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MANUAL DO PROFESSOR GEOGRAFIA ENSINO MÉDIO VOLUME 2

Ge o G r a f ai - Escala Educacional · Manual do Professor 3 1. Pressu P ostos teórico-M e t o d o l ó G ci o s d a coleção orientações teóricas A Geografia estuda a interação

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Manual do Professor

GeoGrafia

ensino Médio

VoluMe 2

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2 Manual do Professor

suMário

1. Pressupostos teórico-metodológicos da coleção .............3Orientações teóricas 3Procedimentos metodológicos 4Sugestões de leitura 8Sugestões de livros e sites 13

2. Pressupostos geográficos da coleção ............................15Objetivos da Geografia para o Ensino Médio 15Os conceitos geográficos na coleção 16A Cartografia na coleção 18

3. Organização didática da coleção ....................................20Apresentação temática dos volumes 20Estrutura interna dos volumes 31Conteúdos dos volumes 35

4. Fundamentos e objetivos do volume ..............................39

5. Organização do volume ..................................................40

6. Orientações específicas sobre os capítulos ....................41Capítulo 1 – Elementos do clima e da vegetação 41Capítulo 2 – Domínios climáticos e formações vegetais no mundo 46Capítulo 3 – Clima e vegetação do Brasil 50Capítulo 4 – Elementos da hidrografia 64Capítulo 5 – Hidrografia e recursos hídricos no Brasil 68Capítulo 6 – Distribuição e crescimento da população mundial 78Capítulo 7 – Estrutura e migrações da população mundial 83Capítulo 8 – Distribuição, crescimento e estruturada população do Brasil 88Capítulo 9 – Migrações externas e internas dapopulação do Brasil 92Capítulo 10 – Urbanização no Brasil 98

7. Sugestões de leitura ......................................................106Unidade 1 – Dinâmicas da natureza: clima e vegetação 106Unidade 2 – Dinâmicas da natureza: hidrografia ehidrografia do Brasil 109Unidade 3 – Dinâmica da população 110

8. Referências bibliográficas ...........................................111

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Manual do Professor 3

1. PressuPostos teórico-MetodolóGicos da coleção

orientações teóricas

A Geografia estuda a interação entre a dinâmica da natureza e os mecanismos de or-

ganização e sistemas produtivos desenvolvidos pelas sociedades humanas A categoria de

análise primordial para identificar e interpretar os diferentes aspectos dessa interação é o

espaço geográfico

Desdobrado em conceitos como lugar, paisagem e território, o espaço geográfico não

apenas revela, em suas formas e seus conteúdos, o resultado da atuação simultânea e inter-

dependente dos elementos e fenômenos naturais e das formas de apropriação da sociedade,

como também é um agente ativo desse processo

Assim, espera-se que o estudo da Geografia possa tornar o mundo passível de compreen-

são, por meio da leitura do espaço geográfico e da análise das informações a partir dele, le-

vantadas e representadas sob a luz das características sociais historicamente constituídas

A condução crítica da produção do conhecimento geográfico, abrangendo sinteticamente

o meio físico, as forças produtivas e as representações simbólicas desse espaço, passa pela

identificação, pela descrição e pela organização, em diversas formas de registro, das múlti-

plas características que se arranjam em cada porção da superfície terrestre

Dessa forma, cabe ao livro didático de Geografia fornecer elementos e subsídios para a

apreensão dos processos que envolvem a produção do espaço, além de parâmetros para

sua análise Já ao professor compete incorporar o recurso representado pelo livro didático

às demais ferramentas de ensino, adaptando-o às especificidades regionais e ao projeto

pedagógico da escola, tornando-o, desse modo, acessível ao grupo de alunos com o qual

trabalha Também lhe cabe articular as temáticas, as necessidades e os anseios que forem

identificados

Esta coleção contempla, por meio de sua organização temática e de uma estrutura tex-

tual descomplicada, proposições consagradas no ensino de Geografia, além de possibilitar

aos alunos, por intermédio do professor, elaborar linhas de reflexão segundo tendências

recentes da prática pedagógica Ao longo dos capítulos são apresentados boxes que facul-

tam aos alunos estabelecer relações entre o conceito trabalhado e questões da atualidade

ou situações comuns em seu cotidiano As atividades, organizadas em diferentes propostas,

permitem desde a retomada do conteúdo e a preparação para os vestibulares até a proble-

matização e o desenvolvimento dos temas e das competências indicados na Lei de Diretrizes

e Bases da Educação Nacional (LDB) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino

Médio (DCN) – como os que se relacionam à leitura e à interpretação de registros gráficos e

textuais; ao reconhecimento, à seleção e à comparação de fenômenos espaciais; à investi-

gação dos processos de transformação do espaço geográfico; de fenômenos relacionados à

questão ambiental decorrentes da relação entre a sociedade e o meio ambiente; à compre-

ensão das questões referentes à educação ambiental

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4 Manual do Professor

ProcediMentos MetodolóGicos

A importância do livro didático no planejamento das aulas e suasaplicações em sala

Este livro é uma ferramenta essencial para a estruturação do curso de Geografia, mas é

importante que não seja o único material de apoio didático Ao articular seus capítulos de

forma bastante didática, de maneira a apresentar-se como um recurso precioso na con-

dução das aulas, este livro permite que o professor valorize os conhecimentos prévios dos

alunos para a análise criteriosa de suas abordagens, aproveite seus textos e recursos visuais

para estimular discussões e debates entre os alunos, e desenvolva atividades que permitam

estabelecer relações entre seus diferentes conteúdos

O livro didático deve ser empregado como ferramenta de promoção do desenvolvimento

da autonomia de aprendizagem dos alunos, que precisam ser estimulados a recorrer ao

material como fonte de pesquisa e como referência dos temas estudados, para que possam

realizar uma fundamentação básica de seus posicionamentos críticos

À figura do professor atribui-se a função de conferir sentido ao processo de aprendiza-

gem dos alunos, sem desconsiderar a condição destes como agentes ativos de produção do

conhecimento Por isso, o professor tem um papel primordial nesse processo: desenvolver

estratégias que potencializem o desenvolvimento do conhecimento, entre as quais o livro

didático deve figurar como material fundamental para o suporte das relações de ensino-

-aprendizagem O trabalho de apropriação e reflexão dos conteúdos do livro didático desvela

oportunidades de concretização dos objetivos de formar alunos e de avaliá-los, bem como de

avaliar os resultados do trabalho como um todo

A avaliação

Em se tratando das avaliações, faz-se necessário diferenciar, no mínimo, duas práticas

de análise dos trabalhos desenvolvidos ao longo do ano letivo A primeira prática concerne

à avaliação do desenvolvimento dos alunos diante de suas potencialidades, de acordo com

parâmetros definidos A segunda relaciona-se ao desenvolvimento do curso como um todo,

sendo fundamental que o professor atente-se ao cronograma de aulas, às atividades de-

senvolvidas em sala e às respostas dadas às propostas, verificando assim se os objetivos

estão sendo atingidos Dessa forma, o professor poderá, se necessário, reorganizar esses

objetivos e os instrumentos utilizados para atingi-los Portanto, antes de aplicar as práticas

de avaliação, é importante que o professor domine com clareza os objetivos que direcionam

suas práticas de ensino e, nesse contexto, defina o que avaliar e como avaliar

Um pressuposto importante no norteamento do processo de avaliação é o de que, no pro-

cesso de ensino-aprendizagem, a apropriação do conteúdo não se limita a uma finalidade em

si mesma, mas serve como meio para a formação ampla de uma consciência crítica, e os refle-

xos disso devem estar representados nas respostas das avaliações produzidas pelos alunos

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A avaliação dos alunos não pode resumir-se a fórmulas prontas, devendo ser condizente

com a realidade da escola e da sociedade em que esta se insere, devendo ser estruturada

sobre princípios que, além de verificar os conhecimentos adquiridos e produzidos pelos alu-

nos, permitam aprofundar o conhecimento sobre todo o trabalho escolar Concebida dessa

maneira, e integrada a um planejamento ao mesmo tempo consistente e flexível, a avaliação

permite reconhecer dificuldades e ajustar as formas de intervenção no decorrer do processo

letivo, readequando objetivos e repensando as práticas pedagógicas

Portanto, a avaliação não pode ser confundida com a simples aplicação de provas, que

sobrevalorizam notas ou conceitos A avaliação incorporada ao processo de aprendizagem

desprende-se de momentos ou procedimentos particularizados, tornando-se um princípio

contínuo, indissociável dos objetivos estruturais do curso Por meio desse princípio é possí-

vel conduzir todas as atividades de modo a revelar apontamentos coletivos e individuais rela-

cionados às propostas desenvolvidas, permitindo também, se o professor preferir, valorizar

cada atividade sem hierarquizá-las, estimulando os alunos a realizar um estudo também

contínuo, em vez de um estudo pontual às vésperas de avaliações formais

Na avaliação contínua tanto do curso como dos alunos, tende-se a utilizar uma gama

maior de parâmetros, o que contribui para compreender qualitativamente a relação dos alu-

nos com a aprendizagem, discernindo as dificuldades que provêm da apreensão do conteúdo

em si e aquelas oriundas da forma como o conteúdo é trabalhado Por fim, conhecendo me-

lhor os alunos, podem-se levar em consideração suas especificidades, criando possibilida-

des de melhorias não apenas na apreensão dos conteúdos, mas principalmente na reflexão

acerca dos temas apresentados, cujos resultados podem ser observados na avaliação (em

relação ao que dela se puder deduzir) ou até mesmo em suas posturas e ações nos debates

em sala de aula

O texto a seguir, de Léa Depresbiteris, traz mais algumas contribuições para a reflexão

sobre o tema “avaliação”

Avaliação da aprendizagem do ponto de vista técnico-científico e filosófico-político

Como atribuir notas aos alunos? Como fazer para que essas notas representem o desempenho real do

aluno? [...]

A ênfase à atribuição de notas (medida) na avaliação tem provocado alguns desvios significativos,

dentre os quais o de lhe dar um caráter meramente comercial, contabilístico, desconsiderando seu

aspecto educacional de orientação do aluno. Conforme diz Luckesi (1984), as notas são comumente

usadas para fundamentar necessidades de classificação de alunos, dentro de um continuum de posi-

ções, onde a maior ênfase é dada à comparação de desempenhos e não aos objetivos instrucionais que

se deseja atingir. O aluno é classificado como inferior, médio ou superior quanto ao seu desempenho

e muitas vezes fica preso a esse estigma, não conseguindo desvelar seu potencial. [...]

A associação que limita o ato de avaliar ao de atribuir uma nota leva a um desvio bastante

comum: reduzir a avaliação à mera atividade de elaborar e aplicar instrumentos de medida. Nessa

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perspectiva, há o grande perigo de direcionar a aprendizagem apenas para o domínio de conteúdos

de uma prova final, de uma unidade de ensino ou de um curso. Goldberg aponta, ainda, o problema de

considerar a avaliação como aplicação de uma prova final. Segundo a autora, muitos professores esque-

cem que é natural e espontâneo considerar, na avaliação, outros recursos, como trabalhos diários, obser-

vações e registros, enfim, todas as atividades que permitem inferir desempenhos (Depresbiteris, 1989).

Assim, é importante, ao se falar em avaliação da aprendizagem, indicar suas funções, que segundo

Gronlund (1979), são as de informar e orientar para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.

[...]

Que abordagem avaliativa devemos adotar para a melhoria do ensino?

A avaliação da aprendizagem está estreitamente relacionada à abordagem curricular. Segundo

McNeil (1981), podemos classificar o currículo em acadêmico, tecnológico, humanista e de recons-

trução social.

No currículo acadêmico, a avaliação em sala de aula apresenta meios variados, de acordo com os

objetivos das diferentes disciplinas, sempre com ênfase ao conhecimento de fatos e temas. No currí-

culo humanista, a avaliação enfatiza o processo e não o produto; a avaliação é de natureza mais sub-

jetiva, valorizando a expressão do aluno em pinturas, poemas, discussões em grupo, dentre outros. Já

no currículo tecnológico, a avaliação se apoia no desempenho do aluno, definido pelo total de pontos

obtidos em testes padronizados ou, então, em testes específicos de programas que tratam de aspectos

das disciplinas escolares convencionais. Por fim, a avaliação no currículo de reconstrução social é

feita por meio de exames abrangentes durante o último ano da escola, com o objetivo de sintetizar e

avaliar a interpretação, pelo aluno, de seu trabalho. Nesse caso, a avaliação vai além da aprendizagem,

verificando efeitos da escolarização na comunidade. [...]

Até que ponto vai o planejamento do ensino e onde começa a avaliação da aprendizagem?

A avaliação e o planejamento são atividades inseparáveis; formam um processo único, no qual de-

vem ser definidos os objetivos, os conteúdos, as estratégias de ensino, os critérios e as formas de avaliar.

O que acontece, porém, é que, em vez de serem valorizados em seus aspectos educacionais, o plane-

jamento do ensino e a avaliação da aprendizagem são transformados em atividades burocráticas, formais.

O planejamento é o momento de refletir sobre os objetivos a serem atingidos, sobre como alcan-

çá-los e sobre como avaliar o que se planejou. É frequentemente confundido com o plano de ensino,

registro formal do planejamento. A cobrança ao professor é feita quanto ao papel escrito e não quanto

ao processo de reflexão.

Como consequência, no lugar de guia, de orientador da ação docente, o plano, feito quase sempre

sem ter havido planejamento, passa a ser instrumento de gaveta, sem nenhuma função pedagógica.

A avaliação, por sua vez, é vista como o registro de uma nota, tornando-se uma atividade burocrática

para o professor. [...]

DEPRESBITERIS, Léa. Avaliação da aprendizagem do ponto de vista técnico-científico e filosófico-político. São Paulo: FDE, 1998. n. 8. (Série Ideias).

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Manual do Professor 7

Interdisciplinaridade

Apesar de a escola, no passado, ter agrupado os saberes em disciplinas para facilitar o

processo de aprendizagem, hoje há um esforço contrário, que tenta aproximar e relacionar

conhecimentos

Ao contrário do que muitas vezes se pensa, a interdisciplinaridade não dilui as disciplinas,

mas, sim, mantém a individualidade destas, integrando-as para uma compreensão mais

ampla do conhecimento e da realidade na qual o aluno está inserido A sua prática procura

estimular a pesquisa e a curiosidade, a teoria e a prática, a construção de um conhecimento

conjunto de professores e alunos O professor se torna

reconstrutor juntamente com seus alunos; o professor é, consequentemente, um pesquisador que

possibilita aos alunos, também, a prática da pesquisa. A problematização como metodologia para a

reconstrução de construtos dá condições ao aluno de mover-se no âmbito das teorias, das diferentes

áreas do saber, construindo a teia de relações que vai torná-lo autônomo diante da autoridade do

saber. O professor pesquisador constitui-se, portanto, em agente necessário de uma formação calçada

na interdisciplinaridade. (TOMAZETTI, 1998, p. 13.)

Para o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar, é importante a contextualização

dos temas tratados e, dessa forma, provocar a curiosidade dos alunos, através de questio-

namentos, bem como acessar às ideias prévias dos alunos a respeito do tema a ser tratado

O desenvolvimento de experiências interdisciplinares ainda é principiante e tem limita-

ções, devido às dificuldades enfrentadas na realidade da sala de aula Porém, essa prática

possibilita a interatividade entre diferentes áreas do conhecimento e procura aproximar os

saberes adquiridos na escola de uma realidade mais ampla e cotidiana do aluno

O texto a seguir repensa a interdisciplinaridade e questiona como a Geografia pode con-

tribuir com o desafio de desenvolver esse tipo de experiência

A interdisciplinaridade e o ensino de Geografia

A interdisciplinaridade como princípio e atitude interdisciplinar constitui foco de discussão para

pesquisadores e educadores dos vários níveis de ensino, que, ao reconhecerem a complexidade do

mundo pós-industrial e o processo de globalização vivenciado pelos povos do mundo inteiro, estão

cientes de que os saberes parcelares não dão conta de resolver problemas que demandam conheci-

mentos específicos, relacionados a um objetivo comum e central.

Outro aspecto importante é saber que a interdisciplinaridade se revela necessária no mundo atual,

mas não constitui panaceia para todos os problemas da humanidade no planeta Terra. Portanto, há

necessidade de uma reflexão profunda e de uma interlocução permanente entre as pessoas e grupos

envolvidos em um projeto que pretende ser interdisciplinar. [...]

A preocupação maior é saber como a Geografia contribui para a formação do professor e dos

alunos do ensino básico, considerando a especificidade da ciência e da disciplina escolar, sem realizar

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uma “sopa” teórico-prática, sem identidade. É preciso saber, por exemplo, como pode trabalhar como

um arquiteto ou um historiador, conhecer as propostas desses profissionais, sem confundir-se com

eles nem pretender dar aulas de Arquitetura ou de História.

No âmbito de cada ciência e também da Geografia, apesar de toda a discussão existente sobre

a interdisciplinaridade, ainda se realiza um trabalho compartimentado e isolado com pouca inter-

locução entre os responsáveis pelos vários ramos do conhecimento. Como avançar na direção de

trabalhos mais aproximados, já que há conhecimentos parcelares profundos e plurais, por exemplo,

na Geografia urbana, na Geografia agrária, na Geomorfologia, na Climatologia? Isso para não citar os

vários outros ramos existentes há muito e os novos ramos que surgem à medida que a sociedade, em

sua dinâmica e movimento, também se transforma.

A interdisciplinaridade pode criar novos saberes e favorecer uma aproximação maior com a re-

alidade social mediante leituras diversificadas do espaço geográfico e de temas de grande interesse e

necessidade para o Brasil e para o mundo.

O professor de uma disciplina específica com uma atitude interdisciplinar abre a possibilidade

de ser um professor-pesquisador porque deve selecionar os conteúdos, métodos e técnicas trabalha-

dos em sua disciplina e disponibilizá-los para contribuir com um objeto de estudo em interação com

os professores das demais disciplinas. Isso não pode ser realizado sem uma pesquisa permanente.

A Geografia, no desenvolvimento de seus conceitos e na maneira de produzir, ensinar e relacio-

nar-se ou não com seus próprios ramos e com outras ciências ou disciplinas escolares, é um movi-

mento histórico que se encontra em constante transformação. O professor necessita manter o diálogo

permanente com o passado, o presente e o futuro para conhecer melhor sua própria ciência e saber

como constituir projetos disciplinares e interdisciplinares na escola. [...]

A interdisciplinaridade e o ensino de Geografia. In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009. p. 143-145.

suGestões de leitura

TEXTO 1: Antonio Nóvoa, doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra,

é um estudioso português que se dedica à História da Educação e Educação comparada

Na entrevista a seguir, ele faz uma reflexão do papel do professor no passado, presente e

futuro

Professor, o que é ser professor hoje? Ser professor atualmente é mais complexo

do que foi no passado?

Antonio Nóvoa – É difícil dizer se ser professor, na atualidade, é mais complexo do que foi no

passado, porque a profissão docente sempre foi de grande complexidade. Hoje, os professores têm

que lidar não só com alguns saberes, como era no passado, mas também com a tecnologia e com a

complexidade social, o que não existia no passado. Isto é, quando todos os alunos vão para a escola,

de todos os grupos sociais, dos mais pobres aos mais ricos, de todas as raças e todas as etnias, quando

toda essa gente está dentro da escola e quando se consegue cumprir, de algum modo, esse desígnio

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histórico da escola para todos, ao mesmo tempo, também, a escola atinge uma enorme complexidade

que não existia no passado. Hoje em dia é, certamente, mais complexo e mais difícil ser professor do

que era há 50 anos, do que era há 60 anos ou há 70 anos. Esta complexidade acentua-se, ainda, pelo

fato de a própria sociedade ter, por vezes, dificuldade em saber para que ela quer a escola. A escola

foi um fator de produção de uma cidadania nacional, foi um fator de promoção social durante muito

tempo e agora deixou de ser. E a própria sociedade tem, por vezes, dificuldade em ter uma clareza,

uma coerência sobre quais devem ser os objetivos da escola. E essa incerteza, muitas vezes, transfor-

ma o professor num profissional que vive numa situação amargurada, que vive numa situação difícil

e complicada pela complexidade do seu trabalho, que é maior do que no passado. Mas isso acontece,

também, por essa incerteza de fins e de objetivos que existe hoje em dia na sociedade.

Como o senhor entende a formação continuada de professores? Qual o papel da

escola nessa formação?

Antonio Nóvoa – Durante muito tempo, quando nós falávamos em formação de professores, fa-

lávamos essencialmente da formação inicial do professor. Essa era a referência principal: preparavam-

-se os professores que, depois, iam durante 30, 40 anos exercer essa profissão. Hoje em dia, é impen-

sável imaginar esta situação. Isto é, a formação de professores é algo, como eu costumo dizer, que se

estabelece num continuum. Que começa nas escolas de formação inicial, que continua nos primeiros

anos de exercício profissional. Os primeiros anos do professor – que, a meu ver, são absolutamente

decisivos para o futuro de cada um dos professores e para a sua integração harmoniosa na profissão

– continuam ao longo de toda a vida profissional, através de práticas de formação continuada. Estas

práticas de formação continuada devem ter como polo de referência as escolas. São as escolas e os

professores organizados nas suas escolas que podem decidir quais são os melhores meios, os melhores

métodos e as melhores formas de assegurar esta formação continuada. Com isso, eu não quero dizer

que não seja muito importante o trabalho de especialistas, o trabalho de universitários nessa colabo-

ração. Mas a lógica da formação continuada deve ser centrada nas escolas e deve estar centrada numa

organização dos próprios professores.

Que competências são necessárias para a prática do professor?

Antonio Nóvoa – Provavelmente na literatura, nos textos, nas reflexões que têm sido feitas ao

longo dos últimos anos, essa tem sido a pergunta mais frequentemente posta e há uma imensa lista

de competências. Estou a me lembrar que ainda há 3 ou 4 dias estive a ver com um colega meu

estrangeiro, justamente, uma lista de 10 competências para uma profissão. Podíamos listar aqui um

conjunto enorme de competências do ponto de vista da ação profissional dos professores. Resumindo,

eu tenderia a valorizar duas competências: a primeira é uma competência de organização. Isto é, o

professor não é, hoje em dia, um mero transmissor de conhecimento, mas também não é apenas

uma pessoa que trabalha no interior de uma sala de aula. O professor é um organizador de apren-

dizagens, de aprendizagens via os novos meios informáticos, por via dessas novas realidades virtuais.

Organizador do ponto de vista da organização da escola, do ponto de vista de uma organização mais

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ampla, que é a organização da turma ou da sala de aula. Há aqui, portanto, uma dimensão da orga-

nização das aprendizagens, do que eu designo, a organização do trabalho escolar e esta organização

do trabalho escolar é mais do que o simples trabalho pedagógico, é mais do que o simples trabalho

do ensino, é qualquer coisa que vai além destas dimensões, e estas competências de organização são

absolutamente essenciais para um professor. Há um segundo nível de competências que, a meu ver,

são muito importantes também, que são as competências relacionadas com a compreensão do conhe-

cimento. Há uma velha brincadeira, que é uma brincadeira que já tem quase um século, que parece

que terá sido dita, inicialmente, por Bernard Shaw, mas há controvérsias sobre isso, que dizia que:

“quem sabe faz, quem não sabe ensina”. Hoje em dia esta brincadeira podia ser substituída por uma

outra: “quem compreende o conhecimento”. Não basta deter o conhecimento para o saber transmitir

a alguém, é preciso compreender o conhecimento, ser capaz de o reorganizar, ser capaz de o reela-

borar e de transpô-lo em situação didática em sala de aula. Esta compreensão do conhecimento é,

absolutamente, essencial nas competências práticas dos professores. Eu tenderia, portanto, a acentuar

esses dois planos: o plano do professor como um organizador do trabalho escolar, nas suas diversas

dimensões, e o professor como alguém que compreende, que detém e compreende um determinado

conhecimento e é capaz de o reelaborar no sentido da sua transposição didática, como agora se diz,

no sentido da sua capacidade de ensinar a um grupo de alunos. [...]

A sociedade espera muito dos professores. Espera que eles gerenciem o seu percurso profissio-

nal, tematizem a própria prática, além de exercer sua prática pedagógica em sala de aula. Qual a

contrapartida que o sistema deve oferecer aos professores para que isso aconteça?

Antonio Nóvoa – Certamente, nas entrelinhas da sua pergunta, há essa dimensão. Há hoje um

excesso de missões dos professores, pede-se demais aos professores, pede-se demais às escolas. As

escolas, talvez, resumindo numa frase [...], as escolas valem o que vale a sociedade. Não podemos

imaginar escolas extraordinárias, espantosas, onde tudo funciona bem numa sociedade onde nada

funciona. Acontece que, por uma espécie de um paradoxo, as coisas que não podemos assegurar que

existam na sociedade, nós temos tendência a projetá-las para dentro da escola e a sobrecarregar os

professores com um excesso de missões. Os pais não são autoritários, ou não conseguem assegurar

a autoridade, pois se pede ainda mais autoridade para a escola. Os pais não conseguem assegurar a

disciplina, pede-se ainda mais disciplina à escola. Os pais não conseguem que os filhos leiam em casa,

pede-se à escola que os filhos aprendam a ler. É legítimo eles pedirem à escola, a escola está lá para

cumprir uma determinada missão, mas não é legítimo que sejam uma espécie de vasos comunican-

tes ao contrário. Que cada vez que a sociedade tem menos capacidade para fazer certas coisas, mais

sobem as exigências sobre a escola. E isto é um paradoxo absolutamente intolerável e tem criado

para os professores uma situação insustentável do ponto de vista profissional, submetendo-os a uma

crítica pública, submetendo-os a uma violência simbólica nos jornais, na sociedade, etc. o que é abso-

lutamente intolerável. Eu creio que os professores podem e devem exigir duas coisas absolutamente

essenciais que são:

uma, é calma e tranquilidade para o exercício do seu trabalho, eles precisam estar num am-•

biente, eles precisam estar rodeados de um ambiente social, precisam estar rodeados de um

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ambiente comunitário que lhes permita essa calma e essa tranquilidade para o seu trabalho.

Quer dizer, não é possível trabalhar pedagogicamente no meio do ruído, no meio do barulho,

no meio da crítica, no meio da insinuação. É absolutamente impossível esse tipo de trabalho.

As pessoas têm que assegurar essa calma e essa tranquilidade;

e, por outro lado, é essencial ter condições de dignidade profissional. E essa dignidade pro-•

fissional passa certamente por questões materiais, por questões do salário, passa também por

boas questões de formação, e passa por questões de boas carreiras profissionais. Quer dizer,

não é possível imaginar que os professores tenham condições para responder a este aumento

absolutamente imensurável de missões, de exigências no meio de uma crítica feroz, no meio

de situações intoleráveis, de acusação aos professores e às escolas.

Eu creio que há, para além dos aspectos sociais de que eu falei a pouco – e que são aspectos ex-

tremamente importantes, porque no passado os professores não tiveram, por exemplo, os professores

nunca tiveram situações materiais e econômicas muito boas, mas tinham prestígio e uma dignidade

social que, em grande parte completavam algumas dessas deficiências – para além desses aspectos so-

ciais de que eu falei a pouco e que são essenciais para o professor no novo milênio, neste milênio que

estamos, eu creio que pensando internamente a profissão, há dois aspectos que me parecem essen-

ciais. O primeiro é que os professores se organizem coletivamente – e esta organização coletiva não

passa apenas, eu insisto bem, apenas pelas tradicionais práticas associativas e sindicais – passa também

por novos modelos de organização, como comunidade profissional, como coletivo docente, dentro

das escolas, por grupos disciplinares e conseguirem deste modo exercer um papel com profissão, que

é mais ampla do que o papel que tem exercido até agora. As questões do professorado enquanto cole-

tivo parecem-me essenciais. Sem desvalorizar as questões sindicais tradicionais, ou associativas, creio

que é preciso ir mais longe nesta organização coletiva do professorado. O segundo ponto – e que tem

muito a ver também com formação de professores – passa pelo que eu designo como conhecimen-

to profissional. Isto é, há certamente um conhecimento disciplinar que pertence aos cientistas, que

pertence às pessoas da história, das ciências etc., e que os professores devem ter. Há certamente um

conhecimento pedagógico que pertence, às vezes, aos pedagogos, às pessoas da área da educação que

os professores devem ter também. Mas, além disso, há um conhecimento profissional que não é nem

um conhecimento científico nem um conhecimento pedagógico, que é um conhecimento feito na

prática, que é um conhecimento feito na experiência, como dizia há pouco, e na reflexão sobre essa

experiência. A valorização desse conhecimento profissional, a meu ver, é essencial para os professores

neste novo milênio. [...]

TV Escola. Salto para o futuro. Entrevistas: Antonio Nóvoa. Disponível em: <http://www.tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo/ entrevista.asp?cod_Entrevista=59>. Acesso em: 5 fev. 2013.

TEXTO 2: o texto a seguir, retirado do livro Para ensinar e aprender Geografia, de autoria

de Nídia Nacib Pontuschka (professora doutora da Faculdade de Educação da Universidade

de São Paulo), Núria Hanglei Cacete (professora doutora da Faculdade de Educação da

Universidade de São Paulo) e Tomoko Iyda Paganelli (professora adjunta da Universidade

Federal Fluminense), comenta sobre a importância do estreitamento de outras áreas do

conhecimento e do saber cotidiano com a Geografia

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12 Manual do Professor

O ensino-aprendizagem da Geografia e as práticas disciplinares, interdisciplinares e transversais

[...] Temos a preocupação de pensar em como a aprendizagem e o ensino da Geografia se situam

perante outras possibilidades, superando a disciplinaridade pela interação com as demais disciplinas.

Assumimos a compreensão de que, ao conhecer um objeto de estudo geográfico, ele será mais apro-

fundado quando se aproveitam também os conhecimentos provenientes de outras disciplinas.

Essa é uma questão atualmente enfrentada pelos educadores brasileiros que desejam – ou são

solicitados a – trabalhar com currículos baseados nos princípios mencionados, paralelamente ou em

interação com um tratamento disciplinar dispensado aos conteúdos escolares.

A disciplinaridade ou um currículo disciplinar podem restringir-se apenas ao caráter cognitivo dos

fatos e conceitos. No entanto, se a perspectiva da escola básica é a educação integral, a Geografia deve

colaborar com essa meta e pensar em outras dimensões do conteúdo, para estreitar as relações entre

as disciplinas e promover a ampliação desse conceito. Ao ampliar o conceito do conteúdo, devem ser

considerados também os conteúdos procedimentais e atitudinais, que precisam estar presentes nas in-

tenções do professor de Geografia quando da elaboração da programação da disciplina escolar.

Na Geografia, os conteúdos procedimentais relacionam-se ao modo pelo qual os alunos assimilam

certas práticas que passam a fazer parte de sua própria vida. Aqui lembramos alguns exemplos: fazer

leituras de imagens, habituar-se a ler várias modalidades de textos e integrá-los aos conhecimentos pos-

suídos; ser capaz de utilizá-los em situações externas à escola, portanto, em situações de vida; observar

um fato isolado e poder contextualizá-lo no tempo e no espaço. Na observação, não ficar satisfeito so-

mente com os fatos visíveis, mas ir à busca de explicações mais próximas da “verdade”; saber pesquisar

e trabalhar com argumentações que aumentem a compreensão de determinadas questões complexas.

As questões complexas, intrinsecamente relacionadas com o mundo contemporâneo, com a

mundialização da economia, com a globalização das comunicações, com a formação de redes de cir-

culação de mercadorias, de pessoas e ideias, exigem procedimentos metodológicos que permitam ao

aluno compreender melhor o mundo em que está inserido.

A observação informal e também a observação sistemática de fatos ou fenômenos do cotidiano,

a capacidade de registrá-los, usando diferentes recursos e linguagens, bem como de ouvir as pessoas

sobre determinados objetos para conhecer as representações, ou seja, a concepção que o sujeito tem

sobre algo em dado momento, são procedimentos que alargam e aprofundam a reflexão, porque

ensejam a passagem de uma representação metafórica a uma representação cada vez mais conceitua-

lizada, na qual as relações resultantes permitem a produção de novos conhecimentos.

Dentre os aspectos antes propostos apenas como objetivos, mas considerados, nos dias atuais,

conteúdos atitudinais, destacam-se o respeito às diferenças de sexo, de etnia, de faixas etárias, com

responsabilidade sobre as crianças e os idosos, a valorização do patrimônio sociocultural, da diversi-

dade ambiental, dos direitos e deveres do cidadão...

Uma disciplina parcelar não consegue lidar com todos esses tipos de conteúdos, e disso decorre

a necessidade de pensar em outros métodos e princípios que conjuguem esforços integrados para

conseguir formar o homem inteiro, propiciando uma educação integral. [...]

O ensino-aprendizagem da Geografia e as práticas disciplinares, interdisciplinares e transversais. In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009. p. 107-109.

