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GEOGRAFIA E PLANTAS MEDICINAIS: A VALORIZAÇÃO E O …...especialmente no 6º Ano do Ensino Fundamental, uma vez que, neste nível de ensino, há carência de tal conteúdo. Assim,

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GEOGRAFIA E PLANTAS MEDICINAIS: A VALORIZAÇÃO E O RESGATE DO

CONHECIMENTO POPULAR NO ENSINO FUNDAMENTAL (6º ANO), DO

COLÉGIO ESTADUAL ARNALDO BUSATO – VERÊ/PR

GARBOSSA, Jaqueline Maria Perardt 1

FLÁVIO, Luiz Carlos 2

RESUMO

O presente artigo contempla uma análise a respeito da importância da valorização e do resgate do conhecimento popular sobre as plantas medicinais. Tais conhecimentos podem ser vastamente abordados nas aulas de Geografia, especialmente no 6º Ano do Ensino Fundamental, uma vez que, neste nível de ensino, há carência de tal conteúdo. Assim, objetiva-se contribuir para o resgate, no contexto da Geografia em geral e especialmente no 6º ano do Ensino Fundamental, em relação à importância dos conhecimentos populares referentes às plantas medicinais, cujos saberes estão sendo esquecidos na atualidade, diante do avanço e da hegemonia da indústria farmacêutica. A implementação ocorreu no Colégio Estadual Arnaldo Busato – Ensino Fundamental e Médio, de Verê, Paraná, partindo da realidade em que muitos alunos buscam a orientação escolar em busca de remédios para dores corriqueiras (de cabeça, estomacais). Como metodologia, empregou-se a pesquisa bibliográfica para embasamento teórico da pesquisadora e a pesquisa de campo, com aplicação de questionários para os alunos e seus familiares a respeito das plantas medicinais e de sua utilização.

Palavras-chave: plantas medicinais, resgate, conhecimento popular, currículo.

ABSTRACT

The present article is an analysis of the importance of recovery and redemption of folk knowledge of medicinal plants. Such knowledge can be widely covered in classes of Geography, especially the 6th year of elementary school, since this level

1 Autora, Professora de Geografia do Colégio Estadual Arnaldo Busato – Ensino Fundamental e Médio – Verê – NRE – Francisco Beltrão – Participante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – 2013 – Geografia – Vinculado à Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste – Campus de Francisco Beltrão.2 Orientador, Professor do Curso de Geografia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, Doutor em Geografia pela Universidade Estadual Paulista.44

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of education, there’s a lack of such content. Thus, the objective is to contribute to the rescue, in the context of geography in general and especially in the 6th year of elementary school), in relation to the importance of popular knowledge relating to medicinal plants, whose knowledge are being forgotten today before the advancing and the hegemony of the pharmaceutical industry. The implementation took place in the State College Arnaldo Busato - Elementary and Secondary Education of Verê, Paraná, from the reality that many students seek guidance school in search of remedies for headaches and stomach aches. The methodology employed for the theoretical literature and the researcher's field research with questionnaires for students and their families about the medicinal plants and their use.

Palavras-chave: medicinal plants, redemption, folk knowledge, curriculum.

INTRODUÇÃO

O referido artigo objetiva debater os resultados da discussão efetivada no

contexto de nossa participação junto ao programa PDE (Programa de

Desenvolvimento da Educação). Por meio deste, analisamos e refletimos com os

alunos do 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Arnaldo Busato, de

Verê, PR (Anexo 1), a valorização e o resgate do conhecimento popular dos alunos

e familiares a respeito das plantas medicinais na disciplina de Geografia.

O principal objetivo deste estudo foi contribuir, no contexto dos estudos de

Geografia (especialmente no 6º ano do Ensino Fundamental), com o debate sobre a

importância do resgate dos conhecimentos populares referentes ao cultivo e uso de

plantas medicinais no contexto do ensino de Geografia.

Nossos principais objetivos são:

• Problematizar a importância de integrar o conhecimento popular

“esquecido”, referente a plantas medicinais, no âmbito da Geografia;

• Abordar as novas discussões trazidas pela Geografia Humana

(geografia cultural), sobre a importância da valorização do conhecimento popular

nos estudos geográficos;

• Questionar a hegemonia da indústria farmacêutica no contexto do

capitalismo;

• Analisar o distanciamento do ensino de geografia (6º ano do Ensino

Fundamental), em relação à questão cultural dos povos, no que toca ao

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conhecimento popular, abordado nos conteúdos estruturantes: Dimensão

Socioambiental e Dinâmica Demográfica e Cultural.

Como justificativa para a realização deste estudo enfatizamos que o mesmo

partiu da observação da rotina dos alunos no espaço escolar do colégio acima

referido. Ou seja: percebemos que muitos alunos procuravam constantemente

medicamentos químicos para sanar leves desconfortos físicos.

