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Suplemento Especial de Natal 64 | janeiro 2014 Distribuição gratuita Era uma vez um Pai Natal que, farto de viver no Polo Norte, sem- pre cheio de frio, re- solveu ir viver para um sítio mais quentinho. As- sim, mudou- se para o Ha- wai, pois aí o sol brilha duran- te todo o ano e as praias são maravilhosas. Este Pai Natal era um homem magro e alto, de olhos verdes, cabelo loiro e barbas loiras. Usava, quase sempre, calções verdes, uma camisa azul às flores cor-de-rosa e um colar e uma pulseira de ouro. Era uma pessoa sim- pática, divertida e que gostava de ajudar os outros. Vivia numa casa grande, à beira-mar. o nome e a direção do menino a quem se destinava. A distribuição dos presentes seria feita no jato do Pai Natal, que era um grande avião com capacidade para transportar todos os embrulhos destinados a todos os meninos do mundo inteiro, estava equipado com GPS, o que permitia ao Pai Natal entregar as prendas no sítio certo. O jato era cinzen- to e tinha pintadas duas renas enormes que se conseguiam ver a grande distância, era muito grande, possuía dois canhões com a melhor tecnologia até agora inventada e que faziam com que as prendas fossem parar às chaminés das casas certas. O lugar do piloto, que era o do Pai Natal, era o mais confortá- vel: tinha bancos acolchoados, com capa de massagens, suporte para copos, piloto auto- mático, mini frigorífico…Na cabine havia até uma pequena casa de banho. O Monstrinho da Paz, com a ajuda dos duendes, preparou o jato do Pai Natal para a grande viagem. Enquanto o porão se ia en- chendo com embrulhos, o jato do Pai Natal ia carregando as baterias com energia pro- Todos os dias ia à praia onde apanhava ba- nhos de sol, nadava, praticava surf e outros desportos, para se manter em forma. E assim, o tempo foi passando até que che- gou o mês de dezembro. O Pai Natal passou a andar muito atarefado, pois tinha de ler as cartas de todos os meninos, de atender os seus pedidos e fabricar todos os presentes pretendidos. Sim, os brinquedos eram fa- bricados por encomenda numa fábrica mui- to especial, em que os trabalhadores eram duendes e onde havia máquinas de constru- ção de presentes. O trabalho era extenuante! Mas o Pai Natal não trabalhava sozinho. Além dos duendes, tinha o seu fiel ajudan- te, o Monstrinho da Paz, que era baixinho e peludo, tinha braços e pernas pequenas, uns olhos grandes e acastanhados, um nariz pe- queno e uma boca grande. O seu pelo era tão macio que parecia um peluche! Aproximava-se o dia de Natal e estava quase tudo preparado. As prendas estavam guardadas num grande armazém. Os duen- des tinham-se encarregado de as embrulhar com papel colorido, colocando em cada uma Um conto de Natal… um pouco original Turma do 6ºA Os contos de Natal escritos pela turma C do 1º ciclo e pelo 6º A foram selecionados para publicação em livro no âmbito do concurso “O Mais Belo Conto de Natal” promovido pelo Fórum Castelo Branco. A Direção dá os parabéns a TODOS os alunos e professores que participaram nesta iniciativa, cujos trabalhos são publicados nes- te suplemento especial. É com enorme orgulho que vemos, mais uma vez, o trabalho do nosso Agrupamento ser distinguido num concurso de âmbito regional.

"Gente em Ação" nº64 - suplemento de Natal

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão - Suplemento especial de Natal ao nº64 - janeiro 2014

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Page 1: "Gente em Ação" nº64 - suplemento de Natal

SuplementoEspecial de Natal

64 | janeiro 2014 Distribuição gratuita

Era uma vez um Pai Natal que, farto de viver

no Polo Norte, sem-pre cheio de frio, re-solveu ir

viver para um sítio mais

quentinho. As-sim, mudou-se para o Ha-wai, pois aí o

sol brilha duran-te todo o ano e as praias são maravilhosas.

