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1 GEOGRAFIA (AULA 15) GEOGRAFIA DA POPULAÇÃO: PARTE 2 1. CRESCIMENTO POPULACIONAL O crescimento da população de um território pode ocorrer através do fluxo migratório, estudado na aula passada, e através do crescimento vegetativo populacional. O crescimento vegetativo é obtido através dos valores das taxas de natalidade e mortalidade. Ou seja, Crescimento vegetativo é a diferença entre a taxa de natalidade e taxa de mortalidade. FASES DO CRESCIMENTO VEGETATIVO PRIMEIRA FASE = Crescimento lento. Até o fim do século XVIII embora a natalidade, nessa época, fosse elevada, a taxa de mortalidade também era bastante alta, o que explica o baixo índice de crescimento demográfico desse período. Além disso, a expectativa de vida (duração média em anos, da vida humana) também era baixa, pois fatores como as crises de fome, as guerras, as precárias condições higiênico-sanitárias e as epidemias em muito contribuíram para os resultados desse período. Os países desenvolvidos superaram esta fase antes dos subdesenvolvidos, e podemos apontar a revolução Industrial como marco desse período. SEGUNDA FASE = Crescimento Rápido. Caracterizada por elevadas taxas de natalidade e baixas taxas de mortalidade, nessa fase, o sucesso da Revolução Industrial contribuiu para a melhoria das condições higiênico- sanitárias, médico-hospitalares e alimentares. Declarou-se guerra às epidemias, reduzindo a mortalidade de forma gradativa. Entretanto a natalidade permaneceu elevada durante quase todo o século XIX, o que explica o grande crescimento populacional da Europa nesse período. Os países menos desenvolvidos da África, Ásia (sudeste e leste), América Latina e Oceania ainda estão na segunda fase, apresentando grande crescimento populacional, pois a melhoria de suas condições de vida só ocorreu após a Segunda Guerra Mundial. • TERCEIRA FASE = Baixíssimo crescimento. Caracteriza-se pela ocorrência de baixas taxas de natalidade e mortalidade, resultando em baixíssimo crescimento populacional. Atualmente, estão nessa fase os países desenvolvidos e a maior parte deles com taxas de crescimento muito baixas (geralmente inferiores a 1%), nulas e até negativas. Taxa de Natalidade Taxa de Mortalidade Obtemos essa taxa tomando os nascimentos ocorridos durante um ano, multiplicando-se por 1000 e dividindo o resultado pela população absoluta. Obtemos essa taxa tomando os óbitos ocorridos durante um ano, multiplicando-os por 1000 e dividindo o resultado pela população absoluta. CV = TN - TM

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GEOGRAFIA (AULA 15) – GEOGRAFIA DA

POPULAÇÃO: PARTE 2

1. CRESCIMENTO POPULACIONAL O crescimento da população de um território pode ocorrer através do fluxo migratório, estudado na aula passada, e através do crescimento vegetativo populacional. O crescimento vegetativo é obtido através dos valores das taxas de natalidade e mortalidade. Ou seja,

Crescimento vegetativo é a diferença entre a taxa de natalidade e taxa de mortalidade. FASES DO CRESCIMENTO VEGETATIVO • PRIMEIRA FASE = Crescimento lento. Até o fim do século XVIII embora a natalidade, nessa época, fosse elevada, a taxa de mortalidade também era bastante alta, o que explica o baixo índice de crescimento demográfico desse período.

Além disso, a expectativa de vida (duração média em anos, da vida humana) também era baixa, pois fatores como as crises de fome, as guerras, as precárias condições higiênico-sanitárias e as epidemias em muito contribuíram para os resultados desse período. Os países desenvolvidos superaram esta fase antes dos subdesenvolvidos, e podemos apontar a revolução Industrial como marco desse período. • SEGUNDA FASE = Crescimento Rápido. Caracterizada por elevadas taxas de natalidade e baixas taxas de mortalidade, nessa fase, o sucesso da Revolução Industrial contribuiu para a melhoria das condições higiênico-sanitárias, médico-hospitalares e alimentares. Declarou-se guerra às epidemias, reduzindo a mortalidade de forma gradativa.

