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? www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 234 15 de Outubro de 2014 | Preço 2,00 Euros

Gazeta Rural nº 234

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Os problemas da fruticultura na Região Demarcada da Maçã da Beira Alta, nomeadamente os preços propostos e falta uma Organização de Produtores, que reúna toda a produção, são os temas em destaque no Especial Fruticultura da edição nº 234 da Gazeta Rural. As Festas da Catanha de Vinhais e Sernancelhe; a Feira Nacional do Mel e o Fórum Nacional de Apicultura, no Fundão; o Mercado Magriço, em Penedono; o Wine in Azores, em Ponta Delgada; a Feira do Vinho e da Vinha, em Borba; a Quinta do Granjal, em Vila Flor, produtor de vinho e azeite, assim como outras noticias que marcam a actualidade estão na edição de 15 de Outubro, que pode ler na versão online ou importando a versão PDF em: www.gazetarural.com Boa leitura

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w w w . g a z e t a r u r a l . c o m Director: José Luís Araújo | N.º 23415 de Outubro de 2014 | Preço 2,00 Euros

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www.cmmangualde.pt

FEIRA DOS SANTOS

MANGUALDE

apoio organização

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GAZETA.pdf 1 01/10/14 11:19

Sum

ário 04 Mercado Magriço mostra o melhor de Penedono

05 Rural Castanea promove castanha de Vinhais

07 Festa promove produtos de Montanha de Alfândega da Fé

09 Wine in Azores surge renovado e promete bater todos os recordes de adesão

10 Festa da Vinha e do Vinho em Borba junta dezenas de expositores

12 Quinta do Granjal produz vinhos e azeites de qualidade

33 Falta de matéria-prima condiciona crescimento de in-dústrias florestais

34 Investigadores visitaram povoamentos de pinheiro bra-vo infectados pelo nemátodo

35 Agim organiza acção prática de instalação de pomares de mirtilos

36 Ministra da Agricultura defende recurso aos seguros agrícolas

39 A floresta portuguesa precisa de competitividade – Opinião

40 Feira Nacional Do Mel e Fórum de Apicultura no Fundão

41 Secretário de Estado ‘abre’ Festa da Castanha de Sernancelhe

13 - E

specia

l Fr

uticultura

Que futuro?

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“Fomentar o empreendedorismo valorizando as iniciativas locais” é o slogan que serve de mote à realização de mais uma edição do Mercado Magriço, que decorre de 7 a 9 de Novembro, e que mais não do que uma montra do tecido empresarial de Pe-nedono e o espelho dos empreendedores locais.

Empreendedores esses que, perseguindo os seus sonhos, ar-riscam, que desafiando dúvidas e anseios trilham caminhos que muitos temem, que chamam a si atitudes que vincam as suas características de verdadeiros líderes. Enfim, homens e mulheres conscientes de que vencer sem ultrapassar obstáculos é ingló-rio, homens e mulheres que não se apoiam numa herança para construir a sua história, homens e mulheres que não esperam que o futuro aconteça… constroem-no!

É esta a verdadeira génese do Mercado Magriço, evento que congrega em si todas as actividades empresariais e comerciais de Penedono, um concelho que, graças ao saber destes empre-sários, se agiganta no mercado, conquistando-o!

É este o pulsar de um concelho que não aceita o rótulo da interioridade, que acredita nas suas potencialidades e alimenta a crença de poder singrar numa sociedade económica e extrema-mente competitiva. É também por acreditar que o Município de Penedono persiste na senda de apoiar os seus empresários, fê--lo no passado, fá-lo no presente e fá-lo-á no futuro pois deles depende o sucesso económico do concelho.

Assim o Mercado Magriço, enquanto espaço comercial, é o aglutinador de todas as actividades económicas concelhias, um espaço de encontro, de troca de ideias e, acima de tudo, de

Entre os dias 7 e 9 de Novembro

Mercado Magriço mostra o melhor de Penedono

oportunidades de negócio. Tem sido assim nas últimas quatro edições, estamos em crer que o será nesta quinta na medida em que o número de participantes aumentou, prova de que a eco-nomia em Penedono afinal ainda respira.

A par da exposição daquilo que melhor se faz e produz neste concelho, várias são as actividades que decorrem neste evento, das quais se destacam o Concurso de Castanha, o Concurso de Ovinos e Caprinos, o Concurso de Doçaria de Castanha “Pene-doce”, o Percurso Pedestre “Pelos Trilhos do Ouriço e da Casta-nha”, o Desfile de Moda organizado pelo comércio local, assim como diversos ateliers que vão do artesanato às artes plásticas promovidos por artistas locais.

Porém, e porque a alegria é uma constante das gentes que nos visita, estão agendados para os três dias do certame diver-sos espectáculos musicais e animação que têm como intuito, proporcionar uma dinâmica constante dentro do espaço, pelo palco do Mercado Magriço passarão artistas como Rosinha, Sons do Minho e como estrela maior de cartaz, a seguir aos nos-sos empreendedores, claro está, o cantor José Malhoa.

O Mercado Magriço é uma realidade proveniente da vonta-de dos empreendedores penedonenses, uma iniciativa que visa promover as potencialidades concelhias, nas quais se incluem as turísticas, um cartão-de-visita para todos aqueles que passam por Penedono e que aqui fazem negócios ou pura simplesmente escolhem estas terras como local de descontracção e lazer.

De 7 a 9 de Novembro visite o Mercado Magriço, reencontre Penedono e descubra os seus encantos.

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Vinhais, no nordeste transmontano, vai ser o destino de mui-tos visitantes no fim-de-semana de 24 a 26 de Outubro. A rea-lização da IX Rural Castanea, evento que promove a castanha, um dos produtos que mais mexe com a economia deste conce-lho, é razão para uma visita.

O programa é vasto e variado. A IX RuralCastanea, que de-corre em simultâneo com o fim-de-semana Gastronómico da Castanha, tem vários motivos de interesse, que começam com o magusto no Maior Assador de Castanhas do Mundo e que é Recorde do Guinness, que estará a assar castanha durante todo o fim-de-semana.

As Jornadas Técnicas do Castanheiro, organizadas pela Arbórea, que vão decorrer no Auditório Municipal, são um dos pontos altos da Festa da Castanha, onde vão ser discutidos e abordados alguns temas que afectam, nesta altura, os soutos de castanheiros, nomeadamente a prevenção da entrada na região da vespa asiática.

O Raid TT – IV Rota do Javali TT; o concurso da Castanha, or-ganizado pela Arbórea; a apresentação do “Guia do Castanhei-ro”, uma publicação Câmara de Vinhais; o Magustão da Família do Tio João; Chegas de Touros de Raça Mirandesa; Concurso da Doçaria com Castanha, sessões de show cooking, com os chefs Luís Portugal, ex-concorrente do Master Chef, e Óscar Gonçal-ves, do Restaurante G - Pousada de São Bartolomeu e Eurico Castro, da Rota dos Sabores; o Campeonato Regional de Perícia Equestre; a II Cimeira das Confrarias Transmontanas, o desfile

De 24 a 26 de Outubro

Rural Castanea promove castanha de Vinhais

Este vai ser um ano bom ano de produção de castanha. Carlos Alves, responsável pela organização da IX Rural Castanea, diz que as chuvas que caíram nas últimas se-manas “vieram ajudar bastante”, pelo “vamos ter um ano excelente, tanto ao nível do calibre como de quantidade”.

Gazeta Rural (GR): Como está a ser a produção de castanha em Vinhais?

Carla Alves (CA): Vai ser um bom ano de produção de castanha. A precoce é de grande calibre e há já muita gente

nas aldeias a vender castanha a um preço que ronda os 2,5 euros o quilo, o que é excelente, pois estamos a falar de um produto agrícola de altíssimo valor. As chuvas que caíram nas últimas semanas vieram ajudar bastante e, por isso, acredi-to que vamos ter um ano excelente, tanto ao nível do calibre como de quantidade. A expectativa é para uma boa campa-nha.

GR: Como está a questão da comercialização?(CA): Nota-se que o escoamento está cada vez mais or-

ganizado. Hoje em dia o agricultor não tem esse problema, pois toda a castanha é vendida. A organização deste mercado começa a sentir-se. Este ano, em Vinhais, há duas organiza-ções que recebem castanha, uma que reabriu e a outra que trabalhava na área das madeiras e que se virou para a casta-nha. Estas duas empresas vão receber e comercializar muitas toneladas de castanha.

Se na produção e comercialização as coisas estão a andar bem, no concelho ainda não há a transformação de castanha e o futuro passará por aí. Essa é a aposta para os próximos tempos.

Sabemos que quem está no sector anseia por isso, para que as mais-valias deste produto possam ser maiores para os produtores, mas também para a criação de mais postos de trabalho. Em vez da castanha sair em fresco, se o fruto aqui for transformado isso significa que mais dinheiro fica na terra.

Um ano de boa produção

“Moda Castanha” e a transmissão do programa Da Sic – Portu-gal Em Festa, na tarde de domingo, são alguns dos motivos para a atracção de muitos milhares de visitantes, numa festa que tem como rainha a castanha.

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Os serviços regionais de agricultura pediram aos agricultores transmontanos que comprem apenas novas árvores para plan-tações de castanheiro devidamente certificadas para prevenir a entrada da vespa asiática na região maior produtora portuguesa de castanha.

O plano de acção nacional de controlo da vespa das galhas do castanheiro foi apresentado em Bragança, com apelos aos agricultores para colaboraram na prevenção, aquela que até ao momento parece ser a forma mais eficaz de combate a este in-secto capaz de destruir produções agrícolas.

Paula Carvalho, a subdirectora-geral de Alimentação e Ve-terinária, deixou um apelo aos produtores “para que adquiram plantas devidamente controladas com as etiquetas de certifica-ção e de passaporte fitossanitário e aquando da sua chegada solicitem aos serviços regionais de agricultura uma inspecção ao material antes de procederem à sua plantação”.

O primeiro e único foco deste parasita detectado em Portu-gal está, para já, confiando à região de Entre o Douro e Minho, mas aquela responsável manifestou preocupação com a salva-guarda da principal região de produção de Castanha, a de Trás--os-Montes.

A Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte tem vindo, como explicou, a fazer, há vários anos, trabalho de vigilân-cia dos soutos e vão ser priorizados os mais recentes, que são os de maior risco porque poderão ter vindo com plantas que even-tualmente tenham vindo contaminadas e importa agora verificar

todas as novas plantações”.Em conjunto com as associações de produtores, os serviços

oficiais prometem estar vigilantes e, na eventualidade de se de-tectar algum foco, “há medidas que podem ser tomadas dentro dos condicionalismos da biologia desta praga, que é complicada de controlar”, como admitiu.

A luta biológica é para já a única arma de extermínio, mas que em Portugal só deverá começar a ser testada na próxima primavera, com a largada dos primeiros parasitóides, um outro insecto também oriundo da China, e que será capaz de aniquilar esta vespa.

A sessão em Bragança contou com a presença do secretá-rio de Estado Estado da Alimentação e da Investigação Agroa-limentar, Nuno Brito que realçou a importância da castanha a nível regional e nacional, já que em Trás-os-Montes concentra--se 85 por cento desta produção.

A praga da vespa asiática já provocou quebras acentuadas de produções noutros países e actualmente ocupa entidades oficiais, associações e produtores e investigadores na procura de um combate e prevenção eficaz.

O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) é uma das enti-dades envolvidas no trabalho de investigação ao nível da bioe-cologia da praga e parasitóides associados, trabalho que está a ser desenvolvido em ensaios montados em Barcelos, na zona do Minho.

Apelo dos serviços regionais de agricultura

Autoridades pedem controlo de plantas para impedir vespa asiática

na zona da castanha

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No mês de Novembro Alfândega da Fé vai celebrar a mon-tanha com a realização de uma Festa que pretende afirmar as potencialidades da montanha no contexto económico, turísti-co e cultural. A primeira edição da Festa da Montanha acontece de 7 a 9 de Novembro na freguesia de Sambade. Trata-se de uma aldeia situada em plena Serra de Bornes, uma das maiores freguesias do concelho, que sempre soube “tirar” da serra o seu sustento.

É essa mesma riqueza das áreas de montanha que a Câmara Municipal, responsável pela organização do evento, em conjun-to com a Junta Freguesia, quer ver valorizada e potenciada du-rante os três dias da Festa da Montanha. A primeira edição deste evento traduz a vontade de ver dinamizadas as áreas rurais do concelho, fazendo das suas características endógenas factores de crescimento e desenvolvimento.

Muito mais do que um simples mercado ou mostra de sa-bores e actividades económicas, a Festa da Montanha vai ser momento de debate, reflexão, divulgação e fruição de todas as potencialidades destas áreas. Daí que à mostra e venda de

De 7 a 9 de Novembro em Sambade

Festa mostra produtos de Montanha de Alfândega da Fé

produtos característicos da montanha, se juntem actividades desportivas e lúdicas, se elogiem as actividades económicas e as histórias e lendas associadas à serra, que noutros tempos foi conhecida como Serra de Monte-Mel.

Um evento cultural, turístico e económico, que no fim-de--semana que antecede o S. Martinho vai fazer da castanha um dos “pratos” principais. Mas, se a castanha é um produto de ex-celência desta freguesia do concelho de Alfândega da Fé, as po-tencialidades da montanha não se esgotam neste fruto. Quem passar por Sambade pode ser surpreendido por um convite para apanhar e degustar cogumelos silvestres, passear pelos trilhos da Serra de Bornes ou até descobrir a importância de activida-des como a apicultura e a pastorícia.

Quem for amante de caça ficará a conhecer o porquê desta ser considerada uma das melhores zonas de caça da região. O evento faz-se também à mesa, altura em que decorre o fim-de--semana gastronómico da Turismo Porto e Norte nos restau-rantes aderentes.

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24 a 26 de Outubro 2014

DOMINGO 26 - 14h00Programa da SIC

Portugal em Festa

SÁBADO 25 - 15h00

(Local: Tenda de Espetáculos)

Magustão daFamília do Tio João

TODOS OS DIAS

www.cm-vinhais.pt

Câmara Municipalde Vinhais

www.cm-vinhais.pt

Castanha assada nomaior assador do mundo

Paços do Concelho - 5320-326 VINHAIS - Tel: 273 770 300

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Pelo sexto ano consecutivo realiza-se em Ponta Delgada, de 24 a 26 de Outubro, o evento Wine in Azores. O sucesso das edições anteriores é o motor da Gorgeous Azores, empresa or-ganizadora do evento, pois em cada ano que passa é batido o recorde de adesão. Mais de 12 mil pessoas marcaram presen-ça em 2013, atraídos pelas largas centenas de vinhos em prova, produtos regionais, show cookings com Chefes de Cozinha reco-nhecidos e muita animação.

