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I. ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO a) A formação do Território Nacional O território do Brasil ocupa uma área de 8 514 876 km². Em virtude de sua extensão territorial, o Brasil é considerado um país continental por ocupar grande parte da América do Sul. O país se encontra em quinto lugar em tamanho de território. A população brasileira está irregularmente distribuída, pois grande parte da população habita na região litorânea, onde se encontram as maiores cidades do país. Isso nada mais é do que uma herança histórica, resultado da forma como o Brasil foi povoado, os primeiros núcleos urbanos surgiram no litoral. Até o século XVI, o Brasil possuía apenas a área estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 por Portugal e Espanha. Esse tratado dividia as terras da América do Sul entre Portugal e Espanha. Os principais acontecimentos históricos que contribuíram para o povoamento do país foram: No século XVI: a ocupação limitava-se ao litoral, a principal atividade econômica desse período foi o cultivo de cana para produzir o açúcar, produto muito apreciado na Europa, a produção era destinada à exportação. As propriedades rurais eram grandes extensões de terra, cultivadas com força de trabalho escrava. O crescimento da exportação levou aos primeiros centros urbanos no litoral, as cidades portuárias. Século XVII e XVIII: foram marcados pela produção pastoril que adentrou a oeste do país e também pela descoberta de jazidas de ouro e diamante nos estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Esse período foi chamado de aurífero e fez surgir várias cidades. Século XIX: a atividade que contribuiu para o processo de urbanização foi a produção de café, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Essa atividade também contribuiu para o surgimento de várias cidades.

Geografia Do Brasil

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I. ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIROa) A formação do Território Nacional

O território do Brasil ocupa uma área de 8 514 876 km². Em virtude de sua extensão

territorial, o Brasil é considerado um país continental por ocupar grande parte da América

do Sul. O país se encontra em quinto lugar em tamanho de território.

A população brasileira está irregularmente distribuída, pois grande parte da população

habita na região litorânea, onde se encontram as maiores cidades do país. Isso nada mais

é do que uma herança histórica, resultado da forma como o Brasil foi povoado, os

primeiros núcleos urbanos surgiram no litoral.

Até o século XVI, o Brasil possuía apenas a área estabelecida pelo Tratado de

Tordesilhas, assinado em 1494 por Portugal e Espanha. Esse tratado dividia as terras da

América do Sul entre Portugal e Espanha.

Os principais acontecimentos históricos que contribuíram para o povoamento do país

foram:

No século XVI: a ocupação limitava-se ao litoral, a principal atividade

econômica desse período foi o cultivo de cana para produzir o açúcar,

produto muito apreciado na Europa, a produção era destinada à

exportação. As propriedades rurais eram grandes extensões de terra,

cultivadas com força de trabalho escrava. O crescimento da exportação

levou aos primeiros centros urbanos no litoral, as cidades portuárias.

Século XVII e XVIII: foram marcados pela produção pastoril que adentrou a

oeste do país e também pela descoberta de jazidas de ouro e diamante

nos estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Esse período foi

chamado de aurífero e fez surgir várias cidades.

Século XIX: a atividade que contribuiu para o processo de urbanização foi

a produção de café, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de

Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Essa atividade também contribuiu

para o surgimento de várias cidades.

ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO: Origens históricas

Objetivos da Aula 

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- Identificar e compreender que o processo de construção do espaço geográfico se deu a partir de varias atividades econômicas ligadas a atividades primarias como a extração vegetal (pau- brasil) extração mineral (ouro), agropecuária (cana-de-açúcar e criação de gado no nordeste)-Identificar que a áreas mais desenvolvidas do país estão localizadas próximas ao litoral devido a colonização de exploração implantadas pelos portugueses acabou favorecendo que grande parte da população brasileira se aglomere na região litorânea; - Identificar que a forma como se deu a colonização do Brasil justifica em parti a existência de diferenças socioeconômica existente nas regiões do país; - Identificar os vários graus de desenvolvimento econômico das regiões brasileiras relacionando-os a cada um tipo de ciclo econômico que deu ou deram origem aos diversos tipos de espaço geográfico.

 

Fala galera!! Tudo bem! Em nossa aula de hoje vamos tratar de um assunto muito importante para entendermos a atual configuração do espaço geográfico brasileiro, que são as suas bases histórica que remonta o tipo de colonização realizada no Brasil pela coroa portuguesa.  

NOÇÕES PRELIMINARES: Normalmente dizemos que o desenvolvimento do território brasileiro se deu em forma de arquipélagos (ilhas). Pois a medida que se mudavam as atividades econômicas algumas cidades surgiram, associadas as atividades econômicas em si e de forma isoladas. Eram atividades econômicas que tinha sua existência na necessidade do mercado europeu, e quase sempre era áreas distintas e muito distante umas das outras. O que impediam uma ligação econômica entre elas. Então a expansão de nosso território ocorre de forma desigual, onde não existia uma articulação entre as áreas das diversas áreas econômicas o que favorecia o isolamento econômico entre elas e consequentemente  a inexistência de um mercado interno integrado, isto é, falava uma atividade que servisse de motor dinamizador da integração da economia nacional, que possibilitasse uma ligação econômica entre essas áreas das diversas atividades econômicas que existiam no Brasil colonial. 

A ideia chave sobre esse assunto, é saber que a construção bem como a expansão do território brasileiro, está alicerçada na exploração econômica do território (atividades econômicas), no papel desempenhada pelos padres jesuítas frente aos indígenas (com suas missões jesuíticas ou reduções) tanto no que se refere ao aldeamento que se transformaram em povoados (cidades)

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como também na contribuição desses para a dominação dos indígenas com a realização da catequização dos indígenas onde os padres lhes ensinavam a rezar mas também língua do colonizador como também sua cultura (ocorre aí genocídio cultural da cultura indígena) tendo dessa forma, desempenhado um papel importante para a soberania portuguesa sobre o território. 

Quanto as entradas(os bandeirantes= bandeirismo) que foram grupos de homens que partiram de São Paulo em direção ao interior do território com o objetivo de capturar índios para o trabalho escravo nas lavouras de cana-de-açúcar do litoral. Assim, eles dominaram os povos indígenas e abriram caminhos para o interior, consolidando     o controle da Coroa portuguesa sobre o território.

A partir do final do século XVIII, os bandeirantes passaram a explorar ouro e pedras preciosas em áreas dos atuais estados de Minas Gerais e de Mato Grosso.

a)Atividades econômicas do período colonial.

Galera!! a exploração econômica do território teve grande importância para a ocupação realizada pelos colonizadores. O território brasileiro possui uma formação baseada em vários contrastes históricos, que na sua maioria determinaram a configuração espacial, econômica, social e cultural do Brasil. Esses fatos se devem muito a forma como foi colonizado por Portugal (colônia de exploração). 

Nas primeiras décadas de ocupação das terras americanas, não foram encontrados metais preciosos;assim, os portugueses começaram a explorar o pau-brasil olongo de uma extensa área do território para comercializá-lo na Europa.

Século XVI   No século  XVI, além da exploração do pau-brasil a produçãode cana de açúcar, principalmente no Nordeste, começou a ganhar importância. Nesse período a ocupação se concentrava no litoral.      

Nesse  processo de colonização as atividades econômicas foram fator essencial para a expansão territorial brasileira. Nossa economia colonial ( 1500- 1822) girava em torno da produção de gêneros primários voltados, em sua maior parte, á exportação e ás necessidades da metrópole portuguesa. Durante o período colonial, Portugal inseriu o Brasil no típico modelo colonialista, de enriquecimento da metrópole, baseado na produção em larga escala, ligado principalmente à área litorânea; esse fato foi um forte

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determinante para a configuração atual da população no espaço litorâneo brasileiro.

Em meados de 1530 os portugueses passaram a explorar o Pau-Brasil no litoral brasileiro. A ocupação ocorreu no século XVI pela implementação da cana-de-açúcar também na região litorânea, principalmente na região nordeste do Brasil, devido a qualidade do solo (massapé) e pelo clima favorável ao desenvolvimento do produto. Com o desenvolvimento da cana-de-açúcar, o Brasil colônia foi integrado definitivamente ao sistema econômico mundial baseado no pacto colonial.

 No século XVI, uma das formas utilizadas pela Coroa portuguesa, para colonizar e garantir a posse das terras da três forma uma delas fora a  espada (pela ação militar das entradas e bandeiras) uma outra foi pela cruz (pela ação evangelizadora através de ordens religiosas), a principal ordem nesse processo

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de catequização dos novos povos conquistados foram os jesuítas.

Missões jesuíticas ou reduções eram aldeamentos indígenas organizados e dirigidos pelos padres jesuítas.

Objetivos e interesses das Missiões:Religiosos:  - Reafirmar o cristianismo abalado pela Reforma e Contra Reforma Protestante;  - Catequizar os indígenas: impor a doutrina católica ensinando-lhes os costumes europeus, proibindo as manifestações religiosa e cultural indígena  

Político:    Século XVII A partir do século XVIII, a expansão do povoamento acompanhou a produção de cana de açúcar em áreas do Sudeste. A pecuária levou o povoamento em direção ao interior,e em busca pelas drogas do sertão - guaraná, urucum, cravo, canela, salsa entre outras - possibilitou o início da ocupação da Amazônia pelos portugueses.

No século XVII iniciou realmente o processo de interiorização do território, baseado no desenvolvimento da pecuária e na exploração das drogas do sertão. Havia na época a necessidade de desenvolvimento econômico de novos produtos, pois a cana-de-açúcar estava atravessando uma crise econômica, não gerando mais os lucros para a coroa portuguesa.

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A partir do final do século XVII, como decorrência da corrida do ouro, a porção mais interior do espaço do sudeste brasileiro começou a ser ocupada e organizada, já que a área povoada do território brasileiro restringia a área litorânea (Vitória - ES à São Vicente - SP).

IMPORTANTE: As entradas(expedições oficiais) e as bandeiras (expedições não oficiais), tinham como objetivo descobrir ouro e recuperar a economia abalada com a crise do açúcar. Tipos de bandeirismo:- Apresador: capturavam índios e os vendiam como escravos financiando assim a busca do ouro. O alvo preferido destes bandeirantes eram as missões onde encontravam índios já pacificados pelos jesuítas.- Prospector: busca por metais e pedras preciosas;- Sertanismo de contrato: eram bandeirantes contratados para combater índios, capturar escravos fugitivos, destruir quilombos, etc. Foram responsáveis pela destruição de palmares e o assassinato de Zumbi sob o comando de Domingos Jorge Velho. Também queriam descobrir ouro.  - Monções: era o bandeirismo de comercio onde abasteciam as regiões mineradoras com alimentos, ferramentas etc, que eram levados em canoas pelos rios de São Paulo, mato Grosso e Goiás.    

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Com a descoberta do OURO (1690) e depois dos DIAMANTES (1729), expectativas de enriquecimento rápido passou a atraíram grande número de pessoas para a região das Minas Gerais. Essa  atividade estendeu-se por todo  o século XVIII. (OBS. Atividades secundárias: comercio e a agricultura)

- A pecuária nesse período era considerada uma atividade secundária por não ser destinada a exportação. Chegou até a ser proibida próximas as áreas produtora de açúcar passando a ser itinerante, dando origem aos currais no Ceará e Maranhão que forneciam força motriz para os engenhos, transporte, couro e carne.     Século XVIII 

No século XVIII foram, enfim, encontradas várias jazidas de ouro na região central do país, principalmente em Minas Gerais e Goiás. Com o desenvolvimento da mineração, o centro político e econômico deslocou-se da região nordeste para a região centro-sul, o Rio de Janeiro nesse período passou a ser capital federal. (1763). Nesse período, além do desenvolvimento da mineração, houve a expansão da pecuária em todo o país, e o desenvolvimento da borracha no norte (Amazônia).

IMPORTANTE: Durante praticamente todo o século XVIII, a mineração constituiu a principal atividade econômica da colônia fazendo com que o sudeste assumisse o comando da economia colonial brasileira.

Isso implicou na transferência da capital do Brasil em 1763, que er salvador (Bahia) para o rio de Janeiro que reunia as condições ideais de clima e solo para o desenvolvimento do novo produto: o café.

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- A pecuária nesse período a corroa portuguesa incentivou essa atividade no sul do país com o objetivo de povoar e manter o domínio sobre a região. Há que se destacar que era a única atividade que favorecia a mobilidade social, uma vez que utilizava mão-de-obra livre que eram os vaqueiros normalmente mestiços de negros com indígenas.

Bem pessoal! a pecuária no sul do país foram criadas as estâncias que eram grandes fazendas nos pampas.

- Objetivo: povoar a região, estabelecer o domínio português e garantir a posse sobre o rio da Prata.- economia: voltado para produção de charque e passou a ser fonte de abastecimento para a região mineradora.             

b) Período imperial:O surgimento de um novo produto econômico na região sudeste nas primeiras décadas do século XIX foi o motor, o dinamizador da integração da economia nacional. Qual foi esse produto?Foi o CAFÉ!!!!

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CONTEXTUALIZANDO:  quando a atividade mineradora começou a declinar, e o açúcar e o algodão perdiam competitividade no mercado externo, um novo produto agrícola "O CAFÉ" veio fortalecer ainda mais o crescimento e a estruturação dessa região. Quando: No final do século XVIII e inicio do século XIX, expandindo-se para São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.BEM PESSOAL!!! A atividade cafeeira teve inicio no Rio de Janeiro, IMPORTANTE SABER:A nova atividade proporcionou vários benefícios a região Sudeste em particular à São Paulo.E QUAIS FORAM ESSES BENEFÍCIOS PESSOAL!!!???- Criação de inúmeras ferrovias e estradas foram abertas para o escoamento da produção CAFEEIRA até o porto de Santos e do Rio de Janeiro;- Com o fim da escravidão veio para o Sudeste quase 5 milhões de imigrantes(trabalhar nas fazendas de café);- Os Barões do café conseguiram acumular capital(que mais tarde será usado na implantação da atividade industrial no Brasil).c) Período republicano: A integração NacionalDeclínio do café e o surgimento da industria brasileiraCAUSAS (FATORES):- Crise de 1929: que afeto de cheio a economia brasileira. Porquê?   Dependência da venda exclusiva de produto agrícola e de minérios para o exterior;   Necessidade da compra de produtos industrializados. Esses dois fatores dentro da crise de 1929 obrigou o governo brasileiro e os ricos comerciantes do SUDESTE a investirem seus capitais na atividade industrial.ATIVIDADE INDUSTRIAL:CONTEXTUALIZANDO: A partir da década de 1930, a importância do café na economia do Brasil começou a diminuir em razão da crise de 1929, que afetou brutalmente a comercialização do produto, principalmente por depender das exportações para os EUA. Isso fez com que o governo nacional criasse políticas econômicas nacionais que passaram a incentivar os setores privados locais a investirem seus capitais na atividade industrial, onde tal processo se deu em torno das cidades de São Paulo e Rio de JaneiroPOR QUE?FATORES (MOTIVOS)- O acúmulo de capital, proporcionado pelo cultivo do café;- A rede ferroviária  existente usada para o escoamento da produção do café, no caso serviria para o escoamento da produção industrial;- A modernização dos pontos de Santos e do Rio de Janeiro;- Mão de obra qualificada dos imigrantes(trabalhadores usados na cafeicultura já conheciam o trabalho operário nas industria européias)- Crescimento do mercado consumidor local(urbano);

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OBSERVAÇÃO: Estes foram os fatores fundamentais para a implantação e posterior desenvolvimento da atividade industrial, sob o comando de São Paulo.Podemos então concluir que a integração econômica, da forma como está organizado a atual do espaço brasileiro ainda guarda heranças das diversas atividades econômicas que sucederam na história do país. Muitas áreas se desestruturaram com o declínio dessas atividades, gerando desiquilíbrios regionais.   

Atividade de fixção:

01 Questão: (Unesp 2011)  Analise o mapa.

A partir do mapa, são feitas as seguintes afirmações:

I. Imensa colônia de um pequeno Estado europeu, o território do Brasil colonial foi resultado da partilha de 1494 entre as duas potências ibéricas.II. O Brasil colonial não era uma construção contínua, uma vez que as capitanias, relativamente independentes umas das outras, mantinham um laço direto com a metrópole.III. A localização de quatro áreas de evangelização de indígenas pelos jesuítas estavam distribuídas na fronteira dos territórios portugueses e espanhóis.

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IV. A característica do relevo sul-americano possibilitou o rápido avanço populacional tanto do lado Atlântico como do Pacífico, o que evitou, na região central do continente, vazios demográficos desde 1650.

Estão corretas as afirmaçõesa) I e II, apenas.   b) I, II e III, apenas.   c) III e IV, apenas.   d) II, III e IV, apenas.   e) I, II, III e IV.   

02 Questão:(Ufpr 2010)  Para se compreender a divisão do território brasileiro em estados e, consequentemente, a existência dos estados federados e a desigualdade de seu desenvolvimento, torna-se necessário compreender também o processo de transformação do espaço brasileiro em território, o processo de povoamento, as motivações que o provocaram e os percalços encontrados durante cinco séculos de povoamento.(Fonte: ANDRADE, M. C. de. A Federação brasileira – uma análise geopolítica e geossocial. São Paulo: Contexto, 1999.)

Com base nesse texto, assinale a alternativa correta.a) Mesmo após cinco séculos de ocupação e povoamento, a divisão dos estados brasileiros e sua configuração atual resultam da implantação das capitanias hereditárias.  b) As motivações para o povoamento do território estiveram ligadas à existência dos estados federados e à desigualdade de desenvolvimento existente entre eles.   c) Alguns estados brasileiros têm maior população e são considerados mais desenvolvidos pela forma como ocorreu sua divisão.   d) A divisão do território brasileiro e suas características podem ser compreendidas pela forma histórica como ocorreu a ocupação e o povoamento do espaço.   e) A forma como foram criados os estados federados gerou um país com distribuição populacional e desenvolvimento desiguais.   03 Questão: (FUVEST-2002) Quanto à formação do território brasileiro, podemos afirmar que

a) a mineração, no século XVIII, foi importante na integração do território devido às relações com o Sul, provedor de charque e mulas, e com o Rio de Janeiro, por onde escoava o ouro.b) a pecuária no rio São Francisco, desenvolvida a partir das numerosas vilas da Zona da Mata, foi um elemento importante na integração do território nacional.c) a economia no século XVI, baseada na exploração das drogas do sertão, integrou a porção Centro-Oeste à região Sul.

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d) a economia açucareira do Nordeste brasileiro, baseada no binômio  plantation e escravidão, foi a responsável pela incorporação, ao Brasil, de territórios pertencentes à Espanha.e) a extração do pau-brasil, promovida pelos paulistas por meio das entradas e bandeiras, foi importante na expansão das fronteiras do território brasileiro.

Resolução: Altenativa AEsse tema, abordado em História do Brasil, trata da criação de bovinos e mulas, no Rio Grande do Sul, região dos pampas, abordado na obra de Érico Veríssimo,  O Tempo e o Vento, na parte Ana Terra. Lá, criavam-se os animais e produzia-se o charque (carne-seca) que, partindo de Vacaria-(RS), vinham até Sorocaba-(SP), percorrendo terrenos da Depressão Periférica, pela “rota dos tropeiros”, onde eram comercializados. Posteriormente, eram levados a Minas Gerais, onde a extração do ouro concentrara grande população, que consumia o charque utilizava os animais para transportar o ouro até o Rio de Janeiro

(Ufpel 2006)  Devido à sua grande extensão territorial, o Brasil apresenta muitos contrastes, seja em aspectos físicos, econômicos ou humanos. Com base nessas diferenças, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) dividiu o país em cinco regiões há cerca de trinta anos. As regiões identificadas pelo IBGE são as seguintes:

I. NorteII. Centro-OesteIII. NordesteIV. SudesteV. Sul

Analise as seguintes afirmações sobre a divisão regional do Brasil.(     ) É uma região de contrastes nos aspectos naturais, humanos e econômicos. Ela apresenta áreas chuvosas e áreas de clima semiárido. Além disso, quase um quarto da população vive na miséria, enquanto uma pequena parcela detém parte das riquezas. Ela contribui muito com a migração para outras regiões.(     ) É a região mais extensa do país, embora apresente baixa densidade demográfica. Nessa região predominam aspectos naturais, floresta densa e heterogênea, clima quente e úmido, rios extensos e caudalosos, os quais drenam terras geralmente de altitude pouco elevada. Ela equivale a cerca de 60 % do território brasileiro.(     ) Região que corresponde a 6,8 % do território brasileiro, mas é a segunda em importância econômica. Ela apresenta uma densidade demográfica significativa, com mais de 41 hab/km2. Nessa região, destaca-se o predomínio de um clima subtropical.(     ) Região mais povoada do Brasil, a qual possui quase 43% da população brasileira e concentra a maior produção agrícola e industrial do país, assim

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como a maior rede de transportes. É nessa região que podemos observar melhor a diversidade espacial resultante do desigual desenvolvimento do país.(     ) Esta região corresponde a quase 19% do território brasileiro. Pouco povoada, apresenta uma densidade demográfica de 6,8 hab/km2. Foi desbravada nos séculos XVII e XVIII pelos bandeirantes, que procuravam pedras e metais preciosos. Desde a década de 1960, a região atrai imigrantes por oferecer grande quantidade de terras a serem exploradas.

Escolha a alternativa que apresenta a relação correta entre as regiões e suas características.a)  I, II, V, III e IV.   b)  II, III, IV, V e I.   c)  V, III, I, II e IV.   d)  III, I, V, IV e II.   e)  IV, I, III, II e V.

(Ufpr 2008)  Há inúmeras formas de dividir o território de um país. O mapa a seguir apresenta uma divisão do Brasil em três grandes regiões geoeconômicas.

Com base no mapa e nos conhecimentos de Geografia Regional, assinale a alternativa correta.a) A Amazônia possui a estrutura produtiva mais diversificada das três regiões, pois suas atividades de extração mineral e vegetal exploram grandes províncias mineralógicas e uma floresta com alta biodiversidade.   b) Critérios geopolíticos pesam nessa regionalização, posto que Goiás e outras áreas do Centro-Oeste fazem parte da região geoeconômica mais importante por serem polarizadas pelo Distrito Federal.   c) O Nordeste é a mais homogênea das três regiões, pois o declínio socioeconômico e a perda de população para o Centro-Sul definem os espaços que a constituem.   d) O avanço da agricultura moderna na região dos cerrados foi o que levou ao conceito de região geoeconômica Centro-Sul, pois tornou a estrutura produtiva dessa região mais semelhante com a do Sul e Sudeste.   e) A influência dos recursos naturais sobre as atividades econômicas explica por que as áreas da Amazônia e do Nordeste coincidem com os limites da floresta equatorial e do Polígono das Secas.

(Ufpb 2007)  Observe o mapa.

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No mapa, verifica-se que a ocupação do Brasil, no Período Colonial, privilegiou o litoral face à sua posição em relação ao Oceano Atlântico, que funcionava como via de comunicação com Portugal. Posteriormente, esse movimento de ocupação estendeu-se para o interior do continente, sendo reconhecido pelos Tratados de Madri e de Santo Ildefonso, com base nos princípios do 'Uti Possidetis' (quem tem a posse tem o domínio). Em relação a esse movimento de ocupação do território brasileiro, é correto afirmar:

a) O Vale do São Francisco serviu de rota para a penetração dos bandeirantes, devido à existência de recursos minerais, principalmente o manganês.   b) O movimento das bandeiras, mesmo penetrando o interior de São Paulo, conseguiu despovoar outras áreas como o Rio de Janeiro, situado na região Centro-Sul.   c) Algumas áreas, durante o movimento de interiorização no Brasil, no século XIX, esvaziaram-se logo após o esgotamento dos recursos naturais, a exemplo das jazidas minerais.   d) O negro teve grande importância no movimento de penetração no território brasileiro quando da ocupação em direção à Amazônia.   e) O litoral foi a região mais densamente povoada devido, principalmente, ao clima ameno e à existência de portos para o escoamento da produção da pecuária.    (Uff 2007)  O texto a seguir questiona o uso de uma expressão que faz parte das representações geográficas do Brasil.DO CHUÍ AO OIAPOQUE

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Me desculpem a maneira de escrever quando se trata de situar geograficamente nosso país. Todo mundo, em todos os cursos primários, quando quer se referir ao Brasil todo, ou quando qualquer demagogo em véspera de eleição quer bancar o patriota, começa sua aula ou seu discurso assim: "Brasileiros, com a mesma franqueza com que me habituei a falar-vos do Oiapoque ao Chuí...". E o cara recomeça... "somos um todo". E por aí vai o negócio. De norte para sul.Eu também, que não posso deixar de ser provinciano porque sou brasileiro e adoro meu país, tenho a mania de inverter os pontos cardeais por puro patriotismo de bairro, de província. Ao contrário, jamais falei ou falarei do Oiapoque ao Chuí. Morro dizendo: do Chuí ao Oiapoque. Paciência. Como nasci no Rio Grande, é ali que eu acho que começa o Brasil.         Adaptado de João Saldanha, "Vida que Segue", Nova Fronteira, 2006, p. 118 (publicado originalmente em "O Globo", 17/03/1970).

Tendo em vista o questionamento apresentado, assinale a opção que melhor explica a atitude do autor ao inverter a consagrada expressão "Do Oiapoque ao Chuí".

a) Preocupação em corrigir os pontos extremos do País   b) Precariedade de conhecimento geográfico do Brasil   c) Manifestação de uma identidade regional   d) Inconformismo quanto à vulgarização da linguagem geográfica   e) Reação política contra o uso patriótico do discurso geográfico  

(Ufpb 2007) A divisão oficial das Regiões Brasileiras apresentada pelo IBGE respeita os limites entre os estados brasileiros. Por outro lado, a divisão em três regiões geoeconômicas - Amazônia, Nordeste e Centro-Sul - tem como base os aspectos comuns que caracterizam cada uma dessas regiões. 

Considerando as informações apresentadas e levando em conta a formação histórica do território brasileiro, pode-se afirmar: 

I. A decadência econômica do Nordeste e o desenvolvimento do Centro-Sul ocorreram a partir do final do século XIX. 

II. O Nordeste foi a região mais importante do país nos três primeiros séculos da colonização. 

III. O declínio econômico do Nordeste e o desenvolvimento do Centro-Oeste acentuaram-se no século XIX. 

IV. A Amazônia, com suas riquezas naturais, passa a contribuir para o pagamento da dívida externa a partir do século XX, mas desvalorizando-se pela ausência de população. 

Estão corretas apenas: 

a) I e II 

b) II e IV 

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c) I e III 

d) I e IV 

e) II e III 

(Ufes 2007)  "Urbanização é o processo de crescimento da população urbana em ritmo mais acelerado que o do crescimento da população rural, ou seja, é o resultado da transferência da população rural para o meio urbano. Esse processo sinaliza a transição de um padrão de vida econômica apoiado na produção agrícola fechada e auto-suficiente para outro, baseado na indústria, no comércio e nos serviços."                 (MAGNOLI, D.; ARAÚJO, R. "Projeto de ensino de Geografia". São Paulo: Moderna, 2004. p. 166.)

O geógrafo Milton Santos, a partir de seus estudos sobre a difusão do meio técnico-científico-informacional no território brasileiro, propôs uma divisão regional para o Brasil. Cada região apresenta características diferenciadas no processo de urbanização, como está especificado a seguir:

I - Na região "a", a urbanização é dispersa, ou seja, há numerosos núcleos urbanos, mas as taxas de urbanização são baixas, o que se deve à baixa mecanização do território.II - Na região "b", a urbanização se deu recentemente e de forma intensa, já que acompanhou a implantação de sistemas econômicos modernos.III - Na região "c", área com a maior dinâmica industrial, financeira e de circulação, a urbanização é antiga e intensa, fruto do processo histórico de mecanização do território.IV - Na região "d", a tendência à urbanização é menor. Há poucas cidades que estabelecem as relações desta região com o restante do território nacional.

As regiões "a", "b", "c" e "d" são, respectivamente,a) Centro-Oeste - Nordeste - Sudeste - Concentrada.  b) Nordeste - Concentrada - Centro-Sul - Amazônia.  c) Centro-Sul - Nordeste - Concentrada - Norte.  d) Nordeste - Centro-Oeste - Concentrada - Amazônia.  e) Concentrada - Norte-Nordeste - Sul-Sudeste - Centro-Oeste.   

(FGV) As secas e o apelo econômico da borracha — produto que no final do século XIX alcançava preços altos nos  mercados internacionais — motivaram a movimentação de massas humanas oriundas do Nordeste do Brasil  para o Acre. Entretanto, até o início do século XX, essa região pertencia à Bolívia, embora a maioria da sua  população fosse brasileira e não obedecesse à autoridade boliviana. Para reagir à presença de brasileiros, o  governo de La

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Paz negociou o arrendamento da região a uma entidade internacional, o Bolivian Syndicate,  iniciando violentas disputas dos dois lados da fronteira. O conflito só terminou em 1903, com a assinatura do  Tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil comprou o território por 2 milhões de libras esterlinas.Disponível em: www.mre.gov.br. Acesso em: 03 nov. 2008 (adaptado).

Compreendendo o contexto em que ocorreram os fatos apresentados, o Acre tornou-se parte do território  nacional brasileiro

) pela formalização do Tratado de Petrópolis, que indenizava o Brasil pela sua anexação.b)  por meio do auxílio do Bolivian Syndicate aos emigrantes brasileiros na região.c)  devido à crescente emigração de brasileiros que exploravam os seringais.d) em função da presença de inúmeros imigrantes estrangeiros na região.e)  pela indenização que os emigrantes brasileiros pagaram à Bolívia.

(Uel)  Com base nos conhecimentos sobre movimentos migratórios no Brasil, considere as afirmativas a seguir.

I. A imigração foi mais importante na segunda metade do século XIX do que na segunda metade do século XX, tanto em termos numéricos quanto em termos socioeconômicos, pois se constituiu na principal estratégia de implantação do trabalho livre no Brasil.II. Ao longo do século XX, as migrações internas conheceram um rápido crescimento a partir do advento do processo de industrialização, de integração do território e da formação de um mercado interno unificado.III. Na primeira metade do século XX, o primeiro ciclo da borracha na Amazônia foi responsável pela intensificação do fluxo de imigrantes, sobretudo europeus, conhecidos como "soldados da borracha".IV. No contexto das migrações no Brasil, após a segunda guerra mundial, o número absoluto de imigrantes foi amplamente superado pelo de migrantes nacionais, uma vez que mudanças nas condições internacionais favoreceram a redução da imigração.

Assinale a alternativa CORRETA.a) Somente as afirmativas I e III são corretas.  b) Somente as afirmativas III e IV são corretas.  c) Somente as afirmativas I e II são corretas.  d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.  e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.   

(Espm)  Observe a matéria que aborda a produção de borracha no Brasil:

TEM MELHOR INVESTIMENTO QUE ESSE?

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Cotação de borracha chegou a R$ 3,7 mil tonelada e sua produção já emprega 20 mil pessoas...

         O economista Daniel Bampa Netto, caminha lentamente entre as fileiras de árvores aspirando com gosto o ar fresco e viscoso que, de gota em gota, vai enchendo pequenos baldes atados ao caule.         As novas cotações deixam o setor cada vez mais longe do seu pior momento, há 4 anos, quando a tonelada de borracha valia US$ 500,00.         ("O Estado de S. Paulo" - Outubro/2006)

A matéria faz referência ao novo ciclo da borracha brasileiro, que está com produção e preço em alta. Atualmente, o maior produtor brasileiro de borracha é:a) São Paulo.                  b) Amazonas.   c) Pará.                 d) Acre.   e) Rondônia.    

(Ufpel)    Enquanto durou, o ciclo da borracha (1890-1910) promoveu o enriquecimento da região amazônica, na época o único produtor desse material no mundo.         Em 1876, sementes da seringueira brasileira foram transplantadas para as colônias britânicas do sudeste asiático, e logo sua produção superou a do Brasil.

Analise as afirmativas sobre a cultura da borracha no Brasil.I. A atual posição do Brasil, de país urbano industrial, faz com que a borracha não esteja entre os produtos de extrativismo vegetal que representam uma importante atividade econômica para a população amazônica.II. A necessidade da borracha como matéria-prima das fábricas europeias, em plena Revolução Industrial, criou uma aristocracia rural e transformou cidades, como Manaus, em importantes polos econômicos e culturais na Amazônia.III. Durante a 2a Guerra Mundial, a borracha encontrou uma nova fase de produção, abastecendo a indústria estadunidense, o que conferiu destaque para a Amazônia. Depois disso, a região produtora de borracha no Brasil também voltou a chamar a atenção com a morte do seringalista Chico Mendes, em 1988.IV. Atualmente a região amazônica não apresenta focos de violência, e a borracha atende as necessidades internas de consumo, sem precisar de importação, apesar de ser extraída de forma rudimentar e ser uma atividade que subsiste em condições adversas.V. Na época da riqueza dos seringais, foram gerados muitos conflitos de fronteiras entre Brasil e Bolívia, os quais só foram resolvidos através do acordo estruturado pelo diplomata Barão de Rio Branco. Esse acordo deu ao Brasil o controle sobre as florestas no Acre.

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Estão corretas apenasa) I, III e IV.         b) I, II e III.          c) II, III e V.   d) I, IV e V.          e) II, IV e V.   

(Ufg)  Segundo os critérios de cor e raça, adotados pelo IBGE, a distribuição da população brasileira, com predomínio de brancos e pardos, pode ser compreendida se forem considerados também os processos de povoamento e ocupação do território nacional. Esse predomínio explica-se na Região

a) Sudeste, desde o início da colonização, pela miscigenação entre índios, negros e brancos.   b) Centro-Oeste, desde o período da mineração, pelo contato entre indígenas e negros.  c) Sul, desde a guerra do Brasil com o Paraguai, pelo contato entre indígenas e colonizadores brancos.   d) Nordeste, desde o período da economia açucareira, pela miscigenação entre indígenas e negros.   e) Norte, desde a construção da Rodovia Transamazônica, pela mestiçagem entre indígenas e negros.   

(Upe)  Sobre o importante tema A Formação Territorial Brasileira, são feitas as considerações a seguir. Com base nos seus conhecimentos históricos e geográficos, identifique as que são verdadeiras e as falsas, se existirem.

(     )  No regime das Capitanias Hereditárias, nos séculos XVI e XVII, os donatários possuíam amplos poderes nas suas capitanias, inclusive o de distribuir sesmarias. Esse regime fragmentou a  América Portuguesa.  (     )  A economia canavieira foi o centro da empresa agrícola do Brasil Colonial; essa economia baseou-se no Sistema de “Plantation”.  (     )  A expansão territorial do Brasil foi realizada por diversos tipos de movimentos ditos expansionistas, como, por exemplo, a exploração de drogas e especiarias existentes no interior da colônia e nas expedições militares.  (     )  A existência de solos litólicos rasos de massapê, de grande fertilidade na Zona da Mata nordestina, e o predomínio do clima quente e úmido (As’) foram fatores decisivos no desenvolvimento da economia canavieira e, consequentemente, na criação de diversas cidades pernambucanas, como Goiana, Igarassu e Barreiros.  (     )  No século XVII, a exportação de fumo e a descoberta de ouro e bauxita na parte ocidental do Nordeste brasileiro, na fronteira com o que hoje é o Estado do Tocantins, foram fatores que influenciaram a Coroa lusitana a decidir-se pela formação de várias cidades, como Teresina, Arapiraca, Mariana, entre outras.  

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(Fgv)  A atuação do marquês de Pombal como ministro do reino português, a partir de 1755, foi caracterizada pela implementação de um amplo conjunto de reformas. Entre elas, é correto apontar:

a) A afirmação da soberania imperial em áreas como a fronteira sul do Brasil, que culminou em confronto aberto com os jesuítas.   b) A abertura dos mercados metropolitanos e coloniais à livre-concorrência, que se baseava nos princípios do liberalismo econômico.   c) As medidas que visavam estimular o desenvolvimento das manufaturas do Brasil e incrementar o seu mercado interno.   d) A extinção das companhias de comércio que atuavam no Brasil e o restabelecimento do sistema de capitanias controladas por particulares.   e) A diminuição da entrada de escravos oriundos do continente africano e o início de uma política migratória para o Brasil.   

(Feevale)  Foi a partir de 1530 que Portugal resolveu reforçar a sua presença no Brasil. O domínio português avançou para além das águas costeiras, com o objetivo de definir os seus limites em terras americanas.  Sobre o Brasil Colônia, considere verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações que seguem.

(     ) A instalação das capitanias hereditárias gerou conflitos entre portugueses e indígenas, já que o confisco das terras e o trabalho forçado feriam o modo de vida das populações nativas.(     ) A cana-de-açúcar foi o primeiro produto de monocultura cultivado nas terras do Brasil português e lançou as bases de uma sociedade escravista.(     ) Os portugueses estabeleceram o domínio sobre o território da colônia sem conflitos com as populações nativas.

Marque a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo.a) V – V – V                  b) V – F – V   c) V – V – F                   d) F – F – F   e) F – F – V   

 (Espm)  As primeiras atividades econômicas praticadas pela colonização portuguesa no Brasil tiveram por cenário apenas o litoral do leste-nordeste brasileiros, sem que de modo sensível penetrassem no vago e misterioso sertão, ainda ocupado por tribos selvagens. Determinava essa situação o desinteresse econômico por qualquer tentativa de fixação de povoadores em regiões mais afastadas do mar. Assim enquanto sob os Reis Filipes penetravam os Vicentinos pelo sul na caça ao índio, ao mesmo tempo em que se sucediam as conquistas litorâneas em todo o nordeste, a solução encontrada para o povoamento do sertão forneceu-a (.......), atividade econômica essencialmente fixadora de população, mesmo escassas.

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(Hélio Viana. História do Brasil)

O texto e o mapa referem-se a:

a) criação de gado;   b) busca de drogas do sertão;   c) produção de algodão;   d) extração de borracha;   e) cultivo de tabaco. 

(G1 - cftsc)  Na história do Brasil, tivemos vários ciclos econômicos que marcaram as atividades econômicas de nosso país. Sobre esses ciclos, é correto afirmar que:

a) no período Republicano, o ciclo do ouro que ocorreu no eixo econômico do Nordeste colaborou com a estabilidade monetária do país.   b) no período Colonial, o açúcar, cujo ciclo de produção ocorreu no eixo econômico do Sul do Brasil, foi o grande produto de exportação.   c) no período do Segundo Império, o café foi o grande produto exportado e trouxe grandes divisas para o país.   d) no período do Primeiro Império, o ciclo econômico do Pau-Brasil sustentou a máquina administrativa do governo.   e) no período da República Velha, o ciclo do gado foi o responsável pelo equilíbrio da balança comercial brasileira.    (Pucrs)  Entre 1500 e 1530, os interesses da coroa portuguesa, no Brasil, focavam o pau-brasil, madeira abundante na Mata Atlântica e existente em quase todo o litoral brasileiro, do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro. A extração era feita de maneira predatória e assistemática, com o objetivo de abastecer o mercado europeu, especialmente as manufaturas de tecido, pois a tinta avermelhada da seiva dessa madeira era utilizada para tingir tecidos. A aquisição dessa matéria-prima brasileira era feita por meio da

a) exploração escravocrata dos europeus em relação aos índios brasileiros.   b) criação de núcleos povoadores, com utilização de trabalho servil.   c) utilização de escravos africanos, que trabalhavam nas feitorias.   d) exploração da mão de obra livre dos imigrantes portugueses, franceses e holandeses.  e) exploração do trabalho indígena, no estabelecimento de uma relação de troca, o conhecido escambo. 

(Puccamp)  MAPA PARA 2 questões que se seguem:

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A marcha do povoamento

(Adaptado de José William Vesentini. "Geografia: série Brasil". São Paulo: Ática, 2003. p. 181)A área hachurada no mapa foi incorporada ao território brasileiro em 1903. Pode-se associar a essa incorporação o fato de quea) as expedições dos bandeirantes, à procura de riquezas minerais, promoveram a ocupação da província boliviana e garantiram a posse do território pelo 'uti possidetis'.   b) era uma província boliviana habitada por nordestinos que para lá migraram devido à seca, à modernização da lavoura no Nordeste e ao surto da produção da borracha.   c) era interesse do Brasil estender seus domínios até essa estratégica área, pertencente à Bolívia, para controlar o mercado de couro, de sebo e de especiarias da região.   d) a expansão da pecuária no Nordeste e a coleta das drogas do sertão na Amazônia determinaram a ocupação de territórios bolivianos pelos sertanejos nordestinos.   e) a descoberta do ouro em locais vizinhos a essa área pertencente à Bolívia deu origem a um deslocamento maciço de habitantes de vários lugares do Brasil para a região.     (Puccamp)

No que se refere à faixa escura à leste, é correto afirmar que a ocupação e povoamento dessa faixaa) ocorrem desde a vinda das expedições exploratórias no litoral e ligam-se à exploração econômica do pau-brasil.   

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b) têm início em meados do século XVIII e associam-se ao sucesso das capitanias do Nordeste e do Sudeste.   c) vêm desde a época colonial e expressam a ligação econômica em relação aos centros mundiais do capitalismo, desde sua formação.   d) resultam da invasão do litoral pelos imigrantes europeus e associam-se à desestruturação econômica do feudalismo.   e) têm origem econômica na indústria açucareira e ligam-se à integração gradativa do índio e do negro à sociedade brasileira.  

53. (Ufscar)  Observe o mapa.

MARCHA DE POVOAMENTO E A URBANIZAÇÃO DO SÉCULO XVII

         NOVAIS, Fernando. "História da vida privada no Brasil". Vol. I, SP: Cia. da Letras, 1997, p. 19.

A respeito da ocupação do território brasileiro, foram feitas as quatro observações seguintes:

I. iniciou-se pela nascente do rio Amazonas.II. seguiu os cursos dos rios em direção ao interior.III. foi decorrência da penetração do gado, da busca de metais preciosos e da exploração de drogas do sertão.IV. significou a criação de vilas e cidades na região do planalto central.

Pode-se afirmar que estão corretas:a) I e II, apenas.   b) I, II e III, apenas.   c) I, II, III e IV.   d) II e III, apenas.   e) III e IV, apenas. 

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b) A inserção da economia brasileira no processo de globalização da economia

1) O Brasil e o Mercosul

Resumo: O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) é a união aduaneira composta por quatro países-membros - Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil - e um país em processo de adesão, a Venezuela, cujos objetivos são bastante ambiciosos, abrangendo áreas relacionadas não somente à economia, mas também à cultura, educação, deslocamentos populacionais, trabalhista, entre outros. E é acerca do papel do Brasil neste importante bloco econômico sulamericano que este trabalho científico se ocupa.

Palavras-chaves: MERCOSUL, Brasil, Bloco econômico.

Sumário: 1. Introdução. 2. Estrutura e Objetivos do MERCOSUL. 3. O MERCOSUL no Cenário Mundial . 4. O Brasil no MERCOSUL. Conclusão.

1 – INTRODUÇÃO

O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) é a união aduaneira composta por quatro países-membros - Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil - e um país em processo de adesão, a Venezuela.

O embrião do processo integrador na América Latina remonta aos anos 60 do século XX, quando foi criada a ALALC (Associação Latino Americana de Livre Comércio) e aos anos 80, quando surgiu a ALADI (Associação Latino Americana de Integração). Nesta década, Brasil e Argentina iniciam conversações e assinam acordos bilaterais (Declaração de Iguaçu – 1985 e o Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento – 1988) visando incrementar o comércio entre si e criar um mercado maior, aberto aos países que quisessem dele participar.

Diante disso, Paraguai e Uruguai passam a integrar o grupo em 1991 a partir da assinatura do Tratado de Assunção, criando assim o MERCOSUL (Mercado Comum do Sul).

Alguns outros países participam do bloco na qualidade de estados associados como Bolívia, Chile, Peru, Colômbia e Equador. O “status” de estados associados confere aos mesmos o direito de participarem de reuniões do MERCOSUL como convidados e de assinarem tratados onde haja interesses comuns. Para ser considerado um associado, o país deverá assinar acordos de complementação econômica e obedecer a um cronograma para redução de tarifas e criação de uma zona de livre comércio com o bloco econômico.

2- ESTRUTURA E OBJETIVOS DO MERCOSUL

A estrutura funcional do MERCOSUL é formada por diversos órgãos como:

- Conselho de Mercado Comum, responsável pela política de integração do bloco e representada pelos chanceleres e ministros da fazenda dos estados-membros.

- Grupo de Mercado Comum, responsável pelos acordos e tratados para implementação das políticas econômicas e comerciais entre os países.

- Comissão de Comércio, órgão técnico que assessora o Grupo de Mercado Comum nas suas decisões.

Além disso, possui uma secretaria geral, sediada em Montevidéu e uma Comissão Parlamentar Conjunta.

Os objetivos do MERCOSUL são bastante ambiciosos, abrangendo áreas relacionadas não somente à economia, mas também à cultura, educação, deslocamentos populacionais, trabalhista, entre outros.

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3- O MERCOSUL NO CENÁRIO MUNDIAL

Economicamente o bloco se situa como o terceiro maior, atrás do NAFTA e da UE, sendo o seu Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente US$ 3,0 trilhões, mensurados a partir da paridade do poder compra. Desses, o Brasil se apresenta como a maior economia, sendo responsável por 70% do PIB gerado.

Essa supremacia pode resultar em problemas, uma vez que as economias mais fortes geralmente acabam por ter maiores vantagens no relacionamento comercial e se impõem naturalmente no mercado de outros países.

Os problemas intrabloco acabam acontecendo por conta das assimetrias econômicas e de desenvolvimento. Para que se tenha uma ideia, o comércio entre Brasil e Argentina, as duas maiores economias do bloco é cerca de 15 vezes maior que o comércio entre Paraguai e Uruguai, as economias mais fracas. Além disso, o valor agregado das mercadorias exportadas por Brasil e Argentina é maior, auxiliando, assim, na geração de crescentes superávits em favor desses países.

No confronto Brasil e Uruguai ou Brasil e Paraguai, assim como a Argentina com os mesmos países, os dois maiores integrantes do bloco têm registrado superávits crescentes em suas balanças comerciais, gerando desequilíbrios. O poder que Uruguai e Paraguai possuem de colocar suas mercadorias nos mercados brasileiro e argentino é muito menor do que o poder que Brasil e Argentina têm de atingir os mercados uruguaio e paraguaio.

Pelo lado brasileiro, algumas políticas são realizadas com a finalidade de reduzir essas assimetrias, tais como investimentos em outros países do bloco e empréstimos e financiamentos de bancos de desenvolvimento (BNDES) a atividades produtivas nos países menos favorecidos. Isso pode parecer, à primeira vista, um benefício de mão-única, mas na verdade rende frutos como:

- Juros dos empréstimos e financiamentos realizados;

- Fornecimento de equipamentos e matérias-primas para equipar o novo parque produtivo;

- Geração de renda nos países, o que estimulará a demanda por produtos brasileiros;

- Possibilidade da venda de novos bens compatíveis com o novo padrão de produção no Uruguai e no Paraguai.

4- O BRASIL NO MERCOSUL

O papel do Brasil no MERCOSUL é, portanto, cada vez mais integrador. Contudo, é incontestável sua posição de líder, em função de suas características econômicas, populacionais, geográficas etc. É importante perceber que a posição de líder aumenta a responsabilidade do Brasil na condução e na sobrevivência do MERCOSUL.

Aliado à característica integradora, o Brasil, a partir do MERCOSUL, demarca definitivamente a América do Sul como sua área de influência político-econômica. Reforça, ainda, a posição a favor do multilateralismo para fazer frente à posição norte-americana e à tentativa de implementação da ALCA (ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS).

CONCLUSÃO

Por todo o exposto, não há dúvidas de que o Brasil acaba por exercer grande influência e possui muito poder nas decisões tomadas no âmbito do MERCOSUL

2) O desenvolvimento econômico e os indicadores sociais no Brasil

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Os indicadores sociais são meios utilizados para designar os países como sendo: Ricos

(desenvolvidos), Em Desenvolvimento (economia emergente) ou Pobres

(subdesenvolvidos). Com isso, organismos internacionais analisam os países segundo a: 

• Expectativa de vida (É a média de anos de vida de uma pessoa em determinado país). 

• Taxa de mortalidade (Corresponde ao número de pessoas que morreram durante o

ano). 

• Taxa de mortalidade infantil (Corresponde ao número de crianças que morrem antes

de completar 1 ano). 

• Taxa de analfabetismo (Corresponde ao percentual de pessoas que não sabem ler e

nem escrever). 

• Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, baseada na paridade de poder de compra dos

habitantes.

• Saúde (Refere-se à qualidade da saúde da população). 

• Alimentação (Refere-se à alimentação mínima que uma pessoa necessita, cerca de

2.500 calorias, e se essa alimentação é balanceada). 

• Condições médico-sanitárias (Acesso a esgoto, água tratada, pavimentação etc.) 

• Qualidade de vida e acesso ao consumo (Correspondem ao número de carros, de

computadores, televisores, celulares, acesso à internet entre outros). 

IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) 

Foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) para tentar medir o grau

econômico e, principalmente, como as pessoas estão vivendo nos países de todo o

mundo. 

O IDH avalia os países em uma escala de 0 a 1. O índice 1 não foi alcançado por nenhum

país do mundo, pois tal índice iria significar que determinado país apresenta uma realidade

quase que perfeita, por exemplo, uma elevada renda per capita, expectativa de vida de 90

anos e assim por diante. 

Também é bom ressaltar que não existe nenhum país do mundo com índice 0, pois se isso

ocorresse era o mesmo que apresentar, por exemplo, taxas de analfabetismo de 100% e

todos os outros indicadores em níveis desastrosos.

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c) O ESPAÇO INDRUSTRIAL BRASILEIRO

Há tempos, as indústrias vêm conquistando o seu espaço no Brasil, tornando-se um dos elementos mais básicos de uma determinada região .Trazendo consigo, sempre uma característica marcante, a MUDANÇA, seja ela qual for, tanto na cultura como na economia ou até mesmo no espaço que ela ocupa e no impacto que ela causará em seu ambiente.

