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Naturalmente! Director: José Luís Araújo | N.º 264 | 15 de Fevereiro de 2016 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural.com TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.

Gazeta Rural nº 264

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As Amendoeiras em Flor estão em destaque na edição de 15 de Fevereiro da Gazeta Rural. Na edição nº 264 referência especial para os Festivais Gastronómicos da Lampreia em Sever do Vouga e Penacova; para o Festival de Sabores Mirandeses, em Miranda do Douro, a Festa dos Saberes e Sabores do Douro, em S. João da Pesqueira; a primeira Feira “100% Limiano”, em Ponte de Lima, a mostra sabores do Nordeste da Beira, em Trancoso; da Agroglobal, que regressa em Setembro; dos Passadiços do Vouga; da aposta de Manteigas no Carnaval da Serra da Estrela; de Vinhais, que Américo Pereira diz ser “uma terra de agricultora e agricultores”, bem como do anúncio da Ministra da Presidência, em Penalva do Castelo, que o processo do Cardo vai passar em Bruxelas. Estes e outros temas para ler nesta edição. Boa leitura

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Naturalmente!

Director : José Luís Araújo | N.º 264 | 15 de Fevereiro de 2016 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural .com

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Sumário04 Sever do Vouga prepara Festival Gastronómico da Lampreia e da Vitela 06 ‘Merendas com Personalidade’ destacam rios Tejo e Zêzere07 Festival de Sabores Mirandeses oferece ‘um mundo’ de aromas e sensações08 Festa da Amendoeira em Flor “é a maior festividade” de Foz Côa10 Rainha da Amendoeira em Flor apresenta um programa atractivo 12 Ponte de Lima lança a I Feira 100% Agrolimiano13 Festa divulga os Saberes e Sabores de São João da Pesqueira15 Pavilhão Multiusos de Trancoso mostra sabores do nordeste da Beira16 “Maior congresso agrícola da Europa” foca-se em inovação na agricultura18 Bairrada é palco de grandes e reputados eventos vínicos19 Psique: Quando um vinho também é romance20 Madalena do Pico vai candidatar-se a município do

vinho em 201722 Desfrute de um copo de vinho sem abrir a garrafa 23 “Vidigueira Branco” promove o Cante e produtos locais24 Passadiços do Paiva “ultrapassaram muito as expectativas”26 Vinhais “é uma terra de agricultura e de agricultores”28 Produção do Maior Queijo de Ovelha marcou Feira de Seia29 A Serra da Estrela “pode ter um carnaval de excelência”30 Câmara de Vila do Porto cede terreno para aumento da produção de meloa 32 Municípios do Pinhal Interior apostam na valorização do medronho33 PDR 2020: um instrumento de apoio à recuperação da floresta34 Dossier do Cardo vai ser aprovado pela Comissão Europeia35 Crédito Agrícola reforça aposta no sector agrícola36 Moncorvo promove Amendoeiras em Flor com várias actividades37 Penacova realiza o Festival da Lampreia 2016

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Gazeta Rural (GR): Como estão os preparativos para a Festa da Lampreia e da Vitela?

António Coutinho (AC): Ainda não temos um programa definido. Vamos ter um festival como em anos anteriores, con-tando com a adesão de mais restaurantes. Tentámos alargar o festival aos restaurantes mais próximos do rio Vouga, até Cou-to de Esteves.

GR: Este festival pretende atrair visitantes ao con-

De 12 a 20 de Março, nos restaurantes aderentes

Sever do Vouga prepara a 16ª Festa da Lampreia e da Vitela

celho, tendo a lampreia e a vitela como chamariz, mas há também outros atractivos?

AC: Os eventos que promovemos têm o propósito de di-vulgar Sever do Vouga. Para além do aspecto gastronómico, temos outros atractivos, e são muitos, como as nossas pai-sagens, o verde, a água, os desportos radicais, o património histórico, entre outros. Diria, que são coisas que ninguém tem, que são marcas importantes e que atraem imensa gente ao concelho.

Sever do Vouga prepara o XVI Festa da Lampreia e da Vitela, que decorrerá de 12 a 20 de Março nos restaurantes aderentes. Arroz da Lampreia, Lampreia à Bordalesa e Vitela Assada com arroz no forno são alguns dos pratos que os visitantes poderão degustar, num evento promovido pela Câmara de Sever do Vouga e que visa a promoção, divulgação e valorização de produtos locais, como a lampreia e a vitela, e que contribui para o desenvolvimento económico do concelho.

Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da Câmara projecta “um grande festival gastronómico”. Num programa que ainda não está fechado, António Coutinho espera a adesão de mais restaurantes ao evento.

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Falamos também de outros produtos, como o mirtilo, que é o nosso ex-libris e uma marca, ou não fosse Sever do Vouga a sua capital. As pessoas são, também, atraídas por isso e há muita gente que nos visita por causa daquele pequeno fruto, pois ao longo dos anos temos feito grande divulgação da terra como “Capital do Mirtilo”.

Diria que temos três marcas importantes, desde logo a natu-reza, que Deus nos deu, o património histórico, principalmente arqueológico e megalítico, e, naturalmente, o mirtilo.

GR: Este festival pretende promover e divulgar dois produtos, um deles a vitela. Como está o sector pe-cuário no concelho?

AC: Não está bem. Temos alguns criadores de raças puras, a quem continuamos a apoiar com a Feira de Gado Anual de Santiago, no Arestal, que se realiza no alto da serra e que junta criadores de gado de raça arouquesa de quatro municípios.

A diferença da nossa vitela para a de outras regiões está na qualidade do produto. Ou seja, independentemente de em Arouca, Cinfães, Castro Daire ou Castelo de Paiva também se confeccionar vitela de raça arouquesa, em Sever do Vouga é feita de maneira diferente, como é, também, da vitela de La-fões. A vitela de Sever do Vouga tem um toque diferente, no-meadamente porque é carne de animais de leite, uma tradição que se mantém, e isso dá-lhe um sabor especial.

A produção pecuária no concelho tem vindo a decrescer, em-bora se tente travar com a realização de feiras e a atribuição de prémios aos produtores, tentando intensificar a produção, por-que é uma carne com saída e se mais houvesse mais se vendia.

GR: Em relação à lampreia?AC: Espero que seja um bom ano de lampreia em Sever do

Vouga. Já há lampreia nos restaurantes, alguma apanhada a jusante do rio Vouga, e outra vinda de regiões próximas. Con-tudo, os nossos restaurantes, mesmo que a vão buscar mais a jusante do rio Vouga ou a outras regiões, preparam-ma cá, mantendo-a em águas limpas e batidas durante uma a duas semanas, para que fique com a carne rígida e com o gosto tra-dicional de Sever do Vouga.

GR: A barragem de Ribeiradio veio alterar alguma coisa?

AC: Não. Penso que a barragem até pode fixar esse ciclo, pois tivemos anos de pouca chuva e a lampreia não subia o rio porque a corrente era baixa. Se o rio tiver mais água, a proba-bilidade da lampreia subir o rio é maior. Este ano, com o caudal do rio mais estável, e até já tivemos uma grande cheia, espe-ramos que suba muita lampreia, embora possa chegar mais tarde. Mas, vamos, com certeza, ter um grande festival gastro-nómico.

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O “CAP Mercado de Agricultores”, organizado pela Confede-ração dos Agricultores de Portugal (CAP), na sequência de um protocolo com a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, já tem datas e local para as edições de 2016. A próxima edição tem lu-gar nos dias 19, 20 e 21 de Fevereiro, na Praça da Figueira.

Este evento acontecerá uma vez por mês na Praça da Figuei-ra, não só por ser um dos principais pontos turísticos de maior tráfego na Baixa de Lisboa, mas também por ter sido aqui que, em 1855, foi construído o principal mercado coberto da cidade, entretanto demolido na década de 50 do século passado.

Para Luis Mira, secretário-geral da CAP, “é importante que os Mercados se realizem em espaços emblemáticos da capital com uma grande concentração de residentes e turistas, que consi-gam contar aos visitantes um pouco da história que guardam e que convivam em harmonia com uma imagem moderna e ape-lativa, consentânea com uma agricultura moderna, inovadora e focada no futuro.”

A primeira edição, que teve lugar em Dezembro do ano passa-do, decorreu na Praça dos Restauradores, e contou com a par-ticipação de 30 empresas de todo o País. O objectivo do “CAP Mercado de Agricultores” é fazer chegar ao grande público “o melhor que a terra nos dá”, contribuindo para a divulgação, es-tímulo e sustentabilidade de produções tradicionais que, muitas vezes, pela sua reduzida dimensão, têm dificuldade em penetrar no circuito comercial das grandes redes de distribuição.

A TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior e o município de Constância estão a pre-parar um evento na loja Camões com Sabor, em torno dos rios Tejo e Zêzere, para dia 26 de Fevereiro.

A iniciativa, designada “Merendas com Personalidade – Es-tórias de Rio”, traz o barqueiro Sérgio Silva para contar algu-mas das suas histórias e experiências à volta dos rios. Também pescador, foi com o pai que se iniciou nas artes piscatórias aos sete anos, actividade que mantém até hoje, em paralelo com a travessia de barco no Tejo.

Para preparar a merenda, composta por “Lampreia à Borda-lesa”, “Suor de Barbo”, “Fritada mista de escabeche” e “Sopas de pão com aroma de bord’água”, estará António Rodrigues, reformado militar, cujo prazer é cozinhar. Os petiscos terão al-guns dos segredos do tempero que aprendeu com o avô, quan-do o acompanhava nos petiscos à borda de água.

Os participantes terão, também, a oportunidade de provar o “Bolo da Praça”, da doceira tradicional constanciense, Maria de Fátima Bandarra. O evento está marcado para as 19 horas com concentração na loja de produtos locais em Constância, Camões com Sabor, sita na rua Luís de Camões.

Merendas com Personalidade é uma iniciativa da TAGUS que tem por objectivo promover e valorizar os produtos e a gastro-nomia de Abrantes, Constância e Sardoal, convidando perso-

Praça da Figueira recebe as próximas 11 edições

“CAP Mercado de Agricultores” já tem calendário para 2016

Em Constância, a 26 de Fevereiro

“Merendas com Personalidade” destacam rios Tejo e Zêzere

nalidades ligadas ao Ribatejo Interior ou às tradições da região para confeccionar um petisco nos seus espaços de promoção e comercialização de produtos locais. A actividade tem inscri-ções limitadas e obrigatórias através do email: [email protected].

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De 19 a 21 de Fevereiro, Miranda do Douro transporta-o para um mundo de aromas e sensações. O Festival de Sabores Mi-randeses é um certame onde os visitantes procuram o melhor da gastronomia mirandesa, desde a vitela mirandesa, o cordei-ro mirandês (raças DOP) e o porco com todos os seus deriva-dos. O certame conta este ano com cerca de 70 expositores.

Este vento atrai todos os anos milhares de pessoas, com a Câmara de Miranda do Douro a apostar num conjunto de ac-tividades ricas em lazer e cultura, com destaque para as actu-ações musicais, arruadas, jogos tradicionais, visitas ao centro histórico, oficinas de língua mirandesa, artesanato, mercado de produtos regionais, passeios BTT, TT, montarias ao javali, seminários, concursos, e como não podia deixar de ser, varia-dos pratos gastronómicos.

Para além dos produtos ligados à carne, nomeadamente o fumeiro, destaque para a doçaria, segundo alguns “a melhor da região”, onde os visitantes podem apreciar os roscos, os sodos, os dormidos e a deliciosa bola doce. Tudo isto, acompanhado pelo bom vinho que se produz na região.