De acordo como nos relatou a Agente Educacional responsável pelo setor

de recepção escolar, distribuição do leite do Programa Leite das Crianças e

encarregada pelo fornecimento de fotocópias da escola, Clarice Ângela Paggi, a

procura por medicamentos químicos é acentuada e corriqueira no Colégio Estadual

Arnaldo Busato de Verê, Paraná.

Segundo ela, de cada 400 alunos, 10 a 20 alunos em média, por dia,

solicitam algum medicamento. Os principais sintomas apontados pelos alunos são:

dores de cabeça, mal estar e vômitos. As dores de cabeça ocorrem geralmente pela

manhã, quando Clarice nos informou que muitos alunos estão com o estômago

vazio. E ao perceber o jejum, ela os encaminha até a cozinha para se alimentarem.

Já na parte da tarde, o problema principal são dores de estômago. As causas são

ligadas à má digestão, devido principalmente às viagens dos alunos com o ônibus

escolar rumo à escola, com o estômago cheio, ocorrendo esporadicamente casos de

vômitos. Neste caso, o/a aluno/a é encaminhado/a até o Posto de Saúde.

De acordo com Clarice, os medicamentos mais frequentemente

administrados no Colégio Estadual Arnaldo Busato são: Paracetamol, como

analgésico e Digestride, como regulador das funções digestivas.

Um aspecto que muito nos chamou a atenção é que, em casos menos

agudos, são preparados e servidos chás naturais como macela, pau-amargo e boldo

aos alunos, através das agentes educacionais encarregadas pelo preparo dos

alimentos na escola. Portanto, na referida escola, a utilização de plantas medicinais

ainda existe, o que é muito positivo.

Também podemos mencionar que a faixa etária em que os nossos alunos se

encontram ao cursarem o 6º ano do Ensino Fundamental é entre 10 e 13 anos de

idade em média. Fase que consideramos ser muito favorável para estarem

estudando a respeito desta temática. Pois neste período da vida, os alunos retratam

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em geral grande curiosidade em aprender a respeito de muitos assuntos importantes

para a sua formação como seres humanos críticos, com possibilidades de ampliação

da visão de mundo, já que estão se preparando como cidadãos/ãs, de modo que a

educação desses alunos seja voltada ao resgate dos conhecimentos praticados há

milênios, utilizando plantas medicinais.

Assim, acreditamos que possa haver grandes expectativas em relação à

aprendizagem da temática proposta. A partir desta percepção e através dos estudos

realizados, assumimos como sendo de suma importância que o tema plantas

medicinais seja estudado no 6º ano do Ensino Fundamental, por ser a série entrante,

rumo às séries finais, otimizando a propulsão para uma nova e decisiva etapa de

estudos, através de ricos conhecimentos adquiridos.

Em outubro de 2012, realizamos outro importante instrumento de pesquisa:

a aplicação de um questionário/diagnóstico referente ao uso de plantas medicinais

aos 18 alunos do 6º ano A, no Colégio Estadual Arnaldo Busato presentes neste dia,

durante as aulas de Geografia. Nesta mesma manhã, os alunos levaram para suas

casas um outro questionário elaborado e que foi especialmente respondido pelos

pais/avós ou responsáveis, sendo o mesmo aplicado pelo(a) próprio(a)

filho(a)/neto(a). Tais questionários foram por nós analisados e integram o arcabouço

de nosso trabalho como veremos adiante.

Outro fator relevante, conforme nos mostra a pesquisa, nos anexos, é que

os conhecimentos da medicina tradicional são componentes essenciais na vida

cotidiana de muitas pessoas no município de Verê, sendo que esta tradição ainda é

mantida viva e praticada.

De acordo com a pesquisa feita aos alunos, pais ou responsáveis, nos

anexos, são utilizadas por esta comunidade os seguintes nomes populares de

plantas medicinais: capim cidreira, camomila, guaco, malva, folha de laranjeira,

macela, maracujá, gervão, funcho, manjerona, alho, gengibre, alcachofra, melissa,

espinheira santa, limão, coentro, alfavaca, girassol, boldo, cavalinha, alecrim, chá

verde, laranja(fruto), quebra-pedra, tansagem, sálvia, carqueja, mil em rama e losna.

Veremos também nos anexos, as imagens das cinco plantas medicinais

mais utilizadas pela comunidade entrevistada. São elas: capim cidreira, hortelã,

camomila, guaco e malva. Por isso, verificando-se a valorização que estas plantas

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recebem por parte desta comunidade pesquisada, reitera-se que estes

conhecimentos merecem ser valorizados de modo que sejam contemplados e

compartilhados na Série já acima citada, na disciplina de Geografia, do Colégio

Estadual Arnaldo Busato, para que aconteça o resgate e a perpetuação destes

conhecimentos.

