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www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 244 | 31 de Março de 2015 | Preço 2,00 Euros Mãos na Terra Tel. 232 430 450 | Avenida da Bélgica - Viseu Vendas & Peças & Oficina & Assistência Técnica www

Gazeta Rural nº 244

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O projecto Academia Dão Petiz, promovido pela Câmara de Viseu, está em destaque na Gazeta Rural de 31 de Março. Na edição nº 244 pode ainda ficar a par dos próximos eventos gastronómicos e mercados locais; o ObservaRia, em Estarreja; o Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho da Adega de Mangualde; a Rota do Vinho do Dão, que começa em Abril; uma entrevista com o presidente da Associação de Criadores do Porco Alentejano; a inauguração do trilho internacional dos Apalaches, em Oleiros, ou o alerta da CAULE acerca do perigo amarelo causado pelas acácias, bem como outros temas que marcam a actualidade do mundo rural.

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w w w. g a z e t a r u r a l . c o mDirector: José Luís Araújo | N.º 244 | 31 de Março de 2015 | Preço 2,00 Euros

Mãos na Terra

Tel. 232 430 450 | Avenida da Bélgica - ViseuVendas & Peças & O�cina & Assistência Técnica

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Sum

ário

04 Quinzena Gastronómica em Marvão decorre até 12 de Abril

05 Ericeira recebe I Festival Internacional do Ouriço-do-Mar

06 Borrego ‘impera’ na Mostra Gastronómica de Arraiolos

07 Câmara de Valença valoriza e potencia turismo gastronómico

08 Restaurante Museu da Chanfana homenageia gastronomia tradicional

09 Mirando Corvo promove Semana Gastronómica da Chanfana

10 Feira do Folar de Chaves promove símbolo gastronómico da Páscoa

11 Góis promove “Páscoa de Sabores” e o turismo local

12 VI Mercado da Terra promove mundo rural e artesanato do Sabugal

13 ObservaRia coloca as aves no centro das atenções

14 Governo aprova constituição de mercados locais de produtores

15 Rota dos Vinhos do Dão nasce em Abril

16 Adega de Mangualde inaugurou Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho

18 Pequenos agricultores e investigadores invadiram vinhas de Viseu

24 Fileira do Porco Alentejano é “essencial” para a economia de Ourique

25 Feira do Folar é a “melhor mostra gastronómica” da região norte

26 Oleiros inaugurou trilho internacional dos Apalaches

27 Investigadores estudam bolota como alternativa nutricional para celíacos

29 Portugal 2020 é oportunidade para queijo da Serra da Estrela

33 CAULE alerta para perigo amarelo causado pelas acácias

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Os pratos à base de cabrito e borrego vão “invadir” as me-sas de restaurantes do concelho de Marvão, no Alto Alentejo, durante uma quinzena gastronómica que decorre no período da Páscoa.

A cumprir este ano a sua décima edição, a Quinzena Gas-tronómica do Cabrito e do Borrego vai decorrer até ao dia 12 de Abril, tendo como objectivo “atrair” turistas, principalmente portugueses, durante a época pascal. “A quinzena gastronó-mica é um piscar de olhos aos turistas portugueses, às pes-soas que saem dos grandes centros e aproveitam as férias da Páscoa para visitar o interior”, disse o presidente do município, Vítor Frutuoso.

Nesta época do ano, o cabrito e o borrego assumem um “papel primordial” na cozinha típica daquela região alentejana, sendo a produção destes animais um dos motores de desen-volvimento da economia local. “Esta zona está especialmente vocacionada para a criação do cabrito e do borrego. É tradi-cional que nós façamos essa criação e, por isso, temos várias receitas com carne de cabrito e de borrego”, explicou.

Para o autarca, a criação de cabritos e borregos em regime extensivo naquela região, situada em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede, tem “um peso muito significativo” gra-ças à “qualidade” da oferta.

Nos menus dos 13 restaurantes aderentes, os visitantes poderão “descobrir” vários pratos, como a sopa de sarapatel, feita à base de sangue de cabrito ou de borrego, costeletas de borrego com ervas aromáticas, ensopado de borrego, cacha-frito de cabrito e borrego ou cabrito no forno.

O território de Montanha e em particular o concelho de Seia, em plena serra da Estrela, possui um património gastro-nómico único, testemunho de gerações passadas inspirado nos produtos locais da montanha e na vida quotidiana das po-pulações. Assim, desde 28 de Março e até 12 de Abril, decor-re nos restaurantes e outros espaços aderentes do concelho, mais uma edição da mostra de Gastronomia “Aromas e Sabo-res da Montanha”.

No decorrer da Mostra os pratos mais emblemáticos da região vão estar à mesa, confeccionados nas mais variadas formas. De entrada, ou petisco a prato principal, de forma tra-dicional, ou num prato mais sofisticado, serão várias as opções em destaque, que privilegiam, entre outros, o uso do cabrito, borrego, Queijo Serra da Estrela, mel, requeijão, enchidos, o Pão do Sabugueiro e a Broa de Loriga, enquanto produtos locais, mas também outros pratos típicos, onde não faltarão sugestões de vinho do Dão, produzido no concelho.

Esta mostra promete sabores e saberes que reflectem os hábitos e tradições da Montanha e que o convidam a viver ver-dadeiras experiências gastronómicas.

Quinzena gastronómica decorre até 12 de Abril

Cabrito e borrego vão ‘invadir’ restaurantes

de Marvão

Até 12 de Abril, nos restaurantes e outros espaços aderentes

Mostra de Gastronomia “Aromas e Sabores

da Montanha” em Seia

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O ouriço-do-mar (Paracentrotus Lividus), com tradição nas praias da vila da Ericeira, outrora Ouriceira, dá o mote para a realização de um festival internacional que inclui mostras gas-tronómicas, degustações, workshops, seminários e showcookin-gs com chefes conceituados e escolas de hotelaria, entre elas a afamada Le Cordon Bleu.

Nos dias 11 e 12 de Abril, o ouriço-do-mar poderá ser pro-vado nas mesas dos restaurantes da Ericeira, iniciativa que será complementada com um sofisticado programa gastronómico dedicado a esta espécie marinha, ícone da alta cozinha mundial.

Integrado no Plano de Iniciativas de Valorização Gastronó-mica e do Turismo de Mafra, o evento conta com a colaboração de um conjunto de chefes profissionais de cozinha que demons-trarão o que é possível criar de receituário com ouriço-do-mar. António Alexandre (Lisboa Marriott Hotel), Luís Miguel Rodri-gues (Restaurante Bastardo, do Internacional Design Hotel), Alexis Gregório (Restaurantes Adega Machado e Café Luso, em Lisboa), Manuel Prats (Restaurante M29, do Hotel Miguel Angel, em Madrid), Luís Machado (ESTM-IPL) e o chefe executivo Car-los Collado da Le Cordon Bleu (Madrid) são alguns dos nomes de referência que marcarão os showcookings, com entrada gratui-ta, a realizar na sala de eventos do Hotel Vila Galé da Ericeira.

Jornadas técnicas sobre o ouriço-do-mar, com especialis-tas, biólogos e investigadores, a apresentação de um estudo científico sobre stocks, povoamento e desenvolvimento do pro-duto na zona costeira da Ericeira têm também lugar no festival, as quais serão realizadas no auditório da Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, localizado no centro da vila.

Paralelamente ao I Festival Internacional do Ouriço-do-mar, decorre uma iniciativa de promoção em restaurantes de autor

Nos dias 11 e 12 de Abril

Ericeira recebe I Festival Internacional do Ouriço-do-Mar

fora do concelho de Mafra, que desenvolverão as suas interpre-tações gastronómicas desta iguaria durante a semana de 6 a 12 de Abril.

Para além da Câmara de Mafra, o evento conta com os apoios das Juntas de Freguesia da Ericeira, Santo Isidoro e En-carnação; Turismo de Portugal; Associação Turismo de Lisboa; Escola Superior de Tecnologia do Mar – Instituto Politécnico de Leiria; Mare Startups – Faculdade de Ciências Universidade de Lisboa; Hotel Miguel Angel, Madrid; M-29 Restaurante, Madrid; Le Cordon Bleu, Madrid; Hotéis Vila Galé, entre outros parceiros.

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Pelo décimo sexto ano consecutivo, os restauran-tes do concelho de Arraiolos elegem o Borrego como matéria-prima principal na Mostra Gastronómica que decorre de 3 a 19 de Abril.

Durante duas semanas, 19 restaurantes do conce-lho terão as portas abertas para receber todos os que pretendem desfrutar de sabores tradicionais da gas-tronomia com esta carne e outros produtos regionais.

Ensopado de borrego, assado de borrego, coste-letas de borrego confeccionadas de diversas formas, borrego à hortelão com migas de tomate, febrinhas de borrego de jardineira, são alguns dos muitos pratos que podem ser saboreados no decorrer destes dias nos restaurantes do concelho.

A iniciativa é promovida pela Câmara de Arraiolos, que pretende proporcionar aos visitantes que gostam de boa gastronomia o melhor da cozinha alentejana com produtos do concelho.

A “Semanas da Vitela”, de 23 de Maio a 10 de Junho; as “Semanas das Sopas Alentejanas”, de 25 de Julho a 9 de Agosto; a XVI Mostra Gastronómica, bem como a Feira do Tapete de Arraiolos e o VIII Festival da Empada, de 30 de Outubro a 8 de Novembro, são as próximas iniciativas gastronómicas realizadas no Município de Arraiolos.

Na Mostra Gastronómica que decorre de 3 a 19 de Abril

Borrego impera nos restaurantes de Arraiolos

A Bola Doce Mirandesa é um doce genuíno e um dos ícones gastronómicos de Miranda do Douro, tradicionalmente associado à Páscoa, é também o mote para a realização da Feira que vai decorrer de 2 a 4 de Abril, no largo do Castelo, em Miranda do Douro. A esta fina doçaria associam--se outros produtos da terra como pão, fumeiro, licores e vinhos, entre outros.

O saber ancestral está garantido em todos os produtos característicos desta altura do ano, como é o folar de carne, confeccionado o com o melhor fumeiro caseiro.

O que não vai também faltar é a animação mu-sical, presente em qualquer festa mirandesa, gai-teiros e pauliteiros, que são, também eles, imagem de marca deste município do nordeste transmon-tano.

A Festa da Bola Doce e Produtos da aterra de-corre em plena Semana Santa, uma época visitada por muitos espanhóis que tradicionalmente visi-tam Miranda do Douro, essencialmente para fazer compras. Para além do comércio tradicional, desta feita, os visitantes podem encontrar e comprar os produtos mais genuínos da terra.

De 2 a 4 de Abril, no largo do Castelo

Miranda do Douro realiza Festa da Bola Doce e Produtos da aterra

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Valença está a fazer uma aposta estratégica no turismo gastronómico com um calendário anual de eventos que pro-movem os produtos mais emblemáticos potenciados, todo o ano, por uma restauração que tem primado pelo aproveita-mento dos recursos locais.

O turismo gastronómico é um dos sectores que mais tem crescido, nos últimos anos, em Valença e apresenta-se como fundamental para a captação de novos turistas e reforçar a atractividade da cidade que tem como grande âncora o tu-rismo patrimonial, com a Fortaleza e o turismo verde com a Ecopista do Rio Minho.

Sabores da Lampreia, por onde passaram cerca de 5 mil comensais, Sabores da Aldeia que se aproxima de 17 a 19 de Abril, os Sabores Serranos em 13 a 14 de Junho e os Encon-tros Galaico-minhotos, com o cabrito à Sanfins em Julho, são alguns dos grandes eventos gastronómicos do calendário anual de Valença.

Domingos Gastronómicos, com o Bacalhau à São Teotó-nio, o Caldo Verde de Valença, uma das 7 Maravilhas Gastro-nómicas de Portugal abrem o calendário anual de eventos na restauração. Um início do ano que arranca, também, com a lampreia do Rio Minho ‘Um Prato de Excelência’ que, em Fe-vereiro e Março, foi a rainha dos sabores do nosso rio.

Probe Valença, com o Bacalhau à Contrasta, arrancará em breve, também, com um novo marco na restauração va-lenciana ao apresentar um prato local comum a todas as uni-dades de restauração. Na doçaria, os celebres valencianos, um doce à base de chila, é o cartaz doce de eleição de Valen-ça. Sessenta e quatro unidades de restauração, distribuídas pelo concelho, apresentam uma ampla oferta gastronómica, onde o bacalhau é o prato de eleição, reconhecido por toda a Península Ibérica.

Vinte unidades hoteleiras proporcionam estadias, para os mais diversos gostos, desde a Pousada de São Teotónio até às casas de turismo rural. Um calendário cultural de actividades, onde a cultura e o património se entrelaçam numa oferta singu-lar e genuinamente local dão a Valença uma referência regional.

“Um Destino Com Sabor”

Câmara de Valença valoriza e potencia

turismo gastronómico

A melhor selecção de peixe apanhado na costa setuba-lense enriquece as ementas dos 65 restaurantes participan-tes no Festival da Caldeirada de Setúbal 2015 que decorre até 12 de Abril. O evento dá particular destaque a um dos pratos típicos de Setúbal e integra um ciclo de festivais gastronómi-cos promovidos ao longo do ano pela autarquia local dedica-dos a peixes e mariscos com tradição e relevância na cozinha local.

Organizado com os apoios das empresas Lallemand, Makro e Coca-Cola, o festival reserva para o último dia, 12 de Abril, às 18 horas, uma sessão de live cooking na Casa da Baía, intitulada “Caldeirada de Setúbal… Sabor a Tradição”, pelo chef Fernando Cruz, do restaurante Solar do Marquês.

O Festival da Caldeirada é um dos eventos gastronómicos que a Câmara de Setúbal desenvolve ao longo do ano com o objectivo de promover os produtos regionais e de apoiar a dinamização da restauração local. Em 2015, o ciclo arrancou com um certame dedicado ao choco.

65 Restaurantes participam no evento até 12 de Abril

Festival gastronómico promove Caldeirada

de Setúbal

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Situado em Miranda do Corvo, em ple-no Parque Biológico da Serra da Lousã, o Restaurante Museu da Chanfana é local de culto para os amantes da boa mesa e uma merecida homenagem à gastronomia tra-dicional assente na carne de cabra velha, de porco e ainda na caça e pesca.

Neste restaurante, museu vivo da gas-tronomia regional, é dada grande impor-tância aos pratos tradicionais de carne de porco, como o sarrabulho, o bucho e os

Situado em Miranda do Corvo

Restaurante Museu da Chanfana homenageia gastronomia tradicional

enchidos. Mas pratos como a chanfana, negalhos e sopa de casamento, confec-cionados seguindo a receita genuína e os métodos mais tradicionais, são algumas das experiências gustativas disponíveis.