Mas nem só de gastronomia vive o festival, o artesanato está bem vincado com os inúmeros trabalhos realizados em madei-ra, como são exemplo as facas, os trabalhos a burel, com a fa-mosa Capa de Honras.

A nível cultural a oferta é diversificada, desde a lhéngua mi-randesa, a música tradicional, com os gaiteiros, tamborileiros, pauliteiros e danças mistas. Mas se é apreciador de actividades ao ar livre, o Festival oferece-lhe nesta edição, montarias ao javali, passeios BTT e TT.

Festival promove o Concurso da Tabafeia

A Câmara de Miranda do Douro e a Sabores de Miranda – As-sociação de Produtores Gastronómicos das Terras de Miranda, promovem o III Concurso de Tabafeia, que terá lugar a 21 de

De 19 a 21 de Fevereiro, em Miranda do Douro

Festival de Sabores Mirandeses oferece ‘um mundo’ de aromas e sensações

Fevereiro, às 15h30, no Recinto do Jardim dos Frades Trinus.O concurso, inserido no Festival de Sabores Mirandeses, tem

como objectivo promover e divulgar a produção e consumo da tabafeia, sensibilizando a população para a valorização dos recursos e produtos locais.

A Tabafeia é um enchido fumado, de carne de aves e por-co, pão regional de trigo, azeite, condimentada com sal, alho, colorau ou pimenta e salsa. A pasta final assim obtida é intro-duzida em tripa delgada de porco ou vaca, a qual é sujeita ao processo de secagem e fumagem pelo período mínimo de sete dias.

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Gazeta Rural (GR): Como será o programa das Festa da Amendoeira em Flor?

João Paulo Sousa (JPS): Penso que é um grande progra-ma. Como novidade, no primeiro fim-de-semana da quinzena, temos a realização da Expocôa, certame que terá por palco o pavilhão de exposições, numa organização da Associação Co-mercial, em parceria com a Câmara, que será uma mostra do tecido empresarial e dos produtos endógenos de Foz Côa, mas também de outros concelhos.

Apostamos também num conjunto de actividades funda-mentais, que fazem parte do programa, como o Festival de Folclore, o passeio de cicloturismo, entre outras, que já têm história, que acompanham as várias edições da Festa da Amendoeira em Flor e que fazemos questão de manter.

De 26 de Fevereiro a 13 de Março

Festa da Amendoeira em Flor“é a maior festividade” de Foz Côa

Como estamos na capital da Amendoeira em Flor, apostamos também em fins-de-semana gastronómicos. Os 20 restauran-tes aderentes têm algo de diferente para oferecer aos clientes, com menus em que a amêndoa é o ingrediente obrigatório.

Temos também uma parceria, importante, com o Museu do Côa. Esta é uma Festa da Amendoeira em Flor e dos Patrimó-nios Mundiais, um dos quais é o vinho, pelo que vamos fazer uma conjugação perfeita entre o vinho e o Museu do Côa. Ha-verá visitas às quintas e temos também 15 visitas de 15 minutos à volta de 15 objectos do Museu. Em vez de fazermos visitas ao Museu de forma completa, as pessoas vão escolher um objecto sobre o qual haverá uma atenção especial de 15 minutos.

Teremos, no âmbito do programa, 40 actividades. Para além montarias, caminhadas e exposições permanentes, vamos

Paisagens deslumbrantes, gastronomia e muita animação são ingredientes que esperam os visitantes que, de 26 de Fevereiro a 13 de Março, passarem por Foz Côa, a Capital da Amendoeira em Flor. Miguel Gameiro, Ana Malhoa e os DAMA são as atracções musicais da XXXV Festa da Amendoeira em Flor para os três fins-de-semana. Mas haverá muito mais. A Expocôa, a abrir, e o desfile etnográfico, a fechar, são outros momentos altos do programa promovido pela Câmara de Foz Côa.

O vice-presidente da Câmara referiu à Gazeta Rural que estas “são as maiores festividades do concelho”, que iniciou as festas dedicadas à amendoeira em flor. João Paulo Sousa salientou a aposta que a autarquia está a fazer na revitalização do sector da amêndoa no concelho, destacando também o vinho e o azeite, dois produtos de excelência de Foz Côa.

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apostar muito na animação de rua, dando algum movimento sonoro às ruas. Teremos a feira nas ruas, em simultâneo com a Expocôa.

Sentimos necessidade de dar alguma animação nesta altura, referindo o conjunto de nomes sonantes do meio musical que actuará em Foz Côa nos três fins-de-semana, porque somos efectivamente a Capital da Amendoeira em Flor e investimos bastante naquelas que são as maiores festividades do conce-lho, para dizer às pessoas que vale a pena vir a Foz Côa.

GR: O momento alto da festa é o tradicional desfile etnográfico no último dia?

JPS: É o momento mais importante. Este ano vamos alterar a composição do cortejo e do regulamento. Já temos cerca de 80 carros para participar e queremos que a nossa ‘pérola maior’ tenha muita gente, que es-peramos nos visite não só nesse dia, mas durante toda a quinzena.

GR: A Expocôa é uma mostra do concelho?JPS: É um evento que nasceu há alguns anos e que é uma

mostra de todas as actividades do concelho, desde o plano comercial até aos produtos endógenos, desde logo o vinho, a amêndoa, o azeite, os mármores, entre outros.

É uma iniciativa da Associação Comercial, em parceria com a autarquia, que convida o tecido empresarial do concelho a participar e pretende divulgar tudo o que se produz e, ao mes-mo tempo, inseri-la no âmbito da Festa da Amendoeira em Flor que acho muito importante. É mais um atractivo para nos vi-sitarem.

GR: Azeite, vinho, amendoeiras e gastronomia é um conjunto atractivo?

JPS: Temos três produtos que são de excelente qualidade. No vinho já temos um evento próprio, em que damos cartas, que é o Festival do Vinho do Douro Superior, considerado o maior do país. Para terem uma ideia, nos últimos quatro anos foram investidos 53 milhões de euros no sector do vinho. Os melhores produtores nacionais estão todos em Foz Côa.

Falta começarmos a direccionar-nos para a amêndoa, pois somos a ‘Capital da Amendoeira em Flor’ e fazemos esta festa há 35 anos. Fomos nós que iniciamos estas festividades, por-que éramos, há altura, o maior produtor de amêndoa, que hoje não somos, mas queremos revitalizar o sector. A parte econó-mica ligada à amêndoa é muito importante para nós.

Mas temos também o azeite, um produto de excelente quali-dade que já ganhou prémios e que ao nível da Península Ibérica tem o menor grau de acidez.

Com estes três produtos, e seus derivados, queremos acres-centar mais alguma coisa ao turismo, que para nós é impor-tante. Somos o único concelho do país com dois patrimónios mundiais e, por isso, temos que os destacar e frisar que, neste aspecto, somos únicos e temos que trazer muita gente. Com estes produtos, e tudo o que a eles está ligado, nota-se que Foz Côa está a ter um número de visitantes cada vez maior.

Este ano, para além das actividades normais dos três fins--de-semana, vamos acrescentar uma feira de exposições desses produtos, que será a cereja no topo do bolo. Para além das actividades lúdicas, temos também a parte económica a funcionar.

GR: Disse que o município pretende revitalizar o sec-tor da amêndoa. Como está neste momento?

JPS: Penso que, e estamos a sentir isso, os nossos agricul-tores estão a apostar na amêndoa, pois é hoje um produto mais rentável, não só o miolo mas também a casca e produtos de-rivados que estão a ser aproveitados, nomeadamente na área da cosmética. Há também a componente gastronómica, onde a amêndoa está a ser também um ingrediente interessante.

No concelho há novos amendoais e o sector está mais in-teressante e atractivo. Deste modo, sentimos que, com esta divulgação e este apoio, os agricultores estão mais apoiados.

Neste âmbito, vamos promover um workshop de empreen-dedorismo “Amêndoa, Azeite e Vinho”, em que estarão pre-sentes especialistas que nos vão falar do que se está a fazer e quais as perspectivas de futuro para estes três produtos. Com isto estamos a conseguir solidificar uma área muito importante para nós e pensamos que estamos no bom caminho.

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Gazeta Rural (GR): Como serão as festas da amen-doeira em flor?

Nelson Bolota (NB): Vamos ter praticamente um mês de-dicado às amendoeiras em flor, este ano a natureza antecipou a floração em relação aos anos anteriores, no entanto acredi-tamos que vai ser uma época de grande festividade e beleza natural, decerto que quem nos visitar vai ficar satisfeito.

GR: A floração chegou mais cedo devido a um Inverno mais quente?

NB: Penso que todos nós sentimos que este Inverno foi um pouco primaveril, com menos frio e menos geadas, daí as

De 19 de Fevereiro a 13 de Março, em Figueira de Castelo Rodrigo

Rainha da Amendoeira em Flor apresenta um programa atractivo e espera muitos visitantes

A Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo apostou num programa preenchido para a quadra das amen-doeiras em flor, que decorrerá de 19 de Fevereiro a 13 de Março, período em que espera receber muitos visitantes. Os grupos Diapasão e Íris e a dupla Lucas e Mateus são atracções no plano de animação, mas há também um conjunto de outras actividades atractivas.

Em conversa com a Gazeta Rural, o vice-presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo mostra-se convicto que “será uma época festiva e quem nos visitar vai ficar muito satisfeito”. Nelson Bolota destaca o esforço da autarquia na aposta do epiteto “Rainha das Amendoeiras em Flor”, mas também no apoio ao sector da amêndoa no concelho.

amendoeiras florirem um pouco mais cedo, mas acredito que seremos brindados com flor até meados de Março.

GR: Este é um cartaz importante para o concelho?NB: Sem dúvida. De há uns anos para cá este evento esteve

um pouco adormecido, mas Figueira foi sempre e será “Rainha da Amendoeira em Flor”. Tentámos renová-lo e procuramos com isso que cada vez mais visitantes venham ao nosso con-celho apreciar a amendoeira em flor e esta paisagem impar e deslumbrante, com vales em tons de branco e rosa.

GR: O que mais destacaria no programa deste ano?

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NB: O programa contém um conjunto de acções importan-tes que decorrem ao fim-de-semana. O cicloturismo, o show cooking, com receitas à base de amêndoa, e o Zumba Glow Party vão preencher o primeiro fim-de-semana. No segundo, referência para a Montaria da Amendoeira em Flor, o Estágio Nacional de Karaté, atividades que vão atrair muitos turistas ao nosso concelho.

A Festa Motard ocupará o terceiro fim-de-semana e é a pri-meira concentração do ano para os amantes das motas, com o número de participantes a aumentar a cada ano, embora con-dicionados pelo tempo. Para o último temos o VI Raid TT, um passeio para visitar as nossas belas paisagens.

GR: Como está o sector da amêndoa no concelho?NB: O sector está a renovar-se, para além de haver novas

plantações. O executivo municipal está apostado em ajudar o sector, com a elaboração de um regulamento de incentivos para a plantação de novos amendoais. Para tudo isto muito tem contribuído a valorização da amêndoa. Acredito que nos próximos anos vamos ter mais amendoeiras a florir no conce-lho.

GR: O aproveitamento que o mercado tem dado a no-vos produtos derivados é um bom incentivo?

NB: Sem dúvidas que são bons factores para o desenvol-vimento do sector. No concelho já existe uma unidade de re-ceção e transformação deste produto. O aproveitamento da casca, para alimentar equipamentos de aquecimento está cada vez mais em voga, a utilização da amêndoa na cosmética

e na gastronomia faz com que haja boas perspetivas para este sector.

