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B01EYIII , GE GRAJFICO INFORMAÇÕES ' NOTICIAS BIBLIOGRAFIA LEGISLAÇÃO I MENSARIO CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA ANO VI FEVEREIRO DE 1949 N.• 71

GE GRAJFICO - IBGE | Portal do IBGE | IBGE€¦ · de Janeiro em agôsto de 1949 - Eng. CHRISTOVAM LEITE DE CASTRO (pág. 1265). COMENTÁRIO: Outros Títulos da Ciência Folclórica

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B01EYIII , GE GRAJFICO

INFORMAÇÕES ' NOTICIAS

BIBLIOGRAFIA LEGISLAÇÃO

I

MENSARIO

CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

ANO VI FEVEREIRO DE 1949 N.• 71 •

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BOLETIM

GEOGRÁFICO

Diretor

ENG. CHISTOVAM LEITE DE CASTRO

Secretário

CARLOS PEDROSA

COMITI: COORDENADOR

Pro f. FÁBIO DE MACEDO SOARES GUIMARÃES, Prof. JORGE ZARUR, Eng. VIRGÍLIO CoRREIA FILHO, Pro f. ORLANDO VALVERDE, Prof. LúCIO DE CASTRO SOARES, Prof. LINDALVO BEZERRA DOS SANTOS, Prof. Joslli VERfSSIMO DA CoSTA PEREIRA, MI­GUEL ALVES DE LIMA e Pro f. ANTONIO JOSÉ DE MATOS MUSSO.

• O {{BOLETIM" não insere matéria remunerada, nem aceita qualquer espécie de publicidade comercial, nllo se responsabilizando · também

pelos conceitos emitidos em artigos assinados.

• ASSINATURAS

Ano ........... . Semestre

Cr$ 60,00 Cr$ 30,00

REDAÇAO

CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA

Praça Mahatma Gandhi, 14 5.9 andar

Rio de Janeiro DISTRITO FEDERAL

• Pede-se permuta

• Pidese canje

W e ask for exchange

On démande l'échange

Man bittet um Austausch

Si richiede lo scambio

Oni petas intersangon

CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA

SECRETARIA-GERAL

(ÓRGÃO EXECUTIVO CENTRAL DE FINALIDADE ADMINISTRATIVA E CULTURAL)

SECRETARIO-GERAL: Christovam Leite de Castro. SECRETARIO-ASSISTENTE: Jorge Zarur. ASSISTENTES-TÉCNICOS: Alberto Raja Gabaglia e

José de Sá Nunes. SECÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO: José Almeida. SECÇÃO CULTURAL: Delgado de Carvalho (Orientador). SECÇÃO DE DIVISÃO TERRITORIAL: Paulo Augusto

Alves. SECÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO: Virgilio Correia Filho. SECÇÃO ECONôMICA E FINANCEIRA: Paulo Rocha

I<'reire. SECÇÃO DE PUBLICAÇõES E PUBLICIDADE: Carlos

Pedrosa.

SERVIÇO DE GEOGRAFIA E CARTOGRAFIA

(ÓRGÃO EXECUTIVO CENTRAL DE FINALIDADE TÉCNICA E CIENTÍFI­CA). CRIADO PELO DECRETO-LEI N.9 782, DE 13 DE OUTUBRO DE 1938, SOB A DENOMINAÇÃO DE SERVIÇO DE COORDENAÇÃO GEOGRAFICA, PASSANDO A POSSUIR A DESIGNAÇÃO DE SERVI­ÇO DE GEOGRAFIA E ESTATíSTICA FISIOGRAFICA, PELO DECRETO-LEI N.Q 1 360, DE 2 DE JUNHO DE 1939 E A DENOMINAÇÃO ATUAL PELO DECRETO-LEI N.Q 6 828, DE 25 DE AGOSTO DE 1944.

DIRETOR-GERAL: Christovam Leite de Castro. SUB-DIRETOR: Jorge Zarur. DIRETOR DA DIVISÃO DE GEOGRAFIA: Fábio de

Macedo [lo ares Guimarães. ASSISTENTE DO DIRETOR DA DIVISÃO DE GEOGRA­

FIA: Antônio Jusé de Matos Musso. DIRETOR DA DIVISÃO DE CARTOGRAFIA: Alirio

Hugueney de Matos. SECÇÃO DE ANALISES REGIONAIS:

Norte: Lúcio de Castro Soares. Nordeste: Lindalvo Bezerra dos Santos. Leste: Orlando Valverde. Centro-Oeste: José Verissimo da Costa Pereira . 8nZ: Fábio de Macedo Soares Guimarães.

SECÇÃO DE ESTUDOS: Miguel Alves de Lima. SECÇÃO DE ILUSTRAÇõES E CALCULOS: Héldio

Xavier Lenz César. SECÇÃO DE BASES, ASTRONOMIA E GRAVIMETRIA:

Lisandro Viana Rodrigues. SECÇÃO DE COMPILAÇÃO: Rodolfo Pinto Barbosa. SECÇÃO DE COORDENADAS, compreendendo turmas. SECÇÃO DE DESENHO LITO-CARTOGRAFICO: José

Osvaldo Fogaça. SECÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO CARTOGRAFICA: José

Carlos de Pedro GranJe. SECÇÃO DE EXPEDIÇõES E LEVANTAMENTOS MIS­

TOS: Gilvandro Simas Pereira. SECÇÃO DE NIVELAMENTO: Honório Bezerra. SECÇÃO DE REPRODUÇõES E LABORATóRIO FOTO­

CARTOGRAFICO: Alcion da Fonseca Dória. SECÇÃO DE REVISÃO: Armando Sócrates Schnoor. · SECÇÃO DE TRIANGULAÇÃO: Dalmi Antônio Alvares

Rodrigues de Sousa.

Ender~ço: Praça Mahatma Gandhi, 14 - 5. Q andar - Edi­fício Serrador - Rio de Janeiro - D. F. (Telegráfico) - SECONGEO.

EDITORIA.L: I Reu

de Janeiro em a

COMENTARIO: Out1

1268).

TRANSCRIÇõES: Su

J. DE SAMP.A

de Minas Gerais

RESF;:NHA E OPINiõ

da Bocaina - <

FERNAND BRAU

- Pe. SERAFIM

CONTRIBUIÇÃO AO

DELGADO DE CJ

NOTICiARIO: CAPIT

Petróleo. (pág. 1310

de Geografia (pág.

TUIÇõES PARTIC

dade Brasileira de

CljJRTAMES- I Co

São Paulo (pág. 1:

RELATóRIOS DE IN

Representantes Est1

C. N. G. - Pará 1

BIBLIOGRAFIA - RE

Periódicos (pág. 13J

do Servico Geológi<

Boletins ns. 22 a 31

Boletim Geográfico

LEIS E RESOLUÇõES:

no período de 1 a :

1332) - Decretos e RO DE GEOGRAFI Central -- íntegra <

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t n.rH.AtctA; AUrio

lLC lJ LOH; Héldio

DGRAFICA: .José

tt' AMENTOS MIS-

1io Bezerra. RATóRIO FOTO­ca Dória. ~rates Schnoor. · li Antônio Alvares

t 5. 9 andar - Edi­IJaneiro - D. F. b.

Sumário dêste número

:ÉDITORIAL: I Reunião Pau-Americana de Consulta sôbre Geografia a realizar-se no Rio

de Janeiro em agôsto de 1949 - Eng. CHRISTOVAM LEITE DE CASTRO (pág. 1265).

COMENTÁRIO: Outros Títulos da Ciência Folclórica - ROSSINI TAVARES DE L .IMA (pág.

1268).

TRANSCRIÇõES: Subsídios para o Estudo de um Ciclo Climatológico do Sueste Brasileiro

J . DE SAMPAIO FERRAZ (pág. 1270) - Quadro da Vegetação Primitiva da Província

de Minas Gerais - AUGUSTE DE SAINT-HILAIRE (pág. 1277).

RESENHA E OPINiõES: O sentido do interior - LIMA FIGUEIREDO (pág. 1292) - A serra

da Bocaina CARLOS BORGES SCHMIDT (pág. 1294) - Geografia e Biologia -

FERNAND BRAUDEL (pág. 1298) - Segundo centenário do cartógrafo Pe. Diogo Soares

- P e. SERAFIM .LEITE S. J. (pág. 1302).

CONTRIBUIÇÃO AO ENSINO: Pródromos de um Parque Industrial no Brasil - Profs.

DELGADO DE CARVALHO e LÉIA QUINTI:ERE (pág. 1305).

NOTICIARIO: CAPITAL FEDERAL - Presidência da República - Conselho Nacional do

Petróleo. (pág. 1310) - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Conselho Nacional

de Geografia (pág. 1312) - Ministério da Viação e Obras Públicas (pág. 1313) - INSTI­

TUIÇõES PARTICULARES - Associação dos Geógrafos Brasileiros (pág. 1314) _,__ Socie­

dade Brasileira de Geografia (pág. 1314) - Sociedade Rural Brasileira (pág. 1314)

C~RTAMES- I Congresso de História Catarinense (pág. 1314) -UNIDADES FEDERADAS

São Paulo (pág. 1316).

RELATóRIOS DE INSTITUIÇõES DE GEOGRAFIA E Clt:NCIAS AFINS: Relatórios dos

Representantes Estaduais Apresentados à VIII Reunião Ordinária da Assembléia Geral do

C. N. G. - Pará (pág. 1317).

BIBLIOGRAFIA - REGISTOS E COMENTÁRIOS BIBLIOGRÁFICOS - Livros (pág. 1318) -

Periódicos (pág. 1319) - CONTRIBUIÇÃO BIBLIOGRÁFICA ESPECIALIZADA - Boletim

do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil - :fndice dos assuntos constitutivos dos

Boletins ns. 22 a 31 (pág. 1321) - RETROSPECTO GEOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO

Boletim Geográfico - :fndice dos trabalhos publicados nos ns. 58 , a 69 (pág. 1326).

LEIS E RESOLUÇõES: LEGISLAÇÃO FEDERAL - Ementário das leis e decretos publicados

no período de 1 a 31 de julho de 1948 - Leis (pág. 1331) - Decretos legislativos (pág.

1332) - Decretos executivos (pág. 1332) - RESOLUÇõES DO INSTITUTO BRASILEI­RO DE GEOGRAFIA E ESTATíSTICA - Conselho Nacional de Geografia - Diretório Central - :Integra das Resoluções ns. 323 e 324 (pág. 1337) .

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Boleti~m Geográfico Ano VI FEVEREIRO DE 1949 N.0 71

Editorial

I Reunião Pan--Americana de Consulta sôbre Geografia

A "I Reunião Pan-Americana de Consulta sôbre Geografia" , é uma con­ferência internacional promovida pelo Instituto Pan-Americano de Geografia e História, através da sua Comissão de Geografia, e organizada pelo Govêrno brasileiro, através do seu Conselho Nacional de Geografia, a realizar-se no Rio de janeiro em agôsto de 1949.

A Reunião tem as seguintes características fundamentais: quanto à constituição - reunião oficial de geógrafos dos paí~es americanos; quanto à finalidade- informativa, cultural e sobretudo consultiva; quanto ao mecanis­mo - debates, visitas, excursões ~ exposição.

1.0 ) A REUNIÃO É QFICIAL. Porque é promovida pelo Instituto Pan-Americano de Geografia e História, organismo internacional constituído e mantido pelos países americanos. Porque é organizada pelo Govêrno brasileiro que, além de encarregar-se da sua preparação, se incumbe dos êonvites aos Governos dos demais países americanos para que enviem delega­ções. Porque, em suma, é formada dos representantes dos Governos dos países americanos .

2.0 ) A REUNIÃO É PAN-AMERICANA. ·No seu caráter interna­cional, a Reunião procura interessar somente os países americanos em face da atribuição limitada do Instituto que a promove.

Essa circunstância, entretanto, não impede que da Reunião participem instituições e personalidades geográficas de outros continentes, que tenham interêsse em acompanhar os seus trabalhos.

Ademais, a ·própria Comissão Organizadora tem o propósito de fazer convites a algumas dessas instituições e personalidades para maior êxito dos trabalhos científicos da Reunião.

3.0 ) A REUNIÃO É DE GEóGRAFOS. Nesse ,particular, cumpre assinalar a preocupação que deve existir da parte de todos, no sentido de par­ticiparem da Reunião geógrafos militantes, que nas suas pesquisas e ensina­mentos aplicam a moderna metodologia geográfica.

É de acentuar, no caso, a distinção que ora se faz, como divisão de trabalho, entre Geografia e Cartografia, ambas modernamente muito desenvolvidas e que por isso devem ter setores próprios de atuação.

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1266 BOLETIM GEOGRAFICO

A Reunião não é de cartógrafos, isto é, de operadores de tôdas as cate­gorias que se ocupam da elaboração técnica de mapas como miniaturas do território desde a medição astronômica, geodésica e topográfica dos elementos territoriais até a impressão das fôlhas cartográficas hàbilmente desenhadas.

Não; a Reunião é de geógrafos ou seja daqueles pesquisadores e estu­diosos, que, no campo, no gabine_te ou na sala de aulas, procuram o conheci­mento das paisagens e dos fenômenos físicos, biológicos e humanos que ocorrem na superfície terrestre, investigando as causas, correlações e efeitos da sua distribuição territorial.

Tal distinção entre geógrafos e cartógrafos tanto mais se impõe, porque no Instituto Pan-Americano há uma Comissão de Geografia e uma Comissão de Cartografia que promovem reuniões adequadas a uns e outros especialistas.

4.0) A REUNIÃO É INFORMATIVA. Cada delegação deve apre­

sentar um informe, o mais completo possível, das atividades geográficas que se desenvolvem em seu próprio país :

a) Como é feita a investigação científica (serviços oficiais, universidades, entidades privadas e profissionais que fazem estudos geográficos);

b) como é feito o ensino da Geografia nos diversos graus (universidades, cursos de ' especialização, cátedras e professôres );

c) como é feita a divulgação geográfica (livros geográficos, livros e ma­terial didático, propaganda turística, mapas especiais) .

Como se trata da I Reunião, seria multo interessante que cada informe, ao apresentar o estado atual da cultura geográfica dum país, fizesse um his­tórico sucinto da evolução que a atividade· geográfica nêle experimentou.

5.0 ) A REUNIÃO É CULTURAL. Embora seja uma reunião de consulta e não um congresso, a I Reunião tem também feição cultural, de modo que é facultada a qualquer geógrafo a apresentação de estudos que interessem à Geografia do continente amerl.cano. É muito desejável que seja numerosa a apresentação de trabalhos e contribuições individuais, resul­tantes de investigações científicas.

Além disso, na sua realização, haverá conferências e debates científicos, em mesa redonda, sôbre assuntos interessantes da atualidade .

Os estudos que forem apresentados serão presentes à Reunião, a qual, entretanto, não os julgará, para não se converter em congresso, mas sim, os encaminhará à Comissão de Geografia, que é permanente, para a devida apre­ciação dos trabalhos e sua publicação na forma que julgar conveniente.

6.0) A REUNIÃO É SOBRETUDO CONSULTIVA. A essência da

Reunião é ser de consulta, cabend.o-lhe, portanto, predominantemente, o estudo e o debate de temas sôbre assuntos geográficos e PRINCIPALMENTE SôBRE INICIATIVAS, de interêsse comum, que sejam benéficas ao desen­volvimento das atividades geográficas, nos diversos países americanos, nos setores da investigat;ão científica, do ensino da Geografia e da divulgação geográfica como fator de cultura popular.

Com essa orientação, foi escolhido o temário oficial da Reunião. 7.0

) A REUNIÃO DESDOBRA-SE EM DUAS FASES DE TRABA­LHO. A Reunião está prevista para realizar-se de 15 de agôsto a 7 de setembro de 1949, compreendendo duas fases: uma, de 15 a 27 de agôsto, no Rio de ] aneiro, destinada a reuniões e visitas; outra, de 28 de agôsto a 7 de setembro, destinada a excursões pelo interior do país.

Na 1.a fase, haverá: r e debate das questões oficia; se ocupam de Geografia; c culturais de interêsse geográ

Na 2.a fase, haverá qu. escolha dos senhores delegé inscrição prévia mediante o

E-ssas excursões têm po o conhecimento de distintm

EXCURSÃO A, ao No1 Pará e Amazonas. Visitas tos de interêsse : planície terciário ("terra firme"); a~ etc.); produção .extrativa ve~ de habitação.

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EXCURSÃO C, ao Sul sub-trofrical Estados de São Sul. Visita às cidades de aspectos de interêsse : flores fura comercial (café, viticultt colonização européia, pequen.

EXCURSÃO D, ao C€ Estados de Minas Gerais e Goiânia e Araxá; prin~ipais vegetação de màtas e de c<S

de economia; agricultura coj nacional, frente pioneira; cid termal.

s.a) A REUNIÃO CC Reunião haverá uma Exposiç. americano apresentará: livre a sua Geografia; livros escola1

. fia; mapas gerais e especiais S•

turística e outras publicaçõe~ outros elementos que docum

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Jeradores de tôdas as cate­napas como miniaturas do g topográfica dos elementos : hàbilmente desenhadas. ueles pesquisadores e estu-aulas, procuram o conheci­biológicos e humanos que ;ausas, correlações e efeitos

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rciais). tteressante que cada informe, ca dum país, fizesse um his­áfica nêle experimentou . bota seja uma reunião de também feição cultural, de

apresentação de estudos que o. É muito desejável que ,ntribuições individuais, resul-

erências e debates científicos, da atualidade. presentes à Reunião, a qual,

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·-se de 15 de agôsto a 7 de uma, de 15 ·a 27 de agôsto, no outra, de 28 de agôsto a 7 de ::>país.

EDITORIAL 1267

Na 1.a fase, haverá: reuniões plenárias e das Comissões para o estudo e debate das questões oficiais da Reunião; visitas a serviços e instituições que se ocupam de Geografia; conferências, tertúlias, mesas redondas e reuniões culturais de interêsse geográfico; visitas a autoridades e reuniões sociais.

Na 2.a fase, haverá quatro excursões ao interior do país, simultâneas, à escolha dos senhores delegados e acompanhantes, que deverão providenciar inscrição prévia mediante o pagamento da taxa de dois mil cruzeiros.

Essas excursões têm por objetivo proporcionar aos geógrafos estrangeiros o conhecimento de distintas regiões brasileiras, a saber:

EXCURSÃO A, ao Norte do país, "HILÉIA AMAZôNICA", Estados do Pará e Amazonas. Visitas às cidades de Belém e Manaus; principais aspec­tos de interêsse : planície quaternária de inundação ("várzea") e plateau terciário ("terra firme"); agricultura equatorial (cultura da bévea, da juta, etc.); produção .extrativa vegetal; navegação fluvial, embarcações típicas; tipos de habitação.

EXCURSÃ9 B, ao Nordeste do país "SERTÃO SEMI-ÁRIDO E LITO­RAL", Estados da Bahia e Pernambuco. Visitas à Cidade de Salvador e a Recife; principais aspectos de interêsse: contraste entre o litoral úmido e o sertão semi-árido; vegetação xerófila ("caatinga"); agricultura comercial (cana de açúcar, fumo, algodão, etc.); pecuária extensiva, feiras de gado; vale do São Francisco, · cachoeira de Paulo Afonso, obras de defesa contra as sêcas ( açudagem e irrigação); vaqueiro, jangadeiro.

EXCURSÃO C, ao Sul do país, "PLANALTO MERIDIONAL", (região sub-tropical Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Visita às cidades de São Paulo, Curitiba e Pôrto Alegre; principais aspectos de interêsse : florestas de pinheiros ("pinhais") e campinas; agricul­tura comercial (café, viticultura), agricultura intensiva; produção de laticínios; colonização européia, pequena propriedade; indústria; exploração de madeiras.

EXCURSÃO D, ao Centro-Oeste do país, "PLANALTO CENTRAL", Estados de Minas GeréÇlis e Goiás. Visita às cidades de Belo Horizonte, Goiânia e Araxá; principais aspectos de interêsse: peneplanos cristalinos; vegetação de matas e de campos ("cerrados") e seus correspondentes tipos de economia; agricultura comercial (arroz); pecuária extensiva; colonização nacional, frente pioneira; cidades criadas; cachoeira Dourada; estação hidro­termal.

B.a) A REUNIÃO COMPREENDE UMA EXPOSIÇÃO. Anexa à Reunião haverá uma Exposição de Geografia, na qual cada país do continente americano apresentará : livros, revistas e publicações mais importantes sôbre a sua Geografia; livros escolares e material didático sôbre o ensino da Geogra­. fia; mapas gerais e especiais sôbre assuntos /Jeográficos; folhetos de propaganda turística e outras publicações de difusão popular de paisagens; fotografias e outros elementos que documentem tipos e aspectos característicos.·

CHRISTOV AM LEITE DE CASTRO

Secretário-Geral do Conselho Nacional de Geografia

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Comentário

Outros Títulos da Ciência Folclórica ROSSINI TAVARES DE LIMA

Apesar da larga aceitação do vocábulo "folclore", para título da c1encia que estuda as expressões culturais dos meios populares, das nações civilizadas, estu­diosos, das mais diversas nações, sugeriram outros títulos. Entre êsses, destaca­mos, ainda na Inglaterra, "folk-ways"; na França, "tradicionismo", "mitografia", "antropopsicologia", "demopsiquia"; na Espanha, "demótica", "demopesia", "tra­dições populares"; na Grécia, "laografia"; na Itália, "literatura popular", "demo­psicologia" "ciência dêmica" "etnografia"· na Alemanha "Volkskunde" "Volks­lehre", "Volksdichtung"; em-'Portugal, "et·l10grafia"; no Brasil, "populá~io", etc.

Muitos dos vocábulos aqui enumerados, como "mito grafia", "literatura po­pular, "Volksdichtung" delimitam o campo da ciência folclórica, considerando-a,. apenas, como o estudo das expressões da cultura espiritual dos meios populares, conseqüência de um velho e falso psicologismo, que afeta, ainda, muitos dos jo­vens folcloristas patrícios.

Os têrmos mais freqüentemente usados, para título desta ciência são, nos países de lingua.germânica, "Volkskunde", e nos demais, "etnografia" e "folclore". Aliás, é necessário que se diga, que o vocábulo "Volkskunde" não passa de tradu­ção do têrmo "folclore" para a língua alemã.

Dêsses vocábulos o que primeiro apareceu foi "etnografia", introduzido por Campe, em 1807, como sinônimo de "descrição de povos". Em 1836, ao lado dêste, aparece, na Sociedade de Etnologia de Paris o têrmo "etnolog~a", que ser­viria de título a uma ciência, cujo objeto era o estudo dos diversos fatôres físicos, intelectuais e morais, as línguas e as tradições históricas, que serviriam para distinguir as diferentes raças. A "etnografia" seria, então,. a parte des­critiva e a "etnologia", a especulativa da ciência que estuda os povos.

Os alemães e inglêses, porém, logo repudiaram o vocábulo "etnografia", pro­pondo para substituí-lo, "Volkskunde" e "folklore". Daí por diante, os têrmos "folclore", "etnologia", "etnografia" andaram por muito tempo embaralhados. Falou-se em "etnografia dos meios rurais", "folclore dos povos primitivos", "etno­grafia dos povos selvagens" ou apenas "semi-civilizados", "folclore dos meios populares das nações civilizadas", "etnografia dos nossos ameríndios", etc.

Hoje, porém, as coisas já vão sendo colocadas em seus devidos lugares. A "etnologia" é considerada como ciência ontológica, porque ela constrói o seu edifício com materiais emprestados de outras ciências; a "etnografia" e o "fol­clore" são ciências fenomenológicas, porque indagam elaboram e confrontam ma­teriais obtidos, respectivamente, dos povos naturais ou primitivos e civilizados. O etnólogo depende sempre do etnógrafo e do folclorista. Êstes são que lhe oferecem o material que coletaram, elaboraram e confrontaram, para que o etnólogo "possa situar e resolver os problemas que êsse material lhe apresenta", em última instância.

Entretanto, como "nenhum pesquisador inicia o estudo de uma cultura, sem vistas técnicas, que lhe sirvam de guia para as notas que registra, e lhe forne­çam problemas a serem submetidos à prova" "Herskovitz" - "Problema e Méto­do em Antropologia Cultural" - Sociologia, vol. V, n.0 2, 1943 - São Paulo), os etnólogos, em sua grande maioria, andam realizando êles mesmos as tarefas dos

etnógrafos, e circunscrevendo rais ou primitivas. A mesma o professor Parker, que demo mente pelas crianças da Ingl~ ram em templos do Ceilão e

ortanto, o vocábulo "etn estuda as culturas naturais o tem por objeto o estudo das c

E a palavra "etnografia" pre, como sinônimo de "folclo ciados, ainda, pelo velho dual tual'~ (F?lclore), somos de pa c~ns1dera-la como um simples por um paradeiro nessa confu senvolvimento dos estudos de

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la Folclórica ROSSINI TAVARES DE LIMA

~", para título da ciência que , das nações civilizadas, estu-títulos. Entre êsses, destaca­

"tradicionismo", "mitografia", demótica" "demopesia" "tra­' "literatu~a popular", ''demo­manha, "Volkskunde", "Volks­,; no Brasil, "populário", etc. "mitografia", "literatura po­

da folclórica , considerando-a,. !Spiritual dos meios populares, e afeta, ainda, muitos dos jo-

título desta ciência são, nos mais, "etnografia" e "folclore". lkskunde" não passa de tradu-

"etnografia", introduzido por ie povos". Em 1836, ao lado ; o têrmo "etnolog~a", que ser­o estudo dos di versos f a tôres lições históricas, que serviriam Eia" seria, então, a parte des-que estuda os povos.

1 o vocábulo "etnografia", pro­e". Daí por diante, os têrmos ,r muito tempo embaralhados. re dos povos primitivos", "etno­.vilizados", "folclore dos meios os nossos ameríndios", etc. l.S em seus devidos lugares . A ica, porque ela constrói o seu :ncias; a "etnografia" e o "fal­am elaboram e confrontam ma­~ais ou primitivos e civilizados. folclorista. Êstes são que lhe

1 e confrontaram, para que o 1e êsse material lhe apresenta",

a o estudo de uma cultura, sem notas que registra, e lhe forne­~rskovitz" - "Problema e Méto-V, n .o 2, 1943 - São Paulo), os mdo êles mesmos as tarefas dos

COMENTARIO 1269

etnógrafos, e circunscrevendo o seu campo de ação ao estudo das culturas natu­rais ou primitivas. A mesma coisa acontece com os estudiosos de folclore, como o professor Parker, que demonstrou que os desenhos lineares empregados atual­mente pelas crianças da Inglaterra em seus brinquedos são os mesmos que figu­ram em templos do Ceilão e colunatas do Egito.

ortanto, o vocábulo "etnologia" vai sendo usado como título da ciência que estuda as culturas naturais ou primitivas e o "folclore", como o da ciência que tem por objeto o estudo das culturas dos meios populares das nações civilizadas.

E a palavra "etnografia"? Em conseqüência de ter sido usada, quase sem­pre, como sinônimo de "folclore", especialmente por aquêles, folcloristas influen­ciados, ainda, pelo velho dualismo entre o "material" (Etnografia) e o "espiri­tual" (Folclore), somos de parecer, que se poderia, perfeitamente, continuar a considerá-la como um simples sinônimo. Só assim estaríamos em condições de pôr um paradeiro nessa confusão de nomenclatura, q-qe é um obstáculo ao de-senvolvimento dos estudos de "folclore", no Brasil. ·

....:-- O Servi!:)o Central de Documenta!:)ão Geográfica do Conselho Nacional de Geografia é ~ completo, compreendendo Biblioteca, Mapoteca, Fototeca e Arquivo Corográfico, destinando­se êste à guarda de documentos como sejam inéditos e artigos de jornais. Envie ao Conselho qualquer documento que possuir sôbre o território brasileiro.

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Transcrições

Subsídios para o Estudo de um Ciclo Clima~ tológico do Sueste Brasileiro

Temperaturas máximas do Rio de Janeiro no período de 1879-1938

Revista Bràsi leira de Geografia Ano I- N. 9 3- Julho de 1939 *

J. DÉ SAMPAIO FERRAZ Consultor-Técnico do C .N. G.

Com a ajuda do dedicado auxiliar - Alexandre Magalhães, elab.orou-se em 1922 uma interessante estatística dos dias quentes "sucessivos" no Rio de Janeiro, calcada nos registos meteorológicos do Castelo, sede do observatório oficial da capital da República. Só forarn considerados nesse trabalho as séries de dias, seguidos, com temperatura máxima do ar acima de 27°5 centígrados; e, somente, a partir das séries de três dias sucessivos.

Dois dias seguidos, embora muito quentes, não foram contados. Arroladas tôdas as séries, computara-se-lhes o número total de dias para cada ano.

Por nímia gentileza do Instituto de Meteorologia, esta velha estatística foi estendida até 1938, que o Quadro I pormenoriza, fornecendo a lista de totais ânuos de dias quentes de períodos de três ou mais dias, segundo o critério ado­tado. Um rápido exame dessa tabela dá logo a ver a subdivisão de seus valores em três secções distintas, correspondentes às séries 1880-1900, 1901-1921 e 1922-1938, a primeira e última, mais querites, e a intermediária, bem mais amena.

Desenhada · a curva dêsses totais ânuos e convenientemente atenuada, des­taca-se-lhe imediatamente o aspecto rítmico, com uma oscilação bem definida de 21 anos (Fig. 1) . ·

Em· 1879, o número total de dias queptes foi apenas 20, provàvelmente o fim de uma temporada mais fresca que antecedera às dêste estudo. Em 1880 elevou-se vertiginosamente o total de 157 dias seguidos de calor, repartidos em 14 séries. De 1880 até 1900, os totais se mantiveram altos, isto é, durante 21 anos. A linha contínua da fig. 1, correspondendo a valores médios qüinqüe­nais de atenuação (1880 a 84, 1881 a 85, 1882 a 86, etc.), melhor revela a regula­ridade da curva. Em 1901, os períodos quentes cifraram-se em total dé apenas 63 dias, evidentemente o início de nova temporada fresca.

Em 1902 e 1903, tornaram-se altos os totais, para logo caírem em 1904. Daí por diante, até 1921, permaneceram as somas em nível muito inferior. De 1922 para cá, os totais voltaram de novo ao nível superior, superando mesmo ao da temporada quente anterior, de 1880 a 1900 (em parte devido talvez, como adiante é explicado, à heter-ogeneldade da série utilizada). Em todo o atual período quente, que já vai para 18 anos a partir de 1922 até o ano corrente, se verificou uma única descaída - a de 1933, com 46 dias seguidos de calor.

Os anos de maior persistência do calor foram os de 1880, 1889, 1894, 1897 a 1899, 1923, 1927, 1928, 1932, 1936. O atual ano, cujo primeiro trimestre foi ex­cepcionalmente quente, poderá bater todos os records, se voltar a canícula em novembro e dezembro. O total de 1923 está ~viderttemente exagerado, devido ao fato das temperaturas oficiais do verão dêsse ano terem sido observadas no Morro de São Januário, quando, meses antes se encerrara a série do antigo Ob­servatório do Morro do Castelo, demolido naquela época. As máximas termo­métricas de São Januário eram aproximadamente 1°,5 mais altas que as do

* o número em aprêço acha-se inteiramente esgotado, motivo pelo qual é transcrito neste mensário.

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TOTAIS ANUAIS DE DIAS SEGUIDOSCS:3) ,...._..---21 AIVOS---

9~DtAS 1POR ANO

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um Ciclo Clima~ 3rasileiro no p er íodo d e 1879-1938

J. DÉ SAMPAIO FERRAZ Consultor-Técnico do C. N. G.

ire Magalhães, elab.orou-se em "sucessivos" no Rio de Janeiro, :ede do observatório oficial da sse trabalho as séries de dias, ,e 27°5 centígrados; e, somente,

Lão foram contados. Arroladas al de dias para cada ano. logia, esta velha estatística foi L, fornecendo a lista de totais is dias, segundo o critério ado­rer a subdivisão de seus valores ies 1880-19UO, 1901-1921 e 1922-rmediária, bem mais amena. nvenientemente atenuada, des­m uma oscilação }?em definida

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TRANSCRIÇõES 1271

TOTAIS ANUAIS DE DIAS SEGUIDOSCS;;3) COM TEMPERATURA MÁXIMA ACIMA DE 27.5~ NO DISTRITO FEDERAL ,._..----21 ANOS 21 ANOS 21 ANOS-------+i

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PRESSÃO MEDIA ANUAL DE S.HELENA

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Fig. 1

Castelo. De 1924 em diante foram consideradas as máximas do Observatório da Tôrre Meteorológica, no Calabouço, também mais, elevadas que as da antiga sede do Castelo, porém, na média, em pouco mais de meio grau. Embora pe­quena essa diferença, talvez haja ela concorrido para alteiar a curva qüinqüenal do atual período quente com relação ao anterior, de 1880 a 1900, o que se paten-teia na primeira curva da fig. 1 * . ·

Os valores médios da climatografia oficial do Rio de Janeiro, não revelam a singular oscilação térmica de longo prazo, . tão flagrantemente esboçada pelo processo de períodos destacados ora utilizado. Aliás, como é sabido, · o valor médio, ainda . que útil nos macro-exam~s e primeiras aproximações, é verdadeiro empecilho para as pesquisas meteorológicas mais pormenorizadas. No caso em consideração, por exemplo, se as seqüências de dias quentes podem alternar-se com séries outras de dias frescos, talvez mesmo anômalos, séries estas produ­zidas por incursões de massas de ar do sul, está claro que a média mensal, abrangendo tais contrastes, mascarará o que se tiver em vista salientar - a própria canícula intensa.

Estudos desta natureza, só podem ser realizados com períodos seguidos, iso­lados, necessàriamente de variável duração, representativos de tipos mais ou menos persistentes de tempo, isto é, da atuação alternada de massas de ar diversas, que se revezam constantemente, quando não entram por vêz~s em conflito.

A título de experiência, procedeu-se à feitura de uma estatística, abra­çando apenas onze anos, de 1928 a 1938, pela qual se comprovou logo, como seria de esperar, que os período~ quentes se- verificam,· na grande maioria, na vigência do império das massas de ar do Atlântico, e do interior do continente (corren­tes da baixa troposfera, de leste a noroeste). Com muito maior freqüência coincidem os períodos quentes de dezembro a março: - 1) com o tempo claro, decorrente da localização mais demorada do setor ocidental do centro antici-

* Outra estatística; com máximas acima de 30Q e _períodos de 8 dias para cima, apresenta resultados idênticos, pouco influindo pois a diferença de meio grau indicada.

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1272 BOLETIM GEOGRÁFICO

clônico do Atlântico sôbre o sueste brasileiro, premido ou não pela pressão con­tinental (porém mais vêzes quando premido); 2) com as avançadas para o sul da depressão continental, sem a formação da frente fria · nas adjacências da zona considerada, ou com esta se processando, porém, muito mais para o .sul. Ê:sses dois tipos gerais de tempo facultam maior insolação, e a advecção de ven­tos tépidos de componente leste, e correntes quentes do recesso continental, fa­tôres êsses que, juntamente com outras particularidades inerentes àqueles com­plexos meteorológicos típicos, favorecem ou promovem a elevação da temperatura diurna, expressa pela máxima termométrica.

Assim sendo, as séries dos ános quentes de 1880-1900 e 1922 à atualidade, corr:esponderiam ao predomínio geral daquelas duas massas de ar, em detri­mento da terceira massa atmosférica ·primária - a de sudoeste (variando de oeste a sueste). E, inversamente, à série menos quente, de 1901 a 1921, correspon­deria a preeminência desta última massa sulina no concêrto circulatório da atmosfera sôbre o sueste brasileiro.

De fato, a estatística de tipos de· tempo, infelizmente só iniciada em 1916, com as primeiras cartas sinóticas inteligíveis dos serviços meteorológicos· brasi­leiros, confirma em grande parte, essa correspondência. De 1916 a 1921 foram muito menos freqüentes as avançadas para o sul da depressão continental, de forma que os anticiclones migratórios . propagavam-se mais. livremente para nordeste, e fôra nesse mesmo período que se acentuaram as trajetórias "internas" daqueles sistemas vorticosos do sul, mais favoráveis às ondas de frio. As fa­mosas geadas de 1918 ocorreram dentro dêsse período.

Não é fácil enquadrar essas séries alternadas de 21 anos quentes e menos quentes - nas variações mundiais do tempo, já estudadas por meteorologistas conspícuos; Embora em certos casos coincidam as datas mais ou menos, a in­terpretação ou a busca das causas conduzem por vêzes a flagrantes contradi­ções. Citam-se aqui alguns exemplos. A. Wagner, em memória que marcou época (1), procurou demonstrar pelas conseqüências meteorológicas bem diversas, o contraste entre a menor e maior intensidade da circulação atmosférica sôbre a terra em geral, nos períodos 1886-1895 e 1910-1920, respectivamente, e outros autores prolongam o primeiro dêles até 1900, e fazem partir o segundo do ano 1901. Assim, coincidirão mais ou menos essas quadras de menor e maior cir­culação global com os períodos de 21 anos ora respigados, de 1880-1900 e 1901-1921.

Por outro lado, mais recentemente, R. Scherhag, em valioso trabalho (2), procura provar que, de 1921 para cá, a circulação geral da atmosfera continuou em aumento.

Nestes ligeiros subsídios de estudo de possível ciclo de 21 anos, busca-se destacar o ano de 1921 como espécie de turning-point climático, envolvendo mudança radical de feição circulatória. Se a circulação se ativou de 1901 a 1921, produzindo, aparentemente para a nossa região, um deslocamento latitu­dinal, para o norte, dos sistemas depressionários e anticiclônicos, não .se percebe como uma circulação ainda em aumento, de 1922 em diante, poderá promover um deslocamento oposto, para o sul, daqueles mesmos sistemas isobáricos. São fatos que, numa primeira impressão, se chocam. Não foi ainda estudada, por falta de tempo, a possibilidade de interpretação capaz de remover êsse aparente conflito, não se devendo, pois, incluí-la, antes de mais profundo exame da questão.

O movimento latitudinal dos sistemas isobáricos, evidenciado entre 1901 e 1921, parece estar filiado à transladação da área anticiclônica semipermanente do Atlântico Sul, pilhada primeiramente por C. E. P. Brooks (3), através da pressão barométrica de Santa Helena, e cujo lento movimento continuamos a ob­servar até o presente, desde 1924. A curva inferior da fig. 1, retrata essa migra­ção gradativa até uma culminância setentrional, alcançada precisamente em 1921, e daí por diante, em regresso, para o sul, até a atualidade. É verdade que a curva se inicia um pouco antes da época em que o deveria fazer, dentro da hipótese de um ciclo de 21 anos, a não ser que se considere o trecho de 1892 a 1899 como parte final do declínio operado, possivelmente, a partir de 1880.

É bem de notar, de passagem, que um dos maiores períodos secos do sueste brasileiro, aliás verificado em outras vastas regiões da América do Sul, culminara

em 1924-25, talvez em virtu transladação para o norte

A fig. 2 representa o r 1900 e 1921, reproduzida a < e localizadas as isóbaras de ~

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Ora, salvo a discrepância lhantes, em seus traços gerais,

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mido ou não pela pressão con-com as avançadas para o sul

'rente fria · nas adjacências da porém, muito mais para o sul. lnsolação, e a advecção de ven­ltes do recesso continental, fa­,ridades inerentes àqueles com­'vem a elevação da temperatura

1880-1900 e 1922 à atualidade, duas massas de ar, em detri­- a de sudoeste (variando de tente, de 1901 a 192.1, correspon­ta no concêrto circula tório da

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or vêzes a flagrantes contradi­gner, em memória que marcou :ias meteorológicas bem diversas, da circulação atmosférica sôbre -1920, respectivamente, e outros fazem partir o segundo do ano quadras de menor e maior cir­ora respigados, de 1880-1900 e

erhag, em valioso trabalho (2), LO geral da atmosfera continuou

:ível ciclo de 21 anos, busca-se ing-point climático, envolvendo circulação se atívou de 1901 a região, um deslocamento latitu­: e anticiclônicos, não se percebe 122 em diante, poderá' promover 1esmos sistemas isobáricos. São n. Não foi ainda estudada, por capaz de remover êsse aparente

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áricos, evidenciado entre 1901 e ea anticiclônica semipermanente . E. P. Brooks (3), através da to movimento continuamos a ob­·ior da fig. 1, retrata essa migra­la!, alcançada precisamente em tl, até a atualidade. É verdade ~ em que o deveria fazer, dentro [Ue se considere o trecho de 1892 Jssivelmente, a partir de 1880. maiores períodos secos do sueste )es da América do Sul, culminara

TRANSCRIÇõES 1273

em 1924-25, talvez em virtude de um lag-ejject, de origem oceânica, filiado à transladação para o norte do centro anticiclônico do Atlântico Sul.

A fig. 2 representa o núcleo dêste centro nas duas posições extremas de 1900 e 1921, reproduzida a configuração clássica dada pelo Atlas Bartholomew, e localizadas as isóbaras de acôrdo com a importante memória citada, de Brooks.

ISO

~llli:J r / ·~t~f~iiJioo 1t0: :'= _: \ :, .. L~~l.+·;py------r-:6~.omm I -~~4----~4~:!~'f.! .t.t>W!.~ ,so

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--- POSIÇAO EM 1900 --- POSIÇA-0 EM 19.21

I _ . I NOTA: A POSIÇAO ATUAL APROXIMA-SE

DA SIT.UAÇAO DE 1900.

MOVIMENTO LATITUDINA DE LONGO PERÍODQ CENTRO ANTICICLÔNICO

6ot>.-r----­ .,------' DO ATLÂNTICO SUL 6QO ORKNéY /':'

750 GOO 'l-50 300 ISO PROoJEÇÃO MERCI'TOR.

QO ISO

Fig. 2

Em certos pormenores do suposto paralelismo entre a marcha do centro de ação e a queda das temperaturas máximas no período postulado de 1901 e 1921, o autor destas notas vê incongruências, como o fato de aumentarem de novo os períodos quentes quando o centro do Atlântico ainda não logrou o ponto máxi­mo de sua trajetória, e ainda a ocorrência de iniciar o centro o seu retôrno, já com a canícula carioca em. seu auge. São senõe~ que talvez decorram da insuficiência, por assim dizer exponencial, de duas únicas séries de observações - as do Rio e Santa Helena. De um modo geral, a conexão é bem provável entre os dois fenômenos.

O aquecimento começado em 1920, conforme se depara na curva superior da fig. 1, poderá estar ligado ao notável recuo para o norte, do limite glacial ártico- já e 1919, acima da linha média, Scherhag, em trabalho de grande signi­ficação, para os estudos das mutações climáticas mundiais ( 4), apresenta uma . curva de variação do limite glacial ártico, de 1898 a 1934. Nessa curva, a ten­dência geral, de 1898 a 1916 é de avançar o limite para o sul (excetuados os anos de 1905 a 1~08, em que o limite retornou para o norte). De 1916 a 1918 o limite glacial ainda se manteve ao sul da linha média. De 1919 a 1934 (até onde vai o diagrama), o limite de gelos se deteve acima da linha média, mesmo por ocasião da descaída que culminou em 1928-30.

Ora, salvo a discrepância dos anos 1905 a 1908, poder-se-ia reputar seme­lhantes, em seus traços gerais, a curva térmica do Rio de Janeiro e a curva de

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1274 BOLETIM GEOGRAFICO

Scherhag acima descrita. Não se deve olvidar que a oscilação do limite glacial ártico é deduzida apenas do setor limitado entre Spitzbergen e Nova Zembla, e sàmente atravé's das observações feitas no mês de agôsto, e, que a nossa curva corresponde às condições térmicas observadas em um único ponto - o Observa­tório do Rio de Janeiro.

A periodicidade de 21 anos, que aliás poderia ser considerada também, sem êrro, de 2.2 ou mesmo de 23 anos, pois as curvas atenuadas dêste estudo se pres-. tam a esta dilatação -talvez tenha relação com o período solar duplo, chamado o ciclo de Hale, após o qual, como é sabido, volta sempre a ser a mesma a polari­dade das manchas do sol. Logo abaixo da primeira curva da fig. 1, foram lo­cados os mínimos solares de 1878-9 a 1933-1, sendo curioso notar-se que os mí­nimos alternados, correspondentes portanto ao período de Hale, coincidem mais ou menos com os inícios dos ciclos quentes e menos quentes revelados neste rápido estudo.

Em investigação mais alentada, e ainda por concluir, das variações a longo prazo das chuvas do sueste brasileiro, encontramos a mesma periodicidade de 21 anos na série pluviométrica do Rio de Janeiro, analisada esta pelo processo de Fuhrich. Evidentemente, as fases são diversas nos dois ciclos.

Em memória recente sôbre "As variações da Circulação Atmosférica e à Atividade Solar" (5), Hanzlik procura demonstrar a manifestação do período de Hale na circulação geral da atmosfera em tôdas as latitudes geográficas. Ainda é muito cedo para explicar-se tal conexão, também evidenciada, ao que parece, pelo nosso estudo dos verões do Rio de Janeiro. Depara-se m\üto estranha a influência da mutação de pol~ridade das manchas solares sôbre incidentes má­ximos da circulação atmosférica terrestre. Muito mais verossímil é o que pos­tula Kullmer, correlacionando o movimento latitudinal das trajetórias de per­turbações americanas, com a migração, também latitudinal, das manchas sola­res, consoante a lei de Spoerer. De qualquer forma, porém, não se pode despre­zar o testemunho eloqüente, por vêzes, daquelas inverossímeis relações.

Em os nossos estudos climáticos do Brasil, ainda não publicados na espe­rança de explicações mais unitárias, temos encontrado freqüentemente a onda solar fundamental e seus múltiplos e submúltiplos, mas, como outros autores, ciclos sempre sujeitos a interferências e distúrbios de fase e amplitude. A fe­nomenologia climática se desenrola, tôda ela, em verdadeiros "capítul_os", como os chamava Turner, mal sabendo o investigador porque termina um para reco­meçar o seguinte, ambos, por vêzes, mais ou menos inteligíveis, porém separados por intromissões ainda misteriosas. Impõe-se por isso mesmo, cada vez mais, o exame dêsses distúrbios. Não há dúvida, da escola meteorológica que defende a tese das influências solares sôbre a nossa circulação, estar ganhando terreno, dia a dia, a despeito de valer-se ainda a mesma de puro empirismo. Infeliz­mente o delíqui!i> das periodicidades é uma larga brecha por onde penetra o descrente, mas, por outro lado, a ubiqüidade diabólica dos ciclos, se bem que frustrados, dá o que pensar aos meteorologistas mais observadores.

Se o ciclo ora apontado, de 21 anos (ou 22, ou 23) tem fundamento físico, e está relacionado ao ciclo de Hale, seria de esperar. a conclusão da série de anos quentes que se iniciara em 1922, em redor do próximo mínimo solar, isto é, possi­velmente, pouco antes ou pouco depois de 1944; ou mesmo de 1943, se o ciclo sola:r: típico continuar com a duração um pouco mais curta, conforme se tem verificado entre 1913.6, 1923.6 e 1933.1.

Real que seja a pretensa periodicidade de 21 a 23 anos, e se ela se processa sempre conforme a curva da fig. 1, a descaída para os varões mais frescos será lenta em comparação à subida dêstes para os verões mais quentes. Nesse caso, só se poderia antecipar a amenidade máxima, lá para o ano de· 1950 em diante.

Nada mais agradável, do ponto de vista da sensação térmica, que a pers­pectiva dessa série de verões mais frescos, a começar possivelmente em tôrno de 1943, e a se manter, cada vez mais acentuada, na maior ·parte de dois decênios mais, sem embargo de um ou outro ano destoante, já que nenhuma temporada meteorológica desta ou daquela feição geral, e de maior prazo, é estri amente homogênea.

Mas, se esta nova série de verões muito mais suportáveis, acarreta igual­mente a incidência de invernos mais rigorosos, ainda que esporádicos, dentro da seqüência de 21 a 23 anos, será ~usto pôr em dúvida a sua superioridade

sob o ângulo da saúçle púl deve ressentir-se mais dos c temperatura.

Por antecipação, o Corn ano, estampou excelente re~ mógrafo-sanitário para 1931 Bio-Estatística do Departarn a direção do conhecido hig: reproduzida, e levada até 19 contrável em relatórios ante ria, hoje Secção de Bio-Esta geral do Distrito Federal m~ com picos extremos em 1904 cendo com certa regularidad curva de valores qüinqüenais

Será que de 1922 para c~ lhores condições sanitárias maior desvêlo da Repartiçãc básicos demográficos que ser, Secção de Bio-Estatística? 1

de benefícios a um quadro É questão que vale a pen

alguns . anos atingiremos ta qual a mortalidade poderá a1 porque o fenômeno não é tão da higiene e da ciência méd:

Encerramos estas ligeira~ interêsse de meteoroLogistas dicas ou não, mas de certo C« sem fronteiras e soluções de para estudos .mais fundatnen1 tr,ibuirá sem dúvida para o av I ações cósmicas in exará v eis;

É bem de notar que, segu anos), se traduz na curva t( de. 42. a 46 anos, aliás já notaq prmc1palmente na recorrênci v~rificatpos no Brasil. Supõ1 nados tao longos, e, ainda m~

A única explicação outra 1 !ação apontada no regime tér: fresca, de 1901 a 1921 (mais acidente, provocado pelo vulc~ De fato, entre 1902, 03 e 04 oc e Colima, e, em 1912, o Ka'tm: à fora.

1) A. Wagner - "Untersucl lation". Geograjiska An;

2) R. Scherhag - "Die Zm Letzten 25 Jahren". A1

3) C. E. P. Brooks- "The v and at some other plac1 n.0 33, 1926.

4) R. Scherhag - "Eine Be Ann. der Hyd. & Maritir.

5) S. Hanzlik - "Di e Schw: die Son'nentatigkeit". Gt

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F I C O

ue a oscilação do limite glacial Spitzbergen e Nova Zembla, e

le agôsto, e, que a nossa curva um único ponto- o Observa-

t ser considerada também, sem üenuadas dêste estudo se pres.., o período solar duplo, chamado sempre a ser a mesma a polari­eira curva da fig. 1, foram lo­do curioso notar-se que os mí­eríodo de Hale, coincidem mais menos quentes revelados neste

concluir, das variações a longo nos a mesma periodicidade de ·o, analisada esta pelo processo as nos dois ciclos. la Circulação Atmosférica e à r a manifesta.ção do período de :ts latitudes geográficas. Ainda 1ém evidenciada, ao que parece, . Depara-se m\üto estranha a as solares sôbre incidentes má- • ~o mais verossímil é o que pos­tudinal das trajetórias de per-latitudinal, das manchas sola­

ma, porém, não se pode despre­s inverossímeis relações. ainda não publicados na espe­mtrado freqüentemente a onda Jlos, mas, como outros autores, .os de fase e amplitude. A fe­n verdadeiros "capítulos", como porque termina um para reco­

tos inteligíveis, porém separados Jor isso mesmo, cada vez mais, scola meteorológica que defende ulação, estar ganhando terreno, . a de puro empirismo. Infeliz­·ga brecha por onde penetra o iabólica dos ciclos; se bem que :ts mais observadores.

ou 23) tem fundamento físico, rar. a conclusão da série de anos ximo mínimo solar, isto é, possi­u mesmo de 1943, se o ciclo sola:J: urta, conforme se tem verificado

. a 23 anos, e se ela se processa Jara os varões mais frescos será ~rões mais quentes. Nesse caso, L para o ano de· 1950 em diante. ~ sensação térmica, que a pers­teçar possivelmente em tôrno de 1a maior ·parte de dois decênios 1te, já que nenhuma ten.worada de maior prazo, é estritamente

tais suportáveis, acarreta igual­' ainda que esporádicos, dentro em dúvida a sua superioridade

TRANSCRIÇõES 1275

sob o ângulo da saúçle pública geral. Por presunção, o homem dos trópicos deve ressentir-se mais dos declínios térmicos anormais do que dos excessos de temperatura.

Por antecipação, o Correio da Manhã, de 24 do mês de março do corrente ano, estampou excelente resumo das estatísticas referentes ao movimento de­mógrafo-sanitário para 1938, do Distrito Federal, elaboradas pela Secção de Bio-Estatística do Departamento Nacional de Saúde, e, como de costume, sob a direção do conhecido higienista Dr. Eurico Rangel. Nessa publicação vem reproduzida, e levada até 1938, a curva de óbitos gerais . desde 1903, curva en­contrável em relatórios anteriores da antiga. Inspetoria de Demografia Sanitá­ria, hoje Secção de Bio-Estatística. Pela mesma se verifica que a mortalidade geral do Distrito Federal manteve-se em nível médio superior, de 1903 a 1921, com picos extremos em 1904, 1908 e 1918. De 1922 em diante, a curva vem des­cendo com certa regularidade, sem nenhum surto ânuo extremo, até 1938. Na curva de valores qüinqüenais, essa peculiaridade é ainda mais flagrante.

Será que de 1922 para cá a mortalidade tem decrescido em virtude de me­lhores condições sanitárias, promovidas pelo avanço da. ciência médica e pelo maior desvêlo da Repartição de Saúde? Ou teremos que suspeitar dos dados básicos demográficos que serviram para o cálculo dos coeficientes adotados pela Secção de Bio-Estatística? Ou, finalmente, devemos atribuir a maior parcela de benefícios a um quadro climático mais favorável à 'saúde pública?

É questão que vale a pena ser estudada pelos técnicos, pois, dentro de mais alguns . anos atingiremos talvez relevante marco climatérico, na virada do qual a mortalidade poderá aumentar novamente no Distrito Federal (e alhures porque o fenômeno não é tão local. como poderá parecer) mau grado o progresso da higiene e da ciência médica.

Encerramos estas ligeiras notas nà esperança de que venham despertar o interêsse de meteorologistas dedicados aos problemas macro-climáticos, perió­dicos ou não, mas de certo correlatos através da circulação geral da atmosfera, sem fronteiras e soluções de continuidade. Valem elas apenas como sugestões para estudos .mais fundamentados da meteorologia unitária - a que mais con­tr.jbuirá sem dúvida para o avanço da ciência da atmosfera, em si, e nas suas re­lações cósmicas inexoráveis:

É bem de notar que, segundo a nossa hipótese, o ciclo de Hale (de 21 a 23 anos), se traduz na curva térmica do Rio, como uma periodicidade completa de 42 a 46 anos, aliás já notada por diversos autores em outras partes do mundo, principalmente na recorrência de sêcas e grandes chuvas, o que também já verificamos no Brasil. Supõe-se mesmo que se exageram os extremos em pe­ríodos tão longos, e, ainda mais, em os de seu dôbro, isto é, de 84 a 92 anos .

