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"Plantar e cuidar para colher" www.fnapf.pt | www.facebook.com/FNAPF Director: José Luís Araújo | N.º 260 | 01 de Dezembro de 2015 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural.com Os Vinhos de Inverno que nos Dão

Gazeta Rural nº 260

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O Festival Literário "Tinto no branco", que vai decorrer em Viseu, no âmbito do evento “Vinhos de Inverno, está em destaque na edição nº 260 da Gazeta Rural. Na revista de 30 de Novembro referência também para outros eventos gastronómicos e de época, bem como duas entrevistas, uma ao presidente da Cooperativa Agrícola do Távora e outra ao presidente da Câmara de Penacova. No sector do vinho reportagem sobre o Concurso do Crédito Agrícola e a nova aposta internacional, em 2016, da Lusovini. Para ler a reportagem do Fórum Nacional de Apicultura, bem como outras noticias que marcam a actualidade rural por esta altura. Boa leitura

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"Plantar e cuidar para colher"

www.fnapf.pt | www.facebook.com/FNAPF

Director : José Luís Araújo | N.º 260 | 01 de Dezembro de 2015 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural .com

Os Vinhos de Invernoque nos Dão

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Sumário04 Município da Lourinhã promove concurso “As Sopas Lá de Casa”05 Fumeiro de Montalegre e Boticas presente na IV Saborearte07 Autarquia da Beira Baixa reforço aposta no “Penamacor Vila Madeiro”08 Alcáçovas é a capital da doçaria conventual e palaciana09 Milhares de luzes e 300 eventos marcam quadra natalícia em Viseu11 Viseu promove Festival Literário “Tinto no Branco” 12 Presidente da Cooperativa do Távora diz que “central de oferta colocava-nos em melhor posição para negociar”14 Lusovini anuncia um novo mercado de internacionalização em Janeiro15 Vila de Frades recebe a grande festa do Vinho da Talha17 Lagoa distinguida como Cidade do Vinho 201618 Concurso do Crédito Agrícola premiou 51 vinhos

20 Câmara de Penacova quer potenciar recursos naturais do concelho23 Produção de Mel na Ilha do Pico quase duplicou24 XVI Fórum Nacional de Apicultura “ultrapassou as expectativas” 26 Escola do Marco ensaia cruzamento de raças de porcos para produzir presunto29 Alterações climáticas podem afectar culturas e reduzir dias de geada30 Lusosem é pioneira na valorização do tremoço32 Jovens agricultores lideram procura de 15 mil hectares da Bolsa de Terras34 Cante alentejano tornou-se mais-valia para o Alentejo35 UTAD vai dar cursos de formação dirigido a caçadores37 Governo dos Açores promove realização de seminário internacional de genética bovina38 “Ciclo de Criatividade e de Inovação Empresarial” realça mel da região do Guadiana

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Os alimentos que ingerimos todos os dias determinam a nossa saúde e bem-estar e, desde cedo, é importante que as crianças aprendam a conhecer os alimentos, adquirindo há-bitos alimentares saudáveis. As sopas, sobretudo as que são ricas em legumes, constituem alimentos nutritivos e importan-tes nas nossas tradições gastronómicas, que em muito favore-cem a nossa saúde.

Com o objectivo de promover e consolidar hábitos alimenta-res saudáveis, o Município da Lourinhã lançou mais um desafio às crianças do Pré-escolar, alunos do 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico e respectivas famílias, convidando-os a participar na primeira edição do concurso “As Sopas lá de Casa”.

A promoção da diversidade, o equilíbrio alimentar e a inte-racção com a comunidade educativa estão, de igual modo, na génese desta iniciativa enquadrada no Projecto Educativo Municipal.

O concurso “As Sopas lá de casa” resulta de uma parceria entre o Município, os Agrupamentos de Escolas do concelho da Lourinhã, as Instituições Particulares de Solidariedade Social com Jardins de Infância, o Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Sul e a empresa Uniself.

Neste desafio, é pedida a colaboração das crianças e dos encarregados de educação para a recolha de receitas de sopa saudáveis, originais ou tradicionais, que devem ser entregues aos professores e educadores responsáveis até meados de Dezembro.

Alunos serão os membros do júri

Município da Lourinhã promove concurso “As Sopas Lá de Casa”

Segue-se um processo de selecção, que atende à escolha e equilíbrio dos ingredientes e à própria confecção das receitas de sopa. Esta fase determina as receitas que vão representar, neste concurso, a educação pré-escolar e o 1.º Ciclo dos Agru-pamentos de Escolas da Lourinhã e D. Lourenço Vicente, as IPSS do concelho com Pré-escolar, e os 2.º Ciclos das Escolas Básicas de Ribamar, Dr. João das Regras e Dr. Afonso Rodrigues Pereira.

Numa fase posterior, os refeitórios escolares procedem, en-tre Fevereiro e Março de 2016, à confecção das sopas eleitas, cabendo a cada criança, o importante papel de elemento de júri, votando diferentes sopas servidas.

As três sopas que reunirem o maior número de pontos vão ser confeccionadas e servidas, no Dia Mundial da Saúde – 7 de Abril de 2016. Nesse dia, o júri, constituído por um represen-tante da Câmara da Lourinhã, um representante da UNISELF, um representante de cada um dos Agrupamentos de Escolas do concelho e um representante das IPSS, elege a sopa vence-dora, que vai ser confeccionada e disponibilizada nas festas de final de ano dos estabelecimentos de educação/ensino.

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O fumeiro da região do Barroso vai estar presente na IV SA-BOREARTE, que vai decorrer no fim-de-semana de 5 e 6 de Dezembro no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, considerado um dos melhores da Europa.

O município de Montalegre, em parceria com o vizinho con-celho de Boticas, participa com 20 expositores de fumeiro, que irão mostrar o melhor daquela região no Porto, naquela que é, também, uma grande jornada de promoção e divulgação da-quela região transmontana.

Para o autarca de Montalegre, “trata-se de uma jornada de divulgação do território e dos produtos locais, particularmente do fumeiro”.

Orlando Alves esclarece que estamos perante “a primeira

Nos dias 5 e 6 de Dezembro na Alfandega do Porto

Fumeiro de Montalegre e Boticas presente na IV SABOREARTE

acção de promoção da Feira do Fumeiro de 2016”.O autarca lembra que esta acção de promoção “ já tem os

seus adeptos fiéis”, porém, frisa, “temos que ter consciência de que temos muitos produtores que vivem disso e que traba-lharam todo o ano por essa causa. Uma causa de todos nós porque divulga o nosso território”.

Orlando Alves sublinha que “este ano acontece sob o cha-péu das Câmaras de Montalegre e Boticas”. Barroso, clarifica, “são os dois concelhos e é assim que temos que construir o futuro. É uma ligação que já se verifica no projecto do Eco-museu de Barroso e que tentaremos aprofundar de todas as formas, envolvendo toda a comunidade dos dois concelhos”. Em síntese, disse: “se nos unirmos podemos ir longe”.

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Treze restaurantes do concelho de Azambuja abrem as portas à V edição da Semana Gastronómica “A GULA”, que vai decorrer de 1 a 8 de Dezembro. A iniciativa do Município de Azambuja tem por lema valorizar a gastronomia regional e promover a restau-ração, os produtos e os vinhos locais. Além da carta habitual, nestes dias o visitante é aliciado a degustar a ‘especialidade da casa’ acompanhada em exclusivo por néctares do concelho.

A edição 2015 deu todo o protagonismo ao prato que melhor caracteriza cada restaurante, com total liberdade de escolha. Os pratos principais, por exemplo, vão do “arroz de cabidela” ao “cozido à portuguesa”, ou do “polvo à lagareiro” ao “choco fri-to”, passando pelo “coelho à casa”, pelas “migas de bacalhau”, e pelo “arroz de marisco à pescador” entre muitas outras iguarias de fazer crescer água na boca.

“A GULA” consiste num concurso em que se apela à cria-tividade e autenticidade dos pratos e vinhos propostos, com destaque para o que é produzido no concelho de Azambuja. Os

De 1 a 8 de Dezembro, em 13 restaurantes

Azambuja promove “A Gula” Semana Gastronómica do Concelho

participantes irão apresentar uma ementa composta por uma entrada ou sopa, um prato principal e uma sobremesa, cada um deles confeccionado o mais possível com produtos locais.

Com esta iniciativa, o Município de Azambuja procura pro-mover a gastronomia em várias vertentes, como sejam preser-var a tradição e a identidade da cozinha regional, bem como valorizar o seu estatuto de produto turístico e património cultural. Esta semana gastronómica visa, também, incenti-var o consumo de produtos e vinhos locais e contribuir para a dinamização das empresas de restauração em actividade no concelho.

Relativamente ao concurso, os estabelecimentos são vi-sitados por um júri, composto por três elementos, que fará a prova dos pratos e dará a sua avaliação, quer aos elementos gastronómicos quer ao serviço prestado. O regulamento con-templa a atribuição de diplomas de Bronze, de Prata, de Ouro e de Prestígio.

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Está aí mais uma Mostra de Doçaria, em Alcáçovas, concelho de Viana do Alentejo, para fazer crescer água na boca. De 4 a 6 de Dezembro, Alcáçovas é a capital da doçaria conventual e palaciana. De 4 a 6 de Dezembro, abre as portas ao público em Alcáçovas, a XVI edição da Mostra de Doçaria, organizada pelo Município de Viana do Alentejo e Junta de Freguesia de Alcáçovas, no Parque de Exposições, na Gamita.

O certame pretende preservar a doçaria conventual e pa-laciana, bem como os saberes e sabores característicos da

De 4 a 6 de Dezembro

Alcáçovas é a capital da doçaria conventual e palaciana

região. Bolo Real, Bolo Conde de Alcáçovas, Amores de Viana e Sardinhas Albardadas são os cartões-de-visita do certame que já se tornou um ponto de encontro para muitas famílias e um dos principais eventos de inverno da região.

Os doces conventuais e palacianos vão ser as “estrelas” da Mostra de Doçaria que terá também um programa cultural re-cheado ao longo do fim-de-semana e que inclui o IV Concur-so de Doçaria Conventual e Palaciana que pretende, uma vez mais, preservar a doçaria tradicional portuguesa.

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A Câmara de Penamacor vai reforçar a aposta no evento “Penamacor Vila Madeiro”, que se realiza de 5 a 27 de Dezem-bro, num programa que alia o maior madeiro de Natal em Por-tugal a diversas actividades festivas.

O presidente do município, António Luís Beites, explicou que a iniciativa pretende tirar partido do facto de Penamacor, no distrito de Castelo Branco, ser considerada a localidade por-tuguesa onde se realiza o maior madeiro de Natal, criando em torno dessa tradição um cartaz turístico e cultural que contri-bua para atrair visitantes ao concelho. “Queremos dinamizar e potenciar esta tradição que está enraizada em Penamacor e que já contribui para que muitos nos visitem. Por isso, vamos reforçar a aposta quer em termos de reforço financeiro, quer no tempo de duração do evento, que se prolongará por todo o mês” de Dezembro, disse.

Lembrando que este concelho do distrito de Castelo Bran-co está entre os mais desertificados e envelhecidos do país, António Luís Beites também referiu que a aposta neste certa-me deverá contribuir para promover a imagem de Penamacor

De 5 a 27 de Dezembro

Autarquia da Beira Baixa reforça aposta no “Penamacor Vila Madeiro”

e estimular a economia do concelho. O autarca garantiu ain-da que as obras de requalificação urbana, que decorrem no centro da vila, estarão concluídas até ao dia 05 de Dezembro, de modo a receber o certame nas melhores condições.

Com actividades de animação musical e de rua progra-madas para todos os fins-de-semana de Dezembro, o “Pe-namacor Vila Madeiro” contará com tasquinhas de gastro-nomia e espaços de exposição, que ficam nas principais artérias da vila, bem como um “Mercado de Natal”. Um dos momentos altos ocorrerá a 08 de Dezembro, dia em que os troncos de madeira são transportados para junto da Igreja, cortejo que é habitualmente muito participado. Do progra-ma tradicional destaca-se igualmente o dia 23 de Dezem-bro, à meia-noite, hora em que se acende a tradicional fo-gueira de Natal.