Em termos de procedimentos metodológicos, o estudo se ampara em uma

pesquisa bibliográfica acerca do resgate da cultura popular referente ao uso de

plantas medicinais, em contraposição ao avanço do domínio da indústria

farmacêutica no uso de remédios.

Além disso, também se buscou conhecer/pesquisar e enfatizar as espécies

de plantas medicinais aprovadas pelo Ministério da Saúde, no âmbito do Programa

Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que está no Anexo 6.

Assim, o referido artigo está dividido em itens, sendo o primeiro referente ao

uso de plantas medicinais, onde discutimos a revalorização de um conhecimento

popular antigo (inclusive no âmbito das políticas públicas), o qual consideramos que

esteja atualmente em risco diante do poder da indústria farmacêutica. Além disso,

abordamos a importãncia de tal temática no ensino de geografia.

1 USO DE PLANTAS MEDICINAIS E GEOGRAFIA: A REVALORIZAÇÃO DE UM

CONHECIMENTO POPULAR ANTIGO, ATUALMENTE EM RISCO

Segundo Santos (2010), o conhecimento popular, ligado à utilização das

plantas medicinais, sempre pertenceu a um domínio de conhecimento muito rico e

repassado de geração em geração. Porém, existe a manifestação de uma grande

tendência e risco do mesmo ir, aos poucos, sendo lançado no esquecimento,

patrocinando uma grande perda de valores culturais populares relacionados a tal

uso.

Maia (2001), aponta que os saberes que envolvem costume e tradição

recebem constantes defrontações, no contexto de ascensão da modernidade. No

que tange ao uso de plantas medicinais, vale observar que os pesados

investimentos em marketing, voltados para um consumismo exacerbado, dos

produtos da grande indústria farmacêutica, seduzem muitos indivíduos rumo ao uso

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de remédios industrializados. Isto mostra uma tendência de mudanças de hábitos (e

tradições) interessantes. Revela que se vive em um período no qual a produção do

espaço social é guiado primordialmente pela produção de mercadorias.

Ainda de acordo com Maia (2001), os costumes encontram contradições de

diferentes tempos que se manifestam no espaço e que se realizam no plano vivido.

Por isso, acredita-se que, para o estudo dos costumes e das tradições, vinculado ao

uso de plantas medicinais, a contribuição da Geografia, entre outras ciências sociais,

se torna indispensável.

Para a autora acima citada, é fácil observar o cotidiano da sociedade atual, a

partir da qual se percebe que os setores econômicos mais poderosos estão

interferindo diretamente na saúde das pessoas. Assim, observa-se que há um uso

indiscriminado de fármacos, voltados a garantir a saúde das pessoas. Mas, muitas

vezes, estes produtos são administrados sem a prescrição médica e podem gerar

sérios males à saúde. Muitas vezes, o sintoma de uma simples dor de cabeça torna-

se motivo para uma impulsiva/compulsiva medicação química.

Constata-se, por outro lado, que o uso indiscriminado de remédios oriundos

da indústria química, vem de contramão à sabedoria popular, sendo esta uma

cultura elaborada durante milênios, a qual sempre estimulou a busca por solução

para os pequenos males ou enfermidades comuns através de recursos naturais

ligados às plantas medicinais, as quais podem proporcionar maiores benefícios ao

organismo das pessoas, já que, em geral, apresentam poucos ou quase nenhum

efeito colateral.

No contexto da Geografia Humanista, existe uma grande preocupação entre

os geógrafos acerca de estudos que valorizam a produção geográfica efetivada a

partir das experiências do mundo vivido, através do conhecimento trazido a partir da

cultura produzida por cada povo/espaço/lugar.

1.1 QUAL GEOGRAFIA É PRECISO ENSINAR?

Um de nossos pontos de partida é o princípio de que a Geografia deve

contribuir para solucionar os problemas dos povos. Resende (1986) alerta para o

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fato de que é preciso buscar soluções em conjunto para se conseguir bons

resultados em termos dos problemas sociais existentes. De acordo com o autor,

necessita-se criar um mecanismo essencial que possa recuperar a Geografia, para

que seja reconhecida como uma importante e insubstituível ferramenta cultural e que

torne os estudantes sujeitos de transformação social:

Creio que é preciso ensinar uma Geografia que considere o indivíduo como sujeito e não como objeto do processo histórico. Que não separe, enfim, a sociedade da natureza, e que, se eventualmente a separar (numa etapa de investigação), não fragmente esse saber, perdendo a sua dimensão de totalidade. Que possamos transmitir aos nossos alunos uma geografia que sirva aos interesses deles e não dos detentores do poder (RESENDE, 1986, p. 41).