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Manual do Professor 13

suGestões de liVros e sites

Livros

AB’SÁBER, Aziz Nacib A Amazônia: do discurso à práxis São Paulo: Edusp, 1996

______ Os domínios de natureza no Brasil São Paulo: Ateliê Editorial, 2003

ALMEIDA, Rosangela D (Org ) Cartografia escolar São Paulo: Contexto, 2002

______ Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola São Paulo: Contexto, 2001

______ ; PASSINI, Elza O espaço geográfico: ensino e representação São Paulo: Contexto, 1991

ANDRADE, Manuel Correia O Brasil e a América Latina São Paulo: Contexto, 1996

CARLOS, Ana Fani Alessandri (Org ) A Geografia na sala de aula Campinas: Papirus, 1999

______ Espaço-tempo na metrópole: a fragmentação da vida cotidiana São Paulo: Contexto, 2001

CASTELLAR, Sonia M V (Org ) Educação geográfica: teorias e práticas docentes São Paulo:

Contexto, 2006

CASTRO, Iná E de; GOMES, Paulo César da C Explorações geográficas Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 1997

CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (Org ) Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano

Porto Alegre: Mediação, 2005

CHOSSUDOVSKY, Michel A globalização da pobreza São Paulo: Moderna, 1999

CHRISTOFOLETTI, Antonio Geomorfologia São Paulo: Edgard Blücher, 2003

CORREA, Roberto L Logística do espaço brasileiro: as redes geográficas Rio de Janeiro: IBGE, 2000

FIORI, José L. O poder americano Petrópolis: Vozes, 2004

FURTADO, Celso Formação econômica do Brasil São Paulo: Nacional, 1977

______ A economia latino-americana: formação histórica e problemas contemporâneos São Paulo:

Companhia das Letras, 2007

GUERRA, Antônio J T ; CUNHA, Sandra B da Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro: Bertrand

Brasil, 1996

HARVEY, David A produção capitalista do espaço São Paulo: Annablume, 2005

IANNI, Octavio A era do globalismo Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999

LACERDA, A C O impacto da globalização na economia brasileira São Paulo: Contexto, 1999

LEINS, Viktor; AMARAL, Sergio Estanislau do. Geologia geral São Paulo: Nacional, 1998

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14 Manual do Professor

LIMA, M G ; LOPES, C S (Org ) Geografia e ensino: conhecimento científico e sociedade Maringá:

Massoni, 2007

MARTINELLI, Marcello Mapas da Geografia e cartografia temática São Paulo: Contexto, 2003

MORAES, Antônio Carlos Robert A gênese da Geografia moderna São Paulo: Hucitec/Annablume, 2002

OLIVEIRA, Ariovaldo U A Geografia das lutas no campo São Paulo: Contexto, 1996

PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei Para ensinar e aprender

Geografia 3 ed São Paulo: Cortez, 2009

PONTUSCHKA, Nídia Para ensinar e aprender Geografia São Paulo: Cortez, 2007

REGO, Nelson et al (Orgs ) Geografia: práticas pedagógicas para o Ensino Médio Porto Alegre: Artmed,

2007

ROSS, Jurandyr L S Geomorfologia: ambiente e planejamento São Paulo: Contexto, 1997

SANCHEZ, I Para entender a internacionalização da economia São Paulo: Editora Senac, 2001

SANTOS, Milton A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção São Paulo: Edusp, 2002

SANTOS, Renato Emerson dos (Org ) Diversidade, espaço e relações étnico-raciais: o negro na geografia

do Brasil Belo Horizonte: Autêntica, 2007

______ Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal Rio de Janeiro:

Record, 2000

SINGER, Paul Economia política da urbanização São Paulo: Contexto, 2002

TEIXEIRA, Wilson et al (Org ) Decifrando a Terra São Paulo: Nacional, 2008

VENTURI, Luís Antônio B (Org ) Praticando Geografia: técnicas de campo e laboratório São Paulo:

Oficina de Textos, 2005

VITTE, Antônio C ; GUERRA, Antônio J T Reflexões sobre a Geografia física no Brasil Rio de Janeiro:

Bertrand Brasil, 2004

SitesAgência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP): <http://www anp gov br>

Banco Mundial: <http://www worldbank org>

Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM): <http://www dnpm gov br>

Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese): <http://www dieese org br>

Domínio Público: <http://www dominiopublico gov br>

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa): <http://www embrapa gov br>

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp): <http://www fiesp com br>

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): <http://www ibge gov br>

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama): <http://www ibama gov br>

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Manual do Professor 15

Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC): <http://www igc sp gov br>

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra): <http://www incra gov br>

Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet): <http://www inmet gov br>

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe): <http://www inpe br>

Ministério da Agricultura: <http://www agricultura gov br>

Ministério da Educação: <http://www mec gov br>

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: <http://www mdic gov br>

Ministério de Minas e Energia: <http://www mme gov br>

Ministério dos Transportes: <http://www transportes gov br>

ONU Brasil: <http://www onu org br>

Petrobras: <http://www petrobras com br>

Portal Brasil: <http://www brasil gov br>

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud Brasil): <http://www pnud org br>

Revista ComCiência: <http://www comciencia br>

Revista da Faculdade de Educação da USP: <http://www educacaoepesquisa fe usp br>

Revista Estudos Avançados da USP: <http://www iea usp br/revista>

TV Escola: <http://tvescola mec gov br>

2. PressuPostos GeoGráficos da coleção

objetiVos da GeoGrafia Para o ensino Médio

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), as práticas pedagógicas no

Ensino Médio devem ser orientadas por competências a serem desenvolvidas pelos alunos:

comunicação e representação; investigação, articulação e compreensão; contextualização

social e histórica dos conhecimentos; desenvolvimento do espírito crítico Já as diretrizes do

Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são estruturadas em função das seguintes compe-

tências: domínio de linguagens; compreensão de fenômenos; enfrentamento de situações-

-problema; construção de argumentação; e elaboração de propostas

Entendendo as proposições acima como premissas, o próximo passo é a identificação de

como é possível que a Geografia, com suas especificidades, contribua para a formação de

alunos que dominem sua essência, conscientizando-se do papel dessa disciplina no Ensino

Básico e em suas vidas Esse papel pode ser sintetizado em: construção da autonomia na

adoção de procedimentos de verificação e análise de elementos que compõem a realidade;

tomada de posição frente à realidade compreendida; realização de intervenções balizadas

nas ações anteriores

O objetivo essencial da Geografia no Ensino Médio é propiciar aos alunos o desenvolvi-

mento das capacidades de:

definir critérios coerentes para descrever aspectos do espaço geográfico;•

ler e interpretar diferentes formas de representação do espaço geográfico;•

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16 Manual do Professor

analisar criticamente materiais cartográficos e outros documentos de interesse •

geográfico;

coletar e sistematizar informações disponíveis em mapas, gráficos e tabelas, assim •

como utilizar esses recursos para expressar o conhecimento;

compreender e utilizar as escalas geográfica e cartográfica como formas de demons-•

trar a ocorrência e a distribuição espacial de fenômenos;

reconhecer, a partir da análise do espaço geográfico, as relações e interações de fe-•

nômenos sociais e naturais;

reconhecer e estabelecer relações entre as diversas escalas dos fenômenos geográ-•

ficos (local, regional, global);

relacionar fatores históricos às estruturas da sociedade atual;•

avaliar os impactos do trabalho humano no meio físico ao longo do tempo;•

reconhecer a importância dos sistemas econômicos e políticos para a organização •

dos processos de produção do espaço;

selecionar, comparar e interpretar aspectos da realidade espacial, sem rupturas que •

comprometam a apreensão de seu contexto;

elaborar estratégias de pesquisa e investigação de informações que possam estimu-•

lar reflexões e embasar a construção do conhecimento geográfico;

analisar criticamente a apropriação dos recursos naturais pelos seres humanos, con-•

siderando as demandas sociais e a necessidade de preservação do meio ambiente;

identificar, no espaço vivido, subsídios para a compreensão de fenômenos de interes-•

se geográfico;

aplicar, no cotidiano, os conceitos e os conhecimentos adquiridos por meio do estudo •

da Geografia;

reconhecer, no espaço vivido, as manifestações de processos de abrangência global;•

conduzir com autonomia seu próprio processo de aprendizagem, buscando nas expe-•

riências vividas e nos recursos teóricos os elementos para a aferição do mundo;

pautar-se em noções de cidadania para atuar nos ciclos sociais e interferir nas esca-•

las espaciais em que está inserido;

relacionar os conteúdos do ensino de Geografia com outras disciplinas •

os conceitos GeoGráficos na coleção

Os conteúdos reunidos nesta coleção apoiam-se em conceitos que fundamentam o co-

nhecimento geográfico e atendem às DCN, constituindo parâmetros para o desenvolvimento

de práticas de ensino-aprendizagem adequadas às demandas atuais

O espaço geográfico, conceito elementar e ligado à própria unidade da Geografia como

área do conhecimento, permeia toda a obra, sustentando a abordagem dos diferentes recor-

tes da superfície terrestre e das diferentes feições que estes assumem, por meio da imbri-

cação entre os fenômenos naturais e as atividades de apropriação social do espaço

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Manual do Professor 17

Em consonância com o espaço geográfico, os conceitos de paisagem, lugar e território

são também categorias espaciais de fundamental importância para a interpretação do mun-

do sob a mediação do pensamento geográfico

A paisagem, entendida como produto dos sentidos, é um conceito tratado na obra como

recurso visual (em fotografias e ilustrações) para a identificação ou contextualização de as-

pectos relevantes dos locais ou fenômenos trabalhados Como categoria de análise, é tra-

balhada principalmente nos boxes, revelando como interagem os fenômenos naturais que

competem para a disposição dos elementos físicos na superfície terrestre e permitindo o

reconhecimento das características sociais manifestadas no espaço produzido

A concepção de lugar é utilizada como referência principalmente nos boxes e nas ativi-

dades, tendo como principal objetivo aproximar os temas que estruturam os capítulos da

realidade particular e imediata dos alunos Por meio de situações do cotidiano resgatadas

em sala de aula, os alunos podem encontrar elementos preciosos para compreender várias

questões trazidas pela coleção, ampliando assim sua consciência sobre sua identidade e

seu pertencimento ao lugar, e estimulando sua inclinação para reflexões sobre relações de

consenso e conflito, dominação e resistência

O território é o conceito atrelado ao exercício do poder, é sua manifestação no espaço, e

por essa razão embasa os capítulos que priorizam as relações entre países, as estratégias

de dominação econômica e as articulações políticas e geopolíticas É por meio da noção de

território que os alunos adquirem a capacidade de desvelar as relações de domínio e apro-

priação presentes no espaço geográfico

Outro conceito importante é o de escala, que aparece na obra definido basicamente de

duas maneiras: com um sentido mais restrito, como recurso de produção dos materiais car-

tográficos; e com um sentido mais amplo – o de escala geográfica –, como instrumento

de análise dos fenômenos que interagem nas diversas dimensões do espaço geográfico O

geógrafo Ailton Luchiari (2005, p 56) e seus colaboradores, apoiados em Josué Montello,

apresentam algumas definições para esse conceito, a saber:

escala cartográfica: indica a proporção entre o tamanho do objeto no terreno e as •

suas dimensões no mapa É expressa numericamente por uma fração (por exemplo:

1 : 50 000), ou graficamente, por uma barra graduada;

escala dos fenômenos: indica as dimensões da ocorrência de fenômenos sobre a su-•

perfície terrestre A região semiárida brasileira ocupa uma área total de 974 752 km2,

e abrange a maior parte dos estados da Região Nordeste (86,48%), a região setentrio-

nal do estado de Minas Gerais (11,01%) e o norte do Espírito Santo (2,51%)

Um conceito fortemente ligado ao de escala é o de globalização, que aparece articulado

com os temas de diferentes capítulos No artigo “A quem interessa a globalização” (cuja

leitura é recomendada), o geógrafo e professor da Universidade de São Paulo (USP) Wagner

Costa Ribeiro (1995, p 18) define globalização como “um estilo de vida em configuração, no

qual os agentes centrais seriam os consumidores (de informação e produtos)”

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18 Manual do Professor

Conceitos utilizados em áreas mais específicas da ciência geográfica (mas não menos

importantes) foram apresentados e aprofundados em capítulos diretamente relacionados

a seu campo de influência Entre eles, podemos citar: recursos naturais, meio ambiente e

desenvolvimento sustentável, energia, produção e fluxos

a cartoGrafia na coleção

A Cartografia, além de um conjunto de técnicas ligadas à representação do espaço e

aos códigos de linguagem pertinentes à Geografia, é um campo do conhecimento que com-

plementa a análise espacial, viabilizando e legitimando a concretização dos estudos geo-

gráficos Permite o registro sintético dos elementos levantados pela investigação geográ-

fica, convertendo-o em instrumento de inferência da realidade O domínio da Cartografia,

portanto, não apenas viabiliza a documentação dos elementos de organização do espaço,

como também confere maior qualidade à investigação e à interpretação dos objetos de

pesquisa

Reconhecendo sua importância para o ensino da Geografia, a abordagem teórica da

Cartografia é apresentada nesta coleção logo nos capítulos iniciais do volume 1 Isso garante

que todo o conteúdo a ser trabalhado ao longo do Ensino Médio possa ser mais bem apro-

veitado pelos alunos, que, ao dominarem os elementos básicos da Cartografia, estarão mais

aptos a apropriar-se com mais facilidade dos recursos cartográficos que dão suporte aos

textos dos capítulos, além de selecionar, sistematizar e registrar as informações (dispostas

em mapas ou não)

Nos capítulos 1 e 2 do primeiro volume, estão: a fundamentação das noções de orientação

e localização espacial; a definição do conhecimento cartográfico e sua construção históri-

ca; a apresentação das projeções cartográficas como possibilidades de representação do

mundo; e a abordagem técnica e conceitual da escala cartográfica Como já foi exposto na

parte final do texto introdutório, a leitura cartográfica (ou, em outras palavras, o domínio

instrumental dos materiais cartográficos) conquista-se efetivamente por meio da produção

de materiais

Desse modo, os subsídios fornecidos pela coleção devem ser contextualizados em traba-

lhos que utilizem diferentes exemplos de materiais cartográficos Sempre que possível, os

elementos da Cartografia devem ser significados por meio de atividades práticas, nas quais

os alunos possam aplicá-los, formando arranjos completos

Os inúmeros mapas e gráficos distribuídos por todos os capítulos visam facilitar ou com-

plementar a compreensão de temas presentes nos textos, sintetizar fenômenos, localizar

áreas e ocorrências pontuais, fomentar interpretações, verificar tendências e evoluções

temporais, além de comparar eventos que se manifestam de maneira desigual Os mate-

riais cartográficos que compõem as atividades propostas, principalmente as questões de

vestibulares, são recursos reveladores de informações, considerados elementos de análise

imprescindíveis

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Manual do Professor 19

O texto a seguir, demonstrando a importância dos mapas, remete ao papel da Cartografia

na construção do conhecimento geográfico e no emprego desse conhecimento na interpre-

tação e contestação do espaço geográfico

A importância do mapa

O mapa, um modelo de comunicação visual, é utilizado cotidianamente por leigos em suas via-

gens, consulta de roteiros, localização de imóveis, e por geógrafos, principalmente, de forma específica.

O mapa já era utilizado pelos homens das cavernas para expressar seus deslocamentos e registrar as

informações quanto às possibilidades de caça, problemas de terreno, matas, rios etc. Eram mapas em

que se usavam símbolos iconográficos e que tinham por objetivo melhorar a sobrevivência. Eram mapas

topológicos, sem preocupação de projeção e de sistema de signos ordenados, mas os símbolos pictóricos

eram de significação direta, sem legenda, pois era a própria linguagem deles, a iconográfica.

Uma vez que a Geografia é uma ciência que se preocupa com a organização do espaço, para ela

o mapa é utilizado tanto para a investigação quanto para a constatação de seus dados. A Cartografia e

a Geografia e outras disciplinas, como a Geologia e a Biologia, caminham paralelamente para que as

informações colhidas sejam representadas de forma sistemática e, assim, se possa ter a compreensão

“espacial” do fenômeno.

O mapa, portanto, é de suma importância para que todos que se interessem por deslocamentos

mais racionais, pela compreensão da distribuição e organização dos espaços, possam se informar e se

utilizar deste modelo e tenham uma visão de conjunto.

Os espaços são conhecidos dos cientistas que os palmilham em suas pesquisas de campo, mas é o

mapa que trará a leitura daquele espaço, mostrando a interligação com espaços mais amplos.

Assim, também os leigos, ao se preocuparem com a organização do seu espaço, ou de forma mais

cotidiana com deslocamentos mais racionais, ou circulações alternativas (congestionamentos, impe-

dimentos), devem apelar para o mapa. [...]

Mapeador x leitor de mapas

Iniciando o aluno em sua tarefa de mapear, estamos, portanto, mostrando os caminhos para que

se torne um leitor consciente da linguagem cartográfica.

[...] A ação para que o aluno possa entender a linguagem cartográfica não está em pintar ou

copiar contornos, mas em “fazer o mapa” para que, acompanhando metodologicamente cada passo

do processo – reduzir proporcionalmente, estabelecer um sistema de signos ordenados, obedecer a

um sistema de projeções para que haja coordenação de pontos de vista (descentralização espacial) –,

familiarize-se com a linguagem cartográfica.

PASSINI, Elza; ALMEIDA, Rosângela Doin. Espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 2002.

Ainda sobre a temática em pauta, podemos apresentar uma série de questionamentos

formulados por Ângela Katuta (2007, p 147), que podem balizar a elaboração e o desenvol-

vimento de trabalhos em sala de aula com os alunos:

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20 Manual do Professor

Que objetivos pedagógicos eu tenho ao ensinar Geografia, portanto, o que enfatizarei •

no processo de alfabetização geográfica-cartográfica?

Que tipos de Geografia e de Cartografia eu devo abordar em sala de aula? As que são •

fundadas na cisão entre o sujeito e o objeto? Ou as fundadas na polissemia do sujeito

e, portanto, do espaço?

É necessário que os discentes expressem cartograficamente as espacialidades por •

eles vivenciadas e percebidas, a fim de que construam a capacidade de entender a

localização geográfica dos lugares?

Devo, momentaneamente, romper com a “norma culta” da Cartografia no processo •

de ensino e aprendizagem dos conhecimentos geográficos, a fim de que os alunos,

em um momento inicial, consigam expressar, por meio de suas representações, os

elementos vivenciados e percebidos no espaço cotidiano?

A fim de trazer geografias discentes para dentro da sala de aula, apenas a linguagem •

cartográfica basta? Outras linguagens se fazem necessárias para a compreensão dos

lugares?

As linguagens escritas e cartográficas são excludentes ou complementares?•

Sabemos que o trabalho com gráficos em sala de aula é indispensável para uma completa

apreensão da linguagem cartográfica Acerca da função desse tipo de linguagem, recomen-

damos a leitura do texto “Aprendizagem significativa de gráficos no ensino de Geografia”, em

que Elza Passini (2007, p 174) afirma: “O gráfico possibilita a leitura imediata: ele é visual,

mostra os dados organizados de forma lógica, prendendo-se à essência É uma linguagem

universal que permite ver a informação”

3. orGanização didática da coleção

aPresentação teMática dos VoluMes

Esta coleção divide-se em três volumes, sendo cada um dirigido a um ano do Ensino

Médio Todos os volumes estão organizados em unidades compostas de capítulos cujos te-

mas estabelecem relações entre si O conteúdo dos capítulos foi elaborado de modo que

possibilite aos alunos compreenderem as diversas relações existentes entre a sociedade e o

meio, e, para isso, o recurso utilizado é a análise de diferentes etapas de processo de ocupa-

ção do espaço natural pelos seres humanos Nos volumes 1 e 2 são analisadas as relações

existentes entre os elementos do espaço natural e as formas de apropriação do espaço pela

sociedade, tanto no que se refere aos aspectos econômicos como à dinâmica de ocupação

humana O volume 3 tem como objetivos aprofundar a análise acerca da dinâmica econômica

global e debater temas voltados para a geopolítica dos séculos XX e XXI

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Manual do Professor 21

A coleção está estruturada da seguinte forma:

Volume 1 – 1o ano

O volume 1 é composto de três temas principais: noções cartográficas e de orientação

espacial; aspectos físicos da superfície terrestre; e exploração dos recursos naturais O ele-

mento que confere unidade a esses temas centrais é o conceito de superfície terrestre, pois,

como esta é a base física da construção do espaço geográfico e fonte de recursos, é necessá-

rio que a sociedade tenha o domínio sobre suas características Nesse âmbito, a Cartografia

emerge como parte do conhecimento técnico que a sociedade desenvolve como instrumento

para esse conhecimento e domínio

UnIdAdE 1 – dInâmIcA ESPAcIALFocada no estudo da superfície terrestre (e por vezes apresentando exemplos específicos

do Brasil), essa unidade aborda conhecimentos e técnicas de orientação e localização espa-cial; as diversas formas de representação cartográfica dos recortes espaciais; e as princi-pais características do planeta Terra, destacando sua situação em relação aos demais astros do Sistema Solar e a estruturação de sua superfície em continentes e oceanos

capítulo 1 – Orientação

O capítulo apresenta as noções básicas de orientação e localização, os principais ins-trumentos e referenciais utilizados na orientação espacial, assim como o sistema de linhas imaginárias e coordenadas geográficas representadas nas cartas e nos mapas, além de sua relação com os fusos horários no mundo

Na página de abertura, o trecho extraído do livro Mar sem fim, de Amyr Klink, não ape-nas indica a importância fundamental dos equipamentos de orientação geográfica, mas, por meio de uma narrativa envolvente, abre possibilidades de sensibilização dos alunos em re-lação ao tema Incentivar os alunos a pesquisar outros textos que impliquem a localização e a orientação espacial e confrontá-los com situações análogas já vivenciadas são alternativas para tornar a aula mais consistente e dinâmica

capítulo 2 – cartografia

Neste capítulo, a Cartografia é apresentada conceitualmente e sua importância é ilus-trada por uma perspectiva histórica A evolução técnica e tecnológica também é destacada, assim como as projeções cartográficas e os elementos que compõem os mapas

O texto de abertura, um relato de uma experiência pessoal, indica que a Cartografia não se refere apenas à simples representação de espaços e de seus elementos Sugerimos que esse texto seja utilizado para estabelecer uma discussão sobre como um mapa pode servir de meio para expressar interpretações do mundo e que, assim como um texto, pode gerar di-ferentes leituras Essa discussão pode ser aproveitada para apontar o fato de que os próprios mapas são concebidos com base em objetivos previamente definidos ou, em outras palavras, podem adquirir caráter político ou ideológico

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capítulo 3 – O mapa do mundo

Este capítulo situa o planeta Terra em relação ao Sistema Solar, revelando suas dimen-

sões, seu eixo de inclinação e seu movimento de translação (e sua influência no meio am-

biente e na sociedade), além de caracterizar os oceanos e continentes que compõem a su-

perfície terrestre

O depoimento de Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro a deixar o planeta Terra,

traz à tona o fascínio que as viagens extraplanetárias despertam no ser humano, desde os

tempos anteriores à sua viabilização As palavras do astronauta revelam a necessidade de

pensarmos nossa relação com o planeta, enxergando-o como um sistema vivo e vulnerável

capítulo 4 – O Brasil no mapa do mundo

Neste capítulo, a localização geográfica do Brasil no planisfério, suas fronteiras e as divi-

sões regionais são examinadas de modo mais minucioso É neste momento que os aspectos

regionais e contrastantes do país podem ser apresentados aos alunos, para que esse apren-

dizado seja uma referência quando estudarem os demais capítulos da coleção que tratam

dessa temática

O trecho da entrevista com o jornalista Maurício Kubrusly pode ser utilizado como aborda-

gem inicial, revelando a riqueza cultural do enorme território do Brasil Também pode servir

de estímulo e referência para a busca por outros textos ou materiais que demonstrem os inú-

meros contrastes regionais brasileiros

UnIdAdE 2 – GEOLOGIA E RELEVO

A unidade trata dos elementos da Geologia e da Geomorfologia, ou seja, da estrutura in-

terna da Terra e da crosta terrestre, além da estrutura superficial da crosta e das diferentes

formas de relevo que compõem a superfície do planeta

capítulo 5 – Elementos da Geologia

Este capítulo traz a definição da Geologia como ciência e apresenta algumas de suas ra-

mificações A origem do planeta Terra é explicada para embasar o entendimento da forma-

ção de suas camadas internas, cujas características gerais também são descritas A crosta

terrestre e suas camadas recebem um tratamento privilegiado Assim, a teoria das placas

tectônicas é um dos temas abordados, bem como as eras geológicas e o processo de forma-

ção das rochas

Na abertura do capítulo há um poema de Mário Quintana, cuja leitura pode facilitar a

introdução de alguns aspectos da importância dos estudos da Geologia, como as transfor-

mações que o planeta ou uma simples rocha passaram ao longo do tempo e a importância

desses materiais para a compreensão da formação do planeta Terra

capítulo 6 – Elementos da Geomorfologia

Este capítulo expõe a dinâmica de formação do relevo, demonstrando que suas formas resultam da atuação complementar de dois tipos de processos: os internos e os externos

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Nessa dinâmica destacam-se fenômenos (como sismicidade, vulcanismo e intemperismo) e agentes modeladores do relevo Resultantes da interação entre os processos internos e externos, as montanhas, os planaltos, as depressões e as planícies são caracterizadas como as principais formas de relevo

Ao realizar uma narrativa que tenta reconstruir um fato histórico – a erupção do Vesúvio

e o soterramento de Pompeia – o autor abordou uma manifestação da dinâmica tectônica, o

vulcanismo A situação relatada no texto permite explorar questões referentes às caracte-

rísticas dos vulcões, suas ligações com as demais camadas da crosta terrestre e as conse-

quências dessa manifestação para a sociedade

capítulo 7 – Geologia e Geomorfologia do Brasil

Neste capítulo são apresentadas as estruturas geológicas e geomorfológicas do Brasil,

referenciadas por reconhecidos geógrafos brasileiros, como Aziz Ab’Sáber e Jurandyr Ross

O texto de abertura, uma notícia sobre um terremoto em Itacarambi (MG), comenta a

ocorrência de terremotos no Brasil e permite introduzir o debate sobre esses fenômenos em

território brasileiro, uma vez que é comum a ideia de que o país, por estar na porção central

da placa Sul-americana, não passa por atividades sísmicas

UnIdAdE 3 – dInâmIcA dA PROdUçãO mInERAL E EnERGéTIcA

Após tratarmos dos processos de formação da crosta terrestre e dos tipos de rocha, apre-

sentamos, neste módulo, o aproveitamento econômico dos recursos minerais provenientes

dessa camada da Terra Esses recursos naturais são empregados basicamente como maté-

rias-primas ou fontes de energia

capítulo 8 – A produção de minérios no mundo

Este capítulo aborda os aspectos mais importantes relacionados à produção dos minérios,

como as principais aplicações industriais, a distribuição e as características dos minérios mais

utilizados no mundo, além das questões ambientais decorrentes da atividade mineradora

Na página de abertura, há um texto de Júlio Verne, extraído do livro Viagem ao centro da

Terra, que ilustra o estudo dos recursos minerais Apesar do caráter fictício de suas obras,

Verne as escrevia aproveitando conceitos científicos e conhecimentos de sua época e mis-

turava ficção e realidade Isso confere um estilo envolvente às histórias, que podem ser uti-

lizadas como um importante instrumento de sensibilização dos alunos para a temática da

exploração do subsolo terrestre

capítulo 9 – A produção de combustíveis fósseis no mundo

Este capítulo expõe importantes questões a respeito da produção de combustíveis fós-

seis, revelando sua importância e as implicações ambientais de seu uso Entre os problemas

ambientais mais preocupantes, intensificados pelo consumo excessivo desses combustíveis,

estão o aquecimento global e a chuva ácida

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O texto jornalístico apresentado na abertura do capítulo introduz o debate a respeito dos sub-

sídios oferecidos à produção de combustíveis fósseis em detrimento dos oferecidos para outras

fontes energéticas, e possibilita a análise da eficiência no consumo energético mundial

capítulo 10 – A produção de minérios e combustíveis fósseis no Brasil

O tema tratado neste capítulo é a distribuição regional da produção mineral e de com-

bustíveis fósseis no território brasileiro, sempre enfocando a questão da atuação de capitais

estrangeiros em conjunto com investimentos estatais nos grandes projetos ligados a essas

atividades

A abertura apresenta o texto de Auguste de Saint-Hilaire, que descreve a sua visita à Real

Fábrica de Ferro de São João de Ipanema As informações desse texto podem ser utilizadas

para tratar da diversidade e da quantidade de minérios do Brasil, além de possibilitar o início

da análise da importância histórica da mineração para o país

Volume 2 – 2o ano

O volume 2, além de apresentar temas focados no território brasileiro e em aspectos e

fenômenos físicos, propõe um estudo voltado às questões sociais, principalmente as de-

mográficas Outra característica importante do volume é o trabalho paralelo de aspectos

referentes ao mundo e ao Brasil

UnIdAdE 1 – dInâmIcA dA nATUREzA: cLImA E VEGETAçãO

Esta unidade é dedicada aos elementos responsáveis pela definição de boa parte das ca-

racterísticas das paisagens naturais do planeta: hidrografia, clima e vegetação Juntamente

com o relevo e outros elementos naturais, eles interagem de modo diverso nas diferentes

porções da superfície terrestre, formando os grandes domínios climatobotânicos

capítulo 1 – Elementos do clima e da vegetação

O capítulo trabalha assuntos relacionados ao clima e à vegetação O tratamento desses

elementos oferece muitas possibilidades de conexões, uma vez que eles influenciam-se

mutuamente

Sobre o clima, trata-se de sua definição conceitual, comparativamente à noção de tempo

atmosférico; de algumas formas de manifestação climática; dos principais fatores que atuam

na definição dos tipos climáticos e na distribuição dos climas no mundo O tema vegetação é

inserido a partir da definição do conceito de biosfera, demonstrando sua relação com outros

elementos da natureza, sobretudo o clima Consta ainda uma proposta de classificação da

vegetação, sua distribuição pela superfície do planeta e as possibilidades de seu aproveita-

mento econômico como recurso natural

O poema de Paulo Leminski e a imagem de abertura remetem ao fenômeno da precipita-

ção Utilizando exemplos da própria localidade da escola e da cidade, é possível iniciar um

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Manual do Professor 25

diálogo sobre como esse fenômeno afeta a vida da população local e como ele é um elemento

determinante na classificação dos climas

capítulo 2 – domínios climáticos e formações vegetais no mundo

Os grandes domínios climatobotânicos são apresentados como classificação de exten-

sas áreas da superfície da Terra cujos aspectos naturais são relativamente homogêneos

Reconhecido como um dos fatores mais importantes no condicionamento desses domínios,

o clima permite situar suas características e sua ocorrência espacial Pode-se, por exemplo,

utilizando mapas disponíveis, perceber grande correlação entre a ocorrência dos tipos cli-

máticos e de vegetação

O texto de Thaís Fernandes permite o debate a respeito das mudanças que a Floresta

Amazônica passou ao longo da evolução geológica do planeta, e há a possibilidade de de-

monstrar que os estudos sobre as formações vegetais no mundo são realizadas por diferen-

tes ramos da ciência, o que abre espaço para a elaboração de projetos interdisciplinares

capítulo 3 – clima e vegetação do Brasil

Este capítulo parte do trabalho com clima e vegetação como elementos complementa-

res, pois eles interagem de maneira fundamental para a formação das paisagens naturais

Apresentam-se os fatores climáticos (latitude, altitude, massas de ar, maritimidade e conti-

nentalidade) e os tipos climáticos brasileiros (sintetizados em climogramas), além da clas-

sificação das formações vegetais originais do Brasil e de alguns problemas ambientais que

as afetam

Na abertura do capítulo, a narrativa de Graciliano Ramos, em um trecho do livro Vidas

Secas, retrata uma paisagem que revela grande correspondência entre os elementos natu-

rais, principalmente a formação vegetal (caatinga) e as características climáticas (aridez)

Tão importante quanto chegar a essa constatação é perceber como o ambiente inóspito

também corresponde à gravidade que marca as possibilidades de vida das personagens,

ficando claro que o estudo dos aspectos naturais não deve ser feito à revelia das questões

sociais

UnIdAdE 2 – dInâmIcAS dA nATUREzA: hIdROGRAFIA E hIdROGRAFIA dO BRASIL

Esta unidade trata dos elementos e das características da hidrografia e sua relação com

a população das diferentes regiões do Brasil, além de sua importância e seu aproveitamento

econômico

capítulo 4 – Elementos da hidrografia

Após ser apresentada a hidrografia, é abordada a importância dos rios para as sociedades

humanas e os elementos e fenômenos que regulam seus cursos e fluxos Da dinâmica hídri-

ca também são apontadas a formação das bacias hidrográficas e a interferência dos rios no

perfil do terreno (e vice-versa), por meio de processos erosivos e de sedimentação

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No poema de João Cabral de Melo Neto, a essência da vida (humana) da personagem

é comparada e confundida com a fluidez dos rios O poema nos leva a pensar não apenas

no que há em comum entre ser humano e rio (o movimento rumo ao destino), mas sobre-

tudo em como a vida daquele depende da vida deste A carga de significantes que essa e

outras obras literárias conferem aos rios é uma maneira estimulante de introduzir o tema

hidrografia

capítulo 5 – hidrografia e recursos hídricos no Brasil

Sobre a hidrografia são tratados, neste capítulo, desde os elementos que compõem uma

bacia hidrográfica até as características das maiores bacias e dos principais rios brasileiros

A importância econômica e social da rede hidrográfica brasileira nas diferentes regiões do

país é um dos aspectos mais enfatizados

O capítulo traz, na abertura, mais um trecho de obra literária Trata-se de um excerto

de Sagarana, de Guimarães Rosa, livro em que o autor faz brilhantes ambientações dos lu-

gares onde os enredos se desenrolam Ao construir essas ambientações, os rios aparecem

como elemento significativo de várias paisagens – no trecho em questão, eles delimitam o

palco da trama, constituindo o espaço chamado de “mesopotâmia” Essa denominação re-

mete, por analogia, à região do Oriente Médio que corresponde ao atual Iraque e é cercada

pelos rios Tigre e Eufrates, fundamentais para a sobrevivência e o desenvolvimento dos

povos locais Essas descrições fornecem o ensejo para abordar a importância dos rios não

apenas como fontes de recursos naturais, mas também como elementos de composição

territorial

UnIdAdE 3 – dInâmIcA dA POPULAçãO

Esta unidade é composta de capítulos que abordam questões demográficas mundiais,

indicando tendências e fatores relativos à estrutura populacional dos países, além de tratar

da discussão sobre as consequências sociais relacionadas à demografia

A demografia do Brasil também é trabalhada, fornecendo-se elementos para apreender

o perfil da população brasileira por meio de dados sobre sua distribuição pelo território, sua

estrutura demográfica, os deslocamentos populacionais e o processo de urbanização

capítulo 6 – distribuição e crescimento da população mundial

O capítulo aborda a dinâmica da população mundial, trazendo dados demográficos e os

principais fatores históricos do crescimento populacional no mundo Nesse contexto são

apresentadas as teorias demográficas

A população mundial hoje ultrapassa 7 bilhões de habitantes, e o crescimento populacio-

nal mundial gera debates e preocupações em relação ao acesso dos habitantes do planeta

aos recursos naturais e serviços básicos, como o saneamento básico Essas questões são

analisadas no texto de André Julião

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capítulo 7 – Estrutura e migrações da população mundial

Este capítulo, complementando o capítulo 6, mostra a composição da estrutura popula-

cional e sua representação em pirâmides etárias As estruturas da população brasileira e de

outros países são tomadas como exemplos para abordar os fatores que condicionam a confi-

guração de cada perfil demográfico Outro importante tema contemplado no capítulo são os

movimentos populacionais e sua importância para a composição das populações

A página de abertura deste capítulo traz um poema de Ribeiro Couto que descreve a situ-

ação dos imigrantes no Brasil O poema ilustra a diversidade étnica da população brasileira,

revelando essa diversificação como uma das consequências dos fluxos migratórios, além de

expor alguns aspectos da inserção dos imigrantes no Brasil A necessidade de os imigrantes

buscarem uma vida melhor e suas dificuldades de adaptação a novas realidades são alguns

dos pontos a serem contemplados por meio da leitura do poema

capítulo 8 – distribuição, crescimento e estrutura da população do Brasil

Tratando da dinâmica demográfica brasileira, o capítulo trabalha conceitos e informações

a respeito da população absoluta e relativa das regiões do país, do crescimento populacional

e da estrutura demográfica, identificando a tendência de envelhecimento dessa população

A página de abertura traz um fragmento da célebre obra de Darcy Ribeiro, O povo bra-

sileiro, recompondo a formação da população do Brasil O autor demonstra a formação do

caráter miscigenado do povo brasileiro e destaca a pluralidade cultural O papel dos povos

indígenas e dos africanos na composição da base da população brasileira também é desta-

cado por ele

capítulo 9 – migrações externas e internas da população do Brasil

O capítulo apresenta os movimentos populacionais brasileiros, destacando os fluxos his-

tóricos de imigração e emigração entre o Brasil e outros países, e aqueles das migrações

internas Além da identificação e da tipificação dos deslocamentos populacionais, também

são tratados os fatores de atração e repulsão como motores do processo migratório

A página de abertura do capítulo traz a letra da música “Encontros e despedidas”, de

Milton Nascimento e Fernando Brant A letra retrata uma estação com constantes chegadas

e saídas de trens, remetendo à própria condição de mobilidade do ser humano, impelido a

deslocar-se dependendo dos rumos da vida, mas motivado, essencialmente, pelos objetivos

de ter uma vida melhor O título da canção também alude a situações corriqueiras no Brasil

em função dos fluxos migratórios, como quando famílias são obrigadas a fragmentar-se

porque apenas parte dos membros consegue partir em busca de meios de sobrevivência,

criando a demanda por reencontros que nem sempre ocorrem

capítulo 10 – Urbanização no Brasil

Este capítulo aborda o processo de urbanização no Brasil, trazendo os conceitos de ur-

banização, aglomerados urbanos e regiões metropolitanas Além disso, são apresentadas

