GEO Markets - Açores 2012 - Edição Market Iniciative

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Edição promocional para os Açores, desenvolvida pela área de Custom Publishing da Market Iniciative, distribuida com Publico e Jornal de Noticias a 29 de fevereiro de 2012 e com uma tiragem de 144.000 exemplares. Contactos da market Iniciative: [email protected]; phone: +(351) 309 991 731

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Esta revista distribuida gratuitamente com as edies dos jornais Pblico (edio sul) e Jornal de Notcias de 29.02.2012

EdiEs MarkEt iniciativE

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aores 2012

destinos feitos medida

O paraso aqui to perto

www.visitazores.com

aores2012 ndice

U04 DestaqueMAR

Nota editorial

06 Observao de cetceos 08 Mergulho 10 IatismoTERRA

12 Trilhos 14 AventuraROTEIRO

22 Graciosa Serena 24 Pico Imponente 26 So Jorge Identidade 28 Faial Maresia 30 Flores Frescura 31 Corvo HumanaCAlEndRIO

16 So Miguel Infinita 18 Santa Maria Solarenga 20 Terceira FestivaFicha TcnicaGeo Markets Edies Market Iniciative

32 Tradies FestivasInCEnTIVOS

34 Negcios

Parque Peninsular Rua David Mouro Ferreira, 5, Lote 3/4 - 1E - 2650-050 Amadora PORTUGAL Phone: +(351) 214 022 898 | [email protected] | www.marketiniciative.com

Propriedade Governo da Regio Autnoma dos Aores Edio e Produo Market Iniciative (MI) Direo Joo Teixeira Coordenao Editorial Frederico Machado Redao Paulo M. Morais Fotografia Market Iniciative (exceto as assinaladas); Foto Capa Carlos Duarte Design e Paginao Market Iniciative Tiragem 144.000 exemplares Distribuio Pblico (edio sul) e Jornal de Notcias de 29 de fevereiro de 2012. Projecto desenvolvido para a Regio Autnoma dos Aores

m tesouro para preservar. Ao longo dos anos esta tem sido a postura das entidades governamentais aorianas. Estas nove ilhas de origem vulcnica, semeadas no meio do oceano Atlntico, constituem um legado precioso da natureza. O arquiplago encerra uma riqueza inesgotvel em termos de paisagens e experincias que preciso acarinhar e, ao mesmo tempo, dar a conhecer. Os Aores so o exemplo de que possvel faz-lo de forma sustentvel. Nestas paragens luta-se por abrigar e fortalecer a vida exuberante que existe no mar, na terra e no cu. Defende-se empenhadamente a fauna e a flora que marcam o visitante de modo indelvel. Porque este patrimnio nico e irrepetvel: a natureza no ir criar outro igual. Este esforo de preservao tem sido reconhecido internacionalmente. Basta ver o impressionante conjunto de galardes j obtidos. Os Aores so: um dos Melhores Destinos para 2012 (Budget Travel); as Segundas Melhores Ilhas do Mundo para Turismo Sustentvel (National Geographic Traveller). Os Aores foram: um Destino nico de Viagens (Forbes, 2010); um dos Melhores Destinos do Mundo (Lonely Planet, 2008); um dos melhores destinos mundiais para a observao de cetceos (Sunday Telegraph, 2010); um dos Melhores Destinos de Vero, (National Geographic Traveller, 2010). Os Aores receberam: o prmio Best of the Best Nature, da Unio Europeia, pelo projeto Life Priolo; o prmio internacional de Turismo Sustentvel para Destinos Costeiros, em 2010 e 2011, atribudo pela Unio Europeia. E como se ainda no chegasse, os Aores tm: duas das Sete Maravilhas Naturais de Portugal, eleitas em 2010 por votao pblica (Lagoa das Sete Cidades, em So Miguel, e Paisagem Vulcnica da ilha do Pico); trs Reservas da Biosfera (Corvo, Graciosa e Flores) reconhecidas pela UNESCO; dois locais Patrimnio Mundial da UNESCO (Centro Histrico de Angra do Herosmo, na Terceira, e a Paisagem da Cultura da Vinha, na ilha do Pico). caso para perguntar: ainda tem dvidas sobre o seu prximo destino de frias? Se tiver, vire a pgina e conhea os deslumbres que os Aores guardam ciosamente para si. fevereiro 2012

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aores2012 destaque

O

melhor dos Aores? Pergunta difcil por ser de resposta mltipla. Atrevemo-nos a avanar com uma possvel soluo: os Aores tm tudo para agradar a todos. Este um destino calmo e relaxante; mas tambm pode ser um desafio constante aos aventureiros. Este um destino apropriado para viagens em famlia; mas tambm tem trunfos para receber grupos de jovens ou congressos internacionais. Este um destino para quem gosta de caminhar; mas tambm tem oferta para quem goste de mergulhar, navegar, escalar, voar, andar de bicicleta ou a cavalo. Este um destino adequado a desfrutar em excurses de grupo; mas tambm possibilita o isolamento num local remoto. Este um destino que fomenta o bem-estar fsico e espiritual; mas tambm tem eventos populares que apelam folia pura. A lista no tem fim. Para qualquer caso especfico, o Arquiplago dos Aores tem a soluo. H, porm, algo transversal: a natureza. Ela est sempre presente. Nestas nove ilhas respira-se em permanncia a essncia do poder criador da natureza. Para as famlias mais ou menos numerosas, com elementos de vrias geraes e idades, dificilmente haver

T para udo todosmelhor proposta do que uma viagem no Geoparque dos Aores. O patrimnio natural do arquiplago imenso e encontra-se distribudo pelas nove ilhas. Falar de Geoparque, nesta latitude, abordar stios de interesse geolgico. Traduzamos isto para linguagem do viajante; estamos a falar de um conjunto raro e peculiar de vulces, caldeiras, lagoas, campos lvicos, fumarolas, guas termais, grutas e algares vulcnicos, fajs, escarpas, depsitos de fsseis marinhos... Locais emoldurados por uma biodiversidade rica e devidamente preservada.

4 \ fevereiro 2012

Sete Cidades, So Miguel

Corvo

Ponta Delgada, So Miguel

O resto que existe para ver so acrescentos do homem, tendo em conta a premissa da sustentabilidade, sob a forma de um patrimnio arquitetnico, cultural e etnogrfico. Este conjunto extraordinrio de fatores, naturais e humanos, forjou a alma e o carter dos aorianos. Quem chega a estas paragens torna-se tambm um pouco aoriano quando sobe aos miradouros, palmilha trilhos, observa baleias, nada com golfinhos, mergulha no oceano, bebe vinho e ch regional, degusta os queijos, os frutos,

Miradouro do Portal, Flores

FOTOS: markeT iniciaTive/carlOS DuarTe

as carnes, visita museus, admira peas de artesanato, escala ribeiras e escarpas, assiste a touradas e procisses... Porque tudo isto e todo o resto est impregnado de natureza aoriana. Ir aos Aores ter sempre algo de diferente e memorvel para fazer amanh. Ou, se assim o preferirmos, repetir o mesmo, vezes sem conta. Aqui, neste arquiplago de prodgios, o imutvel conjuga-se com o dinmico. esta a natureza mgica dos Aores.fevereiro 2012

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aores2012 mar

cetceos

Observao de

Inseridas num oceano repleto de abundantes riquezas naturais, as ilhas aorianas so um destino onde a comunho com o mar se entranha nos visitantes. A observao de baleias uma experincia nica. Entra-se num barco rumo descoberta; regressa-se com uma memria inesquecvel. Nos Aores fazem-se amigos marinhos para o resto da vida.

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FOTO: ATA/nunO s

Golfinhosn Nos Aores existem vrias espcies de golfinhos que podem ser avistadas. O golfinho comum (caracterizado pelos saltos fora de gua), o roaz e o grampo navegam no arquiplago durante todo o ano. Nos meses mais quentes chegam o golfinho pintado e o golfinho riscado. Algumas destas espcies so especialmente brincalhonas e cordiais. Nadar junto deles das atividades mais extraordinrias para fazer em famlia. Entra-se no mar e ouvem-se os sons com que os golfinhos comunicam. E depois abre-se um sorriso no rosto perante os seus movimentos encantatrios, cheios de torcidos e retorcidos, com que recebem os visitantes humanos.

Baleiasn O arquiplago a casa marinha permanente do cachalote, cujos machos atingem dimenses entre os 11 e os 18 metros de comprimento. Ao longo do ano, este admirvel smbolo aoriano serve de anfitrio a outras espcies migratrias que navegam at ao seu santurio de vida animal. A primavera e o vero so as pocas mais ativas, graas adio das baleia-comum, baleia-sardinheira ou baleia-piloto. E o momento torna-se ainda mais especial com a vinda da mtica baleia-azul. Ao avistar-se um exemplar daquele que o maior cetceo e animal do mundo, faz-se uma vnia natureza. E fica-se com a certeza de que se viveu um momento raro na vida.