De acordo com Rosendahl (1999), vive-se em um período no qual o mundo

atravessa uma crise de valores e de sentido para a existência humana, onde o

financeiro é visto muitas vezes como a essência de tudo. Desta forma, a questão da

identidade volta ao centro das atenções.

Castells (1998), citado por Rosendahl (1999), afirma que para poder

compreender a política atual, é preciso antes da economia ou da geopolítica voltar-

se para a identidade religiosa, nacional, regional e étnica de cada sociedade. Já a

organização da vida social e das instituições coletivas, a partir dos Estados-Nações,

têm em geral favorecido o capitalismo industrial que se alastra por todo o planeta, ao

invés de assumir interesses coletivos.

O autor também afirma que a questão da identidade volta a ser um centro

positivo de interesses e estudos, visto a crise de valores e de sentido que se está

vivendo, onde tudo pode ser contabilizado, com a completa modificação da análise

de relações e valores sociais, fazendo conexão direta com a acumulação excludente

de capital, trazida pela globalização (CASTELLS, 1998).

Conforme afirma Santos (2000), a cultura popular continua presente e em

resistência à indústria cultural. Para ele, apesar de poderosa nas modificações

ideológicas da cultura de massa, a cultura popular tem conseguido se manter, em

um movimento de baixo para cima, do local para o global, valorizando e preservando

suas raízes.

De acordo com Oliveira (1995), a medicina popular é uma importante

alternativa em favor da geração de saúde. Esta faz parte da história concreta de

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determinados grupos sociais, e, em especial, os migrantes. É uma das expressões

vivas do ponto de vista político e cultural, quando a sua resistência para a recriação

nas cidades e da luta incessante entre os grupos/classes sociais dominadores e

dominados. Nelas, existe uma gama de procedimentos práticos que refletem um

mundo valioso e complexo.

Conforme Oliveira (1995), com a produção de subsistência, estas

comunidades mantinham contatos com as vilas e as cidades mais próximas, onde

em alguns lugares existiam os farmacêuticos populares, os quais possuíam ricos

conhecimentos em manipulação com produtos à base de plantas, utilizando fórmulas

específicas.

Detentores de um profundo conhecimento da cultura popular rural, os

“cientistas populares” tinham um grande compromisso social, com as plantas

medicinais, objetivando responder às necessidades concretas de doença e

sofrimentos, sobretudo em tempos em que o acesso a hospitais e postos de saúde

era muito restrito, devido às longas distâncias até os centros maiores de saúde, as

estradas eram muito precárias ou inexistentes, os recursos financeiros das famílias

eram baseados na agricultura de subsistência e as famílias eram numerosas.

A medicina popular confronta seus conhecimentos, o seu arsenal de técnicas e a cultura da qual é parte, com a medicina praticada pelos médicos – a medicina erudita. Realizada em diferentes circunstâncias e espaços e por várias pessoas (pais, tios, avós, vizinhos), ou por profissionais populares de cura (benzedeiras, médiuns, ervatários, raizeiros, curandeiros, feiticeiros). Nesta perspectiva, a medicina popular é uma prática de cura, que oferece respostas concretas aos sofrimentos vividos no dia a dia. Ela aproxima e fortalece as relações sociais entre as pessoas, já que pressupõe ajuda e solidariedade. Além disso, é uma medicina barata, próxima e acessível (OLIVEIRA, 1995, p. 51).

Podemos observar nos anexos que trazemos ao fim desse trabalho que, no

Plano de Trabalho Docente da disciplina de Geografia no ano de 2012, para o 6º

ano, a abordagem da temática relacionada a “plantas medicinais” está totalmente

ausente. Podemos nos deparar com o fato de que este importante assunto não está

sendo abordado de forma específica nas escolas, encontrando-se ausente da

programação curricular dentro da área geográfica.

Assim, entendemos que as plantas medicinais merecem ser mais bem

lembradas, estudadas e utilizadas. Nossa idéia ganha ainda mais consistência

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diante da aprovação pelo Ministério da Saúde, do Programa Nacional de Plantas

Medicinais e Fitoterápicos cuja iniciativa governamental vem a ser um grande e

importante passo rumo ao despertar da fitoterapia em nosso país. Impulsionará e

incentivará a busca de conhecimentos para alternativas sustentáveis de cuidados

com a saúde, resgatando a sabedoria que a humanidade produziu ao longo da

história.

Assim, ressalta-se a importância que o ensino da Geografia contemple o

tema central deste estudo, uma vez que a medicina popular aproxima e fortalece as

relações sociais entre as pessoas, com o intuito de solidariedade.