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28 Manual do Professor

as características da urbanização das regiões e os problemas socioambientais das grandes

cidades brasileiras

O texto de Sérgio Junior discute o conceito de cidade e a importância que esta tem para a

sociedade, além de já iniciar a associação entre o processo de industrialização e o fenômeno

da urbanização

Volume 3 – 3o ano

O volume 3 desta coleção volta-se para as relações e questões internacionais, sem

deixar de tocar em pontos importantes para a compreensão da realidade brasileira Nesse

sentido, são propostos temas ligados a disputas geopolíticas, relações econômicas no âm-

bito da globalização, dinâmicas do desenvolvimento econômico e industrial, sistemas pro-

dutivos, questões e confrontos territoriais, entre outros A análise da atividade produtiva,

tanto no âmbito industrial como no agropecuário, também contribui para uma compreen-

são mais aprofundada das relações políticas e econômicas no Brasil e no mundo Assim, o

volume possibilita o desenvolvimento de um olhar crítico sobre um mundo cada vez mais

complexo

UnIdAdE 1 – dA ORdEm BIPOLAR à nOVA ORdEm mUndIAL

Esta unidade trabalha as articulações econômicas e políticas internacionais, destacando

os jogos de poder desdobrados em dois importantes momentos históricos: após a Segunda

Guerra Mundial e após o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que

foi acompanhado pelo processo de globalização e pela formação de blocos econômicos

supranacionais

capítulo 1 – do mundo bipolar ao fim da Guerra Fria

O capítulo revela como as decorrências geopolíticas da Segunda Guerra Mundial le-

vam à configuração de um arranjo de poder estruturado em duas grandes potências, os

Estados Unidos e a URSS Esse arranjo, chamado de ordem bipolar, duraria até o fim da

década de 1980

O texto de abertura de John Hersey, do seu livro Hiroshima, trata delicadamente das con-

sequências do lançamento da bomba atômica sobre a cidade japonesa de Hiroshima para

a vida das pessoas, chamando o leitor a refletir sobre a dimensão humana, e não somente

política, da guerra Por meio de sua leitura, é possível discutir com os alunos como decisões

externas a um país podem afetar o modo de vida de sua população – neste caso de modo

muito evidente Se possível, apresente exemplos de situações recentes em que medidas

ou imposições externas (como aquelas introduzidas pelo Fundo Monetário Internacional –

FMI –, ou por países influentes, como os Estados Unidos) vão alterando ao longo do tempo,

mesmo que de modo pouco perceptível, a situação econômica, política e social de alguns

países

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Manual do Professor 29

capítulo 2 – A nova ordem mundial

O capítulo expõe o processo de desarticulação da ordem bipolar, a partir da decomposi-

ção do bloco socialista, para dar lugar a uma ordem que, de modo geral, pode ser entendida

como politicamente unipolar e economicamente multipolar Esse contexto passou a ser cha-

mado de nova ordem mundial

A música de Caetano Veloso permite sensibilizar e compreender inicialmente os proces-

sos de reorganização política mundial que têm ocorrido nas últimas décadas

capítulo 3 – Globalização da economia

O capítulo aborda as relações econômicas internacionais no contexto da globalização,

enfatizando a expansão da atuação das empresas transnacionais São apresentadas também

importantes informações sobre os principais blocos econômicos, demonstrando, sobretudo,

a origem e a evolução da União Europeia

A letra de Arnaldo Antunes apresenta situações que revelam os intercâmbios possibili-

tados pelo processo de globalização Por meio do aumento exponencial do fluxo de merca-

dorias, finanças e pessoas, as relações culturais, econômicas e sociais estão se tornando

cada vez mais intensas Ao mesmo tempo, a canção remete ao estabelecimento de barreiras

reforçadas à entrada de determinados grupos em determinados territórios, mostrando as

contradições advindas do processo de globalização

UnIdAdE 2 – O mUndO ATUAL: dESIGUALdAdES E cOnFLITOS

O subdesenvolvimento e os conflitos territoriais no mundo são as tônicas desta unidade

Além dos condicionantes específicos de cada caso abordado, a unidade trata dos processos

de colonização promovidos pelas potências industriais como motivadores essenciais dessas

questões

capítulo 4 – características do subdesenvolvimento

Neste capítulo são apresentadas as causas e consequências da situação de subdesenvol-

vimento de muitos países da África, da Ásia e da América Latina Indicadores socioeconômi-

cos, como aqueles que tratam das condições de moradia, saúde, renda etc são trabalhados

para oferecer parâmetros para a análise da precariedade das condições de vida e de produ-

ção nesses países

O poema de Ferreira Gullar apresenta elementos que caracterizam os principais proble-

mas verificados em países subdesenvolvidos, como a fome, o desemprego, a desigualdade

social, os preços elevados e a corrupção

capítulo 5 – conflitos e questões territoriais na África e na América Latina

Neste capítulo, as questões territoriais da África são reveladas a partir da ocupação co-

lonialista do continente pelos europeus – a chamada “partilha da África” A herança desse

processo é apontada como desastrosa, resultando em conflitos violentos e pobreza crônica

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30 Manual do Professor

Sobre as questões territoriais da América Latina, o capítulo expõe a formação do socialismo

em Cuba e seu papel na Guerra Fria, além de tratar dos conflitos envolvendo a guerrilha

colombiana e da geopolítica amazônica

A letra da banda de rock Legião Urbana demonstra como as guerras são um negócio lucra-

tivo, o que aponta para a dificuldade de reduzir o número de conflitos no mundo Além disso, o

recrutamento de crianças para a guerra tem sido uma prática comum, ilegalmente estimulada

por grandes potências em territórios de países de frágil economia e fraca assistência social

capítulo 6 – conflitos e questões territoriais na Ásia

O capítulo expõe vários conflitos envolvendo questões territoriais na Ásia Entre eles,

destacam-se: os conflitos no Oriente Médio (incluindo a questão palestina e a luta dos cur-

dos pelo direito a um Estado), os conflitos relacionados às questões territoriais da China, a

Guerra da Coreia e a disputa entre Índia e Paquistão pela Caxemira

O texto de abertura do capítulo, Conselho de Segurança destaca diplomacia preventiva como

solução para conflitos na Ásia Central, fala sobre o papel da ONU na resolução de confli-

tos e mostra a importância de se pensar na diplomacia para a promoção de diálogos entre

países

UnIdAdE 3 – A PROdUçãO IndUSTRIAL

A unidade é composta de temas ligados à industrialização, recompondo as fases da

Revolução Industrial, trazendo as especificidades da industrialização no Brasil e de outros

países do mundo

capítulo 7 – O desenvolvimento da atividade industrial

Este capítulo aborda os aspectos mais importantes da industrialização O principal desta-

que é dado ao processo da Revolução Industrial, demonstrando suas etapas e apontando as

transformações sociais e econômicas decorrentes dela Discriminam-se os principais tipos

de indústria e apresentam-se os fatores da localização industrial

O texto de abertura relata a experiência de um jornalista que visitou uma fábrica robotizada

na Coreia do Sul e fala dos avanços tecnológicos impressionantes que são usados na indústria

capítulo 8 – A produção industrial no Brasil

Este capítulo apresenta conteúdos referentes à industrialização brasileira, expondo as

fases de estruturação de seu parque fabril, o papel do Estado como provedor de infraestru-

turas e investimentos diretos no processo de industrialização, a distribuição regional das

indústrias e a recente tendência de desconcentração industrial

A música de Chico Buarque trata do trabalhador de linhas de montagem, cuja atividade é

caracterizada pela repetição e pela alienação do processo produtivo, devido à especificidade

e à parcialidade de suas tarefas Além disso, são apresentados alguns elementos caracterís-

ticos da industrialização brasileira

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capítulo 9 – A atividade industrial nos Tigres Asiáticos e nos Brics

Neste capítulo são apresentadas as condições do desenvolvimento industrial e econômico

dos Tigres Asiáticos – grupo de países em desenvolvimento no Sudeste Asiático –, e dos Brics

– grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul Os paí-

ses dos dois grupos estão ampliando cada vez mais sua participação no mercado mundial

O texto de abertura, uma notícia de economia, trata dos Brics e da possibilidade de o Brasil

perder a posição no grupo, pois a economia do país não vem crescendo como previsto

capítulo 10 – Atividade industrial no Grupo dos Sete (G7)

Neste capítulo, trabalha-se a produção industrial nos países do G7, demonstrando sua

importância no contexto mundial, principalmente no que diz respeito ao poder econômico

exercido pelos Estados Unidos Também são descritas as características dos parques indus-

triais dos países do grupo, destacando-se os principais tipos de indústria e parte dos proble-

mas ambientais gerados pela atividade industrial dessas potências econômicas

Na página de abertura, há uma notícia que aborda a crise na União Europeia e o seu re-

flexo no setor industrial

UnIdAdE 4 – A PROdUçãO AGROPEcUÁRIA nO mUndO E nO BRASIL

Esta unidade volta-se à atividade agropecuária no mundo e no Brasil, levantando aspec-

tos das técnicas e tecnologias aplicadas no campo e sua importância econômica No caso

brasileiro, aborda-se também a questão fundiária

capítulo 11 – Agropecuária no mundo

São destaques deste capítulo: a participação da agropecuária no comércio mundial, os

sistemas agropecuários de produção e as características da produção agropecuária em di-

versas regiões do mundo, dividindo-o em países do Norte e países do Sul

A composição de Arnaldo Antunes na abertura possibilita iniciar questionamentos sobre

as diferentes formas de utilização do solo Mesmo no âmbito apenas dos objetivos ligados à

agricultura, o solo pode ser cultivado por meio de diversos sistemas

capítulo 12 – Agropecuária no Brasil

O capítulo traz uma caracterização da agricultura e da pecuária no Brasil, retratando suas

formas de produção e aproveitamento, a estrutura fundiária e os problemas que dela decor-

rem, além do desenvolvimento agropecuário das regiões

O texto trata do agronegócio e seu impacto para a economia, a sociedade e o meio ambiente

no Brasil Para explicar esses impactos, a notícia cita uma pesquisa de um biólogo

estrutura interna dos VoluMes

Abertura dos capítulos

As aberturas dos capítulos, de maneira geral, procuram abordar aspectos do conteúdo

a ser tratado por meio de diferentes gêneros literários (notícias de jornal, relatos, músicas,

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32 Manual do Professor

poemas, textos literários etc ) Dessa forma, além de apresentar o tema de forma prazerosa,

elas adquirem um caráter interdisciplinar com Língua Portuguesa, dando a possibilidade ao

professor de trabalhar o texto em sala de aula mais amplamente

Texto-base dos capítulos

A proposta didática da coleção está intrinsecamente relacionada à estrutura de textos-

-base, boxes e atividades propostas presentes em cada capítulo

Os textos de cada capítulo procuram apresentar e resgatar para os alunos os conteúdos

consagrados dentro da ciência geográfica e relevantes para o Ensino Básico, sob a égide dos

documentos educacionais oficiais, oferecendo subsídios para uma discussão fundamentada

das temáticas trabalhadas Esta seção, portanto, serve de referência e aporte inicial relativo

aos conteúdos geográficos distribuídos tematicamente ao longo dos capítulos

É importante buscar uma articulação entre esses textos e as demais seções dos ca-

pítulos em que cada um deles se insere Quando conveniente, deve-se articular também

os textos de um capítulo aos demais, buscando sempre um diálogo e uma continuidade

entre eles Dessa forma, o professor criará melhores condições para que os estudantes

não apenas absorvam as informações básicas, mas também as associem à sua realidade

e reflitam sobre os conteúdos, permitindo assim seu posicionamento e até mesmo en-

gajamento e inserção nas problemáticas que despertem seu interesse e estejam em seu

campo de atuação

Os boxes

O objetivo dos boxes é propiciar uma abordagem ao mesmo tempo alternativa e com-

plementar àquela apresentada no texto-base de cada capítulo Por meio das orientações e

atividades que eles oferecem, é possível proporcionar referências aos alunos para que eles

executem um trabalho de reflexão, articulação e aprofundamento dos conteúdos apresenta-

dos É imprescindível compreender que, apesar de as propostas de trabalho sugeridas (ou

seja, o fazer Geografia dentro dos processos de ensino-aprendizagem) nos textos de base e

nas seções de boxes e atividades serem diferentes entre si, elas não são, de modo algum,

excludentes, mas complementares

Esta seção também contribui para a contextualização de temas socioeconômicos, políti-

cos, culturais e ambientais, trabalhando-se exemplos do cotidiano ou assuntos que, de modo

geral, despertam interesse nos jovens Outra possibilidade contemplada pelos boxes é o es-

tabelecimento de relações entre conteúdos que, em determinadas ocasiões, aparecem como

dissociados – é o caso, por exemplo, daqueles relacionados ao meio físico e às atividades

humanas, ou dos fenômenos de abrangência global que têm efeitos locais

As atividades presentes nos boxes permitem aprofundar o conhecimento por meio da

aplicação de procedimentos e da proposição de reflexões e pesquisas, que levam ao reco-

nhecimento dos temas abordados em situações factuais

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Manual do Professor 33

As atividades

Assim como os boxes, as atividades da coleção foram elaboradas com base em propos-

tas que permitem a ampliação da capacidade analítica dos alunos e o desenvolvimento de

procedimentos de estudo e pesquisa Com objetivos específicos, as atividades encontram-se

divididas nas seções descritas a seguir

RETOmAndO O cOnTEúdO

O objetivo fundamental desta seção é a revisão do conteúdo Porém ela não propõe cum-

prir esse objetivo por meio de tarefas de simples memorização, mas de propostas que levem

os alunos a aprimorar habilidades, como selecionar informações, relacionar conceitos e sin-

tetizar dados e informações

AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO

As atividades desta seção foram desenvolvidas para estimular procedimentos e habilida-

des, como leitura, análise, reflexão, pesquisa, comparação e estabelecimento de relações

Para isso, variados recursos de ensino são utilizados, como charges, quadrinhos, fotos, ma-

pas, gráficos, tabelas, poemas, canções e textos jornalísticos que tratam de questões atuais

relativas ao tema trabalhado Esses recursos e linguagens contribuem para ampliar o reper-

tório geográfico e cultural dos alunos e podem, quando for conveniente, ser utilizados como

disparadores para trabalhos de caráter interdisciplinar

As respostas e opiniões indicadas não necessariamente se vinculam de maneira integral

ao conteúdo do livro, o que exige dos alunos, guiados por uma adequada orientação, buscar

e pesquisar outras informações para, de fato, ampliar seus conhecimentos

ATIVIdAdE FInAL

Esta seção apresenta uma proposta diversificada, com o objetivo de oferecer uma ativida-

de de sistematização e fechamento do capítulo Entre os exercícios que a compõem, podem

ser citados:

debate;•

pesquisa e trabalho de campo;•

leitura e produção de texto;•

pesquisa de dados;•

pesquisa e produção de texto;•

pesquisa e debate;•

filme e debate;•

análise de mapas;•

produção de mapas •

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34 Manual do Professor

Com essa proposta, busca-se aprofundar os conhecimentos dos estudantes por meio de

atividades que, de forma geral, exigem análise, reflexão, leitura e produção de textos (con-

tribuindo para a interpretação e a construção da escrita), desenvolvimento da oralidade e

capacidade de argumentação Desta seção também constam atividades voltadas para a alfa-

betização cartográfica e para a compreensão da realidade em contextos vivos, como estudos

do meio Por ter propostas amplas que exigem do aluno conhecimentos de outras matérias,

como Língua Portuguesa ao se propor a produção de texto, essas atividades acabam por

promover a interdisciplinaridade

Projeto interdisciplinar

Nesta seção, por meio de projetos que estimulam a pesquisa, a curiosidade, a teoria e a

prática, e a construção de um conhecimento coletivo, procura-se explorar o interdisciplinar,

ao unir áreas do conhecimento distintas

Cada projeto tem propostas diferentes e a interação de matérias diversificadas, como

Língua Portuguesa, História, Química, Biologia, Matemática, Sociologia e Literatura

Enem e vestibulares

O objetivo desta seção é possibilitar que os alunos se familiarizem com os formatos, os con-

teúdos e as habilidades comumente apresentados e exigidos nas provas do Enem e dos princi-

pais vestibulares do país, podendo desenvolver seu domínio sobre esse tipo de avaliação

Selos

Ao longo do livro, os alunos e o professor poderão identificar dois selos diferentes: o de

“Interdisciplinaridade” e o de “Contextualização”

InTERdIScIPLInARIdAdEEstes selos indicam que naquele trecho de conteúdo do livro há interdisciplinaridade com

alguma outra área do conhecimento, como História, Matemática, Física, Química, Biologia e Literatura

O selo serve como referência ao aluno Já para o professor, na parte “Orientações sobre os capítulos” deste manual, ele poderá encontrar uma nota, indicando como a Geografia e as áreas do conhecimento indicadas se relacionam

cOnTEXTUALIzAçãOO selo “Contextualização” serve como indicação de uma atividade que procura aproximar,

ao máximo, a realidade, a experiência e a vivência do aluno ao conteúdo estudado e, dessa forma, consolidar sua aprendizagem

A atividade com o selo pode aparecer nos boxes do livro, no “Retomando o conteúdo”, no “Ampliando o conhecimento” ou na “Atividade final”, por meio de propostas como pesquisas, perguntas cuja resposta remeta à realidade do aluno, debates e leitura e análise de textos

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Manual do Professor 35

conteúdos dos VoluMes

Volume 1

UnIdAdE 1 – dInâmIcA ESPAcIAL

Capítulo Conteúdo

1 Orientação

O que é orientação Pontos de orientação Instrumentos de orientação Coordenadas geográficasFusos horários

2 Cartografia

O que é Cartografia?História da Cartografia Tecnologia e projeções cartográficas Escalas gráficas e numéricas Legendas e suas funções Cartografia e ideologia

3 O mapa do mundo

A Terra, movimento de translação e estações do ano Movimento aparente do Sol Zonas térmicas Dimensões terrestres Continentes, oceanos e mares

4 O Brasil no mapa do mundo

O Brasil no mundo Fusos horários no Brasil Diferentes regionalizações do Brasil As fronteiras brasileiras

UnIdAdE 2 – GEOLOGIA E RELEVO

Capítulo Conteúdo

5 Elementos da Geologia

O que a Geologia estuda?A estrutura interna da Terra A teoria das placas tectônicas O equilíbrio isostático da crosta As eras geológicas Os minerais e as rochas

6 Elementos da Geomorfologia

A dinâmica interna da Terra: epirogênese, orogênese, fenômenos sísmicos e vulcânicos A dinâmica externa da Terra: intemperismo e erosão Formas de relevo

7 Geologia e Geomorfologia do Brasil

Estrutura geológica do Brasil Estrutura geomorfológica do Brasil Classificações do relevo brasileiro: Aroldo de Azevedo, Aziz Ab’Sáber, Jurandyr Ross O relevo nas regiões brasileiras

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36 Manual do Professor

UnIdAdE 3 – dInâmIcA dA PROdUçãO mInERAL E EnERGéTIcA

Capítulo Conteúdo

8 A produção de minérios no mundo

A importância da atividade mineral Minério de ferro e produção do aço Os minérios de manganês, estanho, níquel e cromo e a produção de aços especiais O minério de alumínio e a produção do alumínio metálico O ouro e a prata Importadores e exportadores de minérios no mundo A exploração mineral e a questão ambiental

9 A produção de combustíveis fós-seis no mundo

Fontes energéticas A produção e o consumo de carvão mineral Petróleo: origem, importância, produção e consumo A produção e o consumo do gás natural Consumo de combustíveis fósseis, o aquecimento global e a chuva ácida

10 A produção de minérios e com-bustíveis fósseis no Brasil

A produção mineral brasileira A distribuição regional da produção mineral no Brasil As fontes de energia primária O petróleo, o carvão mineral, o gás natural, a lenha e o carvão vegetal no Brasil

Volume 2

UnIdAdE 1 – dInâmIcAS dA nATUREzA: cLImA E VEGETAçãO

Capítulo Conteúdo

1 Elementos do clima e da vegetação

O que é atmosfera?Buraco na camada de ozônio Tempo e clima Temperatura e pressão atmosférica As massas de ar Fenômenos meteorológicos Distribuição dos climas Correntes marítimas A biosfera

2 Domínios climáticos e formações vegetais no mundo

Interações entre vegetação e clima O mundo frio, o mundo temperado e o mundo tropical

3 Clima e vegetação do BrasilO clima brasileiro e a classificação climática do Brasil A vegetação brasileira O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)

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Manual do Professor 37

UnIdAdE 2 – dInâmIcAS dA nATUREzA: hIdROGRAFIA E hIdROGRAFIA dO BRASIL

Capítulo Conteúdo

4 Elementos da Hidrografia

A distribuição das águas superficiais A distribuição de água doce no Brasil O consumo de água na Terra A importância dos rios e os regimes fluviais Erosão, transporte de sedimentos e sedimentação O uso econômico dos rios no mundo

5 Hidrografia e recursos hídricos no Brasil

A hidrografia brasileira As regiões hidrográficas do Brasil As bacias hidrográficas brasileiras O uso econômico dos rios brasileiros

UnIdAdE 3 – dInâmIcA dA POPULAçãO

Capítulo Conteúdo

6 Distribuição e crescimento da população mundial

População mundial O crescimento da população mundial As teorias demográficas

7 Estrutura e migrações da população mundial

As diferentes estruturas populacionais O que é migração?Os grandes movimentos migratórios

8 Distribuição, crescimento e estru-tura da população do Brasil

A população absoluta e relativa do Brasil O crescimento da população brasileira A estrutura da população brasileira A estrutura étnica

9 Migrações externas e internas da população do Brasil

A imigração no Brasil As migrações internas As migrações pendulares A emigração de brasileiros

10 Urbanização no Brasil

O que é urbanização A urbanização no Brasil A hierarquia urbana e as regiões metropolitanas Os problemas urbanos

Volume 3

UnIdAdE 1 – dA ORdEm BIPOLAR à nOVA ORdEm mUndIAL

Capítulo Conteúdo

1 Do mundo bipolar ao fim da Guerra Fria

A geopolítica após a Segunda Guerra Mundial A ordem mundial bipolar A Guerra Fria

2 A nova ordem mundialO fim da União Soviética As transformações no Leste Europeu A nova ordem política e econômica no mundo

3 Globalização da economiaIntensificação do comércio internacional e globalização da economia Os blocos econômicos

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38 Manual do Professor

UnIdAdE 2 – O mUndO ATUAL: dESIGUALdAdES E cOnFLITOS

Capítulo Conteúdo

4 Características do subdesenvolvimento

O subdesenvolvimento no mundo As diferentes formas de dividir o mundo Medindo o desenvolvimento As graves deficiências sociais As graves deficiências econômicas

5 Conflitos e questões territoriais na África e na América Latina

Grandes conflitos e questões territoriais na África Grandes conflitos e questões territoriais na América Latina

6 Conflitos e questões territoriais na Ásia

Os conflitos e questões territoriais no Oriente Médio Os conflitos e questões territoriais no Extremo Oriente Os conflitos na Ásia Meridional

UnIdAdE 3 – A PROdUçãO IndUSTRIAL

Capítulo Conteúdo

7 O desenvolvimento da atividade industrial

A era da indústria Tipos de indústria A localização industrial Primeira, Segunda e Terceira Revoluções Industriais

8 A produção industrial no Brasil Economia industrial do Brasil A distribuição regional da indústria

9 A atividade industrial nos Tigres Asiáticos e no Brics

A atividade industrial nos Tigres Asiáticos A atividade industrial no Brics

10 Atividade industrial no Grupo dos Sete (G7)

A distribuição mundial das indústrias A atividade industrial nos países do G7

UnIdAdE 4 – A PROdUçãO AGROPEcUÁRIA nO mUndO E nO BRASIL

Capítulo Conteúdo

11 Agropecuária no mundo

A agricultura e a pecuária A agropecuária nos países do Norte A agropecuária nos países do Sul Agricultura de plantation

12 Agropecuária no Brasil

A agricultura no Brasil A estrutura fundiária A questão da reforma agrária Principais áreas de produção agropecuária

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Manual do Professor 39

4. fundaMentos e objetiVos do VoluMe

O volume 2 desta coleção trata de temas de interesse geográfico relacionados a aspectos

físicos e sociais Parte de abordagens mais gerais desses aspectos, situando os conceitos

relevantes para contextualizar esses temas na realidade brasileira

Essa proposta, portanto, leva os alunos não apenas a explorar conceitos e fenômenos que

os habilitem a estudar importantes características territoriais ou vinculadas ao território e

características populacionais, como também lhes fornece bases para que aprofundem o re-

conhecimento da realidade brasileira, segundo a temática que compõe os capítulos

Os conteúdos propostos neste volume contribuem para o desenvolvimento de ativida-

des e estratégias que podem proporcionar, aos alunos, aquisições referentes aos seguintes

objetivos:

compreender as diferenças conceituais que envolvem os termos “tempo” e “clima”;•

reconhecer e compreender a ação dos principais fatores climáticos e fenômenos re-•

lacionados ao clima;

identificar os diferentes tipos climáticos e a sua distribuição espacial;•

reconhecer a distribuição espacial dos tipos de vegetação no mundo;•

reconhecer as principais paisagens relacionadas aos climas frio, temperado e tropical;•

compreender o processo de ocupação das áreas submetidas aos climas frio, tempe-•

rado e tropical;

relacionar as características climáticas das diferentes regiões da Terra à ocorrência •

dos tipos de vegetação;

compreender o conceito de bacia hidrográfica;•

reconhecer as características básicas e a importância dos rios;•

avaliar as relações entre a disponibilidade, a distribuição na terra e o consumo de •

água pelas populações humanas;

reconhecer as principais características dos rios brasileiros;•

avaliar as possibilidades de exploração econômica dos rios brasileiros e alguns dos •

possíveis impactos ambientais;

reconhecer os fatores que mais influenciam os climas no Brasil e analisar •

como atuam;

entender, em traços gerais, os aspectos que dão base à classificação climática •

no Brasil;

identificar as formações vegetais que compõem a vegetação brasileira;•

analisar questões que envolvem alguns dos impactos ambientais que afetam as for-•

mações vegetais no Brasil;

dominar conceitos relacionados à demografia;•

entender e formar senso crítico sobre os principais fatores responsáveis pelo cresci-•

mento da população mundial;

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40 Manual do Professor

entender a dinâmica que leva ao envelhecimento populacional;•

analisar a estrutura da população com base em pirâmides etárias e outros recursos •

cartográficos;

reconhecer a importância das estatísticas para a análise das questões demográficas •

e o papel do IBGE no Brasil;

reconhecer as características gerais da população brasileira e a dinâmica dessa •

população;

entender o conceito de urbanização;•

compreender as particularidades do processo de urbanização no Brasil;•

entender as origens e formar posicionamento crítico sobre os problemas ambientais •

urbanos

5. orGanização do VoluMe

Este volume está organizado em capítulos que se agrupam em três unidades temáticas:

Unidade 1 – dinâmica da natureza: clima e vegetação

cAPíTULO 1 – ELEmEnTOS dO cLImA E dA VEGETAçãO; cAPíTULO 2 – dOmínIOS cLImÁ-

TIcOS E FORmAçõES VEGETAIS nO mUndO; cAPíTULO 3 – cLImA E VEGETAçãO dO BRASIL

Os dois primeiros capítulos têm em comum temas centrais voltados para os aspectos na-

turais que caracterizam a superfície terrestre Abordam fatores relacionados aos fenômenos

que influenciam a hidrografia, o clima e a vegetação e às variações de como esses elementos

se manifestam nos diferentes espaços da superfície terrestre Esses diferentes elementos

interagem formando grandes paisagens Por meio da seleção do clima e da vegetação como

elementos essenciais de identificação dessas paisagens, são estabelecidos os chamados

domínios climatobotânicos

O capítulo 3, por sua vez, trata do tema da unidade com enfoque no território brasileiro

Unidade 2 – dinâmicas da natureza: hidrografia e hidrografia do Brasil

cAPíTULO 4 – ELEmEnTOS dA hIdROGRAFIA; cAPíTULO 5 – hIdROGRAFIA E REcURSOS

hídRIcOS dO BRASIL

Os capítulos desta unidade tecem uma caracterização dos principais aspectos da hidro-

grafia no mundo e do Brasil, como a distribuição das águas na superfície terrestre, as gran-

des bacias hidrográficas do mundo e do Brasil, os regimes fluviais, a erosão e o transporte

de sedimentos

A relação entre o ser humano e a natureza é explorada na abordagem de assuntos impor-

tantes relacionados à água e à hidrografia, como o aproveitamento econômico dos rios e os

impactos ambientais causados por essa exploração

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Manual do Professor 41

Unidade 3 – dinâmica da população

cAPíTULO 6 – dISTRIBUIçãO E cREScImEnTO dA POPULAçãO mUndIAL; cAPíTULO 7 –

ESTRUTURA E mIGRAçõES dA POPULAçãO mUndIAL; cAPíTULO 8 – dISTRIBUIçãO, cRES-

cImEnTO E ESTRUTURA dA POPULAçãO dO BRASIL; cAPíTULO 9 – mIGRAçõES EXTERnAS

E InTERnAS dA POPULAçãO dO BRASIL; cAPíTULO 10 – URBAnIzAçãO nO BRASIL

Os dois primeiros capítulos desta unidade são complementares ao tratarem de conceitos,

fenômenos e caracterizações relacionados à demografia, enfatizando os aspectos popula-

cionais do mundo Além de trabalhar a caracterização e o comportamento da população

mundial, a abordagem permite fornecer aos alunos elementos importantes para serem em-

pregados como parâmetros da realidade demográfica no Brasil, tema dos demais capítulos

da unidade

O elemento que confere unidade aos capítulos 8, 9 e 10 é o fato de estes terem o Brasil

como foco da abordagem dos temas relacionados à demografia e à urbanização Nesses

três capítulos, são dispostas informações que permitem a caracterização da população atual

brasileira, a recomposição de alguns de seus aspectos históricos e a análise de sua dinâmica

e estrutura A urbanização, fenômeno tratado especificamente no capítulo 10, é também um

processo indissociável da dinâmica populacional

6. orientações esPecíficas sobre os caPítulos

caPítulo 1 – eleMentos do cliMa e da VeGetação

O estudo dos conteúdos deste capítulo deve contemplar a apreensão dos diferentes tipos

climáticos e de formações vegetais e dos processos específicos relacionados a essas duas

manifestações da natureza No entanto, deve-se buscar caminhos para que os alunos per-

cebam a correlação que existe entre elas Um dos modos de levar os alunos a pensar sobre

as interferências mútuas entre o clima e a vegetação pode ser obtido propondo-lhes realizar

uma análise comparativa entre os mapas que representam a distribuição dos tipos climá-

ticos e a ocorrência das formações vegetais no mundo Por meio dessa atividade é possível

incentivá-los a desenvolver hipóteses sobre como o clima interfere nas características da

vegetação e vice-versa

Os resultados desse tipo de proposição podem ser melhores se houver a possibilidade de

o professor desenvolver atividades conjuntas com o professor de Biologia, que pode orientar,

por exemplo, como determinadas condições climáticas atuam na definição das característi-

cas da vegetação

Além de procurar evitar dissociações drásticas entre os fenômenos relacionados ao clima

e à vegetação, é igualmente importante propor aos alunos que reflitam sobre a dinâmica

da natureza A reflexão deve basear-se nos elementos do clima e da vegetação e a atuação

da humanidade deve ser considerada um fator que interfere intensamente nessa dinâmica

Sobre a relação entre sociedade e natureza, e principalmente sobre a origem dos impactos

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42 Manual do Professor

ambientais e as possíveis soluções para evitá-los ou amenizá-los, estimule os alunos a as-

sumir posturas críticas e estruturadas em argumentos coerentes, que devem ser construí-

dos em atividades orais e textuais

Abertura: atividades complementares (p. 10)

O texto de abertura, de Paulo Leminski, trata de maneira poética um fenômeno climático:

a chuva Aproveite para perguntar aos alunos se já pensaram, em algum momento, como

ocorre esse fenômeno e quais são suas possíveis causas

Resposta: resposta pessoal Espera-se que, ao responder a essa pergunta, os alunos re-

flitam sobre como os fenômenos climáticos influenciam a vida na superfície terrestre

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

InVERSãO TéRmIcA – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm BIOLOGIA (P. 18)

A inversão térmica é um fenômeno natural, mas, em ambientes com elevados índices

de poluição, como os urbanos, torna-se um problema para a sociedade devido aos efeitos

nocivos para a saúde, em especial das crianças, dos idosos e das pessoas com problemas

respiratórios Dentro desse contexto, há a possibilidade de associar os conhecimentos ensi-

nados em Geografia aos de Biologia, para uma análise mais profunda a respeito dos efeitos

negativos da inversão térmica para o ser humano

PARA LER E PESqUISAR – EnTEndA cOmO SE FORmA Um FURAcãO (P. 23)

O objetivo dessa atividade é que os alunos façam pesquisas sobre os principais furacões

registrados pelos cientistas e cheguem à conclusão de que o fenômeno traz graves conse-

quências para a população dos países atingidos Entre os furacões devastadores, os alunos

podem citar o Mitch, que, em 1998, causou a morte de mais de 10 mil pessoas e afetou áreas

da Nicarágua, da península de Yucatán, de Honduras, da Guatemala, de El Salvador e do sul

da Flórida O monitoramento via satélite das condições atmosféricas possibilita a observa-

ção da formação e das rotas a serem percorrida pelos furacões, o que auxilia na elaboração

de planos de contingência emergenciais para conter, ao menos parcialmente, os danos cau-

sados por esses fenômenos

EnTEndA cOmO SE FORmA Um FURAcãO – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm FíSIcA

(P. 23)

Professor, em Geografia, a análise da formação dos furacões é relativamente superficial,

uma vez que o maior destaque dado pela disciplina é em relação aos efeitos do fenômeno

sobre as sociedades atingidas Por outro lado, há a possibilidade de integrar os estudos de

Geografia a respeito da formação dos furacões com a Física, em que a análise desse tema é

geralmente mais técnica

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Manual do Professor 43

RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 29)

Atmosfera é a camada gasosa que envolve a crosta terrestre É nela que se observam os 1. fenômenos climáticos que influenciam a dinâmica do planeta Ela é importante para o ser

humano, pois permite a ocorrência de diversos fenômenos e eventos, como combustão,

equilíbrio térmico do planeta, transmissão do som, difusão da luz, além de filtrar e reter

parte dos raios solares, mantendo a temperatura adequada à vida humana

2.

camada características

TroposferaEstá em contato direto com a superfície da Terra, contém a maior parte da massa gasosa e da totalidade de vapor d’água da atmosfera Nela ocorrem os fenômenos meteorológicos que definem o tempo e o clima

Estratosfera Contém quase a totalidade do gás ozônio, responsável pela filtragem dos raios ultravioleta

Mesosfera Camada na qual a temperatura cai com a altitude e a densidade do ar é muito baixa

Ionosfera Parte mais externa da atmosfera: reflete as ondas eletromagnéticas de rádio e televisão

ExosferaA última camada da atmosfera Nela existe uma grande variedade de gases – como hélio, nitrogênio e oxigênio – mas em pequenas quantidades, já que, com a falta de gravidade, as moléculas se dissipam em direção ao espaço

O ozônio existente na atmosfera tem a função de filtrar os raios ultravioleta do Sol, evitan-3. do que a vida no planeta seja gravemente afetada pela grande intensidade desses raios A

quantidade de ozônio na atmosfera vem diminuindo em virtude do aumento dos clorofluor-

carbonetos lançados no ar, que decorre principalmente de atividades humanas Em conta-

to com o ozônio, esses gases reagem quimicamente, formando outro elemento químico e,

dessa forma, comprometem/reduzem a concentração de ozônio na atmosfera Estima-se

que, nas últimas décadas, a camada de ozônio já tenha diminuído cerca de 5%, em parti-

cular na Antártida A ação humana, quase sempre voltada para a obtenção de lucro fácil

e rápido, vem repercutindo de forma intensa na degradação das condições ambientais O

que está acontecendo na camada de ozônio é apenas mais um dos problemas que compro-

metem a qualidade de vida no planeta

Tempo está relacionado às condições momentâneas do ar atmosférico em determinado 4. lugar Clima se refere às condições médias da atmosfera, ou seja, ao modo como os fenô-

menos meteorológicos se comportam regularmente em determinado lugar

Os fatores são: latitude (em razão da inclinação da Terra, a incidência dos raios solares 5. tende a ser menor nas regiões de maior latitude) e altitude (o ar tende a diminuir a capa-

cidade de retenção de calor com a elevação de altitude)

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44 Manual do Professor

Massas de ar são porções de ar, geralmente de grandes dimensões, que apresentam con-6. dições relativamente homogêneas de temperatura, umidade e pressão, e se deslocam de

uma região a outra As massas de ar são classificadas em: equatoriais (formadas próxi-

mas ao Equador, apresentam temperaturas mais elevadas e pressões mais baixas, e nor-

malmente são mais úmidas que as demais); tropicais (formam-se próximas aos trópicos

e em geral são bastante quentes e com pressões médias e baixas); e polares (formadas

próximas aos polos, são as mais frias e de maior pressão)

El Niño7. é o aquecimento anômalo das águas do oceano Pacífico, provocado principalmente

pela perda de força dos ventos alísios, impedindo o fenômeno da ressurgência no oceano

Essa mudança na temperatura do oceano compromete o sistema de circulação de ar e,

consequentemente, a distribuição de chuvas e o prolongamento das secas, afetando prin-

cipalmente o setor agrário

O fenômeno 8. La Ninã recebe esse nome por apresentar um mecanismo oposto ao do El

Niño, ou seja, resfria as águas do oceano Pacífico Esse resfriamento causa uma mudança

de pressão que desloca massas de ar em direção à Austrália, ocasionando chuvas naquela

região e seca nas regiões da América do Sul

Os fatores que influenciam os diferentes tipos de clima são: massas de ar, relevo, forma-9. ção vegetal, proximidade do oceano, proximidade do Equador, ação humana, concentração

urbano-industrial, entre outros Regiões climáticas são áreas que apresentam caracterís-

ticas climáticas semelhantes

Correntes marítimas (ou oceânicas) são grandes massas de água salgada que se deslocam 10. no interior dos oceanos como se fossem rios Em geral, apresentam salinidade, densidade

e temperatura diferentes da água ao seu redor, o que as impede de misturar-se com o

restante do oceano Além disso, deslocam-se a uma velocidade aproximada de 5 km/h e

apresentam grandes dimensões Sua origem está associada à circulação atmosférica, às

diferenças de temperatura das águas e ao assoalho oceânico

Os fatores que influenciam a distribuição da vegetação original do planeta Terra são: clima 11. (que é a influência predominante); solo (que é o elemento de sustentação física da planta

e sua fonte de nutrição); e relevo (que influencia indiretamente, pois altera as condições

climáticas, que são importantes para a distribuição vegetal)

Os vegetais podem ser classificados de acordo com seu porte (em arbóreos, arbustivos ou 12. herbáceos), com seu teor de umidade (em higrófilos e xerófilos); e com suas folhas (em

vegetais latifoliados, aciculifoliados, perenifólias e caducifólias)

AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 29)

Na atividade 13, os alunos devem compreender que ciclones e furacões podem atingir o

Brasil, causando prejuízos econômicos e sociais consideráveis

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Manual do Professor 45

13. De acordo com a escala, o furacão pode ser classificado no nível 1, cujos ventos variam de a.

118 km/h a 152 km/h Em comparação com o furacão, um ciclone pode ser considerado um

fenômeno mais brando, com ventos de menor intensidade e que causa menos estragos

Somente ventos acima de 118 km/h podem ser considerados furacões Os ventos de b.

