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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA GABRIELA SANTOS NEVES AVALIAÇÃO DA PÓS-COLHEITA DE FLORES DE COPO-DE-LEITE VIÇOSA MINAS GERAIS 2016

GABRIELA SANTOS NEVES...arranjos florais. Dessa forma, é indispensável o ótimo estado de conservação das hastes . 11 para posterior comercialização. O mercado consumidor espera

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

GABRIELA SANTOS NEVES

AVALIAÇÃO DA PÓS-COLHEITA DE FLORES DE COPO-DE-LEITE

VIÇOSA – MINAS GERAIS

2016

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GABRIELA SANTOS NEVES

AVALIAÇÃO DA PÓS-COLHEITA DE FLORES DE COPO-DE-LEITE

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Universidade Federal de

Viçosa como parte das exigências para a

obtenção do título de Engenheira Agrônoma.

Modalidade: Trabalho Científico.

Orientador: José Antonio Saraiva Grossi

Coorientadores: Gustavo Rodrigues da Silva

Joice Crescencio Heidemann

VIÇOSA – MINAS GERAIS

2016

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Dedico este trabalho a todos os

estudantes que assim como eu, possuem

interesse na área de Floricultura e

Plantas Ornamentais, que ele possa

servir de apoio para obtenção de

informações, concretizando o papel de

um trabalho científico.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e por se mostrar presente em

minha vida, guiando meus caminhos;

Aos meus pais Niuza e Donizete que compartilham comigo todos os momentos,

me apoiando com imenso amor, compreensão e paciência e por nas horas de dificuldade

me transmitirem força e segurança para continuar;

Aos professores de curso, que com conhecimento, dedicação e amor a profissão,

me deram a base para me formar como Engenheira Agrônoma;

Ao meu orientador José Antonio Saraiva Grossi, por gentilmente aceitar ser meu

orientador, estando presente nos momentos necessários, esclarecendo minhas dúvidas

com paciência e atenção e conjuntamente a ele, ao professor José Geraldo Barbosa,

ambos transmitiram uma bagagem de conhecimentos da área de Floricultura que me

fizeram querer seguir o mesmo caminho por eles escolhido;

Aos meus coorientadores Gustavo Rodrigues da Silva e Joice Crescencio

Heidemann por serem extremamente prestativos, me ajudando em todas as etapas do

trabalho, desde a execução, com obtenção dos materiais, montagem do experimento até

a reta final, com análises de dados e discussões sobre os resultados;

As minhas amigas Laura e Gabriella e ao Vinicius pelo apoio, pelo

companheirismo e pelo auxilio para o desenvolvimento do trabalho, participando de

avaliações visuais e também pela compreensão nos momentos de ausência.

A todos vocês, meu muito obrigada! Cada um foi essencial para que hoje eu

pudesse concluir mais essa etapa de minha vida.

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RESUMO

O Copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica), conhecido como cala branca,

quando cultivado a pleno sol, apresenta sensibilidade. A cultura é majoritariamente

utilizada como flor de corte para composição de arranjos florais, porém as perdas

durante a pós-colheita ainda são bastante expressivas devido à fragilidade apresentada

pela inflorescência. O uso de conservantes florais caseiros é uma alternativa para

prolongar a vida pós-colheita das flores. O objetivo desse trabalho foi analisar a

influência de telas sombreadoras e três conservantes florais caseiros no prolongamento

da vida pós-colheita de flores de Copo-de-leite. Dois experimentos foram realizados no

setor de Floricultura no campus da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa-MG. No

primeiro, o delineamento experimental adotado foi blocos ao acaso com cinco

tratamentos (T1- aluminet; T2- telado azul; T3- céu aberto/testemunha; T4- telado preto

e T5- telado vermelho) em água. Foram avaliadas as variáveis longevidade, peso inicial

e notas atribuídas através de avaliação visual dos parâmetros de murcha, coloração das

espatas e curvatura do pedúnculo floral. No segundo experimento, o delineamento foi

inteiramente casualizado, com dez tratamentos (T1- Testemunha água; T2- 1 aspirina

100 mg (0,18g); T3- 1/2 aspirina 100 mg (0,09g); T4- 5 aspirinas 100 mg (0,9g); T5-

0,125 ml de água sanitária + limão; T6- 0,25 ml de água sanitária + limão; T7- 1,25 ml

de água sanitária + limão; T8- 1,5 ml vinagre + 1,5 g açúcar; T9- 15 ml vinagre + 15 g

açúcar; T10- 3 ml vinagre + 3 g açúcar). Foram avaliadas as variáveis longevidade, peso

inicial, peso inicial/peso final e atribuídas notas através de avaliação visual dos

parâmetros, como no experimento 1. Em ambos os experimentos as hastes florais foram

mantidas em temperatura ambiente. As telas sombreadoras não influenciaram a

longevidade das hastes florais no primeiro experimento, porém o peso inicial das hastes

florais foi maior para aquelas cultivadas sob telado preto. A testemunha – água,

promoveu a maior longevidade para as hastes florais de Copo-de-leite no experimento 2

e não houve diferença significativa entre os pesos iniciais e entre as razões peso

inicial/peso final. Os resultados indicam que quando cultivado sob telado preto, as

hastes florais de Copo-de-leite apresentaram maior peso inicial e que os conservantes

florais caseiros sob as concentrações testadas não foram eficientes para conservação do

Copo-de-leite.

Palavras-chave: Longevidade; pós-colheita; Zantedeschia aethiopica.

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ABSTRACT

Calla Lily Flower (Zantedeschia aethiopica), known as white calla, when cultivated in

full sun, has sensitivity. The crop is mostly used as a cut flower for the composition of

floral arrangements, but postharvest losses are still quite expressive due to the

sensitivity presented by the inflorescence. The use of homemade floral preservatives is

an alternative to prolong the postharvest life of flowers. The present study aimed to

analyze the influence of shade nets and use of three homemade floral preservatives in

extending postharvest life of Calla Liliys flowers. Two experiments were carried out in

the Floriculture sector of the Federal University of Viçosa. In the first experiment, the

statistical design adopted was randomized blocks with five treatments (T1-aluminet, T2-

blue shade net, T3- full sun - control, T4 black shade net and T5-red shade net) in water.