De acordo com o autarca, o investimento global previsto para o “Penamacor Vila Madeiro” oscila entre os “60 e 70 mil euros”, representando um acréscimo de cerca de 40 por cento relativamente ao último ano.

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É o maior projecto de luz da história da cidade de Viseu. A ig-nição de 275 mil luzes de Natal e de 250 peças decorativas foi feita pelo presidente da Câmara, Almeida Henriques. O projec-to de luz de Natal estende-se por 26 ruas, praças, largos, jar-dins e edifícios e usa tecnologia LED de baixo consumo. A em-presa escolhida pela autarquia viseense é a mesma que decora algumas das grandes cidades do Mundo, como Nova Iorque.

No âmbito da programação de Natal, que decorre até 6 de Janeiro, a autarquia viseense preparou 300 eventos para a época de Natal, num investimento de 150 mil euros, metade assegurado por um patrocinador. O objectivo é atrair visitantes à cidade e, ao mesmo tempo, animar o comércio tradicional.

O Mercado 2 de Maio, na Rua Formosa, será, segundo Almei-da Henriques, o “epicentro de comércio de Natal e de eventos”, onde estão 18 expositores com produtos da época e onde vão decorrer 150 eventos, nomeadamente teatro, música, artes circenses, magia e oficinas pedagógicas para crianças e famí-lias. Haverá actividades em todas as freguesias do concelho.

Iluminada até 6 de Janeiro

275 mil luzes e 300 eventos marcam quadra natalícia em Viseu

As igrejas e capelas das 25 freguesias do concelho também vão acolher concertos “Cantando o Natal”.

Os anjos continuam a ser a figura central da decoração, mas há novidades na cidade-jardim.

Para além de uma instalação de uma bola de Natal gigan-te no Rossio e a iluminação especial na fachada dos Paços do Concelho, há mais decorações nos espaços ajardinados e mais pórticos de luz nas principais entradas da cidade, com a repo-sição das Portas da Feira de São Mateus de 2015, assim como mais artérias abrangidas, nomeadamente a avenida Alberto Sampaio.

Do programa destaque para o espectáculo “Máquina do tempo de Natal: Viseu Natal através dos séculos”, uma inicia-tiva dos cursos de Turismo e Marketing da Escola Superior de Tecnologia de Viseu, nos dias 12 e 13 de Dezembro. A passagem de ano volta ao Adro da Sé, este ano com um espectáculo mul-timédia com vídeo-mapping”, que será repetido mais duas ve-zes na mesma noite e mais três no final da tarde de 1 de Janeiro.

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Até dia 15 de Dezembro

Câmara de Viseu abriu candidaturas para hortas comunitárias da Quinta da Cruz

A Câmara de Viseu tem abertas, até 15 de Dezembro, as can-didaturas para as hortas comunitárias e pedagógicas da Quin-ta da Cruz, onde existem 20 talhões disponíveis para cultivo, sendo dada prioridade às famílias carenciadas e numerosas. As candidaturas ser formalizadas no sítio da Internet do muni-cípio ou no balcão de atendimento da Junta da União de Fre-guesias de Repeses e São Salvador.

Durante uma visita à quinta, o vereador João Paulo Gouveia explicou que este projecto, inserido no programa municipal Vi-seu Rural, visa “o fomento do desenvolvimento rural, a valori-zação agro-alimentar do concelho e o fomento da agricultura de base familiar”.

A autarquia quer “garantir que algumas famílias carenciadas possam auferir de algum rendimento extra” e também que os filhos dos casais que cultivam os talhões percebam “como é que os alimentos vão parar às casas”, sem terem de ser com-prados no supermercado, frisou.

Segundo João Paulo Gouveia, “a cada candidato será atri-buído um talhão por um período de dois anos, que poderá ser renovado, e poderá cultivar qualquer tipo de produtos hortí-colas que entenda”.

Os produtos podem ser para consumo próprio ou para venda em mercados organizados pelo município. O vereador avan-çou que está a ser negociado um protocolo com a Escola Su-perior Agrária de Viseu que prevê formações na área da horti-cultura, sobretudo na biológica.

Além da zona dos talhões de cultivo, existe um espaço para formação, outro para guardar os utensílios agrícolas e um ter-ceiro de lazer, onde podem ser feitos lanches ao ar livre. Vice-presidente João Paulo Gouveia

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Vinho e literatura juntos em festival

‘Tinto no branco’ é em Viseu de 4 a 6 de Dezembro

"Tinto no branco" é o primeiro festival literário de Viseu, que terá por palco o Solar do Vinho do Dão. Organizado pela Câ-mara de Viseu, o festival decorre de 4 a 6 de Dezembro e é o destaque do evento "Vinhos de inverno", que se estreou em 2014 e que este ano junta os prazeres dos vinhos do Dão e da mesa regional à literatura universal. Serão 50 horas de progra-mação, divididas por 30 eventos culturais e vínicos.

Cafés, praças, escolas e espaços comerciais são alguns dos locais que vão acolher momentos imprevistos de leitura e en-cenação de textos de Aquilino Ribeiro, desafiando miúdos e graúdos para o primeiro festival literário de Viseu. No entanto, a companhia de teatro Afta Projeto Off já, há alguns dias, anda a percorrer a cidade a "provocar" as pessoas, numa espécie de "aquecimento" para o festival. Os atores recorrem a obras como "Volfrâmio", "Romance da Raposa", "Quando os lobos ui-vam", "O homem que matou o diabo", "Malhadinhas" e "O livro de Marianinha", de Aquilino Ribeiro, que é o nome de referência deste festival literário.

Durante três dias os "Vinhos de inverno" vão dar vida ao So-lar do Vinho do Dão, onde as lareiras vão estar acesas, convi-dando à participação num evento que junta provas de vinhos e livros, conversas e paladares. Haverá encontros e ateliês com a presença de mais de 20 escritores e também espaços de prova de vinhos, contacto com os produtores e enólogos da região, espaços de sabores, um restaurante, "workshops" vínicos, ani-mação musical e as "Dão Party". No Salão de Vinhos estarão 26 empresas vínicas, que representam mais de 200 referên-cias de vinhos do Dão. Os "workshops" vínicos e o ateliê de ilus-tração já estão esgotados.

No âmbito do festival literário, haverá "grandes nomes para ouvir e muito para aprender sobre os mundos das letras e dos vinhos e as suas ligações", sejam estas culturais, simbólicas, espirituais e vivenciais. Afonso Cruz, Rui Cardoso Martins, Fer-nando Dacosta e Francisco José Viegas estão entre os nomes confirmados para o "Tinto no branco", bem como os viseenses João Luís Oliva e António Gil.

Algumas das palavras de Aquilino Ribeiro servirão de mote às conversas e encontros de "Tinto no branco". Por exemplo, na noite de sexta-feira haverá uma conversa baseada na frase "o pior dos crimes é produzir vinho mau, engarrafá-lo e servi-lo aos amigos", que tem como convidados Francisco José Viegas, José Manuel Fajardo e Manuel Carvalho.

"Poesia no quarto escuro", uma conversa sobre "Contos, len-das e facécias do vinho", um "'Blind date' literário", uma visita guiada pela cidade com historiadores e escritores que assu-mirão o papel de guias e ateliês infantis são outras propostas feitas para os três dias.

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A Adega Cooperativa de S. Romão, no concelho de Armamar, fundiu-se com a Cooperativa Agrícola do Távora, de Moimenta da Beira, o que permitiu a recuperação da primeira e a espe-rança voltou ao cerca de 200 associados da primeira.

O presidente da Cooperativa Agrícola do Távora, à Gazeta Rural, diz que a fusão foi um processo normal, o que permitiu a recuperação de algumas referências do portefólio da Adega de S. Romão, como a Fraga da Pena, agora lançado no mercado, com um espumante que tem vindo a fazer sucesso. Para além deste, a Cooperativa aposta no Pata de Lebre, um espumante topo de gama que tem feito as delícias dos especialistas.

Mas nem só de vinho vive a Cooperativa do Távora. Num ano excelente de produção de maçã, em quantidade e qualidade, a exportação para novos mercados tem sido uma boa opção para o escoamento do produto. João Silva sublinha a necessi-dade da fusão das Organizações de Produtores (OP) existentes na região, que considera “inevitável”, para “definirmos o nosso futuro e dar sustentabilidade à região”.

Gazeta Rural (GR): A Adega Cooperativa de S. Romão, no concelho de Armamar, fundiu-se com a Cooperativa Agrícola do Távora. Como decorreu o processo?

João Silva (JS: Foi um processo normal. Quando fizemos a fusão o primeiro objectivo foi que cerca de 200 agricultores tivessem motivação para continuar a fazer viticultura e a tratar das vinhas. É que já havia uma série de anos que não recebiam dinheiro e tiveram ali uma nova oportunidade. São hoje asso-

Diz João Silva, presidente da Cooperativa Agrícola do Távora

“Uma central de oferta colocáva-nos em melhor posição para negociar”

ciados da Cooperativa do Távora de pleno direito, tal como os desta o são da Adega Cooperativa de S. Romão. A fusão trouxe vantagens a todos, pois aumentou a massa crítica e o portefó-lio das nossas marcas.

GR: Foi assim que surgiu, de novo, o Fraga da Pena?JS: Foi uma marca que recuperámos, que existia na Adega

de S. Romão, com vinhos brancos e tintos, e que agora lançá-mos com um espumante, feito com 85% da casta Folgazão e 15% de Malvasia Fina. É um espumante que está a ter sucesso, pois o Folgazão é uma casta muito apreciada, muito suave e com uma acidez natural, diferente dos outros espumantes que fazemos. Este ano vamos encher 50 mil garrafas, porque o mercado nos tem pedido este produto.

GR: Que mais vem aí da Adega do Távora?JS: Estamos a apostar no Pata de Lebre. É o nosso topo

de gama, um espumante diferenciado, muito apreciado pelos especialistas da área e pelos consumidores. Apostámos tam-bém na garrafa Magnum, porque em momentos festivos, ou em ocasiões especiais, tem grande procura.

GR: Como foi a campanha da maçã?JS: Correu bastante bem, apesar de ter havido alguns acon-

tecimentos menos favoráveis em termos climatéricos, afec-tando alguns agricultores. A região teve bastante produção e de excelente qualidade. A fruta, este ano, foi de calibre ligeira-

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mente inferior ao ano passado, mas interessantes, e que continua a ser muito procurada no nosso país, mas também lá fora.

Nota-se este ano grande procura por parte de alguns países da América Latina, como a Colômbia e o Chile, bem como no Dubai e no Catar, para onde algumas empresas da nossa região têm exportado, nomeadamente maçã de maior calibre e de qualidade.

Este é uma boa forma de escoar o produto, num ano em que houve bastante produ-ção, e também para dar sustentabilidade às estruturas. É importante que o país reco-nheça que os nossos produtos têm qualidade para ombrear com os melhores do mundo.

Estão reunidas as condições fundamentais e prioritárias para os agricultores se sen-tirem um pouco melhor, porque, com um pouco de bom senso e trabalho, consegui-mos abastecer o mercado nacional, que, infelizmente, ainda importa maçã e, ao mesmo tempo, para não sentirmos tanta pressão por parte de quem compra, conseguirmos en-viar alguma para o mercado externo.

GR: Tem-se falado na concentração da oferta de maçã na região?JS: A Cooperativa Agrícola do Távora já é uma organização de produtores (OP) no

vinho e na fruta. Ao nosso lado, existem mais duas OPs. A questão que me coloca tem a ver com a fusão das OPs. Isso é que nós procurámos há anos, porque se assim não for poderemos ficar mais fragilizados. Criar uma central de oferta, que consiga reunir as grandes estruturas comercias da região, dar-nos-ia massa crítica e colocava-nos em melhor posição para negociar, com uma marca e uma região.