50 km/h a 80 km/h são classificados como ciclones

Os prejuízos estão relacionados a pessoas feridas, alagamentos, destruição de casas e c.

rede elétrica e interrupções de estradas

O título do texto pode ser considerado incorreto, porque ventos de 150 km/h não são clas-d.

sificados como ciclones, mas como furacões

14. A altitude do Everest é de 8 848 m a.

Quanto maior for a altitude, menor será a pressão atmosférica, o que resulta numa menor b.

concentração dos gases (ar mais rarefeito), à medida que as altitudes se elevam

Em altitudes elevadas, a pressão atmosférica é menor e, nessas condições, a temperatura c.

tende a ser menor também Além disso, a área de incidência (considere absorção e refle-

xão) dos raios solares (que provocam aquecimento da superfície) em topos de montanhas

é menor

O deslocamento de massas de ar pode ser considerado responsável pela chegada de neve d.

e frio

A meteorologia pode prever, com alguns dias de antecedência, as condições do tempo, e.

orientando essas pessoas sobre a viabilidade de escalar determinada montanha, conside-

rando os ventos, a umidade e a temperatura

ATIVIdAdE FInAL: ELABORAçãO dE TEXTO jORnALíSTIcO (P. 32)

As chuvas de convecção ocorrem nas proximidades dos trópicos, geralmente no verão,

e são caracterizadas pelo movimento atmosférico de ascensão de ar quente (carregado de

vapor d’água) e pelo movimento descendente de ar mais frio, gerando precipitação devi-

do à condensação do vapor d’água Geralmente ocorrem nos fins de tarde dos dias muito

quentes (por isso são mais comuns no verão) e são, predominantemente, muito fortes

(apesar de apresentarem curto período de duração) Entre os demais tipos de precipita-

ção, podem ser citadas as chuvas orográficas, caracterizadas pela ocorrência em regiões

montanhosas, nas quais o ar ascendente perde pressão com a altitude e se resfria até for-

mar nuvens Em estradas que cortam essas áreas, é comum que essas nuvens (também

chamadas de neblina) atrapalhem a visualização dos motoristas, fazendo que, por vezes,

o trânsito seja interrompido temporariamente Outro tipo de precipitação são as chuvas

frontais – caracterizadas pelo encontro de uma massa de ar quente e uma massa de ar

fria –, que causam o resfriamento da massa de ar quente e, consequentemente, a conden-

sação do vapor d’água e a precipitação

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46 Manual do Professor

Professor, como conclusão da atividade final, peça aos alunos que apresentem seu texto

jornalístico aos colegas de sala Essa iniciativa pode estimular o debate sobre os tipos de

precipitação mais comuns nas regiões tropiciais e seus impactos na sociedade

caPítulo 2 – doMínios cliMáticos e forMações VeGetais no Mundo

Promova o reconhecimento dos grandes domínios climatobotânicos destacados no capítulo

por meio da leitura dirigida dos textos e boxes e da análise dos recursos visuais Ao fazer o

levantamento dos aspectos paisagísticos dos grandes domínios, é fundamental que seja mos-

trado aos alunos que um domínio climatobotânico resulta da atuação simultânea e integrada

dos fatores naturais (sobretudo os relacionados ao clima e à vegetação) Portanto, o esforço

de análise integrada dos agentes climáticos e das formações vegetais deve agora servir para

compreender que dessa interação resultam também manifestações visíveis no espaço

Os domínios climatobotânicos, enquanto unidades naturais, são também fonte de recur-

sos naturais, cujo processo de exploração implica a alteração, em muitos casos com grande

intensidade, de suas características “originais”, desarticulando as relações de equilíbrio en-

tre os elementos da natureza Mais uma vez, é necessário discutir modos de apropriação dos

recursos naturais de forma a permitir a sua reposição natural e não degradar os ecossis-

temas Informações sobre as possibilidades de exploração racional dos ambientes naturais

podem ser requisitadas por meio de pesquisas complementares em fontes variadas

Outra frente de discussão pode ser aberta demonstrando que, apesar da capacidade hu-

mana de transformação do espaço natural, as características espaciais decorrentes dos fe-

nômenos da natureza também interferem consideravelmente na organização das socieda-

des, que precisam encontrar diferentes alternativas de adaptação frente às especificidades

naturais que se arranjam em cada porção da superfície terrestre Oriente os alunos a buscar

embasamento sobre essa questão nos tópicos do texto que abordam a ocupação territorial

nos mundos frio, temperado e tropical

Abertura: atividades complementares (p. 34)

O texto de abertura fala sobre as origens da Floresta Amazônica e afirma que nem sem-

pre ela foi como é hoje, devido a fatores climáticos, à relação entre espécies e a processos

geológicos que mudaram a configuração do território, permitindo o estabelecimento de uma

vasta biodiversidade Com base no texto, pergunte aos alunos:

Por que o paleozoólogo Peter Mann de oledo afirma que nem sempre a Floresta Amazônica 1. “esteve aqui”?

Resposta: porque, ao longo de milhões de anos, devido às mudanças do clima, às relações entre espécies e aos processos geológicos, o local onde se encontra a floresta sofreu di-versas alterações até esta chegar, finalmente, ao que é hoje

Com base em seus conhecimentos, responda: o aspecto da vegetação da Terra sempre foi 2. como é hoje? Explique

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Resposta: para responder a essa questão, os alunos devem relembrar os conteúdos es-

tudados no volume 1 (a história da formação da Terra e as eras geológicas) para explicar

que a vegetação da Terra variou ao longo de milhões de anos, devido a diversos fatores,

entre eles o clima

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

dOmínIOS cLImÁTIcOS E FORmAçõES VEGETAIS nO mUndO – InTERdIScIPLInARIdAdE

cOm BIOLOGIA (P. 34)

Professor, o conteúdo desse capítulo, sobre domínios climáticos e formações vegetais no

mundo, pode ser abordado tanto pela Geografia como pela Biologia Isso abre a possibili-

dade de os professores dessas disciplinas realizarem um trabalho em conjunto, analisando

as formações vegetais mundiais e brasileiras Elabore, com o professor de Biologia, um pro-

jeto que integre as duas disciplinas O conteúdo do capítulo 3, sobre clima e vegetação no

Brasil, também pode fazer parte desse trabalho integrado

PARA OBSERVAR E ELABORAR – cOnSTRUIndO cLImOGRAmAS (P. 50)

Professor, explique aos alunos a importância dos climogramas como elementos que per-

mitem analisar características dos tipos climáticos existentes e auxilie-os na interpretação

de seus elementos constituintes (curva de temperatura e níveis de precipitação no decorrer

do ano) Após a interpretação dos climogramas das páginas 38, 41 e 45, peça aos alunos que

construam o recurso apresentado no boxe O site <http://br weather com> fornece informa-

ções sobre temperaturas de várias localidades do Brasil Se considerar oportuno, construa

climogramas com base nesses dados

RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 51)

A denominação mundo frio costuma ser aplicada às porções do planeta que se localizam 1. em latitudes mais elevadas e, portanto, com médias térmicas muito baixas o ano todo Os

limites do mundo frio correspondem aos espaços localizados entre os círculos polares

e os respectivos polos Rússia, Suécia, Noruega, Finlândia, Alasca e Canadá têm terras

situadas no mundo frio

A Antártida é uma imensa calota de gelo, com um diâmetro de 6 500 km de extensão A 2. paisagem antártica se caracteriza pela presença de enormes icebergs, o que pode ser ob-

servado na imagem da página 37

Clima frio: ocorre nas áreas próximas aos círculos polares e nas áreas montanhosas; as 3. temperaturas são inferiores a 10 °C e os invernos são muito rigorosos, com chuvas regu-

lares durante o ano Clima polar: ocorre na faixa polar propriamente dita (latitudes supe-

riores a 80°), apresenta temperaturas em torno de 0 °C e precipitação em forma de neve

durante o ano todo

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Tundra é a vegetação típica das áreas polares, composta de musgos e liquens e, às vezes, 4. por herbáceas entremeadas de flores

Ressalte a relação entre clima e vegetação: o clima é um fator condicionador importante 5. da formação vegetal no mundo todo

mundo temperado

Limites e características climáticas

Os limites do mundo temperado situam-se entre as latitudes 23° e 66°, ao norte e ao sul da linha do Equador Correspondem a uma zona climá-tica localizada entre uma faixa de climas extremamente quentes (inter-tropical) e extremamente frios (glacial) Na zona temperada, as quatro estações do ano são bem definidas

Principais tipos climáticos

Temperado: apresenta quatro estações bem definidas, com verões quen-tes e invernos rigorosos e chuvas anuais pouco intensas, mas bem distri-buídas durante o ano Costuma ser subdividido em temperado oceânico – menos frio e mais chuvoso – e temperado continental – mais seco e frio Subtropical: apresenta características que ficam entre as do mundo tro-pical – mais quente – e as do mundo temperado – mais frio As tempera-turas oscilam entre 15 °C e 20 °C durante o ano; as amplitudes térmicas são bastante elevadas, e as chuvas, pouco intensas e bem distribuídas ao longo do ano Mediterrâneo: assemelha-se ao clima subtropical, principalmente em relação às temperaturas médias e à amplitude térmica; apresenta distribuição irregular das chuvas, além de verão muito seco e inverno chuvoso

Principais formações vegetais

Floresta temperada: formações que perdem totalmente as folhas no período do inverno – que nessa faixa do globo é habitualmente muito frio e seco Nesse tipo de floresta, as espécies são relativamente homo-gêneas e apresentam baixa densidade vegetal Estepes: nas porções centro-setentrionais (hemisfério Norte) ou cen-tro-meridionais (hemisfério Sul) das áreas de latitudes médias, en-contram-se com frequência essas formações herbáceas, típicas dos trechos menos úmidos O aproveitamento econômico dessa formação vegetal está voltado, principalmente, para a pecuária Floresta boreal: na extremidade setentrional da faixa de atitude mé-dia, principalmente a partir da latitude 50º N, é comum a ocorrência dessa formação de coníferas, na qual dominam os pinheiros Trata-se de uma formação aciculifoliada Seus limites setentrionais geralmen-te ultrapassam os limites da zona temperada do norte e avançam até a porção mais meridional da zona glacial ártica Vegetação mediterrânea: na porção meridional do continente europeu, ainda em área de latitude média, há uma formação vegetal típica do cli-ma local: as vegetações mediterrâneas, caracterizadas pela presença de espécies classificadas como xerófilas

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Manual do Professor 49

6.

mundo tropical

Limites e características climáticas

Também conhecido como zona tórrida, corresponde à maior faixa climá-tica em extensão e se localiza em baixas latitudes É a porção mais ilu-minada e mais aquecida da superfície terrestre É mais difícil caracteri-zar e determinar as estações do ano nessa porção O clima é controlado principalmente pelas massas equatoriais (quase sempre muito quentes e úmidas) e tropicais (sempre quentes, porém de umidade variável)

Principais tipos climáticos

Equatorial: clima muito quente, com temperaturas quase sempre aci-ma dos 25 °C; apresenta pequena amplitude térmica anual; é excessiva-mente úmido e chuvoso (chuvas regulares durante o ano) Tropical: muito quente, com médias térmicas que ultrapassam 20 °C Apresenta pequena amplitude térmica anual As chuvas concentram-se no verão Tropical de monções: é uma variedade dos climas do tipo tropical Contudo, tem uma característica peculiar: está sujeito ao sistema de-nominado vento de monções Desértico: ocorre geralmente nas baixas latitudes É muito quente e seco Apresenta grande amplitude térmica diária e aridez

Principais formações vegetais

Florestas equatoriais: formações de grande porte localizadas próximas ao Equador Apresentam formações arbóreas perenifólias, latifoliadas, heterogêneas e de grande densidade vegetal Florestas tropicais: raramente ultrapassam o limite dos trópicos A densidade da cobertura vegetal é um pouco menor que a das florestas equatoriais Encontradas nas áreas dos trópicos, notadamente nos tre-chos de maior umidade, principalmente nas encostas serranas do lito-ral O aproveitamento econômico dessas florestas é feito pela extração madeireira (realizada de forma intensa e predatória) Savanas ou cerrado (nome recebido no Brasil): formações arbustivas de porte médio e baixo (pequenas árvores e arbustos que, no período de estiagem, perdem uma parte de suas folhas ou totalmente) Essas for-mações estão misturadas com algumas árvores de maior porte e com vegetação rasteira Há formações arbustivas abertas, com vasto espa-çamento entre as espécies; O aproveitamento econômico das savanas se dá por meio do uso de suas áreas para a criação de gado, que são pastos desses animais, e para a caça (em alguns locais) Formações desérticas: apresentam espécies de xerófilas, formações herbáceas com ciclo de vida curto São aproveitadas economicamente ao servir de alimento para abastecer a pecuária, que é realizada de for-ma extensiva

AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 51)

7. Os estados com maiores índices de desmatamento em 2004 são: Mato Grosso, Pará e a.

Rondônia Esses estados estão localizados na atual área de expansão da fronteira agrícola

brasileira, onde há o desmatamento com o objetivo de venda de madeira e apropriação do ter-

reno para a prática da agropecuária Essa área é conhecida como “Arco do Desmatamento”

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50 Manual do Professor

Entre 2000 e 2004, é possível observar aumento dos índices de desmatamento na b.

Amazônia Já entre 2004 e 2009 observa-se redução desses índices, período que é mar-

cado pela melhora na fiscalização e pela aplicação de multas de órgãos governamentais

aos responsáveis por desmatamentos ilegais Isso ocorreu, em especial, após o uso de

novas tecnologias de observação da superfície, como as imagens de satélite, o que per-

mite o acompanhamento e o monitoramento mais preciso do avanço do desmatamento

na Amazônia Destaca-se também, como fator contribuinte para essa melhora, o Plano de

Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia, que auxiliou o governo a fiscalizar

a prática ilegal na floresta

Professor, esta é uma oportunidade para trabalhar duas linguagens: a gráfica (imagem) e 8. a escrita No caso desta atividade, ocorre uma passagem da linguagem gráfica (observa-

ção da foto) para a escrita (elaboração da legenda) As legendas são respostas pessoais

Cerrado a.

Tundra b.

Deserto c.

Floresta Boreal d.

ATIVIdAdE FInAL: PESqUISA E PROdUçãO dE TEXTO (P. 53)

Professor, a interatividade dos alunos com o site, proposta nesta atividade, visa conscien-

tizá-los e sensibilizá-los a respeito da questão da preservação ambiental Juntamente com

os alunos, com base nas pesquisas que eles fizeram, avalie qual é a situação da preserva-

ção ambiental hoje Promova uma reflexão sobre a temática ambiental Como conclusão da

atividade, proponha aos alunos que pesquisem e apresentem um texto sobre quais medidas

já estão sendo tomadas e quais devem ser empreendidas para diminuir a degradação am-

biental e ajudar a preservar o planeta Para a realização do texto, eles podem basear-se nas

propostas que são indicadas ao clicar, no site, em: como posso modificar minha pegada?

caPítulo 3 – cliMa e VeGetação do brasil

O Brasil é um país com vários tipos climáticos, o que decorre, entre outros fatores, da

grande extensão territorial do país – aspecto estudado no capítulo 1 Como o clima é deter-

minado por uma combinação de diferentes fatores, a grande área correspondente ao terri-

tório brasileiro proporciona a ocorrência de significativa quantidade de variáveis climáticas,

entre as quais se destacam as variações de latitude e de continentalidade-maritimidade,

além da ocorrência de diferentes massas de ar

Promova uma caracterização dos fatores climáticos de modo que os alunos possam en-

tender a forma como cada um interfere no clima, contrapondo-os, posteriormente, às carac-

terísticas brasileiras Dessa maneira, enfatizando que os fatores não podem ser avaliados

individualmente para a análise climática e instigando os alunos a correlacionar os diferentes

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fatores entre si, torna-se possível levá-los a obter melhor entendimento sobre o tema e a

realizar interpretações mais profundas da realidade brasileira É importante que os alunos

consigam, por meio desse estudo, analisar o quadro climático brasileiro identificando regio-

nalmente os fatores e as características dos climas vigentes

O entendimento sobre o papel dos diferentes fatores para a definição dos climas deve

conduzir, portanto, ao reconhecimento dos tipos climáticos brasileiros Esse objetivo pode

ser alcançado com maior êxito se os alunos dominarem a interpretação dos gráficos co-

nhecidos como climogramas No livro do aluno, cada tipo climático apresentado tem suas

características gerais representadas em um climograma – confeccionado com base em

dados coletados de uma cidade onde ocorre o clima em questão Por isso, é necessário

verificar se os alunos já contam com esse pré-requisito e, em caso negativo, deve-se tra-

balhar a habilidade de leitura dos recursos cartográficos contidos nesse tipo de gráfico É

necessário entender que: as barras verticais e a linha demonstram a evolução de valores

ao longo dos meses do ano (representados pelas suas iniciais, dispostas horizontalmente

na base do gráfico); as barras representam a variação de pluviosidade, que deve ser verifi-

cada mês a mês na escala (em mm) à direita; e a linha representa a variação da temperatu-

ra média, cuja escala em ºC encontra-se na parte esquerda do gráfico Para confrontar os

climogramas aos tipos climáticos, é necessário ter a noção de que o clima se caracteriza

pelo comportamento atmosférico ao longo do ano, sendo assim importante localizar os

períodos (ou as estações) do ano quando ocorrem eventos característicos, como as típicas

chuvas de verão nas áreas de clima tropical e as baixas temperaturas de inverno do clima

subtropical

Como o clima é um dos fatores mais importantes na definição das características da co-

bertura vegetal, após promover o reconhecimento das principais formações vegetais brasi-

leiras, é interessante abordar essa relação confrontando os mapas do clima e da vegetação

no Brasil, solicitando aos alunos que tentem encontrar indícios de como os tipos climáticos

podem influenciar as formações vegetais

O tema vegetação também abre boas oportunidades para o debate sobre a ocorrência de

impactos ambientais e para a realização de pesquisas complementares a respeito da explo-

ração dos recursos naturais das diferentes formações vegetais brasileiras e dos impactos

gerados

Para fornecer aos alunos outros elementos da relação entre clima e vegetação, mais

precisamente da influência da radiação solar sobre a vegetação, trabalhe o texto de aprofun-

damento a seguir:

Clima e vegetação

A estreita relação entre clima e vegetação evidencia-se pela coincidência entre zonas climáticas e

biomas. A variação do clima no espaço geográfico e no tempo é determinada em grande medida pela

variação da intensidade da radiação solar. A radiação solar afeta o balanço de radiação das superfícies,

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52 Manual do Professor

que, por sua vez, influencia as condições de temperatura, movimentação do ar e disponibilidade hí-

drica para as plantas. Além de ser fator determinante do clima, a luz do Sol, usada diretamente pelas

plantas verdes na síntese de compostos orgânicos, é praticamente a única fonte de toda a energia que

circula através dos organismos em ecossistemas. A radiação solar também estimula processos de dife-

renciação de tecidos e órgãos. Há também estreita relação entre clima e solo. Isso porque os processos

de formação dos solos, como intemperismo da rocha matriz e transporte de partí culas e nutrientes,

são em grande parte determinados pelo clima.

Os fatores climáticos podem ser estudados em diferentes escalas (Stoutjesdijk & Barkman,

1992). O macroclima se refere à situação média de longo prazo que ocorre independentemente da

topografia, do tipo de solo e da vegetação. O mesoclima é uma variante local do macroclima resul-

tante da topografia, da vegetação ou da ação antrópica. São variações mesoclimáticas: os “brejos”

da caatinga, a diferença de umidade resultante do tipo de exposição solar em encostas, as “ilhas de

calor” em cidades, etc. O microclima se refere a variações que se devem à proximidade da superfí-

cie do solo (entre aproximadamente 2 m acima e 1 m dentro do solo), superfície de folhas, fissuras

em rochas, etc. [...]

Variação espacial e temporal na radiação solar

A intensidade da radiação recebida no topo da atmosfera de um dado local depende da declina-

ção do Sol, sendo esta uma função do dia, hora e latitude do local [...].

Da mesma forma, a duração do dia é função da latitude e do dia do ano. Consequentemente,

para um dado local, há um ciclo diário (noite, dia) e anual (estações) na intensidade e duração da

radiação solar, os quais são determinados fundamentalmente pela latitude. A intensidade da radiação

solar e a duração do dia na região intertropical variam menos ao longo do ano. A partir dos trópicos

em direção aos polos se reduz a intensidade da radiação e aumenta a variação da duração do dia entre

estações do ano.

O clima do planeta também tem apresentado variações cíclicas de milhares de anos (períodos

glaciais e interglaciais), resultado da variação de parâmetros orbitais [...]. O ciclo presente iniciou-se

há 18 mil anos e terminará em 3 mil anos. Nesse ciclo, a época do ano em que o planeta encontra-se

mais próximo do Sol cada vez se atrasa mais nas estações do ano, causando alterações na distribuição

da radiação solar entre inverno e verão. No período do ciclo em que coincide a Terra estar longe do

Sol, durante o verão do hemisfério Norte ocorre acúmulo de gelo (era glacial) devido à redução do

contraste térmico entre verão e inverno (verões e invernos amenos).

Além dos fatores atmosféricos já referidos, a intensidade e, em menor grau, a qualidade da radia-

ção solar é afetada pela topografia, pela altura do dossel em comunidades terrestres, e pela profun-

didade e turbidez da água em comunidades aquáticas. A topografia (inclinação e exposição solar do

local) é mais relevante para a temperatura do que para a luminosidade.

PILLAR, V. D. Clima e vegetação. Ecologia quantitativa. Disponível em: <http://ecoqua.ecologia.ufrgs.br>. Acesso em: 12 mar. 2013.

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Abertura: atividade complementar (p. 54)

Vidas secas é uma obra de Graciliano Ramos que retrata a vida no Sertão nordestino, onde

a vegetação típica é conhecida como caatinga Trabalhando em grupo, resolva as questões a

seguir:

Quais são as características elementares da caatinga?1.

Resposta: na caatinga ocorre o predomínio de plantas arbustivas com troncos e galhos

retorcidos e espinhentos, que permanecem ressecados durante os períodos de estia-

gem, mas ganham foliação verde durante as estações chuvosas

De que modo essa formação vegetal é influenciada pelo clima local?2.

Resposta: a escassez de chuvas, que caracteriza o clima semiárido e ocorre no interior

do Nordeste, não favorece o desenvolvimento de formações florestais Por outro lado, as

espécies que compõem a caatinga são adaptadas à falta de umidade, sendo o aspecto

retorcido e a ausência de folhas, durante as secas, evidências disso Outra maneira de

perceber as interferências climáticas na caatinga é a transformação que a vegetação

sofre com o cair das chuvas

Exercendo sua liberdade poética, Graciliano Ramos parece relacionar as características 3. da paisagem do Sertão nordestino às feições e às condições de vida do seu povo Que

interpretação é possível fazer desse enunciado?

Resposta: a aridez do clima não se manifesta apenas na aparente brutalidade da vege-

tação, mas também na improdutividade dos solos, na secura dos rios e em outras tantas

condições que tornam a vida no Sertão, em grande parte, inóspita Portanto, o sertanejo

traria na face e em sua luta cotidiana pela sobrevivência as marcas do sofrimento

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

cLImA E VEGETAçãO dO BRASIL – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm LITERATURA (P. 54)

Professor, a obra Vidas secas, de Graciliano Ramos, usualmente é listada como livro de

leitura obrigatória em vestibulares do Brasil, além de ser utilizada por diversos professores

de Literatura Juntamente com o professor de Literatura, realize um trabalho que envolva as

duas disciplinas

PARA LER E REFLETIR – mARITImIdAdE E cOnTInEnTALIdAdE (P. 61)

A amplitude térmica da cidade de Santos é de 10 ºC e a de Presidente Prudente é de 1. 16 ºC Por estar localizada no litoral, a cidade de Santos sofre os efeitos da maritimi-

dade, que torna as diferenças de temperatura mais amenas A cidade de Presidente

Prudente está mais distante do litoral, por isso sofre influência da continentalidade, que

torna a amplitude térmica mais acentuada

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54 Manual do Professor

Resposta pessoal Professor, oriente os alunos a responder à questão com base na in-2. fluência do clima na sua vivência cotidiana durante os meses de verão e inverno

PARA LER E REFLETIR – BIOPIRATARIA nO BRASIL (P. 67)

O objetivo da atividade é chamar a atenção dos alunos para a questão da biopirataria no

Brasil, que envolve o registro de patentes de espécies vegetais brasileiras, o tráfico ilegal de

animais e o uso do material genético da fauna e flora dos biomas brasileiros Há a possibili-

dade de ampliação do projeto, inclusive com a apresentação do tema em feiras culturais ou

painéis expostos na escola

O SISTEmA nAcIOnAL dE UnIdAdES dE cOnSERVAçãO (SnUc) –

InTERdIScIPLInARIdAdE cOm BIOLOGIA (P. 71)

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) tem como objetivos implemen-

tar e gerir as Unidades de Conservação, que são espaços com características naturais rele-

vantes e protegidas por lei criadas para preservar a natureza É possível realizar um trabalho

em conjunto com a disciplina de Biologia, podendo-se fazer um estudo do meio, caso haja

alguma Unidade de Conservação nas proximidades da escola

PARA LER E PESqUISAR – O códIGO FLORESTAL BRASILEIRO (P. 72)

A alteração do Código Florestal brasileiro é um assunto que gera debate entre os Poderes

Executivo, Legislativo e Judiciário do Brasil, além de chamar a atenção da mídia e da so-

ciedade O Código Florestal tem como objetivo fazer um planejamento para determinar as

áreas que podem ser utilizadas e as que devem ser preservadas, como as APPs (Áreas de

Preservação Permanente) e as Reservas Legais Professor, utilize essa atividade para in-

centivar os alunos a acompanhar as mudanças relativas ao Código Florestal, e, se preciso,

utilize imagens e ilustrações disponíveis na internet para ajudá-los a compreender porque

determinadas áreas devem ser protegidas por lei

ATIVIdAdES: RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 73)

Os fatores que influenciam o clima brasileiro são: a latitude, a altitude e as massas de 1. ar Pelo fato de a maior parte do território estar localizada na zona intertropical do pla-

neta, ocorre o predomínio de climas quentes, com exceção das latitudes mais eleva-

das, caracterizadas por médias térmicas menores A altitude do Brasil não influencia

muito seu clima devido ao predomínio de baixas e médias altitudes no território, com

exceção das regiões serranas localizadas no Sudeste e no Sul, que apresentam médias

térmicas mais baixas em relação às do restante do país A ação de cinco massas de

ar no território influencia o teor de umidade e a temperatura média das localidades

atingidas

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Manual do Professor 55

As massas de ar que atuam na Amazônia são: a massa equatorial continental, a massa 2. equatorial atlântica e a massa polar atlântica O clima da região amazônica é o equato-

rial úmido, caracterizado por médias térmicas elevadas e por chuvas abundantes bem

distribuídas ao longo do ano O clima equatorial semiúmido, que atua na porção oriental

de Roraima e no noroeste do Pará, diferencia-se do clima equatorial úmido apenas pela

ocorrência de uma estação seca entre os meses de outubro e dezembro

É o clima semiárido, que abrange todo o Sertão nordestino e o vale médio do rio São 3. Francisco

Os tipos de clima são: 4.

equatorial úmido – apresenta temperaturas elevadas e chuvas abundantes ao longo •

de todo o ano;

equatorial semiúmido – semelhante ao clima equatorial úmido, diferencia-se •

deste apenas pela ocorrência de uma estação seca entre os meses de outubro e

dezembro;

tropical – apresenta temperaturas elevadas durante o ano todo e chuvas intensas, •

cuja distribuição determina duas estações bem definidas, com verões chuvosos e

invernos secos;

semiárido – caracterizado por elevadas temperaturas o ano todo e chuvas escassas •

e mal distribuídas ao longo do ano;

tropical de altitude – apresenta temperaturas brandas e chuvas intensas anuais, •

concentradas no verão No inverno, a ocorrência de geadas é relativamente comum;

subtropical – apresenta chuvas bem distribuídas ao longo do ano e a ocorrência •

de geadas é frequente É o único clima com estações claramente definidas, pois os

verões são muito quentes, os invernos, muito frios, e há médias térmicas intermedi-

árias no outono e na primavera;

tropical úmido – caracterizado por elevadas temperaturas e umidade o ano todo No •

litoral oriental nordestino, as chuvas concentram-se no inverno e, no litoral sudeste,

no verão

Veja tabela na próxima página 5.

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56 Manual do Professor

Formação principal Subdivisões características

Formações florestais

Floresta latifoliada equatorial

Também conhecida como Amazônia, apresenta uma formação vegetal hete-rogênea, densa, típica de clima quente e superúmido e se divide em três estratos: igapó – parte da floresta onde o solo está permanentemente inundado; várzea – vegetação localizada em áreas de inunda-ções periódicas; e terra firme – vegetação localizada em áreas livres de inundações

Floresta latifoliada tropical

Formação exuberante semelhante à flo-resta equatorial, heterogênea, intrincada e densa Ocorre em diferentes pontos do país onde as temperaturas são elevadas e há alto teor de umidade É mais conheci-da como Mata Atlântica

Mata dos Cocais

Formação de transição entre os climas semiárido (a leste) e equatorial superú-mido (a oeste) Apresenta a ocorrência de babaçu, nas áreas mais úmidas, e de carnaúba, nas áreas menos úmidas

Floresta aciculifoliada subtropical

Típica do clima subtropical, apresenta árvores com folhas finas e alongadas, em forma de agulha, o que evita excessiva perda de umidade Relativamente ho-mogênea, tem poucas variedades, com o predomínio da Araucaria angustifolia.

Formações complexas

Cerrado

Domínio de arbustos e pequenas árvores bastante retorcidas, com casca grossa, geralmente caducifólias, e com raízes profundas

Caatinga

Composta de plantas xerófitas, como cactáceas e caducifólias, e de carnaubei-ra, cujas folhas são recobertas por uma cera que evita a transpiração

Pantanal

Apresenta uma porção inundável em que, apenas nas estiagens de inverno, desen-volve-se uma vegetação rasteira Nas áreas mais altas encontram-se espécies típicas dos cerrados e, em alguns pon-tos mais úmidos, espécies arbóreas da floresta tropical

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Manual do Professor 57

Formações campestres

Campos meridionaisApresentam áreas de gramíneas mais extensas e homogêneas, denominadas “campos limpos”

Campos de hileiaVegetação rasteira e arbustiva encon-trada nas áreas inundáveis da Amazônia oriental

Campos de altitude

Vegetação rasteira, com gramíneas e arbustos, encontrada na Serra da Mantiqueira e na região serrana dos pla-naltos residuais Norte-Amazônicos

Formações litorâneas

Mangues

Apresentam uma vegetação adaptada à intensa salinidade e à falta de oxigenação do solo, em áreas alagadas periodica-mente pelas águas do mar São formados de arbustos misturados a espécies arbó-reas, quase sempre de tronco muito fino e raízes aéreas

Restingas

Nessas formações existem espécies her-báceas, arbustivas e arbóreas A aroeira--de-praia e o cajueiro fazem parte desta formação

Dunas Apresentam vegetações rasteiras, com raízes profundas e horizontais

Praias

É comum a presença de espécies halófi-las, que se estabelecem em lugares ricos em sal, como a salsa-da-primavera e o jundu

AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 73)

6. Os mapas representam a Mata Atlântica a.

Essa vegetação vem sofrendo intenso processo de desmatamento, desde o período colo-b.

nial, com o desenvolvimento da cultura canavieira nas áreas ocupadas pela Mata Atlântica

Mais recentemente, a atuação das empresas madeireiras, a construção de estradas, a po-

luição, as queimadas, o crescimento urbano desordenado, a criação de novas áreas para

pastagem e a falta de uma política florestal nacional levaram ao aumento dos índices de

devastação dessa vegetação

7. As imagens têm relação entre si, pois remetem ao desmatamento intensamente praticado a.

no território brasileiro

Resposta pessoal Professor, espera-se que as respostas dos alunos consistam em uma b.

reflexão sobre as causas do desmatamento no Brasil e sobre as políticas de preservação

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58 Manual do Professor

que vêm sendo adotadas no intuito de barrar a expansão das áreas devastadas É interes-

sante abordar em sala de aula a questão da efetividade dessas ações de preservação, bem

como se essas medidas são tomadas preventivamente ou somente ocorrem depois de a

situação chegar a níveis alarmantes

8. A imagem corresponde ao cerrado, formação vegetal encontrada em quase todo o Brasil a.

central

Esta imagem corresponde ao Pantanal, localizado no interior dos estados de Mato Grosso b.

e de Mato Grosso do Sul

Esta imagem corresponde à Floresta Amazônica, que se estende por quase toda a Região c.