FOTO: dOp

FOTO: FuTurismO

n O Faial e o Pico, ilhas intimamente associadas tradio baleeira, funcionam como centro nevrlgico da observao de cetceos. Todavia, esta uma atividade quase transversal a todo o arquiplago, existindo operadores especializados em vrias ilhas. A maior parte das sadas efetuam-se em barcos semirrgidos que acrescentam emoo e salpicos de gua ao avistamento. Algumas empresas tambm possuem embarcaes de maior porte, onde o conforto e a estabilidade so palavra de ordem. Esta atividade turstica realizada tendo sempre em conta o fator segurana e um profundo respeito pelo equilbrio ecolgico, havendo um cdigo de conduta que empresas tursticas e visitantes devem cumprir.

FOTO: FuTurismO

Operadores

FOTO: dOp/J. FOnTes

Experinciasn Uma excurso para observar baleias comea, tipicamente, com um briefing informativo ainda em terra. Nesta introduo descrita a sada para o mar e apresentam-se as espcies de baleias e golfinhos que podero ser avistadas, tendo em conta as informaes previamente recolhidas junto dos vigias. Antes da partida distribuemse equipamento de segurana e, em caso disso, protees prova de gua. As observaes podem durar cerca de trs a quatro horas, mas existem programas mais longos em embarcaes de maior porte. A taxa de avistamentos de baleias muito alta devido s condies naturais deste pedao de Atlntico que atrai perto de trinta espcies de cetceos.

fevereiro 2012

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aores2012 marCenriosn O mapa relativo prtica do mergulho assinala mais de uma centena de spots. Zonas costeiras, baixas litorais, bancos ocenicos, fontes termais submarinas e at algumas grutas criam um conjunto de cenrios dramticos para apresentao da fauna e flora subaqutica. Como se fossem insuficientes os prodgios naturais, acresce uma mo cheia de locais onde despontam os destroos de navios naufragados. E na baa de Angra, na ilha Terceira, est instalado um parque arqueolgico subaqutico, devidamente sinalizado, onde se exibem ncoras de diferentes estilos e idade.

Espciesn O Atlntico ganha nestas paragens uma vida especial, promovendo o contato com diversas espcies. Nos bancos ocenicos avistam-se grupos de atuns, serras, lrios. H spots pejados de meros imponentes. Noutros locais, as esvoaantes jamantas pedem meas em termos de sensaes provocadas aos mergulhadores. Nas zonas costeiras, veem-se cavacos, lagostas, salemas, badejos, abrteas... Tambm h polvos, moreias, tartarugas, estrelas e ourios-do-mar. O catlogo extenso: estima-se que os mares dos Aores alberguem cerca de 700 espcies.

Debaixo do nvel da gua, os Aores preservam um paraso escondido. O arquiplago um destino que oferece condies excecionais para o mergulho, seja em termos de visibilidade, de temperatura da gua ou do tipo de experincias proporcionado. Quando se regressa tona, j est entranhada a vontade de voltar a entrar neste magnfico mundo azul.

FOTO: aTa/dive azOres/TiagO casTrO

MergulhoTubaresn Nalguns spots aorianos comum o avistamento de tubares. O banco de Condor, ao largo da ilha do Faial, famoso por ser casa habitual do tubaro azul e do tubaro martelo. Operadores credenciados esto a promover mergulhos para observar de perto estes animais que o ser humano costuma associar ao perigo. Mergulhar com tubares por perto, mesmo em condies seguras, garantia de emoes fortes.FOTO: aTa/nunO s

Nveisn Devido multiplicidade de locais de mergulho, os mares aorianos proporcionam um amplo leque de escolha a mergulhadores principiantes, intermdios ou experientes. Alguns operadores esto capacitados para fazer batismos de mergulho. A experincia inicitica nesta atividade desenrola-se em profundidade reduzida permitindo, ainda assim, a observao de alguma fauna marinha. Todos os mergulhadores devem estar munidos do certificado de mergulho e experincia.

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Condiesn As guas aorianas atingem a sua visibilidade mxima no perodo de maio a outubro, chegando a atingir os 30 metros. Porm, existem locais onde possvel mergulhar durante praticamente todo o ano, desde que a meteorologia o permita. A temperatura da gua amena, mantendo-se entre os 17 e os 24 graus centgrados.

Seguranan Existem operadores credenciados para a prtica de mergulho de mar em praticamente todo o arquiplago. Nalguns centros pratica-se o aluguer de equipamento de mergulho e o enchimento de garrafas, o qual mantido e vistoriado de forma a garantir elevados padres de segurana dos mesmos.FOTO: dOp

FOTO: aTa/nunO s

Fotografian Vrios operadores promovem programas especializados na fotografia subaqutica, seja ela de cunho profissional ou amador. comum s guas do arquiplago receberem eventos desta rea, como foi o caso do Master de Fotografia Subaqutica Submarina de Portugal que decorreu ao redor da ilha de Santa Maria, ou o Open Internacional de Fotografia Subaqutica que acontece ao largo da ilha Graciosa. Vrias imagens captadas nesta geografia j fizeram capa de revistas da especialidade e venceram concursos internacionais. Especialmente ansiada pelos fotgrafos a hiptese de captar o tubaro-baleia (peixe que pode atingir dez metros de comprimento), que por vezes navega nas guas prximas a Santa Maria.

FOTO: dOp/FredericO cardigOs

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FOTOs: clube naval de pOnTa delgada

aores2012 mar

Marinasn Trs marinas detentoras de Bandeira Azul so o carto-de-visita dos Aores em termos de iatismo. Em So Miguel, a marina de Ponta Delgada aloja-se nas modernas Portas do Mar. O complexo transformou-se num foco de vivacidade cosmopolita face fileira de bares, lojas e restaurantes com vista para a bonita linha de casario fronteirio ao mar. s centenas de amarraes para pequenas embarcaes junta-se o colorido proporcionado pelo terminal de cruzeiros e o cais de honra para mega-iates. No Faial, as cores proveem dos desenhos deixados pelos velejadores nas paredes do cais da Horta. Ruma-se Terceira e o arco-ris surge alcandorado na baa de Angra do Herosmo, sob as cores alegres das fachadas dos edifcios. Existem portos de recreio de menor dimenso que facilitam as deslocaes para ilhas como So Jorge, Santa Maria e Pico, ou inclusivamente entre diferentes pontos da costa de So Miguel e da Terceira. Portas do Mar, So Miguel

Iatismo

Ponte entre Amricas e Europa, os Aores so uma plataforma intercontinental que serve de descanso e refgio de marinheiros de todas as latitudes. Este cordo umbilical entre terra e oceano tem sido perpetuado de variadssimas formas, criando uma tradio martima mpar que contagia o visitante.

Pescan Nalguns portos (como o de So Mateus, na ilha Terceira) comeam a aparecer expedies organizadas com vista a proporcionar experincias sobre a vida no mar e a prtica da pesca artesanal. As sadas de pesca-turismo, feitas em embarcaes de cabine, podem durar entre trs e quatro horas. No final tem-se direito a algum pescado que pode ser confecionado em restaurantes da zona. Os mares dos Aores so tambm frteis para os amantes de big game fishing face abundncia de gloriosos exemplares de espadarte, bonito e atum. Na orla rochosa comum a pesca com cana, apanhando-se vrias espcies costeiras. Com a devida licena ainda possvel praticar a atividade nalgumas ribeiras e lagoas.

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Marina da Horta, Faial

Navegaesn Uma das melhores formas de apreciar a beleza da linha costeira das ilhas aorianas dentro de um barco. No perodo estival, os trs grupos de ilhas (Oriental, Central e Ocidental) so ligados por ferries. Durante todo o ano, carreiras regulares fazem a travessia entre Faial, Pico e So Jorge. Esta uma forma prtica e acessvel de obter novas e espetaculares panormicas do perfil das ilhas do chamado tringulo. Outra forma de conhecer as belezas costeiras alugar um iate com skipper; os marinheiros locais conhecem manhas martimas e segredos paisagsticos bem guardados. Independentemente da opo escolhida, a viagem pode ter o bnus de ser feita na companhia de golfinhos ou bandos de aves, imersos em jogos ldicos com os barcos.

Tradiesn A associao do arquiplago nutica celebra-se hoje em dia num conjunto alargado de eventos e festividades espalhadas pelas vrias ilhas. O Faial centra atenes durante a Semana do Mar e a marina da Horta palco de partida, escala ou chegada de regatas internacionais como Les Sables Les Azores, La Route des Hortensias, OCC Pursuit Race, CeutaHorta ou ARC Europe. Numa ponte histrica com o passado, regatas de tpicos botes baleeiros homenageiam a bravura dos aorianos que estiveram ligados caa da baleia. A maior parte destes botes, devidamente recuperados, encontrase na ilha do Pico, sendo que tambm existem exemplares espalhados pelas ilhas do Faial, Terceira, Graciosa, Flores e So Jorge.