Foram introduzidas algumas variedades de amêndoa de crescimento rápido e de grandes produções, cuja amêndoa não tem a qualidade daquela que por cá se produz e isso faz toda a diferença. O que diferencia a nossa amêndoa é o sabor, com um ligeiro travo amargo. Basta ouvir a opinião de alguns reputados Chefs de Cozinha, que preferem a nossa amêndoa regional, em detrimento de alguma vinda de outras regiões e países.

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O município de Ponte de Lima promove nos dias 27 e 28 de Fevereiro a I Feira 100% Agrolimiano, certame que tem como principal missão promover todo o sector agroalimentar do concelho, num território onde a produção de qualidade é uma marca distintiva e um factor de promoção e atracção.

A Feira, que terá por palco o Parque de Exposições Expolima, é uma mostra de diversos produtos endógenos do concelho, estando presentes vários expositores de produtos regionais e de artesanato. Segundo a autarquia, a Feira 100% Agrolimiano “pretende transformar-se num espaço dedicado à exposição dos variados produtos de cultivo e fabrico local, assim como dos serviços associados ao mundo rural do concelho, como a produção de vinho verde, leite, enchidos e fumados, animais, sidra, fruta, caracóis, cogumelos, mel, entre muitos outros, que contribuem para a dinamização da economia limiana”. No fundo, “valorizar um território onde a produção de qualidade é uma marca distintiva e um factor de promoção e atracção”, é outras das metas desta feira, que pretende também promover o sector agroalimentar do concelho.

Perspectiva-se, por isso, a realização de um evento inova-dor e único no âmbito do sector do Desenvolvimento Rural de Ponte de Lima, no sentido de motivar todos os parceiros en-volventes, desde a produção, à distribuição e à comunicação.

A iniciativa integra o projecto ‘Em Época Baixa, Ponte de Lima em Alta’, dinamizado pelo Município local, a decorrer en-tre Novembro e Março, perspectivando-se elevar a qualidade

Nos dias 27 e 28 de Fevereiro

Ponte de Lima lança a I Feira 100% Agrolimiano

dos eventos organizados através da melhoria quantitativa e qualitativa de actividades complementares associadas a cada evento, contrariando a tendência sazonal, proporcionando motivos para sair de casa e confraternizar mesmos nos dias mais frios.

Dirigido aos agentes locais e aos empresários do sector tu-rístico hoteleiro e da restauração, o projecto potencia os re-cursos endógenos como forma de tornar este território num espaço ideal para o turismo interno e externo em época baixa, gerando novas oportunidades para a economia local, apos-tando numa estratégia de captação de novos públicos.

A sustentabilidade deste projecto baseia-se na sua abran-gência, face à oferta de condições especiais de estadia. Du-rante os fins-de-semana em que se realizam os eventos, have-rá um desconto de 15% em alojamento nas unidades hoteleiras aderentes, para as noites de sexta-feira e sábado, da mesma forma que a restauração aderente oferece um leite-creme, por dose, nas refeições de sábado e domingo, promovendo uma iguaria típica da cozinha tradicional limiana.

Ao valorizar o produto “Gastronomia”, ambiciona-se afirmar este concelho do Alto Minho como um destino gastronómico impar e de excelência em Portugal. A conjugação de esfor-ços e interesses coloca Ponte de Lima na mira dos visitantes e turistas. As actividades decorrem em toda a vila sendo que a maioria realiza-se na tenda da Expolima, com espaço de res-tauração.

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Gazeta Rural (GR): Que expectativa tem para esta edição?

Delfina Santos (DS): O Município de S. João da Pesquei-ra e a ESPRODOURO - Escola Profissional do Alto Douro, en-quanto promotores deste evento, têm uma expectativa muito positiva, tendo em consideração o crescimento sustentado e demonstrado ao longo das edições anteriores, tornando-se já num dos principais eventos na região sob o tema da Rota das Amendoeiras em Flor. Por outro lado, será de destacar, o cartaz com animação cultural diversificada, o aumento dos expositores de produtos regionais e de artesanato, o aumento dos restau-rantes aderentes na área gastronómica, bem como a aposta na divulgação e promoção do evento, garantindo, no nosso enten-dimento, as boas expectativas que temos para esta edição.

GR: O programa dá especial atenção ao sector pri-mário do concelho. O que mais destacaria?

DS: Sim, o sector primário terá uma especial atenção, pois através da venda e exposição dos “Produtos da Terra”, que são uma prioridade neste evento, atendendo à importância econó-mica e estratégica deste sector de actividade para o concelho, que é o maior produtor nacional de Vinho do Porto e DOC Douro, destacando-se, também, o azeite e a amêndoa.

No entanto, o que mais destacamos são as pessoas, pois são elas que potenciam os recursos naturais deste território, sendo este evento uma possibilidade de promoverem e valorizarem os seus produtos junto de quem nos visita, nesta altura do ano, no âmbito da rota das amendoeiras em flor.

GR: Que importância atribui a este evento, tendo em conta a época em que se realiza?

DS: Este evento assume uma importância estratégica nesta altura do ano, sobretudo por dois motivos: O primeiro porque é um evento que traz à vila e ao concelho milhares de visitantes que deixam um importante contributo económico e levam o nome de S. João da Pesqueira para promoção futura. O segun-do, porque é um evento onde se vendem muitos dos produtos do concelho e da região contribuindo para a sustentabilidade

Nos fins-de-semana de 27 e 28 de Fevereiro e 5, 6, 12 e 13 de Março

Festa promove os Saberes e Sabores de São João da Pesqueira

Aproveitando a época das amendoeiras em flor, um cartaz turístico da época, São João da Pesqueira recebe nos fins-de-semana de 27 e 28 de Fevereiro e 5, 6, 12 e 13 de Março a IX Festa dos Saberes e Sabores do Douro 2016.

Esta iniciativa é promovida pelo Município de S. João da Pesqueira, em parceria com a Escola Profissional do Alto Douro e colaboração das Juntas de Freguesia, vai promover o concelho e a região do Douro no âmbito da Rota das Amendoeiras em Flor.

Para Delfina Santos, vereadora com o pelouro da Cultura da câmara de S. João da Pes-queira, à Gazeta Rural, refere a importância desde evento para a promoção do concelho, mas também para a divulgação dos produtos de excelência produzidos pelo sector primário do concelho, mas também a importância da Festa para a economia do mesmo.

da economia local, incentivando os seus produtores a inves-tirem na melhoria da qualidade e na expansão da produção.

GR: Como foi a adesão dos restaurantes aos Fins--de-Semana Gastronómicos e que propostas gastro-nómicas destacaria para ‘seduzir’ os visitantes?

DS: Os restaurantes do concelho têm aderido todos os anos a esta excelente iniciativa promovida pela Entidade Turismo do Porto e Norte de Portugal em parceria com as autarquias. Esta é uma iniciativa que tem vindo a ganhar a cada ano maior re-levância sendo já um marco turístico para os visitantes da re-gião Norte de Portugal. Concisamente, relativamente ao nosso concelho, o feedback dos restaurantes acompanha a tendên-cia regional de aumento de projecção da acção que se traduz num amento do número de refeições servidas. Para esta esta edição, propomos, para ‘seduzir’ os visitantes, o Cozido à Por-tuguesa acompanhado com os melhores vinhos do mundo, e, na sobremesa, Pera Bêbada em Vinho do Porto.

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22 A 25 DE ABRILPAVILHÃO DA

ASSOCIAÇÃO AGRÍCOLA DE SÃO MIGUEL

Vinhos, destilados e gastronomia.

Zona multiactividades económicas.

Promova e venda as suas novidades para o Verão.

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GR. Há alguma novidade na Feira deste ano?Rogério Tenreiro (RT): Não haverá novidades. A Feira vai

realizar-se nos moldes dos últimos três anos, em que para além da Feira do Fumeiro, haverá uma exposição de porcos bísaros, nas traseiras do Pavilhão Multiusos. Simultaneamente vai de-correr o nono festival gastronómico, denominado “Trancoso, gastronomia e tradição”, ao qual se pretende que os restau-rantes do concelho adiram, tendo em conta que a Feira serve não só para promover os expositores que estarão no pavilhão multiusos, mas também a restauração e comércio de Trancoso. No âmbito da Feira vai ainda decorrer um colóquio cujos temas terão a ver com o sector agroalimentar.

GR: O que cresceu o sector do fumeiro com este evento?

RT: Por aquilo que as pessoas vão dizendo e pela procura por este tipo de produtos, creio que esta feira e outras que se fazem na região contribuíram para que estes produtos tenham uma grande aceitação, visibilidade e procura em todo o país. Fala--se muito deste tipo de produtos e as feiras são procuradas por gente que vem de vários pontos do país, no nosso caso apro-

Nos fins-de-semana de 27 e 28 de Fevereiro e 5 e 6 de Março

Pavilhão Multiusos de Trancoso mostra sabores do nordeste da Beira

veitando também o facto de Trancoso ser, nesta altura do ano, uma porta de acesso para a região das amendoeiras em flor. A valorização dos produtos endógenos hoje em dia tem uma im-portância cada vez maior na população em geral.

GR: Há um grande produtor no concelho que, de cer-to modo, ‘arrastou’ todo o sector na região? Que im-portância tem?

RT: Poderá ter sido, mas os outros também valerão por si, porque os expositores que estarão na Feira do Fumeiro, uma boa parte deles já tem tradição de produção deste tipo de negócios. Muitos deles com tradição familiar. A Casa Prisca, é certo, tem uma longa tradição de várias gerações, mas os outros já têm um grande peso neste sector.

GR: A Feira continuará a realizar-se em dois fins--de-semana?

RT: Sim. A Feira decorrerá no ultimo fim-de-semana de Feve-reiro e no primeiro de Março. Realizamos a feira nesta altura do ano para a potenciar, fazendo-a coincidir com a quinzena das Amendoeiras em flor, para que a Feira faça parte desse itinerário.

O Pavilhão Multiusos de Trancoso recebe nos dias 26, 27 e 28 de Fevereiro e no fins-de-semana de 5 e 6 de Março a XIII Feira do Fumeiro, dos Sabores e Artesanato do Nordeste da Beira, evento que conta este ano com 80 expositores, distribuídos por 100 stands, com enchidos e fumados, queijos, pão, doçaria regio-nal, vinhos, mel, azeites e ainda artesanato regional.

Este certame, que é a maior mostra de produtos regionais agro alimentares da região das Beiras, é uma iniciativa da Associação Empresarial do Nordeste da Beira (AENEBEIRA) e do Município de Trancoso e con-tará também com uma exposição de suínos de raça bísara, em espaço adjacente ao Pavilhão Multiusos. Paralela e complementarmente à XII Feira do Fumeiro, decorrerá em Trancoso o VIII Festival gastronómico, denominado Trancoso – gastronomia com Tradição, que contará com a adesão de 10 restaurantes locais, que deverão confeccionar os seus “pratos”, tendo como base os produtos existentes na Feira.

À Gazeta Rural, Rogério Tenreiro, da AENEBEIRA, sublinha a importância da “valorização dos produtos endógenos hoje em dia tem uma importância cada vez maior na população em geral”.

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Agroglobal, de 7 a 9 de Setembro, em Valada do Ribatejo

“Maior congresso agrícola da Europa” foca-se em inovação na agricultura

A Agroglobal vai realizar-se de 7 a 9 de Setembro, em Va-lada do Ribatejo, no Cartaxo, apresentando-se como espaço de divulgação da inovação e tecnologia no sector agrícola. Em comunicado, a organização afirma que a quinta edição do evento, que classifica como o “maior congresso agrícola da Europa a céu aberto”, decorre num momento “muito positivo” da agricultura portuguesa, “com investimento e novos projec-tos a nascer pelo país”.

