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Geografia

Professor Luciano Teixeira

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Geografia

PARALELOS E MERIDIANOS

Noções Espaciais

Rosa dos Ventos

Antes de falarmos em orientação, precisamos rever a tradicional rosa dos ventos e os seus respectivos pontos: os cardeais, os colaterais e os subcolaterais.

Atualmente, existem diversos meios para nos orientarmos sobre a superfície terrestre. No entanto, a referência para deslocamentos no planeta são os pontos da rosa dos ventos. Muitas vezes, as pessoas confundem-se ao visualizarem um mapa e dizem que, ao ir para o Norte, estão indo para cima ou, ao fazerem um deslocamento para o Sul, que estão indo para baixo. É um equívoco comum, mas que deve ser evitado, pois, como o deslocamento é em um plano horizontal, só podemos falar em cima ou baixo quando houver um deslocamento em termos de altitude. Afinal, quando analisamos uma bússola, deixamos ela paralela ao solo e não pendurada em uma parede.

Os pontos das rosas dos ventos são:

• Cardeais: São os principais, Norte (N), Sul (S), Leste (E/L) e Oeste (W/O). Podem, eventual-mente, aparecer ou serem citados de outra forma.

• Norte (Setentrional ou Boreal);

• Sul (Meridional ou Austral);

• Leste (Oriental ou Nascente);

• Oeste (Ocidental ou Poente).

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• Colaterais: São secundários e ficam entre os pontos cardeais.

• Nordeste (NE): Ponto entre o Norte e o Leste;

• Sudeste (SE): Ponto entre o Sul e o Leste;

• Sudoeste (SO): Ponto entre o Sul e o Sudoeste;

• Noroeste (NO): Ponto entre o Norte e Oeste.

• Subcolaterais: São os pontos que ficam entre os Cardeais e os Colaterais.

• Norte-Nordeste (N-NE);

• Leste-Nordeste (E-NE);

• Leste-Sudeste (E-SE);

• Sul-Sudeste (S-SE);

• Sul-Sudoeste (S-SO);

• Oeste-Sudoeste (O-SO);

• Oeste-Noroeste (O-NO);

• Norte-Noroeste (N-NO)

Todos esses pontos têm por objetivo facilitar o deslocamento pela superfície terrestre. Além dos cardeais, colaterais e subcolaterais, existem também os intermediários e os inter-interme-diários, totalizando 64 pontos. Se todos esses pontos fossem ligados, a rosa dos ventos forma-ria um círculo totalizando 360º.

Os pontos cardeais são separados de 90º em 90º; os colaterais; de 45º em 45º; e os subcolate-rais. de 22º30’ em 22º30’ (22 graus e 30 minutos, lembrando que cada grau tem 60 minutos).

Meios de Orientação

Pontos de Referência Espaciais:

Através destes pontos conseguimos estabelecer mecanismos que nos ajudam a encontrar os pontos cardeais e, a partir daí, fica mais fácil nos orientarmos na superfície. Os meios mais antigos eram úteis, mas um tanto imprecisos. Com o passar do tempo e o aprimoramento tecnológico, esses meios passaram a ficar cada vez mais exatos. No entanto, os meios mais tradicionais, eventualmente, podem nos ser úteis. Os meios mais antigos e rudimentares são baseados na posição e no deslocamento dos astros no céu.

• Sol: O nosso planeta executa uma série de movimentos, entre eles a rotação (no qual a Terra gira ao redor do próprio eixo no sentido leste-oeste). Contudo, ao olharmos para o céu, temos a impressão de que é o Sol que está se movimentando. Nesse deslocamento aparente, o Sol nasce, aproximadamente, no leste (nascente), e põe-se, aproximadamente, no oeste (poente). Dependendo do local em que nos encontramos, ao apontarmos o nosso braço direito para onde o Sol nasce, estaremos apontando para o leste, ou seja, o oeste encontra-se à nossa esquerda. O norte estará a nossa frente e o sul, às nossas costas.

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• Estrela Polar: Visível apenas no hemisfério Norte. Durante a noite, podemos orientar-nos pela Estrela Polar, a qual se encontra no prolongamento do eixo terrestre, sobre o polo Norte e ocupa sempre a mesma posição relativa ao observador. Por isso, indica o Norte a todos os habitantes do hemisfério Norte. A Estrela Polar faz parte de uma constelação denominada Ursa Maior. Para encontrá-la, numa noite sem nuvens, precisamos identificar uma outra constelação, a Ursa Menor. Assim, conseguiremos encontrar a última estrela da cauda da constelação Ursa Menor, que é a Estrela Polar.

Cruzeiro do Sul: O Cruzeiro do Sul ("Crux") é a constelação mais conhecida e mais reconhecível do hemisfério Sul, apesar de haver outros grupos de estrelas que podem formar uma cruz e serem confundidas com o Cruzeiro do Sul, especialmente a Falsa Cruz, não muito distante.

Diferentemente do hemisfério Norte, onde a estrela Polaris (Estrela Polar – North Star) aponta efetivamente para o norte, no hemisfério Sul não há uma estrela que aponte para o sul. O Cruzeiro do Sul, por sua facilidade de reconhecimento, é usado para indicar o sul.

Para reconhecer o Cruzeiro do Sul, procure a "Intrometida", uma pequena estrela de pouco brilho do lado direito do centro da constelação. Às vezes, em tempo nebuloso ou quando há muita luz ambiente, é difícil de encontrá-la.

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• Lua: A melhor fase para orientação é a cheia, quando a lua nasce às 18h e se põe às 6h. Ela permanece durante toda a noite no céu. A meia-noite ela estará no ponto mais alto da sua trajetória, das 18h até as 0h ela estará no lado leste. Das 0h até às 6h, ela estará no lado oeste.

Orientação por indícios:

A natureza oferece outros indícios que nos ajudam a localizar os pontos de referência:

• Musgos – no hemisfério Sul, principalmente, ao Sul do trópico de Capricórnio, as faces das rochas que apresentam maior concentração de musgos estão na face mais úmida e menos exposta ao Sol que, portanto, está voltada para o Sul.

• Girassóis – no hemisfério Sul, voltam a sua flor para o Norte, em busca de mais Sol.

Em ambos os casos, a dinâmica no hemisfério Norte é contrária, ou seja, musgos para o Norte (face mais úmida e fria) e girassóis para o Sul (pois recebem mais radiação)

Meios de orientação desenvolvidos pelos seres humanos:

• Bússola:

As bússolas são geralmente compostas por uma agulha magnetizada colocada num plano horizontal e suspensa pelo seu centro de gravidade, de forma que possa girar livremente, e que se orienta sempre em direção próxima à direção norte-sul geográfica. Sua ponta destacada – geralmente em vermelho – indica o sentido que leva ao sul magnético da Terra, ou, de forma equivalente, a um ponto próximo ao polo norte geográfico da Terra.

A bússola é um dos instrumentos mais conhecidos e utilizados na era das Grande Navegações. Indicando sempre o sentido sul magnético, o que significa indicar aproximadamente o norte

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geográfico, tal instrumento é indispensável a todo e qualquer navegador. A equivalência ocorre devido ao fato de os polos norte magnético e norte geográfico situarem-se em hemisférios dis-tintos do globo.

O uso da bússola para fins precisos requer que se tenha em mãos também um mapa cartográ-fico que indique a correção a ser feita na leitura bruta da bússola, a fim de se localizar o norte geográfico corretamente. Tal correção deriva não apenas do fato de os polos magnéticos e ge-ográficos não coincidirem precisamente mas também do fato de a leitura da bússola ser dire-tamente influenciada pelas condições ambientais locais – a exemplo pela grande presença de material ferromagnético no solo.

• GPS: O sistema de posicionamento global (Global Positioning System) é constituído por uma rede de 24 satélites que estão posicionados a cerca de 20.200km da superfície da Terra. Cada satélite dá duas voltas ao redor da Terra no período de 24 horas. O sistema é composto por três grupos de componentes:

1. Espacial – Satélites

2. Controle – 6 bases espalhadas pelo mundo (1 no Colorado e 5 próximas à linha do Equador)

3. Usuários – Recebe as informações de latitude, longitude e altitude.

Encontram-se em funcionamento dois sistemas de navegação por satélite: o GPS, americano, e o Glonass, russo. Existem também dois outros sistemas em implementação: o Galileo, da União Europeia, e o Compass, chinês. O sistema americano é detido pelo governo dos Estados Unidos e operado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Inicialmente o seu uso era exclu-sivamente militar, mas atualmente está disponível para uso civil gratuito. No entanto, poucas garantias apontam para que, em período de guerra, o uso civil seja mantido, o que resultaria num sério risco para a navegação. O GPS foi criado em 1963 para superar as limitações dos an-teriores sistemas de navegação já ultrapassados.

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Coordenadas Geográficas

Para fins de localização no nosso planeta, foi desenvolvida uma rede de coordenadas geográfi-cas, baseada em uma rede de paralelos e meridianos, que são linhas imaginárias que circulam ao redor do globo e que, ao se cruzarem, oferecem a localização exata dos pontos. A partir dessas linhas, podemos estabelecer distâncias angulares de qualquer ponto da Terra até os dois principais referenciais do planeta.

Paralelos:São linhas imaginárias paralelas ao plano equatorial. O principal paralelo é o Equador. O Equador corresponde ao círculo máximo, perpendicular ao eixo terrestre, o que determina a divisão do globo terrestre em dois hemisférios: o hemisfério Norte ou Setentrional e o hemisfério Sul ou Meridional. Além do Equador, outros quatro paralelos recebem nomes especiais: no hemisfério Norte, o Círculo Polar Ártico e o Trópico de Câncer; no hemisfério sul, o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico.

• Equador: É o principal paralelo e o único círculo máximo, com um perímetro de, aproxima-damente, 40.000km. Divide a Terra em dois hemisférios: Norte e Sul. É a base para determi-narmos a latitude.

• Trópicos: De Câncer, no hemisfério Norte, e de Capricórnio, no Hemisfério Sul. São os limi-tes dos pontos da Terra onde a radiação Solar pode fazer um ângulo de 90º com a superfí-cie terrestre (Zênite Solar).

• Círculos Polares: No Norte, temos o Círculo Polar Ártico e, no Sul, o Círculo Polar Antárti-co. Eles são os limites máximos do círculo de iluminação terrestre que dão origem a fenô-menos como o Sol da meia noite, em regiões que se encontram na zona térmica Polar.

Meridianos:Os meridianos são linhas traçadas verticalmente com relação à Linha do Equador, que cruzam a Terra no sentido norte-sul. O meridiano mais conhecido é o Meridiano de Greenwich. Os meridianos variam de -180º a 0º a oeste e de 0º a 180º a leste. São todos do mesmo tamanho.

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• Greenwich: É o principal meridiano do planeta. É o meridiano que passa sobre a localidade de Greenwich (no Observatório Real, nos arredores de Londres, Reino Unido) e que, por convenção, junto com o seu meridiano antípoda (oposto), divide o globo terrestre em Ocidente e Oriente, permitindo medir a longitude. Foi estabelecido por Sir George Biddell Airy, em 1851, e definido, por acordo internacional, em 1884. Enfrentou uma concorrência com França (seria denominado "meridiano de Paris"), Espanha, (seria denominado "meridiano de Cádis") e Portugal, (seria denominado "meridiano de Coimbra"), antes de ser definido como o primeiro meridiano. Foi escolhido graças ao poder da grande potência da época, a Inglaterra. Serve de referência para calcular distâncias em longitudes e estabelecer os fusos horários. Cada fuso horário corresponde a uma faixa de 15° de longitude de largura, sendo a hora de Greenwich chamada de Greenwich Mean Time (GMT). O Meridiano de Greenwich atravessa dois continentes e sete países. (na Europa: Reino Unido, França e Espanha; e na África: Argélia, Mali, Burkina Faso e Gana).

• LID: A Linha Internacional de Data (LID), também chamada de Linha Internacional de Mu-dança de Data ou apenas Linha de Data, é uma linha imaginária na superfície terrestre que implica uma mudança de data obrigatória ao cruzá-la. Ao cruzar a linha de data de leste para oeste, subtrai-se um dia e, ao passar de oeste para leste, soma-se um dia no calendá-rio.

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Por conveniência, a linha de data foi posicionada no globo terrestre do lado oposto ao Meridiano de Greenwich, mas localiza-se, na verdade, próxima ao meridiano 180º. Há discrepâncias no seu desenho, a fim de atender a diversos fatores geopolíticos, satisfazendo territórios que, de outro modo, iriam se posicionar parcialmente a leste ou a oeste.

A partir da rede de paralelos e meridianos que se cruzam, podemos definir a latitude e a longitude de determinado ponto.

• Latitude: distância (medida em graus) de qualquer ponto da superfície terrestre até o paralelo do Equador. Vai de 0º (Equador) até 90º (polos) e só pode ser Norte (N) ou Sul(S). A latitude de Porto Alegre é 30º S.

• Principais paralelos e suas respectivas latitudes:

• Equador – 0º

• Trópicos – Câncer (23º27’ N) e Capricórnio (23º27’ S)

• Círculos Polares – Àrtico (66º33’ N) e Antártico (66º33’S)

Zonas GeográficasX Zonas Climáticas

• Longitude: é a distância (medida me graus) de qualquer ponto da superfície terrestre até o Meridiano de Greenwich. Vai 0º (GW) até 180º (LID) e só pode ser leste (E/L) ou oeste (O/W). A longitude de Porto Alegre é 51º oeste.

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*Cuidado com a posição dos hemisférios ao enxergarmos a Terra pela perspectiva da LID.

• Relação de distâncias em graus na longitude e na latitude:

• Hemisférios Diferentes: somam-se os graus.

Ex: 30ºN e 90ºS → 30º+90º= 120º de diferença

• Hemisférios Iguais: subtraem-se os graus

Ex: 45ºE e 30ºE 45º-30º = 15º de diferença

• Relação de distâncias em graus e quilômetros na Terra:

• A distância entre dois pares de pontos que estão localizados em dois meridianos iguais, mas em paralelos diferentes, faz com que, na distância longitudinal (em graus), entre os pares seja a mesma, mas a distância em quilômetros varie. Se um par estiver no Equador, a distância em quilômetros será maior do que em um par esteja no Círculo Polar Ártico, por exemplo.

• Pontos Antípodas: São os pontos diametralmente opostos no planeta. Podemos, no entan-to, determinar os pontos antípodas das latitudes e das longitudes procedendo da seguinte forma:

• Latitude: apenas trocamos os hemisférios.

Ex.: o ponto antípoda de 30ºS é 30º N

• Longitude: subtraímos o valor dado de 180º e trocamos o hemisfério.

Ex.: Qual o ponto antípoda de 70ºE?

180º - 70º= 110ºW

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Pontos Extremos, Fronteiras e Localizações

Pontos extremos do Brasil:

O Brasil na América do Sul:

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O Brasil no Mundo

Pontos mais ao norte

Boa Vista, Roraima

• Nascente do rio Ailã, Roraima 05º 16′ N 60º 12′ W – ponto extremo norte Pontos mais ao sul

Arroio Chuí, Rio Grande do Sul

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• Arroio Chuí, Rio Grande do Sul 33º 45′ S 53º 23′ W – ponto extremo sul (nota: a distância entre os extremos norte e sul é de 4.398 km, sendo a maior entre dois pontos sobre o ter-ritório do Brasil.)

Pontos mais ao leste

Arquipélago de Martim Vaz, Espírito Santo

• Ilha do Sul, Arquipélago de Martim Vaz, Espírito Santo 20º 27′ S 28º 50′ W – ponto extremo leste de todo o território brasileiro

• Ponta do Seixas, Paraíba 07º 09′ S 34º 47′ W – ponto extremo leste da porção continental do Brasil (nota: observe-se que a linha que une os extremos leste e oeste é quase paralela ao equador. A distância é de 4.322 km.)

Pontos mais ao oeste

Rio Moa, Acre

• Nascente do rio Moa, Acre 07° 32′ S 73° 59′ W – ponto extremo oeste.

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PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS

Cartografia

A Cartografia é um instrumento básico para a análise do espaço e, há muitos anos, nossos ante-passados passaram a criar mapas para catalogar informações úteis a respeito dos lugares onde viviam ou explorariam. O mapa mais antigo de que se tem notícia é o de Ga-Sur, feito na Babi-lônia. Era um tablete de argila cozida de 7x8cm, datado de aproximadamente 2400 a 2200 a.C., que representa um vale, presumidamente o do rio Eufrates.

Desde então, a cartografia foi sendo aprimorada e evoluiu de maneira significativa, tirando os mapas e as cartas da posição de meras representações da superfície terrestre para, em alguns casos, dar a eles posição de instrumento para a legitimação do poder dos fortes e opressores que se alternam na posição de comando nos últimos séculos. É preciso deixar claro que, por trás de muitas representações cartográficas apresentadas, existe uma ideologia implícita que mostra o mundo de acordo com os interesses de quem fez o mapa.

Conceitos e definições

Segundo a Associação Cartográfica Internacional, a Cartografia pode ser definida como: “Con-junto dos estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que intervêm na elaboração dos mapas a partir dos resultados das observações diretas ou da exploração da documentação, bem como da sua utilização”.

Em muitos casos, mapas e cartas são utilizados como sinônimos. No entanto, mapas são repre-sentações mais simples, genéricas, que representam áreas grandes, como planisférios, mas de

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continentes ou países. Já as cartas representam áreas menores, com maior nível de detalha-mento, como plantas urbanas, mapas topográficos, etc.

Elementos de um mapa

Embora os mapas possam apresentar diferenças significativas entre si, alguns elementos pre-cisam estar presentes para facilitar a interpretação daquilo que é representado. Os principais elementos de um mapa são:

• Orientação

• Tema/Título

• Coordenadas Geográficas

• Legenda

• Projeção

• Escala

Orientação

Embora na maioria dos mapas apareçam rosas dos ventos para facilitar a orientação, em alguns mapas pode aparecer apenas uma seta que aponta para o norte, em que nem sempre o sím-bolo “N” aparece. Eventualmente, em alguns mapas, aparecem setas indicando outro ponto cardeal, mas, quando isso ocorre, o ponto cardeal deve aparecer junto à seta. Exemplo:

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Tema /Título

Expressa a temática representada na carta ou no mapa. Existe uma infinidade de representa-ções acerca da superfície terrestre nas mais diferentes escalas de análise, ou seja, podemos representar o que bem entendermos por meio de mapas: países, regiões, fluxos legais e ilegais, clima, geologia, etc.

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Outras temáticas...

Apesar de, nesses dois últimos casos, tratar-se de uma brincadeira baseada em clichês (muitas vezes, preconceituosos), a cartografia temática pode ser muito útil para qualquer tema repre-sentado.

Coordenadas Geográficas

Embora nem todo mapa apresente a rede de coordenadas, é possível perceber que, em algu-mas projeções, as coordenadas geográficas podem aparecer como linhas retas (formando ân-gulos retos entre os paralelos e meridianos) ou com linhas curvas, círculos, arcos, entre outros. No entanto, isso varia de acordo com a projeção utilizada.

Legenda

A legenda é a parte do mapa que mostra o significado do conjunto de símbolos que aparece, além dos outros elementos do mapa. Esses símbolos obedecem a um conjunto de regras que os tornam decifráveis para aqueles que buscam entendê-lo.

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Exemplo:

Figura: legenda do mapa rodoviário de RS

Projeções Cartográficas

Um mapa é uma representação, sobre uma superfície plana, folha de papel ou monitor de ví-deo (com duas dimensões), da superfície terrestre, que é uma superfície curva (com três di-mensões). A passagem de uma para outra suscita várias dificuldades. Uma delas é a definição exata da forma e das dimensões da Terra. Esse é o objeto da Geodésia, que se encontra assim na origem de toda a Cartografia.

Mas a outra grande dificuldade consiste em transferir para o plano a superfície mensurada. De maneira mais resumida, o problema se resume em como representar uma superfície esférica com três dimensões em uma folha de papel com duas dimensões.

O fato é que toda representação apresenta distorções. Na hora de decidir, é preciso levar em conta o que realmente se quer representar no mapa; assim, podemos escolher a projeção mais adequada. Ao representarmos o planeta em mapas, devemos escolher as características que apresentarão a menor distorção. Nesse ponto, dois critérios se destacam: forma e área.

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Projeções Cartográficas

Os sistemas de projeções cartográficas foram desenvolvidos para dar uma solução ao problema da transferência de uma imagem da superfície curva da esfera terrestre para um plano da carta, o que sempre vai acarretar deformações.

Os sistemas de projeções constituem-se de uma fórmula matemática que transforma as coor-denadas geográficas, a partir de uma superfície esférica (elipsoidal), em coordenadas planas, mantendo correspondência entre elas. O uso desse artifício geométrico das projeções conse-gue reduzir as deformações, mas nunca as eliminar.

Os tipos de propriedades geométricas que caracterizam as projeções cartográficas, em suas relações entre a esfera (Terra) e um plano, que é o mapa, são:

a) Conformes – os ângulos são mantidos idênticos (na esfera e no plano) e as áreas são defor-madas.

b) Equivalentes – quando as áreas se apresentam idênticas e os ângulos, deformados.

c) Afiláticas – quando as áreas e os ângulos se apresentam deformados.

Quanto às partes da superfície terrestre a serem representadas, é preciso escolher qual latitu-de apresentará maior deformação. As projeções mais comuns são:

• Cilíndricas – A superfície terrestre é representada em um cilindro envolvendo o globo ter-restre. Os paralelos e os meridianos são linhas retas que convergem entre si. As deforma-ções ocorrem conforme se aumentam as latitudes, tendo a chegar ao infinito. É comumen-te utilizada para representações do globo, como mapas-múndi.