O restaurante é propriedade da Fun-dação ADFP – Assistência, Desenvol-vimento e Formação Profissional, uma Instituição de Solidariedade Social, sem fins lucrativos e com estatuto de utilidade pública. A Fundação produz vinho, azei-te, mel e produtos hortícolas em diversos terrenos agrícolas da região. Silvianne Suilen, coordenadora do restaurante, diz que estas actividades “têm como objec-tivo criar postos de trabalho para pes-soas vítimas de exclusão laboral”.

Gazeta Rural (GR): Como surgiu o Restaurante Museu da Chanfana?

Silvianne Suilen (SS): O RMC surgiu para preservar e promover a gastrono-mia típica local e regional sem esquecer a cozinha contemporânea. Incluído no guia “boa mesa” do jornal Expresso.

GR: A chanfana é um prato tradi-cional dessa região. Tem-se dado o devido relevo a esta iguaria?

SS: A chanfana tem sido promovida através de semanas temáticas em vários

concelhos, tal como através da criação de várias confrarias gastronómicas. Para além da chanfana promovemos os nega-lhos, a sopa de casamento, pratos liga-dos à ‘cabra velha’. A nabada é o doce do convento de Semide que preservamos.

GR: O facto de o restaurante estar inserido no Parque Biológico da Serra da Lousã, torna mais fácil o acesso a ingredientes de qualidade?

SS: A Fundação ADFP produz vinho, azeite, mel e produtos hortícolas em di-versos terrenos agrícolas da região. Es-tas actividades têm como objectivo criar postos de trabalho para pessoas vítimas de exclusão laboral. Estes produtos são consumidos no Museu da Chanfana e nos refeitórios da Fundação.

GR: A recuperação do património gastronómico da região é um dos fac-tores de diferenciação?

SS: O museu da Chanfana divulga e promove a gastronomia regional e inte-gra o Ecomuseu de Miranda com as ofici-nas do Museu Vivo de Artes e Ofícios Tra-dicionais, onde artesãos com deficiência produzem artesanato de qualidade.

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Vai decorrer de 11 a 19 de Abril a Sema-na Gastronómica da Chanfana, uma ini-ciativa do Município de Miranda do Corvo nos restaurantes aderentes, que pretende promover e divulgar a gastronomia do concelho, em especial o prato mais típico, que é a chanfana.

À Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Miranda do Corvo refere a im-portância desta iguaria na gastronomia local, pretendendo que a Semana Gas-tronómica se torne num evento de cariz nacional.

Gazeta Rural (GR): Qual o objectivo da Semana Gastronómica?

António Miguel Baptista (AMB): Um dos objectivos é a promoção e divulgação da nossa gastronomia, em especial o pra-to mais típico, que é a chanfana, derivado da cabra velha.

GR: Que perspectiva tem para esta edição?

AMB: Pretendemos dar continuidade à promoção que tem sido feita da gastro-nomia local. Mas, acima de tudo, vamos tentar chegar mais longe. Queremos que este evento deixe de ser regional e se tor-ne de nível nacional.

Tentamos relacionar à Semana da Chanfana não só a gastronomia, mas tam-bém todo o nosso meio natural, dando a conhecer o melhor que o concelho de Mi-randa tem, inserido na serra da Lousã.

De 11 a 19 de Abril

Miranda do Corvo divulga Chanfana em Semana Gastronómica

GR: A essência da chanfana está em Miranda?

AMB: Não lhe chamaria essência. O berço da chanfana está no convento de Santa Maria de Semide. Foi um prato criado pelos monges do convento, na al-tura da última invasão francesa, porque na retirada das tropas francesas, além da destruição e vandalismo, envenenaram as águas. Assim, os monges para con-feccionar a comida utilizaram o vinho, o único ingrediente líquido disponível.

GR: A chanfana é uma iguaria im-portante na gastronomia do concelho?

AMB: Sim. A chanfana é um prato confeccionado com carne de cabra ve-lha, assim como a sopa de casamento, um prato muito apreciado, feito com o que resta da confecção da chanfana, nomeadamente o molho, restos de car-ne e pão rijo, cozinhado em recipiente de

barro, que depois vai ao forno apurar. A sopa acaba por fechar do ciclo de apro-veitamento da cabra. Na altura os monges aproveitavam tudo, tal hoje ainda se faz. Com as tripas fazem-se os negalhos, outro prato típico destas terras, também feito com as tripas e o bucho da cabra.

GR: Como está a produção de capri-nos no concelho?

AMB: Não existe. Devido ao abandono das zonas mais montanhosas, onde anti-gamente eram criados os caprinos. Hoje há poucos pastores e, na sua quase totali-dade, têm ovelhas.

GR: Não há novos criadores de caprinos?

AMB: Não. Quem confecciona a chan-fana vai aos talhos.

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Rua D. Afonso Henriques, 25 - 3220-197 Miranda do CorvoTel.: 239 538 429 - Tlm.: 917 017 899

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Pratos Regionais Grelhados na Brasa

Como “manda” a tradição, a cidade de Chaves acolhe, nos próximos dias 3 e 4 de Abril, a terceira edição da Feira do Folar de Chaves. O evento pretende oferecer um espaço de destaque a este produto tão característico da região e particularmente muito requisitado nesta quadra do ano.

Trata-se de uma iniciativa de promoção e valorização dos produtos regionais, em particular o Folar, através da projecção que tem a Feira dos “Sabores de Chaves”, marca chapéu que pretende reunir os produtos singulares da região, conferindo--lhes um selo de garantia de autenticidade e qualidade.

A marca “Sabores de Chaves”, registada pelo Município no Instituto Nacional de Protecção Industrial, para ser utilizada pelos produtores agroalimentares, permitiu a introdução no mercado de uma marca ligada à promoção dos produtos re-gionais, sob a qual são divulgados os produtos tradicionais de qualidade oriundos da região de Chaves. A filosofia deste pro-jecto assenta na valorização de uma imagem de marca, capaz de dinamizar as actividades já instaladas e captar novos em-preendedores, através de ganhos de competitividade no sector.

O Folar de Chaves, símbolo gastronómico da Páscoa, dei-xou de ser apenas um fenómeno sazonal e assumiu um papel de reconhecimento por parte dos produtores e consumidores, estando à venda durante todo o ano. Este produto, resultado de longas tradições históricas e culturais, enraizadas nos sabe-res populares é, hoje em dia, uma imagem de marca da cidade flaviense.

Aberto desde 1987, a ‘Teia’, em Miranda do Corvo, é um dos restaurantes aderentes à Semana Gastronómica da Chanfana desde a primeira edição, onde os clientes podem apreciar al-guns dos melhores pratos regionais. A chanfana “é um prato obrigatório”, que “ainda fazemos da maneira tradicional e em forno a lenha”, diz Fernando Pereira, o gerente do restaurante, que salienta também os negalhos “outro prato típico da região”.

O Município entende que este tipo de iniciativas são uma mais-valia para a promoção dos produtos regionais, permitindo aos produtores novas oportunidades de negócio e contribuindo assim para o desenvolvimento local.

Para além do Folar de Chaves, o certame contará com 28 ex-positores de pão centeio, Pastéis de Chaves, compotas, mel, li-cores, vinho, artesanato, entre outros produtos, dando assim ao visitante uma noção da importância da nossa herança gastronó-mica e cultural.

A Feira do Folar é organizada pelo Município e EHATB - Em-preendimentos Hidroeléctricos do Alto Tâmega e Barroso.

Nos próximos dias 3 e 4 de Abril

Feira do Folar de Chaves valoriza símbolo gastronómico da Páscoa

Aderente desde a primeira edição

Restaurante ‘Teia’ presente na Semana Gastronómica da Chanfana

Fernando Pereira não desvenda o segredo da confecção da chanfana no seu restaurante e que a diferencia de outros. “É feita de maneira tradicional, mas nisto tudo conta, desde a lenha utilizada no forno à temperatura do mesmo”. Ou seja, “todo o cuidado é pouco”, mas tudo começa na “escolha das carnes”, diz Fernando Pereira.

A chanfana é um prato que no restaurante se pode encontrar durante todo o ano, bem como negalhos, grelhados e cozido à portuguesa ao domingo, “um prato com muita aceitação, confec-cionado com as nossas carnes fumadas”, refere o empresário.

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11www.gazetarural.comRua Principal 5360-189 Vila Flôr Tlm: 916 187 690 Telf/Fax: 278 511 559 Email: [email protected]

“UM AUTÊNTICO NÉCTAR DOS DEUSES”“UM AUTÊNTICO NÉCTAR DOS DEUSES”

Rua D. Afonso Henriques, 25 - 3220-197 Miranda do CorvoTel.: 239 538 429 - Tlm.: 917 017 899

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Pratos Regionais Grelhados na Brasa

A Páscoa é tradicionalmente uma época festiva onde as famílias se reúnem e o ponto de encontro escolhido, não raras vezes, é à mesa. Por considerar que essa reu-nião tem um elevado sentido gastronómico, o Município de Góis convida à celebração da Páscoa, com a alegria de estar em família, através de uma apresentação de iguarias tradicionais do concelho de Góis.

Assim, foi lançado um desafio aos restaurantes, de 30 de Março a 5 de Abril, os espaços aderentes tem um cardápio composto pelo “Menu Páscoa de Sabores” constituído por requeijão com mel, sopa de castanha, cabrito assado ou truta, tigelada, arroz doce e filhós com mel. Trata-se de um desafio aos espaços de restauração do concelho para que proporcionem a todos os visitan-tes momentos perfeitos de degustação dos sabores da Capital do Ceira.

Depois de apreciarem o menu, aos clientes será en-tregue um cupão para levantarem, junto do Posto Muni-cipal de Turismo um brinde, alusivo à quadra, patrocina-do pelo município.

Entre memórias de outros tempos, a iniciativa ”Pás-coa de Sabores” inscreve-se na estratégia do executivo municipal, presidido por Maria de Lurdes Castanheira, para por um lado, contribuir para fomentar o aumento da procura do comércio da restauração do concelho e por outro promover o turismo local.

Até 5 de Abril nos restaurantes aderentes

Góis divulga “Páscoa de Sabores” e o turismo local

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A aldeia histórica de Castelo Mendo recua nos dias 11 e 12 de Abril à época medieval. A aldeia está registada como tendo recebido a primeira Feira Franca oficial do Reino de Portugal.

A Festa Medieval que se vive em Castelo Mendo, e que tem assumido um carácter de feira, realiza-se no fim-de--semana a seguir à Páscoa e é, por diversos motivos, já de reconhecido valor cultural, didáctico e lúdico.

Assim, nos dias 11 (a partir das 19 horas) e 12 de Abril, o Município de Almeida promove em Castelo Mendo, para to-dos os visitantes, incontáveis aventuras na Feira Medieval. Durante o serão de sábado e o dia de domingo fica o convite para que se “deixe-se seduzir pelos aromas, sons e surpresas do passado que vão acontecer no palco da ‘vila’, encante-se com as diabruras dos jograis, os galanteios dos espadachins, divirta-se com as rábulas dos bobos e com os amores e de-samores das damas e dos nobres, deixe-se enfeitiçar pelas bruxas malévolas do caldeirão de ferro, delicie-se com os manjares e as bebidas nas tabernas do mercado.

A não perder, para os mais pequenos, animadas acti-vidades onde reinará a imaginação, de mãos dadas com a história, numa vila transformada em agitada urbe medieval.

Nos dias 11 e 12 de Abril, no concelho de Almeida

Castelo Mendo recua até à época medieval

A Associação Empresarial do Sabugal (ADES) em parceria com o Município do Sabugal e colaboração da Associação de Pais e Encarregados de Educação do Sabugal (APEES), promove no dia 4 de Abril a sexta edição do Mercado da Terra.

Este certame terá como principal finalidade a promoção e divulgação de actividades, nomeadamente as que estão asso-ciadas ao mundo rural e ao artesanato da região, e contribui-rá para dinamizar a “praça” ou Mercado Municipal do Sabugal. “Sábado de Páscoa” o este local servirá como elo de divulgação das potencialidades do meio rural, numa expectativa de valori-

Numa iniciativa da Associação Empresarial e Município do Sabugal

VI Mercado da Terra mostra mundo rural e artesanato da região

zação da sua diversidade e qualidade da sua cultura e dos seus produtos.

Pretende-se revelar a importância da agricultura tradicio-nal para o equilíbrio do ambiente e preservação do património cultural das comunidades locais, colocando em destaque as propriedades dos produtos agrícolas e artesanais desta região raiana, como o sabor, o perfume, o gosto, a cor e a textura, procurando simultaneamente reforçar redes de comercializa-ção.

Em termos de expositores, o certame contará com a parti-cipação de agricultores, artesãos e de outras actividades que se relacionam com o mundo rural, bem como os produtores de enchidos, doces tradicionais, compotas, hortaliças, mel, lico-res, fruta, entre muitos outros produtos da terra.

Esta iniciativa irá também dar a conhecer e promover há-bitos e costumes da região, reviver memórias esquecidas ao longo do tempo, num contexto inovador e favorecedor de vi-vências tradicionais. Será uma vez mais um espaço de comuni-cação entre pessoas detentoras de conhecimentos e práticas relacionadas com a cultura rural, interagindo com gerações mais novas e com populações portadoras de outras culturas e saberes, numa perspectiva educativa e formativa. A Feira pro-porcionará contactos, encontros, troca de serviços, troca de produtos, compra e venda, movimentando o cenário produtivo local e da região como um todo.

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Está a chegar a feira dedicada à observação de aves mais a norte de Portugal. A ObservaRia 2015 – Birdwatching Fair ce-lebra a segunda edição nos dias 11 e 12 de Abril, em Estarreja. Com a paisagem singular do Baixo Vouga Lagunar no horizon-te, especialistas portugueses e internacionais debruçam-se sobre o turismo de natureza, a biodiversidade, a observação e conservação de aves.

Trinta expositores, onze palestras, vinte workshops e acti-vidades de campo, três exposições, educação ambiental para crianças e actividades de desporto e lazer em permanente contacto com a natureza compõem um programa recheado e atractivo para profissionais e população em geral. Dias 11 e 12 de Abril o Parque Municipal do Antuã, o Multiusos e os Percur-sos BioRia revelam os maiores segredos da vida selvagem.

A abertura oficial da ObservaRia está agendada para as 10,30 horas de sábado, com a presença confirmada do pre-sidente da Câmara de Estarreja, Diamantino Sabina, do presi-dente da Turismo do Centro de Portugal, Pedro Machado, e do presidente da CI Região de Aveiro, Ribau Esteves.