A única explicação outra que se poderia dar, ao nosso ver, da aparente osci­lação apontada no regime térmico do Rio, seria a de atribuir a temporada mais fresca, de 1901 a 1921 (mais rigorosamente, a partir de 1906), a um simples acidente, provocado pelo vulcanismo, dentro da conhecida teoria de Humphreys. De fato, entre 1902, 03 e 04, ocorreram as grandes erupções do Pele, Santa Maria e Colima, e, em 1912, o Katmai despejou enormes quantidades de poeira espaço à fora.

BIBLIOGRAFIA

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2) R. Scherhag - "Die Zunahme der Atmosphaerischen Zirkulation in der Letzten 25 Jahren". Ann. der Hyd & Maritime Met., Heft IX, 1936.

3) C. E. P. Brooks - "The variation o f Meteorological Elements at St. Helena and at some other places in the Atlantic Region". Geophysical Memoirs n.0 33, 1926.

4) R. Scherhag - "Eine Bemerkenswerte Klimaanderung uber Nordeuropa". Ann. der Hyd. & Maritime Met., Heft 3, 1926.

5) S. Hanzlik - "Die Schwankungen der atmosphaerischen Zirkulation und die Sonnentatigkeit". Gerlands Beit. z. Geophysik. Heft 2-4, 1937.

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1276 BOLETIM GEOGRAFICÓ

Número de dias Número de dias Número de dias ANO seguidos (> 3), com ANO seguidos ( > 3), com ANO seguidos ( :::=::: 3), com

temperatura máxima temperatura máxima temperatura máxima acima de 27°5 acima de 27°5 acima de 27°5

1879 20 1901 63 1922 108 1880 157 1902 107 1923 169 1881 88 1903 109 1924 70 1882 72 1904 72 1925 118 1883 106 1905 71 1926 85 1884 89 1906 29 1927 123

~ 1885 89 1907 50 1928 127 1886 100 1908 43 1929 102 1887 83 1909 33 1930 107 1888 96 1910 17 1931 88 1889 125 1911 26 1932 122 1890 91 1912 52 • 1933 46 1891 68 1913 41 1934 114 1892 88 1914 39 1935 98 1893 77 1915 54 1936 130 1894 107 1916 19 1937 93 1895 74 1917 28 1938 120 1896 93 1918 28 1897 109 1919 24 18-98 115 1920 38 1899 129 1921 56 1900 82

À razão de 97 dias quentes À razão de 47 dias quentes À razão de 107 dias quentes

por ano por ano por ano

De 1880 à 1900 De 1901 a 1921 De 1922 à 1938

~ AOS EDITõRES: 1!:ste "Boletim" não faz publicidade remunerada, entretanto regisiará ou ~ comentará as contribui~ões sôbre geografia. ou de interêsse geográfico que sejam enviadas

·ao Conselho Nacional de Geografia, concorrendo dêsse modo para mais ampla difusão da biblio­_grafia referente à geografia brasileira..

Quadro da Veg de

Nouvelles Annales du Voyage - 1831.

Coincidência da constit1

Com exceção de algun~ Inglaterra, na França, um s lhares de vêzes, e por tôc florestas sombrias onde o l a férteis searas; as colinas revestiram -se de vinhas tal nasciam em liberdade os neJ apresentam hoje quadrados próprias matas, cortâdas en os nossos prados, incessanter ficiais quanto as pastagens ; nome. No meio de tantas quantas outras foram introd cereais e, estrangeiras como tanto, excetuando-se alguns vegetação européia permanec absolutamente observados os

* Traduzido para o portuguê Regional Leste do Serviço de Ge'<

Nota do Tradutor - A obra d o português pela primeira vez rep mestre realizou no Brasil. Foi p em 1831, e hoje constitui uma ob1 Boletim foi-nos possivel transcrevê Museu Nacional , a cópia fotográfica

O "Quadro da vegetação primi um modêlo clássico de dissertação genial autor expendeu há mais de moderna e geografia antiga é um geografia má. ·

É de lamentar que Saint-Hilair trado imitadores; desta forma, o e: em que ainda se encontra. Transe grande cientista que foi ao mesmo embora tardiamente, Saint-Hilaire

1 Vários fragmentos desta obra (Viagem às províncias do Rio de Ja1 Savóia, 14, e outros fragmentos o f t

2 Entendo por vegetação primit: lhos do homem.

3 É claro que os acontecimento: na vegetação da França são : 1. 9 -de Júlio César; 3. Q - os grandes Probus; 4.9 - a criação de certas oJ

I

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1ias 1, com áxima fo5

ANO Número dl dias

seguidos ( =;:: 3), com temperatura máxima

acima de 27°5 ----·--- - 1-------·

tentes

1922 1923 1924 1925 1926 1927 1928 1929 1930 1931 1932 1933 1934 1935 1936 1937 1938

108 169 70

118 85

123 127 102 107 88

122 46

114 98

130 93

120

À razão de 107 dias quentes

por ano

De 1922 à 1938

Lde remunerada, entretanto registará ou interêsse geográfico que sejam enviadas [)do para mais ampla difusão da biblio-

Quadro da Vegetação Primitiva da Província de Minas Gerais l*J I

Nouvelles Annales du Voyage - 1831.

PRIMEIRA PARTE

AUGUSTE DE SAINT-HILAIRE

Coincidência da constituição física com os diversos tipos de vegetação.

Com exceção de alguns picos elevados, não há talvez na Alemanha, na Inglaterra, na França, um só pedaço de terra que não tenha sido revirado mi­lhares de vêzes, e por tôda parte a vegetação primitiva 2 desapareceu. As florestas sombrias onde o Druída celebrava os seus mistérios cederam lugar a férteis searas; as colinas sôbre as quais sem dúvida cresciam espinheiros, revestiram-se de vinhas talhadas com cuidado, e •os pântanos lodosos onde nasciam em liberdade os nenúfares, as obscuras Najas, os Scirpus e os juncos, apresentam hoje quadrados de legumes, simetricamente dispostos. As nossas próprias matas, cortS.das em intervalos regulares, tornaram-se obra nossa, e os nossos prados, incessantemente revirados pela mão do homem, são tão arti­ficiais quanto as pastagens às quais resolvemos dar mais particularmente êsse nome. No meio de tantas mudanças, quantas espécies não desapareceram! quantas outras foram introduzidas com as nossas hortaliçaS' e com os nossos cereais e, estrangeiras como êles, passam hoje em dia por indígenas! Entre­tanto, excetuando-se alguns fatos de pormenor, a história das mudanças da vegetação européia permanecerá desconhecida para sempre, porque não foram absolutamente observados os fatos cuja sucessão iria compor essa história 3 •

* Traduzido para o português pelo Prof. Orlando Vai verde, geógrafo-chefe da Secção Regional Leste do Serviço de Geografia e Cartografia.

Nota do Tradutor - A obra de A. de Saint-Hilaire que ora apresentamos traduzida para o português pela primeira vez representa uma síntese geográfica das observações que aquêle mestre realizou no Brasil. Foi publicada primeiramente nos NouveZZes AnnaZes de Voyage_,. em 1831, e hoje constitui uma obra rara no Brasil. , Graças a um esfôrço da redação dêste Boletim foi-nos possível transcrevê-Ia. Agradecemos ao Dr. Luis Emidio de Melo Filho, do Museu Nacional, a cópia fotográfica que tirou dos originais.

O "Quadro da vegetação primitiva da província de Minas Gerais" .deve ser considerado um modêlo clássico de dissertação fitogeográfica. As idéias perfeitamente atuais que o seu genial autor expendeu há mais de 100 anos deixa bem claro que a divisão entre geografia. moderna e geografia antiga é um tanto arbitrária, o que existe antes é a boa geografia e a. geografia má. ·

É de lamentar que Saint-Hilaire não tenha feito escola no Brasil, - nem tampouco encon­trado imitadores; desta forma, o estudo geográfico da nossa vegetação não estaria no estágio em que ainda se encontra. Transcrevendo êste trabalho, o Boletim vulgariza a obra de um grande cientista que foi ao mesmo tempo um grande amigo do Brasil, e faz votos de que,. embora tardiamente, Saint-Hilaire encontre seguidores entre nós.

1 Vários fragmentos desta obra foram extraídos da P\imeira parte das "Viagens" do autor (Viagem às províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais), à venda na casa Grimbert, na rua da Savóia, 14, e outros fragmentos o foram da segunda parte, ainda inédita .

2 Entendo por vegetação primitiva aquela que não foi modificada por qualquer dos traba­lhos do homem.

3 É claro que os acontecimentos que devem ter ocasionado as modificações mais notáveis na vegetação da França são: 1. 9 - a fundação de Marselha pelos Fócios, 2. 9 - a conquista de Júlio César; 3.9 - os grandes encorajamentos dados à cultura da vinha pelo imperador Pro bus; 4. 9 - a criaçã_o de certas ordens religiosas e as imensas devastações que se lhe segui-

f

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1278 BOLETIM GEOGRAFICO

Uma vasta porção da América brasileira já mudou de face; uma grande samambaia Saccharum chamada "sapé" 4 substituiu matas gigantescas, e, em espaços imensos, todos os vegetais parecem fugir diante do "capim gordura" 5 •

Plantas da Europa, da Africa 6 e da América do Norte 7 parecem seguir os passos do homem e expandir-se com êle; outras ainda se introduzirão provàvelmente e, à medida que a nossa raça se estender sôbre a terra dos índios, a vegetação primitiva desaparecerá como êles. É importante comprovar em que consiste essa vegetação tão brilhante e tão variada antes que ela seja destruída; por isso, nos meus diversos trabalhos, dei muitas vêzes minúcias sôbre êsse assunto que, se atualmente não são desprovidos de interêsse, tornar-se-ão bem mais inte­ressantes ainda, quando fôr preciso considerá-los como pertencentes unica­mente à história do nosso globo e à geografia botânica.

As diferenças da vegetação primitiva são de tal modo sensíveis na provín­cia das Minas que elas chocatam os homens mais rústicos, os quais as designa­ram por nomes particulares. Darei em breve a conhecer minuciosamente essas diferenças, mas antes apres.enta-las-ei num só quadro, sucinto, seguindo a mes­ma classificação que foi feita pelos habitantes do país.

A região em seu conjunto divide-se em duas partes: "matas" e "campos". As matas ou pertencem à vegetação primitiva, ou resultam do trabalho dos homens. As primeiras são os "matos virgens"; as "caatingas", cuja vegetação é menos vigorosa que a daqueles e que perd~m anualmente suas fôlhas; os "carrascos", espécies de florestas anãs, compostos de arbustos de três ou quatro pés de altura, próximos uns dos outros; e, finalmente, os "carrasquenos" 8 que, mais elevados do que os carrascos, formam um tipo de transição entre êstes e as caatingas. É ainda à vegetação primitiva que devem ser atribuídos os "capões", matas que se elevam nas depressões, cercadas de "campos" por todos os lados. Quanto ' às matas devidas, pelo menos de maneira mediata, aos tra­balhos dos homens, consistem em "capoeiras", que sucedem às plantações feitas nas matas virgens, e "capoeirões", que pouco a pouco substituem as "capoeiras", quanto estas ficam um certo tempo sem cortar.

ram; 5.9 - as cruzadas; 6.9 - a descoberta da América; 7.9 - o fomento dado à agricultura por Henrique IV e Sully; 8. 9 - enfim, a revolução, que levou uma multidão de homens escla­recidos a se ocuparem com a cultura das terras, e que, pela repartição dos bens comunais e pela divisão das grandes propriedades acarretou novas derrubadas.

4 N. do T. - No original está grafado Capé. 5 N. do T. - Deve t er havido uma mudança no nome cientifico desta espec1e, porquanto

Saint-Hilaire, que é de grande segurança na terminologia cientifica, denomina-o Tristegis f]lutinosa, ao passo que atualmente êle é conhecido por todo o mundo erudito sob o nome de M elinis minutiflora.

6 A erva de são caitano. Esta planta, diz o abade Manuel Ayres do Cazal (Corog. Bras., I. 103), foi transplantada da costa da Guiné para o Brasil. No seu pais natal ela tem o nome de Nhezikem,· mas como os primeiros brasileiros que a receberam plantaram-na perto de uma capela consagrada a São Caitano, dai ela tomou o nome de "erva de são-caitano". Emprega-se, diz o referido escritor, em diversos remédios domésticos e afirmam que ela aumenta o efeito ordinário do sabão.

Eu comparei a "erva de são-caitano" com a Momordica senegalensis, Lam, encontrada no Senegal pelo Sr. Perrotel, e estou convencido da p erfeita identidade das duas plantas. A espécie da Africa, que se tornou hoje em dia perfeitamente brasileira, foi bem descrita pelo ilus­tre Samarck (Dict. IV;, 239); entretanto as amostras que tenho sôbre os olhos não são mais avelu­·dadas que as da Momordica charancias,· as suas fôlhas não me parecem menores que as desta espécie, e finalmente a sua bráctea não é ponteaguda. Tanto nas amostras do Sr. Perrotel quanto nas minhas, as fôlhas não são mais ásperas ao tato em cima e em baixo, conforme diz o Sr. Sprengel (Syst., III, 15) da Mom. senegalensis. Não vem ao caso dar aqui uma descri­ção minuciosa desta planta; mas procurarei fazer a distinção por meio de uma frase mais característica do que as dos autores que me precederam:

Momordica senegalensis; folus profundê palmatis, 5-7- lobis, subpedatis, grossê remotêque serratis; bracteà cordatà integerrimà paulô supra basim pedunculi; petalis caducis; fructibus ovato-mucromatis tuberculatis Momordica senegalensis, Lam, Dict., IV, 239 - Ser. in D. C., Prod., II - Sprengel, Syst., III, 15.

Nhezikem apud Guineae incolas; Lusitanicê Erva de São Caitano. In Senegalà, Guincà spontê nasc~tur; nunc in Brasilià intermedià apud domos vulgatissima. Obs. : Parece que a palavra Nhezikem é, em certas partes da Africa, um nome genérico;

·porque no herbário de Burman, que o Sr. Benj. Delessert, comunica aos. botânicos com tanta generosidade, êsse nome corresponde, com uma ligeira mudança (Neizikin), a uma outra espécie de Momordica.

7 Datura stramonium, 2. 8 A palavra "carrasqueno" (sic) tem muitas vêzes outra significação e designa, nas

regiões florestais, os arbustos que sucedem às matas virgens nascidas num terreno de natureza inferior.

A palavra "campo" in aquilo que não pertence a O "campo" é natural quanc ficial, quando as ervas suct temente, vêem-se nos "can aqui e ali; mas esta modifi conservem o nome de "ca

Sente-se, além disso, feitamente rigorosas, pôsto por meio de gradações ins minar "mato virgem" ou "c~ limites bem fixos entre a, "carrascos", e enfim entre

Para pôr em relêvo as a constituição física da prc uma rápida vista d'olhos st Minas Gerais, situada entr1 e os 336° de longitude, est muito desiguais por uma ir de Eschwege) que se estend, águas do rio Doce e do Sã cêrca de seis mil pés acima ( como sabemos, se prolonga Brasil, estendem-se · outras r formam, a bem dizer, uma leste para oeste.

Pelo que precede, vê-se é em geral extremamente m dental. Aí as colinas, ou rr. e o terreno vai-se abaixando curso d'água, o solo se eleva as águas do citado rio das d< verdadeiras montanhas, tai.s Cristais; mas em outros lug~ para levar o nome de sern

Picos muito notáveis por cadeia de montanhas; ma~ marca 10 do Rio das Mortes, víncia das Minas, é também marca que nasce o rio São I afluentes; nelas estão as na Jaguari, que se lança no Tie Grande e êle próprio, o qual Uruguai, acaba tornando-se

Dividindo a província c nhosa e a outra simplesme1 em duas zonas ou regiões veg a das florestas, e ao ocidentE lelas à serra, estendem-se, mais: esta mesma cordilheir zoológicas quase tão distinta: pos, não sendo as mesmas qu que estamos habituados a vt em excesso nos hábitos e co possam igualmente viver e~ ças tão grandes.

N. do T. - O autor certament o Vejam-se a minha introduçã

et du Paraguay, à venda na casa Brasilien Neue Welt, I, p. 164.

10 As comarcas são, no Brasil

B.G.- 2

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FI CO

á mudou de face; uma. grande üuiu matas gigantescas, e, em ir diante do "capim gordura" 5 •

Norte 7 parecem seguir os passos se introduzirão provàvelmente e, a terra dos índios, a vegetação te comprovar em que consiste que ela seja destruída; por isso, ünúcias sôbre êsse assunto que, e, tornar-se-ão bem mais inte­.-los como pertencentes unica-botânica.

~ tal modo sensíveis na provín­.is rústicos, os quais as designa-conhecer minuciosamente essas

uadro, sucinto, seguindo a mes­do país. as partes: "matas" e "campos". , ou resultam do trabalho dos as "caatingas", cuja vegetação

~m anualmente ·suas fôlhas; os 1S de arbustos de três ou quatro lmente, os "carrasquenos" 8 que, n tipo de transição entre êstes a que devem ser atribuídos os ~ercadas de "campos" por todos s de maneira mediata, aos tra­ue sucedem às plantações feitas Jouco substituem as "capoeiras", r.

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anuel Ayres do Cazal (Corog. Bras., I. No seu país natal ela t em o nome de

!Ceberam plantaram-na perto de uma le "erva de são-caitano". Emprega-se,

e afirmam que ela aumenta o efeito

~ica senegalensis, Lam, encontrada no ~ i ta identidade das duas plantas. A l brasileira, foi bem descrita pelo ilus­nho sôbre os olhos não são mais avelu­ão me parecem menores que as desta Tanto nas amostras do Sr. Perrotel

.to em cima e em baixo, conforme diz io vem ao caso dar aqui uma descri-3tinção por meio de uma frase mais

·- lobis, subpedatis, grossê remotêque pedunculi; petalis caducis; fructibus

.am, Dict., IV, 239 - Ser. in D. C.,

São Caitano. intermedià apud domos vulgatissima.

partes da Africa, um nome genérico; rt, comunica aos botânicos com tanta tdança (Neizikin), a uma outra espécie

outra significação e designa, nas ens nascidas num terreno de natureza

TRANSCRIÇõES 1279

A palavra "campo" indica um terreno coberto de ervas, ou melhor, tudo aquilo que não pertence a qualquer das espécies de mata mencionadas acima. O "campo" é natural quando jamais apresentou matas; êle é, ao contrário, arti­ficial, quando as ervas sucederam às matas destruídas pelos homens. Freqüen­temente, vêem-se nos "campos naturais" árvores tortuosas, enfezadas, esparsas aqui e ali; mas esta modificação não impede que os terrenos que as apresentam conservem o nome de "campos".

Sente-se, além disso, que tôdas essas expressões não poderiam ser per­feitamente rigorosas, pôsto que as diferenças que elas indicam se interpenetram por meio de gradações insensíveis. Há matas que ninguém hesitará em deno­minar "mato virgem" ou "caatinga"; mas absolutamente não existem na natureza limites bem fixos entre as matas virgens e as "catingas", entre estas e os ''carrascos", e enfim entre êstes últimos e os verdadeiros "campos" .

Para pôr em relêvo as coincidências' dêsses diversos tipos de vegetação com a constituição física da província das Minas, c~eio que será conveniente lançar uma rápida vista d'olhos sôbre o conjunto dessa constituição. A província de Minas Gerais, situada entre os 13° e os 23°27' de latitude sul, e entre os 328° e os 336° de longitude, está dividida, em tôda sua extensão, em duas partes muito desiguais por uma imensa cadeia de montanhas (a Serra do Espinhaço, de Eschwege) que se estende de sul a norte, dá origem a inúmeros rios, divide as águas do rio Doce e do São Francisco, e cujos picos mais elevados atingem a cêrca de seis mil pés acima do nível do mar. Entre esta cordilheira e aquela que, como sabemos, se prolonga paralelamente ao oceano numa grande parte do Brasil, estendem-se · outras montanhas. Estas deixam entre si vales profundos; formam, a bem dizer, uma •espécie de rêde, mas dirigem-se principalmente de leste para oeste .

Pelo que precede, vê-se que tôdo o lado oriental da província das Minas é em geral extremamente montanhoso; mas o mesmo não acontece do 'lado oci­dental. Aí as colinas, ou mesmo simples ondulações, substituem as montanhas, e o terreno vai-se abaixando pouco a pouco até o rio São Francisco. A oeste dêsse curso d'água, o solo se eleva uma segunda vez, até chegar a um platô que separa as águas do citado rio das do Paraná. Alguns pontos dêste planalto apresentam verdadeiras montanhas, tais como a Serra da Canastra, a da Marcela e a dos Cristais; mas em outros lugares, êle é, em geral, talvez excessivamente uniforme para levar o nome de serra o .

Picos muito notáveis por suas altitudes existem em tôda extensão da grande cadeia de montanhas; mas creio que, considerada em seu conjunto, a co­marca 10 do Rio das Mortes, a mais meridional das cinco que constituem a pro­víncia das Minas, é· também de tôdas a mais elevada. Com efeito, é nessa co­marca que nasce o rio São Francisco e que começam a correr os seus primeiros afluentes; nelas estão as nascentes do rio Prêto, tributário do Paraibuna, e do Jaguari, que se lança no Tietê; lá enfim têm origem os afluentes do famoso rio Grande e êle próprio, o qual, depois de unir-se ao Paranaíba, ao Paraguai e ao Uruguai, acaba tornando-se do rio da Prata.

Dividindo a província das Minas em duas partes, Uma bastante monta­nhosa e a outra simplesmente ondulada, a grande cadeia a divide também em duas zonas ou regiões vegetais, que se distinguem igualmente bem; ao oriente · a das florestas, e ao ocidente a dos "campos" ou "pastagens"; região que, para­lelas à serra, estendem-se, como esta, no sentido dos meridianos. O que é mais: esta mesma cordilheira separa a província das Minas em duas regiões zoológicas quase tão distintas quanto as regiões vegetais. As plantas dos cam­pos, não sendo as mesmas que as das matas, não poderiam alimentar os animais que estamos habituados a ver no meio das florestas, e, além disso, há fixidez em excesso nos hábitos e costumes dos animais, para que as mesmas espécies possam igualmente viver e~ regiões que, embora contíguas, apresentem diferen­ças tão grandes.

N. do T. - O autor certamente quis referir-se ao têrmo carrasca! e enganou-se. o Vejam-se a minha introdução à Histoire des Plantes les plus remarqua.bles du Brésil

et du Paraguay, à venda na casa Belin, em Paris, e o trabalho do Sr. Eschwege intitulado Brasilien Neue Welt, I, p. 164.

10 As comarcas são, no Brasil, as divisões primárias das províncias.

B.G. -2

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1280 BOLETIM GEOGRAFICO

A vertente oriental da própria cordilheira é, creio eu, na maior parte de sua extensão, coberta de matas como a região vizinha . Mas deve-se observar que ao norte da serra os campos se estendem até sôbre essa vertente, ao passo que no sul, ao contrário, são as matas que extravasam sôbre a vertente ocidental, conforme pude verificar vindo de Sabará à capital da província das Minas n

e percorrendo a comarca de São João del Rei: espécie de cruzamento · que se explica, ao que me parece, pela umidade que reina na parte sul da vertente oci- _ dental da serra e pela secura que faz sentir na parte norte do lado CJriental.

Quanto aos pontos culminantes da cordilheira, tais como as Serras do Pa­pagaio, da Ibitipoca, do Caraça, de Itambé, da Lapa, de Santo Antônio perto de Congonhas da Serra, do Sêrro Frio e do Corumataí, êles apresentam geralmente pequenos platôs cobertos de pastagens herbosas. É aí que se encontra a vege­tação mais curiosa e mais variada que o Brasil meridional oferece ; é aí que crescem, entre outras, essas encantadoras melastomáceas de fôlhas pequenas,. cujas formas elegantes dei a conhecer no último fascículo da magnífica mono­grafia do ilustre Humboldt 12

Não são somente as duas grandes regiões vegetais das matas e dos campos que são circunscritas por limites pouco certos; as gradações que essas regiões apresentam não os têm muito menos precisos. Referi acima que na província das Minas são observados três tipos de matas: as florestas propriamente ditas,. as caatingas que, ~enos vigorosas, perdem suas fôlhas tôdos os anos, e por fim os carrascos, espécies de florestas anãs. Desde os limites da província do Rio de Janeiro, por volta do paralelo de 22° de latitude sul. até o têrmo de Minas. Novas, ou melhor, até as nascentes do Araçuaí, lá pelos 18°, ·estendem-se matas virgens propriamente ditas .• Mais longe, as terras muito elevadas, mas ao mesmo tempo pouco montanhosas, dão nascimento apenas a carrascos. En­fim, perto dos 17°30', para os lados de leste, ou se quisermos, perto das vilas de Sucuriú e de São Domingos, o terreno se abaixa, a temperatura se torna muito quente, a terra acinzentada e leve oferece uma mistura de húmus e de um pouco .. de areia, e vêem-se aparecer as caatingas.

Do lado de sudeste, essas ' duas sub-regiões são enquadradas, um pouco além dos limites da província, por uma linha de matas que servem de asilo aos Bo­tocudos, e que se estendem nas províncias de Espírito Santo e de Ilhéus até a borda do mar . Quanto aos limites setentrionais da região dos carrascos e das caatingas, os diversos roteiros que segui nas minhas viagens não me permiti­ram observá-los; mas o relato da excursão t ão penosa que o príncipe de Neuwied fêz na vila de Ilhéus pelo paralelo de 13° de latitude sul, até as fronteiras. da província das Minas, prova que as duas regiões continuam a estender-se fora. dessa última província., no sentido dos meridianos 13

De tudo isto resulta que, se nos dirigísseriws para sudoeste, partindo do pe­queno pôrto de Belmonte, que está pelos 15°30' aproximadamente, atravessaría­mos as quatro regiões ou sub-regiões vegetais que se observam na província das. Minas. Passaríamos sucessivamente das matas às caatingas, destas aos car­rascos, dos carrascos ao campos; e deve-se notar que essas regiões forlJlam assim, no sentido do equador, uma espécie de escala, na qual o conjunto dos vegetais diminui gradualmente de altura, talvez porque a umidade do solo e da atmos­fera experimenta igualmente uma diminuição gradual. Quando o príncipe de Neuwied, seguindo também aproximadamente a direção sudoeste, deixou a costa a cêrca de um grau ao norte de Belmonte para ganhar o deserto do São Fran-

. cisco, encontrou igualmente matas virgens, caatingas, carrascos e campos, e· seria curioso saber-se sob quantos graus de latitude encontrar-se-iam as mesmas escalas de regiões vegetais .

Assim como a zona das matas se divide em várias sub-regiões, também na zona dos campos se observam duas: ora apresentando, conforme já vimos, ape­nas ervas e sub-arbustos ("tabuleiros descobertos"); ora exibindo aqui e acolá. no meio das pastagens, árvores tortuosas e enfezadas ("tabuleiros cobertos")14

11 N. do T . - Our o Prêto. 12 "Monographie des Melast oma et au tres genres du m ême ordre", por Humboldt e

Bonpland. 1 a V oyage B rés., t rad . E yr , III, p. 1 e seguintes . 14 N. do T . - Segundo se pode deduzir das defin ições acima, o autor, com as expressões

"tabuleiro descoberto" e "tabuleiro cob erto", r efer ia-se ao campo limpo e ao campo cerrado r esp ectivamente, usan do a linguagem popular da ép oca.

As duas sub-regiões e1 tão precisos quanto as três tanto, pode-se afirmar qu unicamente cobertas de p~ tagens têm árvores dissen e de sub-arbustos numa in alta de tôdas; e foram tal tôda parte, quase no sopé elevada que fica a oeste ' Nova da Rainha aos limit

· encontrei muitas pastager comarca de Paracatu; foi É nas 150 léguas portuguêsas ou menos entre os 14 e os H cisco já está muito afasta• com árvores tortuosas esp~ segundo o que pude julgar : isso resulta que a sub-regi: sos, ou tabuleiros descobert priamente ditas, ou melho compreendidas entre os mE dos campos com árvores e mais à dos carrascos e da~

Pelo que precede, não s matas absolutamente. Se, ondulados dessa imensa reg ver qualquer ravina na enc aí uma reunião de árvores. no meio dos campos e cha "caapoam", que na línguas.

· sivamente aí que os minei sistema de agricultura que da cinza das árvores 15

Se a constituição físic: grande sôbre a natureza da igualmente sôbre a que res· minada "artificial". A par é mais, como outrora, intei: renas auríferos de uma riqt precipitou; as matas foram região, como para fazer plan gem 16

, e põe-se fogo, suced mato formado de espécies i êsses matos novos forem qw ras no meio de suas cinzas, Pteris caudata; por fim, : arbustos desaparecem, e o t1 viscosa, acinzentada e fétic meio de suas hastes cerrad:

Nos arredores da capital o viajante nada mais desco vavam outrora árvores ma gião das matas abrange p( pela natureza mesma da su florestas destruídas . No m e talvez nos de algumas out:

1s Veja-se a minha "Mémoin les résultats qu'il a eu d a ns la XIV, p. 85.

16 Veja-se a minha Introduçã Paraguay.

17 N. do T. - Ouro Prêto.

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FICO

é, creio eu, na maior parte de vizinha. Mas deve-se observar té sôbre essa vertente, ao passo asam sôbre a vertente ocidental, pital da província das Minas 11

espécie de cruzamento que se aa na parte sul da vertente oci- _ a parte norte do lado 0riental. lra, tais como as Serras do Pa­.apa, de Santo Antônio perto de .taí, êles apresentam geralmente

É aí que se encontra a vege­il meridional oferece; é aí que l..stomáceas de fôlhas pequenas,. o fascículo da magnífica mono-

~getais das matas e dos campos. as gradações que essas regiões Referi acima que na província

as florestas propriamente ditas,. fôlhas tôdos os anos, e por fim os limites da província do Rio

ltude sul. até o têrmo de Minas. lá pelos 18°, . estendem-se matas berras muito elevadas, mas ao lento apenas a carrascos. En­se quisermos, perto das vilas de· ., a temperatura se torna muito 1istura de húmus e de um pouco ..

ão enquadradas, um pouco ·além as que servem de asilo aos Bo­Espírito Santo e de Ilhéus até· 1nais da região dos carrascos e· minhas viagens não me permiti:­tão penosa que o príncipe de de latitude sul, até as fronteiras.

es continuam a estender-se fora. LnOS 13

: para sudoeste, partindo do pe­aproximadanfente, atravessaría­Le se observam na província. das. :; às caatingas, destas aos car­que essas regiões for:Qaam assim, 1a qual o conjunto dos vegetais. a umidade do solo e da atmos­~radual. Quando o príncipe de direção sudoeste, deixou a costa ganhar o deserto do São Fran-atingas, carrascos e campos, e 1de encontrar-se-iam as mesmas

várias sub-regiões, também na 1tando, conforme já vimos, ape­Js") ; ora exibindo aqu:Í. e acolá, ezadas ("tabuleiros cobertos")14

du même ordre", por Humboldt e

5es acima, o autor, com as expressões ao campo limpo e ao campo cerrado

TRANSCRIÇõES 1281

As duas sub-regiões em que os campos se repartem não têm talvez limites tão precisos quanto as três sub-regiões que compõem a zqna das matas. Entre­tanto, pode-se afirmar que as partes mais elevadas da zona dos campos são unicamente cobertas de pastos herbosos, e que nas partes mais baixas, as pas­tagens têm árvores disseminadas. Assim só achei campos formados de ervas e de sub-arbustos numa imensa porção da comarca de São João del Rei, a mais alta de tôdas; e foram também pastagens da mesma natureza que eu revi por tôda parte, quase no sopé da grande serra, ao atravessar a re·gião fortemente elevada que fica a oeste dessa mesma serra, estendendo-se de Caeté ou Vila Nova da Rainha aos limites do território de São João del Rei. Ao contrário~

· encontrei muitas pastagens com árvores enfezadas esparsas no território da comarca de Paracatu; foi êste gênero de vegetação que observei constantemente nas 150 léguas portuguêsas que percorri no meio do "sertão" ou "deserto", mais ou menos entre os 14 e os 18 graus de latitude sul, num espaço em que o São Fran­cisco já está muito afastado da sua nascente; e, neste percurso, as pastagens com árvores tortuosas espalhadas estendem-se até o pé da serra; pelo menos, segundo o que pude julgar pelo que observei em dois pontos diferentes. De tudo isso resulta que a sub-região mais meridional dos campos simplesmente herbo­sos, ou tabuleiros descobertos, corresponde particularmente à das florestas pro­priamente ditas, ou melhor, que estas sub-regiões estão mais particularmente compreendidas entre os mesmos paralelos, e que a sub-região mais setentrional dos campos com árvores enfezadas esparsas (tabuleiros cobertos), corresponde mais à dos carrascos e das caatingas.

Pelo que precede, não se deve pensar. que na região dos campos não existem matas absolutamente. Se, no meio dos terrenos descobertos e simplesmente ondulados dessa imensa região, encontrarmos um vale úmido e profundo, se hou­ver qualquer ravina na encosta de um morro, pode-se estar certo de encontrar aí uma reunião de árvores. Estas pequenas matas formam outros tantos oásis no meio dos campos e chamam-se, conforme já foi dito, "capões", da palavra "caapoam", que na língua significativa dos índios quer dizer uma ilha, e é exclu-

. sivamente aí que os mineiros fazem as suas lavouras, fiéis a êsse defeituoso sistema de agricultura que lhes não permite semear nada que não seja no meio da cinza_ das árvores 15

Se a constituição física da província das Minas t~m uma influência tão grande sôbre a natureza da sua vegetação primitiva, é de crer que ela a tenha igualmente sôbre a que resulta dos trabalhos do homem, e que pode ser deno­minada "artificial". A parte da província situada a leste da grande serra não é mais, como outrora, inteiramente coberta de matas. Aí encontravam-se ter­renos auríferos de uma riqueza espantosa; uma população numerosa para lá se precipitou; as matas foram incendiadas, tanto exclusivamente para desbastar a região, como para fazer plantações. Quando, nesta área, corta-se uma mata vir­gem 16

, e põe-se fogo, sucede, aos vegetais gigantescos que a compunham, um mato formado de espécies inteiramente diferentes e muito menos vigorosas; se êsses matos novos forem queimados várias vêzes para se fazerem algumas lavou­ras no meio de suas cinzas, vê-se logo nascer aí uma samambaia muito grande Pteris caudata; por fim, ao cabo de muito pouco tempo, as árvores e os arbustos desaparecem, e o terreno fica inteiramente ocupado por uma gramínea viscosa, acinzentada e fétida, que tolera apenas algumas plantas comuns no meio de suas hastes cerradas, e que se chama capim gordura.

Nos arredores da capital das Minas 17 e entre esta última e a Vila do Prí:qcipe, o viajante nada mais descobre do que campos de capim gordura, onde se ele­vavam outrora árvores majestosas entrelaçadas por lianas elegantes. A re­gião das matas abrange portanto hoje em dia vastas pastagens; mas estas, pela natureza mesma da sua vegetação, indicam de maneira certa o lugar das florestas destruídas. No meio dos campos das cercanias da vila de Paracatu e talvez nos de algumas outras partes da provínciá das Minas igualmente situa-

15 Veja-se a minha "Mémoire sur Ie Systême d'Agriculture adopté par les Brésiliens, et les résultats qu'il a eu dans la province de Minas Gerais", nas Mémoires du Muséum, vol. XIV, p. 85.

16 Veja-se a minha Introdução à Histoire des .Plantes plus remarquables du Brésil ~t du Paraguay.

11 N. do T. '_ Ouro Prêto.

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1282 BOLETIM GEOGRAFICO

das a oeste do rio São Francisco, o capim gordura se apropria dos terrenos outrora florestais, quando .êstes não são deixados num repouso suficientemente longo, ou quando o fogo nêles entra casualmente 18

• Êstes terrenos são simples capões de pequena superfície e jamais constituem imensas pastagens. Além disso, entre a grande serra do rio São Francisco, não se vê nem a samambaia, nem o capim gordura tornarem-se donos das terras devastadas, por conseguinte pode-se dizer que a serra é o limite dessas plantas, como também das matas que elas substituíram.

Do· lado norte, não encontrei absolutamente o capim gordura além da lati­tude de 17°40' sul ou suas proximidades. Essa planta ambiciosa não é natural da província das Minas; ela se espalhou nas pegadas do homem, e seria curioso pesquisar nos próximos ános se ela terá feito algum progresso para o norte, ou se ela estancou ·definitivamente no ponto que reconheci como seu limite atual. Creio, entretanto, que a êsse respeito já se podem formar algumas conjeturas bastante plausíveis. Deve-se notar que o lfmite 'boreal do capim gordura é, ao mesmo tempo, o das matas propriamente ditas; que, mais para o setentrião, as terras embora muito elevadas não apresentam mais, como na sub-região das florestas, altas montanhas separadas por vales estreitos e profundos, e que lá enfim começa a sub-região dos carrascos. Ora, do lado de oeste a gramínea em questão se detém com as montanhas, e como ela não é encontrada ao norte, numa região que não é mais montanhosa, é de supor que ela não se estenderá mais para o lado norte e que os seus verdadeiros limites serão para sempre o da sub-região das matas..

Antigamente, o Saccharum denominado "sapê:' formava o conjunto dos pas­tos nas regiões das matas. virgens e em certos distritos êle ainda é encontrado em abundância. Foi somente há 40 ou 45 anos que essa gramínea cedeu o lugar ao capim gordura que foi trazido para a província das Minas por um acaso singular ou introduzido como forragem. Viu-se com que rapidez espan­tosa êle se espalhou; entretanto, quando a natureza não é contrariada por circunstância alguma, o que infelizmente não é muito comum, ela acaba reto­mando os seus direitos sôbre o estrangeiro ambicioso. Quando os animais não se aproximam do capim gordura, as velhas hastes formam, mais cedo ou mais tarde, uma camada de vários pés de espessura, que impede o desenvolvimento de hastes novas. Então começam a aparecer jovens arbustos; quando ê.les po­dem dar sombra, acabam destruindo a gramínea e, has boas terras, dá lugar, no fim de dez anos, a essas matas pouco vigorosas e pouco fornidas chamadas capoeiras. Se estas últimas ficam muito tempo sem cortar e sem que o gado nelas penetre, as árvores elevadas acabam fazendo desaparecer o Baccharis e os outros arbustos que compõem as capoeiras, e as grandes matas reaparecem.

Assim, para retornar ao seu vigor primitivo, a vegetação passa, no sentido inverso, pelas fases que a tinham reduzido até apresentar apenas humildes gra­míneas. Quanto a essas sucessões de plantas que não têm nenhuma relação com as outras, fazendo lembrar uma série de gerações espontâneas, sem dúvida são difíceis de explicar; mas na Europa existem exemplos delas 19

Vê-se, pelo que precede, que os campos de Melinis, triste resultado das des­truições causadas pelo trabalho e pelos caprichos do homem, merecem com jus­tiça o nome de "campos artificiais", que lhe é dado no próprio . país. Compara­tivamente a êstes últimos, as pastagens da região dos campos podem sem dúvida ser chamadas "naturais"; mas não é menos verdadeiro que elas necessàriamente também devem ter sido extremamente modificadas pelo · trabalho do homem. Com efeito, nesta parte da América, como em muitas outras 20

, os cultivadores têm o costume de pôr fogo nos pastos todos os anos, a fim de proporcionar aos

18 N. do T. - É bem provável que essa observação de S.aint-Hilaire seja verdadeira para aquela época, pois a sua fidedignidade é conhecida. Hoje em dia, entretanto, encontram-se em Minas e Goiás pastos artificiais de capim gordura em terras de campo cerrado . Pode-se, por conseguinte, afirmar que pelo menos certos tipos de cerrado prestam-se à formação de pastos daquele capim e que êle não serve como índice seguro de terras originalmente florestais.

O nível inferior da vegetação, composto de gramíneas e ervas, é substituído por um manto homogêneo de capim gordura, enquanto as árvores esparsas são geralmente poupadas.

Forma-se, assim, um tipo de savana artificial cuja vegetação primitiva, o cerrado, é fàcil­mente reconhecida pelas espécies arbóreas.

19 Veja-se Dureau de la Malle, "Mém. alter." nos Ann. Se. nat., vol. V . 20 O incêndio de um pasto na América do Norte encerra um episódio interessante em

um dos romances de Fenimore Cooper, no qual a natureza é tão bem descrita quanto os costumes.

animais uma erva mais fr não exista uma só légua incendiada várias vêzes. vêzes repetidas, seja difícil 1

inteiramente; é possível taJ tenham sido sufocadas pela sido preservadas da destrui denominados hoje em dia "1 realmente primitivos.

Naturalmente, não se fácil 'de conceber que os in< grande sôbre o conjunto da: turais; porque, conforme v da maneira mais estranha um campo natural é queim aparecem aqui e ali planta: e que logo florescem. Dura tas fôssem espécies distinta: mente incendiados, assim • matas de corte que substitu• doso me convenceu que ess: víduos abortados de espécie, numa outra época do ano . . campos, o desenvolvimento fica de certo modo suspenso, das. Entretanto, aqui deve durante êste intervalo de rE sucos destinados a alimenta tá vel no colchico e nas nos: mina o desenvolvimento dos rebentos aparecem antes do a alimentá-los ainda não e: vem mal; a passagem desta últimos põem logo têrmo a•

Não somente os nossos de tôdas as partes do globo, dos no~sos passos, e, em lug conservar as provas da pre seguem-no por tôda parte e nos campos que êle abandor no lugar mais solitário pelos atravessando os desertos que cebi com espanto, ' no meio d gatos selvagens e seriemas, p ordinàriamente ao redor das escondidos sob a . erva espêss~ ção· miserável tinha-se elev: há algum tempo, o Sr. Ram chegou nos Pirineus à caban

Após ter dado a conhec não seria inútil pesquisar qu matas a leste da grande se1!

É incontestável que a na1 sôbre a vegetação da provín aparecer sucessivamente ma torne ferruginosa, arenosa ot elevada, vi, num pequeno es1 seguidas, de acôrdo com a r matas, quando êste era argil• dos, muito variados, quando :

21 Veja-se a Introdução à min du Paraguay.

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AFICO

~ordura se apropria dos terrenos dos num repouso suficientemente :nte 18

• Êstes terrenos são simples ituem imensas pastagens. Além :co, não se vê nem a samambaia, erras devastadas, por conseguinte 1lantas, como também das matas

;e o capim gordura além da lati­L planta ambiciosa não é natural egadas do homem, e seria curioso stlgum progresso para o norte, ou reconheci como seu limite atual. Jdem formar algumas conjeturas te ·boreal do capim gordura é, ao Ls; que, mais para o setentrião, tm mais, como na sub-região das s estreitos e profundos, e que lá a, do lado de oeste a gramínea 10 ela não é encontrada ao norte, e supor que ela não se estenderá JS limites serão para sempre o da

Lpê:' formava o conjunto dos pas­distritos êle ainda é encontrado

mos que essa gramínea cedeu o a província das Minas por um Viu-se com que rapidez espan­

natureza não é contrariada por é muito comum, ela acaba reto­bicioso. Quando os animais não .stes formam, mais cedo ou mais , qüe impede o desenvolvimento jovens arbustos; quando êles po­. ea e, has boas terras, dá lugar, rosas e pouco fornidas chamadas po sem cortar e sem que o gado ?;endo desaparecer o Baccharis e e as grandes matas reaparecem.

'O, a vegetação passa, no sentido apresentar apenas humildes gra­ue não têm nenhuma relação com :ões espontâneas, sem dúvida são xemplos delas 19

Melinis, triste resultado das des­.os do homem, merecem com jus­iado no próprio . país. Compara­ia dos campos podem sem dúvida ·dadeiro que elas necessàriamente cadas pelo · trabalho do homem.

muitas outras 20, os cultivadores

anos, a fim de proporcionar aos

o de S.aint-Hilaire seja verdadeira para Hoje em dia, entretanto, encontram-se em terras de campo cerrado. Pode-se, ~errado prestam-se à formação de pastos de terras originalmente florestais.

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lnn. Se. nat., vol. V. encerra um episódio interessante em

~ é tão bem descrita quanto os costumes.

T R A N S C R I Ç õ E .S 1283

animais uma erva mais fresca e mais tenra; na província das Minas talvez não exista uma só légua quadrada de "campo natural" que não tenha sido incendiada várias vêzes. Percebe-se que, no meio des$as queimadas tantas vêzes repetidas, seja difícil que diversas espécies ânuas não tenham desaparecido inteiramente; é possível também que algumas espécies frágeis e delicadas, que tenham sido sufocadas pelas hastes amontoadas das espécies vigorosas, tenham sido preservadas da destruição pelos incêndios, e por conseqüência os campos denominados hoje em dia "naturais" não seriam o que foram outrora os campos realmente primitivos.

Naturalmente, não se pode assegurar êste fato pela comparação; mas é fácil ·de conceber que os incêndios repetidos tenham tido uma influência muito grande sôbre o conjunto das espécies que compõem a vegetação dos campos na­turais; porque, conforme veremos, um simples incêndio basta para modificar da maneira mais estranha os indivíduos já existentes. Logo que a erva de um campo natural é queimada, no meio das cinzas negras que cobrem a terra aparecem aqui e ali plantas anãs, cujas fôlhas são sésseis e mal desenvolvidas e que logo florescem. Durante muito tempo, confesso, acreditei que essas plan­tas fôssem espécies distintas, particulares às queimadas ou aos campos recente­mente incendiados, assim como outras espécies pertencem exclusivamente às matas de corte que substituem as florestas virgens; mas um exame mais cuida­doso me convenceu que essas pretensas espécies nada mais eram do que indi­víduos abortados de espécies naturalmente muito maiores e destinados a florir numa outra época do ano. Durante a estação sêca, que é a do incêndio dos campos, o desenvolvimento vegetativo da maioria das plantas que os compõem fica de certo modo suspenso, e elas só apresentam hastes agonizantes ou desseca­das. Entretanto, aqui deve acontecer a mesma coisa que nos climas europeus; dura•nte êste intervalo de repouso, as raízes devem fortificar-se e encher-se de sucos destinados a alimentar brotos novos; disso encontramos um exemplo no­tável no colchico e nas nossas orquídeas. O incêndio das hastes antigas deter­mina o desenvolvimento dos brotos escondidos sôbre a terra; mas como os novos rebentos apareeem antes do tempo, e como os reservatórios de sucos destinados a alimentá-los ainda não estão suficientemente cheios, as fôlhas se desenvol­vem mal; a passagem destas aos verticilos florais se faz ràpidamente, e êstes últimos põem logo têrmo ao crescimento do galho 21

Não somente os nossos mais fracos trabalhos, influem sôbre a vegetação de tôdas as partes do globo, como também ela recebe, por assim dizer, a marca dos no~sos passos, e, em lugares hoje inabitados, a natureza teve o cuidado de conservar as provas da presença do homem. Certas plantas se ligam a êle, seguem-no por tôda parte e continuam a vegetar ainda durante algum tempo nos campos que êle abandonou. Vi a parada costumeira do viajante indicada no lugar mais solitário pelos pés capados de capim gordura. Quando eu estava atravessando os desertos que se estendem de Paracatu aos limites de Goiás, per­cebi com espanto, ' no meio de uma pastagem unicamente percorrida por veados, gatos selvagens e seriemas, percebi, disse, algumas dessas plantas que só crescem ordinàriamente ao redor das nossas habitações; mas, logo em seguida, destroços escondidos sob a -erva espêssa deram-me indicação bastante de que uma habita­ção· miserável tinha-se elevado outrora neste lugar solitário. Foi assim que, há algum tempo, o Sr. Ramond, guiado de certo modo por um Chenopodium, chegou nos Pirineus à cabana de um pastor.

Após ter dado a conhecer os limites das zonas dos campos e das matas, não seria inútil pesquisar quais são as causas que determinam a presença das matas a leste da grande serra e dos campps, a oeste.

É incontestável que a natureza da camada superficial do solo tem influência sôbre a vegetação da província das Minas, e que, em certos lugares, vêem-se aparecer sucessivamente matas e pastos, conforme a terra seja fértil ou se torne ferruginosa, arenosa ou pedregosa. Assim, perto de Itambé, região muito elevada, vi, num pequeno espaço, a vegetação mudar subitamente quatro vêzes seguidas, de acôrdo com a natureza do terreno; observei que ela apresentava matas, quando êste era argiloso vermelho e compacto, e vegetais raros, enfeza­dos, muito variados, quando a camada superficial se compunha de uma mistura

21 Veja-se a Introdução à minha Histoire des Plantes les plus remarquables du Brésil et du Paraguay.

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1284 BOLETIM GEOGRAFICO

de areia branca e preta. Quando, viajando na região das matas entre Vila do Príncipe e Peçanha, eu passava na colina chamada Morro Pelado, de repente as grandes matas desapareceram da minha vista, substituídas por simples ar­bustos, tais como cássias e melastomáceas; é que o terreno se tinha tornado muito arenoso; subitamente êle mudou de natureza, e, sem nenhuma transição, as matas se mostraram com uma nova pompa. Na região elevada, mas simples­mente desigual, que se estende a oeste da grande serra, entre Congonhas do Campo e São João dei Rei, a campanha oferece campos naturais semeados de toucei.ras de mata: estas tomaram posse das terras melhores, e, se existem al­guns mtervalos ricos em cascalhos e seixos, é aí que é certo encontrarmos pas­tagen~. Do lado de Araxá, no meio dos desertos que levam a Paracatu, a ve­getaçao torn?--se tanto mais vigorosa quanto mais vermelha fôr a terra, e os pastos com arvores enfezadas espalhadas ou os simplesmente herbosos coinci-dem com as colorações mais ou menos escuras do solo. .

Mas deve-se notar que tôdas as mudanças da vegetação que acabo de assi­nalar e que concordam tão exatamente com outras mudanças na camada super­ficial do solo, manifestam-se numa mesma região e em superfícies de área pouco considerável. Para que a presença das matas, de um lado da grande serra, e a dos campos, do lado oposto, fôssem devidas a diferenças na natureza do solo, seria preciso que a serra dividisse a camada superficial em duas zonas, assim como ela divide os vegetais em duas regiões, e então as sub-regiões vegetais se­riam determinadas sem dúvida por variações de terreno, constantes da mesma sub-região. Mas não creio que seja assim. A terra que em Minas Novas só produz carrascos, é semelhante à que nos arredores de Vila do Príncipe foi outrora coberta de matas virgens, e nos campos do "sertão" encontrei terrenos que me pareceram análogos aos que, em outros lugares, estão cobertos ora de carrascos, ora de matas. Creio, portanto, que a natureza pràpriamente dita da camada superficial do solo não teve influência alguma sôbre a singular re­partição da província das Minas em duas grandes regiões, a das matas e a dos campos . A verdadeira causa da ausência de matas a oeste da grande serra parece-me ser uma diferença nas desigualdades do solo e a falta de umidade. Vimos que, na sub-região das matas, o terreno apresentava uma rêde de mon­tanhas e que a dos campos era simplesmente ondulada. Quando os morros são ~uito altos e terminados em cristas, e quando êles são separados por vales estreitos e profundos, abrigam-se reciprocamente e a fôrça dos ventos aí não se faz sentir; os riachos, sempre numerosos nesses terrenos montanhosos con­tribuem para o desenvolvimento da vegetação, e esta é ainda favorecida pelos restos de troncos e ramagens incessantemente acumulados e reduzidos à terra vegetal. Ao contrário, quando a região é simplesmente ondulada, nada detém nela, os ventos, a terr:: n~o é refrescada por nenhum rfacho, por isso não seria possivel que a vegetaçao tivesse um grande vigor, qualquer que fôsse a qualidade natural do solo. Na região elevada de Minas Novas situada como disse a leste da grande serra, a superfície da terra não ap~esenta ~ntretanto altas montanhas; ela não é também simplesmente ondulada; mas apresenta morros pouco e.levad?s separ~?~s por vales. As , desigualdades desta região são, por c<;msegumte,_Intermedian~s ~ntre as .'!as areas de matas virgens pràpriamente dita~ e as tao pouco sensiyms da regmo dos campos. Ora, gradações análogas manifestam-se na y~getaçao; porque esta, não apr~senta aqui nem simples pas­tagens como a regmo dos campos, nem arvores gigantescas como a sub-região das fl<;>restas, mas essas matas anãs denominadas carrascos. O que prova ainda a realidade das causas que atribuo aquí à repartição de campos e matas é que se um morro coberto de carrascos ou de simples pastos apresenta em suas' encos­tas algumas ravinas em que a umidade possa conservar-se e na qual os vege­tai~_estejam ao abrigo dos ventos, encontramos sempre matas, e estas, na sub­regmo dos carrascos, mostram vigor tanto maior quanto mais profundas forem as gargantas. ·

Na realidade, o Sr. Eschwege notou que a vegetação era mais vigorosa nos !errenos primitivos da província das Minas que no de formação mais recente; ele. obsery~u que as. m~tas crescem nas montanhas de granito, de gnaisse, de chisto miCaceo, de sienito, e que, os pastos naturais e os arbustos tortuosos se encontrava~ em terrenos cujo f~ndo se compõe de chisto argiloso, arenito e ferr~. .Porem, ~e as f?ra~des diferenças de vegetação que se observam na provincia das Mmas cmncidem com diferenças na constituição mineralógica do

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solo, não é muito menos verossír das produções vegetais. Já des< que a natureza mineralógica dos sôbre a vegetação, ou pelo meno pelo próprio Sr . Eschwege tenc porque, na vizinhança do rio S sábio viu terrenos calcáreos de lugares, enquanto em outros êlE florestas. Aquilo que, na mesm, verdadeiramente a natureza da a maior ou menor umidade que de sua~ partes, a maior ou mt superfície.

Vimos que às duas primeiras des divisõe~ que se observam na outras acarretam primeiramentt uma exceção muito notável.