A ilha de São Miguel ganha nova vida nestas datas. Aprovei-tando a época baixa, o evento mobiliza pessoas, anima o turismo e ajuda a divulgar a gastronomia dos Açores contribuindo para a criação de riqueza. Aliás, uma vez mais, a organização do Wine in Azores investe no convite a Chefes de Cozinha para que, nestes três dias, as pessoas possam com eles aprender novas técnicas de cozinha e de confecção dos alimentos, utilizando os produtos regionais, sendo que este ano o peixe é rei. De facto, na edição de 2014, todas as atenções estarão voltadas para o pescado de águas açorianas.

E são muitos os Chefes convidados, como por exemplo Leo-nel Pereira, do Restaurante São Gabriel (Algarve), Cláudio Fon-tes, do restaurante Aviz (Lisboa), Dalila e Renato Cunha, do res-taurante Ferrugem (Vila Nova de Famalicão), Álvaro Lopes, do restaurante Genuino (Faial), Paulo Mota, do restaurante Escuna (Hotel Marina Atlântico, Ponta Delgada), César Arruda, do res-taurante Let it be (Ribeira Grande), Justa Nobre, do restaurante O Nobre (Lisboa), António Alexandre, professor da Chefs Aca-demy RTP e restaurante Citrus Marriott Hotel (Lisboa), Vicente Quiroga, do restaurante O Marineiro (Ponta Delgada), Vítor Silva,

Está a chegar o maior evento vínico

Wine in Azores surge renovado e promete bater todos os recordes de adesão

do restaurante Trás D’Orelha (Torres Vedras), Nuno Santos da Escola de Formação Turística e Hoteleira de Ponta Delgada e, também, Francisco Gomes, da confeitaria A Colonial (Barcelos), responsável pelas propostas mais doces, e João Couto da Escola de Formação Turística e Hoteleira de Ponta Delgada para ensinar a fazer saborosos cocktails.

Para acompanhar as iguarias preparadas pelos cozinheiros de serviço, há mais de dois mil vinhos, difícil vai ser escolher! Nesta sexta edição do Wine in Azores estão presentes 120 ex-positores, sendo 80 ocupados por produtores de vinhos de todo o país, ou quase, porque pela primeira vez o certame conta com um produtor de vinhos espanhol. No ano que se comemora o décimo aniversário do reconhecimento das vinhas do Pico como Património da Humanidade, os vinhos da Ilha do Pico também se fazem representar.

Este que é já considerado o maior e melhor evento empresa-rial dos Açores, vai este ano surpreender todos os participantes com uma nova imagem. Joaquim Coutinho Costa, da Gorgeous Azores e organizador do evento, afirma que “juntar o mar e a beleza da Ilha aos negócios, ao prazer de provar bons vinhos e degustar saborosos petiscos, é único, e apesar da contenção fi-nanceira, vamos continuar a investir neste que é o melhor even-to de São Miguel”.

Em negócios ou em férias, São Miguel é o destino de elei-ção entre os dias 24 e 26 de Outubro. Uma oportunidade única de provar vinhos e petiscos, aprender e desfrutar de todas as atracções das Portas do Mar, em Ponta Delgada. E depois partir à conquista da Ilha!

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A Festa da Vinha e do Vinho, em Borba, que vai decorrer de 8 a 16 de Novembro, conta com a participação de várias dezenas de expositores, com destaque para os produtores do Alentejo, divulgou o município.

De 8 a 16 de Novembro

Festa da Vinha e do Vinho em Borba junta dezenas de expositores

O salão de exposições do centro de negócios de Ansião, lo-calizado no Parque Empresarial do Camporês, acolhe de 17 a 19 de Outubro a VI Mostra Gastronómica Sabores de Ansião. Orien-tada para a promoção da cultura, produtos e sabores populares, a Mostra conta, ao longo dos três dias, com a presença de cerca de duas dezenas de expositores dedicados aos produtos mais autênticos e demonstrativos das especificidades do maciço de Sicó. O mel, o queijo, o vinho, os licores, os doces tradicionais, o pão e as geleias são alguns dos produtos que os visitantes ali poderão descobrir.

Mas serão os restaurantes de cada junta de freguesia a pro-porcionar ementas verdadeiramente regionais, alicerçadas nas tradições locais. As couves com cominhos, a cacholada, o baca-lhau com batatas a murro ou o cabrito de Sicó assado são ape-nas exemplos dos pratos a não perder nesta Mostra Gastronómi-ca que, paralelamente aos prazeres da boa mesa, apresenta um

VI Mostra Gastronómica Sabores de Ansião de 17 a 19 de Outubro

Tradição e boa mesa para promover região de Sicóprograma de animação acompanha estes três dias.

A Mostra Gastronómica abre ao público pelas 19 horas do dia 17 e, às 21,30 horas, apresenta-se a Rancho Folclórico de Pou-saflores. Na noite do sábado, dia 18, novamente às 21,30 horas, é a vez da Orquestra Ligeira de Ansião subir ao palco e levar ao Centro de Negócios o seu tributo à Canção Portuguesa. A ani-mação prossegue na tarde de domingo, dia 19, com a presença do Grupo de Cantares da Câmara de Ansião, às 14 horas, do Ran-cho Folclórico Margaridas da Serra, às 16 horas, e da banda da Sociedade Filarmónica Avelarense, às 18 horas.

Animação, gastronomia e autenticidade são, portanto, os ingredientes principais desta VI Mostra Gastronómica Sabores de Ansião que visa, mais uma vez, contribuir para a divulgação e preservação dos costumes e sabores de toda a região em torno do maciço calcário de Sicó.

A XXIII edição do certame dedicado ao vinho e à vinha, que recebe todos os anos milhares de visitantes, decorre no pavilhão de eventos e vai promover, sobretudo, os vinhos do Alentejo, com a participação de vários produtores que apresentam as suas marcas para degustação e venda. A festa inclui um con-junto de eventos temáticos dedicados aos vinhos e enoturismo, gastronomia, produtos e doçaria regionais, artesanato e equipa-mentos e serviços vitivinícolas.

O certame, que serve de apresentação do vinho novo dos produtores locais pelo São Martinho, pretende ainda promover os produtos regionais, dando especial realce à produção vinícola regional e aos queijos, enchidos, pão, azeite, mel, frutos secos e doçaria regional.

O artesanato conta com expositores oriundos de várias lo-calidades do país, nas mais diversas expressões, como o barro, tapeçaria, madeira e cortiça. Com palco numa das mais impor-tantes regiões vitivinícolas do Alentejo, o certame está a cargo do município, Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo (ATEVA), Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) e Tu-rismo do Alentejo.

O programa inclui um circuito das tascas no dia inaugural e, ao longo dos nove dias, engloba provas de vinhos, animação musical, conferências e actividades culturais e desportivas. Para o dia de São Martinho, está previsto um arraial com oferta de castanhas.

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Integrado, pela primeira vez, no ‘En-contro com o Vinho e Sabores’ (2014) teve lugar a IV edição do ‘Concurso de Vinhos e Espumantes Bairrada’, no qual estiveram à prova cega de 17 jurados – críticos, jorna-listas especializados, enólogos, escanções e representantes do comércio – 76 vinhos, entre espumantes, brancos, rosés e tintos.

Os três grandes vencedores foram o ‘Marquês de Marialva Arinto Reserva bran-co 2013’, da Adega Cooperativa de Canta-nhede, o ‘Aliança Vintage branco 2008’,

Adega Cooperativa de Cantanhede, Aliança e Casa de Sarmento subiram ao pódio

Bairrada elegeu ‘Os Melhores Vinhos e Espumantes’ pelo quarto ano

A produção de vinho verde da Cooperativa Agrícola de Fel-gueiras vai diminuir até cerca de 20 por cento face a 2013, pro-vocando o aumento do preço, preveniu Casimiro Alves, daquela organização de viticultores.

Para o presidente de um dos maiores produtores e exporta-dores de vinho verde do país, a situação de perdas na produção deverá abranger o conjunto da região dos vinhos verdes, anteci-pando que o vinho fique mais caro entre 10 e 15 por cento.

Casimiro Alves explicou que os primeiros dias de vindima apontam na região para uma quebra generalizada nas entre-gas dos viticultores. “Temos constado isso praticamente com todos”, contou. A menor quantidade de uvas deverá, segundo a Cooperativa de Felgueiras, traduzir-se numa maior valorização do valor a pagar aos produtores. O dirigente assinalou, por outro lado, que o grau do vinho poderá ser ligeiramente mais baixo, em resultado das condições meteorológicas deste ano.

Apesar da quebra de produção, a Cooperativa Agrícola de Felgueiras estima que possa atingir os quatro milhões litros, me-

nos 800 mil do que em 2013. Até 20 de Outubro, centenas de produtores de Felgueiras e de concelhos próximos entregam as suas uvas na instituição. Todos os dias, chegam dezenas de trac-tores com toneladas de uvas de várias castas.

Em 2013, as exportações de vinho verde da Cooperativa Agrícola de Felgueiras aumentaram 50 por cento, impulsionadas pelas subidas nos mercados russo, ucraniano, brasileiro e norte--americano, que apreciam as marcas de branco e rosado dos segmentos médio e alto de preço.

As exportações permitiram escoar nesse ano 22 por cento da produção, cerca de 1,2 milhões de garrafas. Para 2014, es-tima-se que as vendas no exterior possam crescer mais 10 por cento, face ao aumento dos pedidos que se regista, sobretudo dos mercados do Leste da Europa.

Os resultados dos últimos anos, observou o dirigente, têm permitido à instituição ser “uma das cooperativas agrícolas mais sólidas do país”. A Cooperativa de Felgueiras foi em 2012 a maior produtora nacional de vinho verde e kiwi.

Segundo o presidente da Cooperativa de Felgueiras

Menos produção de vinho verde aumentará preço

da Aliança - Vinhos de Portugal, e o ‘Casa de Sarmento Brut de Baga branco 2009’, da Casa de Sarmento, nas cate-gorias ‘Melhor Vinho’, ‘Melhor Espuman-te’ e ‘Melhor Espumantes de Baga’, res-pectivamente.

Entre vinhos brancos, rosés e tintos e espumantes foram 21 as referências premiadas com medalhas de ouro (14) e prata (7). No que toca a produtores (ca-ves e vitivinicultores-engarrafadores) foram 12 os que viram os seus vinhos

serem galardoados: Adega Cooperativa de Cantanhede (6), Aliança Vinhos de Por-tugal (1), António Selas (1), Casa Agrícola António Santos Lopes Herdeiros (1), Caves da Montanha - A. Henriques (1), Casa de Sarmento (1), Caves de São João (1), Caves Primavera (1), Caves Solar de São Domin-gos (2), Hélder Manuel Ferreira dos Santos (1), Quinta dos Abibes (2) e Quinta do En-contro (3).

A Adega Cooperativa de Cantanhede, o maior produtor da região da Bairrada, surpreendeu ao arrecadar seis medalhas, quatro de ouro e duas de prata, todas atri-buídas a vinhos da marca ‘Marquês de Ma-rialva’. O vinho branco premiado com ouro – ‘Marquês de Marialva Reserva Arinto branco 2013’ – conseguiu ainda a proeza de ser eleito o ‘Melhor Vinho’ do Concurso.

De destacar o facto de todos os vi-nhos em prova serem certificados pela Comissão Vitivinícola da Bairrada, entida-de organizadora do Concurso. Para uma região em que o espumante é rei e tem a Baga como casta bandeira – que se des-taca pela originalidade e versatilidade para produzir grandes vinhos tintos e frescos espumantes brancos e rosés – foi criada uma categoria para eleger o ‘Melhor Espu-mante de Baga’, tendo este ano sido eleito um branco da colheita de 2009, o ‘Casa de Sarmento Brut’, premiado com medalha de ouro.

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A Quinta do Granjal é um produ-tor de vinhos e azeites situada no concelho de Vila Flor. A aposta em vinhos e azeites de qualidade tem dado os seus frutos, sendo reconhe-cidos no mercado, recompensando o trabalho e o investimento feito em novas infra-estruturas e novas plantações pelo actual proprietário, Fernando Trigo.

A Quinta está situada nas encos-tas do famoso Vale da Vilariça, já descoberto nos tempos pré-roma-nos pelas suas potencialidades para o cultivo da vinha e posteriormente para o cultivo do olival, e que tem um microclima único e solos xisto-sos, o que lhe confere um “terroir” excelente para a produção de qua-lidade superior de vinhos e azeites.

Fernando Trigo, em conversa com a Gazeta Rural, destaca os investi-mentos feitos e na aposta em vinhos e azeite de qualidade, mostrando-se confiante no futuro.

Gazeta Rural (GR): Quantos hec-tares têm de vinha?

Fernando Trigo (FT): Na Quita do Granjal temos cerca de 12 hectares de vinha e 30 hectares de olival e na Quinta de S. Gonçalo 7,5 hectares de vinha. As Quintas têm mais alguns hectares, com plantas autóctones, como zimbros, car-valhos e outras. Produzimos entre 120 a 150 mil litros de vinho.

Este ano acredito que vamos ter vinho de excelente qualidade, como tem sido apanágio da quinta, desde que a adega foi feita, e que entrou em funcionamento, em 2012, mas o que faz um bom vinho são as boas uvas boas.

Sedeada no concelho de Vila Flor

Quinta do Granjal produz vinhos e azeites de qualidadeGR: Qual é a grande aposta da

Quinta do Granjal?FT: É uma empresa nova, num projec-

to que se iniciou há 14 anos, com planta-ções novas, e na Quinta do Granjal, com o emparcelamento, conseguimos ficar com perto de 50 hectares, dos quais 42 de área útil de plantação. Numa primeira fase apostamos no sector produtivo, com a instalação das vinhas, com as nossas castas tradicionais (Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barro-ca), adequadas ao tipo de solo e à região. No olival a aposta foi a mesma e nesta al-tura temos cerca de 30 hectares de olival, com variedades autóctones desta região (cordovil, verdeal e cobrançosa), pelo que produzimos azeite de elevada qualidade.

No início fazíamos o vinho numa ade-ga vizinha, assim como o azeite, que era feito num lagar da região. Chegámos ao mercado com a marca Quinta do Granjal, criada em 2006, nos vinhos e nos azeites. Apostámos em produtos de qualidade e tivemos uma boa reacção do mercado e temos fidelizado os clientes, que sempre que lhes faltam os nossos vinhos ou azei-tes nos pedem a entrega urgente.

Depois de termos começado com a comercialização, demos conta da necessi-dade de criar instalações próprias, pelo que construimos uma adega e um lagar de azei-te, num investimento de mais de um milhão de euros.

GR: Com o mercado nacional con-quistado, como vai a exportação?

FT: Procuramos dar passos seguros. Apresentámos um projeto ao AICEP, de algum montante, para encetarmos o pro-cesso de internacionalização da nossa empresa, pelo que vamos começar a ex-portar para o Brasil e para Polónia.

GR: A Quinta de S. Gonçalo é um projecto diferente?