Norte, e atinge a porção setentrional de Mato Grosso e a porção ocidental do Maranhão

Esta imagem corresponde à caatinga, encontrada no Sertão nordestino d.

Esta imagem corresponde à Mata Atlântica, encontrada em diferentes pontos do país, como e.

o litoral e o interior da Região Sudeste

ATIVIdAdE FInAL: TRABALhO dE cAmPO E PROdUçãO dE TEXTO (P. 75)

Professor, esta proposta consiste na visita a uma área verde de grande relevância ambien-

tal para que os alunos possam identificar as características do tipo de vegetação existente,

como a fauna e a flora locais, o seu grau de preservação, os possíveis problemas ambientais

ocorridos, o microclima e a importância socioambiental do lugar Se possível, faça uma visita

prévia ao local para planejar as atividades e a duração da visita Os alunos também podem

pesquisar previamente, na internet ou em jornais e revistas, sobre a localidade a ser visitada,

caso haja alguma informação disponível nesses meios de comunicação

Informe aos alunos a proposta da atividade e ressalte a sua relação com o conteúdo abor-

dado no capítulo

Caso haja possibilidade, estabeleça as medidas de temperatura, umidade e altitude em

vários pontos do percurso e indique esses dados aos alunos, identificando e descrevendo a

área de coleta dos dados, como: ponto 1, ponto 2 etc

PROjETO InTERdIScIPLInAR: cORREnTES mARíTImAS (P. 76)

Neste projeto, as matérias relacionadas com Geografia são Química, Física, Literatura e

História

Antes de iniciar a atividade, oriente os alunos acerca do processo de pesquisa, esclare-

cendo os procedimentos necessários a cada etapa do processo (levantamento de informa-

ções, análise e síntese) Utilize como exemplos: textos acadêmicos, relatórios ou publica-

ções de órgãos oficiais, ou até livros, para demonstrar a diversidade de fontes utilizadas e o

trabalho de seleção, análise e síntese de informações realizado pelos autores, ressaltando

a diferença entre copiar trechos de um documento e elaborar um texto próprio, baseado em

informações retiradas de diversos documentos Caso necessário, demonstre as técnicas de

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Manual do Professor 59

redação abordadas na disciplina de Língua Portuguesa, dando destaque à paráfrase Todas

as questões podem ser respondidas com o auxílio da bibliografia sugerida e dos livros didá-

ticos do aluno

Sobre o conteúdo do projeto, preparamos algumas sugestões bibliográficas:

ALEXANDRE, José Alberto Afonso • As correntes marinhas Disponível em: <http://

br monografias com/trabalhos3/correntes-marinhas/correntes-marinhas2 shtml>

Acesso em: 25 fev 2013

E-FÍSICA: ensino de física on-line Disponível em: • <http://efisica if usp br>

Acesso em: 25 fev 2013

LANDAU, Luiz et al • Noções básicas de modelagem hidrodinâmica computacional e de dis-

persão de poluentes Rio de Janeiro: COPPE, 2009 Disponível em: <http://numa lamce

coppe ufrj br/DATA/cursos/apostila pdf> Acesso em: 25 fev 2013 (Confira especial-

mente os capítulos 3 – “As propriedades físicas da água do mar” e 4 – “Circulação

oceânica”, Parte I )

MENDES, Carla Lima Torres; SOARES-GOMES, Abílio • Circulação nos oceanos: corren-

tes oceânicas e massas d’água Rio de Janeiro: Departamento de Biologia Marinha da

Universidade Federal Fluminense, 2007 Disponível em: <http://www uff br/ecosed/

Correntes pdf> Acesso em: 25 fev 2013

MIGUENS• , Altineu Pires Navegação: a ciência da arte Rio de Janeiro: Marinha do

Brasil, [s d ] v I: Navegação costeira, estimada e em águas restritas Disponível em:

<https://www mar mil br/dhn/bhmn/download/cap10 pdf> Acesso em: 25 fev 2013

(Confira, no capítulo 10, o item 10 12 – Correntes oceânicas )

UNIVERSIDADE DO ALGARVE Oceanografia física: introdução Disponível em• : <http://

w3 ualg pt/~prelvas/OceanogFisica/Oce_Fisica_Introducao pdf> Acesso em: 25 fev

2013

Seara da Ciência – órgão de divulgação científica e tecnológica da Universidade •

Federal do Ceará A Força de Coriolis Disponível em: <http://www seara ufc br/tintim/

fisica/coriolis/tintim11 htm> Acesso em: 25 fev 2013

TOMCZACK, Matthias • Processos termohalinos; formação de massas de água; a ter-

moclina sazonal Tradução Aurea Ciotti Disponível em: <http://www lei furg br/ocfis/

mattom/IntroOc/por/lecture07 html> Acesso em: 25 fev 2013

Respostas:

Parte 1: as correntes marítimas ao longo da história

Além de estimularem o imaginário e a fantasia, os relatos de viagem possibilitaram a ex-1. pansão do conhecimento acerca dos lugares e dos grupos humanos ao longo da Idade

Média, sobretudo durante as Grandes Navegações Com os “descobrimentos” houve um

alargamento do mundo conhecido, inicialmente restrito ao continente europeu e a porções

da África e da Ásia

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60 Manual do Professor

O relato de Marco Polo dá maior ênfase à descrição do local visitado, que o viajante deno-2. mina Mandegascar Esse fato relaciona-se ao contexto histórico no qual o relato foi escrito,

a Idade Média, já que o autor descreve tanto aspectos naturais (fauna, flora, clima, corren-

tes marítimas etc ) como humanos (costumes, crenças, religião, economia local etc ), bus-

cando realizar o levantamento de informações de uma porção do mundo desconhecida por

boa parte da Europa, centro econômico e político da época Além disso, ele evidencia ter

preocupações com a veracidade de suas informações, já que a Idade Média foi um período

em que os viajantes almejavam que seus relatos fossem considerados científicos

Por outro lado, o Diário de Bordo apresenta caráter mais informativo, buscando relatar

aspectos do cotidiano dos viajantes, sem se preocupar com descrições minuciosas ou le-

vantamentos de caráter científico

Como não há consenso acerca da classificação de gênero dos relatos de viagem, os alunos 3. devem apresentar argumentos que fundamentem suas opiniões Independentemente da

posição que for adotada, a avaliação deverá considerar aspectos como a articulação, a

coesão e a coerência da resposta elaborada

Parte 2: propriedades físicas da água do mar

A temperatura da superfície do oceano reflete, basicamente, o padrão de incidência da 4. radiação solar sobre a superfície terrestre As regiões equatoriais e tropicais apresentam

as maiores temperaturas da superfície do mar (TSMs), uma vez que nessas regiões há alta

incidência da radiação solar Regiões subtropicais e polares apresentam baixos valores

de TSM, visto que nelas ocorre menor incidência de radiação solar Existe, portanto, um

padrão zonal de distribuição de temperatura na superfície do oceano, com altas tempera-

turas em baixas latitudes e baixas temperaturas em altas latitudes

Essa variação espacial de temperatura nos oceanos segundo a latitude ocorre por causa

do plano da órbita da Terra ao redor do Sol (eclíptica), responsável pela variação das esta-

ções do ano e por alterações espaciais que afetam tanto movimentos atmosféricos quanto

oceânicos Dessa maneira, as temperaturas da superfície do mar (TSMs) também oscilam

de acordo com as estações do ano, fato relacionado à incidência desigual de energia solar

na superfície da Terra

O movimento de rotação da Terra (de oeste para leste) também afeta a distribuição de tem-

peratura nas bordas continentais A rotação da Terra age de maneira a empilhar água na

superfície das margens leste dos continentes Nas margens oeste dos continentes, ocorre

o processo inverso, provocando a retirada de água da superfície e a consequente subida de

águas profundas, com temperaturas mais baixas que as de superfície Esse processo, de

fundamental importância para a vida marinha, é chamado de ressurgência

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Manual do Professor 61

A principal fonte de calor para o oceano é a energia solar A energia irradiada para o 5. oceano é capaz de penetrar na coluna d’água apenas algumas dezenas de metros, sendo

a radiação o processo predominante de transmissão de calor na porção mais superficial do

oceano A irradiação é o processo de transferência de calor através de ondas eletromagné-

ticas, chamadas ondas de calor ou calor radiante, podendo ocorrer em meios materiais ou

no vácuo Como todos os corpos emitem energia radiante por causa de sua temperatura,

essas radiações, ao serem absorvidas por outro corpo, provocam elevação de temperatura

nele Quanto maior for a temperatura do corpo aquecido, maior será a quantidade de calor

transmitida por radiação No entanto, quando a radiação térmica incide em um corpo, uma

parte dela é absorvida e outra é refletida por este

Abaixo da camada superficial (de 50 a 150 metros de profundidade) do oceano, o calor é

transferido para as camadas inferiores do oceano apenas por processos difusivos (condu-

ção térmica) e de transporte vertical (convecção gravitacional)

Na condução, a transmissão de calor ocorre de molécula a molécula, sempre de um ponto

de maior temperatura para outro de menor temperatura Assim, as moléculas de água da

superfície que se aquecem por irradiação transferem parte da energia absorvida para as

moléculas com as quais estão em contato logo abaixo Estas moléculas passam o calor

para as moléculas abaixo, e assim sucessivamente No entanto, esse processo ocorre até

certa profundidade, que varia de acordo com as características locais

A convecção nas águas oceânicas ocorre quando a superfície do oceano se torna mais

densa e a massa de água superficial mais aquecida afunda Em outros locais, as águas

profundas podem subir à superfície (ressurgência), provocando a circulação convectiva de

massas d’água e a transferência de calor para porções mais profundas do oceano A con-

vecção e a condução de calor são bem menos eficientes que a irradiação; logo, observa-se

uma brusca queda de temperatura a alguns metros da superfície do oceano

A salinidade é uma medida da quantidade de sais dissolvidos na água, expressa em gra-6. mas de material dissolvido num quilograma de água do mar, sendo a média para água do

oceano de 35 gramas por 1000 gramas, expresso por 35 ‰ (partes por mil)

A variação horizontal de salinidade é fortemente dependente dos processos de evaporação

e precipitação sobre a superfície do mar Quanto maior for a taxa de evaporação em uma

região oceânica, maior será a concentração dos sais da água do mar, e portanto maior

será sua salinidade Quanto maior for a taxa de precipitação (chuvas), maior será a diluição

dos sais nas águas superficiais A taxa de precipitação é maior que a taxa de evaporação

no Equador, diminuindo os valores de salinidade Nas regiões tropicais, há um balanço de

evaporação e precipitação positivo, representando o domínio da evaporação e altos valores

de salinidade Em direção às regiões polares, ocorre novamente uma diminuição do pro-

cesso de evaporação e a gradual diminuição da salinidade, por causa da menor incidência

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62 Manual do Professor

da radiação solar Outro fator que pode influenciar regionalmente a concentração de sais

da água do mar é o aporte de águas fluviais (rios) As regiões onde ocorre o encontro en-

tre as águas provenientes da drenagem continental (água doce) e as águas marinhas são

chamadas de estuários e apresentam águas de baixa salinidade

No caso da salinidade vertical, nos oceanos podem ser encontrados altos valores de sa-

linidade, tanto em regiões superficiais como em regiões profundas Esse fato está inti-

mamente ligado à circulação (correntes marinhas) no interior dos oceanos, a circulação

termoalina

A temperatura apresenta variação inversamente proporcional à densidade, ou seja, nos 7. oceanos são encontradas águas frias associadas a altas densidades e águas quentes as-

sociadas a baixas densidades A salinidade apresenta variação diretamente proporcional

à densidade, ou seja, encontraremos nos oceanos águas com altos valores de salinidade,

associados a altas densidades, e águas menos salinas, associadas a baixas densidades

A pressão, da mesma forma que a salinidade, é diretamente proporcional à densidade

Portanto, as águas mais densas sempre ocupam nos oceanos as maiores profundidades

(maiores pressões), enquanto as camadas superficiais são ocupadas pelas águas menos

densas

A pressão varia com a profundidade num fluido, o que é resultado da força-peso (por uni-8. dade de área) exercida pela parte do fluido que está acima À medida que mergulhamos,

aumenta a quantidade de fluido acima de nós e, consequentemente, a pressão

Parte 3: circulação das águas oceânicas

Os ventos transferem energia para a superfície do oceano através de uma força chamada

tensão de cisalhamento do vento, ou seja, quando a força do vento é maior que a força de

atrito da superfície do mar (resistência ao deslocamento na interface atmosfera-oceano),

ocorre o deslocamento das águas superficiais e das camadas subjacentes até determina-

da profundidade À medida que a profundidade aumenta, menor é a eficiência do vento em

“arrastar” água, até chegar a uma profundidade onde o deslocamento causado pelo vento é

nulo Nos oceanos, em alguns casos, essa profundidade pode atingir algumas centenas de

metros

O sentido desse movimento faz que as correntes marinhas fluam à direita do vento no

hemisfério Norte e à esquerda do vento no hemisfério Sul Esse fato ocorre por causa do sur-

gimento de uma força à qual todos os corpos em movimento sobre a esfera terrestre estão

submetidos, a chamada força de Coriolis Essa força decorre do movimento de rotação da

Terra, que faz que um objeto em deslocamento numa trajetória retilínea sobre a superfície

do planeta sofra um desvio em sua trajetória Assim, a força de Coriolis desvia as correntes

de superfície em cerca de 45º à direita da direção do vento no hemisfério Norte e à esquerda

da direção do vento no hemisfério Sul Portanto, a troca de energia nos oceanos entre as

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Manual do Professor 63

latitudes alta e baixa não ocorre por meio de correntes marítimas que se deslocam perfei-

tamente no sentido norte-sul

O efeito de ressurgência está ligado ao “arrastamento” das águas da superfície dos mares

e oceanos pela força dos ventos e pelo movimento de rotação da Terra, causando a subida de

águas profundas, densas, frias e com mais nutrientes para a superfície

EnEm E VESTIBULARES (P. 80)

Alternativa B 1.

2. Esta porção da região do sul do Chile sofreu mais com os índices nocivos de raios solares a.

justamente porque nessa região a camada atmosférica apresenta um trecho de falha de

gases refletores e absorventes

Como os raios ultravioletas são mutagênicos, a exposição a esses raios por parte da popu-b.

lação faz que aumentem os riscos e as ocorrências de câncer de pele

As ações mais imediatas que a população pode realizar são: usar máquinas que utilizem c.

gases que contribuam para reduzir o buraco na camada de ozônio, implantar filtros nos

escapamentos de veículos e filtros nas chaminés das fábricas; além de evitar queimadas

desnecessárias Por meio dessas medidas, em um período aproximado de dez anos, já

será possível verificar indícios de estabilização ou até mesmo diminuição nos processos de

aumento da camada de ozônio

3. Os principais elementos do clima são a temperatura e a precipitação, que caracterizam os a.

locais, basicamente, como secos ou úmidos e quentes ou frios

A temperatura caracteriza uma região, em determinada época do ano, como quente (nas b.

zonas tropicais e equatoriais, por exemplo) ou fria (nas zonas polares ou temperadas, em

períodos próximos à estação do inverno) Já a precipitação pode apresentar maiores va-

riações de acordo com o local, entretanto, de maneira geral, caracteriza áreas úmidas (em

regiões situadas nas áreas intertropicais), em certas estações do ano, e áreas secas (por

exemplo, próximo aos trópicos, cuja movimentação das massas de ar tende a criar uma

área de pouco índice pluviométrico) Esses elementos, atuando de forma conjunta, são

determinantes, por exemplo, para definir a vegetação de um local

Alternativa C 4.

Alternativa C 5.

Alternativa D 6.

Alternativa D 7.

Alternativa D 8.

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64 Manual do Professor

Alternativa B 9.

Alternativa B 10.

Alternativa D 11.

Alternativa A 12.

Alternativa B 13.

Alternativa B 14.

caPítulo 4 – eleMentos da hidroGrafia

A dinâmica hídrica na Terra envolve vários fenômenos que repercutem na distribuição da

água no planeta e no estado físico em que esta se encontra em seus diferentes reservatórios

Desse modo, demonstre o caráter desigual da distribuição da água na superfície terrestre,

que a maior parte das águas disponíveis não se encontra apropriada ao consumo humano di-

reto, pois são águas salgadas, congeladas ou poluídas, e que a qualidade da água (e a quan-

tidade de água potável) depende do manejo correto deste recurso Posteriormente, conduza

os alunos a fazer um minucioso levantamento das inúmeras atividades humanas que neces-

sitam do consumo de água e dos fenômenos naturais relacionados ao ciclo hidrológico que

influenciam a qualidade de vida dos seres humanos Instigue os alunos a confrontar os dois

grupos de informações para perceberem a condição estratégica que envolve a água e para

que reflitam sobre os transtornos que a escassez de água traria à organização da sociedade

e sobre as possibilidades de intervenção na sociedade para construir paradigmas de consu-

mo e tratamento da água de forma sustentável

A necessidade de realizar um manejo mais adequado da água (que passa não apenas pelo

consumo consciente, mas também pelo investimento estatal em saneamento básico) pode

servir de ensejo para a discussão de como as noções de cidadania podem nortear interven-

ções positivas nas comunidades em que os alunos estão inseridos, resultando em atitudes

pessoais de mobilização social ou mesmo em medidas coletivas visando desde a conscienti-

zação de moradores vizinhos até a análise da situação do saneamento básico nas redonde-

zas e a reivindicação, recorrendo a autoridades públicas, de melhorias no fornecimento de

água e tratamento do esgoto

Abertura: atividades complementares (p. 88)

Destaque o trecho do poema que faz menção a rios intermitentes 1. Resposta: “Rios são de água pouca,/em que a água sempre está por um fio /Cortados no

verão/que faz secar todos os rios”.

Cite um rio com nome de pessoa, um com nome de bicho, um com nome de santo e um rio 2. que seja conhecido por um apelido

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Manual do Professor 65

Resposta: Entre os rios que podem ser citados estão: rio Teles Pires (nome de pessoa), rio

do Peixe (nome de bicho), rio São Domingos (nome de santo) e rio São Francisco (também

conhecido por Velho Chico)

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

EnERGIA hIdRELéTRIcA – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm FíSIcA (P. 101)

Professor, o funcionamento das hidrelétricas pode ser estudado tanto pela Geografia

como pela Física, o que possibilita a realização de um projeto a respeito das usinas e permite

a criação de maquetes, que podem ser expostas na escola ou mesmo em feiras culturais

PARA LER E PESqUISAR – A USInA hIdRELéTRIcA dE ITAIPU (P. 103)

Resposta pessoal O objetivo da atividade é que os alunos descubram se existe(m) 1. alguma(s) hidrelétrica(s) na região onde vivem e qual a produção de energia elétrica

dessa(s) usina(s)

A hidrelétrica de Três Gargantas está localizada no rio Yangtze, popularmente conhecido 2. como rio Azul, e tem como finalidade abastecer o crescente consumo energético chinês

Os impactos ambientais da construção foram diversos, como o desmatamento de flores-

tas, o aumento do processo erosivo e o assoreamento de rios

RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 104)

Do total de água disponível no planeta, a água doce representa apenas 2,5% e a água sal-1. gada, 97,5% Isso pode ser considerado um problema, pois revela a escassez de água doce

no mundo A irregularidade na distribuição de água doce e a falta de água potável já têm

gerado alguns conflitos e podem vir a ser o maior problema do século XXI

De acordo com a ONU, no século atual é provável que a população (principalmente dos 2. países não desenvolvidos) sofra com a falta de água potável

A escassez de água potável e a ausência de saneamento básico são as principais causas 3. das elevadas taxas de mortalidade infantil das populações mais pobres do mundo, que não

têm acesso a esses recursos

A hidrografia (ou hidrologia) estuda a camada líquida que envolve a superfície da Terra 4. (também conhecida como hidrosfera), suas características gerais e a distribuição das

grandes extensões de água no planeta A hidrografia permite conhecer as características

de rios ou cursos fluviais, recursos importantes para a sobrevivência da humanidade, e

planejar as atividades humanas

Rios ou cursos fluviais (que são correntes volumosas de água que se deslocam pela super-5. fície terrestre) são um dos mais importantes recursos para a sobrevivência da humanidade,

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seja para consumo próprio, seja para a higiene, seja para a irrigação do solo etc A distri-

buição de água obedece a uma hierarquia na qual os cursos de água vão se unindo a outros

até encontrarem cursos d’água em altitudes menores; estes deságuam em rios de altitude

ainda menor, porém de maior porte O fim do rio será, normalmente, um lago ou o oceano

Essa hierarquia é definida como rede hidrográfica, que corresponde ao conjunto formado

pelo rio principal e por todos os seus afluentes e subafluentes

O regime fluvial corresponde ao sistema de cheias e vazantes, que deve ser conhecido que 6. se possa analisar as possibilidades econômicas de uma bacia hidrográfica e prevenir pro-

blemas relacionados às cheias catastróficas ou às vazantes muito acentuadas

O regime térmico (de tipo glacial ou nival) está relacionado às alterações de temperatura 7. (que podem causar degelo em áreas de maior altitude e influenciar a variação do nível das

águas dos rios) O regime pluvial (dos tipos equatorial, tropical, monçônico, mediterrâneo,

semiárido e árido) está relacionado à precipitação das chuvas e à sua distribuição durante

o ano

As etapas são: erosão (mais intensa no alto curso dos rios por causa da maior inclinação 8. topográfica); transporte dos sedimentos (deslocamento de material em partículas ou mes-

mo dissolvido); e sedimentação (acumulação do material que foi erodido e transportado)

Irrigação é um conjunto de técnicas desenvolvidas para levar parte da água dos rios até as 9. áreas de cultivo localizadas em regiões mais secas, com o objetivo de compensar a insufi-

ciência de precipitações As águas dos rios podem ser utilizadas de várias formas, porém

as mais comuns são: por meio de canais (que cruzam as superfícies cultivadas) e de dis-

persão ou gotejamento (em que a irrigação ocorre por intermédio de avançados sistemas

de encanamento nas áreas de cultivo)

Esse tipo de transporte é considerado mais econômico porque transporta toneladas de 10. produtos e utiliza pouco combustível Os desvios e as eclusas têm a função de viabilizar a

navegação em trechos de alguns rios em que esta seria impossível, por meio de interfe-

rências de ajuste de nível No continente americano há importantes hidrovias: o complexo

dos Grandes Lagos e o rio Mississippi Já no continente europeu, merecem destaque as

hidrovias do Reno e do Danúbio

As usinas hidrelétricas produzem energia elétrica aproveitando o potencial hidrelétrico 11. dos cursos fluviais A condição geomorfológica mais importante para o estabelecimento

dessas usinas é o potencial hidrelétrico de um rio, que pode ser avaliado mediante a in-

clinação da superfície do curso d’água Os maiores produtores desse tipo de energia no

mundo são os Estados Unidos e o Canadá Também merecem destaque: a França, país

europeu que melhor aproveita esse tipo de energia, e a China, que tem a usina de Três

Gargantas, a maior do mundo

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Manual do Professor 67

AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 104)

12. A ocorrência de secas (ou enchentes) não passa de um fenômeno físico quando ocorre em a.

áreas onde não mora ninguém ou quando não constitui objeto de vantagens socioeconômicas

e políticas Nesses casos, o fenômeno da secas constitui um problema físico, e não social

Não De acordo com o artigo, esse problema é social e atualmente está relacionado com b.

os interesses particulares de determinados grupos e indivíduos influentes, que exercem

pressões e contrapressões, dando solução conjuntural a problemas estruturais, geral-

mente em nome do Estado, e com a falta de eficiência de organizações públicas e privadas

envolvidas no negócio da água

As ações estão ligadas ao mau planejamento que incentiva a urbanização e a industriali-c.

zação em locais onde a oferta de água é deficiente, além de haver despreocupação com a

poluição dos recursos hídricos existentes

Não Em virtude de investimentos adequados, existem ilhas de sucesso e prosperidade d.

na Região Nordeste, o que demonstra que essa região não é homogênea e é possível de-

senvolver sua agricultura, desde que existam incentivos econômicos e sociais, tratamento

político da questão e adequação técnica

Resposta pessoal e.

13. Sim As imagens têm relação, pois retratam o mesmo problema ambiental: a poluição das a.

águas decorrente da falta de cuidados da população e da fiscalização, por parte dos órgãos

governamentais, das empresas poluidoras

O problema apresentado é a poluição das águas No mundo todo, há exemplos de projetos b.

bem-sucedidos relativos à despoluição dos rios, por exemplo, do rio Tâmisa, em Londres,

Inglaterra Incentive os alunos a pesquisar se existem, no lugar onde vivem, projetos de

despoluição e de cuidados com as águas de rios e/ou mares A ação individual e medidas

adotadas pelas indústrias também fazem toda a diferença para a preservação das águas

(não jogar lixo nem lançar dejetos industriais nos rios, entre outros cuidados)

Resposta pessoal O objetivo é que os alunos compreendam que a despoluição de um rio 14. envolve investimentos governamentais em infraestrutura para tratar o esgoto e limpar o

rio, além da conscientização da população em relação às suas ações para não contribuir

para a poluição dos rios

ATIVIdAdE FInAL: TRABALhO dE cAmPO E RELATóRIO (P. 109)

Professor, lembre-se que a atividade de campo, além de ser uma importante estratégia

de ensino-aprendizagem, desde as séries iniciais até o curso superior, favorece a percepção

e a compreensão da paisagem e do espaço, por meio da observação e da seleção de elemen-

tos e informações

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O objetivo da atividade é que os alunos tomem contato com as características físicas de

um rio (observação do curso d’água, das margens, das áreas de várzea, de pontos de erosão

etc ) e percebam a integração do rio com seu entorno (as práticas econômicas e sociais que

são realizadas a partir do rio)

caPítulo 5 – hidroGrafia e recursos hídricos no brasil

O estudo da hidrografia nos conduz a conhecer a dinâmica da água na Terra, e parte sig-

nificativa dessa dinâmica depende da influência das diferentes formas assumidas pelo re-

levo terrestre Nesse sentido, é importante retomar as características das formas de relevo

trabalhadas no capítulo 3, principalmente por meio de imagens, e levar os alunos a refletir

sobre possíveis interações que cada forma de relevo pode proporcionar com a dinâmica que

envolve as águas superficiais Outra alternativa para trabalhar a relação entre relevo e hidro-

grafia pode ser colocada em prática ao levantar questionamentos sobre quais características

devem ter as formas de relevo que compõem a estrutura de alguns exemplos de recursos

hídricos, como a de um lago, de um rio com águas calmas, de um rio com forte correnteza,

ou ainda de um rio com corredeiras e cachoeiras

Outras relações entre a hidrografia e os demais elementos da natureza também podem

ser estabelecidas ao incentivar os alunos a especular a respeito da influência que as cores

das águas dos rios recebem da base geológica (tipos de rocha e de mineral) sobre a qual os

rios estão encaixados e dos tipos de sedimento ou de possíveis matérias orgânicas neles

presentes

Promova o reconhecimento das principais bacias hidrográficas brasileiras destacando,

além de suas características intrínsecas, aquelas decorrentes da ocupação humana de seu

entorno Promova também discussões sobre o aproveitamento econômico dos recursos hídri-

cos e da água como recurso natural sensível aos impactos causados pelos seres humanos

Abertura: atividade complementar (p. 110)

Nas obras literárias que retratam o semiárido brasileiro são comuns menções à água pela

sua importância como recurso ao mesmo tempo raro e essencial à vida Contudo, ao des-

crever o ambiente onde se desenrola o enredo trazido pela abertura do capítulo, Guimarães

Rosa cita dois rios evidenciando a sua importância para a composição do espaço em questão

Demonstre a função desses rios de acordo com o contexto exposto por Guimarães Rosa

Resposta: a importância dos rios como fonte de um recurso precioso, a água, faz que

eles determinem os locais de ocupação humana (nas suas proximidades) Nesse sentido,

a descrição de Guimarães Rosa permite entender que os rios Paraopeba e das Velhas são

referenciais de demarcação espacial, indicando os limites dos espaços de vivência, portanto,

dos locais onde ocorrem as tramas sociais Os rios seriam partes indissociáveis do espaço e

elementos de interação da realidade local

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Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

RIBEIRInhOS dA AmAzônIA – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm SOcIOLOGIA E hISTóRIA

(P. 115)

Os debates a respeito dos povos ribeirinhos da Amazônia podem ser conduzidos não ape-

nas pelo professor de Geografia, mas também por outros professores de Humanidades, como

Sociologia, História e Filosofia Abre-se, portanto, a possibilidade de criação de um projeto

que englobe essas diferentes disciplinas, com o objetivo principal de discutir e analisar a

questão dos ribeirinhos e as consequências que eles sofrem devido a diferentes interven-

ções antrópicas, como a construção de barragens e a poluição dos cursos d’água

PARA LER E REFLETIR – OS PROGRAmAS dE REVITALIzAçãO E InTEGRAçãO dO RIO

SãO FRAncIScO (P. 123)

O programa de revitalização contribuirá para ampliar o fornecimento de água para a 1. irrigação e para o consumo da população que vive em diversos municípios atingidos

pela seca

Boa parte das margens do rio São Francisco é ocupada por populações ribeirinhas que

tem o rio como base principal de seu modo de vida O rio fornece água para seu consumo

e sua higiene, funciona como eixo de transporte e fornece alimentos e água para a irri-

gação das lavouras Por meio da recuperação das águas e das margens do rio, o projeto

favorece a população que vive em função dele, pois beneficia seu modo de vida

Professor, espera-se que os alunos apresentem argumentos como: o desmatamento 2. necessário para a implantação dos canais de irrigação; o custo das obras; a alteração do

nível da água nas áreas mais baixas do rio, implicando no desalojamento das populações

que lá residem e na produção de energia elétrica por parte de usinas hidrelétricas insta-

ladas no São Francisco; e a dualidade existente entre atender às necessidades dos peque-

nos agricultores e atender aos grandes proprietários de terras

RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 125)

Os rios brasileiros, em geral, apresentam o domínio do regime pluvial tropical, no qual as 1. cheias ocorrem no verão e as vazantes no inverno Quase todos os rios são perenes, pois

nunca secam totalmente Quanto ao tipo de foz, predomina a desembocadura em forma

de estuário, com exceção dos rios Parnaíba e Paraíba do Sul, que apresentam foz em

delta, e do rio Amazonas, que tem foz mista Grande parte dos rios percorre superfícies

planálticas, portanto, pode ser aproveitada para a geração de energia por meio das usinas

hidrelétricas Os rios de planície são utilizados para a navegação fluvial

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2.

Bacias hidrográficas características

AmazônicaÉ a maior bacia hidrográfica do mundo Apresenta um regime complexo, com mais de uma cheia anual A navegação é a principal forma de aproveitamento de suas águas

Tocantins- -Araguaia

Metade da bacia pertence ao rio Tocantins e a outra metade, ao rio Araguaia Tem grande potencial hidrelétrico Apresenta pouca extensão de percurso navegável

São Francisco

Nasce na Serra da Canastra (MG) e desemboca na divisa entre Alagoas e Sergipe, passando por cinco estados brasileiros Tem índice de aproveitamen-to energético próximo à saturação Suas águas são bastante aproveitadas em projetos de irrigação, principalmente nas áreas de vale

Paraná

Drena a porção centro-meridional do Brasil, percorre o território argentino e desemboca no rio da Prata Tem alto potencial hidrelétrico que é aproveitado para a geração de energia elétrica Apresenta poucas condições de navegação, em virtude da topografia Contudo, as eclusas permitem a navegação em cer-tos trechos do rio

As populações mais antigas concentravam-se nas proximidades dos rios por causa da 3. necessidade de irrigação e fertilização dos solos Os rios também serviam como rota de

tráfego, uma vez que não havia outras alternativas Hoje, ainda existem populações que

vivem perto de rios em função desses recursos que eles proporcionam

Essas bacias apresentam condições mais favoráveis à navegação porque atravessam 4. áreas de extensas planícies com pequenos desníveis altimétricos

Nos dias atuais, essa hidrovia é uma das mais importantes vias de escoamento da 5. produção de soja do Brasil central, principalmente da que é cultivada no estado de

Mato Grosso

O rio Paraguai funciona como uma das principais vias de integração (hidrovia) entre o 6. Brasil e os países vizinhos Os produtos de maior destaque transportados nessa hidrovia

são o minério de ferro e o manganês, extraídos dos depósitos do maciço de Urucum

Essa hidrovia se inicia na cidade de Conchas (SP), no rio Tietê, e vai até a barragem de 7. Itaipu (PR), com extensão de 1700 km A importância econômica dessa hidrovia está

crescendo porque o rio atende uma área ocupada por cerca de 50 milhões de habitantes

A hidrovia passa por grandes e importantes áreas agroindustriais As principais merca-

dorias que circulam pela hidrovia são cana-de-açúcar, milho, arroz e soja, além de uma

grande variedade de produtos utilizados na região, como calcário e fertilizantes

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As hidrelétricas são fontes vantajosas de energia elétrica no Brasil, por causa de sua 8. ampla rede hidrográfica e do enorme potencial hidrelétrico existente nos rios brasileiros

Entretanto, envolvem altos custos de criação e causam impactos ambientais e sociais

Apesar da distância dos centros consumidores, a evolução tecnológica permitiu a gera-9. ção e a transmissão de energia elétrica nas bacias Amazônica e Tocantins-Araguaia com

menos perdas, o que aumentou sua utilização Entre as usinas introduzidas na região

merece destaque a de Tucuruí, cuja construção foi justificada afirmando-se que ela fa-

voreceria os projetos Carajás e Albrás, forneceria energia às regiões Norte e Nordeste e

geraria empregos O rio São Francisco teve sua vazão alterada em virtude dos projetos

de construção de usinas hidrelétricas ao longo do seu curso, o que prejudicou a irriga-

ção e sua navegação Entre as usinas construídas ao longo desse rio, merece destaque

a de Sobradinho Cerca de 70% da potência instalada no Brasil encontra-se na bacia do

Paraná O grande aproveitamento hidrelétrico dessa bacia se deve à sua potencialidade

natural e à sua proximidade com as principais áreas urbanas e industriais do país Entre

as numerosas usinas existentes nessa bacia, destacam-se o conjunto Urubupungá, da

Companhia Energética de São Paulo (Cesp), e Itaipu, uma das maiores usinas do mundo,

construída em parceria com o Paraguai

AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 125)

10. As hidrovias são apontadas como uma modalidade de transporte que envolve menor custo a.

e impactos ambientais, em comparação aos demais meios de transporte Possibilitam a

diminuição do consumo de óleo diesel para o transporte e a consequente redução da emis-

são de poluentes

Segundo a pesquisadora Carolina Joana da Silva, o impacto produzido por uma hidrovia b.

pode causar a exclusão social e ecossistêmica dos grupos que vivem em seus arredores

As obras de infraestrutura necessárias para a construção da hidrovia podem levar a al-

terações nos rios, que causem impactos no ecossistema aquático e na vida das pessoas,

prejudicando suas atividades econômicas e de lazer, como a pesca e o turismo

11. A imagem é da Região Nordeste e o principal rio que a percorre é o São Francisco a.

A Região Nordeste engloba a bacia do rio São Francisco e as bacias do Atlântico Nordeste b.

