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GEOGRAFIA DE MATO GROSSO "O mundo é do tamanho que você quiser... Construa-o conforme sua imaginação”. JOÃO ANTONIO PEREIRA

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GEOGRAFIA

DE MATO GROSSO

"O mundo é do tamanho que você quiser...

Construa-o conforme sua imaginação”.

JOÃO ANTONIO PEREIRA

GUIRATINGA-MT, SETEMBRO/2009

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SUMÁRIO

SUMÁRIO...........................................................................................................................................................................2

1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................................3

2. ASPECTOS FÍSICOS....................................................................................................................................................4

2. CLIMA............................................................................................................................................................................5

3. RELEVO.........................................................................................................................................................................5

4. GEOLOGIA:...................................................................................................................................................................8

4.1 PRINCIAIS UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS:..........................................................................................8

4.2 PRINCIPAIS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS :......................................................................................................9

5. HIDROGRAFIA...........................................................................................................................................................10

7. TEMPERATURA.........................................................................................................................................................12

7. ECOLOGIA..................................................................................................................................................................13

8. VEGETAÇÃO..............................................................................................................................................................13

8.1 CERRADO..................................................................................................................................................................14

8.2 PANTANAL................................................................................................................................................................14

8.2.1 PRIMÓRDIOS..........................................................................................................................................................148.2.3 COSTUMES PANTANEIROS.....................................................................................................................................17

Alimentação..............................................................................................................................................................178.2.4 ATIVIDADES ECONÔMICAS....................................................................................................................................18

8.2.6 Fauna...............................................................................................................................................................19

9. IMPACTOS AMBIENTAIS........................................................................................................................................20

10. ECONOMIA.............................................................................................................................................................21

11. MICRORREGIÕES...................................................................................................................................................25

3. DIVISÃO HIDROGRÁFICA DE MATO GROSSO...............................................................................................26

4. DADOS GERAIS:........................................................................................................................................................27

MUNICÍPIOS DE MT.......................................................................................................................................................28

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1. INTRODUÇÃO

A medida que avançamos no século XXI percebemos que as expectativas para o novo século, que era anunciado enquanto portador das soluções para todas as grandes problemáticas da humanidade, vão aos poucos se transformando em frustração e desilusão.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU, 2007), um bilhão de pessoas encontra-se abaixo da linha da pobreza em todo o mundo, o que representa 40% da população para a África Subsaariana. E ainda que de acordo com o relatório anual sobre a fome no planeta, divulgado pela Organização para a Agricultura e Alimentação (FAO, 2007), entidade ligada à ONU, nunca se tenha produzido tanto alimento no mundo, ironicamente a esse cenário, cerca de 826 milhões de pessoas são vítimas da fome em seu estágio mais avançado.

Aproximadamente 10 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade morrem, todos os anos, em sua grande maioria por motivos que poderiam ser evitados, com a implementação de medidas médicas e sanitárias básicas (Unicef, 2006). E o contexto alarmante se desdobra ainda mais.

O desenvolvimento na forma como vem se dando ameaça, em última instância, a própria possibilidade de existência do ser humano em um futuro não muito distante, como nos mostra um relatório compilado pela Universidade das Nações Unidas (ONU, 2007). Ele revela que até 50 milhões de pessoas terão de migrar nos próximos dez anos por causa da desertificação que atinge várias regiões do planeta.

No entanto, olhando para a situação brasileira, mais especificamente, assistimos a uma inserção passiva do país no atual contexto da globalização. Medidas como a liberalização produtiva, comercial, financeira e cambial (Governo Collor, FHC e Lula) caracterizam-se como uma adesão e um enquadramento, quase inconteste, das mais diversas políticas nacionais às exigências impostas pelos principais organismos internacionais no contexto de suas teorizações neoliberais.

Para países periféricos como o Brasil, onde se sabe o projeto fordista-keynesiano não se realizou por completo, tais ajustes dos programas de

governo às políticas neoliberais configuram-se como reflexos perversos à população, uma vez que, por exemplo, o enxugamento dos encargos sociais pode significar a carência quase que completa no que concerne ao oferecimento dos mais diversos serviços básicos, como o fornecimento de água, luz, saúde, educação e habitação.

Entretanto, ao mesmo tempo em que são distintas e facilmente perceptíveis essas questões e as problemáticas socioambientais – como o aquecimento global e o aumento da desigualdade e da fome –, agravadas no mundo todo pela propagação da atual lógica capitalista de produção das espacialidades, poucas e fracamente efetivas são as alternativas percebidas. Sente-se, assim, a falta de ideologias realmente alternativas, uma vez que, as apresentadas, em geral, constituem arremedos, soluções parciais e limitadas para problemáticas isoladas, não apresentando críticas ao modelo como um todo, mas combatendo apenas alguns de seus aspectos.

Desta forma, o fato é que, de acordo com diversos autores como Milton Santos, Maria da Conceição Tavares e Octavio Ianni, nos deparamos com um cenário de manipulação e de controle do acesso à informação, e de um sistema de conjunturas incrivelmente complexas. Todo esse contexto nos impõe uma série de situações coercitivas que nos cercam, nos oprimem e atuam no sentido de conformar ideologicamente os indivíduos a agirem de acordo com uma série de normas impostas. Isso ocorre de tal modo que, ainda que as mais diversas situações desencadeiem

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sentimentos de indignação e de revolta no meio social, as conjunturas impostas pelo que é conclamado nos veículos de comunicação, como uma força invisível e avassaladoramente poderosa (ainda que de caráter condenável e desumano), cria uma situação de confusão diante da falta de alternativas e de distribuição de responsabilidades. Assim, o conformismo termina por se fazer predominante.

Em um mundo cada vez mais complexificado, principalmente pelas ciências e técnicas (sistema técnico) da informação; este passa, também, a ser confusamente percebido, devido aos obstáculos e armadilhas impostas ao entendimento a respeito da desumana lógica funcional do sistema capitalista e da sua nova aparência que se estabelece (SANTOS, 2004).

Assim, concordamos com Santos (2004, p.37) quando esse define o referido processo como “produtor de uma perversidade sistêmica”. Neste contexto, o referido autor discorre sobre estruturas totalitárias tirânicas constituídas por parte do dinheiro e da informação, e nos coloca que a realidade mundial atual é física e moralmente insuportável para uma enorme massa de indivíduos. Desse modo, a História, ao ser feita, não pode continuar acontecendo de maneira que venha agravar ainda mais as carências e piorar as condições.

Nessa perspectiva, é que Mato Grosso se transformou num celeiro de produção de grãos, aquilo que aparentemente poderia soar como solução para o problema da fome vem contribuindo decisivamente com aumento dos problemas ambientais, seja com a destruição do cerrado ou da Amazônia para fins agropastoris, seja com a prospecção mineral.

Precisamos construir alternativas de desenvolvimento menos impactantes, ainda é tempo de rever a relação Homem X natureza, pois as previsões atuais para um futuro próximo são catastróficas baseado, no progresso da humanidade e não da materialidade.

2. ASPECTOS FÍSICOS

De acordo com o IBGE (2005), Mato Grosso tem uma extensão territorial de 903.357,9km2 , com uma população de 2.803.274 habitantes e densidade demográfica de 2,6 hab/km2, Localiza-se na região Centro-oeste do país, sendo o terceiro maior estado em extensão

territorial, suas terras situam-se a oeste do Meridiano de Greenwich e a sul da Linha do Equador, com fuso horário -4 horas em relação a hora mundial GMT e 1 hora em relação a Brasília.

É o único a possuir características dos três biomas: Pantanal, Cerrado e Amazônia. Mato Grosso possui um clima caracteristicamente continental, com duas estações bem-definidas, uma chuvosa e outra seca.

O ponto culminante fica a 1.118m de altitude e se localiza na Serra de Santa

Bárbara., entre os municípios de Pontes e Lacerda e Porto Esperidião, fazendo fronteiras com os estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Pará, Amazonas, Rondônia,Tocantins e um país, a Bolívia.

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2. CLIMA

A grande extensão territorial de Mato Grosso lhe confere uma grande diversidade climática. A estação chuvosa ocorre entre os meses de outubro a março, e a estação seca começa em abril e termina somente em setembro, compreendendo seis tipos de climáticos, a saber:

Clima Tropical Monçoico (AM): Abrange os municípios de Aripuanã, Alta Floresta, Porto dos Gaúchos, Colíder, Luciara e parte dos municípios adjacentes. Este clima apresenta uma temperatura média anual em torno de 25 o C e precipitação pluviométrica anual superior a 2.000 mm. O período de maior incidência de chuvas verifica-se de setembro a março

Clima Tropical de Savana (AW): Ocupa extensa área na região norte do Estado e ainda abrange os municípios de Barra do Garças, Cuiabá, Acorizal, Nobres, Rosário Oeste, Alto Paraguai e municípios circunvizinhos. A precipitação pluviométrica varia de 1.137 mm (Cuiabá) a 2.200mm (Alto Garças), apresentando um período seco de abril a setembro e outro chuvoso de outubro a março. A temperatura média anual das mínimas oscila nos meses de junho e julho, enquanto a média das máximas em agosto e setembro, varia de 25oC a 30oC.

Clima Tropical de Savana com Primavera Quente: Abrange o município de Nortelândia e parte dos municípios de Alto Paraguai, Arenápolis, Barra do Bugres e Diamantino, além dos municípios adjacentes. A temperatura média é de 24 o C, com média anual das mínimas em torno de 20 o C e a das máximas em torno de 30 o C. Recebendo a influência do clima tropical Monçóico, apresenta precipitação pluviométrica anual de 1.700 mm.

Clima Tropical do Pantanal: É o clima da região de mais baixa altitude do Estado, onde estão situados os municípios de Cáceres, Poconé, Nossa Senhora do Livramento, Barão de Melgaço, Santo Antônio do Leverger e parte de Itiquira. As temperaturas médias anuais das máximas e das mínimas situam-se em torno de 32 o C e 20 o C, respectivamente. A precipitação pluviométrica anual gira ao redor de 1.091 mm.

Clima Tropical de Altitude: Este tipo climático compreende os municípios de Dom Aquino, Poxoréo, General Carneiro, Tesouro, Torixoréo e parte dos municípios adjacentes. Apresenta um período quente e úmido nos meses de outubro a março e outro frio e seco, de abril a setembro. A precipitação pluviométrica anual em alguns municípios atinge mais de 2.500 mm, diminuindo no período frio. A média das temperaturas máximas é de 30oC e das mínimas de 17oC.

Clima Tropical com Verão Chuvoso: Enquadram-se nesse tipo de clima os seguintes municípios: Ponte Branca, Alto Garças, Alto Araguaia, Araguainha e parte dos municípios adjacentes.

Devido sua localização geográfica, Mato Grosso também apresenta o clima equatorial na região norte do estado, mas convém destacar que o clima predominante é o Tropical.

3. RELEVO

3.1 PRINCIPAIS UNIDADES:

Altos Planaltos: Os Altos Planaltos formam um conjunto de relevos elevados que se distribuem descontinuamente pelo Estado, localizando-se, todavia, mais contundentemente ao sul, constituindo o divisor com a Bacia do Paraná, caso da Chapada dos Parecis. Essa feição também responde pelos divisores entre as sub-bacias da região, como por exemplo, dos rios Xingu e

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Araguaia. O relevo toma geralmente a forma tabular, em cristais e em colinas, onde aparecem residualmente formas de pontões. A altimetria varia geralmente entre 150 e 400 m., com dissecação em forma de crista e colinas de topo aplainado, mas verificam-se também as chapadas e relevos em forma de mesa, com altitudes que vão de 300 a 800 m. Quanto à drenagem, a rede hídrica comporta vales encaixados, gerando até, em algumas circunstâncias, gargantas fluviais dado o seu maior aprofundamento. Nessa feição, os cursos d’água apresentam em geral regime hidráulico torrencial, dada a maior declividade dos terrenos. Eventualmente aparecem escarpas no contato desse relevo com as áreas rebaixadas circundantes.