GR: Admite essa possibilidade para breve?JS: As estruturas existentes não precisam de pensar muito e é isso que está no ho-

rizonte, mais mês menos mês. O egoísmos dos portugueses leva-nos a ficar cada um para seu lado. Contudo, acredito que isso é, diria, inevitável, pois a necessidade a isso nos obriga, para definirmos o nosso futuro e dar sustentabilidade à região.

Segundo a ProtesteTerras do Demo ‘bate-se’ com marcas de champanhe francêsUm “Terras do Demo”, espumante branco malvasia-fina bruto de 2012,

aparece posicionado lado-a-lado e mesmo à frente de algumas das grandes marcas de champanhe francês, em qualidade e sobretudo no custo de venda ao público.

O espumante produzido pela Cooperativa Agrícola do Távora, em Moimenta da Beira, surge ainda na dianteira de todos os espuman-tes portugueses seleccionados, à excepção de um “Murganheira”, vintage bruto, de 2006, que à frente na pontuação da qualidade global, perde no entanto no custo de venda, já que é transaccio-nado ao público a um preço quatro vezes superior ao do “Terras do Demo”.

No caso do champanhe francês, a diferença é ainda maior, pois chega a ser cinco e seis vezes mais caro. A notícia, conhecida à entrada do período de maior venda e consumo, é excelente para a economia e a comercialização de um dos produtos endógenos mais distintos de Moimenta da Beira

A tabela dos espumantes está plasmada no ‘dossier especial: vinhos espumantes’ do “Guia de Vinhos 2016” que a ‘Proteste’ acaba de publicar. Ao todo são 40 marcas (10 francesas e 30 portuguesas) analisadas pela ‘Proteste’. O “Terras do Demo” está classificada em 7º lugar (2ª portuguesa), com 78 pontos e cin-co estrelas, tantas quantas as melhores e mais afamadas marcas francesas, como a “Pommery” e a “Charles Mignon”, e mais estre-las até que a celebrada “Moet & Chandon”.

Na degustação feita por um painel de provadores profissionais, o “Terras do Demo”, espumante branco, malvasia-fina bruto de 2012, tem “aspecto cristalino, com bolha fina persistente e cor citrina. No aroma é frutado, com notas de quiwi e ligeira tosta. E no sabor é fresco, com boa expressão, espuma envolvente, a ter-minar apelativo”.

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A distribuidora de vinhos portugueses Lusovini vai anunciar em Janeiro um Janeiro “um novo mercado de internacionaliza-ção”, numa altura em que a aposta nos Estados Unidos está a correr bem. Nesta altura 41% do negócio da empresa sedeada em Nelas é assegurado pelas compras do Brasil, Moçambique e Angola.

A Lusovini prevê facturar este ano mais de cinco milhões de euros, com praticamente metade do negócio em exportação para o Brasil, Moçambique e Angola, este último país ainda na

Empresa continua a liderar compra de vinhos portugueses em Angola

Lusovini anuncia um novo mercado de internacionalização em Janeiro

liderança, apesar das dificuldades financeiras. O presidente da Lusovini, Casimiro Gomes, explicou que o negócio da empre-sa envolve mais de um milhão de garrafas e um crescimento estimado em 20%, para todos os 27 destinos do negócio, en-volvendo vinhos de todo o país, inclusive de produção pró-pria.

Angola garante uma quota de 23% do total, equivalente a cerca de 200 mil garrafas e um volume de facturação de um milhão de euros este ano, já com o efeito da crise actual, devi-do à quebra da cotação de petróleo no mercado internacional e às consequências no envio de divisas para o exterior. “Em Angola, as dificuldades não têm sido tanto nas vendas e sim na conversão da moeda local em divisas. Aliás, surpreenden-temente o mercado ainda compra mais do que o que a gente quer vender, as vendas até têm subido”, reconheceu Casimiro Gomes, assumindo que a crise cambial veio “arrefecer” o ne-gócio angolano e levou, já em Março, a uma “diversificação” dos mercados de exportação da Lusovini. “Temos o mercado dos Estados Unidos que entretanto cresceu imenso e já em Ja-neiro vamos anunciar um novo mercado de internacionaliza-ção dos nossos vinhos”, garantiu.

Ainda assim, cerca de 41% do negócio da empresa é assegu-rado pelas compras do Brasil, Moçambique e Angola. Precisa-mente estes três países são o alvo principal da aplicação para telemóvel desenvolvida pela Lusovini e que apresenta cerca de 200 dicas que prometem melhorar a experiência do consumo. “Angola é o país do mundo, a seguir a Portugal, que mais gosta do vinho português. Aliás, estamos a lançar esta aplicação em Luanda pelo respeito que temos pelo mercado, apesar destas dificuldades atuais”, acrescentou Casimiro Gomes.

O projecto ‘ViniDikas’ foi desenvolvido pela distribuidora portuguesa e contou com apresentação de estreia em Luanda, prometendo “conselhos simples, úteis e práticos para valorizar o vinho das garrafas que se pedem no restaurante, no bar ou que se compram para beber em casa”.

Disponível gratuitamente para smartphone [telemóvel inteli-gente] e tablet, a aplicação, garante o administrador, “interes-sa tanto a quem se inicia como a consumidores sofisticados”.

Nos ecrãs dos telemóveis surgem informações sobre o ci-clo da videira, a vindima, as castas internacionais e sobretudo as portuguesas, o processo de vinificação - da uva ao vinho -, ainda sobre as regiões do vinho, métodos de conservação para ter uma garrafeira em casa, ou até como abrir uma garra-fa, servir e a própria temperatura, além das dicas sobre “har-monias entre o vinho e a comida”.

“O que temos de fazer é valorizar este mercado. Temos de transmitir que, apesar das dificuldades cambiais, estamos cá para continuar”, rematou o administrador da empresa.

A Lusovini tem mais de 70 referências de vinhos portugueses e exporta para 27 países 70% produção total e inaugurou este ano uma loja específica de vinho do Porto em Luanda.

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Vitifrades, de 4 a 6 de Dezembro

Vila de Frades recebe a grande festa

do Vinho da Talha

A grande festa do vinho da Talha decorre de 4 a 6 de Dezem-bro, na Vila de Frades, no concelho da Vidigueira. A XVIII edição das Festas Báquicas festeja o vinho da talha e tudo o que ele representa em termos sociais e lúdicos, tendo revigorado o en-tusiasmo e o apuramento desta técnica secular.

O certame divulga os produtores e engarrafadores da região, que estarão presentes na feira, mas também mostra outros produtos tradicionais e regionais, como o azeite, os enchidos, o pão e o queijo. As espectativas são grandes, e o presiden-te da Vitifrades, à Gazeta Rural, diz que os três dias do evento “prometem muita animação, sendo esperados “cerca de oito mil visitantes”, diz Luís Carapeto

Gazeta Rural (GR): A Vitifrades assumiu-se como a Grande Festa do Vinho de Talha. O que espera da edição deste ano?

Luis Carapeto (LC): Os três dias da Vitifrades prometem muita animação, com muito vinho, produtos locais, desporto e cultura. O grande ex-libris da Vitifrades, desde a primeira edi-ção, há 18 anos, é a Rota das Adegas, mas também o Concurso de Vinho de Talha, que este ano terá à prova 180 vinhos, nas categorias de branco, tinto e palhete. Estes são provenientes de Vila de Frades, Vidigueira, Cuba e Vila Alva. Estas duas or-ganizações são únicas, pelo menos na forma como decorrem.

GR: Com a realização deste evento, procurou-se re-cuperar uma tradição muito antiga?

LC: A tradição do vinho da talha existe, pelo menos, desde o tempo do Império Romano, como demonstram os achados nas ruínas de S. Cucufate. Existem, contudo, historiadores que julgam já ser do tempo dos Fenícios. Esta forma de vinificação estava associada ao sistema de produção agrícola, dado a vi-nha ser um das culturas dominantes e haver a necessidade de transformação das uvas, procedendo-se à venda do vinho.

Esta realidade alterou-se com o nascimento, há cerca de 60 anos, da Adega Cooperativa da Vidigueira, Cuba e Alvito, que passou a realizar a vinificação das uvas dos seus associados.

Assim, a produção diminuiu drasticamente, mantendo-se contudo a venda deste vinho nas tabernas locais e assim como a talha para beber com os amigos.

O conhecimento deste vinho com características mui-to próprias, em parte pelo contributo da nossa organização, tem vindo a aumentar o seu consumo e hoje já existem alguns empresários a dedicar-se à sua produção. Esta dinâmica pode aferir-se pelo facto de todas as adegas industriais da região já produzirem este produto, bem como o aparecimentos de novas adegas com talhas, bem como outras, que estavam es-quecidas há muitos anos, estarem novamente a laborar. Outro exemplo é o valor de aquisição de uma talha, com a procura a superar a oferta. Segundo estimativas que conseguimos, este

ano foram produzidos cerca de 300 mil litros de vinho da talha.

GR: Este evento cresceu bastante a já atrai bastan-tes visitantes?

LC: A Vitifrades tem tido várias fazes ao longo destes 18 anos, tendo já ocupado três locais físicos. Como já vimos, desde o início que mantemos os nossos eventos mais simbólicos. No entanto, este evento cresceu em todos os aspectos ao longo do tempo. Porém, nos últimos anos, as ajudas financeiras que nos são dadas pela Câmara da Vidigueira e Junta de freguesia de Vila de Frades tem vindo a diminuir, face à conjuntura eco-nómica do país, o que tem limitado, de certa forma, as nossas iniciativas. De salientar que a Vitifrades – Festas Báquicas é uma organização da Vitifrades – Associação para o Desenvol-vimento Local, entidade autónoma face a quaisquer poderes.

Apesar desses constrangimentos, temos um programa mui-to atractivo e, sem dúvida, que existem bons motivos para nos visitarem e participarem nas várias iniciativas, sendo que a presença de todos nos motiva e leva-nos a continuar. Assim, esperamos receber cerca de oito mil visitantes este ano.

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Durante três dias, a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) esteve presente na feira Forum Vini em Munique. Sendo uma das principais Feiras de Vinho que se realizam na Alemanha, e a mais importante da Baviera, a Forum Vin é or-ganizada pela ‘Weinwelt’ (Mundo do Vinho), uma das principais revistas alemãs da especialidade, e é visitada por distribuido-res e importadores de vinho, representantes da restauração Bávara, sommeliers, jornalistas e consumidores.

A presença dos Vinhos do Tejo neste certame enquadrou-se na estratégia de promoção delineada para o mercado alemão para o ano em curso. Os Vinhos do Tejo estiveram muito bem representados por cinco prestigiados produtores da região: a Adega do Cartaxo, Falua, Fiuza, Quinta da Lapa e Quinta do Ar-robe.

A Baviera é um dos Estados onde mais se consome vinho na Alemanha, sendo que este país se situa no quarto lugar do ranking mundial dos maiores consumidores de vinho e, e ter-mos de volume, representa um dos maiores mercados mun-diais de importação. A produção de vinho alemão deixou de ser suficiente para dar resposta aos consumidores e, nos últimos anos, a importação de vinhos tem crescido, com taxas maiores que o consumo interno.

A Alemanha integra o grupo dos mercados que lidera o ranking dos principais países de destino do vinho português e é o quinto maior destino de vendas para os vinhos portugueses, quando incluído o vinho do Porto. Excluindo o vinho do Porto,

CVR aposta no mercado alemão

Vinhos do Tejo presentes no Forum Vini em Munique

é o segundo maior destino de exportação nacional.Embora seja um mercado considerado maduro, o mercado

alemão continua a ser muito importante em termos de expor-tação, já que se caracteriza por ser um mercado consumidor de vinhos europeus.