A seguir, veremos um pouco mais sobre essas indústrias, como e porque, que um lugar que comporta uma ou várias indústrias se modifica, e modifica a vida de sua população;como os meios de transporte e comunicação podem influenciar para a industrialização de uma determinada região.

Porque as indústrias tendem a se concentrar mais em uma determinada região?Como fica odesenvolvimento de uma região pouco industrializada?Essas e outras questões, serão abordadas a seguir,tendo como principal objetivo,fazer que se entenda melhor, o papel desta gigante, chamada INDÚSTRIA !

A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS NO BRASIL

A atividade industrial, muito concentrada no Sudeste brasileiro, de uns tempos pra cá, vem se distribuindomelhor entre as diversas regiões do país. Atualmente, seguindo uma tendência mundial, o Brasil vem passando por um processo de descentralização industrial, chamada por alguns autores de desindustrialização, que vem ocorrendo intra - regionalmente e também entre as regiões.

Dentro da Região Sudeste há uma tendência de saída do ABCD Paulista, buscando menores custos de produção do interior paulista, no Vale do Paraíba ao longo da Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizonte. Estas áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos de mão-de-obra, transportes menos congestionados e por tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida, o que é vital quando trata-se de tecnopólos.

A desconcentração industrial entre as regiões vem determinando o crescimento de cidades-médias dotadas de boa infra-estrutura e com centros formadores de mão-de-obra qualificada, geralmente universidades. Além disso, percebe-se um movimento de indústrias  tradicionais, de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e vestuários para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão-de-obra extremamente barata. 

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A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO SUDESTE

A distribuição espacial da indústria brasileira, com acentuada concentração em São Paulo, foi determinada pelo processo histórico, já que no momento do início da efetiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicultura, os principais fatores para instalação das indústrias a saber: capital, mercado consumidor, mão-de-obra e transportes.

Além disso, a atuação estatal através de diversos planos governamentais, como o Plano de Metas, acentuou esta concentração no Sudeste, destacando novamente São Paulo. A partir desse processo industrial e, respectiva concentração, o Brasil, que não possuía um espaço geográfico nacional integrado, tendo uma estrutura de arquipélago econômico com várias áreas desarticuladas, passa a se integrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional do trabalho, sendo tipicamente centro-periferia, ou seja, com a região Sudeste polarizando as demais.

A exemplo do que ocorre em outros países industrializados, existe no Brasil uma grande concentração espacial da indústria no Sudeste.A concentração industrial no Sudeste é maior no Estado de São Paulo, por motivos históricos. O processo de industrialização, entretanto, não atingiu toda a região Sudeste, o que produziu espaços geográficos diferenciados e grandes desigualdades dentro da própria região. A cidade de São Paulo, o ABCD(Santo André,São Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema)e centros próximos, como Campinas, Jundiaí e São José dos Campos possuem uma superconcentração industrial, elaborando espaços geográficos integrados à região metropolitana de São Paulo.Esta área tornou-se o centro da industrialização, que se expandiu nas seguintes direções: par a Baixada Santista, para a região de Sorocaba, para o Vale do Paraíba – Rio de Janeiro e interior, alcançando Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. 

AS ATIVIDADES ECONÔMICAS E INDUSTRIAIS NAS 05 REGIÕES DO BRASIL

Sudeste:

Como descrito anteriormente, o Sudeste, é a região que possui a maior concentração industrial do país.

Nesta área, os principais tipos de indústrias são: automobilística, petroquímica,de produtos químicos, alimentares, de minerais não metálicos, têxtil, de vestuário, metalúrgica, mecânica, etc. É um centro polindustrial, marcado pela variedade e volume de produção.

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Várias empresas multinacionais operam nos setores automobilísticos de máquinas e motores, produtos químicos, petroquímicos, etc.As empresas governamentais atuam principalmente nos setores de siderurgia. Petróleo e metalurgia, enquanto empresas nacionais ocupam áreas diversificadas.

O grande interesse de empresas multinacionais é principalmente pela mão-de-obra mais barata, pelo forte mercado consumidor e pela exportação dos produtos industriais a preços mais baixos.Quem observa a saída de navios dos portos de Santos e do Rio de Janeiro tem oportunidade de verificar quantos produtos industriais saem do Brasil para outros países. E aí vem a pergunta:com quem fica o lucro dessas operações?Será que fica para os trabalhadores que as produziram?

A cidade do Rio de Janeiro, caracterizada durante muito tempo como capital administrativa do Brasil até a criação de Brasília, possui também um grande parque industrial. Porém, não tem as mesmas características de alta produção e concentração de São Paulo.Constitui-se também,de empresas de vários tipos, destacando-se as indústrias de refino de petróleo, estaleiros, indústria de material de transporte, tecelagem, metalurgia, papel, têxtil, vestuário, alimentos, etc.

Minas Gerais, de passado ligado à mineração, assumiu importância no setor metalúrgico após a 2º Guerra Mundial e passou a produzir principalmente aço, ferro-gusa e cimento para as principais fábricas do Sudeste. Belo Horizonte tornou-se um centro industrial diversificado, com indústrias que vão desde o extrativismo ao setor automobilístico.

Além do triângulo São Paulo,Rio de Janeiro,Belo Horizonte, existem no Sudeste outras áreas industriais, a maioria apresentando ligação direta com algum produto ou  com a ocorrência de matéria-prima . É o caso de Volta Redonda, Ipatinga, Timóteo, João Monlevade e Ouro Branco, entre outras, ligadas à siderurgia.Outros centros industriais estão ligados à produção local, como Campos e Macaé (açúcar e álcool), Três Corações, Araxá e Itaperuna(leite e derivados), Franca e Nova Serrana(calçados), Araguari e Uberlândia(cereais),etc.

O estado do Espírito Santo é o menos industrializado do Sudeste, tendo centros industriais especializados como:Aracruz , Ibiraçu, Cachoeiro de Itapemirim

Vitória, a capital do Estado, tem atividades econômicas diversificadas, relacionadas à sua situação portuária e às indústrias ligadas à usina siderúrgica de Tubarão.

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No Sudeste, outras atividades estão muito ligadas à vida urbana e industrial:comércio, serviço público, profissionais liberais, educação, serviços bancários, de comunicação, de transporte , etc.Quanto maior a cidade, maior variedade de profissionais aparecem ligados às atividades urbanas.

Como entre São Paulo, Rio e Belo Horizonte concentra-se a maior produção industrial do país, a circulação de pessoas e mercadorias é muito intensa na região.Milhares de pessoas estão envolvidas na comercialização, transporte e distribuição dos produtos destinados à industrialização, ao consumo interno ou à exportação.Considerada também o centro cultural do país, a região possui uma vasta rede de prestação de serviços em todos os ramos, com grande capacidade de expansão, graças ao crescimento de suas cidades. 

Sul:

A industrialização do Sul, tem muita vinculação com a produção agrária e dentro da divisão regional do trabalho visa o abastecimento do mercado interno e as exportações.

O imigrante foi um elemento muito importante no início da industrialização como mercado consumidor e no processo industrial de produtos agrícolas, muitas vezes em estrutura familiar e artesanal.

A industrialização de São Paulo implicou na incorporação do espaço do Sul como fonte de matéria-prima,Implicou também na incapacidade de concorrência das indústrias do sul, que passaram a exportar seus produtos tradicionais como calçados e produtos alimentares, para o exterior.Com as transformações espaciais ocasionadas pela expansão da soja, o Sul passou a ter investimentos estrangeiros em indústrias de implementos agrícolas.

A indústria passou a se diversificar para produzir bens intermediários para as indústrias de São Paulo.Nesse sentido o sul passou a complementar a produção do Sudeste.Daí considerarmos o Sul como sub-região do Centro-Sul.

Objetivando a integração brasileira com os países do Mercosul, a indústria do Sul conta com empresas no setor petroquímico, carboquímico, siderúrgico e em indústrias de ponta (informática e química fina).

A reorganização e modernização da indústria do sul necessitam também de uma política nacional que possibilite o aproveitamento das possibilidades de integração da agropecuária e da indústria, à implantação e crescimento da produção de bens de capital( máquinas, equipamentos), de indústrias de ponta em condições de concorrência com as indústrias de São Paulo.

Nordeste:

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A industrialização dessa região vem se modificando, modernizando, mas sofre a concorrência com as indústrias do Centro-Sul, principalmente de São Paulo, que utilizam um maquinário tecnologicamente mais sofisticado.

A agroindústria açucareira é uma das mais importantes, visando sobretudo a exportação do açúcar e do álcool.

As indústrias continuam a tendência de intensificar a produção ligada à agricultura (alimentos, têxteis, bebidas) e as novas indústrias metalúrgicas, químicas, mecânicas e outras.

A exploração petrolífera no Recôncavo Baiano trouxe para a região indústrias ligadas à produção refino e utilização de derivados do petróleo.

Essa nova indústria , de alta tecnologia e capital intenso, não absorve a mão-de-obra que passa a subempregar-se na área de serviços ou fica desempregada.

As indústrias estão concentradas nas mãos de poucos empresários e os salários pagos são muito baixos, acarretando o empobrecimento da população operária.

O sistema industrial do Nordeste, concentrado na Zona da Mata, tem pouca integração interna. Encontra-se somente em alguns pontos dispersos e concentra-se sobretudo nas regiões metropolitanas:Recife, Salvador e Fortaleza .

Com vistas à política do Governo Federal para o Programa de Corredores da Exportação, instituído no final da década de 70 para atender ao escoamento da produção destinada ao mercado externo, foram realizadas obras nos terminais açucareiros dos portos de Recife e Maceió.

A rede rodoviária acha-se mais integrada a outras regiões do que dentro do próprio Nordeste. A construção da rodovia , ligando o Nordeste(Zona da Mata) ao Sudeste e ao Sul, possibilitou o abastecimento do Nordeste com produtos industrializados no Sudeste e o deslocamento da população nordestina em direção a este.

Centro-Oeste:

Na década de 60, a industrialização a nível nacional adquire novos padrões. As indústrias de máquinas e insumos agrícolas, instaladas no Sudeste, tiveram mercado consumidor certo no Centro-Oeste, ao incentivarem-se os cultivos dos produtos de exportação em grandes áreas mecanizadas.

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A partir da década de 70, o Governo Federal implantou uma nova política econômica visando a exportação .Para atender às necessidades econômicas brasileiras e a sua participação dentro da divisão internacional do trabalho, caberia  ao Centro-Oeste a função de produtor de grãos e carnes para exportação.

Com tudo isso, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região em criação de bovinos do País, sendo esta a atividade econômica mais importante da sub-região. Sua produção de carne visa o mercado interno e externo.

Existem grandes matadouros e frigoríficos que industrializam os produtos de exportação. O abastecimento regional é feito pelos matadouros de porte médio e matadouros municipais, além dos abates clandestinos que não passam pela fiscalização do Serviço de Inspeção Federal.

Sua industrialização se baseia no beneficiamento de matérias-primas e cereais, além do abate de reses o que contribui para o maior valor de  sua produção industrial . As outras atividades industriais são voltadas para a produção de bens de consumo, como :alimentos, móveis etc. A indústria de alimentos, a partir de  1990, passou a se instalar nos pólos produtores de matérias-primas, provocando um avanço na agroindústria do Centro-Oeste. A CEVAL, instalada em Dourados MS, por exemplo, já processa 50% da soja na própria área.

No estado de Goiás por exemplo ,existem indústrias em Goiânia, Anápolis,Itumbiara, Pires do rio,Catalão, Goianésia e Ceres. Goiânia e Anápolis, localizadas na área de maior desenvolvimento econômico da região, são os centros industriais mais significativos, graças ao seu mercado consumidor, que estimula o desenvolvimento industrial.

Enquanto outras áreas apresentam indústrias ligadas aos produtos alimentares, minerais não metálicos e madeira, esta área possui certa diversificação industrial.Contudo, os produtos alimentares representam o maior valor da produção industrial.

Norte:

A atividade industrial no Norte, é pouco expressiva, se comparada com outras regiões brasileiras. Porém, os investimentos aplicados, principalmente nas últimas décadas, na área dos transportes, comunicações e energia possibilitaram à algumas áreas o crescimento no setor industrial , visando à exportação.

Grande parte das indústrias está localizada próxima à fonte de matérias-primas como a extração de minerais e madeiras, com pequeno beneficiamento dos produtos.

Page 33: Geografia Do Brasil

A agroindústria regional dedica-se basicamente ao beneficiamento de matérias-primas  diversas, destacando-se a produção de laticínios;o processamento de carne, ossos e couro; a preservação do pescado, por congelação, defumação, salga, enlatamento; a extração de suco de frutas; o esmagamento de sementes para fabricação de óleos; a destilação de essências florestais; prensagem de juta, etc.Tais atividades, além de aumentarem o valor final da matéria-prima, geram empregos.

As principais regiões industriais são Belém e Manaus. Na Amazônia não acontece como no Centro-sul do país, a criação de áreas industriais de grandes dimensões.

Mais adiante veremos sobre a criação da Zona Franca de Manaus.

COMO A IMPLANTAÇAO DE UMA INDÚSTRIA PODE ALTERAR NA CULTURA E NAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA REGIÃO EM QUE FOI IMPLANTADA

Já é do conhecimento de todos nós, que quando uma indústria é implantada em determinada região, várias mudanças acontecem, dentre elas, mudanças no espaço geográfico, mudanças  culturais,e principalmente, mudanças na economia.

A implantação de uma indústria, modifica a cultura, pois, um trabalho que artesanalmente era executado pelo povo, e tido como tradição, cede seu lugar, muitas vezes à máquinas pesadas, e que exercem sozinhas e  em pouco tempo, o serviço que muitas vezes, era desempenhado por várias pessoas e em um período de tempo muito maior.Assim, milhares de postos de trabalho se extinguiam,fazendo-se aumentar o número de empregos informais surgidos nessa região.

Além de mudanças na cultura e economia , surgem também, mudanças no espaço geográfico:em alguns casos, as industrias são implantadas, sem maior avaliação dos danos que ela poderá causar, acarretando conseqüências gravíssimas posteriormente.

A ZONA FRANCA DE MANAUS

A ZFM foi criada em 1957 originalmente através da Lei 3.173 com o objetivo de estabelecer em Manaus um entreposto destinado ao beneficiamento de produtos para posterior exportação. Em 1967, a ZFM foi subordinada diretamente ao Ministério do Interior, através da  SUFRAMA (pelo Decreto-Lei nº 288). O decreto estabelecia incentivos com vigência até o ano 1997.

Page 34: Geografia Do Brasil

Ao longo dos anos 70, os incentivos fiscais atraíram para a ZFM investimentos de empresas nacionais e estrangeiras anteriormente instaladas no sul do Brasil, bem como investimentos de novas ET, principalmente da indústria eletrônica de consumo. Nos anos 80, a Política Nacional de Informática impediu que a produção de computadores e periféricos e de equipamentos de telecomunicações se deslocasse para Manaus e a ZFM manteve apenas o segmento de consumo da indústria eletrônica.

A Constituição de 1988 prorrogou a vigência dos incentivos fiscais da União para a ZFM até o ano 2.013, mas com a abertura da economia, nos anos 90, esses incentivos perderam eficácia. Simultaneamente, os produtos fabricados na ZFM passaram a enfrentar a concorrência com produtos importados no mercado doméstico brasileiro. As empresas estabelecidas em Manaus promoveram um forte ajuste com redução do emprego e aumento do conteúdo importado dos produtos finais.

A RELAÇÃO DOS MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO, E DO COMÉRCIO COM A INDUSTRIALIZAÇÃO DE UMA DETERMINADA REGIÃO

Os meios de transporte, comunicação e comércio, são os fatores cruciais para que se implante uma indústria em uma determinada região.

Para ser  determinado estratégico para a implantação de uma indústria, um local  tem  que ter fácil acesso à rodovias, que escoem a sua produção para as diversas regiões do país e os portos, visando a exportação.

 Os meios de comunicação, também são vitais, para que sejam feitos os contatos necessários para se fechar grandes negócios, visando a obtenção de lucros mais altos, para o crescimento da indústria, a atualização dos conhecimentos e a velocidade de comunicação.

 O comércio, também é muito importante, pois para que se produza alguma coisa , é necessário que haja mercado para este produto, e o comércio tem o papel de intermediário entre o produtor e o consumidor final.

OS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA INDÚSTRIA

As economias capitalistas tiveram, do pós guerra até meados da década de 70, uma das fases de maior expansão e transformações da estrutura produtiva, sob a égide do setor industrial. Essa expansão foi liderada por dois grandes subsetores: o metal-mecânico (indústria de automotores, bens de capital e do consumo duráveis) e a química (especialmente a petroquímica).

A rápida implantação da matriz industrial internacional no Brasil internalizou os vetores produtivos da químico-petroquímica, da metal-mecânica, da indústria

Page 35: Geografia Do Brasil

de material de transporte, da indústria madeireira, de papel e celulose e de minerais não-metálicos todos com uma forte carga de impacto sobre o meio ambiente.

De maneira geral, e abstraindo as características de cada ecossistema, o impacto do setor industrial sobre o meio ambiente depende de três grandes fatores: da natureza da estrutura da indústria em distintas relações com o meio natural; da intensiva e concentração espacial dos gêneros e ramos industriais; e o padrão tecnológico do processo produtivo- tecnologias de filtragem e processamento dos efluentes além do reaproveitamento econômico dos subprodutos.

A industrialização maciça e tardia incorporou padrões tecnológicos avançados para base nacional, mas ultrapassados no que se refere ao meio ambiente, com escassos elementos tecnológicos de tratamento, reciclagem e reprocessamento.

Enquanto o Brasil começa a realizar ajustes no perfil da indústria nacional, a economia mundial ingressa em um novo ciclo de paradigma tecnológico. Ao contrário da industrialização do pós-guerra, altamente consumidora de recursos naturais - matérias - primas, "commodities" e energéticos, o novo padrão de crescimento tende a uma demanda elevada de informação e conhecimento com diminuição relativa do "consumo" de recursos ambientais e de "produção" de efluentes poluidores.

 CONCLUSÃO

Uma indústria em uma certa região, pode ser benéfica tanto quanto prejudicial, pois ao mesmo tempo que contribui para o crescimento, ela pode estar executando a massificação da cultura de um povo.

Muitas vezes, o prejuízo natural causado por um acidente ambiental, tendo como protagonista uma indústria, pode não ser revisto nunca mais, matando ecossistemas inteiros,um prejuízo sem recuperação.

Uma indústria, também pode contribuir fortemente para o desenvolvimento da população, gerando inúmeros empregos diretos e indiretos.

Será que hoje em dia a humanidade conseguiria viver sem comodidade e tecnologia?Sem um celular ou um computador, ou mesmo uma televisão ou um rádio? 

Page 36: Geografia Do Brasil

E se não existisse o carro?Ou mesmo você não pudesse nem sonhar em ir de ônibus para o trabalho, tivesse que ir de carro de boi?Enfim, o mundo não seria o mesmo, sem seus produtos industrializados

2) O PERÍODO DESENVOLVIMENTISTA E OS PNDs

I Plano Nacional de DesenvolvimentoOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O I Plano Nacional de Desenvolvimento, também chamado I PND (1972 - 1974), foi um plano

econômico brasileiro. Foi instituído durante o governo do general Emílio Garrastazu Médici 1  .

Índice

[esconder]

1 Planos anteriores

2 O Plano

3 Ver também

4 Referências

Planos anteriores[editar]

Durante o período até 1939 são raras as atividades planejadas, com o Estado mantendo-se

afastado das atividades econômicas internas. Em janeiro de 1939, houve a primeira tentativa de

planejamento da Economia, com o Plano Especial de Obras Públicas e Aparelhamento da Defesa

Nacional. Em dezembro de 1943 surgiu o Plano de Obras e Equipamentos. Finalmente, em maio de

1950 foi instituído o Plano SALTE. Outros planos que se seguiram foram:

Plano de Metas  (1956-1961)

Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social  (1963-1965)

Programa de Ação Econômica do Governo  (1964-1966)

Programa Estratégico de Desenvolvimento  (1967-1970)

O Plano[editar]

O I Plano Nacional de Desenvolvimento foi instituído pela Lei 5.727, promulgada em 4 de

novembro de 1971 2  . Na mesma época foi instituido o programa Metas e Bases para a Ação de

Governo(1970-1974).

Idealizado pelos ministros João Paulo dos Reis Velloso e Mário Henrique Simonsen, tinha como

meta um crescimento econômico de 8% a 9% ao ano, inflação anual abaixo de 20% e um aumento

de US$ 100 milhões nas reservas cambiais 3  .

O principal objetivo do PND era preparar a infra-estrutura necessária para o desenvolvimento do

Brasil nas décadas seguintes, com ênfase em setores como transportes e telecomunicações, além

Page 37: Geografia Do Brasil

de prever investimentos em ciência e tecnologia e a expansão das

indústrias naval, siderúrgica e petroquímica. Para isso, articulava empresas estatais, bancos oficiais

e outras instituições públicas na elaboração de políticas setoriais. Assim, segundo economistas

como Roberto Campos, o período ficou marcado como o ponto alto da intervenção do Estado na

economia brasileira4.

Fizeram parte do plano grandes obras de infra-estrutura, como a usina hidrelétrica de Itaipu, a Ponte

Rio-Niterói e a rodovia Transamazônica.

Nos primeiros anos, as metas propostas por Velloso e Simonsen foram atingidas, com crescimento

médio de 11,2% ao ano (chegando a 13,9% em 1973), e inflação média abaixo de 19%. Acrise do

petróleo de 1974, porém, interrompeu o ciclo e forçou uma mudança de rumo na economia, levando

o general Ernesto Geisel, sucessor de Médici, a lançar o II Plano Nacional de Desenvolvimento 5  .

II Plano Nacional de DesenvolvimentoOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O II Plano Nacional de Desenvolvimento, também chamado II PND (1975 -1979), foi um plano

econômico brasileiro, lançado no final de 1974. Foi instituído durante o governo do generalErnesto

Geisel e tinha como finalidade estimular a produção de insumos básicos, bens de capital, alimentos

e energia.

O II PND foi uma resposta à crise econômica decorrente do primeiro choque do petróleo, no fim do

chamado "milagre econômico brasileiro", período de 6 anos consecutivos com taxas de crescimento

superiores a 10% ao ano. Os ministros João Paulo dos Reis Velloso, Mário Henrique

Simonsen e Severo Gomes foram os principais arquitetos do plano, extremamente ambicioso, que

visava enfrentar os problemas advindos do choque do petróleo e da crise internacional decorrente.

Foi o último grande plano econômico do ciclo desenvolvimentista e provavelmente, o mais amplo

programa de intervenção estatal na economia do país.1

O plano firmou-se politicamente graças ao capital financeiro nacional e às oligarquias tradicionais.

Entretanto, apesar dos investimentos feitos, o II PND não obteve o êxito que pretendia e adívida

externa do Brasil aumentou consideravelmente no período de vigência do Plano.

O II PND se propôs a realizar um ajuste estrutural na economia brasileira. Enquanto os ajustes

conjunturais se referem a medidas de regulação da economia ou de gestão da política econômicano

curto prazo (através da utilização instrumentos tais como taxa de câmbio, taxa básica de juros,

regras para exportação e importação, tributação, etc.), o ajuste estrutural tem como objetivo

reorganizar as bases da economia.

À época da crise do petróleo, o Brasil era altamente dependente do petróleo, principal componente

da sua matriz energética. O consumo vinha crescendo a taxas altíssimas, sendo que cerca de 80%

Page 38: Geografia Do Brasil

do petróleo consumido provinha de importações. Uma das diretrizes propostas pelo PND era a

redução da dependência do petróleo árabe, através do investimento em pesquisa, prospecção,

exploração e refinamento de petróleo dentro do Brasil, e o investimento em fontes alternativas

de energia, como o álcool e a energia nuclear. Em outra frente, o plano buscou dominar todo o ciclo

produtivo industrial ao investir pesadamente na produção de insumos básicos e bens de capital.

O sucesso do II PND dependia de grande volume de recursos e de financiamento de longo prazo.

Grande parte destes financiamentos foi conseguida com os petrodólares. Outra parte veio das linhas

públicas de crédito, oferecidas pelo BNDES (antigo BNDE).

O plano conseguiu êxito parcial, uma vez que, pela primeira vez na história, o Brasil conseguiu

dominar todo o ciclo produtivo industrial. Contudo essa industrialização ocorreu a um preço alto, que

fez a dívida externa explodir, o que acabou resultando na moratória, no final de 1982.2

DesenvolvimentismoOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Dá-se o nome de desenvolvimentismo a qualquer tipo de política econômica baseada na meta de

crescimento da produção industrial e da infra-estrutura, com participação ativa do estado, como

base da economia e o conseqüente aumento do consumo.

O desenvolvimentismo é uma política de resultados, e foi aplicado essencialmente em sistemas

econômicos capitalistas, como no Brasil (governo JK) e no governo militar, quando ocorreu o

"milagre econômico brasileiro", bem como na Espanha (franquismo).

Índice

  [esconder] 

1   Novo-desenvolvimentismo

o 1.1   Economia Social de Mercado

o 1.2   O Estado Nacional

o 1.3   Paralelo com o   Ordoliberalismo   alemão

o 1.4   No Brasil

2   Ver também

3   Ligações externas

4   Referências

5   Bibliografia

Page 39: Geografia Do Brasil

Novo-desenvolvimentismo[editar]

O novo-desenvolvimentismo tem diversas origens, entre as quais a visão de Keynes e

de economistas neo-keynesianos, como Paul Davidson 1  e Joseph Stiglitz,2 de complementaridade

entreEstado e mercado e a visão cepalina neo-estruturalista que, tomando como ponto de partida

que a industrialização latino-americana não foi suficiente para resolver os problemas

dedesigualdades sociais na região, defende a adoção de uma estratégia de "transformação

produtiva com equidade social" que permita compatibilizar um crescimento econômico

sustentável com uma melhor distribuição de renda.

A literatura econômica tradicional ("walrasiana") parte da hipótese dogmática de que os mercados

são sempre "eficientes" (exceto em alguns casos muito específicos), mas estudos mais recentes

demonstram que exatamente o contrário é verdade:3 só em circunstâncias "excepcionais" os

mercados são "eficientes". Greenwald e Stiglitz 4  (1986) demonstraram que "sempre que os

mercados são incompletos e/ou a informação é imperfeita (o que ocorre em virtualmente todas as

economias do mundo) a alocação, mesmo em mercado competitivos, não é

necessariamente "Pareto-otimizada".4 Estes estudos demonstraram que, do ponto de vista da teoria

econômica pura, certas intervenções governamentais em nada prejudicam a eficiência da economia

(como muitos supunham anteriormente) e ainda demonstraram, também, que certas intervenções

governamentais se fazem indispensáveis para maximizar a eficiência econômica do sistema.

Embora as conclusões de Stiglitz e Greenwald não autorizem, de forma alguma, a intervenção

indiscriminada do governo em qualquer setor da economia, elas demonstram claramente que quase

sempre existem situações em que uma intervenção governamental eficiente é necessária para se

atingir um nível superior de "eficiência de Pareto" em relação à que seria obtida apenas pela ação

espontânea das forças do livre-mercado.4

"Uma vez que o conceito de informações imperfeitas e incompletas foi introduzido, os

defensores do livre mercado da Escola de Chicago já não podem mais sustentar sua tese

descritiva da eficiência de Pareto no mundo real. Portanto o uso, por Stiglitz, das hipóteses

do equilíbrio das expectativas racionais, que levam a um mais perfeito entendimento do

capitalismo do que a visão comum entre os teóricos da expectativa racional, nos conduz,

paradoxalmente, à conclusão de que o capitalismo se desvia do modelo de uma tal maneira

que justificaria a ação do estado --socialismo-- como remédio."5

O efeito da influência de Stiglitz é tornar a Economia mais presumivelmente intervencionista

do que Paul Samuelson propunha. Samuelson considerava as falhas de mercado como

"exceções" à regra geral dos mercados eficientes. Mas os teoremas de Greenwald-Stiglitz

postulam ser as falhas de mercado a "norma", e estabelecem que "os governos quase

sempre podem potencialmente melhorar a eficiência da alocação de recursos em relação

ao livre mercado." E o teorema de Sappington-Stiglitz "estabelece que um governo 'ideal'

Page 40: Geografia Do Brasil

poderia atingir um maior nível de eficiência administrando diretamente uma empresa

estatal do que privatizando-a."6 (Stiglitz 1994, 179).5

Segundo Eric Maskin, um dos três vencedores do Prêmio Nobel de Economia de

2007, "Sociedades não devem contar com as forças do mercado para proteger o ambiente

ou fornecer um sistema de saúde de qualidade para todos os cidadãos (…) O mercado não

funciona muito bem quando se trata de bens públicos", disse Maskin.7 Pesquisas mais

atualizadas no campo da teoria econômica, como as de Stiglitz, já deixaram claro que

a mão invisível, que asseguraria que os recursos fossem alocados com a Eficiência de

Pareto no sistema produtivo só funciona em determinadas condições ideais. Como a

competição nunca é totalmente livre, a relação de oferta e demanda gera efeitos sociais

que não são resolvidos naturalmente pela dinâmica da economia de mercado. Os

economistas norte-americanos Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger Myerson ganharam

em 2007 o Prêmio Nobel de Economia por criarem as bases de uma teoria que determina

quando os mercados estão funcionando de forma eficaz. "A clássica metáfora de Adam

Smith sobre a mão invisível refere-se a como o mercado, sob condições ideais, garante

uma alocação eficiente de recursos escassos. Mas, na prática, as condições normalmente

não são ideais. Por exemplo, a competição não é completamente livre, os consumidores

não são perfeitamente informados e a produção e o consumo desejáveis privadamente

podem gerar custos e benefícios sociais", explicou a nota da Real Academia Sueca de

Ciências8

Tendo isso em mente, o projeto novo-desenvolvimentista não objetiva pavimentar a estrada

que poderia levar o Brasil a ter uma economia centralizada, com um Estado forte e um

mercado fraco, nem construir o caminho para a direção oposta, em que o mercado

comandará unicamente a economia, com um Estado fraco.

Contudo, entre esses dois extremos existem muitas opções. Avaliamos que a melhor delas

é aquela em que seriam constituídos um Estado forte que estimula o florescimento de um

mercado forte.

Economia Social de Mercado[editar]

Ver artigo principal: Economia social de mercado

Na economia social de mercado, juntam-se dois princípios básicos: o liberalismo e

o socialismo. O liberalismo — com o qual chegou-se a acreditar, por um tempo, que a mão

invisívelconseguiria resolver todos os problemas econômicos de um país — e o socialismo,

que optou por planejar, centralizadamente, todos os detalhes da vida econômica dos

países onde foi implantado. Ou seja, o laissez-faire de um lado e o autoritarismo de outro.9

A economia social de mercado busca um meio termo entre o socialismo e o capitalismo, ou

seja, é uma economia mista e objetiva manter simultaneamente altos índices

Page 41: Geografia Do Brasil

de crescimento econômico, baixa inflação, baixo desemprego, boas condições de

trabalho, seguridade social, e serviços públicos mediante a aplicação controlada da

intervenção estatal.

Respeitando basicamente os livre-mercados a economia social de mercado se opõe tanto

às economias centralmente planejadas como ao capitalismo de tipo laissez-faire,

ou fundamentalista de livre mercado

O termo Soziale Marktwirtschaft (economia social de mercado, em alemão) foi criado em

1946 na Alemanha por Alfred Müller-Armack 10  e foi o regime econômico adotado por esse

país, no pósSegunda Guerra Mundial.

Para dar à economia a maior liberdade possível, permitindo que a mão invisível do

mercado funcione (onde ela funciona, e para os que nela ainda crêem)11 surgiu a idéia

de "o tanto de estado necessário, o mínimo de Estado possível". Isso difere, num ponto

crucial, da minarquia, porque essa não leva em consideração o tanto de

Estado necessário . (Stiglitz não acredita na existência de uma mão invisível, na maioria

dos casos: (…) "a razão pela qual a mão invisível é invisível é por que ela não existe ou,

quando existe, está paralítica")11 Joseph E. Stiglitz, na introdução à sua Aula Magna, por ocasião do

recebimento do Prêmio Nobel (Estocolmo, 8 de dezembro de 2001)..11

Para que isso funcione, o Estado precisa criar um marco legal eficiente, o que é

fundamental para qualquer tipo de negócio. E se faz necessário que os membros do Poder

Judiciário e doPoder Legislativo sigam rigorosamente o marco legal. A corrupção corrói

esse marco legal e traz prejuízos incalculáveis para o desenvolvimento econômico de um

país.

O Estado precisa assegurar a livre competição e a estabilidade monetária, através de

instituições de controle e regulação. Somente assim o mercado será capaz de funcionar

e criar preços relativos reais e eficientes.

A pessoa economicamente inativa, seja por sua idade, seja por doença ou desemprego,

precisa de segurança social. Isso deixa não só o cidadão, mas toda a sociedade, mais

tranqüilos e melhor equipados para produzir, na sua vocação.

O Estado Nacional[editar]

Após 1990 estabeleceu-se uma enorme distância entre o povo e as "elites" brasileiras que,

influenciadas por uma onda ideológica globalista e neoliberal, defensora do estado

mínimo e da irrelevância dos estados nacionais, se tornaram alienadas dos problemas

brasileiros.12 13 14 .

Segundo Bresser-Pereira, o modelo desenvolvimentista que vigorou no Brasil entre 1930 e

1960 foi em grande parte vitorioso porque um grande pacto político popular-nacional

Page 42: Geografia Do Brasil

aproximou o povo das elites burguesas e tecnoburocráticas,15 e as tornou "engajadas" no

desenvolvimento do país.

Segundo o professor da FGV e diretor do FMI 16 Paulo Nogueira Batista Jr., um elemento

central dessa alteração de estrutura de Poder, ocorrida na década de 1990, foi o que ele

chamou de "adestramento das elites" dos países da periferia nas universidades dos países

centrais, nas suas instituições financeiras e em organizações internacionais tais como o

próprio FMI e o Banco Mundial. Esta é uma pratica de dominação intelectual que remonta

ao Império Romano. Os romanos transplantavam os filhos dos líderes das tribos

germânicas para Roma, onde eram devidamente aculturados. Retornavam à sua terra natal

na condição de integrantes leais e assimilados do Império Romano 13 14 No conjunto

da globalização, o adestramento das elites periféricas tem uma dupla função. Junto com a

transmissão de conhecimentos, técnicas e experiência internacionais, molda também

valores e padrões de comportamento.

O objetivo, segundo o professor Paulo Nogueira Batista Jr., seria o de formar

uma "tecnocracia apátrida", como já ressaltara Charles de Gaulle 17 , mais ligada

psicológica e emocionalmente às nações adiantadas do que com seus próprios países e

com seu próprio Povo 13 14 .

Nesse tempos de globalização 18  o Brasil enfrenta um grande desafio que é voltar, em

termos efetivos e modernos, a se autodefinir como uma Nação, que possa, como

um estado nacional forte, apoiar suas empresas na competição global, cada vez mais

acirrada.

Ver artigo principal: Estado estacionário

Paralelo com o Ordoliberalismo alemão[editar]

De acordo com o Ordoliberalismo alemão (também chamado de neoliberalismo alemão) o

Estado deve criar um marco legal apropriado para a economia do país e incumbe ao

Estado manter um nível saudável de competição, adotando medidas que se coadunem

com os princípios gerais da economia de mercado.19 O Ordoliberalismo considera que, se o

Estado não tomar ativamente medidas para incentivar a

competição, monopólios (ou oligopólios) inevitavelmente se formarão, o que não só

subverteria quaisquer vantagens oferecidas por uma economia de livre mercado, como

poderia até solapar o próprio Governo, uma vez que poderes econômicos concentrados,

detidos na mão de poucos grupos, podem vir a ser transformados em efetivo poder político.

OEstado deve se preocupar em criar uma "ordem econômica", e não deve se imiscuir nos

"processos econômicos".

No Brasil[editar]

Page 43: Geografia Do Brasil

Durante sua História, o Brasil passou por vários Governos com programas

desenvolvimentistas. Mas, no geral, todos os Governos realizam investimentos no

desenvolvimento do país de forma constante, programados pelo Orçamento Anual da

União. Porém, alguns períodos ficaram mais famosos.

Nos anos 50, Juscelino Kubitschek foi um presidente famoso pelo incentivo à indústria

automobilística, à abertura de estradas e pela criação de Brasília.

Posteriormente, nos anos 70, os governos militares ficaram famosos por incentivar o

desenvolvimento do país, com diversos investimentos em infra-estrutura (abertura e

asfaltamento de milhares de quilômetros de estradas, construção de usinas de energia

como Itaipu e outras, a Ponte Rio-Niterói, aeroportos, portos, criação do Pro-Álcool e

da Telebrás etc.).

O Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso investiu na duplicação de 1300 km

de rodovias entre Belo Horizonte e Florianópolis, e dos trechos BR-232 (140 km

entre Recife e Caruaru) e BR-230 (132 km entre João Pessoa e Campina Grande),

incrementando a economia nordestina. FHC também asfaltou rodovias de terra da Região

Norte, para melhorar a economia e a integração nacional: com a Venezuela, ao asfaltar a

rodovia BR-174 (988 km ligando Manaus-Boa Vista-fronteira com Venezuela), e com

o Peru e Bolívia, ao asfaltar a rodovia BR-317 (331 km ligando Rio Branco à Assis Brasil,

na fronteira tríplice).

Já o Governo do Presidente Lula lançou, em 2007 foi anunciado, no Brasil, o Programa de

Aceleração de Crescimento - PAC ,20 que é um programa do Governo Federal

englobando um conjunto de políticas econômicas, planejadas para os próximos 4

anos,21 que se destinam a acelerar o crescimento econômico do país.22

3) O TRIPÉ DA INDUSTRIALIZAÇÃO

1 – Industrialização    A industrialização é um dos principais elementos de

transformação do espaço geográfico. A partir da atividade industrial, houve profunda modificação na sociedade

brasileira.

   1.1 – Formação do parque industrial no Brasil

Page 44: Geografia Do Brasil

A formação do parque industrial brasileiro teve início de fato na segunda metade do século XIX, recebeu grande impulso a partir dos anos 1930 e adquiriu muita importância na segunda metade do século XX. Provocando inúmeras modificações econômicas, sociais e políticas na sociedade brasileira, a implantação de indústrias no Brasil contou com a existência prévia de um mercado consumidor e com a experiência industrial com que chegava os imigrantes vindos da Europa.

   1.2 – As primeiras experiências industriais

Concentram-se nos setores alimentícios e têxtil, aproveitando-se da capacidade nacional de produzir matérias-primas e da importação de máquinas da Europa, destacam-se também as indústrias de calçados, bebidas e móveis.

1.2.1    – Indústria têxtil

A mais importante na industrialização do país no final do século XIX e início do século XX.

1.2.2    Calçados

Foi uma das atividades mais prósperas do início do século XX.

1.2.3    Bebidas

Page 45: Geografia Do Brasil

A primeira fábrica de grande importância foi instalada no Rio de janeiro em 1860. 

1.2.4    Móveis 

Caracterizada por tem um pequeno número de grandes empresas convivendo em várias empresas de pequeno porte.

   1.3 – fatores da concentração industrial em São Paulo

            Foi o estado que mais concentrou grande parte da produção industrial a partir das últimas décadas do século XIX, tinha a economia mais dinâmica do país por causa do café, o principal produto de exportação do Brasil na época, a concentração  populacional acabou proporcionando a existência de uma ampla mão de obra, além de um mercado consumidor para os produtos industrializados.

            1.3.1 – O papel do imigrante

            A vinda de imigrantes europeus favoreceu a formação de mão de obra operária, pois parte deles já conhecia alguma atividade manufatureira na Europa, eram trabalhadores urbanos com ampla experiência no setor industrial.

            1.3.2 – O papel da estrada de ferro

            Outro fator que favoreceu a concentração industrial em São Paulo foi a infraestrutura criada pelo café. A exportação da malha ferroviária para transportar o café do interior de São Paulo para o porto de Santos contribuiu para o surgimento de muitos núcleos urbanos, aproveitando-se para sediar atividades industriais, pois tinham como receber matérias-primas e escoar os produtos pela ferrovia.

            1.3.3 – O papel das guerras e do café

            Restrições externas, como as grandes guerras mundiais (os períodos 1914-1918 e 1939-1945), também foram importantes para a industrialização do Brasil, pois dificultaram a importação de manufaturados, obrigando o país a fabricar alguns produtos que antes eram comprados no exterior.

            A industrialização por substituição de importações foi a principal característica do crescimento industrial brasileiro, após a crise mundial marcada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York, os países europeus e os Estados Unidos diminuíram drasticamente a importação de café brasileiro, exportando menos não havia mais recursos para importar o que era necessário para o abastecimento do mercado brasileiro.

Page 46: Geografia Do Brasil

            1.3.4 – Política industrial

            Em 1930 o Brasil ainda era um país essencialmente agroexportador que utilizava a estratégia de industrialização como forma de superar a crise econômica sendo importante para a consolidação e a ampliação do mercado interno nacional, com a inclusão dos consumidores operários, tendo o fortalecimento do empresariado nacional, com participação importante nas decisões do Estado, que era incentivador das indústrias.

   1.4– Empresas multinacionais

            O período pós-Segunda Guerra foi marcada por um grande crescimento econômico, o qual levou as empresas estrangeiras a se instalar em países em desenvolvimento e fez várias empresas multinacionais se instalassem no Brasil, dando destaque a indústria automobilística.                   Quando as empresas automobilísticas estrangeiras se instalaram no Brasil, o governo exigiu um índice de nacionalização das autopeças de cerca de 80%, ou seja, cada dez peças que fossem utilizadas nos automóveis produzidos, oito teriam de ser fabricadas por empresas brasileiras, contribuindo assim para que a indústria brasileira de autopeças se transformasse em uma das mais importantes do mundo.

    1.5 – O tripé da indústria: empresas nacionais, multinacionais e estatais

            Durante todo o período de industrialização brasileirauma característica marcante foi a presença de capitais nacionais, estrangeira e do Estado. Quando não

Page 47: Geografia Do Brasil

existia interesse imediato por parte dos empreendedores nacionais e estrangeiros, o Estado intervinha na economia como investidor em alguns ramos industriais que exigiam grandes capitais.

            1.5.1 – Principais setores das empresas multinacionais

            Hoje, os principais setores em que empresas multinacionais atuam são: a produção de automóvel, farmacêutica, de material elétrico, eletroeletrônico, químico, entre outros.

    1.6 – A indústria nacional

            A presença de indústrias nacionais é importante para um país por vários motivos, como a criação de tecnologias próprias e o atendimento às necessidades internas do país. O parque brasileiro é formado principalmente por empresas de capital estrangeiro, trazendo algumas conseqüências importantes para a vida econômica e social do país, como a permanente remessa de dinheiro para o exterior.

            É importante r que o processo de industrialização é responsável pela geração de inúmeros empregos, e lembrando que quando há crescimento industrial, consequentimente há crescimento de outras atividades urbanas no setor de serviços e comércio, aumentando assim a oferta de emprego.

            1.6.1 – desnacionalização da indústria

            Nos anos 1990, houve uma política de internacionalização e abertura econômica que foi adotada no início da década e aprofundada em sua segunda metade. Dessa forma, grandes empresas brasileiras foram compradas por empresas estrangeiras, entre estatais (telecomunicações, mineração, siderurgia), privadas (metal-mecânica, autopeças, siderúrgica).

            O Brasil, nos últimos anos, tem recebido investimentos de muitas empresas industriais multinacionais, atraídas pelo nosso grande mercado consumidor, pela disponibilidade de mão de obra e pelo nosso desenvolvido parque industrial.

4) concentração e desconcentração industrial no brasil

Dentre as principais características da industrialização tardia do Brasil,

ocorrida ao longo do século 20, destaca-se o processo de concentração

geográfica na região Sudeste, especialmente em São Paulo, o que

acabou reproduzindo uma série de desigualdades regionais no território

brasileiro.

Page 48: Geografia Do Brasil

Esse fato, contudo, não permite afirmar que as primeiras indústrias capitalistas

brasileiras, no início do século 20, foram desenvolvidas de maneira

concentrada na região Sudeste. Ao contrário. Naquele período, por exemplo, a

indústria têxtil nordestina era bastante desenvolvida, sendo que já foi até

mesmo contada em filme a saga do ilustre Delmiro Gouveia, um industrial que

ficou conhecido pelo seu pioneirismo no aproveitamento hidrelétrico do baixo

rio São Francisco e pela perseguição e assassinato que sofreu, por se recusar

a vender suas indústrias à companhia inglesa Machine Cotton.

Assim, para entender o crescimento vertiginoso de São Paulo - em 1872, a

capital da província cafeeira, com módicos 32 mil habitantes, era apenas a

décima maior cidade do Brasil -, que permitiu à cidade se consolidar como,

atualmente, a quarta maior metrópole do mundo, com quase 20 milhões de

habitantes, é necessário compreender as características do processo de

concentração industrial brasileira, exigindo uma atenção mais detida nos seus

dois principais impulsos, no século 20: (a) em 1930, com a indústria de

substituição de importações, e (b) na década de 1950, com a indústria

automobilística.

Concentração industrial

A gênese da indústria de substituição de importação esteve ligada a uma série

de fatores, desencadeados, sem dúvida, pela quebra da Bolsa de Nova York,

em 1929, que acabou induzindo definitivamente à crise o complexo cafeeiro,

até então a principal pauta de exportação brasileira - sendo o Estado de São

Paulo responsável por 2/3 das exportações de café no mundo.

Para se ter uma idéia da crise, o preço da saca de café exportada caiu, na

Bolsa de Nova York, em torno de 60%, de 4,70 libras para 1,80. Mas, como

forma de evitar essa intensa desvalorização, o governo de Getúlio

Vargas passou a "socializar os prejuízos" com a sociedade brasileira,

comprando e queimando (ou jogando em alto-mar) os estoques encalhados de

café.

A Grande Depressão de 1929, além de inviabilizar a exportação do café

brasileiro, dificultava a importação de produtos industrializados no país

(acredita-se que naquele período a importação tenha diminuído cerca de 60%).

Foi nesse contexto que nasceu o processo de industrialização no Brasil, com a

função de substituir as importações de produtos industrializados de outros

países, inclusive dos EUA.

Page 49: Geografia Do Brasil

Assim, a indústria de substituição de importação, capitalizada pela ação do

Estado e com farta disponibilidade de mão-de-obra barata - produto de um

êxodo rural cada vez mais intenso -, vai se desenvolver especialmente no ramo

das indústrias de bens de consumo não-duráveis, com destaque às indústrias

têxtil e alimentícia. Todavia, sua ação foi restringida devido à insuficiência

financeira e tecnológica para desenvolver uma fundamental indústria de base.

Foi no Estado Novo que ocorreu a implantação de parte fundamental da infra-

estrutura necessária para o desenvolvimento da industrialização. Coube ao

Estado um papel relevante no alargamento das bases produtivas, como

"empresário" na indústria de base ou rompendo os pontos de estrangulamento

em energia e transporte, ou, ainda, como regulador do mercado de trabalho,

através de uma complexa legislação trabalhista.

Mas foi com o segundo grande impulso da industrialização no Brasil, no

governo deJuscelino Kubitschek (1956-60), que houve a consolidação definitiva

do capitalismo industrial brasileiro. No fundo, o famoso slogan do governo de

J. K., "Cinqüenta anos em cinco", tinha na indústria automobilística seu carro-

chefe.

Investimentos maciços foram feitos para garantir as condições gerais da

produção industrial, tais como os realizados nas áreas de energia, de

transporte, de aparelhamento portuário, da educação e da saúde.

Porém, a indústria automobilística e toda uma cadeia produtiva de

equipamentos e peças para veículos continuaram a reforçar a concentração

industrial em São Paulo, em especial na região do ABC paulista. Tanto é

verdade que, na década de 1970, a região metropolitana de São Paulo

representava quase a metade (45%) do valor da produção industrial no país.

Mas, além das questões econômicas, era cada vez mais evidente que a

concentração industrial na metrópole paulista reproduzia e aprofundava as

desigualdades inter-regionais, motivando uma intensa dinâmica migratória.

Segundo a Fundação Seade, entre 1970 e 1980, o saldo migratório foi positivo

de 2 milhões de pessoas. Como conseqüência dessa dinâmica deu-se o

que Milton Santos chama de "macrocefalia", caracterizada pelo rápido e

desordenado crescimento das cidades, gerando uma série de problemas sócio-

espaciais.

Desconcentração industrial

Page 50: Geografia Do Brasil

Diante de tais distorções regionais no território brasileiro e problemas sócio-

espaciais gerados pelo modelo concentrador do processo industrial na região

Sudeste, o planejamento estatal desenvolveu, paulatinamente, na década de

1970, uma série de incentivos fiscais para a desconcentração industrial, levada

a cabo regionalmente pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste

(Sudene) e pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

Mas é na década de 1990 que a desconcentração industrial no país vai se

intensificar. Apoiada pela maior abertura econômica e pelo desenvolvimento

técnico-científico (informática e comunicação), sem esquecer das mudanças

constitucionais de 1988 - que concederam aos estados e municípios maior

autonomia na definição dos impostos cobrados às empresas -, esse processo

de desconcentração acabou gerando o que os geógrafos chamam de "Guerra

dos Lugares", ou seja, uma disputa entre estados e municípios, com a intenção

de atrair grandes empresas a partir da diminuição ou isenção de impostos.

Porém, não é correto afirmar que, nesse período, teria se iniciado um processo

de desindustrialização da Grande São Paulo. Além de concentrar, em 1990,

31% do valor da produção industrial, a metrópole acabou se especializando em

atividades mais complexas e competitivas, que exigem o emprego mais

qualificado de novas tecnologias, ligadas à informática e à comunicação.

Sem dúvida, a cidade de São Paulo cresceu vertiginosamente, mais de 150

vezes, no século 20. E parece que, no século 21, sua dinâmica a consolidará

como o maior centro de serviços especializados em âmbito nacional, detendo a

centralização do comando diretivo e financeiro das mais importantes empresas

no Brasil: não por acaso, 50% das sedes das 50 maiores empresas brasileiras

estavam localizadas, em 2002, na Grande São Paulo.