1.2 AS PLANTAS MEDICINAIS: UM AVANÇO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS

BRASILEIRAS

Reforçando a necessidade da valorização da cultura popular, o próprio

Ministério da Saúde (2008), através da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Insumos

Estratégicos, desenvolveu recentemente o Programa Nacional de Plantas Medicinais

e Fitoterápicos. É uma iniciativa governamental que se coloca como um grande e

importante passo rumo ao despertar da fitoterapia no país. Acreditamos que

impulsionará e incentivará a busca do conhecimento para alternativas sustentáveis

de cuidados com a saúde, resgatando a sabedoria que a humanidade produziu ao

longo da história.

Conforme o Ministério da Saúde (2007), o Programa Nacional de Plantas

Medicinais e Fitoterápicos foi criado através do Decreto Presidencial nº 5.813, de 22

de junho de 2006, quando se integra em uma parte fundamental das políticas

públicas de saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social, sendo um

dos elementos essenciais de transversalidade na aplicação de ações que possam

impulsionar mudanças positivas na qualidade de vida da população do país.

Conforme a fonte acima citada, estas iniciativas são essenciais para um

melhor acesso por parte da população aos medicamentos fitoterápicos, juntamente

com a inclusão social, regional, o avanço da indústria e da tecnologia, promovendo a

segurança alimentar e nutricional, administrando o manejo de nossa biodiversidade

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de forma sustentável, além de valorizar e preservar o conhecimento popular, ligado

às comunidades tradicionais, indígenas, caboclas e rurais em geral.

De acordo com o site Portal da Saúde, do Ministério da Saúde, no ano de

2008, as plantas de interesse ao SUS foram selecionadas. Reuniram-se

pesquisadores de universidades e da Farmacopéia Brasileira, representantes de

serviços públicos, e técnicos da Anvisa.

Inicialmente, havia uma lista preliminar de 237 espécies vegetais. Montada

em 2005, juntamente com outros ministérios, consultores e pesquisadores na área.

E para facilitar os trabalhos de seleção, as 237 espécies foram separadas por

indicações para uso na atenção básica.

Conforme o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e

Insumos Estratégicos, José Miguel do Nascimento Júnior, chegou-se então a 71

espécies, sendo plantas nativas para que possam ser cultivadas em ao menos uma

das regiões do Brasil, atendendo às doenças mais comuns.

A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos apresenta-se com

os seguintes objetivos:

Construir e/ou aperfeiçoar marco regulatório em todas as etapas da cadeia produtiva de plantasmedicinais e fitoterápicos, a partir dos modelos e experiências existentes no Brasil e em outros países, promovendo a adoção das boas práticas de cultivo, manipulação e produção de plantas medicinais e fitoterápicos, conforme legislação.• Inserir plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia no SUS, com segurança, eficácia e qualidade, em conformidade com as diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS.• Desenvolver instrumentos de fomento à pesquisa, desenvolvimento de tecnologias e inovações em plantas medicinais e fitoterápicos, nas diversas fases da cadeia produtiva.• Estabelecer mecanismos de incentivo ao desenvolvimento sustentável das cadeias produtivas de plantas medicinais e fitoterápicos com vistas ao fortalecimento da indústria farmacêutica nacional e incremento das exportações de fitoterápicos e insumos relacionados.• Promover o uso sustentável da biodiversidade e a repartição dos benefícios decorrentes do acesso aos recursos genéticos de plantas medicinais e ao conhecimento tradicional associado.• Promover e reconhecer as práticas populares e tradicionais de uso de plantas medicinais, fitoterápicos e remédios caseiros.• Desenvolver estratégias de comunicação, formação técnico‐científica e capacitação no setor de plantas medicinais e fitoterápicos.• Promover a inclusão da agricultura familiar nas cadeias e nos arranjos produtivos das plantas medicinais, insumos e fitoterápicos.• Estabelecer uma política intersetorial para o desenvolvimento socioeconômico na área de plantas medicinais e fitoterápicos (PROGRAMANACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS – MINISTÉRIO

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DA SAÚDE, 2007, p. 7).

O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (1997),

promoverá a formação técnico-científica e capacitação na área de plantas

medicinais e fitoterápicos. Desta forma, ocorrerá a capacitação em centros

identificados e bem estruturados, com formação técnica e científica para áreas de

cultivo e manejo sustentável de plantas medicinais e produção de plantas

fitoterápicas, voltados para o ensino Médio e Superior, com o objetivo de implantar a

formação, em Plantas Medicinais para todas as áreas do conhecimento relativas a

este tema.

De acordo com o programa governamental acima, haverá o estímulo à

formação e capacitação humana, realizando atuações abrangentes, visto a

multidisciplinaridade que ocorre no setor de plantas medicinais e fitoterápicos, com a

viabilização do apoio a equipes de pesquisa ligados na área, com apoio financeiro,

organização de convênios e com centros de pesquisa equipados.

