidas e bem

caracterizadas, no sentido de compreender os fatores determinantes sobre a

funcionalidade probiótica e os benefícios do hospedeiro, já que os efeitos probióticos

são específicos para determinadas cepas em especial (KOMATSU et al., 2008).

A atividade antimicrobiana é uma das formas empregadas pelas bactérias

probióticas para excluir, competitivamente, ou inibir a atividade das bactérias

patogênicas no intestino. Entre os compostos antimicrobianos produzidos por bactérias

probióticas estão ácidos orgânicos (ácido láctico e acético), peróxido de hidrogênio (nos

ambientes em que oxigênio está presente), diacetil, -hidroxipropionaldeído (produzido

por Lactobacillus reuteri), além de peptídeos (ou proteínas) bacteriostáticos ou

bactericidas. Bacteriocinas, compostos proteicos produzidos por bactérias, exibem

atividade bacteriostática ou bactericida sobre bactérias susceptíveis (BALLUS et al.,

2010).

De modo geral, lactobacilos podem colaborar na digestão da lactose em

indivíduos com intolerância a esse dissacarídeo, reduzir a constipação e a diarréia

17

infantil, ajudar na resistência a infecções por salmonela, prevenir a “diarréia do

viajante” e aliviar a síndrome do intestino irritável. Bifidobactérias são conhecidas por

estimularem o sistema imunológico, produzirem vitamina B, inibirem a multiplicação

de patógenos, reduzirem a concentração de amônia e colesterol no sangue e ajudarem a

restabelecer a microbiota normal após tratamento com antibióticos (KOMATSU et al.,

2008). Probióticos tem efeitos anticarcinogênicos que podem ser atribuídos à inibição

de enzimas pro-carcinogênicas ou a estimulação do sistema imunitário do hospedeiro

(COPPOLA; TURNES, 2004).

Além disso, existem evidências de outros efeitos como a redução da infecção por

Helicobacter pylori, diminuição dos sintomas alérgicos, melhoria do metabolismo de

minerais, principalmente a estabilidade e densidade dos ossos e a redução das

concentrações de colesterol e triglicerídeos no plasma sanguíneo (SCHREZENMEIR;

VRESE, 2001).

No quadro 2 são apresentados alguns efeitos benéficos da utilização de

probióticos em alimentos funcionais e as possíveis causas e mecanismos.

Quadro 2. Causas e mecanismos dos efeitos benéficos atribuídos aos probióticos.

Fonte: MORAES; COLLA (2006).

18

Exemplos de produtos alimentícios e farmacêuticos contendo probióticos

comercializados no Brasil podem ser visualizadas na tabela 1.

Tabela1. Produtos alimentícios e farmacêuticos contendo bactérias probióticas

comercializados no Brasil.

Fonte: Adaptado de BALLUS et al., (2010); LEITE, (2009) e OMGE, (2008).

O consumo de alimentos probióticos também podem causar riscos à saúde dos

consumidores. A Organização Mundial de Gastroenterologia faz referência à inocuidade

de produtos, como a produção de suplementos de dietas que podem variar entre os

fabricantes e talvez, com o passar do tempo, para um mesmo fabricante. Podem haver

diferenças entre a eficácia e os efeitos colaterais de acordo com as cepas, produtos,

marcas, ou inclusive dentro dos diferentes lotes de uma mesma marca e ainda que os

19

produtos adquiridos pelo consumidor não sejam idênticos à forma usada na pesquisa

(OMGE, 2008).

Em pacientes debilitados, imunossuprimidos, transplantados a translocação

bacteriana e suas endotoxinas causam efeitos colaterais e podem ocorrer no intestino,

através das células M, por via paracelular, entre os enterócitos, quando ocorrem injurias

que causam ruptura nas junções de oclusão, ou por via transcelular, através dos

enterócitos. No cólon, as bactérias probióticas degradam as fibras e produzem uma série

de nutrientes, incluindo os ácidos graxos de cadeia curta, que estimulam o crescimento

da mucosa, reduzem a translocação e estimulam a defesa intestinal (FANI, 2011).

A transmissão de genes de virulência está presente em bactérias com fenótipos

resistentes, entre membros de bactérias entéricas patogênicas (Salmonella,

Campylobacter, Shigella, Helicobacter, Vibrio, Yersinia, Clostridium e Listeria) e as

bactérias probióticas no intestino dos seres humanos. Dessa forma existem duas

consequências graves: aumento da colonização desses agentes patogênicos resistentes

provocando infecções mais fortes no trato gastro-intestinal e um desequilíbrio na

microbiota residente podendo aumentar os riscos de infecções extra-intestinais e

potencializar outras doenças (CAPOZZI; SPANO, 2009).