Variables longevity, initial weight, initial weight/final weight were evaluated and given

grades by visual evaluation of wilt, spathe coloration and curvature of the floral

peduncle were attributed. In the second experiment, the statistical design was

completely randomized, with ten treatments (T1- Control- water, T2-1 aspirin 100 mg

(0.18 g), T3-1/2 aspirin 100 mg (0.09 g), T4-5 aspirin 100 mg (0.9 g), T5 - 0.125 ml

bleach + lemon, T6 - 0.25 ml bleach + lemon, T7 - 1.25 ml bleach + lemon, T8- 1.5 ml

vinegar + 1.5 g sugar, T9- 15 ml vinegar + 15 g sugar, T10- 3 ml vinegar + 3 g sugar),

the variables longevity and initial weight were evaluated and grades by visual

evaluation were attributed, as in experiment 1. In both experiments, floral stems were

conditioned at room temperature. The shade net did not influence longevity of the

flower stems in the first experiment, but their initial weight was higher when cultivated

under black shade nets. The control - water, promoted the greatest longevity for Calla

Lily flower stems in experiment 2 and there was no significant difference among the

initial weights and among initial weight/final weight ratios. The results indicate that

when cultivated under black shade nets, floral stems of Calla Lily flowers presented

higher initial weight and homemade floral preservatives under the tested concentrations

were not efficient for preserving the Calla Lily flowers.

Key words: Longevity; postharvest; Zantedeschia aethiopica.

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SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO 09

1.1 Sombreamento 10

1.2 Pós-Colheita 10

2 - MATERIAL E MÉTODOS 12

2.1 Experimento 1 12

2.2 Experimento 2 13

3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO 16

3.1 Experimento 1 16

3.2 Experimento 2 19

3.3 Cromatografia em Camada Delgada 26

3.4 pH 28

4 - CONCLUSÃO 30

5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 31

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1-Introdução:

O Copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica), popularmente conhecido como cala

branca é uma planta originária da África do Sul e comumente encontrada em locais com

água em abundância. Pertencente à família Araceae é uma planta herbácea rizomatosa,

com crescimento simpodial, hábito perene e suas touceiras podem atingir de 0,60 a 1,0

m de altura. Suas folhagens apresentam verde brilhante e suas inflorescências estão

dispostas na espádice de coloração amarela e nela se encontram flores masculinas e

femininas situadas na parte superior e inferior, respectivamente. As espádices são

protegidas por uma bráctea de coloração branca, a espata (Almeida et al., 2009).

O gênero Zantedeschia é dividido em duas seções distintas (Letty, 1973, Singh

et al, 1996). Na seção I, se insere o Copo-de-leite branco, Zantedeschia aethiopica, que

apresenta rizoma como órgão de armazenamento e não possui dormência e na seção II

estão presentes Z. rehmannii Engl., Z. jucunda Letty., Z. elliotiana (Watson) Engl., Z.

pentlandii (Watson) Whittm., Z. albomaculata (Hook) Baill. e a Z.valida (Letty) Y.

Singh. (Singh et al., 1996) que correspondem aos Copos-de-leite coloridos que

apresentam tubérculos como órgãos de armazenamento e período de dormência no

inverno. Segundo Marques et al (2009), na Nova Zelândia, após a chegada do gênero,

iniciou-se o desenvolvimento de híbridos e foram obtidas novas variedades através de

melhoramento genético com a utilização das espécies inseridas na seção II, para se obter

flores com um largo espectro de cores.

Quanto à propagação da espécie, esta pode ser realizada através de sementes,

divisões de touceiras, divisões de rizomas ou por cultura de tecidos. A propagação por

sementes não é recomendada pela desuniformidade na formação das mudas e devido à

polinização cruzada (Salinger, 1991).

Segundo Ribeiro (2007) o cultivo do Copo-de-leite, mesmo sendo natural de

áreas úmidas, quando a finalidade é comercial, não é recomendado que o plantio seja

realizado nessas áreas, isso porque a saturação do solo pode dificultar o controle de

doenças, como a podridão-mole. Logo, áreas com boa drenagem e com controle de

irrigação constante para manutenção da umidade, são ideais para a cultura. O Copo-de-

leite floresce nos meses mais frios do ano, entre maio e setembro. A temperatura ideal

para seu desenvolvimento varia entre 16°C e 22°C, mas suporta até 4°C (Salinger,

1991). Porém, segundo Ribeiro (2007), existem relatos de boa produção em regiões com

temperaturas superiores. No estado de Minas Gerais, a região Centro-Sul apresenta

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características favoráveis ao cultivo da espécie, já existem pequenos produtores que

comercializam as inflorescências em cidades próximas ao local de cultivo (Almeida &

Paiva, 2005).

Noventa dias após o plantio inicia-se o florescimento. Porém a produção em

padrão comercial é atingida quando a planta estiver mais velha, com cerca de seis meses

(Almeida et al., 2009).

De acordo com a literatura, NPK 10:10:10 na razão 250 kg/1.000 m² para

adubação, deve ser incorporando ao solo no momento do plantio (Salinger, 1991). Em

relação à adubação orgânica, o Copo-de-leite apresenta boa resposta e pode-se utilizar

no plantio, 20 L de esterco de curral/m² (Almeida & Paiva, 2004).

1.1 Sombreamento:

Para o bom desenvolvimento do Copo-de-leite, climas mais amenos são ideais

(Almeida et al., 2009). A luminosidade, embora requerida pela planta, pode prejudicar o

seu desenvolvimento, pois quando exposta a sol pleno, apresenta sensibilidade ao

mesmo. Para isso, recomenda-se o cultivo de Copo-de-leite sob telados que

proporcionem de 25-50% de sombreamento. Nas regiões onde a incidência de radiação

solar é maior, utilizam-se maiores níveis de sombreamento (Almeida et al., 2009).

O uso de telados sombreadores, principalmente os de coloração preta, está

altamente difundido no mercado e na agricultura. Dentre os benefícios proporcionados

por eles, está à redução de altas taxas de radiação solar, que podem produzir efeitos

indesejáveis para as plantas (Grinberger et al., 2000). Além disso, recentemente, nova

agrotecnologia foi disponibilizada no mercado, as telas coloridas. Elas agregam os

benefícios de proteção física das plantas e de filtragem diferencial da radiação solar a

fim de proporcionar respostas fisiológicas desejáveis, reguladas pela qualidade da luz

(Shahak, 2004; Oren-Shamir et al., 2001).

Segundo Armitage (1991) o cultivo sob sombreamento deve ser utilizado para a

cultura do Copo-de-leite quando se deseja produzir hastes com maior comprimento.

