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Geografia

Política

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GEOGRAFIA POLÍTICA E GEOPOLÍTICA 06

GEOGRAFIA POLÍTICA E GEOPOLÍTICA: SUAS ORIGENS, SEUSLIMITES, SUAS INFLUÊNCIAS, TEMAS, CONCEITOS PRINCIPAIS,SEUS AUTORES E OBRAS. 06

O que é Geografia Política? 06E Geopolítica? 07

1. A GEOGRAFIA POLÍTICA TRADICIONAL E A GEOPOLÍTICA: ASPROPOSTAS TEÓRICAS CLÁSSICAS DE SEUS AUTORES 08

Quais as propostas de RATZEL? 08Quais as leis do crescimento do Estado para Ratzel? 08

Quais as propostas de MACKINDER? 09 Quais as propostas de HAUSHOFER? 09 Quais as propostas de HUNTINGTON? 10 Quais as propostas de MAHAN? 112. NAÇÃO E NACIONALISMO, ESTADOS-NAÇÕES 123. GUERRAS E CONFLITOS ÉTNICOS-NACIONAIS 14 Províncias Bascas 14 Irlanda do Norte 14 Antiga Iugoslávia 15 Região dos curdos 15 Caxemira 16

Chechênia 16 Colômbia 16 Israel e a Palestina 164. ESPAÇO, PODER, TERRITÓRIO E CIDADANIA 17

A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO NO PÓS-GUERRA 20

1. O EXPANSIONISMO COLONIAL EUROPEU, JAPONÊS E NORTE-AMERICANO E A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO 20

2. A DERROTA DO “EIXO” DE PODER E OS NOVOS CENTROS DEPODER 21 E por aí vem uma nova Guerra... 23 O Nazismo: ... a solução alemã! 23  A Alemanha está pronta para assumir o Nazismo 23  A Alemanha se prepara para a Guerra 23 Inicia-se o segundo grande conflito do Século XX 24 Será que se pode considerar a França, a Inglaterra e a China como

potências mundiais no pós-guerra? 253. O PAPEL DAS INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS 264. O COLAPSO DO SOCIALISMO 28 O lado Ocidental sob a liderança americana 29 O lado Oriental sob a liderança da União Soviética 29

SumárioSumárioSumárioSumárioSumário

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Geografia

Política

A GEOGRAFIA POLÍTICA NA CONTEMPORANEIDADE 31

A CONFIGURAÇÃO DE UMA NOVA ORDEM INTERNACIONAL 31

1. OS NOVOS PÓLOS DE PODER 322. GLOBALIZAÇÃO E GEOPOLITICA 33

3. AS DESIGUALDADES SOCIAIS E O CONFLITO NORTE X SUL 35Por que as pessoas migram? 364. A INTEGRAÇÃO ECONÔMICA E A FORMAÇÃO DE BLOCOS

ECONÔMICOS REGIONAIS 38

O ESTUDO DA GEOGRAFIA POLITICA NAS SÉRIES FINAIS DOENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 42

1. O PAPEL DO ESTADO NO COTIDIANO DOS CIDADÃOS 422. A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO POPULAR NAS DECISÕES

POLÍTICAS DO PAÍS 44

 ATIVIDADE ORIENTADA 47GLOSSÁRIO 51REFERÊNCIAS 53

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Caro(a) aluno(a),

 A disciplina Geografia Política, nesse material, pretende fazer uma análiseda dinâmica dos processos políticos que se desenvolvem no espaço geográfico. Apesar dela não ser muito antiga, pois ela data do final do século XVIII e metadedo século XIX, os governos e as instituições políticas e administrativas que seorganizaram em grupos humanos e comunidades, desde a antiguidade, sedesenvolveram sem conhecimento e aplicação da Geografia Política, mas ahumanidade evoluiu e em razão disso, o objetivo principal da disciplina nestecurso é analisar e, compreender as mudanças ocorridas no espaço geográfico,interpretando as relações de poder que ocorrem em razão da organização social

e política das sociedades e da divisão política territorial.Devido à exigüidade do tempo para maiores discussões sobre os temas

que iremos tratar na disciplina, que, por muitas vezes, serão atuais, tratamos deesquematizar o programa em dois blocos temáticos, divididos cada um em doistemas, que, por sua vez, abarcam quatro conteúdos. O primeiro bloco temáticotrata da Geografia Política desde a sua origem até o fim da Guerra Fria, passando,inicialmente, pela diferenciação entre a Geografia Política e Geopolítica; depoisfaz uma abordagem evolutiva da Geografia Política através dos seus teóricosclássicos; uma conceituação básica dos elementos que são essenciais para acompreensão da organização territorial; os conflitos e guerras gerados pela disputade poder no mundo; a criação de organismos internacionais para gerenciar asrelações de poder e, por fim, analisar as causas da queda da potência socialista.

O segundo bloco temático trata da análise da Geografia Política nacontemporaneidade e seu papel no Ensino Fundamental e Médio. Analisaremos aconfiguração de uma nova ordem mundial; os novos pólos de poder; a globalizaçãoe a Geopolítica; as conseqüências desse nova forma de organização mundial; anova forma de integração comercial do mundo. E, por fim, sintetizaremos com opapel da Geografia Política na vida cotidiana dos cidadãos no exercício da suacidadania.

Lembre-se! A educação neste início de século, para qualquer um de nós,tem como tarefa, o assumir o seu tempo, que significa integrar-se, inserir-se noprocesso com lucidez : Isto significa entender a Geografia Política com todas aspossibilidades de mudanças que esse novo século nos reserva. Sendo assim, o

aluno, estimulado pela curiosidade pelos novos acontecimentos mundiais, eembasado pela disciplina, deve consultar outras fontes de informações para saciá-la e ampliar seus conhecimentos, buscando as respostas para os fatos.

O futuro é algo que se vai dando, e esse ´se vai dando´ significa que o

futuro existe na medida em que nós mudamos o presente. E é mudando o presente

que a gente fabrica o futuro.

  PauloFreire

Bons estudos.Profª Fátima Ventura.

Apresentação da Disciplina

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Geografia

Política

GEOGRAFIA POLÍTICA EGEOPOLÍTICA

GEOGRAFIA POLÍTICA E GEOPOLÍTICA: SUAS ORIGENS,SEUS LIMITES, SUAS INFLUÊNCIAS, TEMAS, CONCEITOS

PRINCIPAIS, SEUS AUTORES E OBRAS.

1. O Que é Geografia Política...?

É um dos ramos da Geografia Social ou Humana que busca compreender as relaçõesde poder no espaço geográfico.

 A Geografia Política visualiza o Estado através da organização do espaço.Os processos principais ligados ao poder são objetos de estudo da Geografia

Política caracterizando-a como:- não só social, mas também geográfica;- faz uma análise geográfica do espaço;- estuda as relações de poder e a sua correlação com o espaço.

 A Geografia Política moderna estuda uma regiãohumanizada como uma unidade política, observandosuas bases geográficas e territoriais, as modificaçõesna distribuição demográfica, o seu potencial econômicocomparando com as que estão em seu entorno e osoutros fenômenos sociais.

Ela nasceu com a obra Politische

Geographie do alemão FRIEDRICH  RATZEL,(ilustração) publicado em 1897. Com ele, inicia-se umestudo sistemático da dimensão geográfica da política,onde a espacialidade e a territorialidade do Estado erao principal objeto de preocupação. A partir de RATZEL,

a Geografia Política ganha um novo significado, passaa ser entendida como o estudo geográfico ou espacialda política, e não mais como um estudo genérico dosEstados.

 As leis de RATZEL influenciavam bastante o pensamento geopolítico alemão, a pontode atingir, com muita força, as ações de Hitler.

 A Geografia Política possui algumas fontes de ajuda a investigar o espaço geográficoe, por excelência, são:

- A observação permanente, procurando cotidianamente observar as relaçõespolíticas que acontecem no espaço;

- Os trabalho produzidos nas academias como livros, periódicos, etc;- As publicações de origem militar;- Os relatórios diplomáticos que podem ser publicados, dentre outros.

Friedrich Ratzel (1844-1904)

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E a Geopolítica?

A Geopolítica surgiu no século XX. Visualiza e estuda o espaço do ponto de vista doEstado. Ela não se caracteriza como ciência, e sim como uma estratégia política a serviçodo Estado.

Então, o que tem a ver Estratégia, Geoestratégia com a Geopolítica?Estratégia – como definição antiga, significa a arte de administrar a guerra; atualmente,

significa qualquer tipo de plano, técnica ou estratagema e não tem nada a ver com espaçogeográfico.

Geoestratégia – tem a ver com a dinâmica espacial, estuda como se dará as açõesmilitares no espaço numa situação de guerra.

Geopolítica – tem uma preocupação fundamental com a correlação de forças, antesmilitar, hoje econômico-tecnológica, cultural e social a nível territorial e com ênfase no espaçomundial.

Na prática e conceitualmente, fica difícil separar e distinguir a geoestratégia daGeopolítica, mesmo porque o termo “estratégia” se popularizou tanto, que não tem maisnada com o conceito original.

Segundo Magnoli:

“A Geopolítica é um saber estratégico a serviço dos Estados,mas também é ferramenta para a compreensão mais profunda erefinada das relações entre a política e a Geografia. A investigaçãogeopolítica do espaço geográfico descortina formas inusitadas de

enxergar o mundo.”(Demétrio Magnoli, O Mundo Contemporâneo. SP. Atual 2004.)

 Através da Geopolítica se é capaz de entender as relações políticas, assim comoeconômicas, que imperam no mundo, como guerras, conflitos, integração de blocoseconômicos, por fim, toda forma de re-arrumação do espaço geográfico.

 As Geopolíticas foram criadas primeiramente por militares (HAUSHOFER, MAHAN

e outros) e posteriormente por juristas como (KJELLÉN) ou mesmo por geógrafos como(MACKINDER, LACOSTE). Atualmente, quase não existem mais militares discutindo ouescrevendo sobre Geopolítica; hoje, os seus teóricos são historiadores, sociólogos,geógrafos economistas, cientistas políticos, dentre outros.

 A palavra Geopolítica tornou-se moda! Hoje ela éusada para se referir a qualquer discussão política eeconômica a nível internacional.E algumas escolas

chegaram a incluí-la nos seus currículos para discutir ostemas da “atualidade.”

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Geografia

Política

 A Geopolítica surgiu num escrito do jurista sueco Rudolf KJELLÉN,não que ele tenha sido o criador da palavra Geopolítica, por que algunsgeopolíticos clássicos já faziam uso dessa temática bem antes dele. Ele estavapreocupado com a noção de povo (volk ). Outro autor alemão que popularizoua Geopolítica foi Karl HAUSHOFER, ele era o Terceiro Membro do partidonazista e foi influenciado pelas idéias de KJELLÉN, que criou a Geopolítica.

O objetivo da Geopolítica alemã era fornecer dados e informações para aação externa do partido nazista. No período pré-guerra, a Geopolítica conheceu

um período de expansão e aceitação; na primeira metade do século XX, com a derrota donazismo, caiu no descrédito, ficando afastada e esquecida no período pós-guerra.

 A preocupação da Geopolítica com a escala macro é a disputa de poder espacialmente, para alcançar o status político. A partir da década de 70, ela sai doesquecimento e volta aos pequenos círculos de interesses políticos geográficos, não com ocunho de “ciência”, para apreensão do conhecimento da realidade geográfica, e sim, comoinstrumento de ação e de estratégia a serviço dos Estados.

 A Geografia Política Tradicional e a Geoplítica: As Teóricas Clássicas de Seus Autores

Essa era a célebre bandeira do alemão Friedrich RATZEL, com a justificativa deque é do Estado que se origina uma sociedade destinada a defender a expansão do território.

Espaço é poder;

Quais as propostas de RATZEL?

 Achava que a Geografia Política deveria estar voltada para as relações entre osEstados, e cada Estado deve ser considerado um organismo vivo e, por isso, se comportamcomo organismo. Para ele um organismo nasce, cresce, adoece e morre.

 As suas leis de expansão espacial dos Estados, justificavam teoricamente amovimentação da unificação da Alemanha em termos de crescimento territorial,empreendidas através das sucessivas guerras.

• Quais as leis do crescimento do Estado para Ratzel?

Como já fora dito anteriormente, as leis de RAZTEL influenciaram bastante opensamento geopolítico alemão, o que possibilitou a idéia do “Espaço Vital” um territórioideal de uma sociedade, em função da sua população e dos seus recursos naturais.

- o crescimento do Estado decorre da energia (poder, riqueza)que ele consegue acumular;- um Estado compete com os outros Estados visando o seu

crescimento;- as relações entre os Estados são feitas em função de alianças,

dentro das quais os interesses do Estado mais forte prevalece;- a relação e a competição se dá em busca de ampliação do

espaço vital;

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Quais as propostas de MACKINDER?

Ele foi precursor do determinismo inglês. A Grã-Bretanha, dona de um império deextensão planetária, foi a grande potência naval dos séculos XVIII e XIX. O geógrafo ediplomata inglês Halford Jonh MACKINDER foi o pioneiro da teoria do poder continentalem contraposição à teoria do poder marítimo. Na teoria do poder continental, MACKINDERintroduziu vários conceitos geopolíticos, dentre eles o p iv ot área  (a base de sustentação –os continentes); o world island (ilha mundial – o Velho Mundo); e o conceito de heart land 

( a região-core ou terra-coração) (ver ilustração). Para ele, no coração do pivot área, existiriaa região geoestratégica do planeta, a heartland, seria o centro dinâmico da geopolíticamundial. Essa teoria, inclusive, é uma das precursoras da teoria centro-periferia.

