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GÊNERO GÊNERO JORNALÍSTICO JORNALÍSTICO EDITORIAL EDITORIAL Professora Francisca Barros

GÊNERO JORNALÍSTICO EDITORIAL Professora Francisca Barros

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Page 1: GÊNERO JORNALÍSTICO EDITORIAL Professora Francisca Barros

GÊNERO GÊNERO JORNALÍSTICOJORNALÍSTICO

EDITORIALEDITORIALProfessora

Francisca Barros

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DefiniçãoDefinição

Os Os editoriaiseditoriais são textos de um são textos de um jornal em que o conteúdo jornal em que o conteúdo expressa a opinião da expressa a opinião da empresa, da direção ou da empresa, da direção ou da equipe de redação, sem a equipe de redação, sem a obrigação de ter alguma obrigação de ter alguma imparcialidade ou imparcialidade ou objetividade. Parte de um fato objetividade. Parte de um fato noticiado.noticiado.

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Reflete conhecimento, apresenta Reflete conhecimento, apresenta argumentos convincentes sobre argumentos convincentes sobre o ponto de vista defendido e, o ponto de vista defendido e, muitas vezes, utiliza dados de muitas vezes, utiliza dados de notícias e reportagens como notícias e reportagens como suporte para o posicionamento suporte para o posicionamento que assume.que assume.

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CaracterísticasCaracterísticas Tem intenção persuasiva;Tem intenção persuasiva; Usa linguagem impessoal, em 3ª Usa linguagem impessoal, em 3ª

pessoa, e verbos no presente do pessoa, e verbos no presente do indicativo;indicativo;

Segue a variedade padrão da Segue a variedade padrão da língua.língua.

É veiculado através dos meios É veiculado através dos meios de comunicação jornalísticos.de comunicação jornalísticos.

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EstruturaEstrutura1º. 1º. Idéia principal ou teseIdéia principal ou tese:: Expressa o ponto de vista doExpressa o ponto de vista do jornal;jornal;2º. 2º. DesenvolvimentoDesenvolvimento:: Fundamenta a idéia principalFundamenta a idéia principal em parágrafos argumentativos;em parágrafos argumentativos;3º. 3º. ConclusãoConclusão:: Expõe uma solução para o Expõe uma solução para o problema ou sintetiza o assunto.problema ou sintetiza o assunto.

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Exemplo de EditorialExemplo de Editorial

Mortes na adolescênciaMortes na adolescência

Infelizmente tem ganhado corpo a defesa de iniciativas com vistas a tornar cada vez mais o adolescente como um vilão

08 Ago 2009 - 19h19min08 Ago 2009 - 19h19min

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1º Parágrafo - Introdução1º Parágrafo - Introdução

O estudo denominado Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), divulgado na semana passada como um indicador para medir o impacto da violência nesse grupo social, apresentou dado estarrecedor. Segundo a análise, os homicídios representam 46% de todas as causas de mortes dos cidadãos brasileiros na faixa etária entre 12 e 18 anos.

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O IHA foi desenvolvido no âmbito do Programa Redução da Violência Letal contra Adolescentes e Jovens, iniciativa coordenada pelo Observatório de Favelas e realizada em conjunto com o Unicef, Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e o Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

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2º Parágrafo - Desenvolvimento2º Parágrafo - Desenvolvimento

O levantamento avaliou ainda 267 O levantamento avaliou ainda 267 municípios do Brasil com mais de 100 mil municípios do Brasil com mais de 100 mil habitantes, chegando a um prognóstico habitantes, chegando a um prognóstico alarmante, em que se estima que o alarmante, em que se estima que o número de adolescentes assassinados número de adolescentes assassinados entre 2006 e 2012 deve ultrapassar 33 entre 2006 e 2012 deve ultrapassar 33 mil, se não mudarem as condições que mil, se não mudarem as condições que prevalecem nessas cidades. Como fatores prevalecem nessas cidades. Como fatores determinantes para que os jovens se determinantes para que os jovens se tornem vítimas dessa violência tornem vítimas dessa violência inaceitável, estão raça, gênero, idade e inaceitável, estão raça, gênero, idade e territórios. territórios.