Arte urbana num grito ambiental

O consumo excessivo e a quantidade de lixo e desperdício que daí resulta são aspectos muito relacionados com o traba-lho de Artur Silva, o Bordalo II. O artista de 27 anos prepara-se para criar uma instalação urbana, com recurso a desperdícios que irão moldar as formas de um animal, que será apresentada na abertura da ObservaRia.

Bordalo II utiliza lixo e objectos do quotidiano nas suas in-tervenções, pintando-os e afixando-os nas paredes. As aves estão muito presentes na sua obra. “Olhos de Coruja” tem a sua assinatura e foi considerada uma das melhores obras de arte urbana do mundo pela Street Art News, em 2014. O artista dará a conhecer o processo criativo na sessão de abertura e apresentará a obra que estará em execução ao longo da feira.

ObservaRia 2015 desperta com a luz das estrelas

Antes da abertura oficial, no dia 10 de Abril, às 21h30, de-corre o primeir workshop da ObservaRia 2015, marcando o momento “zero” da feira. “Astrofotografia – Imagens à luz das estrelas” será dinamizado por Miguel Claro, especialista em fo-tografia de paisagens astronómicas com trabalhos premiados e destacados em páginas web da NASA.

No primeiro diz da feira, às 14,30 horas. Carlos Fonseca, in-vestigador na Universidade de Aveiro, abre o ciclo de palestras na Tenda do Parque, situada ao lado do Multiusos, com a apre-sentação do estudo “Baixo Vouga Lagunar – Laboratório vivo de investigação científica”. Os sistemas húmidos do Baixo Vou-ga Lagunar vão estar presentes noutros momentos do progra-ma, nomeadamente no workshop de Rosa Pinho, também da Universidade de Aveiro, que dia 12 de Abril recua 25 anos para mostrar aos participantes as alterações e diversidade da flora deste património natural com mais de 4600 hectares.

Em Estarreja, nos dias 11 e 12 de Abril

ObservaRia coloca as aves no centro das atençõesFeira internacional

atrai especialistas de renome

A ObservaRia é a feira dedicada ao birdwatching realizada mais a norte de Portugal. A primeira edição, em 2014, recebeu mais de 3000 visitantes e surgiu como extensão da Observana-tura, iniciativa que marca presença anual na Reserva Natural do Estuário do Sado. Actualmente, a ObservaRia e a Observanatura são as duas feiras portuguesas dedicadas à observação de aves.

Uma das mais importantes feiras de birdwatching do mundo é a British Bird Fair e o seu responsável, Tim Appleton, marcará presença na ObservaRia 2015. David Chandler, escritor e edu-cador ambiental, também se estreia na feira internacional de Estarreja com a apresentação de “Extraordinary Birds” e orien-tação do workshop “Damsels and Dragons”, dedicado a insectos como a libelinha.

Um dos mais completos fotógrafos de aves da actualidade, René Pop, volta a viajar da Holanda com destino a Estarreja para repetir a presença na ObservaRia. Autor da exposição “A Choice of Feathers”, patente na sala de exposições do Multiusos duran-te a feira, René Pop irá partilhar a sua experiência numa palestra na Tenda do Parque e num workshop pelos Percursos BioRia.

A ObservaRia 2015 – Birdwatching Fair é uma coorganiza-ção do Município de Estarreja e do ICNF, com o apoio da Turis-mo do Centro de Portugal e tendo a Birds&Nature Tours, a SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Universidade de Aveiro, Associação EcoNativa e CP - Comboios de Portugal como entidades parceiras.

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O Governo aprovou em Conselho de Ministros o regime jurí-dico aplicável aos mercados locais de produtores, uma legisla-ção que pretende promover “o desenvolvimento dos produtos locais e do consumo local”.

A ministra da Agricultura afirmou que os mercados locais “podem ser constituídos por autarquias, organizações de pro-dutores, ou mistos”, visando “criar um espaço onde os produto-res vendam directamente aos consumidores e sem intermediá-rios”. Para Assunção Cristas, a aprovação deste regime jurídico “cria cadeias curtas na distribuição dos produtos”, uma vez que “não havia um enquadramento legislativo para os mercados de proximidade local”.

Estes mercados de proximidade, segundo a ministra da Agri-cultura, têm apoio financeiro “através das verbas comunitárias”, embora não tenha referido o montante: “Não temos um enve-lope fechado, mas há verbas suficientes para este projecto”, fri-sou. Assunção Cristas afirmou que os mercados de proximidade “têm forte potencial para ajudar a desenvolver todo o território” e “valorizam a pequena produção”.

Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, estes “sistemas agroalimentares locais estimulam a economia local e

Revelou a ministra da AgriculturaGoverno aprova constituição de mercados locais de produtores

Lisboa vai ser palco de dois importantes eventos enogas-tronómicos. O festival ‘Peixe em Lisboa’, de 9 a 19 de Abril, e o ‘Sangue na Guelra - Young Chefs With Guts’, nos dias 11, 12 e 13, são duas celebrações em que o peixe e o marisco vão ser reis.

Porque um casamento feliz junta à mesa comida e bebida, nada melhor que ombrear o palato dos presentes com vinhos e espumantes da Bairrada. É essa a proposta da Comissão Vitivi-nícola e da Rota da Bairrada que, durante dez dias, vão rumar à capital para levar a região “no sentido dos sentidos” (assinatura dos vinhos Bairrada) mais apurados.

Durante o VIII festival ‘Peixe em Lisboa’, que tem lugar no

Pátio da Galé, no Terreiro do Paço, são mais de 40 os vinhos e espumantes com o selo da Bairrada. A solo ou para harmonizar com as gourmandises disponíveis, o convite é para provar e, se quiser, comprar.

Os espumantes e vinhos da Bairrada foram eleitos para abrir as hostes e o apetite nos dois jantares da terceira edição do ‘San-gue na Guelra - Young Chefs with Guts’. Momentos gastronómicos “efervescentemente” criados por jovens chefs vindos de alguns dos melhores restaurantes do mundo e que vão acontecer na 1300 Ta-berna (LX Factory), do Chef Nuno Barros, nos dias 12 e 13 de Abril. Os espumantes da região vão marcar presença exclusiva nos cocktails, podendo ser bebidos “ao natural” ou em irreverentes propostas criadas pelo barman Paulo Gomes. Os néctares da Bairrada vão ainda mostrar-se no desenrolar das refeições.

O primeiro jantar junta Oswaldo Oliva – ex-chefe executivo do Mugaritz, o restaurante de San Sebastián, que está em sexto lugar na lista dos melhores do mundo e tem duas estrelas Mi-chelin –, Rafa Costa e Silva – do recentemente estrelado Lasai, no Rio de Janeiro –, Ricardo Chaneton – do francês Mirazur em Menton, com duas estrelas e décimo primeiro na lista dos me-lhores – e Márcio Baltasar – pasteleiro do restaurante do Areias do Seixo, em Santa Cruz. No dia seguinte é a vez de William Smi-th, sous-chef do Geranium, em Copenhaga (duas estrelas); Se-bastian Meyers, do Chiltern Fire House, restaurante londrino do português Nuno Mendes; Frederico Ribeiro, sous-chef do Per Se, em Nova Iorque (três estrelas); e Américo Santos, pasteleiro do Belcanto, se juntarem e meterem as garras de fora na confecção de uma paradisíaca refeição. A mestria dos néctares vai estar a cargo dos sommeliers Rodolfo Tristão (Presidente da Associa-ção de Escanções de Portugal), João Chambel (Estado d’Alma) e Nuno Oliveira (Belcanto).

promovem a interacção social entre as comunidades rural e ur-bana, desempenhando funções que beneficiam os produtores, os consumidores, o ambiente e a economia local”.

A 09 de Janeiro, a ministra da Agricultura já havia anuncia-do estes mercados de proximidade, explicando que existem no país “exemplos extraordinários de modernidade, de inovação, de sofisticação, de capacidade exportadora precisamente na agri-cultura familiar” e adiantou que esta deve ser encarada como “motor de valorização do território” e “aprofundamento da ri-queza e diversidade do país”.

Assunção Cristas lembrou na altura que a agricultura fami-liar representa a maior parte da agricultura praticada no país e que “não se opõe a uma arquitectura sofisticada, moderna ou inovadora, mas que é complemento de outros modelos de agri-cultura dita mais empresarial”.

A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o ano de 2014 como o Ano Internacional da Agricultura Familiar, apon-tando o seu papel na erradicação da fome e pobreza, no for-necimento de alimentos, na melhoria das condições de vida, na gestão de recursos naturais, na protecção do meio ambiente e na promoção do desenvolvimento sustentável.

Eventos (eno)gastronómicos decorrem na capital de 09 a 19 de Abril

Vinhos Bairrada “no sentido dos sentidos” do ‘Peixe em Lisboa’ e do ‘Sangue na Guelra’

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Está definida e certificada a Rota dos Vinhos do Dão. Tem 40 aderen-tes, grande aposta no enoturismo, forte presença nos meios digitais e custou 465 mil euros.

Nasce oficialmente a 27 de Abril a Rota dos Vinhos do Dão. A Comissão Vitiviníco-la Regional vai desvendar nesse dia, numa cerimónia no Solar do Vinho do Dão, como agregou 40 produtores, donos de adegas e proprietários de enoturismos de qualida-de na região. Revelará ainda, com porme-nor, como gizou e certificou um roteiro de serviços que ajudará turistas nacionais e estrangeiros nas suas experiências vínicas, gastronómicas e culturais.

Visitantes, entusiastas ou curiosos so-bre as temáticas do Dão poderão aceder, a partir dessa data e de forma inteiramen-te grátis, à plataforma mobile Rota dos Vinhos do Dão, carregável nos seus smar-tphones. Uma plataforma web comple-mentará a consulta livre de guiões infor-mativos sobre vinhos da região e ajudará a seleccionar quintas e adegas a visitar, a comprar vinhos ou a escolher restauran-tes locais. Será também à distância de um toque ou de um clique que os utilizadores

Digital e cheia de ofertas no enoturismo

Rota dos Vinhos do Dão nasce em Abril

poderão decidir o enoturismo onde pernoitar.

Arlindo Cunha, presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVRD) adianta que esta Rota será “um instrumento com três grandes objectivos”: “Valori-zar e acrescentar valor ao vinho do Dão, com venda directa dos produtores aos enoturistas; ga-rantir que os enoturistas, agra-dados com as provas, passarão a divulga o vinho do Dão nos seus meios de influência, constituindo, assim, um importante instrumen-to de promoção; e gerar riqueza, contribuído para o desenvolvi-mento do território da Região Demarcada.

Com este roteiro organizado e certificado, depois de uma pri-meira tentativa gorada em 2000 de criar uma Rota, os visitantes poderão agora participar numa simples prova, visitar adegas ou quintas, comprar vinhos e outros produtos tradicionais no local, visitar monumentos, usufruir de serviços de restauração ou de alojamento devidamente identi-ficados e sinalizados quanto ao tipo de oferta, “seja a adega ti-picamente familiar e tradicional ou o palácio mais sofisticado que possam imaginar”, assegura Ar-lindo Cunha.

A Rota dos Vinhos do Dão resulta de um trabalho de estu-dos, inquéritos e visitas aos locais que demorou quase dois anos a concretizar, em articulação com várias entidades públicas e pri-vadas. Arlindo Cunha levanta um pouco o véu: “Este projecto, que apenas está no início, começou com um estudo de base para a Definição, Estrutura e Gestão da Rota do Vinho do Dão, no quadro de um projecto apoiado pelo QREN/Plano Operacional do Centro (POC), e cuja com-ponente nacional foi financiada pela Comunidade Intermunicipal da Região Dão Lafões e por nós, CVRD, tendo um custo total esti-mado nesta primeira fase 465mil euros”.

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O processo de produção do vinho e as tradições e expe-riências sensoriais que lhe estão associadas são mostradas no Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho, recentemente inau-gurado na Adega Cooperativa de Mangualde. O projecto cus-tou cem mil euros e foi financiado pelo Proder (Programa de Desenvolvimento Rural).

O Secretário de Estado da Agricultura inaugurou a nova valência da Adega de Mangualde e, na ocasião, sublinhou a im-portância do sector vinícola para o país e os novos desafios do novo quadro comunitário. José Diogo Albuquerque destacou a importância do sector cooperativo, pois “não há agricultura sem a pequena agricultura” e, neste quadro, “as organizações de produtores e as cooperativas são o caminho para proteger os pequenos agricultores”, sustentou. O governante destacou o próximo quadro comunitário, referindo que “as ferramentas estão lá”, definindo um objectivo claro para o sector do vinho. “Se em 2014 exportámos 720 milhões de euros, temos que chagar aos 900 milhões de euros em 2019”, disse José Diogo Albuquerque.

Antes disso, e sobre o Centro Interpretativo, o presidente da Adega de Mangualde referiu que “já trabalhávamos muito no sector do enoturismo e sentimos a necessidade de criar algo onde pudéssemos mostrar aos visitantes todo o ciclo, desde a cultura da vinha até à prova do vinho”, explicou António Men-des. O objectivo foi criar não apenas um núcleo museológico, mas um espaço que mostrasse “tudo o que está entre a cultura

Com a presença do Secretário de Estado da Agricultura

Adega de Mangualde inaugurou Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho

da vinha e o beber o vinho”.Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho tem várias de ga-

lerias que ilustram o ciclo vegetativo da vinha, os trabalhos da vinha, as castas utilizadas na região, as doenças e um bocadi-nho da parte histórica da Região Demarcada do Dão. No final, “há uma sala de interpretação, onde as pessoas podem perceber como se prova o vinho, aprender toda a terminologia utilizada, a palete de cores, os aromas, todas essas experiências”, acrescen-tou António Mendes.

Segundo o presidente da Adega de Mangualde, durante todo o ano os visitantes podem assistir ao que se passa na adega, “sentir os seus cheiros e ouvir os seus barulhos”. Os responsá-veis da adega esperam que este venha a ser um projecto com impacto social e turístico, que marque e que promova a identi-dade e a autenticidade cultural da região. “Já temos uma série de protocolos com os centros escolares à volta. Queremos ter uma interação com as escolas desde o primeiro ciclo até ao ensino superior”, referiu.

O Centro irá também integrar a Rota do Vinho do Dão, pre-tendendo ser um parceiro muito activo. “Vai trazer muita gente a Mangualde, que ao vir visitar o centro interpretativo acaba por visitar também os produtores da região, a cidade e o seu patri-mónio cultural”, acrescentou.

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De 16 a 18 de Abril, no Hotel Quinta do Paço em Vila Real, vai receber a décima edição do In Douro Wine Export Business, a única feira de vinhos profissional da região, exclusivamente vo-

Situada em Seixo de Manhoses, no concelho de Vila Flor, no Douro Superior, a Quinta Holminhos tem vindo a fazer um caminho ascendente. Com 12 hectares de vinha e seis de olival, tendo produzi-do na última campanha cerca de 30 mil litros de vinho e 5 mil de azeite, tem feito uma aposta clara em produtos de eleva-da qualidade.