FT: Sim, é outro projecto. É uma Quinta que comprámos há cerca de ano e meio. Arrancámos a vinha velha, que tinha cerca de 7 hectares e fizemos a restrutu-ração e plantámos vinha nova. Tem uma adega com uma capacidade grande, que ainda não está totalmente em funciona-mento. Estamos a pensar na melhor forma de a viabilizar, já que tem uma capacidade de armazenamento de um milhão de litros de vinho de mesa e para cerca de 750 mil litros de Vinho do Porto em toneis de ma-deira. É um projecto diferente e vamos ter que lhe pegar de uma forma diferente.

GR: Com tudo isso, que expecta-tiva tem para o futuro?

FT: Se não tivéssemos esperança, não tínhamos feito todas estas apos-tas, porque esta é uma empresa familiar criada quase do zero. Fomos investindo e andando, sempre de forma auto-susten-tada. Hoje já tem alguma dimensão e até já houve um investidor estrangeiro que nos quiz comprar uma percentagem da empresa, mas a família não quis vender.

GR: Vale a pena investir em Vila Flor?

FT: Eu gosto muito. Em Vila Flor a Câ-mara está recetiva a apoiar novos pro-jectos, não em termos financeiros, mas facilitando, dentro da legalidade, os licen-ciamentos, etc.

GR: O que diria a alguém que nunca provou o seu vinho?

FT: Diria que vai gostar muito. O IVDP aprovou-nos recentemente um vinho Grande Reserva e outro Reserva com 14’, que são raros e excepcionais. O nos-so deve ser bom, porque vendemos bem. Acompanha muito bem assados e pratos fortes. O vinho branco harmoniza bem com aves e peixe. Ou seja, vale a pena provar.

GR: E o azeite?FT: Temos mais de 30 hectares de

olival e os nossos azeites Extra Vigem são considerados dos melhores a nível nacio-nal e também do mundo.

Os nossos olivais são novos e ainda não entraram totalmente em produção. Neste momento temos uma produção a rondar os 15 mil litros de azeite.

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Especial Fruticultura

Que futuro?

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Organizada pela Câmara de Armamar em parceria com a As-sociação de Fruticultores de Armamar e com os vários agentes económicos, sociais e culturais do concelho, a Feira da Maçã é já um dos pontos altos na região duriense. O evento, que se reali-za de 24 a 26 de Outubro, terá lugar junto à praça em frente ao tribunal local.

A VII edição anima o Município e garante um vasto programa cultural. Os motivos de atracção são muitos, com destaque para os espectáculos de variedades que vão desde a música popular ao folclore. Tasquinhas com petiscos e iguarias, feira de artesa-nato, recriações das muitas tradições populares e diversões fa-zem parte do programa de actividades.

Por tudo isto, “é um certame clássico, com exposições de produ-tos regionais, com a Maçã de Montanha à cabeça, os nossos vinhos, uma vez que pertencemos à Região Demarcada do Douro, a gastro-nomia, com as tasquinhas, mas também o parque de equipamentos, promovendo as máquinas e alfaias agrícolas”, refere Carla Damião, vereadora da Câmara de Armamar, que espera contar com a pre-sença de Assunção Cristas na abertura da feira.

A vereadora salientou a boa adesão de expositores, no-meadamente “com um aumento da participação de fruticulto-res”. Carla Damião destacou o aumento, “nos últimos anos, da capacidade produtiva do concelho, nomeadamente em área de plantação, que se reflectiu na produção, que andará pelas 55 mil toneladas”. A vereadora reconheceu, contudo “uma quebra de produção, num ano de calibres elevados e de coloração extraor-dinária”.

De 24 a 26 de Outubro, em Armamar

Feira mostra “Maçã de Montanha”

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É um ano mau para os fruticultores associados da Cooperativa dos Fru-ticultores da Beira Alta, sedeada em Viseu. Segundo revelou o presidente da Cooperativa, a quebra de produção deve chegar aos 40%, o que provocou prejuízos elevados aos agricultores, que o seguro de colheitas não cobre. Belarmino Alves é crítico em relação ao seguro de colheitas para a fruti-cultora, que tem um Prejuízo Mínimo Indemnizável (PMI) de 30%, enquanto na vinha é de 5%. O dirigente diz que é o governo que tem que encontrar uma solução para esta situação, pois nenhuma cooperativa está a fazer se-guro. “Os governantes têm que decidir se querem ou não agricultura”, afirma Belarmino Alves à Gazeta Rural.

Gazeta Rural (GR): Como está a campanha deste ano?

Belarmino Alves (BA): As últimas chuvas complicaram a vida dos produto-res, mas, de resto, decorre normalmente. É, todavia, um ano mau, de pouca fruta. Há pouca maçã Bravo e todas as restan-tes variedades foram afectadas. Houve má floração e mau vingamento do fruto, que afectaram logo a produção. Foi um ano em que houve muita coisa a influen-ciar a produção, especialmente os grani-zos de Setembro e as chuvas das últimas semanas, que vieram complicar ainda mais a vida dos fruticultores.

Belarmino Alves, presidente da Cooperativa dos Fruticultores da Beira Alta

“O seguro de colheitas não funciona na fruticultura”

GR: Estamos a falar de uma que-bra de produção de quanto?

BA: Na ordem dos 40%. Os produto-res este ano foram muito prejudicados, porque tivemos um ano anormal, compa-rado com outros. Aliás, desde início que isto era previsível, pois tivemos logo sinais muito cedo.

Houve menos maçã e os custos de produção aumentaram, devido aos condi-cionalismos que atrás referi. Contudo, te-mos que ter em atenção o facto de muita maçã ter caído por causa do granizo e a que vingou tem calibres bastante eleva-dos.

GR: O seguro de colheitas cobre esses prejuízos?

BA: O seguro de colheitas, na fruticul-tura, não funciona. Os agricultores nunca mais vão ter condições de fazer seguro de colheitas. Com um PMI de 30% é impossí-vel os agricultores fazerem seguro, porque nunca recebem nada.

Se não forem alteradas as condições, nenhuma cooperativa de fruta fará seguro de colheitas.

Os governantes têm que encontrar soluções e têm que decidir se querem ou não agricultura.

GR: Na Cooperativa como estão as coisas?

BA: Temos uma quebra significativa

de produção. Estamos a receber a fruta dos nossos associados e vamos tentar vendê-la ao melhor preço possível. Mas é um ano mau.

GR: Disse que os calibres são grandes. Em que medida isso afecta a comercialização?

BA: A fruta com calibres grandes não é a melhor para se vender, porque hoje as pessoas fazem contas à vida e em vez de um quilo de maçãs médias vão comprar uma ou duas e dividem.

GR: Voltando aos seguros. O pro-blema que apontou também afecta a viticultura?

BA: Este foi, também, um ano mau para o vinho. O seguro da vinha está nor-mal e com um PMI de 5% é indemnizável. Agora para a maçã o PMI é de 30%.

No vinho houve uma quebra significa-tiva de produção, que, acredito, ultrapas-sa os 30% de que se fala.

GR: Como vê a fruticultura em Portugal, tendo em conta que tem responsabilidade noutras organiza-ções, como a Fenafrutas, de que é presidente?

BA: A fruticultura era, até há pouco tempo, das poucas actividades que tinha projectos e em que as pessoas aposta-vam. Agora, não havendo garantias de seguros, de que num ano complicado com este a situação esteja garantida, penso vai passar por dificuldades e pode estar em risco o futuro desta actividade, com muitos produtores a deixarem de produzir.

GR: Ainda assim, nesta fase, há gente nova no sector?

BA: Na maior parte dos casos, os jo-vens que aparecem na agricultura são fi-lhos de pais bem instalados na vida e que o insucesso noutras áreas conduziu-os para a agricultura. Mas quando as pessoas não têm sucesso noutras áreas, não é na agricultura que o vão ter, porque neste sector é preciso trabalhar muito. Os agri-cultores, para produzir, têm que se agarrar à terra e normalmente muita dessa juven-tude vem para o sector atrás dos subsí-dios. O agricultor tem que nascer para o ser e tem que ter vontade de trabalhar. Aqueles que vêm para a agricultura como último recurso não têm sucesso.

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Há muitas questões que afectam a produção de maçã, desde as condições climáticas até à comercialização. A estes Duarte Correia, sócio das Frutas Dumi, acrescenta outros, como os fac-tores de produção que “mais que dupli-caram e os preços da maçã são iguais ou inferiores aos praticados há 10 ou 15 anos”. Mas o empresário aponta ainda uma outra situação, como um factor importante, que é a “falta de mão-de--obra qualificada”.

Gazeta Rural (GR): O que são as Frutas Dumi e há quantos anos exis-te?

Duarte Correia (DC): Somos uma empresa familiar, criada em 1996, que tem como sócios eu e o meu pai (Euclides Cor-reia). No entanto, a família já se dedica há produção de maçã há mais de 40 anos.

GR: Como vai ser a campanha deste ano?

DC: Perspectiva-se uma boa campa-

Revela Duarte Correia, sócio das Frutas Dumi

“Preço da maçã é igual ou inferior aos praticados há 10”

nha, devido à grande qualidade dos frutos, tanto a nível de calibres, como de colora-ção e degustação.

GR: Recebem fruta de outros pro-dutores?

DC: Cerca de 80% da maçã que co-mercializamos é de produção própria, sendo a restante de outros produtores da zona, com quem já trabalhámos em con-junto há vários anos, e cujo produto está dentro dos elevados padrões de qualidade que exigimos.

A produção deste ano foi afectada pe-las condições climatéricas, mas devemos atingir cerca de 2.000 toneladas. Preve-mos um aumento de produção média de 20% nas próximas campanhas, devido a aumento e renovação da área produtiva,

com as novas plantações que fizemos.

GR: Quais são as principais difi-culdades dos produtores?

DC: No nosso caso as dificuldades principais passam pela falta de mão-de--obra qualificada. Nesta área, acho que se devia apostar mais na formação e na fixa-ção das nossas populações jovens.

Para além disto, verifica-se o aumento exponencial, de ano para ano, dos facto-res de produção, designadamente produ-tos químicos, energia e investimentos, sem que o preço de venda do produto tenha acompanhado essa evolução dos custos. Os preços da maçã são iguais, ou até mes-mo inferiores, aos praticados há 10 ou 15 anos, enquanto as despesas mais do que duplicaram.

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Um estudo publicado no Journal of Medicine Food analisou os efeitos do consumo de maçã e sumo de maçã sobre os níveis de LDL oxidado. Conhecido como colesterol ruim, o LDL provoca danos cardiovascula-res, e quando oxidado, forma placas ao longo das pa-redes da artéria coronária, causando a aterosclerose.

Nesse estudo participaram 25 pessoas que duran-te 12 semanas consumiram cerca de 400ml de sumo de maçã (100%) ou duas maçãs diariamente. As va-riedades usadas no estudo foram Fuji, Golden Delicius, Granny Smith e Red Delicius. Após as 12 semanas, os níveis de oxidação foram avaliados e verificou-se di-minuição de 20% em média, nos níveis de LDL oxidado.

Outro estudo realizado na Universidade de Corne-ll, publicado na Revista Nature, mostrou que 100g de maçã fresca pode ser mais benéfico que um compri-mido de 1500mg de vitamina C. Os antioxidantes natu-rais presentes na maçã fresca seriam mais eficazes do que aqueles encontrados em suplementos dietéticos.

Testes laboratoriais também foram realizados e mostraram que extractos retirados da casca da maçã inibiram o crescimento de células cancerígenas em cerca de 43% e os da polpa 29%. Em células de cân-cer de fígado, os testes foram ainda mais eficazes. Os extractos da casca reduziram o crescimento dessas células em 57% e os da polpa 40%.

In: www.uol.com.br

Os benefícios da maçã para a saúde

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José Manuel Fonseca é o espelho do desânimo que reina entre os fruticultores. Este facto tem a vercom o preço da maçã paga ao produtor no início da campanha.

“Os preços estão péssimos. Só se fala entre 20 a 25 cên-timos e a este preço não dá para produzir. Vamos esperar para ver, mas se tivermos que vender àqueles preços não conseguimos sobreviver. Não temos hipótese”, diz o gerente da Frutas Fonseca.

Para este produtor, a campanha “foi boa em termos de qua-lidade, superior ao ano passado”, mas houve quebra na produ-ção, afectada pela trovoada, que “destruiu a maior parte dos pomares na zona de Santa Cruz”. A produção deste ano deverá ficar pelas 900 toneladas, menos 350 que no ano passado.

José Manuel Fonseca acredita que as coisas podem mudar com a criação de uma Organização de Produtores, mas tam-bém numa maior aposta na divulgação da Maçã de Montanha. “Com a ajuda da Associação e da Câmara Municipal penso que isto pode melhorar”, refere José Manuel Fonseca, para quem a Feira da Maçã “é bem-vinda e é uma mais-valia”.

A falta de água é outra preocupação deste produtor. “A barra-gem foi benéfica para quem está dentro do perímetro, mas quem está fora, como é o nosso caso, temos problemas muito graves. Temos que abrir furos e puxar a electricidade a quilómetros de dis-tância. É uma despesa enorme”, diz José Manuel Fonseca.

Diz o gerente da Frutas Fonseca, de Armamar

“Se tivermos que vender a esse preço não conseguimos sobreviver”

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O projecto Fruta Feia evitou que mais de 50 toneladas de desperdício de frutas e hortaliças tenham ido para o lixo, com os fundadores da cooperativa a mostrarem-se surpreendidos com o número alcançado. “É uma grande emoção para nós. Estamos a trazer do campo cerca de duas toneladas por semana, o que para os agricultores significa uma rentabilidade extra já bastan-te significativa e esse era o maior objectivo do nosso projecto”, explicou Isabel Soares, uma das mentoras do projecto.

A jovem reconhece que no início da Cooperativa Fruta Feia não estava à espera de uma adesão “tão grande” por parte dos consumidores, lembrando que há 41 semanas eram 100 os as-sociados, enquanto agora, passado quase um ano do arranque do projecto, contam já com 450 e uma lista de espera de cerca de 2.500.

A cooperativa Fruta Feia resulta de uma ideia de quatro ami-gos para aproveitar cerca de um terço da fruta e vegetais que os supermercados desperdiçam, por considerarem que não têm o aspecto perfeito que os consumidores procuram. “O primeiro objectivo deste projecto foi largamente alcançado, que era o de valorizar estes produtos junto dos agricultores”, frisou Isabel Soares, lembrando que o próximo passo será a abertura de uma terceira delegação, ainda nas imediações de Lisboa, mas a fun-cionar de forma autónoma.

“Queremos abrir o terceiro ponto de entrega no início do próximo ano, mas queremos que funcione como unidade pilo-to para replicação a nível nacional fora de Lisboa. Funcionará independentemente da nossa gestão de forma também a po-dermos optimizar o modelo de gestão”, explicou.

