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Manual do Professor
GeoGrafia
ensino Médio
VoluMe 2
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2 Manual do Professor
suMário
1. Pressupostos teórico-metodológicos da coleção .............3Orientações teóricas 3Procedimentos metodológicos 4Sugestões de leitura 8Sugestões de livros e sites 13
2. Pressupostos geográficos da coleção ............................15Objetivos da Geografia para o Ensino Médio 15Os conceitos geográficos na coleção 16A Cartografia na coleção 18
3. Organização didática da coleção ....................................20Apresentação temática dos volumes 20Estrutura interna dos volumes 31Conteúdos dos volumes 35
4. Fundamentos e objetivos do volume ..............................39
5. Organização do volume ..................................................40
6. Orientações específicas sobre os capítulos ....................41Capítulo 1 – Elementos do clima e da vegetação 41Capítulo 2 – Domínios climáticos e formações vegetais no mundo 46Capítulo 3 – Clima e vegetação do Brasil 50Capítulo 4 – Elementos da hidrografia 64Capítulo 5 – Hidrografia e recursos hídricos no Brasil 68Capítulo 6 – Distribuição e crescimento da população mundial 78Capítulo 7 – Estrutura e migrações da população mundial 83Capítulo 8 – Distribuição, crescimento e estruturada população do Brasil 88Capítulo 9 – Migrações externas e internas dapopulação do Brasil 92Capítulo 10 – Urbanização no Brasil 98
7. Sugestões de leitura ......................................................106Unidade 1 – Dinâmicas da natureza: clima e vegetação 106Unidade 2 – Dinâmicas da natureza: hidrografia ehidrografia do Brasil 109Unidade 3 – Dinâmica da população 110
8. Referências bibliográficas ...........................................111
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Manual do Professor 3
1. PressuPostos teórico-MetodolóGicos da coleção
orientações teóricas
A Geografia estuda a interação entre a dinâmica da natureza e os mecanismos de or-
ganização e sistemas produtivos desenvolvidos pelas sociedades humanas A categoria de
análise primordial para identificar e interpretar os diferentes aspectos dessa interação é o
espaço geográfico
Desdobrado em conceitos como lugar, paisagem e território, o espaço geográfico não
apenas revela, em suas formas e seus conteúdos, o resultado da atuação simultânea e inter-
dependente dos elementos e fenômenos naturais e das formas de apropriação da sociedade,
como também é um agente ativo desse processo
Assim, espera-se que o estudo da Geografia possa tornar o mundo passível de compreen-
são, por meio da leitura do espaço geográfico e da análise das informações a partir dele, le-
vantadas e representadas sob a luz das características sociais historicamente constituídas
A condução crítica da produção do conhecimento geográfico, abrangendo sinteticamente
o meio físico, as forças produtivas e as representações simbólicas desse espaço, passa pela
identificação, pela descrição e pela organização, em diversas formas de registro, das múlti-
plas características que se arranjam em cada porção da superfície terrestre
Dessa forma, cabe ao livro didático de Geografia fornecer elementos e subsídios para a
apreensão dos processos que envolvem a produção do espaço, além de parâmetros para
sua análise Já ao professor compete incorporar o recurso representado pelo livro didático
às demais ferramentas de ensino, adaptando-o às especificidades regionais e ao projeto
pedagógico da escola, tornando-o, desse modo, acessível ao grupo de alunos com o qual
trabalha Também lhe cabe articular as temáticas, as necessidades e os anseios que forem
identificados
Esta coleção contempla, por meio de sua organização temática e de uma estrutura tex-
tual descomplicada, proposições consagradas no ensino de Geografia, além de possibilitar
aos alunos, por intermédio do professor, elaborar linhas de reflexão segundo tendências
recentes da prática pedagógica Ao longo dos capítulos são apresentados boxes que facul-
tam aos alunos estabelecer relações entre o conceito trabalhado e questões da atualidade
ou situações comuns em seu cotidiano As atividades, organizadas em diferentes propostas,
permitem desde a retomada do conteúdo e a preparação para os vestibulares até a proble-
matização e o desenvolvimento dos temas e das competências indicados na Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDB) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio (DCN) – como os que se relacionam à leitura e à interpretação de registros gráficos e
textuais; ao reconhecimento, à seleção e à comparação de fenômenos espaciais; à investi-
gação dos processos de transformação do espaço geográfico; de fenômenos relacionados à
questão ambiental decorrentes da relação entre a sociedade e o meio ambiente; à compre-
ensão das questões referentes à educação ambiental
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4 Manual do Professor
ProcediMentos MetodolóGicos
A importância do livro didático no planejamento das aulas e suasaplicações em sala
Este livro é uma ferramenta essencial para a estruturação do curso de Geografia, mas é
importante que não seja o único material de apoio didático Ao articular seus capítulos de
forma bastante didática, de maneira a apresentar-se como um recurso precioso na con-
dução das aulas, este livro permite que o professor valorize os conhecimentos prévios dos
alunos para a análise criteriosa de suas abordagens, aproveite seus textos e recursos visuais
para estimular discussões e debates entre os alunos, e desenvolva atividades que permitam
estabelecer relações entre seus diferentes conteúdos
O livro didático deve ser empregado como ferramenta de promoção do desenvolvimento
da autonomia de aprendizagem dos alunos, que precisam ser estimulados a recorrer ao
material como fonte de pesquisa e como referência dos temas estudados, para que possam
realizar uma fundamentação básica de seus posicionamentos críticos
À figura do professor atribui-se a função de conferir sentido ao processo de aprendiza-
gem dos alunos, sem desconsiderar a condição destes como agentes ativos de produção do
conhecimento Por isso, o professor tem um papel primordial nesse processo: desenvolver
estratégias que potencializem o desenvolvimento do conhecimento, entre as quais o livro
didático deve figurar como material fundamental para o suporte das relações de ensino-
-aprendizagem O trabalho de apropriação e reflexão dos conteúdos do livro didático desvela
oportunidades de concretização dos objetivos de formar alunos e de avaliá-los, bem como de
avaliar os resultados do trabalho como um todo
A avaliação
Em se tratando das avaliações, faz-se necessário diferenciar, no mínimo, duas práticas
de análise dos trabalhos desenvolvidos ao longo do ano letivo A primeira prática concerne
à avaliação do desenvolvimento dos alunos diante de suas potencialidades, de acordo com
parâmetros definidos A segunda relaciona-se ao desenvolvimento do curso como um todo,
sendo fundamental que o professor atente-se ao cronograma de aulas, às atividades de-
senvolvidas em sala e às respostas dadas às propostas, verificando assim se os objetivos
estão sendo atingidos Dessa forma, o professor poderá, se necessário, reorganizar esses
objetivos e os instrumentos utilizados para atingi-los Portanto, antes de aplicar as práticas
de avaliação, é importante que o professor domine com clareza os objetivos que direcionam
suas práticas de ensino e, nesse contexto, defina o que avaliar e como avaliar
Um pressuposto importante no norteamento do processo de avaliação é o de que, no pro-
cesso de ensino-aprendizagem, a apropriação do conteúdo não se limita a uma finalidade em
si mesma, mas serve como meio para a formação ampla de uma consciência crítica, e os refle-
xos disso devem estar representados nas respostas das avaliações produzidas pelos alunos
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Manual do Professor 5
A avaliação dos alunos não pode resumir-se a fórmulas prontas, devendo ser condizente
com a realidade da escola e da sociedade em que esta se insere, devendo ser estruturada
sobre princípios que, além de verificar os conhecimentos adquiridos e produzidos pelos alu-
nos, permitam aprofundar o conhecimento sobre todo o trabalho escolar Concebida dessa
maneira, e integrada a um planejamento ao mesmo tempo consistente e flexível, a avaliação
permite reconhecer dificuldades e ajustar as formas de intervenção no decorrer do processo
letivo, readequando objetivos e repensando as práticas pedagógicas
Portanto, a avaliação não pode ser confundida com a simples aplicação de provas, que
sobrevalorizam notas ou conceitos A avaliação incorporada ao processo de aprendizagem
desprende-se de momentos ou procedimentos particularizados, tornando-se um princípio
contínuo, indissociável dos objetivos estruturais do curso Por meio desse princípio é possí-
vel conduzir todas as atividades de modo a revelar apontamentos coletivos e individuais rela-
cionados às propostas desenvolvidas, permitindo também, se o professor preferir, valorizar
cada atividade sem hierarquizá-las, estimulando os alunos a realizar um estudo também
contínuo, em vez de um estudo pontual às vésperas de avaliações formais
Na avaliação contínua tanto do curso como dos alunos, tende-se a utilizar uma gama
maior de parâmetros, o que contribui para compreender qualitativamente a relação dos alu-
nos com a aprendizagem, discernindo as dificuldades que provêm da apreensão do conteúdo
em si e aquelas oriundas da forma como o conteúdo é trabalhado Por fim, conhecendo me-
lhor os alunos, podem-se levar em consideração suas especificidades, criando possibilida-
des de melhorias não apenas na apreensão dos conteúdos, mas principalmente na reflexão
acerca dos temas apresentados, cujos resultados podem ser observados na avaliação (em
relação ao que dela se puder deduzir) ou até mesmo em suas posturas e ações nos debates
em sala de aula
O texto a seguir, de Léa Depresbiteris, traz mais algumas contribuições para a reflexão
sobre o tema “avaliação”
Avaliação da aprendizagem do ponto de vista técnico-científico e filosófico-político
Como atribuir notas aos alunos? Como fazer para que essas notas representem o desempenho real do
aluno? [...]
A ênfase à atribuição de notas (medida) na avaliação tem provocado alguns desvios significativos,
dentre os quais o de lhe dar um caráter meramente comercial, contabilístico, desconsiderando seu
aspecto educacional de orientação do aluno. Conforme diz Luckesi (1984), as notas são comumente
usadas para fundamentar necessidades de classificação de alunos, dentro de um continuum de posi-
ções, onde a maior ênfase é dada à comparação de desempenhos e não aos objetivos instrucionais que
se deseja atingir. O aluno é classificado como inferior, médio ou superior quanto ao seu desempenho
e muitas vezes fica preso a esse estigma, não conseguindo desvelar seu potencial. [...]
A associação que limita o ato de avaliar ao de atribuir uma nota leva a um desvio bastante
comum: reduzir a avaliação à mera atividade de elaborar e aplicar instrumentos de medida. Nessa
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6 Manual do Professor
perspectiva, há o grande perigo de direcionar a aprendizagem apenas para o domínio de conteúdos
de uma prova final, de uma unidade de ensino ou de um curso. Goldberg aponta, ainda, o problema de
considerar a avaliação como aplicação de uma prova final. Segundo a autora, muitos professores esque-
cem que é natural e espontâneo considerar, na avaliação, outros recursos, como trabalhos diários, obser-
vações e registros, enfim, todas as atividades que permitem inferir desempenhos (Depresbiteris, 1989).
Assim, é importante, ao se falar em avaliação da aprendizagem, indicar suas funções, que segundo
Gronlund (1979), são as de informar e orientar para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.
[...]
Que abordagem avaliativa devemos adotar para a melhoria do ensino?
A avaliação da aprendizagem está estreitamente relacionada à abordagem curricular. Segundo
McNeil (1981), podemos classificar o currículo em acadêmico, tecnológico, humanista e de recons-
trução social.
No currículo acadêmico, a avaliação em sala de aula apresenta meios variados, de acordo com os
objetivos das diferentes disciplinas, sempre com ênfase ao conhecimento de fatos e temas. No currí-
culo humanista, a avaliação enfatiza o processo e não o produto; a avaliação é de natureza mais sub-
jetiva, valorizando a expressão do aluno em pinturas, poemas, discussões em grupo, dentre outros. Já
no currículo tecnológico, a avaliação se apoia no desempenho do aluno, definido pelo total de pontos
obtidos em testes padronizados ou, então, em testes específicos de programas que tratam de aspectos
das disciplinas escolares convencionais. Por fim, a avaliação no currículo de reconstrução social é
feita por meio de exames abrangentes durante o último ano da escola, com o objetivo de sintetizar e
avaliar a interpretação, pelo aluno, de seu trabalho. Nesse caso, a avaliação vai além da aprendizagem,
verificando efeitos da escolarização na comunidade. [...]
Até que ponto vai o planejamento do ensino e onde começa a avaliação da aprendizagem?
A avaliação e o planejamento são atividades inseparáveis; formam um processo único, no qual de-
vem ser definidos os objetivos, os conteúdos, as estratégias de ensino, os critérios e as formas de avaliar.
O que acontece, porém, é que, em vez de serem valorizados em seus aspectos educacionais, o plane-
jamento do ensino e a avaliação da aprendizagem são transformados em atividades burocráticas, formais.
O planejamento é o momento de refletir sobre os objetivos a serem atingidos, sobre como alcan-
çá-los e sobre como avaliar o que se planejou. É frequentemente confundido com o plano de ensino,
registro formal do planejamento. A cobrança ao professor é feita quanto ao papel escrito e não quanto
ao processo de reflexão.
Como consequência, no lugar de guia, de orientador da ação docente, o plano, feito quase sempre
sem ter havido planejamento, passa a ser instrumento de gaveta, sem nenhuma função pedagógica.
A avaliação, por sua vez, é vista como o registro de uma nota, tornando-se uma atividade burocrática
para o professor. [...]
DEPRESBITERIS, Léa. Avaliação da aprendizagem do ponto de vista técnico-científico e filosófico-político. São Paulo: FDE, 1998. n. 8. (Série Ideias).
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Manual do Professor 7
Interdisciplinaridade
Apesar de a escola, no passado, ter agrupado os saberes em disciplinas para facilitar o
processo de aprendizagem, hoje há um esforço contrário, que tenta aproximar e relacionar
conhecimentos
Ao contrário do que muitas vezes se pensa, a interdisciplinaridade não dilui as disciplinas,
mas, sim, mantém a individualidade destas, integrando-as para uma compreensão mais
ampla do conhecimento e da realidade na qual o aluno está inserido A sua prática procura
estimular a pesquisa e a curiosidade, a teoria e a prática, a construção de um conhecimento
conjunto de professores e alunos O professor se torna
reconstrutor juntamente com seus alunos; o professor é, consequentemente, um pesquisador que
possibilita aos alunos, também, a prática da pesquisa. A problematização como metodologia para a
reconstrução de construtos dá condições ao aluno de mover-se no âmbito das teorias, das diferentes
áreas do saber, construindo a teia de relações que vai torná-lo autônomo diante da autoridade do
saber. O professor pesquisador constitui-se, portanto, em agente necessário de uma formação calçada
na interdisciplinaridade. (TOMAZETTI, 1998, p. 13.)
Para o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar, é importante a contextualização
dos temas tratados e, dessa forma, provocar a curiosidade dos alunos, através de questio-
namentos, bem como acessar às ideias prévias dos alunos a respeito do tema a ser tratado
O desenvolvimento de experiências interdisciplinares ainda é principiante e tem limita-
ções, devido às dificuldades enfrentadas na realidade da sala de aula Porém, essa prática
possibilita a interatividade entre diferentes áreas do conhecimento e procura aproximar os
saberes adquiridos na escola de uma realidade mais ampla e cotidiana do aluno
O texto a seguir repensa a interdisciplinaridade e questiona como a Geografia pode con-
tribuir com o desafio de desenvolver esse tipo de experiência
A interdisciplinaridade e o ensino de Geografia
A interdisciplinaridade como princípio e atitude interdisciplinar constitui foco de discussão para
pesquisadores e educadores dos vários níveis de ensino, que, ao reconhecerem a complexidade do
mundo pós-industrial e o processo de globalização vivenciado pelos povos do mundo inteiro, estão
cientes de que os saberes parcelares não dão conta de resolver problemas que demandam conheci-
mentos específicos, relacionados a um objetivo comum e central.
Outro aspecto importante é saber que a interdisciplinaridade se revela necessária no mundo atual,
mas não constitui panaceia para todos os problemas da humanidade no planeta Terra. Portanto, há
necessidade de uma reflexão profunda e de uma interlocução permanente entre as pessoas e grupos
envolvidos em um projeto que pretende ser interdisciplinar. [...]
A preocupação maior é saber como a Geografia contribui para a formação do professor e dos
alunos do ensino básico, considerando a especificidade da ciência e da disciplina escolar, sem realizar
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8 Manual do Professor
uma “sopa” teórico-prática, sem identidade. É preciso saber, por exemplo, como pode trabalhar como
um arquiteto ou um historiador, conhecer as propostas desses profissionais, sem confundir-se com
eles nem pretender dar aulas de Arquitetura ou de História.
No âmbito de cada ciência e também da Geografia, apesar de toda a discussão existente sobre
a interdisciplinaridade, ainda se realiza um trabalho compartimentado e isolado com pouca inter-
locução entre os responsáveis pelos vários ramos do conhecimento. Como avançar na direção de
trabalhos mais aproximados, já que há conhecimentos parcelares profundos e plurais, por exemplo,
na Geografia urbana, na Geografia agrária, na Geomorfologia, na Climatologia? Isso para não citar os
vários outros ramos existentes há muito e os novos ramos que surgem à medida que a sociedade, em
sua dinâmica e movimento, também se transforma.
A interdisciplinaridade pode criar novos saberes e favorecer uma aproximação maior com a re-
alidade social mediante leituras diversificadas do espaço geográfico e de temas de grande interesse e
necessidade para o Brasil e para o mundo.
O professor de uma disciplina específica com uma atitude interdisciplinar abre a possibilidade
de ser um professor-pesquisador porque deve selecionar os conteúdos, métodos e técnicas trabalha-
dos em sua disciplina e disponibilizá-los para contribuir com um objeto de estudo em interação com
os professores das demais disciplinas. Isso não pode ser realizado sem uma pesquisa permanente.
A Geografia, no desenvolvimento de seus conceitos e na maneira de produzir, ensinar e relacio-
nar-se ou não com seus próprios ramos e com outras ciências ou disciplinas escolares, é um movi-
mento histórico que se encontra em constante transformação. O professor necessita manter o diálogo
permanente com o passado, o presente e o futuro para conhecer melhor sua própria ciência e saber
como constituir projetos disciplinares e interdisciplinares na escola. [...]
A interdisciplinaridade e o ensino de Geografia. In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009. p. 143-145.
suGestões de leitura
TEXTO 1: Antonio Nóvoa, doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra,
é um estudioso português que se dedica à História da Educação e Educação comparada
Na entrevista a seguir, ele faz uma reflexão do papel do professor no passado, presente e
futuro
Professor, o que é ser professor hoje? Ser professor atualmente é mais complexo
do que foi no passado?
Antonio Nóvoa – É difícil dizer se ser professor, na atualidade, é mais complexo do que foi no
passado, porque a profissão docente sempre foi de grande complexidade. Hoje, os professores têm
que lidar não só com alguns saberes, como era no passado, mas também com a tecnologia e com a
complexidade social, o que não existia no passado. Isto é, quando todos os alunos vão para a escola,
de todos os grupos sociais, dos mais pobres aos mais ricos, de todas as raças e todas as etnias, quando
toda essa gente está dentro da escola e quando se consegue cumprir, de algum modo, esse desígnio
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Manual do Professor 9
histórico da escola para todos, ao mesmo tempo, também, a escola atinge uma enorme complexidade
que não existia no passado. Hoje em dia é, certamente, mais complexo e mais difícil ser professor do
que era há 50 anos, do que era há 60 anos ou há 70 anos. Esta complexidade acentua-se, ainda, pelo
fato de a própria sociedade ter, por vezes, dificuldade em saber para que ela quer a escola. A escola
foi um fator de produção de uma cidadania nacional, foi um fator de promoção social durante muito
tempo e agora deixou de ser. E a própria sociedade tem, por vezes, dificuldade em ter uma clareza,
uma coerência sobre quais devem ser os objetivos da escola. E essa incerteza, muitas vezes, transfor-
ma o professor num profissional que vive numa situação amargurada, que vive numa situação difícil
e complicada pela complexidade do seu trabalho, que é maior do que no passado. Mas isso acontece,
também, por essa incerteza de fins e de objetivos que existe hoje em dia na sociedade.
Como o senhor entende a formação continuada de professores? Qual o papel da
escola nessa formação?
Antonio Nóvoa – Durante muito tempo, quando nós falávamos em formação de professores, fa-
lávamos essencialmente da formação inicial do professor. Essa era a referência principal: preparavam-
-se os professores que, depois, iam durante 30, 40 anos exercer essa profissão. Hoje em dia, é impen-
sável imaginar esta situação. Isto é, a formação de professores é algo, como eu costumo dizer, que se
estabelece num continuum. Que começa nas escolas de formação inicial, que continua nos primeiros
anos de exercício profissional. Os primeiros anos do professor – que, a meu ver, são absolutamente
decisivos para o futuro de cada um dos professores e para a sua integração harmoniosa na profissão
– continuam ao longo de toda a vida profissional, através de práticas de formação continuada. Estas
práticas de formação continuada devem ter como polo de referência as escolas. São as escolas e os
professores organizados nas suas escolas que podem decidir quais são os melhores meios, os melhores
métodos e as melhores formas de assegurar esta formação continuada. Com isso, eu não quero dizer
que não seja muito importante o trabalho de especialistas, o trabalho de universitários nessa colabo-
ração. Mas a lógica da formação continuada deve ser centrada nas escolas e deve estar centrada numa
organização dos próprios professores.
Que competências são necessárias para a prática do professor?
Antonio Nóvoa – Provavelmente na literatura, nos textos, nas reflexões que têm sido feitas ao
longo dos últimos anos, essa tem sido a pergunta mais frequentemente posta e há uma imensa lista
de competências. Estou a me lembrar que ainda há 3 ou 4 dias estive a ver com um colega meu
estrangeiro, justamente, uma lista de 10 competências para uma profissão. Podíamos listar aqui um
conjunto enorme de competências do ponto de vista da ação profissional dos professores. Resumindo,
eu tenderia a valorizar duas competências: a primeira é uma competência de organização. Isto é, o
professor não é, hoje em dia, um mero transmissor de conhecimento, mas também não é apenas
uma pessoa que trabalha no interior de uma sala de aula. O professor é um organizador de apren-
dizagens, de aprendizagens via os novos meios informáticos, por via dessas novas realidades virtuais.
Organizador do ponto de vista da organização da escola, do ponto de vista de uma organização mais
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10 Manual do Professor
ampla, que é a organização da turma ou da sala de aula. Há aqui, portanto, uma dimensão da orga-
nização das aprendizagens, do que eu designo, a organização do trabalho escolar e esta organização
do trabalho escolar é mais do que o simples trabalho pedagógico, é mais do que o simples trabalho
do ensino, é qualquer coisa que vai além destas dimensões, e estas competências de organização são
absolutamente essenciais para um professor. Há um segundo nível de competências que, a meu ver,
são muito importantes também, que são as competências relacionadas com a compreensão do conhe-
cimento. Há uma velha brincadeira, que é uma brincadeira que já tem quase um século, que parece
que terá sido dita, inicialmente, por Bernard Shaw, mas há controvérsias sobre isso, que dizia que:
“quem sabe faz, quem não sabe ensina”. Hoje em dia esta brincadeira podia ser substituída por uma
outra: “quem compreende o conhecimento”. Não basta deter o conhecimento para o saber transmitir
a alguém, é preciso compreender o conhecimento, ser capaz de o reorganizar, ser capaz de o reela-
borar e de transpô-lo em situação didática em sala de aula. Esta compreensão do conhecimento é,
absolutamente, essencial nas competências práticas dos professores. Eu tenderia, portanto, a acentuar
esses dois planos: o plano do professor como um organizador do trabalho escolar, nas suas diversas
dimensões, e o professor como alguém que compreende, que detém e compreende um determinado
conhecimento e é capaz de o reelaborar no sentido da sua transposição didática, como agora se diz,
no sentido da sua capacidade de ensinar a um grupo de alunos. [...]
A sociedade espera muito dos professores. Espera que eles gerenciem o seu percurso profissio-
nal, tematizem a própria prática, além de exercer sua prática pedagógica em sala de aula. Qual a
contrapartida que o sistema deve oferecer aos professores para que isso aconteça?
Antonio Nóvoa – Certamente, nas entrelinhas da sua pergunta, há essa dimensão. Há hoje um
excesso de missões dos professores, pede-se demais aos professores, pede-se demais às escolas. As
escolas, talvez, resumindo numa frase [...], as escolas valem o que vale a sociedade. Não podemos
imaginar escolas extraordinárias, espantosas, onde tudo funciona bem numa sociedade onde nada
funciona. Acontece que, por uma espécie de um paradoxo, as coisas que não podemos assegurar que
existam na sociedade, nós temos tendência a projetá-las para dentro da escola e a sobrecarregar os
professores com um excesso de missões. Os pais não são autoritários, ou não conseguem assegurar
a autoridade, pois se pede ainda mais autoridade para a escola. Os pais não conseguem assegurar a
disciplina, pede-se ainda mais disciplina à escola. Os pais não conseguem que os filhos leiam em casa,
pede-se à escola que os filhos aprendam a ler. É legítimo eles pedirem à escola, a escola está lá para
cumprir uma determinada missão, mas não é legítimo que sejam uma espécie de vasos comunican-
tes ao contrário. Que cada vez que a sociedade tem menos capacidade para fazer certas coisas, mais
sobem as exigências sobre a escola. E isto é um paradoxo absolutamente intolerável e tem criado
para os professores uma situação insustentável do ponto de vista profissional, submetendo-os a uma
crítica pública, submetendo-os a uma violência simbólica nos jornais, na sociedade, etc. o que é abso-
lutamente intolerável. Eu creio que os professores podem e devem exigir duas coisas absolutamente
essenciais que são:
uma, é calma e tranquilidade para o exercício do seu trabalho, eles precisam estar num am-•
biente, eles precisam estar rodeados de um ambiente social, precisam estar rodeados de um
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Manual do Professor 11
ambiente comunitário que lhes permita essa calma e essa tranquilidade para o seu trabalho.
Quer dizer, não é possível trabalhar pedagogicamente no meio do ruído, no meio do barulho,
no meio da crítica, no meio da insinuação. É absolutamente impossível esse tipo de trabalho.
As pessoas têm que assegurar essa calma e essa tranquilidade;
e, por outro lado, é essencial ter condições de dignidade profissional. E essa dignidade pro-•
fissional passa certamente por questões materiais, por questões do salário, passa também por
boas questões de formação, e passa por questões de boas carreiras profissionais. Quer dizer,
não é possível imaginar que os professores tenham condições para responder a este aumento
absolutamente imensurável de missões, de exigências no meio de uma crítica feroz, no meio
de situações intoleráveis, de acusação aos professores e às escolas.
Eu creio que há, para além dos aspectos sociais de que eu falei a pouco – e que são aspectos ex-
tremamente importantes, porque no passado os professores não tiveram, por exemplo, os professores
nunca tiveram situações materiais e econômicas muito boas, mas tinham prestígio e uma dignidade
social que, em grande parte completavam algumas dessas deficiências – para além desses aspectos so-
ciais de que eu falei a pouco e que são essenciais para o professor no novo milênio, neste milênio que
estamos, eu creio que pensando internamente a profissão, há dois aspectos que me parecem essen-
ciais. O primeiro é que os professores se organizem coletivamente – e esta organização coletiva não
passa apenas, eu insisto bem, apenas pelas tradicionais práticas associativas e sindicais – passa também
por novos modelos de organização, como comunidade profissional, como coletivo docente, dentro
das escolas, por grupos disciplinares e conseguirem deste modo exercer um papel com profissão, que
é mais ampla do que o papel que tem exercido até agora. As questões do professorado enquanto cole-
tivo parecem-me essenciais. Sem desvalorizar as questões sindicais tradicionais, ou associativas, creio
que é preciso ir mais longe nesta organização coletiva do professorado. O segundo ponto – e que tem
muito a ver também com formação de professores – passa pelo que eu designo como conhecimen-
to profissional. Isto é, há certamente um conhecimento disciplinar que pertence aos cientistas, que
pertence às pessoas da história, das ciências etc., e que os professores devem ter. Há certamente um
conhecimento pedagógico que pertence, às vezes, aos pedagogos, às pessoas da área da educação que
os professores devem ter também. Mas, além disso, há um conhecimento profissional que não é nem
um conhecimento científico nem um conhecimento pedagógico, que é um conhecimento feito na
prática, que é um conhecimento feito na experiência, como dizia há pouco, e na reflexão sobre essa
experiência. A valorização desse conhecimento profissional, a meu ver, é essencial para os professores
neste novo milênio. [...]
TV Escola. Salto para o futuro. Entrevistas: Antonio Nóvoa. Disponível em: <http://www.tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo/ entrevista.asp?cod_Entrevista=59>. Acesso em: 5 fev. 2013.
TEXTO 2: o texto a seguir, retirado do livro Para ensinar e aprender Geografia, de autoria
de Nídia Nacib Pontuschka (professora doutora da Faculdade de Educação da Universidade
de São Paulo), Núria Hanglei Cacete (professora doutora da Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo) e Tomoko Iyda Paganelli (professora adjunta da Universidade
Federal Fluminense), comenta sobre a importância do estreitamento de outras áreas do
conhecimento e do saber cotidiano com a Geografia
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12 Manual do Professor
O ensino-aprendizagem da Geografia e as práticas disciplinares, interdisciplinares e transversais
[...] Temos a preocupação de pensar em como a aprendizagem e o ensino da Geografia se situam
perante outras possibilidades, superando a disciplinaridade pela interação com as demais disciplinas.
Assumimos a compreensão de que, ao conhecer um objeto de estudo geográfico, ele será mais apro-
fundado quando se aproveitam também os conhecimentos provenientes de outras disciplinas.
Essa é uma questão atualmente enfrentada pelos educadores brasileiros que desejam – ou são
solicitados a – trabalhar com currículos baseados nos princípios mencionados, paralelamente ou em
interação com um tratamento disciplinar dispensado aos conteúdos escolares.
A disciplinaridade ou um currículo disciplinar podem restringir-se apenas ao caráter cognitivo dos
fatos e conceitos. No entanto, se a perspectiva da escola básica é a educação integral, a Geografia deve
colaborar com essa meta e pensar em outras dimensões do conteúdo, para estreitar as relações entre
as disciplinas e promover a ampliação desse conceito. Ao ampliar o conceito do conteúdo, devem ser
considerados também os conteúdos procedimentais e atitudinais, que precisam estar presentes nas in-
tenções do professor de Geografia quando da elaboração da programação da disciplina escolar.
Na Geografia, os conteúdos procedimentais relacionam-se ao modo pelo qual os alunos assimilam
certas práticas que passam a fazer parte de sua própria vida. Aqui lembramos alguns exemplos: fazer
leituras de imagens, habituar-se a ler várias modalidades de textos e integrá-los aos conhecimentos pos-
suídos; ser capaz de utilizá-los em situações externas à escola, portanto, em situações de vida; observar
um fato isolado e poder contextualizá-lo no tempo e no espaço. Na observação, não ficar satisfeito so-
mente com os fatos visíveis, mas ir à busca de explicações mais próximas da “verdade”; saber pesquisar
e trabalhar com argumentações que aumentem a compreensão de determinadas questões complexas.
As questões complexas, intrinsecamente relacionadas com o mundo contemporâneo, com a
mundialização da economia, com a globalização das comunicações, com a formação de redes de cir-
culação de mercadorias, de pessoas e ideias, exigem procedimentos metodológicos que permitam ao
aluno compreender melhor o mundo em que está inserido.
A observação informal e também a observação sistemática de fatos ou fenômenos do cotidiano,
a capacidade de registrá-los, usando diferentes recursos e linguagens, bem como de ouvir as pessoas
sobre determinados objetos para conhecer as representações, ou seja, a concepção que o sujeito tem
sobre algo em dado momento, são procedimentos que alargam e aprofundam a reflexão, porque
ensejam a passagem de uma representação metafórica a uma representação cada vez mais conceitua-
lizada, na qual as relações resultantes permitem a produção de novos conhecimentos.
Dentre os aspectos antes propostos apenas como objetivos, mas considerados, nos dias atuais,
conteúdos atitudinais, destacam-se o respeito às diferenças de sexo, de etnia, de faixas etárias, com
responsabilidade sobre as crianças e os idosos, a valorização do patrimônio sociocultural, da diversi-
dade ambiental, dos direitos e deveres do cidadão...
Uma disciplina parcelar não consegue lidar com todos esses tipos de conteúdos, e disso decorre
a necessidade de pensar em outros métodos e princípios que conjuguem esforços integrados para
conseguir formar o homem inteiro, propiciando uma educação integral. [...]
O ensino-aprendizagem da Geografia e as práticas disciplinares, interdisciplinares e transversais. In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009. p. 107-109.