Neste âmbito, Victor Teixeira, pro-prietário da Quinta Holminhos, prepara--se para concluir o projecto ‘Encork’, que visa o TCA provocado pela rolha, adian-tado à Gazeta Rural que está para breve a abertura de uma ‘Wine House’.

Gazeta Rural (GR): Como foi a cam-panha deste ano?

Victor Teixeira (VT): Este ano a pro-dução de vinho superou a do ano ante-rior, tanto em quantidade como quali-dade, com melhor uva, rica em aromas e sãs. Tudo isto, leva-nos a acreditar que este vinho vai ser de excelência.

GR: E no azeite? VT: A campanha do azeite deste ano

trouxe alguns problemas, devido ao apa-recimento de azeitona bichada, levando à sua queda antecipada. No entanto, conseguiu-se produzir azeite de quali-dade.

GR: Como está a decorrer o projec-to ‘Encork’?

VT: Com um ano e três meses de pro-jecto, os objectivos estabelecidos estão a ser cumpridos, o que nos deixa muito sa-tisfeitos. É um projecto inovador, no qual acreditamos, que pode ser importante na produção dos nossos néctares, com a introdução deste novo equipamento na linha de produção (nariz electrónico). Falamos de uma certificação de qualida-de da rolha de cortiça, de acordo com a nossa filosofia, em que procuramos ir de encontro às exigências do consumidor, produzindo vinhos de excelência.

Faltam nove meses para a conclusão do projecto e temos desde já a certeza que será um sucesso, o que quer dizer

que os nossos vinhos estarão isentos de TCA provocado pela rolha.

GR: A ‘Wine House’ está para abrir?VT: Sim. Como prometido iremos

brevemente abrir o nosso novo espaço dedicado à cultura do vinho e da vinha, o que nos vai permitir ter um contacto mais directo com o público, com uma interac-ção que nos permite ter o contacto real com as nossas práticas de produção e com nossos produtos.

Com a vertente de enoturismo, di-versas actividades estão a ser pensadas para criar um espaço dinâmico onde as pessoas possam disfrutar dos nossos néctares e desta bela região que perten-ce ao Douro Superior.

cacionada para a exportação, numa organização da Nervir As-sociação Empresaria e o apoio da Câmara de Vila Real.

Para este evento, foram convidados importadores de três continentes, nomeadamente da China, Japão, Macau e Hong--Kong, Singapura, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Irlanda, Luxem-burgo, Noruega, Países Baixos, Polónia, República Checa, Reino Unido, Rússia, Suécia e Suíça. Evento, reservado, exclusivamen-te, a produtores de vinhos Doc Douro e Porto.

Na abertura deste evento terá lugar um Speed Meeting, num encontro rápido de todos os importadores com todos os expositores, proporcionado assim um primeiro contacto, a que se seguirão, nos dias seguintes, os encontros e provas e vinhos. Os produtores presentes vão assim poder estabelecer contac-tos com estes importadores que visitam o Douro, na procura de novos produtos para os respectivos mercados, cumprindo assim o objectivo principal deste evento que é o de promover a expor-tação dos Vinhos do Douro e Porto.

De 16 a 18 de Abril, na Quinta do Paço

X In Wine Export Business vai decorrer em Vila Real

A abrir brevemente

Quinta Holminhos prepara abertura de uma ‘Wine House’

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Agricultores, investigadores e repórteres de palmo e meio invadiram as vinhas de seis quintas de Viseu para aprenderem sobre a formação dos cachos das uvas que, daqui a alguns me-ses, se tornarão vinho do Dão.

Acompanhadas de professores e alunos das escolas su-periores Agrária e de Educação de Viseu, mais de 60 crianças foram distribuídas pelas quintas de Reis, Vinha Paz, Turquide, Le-mos, Falorca e Pedra Cancela, no âmbito da Academia Dão Petiz.

Este projecto educativo promovido pela Câmara de Viseu ar-rancou a 25 de Março e pretende envolver crianças dos seis aos doze anos em actividades de vários ciclos da terra, começando por um dos que é mais característico da região: o da vinha.

Na Vinha Paz, o vento frio que se sentia não tirou o sorriso às crianças, nem esmoreceu a sua curiosidade. “Há três meses andou aqui o senhor Zé a fazer a poda”, começou por explicar ao grupo dos pequenos agricultores Henrique Moniz, da quarta ge-ração da família proprietária da Vinha Paz. Ao grupo constituído pela Leonor, a Maria Inês, a Maria Miguel, o Pedro e o Alexandre,

No âmbito da Academia Dão Petiz

Pequenos agricultores e investigadores invadiram vinhas de Viseu

Henriques Moniz mostrou “a flor a nascer” que, se for cortada, impedirá a videira de dar uvas.

As perguntas não tardaram: “Como se chama a flor”, “quan-tos anos tem essa videira”, “para que serve esse fio” foram al-gumas das muitas dúvidas que teve de esclarecer. Uma das mais curiosas era Maria Miguel, de sete anos, que apesar de viver na cidade vai frequentemente à quinta de uma prima e à dos avós. “A dos meus avós é mais pequena, só tem a vinha e depois o meu avô faz vinho”, contou a petiz.

A acompanhar o grupo dos agricultores estava Patrícia Ro-drigues, aluna da Escola Superior Agrária, que considerou esta experiência muito enriquecedora quer para as crianças, quer para os monitores. “O importante desta actividade é que elas fiquem um bocadinho com o gosto de virem um dia a ter uma vinha e percebam que é importante trabalhar a terra e daqui a uns meses ver os frutos”, afirmou.

Munidas de câmara de filmar, gravador e bloco de notas andavam as repórteres Teresa, Alice e Vera, que quiseram en-

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trevistar Henrique Moniz e saber mais sobre o seu dia-a-dia. “É preciso acordar muito cedo para vir para as quintas?”, perguntou Vera Rebelo, de nove anos, tendo ficado a saber que na Vinha Paz o horário de trabalho nesta altura do ano é das 8 às 17,30 horas.

Rita Lourenço, uma das alunas da Escola Superior de Edu-cação que acompanhava o grupo dos repórteres, disse estar a adorar a experiência de ser monitora. “É um projecto educacio-nal realizado ao ar livre muito importante para que as crianças conheçam um pouco do que faz parte da cultura de Viseu”, fri-sou.

No terceiro grupo, os investigadores Diogo, Maria, Miguel e Marta estiveram a analisar a cor, a textura, a humidade e a maté-ria orgânica e inorgânica do solo, registando tudo devidamente numa tabela.

Maria Sousa, de oito anos, mostrou-se muito entusiasmada por perceber um pouco mais da constituição do solo, até porque já está habituada a ajudar a avó a plantar legumes. “A minha avó criou umas plantações só para nós tratarmos. Alfaces, cenouras e tomates são o que eu mais costumo plantar, mas sobre a vi-nha não sabia muita coisa”, admitiu, acrescentando que agora já aprendeu, por exemplo, “que os olhos da videira são aqueles pauzinhos que vêm para fora”.

Também os irmãos Maria Inês e Pedro, de dez e sete anos, respectivamente, apesar de viverem num apartamento na cida-de, vão regularmente para a quinta dos avós. “O meu avô tem uma quinta numa aldeia onde há animais e vinhas. A vinha dele é pequenina e todos os Outonos vamos fazer a vindima”, contou.

A presença das crianças na Vinha Paz levou Henrique Moniz a recordar a sua infância, quando começou a ganhar o gosto por esta área e a participar na pisa a pé, que ainda hoje se mantém na quinta. “Nessa altura, o vinho era um bocado para casa e um bocado para a cooperativa, mas havia sempre a tradição de, em Setembro, toda a família se juntar para fazer o vinho”, contou.

As crianças vão continuar a aprender sobre o ciclo da vinha em mais quatro dias dos próximos oito meses. O objectivo é, nos próximos anos, adicionar novos ciclos da terra, como os do pão, do linho, do queijo e de outros produtos característicos da re-gião.

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A aguardente da Lourinhã, uma das três com região demarcada na Europa, aumentou em 50 por cento as vendas nos últimos dois anos devido às acções promocionais, informou a Comissão Vitivinícola Regional de Lisboa (CVRL). Segundo a CVRL, em 2012 foram ven-didas 6.278 garrafas, números que cresceram para 7.224 em 2013 e para 9.556.

Apesar dos números e da qualidade do produ-to, que concorre com o “cognac” e o “armagnac” franceses, o rendimento para a economia local é inferior a meio milhão de euros. A produção é ven-dida principalmente no mercado nacional, através dos principais hipermercados. Contudo, 5% segue para exportação, chegando a Macau, Canadá, Suíça, Angola, Estados Unidos da América, Brasil e Austrália.

A aguardente é produzida em cerca de 40 hectares e tem uma produção anual na ordem dos 20 mil litros. Nos últimos dois séculos, foi vendida para a produção do Vinho do Porto, sendo também escolhida como digestivo pelos consumidores.

Mais de 70% das vendas são feitas pela Ade-ga Cooperativa da Lourinhã, um dos dois princi-pais produtores. Do lado da produção, requer um grande investimento, uma vez que são necessá-rios dez litros de vinho para um litro de aguarden-te, e cinco anos de envelhecimento da bebida.

Para incentivar novas vinhas e os vitivini-

Rendimento para a economia local é inferior a meio milhão de euros

Vendas da aguardente da Lourinhã aumentaram 50% nos últimos dois anos

cultores a desviarem uvas para a aguardente e apostarem numa forte estratégia de promo-ção, a Câmara da Lourinhã quer, até ao final do ano, avançar com um plano estratégico para a bebida, que vai envolver toda a cadeia eco-nómica, desde os produtores aos agentes de comercialização, disse Fernando Oliveira, ve-reador com os pelouros do Turismo e do Apoio ao Empresário.

Nesse sentido, a autarquia aderiu no final de 2014 à Associação Nacional dos Municípios do Vi-nho, com o objectivo de vir a criar a Rota da Aguar-dente, levando os turistas a provar a bebida, a visitar as vinhas e conhecer as caves onde é envelhecida.

O presidente da Adega Cooperativa da Lou-rinhã, João Pedro Catela, disse que o grupo Nu-tricafés, que detém as marcas Nicola e Chave D’Ouro, vai ajudar a promover a bebida.

Para promover o produto, o município rea-lizou a Quinzena Gastronómica da Aguarden-te, durante a qual 17 restaurantes do concelho confeccionaram pratos e sobremesas usando a bebida.

Criada em 1992, a Região Demarcada da Aguardente da Lourinhã abrange todo o conce-lho e as freguesias limítrofes de Vale Covo (Bom-barral), Serra d’el Rei e Atouguia da Baleia (Pe-niche), Campelos (Torres Vedras) e Olho Marinho (Óbidos).

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O restaurante Parreirinha é uma referência na boa gastronomia associada ao concelho de Miranda do Corvo. Chanfana, sopa de ca-samento, negalhos, serrabulho e costeleta de vitela são alguns dos pratos mais procurados neste restaurante, que participa na Semana Gastronómica da Chanfana.

“Aqui valorizamos muito os produtos tradi-cionais”, refere Fausto Lourenço, que destaca a chanfana como o prato “mais procurado, rega-do com um bom vinho da região de Lamas”. Só que, acrescenta, “a carne tem que ser de cabra velha e boa para assar”. “É o que a diferencia”, para além de “um forno a lenha bem quente, que lhe dá um bom sabor”, refere o empresário. Quanto a outros segredos, Fausto Lourenço destaca “as caçoilas de barro, essenciais para assar a chanfana”.

No Restaurante Parreirinha, a chanfana é confeccionada durante todo o ano. “Temos sempre chanfana, pois é um prato que não pode faltar aqui em Miranda do Corvo. É o mais procurado”, salienta.

O empresário destaca a importância da Semana Gastronómica da Chanfana não só na promoção desta iguaria, mas, também, como forma de atrair pessoas a este concelho do distrito de Coimbra. Fausto Lourenço termina com um apelo: “Venham à Parreirinha, a Miran-da do Corvo, deliciem-se com a nossa chanfa-na, mas também com outros pratos muito bons e tenho a certeza que vão adorar”. Nota final para a sopa de casamento, que “só é feita por encomenda”.

Participa na Semana Gastronómica da Chanfana de

Miranda do Corvo

Restaurante Parreirinha “valoriza produtos

tradicionais”

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Após cinco campanhas sucessi-vas com preços de mercado baixos e com factores de produção a preços incomportáveis, os produtores de por-co alentejano “atravessam um período bastante favorável”. Quem o afirma é o presidente da Associação de Criado-res do Porco Alentejano (ACPA). Nuno Faustino, à Gazeta Rural, destaca a im-portância que a raça representa para a região, nomeadamente para Ourique, e para o país. Estima-se que a nível nacio-nal a raça crie um volume de negócios de aproximadamente 10 milhões de Eu-ros. A ACPA representa 278 associados, 135 dos quais produtores de porco alen-tejano.

Gazeta Rural (GR): Como estão os produtores de porco alentejano?

Nuno Faustino (NF): Neste mo-mento, os produtores de Porco de Raça Alentejana que engordam os seus ani-mais em regime de montanheira atra-vessam um período bastante favorável. Após cinco campanhas sucessivas com preços de mercado baixos e com fatores de produção a preços incomportáveis,

Diz o presidente da Associação de Criadores do Porco Alentejano

“Os produtores atravessam um período bastante favorável”

que fizeram com que o número de ani-mais disponíveis no mercado baixasse fortemente, a situação inverteu-se e desde 2013 que a oferta não é suficiente para suprimir a procura, o que fez com que a remuneração/animal atingisse máximos históricos.

Por outro lado, ao nível da produção de leitões, o sector também atravessa um período favorável. A procura é supe-rior à oferta, o que se traduz em preços bastante satisfatórios. No entanto, é no mercado do porco gordo de montanhei-ra que esta situação é bastante mais marcada.

GR: O ano passado surgiram algu-mas notícias de preocupação sobre a produção de Porco Alentejano. Qual é a situação atual?

NF: As notícias que surgiram deve-ram-se à situação anteriormente referi-da. Após um período de crise de 5 anos consecutivos, os produtores que não abandonaram a atividade reduziram bastante os seus efetivos pecuários, ao ponto da raça ser classificada como ameaçada. Felizmente, hoje a tendência

está invertida e os números de registos efetuados ao nível do Livro Genealógico da raça demonstram-no. Por outro lado, também o facto de ter sido publicado um decreto-lei relativo a denominação de venda “Porco Preto” trouxe um novo alento às produções.