5)características atuais da industrialização brasileira

Entre 1960 e 2000, segundo dados do Ministério do Trabalho, o número de empresas existentes no Brasil passou de 112 mil, enquanto o número de trabalhadores desse setor subiu de cerca de 1,7 milhão para 5,9 milhões.

O período mais recente da indústria brasileira, principalmente após o início da década de 1990, é marcado por uma maior facilidade à entrada de produtos fabricados em outras partes do mundo, isso devido a uma diminuição das taxas alfandegárias e ao aumento das cotas de importação. Promoveu-se o fim do monopoólio do Estado sobre setores de atividades

Page 51: Geografia Do Brasil

econômicas, mesmo as estratégicas, como o petróleo, a eletricidade e as comunicações. Assim, empresas estatais foram privatizadas.

As medidas tomadas pelos últimos governos federais (Fernando Collor de Mello, presidente de 1990 a 1992; Itamar Franco, de 1192 a 1995; e Fernando Henrique Cardoso, primeiro mandado de 1995 a 1998, e o segundo mandato de 1999 a 2002) buscaram inserir o Brasil nas novas relações políticas e econômicas estabelecidas entre as nações, marcadas pelo atual período de globalização.

Dentre as principais características da globalização, podemos citar a intensificação da circulação de mercadorias (na forma de exportações e importações) e de capitais entre os países, graças aos avanços ocorridos nos meios de transporte e de comunicação, além da internacionalização da produção de bens de consumo pelas empresas transnacionais.

Dessa form, a última década do século XX foi marcada pelo processo de desnacionalização das indústria brasileira e também de outras atividades importantes para o país que são do setor terciário, como o setor bancário e o das telecomunicações.

- A industrialização brasileira teve início no século XIX. A economia cafeeira, dominante nesse período, dinamizou as atividades urbanas, estimulou a imigração européia e gerou um empresariado nacional com capacidade de investir em alguns setores industriais.Surge um mercado interno de consumo.

- Foi apartir dos anos 1930-40 que a indústria transformou-se num setor importante da economia, alcançando taxas de crescimento superiores às do setor agrário. 

- O primeiro momento da insdustrialização brasileira baseou-se na substituição de importações: com a crise de 1929, houve um violento corte nas importações de bens de consumo, o que criou uma conjuntura favorável ao invetimento, por parte do empresariado, na indústria nacional. As indústrias brasileiras passaram a ocupar então boa parte do mercado, que antes era praticamente abastecido só por produtos importados. O governo, ao mesmo tempo em que facilitava a importação de máquinas e equipamentos industriais, dificultava a importação de produtos que pudessem concorrer com aqueles produzidos pela indústria nacional.

- Na década de 1940, ainda no governo Vargas, cria-se uma infra-estrutura industrial, com a fundação da Companhia Siderúrgica Nacional, da Companhia Vale do Rio Doce, da Companhia Nacional de Álcalis, da Fábrica Nacional de Motores e outras. E na década de l950 foi criada a Petrobrás (l953). Essas empresas tinham participação majoritária do capital estatal (Nacional)

- Em 1956, inaugurou-se uma nova etapa do desenvolvimento industrial, no governo do presidente Juscelino Kubitschek que passou a trazer recursos financeiros e tecnológico externos, mediante a entrada das multinacionais.Criou-se condições favoráveis, investindo, por exemplo, em infra-estrutura de transportes, principalmente o rodoviário e o portuário, e ampliando o investimento na indústria de base (metalurgia e siderurgia) e a capacidade de geração de energia elétrica.

- Nos governos militares (1964-1985), retoma-se o modelo desenvolvimentista, mas foram protecionistas em relação a setores considerados estratégicos. Dificultaram a importação de diversos produtos - estabelecendo uma "reserva de mercado" para as empresas nacionais -, investiram na indústria bélica (Engesa), na aeronáutica(Embraer) e no desenvolvimento da tecnologia nuclear.

Page 52: Geografia Do Brasil

- Ápartir de 1990, o país abriu-se às importações e aos investimentos estrangeiros em detrimento de uma política industrial nacional. Foi a era dos produtos importados. Automóveis, alimentos, roupas, eletrodomésticos, computadores, sofwares, telefones celulares, brinquedos e outros bens de consumo inundam o mercado nacional. O que levou à falência várias indústrias nacionais, acostumadasa políticas de proteção ao mercado, baseadas na manutenção de elevados impostos de importação . Outras indústrias, para não fechar as portas, forma vendidas para empresas estrangeiras ou então incorporadas a elas. Ocorreram também fusões entre empresas (nacionais e estrangeiras).Veio as privatizações das indústrias de base, do setor de distribuição de energia e telefonia e de outros setores que quase sempre foram controlados pelo Estado brasileiro. esse processo foi defendido pelos neoliberais, que argumentava que as empreses estatais davam prejuízos, eram ineficientes e pouco competitivas. A venda dessas empresas, além de diminuir os gastos do governo, traria uma receita extra, que poderia ser aplicada na diminuição da dívida pública interna.

- A modernização tecnólógica trouxe o desemprego.

======================================…

Resumindo:A indústria brasileira apresenta características como:- Surgiu com investimentos do setor privado nacional (cafeiicultores).- Recebeu investimentos estatais (do governo). Época das substituições de importações.- Depois, passou a receber investimentos externos (das multinacionais).- Muitas indústrias nacionais faliram com a abertura econômica (neoliberalismo) e deixaram grande número de desempregados.- Concentram-se principalmente na região Sudeste, mas vem sofrendo um processo de desconcentração. Os Estados competem entre sí, oferecendo vantagens fiscais (isenção de impostos), terreno, infra-estrutura e mão de obra, para atraírem as indústrias======================================…

A indústria no Brasil concentrou-se no Sudeste devido à cumulação de capital proveniente da lavoura cafeeira, ao desenvolvimento das cidades e à infra-estrutura criada durante o desenvovimento da economia do café (portos, ferrovias, rodovias, energia elétrica. etc ).

O Brasil durante muito tempo ocupou destaque somente no setor primário, com a

agropecuária e o extrativismo (vegetal, mineral e animal). Após consecutivas crises

econômicas, atualmente o Brasil é considerado um dos mais industrializados países, por

isso ocupa o décimo quinto lugar nesse segmento em escala global.

A intensificação da indústria brasileira faz com que o país possua um enorme e variado

parque industrial que produz desde bens de consumo à tecnologia de ponta.

A configuração como país industrializado não reflete na realidade nacional, isso porque a

industrialização não ocorre de forma homogênea no país, ou seja, ela se encontra

irregularmente distribuída no território, onde algumas áreas são densamente

industrializadas e outras praticamente desprovidas dessa atividade econômica.

Page 53: Geografia Do Brasil

A maior concentração de indústrias brasileiras está situada na Região Sudeste,

principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, estados onde o processo de

industrialização teve início. Os estados citados detêm parques industriais modernos e

diversificados que atuam com maior destaque na produção de produtos químicos, além da

indústria automobilística e tecnologia de ponta.

Outra região que ocupa grande destaque no cenário nacional é a Região Sul. Segundo

lugar em industrialização, essa porção do país desenvolve indústrias que atuam

especialmente no beneficiamento de produtos primários, atividade denominada de

agroindústria, que desempenha um importante papel na economia nacional. A Região Sul

sobressai também na produção de peças e metalurgia.

No Sudeste, a base industrial encontra-se vinculada a produtos tradicionais, como a

produção têxtil, de álcool e açúcar. Entretanto, recentemente o parque industrial dessa

região tem ingressado em um processo de modernização e diversificação da indústria.

O Norte e o Centro-Oeste são as regiões de menor expressão no setor industrial do país,

pois se encontram limitados à agroindústria e ao extrativismo.

Nos últimos anos, a economia brasileira ficou marcada pela privatização das empresas

estatais nas áreas de mineração, bancária e telecomunicações. Apesar de o Brasil

enfrentar diversos problemas sociais, o país está desenvolvendo e ocupando um lugar de

destaque no cenário internacional.

6) Diversificação Industrial Brasileira

Ainda estão presentes na memória coletiva brasileira as dificuldades que o país viveu na década

de 1980. Pode não ter sido uma década perdida, como ainda é lembrada por muitos, mas

certamente não foi um período fácil. O déficit público, a dívida externa, a superinflação e a

recessão compuseram uma mistura perigosa que, mesmo não chegando a explodir, resistiu

bravamente ao tratamento de choque de sucessivos planos de estabilização.

 

Se a travessia daquele década foi difícil, os anos 1990 chegaram com perspectivas novas e, pode-

se dizer, animadoras. A abertura econômica, a desregulamentação de diversas atividades, a

flexibilização das leis trabalhistas e as privatizações prometiam injetar ânimo na economia, religar

o Brasil ao mercado financeiro internacional, recuperar o interesse dos investidores e, com o

aporte de capital e tecnologia, equilibrar as contas externas e superar o hiato tecnológico do país,

sobretudo do setor industrial. Pouco depois, a estabilidade monetária conseguida pelo Plano Real

veio completar um quadro que, se por um lado apresentava novos desafios, por outro se mostrava

bastante favorável à retomada dos investimentos e do crescimento econômico sustentado.

 Crescer na crise

A indústria brasileira de vidro plano levou cerca de quarenta anos para atingir a marca das

duzentas mil toneladas anuais, alcançada em 1980. E levou apenas duas décadas para alcançar o

nível atual, por volta de setecentas mil toneladas, incluindo a produção de vidro impresso. Como

essas não foram décadas especialmente estimulantes do ponto de vista macroeconômico, ao

Page 54: Geografia Do Brasil

contrário, o setor de vidro plano mostrou que aprendeu a crescer na crise, a navegar em mar

grosso, a transformar as dificuldades em oportunidades.

 Para manter o desempenho e um nível de crescimento constante, a indústria não deixou de

investir na capacidade de produção e na logística de distribuição. Não deixou também de

incentivar os seus clientes diretos, os processadores, a modernizarem as instalações, os

equipamentos e a estrutura de atendimento aos consumidores.

 

Entre 1980 e 2000, a Cebrace, o maior fabricante de vidro plano, realizou investimentos regulares

para manter sua capacidade instalada sempre acima das projeções de consumo e assegurar uma

utilização efetiva satisfatória. A maioria desses recursos veio da reaplicação sistemática de boa

parte dos lucros obtidos por suas fábricas. Paralelamente, instalou dois centros de distribuição de

chapas em posições estratégicas, os depósitos de Recife, em Pernambuco, e de Porto Alegre, no

Rio Grande do Sul, para atender melhor as regiões Norte e Nordeste e Sul do país.

 

Como nenhuma empresa ou grupo pode desenvolver-se satisfatoriamente em um setor atrasado

ou estagnado, a Cebrace procurou apoiar também o desenvolvimento geral do setor vidreiro. No

início da década de 1990, por meio de um programa especial chamado Incentivo ao Negócio de

Vidro, INV, a empresa aplicou vários milhões de dólares em empréstimos a processadores

interessados em comprar ou construir galpões, instalar docas e pontes rolantes para carga e

descarga, importar fornos, mesas de corte, máquinas de lapidação ou comprar veículos

preparados para o transporte de vidro. Além disso, procurou manter uma relação comercial aberta

e saudável, preservando o equilíbrio de preços relativos e garantindo a todos os distribuidores e

processadores o mesmo tratamento.

 

Os objetivos eram ambiciosos: modernizar o equipamento e adequar toda a estrutura de

processamento aos padrões tecnológicos internacionais e às normas técnicas vigentes no país. Os

resultados foram compensadores. A cadeia produtiva de vidro plano no Brasil alcançou um

patamar de eficiência e qualidade bem próximo ao dos melhores do mundo, e a Cebrace dobrou o

número de clientes diretos. Os 160 processadores e distribuidores que atendia no país no ano de

sua inauguração passaram para 300 em 1999.

 Diversificar e agregar valor

Maior que o desafio de aumentar a capacidade produtiva em uma conjuntura pouco favorável, era

o de aumentar o faturamento e a rentabilidade. Ou seja, além de produzir mais, produzir e vender

melhor, agregando maior valor ao produto.

 

Unidade Cebrace em Caçapava.

Entre 1980 e 2000 a empresa dobrou o número de clientes diretos.

 Considerando as médias históricas baixas do consumo per capita de vidro no Brasil – consumo

quase inercial, mal acompanhando o crescimento da população – e considerando que mais da

metade do vidro plano produzido era, como ainda é, usado como vidro comum nas vidraças das

janelas, não seria um objetivo muito fácil de alcançar. Além disso, aos problemas conjunturais do

país somavam-se as condições socioeconômicas estruturais de baixa renda, instrução precária e

subemprego de boa parte da população que comprometiam, como ainda comprometem, a

melhora substantiva dos índices de produtividade e de consumo.

 

Nesse quadro e com tal diagnóstico, a estratégia recomendada era, naturalmente, a de diversificar

ao máximo as linhas de produtos acabados, dos menos aos mais sofisticados, para os vários

Page 55: Geografia Do Brasil

setores, segmentos e nichos do mercado consumidor de vidro. E se havia muitas condições a jogar

contra, havia pelo menos duas a jogar a favor: a auto-suficiência industrial e a alta qualidade do

vidro float.

 

O grau de diversificação alcançado pelo setor nos anos 1980 e 1990 pode ser medido pelo

tamanho da lista de produtos que passou a desenvolver para os diferentes mercados.

 

Divididos nas categorias de vidros de segurança para arquitetura e para indústria automobilística,

vidros refletivos e vidros espelhados, os produtos processados são mais de cinqüenta tipos

diferentes de vidros. E se nos anos 1960-70 as estrelas foram os temperados, nas duas últimas

décadas passaram a ser os laminados e os refletivos, aqueles com aplicação prioritária no setor

automotivo e estes destinados mais a atender a construção civil.

 

As revistas especializadas ligadas à arquitetura, decoração, design, automóveis, além das

publicações do próprio setor, oferecem uma boa amostra do extraordinário avanço tecnológico do

processamento e da variedade de produtos processados nesse período.

 

Novamente, deve-se ressaltar que a grande conquista foi menos quantitativa do que qualitativa.

Mais importante do que reconhecer nos selos dos carros novos a procedência nacional dos pára-

brisas laminados, dos vidros traseiros temperados e dos laterais temperados e encapsulados é

entender que se eles podem ser fabricados no país é porque os processadores se capacitaram a

produzi-los dentro de normas técnicas e padrões de exigência de uma das indústrias mais

avançadas, como é a automotiva. Isto vale igualmente para os refletivos, colocados nas fachadas

de edifícios e shopping centers modernos de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e outras

cidades, menos para embelezar do que para proporcionar segurança e conforto, controlando a

luminosidade, absorvendo ou refletindo o calor.

 

O grau de diversificação no processamento da matéria-prima, na verdade, revela o nível de

desenvolvimento alcançado pelo setor como um todo. Se o setor vidreiro nacional deu um enorme

salto de qualidade com a introdução do processo float de produção da chapa, deu outro maior com

sua capacitação técnica e empresarial para atender plenamente a demanda interna de produtos

processados.

 Mercados em movimento

Como em todos os demais setores econômicos, os mercados de vidro plano são diversos,

dinâmicos e têm características próprias. Os principais têm sido, historicamente, o de construção e

o automotivo.

 

Com exceção de alguns breves períodos de certo destaque do setor automotivo, foi o mercado de

construção civil, ou de arquitetura, o de maior predominância ao longo do tempo. No final dos anos

1990, segundo dados da Abividro, as vendas para a construção civil respondiam por 55% do total,

enquanto as vendas para a indústria automobilística representavam cerca de 25%. São

indicadores gerais que, para terem melhor precisão, devem ser relativizados. Na construção a

demanda e os volumes vendidos tendem a ser naturalmente maiores, porque o mercado

consumidor é amplo. No setor automotivo, porém, os produtos têm, em geral, um valor unitário

mais elevado e, portanto, maior valor agregado.

 

Nas décadas de 1980 e 1990, a dinâmica do setor fez emergir com força novos mercados, ao lado

de segmentos e nichos . Foi o caso do moveleiro e do de eletrodomésticos, por exemplo, que se

tornaram fatias importantes do bolo, com aplicação do vidro em quantidades crescentes na

fabricação de móveis e aparelhos elétricos, no acabamento e decoração dos ambientes

Page 56: Geografia Do Brasil

domésticos. Espelhos e vidros trabalhados nas portas de armários, vidros temperados e

esmaltados para fogões e geladeiras, tampos e prateleiras de vidro temperado nas mesas e

estantes passaram a dar um toque de leveza e elegância a salas, corredores, halls, cozinhas e

quartos.

 

Referência de segmento de mercado que emergiu e ganhou relevância é o de reposição para o

setor automotivo. À medida que os componentes dos carros passaram a embutir novas tecnologias

dificultando sua produção pelo mercado secundário de autopeças, os processadores tiveram a

possibilidade de incorporar à sua atividade normal esse segmento bastante rentável.

 

Já como exemplos de nichos de mercado surgidos em meados dos anos 1980 e ainda em

desenvolvimento, pode-se apontar o de vidros blindados e de vidros especiais. Os blindados são

compostos especiais de vidro, policarbonato e outros materiais para uso em automóveis e aviões e

também em portas, janelas e fachadas de lojas, bancos, hotéis, escritórios e residências. São a

resposta do setor à demanda crescente da sociedade por maior segurança individual e coletiva. Os

especiais são os vidros de alta tecnologia feitos para determinados equipamentos, como

cinescópios de televisores e monitores de microcomputadores.

 

Com toda essa dinâmica, o mercado de vidro plano – incluídos seus segmentos e nichos principais

– ainda mantinha a estruturação definida no início da década de 1980. Uma estruturação onde se

destacavam um fabricante de float, a Cebrace, e os processadores mais tradicionais, como a

Blindex, a Santa Marina, a Fanavid e alguns outros, melhor capacitados a operar com linhas de

produtos sofisticadas tanto para arquitetura quanto para a indústria automotiva. Um cenário,

entretanto, que iria sofrer mudanças significativas nos anos 1990.

  

O Vidro e os Vidros

O vidro plano é um só, mas os vidros que dele se originam são muitos. Depois de

milhares de anos sendo produzido, o vidro continua a manter a mesma composição -

mistura de aproximadamente 70% de sílica ou areia, o agente vitrificador, e outros

30% de sódio, magnésio, alumina, potássio e cálcio, fundida e transformada em

massa homogênea a 1.600ºC. Porém, dessa mistura original saem produtos de vidro

plano cada vez mais diversos.

Esses vidros podem ser classificados em muitas categorias, segundo diferentes

critérios técnicos, como, por exemplo, o processo de produção, o acabamento, o nível

de transparência, a coloração e assim por diante. São hoje algumas dezenas de

produtos, dos temperados para boxes, portas e janelas aos laminados para os setores

automotivo e de arquitetura, dos refletivos para construção civil aos espelhos para o

setor moveleiro e aos térmicos para a indústria de eletrodomésticos. E com o advento

do processo de coating, mais aplicações. Uma delas por exemplo é o tratamento da

superfície externa do vidro colocado em janelas e fachadas, para torná-lo

"autolimpante": graças a esse tratamento a sujeira não adere e o vidro é lavado

naturalmente pela água da chuva.

Os fornos de fusão da massa primordial do vidro podem não ser uma cornucópia.

Pórem, eles não param de gerar a matéria prima que a pesquisa científica e a

tecnologia, também incessantemente, transformam em novas e supreendentes

aplicações. Depois de milhares de anos de existência, o vidro não perdeu o brilho. Ao

Page 57: Geografia Do Brasil

contrário, nunca brilhou tanto quanto agora.

 Abertura e globalização

Enquanto a década de 1980 passou para a história como a década da inflação e da recessão, a de

1990 ficou marcada como a década da abertura econômica. O que não só é verdade, como de fato

este processo está diretamente ligado aos dois anteriores.

 

Em pouco menos de três anos, entre 1990 e 1992, o Brasil começou a desmontar um modelo de

desenvolvimento econômico que havia durado meio século. O modelo baseado na proteção do

mercado interno e na substituição de importações deu lugar a uma nova estrutura baseada na

abertura comercial e na livre participação do capital externo na economia. A ação do Estado-

empresário foi reduzida com a desestatização de diversas atividades e as próprias atribuições do

poder público no âmbito econômico ganharam um sentido mais de regulação do que de atuação

direta.

 

A desmontagem do velho modelo de inspiração nacionalista e a abertura do mercado brasileiro era

a resposta de curto prazo à crise conjuntural dos anos 1980. De imediato, procurava-se romper o

círculo vicioso do endividamento e da inflação com a retomada do crescimento econômico

adubado pela poupança externa. Em longo prazo, o objetivo era muito mais amplo. Tratava-se de

fazer um up grade geral na economia brasileira, organizacional e tecnológico, e prepará-la para

uma inserção competitiva na economia mundial – prepará-la para a globalização que se anunciava.

 

Foi uma brusca e forte correção de rumo, que inevitavelmente provocou alguns solavancos.

 Mas a abertura foi bem-sucedida, mesmo com os ajustes ainda em curso. São inquestionáveis, por

exemplo, os benefícios econômicos e tecnológicos trazidos pelas novas montadoras de automóveis

instaladas no país, como as francesas Renault, Citroën e Peugeot e as japonesas Honda, Toyota e

Mitsubishi. Não há dúvida que a redução dos direitos de importação e, sobretudo, a disponibilidade

de uma base industrial, de uma infra-estrutura de serviços e de um mercado consumidor de bom

potencial mostraram-se eficientes em induzir novos investimentos externos e internos e em fazê-

los frutificar rapidamente.

 

Foi o que aconteceu também no setor de vidro plano. As facilidades tarifárias e as condições de

financiamento oferecidas pelos exportadores internacionais possibilitaram o que antes era quase

inviável: a importação de equipamentos de última geração para o processamento da matéria-

prima. Isso impulsionou antigos e novos empreendimentos dos transformadores de vidros

temperados, laminados e espelhos, como em São Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná,

Brasília, Bahia e Ceará. O mercado ganhou muito em competência nos diversos segmentos.

 

Da mesma forma, as possibilidades de importação da própria matéria-prima trouxeram um novo

componente ao mercado. Além da produção interna, o país passou a contar também com um bom

volume de chapas do México, Venezuela, África do Sul, Japão e outros países asiáticos, adquiridas

por empresas de importação aqui estabelecidas. E partir de 1996, o mercado interno passou a

contar com a presença de mais um fabricante, a norte-americana Guardian, grande produtora de

vidro com operações em diversos países, que escolheu o Brasil para implantação de sua 19ª.

unidade industrial, inaugurada em 1998 e localizada em Porto Real, no estado do Rio de Janeiro.

 

Em outros setores da economia brasileira, o processo pode ter andado mais devagar, mas, no

setor de vidro plano a abertura e a globalização avançaram juntas e a passos largos.

 

Page 58: Geografia Do Brasil

D) A URBANIZAÇÃO

Há tempos, as indústrias vêm conquistando o seu espaço no Brasil, tornando-se um dos elementos mais básicos de uma determinada região. Trazendo consigo, sempre uma característica marcante, a MUDANÇA, seja ela qual for, tanto na cultura como na economia ou até mesmo no espaço que ela ocupa e no impacto que ela causará em seu ambiente.

A seguir, veremos um pouco mais sobre essas indústrias, como e porque, que um lugar

que comporta uma ou várias indústrias se modifica, e modifica a vida de sua

população;como os meios de transporte e comunicação podem influenciar para a

industrialização de uma determinada região.

Porque as indústrias tendem a se concentrar mais em uma determinada região?Como fica

o desenvolvimento de uma região pouco industrializada?Essas e outras questões, serão

abordadas a seguir,tendo como principal objetivo,fazer que se entenda melhor, o papel

desta gigante, chamada INDÚSTRIA !

A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS   INDÚSTRIAS NO BRASIL

A atividade industrial, muito concentrada no Sudeste brasileiro, de uns tempos pra cá, vem

se distribuindo melhor entre as diversas regiões do país. Atualmente, seguindo uma

tendência mundial, o Brasil vem passando por um processo de descentralização industrial,

chamada por alguns autores de desindustrialização, que vem ocorrendo intra -

regionalmente e também entre as regiões.

Dentro da Região Sudeste há uma tendência de saída do ABCD Paulista, buscando

menores custos de produção do interior paulista, no Vale do Paraíba ao longo da Rodovia

Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizonte. Estas áreas oferecem, além de

incentivos fiscais, menores custos de mão-de-obra, transportes menos congestionados e

por tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida, o que é vital quando trata-se

de tecnopólos.

A desconcentração industrial entre as regiões vem determinando o crescimento de

cidades-médias dotadas de boa infra-estrutura e com centros formadores de mão-de-obra

qualificada, geralmente universidades. Além disso, percebe-se um movimento de

indústrias  tradicionais, de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e vestuários

para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão-de-obra extremamente barata.

A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO SUDESTE

A distribuição espacial da indústria brasileira, com acentuada concentração em São Paulo,

foi determinada pelo processo histórico, já que no momento do início da efetiva

industrialização, o estado tinha, devido à cafeicultura, os principais fatores para instalação

das indústrias a saber: capital, mercado consumidor, mão-de-obra e transportes.

Além disso, a atuação estatal através de diversos planos governamentais, como o Plano

de Metas, acentuou esta concentração no Sudeste, destacando novamente São Paulo. A

Page 59: Geografia Do Brasil

partir desse processo industrial e, respectiva concentração, o Brasil, que não possuía um

espaço geográfico nacional integrado, tendo uma estrutura de arquipélago econômico com

várias áreas desarticuladas, passa a se integrar. Esta integração reflete nossa divisão

inter-regional do trabalho, sendo tipicamente centro-periferia, ou seja, com a região

Sudeste polarizando as demais.

A exemplo do que ocorre em outros países industrializados, existe no Brasil uma grande

concentração espacial da indústria no Sudeste.A concentração industrial no Sudeste é

maior no Estado de São Paulo, por motivos históricos. O processo de industrialização,

entretanto, não atingiu toda a região Sudeste, o que produziu espaços geográficos

diferenciados e grandes desigualdades dentro da própria região. A cidade de São Paulo, o

ABCD(Santo André,São Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema)e centros

próximos, como Campinas, Jundiaí e São José dos Campos possuem uma

superconcentração industrial, elaborando espaços geográficos integrados à região

metropolitana de São Paulo.Esta área tornou-se o centro da industrialização, que se

expandiu nas seguintes direções: par a Baixada Santista, para a região de Sorocaba, para

o Vale do Paraíba – Rio de Janeiro e interior, alcançando Ribeirão Preto e São José do

Rio Preto. 

AS ATIVIDADES ECONÔMICAS E INDUSTRIAIS NAS 05 REGIÕES DO BRASIL 

Sudeste: 

Como descrito anteriormente, o Sudeste, é a região que possui a maior concentração

industrial do país.

 Nesta área, os principais tipos de indústrias são: automobilística, petroquímica,de

produtos químicos, alimentares, de minerais não metálicos, têxtil, de vestuário,

metalúrgica, mecânica, etc. É um centro polindustrial, marcado pela variedade e volume de

produção.

Várias empresas multinacionais operam nos setores automobilísticos de máquinas e

motores, produtos químicos, petroquímicos, etc.As empresas governamentais atuam

principalmente nos setores de siderurgia. Petróleo e metalurgia, enquanto empresas

nacionais ocupam áreas diversificadas.

O grande interesse de empresas multinacionais é principalmente pela mão-de-obra mais

barata, pelo forte mercado consumidor e pela exportação dos produtos industriais a preços

mais baixos.Quem observa a saída de navios dos portos de Santos e do Rio de Janeiro

tem oportunidade de verificar quantos produtos industriais saem do Brasil para outros

países. E aí vem a pergunta:com quem fica o lucro dessas operações?Será que fica para

os trabalhadores que as produziram?

A cidade do Rio de Janeiro, caracterizada durante muito tempo como capital administrativa

do Brasil até a criação de Brasília, possui também um grande parque industrial. Porém,

não tem as mesmas características de alta produção e concentração de São

Paulo.Constitui-se também,de empresas de vários tipos, destacando-se as indústrias de

Page 60: Geografia Do Brasil

refino de petróleo, estaleiros, indústria de material de transporte, tecelagem, metalurgia,

papel, têxtil, vestuário, alimentos, etc.

Minas Gerais, de passado ligado à mineração, assumiu importância no setor metalúrgico

após a 2º Guerra Mundial e passou a produzir principalmente aço, ferro-gusa e cimento

para as principais fábricas do Sudeste. Belo Horizonte tornou-se um centro industrial

diversificado, com indústrias que vão desde o extrativismo ao setor automobilístico.

Além do triângulo São Paulo,Rio de Janeiro,Belo Horizonte, existem no Sudeste outras

áreas industriais, a maioria apresentando ligação direta com algum produto ou  com a

ocorrência de matéria-prima . É o caso de Volta Redonda, Ipatinga, Timóteo, João

Monlevade e Ouro Branco, entre outras, ligadas à siderurgia.Outros centros industriais

estão ligados à produção local, como Campos e Macaé (açúcar e álcool), Três Corações,

Araxá e Itaperuna(leite e derivados), Franca e Nova Serrana(calçados), Araguari e

Uberlândia(cereais),etc.

O estado do Espírito Santo é o menos industrializado do Sudeste, tendo centros industriais

especializados como:Aracruz , Ibiraçu, Cachoeiro de Itapemirim

Vitória, a capital do Estado, tem atividades econômicas diversificadas, relacionadas à sua

situação portuária e às indústrias ligadas à usina siderúrgica de Tubarão.

No Sudeste, outras atividades estão muito ligadas à vida urbana e industrial:comércio,

serviço público, profissionais liberais, educação, serviços bancários, de comunicação, de

transporte , etc.Quanto maior a cidade, maior variedade de profissionais aparecem ligados

às atividades urbanas.

Como entre São Paulo, Rio e Belo Horizonte concentra-se a maior produção industrial do

país, a circulação de pessoas e mercadorias é muito intensa na região.Milhares de

pessoas estão envolvidas na comercialização, transporte e distribuição dos produtos

destinados à industrialização, ao consumo interno ou à exportação.Considerada também o

centro cultural do país, a região possui uma vasta rede de prestação de serviços em todos

os ramos, com grande capacidade de expansão, graças ao crescimento de suas cidades. 

Sul: 

A industrialização do Sul, tem muita vinculação com a produção agrária e dentro da divisão

regional do trabalho visa o abastecimento do mercado interno e as exportações.

O imigrante foi um elemento muito importante no início da industrialização como mercado

consumidor e no processo industrial de produtos agrícolas, muitas vezes em estrutura

familiar e artesanal.

A industrialização de São Paulo implicou na incorporação do espaço do Sul como fonte de

matéria-prima,Implicou também na incapacidade de concorrência das indústrias do sul,

que passaram a exportar seus produtos tradicionais como calçados e produtos

alimentares, para o exterior.Com as transformações espaciais ocasionadas pela expansão

Page 61: Geografia Do Brasil

da soja, o Sul passou a ter investimentos estrangeiros em indústrias de implementos

agrícolas.

A indústria passou a se diversificar para produzir bens intermediários para as indústrias de

São Paulo.Nesse sentido o sul passou a complementar a produção do Sudeste.Daí

considerarmos o Sul como sub-região do Centro-Sul.

Objetivando a integração brasileira com os países do Mercosul, a indústria do Sul conta

com empresas no setor petroquímico, carboquímico, siderúrgico e em indústrias de ponta

(informática e química fina).

A reorganização e modernização da indústria do sul necessitam também de uma política

nacional que possibilite o aproveitamento das possibilidades de integração da

agropecuária e da indústria, à implantação e crescimento da produção de bens de

capital( máquinas, equipamentos), de indústrias de ponta em condições de concorrência

com as indústrias de São Paulo.

Nordeste: 

A industrialização dessa região vem se modificando, modernizando, mas sofre a

concorrência com as indústrias do Centro-Sul, principalmente de São Paulo, que utilizam

um maquinário tecnologicamente mais sofisticado.

A agroindústria açucareira é uma das mais importantes, visando sobretudo a exportação

do açúcar e do álcool.

As indústrias continuam a tendência de intensificar a produção ligada à agricultura

(alimentos, têxteis, bebidas) e as novas indústrias metalúrgicas, químicas, mecânicas e

outras.

A exploração petrolífera no Recôncavo Baiano trouxe para a região indústrias ligadas à

produção refino e utilização de derivados do petróleo.

Essa nova indústria , de alta tecnologia e capital intenso, não absorve a mão-de-obra que

passa a subempregar-se na área de serviços ou fica desempregada.

As indústrias estão concentradas nas mãos de poucos empresários e os salários pagos

são muito baixos, acarretando o empobrecimento da população operária.

O sistema industrial do Nordeste, concentrado na Zona da Mata, tem pouca integração

interna. Encontra-se somente em alguns pontos dispersos e concentra-se sobretudo nas

regiões metropolitanas:Recife, Salvador e Fortaleza .

Com vistas à política do Governo Federal para o Programa de Corredores da Exportação,

instituído no final da década de 70 para atender ao escoamento da produção destinada ao

mercado externo, foram realizadas obras nos terminais açucareiros dos portos de Recife e

Maceió.

Page 62: Geografia Do Brasil

A rede rodoviária acha-se mais integrada a outras regiões do que dentro do próprio

Nordeste. A construção da rodovia , ligando o Nordeste(Zona da Mata) ao Sudeste e ao

Sul, possibilitou o abastecimento do Nordeste com produtos industrializados no Sudeste e

o deslocamento da população nordestina em direção a este.

Centro-Oeste: 

Na década de 60, a industrialização a nível nacional adquire novos padrões. As indústrias

de máquinas e insumos agrícolas, instaladas no Sudeste, tiveram mercado consumidor

certo no Centro-Oeste, ao incentivarem-se os cultivos dos produtos de exportação em

grandes áreas mecanizadas.

A partir da década de 70, o Governo Federal implantou uma nova política econômica

visando a exportação .Para atender às necessidades econômicas brasileiras e a sua

participação dentro da divisão internacional do trabalho, caberia  ao Centro-Oeste a função

de produtor de grãos e carnes para exportação.

Com tudo isso, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região em criação de bovinos do

País, sendo esta a atividade econômica mais importante da sub-região. Sua produção de

carne visa o mercado interno e externo.

Existem grandes matadouros e frigoríficos que industrializam os produtos de exportação.

O abastecimento regional é feito pelos matadouros de porte médio e matadouros

municipais, além dos abates clandestinos que não passam pela fiscalização do Serviço de

Inspeção Federal.

Sua industrialização se baseia no beneficiamento de matérias-primas e cereais, além do

abate de reses o que contribui para o maior valor de  sua produção industrial . As outras

atividades industriais são voltadas para a produção de bens de consumo, como :alimentos,

móveis etc. A indústria de alimentos, a partir de  1990, passou a se instalar nos pólos

produtores de matérias-primas, provocando um avanço na agroindústria do Centro-Oeste.

A CEVAL, instalada em Dourados MS, por exemplo, já processa 50% da soja na própria

área.

N o estado de Goiás por exemplo ,existem indústrias em Goiânia, Anápolis,Itumbiara,

Pires do rio,Catalão, Goianésia e Ceres. Goiânia e Anápolis, localizadas na área de maior

desenvolvimento econômico da região, são os centros industriais mais significativos,

graças ao seu mercado consumidor, que estimula o desenvolvimento industrial.

Enquanto outras áreas apresentam indústrias ligadas aos produtos alimentares, minerais

não metálicos e madeira, esta área possui certa diversificação industrial.Contudo, os

produtos alimentares representam o maior valor da produção industrial.

Norte: 

A atividade industrial no Norte, é pouco expressiva, se comparada com outras regiões

brasileiras. Porém, os investimentos aplicados, principalmente nas últimas décadas, na

Page 63: Geografia Do Brasil

área dos transportes, comunicações e energia possibilitaram à algumas áreas o

crescimento no setor industrial , visando à exportação.

Grande parte das indústrias está localizada próxima à fonte de matérias-primas como a

extração de minerais e madeiras, com pequeno beneficiamento dos produtos.

A agroindústria regional dedica-se basicamente ao beneficiamento de matérias-primas 

diversas, destacando-se a produção de laticínios;o processamento de carne, ossos e

couro; a preservação do pescado, por congelação, defumação, salga, enlatamento; a

extração de suco de frutas; o esmagamento de sementes para fabricação de óleos; a

destilação de essências florestais; prensagem de juta, etc.Tais atividades, além de

aumentarem o valor final da matéria-prima, geram empregos.

As principais regiões industriais são Belém e Manaus. Na Amazônia não acontece como

no Centro-sul do país, a criação de áreas industriais de grandes dimensões.

Mais adiante veremos sobre a criação da Zona Franca de Manaus.

COMO A IMPLANTAÇAO DE UMA INDÚSTRIA PODE ALTERAR NA CULTURA E NAS

RELAÇÕES DE TRABALHO NA REGIÃO EM QUE FOI IMPLANTADA 

Já é do conhecimento de todos nós, que quando uma indústria é implantada em

determinada região, várias mudanças acontecem, dentre elas, mudanças no espaço

geográfico, mudanças  culturais,e principalmente, mudanças na economia.

A implantação de uma indústria, modifica a cultura, pois, um trabalho que artesanalmente

era executado pelo povo, e tido como tradição, cede seu lugar, muitas vezes à máquinas

pesadas, e que exercem sozinhas e  em pouco tempo, o serviço que muitas vezes, era

desempenhado por várias pessoas e em um período de tempo muito maior.Assim,

milhares de postos de trabalho se extinguiam,fazendo-se aumentar o número de empregos

informais surgidos nessa região.

Além de mudanças na cultura e economia , surgem também, mudanças no espaço

geográfico:em alguns casos, as industrias são implantadas, sem maior avaliação dos

danos que ela poderá causar, acarretando conseqüências gravíssimas posteriormente.

  

A ZONA FRANCA DE MANAUS 

A ZFM foi criada em 1957 originalmente através da Lei 3.173 com o objetivo de

estabelecer em Manaus um entreposto destinado ao beneficiamento de produtos para

posterior exportação. Em 1967, a ZFM foi subordinada diretamente ao Ministério do

Interior, através da  SUFRAMA (pelo Decreto-Lei nº 288). O decreto estabelecia incentivos

com vigência até o ano 1997.

Page 64: Geografia Do Brasil

Ao longo dos anos 70, os incentivos fiscais atraíram para a ZFM investimentos de

empresas nacionais e estrangeiras anteriormente instaladas no sul do Brasil, bem como

investimentos de novas ET, principalmente da indústria eletrônica de consumo. Nos anos

80, a Política Nacional de Informática impediu que a produção de computadores e

periféricos e de equipamentos de telecomunicações se deslocasse para Manaus e a ZFM

manteve apenas o segmento de consumo da indústria eletrônica.

A Constituição de 1988 prorrogou a vigência dos incentivos fiscais da União para a ZFM

até o ano 2.013, mas com a abertura da economia, nos anos 90, esses incentivos

perderam eficácia. Simultaneamente, os produtos fabricados na ZFM passaram a enfrentar

a concorrência com produtos importados no mercado doméstico brasileiro. As empresas

estabelecidas em Manaus promoveram um forte ajuste com redução do emprego e

aumento do conteúdo importado dos produtos finais.

  

A RELAÇÃO DOS MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO, E DO COMÉRCIO

COM A INDUSTRIALIZAÇÃO DE UMA DETERMINADA REGIÃO 

Os meios de transporte, comunicação e comércio, são os fatores cruciais para que se

implante uma indústria em uma determinada região.

Para ser  determinado estratégico para a implantação de uma indústria, um local  tem  que

ter fácil acesso à rodovias, que escoem a sua produção para as diversas regiões do país e

os portos, visando a exportação.

Os meios de comunicação, também são vitais, para que sejam feitos os contatos

necessários para se fechar grandes negócios, visando a obtenção de lucros mais altos,

para o crescimento da indústria, a atualização dos conhecimentos e a velocidade de

comunicação.

O comércio, também é muito importante, pois para que se produza alguma coisa , é

necessário que haja mercado para este produto, e o comércio tem o papel de intermediário

entre o produtor e o consumidor final.

OS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA INDÚSTRIA 

As economias capitalistas tiveram, do pós guerra até meados da década de 70, uma das

fases de maior expansão e transformações da estrutura produtiva, sob a égide do setor

industrial. Essa expansão foi liderada por dois grandes subsetores: o metal-mecânico

(indústria de automotores, bens de capital e do consumo duráveis) e a química

(especialmente a petroquímica).

A rápida implantação da matriz industrial internacional no Brasil internalizou os vetores

produtivos da químico-petroquímica, da metal-mecânica, da indústria de material de

transporte, da indústria madeireira, de papel e celulose e de minerais não-metálicos todos

com uma forte carga de impacto sobre o meio ambiente.

Page 65: Geografia Do Brasil

De maneira geral, e abstraindo as características de cada ecossistema, o impacto do setor

industrial sobre o meio ambiente depende de três grandes fatores: da natureza da

estrutura da indústria em distintas relações com o meio natural; da intensiva e

concentração espacial dos gêneros e ramos industriais; e o padrão tecnológico do

processo produtivo- tecnologias de filtragem e processamento dos efluentes além do

reaproveitamento econômico dos subprodutos.

A industrialização maciça e tardia incorporou padrões tecnológicos avançados para base

nacional, mas ultrapassados no que se refere ao meio ambiente, com escassos elementos

tecnológicos de tratamento, reciclagem e reprocessamento.

Enquanto o Brasil começa a realizar ajustes no perfil da indústria nacional, a economia

mundial ingressa em um novo ciclo de paradigma tecnológico. Ao contrário da

industrialização do pós-guerra, altamente consumidora de recursos naturais - matérias -

primas, "commodities" e energéticos, o novo padrão de crescimento tende a uma demanda

elevada de informação e conhecimento com diminuição relativa do "consumo" de recursos

ambientais e de "produção" de efluentes poluidores.

É importante, sempre relembrarmos, os acidentes ambientais causados pela falta de

cuidados de certas indústrias, para que haja pelo menos a esperança, de que não voltará

a acontecer.

Baía de Sepetiba: ainda sem solução para rejeitos

Manchas de óleo na Região dos Lagos e na baía de Guanabara

Rio vai à Justiça contra mineradora

Vazamento: Rio Muriaé tem 400 milhões de litros de lama

Ingá: Ibama prevê desastre ambiental

Óleo vaza de plataforma da Bacia de Campos

Rompe barreira em Macacos

Cataguases,papel e celulose indiciada por prefeitura

Acima, algumas manchetes de jornais que anunciaram algumas das  catástrofes

ambientais.

CONCLUSÃO

Uma indústria em uma certa região, pode ser benéfica tanto quanto prejudicial, pois ao

mesmo tempo que contribui para o crescimento, ela pode estar executando a massificação

da cultura de um povo.

Page 66: Geografia Do Brasil

Muitas vezes, o prejuízo natural causado por um acidente ambiental, tendo como

protagonista uma indústria, pode não ser revisto nunca mais, matando ecossistemas

inteiros,um prejuízo sem recuperação.

Uma indústria, também pode contribuir fortemente para o desenvolvimento da população,

gerando inúmeros empregos diretos e indiretos.

Será que hoje em dia a humanidade conseguiria viver sem comodidade e tecnologia?Sem

um celular ou um computador, ou mesmo uma televisão ou um rádio?

E se não existisse o carro?Ou mesmo você não pudesse nem sonhar em ir de ônibus para

o trabalho, tivesse que ir de carro de boi?Enfim, o mundo não seria o mesmo, sem seus

produtos industrializados!

1) A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA NO SÉCULO XX

O processo de urbanização no Brasil ocorreu de maneira rápida e desordenada, ao longo

do século XX, com a grande migração da população que trocou o meio rural pelas novas

oportunidades oferecidas pelas cidades.

O crescimento e o desenvolvimento do Brasil impulsionaram o surgimento de diversas

cidades, principalmente com a implementação de variadas indústrias, que possibilitaram

novos empregos, atraindo a população que vivia no campo para a cidade.

Mas esse processo não ocorreu da mesma forma em todo o país. Algumas regiões

brasileiras se urbanizaram mais do que outras em razão das políticas públicas (que

incentivaram determinadas áreas e outras não). As regiões Sul e Sudeste se destacam

porque possuem uma concentração maior de áreas urbanas.

O chamado êxodo rural, que consiste na migração da população rural para as cidades, foi

muito intenso em décadas passadas e a migração dessas pessoas provocou um inchaço

urbano em determinadas regiões.

A falta de planejamento urbano e o crescimento acelerado trouxeram algumas

consequências para esses centros urbanos, tais como: problemas de saneamento básico

(como tratamento de distribuição de água e esgoto); congestionamento (em razão da falta

de espaço nas ruas); falta de moradias; poluição ambiental; falta de áreas verdes (como

praças e bosques); indústrias e residências na mesma área (ocasionando problemas

ambientais e de saúde); barulho; violência e diversos outros transtornos que resultam em

má qualidade de vida para a sociedade.

Page 67: Geografia Do Brasil

A urbanização brasileira ocorreu de forma rápida e desigual, o que gerou diversos problemas, como o caso das favelas

Também ocorreu no Brasil o planejamento urbano para a criação de algumas cidades,

entre elas a capital federal, Brasília. O planejamento urbano serve para evitar os

problemas que ocorrem com as cidades que crescem rapidamente e não têm um

acompanhamento adequado.

Esses centros planejados possuem estudos para fluxos de automóveis (que evitam o

congestionamento), bairros para moradias, distritos industriais separados das moradias,

áreas verdes, entre outros pontos fundamentais para oferecer uma melhor qualidade de

vida para a população que ali habita.

Brasília: exemplo de planejamento urbano no Brasil

2) O PROCESSO DE METROPOLIZAÇÃO DO BRASIL

3) A URBANIZAÇÃO E AS ETAPAS DA INDUSTRIALIZAÇÃO

A Industrialização é o processo de modernização pelo qual passam os meios de produção de uma sociedade. É acompanhada pela ampliação tecnológica e desenvolvimento da economia.A Industrialização é um processo antigo na humanidade. Ainda durante a Idade Média, novas técnicas marcaram o avanço dos meios de produção e de produtividade. Mas isso não quer dizer que houvesse indústrias como conhecemos atualmente ou características do capitalismo. O progresso passou por várias fases tecnológicas. Técnicas mais aprimoradas de agricultura, artesanato e manufatura  deram suas contribuições para o desenvolvimento pleno da indústria.

O primeiro país a passar por uma industrialização efetiva foi a Inglaterra. Isso porque a indústria altera não só os meios de produção, mas são impactantes nas relações sociais também. É no século XVIII que ocorre o que é chamado de Primeira Revolução Industrial, quando a Inglaterra baseia seu desenvolvimento econômico nas indústrias, promovendo o cercamento dos campos e empurrando os trabalhadores para as áreas que se urbanizavam através da produção industrial. Karl Polanyi chama o processo iniciado pela industrialização de “O Moinho Satânico”, pois é nesse período que ocorre uma desarticulação da sociedade, transformando a economia em economia de mercado e estabelecendo o capitalismo como

Page 68: Geografia Do Brasil

sistema. A Industrialização causa impactos que vão muito além da utilização de máquinas, representa novas formas de organização social pela lógica de lucro que introduz, fazendo com que as relações sociais passem a fazer parte da economia, e não o contrário.

A implantação de um maquinário próprio transforma a sociedade e a forma de trabalho com o intuito de produzir maior riqueza e lucro. A burguesia é a classe que se consolida com o processo de industrialização e, em muitos casos, homens são substituídos por máquinas nos meios de produção. O impacto da industrialização gera um grande aumento na divisão do trabalho, grandes progressos em produtividade industrial, assim como o crescimento da classe média e dos padrões de consumo.

A Inglaterra foi o grande símbolo da Primeira Revolução Industrial, ocasião caracterizada pela própria invenção da máquina a vapor, com aumento da produtividade, maior exploração do trabalho e estabelecimento do sistema capitalista na economia. Outros dois momentos marcantes de industrialização ocorreram posteriormente no mundo.

A Segunda Revolução Industrial expandiu o grupo de países detentores de tecnologias e produções industriais. É uma fase caracterizada pela descoberta e uso da energia elétrica, além do uso e valorização do petróleo como fonte de energia. Essa industrialização do século XIX esteve inserida no contexto do Neocolonialismo ou Imperialismo, no qual os países buscavam por áreas de influência no mundo, onde pudessem vender seus produtos industrializados e obter as matérias-primas necessárias para o sustento de suas indústrias. Essa disputa pelos países industrializados há mais tempo e os que ingressavam no capitalismo ocorreu, sobretudo, nos territórios da África e da Ásia. O clima de tensão, contudo, pairou na Europa, e o aumento das hostilidades entre os países que concorriam por regiões de influência acarretou na Primeira Guerra Mundial.

Já a Terceira Revolução Industrial é mais recente e vivemos constantemente sob seus impactos. Essa fase é caracterizada pelo grande avanço da informática e da telemática. É conhecida também como Revolução do Silício, a qual informatizou e tornou mais rápida as relações de produção, econômica e social.

O Brasil entrou com atraso no processo de Industrialização. Ainda no período Imperial, no decorrer do reinado de Dom Pedro II, houve um surto industrial promovido pelo Barão de Mauá. A situação desagradava os ingleses, que viam com maus olhos seus empreendimentos, e a iniciativa do Barão de Mauá acabou quebrando. Ao longo da Primeira República, outros surtos industriais também aconteceram. Em alguns casos por iniciativas particulares e, mais expressivamente, por conta da Primeira Guerra Mundial que interrompeu o fluxo de produtos industrializados para o Brasil, o qual teve que investir em produção própria para dar conta de suas demandas durante o conflito. Entretanto a industrialização brasileira só se desenvolveu mesmo a partir do governo de Getúlio Vargas que promoveu industrialização de base e a urbanização do país. Juscelino Kubitscheck ampliou a industrialização abrindo espaço para a produção dos bens de consumo e as indústrias internacionais.

