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GÊNEROS TEXTUAIS Redação 3º. ABC Ana Cláudia, Bruno Marcela, Maria Luiza

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GÊNEROS TEXTUAISRedação 3º. ABC

Ana Cláudia, Bruno Marcela, Maria Luiza

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UNICAMP 2013

1. ESTRUTURA DA PROVA (NOVO FORMATO)

- 2 propostas de execução OBRIGATÓRIA de DIFERENTES gêneros textuais a partir de textos-fontes;- cada proposta é acompanhada por um texto (INDISPENSÁVEL) a ser lido, de GÊNERO DIVERSO daquele que será elaborado;- há instruções claras (comandos) e um enunciado que fornecem as condições para a produção da leitura e escrita.

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2. GRADES DE CORREÇÃO

A) GRADE ESPECÍFICA (0,0 a 3,0)Nesta primeira etapa, será avaliado se o aluno/a foi capaz de produzir um texto que atenda aos três requisitos expostos na proposta:

a) apresentar CLARAMENTE as marcas típicas do GÊNERO (0,0 ou 1,0);

b) atender os PROPÓSITOS (COMANDOS) determinados (0,0 ou 1,0);

c) conceber um perfil do enunciador e de seu INTERLOCUTOR (0,0 ou 1,0)

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B) GRADE HOLÍSTICA (0,0 a 5,0)Se o texto não for anulado na GRADE ESPECÍFICA, passará pela correção da GRADE HOLÍSTICA. Como o nome indica, a redação é avaliada em sua globalidade. As notas podem variar de zero a cinco pontos e são influenciadas por quatro determinantes:

1º. COESÃO, COERÊNCIA E PROGRESSÃO: “O texto flui?”2º. SELEÇÃO DOS RECURSOS LINGUÍSTICOS E DISCURSIVOS ADEQUADOS AO GÊNERO E À SITUAÇÃO DE INTERLOCUÇÃO3º. AUTONOMIA EM RELAÇÃO À PROPOSTA4º. MARCA AUTORAL

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Gêneros já solicitados: entrevista, carta-relato, editorial, comentário, discurso de apresentação de evento, artigo jornalístico opinativo, comentário, manifesto, verbete.

Possíveis gêneros: carta, resumo, gêneros narrativos (relato, conto e crônica)

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Resumo

- trata-se de uma redação extremamente técnica;- o resumo NÃO é a simples cópia das ideias principais do texto;- NÃO é o seu entendimento acerca do texto;- citar o autor do texto pelo menos 3 vezes (o texto não é seu!);- ninguém pediu sua opinião;- manter o título original.

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Proposta: UEM 2009 O texto de Luis Pelegrini aborda a temática referente à autoridade parental. Tendo-o como apoio, redija os gêneros textuais solicitados.

A autoridade em crise Autoridade e autoritarismo são coisas muito diferentes. Ambas as palavras têm o mesmo radical: autor. Mas, enquanto a primeira pode ser entendida como o poder de impor limites necessários para a convivência em sociedade, a segunda indica um exacerbamento desse poder, realizado pela simples imposição de uma ideia sem possibilidade de contraposição.

É exatamente por confundir e misturar os significados de autoridade e de autoritarismo que tantos pais, hoje, têm medo de exercer qualquer forma de poder sobre seus filhos - seja ele justo e necessário à boa educação da criança ou um poder ilícito e prepotente, ditado apenas pelo desejo arrogante de se impor a qualquer custo. Em qualquer tipo de relação humana, o autoritarismo é sempre estúpido e nefasto. Mas, em relações do tipo professor/aluno e, sobretudo, nas relações entre pais e filhos, a autoridade é indispensável para a construção sadia da criança . A autoridade enfrenta séria crise na sociedade contemporânea. Levadas ao exagero, sentenças do tipo "é proibido proibir", que se transformaram em palavras de ordem nos anos hippies das décadas de 1960 e 1970, fizeram muito mais estragos do que se poderia supor naqueles momentos de farra libertária. Plantaram nas mentes e nos corações a convicção falsa e perigosa de que, na vida, tudo são direitos e nada é dever. Boa parte dos pais de hoje (eles mesmos mal-educados) simplesmente não sabe o que fazer para controlar a rebeldia dos filhos, perdendo-se no interior de situações esdrúxulas nas quais quem deveria ser comandado comanda, e quem deveria mandar comete um desmando atrás do outro. A crise da autoridade parental é real e se reflete em projeções danosas em todos os demais aspectos da sociedade .

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No Brasil, basta prestar atenção ao que acontece atualmente em todas as esferas do

poder governamental, seja ele executivo, legislativo ou judiciário. Há total confusão entre autoridade e autoritarismo, gerando situações de descalabro caótico, de sambas do crioulo doido nos quais o grampo e a espionagem campeiam soltos e ninguém leva a legalidade realmente a sério. O problema é exemplar e vem do berço. Quem não aprendeu desde cedo a ter consciência de limites tenderá a viver e a manifestar até o fim a sua patologia de descomedimentos.