O nome porco preto foi levado pelos migrantes alentejanos que foram traba-lhar para os complexos industriais dos grandes centros urbanos e o nome refe-ria-se ao porco alentejano como porco preto, pois o animal é de cor preta e a sua carne tem características de qualidade e sabor únicas. O dito nome ganhou di-mensão e espalhou-se por todo o país e para a maioria dos consumidores está associado a um porco de cor preta cria-do nos campos alentejanos e alimenta-do com os recursos desses campos. O rendimento em carne magra (músculo) do porco alentejano é baixa compara-tivamente com outras raças, resultando em preços mais elevados. Dado isto, co-meçou a surgir no mercado carne, na sua maioria oriunda de Espanha de porcos ibéricos cruzados, ou não, e produzida em pavilhões (regime intensivo) a pre-ços mais baixos e com a designação de porco preto. Foi esta a razão para que o sector do porco alentejano destinado ao mercado da carne verde praticamente desaparecesse. O sector do porco alen-tejano tem esperança que o decreto-lei 95/2014 de 24 de Junho (denominação comercial porco preto) venha a acabar com as fraudes que existem e que proteja o consumidor.

O Porco Alentejano é uma raça au-tóctone portuguesa de crescimento lento explorada em regime extensivo, ou seja, é uma produção conseguida em grandes áreas de superfície sem recurso a cres-cimentos forçados. Esta raça tem como características principais a rusticidade e a grande capacidade de infiltração de gordura intramuscular. A engorda feita no ecossistema montado confere aos animais um tipo de gordura intramus-cular saudável, rica em ácidos gordos monoinsaturados. O nome porco preto (decreto-lei 95/2014 de 24 de Junho) é uma denominação comercial, que para além incluir o porco alentejano também aceita animais cruzados de alentejano com a raça Duroc mas, neste caso, o cru-zamento terá que ter, no mínimo 50% de alentejano e as mães terão que ser sem-

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pre alentejanas ou seja, apenas o pai po-derá ser Duroc.

GR: O que representa este sector para a região?

NF: O volume de negócios de por-cos de montanheira comercializados na campanha 2013/2014 dos associados da ACPA foi de 2,4 milhões de Euros, sendo que se estima que a nível nacional, em porco alentejano de montanheira, o volu-me de negócios seja de aproximadamen-te 10 milhões de Euros.

GR: Tem-se feito, de forma efetiva, a defesa desta raça autóctone portu-guesa?

NF: Ao longo destes 25 anos de exis-tência a ACPA tem feito um trabalho in-tenso de divulgação, promoção da raça e dos produtos transformados qualificados como o Presunto de Barrancos DOP ou o Presunto de Santana da Serra IGP. A de-fesa de um sector que assenta em três pi-lares fundamentais distintos de qualquer outro tipo de produção. Raça Alentejana,

Montado e Produção Extensiva.O Porco Alentejano é uma mais-va-

lia sobretudo para as regiões extensivas de sequeiro onde predomina o monta-do de sobro e azinho. Estas regiões de terras pobres com poucas ou nenhu-mas alternativas à pecuária extensiva e cerealicultura, de apoio a essa mesma pecuária, têm no porco alentejano de montanheira uma crescente importân-cia no rendimento destas explorações. Este representa em muitas destas explo-rações mais de 50% das vendas, o que para a economia das mesmas é de ex-trema importância e torna possível toda uma panóplia de atividades de apoio à produção do porco alentejano (equipa-mentos, rações, etc). Estes apoios são muito importantes pois irão circular no comércio das aldeias e vilas alentejanas. É vital manter atividade agropecuária nos campos, uma vez que contribui para a preservação da paisagem e meio am-biente, mantendo os campos limpos e vigiados sendo crucial para evitar incên-dios que têm sempre custos ambientais

e económicos elevadíssimos. Existem muitos montados que ainda não estão aproveitados pelo porco alentejano, pelo que há um elevado potencial de crescimento a nível do sector do porco de montanheira, bem como do mercado da carne verde e do porco preto.

Esta é a mensagem que a ACPA e os seus parceiros têm transmitido nos vários eventos em que têm participado e nas iniciativas que têm desenvolvido tanto a nível nacional como interna-cional. A título de exemplo, posso men-cionar a realização do VII Congresso Mundial do Presunto que ocorreu em Ourique, em Maio de 2013 e que foi um evento que pela primeira vez na sua história se realizou fora de Espanha e que trouxe ao Alentejo os maiores es-pecialistas, investigadores, industriais e produtores do sector da produção de suínos e de presunto.

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Referiu o presidente da Câmara de Ourique

Fileira do porco alentejano é “essencial” para a economia do concelho

A fileira do porco alentejano abrange todos os sectores de ac-tividade e é “essencial” para a economia de Ourique, que se afirma como a “capital” e aposta na promoção daquela carne, disse o pre-sidente do município. “É uma fileira transversal a todos os sectores de actividade e essencial para a dinâmica da economia do concelho”, afirmou o presidente da Câmara de Ourique. Pedro do Carmo falava a propósito da Feira do Porco Alentejano, que este ano contou com 145 expositores, “um aumento significativo” em relação aos 107 da edição do ano passado.

Segundo o autarca, a fileira do porco de raça alentejana envolve os sectores primário, através da produção de porco, secundário, atra-vés da transformação da carne em produtos derivados, e terciário, através da prestação de serviços e da comercialização de produtos relacionados.

No concelho, indicou, existem explorações agro-pecuárias que produzem e pequenas e médias indústrias que transformam a carne de porco de raça alentejana e Ourique “tem-se afirmado como uma referência gastronómica à base do porco alentejano”.

Por isso, frisou, a câmara “aposta” na estratégia de afirmação de Ourique, no distrito de Beja, como “capital do porco alentejano” e na promoção nacional e internacional daquela carne junto de mercados “fundamentais” para a dinamização da fileira.

A Feira do Porco Alentejano, segundo o autarca, “tem vindo a crescer de forma consolidada» e este ano, apesar da crise, “foi a maior de sempre pelo número de expositores e também de visitantes”.

A feira, organizada pela Câmara de Ourique e pela Associação de Criadores de Porco Alentejano pretende “afirmar” a vila como a “capital do porco alentejano” e promover a fileira e “a qualidade dos produtos derivados da carne daquela raça”, explicou o autarca.

Centro de Competências do Porco Alentejano e do Montado

O Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agro--alimentar, Nuno Vieira Brito, esteve na Feira do Porco Alentejano para a assinatura do Acordo de Cooperação do Centro de Competên-cias do Porco Alentejano e do Montado.

Para o presidente da Associação de Criadores do Porco Alente-jano, “este é o primeiro passo para a criação de uma infra-estrutura de desenvolvimento da fileira do Porco Alentejano”. Nuno Faustino acrescentou que “esta é uma raça com muito potencial”, acrescen-tando que o documento assinado “não está limitado às entidades que o assinaram, mas pode ser aberto a outras, como é o caso da autar-quia de Barrancos”.

Por sua vez o presidente da Câmara de Ourique, afirmou ser “este é um dia muito feliz para Ourique, para o Baixo Alentejo e para o país”. Pedro do Carmo sustentou a necessidades de “aproveitar todas as oportunidades dentre deste acordo de parceria que agora dá os pri-meiros passos” e que “Ourique deu mais um grande passo e é uma referência na fileira do Porco Alentejano”.

O acordo de cooperação do Centro de Competências do Porco Alentejano e do Montado foi assinado pelos municípios de Ourique, Almodôvar, Odemira, Castro Verde e Aljustrel, pelo Matadouro do Li-toral Alentejano, Barrancarnes, Montaraz de Garvão, INIAV, CEBAL, Instituto Politécnico de Beja, ACOS, ACEPA, ANCP e Associação de Criadores do Porco Alentejano. Os signatários têm de 60 dias para desenvolverem e apresentarem ideias e projectos mais concretos e desenvolvidos.

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Os produtos silvestres fizeram as delícias dos muitos visitan-tes que passaram pela quarta edição do Festival dos Espargos, Criadilhas e Tortulhos, que decorreu em Alcafozes, concelho de Idanha-a-Nova.

A oportunidade de comprar cogumelos e espargos directa-mente aos produtores locais, mas também de provar diferentes especialidades gastronómicas, em tasquinhas e em sessões de cozinha ao vivo, fizeram do certame o destino ideal para todos os apreciadores de produtos silvestres.

O evento permitiu valorizar uma das riquezas naturais da re-gião e, ao mesmo tempo, dinamizar o tecido empresarial local, em particular a microeconomia, referiu o presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova. Armindo Jacinto afirmou que “se os territórios do mundo rural aliarem os produtos de qualidade à promoção do bem-estar, a tradição à inovação e a economia à animação sociocultural, podem encontrar caminhos que levem ao desenvolvimento sustentado”.

Este festival, em particular, tem contribuído para promover as potencialidades económicas e gastronómicas dos produtos silvestres, disse, por sua vez, o presidente da União das Fregue-sias de Idanha-a-Nova e Alcafozes, entidade parceira da Câma-ra na organização.

Vítor Mascarenhas lembrou que “tanto os espargos como os tortulhos e as criadilhas nascem nos campos desta região”, por isso “estas temáticas encontram aqui um palco privilegiado para a sua promoção”.

No concelho de Idanha-a-Nova

Produtos silvestres foram “reis” em Alcafozes

A par do vasto programa de animação ligado aos produtos silvestres, o Festival contou ainda com espectáculos musicais, workshops, jogos “à moda antiga”, animação de rua e uma feira com os melhores produtos regionais.

O passeio pedestre “Rota dos Produtos Silvestres”, com a colaboração do especialista nacional em micologia José Luís Gravito Henriques, foi um sucesso. Participaram cerca de 50 pessoas, portuguesas e espanholas, esgotando o limite de ins-crições.

A Feira do Folar de Valpaços voltou a receber largas dezenas de milhares de pessoas, naquela que é a “melhor mostra gas-tronómica de toda a região norte”, nas palavras do presidente da Câmara de Valpaços. Amílcar Almeida realçou o “volume de negócios” gerado em torno da Feira do Folar, que se estima ron-de um milhão e meio de euros nos três dias do certame, para os produtores, particulares e padarias, hotelaria, restauração e comércio.

Afirma o presidente da Câmara de Valpaços

Feira do Folar é a “melhor mostra gastronómica” de toda a região norte

No balanço final ao certame “claramente positivo”, o autar-ca transmontano destacou a presença de cerca de uma cente-na de expositores e a “qualidade dos produtos apresentados”, em especial o folar que “é consumido ao longo de todo o ano, não só em Trás-os-Montes, mas também noutros pontos do país e do estrangeiro”.

Mas a essência deste produto, segundo Amílcar Almeida, “reside na essência dos produtos utilizados na sua confecção, com destaque para o azeite de Valpaços, o melhor do mundo, mas também das carnes de porco caseiro utilizadas por muitos produtores”.

Para o autarca transmontano, a Feira do Folar é o ponto de encontro de muitos valpacenses que nesta quadra regressam à sua terra, mas também dos milhares de visitantes que “para além de adquirirem produtos de grande qualidade, levam uma imagem positiva de Valpaços”. O edil diz ainda que o certame mostra a “identidade do território e é também a afirmação cul-tural e paisagística do concelho e da região” e serviu também para promover e potenciar outros “importantes produtos deste concelho”, como a castanha, azeite e vinho, sectores que repre-sentam cerca de 50 milhões de euros por ano.

Esta iguaria, que marca presença obrigatória todos os lares transmontanos durante a celebração da Páscoa, é feita com ovos, farinha, azeite e várias carnes como presunto, salpicão, linguiça e carnes de porco.

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Cerca de mil participantes, oriundos de vários pontos do país e do estrangeiro, marcaram presença no concelho de Oleiros no lançamento do Trilho Internacional dos Apalaches português, naquele que foi provavelmente o maior acontecimento do gé-nero na região nos últimos tempos.

Com este novo e desafiante percurso de 37 km, situado in-tegralmente no concelho de Oleiros e intitulado GR 38 - Gran-de Rota Muradal-Pangeia, Portugal passou a ter um dos Trilhos Internacionais dos Apalaches, o maior de pegadas humanas do mundo, visitado anualmente por quatro milhões de pessoas. A aposta reflecte o potencial turístico do concelho, comprovado pela evolução do número de dormidas nos últimos anos, assim como pela capacidade de internacionalização em mercados em crescimento, como o americano.

O presidente da Câmara local realçou a importância do tri-lho para o turismo e para a economia do concelho e da própria região onde está inserido. “Tivemos em Oleiros pessoas de di-versas partes do mundo, mais de 1.000 inscritos para fazer o pri-meiro percurso e fomos obrigados a acabar com as inscrições porque já não era possível satisfazer todos os pedidos”, referiu Fernando Marques Jorge.

O autarca adiantou ainda que em Oleiros e também na re-gião de Pampilhosa da Serra os alojamentos ficaram completa-mente esgotados. “Acredito que o trilho vai ser um grande foco de atracção e irá potenciar a economia e o turismo local”, sus-tentou.

Por sua vez o presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro saudou e elogiou o município de Oleiros “por integrar a rota dos Apalaches, que serve os amantes da natureza e do turismo activo, um dos produtos estratégicos que queremos potenciar”, referiu Pedro Machado. Este responsável explicou que o trilho, através da Grande Rota do Moradal - Pangeia, vem reforçar o posicionamento que a região Centro tem no turismo activo e de natureza. “Este posicionamento através de uma rede

Com mais de 1000 participantes

Oleiros inaugurou trilho internacional dos Apalaches

internacional acaba por reflectir o potencial turístico da região e a capacidade de internacionalização em mercados em cresci-mento, como o americano”, sustentou.

Pedro Machado disse que a disponibilidade para o turismo de aventura e de natureza “irá reforçar este posicionamento, cujo potencial económico é elevado e acima da média”. Adian-tou ainda que o IAT vai ajudar a que sejam ultrapassadas duas questões estruturantes para o turismo da região Centro e do in-terior do país: “Vai desfazer a litoralização e aproximar o turismo do interior de territórios de baixa densidade. O trilho vai também ajudar a região Centro a ter uma média de estadia mais alta”.

Portugal passou, assim, a ter um dos trilhos internacionais dos Apalaches, o maior trilho de pegadas humanas do mundo, visitado anualmente por quatro milhões de pessoas.

Situado no continente americano, o trilho original tem 3.500 quilómetros e atravessa a cordilheira montanhosa dos Apala-ches, passando por 14 estados dos EUA. O percurso português inclui uma grande rota, com 38 quilómetros, situada integral-mente na Serra do Muradal, no concelho de Oleiros.

A grande rota do Muradal-Pangeia faz alusão à montanha quartzítica onde se desenvolve, mas também ao continente que existiu há 200 milhões de anos e que reunia todos os continen-tes que existem actualmente e, consequentemente, a região do maciço ibérico.