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Manual do Professor 13
suGestões de liVros e sites
Livros
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______ Os domínios de natureza no Brasil São Paulo: Ateliê Editorial, 2003
ALMEIDA, Rosangela D (Org ) Cartografia escolar São Paulo: Contexto, 2002
______ Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola São Paulo: Contexto, 2001
______ ; PASSINI, Elza O espaço geográfico: ensino e representação São Paulo: Contexto, 1991
ANDRADE, Manuel Correia O Brasil e a América Latina São Paulo: Contexto, 1996
CARLOS, Ana Fani Alessandri (Org ) A Geografia na sala de aula Campinas: Papirus, 1999
______ Espaço-tempo na metrópole: a fragmentação da vida cotidiana São Paulo: Contexto, 2001
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Contexto, 2006
CASTRO, Iná E de; GOMES, Paulo César da C Explorações geográficas Rio de Janeiro: Civilização
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CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (Org ) Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano
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CHOSSUDOVSKY, Michel A globalização da pobreza São Paulo: Moderna, 1999
CHRISTOFOLETTI, Antonio Geomorfologia São Paulo: Edgard Blücher, 2003
CORREA, Roberto L Logística do espaço brasileiro: as redes geográficas Rio de Janeiro: IBGE, 2000
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FURTADO, Celso Formação econômica do Brasil São Paulo: Nacional, 1977
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HARVEY, David A produção capitalista do espaço São Paulo: Annablume, 2005
IANNI, Octavio A era do globalismo Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999
LACERDA, A C O impacto da globalização na economia brasileira São Paulo: Contexto, 1999
LEINS, Viktor; AMARAL, Sergio Estanislau do. Geologia geral São Paulo: Nacional, 1998
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MARTINELLI, Marcello Mapas da Geografia e cartografia temática São Paulo: Contexto, 2003
MORAES, Antônio Carlos Robert A gênese da Geografia moderna São Paulo: Hucitec/Annablume, 2002
OLIVEIRA, Ariovaldo U A Geografia das lutas no campo São Paulo: Contexto, 1996
PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei Para ensinar e aprender
Geografia 3 ed São Paulo: Cortez, 2009
PONTUSCHKA, Nídia Para ensinar e aprender Geografia São Paulo: Cortez, 2007
REGO, Nelson et al (Orgs ) Geografia: práticas pedagógicas para o Ensino Médio Porto Alegre: Artmed,
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SANCHEZ, I Para entender a internacionalização da economia São Paulo: Editora Senac, 2001
SANTOS, Milton A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção São Paulo: Edusp, 2002
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SINGER, Paul Economia política da urbanização São Paulo: Contexto, 2002
TEIXEIRA, Wilson et al (Org ) Decifrando a Terra São Paulo: Nacional, 2008
VENTURI, Luís Antônio B (Org ) Praticando Geografia: técnicas de campo e laboratório São Paulo:
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Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM): <http://www dnpm gov br>
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese): <http://www dieese org br>
Domínio Público: <http://www dominiopublico gov br>
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Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp): <http://www fiesp com br>
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): <http://www ibge gov br>
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama): <http://www ibama gov br>
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Manual do Professor 15
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Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra): <http://www incra gov br>
Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet): <http://www inmet gov br>
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe): <http://www inpe br>
Ministério da Agricultura: <http://www agricultura gov br>
Ministério da Educação: <http://www mec gov br>
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: <http://www mdic gov br>
Ministério de Minas e Energia: <http://www mme gov br>
Ministério dos Transportes: <http://www transportes gov br>
ONU Brasil: <http://www onu org br>
Petrobras: <http://www petrobras com br>
Portal Brasil: <http://www brasil gov br>
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud Brasil): <http://www pnud org br>
Revista ComCiência: <http://www comciencia br>
Revista da Faculdade de Educação da USP: <http://www educacaoepesquisa fe usp br>
Revista Estudos Avançados da USP: <http://www iea usp br/revista>
TV Escola: <http://tvescola mec gov br>
2. PressuPostos GeoGráficos da coleção
objetiVos da GeoGrafia Para o ensino Médio
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), as práticas pedagógicas no
Ensino Médio devem ser orientadas por competências a serem desenvolvidas pelos alunos:
comunicação e representação; investigação, articulação e compreensão; contextualização
social e histórica dos conhecimentos; desenvolvimento do espírito crítico Já as diretrizes do
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são estruturadas em função das seguintes compe-
tências: domínio de linguagens; compreensão de fenômenos; enfrentamento de situações-
-problema; construção de argumentação; e elaboração de propostas
Entendendo as proposições acima como premissas, o próximo passo é a identificação de
como é possível que a Geografia, com suas especificidades, contribua para a formação de
alunos que dominem sua essência, conscientizando-se do papel dessa disciplina no Ensino
Básico e em suas vidas Esse papel pode ser sintetizado em: construção da autonomia na
adoção de procedimentos de verificação e análise de elementos que compõem a realidade;
tomada de posição frente à realidade compreendida; realização de intervenções balizadas
nas ações anteriores
O objetivo essencial da Geografia no Ensino Médio é propiciar aos alunos o desenvolvi-
mento das capacidades de:
definir critérios coerentes para descrever aspectos do espaço geográfico;•
ler e interpretar diferentes formas de representação do espaço geográfico;•
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16 Manual do Professor
analisar criticamente materiais cartográficos e outros documentos de interesse •
geográfico;
coletar e sistematizar informações disponíveis em mapas, gráficos e tabelas, assim •
como utilizar esses recursos para expressar o conhecimento;
compreender e utilizar as escalas geográfica e cartográfica como formas de demons-•
trar a ocorrência e a distribuição espacial de fenômenos;
reconhecer, a partir da análise do espaço geográfico, as relações e interações de fe-•
nômenos sociais e naturais;
reconhecer e estabelecer relações entre as diversas escalas dos fenômenos geográ-•
ficos (local, regional, global);
relacionar fatores históricos às estruturas da sociedade atual;•
avaliar os impactos do trabalho humano no meio físico ao longo do tempo;•
reconhecer a importância dos sistemas econômicos e políticos para a organização •
dos processos de produção do espaço;
selecionar, comparar e interpretar aspectos da realidade espacial, sem rupturas que •
comprometam a apreensão de seu contexto;
elaborar estratégias de pesquisa e investigação de informações que possam estimu-•
lar reflexões e embasar a construção do conhecimento geográfico;
analisar criticamente a apropriação dos recursos naturais pelos seres humanos, con-•
siderando as demandas sociais e a necessidade de preservação do meio ambiente;
identificar, no espaço vivido, subsídios para a compreensão de fenômenos de interes-•
se geográfico;
aplicar, no cotidiano, os conceitos e os conhecimentos adquiridos por meio do estudo •
da Geografia;
reconhecer, no espaço vivido, as manifestações de processos de abrangência global;•
conduzir com autonomia seu próprio processo de aprendizagem, buscando nas expe-•
riências vividas e nos recursos teóricos os elementos para a aferição do mundo;
pautar-se em noções de cidadania para atuar nos ciclos sociais e interferir nas esca-•
las espaciais em que está inserido;
relacionar os conteúdos do ensino de Geografia com outras disciplinas •
os conceitos GeoGráficos na coleção
Os conteúdos reunidos nesta coleção apoiam-se em conceitos que fundamentam o co-
nhecimento geográfico e atendem às DCN, constituindo parâmetros para o desenvolvimento
de práticas de ensino-aprendizagem adequadas às demandas atuais
O espaço geográfico, conceito elementar e ligado à própria unidade da Geografia como
área do conhecimento, permeia toda a obra, sustentando a abordagem dos diferentes recor-
tes da superfície terrestre e das diferentes feições que estes assumem, por meio da imbri-
cação entre os fenômenos naturais e as atividades de apropriação social do espaço
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Manual do Professor 17
Em consonância com o espaço geográfico, os conceitos de paisagem, lugar e território
são também categorias espaciais de fundamental importância para a interpretação do mun-
do sob a mediação do pensamento geográfico
A paisagem, entendida como produto dos sentidos, é um conceito tratado na obra como
recurso visual (em fotografias e ilustrações) para a identificação ou contextualização de as-
pectos relevantes dos locais ou fenômenos trabalhados Como categoria de análise, é tra-
balhada principalmente nos boxes, revelando como interagem os fenômenos naturais que
competem para a disposição dos elementos físicos na superfície terrestre e permitindo o
reconhecimento das características sociais manifestadas no espaço produzido
A concepção de lugar é utilizada como referência principalmente nos boxes e nas ativi-
dades, tendo como principal objetivo aproximar os temas que estruturam os capítulos da
realidade particular e imediata dos alunos Por meio de situações do cotidiano resgatadas
em sala de aula, os alunos podem encontrar elementos preciosos para compreender várias
questões trazidas pela coleção, ampliando assim sua consciência sobre sua identidade e
seu pertencimento ao lugar, e estimulando sua inclinação para reflexões sobre relações de
consenso e conflito, dominação e resistência
O território é o conceito atrelado ao exercício do poder, é sua manifestação no espaço, e
por essa razão embasa os capítulos que priorizam as relações entre países, as estratégias
de dominação econômica e as articulações políticas e geopolíticas É por meio da noção de
território que os alunos adquirem a capacidade de desvelar as relações de domínio e apro-
priação presentes no espaço geográfico
Outro conceito importante é o de escala, que aparece na obra definido basicamente de
duas maneiras: com um sentido mais restrito, como recurso de produção dos materiais car-
tográficos; e com um sentido mais amplo – o de escala geográfica –, como instrumento
de análise dos fenômenos que interagem nas diversas dimensões do espaço geográfico O
geógrafo Ailton Luchiari (2005, p 56) e seus colaboradores, apoiados em Josué Montello,
apresentam algumas definições para esse conceito, a saber:
escala cartográfica: indica a proporção entre o tamanho do objeto no terreno e as •
suas dimensões no mapa É expressa numericamente por uma fração (por exemplo:
1 : 50 000), ou graficamente, por uma barra graduada;
escala dos fenômenos: indica as dimensões da ocorrência de fenômenos sobre a su-•
perfície terrestre A região semiárida brasileira ocupa uma área total de 974 752 km2,
e abrange a maior parte dos estados da Região Nordeste (86,48%), a região setentrio-
nal do estado de Minas Gerais (11,01%) e o norte do Espírito Santo (2,51%)
Um conceito fortemente ligado ao de escala é o de globalização, que aparece articulado
com os temas de diferentes capítulos No artigo “A quem interessa a globalização” (cuja
leitura é recomendada), o geógrafo e professor da Universidade de São Paulo (USP) Wagner
Costa Ribeiro (1995, p 18) define globalização como “um estilo de vida em configuração, no
qual os agentes centrais seriam os consumidores (de informação e produtos)”
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18 Manual do Professor
Conceitos utilizados em áreas mais específicas da ciência geográfica (mas não menos
importantes) foram apresentados e aprofundados em capítulos diretamente relacionados
a seu campo de influência Entre eles, podemos citar: recursos naturais, meio ambiente e
desenvolvimento sustentável, energia, produção e fluxos
a cartoGrafia na coleção
A Cartografia, além de um conjunto de técnicas ligadas à representação do espaço e
aos códigos de linguagem pertinentes à Geografia, é um campo do conhecimento que com-
plementa a análise espacial, viabilizando e legitimando a concretização dos estudos geo-
gráficos Permite o registro sintético dos elementos levantados pela investigação geográ-
fica, convertendo-o em instrumento de inferência da realidade O domínio da Cartografia,
portanto, não apenas viabiliza a documentação dos elementos de organização do espaço,
como também confere maior qualidade à investigação e à interpretação dos objetos de
pesquisa
Reconhecendo sua importância para o ensino da Geografia, a abordagem teórica da
Cartografia é apresentada nesta coleção logo nos capítulos iniciais do volume 1 Isso garante
que todo o conteúdo a ser trabalhado ao longo do Ensino Médio possa ser mais bem apro-
veitado pelos alunos, que, ao dominarem os elementos básicos da Cartografia, estarão mais
aptos a apropriar-se com mais facilidade dos recursos cartográficos que dão suporte aos
textos dos capítulos, além de selecionar, sistematizar e registrar as informações (dispostas
em mapas ou não)
Nos capítulos 1 e 2 do primeiro volume, estão: a fundamentação das noções de orientação
e localização espacial; a definição do conhecimento cartográfico e sua construção históri-
ca; a apresentação das projeções cartográficas como possibilidades de representação do
mundo; e a abordagem técnica e conceitual da escala cartográfica Como já foi exposto na
parte final do texto introdutório, a leitura cartográfica (ou, em outras palavras, o domínio
instrumental dos materiais cartográficos) conquista-se efetivamente por meio da produção
de materiais
Desse modo, os subsídios fornecidos pela coleção devem ser contextualizados em traba-
lhos que utilizem diferentes exemplos de materiais cartográficos Sempre que possível, os
elementos da Cartografia devem ser significados por meio de atividades práticas, nas quais
os alunos possam aplicá-los, formando arranjos completos
Os inúmeros mapas e gráficos distribuídos por todos os capítulos visam facilitar ou com-
plementar a compreensão de temas presentes nos textos, sintetizar fenômenos, localizar
áreas e ocorrências pontuais, fomentar interpretações, verificar tendências e evoluções
temporais, além de comparar eventos que se manifestam de maneira desigual Os mate-
riais cartográficos que compõem as atividades propostas, principalmente as questões de
vestibulares, são recursos reveladores de informações, considerados elementos de análise
imprescindíveis
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Manual do Professor 19
O texto a seguir, demonstrando a importância dos mapas, remete ao papel da Cartografia
na construção do conhecimento geográfico e no emprego desse conhecimento na interpre-
tação e contestação do espaço geográfico
A importância do mapa
O mapa, um modelo de comunicação visual, é utilizado cotidianamente por leigos em suas via-
gens, consulta de roteiros, localização de imóveis, e por geógrafos, principalmente, de forma específica.
O mapa já era utilizado pelos homens das cavernas para expressar seus deslocamentos e registrar as
informações quanto às possibilidades de caça, problemas de terreno, matas, rios etc. Eram mapas em
que se usavam símbolos iconográficos e que tinham por objetivo melhorar a sobrevivência. Eram mapas
topológicos, sem preocupação de projeção e de sistema de signos ordenados, mas os símbolos pictóricos
eram de significação direta, sem legenda, pois era a própria linguagem deles, a iconográfica.
Uma vez que a Geografia é uma ciência que se preocupa com a organização do espaço, para ela
o mapa é utilizado tanto para a investigação quanto para a constatação de seus dados. A Cartografia e
a Geografia e outras disciplinas, como a Geologia e a Biologia, caminham paralelamente para que as
informações colhidas sejam representadas de forma sistemática e, assim, se possa ter a compreensão
“espacial” do fenômeno.
O mapa, portanto, é de suma importância para que todos que se interessem por deslocamentos
mais racionais, pela compreensão da distribuição e organização dos espaços, possam se informar e se
utilizar deste modelo e tenham uma visão de conjunto.
Os espaços são conhecidos dos cientistas que os palmilham em suas pesquisas de campo, mas é o
mapa que trará a leitura daquele espaço, mostrando a interligação com espaços mais amplos.
Assim, também os leigos, ao se preocuparem com a organização do seu espaço, ou de forma mais
cotidiana com deslocamentos mais racionais, ou circulações alternativas (congestionamentos, impe-
dimentos), devem apelar para o mapa. [...]
Mapeador x leitor de mapas
Iniciando o aluno em sua tarefa de mapear, estamos, portanto, mostrando os caminhos para que
se torne um leitor consciente da linguagem cartográfica.
[...] A ação para que o aluno possa entender a linguagem cartográfica não está em pintar ou
copiar contornos, mas em “fazer o mapa” para que, acompanhando metodologicamente cada passo
do processo – reduzir proporcionalmente, estabelecer um sistema de signos ordenados, obedecer a
um sistema de projeções para que haja coordenação de pontos de vista (descentralização espacial) –,
familiarize-se com a linguagem cartográfica.
PASSINI, Elza; ALMEIDA, Rosângela Doin. Espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 2002.
Ainda sobre a temática em pauta, podemos apresentar uma série de questionamentos
formulados por Ângela Katuta (2007, p 147), que podem balizar a elaboração e o desenvol-
vimento de trabalhos em sala de aula com os alunos:
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20 Manual do Professor
Que objetivos pedagógicos eu tenho ao ensinar Geografia, portanto, o que enfatizarei •
no processo de alfabetização geográfica-cartográfica?
Que tipos de Geografia e de Cartografia eu devo abordar em sala de aula? As que são •
fundadas na cisão entre o sujeito e o objeto? Ou as fundadas na polissemia do sujeito
e, portanto, do espaço?
É necessário que os discentes expressem cartograficamente as espacialidades por •
eles vivenciadas e percebidas, a fim de que construam a capacidade de entender a
localização geográfica dos lugares?
Devo, momentaneamente, romper com a “norma culta” da Cartografia no processo •
de ensino e aprendizagem dos conhecimentos geográficos, a fim de que os alunos,
em um momento inicial, consigam expressar, por meio de suas representações, os
elementos vivenciados e percebidos no espaço cotidiano?
A fim de trazer geografias discentes para dentro da sala de aula, apenas a linguagem •
cartográfica basta? Outras linguagens se fazem necessárias para a compreensão dos
lugares?
As linguagens escritas e cartográficas são excludentes ou complementares?•
Sabemos que o trabalho com gráficos em sala de aula é indispensável para uma completa
apreensão da linguagem cartográfica Acerca da função desse tipo de linguagem, recomen-
damos a leitura do texto “Aprendizagem significativa de gráficos no ensino de Geografia”, em
que Elza Passini (2007, p 174) afirma: “O gráfico possibilita a leitura imediata: ele é visual,
mostra os dados organizados de forma lógica, prendendo-se à essência É uma linguagem
universal que permite ver a informação”
3. orGanização didática da coleção
aPresentação teMática dos VoluMes
Esta coleção divide-se em três volumes, sendo cada um dirigido a um ano do Ensino
Médio Todos os volumes estão organizados em unidades compostas de capítulos cujos te-
mas estabelecem relações entre si O conteúdo dos capítulos foi elaborado de modo que
possibilite aos alunos compreenderem as diversas relações existentes entre a sociedade e o
meio, e, para isso, o recurso utilizado é a análise de diferentes etapas de processo de ocupa-
ção do espaço natural pelos seres humanos Nos volumes 1 e 2 são analisadas as relações
existentes entre os elementos do espaço natural e as formas de apropriação do espaço pela
sociedade, tanto no que se refere aos aspectos econômicos como à dinâmica de ocupação
humana O volume 3 tem como objetivos aprofundar a análise acerca da dinâmica econômica
global e debater temas voltados para a geopolítica dos séculos XX e XXI
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Manual do Professor 21
A coleção está estruturada da seguinte forma:
Volume 1 – 1o ano
O volume 1 é composto de três temas principais: noções cartográficas e de orientação
espacial; aspectos físicos da superfície terrestre; e exploração dos recursos naturais O ele-
mento que confere unidade a esses temas centrais é o conceito de superfície terrestre, pois,
como esta é a base física da construção do espaço geográfico e fonte de recursos, é necessá-
rio que a sociedade tenha o domínio sobre suas características Nesse âmbito, a Cartografia
emerge como parte do conhecimento técnico que a sociedade desenvolve como instrumento
para esse conhecimento e domínio
UnIdAdE 1 – dInâmIcA ESPAcIALFocada no estudo da superfície terrestre (e por vezes apresentando exemplos específicos
do Brasil), essa unidade aborda conhecimentos e técnicas de orientação e localização espa-cial; as diversas formas de representação cartográfica dos recortes espaciais; e as princi-pais características do planeta Terra, destacando sua situação em relação aos demais astros do Sistema Solar e a estruturação de sua superfície em continentes e oceanos
capítulo 1 – Orientação
O capítulo apresenta as noções básicas de orientação e localização, os principais ins-trumentos e referenciais utilizados na orientação espacial, assim como o sistema de linhas imaginárias e coordenadas geográficas representadas nas cartas e nos mapas, além de sua relação com os fusos horários no mundo
Na página de abertura, o trecho extraído do livro Mar sem fim, de Amyr Klink, não ape-nas indica a importância fundamental dos equipamentos de orientação geográfica, mas, por meio de uma narrativa envolvente, abre possibilidades de sensibilização dos alunos em re-lação ao tema Incentivar os alunos a pesquisar outros textos que impliquem a localização e a orientação espacial e confrontá-los com situações análogas já vivenciadas são alternativas para tornar a aula mais consistente e dinâmica
capítulo 2 – cartografia
Neste capítulo, a Cartografia é apresentada conceitualmente e sua importância é ilus-trada por uma perspectiva histórica A evolução técnica e tecnológica também é destacada, assim como as projeções cartográficas e os elementos que compõem os mapas
O texto de abertura, um relato de uma experiência pessoal, indica que a Cartografia não se refere apenas à simples representação de espaços e de seus elementos Sugerimos que esse texto seja utilizado para estabelecer uma discussão sobre como um mapa pode servir de meio para expressar interpretações do mundo e que, assim como um texto, pode gerar di-ferentes leituras Essa discussão pode ser aproveitada para apontar o fato de que os próprios mapas são concebidos com base em objetivos previamente definidos ou, em outras palavras, podem adquirir caráter político ou ideológico
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22 Manual do Professor
capítulo 3 – O mapa do mundo
Este capítulo situa o planeta Terra em relação ao Sistema Solar, revelando suas dimen-
sões, seu eixo de inclinação e seu movimento de translação (e sua influência no meio am-
biente e na sociedade), além de caracterizar os oceanos e continentes que compõem a su-
perfície terrestre
O depoimento de Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro a deixar o planeta Terra,
traz à tona o fascínio que as viagens extraplanetárias despertam no ser humano, desde os
tempos anteriores à sua viabilização As palavras do astronauta revelam a necessidade de
pensarmos nossa relação com o planeta, enxergando-o como um sistema vivo e vulnerável
capítulo 4 – O Brasil no mapa do mundo
Neste capítulo, a localização geográfica do Brasil no planisfério, suas fronteiras e as divi-
sões regionais são examinadas de modo mais minucioso É neste momento que os aspectos
regionais e contrastantes do país podem ser apresentados aos alunos, para que esse apren-
dizado seja uma referência quando estudarem os demais capítulos da coleção que tratam
dessa temática
O trecho da entrevista com o jornalista Maurício Kubrusly pode ser utilizado como aborda-
gem inicial, revelando a riqueza cultural do enorme território do Brasil Também pode servir
de estímulo e referência para a busca por outros textos ou materiais que demonstrem os inú-
meros contrastes regionais brasileiros
UnIdAdE 2 – GEOLOGIA E RELEVO
A unidade trata dos elementos da Geologia e da Geomorfologia, ou seja, da estrutura in-
terna da Terra e da crosta terrestre, além da estrutura superficial da crosta e das diferentes
formas de relevo que compõem a superfície do planeta
capítulo 5 – Elementos da Geologia
Este capítulo traz a definição da Geologia como ciência e apresenta algumas de suas ra-
mificações A origem do planeta Terra é explicada para embasar o entendimento da forma-
ção de suas camadas internas, cujas características gerais também são descritas A crosta
terrestre e suas camadas recebem um tratamento privilegiado Assim, a teoria das placas
tectônicas é um dos temas abordados, bem como as eras geológicas e o processo de forma-
ção das rochas
Na abertura do capítulo há um poema de Mário Quintana, cuja leitura pode facilitar a
introdução de alguns aspectos da importância dos estudos da Geologia, como as transfor-
mações que o planeta ou uma simples rocha passaram ao longo do tempo e a importância
desses materiais para a compreensão da formação do planeta Terra
capítulo 6 – Elementos da Geomorfologia
Este capítulo expõe a dinâmica de formação do relevo, demonstrando que suas formas resultam da atuação complementar de dois tipos de processos: os internos e os externos
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Manual do Professor 23
Nessa dinâmica destacam-se fenômenos (como sismicidade, vulcanismo e intemperismo) e agentes modeladores do relevo Resultantes da interação entre os processos internos e externos, as montanhas, os planaltos, as depressões e as planícies são caracterizadas como as principais formas de relevo
Ao realizar uma narrativa que tenta reconstruir um fato histórico – a erupção do Vesúvio
e o soterramento de Pompeia – o autor abordou uma manifestação da dinâmica tectônica, o
vulcanismo A situação relatada no texto permite explorar questões referentes às caracte-
rísticas dos vulcões, suas ligações com as demais camadas da crosta terrestre e as conse-
quências dessa manifestação para a sociedade
capítulo 7 – Geologia e Geomorfologia do Brasil
Neste capítulo são apresentadas as estruturas geológicas e geomorfológicas do Brasil,
referenciadas por reconhecidos geógrafos brasileiros, como Aziz Ab’Sáber e Jurandyr Ross
O texto de abertura, uma notícia sobre um terremoto em Itacarambi (MG), comenta a
ocorrência de terremotos no Brasil e permite introduzir o debate sobre esses fenômenos em
território brasileiro, uma vez que é comum a ideia de que o país, por estar na porção central
da placa Sul-americana, não passa por atividades sísmicas
UnIdAdE 3 – dInâmIcA dA PROdUçãO mInERAL E EnERGéTIcA
Após tratarmos dos processos de formação da crosta terrestre e dos tipos de rocha, apre-
sentamos, neste módulo, o aproveitamento econômico dos recursos minerais provenientes
dessa camada da Terra Esses recursos naturais são empregados basicamente como maté-
rias-primas ou fontes de energia
capítulo 8 – A produção de minérios no mundo
Este capítulo aborda os aspectos mais importantes relacionados à produção dos minérios,
como as principais aplicações industriais, a distribuição e as características dos minérios mais
utilizados no mundo, além das questões ambientais decorrentes da atividade mineradora
Na página de abertura, há um texto de Júlio Verne, extraído do livro Viagem ao centro da
Terra, que ilustra o estudo dos recursos minerais Apesar do caráter fictício de suas obras,
Verne as escrevia aproveitando conceitos científicos e conhecimentos de sua época e mis-
turava ficção e realidade Isso confere um estilo envolvente às histórias, que podem ser uti-
lizadas como um importante instrumento de sensibilização dos alunos para a temática da
exploração do subsolo terrestre
capítulo 9 – A produção de combustíveis fósseis no mundo
Este capítulo expõe importantes questões a respeito da produção de combustíveis fós-
seis, revelando sua importância e as implicações ambientais de seu uso Entre os problemas
ambientais mais preocupantes, intensificados pelo consumo excessivo desses combustíveis,
estão o aquecimento global e a chuva ácida
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24 Manual do Professor
O texto jornalístico apresentado na abertura do capítulo introduz o debate a respeito dos sub-
sídios oferecidos à produção de combustíveis fósseis em detrimento dos oferecidos para outras
fontes energéticas, e possibilita a análise da eficiência no consumo energético mundial
capítulo 10 – A produção de minérios e combustíveis fósseis no Brasil
O tema tratado neste capítulo é a distribuição regional da produção mineral e de com-
bustíveis fósseis no território brasileiro, sempre enfocando a questão da atuação de capitais
estrangeiros em conjunto com investimentos estatais nos grandes projetos ligados a essas
atividades
A abertura apresenta o texto de Auguste de Saint-Hilaire, que descreve a sua visita à Real
Fábrica de Ferro de São João de Ipanema As informações desse texto podem ser utilizadas
para tratar da diversidade e da quantidade de minérios do Brasil, além de possibilitar o início
da análise da importância histórica da mineração para o país
Volume 2 – 2o ano
O volume 2, além de apresentar temas focados no território brasileiro e em aspectos e
fenômenos físicos, propõe um estudo voltado às questões sociais, principalmente as de-
mográficas Outra característica importante do volume é o trabalho paralelo de aspectos
referentes ao mundo e ao Brasil
UnIdAdE 1 – dInâmIcA dA nATUREzA: cLImA E VEGETAçãO
Esta unidade é dedicada aos elementos responsáveis pela definição de boa parte das ca-
racterísticas das paisagens naturais do planeta: hidrografia, clima e vegetação Juntamente
com o relevo e outros elementos naturais, eles interagem de modo diverso nas diferentes
porções da superfície terrestre, formando os grandes domínios climatobotânicos
capítulo 1 – Elementos do clima e da vegetação
O capítulo trabalha assuntos relacionados ao clima e à vegetação O tratamento desses
elementos oferece muitas possibilidades de conexões, uma vez que eles influenciam-se
mutuamente
Sobre o clima, trata-se de sua definição conceitual, comparativamente à noção de tempo
atmosférico; de algumas formas de manifestação climática; dos principais fatores que atuam
na definição dos tipos climáticos e na distribuição dos climas no mundo O tema vegetação é
inserido a partir da definição do conceito de biosfera, demonstrando sua relação com outros
elementos da natureza, sobretudo o clima Consta ainda uma proposta de classificação da
vegetação, sua distribuição pela superfície do planeta e as possibilidades de seu aproveita-
mento econômico como recurso natural
O poema de Paulo Leminski e a imagem de abertura remetem ao fenômeno da precipita-
ção Utilizando exemplos da própria localidade da escola e da cidade, é possível iniciar um
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Manual do Professor 25
diálogo sobre como esse fenômeno afeta a vida da população local e como ele é um elemento
determinante na classificação dos climas
capítulo 2 – domínios climáticos e formações vegetais no mundo
Os grandes domínios climatobotânicos são apresentados como classificação de exten-
sas áreas da superfície da Terra cujos aspectos naturais são relativamente homogêneos
Reconhecido como um dos fatores mais importantes no condicionamento desses domínios,
o clima permite situar suas características e sua ocorrência espacial Pode-se, por exemplo,
utilizando mapas disponíveis, perceber grande correlação entre a ocorrência dos tipos cli-
máticos e de vegetação
O texto de Thaís Fernandes permite o debate a respeito das mudanças que a Floresta
Amazônica passou ao longo da evolução geológica do planeta, e há a possibilidade de de-
monstrar que os estudos sobre as formações vegetais no mundo são realizadas por diferen-
tes ramos da ciência, o que abre espaço para a elaboração de projetos interdisciplinares
capítulo 3 – clima e vegetação do Brasil
Este capítulo parte do trabalho com clima e vegetação como elementos complementa-
res, pois eles interagem de maneira fundamental para a formação das paisagens naturais
Apresentam-se os fatores climáticos (latitude, altitude, massas de ar, maritimidade e conti-
nentalidade) e os tipos climáticos brasileiros (sintetizados em climogramas), além da clas-
sificação das formações vegetais originais do Brasil e de alguns problemas ambientais que
as afetam
Na abertura do capítulo, a narrativa de Graciliano Ramos, em um trecho do livro Vidas
Secas, retrata uma paisagem que revela grande correspondência entre os elementos natu-
rais, principalmente a formação vegetal (caatinga) e as características climáticas (aridez)
Tão importante quanto chegar a essa constatação é perceber como o ambiente inóspito
também corresponde à gravidade que marca as possibilidades de vida das personagens,
ficando claro que o estudo dos aspectos naturais não deve ser feito à revelia das questões
sociais
UnIdAdE 2 – dInâmIcAS dA nATUREzA: hIdROGRAFIA E hIdROGRAFIA dO BRASIL
Esta unidade trata dos elementos e das características da hidrografia e sua relação com
a população das diferentes regiões do Brasil, além de sua importância e seu aproveitamento
econômico
capítulo 4 – Elementos da hidrografia
Após ser apresentada a hidrografia, é abordada a importância dos rios para as sociedades
humanas e os elementos e fenômenos que regulam seus cursos e fluxos Da dinâmica hídri-
ca também são apontadas a formação das bacias hidrográficas e a interferência dos rios no
perfil do terreno (e vice-versa), por meio de processos erosivos e de sedimentação
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26 Manual do Professor
No poema de João Cabral de Melo Neto, a essência da vida (humana) da personagem
é comparada e confundida com a fluidez dos rios O poema nos leva a pensar não apenas
no que há em comum entre ser humano e rio (o movimento rumo ao destino), mas sobre-
tudo em como a vida daquele depende da vida deste A carga de significantes que essa e
outras obras literárias conferem aos rios é uma maneira estimulante de introduzir o tema
hidrografia
capítulo 5 – hidrografia e recursos hídricos no Brasil
Sobre a hidrografia são tratados, neste capítulo, desde os elementos que compõem uma
bacia hidrográfica até as características das maiores bacias e dos principais rios brasileiros
A importância econômica e social da rede hidrográfica brasileira nas diferentes regiões do
país é um dos aspectos mais enfatizados
O capítulo traz, na abertura, mais um trecho de obra literária Trata-se de um excerto
de Sagarana, de Guimarães Rosa, livro em que o autor faz brilhantes ambientações dos lu-
gares onde os enredos se desenrolam Ao construir essas ambientações, os rios aparecem
como elemento significativo de várias paisagens – no trecho em questão, eles delimitam o
palco da trama, constituindo o espaço chamado de “mesopotâmia” Essa denominação re-
mete, por analogia, à região do Oriente Médio que corresponde ao atual Iraque e é cercada
pelos rios Tigre e Eufrates, fundamentais para a sobrevivência e o desenvolvimento dos
povos locais Essas descrições fornecem o ensejo para abordar a importância dos rios não
apenas como fontes de recursos naturais, mas também como elementos de composição
territorial
UnIdAdE 3 – dInâmIcA dA POPULAçãO
Esta unidade é composta de capítulos que abordam questões demográficas mundiais,
indicando tendências e fatores relativos à estrutura populacional dos países, além de tratar
da discussão sobre as consequências sociais relacionadas à demografia
A demografia do Brasil também é trabalhada, fornecendo-se elementos para apreender
o perfil da população brasileira por meio de dados sobre sua distribuição pelo território, sua
estrutura demográfica, os deslocamentos populacionais e o processo de urbanização
capítulo 6 – distribuição e crescimento da população mundial
O capítulo aborda a dinâmica da população mundial, trazendo dados demográficos e os
principais fatores históricos do crescimento populacional no mundo Nesse contexto são
apresentadas as teorias demográficas
A população mundial hoje ultrapassa 7 bilhões de habitantes, e o crescimento populacio-
nal mundial gera debates e preocupações em relação ao acesso dos habitantes do planeta
aos recursos naturais e serviços básicos, como o saneamento básico Essas questões são
analisadas no texto de André Julião
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Manual do Professor 27
capítulo 7 – Estrutura e migrações da população mundial
Este capítulo, complementando o capítulo 6, mostra a composição da estrutura popula-
cional e sua representação em pirâmides etárias As estruturas da população brasileira e de
outros países são tomadas como exemplos para abordar os fatores que condicionam a confi-
guração de cada perfil demográfico Outro importante tema contemplado no capítulo são os
movimentos populacionais e sua importância para a composição das populações
A página de abertura deste capítulo traz um poema de Ribeiro Couto que descreve a situ-
ação dos imigrantes no Brasil O poema ilustra a diversidade étnica da população brasileira,
revelando essa diversificação como uma das consequências dos fluxos migratórios, além de
expor alguns aspectos da inserção dos imigrantes no Brasil A necessidade de os imigrantes
buscarem uma vida melhor e suas dificuldades de adaptação a novas realidades são alguns
dos pontos a serem contemplados por meio da leitura do poema
capítulo 8 – distribuição, crescimento e estrutura da população do Brasil
Tratando da dinâmica demográfica brasileira, o capítulo trabalha conceitos e informações
a respeito da população absoluta e relativa das regiões do país, do crescimento populacional
e da estrutura demográfica, identificando a tendência de envelhecimento dessa população
A página de abertura traz um fragmento da célebre obra de Darcy Ribeiro, O povo bra-
sileiro, recompondo a formação da população do Brasil O autor demonstra a formação do
caráter miscigenado do povo brasileiro e destaca a pluralidade cultural O papel dos povos
indígenas e dos africanos na composição da base da população brasileira também é desta-
cado por ele
capítulo 9 – migrações externas e internas da população do Brasil
O capítulo apresenta os movimentos populacionais brasileiros, destacando os fluxos his-
tóricos de imigração e emigração entre o Brasil e outros países, e aqueles das migrações
internas Além da identificação e da tipificação dos deslocamentos populacionais, também
são tratados os fatores de atração e repulsão como motores do processo migratório
A página de abertura do capítulo traz a letra da música “Encontros e despedidas”, de
Milton Nascimento e Fernando Brant A letra retrata uma estação com constantes chegadas
e saídas de trens, remetendo à própria condição de mobilidade do ser humano, impelido a
deslocar-se dependendo dos rumos da vida, mas motivado, essencialmente, pelos objetivos
de ter uma vida melhor O título da canção também alude a situações corriqueiras no Brasil
em função dos fluxos migratórios, como quando famílias são obrigadas a fragmentar-se
porque apenas parte dos membros consegue partir em busca de meios de sobrevivência,
criando a demanda por reencontros que nem sempre ocorrem
capítulo 10 – Urbanização no Brasil
Este capítulo aborda o processo de urbanização no Brasil, trazendo os conceitos de ur-
banização, aglomerados urbanos e regiões metropolitanas Além disso, são apresentadas
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28 Manual do Professor
as características da urbanização das regiões e os problemas socioambientais das grandes
cidades brasileiras
O texto de Sérgio Junior discute o conceito de cidade e a importância que esta tem para a