Nos consultórios, os psicólogos especializados em problemas de família ouvem esses mesmos desabafos todos os dias. Qual é a causa dessa grande desordem familiar? A ausência da autoridade, dizem os especialistas. Esses pais, que pensam cuidar bem de seus filhos e procuram ser o mais zelosos e atentos possível, não impõem aquilo que deveriam impor. Seja porque rejeitam, "por princípio", toda posição de autoridade, seja porque, embora querendo manifestar sua autoridade, não conseguem mantê-la por mais de alguns. instantes.

Sabemos todos, no entanto (e os educadores que trabalham em comunidades periféricas carentes melhor que ninguém), que é a falta de educação e, portanto, de autoridade - familiar, escolar ou social - que fabrica a delinquência. Educar uma criança significa ensiná-la a se tornar um ser civilizado. Isso pressupõe, no que diz respeito aos pais, firmeza, constância e, sobretudo, a convicção de que essa autoridade é legítima porque sem ela não é possível uma construção correta da criança. (Revista Planeta, Ano 36, Edição 433, p. 48-51, 2008)

Redija um resumo, em até 15 linhas, apresentando as informações principais sobre a autoridade parental discutida no texto “A autoridade em crise”.

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A autoridade em crise

Em seu texto, publicado na revista Planeta, Luis Pellegrini afirma que as concepções de autoridade e autoritarismo são distintas. Enquanto a primeira transparece o princípio de submissão total a outrem, a segunda denota o direito de impor limites ao convívio social. Segundo Pellegrini, a crise da autoridade parental, na contemporaneidade, advém da confusão conceitual desses termos. Como consequência, diversos pais deixam de exercer sobre seus filhos suas autoridades, indispensáveis na formação do ser humano. Essa deficiência educacional dos progenitores é resultado de um sofisma cinquentenário, o qual enaltece os direitos e vilipendia os deveres. De acordo com o autor, a falta de controle parental reflete-se, socialmente, em descomedimentos e deslizes morais e legais. De modo a combater essas mazelas sociais, Pellegrini encerra seu texto afirmando que a autoridade dos pais, por ser legítima e edificante, é uma prática civilizatória.

(Texto Prof. Bruno)

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Carta

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Carta de reclamação*É utilizada quando o remetente descreve um problema ocorrido a um destinatário que pode resolvê-lo. É considerado um texto persuasivo, pois o interlocutor tenta convencer o receptor da mensagem a encontrar uma solução para o problema apontado na carta;

* Por este motivo, quem reclama deve se utilizar de um discurso argumentativo: descrevendo de maneira clara o (s) problema (s) pelo qual pode ter ocorrido, as consequências se não for resolvido. A exposição dos fatos deve comprovar que o remetente tem razão, o qual pode ainda, apontar as possíveis soluções para que haja entendimento entre as partes;

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Carta do leitor *Leitor expressa opiniões (favoráveis ou não) a respeito de assunto publicado em revistas, jornais, ou a respeito do tratamento dado ao assunto. Nesse gênero textual, o autor pode também esclarecer ou acrescentar informações ao que foi publicado; apesar de ter um destinatário específico – o diretor da revista, ou o jornalista que escreveu determinado artigo –, a carta do leitor pode ser publicada e lida por todos os leitores do meio de comunicação para o qual ela foi enviada;

*Na carta do leitor, a linguagem pode ser mais pessoal (empregando pronomes e verbos em 1ª pessoa) ou mais impessoal (empregando pronomes e verbos na 3ª pessoa). A menor ou maior impessoalidade depende da intenção do autor: protestar, brincar ou impressionar;

* As características do gênero carta do leitor: texto com intencionalidade persuasiva; com formato semelhante ao da carta pessoal, apresentando data, vocativo, corpo do texto, expressão cordial de despedida, assinatura, cidade de origem.

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Narrativa

A Narrativa tem que ter: PENTE (personagens, espaço, narrador, tempo e enredo) + Conflito.P ersonagens (principal e secundários);E spaço ou lugar onde a história acontece;N arrador : Personagem – narrador de 1ª pessoa (eu); observador - narrador de 3ª pessoa ( Fofoqueiro – observa tudo para contar depois );observador onisciente ( deus da Narrativa – sabe e conta tudo dos personagens – o que o personagem pensa, fez ou ainda vai fazer).T empo – quando a história aconteceu ( nem sempre está claro ou explícito no texto. Às vezes, se descobre o tempo pelas descrições de objetos, costumes e trajes de época, maneira de falar dos personagens, etc).O tempo pode ser:Cronológico ( o tempo da sucessão das horas, dias, meses – tempo do relógio)Psicológico ( só existe na cabeça do personagem. Exemplo: relato de memórias – flash-back );E nredo é a própria história , os fatos narrados.