Este Pai Natal era um homem magro e alto, de olhos verdes, cabelo loiro e barbas loiras. Usava, quase sempre, calções verdes, uma camisa azul às flores cor-de-rosa e um colar e uma pulseira de ouro. Era uma pessoa sim-pática, divertida e que gostava de ajudar os outros. Vivia numa casa grande, à beira-mar.

o nome e a direção do menino a quem se destinava.

A distribuição dos presentes seria feita no jato do Pai Natal, que era um grande avião com capacidade para transportar todos os embrulhos destinados a todos os meninos do mundo inteiro, estava equipado com GPS, o que permitia ao Pai Natal entregar as prendas no sítio certo. O jato era cinzen-to e tinha pintadas duas renas enormes que se conseguiam ver a grande distância, era muito grande, possuía dois canhões com a melhor tecnologia até agora inventada e que faziam com que as prendas fossem parar às chaminés das casas certas. O lugar do piloto, que era o do Pai Natal, era o mais confortá-vel: tinha bancos acolchoados, com capa de massagens, suporte para copos, piloto auto-mático, mini frigorífico…Na cabine havia até uma pequena casa de banho.

O Monstrinho da Paz, com a ajuda dos duendes, preparou o jato do Pai Natal para a grande viagem. Enquanto o porão se ia en-chendo com embrulhos, o jato do Pai Natal ia carregando as baterias com energia pro-

Todos os dias ia à praia onde apanhava ba-nhos de sol, nadava, praticava surf e outros desportos, para se manter em forma.

E assim, o tempo foi passando até que che-gou o mês de dezembro. O Pai Natal passou a andar muito atarefado, pois tinha de ler as cartas de todos os meninos, de atender os seus pedidos e fabricar todos os presentes pretendidos. Sim, os brinquedos eram fa-bricados por encomenda numa fábrica mui-to especial, em que os trabalhadores eram duendes e onde havia máquinas de constru-ção de presentes. O trabalho era extenuante!

Mas o Pai Natal não trabalhava sozinho. Além dos duendes, tinha o seu fiel ajudan-te, o Monstrinho da Paz, que era baixinho e peludo, tinha braços e pernas pequenas, uns olhos grandes e acastanhados, um nariz pe-queno e uma boca grande. O seu pelo era tão macio que parecia um peluche!

Aproximava-se o dia de Natal e estava quase tudo preparado. As prendas estavam guardadas num grande armazém. Os duen-des tinham-se encarregado de as embrulhar com papel colorido, colocando em cada uma

Um conto de Natal… um pouco original Turma do 6ºA

Os contos de Natal escritos pela turma C do 1º ciclo e pelo 6º A foram selecionados para publicação em livro no âmbito do concurso “O Mais Belo Conto de Natal” promovido pelo Fórum Castelo Branco.A Direção dá os parabéns a TODOS os alunos e professores que participaram nesta iniciativa, cujos trabalhos são publicados nes-te suplemento especial. É com enorme orgulho que vemos, mais uma vez, o trabalho do nosso Agrupamento ser distinguido num concurso de âmbito regional.

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duzida pelo Sol. Sim, porque o Pai Natal é amigo do ambiente e arranjou uma energia alternativa para se fazer transportar. Quan-do finalmente tudo ficou em ordem, ele e o Monstrinho da Paz foram dormir para es-tarem descansados e preparados para a grande noite.

Enquanto eles estavam a dormir, um meni-no chamado Joãozinho entrou no armazém e estragou todas as prendas que estavam prontas, embrulhando-as novamente para ninguém desconfiar e aproveitou também para danificar o jato do Pai Natal. Joãozinho era um menino de oito anos, baixo e gor-do, tinha o rosto redondo, os olhos pretos e o cabelo ruivo, usava sempre roupa preta, mas as cuecas eram sempre cor-de-rosa e da Hello kitty. Era um rapaz rebelde, egoís-ta, mal disposto, mentiroso… e adorava ir ao McDonnald’s. Mas o pior é que ele não sabia o que era o Natal! Nunca tinha recebi-do nenhum presente e nunca tinha recebido carinho e amor, pois estava sozinho no mun-do. Não tinha família. Que grande tristeza!