Segundo a Organização Mundial de Gastroenterologia (OMGE, 2008) a questão

da segurança foi levantada com o uso mais recente dos isolamentos intestinais de

bactérias administradas em grandes quantidades a pacientes graves. O uso de

probióticos em pessoas doentes está restringido às cepas e indicações com eficácia

provada. Desde o estudo científico, a descrição adequada de um produto probiótico,

conforme informado na etiqueta deve incluir:

20

Identificação de gênero e espécie com nomenclatura consistente com os

nomes científicos reconhecidos atualmente;

Identificação da cepa;

Contagem de microrganismos viáveis de cada cepa no fim da vida útil;

Condições de armazenamento recomendadas;

Segurança nas condições de uso recomendadas;

Dose recomendada, que deve ser baseada em indução do efeito

fisiológico;

Informação de contato para vigilância pós-comercialização

4.4 Legislação

As denominações das alegações ou “claims” e os critérios de aprovação variam

de acordo com a regulamentação de cada país ou de blocos econômicos. O “Codex

Alimentarius” e vários países seguem a tendência de disciplinar as alegações sobre as

propriedades funcionais dos alimentos ou de seus componentes, como também a

segurança com base em evidências científicas (STRINGHETA, 2007).

A legislação brasileira não define alimento funcional. Ela define alegação de

propriedade funcional e estabelece as diretrizes para sua utilização, bem como as

condições de registro para os alimentos com alegação de propriedade funcional

(ANVISA, 2008).

21

Os alimentos que apresentarem em seus dizeres de rotulagem e ou material

publicitário, as alegações listadas na regulamentação da ANVISA, devem ser

registrados na categoria de “Alimentos com Alegações de Propriedade Funcional e ou

de Saúde”. Assim, devem ter registro prévio à comercialização, conforme Anexo II da

Resolução RDC nº. 278/2005. O registro de alimentos com alegações e a avaliação de

novas alegações serão realizados mediante a comprovação científica da eficácia das

mesmas, atendendo aos critérios estabelecidos nas Resoluções nº. 18/99 e 19/99. A

eficácia da alegação no alimento deve ser avaliada caso a caso, tendo em vista que

podem ocorrer variações na ação do nutriente ou não nutriente em função da matriz ou

formulação do produto (ANVISA, 2008).

No caso de alimentos regulamentados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA), as empresas devem inicialmente protocolar na ANVISA a

petição 403, referente à solicitação de Avaliação de Alimentos com Alegações de

Propriedades Funcional e ou de Saúde. A ANVISA enviará resposta da avaliação para a

empresa, com cópia para a área competente do MAPA e a comprovação da eficácia da

alegação deve ser realizada caso a caso, considerando a formulação e as características

do alimento (ANVISA, 2008).

Os resultados de pesquisas científicas de universidades são formas de suporte

para as exigências de que um produto, alimento ou ingrediente seja regulamentado.

Então, a união entre universidade e indústria com as autoridades competentes na área

que tange à saúde e segurança do consumidor podem garantir que os alimentos sejam

regulamentados de acordo com suas atribuições.

22

4.5 Mercado

Pode-se observar certa disparidade entre regiões para a comercialização dos

alimentos funcionais. A Nafta (Área de Livre Comércio da América do Norte, composta

por Estados Unidos, Canadá e México) representa 72% do mercado mundial, contra

12% da União Européia e 14% do Japão – este país demonstrando um dinamismo

histórico. No Brasil, já são vários os alimentos funcionais presentes no mercado: além

dos iogurtes com probióticos que melhoram a saúde intestinal, podemos citar leites

enriquecidos com ferro (que ajuda na prevenção e no tratamento da anemia), com

vitaminas e com o ácido ômega-3 (que ajuda no controle do colesterol), bem como ovos

e margarinas enriquecidos também com ômega-3. O setor da água mineral não ficou

fora do movimento e ingressou recentemente no mercado das bebidas funcionais,

oferecendo águas que contêm alta concentração de vitaminas C e do complexo B, a fim

de fortalecer o sistema imunológico, ou que contêm a fibra FOS (frutooligossacarídeo) e

prometem contribuir para a prevenção dos cânceres de mama e de cólon e para a

redução dos riscos de doenças cardiovasculares, além de regular o intestino (RAUD,

2008).