Os dois tipos de poderes:- Continental, colocando a Alemanha como o grande centro poderoso da Europa.- Marítimo, colocando em primeiro lugar o Reino Unido.O poder continental, para ele, é considerado forte, por que é protegido pelo relevo,

pelo clima e pela distância. Propõe que o Reino Unido formasse uma aliança com os outros

poderes militares, chamado de “cordão sanitário” que impediria o avanço do poder marítimo.O centro do poder continental, a heartland , está entre a Alemanha, Polônia, ex-URSS, ex-Tchecoslováquia e Áustria (ver ilustração). Segundo MACKINDER, quem controlar aheartland, controlará o centro do mundo; e quem controla o centro do mundo, controlará omundo.

Segundo ele, o poder marítimo do Reino Unido, com sua poderosa esquadra ecom o processo de industrialização, juntamente com vários países europeus, principalmentea Inglaterra, precisava ampliar a sua capacidade de produção e conquistar novos mercadose novas matérias-primas e se lançaram com sua esquadra a conquistar novas colônias. Omais vasto império colonial foi constituído pela Inglaterra. Por isso, Londres foi até o final do

século XIX considerada a “capital do mundo”.

Quais as propostas de HAUSHOFER?

Karl HOUSHOFER era alemão e criou a Revista de Geopolítica, publicada na Alemanha de 1924 a 1944. Ela tinha a colaboração de vários teóricos de diversas áreas doconhecimento. Com a mudança de linha da revista, vários intelectuais deixaram de colaborar,preocupados com a reputação da academia. A revista passou a abordar temas com

Fonte: Novas Geopolíticas, 2004, p.19.

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Geografia

Política

ideologia nacional-socialista, como as idéias do ressentimento alemão depoisdos tratados pós Primeira Guerra Mundial, dando ênfase ao radicalismonacionalista e à supremacia da raça e na busca de um “espaço justo” . Ochamado “espaço vital”, para a Alemanha, era, na realidade, a necessidadede novos territórios, que considerava naturalmente germânico, perdidos naPrimeira Guerra e outros onde havia a presença dos povos de origem alemã,

inclusive no Brasil. Baseado nesse ideário, a cartografia geopolítica alemã,utilizava projeções cartográficas de Peters, que ampliavam o território dos

países vizinhos, símbolos, tropas e aviões em torno da Alemanha para dar a idéia depresença de inimigos prontos para invadir o seu Estado. Esses mapas eram trabalhadosem escolas como material didático nas aulas.

HAUSHOFER utilizou as idéias de MACKINDER de fortalecimento do impériobritânico e adaptou ao contexto alemão. Cabe lembrar que HAUSHOFER fez a leituracontrária do que dizia MACKINDER e teorizou as condições de fortalecimento do Estadogermânico.

HAUSHOFER idealizou uma “ordem mundial ideal” formada pela Alemanha, Rússia,

Japão e Estados Unidos. Seriam quatro blocos formados pelas áreas de influências da Alemanha; a área de influência da Rússia; a área de influência do Japão e a área de influênciados Estados Unidos (ver ilustração), pois achava injusta a pouca presença da Alemanhana ordem mundial.

Quais as propostas de HUNTINGTON?

Ele era americano e achava que países diferentes fisicamente são diferenteseconomicamente. Acreditava na teoria do determinismo físico em Geografia Política. Emtodas as partes do mundo, o ambiente geográfico tem uma forte influência sobre as condiçõespolíticas. Cada um dos grandes elementos do meio ambiente geográfico desempenha seupapel, provocando diferenças da natureza política, e esses aspectos influenciam as relaçõesde um país com o outro.

Para ele, dois casos podem ser citados como fatores da Geografia Política:- o tamanho do território- o relevo 

O tamanho do território - para os países de grande extensão e países de pequenaextensão, tem cada um suas vantagens e desvantagens, que são naturalmente diferentes.

Fonte: Novas Geopolíticas, 2004, p.22

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Para os países grandes, é mais fácil manter a sua independência e uma auto-suficiência de alimentos e de outros recursos. Eles dispõem de populações numerosase, por isso, podem estar presentes nos organismos internacionais, ou se fazeremrepresentar junto às demais nações, mas por outro lado, estão mais sujeitos a conflitosinternos que os países pequenos. Isto se deve à constituição de povos diferentes, naraça, língua, religião e hábitos. Todavia, se as populações são mais ou menos homogêneas

em um grande país, elas assumirão posturas diferentes e desenvolverão interessesdiferenciados com o passar do tempo.

Nos países pequenos existem uma unidade maior de atividades, de modo de vidae de aspirações, e isto pode ser uma vantagem para os países pequenos, nas relaçõesinternas e internacionais.

O relevo, por sua vez, em um mapa da região dos Bálcãs, por exemplo, nota-se asnumerosas cadeias de montanhas, com as mais variadas direções assim como hánumerosas planícies entre as montanhas, algumas de tamanho considerável. Para estaregião tem vindo diferentes povos no curso da história e, se caso houve uma grandeplanície, esses povos poderiam ter-se unificados mais facilmente como ocorreu com os

povos da França, da Inglaterra ou da Polônia. Mas cada pequena planície no vale daPenínsula Balcânica é mais ou menos isolado dos outros por um “muro montanhoso”, demodo que cada povo, acaba por preservar suas características sociais, lingüísticas, políticase religiosas e, conseqüentemente, seu relacionamento é marcado por conflitos. Alem disso,todas as pequenas comunidades sobrevivem na pobreza gerada pelo ambiente e por sua fragmentação. Tudo isso provoca descontentamento e cada grupo acaba por atribuir as causas dessas situações aos seus vizinhos ou aos governantes.

Por essas e outras razões, a região balcânica tem sido um permanente foco detensão na Europa.

Quais as proposta de MAHAN ?

O norte-americano almirante Alfred Thayer MAHAN focalizou nos oceanos, o horizonte deexpansão do poder do Estado. Ele considerou osEstados Unidos uma “ilha geopolítica”, ou seja, umEstado com saídas para os principais oceanos e semameaças territoriais nas suas faixas de fronteiras

terrestres, possibilitando ampliar a expansão dopoder marítimo. Essa concepção orientou onascimento das impressionantes esquadras deguerra norte-americanas, despertando o interessepelo mar do Caribe, América Latina e OceanoPacífico.

Para ele, as rotas marítimas eram a chave dahegemonia mundial, pois nelas passavam os grandes

fluxos do comércio internacional. Portanto, ele via no poder marítimo, o centro das mudançaspolíticas externas e a consolidação de uma das grandes potências mundiais da ordemmundial que estava nascendo a partir da enfraquecimento da Inglaterra, considerada, atéentão , a maior potencial naval do planeta. Dentre as idéias de MAHAN, uma se tornourealidade: a construção do canal do Panamá ligando os oceanos Atlântico e Pacífico.

Alfred Thayer Mahan

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Geografia

Política

 A Geopolítica não serve apenas para instrumentalizar osEstados como identificou o geógrafo Yves de LACOSTE. Serve paraorientar todas as pessoas interessadas em entender melhor os váriosmomentos políticos do mundo marcados pela disputa do poder,mudanças de fronteiras, tensões étnicas, desequilíbrios econômicose ambientais.

Momento de Reflexão

1.Com base na análise dos conceitos de Geografia Política e Geopolítica,explique a importância deles nas questões estratégicas e militares.

 2.Ela contribui para a conscientização das pessoas?

2. Nação e Nacionalismo, Estado-Nações

 A palavra nação possui duas concepções: uma antropológica, que significa povo ouetnia e a outra a concepção política, como sinônimo de “Estado”. Para que uma nação existarealmente, porém, não basta que seja formalmente um país. É preciso que esteja unida peloslaços do patriotismo ou do nacionalismo. É preciso que, apesar dos conflitos internos, hajauma solidariedade básica entre seus povos. E é preciso que a nação, seja capaz de, elaprópria, definir suas instituições e suas políticas públicas, portanto, definir seu destino.

 A palavra “Estado” significa “estar firme” para dominar uma sociedade política eterritorialmente organizada; no sentido político, é uma instituição social e politicamenteorganizada que exerce soberania sobre um território, delimitado por fronteiras com limitesprecisos e protegido pelas Forças Armadas, tem uma administração burocrática e éorganizado em três esferas de poder (federal, estadual e municipal). Muitas vezes é usadocomo sinônimo de “país” , o que não significa a mesma coisa.

O Estado moderno classifica-se em dois períodos distintos:- o absolutista (fins do séc. XV até o séc. XVIII) – o poder se concentrava nasmãos do rei, que era tido como Deus. Seu poder era absoluto, mas tinha que governar com justiça embora o povo não participasse nas decisões do Estado. A França é o país símbolo

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do absolutismo, assim como a célebre frase do rei Luís XIV: - “O Estado sou eu”. O brasãoreal simbolizava a coesão do país em torno da monarquia.

 Estado-nação - surgiu no final do século XVIII, após o processo de independênciados Estados Unidos e da Revolução Francesa. Esses fatos abriram possibilidades para aimplantação da democracia, do governo, do povo e da república com regime político. É umaconstrução cultural, com o objetivo de unificar povos, em torno de um conjunto de valores,

crenças, costumes e símbolos instituídos pelas elites políticas nacionalistas. Essa unificaçãopassou a conferir uma identidade comum a população, que, antes, cultivava diferentestradições, línguas, dialetos e culturas. Essa unificação apagou da memória dos povos aslembranças tradicionais, produzindo novas memórias, nascendo a consciência nacionalista. A bandeira, o hino,a moeda e a língua são alguns dos símbolos de coesão nacional e deidentidade do povo de um Estado-nação.

O país, por sua vez, é a porção física que, no decorrer da história passou a ser controladopor um Estado que se transformou em território. Esse território é composto de paisagensnaturais e culturais que chamamos de país.

O território é um espaço submetido a um poder político. O poder político é exercidopelos Estados nacionais que, por sua vez, está limitado geograficamente pelas fronteiras

políticas que delimita o território.O Nacionalismo é a ideologia segundo a qual o indivíduo deve lealdade e devoção

ao Estado nacional – compreendido como um conjunto de pessoas unidas num mesmo territóriopor tradições, língua, cultura, religião ou interesses comuns, que constitui uma individualidadepolítica com direito de se autodeterminar. Com o Estado-nação, o nacionalismo passou a ter um significado contemporâneo, substituindo o de nação – sociedade de cidadãos, organizadosem Estado. O antigo Estado iugoslavo, é um exemplo do nacionalismo sérvio e dadecomposição dos impérios que dominavam a região balcânica. O nacionalismo assumeinúmeras formas e pode se originar com base em diversas necessidades, de uma comunidadeétnica, religiosa ou cultural, sob dominação, tornar-se independente; de um grupo ou

comunidade, impor sua nacionalidade e se transformar em soberano no Estado; ou de opróprio Estado-Nação, impor seus ideais aos cidadãos, como forma de sobreviver comounidade. O sentimento nacionalista tem suas raízes na Revolução Francesa. A burguesiavolta-se contra a nobreza e o clero e proclama que o poder não emana de Deus nem do rei,mas do povo e da nação. A lealdade ao rei é substituída pela lealdade à pátria.

 A palavra povo, no sentido jurídico-político, significa o conjunto de cidadãos erefere-se à população que habita um território sob a jurisdição de um Estado, com diversosdireitos e deveres, que chamamos de cidadania , excluindo aí, nesse caso, os estrangeirosnão-naturalizados.

Momento de Reflexão

Explique qual a real situação dos Estados –nações diante da globalização.

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Geografia

Política

3. Guerras e Conflitos Ético-Nacionais

Com o fim da Guerra Fria, com a marginalização econômica e a intensamigração, o mundo ficou imprevisível. O rompimento com o lugar de origem, oslaços familiares e de amizade, enfim, com a cultura, tendem a acentuar onacionalismo. A integração ao novo lugar, é sempre mais difícil devido às

diferenças culturais, costumes, hábitos, despertando muitas vezes, sentimentoshostis em relação aos imigrantes. O processo de descolonização da África e

da Ásia, a desintegração da URSS, o fim do comunismo no Leste Europeu, por exemplo,deram lugar a uma série de conflitos étnicos, tribais e religiosos que sacudiu o mundo. Essaatitude leva muitas vezes a guerras e conflitos entre Estados-nações, guerras civis, territoriale até movimentos separatistas, que, geralmente, estão associados a questões nacionalistas,com autodeterminação de uma nação, controle de um território e até a constituição de umnovo Estado.

Como os conflitos são fenômenos que têm causas diversas e muitas vezessobrepostas, citaremos alguns de maior expressão no mundo atualmente.

O país Basco se localiza no norte daEspanha e sudoeste da França, mas a maior partede seu território continua fazendo parte do territórioespanhol. Os bascos constituem-se um povocom língua de origem desconhecida e culturatradicional, que vem desafiando o governoespanhol para obter a sua independência. Ganhoustatus de região autônoma em 1975, mas só a

independência satisfaria os bascos. Na regiãobasca atua o ETA (Pátria Basca e Liberdade), umdos movimentos separatistas mais violentos domundo, os próprios bascos hoje apóiam cada vezmenos o ETA, ou pelo menos, os seus métodosterroristas.

No Reino Unido, a Escócia e o País deGales, embora não obtendo a separação,conseguiram maior autonomia em relação aogoverno central inglês.

Ocupando ilhas separadas, ingleses eirlandeses formaram um só país – o Reino Unido. A parte norte da ilha (Ulster ou Irlanda do Norte),continuou pertencendo ao Reino Unido e o Eireou Estado Livre da Irlanda ao sul, transformou-seem república em 1949 através do Sinn Fein,partido católico e o seu braço direito foi o IRA.(Exército Republicano Irlandês).

Na Irlanda, o IRA luta até hoje pelaformação de uma única Irlanda, dividida entrecatólicos (irlandeses) na Irlanda do Norte eprotestantes (ingleses) no Eire.