Dentre as projeções cilíndricas, duas aparecem em evidência:

• Mercator: Criada em 1569, pelo cosmógrafo e cartógrafo flamengo Gerardus Mercator, sendo muito utilizada no período das grandes navegações, também é conhecida como pro-jeção Eurocentrista. É uma projeção Cilíndrica Conforme, pois mantém as formas dos con-tinentes. Nessa projeção, o espaço geográfico entre os paralelos aumenta com a latitude,

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ocorrendo deformação na direção norte-sul. Como consequência, a escala aumenta tam-bém com a latitude, tornando-se infinita nos polos, o que impede a sua representação.

• Peters: A Projeção de Gall-Peters é um tipo de projeção cartográfica dita cilíndrica e afilá-tica. As retas perpendiculares aos paralelos e as linhas meridianas têm intervalos menores, o que resulta numa reprodução fiel das áreas dos continentes à custa de uma maior de-formação do formato deles. Essa projeção surgiu em 1973 e suscitou debates acalorados entre os cartógrafos, devido às implicações políticas de suas características.

A projeção de Gall-Peters é chamada de "terceiro-mundista", por dar maior ênfase às nações que historicamente compõem a parte mais pobre do mundo. Arno Peters batizou a projeção de "mapa para um mundo mais solidário".

• Cônicas: Representam melhor as médias latitudes, localidades que estão situadas na zona temperada do planeta. A superfície terrestre é representada em um cone envolvendo o globo terrestre. Os paralelos formam arcos e os meridianos são linhas retas que convergem para um dos polos. As deformações ocorrem conforme se afastam do paralelo padrão (pa-ralelo de contato com o cone). A projeção é utilizada para representar áreas continentais (como regiões e continentes).

• Azimutais: Também chamadas de Projeções Planas, são um tipo de projeção usada comu-mente para representação das áreas polares, pois parte sempre de um ponto para a re-presentação da área. Pode ser de três tipos: Polar, Equatorial e Oblíqua (chamada também de horizontal). Na projeção Azimutal Polar, os paralelos são representados como círculos concêntricos e os meridianos, como linhas radiais que convergem em direção ao polo re-presentado.

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Lembrete: Não esqueça que a projeção Plana ou Azimutal Polar tem importância geopolítica, pois foi escolhida para representar a Organização das Nações Unidas (ONU).

• Outras projeções:

• Projeção de Mollweide: Também chamada de projeção de Aitoff – é uma projeção cartográfica elaborada no ano de 1805 pelo astrônomo e matemático alemão Karl Mollweide (1774-1825), muito utilizada para a elaboração de mapas-múndi atualmen-te. Ele construiu uma projeção em que os paralelos eram linhas retas e os meridianos eram linhas curvas, ao contrário do que fizera a Projeção de Mercator, em que as linhas e os paralelos eram igualmente retos. No trabalho realizado por Mollweide, a Terra ganhou uma projeção elíptica com uma exata proporção com a área real da esfera ter-restre, tendo os polos mais achatados e as zonas centrais mais exatas.

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• Projeção de Goode: É uma projeção descontínua, pois tenta eliminar várias áreas oce-ânicas. Goode coloca os meridianos centrais da projeção correspondendo aos meridia-nos quase centrais dos continentes para lograr maior exatidão.

• Projeção de Robinson: É uma projeção cilíndrica afilática, elaborada pelo cartógrafo e geógrafo norte-americano Arthur Robinson (1915-2004), na década de 1960. É classifi-cada como cilíndrica, pois a sua elaboração ocorre como se envolvesse o globo terres-tre em torno de um cilindro.

Trata-se de uma das projeções cartográficas mais conhecidas em todo o mundo. Nela, os meri-dianos são representados em linhas curvas ou elipse, enquanto os paralelos permanecem em linhas retas.

A grande vantagem da Projeção de Robinson é ela se encontrar em um meio termo entre pro-jeções equivalentes e conformes. Ela não preserva nem a forma nem a correta área dos conti-nentes. No entanto, consegue minimizar as distorções que ocorrem nesses dois aspectos. Por esse motivo, ela é ideal para mapas que procuram representar a área da Terra como um todo e, assim, é a projeção mais utilizada em mapas e atlas, sendo muito conhecida também como o mapa-múndi da Terra.

• Projeção Cilíndrica de Holzel – Trata-se de uma projeção equivalente. Seu contorno elipsoidal faz referência à forma aproximada da Terra, que tem um ligeiro achatamento nos polos.

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Geografia

CLIMAS DO BRASIL

Tempo x Clima

• Tempo meteorológico – estado momentâneo da atmosfera.

• Clima – sucessão habitual de estados de tempo meteorológicos ao longo de um período (mínimo de 30 anos).

Elementos e Fatores Climáticos

Elementos Fatores Climáticos

Temperatura Altitude

Pressão Latitude

Umidade Maritimidade

Ventos Continentalidade

Massas de ar Vegetação

Precipitações Correntes Marinhas

Temperatura

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• Isotermas – linhas que tem pontos de mesma temperatura. • Albedo – ______________________________________

• Temperatura x Latitude – ______________________________________

• Temperatura x Altitude – ______________________________________

Pressão Atmosférica

Pressão atmosférica X Altitude

Pressão atmosférica x Circulação atmosférica (Local/Global)

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Pressão atmosférica x Circulação local

Pressão atmosférica x Circulação global

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Correntes Marítimas

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Massas de Ar – Brasil

• Massa equatorial continental (mEc) – Originária da Amazônia Ocidental, área de baixa latitude e muitos rios. É uma massa de ar quente, úmido e instável. Atinge praticamente todas as regiões durante o verão no Hemisfério Sul, provocando chuvas. No inverno, a mEc recua e sua ação fica restrita à Amazônia ocidental.

• Massa tropical atlântica (mTa) – Também de ar quente e úmido, origina-se no Atlântico Sul. Atua na faixa litorânea e é praticamente constante durante todo o ano. No inverno, a mTa encontra a única massa de ar frio atuante no Brasil, a mPa, cujo encontro provoca as chuvas frontais do litoral nordestino. No Sul e Sudeste, o encontro da mTa com as áreas elevadas da serra do Mar provoca as chuvas orográficas (relevo).

• Massa polar atlântica (mPa) – De ar frio e úmido. Atua principalmente no inverno. Em virtude das baixas altitudes da área central do território brasileiro (planaltos rebaixados). No inverno, essa massa chega a atingir a Amazônia Ocidental e provoca baixa de temperaturas. Como dito, essa massa encontra a mTa no litoral do Nordeste no inverno, provocando as chuvas frontais.

• Massa equatorial atlântica (mEa) – Massa de ar quente e úmido. Atua principalmente durante a primavera e o verão no litoral do Norte e Nordeste. Conforme avança para dentro do país, perde a umidade.

• Massa tropical continental (mTc) – Origina-se na região do Chaco, Paraguai, que é uma zona de altas temperaturas e pouca umidade, que a torna a única massa de ar quente e seco. Também provoca um bloqueio que detém as massas de ar frio, mormente nos meses de maio e junho.

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Classificação Climática

Ao analisarmos o clima mundial, é preciso levar em consideração todo o dinamismo do nosso planeta. A tectônica de placas, as formas de relevo, os tipos de solo, os oceanos são alguns dos processos e elementos que influenciam nas características climáticas do planeta.

Outro ponto importante é saber fazer as associações entre os climas e os seus respectivos tipos de vegetação e solos. É comum encontrarmos livros didáticos que trabalham o conteúdo de maneira isolada, sem fazer menção à inter-relação existente entre os elementos da natureza estudados.

Para cada tipo climático, existem poucos tipos de vegetação que podem se adaptar a tal dinâmica. Para muitos climas, há um tipo específico de vegetação que se sobressai entre as demais e ocupa a maior parte da área.

Classificação Climática do Brasil

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Clima subtropical

As regiões que possuem clima subtropical apresentam grande variação de temperatura entre verão e inverno, não possuem uma estação seca e as chuvas são bem distribuídas durante o ano. É um clima característico das áreas geográficas a sul do Trópico de Capricórnio e a norte do Trópico de Câncer, com temperaturas médias anuais nunca superiores a 20ºC. A temperatura mínima do mês mais frio nunca é menor que 0ºC.

Clima semiárido

O clima semiárido, presente nas regiões Nordeste e Sudeste, apresenta longos períodos secos e chuvas ocasionais concentradas em poucos meses do ano. As temperaturas são altas o ano todo, ficando em torno de 26ºC. A vegetação típica desse tipo de clima é a caatinga.

Clima equatorial úmido

Esse tipo de clima apresenta temperaturas altas o ano todo. As médias pluviométricas são altas. As chuvas bem distribuídas nos 12 meses, e a estação seca é curta. Aliando esses fatores ao fenômeno da evapotranspiração, garante-se a umidade constante na região. É o clima predominante no complexo regional Amazônico.

Clima equatorial semiúmido

Em uma pequena porção setentrional do país, existe o clima equatorial semiúmido, que também é quente, mas menos chuvoso. Isso ocorre devido ao relevo acidentado (o planalto residual norte-amazônico) e às correntes de ar que levam as massas equatoriais para o sul, entre os meses de setembro a novembro. Esse tipo de clima diferencia-se do equatorial úmido pela média pluviométrica mais baixa e pela presença de duas estações definidas: a chuvosa, com maior duração, e a seca.

Clima tropical

Presente na maior parte do território brasileiro, esse tipo de clima se caracteriza pelas temperaturas altas. As temperaturas médias de 18°C ou superiores são registradas em todos os meses do ano. O clima tropical apresenta uma clara distinção entre a temporada seca (inverno) e a chuvosa (verão). O índice pluviométrico é mais elevado nas áreas litorâneas.

Clima tropical de altitude

Apresenta médias de temperaturas mais baixas que o clima tropical, ficando entre 15º e 22ºC. Esse clima é predominante nas partes altas do Planalto Atlântico do Sudeste, estendendo-se pelo centro de São

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Paulo, pelo centro-sul de Minas Gerais e pelas regiões serranas do Rio de Janeiro e Espírito Santo. As chuvas concentram-se no verão, sendo o índice de pluviosidade influenciado pela proximidade do oceano.

Climograma:

Clima Equatorial

• Quente e muito úmido, chuvas abundantes durante todo o ano, com redução das médias em alguns meses, mas sem estação seca definida.

• Amplitude térmica muito baixa.

• Ocorrência: regiões equatoriais com cotas de altitude não muito elevadas.

Clima Tropical

• Influência direta da ZCIT

• Duas estações bem definidas: inverno e verão

• Média de temperatura em torno de 23ºC

• No Brasil, apresenta variações

• Típico

• Litorâneo

• Altitude

• Semiárido

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Clima Subtropical

• Quatro estações quase bem definidas

• Grande amplitude térmica anual

• Temp. média verão: de 15ºC a 20ºC

• Chuvas bem distribuídas ao longo do ano (com concentração um pouco maior no inverno)

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Clima Temperado

• Quatro estações bem definidas

• Grande amplitude térmica anual

• Subdivide-se em dois tipos:

1. Temperado Oceânico: Mais úmido e com temperaturas mais amenas

2. Temperado Continental: Mais seco e com invernos e verões rigorosos.

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Clima Mediterrâneo

• Proximidade de desertos e correntes de água fria

• Invernos chuvosos

• Verões quentes e secos

Clima Semiárido

• Chuvas irregulares com média pluviométrica em torno dos 600mm anuais

• Grande amplitude térmica diária

• Temperaturas médias anuais elevadas

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Árido ou Desértico

• Índices pluviométricos inferiores a 250mm por ano.

• Grande amplitude diária (mas a média anual está entre 20ºC e 30ºC)

Clima Subpolar (Frio)

• Temperaturas abaixo de 0ºC no inverno e no verão em torno de 10ºC.

• Índices pluviométricos entre 300 mm e 800mm

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Clima Polar

• Presença de neve e gelo o ano todo

• Temperaturas médias abaixo de zero

• Inexistência de verão, embora durante um curto período de tempo (cerca de 2 meses) a temperatura possa atingir valores positivos, mas que não ultrapassam os 10ºC

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Geografia

OS BIOMAS BRASILEIROS

• Bioma: Extensa formação vegetal, submetida a determinada condição climática vigente, que apresenta características de fauna, flora e solos semelhantes entre si – mesmo que, para muitos casos, essa semelhança seja apenas fisionômica, tendo em vista que, muitas vezes, as espécies encontradas em um bioma variam de continente para continente, devido às particularidades do processo evolutivo, além de outros fatores.

Classificação Vegetal:

Quanto ao grau de umidade:

• Higrófitas: adaptam-se aos ambientes úmidos.

• Hidróftas: vivem dentro da água.

• Tropófitas: adaptam-se aos ambientes onde ocorrem variações sazonais de umidade (estação seca/estação úmida).

• Xerófitas: adaptam-se à escassez de umidade.

• Mesófitas: adaptam-se aos ambientes com boa regularidade de umidade (chuvas bem distribuídas sem estação seca definida).

• Halófitas: adaptam-se aos ambientes com elevado teor de salinidade.

Quanto às folhas:

• Perenifólias: sempre com folhas

• Caducifólias: perdem suas folhas para diminuir o gasto de energia em determinadas estações.

• Aciculifoliadas: folhas com forma de agulha, para diminuir o gasto de energia e facilitar o escorrimento da neve pela superfície para que ela não fique retida na copa das árvores.

• Latifoliadas: folhas largas que aumentam a capacidade de evapotranspiração da vegetação.

Quanto à formação:

• Arbórea

• Arbustiva

• Herbácea

• Desértica

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• Litorânea

Quanto à variedade de espécies:

• Heterogênea

• Homogênea

• Lembrete: hotspots são áreas que apresentam no mínimo:

• 1.500 espécies endêmicas

• 75% de devastação

Das formações vegetais apresentadas a seguir, as vegetações que são encontradas no Brasil aparecem sublinhadas. É o caso da floresta equatorial (Amazônia), floresta tropical (mata atlântica), pradarias (pampas), estepes (caatinga), savana (cerrado).

Florestas Equatoriais

Aparecem em áreas de clima equatorial. São formações higró-filas, latifoliadas e heterogêneas (apresentam grande biodiver-sidade de espécies). Estão espalhadas pelas regiões equatoriais do planeta, como a Floresta Equatorial da Indonésia, a Floresta Equatorial do Congo e, a que mais se destaca (pela extensão e enorme biodiversidade), a Floresta Amazônica. Ocupa cerca de

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40% do território brasileiro, consti¬tuindo uma das mais vastas áreas florestais contínuas do mundo.

Recebem várias denominações: latifoliada (folha larga); hileia, do grego hylaia = "da floresta" (nome dado por Humboldt); floresta equatorial, por causa do clima equatorial; floresta-pluvial, em virtude dos elevados índices pluviométricos que caracterizam as regiões; floresta umbrófila densa, devido à cobertura das copas que deixam o ambiente protegido da luz e ao fato de ser uma floresta fechada.

Floresta Amazônica

A Amazônia espalha-se por nove países da América do Sul, tendo boa parte da sua área (mais de 60%) situada no território brasileiro. Ela possui solos desenvolvidos e, geralmente, inférteis devido ao processo de lixiviação, no qual a água que percola no solo carrega os nutrientes para as camadas mais profundas, diminuindo a sua fertilidade natural. O que sustenta essa vegetação densa e exuberante é uma camada de matéria orgânica (formada por resquícios de fauna e flora em decomposição) que fica na superfície, denominada serrapilheira. A Amazônia brasileira, em geral, apresenta a seguinte configuração, de acordo com estratos de vegetação e a sua proximidade de corpos d’água:

Matas de Inundação

• Mata de Igapó: floresta submersa, permanentemente alagada pelos rios. Ex.: vitória-régia;

• Mata de Várzea: mata de inundação temporária, de composição vegetal variável. Ex.: seringueira, jatobá e maçaranduba.

• Mata de Terra Firme: ocupa a maior parte da região e não é inundada pelas cheias dos rios. É uma formação densa, úmida e escura (a copa das árvores forma um telhado que pode reter até 95% da luz solar). Ex.: castanha-do-Pará, caucho e guaraná.

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Devastação:

Já faz alguns anos que a fronteira agrícola vem se expandindo sobre as bordas da Floresta Amazônica. É preciso lembrar que, antes do desmatamento associado à pecuária (destaque para gado e búfalos) e à agricultura, outros males já afligiam (e ainda afligem) o nosso maior bioma. A ocupação inicial por meio da navegação dos rios da Bacia Amazônica, que promoveram a devastação, principalmente, nas suas margens; os projetos de mineração, como Carajás (Projeto Grande Carajás, criado na década de 1980); a construção de hidrelétricas de porte significativo (Tucuruí, por exemplo); além da retirada ilegal de madeira e outros produtos oriundos da floresta, já causaram uma alteração significativa na região.

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O ritmo da devastação vem diminuindo e a tecnologia tem um papel importante nesse aspecto. Hoje, com o auxílio de imagens e fotografias aéreas, internet, sensores, entre outros meios, o poder de fiscalização do governo aumentou de maneira significativa. No entanto, muito ainda precisa ser feito, visto que a área de abrangência da Amazônia é muito grande, cobrindo milhões de quilômetros quadrados, o que dificulta para as autoridades prenderem e autuarem os grandes desmatadores. Embora a área de destruição anual tenha diminuído, a luta pela preservação da floresta deve continuar.

Mata Atlântica

A Mata Atlântica abrangia uma área equivalente a 1.315.460 km2 e estendia-se originalmente ao longo de 17 estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goi-ás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espíri-to Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí).

Hoje, restam 8,5% de remanescentes florestais acima de 100 hectares do que existia originalmente. Somados todos os fragmentos de floresta nativa acima de três hectares, te-mos atualmente 12,5%. É um hotspot mundial, ou seja, uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas do planeta. Foi decretada Reserva da Biosfera pela Unesco, e Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988.

A composição original da Mata Atlântica é um mosaico de vegetações definidas como florestas ombrófilas densa, aberta e mista; florestas estacionais decidual e semidecidual; campos de altitude, mangues e restingas.

Vivem na Mata Atlântica atualmente mais de 69% da população brasileira, ou seja, com base no Censo Populacional 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são mais de 131 milhões de habitantes em 3.284 municípios, que correspondem a 59% dos existentes no Brasil. Desses, 2.481 municípios possuem a totalidade dos seus territórios no bioma e mais 803 municípios estão parcialmente inclusos, conforme dados extraídos da malha municipal do IBGE (2010).

Há um projeto de lei que regulamenta o uso e a exploração de seus remanescentes florestais e recursos naturais que tramitou por 14 anos no Congresso Nacional e foi finalmente sancionado pelo presidente Lula em dezembro de 2006. Das 633 espécies de animais ameaçadas de extinção no Brasil, 383 ocorrem na Mata Atlântica.

Vivem na Mata Atlântica:

• Mais de 20 mil espécies de plantas, sendo 8 mil endêmicas;

• 270 espécies conhecidas de mamíferos;

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• 992 espécies de pássaros;

• 197 répteis;

• 372 anfíbios;

• 350 peixes.

Benefícios

• Sete das nove bacias hidrográficas brasileiras;

• Regulagem do fluxo de mananciais hídricos;

• Controle do clima;

• Fonte de alimentos e plantas medicinais;

Pressão sobre a Mata Atlântica:

• Habitada por mais de 131 milhões de habitantes em 3.284 municípios, equivalente a 69% da população brasileira;

• Extração de pau-brasil, ciclos econômicos de cana-de-açúcar, café e ouro;

• Agricultura e agropecuária;

• Exploração predatória de madeira e espécies vegetais;

• Industrialização, expansão urbana desordenada;

• Poluição.

Savanas

A Savana é uma formação vegetal formada por ar¬bustos espalhados e com uma composição gramínea de base. Aparece bordejando as florestas equatoriais, em climas tropicais típicos, com uma estação seca e outra chuvosa. É o hábitat natural dos animais de grande porte da África. No Brasil, a Savana está representada pelo Cerrado.

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Cerrado

Predomina em quase todo o Brasil Central, parte de Minas Gerais, parte ocidental da Bahia e sul do Maranhão, nas áreas onde o clima apresenta duas estações bem marcadas, uma seca e outra chuvosa. Além disso, apresenta-se em forma de manchas em vários pontos do território, como é o caso dos estados de São Paulo e Paraná.

O Cerrado tem sido utilizado pela pecuária há mui¬to tempo. Entretanto, nos últimos anos, ele tem sido ocupado pela agricultura, com êxito.

Campos temperados ou pradarias

Como diz o próprio nome, tais tipos de formações se caracterizam pela predominância de gramíne-as, cuja altura varia de 10cm a 50 cm, aproxima-damente. Além disso, surgem subarbustos, sendo que os arbustos são mais raros. São formações herbáceas contínuas e aparecem geralmente em climas temperados e subtropicais, nas áreas de planícies.

Quando ocorre o predomínio das gramíneas, for¬mam-se os campos limpos; quando ocorrem os arbustos, formam-se os campos sujos.

Pampas

No Brasil, os campos limpos surgem desde o sul do Estado de São Paulo e estendem-se até o Rio Grande do Sul, onde são denominados campos da campanha gaúcha ou Pampas. Ocupam o planalto Meridional e constituem excelentes áreas para a criação de gado, como é o caso também dos campos de vacaria, no Rio Grande do Sul.

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Estepes

São formações herbáceas descontínuas que se caracterizam por apresentar "moitas" de ervas espalhadas. Aparecem em climas semiáridos, geralmente nas bordas dos desertos, onde servem para o pastoreio de animais adaptados a estas regiões. Muitas vezes, a Caatinga brasileira, apesar de suas particularidades, é definida como uma vegetação estépica.