1.2 Pós-colheita:

Visto que o Copo-de-leite vem se destacando no setor de floricultura, cresce

cada vez mais o apreço pelas cores vivas, pela beleza e versatilidade características das

espécies. A cultura é majoritariamente utilizada como flor de corte para composição de

arranjos florais. Dessa forma, é indispensável o ótimo estado de conservação das hastes

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para posterior comercialização. O mercado consumidor espera que os produtos

apresentem qualidade em relação à beleza, cores vivas e durabilidade. Para isso, além

do cultivo adequado, os cuidados na pós-colheita devem ser levados em consideração,

como colheita, armazenamento e transporte.

O ponto de colheita é determinado pela abertura da espata que deve estar aberta

e com a ponta virada para cima (Nowak & Rudnicki, 1990). Deve-se evitar colher as

flores com presença de pólen, pois, a polinização, provoca a aceleração nos sinais de

senescência na espata, tais como descoloração, abscisão e murcha (Halevy, 1986). As

inflorescências não devem ser cortadas, mas sim arrancadas, puxando-se

cuidadosamente a haste floral para não danificar a planta (Salinger, 1991).

Os danos proporcionados durante e após a colheita de flores são muito

significativos. No Brasil essas perdas podem corresponder a até 40% (Laschi &

Rodrigues 2003 apud Moraes et al., 2004 p, 96). Em relação às perdas durante a pós-

colheita do Copo-de-leite, observa-se que ainda são expressivas devido à sensibilidade

apresentada pela inflorescência.

As hastes florais são produtos perecíveis e o que se espera por quem as compra é

que elas mantenham sua beleza de forma duradoura. Diante deste fato, diversas

alternativas são propostas para prolongar a vida pós-colheita de flores. Uma possível

medida para ampliar o período pós-colheita é a adição de fontes exógenas como

biocidas, açúcares e substâncias acidificantes, compostos presentes nos conservantes

florais comerciais (Schmitt, et al., 2014). Essas fontes exógenas, também podem ser

encontradas em produtos utilizados no dia-a-dia. Dessa forma, é possível preparar um

conservante floral caseiro, o qual funciona como uma opção de fácil preparo e baixo

custo. Entre os produtos mais utilizados estão os ingredientes de cozinha, as bebidas, os

produtos de limpeza, medicamentos ou fármacos. Esses produtos podem ser utilizados

individualmente ou em mistura, como por exemplo, uso de água sanitária com limão.

Ao misturar dois produtos, é possível que ocorra a formação de novos

compostos. Para verificar essa hipótese pode-se realizar a técnica de Cromatografia em

Camada Delgada (CCD ou TLC), que é um método físico-químico de separação que

identifica compostos já existentes na mistura e a formação de compostos novos. A

técnica está relacionada com as interações moleculares que ocorrem devido à diferença

de afinidade entre os componentes de uma mistura e a fase estacionária de acordo com a

polaridade.

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O método apresenta uma fase estacionária, a mais utilizada é a sílica gel e uma

fase móvel, geralmente constituída por solventes. A sílica é uma substância polar e os

solventes podem apresentar variações de polaridade, sendo classificados como mais

polares, intermediários ou apolares. O papel do solvente é deslocar o composto da

superfície da placa de sílica fazendo com que ele elua sobre ela. Quando os compostos

de uma mistura são mais polares ficam mais adsorvidos à fase estacionária (sílica), pois

tem afinidade por ela e quando são menos polares são eluídos na placa. Substâncias

mais polares vão precisar de solventes polares para serem eluídas, substâncias apolares

de solventes menos polares (Volumetria da Neutralização pela profa. Lilian Lúcia

Rocha e Silva).

O objetivo desse trabalho foi analisar a influência de telas sombreadoras e três

conservantes florais caseiros no prolongamento da vida pós-colheita de flores de Copo-

de-leite.

2-Material e Métodos:

2.1 Experimento 1

O experimento foi conduzido utilizando-se hastes florais de Copo-de-leite,

produzidas em vasos no Setor de Floricultura do Departamento de Fitotecnia da

Universidade Federal de Viçosa (UFV) – MG, sob diferentes telas que proporcionavam

50% de sombreamento.

O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com 5

tratamentos (T1- aluminet; T2- azul; T3- céu aberto; T4- preta e T5- vermelha) e 4

repetições. Dessa forma, o experimento contou com o total de 20 unidades

experimentais.

As hastes foram colhidas em 4 estádios de abertura floral que constituíram os

blocos (espata fechada, 1/3 aberta, 2/3 aberta e aberta), com 25 cm de comprimento. Em

seguida, as mesmas foram acondicionadas individualmente em recipientes de vidro com

volume de 600 ml, e preenchidos com 500 ml de água.

As variáveis analisadas foram longevidade, peso inicial e qualidade visual das

hastes através de uma escala de notas.

O peso das hastes foi determinado através de balança analítica com precisão de

0,01g. A cada dois dias a água foi trocada e a longevidade da haste avaliada,

descartando-se as flores nos primeiros sintomas de senescência, caracterizado pelo

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amarelecimento das espatas. As notas foram atribuídas através de avaliação visual dos

parâmetros murcha das flores, coloração das espatas e curvatura do pedúnculo floral,

conforme escala abaixo:

Murcha das flores - Turgidez: nota 4; Levemente murcha: nota 3 (murchamento

em até 25% da espata); Murcha: nota 2 (murchamento em 25-50% da espata) e

Muito murcha: nota 1 (murchamento em mais de 50% da espata).

Coloração da espata – Cor viva: nota 4; Levemente desbotada: nota 3

(desbotamento em até 25% da espata); Desbotada: nota 2 (desbotamento em 25-

50% da espata) e Muito desbotada: nota 1 (desbotamento em mais de 50% da

espata).

Curvatura do pedúnculo floral – Ereta: nota 4; Levemente encurvada: nota 3

(encurvamento em até 25%); Encurvada: nota 2 (encurvamento de 25-50%) e

Muito encurvada: nota 1 (encurvamento em mais de 50%).

2.2 Experimento 2

O experimento foi conduzido utilizando-se hastes florais de Copo-de-leite,

produzidas comercialmente no sítio Boa União, localizado na cidade de Viçosa-MG.

Para comparação de 3 conservantes florais caseiros (aspirina, água

sanitária+limão e vinagre+açúcar), o delineamento experimental utilizado foi

inteiramente casualizado, com 4 repetições e 10 tratamentos (Tabela 1). Dessa forma, o

experimento contou com o total de 40 unidades experimentais.

Tabela 1- Tratamentos utilizados durante o experimento, com suas respectivas

concentrações, incluindo a testemunha.