Planaltos Rebaixados: Os Planaltos Rebaixados ocupam uma pequena área na extremidade noroeste do Estado, na sub-bacia do Rio Aripuanã. Nessa unidade, o relevo mais comum é o dissecado em interflúvios tabulares, vindo em segundo lugar as colinas que margeiam lagos ou as planícies fluviais. A sua rede de drenagem apresenta pequeno grau de adensamento e pequena densidade de canais. Os vales assumem normalmente a forma de um V, embora possam ser encontrados os do tipo fundo chato. As cotas altimétricas variam ao redor de 200m na porção ocupada no Estado.

Depressões: As Depressões caracterizam-se principalmente pela interpenetração nos Altos Planaltos, de maneira a torná-los isolados em blocos de relevos distintos. Possuem altitudes entre 150 e 200m., sendo aplainadas, conservadas em determinadas partes, enquanto outras são dissecadas em colinas. Essa feição, presente na maior parte do Estado, determina uma alta densidade de canais de drenagem, perenes ou temporários, sendo que a baixa declividade condiciona geralmente regime fluvial aos cursos d’água.

Planícies Fluviais: As Planícies Fluviais abrangem mais notadamente as faixas marginais dos rios Xingu e Araguaia. Essa planície apresenta modificações sucessivas de canais com número significativo de ilhas, caso principalmente do Araguaia. São observadas grandes quantidades de sedimentações lineares marginais aos rios que tomam o aspecto de faixas recurvadas paralelas, entre as quais é comum a presença de lagos alongados. Verificam-se ainda os chamados lagos de várzea, onde a planície assume um aspecto tipicamente lacustrino (Vieira, 1987), com extensas áreas alagadas ou alagadiças. Por essas características, o regime hidráulico mais freqüente dos seus cursos d’água é fluvial.

O Projeto RADAMBRASIL subdividiu o estado em 17 regiões altimétricas, observe:

Planalto Apiacás-Sucurundi - Planalto de relevos de topos predominantemente tabulares, total ou parcialmente conservados, com altitude por volta de 450 m. Esse planalto abrange os municípios de Apiacás, Aripuanã, Cotriguaçu, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde.

Planalto Taquari-Itiquira: Relevo dissecado em formas aguçadas, convexas e planas, com testemunhos de relevos das serras Petrovina e Jibóia. Topos de plano estrutural, seguidos de planos erosivos. Esse planalto abrange os municípios de Alto Taquari, Alto Araguaia, Alto Garças, Araguainha, Barra do Garças, Guiratinga, Itiquira, Pontal do Araguaia, Ponte Branca, Tesouro, Torixoréu.

Planalto Residual Norte: Blocos de relevos separados uns dos outros em extensa superfície rebaixada. Os blocos correspondem à Serra Caiabis e Serra do Cachimbo. Esse planalto residual abrange os municípios de Alta Floresta, Carlinda, Cláudia, Novo Mundo, Colíder, Guarantã do Norte, Itaúba, Juara, Marcelândia, Matupá, Nova Canaã do Norte, Novo Horizonte do Norte, Peixoto de Azevedo, Porto dos Gaúchos, Santa Carmem, Tabaporã, União do Sul, Terra Nova do Norte e Feliz Natal

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Planalto Dissecado do Sul do Pará: Aglomerados de relevos residuais, caracterizados pelo recortamento e descontinuidade espacial. Esse planalto dissecado abrange os municípios de Luciara, Paranatinga, Gaúcha do Norte, Peixoto de Azevedo, Feliz Natal, São Félix do Araguaia e São José do Xingu.

Planalto Parecis: Tabuleiros levemente dissecados. Também extenso conjunto de relevos com dissecação multiforme. A flora dominante é o cerrado. A parte plana mais alta toma a denominação popular de chapadão. Localiza-se entre 600 e 200 m. Esse planalto abrange os municípios de Brasnorte, Campo Novo do Parecis, Campos de Júlio, Comodoro, Sapezal, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Nobres, Nova Maringá, Nova Mutum, Paranatinga, Sorriso, Gaúcha do Norte, Nova Ubiratã, São José do Rio Claro, Tapurah, Vera. Como esboroamento do Planalto Parecis, extensa região lhe é anexa, compreendendo os municípios de Araputanga, Arenápolis, Barra do Bugres, Cáceres, Denise, Figueirópolis d’Oeste, Glória d’Oeste, Indiavaí, Lambari d’Oeste, Nortelândia, Nova Olímpia, Porto Estrela, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Santo Afonso, São José dos Quatro Marcos, Tangará da Serra.

Planalto Residual Alto Guaporé: Feições cuestiformes. Serras de Ricardo Franco, São Vicente, Santa Bárbara, com prolongamentos em forma de cristas. Esse planalto abrange os municípios de Vila Bela da Santíssima Trindade, Nova Lacerda, Pontes e Lacerda, Porto Esperidião e Jauru.

Planalto Guimarães: Litologia desde o Pré-Cambriano até o Cenozóico. Ora relevo de cuestas e chapadas, ora relevos planos convexos e residuais, ora complexos tectônicos, de escarpas alcantiladas, com reverso de rampas indefinidas e interrompidas por relevos residuais de todo plano. Abrange os municípios de Acorizal, Água Boa, Campinápolis, Campo Verde, Canarana, Chapada dos Guimarães, Cuiabá, Dom Aquino, Jaciara, Juscimeira, Nova Brasilândia, Nova Xavantina, Novo São Joaquim, Paranatinga, Poxoréo, Primavera do Leste, Rondonópolis, Rosário Oeste e São Pedro da Cipa.

Depressão Rio Paraguai : Extensas superfícies aplainadas, por vezes em formas pedimentadas. A maior parte é recoberta por sedimentos recentes. Secundariamente ocorrem formas dissecadas de topo plano, convexo e aguçado. Sofre inundações periódicas, tradicionalmente conhecidas como Pantanais. Essa depressão abrange os municípios de Barão de Melgaço, Cáceres, Cuiabá, Itiquira, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Santo Antônio do Leverger e Várzea Grande.

Depressão Interplanáltica Paranatinga: Relevo pouco dissecado de drenagem com fraco entalhamento. Também patamar bastante dissecado. Ocorrem ainda alguns relevos de topo plano de pequena extensão, assim como relevo tabuliforme convexo. Essa depressão abrange os municípios de Chapada dos Guimarães, Nova Brasilândia, Campo Verde, Novo São Joaquim, Paranatinga, Planalto da Serra, Primavera do Leste.

Depressão Guaporé: Compartimentos de superfície plana, com predomínio de pediplanos e também relevos residuais dissecados em formas de topos arredondados e aguçados, quase sempre encostas abruptas. Essa depressão abrange os municípios de Pontes e Lacerda, Nova Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade.

Depressão Araguaia: Superfície rebaixada e suavemente dissecada, com formas predominantemente tabulares e convexas. Essa depressão abrange os municípios de Água Boa, Barra do Garças, Confresa, Luciara, Porto Alegre do Norte, Ribeirão Cascalheira, Santa Terezinha, São Félix do Araguaia e Vila Rica.

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Depressão Periférica Sul do Pará: Predominância de formas dissecadas de topo convexo e relevos residuais. Superfícies planas com altitude em torno de 250 m. Consiste nas partes mais baixas do Planalto Dissecado do Sul do Pará. Essa depressão abrange os municípios do Planalto Dissecado do Sul do Pará.

Depressão Interplanáltica Amazônia Meridional : Vasta planície rebaixada, dissecada, em formas dominantemente convexas, com drenagem de padrão dentrítico, variando a altitude entre 200 a 300 m.

Planícies Alto e Médio Guaporé: Áreas de cumulação, sujeitas a inundações. Sedimento quaternário, de solo laterítico hidromórfico. Essas planícies abrangem o município de Vila Bela da Santíssima Trindade.

Planície e Pantanal Mato-grossense: Extensa superfície de acumulação e inundação. Além do nome tradicional de Pantanais, a região apresenta acidentes denominados popularmente de baía, cordilheira e corixos. Essa planície abrange os municípios de Barão de Melgaço, Cáceres, Itiquira, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Santo Antônio do Leverger e Várzea Grande.

Planície do Bananal: Área de acumulação inundável, com característicos baixos interfluviais e extensa planície fluvial. Essa planície afeta os municípios de Araguaiana, Cocalinho, Luciara, Santa Terezinha, São Félix do Araguaia.

Província Serrana: Sucessão de anticlinais e sinclinais, por vezes fortemente erodidas, com inversão de relevo. Rocha pré-cambriana indiferenciada. Vem a ser a Serra do Tombador, localmente denominada com nomes variados, conforme a região: Vira-Saia, Camarinha, Araras. Essa Província abrange os municípios de Alto Paraguai, Barra do Bugres, Cáceres, Nossa Senhora do Livramento, Rosário Oeste, Nobres.

As serras mais importantes são as seguintes: Serra dos Parecis, Serra Formosa, Serra do Norte, Serra dos Caiabis, Serra dos Apiacás, no norte, Serra do Roncador, no leste

4. GEOLOGIA:

Mato Grosso, em relação a compartimentação geotectônica, abrange o sul do Cráton Amazônico, correspondente a Província Estrutural do Tapajós; a Faixa de Dobramento Paraguai, que é parte da Província Estrutural do Paraná. Algumas bacias preenchidas por sedimentos fanerozóicos ocorrem tanto no interior cratônico como no domínio das faixas de dobramentos, destacando-se, dentre elas, as bacias dos Parecis, aquelas que acolheram os sedimentos cenozóicos do Pantanal mato-grossense, os da Depressão do Araguaia (Ilha do Bananal), os da Depressão do Guaporé (fronteira Brasil-Bolívia) e os de Alto Xingu.

4.1 PRINCIAIS UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS:

Arqueano: O Arqueano correspondente aos tempos anteriores à idade de 2.600 MA. São considerados neste Eon o início do desenvolvimento dos terrenos metamórficos de médio e alto graus, bem como da instalação das seqüências vulcanossedimentares, algumas do tipo greenstone belts e de complexos máfico-ultramáficos intrusivos. São Representantes dessa Era: Complexo Xingu e Goiano e Suíte Intrusiva Rio Alegre.

Proterozóico: O Proterozóico é compreendido entre 2.600 - 570 MA, iniciando-se com a estruturação de grandes cinturões metamórficos sedimentares e/ou vulcânico-sedimentares de baixo a médio grau, peri, inter ou intracratônicos; de cinturões de retrabalhamento ensiálicos

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acompanhados de granitização em ambiente compreensivo; e de complexos magmáticos vulcano-plutônicos de composição ácida. São representantes dessa Era: Proterozóico Médio, Supergrupo Uatumã (Grupo Iriri, Suíte Intrusiva Rio Dourado, Suíte Intrusiva Tarumã, Suíte Intrusiva Teles Pires), Grupo Gorotire, Grupo Beneficente, Formação Mutum-Paraná, Suíte Intrusiva Serra da Providência, Grupo Cubencranquém, Formação Prainha, Grupo Caiabis (Formação Dardanelos, Formação Arinos), Grupo Aguapeí, Suíte Intrusiva Cariquiqui, Alcalinas Canamã, Grupo Serra do Rio Branco, Suíte Intrusiva Rondônia, Proterozóico Superior, Suíte Intrusiva Guaporé, Grupo Cuiabá, Grupo Alto Paraguai (Formação Bauxi, Formação Puga, Formação Araras, Formação Raizama, Formação Sepotuba, Formação Diamantino).

Paleozóico: O período correspondente ao Paleozóico, entre 570-230 MA, abrange rochas graníticas da Suíte Intrusiva São Vicente e Vulcânicas de Mimoso, além de representantes da Bacia Sedimentar do Paraná e Sedimentos da Formação Jauru. São representantes dessa Era: Suíte Intrusiva São Vicente, Vulcânicas do Mimoso, Bacia Sedimentar do Paraná, Grupo Paraná (Formação Ponta Grossa), Supergrupo Tubarão (Grupo Itararé, Grupo Guatá, Grupo Passa-Dois), Grupo Pimenta Bueno, Formação Jauru.