FOTOs: markeT iniciaTive/carlOs duarTe

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aores2012 terra

Mistrios Negros, Terceira

Diversidaden A rede de trilhos classificados tem mais de sessenta propostas que agradam a todos os tipos de caminhantes. Sinalizados com marcas e cdigos internacionais, os caminhos seguem-se de forma fcil e intuitiva. A maior parte dos itinerrios utiliza caminhos de p posto que, durante sculos, foram utilizados pelos locais para as deslocaes do dia-a-dia, transporte de mercadorias ou trnsito das manadas de gado. Alm de serem uma montra da natureza envolvente, os trilhos revelam tambm o engenho das gentes que povoaram e povoam o arquiplago.

Acessibilidaden A Rede de Percursos Pedestres Classificados dos Aores pode ser consultada em www.trails-azores. com. Neste stio de Internet possvel consultar e descarregar folhetos com a topografia do percurso, as explicaes sobre patrimnio, flora e fauna avistada, a extenso e tempo estimado de durao. tambm uma forma simples e rpida de programar os trilhos a percorrer, consoante o tempo disponvel, a aptido fsica e os interesses particulares.

Trilhos12 \ fevereiro 2012

Flores

Vistas do ar, as ilhas aorianas so um espetculo de manchas verdes rodeadas de azul. Com os ps assentes em terra, imperioso entrar nesta natureza. Um conjunto de trilhos funciona como passaporte para descobrir a beleza estonteante do Arquiplago. Numa passada mgica, o prodgio revela-se desde as perspetivas panormicas at ao preciosismo do detalhe.

Faial

FOTOs: markeT iniciaTive/carlOs duarTe

So Jorge

Sete Cidades, So Miguel

Nveisn A descoberta pedestre dos Aores pode realizar-se em ritmo calmo ou acelerado; em distncias curtas ou compridas; em trajetos acessveis ou exigentes; isoladamente ou em grupo. Divididos por trs nveis de dificuldade fcil, mdio, difcil o conjunto de trilhos permite o acesso alma das nove ilhas tanto para os visitantes com menor preparo fsico como para os mais habituados arte de caminhar pela natureza que desejem ser desafiados.

Aventuran O geocaching tem conhecido grande desenvolvimento nos Aores devido topografia adequada a esta caa ao tesouro moderna. A prtica desta atividade permite um contato mais livre com a natureza circundante, aliada a uma faceta de expedio aventureira. No geocaching os participantes tm de encontrar uma cache escondida na paisagem com o auxlio de coordenadas e aparelhos GPS.FOTO: drT/maurciO abreu

Lagoa do Fogo, So Miguel

Tempon As condies meteorolgicas dos Aores mostram-se bastante favorveis ao conhecimento das ilhas pelo prprio p, visto que at o dia mais chuvoso capaz de dar lugar a boas abertas. O clima temperado assegura uma temperatura agradvel para a atividade, inclusive nos meses de inverno. No entanto, antes de iniciar qualquer percurso o caminhante deve informar-se sobre o estado de conservao do mesmo e eventuais alertas meteorolgicos em www.trails-azores.com.

Pico

Alternativasn As paisagens e caminhos aorianos revelam-se ideais para roteiros de bicicleta, jeep tours ou passeios a cavalo. Existem propostas para frias mais pacficas que ajudam a recuperar o stress acumulado; mas tambm h percursos apropriados a desportistas ou amantes de prticas radicais.

fevereiro 2012

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aores2012 terra

AventuraCoasteeringn Nesta modalidade desportiva o praticante avana ao longo da costa. Natao, escalada, saltos e caminhada so requisitadas para ultrapassar os obstculos de rocha e mar. Os percursos dividem-se em nveis de dificuldade que tm em conta fatores como a temperatura atmosfrica e da gua ou a ondulao do mar.

ideia das paisagens buclica e relaxante, os Aores juntaram nos ltimos anos um conjunto de propostas mais enrgicas e radicais. Porque se h quem goste de admirar uma cascata a partir de um miradouro, h quem prefira atravess-la. E estas ilhas vibrantes prometem no dar trguas aos espritos mais aventureiros.

Parapenten Explorado o terreno sobe-se ao cu para captar novos ngulos da paisagem pontuada por lagoas, fajs e cones vulcnicos. O batismo de voo em parapente realizado em conjunto com um monitor. Para os mais experimentados, abundam os locais para a prtica desta modalidade que transforma momentaneamente o ser humano numa imitao de pssaro.

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Rapeln As escarpas das ilhas aorianas so timas para a prtica desta atividade que consiste em efetuar descidas verticais com uso de cordas. H operadores que ministram cursos de iniciao a esta modalidade criada a partir das tcnicas do alpinismo e geralmente praticada em grupo.

Surfn Desde as ondas mticas da remota Faj da Caldeira de Santo Cristo s praias da Ribeira Grande (j conhecidas alm fronteiras por receberem uma etapa do campeonato mundial de surf), no faltam grandes spots nos Aores para a prtica do surf e bodyboard. H operadores especializados na organizao de surf trips que permitem entradas a partir do mar em locais de difcil acesso por terra. Os mais experimentados tambm podem abalanar-se na prtica de big wave surfing.FOTO: picOs de avenTura/paulO pachecO

Escaladan Numa costa pontuada por paredes rochosas, no faltam reas apropriadas para a prtica desta modalidade que consiste em ultrapassar obstculos verticais. Vrias ilhas j contam com setores preparados para a prtica da escalada desportiva, em condies de total segurana. Tambm possvel frequentar cursos de aprendizagem.

Canyoningn Seguir o curso de uma ribeira, transpondo obstculos dentro e fora de gua, com recurso a diversas tcnicas e equipamentos: eis a proposta do canyoning. A atividade tem conhecido grande desenvolvimento nos Aores, juntando adrenalina explorao de locais onde a natureza permanece intocada. Existem percursos adequados a vrios nveis de experincia e alguns operadores efetuam batismos deste desporto aventura, sempre praticado de acordo com estritas regras de segurana.

n A explorao das zonas costeiras pela gua uma forma de desfrutar de panormicas diferentes das ilhas aorianas. Por caiaque acede-se a locais remotos, pouco conhecidos ou frequentados, em passeios que podem ter um forte pendor atltico ou aventureiro.

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FOTOs: markeT iniciaTive/carlOs duarTe

CaiaqueFOTO: clube asas de sO miguel

FOTO: mOnTanheirOs/carlOs medeirOs

aores2012 roteiro

InfinitaSo MiguelAbre-se o mapa e So Miguel estende-se horizontalmente numa lngua de verde. Aqui e ali, circunferncias azuis. A legenda refere que so lagoas. Conhecer estes cenrios chegaria para ocupar uma visita ilha. preciso, porm, forar o arranque sob pena de ficar demasiado por ver.

Sete Cidades

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EFOTOs: markeT iniciaTive/carlOs duarTe

m Ponta Delgada apetece passear pelo intrincado das ruas histricas, pontuado por edifcios de traa antiga. Entra-se com prazer em igrejas, como a do Colgio que serve com ncleo de arte sacra do Museu Carlos Machado, tal como se descontrai nas Portas da Mar, vibrantes a qualquer hora do dia. Numa esplanada delineia-se o trajeto pelas lagoas. Num repente est-se na estrada, rodeado do verde dos campos e das rvores, alindado pelo colorido das hortnsias azuis. Chega-se s Sete Cidades e a natureza aplica esta mesma paleta em duas lagoas: a azul e a verde, desunidas de forma tnue para parecerem uma s. Do miradouro da Vista do Rei, promontrio ideal para apreciar esta que uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal, s possvel

sair em busca de nova lagoa. Vai-se do Fogo para atear ainda mais a emoo. Coisa to perfeita at parece irreal. Haver mais? Esquadrinha-se o mapa e sobressai a lagoa das Furnas, inserida numa das zonas vulcnicas mais apelativas do mundo para o guia de viagens World Travel Guide. Aqui sobressai a dimenso. Caminha-se ao longo das margens, descobrindo araucrias centenrias que atingem dezenas de metros, admirando a traa gtica da ermida de Nossa Senhora das Vitrias. Mais tarde voltaremos s lagoas a de Santiago, a do Canrio, a do Congro, a das guas... mas antes preciso repousar. Talvez num banho de mar, na segurana das piscinas naturais espalhadas ao longo da costa; ou ento num banho de sol nas praias de gua dAlto ou Ppulo. Mais uma opo:

um banho quente na Cascata Velha, rodeado do verde tpico dos Aores. De volta s Furnas, a Poa da Dona Beija mostra 38 C de temperatura. O aconchego mostra-se igual no enorme lago artificial do Parque Terra Nostra, famoso pela gua ferrosa de cor acastanhada. Entrmos no domnio dos parques e jardins. S por si, o Terra Nostra representa um mundo de experincias que vo desde o gigantismo das sequoias e carvalhos brandura das camlias e azleas. No exuberante concelho do Nordeste, fica o jardim botnico da Ribeira do Guilherme (na Lomba da Fazenda), onde pode ter-se a sorte de encontrar o Priolo, passeriforme endmico >

Ribeira Grande

Ribeira Grande

Cincian So Miguel permite efetuar um roteiro cientfico adequado aos mais novos. O Observatrio Microbiano dos Aores, instalado na antiga Casa de Banhos Termal (nas Furnas) apresenta espaos expositivos e laboratoriais. O Observatrio Vulcanolgico e Geotrmico dos Aores (em Atalhada) expe fsseis e minerais. O Observatrio Astronmico de Santana (no Pico do Bode, em Santana) organiza observaes noturnas na primeira sexta-feira de cada ms, alm de mostrar diferentes aspetos da conquista do espao. O Expolab (em Lagoa) divulga a cincia atravs de exposies, experincias laboratoriais e jogos.