Ainda segundo este relatório, pretende-se fomentar pesquisa e tecnologia,

com inovações baseadas na biodiversidade brasileira, seguindo as prioridades

epidemiológicas da população, além de promover interação com universidades

públicas e privadas, juntamente com as demandas do setor produtivo, fornecendo-

lhes assistência técnico-científica e financeira para a execução de pesquisas

tecnológicas.

Em sequência à iniciativa federal acima, outra diretriz que se pretende seguir

é estabelecer projetos cooperativos, em meio aos diversos agentes contidos na

cadeia produtiva deste setor, garantindo a evolução de tecnologias específicas, com

incentivo à agricultura familiar e o uso da biodiversidade brasileira. E através desta

ação, espera-se que seja intensificado o investimento em pesquisa das espécies

nativas da flora do Brasil, com avanços feitos pelo setor privado, alavancando esta

cadeia produtiva.

Segundo Matos (1994) e Lorenzi (2002), o uso da fitoterapia no SUS pode

ser uma solução alternativa para a redução de gastos públicos com medicamentos.

Pois a sua eficácia (comprovada) alia-se a seu baixo custo operacional, vista a

facilidade de acesso às plantas no Brasil e compatibilidade com a cultura e o saber

popular. A partir dos estudos de Figueiredo et al (2005) e apontamentos feitos em

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Brasil (2009), vê-se que a utilização de plantas medicinais com fins terapêuticos

favorece a participação da população em seu processo curativo de saúde, passando

de agente passivo para agente ativo de seu cuidado.

1.3 O PODER DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA DIANTE DA CULTURA POPULAR

De acordo com Santos (2010), dentre os traços dominantes na atualidade,

duas formas de opressão e dominação emergem: o poder do dinheiro e o da

informação, na modificação das formas de pensar e agir. Ambos passaram a

modificar formas e normas de convivência tradicionais, exercendo ação direta sobre

a conduta e as iniciativas das pessoas.

Conforme o autor referido, no atual tempo histórico, a informação tornou-se

um meio de exclusão social, visto que a utilização das inovações tecnológicas tem

efetivamente se concentrada em favor de poucas pessoas. E grande parte da

população, sobretudo os mais pobres, têm sido segregados do acesso ao

conhecimento em nível mundial, fomentando ainda mais os problemas sociais.

Santos (2010), também enfatiza que, na atual fase do capitalismo,

testemunha-se a presença de modificações no aspecto econômico, em cujo contexto

se dificulta o comportamento prestativo do ser humano em trazer alívio para a dor,

perante sofrimentos alheios.

Neste contexto, o individualismo está ganhando terreno a cada dia, sendo o

ser humano considerado mais como um simples objeto de produção e de consumo.

Por conseguinte, percebe-se que há também a perda de contatos e trocas de

informações culturais entre pessoas e gerações.

Conforme Capra (2007), ocorre uma fixação muito grande em busca do

crescimento econômico a todo custo. E, agregado a este, a produção da vida

humana se efetiva de modo a criar um meio de vida inseguro e nocivo, sem medir as

possíveis consequências.

Quanto ao poder da indústria farmacêutica, para este último autor, na

presente cultura ocidental, é muito comum o uso de medicamentos com ou até sem

prescrição médica. Nos Estados Unidos, a aspirina está sendo consumida a uma

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quantidade de vinte mil toneladas ao ano, o que equivale a em torno de 225 drágeas

por pessoa. Um dos problemas destacados refere-se à exagerada distribuição de

remédios prescritos pelos médicos. As vendas de medicamentos aumentaram a um

ritmo fenomenal, principalmente nos últimos vinte anos, havendo uma enorme

incidência nas prescrições dos tipos: estimulantes, antidepressivos, tranquilizantes e

sedativos.

Em concordância com o autor acima citado, percebe-se que uma das

indústrias cujo percentual lucrativo seguiu em grande expansão nos últimos tempos,

é a indústria farmacêutica, ultrapassando margens lucrativas muito significativas

com relação a outras indústrias manufatureiras. Um dos maiores diferenciais deste

ramo industrial é a amplificação de foco que se dá para colocar em evidência alguns

produtos, os quais se tornam super valorizados, e, no entanto, possuem

composições químicas idênticas a outros produtos existentes no ramo.

A pesquisa e a propaganda são mobilizadas, sobretudo pelas grandes

empresas, para desenvolver marketing de promoção para milhares de produtos,

dentre os quais, os medicamentos. Pesadas campanhas publicitárias divulgam como

sendo um determinado produto o melhor em qualidade e eficácia. Mesmo que seja

apenas similar a outros, este passa a ser conhecido como o melhor de todos. E em

consequência disso, as empresas faturam milhões com a venda de medicamentos,

mesmo que nem sempre se tenha um respaldo científico acerca de sua eficácia e

segurança.

Capra (2007) ainda enfatiza que os anúncios farmacêuticos também utilizam

outra arma mercadológica: buscam atrelar/instigar os médicos a ampliarem sempre

mais a quantidade de receitas de seus medicamentos aos pacientes.