Quando se vai do rio J equit meiro matas virgens; mas de r região das caatingas. Entretar duas sub-re&iões; nenhuma dife manifesta na superfície do sol campos do "deserto" 23

; aí, tal c< sentam com muita freqüência n Formigas e sem dúvida em m1 solo marca a passagem dos cai não é portanto sempre determi causa principal a própria qualid que, quando passei das matas do se tornara subitamente muito r servei também que uma qualid: dia, nos arredores de Formiga, não estão, conforme vimos, sep do solo; por fim, tornei a enconi arenoso nas caatingas vizinhas

Outras causas·, ao que parec nasçam caatingas. Parece que tude mais meridional do que, rr. e não é do meu conhecimento qt do nível do mar.

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Descrição d

Depois de ter demonstrado se distribuem na província das uma delas. Não entrarei em rn me-ei em pintar em grandes tra1 pelas florestas primitivas.

Quando um europeu chega : pela primeira vez, fica admirad< lares que êle apreciou nas nossa: êle se espanta ao encontrar, nos as do Novo Mundo e as do seu 1 grandiosidade das proporções e brilhante, comunica à paisageiJ

22 Dict. Se. nat., vol. XVIII. 23 N. do T. - O autor refere-se

à palavra "deserto" no sentido huma;

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RAFICO

na região das matas entre Vila do h.amada Morro Pelado, de repente vista, substituídas por simples ar­é que o terreno se tinha tornado tureza, e, sem nenhuma transição, . Na região elevada, mas simples­~rande serra, entre Congonhas do ·ece campos naturais semeados de terras melhores, e, se existem ai­aí que é certo encontrarmos pas-~rtos que levam a Paracatu, a ve­mais vermelha fôr a terra, e os

os simplesmente herbosos coinci­s do solo.

; da vegetação que acabo de assi-1tras mudanças na camada super­ião e em superfícies de área pouco s, de um lado da grande serra, e a diferenças na natureza do solo, superficial em duas zonas, assim então as sub-regiões vegetais se­

de terreno, constantes da mesma A terra que em Minas Novas só rredores de Vila do Príncipe foi >OS do "sertão" encontrei terrenos os lugares, estão cobertos ora de 1e a natureza propriamente dita ncia alguma sôbre a singular re­ldes regiões, a das matas e a dos

matas a oeste da grande. serra ~s do solo e a falta de umidade. ) apresentava uma rêde de mon­~e ondulada. Quando os morros mdo êles são separados por vales nte e ~ fôrça dos ventos aí não esses terrenos montanhosos con-

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TRANSCRIÇõES 1285

solo, não é muito menos verossímil que não são estas que modificam o conjunto das produções vegetais. Já desde muito tempo o Sr. de Candolle demonstrou 22

que a natureza mineralógica dos diversos terrenos não exercia influência alguma sôbre a vegetação, ou pelo menos que ela exercia pouca, e as observações feitas pelo próprio Sr. Eschwege tendem a demonstrar a veracidade dessa opinião; porque, na vizinhança do rio São Francisco, perto de Formiga e Abaeté, êste sábio viu terrenos calcáreos de formação antiga ficarem descobertos em certos lugares, enquanto em outros êles produzem uma vegetação rica e de espêssas florestas. Aquilo que, na mesma latitude e em alturas semelhantes, modifica verdadeiramente a natureza das í!Jroduções vegetais, são a exposição do solo, a maior ou menor umidade que êle encerra, a divisão mais ou menos sensível de suas partes, a maior ou menor1 quantidade de húmus que compõe a sua superfície.

Vimos que às duas primeiras dessas quatro causas são devidas as duas gran­des divisõe$ que se observam na vegetação da província da Minas, e· que as duas outras acarretam primeiramente diferenças de pormenor. Há aquí · entretanto, uma exceção muito notável.

Quando se vai do rio Jequitinhonha à vila do Fanado, atravessam-se pri­meiro matas virgens; mas de repente a vegetação muda, e passa-se na sub­região das caatingas. Entretanto, nenhuma cadeia de montanhas separa as duas sub-regiões; nenhuma diferença de nível, por pouco sensível que seja, se manifesta na superfície do solo. As caatingas estão esparsas no meio dos campos do "deserto" 23

; aí, tal como os capões propriamente ditos, elas se apre­sentam com muita freqüência nos fundos e nas encostas; mas, perto da vila de Formigas e sem dúvida em muitos outros lugares, nenhuma desigualdade do solo marca a passagem dos campos às caatingas. A presença destas últimas não é portanto sempre determinada pela forma do terreno, e deve ter como causa principal a própria qualidade da camada superior. Isto é tanto verdade que, quando passei das matas do Jequitinhonha às caatingas, observei que a terra se tornara subitamente muito móvel, sôlta, cinzenta e um pouco arenosa; ob­servei também que uma qualidade de terra absolutamente semelhante coinci­dia, nos arredores de Formiga, com a presença das caatingas que, além disso, não estão, conforme vimos, separadas dos campos por nenhuma desigualdade do solo; por fim, tornei a encontrar ainda um terreno leve, cinzento e um pouco arenoso nas caatingas vizinhas do São Francisco.

Outras causas·, ao que parece, são ainda necessárias para que num terreno nasçam caatingas. Parece que êste tipo de mata não se apresenta numa lati­tude mais meridional do que, mais ou menos ao meio da província das Minas, e não é do meu conhecimento que cresçam caatingas a uma grande altura acima do nível do mar.

. SEGUNDA PARTE

Descrição dos diversos tipos de vegetação

Depois de ter demonstrado de que maneira os diversos tipos de vegetação ·se distribuem na província das Minas, procurarei dar uma idéia justa de cada uma delas. Não entrarei em minudências de gêneros e de espécies; contentar­me-ei em pintar em grandes traços o aspecto das matas e dos campos, a começar pelas florestas primitivas.

Quando um europeu chega à América e de longe descobre as matas virgens pela primeira vez, fica admirado de não mais aperceber algumas formas singu­lares que êle apreciou nas nossas serras, e que aquí são confundidas nas massas; êle se espanta ao encontrar, nos contornos das matas, tão pouca diferença entre as do Novo Mundo e as do seu país; e se alguma coisa o choca, é unicamente a grandiosidade das proporções e o verd~ escuro das fôlhas que, sob o céu mais brilhante, comunica à paisagem um aspecto grave e austero.

22 Dict. Se. nat., vol. XVIII. 23 N. do T. - O autor refere-se aqui e em todos os outros lugares do presente trabalho

à palavra "deserto" no sentido humano, isto é, vazio demográfico.

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Para conh~cer tôda a beleza das florestas equinociais, é preciso penetrar nesses recessos tão antigos quanto o mundo. Aí, nada faz lembrar a fatigante monotonia das nossas matas de carvalhos e de pinheiros; cada árvore tem um porte que lhe é próprio; cada uma tem sua . folhagem e muitas vêzes apresenta uma tonalidade de verdura diferente da das vizinhas. Vegetais gigantescos que pertencem às famílias mais afastadas entrelaçam os seus ramos e confun­dem a sua folhagem. As bignoniáceas de cinco fôlhas crescem ao lado das ce­salpináceas, e as flores douradas das cássias se espalham pendenào sôbre fetos arborescentes. As ramagens mil vêzes divididas das murtas e das engênias fazem sobressair a simplicidade elegante das palmeiras, e entre as mimosas de folíolos leves, a Cecropia 24 instala suas fôlhas largas e seus galhos, que pare­cem imensos candelabros. Há árvores que têm uma casca perfeitamente lisa; algumas são defendidas por .espinhos, e os enormes troncos de uma espécie de figueira brava estendem-se em lâminas oblíquas que parecem sustê--las como escoras.

As flores escuras das nossas faias e dos nossos carvalhos são percebidas quase que apenas pelos naturalistas; mas, nas matas da América Meridional, ár­vores gigantescas ostentam muitas vêzes as mais brilhan tes corolas. As cássias deixam pender os seus longos cachos dourados, as voquisiáceas erguem tirsos de flores bizarras; corolas ora amarelas, ora purpurinas, mais longas que as das nossas digitales, cobrem com profusão as bignoniáceas arbóreas; e as chorisias se adornam de flores que parecem os nossos lilases pelo tamanho e pela forma, e a Alstroemeria pela mistura de côres.

Certas formas vegetais que entre nós só se mostram nas proporções mais modestas, aí se desenvolvem, estendem-se e aparecem com uma pompa desconhe­cida nos nossos climas. Certas borragináceas tornam-se arbustos; várias eu­forbiáceas são árvores majestosas que oferecem uma sombra agradável debaixo da sua folhagem espêssa.

Mas são principalmente as gramíneas que mostram a maior diferença en­tre as daqui e as da Europa. Há uma qua1;1tidade delas que só tomam dimen­sões como os nossos bromos e féstucas, e que, formando também a massa da relva, só se distinguem das espécies européias pelas suas hastes geralmente mais ramosas e suas fôlhas maiores; outras se arrojam até a altura de nossas árvores e apresentam o porte mais gracioso. Primeiramente retas como lanças, e ter­minadas por uma ponta aguda, elas oferecem nos seus entrenós uma fôlha apenas, que parece uma êscuma grande; esta cai; da sua axila nasce uma coroa de ramagens cuttas carregadas de fôlhas verdadeiras; a haste do bambu fica assim ornada, a intervalos regulares, por encantadores verticilos ; ela se curva, e forma entre as árvores berços elegantes.

São principalmente as lianas que emprestam às matas as belezas mais pitorescas; são elas que produzem os acidentes mais variados. Êsses vegetais, dos quais as nossas madressilvas e a nossas heras não dão senão uma fraca idéia, pertencem, como os grandes vegetais, a úa multidão de famílias dife­rentes. São bignoniáceas, Bauhinia, Cissus, hipocráteas, etc.; e se tôdas têm necessidade de um apoio, cada uma tem, entretanto, um porte que lhe é próprio. A uma altura prodigiosa, uma arácea parasita, chamada "cipó d'imbé", cinge o tronco das árvores maiores; as marcas das fôlhas antigas que se dese­nham sôbre o seu caule em forma de losango, tornam-se semelhante a uma pele de serpente; êsse caule dá nascimento a fôlhas largas, de um verde luzente, e de sua parte inferior nascem raízes finas que descem até o solo, retas como um fio a prumo. A árvore que leva o nome de "cipó matador" tem um tronco tão reto quanto o dos nossos álamos; mas, delgado demais para suster-se isolada­mente, procura apoio numa árvore vizinha mais robusta que êle; comprime-se contra o caule dela com o auxílio de raízes aéreas que, com intervalos, abra­çam-na como vimes flexíveis; garante-se, e pode desafiar os furacões mais ter­ríveis. Algumas lianas parecem feitas onduladas; outras, torcem-se ou des­crevem largas espirais; pendem em festões, serpenteiam entre as árvores, ati­ram-se de uma para a outra, enlaçam-nas 'e formam massas de ramagens de fôlhas e de flores, em que o observador tem muitas vêzes dificuldade de determi­nar as que pertencem a cada vegetal.

24 N. do T. - O nome vulgar da Cecropia é embaúba ou embaúva.

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as equinociais, é preciso penetrar Aí, nada faz lembrar a fatigante

i e pinheiros; cada árvore tem um olhagem e muitas vêzes· apresenta ts vizinhas. Vegetais gigantescos trelaçam os seus ramos e confun­!O fôlhas crescem ao lado das ce­las se espalham pendendo sôbre vididas das murtas e das engênias palmeiras, e entre as mimosas de s largas e seus galhos, que pare­~m uma casca perfeitamente lisa; tormes troncos de uma espécie de 1uas que parecem sustê--las como

: nossos carvalhos são percebidas matas da América Meridional, ár­lais brilhantes corolas. As cássias os, as voquisiáceas erguem tirsos

purpurinas, mais Jongas que as as bignoniáceas arbóreas; e as os nossos lilases pelo tamanho e e côres. se mostram nas proporções mais recem com uma pompa desconhe­: tornam-se arbustos; várias eu­n uma sombra agradável debaixo

mostram a maior diferença en­iade delas que só tomam dimen­~. formando também a massa da Jelas suas Nt.stes geralmente mais 1m até a altura de nossas árvores :tmente retas como lanças, e ter­m nos seus entrenós uma fôlha ai; da sua axila nasce uma coroa :ladeiras; a haste do bambu fica :ntadores verticilos; ela se curva,

;tam às matas as belezas mais s mais variados. Êsses vegetais, heras não dão senão uma fraca 1 üa multidão de famílias dife­pocráteas, etc.; e se tôdas têm ntretanto, um porte que lhe é parasita, chamada "cipó d'imbé", das fôlhas antigas que se dese­

ornam-se semelhante a uma pele s largas, de um verde luzente, e escem até o solo, retas como um .pó matador" tem um tronco tão J demais para suster-se isolada­is robusta que êle; comprime-se éreas que, com intervalos, abra­te desafiar os furacões mais ter­das; outras, torcem-se ou des­rpenteiam entre as árvores, ati­:ormam massas de ramagens de tas vêzes dificuldade de determi-

túba ou embaúva.

TRANSCRIÇõES 1287

Mil arbustos diversos, melastomáceas, borragináceas, piperáceas, acantá­ceas, etc .. nascem ao pé das grandes árvores, enchem os intervalos que estas deixam entre si e, oferecendo suas flores ao naturalista, consolam-no de não po­der atingir as das árvores gigantescas que elevam acima da sua cabeça o seu cimo, impenetrável aos raios do sol. Os troncos caídos não são cobertos somente por obscuros criptógamos; as tillandsias, as orquídeas de flores bizarras emprestam­lhe uma aparência estranha, e muitas vêzes essas plantas mesmas servem de apoio a outras parasitas. Numerosos riachos correm ordinàriamente nas ma­tas virgens; êles mantêm-lhe o frescor; ao viajante alterado uma água deli­ciosa e límpida, e são bordados por um tapête de musgos, de licopódios e de samambaias, no meio das quais nascem begônias de caules delicados e sucu­lentos, de fôlhas desiguais e de flores côr de carne.

Excitada incessantemente por seus dois agentes principais, a umidade e o calor, a vegetação das matas virgens está numa atividade contínua; o inverno se distingue do verão apenas por üa modificação de tonalidade no verdor da folhagem, e se algumas árvores perdem suas fôlhas é para retomar logo uma aparência nova. Mas é preciso convir: esta vegetação que não descansa nunca não permite que se encontrem nas matas virgens tantas flores quantas nas regiões abertas. A floração põe têrmo, como se sabe, ao crescimento vegetativo; árvores que produzem ramos e fôlhas sem cessar não dão flores . senão muito raramente; e, por exemplo, uma Qualea Gestasiana, Ash., que tinha carregado de flores elegantes, ficou depois cinco anos sem florir.

Não se deve pensar que as matas virgens sejam absolutamente iguais por tôda parte; elas apresentam variações segundo a natureza do terreno, a eleva­ção do solo e a distância do equador. As matas do Jequitinhonha além da Vigia, por exemplo, têm mais majestade do que talvez tôdas as das outras partes da província, as árvores aí têm um vigor surpreendente, mas as lianas não são muito numerosas; além disso, as trepadeiras ostentam tôda a bizarria de suas formas; em alguns lugares, são os bambus que formam sozinhos quase tôda a massa da vegetação, em outros, vêem-se dominar os palmitos (Euterpe oleracea, Mart.) e os fetos arborescentes.

Se as matas virgens servem de retiro a alguns animais perigosos tais como onças e serpentes, elas são também o asilo de um número bem mais considerável de espécies inteiramente inocentes, tais como veados, tapires, cotias, diversas espécies de macacos, etc. etc. Os urros dos macacos barbados repetidos pelos ecos parecem-se, nas grandes matas, com o barulho de um vento impetuoso que se interromperia com intervalos, retardando-se pouco a pouco. Milhares de pássaros, cuja plumagem varia tanto quanto os costumes, fazem ouvir um gor­geio . confuso; os batráquios misturam o seu coaxar tão variado como bizarro, e as cigarras os seus gritos agudos e monótonos. É assim que se forma esta voz do deserto que outra coisa não é do que a linguagem do temor, da dor e do pra­zer expressa de diferentes maneiras por tantos sêres diversos. No meio de todos êsses sons, um ruído mais .vibrante rompe os ares, faz ressoar a floresta e espanta o viaja:nte. Êle acredita ter ouvido os golpes de um martelo sonoro que cai sô­bre a bigorna e ao qual sucederia o trabalho ensurdecedor da lima exercendo-se sôbre o ferro. O viajante olha para todos os lados, e admira-se quando desco­bre que sons de tamanha fôrça são produzidos por um pássaro grande como um melro que, quase imóvel no alto de uma árvore dessecada, canta, interrom­pe-se, e espera para recomeçar logo que um outro indivíduo da sua espécie tenha respondido ao seu cantà. É o -casmarynchos nudicollis. Tem-se (o ferrador dos mineiros, a araponga da província do Rio de Janeiro), que muda de plumagem em diferentes idades, e que, depois de ter sido verde acinzentado, acaba tor­nando-se tão branco quanto os nossos cisnes.

Miríades de insetos habitam as florestas primitivas e excitam a admiração do naturalista, ora pela singularidade das suas formas, ora pela vivacidade das suas côres. Nuvens, de borboletas repousam nas beiras dos córregos; elas se comprimem umas contra as outras e, de longe, tomá-las-íamos por flores que te­riam juncado o solo .

Entre as matas virgens que acabo de descrever e os maiores "carrascos", vêm colocar-se como intermediários as "caatingas", que se distinguem sobretudo das primeiras porque perdem suas fôlhas todos os anos.

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Na região das Minas Novas, onde, como disse, crescem "caatingas", as chu­vas, que duram seis meses, cessam em fevereiro, e o calor diminui pouco. En­tão, as fôlhas, das "caatingas" começam a cair, e, em junho, as árvores estão quase inteiramente despidas delas. Entretanto, no mês de agôsto, os brotos das árvores começam a se desenvolver e, o que é muito notável, êles precedem ordi­nàriamente as chuvas. Estas chegam logo em seguida; os calores tornam-se cada dia mais fortes, e os vegetais retomam a sua aparência.

Quase desde Sucuriú, nas Minas Novas, até a fazenda Bom Jardim num espaço de cêrca de 33 léguas portuguêsas 25

, atravessei sempre "caatingas". Por oca_ sião da minha viagem, elas estavam quase inteiramente desprovidas de fôlhas. Essas matas apresentam modificações diversas; mas é, ao que parece, no limite do território dos "carrascos" que as variações mais se multiplicam . Nesse limite, entre Sucuriú e Setuba, as "caatingas" se assemelham singularmente às matas da Europa, e me apresentam um espêsso revestimento de espinheiros, trepadeiras e de arbustos de dez a vinte pés, •no meio do qual se mostravam aqui e acolá árvo­res de altura média apr.oximadamente. Ora, os arbustos que faziam parte des­sas matas eram pouco elevados, e faziam lembrar as nossas . matas de corte de 3 ou 4 anos, e outras vêzes tomá-las-íamos por matas de corte de 18 anos; as mais das vêzes as grandes árvores deixavam muita distância entre elas, ou­tras vêzes eram bastante aproximadas; ora elas ·não atingiam nem o tamanho médio, ora elas o ultrapassavam, mas em parte alguma eram tão elevadas quanto às das florestas primitivas.

Entre Setuba e Boa Vista, 'mais longe do limite dos "carrascos", dos quais falarei em breve, obseJ.Ivei novas diferenças. As árvores que se elevavam no meio dos arbustos eram maiores, menos afastadas umas das outras, e sobretudo nos arredores de Boa Vista, a vegetação er:a mais vigorosa. Grandes lianas c in­giam as árvores, como nas matas virgens; pendiam do alto de suas ramagens e formavam imensos rendilhados que se cruzavam em todos os sentidos. A maioria dos grandes vegetais não diferia dos da Europa pela disposição dos seus galhos; entretanto, havia uns que indicavam bem outros climas. Assim, um Cactus que eu já tinha visto perto do Rio de Janeiro elevava os seus troncos cônicos e suas ramificações verticiladas no meio, das lianas tortuosas. Um ou­tro Cactus muito ramificado, cujo caule e galhos espinhosos e profundamente sulcados quase que só atingem a espessura de dois dedos, parecia serpentear entre as ramagens desnudas .das árvores vizinhas; e, pela sua coloração verde, contrastava com a casca cinzenta que revestia estas últimas.

Dentre as árvores das "caatingas", há três que despertaram a minha aten­ção pela singularidade de seus caracteres. Uma delas, que tem muito mais de duas braças de circunferência, causa espanto, tanto mais que o diâmetro das que a cercam quase não vai além de um pé. Tal como certas colunas, ela é mais bojuda no meio do que na base; na maioria das vêzes ela engrossa já a pouca distância da terra, e, na sua parte superior, vai diminuindo à maneira de um fuso. A sua casca, ruça e luzente, não é fendida; mas tem tubérculos cinzentos que são os restos dos espinhos de que a árvores estava carregada du­rante a sua juventude. Em todo o seu comprimento, o tronco, que atinge grande elevação, não apresenta uma só ramificação, e somente sua extremidade termina por · um pequeno número de galhos, quase horizontais. A "barriguda" (Chorisia ventricosa, Nees e Mart .. , assim é chamada a árvore em questão, tem üa madeira muito tenra, e é esta madeira · que, nova ainda, é empregada pelos Botocudos para fazer os singulares discos que êles colocam nas orelhas e nos lábios inferiores.

A segunda árvore que também notei eleva-se muito menos do que a "barri­guda"; mas apresenta a alguns _pés do solo intumescências ovais.

A terceira, enfim, chamada "imburana" (Bursera lephtophlocos, Mart), tem um tronco geralmente inclinado e é recoberto por uma casca ruça que se levanta em fragmentos e deixa ver, pelos intervalos, a nova casca que tem uma bela côr verde.

Foi entre as vilas de Chapada e Sucuriú, pelos 16°48' aproximadamente, que pela primeira vez vi "caatingas". Estávamos então no mês de maio. Descendo

25 N. do T. - A légua portuguêsa é a légua de 18 ao grau; equivale a 5,8 km.

uma encosta, entrei num b outros, e no meio dos quaü tamanho médio. Êste base uma semelhança perfeita c( deixado crescer vergônteas ~ fôlhas amareladas ou côr d€ perdidas, e, de vez em qua: que beirava o caminho tinh: cea mostrava suas pequenil suas fôlhas quase murchas E esta planta com a nossa G planícies da Bea uce depois 1 nuído; nenhum vento se fazi cidas. Eu teria acreditado algumas palmeiras que eu v engano (era a "guariroba"

Se se perguntasse porqu as verdadeiras florestas cons1 difícil responder. A terra o susceptível de dessecar do ql que dá origem às "caatingas". ditas, em regiões em que aü n umerosos córregos mantêm incontestável que as "caatinf elas as conservam na beira ~ estava atravessando as "caat: fluência do Arassuaí, as mar verdura, contrastavam com o que talvez jamais tenha at tinha ante meus olhos, ao IJ mais deliciosos da prima v era região em que, desprovidas d que as de Minas, compartilh das fôlhas. Eis, com efeito, qual, com um relance de oll rica que se estende do Rio que as "caatingas" ficavam fôlhas, quando as chuvas fal acontece em Pernambuco; e, das "caatingas" . conservam a Isto prova que a falta d'água . chuva repentina vem umedecE canto. Fôlhas de um verde ·flores num e rosas exibiram su espinhos e os cipós trepadores sequidos revestiram-se de ~ embalsamado pelos mais docE floresta dessecada, para aí ac ciosas que az n ascer uma pr o_casionados na zona temperadi z1dos nas regiões equinociais

Os "carrascos" pràpriamen "caatingas" pelo vigor e pela 1

Nas partes de Minas No v as~ o vêem, conforme disse, altas mt e separados por vales estreitos limitados por pequenos vales planície. Na região dão a êss1 significa platô, e chamam-se · cies de florestas anãs coroam Ê cos e galhos finos, de 3 a 5 pé~

26 P hy. Pflanz. Braz. 17.

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RAFICO

lisse, crescem "caatingas", as chu­lro, e o calor diminui pouco. En­air, e, em junho, as árvores estão ;o, no mês de agôsto, os brotos das muito notável, êles precedem ardi­em seguida; os calores tornam-se a sua aparência. até a fazenda Bom Jardim num vessei sempre "caatingas". Por oca_ .teiramente desprovidas de fôlhas. s; mas é, ao que parece, no limite nais se multiplicam. Nesse limite, ;emelham singularmente às matas timento de espinheiros, trepadeiras al se mostravam aqui e acolá árvo­:>s arbustos que faziam parte des­~mbrar as nossas . matas de corte s por matas de corte de 18 anos; ,m muita distância entre elas, ou­las ·não atingiam nem o tamanho parte alguma eram tão elevadas

· limite dos "carrascos", dos quais As árvores qu~ se elevavam no

:tdas umas das outras, e sobretudo ais vigorosa. Grandes lianas c in­mdiam do alto de suas ramagens Lzavam em todos os sentidos. A la Europa pela disposição dos seus n bem outros climas. Assim, um e Janeiro elevava os seus troncos .eio, das lianas tortuosas. Um ou­tlhos espinhosos e profundamente de dois dedos, parecia serpentear 1has; e, pela sua coloração verde, .ia estas últimas. s que despertaram a minha aten­Uma delas, que tem muito mais anto, tanto mais que o diâmetro pé. Tal como certas colunas, ela maioria das vêzes ela engrossa já 1perior, vai diminuindo à maneira io é fendida; mas tem tubérculos 1e a árvores estava carregada du­mprimento, o tronco, que atinge .cação, e somente sua extremidade :JUase horizontais. A "barriguda" hamada a árvore em questão, tem e, nova ainda, é empregada pelos e êles colocam nas orelhas e nos

-se muito menos do que a "barri­J.tumescências ovais. :Jursera lephtophlocos, Mart), tem ;:>or uma casca ruça que se levanta a nova casca que tem uma bela

Jelos 16°48' aproximadamente, que então no mês de maio. Descendo

ao grau; equivale a 5,8 km.

T R A N S C RI Ç õ E S 1289

uma encosta, entrei num bosque composto de arbustos cerrados uns contra os outros, e no meio dos quais se elevavam de distância em distância árvores de tamanho médio. Êste bosque, que era uma "caatinga" pouco vigorosa, tinha uma semelhança perfeita com os das nossas matas de corte em que se tivesse deixado crescer vergônteas aqui e ali. As árvores conservavam apenas algumas fôlhas amareladas ou côr de púrpura escura; o chão estava juncado das fôlhas perdidas, e, de vez em quan.do, caíam ainda algumas aos meus pés. A relva que beirava o caminho tinha sido queimada pelo ardor do sol, só uma alcantá­cea mostrava suas pequeninas flores bilabiadas e de tubo alongado; mas as suas fôlhas quase murchas estavam penduradas ao caule; pederíamos confundir esta planta com a nossa Galeopsis ladanum, tal como esta se apresenta nas planícies da Beauce depois da canícula. O sol declinava; o calor tinha dimi­nuído; nenhum vento se fazia sentir e o céu só apresentava colorações enfraque­cidas. Eu teria acreditado estar na França numa bela tarde de outono, se algumas palmeiras que eu via aqui e ali não me fizessem abandonar tão doce engano (era a "guariroba" dos brasileiros, Cocos oleracea, Mart.) .

Se se perguntasse porque as "caatingas" perdem as suas fôlhas, enquanto as verdadeiras florestas conservam sempre as suas, acredito que não seria muito difícil responder·. A terra onde se erguem as matas virgens parecem-se menos susceptível de dessecar do que o solo um pouco arenoso, movediço e muito leve que dá origem às "caatingas", e estas não aparecem, como as matas propriamente ditas, em regiões em que altas montanhas se protegem reciprocamente e onde numerosos córregos mantêm um contínuo frescor. O que prova de maneira incontestável que as "caatingas" devem à secura a queda de suas fôlhas, é que elas as conservam na beira dos rios e nos lugares bem molhados. Quando eu estava atravessando as "caatingas" do Jequitinhonha, um pouco abaixo da con­fluência do Arassuaí, as margens do rio, ornadas de uma faixa da mais fresca verdura, contrastavam com as matas vizinhas despojadas de suas fôlhas, e, o que talvez jamais tenha acontecido em qualquer outra região do mundo, eu tinha ante meus olhos, ao mesmo tempo, a imagem do inverno e a dos dias mais deliciosos da primavera. O sábio Martius, que viu as "caatingas" numa região em que, desprovidas de verdura, são, ao que parece, ainda mais tristes que as de Minas, compartilha inteiramente da minha opinião sôbre a queda das fôlhas. Eis, com efeito, como êle se exprime num eloqüente discurso, no qual, com um relance de olhos rápido, abrange esta imensa porção da Amé­rica que se estende do Rio da Prata ao rio das Amazonas: "Afirmaram-nos que as "caatingas" ficavam às vêzes vários anos seguidos sem se cobrir de fôlhas, quando as chuvas faltavam durante o mesmo espaço de tempo, como acontece em Pernambuco; e, ao contrário, árvores que pertencem à vegetação das "caatingas" . conservam a sua aparência, quando crescem à beira dos rios. Isto prova que a falta d'água é aqui a causa única da queda das fôlhas... Uma chuva repentina vem umedecer a terra ... um mundo novo surge como por en­canto. Fôlhas de um verde tenro cobriram de repente os galhos desnudos; .flores numerosas exibiram suas brilhantes corolas; os espinheiros eriçados de espinhos e os cipós trepadores que não apresentavam nada mais que caules res­sequidos revestiram-se de aparência nova... Por tôda parte o ar fica embalsamado pelos mais doces perfumes, e os animais que tinham fugido da floresta dessecada, para aí acorrem de novo, reanimados pelas sensações deli­ciosas que 'faz nascer uma primavera encantadora 26

• "É assim que fenômenos, ocasionados na zona temperada pela ausência e pelo retôrno do calor, são produ­zidos nas regiões equinociais pela alternância da secura e da umidade".

Os "carrascos" propriamente ditos di~tinguem'-se ainda mais das verdadeiras "caatingas" pelo vigor e pela elevação, do que estas diferem das matas virgens. Nas partes de Minas Novas, onde se observa êste _gênero de vegetação, não se vêem, conforme disse, altas montanhas terminadas por cristas ou picos agudos, e separados por vales estreitos e profundos. Aí existem morros pouco elevados, limitados por pequenos vales e cujo tôpo apresenta uma espécie de pequena planície. Na região dão a êsses topos singulares o nome de "tabuleiros", que significa platô, e chamam-se "chapadas" quando têm grande superfície. Espé­cies de florestas anãs coroam êsses platôs, e são compostas de ar:bustos de tron­cos e galhos finos, de 3 a 5 pés de altura, em geral aproximados uns dos outros.

26 Phy. Pflanz. Braz. 17.

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1290 BOLETIM GEOGRAFICO

Tais são os "carrascos". Certas plantas os ca.racterizam de maneira especial; tais são a composta de fôlhas de tipo chamada "alecrim do campo", a Pavônia, cujas flores encantadoras lhe deram o apelido de "rosas dos campos" (Pavonia rosa campestris, Ash.), duas Hyptis, a pequena palmeira de fôlhas sésseis chamada vulgarrn.ente "sandaia" ou "sandaíba"; por fim sobretudo üa mimo­sa cujos caules são ligeiramente espinhosos, com fôlhas de uma delicadeza ex­trema e flores dispostas em espigas (Mimosa dumentorum, Ash.) .

A natureza não põe ordinàriamente entre as suas produções uma distância tão considerável quanto a que assinalei entre os verdadeiros "carrascos" e as "caatingas"; também existe um tipo de vegetação que forma a transição dos "carrascos" pràpriamente ditos às "caatingas"; são os "carrasquenos" (sic). Êstes apresentam arbustos de 6 a 15 pés aproximadamente, cujos caules retos e del­gados ficam muito próximos uns dos outros, e que, no seu conjunto, dão idéias das nossas matas de corte. É ainda nas Minas Novas que se encontram os "carrasquenos" (sic); e enquanto os "carrascos" crescem nas chapadas, os "carrasquenos" ocorrem nas encostas, o que vem provar que a vegetação se eleva à medida que o terreno se torna mais abrigado.

Consultando sàmente a altura, creio que se pode assemelhar aos "carrasque­nos" uma vegetação que, pelo menos na província das Minas, só se observa nas bordas do rio São Francisco. Todos os anos, êste belo rio sai do seu leito, e nos terrenos que êle inunda ("alagadiços") erguem-se formações impenetráveis cons­tituídas principalmente por plantas espinhosas, (a Acácia Farnesiana e a Bauhi­nia inundata, Ash.) . (Perlebia bauinioides, Mart.) .

Procurei até .aqui dar uma idéia da fisionomia dos diversos tipos de flo­restas anãs ou gigantescas que se observam na província de Minas Gerais. Agora direi algumas palavras sôbre os seus campos. .

Os que são simplesmente herbosos têm bem o aspecto das nossas pradarias; mas aí as plantas não se comprimem tanto, e em nenhuma estação êles ficam ornados com um número tão grande de flores. Gramíneas entremeadas de outras ervas, subarbustos e, às vêzes, arbustos pouco elevados formam estas pas­tagens; aí encontram-se em .abundância compostas e sobretudo vernônias; as mirtáceas, as melastimáceas de frutos capsulares são muito comuns; mas nêles não se vêem mais alcantáceas, família tão numerosa nas matas virgens zr .

No "sertão" ou "deserto" as árvores ficam esparsas no meio das pastagens, conforme falei; mas longe de se elevar com aquela majestade que caracteriza as das matas primitivas, elas nem chegam mesmo a se1 aproximar da altura ordi­nária .dos nossos carvalhos, das nossas bétulas ou das nossas faias. Elas são tortuosas e enfezadas; uma casca fendilhada e muitas vêzes suberosa reveste o seu tronco, e suas fôlhas, muito freqüentemente duras e quebradiças, têm na maioria a forma das fôlhas das nossas pereiras. Essas árvores têm geralmente o mesmo aspecto das macieiras da Europa, e quando percorremos os campos do "deserto", sentimo-nos transportados para o meio dêsses vergéis que os habi­tantes de certas províncias da França plantam nos seus prados. Mas, se as árvores do "sertão" nada têm no seu porte que excite a admiração, elas encantam o viajante pela beleza e a impressionante variedade das suas flores. Ora são leguminosas de cachos pendentes, e uma bignoniácea de cinco fôlhas que se en­feita de flores de um amarelo dourado; ora são Ochma, ternstromiáceas mal­pigiáceas de espigas longas, numerosas qualea, vochisia e por fim a saÍvertia, com perfume de nuguet, que ergue os seus tirsos mais belos talvez do que os do Hipposcatanum.

A passagem dos campos às matas 'não se fazem sempre de maneira súbita, assim como nem sempre se faz por transições mais ou menos insensíveis. Quando eu ia do Rio para Barbacena, cidade da província das Minas, situada a 21°21' de latitude sulll8, uma erva-de-são-joão que eu não estava acostumado a ver nas matas, apresentou-se na Mantiqueira, como o vanguardeiro de uma vegetação nova; num dos lados do caminho, as árvores começaram a não ostentar mais o mesmo vigor e pareceram-me menos aproximadas umas das outras; em se­guida, vi pastagens, mas que tinham ainda manchas de matas espalhadas; pou-

27 Veja-se a minha Introdução à Histoire des Plantes remarquables du Brésil et du Paraguay. ·

28 Dei a conhecer esta cidade na Relation de mon voyage, vol. I, p. 17.

TRA!i

co a pouco estas se foram tornandc mesmo não aconteceu quando, dois ~ diferente, da capital do Brasil a Sã< rais situada aos 21°10'35". Acabava muitas vêzes eu poderia tocar com cavam; de rep ente o .aspecto da um painel de teatro; uma extens~ dondados cobertos sàmente com m ante meus olhos, e pude contemplar feita talvez do que a que é oferecida uma costa pouco elevada.

Não prolongarei mais êste quad: nios da Flora e dos trabalhos de b< senão dar a conhecer no seu conj ur ela é hoje em dia. Mas se a inteli província podem preservá-la dos peri to, tal como todo o resto do Brasil, onde se vêem humildes povoados elE rubadas diminuirão ainda mais a s "campos" serão cavados pela pá e s1 tará da vegetação primitiva; uma para sempre, e os trabalhos sôbre os Pohl e eu consumimos a nossa existê monumentos históricos.

~ A fotografia é um excelente documen .....,. fotografado. Envie ao Conselho N'a( possuir, d evidamente legendadas.

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GRAFICO

s caracterizam de maneira especial; Lada "alecrim do campo", a Pavônia, .ido de "rosas dos campos" (Pavonia 1equena palmeira de fôlhas sésseis üba"; por fim sobretudo iia mimo­, com fôlhas de uma delicadeza ex­~ dumentorum, Ash.) . ;re as suas produções uma distância ttre os verdadeiros "carrascos" e as ~getação que forma a transição dos 3"; são os "carrasquenos" (sic). Êstes Ladamente, cujos caules retos e dei­:, e que, no seu conjunto, dão idéias Minas Novas que se encontram os

:rascos" crescem nas chapadas, os 1e vem provar que a vegetação se s abrigado. se pode assemelhar aos "carrasque­

~víncia das Minas, só se observa nas ;, êste belo rio sai do seu leito, e nos ·m-se formações impenetráveis cons­as, (a Acácia Farnesiana e a Bauhi­:, Mart.) . sionomia dos diversos tipos de fio­la província de Minas Gerais. Agora S. •

•em o aspecto das nossas pradarias; , e em nenhuma estação êles ficam flores. Gramíneas entremeadas de s pouco elevados formam estas pas­impostas e sobretudo vernônias; as lares são muito comuns; mas nêles LO numerosa nas matas virgens 27 •

m esparsas no meio das pastagens, 1 aquela majestade que caracteriza ~smo a se aproximar da altura ordi­tlas ou das nossas faias . Elas são t e muitas vêzes suberosa reveste o 1ente duras e quebradiças, têm na r as. Essas árvores têm geralmente quando percorremos os campos do

• meio dêsses vergéis que os habi­tam nos seus prados. Mas, se as e excite a admiração, elas encantam ariedade das suas flores. Ora são 10niácea de cinco fôlhas que se en-são Ochma, ternstromiáceas, mal­

ea, vochisia e por fim a salvertia, tirsos mais belos talvez do que os

~ fazem · sempre de maneira súbita, ições mais ou menos insensíveis. da província das Minas, situada a

que eu não estava acostumado a ver LO o vanguardeiro de uma vegetação s começaram a não ostentar mais x:imadas umas das outras; em se­Lanchas de matas espalhadas; pou-

Plantes remarquables du BrésiZ et du

voyage, vol. I, p. 17.

TRANSCRIÇõES 1291

co a pouco estas se foram tornando mais raras e acabaram desaparecendo. O mesmo não aconteceu quando, dois anos mais tarde, dirigi-me por uma estrada diferente, da capital do Brasil a São João del Rei, outra cidade de Minas Ge­rais situada aos 21°10'35". Acabava de atravessar matas espêssas, nas quais muitas vêzes eu poderia tocar com a mão as árvores majestos,as que me cer­cavam; de reprente o aspecto da região mudou com a mesma rapidez de um painel de teatro; uma extensão quase incomensurável de morros arre­dondados cobertos somente com uma erva rala e acinzentada desenrolou-se ante meus olhos, e pude contemplar uma imagem de imensidão menos imper­feita talvez do que a que é oferecida pelo mar, quando a êle lançamos a vista de uma costa pouco elevada.

Não prolongarei mais êste quadro; maiores minúcias entrariam nos domí­nios da Flora e dos trabalhos de botânica especial; e não tive outro objetivo senão dar a conhecer no seu conjunto a vegetação de Minas Gerais, tal como ela é hoje em dia. Mas se a inteligência e a sabedoria dos habitantes dessa província podem preservá-la dos perigos terríveis que a ameaçam neste momen­to, tal como todo o resto do Brasil, · a sua população aumentará com rapidez; onde se vêem humildes povoados elevar-se-ão cidades florescentes; novas der­rubadas diminuirão ainda mais a superfície das matas; por fim, os próprios "campos" serão cavados pela pá e sulcados pelo arado. Então nada mais res­tará da vegetação primitiva; uma quantidade de espécies terão desaparecido para sempre, e os trabalhos sôbre os quais o sábio Martius, o meu amigo doutor Pohl e eu consumimos a nossa existência, constituirão apenas, em grande parte, monumentos históricos.

~ A fotografia é um excelente documento geográfico, desde que se saiba exatamente o local ~ fotografado. Envie ao Conselho N"aci~mal de Geografia as fotografias panorâmicas que possuir, devidamente legenda.das.

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Resenha e Opiniões

O sentido do interior

Bauru, a magnífica cidade do oeste paulista que cresce vertiginosamente como filha de gigante, fêz anos a 1.0 de agôsto fluente. Houve muita festa e muita alegria. Após uma semana de comemorações desportivas, cívicas e li­terárias, os festejos encerraram-se com um estupendo baile.

Recebemos em nossa casa a família de Oswaldo de Andrade, o ainda não compreendido autor de Marco Zero, "livro panorâmico da transformação do mundo, vista através dum dos mais curiosos e ativos aglomerados humanos, São Paulo". Tenho aprendido, em con­versa com êsse lúcido espírito, muita sociologia e muita filosofia. Oswaldo, quando está disposto, encanta com sua cultura profunda e sua longa observa­ção de uma vida bem vivida. Esta mi­nha afirmação não significa que o au­tor de Pontas de Lança seja velho, pois o nosso Oswaldo, mantendo-se sempre jovem, é daqueles que contam dobrado o tempo de suas existências. E' como o José Olímpio que, tendo pouco mais de quarenta, costuma afir­mar haver vivido mais de oitenta.

Oswaldo está enfeitiçado pelo ser­tão e disposto a tudo dar de seu para estudar melhor o nosso índio, a fim de consolidar as bases de sua antropofa­gia, pois que considera o homem como um elo de uma eterna cadeia de devo­ração. Quanto mais estuda mais se convence de que a humanidade encon­trará a felicidade no primitivismo. O índio não cristianizado é para êle um manancial excelente de ensinamentos . E, assim, imaginou o sociólogo-poeta uma Universidade ou Instituto, com o nome de Rondon, com sede em Bauru, ponta de entrada do oeste de São Pau­lo e do sul de Mato Grosso. Tão- ani­mado está nessa idéia que quase' me convenceu de que, fundada a Universi­dade Indianista, fácil lhe seria convo­car para ela professôres eméritos, ten­do à frente Gilberto Freyre que se transferiria do Nordeste ' para o famoso nó ferroviário paulista.

Fazendo parte do grupo batalhador do movimento modernista de 1922, Os­waldo desejou destruir o falso índio

criado por José de Alencar e Gonçalves Dias e estabelecer um tipo autêntico, base de partida das suas elocubrações, tendo em mira estabelecer conclusões seguras e verídicas que constituiriam o alicerce de sua antropofagia. Com essa disposição não foi difícil ao pre­feito Otávio Pinheiro Brisola conven­cer ao autor de Serafim Ponte Grande da necessidade de uma conferência sua no programa de festejos da semana de Bauru. Assim ti vemos o prazer de ouvir a ultra-extraordinária palestra de Oswaldo de Andrade, que começou com esta interrogação: "Que é o sentido do interior senão o homem ligado à terra e dêsse conjunto produzindo o caracte­rístico de uma cultura?" E prosseguiu: "Por mais sombrio que seja o momen­to público que atravessamos - é no trabalho ligado à terra e criando uma consciência, que iremos encontrar as reservas do futuro. No debate gigantes­co a que assistimos, na intranqüilida­de econômica, política e social que vi­vemos, ressalta uma revalorização das fôrças in ta c tas da soctédade, com a sua estrutura ligada ao solo e ao povo.

E' porque se torna necessário reva­lorizar o solo e erguer o povo .

Há pouco vos falei que Bauru possui ainda o sentido do interior. Mas é verdade que uma grave crise ameaça êsse sentido e a cultura nascente que dêle decorre. O boi pouco a pouco do­mina os horizontes descampados donde se · escorraçaram culturas vivas e remu­neradoras. O café ainda resiste pen­teando as ondulações das últimas fa­zendas agrárias, mas o algodão já decai e cede terreno à devastação verde das pastagens. Sendo o intermediário que beneficia as transações de agricultu­ra, a pequena propriedadEl e mesmo a grande geralmente não resistem às ma­nobras baixistas do tubarão e se en­tregam à cultura do deserto trazida pelo boi. Todo mundo sabe que essas vantagens imediatistas aumentam o êxodo das populações trabalhadoras, legadas ao desamparo do campo. Exis­te ainda, para reforçar as migrações, o chamado das cidades e das capitais.

No entanto, as cidades que se cons­truíram no progresso comercial, na in­dústria, na higiene e no confôrto não

RI

poderão subsistir sem uma taguarda camponesa. BaUJ uma síntese de vida mecâ vida agrícola, tem que enca· reação de tôda a No roeste aproveitadas as faixas de revigore a produção que dan do, onde o trabalhador bem dio, possa comprar os produ dústria citadina.

Só assim o sentido do in valecerá sôbre o cosmopolitisl tura corrupta e cínica das cil dentemente não serei eu que car as formas de progresso a gimos. Mas o progresso nada com a pouca vergonha qu instala, particularmente na1 caos e de confusão. Numa tecnicamente organizada, o ' sua cultura devem ser preser os costumes que individuam rizam os países e as suas re1 se há um mal moderno, êss1 mopolitismo e a cultura do q sentido constitui a raça de isto é, o ' tecido conjuntivo s êle se rompe e se desfaz."

Assevera que o mundo coordenadas morais e os ho: curam ganhar a vida em trab os quais não têm vocação, origina uma série infinita de "o médico que detesta os nizantes, o advogado que e}! detrás os seus p,róprios clien genheiro que se associa ao J

para lucrar". Considera a atua] algemada e vê, come para a crise que nos castiga, dade de organizar-se a soei modo que "cada um pudessE sua própria vocação". O tra sim exercido - diz êle - d ser uma condenação e um ca fato, estamos num mundo d1 tados e não se vê nenhum vis àchar-se um corretivo para I vel mal, sem apelar-se para e tremenda guerra.

Nas teias de sua argumen Monteiro Lobato e Cândidc como faróis a iluminar a ro· les que querem vencer no sentencia: "é portanto, em obra de Lobato que não se ( num só livro mas foi polimOJ tacular, que eu aconselharia e escritores do interior a fc langes de estudiosos, de 1 atuantes, para que as vozes c land comovam enfim as esfiJ que dormem um sono de pe

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ado por José de Alencar e Gonçalves ts e estabelecer um tipo autêntico, se de partida das suas elocubrações, .do em mira estabelecer conclusões uras e verídicas que constituiriam alicerce de sua antropofagia. Com a disposição não foi difícil ao pre­;o Otávio Pinheiro Brisola conven-ao autor de Serafim Ponte Grande

necessidade de uma conferência sua programa de festejos da semana de 1ru. Assim tivemos o prazer de ir a ultra-extraordinária palestra de valdo de Andrade, que começou com L interrogação: "Que. é o sentido do ~rior senão o homem ligado à terra êsse conjunto produzindo o caracte­.ico de uma cultura?" E prosseguiu: 'r mais sombrio que seja o momen­público que atravessamos - é no Jalho ligado à terra e criando uma sciência, que iremos encontrar as ·rvas do futuro. No debate gigantes­:t que assistimos, na intranqüilida­~conômica, política e social que vi­.os, ressalta uma revalorização das :as intactas da sociêdade, com a estrutura ligada ao solo e ao povo. E' porque se. torna necessário reva­mr o solo e erguer o povo . Há pouco vos falei que Bauru possui la o sentido do interior. Mas é ~ade que uma grave crise ameaça sentido e a cultura nascente que decorre. O boi pouco a pouco do-

a os horizontes descampados donde scorraçaram culturas vivas e remu- · .doras. O café ainda resiste pen­do as ondulações das últimas fa­las agrárias, mas o algodão já decai de terreno à devastação verde das :tgens. Sendo o intermediário que :ficia as transações de agricultu-L pequena propriedadEt e mesmo a de geralmente não resistem às ma­as baixistas do tubarão e se en­tm à cultura do deserto trazida boi. Todo mundo sabe que essas

agens imediatistas aumentam o o das populações trabalhadoras, las ao desamparo do campo. Exis­nda, para reforçar as migrações, o 1ado das cidades e das capitais. ~o entanto, as cidades que se cans­am no progresso comercial, na in­·ia, na higiene e no confôrto não

RESENHA E OPINiõES 1293

poderão subsistir sem uma sólida re­taguarda camponesa. Bauru, que é uma síntese de vida mecânica e de vida agrícola, tem que encabeçar uma reação de tôda a Noroeste para que, aproveitadas as faixas de húmus, se revigore a produção que dará o merca­do, onde o trabalhador bem pago e sa­dio, possa comprar os produtos da in­dústria citadina.

Só assim o sentido do interior pre­valecerá sôbre o cosmopolitismo e a cul­tura corrupta e cínica das cidades. Evi­dentemente não serei eu quem vá ata­car as formas de progresso a que atin­gimos. Mas o progresso nada tem a ver com a pouca vergonha que nêle se instala, particularmente nas fases de caos e de confusão. Numa sociedade tecnicamente organizada, o campo e a sua cultura devem ser preservados com os costumes que individuam e caracte­rizam os países e as suas regiões, ,pois, se há um mal moderno, êsse é o cos­mopolitismo e a cultura do que no bom sentido constitui a raça de um povo, isto é, o ' tecido conjuntivo sem o qual êle se rompe e se desfaz . "

Assevera que o mundo perdeu as coordenadas morais e os homens pro­curam ganhar a vida em trabalhos para os quai's não têm vocação, donde se origina uma série infinita de torpezas: "o médico que detesta os seus ago­nizantes, o advogado que executa por detrás os seus P.róprios clientes, o en­genheiro que se associa ao fornecedor para lucrar". Considera a soci~dade atual algemada e vê, como remédio para a crise que nos castiga, a necessi­dade de organizar-se a sociedade, de modo que "cada um pudesse seguir a sua própria vocação". O trabalho as­sim exercido - diz êle - deixaria de ser uma condenação e um cansaço. De fato, estamos num mundo de desajus­tados e não se vê nenhum vislumbre de àchar-se um corretivo para êste terrí­vel mal, sem apelar-se para uma nova e tremenda guerra .

Nas teias de sua argumentação cita Monteiro Lobato e Cândido Rondon como faróis a iluminar a rota daque­les que querem vencer no sertão. E sentencia: "é portanto, em tôrno da obra de Lobato que não se condensou num só livro mas foi polimorfa e ten­tacular, que eu aconselharia os moços e escritores do interior a formar fa­langes de estudiosos, de polemistas atuantes, para que as vozes do hinter­land comovam enfim as esfinges reais que dormem um sono de pedra sôbre

os problemas da nacionalidade". E quanto a Rondon pontifica:

"Outro pólo importante do sentido do interior se pode fixar nesse cacique civil cuja lição é ímpar de tôda a nossa história. Quero me referir a Cân­dido Mariano da Silva Rondon que pela primeira vez honrou a América com um sentido novo da catequese.. Diante dêste homem cuja obra não foi ainda suficientemente medida, temos que pa­rar. Evidentemente, se no culto Ro­quete Pinto vamos encontrar falhas de pesquisa que hoje um simples aluno das nossas escolas de Sociologia pode­ria corrigir, como se revestiriam das últimas conquistas da observação eru­dita os pesados relatórios que êle nos trouxe das selvas que palmilhou? Mas o importante em Rondon é vermos pela primeira vez, um chefe sertanista com­preender e respeitar o índio. Não mais a devastação imbecil dos colonizadores ou as fontes de piedade de Frei Bar­tolomeu de Las Casas, mas um homem que consegue fazer estacar pela razão, os métodos da selvageria civilizap.a con­tra os espoliados donos da terra brasi­leira.

"Aqui entra novamente a · missão dos moços do interior. Bauru é a porta civilizada do sertão. Aqui seria possível uma concentração de esforços a favor do indígena e de sua destruída cultura. Bauru precisa ser a sede de uma uni­versidade, a Universidade da Noroeste, para daqui se formarem os futuros es­tudiosos e os seguidores práticos da obra começada pelo general Rondon. Porque é chegado o instante de tomar posição para o Brasil. E sem êsse sen­tido do interior, começado para lá do ufanismo acadêmico, na realidade cruel d'Os Sertões,· no material do roman­ce nordestino ou gaúcho e na pre­gação de Monteiro Lobato, o Brasil terá o lugar que se abre nos estertores e no pânico da civilização ocidental.

Uma cultura nativa se forma e resi­de entre nós. No domínio da Socio­logia mudou-se muito depois de Franz Boas e sua escola. Tivemos aqui um fenômeno curioso que foi o êxito ful­minante da obra de Gilberto Freyre, Casa Grande e Senzala. Eis aí um livro que muitas vêzes eu tenho chamado de totêmico, isto é, um livro que apóia e proteje a nÇtcionalidade. Até Gilb~r­to, não se. havia . fixado ecolàgicamente a dialética de senhor e do escravo no Brasil· feudal. De certo modo Casa Grande é um complemento social d'Os Sertões, de Euclides, pois estuda a fi-

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1294 BOLETIM GEOGRAFICO

xação dos engenhos do elemento mís­tico em tôrno de um chefe nômade.

Depois da justa exaltação român­tica do índio, feita por Gonçalves Dias e por Alencar, e da revolta lírica de Cas­tro Alves a favor do negro, a que assis­timos? À entrada do próprio negro e do próprio índio na nossa literatura. Que são as vozes de Machado de Assis e Euclides da Cunha senão vozes da própria raça caldeada na purificação branca, mas resistentes, ativas e rei­vindicadoras?

Muita gente coloca Machado de As­sis fora das nossas coordenadas nati­vas. E' um engano e um preconceito que trazem em si uma idéia deprecia­tiva do negro. Basta percorrer as len­das colhidas por êsse extraordinário africanista alemão que foi Frobenius, para se ver aí o parentesco de sabedo­ria e de ceticismo que trazem com o Quincas Borba e o Dom Casmurro.

Ora, que são o negro e o índio se­não fôrças do interior? Enquanto o por­tuguês se estendeu numa aventura exo­gâmica, deixou sua alma cantando nas proas e nos mastros e proçluziu o pôr­to, a capitania e o forte, foi o índio quem fêz a entrada e o negro quem desbravou a fazenda".