4) OS PROBLEMAS URBANOS

O Brasil está crescendo cada dia mais, seu processo de urbanização ocorreu a partir de 1950 quando se intensificou a chegada de indústrias no país.  Em busca de melhores condições de vida as pessoas saiam da vida rural e se instalavam nas cidades a procura de emprego. Portanto o Brasil não estava preparado e nem devidamente planejado para essa migração em alta escala de

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pessoas, contribuindo com várias consequências desastrosas ligadas a urbanização. Com todo esse processo de crescimento a marginalidade, o abandono, a fome, e a falta de moradia criaram um verdadeiro transtorno com um grande aumento da violência e poluição. Esse problema esta cada dia pior, porém existe a conscientização e aos poucos o governo estabelece novas regras nas quais os problemas urbanos sejam amenizados. Para saber mais sobre os problemas urbanos que destroem com o meio ambiente e a saúde das pessoas fique atento aos próximos tópicos.

Problemas urbanos no Brasil trânsito

O trânsito é um dos problemas urbanos que mais cresce e trazem problemas as populações com o excesso de automóveis transitando nas ruas aumentam se a poluição desestabilizando o meio ambiente, provocando estresse nas pessoas e sem contar as muitas horas perdidas dentro dos automóveis. As possíveis soluções para o trânsito urbano no Brasil é a implementação de incentivo aos transportes públicos e claro com melhores condições com investimentos nas infraestruturas desses transportes. Túneis vias expressas, modal rodoviário taxas mais baratas e investimentos urbanos que sem dúvida iria melhorar o transito no Brasil principalmente nas grandes cidades.

  

Problemas urbanos no Brasil lixo

Com a alta taxa de crescimento nas grandes cidades do Brasil um dos principais problemas urbanos é a grande produção de lixo. Esse aglomerado de lixo traz muitos malefícios tanto para a saúde como para o meio ambiente. Essa questão é um problema socioeconômico, pois muitos recursos que são enviados no tratamento do lixo não chegam ao seu destino. A falta de estrutura o abandono político em solucionar o problema criam alternativas erradas como lixões espalhados por todo o Brasil a céu aberto causando problemas ao solo e a saúde pública com proliferações de insetos e doenças. Uma das alternativas beneficiadoras é a conscientização da

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importância da reciclagem, que através desse processo muitos materiais são reutilizados gerando menos lixo abandonado.

Problemas urbanos no Brasil moradia

As morarias inadequadas no Brasil sua grande maioria é devido a falta de infraestrutura urbana, que faz com que cresçam cada vez mais favelas em morros com condições precárias e sub-humanas ainda existam. Essas áreas urbanas onde vivem famílias pobres geralmente não são atendidas com escolas, posto de saúde e policiamento fazendo com que cresça a revolta e a criminalidade. As únicas opções que pessoas pobres sem condições algumas têm é a ocupação em terrenos até mesmo em áreas de risco para sobreviver. Esses problemas urbanos do Brasil precisam de reformas sérias por parte do governo para mudar a situação dessas pessoas que muitas das vezes procuram o caminho errado por falta de melhor oportunidade.

Os processos de urbanização do Brasil como sabemos é fruto de uma industrialização tardia, realizada num país subdesenvolvido e que trouxe uma série de problemas. Problemas relacionados com o tipo de desenvolvimento do qual, por um lado, aumenta a riqueza de uma minoria e, por outro, agrava-se o problema da maioria dos habitantes.

e) a rede de transportes e comunicação, sua estrutura e evolução

No início do período republicano, a rede de estradas de ferro brasileiras tinham cerca de 9.583 quilômetros sem interligações entre si, ligavam o ponto de produção ao litoral. O Brasil emperrava por falta de comunicações em várias regiões.A produção não escoava para todo o território nacional por falta de rodovias e ferrovias, o comércio para a produção limitava-se à mercados locais. Durante a República Velha ocorreu a construção da Estrada de Ferro Noroeste, cujo ponto inicial era Bauru, interligando São Paulo a Mato Grosso.

A Estrada de Ferro Leopoldina fora ampliada, alcançando os Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Ao fim da época da República, o país contava com 32.478 quilômetros de malha ferroviária.

“Governar é construir estradas”, esse era o lema do Presidente Washington Luís, que construiu a estrada Rio-São Paulo, e Rio- Petrópolis. Em 1930, o Brasil possuía 113 mil km de rodovias.

Page 71: Geografia Do Brasil

Ocorreram também remodelações de portos e reaparelhamento. Durante o governo de Rodrigues Alves, foram instalados os primeiros bondes elétricos no Rio de Janeiro.

Na gestão de Afonso Pena, foi criada a Comissão Rondon que pretendia instalar o telégrafo no interior do Brasil. Ocorreu a abertura de mais de 700 km de estradas no interior, o que gerou a descoberta de rios antes desconhecidos para a navegação.

Até a década de 1950, a economia brasileira se fundava na exportação de produtos primários, e com isso o sistema de transportes limitou-se aos transportes fluvial e ferroviário. Com a aceleração do processo industrial na segunda metade do século XX, a política para o setor concentrou os recursos no setor rodoviário, com prejuízo para as ferrovias, especialmente na área da indústria pesada e extração mineral. Como resultado, o setor rodoviário, o mais caro depois do aéreo, movimentava no final do século mais de sessenta por cento das cargas.

As primeiras medidas concretas para a formação de um sistema de transportes no Brasil só foram estabelecidas em 1934. Desde a criação da primeira estrada de ferro até 1946 os esquemas viários de âmbito nacional foram montados tendo por base as ferrovias, complementados pelas vias fluviais e a malha rodoviária. Esses conceitos começaram a ser modificados a partir de então, especialmente pela profunda mudança que se operou na economia brasileira, e a ênfase passou para o setor rodoviário.

A crise econômica da década de 1980 e uma nova orientação política tiveram como conseqüência uma queda expressiva na destinação de verbas públicas para os transportes.

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Primeira estrada de ferro do BrasilA primeira estrada de ferro brasileira foi inaugurada no Rio de Janeiro em 1854, com 14,5 km de extensão, unindo a Baía de Guanabara ao sopé da Serra da Estrela, no caminho de Petrópolis. Outras foram construídas posteriormente, no Nordeste e no planalto paulista, estas impulsionadas pela cultura do café – provocando a ligação Santos-São Paulo-Jundiaí e a construção das linhas das Cias.

O setor ferroviário se desenvolveu de forma acelerada desde a inauguração da primeira estrada de ferro, até 1920. A década de 1940 marcou o começo do processo de estagnação, que se acentuou com a ênfase do poder central na malha rodoviária. Diversas ferrovias e ramais começaram a ser desativados e a rede ferroviária, que em 1960 tinha 38.287 km, reduziu-se a 26.659 km em 1980. A crise do petróleo na década de 1970 mostrou a necessidade da correção da política de transportes, mas dificuldades financeiras impediram a adoção de medidas eficazes para recuperar, modernizar e manter a rede ferroviária nacional, que entrou em processo acelerado de degradação.

Na década de 1980, a administração pública tentou criar um sistema ferroviário capaz de substituir o rodoviário no transporte de cargas pesadas. Uma das iniciativas de sucesso foi a construção da Estrada de Ferro Carajás, inaugurada em 1985, com 890km de extensão, que liga a província mineral de Carajás, no sul do Pará, ao porto de São Luís MA. O volume de investimentos, porém, ficou muito aquém das necessidades do setor num país das dimensões continentais do Brasil.

As ferrovias transportam 33% da carga (minério de ferro e granéis) e já apresentam expansão em sua malha.

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TRANSPORTE RODOVIÁRIO

Rodovia Presidente DutraNo Brasil, a extensa área, a disponibilidade hídrica, a longa faixa litorânea e os relevos pouco acidentados não impediram a adoção de uma política de transportes apoiada nas rodovias.

As estradas brasileiras tiveram sua construção iniciada apenas no século XIX e as rodovias surgiram só na década de 1920, primeiro no Nordeste, em programas de combate às secas. Em 1928 foi inaugurada a primeira rodovia pavimentada, a Rio-Petrópolis, hoje rodovia Washington Luís.

A partir das décadas de 1940 e 1950, a construção de rodovias ganhou poderoso impulso devido a três fatores principais: a criação do Fundo Rodoviário Nacional, em 1946, que estabeleceu um imposto sobre combustíveis líquidos, usado para financiar a construção de estradas pelos estados e a União; a fundação da Petrobrás, em 1954, que passou a produzir asfalto em grande quantidade; e a implantação da indústria automobilística nacional, em 1957.

A mudança da capital do Rio de Janeiro para Brasília levou à criação de um novo e ambicioso plano rodoviário para ligar a nova capital a todas as regiões do país. Entre as rodovias construídas a partir desse plano destacam-se a Brasília-Acre e a Belém-Brasília, que se estende por 2.070 km, um terço dos quais através da selva amazônica.

Em 1973 passou a vigorar o Plano Nacional de Viação, que modificou e definiu o sistema rodoviário federal. Compõe-se o sistema federal das seguintes rodovias:

1) 8 rodovias radiais, com ponto inicial em Brasília e numeração iniciada por zero;2) 14 rodovias longitudinais, no sentido norte-sul, com numeração iniciada em um; 3) 21 rodovias transversais, no sentido leste-oeste, com numeração iniciada em dois; 4) 29 rodovias diagonais, cuja numeração começa em três; 5) 78 rodovias de ligação entre cidades, com numeração iniciada em quatro.

Entre as rodovias mais modernas do Brasil estão a Presidente Castelo Branco, que liga São Paulo à região Centro-Oeste; a Torres-Osório, no Rio Grande do Sul; a Rio-Santos, que, como parte da BR-101, percorre o litoral dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo; e a rodovia dos Imigrantes, de São Paulo a Santos.

As dificuldades econômicas do país a partir do final da década de 1970 causaram uma progressiva degradação da rede rodoviária. Na década de 1980, o crescimento acelerado deu lugar à estagnação. A perda de receitas, com a extinção, em 1988, do imposto sobre lubrificantes e combustíveis líquidos e do imposto sobre serviços de transporte rodoviário, impediu a ampliação da rede e sua manutenção. Como resultado, em fins do século XX a precária rede rodoviária respondia por 65% do transporte de cargas e 92% do de passageiros.

Embora o sistema rodoviário, incrementado a partir da década de 60 com a expansão da indústria automobilística, seja oneroso (três vezes mais do que o ferroviário e nove vezes mais do que o fluvial, além de consumir 90% do diesel utilizado em transportes no país), responde por cerca de 64% da carga que circula no território. Como objetivou a integração inter-regional, seu desenvolvimento prejudicou a melhoria e a expansão dos transportes ferroviário e hidroviário.

TRANSPORTE HIDROVIÁRIO

Page 73: Geografia Do Brasil

Hidrovia Tietê-ParanáHoje, a navegação fluvial no Brasil está numa posição inferior em relação aos outros sistemas de transportes. É o sistema de menor participação no transporte de mercadoria no Brasil. Isto ocorre devido a vários fatores. Muitos rios do Brasil são de planalto, por exemplo, apresentando-se encachoeirados, portanto, dificultam a navegação. É o caso dos rios Tietê, Paraná, Grande, São Francisco e outros. Outro motivo são os rios de planície facilmente navegáveis (Amazonas e Paraguai), os quais encontram-se afastados dos grandes centros econômicos do Brasil.

Nos últimos anos têm sido realizadas várias obras, com o intuito de tornar os rios brasileiros navegáveis. Eclusas são construídas para superar as diferenças de nível das águas nas barragens das usinas hidrelétricas. É o caso da eclusa de Barra Bonita no rio Tietê e da eclusa de Jupiá no rio Paraná, já prontas.

Existe também um projeto de ligação da Bacia Amazônica à Bacia do Paraná. É a hidrovia de Contorno, que permitirá a ligação da região Norte do Brasil às regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, caso implantado. O seu significado econômico e social é de grande importância, pois permitirá um transporte de baixo custo.

O Porto de Manaus, situado à margem esquerda do rio Negro, é o porto fluvial de maior movimento do Brasil e com melhor infra-estrutura. Outro porto fluvial relevante é o de Corumbá, no rio Paraguai, por onde é escoado o minério de manganês extraído de uma área próxima da cidade de Corumbá.

O Brasil tem mais de 4 mil quilômetros de costa atlântica navegável e milhares de quilômetros de rios. Apesar de boa parte dos rios navegáveis estarem na Amazônia, o transporte nessa região não tem grande importância econômica, por não haver nessa parte do País mercados produtores e consumidores de peso.

Os trechos hidroviários mais importantes, do ponto de vista econômico, encontram-se no Sudeste e no Sul do País. O pleno aproveitamento de outras vias navegáveis dependem da construção de eclusas, pequenas obras de dragagem e, principalmente, de portos que possibilitem a integração intermodal. Entre as principais hidrovias brasileiras, destacam-se duas: Hidrovia Tietê-Paraná e a Hidrovia Taguari-Guaíba.

Principais hidrovias

Hidrovia Araguaia-Tocantins - A Bacia do Tocantins é a maior bacia localizada inteiramente no Brasil. Durante as cheias, seu principal rio, o Tocantins, é navegável numa extensão de 1.900 km, entre as cidades de Belém, no Pará, e Peixes, em Goiás, e seu potencial hidrelétrico é parcialmente aproveitado na Usina de Tucuruí, no Pará. O Araguaia cruza o Estado de Tocantins de norte a sul e é navegável num trecho de 1.100 km. A construção da Hidrovia Araguaia-Tocantins visa criar um corredor de transporte intermodal na região Norte.

Hidrovia São Francisco - Entre a Serra da Canastra, onde nasce, em Minas Gerais, e sua foz, na divisa de Sergipe e Alagoas, o "Velho Chico", como é conhecido o maior rio situado inteiramente em território brasileiro, é o grande fornecedor de água da região semi-árida do Nordeste. Seu principal trecho navegável situa-se entre as cidades de Pirapora, em Minas Gerais, e Juazeiro, na Bahia, num trecho de 1.300 quilômetros. Nele estão instaladas as usinas hidrelétricas de Paulo Afonso e Sobradinho, na Bahia; Moxotó, em Alagoas; e Três Marias, em Minas Gerais. Os principais projetos em execução ao longo do rio visam melhorar a navegabilidade e permitir a navegação noturna.

Hidrovia da Madeira - O rio Madeira é um dos principais afluentes da margem direita do Amazonas. A hidrovia, com as novas obras realizadas para permitir a navegação noturna, está em operação desde abril de 1997. As obras ainda em andamento visam baratear o escoamento de grãos no Norte e no Centro-oeste.

Hidrovia Tietê-Paraná - Esta via possui enorme importância econômica por permitir o transporte de

Page 74: Geografia Do Brasil

grãos e outras mercadorias de três estados: Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Ela possui 1.250 quilômetros navegáveis, sendo 450 no rio Tietê, em São Paulo, e 800 no rio Paraná, na divisa de São Paulo com o Mato Grosso do Sul e na fronteira do Paraná com o Paraguai e a Argentina. Para operacionalizar esses 1.250 quilômetros, há necessidade de conclusão de eclusa na represa de Jupiá para que os dois trechos se conectem.

Taguari-Guaíba - Com 686 quilômetros de extensão, no Rio Grande do Sul, esta é a principal hidrovia brasileira em termos de carga transportada. É operada por uma frota de 72 embarcações, que podem movimentar um total de 130 mil toneladas. Os principais produtos transportados na hidrovia são grãos e óleos. Uma de suas importantes características é ser bem servida de terminais intermodais, o que facilita o transbordo das cargas. No que diz respeito ao tráfego, outras hidrovias possuem mais importância local, principalmente no transporte de passageiros e no abastecimento de localidades ribeirinhas.

TRANSPORTE AÉREO

Aeroporto de Congonhas - São PauloImplantado no Brasil em 1927, o transporte aéreo é realizado por companhias particulares sob o controle do Ministério da Aeronáutica no que diz respeito ao equipamento utilizado, abertura de novas linhas etc. A rede brasileira, que cresceu muito até a década de 1980, sofreu as conseqüências da crise mundial que afetou o setor nos primeiros anos da década de 1990.

O transporte aeroviário é responsável por 4% do movimento total de passageiros no Brasil. No segmento de carga, sua participação é de 0,65%. A receita total do setor gira em torno de R$ 12 bilhões ao ano.

As companhias aéreas brasileiras transportaram em média 40 milhões de passageiros (29 milhões em vôos internos e 11 milhões em vôos internacionais), de acordo com o Departamento de Aviação Civil - DAC, com um acréscimo de 27,9% em relação ao ano anterior. Além disso, haviam 10.332 aeronaves registradas ativas e 2.014 aeroportos e aeródromos oficiais, sendo 1.299 privados e 715 públicos (dados de abril/2000). 

Os principais centros do país em volume de passageiros transportados são pela ordem: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza e Manaus. Em volume de cargas, destacam-se São Paulo (incluindo-se o aeroporto de Viracopos, em Campinas - o 1° do país em carga aérea), Rio de Janeiro, Manaus, Brasília e Belo Horizonte.

TRANSPORTE MARÍTIMO

O Porto de Santos (SP) é considerado o maior porto da América Latina

Page 75: Geografia Do Brasil

Entre 1920 e 1945, com o florescimento da indústria de construção naval, houve um crescimento

constante do transporte marítimo, mas a partir dessa época a navegação de cabotagem declinou de

forma substancial e foi substituída pelo transporte rodoviário. Para reativar o setor, o Congresso aprovou

em 1995 uma emenda constitucional que retirou dos navios de bandeira brasileira a reserva de mercado

na exploração comercial da navegação de cabotagem e permitiu a participação de navios de bandeira

estrangeira no transporte costeiro de cargas e passageiros.

Na realidade, o transporte multimodal é a melhor opção para o Brasil, pois a associação de vários

sistemas de transporte e a criação de terminais rodoviários, ferroviários e hidroviários reduziriam os

fretes, aumentariam a competitividade dos produtos e permitiriam uma maior integração territorial.

Além dos corredores de transportes (Araguaia-Tocantins, Leste, Fronteira Norte, Mercosul,

Transmetropolitano, Nordeste, Oeste-Norte, São Francisco, Sudoeste), é fundamental abrir um caminho

em direção ao oceano Pacífico (corredor bioceânico) para atingir os grandes mercados da Ásia e do

Pacífico.

F) O espaço rural Brasileiro

1) CARACTERISTICAS DO MUNDO RURAL BRASILEIRO

ENEM 2010, Prova Amarela – Questão 1.

Professor: João Paulo.

“Antes, eram apenas as grandes cidades que se apresentavam como o império de técnica, objeto de modificações, suspensões, acréscimos, cada vez mais sofisticadas e carregadas de artifício. Esse mundo artificial inclui, hoje, o mundo rural.

SANTOS, M. A Natureza do Espaço. São Paulo: Hucitec, 1996.

Considerando a transformação mencionada no texto, uma consequência socioespacial que caracteriza o atual mundo rural brasileiro é:

A) a redução do processo de concentração de terras.B) o aumento do aproveitamento de solos menos férteis.C) a ampliação do isolamento do espaço rural.D) a estagnação da fronteira agrícola do pais.E) a diminuição do nível de emprego formal.”

0:15 Essa questão trata sobre o que ele chama de império da técnica, ou seja, a introdução de várias técnicas que ele vai colocar, inicialmente, no texto na cidade, mas no fundo ele pergunta pra gente quais são os efeitos dessas técnicas para o campo. Um pouquinho de interpretação, um pouquinho de modernização agrícola, vamos fazer a questão.

0:35 A questão número 1 começa com um texto do Milton Santos falando do império da técnica, dizendo que esse império tinha sido na cidade, no meio urbano, mas termina o parágrafo dizendo que logo em seguida essas técnicas acabaram indo para o campo. O que o Milton Santos quis dizer com isso? Ele estava tratando do processo de modernização agrícola. A pergunta é simples e bem direta: qual é o efeito dessa modernização agrícola? E ela especifica, ela quer as consequências socio-espaciais desse processo de modernização agrícola.

Page 76: Geografia Do Brasil

1:04 Na prática, então, o que a gente tem que visualizar? Que com a chegada dessas técnicas no meio rural, essas técnicas vão transformar o processo produtivo. Basicamente, duas respostas poderiam aparecer aí:A primeira, uma consequência socio-econômica negativa que é o desemprego. O desemprego estrutural no campo, a evasão de pessoas do campo para a cidade, o exôdo rural.A segunda, uma questão positiva, uma consequência positiva, que seria com a chegada das máquinas nós temos técnicas melhores, produções melhores. Então, naturalmente nós temos um aumento de produtividade. É isso que nós vamos encontrar no gabarito. A letra B fala exatamente desse aumento da produtividade rural em função da modernização agrícola.Gabarito:  Letra B.

Atualmente, as atividades praticadas na zona rural já não são mais necessariamente

pecuária e agricultura, algumas atividades têm modificado a configuração das relações de

produção econômica no campo. Na área rural tem crescido alguns tipos de

estabelecimentos como: Hotéis fazenda, spas, clínicas de repouso, clubes de pescas,

ecoturismo etc. 

Agrossistemas 

Consolidam-se nos tipos de cultivo ou de criação que serão produzidas as espécies de

plantas e/ou raças de animais, assim como as técnicas envolvidas na produção agrícola

ou na pecuária, além de analisar o tamanho das propriedades rurais e o nível tecnológico. 

Classificação dos Agrossistemas 

As propriedades rurais são classificadas segundo o nível tecnológico aplicado na pecuária

e agricultura, com isso os Agrossistemas podem ser: 

Pecuária Tradicional: Criação de gado sem preocupação com a genética, com a saúde

animal, com a qualidade das pastagens, os animais são criados soltos em grandes áreas

sem receber maiores cuidados e com baixa produtividade. 

Pecuária Moderna: E a criação a partir de cuidados com a genética, analisando as

vantagens da criação de uma determinada raça, utilização de medicamentos, além de

acompanhamento de um veterinário. Nesse sistema de criação a área pastoril é de

pastagens de qualidade e com elevado índice de produtividade. 

Agricultura Tradicional: É o cultivo de uma determinada cultura sem utilização de

defensivos agrícolas, as sementes não são selecionadas, não há correção de solo, as

técnicas praticadas são rudimentares, como arado de tração animal, com produção baixa

pela falta de modernização. 

Agricultura Moderna: É o cultivo intensivo, ou seja, alta produtividade em menos terras

Page 77: Geografia Do Brasil

cultivadas, isso ocorre porque a produção é estruturada nas mais modernas técnicas e

máquinas. Nesse tipo de produção é realizada primeiramente a correção do solo, são

observadas as previsões do tempo para executar o plantio, as sementes são selecionadas,

imunes a pragas e também são adaptadas ao clima, aplicação de fertilizantes, além do

acompanhamento de um agrônomo, o trabalho de plantio e colheita é realizado por

modernos tratores e colheitadeiras, garantindo alta produtividade. 

Os agrossistemas são analisados também a partir do tamanho das propriedades rurais,

podendo ser: latifúndio (grandes propriedades rurais com mais de 200 hectares),

minifúndio (são pequenas e médias propriedades rurais). 

Plantations 

São grandes propriedades rurais monocultoras, ou seja, cultivam uma única cultura com

produção destinada à exportação. As plantations são heranças do período colonial de

vários países das Américas, África e Ásia, pois no período colonial eram responsáveis pela

produção de produtos tropicais muito apreciados na Europa. Nas plantations a mão de

obra era escrava, exploravam negros trazidos da África. 

Agricultura Itinerante 

Esse tipo de agricultura consiste no plantio de roças, onde o local cultivado é queimado ou

retira-se a vegetação, os meios de produção são rudimentares, os solos geralmente são

pobres; quando a área cultivada esgota-se, outra área é procurada. 

A produção da agricultura itinerante é voltada ao abastecimento do mercado local, mas a

intenção principal é a subsistência. 

Agricultura de Jardinagem 

Praticado principalmente na rizicultura (plantio de arroz), essa prática tem ocorrido há

vários séculos na Ásia. 

As áreas cultivadas são minifúndios e o trabalho é manual e bastante minucioso (por isso

o nome jardinagem), a produção é comercializada com a população. 

Pastoreio Nômade 

Consiste na produção extensiva da pecuária, os animais são levados a percorrer caminhos

em busca de ares que ofereçam água e pastagens, essa locomoção é constante. A

produção, geralmente muito baixa, é destinada à manutenção das famílias (subsistência) e

o restante é comercializado no mercado. 

Page 78: Geografia Do Brasil

Revolução Verde 

A Revolução Verde foi uma evolução tecnológica que ocorreu no meio rural a partir da

década de 60, foi possível devido ao incremento tecnológico que favoreceu a produção em

grande escala. A intenção primordial no aumento de oferta de alimentos era de combater a

fome, pensava-se que se a produção de alimentos ofertasse um grande excedente seria

possível amenizar a problemática da fome. 

A Revolução Verde consistiu no desenvolvimento biotecnológico para gerar uma variedade

maior de cereais, nesse período iniciou também a utilização de fertilizantes para um

melhor rendimento dos vegetais.

A Revolução Verde não conseguiu eliminar o problema da fome, apesar de ter diminuído o

problema em países Asiáticos. 

A eliminação total da fome através apenas do aumento de oferta de alimentos é

impossível, pois o que adianta ter oferta e um amplo estoque, se a maioria das pessoas

que passam fome possui renda muito baixa, além do mais os alimentos são vendidos, não

oferecidos gratuitamente.

A Revolução Verde favoreceu o aumento da produção, mas por outro lado provocou uma

aceleração da desigualdade fundiária, as grandes propriedades rurais possuíam recursos

financeiros para se modernizar e acompanhar as novas técnicas e tecnologias, já as

pequenas propriedades se encontravam excluídas do processo de

modernização, em razão da falta de apoio financeiro e técnico.

Muitas vezes ocorre com esses pequenos proprietários a expropriação, o produtor

encontra-se endividado, então para sanar suas dívidas é obrigado a vender sua

propriedade, às vezes são os latifundiários que fazem a compra, aumentando ainda mais

seu latifúndio. 

Na visão ambiental, o desenvolvimento da agropecuária tem provocado ao longo das

ultimas décadas profundas alterações no meio ambiente, como o empobrecimento e perda

de toneladas de solo, poluição, surgimento de erosões, poluição dos mananciais

provocada por agrotóxico, criação de novas áreas de cultivo com derrubadas da cobertura

vegetal natural e uma série de graves problemas ecológicos decorrente da prática da

agricultura moderna. 

Agribusiness 

Agribusiness (do inglês, negócios agrícolas), que na prática significa “Agroindústrias”, é o

termo utilizado para denominar a fusão da produção primária da Agricultura e pecuária

Page 79: Geografia Do Brasil

com a indústria, onde ocorre o processamento ou industrialização dos produtos oriundos

da Agropecuária. São exemplos de Agroindústria (Agribusiness): laticínio, frigorífico,

indústria têxtil, entre outras. 

Agrossistemas Alternativos 

Representa uma forma de produção ecologicamente correta para amenizar os problemas

sociais e ambientais. Nesse sistema, busca-se a eliminação de agrotóxico, que são

chamados de produção orgânica, atualmente o produto orgânico tem conseguido um valor

mais elevado, o preço maior é devido à qualidade dos produtos, pois são mais saudáveis,

não há adição de substâncias químicas, pois o combate às pragas e os fertilizantes são

feitos com controle biológico, ou seja, agentes que não são prejudiciais ao organismo e à

natureza.

A produção alternativa pratica a policultura (cultivo de várias culturas), jamais

a monocultura (cultivo de uma única cultura). Os objetivos são alimentos saudáveis e

equilibro ambiental, diminuição do êxodo rural e do desemprego. 

Apesar do crescimento da produção orgânica, a agricultura moderna provavelmente não

será superada, pois a produção orgânica oferece produtos saudáveis, porém o resultado é

baixo e se pensarmos na população mundial, que soma 6 bilhões de pessoas no mundo,

não será possível a prática restrita da produção orgânica.

2) CONCENTRAÇÃO FUNDIÁRIA NO BRASIL

No Caribe e no Brasil, o modelo adotado para explorar as colônias foi

o plantation: grandes propriedades monocultoras, voltadas para a produção

de gêneros tropicais destinados ao mercado externo e com a utilização da

escravidão negra.

Essas particularidades do processo colonial latino-americano determinaram os

traços principais dos problemas fundiários desta parte do continente: a

formação de grandes latifúndios ao lado de grande contingente de

trabalhadores rurais que não tem acesso à terra.

O Brasil rural convive com extremos de pobreza e de riqueza. As técnicas de

cultivo e de criação também variam do rudimentar ao agronegócio moderno.

Nas últimas décadas a modernização do setor agrícola contribuiu para agravar

a concentração de terras. Deslocou a população do campo para as cidades,

em busca de emprego, ou para outras regiões do país, em busca de terras,

Page 80: Geografia Do Brasil

para recomeçar uma nova vida. Tanto uma opção como outra contribuíram

para agravar os problemas sociais que persistem no Brasil atual.

O Brasil convive com milhões de trabalhadores sem terra numa situação em

que cerca de 40% da área das grandes propriedades agropecuárias não são

aproveitadas para o cultivo, para a criação de animais ou qualquer outra

atividade econômica.

Ao longo da sua história, as terras brasileiras foram controladas por uma elite e

hoje, também, por grandes empresas. A concentração de terras, que condena

à tragédia milhões de pessoas, teve início com a ocupação colonial e se

arrastou até os dias atuais. Sua característica principal é a monocultura de

exportação que deu origem e reforçou a propriedade latifundiária. Observe o

quadro:

 

Como fórmula de inibir a manutenção das grandes fazendas improdutivas e a

concentração fundiária, o governo elevou os impostos sobre as terras não

exploradas: o imposto territorial rural (ITR). Dada a dificuldade de definir o a

capacidade de produção de cada fazenda, a elevação do ITR tornou-se

ineficiente para desestimular a formação de grandes latifúndios e promover a

reforma agrária.

3) A EXPANSÃO DAS FRONTEIRAS AGRÍCOLAS

Fronteira agrícola é o avanço da unidade de produção capitalista sobre o meio ambiente,

terras cultiváveis e/ou terras de agricultura familiar. A fronteira agrícola está ligada com a

necessidade de maior produção de alimentos, criação de animais sob a demanda internacional

Page 81: Geografia Do Brasil

de importação destes produtos. Além disso seu crescimento acelerado também está ligado

pela ausência de políticas públicas eficazes onde a terra acaba sendo comprada barata e o

controle fiscal inoperante.

Índice

  [esconder] 

1   Fronteira agrícola no Brasil

2   Problemas causados pelo avanço da fronteira agrícola

3   Aumento da fronteira agrícola e sua necessidade

4   Referências

5   Ver também

Fronteira agrícola no Brasil[editar]

Ver artigo principal: Fronteira agrícola Amazônica

O Brasil possui 850 milhões de hectares em seu território. Estima-se que 350 milhões são

agricultáveis.Cana-de-açúcar, e Soja ocupam em torno de 22 milhões e 8 milhões de hectares

respectivamente. Já para a criação de gado, no território brasileiro cerca de 211 milhões de

hectares são utilizados para a pastagem extensiva. Apesar do grande espaço utilizado para a

produção de soja, cana-de-açúcar e criação de animais, a produtividade para cabeças de boi é

considerada baixa, uma vez que temos poucas cabeças de boi por hectare. Para aumentar a

produção de cereais e carne, agricultores e pecuaristas estendem a fronteira de

suas fazendas adquirindo mais terras, a chamada fronteira agrícola. O sensoriamento

remoto no estudo do desmatamento da floresta amazônica por instituições americanas

como Environmental Research Letters mostra que a soja é vetor que contribui para este

aumento do espaço ocupado a sua produção.

Problemas causados pelo avanço da fronteira agrícola[editar]

Conforme o avanço da fronteira e a derrubada de florestas, de áreas de meio ambiente e áreas

antes ocupadas por agricultura familiar ocorrer, problemas começam a emergir como conflitos

ambientais. O avanço do desmatamento na Floresta Amazônica por exemplo, reduz o espaço

antes utilizado por comunidades indígenas, também aumenta a pressão no governo com o

impulso de movimentos sociais que lutam pela divisão de terras, e um melhor aproveitamento

de terras já ocupadas na sua produção. Cabe a Justiça Ambiental mediar todos valores

econômicos, sociais, culturais do uso da terra por diferentes pessoas e seus pontos de vista,

para que estes conflitos sejam amenizados. O Brasil é lider no ranking de desmatamento

mundial, e além dos fatores causadores de conflitos, há a questão da contribuição que as

queimadas e a criação de gado possam afetar no processo de aquecimento do planeta ainda

bastante discutido.

Aumento da fronteira agrícola e sua necessidade[editar]

Para um melhor uso do espaço ocupado em novas terras da Amazônia foi criado um projeto

chamado Amazônia Legal que visa não só melhorar o nível produtivo na área ocupada, como

reduzir o desmatamento a zero. Permite o estudo e o emprego de tecnologia na biodiversidade

local, permite eco-turismo, em geral é uma forma de absorver todos os recursos naturais e

Page 82: Geografia Do Brasil

culturais conservando o meio ambiente necessário ao nosso planeta. Conforme a população

mundial continuar crescendo, a necessidade de se aumentar a produção de alimentos e o

avanço em terras continuará existindo, até que a população se estabilize ou o nível de

produção fique bastante elevado já nos hectares utilizados, pois a demanda por alimento é

maior que a produção mundial. Cientistas e técnicos defendem que o espaço no território

ocupado pela pastagem precisa ser melhor aproveitado para que o destamento realizado a fim

de novas pastagens seja feito somente quando saturar o uso do terreno já aproveitado.

4) O USO DA TERRA

Como as terras no planeta são limitadas, é preciso que se aloquem, eficientemente e de maneira

equilibrada, áreas para produção agrícola, áreas para conservação de ecossistemas naturais - como

florestas, savanas e áreas úmidas – e áreas para outros usos (cidades, infra-estrutura, mineração, etc).

O território brasileiro é tem a maioria da sua cobertura com vegetação natural, especialmente florestas –

cerca de 537 milhões de ha, ou 63% do país. As áreas com agropecuária ocupam 275 milhões de ha, o

que representa 32% do país. Quanto mais produtivas forem as áreas de produção, menores serão as

áreas necessárias para suprir as demandas da sociedade, resguardando-se mais áreas com vegetação

nativa.

Neste momento em que a sociedade clama por redução de desmatamentos, a RedeAgro analisará nesta

seção a ocupação de terras pela agropecuária e o avanço da fronteira agrícola, apresentando dados e

estudos para entender a atual dinâmica de uso e mudança de uso da terra no Brasil.

-A +A

Uso da Terra no Brasil

Postado em 18/05/2012

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5) A MODERNIAÇÃO DA AGRICULTURA NO BRASIL

As atividades agrícolas estão em constante processo de inovação para obter maior

produtividade. Nesse contexto, durante a década de 1950, ocorreu de forma mais intensa

o processo de modernização da agricultura que envolveu um grande aparato tecnológico

provido de variedades de plantas modificadas geneticamente em laboratório, espécies

agrícolas que foram desenvolvidas para alcançar alta produtividade, uma série de

procedimentos técnicos com uso de defensivos agrícolas e de maquinários. 

Todo esse processo ficou conhecido na década de 1960 como Revolução Verde,

programa financiado pelo grupo Rockefeller, sediado em Nova Iorque. Sob o pretexto de

aumentar a produção de alimentos para acabar com a fome no mundo, o grupo

Rockefeller expandiu seu mercado consumidor, fortalecendo a corporação com vendas de

verdadeiros pacotes de insumos agrícolas. 

Esse programa surgiu com o propósito de aumentar a produção agrícola através do

desenvolvimento de pesquisas em sementes, fertilização do solo e utilização de máquinas

no campo que aumentassem a produtividade. Isso se daria através do desenvolvimento de

sementes adequadas para tipos específicos de solos e climas, adaptação do solo para o

plantio e desenvolvimento de máquinas.

Agrotóxicos

O aumento da produtividade agrícola foi expressivo, porém, a Revolução Verde não

eliminou o problema da fome, pois os produtos plantados nos países em desenvolvimento

(Brasil, México, Índia, entre outros), basicamente cereais, eram exportados em grande

parte para países ricos industrializados como os Estados Unidos, Canadá e União

Europeia. 

Ao trabalhar a modernização das atividades agrícolas em sala de aula é importante

abordar o contexto histórico desse processo e apontar os aspectos positivos e negativos. 

Solicite aos alunos uma pesquisa sobre as principais características e consequências da

modernização no campo, em seguida promova um debate. 

Principais pontos positivos: 

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Grande aumento da produtividade de alimentos; 

Aumento da produtividade agrícola em países não industrializados; 

Desenvolvimento agrícola; 

Expansão da fronteira agrícola; 

Desenvolvimento tecnológico. 

Principais pontos negativos: 

O aumento das despesas com o cultivo e o endividamento dos agricultores; 

O crescimento da dependência entre os países; 

Esgotamento do solo; 

Ciclo vicioso de fertilizantes; 

Perda de biodiversidade; 

Erosão do solo; 

Poluição do solo causada pelo uso de fertilizantes; 

Redução da mão de obra rural.

6) A REFORMA AGRÁRIA E AS LUTAS SOCIAIS NO CAMPO

Reforma agrária é, basicamente, a redistribuição mais justa da terra.

A concentração fundiária no Brasil é resultado de uma distribuição de terra que aconteceu

no passado de forma desordenada e destinada, muitas vezes, a quem não precisava. Sem

contar que os lotes de terra eram gigantescos. Atualmente, grande parte das terras

brasileiras se encontra nas mãos de uma minoria de famílias, o que promove o surgimento

de uma enorme quantidade de trabalhadores desprovidos de terras para cultivar o seu

sustento e de sua família.

A disparidade existente na estrutura fundiária brasileira gera a insatisfação de várias

classes da sociedade (trabalhadores rurais, cientistas políticos, sociólogos, entidades

religiosas, dentre outros), que apóiam a implantação da reforma agrária. Esse pensamento

está alicerçado em dois pontos determinantes: o primeiro é o fator social e o segundo, o

econômico. O fator social pelo fato que há milhares de famílias que precisam de um

pedaço de terra para cultivar seu alimento e que também, de certa forma, se torna o seu

emprego, tendo em vista que o desemprego é grande no país. Já o fator econômico,

refere-se aos objetivos ligados à produção de alimentos para o abastecimento interno,

forçando a diminuição dos preços dos mesmos, que recentemente foram inflacionados

diante da crise mundial de alimentos. Incluindo ainda que esses pequenos produtores

podem se tornar exportadores para diversos países do mundo, o que contribuiria para a

economia do país.

Na tentativa de solucionar os fatores citados acima, a Nova Constituição Federal de 1988,

trouxe consigo um artigo que determina a aplicação da reforma agrária em propriedades

rurais que se encontrem na categoria de improdutivas. No entanto, o artigo deixou falhas

Page 86: Geografia Do Brasil

por não expressar especificamente o que se caracteriza ser uma propriedade improdutiva.

O desprovimento de informações específicas quanto a esse tipo de propriedade gerou a

ascensão dos problemas relacionados à luta pela terra, surgindo, inclusive, confrontos

armados que deixaram mortos e feridos, como o massacre do Eldorado dos Carajás

(Pará).

A imprecisão de informações leva os sem-terra a interpretar “ao pé da letra” o artigo da

Constituição Federal, portanto, quando esse grupo visualiza uma propriedade improdutiva,

eles se vêem no direito de invadí-las. Do outro lado da questão, estão os proprietários

dessas terras que sempre negam essa condição e afirmam que as mesmas são produtivas

e que a invasão não passa de um ato ilegal e criminoso. Nesse caso, o proprietário aciona

o poder público exigindo uma atitude do mesmo.

A incidência de conflitos envolvendo trabalhadores sem-terra se tornou mais difundida

após o surgimento do maior movimento de luta pela posse da terra no Brasil, o MST

(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Trabalhadores integrados a esse

movimento promovem protestos e invasões em diferentes pontos do Brasil. Algumas

atitudes ofensivas por parte do grupo fazem com que o movimento não ganhe a opinião

pública nacional, que seria um ponto positivo para a consolidação da aplicação da reforma

agrária no Brasil. A realidade é que essa questão está longe de ter uma solução, diante da

complexidade que a envolve, principalmente, quando se trata de um país capitalista, como

o nosso.

A reforma agrária

A reforma agrária não é apenas um processo de distribuição de terras. O seu

sucesso depende de apoio técnico e financeiro aos novos pequenos

proprietários que por ela são beneficiados.

Os trabalhadores assentados precisam de ferramentas, sementes e dinheiro

para a instalação das edificações necessárias a uma pequena propriedade e

de uma pequena residência. Assentamentos muito distantes dos centros de

comercialização dependem sistemas de transporte e armazenagem, para

serem viáveis.

Os pequenos agricultores precisam de um sistema especial de crédito agrícola

que permita investimentos na propriedade e na produção e de assessoria

técnica, essenciais para que o acesso à propriedade esteja vinculado ao

progresso social.

Portanto o custo da reforma agrária não está restrito ao pagamento das terras

desapropriadas a serem transferidas ao trabalhador sem terra. A reforma

Page 87: Geografia Do Brasil

agrária depende de um sistema de apoio ao pequeno proprietário para que

com o tempo ele possa caminhar sobre suas próprias pernas.

O MST

Os problemas no campo brasileiro podem ser observados no dia a dia.

Conflitos entre fazendeiros e posseiros, mortes de trabalhadores rurais,

invasões de fazendas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra),

manifestações e passeatas exigindo ação mais eficaz do governo na política de

reforma agrária.

Os participantes do MST são formados por bóias-frias, ex-operários de usinas

de cana, ex-operários de construção de usinas hidrelétricas, trabalhadores da

construção civil, ex-colonos de fazendas e desempregados do campo de da

cidade.

A última década registrou o maior número de assentamentos de pequenos

agricultores em toda a história. Mas, quase nada foi realizado para resolver os

problemas sociais do meio rural. É uma comparação entre praticamente nada e

alguma coisa, o que não significa que foi relevante. Os assentamentos

realizados foram insuficientes para atender a imensa demanda de

trabalhadores rurais sem terra - segundo o Ministério do Desenvolvimento

Agrário ultrapassa 4 milhões de pessoas - e resolver os problemas sociais do

campo brasileiro.

Além disso, é importante ressaltar que o maior volume de terras distribuídas,

neste período mais recente, deveu-se às pressões e manifestações

permanentes dos trabalhadores rurais através de sua principal organização, o

MST, e da CPT (Comissão Pastoral da Terra), outra importante instituição de

apoio aos trabalhadores rurais carentes e de denuncia à violência no campo

brasileiro.

7) A PRODUÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS NO CAMPO

A matéria-prima consiste num conjunto de produtos necessários em diversos processos de produção, que são extraídosou obtidos diretamente da Natureza (explorações florestais, agrícolas ou minerais). Estas matérias constituem a primeirafase da cadeia de transformações imprescindíveis para a obtenção do produto final.Dado que o estado em que se encontram as matérias-primas não possibilita a sua utilização direta pela maior parte dasindústrias, estas usam produtos semielaborados obtidos a partir das matérias-primas, as denominadas substânciasbásicas.A importância industrial e estratégico-militar de determinadas matérias-primas faz com que os países importadoresconsiderem essencial garantir o fluxo regular e const

Page 88: Geografia Do Brasil

ante de tais matérias, donde tentam exercer o controlo sobre asjazidas e respetiva exploração, inclusive mediante ações militares.

O Brasil é um país rico em diversos tipos de minérios, produtos agrícolas,e pecuários, sendo destaque na produção de etanol utilizando a cana-de-açucar, possui também grandes reservas de petróleo e é um dos maiores exportadores de carnes,e grãos.

8) A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS

9) A PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTIVEIS

Os biocombustíveis são considerados fonte de Energia limpa por não poluírem o meio ambiente. Qual seria a matéria-prima para a obtenção dessa alternativa ecologicamente correta? Na verdade são muitas e a cada dia novas pesquisas mostram novas fontes possíveis de biocombustível. 

A melhor notícia é que no Brasil, pesquisas relacionadas a este assunto ganham total apoio por parte dos governantes. E como a flora brasileira é muito rica, nosso país sai na frente quando o assunto é variedade de matéria-prima para a produção de Biocombustível. 

Vejamos exemplos de produção em alguns estados brasileiros: Produção da mamona no Nordeste, Bioma na Caatinga, do dendê no Norte e Amazônia e da soja no Cerrado, Sul e Sudeste. Conheça outras plantas de onde pode se extrair biocombustível: macaúba, buriti (Maurutia fexuosa), pinhão manso (Jatropha curcas) e o babaçu (Ricinus communis), todas nativas do solo Brasileiro. 

Como vemos, os bicombustíveis são combustíveis de fontes renováveis, obtidos a partir do beneficiamento de determinados vegetais. São considerados como fontes de energia limpa, porque, de acordo com especialistas, não emitem poluentes em nossa atmosfera. 

Para evitar a emissão de gases poluentes e combater o efeito estufa, precisamos substituir o uso de combustíveis fósseis (derivados do petróleo) pelos bicombustíveis. Além de estar contribuindo para o próprio bem estar do homem, os biocombustíveis possuem a vantagem de ter origem em fontes renováveis, já que o petróleo está ameaçado de extinção. 

BiocombustíveisO Brasil está na fronteira do desenvolvimento e do conhecimento tecnológico

quando oassunto refere-se aos biocombustíveis. O País é

exportador de tecnologia e de matéria-prima para as mais diversas nações.

Mas afinal, o que são biocombustíveis e por que o Brasil faz parte

da vanguarda dessa produção?

Os biocombustíveis são derivados de biomassa renovável que podem

substituir, parcial ou totalmente, combustíveis derivados de petróleo e gás

natural usados em motores ciclodiesel automotivos (de caminhões, tratores,

camionetas, automóveis etc.) ou estacionários (geradores de eletricidade, calor

etc.). Há dezenas de espécies vegetais no Brasil das quais se podem produzir

o biodiesel, tais como mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim,

pinhão manso e soja, dentre outras.

Page 89: Geografia Do Brasil

Este tipo de combustível renovável é pesquisado desde o início do século 20,

principalmente na Europa. Eles estão presentes no cotidiano do brasileiro há

mais de80 anos. Entretanto, foi na década de 1970, após a primeira crise do

petróleo, que suaprodução e uso ganharam grande dimensão. Na época, foi

criado o Pro-Álcool, que introduziu o etanol de cana-de-açúcar em

larga escala na matriz de combustíveis brasileira.

Biodiesel

Os dois principais biocombustíveis líquidos utilizados no País são o etanol

(extraído decana-de-açúcar e utilizados nos veículos leves) e, mais

recentemente, o biodiesel (produzido a partir de óleos vegetais ou

gorduras animais, utilizados principalmente em ônibus e caminhões).

Foi a partir do lançamento do Programa Nacional de Produção e Usos do

Biodiesel (PNPB), em dezembro de 2004, pelo governo federal, que o

biodiesel avançou significativamente no País. Hoje, o Brasil conta com

indústria de biodiesel consolidada, com mais de 50 usinas aptas a produzi-lo e

comercializá-lo, e com capacidadeinstalada superior a seis milhões de metros

cúbicos.

Atualmente, a Alemanha, os Estados Unidos e o Brasil são os maiores

mercado mundiais de biodiesel. Outros importantes mercados

são a França, a Espanha, a Itáliae a Argentina.

No Brasil, o biodiesel, regularmente, é vendido misturado ao diesel de petróleo

em mais de 30 mil postos de abastecimento espalhados pelo País.

Sua produção saltou de69 milhões de litros, em 2006, para 2,8 bilhões de litros,

em 2012, de acordo com dados do PNB. A mistura de biodiesel ao diesel teve

início em dezembro de 2004. Em janeiro de 2008, entrou em

vigor a mistura obrigatória de 2% em todo o País. Esse percentual foi ampliado

sucessivamente até atingir 5% em janeiro de 2010, antecipando em

três anos a meta estabelecida pela Lei nº 11.097, de 2005.

Em relação à capacidade industrial da produção do biodiesel, no final de 2011,

pelos dados do governo federal, 56 unidades estavam autorizadas a produzir

e a comercializar o biocombustível, com uma capacidade nominal total de seis

bilhões de litros ao ano.Dessa capacidade produtiva, aproximadamente 78%

(4,7 bilhões de litros/ano) são provenientes de usinas detentoras do Selo

Combustível Social, um certificado fornecido pelo governo às unidades

produtoras que atendem aos requisitos de inclusão daagricultura familiar

na cadeia produtiva do biodiesel.

Desde o lançamento do PNPB até o final de 2011, o Brasil produziu 8,3

bilhões de litrosde biodiesel, que reduziram as importações de diesel em um

montante de US$ 5,3 bilhões, contribuindo positivamente

para a balança comercial brasileira.

Etanol

Page 90: Geografia Do Brasil

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais e o maior

exportador de etanol.Atualmente, o etanol brasileiro representa a melhor e

mais avançada opção para aprodução sustentável de biocombustíveis em

larga escala no mundo. O País é o candidato

natural a liderar a produção economicamente competitiva e a exportação

mundial porque tem o menor custo de produção e o maior rendimento em litros

por hectare.

Em relação ao meio ambiente, o etanol reduz as emissões de gases de efeito

estufaem cerca de 90% e a poluição atmosférica nos centros urbanos. Além

disso, produçãotem baixo consumo de fertilizantes e defensivos

e apresenta níveis relativamente baixosde perdas do solo.

O Brasil utiliza o etanol como aditivo da gasolina desde a década de 1920.

Oficialmente, o combustível produzido a partir da cana-de-açúcar

foi adicionado à gasolina a partir deum decreto assinado em 1931. Entretanto,

somente com a criação do programa Pro-Álcool, em 1975, é que o Brasil

estabeleceu definitivamente a indústria do etanol combustível.

Os investimentos nos veículos flex-fuel e o fortalecimento

da cadeia produtiva levaram aum grande crescimento no mercado

doméstico de etanol, invertendo a tendência dequeda do

consumo de etanol ainda na Safra 2003/2004.

Atualmente, cerca de 90% dos veículos leves licenciados no Brasil são flex-

fuel. Esse ritmo fez com que, ao todo, metade da frota nacional circulante

seja formada por veículos flex.

O etanol é produzido nas regiões Nordeste e Centro-Sul, sendo que a região

Centro-Sul é responsável por, aproximadamente, 90% da produção nacional,

com o estado de São Paulo responsável pela produção de 60% do

biocombustível. Os outros 10% são produzidos na região litorânea do

Nordeste.