Esta presença na Forum Vini, em Munique, vem dar continui-dade às acções que a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) tem vindo a desenvolver no mercado alemão, as quais passaram por uma forte presença em Março na Prowein e também pela “Portugal Special Night”, eventos de Food and Wine Pairing que na forma de roadshow passaram por quatro cidades alemãs e contaram com a actuação do consagrado pianista de Jazz, Mário Laginha acompanhado por Rita Ma-ria, uma das novas vozes do jazz português e da world music e onde se apresentaram um conjunto de produtores representa-tivos da região.

A CVR Tejo pretende continuar a dar a conhecer a região e os seus vinhos no mercado alemão e incrementar a sua exporta-ção para este importante mercado, sendo o target da acção os distribuidores e importadores de vinhos, jornalistas das áreas do vinho, gastronomia, turismo e lazer, assim como represen-tantes da restauração e público consumidor.

Este ano, nos eventos onde tem participado, a CVR Tejo adoptou a expressão “Team Tejo”, um branding que corporiza o espírito de equipa dos produtores desta importante região vitivinícola de Portugal.

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Sucede a Reguengos de Monsaraz

Lagoa distinguida como Cidade do Vinho 2016

A cidade algarvia de Lagoa foi distinguida como Cidade do Vinho 2016, título que disputava com a cidade vizinha de Sil-ves e com Ourém, Ponte de Lima e Santa Marta de Penaguião, sucedendo a Reguengos de Monsaraz.

A eleição decorreu durante a reunião do conselho directivo da Associação de Municípios Produtores de Vinho (AMPV), que se realizou no Museu Rural e do Vinho do Concelho do Cartaxo, e na qual marcaram presença autarcas dos cinco municípios que se candidataram ao título – Lagoa, Ourém, Ponte de Lima, Santa Marta de Penaguião e Silves.

Lagoa apresentou um projecto de cariz supramunicipal, envolvendo muitos dos municípios do Algarve, organismos e entidades públicas regionais e os principais agentes econó-micos relacionados com a vitivinicultura e o turismo, contan-do no total com o apoio e parceria de cerca de uma centena de entidades. Entre as razões que levaram o município de La-goa a apresentar a sua candidatura a Cidade do Vinho 2016 esteve também a sua experiência na organização de mani-festações culturais e desportivas, bem como na promoção de eventos temáticos, em particular ao longo dos últimos dois anos e de que é exemplo o sucesso do Lagoa Wine Show.

Segundo o presidente da Câmara de Lagoa, Francisco Mar-tins, a distinção, anunciada no Cartaxo pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), é o reconhecimen-to do trabalho realizado por uma equipa multidisciplinar da autarquia ao longo deste ano no concelho, que elegeu 2015 como o ano dedicado à vinha e ao vinho. “É um produto que se confunde com a história de Lagoa, que até chegou a con-tribuir para a produção do famoso vinho do Porto na altura da grande crise das vinhas no Douro”, sublinhou, acrescentando que existem actualmente quatro produtores de vinho no con-celho, mas que há mais três que deverão iniciar actividade no sector em 2016.

A Adega Cooperativa de Lagoa, a primeira do Algarve e uma das mais antigas de Portugal, chegou a produzir por ano quase quatro milhões de litros de vinho, valor que hoje ronda os 200.000 litros, e era o vinho desta zona que abastecia os militares que lutavam nas ex-colónias portuguesas em África.

Segundo o presidente da autarquia, no passado laboravam na cidade várias adegas, mas a partir da década de 1970, com a expansão do turismo no Algarve, a produção de vinho em Lagoa sofreu um decréscimo e o produto ficou “mal-afa-mado”, o que hoje em dia já não acontece, uma vez que os vinhos de Lagoa têm sido distinguidos com vários prémios.

“Temos um produto que ombreia em termos de quali-dade com os melhores vinhos de outras regiões do país”, observou, lembrando que, apesar de Lagoa ser o segundo concelho mais pequeno do distrito de Faro, em termos de dimensão geográfica tem conseguido reunir “condições de atractividade para os produtores se instalarem”.

Os municípios candidatos ao título tiveram que elaborar um programa anual de acções culturais, de formação e sen-sibilização ligadas ao vinho, com visibilidade nacional.

Francisco Martins referiu que, para além dos eventos obri-gatórios decorrentes da distinção - como a Gala do Vinho ou a eleição da Miss Vindimas -, o concelho irá ter vários eventos ligados ao sector e às áreas da cultura, educação e ambiente, entre outros. O autarca sublinhou ainda que a distinção tem uma abrangência regional, servindo como plataforma de divulgação dos vinhos do Algarve e não ape-nas dos de Lagoa.

A iniciativa Cidade do Vinho visa “valorizar a riqueza, a di-versidade e as características comuns da cultura do vinho e de todas as suas influências na sociedade, paisagem, eco-nomia, gastronomia e património dos territórios”, lê-se no sítio de Internet da AMPV.

Lagoa irá receber a Bandeira de Cidade do Vinho 2016 em Reguengos de Monsaraz, por ocasião da Gala de Encerra-mento da Cidade Europeia do Vinho 2015, que terá lugar nos dias 13 e 14 de Fevereiro. A cidade italiana de Conegliano, eleita Cidade Europeia do Vinho 2016, irá também receber a sua bandeira nesta cerimónia em Reguengos de Monsaraz.

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Lista dos premiados

Tambuladeira de Ouro100 Hectares DOC Douro Tinto 2013Adega de Pegões Colheita Seleccionada Vinho Regional Pe-nínsula de Setúbal Branco 2014Granja – Amareleja DOC Alentejo Branco 2014Marquês de Marialva Arinto Grande Reserva DOC Bairrada

Região do Alentejo foi a mais medalhada, seguida do Douro e do Dão

Concurso do Crédito Agrícola premiou 51 vinhos

Branco 2012Muxagat Os Xistos Altos DOC Douro Branco 2012 Alma Vitis DOC Torres Vedras Branco 2014Tesouro da Sé Privat Selection DOC Dão Tinto 2011Castelo de Azurara DOC Dão Tinto 2012Casa da Ínsua Reserva DOC Dão Tinto 2010Casa Ermelinda Freitas Cabernet Sauvignon Vinho Regional Península de Setúbal Tinto 2012AR Touriga Nacional VRAlentejano Tinto 2012

Tambuladeira de PrataEncostas da Cabana Alvarinho Biológico DOC Verde Branco 2014 Alfaraz Reserva Vinho Regional Alentejano Branco 2013 Muxagat DOC Douro Tinto 2012Casal dos Cadaías Reserva DOC Douro Tinto 2012 Monte dos Cabaços Vinho Regional Alentejano Branco 2013 QC Sandinus Encruzado DOC Dão Branco 2013Pedro Milanos Reserva DOC Douro Tinto 2011Vale de Vila Reserva DOC Douro Branco 2013 Costa SW Reserva Vinho Regional Península de Setúbal Bran-co 2013Alta Pontuação DOC Douro Tinto 2011Mundus Escolha Vinho Regional Lisboa Tinto 2010

O Grupo Crédito Agrícola, em parceria com a Associação dos Escanções de Portugal, premiou 51 vinhos, brancos e tin-tos, dos 170 colocados à prova no “II Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola”. A região do Alentejo foi a mais medalhada, seguida do Douro e do Dão.

A cerimónia foi conduzida por Sílvia Alberto e contou com a participação do presidente do Conselho de Administração Executivo do CA, Licínio Pina, do presidente do Conselho Geral e de Supervisão, Carlos Courelas, e do vice-presidente da As-sociação dos Escanções de Portugal, José Peixoto.

Enólogos, escanções, jornalistas, bloggers especializados e colaboradores do Crédito Agrícola avaliaram a qualidade dos vinhos apresentados por 126 produtores das várias regiões vi-tivinícolas do país.

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Adega de Pegões Touriga Nacional Vinho Regional Península de Setúbal Tinto 2013Arrepiado Collection Super Reserva Vinho Regional Alentejano Tinto 2012Visconde de Borba Reserva DOC Alentejo Tinto 2011Alma Vitis DOC Torres Vedras Tinto 2012Adega da Corga Grande Reserva DOC Dão Tinto 2012Serras de Grândola Vinho Regional Península de Setúbal Tinto 2014Monsaraz Premium DOC Alentejo Tinto 2011Quinta dos Monteirinhos DOC Dão Tinto 2012Montes Colheita Selecionada Vinho Regional de Lisboa Tinto 2012Velharia Reserva Vinho Regional de Lisboa Tinto 2009Vidigueira Alicante Bouschet DOC Alentejo Tinto 2014

Tambuladeira de BronzeFora de Jogo Síria DOC Beira Interior Branco 2014 Morgado de Silgueiros DOC Dão Branco 2014

Varz Reserva DOC Douro Tinto 2012Solar de Serrade Alvarinho VQPRD Verde Branco 2014Espelda Reserva DOC Douro Tinto 2012Quinta de Santiago Alvarinho DOC Verde Branco 2014Cortinha Velha Alvarinho DOC Verde Branco 2014Terras de Pó Vinho Regional Península de Setúbal Branco 2014Via Latina Alvarinho DOC Verde Branco 2014Praça Nova Garrafeira DOC Beira Interior Tinto 2010Folha do Meio Reserva Vinho Regional Alentejano Tinto 2011Adega Cooperativa de Silgueiros Reserva DOC Dão Tinto 2009HFP Reserva VRAlentejano Tinto 2012Marquês de Marialva Grande Reserva DOC Bairrada Tinto 2010Nunes Barata Reserva Vinho Regional Alentejano Tinto 2012Alfaraz Reserva Vinho Regional Alentejano Tinto 2012Hereditas Reserva DOC Alentejo Tinto 2011Das Avelleiras DOC Douro Tinto 2011

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Gazeta Rural (GR): Quando falamos de Penacova, vem-nos à memória a lampreia. Porém, o concelho é hoje muito mais do que isso?

Humberto José Batista Oliveira (HJBO): A gastrono-mia é uma marca para Penacova, com a lampreia à cabeça. Da nossa rica gastronomia, a lampreia é o prato que mais pessoas atrai ao concelho. Podemos ter outras lembranças, mas clara-mente a lampreia é uma delas.

Mas, já que falamos de gastronomia, lembro que durante o mês de Novembro também valorizamos outros pratos, como o míscaro e o serrabulho, num festival gastronómico, que decor-reu nos 12 restaurantes aderentes. Aliás, o arroz de míscaros é um dos pratos que mais se serve nesta altura em muitos res-taurantes de Penacova. Isto para a dizer que, efectivamente, temos boa gastronomia e bons restaurantes.

Mas em Penacova podemos também falar de água. No topo, por exemplo, a Água das Caldas de Penacova, hoje uma das

Apicultor vai instalar mil colmeias no concelho

Câmara de Penacova quer potenciar recursos naturais do concelho

nossas principais empresas e que valoriza um recurso endó-geno, que é nosso e que é só de Penacova. Mas, temos tam-bém os nossos cursos de água, principalmente os rios Alva e Mondego. Estamos a trabalhar no sentido de nos afirmarmos, cada vez mais, através da valorização desse recurso, que é a água. Para além das nossas praias fluviais tradicionais, neste momento temos um projecto de desenvolvimento de um con-junto de circuitos de Trailer e de BTT, junto ao rio, mas não só, exactamente para valorizarmos este nosso património, que é natural. Pretendemos que, para além da gastronomia, Pena-cova tenha muitos e bons atractivos, afirmando o concelho como um espaço onde se pode desfrutar do melhor que a na-tureza tem.

GR: Falar em gastronomia é referir os produtos en-dógenos e a pequena agricultura. De uma forma geral, como está o sector primário no concelho?

HJBO: Está como no resto do país. Permita-me, contudo, que faça um enquadramento ao nível dos nossos recursos pri-mários. Falámos de um recurso muito importante, que é a água e esse vai ser sempre daqui. Porém, o nosso principal recurso do setor primário é a floresta, pela sua amplitude, dimensão e pelas áreas que ocupa. 70% do concelho de Penacova é flo-resta.