Entretanto a natalidade permaneceu elevada durante quase todo o século XIX, o que explica o grande crescimento populacional da Europa nesse período. Os países menos desenvolvidos da África, Ásia (sudeste e leste), América Latina e Oceania ainda estão na segunda fase, apresentando grande crescimento populacional, pois a melhoria de suas condições de vida só ocorreu após a Segunda Guerra Mundial. • TERCEIRA FASE = Baixíssimo crescimento. Caracteriza-se pela ocorrência de baixas taxas de natalidade e mortalidade, resultando em baixíssimo crescimento populacional. Atualmente, estão nessa fase os países desenvolvidos e a maior parte deles com taxas de crescimento muito baixas (geralmente inferiores a 1%), nulas e até negativas.

Taxa de

Natalidade

Taxa de

Mortalidade

Obtemos essa taxa tomando os

nascimentos ocorridos durante um ano,

multiplicando-se por 1000 e dividindo o

resultado pela população absoluta.

Obtemos essa taxa tomando os óbitos

ocorridos durante um ano,

multiplicando-os por 1000 e dividindo o

resultado pela população absoluta.

CV = TN - TM

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Nos países desenvolvidos, tem ocorrido uma transformação na estrutura familiar. A taxa de fecundidade é baixa, permanecendo em torno de 1,5 filhos por mulher. Muitos países apresentam taxas inferiores a 2,1 filhos por mulher, mantendo, assim, estabilizado o tamanho de sua população.

Diversos fatores, como a urbanização (exigências da vida urbana), o aumento da escolarização (que pode levar a maior acesso a métodos de planejamento familiar) e a incorporação das mulheres ao mercado de trabalho (acúmulo de trabalho dentro e fora do lar), contribuem para que as mulheres tenham menos filhos.

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• Taxas de Fecundidade e Fertilidade:

Comparação entre a taxa de fecundidade e a taxa de escolaridade feminina (países selecionados)

TAXA DE TAXA DE FERTILIDADE FECUNDIDADE

2. CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA O Brasil está em transição da segunda para a terceira fase do crescimento vegetativo, apresentando taxas de

natalidade e de mortalidade de 20 ‰ (por mil) e de 7 ‰ (por mil), respectivamente, o que resulta em uma taxa de crescimento vegetativo médio de 1,3%. A queda no crescimento vegetativo apresenta também, outras justificativas importantes como:

• Maior custo para criar os filhos; • Acesso a métodos anticoncepcionais; • Mulheres no mercado de trabalho; • Acesso a tratamento médico; • Saneamento básico; • Aborto. Em relação à baixa taxa de mortalidade, isto deve-se em grande parte, à diminuição da mortalidade infantil.

Taxa de mortalidade infantil

Freqüência com que ocorrem os óbitos infantis (menores de um ano) em relação a mil crianças

nascidas vivas dentro de um ano.

Número de mulheres entre

15 e 40 anos em condições

de procriar

Número de filhos por

mulher

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No Brasil, há uma diminuição na taxa de mortalidade infantil, segundo os indicadores. Essa diminuição indica um aumento no percentual de adultos e melhorias na expectativa de vida dos brasileiros, conforme ilustram os gráficos abaixo:

3. ESTRUTURA DA POPULAÇÃO A estrutura da população é avaliada através de três

fatores: Distribuição etária, condição socioeconômica e sua posição no IDH.

Entre 1950 até o final da década de 1980, a classificação mais comum era a que enquadrava os países em 1º, 2º e 3º mundo. Com o fim da guerra fria e uma nova disposição da ordem mundial, tornou-se necessário um novo entendimento para classificar os países. A ONU passa então, a utilizar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para uma classificação dos países, esse índice avalia a qualidade de vida dos países baseando-se nos seguintes critérios:

• Expectativa de vida; • Renda per capita; • Grau de Instrução. O IDH avalia e aplica uma nota que varia de 0 a 1. Assim, Quanto mais próximo à 1, melhor é o IDH de um país

ou região. De acordo com os resultados divulgados pelo PNUD em 2010, a Noruega ocupa o 1º lugar no ranking e o

Zimbábue a última colocação. O Brasil está na 73ª posição e entre os países da América devemos ressaltar: Argentina (46º), Uruguai (52º), México (56º) e Estados Unidos(4º).