Ocidental e do Atlântico Nordeste Oriental O rio São Francisco atravessa o Sertão nor-

destino e desemboca no litoral Suas águas são aproveitadas para a geração de energia,

para projetos de irrigação e para o consumo, porém, as áreas atingidas pela seca não são

atravessadas por esse rio, que é perene, mas por rios temporários, que secam no período

da estiagem, dificultando a captação de água, mesmo existindo vários açudes destinados

a amenizar o problema da seca

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12. A localidade A apresenta um rio com quedas-d’água, portanto, de declive acentuado, o que a.

caracteriza uma área propícia à instalação de hidrelétricas, por causa do maior desnível, o

que representa, maior força da água para girar as pás das turbinas

O rio representado na localidade B está em uma região plana, portanto, de águas calmas b.

Isso indica condições ideais para utilizar esse curso d’água para a navegação

As usinas hidrelétricas se concentram predominantemente nas regiões Sudeste e Sul do 13. país, em virtude do predomínio de áreas planálticas, o que aumenta o potencial de pro-

dução energética da rede hidrográfica Além disso, por serem regiões mais urbanizadas

e muito dependentes da eletricidade, o Sudeste e o Sul são os maiores consumidores de

energia do país, razão pela qual necessitam ter áreas produtoras de energia próximas,

para evitar o desperdício no processo de transmissão

ATIVIdAdE FInAL: PESqUISA E dEBATE (P. 128)

Entre as principais referências que podem ser analisadas nesta atividade destacam-se

o site do Ministério do Meio Ambiente (MMA), <http://www mma gov br>, e o do Programa

de Aceleração do Crescimento (PAC) <http://www pac gov br> Espera-se que os alunos, no

debate, levantem os pontos positivos da construção de hidrelétricas, como a geração de

empregos, o desenvolvimento de infraestrutura e o surgimento de polos regionais Entre os

pontos negativos, eles podem citar impactos ambientais, como o alagamento de grandes

áreas, geralmente de florestas, e sociais, por exemplo, o desalojamento de pessoas que

vivem no local

PROjETO InTERdIScIPLInAR: SITUAçãO dOS REcURSOS hídRIcOS nO BRASIL (P. 129)

Nesse projeto, as matérias que se relacionam com Geografia são Química, História,

Biologia, Matemática e Língua Portuguesa

Antes de iniciar a atividade, oriente os alunos acerca do processo de pesquisa, esclare-

cendo os procedimentos necessários a cada etapa do processo (levantamento de informa-

ções, análise e síntese) Utilize como exemplo textos acadêmicos, relatórios ou publicações

de órgãos oficiais, ou até mesmo livros, para demonstrar a diversidade de fontes utilizadas

e o trabalho de seleção, análise e síntese de informações realizado pelos autores Caso ne-

cessário, demonstre as técnicas de redação abordadas na disciplina de Língua Portuguesa,

destacando a paráfrase

Todas as questões podem ser respondidas com o auxílio da bibliografia sugerida e dos

livros didáticos do aluno

Sobre o conteúdo do projeto, preparamos algumas sugestões bibliográficas:

AGÊNCIA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS • Conjuntura dos recursos hídricos no

Brasil: informe 2012 Brasília, DF: ANA, 2012 Disponível em: <http://arquivos ana gov

br/imprensa/arquivos/Conjuntura2012 pdf> Acesso em: 25 fev 2013

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AGÊNCIA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS Programa Nacional de Avaliação da •

Qualidade das Águas – PNQA Indicadores de qualidade – índice de qualidade das águas

Disponível em: <http://pnqa ana gov br/IndicadoresQA/IndiceQA aspx> Acesso em:

25 fev 2013

CARVALHO, Daniel Fonseca; SILVA, Leonardo Duarte Batista da Escoamento super-•

ficial In: Hidrografia Disponível em: <http://www ufrrj br/institutos/it/deng/leonardo/

downloads/APOSTILA/HIDRO-Cap7-ES pdf> Acesso em: 25 fev 2013

COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL • Variáveis de quali-

dade das águas. Disponível em: <http://www cetesb sp gov br/agua/%C3%81guas-

Superficiais/34-Vari%C3%A1veis-de-Qualidade-das-%C3%81guas#turbidez> Acesso

em: 25 fev 2013

LANGANKE, Roberto • Conservação para Ensino Médio: eutrofização Disponível em:

<http://eco ib usp br/lepac/conservacao/ensino/des_eutro htm> Acesso em: 25 fev

2013

SANTOS, Aline dos • Avaliação da capacidade de autodepuração do Rio Ji-Paraná (Rondônia),

através da curva de depleção do oxigênio dissolvido Trabalho de Conclusão do Curso

de Engenharia Ambiental – Universidade Federal de Rondônia, 2012 Disponível em:

<http://www engenhariaambiental unir br/admin/arq/TCC%20-%20ALINE%20

DOS%20SANTOS pdf> Acesso em: 25 fev 2013 (Leia o item 1 4 – Autodepuração)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA Projeto Física e Cidadania • Hidrodinâmica

Disponível em: <http://www ufjf br/fisicaecidadania/conteudo/hidrodinamica> Acesso

em: 25 fev 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO • Escoamento superficial Disponível em:

<http://www em ufop br/deciv/departamento/~carloseduardo/111Escoamento%20

Superficial pdf> Acesso em: 25 fev 2013

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Laboratório de ensino de ciências e tecnologia •

Projeto Ecologia das águas. Quadro teórico Disponível em: <http://lect futuro usp br/

site/ecologia/ecologia htm> Acesso em: 25 fev 2013

Tema 1: disponibilidade e qualidade das águas

Com base no exame do mapa, nota-se que a distribuição da disponibilidade hídrica super-1. ficial estimada para o país não é uniforme Na Região Norte, a disponibilidade hídrica é

mais elevada, em razão de fatores como a alta pluviosidade, causada tanto pelos elevados

índices de evaporação da densa cobertura vegetal e da rica rede hidrográfica como pela

atuação de massas de ar quentes e bastante úmidas, características do clima equatorial

As regiões Centro-Oeste e Sudeste também apresentam cursos d’água com elevada dis-

ponibilidade hídrica, já que nessas porções há o predomínio de climas tropicais (quentes e

chuvosos no verão) e de relevo com o predomínio de planaltos e divisores de águas, propí-

cio à formação de redes de drenagem convergentes nas áreas menos elevadas, formando

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cursos d’água volumosos e com elevada vazão Por outro lado, verifica-se menor dispo-

nibilidade hídrica na Região Nordeste, também relacionada à dinâmica atmosférica Já

as massas de ar, embora quentes, são menos úmidas e enfrentam barreiras naturais

que dificultam sua penetração no continente, especialmente o relevo mais alto (planalto

da Borborema) e o predomínio de uma zona de alta pressão atmosférica

2. Os pontos de monitoramento de água não estão homogeneamente distribuídos pelo a.

território nacional, pois o mapa mostra sua concentração nas regiões hidrográficas do

Paraná, Atlântico Sudeste, Atlântico Leste, São Francisco e Atlântico Nordeste Oriental,

contrastando fortemente com a região hidrográfica Amazônica, por exemplo Essa distri-

buição espacial é decorrente do processo de ocupação do território nacional, que resul-

tou numa grande concentração populacional na porção centro-sul e no Nordeste do país,

sobretudo na faixa litorânea, levando ao intenso uso dos recursos hídricos nas regiões

hidrográficas destacadas, que contam com maior rede de monitoramento

Os pontos de monitoramento que foram classificados, segundo os valores médios de b.

IQA, como “ruins” ou “péssimos” foram, em sua maioria, detectados em corpos hídri-

cos que atravessam áreas urbanas densamente povoadas, como regiões metropolita-

nas das capitais e das grandes cidades do interior Esse fato se deve ao lançamento de

grandes cargas de efluentes tratados ou esgotos domésticos lançados in natura nos

corpos hídricos

Entre os fatores que podem favorecer o aumento da qualidade das águas, destacam- c.

-se: o tratamento dos esgotos, o aumento das vazões de reservatórios e o aumento das

precipitações que diluem as cargas de esgotos, além do controle de fontes industriais

Entre os fatores que podem favorecer a diminuição da qualidade das águas, estão: o au-

mento da carga de esgotos domésticos, nos centros urbanos (consequência do aumento

populacional, que não foi acompanhado por investimentos em saneamento), e, no meio

rural, a poluição de origem difusa e o uso do solo sem manejo adequado, que causam o

assoreamento e o aporte excessivo de nutrientes para os corpos hídricos, contribuindo

para a redução da qualidade da água

O grupo de bactérias determinado coliformes totais são aquelas que não causam d.

doenças, pois que habitam o intestino de mamíferos como o homem As bactérias do

grupo coliforme são consideradas os principais indicadores de contaminação fecal O

grupo coliforme é formado por um número de bactérias que inclui os gêneros Klebsiella,

Escherichia, Serratia, Erwenia e Enterobacter Essas bactérias reproduzem-se a 44,5 ºC

e fermentam o açúcar O uso da bactéria coliforme fecal para indicar poluição sanitária

é mais indicado do que bactéria “coliforme total”, pois as bactérias fecais estão res-

tritas ao trato intestinal de animais de sangue quente Determinar a concentração dos

coliformes é um importante parâmetro para indicar a existência de micro-organismos

patogênicos, que transmitem doenças de veiculação hídrica, como febre tifoide, febre

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paratifoide, desinteria bacilar e cólera Dessa forma, a utilização dos coliformes totais

como indicadores da qualidade da água permite apontar a possível existência de doen-

ças de veiculação hídrica, o que restringe o uso da água para o abastecimento humano,

a dessedentação de animais, a irrigação de hortaliças e as atividades recreativas que

envolvem o contato direto da população com a água

Eutrofização é o processo de poluição de corpos d’água, que acabam adquirindo colo-e.

ração turva, levando à ocorrência de níveis baixíssimos de oxigênio dissolvido na água

Isso provoca a morte de diversas espécies animais e vegetais e tem altíssimo impacto

nos ecossistemas aquáticos O problema da eutrofização tem como ponto de partida o

acúmulo de nutrientes dissolvidos na água Trata-se de um problema que afeta princi-

palmente os ambientes aquáticos com fluxo reduzido e pouca renovação de água, como

lagos, açudes e reservatórios, que recebem aporte excessivo de nutrientes, principal-

mente fósforo e nitrogênio

O uso descontrolado de fertilizantes pela agricultura e o lançamento de esgotos domés-

ticos e industriais sem o devido tratamento dos rios são as maiores fontes desses nu-

trientes para os corpos hídricos que estão mais sujeitos à eutrofização Assim, o monito-

ramento desses nutrientes, sobretudo do fósforo, pode subsidiar o controle dos níveis de

nutrientes de modo a reduzir o risco de eutrofização e a perda da qualidade da água

A demanda bioquímica de oxigênio (DBO) da água corresponde à quantidade de oxigênio f.

necessária para oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para

uma forma inorgânica estável A DBO é a quantidade de oxigênio consumido durante de-

terminado período de tempo, numa temperatura de incubação específica Um período de

tempo de cinco dias numa temperatura de incubação de 20 °C é frequentemente usado e

referido como DBO5,20 O oxigênio dissolvido na água é um parâmetro importante no que

se refere à manutenção da vida aquática e dos processos bioquímicos que ocorrem na

água O ideal é que o índice esteja acima de 5 mg/L, sendo que índices abaixo de 2 mg/L

representam o comprometimento da vida aquática e o desequilíbrio desses ecossiste-

mas A quantidade de oxigênio é importante no processo de depuração da água em locais

onde há deposição de esgotos domésticos, como veremos a seguir

Turbidez é o parâmetro que indica se a água está turva, ou seja, se esta apresenta gran-g.

de quantidade de partículas orgânicas ou inorgânicas em suspensão, o que diminui sua

transparência e, consequentemente, a fotossíntese de vegetação com raízes submersas

e algas Esse desenvolvimento reduzido de plantas pode suprimir a produtividade de pei-

xes Logo, a turbidez pode influenciar as comunidades biológicas aquáticas Além disso,

afeta adversamente os usos – domésticos, industriais e para a realização de atividades

de lazer – dos corpos d’água

O pH significa “potencial hidrogeniônico” e indica a relação entre íons hidrogênio (H+) e h.

hidroxilas (OH-) presentes na água Quando predominam os íons H+, considera-se que

a água é ácida, e, quando o predomínio é de OH-, que ela é básica ou alcalina O pH é

medido em uma escala logarítmica de base 10 Isso quer dizer que quanto maior for a

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76 Manual do Professor

quantidade de íon H+, menor será o valor do pH, e a diferença entre um pH 4 e outro pH

5 é que o primeiro apresenta 10 vezes mais íons H+ que o segundo Em comparação com

um pH 6, o primeiro apresenta 100 vezes mais H+, e assim por diante, em uma escala

de 0 a 14 Esse parâmetro, por definir o caráter ácido, básico ou neutro de uma solu-

ção, deve ser considerado, pois os organismos aquáticos estão geralmente adaptados

às condições de neutralidade e, consequentemente, alterações bruscas do pH de uma

água podem acarretar o desaparecimento dos seres nela presentes Valores fora das

faixas recomendadas podem alterar o sabor da água e contribuir para a corrosão dos

sistemas de distribuição de água, ocorrendo com isso uma possível extração do ferro,

cobre, chumbo, zinco e cádmio, e dificultar a descontaminação das águas O pH costu-

ma ser alto em regiões com pouca precipitação, influenciado pelo mar e em açudes de

solo alcalino O pH costuma ser baixo quando há aumento de ácidos orgânicos dissol-

vidos na água

O processo de autodepuração envolve reações químicas com o intuito de estabilizar a carga i.

de matéria orgânica disposta num corpo d’água, para que este retome as condições ante-

riores ao recebimento dos poluentes, formados principalmente por esgotos domésticos

O processo pode ser sintetizado na seguinte equação: MO + O2(g) + bactérias > CO2(g) +

H2O(ℓ) + bactérias + energia, na qual as bactérias decompositoras, na presença de oxigê-

nio, realizam a decomposição da matéria orgânica, gerando como produtos o gás carbôni-

co e a água, além de liberar energia durante o processo Assim, quanto maior for a carga

de matéria orgânica no corpo hídrico, maior será o consumo de oxigênio

Tema 2: demandas e usos múltiplos

Entre os tipos de uso consuntivo apresentados no gráfico, o que apresenta maior volume a.

de vazão de retirada é a irrigação, que representa 44% da demanda total, seguido do uso

industrial (28%) e do uso para abastecimento urbano (24%)

Na irrigação, os maiores impactos ambientais são causados pelo desperdício de água b.

decorrente de alguns métodos de irrigação e pela contaminação do solo e dos cursos

d’água por insumos agrícolas, destacadamente agrotóxicos e fertilizantes Nas ativida-

des industriais, o maior impacto causado na utilização da água é o desequilíbrio eco-

lógico provocado quando a retirada de água é muito intensa e quando há o despejo de

resíduos industriais sem tratamento nos cursos d’água

No caso do uso urbano, dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2008, do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que, no país, aproximada-

mente, 78,6% e 45,7% dos domicílios eram atendidos por rede geral de água e por rede

coletora de esgotos sanitários, respectivamente Esses dados revelam os baixos índices

de coleta e tratamento de esgotos, que contribuem para o agravamento dos problemas

relacionados com a incidência de doenças de veiculação hídrica e para o comprometi-

mento da qualidade das águas superficiais por causa da eutrofização da água, podendo

inviabilizar o uso desses recursos hídricos

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Manual do Professor 77

EnEm E VESTIBULARES (P.132)

Alternativa B 1.

2. A comparação mostra que a Europa, de clima temperado oceânico, consome entre 20% e a.

40% de sua disponibilidade hídrica, enquanto o Brasil consome apenas 10% Para entender

essa diferença, devem ser levados em consideração os diferentes níveis de desenvolvi-

mento socioeconômico dos países, a distribuição da sua população e as reservas de água

disponíveis

O uso entre 20% e 40% do total disponível da água dos Estados Unidos se deve ao desen-b.

volvimento socioeconômico e tecnológico desse país na agricultura, na indústria e nos ser-

viços O aumento da população e o uso doméstico também são fatores responsáveis pelo

grande consumo de água

Alternativa A 3.

4. A água alcança o rio pelo escoamento superficial ou através do escoamento subsu-a.

perficial, em que a água se infiltra o solo e posteriormente alcança o rio pelo lençol

freático

O escoamento superficial das águas é acelerado e a infiltração reduzida, devido à imper-b.

meabilização do solo As consequências disso são: o aumento do volume de água nos ca-

nais, córregos e rios, com inundações em momentos chuvosos, e, em períodos de seca, o

volume de água disponível nos rios é reduzido

Alternativa E 5.

6. A área assinalada com a letra B indica o semiárido nordestino, onde a seca e as elevadas a.

temperaturas são preponderantes Chove pouco e as chuvas são irregulares; os rios, em

grande número, são intermitentes, com exceção do rio São Francisco

Os argumentos favoráveis à transposição são: a obra é essencialmente social e levará não b.

apenas água para a região, mas também melhorias econômicas, como projetos agrícolas

de irrigação e, consequentemente, empregos Os argumentos contrários são: com a obra,

haveria o uso indevido da água por empresários industriais e do setor agrícola, que teriam

esse recurso em suas mãos, e o nível do rio São Francisco baixaria, causando assoreamen-

to em sua foz Também há dúvida sobre se haveria disponibilidade suficiente das águas,

para o consumo, nas principais cidades por onde o São Francisco passa

Alternativa B 7.

Alternativa E 8.

Alternativa D 9.

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78 Manual do Professor

caPítulo 6 – distribuição e cresciMento da PoPulação Mundial

O tema-chave deste capítulo, crescimento da população mundial, é de interesse de to-

dos, pois o bem-estar da coletividade, que advém de abastecê-la com os recursos, os bens,

as estruturas e os serviços neces sários à sua sobrevivência, depende do equilíbrio entre a

oferta desses itens e a demanda gerada pela quantidade de habitantes O rompimento desse

equilíbrio, mesmo em escalas menores e de modo localizado, traz implicações com níveis

variados de gravidade a cada integrante da sociedade O modo como a população é distribu-

ída no espaço também influencia a qualidade de vida da população Isso porque áreas pouco

povoadas, apesar de favorecerem a organização da sociedade, podem apresentar carência

na oferta de determinados serviços e estruturas, e as áreas densamente ocupadas tendem

a sofrer comprometimentos na sua capacidade de comportar a totalidade da população

com segurança e conforto, além de ocorrer a saturação de suas fontes de abastecimento

Portanto, a relevância desse tema pode ser utilizada para a realização de debates de intro-

dução do capítulo Explorar os conhecimentos prévios dos alunos também contribui para

envolvê-los no tema e na dinâmica das aulas como um todo

Conduza a leitura dos textos e a interpretação dos dados estatísticos das tabelas e dos

gráficos para contextualizar a situação demográfica do mundo atual, chamando a atenção

dos alunos para a identificação dos fatores responsáveis pela realidade vislumbrada e para

que reflitam sobre as possíveis tendências da dinâmica demográfica e suas consequências

Essa abordagem pode ser construída de diferentes maneiras: por meio de trabalhos em

grupo, pesquisas, seminários, atividades de sistematização e interpretação de informações,

produção de textos, confecção de painéis etc

O capítulo também proporciona aos alunos a possibilidade de realizarem uma discussão

sobre as teorias malthusiana e neomalthusiana, além dos impactos do crescimento da po-

pulação mundial no meio ambiente Nesse tópico, é pertinente resgatar questões já aborda-

das quando foram trabalhados, nos capítulos anteriores, os aspectos físicos e a exploração

dos recursos naturais

Outra questão de grande importância, possível de ser desdobrada das questões ligadas

ao crescimento populacional, diz respeito ao planejamento familiar, e, consequentemente,

às formas de prevenção da gravidez na adolescência e às consequências pessoais e sociais

que ocorrem quando esta não é evitada O tema pode ser contemplado por projetos interdis-

ciplinares envolvendo professores de várias áreas (Geografia, Biologia, Sociologia etc ), cujo

objetivo transcende as especificidades dos conteúdos para focar na formação dos alunos

enquanto seres humanos

Abertura: atividade complementar (p. 138)

O texto de abertura faz referência ao fato de o mundo já ter mais de 7 bilhões de habi-

tantes, o que gera um amplo debate a respeito das dificuldades em ampliar o acesso aos

serviços básicos necessários para a população mundial, como saneamento básico, moradia,

saúde e educação

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Manual do Professor 79

Outro aspecto que preocupa os analistas é a dificuldade de acesso à alimentação Os

impactos ambientais decorrentes das atividades antrópicas e a redução da fertilidade dos

solos em áreas cujas técnicas agrícolas são inadequadas tendem a pressionar os preços dos

alimentos para cima, o que dificulta ainda mais a obtenção de alimentos por populações de

baixa renda

Pergunte aos alunos por que o texto afirma que uma possibilidade de melhorar a qualida-

de de vida da população mundial é a combinação de três fatores: educação, uso inteligente

de riquezas e planejamento

Resposta: espera-se que os alunos reflitam sobre a importância da educação para criar

pessoas mais cidadãs, conscientes e críticas da sociedade; sobre se o uso inteligente de

riquezas seria dividi-las de uma forma mais justa, sem concentrá-las em alguns países e

algumas classes sociais em detrimento de outros(as), diminuindo, assim, a miséria e a po-

breza no mundo; e sobre o planejamento, para que as futuras gerações também possam

usufruir dos recursos naturais de que dispomos atualmente

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

PARA LER E REFLETIR – cREScImEnTO POPULAcIOnAL E PLAnEjAmEnTO (P. 141)

Professor, ressalte a importância do levantamento de dados demográficos e socioe-

conômicos para as ações de planejamento e gestão das esferas pública e privada Essas

ações podem ser relacionadas a projetos sociais, ao desenvolvimento de atividades produti-

vas e até mesmo ao estabelecimento de políticas de planejamento familiar e de controle de

natalidade

Resposta pessoal Professor, nesta atividade, é importante que os alunos citem os inves-

timentos destinados, por exemplo, à criação de: creches, escolas de Ensino Fundamental e

Médio, e cursos técnicos e profissionalizantes; serviços de saúde em geral, com ênfase em

maternidades e no setor de pediatria; áreas de lazer (parques, praças públicas, ginásios

poliesportivos, clubes etc ); e de equipamentos culturais (cinemas, teatros, centros culturais

etc ) Toda essa infraestrutura deve ser oferecida gratuitamente à população

O cREScImEnTO dA POPULAçãO mUndIAL – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm

SOcIOLOGIA E hISTóRIA (P. 143)

A questão da redução da natalidade é observada em diversos países do mundo, e os

motivos que levaram a isso são amplamente abordados pela Geografia, como o elevado

custo de vida nas cidades, o acesso aos métodos contraceptivos e as conquistas feminis-

tas no século XX O movimento feminista, tanto no Brasil como no mundo, foi responsável

pela ampliação dos direitos das mulheres, entre eles: os direitos democráticos, o divórcio,

a educação, a maior igualdade no trabalho (apesar de esta ainda não ter sido plenamente

atingida) e o combate à violência contra as mulheres, apenas para citar alguns exemplos A

maior liberdade conquistada pelas mulheres possibilitou sua maior integração ao mercado

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80 Manual do Professor

de trabalho e o aumento de sua qualificação profissional, fatores que contribuíram para ace-

lerar ainda mais a redução dos índices de natalidade, observados no Brasil e no mundo

Esse tema abre a possibilidade de discutir a questão das mulheres na sociedade envolvendo

diferentes disciplinas, como Geografia, História e Sociologia

PARA LER E PESqUISAR – O EnVELhEcImEnTO POPULAcIOnAL (P. 144)

Entre as principais cláusulas, podem ser citadas: atendimento preferencial imediato e

individualizado nos órgãos públicos e privados que prestam serviços à população; prefe-

rência pela formulação e pela execução de políticas sociais públicas específicas para os

idosos; e destinação privilegiada de recursos públicos para as áreas relacionadas com a

proteção ao idoso

Ao se pensar na figura do idoso, importantes temas de debates podem surgir, como: a

questão do envelhecimento populacional e suas consequências para a previdência e para o

sistema de saúde; a questão cultural, visto que os idosos trazem saberes e experiências de

outras gerações que devem ser transmitidos às próximas gerações; e as questões do res-

peito e da cidadania

RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 151)

A “Revolução Verde” iniciou-se entre as décadas de 1950 e 1960 e foi marcada pela aplica-1. ção de capital e tecnologia na produção agrícola, principalmente na produção de semen-

tes melhoradas geneticamente e na adoção de práticas modernas de trabalho, resultan-

do na elevação da produtividade agrícola e no rápido aumento da produção mundial de

alimentos

A população absoluta é o número total de habitantes de determinada área População 2. relativa ou densidade demográfica é o produto da divisão da população absoluta de uma

área por sua extensão territorial O conhecimento desses dados permite realizar diversas

estimativas, como mercado de consumo, disponibilidade de mão de obra e necessidade de

investimentos governamentais para o conjunto da população

O crescimento populacional mundial era relativamente baixo até meados do século XVII – 3. embora as taxas de natalidade fossem altas –, principalmente por causa das altas taxas

de mortalidade Por volta de 1650, a população mundial era de aproximadamente 500 mi-

lhões de pessoas Entre 1650 e 1850, passou a ser de 1,2 bilhão de pessoas Isso ocorreu

principalmente em virtude da ampliação na oferta de alimentos, o que garantiu maior

longevidade às pessoas, diminuindo assim a taxa de mortalidade mundial Entre 1850 e

1950, a população mundial passou a ser de 2,4 bilhões de pessoas Esse aumento ocor-

reu porque as taxas de natalidade se mantiveram e as taxas de mortalidade declinaram

sensivelmente, devido ao desenvolvimento e à disseminação de novos recursos médicos

A partir de 1950, houve a implantação de grandes empresas transnacionais nos países

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Manual do Professor 81

subdesenvolvidos Esse processo repercutiu em vários aspectos Por exemplo, acelerou

o êxodo rural, o que gerou grande excedente de mão de obra para as novas indústrias,

com remuneração normalmente precária As taxas de natalidade continuaram altas e o

processo de urbanização permitiu que a população passasse a dispor de maior assistência

médica e sanitária Isso resultou na diminuição das taxas de mortalidade desses países,

propiciando uma “explosão demográfica” – em apenas 30 anos, a população mundial mais

que dobrou, passando a ser de 4,5 bilhões de pessoas

Devido ao crescimento da população mundial, as autoridades governamentais ficaram

alarmadas, principalmente as dos países ricos Medidas para o controle da alta natalida-

de começaram a ser tomadas e, entre 1980 e 2000, o ritmo de crescimento da população

mundial diminuiu Hoje, muitos países já tem um crescimento negativo (principalmente os

países desenvolvidos), outros estão em processo de transição demográfica (principalmen-

te os países emergentes), mas ainda há uma parcela de países que apresentam uma taxa

de crescimento demográfico mais elevada e predomínio da população jovem (principal-

mente os países subdesenvolvidos)

A teoria malthusiana afirmava que, caso não ocorressem guerras, epidemias ou desas-4. tres naturais, a população tenderia a crescer num ritmo muito acelerado, comparável a

uma proporção geométrica Já a produção de alimentos cresceria num ritmo mais lento,

comparável a uma proporção aritmética Essa relação desproporcional entre o cresci-

mento da população e a produção de alimentos culminaria em uma situação catastrófica

para a humanidade: esta acabaria morrendo por inanição Para combater esse proble-

ma, Malthus propunha que a população adotasse uma postura de abstinência sexual

para diminuir a taxa de natalidade, promovendo, assim, um equilíbrio entre o cresci-

mento populacional e as possibilidades de expansão da produção de alimentos Por sua

vez, o antimalthusianismo não é considerado necessariamente uma teoria, mas, sim,

a visão de um grupo de pesquisadores sobre o problema do crescimento demográfico

mundial Eles vão de encontro à teoria malthusiana porque não aceitam que o cresci-

mento populacional seja sempre muito acelerado, em qualquer época ou em qualquer

lugar Segundo esses pesquisadores, apenas as camadas mais pobres da população dos

países em desenvolvimento se reproduzem em ritmo acelerado, em uma progressão ge-

ométrica Isso não aconteceria nos países desenvolvidos nem nas classes médias e altas

dos países subdesenvolvidos Assim, o problema seria a miséria que afeta as populações

mais pobres, e não a limitada capacidade de produzir alimentos Os antimalthusianos

também se opunham aos malthusianos porque acreditavam que se a qualidade de vida

dos habitantes melhorasse, as taxas de natalidade de um país diminuiriam sensivelmen-

te A teoria neomalthusiana, por sua vez, recuperou as bases da teoria malthusiana e se

afirmou no período pós-guerra, particularmente no início da década de 1950 Essa teoria

defendia que os países subdesenvolvidos não conseguiriam se desenvolver enquanto

precisassem investir somas fabulosas em sua grande população infantil, propondo a

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82 Manual do Professor

adoção de uma rigorosa política de controle de natalidade, dirigida por organismos es-

tatais ou particulares sediados em países ricos Esses países sustentariam financeira-

mente a aplicação de métodos anticoncepcionais em quase todo o mundo, diminuindo as

taxas de natalidade, sem, contudo, eliminar a pobreza

AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 151)

5. Se compararmos o ano de 2100 com o de 1950, todos os continentes apresentam aumento a.

populacional Porém, as taxas de crescimento, ao longo do período, apresentam queda,

com exceção da Ásia e da América do Norte

A Ásia e a África b.

Os continentes que apresentam redução populacional são a África, a América Latina e o c.

Caribe, a Europa e a Oceania

6. O Brasil é o país mais populoso a.

O Canadá é o país menos povoado, pois apresenta menos habitantes por quilômetro qua-b.

drado que o Brasil Para descobrir a densidade demográfica de uma localidade, deve-se

dividir o número de habitantes pela área territorial total

7. A favela apresentou um adensamento populacional Antes havia somente poucas mora-a.

dias simples no meio de uma área de matagal; atualmente, a região apresenta diversas

casas de alvenaria, muitas com mais de um andar, comportando um grande número de

pessoas

Segundo o texto, de 2008 até o primeiro quadrimestre de 2012, houve redução de 2% das b.

áreas ocupadas por comunidades Contudo, não houve freio na verticalização Segundo

o IBGE, houve aumento populacional de 27,5% nos chamados aglomerados subnormais,

entre 2000 e 2010 Em 2012, o Rio de Janeiro tinha 763 favelas, 48% a mais que em 2000

Nessas regiões, surgiram 118 343 habitações, o que representa um crescimento de 38,6%

nos últimos 10 anos (de 2002 a 2012)

A densidade demográfica aumentou nos últimos anos, pois a população residente nas fa-c.

velas cresceu em número e a superfície ocupada diminuiu

8. De acordo com as projeções da ONU, a população mundial ultrapassará 9,2 bilhões de a.

habitantes até 2050

O aumento da população ocorrerá principalmente nos países menos desenvolvidos, cuja b.

população crescerá de 5,4 bilhões (número de 2007), para 7,9 bilhões, em 2050

A teoria mais adequada para explicar essas projeções é o antimalthusianismo, ao defen-c.

der que apenas as camadas mais pobres da população dos países em desenvolvimento

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Manual do Professor 83

se reproduzem em um ritmo que corresponde ao de uma progressão geométrica

Portanto, o crescimento populacional estaria diretamente relacionado à pobreza exis-

tente nesses países

ATIVIdAdE FInAL: PESqUISA E cOmPARAçãO dE dAdOS (P. 154)

Professor, solicite aos alunos que pesquisem os dados e preencham a tabela A pes-

quisa possibilitará que eles analisem dados demográficos básicos de diferentes países do

planeta, como as taxas de mortalidade e natalidade Juntamente com a turma, faça uma

análise dos dados

caPítulo 7 – estrutura e MiGrações da PoPulação Mundial

Para estudar a estrutura da população quanto ao gênero e à idade, os alunos precisam

dominar a análise dos gráficos conhecidos como pirâmides etárias Verifique a necessidade

de prepará-los para essa habilidade As pirâmides etárias são compostas de barras hori-

zontais representando diferentes faixas de idade, divididas entre os gêneros masculino e

feminino, e o comprimento de cada barra corresponde à proporção da população abrangida

pelo perfil em questão (por exemplo, homens entre 50 e 54 anos) no ano em que os dados

tiverem sido coletados Na base do gráfico ficam as faixas etárias iniciais, e no topo, as que

representam a população mais velha

Os alunos devem ser estimulados a dimensionar os objetivos que norteiam a realização de

estudos sobre a estrutura populacional A necessidade de planejar os investimentos gover-

namentais e privados em curto e em longo prazo para atender às demandas da população,

de acordo com as suas características, é uma das conclusões a ser alcançada pelos alunos

A estrutura da população tem reflexos no mercado de trabalho, nas estruturas educacionais

e nas áreas ligadas à saúde, no sistema previdenciário etc

Além do crescimento vegetativo, ou seja, a diferença entre as taxas de natalidade e mor-

talidade, os saldos migratórios, resultantes da entrada e saída de migrantes, são fatores que

atuam decisivamente na dinâmica populacional Portanto, é preciso trabalhar com os alu-

nos os motivos concretos (fatores atrativos e repulsivos) que mobilizam os principais fluxos

migratórios da atualidade e avaliar suas consequências Não obstante, a diversidade étnica

e as trocas culturais, sem falar da ampliação da população economicamente ativa, um dos

fenômenos sociais negativos verificados em países que recebem grandes quantidades de

imigrantes é a xenofobia

A abordagem desse fenômeno é uma ocasião significativa para promover debates – com a

mediação criteriosa do professor, atribuindo oportunidades de falas igualitárias, procurando

contemplar o maior número possível de aspectos e zelando para que todos os pontos de vista

sejam respeitados – não apenas sobre os casos de xenofobia em outros países, mas sobre as

formas de discriminação em geral, sobretudo as que ocorrem no Brasil Esta temática também

permite trabalhar em parceria com professores de outras áreas, como Sociologia e Filosofia

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84 Manual do Professor

Abertura: atividade complementar (p. 156)

A abertura do capítulo aborda a entrada de imigrantes no Brasil Sobre o assunto, resolva

as seguintes questões:

Exponha os principais fatores que motivam os deslocamentos migratórios internacionais 1.

Resposta: os deslocamentos estão relacionados à depreciação das condições de vida (re-

cessão econômica, adversidades naturais, conflitos armados etc ) nos locais de origem

dos migrantes e a fatores atrativos nos locais de destino

Quais as origens dos principais grupos de imigrantes que entraram no Brasil, ao longo de 2. sua história?

Resposta: Portugal, África (principalmente imigrantes oriundos das regiões que corres-

pondem aos atuais Estados de Moçambique, Angola e Nigéria), Espanha, Itália, Alemanha

e Japão

Quais regiões brasileiras receberam as maiores levas de imigrantes europeus entre o fim 3. do século XIX e meados do século XX?