Portas do Mar, Ponta Delgada

Piscina de gua Frrea, Parque Terra Nostra

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aores2012 roteiro

Grutan Na ilha de So Miguel, a descoberta do corao vulcnico dos Aores faz-se na Gruta do Carvo, cavidade aberta ao pblico e explorvel por visitantes de todas as idades.

Termasn Da Ponta do Escalvado avista-se a Ponta da Ferraria. Desce-se at l, por estrada serpenteada, rumo a um polo de sade, lazer e bem-estar. O Spa Termal da Ferraria apresenta uma enorme lista de servios tpicos jacuzzi, banho turco, banho de imerso, duche vichy, massagens de relaxamento , a que se juntam um conjunto de propostas inovadoras como o PNF Chi, Olaria Corporal, Azorean Stone Massage, Jazz Massage ou Floating in (e)Motion.

> que esteve em vias de extino e

agora espcie protegida. Lagos e moinhos de gua compem a paisagem serena. Quase ao lado, no Parque Natural dos Caldeires (na Achadinha), h uma cascata entre fetos arbreos e mais moinhos, recuperados em museus etnogrficos vivos. Na Reserva Florestal de Recreio do Pinhal da Paz (na Faj de Cima), descansase sombra de criptomrias, faias, accias. Come-se em estilo piquenique; as crianas brincam no parque infantil e nas casinhas que reproduzem as casas de guardas florestais. Do miradouro avista-se Ponta Delgada. Voltar aos ambientes cosmopolitas significa visitar a Ribeira Grande, cidade de contrastes entre a alvenaria branca e a pedra preta. Em frente a Vila Franca do Campo, a panormica do ilhu relembra que tambm h ilhu ao largo dos Mosteiros. Abre-se outra vez o mapa e constata-se: tanto ainda por descobrir, nesta So Miguel cujo encanto nunca finda.

Com chapu e esprito de Indiana Jones parte-se numa expedio ilha mais antiga dos Aores. A proteo da cabea servir, mais tarde, para os banhos de sol nas magnficas praias de areia branca. Envelheceu bem esta Santa Maria luminosa.

OGastronomian O Cozido das Furnas um dos pratos mais caratersticos dos Aores. Vale a pena assistir preparao: homens a resgatar grandes panelas ao fundo da terra. O cozido confecionado no calor geotrmico, o mesmo que faz brotar fumarolas do solo, dando s Furnas um aspeto misterioso. No prato no h segredos: saboreia-se a carne macia do bife regional (acompanhado de tira de pimenta da terra), o anans e o maracuj de So Miguel. E aps a visita s plantaes de ch de Porto Formoso e da Gorreana, bebe-se o nico ch que cresce no continente europeu.

conjunto de rochas da Pedreira do Campo no causa espanto, visto distncia. preciso conhecer a histria para desfrutar do local; saber que este alinhamento vulcnico esteve outrora debaixo de gua. Ento sim, descobrem-se os detalhes, como um detetive de lupa na mo. O contedo fssil marinho que se observa tem cerca de cinco milhes de anos. Agora sim, a boca pode abrir-se de espanto. Em Santa Maria fcil ser-se um explorador.

18 \ fevereiro 2012

FOTOs: markeT iniciaTive/carlOs duarTe

SolarengaBaa de So Loureno

Santa Maria

CascataMuito prximo da piscina natural da baa da Maia possvel ver a cascata do Aveiro, uma impressionante queda de gua a rondar a centena de metros.

Praia de So Loureno

O fundo do mar est impregnado em terra. Na chamada pedra-que-pica, na rea da Ponta do Castelo, h nova jazida fossilfera com esponjas e dentes de tubaro. Juntemos a vertente plstica com uma ida ao Poo da Pedreira, antiga zona de extrao de inertes, talhada no Pico Vermelho. A parede avermelhada do cone de escrias espelha-se, majestosa, na superfcie dum lago. Sigamos at ao leito da Ribeira do Malos, casa de uma queda de gua e de uma

calada de gigantes. As explicaes dizem que uma disjuno prismtica em escoada lvica basltica; mas a vista que faz a imaginao voar. Suba-se mais, ainda mais, at ao topo do Pico Alto para se abarcar a ilha quase inteira. Ou siga-se at ao Farol de Gonalo Velho, na Ponta do Castelo: l longe, no fio do horizonte, vai-se dar a Portugal Continental. A partida, porm, sempre adiada. Antes preciso atravessar troos de floresta laurissilva at chegar ao deserto vermelho dos Aores. O Barreiro da Faneca uma paisagem marciana transposta para o nosso mundo. O safari geolgico termina aqui, ao pr-do-sol que aviva o vermelho-alaranjado da superfcie ondulante de terreno argiloso. No dia seguinte, o nascer do sol pede relaxamento. Est-se no stio ideal: Santa Maria a estncia balnear dos Aores. Duas magnficas praias, a Formosa e a de So Loureno,

convidam a estender a toalha com vista para o Atlntico brilhante. Atrs, So Loureno mostra os socalcos do que em tempos foi encosta vincola. A vinha desapareceu, ficou o toque humano que embelezou a paisagem custa de gotas de suor. Tambm foi o labor humano que edificou a igreja de Nossa Senhora da Purificao, na localidade de Santo Esprito, adornada com uma peculiar fachada barroca. Ou o Forte de So Brs que proporciona panormicas sobre a Vila do Porto. Nalgumas casas, l em baixo, resistem portas e janelas manuelinas. Pela ilha toda resistem as tpicas chamins cilndricas. No sero to antigas como os fsseis mas tambm fazem parte da histria de Santa Maria. Estima-se que a ilha tenha entre os oito a dez milhes de anos. A idade, neste caso, foi benfica. Porque as rugas do tempo tm aqui cores diferentes de tudo o resto.

FOTO: drT/maurciO abreu

HistriaH mais um motivo para ir a Anjos alm de desfrutar da excelente zona balnear com piscina natural. A esttua de Cristovo Colombo, entrada do povoado, assinala a crena de que o genovs ter aportado em Santa Maria aquando do regresso da sua primeira viagem Amrica. Diz-se que o navegador ter mandado rezar uma missa na Ermida de Nossa Senhora dos Anjos.

FlorestaNa Reserva Florestal de Recreio das Fontinhas podem apreciar-se exemplares de fetos arbreos com grandes dimenses, entre exemplares de outras espcies. Equipado com grelhadores, parque infantil, casas de banho e miradouros, serve como um agradvel local de repouso. A Reserva Florestal de Recreio de Valverde tambm est preparada para receber os visitantes com um parque de merendas, parque infantil, casas de banho e miradouros.

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aores2012 roteiro TerceIrA

FestivaAfolia comea no arco-ris com que se pintam os palacetes, os solares, as casas simples que formam o centro histrico de Angra do Herosmo. Nem as igrejas e conventos escapam a este cromatismo contagiante. Patrimnio Mundial da UNESCO desde 1983, a cidade resplandece mesmo em dia cinzento. Mas quando o Sol se descobre, redobra-se o encanto. Vai-se ao topo do Monte Brasil, vestgio duma erupo vulcnica basltica submarina, para abarcar todo o casario. Agora s falta descobrir que na Terceira at o negro impacta. Deixmos para trs o aglomerado de tintas vermelha, amarela, azul,

O perfil da Terceira feito de geometrias bem definidas. V-se tanto aprumo nas fachadas de Angra do Herosmo como nos muros de pedra ou renques de hortnsias que delimitam as pastagens. Ilha ordeira, sem dvida. Mas tambm tremendamente alegre. Gastronomian A mesa compe-se. Sentemo-nos. Umas lapas de molho Afonso para incio de conversa? Agora venha de l uma alcatra, seja de carne ou de peixe. No museu que fica nos Biscoitos conhece-se e prova-se o vinho produzido localmente. Falta adoar a boca: uma Dona Amlia d conta do recado. Ou ento duas.FOTO: drT/maurciO abreu

Cincian O Museu Vulcano-espeleolgico de Os Montanheiros um excelente modo de saber mais sobre a origem dos Aores. Tambm em Angra do Herosmo funciona o Observatrio do Ambiente dos Aores que apresenta uma exposio relativa evoluo do nosso planeta, contendo uma importante coleo de fsseis.