No dia seguinte, já era véspera de Natal. Os duendes e o Monstrinho da Paz come-çaram a fazer as últimas verificações. Um duende lembrou-se que havia umas caixas que continham brinquedos sem pilhas e re-solveu desmanchar os embrulhos para co-locar as pilhas. Quando desmanchou o pri-meiro, qual não foi o seu espanto ao ver que estava todo estragado. Foi logo contar aos seus colegas o que se tinha passado. To-dos ficaram muito admirados e decidiram ir avisar o Monstrinho da Paz e o Pai Natal do sucedido. Por sorte, o armazém tinha câma-ras de vigilância e, ao verem as gravações, ficaram estupefactos: durante a noite, um rapazinho andara a sabotar as máquinas que fabricavam os brinquedos, os presentes e o jato. O pior era que o avião tinha ficado de tal maneira estragado que, decerto, de-moraria várias horas a arranjar!

O Pai Natal foi lá e viu que o jato estava avariado, pediu ajuda aos mecânicos para que o reparassem o mais rápido que pudes-sem. Enquanto os mecânicos arranjavam o

avião, o Pai Natal foi verificar o estado das máquinas e reparou que estavam quase to-das avariadas. Quanto aos presentes, esta-vam quase todos estragados.

Então, perante isto, o Pai Natal, muito de-sanimado, disse:

- O Natal está cancelado! Nesse momento, o Monstrinho da Paz apa-

receu no seu Pazmobile, um carro voador azul, que tinha pintada, numa das portas, uma pomba branca, o símbolo da paz. Ele disse:

- O Natal tem de continuar! O Joãozinho não nos pode derrotar!

Então, fazendo uso dos seus superpode-res, fez com que as máquinas ficassem ar-ranjadas e começassem a trabalhar como por magia. Fez o mesmo com os presentes e estes ficaram todos impecáveis. O avião também ficou arranjado tão depressa que os mecânicos nem conseguiram perceber o que se estava a passar. Deste modo, os prepara-tivos para a noite de Natal podiam continuar!

O Pai Natal gritou:- Viva a magia do Natal!Chegou a hora da distribuição dos presen-

tes. O Pai Natal ligou o jato para ir aquecen-do os motores, levantou voo e começou a voar pelos céus. Com a ajuda do GPS, ia dis-tribuindo os presentes pelas casas dos me-ninos. Os duendes carregavam num botão vermelho que fazia com que os canhões dis-parassem e as prendas caíssem diretamente para dentro das casas, pelas chaminés.

De repente, apareceu o Joãozinho, a voar pelos céus numa mochila a jato para tentar impedir, de novo, que o Pai Natal entregasse as prendas aos meninos. Essa mochila esta-va preparada para atacar o jato do Pai Natal: tinha equipamentos a lazer, raios de luz que podiam derreter o metal do jato do Pai Natal. Ele colocou-se muito perto do avião e come-çou a atacar. Nesse momento, saiu do jac-to o Monstrinho da Paz, no seu Pazmobile, e ajudou a distrair e a afastar o Joãozinho, para que o Pai Natal continuasse a distribuir os presentes.

Os meninos do mundo inteiro ficaram muito

felizes, pois todos receberam os brinquedos que tinham pedido ao Pai Natal. Este tam-bém estava muito feliz, porque trouxera a fe-licidade a todos e, além disso, nada era me-lhor do que a sensação de ter cumprido bem a sua missão.

No entanto, restava um problema: havia um menino que, naquele dia de Natal, não estava feliz e não recebera nenhum presen-te, pois não tinha escrito nenhuma carta ao Pai Natal e não tinha família. Era o menino Joãozinho!

O Pai Natal pediu ao Monstrinho da Paz que trouxesse à sua presença o Joãozinho para tentar entender o que tinha levado este rapaz a querer destruir todos os presentes e a tentar impedir a sua distribuição pelas crianças. O Joãozinho não queria ir, mas de-pois concordou. Tinha curiosidade. Além dis-so, sentia-se muito sozinho e infeliz. Quando chegaram ao pé do Pai Natal, este pediu-lhe para que contasse a história da sua vida. Era uma história triste! Um menino de oito anos que estava completamente sozinho no mun-do! O Natal, para ele, não tinha qualquer sig-nificado.