Mesozóico: Após a derradeira incursão marinha na Plataforma Sul-Americana, iniciaram-se, no final do Paleozóico e início do Mesozóico, os processos que conduziram à abertura do Oceano Atlântico e conseqüente separação dos continentes americano e africano, fato ocorrido no Mesozóico. Como reflexo disto, o protocontinente americano viria a passar por um importante episódio de reativação que causou intensa tafrogenia acompanhada de atividade magmática e sedimentação. Este episódio (Reativação Wealdeniana ou Sul-Atlantiana) teria, como primeira conseqüência, o aquecimento do clima, causando o aparecimento de ambientes desérticos com alguma contribuição fluvial e lacustre. São Representantes dessa Era: Bacia do Paraná, Grupo São Bento (Formação Pirambóia, Formação Botucatu, Formação Serra Geral), Grupo Iporá, Grupo Bauru, Bacia dos Parecis (Formação Tapirapuã, Grupo Parecis - Formação Salto das Nuvens e Formação Utiariti), Intrusiva Ponta do Morro.

Cenozóico: Os terrenos cenozóicos apresentam uma posição de destaque em Mato Grosso, ocupando as grandes depressões do Guaporé, do Alto Paraguai e do Araguaia. Recobrem extensos platôs em planaltos sedimentares como o dos Parecis e se espalham ao longo dos vales definidos pela atual rede de drenagem. A maioria deles é formada por depósitos de origem continental, mostrando características de diversas fáceis sedimentares, que registram uma história geológica complexa, onde se sucederam eventos relacionados a movimentos epirogenéticos e eustáticos, mudanças climáticas e interferências tectônicas. São Representantes dessa Era: Coberturas Detrito-Lateríticas Neogênicas, Coberturas Detríticas e Lateríticas Pleistocênicas, Formação Pantanal, Formação Guaporé, Formação Bananal, Aluviões Atuais

4.2 PRINCIPAIS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS :

A compartimentação geotectônica de Mato Grosso abrange, em sua maior distribuição territorial, o segmento sul do Cráton Amazônico, que compreende a Província Estrutural do Tapajós; seguido da Faixa de Dobramentos Paraguai, que compreende a Província Estrutural do Tocantins e, finalmente, a Bacia do Paraná, que corresponde à Província Estrutural do Paraná. Cada Província apresenta um estilo estrutural característico e próprio de sua evolução geológica, em resposta às diversas fases ou etapas de movimentações a que esta vasta região foi submetida. As Principais Estruturas Geológicas de Mato Grosso são: Porção Sul do Cráton Amazônico/Província Estrutural do Tapajós, Feições Lineagênicas: Representam estas feições os lineamentos Madeira-Quatorze de Abril, São João da Barra-Teles Pires, Arinos-Aripuanã etc, e as falhas do Canamã, São João da Barra, Cristalino, Tenente Marques-Eugênia, Rio Vermelho, entre outras.Altos e Baixos

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Estruturais (representam esse tipo de estrutura o Graben do Cachimbo, o Alto Estrutural Juruena-Teles Pires, o Graben dos Caiabis, o Alto Estrutural Eugênia-Arinos, o Sinclinal São Pedro, o Graben da Serra Formosa, o Sinclinal do Ariranha).

Faixa de Dobramentos Paraguai/Província Estrutural do Tocantins: Esta faixa ocupa a porção centro-meridional de Mato Grosso, onde se encontra a Faixa de Dobramentos Paraguai que, durante o Proterozóico Superior, se desenvolveu na borda sul do Cráton Amazônico, e no sul do Estado encontra-se oculta sob os sedimentos das bacias do Paraná e do Pantanal e, ao norte, pelos sedimentos do Grupo Parecis e coberturas neogênicas. Brasilides Metamórficas (compreenderia as rochas mais antigas da faixa sedimentar, apresentando ainda rochas vulcânicas, assim como intrusões graníticas e granodioríticas com materiais subvulcânicos, localmente associados, ocorrendo em várias escalas. Podem alcançar dezenas de quilômetros de extensão, assim como grandes falhas inversas ou de empurrão que os afetam). Brasilides não Metamórficas (seu desenvolvimento foi contíguo à borda cratônica. Devido à natureza pelítica, psamítica e dolomítica das unidades que a compõem, somados aos efeitos dos dobramentos lineares e falhamentos longitudinais que as afetaram, apresentam cordões serranos por dezenas de quilômetros de extensão. A largura da faixa dobrada varia de 20 a 50 quilômetros e sua extensão se alonga por aproximadamente 300 quilômetros).

Bacia do Paraná/Província Estrutural do Paraná: Constituindo-se numa terminação NW da Bacia intracratônica do Paraná, na área em apreço, os esforços que aí atuaram são atribuídos a movimentos epirogenéticos ascendentes e descendentes, de amplitudes diversas, responsáveis por uma tectônica rígida distensiva, que originou blocos altos e baixos ao longo dos falhamentos, além de estruturas flexurais caracterizadas por domos e arcos, responsáveis pela perturbação da feição estrutural monoclinal original que a bacia apresenta.

Estruturas Flexurais (a nordeste de Cuiabá configura-se uma importante unidade geomorfológica, representada pela Chapada ou Planalto dos Guimarães, que se alonga numa direção geral E-W por mais de 200 quilômetros. As rochas aí presentes permitem um modelado com relevo cuestiforme, cuja frente está voltada para a Depressão Cuiabana. Outra notável estrutura de conformação circular é o Domo de Araguainha, que ocupa uma área de aproximadamente 1.300 km2, no Planalto dos Guimarães, seccionada pelo Rio Araguaia).Estruturas Lineagênicas (as Estruturas Lineagênicas são caracterizadas por inúmeros falhamentos, predominantemente de caráter normal. Destacam-se as falhas Jaciara - Serra Grande e Poxoréo. Outros falhamentos expressivos compreendem a Falha do Diamantino, Falha da Fazenda Formoso além de outros).

5. HIDROGRAFIA

O maior divisor de águas da América do Sul está em Mato Grosso. Estende-se no sentido oeste-leste, separando as bacias fluviais opostas, vertentes umas para o norte e outras para o sul. Toda a extensa rede hidrográfica que serve o estado de Mato Grosso, abrange grande parte das duas maiores bacias hidrográficas do Brasil - Amazônica e Platina, cujas águas se acham separadas pela Chapada dos Parecis e pela Serra Azul. Destaca-se a Bacia do Tocantins, na qual o tributário mais importante, em terras

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mato-grossenses é o Rio Araguaia. Cumprem desta forma, as chapadas mato-grossenses, o papel de divisor entre estas bacias hidrográficas.

Esse divisor de águas tem início no emaranhado de cabeceiras dos rios Guaporé, Jauru e Juruena, indo até as cabeceiras dos rios Teles Pires, Xingu e Cuiabá. O divisor então declina para sudeste, até alcançar o emaranhado das cabeceiras dos rios Araguaia e Taquari, nas imediações das divisas de Mato Grosso do Sul e Goiás. Em alguns pontos ocorrem as águas emendadas, denominação popular do estrangulamento do divisor, em que um banhado, de um lado dá origem a rios vertentes para o norte e por outro, a vertente para o sul. Saiba mais sobre as principais bacias que banham o Estado: 

5.1 BACIA AMAZÔNICA:

Os rios mato-grossenses que integram a Bacia Amazônica drenam a porção norte do Estado. O escoamento desses rios se faz com rapidez à medida que se dirigem para a Planície Amazônica.

São rios cortados frequentemente por blocos de rochas sedimentares à erosão, esses rios ao distenderem-se suavemente sobre as superfícies pouco inclinadas do Planalto dos Parecis e das Depressões da Amazônia Meridional, apresentam seus cursos sulcados por grande número de cachoeiras e corredeiras.

Encontra-se no Rio Xingu a Cachoeira Von Martius, assim como as corredeiras das Pedras e Paz. A drenagem dessa bacia, como a das outras da vertente amazônica, obedece a um padrão geral dentrítico.

O Rio Teles Pires nasce na Serra Azul, deslocando-se para o norte. Em seu curso destacam-se as cachoeiras denominadas: 5 de Maio e 13 de Maio. As nascentes do Rio Juruena estão na Chapada dos Parecis, também se dirigem paralelamente ao Teles Pires, indo à região norte. Juntos, o Juruena e Teles Pires cunham um delta, formando um dos mais importantes rios do Brasil, o Tapajós, em uma das mais profícuas regiões auríferas do Continente.

5.2 BACIA TOCANTINS-ARAGUAIA

O Rio Araguaia juntamente com o Tocantins forma uma das maiores bacias hidrográficas do Brasil, com área de 812.694 km2, drenando importantes regiões agrícolas e pastoris. Também é rio de planície, mas devido às características geológicas da área, apresenta um perfil dividido em seções onde alternam trechos suaves interrompidos por rápidos e corredeiras.

O Araguaia tem suas nascentes no extremo sul mato-grossense, na Serra do Caiapó, a cerca de 850 metros de altitude e ao se dirigir ao norte, serve de limite interestadual entre os Estados de Mato Grosso e Goiás. Possui extensão de mais ou menos 2.115 quilômetros e entre seus principais afluentes destacam-se os rios das Mortes e Garças. Em seu trajeto o Araguaia corre paralelamente ao Tocantins, ao qual vai se juntar na região do município de São João do Araguaia, no extremo norte do Estado de Tocantins. O curso do Rio Araguaia divide-se em três tópicos, a saber:

Alto Araguaia: seu curso compreende desde sua nascente até Registro do Araguaia, com desnível de aproximadamente 570 m., em 450 km percorridos.

Médio Araguaia: de Registro do Araguaia até a região de Santa Isabel do Araguaia, quando foram percorridos 1.505 km, apresentando desnível de 185 m. Baixo Araguaia: vai de Santa Isabel do Araguaia até a confluência com o Tocantins, numa extensão de 160 km e com

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desnível de apenas 11 m.

5.3 BACIA PLATINA (Rios Paraná e Paraguai):

A influência do relevo na hidrografia, lembrando-se dos rios que somem, nas formações calcáreas, a exemplo do Rio Itiquira e outros na Bacia Platina figura a rede do Rio Paraguai, drenando a porção sul e sudoeste do Estado. Os rios integrantes deste sistema caracterizam-se por possuir escoamento lento, correndo sobre aluviões recentes e sofrendo constantes divagações. O Rio Paraguai é navegável em todo o seu curso e os seus principais afluentes são os rios Jauru, Cabaçal, Sepotuba, Cuiabá e tributários da planície pantaneira.

O Rio Paraguai percorre uma extensão de 2.621 km, sendo 1.693 km em território brasileiro. Por tradição, neste percurso, existem quatro longos trechos com características totalmente diferentes, a saber: - Paraguai Superior, Alto Paraguai (MT - MS), Médio Paraguai e Paraguai Inferior. O Paraguai Superior corresponde a zona das nascentes ou das serras e, sendo assim caracteriza-se por apresentar um curso mais tormentoso, com diversas corredeiras. Por isto o Alto Paraguai corresponde ao trecho em que o rio desenvolve o seu curso através da imensa bacia de recepção. Num total de 1.262 km, desde a confluência do Rio Jauru até o Rio Apa, o desnível apresentado nesta extensa planície é de apenas 32 metros, com máximo de 125 e mínimo de 83 metros. Bastante fraco, em vista da extensa área perlustrada pelo histórico rio. Os cursos d’água que se desenvolvem sobre as planícies têm muita importância, em função de seu aproveitamento sócio-econômico. Por outro lado, é importante ressaltar.

6. PLUVIOSIDADE

Mato Grosso recebe um total pluviométrico médio anual entre 2.700 e 1.200 mm, estando sua distribuição espacial ligada à posição geográfica da região, em face dos sistemas regionais da circulação atmosférica e também dos aspectos orográficos. Os totais anuais de chuva diminuem de Norte-Noroeste em direção ao Sul-Sudoeste. O trecho Norte, incluído na Bacia Amazônica, concentra os maiores totais, enquanto em direção ao Pantanal, a diminuição é gradual, caindo até os 1.200 mm. Esta diminuição também se evidencia em direção ao Leste do Estado, onde os totais anuais variam ente os 2.000 e os 1.500 mm. A distribuição dessas chuvas no decorrer do ano evidencia o caráter tropical da área, com duas estações bem definidas, uma seca e outra chuvosa. Esse caráter é mais nítido na metade Sul do Estado, em que se alternam um período seco, de inverno-primavera e um período chuvoso, de verão-outono, que concentra cerca de 70% dos totais de chuva. Na metade Norte, o período seco diminui gradualmente, atingindo dois meses (junho-julho) no extremo NW do Estado.