Contrapondo-nos à questão do poder das indústrias de medicamentos

químicos, lembra-se com Drecher (2001) que o Brasil é um país privilegiado pela

sua majestosa flora nativa. E dela (ou do que ainda resta) é possível extrair os

milhares de princípios que são capazes de curar a maioria das doenças. Mas, o que

ainda é preciso resgatar, é um maior despertar para a permanência e manutenção

dos valores deixados pelos ascendentes, que faziam amplo uso da rica flora

medicinal, a qual ainda se faz presente nos quintais das famílias da atualidade.

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2. A MEDICINA TRADICIONAL EM VERÊ, PARANÁ: DO CONTEXTO HISTÓRICO

À PERMANÊNCIA NOS DIAS ATUAIS

2.1 O uso de plantas medicinais em Verê: breve contextualização histórica

Os saberes da medicina tradicional são componentes essenciais da vida

cotidiana e precisam ser valorizados pela Geografia em geral, e, de uma maneira

muito especial, em Verê, Paraná, onde esta tradição popular é ainda visivelmente

cultivada. E, para que se perpetue de forma consistente esta transmissão de

valores, propôs-se que o assunto relativo a plantas medicinais seja inserido no

Currículo da disciplina de Geografia, no Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê,

que é o objeto alvo de nossos estudos.

No dia 19 de Outubro de 2012, realizamos a aplicação de um

questionário/diagnóstico, referente ao uso de plantas medicinais aos alunos do 6º

ano, no Colégio Estadual Arnaldo Busato.

Neste mesmo dia, os alunos levaram para suas casas um segundo

questionário/diagnóstico, elaborado para ser respondido por seus pais/avós ou

responsáveis, a fim de que fossem entrevistados pelos seus filhos(as), ou netos(as)

sobre o mesmo assunto.

Esta atividade foi realizada mediante autorização prévia por parte da Direção

da escola e da professora de Geografia do 6º ano, a qual gentilmente se colocou à

disposição, para que pudéssemos atuar com a turma, no que se refere à

apresentação do nosso Projeto de Intervenção Pedagógica, seguido das entrevistas.

Neste dia, tivemos uma experiência muito marcante. Utilizando o aparelho

de multimídia, instalado na própria sala do 6º ano A para apresentar o projeto. E

para a minha surpresa, diversos alunos demonstraram claramente um grande

interesse e curiosidade pelo assunto proposto, quando eles interagiram, colocando

suas próprias experiências sobre o uso e os bons resultados que as Plantas

Medicinais proporcionam para a vida deles mesmos e para a vida de suas famílias.

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Foi claramente possível perceber que diversos alunos possuem bons

conhecimentos sobre diversas espécies de Plantas Medicinais utilizadas em suas

casas, assim como suas características e suas propriedades terapêuticas.

Também podemos mencionar que através desta intervenção pedagógica,

dos questionários que veremos a seguir e também nos anexos, conseguimos

promover o resgate ao tema proposto, além de ter sido uma oportunidade e uma

abertura para o diálogo sobre esta cultura popular, juntamente com o aval das

famílias.

Os saberes da medicina tradicional são componentes essenciais da vida

cotidiana e precisam ser valorizados pela Geografia em geral, e, de uma maneira

muito especial, em Verê, Paraná, onde esta tradição popular é ainda visivelmente

cultivada. E, para que se perpetue de forma consistente esta transmissão de

valores, propôs-se que o assunto relativo a plantas medicinais seja inserido no

Currículo da disciplina de Geografia, no Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê,

que é o objeto alvo de nossos estudos.

As pesquisas feitas com as famílias, mostram ser esta abordagem de uma

necessidade premente a ser trazida até os alunos. Sobretudo porque a atividade

proposta objetiva promover simultaneamente um importante intercâmbio das

crianças com os saberes dos pais e avós, promovendo uma melhoria significativa da

qualidade de vida da comunidade em questão. E, a partir destes pontos abordados,

percebe-se a necessidade de se fazer um resgate e ao mesmo tempo, manter esta

cultura que ainda é latente neste município, via escola, através das aulas de

Geografia.

Conforme afirma Wachowicz mencionado por Flávio (2011), no processo de

ocupação do Sudoeste do Paraná, o Estado buscou detalhados estudos técnicos a

respeito das características naturais da região. Além de analisar o clima, a

hidrografia, a composição do solo e a fauna, foram também realizados estudos

referentes a composição da flora regional, sendo composta por madeiras de lei e

ervas medicinais a serem aproveitadas.