sociedade, além de já iniciar a associação entre o processo de industrialização e o fenômeno
da urbanização
Volume 3 – 3o ano
O volume 3 desta coleção volta-se para as relações e questões internacionais, sem
deixar de tocar em pontos importantes para a compreensão da realidade brasileira Nesse
sentido, são propostos temas ligados a disputas geopolíticas, relações econômicas no âm-
bito da globalização, dinâmicas do desenvolvimento econômico e industrial, sistemas pro-
dutivos, questões e confrontos territoriais, entre outros A análise da atividade produtiva,
tanto no âmbito industrial como no agropecuário, também contribui para uma compreen-
são mais aprofundada das relações políticas e econômicas no Brasil e no mundo Assim, o
volume possibilita o desenvolvimento de um olhar crítico sobre um mundo cada vez mais
complexo
UnIdAdE 1 – dA ORdEm BIPOLAR à nOVA ORdEm mUndIAL
Esta unidade trabalha as articulações econômicas e políticas internacionais, destacando
os jogos de poder desdobrados em dois importantes momentos históricos: após a Segunda
Guerra Mundial e após o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que
foi acompanhado pelo processo de globalização e pela formação de blocos econômicos
supranacionais
capítulo 1 – do mundo bipolar ao fim da Guerra Fria
O capítulo revela como as decorrências geopolíticas da Segunda Guerra Mundial le-
vam à configuração de um arranjo de poder estruturado em duas grandes potências, os
Estados Unidos e a URSS Esse arranjo, chamado de ordem bipolar, duraria até o fim da
década de 1980
O texto de abertura de John Hersey, do seu livro Hiroshima, trata delicadamente das con-
sequências do lançamento da bomba atômica sobre a cidade japonesa de Hiroshima para
a vida das pessoas, chamando o leitor a refletir sobre a dimensão humana, e não somente
política, da guerra Por meio de sua leitura, é possível discutir com os alunos como decisões
externas a um país podem afetar o modo de vida de sua população – neste caso de modo
muito evidente Se possível, apresente exemplos de situações recentes em que medidas
ou imposições externas (como aquelas introduzidas pelo Fundo Monetário Internacional –
FMI –, ou por países influentes, como os Estados Unidos) vão alterando ao longo do tempo,
mesmo que de modo pouco perceptível, a situação econômica, política e social de alguns
países
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Manual do Professor 29
capítulo 2 – A nova ordem mundial
O capítulo expõe o processo de desarticulação da ordem bipolar, a partir da decomposi-
ção do bloco socialista, para dar lugar a uma ordem que, de modo geral, pode ser entendida
como politicamente unipolar e economicamente multipolar Esse contexto passou a ser cha-
mado de nova ordem mundial
A música de Caetano Veloso permite sensibilizar e compreender inicialmente os proces-
sos de reorganização política mundial que têm ocorrido nas últimas décadas
capítulo 3 – Globalização da economia
O capítulo aborda as relações econômicas internacionais no contexto da globalização,
enfatizando a expansão da atuação das empresas transnacionais São apresentadas também
importantes informações sobre os principais blocos econômicos, demonstrando, sobretudo,
a origem e a evolução da União Europeia
A letra de Arnaldo Antunes apresenta situações que revelam os intercâmbios possibili-
tados pelo processo de globalização Por meio do aumento exponencial do fluxo de merca-
dorias, finanças e pessoas, as relações culturais, econômicas e sociais estão se tornando
cada vez mais intensas Ao mesmo tempo, a canção remete ao estabelecimento de barreiras
reforçadas à entrada de determinados grupos em determinados territórios, mostrando as
contradições advindas do processo de globalização
UnIdAdE 2 – O mUndO ATUAL: dESIGUALdAdES E cOnFLITOS
O subdesenvolvimento e os conflitos territoriais no mundo são as tônicas desta unidade
Além dos condicionantes específicos de cada caso abordado, a unidade trata dos processos
de colonização promovidos pelas potências industriais como motivadores essenciais dessas
questões
capítulo 4 – características do subdesenvolvimento
Neste capítulo são apresentadas as causas e consequências da situação de subdesenvol-
vimento de muitos países da África, da Ásia e da América Latina Indicadores socioeconômi-
cos, como aqueles que tratam das condições de moradia, saúde, renda etc são trabalhados
para oferecer parâmetros para a análise da precariedade das condições de vida e de produ-
ção nesses países
O poema de Ferreira Gullar apresenta elementos que caracterizam os principais proble-
mas verificados em países subdesenvolvidos, como a fome, o desemprego, a desigualdade
social, os preços elevados e a corrupção
capítulo 5 – conflitos e questões territoriais na África e na América Latina
Neste capítulo, as questões territoriais da África são reveladas a partir da ocupação co-
lonialista do continente pelos europeus – a chamada “partilha da África” A herança desse
processo é apontada como desastrosa, resultando em conflitos violentos e pobreza crônica
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30 Manual do Professor
Sobre as questões territoriais da América Latina, o capítulo expõe a formação do socialismo
em Cuba e seu papel na Guerra Fria, além de tratar dos conflitos envolvendo a guerrilha
colombiana e da geopolítica amazônica
A letra da banda de rock Legião Urbana demonstra como as guerras são um negócio lucra-
tivo, o que aponta para a dificuldade de reduzir o número de conflitos no mundo Além disso, o
recrutamento de crianças para a guerra tem sido uma prática comum, ilegalmente estimulada
por grandes potências em territórios de países de frágil economia e fraca assistência social
capítulo 6 – conflitos e questões territoriais na Ásia
O capítulo expõe vários conflitos envolvendo questões territoriais na Ásia Entre eles,
destacam-se: os conflitos no Oriente Médio (incluindo a questão palestina e a luta dos cur-
dos pelo direito a um Estado), os conflitos relacionados às questões territoriais da China, a
Guerra da Coreia e a disputa entre Índia e Paquistão pela Caxemira
O texto de abertura do capítulo, Conselho de Segurança destaca diplomacia preventiva como
solução para conflitos na Ásia Central, fala sobre o papel da ONU na resolução de confli-
tos e mostra a importância de se pensar na diplomacia para a promoção de diálogos entre
países
UnIdAdE 3 – A PROdUçãO IndUSTRIAL
A unidade é composta de temas ligados à industrialização, recompondo as fases da
Revolução Industrial, trazendo as especificidades da industrialização no Brasil e de outros
países do mundo
capítulo 7 – O desenvolvimento da atividade industrial
Este capítulo aborda os aspectos mais importantes da industrialização O principal desta-
que é dado ao processo da Revolução Industrial, demonstrando suas etapas e apontando as
transformações sociais e econômicas decorrentes dela Discriminam-se os principais tipos
de indústria e apresentam-se os fatores da localização industrial
O texto de abertura relata a experiência de um jornalista que visitou uma fábrica robotizada
na Coreia do Sul e fala dos avanços tecnológicos impressionantes que são usados na indústria
capítulo 8 – A produção industrial no Brasil
Este capítulo apresenta conteúdos referentes à industrialização brasileira, expondo as
fases de estruturação de seu parque fabril, o papel do Estado como provedor de infraestru-
turas e investimentos diretos no processo de industrialização, a distribuição regional das
indústrias e a recente tendência de desconcentração industrial
A música de Chico Buarque trata do trabalhador de linhas de montagem, cuja atividade é
caracterizada pela repetição e pela alienação do processo produtivo, devido à especificidade
e à parcialidade de suas tarefas Além disso, são apresentados alguns elementos caracterís-
ticos da industrialização brasileira
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Manual do Professor 31
capítulo 9 – A atividade industrial nos Tigres Asiáticos e nos Brics
Neste capítulo são apresentadas as condições do desenvolvimento industrial e econômico
dos Tigres Asiáticos – grupo de países em desenvolvimento no Sudeste Asiático –, e dos Brics
– grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul Os paí-
ses dos dois grupos estão ampliando cada vez mais sua participação no mercado mundial
O texto de abertura, uma notícia de economia, trata dos Brics e da possibilidade de o Brasil
perder a posição no grupo, pois a economia do país não vem crescendo como previsto
capítulo 10 – Atividade industrial no Grupo dos Sete (G7)
Neste capítulo, trabalha-se a produção industrial nos países do G7, demonstrando sua
importância no contexto mundial, principalmente no que diz respeito ao poder econômico
exercido pelos Estados Unidos Também são descritas as características dos parques indus-
triais dos países do grupo, destacando-se os principais tipos de indústria e parte dos proble-
mas ambientais gerados pela atividade industrial dessas potências econômicas
Na página de abertura, há uma notícia que aborda a crise na União Europeia e o seu re-
flexo no setor industrial
UnIdAdE 4 – A PROdUçãO AGROPEcUÁRIA nO mUndO E nO BRASIL
Esta unidade volta-se à atividade agropecuária no mundo e no Brasil, levantando aspec-
tos das técnicas e tecnologias aplicadas no campo e sua importância econômica No caso
brasileiro, aborda-se também a questão fundiária
capítulo 11 – Agropecuária no mundo
São destaques deste capítulo: a participação da agropecuária no comércio mundial, os
sistemas agropecuários de produção e as características da produção agropecuária em di-
versas regiões do mundo, dividindo-o em países do Norte e países do Sul
A composição de Arnaldo Antunes na abertura possibilita iniciar questionamentos sobre
as diferentes formas de utilização do solo Mesmo no âmbito apenas dos objetivos ligados à
agricultura, o solo pode ser cultivado por meio de diversos sistemas
capítulo 12 – Agropecuária no Brasil
O capítulo traz uma caracterização da agricultura e da pecuária no Brasil, retratando suas
formas de produção e aproveitamento, a estrutura fundiária e os problemas que dela decor-
rem, além do desenvolvimento agropecuário das regiões
O texto trata do agronegócio e seu impacto para a economia, a sociedade e o meio ambiente
no Brasil Para explicar esses impactos, a notícia cita uma pesquisa de um biólogo
estrutura interna dos VoluMes
Abertura dos capítulos
As aberturas dos capítulos, de maneira geral, procuram abordar aspectos do conteúdo
a ser tratado por meio de diferentes gêneros literários (notícias de jornal, relatos, músicas,
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32 Manual do Professor
poemas, textos literários etc ) Dessa forma, além de apresentar o tema de forma prazerosa,
elas adquirem um caráter interdisciplinar com Língua Portuguesa, dando a possibilidade ao
professor de trabalhar o texto em sala de aula mais amplamente
Texto-base dos capítulos
A proposta didática da coleção está intrinsecamente relacionada à estrutura de textos-
-base, boxes e atividades propostas presentes em cada capítulo
Os textos de cada capítulo procuram apresentar e resgatar para os alunos os conteúdos
consagrados dentro da ciência geográfica e relevantes para o Ensino Básico, sob a égide dos
documentos educacionais oficiais, oferecendo subsídios para uma discussão fundamentada
das temáticas trabalhadas Esta seção, portanto, serve de referência e aporte inicial relativo
aos conteúdos geográficos distribuídos tematicamente ao longo dos capítulos
É importante buscar uma articulação entre esses textos e as demais seções dos ca-
pítulos em que cada um deles se insere Quando conveniente, deve-se articular também
os textos de um capítulo aos demais, buscando sempre um diálogo e uma continuidade
entre eles Dessa forma, o professor criará melhores condições para que os estudantes
não apenas absorvam as informações básicas, mas também as associem à sua realidade
e reflitam sobre os conteúdos, permitindo assim seu posicionamento e até mesmo en-
gajamento e inserção nas problemáticas que despertem seu interesse e estejam em seu
campo de atuação
Os boxes
O objetivo dos boxes é propiciar uma abordagem ao mesmo tempo alternativa e com-
plementar àquela apresentada no texto-base de cada capítulo Por meio das orientações e
atividades que eles oferecem, é possível proporcionar referências aos alunos para que eles
executem um trabalho de reflexão, articulação e aprofundamento dos conteúdos apresenta-
dos É imprescindível compreender que, apesar de as propostas de trabalho sugeridas (ou
seja, o fazer Geografia dentro dos processos de ensino-aprendizagem) nos textos de base e
nas seções de boxes e atividades serem diferentes entre si, elas não são, de modo algum,
excludentes, mas complementares
Esta seção também contribui para a contextualização de temas socioeconômicos, políti-
cos, culturais e ambientais, trabalhando-se exemplos do cotidiano ou assuntos que, de modo
geral, despertam interesse nos jovens Outra possibilidade contemplada pelos boxes é o es-
tabelecimento de relações entre conteúdos que, em determinadas ocasiões, aparecem como
dissociados – é o caso, por exemplo, daqueles relacionados ao meio físico e às atividades
humanas, ou dos fenômenos de abrangência global que têm efeitos locais
As atividades presentes nos boxes permitem aprofundar o conhecimento por meio da
aplicação de procedimentos e da proposição de reflexões e pesquisas, que levam ao reco-
nhecimento dos temas abordados em situações factuais
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Manual do Professor 33
As atividades
Assim como os boxes, as atividades da coleção foram elaboradas com base em propos-
tas que permitem a ampliação da capacidade analítica dos alunos e o desenvolvimento de
procedimentos de estudo e pesquisa Com objetivos específicos, as atividades encontram-se
divididas nas seções descritas a seguir
RETOmAndO O cOnTEúdO
O objetivo fundamental desta seção é a revisão do conteúdo Porém ela não propõe cum-
prir esse objetivo por meio de tarefas de simples memorização, mas de propostas que levem
os alunos a aprimorar habilidades, como selecionar informações, relacionar conceitos e sin-
tetizar dados e informações
AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO
As atividades desta seção foram desenvolvidas para estimular procedimentos e habilida-
des, como leitura, análise, reflexão, pesquisa, comparação e estabelecimento de relações
Para isso, variados recursos de ensino são utilizados, como charges, quadrinhos, fotos, ma-
pas, gráficos, tabelas, poemas, canções e textos jornalísticos que tratam de questões atuais
relativas ao tema trabalhado Esses recursos e linguagens contribuem para ampliar o reper-
tório geográfico e cultural dos alunos e podem, quando for conveniente, ser utilizados como
disparadores para trabalhos de caráter interdisciplinar
As respostas e opiniões indicadas não necessariamente se vinculam de maneira integral
ao conteúdo do livro, o que exige dos alunos, guiados por uma adequada orientação, buscar
e pesquisar outras informações para, de fato, ampliar seus conhecimentos
ATIVIdAdE FInAL
Esta seção apresenta uma proposta diversificada, com o objetivo de oferecer uma ativida-
de de sistematização e fechamento do capítulo Entre os exercícios que a compõem, podem
ser citados:
debate;•
pesquisa e trabalho de campo;•
leitura e produção de texto;•
pesquisa de dados;•
pesquisa e produção de texto;•
pesquisa e debate;•
filme e debate;•
análise de mapas;•
produção de mapas •
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34 Manual do Professor
Com essa proposta, busca-se aprofundar os conhecimentos dos estudantes por meio de
atividades que, de forma geral, exigem análise, reflexão, leitura e produção de textos (con-
tribuindo para a interpretação e a construção da escrita), desenvolvimento da oralidade e
capacidade de argumentação Desta seção também constam atividades voltadas para a alfa-
betização cartográfica e para a compreensão da realidade em contextos vivos, como estudos
do meio Por ter propostas amplas que exigem do aluno conhecimentos de outras matérias,
como Língua Portuguesa ao se propor a produção de texto, essas atividades acabam por
promover a interdisciplinaridade
Projeto interdisciplinar
Nesta seção, por meio de projetos que estimulam a pesquisa, a curiosidade, a teoria e a
prática, e a construção de um conhecimento coletivo, procura-se explorar o interdisciplinar,
ao unir áreas do conhecimento distintas
Cada projeto tem propostas diferentes e a interação de matérias diversificadas, como
Língua Portuguesa, História, Química, Biologia, Matemática, Sociologia e Literatura
Enem e vestibulares
O objetivo desta seção é possibilitar que os alunos se familiarizem com os formatos, os con-
teúdos e as habilidades comumente apresentados e exigidos nas provas do Enem e dos princi-
pais vestibulares do país, podendo desenvolver seu domínio sobre esse tipo de avaliação
Selos
Ao longo do livro, os alunos e o professor poderão identificar dois selos diferentes: o de
“Interdisciplinaridade” e o de “Contextualização”
InTERdIScIPLInARIdAdEEstes selos indicam que naquele trecho de conteúdo do livro há interdisciplinaridade com
alguma outra área do conhecimento, como História, Matemática, Física, Química, Biologia e Literatura
O selo serve como referência ao aluno Já para o professor, na parte “Orientações sobre os capítulos” deste manual, ele poderá encontrar uma nota, indicando como a Geografia e as áreas do conhecimento indicadas se relacionam
cOnTEXTUALIzAçãOO selo “Contextualização” serve como indicação de uma atividade que procura aproximar,
ao máximo, a realidade, a experiência e a vivência do aluno ao conteúdo estudado e, dessa forma, consolidar sua aprendizagem
A atividade com o selo pode aparecer nos boxes do livro, no “Retomando o conteúdo”, no “Ampliando o conhecimento” ou na “Atividade final”, por meio de propostas como pesquisas, perguntas cuja resposta remeta à realidade do aluno, debates e leitura e análise de textos
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Manual do Professor 35
conteúdos dos VoluMes
Volume 1
UnIdAdE 1 – dInâmIcA ESPAcIAL
Capítulo Conteúdo
1 Orientação
O que é orientação Pontos de orientação Instrumentos de orientação Coordenadas geográficasFusos horários
2 Cartografia
O que é Cartografia?História da Cartografia Tecnologia e projeções cartográficas Escalas gráficas e numéricas Legendas e suas funções Cartografia e ideologia
3 O mapa do mundo
A Terra, movimento de translação e estações do ano Movimento aparente do Sol Zonas térmicas Dimensões terrestres Continentes, oceanos e mares
4 O Brasil no mapa do mundo
O Brasil no mundo Fusos horários no Brasil Diferentes regionalizações do Brasil As fronteiras brasileiras
UnIdAdE 2 – GEOLOGIA E RELEVO
Capítulo Conteúdo
5 Elementos da Geologia
O que a Geologia estuda?A estrutura interna da Terra A teoria das placas tectônicas O equilíbrio isostático da crosta As eras geológicas Os minerais e as rochas
6 Elementos da Geomorfologia
A dinâmica interna da Terra: epirogênese, orogênese, fenômenos sísmicos e vulcânicos A dinâmica externa da Terra: intemperismo e erosão Formas de relevo
7 Geologia e Geomorfologia do Brasil
Estrutura geológica do Brasil Estrutura geomorfológica do Brasil Classificações do relevo brasileiro: Aroldo de Azevedo, Aziz Ab’Sáber, Jurandyr Ross O relevo nas regiões brasileiras
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36 Manual do Professor
UnIdAdE 3 – dInâmIcA dA PROdUçãO mInERAL E EnERGéTIcA
Capítulo Conteúdo
8 A produção de minérios no mundo
A importância da atividade mineral Minério de ferro e produção do aço Os minérios de manganês, estanho, níquel e cromo e a produção de aços especiais O minério de alumínio e a produção do alumínio metálico O ouro e a prata Importadores e exportadores de minérios no mundo A exploração mineral e a questão ambiental
9 A produção de combustíveis fós-seis no mundo
Fontes energéticas A produção e o consumo de carvão mineral Petróleo: origem, importância, produção e consumo A produção e o consumo do gás natural Consumo de combustíveis fósseis, o aquecimento global e a chuva ácida
10 A produção de minérios e com-bustíveis fósseis no Brasil
A produção mineral brasileira A distribuição regional da produção mineral no Brasil As fontes de energia primária O petróleo, o carvão mineral, o gás natural, a lenha e o carvão vegetal no Brasil
Volume 2
UnIdAdE 1 – dInâmIcAS dA nATUREzA: cLImA E VEGETAçãO
Capítulo Conteúdo
1 Elementos do clima e da vegetação
O que é atmosfera?Buraco na camada de ozônio Tempo e clima Temperatura e pressão atmosférica As massas de ar Fenômenos meteorológicos Distribuição dos climas Correntes marítimas A biosfera
2 Domínios climáticos e formações vegetais no mundo
Interações entre vegetação e clima O mundo frio, o mundo temperado e o mundo tropical
3 Clima e vegetação do BrasilO clima brasileiro e a classificação climática do Brasil A vegetação brasileira O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)
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Manual do Professor 37
UnIdAdE 2 – dInâmIcAS dA nATUREzA: hIdROGRAFIA E hIdROGRAFIA dO BRASIL
Capítulo Conteúdo
4 Elementos da Hidrografia
A distribuição das águas superficiais A distribuição de água doce no Brasil O consumo de água na Terra A importância dos rios e os regimes fluviais Erosão, transporte de sedimentos e sedimentação O uso econômico dos rios no mundo
5 Hidrografia e recursos hídricos no Brasil
A hidrografia brasileira As regiões hidrográficas do Brasil As bacias hidrográficas brasileiras O uso econômico dos rios brasileiros
UnIdAdE 3 – dInâmIcA dA POPULAçãO
Capítulo Conteúdo
6 Distribuição e crescimento da população mundial
População mundial O crescimento da população mundial As teorias demográficas
7 Estrutura e migrações da população mundial
As diferentes estruturas populacionais O que é migração?Os grandes movimentos migratórios
8 Distribuição, crescimento e estru-tura da população do Brasil
A população absoluta e relativa do Brasil O crescimento da população brasileira A estrutura da população brasileira A estrutura étnica
9 Migrações externas e internas da população do Brasil
A imigração no Brasil As migrações internas As migrações pendulares A emigração de brasileiros
10 Urbanização no Brasil
O que é urbanização A urbanização no Brasil A hierarquia urbana e as regiões metropolitanas Os problemas urbanos
Volume 3
UnIdAdE 1 – dA ORdEm BIPOLAR à nOVA ORdEm mUndIAL
Capítulo Conteúdo
1 Do mundo bipolar ao fim da Guerra Fria
A geopolítica após a Segunda Guerra Mundial A ordem mundial bipolar A Guerra Fria
2 A nova ordem mundialO fim da União Soviética As transformações no Leste Europeu A nova ordem política e econômica no mundo
3 Globalização da economiaIntensificação do comércio internacional e globalização da economia Os blocos econômicos
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38 Manual do Professor
UnIdAdE 2 – O mUndO ATUAL: dESIGUALdAdES E cOnFLITOS
Capítulo Conteúdo
4 Características do subdesenvolvimento
O subdesenvolvimento no mundo As diferentes formas de dividir o mundo Medindo o desenvolvimento As graves deficiências sociais As graves deficiências econômicas
5 Conflitos e questões territoriais na África e na América Latina
Grandes conflitos e questões territoriais na África Grandes conflitos e questões territoriais na América Latina
6 Conflitos e questões territoriais na Ásia
Os conflitos e questões territoriais no Oriente Médio Os conflitos e questões territoriais no Extremo Oriente Os conflitos na Ásia Meridional
UnIdAdE 3 – A PROdUçãO IndUSTRIAL
Capítulo Conteúdo
7 O desenvolvimento da atividade industrial
A era da indústria Tipos de indústria A localização industrial Primeira, Segunda e Terceira Revoluções Industriais
8 A produção industrial no Brasil Economia industrial do Brasil A distribuição regional da indústria
9 A atividade industrial nos Tigres Asiáticos e no Brics
A atividade industrial nos Tigres Asiáticos A atividade industrial no Brics
10 Atividade industrial no Grupo dos Sete (G7)
A distribuição mundial das indústrias A atividade industrial nos países do G7
UnIdAdE 4 – A PROdUçãO AGROPEcUÁRIA nO mUndO E nO BRASIL
Capítulo Conteúdo
11 Agropecuária no mundo
A agricultura e a pecuária A agropecuária nos países do Norte A agropecuária nos países do Sul Agricultura de plantation
12 Agropecuária no Brasil
A agricultura no Brasil A estrutura fundiária A questão da reforma agrária Principais áreas de produção agropecuária
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Manual do Professor 39
4. fundaMentos e objetiVos do VoluMe
O volume 2 desta coleção trata de temas de interesse geográfico relacionados a aspectos
físicos e sociais Parte de abordagens mais gerais desses aspectos, situando os conceitos
relevantes para contextualizar esses temas na realidade brasileira
Essa proposta, portanto, leva os alunos não apenas a explorar conceitos e fenômenos que
os habilitem a estudar importantes características territoriais ou vinculadas ao território e
características populacionais, como também lhes fornece bases para que aprofundem o re-
conhecimento da realidade brasileira, segundo a temática que compõe os capítulos
Os conteúdos propostos neste volume contribuem para o desenvolvimento de ativida-
des e estratégias que podem proporcionar, aos alunos, aquisições referentes aos seguintes
objetivos:
compreender as diferenças conceituais que envolvem os termos “tempo” e “clima”;•
reconhecer e compreender a ação dos principais fatores climáticos e fenômenos re-•
lacionados ao clima;
identificar os diferentes tipos climáticos e a sua distribuição espacial;•
reconhecer a distribuição espacial dos tipos de vegetação no mundo;•
reconhecer as principais paisagens relacionadas aos climas frio, temperado e tropical;•
compreender o processo de ocupação das áreas submetidas aos climas frio, tempe-•
rado e tropical;
relacionar as características climáticas das diferentes regiões da Terra à ocorrência •
dos tipos de vegetação;
compreender o conceito de bacia hidrográfica;•
reconhecer as características básicas e a importância dos rios;•
avaliar as relações entre a disponibilidade, a distribuição na terra e o consumo de •
água pelas populações humanas;
reconhecer as principais características dos rios brasileiros;•
avaliar as possibilidades de exploração econômica dos rios brasileiros e alguns dos •
possíveis impactos ambientais;
reconhecer os fatores que mais influenciam os climas no Brasil e analisar •
como atuam;
entender, em traços gerais, os aspectos que dão base à classificação climática •
no Brasil;
identificar as formações vegetais que compõem a vegetação brasileira;•
analisar questões que envolvem alguns dos impactos ambientais que afetam as for-•
mações vegetais no Brasil;
dominar conceitos relacionados à demografia;•
entender e formar senso crítico sobre os principais fatores responsáveis pelo cresci-•
mento da população mundial;
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40 Manual do Professor
entender a dinâmica que leva ao envelhecimento populacional;•
analisar a estrutura da população com base em pirâmides etárias e outros recursos •
cartográficos;
reconhecer a importância das estatísticas para a análise das questões demográficas •
e o papel do IBGE no Brasil;
reconhecer as características gerais da população brasileira e a dinâmica dessa •
população;
entender o conceito de urbanização;•
compreender as particularidades do processo de urbanização no Brasil;•
entender as origens e formar posicionamento crítico sobre os problemas ambientais •
urbanos
5. orGanização do VoluMe
Este volume está organizado em capítulos que se agrupam em três unidades temáticas:
Unidade 1 – dinâmica da natureza: clima e vegetação
cAPíTULO 1 – ELEmEnTOS dO cLImA E dA VEGETAçãO; cAPíTULO 2 – dOmínIOS cLImÁ-
TIcOS E FORmAçõES VEGETAIS nO mUndO; cAPíTULO 3 – cLImA E VEGETAçãO dO BRASIL
Os dois primeiros capítulos têm em comum temas centrais voltados para os aspectos na-
turais que caracterizam a superfície terrestre Abordam fatores relacionados aos fenômenos
que influenciam a hidrografia, o clima e a vegetação e às variações de como esses elementos
se manifestam nos diferentes espaços da superfície terrestre Esses diferentes elementos
interagem formando grandes paisagens Por meio da seleção do clima e da vegetação como
elementos essenciais de identificação dessas paisagens, são estabelecidos os chamados
domínios climatobotânicos
O capítulo 3, por sua vez, trata do tema da unidade com enfoque no território brasileiro
Unidade 2 – dinâmicas da natureza: hidrografia e hidrografia do Brasil
cAPíTULO 4 – ELEmEnTOS dA hIdROGRAFIA; cAPíTULO 5 – hIdROGRAFIA E REcURSOS
hídRIcOS dO BRASIL
Os capítulos desta unidade tecem uma caracterização dos principais aspectos da hidro-
grafia no mundo e do Brasil, como a distribuição das águas na superfície terrestre, as gran-
des bacias hidrográficas do mundo e do Brasil, os regimes fluviais, a erosão e o transporte
de sedimentos
A relação entre o ser humano e a natureza é explorada na abordagem de assuntos impor-
tantes relacionados à água e à hidrografia, como o aproveitamento econômico dos rios e os
impactos ambientais causados por essa exploração
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Manual do Professor 41
Unidade 3 – dinâmica da população
cAPíTULO 6 – dISTRIBUIçãO E cREScImEnTO dA POPULAçãO mUndIAL; cAPíTULO 7 –
ESTRUTURA E mIGRAçõES dA POPULAçãO mUndIAL; cAPíTULO 8 – dISTRIBUIçãO, cRES-
cImEnTO E ESTRUTURA dA POPULAçãO dO BRASIL; cAPíTULO 9 – mIGRAçõES EXTERnAS
E InTERnAS dA POPULAçãO dO BRASIL; cAPíTULO 10 – URBAnIzAçãO nO BRASIL
Os dois primeiros capítulos desta unidade são complementares ao tratarem de conceitos,
fenômenos e caracterizações relacionados à demografia, enfatizando os aspectos popula-
cionais do mundo Além de trabalhar a caracterização e o comportamento da população
mundial, a abordagem permite fornecer aos alunos elementos importantes para serem em-
pregados como parâmetros da realidade demográfica no Brasil, tema dos demais capítulos
da unidade
O elemento que confere unidade aos capítulos 8, 9 e 10 é o fato de estes terem o Brasil
como foco da abordagem dos temas relacionados à demografia e à urbanização Nesses
três capítulos, são dispostas informações que permitem a caracterização da população atual
brasileira, a recomposição de alguns de seus aspectos históricos e a análise de sua dinâmica
e estrutura A urbanização, fenômeno tratado especificamente no capítulo 10, é também um
processo indissociável da dinâmica populacional
6. orientações esPecíficas sobre os caPítulos
caPítulo 1 – eleMentos do cliMa e da VeGetação
O estudo dos conteúdos deste capítulo deve contemplar a apreensão dos diferentes tipos
climáticos e de formações vegetais e dos processos específicos relacionados a essas duas
manifestações da natureza No entanto, deve-se buscar caminhos para que os alunos per-
cebam a correlação que existe entre elas Um dos modos de levar os alunos a pensar sobre
as interferências mútuas entre o clima e a vegetação pode ser obtido propondo-lhes realizar
uma análise comparativa entre os mapas que representam a distribuição dos tipos climá-
ticos e a ocorrência das formações vegetais no mundo Por meio dessa atividade é possível
incentivá-los a desenvolver hipóteses sobre como o clima interfere nas características da
vegetação e vice-versa
Os resultados desse tipo de proposição podem ser melhores se houver a possibilidade de
o professor desenvolver atividades conjuntas com o professor de Biologia, que pode orientar,
por exemplo, como determinadas condições climáticas atuam na definição das característi-
cas da vegetação
Além de procurar evitar dissociações drásticas entre os fenômenos relacionados ao clima
e à vegetação, é igualmente importante propor aos alunos que reflitam sobre a dinâmica
da natureza A reflexão deve basear-se nos elementos do clima e da vegetação e a atuação
da humanidade deve ser considerada um fator que interfere intensamente nessa dinâmica
Sobre a relação entre sociedade e natureza, e principalmente sobre a origem dos impactos
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42 Manual do Professor
ambientais e as possíveis soluções para evitá-los ou amenizá-los, estimule os alunos a as-
sumir posturas críticas e estruturadas em argumentos coerentes, que devem ser construí-
dos em atividades orais e textuais
Abertura: atividades complementares (p. 10)
O texto de abertura, de Paulo Leminski, trata de maneira poética um fenômeno climático:
a chuva Aproveite para perguntar aos alunos se já pensaram, em algum momento, como
ocorre esse fenômeno e quais são suas possíveis causas
Resposta: resposta pessoal Espera-se que, ao responder a essa pergunta, os alunos re-
flitam sobre como os fenômenos climáticos influenciam a vida na superfície terrestre
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
InVERSãO TéRmIcA – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm BIOLOGIA (P. 18)
A inversão térmica é um fenômeno natural, mas, em ambientes com elevados índices
de poluição, como os urbanos, torna-se um problema para a sociedade devido aos efeitos
nocivos para a saúde, em especial das crianças, dos idosos e das pessoas com problemas
respiratórios Dentro desse contexto, há a possibilidade de associar os conhecimentos ensi-
nados em Geografia aos de Biologia, para uma análise mais profunda a respeito dos efeitos
negativos da inversão térmica para o ser humano
PARA LER E PESqUISAR – EnTEndA cOmO SE FORmA Um FURAcãO (P. 23)
O objetivo dessa atividade é que os alunos façam pesquisas sobre os principais furacões
registrados pelos cientistas e cheguem à conclusão de que o fenômeno traz graves conse-
quências para a população dos países atingidos Entre os furacões devastadores, os alunos
podem citar o Mitch, que, em 1998, causou a morte de mais de 10 mil pessoas e afetou áreas
da Nicarágua, da península de Yucatán, de Honduras, da Guatemala, de El Salvador e do sul
da Flórida O monitoramento via satélite das condições atmosféricas possibilita a observa-
ção da formação e das rotas a serem percorrida pelos furacões, o que auxilia na elaboração
de planos de contingência emergenciais para conter, ao menos parcialmente, os danos cau-
sados por esses fenômenos
EnTEndA cOmO SE FORmA Um FURAcãO – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm FíSIcA
(P. 23)
Professor, em Geografia, a análise da formação dos furacões é relativamente superficial,
uma vez que o maior destaque dado pela disciplina é em relação aos efeitos do fenômeno
sobre as sociedades atingidas Por outro lado, há a possibilidade de integrar os estudos de
Geografia a respeito da formação dos furacões com a Física, em que a análise desse tema é
geralmente mais técnica
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Manual do Professor 43
RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 29)
Atmosfera é a camada gasosa que envolve a crosta terrestre É nela que se observam os 1. fenômenos climáticos que influenciam a dinâmica do planeta Ela é importante para o ser
humano, pois permite a ocorrência de diversos fenômenos e eventos, como combustão,
equilíbrio térmico do planeta, transmissão do som, difusão da luz, além de filtrar e reter
parte dos raios solares, mantendo a temperatura adequada à vida humana
2.
camada características
TroposferaEstá em contato direto com a superfície da Terra, contém a maior parte da massa gasosa e da totalidade de vapor d’água da atmosfera Nela ocorrem os fenômenos meteorológicos que definem o tempo e o clima
Estratosfera Contém quase a totalidade do gás ozônio, responsável pela filtragem dos raios ultravioleta
Mesosfera Camada na qual a temperatura cai com a altitude e a densidade do ar é muito baixa
Ionosfera Parte mais externa da atmosfera: reflete as ondas eletromagnéticas de rádio e televisão
ExosferaA última camada da atmosfera Nela existe uma grande variedade de gases – como hélio, nitrogênio e oxigênio – mas em pequenas quantidades, já que, com a falta de gravidade, as moléculas se dissipam em direção ao espaço
O ozônio existente na atmosfera tem a função de filtrar os raios ultravioleta do Sol, evitan-3. do que a vida no planeta seja gravemente afetada pela grande intensidade desses raios A
quantidade de ozônio na atmosfera vem diminuindo em virtude do aumento dos clorofluor-
carbonetos lançados no ar, que decorre principalmente de atividades humanas Em conta-
to com o ozônio, esses gases reagem quimicamente, formando outro elemento químico e,
dessa forma, comprometem/reduzem a concentração de ozônio na atmosfera Estima-se
que, nas últimas décadas, a camada de ozônio já tenha diminuído cerca de 5%, em parti-
cular na Antártida A ação humana, quase sempre voltada para a obtenção de lucro fácil
e rápido, vem repercutindo de forma intensa na degradação das condições ambientais O
que está acontecendo na camada de ozônio é apenas mais um dos problemas que compro-
metem a qualidade de vida no planeta
Tempo está relacionado às condições momentâneas do ar atmosférico em determinado 4. lugar Clima se refere às condições médias da atmosfera, ou seja, ao modo como os fenô-
menos meteorológicos se comportam regularmente em determinado lugar
Os fatores são: latitude (em razão da inclinação da Terra, a incidência dos raios solares 5. tende a ser menor nas regiões de maior latitude) e altitude (o ar tende a diminuir a capa-
cidade de retenção de calor com a elevação de altitude)
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44 Manual do Professor
Massas de ar são porções de ar, geralmente de grandes dimensões, que apresentam con-6. dições relativamente homogêneas de temperatura, umidade e pressão, e se deslocam de
uma região a outra As massas de ar são classificadas em: equatoriais (formadas próxi-
mas ao Equador, apresentam temperaturas mais elevadas e pressões mais baixas, e nor-
malmente são mais úmidas que as demais); tropicais (formam-se próximas aos trópicos
e em geral são bastante quentes e com pressões médias e baixas); e polares (formadas
próximas aos polos, são as mais frias e de maior pressão)
El Niño7. é o aquecimento anômalo das águas do oceano Pacífico, provocado principalmente
pela perda de força dos ventos alísios, impedindo o fenômeno da ressurgência no oceano
Essa mudança na temperatura do oceano compromete o sistema de circulação de ar e,
consequentemente, a distribuição de chuvas e o prolongamento das secas, afetando prin-
cipalmente o setor agrário
O fenômeno 8. La Ninã recebe esse nome por apresentar um mecanismo oposto ao do El
Niño, ou seja, resfria as águas do oceano Pacífico Esse resfriamento causa uma mudança
de pressão que desloca massas de ar em direção à Austrália, ocasionando chuvas naquela
região e seca nas regiões da América do Sul
Os fatores que influenciam os diferentes tipos de clima são: massas de ar, relevo, forma-9. ção vegetal, proximidade do oceano, proximidade do Equador, ação humana, concentração
urbano-industrial, entre outros Regiões climáticas são áreas que apresentam caracterís-
ticas climáticas semelhantes
Correntes marítimas (ou oceânicas) são grandes massas de água salgada que se deslocam 10. no interior dos oceanos como se fossem rios Em geral, apresentam salinidade, densidade
e temperatura diferentes da água ao seu redor, o que as impede de misturar-se com o
restante do oceano Além disso, deslocam-se a uma velocidade aproximada de 5 km/h e
apresentam grandes dimensões Sua origem está associada à circulação atmosférica, às
diferenças de temperatura das águas e ao assoalho oceânico
Os fatores que influenciam a distribuição da vegetação original do planeta Terra são: clima 11. (que é a influência predominante); solo (que é o elemento de sustentação física da planta
e sua fonte de nutrição); e relevo (que influencia indiretamente, pois altera as condições
climáticas, que são importantes para a distribuição vegetal)
Os vegetais podem ser classificados de acordo com seu porte (em arbóreos, arbustivos ou 12. herbáceos), com seu teor de umidade (em higrófilos e xerófilos); e com suas folhas (em
vegetais latifoliados, aciculifoliados, perenifólias e caducifólias)
AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 29)
Na atividade 13, os alunos devem compreender que ciclones e furacões podem atingir o
Brasil, causando prejuízos econômicos e sociais consideráveis
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Manual do Professor 45
13. De acordo com a escala, o furacão pode ser classificado no nível 1, cujos ventos variam de a.
118 km/h a 152 km/h Em comparação com o furacão, um ciclone pode ser considerado um
fenômeno mais brando, com ventos de menor intensidade e que causa menos estragos
Somente ventos acima de 118 km/h podem ser considerados furacões Os ventos de b.