7. TEMPERATURA

O comportamento da temperatura em Mato Grosso decorre de fatores geográficos (continentalidade, latitude e relevo) e dinâmicos (circulação atmosférica). A distância da costa brasileira, impedindo a influência moderadora do oceano, condiciona a ocorrência de altas temperaturas, além de fortes amplitudes térmicas anuais. A elevação da altitude, associada ao aumento da latitude, é responsável pelo decréscimo da temperatura nos trechos mais elevados das chapadas. A temperatura média anual no Estado varia de 27°C, ao Norte, a 20°C nos morros isolados e mais elevados ao Sul. Observa-se que de Leste para Oeste ocorre também um aumento térmico médio anual, explicado pelo decréscimo altimétrico em direção à Baixada do Pantanal.

No período da primavera-verão as temperaturas permanecem elevadas particularmente na primavera, quando o período chuvoso ainda não se iniciou. Setembro é, em geral, o mês mais quente, com média atingindo os 28°C- 26°C ao Norte e 26°C-24°C ao Sul.

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A partir do outono, as temperaturas decaem, chegando ao mínimo no inverno, sendo os meses de junho e julho os mais frios. Mesmo no período mais quente, ocorrem resfriamentos significativos, possivelmente graças à influência de Frente Polar Atlântica. As amplitudes térmicas diárias são elevadas, especialmente na época mais fria e seca, em virtude da existência de uma menor quantidade de vapor d’água na atmosfera, possibilitando uma maior insolação durante o dia e radiação terrestre mais intensa à noite. No período quente e úmido, a elevada porcentagem de vapor de água na atmosfera, aliada à maior nebulosidade, possibilita um certo equilíbrio térmico, impedindo a ocorrência de grandes mudanças térmicas numa mesma massa de ar.

7. ECOLOGIA

São as seguintes unidades de conservação a nível federal localizadas em Mato Grosso:

Parque Nacional do Pantanal Matogrossense Parque Nacional da Chapada dos Guimarães Estação Ecológica de Taiamã Estação Ecológica da Serra das Araras Área de Preservação Ambiental Meandros do Araguaia

8. VEGETAÇÃO

Mato Grosso, rico em biodiversidade, é o único estado da federação a possuir três ecossistemas distintos.

A Amazônia é o ecossistema de maior diversidade biológica do mundo, representando a mais extensa floresta tropical existente. É também o maior bioma brasileiro, sendo que de seus aproximadamente 5,5 milhões de km² de extensão, em torno de 3,3 milhões de km², estão em território brasileiro, e desses, pelo menos 550 mil km² estão dentro do estado de Mato Grosso.

Embora a região fosse, tradicionalmente, vista como um bioma relativamente homogêneo, reconhece-se hoje tratar-se de um mosaico de distintos ecossistemas que abrigam comunidades bastante heterogêneas, tanto em composição quanto em diversidade (Prance & Love Joy, 1985).

A fauna é caracterizada, em sua maioria, por formas florestais com adaptações típicas. Os primatas, aves, anfíbios e peixes atingem na Amazônia a sua maior diversificação taxonômica dentro do continente americano. Devido a sua grande área de superfície, a Amazônia ainda possui vastas extensões cobertas por floresta tropical úmida. É uma floresta tropical fechada, formada em boa parte por árvores de grande porte, situando-se próximas uma das outras (floresta fechada).

O solo desta floresta não é muito rico, pois possui apenas uma fina camada de nutrientes. Esta é formada pela decomposição de folhas, frutos e animais mortos. Este rico húmus é matéria essencial para as milhares de espécies de plantas e árvores que se desenvolvem nesta região. Outra característica importante da floresta amazônica é o perfeito equilíbrio do ecossistema. Tudo que ela produz é aproveitado de forma eficiente. A grande quantidade de chuvas na região também colabora para o seu perfeito desenvolvimento.

Os rios são repletos de diversas espécies de peixes Como as árvores crescem muito juntas uma das outras, as espécies de vegetação rasteira estão presentes em pouca quantidade na floresta. Isto ocorre, pois com a chegada de poucos raios solares ao solo, este tipo de vegetação não consegue se desenvolver. O mesmo vale para os animais. A grande maioria das espécies desta floresta vive nas árvores e são de pequeno e médio porte. Podemos citar como exemplos de animais típicos da floresta amazônica: macacos, cobras, marsupiais, tucanos, pica-paus, roedores, morcegos

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entre outros. Os rios que cortam a floresta amazônica (rio amazonas e seus afluentes) são repletos de diversas espécies de peixes. O clima que encontramos na região desta floresta é o equatorial, pois ela está situada próxima à linha do equador. Neste tipo de clima, as temperaturas são elevadas e o índice pluviométrico (quantidade de chuvas) também. Num dia típico na floresta amazônica, podemos encontrar muito calor durante o dia com chuvas fortes no final da tarde.

8.1 CERRADO

O Cerrado é a segunda maior formação vegetal brasileira e originalmente ocupava uma área de quase dois milhões de km², sendo que hoje ocupa cerca apenas 20% do total. Em Mato Grosso a área ocupada por este bioma é de aproximadamente 300 mil km², o equivalente a 34% do território estadual. Característico de regiões tropicais, o Cerrado apresenta duas estações bem definidas: verão chuvoso e inverno seco. Em pelo menos 2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca que prolonga-se por cinco a seis meses.

Por ter deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, típico solo de savana tropical, abriga plantas de aparência seca e árvores de troncos retorcidos e curvados com folhas grossas e esparsas. Estas árvores e plantas vivem em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas não muito altas. Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m.

Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti.

A flora do Cerrado é uma das mais diversas do mundo, possuindo alto grau de endemismo e riqueza de espécies. Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos habitem o Cerrado. Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na região favorece sua biodiversidade.

8.2 PANTANAL

O Complexo do Pantanal, ou simplesmente Pantanal, é um bioma constituído principalmente por savana estépica alagada em sua maior parte com 250 mil km² de extensão, altitude média de 100 metros [1], situado no sul de Mato Grosso e no noroeste de Mato Grosso do Sul, ambos Estados do Brasil, além de também englobar o norte do Paraguai e leste da Bolívia (que é chamado de chaco boliviano), considerado pela UNESCO Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera. O nome complexo vem do fato de a região ter mais de um Pantanal dentro de si. Em que pese o nome, há um reduzido número de áreas pantanosas na região pantaneira.

8.2.1 Primórdios

A origem do Pantanal é resultado da separação do oceano há milhões de anos. Animais que estão presentes no mar também existem no pantanal, formando o que se pode chamar de mar interior. Atraído pela existência de pedras e metais preciosos (que eram usados por indígenas, que já povoavam a região, como adornos), entre eles o ouro. O português Aleixo Garcia, em 1524, acabou sendo o primeiro a visitar o território, que alcançou o rio Paraguai através do rio Miranda, atingindo

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a região onde hoje está a cidade de Corumbá. Nos anos de 1537 e 1538, o espanhol Juan Ayolas e seu acompanhante Domingos Martínez de Irala seguiram pelo rio Paraguai e denominaram Puerto de los Reyes à lagoa Gayva. Por volta de 1542-1543, Álvaro Nunes Cabeza de Vaca (espanhol e aventureiro) também passou por aqui para seguir para o Peru. Entre 1878 e 1930, a cidade de Corumbá (situada dentro do Pantanal) torna-se o principal eixo comercial e fluvial do estado de Mato Grosso, depois acaba perdendo sua importância para as cidades de Cuiabá e Campo Grande, iniciando assim um período de decadência econômica.

O incentivo dado pelos governos a partir da década de 1960 para desenvolver a região Centro-Oeste através da implantação de projetos agropecuários trouxe muitas alterações nos ambientes do cerrado, ameaçando a sua biodiversidade. Preocupada com a conservação do Pantanal, a Embrapa instalou, em 1975, em Corumbá, uma unidade de pesquisa para a região, com o objetivo de adaptar, desenvolver e transferir tecnologias para o uso sustentado dos seus recursos naturais. As pesquisas se iniciaram com a pecuária bovina, principal atividade econômica, e hoje, além da pecuária, abrange as mais diversas áreas, como recursos vegetais, pesqueiros, faunísticos, hídricos, climatologia, solos, avaliação dos impactos causados pelas atividades humanas e sócio-economia. Nos últimos anos houve investimentos maciços no setor do ecoturismo, com diversas pousadas pantaneiras praticando esta modalidade de turismo sustentável.

8.2.2 Generalidades

O Pantanal é uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta e está localizado no centro da América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai. Sua área é de 138.183 km², com 65% de seu território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso. A região é uma planície pluvial influenciada por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai, onde se desenvolve uma fauna e flora de rara beleza e abundância, influenciada por quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Chaco e Mata Atlântica.

O rio Paraguai e seus afluentes percorrem o Pantanal, formando extensas áreas inundadas que servem de abrigo para muitos peixes, como o pintado, o dourado, o pacu, e também para outros animais, como os jacarés, as capivaras e ariranhas, entre outras espécies. Muitos animais ameaçados de extinção em outras partes do Brasil ainda possuem populações vigorosas na região pantaneira, como o cervo-do-pantanal, a capivara, o tuiuiú e o jacaré.

Devido a baixa declividade desta planície no sentido norte-sul e leste-oeste, a água que cai nas cabeceiras do rio Paraguai, chega a gastar quatro meses ou mais para atravessar todo o Pantanal. Os ecossistemas são caracterizados por cerrados e cerradões sem alagamento periódico, campos inundáveis e ambientes aquáticos, como lagoas de água doce ou salobra, rios, vazantes e corixos.

O clima é quente e úmido, no verão, e embora seja relativamente mais frio no inverno, continua apresentando grande umidade do ar devido à evapotranspiração associada à aguá acumulada no solo no horizonte das raízes durante o período de cheia. A maior parte dos solos do Pantanal é arenosa e suporta pastagens nativas utilizadas pelos herbívoros nativos e pelo gado bovino, introduzido pelos colonizadores da região. Uma parcela pequena da pastagem original foi substituída por forrageiras exóticas, como a Braquiária (4.5% em 2006) [2]. O balanço de energia superficial (i.e., a troca de energia entre a superfície e a atmosfera) é muito influenciada pela presença de láminas de água que cobrem parcialmente o terreno a cada verão, e as características particulares dos balanços hídrico e de energia acabam por influir no desenvolvimento da Camada Limite Atmosférica regional.

Preocupada com a conservação do Pantanal a Embrapa instalou, em 1975, em Corumbá, uma unidade de pesquisa para a região, com o objetivo de adaptar, desenvolver e transferir

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tecnologias para o uso sustentado dos seus recursos naturais. As pesquisas se iniciaram com a pecuária bovina, principal atividade econômica e, hoje, além da pecuária, abrange as mais diversas áreas, como recursos vegetais, pesqueiros, faunísticos e hídricos, climatologia, solos, avaliação dos impactos causados pelas atividades humanas e sócio-economia.

A Planície do Pantanal possui aproximadamente 230 mil km², medida estimada pelos estudiosos que explicam que dificilmente pode ser estabelecido um cálculo exato de suas dimensões, por em vários pontos ser muito difícil estabelecer onde começa e onde termina o Pantanal e as regiões que o circundam, além de a cada fechamento de ciclo de estações de seca e de águas o Pantanal se modifica.

Sua área é de 138.183 km² (64,64% em Mato Grosso do Sul e 35,36% em Mato Grosso (J. S. V. SILVA et al, 1998)). Considerada uma das maiores planícies de sedimentação do planeta, o Pantanal estende-se pela Bolívia e Paraguai, países em que recebe outras denominações, sendo Chaco a mais conhecida.