Sanjoaninas

roxa; vamos de encontro ao verde da paisagem da Serra de Santa Brbara. H miradouro mas, melhor ainda, h percurso pedestre para descobrir os Mistrios Negros, domos associados erupo vulcnica de 1761 que sobressaem por ainda no estarem cobertos de vegetao. Toca-se no basalto preto, irregular, e toca-se a gnese do Arquiplago. A sede de conhecer este mago vulcnico leva-nos a baixar Gruta do Natal, tnel lvico que acolhe com conforto visitantes de todas as idades. H musgo a decorar as paredes subterrneas destas galerias bem iluminadas. O mesmo se passa no Algar do Carvo, embora de modo mais grandioso. Nos tetos e paredes v-se obsidiana; a gua das chuvas forma estalactites e estalagmites de slica amorfa. A cavidade um tesouro mineralgico que d vontade de abraar a espeleologia e nunca mais largar o submundo aoriano. Volta-se superfcie de encontro ao colorido das fachadas dos pequeninos imprios do Esprito Santo. Aps a imerso no negrume fantstico das grutas, buscam-se raios solares nas zonas balneares da Salga, de Porto Martins e dos

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FOTOs: markeT iniciaTive/carlOs duarTe

FOTO: drT/maurciO abreu

Baa de Angra do Herosmo

Parquesn Na Reserva Florestal de Recreio do Viveiro da Falca passeia-se entre sebes de azleas e cameleiras, sob a sombra de arvoredo altaneiro. Existe rea de recreao infantil, campo de jogos e infraestruturas para merendar. A Reserva Florestal de Recreio da Lagoa das Patas engloba um pequeno espelho de gua rodeado de flores e arbustos. Abrigados num bosque de criptomrias encontram-se grelhadores, casas de banho e um recreio infantil. A Reserva Florestal de Recreio da Mata da Serreta, tambm devidamente equipada, bastante popular entre os terceirenses, especialmente em setembro por altura da romaria igreja de Nossa Senhora dos Milagres.

Museu de Angra

FortalezasS de Angra do Herosmo n O patrimnio monumental da Terceira extenso e diversificado, mas nada faz sonhar os mais novos como os castelos e as fortalezas. A ilha est cheia de belssimos exemplares de arquitetura militar que manifestam a riqueza histrica destas paragens. No Museu de Angra expese uma coleo militar que abrange armas brancas e de fogo, armaduras, capacetes, condecoraes e peas de artilharia.

Praia da Vitria

Biscoitos. A pele aquece no areal da Praia da Vitria. O corpo pede festa e a Terceira corresponde, convidando a assistir a uma tpica tourada corda. Ilha ordeira, sim senhor. Mas com muita diverso.

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SerenaSobe-se ao Farol da Ponta da Barca, a convite do oficial da marinha. As portas esto abertas para receber, mostrar, explicar. E depois, com simpatia, conceder espao para se apreciar a vista privilegiada para o ilhu da

GrAciOsA

A ilha saboreia-se como um doce na boca: timidamente, com medo de que o prazer acabe repentinamente. Nada de receios. Aqui o tempo no corre: flui. O vagar instala-se sorrateiro no visitante, preparando-o para sorver um punhado de experincias transcendentes.Baleia. Do cimo da torre faroleira, um pedao de rocha vulcnica sobressada do mar torna-se no smbolo de que os Aores so um santurio de cetceos. Parece impossvel que a natureza possa criar coisas assim. Mas a baleia petrificada, meticulosamente

Gastronomian Famosssimas so as Queijadas da Graciosa, feitas segundo uma receita ancestral e de contornos secretos. As queijadas tm por aclitos uma srie de outros doces, como as escapuchas, escomilhas e pastis de arroz. Conjugam-se todos bem com a angelica, bebida licorosa tradicional da ilha.

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TermasUma nascente termal de guas cloretadas sdicas e temperatura de cerca de 40 C municia as modernas Termas do Carapacho. Aos tratamentos de sade to famosos entre a populao, associou-se um conjunto de servios de spa que inclui massagens de relaxamento, duches, banhos e programas completos de nomes sugestivos como Princess for a Day ou Body and Soul Escape.

MuseuRecentemente remodelado, o museu situado em Santa Cruz da Graciosa mostra de um modo cativante a relao do homem com a terra, abordando temticas como a produo cerealfera e vincola. dado especial relevo s tradies festivas da ilha, como o caso do afamado Carnaval ou da propenso dos locais para a msica, bem patente no fabrico artesanal da viola da terra.FOTO: drT/maurciO abreu

Ilhu da Baleia

cinzelada, prova-o. A zona costeira da Graciosa um museu de escultura. H a cratera negra da Baa da Caldeirinha, o multicolorido da zona do Barro Vermelho, a concha da Baa da Folga, o panorama do ilhu da Praia. Na vertigem da Ponta da Restinga ao lado de outro farol que se observa os ilhus de Baixo. Eles pedem o tal vagar que aporta luminosidades dspares paisagem; e no topo da Restinga fcil que o tempo fique suspenso. Na Furna do Enxofre, porm, extingue-se a dimenso dos minutos e das horas. Consulte-se o relgio entre a descida e a subida dos 183 degraus, apenas para o confirmar. Porque dentro da cavidade vulcnica impossvel

tirar os olhos do enorme teto, do lago de gua fria, da fumarola de lama. Se a natureza tem lugares msticos, este um deles. A Furna uma catedral coroada por uma abboda de 40 metros de altura e quase 200 metros de comprimento. E pergunta-se outra vez como possvel a natureza ter talhado a pedra assim? Talvez seja impossvel. Talvez a Graciosa seja apenas um sonho, como quem atravessa o tnel escuro da Furna da Maria Encantada para deparar com a mancha verde da reserva florestal da Caldeira. E ento que o aroma desprendido por rvores e flores, o som emitido por pssaros e insetos, nos sussurra que tudo isto real e intemporal.

FOTOs: markeT iniciaTive/carlOs duarTe

MoinhosDe corpo cnico e cpula a terminar em bico, os moinhos de vento so imagem de marca da Graciosa. Podem apreciar-se exemplares em Santa Cruz, em So Mateus e na Luz.

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ImponenteA paisagem recortada pelos muros de basalto que se construram para proteger os ps de vinha. Sinal de que a argamassa vulcnica se derramou tanto na natureza como no homem. A alma negro-cinza imprime-se na montanha, nos mares de lava, nas casas de pedra.

Pico

C

onfiemos nas consideraes alheias: a Bootsnall, editora de guias de viagem, considera o percurso pedestre das Vinhas da Criao Velha como um dos oito trilhos nicos no mundo. O percurso junto linha costeira conduz at uma rea de vinhas. Ligam-se assim dois fatores indissociveis na ilha: o vulcanismo e o vinho. Para a BBC Travel esta conjuno tornou o Pico, em 2011, numa das Cinco Melhores Ilhas Secretas do Mundo. E a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico est classificada, desde 2004, como Patrimnio Mundial da UNESCO. A Paisagem Vulcnica da Ilha do Pico uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal. Os sinais desta natureza ardente esto por todo o lado. Nas falsias abruptas, praias de seixo rolado e pequenos ilhus que compem a arriba fssil de Santo Antnio e So Roque. Na espraiada faj lvica das Lajes do Pico enquadrada pela Ponta do Castelete. Nos desenhos inverosmeis dos campos de escoadas baslticas do Lajido de Santa Luzia. Nos alinhamentos de cones de escrias do Planalto do Achada embelezados pelas lagoas do Caiado, Capito, Paul e Seca. No cho de pedra negra que se pisa na Ponta da Ilha. Ao largo da Madalena, o ilhu Deitado e o ilhu de P surgem como guardies de quem atraca

Vinhan O Museu do Vinho expe alambiques, alfaias, barris, lagar de pedra e relata a histria do verdelho do Pico que teve fama internacional entre os sculos XVII e XIX. As pragas do odio e filoxera ditaram a derrocada da produo. Do perodo ureo ficou uma paisagem singular de currais (quadrculas de terra onde se plantava a vinha), rilheiras (sulcos no basalto deixados por carros de bois que transportavam as pipas) e adegas.

no Pico. Estes vestgios de erupo vulcnica submarina incitam o viajante a descer aos subterrneos daquela que a ilha mais jovem dos Aores. Na Gruta das Torres, em total segurana, apreciamse estalactites e estalagmites lvicas, bancadas laterais, bolas de lava, paredes estriadas e lavas encordoadas. O regresso superfcie indica que deixmos para o fim o mais bvio: a Montanha do Pico. man dos olhares, o magnfico vulco destila um magnetismo indefinvel no esprito dos habitantes e visitantes. Faz-se a vnia ao gigante com 2351 metros e embarca-se na aventura de o escalar. A tarefa exige preparo fsico adequado e monitorizao por guias especializados. A solidariedade tambm ajuda: uma famlia que una esforos para conquistar o ponto mais alto de Portugal jamais esquecer o feito. No cume descobre-se uma perspetiva nica. E, nalguns casos, desvenda-se mais um pouco daquilo que compe o nosso ser.