O segmento de probióticos no mercado foi dominado por produtos lácteos

porque os consumidores já estão familiarizados com o fato de que os leites fermentados

contêm microrganismos viáveis e os reconhecem como benéficos para a saúde,

facilitando a recomendação da sua ingestão para o consumo de probióticos (BALLUS et

al., 2010).

Num contexto econômico cada vez mais concorrencial, a inovação de um

produto é um meio essencial de manutenção e conquista de novos segmentos de

23

mercado. O “marketing” deve preocupar-se em inovar e melhorar continuadamente com

base em pesquisas, análise de concorrência e diversos outros meios para que se consiga

manter no mercado (OLIVEIRA et al., 2008).

Os probióticos são um dos ingredientes mais importantes para a indústria de

lácteos e funcionais pela consequência dos seus benefícios à saúde, contribuindo para

um mercado de milhões de dólares. Ao contrário da Europa, onde os agentes

reguladores têm barrado as empresas Danone e Yakult de anunciar alguns supostos

benefícios de saúde de seus produtos, as empresas de laticínios têm uma margem de

manobra mais ampla para fazer tais afirmações na China, Índia e outros países da

região. De acordo com os dados mais recentes do Euromonitor International, o produto

Yakult subiu para terceiro lugar entre as bebidas lácteas probióticas na China, com

vendas de 174 milhões de dólares em 2010. Na Índia, a Yakult e a Danone realizaram

uma parceria e empregam 250 mulheres chamadas de Yakult Ladies que percorrem as

cidades vendendo os produtos com motonetas. Apesar de sua receita na Índia serem

pequenas, aumentaram suas vendas no país em pelo menos 60% a cada ano

(DOHERTY et al., 2012).

O mercado global para alimentos contendo probióticos provavelmente

aumentará em mais de 50%, isso significa um aumento para 42 mil milhões de dólares

até 2016. Para bebidas fortificadas como o Actimel e o Yakult, a região da Ásia-

Pacífico tem o melhor mercado depois da América do Norte, gerando aproximadamente

18 mil milhões em vendas no ano passado e ficando a Europa Ocidental em terceiro

lugar, com 11 mil milhões de dólares (DOHERTY et al., 2012).

24

4.5.1 Sociedade

O mercado é o local no qual os agentes econômicos procedem a troca de bens. A

economia de mercado depende primariamente das interações entre compradores e

vendedores para alocar recursos que envolve a sociedade. Esta compartilha propósitos,

gostos, preocupações, costumes, “status” social em função do setor Agroalimentar.

As refeições diárias representam o encontro com as pessoas, principalmente para

famílias, e a sociedade é modificada à medida que existe uma conscientização dessas

pessoas pela maior procura por alimentos benéficos a saúde. Logo, o desenvolvimento

de novos produtos alimentícios torna-se cada vez mais desafiador, à medida que procura

atender à demanda dos consumidores por produtos que, concomitantemente, sejam

saudáveis e atrativos (KOMATSU et al., 2008).

O mundo tem convivido com diferentes doenças que atualmente são causadas

principalmente por excesso de trabalho, falta de tempo para atividades extras, vícios

com cigarro e alcoolismo, má alimentação, falta da prática de atividades físicas, entre

outras. Isso tem levado a consequências como enormes gastos com saúde pública. Até o

século passado, a maioria das causas de morte em todo mundo eram doenças como

pneumonia, tuberculose e diarréia (IKEDA et al., 2010). Dessa forma, o governo tem a

necessidade de adotar políticas de incentivo a alimentos saudáveis e a prática de

exercícios físicos para reduzir os gastos com saúde pública. De forma quase direta,

esses incentivos e as legislações que sofrem alteração ao longo do tempo pela

necessidade de atualização, têm impacto direto na produção de produtos pelas

Indústrias.

25

4.5.2 Indústria

O principal objetivo da indústria é agregar valor mediante obtenção de produto

que, além de nutritivo, seja capaz de beneficiar a saúde de quem o ingere. É importante

que todos os requisitos para a fabricação de produto lácteo probiótico em sua máxima

funcionalidade sejam observados, para que o consumidor possa usufruir de alimento que

apresente as alegadas propriedades benéficas (BALLUS et al., 2009).

Uma nova tendência da indústria de alimentos é a produção de iogurtes e leites

fermentados funcionais. Isto porque, além destes produtos possuírem grande aceitação

pelo público em geral e apresentarem excelente valor nutritivo, são veículos em

potencial para o consumo de probióticos (ANTUNES et al., 2007).