50 km/h a 80 km/h são classificados como ciclones
Os prejuízos estão relacionados a pessoas feridas, alagamentos, destruição de casas e c.
rede elétrica e interrupções de estradas
O título do texto pode ser considerado incorreto, porque ventos de 150 km/h não são clas-d.
sificados como ciclones, mas como furacões
14. A altitude do Everest é de 8 848 m a.
Quanto maior for a altitude, menor será a pressão atmosférica, o que resulta numa menor b.
concentração dos gases (ar mais rarefeito), à medida que as altitudes se elevam
Em altitudes elevadas, a pressão atmosférica é menor e, nessas condições, a temperatura c.
tende a ser menor também Além disso, a área de incidência (considere absorção e refle-
xão) dos raios solares (que provocam aquecimento da superfície) em topos de montanhas
é menor
O deslocamento de massas de ar pode ser considerado responsável pela chegada de neve d.
e frio
A meteorologia pode prever, com alguns dias de antecedência, as condições do tempo, e.
orientando essas pessoas sobre a viabilidade de escalar determinada montanha, conside-
rando os ventos, a umidade e a temperatura
ATIVIdAdE FInAL: ELABORAçãO dE TEXTO jORnALíSTIcO (P. 32)
As chuvas de convecção ocorrem nas proximidades dos trópicos, geralmente no verão,
e são caracterizadas pelo movimento atmosférico de ascensão de ar quente (carregado de
vapor d’água) e pelo movimento descendente de ar mais frio, gerando precipitação devi-
do à condensação do vapor d’água Geralmente ocorrem nos fins de tarde dos dias muito
quentes (por isso são mais comuns no verão) e são, predominantemente, muito fortes
(apesar de apresentarem curto período de duração) Entre os demais tipos de precipita-
ção, podem ser citadas as chuvas orográficas, caracterizadas pela ocorrência em regiões
montanhosas, nas quais o ar ascendente perde pressão com a altitude e se resfria até for-
mar nuvens Em estradas que cortam essas áreas, é comum que essas nuvens (também
chamadas de neblina) atrapalhem a visualização dos motoristas, fazendo que, por vezes,
o trânsito seja interrompido temporariamente Outro tipo de precipitação são as chuvas
frontais – caracterizadas pelo encontro de uma massa de ar quente e uma massa de ar
fria –, que causam o resfriamento da massa de ar quente e, consequentemente, a conden-
sação do vapor d’água e a precipitação
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46 Manual do Professor
Professor, como conclusão da atividade final, peça aos alunos que apresentem seu texto
jornalístico aos colegas de sala Essa iniciativa pode estimular o debate sobre os tipos de
precipitação mais comuns nas regiões tropiciais e seus impactos na sociedade
caPítulo 2 – doMínios cliMáticos e forMações VeGetais no Mundo
Promova o reconhecimento dos grandes domínios climatobotânicos destacados no capítulo
por meio da leitura dirigida dos textos e boxes e da análise dos recursos visuais Ao fazer o
levantamento dos aspectos paisagísticos dos grandes domínios, é fundamental que seja mos-
trado aos alunos que um domínio climatobotânico resulta da atuação simultânea e integrada
dos fatores naturais (sobretudo os relacionados ao clima e à vegetação) Portanto, o esforço
de análise integrada dos agentes climáticos e das formações vegetais deve agora servir para
compreender que dessa interação resultam também manifestações visíveis no espaço
Os domínios climatobotânicos, enquanto unidades naturais, são também fonte de recur-
sos naturais, cujo processo de exploração implica a alteração, em muitos casos com grande
intensidade, de suas características “originais”, desarticulando as relações de equilíbrio en-
tre os elementos da natureza Mais uma vez, é necessário discutir modos de apropriação dos
recursos naturais de forma a permitir a sua reposição natural e não degradar os ecossis-
temas Informações sobre as possibilidades de exploração racional dos ambientes naturais
podem ser requisitadas por meio de pesquisas complementares em fontes variadas
Outra frente de discussão pode ser aberta demonstrando que, apesar da capacidade hu-
mana de transformação do espaço natural, as características espaciais decorrentes dos fe-
nômenos da natureza também interferem consideravelmente na organização das socieda-
des, que precisam encontrar diferentes alternativas de adaptação frente às especificidades
naturais que se arranjam em cada porção da superfície terrestre Oriente os alunos a buscar
embasamento sobre essa questão nos tópicos do texto que abordam a ocupação territorial
nos mundos frio, temperado e tropical
Abertura: atividades complementares (p. 34)
O texto de abertura fala sobre as origens da Floresta Amazônica e afirma que nem sem-
pre ela foi como é hoje, devido a fatores climáticos, à relação entre espécies e a processos
geológicos que mudaram a configuração do território, permitindo o estabelecimento de uma
vasta biodiversidade Com base no texto, pergunte aos alunos:
Por que o paleozoólogo Peter Mann de oledo afirma que nem sempre a Floresta Amazônica 1. “esteve aqui”?
Resposta: porque, ao longo de milhões de anos, devido às mudanças do clima, às relações entre espécies e aos processos geológicos, o local onde se encontra a floresta sofreu di-versas alterações até esta chegar, finalmente, ao que é hoje
Com base em seus conhecimentos, responda: o aspecto da vegetação da Terra sempre foi 2. como é hoje? Explique
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Manual do Professor 47
Resposta: para responder a essa questão, os alunos devem relembrar os conteúdos es-
tudados no volume 1 (a história da formação da Terra e as eras geológicas) para explicar
que a vegetação da Terra variou ao longo de milhões de anos, devido a diversos fatores,
entre eles o clima
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
dOmínIOS cLImÁTIcOS E FORmAçõES VEGETAIS nO mUndO – InTERdIScIPLInARIdAdE
cOm BIOLOGIA (P. 34)
Professor, o conteúdo desse capítulo, sobre domínios climáticos e formações vegetais no
mundo, pode ser abordado tanto pela Geografia como pela Biologia Isso abre a possibili-
dade de os professores dessas disciplinas realizarem um trabalho em conjunto, analisando
as formações vegetais mundiais e brasileiras Elabore, com o professor de Biologia, um pro-
jeto que integre as duas disciplinas O conteúdo do capítulo 3, sobre clima e vegetação no
Brasil, também pode fazer parte desse trabalho integrado
PARA OBSERVAR E ELABORAR – cOnSTRUIndO cLImOGRAmAS (P. 50)
Professor, explique aos alunos a importância dos climogramas como elementos que per-
mitem analisar características dos tipos climáticos existentes e auxilie-os na interpretação
de seus elementos constituintes (curva de temperatura e níveis de precipitação no decorrer
do ano) Após a interpretação dos climogramas das páginas 38, 41 e 45, peça aos alunos que
construam o recurso apresentado no boxe O site <http://br weather com> fornece informa-
ções sobre temperaturas de várias localidades do Brasil Se considerar oportuno, construa
climogramas com base nesses dados
RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 51)
A denominação mundo frio costuma ser aplicada às porções do planeta que se localizam 1. em latitudes mais elevadas e, portanto, com médias térmicas muito baixas o ano todo Os
limites do mundo frio correspondem aos espaços localizados entre os círculos polares
e os respectivos polos Rússia, Suécia, Noruega, Finlândia, Alasca e Canadá têm terras
situadas no mundo frio
A Antártida é uma imensa calota de gelo, com um diâmetro de 6 500 km de extensão A 2. paisagem antártica se caracteriza pela presença de enormes icebergs, o que pode ser ob-
servado na imagem da página 37
Clima frio: ocorre nas áreas próximas aos círculos polares e nas áreas montanhosas; as 3. temperaturas são inferiores a 10 °C e os invernos são muito rigorosos, com chuvas regu-
lares durante o ano Clima polar: ocorre na faixa polar propriamente dita (latitudes supe-
riores a 80°), apresenta temperaturas em torno de 0 °C e precipitação em forma de neve
durante o ano todo
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48 Manual do Professor
Tundra é a vegetação típica das áreas polares, composta de musgos e liquens e, às vezes, 4. por herbáceas entremeadas de flores
Ressalte a relação entre clima e vegetação: o clima é um fator condicionador importante 5. da formação vegetal no mundo todo
mundo temperado
Limites e características climáticas
Os limites do mundo temperado situam-se entre as latitudes 23° e 66°, ao norte e ao sul da linha do Equador Correspondem a uma zona climá-tica localizada entre uma faixa de climas extremamente quentes (inter-tropical) e extremamente frios (glacial) Na zona temperada, as quatro estações do ano são bem definidas
Principais tipos climáticos
Temperado: apresenta quatro estações bem definidas, com verões quen-tes e invernos rigorosos e chuvas anuais pouco intensas, mas bem distri-buídas durante o ano Costuma ser subdividido em temperado oceânico – menos frio e mais chuvoso – e temperado continental – mais seco e frio Subtropical: apresenta características que ficam entre as do mundo tro-pical – mais quente – e as do mundo temperado – mais frio As tempera-turas oscilam entre 15 °C e 20 °C durante o ano; as amplitudes térmicas são bastante elevadas, e as chuvas, pouco intensas e bem distribuídas ao longo do ano Mediterrâneo: assemelha-se ao clima subtropical, principalmente em relação às temperaturas médias e à amplitude térmica; apresenta distribuição irregular das chuvas, além de verão muito seco e inverno chuvoso
Principais formações vegetais
Floresta temperada: formações que perdem totalmente as folhas no período do inverno – que nessa faixa do globo é habitualmente muito frio e seco Nesse tipo de floresta, as espécies são relativamente homo-gêneas e apresentam baixa densidade vegetal Estepes: nas porções centro-setentrionais (hemisfério Norte) ou cen-tro-meridionais (hemisfério Sul) das áreas de latitudes médias, en-contram-se com frequência essas formações herbáceas, típicas dos trechos menos úmidos O aproveitamento econômico dessa formação vegetal está voltado, principalmente, para a pecuária Floresta boreal: na extremidade setentrional da faixa de atitude mé-dia, principalmente a partir da latitude 50º N, é comum a ocorrência dessa formação de coníferas, na qual dominam os pinheiros Trata-se de uma formação aciculifoliada Seus limites setentrionais geralmen-te ultrapassam os limites da zona temperada do norte e avançam até a porção mais meridional da zona glacial ártica Vegetação mediterrânea: na porção meridional do continente europeu, ainda em área de latitude média, há uma formação vegetal típica do cli-ma local: as vegetações mediterrâneas, caracterizadas pela presença de espécies classificadas como xerófilas
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Manual do Professor 49
6.
mundo tropical
Limites e características climáticas
Também conhecido como zona tórrida, corresponde à maior faixa climá-tica em extensão e se localiza em baixas latitudes É a porção mais ilu-minada e mais aquecida da superfície terrestre É mais difícil caracteri-zar e determinar as estações do ano nessa porção O clima é controlado principalmente pelas massas equatoriais (quase sempre muito quentes e úmidas) e tropicais (sempre quentes, porém de umidade variável)
Principais tipos climáticos
Equatorial: clima muito quente, com temperaturas quase sempre aci-ma dos 25 °C; apresenta pequena amplitude térmica anual; é excessiva-mente úmido e chuvoso (chuvas regulares durante o ano) Tropical: muito quente, com médias térmicas que ultrapassam 20 °C Apresenta pequena amplitude térmica anual As chuvas concentram-se no verão Tropical de monções: é uma variedade dos climas do tipo tropical Contudo, tem uma característica peculiar: está sujeito ao sistema de-nominado vento de monções Desértico: ocorre geralmente nas baixas latitudes É muito quente e seco Apresenta grande amplitude térmica diária e aridez
Principais formações vegetais
Florestas equatoriais: formações de grande porte localizadas próximas ao Equador Apresentam formações arbóreas perenifólias, latifoliadas, heterogêneas e de grande densidade vegetal Florestas tropicais: raramente ultrapassam o limite dos trópicos A densidade da cobertura vegetal é um pouco menor que a das florestas equatoriais Encontradas nas áreas dos trópicos, notadamente nos tre-chos de maior umidade, principalmente nas encostas serranas do lito-ral O aproveitamento econômico dessas florestas é feito pela extração madeireira (realizada de forma intensa e predatória) Savanas ou cerrado (nome recebido no Brasil): formações arbustivas de porte médio e baixo (pequenas árvores e arbustos que, no período de estiagem, perdem uma parte de suas folhas ou totalmente) Essas for-mações estão misturadas com algumas árvores de maior porte e com vegetação rasteira Há formações arbustivas abertas, com vasto espa-çamento entre as espécies; O aproveitamento econômico das savanas se dá por meio do uso de suas áreas para a criação de gado, que são pastos desses animais, e para a caça (em alguns locais) Formações desérticas: apresentam espécies de xerófilas, formações herbáceas com ciclo de vida curto São aproveitadas economicamente ao servir de alimento para abastecer a pecuária, que é realizada de for-ma extensiva
AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 51)
7. Os estados com maiores índices de desmatamento em 2004 são: Mato Grosso, Pará e a.
Rondônia Esses estados estão localizados na atual área de expansão da fronteira agrícola
brasileira, onde há o desmatamento com o objetivo de venda de madeira e apropriação do ter-
reno para a prática da agropecuária Essa área é conhecida como “Arco do Desmatamento”
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50 Manual do Professor
Entre 2000 e 2004, é possível observar aumento dos índices de desmatamento na b.
Amazônia Já entre 2004 e 2009 observa-se redução desses índices, período que é mar-
cado pela melhora na fiscalização e pela aplicação de multas de órgãos governamentais
aos responsáveis por desmatamentos ilegais Isso ocorreu, em especial, após o uso de
novas tecnologias de observação da superfície, como as imagens de satélite, o que per-
mite o acompanhamento e o monitoramento mais preciso do avanço do desmatamento
na Amazônia Destaca-se também, como fator contribuinte para essa melhora, o Plano de
Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia, que auxiliou o governo a fiscalizar
a prática ilegal na floresta
Professor, esta é uma oportunidade para trabalhar duas linguagens: a gráfica (imagem) e 8. a escrita No caso desta atividade, ocorre uma passagem da linguagem gráfica (observa-
ção da foto) para a escrita (elaboração da legenda) As legendas são respostas pessoais
Cerrado a.
Tundra b.
Deserto c.
Floresta Boreal d.
ATIVIdAdE FInAL: PESqUISA E PROdUçãO dE TEXTO (P. 53)
Professor, a interatividade dos alunos com o site, proposta nesta atividade, visa conscien-
tizá-los e sensibilizá-los a respeito da questão da preservação ambiental Juntamente com
os alunos, com base nas pesquisas que eles fizeram, avalie qual é a situação da preserva-
ção ambiental hoje Promova uma reflexão sobre a temática ambiental Como conclusão da
atividade, proponha aos alunos que pesquisem e apresentem um texto sobre quais medidas
já estão sendo tomadas e quais devem ser empreendidas para diminuir a degradação am-
biental e ajudar a preservar o planeta Para a realização do texto, eles podem basear-se nas
propostas que são indicadas ao clicar, no site, em: como posso modificar minha pegada?
caPítulo 3 – cliMa e VeGetação do brasil
O Brasil é um país com vários tipos climáticos, o que decorre, entre outros fatores, da
grande extensão territorial do país – aspecto estudado no capítulo 1 Como o clima é deter-
minado por uma combinação de diferentes fatores, a grande área correspondente ao terri-
tório brasileiro proporciona a ocorrência de significativa quantidade de variáveis climáticas,
entre as quais se destacam as variações de latitude e de continentalidade-maritimidade,
além da ocorrência de diferentes massas de ar
Promova uma caracterização dos fatores climáticos de modo que os alunos possam en-
tender a forma como cada um interfere no clima, contrapondo-os, posteriormente, às carac-
terísticas brasileiras Dessa maneira, enfatizando que os fatores não podem ser avaliados
individualmente para a análise climática e instigando os alunos a correlacionar os diferentes
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Manual do Professor 51
fatores entre si, torna-se possível levá-los a obter melhor entendimento sobre o tema e a
realizar interpretações mais profundas da realidade brasileira É importante que os alunos
consigam, por meio desse estudo, analisar o quadro climático brasileiro identificando regio-
nalmente os fatores e as características dos climas vigentes
O entendimento sobre o papel dos diferentes fatores para a definição dos climas deve
conduzir, portanto, ao reconhecimento dos tipos climáticos brasileiros Esse objetivo pode
ser alcançado com maior êxito se os alunos dominarem a interpretação dos gráficos co-
nhecidos como climogramas No livro do aluno, cada tipo climático apresentado tem suas
características gerais representadas em um climograma – confeccionado com base em
dados coletados de uma cidade onde ocorre o clima em questão Por isso, é necessário
verificar se os alunos já contam com esse pré-requisito e, em caso negativo, deve-se tra-
balhar a habilidade de leitura dos recursos cartográficos contidos nesse tipo de gráfico É
necessário entender que: as barras verticais e a linha demonstram a evolução de valores
ao longo dos meses do ano (representados pelas suas iniciais, dispostas horizontalmente
na base do gráfico); as barras representam a variação de pluviosidade, que deve ser verifi-
cada mês a mês na escala (em mm) à direita; e a linha representa a variação da temperatu-
ra média, cuja escala em ºC encontra-se na parte esquerda do gráfico Para confrontar os
climogramas aos tipos climáticos, é necessário ter a noção de que o clima se caracteriza
pelo comportamento atmosférico ao longo do ano, sendo assim importante localizar os
períodos (ou as estações) do ano quando ocorrem eventos característicos, como as típicas
chuvas de verão nas áreas de clima tropical e as baixas temperaturas de inverno do clima
subtropical
Como o clima é um dos fatores mais importantes na definição das características da co-
bertura vegetal, após promover o reconhecimento das principais formações vegetais brasi-
leiras, é interessante abordar essa relação confrontando os mapas do clima e da vegetação
no Brasil, solicitando aos alunos que tentem encontrar indícios de como os tipos climáticos
podem influenciar as formações vegetais
O tema vegetação também abre boas oportunidades para o debate sobre a ocorrência de
impactos ambientais e para a realização de pesquisas complementares a respeito da explo-
ração dos recursos naturais das diferentes formações vegetais brasileiras e dos impactos
gerados
Para fornecer aos alunos outros elementos da relação entre clima e vegetação, mais
precisamente da influência da radiação solar sobre a vegetação, trabalhe o texto de aprofun-
damento a seguir:
Clima e vegetação
A estreita relação entre clima e vegetação evidencia-se pela coincidência entre zonas climáticas e
biomas. A variação do clima no espaço geográfico e no tempo é determinada em grande medida pela
variação da intensidade da radiação solar. A radiação solar afeta o balanço de radiação das superfícies,
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52 Manual do Professor
que, por sua vez, influencia as condições de temperatura, movimentação do ar e disponibilidade hí-
drica para as plantas. Além de ser fator determinante do clima, a luz do Sol, usada diretamente pelas
plantas verdes na síntese de compostos orgânicos, é praticamente a única fonte de toda a energia que
circula através dos organismos em ecossistemas. A radiação solar também estimula processos de dife-
renciação de tecidos e órgãos. Há também estreita relação entre clima e solo. Isso porque os processos
de formação dos solos, como intemperismo da rocha matriz e transporte de partí culas e nutrientes,
são em grande parte determinados pelo clima.
Os fatores climáticos podem ser estudados em diferentes escalas (Stoutjesdijk & Barkman,
1992). O macroclima se refere à situação média de longo prazo que ocorre independentemente da
topografia, do tipo de solo e da vegetação. O mesoclima é uma variante local do macroclima resul-
tante da topografia, da vegetação ou da ação antrópica. São variações mesoclimáticas: os “brejos”
da caatinga, a diferença de umidade resultante do tipo de exposição solar em encostas, as “ilhas de
calor” em cidades, etc. O microclima se refere a variações que se devem à proximidade da superfí-
cie do solo (entre aproximadamente 2 m acima e 1 m dentro do solo), superfície de folhas, fissuras
em rochas, etc. [...]
Variação espacial e temporal na radiação solar
A intensidade da radiação recebida no topo da atmosfera de um dado local depende da declina-
ção do Sol, sendo esta uma função do dia, hora e latitude do local [...].
Da mesma forma, a duração do dia é função da latitude e do dia do ano. Consequentemente,
para um dado local, há um ciclo diário (noite, dia) e anual (estações) na intensidade e duração da
radiação solar, os quais são determinados fundamentalmente pela latitude. A intensidade da radiação
solar e a duração do dia na região intertropical variam menos ao longo do ano. A partir dos trópicos
em direção aos polos se reduz a intensidade da radiação e aumenta a variação da duração do dia entre
estações do ano.
O clima do planeta também tem apresentado variações cíclicas de milhares de anos (períodos
glaciais e interglaciais), resultado da variação de parâmetros orbitais [...]. O ciclo presente iniciou-se
há 18 mil anos e terminará em 3 mil anos. Nesse ciclo, a época do ano em que o planeta encontra-se
mais próximo do Sol cada vez se atrasa mais nas estações do ano, causando alterações na distribuição
da radiação solar entre inverno e verão. No período do ciclo em que coincide a Terra estar longe do
Sol, durante o verão do hemisfério Norte ocorre acúmulo de gelo (era glacial) devido à redução do
contraste térmico entre verão e inverno (verões e invernos amenos).
Além dos fatores atmosféricos já referidos, a intensidade e, em menor grau, a qualidade da radia-
ção solar é afetada pela topografia, pela altura do dossel em comunidades terrestres, e pela profun-
didade e turbidez da água em comunidades aquáticas. A topografia (inclinação e exposição solar do
local) é mais relevante para a temperatura do que para a luminosidade.
PILLAR, V. D. Clima e vegetação. Ecologia quantitativa. Disponível em: <http://ecoqua.ecologia.ufrgs.br>. Acesso em: 12 mar. 2013.
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Manual do Professor 53
Abertura: atividade complementar (p. 54)
Vidas secas é uma obra de Graciliano Ramos que retrata a vida no Sertão nordestino, onde
a vegetação típica é conhecida como caatinga Trabalhando em grupo, resolva as questões a
seguir:
Quais são as características elementares da caatinga?1.
Resposta: na caatinga ocorre o predomínio de plantas arbustivas com troncos e galhos
retorcidos e espinhentos, que permanecem ressecados durante os períodos de estia-
gem, mas ganham foliação verde durante as estações chuvosas
De que modo essa formação vegetal é influenciada pelo clima local?2.
Resposta: a escassez de chuvas, que caracteriza o clima semiárido e ocorre no interior
do Nordeste, não favorece o desenvolvimento de formações florestais Por outro lado, as
espécies que compõem a caatinga são adaptadas à falta de umidade, sendo o aspecto
retorcido e a ausência de folhas, durante as secas, evidências disso Outra maneira de
perceber as interferências climáticas na caatinga é a transformação que a vegetação
sofre com o cair das chuvas
Exercendo sua liberdade poética, Graciliano Ramos parece relacionar as características 3. da paisagem do Sertão nordestino às feições e às condições de vida do seu povo Que
interpretação é possível fazer desse enunciado?
Resposta: a aridez do clima não se manifesta apenas na aparente brutalidade da vege-
tação, mas também na improdutividade dos solos, na secura dos rios e em outras tantas
condições que tornam a vida no Sertão, em grande parte, inóspita Portanto, o sertanejo
traria na face e em sua luta cotidiana pela sobrevivência as marcas do sofrimento
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
cLImA E VEGETAçãO dO BRASIL – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm LITERATURA (P. 54)
Professor, a obra Vidas secas, de Graciliano Ramos, usualmente é listada como livro de
leitura obrigatória em vestibulares do Brasil, além de ser utilizada por diversos professores
de Literatura Juntamente com o professor de Literatura, realize um trabalho que envolva as
duas disciplinas
PARA LER E REFLETIR – mARITImIdAdE E cOnTInEnTALIdAdE (P. 61)
A amplitude térmica da cidade de Santos é de 10 ºC e a de Presidente Prudente é de 1. 16 ºC Por estar localizada no litoral, a cidade de Santos sofre os efeitos da maritimi-
dade, que torna as diferenças de temperatura mais amenas A cidade de Presidente
Prudente está mais distante do litoral, por isso sofre influência da continentalidade, que
torna a amplitude térmica mais acentuada
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54 Manual do Professor
Resposta pessoal Professor, oriente os alunos a responder à questão com base na in-2. fluência do clima na sua vivência cotidiana durante os meses de verão e inverno
PARA LER E REFLETIR – BIOPIRATARIA nO BRASIL (P. 67)
O objetivo da atividade é chamar a atenção dos alunos para a questão da biopirataria no
Brasil, que envolve o registro de patentes de espécies vegetais brasileiras, o tráfico ilegal de
animais e o uso do material genético da fauna e flora dos biomas brasileiros Há a possibili-
dade de ampliação do projeto, inclusive com a apresentação do tema em feiras culturais ou
painéis expostos na escola
O SISTEmA nAcIOnAL dE UnIdAdES dE cOnSERVAçãO (SnUc) –
InTERdIScIPLInARIdAdE cOm BIOLOGIA (P. 71)
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) tem como objetivos implemen-
tar e gerir as Unidades de Conservação, que são espaços com características naturais rele-
vantes e protegidas por lei criadas para preservar a natureza É possível realizar um trabalho
em conjunto com a disciplina de Biologia, podendo-se fazer um estudo do meio, caso haja
alguma Unidade de Conservação nas proximidades da escola
PARA LER E PESqUISAR – O códIGO FLORESTAL BRASILEIRO (P. 72)
A alteração do Código Florestal brasileiro é um assunto que gera debate entre os Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário do Brasil, além de chamar a atenção da mídia e da so-
ciedade O Código Florestal tem como objetivo fazer um planejamento para determinar as
áreas que podem ser utilizadas e as que devem ser preservadas, como as APPs (Áreas de
Preservação Permanente) e as Reservas Legais Professor, utilize essa atividade para in-
centivar os alunos a acompanhar as mudanças relativas ao Código Florestal, e, se preciso,
utilize imagens e ilustrações disponíveis na internet para ajudá-los a compreender porque
determinadas áreas devem ser protegidas por lei
ATIVIdAdES: RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 73)
Os fatores que influenciam o clima brasileiro são: a latitude, a altitude e as massas de 1. ar Pelo fato de a maior parte do território estar localizada na zona intertropical do pla-
neta, ocorre o predomínio de climas quentes, com exceção das latitudes mais eleva-
das, caracterizadas por médias térmicas menores A altitude do Brasil não influencia
muito seu clima devido ao predomínio de baixas e médias altitudes no território, com
exceção das regiões serranas localizadas no Sudeste e no Sul, que apresentam médias
térmicas mais baixas em relação às do restante do país A ação de cinco massas de
ar no território influencia o teor de umidade e a temperatura média das localidades
atingidas
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Manual do Professor 55
As massas de ar que atuam na Amazônia são: a massa equatorial continental, a massa 2. equatorial atlântica e a massa polar atlântica O clima da região amazônica é o equato-
rial úmido, caracterizado por médias térmicas elevadas e por chuvas abundantes bem
distribuídas ao longo do ano O clima equatorial semiúmido, que atua na porção oriental
de Roraima e no noroeste do Pará, diferencia-se do clima equatorial úmido apenas pela
ocorrência de uma estação seca entre os meses de outubro e dezembro
É o clima semiárido, que abrange todo o Sertão nordestino e o vale médio do rio São 3. Francisco
Os tipos de clima são: 4.
equatorial úmido – apresenta temperaturas elevadas e chuvas abundantes ao longo •
de todo o ano;
equatorial semiúmido – semelhante ao clima equatorial úmido, diferencia-se •
deste apenas pela ocorrência de uma estação seca entre os meses de outubro e
dezembro;
tropical – apresenta temperaturas elevadas durante o ano todo e chuvas intensas, •
cuja distribuição determina duas estações bem definidas, com verões chuvosos e
invernos secos;
semiárido – caracterizado por elevadas temperaturas o ano todo e chuvas escassas •
e mal distribuídas ao longo do ano;
tropical de altitude – apresenta temperaturas brandas e chuvas intensas anuais, •
concentradas no verão No inverno, a ocorrência de geadas é relativamente comum;
subtropical – apresenta chuvas bem distribuídas ao longo do ano e a ocorrência •
de geadas é frequente É o único clima com estações claramente definidas, pois os
verões são muito quentes, os invernos, muito frios, e há médias térmicas intermedi-
árias no outono e na primavera;
tropical úmido – caracterizado por elevadas temperaturas e umidade o ano todo No •
litoral oriental nordestino, as chuvas concentram-se no inverno e, no litoral sudeste,
no verão
Veja tabela na próxima página 5.
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56 Manual do Professor
Formação principal Subdivisões características
Formações florestais
Floresta latifoliada equatorial
Também conhecida como Amazônia, apresenta uma formação vegetal hete-rogênea, densa, típica de clima quente e superúmido e se divide em três estratos: igapó – parte da floresta onde o solo está permanentemente inundado; várzea – vegetação localizada em áreas de inunda-ções periódicas; e terra firme – vegetação localizada em áreas livres de inundações
Floresta latifoliada tropical
Formação exuberante semelhante à flo-resta equatorial, heterogênea, intrincada e densa Ocorre em diferentes pontos do país onde as temperaturas são elevadas e há alto teor de umidade É mais conheci-da como Mata Atlântica
Mata dos Cocais
Formação de transição entre os climas semiárido (a leste) e equatorial superú-mido (a oeste) Apresenta a ocorrência de babaçu, nas áreas mais úmidas, e de carnaúba, nas áreas menos úmidas
Floresta aciculifoliada subtropical
Típica do clima subtropical, apresenta árvores com folhas finas e alongadas, em forma de agulha, o que evita excessiva perda de umidade Relativamente ho-mogênea, tem poucas variedades, com o predomínio da Araucaria angustifolia.
Formações complexas
Cerrado
Domínio de arbustos e pequenas árvores bastante retorcidas, com casca grossa, geralmente caducifólias, e com raízes profundas
Caatinga
Composta de plantas xerófitas, como cactáceas e caducifólias, e de carnaubei-ra, cujas folhas são recobertas por uma cera que evita a transpiração
Pantanal
Apresenta uma porção inundável em que, apenas nas estiagens de inverno, desen-volve-se uma vegetação rasteira Nas áreas mais altas encontram-se espécies típicas dos cerrados e, em alguns pon-tos mais úmidos, espécies arbóreas da floresta tropical
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Manual do Professor 57
Formações campestres
Campos meridionaisApresentam áreas de gramíneas mais extensas e homogêneas, denominadas “campos limpos”
Campos de hileiaVegetação rasteira e arbustiva encon-trada nas áreas inundáveis da Amazônia oriental
Campos de altitude
Vegetação rasteira, com gramíneas e arbustos, encontrada na Serra da Mantiqueira e na região serrana dos pla-naltos residuais Norte-Amazônicos
Formações litorâneas
Mangues
Apresentam uma vegetação adaptada à intensa salinidade e à falta de oxigenação do solo, em áreas alagadas periodica-mente pelas águas do mar São formados de arbustos misturados a espécies arbó-reas, quase sempre de tronco muito fino e raízes aéreas
Restingas
Nessas formações existem espécies her-báceas, arbustivas e arbóreas A aroeira--de-praia e o cajueiro fazem parte desta formação
Dunas Apresentam vegetações rasteiras, com raízes profundas e horizontais
Praias
É comum a presença de espécies halófi-las, que se estabelecem em lugares ricos em sal, como a salsa-da-primavera e o jundu
AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 73)
6. Os mapas representam a Mata Atlântica a.
Essa vegetação vem sofrendo intenso processo de desmatamento, desde o período colo-b.
nial, com o desenvolvimento da cultura canavieira nas áreas ocupadas pela Mata Atlântica
Mais recentemente, a atuação das empresas madeireiras, a construção de estradas, a po-
luição, as queimadas, o crescimento urbano desordenado, a criação de novas áreas para
pastagem e a falta de uma política florestal nacional levaram ao aumento dos índices de
devastação dessa vegetação
7. As imagens têm relação entre si, pois remetem ao desmatamento intensamente praticado a.
no território brasileiro
Resposta pessoal Professor, espera-se que as respostas dos alunos consistam em uma b.
reflexão sobre as causas do desmatamento no Brasil e sobre as políticas de preservação
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58 Manual do Professor
que vêm sendo adotadas no intuito de barrar a expansão das áreas devastadas É interes-
sante abordar em sala de aula a questão da efetividade dessas ações de preservação, bem
como se essas medidas são tomadas preventivamente ou somente ocorrem depois de a
situação chegar a níveis alarmantes
8. A imagem corresponde ao cerrado, formação vegetal encontrada em quase todo o Brasil a.
central
Esta imagem corresponde ao Pantanal, localizado no interior dos estados de Mato Grosso b.
e de Mato Grosso do Sul
Esta imagem corresponde à Floresta Amazônica, que se estende por quase toda a Região c.