Relativamente à agricultura e à pecuária, as nossas poten-cialidades não são as mesmas. Reconhecemos isso, atenden-do à geografia do terreno, pois não há as planícies como nal-gumas zonas do país, como aqui bem perto no Baixo Mondego, onde há muitos hectares de terrenos para serem cultivados. Em Penacova isso não existe.

No entanto, há a pequena agricultura que pode ser poten-ciada. Há muitas famílias que obtêm rendimentos dos terrenos que cultivam. Houve muitos pequenos agricultores que, por

A Câmara de Penacova quer potenciar os recursos naturais do concelho, lembrado por muitos pela boa gastronomia, com destaque para a lampreia. Porém, o presidente da Câmara, Humberto Oliveira, quer potenciar os recursos naturais, como a água e os rios Alva e Mondego, - em cujas margens, e não só, vão nascer circuitos de Trailer e de BTT, - bem como a pequena agricultura, num concelho onde 70% da área é de floresta.

O autarca adiantou à Gazeta Rural que a Câma-ra aprovou a cedência de dois hectares de terreno para que um apicultor ali possa instalar mil colmeias.

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MoradaRua Cidade da Covilhã, 6230-346 FundãoCoordenadas

Lat. 40.150203 | Long. -7.498547

[email protected] | [email protected] | www.adegafundao.com Tel. (+351) 275 752 275 | Fax (+351) 275 753 770

várias razões, nos últimos anos se foram afastando e que nós pretendemos motivar para voltarem a cultivar aquilo que era seu, nomeadamente os terrenos junto ao rios e aos cursos de água, que são férteis.

Mas está, também, neste momento a surguir uma nova ge-ração de agricultores, jovens, muito apostados em fazer inves-timentos no âmbito dos quadros comunitários para o sector. Já temos gente no concelho a produzir frutos vermelhos, kiwis, cogumelos, entre outros, e já há outros que estão a fazer can-didaturas nesse sentido.

Quanto aos nossos recursos do sector primário, a floresta será sempre a principal actividade e a pequena agricultura tem algum potencial, que podemos e devemos valorizar e rentabi-lizar.

GR: Eventos como a Feira do Mel, os festivais gas-tronómicos e outros, podem potenciar essa pequena agricultura?

HJBO: É isso que tentamos e esses eventos, na nossa pre-ceptiva, também ajudam e esse é o nosso objectivo, ajudando que a gente que se dedica ao sector primário, para além de fa-zer negócio, possa mostrar aquilo que tem. Porque, às vezes andamos um pouco distraídos. Temos no concelho uma pe-quena cooperativa, que funciona no âmbito de uma IPSS, em que muitos dos agricultores dos cooperantes lhe vendem pro-dutos que antes desperdiçavam, porque não os consumiam, e que hoje lhes dá dinheiro, com rendimentos bem acima da pensão mínima nacional. Portanto, é este trabalho que todos devemos desenvolver.

GR: O que representa a produção de mel no concelho?HJBO: Essa foi a essência da Feira do Mel que realizámos

recentemente. Foi a partir dos apicultores que esse evento nasceu. Aliás, temos um conjunto significativo de produtores de mel, num dos casos já com uma produção significativa.

É um sector em evolução e a prova disso é que na última reunião de Câmara aprovamos a cedência de dois hectares

numa propriedade do município para um apicultor, que não é do concelho, mas que andou a estudar locais com potencial para instalar um projecto de mil colmeias e verificou que em Penacova haveria esse potencial. Um projecto de mil colmeias já tem alguma dimensão.

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A Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente implemen-ta, pela primeira vez na Região, apoios destinados a incremen-tar a inovação, a investigação e, principalmente, novas formas de cooperação entre a agricultura, a produção agroalimentar e a silvicultura, ajudando assim os operadores a ultrapassar as desvantagens económicas, ambientais e sociais resultantes da fragmentação.

As candidaturas aos novos apoios previstos nas submedidas da Medida Cooperação que foi criada pela Região no âmbito do PRORURAL+ decorrem até ao final do ano, sendo os apoios concedidos a uma taxa máxima de 70% das despesas elegíveis.

De acordo com a Portaria recentemente publicada, são também considerados projectos que contribuam para a sim-plificação do fornecimento e utilização de fontes de energia renováveis, de subprodutos, resíduos e desperdícios e de outra matérias-primas não alimentares, promovendo a bioecono-mia.

Podem beneficiar dos diversos apoios previstos os grupos operacionais da Rede Parceria Europeia de Inovação (PEI), as pessoas singulares ou colectivas que exerçam a activida-de agrícola ou silvícola e que se dediquem à transformação ou comercialização de produtos agrícolas ou produtos florestais.

Também podem candidatar-se os agrupamentos ou or-ganizações de produtores, cooperativas ou associações dos sectores agrícola, florestal ou agroalimentar, as entidades pú-blicas ligadas aos sectores agrícola ou florestal e as pessoas colectivas públicas ou privadas com atribuições ou activida-des nas áreas de investigação e desenvolvimento nos sectores agrícola, florestal ou agroalimentar.

As submedidas da Medida Cooperação que vai vigorar até 2020 são “Criação e Funcionamento de Grupos Operacionais da PEI para a Produtividade e a Sustentabilidade Agrícolas”, “Apoio a Projectos-piloto e ao Desenvolvimento de Novos Produtos, Práticas, Processos e Tecnologias” e “Cooperação entre Pequenos Operadores com Processos Comuns e Partilha

Candidaturas decorrem até ao final do ano

Governo dos Açores implementa novos apoios à inovação e cooperação em meio rural

de Instalações e Recursos”. “Cooperação para Desenvolvimento e Promoção de Cadeias

de Abastecimento Curtas e Mercados Locais” e “Intervenções Destinadas à Atenuação e Adaptação às Alterações Climáticas e Projectos e Práticas Ambientais em Curso” são as restantes submedidas que integram os novos apoios implementados pelo Governo dos Açores no âmbito da estratégia de desen-volvimento rural sustentável da Região.

Governo Regional investe em caminhos rurais e agrícolas

O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente destacou, na Terceira, a afetação de 7,3 milhões de euros para investi-mento em caminhos rurais e agrícolas que foi inscrita na pro-posta de Plano para 2016, ano em que o Governo dos Açores concluirá todos os pedidos de electrificação de explorações agrícolas no arquipélago.

“Estamos a falar de 1,8 milhões de euros destinados à elec-trificação de cerca de 90 explorações agrícolas”, frisou Luís Neto Viveiros. Este processo de electrificação, que está a ser desenvolvido numa parceria entre a IROA e a EDA, com recurso ao Programa de Desenvolvimento Rural e a fundos regionais, contribui para o aumento do rendimento dos produtores de leite pois permite a instalação de sistemas de frio nas explo-rações e a indústria aplica uma majoração ao preço pago por cada litro que seja entregue refrigerado em fábrica.

Luís Neto Viveiros salientou, relativamente à Terceira, que o investimento de cerca de 700 mil euros permite aumentar em 50 por cento as explorações electrificadas nesta ilha.

Além da electrificação de todas as explorações agríco-las açorianas que apresentaram pedidos de fornecimento de energia eléctrica, o Executivo Regional, através da IROA, está também a proceder à melhoria das infraestruturas existentes, num investimento global de mais de 200 mil euros.

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Gazeta Rural (GR): Como foi a produção de mel na Ilha do Pico?

Ana Leal (AL): Tivemos um ano excelente para o mel Flor de Incenso, com uma produção de cerca de sete toneladas, o que significa que, praticamente, duplicámos a produção média dos últimos cinco anos. Tivemos também uma cresta de mel multifloral de cerca de quatro toneladas, que é a média de pro-dução.

Produção na Ilha do Pico quase duplicou

“Mel Flor de Incenso” não chega para as encomendas

GR: O que diferencia o mel flor de Incenso?AL: Sobretudo o sabor suave e uma textura mais ou menos

fluida, como todos os méis claros.

GR: Há mais gente a produzir mel na Ilha do Pico?AL: Sim, especialmente gente jovem que optou por investir

nesta área. Tem valido a pena.Há cada vez mais gente a interessar-se pela apicultura, es-

pecialmente jovens que querem enveredar por esta actividade.

GR: O aumento de produção permitiu a exportação para fora do arquipélago?

AL: Já vendemos mel para o continente e este ano tivemos uma exportação para os Estados Unidos, o que foi muito bom. Se mais produção houvesse, mais escoávamos.

GR: O Pico é a única região no Hemisfério Norte onde se produz mel de Flor de Incenso. É uma flora abundan-te na ilha?

AL: Sim, para desgosto dos agricultores. É que o Incenso é uma planta invasora e dá-lhes cabo das pastagens, pois tem uma grande capacidade radicular para se expandir. Se é mau para os agricultores, é óptimo para as abelhas.

GR: O Pico continua a ser uma ilha atractiva?AL: Claro que sim, especialmente pelas suas gentes, mas

também pelos excelentes produtos que oferece, como o mel, o queijo, o vinho e outros. Porém, a montanha, a mais alta de Portugal, é a grande atracção da Ilha.

Quando a maior parte dos produtores de mel do continente se queixa na quebra na produção de mel, pela Ilha do Pico o aumento foi significativo, nomeadamente de mel Flor de Incenso, com uma cresta que quase duplicou.

Cerca de 60 associados, e mais 90 apicultores espalhados pela ilha, a Cooperativa Flor de Incen-so, sedeada na Madalena, procura agregar os pro-dutores e escoar a produção de mel da Ilha, que já chega ao continente, mas também aos Estados Unidos.

Ana Leal, presidente da Cooperativa, diz que “se mais mel houvesse, mais se vendia”, numa altura em que há mais gente, nomeadamente jovens, a querer enveredar pela apicultura na Ilha do Pico.

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O XVI Fórum Nacional de Apicultura e a XIV Feira do Mel, que decorreram em Vila Nova de Cerveira, “ultrapassaram as expec-tativas” da organização e o balanço “é extremamente positivo”, afirmou Alberto Dias, presidente da Associação de Apicultores entre o Minho e Lima (APIMIL), entidade que contou com o apoio da Câmara de Vila Nova de Cerveira e a chancela da Federação Nacional de Apicultores de Portugal (FNAP) na organização do evento.

A presença de cerca de meio milhar de apicultores e mais de 70 expositores, alguns vindos de Espanha, França, Dinamarca, Bélgica, entre outros, segundo Alerto Dias, “obrigou-nos a alte-rar toda a estrutura que tínhamos planeado para o Fórum”, mas “o resultado está espelhado na grande afluência de apicultores, mas também de público”. O dirigente associativo destacou tam-bém “a importância que os apicultores mostram no conheci-mento, o ficou demonstrado pela adesão ao Fórum, com a sala cheia”.

O sector apícola tem estado nas bocas do mundo e a atenção que comunicação social teve para com a iniciativa “mostra não só a importância da apicultura, mas também o interesse que a mesmo desperta no público em geral”, afirmou Alberto Dias, pois o que importa “é promover o mundo apícola nacional” e nesta iniciativa “estiveram alguns dos melhores especialistas nesta área, que nos deram a sua visão sobre o sector”.

O XVI Fórum Nacional de Apicultura e a XIV Feira do Mel teve uma enorme receptividade nacional e internacional, num en-

Decorreu em Vila Nova de Cerveira

XVI Fórum Nacional de Apicultura “ultrapassou as expectativas” da organização

contro de profissionais, amadores e outros interessados pelo sector apícola. A sua importância ficou demonstrada pela pre-sença do Secretário de Estado da Alimentação e da Investiga-ção Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, na cerimónia de aber-tura.

Durante o Fórum foi destacada a importância do sector e das suas potencialidades em áreas tão diversas como cosmética, botânica, farmacêutica e gastronomia. Na Feira os apicultores tiveram ocasião de ver os mais variados produtos, materiais e tecnologias para o sector, desde linhas de extracção de última geração, sistemas de gestão de colmeia e centrais meleiras com programas de fácil execução. Entre as novidades, referência para a cerveja com mel, um produto que se destaca pela sua le-veza e sabor.