TRATAMENTOS

T1- Água

T2- Aspirina 1 comprimido 0,18g

T3- Aspirina 1/2 comprimido 0,09g

T4- Aspirina 5 comprimidos

T5- Água sanitária+limão 0,125ml

T6- Água sanitária+limão 0,25ml

T7- Água sanitária+limão 1,25ml

T8- Vinagre 1,5ml+açúcar 1,5g

T9- Vinagre 15ml+açúcar 15g

T10- Vinagre 3ml+açúcar 3g

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As hastes foram colhidas e o comprimento foi padronizado de acordo com a

menor haste (30 cm). Em seguida, as mesmas foram acondicionadas individualmente

em recipientes de vidro, com 500 ml de solução (água + tratamentos).

Para preparação das soluções dos tratamentos utilizou-se aspirina 100 mg, a qual

era macerada, quantificada na balança analítica com precisão 0,01g e posteriormente

adicionada em água; limão tahiti e água sanitária, coletados através de uma seringa de 1

ml, assim como o vinagre e o açúcar, que foi quantificado em gramas na balança de

precisão.

Após a colheita das hastes e a cada dois dias, foram avaliados os pesos das

hastes, a longevidade e realizava-se a troca das soluções. Diariamente notas foram

atribuídas através de avaliação visual para os parâmetros de murcha das flores,

coloração da espata e curvatura do pedúnculo floral. Foi realizado o teste de

cromatografia em camada delgada (CCD ou TLC) e a avaliação do pH das soluções.

As hastes foram pesadas em uma balança analítica com precisão de 0,01g, desde

o momento da colheita, até o inicio do amarelecimento da espata. Calculou-se a razão

peso inicial/peso final.

A avaliação da longevidade das hastes foi feita visualmente. O descarte era

realizado quando as hastes apresentavam os primeiros sinais de amarelecimento.

A atribuição das notas foi feita conforme escala abaixo:

3 Murcha das flores - Turgidez: nota 4; Levemente murcha: nota 3 (murchamento em

até 25% da espata); Murcha: nota 2 (murchamento em 25-50% da espata) e Muito

murcha: nota 1 (murchamento em mais de 50% da espata).

4 Coloração da espata – Cor viva: nota 4; Levemente desbotada: nota 3 (desbotamento

em até 25% da espata); Desbotada: nota 2 (desbotamento em 25-50% da espata) e

Muito desbotada: nota 1 (desbotamento em mais de 50% da espata).

5 Curvatura do pedúnculo floral – Ereta: nota 4; Levemente encurvada: nota 3

(encurvamento em até 25%); Encurvada: nota 2 (encurvamento de 25-50%) e Muito

encurvada: nota 1 (encurvamento em mais de 50%).

A leitura do pH de cada tratamento foi feita através do pHmetro.

A fim de identificar a existência de novos compostos, os quais poderiam ser

formados pela mistura de ingredientes, como nos tratamentos vinagre + açúcar e água

sanitária + limão, o TLC foi realizado.

Para avaliar a mistura vinagre+açúcar, o tratamento T10 foi utilizado. Para a

mistura água sanitária+limão, os tratamentos T5 e T7. Como fase estacionária a sílica

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foi usada e como fase móvel cinco reagentes, o hexano, o metanol, o acetato de etila, o

clorofórmio e o diclorometano. Para cada reagente uma placa de sílica era utilizada.

Prepararam-se os compostos e em cada placa foram colocadas três gotas, as quais

representavam os compostos individualmente e em mistura, para isso fez-se o uso de

um capilar. Após a secagem das gotas as placas eram colocadas em béqueres que

continham os reagentes (Figura 1).

Figura 1- Técnica de Cromatografia em Camada Delgada

Após a retirada da placa do solvente, que deve ser realizada antes que o solvente

ultrapasse a parte superior da placa, utilizou-se uma substância reveladora (ácido

fosfomolíbdico) para que os arrastes incolores que estivessem na placa pudessem se

tornar visíveis através de luz ultra-violeta (Figura 2). Observou-se a placa em uma

câmara ultravioleta.

Figura 2- 2.a) Imersão da placa em substância reveladora; 2.b) pulverização da placa para secagem.

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3- Resultados e Discussão:

3.1 Experimento 1:

Não houve diferença significativa de longevidade entre os tratamentos

constituídos por cultivos sob telas sombreadoras e a céu aberto. Porém dentre os

tratamentos, entre o que apresentou menor e maior longevidade foram observados 2 dias

de diferença. As hastes cultivadas a céu aberto mostraram menor longevidade e os

primeiros sinais de amarelecimento apareceram com 8 dias após a colheita. As hastes

cultivadas sob o telado azul e preto apresentaram sinais de amarelecimento com 10 dias

(Tabela 2).

Tabela 2- Médias da longevidade (em dias) de hastes florais de Copo-de-leite cultivado

sob diferentes telas sombreadoras.

Tratamentos Longevidade (dias)

T3- Céu aberto 8,0 a

T5- Vermelho 9,5 a

T1- Aluminet 9,5 a

T2- Azul 10,0 a

T4- Preto 10,0 a

Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.

O peso inicial das hastes, os quais foram quantificados após a colheita, estão

apresentados na Tabela 3. Para o T3- céu aberto, o peso das hastes foi menor e para T4-

telado preto, o peso das hastes foi maior. Os resultados das análises de longevidade e

pesos iniciais podem ser relacionados. As hastes colhidas a céu aberto apresentaram

menor durabilidade, assim como menor peso inicial das hastes. Uma das possíveis

explicações para este resultado é o fato de que a planta de Copo-de-leite, embora

necessite de luminosidade, apresenta sensibilidade quando cultivada sob pleno sol,

podendo apresentar estresse. Dessa forma, o menor peso das hastes interferiu na

longevidade da flor.

De acordo com Hopkins (1999), uma planta exposta a uma quantidade de luz

maior do que ela utiliza, pode apresentar fotoinibição da fotossíntese, que gera danos ao

aparelho fotossintético influenciando o desenvolvimento e a produção final da planta.

Estudando o efeito da intensidade de luz sobre o Copo-de-leite, Castillo et al. (2001)

observaram que o comprimento da planta e do pedúnculo floral, assim como a largura

da espata e o comprimento da espádice foram significativamente maiores em plantas

com 50% de sombreamento.

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Tabela 3- Médias dos pesos iniciais (g) de hastes florais de Copo-de-leite cultivado sob

diferentes telas sombreadoras.

Tratamentos Peso inicial (g)

T3- Céu aberto 13,35 a

T5- Vermelho 14,39 a

T1- Aluminet 15,68 a

T2- Azul 16,43 a

T4- Preto 20,83 a

Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.