Lenha e carvão vegetal

Atualmente, as economias menos desenvolvidas no mundo ainda apresentam

em suas matrizes energéticas mais de 90% de participação da lenha como

fonte de energia, situação que o Brasil reverteu a partir da década de 1930.

No início da década de 1940, o País apresentava mais de 80% de participação

da lenhaem sua matriz energética. Em 2011, este indicador já

era menos de 10%, substituído principalmente pelo gás liquefeito de petróleo.

Boa parte da lenha extraída no País é transformada em carvão vegetal, um

produto mais nobre e com maior concentração de carbono. O Brasil

é a única nação no mundo que faz uso extensivo do carvão vegetal

na indústria siderúrgica. Atualmente, 34% da lenha é convertida em carvão

vegetal e 28% tem uso direto na indústria, para produzir calor deprocesso.

Outros 27% são ainda utilizados para cozinhar alimentos.

Page 91: Geografia Do Brasil

Carvão vegetal na siderurgia

O carvão vegetal é usado na siderurgia como fonte de calor e como redutor do

minériode ferro.

O Brasil é o maior produtor mundial de gusa via carvão vegetal,

cerca de 60% desse gusa produzido é exportado.

Devido às características do carvão vegetal, de baixos teores de enxofre e

cinza, o gusaproduzido é de melhor qualidade do que aquele produzido

via carvão mineral. Para umaprodução de uma tonelada de gusa, são

necessários cerca de três metros cúbicos decarvão - 3 mdc.

Boa parte do carvão é proveniente de desmatamentos, legais ou ilegais.

Para atender ademanda de carvão até 2.020 seria necessário um

reflorestamento de 1,5 a 2 milhõesde hectares.

G) A POPULAÇÃO BRASILEIRA

1) A FORMAÇÃO, ESTRUTURA E DINÂMICA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

A População Brasileira - formação, características, indicadores demográficos, dinâmica do crescimento, teorias demográficas, movimentos populacionais no Brasil,desigualdades Socioeconômicas, étnicas e de gênero

            O que é CENSO Demográfico ? É uma pesquisa que permite conhecer a população de um país : número de habitantes , de homens, de mulheres, crianças e idosos, onde e como vivem as pessoas . No Brasil quem realiza a pesquisa do CENSO Demográfico é o IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) .  A última pesquisa CENSO Demográfica do Brasil foi feita em 2010 . 

                               Formação Étnica

     Os  ameríndios (primeiros habitantes do Brasil, povos indígenas), os negros (trazidos como escravos) e os brancos (europeus, principalmente) formam os  três grupos básicos da população brasileira. A intensa miscigenação ou mestiçagem entre esses grupos originou os mulatos (brancos com negros); cafuzos (indígenas com negros) e os caboclos ou mamelucos (indígenas com brancos).

                       Um País Marcado pela Diversidade

      Essa diversidade aparece em características culturais, como língua, religião, música, hábitos alimentares, e também nas características físicas das pessoas, como cor da pele, dos cabelos, estatura, etc.  Entre os elementos mais evidentes da presença de culturas diversas na formação

Page 92: Geografia Do Brasil

de nossa população, está a língua falada. Dos portugueses,  herdamos nossa língua oficial. No entanto, nossa língua portuguesa não é falada da mesma forma por toda a população. Há diferenças regionais que aparecem, por exemplo, no sotaque . Além disso, na língua portuguesa falada no Brasil, há muitas palavras de origem indígena e africana.         O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) classifica o povo brasileiro entre cinco grupos: branco, preto, pardo, amarelo e indígena, baseado na cor da pele ou raça. Quem declara sua cor ou raça é o próprio entrevistado. O censo nacional de 2010 realizado pelo IBGE encontrou o Brasil sendo composto por uns 90 milhões de brancos, 82 milhões de pardos, 14 milhões de negros, 2 milhões de amarelos e 8oo mil indígenas. 

               Distribuição Espacial da População

     A população brasileira está distribuída de maneira desigual pelo território : há regiões onde se aglomeram muitas pessoas, e em outras, o número de habitantes é muito pequeno. A atual distribuição da população brasileira reflete a desigualdade econômica entre as regiões. As maiores oportunidades de trabalho são fatores que contribuem para a concentração populacional, pois as pessoas procuram locais que possam lhes oferecer boas condições de vida. Apesar de esforços do governo brasileiro de distribuir oportunidades de trabalho por todo o Brasil, o Sudeste é a região brasileira mais  povoada , com densidade demográfica de 85 habitantes por quilômetro quadrado. A região Norte é a menos povoada, com cerca de 4 habitantes por Km².   A população brasileira se concentra nas áreas litorâneas e nas grandes cidades (como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre , etc. ) . Nas últimas décadas o ritmo de crescimento da população vem caindo .

               Brasil  :  um país populoso,  mas pouco povoado

        O Brasil é o quinto país mais populoso do Mundo (  1º China,  2º  Índia,  3º  Estados Unidos, 4º Indonésia,  5º Brasil ) .     Um país populoso significa que possui muitos habitantes, ou seja a população absoluta (o mesmo que população total)  é elevada .  Já quando  nos referimos a um  país povoado estamos falando da sua população relativa, ou seja o número de pessoas que residem em determinada região. A população relativa de uma região é o mesmo que a densidade demográfica dessa região. A densidade demográfica do Brasil é baixa, em comparação com outros países do mundo.           Exemplo   1  :  No Brasil vivem pouco mais de 190 milhões de brasileiros  (CENSO 2010) , num território de pouco mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados . Qual é a densidade demográfica do Brasil ?

Page 93: Geografia Do Brasil

              Densidade demográfica =  população / área territorial  =  190.000.000 / 8.500.000  = 1.900 / 85 = 22,4 habitantes / Km² . 

    Ou seja, o Brasil tem população relativa de cerca de 22 habitantes por quilômetro quadrado . Essa densidade demográfica é baixa, portanto o Brasil é Populoso, mas pouco Povoado !

Exemplo 2 : No Japão a população é de pouco mais de 130 milhões de habitantes, que vivem no território de pouco  mais de 377 mil   Km² .                Qual é   a densidade demográfica do Japão ?           população / área territorial  =  130.000.000 / 377.000  =  130 / 0,377    =    340 habitantes / Km ²  .                     O  Japão possui a densidade demográfica 15 vezes  maior que a do Brasil.

                      Dinâmica do Crescimento Demográfico 

    Taxa de natalidade : é o número de nascimentos em cada grupo de mil habitantes .  A taxa de natalidade no Brasil em 2010 está em cerca de 19 %o (19 nascimentos para cada grupo de mil pessoas ao ano) .  As taxas de natalidade vêm diminuindo no Brasil : por causa da  urbanização (crescimentos das cidades; nas cidades o número de filhos é menor do que no campo, os casamentos acontecem mais tarde, as mulheres trabalham e tem menos filhos , pensando na carreira profissional, facilidade de planejamento familiar  devido ao acesso a meios contraceptivos = pílula, camisinha, etc. ). A população brasileira vive em cidades, hoje em dia, apenas uns 20 % é que  ainda moram no campo .     Taxa de mortalidade :  representa o número de óbitos para cada grupo de mil habitantes . A taxa de mortalidade do Brasil  está em torno de 7 %o(7 mortes por grupo de mil pessoas ao ano) .     Expectativa de vida : também denominada esperança de vida ao nascer , corresponde a quantos anos as pessoas poderão viver (em 1940 era de 42 anos , atualmente está em torno de 73 anos) .     Crescimento natural ou vegetativo : é a diferença entre os nascimentos e os óbitos (mortes) .  O crescimento natural pode ser :       positivo  =  quando nascem mais pessoas do que morrem  ;         negativo = quando o número de nascimentos é menor do que o de mortes ;           nulo = quando a taxa de natalidade é igual a taxa de mortalidade.

      No ano de 1900 a população brasileira era de 17 milhões de habitantes, 1960 era de 70 milhões, em 2000 era de 170 milhões, em 2010 da ordem de 190 milhões.     Nas últimas décadas, Houve uma queda na taxa de  crescimento da população brasileira, que pode ser explicada pelo maior acesso a informações sobre métodos contraceptivos, pela crescente participação da mulher no  mercado de trabalho, pela urbanização, principalmente. Ao

Page 94: Geografia Do Brasil

mesmo tempo, avanços na medicina e melhorias das condições de saúde pública ajudaram a diminuir a taxa de mortalidade , aumentando a expectativa de vida, e consequentemente o número de idosos .

                             Estrutura Populacional

   A queda combinada das taxas de fecundidade e mortalidade vem ocasionando uma mudança na estrutura etária brasileira, com diminuição relativa da população jovem e o aumento proporcional do número de idosos. No ano de 2010 podemos considerar o Brasil um país maduro, ou seja, com predomínio de sua população na faixa etária de 20 a 59 anos .        Os  países maduros apresentam expressivo desenvolvimento industrial, mas enfrentam problemas para manter boas condições de vida para o grupo populacional  crescente de idosos. E como conseqüência da baixa natalidade, em poucos anos poderão faltar pessoas para o mercado de trabalho, o que poderá comprometer a previdência social.                                                                   Teorias Demográficas

    Teoria Malthusiana -  Elaborada pelo economista inglês Thomas Malthus, por volta de 1798, esse pesquisador defendia que a alta  taxa de natalidade colocava em risco o futuro da humanidade. Segundo Malthus, a população mundial crescia em um ritmo rápido, comparado por ele a uma progressão geométrica (1,24,8,16,32,64,128...), e a produção de alimentos crescia em um ritmo lento, comparado por ele  a uma progressão  aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6 ...). Sendo assim, em um determinado momento, não existiriam alimentos para todos os habitantes da Terra. As maiores constetações a essa teoria são que, na realidade, ocorre grande concentração de alimentos nos países ricos e, consequentemente, má distribuição nos países pobres. Porém. em nenhum momento a população cresceu conforme a previsão de Malthus. E o desenvolvimento de novas técnicas agrícolas aumentou consideravelmente a produção de alimentos. 

    Teoria Neomalthusiana - Elaborada após a  Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), argumentava que, se o crescimento demográfico não fosse contido, os recursos naturais da Terra se esgotariam em pouco tempo. Foi sugerida uma rigorosa política de controle da natalidade aos países subdesenvolvidos . 

      Teoria Reformista - Diverge das teorias Malthusiana e Neomalthusiana. Os reformistas atribuem aos países ricos ou desenvolvidos a responsabilidade pela intensa exploração imposta aos países pobres ou subdesenvolvidos, que resultou em um excessivo crescimento demográfico e pobreza generalizada. Defendem a adoção de reformas socioeconômicas para superar os graves problemas. A redução

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do crescimento demográfico seria consequência dessas reformas. Portanto, isso se aplica ao Brasil. A diminuição da desigualdade social, através da distribuição de renda aos mais carentes,  tem que ser o objetivo, inclusive como instrumento  para equilibrar o crescimento vegetativo no Brasil.   

                      Movimentos Populacionais  no Brasil

  Migrações são deslocamentos da população no espaço. Podem ser

classificadas em diversas categorias. No Brasil são quatro principais

tipos de migração :

  -   a imigração, entrada de estrangeiros no Brasil foi muito

importante no período de 1850 até 1934, atualmente é menor do que a

emigração, que á saída de brasileiros para outros países;

  -  as migrações internas ou inter-regionais, que ocorreram durante

toda a nossa historia, mas assumiram maior importância após 1934,

com o declínio da imigração e uma maior integração entre todas as

regiões do Brasil ;

- a migração rural-urbana ou êxodo rural, que se acelerou após 1950  ;

- e as migrações pendulares nas grandes cidades, é o deslocamento

diário  da residência para o trabalho, e do trabalho para casa,

atravessando cidades. 

                   Imigração

    O Brasil possui parte da população formada por imigrantes ou

descendentes destes. A chegada desses imigrantes se deu

principalmente entre meados do século XIX e meados do século XX ,

quando muitos europeus (principalmente portugueses, italianos,

espanhóis e alemães) e asiáticos (sírios, libaneses, japoneses, entre

outros) chegaram ao país.    Os italianos, que formaram um dos grupos mais numerosos de imigrantes estabelecidos no Brasil, a partir do final do século XIX , dirigiram-se principalmente para o estado de São Paulo. Na  capital desse estado, a influência italiana pode ser notada, por exemplo, nos hábitos alimentares dos paulistanos.       A imigração, ou seja, a vinda de estrangeiros para residir no Brasil, foi resultado tanto da crise em outros países (da Europa, e o Japão, em especial no final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX) como dos esforços do governo brasileiro em incentivar a vinda de imigrantes para cá. Este segundo fator decorreu da necessidade de o país atrair mão de obra para as lavouras cafeeiras, em um momento em que escravidão tornava-se ilegal no Brasil. A partir de 1850, quando o tráfico de escravos cessou ( a lei Eusébio de Queirós proibiu a vinda de novos escravos ) a imigração se intensificou . Antes disso já ocorria imigração, mas em número pouco expressivo.

Page 96: Geografia Do Brasil

      O período áureo da imigração para o Brasil ocorreu entre 1850 e 1934. A Constituição promulgada em 1934 estabeleceu medidas restritivas à vinda de estrangeiros, razão pela qual a imigração para o Brasil diminuiu consideravelmente. Uma dessas medidas foi o sistema de cotas , de acordo com o qual, a cada ano, não poderiam ingressar no país mais de 2% do total de entradas de imigrantes de cada nacionalidade nos últimos cinqüenta anos.      O momento de maior incentivo à vinda de imigrantes foi a abolição da escravatura, em 1888, que impulsionou o governo brasileiro a buscar nova força de trabalho na Europa e no Japão. As maiores entradas anuais de imigrantes ocorreram no período entre 1888 e 1914-1918 (anos da Primeira Guerra Mundial).                   Migrações Internas   Em 1877 a 1880 ocorreu a grande seca do  Nordeste e muitos foram para a Amazônia aproveitar o ciclo econômico da borracha, sendo o Brasil  o maior exportador de látex das seringueiras (matéria-prima da borracha) do mundo, nesse período.   As migrações internas ou regionais vem ocorrendo desde a época colonial, mas se intensificaram a partir do século XX, após  Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Durante toda a história do Brasil a economia passou por ciclos econômicos, cana-de-açúcar no século XVI e XVII, mineração século XVIII, do café no final do século XIX e início do século XX e da borracha de 1870 a 1910,  fazendo com as populações se deslocassem para as regiões mais atrativas .  Na década de 1940 aconteceu a marcha para o oeste  A Marcha para o Oeste foi criada pelo governo de Getúlio Vargas para incentivar o progresso e a ocupação do Centro-Oeste, que organizou um plano para que as pessoas migrassem para o centro do Brasil, onde havia muitas terras desocupadas.     Com o auge da industrialização do Brasil, entre as décadas de 1950 e 1980, a migração nordestina para a região Sudeste, em especial para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, foi intensa, tornando as capitais destes estados (São Paulo e Rio de Janeiro) grandes polos de atração para essas populações. Além disso, foi nesse período que ocorreu o êxodo rural, onde as pessoas migraram do campo para as cidades em busca de melhores condições de vida. A estrutura agrária brasileira,  concentrando a propriedade de terras na mão de poucos, a mecanização da agricultura, a maior oportunidade de trabalho  nas crescentes indústrias, facilidade de transporte e acesso aos serviços de saúde nas cidades, foram as principais do êxodo rural. Atualmente cerca 80 % dos brasileiros vivem nas cidades.

                     Desigualdades Socioeconômicas, étnicas e de gênero

     Um dos aspectos levantados pelos CENSOS brasileiros é a distribuição da população segundo cor ou raça. Para realizar esse

Page 97: Geografia Do Brasil

levantamento, o IBGE apresenta cinco grupos étnicos, definidos, de modo geral, pela cor da pele, para que as pessoas se autoclassifiquem .    Durante muito tempo acreditou-se que a “mistura” de povos fazia do nosso país uma democracia racial, isto é, um país sem racismo, onde todos seriam tratados da mesma forma e teriam as mesmas oportunidades. No entanto, em nosso país há um racismo disfarçado contra negros , pardos e indígenas, levando grande parte da população a não reconhecer sua própria origem. Prova disso é que muitas pessoas que poderiam ser classificadas como pardas ou negras se autodeclaram brancas.    Ao  comparar, por exemplo as taxas de analfabetismo da população brasileira, dividida pela cor ou raça, verificamos a enorme desigualdade : 7% da população branca é analfabeta, e entre a população parda e negra esse valor dobra, sendo 15,6% e 14,6% respectivamente.  A renda média da pessoa de cor branca no Brasil é de quase o dobro da renda das pessoas de cor  preta .  Os avanços alcançados nos níveis de educação e rendimento dos últimos anos, no Brasil, não alteraram significativamente o quadro de desigualdades raciais.      Com relação aos sexos, a população de homens e mulheres no Brasil é praticamente a mesma, embora nasçam mais homens, a taxa de mortalidade deles é maior e as mulheres atingem maiores idades, e portanto são em maior número no Brasil (quase 3 milhões mais de mulheres do que homens).     Ainda hoje é comum ver que existem diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho, segundo pesquisas estatísticas as mulheres ganham salários menores do que os homens, comparativamente mesmo quando ocupam o mesmo cargo. Refletindo uma discriminação por parte dos empregadores e empresários.

2) EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa usada para classificar

os países pelo seu grau de "desenvolvimento humano" e para ajudar a classificar os países

comodesenvolvidos (desenvolvimento humano muito alto), em

desenvolvimento (desenvolvimento humano médio e alto)

e subdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo). A estatística é composta a partir de

dados de expectativa de vida ao nascer, educação e PIB (PPC) per capita (como um indicador

dopadrão de vida) recolhidos a nível nacional. Cada ano, os países membros da ONU são

classificadosde acordo com essas medidas. O IDH também é usado por organizações locais ou

empresas para medir o desenvolvimento de entidades subnacionais como estados, cidades,

aldeias, etc.

O índice foi desenvolvido em 1990 pelos economistas Amartya Sen e Mahbub ul Haq, e vem

sendo usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)

no seu relatório anual.

Page 98: Geografia Do Brasil

Embora não exista nenhum estudo acerca de correlações, de causa-efeito, entre as áreas do

globo terrestre, o clima e as latitudes com o IDH das nações, pela observação do mapa com

cores indicando o IDH podemos perceber alguns fatos.

Países com IDH mais alto ficam geralmente nas maiores latitudes, locais de temperaturas

médias mais baixas. É o caso da América do Norte, Europa Ocidental, Japão, Coreia do

Sul, Austrália, Nova Zelândia.

Com IDH ligeiramente menor nessas latitudes ficam a Rússia e as antigas nações do

"bloco comunista", países onde a Renda per capita é menor, havendo, porém, bons índices

de alfabetização e expectativa de vida. Ficam aí também a Argentina, Chile e Uruguai, os

países de clima mais frio da América Latina.

Nações com IDH intermediário se encontram em sua maioria na América Latina, no Norte

da África, Oriente Médio, China, Ásia Central, Irã, nações que ficam entre as latitudes de

clima mais frio e as regiões equatoriais.

Os países de menor IDH estão claramente nas menores latitudes, climas mais quentes,

com forte concentração na África e noSubcontinente indiano. Dentro do próprio continente

africano pode ser percebida uma ligeira tendência de maior IDH nos pontos mais afastados

da linha do Equador.

No Brasil se configura uma tendência geográfica similar, com IDH maior concentrado no Sul e

no Sudeste, com ramificações para oCentro-oeste. As regiões de menor IDH ficam

no Norte e Nordeste do país, mais nas proximidades do Equador.

As observações acima são ilustrativas, não levando em consideração fatores históricos,

culturais, religiosos, políticos, colonialismo, conflitos, riquezas naturais, os quais são

determinantes no desenvolvimento das nações e mesmo dentro dos países. Há, assim,

algumas exceções ao que foi listado acima, nações de alto IDH nos trópicos

(ex. Singapura, Malásia, Brunei e produtores de Petróleo) e de baixo IDH nas regiões frias

(geralmente ex-comunistas).

Críticas[editar]

O Índice de Desenvolvimento Humano tem sido criticado por uma série de razões, incluindo

pela não inclusão de quaisquer considerações de ordem ecológica, focando exclusivamente no

desempenho nacional e por não prestar muita atenção ao desenvolvimento de uma perspectiva

global. Dois autores afirmaram que os relatórios de desenvolvimento humano "perderam o

contato com sua visão original e o índice falha em capturar a essência do mundo que pretende

retratar."5 O índice também foi criticado como "redundante" e uma "reinvenção da roda",

medindo aspectos do desenvolvimento que já foram exaustivamente estudados.6 7 O índice foi

ainda criticado por ter um tratamento inadequado de renda, falta de comparabilidade de ano

para ano, e por avaliar o desenvolvimento de forma diferente em diferentes grupos de países.8

O economista Bryan Caplan criticou a forma como as pontuações do IDH são produzidas; cada

um dos três componentes são limitados entre zero e um. Como resultado disso, os países ricos

não podem efetivamente melhorar a sua classificação em certas categorias, embora haja muito

espaço para o crescimento econômico e longevidade. "Isso efetivamente significa que um país

de imortais, com um infinito PIB per capita iria obter uma pontuação de 0,666 (menor do que

a África do Sul e Tajiquistão), se sua população fosse analfabeta e nunca tivesse ido à

escola."9 Ele argumenta: "A Escandinávia sai por cima de acordo com o IDH, porque o IDH é

basicamente uma medida de quão escandinavo um país é."9

Page 99: Geografia Do Brasil

As críticas a seguir são comumente dirigidas ao IDH: de que o índice é uma medida

redundante que pouco acrescenta ao valor das ações individuais que o compõem; que é um

meio de dar legitimidade às ponderações arbitrárias de alguns aspectos do desenvolvimento

social; que é um número que produz uma classificação relativa; que é inútil para comparações

inter-temporais; e que é difícil comparar o progresso ou regresso de um país uma vez que o

IDH de um país num dado ano depende dos níveis de expectativa de vida ou PIB per capita de

outros países no mesmo ano.10 11 12 13 No entanto, a cada ano, os estados-membros da

ONU são listados e classificados de acordo com o IDH. Se for alta, a classificação na lista pode

ser facilmente usado como um meio de engrandecimento nacional, alternativamente, se baixa,

ela pode ser utilizada para destacar as insuficiências nacionais. Usando o IDH como um

indicador absoluto de bem-estar social, alguns autores utilizaram dados do painel de IDH para

medir o impacto das políticas econômicas na qualidade de vida.14

Evolução do IDH-M – municípios com menos de 50 mil habitantes

Menores cidades têm os maiores avanços no desenvolvimento humano

Municípios com menos de 50 mil habitantes, onde moram 36% dos brasileiros, têm crescimento médio de 15,9% no seu IDM-M na década de 90, avanço superior aos das cidades mais populosas; São Félix do Tocantins é a recordista, com avanço de 67,4%

Os anos 90 foram marcados por avanços significativos no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) dos menores municípios do Brasil. As 159 cidades que tiveram os maiores ganhos proporcionais de desenvolvimento humano no país entre 1991 e 2000 têm menos de 50 mil habitantes. Na média, os menores municípios tiveram uma evolução de 15,9% no seu IDH-M, contra um crescimento médio de 11,2% das cidades entre 50 mil e 500 mil habitantes, de 6,7% das entre 500 mil e 1 milhão e de 6,1% das com mais de 1 milhão de habitantes.

O IDH-M médio das cidades com menos de 50 mil moradores cresceu de 0,603 para 0,693. Com isso ele se aproximou dos índices das cidades maiores. O IDH-M das cidades médias é de 0,759, enquanto o das grandes cidades com menos de 500 mil habitantes é de 0,800, e o das maiores metrópoles brasileiras (com mais de 1 milhão de habitantes) é de 0,822. O desenvolvimento humano mais rápido das cidades com menos de 50 mil habitantes é especialmente importante porque elas abrigam 62,2 milhões de pessoas, ou 36% da população do país.

Page 100: Geografia Do Brasil

Em 83% dos municípios brasileiros, a dimensão que mais se desenvolveu ao longo da década de 90 foi a educação. Na média das 5.507 cidades, o subíndice de educação cresceu 25% entre 1991 e 2000, contra um crescimento de 12% do subíndice de longevidade e de 11% do subíndice de renda.

Embora a alfabetização da população tenha crescido, o que mais puxou a evolução educacional foi a taxa bruta de freqüência à escola, que é a divisão do número de alunos de todos os níveis de ensino residentes no município pela população de 7 a 22 anos (faixa etária ideal das pessoas que estudam) do mesmo município. Em 96% das cidades brasileiras o crescimento dessa taxa foi proporcionalmente maior do que o aumento da alfabetização. Trata-se de um indicador que privilegia a oportunidade de acesso das pessoas à escola, mas não mede propriamente a qualidade do ensino ofertado.

Um bom exemplo é o município de São Félix do Tocantins. Em nenhuma outra cidade brasileira a evolução do IDH-M foi tão expressiva: seus 1.269 habitantes viram o índice crescer 67,4%, de 0,365 para 0,611. Embora tenham havido avanços em longevidade e renda, o que impulsionou o salto do desenvolvimento humano local foi o subíndice de educação, com aumento de 250%. A taxa bruta de freqüência à escola pulou de 18% para 78%, e o analfabetismo foi reduzido de 75% para 20%.

Page 101: Geografia Do Brasil

A evolução do desenvolvimento humano nos municípios brasileiros ao longo dos anos 90 pode ser vista com mais clareza no mapa. As áreas vermelha e laranja, que correspondem às cidades com IDH-M inferior a 0,500 e a 0,600, respectivamente, diminuíram sensivelmente, enquanto as áreas azuis cresceram e passaram a dominar as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Entre 1991 e 2000, o número de municípios com IDH-M inferior a 0,500 caiu de 1.001 para 22, e o de cidades com IDH-M entre 0,501 e 0,600 diminuiu de 1.373 para 838. Ao mesmo tempo, o total de municípios com índice entre 0,701 e 0,800 dobrou de 1.226 para 2.422. Ainda melhor, as cidades que estão na faixa de desenvolvimento humano considerado alto (acima de 0,800), que somavam apenas 18 em 1991, chegaram no ano 2000 a 558.

Olhando-se os mapas, percebe-se que, embora ainda haja uma discrepância muito grande do IDH-M entre as Grandes Regiões do país, a faixa vermelha deixou de preponderar na região Nordeste. E o Centro-Oeste foi invadido por uma onda azul clara. As maiores concentrações de municípios na faixa mais alta do desenvolvimento humano estão em São Paulo, Santa Catarina

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e Rio Grande do Sul, embora sejam visíveis as manchas azuis escuras também no Triângulo Mineiro, nas fronteiras agrícolas do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e no sul de Goiás.

3) O IMIGRANTE NA FORMAÇÃO DO BRASIL CONTEMPORÂNEO

Migrações internacionais de e para o Brasil contemporâneo: volumes, fluxos, significados e políticas

 

 

Neide Lopes Patarra

Socióloga-Demógrafa; Professora Livre-Docente da Unicamp, Pesquisadora Titular da Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE/IBGE ([email protected])

 

 

RESUMO

Os movimentos migratórios internacionais a partir de e para o Brasil constituem, hoje, uma importante questão social, que envolve grupos sociais específicos, majoritariamente não documentados, sujeitos à ação de aproveitadores. A questão das remessas também tem sido alvo de especulação e iniciativas governamentais. Essa situação demanda - urgentemente - reformulação e implementação de políticas de imigração e de emigração, bem como ações voltadas à implementação dos direitos humanos dos migrantes.

Palavras-chave: Migrações internacionais. Remessas. Políticas sociais.

ABSTRACT

International migratory movements from and to Brasil nowadays constitutes an increasingly important social question. It involves specific social groups, mainly non documented persons; submitted to the action of speculators; remittances is also gaining space. It requires an urgent reformulation as well as an implementation of public in-migration and out-migration policies as well as policies related to migrants human rights and access to social services.

Key words: International migration. Remittances. Public Policies.

 

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Desde quando se tornou manifesto, há mais de três décadas, o fenômeno da migração de brasileiros para países desenvolvidos vem-se constituindo, de maneira crescente, em tema relevante na produção científica, nas discussões políticas, na mídia falada e escrita, no cancioneiro popular e, mais recentemente, em novela de âmbito nacional.

Por outro lado, a publicação dos resultados amostrais do Censo Demográfico de 2000, as séries de informações levantadas pelo Ministério de Relações Exteriores e, principalmente, a turbulência dos primeiros anos do novo milênio passaram a reforçar a necessidade de reflexão, de realização de um balanço do conhecimento e de incorporação de novas evidências empíricas sobre a inserção do Brasil nos movimentos internacionais de população.

A crescente importância das migrações internacionais no contexto da globalização tem sido, na verdade, objeto de um número expressivo de contribuições importantes, de caráter teórico e empírico, que atestam sua diversidade, significados e implicações. Parte significativa desse arsenal de contribuições importantes volta-se à reflexão sobre as enormes transformações econômicas, sociais, políticas, demográficas e culturais que se processam em âmbito internacional, principalmente a partir dos anos 80. Como eixo de reflexão, situam-se as mudanças advindas do processo de reestruturação produtiva1 - o que implica novas modalidades de mobilidade do capital e da população em diferentes partes do mundo.2

No cenário da globalização, as recentes tendências de movimentos migratórios internacionais também vêm demandando a reavaliação de paradigmas para serem melhor conhecidas e entendidas. Para tanto, tornam-se imprescindíveis a incorporação de novas dimensões explicativas e uma revisão da própria definição do fenômeno migratório.3

Hoje, é extremamente importante considerar o contexto de luta e compromissos internacionais assumidos em prol da ampliação e efetivação dos Direitos Humanos dos migrantes. É preciso reconhecer o novo, difícil e conflitivo papel dos Estados Nacionais e das políticas sociais em relação aos processos internacionais e internos de distribuição da população no espaço - cada vez mais desigual e excludente. Há que se tomar em conta as tensões entre os níveis de ação internacional, nacional e local. É de fundamental importância considerar que os movimentos migratórios internacionais constituem a contrapartida da reestruturação territorial planetária - que, por sua vez, está intrinsecamente relacionada à reestruturação econômico-produtiva em escala global.

Além disso, acontecimentos recentes, como o 11 de setembro nos Estados Unidos e sua estratégia militar preventiva iniciada com a Guerra do Iraque, os conflitos do Oriente Médio, as tensões entre comunidades de imigrantes muçulmanos na Europa, entre outras manifestações das contradições e conflitos que permeiam a vida coletiva neste início de século, reforçam as dimensões de racismo e xenofobia.

No plano internacional, este é o momento decisivo para a definição de quais países terão acesso ao desenvolvimento. Em outras palavras, é importante saber quais deles poderão lograr o desenvolvimento econômico e social capaz de tirá-los da condição de eternos países em desenvolvimento. Nesse cenário, comparecem os países da América do Sul, onde, nas décadas passadas - com exceções, mas de um modo geral - assistiu-se a processos de democratização, embora as crises financeiras, o déficit fiscal, as dívidas externas e internas, o estancamento do processo produtivo, entre outras dimensões, tenham imprimido como contrapartida

Page 104: Geografia Do Brasil

dessa dinâmica, o aumento da pobreza, da desigualdade e da exclusão, distanciando-os ainda mais dos países do Primeiro Mundo.

Para superar a distância que a separa dos países desenvolvidos, a América do Sul desenvolve estratégias - e muitas vezes oscila entre a obediência aos cânones neoliberais e as tentativas de incrementar o resgate social acumulado. Nesse contexto move-se o Mercosul, que já há mais de uma década opera com oscilações, contradições e desafios, ao mesmo tempo que as discussões sobre comércio internacional e a Alca recrudescem ainda mais os conflitos internos específicos da região.

Como estratégia de enfrentamento da situação adversa, a conjuntura política aponta para a emergência de lideranças mais voltadas ao reforço regional conjunto do continente sul-americano. Por essa razão, no âmbito do Mercosul, a política externa do atual governo parece estar dirigida ao fortalecimento do bloco de integração ampliado. Também o presidente Kirschner, na Argentina - país rival, mas também aliado - parece favorecer maior dinamismo e um avanço relativo nas políticas sociais que envolvem diretamente aqueles que se movimentam internamente nos países do bloco. Esses deslocamentos se dão tanto por mudança de residência; como por retorno a situações precárias anteriores; circularidade; dupla residência ou permanências temporárias. Isso ocorre com famílias ou individualmente - com aumento da participação de mulheres - e muitas vezes envolvem ações ilegais ou clandestinas.

 

MODALIDADES DE MOVIMENTOS, SIGNIFICADOS E GRUPOS SOCIAIS ENVOLVIDOS

Na mídia, há reportagens, quase diariamente, sobre brasileiros que migraram e vivem em outros países - particularmente nos Estados Unidos. O tema também foi tratado em telenovela recentemente transmitida em "horário nobre". Esses dois exemplos, entre outras evidências, ilustram a crescente visibilidade do tema; a consolidação de fluxos migratórios; os procedimentos adotados para a entrada nos Estados Unidos - agora via México -; os riscos que os migrantes correm; a violência e a corrupção dos atravessadores; a mescla destes com o narcotráfico; o tratamento desigual para os "migrantes documentados" e os chamados "migrantes irregulares".

Cobertura jornalística recente tratou de várias dimensões dessas novas tendências e características do movimento de brasileiros rumo ao Primeiro Mundo. Foram narradas as vicissitudes, dificuldades, desproteção, injustiças e até algum sucesso que cercam a vida cotidiana de um grupo crescente - principalmente de jovens urbanos -, que parte de uma também crescente diversidade de locais. Todos buscam inserir-se, de forma temporária ou posteriormente em caráter definitivo, no país que, para eles, parece ser o "sonho americano" (SALES, 2005; HARAZIM, 2005; MEDEIROS, 2005).

Há que se ressaltar, pelo oportuno, que na mesma edição do jornal publica-se reportagem a respeito dos recentes imigrantes sul-americanos pobres, principalmente bolivianos, que adentram o país também em busca de melhores condições de vida, aspirando a ter direitos à saúde e educação, mesmo como imigrantes também "ilegais" (CAFARDO, 2005).

No mesmo dia, a Revista da Folha também se ocupou com uma ampla cobertura a respeito dos imigrantes pobres que vieram recentemente ou que estão há mais tempo no Brasil. Relata suas vicissitudes, sua desproteção, suas condições

Page 105: Geografia Do Brasil

absolutamente precárias de habitação e remuneração, a situação de seus filhos, entre outras dimensões.

Dez anos antes, em sua edição de outubro de 1995, o jornal O Estado de S.Paulo anunciava em manchete de primeira página, em letras garrafais: "Brasil exportou um milhão de migrantes" (RABINOVICH, 1995). O autor da matéria estampava em "furo jornalístico" os números que estavam sendo debatidos num seminário em Brasília: tratava-se de um arredondamento de cifras projetadas mediante o uso do Censo Demográfico de 1991 (CARVALHO, 1996; OLIVEIRA et al., 1996). Ultrapassar a cifra de um milhão parecia a configuração plena de uma nova questão social.

Nos debates e nas publicações que se seguiram, estavam presentes algumas características percebidas a respeito de um fenômeno que estava se configurando pela primeira vez na história do país, ferindo os brios nacionalistas e a imagem de país receptor: a saída de brasileiros para o exterior.4 Delineava-se, também, no conjunto de contribuições, os entendimentos e os significados não só de saída de brasileiros como da entrada de novos imigrantes.

Num resumo a respeito dos entendimentos e dessas interpretações, cumpre ressaltar alguns pontos que permanecem como contribuições imprescindíveis para o debate atual:

- os movimentos migratórios internacionais de e para o Brasil foram percebidos como inseridos na reestruturação produtiva em nível internacional. Assim, a crise financeira, o estancamento do processo de desenvolvimento, o excedente de mão-de-obra crescente, a pobreza, a ausência de perspectiva de mobilidade social, entre outras causas, estariam na raiz da nova questão social;

- percebia-se não se tratar de uma inversão de tendência - o Brasil não seria um país de imigração que passou a ser de emigração. Em outras palavras, não teria passado de receptor a expulsor de população. O contexto, o significado, os volumes, os fluxos, as redes e outras dimensões importantes, no contexto interno e internacional, passavam a ser completamente distintos de tudo o que, sob a mesma rubrica, sucedera no passado. Embora em menor escala, o contexto dos movimentos internacionais que envolviam o Brasil indicava a entrada de novos contingentes de estrangeiros, com características absolutamente distintas das dos movimentos anteriores;

- com exceção do caso dos "brasiguaios", percebia-se que os migrantes não eram os mais pobres - em sua maioria, os movimentos estavam atingindo os jovens adultos de camadas médias urbanas;

- ao contrário de algumas análises conjunturais que associavam a saída de brasileiros à década perdida (anos 80) ou à conjuntura do Governo Collor, esse estudo caracterizava a questão social como inerente à nova etapa da globalização e afirmava que, portanto, esta tinha "vindo para ficar";

- percebia-se que, sob a rubrica migração internacional aglutinavam-se processos e fenômenos distintos. Estes envolviam tanto questões fundiárias não resolvidas (como no já tradicional caso das migrações Brasil-Paraguai), quanto percepções e anseios de grupos sociais específicos frente a uma mobilidade social truncada no país (como no caso do "rumo ao Primeiro Mundo"), com tarefas remuneradas de baixa qualificação e manuais, porém muito melhor remuneradas. Percebiam-se modalidades de movimentos populacionais emergentes no contexto do capitalismo internacional e próprias da globalização atual - como a configuração do mercado dual da economia, a entrada de pessoal técnico-científico qualificado, situações de "fuga de cérebros", entre outras;

Page 106: Geografia Do Brasil

- embora de diminuta expressão numérica, a entrada e saída de pessoas do território nacional nunca cessou. Poder-se-ia dizer que o Brasil beneficiou-se da "invasão de cérebros" vindos de países vizinhos, em grande parte dos quais afugentados pelos regimes autoritários dos anos 70, bem como a entrada de europeus, nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial - que são, entre outros, exemplos de pequeno, mas intermitente afluxo de estrangeiros;

- finalmente, percebia-se a emergente questão das remessas - as transferências unilaterais no balanço de pagamentos do Brasil - que já se apresentavam em expansão. Na verdade, essas remessas cresceram expressivamente nos anos 90 e tiveram como pico o ano de 1992: de 834 milhões de dólares, em 1990, passaram para 1.556 bilhão, em 1991; 2.243, em 1992; 1.653, em 1993; 2.588, em 1994; e 3.076 bilhões de dólares, em 1995 (KLAGSBRUNN, 1996, p. 45).

Em síntese, no primeiro balanço a respeito dos movimentos internacionais contemporâneos no Brasil delinearam-se modalidades distintas e específicas, com envolvimento de distintos grupos sociais - o que, como conseqüência, demandou um tratamento distinto na esfera das políticas migratórias, na esfera das políticas sociais voltadas aos migrantes e, no geral, de ações bilaterais de proteção de seus direitos. Percebia-se nitidamente a modalidade de movimento rumo aos Estados Unidos, ao Japão, a países europeus - principalmente Itália, Alemanha e posteriormente Portugal e Espanha. Também já se percebia que o movimento que mais crescia era o direcionado aos Estados Unidos, onde as primeiras comunidades de brasileiros já iam se constituindo. O entendimento da emergência da migração internacional contemporânea não excluía, é claro, a consideração da circularidade que envolve grande parte dos deslocamentos populacionais, nos quais, entre outras dimensões, as redes que se criam propiciam e reforçam a continuidade dos fluxos que vão se estabelecendo.

 

ESTIMATIVAS E TENDÊNCIAS DOS FLUXOS MIGRATÓRIOS DE E PARA O BRASIL

Saída de Brasileiros

As primeiras estimativas quanto à saída de brasileiros variaram, de acordo com os procedimentos utilizados, de um saldo migratório mínimo de 1.042 milhão a um máximo de 2.480 milhões de pessoas (CARVALHO, 1996) e em torno de 1,3 milhão de pessoas (OLIVEIRA et al., 1996). Surpreendentemente, essas estimativas aproximavam-se dos registros que se iniciaram em 1996, levantados pelo Ministério de Relações Exteriores junto aos consulados e embaixadas brasileiras. De acordo com esses documentos, o total de brasileiros registrados no exterior era de 1.419.440 em 1996, elevando-se para 1.887.895 em 2000 e 2.041.098 em 2002, com ligeiro declínio em 2003, ano em que foram registrados 1.805.436 brasileiros vivendo fora do país.5

Embora tratando-se de um registro de informações específicas, sua seqüência permite apreender algumas características e tendências. Em primeiro lugar, pode-se constatar que não se trata de "levas" de emigrantes, de "diáspora brasileira" ou outros termos freqüentemente usados pela imprensa e mesmo em alguns meios acadêmicos para referirem-se à questão social da saída de brasileiros. Mais que isso, os dados permitem levantar a hipótese da circularidade, comprovada por depoimentos e pesquisas qualitativas e reforçada pela constatação da existência de redes consolidadas - como, por exemplo, no caso do Japão, e, mais recentemente, de atravessadores que induzem a busca do "sonho americano" a preços que variam de 10.000 a 20.000 dólares. Se considerarmos que estimativas da ONU dão conta de 175 milhões de migrantes ao redor do mundo, percebe-se que é ínfima a parcela

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de brasileiros no contexto internacional contemporâneo das migrações internacionais. ATabela 1 resume os dados obtidos, de acordo com o país de destino, nos anos mencionados.

Desde o início do movimento de brasileiros rumo ao Primeiro Mundo, os Estados Unidos têm sido o principal país recebedor, registrando aproximadamente 580 mil brasileiros em 1996, 800 mil já em 2000, 894 mil em 2001 e 713 mil em 2003.6 Esse país tem sido, de fato, o destino de um expressivo volume de brasileiros, em sua maioria jovens e pertencentes à classe média, que entram clandestinamente e se ocupam em trabalhos não qualificados que, ao contrário do que aconteceria em seus países de origem, propiciam-lhes um orçamento maior e a possibilidade de formar uma certa poupança.

Ocorre que, possuindo um perfil diferenciado dos demais migrantes clandestinos (MARTES, 1999), os brasileiros encontram espaço para assumir trabalhos secundários, tais como balconistas, garçons, serviços domésticos e afins - trabalhos esses que são rejeitados pelos brancos e muitas vezes não são acessíveis aos negros. Outro aspecto desse fenômeno é que de fato esses migrantes se sujeitam a um rebaixamento de seu status social em prol da recompensa financeira imediata, uma vez que, no Brasil, a falta de oportunidade de emprego e o longo período de recessão econômica bloqueiam sua ascensão social. Assim, a imigração torna-se uma boa estratégia econômica, a partir da qual as redes de relações são formadas e fortalecidas e fomentam ainda mais o fluxo migratório. Há uma verdadeira "explosão" de migrantes brasileiros que, mediante a compra de um "pacote", tentam passar pelas fronteiras do México, vivendo situações arriscadas e muitas vezes violentas, nessa travessia rumo ao país de seus sonhos. De acordo com a imprensa, uma vez cruzada a fronteira, não serão presos e, com "jeitinho", acabam ficando por lá: uns, amealhando os dólares para investir no Brasil; outros, para residir permanentemente fora de casa (SALES, 2005).

Já a emigração brasileira para a Europa deve-se, em grande parte, a fatores históricos e culturais decorrentes do próprio processo migratório brasileiro que, até pouco tempo atrás, caracterizava-se como receptor de população, com predominância dos fluxos provenientes de Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, entre outros. De um modo geral, o perfil dos emigrantes que se dirigem à Europa assemelha-se ao dos que se dirigem aos Estados Unidos, embora, neste caso, parece que traços culturais constituem dimensão importante na decisão de migrar. A isso se soma, em quantidade difícil de mensurar, a emigração de mulheres que para lá se dirigem muitas vezes iludidas, em busca de sua inserção em atividades de lazer, ou entrando na prostituição; atividades domésticas são também um possível atrativo; e a crescente saída dos jogadores de futebol, apesar de quantitativamente menos representativa, também tem sua dimensão simbólica (PATARRA; BAENINGER, 2001). Os principais países receptores são a Itália, com 16.775 pessoas em 1996, 65.196 em 2002 e 35 mil em 2003; Portugal, com 22.068 pessoas em 1996, 50.431 em 2001 e 70 mil em 2003; Espanha, com 12.026 em 1996, 13.371 em 2001 e 32 mil em 2003.

Outro fluxo de emigrantes com características históricas decorrentes do processo migratório do início do século 20 é o de trabalhadores brasileiros descendentes de imigrantes japoneses em direção ao Japão (SASAKI, 1998). Nesse caso, ocorre a fusão dos aspectos principais dos fluxos anteriores: embora sempre movidos por estratégias econômicas, os traços culturais e étnicos, bem como a rede de parentesco, são componentes decisivos na configuração e dinâmica do fluxo migratório (PATARRA; BAENINGER, 2001). Constituindo-se no terceiro país na hierarquia dos "recebedores", o Japão comparece com estimativas que vão de aproximadamente 263 mil pessoas, em 1996; 224 mil, em 2000; 262 mil, em 2001; a 269 mil, em 2003.

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O país que tem permanecido como o segundo na hierarquia de recebedores constitui uma modalidade completamente distinta dos mencionados fluxos rumo ao Primeiro Mundo. Os movimentos recentes das correntes migratórias que transitaram e ainda transitam na divisa entre o Brasil e o Paraguai estão intrinsecamente relacionados à constituição da fronteira entre esses dois países, principalmente no que diz respeito às suas fronteiras agrícolas. Historicamente, essa fronteira foi marcada por uma série de lutas e batalhas que abrangiam não só os Estados nacionais como também as populações locais e as grandes empresas comerciais. Em período recente, a construção da hidroelétrica, a extensão urbana de imigração de brasileiros no Paraguai e a extensão do contrabando e do narcotráfico consolidaram a configuração de uma área de conflitos, mas também de estruturação dos translados entre as populações dos dois países. Assim, certa troca e retorno de brasileiros apenas evidencia a dinâmica iniciada principalmente nos anos 60.7 O registro de brasileiros no Paraguai indica, em 1996, 350 mil pessoas, passando para 454.501 em 2000, declinando para 262.510 em 2001, e 269 mil em 2002, elevando-se novamente em 2003, com 325.400 brasileiros registrados nos diversos consulados.

Entrada de Estrangeiros

No que concerne à entrada de estrangeiros no país, os dados censitários ainda apresentam maior dificuldade de estimativa: realmente, esta é uma tarefa desafiadora. Ao longo do século 20, pôde-se verificar um forte declínio em sua participação no total da população, considerando-se o total de estrangeiros residentes no país nos levantamentos censitários - o chamado "estoque de imigrantes". Nas últimas décadas do século, eles atingiam um total de 912 mil em 1980, decrescendo para 767.781 (0,52% da população total do país) em 1991, e 651.226 (0,38%) em 2000 (Tabela 2). Na verdade, grande parte desse contingente é formada pelos sobreviventes dos grandes fluxos das etapas anteriores (PATARRA; BAENINGER, 2004b).

 

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Os dados censitários também permitem observar a entrada de novos imigrantes em seus respectivos períodos intercensitários. Nas duas últimas décadas do século 20, verifica-se a entrada de 89.235 pessoas no período 1981-1991 e 98.514 pessoas no período 1990 e 2000 (Tabela 3).

Constata-se, também, a entrada de novos contingentes de estrangeiros, embora em volumes bem mais reduzidos do que no passado. O Censo Demográfico 1991 registra uma população estrangeira de 606.631 pessoas - o que corresponde a 0,41% da população residente no país; o de 2000, com ligeira elevação pela entrada de novos migrantes, registra 683.380 pessoas - mesmo assim, corresponde a apenas 0,40% de seu total populacional. Essas cifras, sem dúvida, subestimam o contingente de imigrantes que entra no país nos períodos intercensitários (Tabela 2).

Os países de nascimento desse contingente que passou a residir no Brasil nessas décadas estiveram concentrados no Mercosul Ampliado,8 respondendo por cerca de 40% dos imigrantes internacionais, seguidos dos imigrantes da Europa (mais de 20%), Ásia (12,5%) e América do Norte (9,1%). Essas evidências indicam, por um lado, que o país aumentou sua inserção nas migrações do Mercosul; por outro, houve uma relativa retomada das migrações de ultramar, com fluxos de Europa e Ásia. Ressalte-se ainda que a imigração internacional norte-americana recente está relacionada à alocação temporária de mão-de-obra qualificada9 (PATARRA; BAENINGER, 2004a; 2004b).

Além disso, informações recentes sobre pedidos de concessão de vistos específicos do Ministério do Trabalho e Emprego no Brasil revelam que, entre 1993 e 1996, foram concedidas 45.827 autorizações; entre 1997 e 1999 foram concedidas 49.888; e, entre janeiro e junho de 2000, foram concedidas 9.496 autorizações - a maior parte das quais a estrangeiros de países europeus (mais de 30%) seguidas de autorizações a pessoas oriundas dos Estados Unidos e Canadá, em torno de 20% (BAENINGER; LEONCY, 2001). Esses dados estão permitindo trabalhar com a hipótese da configuração de um mercado dual de imigrantes: com os pobres não documentados - oriundos principalmente de países sul-americanos - e, em menor número, imigrantes documentados, mão-de-obra qualificada, empresários e pessoal de ciência e tecnologia - de origem européia e americana.

A Pastoral do Migrante trabalha, hoje, com uma estimativa de 1,8 milhão de estrangeiros no país; esse dado contrasta fortemente com as informações do Ministério da Justiça. Neste caso, o número estimado de estrangeiros teria, após uma estabilidade de dez anos, baixado de 1 milhão para 830 mil, e São Paulo concentraria mais da metade desse total: 440 mil, seguido do Rio, com quase 200 mil (O Estado de S.Paulo, 20 maio 2005, Caderno Vida, p. A-22).