Num ano marcado pela quebra da produção de mel nalgumas regiões, o presidente da APIMIL não acredita numa variação dos preços do mel ao produtor. “Gostava que assim fosse”, mas “não será assim”, pois “não teremos falta de mel”, porque “temos um sistema aberto, global, em que se tivermos falta de mel, haverá importação de outras regiões do mundo”, refere Alberto Dias. Neste campo, este dirigente mostra-se preocupado com “a falta de protecção aos produtos europeus e facilidades para outros mercados que chegam à Europa, com preços totalmente dife-rentes e com uma qualidade que deixa muito a desejar”. Neste aspecto, sustenta o presidente da APIMIL, “em termos de qua-lidade do mel e dos produtores derivados estamos muito bem”.

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Fórum “mostrou a vitalidade do sector”, diz o presidente da FNAP

Também o presidente da Federação Nacional de Apicultores de Portugal (FNAP) estava satisfeito com a iniciativa. Em entrevista à Gazeta Rural, Manuel Gonçalves destacou a dinâmica do sector apícola, numa ano em que, nalgumas regiões, houve quebra de produção, mas, no total do país, segundo o presi-dente da FNAP, a média manteve-se.

Gazeta Rural (GR): Este Fórum confirmou a vita-lidade do sector apícola em Portugal?

Manuel Gonçalves (MG: Sim. Este Fórum deu conti-nuidade ao projecto que lançámos há 11 anos, no sentido de promovermos um encontro anual de apicultores por todo o país, que permitisse a troca de experiências, bem como criar alguma dinâmica do sector nos locais onde se realiza. Em Vila Nova de Cerveira estiveram apicultores de todo o país e também do estrangeiro.

GR: Este Fórum já é mais que um encontro de apicultores?

MG: Este Fórum faz todo o sentido e é já um local de ne-gócio, que era um dos nossos principais objectivos, onde se definisse o preço e onde os compradores aparecessem para adquirir o mel, o que está a suceder.

Esta iniciativa tem vindo a crescer ano após ano e já tem uma dinâmica muito forte, com três dias muito preenchidos. Aqui, os apicultores ficam a saber como estão os merca-dos, as últimas inovações em termos de equipamentos, mas também conhecimento. Este ano estiveram presentes dois deputados europeus, que nos deram a conhecer as novas medidas da PAC para o ambiente, espaço onde a apicultura se enquadra.

O que pretendemos é que os apicultores fiquem informados e saibam quais os melhores mercados. Tem havido bons resulta-dos, pois desde que se faz este Fórum têm aparecido empresas com alguma di-mensão e mesmo Agrupa-mento de Produtores com alguma sustentabilidade. Quem tem a ganhar com tudo isto são os apiculto-res e o sector em Portugal.

GR: Em termos de produção, 2015 foi ou não um ano atípico?

MG: Haverá casos pon-tuais onde houve quebra de produção, mas em termos globais, no país, as produções são idênticas. Os mercados do mel, este ano, diria, estão um pouco atrasados, pois normalmente o negócio fazia-se logo após a colheita, o que está acontecer só agora.

O preço do mel tem-se mantido e não tem havido grande variação, bem como a qualidade do nosso mel, que é exce-lente.

GR: Quais os principais problemas que foram de-batidos neste Fórum?

MG: Os principais obstáculos dos apicultores são ao co-mércio do mel, a questão da sanidade apícola, bem como as políticas da tutela direccionadas para o sector, nomeada-mente a definição de estratégias para o sector, que quere-mos defender, durante o próximo ano, juntos das instâncias governamentais.

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A edição de 2015 da Feira do Mel e da Castanha assumiu-se como um evento de sucesso, quer pelas inovações introduzi-das e nova configuração do espaço, quer pelo nível da ade-são de público, tendo sido registadas verdadeiras enchentes nos três dias do evento.

Com um aumento de expositores na ordem dos 45% - par-ticiparam neste evento 140 expositores - e com um espaço de tendas com cerca de 1600m2, onde foram instalados os artesãos, as tasquinhas dinamizadas pelas associações, ex-positores de produtos gastronómicos, animação infantil e o palco para espectáculos, a XXVI edição da Feira do Mel e da Castanha da Lousã confirmou-se claramente como o melhor evento do género do País.

Também o programa de animação definido pela autarquia correspondeu às expectativas, tendo contribuído fortemen-

Nova configuração do evento foi do agrado geral de visitantes e expositores

Feira do Mel e da Castanha da Lousã afirma-se como a ‘Melhor do País’

te para a satisfação de todos os participantes e visitantes do certame que teve “honras” televisivas.

Para o presidente da Câmara da Lousã, “a feira foi um mo-mento marcante e que muito contribuiu para a promoção e dinamização económica do Concelho e do reforço do orgulho de ser lousanense. A satisfação evidenciada pelos visitantes, por todos os expositores, associações e demais participan-tes e a afluência de público levam-nos a afirmar claramente que esta edição foi a mais participada e completa de sempre”, afirmou Luís Antunes.

A Feira, realizada com o apoio da Cooperativa Lousãmel, Turismo do Centro, Delta e Gazmondego, é uma das mais an-tigas feiras realizadas no país, destacando-se, também, pelo facto de ter sido a primeira a expor e comercializar unicamen-te mel certificado.

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Alunos e professores da Escola de Agricultura do Marco de Canaveses estão a cruzar raças suínas para criar um animal certificado para produções do Tâmega e Sousa. O projecto está a ser desenvolvido há cerca de um ano e pretende a cria-ção de um animal que será 50% de raça bísara e 50% de raça ‘Pietrain’ ou ‘Duroc’, explicou Bento Rocha, docente da esco-la e responsável pelo estudo. No âmbito das suas actividades lectivas, a escola produz porcos bísaros.

Recentemente, o estabelecimento de ensino foi abordado pela Confraria do Presunto e da Cebola do Vale do Sousa sobre a possibilidade de produção de um tipo porco que será utiliza-do pelos criadores ligados à confraria. “O objectivo é conseguir um animal com menos camada de gordura entre o músculo e a pele, que dará um presunto menos gordo”, adiantou o docen-te. Os alunos do último ano do curso de Técnico de Produção Agrária são os responsáveis pelo projecto.

Bento Rocha explicou que as fêmeas são emprenhadas pelo método tradicional ou por inseminação artificial. “Temos um macho bísaro para a reprodução natural e adquirimos esper-ma das raças ‘Pietrain’ e ‘Duruc’ para fazer inseminações arti-ficiais”, disse o professor.

No espaço dedicado aos porcos, estão a ser criados cinco animais resultantes do cruzamento e existem cinco fêmeas

Para criar um animal certificado para produções do Tâmega e Sousa

Escola do Marco ensaia cruzamento de raças de porcos para produzir presunto

prenhas, que poderão dar à luz entre 11 a 12 leitões, cada uma.“Já temos resultados de vários cruzamentos que estão em

engorda”, assinalou, explicando que, após o abate dos animais e a preparação do presunto em fumeiro tradicional, será possí-vel perceber qual o melhor cruzamento”.

A escola está também a trabalhar na certificação da cebola “Garrafal”, que apresenta um sabor diferenciado, muitas vezes usada, na região do Vale do Sousa, para acompanhar o pre-sunto. “Estamos a apurar a semente para a certificar e fornecer aos produtores que estão em colaboração com a confraria”, salientou. Bento Rocha adiantou que o processo de certifica-ção do porco e da cebola poderá estar concluído no final de 2016.

Joaquim Ferreira, chanceler da Confraria do Presunto e da Cebola, sublinhou a importância do trabalho que está a ser re-alizado no estabelecimento de ensino do Marco de Canaveses, ao permitir a criação de um porco certificado que será produ-zido na região. “Não temos na região nenhuma raça própria. Por isso, decidimos avançar com esta parceria”, disse.

O chanceler avançou que, por outro lado, que a confraria admite criar uma associação de produtores de suínos para se dedicar à criação de animais resultantes do cruzamento que está a ser estudado.

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A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou que 2015 poderá ser o ano mais quente jamais registado, com a temperatura média da superfície a poder transpor o limiar simbólico de 1ºC em relação à era pré-industrial (1880-1899).

“A tendência para 2015 deixa supor que este ano será muito pro-vavelmente o mais quente jamais constatado”, declarou a agência sediada em Genebra num relatório, adiantando que “a temperatura média à superfície do globo passará sem dúvida o limiar tão sim-bólico como significativo que constitui um aquecimento de 1 grau Celsius em relação à época pré-industrial”.

No seu relatório, a OMM indica igualmente que “os anos de 2011 a 2015 representam o período de cinco anos mais quente jamais registado, tendo sido influenciados pelas alterações climáticas nu-merosos fenómenos meteorológicos extremos -- em particular as vagas de calor”. “O estado do clima mundial em 2015 ficará como referência por uma série de razões”, declarou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud. Precisou que, além da questão da temperatu-ra média à superfície, “as concentrações de gás com efeito de estufa na atmosfera atingiram novos picos: na primavera boreal de 2015, pela primeira vez, o teor de CO2 na atmosfera ultrapassou as 400 partes por milhão numa média mundial”.

Considerando tratar-se de “notícias tristes” para o planeta, Jar-raud assinalou que “é possível limitar as emissões de gases com efeito de estufa, que estão na origem das alterações climáticas”. “Dispomos do conhecimento e dos instrumentos necessários para agir. Temos escolha, o que não será o caso das gerações futuras”, adiantou.

Um alerta da Organização Meteorológica Mundial

Ano de 2015 pode ser o mais quente jamais registado

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As alterações climáticas vão afectar a agricultura, podendo le-var à perda de qualidade das uvas e a nova localização das vinhas, mas também podem diminuir o número de dias de geada, evitando a destruição de culturas, segundo especialistas.

Apesar destas alterações, a adaptação às condições climatéricas é “uma questão muito natural no próprio agricultor”, que todos os anos tem de definir a data de sementeira, atendendo às previsões meteorológicas, salientaram Alexandra Brito, da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e Ana Paiva Brandão, da Agro.Ges.

A temperatura média mais elevada, a redução da precipitação, o aumento dos fenómenos meteorológicos extremos, como secas e cheias, são algumas das consequências das alterações climáticas, cujo agravamento os países vão tentar travar na conferência das Nações Unidas, em Paris, a partir da próxima semana. “Vai haver duas forças antagónicas, por um lado, menos disponibilidade de água, por outro lado, mais necessidade de água para a agricultura”, resumiram as especialistas que participaram na conferência “Em-presas na Adaptação Local: Desafios e Oportunidades das Altera-ções Climáticas”, a decorrer em Lisboa.

Em Portugal, há uma grande diversidade de solos e de climas, as-sim como de ocupação agrícola, que as mudanças vão afectar de forma diferente. “Em termos de alterações climáticas, não é tudo negativo, pode haver factores positivos, como a diminuição do nú-mero de dias de geada” ou as geadas tardias não serem tão fre-quentes, como acontece actualmente no interior do país, em algu-mas alturas, disse Alexandra Brito, à margem da conferência.

Ana Paiva Brandão acrescentou “outro impacto evidente” re-lacionado com “as necessidades térmicas das culturas, que pode acelerar o ciclo vegetativo e provocar perda de qualidade dos pro-dutos, como no caso da uva”.

As culturas de vinha e de olival, por exemplo, devem subir em ter-mos de latitude, e “atrás das culturas vão também as pragas mais sensíveis ao frio”, que podem passar a estar activas em zonas mais a norte do que aquelas onde actualmente são encontradas, apontou Alexandra Brito. “Podemos ter também o aparecimento de culturas que até hoje não aconteciam no nosso país, como culturas agora residuais no Algarve, como a pera abacate”, continuou a técnica da Agro.Ges.