Irlanda do Norte

Províncias Bascas

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 A Península Balcânica localiza-se no Sulda Europa. È uma região marcada pelapresença de uma imensa cadeia de montanhado período terciário, onde vivem povos com

imensa diversidade étnica, o que gera inúmerosconflitos. Durante a Segunda Guerra osnazistas ocuparam esse país e instaurou oregime socialista, criando a Federação daIugoslávia, composta por seis repúblicas(Sérvia, Croácia, Eslovênia, Montenegro,Bósnia-Herzegovina e Macedônia) e duasregiões (Voivodina e Kosovo). Os conflitosétnicos levaram à sua desintegração, surgindocinco novos Estados: Eslovênia, Croácia,Bósnia-Herzegovina, Macedônia e Iugoslávia, reduzida à Sérvia e Montenegro.

Com o fim da Guerra Fria, a União Soviéticase fragmentou em 15 novos países; Uma delas, oCurdistão, que é uma região que abrange parte dosterritórios da Turquia, Iraque, Irã, Síria e da Armênia, éhabitada por curdos, a maior nação sem Estado domundo. Os curdos tem maioria mulçumana sunita e

não são turcos, nem árabe nem persas, todos elesse consideram curdos. Na Turquia, onde estápraticamente a metade dos curdos, a repressão foi,uma das mais violetas da região pelo movimento deindependência. As perspectivas de solução pacífica,veio quando a União Européia impôs condições paraa integração da Turquia a esse bloco – resolver oproblema com os curdos e revogar a pena de morte.No Iraque, os curdos também sofrem repressão ondehá resistência organizada. Na Guerra Irã-Iraque eles

colaboraram com o Irã e em represália, em 1988, Saddan Hussein ordenou um ataque com

armas químicas, matando 5 mil curdos. Na Guerra do Golfo, Saddan promoveu outro massacree a ONU foi obrigada a criar uma área para proteger os curdos das ofensivas iraquianas. Acriação da pátria curda é dificultada pela desunião entre os vários povos que a compõe. Unscostumam discriminar outros que habitam outras áreas; as diferenças político-ideológicas tambémsão fonte de desentendimento.

Região dos Curdos

 Antiga Iugoslávia

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Geografia

Política

A Caxemira é um Estadolocalizado ao norte da Índia e do Paquistão,com maioria da população muçulmanaque se identifica com o Paquistão. Adescolonização britânica deixou uma

ferida aberta e no meio do caminho - aCaxemira. Na década de 80, os embates

ganharam novo impulso quando guerrilheirosseparatistas islâmicos da Caxemira indiana entraramem cena. O Paquistão acusa a Índia de fornecer armase base de treinamento a esses guerrilheiros. Umasolução negociada permanece difícil. A Índia se recusaa abrir mão da região por motivos políticos eestratégicos, o Paquistão, por sua vez, defende umplebiscito na Caxemira indiana. A situação de rivalidadeé preocupante por se tratar de duas potências

nucleares.

Caxemira

Colômbia

Na América Latina, a guerrilha na Colômbia é ligada ao

narcotráfico. As organizações FARC (Forças ArmadasRevolucionárias da Colômbia) e ELN (Exército de LibertaçãoNacional) todas de esquerda, controlam 40% do territóriocolombiano. Em contrapartida, uma série de esquadrõesparamilitares, de extrema direita, combate a guerrilha emdiversas regiões do país. Os traficantes financiam tanto os gruposparamilitares quanto os rebeldes, além de promover uma redede corrupção de funcionários do governo. A Colômbia tornou-se um importante produtor mundial de cocaína graças à açãodos cartéis de Medellín e de Cali, por possuir vantagens sobreoutras culturas legais. Pressionado pelos Estados Unidos, omaior consumidor de cocaína, a Colômbia vem sendopressionada pelos Estados Unidos para um combate maisofensivo contra os grupos armados de esquerda, que são osprodutores da coca.

O Cáucaso é uma região montanhosa,situada entre o mar Cáspio e o Negro e lá ficamoito repúblicas e regiões autônomas daFederação Russa, com mais de 30 povos , cadaum com suas tradições e seu idioma, marcadapor rivalidades étnicas e sendo considerada umadas regiões mais conturbadas do planeta. Oprincipal foco de tensão separatista é a repúblicada Chechênia, que pretende instalar um EstadoIslâmico extremista. Por ser uma região rica empetróleo e por estar na rota de importantesoleodutos em operação na região, ter a suaposse é fundamental para a Rússia.

Chechênia

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 A Palestina fica numa estreita faixade terra desértica, ao longo do Mediterrâneoentre o Líbano e o Egito. Há cinqüenta anos,israelenses e palestinos disputam a posseda região que ambos reivindicam como sua. As negociações previam a criação doEstado Palestino, independente e em partesdo território ocupado por Israel (Faixa deGaza e Cisjordânia). Nesse cenário, ainfluência crescente do radicalismo deambos foi o suficiente para a eclosão deum levante popular palestino contra aocupação israelense em 2000, depois deum pequeno tempo de trégua e paz. Vários

acordos foram assinados e várias concessões foram feitas, mas esses avanços nãoocorreram sem sobressaltos. Jerusalém é o centro da discórdia. Ela é consideradasagrada pelas principais religiões monoteístas do planeta: judaísmo, cristianismo eislamismo. Numa pequena área da Cidade Velha concentram-se alguns monumentosconsiderados sagrados pelas três tradições: o Muro das Lamentações, a Igreja doSanto Sepulcro e o Domo da Rocha. Em 1947, a ONU, considerando a importânciareligiosa, determinou que a cidade ficasse sob a administração internacional. Israel,em desrespeito à decisão, ocupou a parte ocidental e, posteriormente, a parte orientalnuma sucessão de guerras e declarou a “capital única e indivisível” de Israel. Ospalestinos reivindicam até hoje a área como capital do seu futuro Estado. As incursões

de Israel nos territórios palestinos continuam até os dias de hoje com menor intensidadee os palestinos, perderam até mesmo o direito de ir e vir, pois vivem sob o toque derecolher.

Israel e a Palestina

 A busca pela paz, que o mundo tanto proclama, perpassa pelo desenvolvimentoeconômico, pela justiça social, pela proteção ao meio ambiental, pela democracia, pelodesarmamento e pelo respeito ao direitos humanos , pela tolerância, o que exige esforçosmútuos de todos os cidadãos, das nações e continentes.

 A partir do que você leu e vem tomando conhecimento através da mídia, sobre osfocos de tensão mundial, como você explica a grande quantidade de conflitos no continenteasiático?

Momento de Reflexão

4. Espaço, Poder, Território e Cidadania

Como a Geografia objetiva estudar o espaço, constituído pelas suas formas naturais

e as criadas pelo homem, assim como as relações na vida da sociedade, o espaçogeográfico, portanto, deve ser analisado em toda a sua dinâmica e interação e o seuconstante processo de transformação. A objetivação de estudar a sociedade através daGeografia faz-se através da forma como essa sociedade se organiza espacialmente.

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Geografia

Política

Raymond Aron, dizia que “para uma pessoa chegar à noção de poder,deveria agir por aproximações sucessivas”. No passado remoto, poder eraigual a força física e, mais tarde, foi relacionada como poder espiritual, depoiso poder ficou ligado ao saber; hoje, está ligado ao econômico, à noção decapital. Tem poder, qualquer pessoa ou entidade que consiga levar terceirosa realizar, a agir, a pensar em função de seu interesse e vontade.

Tipos de relação de poder:- Coercitiva e Gratificante – são relações parciais que não conseguem

manter o poder por muito tempo;- Informações e Símbolos - utilizam as informações e os símbolos para levar a

própria conscientização e exercer o poder.É possível visualizar o poder no espaço através do mapeamento militar, alcance e

quantidade de misseis, livros publicados, números de universidades, etc.

Os Atlas de Geografia Política são Atlas de poder.

 A profª Bertha Becker afirma que para a Geopolítica

“O valor estratégico de espaço não se resume mais aos recursosnaturais e posições geográficas. Eles se tornam condições da reproduçãogeneralizada e, como tal, o espaço do poder. A partir de então, o Estado setorna necessário para assegurar as condições de reprodução das relaçõesde dominação e, para tanto, instrumentalizar o espaço e produzir seu próprioespaço, o espaço estatal”.

Com isso vale ressaltar que o Estado-nação é uma porção do espaço geográficocom características políticas, administrativas e econômicas particulares que, do pontode vista da Geografia Política, e nesse sentido, o Estado está caracterizado pelo seu

território.O território é outro elemento utilizado para analisar e interpretar a sociedade e

suas relações com a natureza. O território é importante condição de poder, de posse oude domínio, nele vigoram determinadas regras ou leis que podem ser institucionais oureconhecidas pela sociedade. Nesse sentido, o território pode ser constituído nas maisdiversas escalas: um território nacional, uma tribo indígena, uma área controlada por umgrupo de traficantes de drogas, por um conjunto de países, como a União Européia, aONU, o FMI, a OMC, etc.

O território pode ter caráter permanente ou ter duração de décadas, anos,dias, e até horas. Os limites do território não foram e não são imutáveis, por que podem

ser alterados em decorrência da expansão de suas áreas, pela conquista de outrosterritórios – são as fronteiras (delimitação espacial do Estado e a sua evidência territorial).Esses limites podem ter repercussões marítimas (o mar territorial), e aéreo (espaçoaéreo) e podem ser naturais como rios, serras, ou criados como os marcos de divisão.Em qualquer caso, parecem cumprir uma função clara: separar territórios.

Dessa maneira, o território é fundamentalmente um espaço definido e delimitadopelas relações de poder.

 A territorialidade é entendida como uma correlação de forças espacialmentedelimitadas que operam sobre uma determinada área geográfica. A apropriação dosespaços públicos, como praias, por exemplo, a luta pela ocupação de terras abandonadas

por trabalhadores que não têm onde morar também é entendida como territorialidade.As diversas formas de apropriação de territórios por grupos sociais que vão se

apropriando gradativamente dessas áreas, de forma ilegal, é um atentado à cidadania.

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 Atividade Complementar

1.Consulte a Constituição Federal e verifique se podemos afirmar que o Brasil é um

Estado-nação.

 2.Verifique também qual o trecho que explica que o Brasil é um “Estado Democráticode Direito”.

3.No final da década de 1980, o historiador Eric Habsbawm argumentava que, se naEuropa, cada movimento nacionalista constituísse seu Estado, haveria uma balcanização

do continente. O que ele quis dizer com o termo grifado?

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Geografia

Política

O desenvolvimento capitalista comercial,apoiado nas Grandes Navegações dos Séculos XV eXVI e, mais tarde, pelo Mercantilismo, determinou abusca por importantes entrepostos comerciais noslitorais da América, da Ásia e da África, devido a umacrescente necessidade de importação de matérias-primas e a manutenção de novos mercados. A

ocupação mais antiga foi a da Ásia, alcançada pelasrotas terrestres e marítimas que passavam para oOriente Médio. Com o desenvolvimento das plantations, nas Américas, essa ocupação sesolidificou e se ampliou pelo interesse no tráfico deescravos negros.

Na segunda metade do século XIX quase todo o litoral africano e asiático já estavaocupado pelas potências coloniais européias. A maior potência imperialista do período foio Reino Unido, que chegou a ter em seu domínio o maior império colonial da história, que seestendia por todos os continentes.

1. O Expansionismo Colonial Europeu, Japonês eNorte-americano e a Organização do Espaço Geográfico.

A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

GEOGRÁFICO NO PÓS-GUERA

Os Estados Unidos jamais desenvolveram umapolítica externa colonialista nos moldes das potênciaseuropéias e, recriminaram a Europa por essas práticas;no entanto, nas últimas décadas do século XIX,empreenderam um movimento expansionistadirecionado pelo mar do Caribe, o istmo da AméricaCentral e o Oceano Pacífico.

 A anexação do Havaí e, a operação de guerracontra a Espanha possibilitaram a hegemonia norte-americana no mar do Caribe e do Oceano Pacífico; aconstrução do canal do Panamá, precedida pela

secessão da Colombia e do Panamá, serviu de corredor entre as duas áreas de expansionismo naval norte-americano.

Esse movimento histórico transformou os EstadosUnidos em uma potência marítima no Pacífico, ondetambém se desenvolvia o expansionismo japonês.

Impulsionada pela industrialização, pelacentralização político-administrativa e pelo militarismo nacionalista, teve início o processoexpansionista japonês. No final do século XIX, enfrentando a expansão norte-americana noPacífico, o Japão ocupou inúmeras ilhas e arquipélagos mais distantes de seu território.

Iniciando seu processo de expansão continental, o Japão entrou em conflito com a

Rússia, venceu a guerra e anexou a península da Coréia; mais de um milhão de quilômetrosquadrados do norte da China; ocupou a Indochina, a Península Malaia e as Filipinas. O queretraiu o expansionismo japonês foi a ofensiva dos aliados, abrindo caminho para adescolonização do continente asiático.

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O enfraquecimento da Rússia na política européia agrada bastante à Áustria quedisputava a Península Balcânica. A expansão austríaca nos Bálcãs, vai chocar-se com osinteresses dos outros Estados europeus e vai ser uma das causas da Primeira Guerra Mundialem 1914.

Momento de Reflexão 1. A atual situação enfrentada pela África, hoje, tem origens na ocupação colonial peloseuropeus. Explique a afirmação anterior relacionando o imperialismo e as guerras tribais,o sistema agrícola implantado e a atual situação econômica do continente.

2. A Derrota do “Eixo” e os Novos Centros de Poder

 A Alemanha, a Itália e o Japão, após a Primeira Guerra Mundial, continuaram carentesde insumos e matérias-primas para suas indústrias. Segundo a lógica imperialista da época,esses três países se associam em uma aliança expansionista, denominada “Eixo”.

A expansão dos países do “Eixo”, torna-se uma ameaça aos interesses dasgrandes potências da época: a Grã Bretanha, França, União Soviética e Estados Unidos,

mas os países europeus assumem uma política de apaziguamento. Diante da situação, osEstados Unidos assumem uma postura de indiferença em relação aos problemas exterioresao continente americano.