Várias entidades oficiais, entre embaixadas dos Estados Uni-dos da América e Canadá, o presidente do “International Appala-chian Trail” e representantes do Turismo em Portugal e do Centro estiveram presentes na inauguração que antecede a realização da prova portuguesa do “Trans Pangean Challenge”, uma das mais reputadas e desafiantes competições de “ultra running” em todo o mundo, que se realiza em Portugal entre os dias 19 e 25 de Abril devido à existência deste trilho dos Apalaches.

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A framboesa foi, em 2014, o segundo fruto mais exportado por Portugal em termos de valor, alcançando os 64 milhões de euros, de acordo com o investigador Pedro Brás de Oliveira. O cientista do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Ve-terinária (INIAV) salientou que os “pequenos frutos estão na moda”, sendo a framboesa a “rainha” deste sucesso.

Portugal, que passou de uma área de pequenos frutos “in-significante” na década de 80, para 1.300 hectares em 2013 tem vindo a duplicar o valor das exportações todos os anos, fazendo da framboesa o segundo fruto mais exportado em valor, a seguir à pêra, com 88 milhões de euros.

O potencial de Portugal para este tipo de produção atraiu, na década de 90, a empresa norte-americana Driscoll’s, líder mundial na produção de frutos vermelhos, que estabeleceu uma parceria empresarial com o INIAV neste domínio. “A Zam-bujeira, no Litoral Alentejano, é a Califórnia da Europa e foi isso que nos atraiu”, sublinhou o director da empresa para Portu-gal, Nuno Madureira Simões.

A Driscoll’s conta actualmente com duas quintas em Por-tugal (Maravilha Farms) e trabalha igualmente com produto-res independentes, sendo a organização Lusomorango consi-derada como “a grande alavanca de desenvolvimento”.

A empresa exportou 50 milhões de euros em 2014 e as-segura cerca de 3.500 postos de trabalho directos através da sua rede de produtores em Portugal, sendo “um forte empre-gador” da região alentejana, estimou o mesmo responsável.

Uma equipa de investigadores da Universidade Católica do Porto divulgou os resultados de um estudo sobre as ca-racterísticas nutricionais da bolota que indicam pode ser uma alternativa para celíacos e protege contra a oxidação do ADN.

O estudo, conduzido por Manuela Pintado, revelou que “além do elevado valor nutricional da bolota fresca e da res-pectiva farinha, rica em fibra, proteína e com um perfil de lípi-dos semelhante ao azeite, com ausência de glúten, a bolota apresenta importantes compostos antioxidantes”, podendo revelar-se uma “alternativa” nutricional para pessoas intole-rantes ao glúten.

A equipa de investigação da Escola Superior de Biotec-nologia da Católica Porto desenvolveu uma bebida de bolota fresca “desprovida de amargor” que demonstrou, pela primei-ra vez, “a capacidade de promover o crescimento das bacté-rias benéficas presentes na microbiota intestinal”.

Para que os benefícios da bolota sejam aproveitados, os investigadores afirmaram que foi lançado um desafio a uma empresa da área para se tentar a produção de iogurtes que englobem as características “benéficas” do fruto seco.

Com uma área de produção superior a 1.300 hectares

Framboesa já é o segundo fruto mais

exportado por Portugal

O estudo revelou “o elevado valor nutricional da bolota fresca”

Investigadores do Porto estudam bolota

como alternativa nutricional para celíacos

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O regime de quotas leiteiras da UE vai terminar a 31 de Mar-ço. Introduzido em 1984, numa época em que a produção da UE excedia de longe a procura, o regime de quotas foi um dos instru-mentos introduzidos para eliminar esses excedentes estruturais.

As sucessivas reformas da política agrícola comum da UE refor-çaram a orientação de mercado do sector e, paralelamente, propor-cionaram uma série de instrumentos mais adaptados de apoio aos produtores das zonas vulneráveis – como as regiões montanhosas, nas quais os custos de produção são mais elevados.

A data de termo do regime de quotas foi decidida em 2003, a fim de proporcionar aos produtores da UE mais flexibilidade de resposta à procura crescente, especialmente no mercado mun-dial. Essa decisão foi confirmada em 2008 com uma série de me-didas destinadas a garantir uma “aterragem suave”.

Mesmo com o regime de quotas, as exportações da UE de leite

Regime actual vai terminar a 31 de Março

Sector leiteiro da UE prepara-se para o fim das quotas leiteiras

As questões práticas que surgem no dia-a-dia, quando lidamos com a compra ou consumo de produtos alimentares, tenderão a ficar mais claras com a aplicação de um novo enquadramento legal trazido pelo regulamento comunitário sobre informação ao consumidor.

Desde o passado dia 13 de Dezembro, quem pretender ter uma in-formação mais completa sobre os alimentos que está a adquirir, ou a utilizar, irá beneficiar de novas regras que visam promover uma ade-quação do quadro legal aos novos formatos de consumo e às novas exigências dos consumidores. Note-se, no entanto, que durante algum tempo irão coexistir nas prateleiras os novos e os antigos formatos, em virtude dos produtos rotulados antes da referida data.

A principal legislação relativa à rotulagem geral dos alimentos da-tava de finais dos anos noventa e o diploma contendo normas sobre a rotulagem nutricional havia sido adoptado há dez anos, tendo as actualizações subsequentes dos textos legais dado origem a uma ver-dadeira “manta de retalhos”. A verdade é que, desde então, as exigên-cias da sociedade e as práticas de comercialização mudaram muito. Os consumidores pretendem hoje estar melhor informados quando com-pram alimentos e a informação presente nos rótulos deve ser necessa-riamente simples, legível, compreensível e não enganosa.

Para melhor corresponder a essas expectativas, e numa pers-pectiva de simplificação do quadro regulamentar comunitário, o novo diploma estabelece princípios gerais sobre rotulagem dos ali-mentos, introduz novas normas sobre a legibilidade da informação (onde se inclui um tamanho de letra mínimo) e actualiza as normas destinadas a impedir práticas enganosas. São reforçadas as disposi-ções já existentes aplicáveis à prestação de informações sobre cer-tas substâncias que provocam reacções alérgicas ou intolerâncias, a fim de informar os consumidores com alergias e de proteger a sua saúde quando consomem alimentos pré-embalados e não pré-em-balados ou quando consomem refeições fora de casa.

A informação da origem torna-se obrigatória no caso da carne fresca proveniente de ovinos, caprinos, aves de capoeira e suínos. Em geral, é mantida a actual abordagem de que a rotulagem relativa ao país de origem ou local de proveniência dos alimentos é volun-tária, a menos que a sua ausência induza os consumidores em erro.

Novas regras de rotulagem de produtos alimentares

As novas normas irão ainda ajudar o consumidor acerca de deter-minadas características nutricionais dos alimentos pré-embalados.

A partir de Dezembro de 2016, permitindo um período de adap-tação mais alargado, energia, gorduras, gorduras saturadas, hidra-tos de carbono, açúcares, proteínas e sal terão de passar a constar obrigatoriamente dos rótulos.

Será também possível incluir informações sobre nutrientes es-pecíficos na parte da frente da embalagem, como por exemplo o valor energético, o que facilitará a comparação dos produtos no acto da compra. No entanto, grande parte da indústria alimentar e das bebidas já disponibiliza esta informação de forma voluntária aos consumidores pelo que, de forma geral, as novas regras aplicam-se de imediato. Outro aspecto que merece destaque é o do estabeleci-mento de regras sobre a venda online, vindo o novo enquadramen-to estabelecer e harmonizar alguns critérios que anteriormente se encontravam bastante fragmentados. Assim, antes da conclusão da compra, devem estar disponíveis todas as menções obrigatórias, à excepção do lote e da data de durabilidade mínima ou data limite de consumo. Já no momento da entrega, devem ser verificadas e estar disponíveis ao consumidor todas as menções obrigatórias.

A adaptação progressiva das empresas às novas plataformas é fundamental para o seu funcionamento sustentável, sendo que a res-ponsabilidade de disponibilizar a informação online é de todos os agen-tes envolvidos. A existência de um sistema cooperativo eficaz entre os proprietários de marcas e retalhistas é de extrema relevância para a ga-rantia de informação exacta e completa, assumindo particular interesse a partilha de dados padronizados para o cumprimento da legislação. As disposições deste diploma vêm ainda imputar responsabilidades aos diferentes interlocutores da cadeia de abastecimento, sendo que o operador responsável por assegurar a presença e a exactidão da in-formação sobre os géneros alimentícios será aquele sob cujo nome ou firma o género alimentício é comercializado.

Jorge EstevesADES - Associação Empresarial do Sabugal

e produtos lácteos aumentaram 45 % em volume e 95 % em valor nos últimos cinco anos. As projecções de mercado revelam fortes perspectivas de continuação do crescimento, nomeadamente no caso dos produtos com valor acrescentado, como o queijo, mas também de ingredientes de produtos nutricionais, dietéticos e para desportistas.

Phil Hogan, Membro da Comissão responsável pela agricultura e pelo desenvolvimento rural, em antecipação ao termo do regime de quotas, referiu que “o fim do regime de quotas leiteiras represen-ta um desafio e uma oportunidade para a União Europeia. Constitui um desafio porque uma geração de produtores de leite terá de se adaptar a circunstâncias completamente novas e seguramente que a alguma instabilidade”. Porém, acrescentou, “constitui igualmente uma oportunidade em termos de crescimento e de emprego.

Para Phil Hogan, “recentrando-se em produtos de valor acres-centado e nos ingredientes dos produtos funcionais, o sector leiteiro tem potencial para se tornar um motor económico da EU”, susten-tando que “para as zonas mais vulneráveis, nas quais o fim do regime de quotas pode ser encarado como uma ameaça, está prevista uma série de medidas de desenvolvimento rural, em consonância com o princípio da subsidiariedade”.

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O presidente da Câmara de Fornos de Algodres, Manuel Fon-seca, considerou que o programa Portugal 2020 poderá ser uma oportunidade para ajudar a desenvolver o sector do queijo da Serra da Estrela. “É uma oportunidade para o sector do queijo e é imperioso que isso aconteça, porque, tendo em conta a ca-mada etária das pessoas que actualmente fazem o queijo, daqui a dez anos, ou há uma renovação ou não há produção”, afirmou o autarca Manuel Fonseca durante a realização de mais uma fei-ra anual do queijo Serra da Estrela.

Segundo o autarca, as verbas do Portugal 2020 são neces-sárias para o relançamento do sector queijeiro no seu concelho, que produz anualmente cerca de 60 toneladas de queijo de ove-lha certificado e não certificado. “Será uma oportunidade, mas depende muito do que o Governo pretender fazer, porque pa-rece que o Ministério da Agricultura, neste momento, não está a potenciar os possíveis recursos do Portugal 2020, ou seja, estão a ser criados demasiados entraves burocráticos aos agriculto-res, fazendo até com que eles desistam”, alertou.

Fornos de Algodres tem actualmente um efectivo de seis mil ovelhas, 16 queijarias licenciadas e duas que produzem queijo certificado. Manuel Fonseca lembra que a burocracia tem levado muitos pastores a desistirem da produção de queijo e a vende-rem o leite para unidades industriais. Se a burocracia diminuir e se forem criados apoios para as queijarias, o autarca admite que quem desistiu pode “voltar a fazer queijo” e os jovens podem interessar-se por aquela actividade tradicional.

A Câmara de Fornos de Algodres tem um Gabinete de Apoio ao Ovinocultor e é o segundo concelho da área demarcada de produção de queijo Serra da Estrela com maior número de quei-jarias licenciadas, segundo João Gomes, responsável por aquele serviço. O gabinete, criado há dez anos, dá “apoio total ao licen-ciamento das queijarias”, indicou.

Diz o presidente da Câmara de Fornos de Algodres

Portugal 2020 “é oportunidade” para queijo da Serra da Estrela

“Fornos de Algodres foi a primeira autarquia a prestar o serviço aos produtores, no que respeita ao autocontrolo ba-seado nos princípios do Sistema HACCP - Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo e a suportar os custos da certifica-ção do queijo», disse João Gomes.

Na feira do queijo de Fornos de Algodres, a última realizada este ano na região demarcada, o queijo de ovelha certificado foi vendido a 13 euros o quilo e, o não certificado, a 12 euros. A região demarcada de produção do queijo Serra da Estrela abrange 18 municípios, como Guarda, Fornos de Algodres, Ce-lorico da Beira, Gouveia, Manteigas, Seia, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Mangualde e Covilhã.

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Quinta do GagoSociedade Agrícola, Unipessoal, Lda

Bairro Alto, nº 17 | 5430-272 Sonim - ValpaçosTlm.: 966 224 323

Milhares de pessoas passaram pelas Termas do Carva-lhal para degustar o Bolo Podre de Castro Daire. A iniciati-va do Município local, em parceria com a Confraria do Bolo Podre e a colaboração da Pastelaria Sortido Fino, visou produzir o Maior Bolo Podre do Concelho.

Com cerca de 100 metros de comprimento e 500 qui-los, o bolo pode ser apreciado e provado pelas milhares de pessoas que estiveram nas Termas do Carvalhal para assistir ao evento.

O Bolo Podre, antes de ser fatiado e distribuído por todos os presentes, teve a bênção de D. Felício, Bispo da Guarda, que se juntou ao presidente da Câmara, Fernan-do Carneiro, ao Grão-Mestre da Confraria do Bolo Podre, Adérito Ferreira, e aos muitos convidados para este even-to.

Esta iniciativa permitiu a divulgação e promoção de uma das maiores iguarias gastronómicas do concelho, o Bolo Podre, servindo ainda para explicar aos visitantes e aos mais jovens não só o significado deste colo para as gentes do concelho, mas também a forma como é pre-parado e confeccionado, explicação essa proporcionada através dos Workshops que decorreram durante o dia e que muitos tiveram oportunidade de experimentar.

Numa iniciativa do Município local e da Confraria do Bolo Podre

Milhares de pessoas provaram o Maior Bolo Podre de Castro Daire

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Confirmando o interesse que o sector florestal tem para a economia regional e nacional, mais de duas centenas de pes-soas participaram na conferência “Floresta e Território: Riscos, Economia e Políticas”, que decorreu no Centro Ciência Viva da Floresta (CCVFloresta), em Proença-a-Nova.

Organizada pela Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB), em conjunto com a Câmara de Proença-a-Nova e o CCVFloresta, esta iniciativa teve como objectivo debater ques-tões fundamentais sobre um dos principais recursos endógenos do país, com especial incidência no pinheiro bravo. João Paulo Catarino, presidente da CIMBB e do município anfitrião, consi-dera que o pinheiro bravo será uma cultura inviável se for utili-zada exclusivamente, ou quase, na produção de energia. “A im-portância desta indústria no passado, no presente e no futuro é inquestionável. Contudo, terá de ser complementada com uma indústria que transforme, com inovação, médios e grandes diâ-metros e complementada também com a resinagem”, salientou.