Ncleo Museolgico do Lajido

criao Velha

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FOTOs: markeT iniciaTive/carlOs duarTe

Parquesn O Parque Florestal da Prainha insere-se numa zona de escorrimentos lvicos e est dotado de reas de merendas, parque de diverses e miradouro para a vizinha So Jorge. Pode visitar-se uma casa e uma adega tpicas da ilha. No Parque Florestal de So Joo encontra-se novo mistrio de lava, entre espaos de recreio. No Parque Florestal da Quinta das Rosas esto assinalados percursos pedestres entre flora extica e endmica. A Reserva Florestal de Recreio de Santa Luzia prima pelas zonas arborizadas.

Gastronomian O Queijo de So Joo, de pasta macia, serve de introduo a um receiturio onde falam alto o polvo guisado em vinho de cheiro e a molha de carne. Nas ltimas dcadas, a vitivinicultura tem vindo a reflorescer e a aperfeioar-se com novas tcnicas, devolvendo qualidade ao vinho produzido na ilha.

Histrian A tradio baleeira faz parte do cdigo gentico do Pico. No Museu da Indstria Baleeira (em So Roque) e Museu dos Baleeiros (Lajes do Pico) descobre-se a importncia social e econmica que o cachalote teve no Arquiplago. Em Santo Amaro h um museu privado dedicado construo naval, atafulhado de maquetes e desenhos. Num estaleiro a cu aberto, onde se encontra o cavername de um barco em plena construo. Alguns artesos continuam a manufaturar miniaturas de botes baleeiros e a perpetuar a arte do scrimshaw. Lagoa do Capito, Planalto Central do Pico Museu da Construo Naval, Santo Amaro

Lajes

Lajido

Museu dos Baleeiros, Lajes

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aores2012 roteiroFaj da Caldeira de Santo Cristo

IdentidadeAlongada tal como o topo esguio dos moinhos de vento que surgem pelo caminho, So Jorge uma montanha-russa de emoes. Serpenteia-se ao sabor do vento, num constante descer e subir entre a cordilheira central e a costa. E nas fajs descobre-se o carcter nico da ilha.

So Jorge

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Gastronomian A produo do Queijo de So Jorge remonta ao sculo XVI e, neste caso, sabe bem que a tradio se tenha mantido. Afamado dentro e fora dos Aores, este queijo curado de pasta dura ou semi dura caracterizado por um aroma e paladar de grande carter. Uma entidade certificadora garante a qualidade deste produto DOP Outra relquia gastronmica da . ilha est confinada lagoa da Faj da Caldeira de Santo Cristo onde crescem umas amijoas polpudas que as artes da cozinha transformam num petisco raro e saboroso.

O

Faj da Caldeira de Santo Cristo

s extremos da ilha foram pontuados pela natureza. A rematar o lado oriental v-se o ilhu do Topo; o formato circular assemelha-se a um ponto final; no lado ocidental, da Ponta dos Rosais avista-se um par de rochedos que d largas fantasia. A ilha assim: termina sem acabar. No interior de So Jorge a geografia que comanda o ritmo da visita. Amanhece-se na cordilheira vulcnica central, planalto cheio de picos e vales; na linha do horizonte vislumbra-se o despertar das vizinhas Pico e Faial de um lado, Graciosa do outro. Mais perto, a costa jorgense apresenta-se numa sequncia de arribas vertiginosas a mergulhar no mar. De espaos a espaos, as escarpas espalham-se em pequenas plancies: as fajs. Esta paisagem tpica e identificativa de So Jorge foi originada por desabamentos de terras ou, mais raramente, em escoamentos lvicos. Cada faj um caso singular. Muitas tm acesso difcil, havendo casos em que s se chega l pelos prprios ps. Talvez por isso funcionem ainda como orculos para o que ser-se jorgense. As gentes que l moram revelam-se genunas; preservam usos e costumes, mantm tradies, fazem do seu povoamento um museu etnogrfico vivo. Depois h as paisagens. A arriba da Faj de So Joo tem quedas de gua. A Faj do Ouvidor sobranceira a uma falsia com 400 metros de altura. As Fajs dos Cubres e da Caldeira de Santo Cristo tm lagunas costeiras separadas do mar por praias de

Alojamenton As opes de alojamento no arquiplago aoriano passam pelo tradicional parque hoteleiro. Existem opes de unidades de duas, trs e quatro estrelas em quase todas as ilhas, nalguns casos complementada por uma rede de penses e residenciais. Na Terceira e no Faial existem Pousadas de Portugal. As Casas Aorianas constituem uma alternativa na rea do turismo em espao rural. O conjunto de casas agregado nesta associao permite contatar diretamente com as arquiteturas tpicas de cada ilha. Ideais para frias em famlia, os espaos esto instalados em casas rsticas, solares, moinhos, adegas, devidamente recuperadas e adaptadas aos padres de conforto modernos.

Vila das Velas

Parquesn O Parque Florestal da Silveira segue um curso de gua e tem como atrao vrias azenhas que eram usadas na moagem dos cereais; existem reas de recreio infantil e de merendas e um extenso relvado cheio de sombras. O Parque Florestal das Sete Fontes apresenta uma flora tpica de montanha e est dotado de infraestruturas de recreio infantil e mesas de refeies.

Piscinasn Como prmio adicional da descida s fajs, algumas apresentam piscinas naturais que permitem banhos de sol e de mar em contextos paisagsticos de exceo. Faj das Almas

seixos. Deixamos os adjetivos para quem tiver o prazer de as conhecer. Regressamos ao vetor humano para apreciar o requinte dos artesos que rechearam o interior da igreja de Santa Brbara com talha dourada, azulejos e pinturas. O templo fica prximo de Manadas e est classificado como Monumento Nacional. Da igreja da Urzelina j s se encontra a torre sineira; o resto foi destrudo pela erupo vulcnica de 1808. Em Velas o patrimnio histrico continua de p e preservado, convivendo com o moderno. Prova-o a simbiose do velho Forte de Nossa Senhora da Conceio com o novo Auditrio Municipal e Centro Cultural cuja arquitetura simula um velame. Embarcamos para um pr-do-sol final, novamente num extremo: no Morro de Velas ou no Morro de Lemos, com mira para a Baa de Entre Morros. E a Montanha do Pico ao longe, apelando a novas descobertas.fevereiro 2012

FOTOs: markeT iniciaTive/carlOs duarTe

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aores2012 roteiro

Baa da Horta

MaresiaH sempre algum que est a repintar a marina da Horta. Os paredes de cimento so a tela perfeita para deixar um testemunho de que se passou pelos Aores. Pintam-se bandeiras, nomes de cidades e de barcos, mensagens. Desenha-se em estilo livre. O Faial perpetua a sua singularidade no universo nutico nestes molhes em constante renovao. No Peter Caf Sport, fundado em 1918, bebe-se um gin tnico famoso, entre caras de marinheiros traquejados. E no Museu de Scrimshaw testemunha-

Faial

Mesmo em terra, o Faial puxa-nos para o mar. No admira. Esta uma paragem entre continentes como provam os desenhos que os velejadores deixam na marina da Horta. Nesta ilha respira-se gua. E sentimo-nos interligados ao mundo, atravs dos oceanos.-se o legado martimo da ilha, inscrito na arte de trabalhar dentes de cachalote. Na baa de Porto Pim passeiase entre casario de pescadores e fortificaes que protegeram a ilha dos ataques de corsrios. O Monte da Guia, unido ao Faial por um istmo, miradouro natural para apreciar a ligao umbilical desta terra com o mar. Vira-se o pescoo e admira-se a Caldeira do Inferno, subdivida em dois semicrculos. Viajemos at ao centro da ilha para ver nova Caldeira, desta vez um vulco colapsado de grandiosa

Fbrica da Baleia, Porto Pim

28 \ fevereiro 2012

FOTOs: markeT iniciaTive/carlOs duarTe

Cincian No Centro de Interpretao do Vulco dos Capelinhos possvel conhecer a origem das ilhas aorianas atravs de um circuito que recorre a modernas tecnologias. A arquitetura arrojada do museu subterrneo respeita a paisagem circundante; sobe-se ao farol para ter perspetiva nica das escrias vulcnicas. No Observatrio do Mar, sedeado na Fbrica da Baleia de Porto Pim, expe-se maquinaria original associada indstria baleeira. Num submarino virtual faz-se uma viagem que explora diversos ecossistemas marinhos. Tambm possvel ver de perto o Lula, submarino que alcana a profundidade de 500 metros e j visitou dezenas de locais do mar aoriano.