Com a presença de 250 empresas, o facto de ser uma feira a céu aberto, em plena lezíria do Tejo, “uma das regiões agrícolas mais dinâmicas do país”, permite a realização de demonstra-ções, “em contexto real, da mais avançada tecnologia ao ser-viço do sector agrícola”, afirmam os promotores.

Realizando-se de dois em dois anos, a feira iniciou-se em 2009, como certame profissionalizado, tendo por ‘slogan’ “Nós semeamos”. Na edição deste ano, o espaço expositivo será alargado, “fruto da adesão das empresas”, mas também reconfigurado, para reduzir a densidade de “construção” e manter sempre presente “a sensação de campo”, sublinha a nota. Por outro lado, será instalada uma área de amendoal, “acompanhando a tendência de plantação de pomares de fru-tos secos no Alentejo”, a área de tomate para indústria terá um “aumento significativo, para dar dimensão à cultura estrela do Ribatejo”, a cultura do girassol terá “maior protagonismo, em linha com o aumento real da área semeada no Alentejo”, e será reintroduzida a cultura da beterraba. “Tal como nas edições anteriores, o milho, a batata, o olival, as forragens e a floresta

continuarão a marcar presença nos campos da Agroglobal, re-afirmando o potencial destas culturas”, acrescenta.

Estão igualmente previstos mais ensaios no campo - fertili-zação, sementes, agroquímicos, rega -, o aumento das áreas de trabalho de máquinas, pistas para as diversas marcas de tractores e alfaias, zonas específicas para pulverização em pomares, vinha e culturas anuais. “A colheita e subsequente reinstalação das culturas, mostrará a sequência de operações culturais possíveis e aconselháveis para cada situação”, adian-ta a organização.

Pedro Torres, agricultor de referência na cultura do milho em Portugal, e principal dinamizador desta feira, sublinha o papel “decisivo” da evolução dos factores de produção, equipa-mento e conhecimento para o sector não perder “a batalha da competitividade”.

“O aperfeiçoamento das tecnologias e equipamentos de produção, com vista ao aumento do rigor na utilização dos factores de produção, permite melhorar a eficiência das ope-rações culturais e o conhecimento dos campos, optimizar a utilização da água, dos fertilizantes e das sementes”, refere.

Sendo 2016 o Ano Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar, a Agroglobal vai acolher no seu recinto uma acção “Restolho”, programa criado em 2012 pelo grupo Agrotejo/Agromais, a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares e a Entreajuda, aproveitando os produtos hortícolas que ficam nos campos, “resultado de especificações de mercado, peque-nos defeitos ou fraca valorização comercial”.

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XVI ROTA

SEVER DO VOUGA12 A 20 MARÇO’16

DA LAMPREIA E DA VITELA

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Os gloriosos tempos estão a voltar à Bairrada. Mas como nada se faz sem trabalho, há que caminhar trabalhando... Pro-va de que o pior já era, são as várias distinções que o sector vitivinícola tem trazido para a região. Este ano é também mar-cado pela realização de grandes eventos na Bairrada, o que revela o seu enorme potencial, não apenas no vinho. A região vai ser palco de três grandes eventos vínicos. O primeiro é já amanhã, com a realização da 19.ª Gala da Revista de Vinhos, na qual são consagrados ‘Os Melhores do Ano de 2015’. Seguem--se o concurso Portugal Wine Trophy e a Gala de Entrega dos Prémios do Concurso Vinhos de Portugal.

A Revista de Vinhos elegeu a Bairrada para a realização da 19.ª edição da Gala ‘Os Melhores do Ano 2015’. Este é um even-to épico onde a publicação distingue os melhores vinhos pro-vados durante o ano findo, ao mesmo tempo que atribui cerca os tão aguardados ‘Prémios Especiais’ a um conjunto de em-presas e personalidades, galardoadas com as “famosas” esta-tuetas prateadas. A cerimónia, já conhecida como os “Óscares do Vinho”, acontece amanhã no coração da Bairrada, tendo como palco o Centro de Alto Rendimento de Sangalhos, no concelho de Anadia, reunindo cerca de 1000 pessoas do sec-

O primeiro é já amanhã e os outros dois em Maio

Bairrada é palco de grandes e reputados eventos vínicos

tor do vinho e da gastronomia portuguesa, sendo a maior con-centração de profissionais do ramo em Portugal, conta com o apoio do Município de Anadia.

Anadia, mas desta vez a cidade, vai também ser palco de outro evento, desta vez de âmbito internacional. Referimo--nos ao ‘Wine Trophy’ – que este ano se intitula de ‘Portugal Wine Trophy 2016’ porque se realiza no nosso país –, conside-rado um dos mais importantes e maiores concursos mundiais de vinhos. Este ano Portugal foi o país escolhido, tendo como centro de operações o Museu do Vinho Bairrada, entre os dias 05 e 08 de Maio. Habitualmente realizado em Berlim, a edição anterior teve lugar na Coreia do Sul, em Daejeon.

Durante o mês de Maio a Bairrada volta a receber um im-portante acontecimento: a última prova, na qual são eleitos as Grandes Medalhas de Ouro, e a cerimónia de entrega de pré-mios do Concurso Vinhos de Portugal.

O primeiro momento conta com a presença de sonantes no-mes da crítica internacional – Dirceu Viana Júnior, Jancis Ro-binson e Joshua Greene – e vai ter lugar no Museu do Vinho Bairrada, em Anadia, e o segundo no Bussaco Palace Hotel, situado na Mata do Bussaco, no Luso.

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O Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, foi o palco da apre-sentação de ‘Pisque’, o primeiro vinho da Amora Brava, empre-sa de Susana Melo Abreu, criado pelo enólogo Carlos Silva. No Dia dos Namorado, ‘Psique’ tornou-o assim… especial.

O director do Museu Grão Vasco fez a apresentação do novo néctar junto ao quadro “Eros e Psique” (1800/1812), de Domin-gos Sequeira. Agostinho Ribeiro realçou a disponibilidade do Museu para fazer parcerias como esta com a sociedade vise-ense.

O casal, Susana e Carlos, nasceu no mundo do vinho e Carlos Silva é um dos mais reputados enólogos portugueses. Porém, segundo Susana Abreu, “faltava um vinho de família”.

A ideia surgiu em 2013, numa visita ao Museu do Louvre e depois de uma paragem em frente à estátua de Cúpido e Psi-que, de Antonio Canova. Aí nasceu o vinho “mais romântico do Dão”, facto que está espelhado no contra-rótulo: “O vinho do Dão revela-se na sua obra. Tem cor, cheiro, sabor e corpo eternamente jovem e apaixonado. Psique é a mais bela terre-na que apaixona Cupido. Vénus, deusa do amor e da beleza, adormece-a por ciúme, mas Cupido salva-a com um toque da sua flecha, leva-a para Olimpo e casa com a nova musa”.

Na apresentação muitos foram os amigos que estiveram presentes, que aprovaram ‘Psique’, que já está à espera de ser ‘flechado’ por um qualquer saca rochas de um consumidor exigente. Depois, bom, depois prove e apaixone-se… também pelo vinho.

‘Psique’ apresentado no Museu Grão Vasco

Quando um vinho do Dão também é… romance!

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O concelho da Madalena do Pico, nos Açores, vai candidatar-se a “mu-nicípio do vinho” no ano de 2017, anunciou o presidente da autarquia, José António Soares.

O anúncio foi feito no decurso de uma reunião entre a Câmara da Mada-lena e a Associação de Municípios Portugueses do Vinho, realizada na ilha do Pico, no âmbito de uma visita que representantes daquela associação efectuaram ao arquipélago. “Estamos a preparar a nossa candidatura a mu-nicípio do vinho de 2017”, explicou o autarca açoriano, acrescentando que o concelho da Madalena, onde está situada a Paisagem da Cultura da Vinha, classificada pela UNESCO como património mundial, vai concorrer contra outros concelhos do país. Na opinião de José António Soares, esta candida-tura permitirá ajudar a promover o concelho da Madalena, nomeadamente no segmento do enoturismo, considerando, por isso, proveitosa esta parce-ria com a Associação de Municípios Portugueses do Vinho.

A Associação de Municípios Portugueses do Vinho realizou um conjunto de reuniões com entidades locais e regionais, com vista à constituição da Rota dos Vinhos dos Açores. Os representantes daquela associação reuni-ram com as câmaras municipais da Praia da Vitória e da Madalena e com grupos produtores de vinho regionais, além de outros parceiros locais liga-dos à cultura do vinho. Nos Açores, a cultura do vinho tem maior expressão no concelho da Madalena, ilha do Pico, e na zona dos Biscoitos, na ilha Ter-ceira.

Anunciou o presidente da autarquia, José António Soares

Madalena do Pico vai candidatar-se a município do vinho em 2017

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Já imaginou abrir uma garrafa, provar o vinho e voltar a guardá-la, sem comprometer a sua qualidade? Agora é possí-vel através do Coravin, um sistema que permite servir vinho da garrafa sem nunca retirar a rolha.

Pensado e desenvolvido nos EUA por um enófilo que apenas pretendia desfrutar da sua colecção de vinhos de forma livre e espontânea, o Coravin es-treia-se agora em Portugal pelas mãos da Heritage Wines. Uma ideia inovadora descrita por Robert Parker, crítico de vinhos norte-americano, como “o produto mais transformador e excitante para apre-ciadores de vinho desenvolvido ou inventado em mais de 30 anos.”

Mas o que torna este sistema tão especial? Em primeiro lugar porque permite prolongar a durabi-lidade do vinho e multiplicar os momentos em que é servido, em particular em restaurantes e wine bars com serviço de vinho a copo. Depois, porque permite explorar garrafeiras e avaliar o estado de evolução dos vinhos de guarda, decidindo se é ou não o momento certo para os abrir e partilhar.

Coravin é ainda um forte aliado para um jan-

Coravin criou sistema que permite servir vinho sem retirar a rolha

Desfrutar de um copo de vinho sem abrir a garrafa já é possível

tar entre amigos, já que permite que cada convidado possa es-colher o seu vinho preferido. A mesma refeição pode ser acom-panhada por um rosé, um branco ou um tinto, sem desperdiçar o vinho caso não se termine a garrafa.

O segredo do Coravin está na agulha fina e oca que é intro-duzida na rolha (apenas funciona em cortiça) para chegar ao vinho, sem a danificar. De seguida, a garrafa é pressurizada com Árgon, um gás inerte usado no processo de produção de vinho, que permite que o vinho saia pela agulha substituindo o espaço que este ocupava sem deixar entrar oxigénio (evitando a oxidação). Assim que a agulha é removida, a rolha retoma a sua forma e o vinho restante continua a evoluir naturalmente durante meses ou mesmo anos.

O sistema completo de Coravin já está disponível para ven-da e tem um custo de 299 euros. A distribuição é

exclusiva da Heritage Wines que disponibili-za ainda todos os acessórios complementa-

res, desde recargas de Árgon (cada botija dará para cerca de 15 copos), agulhas, sa-cos de transporte, entre outros.

Rua da Botica, 1 - R/c Esq | 3520-041 NelasTel./ Fax.: 232 940 204 Tlm.: 963 922 168

[email protected]

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O vinho Vidigueira Alicante Bouschet, lançado pela primeira vez em 2015 pela Adega de Vidigueira, tem surpreendido os apreciadores e os especialistas do sector, que têm premiado sucessivamente este monocasta, que no XIII Encontro de Vinhos Alentejo/Extremadura, promovido anualmente pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola e pela Junta da Extremadura através da Extremadura Avante, arrecadou mais uma medalha de ouro.

Estes encontros de vinhos alentejanos e extremenhos reúnem produtores das duas regiões trans-fronteiriças de Portugal e Espanha e contribuem para uma maior aproximação das regiões, também com o intuito de promover a internacionalização.