 

POLÍTICAS MIGRATÓRIAS E POLÍTICAS SOCIAIS NO TRATO COM MIGRANTES INTERNACIONAIS

A Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, realizada em 1994 no Cairo, na seqüência de Conferências da ONU nos anos 90, da qual o Brasil é signatário, apresenta, no capítulo X de seu Programa de Ação, a questão das migrações internacionais.10

Na formulação da problemática, o documento considera as migrações internacionais contemporâneas inter-relacionadas ao processo de desenvolvimento,

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destacando a pobreza e a degradação ambiental, aliadas à ausência de paz e segurança, e as situações de violações de direitos humanos como dimensões decisivas para o Plano de Ação.

O documento ressalta os efeitos positivos que a migração internacional pode assumir, tanto para as áreas de destino como para as áreas de origem. Para isso, incita os governos a analisarem as causas da migração, na tentativa de transformar a permanência num determinado país em opção viável para todos. No que se refere às remessas, preconiza seu incentivo mediante políticas econômicas e condições bancárias adequadas. Além disso, incentiva a migração temporária e o reforço do regresso voluntário de migrantes, e também enfatiza a necessidade de dados e informações adequadas.

São considerados três tipos de migrantes internacionais: migrantes documentados, migrantes não-documentados e refugiados/asilados. Quanto aos migrantes com documentação, os governos dos países recebedores devem considerar a possibilidade de lhes conceder, bem como aos membros de suas famílias, um tratamento regular igual ao concedido aos seus próprios nacionais, no que diz respeito aos direitos humanos básicos.

Quanto aos migrantes não-documentados, recomenda-se a implementação de ações que visem: reduzir seu número; evitar exploração e proteger seus direitos humanos básicos; prevenir o tráfego internacional com migrantes; e protegê-los contra o racismo, o etnocentrismo e a xenofobia.

Finalmente, o documento apela aos governos para que tomem medidas apropriadas para resolver conflitos, promovendo a paz e a reconciliação; que tenham respeito pelos direitos humanos e independência individual, assim como pela integridade territorial e a soberania dos Estados; e que aumentem seu apoio às atividades internacionais destinadas a proteger e a apoiar refugiados e migrantes. Os refugiados devem beneficiar-se do acesso a alojamento adequado, educação, contando com serviços de saúde que incluam planejamento familiar e outros serviços sociais necessários.

No Brasil, o Ministério das Relações Exteriores vem desenvolvendo ações sistemáticas de apoio consular aos brasileiros que vivem no exterior no que se refere à atualização de documentos, abertura dos consulados para a comunidade migrante, estímulo à formação de conselhos consulares com participação de cidadãos brasileiros que vivem fora do país (CNPD, 2001). Um prenúncio de formulação explícita de políticas públicas para a emigração pode ser considerado no documento produzido no I Encontro Ibérico da Comunidade de Brasileiros no Exterior, do qual resultou o Documento de Lisboa.11

É interessante considerar a lista de propostas finais aprovadas nesse Encontro, que inclui os elementos para a formulação de políticas públicas para a emigração, representação política para os emigrantes brasileiros, elaboração do estatuto dos brasileiros no exterior, situação de consulados e embaixadas brasileiras, além de apoio ao repatriamento, recadastramento eleitoral, reforço dos consulados itinerantes e assessoria jurídica a emigrantes.12

No entanto, há que se registrar um viés econômico no trato com os emigrados. Na introdução desse documento, avalia-se entre 2 e 3 milhões de brasileiros vivendo no exterior, e já se menciona a questão das remessas - tema que, como já vimos, tem sido crescentemente discutido nos fóruns e debates a respeito dos grandes movimentos migratórios internacionais contemporâneos. Nesse caso, a questão das remessas é colocada como ponto de partida e sua justificativa se garante, em primeiro lugar, em nome da economia brasileira e, em segundo, pelaquestão social, pois considera-se que

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Do ponto de vista da economia brasileira [...] a emigração é responsável pela remessa unilateral de cerca de dois bilhões de dólares anuais para o Brasil, contribuindo significativamente para diminuir o desequilíbrio da balança de pagamentos e, do ponto de vista social, para inclusão no mercado consumidor das famílias beneficiadas por essas remessas (Documentos de Lisboa, grifos da autora).

Também é interessante registrar que o Fundo Multilateral de Inversões - Fomin, do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, vem realizando um

esforço conjunto com agentes governamentais, o setor privado e ONGs, instituições financeiras e outras, para aumentar a consciência da importância desses fluxos; aumentar a competição para diminuir os custos de remessas; promover a educação financeira, fomentar o impacto desses fundos ao oferecer mais opções financeiras para as famílias receptoras de remessas e suas comunidades (<http://www.iadb.org.mif>). 13

As autoridades vêm gradativamente se manifestando mais abertamente sobre o interesse desse montante de divisas para a economia nacional: percebe-se que o Brasil entrou no rol dos países com altos índices de remessas - estimada em US$ 5,8 bilhões em 2003.14 Destes últimos 5 bilhões que entraram no Brasil, o Japão é responsável por 3 bilhões; os USA, por 1 bilhão; e a Europa, por 1 bilhão - sendo que a metade desse volume vem de Portugal. Esse montante representa 7% das exportações brasileiras, que somaram 73 milhões, em 2003 - e é maior do que qualquer produto de exportação. Nesse último ano, as remessas são superiores às exportações de soja (4,29 bilhões), e bem mais elevadas do que os produtos tradicionais como o café (1,3 bilhão) e calçados (1,62 bilhão) (ROSSI, 2005), ou seja, como havia constatado Klagsbrunn (1996), o emigrante continua sendo o maior produto de exportação do Brasil.

Comemorando essa cifra que teria entrado no país em parte pelo Banco do Brasil e em outra trazida pessoalmente ou enviada por parentes e amigos,15 uma autoridade do Itamaraty manifestou-se, em tom jocoso: os brasileiros que vivem no exterior são compatriotas que deveriam ser recebidos com tapete vermelho, champanhe e caviar (Folha de S.Paulo, 4 jul. 2004).

Estrangeiros no Brasil

No que se refere à entrada de estrangeiros no Brasil, há que se registrar que o controle da imigração é uma atribuição de três ministérios: da Justiça, das Relações Exteriores e do Trabalho e Emprego. Ao Ministério da Justiça compete, essencialmente, o controle dos estrangeiros após sua entrada em território nacional e a aplicação da política de imigração - desde a concessão de visto, prorrogações, transformações de vistos, permanência, até medidas menos "simpáticas", como a extradição.

A política imigratória atual é orientada pela Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, que desde o início de sua vigência vem sendo alvo de críticas no país. A lei criou ainda o Conselho Nacional de Imigração - CNI, órgão presidido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com representantes de vários outros ministérios, órgão de classe e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC. O CNI, por meio de 49 resoluções, orienta a política imigratória que, neste momento, privilegia a imigração sob o ponto de vista da assimilação da tecnologia, investimento de capital estrangeiro, reunião familiar, atividades de assistência, trabalho especializado e desenvolvimento científico, acadêmico e cultural (BARRETO, 2001).

Destaca-se ainda, na condução da política imigratória brasileira, o trabalho desenvolvido pelo Comitê Nacional para os Refugiados - Conare , vinculado ao

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Ministério da Justiça, que tem por finalidade a condução da política nacional sobre refugiados.

Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego estabelecer diretrizes e orientações de caráter geral no que concerne à autorização de trabalho a estrangeiros, com observância dos preceitos da Lei nº 6.815/80 que define sua situação jurídica no país.16

Esse conjunto de dispositivos caracteriza o Brasil como um dos países mais restritivos quanto à imigração de estrangeiros. É interessante considerar as discussões a respeito no âmbito do governo do Mercosul, onde houve tentativas para harmonizar as políticas migratórias dos países-membros com vistas à livre circulação de trabalhadores no contexto da abertura comercial; nesse fórum, a posição brasileira tem-se mantido inalterada.

Outra dimensão que vem surgindo com ímpeto é a questão do acesso dos imigrantes não documentados e seus familiares aos serviços públicos no Brasil. Sabe-se que, no Brasil, crianças e adolescentes estrangeiros ou filhos de estrangeiros em situação ilegal nem sempre conseguem lugar em escolas públicas. No Fórum Social das Migrações, realizado em Porto Alegre, em janeiro de 2005, discutia-se o acesso desses migrantes às políticas universalistas - saúde e educação - constatando-se que o Sistema Único de Saúde - SUS é o único programa que, por sua regulamentação universalista, possui o respaldo de atendimento a todos, indistintamente.

No Brasil, os estados têm relativa autonomia no que se refere ao acesso de imigrantes e/ou seus filhos ao ensino público fundamental. No entanto, no plano jurídico, a Constituição Brasileira, de cunho universalista, contrapõe-se ao Estatuto do Estrangeiro, que é mais restritivo. Muitas vezes, o jovem pode freqüentar a escola, mas esta não pode emitir certificados de conclusão.17

Todas essas constatações a respeito dos movimentos migratórios internacionais a partir de e para o Brasil indicam fortemente a urgência de tratamento de uma problemática emergente que demanda análise, entendimento e monitoramento. Isso significa reformulação e ampliação das políticas e ações frente à nova situação, para alterar seus pressupostos, tomar em conta as especificidades dos fluxos e dos grupos sociais envolvidos, defender os indivíduos de atravessadores, ampliar seu escopo para dar conta dos direitos humanos dos migrantes e suas famílias. Sob a égide da Conferência sobre Direitos Humanos, o tratamento dos migrantes internacionais circunscreve-se no âmbito da articulação entre soberania nacional, democracia, direitos humanos e direitos ao desenvolvimento. O desafio consiste em transformar os compromissos assumidos internacionalmente em programas e práticas sociais condizentes com a articulação proposta - síntese das contradições, conflitos e antagonismos intensificados neste início de século. A migração internacional, que é a contrapartida populacional desse contexto globalizado, representa hoje a transformação da herança alvissareira do século 20 e um grande desafio para o século 21

4) OS FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNOS

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OS PRINCIPAIS MOVIMENTOS INTERNOS DA POPULAÇÃO E A EMIGRAÇÃO NO BRASIL

  Segundo dados do IBGE, em 2010, 40% dos habitantes do Brasil não eram naturais do município de residência, e cerca de 16% deles não eram procedentes da unidade da federação em que moravam. O censo de 2000 detectou que 75% dos movimentos migratórios realizados durante os cinco anos anteriores tinham como origem e destino as áreas urbanas, 12,4% eram rurais-urbanos, 7,7% urbano-rurais e 4,8% originaram-se e destinaram-se a áreas rurais.  Esses números mostram que predominam movimentos migratórios dentro do estado de origem. E que há um crescimento do fluxo urbano-urbano e intra-metropolitano, ou seja, aumenta o número de pessoas que migram de uma cidade para outra no mesmo estado ou numa determinada região metropolitana em busca de melhores condições de moradia. No entanto, permanecem os movimentos migratórios interestaduais.

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  Outro ponto revelado pelos dados sobre os movimentos migratórios atuais é o dos fluxos de retorno, principalmente para o Nordeste: entre 1995 e 2000, 48,3% das saídas do Sudeste se dirigiram ao Nordeste. Entre 1986 e 1991, a porcentagem foi de 42,5%. Apesar desse retorno de migrantes, os estados que apresentam maior emigração continuam sendo os nordestinos: Paraíba, Piauí, Bahia e Pernambuco.  Analisando a história brasileira, percebe-se, desde o tempo da colonização, que os movimentos migratórios estão associados a fatores econômicos. Quando terminou o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste e se iniciou o do ouro em Minas Gerais, houve um grande deslocamento de pessoas e um intenso processo de urbanização no novo centro econômico do país. Mais tarde, com o ciclo do café e com o processo de industrialização, o eixo São Paulo-Rio de Janeiro se tornou o grande polo de atração de migrantes, que saíam de sua região de origem em busca de empregos e de melhores salários. Somente a partir da década de 1970, com o processo de desconcentração da atividade industrial e a criação de políticas públicas de incentivo à ocupação das regiões Norte e Centro-Oeste, a migração em direção ao Sudeste começou a apresentar significativa queda.

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O processo de industrialização foi um dos principais motivos que incentivou a migração para o Sudeste a partir da década de 1950

  Qualquer região do país que receba investimentos produtivos, públicos ou privados, que aumentem a oferta de emprego, receberá também pessoas dispostas a preencher os novos postos de trabalho. É o que acontece atualmente no estado de São Paulo. As cidades médias e grandes do interior - como Campinas, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Sorocaba e São José do Rio Preto, assim como algumas menores em suas respectivas regiões - apresentam índices de crescimento econômico maiores que os da Grande São Paulo, o que gera aumento populacional. Essa situação ocorreu graças ao desenvolvimento dos sistemas de transportes, energia e comunicações, que integraram o interior do estado não só ao país, mas ao mundo. Boa parte da produção econômica estadual é destinada ao mercado externo.  Atualmente, São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais cuja população menos cresce no Brasil. Em primeira posição, figuram algumas capitais da região Norte, com destaque para Palmas (TO), Macapá (AP) e Rio Branco (AC), localizadas em áreas de expansão das atuais fronteiras agrícolas do país. Em seguida, vêm as capitais nordestinas e, finalmente, as do Sul do Brasil.

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Macapá - uma das capitais que mais crescem no Brasil

ÊXODO RURAL E MIGRAÇÃO PENDULAR  Em 1920, apenas 10% da população brasileira vivia em cidades. Cinquenta anos depois, em 1970, esse percentual era de 56%. De acordo com o censo do IBGE 2010, 84,35% da população brasileira é urbana. Estima-se que entre 1950 e 2000, 50 milhões de pessoas migraram do campo para as cidades, fenômeno conhecido como êxodo rural. É importante lembrar que na maioria dos casos esses migrantes se deslocaram para as cidades, com pouquíssimo dinheiro e em condições muito precárias, consequência de uma política agrária que modernizou o trabalho do campo e concentrou a posse da terra. Esse processo ocorreu associado a uma indutrialização que permanecia concentrada nas principais regiões metropolitanas, que, por isso, tornavam-se áreas muito atrativas.

Êxodo rural - saída em massa de pessoas do campo para as cidades, gera abandono de residências na zona rural

  No entanto, como as cidades receptoras desse enorme contingente populacional não receberam investimentos públicos suficientes em obras de infraestrutura urbana, passaram a crescer desmesuradamente, com acelerada construção de submoradias e surgimento de loteamentos (em grande parte

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clandestinos) em suas periferias. Esse processo reduziu os vazios demográficos que existiam entre uma cidade e outra e, somado a outros fatores, colaborou para a formação de regiões metropolitanas. Entre as cidades que compõem cada região metropolitana ocorre um deslocamento diário da população, movimento conhecido como migração pendular. Muitas dessas cidades passam a ser conhecidas como "cidades dormitório".

Migração pendular - deslocamento diário de pessoas de uma cidade para outra para trabalhar ou estudar

A EMIGRAÇÃO  A partir da década de 1980 o Brasil começou a se tornar um país com fluxo migratório negativo - número de emigrantes maior que o de imigrantes.  Do início da década de 1980 até a crise mundial que se iniciou em 2008, muitos brasileiros se transferiram para os Estados Unidos, Japão e Europa (especialmente Portugal, Inglaterra, Espanha e França), entre outros destinos, em busca de melhores condições de vida, já que no Brasil os salários pagos são muito baixos se comparados aos desses países e os índices de desemprego e subemprego costumam ser mais elevados. Há também um grande número de brasileiros estabelecidos no Paraguai, quase todos produtores rurais que ali se dirigiram em busca de terras baratas e de uma carga tributária menor que a brasileira. Como a maioria dos emigrantes entram clandestinamente nos países a que se dirigem, há estimativas precárias sobre o volume total do fluxo migratório.

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Brazilian Day 2011 - festa dos brasileiros que moram em Nova York, Estados Unidos  Entretanto, desde a eclosão da crise econômica que se iniciou em 2008, o Brasil passou a receber muitos imigrantes vindos de países latino-americanos, com destaque para a Bolívia, Peru e Paraguai e, muitos brasileiros que moravam no exterior retornaram. A partir de 2008, o Brasil deixou de ser um país onde predominava a emigração e passou a receber muitos estrangeiros. Tradicionalmente, os principais destinos dos emigrantes de países da América do Sul e Central são os Estados Unidos e a Espanha. Porém, como a economia brasileira conseguiu enfrentar a crise com muito mais rigor que a de muitos países desenvolvidos e existe grande facilidade de deslocamento terrestre para cá, muitos emigrantes latinos trocaram de destino.

Haitianos em praça na cidade de Brasileia - AC  Uma das consequências dessa inversão, ou seja, com a redução no volume da emigração, aumento na entrada de imigrantes e o retorno de brasileiros que viviam  em países onde a crise aumentou o desemprego, vêm ocorrendo redução do ingresso e aumento do envio de remessas de dinheiro. Em 1995, os brasileiros residentes no exterior enviavam 37 dólares para cada dólar que era remetido daqui para o exterior; em 2009, essa proporção tinha caído ao nível de US$ 2,7 para US$ 1,0, o que demonstra claramente o aumento do retorno de brasileiros e, ao mesmo tempo, do número de imigrantes que aqui residem.

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FONTE: SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil, volume 3: espaço geográfico e globalização: ensino médio / Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. -

São Paulo: Scipione, 2010.

5) AS NOVAS FRONTEIRAS POPULACIONAIS

6) OS MOVIMENTOS EMIGRATÓRIOS NO BRASIL

Brasil no MundoO Brasil não é apenas o 5º. maior país do mundo em termos de superfície, mas também um país do mundo. Os brasileiros estão cada vez mais difundidos pelos quatro cantos assumindo uma clara dimensão universalista.

Com excepção do caso de Portugal, até aos anos 70 do século XX, a presença brasileira no mundo estava limitada à América do Sul. Os laços e cumplicidades culturais com outros povos eram muito passivos, resultando em geral de factores externos:

a) casamentos reais (1822-1889). Estes casamentos reais ligaram o Brasil ao mundo do seu tempo, abrindo portas para outros contactos posteriores.

b) movimentos migratórios. As várias comunidades imigrantes que se estabeleceram no Brasil criaram laços culturais centre as comunidades locais e os seus países de origem. Foi desta forma que o Brasil se ligou à Alemanha, Itália, Japão, Líbia e Síria.

c) operações militares. Os conflitos militares que o Brasil se envolveu, mas também as operações de paz a que tem estado associado projectaram-no para fora das suas fronteiras, criando ligações

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com outros países.

A projecção do Brasil no mundo afirmou-se sobretudo nas últimas décadas, para tal contribuiu o reconhecimento internacional da sua dimensão económica (10ª economia mundial, 2006), a sua pujança cultural e os seus movimentos emigratórios.

A presença brasileira no mundo está ligada sobretudo aos seus sucessos    internacionais no campo da música (Bossa Nova), Desporto (futebol, voleibol, Formula 1) e em alguns países às telenovelas. Outros "produtos" tem igualmente funcionado como veiculos desta projecção mundial, como as obras de Paulo Coelho, a Capoeira e as novas seitas religiosas.

O último "produto" brasileiro é a sua crescente emigração que se difundiu por todo o mundo, assumindo os imigrantes de brasileiros de forma descomplexada a sua origem e cultura, tornando-os verdadeiros embaixadores do Brasil no mundo.

Para além disto, muitos brasileiros tem vindo a ocupar importantes cargos em organizações internacionais o que tem contribuido para o prestígio do país.

A marca Brasil tem hoje uma projecção a nível mundial, sustentada por um crescente peso da sua economia.

.Argentina. As relações entre o Brasil e a Argentina foram até aos anos 80 do século XX, marcadas por tensões e conflitos. O facto tem raízes históricas. Mais

.Alemanha. As ligações com a Alemanha foram iniciadas antes da independência do Brasil (1822), através de uma política de casamentos reais. O príncipe D. Pedro (futuro 1º. imperador do Brasil), casou com Dª. Leopoldina, em 1816, filha da imperatriz da Austria. A sua filha (D. Maria II) casou-se com um príncipe alemão (D. Fernando II). A Casa de Bragança que governou o Brasil até 1889 apoiou a criação de colónias de alemães no Brasil, como a de São Leopoldo (1824), S. Pedro de Alcantara (1828), Blumenau (1850), Santa Isabel (1847), Santa Leopoldina (meados dos século XIX), Petrópolis (1846), S. Paulo (1847). Os fluxos migratórios alemães só acabaram em 1872.

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O Brasil voltou encontrar-se com a Alemanha, mas agora em situação de conflito durante a 1ª. e 2ª. Guerra Mundial, tendo-lhe declarado guerra em 1917 e 1942. Após a 1º: guerra mundial o Brasil recebeu dezenas de milhares de imigrantes alemães. Nos anos trinta do século XX no Brasil foram tomadas medidas contra a difusão da língua e da cultura alemã, nomeadamente nas regiões de maior concentração de imigrantes.

Nas últimas décadas, o número de imigrantes brasileiros na Alemanha tem aumentado de forma contínua.AngolaBolívia. A experiência brasileira na produção de soja foi aproveitada nos anos 90 do século XX, pela Bolívia, incentivando o investimento e fixação de sojicultores brasileiros. Em pouco tempo a região de Santa Cruz de la Sierra, tornou-se no principal centro de produção soja deste país, o seu segundo produto mais exportado depois do petróleo e gaz natural. Calcula-se que cerca de 30 mil agricultores brasileiros se tenham fixado na região.

A Petrobrás e muitas outras empresas brasileiras tem no país importantes investimentos.

Esta presença brasileira a partir de 2006 tem sido contestada pelo governo boliviano, que tem aplicado várias medidas proteccionistas (nacionalização do gáz, expulsão dos brasileiros numa faixa de 50km a partir da fronteira, etc).

Nas últimas décadas tem aumentado de forma exponencial o número de emigrantes bolivianos no Brasil, a maioria dos quais entram por cinco portas principais: Corumbá (Mato Grosso do Sul), Cáceres (Mato Grosso), Foz do Iguaçú (Paraná), Guajará-Mirim (Amazonas, por via fluvial) e Manaus (Amazonas, por via fluvial). Trata-se de gente muito humilde e sem qualquer qualificação profissional.CubaColombia. As fronteiras do Brasil com a Colómbia estão aqui em plena Amazónia. Uma zona fluída de em termos limites. Em 1494, portugueses e espanhóis dividiram o mundo em dois (Tratado de Tordesilhas), mas no caso do Brasil os portugueses jamais aceitaram estes limites.Neste sentido, durante séculos avançaram para o interior do Continente anexando terras ao Brasil. No século XVIII fixaram-se na ocupação e domínio da Amazónia. Após a independência, em 1822, o Brasil  prosseguiu a mesma acção de consolidação das suas fronteiras nesta região. No inicio do século XX, numa missão do exército

Page 122: Geografia Do Brasil

brasileiro, o futuro marechal Candido Rondon (1865-1958) implantou linhas telegráficas e marcos ao longo da fronteira (1.645 km). A frágil ocupação desta fronteiras parece estar a ser utilizada por redes ligadas ao narcotráfico e aos guerrilheiros da Farc .

Na segunda metade do século XX, as relações entre os dois países passou ser afectada pelos problemas internos da Colombia que vive mergulhada numa guerra civil e na luta contra o omnipresente narcotráfico.

Nas últimas décadas milhares de colombianos tem-se refugiado no Brasil, em particular nas cidades do amazonas, como Manaus.

EUA

Espanha. Na década de 80 do século XIX iniciou-se um movimento migratório de espanhóis para o Brasil, estabelecendo-se a maioria nas plantações de café na região de São Paulo. As relações entre os dois países nunca foram contudo relevantes.

Os contactos apenas aumentaram no final do século XX, quando se iniciou um maior coordenação de políticas entre Portugal e Espanha e os países da chamada "América Latina". Na última década o número de imigrantes brasileiros tem aumentado de forma exponencial, o que potencia o estreitamento de relações.

As principais vedetas dos clubes de futebol espanhóis são brasileiros, estando presentemente associados aos seus êxitos internacionais. Nos estádios de futebol ou fora deles o que se vê nas ruas são bandeiras do Brasil e camisolas da selecção canarinha.

.França. No século XVI e XVII os franceses tentaram ocupar partes das costas do Brasil, mas acabaram por ser expulsos pela população. Destas acções falhadas conserva-se o nome de São Luis de Maranhão. Mais

.Guiana. Fronteira na Amazónia. Antiga colónia inglesa.Guiana Francesa. Fronteira da amazónia. Antiga colónia francesa. Como represália pela invasão de Portugal pelas, entre 1809 e 1817, este território foi ocupada por tropas portuguesas. O conflito quanto à delimitação das fronteiras só foi resolvido entre o Brasil e a França em 1900. Constitui actualmente um Departamento da França nos trópicos. Desde os anos 60 do século

Page 123: Geografia Do Brasil

XX a emigração brasileira não tem cessado, constituindo presentemente cerca de 1/5 da população (dados de 2000). A maioria dos brasileiros continua a desempenhar as actividades mais desqualificadas e mal pagas. É considerável o número dos que se dedicam ao garimpo, muitas vezes sob regime de autêntica escravatura.

.Haiti. Em 2004 o governo brasileiro resolveu assumir a coordenação da missão de estabilização da ONU no Haiti. O futebol usado como embaixada de paz do Brasil.

.Holanda. Durante a ocupação de Portugal pela Espanha (1580-1640), os holandeses ocuparam algumas regiões da costa brasileira, acabando por ser expulsos (1645). Da curta presença dos holandeses (1624-1654) restam alguns vestígios em Pernanbuco e na Bahia e sobretudo alguma documentação pictórica.

Esta presença no nordeste brasileiro foi documentada por pintores holandeses como Frans Post e Albert Eckhout, mostrando as riquezas dos trópicos, a produção do açúcar e outros aspectos da vida colonial.

Na última década o número de imigrantes brasileiros na Holanda tem aumentado de forma contínua, gerando uma nova aproximação entre os dois povos .

.Itália. As primeiras relações entre o Brasil e a Itália, começaram ainda antes da sua completa unificação (1870). A familia real portuguesa tinha desde os século XII relações estreitas com as importantes casas de Saboia-Piemonte. Neste sentido quer em Portugal, quer no Brasil a familia real realizou no século XIX aprofundou esta ligação, reforçando o peso político da Itália no contexto internacional. Mais.IraqueJapão. A imigração japonesa para o Brasil iniciou-se em 1908, concentrando-se sobretudo na região de S. Paulo.

.Libano. O principal período de entrada dos libaneses no Brasil entre 1911 e 1913, coincidindo com uma fase de enorme repressão turca. Fixaram-se sobretudo nas regiões de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Não existem números precisos do seu número no Brasil, calcula-se que os seus descendentes sejam superiores a um milhão.

Page 124: Geografia Do Brasil

Esta imigração libanesa acabou por gerar no próprio Libano vastas comunidades descendentes de brasileiros, como foi bem patente no último conflito (2006).Moçambique

Nigéria

Paraguai. Foi uma região disputada por Portugal à Espanha, uma disputa que se prolongou no século XIX entre o Brasil e a Argentina (Guerra do Paraguai). Nos anos 60 do século XX assistiu-se ao inicio da vaga de emigrantes brasileiros para a parte leste do Paraguai, tendo a maioria se dedicado à produção de soja. Em consequência desta emigração surgiram várias cidades, mas também alguns conflitos entre os dois povos, nomeadamente em torno do acesso à terra. Da fusão entre os dois povos, nos anos 80 foi forjado um novo nome, o de brasiguaios. O Brasil é um país omnipresente no Paraguai pela sua cultura, mas também pela sua presença demográfica.

As duas áreas de fronteiras do Brasil com o Paraguai - Foz do Iguaçu e Ponta-Porã - tornaram-se num problema para a justiça brasileira, na medida que as mesmas funcionam como portas de entrada de armas, drogas e contrabando e zonas de actuação de grandes organizações criminosas.

.Portugal

Peru. O Brasil possui com este país uma fronteira com 2.995,3 km, em pleno Amazonas. A fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia era em 2006 o principal eixo do tráfico de droga em toda na América do Sul. Os brasileiros queixam-se que os madeireiros peruanos ilegalmente estão a pilhar as suas florestas no Acre.

Desde o inicio da década de 80 do século XX, que milhares de indigenas peruanos começaram a fixar-se nas cidades brasileiras do Amazonas, sobretudo na capital Manaus.Reino Unido

República Dominicana. Em 1965 o Brasil desempenha uma importante acção de pacificação.Síria

Suécia. A rainha Silvia da Suécia é filha de uma brasileira, fala correctamente o português e adora a comida brasileira.Suriname. Fronteira na Amazónia. Antiga colónia holandesa até 1975. A comunidade de brasileiros é a maior do país, vivendo numa extrema pobreza. Milhares de jovens brasileiras vivem da prostituição, sendo fequentemente usadas como "correios" para o tráfico de droga entre o

Page 125: Geografia Do Brasil

Suriname e a Europa. Estimava-se em 2002 que cerca de 40 mil brasileiros exercessem ilegalmente o garimpo no Suriname. A maioria dos brasileiros vive em Paramaibo (capital), onde criaram um bairro próprio chamado "Little Belém".Timor. Enviou tropas. Sérgio Vieira de Mello, alto funcionário da ONU, continua a ser para este jovem país uma referência incontornável que ajudou a consolidar o seu processo de independência.Uruguai. Fronteira com uma extensão total de 1.068,4 km.Ucrânia

Venezuela. A fronteira entre os dois países, situada em pleno amazonas, tem uma extensão total de 2.199 km. Um situação dificil de controlar.Na zona da fronteira tem ocorrido crescentes problemas por causa do garimpo, tráfico de mulheres e adolescentes, contrabando de combustiveis, etc.

Os movimentos migratórios tem ocorrido sobretudo do Brasil para a Venezuela. A maioria dos emigrantes brasileiros são originários da Roraima.

II. A QUESTÃO REGIONAL NO BRASILA) A REGIONALIZAÇÃO DO PAÍS

A regionalização do Brasil segundo Milton Santos

Para o geógrafo Milton Santos haveria uma nova regionalização do território brasileiro, no qual seria levado em consideração aspectos em relação ao desenvolvimento técnico-científico. Neste sentido, o Brasil está dividido em 4 regiões que poderá ser observado na imagem abaixo:

Page 126: Geografia Do Brasil

 Milton Santos propôs a divisão regional do Brasil em quatro regiões, com base nas diferenças do meio técnico-científico-informacional. São elas:

Região Concentrada: formada pelas atuais regiões Sudeste e Sul

Região Centro-Oeste: formada pela atual região Centro-Oeste e mais o estado

de Tocantins

Região Nordeste: formada pela atual região Nordeste

Região da Amazônia: formada pela atual região Norte, com exceção de Tocantins

 Regiões e estados do Brasil

Subdivisões do Brasil

Unidades

da Federação

Região Norte Acre · Amapá · Amazonas · Pará · Rondônia · Roraima · Tocantins

Região Nordeste Alagoas · Bahia · Ceará · Maranhão · Paraíba · Pernambuco · Piauí · Rio Grande do Norte · Sergipe

Região Centro-Oeste

Distrito Federal · Goiás · Mato Grosso · Mato Grosso do Sul

Região Sudeste Espírito Santo · Minas Gerais · Rio de Janeiro · São Paulo

Região Sul Paraná · Rio Grande do Sul · Santa Catarina

Arquipélagos Fernando de Noronha · Atol das Rocas · Arquipélago de São Pedro e São Paulo · Trindade e Martim Vaz

Geoeconômicas Amazônica · Centro-Sul · Nordeste

Outros Antártida Brasileira (ver também: Estação Antártica Comandante Ferraz)

Propostas de novas unidades federativas do Brasil

a região concentrada e que comtem mais atividades modernas assim tornando-a a mais

importante.

Regionalização Político-Administrativa[editar]

Ver artigo principal: Regiões do Brasil.

Segundo a regionalização tradicional do Brasil, o território brasileiro fica subdividido em cinco

macro regiões heterogêneas, onde podemos destacar:

Região Norte[editar]

Região Norte.

Ver artigo principal: Região Norte do Brasil.

Clima: Equatorial úmido, com elevado índice pluviométrico.

Page 127: Geografia Do Brasil

Vegetação: floresta equatorial amazônica

Relevo: Baixo, formado por planícies.

Hidrografia: Bacia hidrográfica Amazônica.

População: Pouca, formada por brancos, índios e mamelucos, porém em Belém a

população cafuza migrante oriunda do Norte maranhense é bem comum.

Região Nordeste[editar]

Região Nordeste.

Ver artigo principal: Região Nordeste do Brasil.

Clima: Tropical úmido (Zona da Mata),4 Tropical semi-árido (Agreste/Sertão)5 6 e Tropical

de transição (Meio Norte).7

Vegetação: Mata Atlântica (Zona da Mata), Caatinga (Agreste/Sertão) e Mata dos Cocais

(Meio Norte).

Relevo: Formado por planícies (Zona da Mata) e planalto (Agreste/Sertão).

Hidrografia: Bacia Hidrográfica do São Francisco.

População: Grande, formada por brancos (principalmente em Fortaleza, João Pessoa e

sertão setentrional), negros (principalmente em Salvador e Recife), índios(principalmente

no Sertão), cafuzos (principalmente em São Luís) e mamelucos (o elemento étnico mais

basico presente em toda a região, mas principalmente na zona semi-árida, Agreste,

Fortaleza, Natal, João Pessoa, sul de Maranhão e Piauí, centro-oeste da Bahia, etc).

Região Centro-Oeste[editar]

Região Centro-Oeste.

Ver artigo principal: Região Centro-Oeste do Brasil.

Clima: Tropical semi-úmido (tropical típico), com duas estações bem definidas em relação

aos índices pluviométricos (Primavera/Verão - período chuvoso eOutono/Inverno - período

seco).

Page 128: Geografia Do Brasil

Vegetação: Cerrado, que sofre drásticamente com as atividades agropecuárias, onde

destacamos a pecuária extensiva e a sojicultura; Além das Matas Ciliais ouMatas Galerias.

Relevo: Planalto Central, formado por chapadas e a Planície do Pantanal.

Hidrografia: Bacia Hidrográfica do Paraguai e Araguaia (Tocantis - Araguaia)

População: Modesta população formada por brancos (principalmente no centro-oeste da

região descendentes de migrantes do norte do RS, oeste de SC e oeste do

PR), índios (principalmente no norte do MT) e mamelucos (a etnia mais comum da região e

praticamente a única até meados de 1960) com baixa densidade demográfica, porém após

a construção de Brasília, muitos elementos mineiros de origem africana (geralmente

mulatos e cafuzos) migraram para a sua parte mais oriental entre o nordeste do MS e o

leste/sudeste de GO e DF.

Região Sudeste[editar]

Região Sudeste.

Ver artigo principal: Região Sudeste do Brasil.

Clima: Tropical de altitude e tropical úmido.

Vegetação: Floresta tropical ou Mata Atlântica, radicalmente devastada pela ação

antrópica.

Relevo: Planície costeira ou litorânea, onde encontramos uma estrutura particular

chamada de Mar de Morros; Além do chamado Planalto Atlântico, composto basicamente

por serras.

Hidrografia: Região rica em nascentes, onde destacamos a nascente do Rio São

Francisco, na chamada Serra da Canastra (Minas Gerais), além da formação inicial

da Bacia do Paraná e de bacias secundárias como o Tietê, Paraíba do Sul, entre outros.

População: Gigantesca população, agregando mais de 40% da população brasileira,

formada por todos os grupos étnicos e suas miscigenações, porém não de modo

homogeneo - a população branca da região se concentra no interior do ES e no interior de

SP, enquanto a população negra se concentra no centro de minas, baixada fluminense,

zona norte do Rio, parte da zona oeste[carece de fontes]. Os mamelucos são mais comuns no

interior de SP e ES, os cafuzos no interior de MG, os mulatos na capital do RJ e os nativos

foram praticamente dizimados, boa parte tupinambás, mas restando uma população

kaigang e guarani.

Page 129: Geografia Do Brasil

Região Sul[editar]

Região Sul.

Ver artigo principal: Região Sul do Brasil.

Clima: Temperado sub-tropical com duas estações bem definidas,

apresentando verões quentes e invernos frios e secos.

Vegetação: Mata dos Pinhais ou Araucárias (estado do Paraná) e os Pampas.

Relevo: Formado por zonas baixas próximas ao litorial e planalto arenito basáltico (planalto

meridional)

Hidrografia: Médio e baixo cursos da Bacia do Paraná, Bacia do Paraguai e Bacia do

Uruguai.

População: Formada basicamente por brancos de origem europeia não ibérica,

como italianos, germânicos e eslavos. Não observamos a integração entre diferentes

grupos étnicos, explicando assim a formação homogênea da Região, com fortes traços

europeus, porém existem minorias africanizadas no sudeste do RS (região de Pelotas),

divisa litoranea entre PR e SC, Paranaguá, etc. O panorama da região neste sentido foi o

que mais se alterou drasticamente na sua historia populacional; entre 1775 e 1825 mais da

metade da população do PR e RS eram de origem africana, mas do século XVI a 1775 era

amerindia e mameluca; SC por exemplo era etnicamente açoriana na parte central do seu

litoral, africanizada na divisa costeira com o PR (só que mais recentemente via migrações)

e praticamente amerindia pura no seu interior meio-oestino até finais do século XIX e início

do século XX quando imigrantes alemães colonizaram a parte mais a nordeste do seu

centro e os italianos a sua costa meridional; gaúchos e descendentes ocuparam o oeste

bem depois e na parte mais ocidental do centro existe uma população de transição, que

originalmente era amerindia e mameluca. No interior do PR o elemento eslavonico é o

mais forte, mas com a migração de etnias italianas do norte gaucho, os etno-padanicos do

RS setentrional passaram a ser a maioria dentre os euro-descendentes do estado; no RS o

elemento norte-italiano é mais comum na sua parte serrana centro-ocidental, enquanto o

alemão é mais comum na parte oriental da serra. O elemento mameluco é fortíssimo na

região oeste do RS, de onde surgiu o gaúcho original, filho do espanhol/iberico com a

nativa guarani.

Regionalização Geoeconômica[editar]

Ver artigo principal: Divisão geoeconômica do Brasil.

Região Amazônica[editar]

Ver artigo principal: Região geoeconômica Amazônica do Brasil.

Page 130: Geografia Do Brasil

Setor primário

Agricultura: A Região conhecida como fronteira agrícola estimula intensos movimentos

migratórios de pequenos agricultores, ratificando assim a proliferação de agricultura de

subsistência, causando radicais danos ao meio ambiente.

Pecuária: A pecuária da Região é classificada por muitos autores como extensica

especulativa, onde vários agricultores simulam atividades agropecuárias para garantir de

maneira "ilegal" a posse da terra. Vale lembrar que entre as Regiões Norte e Nordeste,

observamos um rebanho bufalino que de solução acabou virando um problema, porque os

rebanhos se tornaram "nativos" com intenso processo de procriação.

Extrativismo: O extrativismo é o carro-chefe da economia amazônica, onde destacamos

o extrativismo vegetal (acstanha do Pará, açaí, látex, malva, juta) o extrativismo

animal (pesca e caça de animais silvestres) e o extrativismo mineral (Complexo Mineral de

Carajás).

Setor secundário

Observamos um importane porque industrial vinculado à produção de eletroeletrônicos,

garantido a produção e distrubuição para o Brasil e toda América Latina.

Setor terciário

O comércio da Região é restrito e, conseqüentemente, caro, porque a maioria dos artigos de

bens de consumo são produzidos nas Regiões Sudeste e Sul.

Região Nordeste[editar]

Ver artigo principal: Região geoeconômica Nordeste do Brasil.

Setor primário

Agricultura: Modelo do tipo plantations com destaque para cana-de-açúcar, cacau e

algodão. Fruticultura irrigada na Região do Agreste e agricultura de subsistência nas

regiões do Sertão eMeio Norte.

Pecuária: A pecuária da Região se concentra nas margens do Rio São Francisco, também

conhecido como Rio dos Currais.8

Extrativismo: No extrativismo mineral podemos destacar o sal e o petróleo,

no extrativismo vegetal destacamos o babaçu e carnaúba e no extrativismo

animal destacamos a pesca.

Setor secundário

A Região Nordeste é a que mais recebe investimentos não só no estado, quanto na iniciativa

privada recebendo investimentos de empresas de médio e grande porte, como a Ford

Motors,Calçados Azaleia, Manguari, Jandáia e Vulcabrás.

Setor terciário

O Nordeste, de acordo com o desenvolvimento do turismo, movimenta bilhões

de dólares durante o ano inteiro, acelerando radicalmente o comérico e a prestação de

serviços.

Região Centro-Sul[editar]

Ver artigo principal: Região geoeconômica Centro-Sul do Brasil.

Setor primário

Page 131: Geografia Do Brasil

Agricultura: A Região é bandida, devido a algomeração de Carocóis é a mais complexa

no que se refere à produtividade agrícola, onde encontramos diferentes modelos como o

desubsistência, o modelo do tipo plantations e a moderna agricultura mecanizada, que se

estende ao Oeste Paultista, passando pelo Mato Grosso do Sul, chegando até a

Região Sul.

Pecuária: A pecuária encontrada na Região Centro-Sul pode ser caracterizada como

extensiva (Pantanal, Minas Gerais, Rio de Janeiro e em determinados locais da

Região Sul) e intensiva, com altíssima qualidade, na Região Sul.

Extrativismo: No extrativismo mineral podemos destacar o Quadrilátero Ferrífero (Minas

Gerais), petróleo na Bacia de Campos e na Bacia de Santos, carvão mineral no Vale do

Itajaí (Santa Catarina), além do Maciço de Urucum. No extrativismo vegetal destacamos a

Mata das Araucárias e a Mata Atlântica. No extrativismo animal podemos citar a pesca,

não só no litoral, mas também nos rios dos interior.

B) O PLANEJAMENTO REGIONAL NO BRASIL

Em geografia e urbanismo, o planejamento regional (português brasileiro) ou planeamento regional (português europeu) é - como o nome já sugere - um tipo de estudo para a realização de um projeto para um desenvolvimento ordenado de determinada região.Fornecem dados que servem de instrumento para que o estado implante política de desenvolvimento regional.Patrick Geddes é considerado o pai do conceito. Planejamento Regional é o estudo do tipo de planejamento do uso do solo, e trabalha com o planejamento e investimentos com localizações eficientes do solo para diversas atividades, como instalação da infraestrutura e estabelecimentos de cidades, Estados e países. Os conceitos de planejamento do uso do solo, e planejamento urbano englobam no planejamento espacial.

A questao regional do pais vem a surgir de fato, com o processo de integrac ao da

economia nacional durante o seculo XX. Ate entao, o pais era formado por um

arquipelogo de regioes, cada uma delas com articulac oes mais fortes com o exterior

do que com outras regioes do pais. A dinamica economica regional era definida a partir

de mercados externos e sua relac ao com o produto regional dominante. Assim, era possivel

o Sudeste estar muito bem porque o cafe estava bem no mercado internacional, enquanto o

Nordeste ia mal porque o ac ucar estava em baixa (ARAUJO, 2005).

Ao longo do seculo XX, o mercado interno passa paulatinamente a comandar a dinamica

economica do pais e sua economia se torna cada vez mais integrada. No momento que estas

articulac oes se montam, tornam mais evidentes as diferenciac oes regionais. Entre os anos

de 1920 e 1970 ocorre um forte movimento de concentrac ao economica no pais,

sob o comando da produc ao industrial concentrada sobretudo no Sudeste e em Sao

Paulo, aguc ando as diferenc as regionais.

Diante deste contexto de desigualdade regional persistente ou crescente, muitas foram as

politicas e ac oes que visavam o desenvolvimento regional do pais. Neste processo, um

marco muito importante foram as ideias de Celso Furtado. Ainda na decada de 1950, ele

propunha o entendimento da pobreza do Nordeste numa perspectiva historica e economica,

fugindo do determinismo ambiental ate entao dominante que relacionava a pobreza a seca.

Assim – afirmava Celso Furtado – os problemas do Nordeste nao estao relacionados a

seca, mas a reconfigurac ao do desenvolvimento brasileiro e como a regiao esta se

inserindo nela (ARAUJO, 2005). Neste contexto, com a lideranc a de Celso Furtado foi

Page 132: Geografia Do Brasil

criada em 1959 a SUDENE – Superintendencia de Desenvolvimento do Nordeste. O

orgao conseguiu promover alguma industrializac ao no Nordeste, mas muito

concentrada em algumas capitais. Apesar de significativos avanc os economicos e sociais,

a regiao continua periferica em termos economicos e com graves problemas

sociais. Recentemente a SUDENE, que havia sido extinta em 2001, foi recriada, com

objetivo de “promover o desenvolvimento includente e sustentavel de sua area de

atuac ao e a integrac ao competitiva da base produtiva regional na economia

nacional e internacional” (SUDENE, 2009).

E importante tambem ressaltar na politica regional do Nordeste a CODEVASF, Companhia

de Desenvolvimento dos Vales do Sao Francisco e do Parnaiba, que tem como

objetivo promover o desenvolvimento da regiao utilizando os recursos hidricos

como forc a propulsora. As ac oes da empresa visam “ a gerac ao de emprego e renda, a

reduc ao dos fluxos migratorios e dos efeitos economicos e sociais decorrentes de secas e

inundac oes e, ainda, a preservac ao dos recursos naturais dessas bacias hidrograficas, com o

objetivo de melhorar a qualidade de vida dos habitantes das regioes” (CODEVASF, 2009).

A Amazonia foi a outra regiao alvo de significativas ac oes regionais. Ainda na decada de

1940, a “Marcha para Oeste”, a criac ao da Fundac ao Brasil Central (1944), a

inserc ao de um Programa de Desenvolvimento para a Amazonia na constituic ao de

1946, a delimitac ao oficial da Amazonia Legal, seguidos pela criac ao da

Superintendencia de Valorizac ao Economica da Amazonia (SPVEA), revelam uma

preocupac ao regional, mas com poucas ac oes efetivas correspondentes. Ja no

governo de Juscelino Kubitschek, ac oes implantadas em seu Plano de Metas tiveram ac oes

efetivas na regiao, como a criac ao de Brasilia e a implantac ao das rodovias Belem-Brasilia

e Brasilia- Acre.

A partir de 1966, a regiao passa a ser alvo de ac oes efetivas de planejamento

regional, inseridas num projeto geopolitico de modernizac ao acelerada da

sociedade e do territorio nacionais. O Estado implantou na regiao uma malha de

duplo controle – tecnico e politico – constituidos de todos os tipos de conexoes e

redes, capaz de controlar fluxos e estoques, e tendo as cidades como base logistica

para a ac ao. Foram abertas novas rodovias, implantados sistemas de comunicac ao,

utilizadosincentivos fiscais e creditos com juros subsidiados para estimular a produc ao,

induc ao de fluxos migratorios, inclusive com projetos de colonizac ao. Alem disso, foi criada

a Zona Franca de Manaus, um grande enclave industrial no corac ao da floresta, valendo-

se de poderosa estrategia territorial (BECKER, 2004).

As motivac oes das politicas regionais na Amazonia, entretanto, diferem em relac ao ao

Nordeste. Para a Amazonia tais politicas eram vistas como soluc oes para as tensoes

sociais internas decorrentes da liberac ao de mao de obra no campo devido a

modernizac ao da agricultura no Nordeste e no Sudeste; para evitar o surgimento de

focos revolucionarios no meio da floresta; e para reforc ar o influencia brasileira na

regiao atraves de um maior povoamento e integrac ao com o corac ao da economia

brasileira.

O planejamento com bases territoriais teve um periodo de pouco mais de 30 anos (entre

1947 e 1979) onde os diversos politicas foram implementadas, inclusive as ac oes em relac ao

ao Nordeste e a Amazonia citadas. Os principais planos foram:

Plano Salte (1947): Priorizava as areas de saude, educaçao, transporte e energia, com

recursos do orçamento, privados e de emprestimos internacionais

Page 133: Geografia Do Brasil

Plano de Metas (1956): Priorizava setores de energia, transporte, industria intermediaria

(siderurgia, papel, cimento), industrias produtoras de equipamentos (automobilistica, naval

e bens de capital) e a construçao de Brasilia

I Plano Nacional de Desenvolvimento – PND (1972-74): Caracterizado pelo grande afluxo de

capitais externos e substituiçoes das importaçoes; grandes projetos de integraçao nacional e

expansao das fronteiras de desenvolvimento

II Plano Nacional de Desenvolvimento – II PND (1975-79): Priorizava investimentos em

industria de base e pela busca da autonomia em insumos basicos; ênfase no campo da

energia, com estimulo a pesquisa de petroleo, programa nuclear, programa de alcool e

construçao de hidreletricas, como Itaipu

Apos este periodo, o planejamento governamental e esvaziado, devido a crises

economicas. As tentativas de retomada do planejamento ocorrem somente apos a

Constituic ao de 1988. Na decada de 1990, os plano plurianuais (PPA), obrigatorios

pela nova Carta Magna, passam a ser o instrumento organizador do

planejamento. Nos anos 2000, varios outros planos e politicas surgiram, como a Politica

Nacional de Desenvolvimento Regional, a Politica Nacional de Ordenamento

Territorial, o Plano Amazonia Sustentavel, o Programa de Acelerac ao do

Crescimento (PAC), entre outros. Alem disto, foram recriadas as Superintendencias de

Desenvolvimento da Amazonia (SUDAM) e do Nordeste (SUDENE).

Todo o esforc o de planejamento regional feito no Brasil, se teve alguns efeitos positivos, nao

conseguiu ainda alterar, de forma estrutural, os padroes de desigualdade, revelando um

profundo enraizamento historico destas disparidades.

C) AS DESIGULDADES REGIONAIS

O Brasil e um pais profundamente desigual – cerca de 90% da populaçao brasileira se

apropria de somente 25% da renda nacional. O rendimento medio mensal familiar per capita

dos 10% mais ricos era, no ano 2000, mais de 17 vezes maior do que os 40% mais pobres,

embora na ultima decada essa disparidade tenha se reduzido.

Se a sociedade brasileira e como um todo estruturalmente desigual, o rebatimento

territorial deste fenomeno tem dois aspectos:

1. a enorme desigualdade regional: antiga e persistente, com grande disparate nao

so nos niveis de renda, mas tambem em indicadores sociais, economicos e territoriais.