Sua constituição, única no planeta, é resultado da separação do oceano há milhões de anos, formando o que se pode chamar de mar interior. A planície é levemente ondulada, pontilhada por raras elevações isoladas, geralmente chamadas de serras e morros, e rica em depressões rasas. Seus limites são marcados por variados sistemas de elevações como chapadas, serras e maciços, e é cortada por grande quantidade de rios dos mais variados portes, todos pertencentes à Bacia do Rio Paraguai — os principais são os rios Cuiabá, Piquiri, São Lourenço, Taquari, Aquidauana, Miranda e Apa. O Pantanal é circundado, do lado brasileiro (norte, leste e sudeste) por terrenos de altitude entre 600 e 700 metros; estende-se a oeste até os contrafortes da cordilheira dos Andes e se prolonga ao sul pelas planícies pampeanas centrais.

O Pantanal vive sob o desígnio das águas: ali, a chuva divide a vida em dois períodos bem distintos. Durante os meses da seca — de maio a outubro, aproximadamente — , a paisagem sofre mudanças radicais: no baixar das águas, são descoberto campos, bancos de areia, ilhas e os rios retomam seus leitos naturais, mas nem sempre seguindo o curso do período anterior. As águas escorrem pelas depressões do terreno, formando os corixos (canais que ligam as águas de baías, lagoas, alagados etc. com os rios próximos).

Nos campos extensos cobertos predominantemente por gramíneas e vegetação de cerrado, a água de superfície chega a escassear, restringindo-se aos rios perenes, com leito definido, a grandes lagoas próximas a esses rios, chamadas de baías, e a algumas lagoas menores e banhados em áreas mais baixas da planície. Em muitos locais, torna-se necessário recorrer a águas subterrâneas, do lençol freático ou aqüíferos, utilizando se bombas manuais e ou tocadas por moinhos de vento para garantir o fornecimento às moradias e bebedouros de animais domésticos.

As primeiras chuvas da estação caem sobre um solo seco e poroso e são facilmente absorvidas. De novembro a abril as chuvas caem torrenciais nas cabeceiras dos rios da Bacia do Paraguai, ao norte. Com o constante umedecimento da terra, a planície rapidamente se torna verde devido à rebrotação de inúmeras espécies resistentes à falta d'água dos meses precedentes. Esse grande aumento periódico da rede hídrica no Pantanal, a baixa declividade da planície e a dificuldade de escoamento das águas pelo alagamento do solo, são responsáveis por inundações nas áreas mais baixas, formando baías de centenas de quilômetros quadrados, o que confere à região um aspecto de imenso mar interior.

O aguaceiro eleva o nível das baías permanentes, cria outras, transborda os rios e alaga os campos no entorno, e morros isolados sobressaem como verdadeiras ilhas cobertas de vegetação — agrupamentos dessas ilhas são chamados de cordilheiras pelos pantaneiros — nas ilhas e

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cordilheiras os animais se refugiam à procura de abrigo contra a subida das águas.

Nessa época torna-se difícil viajar pelo Pantanal pois muitas estradas ficam alagadas e intransitáveis. O transporte de gente, animais e de mercadorias só pode ser feito no lombo de animais de carga e embarcações — muitas propriedades rurais e povoações (também conhecidas como corrutelas) localizadas em áreas baixas ficam isoladas dos centros de abastecimento e o acesso a elas, muitas vezes, só pode ser feito por barco ou avião.

Com a subida das águas, grande quantidade de matéria orgânica é carregada pela correnteza e transportada a distâncias consideráveis. Representados, principalmente, por massas de vegetação flutuante e marginal e por animais mortos na enchente, esses restos, durante a vazante, são depositados nas margens e praias dos rios, lagoas e banhados e, após rápida decomposição, passam a constituir o elemento fertilizador do solo, capaz de garantir a enorme diversidade de tipos vegetais lá existente.

Por entre a vegetação variada encontram-se inúmeras espécies de animais, adaptados a essa região de aspectos tão contraditórios. Essa imensa variedade de vida, traduzida em constante movimento de formas, cores e sons é um dos mais belos espetáculos da Terra. Por causa dessa alternância entre períodos secos e úmidos, a paisagem pantaneira nunca é a mesma, mudando todos os anos: leitos dos rios mudam seus traçados; as grandes baías alteram seus desenhos.

8.2.3 Costumes Pantaneiros

Alimentação

O pantaneiro tem hábito de acordar muito cedo, para as lidas dos seus afazeres, como por exemplo: a lidade dos seus animais na grande planície da sua região. No seu alimento matutino, logo na manhã antes de ir a lida, tem o hábito de se alimentar muito bem. Esse hábito tem o nome de quebra-torto, que é praticamente um café reforçado, com pão, arroz com carne sêca, café e outras delícias proporcionadas pela vasta planície.

O Tereré Herdado da tradição guarani, o Tereré é uma bebida servida em cuia, com erva-mate e água gelada. É bastante consumido pelos pantaneiros, principalmente antes do meio dia, depois da realização do trabalho matutino. Também se toma o tereré a tarde e antes da noite, quase sempre em rodas de conversas entre famílias, peões ou amigos. Esse costume também chegou nas cidades pantaneiras, locais onde as pessoas se reúnem nas calçadas para “jogar uma conversa fora” e se refrescar com a bebida. Em outras regiões, como no Oeste do Paraná, ele é tomado com refrigerante, mas o tereré original é composto apenas por erva-mate e água natural.

O sarrabulho é uma unanimidade em Corumbá é um prato de alto teor calórico que poucos sabem preparar. O prato é de origem portuguesa e tornou-se popular no Nordeste e também em Corumbá. No norte de Portugal é preparado com miúdos de porco ou cabrito. Aqui, talvez pela atividade pecuária e abundância do produto, se fez a opção pela carne de bovinos, deve ser servido com arroz branco e mandioca cozida. Ingredientes para o preparo: fígado, rins, coração e carne moida.

Urucum é uma semente de coloração avermelhada, que vem do tupi uru-ku, significa vermelho, conhecida popularmente por Urucum, urucu, açafroa, colorau, nome cientifico, da família botânica Bixáceas, serve como tempero e corante de alimentos. É muito utilizado na culinária pantaneira em preparos de peixes, jacarés e caldo de piranha, os índios sempre usaram para pintar o corpo em suas comemorações festivas e com isso, se defender contra picadas dos mosquitos.

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Jacarés são répteis bem adaptados ao meio ambiente e dominam ainda hoje muitos habitats. Ao contrário do que se pensa o jacaré não é lento, se for melindrado ou estiver preste a dar o bote, adquire velocidade impressionante. Dentro da água, seu ataque é geralmente mortal, já que é um exímio nadador. Os jacarés do Pantanal são diferentes dos da Amazônia. O do Pantanal mede até 2,5m e se alimenta de peixes e é quase inofensivo ao homem. Enquanto o da Amazônia é um pouco maior (quase 6 metros) e ataca quando ameaçado. Sua carne é comestível, a parte mais nobre do corpo do animal que é aproveitada é o rabo. É uma carne branca e consistente. Lembra muito a carne de frango, mas tem um leve sabor de carne de peixe de água doce. Pode ser servida frita ou ensopada como os peixes.

• Caldo de piranha Pantaneiro As piranhas são um grupo de peixes carnívoros de água doce que habitam alguns rios do pantanal e demais regiões brasileiras, existem 3 espécies de piranha no Pantanal e elas podem ser perigosas. Por isso, em local onde se costuma limpar peixes não é aconselhável mergulhar, pois ela poderá mordê-lo por engano. A piranha também pode morder depois de morta. Seus dentes afiados podem cortar carne e até osso num movimento brusco. Na região do Pantanal sua carne é utilizada para se fazer o famoso Caldo de Piranha. Como preparar o caldo: Limpe as piranhas, deixe-as com a cabeça e tempere-as com o limão, a cebola, o alho, o cheiro-verde, o sal e a pimenta. Deixe repousar por 1 h. Esquente o óleo, frite as piranhas por alguns minutos com todos os temperos, adicione o pimentão e o tomate, junte o extrato de tomate e a água, tampe a panela e deixe ferver. Após 1 h , verifique se o tempero está bom. Coe numa peneira grossa e sirva.

O arroz carreteiro é uma comida muito conhecida no estado de Mato Grosso do sul e na região do Pantanal, e foi herdado de peões vindos do sul do pais, onde o Arroz de Carreteiro é tão típico como o churrasco. Em Mato Grosso ele é servido acompanhado de banana frita. O carreteiro é uma refeição feita geralmente nas estradas e acampamentos por peões que levam o gado de uma região para outra permanecendo muitas vezes vários dias fora de casa e levam em suas bagagens a carne de sol ou resto de churrasco onde depois de picar essa carne a preparam com arroz e tempero a gosto, alguns carreteiros (motoristas de caminhões) também têm o costume de fazer o arroz carreteiro por ser uma refeição de fácil preparo nas estradas.

8.2.4 Atividades econômicas

As principais atividades econômicas do Pantanal estão ligadas à criação de gado bovino, que é facilitada pelos pastos naturais e pela água levemente salgada da região, ideal para esses animais. Para peões, fazendeiros e coureiros, o cavalo é um dos principais meios de transporte. Os pescadores, que buscam nos rios sua fonte de sustento e alimentação. Há também, uma pequena população indígena ribeirinha.

Entre os problemas ambientais do Pantanal estão o desequilíbrio ecológico provocado pela pecuária extensiva, pelo desmatamento para produção de carvão com destruição da vegetação nativa; a pesca e a caça predatórias de muitas espécies de peixes e do jacaré; o garimpo de ouro e pedras preciosas, que gera erosão, assoreamento e contaminação das águas dos rios Paraguai e São Lorenço; o turismo descontrolado que produz o lixo, esgoto e que ameaça a tranqüilidade dos animais, etc.

Uma atividade relativamente nova é o ecoturismo, já existem diversas pousadas pantaneiras praticando esta modalidade de turismo sustentável. Em Corumbá a atividade de mineração e siderúrgica são importantes geradoras de emprego e renda, os impactos ambientais destas atividades estão sendo avaliados existindo muita controvérsia.

O incentivo dado pelos governos a partir da década de 1960 para desenvolver a região

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Centro-Oeste através da implantação de projetos agropecuários, trouxe muitas alterações nos ambientes do cerrado ameaçando a sua biodiversidade.A EMBRAPA Pantanal tem desenvolvido tecnologias sustentáveis para a região.

8.2.5 Diversidade: Flora

A vegetação pantaneira é um mosaico de cinco regiões distintas: Floresta Amazônica, Cerrado,Caatinga, Mata Atlântica e Chaco (paraguaio,argentino e boliviano). Durante a seca, os campos se tornam amarelados e não sendo raro a temperatura descer a níveis abaixo de 0 °C, e registrar geadas, influenciada pelos ventos que chegam do sul do continente.

A vegetação do Pantanal não é homogênea e há um padrão diferente de flora de acordo com o solo e a altitude. Nas partes mais baixas, predominam as gramíneas, que são áreas de pastagens naturais para o gado — a pecuária é a principal atividade econômica do Pantanal. A vegetação de cerrado, com árvores de porte médio entremeadas de arbustos e plantas rasteiras, aparece nas alturas médias. Poucos metros acima das áreas inundáveis, ficam os capões de mato, com árvores maiores como angico, ipê e aroeira.

Em altitudes maiores, o clima árido e seco torna a paisagem parecida com a da caatinga, apresentando espécies típicas como o mandacaru, plantas aquáticas, piúvas (da família dos ipês com flores róseas e amarelas), palmeiras, orquídeas, figueiras e aroeiras.O pantanal possui uma vegetação rica e variada, que inclui a fauna típica de outros biomas brasileiros, como o cerrado, a caatinga e a região amazônica. A camada de lodo nutritivo que fica no solo após as inundações permite o desenvolvimento de uma rica flora. Em áreas em que as inundações dominam, mas que ficam secas durante o inverno, ocorrem vegetações como a palmeira carandá e o paratudal.