Desde que chegou ao mercado no final de Setembro o Vidigueira Alicante Bouschet já conquistou medalhas de prata e ouro, em vários concursos nacionais como o Fijev Vinipax (87,2 pontos), o “Me-lhores vinhos do Alentejo” da Confraria de Enófilos do Alentejo (ouro), Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola (prata) e o selo “Boa Compra” da Revista de Vinhos (16,5 pontos).

O presidente da Adega de Vidigueira, um dos grandes defensores do cultivo da casta na região vi-nícola alentejana, confessa-se “verdadeiramente satisfeito” com o sucesso até agora alcançado pelo Alicante Bouschet. “Foi uma aposta nossa, e está a ser um grande feito para a Adega e para a região vitivinícola da Vidigueira conseguir esta visibilidade e afirmação das suas especificidades e potencial”, afirmou José Miguel Almeida.

Neste concurso ibérico foram distinguidos, em cinco categorias distintas, 25 vinhos com os sím-bolos Arabel de Ouro, Arabel de Prata e Menção Honrosa, a que se somou uma especial, a dos vinhos biológicos produzidos no Alentejo.

A segunda “Vidigueira Branco - Feira do Vinho e do Cante” vai decorrer entre 24 e 27 de Março para promover os vinhos da sub-região vitivinícola de Vidigueira, o azeite, o cante alen-tejano e a gastronomia tradicional.

Para a Câmara de Vidigueira, a promotora deste evento, a feira, que vai decorrer no parque multiusos da vila alentejana, pretende contribuir para fortalecer a atractividade turística do concelho e “promover a excelência produtiva” e divulgar os vi-nhos da sub-região vitivinícola de Vidigueira, em especial os brancos e a casta Antão Vaz.

A feira, que vai incluir exposição e comércio de produtos agro-alimentares, ateliês de pão, demonstrações de cozinha, provas de vinho, espectáculos musicais e animação, também pretende “dignificar” o cante alentejano como “factor de pro-moção da cultura alentejana” e “promover as tradições da gastronomia mediterrânica”.

“A excelência dos produtos do concelho e o potencial de afirmação e de reconhecimento que os sectores do vinho e do azeite já alcançaram pode ser estendido a outros domínios produtivos”, como o pão, e, por isso, a feira, além da Rota do Azeite e do Vinho, vai incluir o Festival Gastronómico de Migas e uma Mostra de Pão e Doçaria Tradicional, refere o município.

De 24 e 27 de Março, multiusos da vila alentejana

“Vidigueira Branco” promove o Cante e produtos da Vidigueira

Lançado no final e Setembro de 2015

Vidigueira Alicante Bouschet arrecadou Medalha de ouro em concurso Ibérico

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Estão reabertos os Passadiços do Paiva, localizados na mar-gem esquerda do Rio Paiva, no concelho de Arouca. São 8 km que proporcionam um passeio “intocado”, rodeado de paisa-gens de beleza ímpar, num autêntico santuário natural, junto a descidas de águas bravas, cristais de quartzo e espécies em extinção na Europa.

Depois do incêndio do verão passada, que destruiu uma parte da estrutura, a Câmara de Arouca procedeu à sua recuperação, procedeu a algumas alterações, nomeadamente com o controlo de visitantes. O percurso estende-se entre as praias fluviais do Areinho e de Espiunca, encontrando-se, entre as duas, a praia do Vau. Uma viagem pela biologia, geologia e arqueologia que ficará, com certeza, no coração, na alma e na mente de qualquer apaixonado pela natureza.

Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Arouca referiu as alterações efectuadas nos Passadiços, que atraíram milhares de pessoas. José Artur Neves revelou que os Passadiços do Paiva “foi algo que ultrapassou em muito as nos-sas expectativas”.

Gazeta Rural (GR): O que representa a reabertura dos Passadiços do Paiva?

José Artur Neves (JAN): A paragem permitiu rever algu-mas coisas que, no nosso entender, estavam mal no projecto. O que se passou com os Passadiços do Paiva foi algo que ultra-passou em muito as nossas expectativas.

Por definição, o Turismo de Natureza não é de massas, mas os Passadiços do Paiva atingiram essa dimensão. Chegámos a ter sete mil pessoas por dia nos passadiços, um fenómeno que nos obrigou logo na altura a repensar o projecto, pois estávamos a perder o controlo da situação e tínhamos que, forçosamente, controlar a afluência de pessoas, portajando a entrada, para que o equilíbrio ambiental, a biodiversidade local, não sofressem negativamente com este impacto.

É que assumimos junto das entidades que licenciaram o equi-

Presidente da Câmara de Arouca surpreendido

Os Passadiços do Paiva “ultrapassaram muito as nossas expectativas”

pamento que não era expectável que aparecesse a massifica-ção capaz de colocar em causa o equilíbrio da zona, que é muito sensível. Se calhar, o incêndio veio em boa hora, porque, por ironia do destino, ao pararmos permitiu-nos rever o que estava mal no projecto, desde logo com parques de estacionamento, que não tínhamos à dimensão da afluência de pessoas, casas de banho, devidamente dimensionadas ao longo do percurso, e também nos permitiu construir uma escadaria na garganta do Paiva, que não estava na primeira fase, porque não tivemos a concordância do proprietário e que agora comprámos o terre-no.

Portanto, estamos em condições de garantir o equilíbrio e sustentabilidade do empreendimento e também do próprio ter-ritório. Lembro que havia restaurantes a trabalhar consecutiva-mente do meio-dia até perto da meia-noite. Mais, nunca sabiam quantos clientes poderiam aparecer, pois tínhamos uma afluên-cia desordenada, que não sabíamos e não controlávamos. Tudo isto nos criou imensos problemas, ao ponto de termos uma am-bulância de emergência parada cerca de uma hora, na estrada entre Arouca e Alvarenga, porque não conseguia passar, por causa do estacionamento desordenado.

Com o limite de entradas, num máximo de 3500 pessoas por dia, garantimos uma afluência constante ao território, o que vai permitir que, por exemplo, os restaurantes se dimensionem e estejam preparados para esse número médio de pessoas. Por-tanto, era imperioso que houvesse uma revisão do projecto e conseguimo-lo.

GR: Para fazer o controlo de entradas foi criada uma plataforma online?

JAN: Já foi lançada a 1 de Fevereiro. A partir do site os visi-tantes podem comprar a sua entrada, que custará um euro por pessoa, para o dia que desejarem e haja vaga. O ingresso, que imprimirem, tem um código de barras que lhes pretermitirá o acesso numa das entradas existentes. Este sistema permite-

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-nos saber quem e quantas pessoas lá andam, de onde provêem e numa situação de emergência podemos avisar as pessoas de qualquer congestionamento. Desta forma, teremos uma radio-grafia plena e permanente do funcionamento da estrutura. Ga-rantimos também seis postos de trabalho directos, dois por cada entrada, mas a estrutura, a manter o sucesso da primeira fase, vai garantir indirectamente inúmeros postos de trabalho e uma dinâmica económica que ultrapassa em muito aquilo que era a perspectiva inicial.

GR: Já compensou o investimento?JAN: Para além daquilo que investimos. A obra foi financiada

a 85% por fundos comunitários e os 15% que investimos já fo-ram ultrapassados. Diria mesmo, que o valor absoluto do inves-timento já entrou dentro do município e portanto está mais que justificada a obra, ao contrário de muitos que a criticaram, no-meadamente os meus opositores, que estão pouco por dentro daquilo que são as iniciativas associadas ao Arouca Geoparque, à dinâmica do território que valoriza o que cá tem, e é histórico o que cá temos, pois não foi preciso fazer nada, nem gastar nada, pois é quase tudo natural. O Mosteiro de Arouca não o é, mas é um património edificado com séculos de existência. Por isso, apenas tivemos que lhe dar uma estratégia e uma lógica de fun-cionamento, associada à Associação Geoparque, que tem uma estrutura profissional, que acolhe as visitas e as acompanha com geólogos e biólogos ao longo do nosso território e isso trás muita gente a Arouca.

GR: Uma aposta que se revelou acertada?JAN: Em termos turísticos Arouca deu um salto de gigante,

inclusive com a validação por parte da UNESCO de um território qualificado, pelo que a aposta está mais que certa e não temos que continuar a infra-estruturar o território, valorizando estes recursos endógenos, que são naturais, a não ser fazer peque-nos investimentos, apoiados pela União Europeia, e dessa forma sentimos que Arouca tem uma projecção que outrora não teve, porque hoje tem uma estratégia de desenvolvimento turístico assente nos seus recursos e ao valorizá-los demos o salto.

GR: Os recursos assentam sobretudo no sector pri-mário do concelho?

JAN: O segredo de Arouca é não ter apostado exclusivamente num sector, mas em todos os que dinamizam a economia. Apos-támos no turismo, que é um pilar fundamental, mas também na ruralidade do concelho, com a agricultura a funcionar, e por isso temos um projecto, que é o Arouca Agrícola, com os produtores locais a fornecerem as cantinas escolares, os restaurantes e as instituições de solidariedade social, com uma dinâmica própria e com uma loja de produtos locais no centro de Arouca.

Apostamos também no nosso sector florestal. Temos uma imensa mancha de floresta, que faz com que diariamente saiam milhares de toneladas de madeira e, por consequência, duran-te o ano entrem milhões de euros. Esta é a nossa maior riqueza e, por isso, temos uma Associação Florestal que apoia os pro-dutores, papel que valorizamos. Este pilar, associado ao agro--florestal, tem sido valorizado e dinamizado ao ponto de estar a crescer e a muito contribuir para a economia do território.

Para além disto, temos a indústria com parques empresariais, situados mais no litoral do concelho, com uma grande dinâmica. Começámos a aposta na indústria há cerca de 20 anos, mas nos últimos cinco houve um progresso muito grande. Este é um pilar importante para o desenvolvimento do concelho.

Agricultura, floresta, turismo e indústria são os motores do nosso desenvolvimento e por isso é que a nossa taxa de desem-prego é das mais baixas do país. Com isso, temos um clube na I Liga, temos instituições de solidariedade social em todo o terri-tório, com uma rede de apoio social muito forte, e na saúde são poucos os cidadãos de Arouca sem médico de família.

GR: Há a questão as acessibilidades?JAN: Essa é uma luta antiga que a seu tempo se resolverá. Po-

rém, temos demonstrado que apesar das acessibilidades, temos valorizado o território de tal modo que elas não têm feito falta a esta dinâmica de desenvolvimento. Esse tem sido o grande de-safio: Demonstrar que é possível dinamizar um território, mesmo com más acessibilidades. Esta é uma situação que a breve prazo, acredito, se resolverá. Apresentámos uma candidatura a fundos comunitários para construirmos a nossa estrada. Esperamos ter o financiamento, mas se não acontecer não vamos dramatizar, porque, apesar da estrada não ser de grande conforto, as pes-soas vêm cá na mesma, porque temos recursos tão valiosos que fazem a diferença.

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Gazeta Rural (GR): Como viu a Feira do Fumeiro deste ano?

Américo Pereira (AP): A feira foi, mais uma vez, um gran-de sucesso. Manteve o glamour dos anos anteriores, foi mui-to concorrida e foi uma grande festa. Este é um certame com grande peso na região e no país. Não vale pelo negócio que se faz, pois é uma montra daquilo que as pessoas fazem durante todo o ano, porque os pequenos produtores vivem disto. As fá-bricas empregam gente e os produtores individuais fazem do fabrico e da venda do fumeiro a sua profissão. Depois, aprovei-tam a feira para promover os seus produtos.