Durante a conferência, muitos foram os motivos apontados para um presente menos optimista para esta espécie, todos li-gando de forma estrutural floresta e território. Face à tendência de despovoamento das zonas rurais, a floresta é das primeiras a sofrer as consequências da desertificação e do progressivo envelhecimento da população do interior pois, não sendo limpa com tanta regularidade, torna-se mais vulnerável a incêndios florestais de grande dimensão que dizimam tanto as proprie-dades limpas, como as que estão abandonadas. Adicionalmen-te, os fenómenos migratórios e emigratórios colocaram novas gerações longe das raízes dos seus antepassados, deixando de cuidar e valorizar os seus terrenos de floresta, contribuindo para a problemática do cadastro, quando se estima a existência de um milhão de hectares de terrenos privados abandonados.

A presidente do Instituto de Conservação da Natureza e Flo-restas referiu precisamente que apenas 2,5 % das propriedades florestais pertencem ao Estado e a outras entidades públicas, sendo os restantes possuídos por comunidades locais e entida-des privadas. “Atendendo ao regime de propriedade privada do-minante, a melhor política de gestão das florestas para valorizar

Mais de 200 pessoas participam em conferência sobre a floresta em Proença-a-Nova

Rentabilidade do pinheiro bravo permite criar futuro diferente para a espécie

a sua função de conservação da natureza e de salvaguarda da biodiversidade passa obrigatoriamente por garantir a viabilidade económica dos sistemas de produção”, afirmou Paula Sarmento. “Só assim é que a floresta pode cumprir o seu desígnio”, susten-tou.

Ao longo dos diferentes painéis da conferência, deram-se pistas que explicam o actual estado da floresta portuguesa, os métodos de gestão disponíveis, novas metodologias na preven-ção dos incêndios florestais, formas de valorização dos recursos florestais, como a biomassa ou, mais importante ainda, a recu-peração da resinagem, cuja extracção torna o pinheiro bravo uma das culturas florestais mais competitivas do país e a única que permite um rendimento anual periódico ao proprietário.

A encerrar a conferência, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro chamou a atenção para a necessidade de ocupar o território, requalificar as pessoas e incentivar o investimento na fileira. Ana Abrunhosa elencou uma série de medidas previstas no próximo Quadro Co-munitário de Apoio (em vigor até 2020), nomeadamente o PDR que define os instrumentos de apoio financeiro para esta fileira, que abrangem áreas como a protecção e reabilitação do espa-ço, a prevenção do risco de incêndio e acções de estabilização nas fases posteriores aos fogos florestais bem como apoios para a beneficiação da floresta.

“Constata-se que as fileiras florestais que produzem susten-tabilidade para todos os seus agentes criam riqueza para os seus proprietários e para o território. No caso do pinheiro bravo, pre-cisamos de complementar a indústria actual com indústria ino-vadora que crie produto final com valor acrescentado, de forma a remunerar todos os agentes da fileira, incluindo os proprietá-rios”, sintetizou o presidente da CIMBB. No final da conferência, João Paulo Catarino destacou o facto dos participantes terem escolhido assinalar o Dia Internacional das Florestas promoven-do um debate que se espera dinamizador da floresta. “Levámos deste dia, acima de tudo, a esperança de que podemos mudar para melhor a valorização do pinheiro bravo que é, indiscutivel-mente, uma espécie com futuro”.

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A Federação Nacional de Associações de Produtores Flores-tais (FNAPF) foi uma das entidades que subscreveu o protocolo de constituição dos Centros de Competências do Pinheiro Bravo e do Pinheiro Manso, que conta com mais de 30 entidades parceiras a nível nacional, entre universidades, federações de proprietários florestais, indústria ligada à fileira do pinho e Municípios.

A assinatura do protocolo teve lugar no Ministério da Agricul-tura, e contou com a presença da Ministra Assunção Cristas, que aproveitou a presença dos parceiros neste projecto para destacar alguns exemplos de boas práticas na área da floresta, como é o caso da Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) que, no entender da governante, têm tido um papel positivo na gestão florestal sobre-tudo em áreas de elevado risco de incêndio.

Tendo em conta a enorme importância económica, social

Protocolo foi assinado no Ministério da Agricultura

FNAPF integra núcleo fundador dos Centros de Competências do Pinheiro Bravo e do Pinheiro Manso

e ambiental da fileira do pinho para Portugal, representando 80% dos empregos do sector florestal, os novos Centros de Competências visam potenciar a cooperação entre os agen-tes económicos envolvidos na fileira, as entidades do sistema científico e a administração pública, assumindo-se como um fórum de congregação e partilha do conhecimento, recursos e competências existentes nas várias entidades de forma a encontrar e implementar soluções para os principais desafios e constrangimentos à sustentabilidade da fileira do Pinho em Portugal.

Como representante dos proprietários e membro fundador dos Centros de Competências, a FNAPF, através do seu presi-dente, José Vasco Campos, já se congratulou com a sua cria-ção, esperando sobretudo que estes possam contribuir para “criar uma maior proximidade entre os parceiros no âmbito da investigação”, ajudando assim a “valorizar duas espécies fun-damentas para o nosso pais e que representam a maior área florestal portuguesa”.

Vasco Campos, que lidera uma federação com cerca de 40 associados, lembra que estes Centros de Competências podem ter um papel importante no melhoramento genético para criar variedades com maior resistência a pragas e doenças, como a doença do nemátodo do pinheiro, que afecta actualmente centenas de milhares de árvores (pinheiro bravo) em Portugal, incentivando assim o reforço do investimento na fileira.

A ministra da Agricultura e do Mar plantou diversas árvores em Vale de Cambra, numa iniciativa de reflorestação de áreas ardidas durante a qual apelou a parcerias entre pequenos proprietários e à diversificação da economia florestal.

Assunção Cristas começou por inaugurar a nova Rota dos Moinhos de Paraduça, constituída por cinco engenhos recupera-dos pela Junta Freguesia de Arões após um investimento de 15.000 euros, financiado pelo programa LEADER +. Em seguida, a ministra circulou pelo casario rural da aldeia, experimentou iguarias locais ao som das cantadeiras locais e depois, com três dos seus filhos, deitou literalmente as mãos à terra para com eles plantar cerca de 15 árvores em parte dos quase três hectares de terrenos baldios que arderam em Paraduça em 2006 e 2010. “Se for a contabili-zar as minhas árvores e as dos meus filhos, já superamos a quota de participação”, contou Assunção Cristas, por altura da sua 13.ª árvore. “Temos que deixar algumas para serem plantadas pelos voluntários”, acrescentou, em tom de humor.

A iniciativa da Câmara de Vale de Cambra e do Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta envolveu 600 voluntários da comunidade regional e ainda os 500 participantes da prova de BTT “GPS Epic”. “A plantação de árvores é uma fonte de benefícios para a sociedade, não só do ponto de vista económico, mas tam-bém do ambiente”, defendeu Assunção Cristas, referindo-se, por exemplo, ao sequestro de oxigénio e à filtração de água.

A governante realçou que a tutela tem reservados para ac-

ções nessas área 550 milhões de euros ao abrigo do PDR 2020 - Programa de Desenvolvimento Rural do Continente e, nesse contexto, apelou a que os pequenos proprietários estabele-çam parcerias entre si no sentido de “defenderem a floresta em conjunto”. “É importante canalizar verbas para isso”, afirmou a ministra. “A nossa intenção é também diversificar aquilo que se retira das florestas [para efeitos de comercialização], porque a sua riqueza não é apenas a madeira e também o mel, as plan-tas, as ervas”, acrescentou. Para esse efeito, a técnica flores-tal da autarquia de Vale de Cambra apontou como essencial a criação de zonas de compartimentação florestal que, em caso de incêndio, ajudem a delimitar o fogo. “Esta área onde esta-mos a plantar já ardeu duas vezes e por isso é que escolhemos para aqui espécies locais, autóctones, como sobreiro, medro-nheiro, carvalho negral, carvalho roble e bétulas”, explica Vera Silva. “Estas árvores são folhosas, menos inflamáveis, e isso significa que, em caso de incêndio, representam uma redução de matéria combustível”, complementa.

Assunção Cristas observou que diversas entidades nacio-nais estão já a executar operações de manutenção nos terre-nos florestais, na habitual estratégia de prevenção da época de incêndios. “Temos, aliás, verbas e fundos para apoiar essas actividades e muitas delas são financiadas a 100%”, realçou.

No concelho de Vale de Cambra

Ministra planta árvores para benefício de áreas ardidas e da economia florestal

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Em 20 anos a mimosa ocupou 10% da área florestal

CAULE alerta para “perigo amarelo” causado pelas acácias

A CAULE – Associação Florestal da Beira Serra defende um plano nacional de combate às invasoras lenhosas, nomeada-mente as acácias, vulgarmente conhecidas por mimosas, tendo em conta a propagação extremamente “rápida” que esta es-pécie tem tido nos últimos anos, estimando-se que represente actualmente entre 5 a 10% do território florestal.

Preocupado com aquilo que designa de “perigo amarelo”, uma vez que a mimosa “onde existe acaba com tudo”, o presi-dente da CAULE, José Vasco Campos, garante que a associação que lidera tem vindo a realizar, nos últimos anos, um combate “mais incisivo” a esta invasora na região da Beira Serra e con-celhos limítrofes, tendo intervenções numa área de mais de 150 hectares inserida em Zonas de Intervenção Florestal.

Além das acções de controlo desta espécie invasora que são feitas “com a aplicação de herbicidas não ofensivos para o meio ambiente”, a CAULE já fez intervenções em mais de 80 pontos individuais, numa estratégia que tem como objectivo, explica José Vasco Campos, “atacar pequenos focos logo à nascen-ça”. Um ataque à mimosa que, apesar de contar já com alguns apoios públicos, Vasco Campos gostaria de ver reforçado no próximo quadro comunitário, até porque “muito do que tem sido feito nesta área é a expensas próprias da associação”, diz. “Va-mos propor à senhora Ministra um plano nacional de combate às invasoras lenhosas”, na medida em que “a situação está a tomar contornos preocupantes”, nomeadamente na região Centro e Norte do país, considera. “Se pensarmos que em 20 anos a mi-mosa ocupou 10% da área florestal, nos próximos 20 como será, ocupa 20%?” questiona, defendendo um combate sério a esta invasora, que onde chega “elimina as outras espécies”.

“Um dos problemas da acácia é que acaba com a biodiver-sidade, onde chega, deixam de existir outras espécies, o que se reflecte não só numa diminuição da flora como da fauna”, ob-serva o presidente da CAULE, alertando ainda para as questões de saúde pública, já que liberta um “pólen” que é muito prejudi-cial para as vias respiratórias.

Consequência dos grandes incêndios de 2005 nas serras da Estrela e do Açor, a mimosa tem vindo a conquistar “terreno” um pouco por toda a região, havendo zonas, como os vales do Alva e Alvoco no concelho de Oliveira do Hospital, mas também o vale do Mondego, que “estão numa autêntica miséria”. “É preciso re-solver este problema sob pena de termos graves prejuízos para o meio ambiente e para o desenvolvimento florestal sustentá-vel”, adverte Vasco Campos, lembrando que a associação a que preside tem estado a fazer trabalho nesta área, que é preciso, contudo, ser intensificado para destruir esta “mancha amarela” que ameaça o restante património florestal.

O presidente da CAULE deixa, de resto, o apelo às autarquias e aos proprietários florestais para “se preocuparem com este problema”, tomando medidas dentro das suas propriedades e, no caso, dos Municípios promovendo acções de sensibilização sobre esta problemática.

Com o objectivo de alertar o público mais jovem para os efei-tos nefastos da proliferação das acácias, a Associação Florestal da Beira Serra irá lançar em breve uma campanha de informa-ção/sensibilização sobre esta espécie invasora, envolvendo as escolas da sua área de influência.

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A importância do solo para as sociedades humanas e para o nosso modo de vida levou as Nações Unidas a declararem 2015 – Ano Internacional dos Solos. A urbanização crescente e a evolução tecnológica tendem a fazer-nos esquecer deste recurso e das ameaças a que está sujeito. Segundo a FAO o solo fornece 99% de toda a biomassa produzida no mundo, para a alimentação humana e animal, para a produção de fibras ve-getais com múltipla aplicações industriais, bioenergia, produtos bioquímicos, produtos farmacêuticos e outros. Este dado, só por si, revela bem a nossa dependência avassaladora deste recurso, praticamente tão vital como o ar e a água.

Mas o que é o solo? A palavra ‘solo’ é aplicada em muitas situações, por vezes só para referir o chão. Porém, o solo tem espessura, é uma cobertura de material solto (mineral e orgâ-nico) existente à superfície da terra, que serve de meio natural para o crescimento das plantas e de muitos outros organismos.

A par da produção de biomassa, os solos desempenham outras funções (e serviços para a humanidade) que os tornam indissociáveis da evolução da vida terrestre e das sociedades humanas em particular: intervêm nos ciclos de renovação da vida, como os ciclos da água, do carbono e do azoto, para referir apenas os mais relevantes para o clima e as alterações climáti-cas; têm dos maiores níveis de biodiversidade da Terra – neles vivem inúmeras espécies de organismos, macro e microscópi-cos, na sua maioria ainda desconhecidos; guardam vestígios de enorme interesse científico, cultural, artístico e até religioso.

É comum desvalorizar a nossa dependência do solo, assu-mindo que é um recurso abundante e imutável. Todavia, o solo é um recurso finito. Aliás, é cada vez mais reduzida a parcela de solo arável (adequado para culturas anuais e prados tempo-rários) por habitante. E prevê-se que continue a diminuir, dos quase 0,25 ha actuais, para menos de 0,2 ha em 2050 (a par do aumento da população de 7 para mais de 9 mil milhões de ha-bitantes). Em Portugal já só temos 0,1 ha de solo arável por ha-bitante, um dos valores mais baixos da Europa. O solo também

não é imutável. Embora se forme muito lentamente – demora 1 000 a 2 000 anos para formar apenas 10 cm de solo – pode sofrer uma degradação muito rápida, por vezes em horas ou minutos, por deslizamentos e enxurradas associados a chuvas mais intensas.

Mas processos de degradação mais prolongados são igual-mente graves porque, sem vigilância ou monitorização, podem ser evidentes tarde de mais. A União Europeia reconheceu as seguintes ameaças aos solos da Europa: selagem (impermeabi-lização ou pavimentação), erosão (pela água e pelo vento), per-da de matéria orgânica, perda de biodiversidade, compactação, salinização, contaminação (por poluição concentrada e difusa), cheias e deslizamentos. Todas estas formas de degradação têm origem humana, associadas a muitos tipos de usos do solo.