Durante a seca, os campos são cobertos predominantemente por gramíneas e vegetação de cerrado. Essa vegetação também está presente nos pontos mais elevados, onde não ocorre inundação. Nos pontos ainda mais altos, como os picos dos morros, há vegetação semelhante à da caatinga, com barrigudas, gravatás e mandacarus. Ainda há a ocorrência de vitória-régia, planta típica da Amazônia. Entre as poucas espécies endêmicas está o carandá, semelhante à carnaúba.

A vegetação aquática é fundamental para a vida pantaneira: imensas áreas são cobertas por batume, plantas flutuantes como o aguapé e a salvinia. Essas plantas são carregadas pelas águas dos rios e juntas formam verdadeiras ilhas verdes, que na região recebem o nome de camalotes. Há ainda no Pantanal áreas com mata densa e sombria. Em torno das margens mais elevadas dos rios ocorre a palmeira acuri, que forma uma floresta de galerias com outras árvores, como o pau-de-novato, a embaúba, o genipapo e as figueiras.

8.2.6 Fauna

A fauna pantaneira é muito rica, provavelmente a mais rica do planeta. Há 650 espécies de aves (no Brasil inteiro estão catalogadas cerca de 1800). A mais espetacular é a arara-azul-grande, uma espécie ameaçada de extinção. Há ainda tuiuiús (a ave símbolo do Pantanal), tucanos, piriquitos, garças-brancas, jaburus, beija-flores (os menores chegam a pesar duas gramas), socós (espécie de garça de coloração castanha), jaçanãs, emas, seriemas, papagaios, colhereiros, gaviões, carcarás e curicacas.

No Pantanal já foram catalogadas mais de 1.100 espécies de borboletas. Contam-se mais de 80 espécies de mamíferos, sendo os principais a onça-pintada (atinge a 1,2 m de comprimento, 0,85 cm de altura e pesa até 150 kg), capivara, lobinho, veado-campeiro, veado catingueiro, lobo-guará, macaco-prego, cervo do pantanal, bugio (macaco que produz um ruído assustador ao

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amanhecer), porco do mato, tamanduá, cachorro-do-mato, anta, bicho-preguiça, ariranha, suçuarana, quati, tatu etc.

A região também é extremamente piscosa, já tendo sido catalogadas 263 espécies de peixes: piranha (peixe carnívoro e extremamente voraz), pacu, pintado, dourado, cachara, curimbatá,piraputanga, jaú e piau são algumas das espécies encontradas.

Há 93 espécies de répteis, sendo o principal o jacaré (jacaré-do-pantanal e jacaré-de-coroa), cobra boca de sapo (sucuri, jibóia, cobras-d’água e outras), lagartos (camaleão, calango-verde) e quelônios (jabuti e cágado).

9. IMPACTOS AMBIENTAIS

Juntamente com o Cerrado, a Amazônia é o bioma que experimenta as maiores taxas de conversão de florestas em uso agropecuário. Na Amazônia, esta conversão se deu, principalmente, para o estabelecimento de pastagens, com florestas sendo derrubadas e queimadas anualmente. A indústria de extração madeireira, embora possuindo menor importância em termos de impacto total sobre o ecossistema amazônico, tende a se constituir em sério problema em diversas regiões do Estado. Outra pressão significativa sobre os ecossistemas amazônicos está representada pela construção de barragens para produção de energia elétrica. Embora o impacto esteja distribuído sobre um percentual relativamente pequeno da superfície da região, há que se preocupar com a diversidade faunística das áreas a serem inundadas.

As mudanças hidrológicas trazidas pelas barragens podem também afetar os tabuleiros de reprodução de tartarugas amazônicas. Este impacto poderá ter importantes reflexos na economia regional, porque os quelônios da região se constituem em recursos de subsistência significativos para populações locais, especialmente as próximas aos rios das Mortes e Araguaia. O impacto a ser produzido pelo barramento de rios amazônicos sobre a ictiofauna também não tem tido a devida apreciação. A mudança nos padrões de flutuação cíclica nos níveis dos rios, além das novas condições físico-químicas dos reservatórios, poderão também afetar negativamente os padrões naturais de diversidade de espécies da ictiofauna da Amazônia mato-grossense.

Para algumas espécies da fauna amazônica, a caça comercial e de subsistência se constituem em pressões capazes de levar populações locais à extinção, ou pelo menos à uma rarefação extrema das densidades naturais. As espécies exploradas se constituem em recursos tradicionalmente utilizados como fontes de proteína pelas populações indígenas (Gross, 1975). A caça de subsistência tem sido bastante eficiente na eliminação de várias populações de primatas. A experiência com projetos de colonização na Amazônia indica que as populações de primatas são as primeiras a serem extirpadas nas áreas circunvizinhas a núcleos urbanos.

Outro problema que causou e ainda causa tremendo impacto ambiental é o garimpo de ouro. O mercúrio utilizado no processamento do ouro tem o potencial de se incorporar nas cadeias alimentares das comunidades locais, expandindo grandemente a sua área de influência. 

A construção de estradas propaga o garimpo e traz doenças Além dos aspectos elencados acima vale a pena citar: Garimpo de Ouro: Assoreamento, erosão e poluição dos cursos d’água; problemas sociais; degradação da paisagem e da vida aquática; contaminação por mercúrio com conseqüências sobre a pesca e a população. Grandes Projetos Agropecuários: Incêndios; destruição da fauna e da flora; erosão, assoreamento e contaminação dos cursos d’água por agrotóxicos; destruição de reservas extrativistas, destruição de sítios arqueológicos.

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Mineração Industrial: Degradação da paisagem; poluição e assoreamento dos cursos d’água; esterilização de grandes áreas e impactos sócio-econômicos. Usinas Hidrelétricas: Impacto cultural e sócio-econômico (povos indígenas) e sobre a fauna e a flora; inundação de áreas florestais, agrícolas, etc.; destruição de sítios arqueológicos. Indústrias de Ferro-Gusa: Demanda de carvão vegetal da floresta nativa - desmatamento; exportação de energia a baixo valor e alto custo ambiental; poluição das águas, ar e solo. Grandes Indústrias: Poluição do ar, água, solo; geração de resíduos tóxicos; conflitos com o meio urbano. Construção de Rodovias: Destruição de culturas indígenas; propagação do garimpo e de doenças endêmicas; grandes projetos agropecuários; explosão demográfica. Caça e Pesca Predatória: Extinção de mamíferos aquáticos; diminuição de populações de quelônios, peixes e animais de valor econômico-geológico.

Crescimento Populacional: Problemas sociais graves; ocupação desordenada e vertiginosa do solo (migração interna) com sérias conseqüências sobre os recursos naturais. Fonte: O Desafio do Desenvolvimento Sustentável. A população de Mato Grosso é de 2. 854 642 habitantes, segundo o censo demográfico de 2005, com dados recentemente coletados pelo IBGE. Mato Grosso é o décimo-nono Estado mais populoso do Brasil e concentra 1,47% da população brasileira. Do total da população do Estado em 2000, 1.217.166 habitantes são mulheres e 1.287.187 habitantes são homens. Mato Grosso ocupa o IDH 9º entre os Estados do Brasil.

Mestiços - 55,5% brancos 40,6% nativos -2,1% outros - 1,8% incluindo negros , chineses , japoneses etc.

10. ECONOMIA

Durante o período colonial do Brasil, a capitania de São Paulo (atualmente Mato Grosso) todo o comércio era o monopólio da capitania para a Metrópole, Portugal. Os principais sistemas produtivos eram a mineração, cana-de-açúcar, erva-mate, poaia, borracha e pecuária.

A mineração foi o principal motivo do sustento dos habitantes na região durante as expedições Bandeirantes no século XVIII. A mão-de-obra era de escravos negros e índios e a fiscalização muito rígida ordenada pela coroa em Portugal. A pirâmide social baseava-se somente em mineradores e escravos.

A pecuária e a agricultura foram os principais sistemas comerciais de Mato Grosso do Século XX e Século XXI. Devido o crescimento econômico com as exportações, Mato Grosso é um dos principais produtores e exportadores de soja do Brasil.

A partir de 1985, a economia mato-grossense registrou o maior crescimento no país, 315%, de acordo com os resultados de pesquisa do IBGE. Os dados confirmaram o resultado favorável da atividade agropecuária, além do comércio varejista impulsionado pelo comércio de vendas de automóveis e material de construção. Em 2004, o Estado obteve uma recuperação nas atividades econômicas, apresentando a maior taxa de crescimento desde 1994, ou seja, 10,2%; e a segunda maior do Brasil, ficando atrás apenas do Amazonas, com 11,5%.

Aumento da arrecadação de impostos, do consumo de energia elétrica e das exportações e importações, são alguns dos indicadores positivos que Mato Grosso vem apresentando nos últimos anos. Essa tendência de crescimento vem sendo constatada também em 2008, segundo os dados divulgados pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), que confirmam o bom desempenho da economia estadual neste primeiro trimestre do ano. De acordo com o levantamento da Fiemt - que compara o primeiro trimestre de 2008 com o mesmo período do ano passado, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) total do Estado obteve uma variação nominal positiva de 18,8%, enquanto que a arrecadação do referido imposto no setor industrial teve

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incremento de 26,4%. Outro indicador que apresentou crescimento foi o consumo de energia elétrica.

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de toda a produção gerada no Estado, atingiu em valores correntes R$ 27,9 bilhões, posicionando Mato Grosso em 15º lugar na economia nacional. Na região onde a agropecuária é atividade econômica mais intensa, foi registrada perda na produção, sendo que os estados de Mato Grosso do Sul e Goiás tiveram reduções na cultura da soja e do feijão. Somente Mato Grosso manteve o ritmo de crescimento.

O PIB per capita, resultado da divisão do total da produção gerada no Estado pelo número de habitantes, registrou em 2004 uma sensível melhora na distribuição da renda estadual. Ele alcançou o valor de R$ 10.162,00, acima da média nacional que foi de R$ 9.743,00, fazendo com que Mato Grosso passasse para a 9ª posição no ranking nacional contra a 12ª no ano anterior.

10.1 Turismo

O turismo é indiscutivelmente a atividade econômica que mais cresce e se desenvolve em todo mundo. Alguns setores classificam-no de Indústria sem Chaminés, já que é grande gerador de divisas e de empregos. Todas as organizações ligadas a economia mundial; ONU, OCOE e BIRD, são unânimes em afirmar que, nas primeiras décadas do terceiro milênio o turismo será a primeira atividade da economia mundial. A beleza cênica de Mato Grosso é ímpar e a ação conjunta do trade turístico e Governo de Estado devem contribuir decisivamente no processo de desenvolvimento econômico do Estado.

Uma pesquisa do SEBRAE, feita em 2006, revelou que o turista aumentou o tempo de permanência em Mato Grosso de 6,25 dias para 6,5. Em 2005 o turismo representava no PIB estadual 1,14%, já em 2006 alcançou 1,5%. A principal meta de crescimento prevista para 2007 pela Secretaria de Desenvolvimento do Turismo, Sedtur, era o aumento de 20% no fluxo de turistas. Mas em apenas cinco meses este percentual foi alcançado.

Pode-se observar a incidência de diversos tipos de turismo no Estado, tais como: Turismo arqueológico, cultural, de negócios, 3ª idade, religioso, eco turismo, saúde, contemplação, rural, pesca esportiva, GLS, esportes radicais, indígena e tecnológico.

10.2 Setor Energético

Com a privatização do setor energético, o governo estadual procurou afastar a ameaça de racionamento de energia que emperrava o desenvolvimento de Mato Grosso e inviabilizava investimentos na produção. Apesar das medidas que o governo federal adotou face aos problemas de estiagem em todo o país, o que resultou em severas determinações de racionamento de energia elétrica em várias regiões do Brasil, incluindo o centro-oeste e conseqüentemente Mato Grosso, o Estado superou esta difícil situação.