Caatinga

Localiza-se na região de clima semiárido do Nordes¬te brasileiro e é constituída de vegetais xerófilos, como é o caso das cactáceas (manda-caru e xique-xique).

Apresenta grande heterogeneidade quanto ao aspecto e à composição vegetal. Em certos tre-chos, forma uma mata rala ou aberta (de caá = "mata" e tinga = "branco"), e, em outros, o solo apresenta-se quase descoberto, possuindo ar-bustos isolados.

Na época das secas, as plantas da Caatinga per-dem suas folhas, o que constitui uma adaptação das plantas às condições climáticas, fazendo com que a planta di¬minua a transpiração e evite, assim, a perda de água armazenada. Basta caírem as primeiras chuvas no sertão para que a Caatinga readquira o verde, quando é utilizada pela pecuária extensiva e rudimentar.

Outras Formações Vegetais do Brasil

Mata de Araucárias

No Brasil, a floresta de coníferas está representa¬da pela Mata de Araucária, também denominada pinheiro-do-Paraná. É uma forma-ção vegetal associada ao bioma Mata Atlântica e é encontrada desde o norte do Rio Grande do Sul até a porção sul do Estado de São Paulo, co-brindo porções do planalto meridional. Entre-tanto, é no Paraná e em Santa Catarina que essa formação é encontrada de forma contínua.

Recebe o nome de aciculifoliada em virtude de suas folhas pontiagudas e de araucária graças à abundância da conífera araucária angustifólia (nome científico dado ao pinheiro-do-Paraná).

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Em virtude de altitudes mais elevadas, da serra da Mantiqueira, no Estado de Minas Gerais, existem também os pinheiros.

Essa formação vegetal é largamente explorada, pois o pinheiro fornece a madeira mole, que é o pinho, de grande comercialização.

Entretanto, o seu desmatamento também foi intenso, exigindo, por conseguinte, uma eficaz fiscalização e incentivos ao reflorestamento.

Complexo do pantanal

Recobre a planície do pantanal mato-grossense, drenada pelo rio Paraguai e por seus afluen-tes. Está sob a influência do clima tropical típico, embora a dinâmica climática da região seja muito peculiar. É definido como bioma pelo IBGE, mas está mais para um complexo fitogeográ-fico que é formado por diversos tipos de formações vegetais, que possui espécies da Floresta, dos Campos, do Cerrado e mesmo plantas xerófitas da Caatinga. Apesar do tamanho reduzido, apresenta uma enorme biodiversidade, que vem sendo ameaçada por impactos ambientais de diversas ordens, pois a região constitui uma importante área de criação de gado, agricultura, extrativismo vegetal, turismo, entre outros.

Litorâneas

Ocorrem ao longo de todo o litoral brasileiro, apresen¬tando ora vegetação de praias e dunas, ora vegetação de mangue. A vegetação de mangue (ou manguezais) é a que se forma nas reentrâncias da cos-ta (baías, estuários). Por se tratar de uma área com solo salino e deficiente de oxigênio, pois as marés al-cançam tais tipos de áreas, as plantas tive¬ram que desenvolver vários dispositivos morfofisiológicos para absorverem o oxigênio. É o caso das raízes aéreas, que são classificadas como halófitas e higrófitas.

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Mata dos Cocais

A área de ocorrência dos cocais localiza-se entre a Floresta Amazônica, a oeste, a Caatinga (vegetação do sertão nordestino), a leste, e o Cerrado, ao sul. Loca¬liza-se, portanto, numa área de transição entre o clima úmido da Amazônia, o clima semiárido do Nordeste e o clima menos úmido do planalto Cen-tral.

Abrange vastas áreas do Maranhão, Piauí e norte de Goiás, predominando nos trechos de solos úmidos e dos vales fluviais, como é o caso dos rios Mearim, na região do meio-norte.

A Mata dos Cocais recebe este nome porque é forma¬da por duas palmeiras: o babaçu e a carnaúba, que são produtos extrativos importantes para a região.

Dentro da região do meio-norte, onde aparece a Mata dos Cocais, o babaçu fica mais concen-trado no Maranhão, enquanto a carnaúba fica mais concentrada no Piauí.

Matas Galerias ou Ciliares

As Matas Galerias correspondem a pequenas flores¬tas alongadas que cobrem os rios com as copas, forman-do “galerias” que se desenvolveram ao longo dos rios, aproveitando a umidade do solo. Já as Matas Ciliares ocupam apenas as margens dos rios. São encontradas nas regiões de Cerrado, de Campos e mesmo de Flores-tas.

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Geografia

AGRICULTURA NO BRASIL

Agricultura

Histórico e Definições

A agricultura é uma atividade ligada ao setor primário da economia e engloba uma série de atividades que têm por objetivo a produção de alimentos e matérias-primas para uso e consumo humano. É uma atividade diretamente ligada à natureza e, portanto, dependente de fatores ligados a ela, como o clima, o relevo, a geologia, os solos, etc. Nos últimos anos, no entanto, essa dependência vem diminuindo de maneira significativa, pois o aprimoramento tecnológico amplia as possibilidades de cultivo nas mais diversas localidades do planeta, incluindo desertos, grandes latitudes, altitudes elevadas, áreas antes consideradas inóspitas e incapazes de produzir variedades significativas de culturas agrícolas. Até mesmo em áreas urbanizadas os cultivos estão sendo possibilitados pelo avanço tecnológico, como é o caso da hidroponia, na qual as plantas são cultivadas em soluções aquosas, ricas em nutrientes essenciais a elas.

LEI DE TERRAS

Ficou estabelecido, a partir de 1850, que só poderiam adquirir terras por compra e venda ou por doação do Estado. Não seria mais permitido obter terras por meio de posse, a chamada usucapião. Aqueles que já ocupavam algum lote receberam o título de proprietário. A única exigência era residir e produzir na localidade.

Promulgada por D. Pedro II, essa Lei contribuiu para preservar a péssima estrutura fundiária no país e privilegiar velhos fazendeiros.

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A Luta pela terra

De acordo com as discussões realizadas na seção sobre "questão agrária e campesinato", a luta pela terra e a consequente criação de assentamentos é uma forma de recriação do campesinato. As ocupações constituem um momento da luta pela terra. Como resposta às ações dos movimentos socioterritoriais, os governos criam assentamentos rurais que, em princípio, constituem a conquista da terra. Os assentamentos significam uma nova etapa da luta: o processo pela conquista da terra. Ainda é necessário conquistar condições de vida e produção na terra; resistir na terra e lutar por um outro tipo de desenvolvimento que permita o estabelecimento estável da agricultura camponesa.

No Brasil, a ocupação é a principal estratégia de luta pela terra realizada pelos movimentos socioterritoriais camponeses. [...]

Fonte: http://www2.fct.unesp.br/nera/atlas/luta_pela_terra.htm

Sistemas agrícolas

EXTENSIVO

Caracterizada geralmente pelo uso de técnicas rudimentares ou tradicionais na produção. Normalmente, é utilizada para mercado interno ou para subsistência. Esse tipo de agricultura pode ser encontrado tanto nas pequenas quanto nas grandes propriedades, com o predomínio da mão de obra humana e baixa mecanização.A falta de capital também é um marco desse tipo de agricultura. É característica de minifúndios, que são formas de agricultura familiar.

INTENSIVO

A agricultura comercial visa à produção de renda financeira por meio da produção de plantas e animais que são demandados no mercado. Utiliza o sistema intensivo, com a utilização de máquinas e fertilizantes, tem uma tecnologia de ponta, acarretando em altos índices de produtividade.

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Agricultura Brasil

Estrutura Fundiária

Estrutura Fundiária Brasileira

A agricultura no Brasil é, historicamente, umas das principais bases da economia do país, desde os primórdios da colonização até o século XXI, evoluindo das extensas monoculturas para a diversificação da produção. A agricultura é uma atividade que faz parte do setor primário, no qual a terra é cultivada e seus frutos são colhidos para subsistência, exportação ou comércio. Inicialmente produtora de cana-de-açúcar, passando pelo café, a agricultura brasileira apresenta-se como uma das maiores exportadoras do mundo em diversas espécies de cereais, frutas, grãos, entre outros.

Desde o Estado Novo, com Getúlio Vargas, cunhou-se a expressão que diz ser o Brasil o "celeiro do mundo" – acentuando a vocação agrícola do país. Apesar disso, a agricultura brasileira apresenta problemas e desafios, que vão da reforma agrária às queimadas; do êxodo rural ao financiamento da produção; da rede escoadora à viabilização econômica da agricultura familiar, envolvendo questões políticas, sociais, ambientais, tecnológicas e econômicas.

Para Norman Borlaug, Nobel da Paz de 1970, em visita ao Brasil em 2004, o país deve se tornar o maior destaque na agricultura. Enquanto os Estados Unidos já exploram toda a sua área agricultável, o Brasil ainda dispõe de cerca de 106 milhões de hectares de área fértil a expandir – um território maior do que a área da França e da Espanha somadas.

Segundo resultados de pesquisa feita pelo IBGE, no ano de 2008, apesar da crise financeira mundial, o Brasil teve uma produção agrícola recorde, com crescimento na ordem de 9,1% em relação ao ano anterior, motivada principalmente pelas condições climáticas favoráveis. A produção de grãos no ano atingiu a cifra inédita de 145 milhões e 400 mil toneladas. Essa produção foi a maior já registrada na história; houve aumento, em relação ao ano anterior, de 4,8% da área plantada que totalizou 65 milhões, 338 mil hectares. A safra recorde rendeu 148 bilhões de reais, tendo como principais produtos o milho (com crescimento de 13,1%) e a soja (crescimento de 2,4%).

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A agricultura era uma prática conhecida pelos nativos, que cultivavam a mandioca, o amendoim, o tabaco, a batata-doce e o milho, além de realizarem o extrativismo vegetal em diversos outros cultivares da flora local, como o babaçu ou o pequi, quer para alimentação quer para subprodutos como a palha ou a madeira, e ainda de frutas nativas como a jabuticaba, o caju, cajá, goiaba e muitas outras. Com a chegada dos europeus, os indígenas não apenas receberam a cultura mais forte e dominante, como influenciaram os que chegavam: o português passara "a nutrir-se de farinha de pau, a abater, para o prato, a caça grossa, a embalar-se na rede de fio, a imitar os selvagens na rude e livre vida". Até a introdução do cultivo de exportação, o extrativismo do pau-brasil foi a primeira razão econômica da posse das novas terras por Portugal.

As queimadas

Queimadas são um dos problemas ainda presentes na agricultura brasileira.

Uma das práticas usadas pelos indígenas, na abertura dos aceiros para o cultivo, era a da queimada. Isso possibilitava, além da rápida limpeza do terreno, o aproveitamento das cinzas como adubo e cobertura.

Ao contrário do que preconizam os estudiosos e as pessoas que, como Monteiro Lobato, abordaram a prática como um legado nocivo dos índios, as queimadas que estes realizaram ao longo de cerca de 12 mil anos de sua presença nas atuais terras do Brasil mantiveram a natureza em equilíbrio – o que deixou de ocorrer, entretanto, com a incorporação da limpeza do terreno pelo fogo à cultura europeia introduzida a partir de 1500: a divisão da terra em propriedades, o cultivo monocultor, etc., dizimaram a flora nativa. O manejo dos índios não era baseado apenas no fogo: a formação das roças em locais escolhidos permitia a interação com a natureza circundante, sua preservação, obtendo em troca a caça e a proteção contra pragas. Algo que foi perdido, como constatou Darcy Ribeiro, ao afirmar: "Assim passaram milênios até que surgiram os agentes de nossa civilização munidos, também ali, da capacidade de agredir e ferir mortalmente o equilíbrio milagrosamente logrado por aquelas formas complexas de vida".

Bico do Papagaio:

A região do Bico do Papagaio localiza-se no extremo norte do Estado do Tocantins e está compreendida entre os rios Araguaia, a oeste, e Tocantins, a leste; fazendo fronteira entre o Estado do Pará, a oeste, e Maranhão, a leste.

Encontra-se na transição geográfica entre o Cerrado do Centro-Oeste e a Floresta Amazônica; os Rios Tocantins e Araguaia. Vastas extensões de terra adequadas para a agricultura e a pecuária são partes da riqueza do estado, a disputa pela posse dessa terra, porém, é a causa de graves conflitos envolvendo fazendeiros e posseiros.

Na região do Bico do Papagaio, no norte do Estado do Tocantins, o problema é explosivo, com frequentes emboscadas e mortes.

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Mecanização: os anos 90

A partir de 1994, com a estabilização monetária do Plano Real, o modelo agrícola brasileiro passou por uma radical mudança: o Estado diminuiu sua participação e o mercado passou a financiar a agricultura que, assim, viu fortalecida a cadeia do agronegócio, desde a substituição da mão de obra por máquinas (houve uma redução da população rural brasileira, que caiu de 21 milhões e 70 mil, em 1985, para 17 milhões e 900 mil pessoas em 1995), passando pela liberação do comércio exterior (diminuição das taxas de importação dos insumos), e outras medidas que forçaram os produtores brasileiros a se adaptarem às práticas de mercado globalizado. O aumento da produtividade, a mecanização (com redução dos custos) e a profissionalização marcam esse período.

Questões agrárias

Desde suas origens, o Brasil possuiu uma grande concentração de terras, primeiramente no sistema conhecido por sesmarias, que vigeu até 1822 e deu origem aos atuais latifúndios. Em 1850 (mesmo ano da lei que proibia o tráfico negreiro), foi promulgada a Lei de Terras, que manteve o sistema de concentração da terra em latifúndios e que permaneceu até 1964, quando a ditadura elaborou o Estatuto da Terra. O custo elevado da produção agrícola na Colônia e no Império contribuiu para a formação de latifúndios. Além disso, no país, nunca houve uma grande reforma agrária, que somente passou a integrar a política oficial e legal do país após a Constituição de 1988. Dos cerca de 31 milhões de brasileiros que vivem na faixa de pobreza, mais da metade está na zona rural. Nos últimos 25 anos do século XX, cerca de 30 milhões de moradores do campo abandonaram ou perderam suas terras, criando um déficit de cerca de 4 milhões e 800 mil famílias sem-terra. Nesse tempo, a grande maioria dos recursos de financiamento foi dirigido para as oligarquias e para os grandes proprietários, atendendo ao modelo de exploração intensiva das propriedades, formação de grandes monoculturas e áreas de pastagens, que, com o esgotamento da chamada revolução verde, acabou por revelar uma série de problemas, como o uso excessivo de agrotóxicos, irrigação e desmatamento descontrolados, agressão à cultura nativa, entre outros.

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Com a redemocratização, o país teve, entre 1985 e 1988, quase 9 mil conflitos sociais no meio rural, com o assassinato de 1.167 pessoas por questões agrárias. Nesse período, teve início um confronto que gerou, de um lado, os sindicatos, os movimentos sociais e a Igreja Católica (então, no país, orientada pela chamada "opção preferencial pelos pobres", com as comissões pastorais) e, do outro, os grandes proprietários, reunidos na União Democrática Ruralista (UDR), cujo representante maior era Ronaldo Caiado. A mais famosa vítima desses conflitos foi o sindicalista Chico Mendes, no Acre, em 1988 (imagem a seguir).

Os conflitos atingiram seu ápice em 1996 com o chamado Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará (imagem a seguir), quando o então governador Almir Gabriel ordenou a desocupação de uma estrada ocupado por sem-terra. A chacina daí decorrente –19 mortos e 51 feridos – expôs ainda mais o problema agrário no país e o desrespeito aos direitos humanos.

Foto: Sebastião Salgado, 1996.

Infraestrutura agrícola

Entre os principais itens infraestruturais que demandam atenção pela atividade agrícola, estão o transporte, os estoques reguladores, a armazenagem, a política de preço mínimo, a defesa fitossanitária, etc.

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Escoamento da produção

O transporte das safras é um dos problemas estruturais enfrentados pela agricultura, no Brasil.

Pedro Calmon registrava que, desde o Império, "o escoamento das safras é difícil" e indicava que "os velhos projetos de estradas de ferro ou caminhos carroçáveis, ligando o litoral às montanhas centrais (…) a que resistem os estadistas forrados de ceticismo, que repetem Thiers, quando, em 1841, achava que as vias férreas não convinham à França". No Brasil, não existe uma política de armazenamento da safra nas propriedades. A maioria do transporte é feito em rodovias, a grande parte em más condições de tráfego, por meio de caminhões. O custo do transporte, que, em geral recai sobre o produtor, é elevado e não obedece aos princípios de logística.

Na safra 2008/2009, por exemplo, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) denunciava o estado precário das estradas da região Centro-Oeste, algumas com problemas desde 2005 e, a despeito de solicitações às entidades governamentais, nada havia sido feito.

Assim, o governo federal elaborou, em 2006, o Plano Nacional de Logística e Transportes, destinado a proporcionar um melhor escoamento da produção. A falta de investimentos no setor, entretanto, continua a ser o principal problema na logística de escoamento.

Estoques reguladores e preço mínimo

Um bom exemplo da necessidade da formação de estoques reguladores está na produção de álcool combustível a partir da cana-de-açúcar. A grande variação de preços ao longo do ano-safra, que variam por razões climáticas e fitossanitárias, justificam a formação de estoques.

Os estoques também visam assegurar estabilidade aos rendimentos dos agricultores, além de impedir a flutuação de preços entressafras. Até a década de 1980, havia no país a chamada Política de Garantia de Preços Mínimos, que perdeu importância na política agrícola a partir dos anos 1990, com a globalização. O principal efeito disso foi a instabilidade de preços dos produtos agrícolas.

A composição de estoques, no plano nacional, compete à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Armazenagem

A armazenagem agrícola é uma das etapas da produção da agricultura do país que apresenta necessidades de investimento e ampliação, a fim de acompanhar o desenvolvimento do setor. Entre as ações logísticas da produção, a capacidade de armazenagem brasileira, em 2003, era de 75% da produção de grãos, quando o ideal é que seja 20% superior à safra.

A produção, por falta de armazéns e silos, precisa ser comercializada rapidamente. Segundo dados da Conab, apenas 11% dos armazéns estão nas fazendas (enquanto, na Argentina, esse total é de 40%; na União Europeia, de 50%; no Canadá chega a 80%). Isso força o agricultor a servir-se dos serviços de terceiros, para estocar sua produção. Fatores sazonais, como a quebra de safras e a defasagem cambial descapitalizam o produtor, que não consegue investir na construção de silos, com os quais poderia negociar sua produção em condições mais favoráveis,

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e não quando da colheita, apenas. A situação brasileira permite dizer que os caminhões se transformam em "silos sobre rodas".

Agrotóxicos no Brasil

Existem 4 mil tipos de agrotóxicos, que resultam em cerca de 15 mil formulações distintas, dos quais 8 mil estão licenciadas no Brasil. São produtos como inseticidas, fungicidas, herbicidas, vermífugos e, ainda, solventes e produtos para higienização de instalações rurais, entre outros. Seu uso indiscriminado provoca o acúmulo dessas substâncias no solo, na água (mananciais, lençol freático, reservatórios) e no ar – e são largamente utilizados para manter as lavouras livres de pragas, doenças, espécies invasoras, tornando, assim, a produção mais rentável.

O Brasil apresenta uma taxa de 3,2 kg de agrotóxicos por hectare – ocupando a 10ª posição mundial, para alguns estudos, e a 5ª, em outros. O Estado de São Paulo é o maior consumidor no país, sendo também o maior produtor (com cerca de 80% da produção nacional). Para o controle dos efeitos danosos ao meio ambiente do uso dessas substâncias, é preciso a educação do agricultor, a prática do plantio direto e o esforço de órgãos tecnológicos como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com o desenvolvimento de espécies mais resistentes, de técnicas que minimizem a dependência aos produtos, do controle biológico de pragas, entre outros.

Transgênicos no Brasil

O país ocupa a 3ª posição mundial no uso de sementes transgênicas. As principais culturas que usam dessa biotecnologia são a soja, o algodão e, desde 2008, o milho.

Diversas organizações não governamentais (ONGs) nacionais ou internacionais, como o Greenpeace, o MST ou a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), manifestaram-se contrários ao cultivo de plantas geneticamente modificadas no país, expondo argumentos como a desvalorização desses no mercado, a possibilidade de impacto ambiental negativo, a dominação econômica pelos grandes empresários, entre outros aspectos. Entidades ligadas ao agronegócio, entretanto, apresentam resultados de estudos efetuados pela Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), nos anos de 2007 e 2008, tendo como resultado "vantagens socioambientais observadas nos demais países que adotaram a biotecnologia agrícola há mais tempo".

No país, a Justiça Federal decidiu que alimentos que contenham mais de 1% de transgênicos em sua composição devem, nos seus rótulos, expor a informação em destaque, a fim de informar o consumidor.

Evolução do agronegócio brasileiro

Durante as duas décadas finais do século XX, o Brasil assistiu a uma brutal evolução na sua produção agrícola: em uma área praticamente igual à do início dos anos 1980, a produção praticamente dobrou no final do século.

Em 2010, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta o país como o terceiro maior exportador agrícola do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e União Europeia.

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Vários fatores levaram a esse resultado, tais como a melhoria dos insumos utilizados (sementes, adubos, máquinas), as políticas públicas de incentivo à exportação, a diminuição da carga tributária (como, por exemplo, a redução do imposto de circulação, em 1996), a taxa de câmbio real que permitiu estabilidade de preços (a partir de 1999), o aumento da demanda dos países asiáticos, o crescimento da produtividade das lavouras e outros componentes, como a intercessão governamental junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) para derrubar barreiras comerciais existentes contra produtos brasileiros em países importadores.