Norte, e atinge a porção setentrional de Mato Grosso e a porção ocidental do Maranhão
Esta imagem corresponde à caatinga, encontrada no Sertão nordestino d.
Esta imagem corresponde à Mata Atlântica, encontrada em diferentes pontos do país, como e.
o litoral e o interior da Região Sudeste
ATIVIdAdE FInAL: TRABALhO dE cAmPO E PROdUçãO dE TEXTO (P. 75)
Professor, esta proposta consiste na visita a uma área verde de grande relevância ambien-
tal para que os alunos possam identificar as características do tipo de vegetação existente,
como a fauna e a flora locais, o seu grau de preservação, os possíveis problemas ambientais
ocorridos, o microclima e a importância socioambiental do lugar Se possível, faça uma visita
prévia ao local para planejar as atividades e a duração da visita Os alunos também podem
pesquisar previamente, na internet ou em jornais e revistas, sobre a localidade a ser visitada,
caso haja alguma informação disponível nesses meios de comunicação
Informe aos alunos a proposta da atividade e ressalte a sua relação com o conteúdo abor-
dado no capítulo
Caso haja possibilidade, estabeleça as medidas de temperatura, umidade e altitude em
vários pontos do percurso e indique esses dados aos alunos, identificando e descrevendo a
área de coleta dos dados, como: ponto 1, ponto 2 etc
PROjETO InTERdIScIPLInAR: cORREnTES mARíTImAS (P. 76)
Neste projeto, as matérias relacionadas com Geografia são Química, Física, Literatura e
História
Antes de iniciar a atividade, oriente os alunos acerca do processo de pesquisa, esclare-
cendo os procedimentos necessários a cada etapa do processo (levantamento de informa-
ções, análise e síntese) Utilize como exemplos: textos acadêmicos, relatórios ou publica-
ções de órgãos oficiais, ou até livros, para demonstrar a diversidade de fontes utilizadas e o
trabalho de seleção, análise e síntese de informações realizado pelos autores, ressaltando
a diferença entre copiar trechos de um documento e elaborar um texto próprio, baseado em
informações retiradas de diversos documentos Caso necessário, demonstre as técnicas de
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Manual do Professor 59
redação abordadas na disciplina de Língua Portuguesa, dando destaque à paráfrase Todas
as questões podem ser respondidas com o auxílio da bibliografia sugerida e dos livros didá-
ticos do aluno
Sobre o conteúdo do projeto, preparamos algumas sugestões bibliográficas:
ALEXANDRE, José Alberto Afonso • As correntes marinhas Disponível em: <http://
br monografias com/trabalhos3/correntes-marinhas/correntes-marinhas2 shtml>
Acesso em: 25 fev 2013
E-FÍSICA: ensino de física on-line Disponível em: • <http://efisica if usp br>
Acesso em: 25 fev 2013
LANDAU, Luiz et al • Noções básicas de modelagem hidrodinâmica computacional e de dis-
persão de poluentes Rio de Janeiro: COPPE, 2009 Disponível em: <http://numa lamce
coppe ufrj br/DATA/cursos/apostila pdf> Acesso em: 25 fev 2013 (Confira especial-
mente os capítulos 3 – “As propriedades físicas da água do mar” e 4 – “Circulação
oceânica”, Parte I )
MENDES, Carla Lima Torres; SOARES-GOMES, Abílio • Circulação nos oceanos: corren-
tes oceânicas e massas d’água Rio de Janeiro: Departamento de Biologia Marinha da
Universidade Federal Fluminense, 2007 Disponível em: <http://www uff br/ecosed/
Correntes pdf> Acesso em: 25 fev 2013
MIGUENS• , Altineu Pires Navegação: a ciência da arte Rio de Janeiro: Marinha do
Brasil, [s d ] v I: Navegação costeira, estimada e em águas restritas Disponível em:
<https://www mar mil br/dhn/bhmn/download/cap10 pdf> Acesso em: 25 fev 2013
(Confira, no capítulo 10, o item 10 12 – Correntes oceânicas )
UNIVERSIDADE DO ALGARVE Oceanografia física: introdução Disponível em• : <http://
w3 ualg pt/~prelvas/OceanogFisica/Oce_Fisica_Introducao pdf> Acesso em: 25 fev
2013
Seara da Ciência – órgão de divulgação científica e tecnológica da Universidade •
Federal do Ceará A Força de Coriolis Disponível em: <http://www seara ufc br/tintim/
fisica/coriolis/tintim11 htm> Acesso em: 25 fev 2013
TOMCZACK, Matthias • Processos termohalinos; formação de massas de água; a ter-
moclina sazonal Tradução Aurea Ciotti Disponível em: <http://www lei furg br/ocfis/
mattom/IntroOc/por/lecture07 html> Acesso em: 25 fev 2013
Respostas:
Parte 1: as correntes marítimas ao longo da história
Além de estimularem o imaginário e a fantasia, os relatos de viagem possibilitaram a ex-1. pansão do conhecimento acerca dos lugares e dos grupos humanos ao longo da Idade
Média, sobretudo durante as Grandes Navegações Com os “descobrimentos” houve um
alargamento do mundo conhecido, inicialmente restrito ao continente europeu e a porções
da África e da Ásia
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60 Manual do Professor
O relato de Marco Polo dá maior ênfase à descrição do local visitado, que o viajante deno-2. mina Mandegascar Esse fato relaciona-se ao contexto histórico no qual o relato foi escrito,
a Idade Média, já que o autor descreve tanto aspectos naturais (fauna, flora, clima, corren-
tes marítimas etc ) como humanos (costumes, crenças, religião, economia local etc ), bus-
cando realizar o levantamento de informações de uma porção do mundo desconhecida por
boa parte da Europa, centro econômico e político da época Além disso, ele evidencia ter
preocupações com a veracidade de suas informações, já que a Idade Média foi um período
em que os viajantes almejavam que seus relatos fossem considerados científicos
Por outro lado, o Diário de Bordo apresenta caráter mais informativo, buscando relatar
aspectos do cotidiano dos viajantes, sem se preocupar com descrições minuciosas ou le-
vantamentos de caráter científico
Como não há consenso acerca da classificação de gênero dos relatos de viagem, os alunos 3. devem apresentar argumentos que fundamentem suas opiniões Independentemente da
posição que for adotada, a avaliação deverá considerar aspectos como a articulação, a
coesão e a coerência da resposta elaborada
Parte 2: propriedades físicas da água do mar
A temperatura da superfície do oceano reflete, basicamente, o padrão de incidência da 4. radiação solar sobre a superfície terrestre As regiões equatoriais e tropicais apresentam
as maiores temperaturas da superfície do mar (TSMs), uma vez que nessas regiões há alta
incidência da radiação solar Regiões subtropicais e polares apresentam baixos valores
de TSM, visto que nelas ocorre menor incidência de radiação solar Existe, portanto, um
padrão zonal de distribuição de temperatura na superfície do oceano, com altas tempera-
turas em baixas latitudes e baixas temperaturas em altas latitudes
Essa variação espacial de temperatura nos oceanos segundo a latitude ocorre por causa
do plano da órbita da Terra ao redor do Sol (eclíptica), responsável pela variação das esta-
ções do ano e por alterações espaciais que afetam tanto movimentos atmosféricos quanto
oceânicos Dessa maneira, as temperaturas da superfície do mar (TSMs) também oscilam
de acordo com as estações do ano, fato relacionado à incidência desigual de energia solar
na superfície da Terra
O movimento de rotação da Terra (de oeste para leste) também afeta a distribuição de tem-
peratura nas bordas continentais A rotação da Terra age de maneira a empilhar água na
superfície das margens leste dos continentes Nas margens oeste dos continentes, ocorre
o processo inverso, provocando a retirada de água da superfície e a consequente subida de
águas profundas, com temperaturas mais baixas que as de superfície Esse processo, de
fundamental importância para a vida marinha, é chamado de ressurgência
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Manual do Professor 61
A principal fonte de calor para o oceano é a energia solar A energia irradiada para o 5. oceano é capaz de penetrar na coluna d’água apenas algumas dezenas de metros, sendo
a radiação o processo predominante de transmissão de calor na porção mais superficial do
oceano A irradiação é o processo de transferência de calor através de ondas eletromagné-
ticas, chamadas ondas de calor ou calor radiante, podendo ocorrer em meios materiais ou
no vácuo Como todos os corpos emitem energia radiante por causa de sua temperatura,
essas radiações, ao serem absorvidas por outro corpo, provocam elevação de temperatura
nele Quanto maior for a temperatura do corpo aquecido, maior será a quantidade de calor
transmitida por radiação No entanto, quando a radiação térmica incide em um corpo, uma
parte dela é absorvida e outra é refletida por este
Abaixo da camada superficial (de 50 a 150 metros de profundidade) do oceano, o calor é
transferido para as camadas inferiores do oceano apenas por processos difusivos (condu-
ção térmica) e de transporte vertical (convecção gravitacional)
Na condução, a transmissão de calor ocorre de molécula a molécula, sempre de um ponto
de maior temperatura para outro de menor temperatura Assim, as moléculas de água da
superfície que se aquecem por irradiação transferem parte da energia absorvida para as
moléculas com as quais estão em contato logo abaixo Estas moléculas passam o calor
para as moléculas abaixo, e assim sucessivamente No entanto, esse processo ocorre até
certa profundidade, que varia de acordo com as características locais
A convecção nas águas oceânicas ocorre quando a superfície do oceano se torna mais
densa e a massa de água superficial mais aquecida afunda Em outros locais, as águas
profundas podem subir à superfície (ressurgência), provocando a circulação convectiva de
massas d’água e a transferência de calor para porções mais profundas do oceano A con-
vecção e a condução de calor são bem menos eficientes que a irradiação; logo, observa-se
uma brusca queda de temperatura a alguns metros da superfície do oceano
A salinidade é uma medida da quantidade de sais dissolvidos na água, expressa em gra-6. mas de material dissolvido num quilograma de água do mar, sendo a média para água do
oceano de 35 gramas por 1000 gramas, expresso por 35 ‰ (partes por mil)
A variação horizontal de salinidade é fortemente dependente dos processos de evaporação
e precipitação sobre a superfície do mar Quanto maior for a taxa de evaporação em uma
região oceânica, maior será a concentração dos sais da água do mar, e portanto maior
será sua salinidade Quanto maior for a taxa de precipitação (chuvas), maior será a diluição
dos sais nas águas superficiais A taxa de precipitação é maior que a taxa de evaporação
no Equador, diminuindo os valores de salinidade Nas regiões tropicais, há um balanço de
evaporação e precipitação positivo, representando o domínio da evaporação e altos valores
de salinidade Em direção às regiões polares, ocorre novamente uma diminuição do pro-
cesso de evaporação e a gradual diminuição da salinidade, por causa da menor incidência
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da radiação solar Outro fator que pode influenciar regionalmente a concentração de sais
da água do mar é o aporte de águas fluviais (rios) As regiões onde ocorre o encontro en-
tre as águas provenientes da drenagem continental (água doce) e as águas marinhas são
chamadas de estuários e apresentam águas de baixa salinidade
No caso da salinidade vertical, nos oceanos podem ser encontrados altos valores de sa-
linidade, tanto em regiões superficiais como em regiões profundas Esse fato está inti-
mamente ligado à circulação (correntes marinhas) no interior dos oceanos, a circulação
termoalina
A temperatura apresenta variação inversamente proporcional à densidade, ou seja, nos 7. oceanos são encontradas águas frias associadas a altas densidades e águas quentes as-
sociadas a baixas densidades A salinidade apresenta variação diretamente proporcional
à densidade, ou seja, encontraremos nos oceanos águas com altos valores de salinidade,
associados a altas densidades, e águas menos salinas, associadas a baixas densidades
A pressão, da mesma forma que a salinidade, é diretamente proporcional à densidade
Portanto, as águas mais densas sempre ocupam nos oceanos as maiores profundidades
(maiores pressões), enquanto as camadas superficiais são ocupadas pelas águas menos
densas
A pressão varia com a profundidade num fluido, o que é resultado da força-peso (por uni-8. dade de área) exercida pela parte do fluido que está acima À medida que mergulhamos,
aumenta a quantidade de fluido acima de nós e, consequentemente, a pressão
Parte 3: circulação das águas oceânicas
Os ventos transferem energia para a superfície do oceano através de uma força chamada
tensão de cisalhamento do vento, ou seja, quando a força do vento é maior que a força de
atrito da superfície do mar (resistência ao deslocamento na interface atmosfera-oceano),
ocorre o deslocamento das águas superficiais e das camadas subjacentes até determina-
da profundidade À medida que a profundidade aumenta, menor é a eficiência do vento em
“arrastar” água, até chegar a uma profundidade onde o deslocamento causado pelo vento é
nulo Nos oceanos, em alguns casos, essa profundidade pode atingir algumas centenas de
metros
O sentido desse movimento faz que as correntes marinhas fluam à direita do vento no
hemisfério Norte e à esquerda do vento no hemisfério Sul Esse fato ocorre por causa do sur-
gimento de uma força à qual todos os corpos em movimento sobre a esfera terrestre estão
submetidos, a chamada força de Coriolis Essa força decorre do movimento de rotação da
Terra, que faz que um objeto em deslocamento numa trajetória retilínea sobre a superfície
do planeta sofra um desvio em sua trajetória Assim, a força de Coriolis desvia as correntes
de superfície em cerca de 45º à direita da direção do vento no hemisfério Norte e à esquerda
da direção do vento no hemisfério Sul Portanto, a troca de energia nos oceanos entre as
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Manual do Professor 63
latitudes alta e baixa não ocorre por meio de correntes marítimas que se deslocam perfei-
tamente no sentido norte-sul
O efeito de ressurgência está ligado ao “arrastamento” das águas da superfície dos mares
e oceanos pela força dos ventos e pelo movimento de rotação da Terra, causando a subida de
águas profundas, densas, frias e com mais nutrientes para a superfície
EnEm E VESTIBULARES (P. 80)
Alternativa B 1.
2. Esta porção da região do sul do Chile sofreu mais com os índices nocivos de raios solares a.
justamente porque nessa região a camada atmosférica apresenta um trecho de falha de
gases refletores e absorventes
Como os raios ultravioletas são mutagênicos, a exposição a esses raios por parte da popu-b.
lação faz que aumentem os riscos e as ocorrências de câncer de pele
As ações mais imediatas que a população pode realizar são: usar máquinas que utilizem c.
gases que contribuam para reduzir o buraco na camada de ozônio, implantar filtros nos
escapamentos de veículos e filtros nas chaminés das fábricas; além de evitar queimadas
desnecessárias Por meio dessas medidas, em um período aproximado de dez anos, já
será possível verificar indícios de estabilização ou até mesmo diminuição nos processos de
aumento da camada de ozônio
3. Os principais elementos do clima são a temperatura e a precipitação, que caracterizam os a.
locais, basicamente, como secos ou úmidos e quentes ou frios
A temperatura caracteriza uma região, em determinada época do ano, como quente (nas b.
zonas tropicais e equatoriais, por exemplo) ou fria (nas zonas polares ou temperadas, em
períodos próximos à estação do inverno) Já a precipitação pode apresentar maiores va-
riações de acordo com o local, entretanto, de maneira geral, caracteriza áreas úmidas (em
regiões situadas nas áreas intertropicais), em certas estações do ano, e áreas secas (por
exemplo, próximo aos trópicos, cuja movimentação das massas de ar tende a criar uma
área de pouco índice pluviométrico) Esses elementos, atuando de forma conjunta, são
determinantes, por exemplo, para definir a vegetação de um local
Alternativa C 4.
Alternativa C 5.
Alternativa D 6.
Alternativa D 7.
Alternativa D 8.
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64 Manual do Professor
Alternativa B 9.
Alternativa B 10.
Alternativa D 11.
Alternativa A 12.
Alternativa B 13.
Alternativa B 14.
caPítulo 4 – eleMentos da hidroGrafia
A dinâmica hídrica na Terra envolve vários fenômenos que repercutem na distribuição da
água no planeta e no estado físico em que esta se encontra em seus diferentes reservatórios
Desse modo, demonstre o caráter desigual da distribuição da água na superfície terrestre,
que a maior parte das águas disponíveis não se encontra apropriada ao consumo humano di-
reto, pois são águas salgadas, congeladas ou poluídas, e que a qualidade da água (e a quan-
tidade de água potável) depende do manejo correto deste recurso Posteriormente, conduza
os alunos a fazer um minucioso levantamento das inúmeras atividades humanas que neces-
sitam do consumo de água e dos fenômenos naturais relacionados ao ciclo hidrológico que
influenciam a qualidade de vida dos seres humanos Instigue os alunos a confrontar os dois
grupos de informações para perceberem a condição estratégica que envolve a água e para
que reflitam sobre os transtornos que a escassez de água traria à organização da sociedade
e sobre as possibilidades de intervenção na sociedade para construir paradigmas de consu-
mo e tratamento da água de forma sustentável
A necessidade de realizar um manejo mais adequado da água (que passa não apenas pelo
consumo consciente, mas também pelo investimento estatal em saneamento básico) pode
servir de ensejo para a discussão de como as noções de cidadania podem nortear interven-
ções positivas nas comunidades em que os alunos estão inseridos, resultando em atitudes
pessoais de mobilização social ou mesmo em medidas coletivas visando desde a conscienti-
zação de moradores vizinhos até a análise da situação do saneamento básico nas redonde-
zas e a reivindicação, recorrendo a autoridades públicas, de melhorias no fornecimento de
água e tratamento do esgoto
Abertura: atividades complementares (p. 88)
Destaque o trecho do poema que faz menção a rios intermitentes 1. Resposta: “Rios são de água pouca,/em que a água sempre está por um fio /Cortados no
verão/que faz secar todos os rios”.
Cite um rio com nome de pessoa, um com nome de bicho, um com nome de santo e um rio 2. que seja conhecido por um apelido
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Manual do Professor 65
Resposta: Entre os rios que podem ser citados estão: rio Teles Pires (nome de pessoa), rio
do Peixe (nome de bicho), rio São Domingos (nome de santo) e rio São Francisco (também
conhecido por Velho Chico)
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
EnERGIA hIdRELéTRIcA – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm FíSIcA (P. 101)
Professor, o funcionamento das hidrelétricas pode ser estudado tanto pela Geografia
como pela Física, o que possibilita a realização de um projeto a respeito das usinas e permite
a criação de maquetes, que podem ser expostas na escola ou mesmo em feiras culturais
PARA LER E PESqUISAR – A USInA hIdRELéTRIcA dE ITAIPU (P. 103)
Resposta pessoal O objetivo da atividade é que os alunos descubram se existe(m) 1. alguma(s) hidrelétrica(s) na região onde vivem e qual a produção de energia elétrica
dessa(s) usina(s)
A hidrelétrica de Três Gargantas está localizada no rio Yangtze, popularmente conhecido 2. como rio Azul, e tem como finalidade abastecer o crescente consumo energético chinês
Os impactos ambientais da construção foram diversos, como o desmatamento de flores-
tas, o aumento do processo erosivo e o assoreamento de rios
RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 104)
Do total de água disponível no planeta, a água doce representa apenas 2,5% e a água sal-1. gada, 97,5% Isso pode ser considerado um problema, pois revela a escassez de água doce
no mundo A irregularidade na distribuição de água doce e a falta de água potável já têm
gerado alguns conflitos e podem vir a ser o maior problema do século XXI
De acordo com a ONU, no século atual é provável que a população (principalmente dos 2. países não desenvolvidos) sofra com a falta de água potável
A escassez de água potável e a ausência de saneamento básico são as principais causas 3. das elevadas taxas de mortalidade infantil das populações mais pobres do mundo, que não
têm acesso a esses recursos
A hidrografia (ou hidrologia) estuda a camada líquida que envolve a superfície da Terra 4. (também conhecida como hidrosfera), suas características gerais e a distribuição das
grandes extensões de água no planeta A hidrografia permite conhecer as características
de rios ou cursos fluviais, recursos importantes para a sobrevivência da humanidade, e
planejar as atividades humanas
Rios ou cursos fluviais (que são correntes volumosas de água que se deslocam pela super-5. fície terrestre) são um dos mais importantes recursos para a sobrevivência da humanidade,
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66 Manual do Professor
seja para consumo próprio, seja para a higiene, seja para a irrigação do solo etc A distri-
buição de água obedece a uma hierarquia na qual os cursos de água vão se unindo a outros
até encontrarem cursos d’água em altitudes menores; estes deságuam em rios de altitude
ainda menor, porém de maior porte O fim do rio será, normalmente, um lago ou o oceano
Essa hierarquia é definida como rede hidrográfica, que corresponde ao conjunto formado
pelo rio principal e por todos os seus afluentes e subafluentes
O regime fluvial corresponde ao sistema de cheias e vazantes, que deve ser conhecido que 6. se possa analisar as possibilidades econômicas de uma bacia hidrográfica e prevenir pro-
blemas relacionados às cheias catastróficas ou às vazantes muito acentuadas
O regime térmico (de tipo glacial ou nival) está relacionado às alterações de temperatura 7. (que podem causar degelo em áreas de maior altitude e influenciar a variação do nível das
águas dos rios) O regime pluvial (dos tipos equatorial, tropical, monçônico, mediterrâneo,
semiárido e árido) está relacionado à precipitação das chuvas e à sua distribuição durante
o ano
As etapas são: erosão (mais intensa no alto curso dos rios por causa da maior inclinação 8. topográfica); transporte dos sedimentos (deslocamento de material em partículas ou mes-
mo dissolvido); e sedimentação (acumulação do material que foi erodido e transportado)
Irrigação é um conjunto de técnicas desenvolvidas para levar parte da água dos rios até as 9. áreas de cultivo localizadas em regiões mais secas, com o objetivo de compensar a insufi-
ciência de precipitações As águas dos rios podem ser utilizadas de várias formas, porém
as mais comuns são: por meio de canais (que cruzam as superfícies cultivadas) e de dis-
persão ou gotejamento (em que a irrigação ocorre por intermédio de avançados sistemas
de encanamento nas áreas de cultivo)
Esse tipo de transporte é considerado mais econômico porque transporta toneladas de 10. produtos e utiliza pouco combustível Os desvios e as eclusas têm a função de viabilizar a
navegação em trechos de alguns rios em que esta seria impossível, por meio de interfe-
rências de ajuste de nível No continente americano há importantes hidrovias: o complexo
dos Grandes Lagos e o rio Mississippi Já no continente europeu, merecem destaque as
hidrovias do Reno e do Danúbio
As usinas hidrelétricas produzem energia elétrica aproveitando o potencial hidrelétrico 11. dos cursos fluviais A condição geomorfológica mais importante para o estabelecimento
dessas usinas é o potencial hidrelétrico de um rio, que pode ser avaliado mediante a in-
clinação da superfície do curso d’água Os maiores produtores desse tipo de energia no
mundo são os Estados Unidos e o Canadá Também merecem destaque: a França, país
europeu que melhor aproveita esse tipo de energia, e a China, que tem a usina de Três
Gargantas, a maior do mundo
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Manual do Professor 67
AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 104)
12. A ocorrência de secas (ou enchentes) não passa de um fenômeno físico quando ocorre em a.
áreas onde não mora ninguém ou quando não constitui objeto de vantagens socioeconômicas
e políticas Nesses casos, o fenômeno da secas constitui um problema físico, e não social
Não De acordo com o artigo, esse problema é social e atualmente está relacionado com b.
os interesses particulares de determinados grupos e indivíduos influentes, que exercem
pressões e contrapressões, dando solução conjuntural a problemas estruturais, geral-
mente em nome do Estado, e com a falta de eficiência de organizações públicas e privadas
envolvidas no negócio da água
As ações estão ligadas ao mau planejamento que incentiva a urbanização e a industriali-c.
zação em locais onde a oferta de água é deficiente, além de haver despreocupação com a
poluição dos recursos hídricos existentes
Não Em virtude de investimentos adequados, existem ilhas de sucesso e prosperidade d.
na Região Nordeste, o que demonstra que essa região não é homogênea e é possível de-
senvolver sua agricultura, desde que existam incentivos econômicos e sociais, tratamento
político da questão e adequação técnica
Resposta pessoal e.
13. Sim As imagens têm relação, pois retratam o mesmo problema ambiental: a poluição das a.
águas decorrente da falta de cuidados da população e da fiscalização, por parte dos órgãos
governamentais, das empresas poluidoras
O problema apresentado é a poluição das águas No mundo todo, há exemplos de projetos b.
bem-sucedidos relativos à despoluição dos rios, por exemplo, do rio Tâmisa, em Londres,
Inglaterra Incentive os alunos a pesquisar se existem, no lugar onde vivem, projetos de
despoluição e de cuidados com as águas de rios e/ou mares A ação individual e medidas
adotadas pelas indústrias também fazem toda a diferença para a preservação das águas
(não jogar lixo nem lançar dejetos industriais nos rios, entre outros cuidados)
Resposta pessoal O objetivo é que os alunos compreendam que a despoluição de um rio 14. envolve investimentos governamentais em infraestrutura para tratar o esgoto e limpar o
rio, além da conscientização da população em relação às suas ações para não contribuir
para a poluição dos rios
ATIVIdAdE FInAL: TRABALhO dE cAmPO E RELATóRIO (P. 109)
Professor, lembre-se que a atividade de campo, além de ser uma importante estratégia
de ensino-aprendizagem, desde as séries iniciais até o curso superior, favorece a percepção
e a compreensão da paisagem e do espaço, por meio da observação e da seleção de elemen-
tos e informações
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68 Manual do Professor
O objetivo da atividade é que os alunos tomem contato com as características físicas de
um rio (observação do curso d’água, das margens, das áreas de várzea, de pontos de erosão
etc ) e percebam a integração do rio com seu entorno (as práticas econômicas e sociais que
são realizadas a partir do rio)
caPítulo 5 – hidroGrafia e recursos hídricos no brasil
O estudo da hidrografia nos conduz a conhecer a dinâmica da água na Terra, e parte sig-
nificativa dessa dinâmica depende da influência das diferentes formas assumidas pelo re-
levo terrestre Nesse sentido, é importante retomar as características das formas de relevo
trabalhadas no capítulo 3, principalmente por meio de imagens, e levar os alunos a refletir
sobre possíveis interações que cada forma de relevo pode proporcionar com a dinâmica que
envolve as águas superficiais Outra alternativa para trabalhar a relação entre relevo e hidro-
grafia pode ser colocada em prática ao levantar questionamentos sobre quais características
devem ter as formas de relevo que compõem a estrutura de alguns exemplos de recursos
hídricos, como a de um lago, de um rio com águas calmas, de um rio com forte correnteza,
ou ainda de um rio com corredeiras e cachoeiras
Outras relações entre a hidrografia e os demais elementos da natureza também podem
ser estabelecidas ao incentivar os alunos a especular a respeito da influência que as cores
das águas dos rios recebem da base geológica (tipos de rocha e de mineral) sobre a qual os
rios estão encaixados e dos tipos de sedimento ou de possíveis matérias orgânicas neles
presentes
Promova o reconhecimento das principais bacias hidrográficas brasileiras destacando,
além de suas características intrínsecas, aquelas decorrentes da ocupação humana de seu
entorno Promova também discussões sobre o aproveitamento econômico dos recursos hídri-
cos e da água como recurso natural sensível aos impactos causados pelos seres humanos
Abertura: atividade complementar (p. 110)
Nas obras literárias que retratam o semiárido brasileiro são comuns menções à água pela
sua importância como recurso ao mesmo tempo raro e essencial à vida Contudo, ao des-
crever o ambiente onde se desenrola o enredo trazido pela abertura do capítulo, Guimarães
Rosa cita dois rios evidenciando a sua importância para a composição do espaço em questão
Demonstre a função desses rios de acordo com o contexto exposto por Guimarães Rosa
Resposta: a importância dos rios como fonte de um recurso precioso, a água, faz que
eles determinem os locais de ocupação humana (nas suas proximidades) Nesse sentido,
a descrição de Guimarães Rosa permite entender que os rios Paraopeba e das Velhas são
referenciais de demarcação espacial, indicando os limites dos espaços de vivência, portanto,
dos locais onde ocorrem as tramas sociais Os rios seriam partes indissociáveis do espaço e
elementos de interação da realidade local
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Manual do Professor 69
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
RIBEIRInhOS dA AmAzônIA – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm SOcIOLOGIA E hISTóRIA
(P. 115)
Os debates a respeito dos povos ribeirinhos da Amazônia podem ser conduzidos não ape-
nas pelo professor de Geografia, mas também por outros professores de Humanidades, como
Sociologia, História e Filosofia Abre-se, portanto, a possibilidade de criação de um projeto
que englobe essas diferentes disciplinas, com o objetivo principal de discutir e analisar a
questão dos ribeirinhos e as consequências que eles sofrem devido a diferentes interven-
ções antrópicas, como a construção de barragens e a poluição dos cursos d’água
PARA LER E REFLETIR – OS PROGRAmAS dE REVITALIzAçãO E InTEGRAçãO dO RIO
SãO FRAncIScO (P. 123)
O programa de revitalização contribuirá para ampliar o fornecimento de água para a 1. irrigação e para o consumo da população que vive em diversos municípios atingidos
pela seca
Boa parte das margens do rio São Francisco é ocupada por populações ribeirinhas que
tem o rio como base principal de seu modo de vida O rio fornece água para seu consumo
e sua higiene, funciona como eixo de transporte e fornece alimentos e água para a irri-
gação das lavouras Por meio da recuperação das águas e das margens do rio, o projeto
favorece a população que vive em função dele, pois beneficia seu modo de vida
Professor, espera-se que os alunos apresentem argumentos como: o desmatamento 2. necessário para a implantação dos canais de irrigação; o custo das obras; a alteração do
nível da água nas áreas mais baixas do rio, implicando no desalojamento das populações
que lá residem e na produção de energia elétrica por parte de usinas hidrelétricas insta-
ladas no São Francisco; e a dualidade existente entre atender às necessidades dos peque-
nos agricultores e atender aos grandes proprietários de terras
RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 125)
Os rios brasileiros, em geral, apresentam o domínio do regime pluvial tropical, no qual as 1. cheias ocorrem no verão e as vazantes no inverno Quase todos os rios são perenes, pois
nunca secam totalmente Quanto ao tipo de foz, predomina a desembocadura em forma
de estuário, com exceção dos rios Parnaíba e Paraíba do Sul, que apresentam foz em
delta, e do rio Amazonas, que tem foz mista Grande parte dos rios percorre superfícies
planálticas, portanto, pode ser aproveitada para a geração de energia por meio das usinas
hidrelétricas Os rios de planície são utilizados para a navegação fluvial
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70 Manual do Professor
2.
Bacias hidrográficas características
AmazônicaÉ a maior bacia hidrográfica do mundo Apresenta um regime complexo, com mais de uma cheia anual A navegação é a principal forma de aproveitamento de suas águas
Tocantins- -Araguaia
Metade da bacia pertence ao rio Tocantins e a outra metade, ao rio Araguaia Tem grande potencial hidrelétrico Apresenta pouca extensão de percurso navegável
São Francisco
Nasce na Serra da Canastra (MG) e desemboca na divisa entre Alagoas e Sergipe, passando por cinco estados brasileiros Tem índice de aproveitamen-to energético próximo à saturação Suas águas são bastante aproveitadas em projetos de irrigação, principalmente nas áreas de vale
Paraná
Drena a porção centro-meridional do Brasil, percorre o território argentino e desemboca no rio da Prata Tem alto potencial hidrelétrico que é aproveitado para a geração de energia elétrica Apresenta poucas condições de navegação, em virtude da topografia Contudo, as eclusas permitem a navegação em cer-tos trechos do rio
As populações mais antigas concentravam-se nas proximidades dos rios por causa da 3. necessidade de irrigação e fertilização dos solos Os rios também serviam como rota de
tráfego, uma vez que não havia outras alternativas Hoje, ainda existem populações que
vivem perto de rios em função desses recursos que eles proporcionam
Essas bacias apresentam condições mais favoráveis à navegação porque atravessam 4. áreas de extensas planícies com pequenos desníveis altimétricos
Nos dias atuais, essa hidrovia é uma das mais importantes vias de escoamento da 5. produção de soja do Brasil central, principalmente da que é cultivada no estado de
Mato Grosso
O rio Paraguai funciona como uma das principais vias de integração (hidrovia) entre o 6. Brasil e os países vizinhos Os produtos de maior destaque transportados nessa hidrovia
são o minério de ferro e o manganês, extraídos dos depósitos do maciço de Urucum
Essa hidrovia se inicia na cidade de Conchas (SP), no rio Tietê, e vai até a barragem de 7. Itaipu (PR), com extensão de 1700 km A importância econômica dessa hidrovia está
crescendo porque o rio atende uma área ocupada por cerca de 50 milhões de habitantes
A hidrovia passa por grandes e importantes áreas agroindustriais As principais merca-
dorias que circulam pela hidrovia são cana-de-açúcar, milho, arroz e soja, além de uma
grande variedade de produtos utilizados na região, como calcário e fertilizantes
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Manual do Professor 71
As hidrelétricas são fontes vantajosas de energia elétrica no Brasil, por causa de sua 8. ampla rede hidrográfica e do enorme potencial hidrelétrico existente nos rios brasileiros
Entretanto, envolvem altos custos de criação e causam impactos ambientais e sociais
Apesar da distância dos centros consumidores, a evolução tecnológica permitiu a gera-9. ção e a transmissão de energia elétrica nas bacias Amazônica e Tocantins-Araguaia com
menos perdas, o que aumentou sua utilização Entre as usinas introduzidas na região
merece destaque a de Tucuruí, cuja construção foi justificada afirmando-se que ela fa-
voreceria os projetos Carajás e Albrás, forneceria energia às regiões Norte e Nordeste e
geraria empregos O rio São Francisco teve sua vazão alterada em virtude dos projetos
de construção de usinas hidrelétricas ao longo do seu curso, o que prejudicou a irriga-
ção e sua navegação Entre as usinas construídas ao longo desse rio, merece destaque
a de Sobradinho Cerca de 70% da potência instalada no Brasil encontra-se na bacia do
Paraná O grande aproveitamento hidrelétrico dessa bacia se deve à sua potencialidade
natural e à sua proximidade com as principais áreas urbanas e industriais do país Entre
as numerosas usinas existentes nessa bacia, destacam-se o conjunto Urubupungá, da
Companhia Energética de São Paulo (Cesp), e Itaipu, uma das maiores usinas do mundo,
construída em parceria com o Paraguai
AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 125)
10. As hidrovias são apontadas como uma modalidade de transporte que envolve menor custo a.
e impactos ambientais, em comparação aos demais meios de transporte Possibilitam a
diminuição do consumo de óleo diesel para o transporte e a consequente redução da emis-
são de poluentes
Segundo a pesquisadora Carolina Joana da Silva, o impacto produzido por uma hidrovia b.
pode causar a exclusão social e ecossistêmica dos grupos que vivem em seus arredores
As obras de infraestrutura necessárias para a construção da hidrovia podem levar a al-
terações nos rios, que causem impactos no ecossistema aquático e na vida das pessoas,
prejudicando suas atividades econômicas e de lazer, como a pesca e o turismo
11. A imagem é da Região Nordeste e o principal rio que a percorre é o São Francisco a.
A Região Nordeste engloba a bacia do rio São Francisco e as bacias do Atlântico Nordeste b.