E neste diapasão segue a substan­ciosa conferência de Oswaldo de An­drade que terminou com êste veemente apêlo que, aqui, encaminho às auto­ridades do país:

O. interior que, ao lado de outras zonas, ostenta êsse poderoso Noroeste., precisa galvanizar as suas fôrças e orientar a volta à produção intensi­va que já teve, do algodão ao arroz, da amoreira ao milho. Como já afir­mou êsse paladino do interior que é Lima Figueiredo, "o boi ·está desci­vilizando o oeste paulista". Se falta­rem as diretivas e os auxílios de cima, que seja lembrada a atitude viril do capitão João Antônio Gonçalves, o fundador de vqsso município. Delega­do natural de vossos anseios, está aí o grande diretor da Noroeste, o auxi­liar de Rondon na selva, o curioso ba­talhador e o autor de um livro que desmascarou o Japão imperialista. Me­lhor do que ninguém o coronel José de Lima Figueiredo poderá levar ao go­vêrno de que é persona grata, o grito de vossas legítimas reivindicações e o quadro de vossos urgentes problemas.

E não faltarão as correntes migra­tórias de que pre.cisaj.s para preenche­rem os claros produzidos pelo êxodo. E se vier a economia dirigida, que ela

não atinja os vossos estímulos e a vos­sa individual iniciativa. O mundo de hoje @Scila entre planificação e liber­dade. Um ponto de equilíbrio deve ser encontrado. Que Bauru produza a vanguarda dês se mundo melhor. Para isso não lhe faltam coragens, capacida­des e decisões".

Lima Figueiredo

A serra da Bocaina

A maneira mais interessante de conhecer bem a Serra da Bocaina e suas imediações - escreve em artigo publicado no O Estado de São Paulo o Sr. Carlos Borges Schmidt- é atra­vessá-la de ponta a ponta.

A maneira mais interessante de conhecer bem a Serra da Bocaina e suas imediações é atravessá-la de pon­ta a ponta, subindo por um lado e des­cendo pelo outro. E' possível assim tomar contacto com três regiÕes dis~ tintas: o vale do Paraitinga, no seu trecho superior no peneplano; a região dos campos, no alto da serra, e a en­costaA s~tentrional da Bocaina, ligada, economicamente, ao vale do Sant'Ana afluente do Paraiba, que faz barra erd Snat'Ana dos Tocos, já •no Estado do Rio de Janeiro .

Vale partir de Cunha e ir fazer o primeiro pouso em Campos de Cunha antiga Campos Novos de Cunha. Sã~ cinco léguas e meia e servem como exer­cício para a caminhada do dia · seguin­te. E em Campos de Cunha o Sr. Bene­dito Pinto, honrando as tradições de seus maiores, não deixa ninguém sem pousada. Apenas é necessário que o hós­pede. não seja lá muito enjoado.

Deixando Cunha, a estrada segue em direção a Roça Grande e apanha logo adiante o vale do ribeirão Pedra Branca, na confluência com o rio Jacuí, continuando rumo às suas nascentes. Quase não deixa a baixada, a não ser em certa ocasião, em que corta dois espigões razoà velmen te elevados, e de permeio cruza o Jacuí Mirim, para vol­tar, novamente, a acompanhar o Pedra Branca. O tE:lrreno, em tôda a volta, é acidentado, mas os que. primeiro abri­ram a trilha, por onde segue hoje o caminho, souberam inü~ligentemente ti­rar proveito da topografia. Alcançadas as cabeceiras do Pedra Branca, chega­se a um espigão divisor das águas de um afluente do rio Guabirobas. Parte daqui, pela direita, o caminho que vai

RESENH

às AgUãs de Santa Rosa, ditas altameJ te medicinais, caminho êsse que e prosseguimento, cruza a crista da Ser do Mar e desce no Taquari, à beiram1 Serviu êste caminho para o contraba: do de sal, na época em que escasse1 êsse produto, durante a última guer1 E' caminho velho de tropas, hoje abandonado e raramente freqüenta(

Arrodeando as cabeceiras dêste fluente do Guabirobas, o caminho ' seguindo pelo espigão, agora a e.vit -os vales, até que, não tendo mais on· sair não tem outro recurso senão desc o morro. Entra-se então em Camp de Cunha, acompanhando agora o cu so d~ próprio Guabirobas, com a ir pressao de quem entra pela porta 1

cozinha, porque o povoado aparece , repente, por trás e por baixo da pon do espigão.

Região acidentada esta, não ati: g~m, entret:::wlto, grande diferença , n1ve1 os pontos percorridos pelo carr nho. Nunca se desce a menos de oit centos e poucos metros, e nunca se so" a mais de mil e poucos. Uma só v alcança-se a cota de mil e cem metr< Pouca mata, a não ser para o lado ( Serra ; regular área coberta por capoe ras, bastante invernada de capim gc dura . Muitas roças milho e feij~ principalmente. '

Campos de Cunha é um lugare simpático . Com suas 39 casas 27 d quais de tijolos e telhas, e ad de ma de sapé e pau-a-pique, o povoado uma só. rua, característica dos núcle que cresêem e se desenvolvem ao lm go de uma via de comunicação. Out não foi aqui o caso, passagem que e: dos cafés que, no século XIX, tran~ tavam entre o vale do Paraíba e o pôr de Mambucaba, rio Guabirobas abai'-

0 povoado está todo construído e terras da santa - N assa Senhora d Remédios - a quem pagam os don das casas o respectivo fôro. O afor mento é perpétuo, e suas rendas si aplicadas na conservação da igrej: Para isso existe ali o fabriqueiro eJ c~rregado dos recebimentos, das prest: çoes de con t::,t ao vigário de Cunha das obras de que necessitar o temp local, onde as missas são rezadas toe ú~timo domingo de mês. E para is nao poupa sacrifícios e canseiras o v gário de Cunha .

Nas redondezas desenvolve-se criação. O gado já chegou até lá. E 1 mineiros também. Mas os primeir' que vieram eram agricultores. Estab1 .G.- 3

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}RAFICO

) atinja os vossos estímulos e a vos-individual iniciativa. O mundo de

je <9scila entre planificação e liber­:le. Um ponto de equilíbrio deve ser !ontrado. Que Bauru produza a 1guarda dêsse mundo melhor. Para J não lhe faltam coragens, capacida-, e decisões". "

Lima Figueiredo

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A serra da Bocaina

A maneira mais interessante de thecer bem a Serra da Bocaina e .s imediações - escreve em artigo Jlicado no O Estado de São Paulo Ir. Carlos Borges Schmidt - é atra­sá-la de ponta a ponta. A maneira mais interessante de

thecer bem a Serra da Bocaina e .s imediações é atravessá-la de pon­a ponta, subindo por um lado e des­tdo pelo outro. E' possível, assim, 1ar contacto com três regiões dis­tas: o vale do Paraitinga, no seu cho superior no peneplano; a região

campos, no alto da serra, e a en­ta setentrional da Bocaina, ligada, •nômicamente, ao vale do Sant'Ana, 1ente do Paraíba, que faz barra em ü'Ana dos Tocos, já 'no Estado do ' de Janeiro. Vale partir de Cunha e ir fazer

rimeiro pouso em Campos de Cunha, .iga Campos Novos de Cunha . São :!O léguas e meia e servem como ex e r­.o para a caminhada do dia · seguin­E em Campos de Cunha o Sr. Bene­) Pinto, honrando as tradições de s maiores, não deixa ninguém sem tsada. Apenas é necessário que o hós­le não seja lá muito enjoado. Deix~ndo Cunha, a estrada segue direção a Roça Grande e apanha

} adiante o vale do ribeirão Pedra mca, na confluência com o rio Jacuí, .tinuando rumo às suas nascentes. :tse não deixa a baixada, á não ser

certa ocasião, em que corta dois igões razoà velmen te elevados, e de meio cruza o Jacuí Mirim, para vol­, novamente, a acompanhar o Pedra mca. O t~rreno, em tôda a volta, é :lentado, mas os que primeiro abri­l a trilha, por onde segue hoje o linho, souberam inteligentemente ti-proveito da topografia. Alcançadas

cabeceiras do Pedra Branca, chega­a um espigão di viso r das águas de afluente do rio Guabirobas. Parte

.ui, pela direita, o caminho que vai

RESENHA E OPINiõES 1295

às Agüâs de Santa Rosa, ditas altamen­te medicinais, caminho êsse que, em prosseguimento, cruza a crista da Serra do Mar e desce no Taquari, à beiramar. Serviu êste caminho para o contraban­do de sal, na época em que escasseou êsse produto, durante a última guerra. E' caminho velho de tropas, hoje já abandonado e raramente freqüentado.

Arrodeando as cabeceiras dêste a­fluente do Guabirobas, o caminho vai seguindo pelo espigão, agora a evitar os vales, até que, não tendo mais onde sair não tem outro recurso senão descer o morro. Entra-se então em Campos de Cunha, acompanhando agora o cur­so do próprio Guabirobas, com a im­pressão de quem entra pela porta da cozinha, porque o povoado aparece de repente, por trás e por baixo da ponta do espigão.

Região acidentada esta, não atin­gem, entretacto, grande diferença de nível os pontos percorridos pelo cami­nho. Nunca se desce a menos de oito­centos e poucos metros, e nunca se sobe a mais de mil e poucos. Uma só vez alcança-se a cota de mil e cem metros. Pouca mata, a não ser para o lado da · Serra; regular área coberta por capoei­ras, bastante invernada de capim gor­dura. Muitas roças, milho e feijão, principalmente.

Campos de Cunha é um lugarejo simpático. Com suas 39 casas, 27 das quais de tijolos e telhas, e as demais de sapé e pau-a-pique, o povoado é uma só. rua, característica dos núcleos que crescem e se desenvolvem ao lon­go de uma via de comunicação. Outro não foi aqui o caso, passagem que era dos cafés que, no século XIX, transi­tavam entre o vale do Paraíba e o pôrto de Mambucaba, rio Guabirobas abaixo.

O povoado está todo construído em terras da santa - N assa Senhora dos Remédios _... a quem pagam os donos das casas o respectivo fôro. O afora­mento é perpétuo, e suas rendas são aplicadas na conservação da igreja. Para isso existe ali o fabriqueiro en­carregado dos recebimentos, das presta­ções de cont~ ao vigário de Cunha e das obras ·de que necessitar o templo local, onde as missas são rezadas todo último domingo de mês. E para isso não poupa sacrifícios e canseiras o vi-gário de Cunha .

Nas redondezas desenvolve-se a criação. O gado já chegou até lá. E os mineiros também. Mas os primeiros que vieram eram agricultores. Estabe-

B.G.- 3

leceram-se na Bocaina de Baixo, por onde passaremos logo mais, na segunda jornada. Aqui, entre Cunha e Campos de Cunha, verifica-se a mesma compe­tição vegetal, característica de outros pontos, a jusante, no vale do Paraitin­ga. O capim gordura está liquidando com o sapé, auxiliado pelo pisoteio do gado. Capim gordura bastante; carra­pato e berne apenas para o gasto, co­mo diria o caboclo; um clima saudável e propício à criação, dão à região am­plas possibilidades para a exploração pastoril. A primeira vista, pode causar espécie o dizer "capim gordura bastan­te". Mas êsse capim forma:..se mais: fàcilmente, e mesmo espontâneamente, quando não se precisa dêle. O vento carrega a semente e, nas roças velhas, germina e cresce, cobrindo, em pouco tempo, todo o terreno. E quase que vira praga. Principalmente quando existem terras boas como aqui. Cam­bará de lixa, guaiuvira, paineira, suinã, araticum, aqui são padrões. Nos altos. secos - chico pires.

Na segunda etapa da viagem, par­tindo de Campos de Cunha, alcança-se a Serra da Bocaina e pode-se, se pre ... ciso, nesse mesmo dia, atravessá-la dê um extremo a outro. E' questão apenas de fazer madrugada. Mas sàmente no terceiro dia é qpe será possível descê­la pelo lado oposto, de forma a alcan­çar uma das cidades que se situam no vale do Paraíba: Silveiras, Areias ou Barreiro. ·

Meia légua além de Campos de Cunha~ deixada no amanhecer, está o Mato Dentro, um bairro logo seguido de outro, o Bananal, pouco mais adian­te, menos de um quilômetro. Feijão, milho e batatinha, são as principais lavouras. Muito importante é a da ba­ta tinha. As terras são boas, e a bata­tinha quase não pragueja, dizem os roceiros. E não precisa droga alguma, seja para prevenir pragas, seja para combatê-las. Nem adubo, tampouco . A principal é uma batatinha apelida­da de "mineira". Essa, não há praga para ela. Outras variedades são: "sabo­nete" - da branca e da vermelha; "marmelo", "rim de boi". Da "mineira" existem duas qualidades: a crêspa e a lisa. Além disso, plantam ainda algu­ma cebola, bastante alho e mandioca.

Mais adiante está Paineiras, onde existiu antiga fazenda. Estão à vista as ruínas da velha senzala, construída de pedra. Mas a estrada já começou a ganhar altura para transpor a Serra do Tarumã, o que é feito a 1 240 me-

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1296 BOLETIM GEdGRAFICO

tros de altitude pouco mais de uma légua além de Campos de Cunha. Deu o nome a êste lugar uma árvore que produz um figo, muito semelhante à taiuveira, porém sem espinhos. Mui­tos exemplares podem ser vistos no al­to. Morro abaixo, quando estiver intei­ran?o dua~ léguas d~ caminho, chega­se a Bocama de Baixo, à margem do Paraitinga. E' a primeira vez que a es­trada se aproxima dêste rio, que a acç>mp~nhará, mais ou menos próximo. ate alem da metade dos campos de ci.: ma da Serra da Bocaina.

Formou-se aqui, na Bocaina de Baixo, um pequeno núcleo povoado, desde que para cá vieram os primeiros mineiros. Vinte e poucas casas estão mais ou menos concentradas nas mar­gens do Paraitinga, em tôrno de uma venda. Não existe um arruamento cer­to, nem possui o núcleo aspecto de uma v,ila. Di~tribuem-se as casas aqui e aco­la, porem dentro de um certo limite. Pelas redondezas existem muitos mo­radores. O bairro todo ainda possui mais umas oitenta casas, dispersas pe­las gratas vizinhas. A atividade prin­cipal é a agricultura. Porcos e carnei­ros também são criados. E planta-se fumo também, lavoura muito ao gôsto dos mineiros.

* * . *

Bimbalham os cincerros de uma tropa que chega da Cachoeira, para on­de levara os produtos do lugar e de onde vem trazendo tudo quanto o ar­mazém vende para o consumo local. Cinco dias gastara na viagem, entre ida e volta. O sol começa a esquentar. São já nove horas da manhã. Urge seguir.

O caminho acompanha o rio Parai­tinga, pela margem esquerda, que corre aqui apertado entre dois contrafortes da erra da Bocaina. Tendo descido do alto do Tarumã, estamos agora via­jando a pouco mais de 900 metros de altitude. Logo adiante, porém, vai co­meçar a subida principal.

Ficou para trás, lá no bairro do Mato Dentro, um indício de que nesta zona se emprega a farinha de mandioca como compleménto alimentar. A beira do caminho, sob a copa de uma árvore de pouca sombra, uma prensa rústica destinada a enxugar a massa da man­dioca ralada, tinha sido arrumada tôs­camente. Em um cêpo de árvore, furado

a certa ~ltura do chão, enfiaram a ex­tremidade mais comprida de uma for­qt:ilha feita de um pau roliço qualquer. Sobre os galhos da forquilha, varas ti­nham sido dispostas de maneira a po­derem suportar as pedras que serviriam de fôrça à ala v anca que repousaria no tipiti, colocado sob a vara entremeio o apoio no cêpo e o pêso, e no qual a massa deixaria escorrer o caldo vene­noso, sob a ação daquela alavanca in­terresistente. Indício de que ali se faz pouca farinha. Ou de modesta tenta­tiva.

Con~z:arianqo o sentido das águas do Para1t1nga, que há pouco despencou das alturas da Bocaina, em calha for­temente inclinada -uns quinhentos e cinqüenta metros de desnível em um percurso de pouco mais de meia légua se tanto - o caminho segue ladeand~ os barrancos da margem esquerda do rio, despede um galho à direita, que atravessa um contraforte meridional da Bocaina e vai sair no sertão da Onça, atravessar o rio a vau e principiar a subida.

Neste trecho do percurso entre a Bocaina de Baixo e o vau do Paraitin­ga, algumas moradas estão localizadas bem próximo à água, entre o rio e a estrada. São casas de pau . a pique e barreadas, cobertas de sapé. Em geral d~ uma só peça, retangulares. Algumas vezes possuindo um puxado lateral de duas águas, mais baixo e mais estreito que o corpo principal. A ocorrência dêsses dois tipos é equivalente no bairro de Mato Dentro e no trecho que agora estamos atravessando. Predominam as casas do primeiro tipo nos bairros de Bananal e Paineiras, bem como na Bo­caina de Baixo. Lá para trás entre

· ~unha e Campos de Cunha, equiva­liam-se no vale do Jacuimirim, pas­sando a pre'dominar os tipos mais sim­ples durante todo o trecho do Pedra Branca até o próprio povoado de Cam­pos de Cunha.

Interessante é registar que algu­mas casas, seja em Campos de Cunha seja na Bocaina de Baixo seja ante~ do vau do Paraitinga, possuem pequenos alpendres fronteiros, cobrindo diminu­tas varandas, cercadas por gradil.

Nas casas construídas acima do nível do solo, com a parte inferior fe­chada ou não por paredes, e utilizada seja lá para o que fôr, essa peça, antes ornamental que de utilidade acha-se suportada por pilares e a el~s se tem acesso por escada lateral. Naturalmen­te que se trata de construções menos

RESENHA

modestas que as simples casas dos po. bres roceiros, uma vez que algumas de. Ias são construídas com tijolos e cober. tas de telha .

. Passado a vau o Paraitinga, o ca mmho começa a subir e descer morrm Subindo mais que descendo. É agor: antes um trilho estreito e sinuoso qw p~opriamente um caminho. Sempre su bmdo, sempre ganhando altitude. Des. ce até o leito do encachoeirado rio da, Pedras e continua a subida, até sair nt alto do campo, a quase mil e quinhento metros de altitude.

Aqui do Tijuco Prêt~ avista-se d: beira do campo, o vale que o Paraitin ga esculpiu no flanco meridional da Bo· caina. A vista perde-se no horizonte cujos contornos a névoa sêca tornm imprecisos. Lá em baixo, à esquerda on~e ter_mina o vale mais profundo esta o PI_co do Tarumã. Além, a áre: penepl~m~ada da bacia do Paraitinga Em mew a fumaça, um pouco à direit: do Tar11:mã, m~ito ao longe, -a gent1 tem a 1mpressao de divisar o vult1 branco do casario de Cunha.

Agora, toca a caminhar pelo pia nalto, subindo e descendo os morro, que se sucedem. Um verdadeiro mar dt morros. A vegetação mudou de fisiono. mia. A macega recobre a superfície tô. da dos cocorutos. As vêzes o trilho atra vessa pequenas extensões de ma tas qw se infiltraram pelas gratas, subindo pe. los pequenos vales dos tributários dt Paraitinga. Passa-se pelo lugar chama. do Fogo Vermelho e v~i-se alcança: novamen.te o Paraitinga, no Caçador As matas em galeria que, nos campo: da Bocaina, acompanham o curso de Paraitinga e os de seus principais aflu. entes, são, nas épocas de escassez dE vegetação que sirva de forragem ao ga. do que _por ali vadia, o refúgio onde a: reses vao encontrar ainda alguma cais~ que comer. Porque, esturricada a ma. cega- ali dita "marcega': - pela sêca e raspada a grama das baixadas cha. mada picuí - o gado fica a nenhuma

Q?em atravessar aquêles campo! pela epoca das águas irá certamente encontrar, pastando a macega recém­brota~a, ~os fogo~ postos nos campo1 pelo m1c10 da pnmavera um. númerc bem maior de cabeças de' gado que err. outra ocasião do ano. Os campos da Bo­caina possuem muitos donos a maio­ria dos quais não mora lá, 'boa par­te vivendo nas capitais. Entretanto muitos m·oradores da baixada circunvi­zinha possuem partes de terras naque­la camparia imensa e indivisa. São, em

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i'GRAFICO

certa ~ltura do chão, enfiaram a ex­·emidade mais comprida de uma for­llilha feita de um pau roliço qualquer. ôbre os galhos da forquilha, varas ti­ham sido dispostas de maneira a po­~rem suportar as pedras que serviriam ~ fôrça à ala v anca que repousaria no piti, colocado sob a vara, entremeio apoio no cêpo e o pêso, e no qual a

.assa deixaria escorrer o caldo vene­)SO, sob a ação daquela alavanca in­~rresistente. Indício de que ali se faz mca farinha. Ou de modesta tenta­va.

Contrariando o sentido das águas > Paraitinga, que há pouco despencou ts alturas da Bocaina, em calha for­mente inclinada - uns quinhentos e nqüenta metros de desnível em um !rcurso de pouco mais de meia légua, ·tanto- o caminho segue ladeando barrancos da margem esquerda do

J, despede um galho à direita, que r a v essa um contraforte meridional ~ Bocaina e vai sair no sertão da Onça, ravessar o rio a vau e principiar a bida. .,

Neste trecho do percurso, entre a >caina de Baixo e o vau do Paraitin­., algumas moradas estão localizadas ·m próximo à água, entre o rio e a trada. São casas de pau . a pique e .rreadas, cobertas de sapé. Em geral uma só peça, retangulares. Algumas

zes possuindo um puxado lateral, de las águas, mais 'baixo e mais estreito .e o corpo principal. A ocorrência sses dois tipos é equivalente no bairro Mato Dentro e no trecho que agora

Gamos atravessando. Predominam as sas do primeiro tipo nos bairros de manal e Paineiras, bem como na Bo­ina de Baixo. Lá para trás entre mha e Campos de Cunha, equiva­~m-se no vale do Jacuimirim, pas­ndo a predominar os tipos mais sim­~s durante todo o trecho do Pedra anca até o próprio povoado de Cam­s de Cunha.

Interessante é registar que algu­:ts casas, seja em Campos de Cunha, ia na Bocaina de Baixo, seja antes vau do Paraitinga, possuem pequenos

Jendres fronteiros, cobrindo diminu­> varandas, cercadas por gradil.

Nas casas construídas acima do vel do solo, com a parte inferior fe­ada ou não por paredes, e utilizada ia lá para o que fôr, essa peça, antes namental que de utilidade, acha-se portada por pilares e a elas se tem esso por escada lateral. Naturalmen-que se trata de construções menos

RESENHA E OPINiõES 1297

modestas que as simples casas dos po­bres roceiros, uma vez que algumas de­las são construídas com tijolos e cober­tas de telha.

Passado a vau o Paraitinga, o ca­minho começa a subir e descer morros. Subindo mais que descendo. É agora antes um trilho estreito e sinuoso que propriamente um caminho. Sempre su­bindo, sempre ganhando altitude. Des­ce até o leito do encachoeirado rio das Pedras e continua a subida, até sair no alto do campo, a quase mil e quinhentos metros de altitude.

Aqui do Tijuco Prêtb avista-se, da beira do campo, o vale que o Paraitin­ga esculpiu no flanco meridional da Bo­caina. A vista perde-se no horizonte, cujos contornos a névoa sêca tornou imprecisos. Lá em baixo, à esquerda, onde termina o vale mais profundo, está o pico do Tarumã. Além, a área peneplanizada da bacia do Paraitinga. Em meio à fumaça, um pouco à direita do Tarumã, muito ao longe, ·a gente tem a impressão de divisar o vulto branco do casaria de Cunha .

Agora, toca a caminhar pelo pla­nalto, subindo e descendo os morros que se sucedem. Um verdadeiro mar de morros. A vegetação mudou de fisiono­mia. A macega recobre a superfície tô­da dos cocorutos. As vêzes o trilho atra­vessa pequenas extensões de matas que se infiltraram pelas grotas, subindo pe­los pequenos vales dos tributários do Paraitinga. Passa-se pelo lugar chama­do Fogo Vermelho e v~i-se alcançar novamenJe o Paraitinga, no Caçador. As matas em galeria que, nos campos da Bocaina, acompanham o curso do Paraitinga e os de seus principais aflu­entes, são, nas épocas de escassez de vegetação que sirva de forragem ao ga­do que por ali vadia, o refúgio onde as reses vão encontrar ainda alguma coisa que comer. Porque, esturricada a ma­cega- ali dita "marcega':- pela sêca, e raspada a grama das baixadas, cha­mada picuí- o gado fica a nenhuma.

Quem atravessar aquêles campos pela época das águas irá certamente, encontrar, pastando a macega recém­brotada dos fogos postos nos campos pelo início da primavera, um. número bem maior de cabeças de gado que em outra ocasião qo ano. Os campos da Bo­caina possuem muitos donos, a maio­ria dos quais não mora lá, boa par­te vivendo nas capitais. Entretanto, muitos m'oradores da baixada circunvi­zinha possuem partes de terras naque­la camparia imensa e indivi~a. São, em

geral, pessoas que possuem sítios no vale do Paraitinga, alguns outros para os lados do Paraíba. Essa gente, possui­dora de áreas de terras destinadas à agricultura, na época das plantações reúne seu gad-o, entregando-o a um dos filhos ou membros da família, casado eu acompanhado de um ajudante, que o tange serra acima, onde deverá ficar até que a colheita esteja terminada._

Nos campos da Bocaina já tinham construído seu rancho, uma casinhola de pau a pique, barreada, coberta com um capim que dá nos brejos daquelas alturas, chamado capim gigante. Ou entãó coberta de sapé, trazido de bai­xo da serra em lombo de burro. Ali pas­sam tôda aquela temporada, mais da metade do ano, olhando o gado apenas, alguns; tirando l~ite e fazendo queijo tipo mineiro, outros. Até que, feita a colheita lá em baixo, rodam a serra com o pequeno rebanho para soltá-I<> na palha da roça recém-colhida. Che­gado novamente o tempo das semeadu­ras, lá vão . êles outra vez serra acima. deixando o terreno para a lavoura, criando assim, entre os campos e serra abaixo, uma verdadeira área de transu­mância.

E o gado passou aquêle tempo todo sôlto no campo, apenas reunido de vez em quando para dar sal e não deixá-lo que se alongue; somente as vacas lei­teiras são trazidas ao retiro diària­mente para a ordenha. Sôlto no cam­po, porque cêrcas não existem, se não raras, de um ou outro proprietário mais caprichoso ou dono de recursos que permitam aquêle luxo. Mas, quando existem, as cêrcas são de duraÇão quase eterna, principalmente no que respeita aos moirões. São de ca:ndeia, madeira encontrada nas ma tas adjacentes aos campos e cuja duração é tão grande que, plantado um moirão no lugar, não se precisa pensar mais nêle. Encon­tram-se lá nos campos moirões e pa­lanques de candeia que os antigos afir­mam estarem ali há cem anos ou mais.

Mas não é só candeia, a madeira que existe por lá. Tem pinheiro, ainda em razoável quantidade, uma vez que naquela região nunca se praticou uma devastação sistematizada como na Man­tiqueira: Como em Campos do Jordão, especialmente. Existe ainda o pinheiri­nho, a canela branca, a casca de arroz, a vassoura, uma·série tôda de veg~tais, de maior ou menor interêsse e utili­dade.

Carlos Borges Schmidt

I

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129 BOLETI M G EOGRÁFICO

Geografia e Biolog·ia

Sob êste título o Sr. Fernand Brau­del escreveu, em 1947, para o jornal O Estado de São Paulo, o seguinte arti­go, analisando a obra de Maximilien Sorre intitulada Les Bases Biologiques de la Geographie Humaine, Essai d'une Ecologie de l'Homme:

"As rupturas provocadas pela guer­ra entre os continentes ainda não fo­ram reparadas. Mesmo no plano inte­lectual e sobretudo no plano intelectual. Ignora-se ainda, na Europa ou na Amé­rica, o que, durante êsses anos de isola­:mento foi publicado no outro lado do Atlântico e que por não constituir mais novidade bibliográfica já não faz par­te, geralmente, dos catálogos recentes . Por êsse motivo talvez seja útil assina­lar, aqui, o belo livro de Maximilien rSorre, publicado em 1943 e intitulado -Les Bases Biologiques de la Geogra­:phie Humaine, Essai d'une Ecologie de . L'Homme, (Ed. Armand Colin). O pró­prio título já mostra, de antemão, que não se trata de uma obra de conjunto sôbre a Geografia Humana, mas antes de um estudo que, reduzido a uma pes­quisa limitada, porém exposta em to­dos os seus pormenores, seria uma es­pécie de introdução, tão concret:;t e terra-a-terra quanto possível, a um verdadeiro tratado de Geografia Huma­na que ainda deve ser escrito.

o interêsse e a originalidade dessa introdução provêm de uma redução sis­temática dos problemas do homem ao plano de sua biologia. Não se encon­trará, pois, no seu centro, o homem

, puro, o homem vivo, .isto é, uma coleção de sêres, de realidades sociais ou étni­cas, mas somente o homem considerado enquanto máquina viva, enquanto plan­ta e animal, na sua realidade elementar de ser biológico, sensível ao calor, ao frio, ao vento, à sêca, à insolação, à pressão insuficiente das altitudes, sem­pre ocupado com procurar e assegurar sua alimentação, enfim, obrigado a se defender, sobretudo, hoje, quando se tornou consciente das doenças que, em. todos os lugares e sempre, formam um impressionante séquito seu. . . E' o ho­mem, reduzido às bases, às primitivas condições de sua vida e recolocado, co­mo tal, nas condições geográficas do imenso mundo.

Entrevê-se o objetivo do autor: comprimir seu estudo para torná-lo mais profundo e eficaz, e, antes de ex­planar os complexos problemas da Geo­grafia Humana, sempre presente no es-

pírito como fim distante, esclarecer o que, prendendo-se às realidades bioló­gicas C!_o homem, o liga ao espaço, e, (te antemao, explicar uma considerável parte de sua Geografia. Vasto problema na verdade! Não será, corp tôda a pru­dência que nêle se adivinha (especial­mente por se tratar de um geógrafo da escola francesa) a procura de um deter­minismo biológico, ou pelo menos dos limites e das coerções inegáveis dêsse determinismo? Não se pode afirmar ser tal pesquisa inteiramente nova e toda­via a seu modo ela o é, naquela mesma medida em que ninguém, antes, a em­preendera tão sistemàticamente. O ho­mem biológico não é um desconhecido, nem um recém-chegado ao campo da Geografia, mas nunca o havia introdu­zido com essa minúcia, êsse gôsto pela e"X!atidão científica, essa preocupação pelos problemas mais bem determina­dos e pelas pesquisas claramente conce­bidas e conduzidas. Tal o grande mérito dêsse livro .

O objeto, os problemas da pesqui­sa no início, foram tomados dos livros e das preocupações dos naturalistas, dos biólogos e dos médicos. Foi neces­sário, porém, transpô-los, "traduzi-los", em têrmos geográficos, isto é, tôdas as vêzes que a coisa foi possível, os pro­blemas foram colocados no mapa para serem reestudados de modo novo, se­gundo as perspectivas e as leis da geo­grafia, que são as do espaço. "Nossa pesquisa", escreve o autor, "no fundo, se reduz à delimitação e à explicação de uma área de dispersão". Essa frasezi­nha, que poderia ser tomada de um li­vro de naturalista, leva-nos ao co­ração do empreendimento que caso se queira, é o de falar da ecologia do ho­mem como se se tratasse da ecologia da oliveira ou da parreira. Mas, trata­se do homem e isso complica tudo.

Haverá, na realidade, e mesmó, po­derá haver uma ecologia do homem, indivíduo biológico, uma Geografia Hu­mana terra-a-terra, elementar e que daria a chave de muitos dos problemas complicados um pouco como os fisiolo­gistas de ontem e de anteontem tenta­ram mostrar pelo a vêsso e resolver os problemas da psicologia clássica? Efe­tivamente, essa Geografia de base po­derá ser isolada, destacada do contexto da vida? E' a questão que êsse livro coloca.

O livro se divide em três partes, sendo o homem biológico estudado su­cessivamente nos quadros da Geografia

RE

Física (livro I), da Biografia e depois de uma Geografia~ d: Infecciosas (livro III) . Tres independentes uns ~dos outr.m tomam, como se v e, o conJ ~ sunto determinado. Com efei rece ter o autor tentado um mento pormenorizado dos · possibilidades das riquezas t problemas dêsse imenso as mento por elemento. Pelo co colheu alguns caminhos qw ceram mais apropriados p: as realidades básicas de um~ Biológica, detendo-se , delibt no estudo de certas zonas p1 distintas das regiões vizinh: são apenas vistas, entrevista teiramente ignoradas. In· em cada uma de suas viage nhecimento, o autor mostr< minucioso explicando cada tor tudo 'o que precisa co condições científicas ~o itin seguido. Resultam d_al 19n~ ções, cheias de n_?çoe.s ute: deixam a impressao, por m: rias que sejam, de estarerr. à margem da pesquisa p1 dita.

Dêsse modo, no livro I , teressou-se, antes de tudo, 1

do homem com o meio fís: fluência do clima. Sem t uma escolha do essencial, 1 temente será escolher e sim todo o c·aso, é a oportunid autor para fazer uma ex e$tudos climatológicos, mu novados nestes vinte anos.< que se interessam pela ~vol1 dêsses problemas, lerao, proveito essas páginas a fatos e de resumos úteis. I chegarão ao centro da di: ·consiste em precisar quais turas mais significativas P nismo humano, essa máqt térmica criadóra e destrui lor inte~no, de acôrdo com do meio externo, criadora diações de 16.0 , destruido 23.o, solicitada indiferente ou noutro sentido entre ess1 peraturas que o autor con~ de discuti-las, como as ma1: tes do ponto de vista fisio mos, pois, uma zona de fr 16.o uma zona de calor a< com tôdas as possibilidadt de relações cartográficas vez são estudadas as outra climáticas: a ação da prt

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r I c o

>mo fim distante, esclarecer o ndendo-se às realidades bialó­homem, o liga ao espaço, e, f!.e , explicar uma considerável sua Geografia. Vasto problema ,de! Não será, corp tôda a pru-ue nêle se adivinha (especial­>r se tratar de um geógrafo da tncesa) a procura de um deter-biológico, ou pelo menos dos das coerções inegáveis dêsse

ismo? Não se pode afirmar ser .isa inteiramente nova e toda-modo ela o é, naquela mesma

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L, mas nunca o havia introdu­essa minúcia, êsse gôsto pela científica, essa preocupação

blemas mais bem determina­.s pesquisas claramente conce­mduzidas. Tal o grande mérito o. eto, os problemas da pesqui­~io, foram tomados dos livros eocupações dos naturalistas, ros e dos médicos. Foi neces­~m. ·transpô-los, "traduzi-los", s geográficos, isto é, tôdas as a coisa foi possível, os pro­

ram colocados no mapa para studados de modo novo, se­perspectivas e as leis da geo­.e são as do espaço. "Nossa escreve o autor, "no fundo, se elimitação e à explicação de de dispersão". Essa frasezi­

>oderia ser tomada de um li­aturalista, leva-nos ao co­empreendimento que caso se

de falar da ecologia do ho­D se se tratas se da ecologia

ou da parreira. Mas, trata­em e isso complica tudo. .............................. l, na realidade, e mesmó, po­r uma ecologia do homem, )iológico, uma Geografia Ru­a-a-terra, elementar e que ve de muitos dos problemas

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~ se divide em três partes, p1em biológico estudado su­~e nos quadros da Geografia

RESENHA E OPINiõES 1299

Física (livro D, da Biografia (livro li), e depois de uma Geografia das Doenças Infecciosas (livro Ili) . Três livros bem independentes uns dos outros e que não tomam, como se vê, o conjunto do as­sunto determinado. Com efeito, não pa­rece ter o autor tentado um reconheci­mento pormenorizado dos limites das possibilidades das riquezas de todos os problemas dêsse imenso assunto, ele­mento por elemento. Pelo contrário, es­colheu alguns caminhos que lhe pare­ceram mais apropriados para atingir as realidades básicas de uma Geografia Biológica, detendo-se - deliberadamente no estudo de certas zonas privilegiadas, distintas das regiões vizinhas, as quais são apenas vistas, entrevistas ou até in­teiramente ignoradas. Inversamente, em cada uma de suas viagens de reco­nhecimento, o autor mostrou-se muito minucioso, explicando cada vez ao lei­tor tudo o que precisa conhecer das condições científicas do itinerário a ser seguido. Resultam daí longas introdu­ções, cheias de noções úteis, mas que <leixam a impressão, por mais necessá­rias que sejam, de estarem um pouco à margem da pesquisa prõpriamen te dita.

Dêsse modo, no livro I, o autor in­teressou-se, antes de tudo, das relações do homem corri o meio físico pela in­fluência do clima. Sem dúvida será uma escolha do essencial, mas eviden­temente será escolher e simplificar. Em todo o caso, é a oportunidade., para o autor, para fazer uma exposição dos estudos climatológicos, muitíssimo re­novados nestes vinte anos. Os geógrafos que se interessam pela evolução recente dêsses problemas, lerão, com muito proveito, essas páginas atulhadas de fatos e de resumos úteis. Depois disso, chegarão ao centro da discussão, que consiste em precisar quais as tempera­turas mais significativas para o orga­nismo humano, essa máquina homeo­térmica, criadora e destruidora de ca­lor interno, de acôrdo com as condições do meio externo, criadora até as ime­diações de 16.0 , destruidora além de 23.0 , solicitada indiferentemente num ou noutro sentido entre essas duas tem­peraturas que o autor considera, depois de discuti-las, como as mais interessan­tes do ponto de vista fisiológico. Tere­mos, pois, uma zona de frio abaixo de 16.0 , uma zona de calor acima de 23.0 ,

com tôdas as possibilidades desejáveis de relações cartográficas. . . por sua vez, são estudadas as outras influências climáticas: a ação da pressão atmos-

férica (o caso especial da altitude), da luz (importante problema da pigmen­tação cutânea), da umidade, do ar, do vento, da eletricidade atmosférica e até dos complexos ;rneteoropatológicos, mais ou menos bem explicados no estado atual de nossos conhecimentos.

Têrmo dêsse primeiro livro é o es­tudo do espaço habitual do globo e de seus limites, de um lado, limites polares e, de outro, limites altitudinais. No in­terior dêsse espaço foram e sempre se­rão muito variadas as adaptações hu­manas ao clima sendo talvez as mais interessantes a serem seguidas , hoje, as adaptações do homem branco, por estar êle presente no globo inteiro, da­dos seu poderio e os triunfos da colo­nização. Presente em todo o lugar, mas correndo riscos e perigos. Os historia­dores bem andarão prestando atenção ao excelente parágrafo (ps. 94-106) consagrado à aclimatação dos brancos nos países tropicais. As obras citadas na bibliografia permitem acesso útil à

- abundante literatura existente sôbre êsse imenso assunto.

O livro li mostra, em face do ho­mem e progressivamente mais à sua disposição, o mundo dos vegetais e dos animais. Quais as relações de forma, de luta ou de auxílio mútuo que se irão estabelecer, quais os laços que se darão entre êsse mundo de sêres vivos e a biologia do homem? Ê:sse o segundo problema geral apresentado pelp au­tor, mas imedlatamente êle reduz seu estudo unicamente aos vegetais culti­vados e aos animais domesticados pelo homem, 43 espécies animais, de acôrdo com Geoffroy Saint-Hilaire, 600 espé­cies vegetais, segundo Vanilof, num to­tal de dois milhões de espécies animais conhecidas e de 600 000 espécies vege­tais. Aliás, o autor consagra um estudo longo a êsses companheiros vivos do homem, ao seu aparecimento e ao seu roteiro no mundo, seguindo o senhor que os domesticara, e, finalmente, a tudo que salvaguarda ou ameaça a or­dem humana, construída sôbre essas associações. Essas explicações levaram o autor bastante longe, até ao núcleo dêsse enorme combate levado a efeito para a manutenção de ·certas vidas (por exemplo, a do algodoeiro e da par­reira) contra algumas outras vidas, no caso as dos parasitas, tão numerosos quanto tenazes. Um combate que., nas suas origens, foi levado a efeito pelas antigas comunidàdes agrárias e, hoje, pelos próprios estados e pelo mundo in­teiro que, depois de ter a velocidade

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1300 BOLETIM GEOGRAFICO

aumentado a ameaça das epidemias, se esforça, numa solidariedade imensa, por velar sôbre as riquezas biológicas da humanidade ...

Aí está o que nos distancia do "homem biológico". Mas o autor logo volta a êle, indubitàvelmente, naquilo que constitui a parte mais rica das SÍ!Il.., teses e dos ensinamentos da obra. O homem, com prejuízo do mundo vivo associado à sua existência, deve alimen­tar-se. Maximilien Sorre apresenta a relação de suas necessidades alimenta­res e depois, passa aos meios de que pode lançar mão para satisfazê-los. Resulta daí um trecho enorme sôbre as preparações alimentares mais conheci­das e sôbre a história da alimentação. O essencial da pesquisa alcança um en­saio geográfico dos regimes alimentà­res (ps. 264-290) que, por ser muito tratado, rico em fatos precisos, mer­gulha finalmente até aos problemas do homem real e não somente do homem "biológico". E' o homem na sua com­plexidade, em tôda a vastidão de sua história, em tôda a sua coesão social e com as coerções de seus usos ' e pre­conceitos que uma Geografia da Ali­mentação precisa reencontrar e que reencontra. Poderia ser diferente?

O último livro, o mais brilhante da obra, é consagrado aos inimigos que o homem encontra no meio vivo que o cerca. Ainda aí a escolha é delibera­da: deixando de lado seus antagonis­tas principais, todos os que são visíveis a ôlho nu, o autor reserva sua atenção para os minúsculos que são os mais pe­rigosos dos ultra-vírus, êsses infra-mi­cróbios até aos micróbios normais, co­mo as várias bactérias, e, para além das fronteira~ duvidosas entre os rei­nos animal e vegetal, até certos cogu­melos microscópicos, como essa tribo dos microbactéreos (cujo nome é tão revelador de nossas ambiguidades cien­tíficas) entre os quais estão os agen­tes da tuberculose, da lepra e do mor­mo ... Alguns dêsses elementos extra­ordinàriamente pequeninos atacam o homem por meio de outro ser vivo, que desempenha o papel de vector da doença. li:sse vector, o agente, patogê­nico e o homem associam-se, então, em "complexos patogênicos" particular­mente interessantes se observados do ponto de vista da luta que se estabe- \ Ieee entre ê1es. li:sse é o caso, por exem­plo, da doença do sono, que só se pro­paga pela associação entre um hema-

* - Está anunciada · uma nova edição para êste ano.

tozoário, o Tripanosoma gambiense, a môsca tsé-tsé e o homem. A área da doença poderá, então, com facilidade ser delimitada no mapa. Outro caso, mais clássico ainda, o do complexo ma­lárico (ps. 301 e seguinte) cujo agente infeccioso é também um hematozoário e o vector é fornecido pelos anófeles, dos quais existem 70 espécies capazes de veicular o impaludismo. . . Encon­tramos as mesmas observações e os mesmos mecanismos em relação à pes­te, às espiroquetoses recorrentes, às leichmanioses, ao tifo, à jievre povepéie dos Andes ao tracoma e inúmeras ou­tras doenças oriundas do reino, tão ri­co, da parasitologia. O autor mostra, ainda como êsses complexos patogêni­cos se cruzam e se superpõem ou se misturam uns aos outros, como tam­bém evolvem de acôrdo com as trans­formações do agente ou do vector, e da ação do homem sôbre êles - ques­tões, tôdas elas estudadas com uma exa­tidão admirável.

* * *

Certamente, a análise que fizemos no artigo anterior do livro de Maximi­lien Sorre, intitulado Les Bases Biolo­giques de la Geographie Humaine Essai d'une Ecologie de l'Homme é in~ completa. Não se pode seguir, n~s seus pormenores, um livro tão denso ou ainda, criticá-lo passo a passo. Salien~ temos somente que são de lamentar as restrições conscientes da pesquisa. O livro I limita-se ao estudo do "comple­xo climático"; não existirão também um complexo telúr"co (solo, subsolo relêvo) e um compl xo da água, cuj à importância certamente não é menor entre os fatôres físicos que agem sôbre a ecologia do homem? Do mesmo modo, no livro II, seriam bem recebidos al­guns parágrafos sôbre as plantas e os animais livres, sôbre o pululamento dos animais selvagens nas regiões sem ho­mem ou ocupadas insuficientemente por êles, ou sôbre as florestas, essas as­sociacões meio livres, meio servas, mas também -elas incorporadas à ordem humana.

Finalmente o último livro, ao in­sistir sobretudo nas doenças devidas a vectores, não reduz demasiadamente o assunto médico a ser estudado? Nada se diz ou quase nada da tuberculose, do câncer e da sífilis. Muito pouco sôbre o que, todavia, parece ser essencialmen­te um problema de Geografia Médica, isto é, as doenças que variam de acôrdo com as regiões. Algumas ocupam um

R

espaço tão nitidamente deli é êsse mesmo espaço que como no caso da papeira. O índias apresenta formas esr: rece não existirem casos de Africa Equatorial Francesa, J ricas de sal de magnésio. Na e nos Estados Unidos exist• de escarlatina e de gripe mu sas, das quais não se conheci lente em França; encontral bém formas especiais de p1 aliás tão graves que os trab~ pneumococos em geral são anglo-saxões. Parece que t problemas deveriam ter de1 atenção do autor.

Deixemos, porém, de · Êsse belo livro apresenta importantes, na medida en obriga a reconsiderar o co ciência geográfica. Sabemos <

grafia m·oderna, como a I uma ciência inacabada, aind nos seus métodos, devido à e: seus domínios: sabemos que nova como no caso dêste liv ximilien Sorre, por meio de laterais, verdadeiras expec terras vizinhas e já ocupad:: tras ciências sociais: a HistóJ História, a Economia, o Fole: nografia, a Etnologia e, de geral, a Sociologia. . . Mas f quistas estão longe de tern sobretudo de estarem bem a~ E, enquanto não o forem, d sej:;t verdadeiramente p·oss Geografia Humana viá ve'l.

Outro ponto capital: M. E . considera seguro do caráter 1

de seu empreendimento na n que alcança o espaço, digamo ou usando expressões dêle, · de extensão. Não nego, ce que a Geografia seja antes uma descrição da Terra e q modo., não constitua uma c espaço. Aliás, quem o :n-egaria

. sa tarefa será a única? A talvez encontre no espaço un e um meio, e porisso entendo ma de análise e de contrôle. dade, ela talvez possua uma coordenada que é n~o somen çar o homem, mas os homer ciedade". A Geografia, na s tude, parece-me ser o estude da sociedade ou para ir até meu raciocínio, o estudo da ,. pelo espaço". O homem acha às malhas do meio social tar to nos laços do espaço e nã

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Trtpanosoma gambiense, a e o homem. A área da

então, com facilidade no mapa. Outro caso,

aln~, o do complexo ma­SOl e seguinte) cujo agente é também um hematozoário

é fornecido pelos anófeles, existem 70 espécies capazes

o Impaludismo.. . Encon­mesmas observações e os

lecanismos em relação à pes­lUetoses recorrentes, às ao tifo, à jievre povepéie tracoma e inúmeras ou­illundas do reino, tão ri­

~asitologta. o autor mostra, complexos patogêni-

e se superpõem ou se aos outros, como tam­

acôrdo com as trans­agente ou do vector,

homem sôbre êles - ques­estudadas com uma exa-

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se pode seguir, nos seus livro tão denso ou,

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/conscientes da pesquisa. o ao estudo do "comple-nio existirão também telú ... !co (solo, subsolo,

complexo da água, cuja ~amente não é menor físicos que agem sôbre

.uu1nem? Do mesmo modo, bem recebidos al­

as plantas e os o pululamento dos

1lvagens nas regiões sem bc­ocupadas insuficientemente

sôbre as florestas, essas as­~elo livres, meio servas, mas ~s incorporadas à ordem

ente o último livro, ao in­.tudo nas doenças devidas a ão reduz demasiadamente o dico a ser estudado? Nada

~ase nada da tuberculose, do

a sífilis. Muito pouco sôbre Via, parece ser essencialmen­lema de Geografia Médica, enças que variam de acôrdo ões. Algumas ocupam um

RESENHA E OPINiõES 1301

espaço tão nitidamente delineado que é êsse mesmo espaço que as explica, como no caso da papeira. O câncer nas índias apresenta formas especiais. Pa­rece não existirem casos de câncer na Africa Equatorial Francesa, nas regiões ricas de sal de magnésio. Na Inglaterra e nos Estados Unidos existem formas de escarlatina e de gripe muito perigo­sas, das quais não se conhecem equiva­lente em França; encontram-se tam­bém formas especiais de pneumonias, aliás tão graves que os trabalhos sôbre pneumococos em geral são feitos por anglo-saxões. Parece que todos êsses problemas deveriam ter despertado a atenção do autor.

Deixemos, porém, de · ninharias. Êsse belo livro apresenta problemas importantes, na medida em que nos obriga a reconsiderar o conjunto da ciência geográfica. Sabemos que a Geo­grafia moderna, como a História, é uma ciência inacabada, ainda insegura nos seus métodos, devido à extensão de seus domínios: sabemos que ela se re­nova como no caso dêste livro de Ma­ximilien Sorre, por meio de conquistas laterais, verdadeiras expedições em terras vizinhas e já ocupadas por ou­tras ciências sociais: a História, a Pré­História, a Economia, o Folclore, e Et­nografia, a Etnologia e, de um modo geral, a Sociologia. . . Mas essas con­quistas estão longe de terminarem e sobretudo de estarem bem assimiladas. E, enquanto não o forem, duvido que sej~ verdadeiramente possível uma Geografia Humana viá ve1.

Outro ponto capital: M. Sorre só se . considera seguro do caráter geográfico de seu empreendimento na medida em que alcança o espaço, digamos o mapa, ou usando expressões dêle, uma área de extensão. Não nego, certamente, que a Geografia seja antes de tudo uma descrição da Terra e que, d seu modo, não constitua uma ciência do espaço. Aliás, quem o negaria? Mas es-

. sa tarefa será a única? A Geografia talvez encontre no espaço um objetivo e um meio, e porisso entendo um siste­ma de análise e de contrôle. Na ver­dade, ela talvez possua uma segunda coordenada que é n~o somente -alcan:.. çar o homem, mas os homens, "a so­ciedade". A Geografia, na sua pleni­tude, parece-me ser o estudo espacial da sociedade ou para ir até o fim de meu raciocínio, o estudo da "sociedade pelo espaço" . O homem acha-se prêso às malhas do meio social tanto quan­to nos laços do espaço e não haverá

Geografia se ela não se agarrar ener­gicamente a essa realidade social múl­tipla como se sabe, ao mesmo tem­po assunto de História, de Economia Política, de Sociologia, caso não procure as grandes linhas do esfôrço do homem sôbre as coisas, de acôrdo com a ex­pressão do saudoso Maurice Halbwachs, e as coerções e as criações da vida co­letiva freqüentemente visíveis, sôbre o solo.

C.onseqüentemente, tôda a redução dos fatos humanos à ordem geográfica· pare~e-me ser pelo menos dupla: uma redução ao espaço, certamente, mas também por redução ao social, êsse so­cial que o livro de M. Sorre evidente­mente costeia, no qual só se aprofunda quando é obrigado a fazê-lo pela uni­dade viva, irredutível de seu assunto. Seu desejo foi, se possível limitar-se a uma ecologia do homem enquanto in­divíduo biológico. Mas isso não será, freqüentissimamente, uma abstração, um caminho demasiado estreito, impra­ticável? Parece que o autor o pressen­tiu, pôsto que escreveu no prefácio: "E' ainda demasiado simples falar do ho­mem. E' dos homens que se deve falar, dos do presente, dos do passado ... Se­rá, pois evocada a interação entre o meio social e o meio natural. .. Exis­tem influências que não podem ser dis­sociadas". Sabé-se que os prefácios são sempre escritos depois dos livros que precedem, isto é, quase sempre, êles aparecem para apresentar, mais do que promessas, desculpas e arrependimen­tos do autor.

Será justo, porém, não nos conten­tarmos com as riquezas que um livro como êste nos oferece profusamente? Um futuro brilhante o espera. As ciên­cias geográficas e tôdas as ciências sociais muito lucro tirarão dêle e os historiadores não serão os últimos a consultá-lo. Pela qualidade de seu estilo, pelo seu talento em evocar, em uma série de toques breves paisagens dispersas através do mundo inteiro ou ao salientar o clima de uma época pas­sada, pela riqueza de sua experiência direta e sua conquista científica, pela sua habilidade em seriar as questões e em ligar os desenvolvimentos, pelas suas voltas insistentes às margens clás­sicas do Mediterrâneo, a obra, no seu espírito e no seu humanismo, muito bem se situa na tradicão da escola francesa de Geografia. ~Nos domínios tão difíceis e apaixonantes da Geogra­fia Humana, há muito tempo não nos ofereciam uma obra dessa qualidade,

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1302 BOLETIM GEOGRAFICO

desde os Príncipes de Geographie Hu­maine de Vidal de la Blache, e da Ter­re et l'Evolution Humaine, de Lucien Febvre".

Fernand Braudel

~

Segundo centenário do cartógrafo Pe. Diogo Soares *

O Pe. Diogo Soares faleceu nas mi­nas de Goiás em 1748, há portanto dois séculos. Veio para o ;Brasil como chefe da missão cartográfica nomeada pelo alvará de El-Rei D. João V de 18 (nal-

. guma via, 19) de novembro de 1729 de que faziam parte além dêle o Pe Do­mingos Capassi, dois serventuári~s e quantos no Brasil achasse convenie~te agregar, pois o alvará lhe dava poderes bastantes, com ordens vindas para êsse efeito ao vice-rei e a todos os mais governadores e altos funcionários do Brasil. A incumbência científica ofi- · cial, era de jazer mapas de todo o Es­tado do Brasil unão só pela marinha, mas pelos sertões, com tôda a distinção para que melhor se assinalem e conhe­çam os distritos de cada Bispado Go­verno, Capitania, Comarca e Doáção".