Uma vez degradado, a recuperação de um solo pode demo-rar várias gerações, por isso tem de ser considerado um recur-so natural não renovável. Também não é razoável admitir que a evolução tecnológica encontre outros recursos capazes de substituir as funções do solo. A ciência e a tecnologia são sim, indispensáveis para promover o uso e a gestão sustentável do solo e prevenir todas as formas de insegurança a médio-longo prazo, nomeadamente as decorrentes das alterações climáti-cas. Mas, para ser eficaz, é preciso que cada vez mais cidadãos adoptem uma atitude ética inspirada nos melhores agricultores do passado, que procuravam legar aos descendentes terras tão ou mais férteis do que as que tinham recebido dos seus ante-passados.

Ao longo de 2015 a Direcção da Sociedade Portuguesa da Ciência do Solo (SPCS) participa na promoção do Ano Inter-nacional dos Solos com um conjunto de acções que vão sendo divulgadas em www.spcs.pt.

In: Ciência Viva

2015 – Ano Internacional dos Solos

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Situada na freguesia da Muxagata, no concelho de Fornos de Algodres, a Quinta dos Carvalhais é um projecto de turismo rural sustentável e de qualidade. O pro-jecto de João Pina Gomes passou por investir num produto diferenciador e de qualidade, como forma de atrair gente ao interior.

Gazeta Rural (GR): O que é a Quinta dos Carvalhais e como nasceu?

João Pina Gomes (JPG): A Quinta dos Carvalhais é uma exploração agrí-cola com 27,82 ha, situada na freguesia da Muxagata, no concelho de Fornos de Algodres. As principais atividades agríco-las são olival, pomar de mirtilos, pomar de groselhas, cereais e floresta.

Nasceu com a aquisição há uns anos da Quinta dos Carvalhais, uma proprie-dade agrícola com características dife-renciadoras e de grande potencial, que se encontrava totalmente abandonada e em ruinas. Efetuamos um conjunto de

iniciativas e investimentos que promove-ram de forma sustentável a recuperação física e económica da Quinta dos Carva-lhais.

GR: O que marca a diferença na Quinta dos Carvalhais?

JPG: O que nos diferencia é a estra-tégia conseguida de articular a agricultu-ra com o turismo diferenciado e de qua-lidade, capaz de valorizar devidamente os produtos agrícolas, os edifícios e o montado de carvalhos. Defendo a diver-sificação de atividades. Daí que recupe-ramos e ampliamos os edifícios em ruinas e criamos três unidades de alojamento independentes (2 T1 e 1 T3), e algumas in-fra-estruturas e equipamentos de apoio, como a piscina comum, parque infantil, sala para workshops, forno tradicional, eira tradicional, caminhos pedonais, etc.

Disponibilizamos na exploração agrí-cola, um conjunto de instalações, equi-pamentos e serviços que permitem apre-sentar um produto turístico completo e

diversificado, sem fugir à nossa activida-de principal que é a agricultura.

GR: O período que atravessamos tem sido difícil ou, apesar da crise, os turistas procuram sítios diferentes?

JPG: Apesar da crise temos tido boa adesão. As nossas vendas na área do alojamento ganham cada vez mais per-centagem no total faturado da empresa. É um produto novo e de qualidade, no entanto os preços de venda têm de ser equilibrados para captar a classe média, que é quem mais sofre com esta crise.

GR: O turismo rural é um produto turístico bem aproveitado no interior?

JPG: Tem claramente de ser mais bem aproveitado, mas para isso temos de ter mais qualidade. Temos todos de ser mais exigentes. A concorrência é muita por parte de outras regiões. Continuamos a ter um deficit na promoção de uma re-gião única, com produtos diferenciados e com uma marca distintiva que é Serra da Estrela.

Mais pormenores em:www.quintadoscarvalhais.com.pt

Situada na freguesia da Muxagata, no concelho de Fornos de Algodres

Quinta dos Carvalhais aposta em turismo rural de qualidade

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36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano X - N.º 244Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, Fernando Ferreira e José MartinsOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 363 Fracção AT - Lj 11 - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores | Telf. 232 422 364 | E-mail: [email protected] | Zona Industrial de Coimbrões, Lote 44 - 3500-618 ViseuTiragem média Mensal Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores

A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões aposta forte na pro-moção do território. Nesse âmbito, em conjunto com o Turismo do Centro, mar-cou presença no Restaurante Zambeze, em Lisboa, numa acção de promoção da região de Viseu Dão Lafões onde foram degustados produtos tradicionais da re-gião.

A iniciativa, em que estiveram pre-sentes mais de cinco dezenas de ope-radores e representantes de outras en-tidades ligadas ao sector turístico, serviu para demonstrar a diversidade de oferta de produtos turísticos, em áreas tão dis-tintas como o turismo de natureza, tu-rismo cultural, património, gastronomia e vinhos, desporto, entre outros.

“Queremos dar-nos a conhecer e trazer recursos económicos para o ter-

ritório, de forma concertada”, defendeu José Morgado Ribeiro, presidente da Co-munidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões na acção de charme promovida em Lisboa, em parceria com a Turismo do Centro. “É importante promover a região e Viseu Dão Lafões em Portugal e Espa-nha e as suas inúmeras potencialidades, demonstrando a diversidade do seu ter-ritório”, sustentou José Morgado Ribeiro.

Por sua vez o presidente da Turismo do Centro salientou a relevância dos operadores turísticos enquanto parcei-ros para cativarem turismo para a região de Viseu Dão Lafões, “abordando de for-ma diferente a região e os produtos do Centro e excelente qualidade que podem ser tornados em negócio”. No seu discur-so, Pedro Machado reforçou o objectivo do crescimento do turismo em Portugal

Depois de acções em Lisboa, segue a vizinha Espanha

Comunidade Viseu Dão Lafões aposta forte na promoção do território

acima de 2% e da atractiva oferta da re-gião de Viseu Dão Lafões para conquistar famílias e novos mercados.

Aposta forte no mercado espanhol

Para os dias 16 e 23 de Abril estão previstas acções do género em Espanha, com passagem por Vigo e Salamanca. “O mercado espanhol é uma das grandes apostas da CIM Viseu Dão Lafões”, frisou o secretário executivo da CIM Viseu Dão Lafões, Nuno Martinho, apontando ainda uma outra, que passa pela estruturação de ofertas à volta da Ecopista do Dão. “Te-mos vindo a realizar um conjunto de es-forços no sentido de estruturar e organi-zar ofertas à volta dos recursos turísticos que temos no território. Por outro lado, o marketing territorial é uma aposta clara do próximo quadro comunitário 2020”, concluiu.

Nuno Martinho referiu que se tem vin-do a desenvolver uma estratégia global de promoção da marca Viseu Dão Lafões, com acções em diversos pontos do país. “Foi nessa sequência que estivemos em Lisboa, com operadores turísticos do nos-so território, numa operação de promo-ção e venda da região junto do mercado que nos interessa”, justificou.

Estas acções visam apresentar os principais eixos de actuação que o novo plano estratégico de comunicação da-quele território tem vindo a adoptar des-de o último trimestre de 2014, bem como demonstrar a diversidade de oferta de produtos turísticos, em áreas tão distintas como o turismo de natureza, turismo cul-tural, património, gastronomia e vinhos, desporto, entre outros, lançando pers-pectivas para 2015 e anos seguintes.

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BREVESIV Workshop

de Cultura de FramboesasNo dia 11 de Abril a Formtivity promove, em Almogra-

ve, Longueira, a quarta edição do Workshop de Cultura de Framboesa, da responsabilidade de João Roseiro.

Os formandos terão oportunidade de conhecer quer os aspectos da cultura em si, quer os mecanismos de comer-cialização e distribuição e os detalhes que envolvem a Qua-lidade, entre outros. Está incluída uma visita à “Fineberries”, uma exploração de 3 ha.

Pinheiros mansos dão vida ao monte da Senhora do Castelo

O monte da Senhora do Castelo, em Mangualde, ganhou uma nova vida com a plantação de pinheiros mansos. A ac-ção de sensibilização contou com a participação dos alunos do quarto ano da Escola Gomes Eanes de Azurara.

Na acção, que teve como intuito comemorar o Dia Mun-dial da Floresta, estiveram presentes o presidente da Câma-ra, João Azevedo e o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mangualde, José Tomás. A iniciativa contou ainda com o apoio do Serviço Municipal de Protecção Civil (SMPC) e dos Bombeiros Voluntários de Mangualde.

Mealhada comemora o Dia Nacional dos Moinhos

Os moinhos de Santa Cristina e do Lograssol, no con-celho da Mealhada, vão estar abertos ao público nos dias 7, 11 e 12 de Abril. Demonstrações de moagem de cereais e do processo de cozedura do pão, uma feira de artesanato e produtos locais, conversas sobre nutrição e a importância do pão, rastreios de nutrição gratuitos, workshops e outras actividades lúdicas e pedagógicas são algumas das iniciati-vas que fazem parte deste evento.

As actividades são gratuitas e dirigidas a toda a população.

Boticas celebra Dia Nacional dos Moinhos

Assinalando o Dia Nacional dos Moinhos e o Dia dos Moinhos Abertos, promovido pela Rede Portuguesa de Moi-nhos, que se comemoram nos dias 7 e 12 de Abril, respecti-vamente, o Município de Boticas, contando com a parceria da Associação Ambiental e Cultural Celtiberus, vai promover a “Semana dos Moinhos e do Pão de Boticas 2015”, de 7 a 12 de Abril, com actividades dirigidas a diferentes públicos, mas tendo sempre presente a valorização do património cultural e as tradições do concelho.

Durante a semana as actividades destinam-se à comu-nidade escolar e aos utentes da Santa casa da misericórdia. Já no fim-de-semana de 11 e 12 de Abril são dirigidas à popu-lação em geral, através da realização de percursos pedes-tres interpretativos.

Durante esse fim-de-semana estarão também abertos, para visita livre, o Moinho do Cubo e o Moinho do Ribeiro do Fontão, em Boticas, bem como o Moinho da Ponte Pedrinha, junto ao Boticas Parque, o Moinho de Carvalhelhos, junto à fábrica das Águas, e o Moinho do Porto, em Vilarinho Seco.

Segunda edição do concurso de Design e Criatividade

Verallia Portugal recebeu nas suas instalações

alunos de Arte & Design

Os alunos do 2º ano da Escola Superior de Educação de Coimbra, do curso de Arte & Design, visitaram a unidade indus-trial da Verallia Portugal, sedeada na Figueira da Foz, no âmbito da segunda edição do Concurso de Design e Criatividade.

A visita teve como foco o Concurso de Design e Criativi-dade, que por ter sido inserido na cadeira Oficina de Design, do curso de Arte & Design, levou os alunos a querer saber mais sobre o vidro de embalagem para poderem criar a sua própria garrafa dentro dos parâmetros mencionados no re-gulamento do concurso.

A visita começou com uma apresentação da empresa e do processo de produção que deu a conhecer os produtos de diversos segmentos de mercado onde a Verallia Portugal está presente enquanto líder de mercado nacional, a marca Selec-tive Line - marca Premium da Verallia, a linha ECOVA - linha sustentável, os conceitos e simbologias das garrafas, algumas limitações técnicas bem como todo o processo de fabricação. Os alunos tiveram a oportunidade de colocar questões e “ver com as mãos” garrafas de diversas formas e capacidades, bem como garrafas da gama ECOVA e da marca Selective Line com inúmeras decorações que se revelou uma mais-valia, pois pu-deram ver o que já existe no mercado e avaliar detalhes que podem valorizar as suas criações.

A segunda etapa deste encontro focou-se na visita à fábrica com o acompanhamento de uma equipa técnica de fabricação. Os alunos assistiram de perto a todo o processo de fabricação/produção do vidro de embalagem. Durante a visita observaram em tempo real o interior de um dos for-nos, pormenores técnicos foram partilhados e dúvidas fo-ram retiradas. O feedback foi muito positivo, quer para os alunos quer para a Verallia Portugal, o interesse por parte dos visitantes foi notório.

As inscrições para a segunda edição do concurso en-contram-se abertas, até dia 30 de Abril. Nesta edição espe-ram-se projectos que simplifiquem a utilização do quotidia-no, isto é, fáceis e práticos de utilizar com base na inovação e diferenciação, tendo em atenção a proximidade do vidro com o consumidor. A cerimónia de entrega dos prémios terá lugar no dia 26 de Junho de 2015, a partir das 15 horas, no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz, com a apresentação do célebre humorista Nilton.

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O Mercado “Os Quintais nas Praças do Pinhal” regressa a Vila de Rei já no próximo dia 12 de Abril, numa iniciativa organizada pela Pinhal Maior em colabo-ração com os municípios de Mação, Olei-ros, Proença-a-Nova, Sertã e Vila de Rei.

O certame terá lugar no recinto da Igreja de Nossa Senhora da Guia, entre as 09 e as 17 horas, e irá permitir que os pequenos produtores da zona do Pinhal possam comercializar os seus produtos e excedentes agrícolas.

O evento voltará a contar com dife-rentes momentos de animação, estando previstas as actuações da Orquestra Tra-dicional, da Orquestra Clássica da Escola de Música de Vila de Rei e do Agrupa-mento Musical do Conservatório de Mú-sica “Canto Firme”, de Tomar.

São esperados em Vila de Rei cerca de 50 expositores, onde se incluem comer-ciantes de produtos agrícolas, artesanato, cosmética natural e pequenos produtores licenciados de produtos tradicionais.

No próximo dia 12 de Abril

“Os Quintais nas Praças do Pinhal” regressam a Vila de Rei

Av.ª Nossa Sr.ª da Encarnação3430-603 Vassal - Valpaços

Tlm.: 936 319 923Email: [email protected]

Produção em modo biológico

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O dispositivo de combate a incên-dios florestais vai ser este ano reforçado com mais 17 equipas e terá um custo de mais de 80 milhões de euros, anunciou o comandante operacional nacional, José Manuel Moura.

Em conferência de imprensa de apre-sentação do “Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECI)”, que decorreu na Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), aquele adiantou que, este ano, o distrito de Viana dos Castelo vai ser reforçado com mais três equipas de intervenção permanente.

A época mais crítica de incêndios flo-restais, que decorre entre 01 de Julho e 30 de Setembro, vai este ano contar com um total de 2.234 equipas, 2.050 veícu-los, 9.721 operacionais e 49 meios aé-reos, um dispositivo idêntico ao de 2014.

Com um custo de mais de 80 milhões de euros

Dispositivo de combate a incêndios reforçado este ano com mais 17 equipas

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