Então, o Pai Natal esteve a conversar com o Joãozinho durante horas. Explicou-lhe o significado do Natal. Disse-lhe que, mais do que receber presentes, aquilo que era ver-dadeiramente importante era a amizade, a solidariedade, o amor,…

O Pai Natal, homem de grande sensibili-dade, conseguiu, através das suas palavras, derreter todo o ódio que existia no coração de Joãozinho.

- Peço desculpa, pelo meu comportamento. Já percebi que a maldade só prejudica e não deixa ninguém feliz - disse o Joãozinho.

- Ainda bem que compreendeste, meu ra-paz, que o mal nunca compensa! A partir de hoje fazes parte desta família.

E foi assim que o Joãozinho nunca mais fi-cou sozinho. O Pai Natal convidou-o a viver com ele e passou a trabalhar na fábrica de presentes. Agora, o Pai Natal conta também com a ajuda do Joãozinho na preparação do Natal, ano após ano.

Contos de Natal

A magia do NatalAlunos de EMRC

O Natal é a festa dos cristãos em que se comemora o nascimento do Menino Jesus entre os homens.Este evento desperta, entre os cristãos, sentimentos de solidariedade, serenidade e fraternidade, instaurando-se um clima de

amor e união, até mesmo para os que não acreditam na vinda do Menino à terra.Assim, a magia do Natal deve tocar no fundo de cada coração, junto das pessoas que se amam, com quem se compartilham

as alegrias, as tristezas, as conquistas, as mudanças e todos os acontecimentos na vida de cada um.A magia do Natal pode transformar a nossa vida e, se for estendida pelo ano fora, traz paz e alegria a muita gente. Vivam o espírito do verdadeiro Natal!

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-Mail: gente.vvr@

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Contos de Natal

Era uma vez, pelo Natal…Turma C (3º e 4ºAnos

que, nessa noite, algo de bom iria acontecer. Já na igreja, Maria foi visitar o presépio e, quan-do se in-clinou para beijar o menino Jesus, eis que uma senhora muito radiosa

se dirigiu a ela, fazendo-lhe algumas perguntas: perguntou-lhe o nome, onde morava, quantos irmãos tinha e se anda-va a estudar. Quando a senhora lhe perguntou se estudava, ela respondeu-lhe, prontamente, que não, pois os pais não tinham dinheiro para mandar estudar os filhos. A bela senhora tor-nou-se sua amiga e, depois de saírem da igre-ja, cada uma seguiu o seu destino.

No dia de Natal, a senhora aparece em casa desta família e foi convidada a almoçar. No fim do almoço, Maria foi informada que iria estudar para Lisboa com os seus irmãos, ajudada por esta amiga que conhecera na noite de Natal. Os anos foram passando, Maria estudou muito, até se tornar uma grande professora. Todos os anos, pelo Natal, conta esta bela história aos seus alunos e ajuda todos aqueles que não têm dinheiro a realizar os seus sonhos.

Ali, ao lado da casa da Maria, vivia uma rapa-riga que cresceu numa família que sorria mui-to pouco. Os seus pais não tinham emprego e viviam sempre com a preocupação de con-seguirem arranjar comida para pôr na mesa. Como os seus pais nunca sorriam, esta menina também nunca aprendeu a sorrir. Sempre que chegava o Natal, era ainda pior, pois naquela casa nunca houve uma árvore de Natal nem uma prenda. Neste Natal, esta rapariga cruzou-se com uma família muito feliz. Ao ver tamanha felicidade, a menina exclamou:

- Vocês são muito felizes! Devem ter muito dinheiro!

Ao ouvir isto, a família respondeu:- Por acaso, não temos muito dinheiro, temos

apenas o suficiente para sobreviver. A menina, espantada, interrogava-se como

podiam ser tão felizes, se também não tinham como comprar prendas para o Natal. A respos-ta foi simples: para eles, o importante era esta-rem juntos e amarem-se uns aos outros.