De acordo com Almeida et al., (2008), o Copo-de-leite, diferentemente de outras

flores de corte, não apresenta um padrão de qualidade estabelecido para comercialização

pelo Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor). Dessa forma, estabelecer uma escala

de notas através de avaliação visual das hastes, como a utilizada por Spricigo et al

(2010), surge como alternativa para o acompanhamento da qualidade visual das hastes.

Para avaliação visual dos parâmetros de murcha, coloração da espata e curvatura

do pedúnculo floral foram atribuídas notas a cada dois dias, por quatro avaliadores. A

Figura 3 apresenta as médias das notas atribuídas para cada tratamento (4 repetições)

em relação ao parâmetro de murcha. À medida que as repetições de cada tratamento

foram sendo descartadas, estabeleceu-se nota 1 para descarte.

MURCHA

Figura 3- Média das notas atribuídas às hastes de Copo-de-leite em relação à murcha, para os tratamentos

(T1,T2,T3,T4 e T5).

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18

No segundo dia de experimento, todos os tratamentos receberam nota 4 para o

parâmetro de murcha, que representava turgidez das espatas. A partir do quarto dia

todos os tratamentos apresentaram redução das notas para o parâmetro, demonstrando

que o processo de murchamento havia se iniciado e aumentava progressivamente ao

longo do intervalo de dias. O T3 apresentou as menores notas para o parâmetro ao longo

dos dias e no décimo segundo dia foi descartado após a atribuição das notas, assim

como T2 e T5. No décimo quarto dia o T1, depois de atribuídas as notas foi descartado

e o T4 se manteve até o décimo oitavo dia de experimento.

A Figura 4 se refere às médias das notas atribuídas para cada tratamento (4

repetições) em relação ao parâmetro de coloração da espata.

COLORAÇÃO DA ESPATA

Figura 4- Média das notas atribuídas às hastes de Copo-de-leite em relação à coloração da espata, para os

tratamentos (T1,T2,T3,T4 e T5).

Os primeiros sinais de amarelecimento foram definidos como ponto de descarte

das hastes para o experimento, dessa forma o parâmetro de coloração da espata estava

diretamente relacionado com a longevidade. Como observado para o parâmetro de

murcha, ao longo dos dias de experimento, as notas para coloração da espata

decresceram. No quarto dia, o T3 e T5 apresentaram redução das notas para o

parâmetro. A partir do sexto dia, as notas reduziram em todos os tratamentos. Observa-

se no oitavo dia, que o T4 teve uma brusca queda de nota, porém o tratamento manteve

sua nota praticamente constante até o décimo quarto dia, onde todos os demais

tratamentos já haviam sido descartados.

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A Figura 5 se refere às médias das notas atribuídas para cada tratamento (4

repetições) em relação ao parâmetro de curvatura do pedúnculo floral.

CURVATURA DO PEDÚNCULO FLORAL

Figura 5- Média das notas atribuídas às hastes de Copo-de-leite em relação à curvatura do pedúnculo

floral, para os tratamentos (T1,T2,T3,T4 e T5).

A partir do quarto dia, as notas para os tratamentos em relação ao parâmetro de

curvatura do pedúnculo começaram a reduzir. O T5, embora tenha sido descartado no

décimo segundo dia, se mostrou o tratamento que manteve menor progresso de

curvatura do pedúnculo sendo descartado com nota entre 2 e 2,5. O T3, que apresentou

o menor número de dias de longevidade, foi descartado com nota entre 1 e 1,5.

3.2 Experimento 2

Houve diferença significativa entre as médias de longevidade para os

tratamentos T1- água e T9- 15 ml vinagre + 15 g açúcar (Tabela 4). O T1- água

possibilitou a longevidade de 7,5 dias e o T9- 15 ml vinagre + 15 g açúcar de 5,5 dias.

Embora a água tenha ph neutro em relação aos outros tratamentos e não forneça

nutrição para as hastes, observou-se que maior longevidade foi promovida por ela em

relação ao T9. Dessa forma, pode-se inferir que as hastes de Copo-de-leite não

responderam positivamente aos três conservantes florais, os quais podem ter sido

usados em concentrações excessivas ou insuficientes. Com relação aos tratamentos que

vinagre + açúcar, sabe-se que o açúcar atua como fonte de carboidrato para a planta,

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pois em sua composição está presente em maior proporção a sacarose. Este carboidrato

retarda a degradação das proteínas, lipídeos e ácidos ribonucléicos. Além disso, mantém

a integridade da membrana, a estrutura e função mitocondrial, inibindo a ação e a

produção do etileno, melhorando o balanço de água e regulando o fechamento

estomático, que reduz a transpiração (Nowak et al., 1991 apud Muniz, 2015, p 10). O

vinagre, por conter em sua composição o ácido acético, atua como acidificante do meio.

Segundo Reis (2009), hastes tratadas com açúcar em forma de solução de “pulsing”

durante 24h mostraram maior longevidade quando o mesmo não foi utilizado, ou seja,

com a dose de 0% de açúcar. Com uso do pulsing a 4% as hastes tiveram maior

longevidade comparada às demais concentrações (8,12,16 e 20%). Com o aumento da

concentração, o processo de senescência foi estimulado e as hastes perderam a

qualidade precocemente. Embora estatisticamente não tenha havido diferença entre os

três conservantes caseiros, o mesmo efeito causado pelo aumento da concentração de

açúcar pode ser observado no T9, onde se utilizou a maior concentração e se obteve

menor longevidade em dias comparada aos tratamentos T8 e T10 e aos demais. Entre os

tratamentos T8- vinagre+açúcar 1,5ml e 1,5g e T10- vinagre+açúcar 3ml e 3g, o T10

apresentou 1 dia a mais de durabilidade. De acordo com Capdeville et al.(2003) há

escassez de pesquisas utilizando sacarose associada a outras substâncias, como nos

tratamentos citados acima. Em relação à atuação do vinagre na pós-colheita, não foram

encontrados estudos para comparação.

Tabela 4- Médias da longevidade (em dias) de hastes florais de Copo-de-leite para três

tratamentos utilizados como conservantes florais caseiros.

Tratamentos Longevidade (dias)

T9- 15 ml de vinagre + 15 g de açúcar 5,5 a

T4- 5 aspirinas (0,9g) 6,5 a

T8- 1,5 ml de vinagre + 1,5 g de açúcar 6,5 a

T6- 0,25 ml de água sanitária + limão 7,0 a

T2- 1 aspirina (0,18g) 7,0 a

T3- ½ aspirina (0,09g) 7,0 a

T10- 3 ml de vinagre + 3 g açúcar 7,5 a

T7- 1,25 ml de água sanitária + limão 7,5 a

T5- 0,125 ml de água sanitária + limão 7,5 a

T1- água 8,0 a

Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 10%.