O avanço dos países do “Eixo”, movidos pela ganância por mais territórios, foiimplacável: o Japão tomou a Mandchúria que pertencia à China, depois atacou a China; aItália conquista a Etiópia e a Albânia; mas a expansão da Alemanha foi muito mais além:anexou a Áustria e regiões pertencentes à Tchecoslováquia, invade a própriaTchecoslováquia, ocupa regiões desmilitarizadas da Europa e ataca a Polônia. A França ea Grã-Bretanha encontraram motivos suficientes para declarar guerra à Alemanha.

Fonte: Atlas Geopolítico, 1996,p12.

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Geografia

Política

No início do século XX existiam dois blocos rivais:- ATríplice Aliança, formada pela Alemanha, o Império Austro-Húngaro

e a Itália;- A Tríplice Entente, formada pela Inglaterra, França e Rússia.Declarada a rivalidade, os dois blocos procuram armar-se. Exalta-se,

também, o sentimento nacionalista; a política na região balcânica volta a ser 

agitada; a Rússia, derrotada pelo Japão, volta a disputar prestígio e influênciana região balcânica; os eslavos contam com o apoio russo; a Áustria incorpora

a Bósnia-Herzegovina, região eslava e isso desagrada à Sérvia que pretendia: obter aliderança sobre os povos eslavos nos Bálcãs e estender as suas fronteiras até o mar.

 A Sérvia foi impedida pela Áustria de assumir a liderança nos Bálcãs; ela chegariaao mar pela Albânia, mas a Áustria transformou a Albânia num Estado independente; arivalidade entre eslavos e austríacos vai se acirrando; no dia 28 de junho de 1914 foiassassinado, em Sarajevo, capital da Bósnia, o herdeiro do trono austro-húngaro, FranciscoFerdinando; a Áustria declara guerra à Sérvia, que recebe o apoio da Rússia; a Áustriarecebe apoio da Alemanha, que declara guerra a França; o incêndio se alastra!...,

desencadeando o choque entre a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente.O que seria uma guerra rápida, durou quatro anos. Em 1917, os alemães iniciam

a guerra submarina, atacando navios americanos. Os Estados Unidos entra na guerra aliadosà Tríplice Entente, alterando, assim, o equilíbrio europeu . A Rússia sai da guerra por nãoter condições de prosseguir contra a Alemanha; em 1918 a guerra termina; os alemãesassinam a rendição e vários tratados de paz são assinados; o mais importante foi o deVersalhes que obriga a Alemanha a pagar pesadas indenizações, determina odesmembramento de seu império colonial e a perda de territórios no continente europeu.

 A guerra trouxe novas transformações no mapa político da Europa como pode ser visualizado na ilustração abaixo. Surgem novos países; outros conseguem independênciacomo a Hungria e a Polônia; no Oriente Médio o Império Turco passou a ser protegido pelaInglaterra e França.

Terminada a guerra, a Europa não conseguiu a paz duradoura para ela e para omundo.

Fonte: www.culturabrasil.pro.br/primeiraguerramundial.htm. Acesso em 12/03/2006.

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E por aí vem uma nova guerra.

 A Segunda Guerra Mundial veio como um desdobramento daPrimeira. Como a Alemanha tinha dificuldades de reencontrar o caminhodo desenvolvimento econômico e a paz social, levou a população a umainsatisfação, devido à instabilidade e esta é envolvida por líderesexaltados e com soluções extremistas.

- as regiões mais ricas estão ocupadas;- a economia desorganizada;- é obrigada a pagar pesadas indenizações;- com a crise de 29 os capitais americanos não chegam mais;- a produção diminui;- os compradores externos não existem;- a moeda desvaloriza-se.- Caminho aberto para as soluções extremistas.

  O nazismo: ...a solução alemã !

 A corrida armamentista, como em 1914, torna a guerra inevitável. Hitler assume ogoverno alemão e rompe com as decisões do Tratado de Versalhes e rearma a Alemanha.

O desenvolvimento industrial alemão, principalmente a produção de armas, foi umadas formas de :

- demonstrar a capacidade alemã;- afirmar a superioridade do povo alemão;

- resolver o problema do desemprego.

O nacionalismo exagerado leva o povo alemão ao fanatismo e começaa se preparar para a guerra. Seus aliados, a Itália e Japão, seguem o

mesmo caminho e se tornam responsáveis por numerosos atos que ameaçam a paz. Hitler sente-

se estimulado para novas agressões, como a invasãoda Tchecoslováquia e da Polônia, alegando que a população

dos dois Estados era alemã; numa tentativa de evitar a guerra realiza-se a Conferência de Munique; os representantes da França, Inglaterracurvam-se às exigências de Hitler, diante da promessa de que nãohaveria outro ato contra a paz.

 A Alemanha está pronta para assumir o nazismo.

 A Alemanha se prepara para a guerra...

- armas mais modernas;- indústria em plena produção;- os alemães certos da sua superioridade.- a Alemanha faz acordo com a Rússia para dividir a Polônia;- a Inglaterra e a França, após dar um ultimato, declaram guerra à Alemanha.

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Geografia

Política

Inicia-se o segundo grande conflito do século XX

Quase toda a Europa se curva à autoridade de Hitler. O norte da Áfricacai em poder da Alemanha com o apoio da Itália; o Egito fica ameaçado; osingleses perdem todo o norte da África. A Alemanha conseguem manter os

territórios ocupados até 1942, mas já começa a enfrentar resistências.Os aliados tomam o norte da África e iniciam a invasão da Europa.Hitler joga com a sua sorte, rompe o tratado e investe contra a Rússia; a

derrota começa a ser desenhada no inverno contra a ofensiva soviética; a retirada alemãtornou-se irreversível; nos últimos meses de guerra as forças soviéticas expulsaram osalemães de todo o Leste Europeu enquanto os norte-americanos e britânicos tinhamdificuldades para transpor o rio Reno.

 A derrocada da Alemanha nazista....

os Estados Unidos entraram na guerra; os alemães atacam a Rússia e são contidos; surgem os movimentos de resistência nas regiões dominadas;

os italianos se rendem. Além do eixo Roma-Berlim, havia se formado outro eixo na Ásia, o Tóquio-Berlim. O

Japão era o grande aliado da Alemanha na Ásia.

 A ação japonesa caracterizava-se por:

indústria voltada para a guerra; necessidade de aumentar o território; uma guerra-relâmpago.

Os japoneses atacam e destroem grande parte da esquadra americana no Pacífico.Inicia-se uma guerra-relâmpago. Grande extensão da Ásia foi dominada, de 1941-1942; osEstados Unidos e seus aliados, com o apoio das resistências nacionais, vão recuperandoas regiões dominadas pelos japoneses;

Fonte: Atlas Geopolítico, 1996, p.16.

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Os aliados entram em Berlim; Hitler suicida-se; os alemães se rendemincondicionalmente em 1945; o governo dos Estados Unidos deu um ultimato ao Japãoexigindo a sua rendição; o Japão resiste e rejeita o ultimato; os Estados Unidos tomamuma das decisões mas discutidas no século XX, através do presidente Truman e queapressam seu término, lançando duas bombas atômicas, uma sobre Hiroshima, de urânio;e a outra de plutônio, em Nagasaki. Diante da destruição, os japoneses assinaram a

rendição. De 1945 a 1952, o território japonês permaneceu sob a ocupação americana.Terminada a guerra, os países europeus estavam falidos, suas cidades destruídas e

a produção industrial e agrícola totalmente desorganizada. Após a Segunda Guerra Mundial, a lista das grandes potências não era a mesma.

Oficialmente, as grandes potências mundiais eram cinco: Estados Unidos, União Soviética,Inglaterra, França e China.

Será que se pode considerar a França, a Inglaterra e aChina como potências mundiais no pós-guerra?

Na realidade, no período pós Segunda Guerra Mundial, tornam-se as potênciaspoderosas do mundo os Estados Unidos e a União Soviética, apesar de apresentar quadrosdiferentes. Os Estados Unidos não sofreram a ação destruidora da guerra em seu território. A União Soviética, ao contrário, tinha sido duramente atingida, cidades e povoaçõesdestruídas, ferrovias e fábricas arrasadas. As perdas humanas foram as maiores de toda a

guerra.Várias são as razões pelas quais os Estados Unidos e a União Soviéticatransformaram-se nas maiores potências mundiais e podem ser analisadas no quadrocomparativo a seguir:

A França tinha parte do seu território destruído e seu governo favorável à ocupaçãonazista;

A Inglaterra com consideráveis perdas humanas, materiais e financeiras. A maior parte do seu ouro foi enviada aos Estados Unidos como pagamento de suas dívi-das de guerra;

E a China? ainda assim, conservava a mesma estrutura feudal e permaneciaem guerra civil.

Fonte: Geografia. Elian Alabi Lucci. 1997. p.31.

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Geografia

Política

Depois de analisados e comparados os dados do quadro anterior, percebe-se por que os Estados Unidos realmente se tornaram a principal potência mundial no pós-guerra.

1.Será que a resistência do Japão valeu a pena? Justifique.

Momento de Reflexão

3. O Papel Das Instituições Internacionais

Os Estados Unidos e a União Soviética preparam-se para organizar o mundo sob

suas hegemonias, mas formando dois mundos antagônicos. Ao lado da solidariedade,começam a surgir as primeiras divergências e hostilidades entre os países que se aliarampara derrotar as forças do “Eixo” ( Alemanha, Japão e Itália).

 As divergências se exprimem por dois fatos de iniciativas das nações aliadas:- a criação da Organização das Nações Unidas - ONU;- o julgamento em tribunal de chefes nazistas, considerados criminosos de guerra. A Organização das Nações Unidas (ONU) surgiu com a Conferência de São

Francisco, em 1945, em substituição à Liga das Nações, criada após a Primeira Guerra,quando 51 nações assinaram a Carta das Nações Unidas com as principais missões:

conservar a paz e manter a segurança internacional;

estabelecer cooperação entre os povos; estabelecer o respeito às liberdades fundamentais do homem; favorecer e estimular o progresso social; lutar contra a fome e a miséria.

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 A ONU compreende três órgãos principais:

Assembléia Geral - composto por todos os Estados membros , com a finalidade defazer recomendações sobre assuntos que interessam a comunidade internacional, nãodecide sobre segurança e cooperação internacional;

Conselho de Segurança - é o órgão executivo de maior poder, é responsável pela

manutenção da paz. É composto por 15 países, sendo 5 permanentes, com poder de veto:Estados Unidos, França Reino Unido, China e Rússia. Qualquer decisão só é colocada emprática se houver consenso entre as cinco potências e os dez são provisórios, com mandatode 2 anos. Ele investiga disputas e conflitos internos ou entre países, recomendando soluçõesque visem o acordo de paz; propõe também sanções, corte de relações diplomáticas e atébloqueio econômico.

Secretaria Geral – é um organismo administrativo, sob a direção de um secretáriogeral escolhido entre os membros constituintes.

 Alem desses órgãos, a ONU possui outros órgãos com variadas funções e atuações.

a saber:Organização para Alimento e Agricultura (FAO) - procura aumentar a produçãode alimentos, combate as pragas e formula planos para mecanização das áreas agrícolas;

Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)-visa o intercâmbio entre as nações do mundo com a finalidade de melhorar os padrõeseducacionais, da ciência e da cultura;

Organização Mundial de Saúde (OMS) - seu objetivo é acabar com as doençasepidêmicas, melhorando os padrões de saúde e higiene dos povos dos paísessubdesenvolvidos;

Organização Internacional do Trabalho (OIT) - tem o propósito de melhorar ascondições de trabalho em todos os países do mundo;

Fundo Monetário Internacional (FMI) - promove a cooperação monetáriainternacional;

Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) - ou BancoMundial, promove a assistência, a reabilitação e o desenvolvimento econômico dos paísessubdesenvolvidos com os capitais fornecidos pelos países desenvolvidos.

 A URSS preocupava-seem expandir o sistema socialistapara outros países com o objetivode garantir novas conquistas

internas; por outro lado, os EUApreocupavam-se em manter seus mercados compradores eo sistema capitalista mundial quelideravam.

Outro meio que os EUAencontraram para deter naEuropa a expansão dosocialismo, foi aprovar um planode recuperação da economia

européia - o Plano Marshall. Para administrar e distribuir a ajuda, foi criada a OrganizaçãoEuropéia de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECE) e que mais tarde passou a sechamar Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Como ossoviéticos não aceitaram o Plano Marshall, tiveram que elaborar para o bloco oriental, um

O Plano Marshall

Fonte: PERNAU, José. Historia Mundial desde 1939. RJ. 1979. p.44.

Em 1947, o secretário de Estado doGoverno de Truman, o general George

Marshall, anunciou a execução de umprograma de reconstrução européia.Os fundos do programa chegaram àEuropa entre 1948 e 1952, cerca de13, 182 milhões de dólares 3.421 paraa Grã Bretanha, 2.753 para a França,1.511 para a Itália, 1.389 para a Alemanha e o restante para outrospaíses como o Japão, Iugoslávia,Tchecoslováquia, etc.

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Geografia

Política

sistema de cooperação econômica que integrasse todo os países comunistassob sua liderança – o COMECON (Conselho de Assistência EconômicaMútua).

 Ao mesmo tempo em que se organizam em tornos dos planoseconômicos, também se fortalecem as cooperações militares. Do ladoOcidental criam um sistema geral de alianças defensivas no oeste europeu –

a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). No lado leste, a UniãoSoviética e seus aliados procuram fazer um tratado que fosse equivalente à

OTAN, conhecido como o Pacto de Varsóvia (Assistência Mútua da Europa Oriental). A ONU, na realidade, vem ficando desprestigiada desde o período da Guerra Fria.

Nesse período, todas as decisões que tomava contrariava os interesses das duassuperpotências. Quem se sentia prejudicada, vetava a resolução tomada pelo órgão. E,nos últimos tempos, esse desprestigio vem fazendo com que ela deixe de cumprir as suasprincipais missões. Em razão disso, os Estados Unidos vêm tomando as decisões sozinho,contrariando qualquer posição tomada pela entidade e isso vem reduzindo ainda mais oprestigio e a legitimidade da ONU.