Essa evolução do setor permitiu que a agricultura passasse a representar quase um terço do PIB nacional. Essa avaliação leva em conta não somente a produção campesina, mas a de toda a cadeia econômica envolvida: desde a indústria produtora dos insumos até aquela envolvida no seu beneficiamento final, transporte, etc.

Enquanto a agricultura propriamente dita apresentou, no período de 1990 a 2001, uma queda na oferta de empregos, o setor do agronegócio praticamente triplicou a oferta de empregos (que saltou de 372 mil para 1 milhão e 82 mil, no interregno). O número de empresas era, em 1994, de 18 mil, e, em 2001, saltou para quase 47 mil. Já a relação emprego/produtividade na agricultura apresentou um crescimento expressivo, oposto à diminuição do número de trabalhadores.

Perspectivas e limitações

O setor agrícola brasileiro possui possibilidades de ampliar a produção existente. Para tanto, há que se considerar as áreas em que pode haver expansão da fronteira agrícola, bem como o incremento daquelas subexploradas. Fatores que limitam essa expansão incluem o surgimento de pragas em virtude das monoculturas, os aspectos infraestruturais (vide a seção sobre o transporte), os problemas ambientais gerados por práticas como o desmatamento, etc.

Balança comercial agrícola

Entre os produtos do agronegócio, a soja é líder. No período compreendido entre agosto de 2007 e julho de 2008, as exportações agrícolas renderam ao país 78 bilhões e 100 milhões de dólares, que fizeram o setor apresentar um superávit (diferença entre o valor importado e o exportado) de 57 bilhões e 300 milhões de dólares, no período.

Mercados externos

No ano de 2008, o maior mercado consumidor dos produtos agrícolas brasileiros foi a União Europeia. A China, entretanto, foi o país que, individualmente, teve maior participação como importador, com um montante de 13,2% no total, seguido pelos Países Baixos (com 9,5%) e Estados Unidos da América (8,7%).

Agronegócio por regiões

As regiões do Brasil possuem ampla diversidade climática e, portanto, apresentam vocação agrícola e industrial com problemáticas bastante diferenciadas, trazendo, assim, participações bem distintas no agronegócio.

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No ano de 1995, as regiões brasileiras participavam, percentualmente, da seguinte forma no total do volume do setor: Norte – 4,2%; Nordeste – 13,6%; Centro-Oeste – 10,4%; Sudeste – 41,8%; e Sul – 30,0%, dados que revelam a concentração nestas duas últimas regiões de mais de 70% de todo o montante do agronegócio brasileiro. Esse quadro vem se alterando, com a pequena e gradual ampliação das regiões Centro-Oeste e Norte.

Região Sul

Nos estados do sul brasileiro (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), houve considerável participação das cooperativas familiares. Os produtos de maior representatividade no PIB agrícola do país são a avicultura e o arroz irrigado, que lidera, e posições estáveis com o milho e o feijão. A região Sul é, ainda, a maior produtora de tabaco no país que, por sua vez, é o maior exportador mundial.

A vocação agrícola na região Sul, incrementada a partir da década de 1930, coincidiu com a integração com os setores industriais da região. Enquanto nos demais estados as indústrias tenderam, na atualidade, à importação dos insumos, Santa Catarina mantém um elevado grau de interdependência do setor industrial com o agrícola.

No Rio Grande do Sul, sobretudo, é importante a participação do chamado agronegócio familiar, derivado sobretudo do modelo de colonização ali verificado, com expressiva representatividade no PIB agrícola daquele estado. Outro fator importante é que este modelo proporciona um elevado grau de fixação do homem no campo, bem como a interação entre os pequenos produtores.

No ano de 2004, a região respondia com 14,4% da produção frutícola, ocupando o terceiro lugar do país.

Região Sudeste

Em 1995, o Sudeste (composto pelos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo) era responsável pela maior participação no montante do agronegócio do país, mas em tendência de queda face à expansão das fronteiras agrícolas e à instalação de indústrias noutras regiões.

O Sudeste é o maior produtor nacional de frutas, com 49,8% do total nacional, em dados de 2004. A região concentra 60% das empresas de software voltadas para o agronegócio, segundo levantamento efetuado pela Embrapa Informática Agropecuária (situada em Campinas/SP).73 Quanto à exportação, o setor do agronegócio ocupava a segunda posição nacional, no período de 2000 a maio de 2008, ficando atrás da região Sul; o Sudeste representou 36% do montante exportado de 308 bilhões de dólares – os produtos que mais se destacaram no comércio exterior na região foram o açúcar (17,27%), o café (16,25%), o papel e a celulose (14,89%), as carnes (11,71%) e as hortifrutícolas (com destaque para o suco de laranja) (10,27%).

Região Nordeste

No Nordeste brasileiro, região formada por nove estados (Bahia, Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão), 82,9 % da mão de obra do campo equivale à agricultura familiar.

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A região é a maior produtora nacional de banana, respondendo pelo montante de 34% do total. Lidera, ainda, a produção da mandioca, com 34,7% do total. Segunda maior produtora de arroz, com uma safra estimada para 2008 de 1 milhão 114 mil toneladas, em que o Maranhão tem majoritária participação (com 668 mil toneladas). Também ocupa a segunda posição na produção frutícola, com 27% da produção nacional.

Um dos grandes problemas da região são as estiagens prolongadas, mais fortes nos anos em que ocorre o fenômeno climático El Niño. Isso provoca o êxodo rural, a perda de produção, minimizados seus efeitos por meio de ações governamentais de emergência, mediante a construção de açudes e outras obras paliativas, como a transposição do Rio São Francisco. As piores secas dos últimos anos foram as de 1993, 1998 e 1999, a primeira considerada a pior em 50 anos.

Região Norte

A região Norte (composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) tem como principal característica a presença do bioma amazônico, em que a floresta tropical é marcante (e, por sua presença em parte do Estado do Maranhão, este é incluído nas ações de governo nesta região). O grande desafio da região é aliar a rentabilidade e a produtividade com a preservação da floresta.

A região já foi responsável, por um breve período, pela produção do mais importante produto de exportação brasileiro, no final do século XIX e começo do XX, durante o chamado Ciclo da Borracha, em que o extrativismo da seringueira gerou o avanço das fronteiras nacionais (conquista do Acre), até o contrabando da árvore pela Inglaterra e sua aclimatação em países asiáticos.

É a segunda maior produtora nacional de banana, respondendo por 26% do total. Também é a segunda na produção de mandioca (com 25,9% do total), ficando atrás somente do Nordeste. Na produção de frutas, ocupa a penúltima posição, responde por 6,1% da produção nacional, à frente apenas da região Centro-Oeste.

Região Centro-Oeste

Há cerca de 30 anos, a região era quase desconhecida em seu potencial econômico. O principal bioma é o Cerrado, cuja exploração foi possível graças às pesquisas para adaptação de novos cultivares de vegetais como o algodão, o girassol, a cevada, o trigo, etc. – permitindo que, em 2004, viesse a se tornar a responsável pela produção de 46% da soja, milho, arroz e feijão produzidos no país.

Essa é a região onde a fronteira agrícola brasileira teve maior expansão. Nas três últimas décadas do século XX, sua agricultura teve um crescimento de cerca de 1,5 milhão de toneladas de grãos por safra, saltando de uma produção de 4,2 milhões para 49,3 milhões de toneladas, em 2008 – um crescimento superior a 1100%.

A área cultivada na região, que compreende os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal, em 2008, era de 15 milhões e 100 mil hectares, tendo avançado nos primeiros anos do século XXI, sobretudo sobre áreas anteriormente dedicadas à pecuária. Entre os principais fatores que levaram a esse crescimento, conta-se a abertura de estradas, que facilitou o escoamento da produção.

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Na fruticultura, a participação da região, em dados de 2004, aponta o último lugar no país, com 2,7% do total produzido.

Principais produtos

Dada a sua grande variedade climática e extensão territorial, o país possui variadas áreas especializadas em determinados cultivos; por vezes, em um mesmo estado da federação, como, por exemplo, na Bahia, em que se tem o cultivo de soja e algodão; na sua região oeste, de cacau; no sul, frutas, no Médio São Francisco; feijão, em Irecê, etc. Também um produto agrícola encontra áreas distintas no território nacional – como, por exemplo, o arroz, que é plantado no Rio Grande do Sul, no sul do Maranhão e Piauí, em Sergipe e nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Alguns produtos, como o trigo, arroz e feijão, não têm produção suficiente para atender à demanda interna; outros, como a soja, são quase que exclusivamente produzidos para exportação (a soja é o principal produto exportado pelo agronegócio brasileiro).

Expansão da Soja

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Agricultura – Legenda

1 Laranja (São Paulo/ leste da Bahia).

2 Soja (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Para, Maranhão, Piauí, Oeste da Bahia).

3 Café (São Paulo, Minas Gerais, Rio de janeiro, oeste e sul da Bahia, Espirito Santo, Rondônia).

4 Arroz (Rio Grande do Sul: maior produtor, Mato Grosso, Maranhão, Santa Catarina).

5 Uva (Rio Grande do Sul: campanha gaúcha, serra gaúcha/ Vale médio do Rio são Francisco - Oeste de Pernambuco, norte da Bahia).

6 Cacau (Leste da Bahia).

7 Cana-de-açúcar (São Paulo-maior produção etanol/ leste da região nordeste).

8 Algodão (Goiás, Bahia, Minas Gerais).

9 Castanha-de-Caju (Região Nordeste)

10 Tabaco/Fumo (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná)

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Geografia

A DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

Demografia - Estudos de População

Demografia é uma área da Geografia que estuda as populações humanas e a sua dinâmica nas mais diferentes escalas de análise. É uma das principais partes da ciência geográfica e também uma das mais interessantes, tendo em vista que muito do que se aprende pode ser aplicado ao nosso cotidiano direto. Antes de nos aprofundarmos nessas questões, é necessário conhecermos alguns conceitos básicos da demografia.

Conceitos Básicos

• Populoso: é uma área que tem elevada __________________________. Para ser considerado populoso, um país precisa ter, no mínimo, ______________________.

Os países mais populosos do mundo são:

País População Absoluta (milhões)

1º China

2º Índia

3º EUA

4º Indonésia

5º Brasil

• Povoado: é uma área que tem elevada densidade demográfica (número de habitantes pela área) ou elevada _____________________________. Para ser considerado populoso, um país precisa ter, no mínimo, ___________________________.

País Densidade Demográfica (Hab/km²)

1º Mônaco 18.063

2º Cingapura 7.403

3º Malta 1.310

4º Maldivas 1.081

5º Bangladesh 1.058

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• Superpopuloso/superpovoado: Quando há incapacidade do governo em atender às demandas básicas da população. Exemplo: países subdesenvolvidos (Bangladesh, Índia, Somália).

Cuidado: não confunda superpopulação/superpovoamento com os termos populoso e povoado, pois o primeiro diz respeito à relação população x recursos (serviços, alimentação, agricultura, etc.). O Japão é um país populoso e povoado, mas não é superpopuloso/superpovoado.

• Ecúmenos – áreas com elevada concentração populacional que podem ser associadas a aspectos físicos e humanos:

1. Latitude/temperatura: as áreas de maior concentração estendem-se de aproximadamente 65ºN até 55ºS. São as regiões que coincidem com as zonas temperadas e tropicais do planeta. Há maior concentração na zona temperada.

2. Relevo: maior parte da população mundial está concentrada em áreas de planícies com altitudes que vão do nível médio do mar até 300 metros de altitude, devido às facilidades para uso e ocupação do solo.

3. Áreas Urbanizadas: Devido ao maior número de empregos, principalmente nos setores secundário (indústria e transformação) e terciário da economia (comércio e serviços), as cidades continuam a receber pessoas provenientes do campo, em especial em países pobres.

• Anecúmenos – áreas consideradas vazios demográficos, que podem ser decorrentes de aspectos físicos e humanos:

1. Latitude/Temperatura: Regiões polares (latitudes a partir de 66º33’) e áreas adjacentes, desertos (Saara, Atacama, Gobi, Namíbia, etc.)

2. Relevo: Planaltos e cordilheiras e montanhas com altitude significativas ou depressões (geralmente absolutas).

3. Zonas de Guerra/Fome/Crises socioeconômicas: Podem ter sido ecúmenos anteriormente, mas a problemática que se instaura acaba por repelir a população para localidades mais afastadas.

Concentração Polulacional:

As áreas de maior concentração populacional no planeta são:

• Ásia (Sul, Sudeste e Extremo Oriente) – países como China, Índia, Japão, Bangladesh, Paquistão, entre outros.

• Europa Centro-Ocidental – Países como Alemanha, Itália, Reino Unido, França, Holanda, Bélgica, entre outros, não apresentam individualmente população significativa, mas a densidade demográfica da região é muito elevada devido à área reduzida.

• Leste dos EUA - Tem a maior concentração da América, principalmente no Nordeste, área conhecida como região dos grandes lagos, berço da forte indústria norte-americana.

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Geografia – A Distribuição da População Brasileira – Prof. Luciano Teixeira

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No Brasil, existem muitas disparidades quanto à distribuição da população. Devido ao processo de ocupação por parte dos colonizadores/exploradores europeus, a maior parte da população brasileira está na faixa que se estende do litoral até 700km continente adentro.

O destaque fica para a região Sudeste, que é a região mais populosa e mais povoada do Brasil. A maior parte da população está localizada no Estado de São Paulo.

Crescimento Populacional ou Demográfico:

Para analisarmos o crescimento populacional, é necessário rever as principais taxas de demografia que são:

• Taxa de Natalidade: número de nascimento (ano) x 1000 / pop. absoluta. É o número de nascimentos a cada mil habitantes. Brasil – 15‰

• Taxa de Mortalidade: número de óbitos (ano) x 1000 / pop. absoluta. É o número de óbitos a cada 1.000 habitantes. Brasil – 6‰

CUIDADO: dentro da taxa de mortalidade existe um indicador social extremamente importante, que é a Taxa de Mortalidade Infantil. Existem várias taxas de mortalidade que levam em consideração diversas faixas etárias (até mesmo de fetos), mas a mais considerada é aquela que mede o número de óbitos de crianças (nascidas vivas) com até 1 ano de idade a cada 1.000 nascimentos.

• Taxa de Fecundidade: número médio de filhos por mulher em idade reprodutiva (15 – 49 anos). A Organização das Nações Unidas (ONU), baseada em dados de 2009, divulgou os seguintes resultados de fecundidade: mundo (2,52), Europa (1,52), Canadá e Estados Unidos da América (2,02), América Latina (2,17), Ásia (2,3), Oceania (2,42), África (4,45). No Brasil, a taxa de fecundidade é de 1,81 filhos por mulher.

• Taxa de Fertilidade: proporção de mulheres na sociedade em idade reprodutiva.

Para medirmos o crescimento demográfico de determinada localidade, é necessário levar em consideração dois fatores importantes. O primeiro é o crescimento vegetativo (ou crescimento natural) que é a taxa de natalidade menos a taxa de mortalidade.

Crescimento Vegetativo (Natural) = Taxa de Natalidade – Taxa de Mortalidade

O segundo é o saldo migratório, que calculamos com base no número de pessoas que entraram no local (Taxa de Imigração) menos o número de pessoas que saíram de uma região (Taxa de Emigração).

Saldo Migratório = Taxa de Imigração – Taxa de Emigração

Sendo assim:

CD = CV + SM

CD = Crescimento Demográfico

CV = Crescimento Vegetativo

SM = Saldo Migratório

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A partir da obtenção desses dados, podemos calcular o quanto a população de uma cidade, estado, país ou continente, cresceu. Para o crescimento demográfico mundial, é necessário apenas calcular o crescimento vegetativo, tendo em vista que não existe saldo migratório.

Fases do Crescimento Demográfico:

• 1ª Fase: Crescimento Baixo – Elevada Taxa de Natalidade e elevada Taxa de Mortalidade.

• 2ª Fase: Crescimento Alto – Elevada Taxa de Natalidade e queda na Taxa de Mortalidade (maioria dos países)

• 3ª Fase: Crescimento Baixo – Baixa Taxa de Natalidade e baixa Taxa de Mortalidade. (Países ricos e alguns pobres)

• 4ª Fase: Quando o governo cria mecanismos de incentivo para a população local ter mais filhos. Apenas alguns países ricos chegaram a essa fase. Ex: Canadá, Itália, Alemanha, etc.

• OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

• Os países ricos encerraram a 1ª fase na transição do século XVIII para o século XIX.

• A maior parte dos países do mundo encontra-se na segunda fase.

• A segunda fase no mundo deu margem para a ocorrência do Baby Boom, entre as décadas de 1940 e 1950. Ocorreu quando os benefícios da industrialização, antes restritos aos países desenvolvidos, começaram a chegar aos países subdesenvolvidos (vacinas, remédios, informação, etc.)

• Alguns países considerados subdesenvolvidos já chegaram até a terceira fase, como o Brasil, o Uruguai, a Argentina, a China, o Chile, etc.

• A transição pelas fases do crescimento no Brasil foi muito mais rápida do que nos países desenvolvidos.

Ao analisarmos a evolução da população mundial desde o início da era cristã até os dias de hoje, quando o planeta conta com uma população de mais de 7 bilhões de pessoas, percebemos que o intervalo entre o 1º e o 2º bilhão de habitantes foi muito menor que o intervalo entre 6º e o 7º bilhão. No entanto, o ritmo de crescimento já começou a diminuir.

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Geografia – A Distribuição da População Brasileira – Prof. Luciano Teixeira

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População Brasileira

O Brasil é um país de aproximadamente 200 milhões de pessoas que, embora possa ser considerado um país de imigração, cresce em decorrência do seu crescimento vegetativo. O Brasil encontra-se hoje na 3ª fase do crescimento demográfico, transição foi muito mais rápida aqui do que nos países desenvolvidos.

Eis alguns dados a respeito da população brasileira:

• Taxa de Natalidade: 15‰ • Taxa de Mortalidade: 6‰ • Taxa de Mortalidade Infantil: 15,6‰ • Taxa de Crescimento Vegetativo: 0,9%

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Eis alguns dos fatores levaram à redução do ritmo de crescimento da população brasileira e das taxas associadas:

• Entrada da mulher no mercado de trabalho

• Urbanização

• Maiores custos para criar filhos

• Educação

• Acesso a tratamento médico e métodos contraceptivos

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Geografia

MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS NO BRASIL

Imigrações

O Brasil foi o quarto país a receber mais imigrantes no continente americano, no período que vai de 1800 a 1955. Ficamos atrás dos EUA (40 milhões), da Argentina (7 milhões) e do Canadá (5 milhões). Nesse período, o Brasil recebeu cerca de 4,3 milhões de imigrantes.

Podemos falar em imigração no Brasil apenas a partir de 1808, com a chegada da família real ao país. Antes desse período, o país estava sendo colonizado e a maioria dos que aqui chegavam eram provenientes da Europa (principalmente colonizadores portugueses) e da África (Escravos, forçados a fazerem esse deslocamento). Para entendermos melhor o processo migratório em nosso país, é necessário dividi-lo em três períodos:

1º Período – de 1808 a 1850

• Fluxo imigratório estimulado pelo decreto de D. João, de 15 de

• novembro de 1808, que permitia ao estrangeiro ser proprietário de terras no Brasil.

• Dificuldades para a compra de escravos.

• Instabilidade política do período regencial.

• Temor do imigrante em ser tratado como um escravo (a escravidão repele a imigração).

2º Período – de 1850 a 1930

• Período de maior entrada de imigrantes no Brasil.

• Desenvolvimento da cafeicultura, exigindo numerosa mão de obra.

• Proibição do tráfico de escravos, por meio da Lei Eusébio de Queirós.

• Disposição dos fazendeiros do café de cobrir as despesas do imigrante durante o primeiro ano de trabalho e de permitir a este o cultivo de alimentos para a subsistência da própria família, fornecendo-lhe uma parcela de terra de sua propriedade.

• Custeio, por parte do governo imperial, dos gastos de transportes dos imigrantes até 1889.

• Abolição da escravatura em 1888.

• Instabilidade política e econômica na Itália e na Alemanha devido às guerras de unificação territorial de cada país. O imigrante italiano foi o que mais entrou no Brasil do período de 1878 até o final do século XIX.

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Nesse período, as principais correntes migratórias foram formadas por italianos, alemães, espanhóis, sírio-libaneses, poloneses, ucranianos e japoneses.

3º Período – de 1850 até os dias atuais.

• Caracterizado pela queda acentuada do fluxo migratório no Brasil, com exceção das décadas de 1940-1950 (2ª Guerra mundial) e de 1970 (“milagre econômico”).

• Marcado por uma série de problemas econômicos e políticos que diminuíram a vinda de imigrantes.

Brasil – Principais Grupos de Imigrantes e Áreas de Fixação

Imigrantes Áreas de Fixação

Portugueses Praticamente em todo o Brasil, principalmente no Rio de Janeiro (preferência por cidades em detrimento ao campo)

Italianos São Paulo (capital e interior), Rio Grande do Sul (Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi, etc.) e Santa Catarina (Nova Trento, Uruçanga, Nova Veneza).

Alemães Santa Catarina (Vale do Itajaí – Joinville, Brusque, Blumenau), Rio Grande do Sul (Vale do Sinos – São Leopoldo, Novo Hamburgo, Estrela, Lajeado, etc.), Paraná, São Paulo e Espírito Santo.

Espanhóis Principalmente São Paulo (capital e interior), Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Japoneses São Paulo (capital e áreas do interior: Marília, Tupã, Presidente Prudente, Vale da Ribeira), Pará (região Bragantina), Paraná (Londrina e Maringá) e Mato Grosso do Sul.