Ambos os geógrafos chegaram ao Brasil em fins de 1729 ou comêço de 1730. O Pe. Capassi, italiano, faleceu prematuramente á: 14 de fevereiro de 1736 no Colégio de São Paulo sucum­bindo a uma grave doença de 'dois me­ses. Sobreviveu-lhe 12 anos o Pe. Dio­go Soares, que de todos os jesuítas ma­temáticos do Brasil foi o que deixou obra mais perdurável.

A série dêstes jesuítas matemáticos iniciou-se logo no século XVI com o Pe. Gasp~r de Samperes, engenheiro mili­tar, espanhol, construtor da primeira fortaleza dos Reis Magos, no .Rio Gran­de do Norte (depois remodelada) e ainda foi um dos heróis do Arraial' do Bom Jesus de Pernambuco.

Inácio Staffort (ou Lee), inglês autor da Geometria de Euclides estêve no Brasil em 1640. '

Manuel do Amaral, português pro­fessor da Universidade de Coiinbra trabalhou e faleceu · no Pará em 1698:

Aloisio Conrado Pfeil, suíço, missio­nário do Amapá e do Rio Negro pintor matemático insigne e cartógrafo, fale~ ceu em 1701. A um trabalho seu cha-

. N. - Comunicação feita pelo padre Serafim Leü~ S_. J. no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em sua sessão de 21 de dezemb>o do ano findo.

~ou "documento decisivo" o barão do R10 Branco para vencer a questão de limites ·com a Guiana Francesa.

Valentim Estancel, morávio, pro­fessor de Matemática na Universidade de Praga e de Olmutz e da Aula da Esfera do Colégio de s: Antão de Lis­boa, viveu no Brasil 42 anos até 1705 em que morreu na Bahia. Deixou vá~ rias obras impressas, uma das quais Uranophilus Caelestis, dedicada a Ber~ nardo Vieira Ravasco; e entre as iné­ditas, o Typhys Lusitano ou Regimento Náutico, com desenhos e tabelas feitas no Brasil, por 1672, de que publicou modemamente alguns capítulos Joa­quim de Carvalho na revista Biblos da Universidade de Coimbra. '

Filipe Bourel, alemão, professor de Matemática da Universidade de Coim­bra, missionário e fundador da atual cidade de Apodi (Rio Grande do Norte) onde faleceu em 1709. '

Jacobo Cocleo (Jacques Cocle) francês. Tendo declinado o convite em 1660 para ficar professor de Matemá­tica em Portugal, veio para o Brasil e aqui viveu meio século, até 1710, dei­xando notável obra cartográfica. En­tre outros serviços prestou um, a que devem estar gratos os baianos pois sendo missionário do Ceará foi' o in­termediário entre o conde 'de óbidos e os jesuítas da Amazônia na passagem para a Bahia da cultura do cacau.

Se o Brasil, como a China e o Ja­pão qpando lá ~hegara_!Il os portuguê­se_s, fos~e tambem naçao preexistente, nao ter1am faltado aqui mestres para estudos superiores de Matemática. Mas o Brasil não preexistia, tez-se. E esta construção era emprêsa mais urgente de que qualquer outra, por aquela razão elementar de que primus est esse dein­de philosoph_.are. Não faltaram, porém, desde o começo, as aulas de Algarismos e de A':itmética de que à proporção qu~, se 1a formando o Brasil, se subiu ate a Faculdade de Matemática já exis­tente no Colégio da Bahia no; meados do século XVIII.

A curiosidade da ciência aplicada q?e o ensino das Matemáticas produzi~ na no meio colonial brasileiro de for­·~ação incipiente, m~s progressiva, aJmza-se pelas referencias daquele t~mpo, _como ~sta, da aptidão do capi­tao Jose de Gois de Morais filho do ca­pitão-mor Pedro Taques de Almeida que sabia tirar "a raiz quadrada de ca~ beça e por pena"; a perícia dos irmãos pilotos da Companhia, os seus constru­tores navais, a obra dos seus arquitetos;

e ainda outras edificações dastes no Rio e na Bahia é: tes na Fazenda de Santa 1

tras paragens dos estados c pírito Santo; e em São Pa do Guaré, feita pelos mesr que constitui, diz Afonso d~ a maior manifestação de civil, neste gênero, em terr nas, ao tempo da Indepe·r

Nem parecem alheias : cupação científica certas m literárias, como a do Pe. I Amaral que canta a mecâ genho do açúc1ar, e a doPe. gues de Melo, que canta Guandu e as compor.tas hi Fazenda de Santa Cruz. 1 João Daniel, já em forma rária tenta, no sell famc aplicação teórica dos vente ção fluvial do Amãzonas.

Entre estas atividade• dos jesuítas do Brasil se ~ que hoje se recorda ~o 2.' de seu falecimento.

Diogo Soares nasceu er 1684. Ensinou Humanidade na Universidade de Évora tica na Aula da Esfera d< S. Antão de Lisboa. Foi 1 orador de estilo claro -remota para a sua obra 1

opúsculo Diogo Soares, S. I co, Astrônomo e Geógrafo jestade no Estado do Brasil Com carta inédita a El-RE (Lisboa 1947) traz a descri' ti c a ?e , c~da uma das espé• xou, meditas ou publicadas d?-a~, .verifica-se logo que cwntlflca de Diogo Soares Brasil e se divide em cincc

1. Obra de Topograf: 2. Obra de Cartograf 3. Obra de Astronomi

ca. 4. Obra éle Ciências :r 5. Obra de Pesquisa l

1. -A Obra de Topogra se quase tôda ao chegar, semestre de 1730, enquan que as noites do Rio se <

em maio para as observaç micas. Andou, riscou, dese: de Guanabara e as suas fc atividade de Diogo Soares ria conhecem-se e conser plantas no Arquivo Histór de Lisboa, e no Arquivo M. de . Janeiro.

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menta decisivo" o barão do i> para vencer a questão de fl a Guiana Francesa.

~m Estancel, morá vi o, pro­datemática na Universidade ~ de Olmutz, e da Aula da Colégio de S. Antão de Lis­no Brasil 42 anos até 1705, )rreu na Bahia. Deixou vá-impressas, uma das quais,

.s Caelestis, dedicada a Ber­ra Ravasco; e entre as iné­phys Lusitano ou Regimento m desenhos e tabelas feitas por 1672, de que publicou

mte alguns capítulos Joa­~arvalho na revista Biblos, .dade de Coimbra. 3ourel, alemão, professor de ~ da Universidade de Coim­nário e fundador da atual podi (Rio Grande do Norte) , m em 1709.

Cocleo (Jacques Cocle), ndo declinado o convite em ficar professor de Matemá­rtugal, veio para o Brasil e meio século, até 1710, dei­

~vel obra cartográfica. En­serviços prestou um, a que tr gratos os baianos, pois ionário do Ceará, foi o in-

entre o conde de óbidos s da Amazônia na passagem Lia da cultura do cacau. ~asil, como a China e o Ja­) lá chegaram os portuguê­ambém nação preexistente, faltado aqui mestres para

1eriores de Matemática. Mas LO preexistia, fez-se. E esta era emprêsa mais urgente

quer outra, por aquela razão te que primus est esse, dein­hare. Não faltaram, porém, 1êço, as aulas de Algarismos ~ética de que à proporção armando o Brasil, se subiu lade de Matemática, já e-xis­>légio da Bahia nos meados :vnr. sidade da ciência aplicada, o das Matemáticas produzi­' colonial brasileiro, de for­ipiente, mas progressiva, pelas referências daquele o esta, da aptidão do capi­Góis de Morais filho do ca­Pedro Taques de Almeida, rar "a raiz quadrada de ca­pena"; a perícia dos irmãos ~ompanhia, os seus constru­:, a obra dos seus arquitetos;

RESENHA E OPINiõES 130~

e ainda outras edificações, cais e guin­dastes no Rio e na Bahia canais e pon­tes na Fazenda de Santa Cruz e nou­tras paragens dos estados do Rio e Es­pírito Santo; e em São Paulo a Ponte do Guaré, feita pelos mesmos jesuítas, que constitui, diz Afonso de E. Taunay, a maior manifestação de engenharia civil, neste gênero, em terras paulista­nas, ao tempo da Independência.

Nem parecem alheias a esta preo­cupação científica certas manifestações literárias, como a do Pe. Prudência do Amaral que canta a mecânica do en­genho do açúc

1ar, e a doPe. José Rodri­

gues de Melo, que . canta a ponte do Guandu e as compo~tas hidráulicas da Fazenda de Santa Cruz. Por sua vez, João Daniel, já em forma menos lite­rária tenta, no seu famoso livro, a aplicação teórica dos ventos à navega­ção fluvial do Amazonas.

Entre estas atividades científicas dos jesuítas do Brasil, se situa o nome que hoje se recorda no 2.0 centenário de seu falecimento.

Diogo Soares nasceu em Lisboa, em 1684. Ensinou Humanidades e Filosofia na Universidade de Évora e Matemá­tica na Aula da Esfera do Colégio de S. Antão de Lisboa. Foi humanista e orador de estilo claro, - preparação remota para a sua obra científica. O opúsculo Diogo Soares, S. I., Matemáti­co, Astrônomo e Geógrafo de Sua Ma­jestade no Estado do Brasil (1684-1748). Com carta inédita a El-Rei D. João v (Lisboa 1947) traz a descrição sistemá-

.tica de cada uma das espécies que dei­xou, inéditas ou publicadas. Examinan­do-as, verifica-se logo que tôda a obra científica de Diogo Soares pertence ao Brasil e se divide em cinco categorias:

1. Obra de Topografia Militar. 2. Obra de Cartografia. 3. Obra de Astronomia Matemáti-

ca. 4. Obra âe Ciências Nacionais. 5. Obra de Pesquisa Documental.

1.- A Obra de Topografia realizou-se quase tôda ao chegar, no primeiro semestre de 1730, enquanto esperava que as noites do Rio se clarificassem em maio para: as observações astronô­micas. Andou, riscou, desenhou a baía de Guanabara e as suas fortalezas. Da atividade de Diogo Soares nesta maté­ria conhecem-se e conservam-se oito plantas no Arquivo Histórico Colonial de Lisboa, e no Arquivo Militar do Rio de . Janeiro.

2. - A Obra de Cartografia é repre­sentada por 14 mapas (o primeiro da­tado da Colônia do Sacramento, 1731). Os mapas vão do Rio da Prata até Cabo Frio. Os dois últimos, de Santos a Cabo Frio, fê-los com a colaboração de Domingos ·capassi. Os outros trazem todos só o nome de Diogo Soares. Tal­vez mais algum lhe deva atribuir, em­bora com cópias posteriores, feitas du­rante a última viagem (à roda de 1747) , a Minas e a Goiás.

3.- Obra de Astronomia Matemá­tica, ou seja de latitudes e longitudes. Em colaboração com Domingos Capassi, até fins de 1835, em que êste adoeceu, para não mais se levantar. Ainda que na publicação, feita na Revista do Ins­tituto Histórico e Geográfico Brasileiro, tomo 45 (1882) aparecem englobados os dois nomes, quando as datas forem posteriores a 1735 as observações astro­nômicas já não poderão ser senão de Diogo Soares, no período de sobrevi­vência (1736-1748). A instalação dos instrumentos de observações astronô­micas em 1730 no Rio de Janeiro parece data a reter na história dos Observató­rios Astronômicos do Brasil. São as mais antigas observações, _ de caráter científico feitas por portuguêses no ser­tão do Brasil, de que se conservam as Tabuadas.

4. - Obra de Ciências Naturais. Com as observações astronômicas e le­vantamento cartográfico, Diogo Soares ia compondo uma História Natural dos Rios, Montes, Arvores, Ervas, Frutos, Animais e Pássaros, que há nq Brasil. Consta o fato, ignora-se o paradeiro do livro. Talvez o tivesse conhecido o Pe. Manuel Beça, da Companhia de Jesus, falecido em Roma e que deixou uma Corograjia do Brasil; e não é inveros­símil que os manuscritos de uma destas duas corografias tivesse chegado ao conhecimento de Aires do Casal.

5. - Obra de Pesquisa Documental. Para se documentar, Diogo Soares, seis meses depois de chegar ao Rio de J a­neiro, escrevia a D. João V. em julho de 1730: "Tenho já junto uma grande cópia de notícias, vários roteiros e ma­pas dos melhores sertanistas de São Paulo e Cuiabá, Rio Grande e da Prata e vou procurando outras ... "

Dêste seu trabalho de pesquisa sal­vou-se a preciosa Coleção Pe. Diogo Soa­res, existente na Biblioteca Pública de Évora. Conheceu-a Varnhagen e publi­cou uma das "Notícias Práticas" da Coleção na Revista do Inst. Hist. e

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1304 BOLETIM GEOGRAFICO

Geogr. Brasileiro, IV (1842). Outras se publicaram mais tarde, no vol. 69

1908) .

* * *

Nas suas linhas sumaríssimas, é esta a obra, de incontestável valor, e utilidade que deixou Diogo Soares, nos seus 18 anos brasileiros de atividades científicas. E enquanto assim trabalha­va no hemisfério ocidental, outros je­suítas r a. Assistência de Portugal pre­sidiam no hemisfério oriental ao Tribu­nal das Matemáticas (Academia das Ciências) de Pequim. O presidente da Academia de S. Petersburgo, Ivan Korff, camareiro da imperatriz Cata­rina, escrevia-lhe em 1737 agradecendo a contribuição que davam para o pro­gresso da Astronomia e da Matemática e para o conhecimento das Ciências Na­turais. Que é precisamente o mesmo campo científico de Diogo Soares no Brasil. A Ciência dos Padres do Orien­te, abriu a China ao conhecimento da Europa e por sua vez deu a conhecer à Europa o grande império do Céu. A Russia, intermediária terrestre entre o

Oriente e o Ocidente, estava então in­tegrada na ·Civilização européia. Fato que se regista para dizer que ao so­brevir pouco depois a perseguição ge­ral, Catarina, lembrada dos serviços prestados à ciência pelos jesuítas, ·de­clarou que não podia prescindir dêles, para a instrução e educação da moci­dade católica do seu Império (Polônia e Rússia Branca); e negou o exequatur ao Breve de Supressão de 1773, dando oportunidade à Companhia de conti­nuar a existir. Efeito útil da Ciência, sem dúvida inesperado para muitos mi­nistros, reis e favoritos de reis. Claro está que a atividade dos jesuítas no Brasil, tinha que revestir outros aspec­tos para a formação material e sobre­tudo espiritual e moral da nova nação que ia nascer do nada que era o Bra­sil, quando os portuguêses chegaram em 1500. Mas, também no setor das ciências exatas, quando o Brasil cres­ceu, se assinalou· com vigor a presença da Companhia de Jesus. Significado e razão de ser, desta breve, humilde e fugidia comemoração bicentenária.

Pe. Serajim Leite S. J.

..... ~ste "Boletim", a "Revista Brasileira de Geografia" e as obras da "Biblioteca G~ográfica. Brasileira" encontram-se à venda nas principais livrarias do pais e na Secretaria Geral

do Conselho Nacional de Geografia - Pra~a Getúlio Vargas, 14 - Edifício Francisco Serrador -s.o andar- Rio de Janeiro, D. F.

Contribuição ao ensino

Pródrom_os de u

o XX.0 século, já qu: transformação da vida eco: mundiais aceleraram a evc vos, ditando-lhes novos pr diretrizes. De tôdas estas t derna, parece-nos ser a n para a industrialfzação, is produção no sentido de PI adian taaa civilização.

Outrora, a sabedoria E região, a produção exclusi· podia oferecer melhor do quota no intercâmbio mun dos, proveriam as suas nec dos bens dêste mundo. Foi o nosso Joaquim· Murtinh

As guerras, entretanto mais, da era da paz, torna· cultura, por exemplo, ficai de vida civilizado se não 1

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Recorriamos a tarifas o Estado do que para protf mediavam já pequenas E pelo fato de empregar ma

Mas as guerras vieran de realidades econômicas

A primeira grande gue ensaio de independência E trias nacionais. Criou-se venceram que nem tôdas produção com a concorrêr

Quando veio a segund as possibilidades e, preven: d ustrialização. Já o pens~ quias, mais ou menos tota foi por nós estudada e a1 tratando .. de nossos interê~

* Aula dada no Curso de l

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, Ocidente, estava então in­L ·Civilização européia. Fato ista para dizer que ao so­~ depois a perseguição ge­.na, lembrada dos serviços L ciência pelos jesuítas, de-não podia prescindir dêles,

;rução e educação da moci­ca do seu Império (Polônia anca); e negou o exequatur e Supressão de 1773, dando je à Companhia de conti­>tir. Efeito útil da Ciência, inesperado para muitos mi­

s e favoritos de reis. Claro . atividade dos jesuítas no a que revestir outros aspec­formação material e sobre­;ual e moral da nova nação !er do nada que era o Bra­' os portuguêses chegaram !.[as, também no setor das atas, quando o Brasil cres­nalou com vigor a presença thia de Jesus. Significado e er, desta breve, humilde e aemoração bicentenária.

Pe. Serajim Leite S. J.

: obras da "Biblioteca Geográfica ~8 do país e na Secretaria Geral - Edifício Francisco Serrador -

Contribuição ao ensino

Pródrom_os de um Parque Industrial no Brasil* Profs. DELGADO DE CARVALHO e LÉIA QUINTIERE

(Respectivamente orientador e assistente da Secção Cultural do C.N.G .)

I

O XX.0 século, já quase por metade percorrido, assiste a uma profunda transformação da vida econômica das grandes .e pequenas nações. Duas guerras mundiais aceleraram a evolução, colocando os estados diante de problemas no­vos, ditando-lhes novos princípios de ação e levando os povos a seguir outras diretrizes. De tôdas estas transformações, a que melhor caracteriza a vida mo­derna, parece-nos ser a marcha acelerada dos países independentes e cultos para a industrialÍzação, isto é, para a integração de tôdas as suas fôrças de produção no sentido de prover as necessidades totais que impõe um estado de adiantaaa civilização.

Outrora, a sabedoria econômica clássica recomendava a cada país, (cada região, a produção exclusiva do que por natureza, índole ou eficiência ~\'ópria podia oferecer melhor do que os outros, e prescrevia-lhe entrar com esta sua quota no intercâmbio mundial, pois êstes outros países, diversamente aparelha­dos, proveriam as suas necessidades, estabelecendo uma harmoniosa distribuição dos bens dêste mundo. Foi êste conceito que externava, no fim do século passado, o nosso Joaquim Murtinho.

As guerras, entretanto, vieram demonstrar que, abaladas as correntes nor­mais, da era da paz, torna-se difícil o seu restabelecimento, e um país de mono­cultura, por exemplo, ficaria em situação difícil para prosseguir no seu padrão de vida civilizado se não cuidassem cedo dos interêsses totais de suas popula-ções. ·

No princípio do século, o Brasil, país agro-pecuário, histórica e social­mente, merecia ainda o qualificativo de "essencialmente" agrícola, com o qual os céticos encaravam sorrindo as suas indústrias incipientes. Estávamos, então, à mercê das grandes potências industrializadas da Europa ocidental, principal­mente. Vendêssemos pós bastante café, só café e teríamos divisas para pagar tudo o que nosso grau de civilização podia exigir.

Recorríamos a tarifas alfandegárias, talvez mais para dotar de recursos o Estado do que para proteger indústrias; em todo caso, à sombra destas. tarifas, mediavam já pequenas e médias indústrias nacionais, que se justificavam pelo fato de empregar matérias primas do país. ·

Mas as guerras vieram abalar as teorias clássicas e nos colocaram diante de realidades econômicas nunca entrevistas na era da Paz Armada.

A primeira grande guerra ofereceu oportunidades ao Brasil. Foi um primeiro ensaio de independência econômica da qual aproveitaram umas poucas indús­trias nacionais. Criou-se uma "consciência industrial", os brasileiros se con­venceram que nem tôdas as indústrias nacionais eram fictícias. Melhorou a produção com a concorrência. e as exigências do mercado interno.

Quando veio a segunda grande guerra, o Brasil procurou aproveitar melhor as possibilidades e, prevenido desta vez, deu passos decisivos no caminho da in­dustrialização. Já o pensamento econômico havia mudado, a lição das autar­quias, mais ou menos totalitárias, constituídas depois do Tratado de Versalhes, foi por nós estudada e aplicada. Surgiram economistas, apareceram brochuras tratando. de nossos interêsses, formaram-se grupos e associações, debateram-se

* Aula dada no Curso de Férias, promovido pela A.B.E., em 1948.

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I

1306 BOLETIM GEOGRAFICO

idéias e traçaram-se planos. A intervenção do Estado não demorou e, apesar das críticas, teve resultados decisivos em vários setores da vida econômica do país. A auto-suficiência, símbolo de independência' econômica, passou a ser um objetivo capital.

E assim estamos em plena indus~rialização, estamos nos aparelhando em. todos os ramos da atividade que representam seguFança, estabilidade, garantia para o futuro. Estamos nos preparando para não mais sofrermos das crises eco­nômicas exteriores, sem entretanto, nos isolarmos do resto do mundo, nem fi­carmos indiferentes à vida econômica mundia·l. Ao contrário, com mais variada produção, com. um poder maior, mais perfeito e mais apto a concorrer, quere­mos entrar mais decididamente, auxiliados por poderosos amigos dêste conti­nente., na grande competição do comércio internacional.

* * *

Que representa, porém, a industrialização no mundo moderno? Uma organi­zação econômica baseada em condições geográficas e em condições econômico-sociais. ·

Geogràficamente, o Brasil já é a maior potência industrial dos trópicos. Suas quedas d'água representam poderosas reservas de fôrça hidráulica, das mais consideráveis do globo. Seus rios, em muitos setores, oferecem caminhos naturais de penetração e transporte. Seu relêvo, em muitos casos, cria obstá­culos sérios, se não intransponíveis, pelo menos, encarecedores. Seus climas não são hostis: por vêzes favorecem quer pela ausência de invernos, quer pela dis­pensa de proteção. As distâncias freqüentemente são grandes e os recursos que se completam, afastados uns dos outros. Mas, no seu conjunto, a posição geográfica no hemisfério sul, à beira do Atlântico, um tanto afastada do ecúmeno mais denso, é, aos poucos, corrigidos pelos novos tipos de comunicações e. transportes.

É bom lembrar, a êste propósito, que o Brasil é, de todos os países, o que mais tem desenvolvido o transporte aéreo e dêle tira maior proveito.

Quanto às condições econômico-sociais da industrialização, foram fixadas recentemente pela conferência Econômica Internacional do Rye (Rai). O país deve:

1.0 - possuir matérias primas em quantidade e qualidad'e adequadas. No Brasil o industrial só pode hesitar' na escolha. ·

2.0 - possuir fontes de energias para a produção econômica. As fôrças aproveitadas em nosso país constituem uma porcentagem ainda in­significante. A utilização de Paulo Afonso será um passo de conse­qüências consideráveis.

3.0 - dispor de direção técnica e de mão de obra especializada. Há muito que já cuidamos da educação profissional e multiplicamos as escolas técnicas. Um país de 45 milhões de almas é um vtveiro de trabalha­dores; aliás há zonas privilegiadas pela densidade.

4.0 - ter leis trabalhistas razoáveis. As nossas são recentes e resultam da experiência dos países mais adiantados. ·

5.0 - representar um mercado consumidor amçplo. O Brasil e parte sul do continente constituem semelhante mercado. Se já foi conquistado, o problema é conservá-lo.

6.0 - obter um 'custo de produção que permita lucro ao capital invertido. E' de crer que se não fôsse êste o caso do Brasil, os cidadãos america­nos não teriam mais de 300 milhões de dólares empregados no Brasil.

• A questão dos capitais é, aliás, o nosso ponto mais fraco. Calcula-se que a

renda nacional é de 40 bilhões de cruzeiros; comparada à renda nacional norte­americana que é de 3 mil bilhões de cruzeiros é realmente insignificante.

Porisso mesmo, pregam os nossos economistas que necessitaríamos estimu­lar as indústrias nacionais a fim de melhorar o padrão de vida do operariado, barateando o custo, alargando o mercado e fortalecendo o salário real. Roberto Simonsen julga que alcançaremos êste objetivo quando estiver quadruplicada a renda nacional. Disto tirará ·grande proveito também o trabalho agrícola .

co :

No campo, como na fábric seu progresso.

Êste conjunto de circ receram o surto industrial táculos · que lhe restam ve

Na última aula de G' características da nova fa, Vimos como as crises da primeira grande guerra co mento efetivo desta opor ficas, econômicas e sociai vimos as causas que pos agora, vejamos os. efeitos,

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Na primeira fase de p aparelhada c~corrência e uma crise de desequilíbrí1 consumo nas tecelagens, q nas secções de fiação. Alérr

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o Brasil, entretanto, VI nos mercados exteriores.

Quando as nossas m: blema principal da indús1 relhamento. Era necessár questão financeira consti1 grande guerra que nadl r foram destinados a comp1 Bretanha .

Não foi possível a irn fábricas em certos setore: de capital.

Foi dado assim consi< 1944, contávamos 41Í fáb

N. - A segunda parte da :

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co

ado não demorou e, apesar XJres da vida econômica do ~conômica, passou a ser um

tamos nos aparelhando em ·ança, estabilidade, garantia tis sofrermos das crises eco­to resto do mundo, nem fi­:!Ontrário, com mais variada tis apto a concorrer, quere­ierosos amigos dêste conti­onal.

tndo moderno? Uma organi­e em condições econômico-

cia industrial dos trópicos. ts de fôrça hidráulica, das setores, oferecem caminhos n muitos casos, cria obstá-arecedores. Seus climas não de in ve.rnos, quer pela dis­grandes e os recursos que se njunto, a posição geográfica afastada do ecúmeno mais comunicações e. transportes. é, de todos os países, o que ira maior proveito. ustrialização, foram fixadas lona! do Rye (Rai). O país

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CONTRIBUIÇÃO AO ENSINO 1307

No campo, como na fábrica, a máquina é a libertadora do homem e a marca de se.u progresso .

~ste conjunto de circunstâncias geográficas, econômica:; e humanas favo­receram o surto industrial do Brasil que se apresenta promissor apesar dos obs­tá.culos · que lhe restam vencer.

II

Na última aula de Geografia falou o Prof. Delgado de. Carvalho sôbre as características da nova fase da evolução do Brasil: a independência econômica. Vimos como as crises da política internacional influíram sôbre o problema: a primeira grande guerra como uma oportunidade e a segunda como o aproveita­mento efetivo desta oportunidade.· Analisamos, também, as condições geográ­ficas, econômicas e sociais da industrialização do Brasil. Em outras palavras: vimos as causas que possibilitaram esta nova fase da economia nacional e, agora, vejamos os. efeitos, ou seja, o aspecto industrial do Brasil.

* * :::

Evidentemente não vamos focalizar tôdas as indústrias do país. Não ouvintes, não se assustem: apenas falaremos sôbre as duas maiores indústrias brasileiras.

As fábricas de tecidos de Juiz de Fora, de Votorantim e de Petrópolis, mon­tadas no tempo do Império foram as primeiras instalacões modernas de grande indústria. Em Minas Gerais e no Estado do Rio as fábricas se muletplicaram \ nas proximidades das cachoeiras para 'aproveitar a fôrça hidráulica. Os mate­riais empregados para a sua construção vinham da França e da Bélgica; os maquinismos provinham principalmente da Inglaterra. Da Europa também vi­nham operários, contra-mestres e técnicos.

Não podia deixar de constituir o algodão, matéria prima nacional de disse­minada produção e boa qualidade. O objetivo principal das primeiras emprêsas de indústria têxtil. As nossas fábricas, de. início, trabalharam na fiação, na tecelagem e no acabamento de produtos, reunindo assim as três atividades que . em regra, os industriais europeus mantinham distintas. ·

Na primeira fase de produção foi necessário enfrentar uma poderosa e bem aparelhada concorrência estrangeira. Ao crescer, porém, a nossa indústria sofreu uma crise de desequilíbrio entre a produção de fio e as necessidades de seu consumo nas tecelagens, que superava a fiação. Daí a utilização de duas turmas nas secções de fiação. Além disto, a falta de teares automáticos, obrigavam o ope­rário brasileiro a cuidar de dois teares apenas, enquanto, nas fábricas mais modernas dos Estados ,Unidos, um operário chega a cuidar de 30 a 50 teares automáticos. Necessidades de se chegar à mais perfeita padronização da pro­dução em série também representou um problema para a nossa indústria. Eram estas, tôdas, condições de barateamento do custo de fabricação, e, conseqüente­mente, de melhoramento dos salários.

O Brasil, entretanto, venceu na luta econômica e conseguiu posição destacada nos mercados exteriores.

Quando as nossas máquinas importadas se tornaram antiquadas, o pro­blema principal da indústna brasileira de tecidos foi o . da renovação do apa­relhamento. Era necessário acompanharmos os progressos da técnica, mas a questão financeira constituía um obstáculo sério. Foi por ocasião da segunda grande guerra que nadl menos de um bilhão e seiscentos milhões de cruzeiros foram destinados a compras de máquinas novas nos Estados Unidos e na Grã­Bretanha.

Não foi possível a imediata remodelação total, em razão da suspensão de fábricas em certos setores. o desgaste do material correspondia a uma perda de capital. .

Foi dado assim considerável impulso à indústria têxtil de nosso país. Em 1944, contávamos 411 fábricas com três milhões de fusos, representando mais

N. - A segunda parte da aula foi dada pela Prof. ~ Léia Quintiere.

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de cinco bilhões de cruzetros. Destacavam-se os centros industriais de_ São Paulo, Distrito Federal, Estado do Rio, Minas Gerais, Pernambuco e Santa Catarina.

Além dos tecidos de algodão, o Brasil produz tecidos de sêda, de lã, de "rayon", de juta, de caroá e de outras fibras. .

Calcula-se que os 400 000 operários empregados nas indústrias têxteis, re­presentam, em famílias, cêrca de um milhão e 600 mil pessoas. Constituem 25% do operariado brasileiro.

As conexões que ligam a i·ndústria de tecidos à vida econômica do país são numerosas: não somente se prende a ela a lavoura do algodão e seu benefi­ciamento, as culturas de fibras, a criação de carneiros e de bicho da sêda, como também as indústrias de corantes, de cloro, de soda cáustica, de correias, de tacos, de lançadeiras, por fim, os sistemas de transporte e de armazenagem e todo o sistema financeiro do país. Uma crise nesta indústria tão perfeitamente integrada na economia nacional, representaria uma tríplice crise econômica, bancária e social em todo o Brasil.

* -· Tanto as têxteis como as demais indústrias derivadas da exploração mine­

ral, vegetal e animal e as indústrias de transporte têm ne.cessidade de maqui­narias para se conservarem e progredirem. Ora, se a matéria prima para a fabricação da maquinaria é o ferro, os processos de beneficiamento e transfor­mação dêste material constituem o que se chama indústria siderúrgica, de im­portância tão básica que foi considerada como a "indústria chave".

O Brasil possuindo, de um lado, condições naturais favoráveis, e de outro lado a necessidade cada vez maior de máquinas e i:nais máquinas, viu nascer a idéia da criação de uma indústria siderúrgica nacional. Esta idéia dos diri­gentes firmou-se à proporção que novas turmas de engenheiros metalúrgicos saíam da Escola de Minas de Ouro Prêto ou chegavam técnicos brasileiros com estágio em usinas no estrangeiro.

Estudado cientificamente o valor ferrífico do minério e sua localização nas cabeceiras do alto São Francisco e do rio Doce, estudada também a localização do combustível mineral em estreitas faixas no sul do país, ,especialmente em Tubarão e Laguna, em Santa Catarina, verificou-se que, apesar de qualitativa­mente inferior ao importado, o carvão nacional é capaz · de produzir coque. Foi mais um passo para a criação de nossa siderurgia uma vez que o calcáreo abundante em Minas onde existe a grande formação conhecida com o nome de Pedra do Sino, ao longo da Estrada de Ferro Central do Brasil e da Rêde Mineira de Viação, e em vários pontos do território fluminense, não constituiu problema. ·

Quanto aos transportes, se bem que pouco numerosos e deficientes, aden­savam-se no sudeste brasileiro, coincidindo com a localização dos grandes cen­tros consumidores. A mão de obra operária, embora sem tradição industrial, poderia não só ser atraída para a grande indústria, pela elevação do salário e conseqüente nível de vida, como treinada sob a direção d técnicos especia­lizados.

A questão, depois de resolvida no terreno econômico-financeiro com a aber­tura de um crédito dos Estados Unidos para a compra de maquinaria, passou ao terreno prático, formando-se uma sociedade anônima, da qual o govêmo é o maior acionista. Entregou-se a organização e direção geral inteiramente a bra­sileiros, e deu-se o nome de "Companhia Siderúrgica Nacional". Atravessava-se então, o período de dificuldades devido à segunda grande guerra.

Três fatôres econômicos básicos forám estudados e levados em consideração na localização da usina: a proximidade das matérias primas e dos mercapos consumidores, e as facilidades de transportes. Pensou-se também no grande suprimento d'água que uma emprêsa desta natureza. consome, na geologia, no relêvo e no clima da região e a escolha recaiu sôbre o largo vale do Paraíba, em Volta Redonda, a meio caminho entre Rio e São Paulo.

Apesar de ainda não totalmente construída, desde 1946, a usina começou a produzir o ferro gusa que, laminado e aí mesmo, é transformado em trilhos para as estradas de ferro, em chapas para os navios, em vergalhões para as

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CONTRIBUIÇÃO AO ENSINO 1309

construções civis. Na semana passada, em 25 de fevereiro, começou também a produzir as primeiras fôlhas de flandres com que se fabricam o vasilhame para as conservas alimentares. E não é só. A produção do coque origina uma série de sub-produtos empregados nas indústrias químicas como o sulfato de amô­nio, o benzo!, nas indústrias de transporte, como combustível para motor, alca­trão combustível, pixe, para pavimentação de estradas e outros. Além dêstes, aproveitam-se também os sub-produtos como o óleo desinfetante, a naftalina que alimentam outras indústrias. ·

O objetivo da Companhia Siderúrgica Nacional de produzir só produtos de maior necessidade - principalmente para o transporte - e que não eram produzidos, por falta de capital pelos altos fornos, alimentados com carvão vegetal, vem trazendo um grande ~.poio quer diretamente na nova· era industrial do país, quer indiretamente através de modernização dos processos de agricul­tura e de expl9ração do solo.

Quando tôda a Usina Siderúrgica de Volta Redonda estiver produzindo 100% do que está planejado, o Brasil já poderá ser considerado como país in­dustrial o que se refletirá econômicamente na sua independência financeira e, politicamente, na hegemonia do continente.

A sombra da indústria siderúrgica, novas indústrias, pequenas, médias e grandes nascerão: quer utilizando o aço, quer aproveitando mais ainda os sub­produtos, quer transformando-os ainda em novas matérias cujas necessidades de consumo forem requisitando.

Os primeiros passos para a industrialização foram dados. Resta prosseguir.

Concorra para que o Brasil seja geogràficamente bem representado, enviando ao Conselho Nacional de Geografia intorma~ões e mapas que possam ser de utilidade à nova edição

da Carta Geogrãfica do Brasil ao Milionésimo, que o Conselho está elaborando.

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Noticiário

Capital

PBESID:tllNCIA DA BEPCBLICA

CONSELHO NACIONAL DO PETRóLEO

EXPOSIÇÃO DO GENERAL JOÃO CAR­LOS BARRETO SôBRE SUAS ATIVIDADES -Quando da visita do General Eurico Gaspar Dutra, Presidente da República aos campos petrolíferos do Recôncavo baiano, o General João Carlos Barreto, presidente do Conselho Nacional do Petróleo, fêz a S. Excia. e sua comitiva a seguinte exposição dos trabalhos afetos àquele Conselho:

Não nos parece fora de propósito que, nesta oportunidade da visita do excelentfssimo senhor Presié'ente da República aos serviços do Conse­lho Nacional do Petróleo na Bahia, se possa fa­zer rápido relato das atividades dêste órgão, aqui e em outros pontos do nosso território, acentuando os trabalhos da pesquisa prõpria­mente dita e as providências tendentes à im­plantação da indústria do petróleo entre nós, ai considerados o refino e os respectivos meios de transporte.

Como . já se tem declarado bastas vêzes, no Recôncavo baiáno, que, desde 1939, é o berço do petróleo brasileiro, já foram revelados 5 cam­pos petrolíferos, dos quais o de Candeias, o maior de todos, se encontra em desenvolvi­mento de produção e vem sendo considerado como a principal fonte de óleo cru para a re­finaria que, erigida neste recanto, estará den­tro em pouco contribuindo para o surto econô­mico dêste grande estado.

A outra parcela de óleo para o mesmo des­tino será fornecida pelo campo de Itaparica, na ilha do mesmo nome, de vez que o de D. João, mais recentemente descoberto, a noroeste de Candeias, se acha em fase de delimitação e de­senvolvimento inicial, não se podendo ainda dispor do seu petróleo, que é, aliás, excelente pelas suas características, e se encontra a pou­ca profundidade do solo.

Na realidade, a grande expressão econômica do campo de D. João reside nas suas camadas produtoras a menos de 300 metros de profundi­dade, parecendo que se estendem sob a água ou em regiões de mangue, o que irá por certo de­terminar, de futuro, o encarecimento das ope­rações de extração pelo emprêgo provável de perfurações dirigidas.

Ê interessante observar-se .que, na com­plexa estruturação do subsolo baiano, recortado de falhas e onde as formações petrolíferas se têm mostrado descontínuas e em geral de pro­porções restritas, o petróleo é de superior qua­lidade, como o confirmam as análises, de alto teor parafínico e rico em lubrificantes, nota­damente em Candeias. Em contraposição, po­rém, êsse grau elevado de parafina quebra o ritmo do escoamento e reduz a produção efetiva diária de cada poço, limitando, por outro lado, o aproveitamento das respectivas jazidas.

No conjunto de 78 poços produtores de óleo, de todos os campos do Recôncavo baiano, cujas reservas recuperáveis montam a 17,8 milhões de barris, a produção potencial diária é, neste

Federal

momento, de cêrca de 11600 barris (de 159 litros cada um), só se podendo contar, entretanto, com a produção efetiva de um têrço dêsse to­tal ou um pouco menos, ante a necessidade do contrôle do funcionàmento dos poços para a sua utilização mais econômica.

Nesta base, a refinaria de Mataripe, de tipo "conbination topping and cracking unit", a pri­meira no gênero a levantar-se no pais para o trato do petróleo nacional, terá a capacidade inicial de 2 500 barris diários e produzirá, prin­cipalmente gasolina e óleo combustível, achan­do-se aparelhada, todavia, para proporcionar também querosene e óleo diesel. Outrossim, está prevista a sua ampliação para 5 000 barris diários, tão logo o permitam as nossas crescen­tes reservas petroliferas, tendo-se, ainda, em aprêço a extração de lubrificantes do petróleo baiano possivelmente no ano de 1953, em pro­porções capazes de cobrir cêrca de 40% do nosso mercado interno estimado para aquela época.

O empreendimento que, logo após o tér­mino da construção e já em início de funciona­mento, será conduzido por uma sociedade de economia mista, a Refinaria Nacional de Petró­leo, S. A., nos moldes constantes do decreto-lei n.o 9 881, de 16 de setembro de 1946, que a criou, poderá atender ao suprimento em deri­vados do petróleo dos estados da Bahia, Sergi­pe e Alagoas, cooperando desta forma com 3,2% do abastecimento total provável do país no ano de 1950.

O capital inicial é de Cr$ 50 000 000,00 (cin­qüenta milhões de cruzeiros), distribuído em 50 000 (cinqüenta mil) ações de Cr$1 000,00 (mil cruzeiros), das quais 25 000 (vinte e cinco mil) serão subscritas peJa União e as restantes oferecidas à subscrição pública, só podendo ser compradores pessoas naturais brasileiras.

Orçado em US$ 2,000,000,00 (dois milhões de dólares) o custo da instalação, que está a cargo da The M. W. Kellog Co., firma norte-ameri­cana de renome, e da sua subsidiária, Kellog Pan American Corp., respectivamente para os trabalhos do projeto, minúcia de engenharia, oompra, inspeção e expedição do material. Quanto à primeira é para os serviços de mon­tagem e construção, quanto à segunda deverá ocorrer dentro de poucos dias o desembarque no pôrto de Mataripe da primeira remessa do material. Ultimam-se, ao mesmo passo, os preparativos do terreno no qual se vai erguer a refinaria, de sorte que, mantido o ritmo da construção, possa a mesma achar-se em plena. marcha no fim do ano de 1949 ou imediatamente no comêço d-e 1950.

Cumpre-nos salientar, aqui, o profundo re­conhecimento do Conselho Nacional do Petró­leo ao Excelentfssimo Senhor Presidente da Re­pública pelo decidido apoio a essa realização, desde os seus primórdios, quer sancionando a iniciativa, no aplauso aos seus propósitos, quer promovendo, êle mesmo, as providências que não raro se faziam urgentes, em busca de se solverem sem mais delonga, os compromissos por nós assumidos, particularmente no estran­geiro.

O funcionamento da refinaria da Bahia tra­rá economia em divisa da ordem de US$

'2,846,150,00 (dois milhões oitoc e seis mil cento e cinqüenta < 'OU sejam, Cr$ 53 280 000,00 (< milhões duzentos e oitenta rr eâmbio de 18,72. Além disso, : ]?ara a União, quer dos divider berem pelo investimento na Se venda de 2 500 barris diários base de US$ 2,80, que propor aproximada anual de Cr$ 39 31 nove milhões e trezentos e doz

Em realce da obra a que ferindo, podíamos ainda pondt cipação compulsória, inclusivE dos lucros, nas investigações p obstante o seu pequeno vulto, c serviria também para justific mento, tão vastos são os meic dispensáveis e diversas as for de recorrer para a pesquisa do ·ga escala, ademais da premênc santemente clama a solução d• blema.

Em tal sentido, colhe cita: mento dos trabalhos de pros] tado, na fossa do Recôncavo c 'OS Santos e na área sedimen1 desta fossa se estende até o rl formando um todo de 400 qu tensão por 50 a 100 quilôme -como ainda no Estado de Ser, faixa sedimentar costeira, envt de Alagoas, consoante progran Divisão Técnica do Conselho e ma DeGolyer and MacNaug dêste órgão. Dessas indaga~ áreas ainda em terras baianas, mulação de óleo, nas quais se . mento, poços pioneiros, como tônio, cuja perfuração já ating fundidade de 2. 729 metros, a n cançada em todo o pais, e os d cano. Em Sergipe, concluídos ' lógicos que se vinham process1 de 1946, e que assinalaram a à de dobramento e estruturas f, falhas, realiza-se agora a proE de caráter sísmico, para o c formações adequadas à execuç neiros.

Quanto à pesquisa em outr ritório, poderíamos aludir, de o Conselho desde alguns anos nhecimentos de caráter gera operações geológicas e geoffsic Paraná e Amazonas e na regl ranhão. Nesta última, prosse1 geológicos da enorme área sedl moso geólogo norte-american "geossinclineo do Parnaíba", q· parte do Estado de Goiás, e en a presença de formações potent veis à existência de óleo. Ati• tudos para a seleção de loca: ções testes irão decidir do vai< ções.

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. 600 barris (de 159 litros ndo contar, entretanto, . de um têrço dêsse to­os, ante a necessidade à.mento dos poços para conômica. tria de Mataripe, de tipo td cracking unit", a pri­:mtar-se no pais para o )nal, terá a capacidade iários e produzirá, prin­ileo combustível, achan­tvia, para proporcionar óleo diesel. Outrossim, ;:>liação para 5 000 barris litam as nossas crescen­as, tendo-se, ainda, em ubrificantes do petróleo 10 ano de 1953, em pro­•brir cêrca de 40% do • estimado para aquela

<lue, logo após o tér­á em inicio de funciona-

por uma sociedade de naria Nacional de Petró­constantes do decreto-lei )tembro de 1946, que a ao suprimento em deri­estados da Bahia, Sergi­lo desta forma com 3,2% provável do pais no ano

de Cr$ 50 000 000,00 (cin­lzeiros), distribuído em I ações de Cr$1 000,00 tais 25 000 (vinte e cinco ,ela União e as restantes pública, só podendo ser

aturais brasileiras. 10,000,00 (dois milhões de talação, que está a cargo C9., firma norte-ameri­sua subsidiária, Kellog

respectivamente para os minúcia de engenharia, expedição do material. ara os serviços de mon­uanto à segunda deverá cos dias o desembarque da primeira remessa do

ao mesmo passo, os o no qual se vai erguer tue , mantido o ritmo da esma achar-se em plena. ie 1949 ou imediatamente

.ar, aqui, o profundo re­elho Nacional do Petró­;enhor Presidente da Re­apoio a essa realização, lios, quer sancionando a tos seus propósitos, quer no, as providências que ·gentes, em busca de se ~longa, os compromissos rticularmente no estran-

a refinaria da Bahia tra­isa da ordem de US$

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NOTICIARIO 1311

'2,846,150,00 (dois milhões oitocentos e quarenta -e seis mil cento e cinqüenta dólares) por ano, 'O U sejam, Cr$ 53 280 000,00 (cinqüenta e três milhões duzentos e oitenta mil cruzeiros), ao eâmbio de 18,72. Além disso, sobrevirão lucros "J)ara a únião, quer dos dividendos que lhe cou­berem pelo investimento na Sociedade, quer na venda de 2 500 barris diários de óleo cru, na base de US$ 2,80, que proporcionará a renda aproximada anual de Cr$ 39 312 000,00 (trinta e nove milhões e trezentos e doze mil cruzeiros) .

Em realce da obra a que nos estamos re­ferindo, podíamos ainda ponderar a sua parti­cipação compulsória, inclusive de uma fração dos lucros, nas investigações pelo petróleo. Não obstante o seu pequeno vulto, destino é êsse que serviria também para justificar o empreendi­mento, tão vastos são os meios financeiros in­dispensáveis e diversas as fontes a que temos de recorrer para a pesquisa do petróleo em lar­-ga escala, ademais da premência por que inces­santemente clama a solução do palpitante pro­blema.

Em tal sentido, colhe citar-se o prossegui­mento dos trabalhos de prospecção neste Es­t ado, na fossa do Recôncavo da baia de Todos ·os Santos e na área sedimentar que ao norte desta fossa se estende até o rio São Francisco, formando um todo de 400 quilômetros de ex­tensão por 50 a 100 quilômetros de largura, como ainda no Estado de Sergipe, e assim na faixa sedimentar costeira, envolvendo o Estado de Alagoas, consoante programa delineado pela Divisão Técnica do Conselho e pela grande fir­ma DeGolyer and MacNaughton, consultora dêste órgão. Dessas indagações, apontam-se áreas ainda em terras baianas, propicias à acu­mulação de óleo, nas quais se abrem, neste mo­mento, poços pioneiros, como o de Santo An­tônio, cuja perfuração já atingiu a elevada pro­fundidade de 2. 729 metros, a maior até aqui al­cançada em todo o pais, e os de Restinga e Tu­cano. Em Sergipe, concluídos os trabalhos geo­lógicos que se vinham processando desde o ano de 1946, e que assinalaram a definição de eixos de dobramento e estruturas fechadas, além de falhas, realiza-se agora a prospecção geofísica, de caráter sísmico, para o conhecimento das formações adequadas à execução de poços pio­neiros.

Quanto à pesquisa em outros pontos do ter­ritório, poderíamos aludir, de relance, que vem o Conselho desde alguns anos efetuando reco­nhecimentos de caráter geral e enfrentando operações geológicas e geofísicas nas bacias do Paraná e Amazonas e na região do Piaui-Ma­ranhão. Nesta última, prosseguem os estudos geológicos da enorme área sedimentar a que fa­moso geólogo norte-americano denominou de "geossinclineo do Parnaíba", que inclui também · parte do Estado de Goiás, e em que se indicara a presença de formações potencialmente favorá­veis à existência de óleo. Ativam-se ai os es­tudos para a seleção de locais onde perfura­ções testes irão decidir do valor de tais forma­ções.

De modo análogo, no Estado do Pará ope­ram elementos nossos, integrando uma turma sismográfica e outra gravimétrica, de emprêsas norte-americanas contratadas, com o objetivo de se verificar a espessura das camadas sedi­mentares da ilha de Marajó, delta amazônico, e .ao longo da bacia amazônica, e, assim, a ocor­rência de estruturas próprias à acumulação de óleo. Em face dos resultados promissores, que já denotaram ser a espessura dos sedimento no centro daquela ilha superior a 4 000 metros, es­pera.:se dentro em pouco seja assinalada uma locação para a sondagem que irá dizer das pos­sibilidades oleiferas da região.

Na bacia do Paraná, ou melhormente no Es­tado do Paraná, após as indagações de natureza

B.G. -4

sísmica que ocorreram a oeste de Ponta Grossa, infelizmente sem melhores augúrios, se bem que em pequena fração da imensa bacia, onde não se mostraram praticáveis aquêles processos, passou-se, no inicio dêste ano, a trabalhos de geologia de minudências em diversos pontos. dada a probabilidade da existência de óleo no geossinclinal paranaense. Com efeito, desde 1944, em que se executou um reconheci­mento geológico geral nessa bacia, foi havida como área da maior significação para a pes­quisa do petróleo a faixa paleozóica, de perto de 100 quilômetros de largura, que se alonga de São Paulo até o Rio Grande do Sul.

Tais são as investigações que, com firme vontade e entusiasmo, se esforçam por condu­zir à boa meta os brasileiros que aqui labutam, bem como elementos estrangeiros contratados, na sua maioria norte-americanos, geólogos e organizações técnicas especializadas, de repu­tada experiência.

Sem dúvida, magna tarefa é essa da pes­quisa do petróleo nos múltiplos rincões da pá­tria, que desafia a nossa própria capacidade realizadora e que, reclamando abundância de meios e técnicos, nos traz a convicção de que só a procura em grandes proporções e simultâ­neamente por tôda parte, e por quantos se pro­ponham aptos a fazê-la, será suscetível de pro­porcionar, em breve prazo, novas fontes ·abas­tecedoras, como há mister de se descobrirem, ante o nosso proclamado potencial oleifero.

Voltando às riquezas do subsolo baiano, cabe-nos referir ainda ao gás de Aratu, que é a ·verdadeira expressão dêsse campo e cujo aproveitamento industrial vem de ser ratificado pelo Conselho, em consonância com os interês­ses econômicos dêste Estado. Dotado de eleva­do poder calorífico, 9 000 cal. m3, e alta pressão, 71 atmosferas na jazida, e medindo o volume de quase um bilião de metros cúbicos, teve-se o propósito de assegurar-lhe o suprimento no pe­ríodo aproximado de 20 anos, com a distribui­ção diária até 130 000 metros cúbicos e ao preço mínimo de venda de Cr$ 0,20 (vinte centavos), por metro cúbico na instalação de Aratu. A sua utilização, firmada após concorrência pública, se destina a empreendimentos para fabricação de cimento Portland, cal e óleos vegetais, além de energia termo-elétrica, que a Viação Férrea Federal Leste Brasileiro irá empregar na ele­trificação de parte da via férrea.

Outra tarefa importante, entre as realiza­ções do Conselho, consiste nos trabalhos para a instalação de oleodutos, de grande capacidade, entre Santos e São Paulo com o objetivo do transporte fácil e barato dos combustíveis li­quidos, em crescente aumento de consumo, de tôda a região econômica suprida pelo pôrto de Santos.

Após os estudos de uma comissão especial, foi elaborado pelo famoso técnico norte-ameri­cano Sr. William G. Heltzel um projeto preli­minar que, aceito pelo Conselho, compreende o lançamento de 2 linhas principais, respectiva­mente de 10" de diâmetro para o escoamento de produtos leves, como gasolina, querosene e óleo diesel, e de 18" para óleo combustível e petró­leo, prevendo-se o deslocamento inicial de 25 000 barris diários e orçando-se a obra, em fevereiro do corrente ano, em Cr$ 120 000 000,00 (cento e vinte milhões de cruzeiros) .

Tal empreendimento será enfrentado pela Estrada de Ferro Santos-Jundiai, a que fôra concedida a exploração dos oleodutos, ficando, porém, aquela organização sujeita, ademais de outras obrigações, à fiscalização técnica do Conselho do Petróleo. Posso informar-vos de que, neste instante, se acha de novo entre nós aquêle ilustre técnico para o traçado do projeto pormenorizado, sendo possível, que os oleo-

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1312 BOLETIM GEOGRAFfCO

dutos entrem em funcionamento no primeiro trimestre de 1950, se logo concluídas as res­pectivas operações de financiamento.

- Com a enumeração dêsses trabalhos, vale ponderar-lhes o rendimento, pelo muito que já se há alcançado, face às verbas até aqui des­pendidas. De feito, ao total das dotações atri­buídas ao Conselho, no periodo de 1938, data da sua criação, a 1947 inclusive, ou sejam Cr$ 443 187 350,00 (quatrocentos e quarenta ' e três milhões, cento e oitenta e sete mil trezentos e cinqüenta cruzeiros), tirante os saldos recolhi­dos ao Tesouro Nacional, antepõe-se o valor ativo, calculado em janeiro do corrente ano no montante de Cr$ 328 363 220,00 (trezentos e vinte oito milhões, trezentos e sessenta e três mil, duzentos e vinte cruzeiros), nêle incluindo-se todos os materiais e equipamentos e o que é recuperável no potencial dos campos pe­troliferos dêste Recôncavo, ou seja, dos po­ços produtores de óleo e de gás. Desvenda-se ai, através de elevada taxa de recuperação, pro­missora situação econômica.

Devo, aliás, observar que os serviços contra­tuais, celebrados com técnicos e emprêsas es­trangeiras, e a aquisição de material, sobretudo de sondagens, no exterior alinham-se nas des­pesas , entre as de maiores indices.

Finalmente, é relevante salientar a recente decisão tomada pelo excelentissimo senhor Pre­sidente da República, ao definir as bases da verdadeira criação da indústria petrolifera em nosso território, pugnando pelos meios indis­pensáveis e, outrossim, "colocando em mãos nacionais o setor intermediário da industria­lização dos combustíveis liquidos".