Ocidental e do Atlântico Nordeste Oriental O rio São Francisco atravessa o Sertão nor-
destino e desemboca no litoral Suas águas são aproveitadas para a geração de energia,
para projetos de irrigação e para o consumo, porém, as áreas atingidas pela seca não são
atravessadas por esse rio, que é perene, mas por rios temporários, que secam no período
da estiagem, dificultando a captação de água, mesmo existindo vários açudes destinados
a amenizar o problema da seca
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72 Manual do Professor
12. A localidade A apresenta um rio com quedas-d’água, portanto, de declive acentuado, o que a.
caracteriza uma área propícia à instalação de hidrelétricas, por causa do maior desnível, o
que representa, maior força da água para girar as pás das turbinas
O rio representado na localidade B está em uma região plana, portanto, de águas calmas b.
Isso indica condições ideais para utilizar esse curso d’água para a navegação
As usinas hidrelétricas se concentram predominantemente nas regiões Sudeste e Sul do 13. país, em virtude do predomínio de áreas planálticas, o que aumenta o potencial de pro-
dução energética da rede hidrográfica Além disso, por serem regiões mais urbanizadas
e muito dependentes da eletricidade, o Sudeste e o Sul são os maiores consumidores de
energia do país, razão pela qual necessitam ter áreas produtoras de energia próximas,
para evitar o desperdício no processo de transmissão
ATIVIdAdE FInAL: PESqUISA E dEBATE (P. 128)
Entre as principais referências que podem ser analisadas nesta atividade destacam-se
o site do Ministério do Meio Ambiente (MMA), <http://www mma gov br>, e o do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC) <http://www pac gov br> Espera-se que os alunos, no
debate, levantem os pontos positivos da construção de hidrelétricas, como a geração de
empregos, o desenvolvimento de infraestrutura e o surgimento de polos regionais Entre os
pontos negativos, eles podem citar impactos ambientais, como o alagamento de grandes
áreas, geralmente de florestas, e sociais, por exemplo, o desalojamento de pessoas que
vivem no local
PROjETO InTERdIScIPLInAR: SITUAçãO dOS REcURSOS hídRIcOS nO BRASIL (P. 129)
Nesse projeto, as matérias que se relacionam com Geografia são Química, História,
Biologia, Matemática e Língua Portuguesa
Antes de iniciar a atividade, oriente os alunos acerca do processo de pesquisa, esclare-
cendo os procedimentos necessários a cada etapa do processo (levantamento de informa-
ções, análise e síntese) Utilize como exemplo textos acadêmicos, relatórios ou publicações
de órgãos oficiais, ou até mesmo livros, para demonstrar a diversidade de fontes utilizadas
e o trabalho de seleção, análise e síntese de informações realizado pelos autores Caso ne-
cessário, demonstre as técnicas de redação abordadas na disciplina de Língua Portuguesa,
destacando a paráfrase
Todas as questões podem ser respondidas com o auxílio da bibliografia sugerida e dos
livros didáticos do aluno
Sobre o conteúdo do projeto, preparamos algumas sugestões bibliográficas:
AGÊNCIA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS • Conjuntura dos recursos hídricos no
Brasil: informe 2012 Brasília, DF: ANA, 2012 Disponível em: <http://arquivos ana gov
br/imprensa/arquivos/Conjuntura2012 pdf> Acesso em: 25 fev 2013
EE_G15GG2M.indb 72 05.04.13 10:15:39
Manual do Professor 73
AGÊNCIA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS Programa Nacional de Avaliação da •
Qualidade das Águas – PNQA Indicadores de qualidade – índice de qualidade das águas
Disponível em: <http://pnqa ana gov br/IndicadoresQA/IndiceQA aspx> Acesso em:
25 fev 2013
CARVALHO, Daniel Fonseca; SILVA, Leonardo Duarte Batista da Escoamento super-•
ficial In: Hidrografia Disponível em: <http://www ufrrj br/institutos/it/deng/leonardo/
downloads/APOSTILA/HIDRO-Cap7-ES pdf> Acesso em: 25 fev 2013
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL • Variáveis de quali-
dade das águas. Disponível em: <http://www cetesb sp gov br/agua/%C3%81guas-
Superficiais/34-Vari%C3%A1veis-de-Qualidade-das-%C3%81guas#turbidez> Acesso
em: 25 fev 2013
LANGANKE, Roberto • Conservação para Ensino Médio: eutrofização Disponível em:
<http://eco ib usp br/lepac/conservacao/ensino/des_eutro htm> Acesso em: 25 fev
2013
SANTOS, Aline dos • Avaliação da capacidade de autodepuração do Rio Ji-Paraná (Rondônia),
através da curva de depleção do oxigênio dissolvido Trabalho de Conclusão do Curso
de Engenharia Ambiental – Universidade Federal de Rondônia, 2012 Disponível em:
<http://www engenhariaambiental unir br/admin/arq/TCC%20-%20ALINE%20
DOS%20SANTOS pdf> Acesso em: 25 fev 2013 (Leia o item 1 4 – Autodepuração)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA Projeto Física e Cidadania • Hidrodinâmica
Disponível em: <http://www ufjf br/fisicaecidadania/conteudo/hidrodinamica> Acesso
em: 25 fev 2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO • Escoamento superficial Disponível em:
<http://www em ufop br/deciv/departamento/~carloseduardo/111Escoamento%20
Superficial pdf> Acesso em: 25 fev 2013
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Laboratório de ensino de ciências e tecnologia •
Projeto Ecologia das águas. Quadro teórico Disponível em: <http://lect futuro usp br/
site/ecologia/ecologia htm> Acesso em: 25 fev 2013
Tema 1: disponibilidade e qualidade das águas
Com base no exame do mapa, nota-se que a distribuição da disponibilidade hídrica super-1. ficial estimada para o país não é uniforme Na Região Norte, a disponibilidade hídrica é
mais elevada, em razão de fatores como a alta pluviosidade, causada tanto pelos elevados
índices de evaporação da densa cobertura vegetal e da rica rede hidrográfica como pela
atuação de massas de ar quentes e bastante úmidas, características do clima equatorial
As regiões Centro-Oeste e Sudeste também apresentam cursos d’água com elevada dis-
ponibilidade hídrica, já que nessas porções há o predomínio de climas tropicais (quentes e
chuvosos no verão) e de relevo com o predomínio de planaltos e divisores de águas, propí-
cio à formação de redes de drenagem convergentes nas áreas menos elevadas, formando
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74 Manual do Professor
cursos d’água volumosos e com elevada vazão Por outro lado, verifica-se menor dispo-
nibilidade hídrica na Região Nordeste, também relacionada à dinâmica atmosférica Já
as massas de ar, embora quentes, são menos úmidas e enfrentam barreiras naturais
que dificultam sua penetração no continente, especialmente o relevo mais alto (planalto
da Borborema) e o predomínio de uma zona de alta pressão atmosférica
2. Os pontos de monitoramento de água não estão homogeneamente distribuídos pelo a.
território nacional, pois o mapa mostra sua concentração nas regiões hidrográficas do
Paraná, Atlântico Sudeste, Atlântico Leste, São Francisco e Atlântico Nordeste Oriental,
contrastando fortemente com a região hidrográfica Amazônica, por exemplo Essa distri-
buição espacial é decorrente do processo de ocupação do território nacional, que resul-
tou numa grande concentração populacional na porção centro-sul e no Nordeste do país,
sobretudo na faixa litorânea, levando ao intenso uso dos recursos hídricos nas regiões
hidrográficas destacadas, que contam com maior rede de monitoramento
Os pontos de monitoramento que foram classificados, segundo os valores médios de b.
IQA, como “ruins” ou “péssimos” foram, em sua maioria, detectados em corpos hídri-
cos que atravessam áreas urbanas densamente povoadas, como regiões metropolita-
nas das capitais e das grandes cidades do interior Esse fato se deve ao lançamento de
grandes cargas de efluentes tratados ou esgotos domésticos lançados in natura nos
corpos hídricos
Entre os fatores que podem favorecer o aumento da qualidade das águas, destacam- c.
-se: o tratamento dos esgotos, o aumento das vazões de reservatórios e o aumento das
precipitações que diluem as cargas de esgotos, além do controle de fontes industriais
Entre os fatores que podem favorecer a diminuição da qualidade das águas, estão: o au-
mento da carga de esgotos domésticos, nos centros urbanos (consequência do aumento
populacional, que não foi acompanhado por investimentos em saneamento), e, no meio
rural, a poluição de origem difusa e o uso do solo sem manejo adequado, que causam o
assoreamento e o aporte excessivo de nutrientes para os corpos hídricos, contribuindo
para a redução da qualidade da água
O grupo de bactérias determinado coliformes totais são aquelas que não causam d.
doenças, pois que habitam o intestino de mamíferos como o homem As bactérias do
grupo coliforme são consideradas os principais indicadores de contaminação fecal O
grupo coliforme é formado por um número de bactérias que inclui os gêneros Klebsiella,
Escherichia, Serratia, Erwenia e Enterobacter Essas bactérias reproduzem-se a 44,5 ºC
e fermentam o açúcar O uso da bactéria coliforme fecal para indicar poluição sanitária
é mais indicado do que bactéria “coliforme total”, pois as bactérias fecais estão res-
tritas ao trato intestinal de animais de sangue quente Determinar a concentração dos
coliformes é um importante parâmetro para indicar a existência de micro-organismos
patogênicos, que transmitem doenças de veiculação hídrica, como febre tifoide, febre
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Manual do Professor 75
paratifoide, desinteria bacilar e cólera Dessa forma, a utilização dos coliformes totais
como indicadores da qualidade da água permite apontar a possível existência de doen-
ças de veiculação hídrica, o que restringe o uso da água para o abastecimento humano,
a dessedentação de animais, a irrigação de hortaliças e as atividades recreativas que
envolvem o contato direto da população com a água
Eutrofização é o processo de poluição de corpos d’água, que acabam adquirindo colo-e.
ração turva, levando à ocorrência de níveis baixíssimos de oxigênio dissolvido na água
Isso provoca a morte de diversas espécies animais e vegetais e tem altíssimo impacto
nos ecossistemas aquáticos O problema da eutrofização tem como ponto de partida o
acúmulo de nutrientes dissolvidos na água Trata-se de um problema que afeta princi-
palmente os ambientes aquáticos com fluxo reduzido e pouca renovação de água, como
lagos, açudes e reservatórios, que recebem aporte excessivo de nutrientes, principal-
mente fósforo e nitrogênio
O uso descontrolado de fertilizantes pela agricultura e o lançamento de esgotos domés-
ticos e industriais sem o devido tratamento dos rios são as maiores fontes desses nu-
trientes para os corpos hídricos que estão mais sujeitos à eutrofização Assim, o monito-
ramento desses nutrientes, sobretudo do fósforo, pode subsidiar o controle dos níveis de
nutrientes de modo a reduzir o risco de eutrofização e a perda da qualidade da água
A demanda bioquímica de oxigênio (DBO) da água corresponde à quantidade de oxigênio f.
necessária para oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para
uma forma inorgânica estável A DBO é a quantidade de oxigênio consumido durante de-
terminado período de tempo, numa temperatura de incubação específica Um período de
tempo de cinco dias numa temperatura de incubação de 20 °C é frequentemente usado e
referido como DBO5,20 O oxigênio dissolvido na água é um parâmetro importante no que
se refere à manutenção da vida aquática e dos processos bioquímicos que ocorrem na
água O ideal é que o índice esteja acima de 5 mg/L, sendo que índices abaixo de 2 mg/L
representam o comprometimento da vida aquática e o desequilíbrio desses ecossiste-
mas A quantidade de oxigênio é importante no processo de depuração da água em locais
onde há deposição de esgotos domésticos, como veremos a seguir
Turbidez é o parâmetro que indica se a água está turva, ou seja, se esta apresenta gran-g.
de quantidade de partículas orgânicas ou inorgânicas em suspensão, o que diminui sua
transparência e, consequentemente, a fotossíntese de vegetação com raízes submersas
e algas Esse desenvolvimento reduzido de plantas pode suprimir a produtividade de pei-
xes Logo, a turbidez pode influenciar as comunidades biológicas aquáticas Além disso,
afeta adversamente os usos – domésticos, industriais e para a realização de atividades
de lazer – dos corpos d’água
O pH significa “potencial hidrogeniônico” e indica a relação entre íons hidrogênio (H+) e h.
hidroxilas (OH-) presentes na água Quando predominam os íons H+, considera-se que
a água é ácida, e, quando o predomínio é de OH-, que ela é básica ou alcalina O pH é
medido em uma escala logarítmica de base 10 Isso quer dizer que quanto maior for a
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76 Manual do Professor
quantidade de íon H+, menor será o valor do pH, e a diferença entre um pH 4 e outro pH
5 é que o primeiro apresenta 10 vezes mais íons H+ que o segundo Em comparação com
um pH 6, o primeiro apresenta 100 vezes mais H+, e assim por diante, em uma escala
de 0 a 14 Esse parâmetro, por definir o caráter ácido, básico ou neutro de uma solu-
ção, deve ser considerado, pois os organismos aquáticos estão geralmente adaptados
às condições de neutralidade e, consequentemente, alterações bruscas do pH de uma
água podem acarretar o desaparecimento dos seres nela presentes Valores fora das
faixas recomendadas podem alterar o sabor da água e contribuir para a corrosão dos
sistemas de distribuição de água, ocorrendo com isso uma possível extração do ferro,
cobre, chumbo, zinco e cádmio, e dificultar a descontaminação das águas O pH costu-
ma ser alto em regiões com pouca precipitação, influenciado pelo mar e em açudes de
solo alcalino O pH costuma ser baixo quando há aumento de ácidos orgânicos dissol-
vidos na água
O processo de autodepuração envolve reações químicas com o intuito de estabilizar a carga i.
de matéria orgânica disposta num corpo d’água, para que este retome as condições ante-
riores ao recebimento dos poluentes, formados principalmente por esgotos domésticos
O processo pode ser sintetizado na seguinte equação: MO + O2(g) + bactérias > CO2(g) +
H2O(ℓ) + bactérias + energia, na qual as bactérias decompositoras, na presença de oxigê-
nio, realizam a decomposição da matéria orgânica, gerando como produtos o gás carbôni-
co e a água, além de liberar energia durante o processo Assim, quanto maior for a carga
de matéria orgânica no corpo hídrico, maior será o consumo de oxigênio
Tema 2: demandas e usos múltiplos
Entre os tipos de uso consuntivo apresentados no gráfico, o que apresenta maior volume a.
de vazão de retirada é a irrigação, que representa 44% da demanda total, seguido do uso
industrial (28%) e do uso para abastecimento urbano (24%)
Na irrigação, os maiores impactos ambientais são causados pelo desperdício de água b.
decorrente de alguns métodos de irrigação e pela contaminação do solo e dos cursos
d’água por insumos agrícolas, destacadamente agrotóxicos e fertilizantes Nas ativida-
des industriais, o maior impacto causado na utilização da água é o desequilíbrio eco-
lógico provocado quando a retirada de água é muito intensa e quando há o despejo de
resíduos industriais sem tratamento nos cursos d’água
No caso do uso urbano, dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2008, do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que, no país, aproximada-
mente, 78,6% e 45,7% dos domicílios eram atendidos por rede geral de água e por rede
coletora de esgotos sanitários, respectivamente Esses dados revelam os baixos índices
de coleta e tratamento de esgotos, que contribuem para o agravamento dos problemas
relacionados com a incidência de doenças de veiculação hídrica e para o comprometi-
mento da qualidade das águas superficiais por causa da eutrofização da água, podendo
inviabilizar o uso desses recursos hídricos
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Manual do Professor 77
EnEm E VESTIBULARES (P.132)
Alternativa B 1.
2. A comparação mostra que a Europa, de clima temperado oceânico, consome entre 20% e a.
40% de sua disponibilidade hídrica, enquanto o Brasil consome apenas 10% Para entender
essa diferença, devem ser levados em consideração os diferentes níveis de desenvolvi-
mento socioeconômico dos países, a distribuição da sua população e as reservas de água
disponíveis
O uso entre 20% e 40% do total disponível da água dos Estados Unidos se deve ao desen-b.
volvimento socioeconômico e tecnológico desse país na agricultura, na indústria e nos ser-
viços O aumento da população e o uso doméstico também são fatores responsáveis pelo
grande consumo de água
Alternativa A 3.
4. A água alcança o rio pelo escoamento superficial ou através do escoamento subsu-a.
perficial, em que a água se infiltra o solo e posteriormente alcança o rio pelo lençol
freático
O escoamento superficial das águas é acelerado e a infiltração reduzida, devido à imper-b.
meabilização do solo As consequências disso são: o aumento do volume de água nos ca-
nais, córregos e rios, com inundações em momentos chuvosos, e, em períodos de seca, o
volume de água disponível nos rios é reduzido
Alternativa E 5.
6. A área assinalada com a letra B indica o semiárido nordestino, onde a seca e as elevadas a.
temperaturas são preponderantes Chove pouco e as chuvas são irregulares; os rios, em
grande número, são intermitentes, com exceção do rio São Francisco
Os argumentos favoráveis à transposição são: a obra é essencialmente social e levará não b.
apenas água para a região, mas também melhorias econômicas, como projetos agrícolas
de irrigação e, consequentemente, empregos Os argumentos contrários são: com a obra,
haveria o uso indevido da água por empresários industriais e do setor agrícola, que teriam
esse recurso em suas mãos, e o nível do rio São Francisco baixaria, causando assoreamen-
to em sua foz Também há dúvida sobre se haveria disponibilidade suficiente das águas,
para o consumo, nas principais cidades por onde o São Francisco passa
Alternativa B 7.
Alternativa E 8.
Alternativa D 9.
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78 Manual do Professor
caPítulo 6 – distribuição e cresciMento da PoPulação Mundial
O tema-chave deste capítulo, crescimento da população mundial, é de interesse de to-
dos, pois o bem-estar da coletividade, que advém de abastecê-la com os recursos, os bens,
as estruturas e os serviços neces sários à sua sobrevivência, depende do equilíbrio entre a
oferta desses itens e a demanda gerada pela quantidade de habitantes O rompimento desse
equilíbrio, mesmo em escalas menores e de modo localizado, traz implicações com níveis
variados de gravidade a cada integrante da sociedade O modo como a população é distribu-
ída no espaço também influencia a qualidade de vida da população Isso porque áreas pouco
povoadas, apesar de favorecerem a organização da sociedade, podem apresentar carência
na oferta de determinados serviços e estruturas, e as áreas densamente ocupadas tendem
a sofrer comprometimentos na sua capacidade de comportar a totalidade da população
com segurança e conforto, além de ocorrer a saturação de suas fontes de abastecimento
Portanto, a relevância desse tema pode ser utilizada para a realização de debates de intro-
dução do capítulo Explorar os conhecimentos prévios dos alunos também contribui para
envolvê-los no tema e na dinâmica das aulas como um todo
Conduza a leitura dos textos e a interpretação dos dados estatísticos das tabelas e dos
gráficos para contextualizar a situação demográfica do mundo atual, chamando a atenção
dos alunos para a identificação dos fatores responsáveis pela realidade vislumbrada e para
que reflitam sobre as possíveis tendências da dinâmica demográfica e suas consequências
Essa abordagem pode ser construída de diferentes maneiras: por meio de trabalhos em
grupo, pesquisas, seminários, atividades de sistematização e interpretação de informações,
produção de textos, confecção de painéis etc
O capítulo também proporciona aos alunos a possibilidade de realizarem uma discussão
sobre as teorias malthusiana e neomalthusiana, além dos impactos do crescimento da po-
pulação mundial no meio ambiente Nesse tópico, é pertinente resgatar questões já aborda-
das quando foram trabalhados, nos capítulos anteriores, os aspectos físicos e a exploração
dos recursos naturais
Outra questão de grande importância, possível de ser desdobrada das questões ligadas
ao crescimento populacional, diz respeito ao planejamento familiar, e, consequentemente,
às formas de prevenção da gravidez na adolescência e às consequências pessoais e sociais
que ocorrem quando esta não é evitada O tema pode ser contemplado por projetos interdis-
ciplinares envolvendo professores de várias áreas (Geografia, Biologia, Sociologia etc ), cujo
objetivo transcende as especificidades dos conteúdos para focar na formação dos alunos
enquanto seres humanos
Abertura: atividade complementar (p. 138)
O texto de abertura faz referência ao fato de o mundo já ter mais de 7 bilhões de habi-
tantes, o que gera um amplo debate a respeito das dificuldades em ampliar o acesso aos
serviços básicos necessários para a população mundial, como saneamento básico, moradia,
saúde e educação
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Manual do Professor 79
Outro aspecto que preocupa os analistas é a dificuldade de acesso à alimentação Os
impactos ambientais decorrentes das atividades antrópicas e a redução da fertilidade dos
solos em áreas cujas técnicas agrícolas são inadequadas tendem a pressionar os preços dos
alimentos para cima, o que dificulta ainda mais a obtenção de alimentos por populações de
baixa renda
Pergunte aos alunos por que o texto afirma que uma possibilidade de melhorar a qualida-
de de vida da população mundial é a combinação de três fatores: educação, uso inteligente
de riquezas e planejamento
Resposta: espera-se que os alunos reflitam sobre a importância da educação para criar
pessoas mais cidadãs, conscientes e críticas da sociedade; sobre se o uso inteligente de
riquezas seria dividi-las de uma forma mais justa, sem concentrá-las em alguns países e
algumas classes sociais em detrimento de outros(as), diminuindo, assim, a miséria e a po-
breza no mundo; e sobre o planejamento, para que as futuras gerações também possam
usufruir dos recursos naturais de que dispomos atualmente
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
PARA LER E REFLETIR – cREScImEnTO POPULAcIOnAL E PLAnEjAmEnTO (P. 141)
Professor, ressalte a importância do levantamento de dados demográficos e socioe-
conômicos para as ações de planejamento e gestão das esferas pública e privada Essas
ações podem ser relacionadas a projetos sociais, ao desenvolvimento de atividades produti-
vas e até mesmo ao estabelecimento de políticas de planejamento familiar e de controle de
natalidade
Resposta pessoal Professor, nesta atividade, é importante que os alunos citem os inves-
timentos destinados, por exemplo, à criação de: creches, escolas de Ensino Fundamental e
Médio, e cursos técnicos e profissionalizantes; serviços de saúde em geral, com ênfase em
maternidades e no setor de pediatria; áreas de lazer (parques, praças públicas, ginásios
poliesportivos, clubes etc ); e de equipamentos culturais (cinemas, teatros, centros culturais
etc ) Toda essa infraestrutura deve ser oferecida gratuitamente à população
O cREScImEnTO dA POPULAçãO mUndIAL – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm
SOcIOLOGIA E hISTóRIA (P. 143)
A questão da redução da natalidade é observada em diversos países do mundo, e os
motivos que levaram a isso são amplamente abordados pela Geografia, como o elevado
custo de vida nas cidades, o acesso aos métodos contraceptivos e as conquistas feminis-
tas no século XX O movimento feminista, tanto no Brasil como no mundo, foi responsável
pela ampliação dos direitos das mulheres, entre eles: os direitos democráticos, o divórcio,
a educação, a maior igualdade no trabalho (apesar de esta ainda não ter sido plenamente
atingida) e o combate à violência contra as mulheres, apenas para citar alguns exemplos A
maior liberdade conquistada pelas mulheres possibilitou sua maior integração ao mercado
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80 Manual do Professor
de trabalho e o aumento de sua qualificação profissional, fatores que contribuíram para ace-
lerar ainda mais a redução dos índices de natalidade, observados no Brasil e no mundo
Esse tema abre a possibilidade de discutir a questão das mulheres na sociedade envolvendo
diferentes disciplinas, como Geografia, História e Sociologia
PARA LER E PESqUISAR – O EnVELhEcImEnTO POPULAcIOnAL (P. 144)
Entre as principais cláusulas, podem ser citadas: atendimento preferencial imediato e
individualizado nos órgãos públicos e privados que prestam serviços à população; prefe-
rência pela formulação e pela execução de políticas sociais públicas específicas para os
idosos; e destinação privilegiada de recursos públicos para as áreas relacionadas com a
proteção ao idoso
Ao se pensar na figura do idoso, importantes temas de debates podem surgir, como: a
questão do envelhecimento populacional e suas consequências para a previdência e para o
sistema de saúde; a questão cultural, visto que os idosos trazem saberes e experiências de
outras gerações que devem ser transmitidos às próximas gerações; e as questões do res-
peito e da cidadania
RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 151)
A “Revolução Verde” iniciou-se entre as décadas de 1950 e 1960 e foi marcada pela aplica-1. ção de capital e tecnologia na produção agrícola, principalmente na produção de semen-
tes melhoradas geneticamente e na adoção de práticas modernas de trabalho, resultan-
do na elevação da produtividade agrícola e no rápido aumento da produção mundial de
alimentos
A população absoluta é o número total de habitantes de determinada área População 2. relativa ou densidade demográfica é o produto da divisão da população absoluta de uma
área por sua extensão territorial O conhecimento desses dados permite realizar diversas
estimativas, como mercado de consumo, disponibilidade de mão de obra e necessidade de
investimentos governamentais para o conjunto da população
O crescimento populacional mundial era relativamente baixo até meados do século XVII – 3. embora as taxas de natalidade fossem altas –, principalmente por causa das altas taxas
de mortalidade Por volta de 1650, a população mundial era de aproximadamente 500 mi-
lhões de pessoas Entre 1650 e 1850, passou a ser de 1,2 bilhão de pessoas Isso ocorreu
principalmente em virtude da ampliação na oferta de alimentos, o que garantiu maior
longevidade às pessoas, diminuindo assim a taxa de mortalidade mundial Entre 1850 e
1950, a população mundial passou a ser de 2,4 bilhões de pessoas Esse aumento ocor-
reu porque as taxas de natalidade se mantiveram e as taxas de mortalidade declinaram
sensivelmente, devido ao desenvolvimento e à disseminação de novos recursos médicos
A partir de 1950, houve a implantação de grandes empresas transnacionais nos países
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Manual do Professor 81
subdesenvolvidos Esse processo repercutiu em vários aspectos Por exemplo, acelerou
o êxodo rural, o que gerou grande excedente de mão de obra para as novas indústrias,
com remuneração normalmente precária As taxas de natalidade continuaram altas e o
processo de urbanização permitiu que a população passasse a dispor de maior assistência
médica e sanitária Isso resultou na diminuição das taxas de mortalidade desses países,
propiciando uma “explosão demográfica” – em apenas 30 anos, a população mundial mais
que dobrou, passando a ser de 4,5 bilhões de pessoas
Devido ao crescimento da população mundial, as autoridades governamentais ficaram
alarmadas, principalmente as dos países ricos Medidas para o controle da alta natalida-
de começaram a ser tomadas e, entre 1980 e 2000, o ritmo de crescimento da população
mundial diminuiu Hoje, muitos países já tem um crescimento negativo (principalmente os
países desenvolvidos), outros estão em processo de transição demográfica (principalmen-
te os países emergentes), mas ainda há uma parcela de países que apresentam uma taxa
de crescimento demográfico mais elevada e predomínio da população jovem (principal-
mente os países subdesenvolvidos)
A teoria malthusiana afirmava que, caso não ocorressem guerras, epidemias ou desas-4. tres naturais, a população tenderia a crescer num ritmo muito acelerado, comparável a
uma proporção geométrica Já a produção de alimentos cresceria num ritmo mais lento,
comparável a uma proporção aritmética Essa relação desproporcional entre o cresci-
mento da população e a produção de alimentos culminaria em uma situação catastrófica
para a humanidade: esta acabaria morrendo por inanição Para combater esse proble-
ma, Malthus propunha que a população adotasse uma postura de abstinência sexual
para diminuir a taxa de natalidade, promovendo, assim, um equilíbrio entre o cresci-
mento populacional e as possibilidades de expansão da produção de alimentos Por sua
vez, o antimalthusianismo não é considerado necessariamente uma teoria, mas, sim,
a visão de um grupo de pesquisadores sobre o problema do crescimento demográfico
mundial Eles vão de encontro à teoria malthusiana porque não aceitam que o cresci-
mento populacional seja sempre muito acelerado, em qualquer época ou em qualquer
lugar Segundo esses pesquisadores, apenas as camadas mais pobres da população dos
países em desenvolvimento se reproduzem em ritmo acelerado, em uma progressão ge-
ométrica Isso não aconteceria nos países desenvolvidos nem nas classes médias e altas
dos países subdesenvolvidos Assim, o problema seria a miséria que afeta as populações
mais pobres, e não a limitada capacidade de produzir alimentos Os antimalthusianos
também se opunham aos malthusianos porque acreditavam que se a qualidade de vida
dos habitantes melhorasse, as taxas de natalidade de um país diminuiriam sensivelmen-
te A teoria neomalthusiana, por sua vez, recuperou as bases da teoria malthusiana e se
afirmou no período pós-guerra, particularmente no início da década de 1950 Essa teoria
defendia que os países subdesenvolvidos não conseguiriam se desenvolver enquanto
precisassem investir somas fabulosas em sua grande população infantil, propondo a
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82 Manual do Professor
adoção de uma rigorosa política de controle de natalidade, dirigida por organismos es-
tatais ou particulares sediados em países ricos Esses países sustentariam financeira-
mente a aplicação de métodos anticoncepcionais em quase todo o mundo, diminuindo as
taxas de natalidade, sem, contudo, eliminar a pobreza
AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 151)
5. Se compararmos o ano de 2100 com o de 1950, todos os continentes apresentam aumento a.
populacional Porém, as taxas de crescimento, ao longo do período, apresentam queda,
com exceção da Ásia e da América do Norte
A Ásia e a África b.
Os continentes que apresentam redução populacional são a África, a América Latina e o c.
Caribe, a Europa e a Oceania
6. O Brasil é o país mais populoso a.
O Canadá é o país menos povoado, pois apresenta menos habitantes por quilômetro qua-b.
drado que o Brasil Para descobrir a densidade demográfica de uma localidade, deve-se
dividir o número de habitantes pela área territorial total
7. A favela apresentou um adensamento populacional Antes havia somente poucas mora-a.
dias simples no meio de uma área de matagal; atualmente, a região apresenta diversas
casas de alvenaria, muitas com mais de um andar, comportando um grande número de
pessoas
Segundo o texto, de 2008 até o primeiro quadrimestre de 2012, houve redução de 2% das b.
áreas ocupadas por comunidades Contudo, não houve freio na verticalização Segundo
o IBGE, houve aumento populacional de 27,5% nos chamados aglomerados subnormais,
entre 2000 e 2010 Em 2012, o Rio de Janeiro tinha 763 favelas, 48% a mais que em 2000
Nessas regiões, surgiram 118 343 habitações, o que representa um crescimento de 38,6%
nos últimos 10 anos (de 2002 a 2012)
A densidade demográfica aumentou nos últimos anos, pois a população residente nas fa-c.
velas cresceu em número e a superfície ocupada diminuiu
8. De acordo com as projeções da ONU, a população mundial ultrapassará 9,2 bilhões de a.
habitantes até 2050
O aumento da população ocorrerá principalmente nos países menos desenvolvidos, cuja b.
população crescerá de 5,4 bilhões (número de 2007), para 7,9 bilhões, em 2050
A teoria mais adequada para explicar essas projeções é o antimalthusianismo, ao defen-c.
der que apenas as camadas mais pobres da população dos países em desenvolvimento
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Manual do Professor 83
se reproduzem em um ritmo que corresponde ao de uma progressão geométrica
Portanto, o crescimento populacional estaria diretamente relacionado à pobreza exis-
tente nesses países
ATIVIdAdE FInAL: PESqUISA E cOmPARAçãO dE dAdOS (P. 154)
Professor, solicite aos alunos que pesquisem os dados e preencham a tabela A pes-
quisa possibilitará que eles analisem dados demográficos básicos de diferentes países do
planeta, como as taxas de mortalidade e natalidade Juntamente com a turma, faça uma
análise dos dados
caPítulo 7 – estrutura e MiGrações da PoPulação Mundial
Para estudar a estrutura da população quanto ao gênero e à idade, os alunos precisam
dominar a análise dos gráficos conhecidos como pirâmides etárias Verifique a necessidade
de prepará-los para essa habilidade As pirâmides etárias são compostas de barras hori-
zontais representando diferentes faixas de idade, divididas entre os gêneros masculino e
feminino, e o comprimento de cada barra corresponde à proporção da população abrangida
pelo perfil em questão (por exemplo, homens entre 50 e 54 anos) no ano em que os dados
tiverem sido coletados Na base do gráfico ficam as faixas etárias iniciais, e no topo, as que
representam a população mais velha
Os alunos devem ser estimulados a dimensionar os objetivos que norteiam a realização de
estudos sobre a estrutura populacional A necessidade de planejar os investimentos gover-
namentais e privados em curto e em longo prazo para atender às demandas da população,
de acordo com as suas características, é uma das conclusões a ser alcançada pelos alunos
A estrutura da população tem reflexos no mercado de trabalho, nas estruturas educacionais
e nas áreas ligadas à saúde, no sistema previdenciário etc
Além do crescimento vegetativo, ou seja, a diferença entre as taxas de natalidade e mor-
talidade, os saldos migratórios, resultantes da entrada e saída de migrantes, são fatores que
atuam decisivamente na dinâmica populacional Portanto, é preciso trabalhar com os alu-
nos os motivos concretos (fatores atrativos e repulsivos) que mobilizam os principais fluxos
migratórios da atualidade e avaliar suas consequências Não obstante, a diversidade étnica
e as trocas culturais, sem falar da ampliação da população economicamente ativa, um dos
fenômenos sociais negativos verificados em países que recebem grandes quantidades de
imigrantes é a xenofobia
A abordagem desse fenômeno é uma ocasião significativa para promover debates – com a
mediação criteriosa do professor, atribuindo oportunidades de falas igualitárias, procurando
contemplar o maior número possível de aspectos e zelando para que todos os pontos de vista
sejam respeitados – não apenas sobre os casos de xenofobia em outros países, mas sobre as
formas de discriminação em geral, sobretudo as que ocorrem no Brasil Esta temática também
permite trabalhar em parceria com professores de outras áreas, como Sociologia e Filosofia
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84 Manual do Professor
Abertura: atividade complementar (p. 156)
A abertura do capítulo aborda a entrada de imigrantes no Brasil Sobre o assunto, resolva
as seguintes questões:
Exponha os principais fatores que motivam os deslocamentos migratórios internacionais 1.
Resposta: os deslocamentos estão relacionados à depreciação das condições de vida (re-
cessão econômica, adversidades naturais, conflitos armados etc ) nos locais de origem
dos migrantes e a fatores atrativos nos locais de destino
Quais as origens dos principais grupos de imigrantes que entraram no Brasil, ao longo de 2. sua história?
Resposta: Portugal, África (principalmente imigrantes oriundos das regiões que corres-
pondem aos atuais Estados de Moçambique, Angola e Nigéria), Espanha, Itália, Alemanha
e Japão
Quais regiões brasileiras receberam as maiores levas de imigrantes europeus entre o fim 3. do século XIX e meados do século XX?