Em 1995, nas comemorações dos 50 anos da ONU, houve uma campanha paraa ampliação do número de membros permanentes do Conselho de Segurança. A distribuiçãodo poder ainda reflete a correlação de força da Guerra Fria. Perdedores da Segunda Guerrareivindicam a entrada no Conselho, assim como alguns países subdesenvolvidos, como é ocaso do Brasil. Mas os Estados Unidos são favoráveis somente ao ingresso do Japão e da Alemanha, que hoje são potências.

1.Será que uma maior representatividade no Conselho de Segurança da ONU darámaior legitimidade às decisões, considerando a instauração de uma nova ordem mundialdo ponto de vista geopolítico?

Momento de Reflexão

4. O Colapso do Socialismo

Os anos que se seguem após a Segunda Guerra Mundial são marcados pela divisãodo mundo em dois blocos contrários e hostis. De um lado os Estados Unidos, liderando obloco de países, com o modo de produção capitalista e, do outro lado, a União Soviética,liderando os paises com o modo de produção socialista – dando origem à bipolarização domundo. A Europa, era a referência para essa divisão e a linha que limitava os sistemas foichamada de cortin a de ferro, que dividia a Alemanha em Ocidental (capitalista) e AlemanhaOriental (socialista) pelo Muro de Berlim. Era o conflito Leste X Oeste (ver ilustração seguinte).

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O lado ocidental sob a liderança americana é favorável:

 à propriedade privada; a livre empresa; ao capitalismo; ao livre consumo;

à democracia, identificada como liberdades individuais de opinião, deimprensa, de reunião e de formação de associações.

O lado oriental sob a liderança da União Soviética, é favorável:

à construção de uma sociedade socialista; à propriedade coletiva dos meios de produção; à definição dos padrões de consumo; a uma economia planificada sob a direção do Estado;às liberdades individuais limitadas pelo interesse comum;

a um único partido que dirija todo o processo político – o partido comunista.

Com isso, os dois blocos tentavam manter suas áreas de influências. Esse período ficouconhecido como Guerra Fria, pois se constituía como uma guerra não-declarada.Os países que adotaram o regime socialista obtiveram grandes conquistas na área social,

mas, em termos de produção econômica, permaneceram muito atrás dos países capitalistas.Os investimentos em infra-estrutura e em indústria de base permitiram grande crescimentoeconômico, mas as estruturas burocráticas, o excessivo controle do Estado, o regime de partidoúnico, os privilégios da classe dirigente, a corrupção, a falta de motivação, a anulação da liberdadeindividual dos cidadãos comuns e a falta de perspectiva coletiva limitaram o desenvolvimento.

 A partir da década de 80, diversos protestos e contestações fizeram mudar asestruturas organizacionais. Teve início uma onda de reformas políticas, sociais e econômicas,na tentativa de superar o atraso econômico e tecnológico socialista.

No período de transição, o processo de desestatização e de liberação econômica,dá origem a sérios problemas como: inflação, recessão, desemprego e crescimento damarginalidade e criminalidade.Tudo isso contribuiu para o colapso do socialismo.

Fonte: Geografia. Série Parâmetros de Eustáquio de Sene 2002, p.219

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Nesse sentido, pode-se refletir que a Guerra Frianão deflagrou em conflito mundial porque impôs umanova forma de paz: a paz do medo. Por outro lado,assinalou a decadência geopolítica da Europa dentroe fora do continente com a repartição em zonas deinfluências, e fora com a descolonização de áreas

colôniais da Ásia e da África. A Guerra Fria estendeu-se até a queda do Muro

de Berlim em 1989; a reunificação da Alemanha em 1990; adissolução do Pacto de Varsóvia em 1991; e a dissolução do Impériosoviético em 1991.

Com a desintegração geopolítica e territorial da URSS e a queda do Muro de Berlim,teve fim a Guerra Fria e o sistema bipolar que imperou no mundo por quase cinqüenta anos.

Fonte: Geografia. Elian Alabi Lucci, 1997. p.49

 Atividade Complementar

1.Enumere as características geopolíticas do mundo pós-Guerra Fria

do ponto de vista econômico e geopolítico.

“ Na ex-União Soviética e no leste europeu o desmoronamento da planificaçãocentralizada e, em muitos casos, a ausência de instituições públicas eficazes para amortecer o choque da economia de mercado geraram um empobrecimento e um retrocesso socialsem equivalente no mundo. O número de pobres aumentou mais de 150 milhões em seteanos. Esses países foram os únicos do mundo onde a renda nacional diminuiu em

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proporções enormes , em relação a 1990 - cerca de 60%. O ‘bloco do leste’ que tinha umainflação quase nula, se viu ante uma catastrófica alta de preços: mais de 500% por ano, de1990 a 1995. [...] O sistema escolar, que outrora era motivo de orgulho de ter alfabetizadoquase toda a população, encontra-se seriamente ameaçado. [...] A pobreza das famíliastornou-se um grande obstáculo à escolarização e o analfabetismo ameaçam reaparecer. OEstado intervinha em tudo. Após a queda, o pêndulo inclinou demais no sentido inverso. [...]

 Acontece, que o Estado tem um papel fundamental a desempenhar na transição como nospaíses da Europa Central. Liberação excessiva significa monopólios privados, fugas maciçasde capitais, desigualdades sociais em dimensão intolerável e perda de confiança nomercado.”

[Adaptado] Correio da Unesco. Rio de Janeiro , FGV,1999. p. 30 e 31.

 2.Segundo o texto, qual é o papel do Estado no controle de problemas sociais?

A GEOGRAFIA POLÍTICA NA

CONTEMPORANEIDADE

A CONFIGURAÇÃO DE UMA NOVA ORDEM

INTERNACIONAL

O que é uma ordem geopolítica mundial?Existe, atualmente, uma nova ordem ou, como sugerem alguns teóricos ,uma desordem?Quais são os traços marcantes nesta nova (des)ordem internacional?

No decorrer da exposição , perceberemos as respostas para esses questionamentos,onde há verdadeiras controvérsias sobre o tema que é clássico na Geografia Política, naGeopolítica, na Ciência Política e nos estudos de relações internacionais. Um dos mais

importantes teóricos a abordar esse tema foi o geógrafo e geopolítico inglês HALFORD J.MACKINDER, que produziu várias obras sobre o assunto no final do século XIX e no iníciodo século XX. A idéia de uma ordem mundial pressupõe, logicamente, um espaço mundialunificado, algo que só ocorreu a partir da expansão marítimo-comercial européia (e

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Geografia

Política

capitalista) dos séculos XV e XVI. Daí os autores clássicos, em especialaqueles do século XIX, terem cunhado a expressão “grande potência” ou“potência mundial”, indissociavelmente ligada à idéia de ordem mundial.Esta normalmente é vista como uma situação de equilíbrio de forças entre osEstados.

Por esse motivo, define-se uma ordem mundial pela presença de uma

ou mais grandes potências mundiais: ordem monopolar, bipolar, tripolar,pentapolar, multipolar, etc. Como podemos perceber, não se avança muito

quando se nega a idéia de uma (nova) ordem e se enfatiza o termo desordem, pois todaordem mundial é instável e plena de conflitos e de guerras.

 A atual ordem internacional, nascida com a ruína da bipolaridade, que foi o mundo daGuerra Fria e das duas superpotências, que existiu de 1945 até 1989, ainda existem inúmerascontrovérsias e costuma ser definida ora como multipolar (por alguns, provavelmente amaioria dos especialistas), ora como monopolar (por outros) ou ainda como uni-multipolar (por HUNTINGTON). Aqueles que advogam a mono ou unipolaridade argumentam que existeuma única superpotência militar - os Estados Unidos, e que a sua hegemonia planetária é

incontestável após o final da União Soviética. E aqueles que defendem a idéia de umamultipolaridade não enfatizam tanto o poderio militar e, sim, o econômico, que consideramcomo o mais importante nos dias atuais. Eles sustentam que a União Européia já é umapotência econômica tão ou até mais importante que os EUA, que continua se expandir eque tanto o Japão quanto a China, considerada a economia que mais cresce no mundodesde os anos 1990, também são economias importantíssimas a nível planetário. Alémdisso, a Rússia ainda é uma superpotência militar, apesar de sua economia fragilizada; aChina vem modernizando rapidamente o seu poderio militar; e as forças armadas da Europa,em especial as da Alemanha, França, Itália e Reino Unido, tendem a se unificar com odesenrolar da integração continental.

1. Apresente as principais diferenças das noções de “poder” dentro da ordem bipolar e da ordem multipolar.

Momento de Reflexão

 A nova ordem mundial foi deflagrada pelas disparidades tecnológica e econômicaentre o mundo capitalista e socialista durante a Guerra Fria.

 A queda do Muro de Berlim, para alguns autores, é o marco inicial da nova ordem,por que não só pôs abaixo um marco de divisão material, como também rompeu com omaior símbolo da Guerra Fria: a bipolaridade ideológica.

1. Os Novos Pólos do Poder

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Para alguns analistas, a globalização é um conjunto de mudanças que estão ocorrendona esfera econômica, financeira, comercial, social e cultural, implicando na uniformizaçãode padrões econômicos e culturais. Também é um processo que está em curso e éconsiderada uma nova fase do capitalismo e do imperialismo econômico, comandado pelasgrandes empresas transnacionais.

A Globalização é um processo de integração que se intensificou nas últimas décadas

do século XX e baseia-se na liberalização econômica.

 As transformações ocorreram não só na natureza do poder, baseado na quantidadedas armas, mas também no controle de capital e de tecnologia. Com os crescentes fluxos

econômicos tanto nacionais como internacionais, e o crescente comércio, os novos pólosde poder tornaram-se supranacionais: os Estados Unidos, a Europa e o Japão. A revoluçãotecnológica interfere diretamente nas novas formas de organização da sociedade. O mundopassa a ser multipolar.

Como conseqüência, os pólos de poder da nova ordem mundial apresentam contornossupranacionais. Delineiam-se megablocos econômicos organizados em torno das grandespotências do fim do século.

- Na América do Norte, constitui-se a Nafta, polarizada pelos Estados Unidos;- Na Europa, a Alemanha unificada funciona com eixo de ligação entre o leste e o

oeste do continente;- No Pacífico, o Japão centraliza uma vasta área de influência.

Os Estados Unidos, para alguns analistas, nunca ostentaram tanto poder nomundo, quanto no final da Guerra Fria. O seu poder era apoiado na hegemonia econômicae militar que era exercida em todo o planeta. A Europa vinha sendo reconstruída, em grandeparte pelo Plano Marshall financiado pelos Estados Unidos.

O Japão já vinha despontando como potência desde as décadas finais do séculoXIX com o expansionismo marítimo e investimentos na industrialização. Na Segunda GuerraMundial foi destroçado pelo confronto com os Estados Unidos, mas depois, o Japão renasceda ocupação norte-americana, com uma reforma ocidentalizada e reafirma o seu poderioeconômico na Ásia.

 A China pode hoje ser considerada um novo pólo de poder, depois de abrir os

seus portos para o mundo capitalista e a sua aproximação com a capital norte-americana. A China está conseguindo conciliar as bases do Partido Comunista Chinês e a aberturaeconômica e se denomina um país de “economia socialista de mercado”.

 As reformas econômicas chinesas apoiadas sobre o alicerce do poder monolíticocomunista representam uma reorganização radical do espaço do leste asiático. Oscrescentes investimentos dos chineses de Formosa, dos coreanos do sul e dos japonesesno território continental da China, assinalam a integração de Pequim à esfera econômicapolarizada por Tóquio. Os indícios de retomada das relações políticas e diplomáticas entreJapão e China, abrem a possibilidade da emergência de um poderoso bloco supranacionalasiático.

2. Globalização e Geopolítica

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Política

O que quer dizer isso?

Os Estados deixam de lado as barreiras tarifárias que protegem suaprodução da concorrência e se abrem ao fluxo internacional de bens, serviçose capitais. O instrumento que facilitou essa abertura foi o avançar da revoluçãonas tecnologias de informação, através da Terceira Revolução Técnico-

científica. Ela ajudou a homogeneizar a cultura, os costumes, hábitos,popularizando as tecnologias de informação como o computador, televisãotelefone, etc. Essas tecnologias agilizaram o comércio, o fluxo de investimentos e a atuaçãodas transnacionais no que se refere a integração de pontos distantes do globo.

 A Revolução Técnico-científica redefiniu o mercado de trabalho, esvaziando ossetores da economia: primário e secundário e, ao mesmo tempo, vem exigindo mais mão-de-obra qualificada e flexível; vem reorganizando o espaço geográfico com novos fatoresde localização industrial que são determinantes como telecomunicações, força de trabalhoqualificada, possibilidades de pesquisa, mercado consumidor, incentivos fiscais,etc, e, nãomais, matérias-primas, energia, etc.

Ela é condição indispensável para a globalização, por que sem ela não existenovas tecnologias de informação e telecomunicações. A influência da Terceira RevoluçãoTecnológica interfere até mesmo nas guerras, por permitir armas “inteligentes”, que destroemalvos específicos sem provocar efeitos indiscriminados, tornando as informações algoestratégico para a supremacia militar, deixando até mesmo de existir grande quantidadede militares, mantendo somente os que possuem maior e melhor qualificação e passando adepender da economia moderna e da tecnologia avançada.

Para o prof. Demétrio Magnoli (1993), a nova ordem mundial, ergueu-se sobreuma revolução tecno-cientifica, que reorganiza o alocamento dos capitais no espaçogeográfico. A crise das velhas regiões urbanas e industriais desenvolveu-se paralelamenteà emergência de eixos de crescimento econômico apoiado em novas tecnologias industriais,

nas finanças e nos serviços terceirizados. Nesse movimento, a pobreza dissemina-se por toda superfície do globo, avançando sobre as fronteiras dos países desenvolvidos einstalando-se no “core” dos Estados Unidos e da Europa Ocidental. No mundo inteiro, osmicro-espaços de prosperidade convivem com cinturões de pobreza e desemprego.