Os tratamentos que continham a mistura de água sanitária + limão, foram T5, T6

e T7, com menor, intermediária e maior concentração da mistura, respectivamente. O

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limão apresenta em sua composição, o ácido cítrico, que atua como antioxidante e

redutor do pH da solução. Segundo Almeida et al. (2007), as hastes florais de Copo-de-

leite não respondem ao tratamento com ácido cítrico (200 mg L). Silva et al. (2008)

verificou que o uso de soluções à base de ácido cítrico para a conservação de hastes

florais de gladíolo, não são recomendáveis em temperatura ambiente. Porém o contrário

foi observado em gérberas com solução de manutenção de 150 ml L e para rosas, que

recomenda-se o uso de 500 mg L do ácido (Kader & Rogers, 1986; Nowak & Rudnicki,

1990 apud Almeida et al. 2007, p 1444). Segundo Durigan (2009) flores cortadas de

gérberas quando tratadas com ácido cítrico, apresentam inicialmente a acidificação da

solução. Essa redução de pH pode restringir a proliferação de microorganismos, atuando

como um biocida (Mattiuz et al., 2010), porém a concentração do ácido utilizada deve-

se mostrar eficiente. Para rosas o ácido cítrico se relaciona às taxas respiratórias, pois há

menor utilização dos carboidratos solúveis e redutores como substrato respiratório, o

que permite a melhor manutenção da qualidade das rosas (Pietro et al., 2012). A água

sanitária é composta por hipoclorito de sódio, que é utilizado para a conservação de

flores de corte por sua ação antibactericida. Entretanto sua utilização não foi eficiente na

conservação de hastes florais de antúrio (Reis, 2009) e não foi benéfico para a espécie

Zingiber spectabile (sorvetão), uma vez que as hastes receberam avaliação visual de

qualidade inferior e, ainda, apresentaram pequenas manchas (Coelho et al.; 2012).

Nowak & Rudnicki (1990) observaram que flores-de-corte não devem ficar por tempo

prolongado em contato com o hipoclorito de sódio, visto que o cloro pode ser

prejudicial às mesmas. Segundo Almeida et al. (2007), soluções contendo hipoclorito de

sódio proporcionaram menor durabilidade visual do Copo-de-leite, em relação à água

(testemunha), assim como observado no experimento para os tratamentos T5,T6 e T7,

embora não tenha havido diferença significativa entre a água e os tratamentos em

questão.

Nos tratamentos T2, T3 e T4 a aspirina foi utilizada, uma vez que contém

como substância ativa o ácido acetilsalicílico, pode aumentar a vida em vaso das flores

pelo bloqueio da conversão do ACC em etileno, via inibição da atividade da oxidase do

ACC (Leslie & Romani, 1986 apud Finger et al., 2004, p 534). Segundo Cavasini

(2013), a aplicação de 1000 mg L de ácido salicílico é ineficiente para conservação de

flores de Lisianthus e as mesmas apresentaram sintomas de fitotoxidade e redução na

longevidade em temperaturas ambientes. Acredita-se que o efeito possa ter ocorrido

devido à alta dosagem do ácido, e também pela exposição das hastes ao produto por um

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longo período. Semelhante resultado foi obtido para o T4, que apresentou murchamento

das bases, inicialmente com coloração rosada e posteriormente com coloração escura,

representando aparentemente sintomas de toxidez à alta concentração de aspirina. O

ácido salicílico tem sido usado por seu poder anti-etileno, porém o Copo-de-leite se

mostra insensível ao hormônio, sendo uma possível justificativa para as longevidades

obtidas para os tratamentos T2, T3 e T4, que não se diferiram das demais.

O peso inicial das hastes e a razão peso inicial/peso final não apresentaram

diferenças significativas, mas analogias podem ser feitas pela comparação dos valores

das variáveis em questão (Tabela 5 e 6).

Tabela 5- Médias dos pesos iniciais (g) de hastes florais de Copo-de-leite para três

tratamentos utilizados como conservantes florais caseiros.

Tratamentos Peso inicial (g)

T8- 1,5 ml de vinagre + 1,5 g de açúcar 22,11 a

T3- ½ aspirina (0,09g) 23, 90 a

T6- 0,25 ml de água sanitária + limão 23,91 a

T2- 1 aspirina (0,18g) 23,93 a

T1- água 24,20 a

T5- 0,125 ml de água sanitária + limão 24,51 a

T4- 5 aspirinas (0,9g) 25,67 a

T10- 3 ml de vinagre + 3 g açúcar 26,09 a

T9- 15 ml de vinagre + 15 g de açúcar 26,83 a

T7- 1,25 ml de água sanitária + limão 27,16 a Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entrei si pelo teste Tukey a 5%

Tabela 6- Médias das razões peso inicial/peso final (g) de hastes florais de Copo-de-

leite para três tratamentos utilizados como conservantes florais caseiros.

Tratamentos Razão peso inicial/peso final (g)

T6- 0,25 ml de água sanitária + limão 0,95 a

T7- 1,25 ml de água sanitária + limão 1.03 a

T5- 0,125 ml de água sanitária + limão 1,09 a

T10- 3 ml de vinagre + 3 g açúcar 1,09 a

T1- água 1,10 a

T3- ½ aspirina (0,09g) 1,10 a

T8- 1,5 ml de vinagre + 1,5 g de açúcar 1,10 a

T2- 1 aspirina (0,18g) 1,18 a

T9- 15 ml de vinagre + 15 g de açúcar 1,20 a

T4- 5 aspirinas (0,9g) 1,22 a Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entrei si pelo teste Tukey a 5%.

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É natural que ao longo dos dias, após a colheita, as hastes percam peso, visto

que o processo de senescência se inicia, as reservas vão se esgotando e

conseqüentemente ocorre a murcha da haste. Porém, se duas hastes, uma de peso inicial

maior e outra de peso inicial menor, perderem a mesma quantidade de água, significa

que a haste de menor peso perdeu mais água do que a haste de maior peso. Dessa forma,

pode-se observar que na razão peso inicial/peso final, as hastes que perderam menor

quantidade de água apresentaram menores resultados. O T9- 15 ml vinagre + 15 g

açúcar, correspondeu à segunda haste de maior peso inicial, porém apresentou a menor

longevidade (5,5 dias), comparada a testemunha, e a segunda maior razão peso

inicial/peso final. Logo, a perda de água pode ter influenciado diretamente na

longevidade da haste, assim como a alta concentração de vinagre e açúcar na solução,

pois durante as avaliações de longevidade observou-se que as bases das hastes do T9

intoxicaram, ficando rosadas inicialmente, murchas e encurvadas. Semelhante resultado

aconteceu com o T4- 5 comprimidos de aspirina, que apresentou a segunda menor

longevidade (6,5 dias), a maior razão peso inicial/peso final, demonstrando maior perda

de água em relação ao peso e os mesmos sintomas de intoxicação.