A especialista da CAP recordou que os agricultores sempre pro-curaram adaptar-se às mudanças do clima, desde os romanos, com recurso ao regadio, por exemplo, armazenando água no inverno para a fornecer às plantas no verão. “Agora já estamos um passo mais à frente que é conseguir com a mesma água regar mais, ou regar a mesma área mas com menos água porque surgiram sistemas que são muito mais eficientes”, salientou Alexandra Brito.

Actualmente, algumas culturas são regadas com quantidades de água que “são metade daquelas que se regavam há 15 ou 20 anos atrás, independentemente da espécie”, referiu, exemplificando com o milho, o tomate ou o arroz.

Os sistemas de rega localizada, que permitem fornecer água onde a planta precisa ou sondas para perceber qual o teor de humidade no solo, são exemplos de técnicas que evoluíram muito nos últimos anos. A adaptação também é feita através da escolha de espécies ou de datas de sementeira, embora possa levar a redução da produ-tividade, referiu ainda Alexandra Brito.

Vinhas podem ter nova localização

Alterações climáticas podem afectar culturas e reduzir dias de geada

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O tremoço (Lupinus) é uma das leguminosas mais ricas e com maiores benefícios na alimentação e saúde humanas e fonte importante de pro-teína na nutrição animal. A Lusosem é pioneira na experimentação de va-riedades e na análise da viabilidade agronómica do tremoço em Portugal.

A Lusosem participou em Lisboa num workshop do projecto +Lupinus, onde empresas e investigadores partilharam experiências sobre o estudo e utilização do tremoço, numa perspectiva transversal, abordando desde a melhoria genética da espécie, ao seu itinerário cultural, passando pela sua versatilidade como alimento e benefícios comprovados na prevenção de inflamações e do cancro do intestino.

Gonçalo Canha, responsável técnico da Lusosem, apresentou o itine-rário técnico para a cultura do tremoço. A instalação da cultura deve ser feita em solos não calcários e bem drenados. Na escolha da variedade é importante ter em conta a finalidade a que se destina a produção (calibre, farinha ou blad), a precocidade pretendida, o clima da região e a disponi-bilidade de água. A data ideal de sementeira varia das regiões do Interior (Outubro a Novembro) para o Litoral (Novembro a Dezembro). O uso de semente certificada e inoculada com Rhizobium é fundamental para uma boa produção.

Na condução da cultura, o técnico da Lusosem salientou a necessidade de realizar um herbicida de pré-emergência e a importância de controlar pragas como a Áltica, bem como estar atento à Antracnose, a principal do-ença que pode afectar o tremoceiro. A rega por gota-a-gota ou aspersão é fundamental. A colheita é recomendada quando o tremoço tem um teor de humidade abaixo dos 15%, usando ceifeira-debulhadora. As variedades seleccionadas pelo projecto +Lupinus têm um bom potencial agronómico aliado a um elevado interesse comercial, apresentando-se assim uma cul-tura com grande interesse em Portugal.

Para João Neves Martins, investigador do Instituto Superior de Agrono-mia que há vários anos se dedica à pesquisa do tremoço, as principais van-tagens agronómicas da produção do Lupinus são a eficiência da cultura na produção de proteína; a sua qualidade como fonte de alimento no Verão (pastoreio) e adaptabilidade ao programa de culturas continuadas. Por outro lado, o Lupinus quebra os ciclos das doenças e pragas dos cereais, evita a erosão do solo e não necessita fertilização azotada, fixando azoto que fica disponível para a cultura seguinte.

Do ponto de vista agronómico, o Lupinus é uma cultura rústica que se adapta bem aos atuais desafios da agricultura sustentável. Ricardo Boavi-da Ferreira considera que o tremoço é uma alternativa viável para substi-tuir a soja, leguminosa que a Europa importa em grandes quantidades dos EUA. Este investigador do ISA é um dos autores do estudo que veio a dar origem à produção de um fungicida natural à base de tremoço, que está ser produzido numa unidade industrial em Cantanhede e exportado para os EUA.

O potencial do Lupinus como alimento funcional é elevado e começam a surgir as primeiras provas científicas dos seus efeitos benéficos na saú-de. Uma equipa de investigadores do ISA avaliou o potencial do tremo-ço como inibidor natural das inflamações do cólon e do cancro do cólon, tendo concluído que o tremoço apresenta um potencial bioativo superior a outras leguminosas e que a sua actividade inibidora, ao contrário das outras, persiste mesmo após a cozedura do tremoço.

Como alternativa cultural sustentável em Portugal

Lusosem é pioneira na valorização do tremoço

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O tomate para indústria e a maçã atingiram os níveis de produção mais altos de sempre até 31 de Outubro, ao con-trário da pera que deve registar perdas em torno dos 30%, indicam as previsões agrícolas do Instituto Nacional de Es-tatística (INE).

O mês de Outubro chuvoso e quente obrigou a algumas interrupções pontuais, mas não causou grandes constran-gimentos no desenrolar dos trabalhos agrícolas, permitindo ainda recuperar as reservas hídricas, destacou o INE.

O tempo seco que se verificou ao longo do ciclo de desen-volvimento do tomate para indústria beneficiou esta cultura, que obteve uma produtividade próxima das 90 toneladas por hectare e deverá ultrapassar 1,7 milhões de toneladas.

Nos pomares de maçã, a escassez de precipitação foi ul-trapassada por uma gestão adequada da rega, permitindo al-cançar uma produção histórica superior a 300 mil toneladas.

No caso das pêras, as previsões apontam para uma redu-ção de 30% face a 2014, devido às condições climáticas ad-

Segundo as previsões do Instituto Nacional de Estatística

Tomate de indústria e maçã com produções recorde até final de Outubro

versas nos períodos de floração e vingamento e à presença de uma doença com o nome de estenfiliose, que impossibilita a comercialização dos frutos.

Já para os olivais as perspectivas são animadoras, pre-vendo-se um aumento de produtividade de 25% na azeitona para azeite e 15% na azeitona de mesa face a 2014.

As chuvas outonais foram também benéficas para o vinho, perspectivando-se um aumento de 10% da produção, e da castanha, que deve recuperar da fraca campanha de 2014, alcançando 24 mil toneladas (30% acima do ano passado).

A produção de girassol também aumentou, pelo quarto ano consecutivo (21 mil toneladas), ocupando muitas áreas antes ocupadas pelo milho, cuja produção voltou a cair (-21% face a 2014) e deve ficar pelas 713 mil toneladas, o nível mais baixo dos últimos quatro anos. A produção de kiwi aumentou 5%, mas ficou, ainda assim, aquém das expectativas.

A falta de chuva não afectou a produção de amêndoa que deve atingir as nove mil toneladas.

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A bolsa nacional de terras já integra quase 15 mil hectares de solos que são procurados especialmente por jovens agri-cultores, disse um responsável da entidade gestora nacional deste projecto criado há dois anos.

Realizado no ano passado, o primeiro concurso para con-ceder terrenos agrícolas e florestais, por compra ou arren-damento, “teve grande sucesso” com a apresentação de 160 candidaturas, adiantou Norberto Correia. Este representante da Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), Entidade Gestora Nacional da Bolsa de Terras, fa-lava a propósito de uma sessão de esclarecimento sobre esta matéria, que decorreu na Lousã.

Criada pelo Ministério da Agricultura, em Maio de 2013, apenas para Portugal Continental, a bolsa “acaba por ser um bom repositório de terras” e revela “um crescimento conso-lidado”, afirmou.

Após o concurso de 2014, a adesão teve “acréscimos sig-nificativos e consistentes” do lado da oferta, com o Alentejo a liderar as adesões, em número mais elevado “nas proximi-dades do Alqueva”, sendo a abundância de água da barragem também determinante para um aumento da procura. Nessa região, os interessados “são sobretudo espanhóis”, com projectos nas áreas da olivicultura e da produção de frutos vermelhos, por exemplo, além de investidores oriundos da Holanda e do Reino Unido, entre outros países da União Eu-ropeia.

A adesão à Bolsa de Terras, que inclui propriedades do Es-tado, “é um processo voluntário para os privados” donos de campos de cultivo e terrenos com aptidão florestal que não estão a ser utilizados.

Segundo um responsável da entidade gestora nacional

Jovens agricultores lideram procura de 15 mil hectares da Bolsa de Terras

As terras podem ser compradas ou arrendadas por pesso-as singulares ou colectivas, “sem qualquer restrição” quanto ao país de origem, desde que cumpram as exigências legais do Estado português, esclareceu Norberto Correia. “Entre Setembro e Outubro, houve um acréscimo de 100 hectares, na sequência das acções de sensibilização realizadas”, sa-lientou.

Em 31 de Outubro, a DGADR registou 14.800 hectares de terrenos disponibilizados por particulares e por organismos públicos, “dos quais 3.600 já foram transaccionados”, o que equivale a uma taxa de cedência de 24 por cento. “Nos pri-vados, 75 por cento das terras foram vendidas e as restantes arrendadas”, informou.

O segundo concurso para atribuição de terrenos vai de-correr de 25 de Novembro a 10 de Dezembro, esperando a Entidade Gestora Nacional por “novas adesões e indicadores muito importantes” até ao final deste mês. “Sabemos que há mais terras que não estão a ser utilizadas, incluindo as que pertencem a emigrantes”, realçou. Até ao momento, segundo Norberto Correia, “não houve qualquer adesão2 das assem-bleias de compartes dos baldios, situados sobretudo no Cen-tro e no Norte.

Além das acções de sensibilização que está a promover de norte a sul do país, a DGADR vai contactar as embaixadas e consulados no sentido de divulgarem a Bolsa de Terras junto das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.

A sessão que decorreu na Lousã foi organizada pela Asso-ciação de Desenvolvimento do Ceira e Dueça (Dueceira), na qualidade de Gestora Operacional da Bolsa de Terras, em co-laboração com o Ministério da Agricultura.

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O cante alentejano tornou-se uma mais-valia para o de-senvolvimento do Alentejo com a classificação como Patri-mónio da Humanidade, há um ano, que trouxe reconhecimen-to mundial e aumentou a responsabilidade na salvaguarda do bem, segundo responsáveis da candidatura.

A classificação, atribuída pela UNESCO a 27 de Novembro de 2014, “trouxe, antes de mais, um reconhecimento do cante à escala global e aumentou, de forma exponencial, a auto--estima dos alentejanos por uma região, uma cultura e uma identidade”, disse o coordenador da candidatura, o antropó-logo Paulo Lima. Actualmente, frisou, os alentejanos “olham para o cante alentejano”, um canto colectivo sem recurso a instrumentos, “com uma dignidade enorme, o que é visível na adesão dos jovens àquela prática musical” e na criação de novos grupos corais.

A distinção, atribuída graças a uma candidatura apresen-tada pela Câmara de Serpa e pela Entidade Regional de Tu-rismo, continuou, também trouxe “um acréscimo de respon-sabilidade do Alentejo e de outros territórios onde há cante alentejano na salvaguarda do bem e abriu uma nova pers-pectiva do cante como factor económico”. “O cante alenteja-no transformou-se num produto turístico e numa mais-valia, que contribui para o reconhecimento e o desenvolvimento do Alentejo do ponto de vista do turismo”, explicou.

O presidente da Turismo do Alentejo, António Ceia da Silva, considerou que a classificação “trouxe um reconhecimento, uma relevância e um destaque que o cante alentejano não tinha”. O cante, “como forma cultural e de identidade do povo alentejano, também se tornou uma mais-valia” para a re-gião em termos turísticos, disse Ceia da Silva, frisando que “a questão da identidade é decisiva na afirmação do destino turístico Alentejo”. “As tendências do turismo para os próxi-mos anos levam a considerar que a nova geração de turistas vai procurar destinos fortemente identitários e distintivos e, obviamente, a classificação do cante trouxe para o Alentejo um peso muito forte a nível identitário”, explicou Ceia da Silva.

O presidente da Câmara de Serpa, Tomé Pires, também

Património da Humanidade desde Novembro de 2015

Cante alentejano tornou-se mais-valia para o Alentejo

manifestou a opinião de que a classificação “trouxe um gran-de reconhecimento do cante, que já era reconhecido pelos alentejanos e por muitos portugueses e passou a ser à escala mundial e, logicamente, um acréscimo de responsabilidade” para o salvaguardar.