Balanceando o emprêgo mais oportuno das divisas de que dispõe o Brasil em vários pat­ses da Europa e que, congeladas, importa libe­rar, bem houve a sua excelência lhe fôsse o melhor destino a aquisição de material para construção de refinarias e navios petroleiros, ademais de locomotivas para outro setor da economia geral .' Na realidade, buscava-se, por t:J.ll arte, dar corpo ao programa .de industria­lização que fôra idealizado na elaboração do Plano Salte, no pertinente ao petróleo, onde s e delinearam realizações com o fito não só de alcançar, no periodo de 4 anos, ou seja em 1952, uma capacidade de refino,. para todo o consumo interno, estimado entãb em cêrca de 80 000 barris diários, como ainda de se conquistar uma frota de petroleiros, num total de 180 mil toneladas, que assegurasse o trans­porte de matéria prima para as refinarias e a distribuição fácil dos seus produtos para di­versos portos do pais.

Integrando as instalações que vão ser eri­rigidas, com capitais privados nacionais, por dois grupos financeiros, respectivamente, no Distrito Federal e no Estado de São Pauio, para 10 000 e 20 000 barris diários, construirá o Estado uma refinaria de alta capacidade, de ordem de 45 000 barris diários, também para o trato inicial do petróleo importado, consoan­te estudos que de há muito se vinham proces­sando neste Conselho. A par da indiscutível economia de cambiais que dai promana para a nossa balança comercial, sensivel contribui­ção poderá advir dos lucros das refinarias para se intensificarem os trabalhos de pesqui­sa, além do desenvolvimento que para a eco­nomia nacional certamente significará a in­dústria do petróleo em grande escala.

Como é do conhecimento público, encon­tra-se desde há pouco no Congresso Nacional submetido à alta sabedoria dos seus pares: um projeto de lei, que consubstancia aquêle plano, autorizando o Poder Executivo a abrir créditos especiais até o total de Cr$ •••..... 1178 457 530,30 (um bilhão cento e setenta e

oito milhões quatrocentos e cinqüenta e sete· mil quinhentos e trinta e cruzeiros e trinta centavos) para atender às despesas com a aquisição do material a que nos referimos, ve­rificando-se os respectivos pagamentos em cambiais.

São essas as aspirações que, sob a égide do Govêrno Federal, orientam a obra do Con­selho Nacional do Petróleo, à margem das indagações para que, em outro plano, se vol­tem ainda as. nossas atividades, no rumo do aproveitamento das ricas jazidas de chistos betuminosos de que tão generosamente é do­tado o pais .

Exmo. senhor presidente da República : A obra que V. Excia. está visitando é a

resultante de entusiásticos esforços da nossa gente, dotada de alto espírito de cooperação e na ânsia de desvendar as riquezas petrolife­ras do subsolo brasileiro, tanto se afirma que é ainda no potencial do óleo que repousam os fundamentos mais sólidos da economia de uma nação.

A presença de V. Excia. neste cenário é honra insigne, e o Conselho Nacional do Pe­tróleo, que me esmero por bem dirigir, está seguro de que V. Excia. se há feito arauto do desdobramento das nossas fontes básicas de riqueza e timbra em impulsionar por ina­diável e essencial o surto do petróleo, erigin­do-o em uma das características mais expres­sivas do seu govêrno.

Ergo a minha taça pela ventura pessoal de V. Excia., pela grandeza do seu govêrno e pela marcha ascendente dos nossos destinos" .

-+c . INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA

E ESTATíSTICA Conselho Nacional de Geografia

FALECIMENTO DO CONSULTOR-TECNI­CO PROF. BERNARDINO .JOSÉ DE SOUSA · - Lamentável e contristador acontecimento acaba de enlutar a cultura nacional, desfalcan­do-a de uma das suas maiores expressões . Referimo-nos ao falecimento do professor Ber­nardino .José de Sousa, verificado a 11 do mês passado, nesta capital, com o que perdeu o Conselho Nacional um dos seus consultores­técnicos.

Homem de ação em todos os campos de atividade, foi o ministro Bernardino .José de Sousa um realizador, idealista e prático a um tempo. Dessa forma, verificando dificuldades na administração pública para a construção de edifícios oficiais ou particulares, iniciava cam­panhas para obter os meios por subscrições públicas, e sempre conseguia seus intentos. Foram assim construidos por obra sua, os se­guintes edifícios, na Bahia, Instituto Geográfico e Histórico, na praça 15 de Novembro; Ter­reiro de .Jesus, que fôra destruido, por incên­dio a 14 de setembro de 1914, sendo inaugu­rado o novo prédio a 15 de novembro de 1915; Pavilhão 2 de .Julho; a "Casa da Bahia" nova sede do Instituto Geográfico e Histórico, na avenida 7 de setembro; a nova sede da Fa­culdade de Direito da Bahia, na rua da Pie­dade, iniciada em 1929 a construção e inaugura­da em 1931.

O ministro Bernardino de Sousa era membro de numerosas sociedades culturais às quais emprestava o brilho de seu talento .. Era sócio honorário dos Institutos Geográficos e Históricos da Bahia e de Sergipe e sócio correspondente do Instituto Histórico e Geo-. gráfico Brasileiro, dos Institutos Arqueológi­cos de Pernambuco e de Alagoas, dos Institu­tos Históricos e Geográficos do Piaui, da Pa-

ratba, do Rio Grande do Su do Pará e de Minas Gerai: Ciências, Letras e Artes dE Academias Amazonense de L 14 (Visconde de São Lourenç< Letras da Sociedade de Geo1 .Janeiro, da Sociedade de An1 de .Janeiro e da Federação à Letras do Brasil.

Era ainda membro titul Brasileira de Direito Intern: demia de Letras da Bahia, de ocupando a cadeira n. o 14 ( Lourenço). do Instituto Hi Prêto) sócio correspondente Estudinhos de Geografia e raiba; do Arquivo Público d oficial da Ordem da Coroa <

Na qualidade de secret Congresso Brasileiro de Geo publicou seus anais, 2 grosi 1875 páginas, acompanhadas mapas e quadros.

O ministro Bernardino d as seguintes obras:

Nomenclatura geográfica Brasil, memória apresentada Brasileiro de Geografia, no em 1909; Limites do Brasil Rio Branco (1912) ; Corograf Piauí (1912) ; Por mares e ten gráficas (1913) ; ~ ciencia gec ceito e suas divisões (1920) ; Nomenclatura geográfica, pe (segunda edição), (1917); O n dia (1922); Joana Angélica, a da Independencia do Brasi l (l Geral da Geografia Brasileirc baianas : Joana Angélica, Ma· Néri (1936); O Pau-Brasil nt nal. Além dessas obras e tros trabalhos publicados na nlstro Bernardino de Sousa, livro de grande alcance hist61 intitulado O ciclo do carro t no qual se ocu·pa do desenvo rural do pais através dêsse

O ministro Bernardino .J, leceu com 65 anos de idade, fevereiro de 1884 no Engenh• nicipio de Vila Cristina, Es·

-+c MINIST:f:RIO DA VIAÇA

P'CBLICAS

EMPREENDIMENTOS FE No decorrer dos últimos trê~ tes empreendimentos foram pelo Ministério da Viação e no terreno ferroviário.

Nesse período o govêrno rou nada menos de 350 quiU linhas férreas pertencentes à tou cêrca de 770 quilômetro diversas estradas de sua prc

Segundo dados oficiais, a referidas podem ser assim di!

I - No Departamento Nt dfL8 de Ferro.

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trocentos e cinqüenta é sete· ! trinta e cruzeiros e trinta atender às despesas com a ~rial a que nos referimos, ve-respectivos pagamentos em

aspirações que, sob a égide ral, orientam a obra do Con­lo Petróleo, à margem das que, em outro plano, se vol­ssas atividades, no rumo do las ricas jazidas de chistos }Ue tão generosamente é do-

~ presidente da República : V. Excia. está visitando é a tusiásticos esforços da nossa , alto espírito de cooperação svendar as riquezas petrolife­rasileiro, tanto se afirma que cial do óleo que repousam os 1 sólidos da economia de uma

. e V. Excia. neste cenário é o Conselho Nacional do Pe­smero por bem dirigir, está r. Excia. se há feito arauto o das nossas fontes básicas bra em impulsionar por ina-

o surto do petróleo, erigin-1 características mais expres­êrno. a taça pela ventura pessoal a grandeza do seu govêrno e ndente dos nossos destinos".

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contristador acontecimento a cultura nacional, desfalcan­. s suas maiores expressões . 'alecimento do professor Ber­;ousa, verificado a 11 do mês Lpital, com o que perdeu o .1 um dos seus consultores-

;ão em todos os campos de ninistro Bernardino José de lor, idealista e prático a um ·ma, verificando dificuldades pública para a construção de m particulares, iniciava cam­!r os meios por subscrições re conseguia seus intentos. 1truídos por obra sua, os se­la Bahia, Instituto Geográfico 1raça 15 de Novembro; Ter­ue fôra destruido1 por incên­nbro de 1914, sendo inaugu­o a 15 de novembro de 1915; ho; a "Casa da Bahia" nova

Geográfico e Histórico, na ~mbro; a nova sede da Fa­o da Bahia, na rua da Pie-1929 a construção e inaugura-

Bernardino de Sousa era ~osas sociedades culturais às o brilho dé seu talento. Era los Institutos Geográficos e Lhia e de Sergipe e sócio • Instituto Histórico e Geo-. , dos Institutos Arqueológi­:o e de Alagoas dos Institu­}eográficos do Piauí, da Pa-

NOTICIAR! O 1313

raiba, do Rio Grande do Sul, de São Paulo, do Pará e de Minas Gerais; do Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas; das Academias Amazonense de Letras, na cadeira 14 (Visconde de São Lourenço), e Alagoana de Letras da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, da Sociedade de Antropologia do Rio de Janeiro e da Federação das Academias de Letras do Brasil. ·

Era ainda membro titular da Sociedade Brasileira de Direito Internacional; da Aca­demia de Letras da Bahia, desde sua fundação ocupando a cadeira n. o 14 (Visconde de São Lourenço), do Instituto Histórico de Ouro Prêto) sócio correspondente do Gabinete de Estudinhos de Geografia e História da Pa­raíba; do Arquivo Público do Maranhão. Era oficial da Ordem da Coroa da Itália.

Na qualidade de secretário-geral do V Congresso Brasileiro de Geografia, redigiu e publicou seus anais, 2 grossos volumes com 1875 páginas, acompanhadas de fotografias , mapas e quadros.

O ministro Bernardino de Sousa publicou as seguintes obras:

Nomenclatura geográfica peculiar ao Brasil, memória apresentada ao I Congresso Brasileiro de Geografia, no Rio de Janeiro, em 1909; Limites do Brasil (1811) ; Barão do Rio Branco (1912); Oorografia do Estado do P i auí (1912); Por mares e terras; Leituras geo­gráficas (1913) ; ~ ciéncia geográfica, seu con­ceito e suas divisões (1920) ; A Bahia (1916) ; Nomenclatura geográfica, pecuZim· ao Brasi l (segunda edição), (1917); O muni cípio de Aba­dia (1922); Joana Angélica, a primeira heroína da Independénci a do Brasil (1922) ; Onomástita Geral da Geografia Brasileira (1927) Heroínas baianas: Joana Angélica, Maria Quitéria, Ana Néri (1936); O Pau-Brasil na História Nacio­nal. Além dessas obras e de muitos · ou­tros trabalhos publicados na imprensa, o mi­nistro Bernardino de Sousa, tinha pronto, um livro de grande alcance histórico e sociológico, intitulado O ciclo do carro de boi no Brasil, no qual se ocupa do desenvolvimento da vida rural do pais através dêsse veiculo .

O ministro Bernardino José de Sousa fa­leceu com 65 anos de idade, pois nascera em fevereiro de 1884 no Engenho de Murta, mu­n icípio de Vila Cristina, Estado de Sergipe.

iC

MINISTÉRIO DA VIAÇÃO E OBRAS P'CBLICAS

EMPREENDIMENTOS FERROVIARIOS -No decorrer dos últimos três anos importa~­tes empreendimentos foram levados a efeito pelo Ministério da Viação e Obras Públicas, no terreno ferroviário.

Nesse período o govêrno federal inaugu­rou nada menos de 350 quilômetros de novas linhas férreas pertencentes à União e assen­tou cêrca de 770 quilômetros de trilhos em diversas estradas de sua propriedade.

Segundo dados oficiais, as quilometragens referidas podem ser assim discriminadas:

I - No Departamento Naci onal de Estra­d fUl de Ferro.

Linhas inauguradas a partir de 1946: 1 - Ligação Palmeira dos fndios - Co­

légio, na Great Western (Palmeira dos :fndios a Igaci) - 16,000 Km.

2 -Ligação Norte-Sul (Contendas-Monte Azul, trecho Umburamas Brumado-Ma­lhada de Pedras) - 65,000 Km. Total 81,000 Km.

Linhas com trilhos assentados. 1 - Ligação Itapipoca-Sobral, na Rêde

Cearense - 38,000 Km. 2 - Prolongamento Albuquerque-Né-Afoga­

dos de Ingàzeira, na Great Western -28,000 Km.

3 - Ligação Palmeira dos :fndios-Colégio (articulação do Nordeste com o Leste) - Great Western - Leste Brasileiro -18,000 Km.

4 - Itaiba-Mundo Novo (ligação Norte­Sul) - 9,500 Km.

5 - Contendás-Brumado-Monte Azul (liga­ção Norte-Sul) 66,680 Km. Total 160, 180 Km.

II - Na E. F. Central do Brasil .

Linhas inauguradas: 1- Linha do Centro - 15,817 Km. 2- Ramal de São Paulo - 34,918 Km. 3 - Ramal de Montes Claros a Monte

Azul (ligação Norte-Sul) - 91,000 Km. - Total: 141,735 Km .

Linhas com trilhos assentados (inclusive as inauguradas) : •

1 - Linha do Centro - 69,817 Km. 2 - Ramal de São Paulo - 55,264 Km. 3 - Ramal de Montes Claros a Monte

Azul - 91,000 Km. - Total:. 216,081 Km.

' III - Na Rêde de Viaç~o Paraná-Santa Catarina.

Linhas inauguradas :

1 -Variante de Engenheiro Bley a Rio Negro e ramal de Barra Bonita 18,470 Km.

Linhas com trilhos assentados : 1 - Ramal de Monte A.legre-Gúarapuava e

variante São João - 89,460 Km.

IV- Na E. F. Noroeste do Brasil.

Linha inaugurada:

1- Variante Mirante-Guaiçara- 10,680 Km. Linhas com trilhos asse~tados:

1 - Prolongamento de Pôrto Esperança a Corumbá (ligação com a E . F. Brasil­Bolívia) - 10,929 Km.

2 - Ramal de Campo Grande a Ponta Porã - 52,000 Km.

3 - Variante Mirante-Guaiçara - 27,773 Km. - Total: 90,702 Km.

V - Na Viação Férrea do Rio GrOtnde do do Sul.

a) - Construções a cargo do 1. 9 Batalhão Ferroviário.

Linhas inauguradas: 1- São Luis· a Cêrro Azul - 18,600 Km. 2 - Pelotas a Santa Maria - 52,213 Km. 3 - Bento Gonçalves a Rio Negro

28,000 Km. - Total: 98,813 Km. Linhas com trilhos assentados: 1 - São Luis a Cêrro Azul - 47,500 Km. 2 - Pelotas a Santa Maria - 82,213 Km. 3- Bento Gonçalves a Rio Negro

53,000 km. - Total: 182,713 km. b) - Construções a cargo do 29 Batalhão

Ferroviário. Trechos com trilhos assentados na linha de

Caxias a Rio Negro: 1 - Até o Km. 93 do traçado Rio Negro

a Lajes - 29,000 Km.

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1314 BOLETIM GEOGRAFICO

Instituições Particulares

ASSOCIAÇÃO DOS GEóGRAFOS BRASILEIROS

Sec~ão Regional do Rio de Janeiro . O APROVEITAMENTO DO SOLO NA .RE­

GIGÃO DE RICHFIELD - ASPECTOS DO CANADA FRANC:tl:S - A Secção Regional do Rio de Janeiro da Associação dos Geógrafos Brasileiros, organizou para o corrente ano amplo programa de iniciativas e atividades culturais. Entre estas se inclui uma série de palestras de interêsse geográfico confiadas a associados seus e especialistas nacionais e es­trangeiros de reconhecida notoriedade, espe­cialmente convidados.

Programada para o primeiro trimestre do ano foi esta série de conferências inaugurada a 6 de janeiro pelo professor José Verissimo da Costa Pereira, presidente da entidade, que então pronunciou uma conferência sôbre "O aproveitamento do solo na região de Richfield".

A segunda conferência do trimestre foi confiada ao professor Edgar Kuhlmann, que a realizou a 21 do aludido mês, no auditório do C. N. G. local onde se realizara a anterior, tomando por tema: "Aspectos do Canadá Francês".

-+c SOCIEDADE BRASILEIRA DE GEOGRAFIA

CONFER:tl:NCIA SôBRE A AMAZôNIA -Na Sociedade Brasileira de Geografia, o co­mandante César Feliciano Xavier, membro efetivo da entidade, pronunciou recentemente uma conferência sôbre a Amazônia. Depois de estudar em linhas gerais a rica região, o con­ferencista deteve-se a expor os problemas ama­zônicos, notadamente o que se relaciona com os transportes, sem o qual seria inócua qual-

quer providência no sentido de dar à' Ama­zônia o justo papel que lhe cabe desempe­nhar no desenvolvimento econômico do pais pelo aproveitamento das suas fontes de ri­quezas naturais.

Comentaram o trabalho do comandante César Feliciano Xavier o ministro J. S. da Fonseca Hermes e o coronel Jaguaribe de Matos que descreveu sumàriamente o plano de viação fluvial nacional presentemente em es­tudo.

SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA

MESA REDONDA SôBRE O PROBLEMA DA CONSERVAÇÃO DO SOLO - A Socieda­de Rural Brasileira em colaboração com o Instituto de Economia, está lançando as bases de um certame que pela sua objetividade des­pertará grande interêsse entre os cientistas e estudiosos. Trata-se de uma mesa redonda des­tinada ao debate do problema da conservaçãc;> do solo, assunto que por falar de perto a uma das grandes necessidades brasileiras, não pode dispensar a atenção de quantos são res­ponsáveis pela recuperação econômica do pai~ para · que é meio indispensável o inteligente e· racional aproveitamento do solo.

No temário organizado para o oportunis­simo certame estão compreendidos vários dos mais importantes aspectos do problema, indo desde o exame comparativo da população hu­mana e a capacidade produtiva da terra, até à importância da mecanização agricola no de­senvolvimento de planos conservacionistas.

A instalação da mesa redonda sôbre o pro­blema da conservação do solo dar-se-á a 20 do corrente, tendo a comissão organizadora do certame fixado o dia 15 como prazo máximo ·para entrega de teses.

-+c

Certames

I CONGRESSO DE HISTóRIA CATARINENSE

TRABALHOS APROVADOS - O I Con­gresso de História Catarinense, que, em co­memoração do segundo centenário da coloni­zação açoriana, se reuniu em Florianópolis de 5 a 12 de outubro, estudou 95 trabalhos, dos quais foram aprovados, para terem inser­ção nos Anais do dito Congresso, os 85 cons­tantes da relação abaixo, alguns dos quais estão sujeitos, entretanto, a modificações in­dicadas nos respectivos pail'eceres. Convém assinalar que dois trabalhos sôbre Botânica, apresentados, não constarão dos Anais, por não se enquadrarem nas normas estabelecidas, devendo porém ser recomendados a insti­tuições daquela especialidade.

De acôrdo com .os pareceres também po­derão ser insertos nos Anais alguns trabalhos que só merecerão louvor, se forem melhorados pelos autores. ·

Quanto ao destino dos trabalhos recebidos fora do prazo estipulado depende de delibe­ração da Comissão dos Anais.

São os seguintes os trabalhos aprovados:

l.f!. SECÇÃO - História Geral Catarinense

1. Santa Catarina no Século XVI, do Sr. Lucas Alexandre Boiteux.

2. Um Ponto Controvertido de História (Notas à margem do livro de autoria de En­rique Martinez Paz - "El nascimiento del O bispo Trejo y Sanabria". Córdoba, República Argentina, 1946) , do Sr. Carlos da Costa Pe­reira.

2.' SECÇÃO - História Demográfica Política

3. Algumas Achegas, pelo Sr. Lucas Alexandre Boiteux.

4. Nossa Ser/hora do Destérro - Os J uí­zes de Fora, do Sr. Osvaldo R. Cabral.

5. A Proclamação da República em Lajes em 1888 e a sua Adesão em 1889 à República,. do Sr. Otacilio Costa.

6 . Contribuição para a Etnologia Indígena do Estado de Santa Catarina, do padre Joã~~o Alfredo Rohr.

7. As Constituições do Estado - As Cons­tituições Estaauais de 1891 e 1947, do Sr. Ota­cilio Costa.

8. Apontamentos para a História ·da Co­lonziação de Blumenau, do Sr. Paulo Malta Ferraz.

9. Contribuição à História da Colonização , Alemã no Vale de Itajaí, do Sr. Max Tavares Amaral.

3.' SECÇÃ,O - CoZonizaç,

10. Contribuição dos Ca. xação do Uti-Possidetis, do gues Júnior.

11. Síntese Histórica do riano, do Sr. Olinto San Mar

12. Os Açorianos, do Cabral.

4.f!. SECÇÃO - História Eco· I

13. História Econ6mica jai, do Sr. Teobaldo Costa J

14. Aspectos Econ6micos rina, do Sr. Carlos Gomes de

15. A Construção Naval e do Sr. Lucas Alexandre Boi

16. A Pesca da Baleia' - A Pesca, em Geral, do xandre Boiteux.

17. A Agricultura, Indú em Santa Catarina - Retr (1504-1747), do Sr. Lucas Al

ü8. Rotas Pioneiras de S capitão Osmar Romão da Sil

5.• SECÇÃO - História Soc1

19. História do Desenvol de Santa Catarina, do Sr. I

20. Lajes e a História 1

A Ermida - A Igreja -Catedral, do Sr. Otacilio Vi e

21. O Ensino em Santa ( nia às Reg~ncias, do Sr. L

22. Apontamentos para Evangelismo em Santa Catar ;I'eixeira da Rosa Júnior.

23. O Primeiro Sínodo d rianopolis, do Sr. Bisse A.

24. História da Filateli, Sélo no Brasil, do Sr. Joã

25. O Tiro de Guerra 4 ção Barriga-Verde, do Sr. dade da Costa.

26. História Eclesiástica Missionários ·- Jesuítas e Município de Lajes, do Sr. Castro.

2:7. Primórdios da Intrc Secundário na Terra de C Sr. Trajano Sousa.

28. Subsídios para a H Presbiteriana de Florianópo Carlos Camargo.

29. Pequena Memória E Franciscanos em Santa Cato zeário Schmidt.

30. Os Açorianos e a I toriaZ do Brasil, do Sr. Art1 Reis.

31. Um Núcleo de Cultw tarinense, do Sr. Elzeário

32. Sociedades Recreatit Carnavalescas - Bandas de Dramáticos, etc., do Sr. Boiteux.

33. Saneamento da Ilha ' do Sr. Jacinto de Matos.

34. O Colégio Catarinen ção e sua atividade, do p: toldo Braun.

35. A Música em Santa ( XIX, do Sr. Osvaldo R. Ca

36. Notas parà a Histó do Sr. José Lupércio Lopes

6.1!. SECÇÃO - Linguagem '

37. Falares Catarinense: dio F. de Caspos.

Page 54: GE GRAJFICO - IBGE | Portal do IBGE | IBGE€¦ · de Janeiro em agôsto de 1949 - Eng. CHRISTOVAM LEITE DE CASTRO (pág. 1265). COMENTÁRIO: Outros Títulos da Ciência Folclórica

. no sentido de dar à' Ama­apel que lhe cabe desempe­)lvimento econômico do pais ~nto das suas fontes de ri-

o trabalho do comandante Xavier o ministro J. S. da : e o coronel Jaguaribe de Jveu sumàriamente o plano de tcional presentemente em es-

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~ RURAL BRASILEIRA

>NDA SôBRE O PROBLEMA ~ÃO DO SOLO - A Socieda­leira em colaboração com o 1omia, está lançando as bases tue pela sua objetividade des­nterêsse entre os cientistas e L-se de uma mesa redonda des­~ do problema da conservaçã9 que por falar de perto a uma ecessidades brasileiras, não ~ atenção de quantos são res­ecuperação econômica do pais

indispensável o inteligente e· amento do solo. organizado para o oportunis­tão compreendidos vários dos 3 aspectos do problema, indo :omparativo da população hu­ldade produtiva da terra, até L mecanização agricola no de-

planos conservacionistas. da mesa redonda sôbre o pro­l"ação do solo dar-se-á a 20 do a comissão organizadora do

) dia 15 como prazo máximo teses.

to Controvertido de História n do livro de autoria de En­Paz - "El nascimiento dei 3anabria". Córdoba, República

do Sr. Carlos da Costa P e-

ristória Demográfica Política

Achegas, pelo Sr. Lucas lX.

rlhora do Destêrro - Os J uí­Sr. Osvaldo R. Cabral.

mação da República em Lajes Adesão em 1889 à República,.

8osta. ção para a Etnologia Indígena 'Lnta Catarina, do padre Joã~.~o

~tuições do Estado - As Cons.­tis de 1891 e 1947, do Sr. Ota-

mtos para a História ·da Co­.tmenau, do Sr. Paulo Malta

ção à História da Colonização te ltajaí, do Sr. Max Tavares

NOTICIÁRIO 1315

3. • sEcçJ,o - Colonização Insulana

10. Contribuição dos Casai,s Ilhéus à Fi­xação do Uti-Possidetis, do Sr. Manuel Dié­gues Júnior.

11. Síntese Histórica do Arquipélago Aço­riano, do Sr. Olinto San Martin.

12. Os Açorianos, do Sr. Osvaldo R. Cabral.

4.~~o SECÇÃO - História Econômica I

13. História Econômica do Vale do Ita­jai, do Sr. Teobaldo Costa Jamundá.

14. Aspectos Econômicos de Santa Cata­rina, do Sr. Carlos Gomes de Oliveira.

15. A Construção Naval em Santa Catarina, do Sr. Lucas Alexandre Boiteux.

16. A Pesca da Baleia' - As Armações - A Pesca, em Geral, do Sr. Lucas Ale­xandre Boiteux.

17. A Agricultura, Indústria e Comércio em Santa Catarina - Retrospecto Histórico (1504-1747), do Sr. Lucas Alexandre Boiteux. ·

18. Rotas Pioneiras de Santa Catarina, do capitão Osmar Romão da Silva.

5.~~o SECÇÃO - História Social e Cultural

19. História do Desenvolvimento Religioso de Santa Catarina, do Sr. Evaldo Pauli.

20. Lajes e a História dos seus Templos A Ermida - A Igreja - A Matriz - A

Catedral, do Sr. Otacilio Vieira da Costa. 21. O Ensino em Santa Catarina, da Colô­

nia às Regências, do Sr. Lucas A. Boiteux. 22. Apontamentos para a História do

Evangelismo em Santa Catarina, do Sr. João ;reixeira da Rosa Júnior.

23. O Primeiro Sínodo da Diocese de Flo­rianópolis, do Sr. Bisse A. Faraco.

24. História da Filatelia (Síntese) - O Sêlo no Brasil, do Sr. João Steudel Areãq.

25. O Tiro de Guerra 40 - Uma Tradi ­ção Barriga-Verde, do Sr. Andrelino Nativi­dade da Costa.

26. História Eclesiástica - Os Primeiros Missionários ·- Jesuítas e Franciscanos do Município de Lajes, do Sr. Danilo Tiago de Castro.

2:7. Primórdios da Introdução do Ensino Secundário na Terra de Correia Pinto, do Sr. Trajano Sousa.

28. Subsídios para a História da Igreja Presbiteriana de Florianópolis, do Sr. Isaar Carlos Camargo.

29. Pequena Memória Histórica sôbre os Franciscanos em Santa Catarina, do Sr. El­zeário Schmidt .

30. Os Açorianos e a Integridade Terri­torial do Brasil, do Sr. Artur César Ferreira Reis.

31. Um Núcleo de Cultura do Planalto Ca­tarinense, do Sr. Elzeário Schmidt.

32. Sociedades Recreativas - Sociedades Carnavalescas - Bandas de Música - Grupos Dramáticos, etc., do Sr. Lucas Alexandre Boiteux.

33. Saneamento da Ilha de Santa Catarina, do Sr. Jacinto de Matos.

34. O Colégio Catarinense - Sua funda­ção e sua atividade, do padre Alvino Ber­toldo Braun.

35. A Música em Santa Catarina no Século XIX, do Sr . Osvaldo R. Cabral.

36. Notas para a História da Imprensa, do Sr. José Lupércio Lopes.

6." SECÇÃO - Linguagem e Folclore

37. Falares Catarinenses, do Sr. Custó­dio F . de Caspos .

38. Coletdnea de Temas Musicais Folcló­ricos Catarinenses, do Sr. Osvaldo Ferreira de Melo.

39. Falares Catarinenses, etc. -Crendices e Superstições, do Sr. Lucas Alexandre Boiteux.

40. Açôres: Alma e Coração do Brasil­Sul, do Sr. Válter Spalding.

41. O Sentimento Açoriano na Poesia Popular da Ilha de Santa Catarina, do Sr. Almiro Caldeira.

42. Superstições Comuns ao Brasil e aos Açôres, do Sr. Luis da Silva Ribeiro.

43. Folclore Catarinense, do Sr. Álvaro Tolentino de Sousa.

44. O Elemento Açoriano no Folclore Ca­tarinense: A Pesca do Divino Espírito Santo, da Sra. Maria Lira.

7.11- SECÇÃO - Geografia, História e Carto­grafia

45. Corografia da Capitania de Santa Ca­tarina (Através das Informações dadas em 1791 pelo Governador Miranda ~ibeiro), do Sr. Dante de. Laytano.

46. Toponímia Tupi-'Guarani do Estad!J de Santa Catarina, do Sr. Norberto Bach­mann.

47. Florianópolis, do Sr. Vilmar Dias. 48. Costa da Serra, do Sr. Vitor A.

Peluso Júnior. 49. Esbôço Geográfico do Estado de San­

ta Catarina, do Sr. Vitor A. Peluso Júnior. 50. Notícia Histórica dos Açôres e da Ma­

deira, do Sr. Lucas Alexandre Boiteux. 51. A Ilha de Santa Catarina, do Sr.

Jacinto Matos. 52. Fazenda do Cedro, do Sr. Vítor A.

Peluso Júnior. 53. Santa Catarina Colonial, do Sr . Ví­

tor A. Peluso Júnior. 54. Coronel Antônio José da Costa, do·

Sr. Otacílio Costa. 55. Santa Catarina - Terra onde nasceu

Nossa Senhora, do Sr. Marcos Konder . 56. Sistema Orográfico do Estado de Santa·

Catarina, do Sr. Jacinto Matos. 57. PiÇarras, do major Arlindo Viana.

8.~~o SECÇÃo - História Local

58. Panorama Histórico da Laguna, do Sr. Ruben Ulysséa.

59. Faleceram da Vida Presente, do Sr. Válter Dacha.

60. São José - De Povoado a Cidade ... do Sr. Laércio Caldeira de Andrada.

61. O Município de Nova Trento, do Sr. Walter Fernando Piazza.

62. Casas, Sobrados e Chá.caras, do Sr. Osvaldo R. Cabral.

9. ~~o SECÇÃO - Genealogia

63. Descendência Açoriana (Genealogia das­Famílias de Manuel Pereira Teixeira e de Domingos da Costa Couto), do Sr. P. J. Pe­droso Xavier.

64. Os Silveira de Sousa, do Sr . Lucas A. Boiteux.

65. Linhagens Catarinenses no Rio Grande do Sul, do Sr. Jorge Godofredo Felizardo.

66. Genealogia dos Jacques de Alenquer e seus Aliados, do Sr. Lucas A. Boiteux.

67. Coronel José Bonifácio Caldeira de Andrada. Ascendência e descendência, no Bra­sil (1700-1948), do Sr. Laércio Caldeira de An­drada.

68. Descendência do Casal Comendador José Maria do Vale e D . Tomásia da Luz d~ Vale, Neta do Casal Aço'riano Manuel Rodri-

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1316 BOLETIM GEOGRAFICO

gues da Luz e D. Mariana Vicência da Encar­nação, do Sr. Heitor Blum

69. Raízes Seculares de Santa Catarina, do Sr. Osvaldo R. Cabral.

70. Genealogia Catarinense, do Sr. An­tônio Taulois de Mesquita.

71. Linhagens Açorianas no Rio Grande do Sul, do Sr. Jorge Godofredo Felizardo.

72. Troncos Açorianos no Rio Grande do Sul, dos Srs. Jorge Godofredo Felizardo e João Pinto da Fonseca Guimarães.

73. Duas Linhagens Madeirenses no Rio Grande do Sul, do Sr. Jorge G.odofredo Feli­zardo.

10. ~ SECÇÃO - Rio-Bibliografia t

74. Antônio Caitano Machado, do Sr. Boaventura Lopes Pinto de Arruda.

75. José Artur Boiteux, do Sr. Dante Martorano .

76. Biografia do Major Manuel Joaquim de Almeida Coelho, do Sr. Lucas Alexandre Boiteux.

77. Coronel Fernando Machado de Sou­sa, do Sr. Andrelino Natividade da · Costa.

78. Vultos da História da. Literatura em Santa Catarina - Os Irmãos Nunes Pires, do Sr. Ildefonso Juvenal -

79. O Irmão Joaquim Francisco do Livra­mento, do Sr. Henrique da Silva Fontes.

80. Manuel Tiago de Castro (Aponta­mentos para uma Biografia), do Sr. Nilson Vieira Borges.

81. Um Alemão Ilustre - (Carlos Hen­rique Hildebrand e suas Viagens pelos Sertões Catarinenses), do Sr. José Cordeiro.

82. Coronel João da Silva .llibeiro Jú­nior. (Dados Biográficos), do Sr. Válter Ar­gemiro Ribeiro Branco.

83. Esb6ço Biográfico do Sargento-Mor Camilo Machado de Bittencourt, da Sra. Anésia Válter Cr€spo.

84. Fernando Trejo y Sanabria, do Sr. Arnaldo S. Tiago.

85. A Fisionomia Lirica de Luís Del fino. (Estudo Critico-Biográfico), do Sr. Nereu Correia.

~

Unidades Federadas SAO PAULO

CONFER:mNCIA DO ENG. RODRIGUES FERREIRA SóBRE ASPECTOS DO ALTO XINGU - Sob os auspícios da Sociedade Bra· siléira de Geografia, o engenheiro Manuel

Rodrigues Ferreira realizou recentemente no auditório da Gazeta, em São Paulo, uma con· ferência sôbre o Alto Xingu, na qual focalizou aspectos interessantes daquela região e da vida dos seus habitantes, que foram a seguir mostrados em projeção fotográfica.

...-:'"'" Se lhe interessa adquirir as publicações do Conselho Nacional de Geografia, escreva à ~ sua Secretaria (Praça Getúlio Vargas, 14- Edifício Francisco Serrador - 5. 0 andar- Rio de Janeiro) que o atenderá pronta e satisfatôriamente.

Relatório de instituiçõ1

e ciências Afins

Relatório dos' sentado i

Asserr PARA.

Pelo professor .Tosé Cou delegado do Pará à VIII 1 da Assembléia G€ral do C. :t' tado o seguinte relatório dB gráficas levadas a efeito n: perfodo de .julho de 1947 a j

"Depois de uma longa h i se cinco anos, durante a q1 apenas se fazia representar G rais do C. N: G., por ft E. E., pois pràbcamente se resolveu, em boa hora, volta necessária e proveitosa, ten• govêrno do Estado um dec! zação, a 11 de abril de 1946 número 515.

A 29 de maio dêsse ano Diretório, em sessão magna raense, presidida pelo inter, Pará, Dr. Otávio Augusto I empossou a nova diretoria e nentes do colégio recém-inst

SESSõES

Em 1946 realizaram-se d em 1947 oito (8), e uma (: todo onze sessões, tendo d algumas das reuniões conv· de número.

ASSUNTOS TRA'I

Enumeramos em ordem c suntos discutidos nas reuniõ

Mudança de sede - O 1 cipio de Barcarena, criado 4 505, de 30 de dezembro d mudança da sede, da cidaê para um local à margem esq· curucá, e fronteiro à embocE Arrozal, com o fim de facilit~ na sede municipal dos navios que trafegam por êsse furo, sim, o comércio local. - O o parecer do Sr. Cronje da corda com a proposta do prE dição de prévio exame do 1< missão nomeada pelo govêrno se realize somente em 1948, são da divisão territorial.

Elaboração de plantas - I veu fazer a distribuição do pondente à campanha de elal tas das cidades e vilas do E! ração com o Conselho Naci01

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ando Machado de Sou­~atividade da Costa. st6ria da Literatura em s Irmãos Nunes Pires~ n.al. uim Francisco do Livra­ue da Silva Fontes. o de Castro (Aponta­ografia), do Sr. Nilson

rlustre - (Carlos Hen­as Viagens pelos Sertões

José Cordeiro. da Silva Ribeiro Jú­

icos) ~ do Sr. Válter Ar­>. ·áfico do Sargento-Mor ~tencourt, da Sra. Anésia

Jjo y Sanabria, do Sr.

L~rica de Luís Delfino. •áfico), do Sr . Nereu

lâlizou recentemente no m São Paulo, uma con­!{ingu, na qual focalizou

daquela região e da tes, que foram a seguir . o fotográfica.

e Geografia, escreva à B.dor - 5. o andar - Rio

Relatório de instituições de Geografia

e ciências Afins /

Relatório dos ' Representantes .Estaduais, Apre~ sentado à VIII Reunião Ordinária da

Assembléia Geral do C .... N. G, PARA.

Pelo professor José Coutinho de Oliveira, delegado do Pará à VIII Reunião Ordinária da Assembléia Geral do C. N. G., foi apresen­tado o seguinte relatório das atividades geo­gráficas levadas a efeito naquele Estado no período de ,julho de 1947 a junho de 1948:

"Depois de uma longa hibernação de qua­se cinco anos, durante a qual êste Diretório apenas se fazia representar nas Assembléias

~~r~~~ :~s Cprfiica~enl~rsefua~~~~:r~~~s~~ifo: resolveu, em boa hora, voltar à sua atividade necessária e proveitosa, tendo conseguido do govêrno do Estado um decreto de reorgani­zação, a 11 de abril de 1946, o qual tomou o número 515 .

A 29 de maio dêsse ano foi reinstalado o Diretório, em sessão magna da estatística pa­raense, presidida pelo interventor federal no Pará, Dr. Otávio Augusto Bastos Meira que empossou a nova diretoria e membros cÓmpo­nentes do colégio recém-instalado.

SESSõES

Em 1946 realizaram-se duas (2) reuniões, em 1947 oito (8), e uma (1) neste ano; ao todo onze sessões, tendo deixado de haver algumas das reuniões convocadas por falta de número.

ASSUNTOS TRATADOS

Enumeramos em ordem cronológica os as­suntos discutidos nas reuniões do D. R. G. :

Mudança de sede - O prefeito do muni- , cipio de Barcarena, criado pelo decreto n. o 4 505, de 30 de dezembro de 1943, propõe a mudança da sede, da cidade de Barcarena, para um local à margem esquerda do rio Mu­curucá, e fronteiro à embocadura do furo do Arrozal, com o fim de facilitar o enco~tamento na sede municipal dos navios de maior calado, que trafegam por êsse furo, ffomentand·o, as­sim, o comércio local. - O D. R. G. aprova o parecer do Sr. Cronje da Silveira que con­corda com a proposta do prefeito, sob a con­dição de prévio exame do local por uma co­missão nomeada pelo govêrno do Estado, e que se realize somente em 1948, quando da revi­são da divisão territorial.

Elaboração de plantas - O Diretório resol­veu fazer a distribuição do material corres­pondente à campanha de. elaboração das plan­tas das cidades e vilas do Estado, em colabo­ração com o Conselho Nacional de Geografia.

Mudança da Capital Federal - Aprova-se o parecer do relator sôbre o assunto, por so­licitação do secretário-geral do C. N. G.

Secção de Geografia - Propõe ao govêrno estadual a criação de uma secção de Geo­grafia no Departamento Estadual de Estatis­tica, proposta convertida na resolução n. o 1, de 2 de maio de 1947 . - O governador con­corda, baixando ato em que designa funcioná­rios habilitados, de outras repartições, para servirem na secção. Até agora, porém, não foi possivel instalar o dito serviço em virtude da situação financeira do Estado .

Trabalhos geográficos - O Dr. l?aulo Eleu­tério Alvares da Silva apresenta à consideração da casa, para oportuna discussão, um estudo sôbre o Planalto Goiano, Região Integral do Brasil, Terra do Futuro".

Mapas do Estado do Pará- Ao D. R. G. foi presente uma cópia do mapa do Estado, elaborado pela Comissão Demarcadora de Li­mites, Secção Norte, e o Departamentos de Terras e Obras Públicas comunicou, também estar organizando uma carta geográfica da mesma região.

Visita do Dr. Leite de Castro -No dia 19 de agôsto de 1947, o D. R. G. reuniu-se em sessão extraordinária para receber a visita do secretário-geral do Conselho Nacional de Geo­grafia, Eng.o Christovam Leite de Castro, que foi inteirado da situação do Diretório e ao qual prometeu a assistência do Conselho den­tro das suas possibilidades.

Criação de municf.pios - Pelo govêrno do Estado, em obediência à resolução da Assem­bléia Estadual, foram criados os municipios de Tucuruio, desmembrado do de Baião, e o de Itupiranga, desmembrado do de Marabá.

Limites entre Pará e Amazonas - Pelo representante do • govêrno neste Diretório foi comunicado estar em bom entendimento entre os governos dos dois Estados a solução da velha questão de limites entre Pará e Ama-zonas. ·

Zonas fisiográficas - Ao Diretório é apre­sentado um 'projeto de divisão fisiográfica do Estado, o qual se acha ainda em estudo de uma comissão, para ser oportunamente sub­metido ao Conselho Nacional de Geografia.

Nomenclatura geográfica - Acha-se, tam­bém, em estudos uma proposta sôbre a deno­minação definitiva dos rios Pará, Guajará e Guamá, sôbre os quais reina, desde longa data, grande confusão.

Em rápido escorço é o que de mais in­teressante se há ocupado do D. R. G. do Pará, patenteando dêsse modo a sua atividade pre­sentemente, num desejo firme e resoluto de colaborar na obra da reconstrução que se vai operando no setor geográfico do Instituto Bra­sileiro de Geografia e Estatistica.

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Bibliografia

Registos e

comentários bibliográficos

Livros PAUL RIVET- As origens do homem

americano - (Tradução de Paulo Duarte) -Instituto Progresso Edi­torial - São Paulo, 1948.

Neste interessante ensaio, que es­tuda as origens do índio, tratando da América 'do ponto-de-vista geológico, da antigüidade do homem na América, do povoamento dêste continente pela Asia, do problema esquimó, dos aus­tralianos, melanésios e normandos na América e das relações comerciais en­tre ela e ·a Polinésia, o autor .chega à seguinte conclusão: " ... cremos que, atualmente, temos que nos conte'ntar ·com classificar os três grandes movi­mentos migratórios que contribuíram para o povoamento do Novo Mundo na seguinte ordem cronológica: migração asiática, migração australiana, migra­'ção melanésica" · (pág. 82) .

Ao passo que enumera elementos ·culturais comuns à Austrália e à Amé­rica (págs. 60-61) e o muito que esta possui em comum com a Oceânia (págs. 72-74), escreve apenas isto acêr­ca da Asia: "A não ser os esquimós, cujas · afinidades são certas, as tribos ·americanas, mesmo as do noroeste, di­ferem profundamente das tribos asiá­ticas sob o ponto-de-vista cultural" (pág. 52). Quero mencionar, por isso, pelo menos um elemento cultural, di-1undido tanto no sudeste asiático quan­to entre os esquimós, entre índios nor­te-americanos e, na América do Sul, -entre tribos do Chaco: é o mito se­gundo o qual a mãe primária ou. a mãe comum casa com um cão (c f. Wilhelm Koppers: Der Hund in der Mythologie der zirkumpazijischen Voelker, Wiener Beitraege zur Kultur­geschichte und Linguistik, Jahrgang, I. Wien 1930; Herbert Baldus: India­nerstudien in nordoestlichen Chaco:

Leipzig 1931, pág. 78; Walter Kricke­berg: Amerika, Die grosse Voelkerkunde herausgeg.eben von Dr. Hugo A. Ber­natzik, III, Leipzig, 1939, págs. 47 e 115)'.

No capítulo sôbre as relações co­merciais entre a Polinésia e a Amé­rica é estudada a identidade das pala­vras quíchua e polinésica par designar a batata doce e seu parentesco com designativos de inhame em malaio, sakai, ·semang e num idioma da Nova Guiné. É a voz kumar dos dialetos se­tentrionais do quíchua peruano. Na bacia do Ucaiali, na região de Mai­nas e no alto Caquetá tomou a forma de kurnal ou, excepcionalmente, kumai (pág. 89) . A respeito disso quero men­cionar que colhi entre os Tapirapé, tribo tupi do Brasil Central, o têrmo iampokumaé como designação de um inhame que alcança sessenta centí-

, metros de circunferência e trinta e cinco centímetros de comprimento, afirmando êsses índios que o cultivam desde tempos remotos.

Observa Rivet (pág. 8) que a pre-' sente edição foi revista e aumentada com dados novos chegados ao seu co­nhecimento depois de terem sido pu­blicadas em Montreal a edição fran­cesa e no México a espanhola.

Herbert Baldus

PAULO ELEUTÉRIO, SENIOR - O Pará e o Planalto Cent,ral do Bra­sil - Sociedade Paraense de Es­tudos Econômicos- Belém (Pará),

1948.

Resume uma coletânea de teses, memoriais, monografias sôbre aspectos econômicos e condições de desenvolvi­mento do Pará, organizada como con­tribuição daquele .estado ao proje-

tado Congresso Econô que deveria ·realizar-~ estado de Goiás. As cor nadas por especialista do, abranjem problem:

ANALES DE LA SOCI FICA ARGENTINA 1948 - Entrega V -- Buenos Aires,

Vale chamar a ate contribuição sôbre tem co argentino. Intitula-s dei jurasico de Mendoz: nhos e fotografias além grafia especiali~ada.

BULLETIN DE LA SO( DE GÉOGRAPHIE Tome LXI - 1.er Fa 1947. Anvers.

Dentre os artigos publicação, deve-se meJ pel dos portos da Eu na derrota alemã na pelo coronel Clark Ar pectos da política ecor do Congo Belga", por 1\ "Atualidades das ques· e a Belgica", por M. J.

BOLLETINO DELLA S GRAFICA IT ALIAN - Vol. I - Fascico agosto, 1948.

Os seguintes artig< presente número do B< ciedade Geográfica Ital tribuição da Idade Médi geográfica da Europa" ba udi; "As migrações 1

pescadores no Alto-TirrE com o povoamento receJ litorâneos", por Assunt1 mas notícias sôbre as c< gráficas e econômicas 1

BOLETIN DE LA SOC: ZOELANA DE CIEl RALES - Tomo XI racas, mayo, septien

O número acima in uma contribuição intitu de Rancho Grande, una subtropical en el norte assinada por Willian BE Crane, que descreve os :

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; Walter Kricke­osse Voelkerkunde Jr. Hugo A. Ber-39, págs. 47 e 115L e as relações co­linésia e a Amé­ntidade das pala­~sica par designar L parentesco com ame em malaio, L idioma da Nova :r dos dialetos se­lua peruano. Na ~ região de Mai­;á tomou a forma onalmente, kumai disso quero men-

Ltre os Tapirapé, Central, o têrmo .esignação de um ~ sessenta centí­ência e trinta e de comprimento, )S que o cultivam )S.

ág. 8) que a pre-' .sta e aumentada !gados ao seu co­e terem sido pu­~1 a edição fran­!Spanhola . .

Herbert Baldus

, SENIOR - O ) Cent,ral do Bra­Paraense de Es­- Belém (Pará),

letânea de teses, las sôbre aspectos ies de desenvolvi­nizada como con­stado ao proje-

~

BIBLIOGRAFIA 1319

tado Congresso Econômico do Oeste, que deveria Tealizar-se em Goiânia, estado de Goiás. As contribuições, assi­nadas por especialistas daquele esta­do, abranjem problemas agrícolas, de

transportes, abastecimento e possibi­lidades econômicas imediatas em re­lação às regiões vizinhas.

J.M.C.L.

Periódicos ANALES DE LA SOCIEDAD CIENTI­

FICA ARGENTINA - Noviembro, 1948- Entrega V- Tomo CXLVI - Buenos Aires, 1948.

Vale chamar a atenção para uma contribuição sôbre tema paleontólogi­co argentino. Intitula-se "Plesiosaurios del jurasico de Mendoza", e traz dese­nhos e fotografias além de uma biblio­grafia especiali~ada.

BULLETIN DE LA SOCIÉTÉ ROY ALE , DE GÉOGRAPHIE D'ANVERS -Tome LXI- 1.er Fascicule- 1946-1947. Anvers.

Dentre os artigos insertos nessa publicação, deve-se mencionar "0 pa­pel dos portos da Europa Ocidental na derrota alemã na frente oeste", pelo coronel Clark Armstrong; "As­pectos da política econômica e social do Congo Belga", por M. R. Goelding; "Atualidades das questões antárticas e a Belgica", por M. J. Van Asbroeck.

BOLLETINO DELLA SOCIETA GEO-GRAFICA ITALIANA - Série VIII - Vol. I - Fascicolo 4 - Luglio­agosto, 1948.

Os seguintes artigos compõem o presente número do Bolletino da So­ciedade Geográfica Italiana: "A con­tribuição da Idade Média à fisionomia geográfica da Europa" por Dório Gri­ba udi; "As migrações estacionais dos pescadores no Alto-Tirreno, em relação com o povoamento recente dos centros litorâneos", por Assunto Mori, "Algu­mas notícias sôbre as condições demo­gráficas e econômicas do Parkistão.

BOLETIN DE LA SOCIEDAD VENE­ZOELANA DE CIENCIAS NATU- . RALES - Tomo XI - N.O 73. Ca­racas, mayo, septiembre; 1948.

O número acima indicado publica uma contribuição intitulada "Ecologia de Rancho Grande, una selva nublada subtropical en el norte de Venezuela", assinada por Willian Beebe e Jocelyn Crane, que descreve os aspectos ecoló-

gicos da selva nublada, inclusive a geografia, meteorologia, botânicia e zoologia.

L'AGRONOMIE TROPICALE- Minis­tere de la France d'Outre-Mer. - Ns. 9 e 10 - Sept.-oct. Encerra uma série de contribuições

originais e informativas acêrca dos problemas agronômicos da Africa Tro­pical( concernentes não só às ativi­dades produtivas nas áreas coloniais, como também aos órgãos administra­tivos aos quais compete o desenvolvi­mento econômico das mesmas.

J.M.C.L.

O CAMPO - Setembro-outubro, 1948. Rio de Janelro, 1948. .. Revista de divulgação dos assun­

tos agrícolas, oferece matéria de in­terêsse para agricultores, como se vê do sumário, onde aparecem, entre ou­tras, as seguintes colaborações: "Avi­cultura", por Jorge Vaitsman, "Indus­trialização do milho na fazenda", por Amaury H. da Silva, "Defendamos êste solo", por .Delmiro Maia, "A cultura da cebola" por Pimentel Gomes, etc.

J.M.C.L.

LA MÉTÉOROLOGIE - Avril-juin, 1948 - Paris. É o seguinte o sumário dos traba­

lhos contidos no presente número dessa publicação especializada: "Les dia­grammes aérologiques en usage à l'Eta­blissement Central de la Météorologie", por R. Pone; "La recherche des sites qui pourraient convenir a une utilisa­tion de l'énergie du vent", por P. Ail­leret; "Radiographie des systêmes nuageux par le Radar", por V. Mirono­vitch e "L'expédition antartique fran­çaise de 1948-1949", por A. Viault.

QUADERNI GEOGRAFICI D'ATTUA-LITA - Serie prima (8 voU -Serie seconda ( 1 voU - Società Geografica Italiana - Roma.

1 Sobre temas da vida e atualidades de regiões africanas de colonização

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1320 BOLETIM GEÕGRAFICO

italiana, vem a "Società Geografica Italiana" publicando uma série de con­tribuições que constituem os "cader­nos geográficos da atualidade" que já conta quatro subordinados ao título "Il confine orientale d'Italia", havendo iniciado também a série que estuda os "Territorios italianos d'Africa", com o trabalho "Avanço civilizador e desen­volvimento da Eritréia, Somália e Lí­bia". Os temas sôbre que versam as publicações da série I são os que se­guem:

I - Os confins orientais da Itália. O problema nos seus vários aspectos - Gen. Orazio Toraldo di Franzia.

2 - As terras julianas da pré-his­tória à Idade Média - Luciano La u­renzi.

3 - Italianos e eslavos na Vene­sia Giulia da Idade Média aos dias de hoje - Carlo Schiffrer.

4 - Etnografia da Venesia Giu­lia - Pietro Battara.

5 - E economia da Venesia Giu­lia - Ferdinando Milone.

6 - Os pontos adriáticos norte­orientais e a economia da Europa Cen­tral - Gabrio Vidulich Premuda.

7 - Itália e Iugoslávia em face da Venesia Giulia - Orazio Toraldo di Franzia.

O limite no Brennero- Carlo Bat­tisti.

J.M.C.L.

REVUE GÉNÉRALE DU CAOUTCHOUC - Vol. 25, n.0 12 - Fase. 253 -Paris, décembre, 1948.

A vários aspectos da economia da borracha referem-se os numerosos ar-

tigos contidos nessa publicação, espe­cificadamente os seguintes: "Oxigênio e carbono; algumas reflexões", por Char­les Dufraisse; "A evolução do mercado da borracha", por François Herbette; "Possibilidades de melhoria da quali­dade da borracha natural", por D. F. Twiss, etc.

J.M.C.L.

REVISTA DO INSTITUTO GEOGRA­FICO E HISTóRICO DO AMAZO­NAS - Ano VII - Vol. VII Manaus, 1948.