Resposta: São Paulo, em função da cultura cafeeira, que recebeu principalmente italianos

e japoneses, e a Região Sul, que recebeu imigrantes europeus, sendo os italianos e os

alemães os grupos mais numerosos, para seus projetos de povoamento

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

PARA OBSERVAR E REFLETIR – A cIdAdE dE cOnTAGEm (P. 160)

Porque, apesar de a porcentagem de idosos em Minas Gerais ser um pouco maior que 1. no Brasil, esse estado tem uma diferença mais significativa na taxa de natalidade, tendo

menos jovens em relação à população do país Isso representa um menor número de de-

pendentes em comparação com o Brasil

A taxa de natalidade do município de Contagem é muito próxima da média do estado de 2. Minas Gerais Soma-se a isso o fato de a proporção de idosos no município ser baixa, o que

justifica uma dependência demográfica menor do que a média estadual

PARA LER E PESqUISAR – O dEcLínIO dAS TAXAS dE nATALIdAdE nOS PAíSES RIcOS

E EmERGEnTES (P. 161)

Professor, é importante estimular os alunos a realizar o maior número de entrevistas

possível com diversos familiares, para enriquecer o debate em sala de aula Analise se as

causas apontadas pelos familiares para explicar a opção por determinado número de filhos

estão de acordo com os fatores citados no texto como responsáveis pela redução das taxas

de natalidade

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Manual do Professor 85

PARA OBSERVAR E REFLETIR – AméRIcA LATInA E cARIBE: A REGIãO mAIS FEmInInA

dO mUndO? (P. 164)

O texto jornalístico apresentado reflete uma tendência de aumento da população femi-

nina na América Latina e Caribe Entre as possibilidades que podem explicar esse fenôme-

no, destacam-se o aumento da expectativa de vida, em especial das mulheres, na América

Latina e no Caribe, e a manutenção da baixa expectativa de vida masculina, observada em

países em que os índices de violência permanecem elevados, como o México e o Brasil

OS GRAndES mOVImEnTOS mIGRATóRIOS – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm hISTóRIA

(P. 167)

A análise dos grandes movimentos migratórios no mundo envolve relações e análises

geográficas e históricas a respeito não apenas das migrações em si, mas também das con-

dições e das políticas públicas que contribuíram para a saída de um contingente populacio-

nal de uma região para a outra Um exemplo é a análise do continente europeu ao longo do

século XIX, momento em que, devido às revoluções industriais, a população rural ficou em

segundo plano nas prioridades governamentais, além do excesso populacional e ausência de

oportunidades de trabalho em regiões industriais Esses motivos contribuíram para a emi-

gração de europeus em direção a regiões como a América do Sul Construa um projeto en-

volvendo o professor de História, abordando os fluxos migratórios tratados neste capítulo, o

que possibilitará uma análise mais ampla dos grandes movimentos migratórios mundiais

PARA LER E PESqUISAR – XEnOFOBIA nA EUROPA (P. 170)

Professor, ressalte que dois problemas relacionados aos fluxos migratórios atuais dos

países pobres para os ricos são o aumento da xenofobia e do racismo Dessa forma, ao ex-

plorar as informações do texto, procure demonstrar, se possível com exemplos coletados

nos meios de comunicação, como a xenofobia ocorre e de que forma vem sendo abordada e

trabalhada nos diferentes países

Estimule os alunos a pesquisar notícias atuais sobre a xenofobia, analisando principal-

mente os casos ocorridos em países europeus e nos Estados Unidos, onde esse fenômeno

atinge atualmente grandes proporções Após a pesquisa do material e a sistematização das

informações, promova um debate sobre o tema para que os alunos possam formular uma

opinião e posicionar-se

PARA LER E PESqUISAR – mIGRAçõES FORçAdAS E A qUESTãO dOS REFUGIAdOS

(P. 172)

A atividade proposta visa possibilitar que os alunos verifiquem as condições dos campos

de refugiados no mundo e as dificuldades que parte deles encontra, em alguns casos, para

obter auxílio humanitário O tema poderá ser retomado no volume 3 da coleção, em que os

conflitos atuais serão analisados

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86 Manual do Professor

RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 173)

A principal forma de representação desses dados é a pirâmide etária 1.

Conhecer esse dado é importante para a elaboração de políticas públicas e para a defini-2. ção do potencial de produção de um país, ou seja, da quantidade de pessoas que podem

gerar riquezas no território É também relevante para a representação da capacidade

de consumo interno O número da distribuição etária é fundamental para a projeção da

necessidade de expansão da produção nacional ou de importação de bens para atender

ao consumo A estrutura etária também possibilita o estudo de políticas públicas, como

pensar a previdência social, no caso de países com população idosa elevada

Os três tipos básicos de pirâmide etária são os que representam a estrutura demográ-3. fica dos países subdesenvolvidos, desenvolvidos típicos e dos países em fase de tran-

sição demográfica A pirâmide de um país subdesenvolvido tem a base extremamente

larga (alta natalidade), o meio afunilado (em razão da alta mortalidade) e o topo estreito

(baixa expectativa de vida) A de um país desenvolvido típico tem a base relativamente

estreita (baixa natalidade), o meio pouco afunilado (mortalidade não muito acentuada)

e o topo largo (alta expectativa de vida) As pirâmides dos países em fase de transição

demográfica tem a base com duas ou três camadas inferio res mais estreitas dos que as

de cima, representando o início do declínio das taxas de natalidade, o meio pouco afuni-

lado e o topo mais largo

Segundo a ONU, migração é uma forma de mobilidade espacial entre uma unidade geo-4. gráfica e outra, envolvendo a intenção de mudança permanente de residência Os locais de

emigração são denominados áreas de refluxo, e os locais de imigração, áreas de afluxo

Quando as pessoas se deslocam de forma voluntária, a fim de buscar soluções para seus 5. problemas ou por um desejo pessoal, ocorre a chamada migração espontânea Quando

são obrigadas a deslocar-se por questões políticas, religiosas ou de qualquer outra na-

tureza, mas contra sua vontade, ocorre a chamada migração forçada

As principais áreas de emigração neste período localizam-se, principalmente, nos paí-6. ses subdesenvolvidos da América Latina, da Ásia e da África, enquanto as áreas de atra-

ção populacional passaram a ser os países desenvolvidos da América Anglo-saxônica,

da Europa, da Oceania (especialmente a Austrália) e da Ásia, com destaque para o Japão

Esses movimentos migratórios se devem a motivações de ordem econômica, sobretudo

à busca por oportunidades de emprego

A principal causa da instalação dessas indústrias em diferentes partes do mundo está li-7. gada à busca de aumento da margem de lucros, por meio, principalmente, da mão de obra

barata e abundante, localizada em países do mundo subdesenvolvido Nestes, atualmente,

há condições favoráveis ao funcionamento industrial, como matérias-primas, recursos

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Manual do Professor 87

energéticos, infraestrutura de transportes, políticas de favorecimento ao capital estran-

geiro e legislação ambiental pouco rigorosa

Consiste em um tipo de migração que ocorre em várias partes do mundo, principalmen-8. te dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento para os países ricos Nesse tipo

de migração, um grupo de pessoas, geralmente com um nível educacional mais elevado

e qualificado, desloca-se para os países desenvolvidos em busca de melhores condições

de trabalho e de crescimento profissional, com melhores perspectivas salariais e de

infraestrutura de equipamentos e instalações Esses fluxos migratórios comprometem

o desenvolvimento da capacidade científica e tecnológica dos países subdesenvolvidos e

em desenvolvimento

AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 173)

9. As pirâmides etárias representam a composição da população de dois países por idade e a.

gênero Cada um dos lados da pirâmide representa um grupo por gênero, e a extensão de

cada faixa, em uma escala predeterminada, que representa a quantidade de pessoas de

cada faixa etária

A pirâmide do Japão tem uma base estreita em razão das baixas taxas de natalidade, uma b.

faixa intermediária mais alongada, que indica a maior porcentagem da população adulta, e

um topo um pouco mais largo, que representa a elevada expectativa de vida da população

idosa A pirâmide etária da Guatemala apresenta uma base mais larga, o que indica ele-

vada porcentagem de crianças e jovens, uma faixa intermediária mais estreita, em função

da alta mortalidade, e um topo mais afunilado, que revela uma porcentagem menor de

população idosa, em virtude da expectativa de vida mais baixa

10. O maior fluxo de emigrantes parte da América Latina e do Caribe a.

Os continentes que recebem o maior número de imigrantes são a América do Norte e a b.

Europa

Professor, para esta questão, os alunos devem formular uma hipótese pessoal a partir

da análise dos conhecimentos prévios e das discussões sobre as desigualdades eco-

nômica e social existentes entre os continentes Uma hipótese possível é a disparidade

econômica, que torna a América do Norte e a Europa atraentes por causa de suas rique-

zas e criam a imagem de que esses continentes são terras de grandes oportunidades

Em contrapartida, os baixos índices econômicos e sociais da maioria dos países sub-

desenvolvidos fazem que estes tenham o maior fluxo de emigrantes, que saem de seus

locais de origem em busca de melhores condições de vida em continentes mais ricos e

com melhores índices sociais e econômicos

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88 Manual do Professor

ATIVIdAdE FInAL: LEITURA E PROdUçãO dE TEXTO (P. 174)

No contexto do sistema econômico atual, verifica-se o crescimento econômico sem o au-a.

mento da oferta de emprego O desemprego passa a ser uma característica estrutural do

neoliberalismo, e as pessoas, então, migram em busca fundamentalmente de trabalho

Os autores do texto defendem que as migrações podem trazer benefícios para o desen-b.

volvimento econômico e social dos países Isso ocorre porque os movimentos migratórios

apontam para a necessidade de encará-los como uma contribuição positiva ao desenvol-

vimento de uma cidadania universal pautada na solidariedade e na cooperação entre as

nações Assim, os autores são favoráveis às imigrações, de modo que as diferenças cultu-

rais devem ser consideradas formas de acréscimo e de enriquecimento para as diferentes

nações na construção de uma cultura de paz e justiça

Resposta pessoal Professor, comente que alguns estudiosos argumentam que os imi-c.

grantes de hoje enfrentam mais resistência pelo fato de constituírem mão de obra sem

qualificação, o que levou à redução dos salários dos trabalhadores locais e ao desemprego,

especialmente na Europa Porém, para alguns estudiosos, as migrações internacionais

são fenômenos que trazem mais contribuições e benefícios do que problemas, embora

apresentem aspectos negativos

caPítulo 8 – distribuição, cresciMento e estrutura da PoPulação do brasil

O estudo da população brasileira nos conduz a refletir sobre diversos fatores na esfera eco-

nômica, social e cultural, manifestados em situações que podemos observar no cotidiano

A discussão inicial do capítulo pode começar com a retomada do que os alunos têm em

mente com relação à distribuição populacional do Brasil, expondo que esta ocorre de forma

desigual e descontínua, fruto de processos econômicos, históricos e geográficos que prio-

rizaram o desenvolvimento de atividades econômicas específicas e a ocupação de determi-

nadas porções do território nacional (majoritariamente a costa atlântica e as capitais dos

estados) Apresentar esses fatores, inclusive com o suporte do professor de História, pode

contribuir para que os alunos façam relações entre a concentração de população, a procura

por emprego e as demandas econômicas e do mercado de trabalho

É importante, com base em recortes temporais, articular as atividades econômicas

predominantes no território nacional com as regiões de maior ocupação e com a con-

figuração da estrutura populacional decorrente desses processos, atentando para indi-

cadores como natalidade, mortalidade e esperança de vida em cada um destes momen-

tos, e apontando fatores que alteram esses índices e levam a população brasileira ao

envelhecimento

Promova, se possível com a ajuda do professor de Sociologia, debates sobre ques-

tões como a inserção da mulher no mercado de trabalho e as discriminações sofridas,

ainda hoje, por negros e indígenas, aproveitando a situação para desfazer possíveis

estereótipos

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Manual do Professor 89

Abertura: atividade complementar (p. 176)

Reúna-se com alguns de seus colegas, e, após interpretar o texto de Darcy Ribeiro, pro-

duza com eles um texto coletivo discutindo o processo histórico de formação da população

brasileira sintetizada nesta frase do autor:

Nós, brasileiros, somos um povo em ser, impedido de sê-lo. Um povo mestiço na carne e no es-

pírito, já que aqui a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. Nela fomos feitos e ainda continuamos

nos fazendo.

Resposta: a diversidade do povo brasileiro resultou da grande miscigenação entre várias

matrizes étnicas, principalmente de europeus, indígenas e africanos

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

PARA OBSERVAR E AnALISAR – URBAnIzAçãO E TAXA dE FEcUndIdAdE (P. 182)

Professor, nesta atividade, os alunos devem começar a refletir sobre processos que ocor-

reram conjuntamente à industrialização do país, como a urbanização e o declínio das taxas

de fecundidade Trabalhe as informações do texto e os dados do gráfico e promova o debate

com a turma a respeito do assunto, questionando os alunos sobre em que época eles pre-

tendem ter filhos, quantos filhos gostariam de ter e por quê, além de outras questões perti-

nentes que despertem o interesse sobre o tema

Com base na análise do gráfico, observa-se que a taxa de fecundidade vem declinando 1. significativamente nas últimas décadas Entre as décadas de 1940 e 1960, ela se manteve

em torno de 6 filhos por mulher; na década de 1990, manteve-se por volta de 2,9; em 2000,

caiu para 2,3; e atualmente está no menor patamar, com 1,9 filho por mulher

O declínio da taxa de fecundidade do Brasil tem relação direta com o aumento da população 2. urbana, já que as cidades oferecem maior facilidade de acesso à educação, à informação e

à utilização dos métodos contraceptivos O alto custo de vida nas cidades e o aumento das

perspectivas profissionais das mulheres levam-nas a adiar a maternidade ou a optar por

poucos filhos ou até mesmo por não tê-los

PARA LER E EnTREVISTAR – ESPERAnçA dE VIdA dA POPULAçãO BRASILEIRA (P. 184)

Professor, chame a atenção dos alunos para o fato de que é possível observar a existência

de uma maior esperança de vida, principalmente nas regiões Sudeste e Sul Nas capitais de

estado e em suas áreas mais próximas, há uma maior esperança de vida, apesar de isso não

ser uma regra

Os alunos devem compreender que o aumento da expectativa de vida não apresenta ho-

mogeneidade no território brasileiro e, em regiões menos urbanizadas e mais carentes, a

esperança de vida é menor

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90 Manual do Professor

Instrua-os a realizar entrevistas com pessoas idosas que já conheçam e façam parte de

seu meio, para obter informações relevantes sobre as condições de vida e as dificuldades

enfrentadas por essa parcela cada vez maior da população Além das questões propostas,

é possível acrescentar outras que julgar pertinentes Selecione algumas entrevistas para

discutir as respostas e enriquecer o debate sobre o tema proposto

A ESTRUTURA éTnIcA – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm SOcIOLOGIA E hISTóRIA (P. 188)

A análise da estrutura étnica do Brasil abre a possibilidade de um amplo debate que

envolve temas como a questão do negro e dos indígenas no país, que podem ser abordados

por diferentes disciplinas, como Sociologia e História Assuntos polêmicos, por exemplo, as

cotas raciais e a menor remuneração salarial dos negros, podem ser tratados em debates

ou atividades promovidos por diferentes professores, com o intuito de permitir que os alunos

tenham uma visão mais profunda a respeito desses temas

PARA LER E PESqUISAR – IdEnTIdAdE E dIVERSIdAdE (P. 192)

Professor, o debate sobre a questão dos indígenas no Brasil é muitas vezes realizado de

forma superficial, com diversos estereótipos O objetivo da atividade é possibilitar um debate

amplo sobre as condições dos indígenas no país e sobre as leis brasileiras a respeito destes,

e analisar a opinião dos familiares dos alunos acerca do tema, podendo aprofundar essas

visões em sala de aula e contribuir para a quebra de estereótipos

PARA LER E PESqUISAR – O dIA dA cOnScIêncIA nEGRA (P. 196)

Professor, atente para o fato de que o dia da Consciência Negra é feriado regional em al-

gumas localidades do país A ideia da atividade é que os alunos debatam não apenas o dia e

o feriado (caso ocorra em sua região), mas a importância histórica da data para o movimento

negro no Brasil

RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 198)

O Brasil tem a quinta maior população do mundo, atrás somente dos países China, Índia, 1. Estados Unidos e Indonésia, sendo, portanto, um país bastante populoso Devido ao fato

de seu território ser muito extenso, o Brasil tem baixa densidade demográfica, sendo,

então, pouco povoado

A população brasileira está muito mal distribuída no território, concentrando-se nas 2. capitais dos estados e nas áreas costeiras Cerca de 90% da população concentra-se

próximo ao oceano Atlântico, numa faixa que raramente ultrapassa 600 quilômetros de

largura Se for considerada a distribuição populacional por região, pode-se afirmar que

a população se concentra nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste O Norte e o Centro-Oeste

apresentam as menores densidades demográficas do país

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Manual do Professor 91

O crescimento vegetativo resulta da diferença entre as taxas de natalidade e de morta-3. lidade de um país

Fase 1 – de 1872 a 1940: baixa taxa de crescimento populacional, por causa das altas 4. taxas de mortalidade que acompanhavam as elevadas taxas de natalidade Nesse

período, a maior parte da população vivia no campo Fase 2 – de 1941 a 1960: forte

queda das taxas de mortalidade, por causa da intensificação do processo de urbani-

zação, resultando na aceleração do crescimento vegetativo Fase 3 – de 1961 a 1980:

desaceleração do crescimento vegetativo, pois as taxas de natalidade passaram a de-

clinar mais aceleradamente que as taxas de mortalidade, resultando em uma queda

no ritmo anual de crescimento populacional no país Fase 4 – de 1980 aos dias atuais:

consolidação do processo de transição demográfica, em que as taxas de natalidade e

mortalidade atingem níveis baixos

A estrutura etária da população corresponde à sua distribuição em classe ou faixa de 5. idade apresentada normalmente por gênero Usualmente é mostrada, para efeito de

análise, em um gráfico denominado pirâmide etária

A população economicamente ativa (PEA) corresponde à parcela da população de um país 6. que está trabalhando ou à procura de trabalho O aumento do desemprego não provoca a

redução da PEA, pois os desempregados se enquadram nessa parcela da população

Os três setores da economia são o primário ou agrícola, o secundário ou industrial e o 7. terciário ou de comércio e serviços, que, no caso do Brasil, emprega a maior parte da

população, abrangendo 61% da PEA

Entre os fatores que levaram as mulheres a se inserir no mercado de trabalho estão: a 8. necessidade de contribuição para a renda familiar, o desejo de realização profissional e

a própria demanda do mercado de trabalho

A principal característica da estrutura étnica da população do Brasil é a enorme varie-9. dade de tipos, resultante de uma intensa miscigenação que se iniciou com a colonização

do território brasileiro Desde que os colonizadores portugueses chegaram ao Brasil,

aproximaram-se dos indígenas (nativos) e trouxeram os negros africanos escravizados

para cá Como resultado, teve início a mestiçagem

AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 198)

10. Em pouco mais de uma década, a esperança de vida da população aumentou 5 anos, ao a.

mesmo tempo que as taxas de mortalidade infantil diminuíram quase pela metade, de-

clinando de 45,19‰ em 1991 para 24,32‰ em 2007 Diversos fatores, como a melhoria

na alimentação, no saneamento básico e no acesso aos serviços médicos e hospitalares,

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92 Manual do Professor

contribuíram para esse quadro Essa variação é positiva para a população brasileira, que,

em média, tem vivido mais e apresentado menor percentual de mortes entre crianças com

menos de um 1 ano

O aumento no número de mortes entre jovens na Região Sudeste pode ser justificado pelos b.

altos índices de violência e criminalidade nas áreas urbanas, principalmente na população

jovem masculina

A principal meta a ser atingida pelo Brasil consiste em alcançar, até 2015, uma taxa de c.

mortalidade infantil próxima de 15‰

A primeira foto retrata a maior participação das mulheres na população economicamente 11. ativa do Brasil, fato verificado nas últimas décadas devido à sua maior inserção no mer-

cado de trabalho Recentes conquistas das mulheres, como o maior acesso aos métodos

contraceptivos e, consequentemente, a redução da quantidade de filhos por mulher, a ele-

vação dos índices educacionais e de qualificação profissional, a conquista de novos direitos

e sua maior emancipação, são exemplos de motivos que ajudam a entender a maior par-

ticipação feminina na PEA

A segunda foto representa o aumento da população idosa no país, fato que provavelmente

continuará a ser observado nas próximas décadas e é reflexo do aumento da expectativa

de vida no Brasil, devido às melhorias na qualidade de vida (como acesso ao saneamento

básico, aos sistemas de saúde e à educação)

ATIVIdAdE FInAL: LEITURA E dEBATE Em SALA (P. 200)

A questão racial e das cotas para negros é um debate presente em diversos setores da

sociedade, incluindo os estabelecimentos de ensino superior É uma questão que precisa

ser analisada não só pelo grupo dos que se consideram negros, mas também deve marcar

presença no pensamento da sociedade brasileira como um todo

Professor, ao abordar a temática em sala de aula, atente para possíveis generalizações

e preconceitos que possam ser veiculados, mesmo implicitamente, na fala dos alunos

Oriente-os a refletir sobre o assunto e, se possível, faça um breve resgate histórico sobre a

luta dos negros para conquistar espaço dentro da sociedade brasileira Se possível, pesquise

se existem instituições nas proximidades da escola que se preocupem e trabalhem com a

questão e discuta com os alunos as ações afirmativas incentivadas pelo Governo Federal

brasileiro a respeito desta

Proponha um debate em sala de aula sobre a questão, cuja discussão possa gerar, ao

final, um documento da classe

caPítulo 9 – MiGrações externas e internas da PoPulação do brasil

A introdução deste capítulo pode ser iniciada com o aproveitamento dos conhecimen-

tos prévios dos alunos (principalmente os adquiridos nas aulas de História) para recompor

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Manual do Professor 93

o processo histórico da imigração no Brasil, ou até mesmo por meio da realização de uma

atividade conjunta com o professor de História, que contribuirá para o aprofundamento das

questões referentes à chegada das diversas levas imigratórias e aos impactos destas na cons-

trução do país e de seu povo Posteriormente, conduza a leitura dialogada dos textos que retra-

tam a imigração no Brasil, verificando as aquisições dos alunos e monitorando a necessidade

de complementações ou correções É importante que os alunos sejam capazes de relacio-

nar esses fluxos imigratórios passados com as características atuais da população brasileira,

constatando as possíveis heranças e as transformações que ocorreram Também é impor-

tante confrontar a inserção do Brasil na dinâmica migratória internacional do passado com

a atual Dessa atividade podem resultar várias frentes de discussão, principalmente quanto

à origem dos principais grupos de imigrantes e às motivações que os traziam para o Brasil,

e o fato de ocorrer na atualidade, ao contrário do que acontecia até o início do século XX,

a predominância, no país, da emigração em relação à imigração Problematize esses tópicos

estimulando os alunos a elaborar hipóteses ou conclusões sobre eles

Para trabalhar as migrações internas no Brasil é interessante retomar os conhecimen-

tos desenvolvidos pelos alunos ao longo dos capítulos anteriores, que permitem analisar a

realidade do país, pois o principal motor da migração advém das desigualdades que ocorrem

entre as diferentes regiões brasileiras Leve-os a reconhecer as principais regiões de atra-

ção e dispersão de migrantes ao longo dos períodos retratados nos mapas da página 211 e

a identificar os fatores atrativos e repulsivos envolvidos Leve-os também a reconhecer os

diferentes tipos de migração tratados no capítulo

Abertura: atividade complementar (p. 204)

A música “Encontros e despedidas” enfatiza o constante vai e vem de uma estação de

trem, cenário que pode ser entendido como um símbolo dos deslocamentos populacionais

no Brasil

Na história do Brasil, qual fluxo migratório mostrou ser o mais vigoroso? Quais fatores 1. atuaram para motivá-lo?

Resposta: o fluxo do Nordeste para o Sudeste A liberação de migrantes do Nordeste

deve-se às secas no Sertão e aos elevados níveis de pobreza que repercutem na quali-

dade de vida de seus habitantes Já a atração populacional do Sudeste está relacionada

ao seu grande desenvolvimento econômico em decorrência de seu vigoroso processo de

industrialização

Que tipos de influência as migrações internas podem exercer sobre as características da 2. população brasileira?

Resposta: entre outras influências, as migrações proporcionam trocas culturais, diversi-

ficando as características da população, e atuam na modificação da distribuição da popu-

lação pelo território

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94 Manual do Professor

Como as migrações podem provocar encontros e despedidas nas vidas das pessoas?3.

Resposta: quando as pessoas deixam seus locais de origem, ficam para trás amigos e fa-

miliares, desfazendo os laços sociais Porém, nos locais de destino, elas encontram novas

pessoas com quem podem construir novas redes de relacionamento

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

PARA LER E PESqUISAR – mIGRAçõES EnTRE BRASIL E jAPãO (P. 208)

Professor, é importante ressaltar aos alunos que os fluxos migratórios variam de

acordo com as condições econômicas, políticas e sociais de um país ao longo da história

Os alunos podem visitar o site oficial do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil

<http://www centenario2008 org br>

No início do século XX, muitos japoneses vieram para o Brasil em busca de emprego e 1. terras, almejando uma melhor condição de vida num país que necessitava de mão de obra

na agricultura cafeeira e dispunha de terras abundantes e baratas Um século depois, o

fluxo se inverteu, pois os descendentes de japoneses passaram a buscar no Japão (país

desenvolvido) melhores salários e condições de vida, porque esse país tem um nível de

desenvolvimento social e econômico mais elevado que o Brasil

Professor, incentive os alunos a elaborar um levantamento de material sobre a cultura japo-2. nesa, para que possam reunir imagens e informações representativas desta A classe deve

pesquisar tradições culturais japonesas incorporadas aos hábitos cotidianos de parte da po-

pulação brasileira Após a pesquisa e a elaboração do painel sobre o tema, peça à turma que

exponha o material e explique o conteúdo para ampliar os conhecimentos sobre o assunto

PARA LER E REFLETIR – O BRASIL cOmO POLO dE ATRAçãO dE ImIGRAnTES SUL-

-AmERIcAnOS (P. 209)

Resposta pessoal Professor, nesta questão, relacione a situação dos imigrantes clan-

destinos que vivem no Brasil à dos brasileiros que vivem clandestinamente na Europa e nos

Estados Unidos Peça aos alunos que exponham sua opinião sobre o assunto em sala de

aula Proponha-lhes também fazer uma reflexão a respeito desse tema

AS mIGRAçõES InTERnAS – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm hISTóRIA (P. 210)

Professor, na Geografia, a análise a respeito das migrações internas no Brasil não abran-

gem um debate mais profundo a respeito da história econômica do país, que tem importante

papel na compreensão dos processos de migrações internas no país Analise com o profes-

sor de História a possibilidade de criação de um projeto que envolva as duas disciplinas, de

modo a aprofundar o debate e as relações existentes entre a história econômica brasileira e

as migrações internas

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Manual do Professor 95

PARA LER E REFLETIR – A mOBILIdAdE GEOGRÁFIcA dAS EmPRESAS E dA POPULAçãO

(P. 215)

Professor, ressalte a relação entre o desenvolvimento econômico e o crescimento popula-

cional, abordando o exemplo da reversão dos fluxos migratórios das grandes cidades para as

cidades de médio porte em virtude do surgimento de novos polos de concentração industrial

Estimule os alunos a estabelecer a relação entre desenvolvimento industrial, crescimento

populacional e transformações urbanas

Resposta pessoal Entre as respostas esperadas, destacam-se: atração populacional;

ampliação da infraestrutura de transportes, energia e comunicação; expansão e diversifica-

ção dos estabelecimentos comerciais e de serviços; expansão do tecido urbano da cidade; e

surgimento de novas zonas residenciais

RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 218)

São deslocamentos populacionais para o exterior de um país 1.

A imigração foi muito importante para o desenvolvimento econômico, territorial e políti-2. co do Brasil, já que os imigrantes contribuíram para a colonização e para o processo de

ocupação das terras do sul do país e para a produção de café, cuja mão de obra se tornou

escassa após a abolição da escravatura

Os portugueses tiveram livre acesso ao nosso país desde a época da colonização, mas, 3. com a Independência, passaram a ser considerados estrangeiros Entre os aspectos que

favoreceram a entrada majoritária desse grupo no país destacam-se o fato de este falar

a mesma língua do Brasil, o vínculo histórico entre Brasil e Portugal e a proximidade

cultural entre os dois povos

Entre os fatores externos destacam-se: crises econômicas, políticas e sociais em vários 4. países da Europa, especialmente na metade do século XIX, e no Japão, nos primeiros

anos do século XX, além da ocorrência das duas guerras mundiais Entre os fatores

internos que motivaram a vinda dos imigrantes, destacam-se: a grande extensão ter-

ritorial do país, associada a uma política de doação de terras aos estrangeiros que se

dispusessem a trabalhar nelas, sobretudo na Região Sul; a escassez de mão de obra

no período; e o desenvolvimento da economia cafeeira, que ampliou as perspectivas de

trabalho e de enriquecimento para os imigrantes

A crise político-econômica fez a imigração declinar, pois gerou desemprego no campo e, 5. consequentemente, a intensificação do êxodo rural, resultando em sérios problemas de

moradia, saúde, educação e emprego nas áreas urbanas A fim de evitar o agravamento

desses problemas, o governo brasileiro reverteu sua política anterior de estímulo à vinda

de imigrantes, e elaborou leis que controlavam ou restringiam a entrada de estrangeiros

no país

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96 Manual do Professor

Muitos estrangeiros optam por entrar ilegalmente no Brasil por causa das altas taxas 6. cobradas para a legalização do imigrante, além da demora nos processos burocráti-

cos para essa legitimação Boa parte deles provém de países vizinhos, mas também se

observa que uma porção significativa desses estrangeiros ilegais é originária dos con-

tinentes asiático e africano Apesar dos riscos que enfrentam, das taxas pagas aos in-

termediários e da exploração que sofrem ao entrar clandestinamente no Brasil, esses

estrangeiros têm redução nas despesas, em relação ao que seria necessário gastar para

a obtenção do visto permanente, além de fugirem da burocracia com o consulado

7.

Grupos características

Italianos

Iniciaram as imigrações em 1850 e dirigiram-se principalmente para o Sul, fun-dando importantes colônias agrícolas, como: Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Garibaldi, no Rio Grande do Sul; Criciúma, Uruçanga e Nova Veneza, em Santa Catarina; além de colônias em São Paulo, na época do desenvolvimento da cafei-cultura e da industrialização

Alemães

Dedicaram-se principalmente à agricultura e se estabeleceram no Rio Grande do Sul, onde fundaram as colônias de São Leopoldo e Novo Hamburgo; em Santa Catarina, onde fundaram Blumenau e Joinville; e em São Paulo

Japoneses

Instalaram-se principalmente no estado de São Paulo, no vale do Ribeira, no vale do Paraíba e no oeste paulista, dedicando-se à cafeicultura Também se insta-laram na porção norte-nordeste do Paraná e na região Bragantina, próximo a Belém, no Pará

As migrações inter-regionais se referem à saída de pessoas de uma região caracteriza-8. da pela estagnação econômica, para áreas consideradas novos polos de desenvolvimento

econômico O Nordeste foi a região de onde mais saíram migrantes

É a saída em massa de pessoas, num curto período de tempo, de uma área rural para 9. uma área urbana, em um mesmo país A estrutura fundiária concentradora, as relações

trabalhistas exploratórias no campo, a contratação temporária de trabalhadores no campo

(boias-frias) e a mecanização agrícola geraram o agravamento do desemprego, resultan-

do no aumento do êxodo rural

O contingente migratório provocou o aumento do desemprego, do subemprego, das habi-10. tações precárias e da marginalização de parcela significativa da população, contribuindo

para o aumento da violência A falta de assistência e de políticas públicas eficazes que tra-

tem do problema, de suas causas e consequências, agrava essa situação, tendo em vista a

velocidade de expansão da população urbana ocasionada pelo êxodo rural

São fluxos populacionais nos quais os indivíduos se deslocam para outras localidades, 11. mas com a intenção de retornar ao local de origem Por exemplo, podem ser citados: o

deslocamento dos boias-frias, além do deslocamento diário da população residente em

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Manual do Professor 97

cidades-dormitório e de pessoas que se locomovem nos finais de semana para outras

cidades, em busca de lazer e descanso

AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 218)

12. O poema retrata a migração de uma família do Sertão nordestino que sofre com a seca e a a.

situação de pobreza da população da região

O trecho inicial do poema revela o problema da fome resultante da seca no Nordeste Como b.

consequência, ocorre o aumento do fluxo migratório para áreas com melhores condições

de sobrevivência, como as áreas litorâneas da própria Região Nordeste e os estados do

Sudeste, principalmente o Rio de Janeiro e São Paulo

O migrante exprime os desejos de ir para São Paulo com sua família, melhorar suas con-c.

dições de vida e retornar, posteriormente, para a sua terra natal

O grande fazendeiro, muitas vezes considerado o agente da exploração dos trabalhadores, d.