Segundo o autarca, a Câmara de Serpa e a Turismo do Alen-tejo estão a gerir a implementação do plano de salvaguarda do cante, que fez parte da candidatura e inclui orientações genéricas para desenvolvimento de projectos por várias en-tidades para salvaguardar, valorizar, promover e transmitir às novas gerações o cante alentejano. “A ideia é gerir o processo com regras definidas para que, quando tivermos de responder à UNESCO, tenhamos um relatório com as informações sobre tudo o que se está a fazer no âmbito do plano de salvaguarda do cante alentejano” para que “a classificação se mantenha por muitos e bons anos”, disse o autarca. O objectivo, frisou Tomé Pires, “é que, no futuro, possamos ter um cante forte e usá-lo, de forma saudável, também para valorizar e desen-volver o Alentejo, nomeadamente na vertente turística”.

A Câmara de Serpa tem vindo a contactar os grupos corais e as autarquias do Alentejo para sensibilizá-los para a im-plementação de acções enquadráveis no plano. No caso de Serpa, a autarquia promove há 10 anos o ensino do cante nas escolas básicas do concelho, criou a Casa do Cante e está a trabalhar no projecto de criação do Museu do Cante, indicou. Por outro lado, frisou, “há muitos municípios e grupos corais alentejanos” que têm vindo a desenvolver projectos que se enquadram na estratégia do plano, como os de ensino de cante alentejano nas escolas.

“Todos têm de contribuir para esta tarefa colectiva, mas, independentemente do que cada um pode fazer, há um pla-no específico que a Câmara de Serpa e a Turismo do Alentejo irão executar nos próximos anos” e que prevê várias acções, como criação de roteiros e casas de cante, explicou Ceia da Silva. Segundo a Casa do Cante, de Serpa, actualmente, em Portugal, existem cerca de 150 grupos corais alentejanos ac-tivos, sendo que a maior parte são do distrito de Beja.

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A Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) apro-vou, recentemente, os cursos de formação na área do exame inicial de caça dirigido a caçadores, gestores de caça ou outros e, também a médicos veterinários, ministrados pela Universida-de de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Segundo o Regulamento (CE) nº 853/2004 de 29 de Abril, a caça selvagem deve ser sujeita a um exame inicial no local da caçada a efectuar por alguém com formação adequada (caça-dor, guarda de caça ou gestor cinegético) com vista à detecção precoce de risco sanitário, antes da colocação no mercado das peças de caça para consumo humano.

Paralelamente, vigora em Portugal um conjunto de medidas especiais de controlo higio-sanitário de tuberculose em caça maior (edital nº 1 de 2011 da DGAV) que estabelecem que deverá

A única instituição no país habilitada a conferir formação nesta área

UTAD vai dar cursos de formação dirigido a caçadores

ser um médico veterinário a realizar o exame inicial, e que este “deverá frequentar uma acção de formação relativa aos proce-dimentos de examinação de caça”. Neste sentido, a UTAD apre-sentou propostas de cursos de forma a ir ao encontro destes requisitos, tendo os mesmos sido aprovado pela DGAV.

Madalena Vieira-Pinto, coordenadora científica desta for-mação, declarou que, “actualmente, a UTAD é a única institui-ção no país habilitada a formar caçadores e outros agentes, assim como médicos veterinários em exame inicial de caça selvagem”.

No comunicado de aprovação da formação, a DAGV saudou a UTAD “pelo esforço desenvolvido e empenho demonstrado na formação dos intervenientes no sector da caça selvagem em Portugal”.

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36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano XI - N.º 260Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo e Fernando FerreiraOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 362, Loja 11, Fracção AH - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica NovelGráfica | Telf. 232 411 299 | E-mail: [email protected] | Rua Cap. Salomão 121-123, 3510-106 ViseuTiragem média Mensal Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

BrevesX Simpósio de Vitivinicultura do Alentejo De três em três anos tem lugar em Évora – Portugal, um Simpósio Internacional de Vitivinicultura, organizado por diversas institui-ções (oficiais e privadas) ligadas à investigação e à produção vi-nícola. A décima edição deste evento realizar-se à entre 4 e 6 de Maio de 2016.

Adega Cooperativa de Pinhel teve uma boa co-lheitaA vindima deste ano correu bem na Adega Cooperativa de Pinhel, com uma produção de 14,2 milhões de litros de vinho, 75% de tin-tos e 25% de brancos. Segundo o presidente da Adega, este ano “houve um aumento da produção em relação ao ano passado”. Agostinho Monteiro diz que a colheita de 2015 “vai ser uma das melhores da Adega”, pois “a vindima correu bem, com boas uvas e quase não choveu”, pelo que “as nossas expectativas são muito boas, tanto nos brancos como nos tintos, ao nível de 2011 que foi um ano excelente”. Com cerca de 1500 associados, na sua maioria do concelho de Pi-nhel, mas também de Trancoso, Mêda e Almeida, a Adega Coope-rativa de Pinhel comercializa os seus vinhos no mercado nacional, nomeadamente nas grandes superfícies, mas apostando também na exportação, nomeadamente para o Brasil, onde duplicou as vendas, e em Angola, para onde voltou a exportar.

Incentivos florestais atraíram mais de 80 pesso-as a OleirosA Casa da Cultura de Oleiros recebeu uma sessão de esclareci-mento dedicada aos Incentivos Florestais. Rui Neto, do Insti-tuto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), e António Caiado, da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), explicaram as medidas que podem beneficiar desde pessoas singulares ou colectivas, de natureza privada, autarquias locais e associações, entidades gestoras de baldios, detentoras de terras agrícolas e não agrícolas. A sessão dividiu-se em dois tópicos, como as medidas que integram o PDR (Programa de Desenvolvimento Rural), e as etapas para construir um Plano de Gestão Florestal. Rui Neto, do ICNF, esclareceu o que são Planos de Gestão Florestal (PGF) e a sua importância no Ordenamento e Gestão Florestal, assim como a sua obrigatoriedade, que no caso do concelho de Oleiros só se aplica a proprietários com um con-

junto total de prédios que excedam os 25 hectares. Por seu turno, a intervenção de António Caiado, da DRAPC, incidiu sobre a Medida 8 do PDR, que diz respeito à protecção e reabilita-ção de povoamentos florestais e que inclui neste momento, cin-co submedidas com candidaturas abertas. Entre estas medidas, encontram-se a florestação de terras agrícolas e não agrícolas; a instalação de sistemas agro-florestais; o restabelecimento da floresta afectada por agentes bióticos, como por exemplo o con-trolo do Nemátodo do Pinheiro; e abióticos ou por acontecimen-tos catastróficos, como são o caso dos incêndios; a melhoria da resiliência e do valor ambiental das florestas e ainda a melhoria do valor económico das florestas.Mais de 80 pessoas, de Oleiros e de concelhos vizinhos, foram esclarecidas sobre as comparticipações disponíveis, quer na ver-tente de instalação de povoamentos (plantações), quer no seu melhoramento (limpezas, selecção, adensamento, entre outros). O Gabinete de Apoio ao Investidor do Município de Oleiros encon-tra-se à disposição para esclarecer dúvidas relativas às medidas abordadas na sessão e relativamente a condições de acesso para casos específicos.

Freguesia da Comporta recebe a Festa da Bata-ta-doce Com o apoio da Câmara de Alcácer do Sal e da Junta de Freguesia da Comporta, a Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal organiza na Carrasqueira, nos dias 5 e 6 de Dezembro, a Festa da Batata-doce. A abertura da festa está agendada para as 15,30 horas, seguindo--se, às 16 horas, a actuação da Banda Filarmónica Amizade Vis-conde de Alcácer (Calceteira) e, às 17,30 horas, o Rancho Folcló-rico de Alcácer do Sal. A programação musical termina com um baile popular, com início às 19 horas. No segundo dia do evento, está agendado um almoço convívio às 12,30 horas, com inscri-ções em vários locais. Pelas 14,30 horas estão agendadas inter-venções sobre “A situação Agrícola, a Região e o País”, seguindo--se a actuação da banda da Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba (PAZÔA), do Grupo Coral do Torrão e às 17 horas realiza-se um baile popular. Durante os dois dias, a batata-doce é rainha, com locais de venda e mostra de doçaria feita com ba-tata-doce.

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ÚLTIMA HORA

O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente anunciou, em S. Miguel, que o Governo dos Açores vai promover no pró-ximo ano a realização de um seminário internacional de gené-tica bovina, que permitirá dar a conhecer “o que de melhor se faz nesta área” na Região.

“O objectivo deste evento, além de contribuir para o enrique-cimento de conhecimentos, passa por promover no exterior a qualidade genética dos bovinos de leite dos Açores, através do convite a entidades públicas e privadas nacionais e europeias”, revelou Luís Neto Viveiros na abertura do II Concurso Holstein Frísia de Outono, que decorreu no Parque de Exposições de S. Miguel, em Santana, no concelho da Ribeira Grande.

Para o titular da pasta da Agricultura açoriana, esta inicia-tiva da Associação Agrícola de S. Miguel “espelha bem a qua-lidade das explorações leiteiras”, constituindo-se como “uma das melhores montras do que se faz no sector agropecuário, fruto de um investimento genético implementado pelos lavra-dores açorianos”.

Para Neto Viveiros, a realização de mais este concurso “de-monstra bem que o apuramento genético é uma mais-valia para a rentabilidade e rendimento das explorações, felizmente

Anunciou Luís Neto Viveiros

Governo dos Açores VAI promover seminário internacional de genética bovina

acompanhado por elevados indicadores sanitários, alcança-dos com a imprescindível colaboração dos produtores e das suas associações”. “Da parte do Governo dos Açores, posso garantir o total empenhamento neste objectivo [sanidade e melhoramento animal], como fica claro com a nossa decisão de aumentar, no próximo ano, em 19% as verbas especifica-mente destinadas ao melhoramento e sanidade animal”, frisou.

O Secretário Regional defendeu ainda que “o excelente tra-balho feito no melhoramento genético e na sanidade animal devem constituir importantes instrumentos para novas opor-tunidades de negócio”.

Luís Neto Viveiros destacou também a importância, para-lelamente ao investimento público e a medidas políticas, da inovação e do conhecimento, como “recursos para uma me-lhor, mais produtiva e sustentável gestão das explorações”. Nesse sentido, revelou que, “além das 70 acções de formação já previstas para mais de 1.100 agricultores no próximo ano, o Governo vai estabelecer um protocolo com o Departamento das Ciências Agrárias da Universidade dos Açores para a rea-lização de cerca de 2.000 análises ao solo, que vão abranger todas as ilhas”.

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A Câmara de Serpa está a organizar o “Ciclo de Criatividade e de Inovação Empresarial”, iniciativa que pretende fomentar in-tercâmbios de ideias, de experiências e de novas soluções para os produtos e para as empresas, como premissas para atingir novos mercados.

A referida iniciativa será materializada através da realização de dias temáticos, sendo o dia 16 de Janeiro dedicado ao mel e as plantas aromáticas e medicinais, que incluirá entre outros, um Concurso de Mel de Rosmaninho produzido na margem es-querda do Guadiana.

O Concurso de Mel é uma parceria entre a Câmara de Ser-pa, a Associação de Apicultores do Parque Natural do Vale do Guadiana (APIGUADIANA) e a Associação dos Apicultores do Vale do Guadiana (APIVALE) e visa incentivar a produção de mel de qualidade, contribuir para a divulgação e promoção deste produto e aumentar a atractividade territorial.

“Certos de que o prestígio do evento se deverá à partici-pação dos apicultores, convidamos todos os profissionais do sector a participar”, apela a autarquia alentejana.

Em Serpa, a 16 de Janeiro

“Ciclo de Criatividade e de Inovação Empresarial”

realça mel da região do Guadiana

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