Na nova ordem mundial, o deslocamento do poder dos arsenais nucleares para aeficácia produtividade e influência das economias capitalistas, constitui um dos mais notáveisfenômenos que servirá para explicar a reprodução ou organização geopolítica egeoeconômica do espaço mundial.

O sistema capitalista sempre foi um tipo de sistema que promoveu relações entrediversas regiões do planeta, integrando-as, muitas vezes à força, por meio do colonialismo

por isso a globalização é a expressão máxima do processo de mundialização das relaçõesentre as nações, ao mesmo tempo em que representa a mudança na concepção do papeldos Estados nacionais que tinha como pressuposto, uma unidade territorial, comandadapor uma autoridade política e integrada por uma economia de base nacional.

 Após a Segunda Guerra Mundial, a idéia de integração econômica passou a ser assentada numa base supranacional e não mais em base nacional como vinha ocorrendo.Diante da fragilidade dos países europeus no pós-guerra, e sem condições de concorreremisoladamente com os Estados Unidos – o gigante que emergiu no final da Segunda Guerra,os países europeus começaram a formar alianças com o objetivo de reestruturar, fortalecer e garantir a competitividade de suas economias. Várias alianças econômicas foram criadas

e deram origem a inúmeros blocos econômicos atuais, como veremos posteriormente.Logo, o desenvolvimento das forças produtivas capitalistas deveria trazer a felicidadedas nações e a superação das desigualdades sociais entre elas, mas, o que a globalizaçãotrouxe foi a exclusão da maioria das nações e a generalização da pobreza e a concentração dariqueza.

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No final do século XX, os poderes que atuam sobre o mundo e as inovaçõestransformam localizam-se prioritariamente nas megas cidades da América do Norte, doJapão e da Europa Ocidental. Nessas regiões, 5% da população mundial vive em 0,4% dasuperfície terrestre. É nesse espaço que se localiza a grande maioria das 500 maiores

corporações mundiais, os governos e as instituições que pesam sobre o mundo. Também énessas áreas que se elaboram cerca de 90% dos novos conhecimentos e tecnologias.”

  DOLLFUS, O. Geopolítica do Sistema-Mundo. 1997. p. 341.Com base na análise do texto, estabeleça um paralelo entre os fatos queconduzem à idéia principal do texto.

3. As Desigualdade Sociais e o Conflito Norte x Sul

O quadro político e econômico que existe hoje no mundo, é resultado da expansão

do processo de globalização.Quais as conseqüências desse processo?

Uma maior concentração de riquezas, ou seja: os países ricos ficando cada vez maisricos e os países pobres ficando da vez mais pobres. Esta relação se dá pelo fatodentre outros, dos países ricos reduzirem as tarifas de importação beneficiando osseus produtos exportados e os países pobres não conseguem exportar seus produtosporque os países ricos subsidiam a própria produção interna;

O comércio mundial cresceu rapidamente após 1980 e os países pobres sóparticipam com 25% desse comércio;

Os países pobres estão altamente endividados com os organismos internacionais.Somente 33 países no mundo possui um crescimento do PNB per capita acimade 3% ao ano, na maioria dos países o PNB per capita decresceu;

 As maiores empresas transnacionais do mundo, controlam a maior parte docomércio mundial, mais da metade desse comércio é realizado entre as matrizes efiliais dessas empresas transnacionais espalhadas pela mundo;

Os maiores investimentos circulam nos países ricos enquanto uma pequena parte

vai para os países pobres;

O ritmo de crescimento do comércio no mundo se apresenta de forma diferenciadatanto nos países ricos como nos países pobres;

Com o advento das novas tecnologias, o preço da matéria-prima nos países pobresdeixou de ser o maior produto de exportação, caindo mais de 20%.

Nos países subdesenvolvidos vivem 4/5 da humanidade, cerca de 4.8 bilhões depessoas e todos eles são capitalistas, com exceção de Cuba, Vietnã e Coréia do

Norte.

 A esperança de vida está em declínio em muitos países e esta associada ao agra-vamento das epidemias.

Momento de Reflexão

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 A crise econômica do mundo capitalista e o decréscimo das taxas decrescimento econômico mundial fazem com que os resultados da globalizaçãosejam muito perversos para os países pobres. Os custos sociais se tornammuito alto, pelo despreparo da população, ocasionando o aumento dodesemprego, resultando na exclusão social.

O desenvolvimento tecnológico é outro fator que distancia os países

ricos dos países pobres. Aumentam a produção e dispensam empregados -é o chamado desemprego estrutural. As nacionais para concorrer com as

empresas transnacionais tendem a diminuir seus custos, começando por demitir seusempregados. A terceirização é a solução encontrada para eliminar os direitos trabalhistasdessas empresas, descartando, assim, a mão-de-obra menos qualificada. Os países ricospara resolver este problema, reduzem seus custos e salários, aumentam a jornada de trabalhoe eliminam algumas conquistas sindicais.

Portanto, a globalização não beneficiou a todos os cidadãos

Milhares de pessoas foram e estão sendo lançados na pobreza e outras milhares

continuam na miséria. Com isso, a globalização tem aumentando as migrações de pessoasdos países pobres em direção aos países ricos. Elas estão se tornando um dos fenômenosmais preocupantes, dadas às dimensões sociais econômicas, culturais e geopolíticasmundiais.

Por que as pessoas migram?

Vários são os motivos que fazem com que as pessoas deixem suas origens,rompendo com suas raízes, sua cultura, seus laços familiares e se lancem para outros paísesem busca de melhoria de qualidade de vida, como:

desemprego; baixos salários; fome; miséria; guerras internas; perseguições políticas; violação dos direitos humanos; crescimento populacional nos países

subdesenvolvidos.

Fonte:Almanaque Abril – Atualidade vestibular 2003. p. 153.

Desde a década de 90, o fluxo deimigrantes vindos dos países pobres vemse somando ao fluxo de imigrantes, vindodos antigos países socialistas e isso estáse tornando um problema sério para os

países ricos.Na tentativa de solucionar oproblema, os países ricos estão fazendo

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cada vez mais exigências para permitir a entrada de imigrantes e, até mesmo, deturistas nos seus países.

O conflito Norte X Sul, é um fenômeno fundamentalmente socioeconômico, diferentedo extinto conflito Leste X Oeste, que era geopolítico e ideológico.

Os aspectos socioeconômicos são uma das formas utilizadas atualmente pararegionalizar ou dividir o mundo, como a formação de blocos econômicos ou, até mesmo,

para excluir países desse processo. Também são eles quem dividiu o mundo em paísesdesenvolvidos os do norte e países subdesenvolvidos os países do sul.

Embora muitos países considerados como pobres estão ao norte do equador e muitosdo hemisfério norte, como os ex-socialistas sejam tão pobres quanto alguns do hemisfériosul e não estão no sul. Outros são até excluídos desse processo.

No século XIX, muitos países que precisavam da mão-de-obra do imigrante não

adotavam diferenças entre os direitos dos empregados nacionais e dos estrangeiros, mascom as constantes guerras e conflitos houve um retrocesso nesses direitos.

Os argumentos alegados não são novos:

  o medo de uma “invasão migratória”,  os riscos de desemprego para os trabalhadores locais,  a perda da identidade nacional e,  até mesmo o terrorismo.

Depois do 11 de setembro (EUA) as migrações, que no passado eram vistas comoum potencial para trazer elementos enriquecedores, agora são tidas como uma fonte de

terrorismo, ameaça ao emprego dos autóctones e à segurança dos Estados. Após osatentados, alastrou-se um clima de desconfiança e suspeita em relação a todos osestrangeiros, não só nos Estados Unidos, como em toda União Européia.

Fonte: Geopolítica – Apocalipse do Século XX. 2000, p.76.

Legenda:- linha divisória entre o norte e o sul

¹ - pólos ou centros de poder econômico  -  área de influência dos pólos econômicos

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Política

Como a migração é um problemaestrutural, resultante das diferençassocioeconômicas entre os países do norte eos países do sul, a solução seria muitocomplexa e demorada porque perpassa por mudanças sociais e econômicas.

Portanto, não se trata de um novo arranjogeopolítico a nível internacional. Trata-se de

investimentos financeiros maciços em educação, saúde,capacitação tecnológica nos países pobres, para que juntamente com o crescimento econômico, seja capaz degerar emprego e o bem-estar para todos os cidadãos.

1.O que serve como marco de fronteira entre os países pobres e os países ricos? A linha do Equador separa o hemisfério Norte do Hemisfério Sul, essa linha tem algumainfluência nessa divisão? Justifique.

Momento de Reflexão

4. A Integração Econômica e a Formação de BlocosEconômicos Regionais

Dentro do processo de globalização uma das questões fundamentais é com relação aocomércio internacional.

Os acordos comerciais multilaterais foram criados pelo GATT (Acordo Geral de Tarifas eComércio) em 1947, com o objetivo de estimular as trocas comerciais entre os países. Em1994, o GATT foi substituído pela OMC (Organização Mundial do Comércio) que possui hoje140 países signatários que concentram cerca de 85% do comércio mundial. A OMC tem sedeem Genebra na Suíça e tem status do BIRD e do FMI, tendo portanto muita força para fiscalizar o comércio mundial e fortalecer os acordos multilaterais.

O comércio internacional vem crescendo em ritmo acelerado desde a Segunda GuerraMundial. De acordo com o órgão em 2000, o comércio mundial chegou a crescer mais de 10%,em 1997, e a partir daí, vem decrescendo com o passar dos anos em decorrência das crisesfinanceiras que atingem vários países. Parte da expansão do comércio se deve aos avançostecnológicos nos sistemas de transportes e nas comunicações .

Não podemos esquecer que o comércio, o capital e a tecnologia estão fortementevinculados aos países desenvolvidos. As trocas feitas entre eles representam 85% do comérciointernacional, como já foi visto anteriormente.

 A tendência atual portanto, parece estar relacionada ao crescimento do comércio dentrodos blocos econômicos regionais, resultando numa troca interblocos.O capitalismo desde a sua origem, caracterizou-se por ser um sistema de

interdependência econômica e política entre as nações, o aprofundamento dessas relações

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internacionais, perpassa pela necessidade de ampliação do mercado externo entre os paísesque atingiram um determinado grau de desenvolvimento econômico.

 A formação dos Estados nacionais tinha como pressuposto uma unidade territorialcomandada por uma autoridade e integrada por uma economia de base nacional. A globalizaçãoda economia mudou a concepção do papel dos Estados nacionais.

Com o crescimento do mercado pós-Segunda Guerra Mundial, vários países começaram

a se unir formando grandes organizações geopolíticas e econômicas constituindo blocoseconômicos regionais de diversos tipos de integração: as zonas de livre comércio (reduçãoou eliminação das tarifas alfandegárias); as uniões aduaneiras ( abertura de mercados internosentre os países membros com o mercado externo); e o mercado comum ( livre circulação depessoas, mercadorias, serviços e capitais).

Diante da fragilidade de concorrer com os Estados Unidos, após a Segunda GuerraMundial os países europeus começaram a formar uma série de alianças, com o objetivo dereestruturar, fortalecer e garantir a competitividade de suas economias. Várias associaçõeseconômicas foram sendo criadas na Europa:

O BENELUX (1944) - formado pela Bélgica,Holanda e Luxemburgo, formaram um único mercadointegrando a economia;

 A CECA (1952) – formada por seis países europeus,Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Alemanha e Itália. A Comunidade Européia do Carvão e do Aço, tinha comoobjetivo estabelecer um mercado siderúrgico comum,reestrurando e acelerando o desenvolvimento da indústriade base.

 A CEE (1957) – os países membros da CECA

ampliaram seus objetivos e criaram uma aliança econômicamais eficiente, a Comunidade Econômica Européia; A UE (1993) – a CEE traçou metas para ser 

colocadas em práticas em médio prazo baseado emquatro princípios: a livre circulação de mercadorias, de

serviços, de capitais e de pessoas entre todos os países membros da organização, mas essasmetas só foram sendo colocadas em práticas de forma gradativa. Quando as fronteiras entre osantigos membros foram sendo abolidas, a CEE foi substituída pela União Européia, a maior comunidade econômica do mundo. A última etapa da integração foi colocado em prática em2002 com a implantação da moeda única – o euro. A Dinamarca, a Suécia e o Reino Unido nãoaderiram à união monetária.

O Acordo Norte-americano de LivreComércio (NAFTA) – criado em 1992 pelosEstados Unidos, Canadá e México entrou emvigor em 1994 com o objetivo de eliminar asbarreiras alfandegárias entre os países. Em 1994foi proposto pelo Estados Unidos, a criação da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA ,com o objetivo de reunir os 34 paísesamericanos, exceto Cuba, integrando osmercados americanos e eliminando as barreirasalfandegárias, uma forma dos Estados Unidos de reafirmar a sua hegemonia sobre ocontinente americano e pretende colocar em prática até 2006.

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Geografia

Política

O Mercado Comum do Sul(MERCOSUL) foi criado em 1991, através doTratado de Assunção, assinado pelos paísessignatários: Brasil, Argentina, Paraguai eUruguai. Inicialmente o acordo visava uma zonade livre comércio entre os países membros

eliminando as tarifas alfandegárias; cumpridaessa meta, foi criada uma política comercial

conjunta, em relação a negociação com terceiros, o queimplicou na criação de uma Tarifa Externa Comum (TEC);hoje o Mercosul se encontra no estágio de união aduaneirae pretende passar para uma integração mais profunda echegar ao estagio de mercado comum. Outros países comoa Bolívia, a Venezuela e o Chile já integram o Mercosul comoobservadores.

Outros blocos menores completam a integração do mundo:

Os Tigres Asiáticos, que não chegam a caracterizar um bloco econômico, mas temacordos comerciais entre si; A ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) que entrará em vigor em

2008 como uma zona de livre comércio; A APEC (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), composto por 20 países banhados

pelo Pacífico e Hong Kong com o objetivo de implantação de uma zona de livre comércioaté o ano 2020.