Contém os seguintes trabalhos de interêsse geográfico: "Sôbre o valor dos alimentos aborígenes do Amazo­nas", por Manuel Bastos Lira; "As­pectos geo-sociológicos da Amazônia", por André Vidal de Araújo e "Clima­tologia da juta", por Admar Thury.

J.M.C.L.

SOCIEDAD DE CIENCIAS NATURA­LES LA SALLE - Memoria - Afio VIII- Enero, febrero, marzo, abril de 1948 - N.0 21 - Caracas (Ve­nezuela).

Contém trabalhos que versam te­mas de Etnologia, Folclore, Arqueo­logia, Zoologia e Geografia. Na parte correspondente a esta última ciência figura o seguinte trabalho: "Las nue­vas orientaciones geográficas y la in­terpretación del paisaj e", pelo Dr. La:u­delino Moreno.

J.M.C.L.

,

~ O Serviço Central de Documentação Geográfica do Conselho Nacional de Geografia é _... · completo, compreendendo Biblioteca, Mapoteca, Fototeca e Arquivo Corográfico, destinande­se êste à guarda de documentos como sejam inéditos e artigos de Jornais. Envie ao Conselho qualquer documento que possuir sôbre o território brasileiro.

Contribuição

bibliográfica . especialii

Boletim do St

Índice dos

BOLETIM 22 - RAD: DAS AGUAS MINER REIRO DE ARAXA I FONTES DO EST AD GERAIS. - José Fe drude Júnior. 1927, diagramas. Determinação das c

electrômetro. Electrômetr ' processo e marcha da o

fico e tábua da graduaçã Fórmulas para o cálcul< para gerar tôda a ema1 em 1 litro d'água; cálcu dade da · emanação do : da redução a condições culo dos rádios A, B -e intensidade total da irra a essas três substâncias; ta última fórmula, gráf experimental da evoluçãc técnica da medida. Exe: medida; Fonte n.O 5 de Araxá; quadro da radi algumas fontes de Minas paração com os resultadc Dr. Alfred Schaeffer. G neos; sua radioatividadE pêutica; classificação; qu res em emanação do rá estrangeiras. Fontes da 1 do Barreiro; observações de radioatividade desta causas do seu maior ou Faixa de distribuição das rais. Ocorrência do arax pequena das fontes e as dos gases espontâneos. P. des de uma reprodução. das fontes do Carlsbad e· Caracteres e técnica do a] terapêutico destas 2 fonte

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1 publicação, espe­~uintes: "Oxigênio e ~flexões", por Char­rolução do mercado François Herbette; melhoria da quali­latural", por D. F.

I J.M.C.L.

riTUTO GEOGRA­RICO DO AMAZO­rii - Vol. VII

lintes trabalhos de ): "Sôbre o valor ~ígenes do Amazo-Bastos Lira; "As­

. c os da Amazônia", ~ Araújo e "Clima­~or Admar Thury.

J.M.C.L.

ENCIAS NATURA­- Memoria - Afto ebrero, marzo, abril 21 - Caracas (Ve-

Los que versam te-Folclore, Arqueo­

feografia. Na parte lsta última ciência rabalho: "Las nue­eográficas y la in­saje", pelo Dr. L~u-

J.M.C.L.

,

~cional de Geografia é Jorogrâfico, destinande­ds. Envie ao Conselho

Contribuição

bibliográfica .especializada

Boletim do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil

lndice dos assuntos constitutivos dos boletins 1 a 99

(Ns. 22 a 31)

BOLETIM 22 - RADIOATIVIDADE DAS AGUAS MINERAIS DO BAR­REIRO DE ARAXA E DE OUTRAS FONTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. - José Ferreira de An­drade Júnior. 1927, 26 páginas, 2 diagramas. Determinação das constantes do

electrômetro. Electrômetro de Schmidt; ' processo e marcha da operação; grá­

fico e tábua da graduação do aparelho. Fórmulas para o cálculo da corrente para gerar tôda a emanação contida em 1 litro d'água; cálculo da quanti­dade da ~ emanação do rádio; cálculo da redução a condições normais; cál­culo dos rádios A, B -e C; cálculo da intensidade total da irradiação devida a essas três substâncias; discussão des­ta última fórmula, gráficos teórico e experimental da evolução da atividade técnica da medida. Exemplo de uma medida; Fonte n.0 5 do Barreiro de Araxá; quadro da radioatividade de algumas fontes de Minas Gerais; com­paração com os resultados obtidos pelo Dr. Alfred Schaeffer. Gases espontâ­neos; sua radioatividade; ação tera­pêutica; classificação; quadro dos teo­res em emanação do rádio de fontes estrangeiras. Fontes da Beija e outras do Barreiro; observações 1sôbre o grau de radioatividade destas fontes; as causas do seu maior ou menor teor. Faixa de distribuição das fontes mine­rais. Ocorrência do araxaíto. A vazão peque'na das fontes e as possibilidades dos gases espontâneos. As possibilida­des de uma reprodução, no Barreiro das fontes do Carlsbad e Joachimstad. Caracteres e técnica do aproveitamento terapêutico destas 2 fontes. Quadro das

estâncias hidro-minerais radioativas propriamente ditas da França. Mau aproveitamento das fontes do Bar­reiro. Pesquisas de tório e atínio em Barreiros.

BOLETIM 23 - FóSSEIS SILURIA­NOS DE SANTA CATARINA -Dra. Carlota Joaquina Maury. 1927, 15 páginas, uma estampa com 5 gravuras dos fósseis e rastros de fósseis, 1 mapa dos locais de coleta. Coleta do Dr. Eusébio Paulo de

Oliveira, na região de Anitápolis; a ro­cha portadora; as impressões fósseis; origem orgânica ou inorgânica?; ane­líd.eo e crustáceo bivalde?; opiniões dos Drs. Bassler, Walcott e Ruedmann; o fóssil Bertrella obessa; o gênero Oli­veirania; descrição; "Oliveirania San­ta Catarina"; descrição; estudo com­parativo dêste fóssil com anelídeos de outras localidades; idade da ardósia de Anitápolis; espécimes descobertos pelo Dr. Odorico Albuquerque -em Mi­nas Gerais. Considerações do Dr. Rued­mann sôbre o Schizocrania rectan­gularis e outros espécimes considera­dos Favosites, Columnaria e Chaete­tes, insuficiência para determinação da idade das formações portadoras dos supostos fósseis.

BOLETIM 24 - Vários autores. 1927, 65 páginas, 2 mapas, 14 cortes geo­lógicos, 20 fotos, 3 micro-fotos, bi­bliografia de 42 obras.

1 - O diamante no Estado de Mi­nas Gerais, por Djalma Guimarães. - Calcáreo Bambuí em Rodeador. Con_ tacto Lavras-Bambuí. Movimentação

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1322 BOLETIM GEOGRAFICO

na zona de contacto. O arenito "La­vras"; seu caráter conglomerático; "Massa". A rocha matriz do diamante. Discordância em Bandeirinha entre o conglomerado e a série Minas. "Ca·nga" e concreções manganosas. Faixa geoló­gica Diamantina-São João da Chapa- · da. Geologia; estrutura. Breves refe­rências sôbre Guinda, Datas e Sopa; a "massa"; os trabalhos de exploração de diamante. Estudo petrográfico; ro­chas da série de Minas; o itacolomito segundo Derby, Hussak e Djalma; uni­dade petrográfica das rochas da série de Minas; a sedimentação algonquiana no Brasil; o arenito de "Lavras"; es­trutura e granulação; minerais nêle inclusos; examê microscópico; meta­morfismo; o conglomerado; natureza dos seixos; consistência; côr; ensaio químico do cimento; aglomerado erupti­vo ácido. Conclusão; duas épocas de ati­vidade eruptiva de magmas graníticos, huroniano e caledoniano. Estudo . de uma jazida típica. São João da Cha­pada; altitude; massas de depósito aluvionar. Lavra do Barro; rocha sub­jacente; estrutura; rocha brechóide veios de quartzo com estrutra drúsica; veio da rocha alterada; natureza desta rocha; trabalhos de lavra; sondagem; satélites do diamante nesta jazida; composição da rocha intrusiva; o seu cimento segundo Gorceix e Derby; tal­co, segundo outros; as rochas da La­vra do Barro e de outras e análises; tôdas, rochas sericíticas, granulito-po­tássico s.ericitizado. Considerações sô­bre a mina Boa-Vista e a hipótese de "pipes" quimberlíticos. Estudo crítico sôbre a rocha matriz do diamante. Pri­meiras idéias sôbre a origem do dia­mante; os pontos de vista de Eschwege, Derby, Gorceix e Clausen; origem áci­da; a influência dos estudos genéticos do diamante sul-africano, sôbre os geólogos do Brasil; David Draper e "As jazidas elevadas de diamante do Brasil"; crítica do trabalho de Draper; as investigações de Eberhard Rimann na Mata da Corda; provas negativas da origem básica do diamante, pelo microscópio, pesquisa de campo e aná­lise química; granulito sericitizado a rocha matriz do diamante. Relação bi­bliográfica sôbre o assunto.

2 - Algumas jazidas de diamante do norte de Minas Gerais, por Luciano Jacques de Morais. -Lavras da Serra do Cabral; cascalhos diamantíferos; grupiaras; caldeirões diamantíferos; jazidas da encosta nordeste da Serra; relação das lavras e locais de ocorrên- ·

cia de diamante; lavras do Cabral, seu perfil; extensão da zona de catas no Cabral; atitudes das camadas nas la­vras; regras relativas à situação das aluviões diamantíferas; terminologia dos garimpos; lavagem do material; ferramentas do garimpeiro; satélites do diamante; formas e defeitos dos diamantes; os maiores diamantes en­contrados ; lavras do rio Macaúbas; os locais diamantíferos; as informações; o pirau; lavras da serra Mineira; os lugares; os córregos e rios diamantí­feros; lavras de São João da Chapada; terminologia da lavra. Jazida de dia­mante de Campo do Sampaio; ·situa­ção; a massa; extensão; terminologia; atitude da rocha circundante. Jazida do Pagão; situação e valor das pedras.

BOLETIM 25 - Vários autores. 1927, 33 páginas, 1 mapa geológico, 7 fotos.

1 - Geologia da fôlha de Barba­cena, por Aníbal Alves Bastos e Alber­to Ildefonso Erichsen. - Introdução; fins do trabalho; topografia e fisio­grafia; hidrografia; clima; vias de co­municação; geologia; a bacia arquea­na; granitos, gnaisse e micachisto; dis­tribuição e caracteres desta formação; o algonquiano; chistos Carandaí e chis­tos Rios das Mortes; cambriano?~ are­nitos e quartzitos São José; situação; estrutra; caracteres das rochas; ro­chas ígneas; diabásio, diorito e epi­diabásio; lugares de ocorrência; idade das rochas; coluna estratigráfica e di­reção do dobramento; geologia eco­nômica; os calcáreos; pedreira do Sal­gado e análise; pedreira do Bom Jar­dim e análise ; pedreira da Grota e análise; pedreira de Prados e análise; Caieiro; Pinheiros e análise; pedreira da Capoeira Grande ou Pedra Grande e análise; pedreira da Cana e análise; pedreira do Bernardo; pedreira d?, Mata e análise; pedreira do Ribeirão e aná­lise; calcáreo da Invernada e análise . Caulim; situação das jazidas; natureza e análise do material; seu emprêgo; ouro; explorações em Tiradentes e Pra- . dos; córregos auríferos; manganês; re­ferências; pedras de construção; gra­nito, gnaisse, calcáreo, chisto crista­lino e cascalho como pedra de cons­trução e sua distribuição; este a ti to como pedra trabalhada ornamental.

2 - Natas petrográficas, por Djal­ma Guimarães e Glycon de Paiva. Estudo petrográfico e descritivo de 32 amostras de rocha.

BOLETIM 26 - FORÇA: CAS. (Trabalhos de rios autores. 1927, 4 mapas de rio, 1 diag carga, 24 fotos.

1 - Rio Prêto. Estud eiras de Zelinda e Fumaç de Azeredo Coutinho e Filho. - Cachoeira Ze a provei tamen to; cachoeir est udo e aproveitamento dados das cachoeiras do nal; quedas Santa Rita, se, Caratinga e Bom Des ga; quedas Pacau, Pinhe do Fabrício e Bragança das Ronco e Nogueira queda Boceta e Conceiçã' de; quedas Montfí Verde ta Clara; queda São Ben queda Sumidouro; ribeii queda São · Luís; Pirap: do Boqueirão; ribeirão do rego São Francisco; que cisco .

2 - Rio Grande. Est dos pela turma da bacia de por Valdemar José c Raimundo Ribeiro Filho aproveitamento das qu Boneco e Joanito no rio das corredeiras de São Pilões no rio Grande.

3 - Rio Piracicaba t os nos rios Piracicaba, pivarí, por MegálviÓ da gues e Mário Barbosa Estudo e aproveitamentc ras da Ponte Forte, corre te do Saraiva, cachoeira ~io Santa Bárbara e cach varí no- rio do mesmo J

4 - Rios Paraopeb, Estudos executados por Alves de Sousa e Sálvi< -Estudo e aproveitamer eiras. Salto do Paraope de Foca, corredeira das · J

reconhecimento das cach ro, dos Cavalos e Cães, Paraopeba. Estudo das c Iião e do Kaquente no caúbas; da cachoeira do ribeirão dos Macacos; da ribeirão de Mateus Lerr.

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~; lavras do Cabral, seu • da zona de catas no s das camadas nas la­,lativas à situação das .ntíferas; terminologia lavagem do material;

1 garimpeiro; satélites formas e defeitos dos maiores diamantes en­a.s do rio Macaúbas; os feros; as informações; : da serra Mineira; os regos e rios diamantí-São João da Chapada;

L lavra. Jazida de dia­po do Sampaio; ·situa­extensão; terminologia; ha circundante. Jazida ção e valor das pedras .

- Vários autores. 1927, , 1 mapa geológico, 7

1ia da fôlha de Barba­LI Alves Bastos e Alber­:ichsen. - Introdução; 10; topografia e fisio­:tfia; clima; vias de co­llogia; a bacia arquea­taisse e micachisto; dis­tcteres desta formação; chistos Carandaí e chis­lrtes; cambriano?"; are­;;os São José; situação; :teres das rochas; ro­liabásio, diorito e epi­~s de ocorrência; idade una estratigráfica e di­amento; geologia eco­:áreos; pedreira do Sal-

pedreira do Bom Jar­pedreira da Grota e

:a de Prados P-- análise; ros e análise; pedreira :ande ou Pedra Grande eira da Cana e análise; :1ardo; pedreira da Mata eira do Ribeirão e aná­.a Invernada e análise. LO das jazidas; natureza na teria!; seu emprêgo; es em Tiradentes e Pra­uríferos; manganês; r e­as de construção; gra­calcáreo, chisto crista­, como pedra de cons-distribuição; este a ti to

:tbalhada ornamental.

petrográficas, por Djal­e Glycon de Paiva. -

ifico e descritivo de 32 >eha.

BIBLIOGRAFIA 1323

BOLETIM 26 - FORÇAS HIDRAULI­CAS. (Trabalhos de 1925). - Vá­rios autores. 1927, 43 páginas, 17 mapas de rio, 1 diagrama de des­carga, 24 fotos.

1 - Rio Prêto. Estudos das cacho­eiras de Zelinda e Fumaça, por Araken de Azeredo Coutinho e Ernesto Melo Filho. - Cachoeira Zelinda; estudo aproveitamento; cachoeira da Fumaça; estudo e aproveitamento; relação dos dados das cachoeiras dos rios: Bana­nal; quedas Santa Rita, Bananal, Pos­se, Caratinga e Bom Destino. Jacutin­ga; quedas Pacau, Pinheirinho, Sobra­do Fabrício e Bragança; Prêto; que­das Ronco e Nogueira; Conceição; queda Boceta e Conceição; Monte Ver­de; quedas Monte Verde e Serra; San­ta Clara; queda São Bento; Sant'Ana; queda Sumidouro; ribeirão São Luís; queda São ·Luís; Pirapitinga; queda do Boqueirão; ribeirão do Graúna; cór­rego São Francisco; queda São Fran­cisco.

2 - Rio Grande. Estudos executa­dos pela turma da bacia do rio Gran­de por Valdemar José de Carvalho e Raimundo Ribeiro Filho. - Estudo e aproveitamento das quedas Inferno, Boneco e Joanito no rio das Mortes e das corredeiras de São Miguel e dos Pilões no rio Grande.

3 - Rio Piracicaba. Estudos fei­tos nos rios Piracicaba, Caraça e Ca­pivarí, por MegálviÓ da Silva Rodri­gues e Mário Barbosa de Moura. -Estudo e aproveitamento das cachoei­ras da Ponte Forte, corredeira da Pon­te do Saraiva, cachoeira do Caraça no ~io Santa Bárbara e cachoeira do Capi­varí no- rio do mesmo nome.

4 - Rios Paraopeba e Lambari. Estudos executados por Antônio José Alves de Sousa e Sálvio de Almeida. -Estudo e aproveitamento das cacho­eiras. Salto do Paraopeba, cachoeira de Foca, corredeira das · Almorreimas e reconhecimento das cachoeiras do Chô­ro, dos Cavalos e Cães, tôdas no rio Paraopeba. Estudo das quedas · do Ju­Iião e do Kaquente no ribeirão Ma­caúbas; da cachoeira dos Macacos, no ribeirão dos Macacos; da cachoeira no ribeirão de Ma teus Leme; da cacho-

eira dos Antunes no ribeirão Manso; ' da queda do ribeirão das Aguas Cla­

ras. Estudo e aproveitamento das ca­choeiras da Pontinha, do Funil, da Tróia, do Taperão, da Bahia ou da Co­lônia, do Caixão do Banco e da Ponte dos Crioulos, no rio Lambari.

BOLETIM 27 - .BIBLIOGRAFIA DA GEOLOGIA, MINERALOGIA E PALEONTOLOGIA DO BRASIL. - Alfeu Diniz Gonsalves. 1928, 205 páginas.

índice alfabético dos autores com a relação cronológica dos seus tra­balhos.

BOLETIM 28 - AGUAS TERMAIS RADIOATIVAS DE CALDAS DA IMPERATRIZ. (Estado de Santa Catarina). - Por José Ferreira de Andrade Júnior. 1928, 54 pá­ginas, 2 mapas geográficos, 1 cor­te geológico, 5 diagramas.

Introdução; considerações de or-dem geral. Geologia; rochas e sua des­crição; situação das fontes; Aguas Mor­nas ou Caldas do Sul; conclusão e es­tudo petrogenético; origem e emergên­cia das águas termais; sua relação com . o magma triássico; origem profunda; caracteres físicos; radioatividade da água, do banho, da atmosfera; gases espontâneos e análise; emanação do tório; sua verificação; considerações técnicas sôbre a radioatividade indu­zida; curvas e tabelas de desativação do rádio, do tório e do actínio; apli­cação do processo de determinação às termas de Caldas da Imperatriz; pon­tos, traçado e interpretação da curva de desativação das águas da Impera­triz; considerações sôbre a emanação do tório na emergência das fontes ter­mais e conclusões sôbre os resultados obtidos. em Caldas da Imperatriz. Com­posição química das aguas; primeira análise em 1833 e outras análises em diversos laboratórios. Valor terapêuti­co das substâncias radioativas; sua aplicação às afecções orgânicas; diver­sidade da atuação da emanação se­gundo o corpo radioativo é rádio, tó­rio, radon etc. Transcrição de uma nota de M. Adolphe ·Lepape,' apresentada à "Academie des Sciences" por M. Char­les Moureu, sôbre pesquisa da emana­ção de tório nas fontes termais pelo método da atividade induzida.

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1324 BOLETIM GEOGRAFICO

BOLETIM 29 - RECONHECIMENTO GEOLóGICO NO RIO XINGU, Es­tado do Pará. A velino Inácio de Oliveira. 1928, 255 páginas, 1 plan­ta geológica, 1 corte geológico, 26 fotos.

Itinerário; resumo da excursão; vi­sitantes anteriores; padre Hundert­pfund, príncipe Adalberto da Prússia, Karl Von Den Steinen, Dr. Otto Clauss, H. Smith, Henri Coudreau, Dra. Emí­lia Snethlage, capitão Pedro Ribeiro Dantas e Dr. Theodor Koch Grunberg; a obra de Karl von den Steinen. Tribos de índios; os Çarajás; os Assurinins; os Caiapós. Nascentes do Xingu; nave­gação. O Baixo Xingu; geografia, r~­gime; Pôrto de Mós e seu de~nvolvi­mento; geologia; arenito e argilas ter­ciárias; Volta Grande do rio Xingu; descrição geográfica; "Viagem do Prín­cipe Adalberto da Prússia"; efe_itos ~as enchentes e vazantes; vegetaçao; VIas de comunicação entre Alto e Baixo Xingu. Geologia; o terciário com _suas argilas; o diabásio entre Tubarao e o igarapé do Joá; os folhelhos pretos ardosianos do devoniano; perfil em Belo Monte; os granitos arqueanos; as cachoeiras e suas rochas; a ca­choeira de Jurucoá; o devoniano no­vamente à altura da ilha do Cajueiro; o rio Bacajá; nascentes, exploração e índios; geologia; o arqueano; as ca­choeiras· a Pedra Escrita; o Alto Xin­gu; os barqueiros; a navegação; . geo­logia; arenitos e f olhe lhos devonia_nos de Altamira até o Gorgulho da Rita; o arqueano; a volta do Escalço; as ca­choeiras e suas rochas; a "_pedra do Tàbará" porfiritos . entre o travessão do Velho Miguel e a foz do rio Fresco. Galena da foz do· rio Fresco. Rio Fres­co; descoberta e exploração; caracte­res geográficos; geologia; as rochas ígneas da foz até o travessão do Ve­lho Severo; rochas conglomeráticas me­tamórficas e eruptivas entre êste tra­vessão e o Cocal; a série Parnaíba en­tre Cocal e Gorgulho do Santo Antô.:­nio; eruptivas entre Santo Antônio e o igarapé do Trairão; novamente falhe­lhos da série "Parnaíba", até pouco antes de Novo Horizonte; arenito e diabásio triássicos. Notas geológicas sô­bre os rios Anapu, Pacajá e Irinanã. Considerações finais sôbre a exten­são e idade das formações aflorantes. Estudo petrográfico das rochas do Xin­gu; classificação e descrição pe~ro­gráfica de 59 amostras, pelo Dr. DJal­ma Guimarães.

BOLETIM 30 - FôRÇAS HIDRAULI­CAS. (Trabalhos de 1926). - Vá­rios autores. 1928, 43 páginas, 15 plantas de rio, 1 gráfico.

1 - Estado do Paraná, rio das Cin­zas, por Raimundo Ribeiro Filho. :­Considerações gerais; rêde hidrogra­fica; regimes; geologia; estudo e apro­veitamento dos saltos Cavalcante e Tomasina, no Cinzas e salto Grande no Laranjinhas. Reconhecimento e avalia­ção estimada das quedas e corredeiras menores; rio das Cinzas; corredeira da Usina e corredeira da Serraria; rio La­ranjinha; queda a jusante de Salto Grande e salto perto de Carvalhópolis; rio Jacarezinho: salto a 2,5 lég ·as de Santo Antônio da Platina.

2 - Estado de Minas Gerais. Rio Prêto, por Valdemar José de Carvalho e Araken de Azeredo Coutinho. - Es­tudo completo e utilização das cacho­eiras de Pacau e do Pinheirinho; re­conhecimento de outras quedas; rio Bananal: cachoeira do Quilombo, do Poço Fundo, do Bom Destino, do Cara7 tinga ou das Posses do Ronco; rio Ja­cutinga: cachoeira do Sobrado, dos Gou­veias dos Gomes e das Areias; rio Prê­to· c~choeiras; do Ronco e do Noguei­ra: rio Sant'Ana; cachoeira dos Meios e 'do Sumidouro; rio Conceição: ca­choeiras da Boceta e da Conceição; rio Lambari: cachoeiras de Almeida, do Lambari e do Paraíso; quadro sinótico das cachoeiras estudadas; quadro si­nótico das cachoeiras exploradas; da­dos das usinas elétricas utilizando ener­gia hidráulica de cachoeiras da região.

3 - Estado de Minas Gerais. Rio Pomba, por Megálvio da Silva Rodri­gues e Mário Barbosa de Moura. -Estudo e aproveitamento das cachoei­ras D. Eusébia, Passa Cinco e Santo Antônio no rio Pomba, Maria de Bar­ros no rio Piau e Fumaça no rio For­moso.

4 - Estado de Minas Gerais. Rio M aynard, por Adosindo Magalhães de Oliveira e Antônio José Alves de Sousa. - Estudo dos desníveis da ponte do Caboclo, Ponta do Salto e do Funil.

5 - Estado de Minas Gerais. Rio Taguaraçu, por Sálvio de Almeida e Antônio José Alves de Sousa. - Estu­do e aproveitamento das cachoeiras do Benevides e Furado.

6 - Estado da Bahia. ·Çá, por Jaime Marti~s de varo Hermano da Silva. .aproveitamento das cacho1 Braços e Banco.

7 - Estado do Rio. :por Luís Lõfgren.

BOLETIM 31 - ATRAVÉ NA BRASILEIRA PEI PECURU. Estado do I lino Inácio de Olive páginas, 1 mapa geol 41 fotos.

Guiana brasileira; lil são, rio Erepecuru; fisiog ·eiras, altitudes esparsas atluentes; estações; clim enchentes; navegabilidade cachoeiras e enchentes; matas e produtos floresta da foz até o médio Paru daí às nascentes; madeira tanhais exploração, produ cumaru, balata; campos campos gerais; seu descol grafia; extensão; pesqu: campos gerais; sua prováv a proveitamento na pecuá

~ A fotografia é um excele _.... fMografado. Envie ao C possuir, devidamente legendadae

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FôRÇAS HIDRAULI­tlhos de 1926) . - Vá­'· 1928, 43 páginas, 15 rio, 1 gráfico.

rlo Paraná, rio das Cin­ndo Ribeiro Filho. -rerais; rêde hidrográ­eologia; estudo e apro-

saltos Cavalcante e nzas e salto Grande no !onhecimento e avalia­.s quedas e corredeiras ; Cinzas; corredeira da r a da Serraria; rio La­t a jusante de Salto >erto de Carvalhópolis;

salto a 2,5 Ié~as de ia Platina.

de Minas Gerais. Rio !mar José de Carvalho ~redo Coutinho. - Es-utilização das cacho­

e do Pinheirinho; re­e outras quedas; rio ~ira do Quilombo, do Bom Destino, do Cara-3ses do Ronco; rio J a­·a do Sobrado, dos Gou­: e das Areias; rio Pré­lo Ronco e do Noguei­; cachoeira dos Meios •; rio Conceição: ca­!ta e da Conceição; rio eiras de Almeida, do traíso; quadro sinótico estudadas; quadro si­>eiras exploradas; da­~tricas utilizando ener­! cachoeiras da região. de Minas Gerais. Rio

:álvio da Silva Rodri­:arbosa de Moura. -ltamento das cachoei­Passa Cinco e Santo ~omba, Maria de Bar-e Fumaça no rio For-

de Minas Gerais. Rio iosindo Magalhães de .o José Alves de Sousa. lesníveis da ponte do o Salto e do Funil.

de Minas Gerais. Rio Sálvio de Almeida e ·es de Sousa. - Estu­m to das cachoeiras do L dO.

BIBLIOGRAFIA 1325

6 - Estado da Bahia. Rio Jequiri­çá, por Jaime Martins de Souza e Al­varo Hermano da Silva. - Estudo e aproveitamento das cachoeiras dos Sete Braços e Banco.

7 - Estado do Rio. Rio Paraíba, por Luís Lõfgren.

BOLETIM 31 - ATRA VÊS DA GUIA­NA BRASILEIRA PELO RIO ERE­PECURU. Estado do Pará.- Ave­lino Inácio de Oliveira. 1928, 56 páginas, 1 mapa geológico do rio, 41 fotos.

Guiana brasileira; limites, exten­são, rio Erepecuru; fisiografia, cacho­,eiras, altitudes esparsas; nascentes; afluentes; estações; clima; chuvas e enchentes; navegabilidade em face das cachoeiras e enchentes; varadouros; matas e produtos florestais; as matas da foz até o médio Paru e os campos daí às nascentes; madeiras de lei; cas­tanhais exploração, produção e safra; cumaru, balata; campos naturais, ou campos gerais; seu descobridor; fisio­grafia; extensão; pesquisadores dos campos gerais; sua provável superfície; aproveitamento na pecuária, vias de

comunicação; estrada de_ óbidos aos Campos Gerais aconselhada pelo Dr. Tocantins; povoamento e salubridade da região; os Pianocotós. Expedição Pi­canço Diniz; viagens e expedições an­teriores; início da excursão; descrição da viagem sob os pontos de vista hi­drográfico, fisiográfico, topográfico, geológico, do solo, etc.; clima e tem­peratura da região; o V aradouro dos Porcos?; cachoeira do Chovisco; sienito e pórfiro do Varadouro; cachoeira do Calderão; igarapé do Sumauma; con­tacto pórfiro granito; viagem da ca­choeira do Inferno à do Breu; viagem da cachoeira do Breu à queda da Pa­ciência; primeiro sinal de indígenas no Erepecuru; percurso da cachoeira da Paciência à confluência dos rios Murapi e Paru. Rio Paru; uma aldeia de Pianacotós; Campinho, · a entrada para os Campos Gerais; o Morro To­cantins, início dos Campos Gerais; regresso; solos; estudos geológicos; es­tudos e viagens anteriores; formações recentes; zona terciária; faixa carbo­nífera; faixa devoniana e região cris­talina~ Rochas do rio Erepecuru, por Djalma Guimarães. Descrição petro­gráfica de 53 amostras de rochas com classificação e análise microscópica.

~ A fotografia é um excelente documento geogrãfieo, desde que se saiba exatamente o local ~ fMografado. Envie ao Conselho Nacional de Geografia as fotografias panorâmicas que possuir, devidamente legendadas.

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Retrospecto geográtlco

e cartográfico

Boletim Geográfico Índice dos trabalhos publicados nos Iis. 58 a 6 9

(AUTORES}

Alves, Prof. Joaquim -Agentes antro­pogeográjicos das regiões serranas do Ceará - Ano VI, n.o 64 -julho de 1948.

Amarante Romariz, Prof.a Dora de -o gado na expansão geográfica do Brasil - Ano V, n.O 60 -março de 1948.

Backheuser, Prof. Everardo - Locali­zação da nova capital: ponto ne­vrálgico- Ano V, n.0 58- janeiro de 1948.

Bernard, John H. - O Brasil e o seu sistema de transporte - Ano VI, n.0 66 - setembro de 1948.

Branner, John Casper - Decomposição das Rochas do Brasil (1) - Ano V, n.0 58 - janeiro de 1948. - Decomposição das rochas do Brasil (11) - Ano V, n.0 59 -fevereiro de 1948. - Da ocorrência de restos de ma­míferos fósseis no interior dos es­tados de Pernambuco e Alagoas -Ano VI, n.0 68, - novembro de 1948.

Brito Melo, G- (ver Causey, O. R.­Malária no Vale Amazônico em 1942 e 1943 - ' Ano VI, n.0 69 -dezembro de 1948.

Carli, Gileno de - Geografia Econô­mica e Social da Cana de Açúcar no Brasil - Ano VI, n.O 61, -abril de 1948.

Carneiro, Pro!. Fernando - História da Imigração no Brasil- Ano VI, n.0 69 - dezembro de 1948.

Castro, Prof. Josué de - Areas Ali­mentares do Brasil - Ano VI, n.0

65 - agôsto de 1948. Castro Nogueira, Prof. Paulo - Re­

giões Fisiog.rájicas do Estado do Rio Grande do Sul - Ano VI, n.0 64

- julhp de 1948.

Castro Soares, Prof. Lúcio de A'. Região Norte do Brasil (I) - Ano. V, n.0 58 - janeiro de 1948. - :4. Região Norte do Brasil (li ) - Ano V, n.0 60 - março de 1948 . - Instituto Internacional da H i- . léia Amazônica - Ano VI, n.O 63 - junho de 1948 . - Sala - Ambiente de Geografia - Ano VI, n .0 65 - agôsto de 1948.

Causey, O. R. - (ver Brito Melo, G .) - Malária no Vale Amazônico em 1942 e 1943 - Ano VI, n.0 69 -dezembro de 1948.

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Lamego, Proj. Alberto Ribeiro - Ci­clo Evolutivo das Lagunas Flumi­nenses - Ano V, n.0 60 - março de 1948.

Lannou, Proj. Maurice Le ---.:. A atual vocação da Geografia Humana (I) - Ano V, n.0 59 - fevereiro de 1948.

Lassere, Guy - Um drama da Econo­mia Tropical - O Nordeste Brasi­leiro - Ano VI, n.0 66 - setem­bro de 1948.

Leite de Castro, Eng. Christovam -Perspectivas de 1948 - Ano V, n.0

58 - janeiro de 1948. - Curso de Férias - Ano V, n.0

59 - fevereiro de 1948. - Divisão Territorial - Ano V, n.O 60 - março de 1948. - Geografia e Administração -Ano VI n.0 61 - abril de 1948. - G~ograjia Atual - Ano VI, n.0

62 - maio de 1948. - Assembléia Nacional de Geogra­fia - Ano VI, n.0 63 - junho de 1948. - Fotografias Aéreas - Ano VI, n.0 64- julho de 1948. - Mapas Estaduais - Ano VI, n.0

65 - agôsto de 1948. - Plano Nacional de Cartografia - Ano VI, n.0 66 - setembro de 1948. - Cartografia Pan-Americana -- Ano VI, n.0 68 - novembro d~ 1948. -Reunião Pam-Americana- Ano VI, n.0 69 - dezembro de 1948.

Lima, Proj.a Magnólia - A Amazônia - Ano VI, n.0 66 - setembro de '1948.

Lima Figueiredo, Cel. José de - As Savanas do Rio Branco- Ano VI, n.0 66 - setembro de 1948.

Lins, Prof. Alcides - A junção das ·es­tradas de ferro nos meios de co­municação e transporte no Brasil - Ano V, n.0 58 - janeiro de 1948.

Lisboa, Arrojado - A Escola de Minas e Henrique Gorceix- Ano VI, n.o 67 ·- outubro de 1948.

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1328 BOLETIM GEOGRAFICO

Lofgren, Eng. Axel - Cartografia -Ano VI, n.0 67 - outubro de 1948.

Lynn, Smith T. - Notas sôbre a po­pulação e a organização social na porção central do vale do São Fran­cisco - Ano VI, n.O 61 - abril de 1948. ·

Macedo Soares, Emb. José Carlos de - Carta ao Sr. Presidente da Re­pública sôbre futuras atividades do I.B.G.E. - Ano VI, n.0 65 -agôsto de 1948.

Macedo Soares e Silva, Cel. Edmundo de- Volta Redonda e o desenvol­vimento industrial no Brasil - Ano VI, n.0 61 - abril de 1948. - Sentido, orientação e desenvol­vimento das indústrias pesadas -Ano VI, n.0 63 - junho de 1948.

Macedo Soares Guimarães, Prof. Fábio de - Divisão Regional do Brasil (I) - Ano V, n.0 59 - fevereiro de 1948. · - Divisão Regional do Brasil (Il ) - Ano VI, n.0 68 - novembro de 1948. -

Magalhães, Basílio de - Etnografia brasileira- Ano VI, n.0 65- agôs-to de 1948. '

Martone, P.rof. Emmanuel de - Im­pressões de viagem ao Brasil (Ser­ra do Mar e Mantiqueira.) - Ano VI, n.0 66 - setembro de 1948.

Mata, Ari da- Contribuição ao Estudo da Geografia - (Comentário bi­bliográfico) - Ano VI, n.0 61 -abril de 1948.

Mata Machado Filho, Aires da - O topônimo Belo Horizonte - Ano V, n.0 60 - março de 1948.

Melo, Mário - Mascates em Perna.m­buco - Ano VI, n.O 63 - junho de 1948.

Menezes, Prof. Djacir - Contribuição ao Estudo da Geografia- (Comen­tário bibliográfico) - Ano VI, n.o 63- junho de 1948.

Milanez, José Frazão - Luiz Cruls -Ano VI, n.O . 62 - maio de 1948.

Miranda, José (Ver Paiva, Glycon) -Geologia e recursos minerais do M.eio-Norte (III) - A'no V, n.O 58 - janeiro de 1948.

Monbeig, Prof. Pierre - Geografia Hu­mana dos países tropicais - Ano V, n.O 60 - março de 1948. - Notas sôbre a Geografia Hu­mana no N ardeste do Brasil - Ano VI, n.0 65 - agôsto de 1948.

Oliveira, Benedito de - As regiões de ocorrência no,rmal da Araucária -Ano VI, n.O 68 - novembro de 1948.

Oliveira, J. Coutinho de - Lendas Amazônicas - !\,no VI, n.0 69 -dezembro de 1948.

Paiva, Glycon - (ver Miranda, José) - Geologia e Recursos Minerais do Meio-Norte (III) - A:no V, n.o 58 58 - janeiro de 1948.

Pimentel Gomes- A Antártida- Ano VI, n.0 62 - maio de 1948. · - A Juta no Brasil - Ano VI, n.0

63 - junho de 1948. - A Cana de Açúcar no Litoral Pa.raibano - Ano VI, n.0 66 - se­tembro de 1948.

Raja Gabaglia, Prof. Fernando Antô­n io - América Latina: Conceito e Grandes Regi6es Naturais - Ano VI, n.0 64 ~ julho de 1948.

Rambo S. J., Padre Balduino- A Flo­ra Austral Antá'~'tica e Andina no

·Rio Grande do .. ul - Ano VI, n.o 67 - outubro de 1948.

Regis dos Reis, Hugo - Comentários bibliográficos de livros e periódicos .editados pelo C . N. G . - Ano VI, n.0 67 - outubro de 1948.

Sá Nunes, Prof. José de - Jequié ou Jiquié. - Ano VI, n.0 66 - se­tembro de 1948.

Sampaio Ferraz, Prof. J. - A Sobre­vivência de Maduros e Senis- Ano VI, n.0 61 - abril de 1948. - uDrought". Its causes and its effects (Comentário bibliográfico) - Ano VI, n.0 61 - abril de 1948. - Causas Prováveis das Sêcas do Nordeste Brasileiro - Ano VI, n.o 63 - junho de 1948.

Schmitd, Carlos Borges - Alguns as­pectos da pesca no litoral paulista - Ano VI, n.0 63 - junho de 1948. - Mangaratiba - Ano VI, n.0 64 - julho de 1948.

Schwalbach, Luís - O próximo Con­gresso Internacional de Geografia em Lisboa - Ano VI, n.O 62 -maio de 1948.

Sena, Prof. Nelson de - O cinqüente­nário de Belo Horizonte (I) -Ano V, n.O 59 - fevereiro de 1948. - O cinqüentenário de Belo Ho­rizonte (Il) - Ano V, n.0 60 -março de 1948.

Serra, Adalberto - Previsão do Tem­po - Ano VI, n.0 68 - novembro de 1948.

Setzer, Prof. José - Cur gia (I) - Ano V, n . reiro de 1948. - A reconstrução de lestina - Ano VI, n.o 1948. -Curso de Pedologil

VI, n.0 61 - abril de - Curso de Pedologia VI, n.0 63 - junho - Curso de Pedologio VI, n.o 64 - julho dE - Curso 'de Pedologi1 VI, n.0 66 - setembr - Curso de Pedologia VI, n.0 67 - outubro - Curso de Pedolo1 Ano VI, n.0 68 - · 1948. - Curso de Pedolo9 Ano VI, n.0 69 -1948.

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Silvestre Fernandes, J. Deltas do Noroeste ( -Ano VI, n.0 64- j

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Sverdup, M. U. (veja Fle - Oceano Atlântico n.0 69 - dezembro d·

Veloso, Henrique P. - c Gerais sôbre a vegeta~ de Mato Grosso (II) : minares sôb.re o pant

. de transição - Anc - novembro de 1948

Vicente Carvalho, Prof.a As cidades brasileira~ n.O 63 - junho de 1

~ AOS EDITôRES: t!:ste ' ' ....., comentará as contribuiç• ao Conselho Nacional de Geogr: grafia referente à geografia br

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1.0 68 - novembro de

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ao de 1948. z de Açúcar no Litoral - Ano VI, n.0 66 - se-1948. , Prof. Fernando Antô­érica Latina: Conceito e :egi6es Naturais - Ano - julho de 1948. adre Balduino - A Flo-Antártica e Andina no

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VI, n.0 61 - abril de 1948. - Curso de Pedologia (!I!) - Ano VI, n.0 63 - junho de 1948. - Curso de Pedologia (IV) - Ano VI, n.0 64 - julho de 1948. - Curso de Pedologia (V) - Ano VI, n.0 66 - setembro de 1948. -Curso de Pedologia (VI) -Ano VI, n.0 67 - outubro de 1948. - Curso de Pedologia (VII) Ano VI, n.0 68 - novembro de 1948. - Curso de Pedologia (VIII) Ano VI, n.0 69 - dezembro de 1948.

Silva, Eng. Moacir - A Geografia na Lite.ratura de Ficção - Ano VI, n.0 66 - setembro de 1948.

Silvestre Fernandes, J. - Os Semi­Deltas do Noroeste do Maranhão - Ano VI, n.0 64 - julho de 1948.

Stellfeld, Carlos - Origem e evolução do Brasil fitogeográjico - Ano VI, n.0 68 - novembro de 1948.

Sternberg, Pro f. Hilgard O' Reilly -A Pesquisa Geográfica no Curso Secundário - Ano VI, n.0 62 -maio de 1948.

- A cadeira de Geografia do Brasil na Faculdade Nacional de Filosofia - Ano VI, n.O 69 - dezembro de 1948.

Sverdup, M. U. (veja Fleming, R. HJ - Oceano Atlântico - Ano VI, n.O 69 - dezembro de 1948.

Veloso, Henrique P. - Considerações Gerais sôbre a vegetação do Estado de Mato Grosso (I!): Notas preli­minares sôb.re o pantanal e zonas de transição - Ano VI, n.0 68 - novembro de 1948.

Vicente Carvalho, Prof.a Conceição -As cidades brasileiras - Ano VI, n.0 63 - junho de 1948 .

Vieira, Eng. Flávio - Interligações do Sistema Ferroviário Brasileiro -Ano V, n.0 60 - março de 1948. - A Ponte P.residente Eurico Dutra sôbre o Rio Paraguai - Ano VI, n.0 62 - maio de 1948. - Interligações Ferroviárias das Capitais Brasileiras - Ano VI, n.o 65 - agôsto de 1948. - Ferrovias Amazônicas (!) -Estrada de Ferro Tocantins - Ano VI, n.0 67 - outubro de 1948. - Ferrovias Amazônicas (I!) -Estrada de Ferro M adeira-M amor é -Ano VI, n.0 68 -novembro de 1948. - Ferrovias Amazônicas (!!I) Estrada de Ferro de Bragança Ano VI, n.0 69 - dezembro de 1948.

Xavier, Rafael - Goiás, Estado do Futuro - Ano VI, n.0 65 - agôsto de 1948.

Wagemann, Ernst - A Colonização Alemã no Estado do Espírito Santo (I) - capítulo 1, 2 e 3 - Ano VI, n.0 68 - novembro de 1948. - A colonização alemã no Estado do Espírito Santo (Il) - capítulo 4 - Ano VI, n.0 69 - dezembro de 1948.

Wagley, Charles - Regionalismo e Unidade Cultural do Brasil - Ano VI, n.0 67 - outubro de 1948.

Washington, Luís - História de um Rio (o Tietê) - (Comentário bi­bliográfico) - Ano VI, n.0 63 -junho de 1948.

Permanência do Embaixador - J. C. de Macedo Soares na presidência do I .B .G.E. - Ano VI, n.0 65 -agôsto de 1948.

Plantas de Cidades Brasileiras - (Te­resina e São Luís) - Ano VI, n.0

61- abril de 1948. Cientistas estrangeiros que trabalham

no Brasil - Publicado no Jornal uA Manhã''- John Casper Bran­ner - Ano VI, n.0 64 - julho de 1948.

~ AOS EDITôRES: 1tste "Boletim" não faz publicidade remuner~da, entretanto registará ou _..... comentará as contribuições sôbre geografia ou de interêsse geográfico que sejam enviadas ao Conselho Nacional de Geografia, concorrendo dêsse modo para mais ampla difusão da biblio­grafia referente à geografia brasileira.

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1330 BOLETIM GEOGRAFICO

Cadastro de Professôres de Geografia - Organizado pela Secção Cultural do C.N.G.

Respostas recebidas entre 6 de no­vembro e 5 de dezembro - Ano V, n.0 58 - janeiro de 1948.

Respostas recebidas entre 6 de de­zembro e 5 de janeiro- Ano V, n.o 59 - fevereiro de 1948.

Respostas recebidas entre 6 de ja­neiro e 5 de abril - Ano VI, n.o 62 - maio de 1948.

Respostas recebidas entre junho e agôsto- Ano VI, n.0 66- setem­bro de 1948.

Respostas recebidas em outubro -Ano VI, n.0 67 - outubro de 1948.

Respostas recebidas em novembro - Ano VI, n.0 58 - novembro de 1948.

Relatório apresentado à Sociedade Bra­sileira de Geografia pelo seu dele­gado ao I Congresso de História Catarinense - Ano VI, n.0 69 -dezembro de 1948.

Relatório das a-tividades dos Diretórios Regionais de Geografia, apresenta­dos à VIII reunião ordinária da Assembléia-Geral do C. N. G.

Alagoas (1946-1947) - Ano VI, n.O 65 - agôsto de 1948.

Amazonas (1946-1947) Ano VI, n.0

65 - agôsto de 1948 ..

Bahia (1946-1947) - Ano VI, n.0 66 - setembro de 1948.

Ceará (1946-1947) - Ano VI, n.O 67 outubro de 1948.

Espírito Santo (1946-1947) Ano VI, n.0 67 - outubro de 1948.

Goiás (1946-1947) - Ano VI, n.0 68 novembro de 1948.

Maranhão- Ano VI, n.0 68- novem­bro de · 1948.

Mato Grosso- Ano VI, n.0 69 .- de­zembro de 1948.

Instituto Pan-Americano de Geografia e História - Recomendações da I Reunião de Consulta sôbre His­tória - Ano VI, n.0 66 - setem­bro de 1948.

Regulamento da Comissão de História - Ano VI,, n.0 66 - setembro-de 1948.

~ Concorra para que o Brasil seja geogràficamente bem representado, enviando ao Conselho ~ Nacional de Geografia informa~ões e mapas que possam ser de utilidade à nova edi~ã.o. da Carta Geográfica do Brasil ao Milionésimo, que o Conselho está elaborando.

Legislação federal

L e Ementário das lei~

Lei Pública n. o 291 - "Con• isenções e imunidades a ternacionais e aos funcioná dos das mesmas e para ou

"Diário Oficial" de 15-7-94

Lei n. 0 292, de 22 de julho de l a abertura, pelo Ministér: Exteriores, de crédito espe< às despesas com a imigr:

"Diário Oficial" de 1-7-9M

Lei n. 0 293, de _26 de julho de sôbre antigüidade de prorr. da Fôrça Aérea Brasileira

"Diário Oficial" de 10-7-94~

Lei n. 0 294, de 29 de julho de l a: abertura de crédito espE mento aos construtores da :E Corumbá-Santa Cruz de ll

"Diário Oficial" de 3-7-948 .

Lei n.0 295, de 29 de julho de l aos civis integrantes da Cor dora de Limites, as vantag, do Ato das Disposições Transitórias".

"Diário Oficial" de 13-7-948

Lei n. o 297, de 5 de julho de 1! a reconstrução de açudes ~ truidos ou danificados em c enchentes de cursos d'água

"Diário Oficial" de 8-7-948.

Lei n. 0 298, de 5 de julho de 1' isenção de direitos de impo taxas aduaneiras para mat pela Companhia Nacional Costeira - Organização E

"Diário Oficial" de 8-7-948.

Lei n. 0 299, de 5 de julho de U redação à letra "e" das isen da alinea I, aparelhos, m~ fatos de metal Tabela A, n. o 7 404, de 1945".

"Diário Oficial" de 8-7-948.

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947) - Ano VI, n.O 65 e 1948.

)-1947) - Ano VI, n.0

> de 1948.

t7) - Ano VI, n.0 66 1 de 1948.

t7) - Ano VI, n.O 67 de 1948.

(1946-1947) - Ano VI, .tubro de 1948.

~7) - Ano VI, n.0 68 o de 1948.

10 VI, n.0 68 - novem­B.

Ano VI, n.O 69 .- de-1948.

. mericano de Geografia - Recomendações da 'i.e Consulta sôbre His­.o VI, n.0 66 - setem­L

z Comissão de História n.0 66 - setembro- de

nta.do, enviando a.o Conselho de utilidade à nova edição.

,aborando.

Legislação federal

L eis e R e s o I u ç õ·e s

Ementário das leis e decretos publicados no período de 1 a 31 · de julho de 1948

L eis

Lei Pública. n.o 291 - "Concede privilégios, isenções e imunidades a organizações in­ternacionais e aos funcionários e emprega­dos das mesmas e para outros fins".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Lei n.o 292, de 22 de julho de 1948 - "Autoriza a abertura, pelo Ministério das Relações Exteriores, de crédito especial para atender às despesas com a imigração intensiva".

"Diário Oficial" de 1-7-948.

Lei n.o 293, de .26 de julho de 1948 - "Dispõe sôbre antigüidade de promoção de oficiais da Fôrça Aérea Brasileira".

"Diário Oficial" de 10-7-948.

Lei n.o 294, de 29 de julho de 1948- "Autoriza a: abertura de crédito especial para paga­mento aos construtores da Estrada de Ferro Corumbá-Santa Cruz de la Sierra" .

"Diário Oficial" de 3-7-948.

Lei n.o 295, de 29 de julho de 1948 - "Estende aos civis integrantes da Comissão Demarca­dora de Limites, as vantagens do artigo 23 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias".

"Diário Oficial" de 13-7-948.

Lei n.o 297, de 5 de julho de 1948 - "Autoriza a reconstrução de açudes particulares des­truidos ou danificados em conseqüência das enchentes de cursos d'água no Nordeste".

"Diário Oficial" de 8-7-948.

Lei n. o 298, de 5 de julho de 1948 - "Concede isenção de direitos de importação e demais taxas aduaneiras para material importado pela Companhia Nacional de Navegação Costeira - Organização Henrique Laje".

"Diário Oficial" de 8-7-948.

Lei n. o 299, de 5 de julho de 1948 - "Dá nova redação à letra "e" das isenções constantes da alinea I, aparelhos, máquinas e arte­fatos de metal Tabela A, do decreto-lei n. o 7 404, de 1945".

"Diário Oficial" de 8-7-948.

Lei u. 0 300, de 12 de julho de 1948 - •Doa terreno ao Paulistano Esporte Clube, da. cidade de Campina Grande, do estado da Paraíba".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Lei n.o 301, de 13 de julho de 1948 - "Dispõe sôbre matricula nas escolas primárias para os filhos de artistas de circo" .

"Diário Oficial" de 16-7-948.

Lei n.o 302, de 13 de julho de 1948 - "Estabe­lece normas para a execução do § 2. o do artigo 15 da Constituição Federal, na parte referente à tributação de lubrificantes e combustíveis liquidos".

I "Diário Oficial" de 22-7-948.

Lei n.o 303, de 16 de julho de 1948 - "Autoriza a abertura, pelo Ministério da Educação e Saúde, de crédito especial para auxilio à Faculdade de Medicina da Universidade de Pôrto Alegre".

"Diário Oficial" de 21-7-948.

Lei n. 0 304, de 16 de julho de 1948 - "Torna sem efeito a desapropriação de que trata o decreto-lei n.o 8 796, de 23 de janeiro de 1946".

"Diário Oficial" de 21-7-948.

Lei n. o 305, de 18 de julho de 1948 - "Regula a aplicação do artigo 15 § 4 da Constituição Federal".

"Diário Oficial" de 22-7-948.

Lei n.0 306, de 24 de julho de 1948 - "Autoriza a abertura de crédito especial para atender ao pagamento de gratificação de magistério ao professor catedrático João de Sabóia Barbosa".

"Diário Oficial" de 30-7-948.

Lei n.0 307, de 24 de julho de 1948 - Concede isenção de direitos de importação e demais taxas aduaneiras para material e objetos usados destinados às missões amazônicas, dirigidas pelos padres Redentoristas".

"Diário Oficial" de 29-7-948.

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1332 BOLETIM GEOGRAFICO

Lei n. 0 308, de 25 de julho de 1948 - "Abre, pelo Ministério da Justiça e Negócios Inte­riores, crédito especial para pagamento de diferença de estipêndios a ex-servidores da Imprensa Nacional". "Diário Oficial" de 29-7-948.

Lei n. o 309, de 25 de julho de 1948 - "Concede auxílio à Federação das Sociedades de As­sistência aos Lázaros e Defesa Contra a Lepra". "Diário Oficial" de 30-7-948.

Decretos Decreto Legislativo n.o 4, de 1948 - "Aprova

a convenção sôbre privilégios e imunidades das Nações Unidas".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto Legislativo n. 0 8, de 1948 - "É apro­vado o Convênio Cultural entre os Governos da República dos Estados Unidos do Brasil e da China" .

" Diário Oficial" de 10-7-948 .

:.Decreto Legislativo n.o 9, de 1948 - "É auto­rizado o Tribunal de Contas a registar o contrato entre a União e Da. Rita Gonçal­ves Ribeiro".

·" Diário Oficial" de 6-7-948.

Lei n.0 310, de 26 de julho de 1948 - "Suprime função gratificada no Quadro Permanente do Ministério da Agricultura".

"Diário Oficial" de 30-7-948.

Lei n.0 311, de 26 de julho de 1948 - "C~ncede auxilio à Sociedade Beneficente Corumba­ense, sediada em Corumbá, Estado de Mato Grosso". ·

"Diário Oficial" de 30-7-948.

legiSlativos Decreto Legislativo n.0 10, de 1948- "Aprova­

do o acôrdo e respectivos anexos, sôbre transportes aéreos, firmado entre o Brasil e a França, em 27 de janeiro de 1947".