Esta Feira do Fumeiro é, por tudo isso, um certame promo-cional e tem que ser vista dessa forma. Depois tem todas as outras vertentes, como a gastronomia, a maquinaria agrícola,

Armindo Pereira, à Gazeta Rural

Vinhais “é uma terra de agricultura e de agricultores”

o artesanato e outros produtos da terra.

GR: Quando olhamos para Vinhais, falamos de cas-tanha, fumeiro, mas também de vinho de excelente qualidade?

AP: Sim. O nome Vinhais vem de vinhas e esta já foi uma terra de grandes vinhedos. A filoxera destruiu as vinhas que hoje começam a aparecer na região. A parte sul do concelho é excelente e onde há produtores a fazerem muito bons vinhos.

Aproveitamos a Feira do Fumeiro para promover não apenas os vinhos do concelho, como a Adega Cooperativa do Raba-çal, mas também da região Demarcada dos Vinhos de Trás--os-Montes. Os produtores que estiveram na feira fizeram-no numa lógica de promoção do território.

A Feira do Fumeiro de Vinhais voltou a ser um enorme sucesso, com milhares de pessoas a passarem pelo nordeste transmontano. Para além do fumeiro, destaque para a gastronomia e para os outros produtos da terra, nomeadamente o vinho, que teve lugar de destaque no certame.

Em conversa com a gazeta Rural, o presidente da Câmara de Vinhais referiu que a Feira do Fumeiro é um certame “com grande peso na região e no país”, que não vale pelo negócio que ali se faz, pois “é uma montra daquilo que as pessoas fazem durante todo o ano”. Para Américo Pereira, Vinhais “é uma terra de agricultura e de agricultores” e o sector primário terá sucesso se investir na transformação daquilo que produz.

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GR: Em que patamar coloca os vinhos de Trás-os--Montes?

AP: Diria que são de uma qualidade inigualável e têm uma característica única e muito importante: é que não são massi-ficados. Noutras regiões há a monocultura da vinha e que, de certo modo, descaracteriza o sabor dos produtos. Devido ao aquecimento global do planeta, há regiões, de altitude média como é o nosso caso, onde há algumas décadas não havia vi-nhas e hoje são excelentes, nomeadamente para a produção de brancos. As nossas vinhas misturam-se com as giestas, as urzes e os cereais.

Estou convencido que o vinho em Trás-os-Montes é um sec-tor de futuro e todos os produtores estão a ter sucesso, es-tão com excelentes perspectivas e os vinhos estão a ser muito apreciados. Agora, vamos ver o que vai acontecer nos próxi-mos tempos.

GR: De uma forma geral como está o sector primá-rio do concelho de Vinhais?

AP: No âmbito da Feira do Fumeiro, realizou-se um coló-quio onde fiz uma intervenção. Vamos colocar as coisas no seu devido estado. Vinhais é uma terra de agricultura e de agricul-tores. A agricultura é dos poucos sectores económicos que assiste a um fenómeno verdadeiramente contraditório. Numa fábrica de calçado, se pretender aumentar a produção terá que admitir mais funcionários. Na agricultura, cada vez que au-menta a produção aumenta também o desemprego, porque o aumento da produção faz-se à custa de introdução de tecno-logia e equipamento agrícolas, o que faz com que vão pessoas para o desemprego.

Web: www.ruralturismo.net | E-mail: [email protected]./Fax: 276 415 486

5460-304 Boticas – Trás-os-Montes

GR: Mas tem aumentado a agricultura no concelho?AP: Tem. O número de animais aumentou, criou-se mais ri-

queza, mas aumentou o desemprego, porque quem se dedica à agricultura aumenta a produção à custa de tecnologia e novos equipamentos, o que quer dizer eu há braços que ficam aber-tos. Isto parece um contra senso.

GR: Então como se resolve essa situação?AP: Há que partir para outro caminho, que é industrializar

na transformação os produtos derivados da agricultura, sector que terá que absorver as pessoas que saem do sector primário devido à modernização do sector.

Já começámos a dar os primeiros passos, nomeadamente nas fábricas de fumeiro, na produção de compotas, nas quei-jarias e outros. Este terá que ser o caminho. Não sei quanto tempo demorará, mas não tenho dúvidas de que agricultura nas regiões de montanha será de sucesso.

GR: Foi nesse sentido que a Câmara adquirir o Ma-tadouro de Vinhais?

AP: O sector das carnes é muito importante, porque tanto a carne de porco como a de ovinos nos merece muita atenção, e está a dar frutos, mas transformada. O caminho é este.

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A produção ao vivo do maior queijo de ovelha de Seia, com 68 Kg, foi o momento mais marcante da XXXVIII Feira do Quei-jo. Foram precisos 400 litros de leite de ovelha, utilizando-se apenas sal e flor de cardo como coagulante, para criar este queijo, num processo que envolveu sete produtores do conce-lho. O queijo de ovelha irá agora para “maturação”, que acon-tecerá por períodos iguais em cada uma das queijarias envol-vidas, para ser aberto na próxima edição da Feira do Queijo.

O certame, que decorreu no Mercado Municipal de Seia e espaço envolvente, recebeu milhares de visitantes, que sabo-rearam e adquiriram produtos locais, com especial enfoque no Queijo Serra da Estrela, o rei da festa.

Valorizar o produto mais representativo desta região, con-tinuando a dignificar e reconhecer todos os que trabalham neste sector, é um dos grandes objectivos da Feira do Queijo, conforme referiu o presidente da Câmara de Seia, Filipe Ca-melo, na sessão de abertura, que contou com a presença do Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Amândio Torres.

Carnaval na serra da Estrela celebra-se com queijo

Produção do Maior Queijo de Ovelha marcou Feira de Seia

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Gazetas Rural (GR): Foi a Feira que gostava de ter?José Manuel Biscaia (JMV): É quase, pois estamos condi-

cionados, mas às vezes não apreciamos o que temos. O espa-ço para a realização da Expo Estrela é limitado e tivemos que recusar muitos pedidos de expositores. Todavia, todos os que vieram expor os seus produtos apostaram na qualidade. Cada vez mais a inteligência tem que sobrepor ao peso pesado. Es-tamos habituados com investimentos de peso, como obras e outras, mas hoje a mensagem que temos que dar é que a qua-lidade e a inteligência têm que sobrepor.

Fiz um desafio à qualidade e inteligência e as coisas resul-taram. Temos mais qualidade na forma de expor os produtos e mais inteligência na ordem que demos aos stands. Achamos que nesta feira, além da mostra em si, a animação, a cultura e a diversão foram boas, na medida em que estamos a ficar um povo extremamente cinzento e pouco animado.

GR: Mas há outro desafio para o futuro?JMB: Sim, pretendemos que, nesta época do ano, Mantei-

gas seja uma das partes do chamado Carnaval da Serra da Es-trela. Fiz um desafio ao presidente do Turismo Centro de Por-tugal para que no próximo ano fizesse a divulgação conjunta de todas as feiras que se realizam em torno da Serra da Estrela, desde Manteigas a Pinhel. Cada concelho tem a sua parte e as pessoas podem visitar a Serra da Estrela durante três dias e o que de bom por cá há.

A Expo Estrela é uma parte, e achamos que está boa, mas a Serra da Estrela tem que ser vendida como um todo e como um produto único em Portugal. Nós estamos disponíveis, a Turis-mo do Centro, a Associação de Municípios da Cova da Beira e a Associação Intermunicipal da Beiras e Serra da Estrela penso que também estão disponíveis e vocacionados para este pro-cesso, pelo que vamos procurar fazer melhor.Quanto à Expor Estrela, está com qualidade e merece ser visi-tada. Achamos, contudo, que cada um de nós dando o melhor, perdendo cada um noção de que “é o meu concelho” e fazen-do “os concelhos da Serra”, acredito que dentro de dois anos vamos ter um Carnaval ao nível dos melhores que se fazem no país. A Serra da Estrela pode rivalizar e pode fazer concorrên-cia ao litoral e ter por cá um carnaval de excelência.

Prova de Ciclismo Internacional em Maio

Gazeta Rural (GR): A prova de ciclismo que se realiza em Maio é um passo para concretizar essa ideia?

Diz o presidente da Câmara de Manteigas

“A Serra da Estrela pode ter um Carnaval de excelência”

No rescaldo da Expo Estrela, que se saldou em mais uma excelente edição, o presidente da Câmara de Manteigas olha já para o futuro, apostado em promover a região como um todo. Nesse sentido, defende que a Serra da Estrela “pode rivalizar e pode fazer concorrência ao litoral e ter por cá um carnaval de ex-celência”.

Para a promover, José Manuel Biscaia, também presidente da Associação de Municípios da Cova da Beira, adiantou que no próximo mês de Maio, 15 municípios da Beira Interior e da Serra da Estrela vão receber uma prova de ciclismo internacional, com as melhores equipas do mundo.

JMB: Já é. Como presidente da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB), conjuntamente com a Associação Intermunicipal da Beiras e Serra da Estrela (AIBSE) e com os grandes promotores do ciclismo, pretendemos fazer aqui um epílogo da prova anterior à volta à França. Para isso inscreve-mos no calendário uma prova que passa por todos os 15 mu-nicípios da Beira Interior e da Serra da Estrela e que durante três anos cada município tenha uma partida ou uma chegada. Estamos a negociar a prova, e bem penso eu, com o Turismo do Centro (TC), para que seja um programa para divulgação da Serra da Estrela, até porque o TC não tinha para a Serra da Es-trela um evento que abrangesse todos os municípios. Não vai ser um evento barato, mas vamos cá ter cerca de 700 pessoas e as melhores equipas de ciclismo do mundo.

Tenho apostado, com a AMCB e a AIBSE, muito neste pro-jecto e o TC também está convencido da sua importância, pelo que vamos ver se ainda conseguimos a sua candidatura na Co-missão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC). Há duas hipóteses: A primeira é que seja a CCDRC connosco e a segunda pode ser a TC com a CIBSE, o que signi-fica que serão 15 municípios. Vai ser uma realidade, está tudo programa com a TVI em permanência na cobertura da prova durante três dias com os melhores ciclistas do mundo.

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A Câmara de Vila do Porto, nos Açores, cedeu à cooperativa de produtores agro-pecuários de Santa Maria terrenos para au-mentar a produção de meloa, fruto com Indicação Geográfica Protegida, disse o presidente da autarquia.

Segundo Carlos Rodrigues, o município dispõe de terrenos entre o antigo campo de futebol e o açucareiro, área que em tempos pertenceu à Direcção-Geral da Aeronáutica e, depois, à ANA - Aeroportos de Portugal, mas que “foi cedida há algum tempo à câmara”.

“Temos para lá um projecto que não terá execução no ime-diato e, como a cooperativa tem produtores interessados em aumentar a sua produção e precisam de mais terrenos, foi pro-posto à câmara se estava disponível para ceder através de con-trato de comodato pelo menos por três anos e foi aprovada a decisão”, declarou Carlos Rodrigues.

O presidente da Agromariense – Cooperativa de Produtores Agropecuários da Ilha de Santa Maria explicou que o terreno tem uma área de 36 mil metros quadrados, mas “a área útil de produção é de cerca de 23 mil metros quadrados. Duarte Morei-ra esclareceu que, neste momento, a produção anual de meloa é de cerca de 100 toneladas, sendo aproximadamente metade

Na ilha de Santa Maria, nos Açores

Câmara de Vila do Porto cede terreno para aumento da produção de meloa

destinada ao mercado dos Açores e a restante para Portugal continental. “O nosso objectivo é aumentar a produção e, para podermos aumentar, precisamos de mais terrenos. Esta é mais uma ajuda para se atingir os nossos objectivos”, afirmou Duarte Moreira, referindo que este ano o desejo é duplicar a produção.