Para colocar em prática este novo desafio, Isabel Soares contou que é só preciso encontrar financiamento, já que há

Sob o lema “Gente bonita come fruta feia”

Cooperativa evita desperdício de mais de 50 toneladas de fruta feia

pessoas interessadas em dinamizar uma delegação em outros pontos do país, lembrando que o desperdício de fruta não se dá somente na região oeste. “Temos muitas pessoas que se revêem nos valores da cooperativa, pessoas interessadas em consumir e agricultores. Temos todos os recursos chaves» para a abertu-ra de mais pontos, avançou.

Isabel Soares explica ainda que cada ponto de entrega tor-na-se “auto-sustentável financeiramente” quando é iniciada da venda da fruta e alcançado o número mínimo de sócios, mas para a sua abertura existem custos iniciais como a compra de algum material e uma carrinha de transporte.

“Se formos depender do lucro da cooperativa, a replicação nunca vai acontecer com a celeridade que o programa impõe. Os espaços onde é vendida a fruta são grátis cedidos por asso-ciações, isso faz parte do nosso modelo de negócio, mas é com-plicado arranjar alguém já com uma carrinha”, acrescenta Isabel Soares, adiantando ser necessário o recurso a fundos europeus para colocar em prática a expansão.

Actualmente, as cestas de fruta feia, pequenas com três a quatro quilos e cinco a sete variedades e a grande com seis a oito quilos e sete a nove variedades, compostas por frutas e hortaliças, que variam semana a semana conforme a altura do ano, podem ser recolhidas às segundas-feiras na Casa Indepen-dente, no Intendente, e às terças-feiras no Ateneu Comercial de Lisboa.

“Gente bonita come fruta feia” é o lema do projecto que pretende associar “bons ideais às pessoas que estão dispostas a comer” esta fruta não normalizada para evitar o desperdício alimentar, explicou Isabel Soares.

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Há desânimo nos produtores de maçã da região do Douro. É que “os operadores da região estão a comprar maçã sem definição de preço”. O alerta é deixado pelo presidente da Associa-ção de Fruticultores da Beira Távora em entrevista à Gazeta Rural.

Humberto Matos diz que a situação “é difícil”, num ano “em que a qualida-de da maçã é excelente”.

O dirigente alerta para as dificul-dades que fruticultores estão a passar, numa altura em que há um previsível aumento da área de produção, com os problemas que daí advêm, nomeada-mente a falta de capacidade de arma-zenamento e para as incertezas cres-centes dos produtores. Esta atitude, a continuar, colocará graves problemas socioeconómicos a toda região.

Alerta o presidente da Associação de Fruticultores da Beira Távora

“Os operadores da região estão a comprar maçã sem definição de preço”

Gazeta Rural (GR): O que esteve na génese do slogan: “Beira Douro – O Verdadeiro Sabor”?

Humberto Matos (HM): No nosso entender é aquilo que nos parece lógico e que tem viabilidade, porque os fruticul-tores passam a vida a queixar-se de que têm problemas e nós conhecemo-los. Todavia, temos sido impotentes para re-solver grande parte dos problemas, face à organização associativa que se encontra pulverizada.

Queixam-se de que ninguém quer saber de nada, que o associativismo não está bem, etc. De facto, há muitas asso-ciações de fruticultores e de viticultores na região. Só falta em cada paróquia haver uma associação…

Nós temos que atingir escala e temos que ser ouvidos. Por esse facto, teimosa-mente, continuo a falar na Maçã da Beira

Douro, que é a fruta do Douro Sul e do Douro Norte.

Os problemas dos fruticultores são os mesmos nestas duas regiões. Portanto, não há outra coisa a fazer senão juntar-mo-nos para, nos sítios próprios, termos força e escala para sermos ouvidos e con-seguirmos mais-valias. De outra maneira ninguém nos ouve.

Se temos os mesmos problemas, te-mos que os defender juntos e tentar resol-ve-los em conjunto.

Quando há várias associações que, passe a expressão, tem meia dúzia de as-sociados e que dão tiros, uma para norte e outra para sul, não se resolve nada. Temos que nos convencer que só com a união de todos conseguiremos atingir escala.

Nem as nossas confederações nos ou-vem, quanto mais as instituições oficiais, que nem tempo tem para ouvir tamanha

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panóplia de associaçõeszinhas. Assim, não vamos lá. Será que estou a inventar algo de novo?

GR: Essa é a sua luta há, pelo me-nos, dois anos?

HM: Continuo a defender isso até que a voz me doa, porque me parece ser a ati-tude lógica e correcta. O associativismo de base tem que se unir e criar escala, porque não basta dizer que é necessária a união e nada fazer. No dia em que o conseguirmos, teremos peso na resolução dos problemas da produção, que não são poucos.

Depois, os produtores ao juntarem-se, numa região que produz cerca de 50% da maçã nacional, terão força. Deste modo, os operadores,- sejam organizações, coo-perativas ou empresas -, quando virem o seu exemplo naturalmente vão acordarem para a nova realidade e também eles terão que se unir, concentrando a oferta, e colo-carem o nosso produto no mercado, sem se guerrearem, concertando estratégias para valorizarem o produto de todos nós e defendendo a região.

GR: Fala-se de maçã de Moimen-ta, maçã de Montanha…

HM: Há muitas capitais, até as há de mais… Há uns anos atrás, apareceu essa ideia castiça de chamarmos à nossa terra capital disto e capital daquilo. Não somos ‘capital’ de nada. É mais uma denomina-ção bairrista, provinciana, do que outra coisa. Eu não penso assim. Eu penso no todo e não na parte. Continuo com a ideia de pé.

Isso foi moda que já passou. Custa-me a compreender como numa região como o Douro, com as condições climáticas que possui se denomine uma maçã, como sen-do de montanha, assim como perdermos tempo, com a maçã desta freguesia ou daquela outra, cada qual a melhor. São os tais tiros para o ar e é o fácil vaidosismo.

A maçã da Beira Douro é toda ela de qualidade inegável, a melhor que o País tem.

Os senhores directores associativos terão que pensar novo, actual e moderno.

Estaremos sujeitos futuramente a ser acusados de nada ou pouco fazermos e acarretarmos com as responsabilidades, quando já for tarde.

GR: Falou nos problemas que afectam a produção. Quais são, em concreto?

HM: São mais que muitos.E se juntar-mos aos problemas da produção os da comercialização são muitos mais. Repare--se que cerca de 60% do preço da maçã à venda numa grande superfície é o valor da distribuição, restando 40%, para os opera-dores e produtores.

Por exemplo, este ano com uma pro-dução de grande qualidade na região, com grande quantidade de maçã, vai haver problemas de preços pagos ao produtor. O ano passado também houve situações di-fíceis, nomeadamente de ordem climática, mas esta é a primeira campanha em que haverá problemas gravíssimos de valori-zação da nossa produção. Por exemplo, na região os operadores estão a comprar maçã sem definirem o preço. Portanto, veja-se o descalabro que paira sobre os produtores que, já não bastavam os pro-blemas que vêm de trás, agora não sabem quanto vão receber pelo fruto do seu tra-balho, num ano em que a produção é de grande qualidade. Esta atitude do merca-do é o mais grave que pode acontecer.

Quando as grandes superfícies soube-rem o que se está a passar, naturalmen-te vão agir. Essa atitude recairá sobre os operadores que a imputarão aos produto-res. Assim está a cadeia, que é uma miséria e uma pouca-vergonha.

GR: O produtor é que paga?HM: Quem está no fim da linha é sem-

pre o mais prejudicado, principalmente sem meios reivindicativos, porque não somos sindicalizados. E à falta do tal sin-dicato, têm que ser as suas associações, pela melhor forma possível, a procederem à defesa dos produtores.

GR: Que outros problemas exis-tem?

HM: Há problemas ao nível da conser-vação, embora a região esteja a responder positivamente, nomeadamente no municí-pio de Moimenta da Beira. Houve opera-dores que aumentaram a sua capacidade de frio, o que se torna uma mais-valia para

a região. É claro que não chega para as necessidades dos próximos anos, mas há esse esforço. Sabemos, contudo, que ou-tros operadores vão investir nessa área, aguardando a abertura de candidaturas ao novo quadro comunitário.

GR: Apesar das dificuldades que apontou, há novos fruticultores na região?

HM: Tem havido um crescendo, no-meadamente de jovens agricultores que se têm instalado, fruto das condições ímpares que temos para a produção de maçã, mas também do ProDeR, que aju-dou a esses novos investimentos.

Com o aumento da área de produção dos fruticultores já existentes e os que estão a instalar-se, quer dizer que daqui a três ou quatro anos não sabemos onde armazenar a maçã que por estas bandas se produz. Se hoje a região produz cerca de 50% da produção nacional, daqui a três a quatro anos acredito que andaremos pelos 60%.

Neste sentido, terá que haver um re-forço da capacidade de armazenamento e conservação da maçã.

Na Associação estamos a tentar pro-mover a internacionalização de maçã do produtor directamente para alguns países que estão interessados, e isso será com certeza, uma mais-valia.Estão a decorrer negociações e vamos ver se conseguire-mos levar o barco a bom porto, para que possamos melhorar a situação dos nossos produtores.

Continuamos convictos das nossas obrigações.

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A Pereiras & Almeida, Lda (P&A) é uma empresa que se de-dica à comercialização de produtos fitofármacos, adubos, bem como materiais e equipamentos relacionados com a produção agrícola. A aposta nesta atividade surgiu, precisamente, há 25 anos, devendo-se o seu crescimento ao empenho e dedicação de todos os que participaram e participam, direta ou indirecta-mente, na empresa.

Destacamos o posicionamento, pouco usual, que a empresa sempre teve nas suas relações com os clientes e fornecedores. No entendimento da P&A os bons resultados só são duradou-ros se todas as partes envolvidas comungarem dos mesmos. Só assim é possível encarar o negócio numa perspetiva de futuro.

A Pereiras & Almeida não se basta com a obtenção de resul-tados financeiros positivos, pois encara os mesmos como sen-do apenas uma parte dos seus reais objetivos. É preocupação constante da empresa é que os seus clientes tenham produções rentáveis e com resultados que justifiquem o esforço financeiro e humano que dedicam às suas culturas. Perceber os proble-mas e as dificuldades com que se deparam os clientes e tentar encontrar soluções é um dos objectivos primordiais da P&A. Se-guindo esse caminho, a empresa tem hoje, na região, seis es-tações meteorológicas que permitem obter dados essenciais à prevenção de eventuais doenças e pragas. É um investimento que se traduz numa ferramenta de apoio de grande utilidade para os nossos clientes.

Relativamente à fruticultura, atualmente, a P&A comercia-liza em exclusivo na região, em parceria com a “Selectis”, um

Os bons resultados só são duradouros se todas as partes envolvidas comungarem dos mesmos

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IÃO o produto mais inovador na conservação de fruta, denominado

“Smartfresh”, indo de encontro a uma das maiores preocupações dos nossos fruticultores, obtendo-se excelentes resultados na conservação.

Relativamente à fruticultura, actualmente a P&A comercializa em exclusivo na região, em parceria com a “Selectis”, o produ-to mais inovador na conservação de fruta, denominado “Smar-tfresh”. A sua aplicação tem obtido excelentes resultados, indo assim de encontro a uma das maiores preocupações dos nossos fruticultores.

Estando a fruticultura na região com crescimento acima da média, surge no entanto uma área que se encontra descurada e cuja falta de intervenção urgente pode fazer depender o sucesso de todo o esforço que, atualmente, está a ser efetuado na produ-ção. Referimo-nos à questão da comercialização da maçã. É uma preocupação e um tema que, embora já há muito se encontre a ser debatido, em concreto ainda nada foi feito para que também nessa área fique assegurado que os nossos produtores têm es-coamento garantido e a preço justo, daquilo que tão bem sabem fazer. Resolvida essa questão, somos de opinião que a região tem todas as condições para manter, no futuro, um produto com reco-nhecimento não só nacional, mas também internacional.

Luís de Araújo Rego Sócio Gerente | Pereiras & Almeida, Lda

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Sedeada em Gogim, no concelho de Ar-mamar, a Martifrutas produz e comercializa maçã. Segundo Diogo Marta, a campanha deste ano “está a decorrer bem, com menos produção, mas compensa em qualidade”, apesar da chuva que caiu nas últimas sema-nas e “que atrasou na colheita durante algum tempo”.

Com uma produção a rondar as 900 to-neladas, o gerente da Martifrutas mostra-se preocupado, pois “não há nenhum preço de referência”. Para Diogo Marta, “a maior di-ficuldade prende-se com o escoamento da maçã”, dado que “os preços não têm sido os melhores”. Daí que a aposta passa pela expor-tação. “Já vendemos parte da produção para o mercado externo, nomeadamente para ex-portadores espanhóis.

A questão da água é outro problema. “Sentimos esse problema, apesar da barra-gem se encontrar bem perto, pois estamos numa cota superior e os nossos pomares não são atingidos pela área de regadio da barra-gem”, refere o gerente da Martifrutas.

Diz Diogo Marta, da Martifrutas

“Há menos produção mas a qualidade compensa”

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Vivem-se tempos difíceis na agricultura, nomeadamente no sector frutícola, onde os nossos produtos são de excelente qualidade, verificando-se de ano para ano um aumento de produção, mas o escoamento deixa a desejar. Jorge Augusto, proprietário da empresa maçã BemBoa, e membro da direcção da Associação de Fruticultores de Armamar, diz que “os custos da produção são altos e não há sensibilidade por parte das grandes empresas de distribuição, que impõem baixos preços o que prejudica os produtores nacionais”.

Na maioria das grandes superfícies comerciais é notória a preferência pelos produtos estrangeiros em detrimento dos nacionais, certamente porque são adquiridos a preços mais baixos. “Julgo que um dos caminhos para ultrapassar essas dificuldades será com a exportação”, sustenta Jorge Augusto.

Gazeta Rural (GR): Como foi a campanha deste ano?

Jorge Augusto (JA): Vai ser uma boa campanha. A produção é boa e os calibres são melhores. Esperemos que o preço também acompanhe a qualidade. Infelizmente está a começar com preços baixos, face à qualidade e calibre da maçã. Apesar de tudo, esperamos que seja um ano positivo, pois mau bastou o ano passado.

GR: O que faz com que o preço da maçã seja baixo?

JA: A oferta é muita e as grandes empresas da distribuição impõem preços muito baixos ao produtor, mesmo sabendo que estes precisam de ter alguma margem. Há empresas que ameaçam os produtores para baixar o preço, dizendo que não querem mais maçã e depois vão comprá-las noutros países, nomeadamente a Espanha, Itália, Chile, Brasil e até na Nova Zelândia.

GR: Tem-se divulgado a Maçã de Armamar?

JA: Sim, têm-se dado passos importantes e temos evoluído bastante. A nossa região, por exemplo, através da Associação dos Fruticultores de Armamar

e a Câmara Municipal, tem apostado na divulgação da Maçã de Armamar, com a criação e participação de eventos, publicitação nos meios de comunicações, etc. Sem dúvida, que a Maçã de Armamar tem características próprias, pois é uma maçã de montanha, o que a torna diferente de todas as outras, quer em termos da doçura, da crocância, da cor, da apresentação, durabilidade, etc., características especiais que o cliente já começa a conhecer.