A viabilidade e auto-suficiência de Mato Grosso no setor de geração de energia vêm dos investimentos feitos pela REDE-Cemat, pela construção da Usina Termoelétrica em Cuiabá, pela conclusão da Usina de Manso e pelos investimentos de empresas no setor de construção de novas PCHs e Hidrelétricas. Segundo a Secretaria de Planejamento do Estado, Seplan, em 2006 Mato Grosso consumiu 3.950.894 MWH de energia. A classe residencial foi responsável por 33,39% do consumo, seguido pelo comércio com 23,12%, a indústria com 19,27% e da zona rural com 10,41%.

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10.3 Pecuária

Um dos alicerces da economia estadual é a pecuária, que tem o maior rebanho de bovinos do país, são aproximadamente 26 milhões de cabeças, Mato Grosso do Sul é o segundo colocado com 24 milhões.

A implantação de indústrias frigoríficas no Estado aumentou a capacidade de abate, permitindo inclusive a exportação de determinados produtos industrializados pelo setor. São destaque na produção de Mato Grosso as regiões Norte, Nordeste e Sudoeste. Segundo dados da Secretaria de Estado de Planejamento, SEPLAN, os principais produtores de carne bovina são os municípios de Cáceres, Juara, Vila Bela da Santíssima Trindade, Pontes e Lacerda, Alta Floresta e Vila Rica.

A produção de leite do Estado é destaque nos municípios de Rondonópolis, Juscimeira, Jaciara, Dom Aquino, São José dos Quatro Marcos, Barra do Bugres, Colíder e Tangará da Serra. Os municípios campeões em produção de mel no Estado são Barra do Garças, Água Boa, Cáceres e Querência. Já a produção de ovos, que em 2006 foi de 2,1 bilhões de dúzias, é destaque nos municípios de Mirassol d´Oeste, Tangará da Serra, Alta Floresta, Juína, Itaúba, Santo Antônio de Leverger e Campo Verde. Segundo dados do IBGE, em 2006, Mato Grosso abateu cerca de 3,9 bilhões de cabeças de frangos, e o setor tende a crescer ainda mais. Boa parte da produção é voltada para a exportação, como para o mercado asiático, mas atende também ao consumo interno.

10.4 Madeira

O agronegócio madeireiro se destaca no cenário econômico do Estado. Segundo o IBGE, em 2003 cerca de 33% da mão de obra empregada no Estado trabalhou no setor madeireiro. Em 2004, existiam em Mato Grosso 2.731 indústrias de fabricação de produtos de madeira gerando 22.057 empregos diretos.

O setor se encontrava em franca expansão, mas o ano de 2005 foi marcado por duas grandes situações que o afetaram drasticamente. A Operação Curupira, deflagrada pela Polícia Federal com o objetivo de coibir a extração e o transporte ilegal de madeira e as mudanças na política ambiental do Estado.

O setor enfrentou ainda as sucessivas desvalorizações cambiais do dólar. Assim, em 2005, o mercado madeireiro registrou perda de US$ 46,23 milhões. Com os eventos negativos neste ano o beneficiamento da madeira contou com apenas 719 unidades industriais, empregando 14.122 postos de trabalho. Comparando aos resultados de 2004, houve uma queda de 36% em 2005 em relação ao número de empregos gerados pelo setor.

10.5 Indústria

O parque industrial de Mato Grosso conta com aproximadamente 7.150 indústrias com cinco pessoas ou mais pessoas trabalhando, de acordo com os estudos do IBGE, em 2005. Os segmentos industriais por ordem de importância são assim representados: fabricação de produtos alimentícios e bebidas (46%), fabricação de produtos de madeira (21%), fabricação de coques, combustíveis e produção de álcool (8%), minerais não metálicos (6%) e outros. Ainda segundo o IBGE, em 2005 a fabricação de produtos alimentícios, possuía 525 unidades industriais no Estado e foi responsável por 31.528 empregos com carteira assinada, representando 45% de todos os empregos gerados pelo setor em Mato Grosso.

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O beneficiamento da madeira na mesma época apresentou 719 unidades industriais, empregando 14.122 postos de trabalho. Mas, devido a mudanças na política ambiental, este setor da indústria vem perdendo representatividade visto que em 2004 eram 22.057 empregos gerados, uma queda de 36% em relação a 2005.

A cana-de-açúcar também tem papel fundamental na economia. Pois além de responder por grande oferta de mão-de-obra, ainda é responsável pela produção de álcool e açúcar, sendo que grande parte é consumida na região Centro-Oeste. Com apenas 11 unidades industriais gerou 5.536 empregos em 2005. São destaque nesta produção os municípios de Aripuanã, Alta Floresta, Juara, Juína, Marcelândia, Guarantã do Norte, Feliz Natal, Tapurah, Sorriso, Campo Novo dos Parecis, Barra do Bugres, São José do Rio Claro, Jaciara, Rondonópolis, Poconé e Barra do Garças.

O parque industrial de Mato Grosso conta com aproximadamente 7.150 indústrias com cinco pessoas ou mais pessoas trabalhando, de acordo com os estudos do IBGE, em 2005. Os segmentos industriais por ordem de importância são assim representados: fabricação de produtos alimentícios e bebidas (46%), fabricação de produtos de madeira (21%), fabricação de coques, combustíveis e produção de álcool (8%), minerais não metálicos (6%) e outros. Ainda segundo o IBGE, em 2005 a fabricação de produtos alimentícios, possuía 525 unidades industriais no Estado e foi responsável por 31.528 empregos com carteira assinada, representando 45% de todos os empregos gerados pelo setor em Mato Grosso.

O beneficiamento da madeira na mesma época apresentou 719 unidades industriais, empregando 14.122 postos de trabalho. Mas, devido a mudanças na política ambiental, este setor da indústria vem perdendo representatividade visto que em 2004 eram 22.057 empregos gerados, uma queda de 36% em relação a 2005. A cana-de-açúcar também tem papel fundamental na economia. Pois além de responder por grande oferta de mão-de-obra, ainda é responsável pela produção de álcool e açúcar, sendo que grande parte é consumida na região Centro-Oeste. Com apenas 11 unidades industriais gerou 5.536 empregos em 2005.

10.6 Comércio

O setor comercial e de serviços têm papel importante no desenvolvimento econômico e social do Estado. De acordo com o IBGE, em 2005, Mato Grosso apresentou mais de 77 mil empresas instaladas, o que gerou mais de 393 mil empregos. O comércio varejista possui 82% de participação no segmento de comércio no Estado, seguido de 11% de participação do comércio de veículos, peças e motocicletas e 7% de participação do comércio por atacado. Em relação ao total de empregos gerados, o varejo emprega 71% da mão de obra do setor, seguido por 15% do comércio por atacado e 14% do comércio de veículos.

10.7 Agricultura

A partir da década de 1980, devido aos tipos de solos existentes no Estado, à modernização da prática agrícola e, também, à expansão da área cultivada, a agropecuária iniciou um processo de aumento da produção, consolidando-se como principal setor da economia de Mato Grosso.

Já na década de 1990, o Estado alcançou o primeiro lugar em produção de soja e algodão, segundo lugar na produção de arroz e terceiro em produção de grãos, oleaginosas e fibras no país. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, a projeção desses resultados favoráveis indica que, em pouco tempo, Mato Grosso será o maior produtor de grãos, oleaginosas e fibras do país.

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Sobressaem-se no Estado as culturas de algodão, soja, café, milho, feijão, amendoim, mamona, mandioca, banana, cana de açúcar, guaraná, cacau e sorgo, e numa escala menor a laranja, abacaxi, manga, acerola e côco-da-baía.

Na produção agrícola destacam-se em Mato Grosso principalmente os municípios de Sorriso, Campo Verde, Nova Ubiratã, Sapezal, Sinop, Campo Novo dos Parecis, Tapurah, Primavera do Leste, Pedra Preta, Itiquira, Diamantino, Nova Mutum, Campos de Júlio, Alto Taquari e Lucas do Rio Verde.

10.8 Recursos Minerais

Foi através da mineração que se deu a ocupação de Mato Grosso, garantindo, assim, a presença avançada de portugueses nesta porção territorial brasileira. A partir daí surgiram Cuiabá, Vila Bela, Diamantino, Cocais e outros lugares. Diferente do que muitos imaginam, os minerais úteis estão escassamente distribuídos na crosta terrestre. Suas concentrações seletivas naturais, além de raras, nem sempre são exploráveis. Primeiro porque sua concentração deve se constituir em um minério - esta é uma condição tecnológica. Segundo, porque é necessário que haja volume suficiente de minério para que a ocorrência se constitua numa jazida - condição econômica. 

Ao se fazer a apreciação de uma técnica mineira, e a garimpagem é uma delas, deve-se ter em mente que um depósito mineral depende de certos fatores, a saber: a) dos níveis atuais da economia, ou seja, do desenvolvimento econômico-industrial da região ou do país, de acordo com o tamanho do empreendimento e com a técnica ao alcance; b) das condições geográficas da ocorrência; 

c) das peculiaridades do jazimento e da qualidade do minério. 

Além de escassos, os depósitos minerais vêm se tornando cada dia mais efêmeros devido ao contínuo crescimento de sua comercialização, por um consumo sempre ascendente. Em contraposição, a probabilidade de se descobrir novas jazidas continua em franco declínio.

Hoje temos reservas minerais diversas, identificadas por mapeamento executado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral, DNPM-MT. Dentre os quais se destacam: Água Mineral, Areia, Apatita, Argila, Água Termal, Ametista, Calcário, Cascalho, Chumbo, Cristal de Rocha, Cobre, Diamante, Ferro, Grafite, Manganês, Molisdênio, Ouro, Pirita, Sal, Turfa, Titânio, Topázio e Zinco.

11. MICRORREGIÕES

O estado é subdividido nas seguintes microrrgiões: Microrregião de Alta Floresta, Microrregião do Alto Araguaia, Microrregião do Alto Guaporé, Microrregião do Alto Pantanal, Microrregião do Alto Paraguai, Microrregião do Alto Teles Pires, Microrregião de Arinos, Microrregião de Aripuanã, Microrregião de Canarana, Microrregião de Colíder, Microrregião de Cuiabá, Microrregião de Jauru, Microrregião do Médio Araguaia, Microrregião do Norte Araguaia, Microrregião de Paranatinga, Microrregião de Parecis, Microrregião de Primavera do Leste, Microrregião de Rondonópolis, Microrregião de Rosário Oeste, Microrregião de Sinop, Microrregião de Tangará da Serra, Microrregião de Tesouro

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3. DIVISÃO HIDROGRÁFICA DE MATO GROSSO

I. REGIÃO HIDROGRÁFICA NACIONAL DO RIO AMAZÔNIAI - Região Hidrográfica Regional do Rio Aripuanã

Unidade de Planejamento e Gerenciamento do Rio Guaporé (A - 15)

O Rio Guaporé faz fronteira com Bolívia e o Estado de Rondônia, tem como seus principais tributários o rio Piolho, rio Vermelho, rio Galera, rio Sararé, rio Pindaituba, rio Alegre e rio Barbado. A área total desta Unidade é de 38.880,42 Km² e compreende o total ou em parte os municípios de Comodoro, Nova Lacerda, Conquista D’Oeste, Póntes e Lacerda, Vila Bela da Santíssima Trindade, Jaurú, Porto Esperidião, Tangará da Serra, Campos de Julio e Vale de São Domingos.

Unidade de Planejamento e Gerenciamento Rio Aripuanã (A - 2)

O Rio Aripuanã, faz fronteira com os Estados de Amazonas e Rondônia. Seus principais tributários são os rio Natal, rio Canamã, Rio Morerú, rio Capitari, rio Fuquin, rio do Sul e rio Vinte e Um. A Área total desta Unidade é de 39.630.23 Km² e compreende o total ou em parte os municípios de Juruena, Juína, Castanheira, Colniza, Aripuanã e Cotriguaçu.

Unidade de Planejamento e Gerenciamento do Rio Roosevelt ( A - 1)

O Rio Roosevelt tem como seus principais tributários o rio Flor do Prado, rio Quatorze de Abril e rio Capitão Cardoso. A área total da Unidade esta estimada em 47.359,08 Km², e compreende o total ou em parte os municípios de Rondolândia, Juína, Aripuanã e Colniza.