A meloa é produzida nos três meses de Verão e, segundo Du-arte Moreira, este fruto produzido na ilha de Santa Maria é “úni-co”, pois o solo, “muito rico em potássio, confere ao fruto muita doçura e um aroma único que não existe noutras meloas”.

Em Fevereiro do ano passado, Bruxelas classificou a meloa de Santa Maria como produto de Indicação Geográfica Protegida (IGP), passando o fruto a integrar uma lista que contava então com quase 1.200 produtos regionais. A meloa foi classificada devido ao seu sabor doce e suculento quando madura e ao ele-vado teor de vitamina C, muito superior à média das meloas co-muns. Três meses depois, o Governo Regional dos Açores anun-ciou a cedência à Agromariense de 54 mil metros quadrados de terrenos na zona do aeroporto de Santa Maria para a produção de meloa da ilha. A concessão dos terrenos está integrada num projecto de desenvolvimento da meloa e visa estimular a sua produção, com o objectivo de atingir as 400 toneladas anuais.

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As Câmaras de Proença-a-Nova, Pampilhosa da Serra, Vila de Rei e Fundão assinaram um protocolo com a Cooperativa Portuguesa de Medronho (CPM) onde se definem linhas de orientação que têm como objectivo valorizar um importante recurso do Pinhal Interior e divulgá-lo com uma possível e im-portante fonte de rendimento para os proprietários de terre-nos.

O presidente da Câmara de Proença-a-Nova considera que estão criadas as condições para o medronho ser um dos pro-dutos endógenos que mais pode contribuir para o desenvolvi-mento do território. “O medronho tem tido a infelicidade de ser uma espécie autóctone nacional pois teria sido valorizado há muito mais tempo se fosse de outro país. Antes, com excreção dos locais onde se faz aguardente de medronho, olhava-se para o medronheiro quase como mais uma espécie de mato”. João Paulo Catarino considera haver vários factores que têm contribuído para uma inversão deste cenário, com destaque para a investigação que se faz nas instituições do Ensino Su-perior, a sensibilização promovida pelas autarquias e também a criação da Cooperativa Portuguesa de Medronho. “Com a chegada da iniciativa privada de uma forma organizada, julgo que as oportunidades serão cada vez maiores e, no futuro, te-remos mais uma forma de criar riqueza – e emprego – na nossa região”, adiantou João Paulo Catarino.

Por sua vez José Brito, presidente da Câmara de Pampilhosa da Serra, destacou a importância do protocolo como forma de valorizar um recurso “do qual não se tem tirado o devido pro-veito” e espera que o caminho que se está a fazer proporcione “motivação para que consigamos criar dimensão e ter oferta ao nível de comercialização. Temos que ter produto em escala e quantidade”. O autarca desafiou os proprietários a olharem para o medronho como um complemento à sua actividade principal, incluindo o investimento em produtos adjacentes como a apicultura. “O mel de medronho é excelente e é caríssi-mo”, exemplificou. “Temos de tirar partido de algo que é nosso, genuíno e valorizar o nosso território”.

Sinal da importância do medronho para o concelho, o presi-dente da Câmara de Vila de Rei, recordou o projecto de cons-trução de uma destilaria para dar condições para a exploração do medronho, tornando-o financeiramente atractivo. Ricardo Aires destacou o trabalho de sensibilização que está a ser feito junto dos deputados da Assembleia da República para que se aplique uma taxa reduzida de imposto especial sobre o consu-mo à aguardente e aos licores produzidos com álcool feito com medronho, e sejam tomadas medidas para a defesa da plan-tação de medronheiros. O objectivo é incentivar a exploração desta espécie em territórios de baixa densidade mas adequa-dos para a sua produção (nomeadamente no Pinhal Interior, Alto Alentejo e Serra Algarvia).

A Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto (ADXTUR) foi outra das entidades que assinou o proto-colo com a CPM. Paulo Fernandes, responsável pela ADXTUR e presidente do Município do Fundão, destacou a importância desta parceria, até porque o território das aldeias do xisto é o mesmo em que o medronho tem condições ímpares para o

Um produto que pode contribuir para o desenvolvimento do território

Municípios do Pinhal Interior apostam na valorização do medronho

seu desenvolvimento, além de que já é uma marca consoli-dada. Desta forma, o medronho e os seus produtos derivados serão parte integrante da comunicação e imagem das Aldeias do Xisto, transmitindo simultaneamente a confiança a possí-veis produtores de que vale a pena investir no medronho. Paulo Fernandes destacou ainda a importância da espécie do ponto de vista “do que são os mosaicos florestais e da defesa da flo-resta”.

Carlos Fonseca, presidente da Cooperativa Portuguesa do Medronho, revelou que o protocolo assinado será estendido a outras autarquias de norte a sul do país, considerando que “os municípios são os gestores do território” e a primeira linha de contacto com os munícipes sendo que é fundamental a passagem da informação – dos centros de investigação e das componentes técnicas – para quem pretende investir neste produto. “Acreditamos que o medronho pode contribuir para a valorização deste território e, como tal, estas parcerias são para nós fundamentais e estamos completamente disponíveis para ajudar os municípios numa perspectiva de apresentar alternativas” à tradicional ocupação da floresta com pinhal e eucaliptos.

Carlos Fonseca adiantou ainda que no próximo dia 26 de Março será criado o Conselho Consultivo da CPM que reúne as oito instituições de Ensino Superior com trabalho feito na área do medronheiro. A Cooperativa Portuguesa do Medronho, com sede em Proença-a-Nova, foi criada há um ano e meio e re-presenta actualmente 55 cooperantes a nível nacional.

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Amândio Torres, Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, anunciou há dias, na primeira reunião do Conselho Florestal Nacional, o objectivo do Governo de re-cuperar 150 mil hectares de floresta no prazo de duas legisla-turas. Ainda que apresentado de uma forma vaga, este é um objectivo importante, sobretudo quando o último inventário florestal nacional reporta a regressão da área florestal em Por-tugal e sinaliza a degradação da floresta existente.

Para concretizar esta desejável reabilitação da floresta, im-porta recorrer aos fundos comunitários para estimular o inves-timento na gestão florestal e também em novas arborizações. Na programação do PDR 2020 foram canalizados cerca de 540 milhões de euros de financiamento público para o sec-tor florestal, representando 13% dos fundos europeus desse programa operacional e um aumento do envelope financeiro superior a 10% comparativamente ao ProDeR. Trata-se, por-tanto, de uma verba significativa que pode (e deve) contribuir, de forma relevante, para alavancar o investimento produtivo na floresta.

No entanto, conforme alertou recentemente a ANEFA em comunicado, uma parte significativa dessa verba já está com-prometida. Os próprios documentos da Autoridade de Gestão do PDR 2020 são claros quanto aos valores já comprometidos no período de transição – 215 milhões de euros, ou seja, quase metade da verba destinada ao apoio do sector florestal.

Contudo, uma leitura com maior profundidade evidencia um problema maior, ou seja, mais de 212 milhões de euros estão comprometidos com os apoios destinados à Medida 8 “Pro-tecção e reabilitação de povoamentos florestais”, onde se inscrevem as linhas de apoio ao investimento na gestão ac-tiva da floresta, mas também o financiamento da protecção da floresta contra os incêndios e contra os agentes bióticos. Esta situação levanta um sério problema de capacidade efec-tiva de realização de investimento privado na gestão florestal, pois verifica-se que cerca de metade da verba destinada para esta Medida transitou comprometida nas linhas destinadas à protecção florestal quando ainda não chegámos a meio do período de execução do PDR 2020. Aliás, impunha-se que a Autoridade de Gestão do PDR 2020 publicasse, de forma sis-temática, informação actualizada da verba comprometida e das verbas ainda disponíveis nas várias linhas de apoio.

Ainda tendo presente os objectivos apresentados pelo Se-cretário de Estado das Florestas, existe um outro aspecto que

OPINIÃO

PDR 2020, um instrumento de apoio à recuperação da floresta?

importa ter em linha de conta – o desinteresse na realização de novas arborizações. Na vigência do ProDeR, segundo dados oficiais, pouco mais de 16.000 hectares foram florestados com recurso aos apoios comunitários, o que revela uma perda mui-to significativa da dinâmica de florestação registada no âmbito do Reg. (CEE) n.º 2080/92. É muito pouco, diria mesmo, de-masiado pouco para um sector da actividade económica que tem uma indústria de base florestal forte, geradora de riqueza para o País e com capacidade de produção instalada, mas que se vê confrontada com um deficit de crescente matéria-prima nacional para laborar.

De igual modo, importa perceber se o actual Governo vai manter inalterado o regulamento do Fundo Florestal Perma-nente. Nos moldes em que foi desenhado pelo anterior Go-verno em pouco contribuía para um apoio efectivo da floresta portuguesa, permitindo até canalizar verbas para “financiar” a comparticipação nacional dos apoios públicos das Medidas Florestais do PDR 2020, contrariando os propósitos que es-tiveram subjacentes à criação deste fundo de financiamento do sector inscritos na Lei de Bases da Política Florestal e no diploma que o criou em 2004.

Em suma, quando o Governo assume uma aposta forte nas principais fileiras florestais seria importante que a evolução recente do sector e os problemas estruturais que continuam a condicionar o desenvolvimento da floresta portuguesa, asso-ciado ao longo retorno do investimento realizado, fossem bem ponderados antes de apontar publicamente metas concretas. Embora ambiciosa, considero que a meta anunciada é desejá-vel e exequível no prazo apontado.

Competirá agora ao actual Governo ter o engenho e a von-tade política necessárias para encetar a apregoada “Reforma estrutural do sector florestal” e para dotar o PDR 2020 de ca-pacidade efectiva de apoiar essa reforma, reprogramando as verbas associadas às Medidas Florestais se necessário.

O PDR 2020 (e em certa medida também o Fundo Florestal Permanente) deve constituir um instrumento central no finan-ciamento da política florestal em Portugal. Nessa perspectiva, era importante que em 2016 fossem dados claros sinais po-líticos nesse sentido, criando a necessária base de confiança para quem pretender investir na floresta em Portugal.

Miguel GalanteEng.º Florestal

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A Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa garantiu em Penalva do Castelo que o célebre dossier do Car-do vai ser aprovado por Bruxelas. “O cardo já pode ser usa-do de acordo com as especificações de produção do queijo Serra da Estrela”, afirmou Maria Manuel Leitao Marques, na sessão de abertura da XXV Feira do Pastor e do Queijo de Pe-nalva do Castelo.

A ministra adiantou que a aprovação do dossier por parte da Comissão Europeia “está para muito breve, mas podemos garantir, com segurança, que vai ser aprovado”. Para a go-vernante “é uma medida justa, que atenta à proximidade e valoriza a produção local”.

Maria Manuel Leitao Marques avançou também que vai ha-ver o aumento dos apoios ao investimento nas explorações de pequenos agricultores, de 25 para 40 mil euros; no apoio aos mercados locais, realizados pelos Grupos de Acção Lo-cal (GAL); no incentivo à promoção de produtos de qualidade certificada e de produtos locais, que visam reforçar a pene-tração nos mercados de proximidade, valorizando os produ-tos e saberes endógenos, e o aumento de 15 para 20 mil euros no prémio para a primeira instalação de jovens agricultores.

A ministra, que percorreu a Feira do Queijo juntamente como o presidente da Câmara de Penalva do Castelo e ou-tras entidades, destacou a importância deste tipo de eventos para os produtores locais, mas especial para a região e para o país.