O T6- 0,25 ml de água sanitária+limão, apresentou a menor razão peso

inicial/peso final, demonstrando a menor perda de água ao longo do experimento,

diferindo-se apenas em 1 dia do T1- água que apresentou 8 dias longevidade. Segundo

Nowak & Rudnicki (1990), o ácido cítrico presente na solução tem ação bactericida e

favorece a absorção de água.

Para avaliação visual dos parâmetros de murcha, coloração da espata e curvatura

do pedúnculo floral foram atribuídas notas diariamente, por um avaliador. A Figura 6

apresenta as médias das notas atribuídas para cada tratamento (4 repetições) em relação

ao parâmetro de murcha. À medida que as repetições de cada tratamento foram sendo

descartadas, estabeleceu-se nota 1 para descarte.

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MURCHA

Figura 6 - Média das notas atribuídas às hastes de Copo-de-leite em relação à murcha, para os tratamentos

(T1,T2,T3,T4, T5, T6, T7, T8, T9 e T10).

O dia 0 corresponde ao dia em que as hastes de Copo-de-leite foram colhidas.

Todos os tratamentos apresentavam-se túrgidos e receberam nota 4. No dia 1, todos os

tratamentos reduziram as médias, demonstrando o início do processo de murchamento.

Ao longo dos dias, a murcha aumentou progressivamente, como pode ser observado

pelas notas de T1 e T9. Porém cada tratamento apresentou um comportamento diferente

em relação às notas. Alguns mantinham notas constantes por mais de um dia, como T4 e

T6 e depois apresentavam reduções significativas. No dia 7, após atribuição das notas, o

T9 foi descartado, pois as hastes apresentaram sinais de amarelecimento. No dia

seguinte (dia 8), os tratamentos remanescentes, depois de receberem as notas, também

foram descartados.

Para a coloração da espata (figura 7), apenas o T1, T5 e T7 receberam nota 4

(cor viva), no dia da colheita das hastes. As condições de cultivo do local em que as

hastes foram produzidas e colhidas podem ter influenciado na coloração das espatas. No

dia 1, apenas o T4 apresentou redução da nota para o parâmetro e no dia 2, apenas o T3.

No dia 3, todos os tratamentos apresentaram redução das notas.

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COLORAÇÃO DA ESPATA

Figura 7 - Média das notas atribuídas às hastes de Copo-de-leite em relação à coloração da espata, para os

tratamentos (T1,T2,T3,T4, T5, T6, T7, T8, T9 e T10).

No dia 7, o T9 exibiu a menor nota para coloração das espatas, pois apresentou

sinais de amarelecimento. Após a atribuição das notas, o tratamento foi descartado. No

dia 8, todos os tratamentos remanescentes, apresentaram sinais de amarelecimento. As

notas para o parâmetro foram atribuídas e os tratamentos descartados.

As notas para curvatura do pedúnculo floral são apresentadas na Figura 8. No

dia 0, todos os tratamentos apresentaram as notas abaixo de 4, que caracterizava um

pedúnculo ereto. Pode-se inferir que este fato esteja relacionado ao desenvolvimento das

hastes no local de cultivo.

Ao longo dos dias, os tratamentos reduziram as notas para o parâmetro de

curvatura do pedúnculo, progressivamente. No sétimo dia, observa-se que o T9

apresentou a menor nota para o parâmetro de curvatura. O mesmo foi observado para o

tratamento no parâmetro de coloração da espata, sendo que após a atribuição das notas

ele foi descartado. No oitavo dia, os tratamentos remanescentes foram descartados.

Entre eles o T1 apresentou a maior nota para o parâmetro.

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CURVATURA DO PEDÚNCULO FLORAL

Figura 8 - Média das notas atribuídas às hastes de Copo-de-leite em relação à curvatura do pedúnculo

floral, para os tratamentos (T1,T2,T3,T4, T5, T6, T7, T8, T9 e T10).

3.3 Cromatografia em camada delgada:

O objetivo foi observar se haveria formação de novos compostos pela mistura

de vinagre+açúcar e água sanitária+limão, visto que os mesmos poderiam influenciar na

conservação das hastes. Para vinagre+açúcar o resultado foi que apenas na placa em que

o metanol foi utilizado como reagente é que houve eluição do composto. A primeira

gota aplicada na placa se referia ao açúcar e apresentou coloração, dessa forma, nota-se

que o metanol foi o único solvente que dissolveu o açúcar, por isso houve arraste de cor

(eluição). O vinagre não foi dissolvido e não eluiu em nenhum dos solventes,

possivelmente por ser um ácido fraco. A terceira gota, que representava a mistura,

apresentou arraste semelhante em coloração e altura ao que foi apresentado pela gota de

açúcar, demonstrando que o mesmo composto estava presente em ambas as gotas

(figura 9).

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Figura 9- Da esquerda para a direita na primeira fileira: placas com hexano, clorofórmio, acetato

de etila e diclorometano. Na segunda fileira: metanol.

Para confirmação dos resultados, testou-se novamente o açúcar, o vinagre e a

mistura utilizando a mistura de reagentes metanol e acetato de etila 9:1 (figura 10). O

acetato de etila tem menor polaridade que o metanol, sendo assim a mistura de ambos

deixa a polaridade intermediária. O objetivo da mistura é evitar que com o uso de um

solvente muito polar a eluição ultrapasse a placa. Como resultado, novamente houve

arraste no açúcar e na mistura. Para se afirmar que o elemento identificado no arraste

poderia ser a sacarose, foi feita uma placa com gota de glicose pura, frutose pura e

sacarose. Evidenciou-se que para ambos os compostos houve eluição e o comprimento

da coloração da mistura mostrou-se maior, representado a soma dos componentes

glicose e frutose na sacarose.

Figura 10- Metanol+acetato de etila 9:1 evidenciando a presença de sacarose e placa com glicose e

frutose pura e sacarose.

As respostas dos testes foram instantâneas. Porém, sabe-se que posteriormente

pode acontecer de outros compostos eluirem. Para ter certeza de que não ocorreu a

formação de outro composto na mistura, uma placa contendo metanol+acetato de etila

foi feita, utilizando a concentração do T9, que era maior e após 3 dias analisou-se os

resultados, que foram os mesmos.