Ao chegar a casa, a menina contou aos pais o sucedido, dizendo-lhes que gostava muito de-les. Então, um sorriso inundou os seus rostos, concluindo, de imediato, que o importante não

jar o menino Jesus e, de seguida, foram até à fogueira para festejar o nascimento de Jesus.

Mesmo ali ao lado, vivia o vizinho Samuel, que tinha cinco anos, e que adorava o Natal. Havia um problema: já tinha ouvido falar da magia de Natal, mas não sabia o que era. A mãe e o pai perguntaram-lhe:

- Sabes o que é a magia de Natal?- Não, não sei, o que é?- É nós estarmos unidos, convivermos e fa-

zer reencontros com aquelas pessoas que já não vemos há muito tempo. Na verdade, não são as prendas! As prendas pouco importam, prendem-nos por pouco tempo e são esqueci-das rapidamente.

- Oh! Ai sim?- Sim. - Quem vamos convidar este ano?- A nossa família.Então, Samuel percebeu o que era a magia

de Natal e estava desejoso de reencontrar a sua família.

O dia 25 chegou e Samuel foi o primeiro a levantar-se, todo cheio de energia para o Natal!

Quando a mãe e o pai se levantaram, Samuel já estava à espera deles e perguntou-lhes:

- Isto é que são horas?! O dia de Natal já co-meçou! Vá, toca a acordar!

O dia passou a correr e Samuel ainda ficou mais entusiasmado. Neste Natal, toda a gente comeu com apetite. Samuel disse:

- Vou explicar a todas as pessoas o que é a magia de Natal: o que importa não são as prendas, mas sim nós estarmos todos unidos.

Toda a gente bateu palmas, a mãe e o pai disseram:

- Muito bem! Aprendeste a lição! - E deram um abraço.

- Chegou a hora de abrir as prendas! - Disse a mãe.

Samuel abriu as suas prendas e viu que tinha recebido um carro telecomandado e um livro sobre o Natal. Só com duas prendas ficou feliz!

Já aprenderam o que é a magia de Natal? Espero bem que sim, porque senão explico-vos outra vez, até vocês perceberem!

Ao virar da esquina, na rua de cima, mora a Maria com os seus pais e os seus seis irmãos. Ela é a mais nova e sempre ajudou os seus pais nas lides domésticas. A sua casa não tem água nem luz elétrica. Estes meninos não iam à escola por esta ficar a muitos quilómetros de distância. Mesmo assim, Maria sonhava um dia ser professora. Neste Natal, esta família ia à missa do galo, numa igreja que ficava a três quilómetros. Tinha caído muita neve por aqueles sítios, deixando os caminhos de terra cobertos de neve. O céu estava cheio de es-trelas, o vento era gélido e Maria acreditava

Era apenas mais um Natal, naquela longín-qua aldeia perdida nos confins da serra. Na verdade, esta simples localidade parecia estar remetida ao esquecimento. Talvez por isso, o Natal se apresentasse tão carregado de sim-bolismo para aqueles pacatos habitantes, para quem os dias, ao longo do ano, pouco de novo lhes trazia.

Nesta aldeia, da qual já nem do nome me lembro, sentia-se, ao passar-se pelas ruas, a magia do Natal. Na verdade, cada habitação, sua história. Histórias, por um lado, tão dife-rentes, por outro, tão similares. Vejamos então.

Na primeira casa da rua principal, vivia uma linda menina, chamada Maria, com olhos enor-mes e negros. O seu cabelo parecia seda; ti-nha nove anos. Vivia apenas com a sua avó, pois os seus pais tiveram que emigrar à procu-ra de trabalho. Esta avó era muito meiga e cos-tumava brincar muitas vezes com Maria, sua neta. Ao chegar o Natal, a avó, apesar da sua já avançada idade, tudo fazia para que a sua netinha sentisse a magia da época. Era assim que, a muito custo, preparava a bela árvore de Natal, junto à lareira, fazendo também as deli-ciosas rabanadas.

Já tinha ajudado Maria a escrever ao Pai Na-tal. Nesse ano, na verdade, essa carta tinha sido muito especial! Continha o pedido para que o pai natal não lhe trouxesse brinquedos e lhe trouxesse os seus pais, de quem tinha muitas, muitas, saudades. Nesta altura, a tris-teza de Maria era cada vez maior.Foi por isso que sua avó resolveu convidar as suas primas, Ana e Sofia, para brincarem com ela naquela noite mágica.