Eslavos Paraná (Curitiba, Ponta Grossa, Castro e Lapa), em especial.

Sírio-Libaneses Quase todo o país, com destaque para o Estado de São Paulo.

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Emigrações Brasileiras

O período em que o Brasil teve um aumento significativo na taxa de emigração coincide com a do grande recesso econômico brasileiro da década de 1980, quando o governo perdeu a capacidade de investimento e o passou por um processo político conturbado, a transição democrática. Sendo assim, muitos brasileiros acabaram saindo do país para tentar a vida em outros lugares do planeta. Os principais polos de destino dos emigrantes brasileiros foram:

• EUA – 800.000 • Paraguai – 455.000 • Japão – 270.000

Leitura Complementar

Emigração Brasileira

Mais de 100 mil brasileiros emigram todos os anos à procura de melhores condições de trabalho no mundo. O número global de emigrantes brasileiros ascende já a mais 2 milhões, calculando-se que perto de 33% estejam clandestinamente nos seus países de acolhimento (Dados de 2005).

A emigração brasileira é um fenômeno relativamente recente e ocorre apenas a partir dos anos 70 do século XX. A partir dos anos 80, o brasileiro está a tornar-se num novo nômade do mundo, seguindo as pegadas dos portugueses.

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Paraguai – As primeiras vagas de imigrantes estão ligadas à expulsão dos campos de milhares de camponeses que se são literalmente empurrados para os países fronteiriços, como o Paraguai, onde o seu número não para de aumentar. A emigração aumentou com a fundação de Cidade do Leste, mas, sobretudo depois da abertura da Ponte entre a Foz do Iguaçu e esta cidade. A produção de soja foi outro fator de atração de novos imigrantes. Ao longo da fronteira com o Brasil tem-se desenvolvido várias cidades constituídas maioritariamente por brasileiros (brasiguaios). Esta emigração de brasileiros chegou a ser incentivada na década de 70 pelo governo de Alfredo Strossner (presidente do Paraguai ente 1959-1989). A maioria destes imigrantes dedica-se à agricultura e está registrada no Consulado do Brasil em Ciudad del Este (Cidade do Leste), junto à fronteira com o Brasil.

Na última década o Paraguai tem vindo a adotar uma série de medidas discriminatórias contra os brasileiros, nomeadamente no seu acesso à terra e aos estudos. Em 2002 foi aprovada uma lei que proíbe numa faixa de 50 Km da fronteira que qualquer estrangeiro possa adquirir terras.

Paraguai: cerca de 500 mil emigrantes brasileiros (dados de 2006), o número de ilegais é também muito elevado.

Na década de 80 e 90, devido à crise econômica em que o Brasil atravessa, a emigração dirige-se para três destinos privilegiados: EUA, Japão e Europa. Na Europa, vivem 350 mil brasileiros, a maioria dos em Portugal (dados de 2006).

EUA – O número de brasileiros não para de aumentar, malgrado as brutais medidas que tem sido tomadas para impedir a sua entrada. É curioso constatar que muito estão a estabelecer-se em regiões e localidades com forte implantação de imigrantes portugueses. Cerca de 300 mil estão na região de Nova York, 200 mil na região de Boston e mais 150 mil na Flórida. A Califórnia registra também um número expressivo de brasileiros: 25 mil estão registrados no Consulado do Brasil em São Francisco e 17 mil no de Los Angeles (dados de 2004). A maioria destes imigrantes é oriunda de Minas Gerais, especialmente da região de Governador Valadares. Uma larga percentagem entrou nos EUA ilegalmente, sem visto, pela fronteira com o México.

EUA: 800 mil emigrantes brasileiros, mais de metade são clandestinos (Dados de Julho de 2003).

Japão – A colônia de japoneses no Brasil, iniciada nos anos 20 do século XX, está hoje a servir meio para a circulação de novos migrantes mas em sentido contrário.

Japão: 225 mil emigrantes (Dados de Julho de 2003)

Autor: Carlos Fontes

Fonte:http://lusotopia.no.sapo.pt/indexBREmigrantes.html

Migrações Internas

Ao analisarmos o histórico de migrações no Brasil, é possível destacar regiões que são tradicionais polos de emigração (repulsão de pessoas) e imigração (atração de pessoas). Em nossa história, os principais fluxos migratórios são:

• Migração de nordestinos da Zona da Mata para o Sertão, cujos pioneiros foram baianos e pernambucanos que levaram a pecuária para o interior (séculos XVI e XVII)

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• Migração de paulistas e nordestinos para Minas Gerais (século XVII) devido ao início do Ciclo do Ouro.

• Migração de inter-regional de nordestinos para o Sudeste, além do fluxo intra-regional de pessoas do Sudeste para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, devido ao Ciclo do Café (século XIX)

• Migração, principalmente de nordestinos, para a região Norte (Amazônia) devido ao Ciclo da Borracha (transição séculos XIX/XX)

• Migração de gaúchos, nordestinos, paulistas para o Centro-Oeste (principalmente para Rondônia e Mato Grosso), devido à expansão da fronteira agrícola (Soja e Gado) para o Cer-rado Brasileiro, na década de 1970.

• Migração de nordestinos para Goiás, na década de 1950, para a construção de Brasília.

Embora tenha ocorrido uma diminuição dos fluxos migratórios no Brasil, ainda é possível perce-ber a ocorrência destes em todo o território nacional. Os movimentos migratórios mais inten-sos das décadas de 1980, 1990 e 2000 são:

• Centro-Oeste: Brasília, cidades do interior do MT, MS e GO, devido à expansão do agrone-gócio para essas regiões.

• Norte: áreas de extrativismo mineral (RO, AP e PA) e zonas de extrativismo vegetal (PA e AM), além de regiões agrícolas de RO, AC e RR.

• Sudeste: migração das metrópoles (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte) para cida-des do interior desses estados (desconcentração industrial).

• Sul: até a década de 1980, os principais fluxos foram inicialmente para os estados da região Sul, depois para as regiões Norte e Centro-Oeste. Atualmente, existe um fluxo intraestadual das maiores cidades para o interior.

• Nordeste: essa região pode ser considerada tradicionalmente uma área de repulsão po-pulacional, principalmente para a região sudeste do Brasil. Hoje, devido ao crescimento econômico do Nordeste, essa região vem atraindo muitas pessoas que já tinham migrado, mas estão retornando devido aos atrativos socioeconômicos, que vem aumentando. É o que chamamos de migração de retorno.

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Brasil: País de Imigrantes??

Devido ao crescimento econômico que o Brasil vem apresentando nos últimos anos, o país vem apresentando um número significativo de estrangeiros que optaram por residir aqui. Peruanos, bolivianos e paraguaios estão entre os principais grupos de imigrantes que chegam até o nosso país. No entanto, nos últimos tempos, o que mais chama a atenção das nossas autoridades são os haitianos que entraram ou estão tentando entrar no Brasil, principalmente pelo Estado do Acre.

O Haiti é o país mais pobre do continente americano e a situação socioeconômica do país sempre foi muito precária, mas logo após o terremoto ocorrido no início do ano de 2010 (que vitimou fatalmente mais de 300 mil pessoas) a situação complicou-se de tal forma que muitos foram obrigados a emigrar para outros países.

A primeira opção é a República Dominicana, país que faz fronteira com o Haiti na ilha de Santo Domingos, mas esse país não tem condições de receber todos os imigrantes haitianos que são atraídos pelos salários relativamente altos, pagos em lavouras em de cana-de-açúcar ou no turismo. Os EUA, que também seriam uma opção, fazem um rigoroso controle de fronteiras, o que dificulta o acesso para os haitianos. Logo, o Brasil é um dos alvos preferencias, devido à economia, à diversidade étnica e, principalmente, à flexibilidade do governo brasileiro quanto à imigração de outros países, já que essa mão de obra é necessária para o nosso crescimento.

No entanto, muitos dos imigrantes que chegam até o país não conseguem se estabelecer por enfrentarem uma série de barreiras, como as diferenças culturais, o idioma, as jornadas de trabalho extenuantes, o preconceito, entre outros fatores.

Leitura Complementar

Brasil terá 50 mil imigrantes haitianos até o fim do ano.Pesquisa da PUC Minas revela que 40% dos haitianos no Brasil têm curso médio e 30% trabalham na construção civil

Bertha MaakarounLeonardo Augusto

Publicação: 17/05/2014 06:00 Atualização: 17/05/2014 07:16

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Aos 33 anos, viúvo, o imigrante haitiano Marco Comblonini acalenta um sonho: trazer os três filhos de 4, 8 e 11 anos para o Brasil, onde tem emprego formal de pedreiro. Ganha R$ 1,2 mil e todos os meses separa a metade para enviar à irmã que cuida das crianças. Sempre atuando na construção civil desde que desembarcou no Brasil, já desempenhou funções de carpinteiro e de pintor. É assíduo no trabalho, mantém boas relações sociais, respeita hierarquias e teve adaptação tranquila. Pesquisa inédita com a combinação de métodos quantitativo e qualitativo, realizada entre julho e novembro de 2013, que traça o perfil da imigração haitiana ao Brasil, divulgada ontem pelos professores da PUC Minas Duval Fernandes e Maria da Consolação Gomes de Castro e pelo representante da Organização Internacional para as Migrações (OIM) indica que, assim como Marco Comblonini, 30% dos imigrantes haitianos, no Brasil, são absorvidos pela construção civil.

Cerca de 70% dos haitianos que vivem no Brasil estão em idade ativa, entre 18 e 50 anos, são homens, dividem a moradia com outros imigrantes e decidiram migrar por causa do caos e da falta de perspectiva profissional no país caribenho, devastado por um terremoto, de 7 graus na escala Richter, em janeiro de 2010. Pouco mais de 40% dos imigrantes haitianos têm escolaridade de nível médio completo ou incompleto. “A ideia de que a maioria deles seja analfabeta não é verdadeira, sendo muito pequeno o número dos que não têm nenhuma instrução. Estamos ganhando com a presença deles aqui”, afirma Duval.

Segundo o professor Fernandes, a taxa de ocupação dos haitianos é maior do que a dos brasileiros. “Em geral essa é a regra entre imigrantes: fazem trabalhos que ninguém quer. Em Porto Velho (RO), por exemplo, 70% dos empregados de uma empresa de coleta de lixo são haitianos”, assinala o professor. “A maior parte está trabalhando em condições semelhantes à dos brasileiros”, acrescenta o professor. Assim é com Elson Charles, de 32, há seis meses em Belo Horizonte. Ajudante de jardinagem, com um salário de R$ 1 mil, acaba de conquistar no Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) sua carteira de motorista. “Vou ser caminhoneiro”, diz o haitiano, que luta para aumentar seu salário e oferecer uma condição de vida melhor para os três filhos e a mulher que continuam no Haiti. “Um dia ainda vamos nos reunir”, espera ele.

Um pouco diferente é a trajetória de Jean Evens, de 33, há dois anos vivendo em Contagem. Ele veio com a mulher e o filho menor de dois anos, deixando com a mãe, no Haiti, as duas filhas, de 3 e 12 anos. Trabalhou por um ano e sete meses em uma empresa de alimentação como carregador noturno: ganhava entre R$ 1,1 mil e R$ 1,3 mil. Mas há poucos meses a empresa reduziu o quadro e Jean ficou desempregado. Está agora trabalhando, em um “bico”, com carga e descarga em uma transportadora. “Quero ficar no Brasil, guardar dinheiro, construir uma casa e trazer as minhas filhas. Aluguel aqui é muito caro”, revela ele, que tem instrução de nível médio e em seu país trabalhava como segurança e pescador do próprio barco.

Há, no Brasil, cerca de 34 mil haitianos, segundo estimativa Duval Fernandes, que calcula 50 mil até o fim deste ano. No conjunto do fluxo migratório que chega ao país, eles representam 10% do contingente – há quatro anos eles não passavam de duas centenas, mas, no fim de 2011, somavam 4 mil. As estatísticas fazem do Brasil o maior ponto do tráfico de imigrantes haitianos da América do Sul: 75% passam pelo Equador, seguem para o Peru e ingressam no Brasil por Tabatinga e Brasileia, fazendo, na fronteira, o pedido de refúgio. Apenas 5% deles tomam rotas distintas com passagem pela Argentina, Bolívia ou Chile antes de imigrar para o Brasil. Cerca de 20% saem do Haiti com vistos obtidos nos consulados e fazem escala no Panamá, antes de desembarcar nos aeroportos de Belo Horizonte, Brasília ou São Paulo.

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“Eles demoram em média 15 dias para chegar ao Brasil e gastam no trajeto cerca de US$ 2,9 mil”, explica o professor Fernandes, considerando ainda que as despesas podem ser mais altas e chegar a mais de US$ 5 mil. “Muitos são cooptados por um poderoso esquema, que se vale de coiotes haitianos, que acenam com promessas de altos salários. As casas são hipotecadas em troca de empréstimos em espécie e do serviço burocrático da viagem”, afirma o pesquisador. “É grande a vulnerabilidade desses 80% de imigrantes que entram no país dessa forma, sobretudo pelo Peru”, acrescenta, lembrando que, após o trajeto até a fronteira brasileira, é longo o processo para a regularização da situação migratória: depois de solicitar o refúgio, a abertura do processo leva à emissão de um protocolo que permite ao imigrante a obtenção de carteira de trabalho e CPF provisórios.

Embora estejam em 286 cidades brasileiras, 75% dos haitianos estão concentrados em São Paulo, em torno de 10% em Manaus e 7% – cerca de 3 mil – em Minas Gerais, sobretudo em Belo Horizonte e Esmeraldas e Contagem, ambas na Grande BH. “O Brasil não é mais o país de imigração do início do século nem o país da emigração dos anos 1980. Somos hoje um país de imigração, emigração e trânsito, além dos brasileiros que retornam depois de viver muitos anos no exterior. A questão migratória é atualmente muito maior do que foi no passado”, considera Duval Fernandes. Segundo ele, considerando a redução da taxa de natalidade no país, em 2030, a população brasileira começará a encolher, e mais da metade das aposentadorias serão bancadas pela contribuição dos imigrantes.

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Geografia

URBANIZAÇÃO NO BRASIL

Urbanização

Vivemos em um mundo urbanizado. Alguns estudos indicam que, desde o ano de 2007, mais de metade da população mundial reside em áreas urbanas. E, embora o conceito de cidade va-rie de país para país, a cidade tem grande importância no desenvolvimento de uma nação, re-presentando, muitas vezes, a realidade nacional em uma escala local. A cidade concentra pro-blemas e soluções para questões que também se manifestam em diferentes escalas e, quando bem organizada e gerida, tendo capacidade para atender às demandas básicas da população que ali reside em termos de empregos, alimentação, cultura e educação, ela pode se transfor-mar em um centro de inovação diretamente conectado e contribuir para o âmbito global.

Conceitos Básicos

• Cidade: Uma cidade ou urbe é uma área urbanizada, que se diferencia de vilas e outras en-tidades urbanas por vários critérios, os quais incluem população, densidade populacional ou estatuto legal, embora sua clara definição não seja precisa, sendo alvo de discussões diversas. A cidade concentra atividades ligadas, principalmente, aos setores secundário e terciário da economia.

• A ONU considera uma cidade somente áreas urbanizadas que possuam mais de 20 mil habitantes.

• O Brasil é um dos únicos países do mundo a definirem a entidade administrativa urba-na local – o município – como um ente federativo. Essa entidade é definida pela Consti-tuição Federal e constitui a esfera mais local de poder (ao lado dos estados e da União). Em outras palavras, é possível dizer que o município, no Brasil, é o equivalente legal à definição de cidade.

• A maior parte dos municípios brasileiros abrange vastas extensões rurais ou até cober-tas por florestas. Um município brasileiro pode dividir-se em distritos, subprefeituras ou regiões administrativas, que são circunscrições meramente administrativas, sem constituírem pessoas de direito público ou sem terem representações políticas defini-das.

• A definição legal de cidade, do ponto de vista demográfico, adotada pelo país é a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão oficial do Governo Federal

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responsável pelos censos demográficos. Segundo tal critério, cidade é o distrito sede do município.

• Urbanização: processo de crescimento de cidades ou áreas urbanas associado ao desloca-mento da população de áreas rurais para assentamentos urbanos, que tem de aprimorar a sua infraestrutura física (ruas, avenidas, moradias, rede elétrica, etc.) e de serviços (escolas, hospitais, universidades, segurança, etc.) para atender às demandas básicas da população.

• Sítio Urbano: Local onde ocorre a urbanização, geralmente associado à localização topo-gráfica da construção da cidade. Os sítios urbanos podem ser:

• Planície: Manaus (AM), Santos (SP) e Paris;

• Planalto: Brasília (DF), Goiânia (GO) e Madri;

• Montanha: La Paz, Quito e Katmandu.

• Acrópole (cidade construída na parte mais alta do relevo da região): Atenas (Grécia) e Assos (Turquia).

• Função urbana: Corresponde às atividades econômicas desenvolvidas pelas cidades e as irradia para outras ou para o meio rural. São exemplos de funções urbanas:

• Administrativa: construídas para ser sede de governo; normalmente são cidades artifi-ciais, como Brasília (DF), Washington e Camberra.

• Comercial: o desenvolvimento do comércio permitiu o crescimento urbano das cida-des, como Campina Grande (PB), Hong-Kong e Ciudad del Leste.

• Industrial: surgem e/ou desenvolvem-se em torno de uma ou mais indústrias, como Camaçari (BA), Detroit e Manchester.

• Militar: o crescimento da cidade está relacionado a uma fortificação e edificação mili-tar, como Resende (RJ – Academia Militar das Agulhas Negras), Gibraltar e Cabo Ken-nedy;

• Portuária: desenvolvem-se em torno do porto; são exemplos as cidades de Rio Grande (RS), Santos (SP), Nova Iorque, Roterdã.

• Religiosa: são as cidades sedas das religiões ou de locais considerados sagrados, como as cidades de Aparecida do Norte, (SP), Vaticano, Meca e Jerusalém;

• Turística: quando os motivos de atração populacional são diversos, a exemplo de praias, monumentos históricos, fontes termais e de águas, climas amenos, etc., como Ouro Preto (MG), Miami e Acapulco;

• Universitária: atividades principais giram em torno de uma universidade, como Viçosa (MG), Coimbra e Cambridge.

Em geral, muitas cidades tendem a uma diversificação das suas funções, de modo que nem sempre se pode indicar a mais importante.

• Origens das cidades – Quanto à sua origem, as cidades criadas pelo homem podem ser: espontâneas, aquelas que surgem de forma espontânea, e planejada, as artificiais, cria-das com um objetivo específico. No Brasil, são consideradas cidades planejadas, Salvador

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(1549); Teresina (1852); Aracaju (1855); Belo Horizonte (1887); Goiânia (1935); Brasília (1960); Palmas (1989) e Curitiba (reformulação urbana pós década de 1970).

• Metrópole: Cidade central em uma rede urbana integrada que concentra serviços, empre-gos e infraestrutura, polarizando a região metropolitana. Conta com um adensamento po-pulacional significativo se comparado às localidades adjacentes.

• Região Metropolitana: É uma rede integrada de serviços e infraestrutura, onde circulam pessoas e mercadorias, composta pela metrópole e pelos municípios a ela conurbados ou em processo de conurbação, cuja administração e planejamento exigem uma ação conjun-ta, em termos de abastecimento, circulação, educação, localização industrial, etc. São gran-des espaços urbanizados e integrados funcionalmente a uma metrópole, definidos pela le-gislação estadual, no caso brasileiro.

• Conurbação: Ligação física entre duas cidades através dos seus eixos viários. Encontro de duas malhas urbanas.

• Malha urbana: Infraestrutura viária para onde se expande determinada cidade.

• Megacidade: Cidades com mais de 10 milhões de habitantes (incluindo regiões metropoli-tanas) e que estejam passando por um significativo processo de crescimento populacional e urbanização (horizontalização e verticalização).

• Maiores Cidades – 2014 (milhões):

1. Tóquio: 36,669

2. Déli: 22,157

3. São Paulo: 20,262

4. Mumbai: 20,041

5. Cidade do México: 19,460

• Maiores Cidades – 2025 (milhões):

1. Tóquio: 37,088

2. Déli: 28,568

3. Mumbai: 25,810

4. São Paulo: 21,651

5. Cidade do México: 20,713

• Maiores Cidades (sem RM) – 2010 (milhões):

1. Xangai: 17,836

2. Lagos: 16,060

3. Karachi: 13,969

4. Istambul: 13,907

5. Mumbai: 12,478

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• Macrocefalia: Concentração de serviços públicos e privados, concentrando uma grande po-pulação em determinada área. Geralmente, a cidade não tem condições de atender à enor-me demanda populacional em termos de empregos, saúde, educação, entre outros, dando margem para a ocorrência do processo de favelização.

• Vazio Urbano: Áreas destinadas à especulação imobiliária, tendo uso esporádico/eventual ao longo do tempo.

• Fragmentação Socioespacial: processo associado à especulação imobiliária em determi-nadas localidades, como um bairro ou condomínio de luxo, que promovem a exclusão das pessoas de baixa renda. São “ilhas de riqueza envoltas por um oceano de pobreza”.

• Megalópole: Conjunto de metrópoles conurbadas abrangendo extensas áreas como:

• Boswash • Localização: nordeste dos Estados Unidos; • População: cerca de 50 milhões de habitantes; • Metrópoles abrangentes: Boston, Nova Iorque, Filadélfia, Baltimore e Washington,

DC.