G.R. Como surgiu a empresa “Maçã BemBoa”?

JA: A empresa maçã BemBoa foi criada em 2011. Através dos meus pais e irmãos ganhei grande experiência no que diz respeito a produção de maçã, pois este sempre foi o meio de subsistência da família. Assim, em 2011 juntamente com a minha mulher criamos a empresa “Maçã BemBoa, Lda”. Vimos que havia potencial no mercado para aliarmos a marca “Maçã BemBoa” à maçã de Armamar. Temos tido bastante sucesso e diariamente temos pessoas que nos ligam a perguntar pela

qualidade e características da nossa maçã e que pedem para nos visitar e conhecer o produto.

A “Maçã BemBoa” está agregada a FELBA, é certificada, beneficia do uso do IGP-Indicação Geográfica Protegida “Maçã da Beira Alta”, e Denominação de Origem Protegida (DOP) “Maçã Bravo de Esmolfe” e da Protecção e Produção Integrada.

Trabalhamos com absoluto rigor, temos implantado o sistema de HACCP- Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos, de forma a garantir aos nossos clientes segurança plena no consumo dos nossos produtos.

GR: Que perspectivas tem para a Feira da Maçã?

JA: As expectativas são boas, já que no ano passado foi um sucesso. Esperamos que esta edição mantenha o mesmo nível, se não conseguirmos fazer ainda melhor. Temos mais expositores, quer fruticultores, quer expositores de máquinas e alfaias agrícolas.

Diz Jorge Augusto, proprietário da empresa maçã BemBoa, e membro da direcção da Associação de Fruticultores de Armamar

“As grandes empresas da distribuição devem valorizar mais o produto nacional”

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Numa altura em que o futuro de muita gente passa pela agricultura, há imensas opções que se colocam aos candidatos. “A produção de maçã é uma boa opção”, diz o presidente da Cooperativa Agrícola de Mangualde. Nuno Bico Matos sustenta a afirmação nos problemas que atravessa o sector do vinho, referindo que nos pequenos frutos “ainda ninguém sabe bem o que vão dar”.

Num ano em que há quebras de produção na Bravo e na Golden, Bico Matos diz que a Cooperativa de Man-gualde recebeu mais fruta, devido a fruticultores que voltaram.

Gazeta Rural (GR): Há mais me-nos maçã que em anos anteriores?

Nuno Bico Matos (NBM): Recebe-mos mais maçã do que o ano passado, excepto Bravo e Golden. Nas restantes variedades recebemos mais quantidades, com bons calibres. Diria que é um ano bom. A maçã que passa nas máquinas é óptima. Agora vamos ver. Sabemos que bons calibres às vezes dão problemas de conservação.

GR: E de comercialização tam-bém?

NBM: Com calibre superior a 90 nin-guém quer. Temos de arranjar outros clientes que a queiram.

GR: Disse-me que houve fruticul-tores que voltaram a entregar maçã na Cooperativa. Esse aumento de fruta que receberam tem a ver com esse facto?

NBM: Houve agricultores que anda-ram desviados e voltaram, porque soube-ram por outros que os resultados no ano passado foram bons, pois a Cooperativa remunerou melhor as maçãs do que onde eles entregaram.

GR: Foi um ano muito instável?NBM: Sim, mas um ano bestial para

a produção de fruta, para o vinho, e, em geral, para a agricultura. O granizo afec-tou alguns pomares, que foram bastante danificados, mas muito localizado, mas a maioria sofreu. Diria que não terá sido pior do que noutros anos.

GR: Falou de uma quebra de produção. Tem uma estimativa?

NBM: No Bravo deve haver metade, ou talvez menos, do que no ano passado. A Golden também tem uma quebra que

Diz Nuno Bico Matos, da Cooperativa Agrícola de Mangualde

“A produção de maçã é uma boa opção”

rondará os 30%. Nas restantes não é sig-nificativa. No caso da Cooperativa até te-remos mais, também devido a entrada de maçã de novos associados.

Na minha exploração, posso dizer que na Gala e na Vermelha a produção é igual ao ano passado. Nas outras, as produções foram francamente menores.

GR: O investimento feito na Coo-perativa preparou-a para os próxi-mos anos?

NBM: A cooperativa tem uma estru-tura velha, que data da sua fundação, em 1951, mas as pessoas que aqui trabalham estão imbuídas num espírito jovem. Está equipada com equipamentos novos e diria que esta preparadíssima. As paredes são antigas, mas tecnicamente estamos bem preparados para enfrentar os próximos anos.

O equipamento de frio é recente e não temos problemas de conservação.

GR: A Cooperativa mandou fazer alguns estudos sobre as variedades regionais. Como ficou a situação?

NBM: As variedades regionais ven-dem-se muito pouco. Felizmente quem as produzia já caiu na realidade e já não produz. Uns arrancaram, outros reconver-teram. A Bravo de Esmolfe é uma varieda-de que ainda se vende, mas atendendo à quantidade que se produz num ano bom é

muito difícil escoar, porque o grande canal de escoamento -, que são os mercados tradicionais, os mercados abastecedores e a grande distribuição, que representam 80% do consumo nacional -, só compra bravo de Esmolfe acima dos 65 mm de diâmetro. Toda a outra não tem venda. Só em promoções ou casos pontuais. Por-tanto, a remuneração para o agricultor é muito pequena.

Como técnico e agricultor, dá mais rendimento um pomar de golden, que é a variedade menos bem paga, do que um pomar de Bravo Esmolfe.

GR: Qual a média de produção por hectare na região?

NBM: Temos uma produção média baixa, atendendo à idade dos pomares. Penso, contudo, que com pomares novos é fácil chegar 40/50 toneladas por hec-tare.

GR: Essa reconversão vai ter que ser feita?

NBM: Se queremos continuar, sim. Pouco a pouco ela vai-se fazendo, não ao ritmo que gostaríamos. Vamos ver agora com o novo Quadro 20-20 se as pessoas estão apostadas na fruticultura, até por-que a viticultura está a passar um mau bocado. Tirando os pequenos frutos, que ainda ninguém sabe bem o que vão dar, a produção de maçã é uma boa opção.

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A Articold Project é uma empresa de referência em todo o mercado nacional, cuja actividade principal é a instalação e ma-nutenção de equipamentos de frio industrial-câmaras frigorífi-cas para conservação de frio normal e de Atmosfera Controla-da/Dinâmica (DCS), tendo sempre como objectivo a satisfação do cliente, indo ao encontro das suas necessidades na elabo-ração de projectos que se enquadrem dentro dos parâmetros pretendidos e que sejam os mais eficientes energeticamente.

Estamos também focados na execução de câmaras de con-gelados e túneis de arrefecimento rápido para vários fins como por exemplo para empresas de logística e para fábricas de con-gelados, como a Olá-Unilever.

Já com vários anos de experiencia, a Articold Project conta com um leque alargado de clientes, visto que tem como lega-do dar continuidade ao trabalho que Sérgio Pires, pai dos atuais sócios gerentes da empresa Articold, iniciou a actividade com a Friopires, Lda, empresa que após o desaparecimento do seu sócio gerente se manteve ainda alguns anos até à altura em que os filhos, após concluírem os seus estudos em Engenharia Me-cânica, decidiram dar continuidade ao trabalho do pai, apoiados pelos muitos clientes que se mantiveram fieis até hoje. A esses clientes, a Articold gostaria de mostrar a sua profunda gratidão, prometendo não os desiludir. Sem eles tudo teria sido diferente. A eles, os nossos mais sinceros agradecimentos.

Com uma postura dinâmica no mercado, competente e sem-pre disponível, a Articold Project tem uma equipa de colabora-dores, orientada para a satisfação do cliente, certificados para garantir uma boa qualidade dos serviços prestados.

Nos últimos anos a produção de maçã de montanha na re-gião de Armamar e Moimenta da Beira tem aumentado exponen-cialmente. Com o crescimento da oferta e custos de produção torna-se cada vez mais importante para os produtores produzi-rem com qualidade e conservar bem, mantendo os custos com energia e produtos pós-colheita o mais reduzido possível.

A Articold possui já muitos clientes nesta região, trabalhando com a maior parte dos produtores e armazenistas, e nota que cada vez mais, especialmente em anos em que há muita oferta e pouca procura, que o cliente se preocupa bastante com os cus-tos energéticos, que, por vezes, podem ter um carácter decisivo na continuidade das empresas.

Outro factor importante, embora seja muitas vezes menos-prezado, é a desidratação do produto. 1% ou 2% de desidratação a mais num sistema de frio desajustado leva a perda de milhares de euros todos os anos enquanto o produto está armazenado. Por estas razões a Articold preocupa-se com as necessidades reais do cliente, realizando projectos que sejam eficientes ener-geticamente, económicos, e optimizados para o tipo de fruta que se vai armazenar, mesmo que o custo inicial possa ser li-geiramente superior, mas em apenas 2 ou 3 anos a diferença é rentabilizada.

Além do acompanhamento no projecto e a realização da obra, a Articold, devido à grande carteira de clientes que possui na região, consegue oferecer um serviço rápido de assistência, e acompanhamento ao cliente, o que será ainda mais importante com a legislação que entrará em vigor num futuro breve, devido as alterações climáticas do planeta que impõe algumas regras em relação à periodicidade de manutenções e revisões a siste-mas de frio, o que vai trazer custos adicionais para os produtores e armazenistas, assim como para as empresas da actividade no que diz respeito à certificação de pessoal e equipamentos de manuseamento de gases.

Além da área da refrigeração, a Articold também presta ser-viços de atmosfera controlada para a fruta e outros sectores de

Atmosfera controlada dinâmica

actividade. No que diz respeito à fruta, a atmosfera controlada permite que os produtores e armazenistas consigam conservar fruta durante muitos meses, mantendo a cor e sabor caracterís-ticos. Alguns produtores conseguem conservar fruta até à nova campanha, devido às dificuldades de escoamento em alguns anos. Este sistema é, por isso, muito importante no que diz res-peito a conservação da maçã.

Mais recentemente surgiu um novo sistema, a ‘atmosfera controlada dinâmica’, em que se consegue optimizar a conser-vação. Em vez de serem usados valores “standard” de oxigénio e dióxido de carbono, que permitem abrandar a respiração e maturação da fruta, o valor de oxigénio é ajustado consoante a necessidade da própria fruta, durante todo o período de conser-vação. A fruta é mantida aos níveis mínimos de oxigénio.

Este sistema é diferente de outros sistemas dinâmicos, na medida em que alguns apenas fazem este tipo de teste uma vez por ano. Duas no máximo. O nosso sistema permite análi-ses diárias da fruta, não destrutivas, e mantem-na sempre no limiar da produção de etanol, durante toda a campanha, o que permite uma melhor qualidade final do produto. A ideia é criar no mercado nacional e internacional facilidade de exportação e escoamento da fruta, para quem use sistemas de alta qualidade, devido à maior procura e interesse em fruta que é tratada com o mínimo de produtos químicos possível, ou seja, mais biológica.

Todo o sistema é supervisionado remotamente, via internet, por engenheiros agrónomos e pessoal especializado, com o acompanhamento da universidade que desenvolveu este siste-ma, conceituada a nível mundial: A Wageningen University Food & Bioresearch, na Holanda.

Paulo Sérgio PiresGerente | Articold Project

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A Frusantos tem sede em Ferreirim, no concelho de Sernancelhe, e cresceu em 2013 cerca 55%, face ao período homó-logo, passando dos 7000 para 12000 mi-lhões de euros. Um crescimento perspec-tivado com base no potencial das novas instalações em Ferreirim e Samora Correia e numa aposta forte na internacionaliza-ção.

A Frusantos iniciou a sua actividade, em nome individual, em Fevereiro de 1982 pelas mãos de João da Silva Santos, em plena região Douro Sul, com comerciali-zação de castanha e maçã.

Tradicionalmente conhecida pela ex-portação da castanha, a empresa dedica--se à compra, selecção, embalamento e comercialização de produtos agrícolas, tendo na sua base de comercialização também a batata, cebola, cereja, melão e a maçã, com destaque para três produtos distintos que, nos últimos três anos, asse-guraram um aumento médio de 20% na

Com um investimento de cinco milhões de euros nos últimos anos

Frusantos aposta forte na internacionalização

facturação da empresa.“As nossas vendas, neste momento,

estão centradas, principalmente, em três produtos: castanha, batata de consumo e batata de semente. É claro que, pela sazo-nalidade do produto, também estamos a abranger a maçã, cereja, melão, melancia, cebola, entre outros, mas o produto de eleição da empresa continua a ser a cas-tanha. Estamos radicados numa região com denominação de origem protegida Souto da Lapa”, afirmou Luís Alves, ge-rente da Frusantos.

Esta PME Excelência, fundada há três décadas, ganhou uma nova dimensão quando, poucos anos após o seu início, começou a trabalhar com as grandes superfícies. “Actualmente, 90% dos nos-sos produtos destinam-se às grandes superfícies. Foram, e continuam a ser, um dos motores de desenvolvimento da em-presa”, referiu o empresário, destacando que “nos últimos anos investimos cerca

de cinco milhões de euros para melhorar estrutura e organização da empresa”. Pri-meiro, com a abertura de instalações em Samora Correia, com 2200m2 de área coberta e capacidade para 3000 tonela-das de frio, e depois com a construção de novas instalações em Ferreirim, no conce-lho de Sernancelhe, com 3400m2, quatro câmaras de frio com capacidade para 3000 toneladas. “Estas unidades torna-ram-se muito importantes para cumprir o objectivo de assumir a liderança nacional na distribuição deste produto”, afirma Luís Santos, que lamenta “o abandono galo-pante da produção agrícola em Portugal, que nos obriga à importação. Para uma empresa que valoriza a produção nacio-nal, é uma situação preocupante”.

Ainda assim, a Frusantos exporta cas-tanha para Espanha, França, Itália, Brasil, Canadá e EUA. “Até ao final do ano quere-mos avançar com projecto de internacio-nalização da empresa, focado nos merca-dos do Brasil e norte Europa, de forma a ter mais rentabilidade e diminuir parte da dependência das grandes superfícies”, sa-lienta o empresário.

Certificada pela norma ISO 22000 e 14001, Globalgap de Castanha, a Frusan-tos assegura ao consumidor final produ-tos de elevada qualidade.

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Há unanimidade quanto à campanha deste ano na produção de maçã. Há quebra de produção, mais acen-tuada nalgumas regiões, mas a qualidade é bastante superior a anos anteriores. É que, diz o gerente da Pra-difrutas, empresa sedeada em Travanca, no concelho de Armamar, “preferimos a qualidade à quantidade”.

Pedro Pinheiro destaca a importância do traba-lho feito na região pela Associação de Fruticultores de Armamar. “A nível técnico estamos bem apoiados pela Associação, que nos ajuda nos aspectos técnicos e sa-nitários”, destaca o produtor.