é visto como alguém que compra todas as pequenas posses da família do migrante por um

preço irrisório e o estimula a migrar

O migrante enfrenta problemas de adequação à nova realidade urbana, com a sensação de e.

estranhamento, desprezo por parte da população e dificuldades de conseguir emprego

13. O estado que recebe o maior número de migrantes é São Paulo Por outro lado, muitos a.

migrantes partem de São Paulo para outros estados Outro estado que recebe quantidade

significativa de migrantes é Minas Gerais O Acre e Roraima não apresentam movimentos

populacionais significativos, nem de entrada nem de saída Os estados com maior pro-

porção de migrantes na população são Mato Grosso, Pará, Roraima e Amapá Também

existem regiões que apresentam concentração mais pontual, como as que ficam próximas

a Palmas e ao Distrito Federal

A partir da segunda metade do século XX, a Região Sudeste passou a receber muitos mi-b.

grantes, por causa do seu intenso processo de industrialização e urbanização, o que am-

pliou as oportunidades de emprego e de melhoria das condições de vida das pessoas prove-

nientes das localidades mais pobres do país Quando consideramos os estados das regiões

pouco povoadas, como Pará e Roraima (Norte) e Mato Grosso (Centro-Oeste), a proporção

de migrantes em relação à população total é maior em virtude das oportunidades de terras

e empregos nas atividades agrícolas e nas indústrias de exploração dos recursos minerais

14. Observa-se atualmente a tendência à migração de retorno no Brasil, em especial para a a.

Região Nordeste

O retorno do migrante ao seu local de origem está relacionado à saturação do espaço ur-b.

bano em regiões metropolitanas do Centro-Sul, como São Paulo e Rio de Janeiro Outro

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98 Manual do Professor

fator que ajuda a compreender o fenômeno é a descentralização industrial, que tem criado

novos postos de trabalho e desenvolvido a economia de regiões que, há algumas décadas,

não ofereciam oportunidades de emprego

ATIVIdAdE FInAL: PROdUçãO dE TEXTO (P. 221)

Professor, discuta o conteúdo dos textos com os alunos e estimule-os a pesquisar, em

outras fontes de informação complementares, textos e notícias referentes à questão mi-

gratória Em relação ao artigo a ser elaborado, é importante os alunos perceberem que

a intensificação dos fluxos migratórios mundiais nas últimas décadas trouxe significativas

mudanças na vida dos imigrantes e da população receptora

Oriente os alunos a refletirem sobre os processos de migração e de que forma eles po-

dem interferir na população de uma localidade São exemplos de aspectos originários dos

processos migratórios, que podem ser analisados: problemas com a alta densidade demo-

gráfica, a violência, a poluição e a falta de alimentos; o desemprego e as ofertas de empre-

go; a possibilidade de melhorias nas condições de vida; o enfrentamento de preconceitos;

o abandono de famílias; a dificuldade de se estabelecer em outras áreas; e a dificuldade de

obter aumento salarial

As dificuldades de sobrevivência, a exaltação do racismo, da xenofobia e do preconceito

e o aumento da marginalidade social são alguns dos problemas frequentes enfrentados pe-

los imigrantes Porém, as trocas culturais decorrentes da diversidade de povos e culturas

existentes em determinadas cidades são os principais aspectos positivos relacionados aos

fluxos migratórios globais

Os textos apresentados nesta seção retratam as principais causas dos fluxos migratórios

Se possível, procure mostrar o depoimento de um migrante sobre sua condição de vida no

país de destino Nesse depoimento é importante revelar: o local de origem e o de destino

do migrante; as motivações que o levaram a migrar; as dificuldades encontradas por ele

no local de destino; as suas impressões e relações de estranhamento no lugar de destino;

os novos hábitos e costumes incorporados pelo migrante; e as expectativas que ele atingiu

com a experiência Não deixe de comentar com os alunos o fato de que o Brasil tem atraído

uma quantidade considerável de imigrantes, motivados pelo crescimento e pela estabilidade

econômica dos últimos anos no país

caPítulo 10 – urbanização no brasil

Inicie o capítulo abordando o conceito de urbanização Em seguida, discuta com os alu-

nos a relação entre o processo de industrialização e o de urbanização, enfatizando que o

primeiro é o principal desencadeador do segundo Com base nisso, contraponha os níveis de

urbanização entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos e estabeleça uma ligação

entre a evolução do desenvolvimento econômico do Brasil e a ampliação progressiva de sua

população urbana

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Manual do Professor 99

Além de tratar da importância da industrialização para o desdobramento do processo de

urbanização, trabalhe também as transformações no campo – que intensificaram o êxodo ru-

ral no Brasil desde meados do século XX – como um fator que contribuiu para a urbanização

acelerada e para a concentração populacional desordenada nas grandes cidades brasileiras

Para complementar a abordagem da tabela com as dez maiores aglomerações urbanas

do mundo, na página 225, você pode sugerir aos alunos que realizem pesquisas em grupo

para que investiguem, por meio da coleta de informações textuais e imagens, as semelhan-

ças entre essas cidades Dessa forma, os alunos poderão deduzir quais são alguns dos efei-

tos intrínsecos do processo de metropolização na vida de seus habitantes

Essas pesquisas também podem fornecer o mote necessário para o debate dos problemas

sociais e ambientais decorrentes do crescimento descomunal das grandes cidades no mundo

Na discussão, é relevante promover reflexões e amplas discussões a respeito das medidas ne-

cessárias e factíveis para a minimização desses problemas Instigue os alunos a propor alter-

nativas autênticas, partindo de suas próprias vivências, independentemente de onde residam

As pessoas que moram em grandes cidades têm mais familiaridade com os problemas urba-

nos Por sua vez, as que residem em áreas rurais ou em pequenas cidades podem, eventual-

mente, encontrar alternativas, em seu modo de vida, que poderiam atenuar esses problemas

Abertura: atividade complementar (p. 224)

Por que a cidade se torna um cenário bastante convidativo para aqueles que moram na

zona rural?

Resposta: porque nas cidades há maior oferta de empregos e salários, além de fácil aces-

so da população aos serviços públicos

Professor, nesta atividade, retome algumas discussões observadas no capítulo 9, abor-

dando as motivações que levam à migração das pessoas que residem nas áreas rurais para

as cidades Relacione os movimentos migratórios internos do Brasil com o processo de

urbanização

Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades

OS PROBLEmAS URBAnOS – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm SOcIOLOGIA (P. 231)

A questão dos problemas urbanos envolve temas como a formação de cortiços e favelas,

a mendicância, a violência urbana e o tráfico de drogas Temáticas como essas possibilitam

a integração entre Geografia e Sociologia, de modo que os alunos compreendam não apenas

a existência desses fenômenos em um ambiente urbano, mas as suas consequências diretas

e indiretas para as pessoas que estão nessas situações pouco favoráveis e para sociedade

como um todo Professor, levando em consideração os problemas urbanos citados, e outros

que julgar oportunos, analise-os em conjunto com a classe, com base na leitura de textos,

na realização de estudos de meio e de seminários, entre outras atividades

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100 Manual do Professor

PARA LER E PESqUISAR – AçõES AFIRmATIVAS Em ÁREAS URBAnAS (P. 233)

Resposta pessoal As ações afirmativas atenuam os graves problemas urbanos existentes 1. no Brasil Estimule os alunos a pesquisarem a respeito de quais são as ações existentes

na cidade ou na região metropolitana onde residam

Resposta pessoal 2.

A qUESTãO AmBIEnTAL – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm qUímIcA E BIOLOGIA (P. 234)

Os temas estudados pela Geografia relacionados aos impactos ambientais decorrentes

da urbanização podem envolver também as disciplinas de Biologia e Química Isso porque

muitos desses impactos são tratados por diferentes disciplinas, como é o caso da chuva

ácida, da poluição atmosférica e de suas consequências para a população urbana, da polui-

ção dos rios e da questão do lixo

PARA LER E PESqUISAR – LIXO URBAnO: O qUE FAzER? (P. 236)

Professor, demonstre aos alunos que o lixo, embora seja um sério problema urbano,

pode ser reduzido e grande parte dele pode ser reciclada, caso as autoridades e a popula-

ção local conscientizem-se da importância de tratar adequadamente os resíduos sólidos

produzidos

Incentive os alunos a descobrirem a destinação final do lixo que produzem e as formas

de deposição e de processamento desses resíduos Se possível, leve-os até as proximidades

das áreas de deposição para que possam analisar os problemas urbanos e os impactos am-

bientais existentes

Analise com os alunos as características das áreas próximas à de deposição do lixo, como:

o grau de ocupação, as atividades econômicas desenvolvidas, o perfil socioeconômico da

população e os aspectos físi cos mais relevantes dessas áreas Assim, os alunos terão mais

condições de perceber e avaliar a questão do uso e as formas de tratamento dos resíduos

sólidos nas cidades É importante ressaltar que existem formas de reaproveitamento, redu-

ção e reciclagem domésticas, para que os alunos se conscientizem da importância de ações

individuais e coletivas para reduzir e reutilizar o lixo produzido

RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 240)

O processo de urbanização ocorre quando o crescimento da população residente nas cida-1. des se dá em ritmo mais acelerado que o da população total do país Esse processo está

historicamente ligado à industrialização, sendo mais observado nos países altamente in-

dustrializados e desenvolvidos, apesar de também ocorrer em áreas subdesenvolvidas

A cidade pode ser compreendida como um aglomerado humano concentrado, com ativi-2. dades econômicas não agrícolas, organizada em ruas, com serviço de transporte, limpeza

pública, luz, água e esgoto, além de serviços de saúde, educação, lazer, entre outros Sua

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Manual do Professor 101

característica principal é o setor terciário – do qual fazem parte o comércio e a prestação

de serviços –, mas também pode abranger atividades manufatureiras

A cidade espontânea surge, cresce e se expande sem nenhum planejamento prévio de 3. urbanização, como é o caso de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro A cidade plane-

jada é construída segundo um plano previamente elaborado, com determinada ordenação

interna Entre as principais cidades planejadas, destacam-se: Brasília (DF), Palmas (TO) e

Camberra (Austrália)

A Região Nordeste apresenta menor taxa de urbanização porque parte de sua economia 4. está relacionada à atividades tradicionais do campo No entanto, seu índice de urbani-

zação vem crescendo, principalmente na faixa litorânea, onde há polos de atração de

trabalhadores

A hierarquia urbana é definida com base nos diferentes graus de influência que as cidades 5. apresentam dentro de uma rede urbana, como a quantidade e a qualidade de serviços

oferecidos Quanto mais amplo for o leque desses serviços, maior será a influência econô-

mica, política e cultural exercida pelas cidades, que podem chegar a polarizar toda a rede

urbana local, regional ou mesmo nacional

classificação Áreas de influência

Centros sub-regionais

Devido à sua importância em relação ao fluxo de comércios e servi-ços, esses centros exercem influência sobre uma região Entre eles estão: Caxias do Sul (RS), Cascavel (PR), Juazeiro do Norte (CE) e Vitória da Conquista (BA)

Capitais regionaisSão centros urbanos que exercem influência sobre seu entorno, por exemplo, Porto Velho (RO), Teresina (PI), Rio Branco (AC) e Campo Grande (MS)

MetrópolesSão centros urbanos que se sobrepõem às capitais regionais pola-rizadas em torno deles Entre as metrópoles estão: Manaus (AM), Goiânia (GO) e Belém (PA)

Metrópoles nacionais São centros urbanos que se sobrepõem às metrópoles Entre eles estão: Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ)

Grandes metrópoles nacionais

Consistem em centros urbanos que se sobrepõem às metrópoles nacionais São Paulo é o único exemplo de grande metrópole nacio-nal no Brasil

Os aglomerados urbanos são resultantes do processo de conurbação urbana, ou seja, da 6. união de vários sítios urbanos, nos quais o fluxo de bens, de serviços e de pessoas ocorre

como se na área em que estão situados houvesse uma só unidade político-administrativa

e, portanto, uma só administração pública

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102 Manual do Professor

Todas as grandes cidades brasileiras apresentam problemas sociais, como: a falta de mo-7. radias, a existência de habitações precárias (favelas e cortiços), a ocorrência de enchentes

e lixo produzido em excesso, mal coletado e destinado a aterros que causam impactos

negativos ao meio ambiente e muitas vezes não reciclado Nas grandes cidades também

se destacam problemas ambientais, como a poluição atmosférica, as ilhas de calor, a in-

versão térmica e a chuva ácida

8.

Fenômeno características

Ilha de calor

A retirada da cobertura vegetal para a construção de edifícios no centro da cidade provoca o aumento da emissão de calor, limita a circulação dos ventos e faz que o ar aquecido do centro crie zonas de baixa pres-são, que atraem ventos carregados de poluentes e dificultam a ree-missão de energia térmica para as camadas superiores da atmosfera Esses fatores fazem que a temperatura média nas regiões centrais seja maior que as temperaturas médias nas áreas periféricas

Inversão térmicaFenômeno que ocorre geralmente em dias secos, no qual o ar mais frio posiciona-se mais próximo à superfície, abaixo das camadas de ar mais quentes, impedindo a circulação do ar e a dispersão dos poluentes

Efeito estufaFenômeno natural de aquecimento da superfície da Terra, que vem sendo intensificado por causa do aumento de gases poluentes na at-mosfera, como o dióxido de carbono e o metano

Chuva ácida

Fenômeno que ocorre quando o vapor de água se combina, na atmos-fera, com resíduos resultantes da queima de combustíveis fósseis Isso dá origem a chuvas cujo valor de pH (nível de acidez) fica em torno de 5 ou 6 Suas consequências são: prejuízos à vegetação e à hidrografia; alteração da qualidade dos alimentos e da água; e intensificação do processo de corrosão de materiais, máquinas, edifícios e equipamen-tos urbanos

AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 240)

Os problemas retratados na charge se relacionam à falta de tratamento adequado do lixo 9. urbano, à miséria, à falta de assistência às pessoas que sobrevivem da coleta de materiais

recicláveis

Professor, nesta questão, é interessante que os alunos tenham em mente algumas pro-

postas de solução para o problema retratado, como a criação de políticas públicas e ações

voltadas ao sistema de coleta do lixo, e a criação de formas adequadas de deposição e de

tratamento dos resíduos sólidos, como a reciclagem, a incineração, as usinas de compos-

tagem e os aterros sanitários É importante ressaltar também a necessidade de oferecer

assistência às pessoas que vivem do lixo

Para reforçar a execução dessas ações, a própria comunidade pode organizar-se para fa-

zer o levantamento dos principais problemas urbanos existentes e, por meio de denúncias,

1.

Grandes complexos regionais

Características

Amazônia

Abrange quase 60% do território nacional e abriga apenas aproximadamen-te 8% da população do país, caracterizando-se como o complexo regional menos povoado do Brasil Conhecida por suas características naturais, apresenta uma das mais exuberantes paisagens vegetais do planeta, a flo-resta equatorial Nas últimas décadas, sua porção oriental passou a apresentar uma dinâmi-ca mais intensa por causa de um processo de ocupação calcado na introdu-ção de grandes projetos agropecuários e de exploração de minerais

Nordeste

Sua área corresponde a pouco mais de 15% do país e sua população a cerca de 27% do total de brasileiros O complexo nordestino tem se caracterizado historicamente pelos problemas socioeconômicos que enfrenta, como ele-vada mortalidade infantil e falta de empregos Porém, nos últimos anos, o complexo nordestino vem passando por modificações significativas em sua estrutura econômica, tanto no campo industrial como no meio rural

Centro-Sul

Concentra cerca de 65% da população nacional e é a região mais populosa e mais povoada do país Sua economia é mais dinâmica que as das outras regiões em praticamente todos os setores de atividades Concentra a maior parte da renda nacional

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Manual do Professor 103

passeatas, abaixo-assinados e requerimentos, solicitar e reivindicar uma postura mais

efetiva do poder público em relação ao tratamento dos problemas relacionados ao lixo e às

pessoas que vivem dele Além disso, ações pontuais e voluntárias, incluindo as que podem

ser realizadas pelos alunos, podem trazer mudanças significativas na conscientização da

população no que se r efere, por exemplo, ao descarte correto do lixo

Professor, caso os alunos não consigam definir as funções urbanas das cidades represen-10. tadas nas imagens, sugira que pesquisem, nos sites das prefeituras locais desses muni-

cípios, algumas informações relevantes, principalmente relacionadas às suas economias,

para que consigam definir essas funções

Função portuária a.

Função turística b.

Função religiosa c.

Função industrial d.

11. Os problemas retratados no trecho da música ocorrem nas favelas dos centros urbanos a.

Os trechos que podem ser relacionados às favelas são:b.

“Equilibrado num barranco um cômodo mal-acabado e sujo,

porém, seu único lar, seu bem e seu refúgio

Um cheiro horrível de esgoto no quintal,

por cima ou por baixo, se chover será fatal ”

Os principais problemas retratados são a precariedade das moradias, a falta de saneamento c.

básico (tratamento de esgoto e coleta de lixo), as enchentes, a violência e o desemprego

ATIVIdAdE FInAL: FILmES E dEBATES (P. 242)

Professor, ao trabalhar os filmes sugeridos nesta seção, mencione as questões aborda-

das neste capítulo e promova um debate em sala de aula comparando diferentes pontos de

vista sobre a realidade urbana Procure explorar as formas de atuação da comunidade, das

quais os alunos podem participar, na resolução ou na diminuição de alguns problemas apre-

sentados no lugar onde vivem

PROjETO InTERdIScIPLInAR: hIERARqUIA URBAnA (P. 243)

Nesse projeto, as matérias relacionadas com Geografia são História, Sociologia e

Matemática

O objetivo do texto e do mapa é possibilitar que os alunos identifiquem, mesmo que par-

cialmente, os fluxos que envolvem seu município, sobretudo a área urbana deste, a outras lo-

calidades, para que possam ter uma noção do conceito de hierarquia e polaridade urbana

Recomendamos que, antes de iniciar a atividade, o professor leia, com os alunos, na sala

de aula, o roteiro descrito no projeto, explicando o que deverá ser feito e sanando possíveis

dúvidas Aconselhamos que cada grupo seja composto de 3 a 5 alunos

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104 Manual do Professor

Se possível, sugerimos que cada grupo visite diferentes estabelecimentos para que o

compartilhamento das informações com a classe permita um diagnóstico mais abrangente

do município

Sugerimos que, após a realização dos relatórios, cada grupo apresente ao restante da

classe uma síntese das informações levantadas Na sala de aula, o ideal é disponibilizar

cerca de 5 minutos para que cada grupo exponha oralmente seus resultados sem a neces-

sidade de que os alunos deste fiquem em frente ao restante da classe, ou seja, eles podem

ficar sentados em suas carteiras Simultaneamente, o professor pode anotar as informações

no quadro À medida que os grupos se apresentem, estimule a classe a debater sobre a ca-

pacidade de polarização do município Ao final da aula, faça um comentário final utilizando

as informações anotadas no quadro, aproveitando para expor elementos não identificados

ou não comentados pelos alunos Demonstre a importância do trabalho em grupo, já que,

possivelmente, a reunião das informações levantadas pelos grupos lhes proporcionará a re-

alização de um diagnóstico mais apurado da situação analisada

Respostas:

A hierarquia urbana corresponde à classificação das cidades de acordo com o grau de 1. influência que estas exercem dentro de uma rede urbana Quanto maior for o grau de in-

fluência de uma cidade, maior será sua capacidade de polarização, ou seja, quanto maior

a concentração de atividades econômicas e políticas, maior a atração de fluxos comerciais

e sociais para essa cidade

Resposta pessoal 2.

Durante a leitura do roteiro com os alunos na classe, estimule-os a identificar equipamen-3. tos ou serviços ligados a uma possível centralidade da área urbana do município Se pos-

sível, ofereça exemplos para que os alunos compreendam quais tipos de estabelecimento

são capazes de promover essa centralidade

É importante resgatar o histórico desses estabelecimentos, buscando apontar se a po-4. larização da cidade aumentou significativamente após sua criação, fato relacionado, so-

bretudo a pontos turísticos e/ou a grandes estabelecimentos industriais e prestadores de

serviços em cidades pequenas e médias

Durante os debates na classe, após a realização da pesquisa, analise juntamente com os

alunos os dados sobre o perfil socioeconômico das pessoas que frequentam ou trabalham

nos estabelecimentos pesquisados Busque problematizar os diferentes perfis socioeco-

nômicos das pessoas que frequentam e trabalham nesses locais, principalmente no caso

de pontos turísticos ou de estabelecimentos que ofereçam serviços muito especializados,

como universidades, centros de pesquisa e hospitais

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Manual do Professor 105

Recomendamos que, ao longo do debate, o professor anote as principais informações co-5. lhidas pelos alunos no quadro O professor poderia, por exemplo, montar uma tabela e/ou

um gráfico com as cidades visitadas pelos familiares e amigos dos alunos e a quantidade

de entrevistados que as citaram, e anotar no quadro a identificação dos estabelecimentos

visitados pelos alunos para a realização da pesquisa

EnEm E VESTIBULARES (P. 246)

Alternativa A 1.

Alternativa C 2.

Alternativa D 3.

4. O fenômeno geográfico responsável pela fusão das línguas nos Estados Unidos é o aumen-a.

to da imigração hispânica para aquele país Nas últimas décadas, estima-se que lá tenham

entrado mais de 10 milhões de hispânicos (metade de forma ilegal), que se concentram

nos grandes centros do sul (próximo da fronteira com o México) e em guetos dos grandes

centros urbanos do nordeste, especialmente de Nova Iorque

Entre as várias consequências do aumento de imigração hispânica nos Estados Unidos, po-b.

dem ser destacadas: o aumento do controle físico e político sobre a extensa fronteira com o

México, com a construção de cercas físicas e virtuais; o papel decisório dos hispânicos nas

eleições internas dos Estados Unidos; a importância cultural hispânica no comportamen-

to da sociedade norte-americana, ilustrada pelo sincretismo linguístico citado no texto; o

aumento dos guetos latino-americanos nos grandes centros urbanos; e o provável cresci-

mento de manifestações xenofóbicas por parte da maioria branca, de origem europeia

5. As cidades de São Paulo, Cidade do México, Bombaim, Shanghai, Pequim, Calcutá e Seul a.

A maior parte dessas cidades é marcada pelo inchaço urbano e, consequentemente, pela

existência de graves problemas sociais, como o da moradia precária e o do baixo nível de

renda de grande parte de suas populações

Em 2015, haverá um número maior de cidades de países subdesenvolvidos entre as b.

maiores cidades do mundo, uma vez que o crescimento da população dessas cidades

será bem superior ao de muitas cidades de países desenvolvidos que integravam esse

grupo em 1995

Alternativa D 6.

7. O crescimento dos loteamentos ilegais é resultado da rápida expansão da população ur-a.

bana, associada ao baixo poder aquisitivo da maioria de seus integrantes, bem como à

especulação imobiliária que ocorre nas principais cidades brasileiras

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106 Manual do Professor

As áreas dos mananciais, por serem ocupadas em grande parte por loteamentos irregu-b.

lares, sofrem grande degradação ambiental Isso acontece, sobretudo, pelo fato de esses

loteamentos não contarem com rede de esgoto e serviço de coleta de lixo Além disso,

deve-se ressaltar que a ocupação dessas áreas implica desmatamento

Alternativa D 8.

Alternativa C 9.

Alternativa D 10.

Alternativa B 11.

Alternativa B 12.

Alternativa E 13.

7. suGestões de leitura

unidade 1 – dinâMicas da natureza: cliMa e VeGetação

TEXTO 1: o texto a seguir comenta a importância do clima para a vida no planeta Terra e

o considera como um importante recurso natural para a humanidade

O clima como recurso natural

Considera-se como recurso natural todo e qualquer componente da natureza que o homem pode

usar em seu benefício. A fauna, por exemplo, inclui-se nessa categoria porque é importante fonte de

alimentos.

Desde que vivia nas cavernas, o homem vem retirando na natureza os meios necessários à sua

sobrevivência e ao seu conforto. Posteriormente, aprendeu a produzi-los, mas a dependência do am-

biente natural não diminuiu de importância; ao contrário, tornou-se maior em virtude do crescimen-

to das necessidades.

O clima, entendido como manifestação habitual da atmosfera num determinado ponto, é um

dos importantes recursos naturais à disposição do homem e foi considerado matéria de interesse co-

mum da humanidade por decisão da ONU em 1989. É um dos principais fatores responsáveis pela

repartição dos animais e vegetais sobre o globo.

Da mesma forma, a água doce, que é outro recurso essencial, tem sua distribuição e seus esto-

ques determinados, em grande parte, pelas condições do clima.

A atividade agrícola e o rendimento das colheitas dependem, fundamentalmente, da evolução do

tempo. Se este for desfavorável, a produção poderá ficar comprometida.

A geração de energia elétrica, tão importante para a economia industrial moderna, depende fun-

damentalmente do fluxo hídrico, e este, do comportamento do tempo. A ocorrência de precipitação

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anual significativa é uma das condições importantes para implantar uma usina hidrelétrica, embora

não seja única (a presença de desnível no relevo é igualmente essencial). É impossível, por exem-

plo, pensar num projeto desse gênero numa área desértica, de precipitação muito reduzida (inferior

a 250 mm anuais), salvo quando se trata de um rio alógeno, isto é, originado em outro ambiente

climático, no qual se abastece de água. O melhor exemplo disso é o Nilo, que, nascendo nas regiões

elevadas e úmidas da África equatorial, contém a barragem de Assuã em pleno deserto.

Em nosso país, onde as médias anuais de chuva são superiores a 1250 mm em 90% do território e o

relevo é predominantemente de planalto, as possibilidades do aproveitamento dos rios para a produção

de energia elétrica é enorme. Aliás, as regiões tropicais chuvosas são favorecidas nesse particular.

O vento, já no século XVI, era utilizado como importante fonte de energia, principalmente para

impulsionar as embarcações que, nessa época, começavam a alargar os horizontes geográficos. As

primeiras cartas da direção dos ventos sobre os oceanos, destinadas a orientar os navegadores, datam

dessa época. São as pilot-charts.

Hoje em dia existem usinas eólio-elétricas com resultados bastante satisfatórios, como a de

Altona Pass, na Califórnia (EUA), onde funcionam 17 mil turbinas movidas a vento, produzindo ele-

tricidade suficiente para atender a todo o consumo residencial de uma cidade como San Francisco. Na

Crimeia (Ucrânia) e em outros pontos do mundo também se registra a existência dessa modalidade

de produção de energia.

A radiação solar é também cada vez mais aproveitada para a geração de eletricidade em escala

industrial, com vantagem de ser, assim, como os ventos e os rios, uma fonte inesgotável e limpa.

As regiões áridas de baixa latitude, que gozam de elevado número de horas de brilho solar e gran-

de concentração de energia por unidade de superfície, privilegiadas. Em Yuma, situada no deserto do

Arizona (EUA, 32° N), a insolação com céu inteiramente limpo dura dez horas diárias, em média, ao

longo de todo o ano, ocorrendo o mesmo no norte da África e em outras regiões secas do mundo.

Captando o calor diretamente do sol, essas áreas estão destinadas a se tornar, quando as limitações

tecnológicas houverem sido superadas, as grandes fornecedoras de energia para o consumo industrial.

As características de seu clima preparam-nas para essa importante função no mundo do futuro.

CONTI, J. B.; FURLAN, S. A. O clima: a atmosfera e a vida terrestre. In: ROSS, J. L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2008. p. 69-90.

TEXTO 2: o texto a seguir fala do desafio que as comunidades tradicionais (como quilom-

bolas e indígenas) enfrentam para continuar em seu território Muitas vezes, o Estado realiza

demarcações de áreas de proteção, sem levar em consideração esses povos que já vivem no

local, cujo modo de vida é integrado à natureza

Comunidades tradicionais e meio ambiente: conflito ou harmonia?

Quando se fala em comunidade tradicional ainda apresenta-se um embate entre território e

áreas de preservação. Há 30 anos era impossível se falar em conservação sem falar em retirada da

população que habita aquele local. Antônio Carlos Diegues, professor da USP [Universidade de São

Paulo], coordenador do Núcleo de Apoio à pesquisa sobre populações humanas em áreas úmidas do

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Brasil e um dos pioneiros na pesquisa dos povos tradicionais, afirma que conservar vem ao encontro

do modo de vida das comunidades tradicionais. “Em outros momentos as pessoas perguntavam o que

tinha haver antropologia com conservação. Mas a relação do ser humano com a natureza é estudo da

antropologia. A primeira vez que usei o termo comunidades tradicionais foi uma luta, queriam me

bater. O meio de vida tradicional é usar a natureza de maneira que chamamos hoje de sustentável”,

lembrou Diegues.

O estado tem imposto às comunidades restrições ao seu modo de vida. Isto se dá observando o

plano de manejo das áreas de proteção e legislações que se chocam com a manifestação cultural dos

povos. As penas indígenas são um exemplo, preocupado com o tráfico de animais e com a extinção

de espécies, o estado proíbe o indígena de utilizar penas de pássaros em seus adornos, bem como

restringe a confecção de canoas, fogueiras e roças, consideradas ações criminosas. A regularização

fundiária destas comunidades resolveria grande parte do problema, mas tornou-se briga forte entre

agronegócio, comunidades e estado.

André Luiz de Moraes, quilombola da Associação Quilombo de André Lopes, afirma que con-

flito ambiental não é parte da sociedade tradicional. “No Vale do Ribeira é complicado por que na

década de 60 começa essa coisa de implantação de parques e áreas de conservação na região. Uma

coisa não pensada de acordo com a realidade de cada região, trazida para uma comunidade que nem

sabia que estava em uma cifra de conservação. Estas comunidades tornam-se invasoras, e são acusadas

de degradar aquele espaço, podendo até ser retirada do local”, contou o quilombola.

Caiçaras, quilombolas, indígenas e comunidades tradicionais do Brasil inteiro vivem há centenas

de anos em harmonia com a natureza e estudiosos percebem maior conservação nos locais onde elas

existem. Para Marcos Terena, indígena Terena e articulador dos direitos indígenas na ONU, os povos

tradicionais estabelecem uma relação espiritual com o ambiente e dependem dele para sobrevivência

de sua cultura. “Toda nação cultural, territorial, se consagra nos valores espirituais. Toda cultura do

índio tem uma relação com a espiritualidade indígena que não é religião. O fogo, vento, a água, o sol.

Nossa forma de ver o mundo é diferente, a relação inter-tribal exige respeito. O indígena, os africanos

e o caiçara perceberam a espiritualidade do meio ambiente. Uma forma de celebrar a vida diariamen-

te”, afirmou Marcos Terena.

O governo proíbe o uso de áreas de preservação pelos povos tradicionais e restringe expressões

do exercício de sua cultura em áreas de proteção. Mas a política ambiental utilizada não funciona

para todos. Muitas áreas são desmatadas constantemente por falta de fiscalização e as comunidades

não participam deste tipo de ação criminosa.

Este cenário desperta discussões e propostas audaciosas, para que o convívio entre comunidades

tradicionais e preservação do ambiente seja deveras harmonioso. Com as novas tecnologias e inova-

ções em diversas áreas, fica praticamente impossível não aderir a alguns produtos. Chegam então às

comunidades embalagens e equipamentos estranhos ao ambiente, e que podem transformar-se em

problema se não forem descartados de maneira adequada. As comunidades enfrentam um grande

desafio que abre as portas para uma nova perspectiva cultural mundial.

APOLINÁRIO, C. Comunidades tradicionais e meio ambiente: conflito ou harmonia. Disponível em: <http://vilamulher.terra.com.br/ comunidades-tradicionais-e-meio-ambiente-conflito-ou-harmonia-9-6607952-137515-pfi-catharinaassess4.php>. Acesso em: 12. mar. 2013.

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unidade 2 – dinâMicas da natureza: hidroGrafia ehidroGrafia do brasil

TEXTO 3: esse texto fala da importância da água como recurso natural e levanta os pro-

blemas geopolíticos referentes à disputa e ao uso desse recurso, especialmente quando se

trata do envolvimento de mais de um país nesse assunto

Interdependência hidrológica

A água é diferente de outros recursos escassos em aspectos importantes. Ela serve de alicerce a as-

pectos da sociedade humana que vão desde a ecologia à agricultura e à indústria – e não tem substitutos

conhecidos. Tal como o ar que respiramos, ela é fundamental para a vida. Também é parte integrante

dos sistemas de produção geradores da riqueza e do bem-estar. Dado que a água é um recurso circu-

lante e não uma entidade estática, o seu uso num determinado local é afetado pelo uso que dela fazem

noutros lugares, incluindo noutros países. Ao contrário do petróleo ou do carvão, a água não pode ser

canalizada para um único propósito – ou no caso das águas transfronteiriças, para um único país.

A forma como cada país utiliza a água produz efeitos nos outros países, geralmente através de

um de três mecanismos:

•Competição por uma fonte de água finita. Quando os países dependem da mesma fonte de

água para proteger o seu meio ambiente, sustentar a subsistência das populações e gerar crescimento

econômico, as águas transfronteiriças tornam-se elos de ligação entre os respectivos cidadãos e meio

ambiente. O consumo num local restringe as disponibilidades noutro. Por exemplo, a retenção de

caudais de água para irrigação ou produção de energia num país a montante restringe os fluxos dis-

poníveis para os agricultores e o meio ambiente a jusante.

•Impacto na qualidade da água. A forma como um país a montante utiliza a água afeta o meio

ambiente e a qualidade da água que chega a outro país situado a jusante. A construção descontrolada de

barragens pode provocar uma maior deposição de sedimentos nos reservatórios, impedindo esses sedi-

mentos enriquecidos de chegarem às planícies das zonas mais baixas. Da mesma forma, os rios podem

transportar a poluição industrial ou humana para outros povos e países. Em novembro de 2005, quando

um acidente industrial provocou um derramamento químico de 80 quilômetros de extensão no Rio

Songhua, na China, isto constituiu uma ameaça não só para os 3 milhões de habitantes de Harbin, mas

também para os residentes da cidade russa de Khabarovsk, do outro lado da fronteira.

•Periodicidade dos fluxos aquáticos. Quando e em que quantidade a água é libertada pelos con-

sumidores situados a montante tem implicações cruciais a jusante. Por exemplo, os consumidores

agrícolas de um país situado a jusante poderão precisar de água para irrigação ao mesmo tempo que

um outro país situado a montante precisa dela para produzir energia hidroelétrica – um problema

hoje em dia comum na Ásia Central.

Tal como as tensões existentes nestas regiões podem originar um clima de competição e de

conflito dentro de um determinado país também a interdependência tem consequências sobre os

diferentes padrões de consumo de água além fronteiras.

Pnud. Gestão de Recursos hídricos transfronteiriços. In: ____. Relatório do Desenvolvimento Humano 2006. A água pra lá da escassez: poder, pobreza e crise mundial de água. Nova Iorque: Pnud, 2006.

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unidade 3 – dinâMica da PoPulação

TEXTO 4: o texto a seguir traz um breve panorama dos problemas urbanos e comenta as

possíveis causas desses problemas, especialmente no que se refere ao aspecto social

Os problemas ambientais urbanos e industriais

As cidades são áreas onde vive a grande maioria dos homens nos países ou regiões que se indus-

trializaram e mecanizaram as atividades agrícolas. A existência de cidades remonta aos primórdios

da civilização, entretanto a intensificação da urbanização veio com a revolução técnico-científico-

-industrial, mais significativa a partir do século XIX e sobretudo no século XX.

O desenvolvimento permanente dos meios de produção industrial, os avanços tecnológicos, a

ampliação da sociedade de consumo, os atrativos do conforto e do lazer, a elevação do nível de renda

que as cidades em geral oferecem e a libertação de mão de obra rural, tudo isso faz com que nos

países industrializados mais de 80% da população se tornasse urbana.

Nos países de economia mais desenvolvida e de crescimento industrial mais harmônico, acompa-

nhado de acentuada redução do crescimento demográfico e elevação do nível cultural e de renda, como

os Estados Unidos, o Japão e grande parte da Europa, os problemas ambientais urbanos existem, porém

são menos agressivos. Nas regiões que, em curto espaço de tempo, se transformaram em áreas industria-

lizadas através da importação de tecnologias e capital e a instalação maciça de empresas transnacionais,

como ocorreu na América Latina, na Ásia e na África, os problemas ambientais urbanos são mais sérios

e agravados pelos problemas sociais. O exemplo do Brasil é bem ilustrativo. Aqui a população que reside

nas cidades passou de 45% em 1960 para 75% em 1990 e mais de 80% em 2000. Essa transferência

intensa para as cidades foi fruto de uma política desenvolvimentista implementada a partir da década

de 50. A entrada de tecnologia e capital estrangeiro imprimiu um novo ritmo à economia brasileira, e

progressivamente a população foi-se transferindo para as cidades. O setor agrário da economia, sobretu-

do a partir da década de 70, mecanizou-se, liberou mão de obra e as cidades sofreram um crescimento

demográfico repentino. Como as atividades tradicionalmente urbanas (indústria, comércio e serviços)

não tiveram meios de absorver grande parte dos migrantes rurais, despreparados para as funções das

cidades, gerou-se uma massa de desempregados e subempregados crônicos, formando populações mar-

ginalizadas social e economicamente. Famílias analfabetas geralmente com grande número de filhos,

sem nenhuma formação profissional para os serviços urbanos, aumentaram a classe social de baixa renda

e vivem hoje em barracos de favelas, cortiços e habitações precárias nas periferias das cidades.

O crescimento rápido das cidades não pode ser acompanhado no mesmo ritmo pelo atendimen-

to de infraestrutura para a melhoria de qualidade de vida. A deficiência de redes de água tratada, de

coleta e tratamento de esgoto, de pavimentação de ruas, de galerias de águas pluviais, de áreas de

lazer, de áreas verdes, de núcleos de formação educacional e profissional, de núcleos de atendimen-

to médico-sanitário é comum nessas cidades. Nas grandes cidades dos países subdesenvolvidos, os

problemas ambientais são muito maiores do que nos países desenvolvidos, pois, além das questões

relativas à poluição do ar, da água e do solo gerados pelas indústrias e pelos automóveis, existem os

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problemas relacionados com a miserabilidade da população pobre, que sobrevive em péssimas con-

dições sanitárias, vivendo em grandes adensamentos demográficos nos morros, mangues, margens de

rios, correndo riscos de toda natureza.

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