• Chipitts • Localização: ao norte dos Estados Unidos, na região dos Grandes Lagos; • População: equivalente à de Bos-wash; • Metrópoles abrangentes: Chicago, Pittsburgh, Cleveland e Detroit;

• Renana • Localização: Europa ocidental, junto ao vale do rio Reno; • População: cerca de 33 milhões de habitantes; • Metrópoles abrangentes: Amsterdã, Düsseldorf, Colônia, Bonn e Stuttgart.

• Tokkaido • Localização: sudeste do Japão; • População: cerca de 100 milhões de habitantes; • Metrópoles abrangentes: Tóquio, Kawasaki e Yokohama;

• Ainda não podemos falar em megalópoles brasileiras, o que o nosso país tem é um com-plexo metropolitano em processo de integração intensa formado pelas metrópoles de

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São Paulo e do Rio de Janeiro, além de outras cidades como Campinas, São José dos Cam-pos e Sorocaba. Essa localidade é definida como Complexo Metropolitano do Sudeste.

• Nos próximos 20 anos, provavelmente os países com as maiores megalópoles do mundo serão a China e a Índia.

• Cidade Global: é uma cidade considerada um lugar importante no sistema econômico glo-bal. O conceito vem dos estudos urbanos e da geografia e se assenta na ideia de que a glo-balização criou, facilitou e promulgou locais geográficos estratégicos de acordo com uma hierarquia de importância para o funcionamento do sistema global de finanças e comércio.

Características:___________________________________________________

Cidades Alfa – Esse grupo é representado por cidades como: Londres, Nova Iorque, Paris, Tó-quio, Los Angeles, Chicago, Frankfurt e Milão.

Cidades Beta – Entre as cidades desse grupo, podemos destacar: São Francisco, Sidney, São Paulo, Cidade do México e Madri.

Cidades Gama – É o grupo que possui a maior quantidade de cidades. Atualmente são 35, entre elas: Pequim, Boston, Washington, Munique, Caracas, Roma, Berlim, Amsterdã, Miami e Bue-nos Aires.

Urbanização Brasileira

A urbanização no território brasileiro teve início na região Nordeste, logo após a chegada dos primeiros colonizadores/exploradores portugueses ao país em formação. Pequenas aglome-rações de casas construídas em áreas estratégicas que oferecessem segurança, terras férteis, acesso à água doce, entre outros aspectos, deram origem a vilas, que cresceram e formaram os primeiros núcleos urbanos do território. A partir do século XX, o Brasil seguiu uma tendência geral dentro da América Latina, pois teve um processo de urbanização rápido desordenado e intenso, associado a outro importante processo, a industrialização (processo de substituição de importações). O país tornou-se urbanizado a partir da década de 1970, pois no censo de 1970, 56% dos brasileiros residiam em áreas urbanas. Embora a definição de cidade no Brasil dê margem para distorções, hoje em dia consideramos que mais de 84% da população reside em cidades.

O Brasil é um dos únicos países do mundo a definirem a entidade administrativa urbana local – o município – como um ente federativo. Esta entidade é definida pela Constituição Federal e constitui a esfera mais local de poder (ao lado dos estados e da União). Em outras palavras, é possível dizer que o município, no Brasil, é o equivalente legal à definição de cidade. No en-tanto, a expressão município refere-se a um determinado grau hierárquico de administração governamental e a um grau de divisão territorial que, muitas vezes, transcende a concepção de cidade.

A maior parte dos municípios brasileiros abrange vastas extensões rurais ou até cobertas por florestas. Um município brasileiro pode dividir-se em distritos, subprefeituras ou regiões admi-nistrativas, que são circunscrições meramente administrativas, sem constituírem pessoas de direito público ou sem terem representações políticas definidas.

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Ministério das Cidades

Desde 2003, o Brasil possui um órgão ministerial denominado Ministério das Cidades, que tem a função de realizar o planejamento territorial e fiscalizar a gestão e o planejamento urbano de todos os aglomerados urbanos do país, segundo as diretrizes e os princípios constantes na Constituição, de uma forma geral, e no Estatuto das Cidades, em específico. Tal preocupação com o planejamento em nível local, por parte da instância federal do Estado, pode ser conside-rada inédita (apesar de existirem episódios isolados de planejamento integrado anteriores) e foi resultado de um debate público, ocorrido principalmente na esfera acadêmica, que estimu-lou o desenvolvimento do planejamento urbano no país e uma mudança de sua conceituação teórica. Tal percurso se inicia com a definição, na Constituição de 1988, da função social da pro-priedade privada urbana e da promulgação, em 2001, do Estatuto das Cidades, que determina, por exemplo, que todas as cidades com mais de 20 mil habitantes necessariamente devem pos-suir planos diretores até o ano de 2006. Nesse sentido, está na pauta do Ministério da Cidade e de todas as cidades do país, pelo menos no plano legal, a intenção de combater a especulação imobiliária em território urbano e de fortalecer a já citada função social da propriedade priva-da, visto que esses são os fundamentos do Estatuto das Cidades.

O IBGE caracteriza a rede urbana da seguinte forma:

• Cidade pequena: de 50 a 100.000 habitantes;

• Cidade média: de 100.001 a 500.000 habitantes;

• Cidade grande: acima de 500.000 habitantes;

• Metrópole: acima de 1.000.000 de habitantes;

• Megacidade: acima de 10.000.000 de habitantes

Taxa de Urbanização Brasileira (86%)

1º Sudeste – 92,2 Regiões Metropolitanas • O Brasil tem cerca de 63 regiões metropolitanas • Áreas administrativas formadas pelos maiores municípios do país e

os municípios a eles conurbados. • Criados pela Lei Complementar nº 14/1973. • Visam à formação de polos de desenvolvimento com a polarização

de indústrias e serviços em determinadas regiões.Maiores RMs brasileiras (milhões de pessoas)

1. São Paulo – 19,62. Rio de janeiro – 11,83. Belo Horizonte – 5,4

4. Porto Alegre – 4,05. Recife– 3,7

2º Centro-Oeste – 87,9

3º Sul – 83,2

4º Norte – 77,9

5º Nordeste – 72,8

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Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA)

• A Região Metropolitana de Porto Alegre, também conhecida como Grande Porto Alegre, reúne 33 municípios do Estado do Rio Grande do Sul em intenso processo de conurbação.

• O termo refere-se à extensão da capital Porto Alegre.

• Criada pela Lei Complementar Federal nº 14, de 8 de junho de 1973, sua delimitação foi posteriormente alterada por diferentes instrumentos legais do governo do Rio Grande do Sul e não coincide exatamente com os critérios de mesorregião e de microrregião utilizados pelo IBGE.

• Atualmente, compreende 10.234,012 km² e, segundo censo do IBGE de 2010, possui 4.011.224 habitantes, sendo a quarta mais populosa do Brasil.

Municípios da RMPA

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• Está faltando o munícipio de Igrejinha, que entrou na RMPA em 2011.

Hierarquia Urbana

O estudo Regiões de Influência das Cidades mostra as redes formadas pelos principais centros urbanos do país, baseadas na presença de:

• Órgãos do executivo, do judiciário e grandes empresas;

• Oferta de ensino superior, serviços de saúde e domínios de internet.

Com o lançamento dessa publicação, o IBGE dá continuidade à sua tradicional linha de pesquisa sobre a rede urbana brasileira, cujo marco fundamental remete ao estudo Divisão do Brasil em regiões funcionais urbanas, realizado, em 1966, mediante pesquisa de campo, com o objetivo de conhecer os relacionamentos entre as cidades brasileiras com base na análise dos fluxos de bens e serviços.

Visando retratar o novo quadro dessa rede e permitir comparações intertemporais, novos levantamentos foram efetuados, também via pesquisa de campo, em 1978 e 1993. Desses, resultaram os estudos Regiões de Influência das Cidades que, aliados à versão pioneira, trouxeram importantes contribuições para a compreensão das diferentes formas de organização espacial da sociedade ao longo do tempo.

Na atualização realizada em 2007, objeto dessa publicação, buscou-se definir a hierarquia dos centros urbanos e delimitar as regiões de influência a eles associadas a partir dos aspectos de gestão federal e empresarial e da dotação de equipamentos e serviços, de modo a identificar os pontos do território a partir dos quais são emitidas decisões e é exercido o comando em uma rede de cidades. Para tal, foram utilizados dados de pesquisa específica e, secundariamente, dados de outros levantamentos também efetuados pelo IBGE, bem como registros provenientes de órgãos públicos e de empresas privadas.

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Tais redes, às vezes, sobrepõem-se à divisão territorial oficial, estabelecendo forte influência até mesmo entre cidades situadas em diferentes unidades da federação.

As áreas de influência dos centros foram delineadas a partir da intensidade das ligações entre as cidades, com base em dados secundários e nos obtidos em questionário específico.

Foram identificadas 12 redes de primeiro nível. As cidades foram classificadas em cinco níveis, por sua vez subdivididos em dois ou três subníveis:

• Metrópoles – São os 12 principais centros urbanos do país, com grande porte, fortes rela-cionamentos entre si e, em geral, extensa área de influência direta. Têm três subníveis:

A) Grande metrópole nacional – São Paulo, o maior conjunto urbano do país, com 19,6 milhões de habitantes e no primeiro nível da gestão territorial;

B) Metrópole nacional – Rio de Janeiro e Brasília, com população de 11,8 milhões e 3,2 milhões, respectivamente, também estão no primeiro nível da gestão territorial. Junta-mente com São Paulo, constituem foco para centros localizados em todo o país;

C) Metrópole – Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre, com população variando de 1,6 (Manaus) a 5,1 milhões (Belo Horizonte). Constituem o segundo nível da gestão territorial. Note-se que Manaus e Goiânia, embora estejam no terceiro nível da gestão territorial, têm porte e projeção nacional que lhes garantem a inclusão nesse conjunto.

• Capital regional – São 70 centros que, como as metrópoles, também se relacionam com o estrato superior da rede urbana. Com capacidade de gestão no nível imediatamente infe-rior ao das metrópoles, têm área de influência de âmbito regional, sendo referidas como destino, para um conjunto de atividades, por grande número de municípios. Esse nível tam-bém tem três subdivisões:

A) Capital regional A: 11 cidades, com medianas de 955 mil habitantes e 487 relaciona-mentos. Ex.: Aracaju, Campinas, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis, João Pessoa, Maceió, Natal, São Luís, Teresina e Vitória.

B) Capital regional B: 20 cidades, com medianas de 435 mil habitantes e 406 relaciona-mentos. Ex.: Blumenau, Campina Grande, Cascavel, Caxias do Sul, Chapecó, Feira de Santana, Ilhéus/Itabuna, Joinville, Juiz de Fora, Londrina, Maringá, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Uberlândia, Montes Claros, Palmas, Passo Fundo, Porto Velho, Santa Maria e Vitória da Conquista.

C) Capital regional C: 39 cidades com medianas de 250 mil habitantes e 162 relaciona-mentos. Ex.: Bauru, Boa Vista, Caruaru, Criciúmas, Juazeiro do Norte, Novo Hamburgo/ São Leopoldo, Pelotas/ Rio Grande, Petrolina/Juazeiro, Piracicaba, Ponta Grossa, Rio Branco, Santos, São José dos Campos, entre outras.

• Centro sub-regional – 169 centros com atividades de gestão menos complexas, dominante-mente entre os níveis 4 e 5 da gestão territorial; têm área de atuação mais reduzida, e seus relacionamentos com centros externos à sua própria rede dão-se, em geral, apenas com as três metrópoles nacionais. Com presença mais adensada nas áreas de maior ocupação do Nordeste e do Centro-Sul e presença mais esparsa nas regiões Norte e Centro-Oeste, estão subdivididos em grupos:

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A) Centro sub-regional A: constituído por 85 cidades, com medianas de 95 mil habitantes e 112 relacionamentos;

B) Centro sub-regional B: constituído por 79 cidades, com medianas de 71 mil habitantes e 71 relacionamentos.

• Centro de zona – 556 cidades de menor porte e com atuação restrita à sua área imediata; exercem funções de gestão elementares. Subdivide-se em:

A) Centro de zona A: 192 cidades, com medianas de 45 mil habitantes e 49 relacionamentos. Predominam os níveis 5 e 6 da gestão territorial (94 e 72 cidades, respectivamente), com nove cidades no quarto nível e 16 não classificadas como centros de gestão;

B) Centro de zona B: 364 cidades, com medianas de 23 mil habitantes e 16 relacionamentos. A maior parte, 235, não havia sido classificada como centro de gestão territorial, e outras 107 estavam no último nível.

• Centro local – as demais 4.473 cidades cuja centralidade e atuação não extrapolam os limites do seu município, servindo apenas aos seus habitantes, têm população dominantemente inferior a 10 mil habitantes (mediana de 8.133 habitantes).

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Geografia

ECONOMIA BRASILEIRA

Introdução

Embora esteja passando por um momento de crise, provocada principalmente por problemas políticos, o Brasil ainda apresenta uma economia forte e sólida. O país é um grande produtor e exportador de mercadorias de diversos tipos, principalmente commodities minerais, agrícolas e manufaturados. As áreas de agricultura, indústria e serviços são bem desenvolvidas e encon-tram-se, atualmente, em bom momento de expansão. Considerado um país emergente, o Bra-sil ocupa o 7º lugar no ranking das maiores economias do mundo (em volume de PIB de 2014). O Brasil possui uma economia aberta e inserida no processo de globalização.

Informações, índices e dados da economia brasileira

PIB de 2014 (Produto Interno Bruto): R$ 5,52 trilhões ou US$ 1,73 trilhão* taxa de câmbio usa-da US$ 1,00 = R$ 3,19 (em 27/03/2015)

Renda per Capita de 2014 (PIB per capita): R$ 27.230 ou US$ 8.536 * taxa de câmbio usada US$ 1,00 = R$ 3,19 (em 27/03/2015)

Coeficiente de Gini: 0,495 (2013) alto

Evolução do PIB nos últimos anos: 1,3% (2001); 3,1% (2002); 1,2% (2003); 5,7% (2004); 3,1% (2005); 4% (2006); 6% (2007); 5% (2008); - 0,2% (2009); 7,6% (2010); 3,9% (2011); 1% (2012); 2,5% (2013); 0,1% (2014).

Desempenho do PIB no ano de 2015 (de janeiro a setembro): -3,2%

Taxa de investimentos: 17,7% do PIB (1º trimestre de 2014)

Taxa de poupança: 12,7% do PIB (1º trimestre de 2014)

Força de trabalho: 107,4 milhões (estimativa janeiro de 2014)

Inflação: 6,41% (IPCA de 2014) | 1,01% (IPCA de novembro de 2015) | 9,62% (acumulado de janeiro a novembro de 2015).

Taxa de desemprego: 7,5% da população economicamente ativa (novembro de 2015) e 4,8% (taxa média anual de 2014).

Taxa básica de Juros do Banco Central (Selic): 14,25% ao ano (referência: 26 de novembro de 2015).

Salário Mínimo Nacional: R$ 724,00 (a partir de 1º de janeiro de 2014).

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Dívida Externa: US$ 318 bilhões (US$ 83 bilhões do setor público e US$ 235 bilhões do setor privado) - dados relativos a março de 2013.

Dívida Pública (porcentagem do PIB): 65,21% (em 2014)

Déficit público: US$ 146,5 bilhões (em 2014)

Produção industrial: -3,2% em 2014 (IBGE)

Comércio Exterior:

Exportações: US$ 225,1 bilhões (2014) - queda de 6,2% em relação ao ano anterior.

Importações: US$ 229 bilhões (2014) - queda de 3% em relação ao ano anterior.

Saldo da balança comercial (2014): Déficit de US$ 3,930 bilhões – Queda em relação ao ano de 2013: 155%

Países dos quais o Brasil mais importou (2014): Estados Unidos, China, Argentina e Alemanha

Países para os quais o Brasil mais exportou (2014): China, Estados Unidos, Argentina, Holanda e Japão

Principais produtos exportados pelo Brasil (2014): minério de ferro, ferro fundido e aço; óleos brutos de petróleo; soja e derivados; automóveis; açúcar de cana; aviões; carne bovina; café e carne de frango.

Principais produtos importados pelo Brasil (2014): petróleo bruto; circuitos eletrônicos; transmissores/receptores; peças para veículos, medicamentos; automóveis, óleos combustíveis; gás natural, equipamentos elétricos e motores para aviação.

Organizações comerciais que o Brasil pertence: Mercado Comum do Sul (Mercosul), União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e Organização Mundial de Comércio (OMC)

Tipos de energia consumida no Brasil (dados de 2014):

• Petróleo e derivados: 37,6%

• Hidráulica: 14,4%

• Gás natural: 10,1%

• Carvão Mineral: 5%

• Biomassa: 21,3%

• Lenha: 9,5%

• Nuclear: 1,4%

• Eólica: 0,6%

Principais produtos agrícolas produzidos: café, laranja, cana-de-açúcar (produção de açúcar e álcool), soja, tabaco, milho, mate.

Principais produtos da pecuária: carne bovina, carne de frango, carne suína

Principais minérios produzidos: ferro, alumínio, manganês, magnesita e estanho.

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Geografia – Economia Brasileira – Prof. Luciano Teixeira

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Principais setores de serviços: telecomunicações, transporte rodoviário, técnico-profissionais prestados a empresas, transporte de cargas, limpeza predial e domiciliar, informática, transpor-tes aéreos e alimentação.

Principais setores industriais: alimentos e bebidas, produtos químicos, veículos, combustíveis, produtos metalúrgicos básicos, máquinas e equipamentos, produtos de plástico e borracha, eletrônicos e produtos de papel e celulose.

Agricultura

Questões agrárias

Desde suas origens, o Brasil possuiu uma grande concentração de terras, primeiramente no sistema conhecido por sesmarias, que vigeu até 1822 e deu origem aos atuais latifúndios. Em 1850 (mesmo ano da lei que proibia o tráfico negreiro), foi promulgada a Lei de Terras, que manteve o sistema de concentração da terra em latifúndios e que permaneceu até 1964, quan-do a ditadura elaborou o Estatuto da Terra. O custo elevado da produção agrícola na Colônia e no Império contribuiu para a formação de latifúndios. Além disso, no país, nunca houve uma grande reforma agrária, que somente passou a integrar a política oficial e legal do país após a Constituição de 1988. Dos cerca de 31 milhões de brasileiros que vivem na faixa de pobreza, mais da metade está na zona rural. Nos últimos 25 anos do século XX, cerca de 30 milhões de moradores do campo abandonaram ou perderam suas terras, criando um déficit de cerca de 4 milhões e 800 mil famílias sem-terra. Nesse tempo, a grande maioria dos recursos de financia-mento foi dirigido para as oligarquias e para os grandes proprietários, atendendo ao modelo de exploração intensiva das propriedades, formação de grandes monoculturas e áreas de pasta-gens, que, com o esgotamento da chamada revolução verde, acabou por revelar uma série de problemas, como o uso excessivo de agrotóxicos, irrigação e desmatamento descontrolados, agressão à cultura nativa, entre outros.

Com a redemocratização, o país teve, entre 1985 e 1988, quase 9 mil conflitos sociais no meio rural, com o assassinato de 1.167 pessoas por questões agrárias. Nesse período, teve início um confronto que gerou, de um lado, os sindicatos, os movimentos sociais e a Igreja Católica (en-tão, no país, orientada pela chamada "opção preferencial pelos pobres", com as comissões pas-torais) e, do outro, os grandes proprietários, reunidos na União Democrática Ruralista (UDR), cujo representante maior era Ronaldo Caiado. A mais famosa vítima desses conflitos foi o sindi-calista Chico Mendes, no Acre, em 1988.

Os conflitos atingiram seu ápice em 1996 com o chamado Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, quando o então governador Almir Gabriel ordenou a desocupação de uma estrada ocupado por sem-terra. A chacina daí decorrente –19 mortos e 51 feridos – expôs ainda mais o problema agrário no país e o desrespeito aos direitos humanos.

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Infraestrutura agrícola

Entre os principais itens infraestruturais que demandam atenção pela atividade agrícola, estão o transporte, os estoques reguladores, a armazenagem, a política de preço mínimo, a defesa fitossanitária, etc.

Escoamento da produção

O transporte das safras é um dos problemas estruturais enfrentados pela agricultura, no Brasil.

Pedro Calmon registrava que, desde o Império, "o escoamento das safras é difícil" e indicava que "os velhos projetos de estradas de ferro ou caminhos carroçáveis, ligando o litoral às mon-tanhas centrais (…) a que resistem os estadistas forrados de ceticismo, que repetem Thiers, quando, em 1841, achava que as vias férreas não convinham à França". No Brasil, não existe uma política de armazenamento da safra nas propriedades. A maioria do transporte é feito em rodovias, a grande parte em más condições de tráfego, por meio de caminhões. O custo do transporte, que, em geral recai sobre o produtor, é elevado e não obedece aos princípios de logística.

Na safra 2008/2009, por exemplo, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) de-nunciava o estado precário das estradas da região Centro-Oeste, algumas com problemas des-de 2005 e, a despeito de solicitações às entidades governamentais, nada havia sido feito.

Assim, o governo federal elaborou, em 2006, o Plano Nacional de Logística e Transportes, des-tinado a proporcionar um melhor escoamento da produção. A falta de investimentos no setor, entretanto, continua a ser o principal problema na logística de escoamento.

Estoques reguladores e preço mínimo

Um bom exemplo da necessidade da formação de estoques reguladores está na produção de álcool combustível a partir da cana-de-açúcar. A grande variação de preços ao longo do ano--safra, que variam por razões climáticas e fitossanitárias, justificam a formação de estoques.