É chegada a noite de Natal! Maria estava ansiosa pela chegada do Pai Natal parecendo antever algo de extraordinário. Eis que batem à porta! Quem será? Foram abrir, não era o Pai Natal! … De repente, aparecem os seus queridos pais trazendo-lhe a melhor prenda do mundo: vinham para ficar com ela para sem-pre.

Na rua perpendicular à rua principal, na por-ta nº3, moravam o João e a sua irmã Carlo-ta. Eles viviam com os seus pais. Na véspera de Natal, João e Carlota foram com o seu pai ao bosque buscar um lindo pinheiro. Quando chegaram a casa, foram decorá-lo com bolas e fitas coloridas. Debaixo do pinheiro, montaram um lindo presépio com as figuras da vaca, do burro e do menino Jesus, da Maria e do José. Ainda nesse dia, a Carlota ajudou a avó a fazer filhoses, enquanto a mãe preparava a consoa-da. O João, o avô e o pai foram ajudar a fazer a fogueira de Natal. Quando chegaram a casa, a mesa estava toda decorada com enfeites de Natal, para a ceia em família. Depois da con-soada, foram todos à missa do galo para bei-

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Suplemento Especial - Natal

Era uma vez… Turma B (2º Ano)

Era uma vez um menino chamado João que era muito pobre. Tinha cabelos castanhos, olhos da mesma cor e pele morena, morena...Era muito trigueiro, o João.

Vivia numa aldeia cercada por montanhas com os seus avós. Havia um rio de águas límpidas e cristalinas onde se viam os peixes prateados. Nas férias grandes, quase todos os dias, ia nadar com outros meninos e divertia-se muito.

Terminava o verão e acabava a alegria, pois todos os meninos partiam para as terras onde viviam.

Era uma aldeia onde só viviam idosos. Ele era a única criança daquela terra.

Os pais tinham partido há muito e não sabia deles.

Andava na escola numa terra que ficava distante. Partia de manhã e regressava à noite ao casebre dos seus avós que o tratavam com muito amor e carinho.

Jantava uma sopa. Fazia os trabalhos de casa, era muito responsável e deitava-se. Dor-mia profundamente

No dia seguinte, levantava-se com muito

sono e partia.A avó dizia-lhe:- João, porta-te bem e estuda muito...- Está bem, avó. Um dia serei aviador. Gos-

to muito de voar, ver a terra lá de cima. A avó pensava para si: “Este rapaz é um so-

nhador” .Os dias iam passando, sempre iguais, até

que chegou o Natal.Ele sabia que os avós não tinham dinheiro

para lhe comprar aquela bicicleta maravilhosa que vira na vila onde estudava, mas não pedia nada para os avós não ficarem tristes.

Na noite de Natal, estavam a jantar quando alguém bateu à porta:

- Truz!...Truz!...Truz!...O avô levantou-se com muito custo e foi ver

quem era. Era um rapaz com cerca de vinte e cinco

anos que pedia abrigo, pois perdera-se quan-do ia passar a noite de Natal a casa dos pais.

O avô disse:- Entre, entre. A casa é humilde, mas sem-

pre pode aquecer-se na fogueira e comer um prato da nossa humilde refeição.

O rapaz comeu com sofreguidão e disse que nunca lhe soubera tão bem um prato de sopa.

Passaram a noite todos juntos, conversaram e, quando a noite já ia alta, deitaram-se.

Naquela noite, o João teve um sonho fan-tástico. A sua casa era maravilhosa e grande. Havia um pinheiro todo enfeitado com luzes de todas as cores que se acendiam e apagavam, um presépio com lindas figuras, uma mesa com muitos manjares e a tal bicicleta que tanto desejara debaixo da árvore.

O João acordou e já era de manhã e o des-conhecido partira sem se despedir de ninguém, mas havia uma linda bicicleta com um bilhete que dizia o seguinte: “João, esta bicicleta é para ti. Desculpa não me despedir de ti e dos teus avós, mas os meus pais devem estar mui-to preocupados.”