As regioes Sul, Sudeste e, mais recentemente, Centro-Oeste, pelo avanço da fronteira

agropecuarioa, apresentam indicadores bastante superiores ao Nordeste e Norte

2. as regioes e cidades mais ricas concentram as maiores desigualdades, fato

perceptivel nas principais metropoles do pais

O Sudeste brasileiro concentra 56,8% do PIB nacional, ficando o Sul com uma participac ao

de 16,3%. Em contraposic ao, o Nordeste, que abriga 27,5% da populac ao nacional, participa

com apenas 13,1% do PIB, se constituindo a regiao brasileira mais pobre. Esta desigualdade

e ainda mais aguda quando avaliamos o quadro intrarregional. Nas regioes Norte e

Nordeste, existe uma forte concentrac ao economica nas regioes metropolitanas das capitais.

As cinco maiores regioes metropolitanas (Recife, Fortaleza, Salvador, Belem e Manaus)

concentram 37,26% do PIB conjunto das duas regioes, enquanto participam com somente

Page 134: Geografia Do Brasil

21% da populac ao (IBGE, 2008). Este mesmo padrao e valido quando comparamos as

demais capitais estaduais, especialmente do Nordeste, com o restante do estado.

Assim, o interior destas regioes e ainda mais pobre e carente de servic os e infraestrutura,

fato recorrente quando se avalia a presenc a de servic os de educac ao, saude, transportes, e

propria densidade e nivel da rede urbana bem como indicadores de qualidade de vida

(BECKER, 2006, IBGE, 2008). Em algumas areas onde existem grandes riquezas naturais, as

atividades economicas se restrigem ao extrativismo ou a um beneficiamento primario, nao

havendo maior agregac ao de valor e por conseguinte uma difusao na gerac ao da riqueza por

parcelas maiores da populac ao. E o caso da Amazonia, onde e necessario encontrar um

modelo economico, baseado no conhecimento e na tecnologia, que transforme o patrimonio

natural da regiao no motor de seu desenvolvimento.

Em contraposic ao, o centro-sul do pais, especialmente o estado de Sao Paulo, conta com

uma economia diversificada e articulada, apoiada num sistema logistico mais eficiente,

centros de pesquisa e melhores servic os de educac ao e saude. Todas estas redes ocorrem

em algumas areas da regiao com tal densidade que formam um malha que cobrem a

totalidade do territorio, conectando-o aos circuitos economicos mais dinamicos.

Se a desigualdade regional e forte e persistente no Brasil, o mesmo e valido para a

desigualdade intrametropolitana. As metropoles, justamente por concentrarem as atividades

economicas, atraem grandes contingentes populacionais, pouco qualificados , provenientes

de regioes empobrecidas, e tambem mao de obra altamente qualificada e bem remunerada.

As metropoles, sitio que concentra os servic os mais avanc ados, tambem reunem grande

contingente de sub-empregados e desempregados. Esta combinac ao produz elevados

indices de desigualdade, fisicamente visivel na concentrac ao de pessoas vivendo em favelas,

as vezes lado a lado com areas nobres das cidades. No municipio do Rio de Janeiro, por

exemplo, segundo o Instituto Pereira Passo, cerca de 1/5 da populac ao (ou 1,1 milhao de

pessoas) viviam em favelas no ano de 2000.

D) A GEOPOLÍTICA AMAZÔNICA

Geopolítica da Amazônia*

BERTHA K. BECKER

De INÍCIO , cabe uma pequena explanação sobre geopolítica: trata-se de um campo de conhecimento que analisa relações entre poder e espaço geográfico. Foi o fundamento do povoamento da Amazônia, desde o tempo colonial, uma vez que, por mais que quisesse a Coroa, não tinha recursos econômicos e população para povoar e ocupar um território de tal extensão. Portugal conseguiu manter a Amazônia e expandi-la para além dos limites previstos no tratado de Tordesilhas, graças a estratégias de controle do território. Embora os interesses econômicos prevalecessem, não foram bem-sucedidos, e a geopolítica foi mais importante do que a economia no sentido de garantir a soberania sobre a Amazônia, cuja ocupação se fez, como se sabe, em surtos ligados a demandas externas seguidos de grandes períodos de estagnação e de decadência.

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A geopolítica sempre se caracterizou pela presença de pressões de todo tipo, intervenções no cenário internacional desde as mais brandas até guerras e conquistas de territórios. Inicialmente, essas ações tinham como sujeito fundamental o Estado, pois ele era entendido como a única fonte de poder, a única representação da política, e as disputas eram analisadas apenas entre os Estados. Hoje, esta geopolítica atua, sobretudo, por meio do poder de influir na tomada de decisão dos Estados sobre o uso do território, uma vez que a conquista de territórios e as colônias tornaram-se muito caras.

Verifica-se o fortalecimento do que se chama de coerção velada. Pressões de todo tipo para influir na decisão dos Estados sobre o uso de seus territórios. Essa mudança está ligada intimamente à revolução científico-tecnológica e às possibilidades criadas de ampliar a comunicação e a circulação no planeta através de fluxos e redes que aceleram o tempo e ampliam as escalas de comunicação e de relações, configurando espaços-tempos diferenciados.

O espaço sempre foi associado ao tempo. E hoje, na acentuação de diferentes espaços-tempos reside uma das raízes da geopolítica contemporânea. A redes são desenvolvidas nos países ricos, nos centros do poder, onde o avanço tecnológico é maior e a circulação planetária permite que se selecionem territórios para investimentos, seleção que depende também das potencialidades dos próprios territórios. Ocorre que ao se expandirem e sustentarem as riquezas circulante, financeira e informacional, as redes se socializam. E essa socialização está gerando movimentos sociais importantes, os quais também tendem a se transnacionalizarem.

Há, hoje, portanto, dois movimentos internacionais: um em nível do sistema financeiro, da informação, do domínio do poder efetivamente das potências; e outro, uma tendência ao internacionalismo dos movimentos sociais. Todos os agentes sociais organizados, corporações, organizações religiosas, movimento sociais etc., têm suas próprias territorialidades, acima e abaixo da escala do Estado, suas próprias geopolíticas, e tendem a se articular, configurando uma situação mundial bastante complexa.

A Amazônia é um exemplo vivo dessa nova geopolítica, pois nela se encontram todos esses elementos. Constitui um desafio para o presente, não mais um desafio para o futuro. Qual é este desafio atual? A Amazônia, o Brasil, e os demais países latino-americanos são as mais antigas periferias do sistema mundial capitalista. Seu povoamento e desenvolvimento foram fundados de acordo com o paradigma de relação sociedade-natureza, que Kenneth Boulding denomina de economia de fronteira, significando com isso que o crescimento econômico é visto como linear e infinito, e baseado na contínua incorporação de terra e de recursos naturais, que são também percebidos como infinitos. Esse paradigma da economia de fronteira realmente caracteriza toda a formação latino-americana.

Hoje, o imperativo é modificar esse padrão de desenvolvimento que alcançou o auge nas décadas de 1960 a 1980. É imperativo o uso não predatório das fabulosas riquezas naturais que a Amazônia contém e também do saber das suas populações tradicionais que possuem um secular

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conhecimento acumulado para lidar com o trópico úmido. Essa riqueza tem de ser melhor utilizada. Sustar esse padrão de economia de fronteira é um imperativo internacional, nacional e também regional. Já há na região resistências à apropriação indiscriminada de seus recursos e atores que lutam pelos seus direitos. Esse é um fato novo porque, até então, as forças exógenas ocupavam a região livremente, embora com sérios conflitos.

Essa é uma das hipóteses deste texto. Com as resistências regionais os conflitos na região alcançam um patamar mais elevado. Não se trata mais apenas de conflito pela terra; é o conflito de uma região em relação às demandas externas. Esses conflitos de interesse, assim como as ações deles decorrentes contribuem para manter imagens obsoletas sobre a região, dificultando a elaboração de políticas públicas adequadas ao seu desenvolvimento. Para que se possa mudar esse padrão de desenvolvimento é necessário entender os diferentes projetos geopolíticos e seus atores, que estão na base dos conflitos, para tentar encontrar modos de compatibilizar o crescimento econômico com a conservação dos recursos naturais e a inclusão social. Enfim, não se trata de mero ambientalismo, muito menos de mais um momento destrutivo.

Como efetuar tal compatibilização? Esse é um grande desafio para a Ciência e Tecnologia, e se apontarão aqui problemas em que a Ciência pode contribuir por meio de três hipóteses:

1. O novo significado geopolítico da Amazônia em âmbito global como a grande fronteira do capital natural;

2. o novo lugar da Amazônia no Brasil;

3.a urgência de uma nova política de desenvolvimento e de estratégias básicas para implementá-la.

A Amazônia e a mercantilização da natureza

O ponto de partida para se fazer essa análise é o reconhecimento de profundas mudanças estruturais que ocorreram na Amazônia nas últimas décadas do século XX. Todos sabem como o projeto de integração nacional acarretou perversidades em termos ambientais e sociais. Mas, com sangue, suor e lágrimas deve-se reconhecer o que restou de positivo nesse processo, porque são elementos com os quais a região conta hoje para seu desenvolvimento. E não se pode esquecê-los.

A dinâmica regional recente

No final do século XX, houve, portanto, impactos negativos, mas também mudanças estruturais e novas realidades geradas n fronteira, a qual tomo como espaço não plenamente estruturado e por isso mesmo capaz de gerar realidades novas. Dentre as mudanças, destaca-se a da conectividade regional, um dos elementos mais importantes na Amazônia. Não se trata apenas das estradas, elementos que contribuíram para depredação dos

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recursos e da sociedade, mas sim, sobretudo, das telecomunicações, porque a rede de telecomunicações na Amazônia permitiu articulações locais/ nacionais, bem como locais/ globais. Outra mudança importante é a da economia, que passou da exclusividade do extrativismo para a industrialização, com a exploração mineral e com a Zona Franca de Manaus, que foi um posto avançado geopolítico colocado pelo Estado na fronteira norte, em pleno ambiente extrativista tradicional. Há problemas na Zona Franca, mas hoje ela é grande produtora não só de bens de consumo duráveis, como da indústria de duas rodas, de telefonia e mesmo de biotecnologia. Uma grande modificação estrutural ocorreu no povoamento regional que se localizou ao longo das rodovias e não mais ao longo da rede fluvial, como no passado, e no crescimento demográfico, sobretudo urbano. Processou-se na região uma penosa mobilidade espacial, com forte migração e contínua expropriação da terra e, assim, ligada a um processo de urbanização. Em vista disso, a Amazônia teve a maior taxa de crescimento urbano no país nas últimas décadas.

No censo de 2000, 70% da população na região Norte estavam localizados em núcleos urbanos, embora carentes dos serviços básicos (Figura 1). Muitos discordam dessa tese, porque não consideram tais nucleamentos como urbanos. Mas esse é o modelo de urbanização no Brasil e, ademais, a urbanização não se mede só pelo crescimento e surgimento de novas cidades, mas também pela veiculação dos valores da urbanização para sociedade. Por essa razão, desde a década de 1980, chamo a Amazônia de uma “floresta urbanizada”. Por outro lado, organizou-se a sociedade como nunca antes verificado. Os grandes conflitos de terras e de territórios das décadas De 1960 a 1980 constituíram um aprendizado político e, na década de 1990, transformaram-se em projetos alternativos, com base na organização da sociedade civil. É extremamente importante lembrar que hoje, essa sociedade tem voz ativa na Amazônia e noBrasil, inclusive muitos grupos indígenas. Essa organização da sociedade política trouxe, por sua vez, mudanças no apossamento do território, com a multiplicação de unidades de conservação federais e estaduais, assim como também com a demarcação de terras indígenas.

Que projetos e que atores produzem hoje a dinâmica regional e os novos significados da Amazônia? Essas transformações não são vistas de forma homogênea pelos diferentes atores, porque dependem de interesses diversos e geram ações diferentes na região. Existem muitos conflitos dentro dessas percepções, mas há algumas dominantes. O uso do método geográfico para análise dos projetos geopolíticos e seus atores por diferentes escalas geográficas é útil para colaborar nessa análise.

Globalização e Amazônia como fronteira do capital natural

A primeira hipótese é a constituição da Amazônia como fronteira do capital natural em nível global, em que se identificam dois projetos: o primeiro é um projeto internacional para a Amazônia, e o segundo é o da integração da Amazônia, sul-americana, continental. Até recentemente, dominava no

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projeto internacional a percepção da Amazônia como uma imensa unidade de conservação a ser preservada, tendo em vista a sobrevivência do planeta, devido aos efeitos do desmatamento sobre o clima e a biodiversidade. A base dessa percepção teve como origem, em grande parte, a tecnologia dos satélites, que permitiu pela primeira vez uma visão de conjunto da superfície da Terra e da sua unidade trazendo o sentimento da responsabilidade comum, assim como a percepção do esgotamento da natureza, que se tornou um recurso escasso. (Figura 2)

A natureza foi então reavaliada e revalorizada a partir de duas lógicas muito diferentes, mas que convergem para o mesmo projeto de preservação da Amazônia. A primeira lógica é a civilizatória ou cultural, que possui uma preocupação legítima com a natureza pela questão da vida, o que dá origem aos movimentos ambientalistas. A outra lógica é a da acumulação, que vê a natureza como recurso escasso e como reserva de valor para a realização de capital futuro, fundamentalmente no que tange ao uso da biodiversidade condicionada ao avanço da tecnologia. Outro recurso de que pouco se fala, mas que já é fundamental, é a água como fonte de vida e de energia em razão dos isótopos de hidrogênio, questão teórica ainda não solucionada, mas que vem sendo pesquisada em muitos países, especialmente na Alemanha e nos EUA. Torna-se patente que, se há uma valorização da natureza e da Amazônia, há também a relativização do poder da virtualidade dos fluxos e redes do mundo contemporâneo, com a globalização, que acaba com as fronteiras e com os Estados.

Na verdade, os fluxos e redes não eliminam o valor estratégico da riqueza localizada, in situ; eles sustentam a riqueza circulante do sistema financeiro, da informação, mas a riqueza localizada no território também tem seu papel e seu valor. Isso, conseqüentemente, trouxe uma disputa das potências pelos estoques das riquezas naturais, uma vez que a distribuição geográfica de tecnologia e de recursos está distribuída de maneira desigual. Enquanto as tecnologias avançadas são desenvolvidas nos centros de poder, as reservas naturais estão localizadas nos países periféricos, ou em áreas não regulamentadas juridicamente. Esta é, pois, a base da disputa.

Há três grandes eldorados naturais no mundo contemporâneo: a Antártida, que é um espaço dividido entre as grandes potências; os fundos marinhos, riquíssimos em minerais e vegetais, que são espaços não regulamentados juridicamente; e a Amazônia, região que está sob a soberania de estados nacionais, entre eles o Brasil. Esse contexto geopolítico, principalmente na década de 1980 e 1990, gerou sugestões mundiais pela soberania compartilhada e o poder de gerenciar a Amazônia, que abalou até o Direito Internacional. Hoje, contudo, são crescentes os interesses ligados à valorização do capital natural, que tende a se sobrepor à lógica cultural. Observa-se um processo de mercantilização da natureza. Elementos da natureza estão se transformando em mercadorias fictícias, usando a expressão de Karl

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Polanyi, em seu livro A grande transformação. Fictícias por quê? Porque elas não foram produzidas para venda no mercado – o ar, a água, a biodiversidade. Mas, no entanto, através desta ficção são gerados mercados reais e isto se deu, como Polanyi mostra muito bem, no início da industrialização, quando terra, dinheiro e trabalho foram transformados em mercadorias fictícias, gerando mercados reais. O que é o protocolo de Kyoto se não o mercado do ar? É a tentativa de estabelecer cotas de emissão de carbono nos países fortemente industrializados e poluidores em troca de manutenção de florestas em países com elas dotadas. O mercado do ar é o mais avançado. Em outras palavras, esses mercados reais tentam se institucionalizar em fóruns globais, o que também é uma vertente nova dentro do Direito Internacional.

Não é fantasia o fato de que está em curso na Amazônia a transformação de bens da natureza em mercadorias. É o caso da Peugeot, que faz investimentos no sentido de seqüestro do carbono no Mato Grosso; na ilha do Bananal, a empresa inglesa S. Barry; a Mil Madeireira que, tem um projeto neste sentido no estado do Amazonas; a Central South West Corporations, de Dallas, uma empresa de energia que fez uma aquisição no Paraná de setecentos mil hectares, através da mediação da National Conservancy, da reserva da Serra de Itaqui; além dos projetos que não conhecemos, visto que uns são oficiais e outros não. Há restrições a colocar nesse sentido porque a terra e a floresta são bens públicos, e a venda de floresta significa venda de território e não é correta do ponto de vista do país.

É digno de nota lembrar que existem esforços para regular o mercado da biodiversidade, como a Prototipe Carbon Fund, do Banco Mundial, sistema difícil de implementar, visto que as patentes e a distribuição de benefícios para as populações locais não foram ainda regulamentadas no país. O mercado dos recursos hídricos é o mais atrasado, embora haja múltiplas tentativas de regularização desse mercado. A água é considerada o ouro azul do século XXI, em termos globais, porque há escassez e consumo crescente no mundo, sobretudo nos países semi-áridos que utilizam a irrigação. Ademais, há previsões de que a disputa por água pode chegar até a conflitos armados.

Polanyi mostra que há uma necessidade de organização da sociedade para impedir o livre jogo das forças de mercado em relação aos elementos vitais para o homem. Para tanto, foram criados sindicatos para proteger o mercado do trabalho e organizadas associações para regular o mercado da terra e o papel do estado tornou-se fundamental. Que vamos fazer no Brasil, e qual deve hoje ser nossa reação? Temos todos esses trunfos – florestas, biodiversidade, água; como a sociedade e o governo brasileiro devem se comportar em relação ao seu uso? Hoje, o movimento de mercantilização é irreversível e temos de saber como lidar com ele. Parece-me que caberia ao governo e à sociedade lutar pela regulação desses mercados, mas ela deveria ser bem negociada.

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Quais são os principais atores nesse projeto internacional? Os movimentos ambientalistas, onde se destacam as ONGs nacionais e internacionais, a cooperação internacional técnica, financeira, científica em grandes projetos, como é o caso do Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais Brasileiras (PPG7), do LBA e do Probem1, além de organizações religiosas de todos os tipos, assim como de agências de desenvolvimento de governos estrangeiros e também de empresas voltadas para o seqüestro de carbono e/ ou madeira certificada. A cooperação internacional é fundamental para o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia no Brasil. Mas, por vezes, essa cooperação tecnocientífica tem um excesso de autonomia. A questão crucial é o controle da informação, porque muitas vezes os pesquisadores brasileiros, em parcerias, conhecem o subprojeto ligado à sua parceria, mas não o projeto como um todo. Deve haver, portanto, uma conscientização dos pesquisadores no sentido da globalização da pesquisa, de modo que não tenham acesso apenas a uma parte da informação.

A cooperação internacional tem um lado extremamente importante que é o da relação com as comunidades locais, graças às redes de telecomunicação. Há uma forte presença internacional que se estabeleceu na Amazônia devido também aos impactos do projeto anterior, que excluía as populações regionais, expulsava pequenos produtores e ameaçava índios, e esses grupos conseguiram apoios internacionais, como foi o caso de Chico Mendes, que foi a Washington para obter um reforço a fim de manter sua própria sobrevivência. É necessário que a sociedade e o governo estejam atentos à questão da face interna da soberania, no sentido de reconhecer que o povo não é homogêneo, tem demandas diferentes que não são devidamente atendidas, o que gera conflitos que afetam a governabilidade.

A integração da Amazônia sul-americana

Um segundo projeto internacional diz respeito à integração da Amazônia transnacional, da Amazônia sul-americana. Trata-se de uma nova escala para pensar  e agir na Amazônia. Esse dado é importante por múltiplas razões. Primeiro, porque a união dos países amazônicos pode fortalecer o Mercosul e, de certa maneira, construir um contraponto nas relações com a Alca e com a própria União Européia. Em segundo lugar, para ter uma presença coletiva e uma estratégia comum no cenário internacional, fortalecendo a voz da América do Sul. Em terceiro lugar, porque é fundamental para estabelecer projetos conjuntos quanto ao aproveitamento da biodiversidade e da água, inclusive nas áreas que já possuem equipamento territorial e intercâmbio, como é o caso das cidades gêmeas localizadas em pontos das fronteiras políticas.

Além disso, esse dado é importante porque pode ajudar a conter as atividades ilícitas – narcotráfico, contrabando, lavagem de dinheiro etc. – e uma possível “ajuda” militar no território brasileiro. Há uma crescente presença militar na fachada do Pacífico e na América Central, através do que se denomina de “localidades de operação avançada”, cuja maior expressão é o Plano Colômbia. O Brasil virou uma ilha cercada de

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“localidades de operação avançada” por todos os lados, com instalações norte-americanas apoiadas pela União Européia, com exceção das fronteiras com a Venezuela e a Argentina. O Brasil tenta impedir esse cêrco com várias respostas, como com a criação do Ministério do Meio Ambiente e o projeto Sipam (Sistema de Informação para Proteção da Amazônia), embora tenha apoio financeiro para o aparelhamento da Polícia Federal.

Esse processo levou a uma forte reativação das fronteiras políticas da Amazônia, consideradas anteriormente como fronteiras mortas, e basta ir a Tabatinga e a Letícia para constatar a vivificação das mesmas, o que vem a constituir uma preocupação para todos os países. Mas o fato de a globalização incidir na Amazônia dos países vizinhos através da presença militar, e no Brasil por intermédio da cooperação internacional, constitui uma diferença importante. Realiza-se uma articulação sul-americana por meio do resgate do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), e também a partir da iniciativa do planejamento físico da integração por meio de transporte multimodal, difusão da internet nos países vizinhos e intercâmbio energético. Em Roraima deu-se o primeiro passo para a integração oficial através da construção da estrada que liga Manaus à Venezuela. O gás já vem sendo transferido da Bolívia e do Peru, e a Bolsa de Mercadorias e Estudos propõe a extensão da fronteira agropecuária do centrooeste brasileiro para os países vizinhos.

Desejamos que a integração sul-americana se faça nos moldes do que foi a integração dos anos de 1970? Nada contra expandir a soja e a pecuária para áreas propícias do cerrado, mas não que se faça tal expansão em áreas de florestas. Esse é um desafio à Ciência e à Tecnologia. A integração deve ser baseada na circulação fluvial, que merece um investimento enorme, pois sempre foi o grande meio de circulação na Amazônia, e também na aérea, que foi muito importante e ainda o é para o transporte de cargas de alto valor agregado. Um outro elemento importante da integração reside nas cidades gêmeas – Santa Helena e Pacaraima em Roraima, Tabatinga e Letícia no Amazonas, além de outras no Acre, onde já existem embriões de integração, fluxos e equipamentos que podem acelerar o intercâmbio. Aliás, a cidade é um elemento fundamental no desenvolvimento e planejamento da Amazônia, porque nela a população está concentrada, constitui o nó das redes de relações, e pode, inclusive, impedir a expansão demográfica na floresta.

A Amazônia no espaço nacional: uma região em si

A segunda hipótese proposta para debate diz respeito ao lugar da Amazônia no Brasil. Afirma-se aqui que a Amazônia não é mais mera área de expansão da fronteira móvel, mas sim uma região em si, com base em dois argumentos: a nova feição da fronteira e os avanços regionais em termos econômicos, sociais políticos. A situação de conflito entre desenvolvimento e proteção ambiental transparecia nas políticas públicas da década d 1990 que eram, a um só tempo, expressão e indução do conflito. Por um

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lado, o Ministério do Meio Ambiente que fazia a política da proteção das florestas e, por outro lado, o Ministério do Planejamento e Orçamento, criando corredores de exportação. Evidentemente, os corredores de exportação coincidiam com os ecológicos.

Multiplicaram-se as unidades de conservação, foram demarcadas terras indígena e se criou o projeto Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), uma iniciativa do Banco Mundial e d WWF para ampliar em 10% as áreas protegidas até 2010. Trata-se de um projeto preservacionista que só com a pressão da ministra Marina Silva aceitou aumentar muito pouco a área de uso sustentável (noventa mil quilômetros quadrados). Portanto, a Amazônia terá, em breve, mais de 30% do seu território em áreas protegidas, uma área equivalente ao território da Espanha. Que resultou desse conflito?

As novas feições da fronteira móvel

Aqui se coloca uma hipótese polêmica: na década de 1990, o ambientalismo dominou e se delineou como uma tendência ao esgotamento da Amazônia como fronteira móvel, isto é, como fronteira de expansão econômica e demográfica no território. As frentes passaram a apresentar diferenças com a expansão da fronteira na década de 1970, tais como:

1.Nos anos de 1970, o que sustentou a fronteira foram os incentivos fiscais e a migração generalizada do país inteiro, esta induzida pelo governo federal. Atualmente, a migração dominante é intra-regional, de um estado para o outro e, sobretudo, rural-urbana (exceção feita ao Mato Grosso, que continua atraindo população de fora, principalmente do Sul e do Nordeste).

2.Outro elemento importante de diferenciação é o comando das frentes por parte de Belém e de Cuiabá, sobretudo, hoje de âmbito regional. Assim, o que há de novo na expansão das frentes é que são comandadas por madeireiras, pecuaristas e sojeiros já instalados na região, que a promovem com recursos próprios. Não se trata mais, pois, de uma expansão subsidiada pelo governo federal, como foi a da fronteira nos anos de 1970.

3. Ademais, as frentes hoje são localizadas. Nos anos de 1970 elas se localizavam nas duas grandes artérias, Belém-Brasília e Brasília-Cuiabá, de modo que a expansão seguiu a fímbria das florestas. Agora, as frentes estão mais localizadas em torno das estradas que já existiam, as que pre-tendem ser pavimentadas ou as abertas pelos próprios madeireiros e pecuaristas. Na virada do milênio, entretanto, a fronteira tomou novo alento. São três as grandes frentes na Amazônia hoje: uma parte de São Felix do Xingu, Sudeste do Pará, em direção ao rio Iriri; outra parte do extremo Norte de Mato Grosso pela rodovia Cuiabá-Santarém, em torno de cuja pavimentação há grande discórdia, pois ela atravessa não mais a borda, mas o meio da floresta; a terceira parte do Norte de Mato Grosso e de Rondônia em direção ao Sul do Estado do Amazonas.

A tecnologia serve também para a destruição da floresta: os madeireiro estão se apossando de terras via satélite, descobrem onde há terras

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disponíveis e fazem a grilagem em imensas glebas. Um lado tragicômico é que existem, no Sul do Amazonas, muitos fazendeiros que vieram do Pontal do Paranapanema, expulsos pel MST, porque não tinham terras regularizadas, e o MST sabe muito bem quem possui ou não terras regularizadas. Mas o mais importante elemento que justifica a hipótese aqui tratada é consolidação do povoamento, em contrapartida às frentes de expansão.

A consolidação do povoamento

A tendência à consolidação do povoamento é patente no avanço econômico significativo e na tecnificação da agroindústria no cerrado, particularmente no Mato Grosso, que planta soja e agora também algodão colorido. Com o crescimento da produção e o aumento da produtividade da soja, a terra não é mais ocupada como reserva de valor, como foi na época da fronteira anterior. Agora o que sucede é o uso produtivo da terra. Acrescem mudanças também na pecuária, principalmente no Sudeste do Pará e no Mato Grosso, onde ocorrem melhorias com respeito às pastagens, aos rebanhos e à indústria de couro e de leite. Mudanças bastante significativas em termos econômicos. As redes e cidades permitem a expansão dessa área econômica avançada que é chamada de “arco de fogo”, ou do desmatamento ou “de terras degradadas”, porque foi onde se expandiu a fronteira e o desmatamento. Mas está na hora de mudar essa denominação, tendo em vista que se trata da maior área produtora mundial de soja. O Rio de Janeiro já foi um pântano, mas não é, hoje, denominado de pântano, e sim de metrópole. Sugere-se, então, a mudança de nome para área de povoamento consolidado, porque a denominação de arco do fogo atrapalha a política pública.

Existe, assim, um gigantesco confronto entre a expansão da agroindústria da soja, da pecuária, assim como da exploração da madeira e o uso conservacionista da floresta, defendido pela produção familiar, pelos ambientalistas e por diversas categorias de cientistas. Nos últimos anos, houve uma retomada vigorosa das frentes, nas três localizações referidas, devido à valorização da soja no mercado internacional e as incertezas da economia nacional. Conclui-se, assim, que a fronteira é um elemento estrutural do crescimento econômico no Brasil, mas hoje depende da conjuntura; ou seja, ela se expande ou se retrai em função da conjuntura econômica e política. É, portanto, um conceito espaço-temporal. É muito difícil estabelecer um prognóstico sobre o conflito entre agronegócio e conservação da floresta. Um grupo de pesquisadores do Inpa liderado por um norte-americano realizou um modelo afirmando que, em 2020, a Amazônia estaria totalmente destruída. 

Um modelo linear, que não prevê alteração alguma, o que não se pode aceitar num mundo de imprevisibilidade. Hoje, a Amazônia não é mais mera fronteira de expansão de forças exógenas nacionais ou internacionais, mas sim uma região no sistema espacial nacional, com estrutura produtiva própria e múltiplos projetos de diferentes atores. Nela, a sociedade civil

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passou a ser um ator fundamental, tanto no campo como nas cidades, especialmente pelas suas reivindicações de cidadania, que inclusive influem no desenvolvimento urbano. O Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) tem 315 associações, entre elas a federação das organizações indígenas. Os índios são espertíssimos, aprendem tudo rapidamente, mantêm a sua cultura e crescem num ritmo que é o dobro da taxa nacional. Além disso, criam ONGs para ajudar outras comunidades não tão informadas como a deles.

Outro grupo importante, mais localizado, é o de Altamira, antigo projeto de colonização em que a produção familiar é organizada e tem uma força política significativa, resistindo à construção da hidrelétrica de Belo Monte. Atores fundamentais são os governos estaduais, que, com a crise do Estado central, assumiram responsabilidades e força política. É interessante e importante saber que esses governos, por suas condições histórico-geográficas, têm estratégias diferentes. O Mato Grosso e o Pará têm estratégias extensivas de uso da terra, o estado do Amazonas tem uma estratégia pontual industrial, localizada em Manaus; o Acre e o Amapá se baseiam na estratégia da florestania, modernização do extrativismo; em Rondônia procura-se expandir a pecuária e mesmo a soja, e, em Roraima, a soja no lavrado (cerrado) cercado por florestas e terra indígenas. O município também é um ente político que tem voz na região, embora sem recursos financeiros. Economicamente, não tem força, mas a tem do ponto de vista político, e é responsável pela urbanização recente, transformando as vilas em cidades.

As empresas do agronegócio, além das madeireiras e pecuaristas, são outros atores que estão se firmando e se expandindo não só no Mato Grosso. O que tem passado despercebido, no meu entender, em todos os projetos e em todas as escalas, é justamente o fato de a Amazônia hoje ser uma região que possui uma dinâmica própria: tem vinte milhões de habitantes, há demandas específicas e resistências organizadas e uma estrutura produtiva própria, o que comprova a sua mudança de caráter, inclusive com uma nova geografia. Nela reconheço três macroregiões (Figura 3): a primeira é essa que chamam de “arco do fogo” e que denomino de arco do povoamento con-solidado, porque é onde estão as cidades, as densidades demográficas maiores, as estradas e o cerne da economia; a outra macroregião, da Amazônia central, corresponde ao restante do estado do Pará, que é a porção mais vulnerável da Amazônia, porque cortada pelos eixos, pelas estradas e onde estão duas das frentes localizadas; a última é a Amazônia ocidental, que tem a maior área de fronteira política e‘é a mais preservada (porque não foi cortada por estradas e seu povoamento foi pontual, na Zona Franca de Manaus, enquanto o resto do estado ficou abandonado). E o fato de ser uma região em si, constitui uma força de resistência à destruição da floresta.

Como impedir a destruição das florestas?

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O papel das políticas públicas

Se a Amazônia é efetivamente uma região, então há que se substituir a política de ocupação por uma política de consolidação do desenvolvimento. Uma política de ocupação não tem mais cabimento, porque a região já está ocupada.

As florestas que restaram devem permanecer com seus habitantes. É necessário articular os diferentes projetos e os diversos interesses e conflitos que incidem na região. O governo atual pretende ser um marco no rumo do desenvolvimento regional. Elaborou um novo Plano Amazônia Sustentável (PAS), com o qual pretende superar a polaridade conflitiva entre a política ambiental e a de desenvolvimento.

O governo atual propõe também no PPA, (Plano Plurianual 2004-2007) a necessidade tanto da produtividade e competitividade, como da inclusão social, emprego e renda. No caso da Amazônia, existe um novo princípio, da transversalidade, em que o meio ambiente deixa de ser tratado como uma variável independente e participa das políticas de todos os ministérios. Importante também são os cinco eixos estratégicos do PAS, que vai ser posto em discussão com a sociedade: gestão ambiental e ordenamento do território, novo padrão de financiamento, inclusão social, infra-estrutura para o desenvolvimento e produção sustentável com inovação tecnológica e competitividade.

O ponto central, que gera conflitos, é a questão da pavimentação da rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163), porque as corporações da soja, por um lado, pressionam o governo para a pavimentação rápida, visto que é considerada um elemento central para o escoamento da produção, pelo Norte, com o objetivo de encurtar distâncias e baixar custos. Por outro lado, os ambientalistas e a produção familiar não querem a pavimentação. O governo propôs que se fizesse um modelo para transformar a rodovia Cuiabá-Santarém numa estrada indutora de desenvolvimento, em vez de uma indutora de depredação. É importante registrar que há em Brasília a criação de grupos de trabalho interministeriais para os planos governamentais, algo extremamente positivo, com catorze ministérios participando para fazer o novo planejamento da estrada como instrumento de desenvolvimento.

O Incra está fazendo um esforço no sentido de preparar um cadastro tendo em vista a centralidade da questão fundiária. Em vez de dar títulos de terra, poder-se-ia fazer concessões de terra condicionadas a determinados comportamentos.

O problema é que todos os atores na Amazônia (pecuaristas, madeireiros, índios, pequenos produtores) querem, como primeira demanda, a presença do Estado, por motivações diferentes. Como segunda demanda desejam o zoneamento. Tais demandas expressam, por um lado, a necessidade de definição clara das regras do jogo, ou seja, do fortalecimento institucional e,

Page 146: Geografia Do Brasil

por outro, a pertinência da sub-regionalização, porque as regiões têm finalidades próprias e problemas específicos. O Estado pode dialogar melhor com essas necessidades específicas, encontrar as parcerias necessárias e direcionar melhor os recursos para melhor atendê-las.

Finalmente, mas não menos importante, a par do fortalecimento institucional e da regionalização, cabe à Ciência, Tecnologia e Inovação, papel primordial na sustentabilidade dos ecossistemas florestais, por sua importância econômica, social e política.

A floresta só deixará de ser destruída se tiver valor econômico para competir com a madeira, com a pecuária e com a soja. Mesmo com os grandes avanços na sua proteção, a questão de manter a capacidade sustentável da floresta ainda não foi solucionada. Florestas e terras são bens públicos e, por isso, são trunfos que estão sob o poder do Estado, que tem autoridade para dispor deles, segundo o interesse da nação. Propõe-se, assim, uma verdadeira revolução científicotecnológica para a Amazônia Florestal.

O Brasil já efetuou três grandes revoluções tecnológicas: a exploração do petróleo em águas profundas; a transformação de cana-de-açúcar em combustível (álcool) na Mata Atlântica e a correção dos solos do cerrado, que permitiu a expansão da soja. Está na hora de implementar uma revolução cientificotecnológica na Amazônia que estabeleça cadeias tecno-produtivas com base na biodiversidade, desde as comunidades da floresta até os centros da tecnologia avançada. Esse é um desafio fundamental hoje, que será ainda maior com a integração da Amazônia sul-americana.

III. O ESPAÇO NATURAL BRASILEIRO – SEU APROVEITAMENTO ECOÕMICO E O MEIO AMBIENTEA) ASPECTOS MORFOCLIMÁTICOS DO TERRITÓRIO BRASILEIRO, AS

BASES GEOLÓGICAS DO BRASIL, AS FEIÇOES E AS CLASSIFICAÇÕES DO RELEVO BRASILEIRO

Domínios MorfoclimáticosOs domínios morfoclimáticos representam a interação e a integração do clima, relevo e vegetação que resultam na formação de uma paisagem passível de ser individualizada.

 

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 Aziz Ab’Saber foi o geógrafo que classificou os domínios morfoclimáticos brasileiros

Os domínios morfoclimáticos representam a combinação de um conjunto de elementos da natureza – relevo, clima, vegetação – que se inter-relacionam e interagem, formando uma unidade paisagística.

No Brasil, o geógrafo Aziz Ab’Saber foi o responsável por fazer essa classificação. Para ele, o país possui seis grandes domínios morfoclimáticos:

Domínio Equatorial Amazônico: situado na região Norte do Brasil, é formado, em sua maior parte, por terras baixas, predominando o processo de sedimentação, com um clima e floresta equatorial.

Domínio dos Cerrados: localizado na porção central do território brasileiro, há um predomínio de chapadões, com a vegetação predominante do Cerrado.

Domínio dos Mares de Morros: situa-se na zona costeira atlântica brasileira, onde predomina o relevo de mares de morros e alguns chapadões florestados, como também a quase extinta Mata Atlântica.

Domínio das Caatingas: localiza-se no nordeste brasileiro, no conhecido polígono das secas, caracterizado por depressões interplanálticas semiáridas.

Domínio das Araucárias: encontra-se no Sul do país, com predomínio de planaltos e formação de araucárias.

Page 148: Geografia Do Brasil

Domínio das Pradarias: também conhecido como domínio das coxilhas (relevo com suaves ondulações), situa-se no extremo Sul do Brasil, no estado do Rio Grande do Sul, com predominância da formação dos pampas e das pradarias.

Entre os seis domínios morfoclimáticos existem as faixas de transições. Nessas faixas são encontradas características de dois ou mais domínios morfoclimáticos. Algumas conhecidas são o Pantanal, o Agreste e os Cocais.

Geomorfologia - Bases Geológicas Brasileiras

No Brasil, as eras geológicas ocorreram na seguinte escala, da mais recente à mais antiga: Cenozóica, Mesozóica, Paleozóica e Proterozóica.

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A história do planeta divide-se em eras geológicas, períodos, épocas e idades, não sendo proporcional a duração entre elas.

No Brasil, as eras geológicas ocorreram na seguinte escala, da mais recente à mais antiga: Cenozóica, Mesozóica, Paleozóica e Proterozóica.

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Eras Períodos

Tempo decorri

do (1000 anos)

Características no Brasil

Características Gerais

Cenozóica

QuaternárioHoloceno Pleistoceno

11 1.000

 Sedimentação da Amazônia, Pantanal e Litoral. Grandes  abalos tectônicos. Terrenos na Amazônia, rio Parnaíba e  litoral do Nordeste. Grandes migrações de animais.

 Caracterização das formas de relevo atuais. Aparecimento do homem e das atuais formas de vida. Configuração dos atuais oceanos e continentes.  Enrugamentos alpinos e formação das grandes montanhas atuais. Extinçao dos répteis gigantescos e desenvolvimento excepcional dos mamíferos.  Desenvolvimento de plantas semelhantes às que atualmente conhecemos.  Formação das cadeias montanhosas da atualidade (Alpes, Andes, Rochosas,  Himalaia, Atlas e da África Oriental).

TerciárioPlioceno Mioceno

Oligoceno Eoceno

12.000 23.000 35.000 55.000

Mesozóica

SecundárioCretáceo Jurássico Triássico

135.000

180.000

220.000

 Formação de bacias do Paraná-Uruguai, Tocantins- Araguaia e São Francisco. Formação de desertos no  planalto Meridional. Derrame de lava (deserto de  Botucatu).

 Intenso trabalho de erosão e sedimentação. Erupções vulcânicas em muitos  pontos da Terra. Desenvolvimento excepcional dos moluscos e  répteis gigantescos. Primeiros mamíferos e aves. A divisão em dois do  continente de Gondwana (Afro-Brasileiro e Áustralo-Indo-Malgaxe). No 

Page 150: Geografia Do Brasil

hemisfério norte forma-se o continente Atlântico Norte e também o  Sino-Siberiano, a partir do continente Laurásia.

Paleozóica

Primário Superio

rPermiano Carbonífero

270.000

350.000

 Intensa erosão dos terrenos brasileiros Início da  formação das grandes bacias sedimentares brasileiras   com a acumulação de sedimentos entre nossos escudos  e  núcleos. O continente americano fazia parte do   gigantesco continente gondwânico. Grandes abalos  orogênicos em nossos terrenos. Jazidas de carvão  mineral no sul do Brasill.

 Rochas metamórficas e sedimentares. Desenvolvimento notável da vida,  principalmente no mar. Na terra aparecem invertebrados e gigantescas  florestas. A parte sólida do planeta dividia-se em cinco continentes:  Gondwana, Algonquiana, Angara, Terra Escandinava e Terrínia.  Diastrofismos e orogênese (movimentos tectônicos de amplitude mundial  que modificam o modelado da crosta terrestre). Formação dos Apalaches,  Alpes Escandinavos, maciço da Floresta Negra.

Primário Médi

oDevoniano Siluriano

400.000

430.000

Primário Inferio

rOrdoviciano Cambriano

490.000

600.000

Proterozóica (Pré-Cambrian

o)

Algonquiano Arqueano

M ais de 2

bilhões de

anos atrás

 Áreas restritas do Brasil: série Minas, Itacolomi e Lavras (sudeste brasileiro).

 Rochas magmáticas e metamórficas. Movimentos orogênicos e vulcanismo  intenso.

 Início da formação dos núcleos e escudos brasileiros.

 Formação dos escudos e núcleos. Rochas magmáticas e metamórficas.   Existiam apenas os continentes Indo-Afro-Brasileiro e Arqueo-

Page 151: Geografia Do Brasil

Índico.

 

Sendo a crosta terrestre a base da estrutura geológica da Terra, várias rochas passam a compor esta estrutura e distinguem-se conforme a origem:1.Rochas magmáticas (ígneas ou cristalinas): formadas pela solidificação do magma, material encontrado no interior do globo terrestre. Podem ser plutônicas (ou intrusivas, ou abissais), solidificadas no interior da crosta, e vulcânicas (ou extrusivas, ou efusivas), consolidadas na superfície. 2.Rochas sedimentares: formadas pela deposição de detritos de outras rochas, pelo acúmulo de detritos orgânicos, ou pelo acúmulo de precipitados químicos. 3.Rochas metamóficas: formadas em decorrência de transformações sofridas por outras rochas, devido às novas condições de temperatura e pressão. 

 

A disposição destas rochas determina três diferentes tipos de formações: Escudos antigos ou maciços cristalinos:

São blocos imensos de rochas antigas. Estes escudos são constituídos por rochas cristalinas (magmático-plutônicas), formadas em eras pré-cambrianas, ou por rochas metamórficas (material sedimentar) do Paleozóico, são resistentes, estáveis, porém bastante desgastadas. 

Correspondem a 36% da área territorial e dividem-se em duas grandes porções: o Escudo das Guianas (norte da Planície Amazônica) e o Escudo Brasileiro (porção centro oriental brasileira).

 Bacias Sedimentares:

São depressões relativas, preenchidas por detritos ou sedimentos de áreas próximas. Este processo se deu nas eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica, contudo ainda ocorrem nos dias atuais. Associam-se à presença de petróleo, carvão, xisto e gás natural. 

Corresponde a 64% do território, constituindo grandes bacias como a Amazônica, a do Meio-Norte, a do Paraná, a São-franciscana e a do Pantanal Mato-grossense e outras pequenas bacias. 

 Dobramentos Modernos:

São estruturas formadas por rochas magmáticas e sedimentares pouco resistentes; foram afetadas por forças tectônicas durante o Terciário provocando o enrugamento e originando as cadeias montanhosas ou cordilheiras. 

Em regiões como os Andes, as Montanhas Rochosas, os Alpes, o Atlas e o Himalaia, são freqüentes os terremotos e as atividades vulcânicas. 

Apresentam também as maiores elevações da superfície terrestre. Os dobramentos resultam de forças laterais ou horizontais ocorridas em uma estrutura sedimentar que forma as cordilheiras. As falhas resultam de forças, pressões verticais ou inclinadas, provocando o desnivelamento das rochas resistentes.

 

Page 152: Geografia Do Brasil

CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO BRASILEIROO que é RELEVO???.

É bem simples, PESSOAL!!!!  relevo correspondente aos diversos acidentes (saliências e depressões) encontrados sobre a superfície terrestre.

 E suas principais formas (saliências e depressões) são:- as montanhas;- os planaltos;- as planícies e - as depressões.Veja o esquema abaixo:Para cada uma dessas formas acima mencionada foram criados conceitos com a finalidade de os individualizarem uns dos outros, especificando as suas respectivas singularidades em suas espacialidades, sendo utilizado para isso um determinado critério.O PROBLEMA ao estudar esse assunto é que existem mais de um critério no estudo dessas formas, e consequentemente também existe mais de uma maneira de classificá-las. O que levará o estudante desse assunto a ter que saber não só os tipos de classificações do relevo, mas também como cada uma dessas classificações foi elaborada, isto é, quais critérios foram usados na elaboração dessas supostas classificações.  

A partir dessa semana vamos apresenta os trẽs modelos de classificação do relevo brasileiro. Na aula de hoje vamos apresentar a classificação do relevo brasileiro realizda por Aroldo de Azevedo em 1949 que foi a primeira classificação do relevo brasilero.

Esse tipo de classificação foi a primeira a ser relaizada para representar o

Page 153: Geografia Do Brasil

relevo brasileiro.  a) Quanto ao críterio:geomorfológico (modelado=Fisionomia= aparência fisica= perfíl visual + origem das rochas que compõe a superfície do lugar)  As classificações do relevo nesse modelo prende-se basicamente no estudo das formas (modelados= as saliências da superfície terrestre) considerando as cotas altimétricas (observa a altura das superfície = nível altimétrico no momento da classificação), isto é FISIONOMIA, unindo ao tipo de estrutura geológica a qual a região se localiza (Bacia sedimentar ou escudos cristalinos).   b) Quanto a Classificação:  

Usado o critério geo morfológico de Aroldo de Azevedo ele estabeleceu um limite de 200 metros para determinar o que seria planalto em relação ao que seria uma planicie. Considerando as cotas altimétricas, definida por ele, o mesmo estabeleceu (conceituou) que:- planaltos como sendo um terrenos levemente acidentados, com mais de 200 metros de altitude, e- planícies como sendo um superfícies planas, com altitudes inferiores a 200 metros.

Devido esses criterios ficou comuns, por exemplo, denominação como: Planaltos cristalinos (formados por rochas magmáticas ou metamórficas) e planaltos sedimentares (formados por rochas sedimentares). 

Dessa forma e propôs seguinte mapa para descrever o relevo brasileiro:

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Os planaltos que são:- Planalto das Guianas- Planalto Brasileiro,    subdividido em:       - Planalto Atlântico       - Planalto Central       - Planalto Meridional

As planícies que são:Planície AmazônicaPlanície do PantanalPlanície CosteiraPlanície do Pampa ou Gaúcha.Obs.: A classificação de Aroldo de Azevedo, é a mais tradicional. Feita em 1949, está um pouco desatualizada, mesmo assim continua em uso, por três fatores: 1º devido a preocupação com um tratamento coerente às unidades do relevo, dando mais valor a terminologia geomorfológica; 2º devido a identificação de áreas individualizadas; e em3º devido a simplicidade e originalidade.

a) Quanto ao críterio:

 geomorfoclimático: (que explica a formação do relevo pela ação do clima

Page 155: Geografia Do Brasil

sobre as rochas = que perda ou ganha sedimentos a partir da ação do clima - temperatura e pluviosidade - sobre as rochas).  Aziz Ab'Sáber em seu trabalho sobre a classificação do relevo brasileiro levou em consideração em estudo sobre o relevo apenas a atuação conjunta dos agentes inetrnos e externos que atuam sobre a gêneses do modelado da superfície terrestre, ou seja, dos elementos da natureza como: clima, solo, hidrografia, vegetação etc. ) principipalmente da ação do clima nos diferentes tipos de rochas. Juntamente com a influência interna representada pelo tectonismo.Segundo esse estudo o relevo brasileiro tem sua formação antiga e resulta principalmente da ação das forças internas da terra e da sucessão de ciclos climáticos. A alternância de climas quentes e umidos com áridos ou semi-áridos favoreceu o processo de erosão e explicam a formação do atual modelado do relevo brasileiro.Nessa perspectiva, Aziz A'b saber observou a evolução do clima(paleoclimas), para realizar a classificação do relevo brasileiro, isto é, as dramáticas alterações ocorridas ao longo do tempo geológico no território brasileiro. Portanto, a análise do relevo atual envolveu também o estudo dos chamados paleoclimas, ou seja, os fatores climáticos passados, que contribuem para explicar o modelado do presente.Com base no estudo dos processos fisiologicos que envolveram as rochas que compõem as estrutura geoologica de brasileira Aziz A'b classificou o relevo brasileiro em dois tipos de macro unidades geomorfológicas: Planaltos e Planície. Além de aumenta de 8 unidades para 10 unidades de relevo.

b) Quanto a Classificação:   Planalto: corresponderia a superfície aplainada, onde o processo erosivo estaria predominando sobre o sedimentar.

Planície: (ou terras baixas) se caracterizaria pelo inverso, ou seja, o processo sedimentar estaria se sobrepondo ao processo erosivo independentemente das cotas altimétricas.c) Quanto as mudanças ocorridas:Por essa divisão o relevo brasileiro passou a ser dividido em 10 unidades, sendo sete palnaltos, que ocupam cerca de 75% do território nacional e três planícies, que ocupan os 25%  do restante do território. 