Resposta: São Paulo, em função da cultura cafeeira, que recebeu principalmente italianos
e japoneses, e a Região Sul, que recebeu imigrantes europeus, sendo os italianos e os
alemães os grupos mais numerosos, para seus projetos de povoamento
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
PARA OBSERVAR E REFLETIR – A cIdAdE dE cOnTAGEm (P. 160)
Porque, apesar de a porcentagem de idosos em Minas Gerais ser um pouco maior que 1. no Brasil, esse estado tem uma diferença mais significativa na taxa de natalidade, tendo
menos jovens em relação à população do país Isso representa um menor número de de-
pendentes em comparação com o Brasil
A taxa de natalidade do município de Contagem é muito próxima da média do estado de 2. Minas Gerais Soma-se a isso o fato de a proporção de idosos no município ser baixa, o que
justifica uma dependência demográfica menor do que a média estadual
PARA LER E PESqUISAR – O dEcLínIO dAS TAXAS dE nATALIdAdE nOS PAíSES RIcOS
E EmERGEnTES (P. 161)
Professor, é importante estimular os alunos a realizar o maior número de entrevistas
possível com diversos familiares, para enriquecer o debate em sala de aula Analise se as
causas apontadas pelos familiares para explicar a opção por determinado número de filhos
estão de acordo com os fatores citados no texto como responsáveis pela redução das taxas
de natalidade
EE_G15GG2M.indb 84 05.04.13 10:15:39
Manual do Professor 85
PARA OBSERVAR E REFLETIR – AméRIcA LATInA E cARIBE: A REGIãO mAIS FEmInInA
dO mUndO? (P. 164)
O texto jornalístico apresentado reflete uma tendência de aumento da população femi-
nina na América Latina e Caribe Entre as possibilidades que podem explicar esse fenôme-
no, destacam-se o aumento da expectativa de vida, em especial das mulheres, na América
Latina e no Caribe, e a manutenção da baixa expectativa de vida masculina, observada em
países em que os índices de violência permanecem elevados, como o México e o Brasil
OS GRAndES mOVImEnTOS mIGRATóRIOS – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm hISTóRIA
(P. 167)
A análise dos grandes movimentos migratórios no mundo envolve relações e análises
geográficas e históricas a respeito não apenas das migrações em si, mas também das con-
dições e das políticas públicas que contribuíram para a saída de um contingente populacio-
nal de uma região para a outra Um exemplo é a análise do continente europeu ao longo do
século XIX, momento em que, devido às revoluções industriais, a população rural ficou em
segundo plano nas prioridades governamentais, além do excesso populacional e ausência de
oportunidades de trabalho em regiões industriais Esses motivos contribuíram para a emi-
gração de europeus em direção a regiões como a América do Sul Construa um projeto en-
volvendo o professor de História, abordando os fluxos migratórios tratados neste capítulo, o
que possibilitará uma análise mais ampla dos grandes movimentos migratórios mundiais
PARA LER E PESqUISAR – XEnOFOBIA nA EUROPA (P. 170)
Professor, ressalte que dois problemas relacionados aos fluxos migratórios atuais dos
países pobres para os ricos são o aumento da xenofobia e do racismo Dessa forma, ao ex-
plorar as informações do texto, procure demonstrar, se possível com exemplos coletados
nos meios de comunicação, como a xenofobia ocorre e de que forma vem sendo abordada e
trabalhada nos diferentes países
Estimule os alunos a pesquisar notícias atuais sobre a xenofobia, analisando principal-
mente os casos ocorridos em países europeus e nos Estados Unidos, onde esse fenômeno
atinge atualmente grandes proporções Após a pesquisa do material e a sistematização das
informações, promova um debate sobre o tema para que os alunos possam formular uma
opinião e posicionar-se
PARA LER E PESqUISAR – mIGRAçõES FORçAdAS E A qUESTãO dOS REFUGIAdOS
(P. 172)
A atividade proposta visa possibilitar que os alunos verifiquem as condições dos campos
de refugiados no mundo e as dificuldades que parte deles encontra, em alguns casos, para
obter auxílio humanitário O tema poderá ser retomado no volume 3 da coleção, em que os
conflitos atuais serão analisados
EE_G15GG2M.indb 85 05.04.13 10:15:39
86 Manual do Professor
RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 173)
A principal forma de representação desses dados é a pirâmide etária 1.
Conhecer esse dado é importante para a elaboração de políticas públicas e para a defini-2. ção do potencial de produção de um país, ou seja, da quantidade de pessoas que podem
gerar riquezas no território É também relevante para a representação da capacidade
de consumo interno O número da distribuição etária é fundamental para a projeção da
necessidade de expansão da produção nacional ou de importação de bens para atender
ao consumo A estrutura etária também possibilita o estudo de políticas públicas, como
pensar a previdência social, no caso de países com população idosa elevada
Os três tipos básicos de pirâmide etária são os que representam a estrutura demográ-3. fica dos países subdesenvolvidos, desenvolvidos típicos e dos países em fase de tran-
sição demográfica A pirâmide de um país subdesenvolvido tem a base extremamente
larga (alta natalidade), o meio afunilado (em razão da alta mortalidade) e o topo estreito
(baixa expectativa de vida) A de um país desenvolvido típico tem a base relativamente
estreita (baixa natalidade), o meio pouco afunilado (mortalidade não muito acentuada)
e o topo largo (alta expectativa de vida) As pirâmides dos países em fase de transição
demográfica tem a base com duas ou três camadas inferio res mais estreitas dos que as
de cima, representando o início do declínio das taxas de natalidade, o meio pouco afuni-
lado e o topo mais largo
Segundo a ONU, migração é uma forma de mobilidade espacial entre uma unidade geo-4. gráfica e outra, envolvendo a intenção de mudança permanente de residência Os locais de
emigração são denominados áreas de refluxo, e os locais de imigração, áreas de afluxo
Quando as pessoas se deslocam de forma voluntária, a fim de buscar soluções para seus 5. problemas ou por um desejo pessoal, ocorre a chamada migração espontânea Quando
são obrigadas a deslocar-se por questões políticas, religiosas ou de qualquer outra na-
tureza, mas contra sua vontade, ocorre a chamada migração forçada
As principais áreas de emigração neste período localizam-se, principalmente, nos paí-6. ses subdesenvolvidos da América Latina, da Ásia e da África, enquanto as áreas de atra-
ção populacional passaram a ser os países desenvolvidos da América Anglo-saxônica,
da Europa, da Oceania (especialmente a Austrália) e da Ásia, com destaque para o Japão
Esses movimentos migratórios se devem a motivações de ordem econômica, sobretudo
à busca por oportunidades de emprego
A principal causa da instalação dessas indústrias em diferentes partes do mundo está li-7. gada à busca de aumento da margem de lucros, por meio, principalmente, da mão de obra
barata e abundante, localizada em países do mundo subdesenvolvido Nestes, atualmente,
há condições favoráveis ao funcionamento industrial, como matérias-primas, recursos
EE_G15GG2M.indb 86 05.04.13 10:15:39
Manual do Professor 87
energéticos, infraestrutura de transportes, políticas de favorecimento ao capital estran-
geiro e legislação ambiental pouco rigorosa
Consiste em um tipo de migração que ocorre em várias partes do mundo, principalmen-8. te dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento para os países ricos Nesse tipo
de migração, um grupo de pessoas, geralmente com um nível educacional mais elevado
e qualificado, desloca-se para os países desenvolvidos em busca de melhores condições
de trabalho e de crescimento profissional, com melhores perspectivas salariais e de
infraestrutura de equipamentos e instalações Esses fluxos migratórios comprometem
o desenvolvimento da capacidade científica e tecnológica dos países subdesenvolvidos e
em desenvolvimento
AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 173)
9. As pirâmides etárias representam a composição da população de dois países por idade e a.
gênero Cada um dos lados da pirâmide representa um grupo por gênero, e a extensão de
cada faixa, em uma escala predeterminada, que representa a quantidade de pessoas de
cada faixa etária
A pirâmide do Japão tem uma base estreita em razão das baixas taxas de natalidade, uma b.
faixa intermediária mais alongada, que indica a maior porcentagem da população adulta, e
um topo um pouco mais largo, que representa a elevada expectativa de vida da população
idosa A pirâmide etária da Guatemala apresenta uma base mais larga, o que indica ele-
vada porcentagem de crianças e jovens, uma faixa intermediária mais estreita, em função
da alta mortalidade, e um topo mais afunilado, que revela uma porcentagem menor de
população idosa, em virtude da expectativa de vida mais baixa
10. O maior fluxo de emigrantes parte da América Latina e do Caribe a.
Os continentes que recebem o maior número de imigrantes são a América do Norte e a b.
Europa
Professor, para esta questão, os alunos devem formular uma hipótese pessoal a partir
da análise dos conhecimentos prévios e das discussões sobre as desigualdades eco-
nômica e social existentes entre os continentes Uma hipótese possível é a disparidade
econômica, que torna a América do Norte e a Europa atraentes por causa de suas rique-
zas e criam a imagem de que esses continentes são terras de grandes oportunidades
Em contrapartida, os baixos índices econômicos e sociais da maioria dos países sub-
desenvolvidos fazem que estes tenham o maior fluxo de emigrantes, que saem de seus
locais de origem em busca de melhores condições de vida em continentes mais ricos e
com melhores índices sociais e econômicos
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88 Manual do Professor
ATIVIdAdE FInAL: LEITURA E PROdUçãO dE TEXTO (P. 174)
No contexto do sistema econômico atual, verifica-se o crescimento econômico sem o au-a.
mento da oferta de emprego O desemprego passa a ser uma característica estrutural do
neoliberalismo, e as pessoas, então, migram em busca fundamentalmente de trabalho
Os autores do texto defendem que as migrações podem trazer benefícios para o desen-b.
volvimento econômico e social dos países Isso ocorre porque os movimentos migratórios
apontam para a necessidade de encará-los como uma contribuição positiva ao desenvol-
vimento de uma cidadania universal pautada na solidariedade e na cooperação entre as
nações Assim, os autores são favoráveis às imigrações, de modo que as diferenças cultu-
rais devem ser consideradas formas de acréscimo e de enriquecimento para as diferentes
nações na construção de uma cultura de paz e justiça
Resposta pessoal Professor, comente que alguns estudiosos argumentam que os imi-c.
grantes de hoje enfrentam mais resistência pelo fato de constituírem mão de obra sem
qualificação, o que levou à redução dos salários dos trabalhadores locais e ao desemprego,
especialmente na Europa Porém, para alguns estudiosos, as migrações internacionais
são fenômenos que trazem mais contribuições e benefícios do que problemas, embora
apresentem aspectos negativos
caPítulo 8 – distribuição, cresciMento e estrutura da PoPulação do brasil
O estudo da população brasileira nos conduz a refletir sobre diversos fatores na esfera eco-
nômica, social e cultural, manifestados em situações que podemos observar no cotidiano
A discussão inicial do capítulo pode começar com a retomada do que os alunos têm em
mente com relação à distribuição populacional do Brasil, expondo que esta ocorre de forma
desigual e descontínua, fruto de processos econômicos, históricos e geográficos que prio-
rizaram o desenvolvimento de atividades econômicas específicas e a ocupação de determi-
nadas porções do território nacional (majoritariamente a costa atlântica e as capitais dos
estados) Apresentar esses fatores, inclusive com o suporte do professor de História, pode
contribuir para que os alunos façam relações entre a concentração de população, a procura
por emprego e as demandas econômicas e do mercado de trabalho
É importante, com base em recortes temporais, articular as atividades econômicas
predominantes no território nacional com as regiões de maior ocupação e com a con-
figuração da estrutura populacional decorrente desses processos, atentando para indi-
cadores como natalidade, mortalidade e esperança de vida em cada um destes momen-
tos, e apontando fatores que alteram esses índices e levam a população brasileira ao
envelhecimento
Promova, se possível com a ajuda do professor de Sociologia, debates sobre ques-
tões como a inserção da mulher no mercado de trabalho e as discriminações sofridas,
ainda hoje, por negros e indígenas, aproveitando a situação para desfazer possíveis
estereótipos
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Manual do Professor 89
Abertura: atividade complementar (p. 176)
Reúna-se com alguns de seus colegas, e, após interpretar o texto de Darcy Ribeiro, pro-
duza com eles um texto coletivo discutindo o processo histórico de formação da população
brasileira sintetizada nesta frase do autor:
Nós, brasileiros, somos um povo em ser, impedido de sê-lo. Um povo mestiço na carne e no es-
pírito, já que aqui a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. Nela fomos feitos e ainda continuamos
nos fazendo.
Resposta: a diversidade do povo brasileiro resultou da grande miscigenação entre várias
matrizes étnicas, principalmente de europeus, indígenas e africanos
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
PARA OBSERVAR E AnALISAR – URBAnIzAçãO E TAXA dE FEcUndIdAdE (P. 182)
Professor, nesta atividade, os alunos devem começar a refletir sobre processos que ocor-
reram conjuntamente à industrialização do país, como a urbanização e o declínio das taxas
de fecundidade Trabalhe as informações do texto e os dados do gráfico e promova o debate
com a turma a respeito do assunto, questionando os alunos sobre em que época eles pre-
tendem ter filhos, quantos filhos gostariam de ter e por quê, além de outras questões perti-
nentes que despertem o interesse sobre o tema
Com base na análise do gráfico, observa-se que a taxa de fecundidade vem declinando 1. significativamente nas últimas décadas Entre as décadas de 1940 e 1960, ela se manteve
em torno de 6 filhos por mulher; na década de 1990, manteve-se por volta de 2,9; em 2000,
caiu para 2,3; e atualmente está no menor patamar, com 1,9 filho por mulher
O declínio da taxa de fecundidade do Brasil tem relação direta com o aumento da população 2. urbana, já que as cidades oferecem maior facilidade de acesso à educação, à informação e
à utilização dos métodos contraceptivos O alto custo de vida nas cidades e o aumento das
perspectivas profissionais das mulheres levam-nas a adiar a maternidade ou a optar por
poucos filhos ou até mesmo por não tê-los
PARA LER E EnTREVISTAR – ESPERAnçA dE VIdA dA POPULAçãO BRASILEIRA (P. 184)
Professor, chame a atenção dos alunos para o fato de que é possível observar a existência
de uma maior esperança de vida, principalmente nas regiões Sudeste e Sul Nas capitais de
estado e em suas áreas mais próximas, há uma maior esperança de vida, apesar de isso não
ser uma regra
Os alunos devem compreender que o aumento da expectativa de vida não apresenta ho-
mogeneidade no território brasileiro e, em regiões menos urbanizadas e mais carentes, a
esperança de vida é menor
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90 Manual do Professor
Instrua-os a realizar entrevistas com pessoas idosas que já conheçam e façam parte de
seu meio, para obter informações relevantes sobre as condições de vida e as dificuldades
enfrentadas por essa parcela cada vez maior da população Além das questões propostas,
é possível acrescentar outras que julgar pertinentes Selecione algumas entrevistas para
discutir as respostas e enriquecer o debate sobre o tema proposto
A ESTRUTURA éTnIcA – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm SOcIOLOGIA E hISTóRIA (P. 188)
A análise da estrutura étnica do Brasil abre a possibilidade de um amplo debate que
envolve temas como a questão do negro e dos indígenas no país, que podem ser abordados
por diferentes disciplinas, como Sociologia e História Assuntos polêmicos, por exemplo, as
cotas raciais e a menor remuneração salarial dos negros, podem ser tratados em debates
ou atividades promovidos por diferentes professores, com o intuito de permitir que os alunos
tenham uma visão mais profunda a respeito desses temas
PARA LER E PESqUISAR – IdEnTIdAdE E dIVERSIdAdE (P. 192)
Professor, o debate sobre a questão dos indígenas no Brasil é muitas vezes realizado de
forma superficial, com diversos estereótipos O objetivo da atividade é possibilitar um debate
amplo sobre as condições dos indígenas no país e sobre as leis brasileiras a respeito destes,
e analisar a opinião dos familiares dos alunos acerca do tema, podendo aprofundar essas
visões em sala de aula e contribuir para a quebra de estereótipos
PARA LER E PESqUISAR – O dIA dA cOnScIêncIA nEGRA (P. 196)
Professor, atente para o fato de que o dia da Consciência Negra é feriado regional em al-
gumas localidades do país A ideia da atividade é que os alunos debatam não apenas o dia e
o feriado (caso ocorra em sua região), mas a importância histórica da data para o movimento
negro no Brasil
RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 198)
O Brasil tem a quinta maior população do mundo, atrás somente dos países China, Índia, 1. Estados Unidos e Indonésia, sendo, portanto, um país bastante populoso Devido ao fato
de seu território ser muito extenso, o Brasil tem baixa densidade demográfica, sendo,
então, pouco povoado
A população brasileira está muito mal distribuída no território, concentrando-se nas 2. capitais dos estados e nas áreas costeiras Cerca de 90% da população concentra-se
próximo ao oceano Atlântico, numa faixa que raramente ultrapassa 600 quilômetros de
largura Se for considerada a distribuição populacional por região, pode-se afirmar que
a população se concentra nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste O Norte e o Centro-Oeste
apresentam as menores densidades demográficas do país
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Manual do Professor 91
O crescimento vegetativo resulta da diferença entre as taxas de natalidade e de morta-3. lidade de um país
Fase 1 – de 1872 a 1940: baixa taxa de crescimento populacional, por causa das altas 4. taxas de mortalidade que acompanhavam as elevadas taxas de natalidade Nesse
período, a maior parte da população vivia no campo Fase 2 – de 1941 a 1960: forte
queda das taxas de mortalidade, por causa da intensificação do processo de urbani-
zação, resultando na aceleração do crescimento vegetativo Fase 3 – de 1961 a 1980:
desaceleração do crescimento vegetativo, pois as taxas de natalidade passaram a de-
clinar mais aceleradamente que as taxas de mortalidade, resultando em uma queda
no ritmo anual de crescimento populacional no país Fase 4 – de 1980 aos dias atuais:
consolidação do processo de transição demográfica, em que as taxas de natalidade e
mortalidade atingem níveis baixos
A estrutura etária da população corresponde à sua distribuição em classe ou faixa de 5. idade apresentada normalmente por gênero Usualmente é mostrada, para efeito de
análise, em um gráfico denominado pirâmide etária
A população economicamente ativa (PEA) corresponde à parcela da população de um país 6. que está trabalhando ou à procura de trabalho O aumento do desemprego não provoca a
redução da PEA, pois os desempregados se enquadram nessa parcela da população
Os três setores da economia são o primário ou agrícola, o secundário ou industrial e o 7. terciário ou de comércio e serviços, que, no caso do Brasil, emprega a maior parte da
população, abrangendo 61% da PEA
Entre os fatores que levaram as mulheres a se inserir no mercado de trabalho estão: a 8. necessidade de contribuição para a renda familiar, o desejo de realização profissional e
a própria demanda do mercado de trabalho
A principal característica da estrutura étnica da população do Brasil é a enorme varie-9. dade de tipos, resultante de uma intensa miscigenação que se iniciou com a colonização
do território brasileiro Desde que os colonizadores portugueses chegaram ao Brasil,
aproximaram-se dos indígenas (nativos) e trouxeram os negros africanos escravizados
para cá Como resultado, teve início a mestiçagem
AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 198)
10. Em pouco mais de uma década, a esperança de vida da população aumentou 5 anos, ao a.
mesmo tempo que as taxas de mortalidade infantil diminuíram quase pela metade, de-
clinando de 45,19‰ em 1991 para 24,32‰ em 2007 Diversos fatores, como a melhoria
na alimentação, no saneamento básico e no acesso aos serviços médicos e hospitalares,
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92 Manual do Professor
contribuíram para esse quadro Essa variação é positiva para a população brasileira, que,
em média, tem vivido mais e apresentado menor percentual de mortes entre crianças com
menos de um 1 ano
O aumento no número de mortes entre jovens na Região Sudeste pode ser justificado pelos b.
altos índices de violência e criminalidade nas áreas urbanas, principalmente na população
jovem masculina
A principal meta a ser atingida pelo Brasil consiste em alcançar, até 2015, uma taxa de c.
mortalidade infantil próxima de 15‰
A primeira foto retrata a maior participação das mulheres na população economicamente 11. ativa do Brasil, fato verificado nas últimas décadas devido à sua maior inserção no mer-
cado de trabalho Recentes conquistas das mulheres, como o maior acesso aos métodos
contraceptivos e, consequentemente, a redução da quantidade de filhos por mulher, a ele-
vação dos índices educacionais e de qualificação profissional, a conquista de novos direitos
e sua maior emancipação, são exemplos de motivos que ajudam a entender a maior par-
ticipação feminina na PEA
A segunda foto representa o aumento da população idosa no país, fato que provavelmente
continuará a ser observado nas próximas décadas e é reflexo do aumento da expectativa
de vida no Brasil, devido às melhorias na qualidade de vida (como acesso ao saneamento
básico, aos sistemas de saúde e à educação)
ATIVIdAdE FInAL: LEITURA E dEBATE Em SALA (P. 200)
A questão racial e das cotas para negros é um debate presente em diversos setores da
sociedade, incluindo os estabelecimentos de ensino superior É uma questão que precisa
ser analisada não só pelo grupo dos que se consideram negros, mas também deve marcar
presença no pensamento da sociedade brasileira como um todo
Professor, ao abordar a temática em sala de aula, atente para possíveis generalizações
e preconceitos que possam ser veiculados, mesmo implicitamente, na fala dos alunos
Oriente-os a refletir sobre o assunto e, se possível, faça um breve resgate histórico sobre a
luta dos negros para conquistar espaço dentro da sociedade brasileira Se possível, pesquise
se existem instituições nas proximidades da escola que se preocupem e trabalhem com a
questão e discuta com os alunos as ações afirmativas incentivadas pelo Governo Federal
brasileiro a respeito desta
Proponha um debate em sala de aula sobre a questão, cuja discussão possa gerar, ao
final, um documento da classe
caPítulo 9 – MiGrações externas e internas da PoPulação do brasil
A introdução deste capítulo pode ser iniciada com o aproveitamento dos conhecimen-
tos prévios dos alunos (principalmente os adquiridos nas aulas de História) para recompor
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Manual do Professor 93
o processo histórico da imigração no Brasil, ou até mesmo por meio da realização de uma
atividade conjunta com o professor de História, que contribuirá para o aprofundamento das
questões referentes à chegada das diversas levas imigratórias e aos impactos destas na cons-
trução do país e de seu povo Posteriormente, conduza a leitura dialogada dos textos que retra-
tam a imigração no Brasil, verificando as aquisições dos alunos e monitorando a necessidade
de complementações ou correções É importante que os alunos sejam capazes de relacio-
nar esses fluxos imigratórios passados com as características atuais da população brasileira,
constatando as possíveis heranças e as transformações que ocorreram Também é impor-
tante confrontar a inserção do Brasil na dinâmica migratória internacional do passado com
a atual Dessa atividade podem resultar várias frentes de discussão, principalmente quanto
à origem dos principais grupos de imigrantes e às motivações que os traziam para o Brasil,
e o fato de ocorrer na atualidade, ao contrário do que acontecia até o início do século XX,
a predominância, no país, da emigração em relação à imigração Problematize esses tópicos
estimulando os alunos a elaborar hipóteses ou conclusões sobre eles
Para trabalhar as migrações internas no Brasil é interessante retomar os conhecimen-
tos desenvolvidos pelos alunos ao longo dos capítulos anteriores, que permitem analisar a
realidade do país, pois o principal motor da migração advém das desigualdades que ocorrem
entre as diferentes regiões brasileiras Leve-os a reconhecer as principais regiões de atra-
ção e dispersão de migrantes ao longo dos períodos retratados nos mapas da página 211 e
a identificar os fatores atrativos e repulsivos envolvidos Leve-os também a reconhecer os
diferentes tipos de migração tratados no capítulo
Abertura: atividade complementar (p. 204)
A música “Encontros e despedidas” enfatiza o constante vai e vem de uma estação de
trem, cenário que pode ser entendido como um símbolo dos deslocamentos populacionais
no Brasil
Na história do Brasil, qual fluxo migratório mostrou ser o mais vigoroso? Quais fatores 1. atuaram para motivá-lo?
Resposta: o fluxo do Nordeste para o Sudeste A liberação de migrantes do Nordeste
deve-se às secas no Sertão e aos elevados níveis de pobreza que repercutem na quali-
dade de vida de seus habitantes Já a atração populacional do Sudeste está relacionada
ao seu grande desenvolvimento econômico em decorrência de seu vigoroso processo de
industrialização
Que tipos de influência as migrações internas podem exercer sobre as características da 2. população brasileira?
Resposta: entre outras influências, as migrações proporcionam trocas culturais, diversi-
ficando as características da população, e atuam na modificação da distribuição da popu-
lação pelo território
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94 Manual do Professor
Como as migrações podem provocar encontros e despedidas nas vidas das pessoas?3.
Resposta: quando as pessoas deixam seus locais de origem, ficam para trás amigos e fa-
miliares, desfazendo os laços sociais Porém, nos locais de destino, elas encontram novas
pessoas com quem podem construir novas redes de relacionamento
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
PARA LER E PESqUISAR – mIGRAçõES EnTRE BRASIL E jAPãO (P. 208)
Professor, é importante ressaltar aos alunos que os fluxos migratórios variam de
acordo com as condições econômicas, políticas e sociais de um país ao longo da história
Os alunos podem visitar o site oficial do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil
<http://www centenario2008 org br>
No início do século XX, muitos japoneses vieram para o Brasil em busca de emprego e 1. terras, almejando uma melhor condição de vida num país que necessitava de mão de obra
na agricultura cafeeira e dispunha de terras abundantes e baratas Um século depois, o
fluxo se inverteu, pois os descendentes de japoneses passaram a buscar no Japão (país
desenvolvido) melhores salários e condições de vida, porque esse país tem um nível de
desenvolvimento social e econômico mais elevado que o Brasil
Professor, incentive os alunos a elaborar um levantamento de material sobre a cultura japo-2. nesa, para que possam reunir imagens e informações representativas desta A classe deve
pesquisar tradições culturais japonesas incorporadas aos hábitos cotidianos de parte da po-
pulação brasileira Após a pesquisa e a elaboração do painel sobre o tema, peça à turma que
exponha o material e explique o conteúdo para ampliar os conhecimentos sobre o assunto
PARA LER E REFLETIR – O BRASIL cOmO POLO dE ATRAçãO dE ImIGRAnTES SUL-
-AmERIcAnOS (P. 209)
Resposta pessoal Professor, nesta questão, relacione a situação dos imigrantes clan-
destinos que vivem no Brasil à dos brasileiros que vivem clandestinamente na Europa e nos
Estados Unidos Peça aos alunos que exponham sua opinião sobre o assunto em sala de
aula Proponha-lhes também fazer uma reflexão a respeito desse tema
AS mIGRAçõES InTERnAS – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm hISTóRIA (P. 210)
Professor, na Geografia, a análise a respeito das migrações internas no Brasil não abran-
gem um debate mais profundo a respeito da história econômica do país, que tem importante
papel na compreensão dos processos de migrações internas no país Analise com o profes-
sor de História a possibilidade de criação de um projeto que envolva as duas disciplinas, de
modo a aprofundar o debate e as relações existentes entre a história econômica brasileira e
as migrações internas
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Manual do Professor 95
PARA LER E REFLETIR – A mOBILIdAdE GEOGRÁFIcA dAS EmPRESAS E dA POPULAçãO
(P. 215)
Professor, ressalte a relação entre o desenvolvimento econômico e o crescimento popula-
cional, abordando o exemplo da reversão dos fluxos migratórios das grandes cidades para as
cidades de médio porte em virtude do surgimento de novos polos de concentração industrial
Estimule os alunos a estabelecer a relação entre desenvolvimento industrial, crescimento
populacional e transformações urbanas
Resposta pessoal Entre as respostas esperadas, destacam-se: atração populacional;
ampliação da infraestrutura de transportes, energia e comunicação; expansão e diversifica-
ção dos estabelecimentos comerciais e de serviços; expansão do tecido urbano da cidade; e
surgimento de novas zonas residenciais
RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 218)
São deslocamentos populacionais para o exterior de um país 1.
A imigração foi muito importante para o desenvolvimento econômico, territorial e políti-2. co do Brasil, já que os imigrantes contribuíram para a colonização e para o processo de
ocupação das terras do sul do país e para a produção de café, cuja mão de obra se tornou
escassa após a abolição da escravatura
Os portugueses tiveram livre acesso ao nosso país desde a época da colonização, mas, 3. com a Independência, passaram a ser considerados estrangeiros Entre os aspectos que
favoreceram a entrada majoritária desse grupo no país destacam-se o fato de este falar
a mesma língua do Brasil, o vínculo histórico entre Brasil e Portugal e a proximidade
cultural entre os dois povos
Entre os fatores externos destacam-se: crises econômicas, políticas e sociais em vários 4. países da Europa, especialmente na metade do século XIX, e no Japão, nos primeiros
anos do século XX, além da ocorrência das duas guerras mundiais Entre os fatores
internos que motivaram a vinda dos imigrantes, destacam-se: a grande extensão ter-
ritorial do país, associada a uma política de doação de terras aos estrangeiros que se
dispusessem a trabalhar nelas, sobretudo na Região Sul; a escassez de mão de obra
no período; e o desenvolvimento da economia cafeeira, que ampliou as perspectivas de
trabalho e de enriquecimento para os imigrantes
A crise político-econômica fez a imigração declinar, pois gerou desemprego no campo e, 5. consequentemente, a intensificação do êxodo rural, resultando em sérios problemas de
moradia, saúde, educação e emprego nas áreas urbanas A fim de evitar o agravamento
desses problemas, o governo brasileiro reverteu sua política anterior de estímulo à vinda
de imigrantes, e elaborou leis que controlavam ou restringiam a entrada de estrangeiros
no país
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96 Manual do Professor
Muitos estrangeiros optam por entrar ilegalmente no Brasil por causa das altas taxas 6. cobradas para a legalização do imigrante, além da demora nos processos burocráti-
cos para essa legitimação Boa parte deles provém de países vizinhos, mas também se
observa que uma porção significativa desses estrangeiros ilegais é originária dos con-
tinentes asiático e africano Apesar dos riscos que enfrentam, das taxas pagas aos in-
termediários e da exploração que sofrem ao entrar clandestinamente no Brasil, esses
estrangeiros têm redução nas despesas, em relação ao que seria necessário gastar para
a obtenção do visto permanente, além de fugirem da burocracia com o consulado
7.
Grupos características
Italianos
Iniciaram as imigrações em 1850 e dirigiram-se principalmente para o Sul, fun-dando importantes colônias agrícolas, como: Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Garibaldi, no Rio Grande do Sul; Criciúma, Uruçanga e Nova Veneza, em Santa Catarina; além de colônias em São Paulo, na época do desenvolvimento da cafei-cultura e da industrialização
Alemães
Dedicaram-se principalmente à agricultura e se estabeleceram no Rio Grande do Sul, onde fundaram as colônias de São Leopoldo e Novo Hamburgo; em Santa Catarina, onde fundaram Blumenau e Joinville; e em São Paulo
Japoneses
Instalaram-se principalmente no estado de São Paulo, no vale do Ribeira, no vale do Paraíba e no oeste paulista, dedicando-se à cafeicultura Também se insta-laram na porção norte-nordeste do Paraná e na região Bragantina, próximo a Belém, no Pará
As migrações inter-regionais se referem à saída de pessoas de uma região caracteriza-8. da pela estagnação econômica, para áreas consideradas novos polos de desenvolvimento
econômico O Nordeste foi a região de onde mais saíram migrantes
É a saída em massa de pessoas, num curto período de tempo, de uma área rural para 9. uma área urbana, em um mesmo país A estrutura fundiária concentradora, as relações
trabalhistas exploratórias no campo, a contratação temporária de trabalhadores no campo
(boias-frias) e a mecanização agrícola geraram o agravamento do desemprego, resultan-
do no aumento do êxodo rural
O contingente migratório provocou o aumento do desemprego, do subemprego, das habi-10. tações precárias e da marginalização de parcela significativa da população, contribuindo
para o aumento da violência A falta de assistência e de políticas públicas eficazes que tra-
tem do problema, de suas causas e consequências, agrava essa situação, tendo em vista a
velocidade de expansão da população urbana ocasionada pelo êxodo rural
São fluxos populacionais nos quais os indivíduos se deslocam para outras localidades, 11. mas com a intenção de retornar ao local de origem Por exemplo, podem ser citados: o
deslocamento dos boias-frias, além do deslocamento diário da população residente em
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Manual do Professor 97
cidades-dormitório e de pessoas que se locomovem nos finais de semana para outras
cidades, em busca de lazer e descanso
AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 218)
12. O poema retrata a migração de uma família do Sertão nordestino que sofre com a seca e a a.
situação de pobreza da população da região
O trecho inicial do poema revela o problema da fome resultante da seca no Nordeste Como b.
consequência, ocorre o aumento do fluxo migratório para áreas com melhores condições
de sobrevivência, como as áreas litorâneas da própria Região Nordeste e os estados do
Sudeste, principalmente o Rio de Janeiro e São Paulo
O migrante exprime os desejos de ir para São Paulo com sua família, melhorar suas con-c.
dições de vida e retornar, posteriormente, para a sua terra natal
O grande fazendeiro, muitas vezes considerado o agente da exploração dos trabalhadores, d.
é visto como alguém que compra todas as pequenas posses da família do migrante por um
preço irrisório e o estimula a migrar
O migrante enfrenta problemas de adequação à nova realidade urbana, com a sensação de e.
estranhamento, desprezo por parte da população e dificuldades de conseguir emprego
13. O estado que recebe o maior número de migrantes é São Paulo Por outro lado, muitos a.
migrantes partem de São Paulo para outros estados Outro estado que recebe quantidade
significativa de migrantes é Minas Gerais O Acre e Roraima não apresentam movimentos
populacionais significativos, nem de entrada nem de saída Os estados com maior pro-
porção de migrantes na população são Mato Grosso, Pará, Roraima e Amapá Também
existem regiões que apresentam concentração mais pontual, como as que ficam próximas
a Palmas e ao Distrito Federal
A partir da segunda metade do século XX, a Região Sudeste passou a receber muitos mi-b.
grantes, por causa do seu intenso processo de industrialização e urbanização, o que am-
pliou as oportunidades de emprego e de melhoria das condições de vida das pessoas prove-
nientes das localidades mais pobres do país Quando consideramos os estados das regiões
pouco povoadas, como Pará e Roraima (Norte) e Mato Grosso (Centro-Oeste), a proporção
de migrantes em relação à população total é maior em virtude das oportunidades de terras
e empregos nas atividades agrícolas e nas indústrias de exploração dos recursos minerais
14. Observa-se atualmente a tendência à migração de retorno no Brasil, em especial para a a.
Região Nordeste
O retorno do migrante ao seu local de origem está relacionado à saturação do espaço ur-b.
bano em regiões metropolitanas do Centro-Sul, como São Paulo e Rio de Janeiro Outro
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98 Manual do Professor
fator que ajuda a compreender o fenômeno é a descentralização industrial, que tem criado
novos postos de trabalho e desenvolvido a economia de regiões que, há algumas décadas,
não ofereciam oportunidades de emprego
ATIVIdAdE FInAL: PROdUçãO dE TEXTO (P. 221)
Professor, discuta o conteúdo dos textos com os alunos e estimule-os a pesquisar, em
outras fontes de informação complementares, textos e notícias referentes à questão mi-
gratória Em relação ao artigo a ser elaborado, é importante os alunos perceberem que
a intensificação dos fluxos migratórios mundiais nas últimas décadas trouxe significativas
mudanças na vida dos imigrantes e da população receptora
Oriente os alunos a refletirem sobre os processos de migração e de que forma eles po-
dem interferir na população de uma localidade São exemplos de aspectos originários dos
processos migratórios, que podem ser analisados: problemas com a alta densidade demo-
gráfica, a violência, a poluição e a falta de alimentos; o desemprego e as ofertas de empre-
go; a possibilidade de melhorias nas condições de vida; o enfrentamento de preconceitos;
o abandono de famílias; a dificuldade de se estabelecer em outras áreas; e a dificuldade de
obter aumento salarial
As dificuldades de sobrevivência, a exaltação do racismo, da xenofobia e do preconceito
e o aumento da marginalidade social são alguns dos problemas frequentes enfrentados pe-
los imigrantes Porém, as trocas culturais decorrentes da diversidade de povos e culturas
existentes em determinadas cidades são os principais aspectos positivos relacionados aos
fluxos migratórios globais
Os textos apresentados nesta seção retratam as principais causas dos fluxos migratórios
Se possível, procure mostrar o depoimento de um migrante sobre sua condição de vida no
país de destino Nesse depoimento é importante revelar: o local de origem e o de destino
do migrante; as motivações que o levaram a migrar; as dificuldades encontradas por ele
no local de destino; as suas impressões e relações de estranhamento no lugar de destino;
os novos hábitos e costumes incorporados pelo migrante; e as expectativas que ele atingiu
com a experiência Não deixe de comentar com os alunos o fato de que o Brasil tem atraído
uma quantidade considerável de imigrantes, motivados pelo crescimento e pela estabilidade
econômica dos últimos anos no país
caPítulo 10 – urbanização no brasil
Inicie o capítulo abordando o conceito de urbanização Em seguida, discuta com os alu-
nos a relação entre o processo de industrialização e o de urbanização, enfatizando que o
primeiro é o principal desencadeador do segundo Com base nisso, contraponha os níveis de
urbanização entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos e estabeleça uma ligação
entre a evolução do desenvolvimento econômico do Brasil e a ampliação progressiva de sua
população urbana
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Manual do Professor 99
Além de tratar da importância da industrialização para o desdobramento do processo de
urbanização, trabalhe também as transformações no campo – que intensificaram o êxodo ru-
ral no Brasil desde meados do século XX – como um fator que contribuiu para a urbanização
acelerada e para a concentração populacional desordenada nas grandes cidades brasileiras
Para complementar a abordagem da tabela com as dez maiores aglomerações urbanas
do mundo, na página 225, você pode sugerir aos alunos que realizem pesquisas em grupo
para que investiguem, por meio da coleta de informações textuais e imagens, as semelhan-
ças entre essas cidades Dessa forma, os alunos poderão deduzir quais são alguns dos efei-
tos intrínsecos do processo de metropolização na vida de seus habitantes
Essas pesquisas também podem fornecer o mote necessário para o debate dos problemas
sociais e ambientais decorrentes do crescimento descomunal das grandes cidades no mundo
Na discussão, é relevante promover reflexões e amplas discussões a respeito das medidas ne-
cessárias e factíveis para a minimização desses problemas Instigue os alunos a propor alter-
nativas autênticas, partindo de suas próprias vivências, independentemente de onde residam
As pessoas que moram em grandes cidades têm mais familiaridade com os problemas urba-
nos Por sua vez, as que residem em áreas rurais ou em pequenas cidades podem, eventual-
mente, encontrar alternativas, em seu modo de vida, que poderiam atenuar esses problemas
Abertura: atividade complementar (p. 224)
Por que a cidade se torna um cenário bastante convidativo para aqueles que moram na
zona rural?