IDH – Índice do Desenvolvimento Humano 2010

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4. ESTRUTURA ETÁRIA A população divide-se em: Jovens: 0 a 19 anos; Adultos: 20 a 59 anos e Idosos: 60 anos ou mais. Diferenças nas pirâmides: Base larga X topo estreito: Se a pirâmide apresenta a base larga isso representa uma alta densidade de

natalidade, já seu estreitamento de forma acelerada em direção ao topo é em decorrência da mortalidade. Esta estrutura nos indica que poucas pessoas atingem a velhice.

Seu contorno nos mostra ainda, que há uma predominância de jovens. Com isso, observamos a chamada explosão demográfica, fenômeno comum em países que apresentam uma pirâmide etária nesses moldes.

Base estreita X topo relativamente mais largo: A base mais estreita indica um crescimento reduzido (ou negativo) da população enquanto sua extremidade oposta indica uma maior percentagem de velhos, determinando que há um ótimo padrão de vida naquele país.

Corpo ligeiramente mais largo:

Predominância dos adultos, portanto os ativos. Embora nestes casos o aumento do padrão de vida não seja significativo para a maioria desta população a classe

média, tende a optar por uma menor quantidade de filhos, em busca de melhor qualidade de vida.

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5. PIA, PEA e Economia Informal

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PIA = População em Idade Ativa Compreende a população economicamente ativa e a população não economicamente ativa.

PEA = População Economicamente Ativa

Compreende o potencial de mão-de-obra com que pode contar o setor produtivo, isto é, a população ocupada e a população desocupada, assim definidas:

População ocupada - aquelas pessoas que, num determinado período de referência, trabalharam ou tinham trabalho, mas não trabalharam (por exemplo, pessoas em férias).

População Desocupada - aquelas pessoas que não tinham trabalho, num determinado período de referência, mas estavam dispostas a trabalhar, e que, para isso, tomaram alguma providência efetiva (consultando pessoas, jornais, etc.).

Economia Informal De acordo com a OIT, consiste no conjunto de atividades organizadas em bases não-capitalistas. Abrange o

trabalho realizado por conta própria e as pequenas empresas, onde não há separação entre capital empresarial e patrimônio da família. Na maioria das vezes, os empregados não estão protegidos pelas leis nem pelos diretos sociais.

FONTES: CIA. The world factbook. Country comparison: life expectancy at birth. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2102rank.html> COLÉGIO WEB. Crescimento vegetativo ou natural. Disponível em: <http://www.colegioweb.com.br/geografia/crescimento-vegetativo-ou-natural.html> EDUCACIONAL. População mundial e brasileira. Disponível em: <http://pessoal.educacional.com.br/up/4770001/1306260/t131.asp> FERNANDO NOGUEIRA DA COSTA. Taxa de crescimento demográfico. Disponível em: <http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2010/12/16/taxa-de-crescimento-demografico> GEOFÁCIL. Atividades sobre população e teorias demográficas. Disponível em: <http://geofacil.blogspot.com/2011/01/atividades-sobre-populacao-e-teorias.html> IBGE. Indicadores sociais mínimos. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/conceitos.shtm> IBGE. Síntese dos Indicadores Sociais 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf> PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Ranking do IDH 2010. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=3600&lay=pde> PROFESSOR ARMANDO. Crescimento vegetativo brasileiro. Disponível em: <http://geoarmando.blogspot.com/2010/09/brasil-crescimento-vegetativo-8s-anos.html>

TIBERIOGEO.Estrutura etária. Disponível em: <http://www.tiberiogeo.com.br/index.php?id=46> UNIVERSITÁRIO PRÉ-VESTIBULAR. Apostila de Geografia, 2006.