 A CEI (Comunidade dos Estados Independentes) composta por 12 das 15 das antigasrepúblicas soviéticas, com exceção da Lituânia, Estônia e Letônia. A integração foi mais noplano político que econômico e tinha como objetivo descentralizar o poder e gradativamenteconsolidar a democracia nas repúblicas independentes.

 A proliferação de blocos econômicos em todos os continentes, mostra uma tendênciaà regionalização da economia, que por sua vez, não impede a integração mundial dosmercados e o avanço da globalização que dá a impressão de um mundo homogêneo, comsuperação das fronteiras nacionais. A universalização e a homogeneização do mundo podeser constatado nos processos produtivos, na comercialização, uniformizando os interessesem espaços diferenciados.

1.Na atualidade, qual a tendência mundial, a formação e consolidação de blocos econô-micos regionais ou a afirmação dos acordos multilaterais de comércio?

Momento de Reflexão

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[...]Quem me dera, ao menos uma vez,

Provar que quem tem mais do que precisa ter Quase sempre se convence que não tem o bastante

E fala demais por não ter nada a dizer.Quem me dera, ao menos uma vez,

Que o mais simples fosse visto como o mais importante,Mas nos deram espelhos

E vimos um mundo doente....

Quem me dera, ao menos uma vez, Acreditar por um instante em tudo que existe

E acreditar que o mundo é perfeitoE que todas as pessoas são felizes.[...]

( “Índios” de Renato Russo)

 2.Como seria o “mundo perfeito” a que se refere a música de Renato Russo? Ele épossível de existir num mundo globalizado? Justifique.

3.Podemos considerar o MERCOSUL um bloco de integração na América Latina?

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Geografia

Política O ESTUDO DAGEOGRAFIA POLÍTICA NAS SÉRIES

FINAIS DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

1. O Papel do Estado no Cotidiano dos Cidadãos

O professor de Geografia Política Oswaldo Bueno, em tradução do texto deGeografia e Estado de JOHNSTON (1982), analisou o papel do Estado no cotidiano doindivíduo da seguinte forma: Virtualmente todo indivíduo da Terra faz parte de um estadosoberano, e ele tem pouca ou nenhuma influência sobre a natureza desse estado. Atépouco tempo, os geógrafos davam pouca ou nenhuma atenção ao Estado, e essa omissãodesvalorizava grande parte da análise geográfica em todos os ramos da GeografiaHumana.

 As bases para a defesa da inclusão do estudo do Estado e a importância dasdecisões dos cidadãos, são duas: a extensão e a importância da soberania; e a importânciae o alcance das funções do aparato estatal.

Os Estados são organismos soberanos, sua existência é reconhecida por outrosestados e sua autonomia dentro de limites territoriais, uma vez definidos, é geralmenterespeitada. Ocasionalmente, a soberania de um ou mais Estados pode ser violada. Algumas violações simples como a penetração em águas territoriais ou no espaço aéreode um estado, ocorrem de maneira relativamente freqüente.

No interior de cada Estado, a soberania é exercida por um organismo cuja aptidãodeve ser de algum modo reconhecida. Em muitos Estados contemporâneos este

organismo se apresenta sob a forma de poder executivo ligado ao poder legislativo, cujasfunções são definidas pela constituição. Em outros Estados trata-se de organismo formadode indivíduos que se atribuem o direito de exercer o poder soberano e cuja existência éaceita, embora, às vezes, a contragosto, pelas populações desses estados.

Por muito tempo, a soberania em alguns Estados era investida em indivíduos ougrupos que eram considerados os donos do território estatal. Hoje, o direito absolutodesses indivíduos ou grupos tem sido, pelo menos na teoria, investida em todos oshabitantes do Estado que por sua vez, precisam de um aparelho administrativo para operar o estado e para exercer a soberania em seu nome. Assim, para que isso possa ser feito,para o bem estar de todos os cidadãos dentro do Estado, os indivíduos aceitam certos

deveres e abrem mão de certas liberdades. A partir do nascimento, o indivíduo é um cidadão de um estado soberano e está

sujeito ao exercício daquela soberania pelo organismo legalmente constituído. Isto colocacertas limitações na liberdade individual. O movimento dentro de muitos estados é livre eisso ocorre quase sempre enquanto se puder exercer a posse privada da terra e de outraspropriedades; entretanto, o movimento entre Estados sofre, freqüentemente algum tipode restrição e para certos grupos, às vezes, é proibido.

Dentre os componentes geográficos, o mais significativo é a demarcação territorial.O desenvolvimento das comunidades de cada estado, e sua expressão na alocação dedeveres e benefícios, mais as operações de governo criam diferenciações na superfície

da Terra, cuja descrição e análise é uma tarefa do geógrafoO prof° Oswaldo Bueno, analisando as considerações de TEITZ (1968) a respeitoda prestação dos serviços públicos ao cidadão, diz que,

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“ O homem urbano atual nasce em um hospital mantido com fundospúblicos, recebe sua educação em uma escola e/ou universidade públicas; gastaboa parte de sua vida viajando em uma infra-estrutura de transporte construída peloEstado; comunica-se através do correio ou de um sistema telefônico públicos oude economia mista; bebe água fornecida por órgãos público; entrega seu lixo a um

serviço público de coleta; utiliza bibliotecas públicas; passeia em parques públicos;é protegido pelos serviços de polícia, de saúde e de bombeiros mantidos peloEstado; e, eventualmente, morre e , novamente, está em um hospital público,sendo dali removido para ser enterrado em um cemitério público. Sua vida diáriaestá indissoluvelmente amarrada a decisões governamentais, relacionadas a essee outros tipos de serviços públicos.”

Para ele, essas considerações de TEITZ não fornecem um quadro completo daextensão da penetração do Estado em nossa vida cotidiana. Ele não considerou ainda que,em muitos casos, o homem atual, pode ser um empregado do Estado. Mesmo se o indivíduoatual não seja diretamente empregado pelo Estado, ele pode, em grande parte, depender das finanças governamentais para formarem seu salário ou renda.

 Além dessas influências estatais diretas e indiretas, quase todos os cidadãos deum estado são afetados por um grande leque de ações governamentais, muitas das quaisobjetivando manter a estabilidade econômica e social.

O interesse da Geografia em estudar e analisar as influências que as atividades doEstado, tem várias facetas na nossa vida cotidiana, pois, muitas das funções reguladoras ede investimentos já citadas variam de espaço para espaço, as variações espaciais ocorremtambém em razão da fragmentação territorial, esta fragmentação dos territórios, em paísesgera diferenças internacionais em várias atividades governamentais.

 A Geografia Econômica Mundial é freqüentemente interpretada como Geografia

Econômica de Estados. A existência dela levando em consideração as diferenças culturais,de tradições, de leis e regras, com seus ambiente e histórias , reflete-se na paisagem e asfronteiras internacionais são, por isso, muitas vezes claramente demarcadas. Desse modo,é surpreendente que a Geografia venha usando os estados como unidades significativasna apresentação de suas análises regionais.

 A Geografia Política está indissoluvelmente ligada à Geografia Econômica e Social,em razão da crescente influência dos governos nos padrões da atividade econômica dentrodos estados. Todavia não podemos esquecer que em muitas partes do mundo, o estado ésubserviente a interesses econômicos dominantes.

 As ações globalizadas cortam transversalmente os territórios dos Estados nacionais

desconstruíndo e desregulando certas estruturas que impedem o funcionamento do sistema,suas redes e seus mercados. Ideologicamente, o indivíduo é valorizado como consumidor,usuário ou cliente que tem “o mundo ao seu dispor” - o “cidadão do mercado-mundo”. Nestesentido, para estas grandes instituições financeiras mundiais, que comandam grandescorporações econômicas e de mercados, os contratos e acordos firmados entre partes(empresas, associações, governos) devem estar acima de qualquer contrato social querege as relações entre os indivíduos de um Estado-nação, e devem ser cumpridos a qualquer preço para não desestabilizar a economia mundial. Assim sendo, o “sistema dinheiro” tornou-se um fim em si mesmo. Não é mais subsidiário do Estado e da sociedade, mas ao contrário,é o ponto de partida e o objetivo último das relações entre os homens. Desse modo, estamosdiante da ausência de um princípio ético regulador das relações humanas da qual somosprisioneiros. E é nesta trama que se inscreve, hoje, de forma profunda, a questão dacidadania.

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Geografia

Política

Se, por um lado, reforça-se a idéia do cidadão como indivíduoautônomo, produtor, consumidor e usuário de além fronteiras, o cidadão do“mercado-mundo” e suas redes. Por outro, perde força a idéia do cidadãocomo sujeito, como força de ação política individual ou coletiva na sociedadee vínculos territoriais mais duradouros, definidos por uma comunidade e/ouEstado-Nação.

1.Qual a relação entre a Geografia, o Estado e o cidadão?

Momento de Reflexão

2. A Importância da Participação Popular nas DecisõesPolíticas do País

Na última década é notável o crescimento da participação da sociedade civil na

administração das cidades e das organizações. Alguns gestores públicos têm procuradoincentivar a participação dos cidadãos, visto que, atender aos anseios da coletividade égarantia de qualidade na gestão pública.

Em relação à sociedade, com a convocação da sua participação nas decisões,colocou às claras as virtudes e fragilidades existentes na sua organização. Os movimentossociais não conseguiram, de início, na sua maioria, avançar muito além da apresentaçãode demandas e reivindicações e têm dificuldades para ocupar e disputar hegemonia nosvários espaços criados.

A participação popular é um processo que se constrói e que a importância de criaçãode uma nova cultura política democrática em oposição à cultura de “exclusão” criada pelaselites dominantes.

O conceito de cidadania envolve o direito de maior participação possível do cidadãono processo decisório do governo e muito particularmente nos serviços sociais. Como osserviços básicos são prestados à comunidade pelo município, faz-se necessário aparticipação popular até mesmo para a sobrevivência da comunidade em alguns casos, oupara que se logre um mínimo de bem-estar, é fundamental muitas vezes, a participaçãocidadã nas decisões que resultem na prestação daqueles serviços ou que se refiram aações que venham prejudicar o bem-estar da coletividade.

São múltiplas as formas de representação e participação popular no processodecisório governamental. A mais comum é, sem dúvida, a eleição dos governantes. Outraforma importante da participação popular, é a audiência pública, onde os cidadãos

interessados são convidados a discutir decisões a serem tomadas pelos órgãosgovernamentais e que pode afetar o seu dia-a-dia. Os conselhos deliberativos e consultivos,formados por cidadãos para participar do processo decisório de órgãos públicos constituem

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também outra prática muito generalizada em muitos países. A presença de associações comunitárias representando interesses de bairros,

unidades de vizinhança, usuários de determinados serviços, associações de pais e alunos,quando bem organizados e livre de manipulação política, representam um dos mais eficientesinstrumentos de exercício da cidadania e da participação comunitária.

O desenvolvimento humano pode ser assim definido como um processo abrangente

de expansão do exercício dos direitos de escolhas individuais em diversas áreas. Algumasdessas escolhas são básicas para a vida humana. As opções por uma vida longa e saudável,ou por adquirir conhecimento, ou por padrão de vida decente, são fundamentais para osseres humanos. Isso não significa que outras opções, como participação política nasdecisões do país, a diversidade cultural dos povos, os direitos humanos respeitados e aliberdade individual e coletiva não sejam igualmente importantes. Entretanto, algumasescolhas básicas são consideradas básicas porque, à medida que elas são alcançadas,abrem caminho para as demais.

É a compreensão da análise do espaço geográfico que será capaz de fazer caminhar o cidadão em direção a uma postura crítica e de permitir ao homem sentir-se como agente

de transformação da sociedade e da liquidação total da situação de opressão em que vive.Compreender não somente a análisa das desigualdades sociais, mas também ascontradições que levam a estas desigualdades e que estão expressas espacialmente.

 A Geografia tem uma perspectiva crítica; pode e deve permitir que o homem se torneo centro de busca e organização do conhecimento. De donatário deste, torna-se ativoconstrutor, o que significa uma alteração toda da relação epistemológica. Esta alteraçãooportuniza a superação da condição de alienação que os sistemas sociopolíticos trazemem seu bojo de buscar a transformação da sociedade. O aluno, por exemplo, que estáconstruindo seu conhecimento, verá que cada vez mais surgirão novos fatos, não previstosem seu planejamento inicial do estudo. Isto poderá implicar em um conflito, ou seja, o quesabia até então não foi suficiente para entender a problemática que lhe foi colocado emseus diferentes níveis de profundidade e desdobramentos, levando-o a solicitar do educador referências ou explicitações teóricas que ajudem a superar o conflito cognitivo num nível deabstração mais complexo. Reforça-se, assim, o papel do educador na construção dacidadania, uma vez que, não há conhecimento geográfico que não tenha a cidadania comoseu objetivo final .

O estudo da Geografia Política nas séries finais do Ensino Fundamental e Médio,fará com que o alunado fortaleça essa sua capacidade de criar uma visão crítica, deconstruir condições para exercer uma cidadania plena e de realizar ações significativaspara transformá-las em realidade.

 As bases da Geografia Política dará suporte para o aluno aprender como agir coletivamente dentro de um processo democrático.

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Geografia

Política  Atividade Complementar

 A CONQUISTA DA CIDADANIA

O que é ser cidadão? Para muitos, isso se confunde com o direito de votar. Masquem já teve alguma experiência política – no bairro, na igreja, na escola, no sindicato, etc. – sabe que o ato de votar não garante nenhuma cidadania se não estiver acompanhado dedeterminadas condições, como o direto à educação, à saúde, à habitação, ao lazer, àigualdade perante a lei, sobre o seu próprio corpo e à vida, etc.

Costuma-se dividir os direitos de cidadania em três categorias – os políticos, oscivis e os sociais -, mas temos de lembrar que eles existem em conjunto, devendo estar interligados. A ausência de um sempre enfraquece os outros.