O João ficou muito contente, por um lado, e muito triste por outro, porque não podia agra-decer ao desconhecido o lindo presente que lhe oferecera..

O João, feliz, pensava: “Os milagres aconte-cem. Nunca vou esquecer esta noite mágica.”

era os presentes, mas sim o amor da família.Gabriel vivia com os seus pais, numa casi-

nha muito pequenina, na última rua da aldeia. Não tinha brinquedos para brincar. Sonhava ter uma flauta para imitar o som dos passari-nhos que o acompanhavam quando guardava o seu rebanho.

Todos os anos, pela altura do Natal, Ga-briel fazia, junto à lareira, um presépio com as imagens de Nossa Senhora, São José e do Menino Jesus, feitas em madeira. Essas imagens tinham sido feitas pelo seu avô ma-terno e Gabriel guardava-as, religiosamente, numa caixinha no seu pequeno quarto. Nesse

Natal, Gabriel cumpriu, uma vez mais, a tradi-ção: fez o presépio deixando, na noite de Natal, o sapatinho junto da lareira e da imagem do Menino Jesus, porque diziam que este descia pela chaminé deixando os presentes para os meninos. Na manhã do dia de Natal, Gabriel levantou-se muito cedo, foi ver se tinha algum presente e, para seu espanto, tinha uma caixi-nha muito bonita. Sem saber o que fazer com ela, começou a gritar e a chamar pelos seus pais dizendo-lhes que tinha um belo presente e que nem o conseguia abrir. Os pais, também muito ansiosos, ajudaram a abrir o presente e, para espanto de todos, era uma flauta! Com

muita emoção, Gabriel chorou e rezou muito, agradecendo ao Menino Jesus aquilo que lhe tinha concedido.

Todos os anos, por esta altura, Gabriel conta a todos a sua história, para que todos acredi-tem que o Deus Menino existe.

Se quiséssemos continuar a percorrer esta pequena aldeia, muitas outras histórias haveria para contar, todas elas carregadas de simbolis-mo e magia da época. Mas, na verdade, pen-samos ficar por aqui e convidamos os nossos leitores a continuar esse percurso. Esperamos vir a ter um dia, notícias desta terra. Até lá…

de me deitar, metia os sapatos junto à lareira, porque assim, durante a noite, o pai natal, des-cia pela chaminé e deixava a prenda que eu já tinha pedido na carta que lhe tinha enviado!

Na nossa casa, os presentes eram abertos na manhã de 25 de dezembro, como eu era o mais novo era sempre aquele que acordava mais cedo desejoso de ver os brinquedos que me tinham oferecido.

A seguir ao almoço íamos à casa dos familia-res trocar presentes e votos de feliz natal.

E era assim o meu Natal quando também ti-nha 6 anos!

Era uma vez, quando eu era pequeno, o Na-tal era passado em família com os meus pais, o meu irmão e a minha irmã, na aldeia.

Alguns dias antes do Natal, nas férias escola-res, ia com os meus irmãos à procura de mus-go para fazer o presépio com pequenas figuras em barro.

Noutro dia íamos com o nosso pai à serra cortar um pinheiro que enfeitávamos com bo-las, luzes e fitas com a ajuda da nossa mãe e fazíamos o presépio junto à lareira.

Na noite de natal, uns anos, jantava só com os meus pais e os meus irmãos noutros anos juntávamos a família mais alargada e jantá-vamos com os meus avós, os meus tios e os

meus primos. Depois de jantarmos as couves com o bacalhau, como manda a tradição, a mi-nha mãe começava a fazer filhoses, com uma grande fritadeira que colocava no lume da la-reira.

Uma das canções que se cantava era:Natal, Natal

Filhoses com vinhoNão fazem mal!

Por volta da meia-noite, íamos à missa do galo e passávamos algum tempo junto ao ma-deiro no largo da igreja.

Como era pequenino, tinha que me deitar mais cedo para receber a minha prenda no dia de natal, logo pela manhãzinha. Assim, antes

O Natal da minha infânciaTurma A (1ºAno)