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Crônica

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Gatos e Gente - Danuza Leão

Nunca pensei que os gateiros fossem tão unidos; recebi muitos, muitos, mas muitos e-mails, e como não dá para responder, tantos eles são, vai daqui um beijo meu, de Haroldo e de Dinorah.Fiquei surpresa, sobretudo, com um pensamento comum aos que amam os gatos: são todos a favor da adoção de um gatinho desamparado, e segundo os entendidos, a escolha deve ser determinada não pela aparência física, mas pela compatibilidade; afinal, estamos falando de um parceiro afetuoso com quem se pretende partilhar o resto da vida.A partir daí, comecei a conversar com pessoas não necessariamente gateiras, para entender esse amor desmesurado, e fui aprendendo muitas coisas.Nós -humanos ou não- precisamos de carinho, não só de receber, como também de dar. Mas aquela liberdade de poder abraçar, beijar cada dedinho do pé, o cangote, olhar nos olhos e dizer "eu te adoro, você é minha paixão", sacudindo as duas mãozinhas, só se pode fazer com os bebês. As crianças crescem, vão ficando mais arredias, e por mais que um filho adolescente nos ame, dificilmente vai se aconchegar nos nossos braços para ver um filme na TV, ou ficar quietinho enquanto a gente lê um livro ou fala bobagens fazendo um cafuné ou brincando com os pelinhos do seu braço. E quanto mais eles crescem, pior é.Dizem os conhecedores da espécie humana que isso tem a ver com o início da sexualidade, mas penso que tem a ver também com nossa cultura, que é tirana: adultos só podem se derreter com crianças muito pequenas. A partir do momento em que começam a crescer, os pais, pensando na disciplina e no respeito, perdem a espontaneidade e a liberdade de botar a criança no colo e dizer, despudoradamente, o quanto a ama; e alguma criança já crescidinha vai deixar? Um certo distanciamento físico começa a permear as relações, e quando a gente quer segurá-la, na maioria das vezes, elas fogem.Não existe maior comunicação entre as pessoas do que por meio do contato da pele. Só assim podemos sentir ou passar, de verdade, a dor, a amizade, a paixão. Há quem diga que nós, seres humanos, precisaríamos dar (e receber) quatro abraços por dia; aquele abraço bom, apertado, caloroso, verdadeiro, não obrigatoriamente de amor. Quantos você deu hoje? Pior: há quanto tempo você não dá e não recebe nenhum?

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Os adultos apaixonados também não se sentem livres para ficar tocando o ser amado, passando a mão na perna ou brincando com a pontinha da orelha. Talvez por medo de demonstrar demais seu afeto, talvez porque o outro não goste, o fato é que a aproximação física só começa, praticamente, na pré-cama (e depois muitos dormem ou se comportam como se estivessem num escritório, o que deveria ser punido com fuzilamento sumário). Quem você conhece que fica passando os dedos durante horas, de leve, na mão da namorada? E o medo de parecer ridículo, de ela pensar que a parada está ganha, do pavor do que os outros possam achar? E o pior: de se mostrar apaixonado, que a maioria prefere evitar?É por essa necessidade de dar e receber carinho que muitas pessoas elegem um gatinho para poderem coçar a cabeça e a barriguinha durante horas e dizer várias vezes seguidas "eu te amo de paixão", sem se achar ridículo (de preferência, sem ninguém por perto). Eles são tudo que se pode querer, mas vamos reconhecer que são abusados: costumam usar nossa mão como travesseiro e ficam dormindo de pernas para o ar, enquanto nós, babacas apaixonados, não nos movemos para não perturbar o sono deles. E folgados: se estiverem brincando e a gente chamar, não estão nem aí (mas a gente os ama assim mesmo).

O escultor Giacometti disse uma vez que, entre salvar a vida de um só gato ou todas as obras de arte do mundo inteiro, ele salvaria a vida do gato.Eu espero nunca ter que fazer essa escolha.

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Conto

*Extensão O Conto é, antes de mais nada, curto. Mesmo que alguns autores insistam que determinadas narrativas de longa duração sejam também contos por suas características estruturais, pode-se considerar que estes casos estão aí para confirmar a exceção da regra. Assim, o conto é curto. E por que curto, conciso. Não há tempo para se espalhar em grandes detalhes, em sutilezas que destoam de seus tempos, de seu necessário ritmo de leitura. Um conto deve estar contido entre algumas palavras (no caso de micro contos) até um máximo de cinco a seis mil palavras. *Linhas Dramáticas Enquanto que num romance podem haver várias linhas de desenvolvimento, como por exemplo, histórias secundárias acontecendo em volta da trama do protagonista, no caso do conto a trama é única. Não há a possibilidade da dispersão no desenvolvimento da história. .

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* Tempo O conto não tem muito espaço para idas e vindas no tempo. A utilização de recursos como o flash-back é rara, permanecendo a narrativa quase sempre em uma única linha de encaminhamento temporal. *Espaço Dada a curta extensão do conto, os seus cenários – e sua descrição, portanto, – são restritos, podendo o autor os reduzir ao mínimo indispensável para a sua contextualização espacial. Esta pode até ser, em alguns casos, inexistente.