Muitos são os desafios na elaboração de novas formas de produtos probióticos

pelas indústrias. A pesquisa relacionada às tecnologias mais avançadas, aliadas à

divulgação correta das informações para a sociedade na rotulagem dos alimentos,

poderão assegurar um mercado promissor.

4.5.3 Produtos

As formas mais comuns para alimentos probióticos são os produtos lácteos e os

alimentos fortificados com probióticos. No entanto, também existem outras formas no

mercado tais como preparações farmacêuticas em cápsulas, sachês, pós (produto

liofilizado), tabletes, suspensões líquidas ou secas. No mercado alimentício, uma forma

revolucionária e inovadora de apresentação de probióticos são aqueles imobilizados no

canudinho para beber o produto (HOLANDA et al., 2008).

Leites fermentados podem ser considerados probióticos em função da cultura

adicionada no processo produtivo. Entende-se por Leites Fermentados os produtos

26

resultantes da fermentação do leite pasteurizado ou esterilizado, por fermentos lácticos

próprios. Os fermentos lácticos aludidos nesse item devem ser viáveis, ativos e

abundantes no produto final durante seu prazo de validade (BRASIL, 2007).

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) considera os

seguintes produtos como um tipo de leite fermentado:

Iogurte: a fermentação se realiza com cultivos proto simbióticos de

Streptococcus salivarius subsp. thermophilus e Lactobacillus delbrueckii subsp.

bulgaricus, aos quais se podem acompanhar, de forma complementar, outras bactérias

ácido-lácticas que, por sua atividade, contribuem para a determinação das características

do produto final.

Leite Fermentado ou Cultivado: o produto incluído na definição de leites

fermentados, cuja fermentação se realiza com um ou vários dos seguintes cultivos:

Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei, Bifidobacterium sp., Streptococus

salivarius subsp. thermophilus e/ou outras bactérias acido-lácticas que, por sua

atividade, contribuem para a determinação das características do produto final.

Leite Acidófilo: o produto incluído na definição de Leite Fermentado ou

Cultivado, cuja fermentação se realiza exclusivamente com cultivos de Lactobacillus

acidophilus.

Kefir: o produto incluído na definição de leite fermentado, cuja fermentação se

realiza com cultivos acido-lácticos elaborados com grãos de Kefir, Lactobacillus kefir,

espécies dos gêneros Leuconostoc, Lactococcus e Acetobacter com produção de ácido

láctico, etanol e dióxido de carbono. Os grãos de Kefir são constituídos por leveduras

fermentadoras de lactose (Kluyveromyces marxianus) e leveduras não fermentadoras de

27

lactose (Saccharomyces omnisporus, Saccharomyces cerevisae e Saccharomyces

exiguus), Lactobacillus casei, Bifidobaterium sp. e Streptococcus salivarius subsp.

thermophilus.

Kumys: o produto incluído na definição de leite fermentado cuja fermentação se

realiza com cultivos de Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus e Kluyveromyces

marxianus.

Coalhada: o produto incluído na definição de leite fermentado cuja fermentação

se realiza por cultivos individuais ou mistos de bactérias mesofílicas produtoras de

ácido láctico.

Logo, o leite fermentado que possui microrganismos específicos classificados de

acordo com a legislação em vigor como probióticos tem como finalidade produzir

algum tipo de efeito funcional.

Como exemplo, o Leite Fermentado Yakult é um alimento à base de leite

desnatado, fermentado por probióticos selecionados pelo Dr. Shirota em 1930,

chamados de Lactobacillus casei Shirota, que resistem à acidez do estômago e chegam

vivos ao intestino, para auxiliar na regularização das funções intestinais e na proteção

do sistema digestório. A produção e comercialização do Leite Fermentado Yakult

iniciou-se no Brasil em 1966 com a instalação da fábrica de São Bernardo do Campo,

SP (YAKULT, 2011).

Produtos derivados da soja têm se revelado veículos apropriados de culturas

probióticas. O “leite de soja”, mais apropriadamente chamado de extrato solúvel de

soja, é uma bebida bastante popular em países asiáticos e seu consumo tem aumentado

na América do Norte (KOMATSU et al., 2008).