Os direitos civis dizem respeito basicamente ao direito de dispor do própriocorpo, o que implica em locomoção, segurança, etc. Esses direitos são muito poucosrespeitados para a maior parte da população mundial e, mesmo para a do Brasil. Bastalembrarmos das prisões arbitrárias, da tortura, dos esquadrões da morte, de lugares ondeas autoridades não permitem que certos migrantes se fixem, do trabalho escravo ilegal queainda persiste em certas áreas.

Os direitos políticos dizem respeito ao relacionamento das pessoas entre siatravés de organizações de representações direta (partidos, sindicatos, conselhos,associações de bairros, etc) ou indireta ( eleições de governadores ou de representantes).

Os direitos sociais são aqueles voltados para o atendimento das necessidadeshumanas básicas: direito ao trabalho e a um rendimento digno, à educação, saúde, moradia,etc.

 As pessoas tendem a pensar na cidadania apenas em termos de direito dereceber, negligenciando o fato de que elas próprias podem ser o agente da existência dessesdireitos. Em vez de simples receptores, elas também podem ser sujeitos dessas conquistas.Se existe um problema na sua rua ou no seu bairro, por exemplo, não se deve esperar quea solução apareça espontaneamente. É preciso que os moradores se organizem e busquemuma solução, é preciso que o cidadão seja também, de alguma forma, parte do governo.

Esta é um pressuposto básico para a existência da cidadania: que os sujeitosajam e lutem pelos seus direitos. É preciso que essa prática ocorra sempre na família, notrabalho, na escola, no partido, na favela, no bairro, na rua, etc. É o exercício da ação socialno sentido mais amplo – de uso da persuasão, do argumento, da construção e aprimoramentoda justiça, da liberdade e da igualdade.

 Adaptado de : COVRE, Mara de Lourdes M. O que é cidadania? 2. ed. SP. EditoraBrasiliense, 1993.

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1.De acordo com o que você leu no texto e com os conhecimentos adquiridos

durante o processo de exposição das aulas e a vivência no dia-a-dia, você acha que acidadania no Brasil é completa?

(Texto anexo “ A conquista da cidadania” )

 2.Você se considera um “cidadão do mundo” ou um “cidadão do lugar”? Justifique.

 Atividade Orientada

Chegamos à reta final de estudos da disciplina Geografia Política. A modalidade deensino a distância faz com que lancemos mãos das novas tecnologias de comunicação, de

informação e de novas métodos de aprendizagem em favor da educação, que, por umlado, viu-se pressionada pela demanda de novos espaços de aprendizagem a interagir nadenominada “Sociedade do Conhecimento”. Nessa modalidade, tanto o aluno como oprofessor têm oportunidade de ampliar seus conhecimentos em mão dupla, navegando por inúmeras páginas de sites da web na internet, consultando novos materiais e mantendocontato permanente com o tutor da disciplina para melhor elaboração das respostas. Essenovo espaço de aprendizagem requer de você novos conhecimentos sobre a forma deensino e aprendizagem que a educação a distância necessita. Não deixe de esclarecer asduvidas que aparecerem por que essa atividade vai compor uma nota da disciplina.

Bom trabalho e boa sorte!

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Geografia

Política Etapa 1 

Técnica: Painel Integrado

Com base nos conhecimentos adquiridos no Bloco Temático 1, utilize os conceitosbásicos de Geografia Política e Geopolítica, forme um grupo de trabalho com 5 pessoas.Inicialmente pesquise em outras fontes e discuta na sua equipe as características principaisdo Brasil de acordo com o roteiro seguinte:

a) Extensão territorial – vantagens e desvantagens;b) Fronteiras e limites – tratados, acordos, conquistas e os problemas;c) População – quantidade, etnia, IDH, qualificação profissional e a interferência

no desenvolvimento do país;d) Recursos naturais – vantagens e desvantagens;e) Organização político-administrativa – vantagens de desvantagens;f) Forma de governo – vantagens e desvantagens;g) Estrutura partidária interna – vantagens e desvantagens;h) Papel do Estado na vida do cidadão.

Vamos agora montar o painel integrado. Segue anexo as etapas para montagem dopainel. Siga corretamente as etapas que teremos bons resultados. No final, o professor deverá solicitar todas as conclusões dos grupos, analisá-las juntamente com os alunos emontar um texto dissertativo sobre a Estrutura Política e Organizacional do Brasil.

ORIENTAÇÕES PARA O PAINEL INTEGRADO

Objetivos:- despertar o senso de responsabilidade e revelar ao aluno o seu papel como

centro de estudos de uma classe;- socializar o conhecimento adquirido durante as pesquisas e as discussões.

Atividades do docente:- distribuir o tema com mais ou menos uma semana de antecedência;- orientar os grupos sobre a pesquisa e a leitura sobre o tema ou os caminhos

para a solução dos problemas que venham a surgir;- estabelecer prazo para recolher o resultado da pesquisa ou a sua síntese;- devolvê-lo corrigido e orientar os grupos para a realização da atividade;- estabelecer o limite da exposição em no máximo 10 minutos.

Atividades do discente:- estudar individualmente o tema e procurar chegar a uma conclusão;- fazer uma reunião em grupo para estabelecer as bases e diretrizes do relatório a

apresentar e entregar como o trabalho de conclusão do grupo;- expor com clareza as conclusões do grupo e tirar as dúvidas.

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Sobre a imagem do Brasil no exterior, análise as informações seguintes, discuta emsala e depois elabore um texto com 15 linhas no máximo, sobre o assunto.

Os Estados preocuparam-se, em especial no século XIX e nas primeiras décadasdo século XX, em construir as nações com a imposição de uma língua única e oficial (osoutros idiomas foram reprimidos e tachados como “dialetos”, embora em alguns lugares

isso não tenha sido bem sucedido e acabaram permanecendo dois ou mais idiomas oficiais),com a criação de uma bandeira e um hino e com o enaltecimento de alguns costumes ouhábitos, que passaram a ser vistos como nacionais e imemoriais. Na Escócia, inventaram

Etapa 2 

 A

 A A

 A A

 A

 A A

 A A

 A

 A A

 A A

Desenvolvimento do trabalho:- reunir a turma em grupos para recordar suas conclusões (tempo máximo, 5

minutos);- depois, o professor deve identificar com uma letra diferente, cada um do grupo;

 A B

D

E C

 A B

D

E C

- formar quantos grupos for necessário.- após o tempo das conclusões, os alunos mudarão de lugar conforme as letras

designadas:- na nova distribuição, se formarão cinco grupos heterogêneos com as mesmas

letras

- inicia a etapa da apresentação – cada aluno expõe suas conclusões para ogrupão, obedecendo a seqüência estabelecida;

- quando o último aluno terminar suas exposição, os grupos serão desfeitos e osalunos voltarão as suas equipes de origem;

- cada aluno em seus grupos discute e esquematiza os assuntos ouvido, para osoutros colegas, que farão as anotações e checarão os conteúdos expostos;

- concluída está etapa, o professor fará a síntese geral do assunto.

Avaliação dos resultados:- De posse das conclusões dos grupos, o professor analisará juntamente com os

alunos que montarão um texto dissertativo com no máximo 20 linhas sobre a“Estrutura Política e Organizacional do Brasil”.

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Geografia

Política

Nessa etapa tome como base todas as informações trabalhadas até o momento emnossa disciplina e desenvolva as atividades que se seguem:

01. Os conflitos entre grupos étnicos e religiosos têm ocorrido em diferentes lugaresdo planeta Terra e apresentam causas diversas. Cite pelo menos 04 desses conflitos queocorreram nos últimos 15 anos, indicando, para cada um, os países ou regiões envolvidas,bem como o porquê dos mesmos.

02.  A guerra traz diversas conseqüências para os países envolvidos no confronto. Aqueles que não participam diretamente estão entre as nações que têm menos prejuízo. Noentanto, aqueles que diretamente estão envolvidos sentem com maior evidência os efeitosdela. E quanto àqueles que participam e são vencidos na batalha? Pois bem, nesse contextoesteve o Japão após a fim da Segunda Guerra Mundial. No entanto, essa condição não setornou um empecilho para que esse país tornasse, depois de poucas décadas, uma das

maiores potências econômicas do globo. Enumere pelo menos 4 fatores que determinam arecuperação material e econômica, do Japão, após o conflito e discorra sobre a atual situaçãogeopolítica dessa nação.

03. Alguns países, em décadas passadas, optaram por adotar o socialismo comosistema sócio-econômico. No final da década de 80 e início da década de 90 esses paísespassaram por transformações que os levaram a adotar a economia de mercado. Desdeentão, Cuba tornou-se um raro pais que mantêm o socialismo como sistema que regula avida em sociedade até os dias atuais. Sendo assim, responda:

Obs.: Cada uma dessa respostas deve ser organizada sob a forma de

pequenos textos com no mínimo 5 linhas.

Etapa 3 

a gaita de foles e o saiote xadrez apregoando que eles sempre existiram noseio do povo das highlands (terras altas). No Brasil, principalmente nos anosde 1930, os órgãos governamentais também estabeleceram uma serie detradições ou costumes aparentemente nacionais ou característicos do país: afeijoada, o carnaval, a mulata e o futebol.

Discuta sobre o assunto em sala de aula e verifique se essa imagem ou estereótipodo Brasil e do brasileiro, constantemente propalado no exterior, é de fato verdadeiro. Argumente citando fatos ou situações verídicas.

Finalizada as discussões, agora redija seu texto. Esta seria verdadeiramente a naçãodo povo cordial, alegre e festeiro; da mulata - a mestiça e com ausência de preconceitosraciais; da feijoada e da caipirinha - a comida e bebida típicas; e do futebol - o país doscraques?

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Aliados - designação dada, durante a I e a II Guerras Mundiais, ao bloco formadopor países que combateram contra os Impérios Centrais. Em 1991, o nome “Aliados” foiutilizado, mais uma vez, para se referir aos países que lutaram contra o Iraque na Guerra doGolfo.

Barreiras Alfandegárias – taxas que tornam mais caros os produtos importados,como forma de proteger os produtos nacionais.

Capitalismo – sistema econômico no qual a sociedade está dividida em classes(burguesia, que detém os meios de produção e proletariado, que vende a sua força detrabalho); apresenta economia de mercado baseada na relação entre oferta e procura;predomínio de propriedade privada; tem o lucro como objetivo da produção.

Colônias – possessões, que em geral são ultramarinas, que foram conquistadaspor outros países ou Impérios.

Constituição – Conjunto de leis básicas que regimentam um país.

Cortina de Ferro – termo utilizado por Winston Churchill, primeiro ministro inglês,ao se referir ao conjunto de países da Europa Oriental que, naquela ocasião, caíram sob ainfluência da URSS. O termo faz referencia ao fechamento político a que esses paísesforam submetidos.

Economia de mercado – sistema econômico que obedece aos fluxos de ofertae procura, para se estabelecer os preços dos produtos.

Estado – conjunto de poderes políticos de uma nação; Organismo político-administrativo que, como nação soberana ou divisão territorial, ocupa um determinado

território e é dirigido por um governo próprio.

GlossárioGlossárioGlossárioGlossárioGlossário

 A) Qual a posição dos Estados Unidos em relação a Cuba no contexto da ALCA(Área de Livre Comércio das Américas)? Justifique.

B) Descreva as principais características do socialismo.

04. O Brasil pode ser considerado uma potência no contexto latino americano?Justifique sua resposta.

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Geografia

Política

Étnicos – referente à etnia; grupos raciais.

Geoestratégico – no contexto da Guerra Fria, refere-se a ótica dassuperpotências em relação ao espaço global e suas respectivas áreas deinfluências.

Guerra civil – conflito armado interno de uma nação que pode ser conseqüência de influencia externa; confronto entre grupos rivais de um mesmopaís.

Hegemonia – supremacia, superioridade, poder.

Homogeneidade étnica – particularidade observada na estrutura populacionalde alguns países onde a população, do ponto de vista étnico, são iguais.

Infra-estrutura básica – complexo estrutural no qual estão incluídas as

características da malha viária, rede hospitalar e de ensino, sistema de esgotos e dedistribuição de energia.

Liga das Nações – a precursora da ONU que, no princípio foi, criada para resolver as pendências internacionais.

Mazelas – problemas.

Mercantilismo – subordinação da economia ao comércio característica da fasecomercial do capitalismo ou pré-capitalismo.

Ordem Geopolítica Internacional – situação caracterizada pelo equilíbrio deforças entre as potências vigentes, no caso, ligadas aos EUA e a ex-URSS, na condição deconflito indireto ou na tentativa de manter suas respectivas áreas de influências.

Países centrais – o mesmo que Primeiro Mundo ou mundo desenvolvidos.

Países periféricos – o mesmo que Terceiro Mundo ou mundo subdesenvolvidos.

Países Subdesenvolvidos – são aqueles que se caracterizam sobretudo pelas

grandes desigualdades sociais e pela dependência financeira.Período colonial – corresponde à vigência do colonialismo e neocolonialismo,

do século XV ao XIX.

Plantation – sistema agrário implantado em nações subdesenvolvidas, cujaprodução de culturas tropicais é feita em latifúndios monocultores de forma extensiva visandoà exportação.

Questões nacionais – problemas inerentes a uma ou mais nações que envolvema soberania do povo de um Estado, cuja população partilha da mesma nacionalidade (etnia,

cultura, religião, etc.)

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 Questões tribais – conflitos entre as diversas tribos em que se divide a populaçãonegra da África.

 Superpotência – durante a Guerra Fria era uma deferência aos Estados Unidose à União Soviética, os países mais poderosos do período.

 Transnacionais – grandes grupos econômicos, com sede geralmente em paísesdesenvolvidos, que não pertence a uma nação e, sim, a várias nações e que atuam alémdas fronteiras dos países onde está a sua sede. Geralmente, operam no Terceiro Mundovisando explorar subsídios e insumos da produção a preços reduzidos.

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