Parquesn A Reserva Florestal do Cabouco Velho tem infraestruturas adequadas para piqueniques e zona de recreio infantil. Na Reserva Florestal Natural do Parque do Capelo, plena de sombras, h percursos pedestres assinalados e encontram-se algumas grutas naturais. Na extensa Reserva Florestal de Recreio da Falca destacam-se as rvores de grande porte que refrescam o parque, tambm dotado de estruturas para piqueniques.FOTO: drT/maurciO abreu

Capelinhos

Porto Pim

Praiasn A praia do Almoxarife, de extenso areal acinzentado, tem vista cenogrfica para a vizinha ilha do Pico. A Montanha, modelada com perfeio, centra atenes tambm a partir da praia da Conceio. Em Porto Pim a baa abriga o areal existente.

dimenso. O solo e paredes cobrem-se de vegetao endmica que emprestam ao local vrias tonalidades de verde. J no Morro de Castelo Branco o pano de fundo volta a ser o oceano, a envolver a alvura das arribas. O azul omnipresente. Dissemina-se pelas hortnsias que ladeiam as estradas e compe o enquadramento no miradouro da Espalamaca, pontuado por um moinho de vento pintado de vermelho. No horizonte surge o casario rente baa da Horta e, to perto que parece impossvel, a ilha vizinha do Pico. Na Pennsula dos Capelinhos mudam as cores. nossa frente temos o resultado da erupo dos Capelinhos, vulco que se manteve ativo entre Setembro de 1957 e Outubro de 1958. O farol esventrado parece um fantasma perdido na paisagem lunar de cho acastanhado. E remete-nos de novo para o facto de estarmos numa ilha martima, onde at um legado vulcnico se assemelha a um oceano. S no Faial possvel navegar num mar de cinzas pelos nossos prprios ps.

Gastronomian Sopa de peixe moda do Faial, linguia com inhames, polvo regional, molha de carne. Propostas tpicas capazes de conquistar qualquer paladar. No fim, as fofas recheadas de creme servem de sobremesa. E de pequeno-almoo, lanche, ceia... Pousada de Santa Cruz, Horta

Peter Caf Sport, Horta

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S

em demoras rumo a Fajzinha. O precioso est no trajeto, feito de paragens para apreciar as diferentes perspetivas das cascatas que enfeitam a alta arriba fssil. Ao longe, a paleta de cores mistura-se no cinzento da pedra, no azul-transparente da gua, no branco da espuma, no verde da vegetao. De perto, junto ao Poo da Alagoinha, a extraordinria correnteza de quedas de gua transforma-se num referencial das Flores. Na Faj Grande domina outro tipo de imponncia: a altura da cascata do Poo do Bacalhau. Toma-se banho no laguinho e, de emoes refrescadas, segue-se o elemento gua para descobrir a magia das caldeiras. As lagoas Rasa e Funda so como gmeas falsas, a viverem em altitudes diferentes e separadas por um

Frescuragua, gua por todos os lados. No mar, obviamente. Mas tambm em terra, entornada em cascatas e em lagos de sonho. O verde da natureza, nas Flores, parece mais vioso. Passeia-se pela ilha com uma frescura calorosa a pairar no ar.FOTO: drT/maurciO abreu

FlOres

lagoa Comprida

rocha dos Bordes

Museun Num antigo convento franciscano, em Santa Cruz das Flores, est instalado um museu que apresenta ncleos de cermica, alfaias agrcolas, ferramentas de antigas profisses e pesca. Um conjunto de peas que vieram do paquete Slavonia, naufragado em 1909 ao largo da ilha, significa uma viagem a princpios do sculo XX.

Parquen A Reserva Florestal de Recreio Lus Paulo Carvalho funciona como um osis de tranquilidade, com as infraestruturas necessrias para merendar. No caminho, perto da Fazenda de Santa Cruz, pode-se admirar a igreja de Nossa Senhora de Lurdes, erigida sobre um outeiro. O contraste das paredes brancas rodeadas de verde magnetizante.

Miradouro do Portal

Poo da Alagoinha

30 \ fevereiro 2012

FOTO: drT/maurciO abreu

HumanaViajarn Alugar um automvel ou uma carrinha uma forma fcil de deslocar-se em famlia. As ilhas aorianas esto dotadas de boas estradas que levam o visitante at aos stios mais tursticos ou a alguns locais mais reservados. Excetuando So Miguel, os trajetos so geralmente curtos; nalgumas ilhas fcil dar uma volta completa num s dia. Esta proximidade permite realizar os trajetos em ritmo calmo de passeio, apreciando a paisagem e efetuando vrias paragens.

Corvo

Uma ilha com uma nica povoao. Uma ilha com menos 500 habitantes. Uma ilha onde se volta a dizer bom-dia a quem passa, onde se volta a conversar com desconhecidos, onde as gentes voltam a ter nome prprio. Depois das apresentaes, passeia-se pela vila, pelo caldeiro, pelas falsias. Caminharn A Vila do Corvo est situada numa faj lvica que a nica superfcie aplanada da ilha. Percorrem-se caladas de pedra entre casas de paredes negras at desembocar, uma e outra vez, no largo do Outeiro. beira-mar, junto Ponta Negra, visitam-se os moinhos de vento. Falta a gigante cratera do Caldeiro que se observa de miradouro e se circunda na companhia de um guia especializado. Da mesma forma, conhecer o rendilhado de falsias implica cuidados redobrados. Valer a pena o esforo quando, na Ponta do Marco, se encher o peito de ar para absorver a riqueza desta gota de natureza no meio do Atlntico.

pedao de terra; a lagoa da Lomba debruada por hortnsias; mais a Norte fica uma nova caldeira Funda, acompanhada de perto por uma Comprida e uma Branca. Quanto Seca, no tem gua. Esta simplicidade dos nomes simblica de uma ilha que mostra abertamente os seus tesouros. Aqui a beldade est bem vista. Veja-se a Rocha dos Bordes exposta no topo de uma elevao. No podia ser melhor a localizao destas disjunes prismticas na rocha basltica, uma das caladas de gigantes mais impressionantes do mundo. Acreditem, no exagero. O pr-do-sol a dourar os bordes servir, se for preciso, para confirmar que nesta ilha tudo roa o sublime. Descer at costa ir ao encontro dos ilhus que parecem ter sido semeados propositadamente. Saiba-se que o ilhu de Monchique o ponto mais ocidental da Europa. E saiba-se que do miradouro perto de Cedros, a ilha do Corvo adorna o horizonte ocenico. Num saltinho de barco chega-se l. Antes vai-se ao miradouro do Monte das Cruzes para apreciar o figurino de Santa Cruz das Flores. E descansa-se no adro da igreja de Nossa Senhora do Rosrio a ver o porto das Lajes das Flores enquanto se pensa quantas mais vezes se visitaro os encantos naturais da ilha.

Observarn O Corvo, juntamente com as Flores, um paraso para o birdwatching. As ilhas do grupo Ocidental esto na rota migratria de vrias espcies norte-americanas. Estes hspedes so recebidos por espcies nativas como o milhafre, tentilho, alvola ou melro-preto. Nas aves marinhas destacam-se o garajau-comum, garajau-rosado e cagarro. Em So Miguel, a estrela da companhia o priolo, ave de pequeno porte que subsiste na mata endmica de laurissilva. Caldeiro

FOTOs: markeT iniciaTive/carlOs duarTe

FOTO: drT/maurciO abreu

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aores2012 calendrioFOTO: aTa

FOTO: aTa

32 \ fevereiro 2012

FOTOs: markeT iniciaTive/carlOs duarTe

Em todas as ilhas o calendrio anual marcado por uma srie de eventos de carter cultural, desportivo e religioso que envolvem populao local e visitantes. Este conjunto de manifestaes de cariz vincadamente popular revela bem a arte de receber aoriana. Nalguns festejos, o viajante mesmo convidado a entrar na casa das pessoas. assim nas Festas do Esprito Santo, que decorrem nos meses de junho e julho em todas as ilhas do Arquiplago. O culto ao Esprito Santo remonta ao reinado de D. Dinis e da Rainha Santa Isabel; hoje em dia mantm-se vivo nos Aores e at ganhou fama alm-fronteiras. Assente em valores humanistas e solidrios, a efemride envolve a distribuio de alimentos pela populao mais carenciada. A par deste estender de mo, oferecem-se refeies a quem por ali passa, num convvio salutar entre amigos, conhecidos e at estranhos. mesa servem-se pratos tradicionais das Festas, como as Sopas do Esprito Santo; por todo o lado ecoa a msica dos grupos de folies num convite dana e cantoria. Este esprito que alia doses de diverso preservao dos costumes e tradies dos ilhus a impresso digital dos principais eventos de cada ilha. Nos Aores, os visitantes so recebidos como mais um amigo.