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Além do tratamento que envolvia a mistura açúcar com vinagre, os tratamentos

T5 e T7, que apresentavam a mistura de limão e água sanitária na menor e maior

concentração, respectivamente, passaram pelo teste, para novamente observar se haveria

formação de um novo composto pela mistura. Os solventes utilizados foram

metanol+acetato de etila 8:2. Além das placas que foram feitas para os tratamentos

citados, uma placa adicional contendo água sanitária pura, limão puro e a mistura pura

sem adição de água na maior concentração – T7 foi feita (figura 11). Como resultado

obteve-se as seguintes placas:

Figura 11- Da esquerda para a direita: placa T5, placa T7 e placa T7 com os compostos puros sem

diluição em água.

Apenas na placa que apresentava os compostos puros, ou seja, em maior

concentração, houve arraste (eluição). A primeira gota aplicada era de água sanitária, a

segunda de limão e a terceira da mistura. Apenas o limão foi dissolvido e arrastado pelo

solvente. Na mistura houve um pequeno arraste de coloração semelhante à encontrada

no limão. Acredita-se que o composto identificado na mistura seja o mesmo presente na

gota de limão. Porém ao misturá-lo em água sanitária, o composto teve seu

pronunciamento reduzido. Dessa forma, não houve identificação de novos compostos na

mistura de limão e água sanitária.

3.4 pH:

O pH da solução, capaz de limitar o crescimento de microorganismos, deve estar

na faixa de 3,0 – 4,0 (Nowak & Rudnicki, 1990). Em relação aos resultados da análise

do pH, o valor para cada tratamento, foi influenciado pela composição de cada

composto presente na solução. Através da tabela 7, observam-se os resultados:

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Tabela 7 – Valores dos pH, de cada tratamento, quantificados no pHmetro.

TRATAMENTOS pH

T1- Água 7,06

T2- Aspirina 1 comprimido 0,18g 3,75

T3- Aspirina 1/2 comprimido 0,09g 5,83

T4- Aspirina 5 comprimidos 3,15

T5- Água sanitária+limão 0,125ml 5,31

T6- Água sanitária+limão 0,25ml 5,05

T7- Água sanitária+limão 1,25ml 3,80

T8- Vinagre 1,5ml + açucar 1,5g 4

T9- Vinagre 15ml + açucar 15g 3,19

T10- Vinagre 3ml + açucar 3g 3,70

O T1, continha água, que é essencial para a manutenção da haste na pós-

colheita. Para a água, não há um padrão especifico, ela varia de acordo com a região,

cidade e bairro, porém espera-se que o pH se encontre na faixa do neutro entre 6-8. O

resultado do pH para água foi de 7,06, estando de acordo com a faixa esperada.

No T2, T3 e T4, acrescentou-se aspirina 100mg em água, na qual, o principal

componente é o ácido acetilsalicílico. A aspirina pode aumentar a longevidade das

flores pelo retardamento da senescência pela acidificação da solução (Silva, 2012).

Dessa forma, o resultado do pH para as concentrações de aspirina nos tratamentos T2,

T3 e T4 condizem com o esperado. Porém T4 apresentou sintomas de fitotoxidade

correspondendo ao menor valor de pH: 3,15.

Nos tratamento T5, T6 e T7, foi utilizada a mistura de água sanitária+limão. O

ácido cítrico está presente no limão no teor médio de 6%. Dessa forma, ao diluí-lo em

água ele é capaz de reduzir o pH do meio. Em soluções ácidas há inibição da ação de

enzimas endógenas (peroxidase e polifenoloxidase) que são essenciais para o bloqueio

dos vasos de xilema, ou para impedir o desenvolvimento de microorganismos (Rogers,

1973 apud Bastos, 2014, p 38). O hipoclorito de sódio é conhecido por sua ação

bactericida devido à presença de cloro ativo. O hipoclorito é uma base forte, à medida

que se reduz o pH da solução, sua atividade antimicrobiana é intensificada (Campis et

al., 2009, Mercade et al. 2009 apud Leonardo, 2013). Os resultados obtidos em T5, T6 e

T7 ressaltam a diminuição do pH a medida que a concentração de ácido cítrico aumenta.

Isso justifica o uso de ácidos orgânicos, que tem como principal função, a redução do

pH das soluções.

Sabe-se que as flores de corte precisam de fontes de carboidrato para manter

seus processos fisiológicos após a separação da planta mãe. Dessa forma, o uso de

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açúcar, que apresenta sacarose em sua composição, em solução, irá repor a fonte

endógena de sacarose que advinha da fotossíntese, contribuindo para o aumento da vida

pós-colheita das flores. O cuidado deve ser com o uso excessivo, pois pode facilitar a

proliferação de microorganismos.

O vinagre, contem em sua composição de 4-8% de ácido acético e ambos são

conhecidos por sua aplicabilidade e poder antibacteriano. Ainda não se sabe ao certo

qual o mecanismo de ação que o composto possui contra as bactérias, mas é provável

que ele haja na acidificação da parede celular das bactérias. O açúcar quando dissolvido

em água não altera o pH da solução, dessa forma o ácido presente no vinagre faz com

que o pH reduza. Os resultados da análise para os tratamento T8, T9 e T10 evidenciam a

diminuição do pH à medida que se aumenta a concentração do vinagre. Porém no T9

houve sintomas de fitotoxidade e o pH apresentado na solução é o segundo mais ácido

entre todos os tratamentos, com pH: 3,19. Os tratamentos T9 e T4, apresentaram valores

de pH semelhante e ambos apresentaram sintomas de fitotoxidade. Pode-se inferir que

as concentrações utilizadas nesses tratamentos foram excessivas e contribuíram para a

redução do pH.

Conclusão:

As telas sombreadoras não prolongaram a vida pós-colheita do Copo-de-leite.

Porém quando cultivado sob o telado preto, as hastes apresentaram maior peso em

relação ao céu aberto.

O uso dos três conservantes florais caseiros, não foi eficiente no prolongamento

da vida pós-colheita de hastes de Copo-de-leite.

Quando são utilizados na maior concentração, a aspirina e a mistura de

vinagre+açúcar podem promover sintomas de fitotoxidade nas hastes.

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Referências bibliográficas:

Acribia, Salinger JP (1991) Producción comercial de flores. Zaragoza. 371 p.

Almeida EFA & Paiva PDO (2004) Floricultura 2: cultivo de copo-de-leite. Editora

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