28

A quantidade de novos produtos lançados no mercado internacional é

significativa. Alguns dos novos produtos lácteos funcionais lançados nos últimos anos

estão abaixo. Segundo Brandão, (2002), dentre novos produtos probióticos, alguns com

ingredientes prebióticos, tem-se:

Iogurte LC1- A Nestlé não participa do mercado de refrigerados nos EUA, e

lançou o LC1 como suplemento probiótico embalado em saches de 2 gramas, contendo

2 bilhões de Lactobacillus johnsonii na produção. É um iogurte com Lactobacillus

johnsonii, que sobrevive ao trato intestinal. O produto melhora a saúde imunológica e

reduz desordens intestinais como diarréias, gastrite e úlceras pépticas;

A Lifeway Foods Inc lançou no mercado americano o “Basic Plus”, uma bebida

a base de kefir contendo colostro do leite com componentes imunológicos naturais;

O “Probiotic Straw®” foi patenteado pela Bio Gaia e contém a cultura

Lactobacillus reuteri suspensos em gotículas de óleo dispostas no interior do canudo de

parede dupla. Conforme o fabricante, a cultura probiótica está presente no canudo na

contagem de 108 UFC, pelo período de 12 meses, quando mantido em temperatura de

até 25°C. Quando o consumidor bebe cerca de 100 ml da bebida, 99% da biocultura é

ingerida;

“YoSelf” e “YoBaby” – São produtos lançados pela Stonyfield Farm (EUA).

“YoSelf” é um iogurte semidesnatado que contém culturas probióticas (L. bulgaricus, S

thermophilus, Bifidobacterium, L. casei, e L. reuteri) e inulina (prebiótico), que é

reconhecida em aumentar a absorção de cálcio. Ele é vendido em pacotes de 6

embalagens de 112g, e é comercializado para “aumentar a absorção de cálcio – uma

pequena contribuição para a garantia da saúde das mulheres”. A Stonyfeild está

29

tentando “agressivamente educar os consumidores e profissionais de saúde de que o

consumo regular de “YoSelf” traz benefícios à saúde”. A Stonyfield também lançou o

“YoBaby”, o mesmo iogurte, porém integral, para crianças;

Foi lançado também o “YoSqueeze”, um iogurte com inulina em tubo, para

crianças;

“Yogurte de leite desnatado com proteínas de soja” – A Anderson-Erikson Dairy

(EUA) lançou um iogurte de leite desnatado com proteínas de soja, que não é um

substituto de produtos lácteos, mas sim uma combinação de iogurte com proteínas

de soja, que apresenta duplo benefício à saúde. Também são adicionadas vitaminas

(C e D), cálcio e fibras;

A Stonyfield colocou ainda no mercado o “Fountain of Yo”, um iogurte

probiótico com soja;

Leite com cultura LGG (Lactobacillus rhamnosus GG) – A Granarolo Felsinea

lançou na Itália o “Vivi Vivo” com cultura LGG.

Leite desnatado com Olibra – A Skane Mejerier lançou o “Maval”: “iogurte

inteligente” com leite desnatado e Olibra (um extrato de óleo de palma que reduz o

apetite por quatro horas);

Bebida Láctea com proteína de soja – A Balance Bar Company lançou o “Total

Balance”, uma bebida láctea com menos de 230 calorias e 22 vitaminas e minerais;

Leite com ervas – A South Beach Co. lançou o “SoBe Lizard Fuel”, uma bebida

de leite desnatado com ervas, incluindo o ginseng, a astagalus e a erva mate;

30

Iogurte desnatado com vitaminas e probióticos - A Cabot Creamery (Vermont)

lançou um iogurte desnatado com vitaminas A, C, D, e E;

Produtos potenciais como veículo de microrganismos probióticos incluem

alimentos infantis, maioneses, carnes, produtos de confeitaria, patês, sopas, dentre

outros, e as perspectivas futuras são crescentes nas áreas de Bacterioterapia, Geriatria,

Pediatria e Vacinas com probióticos.

Outra forma de uso dos probióticos é a adição em ração de animais. Alguns

grupos de consumidores apresentam restrição ao consumo de carnes de animais criadas

com rações contendo antibióticos e uma alternativa a essa situação é o uso dos

probióticos, os quais uma vez introduzidos no organismo animal podem colonizar o

novo ambiente, promover melhor o equilíbrio da microbiota intestinal e a produção de

enzimas digestivas e vitaminas do complexo B e estimular a imunidade da mucosa

intestinal, protegendo-a contra toxinas pré-formadas por outros organismos (LODDI et

al., 2000).

Em geral, o uso de probiótico como promotor de crescimento pode resultar em

maior ganho de peso, melhor índice de conversão alimentar, maior rendimento de

carcaça e melhor palatabilidade da carne e maior produção de leite. A eficácia do

probiótico é estritamente dependente da quantidade e das características das cepas do

microrganismo utilizado na elaboração do aditivo alimentar. Muitas vezes os

probióticos não produzem bons resultados, pois não utilizam microrganismos que

atendam os requisitos para atuar como probiótico (LODDI et al., 2000).