Tradies Festivas

maio 10-16 maio

Senhor Santo Cristo dos Milagres(So Miguel) Estas festividades de carter religioso tiveram incio no final do sculo XVII e constituem atualmente o maior e mais impressionante cortejo religioso dos Aores. Realizadas no quinto domingo aps a celebrao da Pscoa, tm como ponto alto a procisso que decorre ao domingo e que, durante quatro horas, percorre a cidade de Ponta Delgada.

marcada por desfiles de marchas populares e uma feira taurina. Esta tradio dos touros na ilha Terceira , alis, prolongada pelas famosas e nicas touradas corda que, durante vrios meses, decorrem um pouco por toda a ilha.

23-24

Festas de So Joo de Vila Franca do Campo(So Miguel) Festa animada por marchas e canes alusivas ao santo.

Semana Cultural das Velas(So Jorge) Evento que anima a vila das Velas com exposies de artesanato, fotografia e pintura, festivais de msica, atuaes de bandas filarmnicas e grupos folclricos, atividades desportivas em terra e no mar, cortejos e corrida de touros.

27 junho a 1 julho

junho 1a3

Campeonato Regional de Fotografia Subaqutica

Em trs dias a ilha de Santa Maria concentra dois eventos de mergulho: o Trofu de Caa Fotogrfica e o Campeonato Regional de Fotografia Subaqutica.

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Cavalhadas de So Pedro(So Miguel) A festa que decorre na Ribeira Grande inclui um desfile a cavalo cuja inspirao parece remontar aos torneios medievais. Os cavaleiros concentram-se junto ao Solar de Mafoma, casa do sculo XVIII, e iniciam uma cavalgada ao som de cornetas.

22-30 junho

Sanjoaninas(Terceira) Atualmente consideradas as maiores festas profanas do Arquiplago, foram iniciadas logo aps o povoamento da ilha Terceira. O cortejo de abertura com squito real, em Angra do Herosmo, surgiu pela primeira vez em 1934, mantendo-se desde ento. A noite de So Joo

FOTO: aTa

FOTO: drT/maurciO abreu

julho

27 a 5 agosto

Evento com uma programao variada nas reas da msica, cultura, gastronomia e desporto.

Festas do Nordeste (So Miguel)

13 a 15

Festas da Praia da Vitria(Terceira) Cortejo etnogrfico, bodo, folclore, atividades desportivas, marchas, exposies e tradicionais touradas compem um programa recheado. Um grande espetculo de fogo-deartifcio assinala o final das festividades.

o vero da ilha mais pequena dos Aores apresenta um programa cheio de msica, teatro e outras animaes diversificadas.

setembro 31 a 2 setembro

novembro

Festa da Vinha e do Vinho(Terceira) Celebrada nos Biscoitos, esta festa tem como objetivo recordar e divulgar as tradies das vindimas da ilha. possvel apreciar a apanha e o pisar das uvas, entre provas de vinhos e mostras de gastronomia tradicional.

Outono Vivo

25 a 4 novembro

12 a 18

13 a 16

Festa do Emigrante(Flores) Evento de carter iminentemente popular que visa homenagear e receber os emigrantes aorianos que, por altura do Vero, regressam sua terra de origem para conviver com familiares e amigos. Marchas, danas e cantares assinalam este reencontro to ansiado.

Festival Internacional de Folclore(Terceira) Vai na 23 edio este evento que junta em Angra do Herosmo grupos de folclore nacionais e internacionais. O programa inclui ainda uma feira de artesanato e sabores tradicionais.

agosto

Cais de Agosto(Pico) So Roque palco de um festival que conta com espetculos de msica, cortejos, exposies e a sempre esperada e espetacular regata de botes baleeiros.

1a5

20 a 23

(Terceira) Onze dias de manifestaes culturais que tm como pano de fundo a Lusofonia. Workshops, palestras, lanamento de livros, espetculos de teatro, msica e poesia, exposies e vrias atividades infanto-juvenis animam a Praia da Vitria.

16 a 19 agosto

Campeonato Nacional de Fotografia Subaqutica(Santa Maria) A ilha de Santa Maria volta a ser palco de mais uma competio ligada ao mergulho.

Angra Jazz(Terceira) Evento anual que decorre em Angra do Herosmo desde 1999. A programao inclui grupos aorianos e de Portugal continental, a par de vrios convidados internacionais. Os concertos decorrem no Centro de Congressos, num ambiente que se pretende ter o intimismo de um clube de jazz.

Festival Mar de Agosto(Santa Maria) Evento de crditos firmados no panorama dos festivais de msica serve um programa recheado de cantores e bandas nacionais e internacionais, juntamente com atividades culturais, desportivas e ecolgicas. Durante o dia, a praia Formosa serve para recuperar das noites agitadas.

19 a 22

Festa do Chicharro(So Miguel) Festival de msica j com mais de duas dcadas de existncia que atrai muitos visitantes Ribeira Quente, no concelho da Povoao.

4 a 12

outubro

Semana do Mar(Faial) Gigantesco festival nutico que decorre na cidade da Horta. dimenso martimo-desportiva junta-se um amplo leque de outras atividades de cariz cultural e de entretenimento. O evento atingiu dimenso internacional, captando as atenes de todos os que sentem ligao ao mar.

Festas das Vindima(Pico) Ao longo do ms, em vrias localidades mas com especial nfase na Madalena, decorrem festejos que visam celebrar a tradio vincola da ilha do Pico.

20 a 21

Red Bull Cliff Diving World Series(So Miguel) O Ilhu de Vila Franca do Campo recebe uma etapa desta prova de saltos para a gua a grande altura. A competio rene a elite dos praticantes desta modalidade espetacular.

20 a 31

Semana dos Baleeiros(Pico) Ligado ao culto de Nossa Senhora de Lourdes, padroeira dos baleeiros, o evento que recorre nas Lajes associa componente religiosa um extenso programa de animao, desporto e espetculos.

Angra Rock(Terceira) Realizado no Recinto do Bailo, em Angra do Herosmo, este festival concentra num par de noites animadas espetculos de nomes consagrados da msica nacional e um concurso de novas bandas.

10-13 agosto

Festival dos Moinhos(Corvo) O festival que anima

fevereiro 2012

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aores2012 incentivos

Negcios

Ao conjunto de espaos adequados realizao de eventos, reunies e congressos, os Aores associam uma oferta imbatvel de atividades de lazer. Face diversidade de opes paralelas ou complementares, o arquiplago constitui um cenrio bastante apetecvel para o Turismo de Negcios.Clube de Golfe da Ilha Terceira

GolfeTeatro Faialense, Horta n A prtica da modalidade est assegurada por dois campos em So Miguel (um 27 buracos na Batalha, que permite trs percursos diferentes, e um 18 buracos nas Furnas) e um campo na ilha Terceira. Os clubhouses tm condies de receber eventos ligados ao mundo empresarial. Para uma experincia diferente, pode-se dar tacadas de golfe rstico. Praticado em pastagens de relva baixa, com os buracos desenhados no solo, esta uma modalidade alternativa que permite o contato direto com as zonas rurais dos Aores.

Espaosn Em So Miguel, locais como o renovado Teatro Micaelense ou o moderno pavilho multiusos das Portas do Mar agregam-se a uma grande capacidade hoteleira para acolher facilmente eventos com mais de um milhar de participantes. Na ilha Terceira, o centro de congressos de Angra do Herosmo apresenta a flexibilidade de dois auditrios (o maior com capacidade para 850 pessoas; o menor com lotao mxima de 150 pessoas). Na vizinha Praia da Vitria, ainda na Terceira, o moderno auditrio do Ramo Grande acolhe 450 pessoas. Na ilha do Faial encontram-se estruturas adequadas para reunies e seminrios, como o caso do Centro Interpretativo do Vulco dos Capelinhos ou do Teatro Faialense. Vrias unidades hoteleiras espalhadas pelo Arquiplago esto dotadas de salas e equipamento para turismo de negcios.

Teatro Micaelense, Ponta Delgada

Complementosn Terminada a ordem de trabalhos, os Aores detm um manancial de experincias que capaz de se adequar e agradar a diferentes perfis, idades e interesses. O difcil mesmo a escolha perante o leque de opes em terra ou no mar, sossegadas ou radicais , que pode ser desfrutado em grupo. Estas atividades encaixam tambm com perfeio na criao de programas de incentivos que ajudem, por exemplo, a fortalecer competncias nas reas da liderana ou fomentar o esprito de grupo entre colaboradores de uma empresa.

Centro Cultural e de Congressos, Angra do Herosmo Batalha Golfe Club, So Miguel

34 \ fevereiro 2012

FOTOs: markeT iniciaTive/carlOs duarTe

fevereiro 2012

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