A produzir cerca de 1000 toneladas de maçã, Pedro Pinheiro diz que “há alguns problemas nos preços”, lem-brando que “no ano passado houve muita maçã, mas de fraca qualidade, o mercado ressentiu-se e o preço des-ceu bastante”. Este ano, apesar da melhor qualidade da maçã, “estamos a começar com preços baixos”.

Para ultrapassar a situação, Pedro Pinheiro defen-de a aposta no mercado externo. “Temos que alargar os nossos horizontes e apostarmos noutros mercados, nomeadamente África, América e Brasil”, refere o pro-dutor, que aponta a organização comercial como “o maior problema” do sector, defendendo a criação de Organização de Produtores, embora reconhecendo que seja difícil, mas “seria um passo essencial”.

Pedro Pinheiro, da Pradifrutas, e a campanha deste ano

“Há menos quantidade mas a qualidade é superior”

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Sedeada em Britiande, no concelho de Lamego, a empresa Joeldifrutas produz e comercializa maçã e pera rocha, colocando também no mercado outro tipo de frutas, como cereja, pêssego, nectarina, marmelo e ou-tras variedades de pêra.

Joel Francisco, gerente da empresa, diz que a região sofre com “a pouca união dos produtores”, que, de ou-tro modo, poderiam produzir mais e melhor com meno-res custos. Quanto à campanha deste ano, diz houve alguma quebra na produção, mas “com maior qualida-de”. Porém, acrescenta, “vamos ver o será em termos de escoamento e de preços”. Nesta altura “a concorrência é muita, o que nos obriga a baixar o preço”, mas a par-tir de Janeiro, “quando todos os pequenos produtores esgotarem a produção, o preço da maçã, nos calibres médios, rondará os 50 a 60 cêntimos o quilo”, refere Joel Francisco.

A Joeldifrutas, para além de comercializar a produ-ção própria, importa frutas que distribui no mercado na-cional. Porém, a aposta passa pela exportação e o alvo são os mercados do Magrebe, no norte de Africa.

A empresa recebe também frutas de outros produ-tores da região, a quem presta apoio e aconselhamento técnico, nomeadamente qual a melhor altura para a co-lheita de cada variedade. A Joeldifrutas comercializa um total de cerca de 800 toneladas de fruta.

A maçã é um fruto áspero, com o interior branco, de pele verme-lha, amarela ou verde. A maçã é um membro da família das rosas, o que pode parecer estranho até nos lem-brarmos que as rosas dão bagas, que são frutos semelhantes à maçã.

As maçãs têm um sabor mode-radamente fresco e refrescante e uma acidez presente em maior ou menor grau, dependendo da varie-dade. Por exemplo, as maçãs Golden e Red Delicious são suaves e doces, enquanto as Pippins e Granny Smi-th têm sabor forte e ácido. As ma-çãs ácidas, que conservam melhor a sua textura durante a cozedura, são as preferidas para sobremesas cozinhadas como a tarte de maçã, enquanto as Delicious e outras va-riedades mais doces como a Brae-burn e Fuji são normalmente comi-das cruas.

Nutricionalmente, possui boas concentrações de fibras e de vita-mina C.

In: www.alimentacaosaudavel.org

Sedeada em Britiande, no concelho de Lamego

Joeldifrutas produz maçã e pêra rocha

Maçã: um dos alimentos mais saudáveis do mundo

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A Associação dos Fruticultores de Armamar (AFA) representa os anseios e apoia cerca de meio milhar de agri-cultores da região. Uma das preocupa-ções, sempre presente, é o escoamen-to da produção, que vive dias difíceis. Os apelos à união dos produtores su-cedem-se, mas o processo não avan-ça. À Gazeta Rural o presidente da AFA põe o dedo na ferida, afirmando que “o cancro principal de toda a fileira é a comercialização”, José Osório salienta que “é importante” que os produtores se organizem.

Gazeta Rural (GR): Como está a campanha deste ano e que expecta-tiva tem para a mesma?

José Osório (JO): O concelho de Armamar é o maior produtor nacional de maçã. Está a ser um bom ano agrícola. Produzimos bem, mas o cancro principal de toda a fileira da fruticultura é a comer-cialização.

Tenho dito várias vezes que quem ganha com os produtos agrícolas, neste caso com a fruticultura, é quem está no fim da fileira, quem comercializa. Com-pram a maçã a 25/30 cêntimos e no hi-permercado está a cerca de 1,20 € o quilo.

Somos um país virado para fora e não acautelamos o produto nacional. Este ano, fiz ver a quem direito que não era admissí-vel que os produtores tivessem as câma-ras cheias e se importasse fruta da União Europeia, mas também da Argentina, do Chile e de outros países da América do Sul. Muitos do produtores tiveram prejuízos elevadíssimos, porque não conseguiram vender a maçã. O Governo e o Ministério da Agricultura têm que estar atentos para esta problemática.

Há dezenas de jovens que se dedicam a fruticultura, que investiram o seu dinhei-ro e o dos pais e depois a produção não é rentável. Cada quilo de maçã custa ao produtor cerca de 18 cêntimos. Se an-darem a vender 23/24 cêntimos ainda ficam com alguma coisa para sobreviver. Porém, no ano anterior houve fruticulto-res que receberam entre 12 e 15 cêntimos por quilo. Essas pessoas perderam muito dinheiro.

Era necessário que toda a fileira ga-nhasse. Mas os agricultores, que são os principais interessados, não estão organi-zados e isso era importante. Juntarem-se e verem que o problema não e só de um, mas de todos.

Diz José Osório, presidente da Associação dos Fruticultores de Armamar

“O cancro principal de toda a fileira da fruticultura é a comercialização”

GR: Durante anos, uma das gran-des lutas dos fruticultores desta re-gião foi a questão da água. Agora há uma barragem, mas nem tudo corre bem?

JO: A Associação de Regantes foi criada com apoio da AFA. Os sócios da Associação e são, simultaneamente, sócios da Associação de Regantes. Mas eu não aceito esta situação, pois uma barragem onde anualmente se gastam 2 a 3 metros de água de toda a sua largura, em extensão, haja agricultores que não possam usufruir dessa água. Eu sei que a Associação de Regantes tem tido algu-ma abertura, mas é preciso fazer mais. É preciso que o Ministério da Agricultura, de uma vez por todas, apoie projectos para que a água seja levada para cotas mais altas, onde estão a grande maioria dos pomares do concelho.

GR: Está para assinar um proto-colo para aproveitar fruta que não pode ir para comercialização, para produzir produtos derivados?

JO: Sim. Está para breve a assinatura de um protocolo com a Escola de Hotelaria

de Lamego para que se aproveite a maçã com mais defeitos, com menores calibres, que não pode ser comercializada para que se faça maçã fatiada e maçã desidratada. Sabemos que temos que aproveitar todas as variáveis da maçã, fatiada e desidrata-da, mas também farinha lácteas e rações. Se o conseguíssemos, eram mais-valias para os produtores. A maçã de refugo vai para empresas que depois a transformam e vendem para o exterior.

GR: Tem havido novos projectos na região?

JO: Temos muitos já aprovados e ou-tros em aprovação. Isso faz com que a de-sertificação são se sinta na nossa região e esperemos que essas pessoas vejam na fruticultura um trabalho interessante e que lhes dá alguma rentabilidade.

GR: A AFA organiza juntamente com a Câmara a Feira da Maçã. Que expectativa tem?

JO: Temos uma boa adesão dos fruti-cultores e que vamos ter uma grande feira.

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É uma das dificuldades dos produtores e o ge-rente da TarouFrutas, sedeada em Tarouca, toca na ferida. “Produzir sem ter capacidade de escoar o produto não vale a pena”, diz Vítor Pereira, referin-do que esse “é o mais grave e urgente problema a resolver”. O fruticultor usa a ‘figura’ de “construir a casa pelo telhado” para tocar noutra realidade. “A produção irá ter um grande aumento nos próximos anos e os agricultores não estão organizados e com vocação para escoar as suas produções”.

Para Vítor Pereira, “o mercado, para já, está a reagir normalmente ao excesso de oferta sazo-nal, enquanto não estiver regularizada a situação de armazenamento em palox e frio, os preços são muito instáveis”. Para o gerente da TarouFrutas “a exportação é sempre uma saída, e a melhor, de cer-teza”, mas “os entraves logísticos torna-a imprati-cável para a maioria dos agricultores”, sublinha.

Quanto à campanha deste ano “decorreu nor-malmente” e a quebra de produção “não é notória” para este fruticultor, “devido, em parte, ao facto das novas plantações estarem a aumentar produção”. Ainda assim, “mesmo sem esse aumento, teríamos um ano normal de produção”.

Vítor Pereira, gerente da TarouFrutas

“Produzir sem ter capacidade de escoar o produto não vale a pena”

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Nas últimas semanas, vários clientes da Naturalfa pronun-ciaram-se publicamente sobre o nosso trabalho. Fizeram-no de uma forma muito positiva. É estimulante perceber que o tra-balho realizado tem um retorno significativo para quem investe na certificação e no controlo dos seus produtos agrícolas. Estas opiniões, que registamos com agrado, não nos fazem abrandar, nem desleixar, nem pensar que o caminho que temos pela frente é mais fácil.

Tal retribuição pública pelo nosso trabalho apenas nos au-menta a responsabilidade, porque sabemos que não podemos defraudar quem dá a cara por nós, nos elogia e nos dá mais força e mais ânimo para continuar a trilhar um caminho de sucesso.

Na Naturalfa aprendemos desde o princípio que o sucesso obriga a muito trabalho, a muito rigor, a muito profissionalismo. A competência que temos demonstrado nesta área de negócio é “certificada” pela opinião dos nossos clientes.

Como já várias vezes tenho dito, a certificação é um negó-cio que exige muito de todas as partes intervenientes. Exige do cliente/empresa um comprometimento total com um “caderno de requisitos” que impõe um processo que vai mexer com toda a organização empresarial: administrativa, produtiva e de comer-cialização.

Exige da entidade certificadora um grau de rigor e credibili-dade que se traduza em competência, profissionalismo e eficá-cia. No final do processo – se as duas partes assumirem as suas responsabilidades integralmente – todos ficam a ganhar.

O cliente/empresa porque dá um passo fundamental para garantir a sustentabilidade e o sucesso futuro do seu negócio, principalmente nos mercados de exportação. A entidade certifi-

Sucesso do cliente é o nosso sucesso

cadora porque garante uma imagem pública no mercado que a qualifica e credibiliza perante os potenciais clientes.

É por isso que na Naturalfa a opinião positiva e elogiosa dos nossos clientes justifica-se porque estamos com eles desde o primeiro dia e nunca deixamos de os acompanhar. É com este envolvimento total que o mercado sabe que pode contar.

Liliana Perestrelo

Gerente | Manager | Naturalfa

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O presidente da Corticeira Amorim, António Rios de Amorim, disse que “há condições de mercado” para o crescimento das fileiras flores-tais e apelou a um plano de acção que permita aumentar a produção florestal.

“É claramente prioritário tratar do aumento da produção florestal nas três fileiras (sobreiro, pinheiro e eucalipto) ”, afirmou, à margem do III Congresso da Associação das Indústrias de Base Florestal, salientan-do que há condições de mercado para as três fileiras crescerem bas-tante, se houver uma capacidade de produção florestal superior.

Questionado sobre se a saída do secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural representa uma desvalorização do sector, o responsável da Corticeira Amorim expressou o desejo de que a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, que chamou a si as competências que anteriormente pertenciam a Francisco Gomes da Silva, tenha tempo para a floresta.

“Queremos que a ministra tenha o tempo disponível para se dedicar a esta fileira porque, se calhar, no seu ministério não tem nenhum sector que contribua tanto para as exportações do país como o sector florestal contribui. Se as exportações são um desígnio do país temos de aproveitar (…) para elaborar um plano de acção que possa ser executado operacio-nalmente no terreno”, frisou.

Há “condições de mercado” para o crescimento das fileiras

Corticeira Amorim pede plano de acção para aumentar produção florestal

A falta de matéria-prima condiciona o crescimento das in-dústrias florestais e é “desastrosa para a competitividade das empresas”, conduzindo ao aumento das importações, conclui um estudo sobre o sector florestal apresentado em Lisboa.

O estudo, encomendado pela Associação para a Competiti-vidade das Indústrias da Fileira Florestal (AIFF) ao Instituto Supe-rior de Agronomia e à Universidade Católica, adianta que a actual tendência de diminuição da área florestal e aumento da área de matos/improdutivos levará a um “aumento significativo” das im-portações, “fazendo prever a inevitabilidade do encerramento de unidades industriais”. Entre os efeitos directos e indirectos,

Revela um estudo encomendado pela AIFF

Falta de matéria-prima condiciona crescimento de indústrias florestais

contam-se o aumento do desemprego e abandono do território real “potenciando riscos como incêndios e dispersão de pragas e doenças por ausência de intervenção no território”.

Segundo o documento, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) da floresta portuguesa representa 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), uma percentagem ultrapassada apenas pela Finlândia e Suécia no contexto da União Europeia.

Em 2010, a floresta ocupava 35% do território continental, predominando o eucalipto (812 mil hectares), o sobreiro (737 mil hectares) e o pinheiro-bravo (714 mil hectares), que representa, 72% da área florestal. “Em relação ao pinheiro-bravo, observou--se um decréscimo de área significativo, tendo passado de uma representação de 49% do total da área de floresta, na década de 60, para 23% na actualidade”, destaca o estudo.

Perante o “desequilíbrio entre a procura e a oferta de maté-ria-prima nacional” e as “pressões crescentes” relacionadas com a produção de energia (substituição de combustíveis fósseis, ‘pellets’, centrais térmicas de biomassa, etc.), sobretudo sobre o pinheiro-bravo, o estudo sugere que se criem condições para atrair “capital para o sector”, aumentar a produtividade e a área de novas plantações e reduzir o risco de incêndio e pragas.

Os especialistas sugerem a adopção de várias medidas, entre as quais a realização de cadastro florestal, a isenção de IMI, IMT e imposto de selo, a certificação da gestão florestal e da cadeia de responsabilidade, apoio financeiro público a projectos florestais e agroflorestais, incentivos fiscais para o investimento, limites às taxas de licenciamento de projectos florestais e vigilância policial da floresta.

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A Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais (FNAPF) acolheu, em Tábua, uma visita de campo de cerca de 25 investigadores oriundos de vários países da União Europeia que estão a estudar fórmulas de controlar mais eficaz-mente a doença do nemátodo da madeira do pinheiro, respon-sável pela morte, nos últimos anos, de largos milhares de árvores.

A desenvolver a investigação no âmbito projecto europeu REPHRAME, os especialistas que, escolheram Portugal e Espa-nha para o meeting final, visitaram alguns povoamentos flores-tais afectados pela Doença da Murchidão do Pinheiro que estão a ser intervencionados pela CAULE - Associação Florestal da Beira Serra, nos concelhos de Tábua e Oliveira do Hospital.