* Final enigmático Alguns escritores contemporâneos escrevem a narrativa sem um final, ou até mesmo sem um desenvolvimento flagrante. Seus contos são mais contemplativos, mais um estado d’alma, às vezes, sem nexo aparente. O mais comum, no entanto, é o conto com uma estrutura tradicional, com início, meio e fim. O final deve sempre ser uma surpresa, a resolução de um enigma, ou a inversão de uma situação que deveria seguir em direção oposta, ou que pareceria sem solução. O suspense deve ser mantido até o último parágrafo, quando, depois de prender o leitor através de toda a sua leitura, o escritor lhe fornece a catarse – a risada, o susto, a surpresa

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Relato

*Por se tratar de um discurso condizente a experiências pessoais, geralmente, é narrado em 1ª pessoa, no qual os verbos se encontram no presente ou no pretérito;

* A linguagem pode variar, podendo adquirir um caráter tanto formal quanto informal. Tudo dependerá do grau de intimidade existente entre narrador e seus respectivos interlocutores;

*Tendo como foco o estudo do relato como gênero, atentamos para o fato de que este pertence à modalidade escrita da linguagem e, por assim dizer, o caracterizamos como sendo um gênero no qual alguém conta fatos relacionados à sua vida, cuja função é registrar as experiências pessoais no intento de que estas possam servir como fonte de consulta ou aprendizado para outras pessoas.

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O mais fascinante da profissão de repórter, na minha opinião, é a possibilidade de bater na porta de tantas vidas e ter uma boa desculpa para entrar. Isso, às vezes, tem um preço alto. Mas, em outras, como na história que vou contar, é um presente. Fui convidada a participar do Profissão Repórter, da TV Globo, sobre a enfermaria de cuidados paliativos do Hospital do Servidor Público Estadual, em São Paulo. O programa foi ao ar nesta terça-feira (15) e pode ser visto neste site. Ao gravar a minha parte, conheci um homem extraordinário chamado Valentim de Moura.

Durante mais de uma semana, acompanhei seu Valentim na vivência de sua morte. Nestes tempos estranhos que vivemos, em que a morte é um tabu, o mais radical é morrer com serenidade, sem medo. Por absurdo que pareça, morrer com naturalidade tornou-se um ato revolucionário. Foi assim com seu Valentim: ele encerrou sua vida em paz. Para ele, não havia nada mais natural do que chegar ao fim de sua trajetória e morrer cercado por quem amava contando histórias da sua vida.

Nós, repórteres, sempre sofremos com as histórias que apuramos e não couberam no texto – ou, neste caso, no programa de TV. Trabalhamos limitados pelo número de páginas, pelo tempo do programa. A história de seu Valentim não pôde ser contada. O inusitado ali era a naturalidade da morte. E o fato de uma morte serena ser algo tão subversivo me fez pensar bastante.Como estes acontecimentos ficaram tatuados na minha alma, quis contar aqui para que mais gente pudesse ter a chance de aprender com seu Valentim. Não queria me beneficiar sozinha de uma experiência de vida tão larga.

Ele sabia que morreria de câncer. Era tratado na enfermaria de cuidados paliativos, um lugar onde cuidar é mais importante do que curar. Lá, doentes com escassas chances de cura são acompanhados por profissionais da saúde com uma convicção diferente da difundida pela prática médica tradicional. Eles acreditam que seu papel é amenizar os sintomas, escutar muito, cuidar das feridas invisíveis para que os pacientes possam viver intensamente, até o fim. A vida não é nem abreviada, nem prolongada por tratamentos dolorosos e invasivos. Cada paciente é visto como a pessoa singular que é, e sua história é tão determinante na hora de tomar as decisões quanto os aspectos médicos.

Durante o tratamento, seu Valentim piorava e passava alguns dias internado na enfermaria, até estar bem e voltar para casa. Quando novamente piorava, voltava para o hospital. Até o dia em que sentiu que, quando voltasse à enfermaria novamente, não mais retornaria para casa. Reuniu a mulher, dona Geralda, os seis filhos, e pediu que lhe comprassem um túmulo. Queria que fosse branco, mas os filhos acharam que sujaria muito. Concordaram então em pintar da cor do céu. Ele pediu também que plantassem muitas flores no jardim. Seu Valentim pertencia à natureza.

Quando o túmulo ficou pronto, ele anunciou que havia chegado a sua hora. “Minha casa agora vai ser esta nova que vocês fizeram para mim”, disse. “Quero ir para aquela enfermaria cheia de moças bonitas, onde me tratam muito bem.” No caminho, exigiu uma parada no cemitério. Vistoriou seu túmulo, seu jardim, e disse: “Muito bonito”. Entrou no carro satisfeito e foi para o hospital. Lá, contou-me que era metalúrgico e, como o presidente Lula, também teve o dedo engolido por uma máquina. De dentro do lençol, puxou uma mão magra para mostrar-me a ausência que marcava sua vida de operário. Ao lado, o cunhado lembrava dos tempos em que seu Valentim tocava sanfona e havia se apaixonado por dona Geralda. Enquanto ele morria, ouvia histórias. Em todas, era ele o protagonista.