Page 156: Geografia Do Brasil

Os planaltos que são: - Planalto das Guianas- Planalto Brasileiro, subdividido em:    - Planalto Central    - Planalto Meridional    - Planalto Nordestino    - Planalto do Maranhão-Piauí    - Planalto Uruguaio Sul-Riograndense    - Planalto do Planaltos do Leste e Sudeste

As planícies que são:Planície e Terras Baixas AmazônicaPlanície e Terras Baixas CosteiraPlanície do Pantanal

c.1) Quanto as mudanças ocorridas no macro unidades de planaltos:

Em relação a classificação de Aroldo de azevedo passaram-se de quatro unidades de relevo para 7 unidades de relevo. - Continuaram os territórios dos planaltos: das guianas e meridional- Houve uma redistribuição das áreas territorial do planalto central, parte dale forão sedidos para a compor as áreas territorial das novas unidades  relevo: Planalto do Maranhão Piauí; Planaltos Leste e Sudeste.

Page 157: Geografia Do Brasil

- Houve uma renomeclaturação e redistribuição do planalto atlântico que foi dividido em duas novas unidades de relevo:  - Planalto Nordestino - Planalto Leste e Sudeste - Planalto Uruguaio-Sul-Rio-Grandense (no Rio Grande do Sul) compreende o território da planície do Pampa, isso é, na classificação de Aroldo essa região está abaixo de 200 m (altimetria) é uma planície, já na classificação de Aziz A'b Saber é uma região que perde sedimentos é outro critério (fisiológico)por isso é um planalto.

c.1) Quanto as mudanças ocorridas no macro unidades de planícies:

Em relação a classificação de Aroldo de azevedo passaram-se de quatro unidades de relevo para 3 unidades de relevo. 

- a planície do pantanal se mantém nas duas classificações.  - a planície costeira na classificação de Aroldo de azevedo passa a ser denominada deplanícies e terras baixas costeiras na classificação de Aziz A'b saber.  - a planície amazônica, na classificação de Aroldo de azevedo passa a ser denominada de planícies e terras baixas amazônicas na classificação de Aziz A'b saber.  

OBS: o termo “planícies" se refere às várzeas dos rios, onde a sedimentação é intensa, e a expressão “terras baixas", aos baixos planaltos ou platôs de estrutura geológica sedimentar. 

- a planície do pampa deixa de existir(sua área nessa classificação passa a ser umplanalto Uruguaio-Sul-Rio-Grandense).

Classificação de JURANDYR  L. S. ROSS  Este último geografo tentou reunir em seu estudo os dois critérios citados acima, ou seja, em sua classificação ele associou informações sobre o processo de erosão e de sedimentação dominantes na na atualidade (critério geomorfoclimáticos) com informações da base geológico-estrutural do terreno e com o nível altimétrico(critério geomorfológico).  

a) Quanto ao critério:As classificações das macrounidades do relevo brasileiro sofreu uma evolução quanto aos critérios e métodos utilizados. A pioneira classificação da década de 40, de Aroldo de Azevedo, utilizava como critério de classificação a altimetria, sob a qual as superfícies acima de 200m seriam os planaltos e, as que estivessem entre o nível do mar até 200m seriam as planícies. A

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classificação de Aziz Ab’Sáber, da década de 50, adota o conceito de processo erosivo para classificar as macrounidades: planaltos são superfícies em que predomina o desgaste erosivo, enquanto planícies são aquelas em que predominam os processos de acumulação dos sedimentos. Quanto ao seu critério Jurandyr Ross associou informações sobre o processo de erosão e de sedimentação dominantes (critério geomorfoclimáticos) com informações da base geológico-estrutural do terreno e com o nível altimétrico(critério geomorfológico).  - Critério morfoestrutural (Estrutura Geológica) Segundo as características morfoestruturais ele classificou em três níveis o relevo:     - considera altimetria da superfície (planalto, planície ou depressão);     - considera a estruturação das macro-unidades: base geológica (ex.: sedimentar, cristalino...); - Critério morfoclimático (Ação do clima)   - considera os processo de intemperisticos(ganho ou perda de sedimentos):- Critério morfoescultural (Agentes externos)   - considera o processo de erosão.b) quanto classificação: A classificação do relevo brasileiro de Jurandyr Ross, elaborada com base em imagens de radar nas décadas de 80 e 90, possibilitou ampliar a complexidade da geomorfologia do Brasil. Ross propôs a criação de uma terceira macro-unidade além dos planaltos e planícies, as depressões; além de ter estendido para quase trinta unidades de relevo.-Planaltos: superfícies acima de 300 metros de altitude que sofrem desgaste erosivo. Contém formas de relevo irregulares como morros, serras e chapadas.-Planícies: é uma superfície plana, com altitude inferior a 100 metros, formada pelo acúmulo de sedimentos de origem marinha, fluvial e lacustre.-Depressões: superfícies entre 100 e 500 metros de altitude sendo mais planas que os planaltos(é uma superfície com suave inclinação) e mais rebaixadas que as áreas de entorno, além de sofrer desgaste erosivo  (formada por prolongados processos de erosão)e apresentar elevações residuais como inselbergs e planaltos residuais.

Page 159: Geografia Do Brasil

c) Quanto as mudanças ocorridas: c.1) Planaltos: São formas de relevo elevadas e aplainadas, com altitudes superiores a 300 metros, marcadas por escapas onde o processo de desgaste é superior ao acúmulo de sedimentos. Podem ser encontradas em qualquer tipo de estrutura geológica. nas bacias sedimentares, os planaltos se caracterizam pela formação de escarpas em áreas de fronteiras com as depressões. Formam também as chapadas, extensas superfícies planas de grande altitudes. Os planaltos são chamados de "formas residuais" (de resíduo, ou seja, do que ficou do relevo atacado pela erosão). Quanto à estrutura geológica, podemos considerar alguns tipos gerais de planaltos:

Page 160: Geografia Do Brasil

Os Planaltos continuaram dominando o território brasileiro, só que passaram a ser subdivididos em:

c.1.1) Planalto em bacias sedimentares – são os planaltos da Amazônia Oriental (Amazônia e Pará), os planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba (Pará, Maranhão e Piauí) e da bacia do Paraná (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul);

c.1.2)Planaltos em intrusões e coberturas residuais de plataforma - são os chamados escudos cristalinos. Temos como exemplo o Planalto Norte-Amazônico (chamado de Planalto das Guianas nas classificações anteriores);

c.1.3)Planaltos dos cinturões orogênicos – originaram-se da ação da erosão sobre os dobramentos sofridos na era pré-cambriana. São as Serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço e as Serras do atlântico Leste-Sudeste;

c.1.4)Planaltos em núcleos cristalinos arqueados – isolados e distantes um dos outros, possuem a mesma forma arredondada. São o Planalto da Borborema e o Planalto Sul-Rio-Grandense; c.2)Planície:  São superfícies relativamente planas, onde o processo de deposição de sedimentos é superior ao desgaste. São formações de relevo geologicamente muito recente. Sua formação ocorre em virtude da sucessiva depressão de material de origem marinha, lacustre ou fluvial em áreas planas.

Page 161: Geografia Do Brasil

Normalmente, estão localizadas próximas do litoral ou dos cursos dos grandes rios e lagos. As Planícies brasileiras podem ser divididas em:  c.2.1) Planícies costeiras: Encontradas no litoral como as Planícies e Tabuleiros Litorâneos, e a Planície da Lagoa dos Patos e Mirim.  c.2.1) Planícies continentais: Situadas no interior do país, como a Planície do Pantanal. Na Amazônica, são consideradas planícies as terras situadas junto aos rios.   

Obs1. As Planícies (exclusivamente em bacias sedimentares), que passaram a ocupar uma porção bem menor do território brasileiro. Surgem as planícies costeiras(na área costeira nordestina aparecem as planícies e os tabuleiros costeiros (baixos planaltos que sofrem erosão e podem ter como limite, junto ao mar, as falésias) e as planícies continentais (planície do Pantanal e as planícies fluviais junto aos rios) . Na classificação de Ross as planícies são em menor número que os planaltos e as depressões. Isto se deve ao fato de que muitas áreas que antes eram consideradas planície, corresponde na verdade as depressões ou planaltos desgastados. A planície Amazônica que na classificação de Aroldo de Azevedo e Aziz Ab’Saber ocupava cerca de 2 milhões de km2, ocupa na classificação atual cerca de 100 mil km2

Obs2. Co relação as áres classificadas como planícies essas são formadas por sedimentos que tem sua origem em material de origem marinha, lacustre ou fluvial em áreas planas como se verifica nas várzeas e “igapós” da Amazônia, no Pantanal Matogrossense ou planície Mato-Grossense , que avança em direção à Bolívia e ao Paraguai, numa área de sedimentação aluvial recente, com oscilação de altitude entre 100 e 150 m. No litoral do Rio Grande do Sul podem se destacar as planícies das lagoas dos Patos e Mirim. Nas planícies costeiras e nas várzeas fluviais em geral. Temos também planícies tabulares na orla litorânea, com suas “falésias” e “barreiras”, formações cristalinas ou sedimentares que constituem paredões junto ao mar.

c.3) Depressões:  São áreas rebaixadas em consequência da erosão que se formaram no limite das bacias sedimentares (planícies) com os maciços antigos (planaltos) devido a processos erosivos, rebaixando o relevo, principalmente na Era Cenozóica. São onze no total e recebem denominações diferentes conforme suas características  e localização, se subdivido em:

c.3.1)Depressão periférica: Nas regiões de contato entre estruturas sedimentares e cristalinas (área deprimida que aparece na zona de contato entre terrenos sedimentares e cristalinos). Tem forma alongada. Exemplificando: 

Page 162: Geografia Do Brasil

- Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná, - Sul-Rio-Grandense – nº22 no mapa de Ross)c.3.2)Depressões Marginais: margeiam as bordas de bacias (terrenos) sedimentares, esculpidas em estruturas cristalinas.Exemplificando:- Depressão sul Amazônica e Norte Amazônica. c.3.3)Depressões Interplanálticas: São áreas mais baixas em relação aos planaltos que as circundam. Exemplificando: - Depressão Sertaneja e do São Francisco.Bibliografia

Marcos de AMORIM, “ Geografia geral e do Brasil”Igor MOREIRA, “O espaço geográfico”WILLIAM V., “Brasil – sociedade e espaço”Jaime OLIVA, “Temas da geografia mundial”Maria Elena SIMIELLI “Geoatlas”

01. (UENP) Veja o mapa com a classificação de relevo de Aziz Ab'Sáber. E leia os enunciados abaixo:I. A classificação do relevo brasileiro, de Aziz Ab Saber, levou em consideração os processos morfoclimáticos responsáveis pela dinâmica atual e pretérita do relevo; o título da sua classificação é Domínios Morfoclimáticos do Brasil.

II. As principais planícies do Brasil, evidenciadas na classificação de Aziz Ab Saber, são a Amazônica, a do Pantanal e a Costeira.

III. A classificação do relevo brasileiro, de Aroldo de Azevedo, em bacias sedimentares e planaltos cristalinos, serviu de referência para a classificação de Ab Saber.

IV. O Planalto das Guianas consiste na principal região de nascente dos rios afluentes da margem direita do rio Amazonas, que vão desaguar na Ilha de Marajó.

Estão corretas:

a) apenas I e IIb) apenas II e IIIc) apenas III e IVd) apenas I e IVe) todas as assertivas

Page 163: Geografia Do Brasil

02. (Puccamp) Considere os mapas da Região Norte apresentados a seguir.

Como pode-se observar, a extensão da planície amazônica é diferente para os dois geógrafos. Essas interpretações estão associadas a critérios diferentes.

São eles:

a) Aroldo de Azevedo - altitude de 0 a 100m; Jurandyr Ross - altitude de 0 a 200m.b) Aroldo de Azevedo - altitude de 0 a 200m; Jurandyr Ross - processo de formação sedimentar.c) Aroldo de Azevedo - estrutura geológica cristalina; Jurandyr Ross - sucessão de processos erosivos.d) Aroldo de Azevedo - estrutura geológica sedimentar; Jurandyr Ross - altitude de 0 a 100m.e) Aroldo de Azevedo - sucessão de processos erosivos; Jurandyr Ross - sedimentação em fossa tectônica.

03- Com base no mapa da questão acima, responda a seguir:

A extensão da planície amazônica varia conforme o autor. Essas interceptações estão associadas a critérios diferentes. São eles:Aroldo de Azevedo Jurandyr Ross.Respectivamente:

a) Altitude de 0m a 100m     Altitude de 0m a 200m

b) Altitude de 0m a 200m

Page 164: Geografia Do Brasil

    Predomínio do processos de erosão

c) Estrutura cristalina   Sucessão de processos de erosão

d) Estrutura sedimentar    Altitude de 0m a 100m

e) Predomínio da erosão    Colisão de placas tectônicas04 . “Superfície muito plana com máximo de 100 m de altitude, é formada pelo acúmulo recente de sedimentos movimentados pela água do mar, rios e lagos, ocupa porção modesta no conjunto do relevo brasileiro.” Esse relevo é chamado de:

a) Depressãob) Planíciec) Planaltod) Tabuleiro05. (Ufpe) Em relação ao relevo do Brasil, podemos afirmar:

( ) as bacias sedimentares correspondem a 64% do território nacional, constituindo grandes bacias, como a Amazônica, a do Meio-Norte, a do Paraná, a São-franciscana e a do Pantanal Mato-grossense;

( ) o relevo brasileiro apresenta modestas altitudes, já que a quase totalidade de nossas terras possui menos de 1.000 metros;

( ) o planalto Nordestino é uma região de baixas altitudes, em que se alternam elevações cristalinas, como as da Borborema e Baturité, com extensas chapadas sedimentares, como as do Araripe, do Apodi, do Ibiapaba e outras;

( ) as planícies e terras baixas costeiras formam uma longa e estreita faixa litorânea, que vai desde o Maranhão até o sul do país;

( ) o planalto Meridional, situado nas terras banhadas pelos rios Paraná e Uruguai, é dominado por terrenos sedimentares recobertos parcialmente por derrames basálticos. 06 (Uece) O mapa apresenta um esboço do relevo brasileiro, de acordo com o Prof. Aziz Nacib Ab'Saber. 

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O RELEVO DO BRASIL

Segundo o Prof. Aziz Nacib Ab'Saber

1 - Planalto das Guianas2 - Planícies e Terras Baixas Amazônicas3 - Planalto do Maranhão-Piauí4 - Planalto Nordestino5 - Planalto Central6 - Serras e Planaltos do Leste e Sudeste7 - Planalto Meridional8 - Planície do Pantanal9 - Planalto Uruguaio-Riograndense10 - Planícies e Terras Baixas Costeiras

Com base na análise da figura, tem-se como alternativa verdadeira:  

a) todos os compartimentos de relevos são de origem sedimentarb) as planícies e terras baixas amazônicas correspondem, geologicamente, à área da bacia sedimentar amazônicac) o planalto meridional apresenta, exclusivamente, rochas do embasamento cristalinod) o planalto nordestino não tem superfícies rebaixadas e pediplanadas.07 (UDESC 2008)

Para classificar o relevo, deve-se considerar a atuação conjunta de todos fatores analisados – a influência interna, representada pelo tectonismo, e a atuação do clima, nos diferentes tipos de rocha.

Sobre o relevo brasileiro, é correto afirmar:

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a) Pelos novos estudos que classificam o relevo brasileiro, é fácil perceber que as planícies dominam o território nacional; por isso há tantas áreas disponíveis para a agricultura.b) As chapadas são formas de relevo moldadas em rochas metamórficas, do que resulta a feição tabular, com a superfície mais ou menos plana e encostas abruptas. São muito encontradas na região Sul e Sudeste do Brasil.c) As chapadas são formas de relevo moldadas em rochas metamórficas, do que resulta a feição tabular, com a superfície mais ou menos plana e encostas abruptas. São muito encontradas na região Sul e Sudeste do Brasil.d) Não ocorrem no país dobramentos modernos. Essa característica contribui para que o relevo seja bastante desgastado e rebaixado pelo intemperismo e pela erosão, fato evidenciado pelas modestas altitudes encontradas no país.e) As planícies brasileiras terminam, na sua grande maioria, em frentes de cuestas – nome que se dá às áreas planas das praias.

Segundo o geógrafo Jurandyr Ross, não existem áreas de depressão no Brasil, pois nenhuma forma de relevo é mais baixa que a linha do oceano.

08: (UDESC 2008)

Segundo Aziz Nacib Ab Saber, geógrafo, o relevo predominante no Brasil é:

a) Depressão Central.b) Planícies e Terras Baixas.c) Planalto Brasileiro.d) Planície Costeira.e) Planalto . 09. (Ufv) O Planalto Meridional Brasileiro apresenta a seguinte característica:

a) é formado por terrenos geologicamente novos, daí a inexistência de jazidas minerais.b) a calha dos rios Iguaçu, Paranapanema, Canoas e Uruguai tem sentido Oeste-Leste devido aos dobramentos recentes.c) o solo fértil conhecido como terra roxa é resultado da decomposição das rochas basálticas.d) a cobertura vegetal predominante no planalto é arbustiva, tipo cerrado, encontrada hoje em pequenas manchas devido ao intenso desmatamento.e) os campos, predominantes na Argentina e Uruguai, se estendem até o rio Paranapanema, no Estado do Paraná. 10. O relevo é o resultado de longos anos de trabalho da natureza. Os agentes modeladores foram esculpindo nosso relevo e dando feições marcantes à

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paisagem brasileira. Três renomados autores organizaram classificações para o relevo: Aroldo de Azevedo, Aziz Ab'Saber e Jurandyr Ross.

Considerando essas classificações, é correto afirmar que:

a) as classificações para o relevo brasileiro de Azevedo, Ab'Saber e Ross consideram apenas cotas altimétricas.b) as três classificações consideram cotas altimétricas, definindo as cadeias montanhosas modernas nas regiões Norte, Sul e Sudeste.c) as três classificações para o relevo brasileiro consideram apenas a dinâmica de erosão/ sedimentação, definindo o sudeste e nordeste do Rio Grande do Sul como regiões de cadeia montanhosa moderna.d) a planície do Pantanal ou Pantanal Mato-Grossense aparece nas três classificações sobre o relevo brasileiro.e) as classificações consideram apenas o Sudeste brasileiro como região de cadeia montanhosa moderna.   11. (Fatec 2007) São as únicas unidades do relevo brasileiro cujo arcabouço consiste em bacias de sedimentação recente, formadas por deposições do período Quaternário. As superfícies apresentam-se notavelmente aplainadas e ainda em processo de consolidação.

(Demétrio Magnoli e Regina Araújo. "Geografia - a construção do mundo".)

No Brasil, o relevo descrito está presente nas feições

a) do Pantanal Mato-grossense.b) da Chapada Diamantina.c) do Planalto da Borborema.d) da Serra do Mar.e) da Depressão Sertaneja. 12. (Ufrs 2006) A classificação do relevo brasileiro feita por Jurandyr L. S. Ross (1995) constitui um grande avanço no estudo geomorfológico do Brasil, por contribuir para o planejamento territorial.

Com base nessa classificação, associe adequadamente as características apresentadas no bloco inferior, a seguir, às respectivas unidades do relevo brasileiro listadas no bloco superior.

1 - Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná2 - Planaltos e Serras do Atlântico Leste e Sudeste3 - Planalto da Borborema4 - Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense5 - Planícies e Tabuleiros Litorâneos

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( ) Esta unidade, drenada pelo rio Jacuí, para leste, e pelo rio Ibicuí, para oeste, apresenta altitude média em torno de 200 m.

( ) O contato desta unidade com as depressões circundantes é feito através de escarpas que, do Rio Grande do Sul a São Paulo, são sustentadas predominantemente por rochas vulcânicas.

( ) Esta unidade é constituída por morros com formas de topos convexos, tem elevada densidade de drenagem e vales profundos - área definida por Aziz Ab'Saber como "domínio dos mares de morros".

A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

a) 3 - 5 - 2.b) 4 - 1 - 2.c) 4 - 2 - 1.d) 5 - 1 - 3.e) 5 - 1 - 4.

Fim!!! Poderá também gostar de:

B) ASPECTOS BIOGEOGRÁFICOS DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

Aspectos Geográficos do Brasil

Reservas minerais

Petróleo

A plataforma continental brasileira é rica em jazidas de petróleo. Dela são extraídas 60% da produção nacional. As reservas de petróleo do país somam 2.816 milhões de barris2.

O petróleo começou a ser explorado no Brasil em 1953. Atualmente, a produção é quase toda consumida internamente, exportando-se apenas uma pequena porção já refinada. Apesar do surgimento de novos poços e do contínuo aumento da produção, o petróleo explorado no Brasil não é suficiente para atender às necessidades do país.

Existem 5.511 poços de petróleo em produção no país, sendo 4.872 terrestres e 639 marítimos. A maior parte da produção vem da Bacia de Campos,

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no estado do Rio de Janeiro, descoberta em 1974. Utilizando tecnologia nacional de exploração em águas profundas, a produção da Bacia de Campos alcança 52.600 m3 (330 mil) barris por dia.

Na região do Recôncavo Baiano, estado da Bahia, o petróleo vem sendo explorado há mais tempo, tendo já sido produzidos naquela área mais de um bilhão de barris do produto. O campo de Água Grande é o que mais produziu até hoje no país, com um total de 42,9 milhões de m3 (274 milhões de barris) de petróleo extraídos do solo.

Minerais metálicos

Entre os principais minerais encontrados no Brasil estão a bauxita, o alumínio, o cobre, a cassiterita, o ferro, o manganês, o ouro e a prata. Na região Norte do país são encontrados ferro, ouro, diamantes, cassiterita, estanho e manganês. Também existem ferro e manganês em grande quantidade no estado de Minas Gerais.

Relevo

As chuvas tropicais são as principais responsáveis pelas alterações de relevo no território brasileiro. Uma vez que o Brasil não apresenta falhas geológicas na crosta terrestre de seu território, os tremores de terra que ocasionalmente ocorrem no país são resultado de abalos sísmicos em pontos distantes.

Os planaltos são predominantes no relevo brasileiro. As regiões entre 201 e 1.200 m acima do nível do mar correspondem a 4.976.145 km2, ou 58,46% do território. Existem dois planaltos predominantes no Brasil: o Planalto das Guianas e o Planalto Brasileiro. As regiões acima de 1.200 m de altura representam apenas 0,54% da superfície do país, ou 42.267 km2. As planícies Amazônica, do Pantanal, do Pampa e Costeira ocupam os restantes 41% do território. Predominam no Brasil as altitudes modestas, sendo que 93% do território está a menos de 900 m de altitude.

Planalto das Guianas - Ocupa o norte do país e nele se encontram os dois pontos mais elevados do território brasileiro, localizados na serra Imeri: os picos da Neblina (3.014 m) e 31 de março (2.992 m).

Planalto Brasileiro - Devido à sua extensão e diversidade de características, o Planalto Brasileiro é subdividido em três partes: o planalto Atlântico, que ocupa o litoral de nordeste a sul, com chapadas e serras; o planalto Central, que ocupa a região Centro-Oeste e é formado por planaltos sedimentares e planaltos cristalinos bastante antigos e desgastados; e o planalto Meridional, que predomina nas regiões Sudeste e Sul e extremidade sul do Centro-Oeste,

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formado por terrenos sedimentares recobertos parcialmente por derrames de lavas basálticas, que proporcionaram a formação do solo fértil da chamada terra roxa.

Planície Amazônica - Estende-se pela bacia sedimentar situada entre os planaltos das Guianas ao norte e o Brasileiro ao sul, a cordilheira dos Andes a oeste e o oceano Atlântico a nordeste. Divide-se em três partes: várzeas, que são as áreas localizadas ao longo dos rios, permanecendo inundadas por grande parte do ano; tesos, regiões mais altas, inundáveis apenas na época das cheias; e firmes, terrenos mais antigos e elevados, que se encontram fora do alcance das cheias.

Planície do Pantanal - Ocupa a depressão onde corre o rio Paraguai e seus afluentes, na região próxima à fronteira do Brasil com o Paraguai. Nela ocorrem grandes enchentes na época das chuvas, transformando a região num grande lago.

Planície do Pampa - Também denominada Gaúcha, ocupa a região sul do estado do Rio Grande do Sul e apresenta terrenos ondulados, conhecidos como coxilhas.

Planície Costeira - Estende-se pelo litoral, desde o estado do Maranhão na região Nordeste, até o estado do Rio Grande do Sul, numa faixa de largura irregular. Em alguns trechos da região Sudeste os planaltos chegam até a costa, formando um relevo original, as chamadas falésias ou costões.

Clima

Uma vez que a maior parte do país encontra-se em zona intertropical, com predomínio de baixas altitudes, verificam-se no Brasil, variedades climáticas quentes, com médias superiores a 20º. São seis os tipos de variação climática encontrados em toda a extensão do território brasileiro: equatorial, tropical, tropical de altitude, tropical atlântico, semi-árido e subtropical. Cada tipo de clima corresponde a uma paisagem vegetal característica, com suas espécies típicas.

Clima Equatorial - Caracteriza-se por temperaturas médias entre 24º e 26ºC e chuvas abundantes (mais de 2.500 mm/ano). É o tipo de clima encontrado em toda a região da Amazônia Legal, com cerca de 5 milhões de km2. A vegetação típica dessa região é a floresta equatorial.

Clima Tropical - Apresenta inverno quente e seco e verão quente e chuvoso. É o clima encontrado em extensas áreas do planalto Central e nas regiões Nordeste e Sudeste. As temperaturas médias são superiores a 20ºC, com amplitude térmica anual de até 7º e precipitações de 1.000 a 1.500 mm/ano. A

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vegetação típica da região onde se encontra esse tipo de clima é o cerrado, com gramíneas e arbustos retorcidos, de casca grossa, folhas cobertas por pelos e raízes profundas. Embora tenha água em abundância no subsolo, o solo do cerrado é ácido e pouco fértil, com alto teor de alumínio. Com duas estações bem definidas - uma seca e outra chuvosa - na estação seca parte das árvores perde as folhas para buscar água no subsolo.

Na região de clima tropical podem ainda ser encontradas matas de galerias (ciliares) nos vales ao longo dos cursos dos rios.

Também é dominada por clima tropical a região conhecida como Complexo do Pantanal que, em conseqüência da alternância entre a época das cheias e de seca, possui vegetação diversificada, composta por espécies típicas de florestas, cerrado, campos e caatinga.

Clima Tropical de Altitude - Caracteriza-se por temperaturas médias anuais entre 18º e 22º, com amplitudes térmicas anuais de 7º a 9º e precipitações entre 1.000 e 1.500 mm/ano. O verão apresenta chuvas mais intensas, enquanto no inverno as massas frias podem ocasionar geadas. É o clima encontrado nas partes altas do planalto Atlântico do sudeste, estendendo-se para a região Sul, até o norte do estado do Paraná e sul do estado de Mato Grosso do Sul. A vegetação original dessas regiões é a mata tropical, densa, fechada e variada, porém não tão rica quanto a vegetação encontrada na floresta Amazônica.

Clima Tropical Atlântico - É encontrado em toda a faixa litorânea, desde o estado do Rio Grande do Norte ao sul do estado do Rio Grande do Sul. Caracteriza-se por temperaturas médias entre 18º e 26º, com amplitudes térmicas crescentes à medida que se caminha em direção ao sul. As chuvas são abundantes, superando 1.200 mm/ano, mas têm distribuição desigual. No litoral do Nordeste concentram-se no outono e inverno, enquanto em direção ao sul são mais constantes no verão. A vegetação típica dessa faixa de território é a mata atlântica tropical, bastante devastada desde o período colonial.

Clima Semi-árido - Predomina na região do sertão nordestino e no vale do rio São Francisco, também localizado na região Nordeste. É caracterizado por temperaturas médias elevadas, de cerca de 27ºC, com variações anuais em torno de 5º. As precipitações são baixas e irregulares, chegando a apenas 800 mm/ano. A vegetação característica dessa região é a caatinga, formada por bosques de arbustos espinhosos e cactos. Na zona de transição entre a floresta amazônica e a caatinga encontra-se um tipo de vegetação chamada mata dos cocais, formada por vários tipos de palmeiras como o babaçu. a carnaúba e o buriti das quais são extraídas matérias-primas para a produção de óleos, construção de casas e fabricação de ceras e tecidos.

Page 172: Geografia Do Brasil

Clima Subtropical - É o clima predominante na Zona Temperada ao sul do Trópico de Capricórnio, caracterizando-se por temperaturas médias abaixo de 20º e variações anuais entre 9º e 13º. Nas áreas de maior altitude o verão é suave e o inverno rigoroso, com nevascas ocasionais. As precipitações são abundantes, chegando a 1.500 e 2.000 mm/ano. O tipo de vegetação encontrado nas regiões de clima subtropical varia de acordo com a altitude. Nas regiões mais elevadas encontram-se as araucárias ou pinhais. Nas planícies predominam as gramíneas.

Vegetação

A vegetação que forma a floresta amazônica divide-se em três tipos: as matas de terra firme; as matas de igapó; e as matas de várzea. Nas matas de terra firme encontram-se as árvores mais altas, como a castanheira-do-pará e o o caucho (de onde se extrai o látex), que podem alcançar 60 a 65 metros de altura. Em certos locais as copas dessas árvores se juntam e barram a passagem da luz, tornando o interior da floresta escuro, mal ventilado e úmido. As matas de igapó são encontradas nos terrenos mais baixos, próximos aos rios e permanentemente alagados. Nessas regiões as árvores podem alcançar 20 metros de altura mas, em sua maioria, têm 2 a 3 metros. Sua ramificação é baixa e densa, de difícil penetração. A vitória-régia é o exemplo mais famoso deste tipo de vegetação de várzea da floresta Amazônica. As matas de várzea são encontradas em meio às matas de terra firme e de igapó. Sua composição varia de acordo com a maior ou menor proximidade dos rios, mas é comum encontrar-se na região das matas de várzea, árvores de grande porte como a seringueira, palmeiras e o jatobá.

Mangues

São comuns nas áreas litorâneas, mais sujeitas às marés e à água salobra, especialmente nas desembocaduras dos rios que deságuam no oceano Atlântico. Suas espécies típicas são os vegetais com raízes aéreas, que possuem alto teor de sais. Os solos onde se desenvolve esse tipo de plantas são alagados, movediços e pouco arejados.

Bacias Hidrográficas

A região coberta por água doce no interior do Brasil ocupa 55.457 km2 , o que equivale a 1,66% da superfície do planeta. O clima úmido do país propicia uma rede hidrográfica numerosa e formada por rios de grande volume de água, todos desaguando no mar. Com exceção das nascentes do rio Amazonas, que recebem águas provenientes do derretimento das neves e de geleiras, a origem das águas dos rios brasileiros encontra-se nas chuvas. A maioria dos rios é perene, ou seja, não se extingue na estação de seca. Apenas no sertão nordestino, região semi-árida, existem rios temporários.

Page 173: Geografia Do Brasil

As bacias dos rios brasileiros se formam a partir de três grandes divisores: o planalto Brasileiro, o planalto das Guianas e a cordilheira dos Andes. De acordo com a forma de relevo que atravessam, as bacias hidrográficas podem ser divididas em dois tipos: as planálticas, que permitem aproveitamento hidrelétrico, e as de planície, de correnteza fraca, utilizadas para navegação. São quatro as principais bacias hidrográficas brasileiras: Amazônica, Prata ou Platina; São Francisco e Tocantins.

Bacia Amazônica - É a de maior superfície de água do mundo (3.889.489,6 km2). O rio Amazonas, com 6.515 km de extensão, tem mais de sete mil afluentes, sendo o segundo do planeta em comprimento e o primeiro em vazão de água (100 mil m3 por segundo). Nasce no planalto de La Raya, no Peru, com o nome de Vilcanota, e ao longo de seu percurso recebe ainda os nomes de Ucaiali, Urubanda e Marañon. Já em território brasileiro recebe primeiramente o nome de Solimões, para, a partir da confluência com o rio Negro, próximo à cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, vir a ser chamado de rio Amazonas. Embora seja uma bacia de planície, com 23 mil km navegáveis, a bacia Amazônica possui também grande potencial hidrelétrico.

Bacia do Prata - Espalha-se por uma área de 1.393.115,6 km2 e é formada pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, que nascem no Brasil e vão posteriormente formar o rio da Prata na divisa da Argentina com o Uruguai. O rio Paraná tem o maior potencial hidrelétrico do país, o que propiciou a construção da usina de Itaipu na fronteira com o Paraguai. O rio Uruguai também possui potencial hidrelétrico em seu curso. Já o rio Paraguai, que atravessa a planície do Pantanal, é muito utilizado para navegação.

Bacia do São Francisco - Ocupa área de 645.876,6 km2 e seu principal rio, o São Francisco, é a única fonte de água da região semi-árida do Nordeste brasileiro. Com potencial hidrelétrico razoável, possui importante usina no estado da Bahia, chamada Paulo Afonso. Apesar de ser um rio de Planalto, tem 2 mil km navegáveis entre as cidades de Pirapora no estado de Minas Gerais e Juazeiro no estado da Bahia.

Bacia do Tocantins - É a maior bacia em território brasileiro, com 808.150,1 km2. Seu principal rio é o Tocantins, que nasce no estado de Goiás e deságua na foz do rio Amazonas, no estado do Pará. Aproveitando seu potencial hidrelétrico, nele se encontra a usina de Tucuruí, localizada no estado do Pará.

Ilhas

Existem cinco grupos de ilhas distantes da costa em território brasileiro, que apresentam paisagem deslumbrante e fauna muito rica: Penedos de São Pedro e São Paulo, Atol das Rocas, Fernando de Noronha, Abrolhos, Trindade e Martim Vaz.

Page 174: Geografia Do Brasil

Penedos de São Pedro e São Paulo - Localizadas a cerca de 900 km a nordeste do estado do Rio Grande do Norte, constituem rochedos em forma de meia-lua, cobertos de guano (fezes de aves marinhas) e cercados de perigosos recifes.

Atol das Rocas - É uma pequena ilha formada por corais, de difícil acesso devido à grande quantidade de recifes, situada a 240 km a nordeste do estado do Rio Grande do Norte. Nesta ilha foi criada, em 1979, a primeira reserva biológica do país.

Fernando de Noronha - Arquipélago de 18,4 km2 , formado por 19 ilhas encontra-se localizado a 345 km a leste do estado do Rio Grande do Norte. Em 1988, foi transformado em Parque Nacional Marinho e anexado ao estado de Pernambuco.

Abrolhos - Encontra-se a 80 km da costa sul do estado da Bahia, em área onde se verifica intenso movimento de navegação marítima. O arquipélago é formado por cinco ilhotas de coral e possui um farol construído em 1861, além de uma população de cerca de 15 pessoas.

Trindade e Martim Vaz - Localizadas a 1.100 km da costa na altura da cidade de Vitória, capital do estado do Espírito Santo, na região Sudeste, essas ilhas pertencem ao Brasil desde 1897 e, por estarem situadas na área anticiclone do Atlântico Sul, são utilizadas como base da marinha brasileira e estação metereológica.

A riqueza e a diversidade dos recursos naturais brasileiros e de seus acidentes geográficos têm sido objeto de estudo e observação por parte de cientistas, acadêmicos, órgãos governamentais ligados ao meio ambiente, tanto no Brasil como no exterior, ou simplesmente pessoas interessadas em conhecer melhor a natureza e desfrutar do que ela tem a oferecer. Existe grande empenho do governo brasileiro no sentido de preservar e divulgar esse potencial de riqueza natural e diversidade ecológica encontrada em seu território, que propicia diferentes opções tanto para interesses ligados ao investimento econômico, como para o desfrute do ponto de vista turístico e ecológico

C) A DINÂMICA CLIMÁTICA NO BRASIL

A zona de convergência intertropical corresponde ao espaço entre os trópicos de

Câncer e de Capricórnio. Representa a área mais quente do globo terrestre, devido

a convecção (transmissão de calor) das massas de ar. Abrange parte da américa

do sul e, portanto, do Brasil. 

Está em constante mudança de localização, acompanhando a movimentação

aparente do sol. Nos países cituados na ZCIT (zona de convergência intertropical)

Page 175: Geografia Do Brasil

a amplitude térmica anual é menor que a diária. Fator esse que não ocorre nas

zonas Temperadas e Glaciais.

OBS: Amplitude térmica anual é a diferença entre a temperatura mais quente do

ano e a menor temperatura do ano. O mesmo com a amplitude térmica diária,

porém levando-se em consideração as temperaturas do dia.

O território brasileiro caracteriza-se por temperaturas altas, exceto no sul e serras

do sudeste, que apresentam temperaturas mesotérmicas ( baixas); clima tropical e

amplitude térmica anual inferior a diária.

O Brasil caracteriza-se por regiões chuvosas, relativamente chuvosas, e de

escassez de água. O fator determinante dos regimes de chuva é a circulação

atmosférica. A célula de Hadley é o circuito de massas de ar presente no Brasil. É

composta pelos ventos alísios e contra-alísios, sendo que o primeiro converge, de

maneira ascendente, para o equador e o segundo, de maneira descendente, para

a região subtropical.

O movimento convectivo (transmissão de calor) dos ventos alísios é representado

pela MEC (massa equatorial continental). Essa massa parada e úmida (decorrente

da evaporação) causa as chuvas torrenciais (dura pouco tempo, porém são fortes)

de verão. 

A mec atua, principalmente, no norte e centro-oeste do Brasil. No amazonas a

convecção dessa massa causa chuva todos os dias. Ela possui ampla atuação no

verão brasileiro, exceto no sul, e é restrita ao norte no inverno. 

Os ventos contra-alísios, por sua vez, são representados pela mta (massa tropical

atlântica), um vento seco que possui atuação restrita ao sul no verão e grande

atuação no inverno, principalmente, no sul e sudeste. Além da mta, no inverno, se

tem a mpa (massa polar atlântica), que não faz parte da célula de Hadley. 

Tanto a mta quanto a mpa não causam chuvas, exceto quando são forçadas

(chuvas orográficas), pois não possuem umidade. A chuva é causada pela massa

que sobe carregada de umidade e condensa (do vapor para o líquido).

As chuvas orográficas ocorrem quando a mta, ao percorrer o oceano, rumo a

região subtropical acaba ganhando umidade e ao se deparar com as chapadas

(espécie de planalto com escarpas, ou seja, declive acentuado) são obrigadas a

subir, condensando e gerando, assim, precipitações.

Constantemente ouvimos falar na previsão do tempo sobre frente fria. Essa é uma

das atuações da mpa no Brasil. Essa massa entra na américa do sul e faz com que

o ar quente, embaixo, vá para cima e ela, a mpa, passa a ficar embaixo, gerando a

frente fria. Em locais onde a temperatura é muito quente esse fenômeno é

chamado de friagem.

Page 176: Geografia Do Brasil

O clima de um determinado local pode ser denominado levando-se em conta as

características pluviométricas da região. Os climas úmidos são aqueles onde se

tem um elevado nível de precipitação, os subúmidos possui um relativamente alto

nível de precipitação e o semi-árido apresenta escassez de água.

Dois fatores que influenciam bastante no clima são a latitude e altitude. O primeiro

por fazer referência á quantidade de energia solar que entra num determinado

local, o segundo por se ter em lugares mais altos temperaturas menores que em

lugares mais baixos. 

O clima também exerce influências, principalmente no que diz respeito ao relevo e

solo. Se for um lugar quente, com muita chuva, como no clima úmido, pode ocorrer

lixiviação, ou seja, a chuva transporta os elementos das rochas em decomposição,

gerando solos ácidos, com pouca fertilidade. Um lugar com secas como nos climas

árido e semi-árido há ocorrência de salinização, um processo no qual os sais

afloram à superfície, tornando o solo infértil.

CLIMAS:

Clima equatorial: Característico do norte do Brasil, apresenta temperaturas

elevadas o ano todo, não chegando a temperaturas exageradas. Possui profunda

atuação da mec, alta umidade relativa do ar e, por isso, chove muito. Praticamente

não há diferenciação entre inverno e verão, não há seca. A amplitude térmica

anual é menor que a diária.

Clima tropical: Temperaturas elevadas, chuvas torrenciais no verão, sob a

atuação da mec, seca no inverno, sob atuação da mta. Amplitude térmica anual

menor que a diária. No inverno a seca e a baixa umidade relativa do ar gera

queimadas. Clima característico de parte do sudeste e centro-oeste brasileiro.

Clima semi-árido: Marcante no nordeste (não correspondendo à área litorânea do

nordeste), possui prolongadas estiagens devido a fraca atuação da mec, muito

quente, apresente chuvas torrenciais de verão, podendo ser tão forte a ponto de

causar inundação.

Clima tropical atlântico: Característico do litoral nordestino, não apresenta seca,

alto nível de precipitação, calor. No inverno a atuação da mpa causa instabilidade

e precipitação.

Tropical de altitude: São Paulo e regiões altas apresentam esse clima,

caracterizado por temperaturas baixas, chuvas torrenciais de verão, pouca chuva

no inverno. Não há seca. As chuvas torrenciais podem gerar deslize de terras.

Subtropical: Presente no sul, com temperaturas bem baixas, chuvas causadas

por instabilidade da mpa. Influência restrita da mec no verão e ampla atuação da

mpa no inverno. Chove bastante.

Page 177: Geografia Do Brasil

A) OS RECURSOS MINIERAIS O Brasil é muito rico em recursos minerais. Os países com maior potencial mineral

são, além do Brasil: Canadá,Austrália, Federação Russa, China e Estados Unidos. Além de uma grande diversidade de minerais explorados no país (mais de 55

minerais diferentes, atualmente), o Brasil possui algumas das maiores reservas de minerais do mundo. Aproximadamente 8% das reservas de ferro  do mundoestão no Brasil, sendo esse o principal minério extraído no país. Outro mineral, o nóbio, tem suas maiores reservas ocidentais no Brasil. Os principais minérios encontrados no Brasil são: ferro, bauxita, cobre, cromo, ouro, estanho,níquel, manganês, zinco, potássio, entre outros.

As reservas minerais brasileiras que estão entre as maiores do mundo são: - Quadrilátero Ferrífero (Minas Gerais) – dessa jazida saem cerca de 60% do ferro

e 40% do ouro extraídos no Brasil, além do manganês.- Província Mineral de Carajás (Pará) – são encontrados, além de ferro, ouro, prata, níquel, cromo, manganês, cobre, bauxita, zinco, estanho e tungstênio.

Segundo a Constituição brasileira: Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de

energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.

As concessões ou autorizações para explorações realizadas com capital estrangeiro eram restritas pela Constituição até 1995, quando, por meio de uma Emenda Constitucional, tais restrições foram removidas. Desde então, com a entrada dos investimentos das multinacionais, o crescimento do setor tem sido ampliado.

As 119 minas de grande porte (2006) podem ser classificadas de acordo com as classes minerais. Os minerais podem ser: metálicos (tratados nesse texto), não-metálicos (amianto, argilas, areia, cálcio, rochas britadas, entre outras), gemas e diamantes, e energéticos. Entre minas de grande, médio e pequeno portes existem, no Brasil, 2.647 minas legalizadas (considerando todas as classes minerais).

Na Constituição, são estabelecidas as regras para a concessão de áreas para extração mineral. Dentre as principais está a obrigatoriedade das concessionárias em recompor as áreas atingidas pela mineração, independente do tipo de minério. Os prejuízos ambientais causados pela exploração de minérios são, portanto, menores quanto maior for a responsabilidade da empresa concessionária, e quanto maior for a fiscalização realizada pelos órgãos competentes. Porém, o que geralmente ocorre é o não cumprimento da legislação, promovida pela falta de fiscalização.

A) AS FONTES DE ENERGIA E ASPOLÍTICAS ENERGÉTICAS

Recebe o nome de política energética brasileira  as diretrizes estabelecidas pelo governo federal para administrar e explorar da melhor forma possível os recursos do território nacional, de modo a alimentar a indústria, o comércio e a população em geral.A energia é uma questão estratégica não só para o Brasil, mas para todas as outras nações, que deve ser tratada com cautela. O Brasil possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, sendo que mais de 45% de toda a energia utilizada no país é gerada a partir de fontes renováveis. O mundo utiliza 81% de combustíveis fósseis, e apenas 13% de fontes renováveis. Em contrapartida, o Brasil utiliza 53% de combustíveis fósseis em relação aos 81% da média mundial e 45% de fontes renováveis em comparação aos 13%.

As agências governamentais responsáveis pelas questões energéticas no país são:

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Ministério de Minas e Energia, ligado diretamente ao Poder Executivo, responsável pela criação de normas, acompanhamento e avaliação de programas federais, além da implantação de políticas específicas para o setor energético;

Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), dotado da atribuição de propor ao presidente da república políticas nacionais e medidas para o setor;

Secretarias de planejamento e desenvolvimento energético; de energia elétrica; de petróleo, gás natural e combustíveis renováveis; a empresa de pesquisa energética (EPE), que tem como finalidade a prestação de serviços na área de estudos e pesquisas que irão subsidiar o planejamento do setor energético.

O Ministério de Minas e Energia tem ainda como autarquias vinculadas, as agências nacionais de Energia Elétrica (Aneel) e do Petróleo (ANP), além do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Outros órgãos governamentais estão incumbidos de cuidar de assuntos relacionados à energia brasileira e de sugerir alterações no modo como são explorados e utilizados a mesma, buscando o “melhor” para o futuro do país. A grande questão está na eficiência e o foco dessas ações.

Atualmente, prosseguir a reestruturação do setor da energia será uma das questões fundamentais para garantia de investimentos no setor de energia, acumulando o suficiente para atender a sempre crescente necessidade de combustíveis e da eletricidade. Além disso, é importante que as ações do governo nessa área sejam realizadas a partir de uma perspectiva que favoreça um futuro sustentável, em outras palavras, garantindo a disponibilidade de recursos às gerações futuras.

A ausência de uma política energética mais eficaz por parte do governo pode comprometer todo o desenvolvimento do país, além de retardar a expansão da oferta, “sujando” a matriz, pois a falta de planejamento pode abrir espaço para térmicas fósseis com elevados índices de emissões de gases de efeito estufa.

B) A BIOSFERA E OS ECOSSISTEMAS NO BRASIL Biosfera e Ecossistemas     Biosfera, em sua definição mais simples, é o conjunto de regiões da

Terra onde existe vida. O termo "biosfera" foi introduzido em 1875 pelo

geólogo austríaco Eduard Suess (1831-1914), durante uma discussão sobre

os vários envoltórios da Terra. Em 1926 e 1929, o mineralogista russo

Vladimir Vernandsky (1863-1945) consagrou definitivamente o termo,

utilizando-o em duas conferências de sucesso. Embora a palavra "biosfera"

leve a pensar em uma camada contínua de regiões propícias à vida em torno

da Terra, isso não é exatamente verdade. A espessura da biosfera é um

tanto irregular, devido ao fato de haver locais onde a vida é escassa ou

mesmo inexistente. Por exemplo, em mares, lagos, florestas, pântanos e

campos ,a vida é abundante e variada. Há, porém, áreas tão secas ou tão frias que dificultam, ou até impedem, o desenvolvimento da maioria dos seres vivos. É o caso das regiões quentes e desertas localizadas na faixa equatorial e das regiões geladas situadas junto aos pólos, onde poucas espécies conseguem viver. A maioria dos seres terrestres vivem em regiões situadas até 5 mil metros acima do nível do mar. Entretanto, no Monte Everest, foi encontrada uma aranha vivendo a quase 7 mil metros de altitude, e já se observou aves migradoras voando a 8,8 mil metros de

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altitude. No mar, a maioria dos seres vivos habita a faixa que vai da superfície até 150 metros de profundidade, embora algumas espécies de animais e de bactérias vivam a mais de 9 mil metros de profundidade. De acordo com essas considerações, a biosfera teria espessura máxima de aproximadamente 17 ou 18 Km, formando uma película finíssima quando comparada aos 13.000 Km de diâmetro da Terra. Se o planeta fosse comparado a uma laranja, a biosfera não passaria de um fino papel de seda sobre sua superfície.

COMPONENTES DOS ECOSSISTEMAS Componentes bióticos Seres autótrofos e heterótrofos   

Os seres vivos de um ecossistema podem ser divididos em autótrofos e heterótrofos. A maioria dos seres autótrofos (algas, plantas e certas bactérias) faz fotossíntese, captando energia luminosa do Sol e utilizando-a na fabricação de matéria orgânica. Existem, ainda, alguns poucos seres autótrofos que fazem quimiossíntese, como, por exemplo, certas bactérias, e obtêm energia para a vida através de reações químicas inorgânicas. Os animais, fungos, protozoários e a maioria das bactérias são heterótrofos, isto é, necessitam obter substâncias orgânicas (alimento) a partir de outros seres vivos ou de seus produtos. Os seres autótrofos fotossintetizantes, além de produzirem praticamente todo o alimento consumido pelos heterótrofos, liberam oxigênio (O2) no ambiente. Esse gás é utilizado na respiração pelos animais, pelas próprias plantas e por muitos microorganismos.

Componentes abióticos     Os componentes abióticos de um ecossistema são representados por fatores físicos, como luminosidade, temperatura, ventos, umidade etc., e por fatores químicos, como a quantidade relativa dos diversos elementos químicos presente na água e no solo.

Fatores físicos: clima Os fatores físicos que atuam em determinada região da superfície terrestre constituem o clima, resultado da ação combinada de luminosidade, temperatura, pressão, ventos, umidade e regime de chuvas. A radiação solar que atinge a Terra é um dos principais determinantes do clima. Além das radiações visíveis (luz) utilizadas pelos seres autótrofos na fotossíntese, as emanações solares contém raios infravermelhos, responsáveis pelo aquecimento da atmosfera e do solo, o que faz as temperaturas na superfície terrestre serem favoráveis à vida. A temperatura ambiental é uma condição ecológica decisiva na distribuição dos seres vivos pelo planeta. Lugares muito quentes ou muito frios somente podem ser habitados por espécies altamente adaptadas a essas condições. A temperatura afeta outros fatores climáticos, tais como os ventos, a umidade relativa do ar e a pluviosidade (índice de chuvas) de uma região.

Fatores químicosCertos elementos químicos devem estar presentes na água e no solo para garantir a sobrevivência dos seres vivos. A presença de fósforo na forma de fosfatos, por exemplo, é muito importante, uma vez que os fosfatos são constituintes fundamentais da matéria viva. Os elementos e sais essenciais aos seres vivos são chamados, genericamente, nutrientes minerais.

 

A) QUESTÃO AMBIENTAL NO TERRITÓRIO BRASILEIRO