O grupo teve oportunidade de observar “in loco” os traba-lhos que estão a ser executados, nomeadamente de prospec-ção, identificação e erradicação de árvores sintomáticas, des-truição de sobrantes e colocação de armadilhas para captura do insecto causador da doença, tendo concluído que a região da Beira Serra, concretamente a CAULE, está a fazer um “tra-balho gigantesco” nesta área. Coordenador do projecto, o bri-tânico Hugh Evans deu nota da pesquisa que tem estado a ser realizada no âmbito do REPHRAME cuja informação “ajuda no trabalho que está a acontecer aqui”. “Parece ser uma tarefa im-possível passar por todas as árvores infectadas numa vasta área e pertencente a proprietários diferentes”, constatou ainda assim o investigador, confessando-se “particularmente interessado” em estudar “os insectos que transportam o nemátodo de árvo-

No concelho de Tábua

Investigadores internacionais visitaram povoamentos de pinheiro bravo

infectados pelo nemátodo re para árvore”, e encontrar formas eficazes de o controlar. O projeto é parcialmente financiado pela União Europeia e está a decorrer há 3 anos e meio, contando com onze parceiros em oito países diferentes.

Também o chairman da Confederação Europeia da Indústria de Madeira, Marc Michielsen considerou este trabalho “muito im-portante” para um sector que emprega 2,5 milhões de pessoas em toda a Europa, num total de mais de 380 mil empresas.

Com várias acções de controle e erradicação da doença a decorrer na região da Beira Serra, o presidente da FNAPF, José Vasco Campos, salientou igualmente a importância do trabalho que possa ser desenvolvido em “laboratório”, uma vez que se trata de um problema que assume dimensões “muito graves” em Portugal, ameaçando estender-se a toda a Europa. “Tudo o que contribua para que a doença diminua é muito importante para nós proprietários florestais”, afirmou Vasco Campos que fala em centenas de milhares de árvores intervencionadas pela CAULE – marcadas, cortadas e estilhaçados os seus resíduos - de forma a “conter esta doença, o que felizmente está a acontecer nesta região”, garante. Apesar de dar a situação como controlada nes-ta área de intervenção, o presidente daquela federação florestal entende que “todos estes estudos podem ser muito úteis para o nosso fim que é termos um pinheiro bravo resistente ao nemá-todo”, pelo que “nesse aspecto a investigação é fundamental”, considerou.

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A Agim – Associação para os Pequenos Frutos e Inovação Empresarial vai promover uma acção prática de instalação de po-mares de mirtilos no próximo dia 31 de Outubro na Figueira da Foz.

A formação será dividida em duas turmas: uma durante a manhã, outra durante a tarde e será composta por uma com-ponente teórica e uma componente prática.

Na parte teórica, serão abordados vários temas relacio-nados com uma correta instalação de um pomar de mirtilos, nomeadamente os princípios básicos para a cultura deste fruto e técnicas de instalação de um pomar. A segunda parte desta acção é composta por uma parte prática onde os participantes poderão observar ao vivo o modo como se faz um camalhão, como se aplica o sistema de rega, como se coloca a tela e, por fim, como se faz a correta plantação do mirtilo.

Pretende-se que esta acção prática de instalação de po-mares de mirtilos contribua para esclarecer dúvidas sobre os primeiros passos a dar para quem queira iniciar-se na cultura deste fruto. Pretende-se ainda que os participantes observem ao vivo o modo correto de instalar um pomar de mirtilos.

O preço de inscrição é de 15 euros (IVA incluído) para asso-ciados da Agim e de 25 euros (com IVA incluído) para não as-sociados. As inscrições são limitadas e podem ser feitas através dos números 234597020 ou 912010596 ou pelo e-mail [email protected].

A 31 de Outubro na Figueira da Foz

Agim organiza acção prática de instalação de pomares de mirtilos

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A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, considerou ser necessário aumen-tar o recurso aos seguros agrícolas, para que os preços possam baixar. “Quantos mais agricultores fizerem seguros, mais generosos podem ser”, referiu a gover-nante, questionada sobre as queixas no sector quanto ao aumento dos custos.

Assunção Cristas lembrou que o Go-verno fez uma transformação do siste-ma de seguros no sector agrícola, o que se reflectirá no PDR2020 (Programa de Desenvolvimento Rural), que tem o início de candidaturas previsto para dia 15 de Novembro. “O PDR2020 vai contar pela primeira vez com seguros apoiados pelos próprios fundos comunitários”, sublinhou, acrescentando que o Governo espera que, nalguns domínios, possam existir apóli-ces de seguros ajustadas aos produtores. “Não tenho dúvidas de que o caminho é por aí, muito mais do que dar pontualmen-te apoios que na prática funcionam como um desincentivo a que os agricultores fa-çam os seus contratos de seguro”, defen-deu a governante, que apontou também a solução dos seguros para os prejuízos recentes na colheita de tomate.

“Com certeza que os seguros não apoiam tudo. Há sempre uma margem de perdas que não são apoiadas sob pena de serem incomportavelmente caros, mas isso também é o que está dentro do risco próprio do agricultor”, avisou.

No final de Setembro, a Associação Portuguesa dos Produtores de Tomate (APPT) anunciou que queria reunir-se com a ministra da Agricultura, para a sensibili-zar para os elevados custos dos seguros e o preço baixo pago à produção, face aos prejuízos sofridos no sector.

Ministra assumiu área das florestas

Assunção Cristas disse que a falta de substituição do secretário de Estado das Florestas “não é nenhuma desvaloriza-ção do sector, antes pelo contrário”. “Não tenho memória de nenhum ministro que tenha assumido directamente a área das florestas e é isso que me proponho fazer. Muito me agrada e honra assumir o sector florestal, que é um sector com muito tra-balho feito, grande potencial e enormes desafios e cá estamos para os agarrar”, afirmou a ministra.

Assunção Cristas lamentou a saída

Para que os preços possam baixar

Ministra da Agricultura defende recurso aos seguros agrícolas

do Governo do professor Gomes da Silva, realçando as suas qualidades profissionais e humanas, mas entender mais conve-niente assumir ela própria a responsabili-dade do sector.

Concurso da bolsa de terras está em marcha

A ministra da Agricultura anunciou o lançamento do concurso público para a bolsa de terras do Estado, que privilegiará os jovens agricultores e os proprietários confinantes e que está disponível no site Direcção-Geral. “São 730 hectares que vão a concurso, havendo um pré-aviso de 20 dias, para as pessoas terem tempo para se candidatarem, que privilegiará muito a lógica dos jovens agricultores e das pro-priedades confinantes, para ganharmos escala”, anunciou assunção Cristas, que disse estarem reunidas as condições para a bolsa de terras avançar, após ter já sido publicado em Diário da República o regu-lamento para os contratos de arrenda-mento, que estabelece as regras.

Prémios “Inovação Crédito Agrícola”

A ministra esteve presente na ceri-

mónia de entrega dos prémios “Inova-ção Crédito Agrícola”, patrocinados pelo banco Crédito Agrícola em parceria com a Inovisa, com o objectivo de incentivar a inovação no sector.

Os prémios, que foram atribuídos em cinco categorias, foram entregues à CleanBiomass (categoria Inovação Em-presarial), ao projecto Fruta Feia (Em-preendedorismo e Inovação Social), e à produção de Forragem Verde Hidropónica (Agricultura Familiar e Micro-Empresas).

Quanto à categoria de Investigação e Inovação Tecnológica, os premiados per-tencem a uma equipa de investigadores da Universidade do Algarve, ligada ao desen-volvimento de processos para a produção de fibras têxteis a partir de recursos agro--florestais.

Já na categoria Projecto de Elevado Potencial Promovido por Associado do Crédito Agrícola, foi distinguida a máquina autónoma de classificação de fruta com colheita automática, da responsabilida-de de uma equipa de investigadores do Centro de Engenharia Mecânica da Uni-versidade de Coimbra. Cada um dos ven-cedores recebeu 5000 euros do Crédito Agrícola, passando a dispor também de condições especiais no banco.

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No âmbito da sua política de crescimento, inovação e apoio à fileira do milho, a Anpromis leva a cabo um projecto de inves-tigação na Estação Experimental António Teixeira, em Coruche, onde se encontra a decorrer um ensaio com 24 variedades de milho. O projecto aprovado no início deste ano pelo Programa de Desenvolvimento Rural (ProDeR) resulta de uma parceria entre a Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis), o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Vete-rinária (INIAV) e a Terramilho (agrupamento local de produtores de cereais).

Os primeiros resultados do projecto SaniMilho foram apre-sentados no passado dia 24, numa cerimónia que contou com

Situada em Coruche

Anpromis revitaliza Estação Experimental António Teixeira

a presença dos vários parceiros e do Secretário de Estado da Ali-mentação e da Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito.

O projecto, que terá a duração de 8 anos, avança agora com o estudo do Chephalosporium maydis e das novas técnicas de pro-dução capazes de prevenir esta doença que afecta o milho com perdas substanciais para os produtores.

Com uma área de 10 hectares dedicada à investigação e um investimento de 80.000 euros assumido pela Anpromis com uma comparticipação de 25% do Proder, este é um projecto que conta com o apoio técnico do INIAV, que disponibilizou quatro investi-gadores para acompanharem o projecto, e da Terramilho que terá um importante papel no diálogo com os agricultores da região que constitui o quarto concelho do país com maior área de milho (4.300 hectares).

O Secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroa-limentar, Nuno Vieira e Brito, apontou a investigação aplicada e a disseminação do conhecimento para os produtores como “o caminho certo”, opinião partilhada por Luís Vasconcellos e Sou-za, presidente da Anpromis que, apesar de reconhecer a rapidez e celeridade do presente modelo de acordo encontrado com o Estado, considera ser importante reformar os modelos de inves-tigação agrária. “É fundamental apoiar tecnicamente os nossos associados de forma a garantir a sua constante competitividade. Como tal, pretendemos fazer deste local um verdadeiro centro científico onde se estude os principais problemas que afectam a cultura do milho no nosso país e onde possam ser ministrados acções de formação e encontros com especialistas nacionais e internacionais” acrescenta Luís Vasconcellos e Souza.

A cultura de arroz do vale do Mondego, mais concretamente na zona dos rios Pranto e Arunca, está a ser afectada por um fungo e há já perdas de 30 a 60 por cento nas colheitas. Isménio Oliveira, coordenador da Associação dos Orizicultores Portugue-ses (APOR), disse que os prejuízos nos cerca de 4.000 hectares daquela zona “são muito elevados”, existindo muitas searas “que não conseguem pagar a ceifa”.

A APOR exige que o Ministério da Agricultura, numa primeira fase, “faça um levantamento dos prejuízos efectivos” que afec-tam os produtores do vale do Mondego - existindo igualmente situação no vale do Vouga, frisa Isménio Oliveira - e que, depois, possa decidir “medidas compensatórias” que reponham os pre-juízos.

A doença que afecta o arroz, conhecida pelo termo francês “piriculariose” ou o italiano “brusone”, é um fungo cuja maior ou menor prevalência nas culturas “está relacionada com o clima”, disse, por seu turno, Ferreira de Lima, presidente da associação de beneficiários da obra hidroagrícola do Mondego. “Em anos como este, é complicado. Recentemente choveu 15 dias segui-dos e no pico do verão também choveu em Agosto e quando há grande humidade os fungos aparecem”, explicou. Adiantou que no vale do Mondego, “habitualmente, não se fazem tratamen-tos” antifúngicos. “É uma realidade a que não estamos muito habituados”, sustentou.

Alertam os orizicultores da região

Fungo está a destruir cultura de arroz do Mondego O também produtor de arroz indicou, a esse propósito, que

a aplicação de fungicidas no terreno tem um custo que ronda os cerca de 120 euros por hectare “e o rendimento da colheita não chega para tudo”, enfatizou. No entanto, segundo Isménio Oliveira, a aplicação prévia de fungicidas não estará a resultar, já que “houve quem o fizesse e o problema aconteceu na mesma. Além de ser cara e muitas vezes incomportável”, sublinhou.

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“O pinho hoje está doente em Portugal” - Foi esta a man-chete do Jornal de Negócios na reportagem que publicou sobre o III Congresso da AIFF. Todavia, antes de prosseguir, devo acres-centar que a doença que afecta a fileira do pinho já é crónica. Há já mais de duas décadas que os sintomas são por demais evidentes – abandono generalizado da resinagem e dos pinhais, que os tornou pasto fácil das chamas ou da “reconversão” em eucaliptais (mais ou menos produtivos), perda da rentabilidade económica da madeira de pinho, encerramento de serrações por todo o interior de Portugal, etc., etc. Uma situação de crise desta fileira que viria a ser agravada pela incidência do Nemátodo da Madeira do Pinheiro e que materializa na redução progressiva da área de pinheiro bravo.

Portanto, os problemas que afectam os pinhais em Portu-gal, que nos anos 80 do século ocupavam mais de um milhão de hectares do território nacional e serviam de suporte a toda uma fileira transformadora de produtos e subprodutos que, por sua vez, mantinha postos de trabalho no interior do Pais e assegura-vam rendimento a milhares de pequenos proprietários, são uma evidência da falta de rumo que tem pautado a política florestal em Portugal.

E é neste ponto que importa saudar a iniciativa da Associa-ção para a Competitividade das Industrias da Fileira Florestal, que procurou com a realização do “estudo prospectivo sobre o sector florestal” apresentar propostas de políticas públicas para aumentar a competitividade deste importante sector da activi-dade económica em Portugal, nomeadamente a montante, na produção, por forma a assegurar a sustentabilidade do abasteci-mento de matéria-prima à indústria. No entanto, a receita que a AIFF prescreve para os “males” da floresta portuguesa não é nem inovadora, nem ambiciosa.

Os “remédios” propostos pela AIFF assentam na promoção e capacitação de formas de gestão florestal agrupada, profissional e certificada, no desenvolvimento da investigação, da formação e da extensão e na reforma do modo de governação do sector florestal. A AIFF também reclama o estabelecimento de con-tratos-programa plurianuais, isenções de IMI, IMT e imposto de selo, incentivos fiscais ao investimento, apoio financeiro público a projectos florestais e agro-florestais, bem como limites às ta-xas de licenciamentos, vigilância policial nos espaços florestais, entre muitas outras medidas.

Da leitura da “uma visão para o sector florestal” da AIFF, um “resumo não-técnico para decisores políticos”, destaco o capí-tulo dedicado às propostas para “reformar o modo e governação do sector florestal” que estabelece seis linhas de intervenção – (1) publicitação dos financiamentos públicos; (2) produção e pu-blicação de relatórios de execução e de impacto; (3) Conselho Consultivos Florestais; (4) Informação pública de apoio à deci-são; (5) Relatório sobre o estado do Sector Florestal e (6) Pro-grama de comunicação e educação cívica.