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A cada dia seu Valentim ia nos deixando um pouco mais. Mas sem pressa. Nenhuma. “O tempo é o dele”, disse a chefe da enfermaria, Maria Goretti Maciel. “Não temos nenhuma necessidade de intervir. Ele está vivendo o fim da vida. E o médico não deve se intrometer nisso. Só precisamos caminhar ao lado dele, para ajudar no que for preciso. Este é um caminho que tem de ser vivido.” Logo depois, com aquele jeito manso de Goretti, ela suspirou: “Não parece a morte que a gente gostaria de ter?”

Parecia. Desrespeitamos tanto o tempo na nossa vida, não esperamos o tempo de nada, atropelamos o tempo de tudo, não temos nem sequer minutos para elaborar os tantos acontecimentos vividos. Que pelo menos esperemos o tempo da morte. Resolvi até sentar-me um pouco no corredor para gastar tempo refletindo sobre o tempo sem me preocupar em gravar coisa alguma Nos últimos dias seu Valentim não falava mais. Só olhava, para longe e para dentro, na mais absoluta serenidade. Parecia que às vezes ele mesmo se surpreendia de acordar e ainda estar neste mundo. Já tinha deixado a casa que construiu, despedido-se da família que criou com dona Geralda, falado de amor para a mulher com quem viveu 45 anos. Estava pronto para ir embora.

Numa manhã, partiu. “Passarinhando”, resumiu Goretti. Simplesmente parou de respirar, silenciou e se foi.

No dia seguinte foi enterrado em um cemitário chamado Saudade, acompanhado pela mulher, os filhos, os netos, os colegas de trabalho, os companheiros de sanfona, os amigos de uma vida inteira. Foi um enterro do jeito dele. Enquanto o cortejo evoluía pelo cemitério, eu escutei mais meia dúzia de histórias do seu Valentim. Quando todo mundo se calou por um instante, soubemos que dezenas, talvez centenas de passarinhos moravam nas árvores perto de seu túmulo.

Ao me despedir de dona Geralda, descobri porque aquele casamento tinha dado tão certo. Ela disse, depois de dar adeus ao homem com quem tinha dividido a maior porção da vida: “Ele está bem guardadinho ali no barraquinho dele”. Estava mesmo. E estava tudo certo.

Em um vídeo, que mostramos aqui, há uma pequena amostra do material gravado com seu Valentim. Dá para ter uma ideia deste homem e sua morte tão subversiva para os tempos atuais. Dizem que nome é destino. Às vezes, como agora, até acredito.

Se seu Valentim soube morrer sem drama, eu também quero me despedir dele sem choro. Só quero dizer: “Muito obrigada, seu Valentim, por me ensinar a morrer”.

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Artigo de opinião O artigo de opinião desempenha importante papel na sociedade, pois é um meio de interação entre o autor e os leitores de jornais e revistas impressas e de circulação online. É um gênero textual que se vale da argumentação para analisar, avaliar e responder a uma questão controversa. Ele expõe a opinião de um articulista, que pode ou não ser uma autoridade no assunto abordado. Geralmente, discute um tema atual de ordem social, econômica, política ou cultural, relevante para os leitores. Nesse gênero, interessa menos a apresentação dos acontecimentos sociais em si, mas a sua análise e a posição do autor. O processo interativo se sustenta pela construção de um ponto de vista.Sem conhecimento não se sustenta uma opinião; defender uma opinião pressupõe argumentos ou provas, e construir um bom texto argumentativo é apresentar o outro lado, para melhor fundamentar o próprio lado. Não há argumentos em estado ‘puro’, ou seja, eles normalmente se dirigem a um interlocutor que já tem suas opiniões. Em vista disso, é necessário levar em consideração essas opiniões, seja para omiti-las, seja para se antecipar uma possível resposta.

Pensando que quem escreve, escreve para alguém, essa pessoa (interlocutor) é a medida, é o parâmetro das decisões que devemos tomar acerca do que dizer, do quanto dizer e de como fazê-lo. Assim, na produção do artigo, o autor pode optar por uma linguagem comum ou cuidada. A primeira emprega um conjunto de palavras, expressões e construções mais usuais, com uma sintaxe acessível ao leitor comum. A segunda vale-se de um vocabulário mais preciso e raro, com uma sintaxe mais elaborada que a comum. A escolha por um dos níveis depende do público a que se destina o texto. A fim de manter a coerência temática e a coesão, o produtor vale-se de operadores argumentativos (elementos linguísticos que orientam a sequência do discurso: mas, entretanto, porém, portanto, além disso etc.) e dêiticos (este, agora, hoje, neste momento, ultimamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de, de agora em diante). Para apresentar a questão e os argumentos, o autor utiliza predominantemente o presente do indicativo, mas também pode fazer uso do pretérito em explicações ou apresentação de dados e evidências. É muito comum também o emprego de argumentos de autoridade, que consiste na citação de autores renomados ou de autoridades no assunto para comprovar uma ideia, uma tese ou um ponto de vista. Na sequência argumentativa, o autor pode se colocar de modo pessoal (em primeira pessoa: na minha opinião, penso que etc), ou de modo impessoal (em terceira pessoa: é provável que, é possível que, não se pode esquecer que, convém lembrar que etc).