"Diário Oficial" de 16-7-948.

Decreto Legislativo n. o 11, de 1948 __:_ ":É ratüi­cado o Convênio Cultural, pelos Governos do Brasil e do Reino Unido da Grã-Breta­nha e Irlanda do Norte".

"Diário Oficial" de 30-7-948.

Decreto Legislativo n. 0 12, de 1948 - "É rati­ficada a Convenção Interamericana, sôbre Direitos de Autor em Obras Literárias Ci­entíficas e Artísticas".

"Diário Oficial" de 30-7-948.

Decretos executivos Decreto n. 0 24 489, de 6 de fevereiro de 1948 -

"Autoriza estrangeiro a adquirir fração do dominio útil do terreno de marinha que menciona, situado nesta capital".

"Diário Oficial" de 29-7-948.

Decreto n. 0 24 869, de 24 de abril de 1948 -"Revoga o decreto que concedeu à socie­dade anônima "Daggett J. Ramadell" auto­rização para funcionar na República e cassa a respectiva carta".

"'Diário Oficial" de 8-7-948.

Deereto n. o 24 988, de 25 de maio de 1948 "Aprova o projeto e orçamento para cons­trução de aparelhamento de inflamáveis no pôrto da Bahia".

"'Diário Oficial" de 2-7-948.

D~reto n.o 24 989, de 25 de maio de 1948 -"Concede reconhecimento ao curso de Ciên­cias Econômicas da Faculdade de Ciências Econômicas de Pernambuco".

"Diário Oficial" de 30-7-948.

D~reto n.o 24 998, de 26 de maio de 1948 -••concede autorização para funcionar como ·emprêsa de energia elétrica à Companhia Fôrça e Luz de Guimarânia S. A.".

"Diário Oficial" 3-7-948.

Decreto n. o 25 033, de 1 de junho de 1948 -"Outorga concessão à Rádio Londrina S.A. para estabelecer uma estação radiodifusora em Londrina, Estado do Paraná".

"Diário Oficial" de 12-7-948.

Decreto n. o 25 067, de 7 de julho de 1948 -"Concede à sociedade American Bureau of Shipping autorização para funcionar na Re­pública".

"Diário Oficial" de 2-7-948.

Decreto n. o 25 068, de 7 de junho de 1948 -"Aprova alterações introduzidas nos esta­tutos da Companhia de Seguros da Bahia".

"Diário Oficial" de 10-7-948.

Decreto n. o 25 090, de 14 de junho de 1948 -"Concede à Astoria o f Brazil Inc. sociedade anônima autorização para funcionar na Re­pública".

"Diário Oficial" de 21-7-948.

Decreto n. o 25 091, de 14 de junho de 1948 -"Concede à Brazilian Telephone Company autorização para continuar a funcionar na República".

"Diário Oficial" de 22-7-948 .

Decreto n.o 2.5111, de 18 de junho de 1948 -"Concede à Sociedade Anônima Companhia Armadora Brasileira, autorização para fun­cionar como emprêsa de navegação de cabo­tagem, de acôrdo com o que prescreve o decreto-lei n. o 2 784, de 20 de novembro de 1940".

"Diário Oficial" de 3-7-948.

Decreto · n. o 25 113, de 18 de junho de 1948 "Aprova o Regulamento para a XV Expo­sição Nacional de Animais e Produtos De­rivados, a realizar-se na capital do Estado de São Paulo, no corrente ano".

"Diário Oficial" de 6-7-948".

Decreto n. o 25 120, . de 22 de "Autoriza estrangeiros a

· mlnio ú.til do terreno de : rinha que menciona, situac

"Diário Oficial" de 19-7-9

Decreto n. o 25 121, de 22 de "Autoriza o cidadão brru tosa Filho a comprar pedJ

"Diário Oficial" de 17-7-9~

Decreto n. 0 25 129, de 25 de "Concede reconhecimento sica, letras anglo-germân da Faculdade de Filosofh tras Manuel da Nóbrega

"Diário Oficial" de 3-7-94:

Decreto n. 0 25 130, de 25 de , "Concede reconhecimento do Ginásio Nossa Senhor~ Paraiba".

"Diário Oficial" de 8-7-94l

Decreto n. o 25 132, de 25 de , "Concede reconhecimento do. Ginásio Nossa Senhor Cataguases".

"Diário Oficial" de 22-7-94

Decreto h.0 25 133, de 25 de , "Concede reconhecimento : do Ginásio Nossa Senhora Ipameri".

"Diário Oficial" de 2-7-94l

Decreto n. 0 25135, de 25 de , "Autoriza estrangeiro a aõ útil do terreno de marinh situado nesta capital".

"Diário Oficial" de 14-7-94!

Decreto n. 0 25 186, de 25 de , "Autoriza o cidadão br2 Borges da Cunha a com1 ciosas".

"Diário Oficial" de 10-7-94

Decreto n. 0 25 137, de 25 de ; "Autoriza o cidadão brasi: Pereira a comprar pedras

"Diário Oficial" de 10-7-94

Decreto n. 0 25 143, de 28 de ; "Revalida, com modificaçi 19 260, de 24 de julho de H ao Estado de Minas Gerais organizar, concessão para • de energia hidráulica e: Tronqueiras, no municipic Valadares, Estado de Min

"Diário Oficial" de 15-7-94~

Decreto n. 0 25 148, d 29 de j "Concede à sociedade San1 e Transporte Ltda. autor cionar como emprêsa de r botagem, de acôrdo com o decreto-lei n.Q 2 789, de de 1940".

"Diário Oficial" de 5-7-948

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e julho de 1948 - "Suprime ~da no Quadro Permanente :1. Agricultura".

· de 3o-7-948.

e julho de 1948 - "C~ncede iade Beneficente Corumba­n Corumbá, Estado de Mato

de 3ü-7-948 .

n. o 10, de 1948 - "Aprova-respectivos anexos, sôbre

lOS, firmado entre o Brasil 27 de janeiro de 1947".

de 16-7-948.

n.o 11, de 1948 __:_ "É ratüi­o Cultural, pelos Governos Reino Unido da Grã-Breta­) Norte".

de 30-7-948.

n.o 12, de 1948 - "É rati­ação Interamericana, sôbre or em Obras Literárias Ci­sticas".

de 30-7-948.

de 7 de julho de 1948 -ledade American Bureau of ~ação para funcionar na Re-

de 2-7-948.

de 7 de junho de 1948 -;ões introduzidas nos esta­nhia de Seguros da Bahia".

de 10-7-948.

de 14 de junho de 1948 -1ria o f Brazil Inc. sociedade :ação para funcionar na Re-

de 21-7-948.

de 14 de junho de 1948 -azilian Telephone Company a continuar a funcionar na

de 22-7-948.

de 18 de junho de 1948 iedade Anônima Companhia lleira, autorização para fun­prêsa de navegação de cabo­do com o que prescreve o ~ 784, de 20 de novembro de

' de 3-7-948.

de 18 de junho de 1948 ulamento para a XV Expo­de Animais e Produtos De­zar-se na capital do Estado 10 corrente ano".

• de 6-7-948".

LEIS E RESOLUÇõES 1333

Decreto n. o 25 120, • de 22 de junho de 1948 -"Autoriza estrangeiros a adquirirem o do­minto títil do terreno de acréscimo de ma­rinha que menciona, situado nesta capital".

"Diário Oficial" de 19-7-948.

Decreto n. o 25 121, de 22 de junho de 1948 -"Autoriza o cidadão brasileiro Caio Lus­tosa Filho a comprar pedras preciosas" .

"Diário Oficial" de 17-7-948.

Decreto n. o 25 129, de 25 de junho de 1948 -"Concede reconhecimento aos cursos de fi­sica, letras anglo-germânicas e didáticas, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Le­tras Manuel da Nóbrega do Recife".

"Diário Oficial" de 3-7-948.

Decreto n. 0 25 130, de 25 de junh9 de 1948 -"Concede reconhecimento ao curso ginasial do Ginásio Nossa Senhora das Graças, de Paraiba".

"Diário Oficial" de 8-7-948.

Decreto n. o 25 132, de 25 de junho de 1948 -"Concede reconhecimento ao curso ginasial do. Ginásio Nossa Senhora do Carmo, de Cataguases".

"Diário Oficial" de 22-7-948.

Decreto n.o 25133, de 25 de junho de 1948 -"Concede reconhecimento ao curso ginasial do Ginásio Nossa Senhora da Aparecida, de Ipameri".

"Diário Oficial" de 2-7-948.

Decreto n.0 25135, de 25 de junho de 1948 -"Autoriza estrangeiro a adqui·rir o domínio útil do terreno de marinha que menciona, situado nesta capital".

"Diário Oficial" de 14-7-948.

Decreto n. 0 25 186, de 25 de junho de 1948 -"Autoriza o cidadão brasileiro Salvador Borges da Cunha a comprar pedras pre­ciosas".

"Diário Oficial" de 10-7-948.

Decreto n. o 25 137, de 25 de junho de 1948 -"Autoriza o cidadão brasileiro Isaías Sena Pereira a comprar pedras preciosas".

"Diário Oficial" de 10-7-948.

Decreto n. 0 25 143, de 28 de junho de 1948 -"Revalida, com modificação o decreto n. o 19 260, de 24 de julho de 1945, que outorgou ao Estado de Minas Gerais, ou emprêsa que organizar, concessão para o aproveitamento de energia hidráulica existente no rio Tronqueiras, no municipio de Governador Valadares, Estado de Minas G.erais".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n. 0 25 148, de 29 de junho de 1948 -"Concede à sociedade Santa Rita Comércio e Transporte Ltda. autorização para fun­cionar como emprêsa de navegação de ca­botagem, de acôrdo com o que prescreve o decreto-lei n,Q 2 789, de 20 de novembro de 1940".

"Diário Oficial" de 5-7-948.

Decreto n. 0 25 150, de 29 de junho de 1~8 -"Aprova cláusulas para a revisão dos con­tratos de arrendamento da Rêde Mineira de Viação ao Govêrno do Estado de Minas Gerais".

"Diário Oficial" de 7-7-948.

Decreto n. o 25 151, de 29 de junho de 1948 -"Determina o modo de aprovação de Nor­mas Técnicas para as vias de transporte do Plano Geral de Viação Nacional".

"Diário Oficial" de 1-7-948.

Decreto n. 0 5 152, de 29 de junho de 1948 -"Autoriza a Companhia Eletricidade Muqui do Sul a ampliar suas instalações".

"Diário Oficial" de '6-7-948.

Decreto n.0 25 153, de 29 de junho de 1948 -"Autoriza a Companhia Fôrça e Luz de Minas Gerais a construir uma linha de transmissão e dá outras providências".

"Diário Oficial" de 8-7-948.

Decreto n.o 25154, de 29 de junho de 1948 -"Outorga à Companhia Sul Mineira de Eletricidade, concessão para o aproveita­mento progressivo da energia hidráulica da cachoeira Mandembo, situada no rio Lambari, município de Cristina, Estade de Minas Gerais".

"Diário Oficial" de 3-7-948.

Decreto n. o 25 155, de 29 de junho de 1948 -"Concede autorização para funcionar como emprêsa de energia elétrica à Companhia Hidro-Elétrica Piratuba".

"Diário Oficial" de 14-7-948.

Decreto n.0 25157, de 30 de junho de 1948 -"Autoriza o cidadão brasileiro Tito de Oli­veira Lima a pesquisar quartzo e associa­dos no município de Novo Cruzeiro, Esta­do de Minas Gerais".

"Diário Oficial" de 12-7-948.

Decreto n.0 25 158, de 30 de junho de 1948 -"Autoriza o cidadão brasileiro Leonardo Pinto da Costa Monteiro a pesquisar cal­cáreo, pirita e associados no municipio de Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro".

"Diário Oficial" de 19-7-948.

Decreto n. o 25 159, de 30 de junho de 1948 -"Autoriza o cidadão brasileiro Carlos Wen­zel Mueller a pesquisar ocres, manganês e baritina no município de Ouro Prêto, Esta­do de Minas Gerais".

"Diário Oficial" de 19-7-948.

Decreto n. o 25 160, de 30 de junho ·de 1948 -"Autoriza o cidadão brasileiro Juventino Felisberto dos Reis a pesquisar minérios de potássio e associados no município de Parreiras~ do Estado de Minas Gerais".

"Diário Oficial" de 19-7-948.

Decreto n. 0 25 161, de 30 de junho de 1948 -!'Autoriza o cidadão brasileiro Onofre Jus­tino de Carvalho a lavrar calcáreo no mu­nicípio de Lavras, Estado de Minas Gerais".

"Diário Oficial" de 19-7-948.

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1334 BOLETIM GEOGRAFICO

Decreto n. 0 25 162, de 30 de junho de 1948 -"Autoriza a Companhia de Mineração Nova­limense a lavrar dolomita, argila refratária e associados no municipio de Nova Lima, Estado de Minas Gerais".

"Diário Oficial" de 19-7-948.

Decreto n. 0 25 163, de 30 de junho de 1948 -"Autoriza o cidadão brasileiro Júlio Neu­man a pesquisar calcáreo e associados no municipio de Sorocaba, Estado de São Paulo".

"Diário Oficial" de 19-7-948.

Decreto n. 0 25 164, de 30 de junho de 1948 -"Autoriza a Companhia Paulista de Mine­ração a lavrar argila e associados no mu­nicípio de São Bernardo do Campo, Estado de São Paulo".

"Diário Oficial" de 19-7-948.

Decreto n. 0 25 165, de 30 de junho de 1948 -"Cria a Tabela Numérica Suplementar de Extranumerário-Mensalista da Sub-Estação de Enologia em Andradas, do Instituto de Fermentação, do Serviço Nacional de Pes­quisas Agronômicas, do Ministério da Agri­cultura e dá outras providências".

"Diário Oficial" de 2-7-948.

Decreto n. 0 25 166, de 1 de julho de 1948 -"Transfere função da Tabela Numérica Su­plementar de Extranumerário-Mensalista da Divisão do Material para idêntica Tabela da Divisão do Pessoal, ambas do Departa­mento de Administração do Ministério da Agricultura".

"Diário Oficial" de 3-7-948.

Decreto n. 0 25 167, de 1 de julho de 1948 -"Altera com redução de despesa, a Tabela Numérica Ordinária de Extranumerário­Mensalista, da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura".

"Diário Oficial" de 3-7-948.

Decreto n. 0 25 168, de 1 de junho de 1948 -"Transfere a Reunião Congressual do Con­selho Superior de Presidentes das Caixas Econômicas Federais para julho de 1949".

"Diário Oficial" de 1-7-948.

Decreto n. 0 25 169, de 1 de julho de 1948 -"Considera de utilidade pública, para fins de desapropriação, as fazendas denomina­das "Bôca do Rio" e "Pombal", situadas em Aratu, Estado da Bahia".

"Diário Oficial" de 3-7-948.

Decreto n.0 25170, de 2 de julho de 1948 -"Aceita a doação de um terreno situado em Muriaé, Estado de Minas G~rais".

"Diário Oficial" de 5-7-948.

Decreto n. 0 25 171, de 2 de julho de 1948 -"Revoga o decr:eto n. o 23 319, de 19 de julho de 1947".

"Diário Oficial" de 5-7-948.

Decreto n.o 25 174, de 2 de julho de .1948 -"Autoriza estrangeiro a adquirir o domfnio útil do terreno de marinha que menciona, situado nesta capital".

"Diário Oficial" de 16-7-948.

Decreto n.0 25 174, de 3 de julho de 1948 -"Adota medidas de estimulo à produção al­cooleira do pais, para fins carburantes".

"Diário Oficial" de 9-7-948.

Decreto n. 0 25 174-A, de 3 de. julho de 1948 -"Altera disposições do regulamento apro­vado p·elo decreto n,Q 1 749, de 28 de junho de 1937, sôbre a aquisição de prédios des­tinados a moradia dos associados e a sede dos Institutos e Caixas de Aposentadoria e Pensões".

"Diário Oficial" de 9-7-948.

Decreto n. 0 25 176, de 5 de julho de 1948 -"Outorga ao Estado de Minas Gerais, ou emprêsa ·que organizar, concessão para o aproveitamento progressivo de energia hi­dráulica do desnível denominado Cachoeirão existente no rio - J equitaí, situado na di­visa dos municípios de Bocaiúva, Pirapora e Coração de Jesus, Estado de Minas Ge-rais". ·

"Diário Oficial" de 17-7-948.

Decreto n. 0 25 177, de 5 de julho de 1948 -"Autoriza a aquisição de terras pelo Minis­tério da Agricultura".

"Diário Oficial" de 7-7-948.

Decreto n.0 25179, de 5 de julho de 1948 -Transfere função da Tabela Numérica Su­plementar de Extranumerário-Mensalista da Divisão de Terras e Colonização para idên­tica Tabela de Divisão e Obras do Departa­mento de Administração, ambas do Minis­tério da Agricultura".

"Diário Oficial" de 7-7-948.

Decreto n. 0 25 186, de 7 de julho de 1948 "Dá nova redação ao parágrafo único do artigo 1.o do decreto n.o 7 259, de 28 de maio de 1941".

"Diário Oficial" de 14-7-948.

Decreto n. 0 25 188, de 7 de julho de 1948 -"Autoriza a The São Paulo Tramway Light and Power Company, Limited a construir um ramal de transmissão, derivado da linha Cubatão São Caitano até a rua Bela Vista, na capital do Estado de São Paulo".

"Diário Oficial" de 22-7-948.

Decreto n. 0 25 192, de 8 de julho de 1948 -"Retifica o decreto n.o 25 070, de 8 de junho de 1948".

"Diário Oficial" de 9-7-948.

Decreto n.0 25 193, de 9 de julho de 1948 -"Estabelece normas para regular as ativi­dades comerciais da Exposição Internacio­nal de Indústria e Comércio".

"Diário Oficial" de 9-7-948.

Decreto n.0 25 194, de 9 de "Concede à sociedade N Limitada autorização para cionar como emprêsa de botagem, de acôrdo com o decreto-lei n.o 2 789, de de 1940".

"Diário Oficial" de 22-7.-94

Decreto n. o 25 195, de 9 de "Declara de utilidade públ de terra que serão inundl trução da barragem do a] dro-elétrico do rio São Jc São José dos Pinhais, E! objeto do decreto n.o 22 76 de 1947, em favor da C01 Luz do Paraná e a aut• priá-las".

"Diário Oficial" de 23-7-94

Decreto n. 0 25 196, de 9 de . "Reorganiza os serviços d Marinha e dá outras pro• "Diário Oficial" de 13-7-94

"Diário Oficial'' de 13-7-94

Decreto n. 0 25 197, de 9 de . "Aprova e manda executa1 mento para a Diretoria d Marinha".

Diário Oficial" de 13-7-948

Decrefo n.0 25 200, de 12 de "Concede à Sociedade Mer cana Ltda, autorização :p funcionar como emprêsa • cabotagem de acôrdo com o decreto n. o 2 784, de 20 1940, sob a denominação d dústria e Comércio São I deiras e Navegação".

"Diário Oficial" de 17-7-94l

Decreto n. 0 25 202, de 12 de , "Prorroga o prazo para f sociedade bancária· que mt

"Diário Oficial" de 17-7-9~

Decreto n. 0 25 203, de 12 de , "Aprova a reforma dos es1 de Crédito Real de Minas < sede em Juiz de Fora, no Gerais".

"Diário Oficial" de 16-7-94

Decreto n. 0 25 204, de 13 de , "Abre pelo Ministério da Públicas, o crédito es 125 000 000,00 (cento e vir lhões de cruzeiros), para a cicio de 1948, às despesas a artigo 2. Q da lei n. Q 272, d de 1948".

"Diário Oficial" de 14-7-94

Decreto n. 0 25 205, de 13 de j "Suprime cargo vago".

"Diário Oficial" de 15-7-9M

Decreto n. 0 25 206, de 13 de j "Suprime cargo vago".

"Diário Oficial" de 15-7-948

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~. de 2 de julho de .1948 -angeiro a adquirir o domlnio D de marinha que menciona, capital".

" de 16-7-948.

,, de 3 de julho de 1948 -LS de estímulo à produção al­is, para fins carburantes".

l" de 9-7-948.

·A, de 3 de. julho de 1948 -:ições do regulamento apro­·eto n. Q 1 749, de 28 de junho a aquisição de prédios des­

:tdia dos associados e a sede e Caixas de Aposentadoria e

." de 9-7-948.

, de 5 de julho de 1948 -~stado de Minas Gerais, ou organizar, concessão para o 1 progressivo de energia hi­mivel denominado Cachoeirão io- Jequitaí, situado na di­~ipios de Bocaiúva, Pirapora Jesus, Estado de Minas Ge-

. " de 17-7-948.

, de 5 de julho de 1948 -uisição de terras pelo Minis­ultura".

" de 7-7-948.

, de 5 de julho de 1948 -ão da Tabela Numérica Su­:xtranumerário-Mensalista da ras e Colonização para idên­Divisão e Obras do Departa­.inistração, ambas do Minis­tltura".

" de 7-7-948.

, de 7 de julho de 1948 tção ao parágrafo único do decreto n.o 7 259, de 28 de

" de 14-7-948.

, de 7 de julho de 1948 -e São Paulo Tramway Light mpany, Limited a construir ansmissão, derivado da linha aitano até a rua Bela Vista, Estado de São Paulo".

" de 22-7-948.

, de 8 de julho de 1948 -reto n.o 25 070, de 8 de junho

" de 9-7-948.

de 9 de julho de 1948 rmas para regular as ativi­is da Exposição Internado­ia e Comércio".

' de 9-7-948.

LEIS E RESOLUÇõES 1335

Decreto n.o 25 194, de 9 de julho de 1948 -"Concede à sociedade Navegação Carmac Limitada autorização para continuar a fun­cionar como emprêsa de navegação de ca­botagem, de acôrdo com o que prescreve o decreto-lei n.o 2 789, de 20 de novembro de 1940".

"Diário Oficial" de 22-7_-948.

Decreto n. o 25 195, de 9 de julho de 1948 -"Declara de utilidade pública diversas áreas de terra que serão inundadas com a cons­trução da barragem do aproveitamento hi­dro-elétrico do rio São João, município de São José dos Pinhais, Estado do Paraná, objeto do decreto n.o 22 765, de 19 de março de 1947, em favor da Companhia Fôrça e Luz do Paraná e a autoriza a desapro­priá-las".

"Diário Oficial" de 23-7-948.

Decreto n. 0 25 196, de 9 de julho de 1948 ·­"Reorganiza os serviços de armamento da Marinha e dá outras providências". "Diário Oficial" de 13-7-948.

"Diário Oficial'' de 13-7-948.

Decreto n. 0 25 197, de 9 de julho de 1948 -"Aprova e manda executar o novo Regula­mento para a Diretoria do Armamento da Marinha" .

Diário Oficial" de 13-7-948.

Decreto n. o 25 200, de 12 de julho de 1948 -"Concede à Sociedade Mercantil Sul-Ameri­cana Ltda, autorização para continuar a funcionar como emprêsa de navegação de cabotagem de acôrdo com o que prescreve o decreto n. o 2 784, de 20 de novembro de 1940, sob a denominação de Companhia In­dústria e Comércio São Paulo-Paraná-Ma­deiras e Navegação".

"Diário Oficial" de 17-7-948 .

Decreto n. 0 25 202, de 12 de julho de 1948 "Prorroga o prazo para funcionamento de sociedade bancária· que menciona" .

"Diário Oficial" de 17-7-948.

Decreto n. 0 25 203, de 12 de julho de 1948 -"Aprova a reforma dos estatutos do Banco de Crédito Real de Minas Gerais S. A. com sede em Juiz de Fora, no Estado de Minas Gerais" .

"Diário Oficial" de 16-7-948.

Decreto n. 0 25 204, de 13 de julho de 1948 -"Abre pelo Ministério da Viação e Obras Públicas, o crédito especial de Cr$ 125 000 000,00 (cento e vinte e cinco mi­lhões de cruzeiros), para atender, no exer­cício de 1948, às despesas a que se refere o artigo 2.9 da lei n.9 272, de 10 de abril de de 1948" .

"Diário Oficial " de 14-7-948.

Decreto n. 0 25 205, de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargo vago".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n. 0 25 206, de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargo vago".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n. o 25 207, de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargo vago".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n.0 25 208, de· 13 de julho de 1948 -"Suprime cargos vagos".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n. 0 25 209, de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargos vagos".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n. 0 . 25 210, de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargo vago".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n. 0 25 211, de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargo vago".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n. 0 25 212, de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargo vago".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n. o 25 213, de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargos vagos".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n. o 25 2l4, de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargo vago".

"Diário Oficial" de 15-7-948 .

Decreto n. 0 25 215, de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargo vago".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n. 0 25 216, de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargo vago" . .

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n. o 25 217, de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargo vago".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n. 0 25 218, -de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargo vago".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n. o 25 219, de 13 de julho · de 1948 -"Suprime · cargo vago".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n. 0 25 220, de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargo vago". ·

"Diário Oficial" de 15-7-948.

Decreto n. 0 25 221, de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargos excedentes".

"Diário Oficial" de . 15-7-948. ·

Decreto n.0 25 222, de 13 de julho de 1948 -"Suprime cargos excedentes".

"Diário Oficial" de 15-7-948.

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1336 BOLETIM GEOGRAFICO

Decreto n. 0 25 223, de 13 de julho de 1948 "Suprime cargos excedentes".

"Diário Oficial" . de 15-7-948.

Decreto n. 0 26 224, de 13 de julho de 1948 "Autoriza o cidadão brasileiro Sebastião Laurito Prioli a pesquisar jazidas de pe­tróleo e gases naturais - classe X nos mu­nicipios de Guarei e Angatuba, Estado de São Paulo".

I

"Diário Oficial" de 17-7-948. ·

Decreto n. 0 25 225, de 15 de julho de 1948 -"Concede reconhecimento ao curso de ciên­cias econômicas da Faculdade de Estudos Econômicos do Liceu Coração de Jesus, de São Paulo". 11

"Diário Oficial" de 29-7-948.

Decreto n . 0 25 226, de 15 de julho de 1948 -"Suprime cargos ' vagos" .

"Diário Oficial" de 17-7-948.

Decreto n. 0 25 227, de 15 de julho de 1948 -"Suprime cargos. provisórios".

"Diário Oficial" de 17-7-948.

Decreto n.0 25 228, de 15 de julho de 1948 "Suprime cargos vagos".

"Diário Oficial" de 17-7-948 .

Decreto n. 0 25 229, de 15 de julho de 1948 "Suprime cargo excedente".

"Diário Oficial" de 17-7-948.

Decreto n. o 25 230, de 15 de julho de 1948 -"Suprime cargos vagos" . "Diário Oficial" de 17-7-948.

Decreto n. 0 25.231, de 15 de julho de 1948 -"Suprime cargos vagos".

"Di4rio Oficial" de 17-7-948.

Decreto n. 0 25 232, de 15 de julho de 1948 -"Encampa a concessão outorgada à Ceará Tramway, Light and Power Company, Li­mited, e dá outras providências".

"Diário Oficial" de 17-7-948.

Decreto n. 0 25 234, de 19 de julho de 1948 -"Declara a caducidade do decreto n. o 21 000, de 16 de abril de 1946".

"Diário Oficial" de 21-7-948.

Decreto n. 0 25 241, de 19 de julho · de 1948 -"Autoriza a cessão de um terreno ao Estado do Rio de Janeiro".

"Diário Oficial" de 21-7-948.

Decreto n. 0 25 242, de 19 de julho de 1948 -"Transfere função da Tabela Numérica Su­plementar de Extranumerário-Mensalista; da Superintendência de Edificios e Parques do Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas, para idêntica Tabela da Di­visão de Terras e Colonização ambas do Ministério da Agricultura". "Diário Oficial" de 21-7-948.

Decreto n. 0 25 243, de 20 de julho de 1948 -"Abre ao Ministério das Relações Exterio­res o crédito especial de Cr$ 1 000 000,00 para o fim qu~ especifica" .

"Diário Oficial" de 22-7-948.

Decreto n. 0 25 244, de 21 de julho de 1948 -"Manda contar antigüidade de pôsto a ofi­cial aviador".

"Diário Oficial" de 23-7-948.

Decreto n. 0 25 245, de 21 de julho de 1948 -"Manda contar antigüidade de pôsto a ofi­ciais aviadores".

"Diário Oficial" de 23-7-948.

Decreto n. 0 25 246, de 21 de julho de 1948 "Suprime cargos vagos" .

"Diário Oficial" de 23-7-948.

Decreto n. 0 25 263, de 27 de julho de 1948 -"Altera os artigos 14, 19, 24 e 27 do Regu­lamento da Escola de Guerra Naval".

"Diário Oficial" de 29-7-948.

Decreto n. 0 25 264, de 27 de julho de 1948 -"Altera a redação da letra e do artigo 56 do Regulamento de Promoções para ofi­ciais da Armada".

"Diário Oficial" de 29-7-948.

Decreto n. 0 25 265, de 27 de julho de 1948 -"Declara de utilidade pública, para desa­propriação, as áreas de terreno situadas na freguesia de São José na cidade de Re­cife, Estado de Pernambuco necessárias ao serviço de ligação das linhas Sul e Oeste".

"Diário Oficfal" de 29-7-948.

Decreto n. 0 25 266, de 27 de julho de 1948 -"Libera dos efeitos do decreto-lei n.o 9 166, de 11 de março de 1942, bens pertencente3 ao súdito italiano Maurizio Moris".

"Diário Oficial" de 29-7-948.

Decreto n. 0 25 267, de 28 de julho de 1948 -"Regulamenta a concessão de licença espe­cial prevista na lei n. o 283, de 24 de maio de 1948".

"Diário Oficial" de 30-7-948.

Decreto n. 0 25 268, de 28 de julho de 1948 -"Autoriza os Institutos de Aposentaàoria e Pensões a efetuar empréstimos à Prefeitura de Pôrto Alegre, para custeio de obras de abastecimento d'água, saneamento e pavi­mentação no referido município".

"Diário Oficial" de 30-7-948.

Decreto n. 0 25 269, de 28 de julho de 1948 -"Altera a lotação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio".

"Diário Oficial" de 30-7-948.

Decreto n. 0 25 270, de 28 de julho de 1948 -"Transfere função da Tabela Numérica Su­plementar de Extranumerário-Mensalista, do Departamento Nacional da Previdência Social, para idêntica Tabela, do Departa­mento Nacional do Trabalho, ambas do Mi­nistério do Trabalho, Indústria e Co­mércio".

"Diário Oficial" de 30-7-948.

Resoluções do lnstitu de Geografia e Estatí

Consell

Resolu~

Dispõe sôbre os vencime

O Diretório Central do de Geografia, usando das su:

Considerando que o aum tos dos funcionários federa n. Q 488, de 15 de novembro aos servidores extranumerárl refeiros do Conselho, ex..:vi d

Considerando a necessid: tal aplicação, estendida aos do Conselho sobretudo aos d manente de pessoal;

RESOLVE:

Art. 1. o - Ficam ex tens rios do Conselho , do quadro J numerários, mensalistas, con1 tarefeiros e de demai~ categc estabelecidos na lei n. o 488, ( de 1948, assim como as rest minadas.

Art. 2.0 - Os venciment salários do pessoal do Cons' os valores, classes, padrões E tantes da presente r esolução para assegurar-lhe as vanta~ e decretos suplementares.

Art. 3. o - Os padrões al cimentos do pessoal do qua as referências dos salários d· merário-mensalista, com os r passam a vigorar de acôrd anexas ns. I e II.

Art. 4. o - Fica a Secre· zada a propor ao President situação do pessoal contrat~ demais categorias, de maneir vas remunerações tenham a1 mas bases dos fixados para o: mensalistas.

Art. 5. o - As alteraçõE estabelecidas nesta resolução nos titulos dos respectivos se que com os contratados se aditivos que lhes assegurem vistos.

Art. 6. o - Os cargos < comissão corresponderão aos

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I, de 21 de julho de 1948 -.r antigüidade de pôsto a ofi-

.1" de 23-7-948.

>, de 21 de julho de 1948 -r antigüidade de pôsto a ofi­s" .

.1" de 23-7-948.

~. de 21 de julho de 1948 gos vagos".

.1" de 23-7-948.

i, de 27 de j ulho de 1948 -:igos 14, 19, 24 e 27 do Regu­:scola de Guerra Naval" .

.1" de 29-7-948.

l, de 27 de julho de 1948 -ação da letra e do artigo 56 1to de Promoções para ofi­tda" .

1" de 29-7-948.

í, de 27 de julho de 1948 -Jtilidade pública, para desa-3 áreas de terreno situadas le São José na cidade de Re­e Pernambuco necessárias ao :~.ção das linhas Sul e Oeste" .

1" de 29-7-948.

;, de 27 de julho de 1948 -feitos do decreto-lei n.o 9 166, :o de 1942, bens pertencentes ano Maurizio Moris".

l" de 29-7-948.

', de 28 de julho de 1948 -a concessão de licença espe­

a lei n. o 283, de 24 de maio de

l" de 30-7-948.

:, de 28 de julho de 1948 -:nstitutos de Aposentadoria e uar empréstimos à Prefeitura re, para custeio de o bras de d'água, saneamento e pavi­

~eferido municipio".

l" de 30-7-948.

'• de 28 de julho de 1948 -ão do Ministério do Trabalho, 1mércio".

l" de 30-7-948.

'• de 28 de julho de 1948 -1ção da Tabela Numérica Su-

Extranumerário-Mensalista, nto Nacional da Previdência iêntica Tabela, do Departa­.1 do Trabalho, ambas do Mi­rrabalho, Indústria e Co-

" de 30-7-948.

Resoluções do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística

Conselho Nacional de Geogràfia Diretório Central ·

Íntegra das resolUçÕes ns. 323 e 324

Resolução n.0 323, de 30 de dezembro de 1948

Dispõe sôbre os vencimentos, gratificações e salários dos servidores do Conselho.

O Diretório Central do Conselho Nacional de Geografia, usando das suas atribuições;

Considerando que o aumento de vencimen­tos dos funcionários federais, fixado na lei n. Q 488, de 15 de novembro último, se aplica aos servidores extranumerários, diaristas e ta­refeiros do Conselho, ex.:vi do § 1. Q do art. 20;

Considerando a necessidade de efetivar-se tal aplicação, estendida aos demais servidores do Conselho sobretudo aos do seu quadro per­manente de pessoal;

RESOLVE:

· Art. 1.o - Ficam extensivos aos funcioná­rios do Conselho, do quadro permanente, extra­numerátlos, mensalistas, contratados, diaristas, tarefeiros e de demai~ categorias, os benefícios estabelecidos na lei n.o 488, de 15 de novembro de 1948, assim como as restrições nela deter­minadas.

Art. 2. o - Os vencimentos, gratificações e salários do pessoal do Conselho passam. a ter os valores, classes, padrões e referências cons­tantes da presente resolução, que são :fixados para assegurar-lhe as vantagens da lei n.o 488 e decretos suplementares.

Art. 3.o - Os padrões alfabéticos dos ven­cimentos do pessoal do quadro permanente e as referências dos salários do pessoal extranu­merário-mensalista, com os respectivos valores, passam a vigorar de acôrdo com as tabelas anexas ns. I e II.

Art. 4.o - Fica a Secretaria-Geral autori­zada a propor ao Presidente uma revisão da situação do pessoal contratado, diarista e de demais categorias, de maneira que as respecti­vas remunerações tenham aumentos nas mes­mas bases dos fixados para os extranumerários­mensalistas.

Art. 5. o - As alterações de vencimentos estabelecidas nesta resolução serão apostiladas nos títulos dos respectivos serventuários, sendo que com os contratados se assinarão têrmos aditivos que lhes assegurem os aumentos pre­vistos.

Art. 6. o - Os cargos de provimento em comissão corresponderão aos símbolos e valores

estabelecidos no art. 6. o da lei n. o 488, com acréscimos, conforme consta da anexa ta­bela III .

§ 1.0 - Os cargos em comissão dos dirigen­tes do Serviço de Geografia e Cartografia, re­partição técnica do Conselho, passam a ter os seguintes padrões: Diretor-Geral = CC2; Sub­Diretor = 664; Diretor de Divisão = CC4.

§ 2. o - Ao atual ocupante do cargo de Di­retor da Divisão de Cartografia é assegurado o aumento estabelecido na lei n. o 488, devendo receber por diferença de vencimentos o que exceder dos proventos de CC4.

Art. 7.o - As funções gratificadas ' corres­ponderão aos símbolos e valores estabelecidos no § 1.o do arf. 6.o da lei 488.

Parágrafo único - A gratificação do Secre­tário-Geral do Conselho passa a corresponder ao símbolo FGl.

Art. 8. o - Os aumentos de vencimentos, salários e demais vantagens aprovados nesta Resolução aplicam-se a partir de 1.o de agôsto do ano findante, salvo quanto aos dispositivos do § 1.0 do artigo 6.o e parágrafo único do 7.o, que entrarão em vigor em 1. o de janeiro vin­douro.

Art. 9.o - Os dirigentes e servidores do Conselho não poderão receber do mesmo, gra­tificação ou remuneração de qualquer espécie, além das vantagens dos respectivos cargos e funções, por serviços prestados, a qualquer tí­tulo, nas condições normais de expediente.

Art. 10 - As despesas decorrentes desta resolução deverão ser previstas nas verbas próprias dos orçamentos anuais do Conselho, sendo que, no correntE! ano, mediante a suple­mentação prevista na Resolução n. 0 319, dêste Diretório.

Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 1948, ano XIII do Instituto. - Conferido e nume­rado. Virgílio Correia Filho, no impedimento do Secretário-Assistente do Conselho. - Visto e rubricado. Christovam Leite de Castro, Se­cretário-Geral do Conselho. - Publique-se. José Carlos de Macedo Soares, Presidente do Instituto.

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1338 BOLETIM GEOGRAFICO

Resolução n. 0 324, de 30 de dezembro de 1948

Fixa o programa das atividades do Conselho para o ano de 1949.

O Diretório Central do Conselho . Nacional de Geografia, usando das suas atribuições;

Considerando as vantagens, para a boa marcha dos serviços, da fixação prévia dos programas de trabalho;

Conside'rando que se conhece o quantitativo de que o Conselho disporá no ano vindouro;

RESOLVE:

Art. 1. o - É aprovado o anexo programa que define, em linhas gerais, as atividades a serem desenvolvidas pelo Conselho no ano vin­douro.

Art. 2. 9 - Em caso de necessidade devida­mente justificada, a Secretaria-Geral proporá ao Presidente do Conselho, que levará à deli­beração do Diretório Central, o cancelamento de iniciativas previstas ou a inclusão de outras não consideradas no programa geral ora apro­vado para 1949.

Art. 3. o - A direção de Conselho compete dar execução às iniciativas programadas, na

* N. R. - O programa anexo à presente resolução foi publicada no número anterior do Boletim .

forma e na medida que julgar mais adequadas, de acôrdo com as possibilidades e recursos do Conselho.

Art. 4. o - Fica estabelecida prioridade para a execução das seguintes tarefas do pro­grama de 1949:

1) preparo e realização da I Reunião Pan­Americana de Consulta sôbre Geografia;

2) impressão das fôlhas da carta geográ­fica do Brasil;

3) impressão de mapas escolares; 4) preparo e impressão de cartogramas do

Brasil e dos estados com a. nova divisão qüin­qüênal em municípios e distritos;

5) triangulação geodésica de 1.a ordem ao longo do paralelo de 25. o sul;

6) determinação astronômica de coordena­das geográficas.

Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 1948, · ano XIII do Instituto. - Conferido e nume­rado. Virgílio Correia Filho, no impedimento do Secretário-Assistente do Conselho. - Visto e rubricado . Christovam Leite de Castro, Se­cretário-Geral do Conselho. - Publique-se. José Carlos de Macedo Soares, Presidente do Instituto.

~ A fotografia é um excelente documento ~eográfico, desde que se saiba exatamente o local .,_.- fotografado. Envie ao Conselho Na{lional de Geografia as fotografias panorâmicas que possuir, devidamente legendadas.

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I N S TI TU r·o BRAS I L E I R O D E G E O G R A F I A E E S TA TÍ S TI C A PRESIDENTE:

Embaixador JOSÉ CARLOS DE MACEDO SOARES

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, criado pelo Decreto n.0 B-4 609, de 6 de julho de 19~-4. l uma entidade de M• tureta fed~rativa, subordinada diretamente à Presidência da República. Tem par fim, mediante a progrea~iva articulação e cooperação dal tr~1 ordens administrativas da organização política d'l República e da iniciativa p!lrticular, promover e jazer executar, ou orientar tecnica­mente, em regime rc:cionalizado, o levantamento sistemático de todas as estatísticas nacionais, bem como incentivar e coordenar as atividade~ fJP-Ográjicas dentro do país, no sentido de estabelecer a cooperação geral para o conhecimento metódico e sistematizado do território bra~leiro; Dentro do aeu campo de aUvidades, coordena os diferentes aerviços de est~tísfica e de fJWJTafia, fi.ca diretivas, estabelece normas t~cnicas, jaJ dirulgação, propõe reformas, recebe, analisa e utiliza sugestões, forma especialistas, pr~para ambiente faror.:nd às iniciatiwas ne~tlláriaJ, reclamando, em beneficio dos seus objetivos, a colaboração das três órbitas de govêrno e os esforços conjugados de todos os brasileiro• de boa ~IJIÜ.

ESQUEMA A formação estrutural do Instituto compreende dois sistemas

permanentes, o dos Serviços Estatísticos e o dos Serviços Geográ­ficos - e um de organização periódica - o dos Serviços Censitários.

I - SISTEMA DOS SERVIÇOS ESTATÍSTICOS

O Sistema dos Serviços Estatísticos compõe-se do Conselho Na­cional de Estatística e do Quadro Executivo.

A - CoNSELHO NACIONAL DE EsTATfSTICA, órgão de orientação e coordenação geral, criado pelo Decreto n.0 24 609, de 6 de julho de 1934, consta de:

1. Um "Órgão Admlnistrativo"1 que é a Secretaria Geral do Conselho e do Instituto.

2. "Órgãos Deliberativos", que s\to: Assembléia Geral, com posta dos membros da Junta Executiva Central, repres~ntando a União, e dos presidentes das Juntas Exerutivas Regionais, repre­eentando os Estados, o Distrito Ferleral e o Território do Acre (reúne­se anualmente no mês de julho) a Junta Executi~a Central, rom­posta do presidente do Instituto, dos diretores das cinco Repartições Centrais de Est3tística, representando os respectivos Ministérios, e de representantes designados pelos Ministérios da Viação e Obras Públicas. Relações Exteriores, Guerra, Marinha e Aeronáutica (reÚhe­se o.·dinàriamente no primeiro dia útil de cada quinzena e delibera ad referendum da A'lBemhléia Geral); as Juntas Ex~cutiv:zs Regionais, no D;strito Federal, no! Estados e no Território do Acre, de compo­sição variável, mas guardada a possível analogõa com a J. E. C. (reúnem-se ordinàriamente no primeiro dia útil de cada quinzena).

3. "Órgãos Opinativos", subdivididos em Comissões 7'écnicas, isto é, "Comissões Permanentes" (estatísticas fisiográficas, estatís­ticas demográficas, estatísticas econômicas, etc.) e tantas "Comissões Especiais" quanta~ necessárias, o Corpo dP- ConsultorPB Técnicos, com­posto de 32 membros eleitos pela Assembléia Geral.

B - QuADRO ExECUTIVO (cooperação federativa):

1. "Organização Federal", isto é, as cinco Repartições Centrais de Estatística - Serviço de Estatística Demográfica, Moral e Polí­tica (Ministério da Justiça), Serviço de Estatística da Educ~ção e Saúde (Ministério da Educação), Serviço de Estatística da Previ­dência e Trabalho (Ministério do Trabalho), Serviço de Estatistica da Produção (Minist.Srio da Agricultura) e Serviço dP Estatística Eco­nômica c Financeira (Ministério da Fazenda), c órgãos cooperadores: Serviços e Secções de Estatística especializada em diferentes depar­tamentos administrativos.

2. "Organizarão Regional", isto P., as Repartições Centrais de Estatística Geral existente~ nos. Estados- Departamentos Estaduais de Estatística,- no Distrito Fcder3l e no Território do Acre -Depar­tamentos rle Geografia e Estatística, - e os órgãos cooperadores: Ser­viço e Secções de Estatísticas especializadas em diferentes departa­mentos administrativos regionais.

3. "Organização Locar•, isto é, os Departamentos ou Serviços Municipais de Estatística, existentes nas capitais dos Estados, c as Agências nos demais municípios.

11 - SISTEMA DOS SERVIÇOS GEOGRÁFICOS

O Sistema dos Serviços Geográficos compl:le-se do Conselho Na­cional de Geografia e do Quadro Executivo.

A - CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA, órgão de orientação e coordenação, criado pelo Decreto n.0 1 527, de 24 de março de 1937, consta de:

1. Um "Órgão Administrativo", que é a Secretaria Geral do Conselho. ·

2. "Órgãos Deliberativos", ou sejam a Assemb!Pia Geral, com­posta dos membros do Diretório Central, representando a União, e dos presidentes dos Diretórios Regionais, representando os Estados e o Território do Acre (reúne-se anualmente no mês de julho): o Dire·

ESTRUTURAL tório Central, composto do presidente do Instituto, do se~retário geral do C. N. G., de um delegado técnico de cada Ministério, de um representante especial do Ministério da Educação e Saúd~ pelas ina­tituiçõt>s do ensino da Geografia, de um representante especial do Mi­nistério das Relações Exteriores, de um representante do govêrno mu­nicipal da capital da República e de uru representante do C. N. E. (reúne-se ordinàriamente ao terceiro dia útil de cada quinzena) 01 Diretórios Regionais, nos Estados e no Território do Acre, de compo­sição variável, mas guardada a possível analogia com o D. C. (reúnem­se ordinàriamente uma vez por mês).

3. "Órgãos Opinativos", isto é, Comissões Têcnicaa, tantas quantas necessárias, e Corpo de Consult.Jres TiScnicos, subdividido em Consultoria Nacional, articula:la com o D. C., e 21 Consultorias Re­gionais, articuladas com os respectivos D. R.

B - QUADRO ExECUTIVO (cooperação federativa):

1. "Organização Federal", com um órgão executivo central -Serviço de Geografia e Estatística Fisiográfica do Ministério da Viação - e Órgãos cooperadores - serviços especializados dos Mi­nistérios da Agricultura, Viação, Trabalho, Educação, Fazenda, Relações Ext~Jriores e J u~tiça, e dos Ministérios .Militares, (cola­boração condicionada).

2. "Organização Regional", isto é, as repartições e institutos que funcionam como órgãos centrais de ge"graf!a nos Estados.

3. "Organização Local",- os Diretórios Municipais, Corpos de Informantes e Serviços Municipais com atividades geográficas.

111 -SISTEMA DOS SERVIÇOS CENSITÁRIOS

O Sistema dos Serviços Censitários compõe-se de órgãos delibera­tivos - as Comie.,õe-s Censitárias- e de órgãos executivos, cujo con­junto é denominado Serviç!' Nacional de Recenseamento.

A - CoMISSÕES CENSITÁRIAs:

1. A Comissão Censitária N acionai, órgão deliberativo e contro­lador, compõe-se dos membros da Junta Executiva Central do Con­selho Nacional de Estatbtica, do secretário do Conselho Nacional de Geografia, de um representante do Conselho Atuarial e de três outros membros- um dos quais como seu presidente e diretor dos trabalhos censitários- eleitos por aquela Junta em nome do Conselho Nacional de Estatística, verificando-se a confirmação dos respectivos man­datos mediante ato do Poder Executivo.

2. As 22 Comissões Censitárias Regionais, órgãos orientadorea cada uma das quais se compõe do delegado regional do Recensea­mento como seu presidente, do diretor em exercício da reparticAo central regional de estatística e de um representante da Junta Execu­tiva Regional do Conselho Nacional de Estatística.

3. As Comissões Censitárias Municipais, órgãos coõperadores cada uma das quais constituída por três membros efetivos - o pre­feito municipal como seu presidente, o delegado municipal do Re­censeamento e a mais graduada autoridade judiciária local, além de membros colaboradores.

B - SERVIÇO NACIONAL DE REcENSEAMENTO:

1. A "Direção Central", composta de uma Secretaria, da Di­visão Administrativa, da Divisão de Publicidade e da Divisão Téc­nica.

2. As "Delegacias Regionais", uma em cada Unidade da Fe­deração.

3. As "Delegacias Seccionais", em númerq de 117, abrangendo grupos de municípios.

4. As "Delegacias Municipais". õ . O "Corpo de Recenseadores".

Sedt do CONSELHO NACIONAL DE GÊOGRAFIA- Pra~a Mahatma Gandhi, 14- Edlficio F. Serrador- 5.0 andar Sede do INSTITUTO - Av. Franklin Roosevelt, 166

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ÃREA E POPULAÇÃO DO BRASIL (Area aprovada ,pela Resolução n.0 262 de 3-2-1947 do Diretório Central

do Conselho Nacional de Geografia)

ÁREA E POPULAÇÃO ABSOLUTA E RELATIVA DAS UNIDADES FEDERADAS E DAS GRANDES REGIÕES DO BRASIL

ÁREA POPULAÇÃO (3)

UNIDADE FEDERADA Relativa E REGIÃO

Absoluta·

I Absoluta (Km2)

%da %do Região Brasil

1. Guaporé . . . . ... .. ..•.. • . • . 254 163 7,11 2,98 21 297 2. ~=~~~~: :::.·. ::::: :::::: 153 170 4,29 1,80 79 768 3. 1 592 626 44,59 18,70 416 011

Região a ser demarcada Amazonas/Pará . .. .• .... . 3 192 0,09 0,04 (4)

4. Rio Branco .... . ... . . . .. . . 214 316 6,00 2,52 12 130 5. Pará . . . .... . ... . ......... 1 216 725 34,07 14,29 923 453 6. Amapá .. ... .... .. .. .. . . . . 137 419 3,85 1,61 21 191

Norte .. .. .. . .. . . .... . •.. 3 571 612 100,00 41,94 1 473 850

7. Maranhão . ... .... . . . . . ... 334 809 34,44 3,93 1 235 169 8. Piauí . .. . . . . . ...... . . . .... 249 317 25,64 2,93 817 601 9. Ceará .......... ... . .. . . .. . 153 245 15,76 1,80 2 091 032

10. Rio Grande do Norte ... .. . 53 048 5,46 0,62 768 018 11. Paraíba ............... . .. . 56 282 5,79 0,66 1 422 282 12. Pernambuco . ...... . .. . . .. . 97 016 9,98 1,14 2 687 175 13 . Alagoas ....... .. .. .. . .. .. . 28 531 2,93 0,34 951 .300 14. Fernando de Noronha .. . .. (1) 27 0,00 0,00 1 065

Nordeste .. . ....•.•...•.. 972 275 100,00 11,42 9 973 642

15. Sergipe .. . . . .. . .... . .•... . . 21 057 1,67 0,25 542 326 16. Bahia . ... . . . ......•. •.... 563 762 44,68 6,62 3 918 112 17. Minas Gerais ..... . .. . ... . 581 975 46,12 6,83 6 736 416

R~ião a ser demarcada Minas/Espírito Santo . •.. 10 137 0,80 0,12 66 994

18. Espírito Santo .• ..... .•. . . (2) 40 882 3,24 0,48 750 107 19. Rio de Janeiro .. . .. .. .. .. . 42 588 3,38 0,50 1 847 857 20. Distrito Federal . .... . ..... 1 356 0,11 0,02 1 764 141

Leste ..... ••...... . . . . • . 1 261 757 100,00 14,82 15 625 953

21. São Paulo ........ . .... . .. 247 223 29,95 2,90 7 180 316 22 . Paraná . .. . . . .. .... . ...... 201 288 24,39 2,36 1 236 276 23 . Santa Catarina . ... . . . .. ... 94 367 11,43 1,11 1 178 340 24. Rio Grande do Sul ........ 282 480 34,23 3,32 3 320 689

Sul. .....•..... . . . .. . •.• 825 358 100,00 9,69 12 915 621

25 . Mato Grosso ............... 1 262 572 66,98 14,82 420 835 26. Goiás . .. . ....... .. ........ 622 463 33,02 7,31 826 414

Centro-Oeste ............ 1 885 tl35 100,00 22,13 1 247 249

BRASIL .•. •. .......•• 8 516 037 - 100,00 41 236 315

ÁREAS: (1) Inclui as áreas dos Penedos São Pedro e São Paulo e do Atol das Rocas. (2) Inclui as áreas das Ilhas de Trindada e Martim Vaz.

(HX-1940)

Relativa

I %da %do Região Brasil

. 1,45 0,05 5,41 0,20

28,23 1.01

0,82 0,0'3 62,66 2,24 1,43 0,05

100,00 3,58

12,38 3,00 8,20 1,98

20,97 5,07 7,70 1,86

14,26 3,45 26,94 6,52

9,54 2,31 0,01 0,00

100,00 24,19

3,47 1,31 25,07 9,50 43,11 16,34

0,43 0,16 4,80 1,82

11,83 4,48 11,29 4,28

100,00 37,89

55,60 17,41 9,57 3,00 9,12 2,86

25,71 8,05

100,00 31,32

33,74 1,02 66,26 2,00

100,00 3,02

- 100,00

Densidade de população (hab{Km2)

0,08 0,52 0,26

0,06 0,76 0,15

0,41

3,69 3,28

13,65 14,48 25,27 27,70 33,34 39,44

10,26

25,76 6,95

11,58

6,61 18,35 4~.39

1 300,99

12,38

29,04 6;14

12,49 11,76

15,65

0,33 1,33

0,68

4,84

Obs. - A inclusão das áreas acima mencionadas; nas chamadas (1) e (2); é feita, apenas, para facilitar a distribuicão das mesmas no quadro.

POPULAÇÃO: (3) Recenseamento Geral do Brasil (1.0 de Setembro de 1940). Sinopse do Censo Demográfico do I.B.G.E. Comissão Censitária

Nacional, com as alterações nos Estados de que se originaram os novos Territórios Federais cujos dados foram extraídos do estudo n.o 16 do G.T. - S.N.R.

(4) A populacão desta região foi computada, pelo Recenseamento de }.o de Setembro de 1940, na do Estado do Amazonas.

9 966 - Serviço G ráfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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