31

4.6 Tecnologias

De preparo originalmente simples, os produtos probióticos hoje passam por

processos sofisticados de alta qualidade, a baixos custos.

Pouca atenção tem sido dispensada ao efeito da tecnologia e do armazenamento

sobre atributos probióticos específicos. Assim, todos os aspectos relacionados à

obtenção das cepas probióticas, para sua posterior adição aos produtos alimentícios,

deverão ser estudados cuidadosamente, uma vez que as tecnologias de fermentação, de

secagem e de microencapsulação das culturas influenciam significativamente a

funcionalidade dos probióticos (KOMATSU et al., 2008).

O campo para o desenvolvimento de tecnologias envolvendo o emprego de

culturas probióticas é deveras promissor e requer inúmeros estudos, a fim de que se

possa estabelecer definitivamente o mecanismo de ação dessas culturas e os veículos

apropriados para que essas culturas atinjam o intestino em concentrações efetivas e de

maneira a exercer o seu efeito apropriadamente (BALLUS et al., 2010).

4.6.1 Técnicas

4.6.1.1 Cultura Starter

Segundo Komatsu et al., (2008), uma cultura starter pode ser definida como

“uma preparação microbiana contendo um grande número de células de pelo menos um

microrganismo a ser adicionado à matéria-prima para produzir um produto alimentício

fermentado”. As bactérias láticas ocupam um papel central nessa técnica, acelerando e

conduzindo o processo fermentativo. O metabolismo de bactérias láticas e a interação

entre as cepas selecionadas em leites fermentados e iogurtes são responsáveis pela

32

produção de ácido lático, levando à coagulação das proteínas do leite e à produção de

diversos compostos.

A combinação de diferentes cepas probióticas e/ou starter deve ser testada

especificamente para o produto a ser usado como veículo para aquele conjunto de cepas,

bem como a proporção entre elas durante todas as etapas, desde a sua elaboração até o

final de seu armazenamento.

4.6.1.2 Adição de culturas probióticas

Alternativamente, as culturas starter convencionais podem ser substituídas ou

associadas a culturas probióticas. Segundo Komatsu et al., (2008), a ação dos

probióticos nas fermentações durante a elaboração de produtos lácteos pode resultar nas

seguintes características: 1) conservação do leite, resultante da produção de ácido lático

e, possivelmente, de outros compostos antimicrobianos; 2) produção de compostos

aromáticos (como o acetaldeído em iogurte e queijo) e outros metabólitos (como os

polissacarídeos extracelulares) os quais irão suprir o produto com as propriedades

sensoriais desejadas pelo consumidor; 3) melhoria do valor nutricional do produto

alimentício através, por exemplo, da liberação de aminoácidos livres ou da síntese de

vitaminas e 4) fornecimento de propriedades terapêuticas ou profiláticas. Entretanto, é

importante salientar que as três primeiras características mencionadas estão relacionadas

também à presença das culturas starter e que as culturas probióticas podem ou não

desenvolver tais características.

4.6.1.3 Adição de ingredientes prebióticos

À medida que a tecnologia das indústrias de ingredientes e suplementos

alimentares e indústrias de alimentos evoluíram, tanto no sentido técnico quanto em

33

processos, houve nos anos 80 um “boom” na produção de alimentos com alguma

fortificação, como por exemplo, vitaminas, minerais ou outras substâncias adicionadas.

Este movimento acontece de maneira simultânea em duas frentes: tanto por parte das

indústrias que querem adicionar valor e diferenciar os seus produtos, quanto por parte

dos consumidores que querem melhorar seus hábitos alimentares. (IKEDA, 2010).

Em 2005, as alegações envolvendo a adição de ingredientes probióticos

anteriormente aprovadas foram reavaliadas com o objetivo de padronizá-las, a fim de

melhorar o entendimento dos consumidores quanto às informações e propriedades

veiculadas nos rótulos dos alimentos. Com esta reavaliação as alegações relacionadas à

cafeína, ao sorbitol, ao xilitol, ao manitol, ao estearato de sódio, ao bicarbonato de

sódio, ao ômega 6, aos ácidos graxos monoinsaturados e poliinsaturados (em óleos

vegetais), e ao composto líquido pronto para consumo, não foram mais permitidas. As

alegações para goma de mascar relacionadas ao sorbitol, xilitol e manitol foram

reavaliadas em 2007, com base em novas evidências científicas e aprovada a alegação

destes (ANVISA, 2008).