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iPad Baby Vivemos numa era narcísica. Mas o narcisismo pode assumir formas mais sofisticadas do que ficar se olhando no espelho e escrevendo imbecilidades no Facebook: "Olha eu vomitando!". Mesmo ter filhos, hoje, pode ser uma das faces mais comuns do narcisismo. Ter filho é narcisismo quando ele é parte de seu ferramental de sucesso: trabalho, casa própria, sexo saudável, carro novo, ioga, alimentação balanceada, filho. Quando vir uma mãe tirando muitas fotos histéricas dela mesma com seu filho, saiba que você está diante de um poço de narcisismo que afoga a pobre criança num mar de projeções de si mesma. Segura o filho nas mãos como troféu de sua própria suposta beleza e saúde. Sim, ser mãe pode ser objeto de enorme crítica. Ou pai. Falar mal da maternidade ou paternidade é para iniciantes e coisa de crítica festiva. Mães são autoritárias, chantagistas, loucas, ausentes, presentes demais, enfim, infernais às vezes. Mas hoje, numa época dominada pela covardia chique, que teme dizer seu nome, covardia, covardia, covardia, podemos fazer um discurso chique para negar a maternidade. Com isso não quero dizer que toda mulher deva ser mãe. Longe de mim achar isso. Acho que você pode não ser mãe e não ser ridícula por isso. Suspeito apenas da negação da maternidade quando ela vem acompanhada de uma "ira contra a mãe" ou quando vem acompanhada de alguma "teoria" contra a maternidade. Sempre suspeito de teorias e não de práticas. Trata-se de um caso semelhante ao ateísmo: todo ateísmo militante é infantil e reativo. Toda crítica à maternidade é infantil e reativa. Um ateu e uma mulher que não quer ser mãe devem ser blasé com relação a Deus e a ter filhos. Se o lábio tremer ao falar de Deus e das mães, você está diante de um ressentido.

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O filósofo francês do século 17, Blaise Pascal, dizia que variamos as formas de "divertissement" (divertimento, autoengano), mas a fuga sempre fracassa. Sempre reencontro a causa da minha fuga, o medo do vazio. O narcisista é uma criança em pânico diante desse vazio. Vivemos a época mais covarde da história humana. A emancipação moderna se revelou um retrocesso em termos de coragem: todo mundo tem medo, mas nega e critica as formas de vínculos afetivos longos (maternidade, paternidade, casamento, etc.) para não enfrentar seus fracassos afetivos. Sou um miserável solitário, mas minto dizendo que escolhi sê-lo. Mas voltemos ao filho como troféu narcísico. Outro dia, num desses domingos preguiçosos (o ócio nos aparenta aos deuses), fui almoçar, minha mulher e eu, num desses lugares frequentados pela classe chique da zona oeste paulistana. Uma região habitada por "bikes". Precisa dizer qual é? Interessante como gente pobre sempre andou de bicicleta, mas agora, quando a bicicleta virou "bike", virou assunto da prefeitura. O trânsito, sofrido, tem que abrir espaço para as "bikes". Em Copenhague, capital da Dinamarca, uma das capitais mundiais das "bikes", podemos ver o "ethos" dessa moçada que se acha salvadora do mundo: lá eles atropelam gente e caminhões, movidos pela sua consciência de (falsa) superioridade moral urbana. Aqui já começa o mesmo processo. Mas dizia que estávamos num desses restaurantes "descolados", mas rotineiros, da classe chique da zona oeste paulistana. Perto, um casal "desfilava" seu filho. Durante algum tempo, todo mundo era obrigado a ouvir a beleza estridente da maternidade narcísica. Trajes descolados, jeans rasgados e caros, camisetas tipo Hering, tênis surrados. Cabelos assanhados no modo correto, iPhones, bebê brincando com iPad, risadas altas. A criança, coitada, era quem menos gritava. Os pais, já os pais, estes faziam tudo para ele berrar, como numa demonstração de que, sim, "somos pais descolados que amam seu filho e queremos que ele grite e brinque para mostrar que não o reprimimos". O filho ali tinha o mesmo estatuto que o iPad: um trunfo numa era narcísica. Assim como um carro coreano branco enorme. E fotos, muitas fotos, em todas as posições imagináveis em meio à pasta de domingo. Imagino que postaram no "Face". (LUIZ FELIPE PONDÉ; Folha de São Paulo, caderno “Ilustrada”, 17 de setembro de 2012)

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Editorial

* Trata-se de um texto dissertativo;

* É um tipo de texto utilizado na imprensa, especialmente em jornais e revistas, que tem por objetivo informar, mas sem a obrigação de ser neutro, indiferente;

*É um texto mais opinativo do que informativo;

* Os editoriais não são assinados, pois representam a opinião do jornal, da revista.