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O IHA sugere, como forma de combate a esse quadro, a importância da criação e da expansão de programas e ações para a educação e da promoção dos direitos de crianças e adolescentes em todo o País. Por mais que se criem, porém, ações do tipo, é impossível reverter essa situação sem que a sociedade passe a ver a questão dessas vítimas por outra ótica. Infelizmente, tem ganhado corpo a defesa de iniciativas com vistas a tornar cada vez mais o adolescente como um vilão a ser destruído quando comete um ato infracional.

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3º Parágrafo - Desenvolvimento3º Parágrafo - Desenvolvimento

Esquecem os defensores dessa visão, que nossa sociedade é extremamente autocêntrica. Fala-se mal dos adolescentes, aponta-se esse grupo social como responsável por crescentes índices de violência, mas não se leva em conta que os adultos é que estão por trás da violência cometida pelo jovem.

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Os adolescentes perpetradores de atos infracionais respondem, como exemplo, por entre 5% e 10% dos crimes que acontecem na sociedade. Como vítimas, representam 30%. Sem contar que a violência contra os jovens é um forte componente da relação intrafamiliar.

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4º Parágrafo - Conclusão4º Parágrafo - Conclusão

É preciso, portanto, que os dados apresentados pela IHA sejam vistos nessa perspectiva, sob pena de estarmos camuflando uma realidade e contribuindo para reproduzir preconceitos.

(Jornal OPovo – Adaptado)(Jornal OPovo – Adaptado)

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OUTRO OUTRO EXEMPLO DEEXEMPLO DE

EDITORIALEDITORIAL

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O fim do vestibular

Vai no bom caminho a proposta do Ministério da Educação (MEC) de tornar obrigatório o Enem (Exame Nacional do

Ensino Médio). Esse teste, realizado após a conclusão do antigo 2º grau, é hoje

optativo. Algumas faculdades utilizam-no como parte do processo seletivo, mas fica a cargo de cada instituição definir se o faz

e o peso que dará à prova.

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A idéia por trás da obrigatoriedade é dar os primeiros passos para a extinção do vestibular, uma excrescência pedagógica a ser eliminada. É evidente, porém, que a tarefa nada tem de

simples. Existe um sem-número de dificuldades teóricas e práticas à medida, mas é esse o caminho a trilhar. Basta observar que a esmagadora maioria dos países civilizados

conta com algum tipo de exame final do ensino médio que é usado, ao menos

parcialmente, para definir se o aluno vai ou não para a universidade e, em caso afirmativo,

para qual. Na França, o teste leva o nome de "baccalauréat"; na Itália, é conhecido como

"maturità"; na Alemanha, "Abitur"; e, na Suécia, "avgangsbetyg".

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Em princípio, não há nenhuma razão para o Brasil ser uma exceção mundial, em que cada instituição de ensino superior tem de elaborar

uma prova diferente para selecionar seus estudantes. O mais grave efeito colateral dessa

situação é que os principais vestibulares do país acabam se tornando o ponto de

referência para os "curricula" do segundo grau. Em São Paulo, por exemplo, as escolas do ciclo médio ensinam aquilo que está no

programa da Fuvest, que faz a seleção da USP.

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Essa situação é bastante indesejável. Afinal, a prova da Fuvest não foi concebida para

converter-se em diretrizes curriculares, mas apenas para definir -e ainda assim apenas em

princípio- quais são os melhores alunos. A obrigatoriedade e a universalização do Enem

teriam pelo menos a vantagem de deixar a cargo do poder público -e não de dezenas de fundações e escolas espalhadas pelo país- a

definição do programa do ensino médio. Outro benefício para os alunos é que não teriam de se submeter à maratona de provas das instituições

em que pleiteiam uma vaga.

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A transição do atual regime para o projetado, contudo, nada tem de trivial. O Enem ainda se

ressente de problemas como a falta de estabilidade, ou seja, de exames com igual grau de dificuldade todos os anos. Parece também

difícil que todos os alunos do país que concluem o ciclo médio façam provas de redação e as

tenham corrigidas segundo critérios relativamente uniformes. E haveria obstáculos

para que universidades selecionassem, segundo suas próprias especificidades e as da carreira escolhida, estudantes a partir de um exame

aplicado nacionalmente.

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Todos esses problemas, porém, podem ser contornados. Tudo indica que a idéia de tornar

o Enem um exame de conclusão do ensino médio merece ser levada adiante.

Fonte: Folha de S.Paulo, 18/07/2004