II – Região Hidrográfica do Rio Juruena – Teles PiresUnidade de Planejamento e Gerenciamento do Alto Rio Juruena (A – 14)

O Alto Rio Juruena tem como seus principais tributários os rios Iquê, rio Juína, rio Papagaio e rio Vermelho. A área total de 64.309,44 km², compreende o total ou em parte os municípios de Juruena, Castanheira, Juara, Juína, Brasnorte, Sapezal, Comodoro, Campos de Júlio, Conquista do Oeste, Pontes e Lacerda, Aripuanã, Campo Novo dos Parecis, Nova Lacerda, Vale de São Domingos e Tangará da Serra.

Unidade de Planejamento e Gerenciamento do Rio Sangue (A – 13)

O Rio Sangue tem como seus principais tributários os rios Tenente Noronha, rio Cravarí, rio Treze de Maio e rio Benedito. Esta Unidade possui uma área total de 28.919.42 Km² e compreende o total ou em parte os municípios de, Juara, Nova Maringá, Diamantino, Brasnorte, Nova Brasilândia, Tangará da Serra e Campo Novo dos Parecis.

Unidade de Planejamento e Gerenciamento do Rio Arinos (A - 12)

O Rio Arinos tem como seus principais tributários o rio Batelão, rio mestre Falcão, rio Chandles, rio Souza Azevedo, rio são Miguel, rio Tomé de França, rio Marapé, rio dos Patos, rio preto, rio Novo e rio Claro. Esta Unidade possui uma área total 58.842,66 Km² e compreende o total ou em parte os municípios de Nova Marilândia, Nortelândia, Nova Bandeirantes, Nova Canaã do Norte, Santa Rita do Trivelato, Juara, Novo Horizonte do Norte, Tabaporã, Porto dos Gaúchos, Nova Maringá, Itanhangá, Tapurah, Lucas do Rio Verde, São José do Rio Claro, Nova Mutum, Nobres, Ipiranga do Norte, Itaúba, e Diamantino.

Unidade de Planejamento e Gerenciamento do Baixo Rio Juruena (A - 3)

O Baixo Rio Juruena faz divisa com o Estado do Amazonas. Seus principais tributários são rio São Tomé, rio Santana, e rio Matrinxã. A área total esta estimada em 29.490,08 Km² e compreende o total ou em parte os municípios de Juara, Nova Monte Verde, Nova Bandeirante, Juruena, Cotriguaçu e Apiacás.

Unidade de Planejamento e Gerenciamento do Alto Rio Teles Pires (A - 11)

O Alto Rio Teles Pires tem como seu principais tributários o rio Verde, rio Celeste e rio Morocó. A área total é 34.408,90 Km², compreende o total ou em parte os municípios de Sinop, Ipiranga do Norte, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Vera, Nova Mutum, Santa Rita do Trivelato, Boa Esperança do Norte, Porto dos Gaúchos, Planalto da Serra, Rosário Oeste, Paranatinga, Primavera do Leste, Nobres, Ipiranga do Norte, Nova Ubiratã, Tapurah, Itanhangá, Tabaporã e Nova Brasilândia.

Unidade de Planejamento O Médio Rio Teles Pires faz divisa com o Estado do Pará, sua área total é de João Antonio Pereira – Geografia de MT 26

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e Gerenciamento do Médio Rio Teles Pires (A - 5)

35.835,12 Km². Seus principais Tributários são os rio Tapaiúna, rio Parado, rio Pombo. Á Esta Unidade compreende o total ou em parte os municípios de Novo Mundo, Carlinda, Alta Floresta, Nova Canaã do Norte, Matupá, Peixoto de Azevedo, Nova Guarita, Colider, Tabaporã, Marcelândia, Sinop, Terra Nova do Norte, Nova Santa Helena, Itaúba, Guarantã do Norte, Cláudia, Sinop, Sorriso, e Ipiranga do Norte.

Unidade de Planejamento e Gerenciamento do Baixo Rio Teles Pires (A - 4)

O Baixo Rio Teles Pires faz fronteira com o Estado do Pará, sua área total é de 39.137,44 Km². Seus principais tributários são os rios Ximari, rio Paranaita e rio Santa Helena. Esta unidade compreende total ou em parte os municípios de Paranaita, Nova Bandeirantes, Apiacás, Nova Canaã do Norte, Nova Monte Verde, Alta Floresta, Carlinda, Novo Mundo, Tabaporã e Juara.

III – Região Hidrográfica do Rio XingúUnidade de Planejamento e Gerenciamento do Alto Rio Xingú (A - 9)

O Alto Rio Xingú tem como seus principais tributários os rios Sete de Setembro, rio Coluene, rio Tanguro, rio Cursivero. Sua área total é de 44.754,27 Km² e compreendem o total ou em parte os municípios de Primavera do Leste, Santo Antônio do Leste, Campinápolis, Paranatinga, Água Boa, Gaúcha do Norte, Canarana, Canarana, Planalto da Serra, Nova Nazaré, Nova Xavantina e Querência.

Unidade de Planejamento e Gerenciamento do Rio Ronuro (A - 10)

O Rio Ronuro tem como seus principais Tributários os rios Jatobá, rio Von Den Stelnen e rio Álamo. Esta Unidade possui uma área total de 30.272,76 Km² e compreende o total ou em parte os municípios de, Paranatinga, Gaúcha do Norte, Boa Esperança do Norte, Nova Ubiratã e Feliz Natal.

Unidade de Planejamento e Gerenciamento do Rio Suiã -Miçu (A - 8)

O Rio Suiã – Miçu tem como seus principais Tributários os rios Pacas, rio Paranaíba, rio Darro e rio Turvo. A área total desta unidade é de 31.117,62Km² compreende o total ou em parte os municípios de Querência, Canarana, Ribeirão Cascalheira, Bom Jesus do Araguaia, Alto Boa Vista, São Félix do Araguaia, Marcelândia, Feliz Natal e São José do Xingú.

Unidade de Planejamento e Gerenciamento do Rio Manissauá-Miçu (A - 6)

O Rio Manissauá-Miçu tem como seus principais tributários o rio São Francisco, rio Arraias, rio Hauaia-Miçu, rio Ítrio Barbosa, rio Azul. A área total desta Unidade é de 33.047,29 Km² e compreende o total ou em parte os municípios de Nova Ubiratã, Feliz Natal, Vera, Santa Carmem, Sinop, União do Sul, Cláudia, Marcelândia, Querência, Boa Esperança do Norte, São Félix do Araguaia, Itaúba e Nova Santa Helena.

Unidade de Planejamento e Gerenciamento do Médio Rio Xingú (A - 7)

O Médio Rio Xingu tem como seus principais tributários o rio Jarinã e rio Paturi. A área total desta unidade é de 35.835,12 Km², compreende o total ou em parte os municípios de Guarantã do Norte, Canabrava do Norte, Bom Jesus do Araguaia Alto Boa Vista, São Félix do Araguaia, São José do Xingu, Porto Alegre do Norte, Santa Cruz do Xingu, Confresa, Vila Rica, Matupá, Peixoto de Azevedo e Marcelândia.

4. DADOS GERAIS:

Capital: Cuiabá Região: Centro-OesteSigla: MT Gentílico: mato-grossense População: 2.854.456 (estimativa de 2007)Área (em km²): 903.357Densidade Demográfica (habitantes por km²): 2,6Quantidade de municípios: 141

DADOS ECONÔMICOS E SOCIAIS

Produto Interno Bruto (PIB)*: R$ 27 935 000  (2004)Renda Per Capita*:R$ 10.162 (2005)

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Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,776 Principais Atividades Econômicas: agricultura, pecuária e mineração.Mortalidade Infantil (antes de completar 1 ano): 21,6 por mil (em 2000*)Analfabetismo:10,1% (2003)Espectativa de vida (anos): 72,6 (2003)

PONTOS TURÍSTICOS E CULTURAIS

- Igreja do Rosário- Igreja de São Benedito- Palácio da Instrução- Museu da Imgem e do Som de Cuiabá- Museu Rondon- Zoológico- Museu de Arte e Cultura Popular (UFMT)- Parque Mãe Bonifácia- Parque Mossairo Okamura- Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense- Obelisco do Centro Geodésico da América do Sul

Etnias: brancos (36,7%), negros (7%), pardos (55,2%) , amarelos ou indígenas (1,1%)Rios importantes: Juruena, Teles Pires, Araguaia, Xingu, Paraguai, Piqueri, Cuiabá.Principais cidades: Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Cáceres, Sinop, Tangará da Serra, Barra do Garças, Alta Floresta. Climas predominantes : tropical e equatorial.

MUNICÍPIOS DE MT

1. Acorizal ,Água Boa, Alta Floresta, Alto Araguaia, Alto Boa Vista, Alto Garças, Alto Paraguai, Alto Taquari, Apiacás, Araguaiana, Araguainha, Araputanga, Arenápolis, Aripuanã, Barão de Melgaço, Barra do Bugres, Barra do Garças, Bom Jesus do Araguaia, Brasnorte, Cáceres, Campinápolis, Campo Novo do Parecis, Campo Verde, Campos de Júlio, Canabrava do Norte, Canarana, Carlinda, Castanheira, Chapada dos Guimarães, Cláudia, Cocalinho, Colíder, Colniza, Comodoro, Confresa, Conquista D'Oeste, Cotriguaçu, Cuiabá, Curvelândia, Denise, Diamantino, Dom Aquino, Feliz Natal, Figueirópolis D'Oeste, Gaúcha do Norte, General Carneiro, Glória D'Oeste, Guarantã do Norte, Guiratinga, Indiavaí, Itaúba, Itiquira, Jaciara, Jangada, Jauru, Juara, Juruena, Juscimeira, Lambari D'Oeste, Lucas do Rio Verde, Luciára, Marcelândia, Matupá, Mirassol d'Oeste, Nobres, Nortelândia, Nossa Senhora do Livramento, Nova Bandeirantes, Nova Brasilândia, Nova Canaã do Norte, Nova Guarita, Nova Lacerda, Nova Marilândia, Nova Maringá, Nova Monte Verde, Nova Mutum, Nova Nazaré, Nova Olímpia, Nova Santa Helena, Nova Ubiratã, Nova Xavantina, Novo Horizonte do Norte, Novo Mundo, Novo Santo Antônio, Novo São Joaquim, Paranaíta, Paranatinga, Pedra Preta, Peixoto de Azevedo, Planalto da Serra, Poconé, Pontal do Araguaia, Ponte Branca, Pontes e Lacerda, Porto Alegre do Norte, Porto dos Gaúchos, Porto Esperidião, Porto Estrela, Poxoréo, Primavera do Leste, Querência, Reserva do Cabaçal, Ribeirão Cascalheira, Ribeirãozinho, Rio Branco, Rondolândia, Rondonópolis, Rosário Oeste, Salto do Céu, Santa Carmem, Santa Cruz do Xingu, Santa Rita do Trivelato, Santa Terezinha, Santo Afonso, Santo Antônio do Leste, Santo Antônio do Leverger, São Félix do Araguaia, São José do Povo, São José do Rio Claro, São José do Xingu, São José dos Quatro Marcos, São Pedro da Cipa, Sapezal, Serra Nova Dourada, Sinop, Sorriso, Tabaporã, Tangará da Serra, Tapurah, Terra Nova do Norte, Tesouro,Torixoréu, União do Sul, Vale de São Domingos, Várzea Grande, Vera, Vila Bela da Santíssima Trindade eVila Rica.

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Bandeira Brasão Mapa

Hino CapitalCuiabá

Área Total 903.357 km²

SiglaMT

RegiãoCentro-Oeste

População2.803.274 hab (2005)

 

Municípios mais populosos: Cuiabá (526.831), Várzea Grande (237.925), Rondonópolis (179.094), Sinop (110.513), Cáceres (86.805), Tangará da Serra (79.870), Sorriso (57.794), Barra do Garças (54.882), Primavera do Leste (46.311), Juina (39.582).

BIBLIOGRAFIA

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