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Editorial – Folha de São Paulo

À espera do mensalão

Sob qualquer ângulo que se considere, é superlativo o desafio que o Supremo Tribunal Federal (STF) enfrentará a partir de quinta-feira, com o julgamento do mensalão.Não se trata somente do maior processo nos 121 anos de história do tribunal, mas também do caso mais complexo -e de maior impacto político- que terá sido levado ao exame da corte.Quando terminar de julgar os 38 réus, cada ministro terá enfrentado depoimentos de mais de 600 testemunhas, ponderações de meia centena de advogados e, no mínimo, um mês de sessões plenárias.O resultado dessa maratona será anunciado em mais de mil decisões individuais, pois cada um dos 11 ministros precisará pronunciar-se sobre as várias acusações, uma a uma, que pesam contra cada réu. Decisões contra as quais ainda poderão ser interpostos recursos -tanto pela defesa quanto pela acusação, a cargo da Procuradoria-Geral da República (PGR).É no conteúdo das decisões, para além da quantidade, contudo, que reside o desafio maior dos ministros. E é pela excelência técnica do trabalho que eles serão avaliados. Está em exame o maior escândalo de corrupção ocorrido no país depois do Collorgate (1992).De acordo com a PGR, o mensalão foi um esquema ilegal de financiamento político organizado pela cúpula do PT para garantir apoio ao governo comprando votos no Congresso Nacional em 2003 e 2004, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.A acusação sustenta que o mensalão foi alimentado com recursos públicos desviados pelas agências de publicidade do empresário Marcos Valério em meio a supostos empréstimos dos bancos Rural e BMG. O esquema teria distribuído ao menos R$ 43 milhões ao PT e mais quatro partidos aliados.

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A gravidade do ocorrido pode ser medida pelas palavras do próprio Lula. Não as de hoje, calcadas na tese hipócrita de que se tratou de uma farsa golpista. Melhor confiar nas que foram proferidas no calor da hora, quando o então presidente se mostrava bem mais realista.Em pronunciamento no dia 12 de agosto de 2005, pouco mais de dois meses após o ex-deputado Roberto Jefferson revelar o mensalão em entrevista a Renata Lo Prete, nesta Folha, o ex-presidente afirmou que se sentia "traído por práticas inaceitáveis".Lula procurava se desvincular do esquema. Seus companheiros do PT logo passaram a martelar a versão de que tudo não teria passado de um episódio rotineiro de distribuição de sobras de campanha.Para a PGR, essa alegação não passa de diversionismo. A denúncia, com efeito, distribui acusações de evasão de divisas, corrupção ativa e passiva, peculato (desvio de bens por funcionário público), gestão fraudulenta de instituição bancária, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro (as duas últimas são as mais frequentes).Evidências colhidas em sete anos de investigações, entretanto, não seriam suficientes, aos olhos de alguns especialistas, para caracterizar a ilicitude em duas questões centrais: a finalidade do esquema e a natureza dos recursos.Não há nos autos elementos que sustentem de forma inequívoca a noção de que o objetivo do mensalão era comprar respaldo no Congresso. Sem a demonstração de que os pagamentos foram oferecidos em troca de apoio parlamentar, perdem alguma força as acusações de corrupção.Quanto ao dinheiro, o STF precisará se pronunciar sobre sua origem, se pública ou privada. Comprovar o desvio de recursos públicos é pré-requisito para algumas acusações de lavagem de dinheiro, por exemplo.Parece muito provável que o mensalão tenha envolvido desvio de verbas públicas, boa parte das quais foi distribuída por próceres do PT entre correligionários e aliados. E mesmo que fosse apenas para saldar dívidas de campanha, que outro objetivo haveria nos pagamentos se não o de aliciar apoio (votos) no Congresso?O julgamento do mensalão produzirá decisões que se tornarão referência para processos futuros. Os votos dos ministros ajudarão a fixar conceitos penais para quesitos importantes como compra de apoio parlamentar, definição de organização criminosa e responsabilidade dos bancos sobre operações suspeitas de seus clientes.Ponderar os vários aspectos envolvidos em uma decisão faz parte da rotina de todo juiz. A novidade do mensalão é o alcance desses fatores. Não é exagero dizer que está em julgamento aquilo que a sociedade aceita ou rejeita na esfera das práticas políticas.Não teria cabimento imaginar que o Supremo se transformasse num tribunal de exceção em nome da moralidade pública. Mas, sem ultrapassar os limites da técnica jurídica, caberá à corte fixar um parâmetro histórico apto a coibir futuros abusos no exercício do poder.

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Bilhete

* É o mais informal das opções que têm por objetivo INFORMAR;

* Linguagem predominantemente coloquial;

* Usado para mensagens rápidas e urgentes.

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Notícia

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Entrevista

* Utilização de uma linguagem mais simples e clara, mas que se deve adaptar à formação científica e cultural do entrevistado, por vezes com recurso a gíria técnico-profissional;

* Utilização da terceira pessoa (nas perguntas, identificando o entrevistado pelo nome ou cargo), e da primeira pessoa do singular ou do plural (nas respostas);

Estrutura:

Introdução / Abertura: apresentação breve do entrevistado ou das circunstâncias que levaram à entrevista;

Corpo da entrevista: conjunto de perguntas e respostas. Numa entrevista as perguntas devem sempre levar em consideração as respostas dadas;

Fecho / Conclusão: breve consideração do entrevistador sobre as questões abordadas, destaque de uma ideia forte resultante da entrevista ou um apontamento sobre a importância do tema / entrevistado.