Os estoques também visam assegurar estabilidade aos rendimentos dos agricultores, além de impedir a flutuação de preços entressafras. Até a década de 1980, havia no país a chamada Po-lítica de Garantia de Preços Mínimos, que perdeu importância na política agrícola a partir dos anos 1990, com a globalização. O principal efeito disso foi a instabilidade de preços dos produ-tos agrícolas.

A composição de estoques, no plano nacional, compete à Companhia Nacional de Abasteci-mento (Conab).

Armazenagem

A armazenagem agrícola é uma das etapas da produção da agricultura do país que apresenta necessidades de investimento e ampliação, a fim de acompanhar o desenvolvimento do setor. Entre as ações logísticas da produção, a capacidade de armazenagem brasileira, em 2003, era de 75% da produção de grãos, quando o ideal é que seja 20% superior à safra.

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A produção, por falta de armazéns e silos, precisa ser comercializada rapidamente. Segundo dados da Conab, apenas 11% dos armazéns estão nas fazendas (enquanto, na Argentina, esse total é de 40%; na União Europeia, de 50%; no Canadá chega a 80%). Isso força o agricultor a servir-se dos serviços de terceiros, para estocar sua produção. Fatores sazonais, como a quebra de safras e a defasagem cambial descapitalizam o produtor, que não consegue investir na cons-trução de silos, com os quais poderia negociar sua produção em condições mais favoráveis, e não quando da colheita, apenas. A situação brasileira permite dizer que os caminhões se trans-formam em "silos sobre rodas".

Agrotóxicos no Brasil

Existem 4 mil tipos de agrotóxicos, que resultam em cerca de 15 mil formulações distintas, dos quais 8 mil estão licenciadas no Brasil. São produtos como inseticidas, fungicidas, herbicidas, vermífugos e, ainda, solventes e produtos para higienização de instalações rurais, entre outros. Seu uso indiscriminado provoca o acúmulo dessas substâncias no solo, na água (mananciais, lençol freático, reservatórios) e no ar – e são largamente utilizados para manter as lavouras livres de pragas, doenças, espécies invasoras, tornando, assim, a produção mais rentável.

O Brasil apresenta uma taxa de 3,2 kg de agrotóxicos por hectare – ocupando a 10ª posição mundial, para alguns estudos, e a 5ª, em outros. O Estado de São Paulo é o maior consumidor no país, sendo também o maior produtor (com cerca de 80% da produção nacional). Para o controle dos efeitos danosos ao meio ambiente do uso dessas substâncias, é preciso a educa-ção do agricultor, a prática do plantio direto e o esforço de órgãos tecnológicos como a Empre-sa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com o desenvolvimento de espécies mais resistentes, de técnicas que minimizem a dependência aos produtos, do controle biológico de pragas, entre outros.

Transgênicos no Brasil

O país ocupa a 3ª posição mundial no uso de sementes transgênicas. As principais culturas que usam dessa biotecnologia são a soja, o algodão e, desde 2008, o milho.

Diversas organizações não governamentais (ONGs) nacionais ou internacionais, como o Gre-enpeace, o MST ou a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), ma-nifestaram-se contrários ao cultivo de plantas geneticamente modificadas no país, expondo argumentos como a desvalorização desses no mercado, a possibilidade de impacto ambiental negativo, a dominação econômica pelos grandes empresários, entre outros aspectos. Entida-des ligadas ao agronegócio, entretanto, apresentam resultados de estudos efetuados pela As-sociação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), nos anos de 2007 e 2008, tendo como resultado "vantagens socioambientais observadas nos demais países que adotaram a biotecno-logia agrícola há mais tempo".

No país, a Justiça Federal decidiu que alimentos que contenham mais de 1% de transgênicos em sua composição devem, nos seus rótulos, expor a informação em destaque, a fim de informar o consumidor.

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Evolução do agronegócio brasileiro

Durante as duas décadas finais do século XX, o Brasil assistiu a uma brutal evolução na sua pro-dução agrícola: em uma área praticamente igual à do início dos anos 1980, a produção pratica-mente dobrou no final do século.

Em 2010, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta o país como o terceiro maior exporta-dor agrícola do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e União Europeia.

Vários fatores levaram a esse resultado, tais como a melhoria dos insumos utilizados (semen-tes, adubos, máquinas), as políticas públicas de incentivo à exportação, a diminuição da carga tributária (como, por exemplo, a redução do imposto de circulação, em 1996), a taxa de câmbio real que permitiu estabilidade de preços (a partir de 1999), o aumento da demanda dos países asiáticos, o crescimento da produtividade das lavouras e outros componentes, como a interces-são governamental junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) para derrubar barreiras comerciais existentes contra produtos brasileiros em países importadores.

Essa evolução do setor permitiu que a agricultura passasse a representar quase um terço do PIB nacional. Essa avaliação leva em conta não somente a produção campesina, mas a de toda a cadeia econômica envolvida: desde a indústria produtora dos insumos até aquela envolvida no seu beneficiamento final, transporte, etc.

Enquanto a agricultura propriamente dita apresentou, no período de 1990 a 2001, uma queda na oferta de empregos, o setor do agronegócio praticamente triplicou a oferta de empregos (que saltou de 372 mil para 1 milhão e 82 mil, no interregno). O número de empresas era, em 1994, de 18 mil, e, em 2001, saltou para quase 47 mil. Já a relação emprego/produtividade na agricultura apresentou um crescimento expressivo, oposto à diminuição do número de trabalhadores.

Perspectivas e limitações

O setor agrícola brasileiro possui possibilidades de ampliar a produção existente. Para tanto, há que se considerar as áreas em que pode haver expansão da fronteira agrícola, bem como o incremento daquelas subexploradas. Fatores que limitam essa expansão incluem o surgimento de pragas em virtude das monoculturas, os aspectos infraestruturais (vide a seção sobre o transporte), os problemas ambientais gerados por práticas como o desmatamento, etc.

Balança comercial agrícola

Entre os produtos do agronegócio, a soja é líder. No período compreendido entre agosto de 2007 e julho de 2008, as exportações agrícolas renderam ao país 78 bilhões e 100 milhões de dólares, que fizeram o setor apresentar um superávit (diferença entre o valor importado e o exportado) de 57 bilhões e 300 milhões de dólares, no período.

Mercados externos

No ano de 2008, o maior mercado consumidor dos produtos agrícolas brasileiros foi a União Europeia. A China, entretanto, foi o país que, individualmente, teve maior participação como importador, com um montante de 13,2% no total, seguido pelos Países Baixos (com 9,5%) e Estados Unidos da América (8,7%).

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Agronegócio por regiões

As regiões do Brasil possuem ampla diversidade climática e, portanto, apresentam vocação agrícola e industrial com problemáticas bastante diferenciadas, trazendo, assim, participações bem distintas no agronegócio.

No ano de 1995, as regiões brasileiras participavam, percentualmente, da seguinte forma no total do volume do setor: Norte – 4,2%; Nordeste – 13,6%; Centro-Oeste – 10,4%; Sudeste – 41,8%; e Sul – 30,0%, dados que revelam a concentração nestas duas últimas regiões de mais de 70% de todo o montante do agronegócio brasileiro. Esse quadro vem se alterando, com a pequena e gradual ampliação das regiões Centro-Oeste e Norte.

Região Sul

Nos estados do sul brasileiro (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), houve considerável participação das cooperativas familiares. Os produtos de maior representatividade no PIB agrí-cola do país são a avicultura e o arroz irrigado, que lidera, e posições estáveis com o milho e o feijão. A região Sul é, ainda, a maior produtora de tabaco no país que, por sua vez, é o maior exportador mundial.

A vocação agrícola na região Sul, incrementada a partir da década de 1930, coincidiu com a integração com os setores industriais da região. Enquanto nos demais estados as indústrias tenderam, na atualidade, à importação dos insumos, Santa Catarina mantém um elevado grau de interdependência do setor industrial com o agrícola.

No Rio Grande do Sul, sobretudo, é importante a participação do chamado agronegócio familiar, derivado sobretudo do modelo de colonização ali verificado, com expressiva representatividade no PIB agrícola daquele estado. Outro fator importante é que este modelo proporciona um eleva-do grau de fixação do homem no campo, bem como a interação entre os pequenos produtores.

No ano de 2004, a região respondia com 14,4% da produção frutícola, ocupando o terceiro lugar do país.

Região Sudeste

Em 1995, o Sudeste (composto pelos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo) era responsável pela maior participação no montante do agronegócio do país, mas em tendência de queda face à expansão das fronteiras agrícolas e à instalação de indústrias noutras regiões.

O Sudeste é o maior produtor nacional de frutas, com 49,8% do total nacional, em dados de 2004. A região concentra 60% das empresas de software voltadas para o agronegócio, segundo levantamento efetuado pela Embrapa Informática Agropecuária (situada em Campinas/SP).73 Quanto à exportação, o setor do agronegócio ocupava a segunda posição nacional, no período de 2000 a maio de 2008, ficando atrás da região Sul; o Sudeste representou 36% do montante exportado de 308 bilhões de dólares – os produtos que mais se destacaram no comércio exte-rior na região foram o açúcar (17,27%), o café (16,25%), o papel e a celulose (14,89%), as carnes (11,71%) e as hortifrutícolas (com destaque para o suco de laranja) (10,27%).

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Região Nordeste

No Nordeste brasileiro, região formada por nove estados (Bahia, Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão), 82,9 % da mão de obra do campo equivale à agricultura familiar.

A região é a maior produtora nacional de banana, respondendo pelo montante de 34% do total. Lidera, ainda, a produção da mandioca, com 34,7% do total. Segunda maior produtora de arroz, com uma safra estimada para 2008 de 1 milhão 114 mil toneladas, em que o Maranhão tem majoritária participação (com 668 mil toneladas). Também ocupa a segunda posição na produ-ção frutícola, com 27% da produção nacional.

Um dos grandes problemas da região são as estiagens prolongadas, mais fortes nos anos em que ocorre o fenômeno climático El Niño. Isso provoca o êxodo rural, a perda de produção, minimizados seus efeitos por meio de ações governamentais de emergência, mediante a construção de açudes e outras obras paliativas, como a transposição do Rio São Francisco. As piores secas dos últimos anos foram as de 1993, 1998 e 1999, a primeira considerada a pior em 50 anos.

Região Norte

A região Norte (composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) tem como principal característica a presença do bioma amazônico, em que a floresta tropical é marcante (e, por sua presença em parte do Estado do Maranhão, este é incluído nas ações de governo nesta região). O grande desafio da região é aliar a rentabilidade e a produtividade com a preservação da floresta.

A região já foi responsável, por um breve período, pela produção do mais importante produto de exportação brasileiro, no final do século XIX e começo do XX, durante o chamado Ciclo da Borracha, em que o extrativismo da seringueira gerou o avanço das fronteiras nacionais (conquista do Acre), até o contrabando da árvore pela Inglaterra e sua aclimatação em países asiáticos.

É a segunda maior produtora nacional de banana, respondendo por 26% do total. Também é a segunda na produção de mandioca (com 25,9% do total), ficando atrás somente do Nordeste. Na produção de frutas, ocupa a penúltima posição, responde por 6,1% da produção nacional, à frente apenas da região Centro-Oeste.

Região Centro-Oeste

Há cerca de 30 anos, a região era quase desconhecida em seu potencial econômico. O principal bioma é o Cerrado, cuja exploração foi possível graças às pesquisas para adaptação de novos cultivares de vegetais como o algodão, o girassol, a cevada, o trigo, etc. – permitindo que, em 2004, viesse a se tornar a responsável pela produção de 46% da soja, milho, arroz e feijão produzidos no país.

Essa é a região onde a fronteira agrícola brasileira teve maior expansão. Nas três últimas décadas do século XX, sua agricultura teve um crescimento de cerca de 1,5 milhão de toneladas de grãos por safra, saltando de uma produção de 4,2 milhões para 49,3 milhões de toneladas, em 2008 – um crescimento superior a 1100%.

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A área cultivada na região, que compreende os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal, em 2008, era de 15 milhões e 100 mil hectares, tendo avançado nos primeiros anos do século XXI, sobretudo sobre áreas anteriormente dedicadas à pecuária. Entre os principais fatores que levaram a esse crescimento, conta-se a abertura de estradas, que facilitou o escoamento da produção.

Na fruticultura, a participação da região, em dados de 2004, aponta o último lugar no país, com 2,7% do total produzido.

Principais produtos

Dada a sua grande variedade climática e extensão territorial, o país possui variadas áreas espe-cializadas em determinados cultivos; por vezes, em um mesmo estado da federação, como, por exemplo, na Bahia, em que se tem o cultivo de soja e algodão; na sua região oeste, de cacau; no sul, frutas, no Médio São Francisco; feijão, em Irecê, etc. Também um produto agrícola encontra áreas distintas no território nacional – como, por exemplo, o arroz, que é plantado no Rio Grande do Sul, no sul do Maranhão e Piauí, em Sergipe e nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Alguns produtos, como o trigo, arroz e feijão, não têm produção suficiente para atender à de-manda interna; outros, como a soja, são quase que exclusivamente produzidos para exporta-ção (a soja é o principal produto exportado pelo agronegócio brasileiro).

Indústrias

1.1 Industrialização Brasileira (Processo de Substituição de Importações)

Presidente Setores Prioritários Características

Getúlio Vargas • Indústria de Base • “Capital Nacional”

• CSN • CVRD • Petrobras

Juscelino Kubitschek • Energia • Infraestrutura de transportes

• Prioridade ao sistema rodoviário • ABCD paulista

Militares

• Energia • Infraestrutura de Transportes • Bens de consumo (tentativa

de espacialização)

• Obras faraônicas

Década de 1930 e 1960: solidificação nacional

Até, a metade do século XX, o Brasil dependeu exclusivamente da economia agrícola. Até en-tão, as organizações das atividades econômicas eram dispersas e as economias regionais se estruturavam praticamente de forma totalmente autônoma. Os inícios da industrialização tra-tados na seção anterior e a crise do café, em cerca de 1929, foram fatores importantes para que o governo federal passasse a promover a integração dos "arquipélagos naturais". A estrutura

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da indústria no Brasil cresceu e solidificou-se consideravelmente a partir da década de 1930. O governo de Getúlio Vargas (1882 - morto em 1954) encarregou-se dessa tarefa instalando um sistema de transportes que ligasse os estados brasileiros, o que acabou por aumentar o fluxo de mercadorias e pessoas. Os produtos industriais produzidos sobretudos na região Sudeste al-cançaram outras regiões do Brasil, causando a falência de indústrias que não conseguiam com-petir e estabelecendo um forte centro econômico e industrial em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Plataforma petrolífera P-51 da Petrobras, a primeira 100% brasileira.

No surto industrial da década de 1930, houve indicadores crescentes no consumo de cimento e aço e importantes substituições de importações decorrentes da maturação dos investimentos com aquisições de bens de capital da indústria têxtil que haviam sido feitos entre 1921 e 1928 e com o controle cambial instaurado em 1931 e que perdurou até 1937. Esse crescimento foi interrompido pelo aumento das exportações de tecido. O declínio verificado após o último surto só teve um breve período de recuperação durante o biênio 1943-1944, com os investimentos públicos para a instalação da primeira siderúrgica no Brasil. O governo demonstrou preocupação com a atividade industrial e criou a Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil, mas que apenas a partir de 1941 possibilitou financiamentos importantes.

O presidente Vargas, que representava os conceitos e os anseios da Revolução de 1930, passou a investir fortemente na criação da infraestrutura industrial (indústria de base e energia) e criou diversas companhias e instituições decisivas para a industrialização, como o Conselho Nacional do Petróleo (1938), a Companhia Siderúrgica Nacional (1941, energia elétrica para as indústrias e para a população), a Companhia Vale do Rio Doce (1943, exploração do minério de ferro) e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco(1945). Foram as primeiras grandes empresas industriais do país. Ocorreu também a criação da Petrobras, em 1953, que contribuiu para o aceleramento do crescimento industrial. O governo de Vargas também criou leis trabalhistas que satisfizessem os trabalhadores e que terminaram preparando o país para a organização no crescimento das indústrias, como foi o caso da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Companhia Siderúrgica Nacional (Volta Redonda, RJ.)

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Depois de Vargas, o governo de Juscelino Kubitschek (1956–1961) também trouxe projetos governamentais em relação ao crescimento industrial, que ganhou maior dimensão com a criação de medidas alfandegárias, propiciando, assim, a vinda de empresas internacionais para o Brasil. Seu Plano de Metas incentivou a produção industrial, que crescia aceleradamente, e o governo de Kubitschek concentrou atenções em investimentos na área de energia e de transportes. Na época, diversas empresas multinacionais investiram no Brasil, entre elas notavelmente a montadora de automóveis Volkswagen. Dessa forma, pode-se dizer que, com medidas políticas, a indústria no Brasil experimentou momentos de grande crescimento, organização e prosperidade.

Atualidade

Nos anos 1970, 1980 e 1990, a indústria no Brasil continuou a crescer, embora tenha estagnado em certos momentos de crise econômica. A década de 1980, por exemplo, ficou conhecida como a "década perdida" para a economia brasileira devido à retração econômica da indústria. O cenário mudou e, estabilizada, a base industrial atual do país produziu diversos produtos: automóveis, máquinas, roupas, aviões, equipamentos, produtos alimentícios industrializados, eletrodomésticos, e muitos outros. Embora seja autossuficiente na maioria dos setores, a indústria brasileira ainda é dependente de tecnologia externa em campos como a informática. Além disso, o parque industrial brasileiro continua concentrado sobretudo nos estados do Centro-Sul e nas regiões metropolitanas, apesar da dispersão da infraestrutura de transportes, energia e comunicação nas últimas décadas para diversas outras regiões, inclusive no interior dos estados.

Os esforços do passado criaram uma intensificação na indústria brasileira, que possui um enor-me e variado parque industrial, produzindo bens de consumo e até mesmo tecnologia de pon-ta. Após diversas crises econômicas, o país é hoje um dos mais industrializados do mundo e ocupa o 15º lugar em escala global nesse segmento. Na primeira década do século XXI, a priva-tização de empresas estatais nas áreas de mineração, bancária e de telecomunicações foi uma característica marcante na economia brasileira. A industrialização brasileira ainda não ocorre de maneira homogênea, portanto certas regiões são densamente industrializadas, enquanto outras são totalmente desprovidas desse tipo de atividade econômica. Apesar de diversos pro-blemas sociais, costumeiramente relacionados à maneira da industrialização no país, o Brasil vem ocupando um lugar de destaque no cenário econômico e industrial internacional.

Setor industrial brasileiro

O setor de serviços é caracterizado por atividades bastante heterogêneas quanto ao porte das empresas, à remuneração média e à intensidade no uso de tecnologias. Nas últimas décadas, o desempenho das atividades que compõem o setor vem se destacando pelo dinamismo e pela crescente participação na produção econômica brasileira.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE - realiza a Pesquisa Anual de Serviços - PAS - que constitui em uma importante fonte de dados para a compreensão do comportamento do mercado formal sob a ótica da oferta de serviços não financeiros no Brasil. As informações da PAS sobre a estrutura do setor de serviços são fundamentais para planejamentos público e privado, para a comunidade acadêmica e para o público em geral.

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Os resultados da PAS 2013 indicaram que, no ano em questão, cerca de 1,2 milhão de empresas prestadoras de serviços geraram R$ 1,2 trilhão em receita operacional líquida, ocuparam 12,5 milhões de pessoas e pagaram aproximadamente R$ 253,9 bilhões de reais em salários. Assim como o setor de serviços despendeu, em 2013, uma proporção de 49,1% do valor adicionado sob a forma de gastos com pessoal, com os encargos representando 30,7% do total destes gastos.

O setor apresenta, tradicionalmente, baixa concentração de atividade econômica. Em 2013, observou-se um grau de concentração de 9,5%, nível característico de mercados desconcentrados. Contudo, há atividades cuja estrutura de mercado registraram grau de concentração elevado: transporte dutoviário (99,9%), transporte aéreo (89,8%), correio e outras atividades de entrega (82,3%) e transporte ferroviário e metroviário (82,1%). Quanto aos segmentos de atividades que compõem o âmbito da pesquisa, observou-se que:

• dois grupos, somados, representaram 63,0% do número de empresas: serviços profissionais, administrativos e complementares, com 391,5 mil empresas ou 31,3%; e serviços prestados principalmente às famílias, com 386,4 mil empresas ou 31,7%;

• três atividades, somadas, atingiram 79,7% de participação na receita operacional líquida: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio; serviços profissionais administrativos e complementares; e serviços de informação e comunicação. Em valores absolutos, os três segmentos arrecadaram cerca de R$ 1,0 trilhão em receita;

• considerando o número pessoas ocupadas, valor adicionado e massa salarial, foi o segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares que se destacou, respondendo por 5,1 milhões pessoas ocupadas (41,0%),gerando R$ 254,3 bilhões em valor adicionado (34,1%) e pagando o montante de R$ 93,1 bilhões em salários (36,7%), retiradas e outras remunerações.

Fonte: IBGE.

Importância da indústria no Brasil

A indústria brasileira tem importância crucial no país por ser um microssetor que exige considerável investimento financeiro, por produzir os bens de maior valor da economia e empregar milhões de brasileiros. Grande parte dos bens produzidos, ou seja, os manufaturados, estão diretamente ligados à urbanização do país, como os produtos eletrodomésticos que a população usa para conforto, trabalho, saúde e bem-estar.

Além disso, as retrações econômicas da indústria, não só no Brasil, provocam uma série de consequências consideravelmente ruins, como o aumento do desemprego devido à demissão de trabalhadores, à elevação dos preços de produtos para compensar as perdas financeiras que pode ocasionar a inflação, à queda da arrecadação de impostos dada a diminuição das vendas do comércio e, também, e sobretudo no Brasil, à redução da capacidade de funcionamento das três esferas de governos.