Desde logo, sobressai um aspecto crítico, mas recorrente, a completa omissão sobre o papel que o sector industrial deverá desempenhar no fomento da competitividade da fileira florestal. Do meu ponto de vista, essa postura de desresponsabilização da indústria transformadora na política florestal constitui um dos principais pontos críticos para o desenvolvimento sustentável da floresta em Portugal.

Numa floresta maioritariamente privada, atomizada e frag-mentada, e num mercado florestal opaco, a inexistência de um compromisso de médio/longo entre a produção e a transforma-ção no que respeita ao apoio técnico para a melhoria da produti-vidade e à estabilização de um preço base para a matéria-prima retira o necessário capital de confiança ao proprietário privado que faz um investimento cujo retorno demora pelo menos 10 anos (no caso do eucalipto).

A floresta portuguesa precisa de competitividadeColocar toda a responsabilidade da política florestal no sec-

tor público, num Estado que tem vindo progressivamente desde 1995 a desmantelar a Administração Florestal, é um exercício de alto risco e que pode comprometer toda a estratégia pela base. E, para agravar os problemas de fundo do desinvestimento no sector florestal, há que somar a inercia deste Governo e do Ins-tituto da Conservação da Natureza e das Florestas, que foi in-capaz de assumir as suas competências de Autoridade Florestal Nacional no consulado de Assunção Cristas.

O relatório do estado da floresta portuguesa não existe, o investimento produtivo nas matas públicas não acontece, o Fundo Florestal Permanente não apoia, o Cadastro Florestal não avança, a operacionalização das ZIF não se concretiza (ex-cepto no papel e na retórica de alguns discursos governamen-tais), a revisão dos PROF que não tem fim à vista, as medidas florestais do novo PDR que são desconhecidas e a promessa dos benefícios fiscais em IRS para os investimentos na flores-ta que não passam disso mesmo, de uma promessa. Enfim, os aspectos centrais para desenvolver o sector florestal produti-vo tardam em concretizar-se, excepção feita para o diploma que regulamenta o licenciamento das (re)arborizações, cujos pedidos autorizados incidem em mais de 80 porcento na (re)arborização de eucalipto, de acordo com a informação disponi-bilizada pelo ICNF em Junho.

Mas, voltando ao estudo da AIFF e às suas conclusões. Em 2071, em qualquer dos cenários de evolução, a fileira do pinho vai apresentar um défice de significativo de oferta face às ne-cessidades da indústria, constituindo a situação mais grave do ponto de vista do crescente desequilíbrio entre a oferta e a pro-cura de matéria-prima que “compromete e condiciona o futuro das indústrias do sector florestal em Portugal”.

No entanto, a fileira do pinho não teve capacidade (ou inte-resse…) em se organizar em torno de um plano mobilizador de desenvolvimento de fileira, de um “PROPINHO” que a partir dos muitos diagnósticos conhecidos consiga encontrar o caminho e as soluções que o sector necessita para evoluir e que foram apresentadas (ainda que de forma avulsa) no seminário “Mais e melhor pinhal”, organizado pelo Centro Pinus em Dezembro de 2012. Enfim, é preciso acção e, sobretudo, maior assertividade das federações de produtores florestais na definição desse ca-minho junto da industria e das instâncias governamentais.

Sai do Congresso com duas questões por esclarecer: Qual é o compromisso da indústria da fileira florestal nesse novo desíg-nio nacional de aumentar a competitividade do sector e quando irá Portugal ser dotado de uma verdadeira Estratégia Florestal Nacional que estabeleça o rumo da política florestal nos pró-ximos 50 anos? Concordo que o desenvolvimento da produção florestal em Portugal carece de uma aposta duradoura na redu-ção dos riscos, na melhoria (e profissionalização) das práticas de gestão silvícola e no melhoramento genético das essências florestais que estão na base das indústrias da fileira florestal. Mas, onde estão escritas as linhas orientadoras da politica flo-restal em Portugal no médio e longo prazo?

Com a demissão do Secretário de Estado das Florestas no passado dia 2 de Outubro (o segundo, na vigência do actual Governo), a responsabilidade política sobre a conclusão da ac-tualização da Estratégia Nacional para as Florestas recai exclu-sivamente na Ministra Assunção Cristas. Aguardemos, pois, por um desfecho sensato e útil. Como expressou o Professor Daniel Bessa no Congresso da AIFF, o estudo prospectivo do sector flo-restal “não bate certo” com a Estratégia Nacional para as Flo-restas e é “preciso dizer ao Governo que não estamos a ir pelo bom caminho”. Assino por baixo!

Miguel Galante (Eng. Florestal)

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Numa organização conjunta da Federação Nacional de Api-cultores de Portugal (FNAP), da PINUS VERDE – Associação de Desenvolvimento, Câmara do Fundão e da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, realiza-se de 24 a 26 de Outu-bro, no Pavilhão Multiusos do Fundão, a XIII Feira Nacional Do Mel e o XV Fórum Nacional de Apicultura.

Ambos os certames já fazem parte do calendário apícola nacional, sendo não só o ponto de encontro dos apicultores, dirigentes associativos, técnicos e investigadores com as prin-cipais empresas fornecedoras de factores de produção a operar na fileira apícola, mas também a principal mostra da diversidade e qualidade dos produtos da apicultura nacional, constituindo a oportunidade ideal para a sua divulgação, quer junto dos consu-midores, quer dos principais operadores do mercado nacional e internacional do mel.

O sábado dia 25 de Outubro decorrerá, no Edifício Octógono do Fundão, o XV Fórum Nacional de Apicultura, um espaço que se pretende aberto à discussão entre apicultores, dirigentes as-sociativos, técnicos, investigadores e os responsáveis pelas en-tidades oficiais com competências no sector apícola.

Para além da apresentação dos projectos de investigação

De 24 a 26 de Outubro, no Multiusos do Fundão

Feira Nacional do Mel e Fórum de Apicultura são pontos de encontro

em execução, no âmbito da Medida 6 do PAN 2014-2016, do programa destaque para a mesa redonda dedicada ao Mercado de Mel, onde se junta a produção, a distribuição e o comércio, cujo objectivo é discutir e analisar o presente e a evolução da produção nacional de mel.

A XIII Feira Nacional do Mel terá lugar no Pavilhão Multiusos do Fundão, um moderno equipamento que reúne todas as con-dições e requisitos para receber os expositores participantes na Feira, mas também, e sobretudo, os visitantes.

Para esta edição da Feira, a organização oferece aos apicul-tores a possibilidade de assistirem a um conjunto de workshops, na sexta-feira, dia 24 de Outubro. As temáticas a abordar são a polinização de culturas; as boas práticas no processamento de cera; a produção de cosméticos a partir de produtos apícolas e a multiplicação de colónias.

Esta iniciativa pretende contribuir para o enriquecimento técnico dos apicultores da região, sendo todos os formadores profissionais do sector, com vasta experiência, e provas dadas nas respectivas matérias. Todas as sessões se realizam no Casi-no Fundanense, um moderno equipamento que reúne todas as condições.

F I C H A T É C N I C A

Ano X - N.º 234Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, João Silva, Fernando Ferreira, José Martins e Helena MoraisOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 363 Fracção AT - Lj 11 - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores | Telf. 232 422 364 | E-mail: [email protected] | Zona Industrial de Coimbrões, Lote 44 - 3500-618 ViseuTiragem média Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores

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O Secretário de Estado da Agricultura, José Albuquerque, abre oficialmente, no dia 31 de Outubro, pelas 18 horas, no Expo Salão, a edição 2014 da Festa da Castanha de Sernancelhe, o certame do género com maior longevidade na região.

Durante três dias, o concelho justifica o porquê de ser a “Terra da Castanha”, associando no mesmo acontecimento a tradição, a cultura, a etnografia, a gastronomia, o desporto de natureza e acções técnicas de valorização da castanha, sem nunca esquecer a valorização económica do fruto castanha, um produto determinante para a economia local e regional mas cada vez mais para o País.

A edição deste ano da Festa da Castanha, organizada pelo Município de Sernancelhe, mantém a capacidade de dinamizar as freguesias, os produtores, as empresas, os grupos de ani-mação locais para uma grande manifestação de autenticidade de um Concelho que, ao longo de décadas, acreditou sempre que, com valorização, divulgação e profissionalismo do sector, a castanha poderia ser um produto de excelência.

Grande dinamizadora do tecido empresarial local, a casta-nha conseguiu, em poucos anos, passar de produto subvalori-zado para um dos mais procurados no mercado, atingindo pre-ços elevados e muito compensadores para os agricultores. Foi responsável igualmente pela visibilidade que Sernancelhe e a região tiveram, permitindo que a castanha e as magníficas pai-sagens de soutos das encostas de Sernancelhe fossem acei-tes como inigualáveis para a prática de desportos de natureza, como o BTT pela Rota da Castanha e do Castanheiro, já na sé-tima edição, e que este ano conta com mais de meio milhar de inscritos. Ou os já obrigatórios passeios pedestres pela Seara, a maior mancha de castanheiros da variedade martainha do nosso País.

Em 2010, a aposta do Município de Sernancelhe na cas-tanha ganhou um impulso assinalável fruto da celebração do protocolo com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Dou-ro (UTAD), trazendo os técnicos ao terreno, dando apoio aos agricultores no tratamento dos soutos, na análise dos solos, na criação de campos de ensaio e, mais importante, na procura de novas soluções que combatam as doenças dos soutos e,

De 31 de Outubro a 2 de NovembroSecretário de Estado da Agricultura ‘abre‘ Festa da Castanha

de Sernancelhe

ao mesmo tempo, permitam aumentar a produção. Este ano, a UTAD terá um gabinete na Festa da Castanha para dar apoio e informações aos produtores de castanha durante todo o evento.

Durante três dias, o Expo Salão preenche-se de verde e castanho, as cores da castanha. Produtores e transforma-dores de castanha, juntas de freguesia e restaurantes, - que proporcionarão uma mostra constante da gastronomia lo-cal associada à castanha -, grupos de concertina e ranchos, crianças e jovens músicos, filarmonias, entre tantos outros, mostrarão aos visitantes que a castanha é sinónimo de festa e motivo de celebração.

Os produtos à base de castanha estarão em exposição e para comercialização, sendo vasta a oferta de gastronomia de castanha, não faltando os concursos da melhor castanhada da Denominação de Origem Protegida Soutos da Lapa (DOP), e também do melhor doce, iniciativa em crescendo e que de-monstra o espaço que a castanha conquistou na doçaria local e regional.

Aqui ficam as nossas propostas para que visite Sernan-celhe durante o fim-de-semana de 31 de Outubro, 1 e 2 de Novembro. Ao longo destes três dias, a Festa da Castanha é motivo de animação, cultura, desporto, gastronomia, convívio e homenagem à castanha.

Crédito Agrícola lança concurso de vinhos

O Grupo Crédito Agrícola lançou, em parceria com a Associação de Escanções de Portugal, o “I Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola”. A iniciativa destina-se a produtores e a cooperativas de todas as regiões vitivinícolas do país.

A concurso estarão vinhos brancos e tintos produzidos em Portu-gal, agrupados por região vitivinícola e diferenciados por produtores e cooperativas. Para cada região vitivinícola e para as categorias “Vinho Branco” e “Vinho Tinto”, assim como “Produtores” e “Cooperativas” será atribuída a distinção Tambuladeira dos Escanções de Portugal, nas cate-gorias de ouro, prata e bronze.

O concurso decorrerá na Feira Portugal Agro, de 20 a 23 de Novem-bro, na FIL, em Lisboa.

VIII Mostra do Medronho e da Castanha de Oleiros

já tem data marcada

A VIII edição da Mostra do Medronho e da Castanha, iniciativa do Município de Oleiros, já tem data marcada e nos dias 1 e 2 de Novembro todos os caminhos vão dar àquela vila do Pinhal. Mostra gastronómica e de produtos locais, pas-seio pedestre ou maratona de BTT, são só alguns dos argumentos que justificam uma visita a Olei-ros.

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SEMEANDOSementes comunitárias

Esta é uma iniciativa da ACTUAR para

assinalar o Dia Mundial da Alimentação.

Pretende ser um espaço aberto para a aprendizagem

e o diálogo sobre o papel das sementes comunitárias

na defesa do Direito Humano à Alimentação.

Atividades

Seminário;

Lançamento da Publicação The Right

To Food And Nutrition Watch 2014;

Preparação de Refeição Comunitária e Recolha

de Sementes.

19 OUT 2014Bencanta (Escola Superior Agráriade Coimbra - ESAC) e Castelo Viegas

Organização:

Apoio:

Mais informações:

RIGHT TO FOODAND NUTRITIONWATCH

961 585 638 [email protected]

A Cooperativa Agrícola do Barroso, sedeada em Montalegre, quer criar, já no próximo ano, uma Organização de Produtores Pecuários (OPP) e Agrupamentos de Produtores para a Comer-cialização para ganhar escala e novos mercados.

O presidente da cooperativa, Rui Duarte, explicou que é “muito importante” criar uma OPP para tratar da sanidade animal porque isso é, actualmente, feito pelas OPP de Chaves, Cabeceiras de Basto e Vieira do Minho. “Como Montalegre não tem OPP, são os outros concelhos que decidem por nós, o que é mau”, frisou.

Para poder requerer o reconhecimento da OPP de Montalegre, Rui Duarte realçou ser necessário ter uma “representatividade sig-nificativa” que só se consegue se os agricultores estiverem unidos. Além disso, Rui Duarte frisou a necessidade de criar Agrupamentos de Produtores para a Comercialização porque tem “várias vanta-gens” com o novo Quadro Comunitário 2014 - 2020.

A título de exemplo, o responsável realçou que os agricultores que se associarem aos agrupamentos conseguem projectos agrí-colas com maior taxa de aprovação e maior comparticipação, além de verem aumentar o valor dos subsídios. “Ao abrigo do novo Qua-dro Comunitário todos os projectos são majorados e melhor clas-sificados se os candidatos fizerem prova que vão comercializar os seus produtos através dos agrupamentos”, afirmou.

Segundo o presidente da cooperativa, o objectivo destes agrupamentos é ajudar os produtores a ganhar “novos canais de comercialização” de norte a sul do país. “O principal problema dos produtores é que vendem apenas o produto ao talho do vi-zinho, mas é preciso mais”, considerou. Rui Duarte quer levar os produtos de Montalegre a “novos mercados” nacionais, e numa

Criada em Junho, em Montalegre

Cooperativa Agrícola do Barroso quer ganhar escala e novos mercados

fase posterior, apostar na exportação. A Cooperativa Agrícola do Barroso, criada em Junho, conta

já com 38 sócios, entre os quais elementos das três associações de agricultores do concelho de Montalegre. “Estamos em fase de angariação de sócios. É fundamental ganharmos dimensão para, depois, dar maior visibilidade aos nossos produtos”, salientou.

Rui Duarte destacou que, neste momento, Montalegre têm “imensos” produtores novos que, devido à crise económico, de-cidiram regressar às origens e investir em projectos inovadores.

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