4.6.1.4 Microencapsulação / imobilização

Microencapsulação é o processo de confinamento de materiais sólidos, líquidos

ou gasosos em cápsulas extremamente pequenas, as quais podem liberar o conteúdo de

forma controlada e sob condições específicas. Diversas técnicas têm sido utilizadas na

elaboração das microcápsulas, tais como: “spray drying”, “spraycooling”, coacervação,

extrusão, extrusão centrífuga, recobrimento em leito fluidizado, lipossomas e

complexação por inclusão. Essa técnica tem solucionado limitações no emprego de

ingredientes alimentícios, visto que pode suprimir ou atenuar sabores e odores

indesejáveis, reduzir a volatilidade e a reatividade e aumentar a estabilidade destes em

34

condições ambientais adversas, como na presença de luz, oxigênio e pH extremos

(REBELLO, 2009). É um dos métodos mais potentes por manter a viabilidade alta e

estabilidade dos probióticos (ROKKA; RANTAMÄKI, 2010).

Um exemplo é a microencapsulação de Lactobacillus acidophilus (la-5) é sua

aplicação em sorvete. A microencapsulação por emulsificação e a microencapsulação

por “spray drying” comprovaram eficiência na proteção da bactéria probiótica contra

possíveis danos causados pela estocagem em baixa temperatura. A técnica de

emulsificação produziu microcápsulas menos resistentes às condições de pH ácido e

sais de bile do que o “spray drying” (LORENZ, 2009).

4.6.1.4.1 Encapsulação

As estratégias para o desenvolvimento de algumas embalagens incluem fixar os

componentes bioativos em uma matriz biodegradável que libera os componentes pela

influência da umidade do alimento quando a embalagem é aberta ou ainda encapsular os

componentes para atravessarem intactos o estômago e serem liberados adequadamente

no intestino, sendo particularmente importantes quando se deseja adicionar probióticos

e prebióticos à formulação (REBELLO, 2009).

4.6.1.4.2 Métodos de dispersão: atomização, emulsificação e extrusão

A utilização dos processos de microencapsulação de probióticos é uma

alternativa para solucionar os problemas que esses microrganismos encontram

(manutenção da viabilidade) no processamento de alimentos e na passagem pelo trato

gastrointestinal (condições de baixo pH e elevadas concentrações de sais biliares).

Assim, cada técnica escolhida de acordo o material encapsulante terá um processo

diferente, como indica a Tabela 2.

35

Tabela 2. Principais técnicas utilizadas para microencapsular culturas probióticas.

Fonte: Adaptado de DE MENEZESI et al., (2013).

Burgain et al., (2011) descrevem algumas técnicas de microencapsulação, dentre

as quais se destacam:

Atomização: as vantagens do “spray drying” são a rapidez e o baixo custo do

procedimento, sendo satisfatório para aplicações industriais. Uma desvantagem é o fato

que a técnica tem um pequeno campo de aplicação, e o principal problema é o uso de

altas temperaturas que não são compatíveis com a sobrevivência de bactérias. O

esquema pode ser visto na Figura1.

36

Figura 1. Esquema de apresentação do processo de secagem por pulverização

(BURGAIN et al., 2011).

A solução é pressurizada e em seguida atomizada para formar uma “nevoa”

dentro da câmara de secagem. O gás quente (ar ou nitrogênio) é fundido na câmera de

secagem também e este gás quente permite a evaporação do solvente. As cápsulas são

em seguida transportadas para um separador de ciclone para a recuperação.

A emulsificação é uma técnica para encapsular probióticos com uso de

hidrocolóides (alginato, carragenana e pectina). Para encapsular é preciso um

emulsificador e um surfactante. É possível entender o processo na Figura 2.

Figura 2. Representação esquemática do processo de emulsificação (BURGAIN

et al., 2011).

Um pequeno volume de suspensão de polímero de células (isto é, a fase

descontínua) é adicionado a um grande volume de óleo vegetal (isto é, fase contínua). A

mistura é depois homogeneizada para formar uma emulsão de água e óleo. Uma vez que

37

a emulsão de água em óleo é formada, o polímero solúvel em água deve ser

insolubilizado para formar pequenas partículas de gel dentro da fase oleosa. O agente

solidificante acrescentado a emulsão é o cloreto de cálcio.

Na extrusão a tecnologia não envolve solventes nocivos e pode ser feita sob

condições aeróbicas e anaeróbicas. A importante desvantagem deste método é que é a

dificuldade de usar em grandes produções de escala, devido à lenta formação das

microesferas que é apresentado na Figura3.