O presidente da Câmara de Penalva do Castelo mostrou-se

Garantia deixada pela Ministra da Presidência em Penalva do Castelo

Dossier do Cardo vai ser aprovado pela Comissão Europeia

satisfeito com o êxito da Feira, que comemorou 25 anos, e que promove os nossos produtos locais, como o Queijo Serra da Estrela, o vinho do Dão e a Maçã Bravo de Esmolfe. “Em todos os eventos que levamos a cabo promovemos os nossos produtos que compõem a trilogia de excelência do concelho”, referiu Francisco Carvalho. O autarca frisou a resposta dada pelos produtores de queijo “que estiveram presentes em bom número, bem como a maçã Bravo de Esmolfe e os nossos pro-dutores de Vinho do Dão”.

Francisco Carvalho realçou que foi um fim-de-semana “es-pecial para Penalva do Castelo, com milhares de visitantes, que puderam adquirir os produtos a um preço mais acessí-vel”. Para além disso, deu para ver neste evento “a qualida-de humana” dos penalvenses, que sabem receber. “Temos as nossas dificuldades, mas escondemos as nossas fraquezas a quem nos visita”, salientou o autarca, acrescentando que “as bodas de prata da feira foram comemoradas condignamente, num dia especial, como é o Dia dos Namorados, em que ofe-recemos uma flor as todas as senhoras que nos visitaram”.

Francisco Carvalho salientou também as novidades trazi-das pela Ministra, nomeadamente nos novos apoios à agri-cultura, e aproveitou para solicitar Maria Manuel Leitao Mar-ques que “ajude a agilizar o processo” referente ao concurso para a requalificação dos antigos Paços do Concelho. O au-tarca quer lançar até Maio o concurso para a sua requalifi-cação, onde pretende instalar a Loja do Cidadão da vila, que concentrará os serviços da Administração Central.

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Abriu na Rua Nunes de Carvalho, nº 5, em Viseu, a loja “Que Viso Eu”, que pretende ser uma ‘ janela aberta’ para os visitan-tes que demandam o Centro Histórico de Viseu e que procuram produtos regionais de grande qualidade.

“Queremos ter os melhores produtos regionais e artesanais da região centro”, referiu Cristina Pessanha, da Saber Livre, à Gazeta Rural. O projecto, que tem por base a Queijaria de Po-volide, junta a família Pessanha, que para além dos excelentes queijos que produz, quer juntar vinhos, azeites, compotas, do-çaria, chás, bem como outros produtos da terra, apontando a qualidade como elemento fundamental.

“Queremos produtos de empresas familiares e de pequena dimensão, abarcando tudo da agroindustrial artesanal”, refere Cristina Pessanha, acrescentando que “os vinhos estão pre-sentes porque casam bem com os queijos e os enchidos”.

“Queremos ter um leque de produtos variados, de excepcio-nal qualidade”, frisou.

O Crédito Agrícola lançou uma campanha para o sector pri-mário e agro-industrial com um conjunto de soluções para a gestão do dia-a-dia, financiamento a médio e longo prazo e várias opções de protecção para empresas, e os seus gestores e colaboradores.

Entre as soluções de financiamento estão o crédito à tesou-raria, para fazer face às necessidades do dia-a-dia; o crédito ao investimento, para potenciar o investimento no negócio; o apoio ao negócio internacional, quer pela via do crédito à produção para internacionalização, quer pelo financiamento à exportação. Estão ainda disponíveis diversas soluções de lea-sing (imobiliário, veículos, equipamentos).

No âmbito das medidas do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020), o Crédito Agrícola apresenta soluções de antecipação ou complemento ao investimento nas fases de projecto e candidatura. O Banco disponibiliza ainda a linha de apoio aos Jovens Agricultores, a linha de apoio à Actividade Agrícola e a linha de apoio ao Investimento na Agricultura.

Entre as soluções de protecção estão os Seguros CA Trac-tores e Máquinas Agrícolas e a Solução CA Negócios, com um conjunto de produtos desenhados especificamente para as necessidades das empresas. Durante o período da campanha os clientes beneficiam de condições preferenciais, descontos em comissões e taxas mais reduzidas.

Ciente do potencial de desenvolvimento do sector primário, esta campanha, disponível até 8 de Abril nas Agências do Cré-dito Agrícola, pretende reforçar o apoio ao sector primário e agro-industrial nacional.

Abriu na Rua Nunes de Carvalho, em Viseu

“Que Viso Eu” oferece os melhores produtos regionais e artesanais

Campanha disponível até 8 de Abril

Crédito Agrícola reforça aposta no sector agrícola

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Zebreira, no concelho de Idanha-a-Nova, vai ser palco do I Campeonato Mediterrânico de Pastoreio, entre os dias 19 a 21 de Fevereiro. A prova vai contar com as selecções de Portu-gal, Espanha, França e Itália e será avaliada por juízes prove-nientes do Reino Unido.

É prova é organizada pela Associação Portuguesa de Utili-zadores de Cães Pastores (APUCAP) que decidiu realizar esta competição no concelho de Idanha-a-Nova após o sucesso de eventos anteriores, nacionais e internacionais.

No Monte das Areias e na Herdade do Soudo, Zebreira, será possível assistir às performances dos cães pastores, respec-tivos condutores e rebanhos oriundos dos países participan-tes.

Após quatro provas de qualificação nos primeiros dois dias, realiza-se no domingo, dia 21 no Monte das Areias, a grande final entre os 18 melhores cães. A entrada é livre.

Entre os dias 19 a 21 de Fevereiro

Zebreira recebe I Campeonato Mediterrânico de Pastoreio

F I C H A T É C N I C A

ÚLTIMA HORA

Ano XII | N.º 264 | Periodicidade: QuinzenalDirector: José Luís Araújo (CP n.º 7515) | [email protected] | 968044320Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda | Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel GalanteDepartamento Comercial: Coordenação Filipe Figueiredo Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: [email protected] | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada | Administração José Luís Araújo | Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 | E-mail: [email protected] | Rua Cap. Salomão 121, 3510-106 ViseuTiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

A floração das amendoeiras a partir dos meados de Feve-reiro é um dos espectáculos naturais mais belos do nosso país, cobrindo as paisagens do concelho de um manto branco e ro-sado. Fazendo Torre de Moncorvo parte da Rota Turística das Amendoeiras em Flor, muitos são os turistas que nesta época visitam o concelho.

A Câmara de Torre de Moncorvo celebra assim este espec-táculo único da natureza com um programa variado, que co-meçou a 6 de Fevereiro e vai até 26 de Março. As actividades são diversificadas e contam com um Encontro de Tunas a 12 de Março e um Encontro de Coros, no dia 18 de Março. Destaque também para dois percursos pedestres, a Rota da Capela dos Anjos que tem lugar dia 21 de Fevereiro, em Carviçais, e a Rota das Amendoeiras que tem lugar no dia 13 de Março, na Aço-reira. De 4 a 6 de Março decorrem nos restaurantes aderen-tes os fins-de-semana gastronómicos do Borrego e no dia 27 de Fevereiro a apresentação do livro “O Princípio da Noite” de Tiago Patrício, na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo e a Matança Tradicional do Porto e a Rota das Pipas na Açoreira. A freguesia de Carviçais recebe a 12 de Março a Feira do Pão, com a inauguração da escultura Neoverracos.

O programa contará ainda com a animação musical, nome-adamente com um concerto dos Old Toys, Lacre, Banda Filar-mónica do Felgar, Banda Filarmónica de Carviçais, David Cae-tano e Bruno Cordeiro.

Festividades decorrem até 26 de Março

Moncorvo promove Amendoeiras em Flor com várias actividades

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O Município de Penacova promove no fim-de-semana de 26 a 28 de Fevereiro a edição 2016 do Festival da Lampreia, um evento gastronómico que marca esta época do ano e que con-ta com a adesão de nove restaurantes do concelho.

Durante o Festival da Lampreia os clientes dos restaurantes aderentes encontrarão um preço mais acessível para aquele prato, face ao praticado durante a época, e as sobremesas, como pastéis de Lorvão ou Nevadas de Penaco-va, serão oferecidos a todos quantos visitam o concelho, para apreciarem o Arroz de Lam-preia à moda de Penacova.

Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Penacova diz que o festival é o ponto alto da época da lampreia. Porém, Hum-berto Oliveira diz que a mensagem que se pretende passar com este Festival é que a época da lampreia em Penacova começa em Janeiro e vai até Abril, período em que o con-celho é ‘invadido’ por muitos milha-res de apreciadores desta iguaria, que ali é preparada com requinte e algo único. O autarca estima que du-rante o Festival mais de três pessoas passem pelos restaurantes aderentes.

Gazeta Rural (GR): Há alguma novidade no Festival da Lampreia?

Humberto Oliveira (HO): Não. O que é especial é a nossa lampreia. Em relação ao Festival, é um ano de continuidade. Durante um fim-de-semana nove restaurantes aderentes ser-vem pratos de lampreia nas condições definidas, e que tem sido prática nos últimos anos, com as sobremesas a serem ofereci-das pelo município e confeccionadas pelas pastelarias locais.

Nos dias 26, 27 e 28 de Fevereiro

Penacova realiza Festival da Lampreia GR: A lampreia é um chamariz durante os primeiros

quatro meses do ano?HO: Essa é uma imagem que temos passado e com sucesso.

É que lampreia em Penacova não é só durante o Festival. Este permite-nos dar mais visibilidade e alguma poupança para os comensais, pois a lampreia é mais barata durante os três dias e os restaurantes aceitaram bem a proposta. Mas, a mensa-

gem que queremos passar é que de Janeiro a Abril há lampreia nos restaurantes do concelho.

GR: Há muita lampreia este ano?HO: Este ano tem sido difícil apa-

nhar lampreia em Penacova, pois o rio já teve dois picos de cheia e, deste modo, não é possível a pesca. Con-tudo, e também por isso, estamos convictos de que vai ser um bom ano de lampreia no concelho, por um lado o caudal do rio e, por ou-tro, o investimento feito no açude

em Coimbra, o que fez com a lam-preia tenha melhores condições de

subida do Rio Mondego. No Verão passado houve uma nova intervenção,

em todos os açudes que tinham alguns obstáculos, tanto a montante como a ju-

sante daquele, pelo que a expectativa é que teremos lampreia até mais tarde.

GR: O que representa a lampreia para o concelho?HO: Em termos de volume de negócios é um trabalho que

nunca fizemos, mas tem garantidamente uma grande impor-tância. O pico é nos meses de Fevereiro e Março. Nos três dias do Festival estimamos que mais de três mil pessoas passem pelos restaurantes aderentes.

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No próximo dia 13 de Março, o Parque Urbano da freguesia de Touro acolhe a quinta edição da Feira do Fumeiro do Demo, numa iniciativa promovida pelo Município de Vila Nova de Paiva, em parceria com a Junta de Freguesia de Touro.

As tradições gastronómicas e os sabores e saberes genuínos das Terras do Demo reflectem-se na qualidade e no “saber fa-zer” dos nossos produtos típicos, dos quais se destaca o fumeiro tradicional. A Feira do Fumeiro do Demo tem funcionado como um meio de divulgação do concelho e das suas gentes, incenti-vando a economia local, dando a conhecer a nossa gastronomia e promovendo os produtos de qualidade que reúnem as poten-cialidades e a riqueza do nosso meio rural.

Neste certame, o fumeiro tradicional é o cartão-de-visita do concelho, ao qual se alia também o artesanato, os restauran-tes e tasquinhas gastronómicas, a prova de fumeiro, o porco no espeto e a animação tradicional com o Grupo de Pauliteiros de Palaçoulo.

Augusto Canário e Amigos são os artistas convidados que prometem animar o evento. Para completar o cartaz de anima-ção referência para a actuação do grupo musical Brincó Baile.

A 13 de Março, no Parque Urbano da freguesia de Touro

Vila Nova de Paiva prepara V Feira do Fumeiro do Demo

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