Resposta: porque nas cidades há maior oferta de empregos e salários, além de fácil aces-
so da população aos serviços públicos
Professor, nesta atividade, retome algumas discussões observadas no capítulo 9, abor-
dando as motivações que levam à migração das pessoas que residem nas áreas rurais para
as cidades Relacione os movimentos migratórios internos do Brasil com o processo de
urbanização
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
OS PROBLEmAS URBAnOS – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm SOcIOLOGIA (P. 231)
A questão dos problemas urbanos envolve temas como a formação de cortiços e favelas,
a mendicância, a violência urbana e o tráfico de drogas Temáticas como essas possibilitam
a integração entre Geografia e Sociologia, de modo que os alunos compreendam não apenas
a existência desses fenômenos em um ambiente urbano, mas as suas consequências diretas
e indiretas para as pessoas que estão nessas situações pouco favoráveis e para sociedade
como um todo Professor, levando em consideração os problemas urbanos citados, e outros
que julgar oportunos, analise-os em conjunto com a classe, com base na leitura de textos,
na realização de estudos de meio e de seminários, entre outras atividades
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100 Manual do Professor
PARA LER E PESqUISAR – AçõES AFIRmATIVAS Em ÁREAS URBAnAS (P. 233)
Resposta pessoal As ações afirmativas atenuam os graves problemas urbanos existentes 1. no Brasil Estimule os alunos a pesquisarem a respeito de quais são as ações existentes
na cidade ou na região metropolitana onde residam
Resposta pessoal 2.
A qUESTãO AmBIEnTAL – InTERdIScIPLInARIdAdE cOm qUímIcA E BIOLOGIA (P. 234)
Os temas estudados pela Geografia relacionados aos impactos ambientais decorrentes
da urbanização podem envolver também as disciplinas de Biologia e Química Isso porque
muitos desses impactos são tratados por diferentes disciplinas, como é o caso da chuva
ácida, da poluição atmosférica e de suas consequências para a população urbana, da polui-
ção dos rios e da questão do lixo
PARA LER E PESqUISAR – LIXO URBAnO: O qUE FAzER? (P. 236)
Professor, demonstre aos alunos que o lixo, embora seja um sério problema urbano,
pode ser reduzido e grande parte dele pode ser reciclada, caso as autoridades e a popula-
ção local conscientizem-se da importância de tratar adequadamente os resíduos sólidos
produzidos
Incentive os alunos a descobrirem a destinação final do lixo que produzem e as formas
de deposição e de processamento desses resíduos Se possível, leve-os até as proximidades
das áreas de deposição para que possam analisar os problemas urbanos e os impactos am-
bientais existentes
Analise com os alunos as características das áreas próximas à de deposição do lixo, como:
o grau de ocupação, as atividades econômicas desenvolvidas, o perfil socioeconômico da
população e os aspectos físi cos mais relevantes dessas áreas Assim, os alunos terão mais
condições de perceber e avaliar a questão do uso e as formas de tratamento dos resíduos
sólidos nas cidades É importante ressaltar que existem formas de reaproveitamento, redu-
ção e reciclagem domésticas, para que os alunos se conscientizem da importância de ações
individuais e coletivas para reduzir e reutilizar o lixo produzido
RETOmAndO O cOnTEúdO (P. 240)
O processo de urbanização ocorre quando o crescimento da população residente nas cida-1. des se dá em ritmo mais acelerado que o da população total do país Esse processo está
historicamente ligado à industrialização, sendo mais observado nos países altamente in-
dustrializados e desenvolvidos, apesar de também ocorrer em áreas subdesenvolvidas
A cidade pode ser compreendida como um aglomerado humano concentrado, com ativi-2. dades econômicas não agrícolas, organizada em ruas, com serviço de transporte, limpeza
pública, luz, água e esgoto, além de serviços de saúde, educação, lazer, entre outros Sua
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Manual do Professor 101
característica principal é o setor terciário – do qual fazem parte o comércio e a prestação
de serviços –, mas também pode abranger atividades manufatureiras
A cidade espontânea surge, cresce e se expande sem nenhum planejamento prévio de 3. urbanização, como é o caso de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro A cidade plane-
jada é construída segundo um plano previamente elaborado, com determinada ordenação
interna Entre as principais cidades planejadas, destacam-se: Brasília (DF), Palmas (TO) e
Camberra (Austrália)
A Região Nordeste apresenta menor taxa de urbanização porque parte de sua economia 4. está relacionada à atividades tradicionais do campo No entanto, seu índice de urbani-
zação vem crescendo, principalmente na faixa litorânea, onde há polos de atração de
trabalhadores
A hierarquia urbana é definida com base nos diferentes graus de influência que as cidades 5. apresentam dentro de uma rede urbana, como a quantidade e a qualidade de serviços
oferecidos Quanto mais amplo for o leque desses serviços, maior será a influência econô-
mica, política e cultural exercida pelas cidades, que podem chegar a polarizar toda a rede
urbana local, regional ou mesmo nacional
classificação Áreas de influência
Centros sub-regionais
Devido à sua importância em relação ao fluxo de comércios e servi-ços, esses centros exercem influência sobre uma região Entre eles estão: Caxias do Sul (RS), Cascavel (PR), Juazeiro do Norte (CE) e Vitória da Conquista (BA)
Capitais regionaisSão centros urbanos que exercem influência sobre seu entorno, por exemplo, Porto Velho (RO), Teresina (PI), Rio Branco (AC) e Campo Grande (MS)
MetrópolesSão centros urbanos que se sobrepõem às capitais regionais pola-rizadas em torno deles Entre as metrópoles estão: Manaus (AM), Goiânia (GO) e Belém (PA)
Metrópoles nacionais São centros urbanos que se sobrepõem às metrópoles Entre eles estão: Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ)
Grandes metrópoles nacionais
Consistem em centros urbanos que se sobrepõem às metrópoles nacionais São Paulo é o único exemplo de grande metrópole nacio-nal no Brasil
Os aglomerados urbanos são resultantes do processo de conurbação urbana, ou seja, da 6. união de vários sítios urbanos, nos quais o fluxo de bens, de serviços e de pessoas ocorre
como se na área em que estão situados houvesse uma só unidade político-administrativa
e, portanto, uma só administração pública
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102 Manual do Professor
Todas as grandes cidades brasileiras apresentam problemas sociais, como: a falta de mo-7. radias, a existência de habitações precárias (favelas e cortiços), a ocorrência de enchentes
e lixo produzido em excesso, mal coletado e destinado a aterros que causam impactos
negativos ao meio ambiente e muitas vezes não reciclado Nas grandes cidades também
se destacam problemas ambientais, como a poluição atmosférica, as ilhas de calor, a in-
versão térmica e a chuva ácida
8.
Fenômeno características
Ilha de calor
A retirada da cobertura vegetal para a construção de edifícios no centro da cidade provoca o aumento da emissão de calor, limita a circulação dos ventos e faz que o ar aquecido do centro crie zonas de baixa pres-são, que atraem ventos carregados de poluentes e dificultam a ree-missão de energia térmica para as camadas superiores da atmosfera Esses fatores fazem que a temperatura média nas regiões centrais seja maior que as temperaturas médias nas áreas periféricas
Inversão térmicaFenômeno que ocorre geralmente em dias secos, no qual o ar mais frio posiciona-se mais próximo à superfície, abaixo das camadas de ar mais quentes, impedindo a circulação do ar e a dispersão dos poluentes
Efeito estufaFenômeno natural de aquecimento da superfície da Terra, que vem sendo intensificado por causa do aumento de gases poluentes na at-mosfera, como o dióxido de carbono e o metano
Chuva ácida
Fenômeno que ocorre quando o vapor de água se combina, na atmos-fera, com resíduos resultantes da queima de combustíveis fósseis Isso dá origem a chuvas cujo valor de pH (nível de acidez) fica em torno de 5 ou 6 Suas consequências são: prejuízos à vegetação e à hidrografia; alteração da qualidade dos alimentos e da água; e intensificação do processo de corrosão de materiais, máquinas, edifícios e equipamen-tos urbanos
AmPLIAndO O cOnhEcImEnTO (P. 240)
Os problemas retratados na charge se relacionam à falta de tratamento adequado do lixo 9. urbano, à miséria, à falta de assistência às pessoas que sobrevivem da coleta de materiais
recicláveis
Professor, nesta questão, é interessante que os alunos tenham em mente algumas pro-
postas de solução para o problema retratado, como a criação de políticas públicas e ações
voltadas ao sistema de coleta do lixo, e a criação de formas adequadas de deposição e de
tratamento dos resíduos sólidos, como a reciclagem, a incineração, as usinas de compos-
tagem e os aterros sanitários É importante ressaltar também a necessidade de oferecer
assistência às pessoas que vivem do lixo
Para reforçar a execução dessas ações, a própria comunidade pode organizar-se para fa-
zer o levantamento dos principais problemas urbanos existentes e, por meio de denúncias,
1.
Grandes complexos regionais
Características
Amazônia
Abrange quase 60% do território nacional e abriga apenas aproximadamen-te 8% da população do país, caracterizando-se como o complexo regional menos povoado do Brasil Conhecida por suas características naturais, apresenta uma das mais exuberantes paisagens vegetais do planeta, a flo-resta equatorial Nas últimas décadas, sua porção oriental passou a apresentar uma dinâmi-ca mais intensa por causa de um processo de ocupação calcado na introdu-ção de grandes projetos agropecuários e de exploração de minerais
Nordeste
Sua área corresponde a pouco mais de 15% do país e sua população a cerca de 27% do total de brasileiros O complexo nordestino tem se caracterizado historicamente pelos problemas socioeconômicos que enfrenta, como ele-vada mortalidade infantil e falta de empregos Porém, nos últimos anos, o complexo nordestino vem passando por modificações significativas em sua estrutura econômica, tanto no campo industrial como no meio rural
Centro-Sul
Concentra cerca de 65% da população nacional e é a região mais populosa e mais povoada do país Sua economia é mais dinâmica que as das outras regiões em praticamente todos os setores de atividades Concentra a maior parte da renda nacional
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Manual do Professor 103
passeatas, abaixo-assinados e requerimentos, solicitar e reivindicar uma postura mais
efetiva do poder público em relação ao tratamento dos problemas relacionados ao lixo e às
pessoas que vivem dele Além disso, ações pontuais e voluntárias, incluindo as que podem
ser realizadas pelos alunos, podem trazer mudanças significativas na conscientização da
população no que se r efere, por exemplo, ao descarte correto do lixo
Professor, caso os alunos não consigam definir as funções urbanas das cidades represen-10. tadas nas imagens, sugira que pesquisem, nos sites das prefeituras locais desses muni-
cípios, algumas informações relevantes, principalmente relacionadas às suas economias,
para que consigam definir essas funções
Função portuária a.
Função turística b.
Função religiosa c.
Função industrial d.
11. Os problemas retratados no trecho da música ocorrem nas favelas dos centros urbanos a.
Os trechos que podem ser relacionados às favelas são:b.
“Equilibrado num barranco um cômodo mal-acabado e sujo,
porém, seu único lar, seu bem e seu refúgio
Um cheiro horrível de esgoto no quintal,
por cima ou por baixo, se chover será fatal ”
Os principais problemas retratados são a precariedade das moradias, a falta de saneamento c.
básico (tratamento de esgoto e coleta de lixo), as enchentes, a violência e o desemprego
ATIVIdAdE FInAL: FILmES E dEBATES (P. 242)
Professor, ao trabalhar os filmes sugeridos nesta seção, mencione as questões aborda-
das neste capítulo e promova um debate em sala de aula comparando diferentes pontos de
vista sobre a realidade urbana Procure explorar as formas de atuação da comunidade, das
quais os alunos podem participar, na resolução ou na diminuição de alguns problemas apre-
sentados no lugar onde vivem
PROjETO InTERdIScIPLInAR: hIERARqUIA URBAnA (P. 243)
Nesse projeto, as matérias relacionadas com Geografia são História, Sociologia e
Matemática
O objetivo do texto e do mapa é possibilitar que os alunos identifiquem, mesmo que par-
cialmente, os fluxos que envolvem seu município, sobretudo a área urbana deste, a outras lo-
calidades, para que possam ter uma noção do conceito de hierarquia e polaridade urbana
Recomendamos que, antes de iniciar a atividade, o professor leia, com os alunos, na sala
de aula, o roteiro descrito no projeto, explicando o que deverá ser feito e sanando possíveis
dúvidas Aconselhamos que cada grupo seja composto de 3 a 5 alunos
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104 Manual do Professor
Se possível, sugerimos que cada grupo visite diferentes estabelecimentos para que o
compartilhamento das informações com a classe permita um diagnóstico mais abrangente
do município
Sugerimos que, após a realização dos relatórios, cada grupo apresente ao restante da
classe uma síntese das informações levantadas Na sala de aula, o ideal é disponibilizar
cerca de 5 minutos para que cada grupo exponha oralmente seus resultados sem a neces-
sidade de que os alunos deste fiquem em frente ao restante da classe, ou seja, eles podem
ficar sentados em suas carteiras Simultaneamente, o professor pode anotar as informações
no quadro À medida que os grupos se apresentem, estimule a classe a debater sobre a ca-
pacidade de polarização do município Ao final da aula, faça um comentário final utilizando
as informações anotadas no quadro, aproveitando para expor elementos não identificados
ou não comentados pelos alunos Demonstre a importância do trabalho em grupo, já que,
possivelmente, a reunião das informações levantadas pelos grupos lhes proporcionará a re-
alização de um diagnóstico mais apurado da situação analisada
Respostas:
A hierarquia urbana corresponde à classificação das cidades de acordo com o grau de 1. influência que estas exercem dentro de uma rede urbana Quanto maior for o grau de in-
fluência de uma cidade, maior será sua capacidade de polarização, ou seja, quanto maior
a concentração de atividades econômicas e políticas, maior a atração de fluxos comerciais
e sociais para essa cidade
Resposta pessoal 2.
Durante a leitura do roteiro com os alunos na classe, estimule-os a identificar equipamen-3. tos ou serviços ligados a uma possível centralidade da área urbana do município Se pos-
sível, ofereça exemplos para que os alunos compreendam quais tipos de estabelecimento
são capazes de promover essa centralidade
É importante resgatar o histórico desses estabelecimentos, buscando apontar se a po-4. larização da cidade aumentou significativamente após sua criação, fato relacionado, so-
bretudo a pontos turísticos e/ou a grandes estabelecimentos industriais e prestadores de
serviços em cidades pequenas e médias
Durante os debates na classe, após a realização da pesquisa, analise juntamente com os
alunos os dados sobre o perfil socioeconômico das pessoas que frequentam ou trabalham
nos estabelecimentos pesquisados Busque problematizar os diferentes perfis socioeco-
nômicos das pessoas que frequentam e trabalham nesses locais, principalmente no caso
de pontos turísticos ou de estabelecimentos que ofereçam serviços muito especializados,
como universidades, centros de pesquisa e hospitais
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Manual do Professor 105
Recomendamos que, ao longo do debate, o professor anote as principais informações co-5. lhidas pelos alunos no quadro O professor poderia, por exemplo, montar uma tabela e/ou
um gráfico com as cidades visitadas pelos familiares e amigos dos alunos e a quantidade
de entrevistados que as citaram, e anotar no quadro a identificação dos estabelecimentos
visitados pelos alunos para a realização da pesquisa
EnEm E VESTIBULARES (P. 246)
Alternativa A 1.
Alternativa C 2.
Alternativa D 3.
4. O fenômeno geográfico responsável pela fusão das línguas nos Estados Unidos é o aumen-a.
to da imigração hispânica para aquele país Nas últimas décadas, estima-se que lá tenham
entrado mais de 10 milhões de hispânicos (metade de forma ilegal), que se concentram
nos grandes centros do sul (próximo da fronteira com o México) e em guetos dos grandes
centros urbanos do nordeste, especialmente de Nova Iorque
Entre as várias consequências do aumento de imigração hispânica nos Estados Unidos, po-b.
dem ser destacadas: o aumento do controle físico e político sobre a extensa fronteira com o
México, com a construção de cercas físicas e virtuais; o papel decisório dos hispânicos nas
eleições internas dos Estados Unidos; a importância cultural hispânica no comportamen-
to da sociedade norte-americana, ilustrada pelo sincretismo linguístico citado no texto; o
aumento dos guetos latino-americanos nos grandes centros urbanos; e o provável cresci-
mento de manifestações xenofóbicas por parte da maioria branca, de origem europeia
5. As cidades de São Paulo, Cidade do México, Bombaim, Shanghai, Pequim, Calcutá e Seul a.
A maior parte dessas cidades é marcada pelo inchaço urbano e, consequentemente, pela
existência de graves problemas sociais, como o da moradia precária e o do baixo nível de
renda de grande parte de suas populações
Em 2015, haverá um número maior de cidades de países subdesenvolvidos entre as b.
maiores cidades do mundo, uma vez que o crescimento da população dessas cidades
será bem superior ao de muitas cidades de países desenvolvidos que integravam esse
grupo em 1995
Alternativa D 6.
7. O crescimento dos loteamentos ilegais é resultado da rápida expansão da população ur-a.
bana, associada ao baixo poder aquisitivo da maioria de seus integrantes, bem como à
especulação imobiliária que ocorre nas principais cidades brasileiras
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106 Manual do Professor
As áreas dos mananciais, por serem ocupadas em grande parte por loteamentos irregu-b.
lares, sofrem grande degradação ambiental Isso acontece, sobretudo, pelo fato de esses
loteamentos não contarem com rede de esgoto e serviço de coleta de lixo Além disso,
deve-se ressaltar que a ocupação dessas áreas implica desmatamento
Alternativa D 8.
Alternativa C 9.
Alternativa D 10.
Alternativa B 11.
Alternativa B 12.
Alternativa E 13.
7. suGestões de leitura
unidade 1 – dinâMicas da natureza: cliMa e VeGetação
TEXTO 1: o texto a seguir comenta a importância do clima para a vida no planeta Terra e
o considera como um importante recurso natural para a humanidade
O clima como recurso natural
Considera-se como recurso natural todo e qualquer componente da natureza que o homem pode
usar em seu benefício. A fauna, por exemplo, inclui-se nessa categoria porque é importante fonte de
alimentos.
Desde que vivia nas cavernas, o homem vem retirando na natureza os meios necessários à sua
sobrevivência e ao seu conforto. Posteriormente, aprendeu a produzi-los, mas a dependência do am-
biente natural não diminuiu de importância; ao contrário, tornou-se maior em virtude do crescimen-
to das necessidades.
O clima, entendido como manifestação habitual da atmosfera num determinado ponto, é um
dos importantes recursos naturais à disposição do homem e foi considerado matéria de interesse co-
mum da humanidade por decisão da ONU em 1989. É um dos principais fatores responsáveis pela
repartição dos animais e vegetais sobre o globo.
Da mesma forma, a água doce, que é outro recurso essencial, tem sua distribuição e seus esto-
ques determinados, em grande parte, pelas condições do clima.
A atividade agrícola e o rendimento das colheitas dependem, fundamentalmente, da evolução do
tempo. Se este for desfavorável, a produção poderá ficar comprometida.
A geração de energia elétrica, tão importante para a economia industrial moderna, depende fun-
damentalmente do fluxo hídrico, e este, do comportamento do tempo. A ocorrência de precipitação
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Manual do Professor 107
anual significativa é uma das condições importantes para implantar uma usina hidrelétrica, embora
não seja única (a presença de desnível no relevo é igualmente essencial). É impossível, por exem-
plo, pensar num projeto desse gênero numa área desértica, de precipitação muito reduzida (inferior
a 250 mm anuais), salvo quando se trata de um rio alógeno, isto é, originado em outro ambiente
climático, no qual se abastece de água. O melhor exemplo disso é o Nilo, que, nascendo nas regiões
elevadas e úmidas da África equatorial, contém a barragem de Assuã em pleno deserto.
Em nosso país, onde as médias anuais de chuva são superiores a 1250 mm em 90% do território e o
relevo é predominantemente de planalto, as possibilidades do aproveitamento dos rios para a produção
de energia elétrica é enorme. Aliás, as regiões tropicais chuvosas são favorecidas nesse particular.
O vento, já no século XVI, era utilizado como importante fonte de energia, principalmente para
impulsionar as embarcações que, nessa época, começavam a alargar os horizontes geográficos. As
primeiras cartas da direção dos ventos sobre os oceanos, destinadas a orientar os navegadores, datam
dessa época. São as pilot-charts.
Hoje em dia existem usinas eólio-elétricas com resultados bastante satisfatórios, como a de
Altona Pass, na Califórnia (EUA), onde funcionam 17 mil turbinas movidas a vento, produzindo ele-
tricidade suficiente para atender a todo o consumo residencial de uma cidade como San Francisco. Na
Crimeia (Ucrânia) e em outros pontos do mundo também se registra a existência dessa modalidade
de produção de energia.
A radiação solar é também cada vez mais aproveitada para a geração de eletricidade em escala
industrial, com vantagem de ser, assim, como os ventos e os rios, uma fonte inesgotável e limpa.
As regiões áridas de baixa latitude, que gozam de elevado número de horas de brilho solar e gran-
de concentração de energia por unidade de superfície, privilegiadas. Em Yuma, situada no deserto do
Arizona (EUA, 32° N), a insolação com céu inteiramente limpo dura dez horas diárias, em média, ao
longo de todo o ano, ocorrendo o mesmo no norte da África e em outras regiões secas do mundo.
Captando o calor diretamente do sol, essas áreas estão destinadas a se tornar, quando as limitações
tecnológicas houverem sido superadas, as grandes fornecedoras de energia para o consumo industrial.
As características de seu clima preparam-nas para essa importante função no mundo do futuro.
CONTI, J. B.; FURLAN, S. A. O clima: a atmosfera e a vida terrestre. In: ROSS, J. L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2008. p. 69-90.
TEXTO 2: o texto a seguir fala do desafio que as comunidades tradicionais (como quilom-
bolas e indígenas) enfrentam para continuar em seu território Muitas vezes, o Estado realiza
demarcações de áreas de proteção, sem levar em consideração esses povos que já vivem no
local, cujo modo de vida é integrado à natureza
Comunidades tradicionais e meio ambiente: conflito ou harmonia?
Quando se fala em comunidade tradicional ainda apresenta-se um embate entre território e
áreas de preservação. Há 30 anos era impossível se falar em conservação sem falar em retirada da
população que habita aquele local. Antônio Carlos Diegues, professor da USP [Universidade de São
Paulo], coordenador do Núcleo de Apoio à pesquisa sobre populações humanas em áreas úmidas do
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108 Manual do Professor
Brasil e um dos pioneiros na pesquisa dos povos tradicionais, afirma que conservar vem ao encontro
do modo de vida das comunidades tradicionais. “Em outros momentos as pessoas perguntavam o que
tinha haver antropologia com conservação. Mas a relação do ser humano com a natureza é estudo da
antropologia. A primeira vez que usei o termo comunidades tradicionais foi uma luta, queriam me
bater. O meio de vida tradicional é usar a natureza de maneira que chamamos hoje de sustentável”,
lembrou Diegues.
O estado tem imposto às comunidades restrições ao seu modo de vida. Isto se dá observando o
plano de manejo das áreas de proteção e legislações que se chocam com a manifestação cultural dos
povos. As penas indígenas são um exemplo, preocupado com o tráfico de animais e com a extinção
de espécies, o estado proíbe o indígena de utilizar penas de pássaros em seus adornos, bem como
restringe a confecção de canoas, fogueiras e roças, consideradas ações criminosas. A regularização
fundiária destas comunidades resolveria grande parte do problema, mas tornou-se briga forte entre
agronegócio, comunidades e estado.
André Luiz de Moraes, quilombola da Associação Quilombo de André Lopes, afirma que con-
flito ambiental não é parte da sociedade tradicional. “No Vale do Ribeira é complicado por que na
década de 60 começa essa coisa de implantação de parques e áreas de conservação na região. Uma
coisa não pensada de acordo com a realidade de cada região, trazida para uma comunidade que nem
sabia que estava em uma cifra de conservação. Estas comunidades tornam-se invasoras, e são acusadas
de degradar aquele espaço, podendo até ser retirada do local”, contou o quilombola.
Caiçaras, quilombolas, indígenas e comunidades tradicionais do Brasil inteiro vivem há centenas
de anos em harmonia com a natureza e estudiosos percebem maior conservação nos locais onde elas
existem. Para Marcos Terena, indígena Terena e articulador dos direitos indígenas na ONU, os povos
tradicionais estabelecem uma relação espiritual com o ambiente e dependem dele para sobrevivência
de sua cultura. “Toda nação cultural, territorial, se consagra nos valores espirituais. Toda cultura do
índio tem uma relação com a espiritualidade indígena que não é religião. O fogo, vento, a água, o sol.
Nossa forma de ver o mundo é diferente, a relação inter-tribal exige respeito. O indígena, os africanos
e o caiçara perceberam a espiritualidade do meio ambiente. Uma forma de celebrar a vida diariamen-
te”, afirmou Marcos Terena.
O governo proíbe o uso de áreas de preservação pelos povos tradicionais e restringe expressões
do exercício de sua cultura em áreas de proteção. Mas a política ambiental utilizada não funciona
para todos. Muitas áreas são desmatadas constantemente por falta de fiscalização e as comunidades
não participam deste tipo de ação criminosa.
Este cenário desperta discussões e propostas audaciosas, para que o convívio entre comunidades
tradicionais e preservação do ambiente seja deveras harmonioso. Com as novas tecnologias e inova-
ções em diversas áreas, fica praticamente impossível não aderir a alguns produtos. Chegam então às
comunidades embalagens e equipamentos estranhos ao ambiente, e que podem transformar-se em
problema se não forem descartados de maneira adequada. As comunidades enfrentam um grande
desafio que abre as portas para uma nova perspectiva cultural mundial.
APOLINÁRIO, C. Comunidades tradicionais e meio ambiente: conflito ou harmonia. Disponível em: <http://vilamulher.terra.com.br/ comunidades-tradicionais-e-meio-ambiente-conflito-ou-harmonia-9-6607952-137515-pfi-catharinaassess4.php>. Acesso em: 12. mar. 2013.
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Manual do Professor 109
unidade 2 – dinâMicas da natureza: hidroGrafia ehidroGrafia do brasil
TEXTO 3: esse texto fala da importância da água como recurso natural e levanta os pro-
blemas geopolíticos referentes à disputa e ao uso desse recurso, especialmente quando se
trata do envolvimento de mais de um país nesse assunto
Interdependência hidrológica
A água é diferente de outros recursos escassos em aspectos importantes. Ela serve de alicerce a as-
pectos da sociedade humana que vão desde a ecologia à agricultura e à indústria – e não tem substitutos
conhecidos. Tal como o ar que respiramos, ela é fundamental para a vida. Também é parte integrante
dos sistemas de produção geradores da riqueza e do bem-estar. Dado que a água é um recurso circu-
lante e não uma entidade estática, o seu uso num determinado local é afetado pelo uso que dela fazem
noutros lugares, incluindo noutros países. Ao contrário do petróleo ou do carvão, a água não pode ser
canalizada para um único propósito – ou no caso das águas transfronteiriças, para um único país.
A forma como cada país utiliza a água produz efeitos nos outros países, geralmente através de
um de três mecanismos:
•Competição por uma fonte de água finita. Quando os países dependem da mesma fonte de
água para proteger o seu meio ambiente, sustentar a subsistência das populações e gerar crescimento
econômico, as águas transfronteiriças tornam-se elos de ligação entre os respectivos cidadãos e meio
ambiente. O consumo num local restringe as disponibilidades noutro. Por exemplo, a retenção de
caudais de água para irrigação ou produção de energia num país a montante restringe os fluxos dis-
poníveis para os agricultores e o meio ambiente a jusante.
•Impacto na qualidade da água. A forma como um país a montante utiliza a água afeta o meio
ambiente e a qualidade da água que chega a outro país situado a jusante. A construção descontrolada de
barragens pode provocar uma maior deposição de sedimentos nos reservatórios, impedindo esses sedi-
mentos enriquecidos de chegarem às planícies das zonas mais baixas. Da mesma forma, os rios podem
transportar a poluição industrial ou humana para outros povos e países. Em novembro de 2005, quando
um acidente industrial provocou um derramamento químico de 80 quilômetros de extensão no Rio
Songhua, na China, isto constituiu uma ameaça não só para os 3 milhões de habitantes de Harbin, mas
também para os residentes da cidade russa de Khabarovsk, do outro lado da fronteira.
•Periodicidade dos fluxos aquáticos. Quando e em que quantidade a água é libertada pelos con-
sumidores situados a montante tem implicações cruciais a jusante. Por exemplo, os consumidores
agrícolas de um país situado a jusante poderão precisar de água para irrigação ao mesmo tempo que
um outro país situado a montante precisa dela para produzir energia hidroelétrica – um problema
hoje em dia comum na Ásia Central.
Tal como as tensões existentes nestas regiões podem originar um clima de competição e de
conflito dentro de um determinado país também a interdependência tem consequências sobre os
diferentes padrões de consumo de água além fronteiras.
Pnud. Gestão de Recursos hídricos transfronteiriços. In: ____. Relatório do Desenvolvimento Humano 2006. A água pra lá da escassez: poder, pobreza e crise mundial de água. Nova Iorque: Pnud, 2006.
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110 Manual do Professor
unidade 3 – dinâMica da PoPulação
TEXTO 4: o texto a seguir traz um breve panorama dos problemas urbanos e comenta as
possíveis causas desses problemas, especialmente no que se refere ao aspecto social
Os problemas ambientais urbanos e industriais
As cidades são áreas onde vive a grande maioria dos homens nos países ou regiões que se indus-
trializaram e mecanizaram as atividades agrícolas. A existência de cidades remonta aos primórdios
da civilização, entretanto a intensificação da urbanização veio com a revolução técnico-científico-
-industrial, mais significativa a partir do século XIX e sobretudo no século XX.
O desenvolvimento permanente dos meios de produção industrial, os avanços tecnológicos, a
ampliação da sociedade de consumo, os atrativos do conforto e do lazer, a elevação do nível de renda
que as cidades em geral oferecem e a libertação de mão de obra rural, tudo isso faz com que nos
países industrializados mais de 80% da população se tornasse urbana.
Nos países de economia mais desenvolvida e de crescimento industrial mais harmônico, acompa-
nhado de acentuada redução do crescimento demográfico e elevação do nível cultural e de renda, como
os Estados Unidos, o Japão e grande parte da Europa, os problemas ambientais urbanos existem, porém
são menos agressivos. Nas regiões que, em curto espaço de tempo, se transformaram em áreas industria-
lizadas através da importação de tecnologias e capital e a instalação maciça de empresas transnacionais,
como ocorreu na América Latina, na Ásia e na África, os problemas ambientais urbanos são mais sérios
e agravados pelos problemas sociais. O exemplo do Brasil é bem ilustrativo. Aqui a população que reside
nas cidades passou de 45% em 1960 para 75% em 1990 e mais de 80% em 2000. Essa transferência
intensa para as cidades foi fruto de uma política desenvolvimentista implementada a partir da década
de 50. A entrada de tecnologia e capital estrangeiro imprimiu um novo ritmo à economia brasileira, e
progressivamente a população foi-se transferindo para as cidades. O setor agrário da economia, sobretu-
do a partir da década de 70, mecanizou-se, liberou mão de obra e as cidades sofreram um crescimento
demográfico repentino. Como as atividades tradicionalmente urbanas (indústria, comércio e serviços)
não tiveram meios de absorver grande parte dos migrantes rurais, despreparados para as funções das
cidades, gerou-se uma massa de desempregados e subempregados crônicos, formando populações mar-
ginalizadas social e economicamente. Famílias analfabetas geralmente com grande número de filhos,
sem nenhuma formação profissional para os serviços urbanos, aumentaram a classe social de baixa renda
e vivem hoje em barracos de favelas, cortiços e habitações precárias nas periferias das cidades.
O crescimento rápido das cidades não pode ser acompanhado no mesmo ritmo pelo atendimen-
to de infraestrutura para a melhoria de qualidade de vida. A deficiência de redes de água tratada, de
coleta e tratamento de esgoto, de pavimentação de ruas, de galerias de águas pluviais, de áreas de
lazer, de áreas verdes, de núcleos de formação educacional e profissional, de núcleos de atendimen-
to médico-sanitário é comum nessas cidades. Nas grandes cidades dos países subdesenvolvidos, os
problemas ambientais são muito maiores do que nos países desenvolvidos, pois, além das questões
relativas à poluição do ar, da água e do solo gerados pelas indústrias e pelos automóveis, existem os
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Manual do Professor 111
problemas relacionados com a miserabilidade da população pobre, que sobrevive em péssimas con-
dições sanitárias, vivendo em grandes adensamentos demográficos nos morros, mangues, margens de
rios, correndo riscos de toda natureza.
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