Figura 3. Tecnologias de extrusão (BURGAIN et al., 2011).

Na tecnologia de extrusão um “gerador gota” de agulha simples que é movido a

ar (a) e dispositivo de disco de pinagem (b). As células probióticas são adicionadas a

solução de hidrocolóide e gotejam através de uma agulha de seringa ou de um bico de

uma máquina de pulverização sob a forma de gotas que caem em queda livre em uma

solução de endurecimento, tal como o cloreto de cálcio.

38

4.7 Embalagens

Uma embalagem tem três funções básicas: a protetora, a econômica e a

mercadológica, todas elas devendo ser consideradas para se otimizar e adequar o

sistema produto-embalagem-ambiente. Em relação à função protetora, a embalagem

controla a vida-de-prateleira dos alimentos. Define-se vida-de-prateleira como o tempo

decorrido desde sua produção até sua utilização, durante o qual o mesmo apresenta

qualidade satisfatória em termos sensoriais, nutricionais e microbiológicos. A

estabilidade de alimentos acondicionados deve ser discutida em relação a dois tipos de

fatores: os intrínsecos (ligados diretamente à composição do alimento) e os extrínsecos

(ligados ao ambiente que envolve o alimento) (CORSO, 2007).

Tradicionalmente, as embalagens para alimentos têm sido planejadas para

proteger o produto; um de seus principais requisitos é a não interação com o alimento

acondicionado, funcionando assim como uma barreira inerte entre o alimento e o

ambiente. Entretanto, as tecnologias envolvendo embalagens ativas visam o

planejamento de embalagens que apresentem interações desejáveis com o produto,

aumentando ou monitorando sua vida-de-prateleira (AZEREDO et al., 2000).

Nas últimas décadas, as empresas alimentícias passaram a investir fortemente no

“design” das embalagens de seus produtos, agregando valor a eles ao adequá-los de

forma eficiente às necessidades e expectativas do consumidor, dando enfoque especial à

praticidade, conveniência, conforto e proteção ao produto (PONTES et al., 2009).

Segundo Hungria e Longo, (2009), a vida de prateleira de iogurtes e leites

fermentados tem um curto tempo sendo um desafio para se superar, principalmente

porque a comercialização desses produtos normalmente é feita em embalagens múltiplas

39

de seis a doze embalagens individuais contidas em uma embalagem principal e o

consumo desses probióticos é mais lento que os alimentos básicos.

Fatores importantes como interação entre as espécies, acidez do iogurte,

oxigenação, condições de fermentação, pH do produto, práticas de inoculação,

temperatura e também as condições de estocagem e armazenamento influenciam

diretamente na sobrevivência da microbiota probiótica desses alimentos lácteos

fermentados.

Segundo Azeredo et al., (2000), embalagens inteligentes são usadas para detectar

e comunicar informações como histórico de tempo/temperatura, teor de O2 e CO2,

deterioração da embalagem, frescor e amadurecimento de produtos agrícolas,

crescimento microbiano, presença de toxinas e de patógenos específicos. Alguns

exemplos de embalagens inteligentes incluem:

Indicadores de tempo/temperatura e outros que podem transmitir/emitir um sinal

para o consumidor sobre o estado do produto acondicionado ou da embalagem.

Biossensores para informar o usuário sobre o crescimento microbiano geral ou de

determinado microrganismo.

Códigos de barras para informar sobre reaquecimento ou cozimento do alimento

acondicionado.

Sensores de etileno para monitorar o amadurecimento de frutas frescas.

Indicadores das concentrações de gases no interior de embalagens, para atmosfera

modificada.

40

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Alimentos lácteos e outros em potenciais são importantes veiculadores de

microrganismos probióticos para o homem e para os animais presentes no mercado onde

tem influência e apelo de consumo pelo atual estilo de vida das pessoas. Os

consumidores de hoje estão buscando as informações de produtos para direcionar a uma

alimentação adequada aliada aos exercícios físicos e ações preventivas para uma melhor

qualidade de vida.

Logo, a regulamentação, controle e comunicação baseados em um alto padrão de

pesquisa científica, ajudarão a construir a confiança de consumidores e produtores em

uma cadeia de alimentos mais saudável, segura e eticamente correta.

Diante das dificuldades tecnológicas e possíveis soluções, espera-se um futuro

promissor com relação aos estudos, descobertas de novas tecnologias sobre alimentos

probióticos, acesso facilitado e baixo custo de produtos para toda a população.

41

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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