Não obstante, a indústria é muito importante na produção de riquezas do Brasil, mensurada no Produto Interno Bruto (PIB). Como exemplo, podemos citar o ano de 2009, em que o PIB brasileiro atingiu cerca de 3,14 trilhões de reais e a indústria havia sido responsável por 25,4% de todo esse valor. O agronegócio, cuja cadeia começa nas fábricas de tratores, de adubos e de

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ração animal, é responsável por cerca de um quarto do PIB nacional. Por fim, as exportações de produtos industrializados e de produtos básicos ou matérias-primas (commodities) também influem na riqueza de qualquer nação.

Complexo portuário do PECEM (São Gonçalo do Amarante, Ceará)

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Geografia

FORMAÇÃO TERRITORIAL E DIVISÃO POLÍTICO – ADMINISTRATIVA

FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL

A ocupação do Brasil iniciou-se apenas a partir de 1530, já que, até então, os portugueses, mais interessados nos lucros obtidos no comércio com as índias, limitaram-se a explorar o pau-brasil. Estruturado a partir do modelo colonial de exploração, somente no final do século XIX o espaço brasileiro deixou de apresentar uma economia fragmentada, dividida em ilhas de exportação, para se constituir como um espaço integrado com as diversas regiões.

Os principais acontecimentos históricos que contribuíram para o povoamento do país foram:

Século XVI: a ocupação limitava-se ao litoral, a principal atividade econômica desse período foi o cultivo de cana para produzir o açúcar, produto muito apreciado na Europa. A produção era destinada à exportação. As propriedades rurais eram grandes extensões de terra, cultivadas com força de trabalho escrava. O crescimento da exportação levou ao surgimento dos primeiros centros urbanos no litoral, as cidades portuárias.

Séculos XVII e XVIII: foram marcados pela produção pastoril que adentrou a oeste do país e também pela descoberta de jazidas de ouro e diamante nos estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Esse período foi chamado de aurífero e fez surgir várias cidades.

Século XIX: a atividade que contribuiu para o processo de urbanização foi a produção de café, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Essa atividade também contribuiu para o surgimento de várias cidades.

O território do Brasil ocupa uma área de 8.514.876 km². Em virtude de sua extensão territorial, que ocupa grande parte da América do Sul, o Brasil é considerado um país continental. O país está em quinto lugar em tamanho de território.

A população brasileira está irregularmente distribuída, pois grande parte da população habita na região litorânea, onde se encontram as maiores cidades do país. Isso nada mais é do que uma herança histórica, resultado da forma como o Brasil foi povoado, uma vez que os primeiros núcleos urbanos surgiram no litoral. Até o século XVI, o Brasil possuía apenas a área estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 por Portugal e Espanha. Esse tratado dividia as terras da América do Sul entre Portugal e Espanha.

A formação do atual território do Brasil remonta ao século XIV, ao início da chamada Era dos Descobrimentos, quando se impôs a partilha das terras descobertas e a descobrir entre as monarquias ibéricas, pioneiras nas grandes navegações. Sucede-se, a partir de então, uma série de iniciativas e questões, que culminam, no início do século XX, com a definição das fronteiras

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terrestres e prosseguem em nossos dias, no tocante à fixação das fronteiras marítimas, na questão denominada pela Marinha do Brasil como "Amazônia Azul".

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

O Brasil possui o quinto mais extenso território do mundo, com área total de 8.547.403km². Com exceção do Chile e do Equador, todos os Estados sul-americanos compartilham fronteiras com o Brasil.

As dimensões continentais do território brasileiro podem ser observadas também pelas das distâncias que separam os pontos extremos:

• 4.394 Km de norte a sul;

• 4.319 Km de leste a oeste;

• 7. 408 Km de litoral;

• 15. 719 Km de fronteira com os países vizinhos.

Os pontos extremos do Brasil são:

• A oeste: a Serra da Contamana, no Acre;

• A leste: a Ponta do Seixas, na Paraíba;

• Ao norte: o Monte Caburaí, em Roraíma;

• Ao sul: Arroio Chuí no Rio Grande do Sul.

A localização geográfica do território brasileiro apresenta-se a 5°16’19” de latitude norte a 33°45’09” latitude sul; e 34°45’54” de longitude oeste a 73°59’32” de longitude oeste. O Bra-sil encontra-se totalmente no hemisfério oeste de Greenwich. Desse modo, podemos concluir que:

• Apenas o Sul do país faz parte da zona temperada, apresentado um clima de temperaturas mais amenas;

• A quase totalidade do território brasileiro (93%) está ao sul da linha do Equador, ou seja, no hemisfério sul;

• O Brasil possui quatro fusos horários diferentes.

A maior parte das terras brasileiras está localizada entre os trópicos, o que faz do nosso país uma região tipicamente tropical, onde predominam climas quentes;

O país é cortado pela linha do Equador e pelo Trópico de Capricórnio e é banhado pelo oceano Atlântico.

O IBGE, juntamente com o Instituto Militar de Engenharia (IME), realizou novas medições de altitude de 7 pontos culminantes do Brasil. Para tanto, utilizou recursos mais modernos e novas tecnologias, como o GPS, sistema de navegação e posicionamento por satélite.

Com os novos estudos, verificaram-se algumas alterações, como suspeitava o IBGE. O Pico da Pedra da Mina, localizado no município de Passa-Quatro, Minas Gerais, é mais elevado do que o Pico das Agulhas Negras, pertencente a Itatiaia, no Rio de Janeiro. Antes de 2004, a

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última medição dos pontos culminantes havia sido feita na década de 1960 pelo Ministério das Relações Exteriores, por meio da Primeira Comissão Demarcadora de Limites.

A CONSTRUÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

Os grandes descobrimentos dos séculos XV e XVI foram, pouco a pouco, transformando a imagem que os europeus tinham do mundo.

A ocupação do Brasil iniciou-se apenas a partir de 1530, já que, até então, os portugueses, mais interessados nos lucros obtidos no comércio com as índias, limitaram-se a explorar o pau-brasil. A madeira foi a riqueza mais facilmente encontrada em nosso território. Por muito tempo, a ocupação do território manteve-se apenas no litoral. Foi somente no século XVII que o interior do país começou a ser explorado mais intensamente, possibilitando a formação de cidade e vilas no interior do país.

O território brasileiro tal qual o reconhecemos hoje foi se configurando lentamente, a partir das várias atividades econômicas coloniais.

Os Tratado Assinados entre Portugual e Espanha

Os assinados entre Espanha e Portugal acabaram por definir, com pequenos acréscimos posteriores, a área que consideramos hoje como território brasileiro: Tratado de Tordesilhas e Tratado de Madri.

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Tratado de Tordesilhas

Espanha e Portugal foram os pioneiros na expansão marítimo-comercial iniciada no século XV, resultando na conquista de novas terras para os dois países. Essas “descobertas” geraram tensões e conflitos entre ambos, e na, tentativa de evitar uma guerra, foi assinado o Tratado de Tordesilhas, que passou a definir nosso primeiro limite territorial.

Esse tratado, assinado em 7 de julho de 1494, em Tordesilhas, na Espanha, estabeleceu uma linha imaginária que passava a 370 léguas a oeste do arquipélago de Cabo Verde (África). Esse meridiano dividiu o mundo entre Portugal e Espanha: as terras a leste seriam portuguesas e as terras a oeste seriam espanholas.

O Tratado de Madri, assinado em 1750, praticamente garantiu a atual extensão territorial do Brasil. O novo acordo anulou o Tratado de Tordesilhas e determinou que as terras pertenceriam a quem de fato as ocupassem, princípios de uti possidetis, isto é, uma solução diplomática que conferia a um Estado o direito de apropriar-se de um novo território com base na ocupação, na posse efetiva da área, e não em títulos anteriores de propriedade. É evidente que esse princípio foi utilizado apenas entre Portugal e Espanha ou entre o Brasil e países da América do Sul, sem nunca levar em consideração a posse das diversas tribos indígenas. Isso porque o indígena nunca foi considerado pelos colonizadores um ser humano de pleno direito, mas apenas um empecilho a ser removido ou a ser domesticado e disciplinado para o trabalho.

A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS

As atividades econômicas foram fator essencial para a expansão territorial brasileira. Nossa economia colonial girava em torno da produção de gêneros primários voltados, em sua maior parte, para a exportação e para as necessidades da metrópole portuguesa.

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Depois do pau-brasil, a cana-de-açúcar fez do litoral do Nordeste a mais importante região econômica da colônia até o início do século XVII, transformando a atividade açucareira em empresa e o Brasil em colônia do açúcar.

Paralelamente à economia canavieira, a expansão da pecuária e da mineração, as bandeiras, as missões jesuítas e a coleta das “drogas do Sertão” (produtos como cacau, pimenta, sementes oleaginosas, castanha, entre outros, explorados na Amazônia durante o período colonial), provocaram a interiorização e o alargamento do território português em áreas que pertenciam à Espanha.

A pecuária foi a responsável pelo povoamento do Sertão nordestino, onde complementou a lavoura de cana-de-açúcar que dominava o litoral fornecendo a carne para alimentação e animais de tração para o trabalho nos engenhos.

Mais tarde, as tropas de muares e o gado foram fundamentais para o povoamento do sul das regiões dos atuais estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, ao mesmo tempo que forneciam animais para as áreas de mineração.

Em função da atividade mineradora, várias vilas e cidades foram fundadas, e o território da Coroa portuguesa ficou maior.

As missões que catequizavam indígenas estiveram presentes no sul e no norte do território. Com as missões, outra atividade econômica incorporou grande parte da Amazônia ao domínio português: a exploração e a comercialização das drogas do Sertão.

O BANDEIRANTISMO

O bandeirismo ou bandeirantismo foi um movimento de penetração para o interior com origem, principalmente, em São Paulo e contribuiu para a expansão dos domínios territoriais portugueses no continente. Ocorreu basicamente no século XVIII e foi motivado pela busca de metais preciosos e, especialmente, pela caça de indígenas para serem aprisionados e vendidos como escravos. Os bandeirantes penetraram sertão adentro, atacaram aldeias, aprisionaram e escravizaram indígenas e exterminaram enorme número deles.

Do ponto de vista do povoamento, esse fenômeno foi despovoador e não povoador, pois provocou uma desertificação humana em áreas onde havia inúmeras aldeias indígenas, sem substitui-las por povoações brancas. Em todo caso, as bandeiras serviram para que os europeus conhecessem melhor o território, já que cada expedição representou uma soma de novos conhecimentos sobre a terra, que foram importantes para a penetração posterior rumo ao oeste.

COLONIZAÇÃO DO SUL DO PAÍS

As áreas localizadas ao sul do trópico de Capricórnio tornaram-se efetivamente povoadas a partir do século XIX, com a chamada colonização moderna, feita por imigrantes, em especial colonos alemães, italianos e eslavos. Essa colonização teve por base a pequena propriedade.

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A QUESTÃO DO ACRE

Os conflitos que envolveram essa área estiveram ligados à extração da borracha por migrantes nordestinos no fim do século XIX. Em 1903, a Questão do Acre resolveu o problema criado pelo fato de seringueiros brasileiros vindos do Nordeste terem ocupado uma grande área pertencente à Bolívia.

Com a mediação do Barão do Rio Branco, que representou o Brasil, foi assinado o Tratado de Petrópolis, que tornou brasileira a área ocupada, mediante um pagamento de 2 milhões de libras esterlinas. Além disso, o país assumiria o compromisso de proporcionar à Bolívia uma saída para o mar, mediante a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Paralelamente ao curso desses dois rios (Madeira e Mamoré), a estrada de ferro ligaria o interior boliviano à cidade de Parintins, às margens do Rio Amazonas. Em 1907, a empreitada foi iniciada com 30.000 homens para a construção de 364 Km de estrada de ferro. As condições precárias do local e as constantes epidemias dizimaram mais de 6.000 trabalhadores. Em 1912, um trecho da ferrovia ficou pronto, sem, no entanto, concretizar a saída da Bolívia para o mar. Dessa maneira, o Brasil nunca cumpriu sua parte no acordo, embora tenha anexado o Acre.

A INTEGRAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO

Formalmente, podemos dizer que o espaço brasileiro surgiu com a independência política do país no início do século XIX. Nessa época, a economia sobrevivia das exportações de cana-de-açúcar, algodão, couro e peles.

Mas um novo produto agrícola começava a se desenvolver: o café. Com o avanço do cultivo do café e o aumento de sua importância econômica para todo o país, o produto tornou-se o responsável pelo início da integração territorial brasileira e, portanto, pela formação de um verdadeiro espaço nacional.

As atividades econômicas brasileiras até o desenvolvimento da economia cafeeira no século XIX eram regionais, isoladas uma das outras.

Podia-se dizer que economicamente o Brasil era formado por “ilhas” desarticuladas entre si e voltadas para o exterior, assim ocorria com a cana-de-açúcar no Nordeste e a mineração no Sudeste.

Esses “arquipélagos”se encaixavam perfeitamente no conceito do capitalismo comercial, que visava ao acúmulo de capital e metais preciosos para fortalecer o poder real.

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A constituição de um mercado consumidor e a grande acumulação de capitais gerados pelo café foram fatores decisivos para a instalação de indústrias no país, o que representou outra etapa no processo de integração nacional.

Além de aprofundar a integração comercial que havia se desenvolvido com o café, o processo de industrialização acentuou a urbanização, dando nova direção ao povoamento no país.

O governo brasileiro teve papel fundamental no processo de industrialização. Criou várias políticas regionais de desenvolvimento, procurando estimular a transferência de atividades econômicas para outras regiões. Entre suas principais iniciativas,cabe destacar:

• A inauguração de Brasília em 1960;

• A sudene, em 1959;

• A sudam, em 1966;

• A sudeco, em 1967;

As rodovias de integração, como Belém-Brasília.

Todas essas medidas tiveram como principal objetivo aprofundar as relações entre as diversas áreas do país, levando à consolidação do espaço nacional.

AS DIFERENÇAS REGIONAIS

Os contrastes regionais no interior do território brasileiro originaram-se da formação histórico-econômica do nosso país. Ou seja, devem-se ao modo pelo qual o Brasil se desenvolveu, desde sua colonização por Portugal até a independência e posterior industrialização e urbanização, ocorridas principalmente no século XX.

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Durante os três primeiros séculos da colonização, o Nordeste foi a região mais importante, a mais rica e populosa do país.

No século XIX, o declínio econômico do Nordeste em relação ao desenvolvimento de Centro-Sul acentuou-se ainda mais. Esse fato, juntamente com a enorme concentração da propriedade das terras nas mãos de poucas famílias nordestinas, fez com que muitas pessoas saíssem dessa região para o Centro-Sul do país.

A Amazônia, durante séculos, foi deixada de lado, embora nos dias de hoje venha sendo intensamente ocupada num processo de destruição.

Simplificando um pouco, podemos dizer que o Nordeste simboliza o “Brasil Velho”, o Brasil colônia, com enormes plantações monocultoras, mão de obra extremamente mal remunerada e pobreza intensa. O Centro-Sul, por sua vez, representaria o “Brasil Novo”, o Brasil da indústria e das grandes metrópoles, o país da imigração e da modernização econômica. A Amazônia simbolizaria, talvez, o “Brasil do Futuro”, um território com muitos recursos naturais. Porém, essas riquezas vêm sendo destruídas pela rápida ocupação da região, que beneficia apenas uma minoria privilegiada.

O IBGE e a divisão regional do Brasil

Foi com o objetivo de conhecer o território nacional e os dados estatísticos da população brasileira que Getúlio Vargas fundou o IBGE em 1938. Para realizar essa tarefa, era preciso considerar as grandes diferenças existentes entre as diversas áreas do país. Dessa forma, entre 1941 e 1945 foram feitas as duas primeiras divisões regionais do Brasil, baseadas no critério de região natural. Compreende-se por região natural uma determinada área geográfica que passa a ser caracterizada segundo um ou mais aspectos naturais, como o clima, o relevo ou a vegetação.

Apenas em 1969, o IBGE elaborou uma nova divisão regional, adotando, dessa vez, o critério de regiões homogêneas. O conceito de região homogênea é mais abrangente do que o de região natural, pois vai além dos aspectos criados pela natureza, é definido pelo conjunto de elementos naturais, sociais e econômicos da região.

A principal modificação em relação à divisão anterior foi a criação da região Sudeste, em virtude da cristalização dessa área como o "coração econômico do país". A divisão regional de 1969 continua vigorando, apesar de a Constituição de 1988 ter aprovado algumas modificações; os territórios de Roraima e do Amapá foram transformados em estados; Fernando de Noronha foi anexado ao estado de Pernambuco; o estado de Tocantins foi desmembrado do estado de Goiás e incorporado à região Norte.

A divisão atual do Brasil compreende 27 unidades político administrativas, sendo 26 estados e o Distrito Federal.

O Brasil é formado por cinco diferentes regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. A região Sudeste é a mais populosa e desenvolvida, e é onde está situada as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. O Nordeste é turisticamente conhecido por suas praias, e possui duas grandes cidades: Salvador e Recife. Historicamente a região Nordeste foi a mais rica, exportando cana-de-açúcar e madeira (principalmente o pau-brasil). A região Norte é a menos desenvolvida e

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populosa de todas, e onde está situada a Floresta Amazônica, conhecida mundialmente por sua extensão e grande quantidade de rios. Suas cidades mais importantes são: Manaus e Belém. A Região Centro-Oeste abriga a cidade de Brasília, capital do país, que foi construída na década de 60 pelo presidente Juscelino Kubitchek, e projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer. A região sul é marcada pela imigração italiana e alemão (principalmente), possui diversas cidades com grande influência da cultura desses países europeus. Possui apenas três estados, e as três capitais são cidades importantes: Porto Alegre no Rio Grande do Sul, Florianópolis em Santa Catarina e Curitiba no Paraná.

Estados e Capitais

Região Norte

• Amapá – AP (Capital:Macapa)

• Acre – AC (Capital:Rio Branco)

• Roraima – RR (Capital:Boa Vista)

• Rondônia – RO (Capital:Porto Velho)

• Amazonas – AM (Capital:Manaus)

• Pará – PA (Capital:Belem)

• Tocantins – TO (Capital:Palmas)

Região Nordeste

• Bahia – BA (Capital:Salvador)

• Sergipe – SE (Capital:Aracaju)

• Alagoas – AL (Capital:Maceió)

• Paraíba – PB (Capital:João Pessoa)

• Pernambuco – PE (Capital:Recife)

• Rio Grande do Norte – RN (Capital:Natal)

• Maranhão – MA (Capital:São Luis)

• Piauí – PI (Capital:Teresina)

• Ceará – CE (Capital:Fortaleza)

Região Centro-Oeste

• Goiás – GO (Capital:Goiania)

• Mato Grosso – MT (Capital:Cuiabá)

• Mato Grosso do Sul – MS (Capital:Campo Grande)

• Distrito Federal – DF

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Região Sudeste

• São Paulo – SP (Capital:São Paulo)

• Rio de Janeiro – RJ (Capital:Rio de Janeiro)

• Espírito Santo -ES (Capital:Vitória)

• Minas Gerais – MG (Capital:Belo Horizonte)

Região Sul

• Paraná – PR (Capital:Curitiba)

• Rio Grande do Sul – RS (Capital:Porto Alegre)

• Santa Catarina – SC (Capital:Florianópolis).

Censos Demográficos

Os censos populacionais produzem informações imprescindíveis para a definição de políticas públicas e a tomada de decisões de investimento, sejam eles provenientes da iniciativa privada ou de qualquer nível de governo, e constituem a única fonte de referência sobre a situação de vida da população nos municípios e em seus recortes internos, como distritos, bairros e localidades, rurais ou urbanas, cujas realidades dependem de seus resultados para serem conhecidas e terem seus dados atualizados.

A realização de um levantamento como o Censo Demográfico 2010 representa o desafio mais importante para um instituto de estatística, sobretudo em um país de dimensões continentais como o Brasil, s estimativas da população residente para os 5.570 municípios produzidas pelo IBGE consideram a situação atualizada da Divisão Político-Administrativa Brasileira – DPA. O reprocessamento dos valores das áreas territoriais, de acordo com a estrutura político-administrativa vigente em 01/07/2013, data de referência das Estimativas Populacionais 2013, incorporaram as alterações de limites territoriais municipais ocorridas após o Censo Demográfico 2000 e praticadas nas Estimativas Populacionais de 2011, 2012 e 2013, bem como demais ajustes territoriais ocorridos neste período.

Para a superfície do Brasil foi mantido o valor de 8.515.767,049 km2, publicado no DOU nº 234 de 08/12/2015, conforme Resolução Nº 07, de 4 de dezembro de 2015.

Para garantir a confiabilidade de seus resultados e alcançar os melhores níveis de qualidade e transparência em todas as etapas de execução do Censo 2000, foram utilizadas modernas tecnologias, como o mapeamento digital dos municípios com mais de 25 mil habitantes, escaneamento e leitura ótica dos questionários, controles gerencial e operacional via Internet, entre outras inovações tecnológicas que possibilitaram aos usuários dos dados censitários e à sociedade, em geral, o acompanhamento de cada etapa da operação e o acesso aos resultados em curto prazo, por meio das mais modernas mídias de comunicação e disseminação de informações.

O IBGE, no esforço de atender às diversificadas expectativas de seus usuários e com a incorporação de modernas tecnologias de informação na disseminação de suas pesquisas, oferece ao público um conjunto amplo de alternativas que contribuem para a maximização do uso dos resultados do Censo.

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Brasil Político

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