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JOÃO GORDO. Todo mundo que conhece o lendário vocalista do RATOS DE PORÃO sabe das loucuras pelas quais já passou e tudo mais. Mas o tempo voa, e agora, tornou-se um pai de família e tanto. É nesse clima que o músico concedeu uma entrevista por e-mail ao Som Extremo, em que falou da esposa e filhos, letras de música, o reconhecimento da banda lá fora, seu futuro e o do RDP, entre outros assuntos. É claro que o cara não poderia deixar de lado suas críticas ácidas, brincadeiras e ironias. E a entrevista foi como a música do Ratos: curta, direta e agressiva.Som Extremo: Como foi a recente turnê pela Europa?JOÃO GORDO: Foi lindo! Tocar com o Voivod no Barroselas, em Portugal, já valeu o rolê todo!Som Extremo: Casado e pai de família, o que mudou no seu jeito de compor, e mesmo ver a vida?JOÃO GORDO: Quando se tem família e filhos sob sua responsabilidade e não se é um canalha, você tem que passar por cima de uma pá de convicções que, a essa altura do campeonato, está cagando e andando. Na minha cabeça de meio século de vida, o que interessa é que meus filhos, eu, minha esposa e meus cachorros tenham uma vida tranquila. Se você nega isso a eles por ideologia barata, é egoísmo e você pode se arrepender amargamente no futuro. Apesar dessa “caretiada” geral, meu modo ácido de ver a vida continua o mesmo. [...] Som Extremo: João, o blog Som Extremo agradece imensamente a entrevista. Deixe um xingamento final para os fãs, pode ser?JOÃO GORDO: BARULHO, PORRAAAAAAAAA!!!!!!

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Resposta interpretativa*Neste tipo de texto o autor deverá, antes de mais nada, entender a essência da proposta. É comum a banca fornecer um ou mais textos de apoio. É sobre estes textos que o autor deverá basear sua resposta. Aqui, a interpretação do conteúdo é o fundamento, portanto, quando interpretamos procuramos reproduzir esse conteúdo associando-o ao contexto dado pelo enunciado.

*O autor não deverá manifestar sua opinião, mas uma interpretação dos textos de apoio.

*Vejamos algumas dicas:- escreva em 3ª pessoa;- dois ou três parágrafos (para 15 linhas);- sua resposta deve estar baseada nos textos de apoio;- não dê sua opinião;- não fuja do conteúdo apresentado nos textos de apoio;- utilize uma citação para fundamentar a resposta (com base nos textos de apoio).

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Resposta argumentativa

*Este gênero de texto é mais parecido com uma dissertação. Sua opinião é requerida, porém, sem utilização da 1ª pessoa. Com base nos textos de apoio, fundamente sua resposta com base em seu conhecimento, procurando argumentos que fundamentem sua resposta. Neste caso, não se prenda aos textos de apoio.

*Vejamos algumas dicas: - Procure deixar subentendido o enunciado da questão ao leitor, fazendo-o compreender a pergunta original sem tê-la lido;- Deixe evidente sua posição quanto ao tema (a favor/contra);- Dois ou três parágrafos;- Texto impessoal;- Sua opinião é importante.

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Texto instrucional ou prescritivo*O texto instrucional ou prescritivo tem a função de ensinar a fazer algo ou apenas a usar algum equipamento ou produto;

*O texto instrucional apresenta duas partes distintas: uma contém a lista dos elementos a serem utilizados; a outra desenvolve as instruções (modo de fazer), como, por exemplo, receitas de culinária.

*As instruções são iniciadas com verbos no modo imperativo (misture, junte, acrescente, etc.) ou por construções com verbos no modo infinitivo (misturar, juntar, acrescentar, etc.)*Os verbos aparecem acompanhados por advérbios ou locuções adverbiais que expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (lentamente, rapidamente, devagar, vagarosamente, etc.)

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Bolo de chocolate

Ingredientes Massa: 6 ovos; 6 colheres (sopa) de açúcar; 6 colheres (sopa) de chocolate em pó; 6 colheres (sopa) de margarina; 100 g de coco ralado; 2 colheres (sopa) de fermento em pó. Cobertura 1 lata de leite condensado; 1 lata de leite (a mesma medida do leite condensado); 1 colher (sopa) de margarina; 6 colheres de chocolate em pó. Modo de Preparo Massa: 1. Bata todos os ingredientes no liquidificador; 2. Coloque em forma untada com margarina e farinha de trigo; 3. Asse em forno médio, pré-aquecido, por cerca de 40 minutos, ou até dourar. Cobertura: 1. Leve todos os ingredientes ao fogo; mexa até engrossar; 2. Coloque a

cobertura por cima do bolo, e jogue chocolate granulado.