De acordo com Flávio (2011), a década de 1950, foi o período da chegada

de inúmeras famílias de colonizadores à região Sudoeste o Paraná. E diante das

doenças que surgiam, os nativos e os caboclos, que anteriormente já ocupavam a

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região, eram adeptos assíduos da medicina natural. E era através das ervas

medicinais que os mesmos encontravam a cura para inúmeras enfermidades, onde

a utilização fitoterápica era o grande canal de referência de saúde naquele tempo

nesta região, pois o acesso à saúde através de médicos era muito inacessível e

quase inexistente. As pessoas buscavam então muitos tipos de curas e soluções

ligadas à questão saúde, através da cultura popular herdada de seus antecessores.

2.2 A permanência da cultura popular em Verê: síntese dos resultados da

pesquisa com alunos/pais/avós

Na pesquisa por nós realizada, através da aplicação de questionários a

alunos/pais/avós, a respeito da naturalidade dos mesmos, anotamos que a maioria é

natural de Verê, Paraná (ver gráfico 1, anexo 10).

Quanto à área de residência dos alunos e dos pais, a maioria reside na área

urbana do município (Gráfico 2, anexo 11).

No que tange diretamente à questão do uso de plantas medicinais, os

resultados dos questionários nos apresentaram uma grande riqueza de detalhes a

respeito da permanência dessa cultura popular, como buscaremos explicitar a

seguir.

No gráfico 3, evidenciamos a quantidade de espécies de plantas medicinais

mais utilizadas pelos alunos do 6º Ano A, do Colégio Estadual Arnaldo Busato de

Verê/PR e pelos pais/avós/responsáveis:

GRÁFICO 3 – Quantidade de espécies de Plantas Medicinas mais conhecidas pelos alunos do 6º Ano A, do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR e pelos pais/avós/responsável

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001

0

4

2

4

1

32

5

3

1

10

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

1 espécie 2 espécies 3 espécies 4 espécies 5 espécies De 6 a 9espécies

Mais de 10espécies

Alunos Pais/avós/responsável

Fonte: Entrevista com os Alunos do 6º Ano A do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR e pais/avós/responsável.

Pelo gráfico 3, acima apresentado, pode-se analisar que os alunos/pais/avós

responsáveis, em sua maioria, conhece mais de dez espécies de plantas medicinais.

Ou seja, podemos afirmar que, apesar do avanço da indústria farmacêutica, os

saberes antigos, vinculados ao uso de plantas medicinais ainda se mantém.

Um outro aspecto por nós abordado na pesquisa referes-se à questão do

hábito, por parte de nossos entrevistados, de cultivar plantas medicinais. Os

resultados podem ser vistos no gráfico 4:

GRÁFICO 4 – Hábito de cultivar Plantas Medicinais, por parte de alunos do 6º Ano A, do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR e de seus pais/avós/responsáveis

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17 17

1 1

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Sim NãoAlunos Pais

Fonte: Entrevista com os Alunos do 6º Ano A do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR e pais/avós/responsável.

Conforme se pode verificar, praticamente todos os alunos e pais/

responsáveis entrevistados ainda possuem o hábito de cultivar plantas medicinais

em casa. Mais uma vez, podemos afirmar que tais dados tornam evidente a

permanência dos conhecimentos populares antigos nas práticas cotidianas daquela

população.

Uma outra informação que inferimos ser muito importante, e que buscamos

extrair dos entrevistados, refere-se às plantas medicinais mais utilizadas pelos

alunos e pelas famílias entrevistadas. Os resultados, apresentamos como segue no

gráfico 5:

GRÁFICO 5 – As Plantas Medicinais mais utilizadas por alunos/família do 6º Ano A do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR

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14

4 4 4

2 2 21 1 1

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Capim Cidreira Camomila Hortelã MacelaFolha de laranjeira Guaco Maracujá GervãoBoldo Girassol

Fonte: Entrevista com os alunos do 6º Ano A do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR.

Os dados a respeito das plantas medicinais que são mais utilizadas pelas

famílias e pelos alunos entrevistados, sendo que é possível constatar que o capim

cidreira é a planta medicinal que desponta como a de maior uso entre os

entrevistados. Além dela, também camomila, hortelã e macela apresentam grau

considerável de utilização. E há, também a presença de plantas como flor de

laranjeira, guaco e maracujá, além de gervão, boldo e girassol como ervas que

permanecem na lista das ervas que prevalecem como de grande importância dentre

os conhecimentos curativos da população estudada.

Há ainda outras espécies que foram mencionadas pelos entrevistados, as

quais não comparecem no gráfico. Dentre elas estão: malva, tansagem, funcho,

melissa, cavalinha, sálvia, manjerona, espinheira santa, alecrim, carqueja, alho,

limão, chá vede, gengibre, coentro, laranja (polpa), mil em rama, alcachofra,

alfavaca, quebra-pedra, e losna.

Sobre a questão da existência do hábito de se dialogar a respeito das

plantas medicinais na família, sete alunos entrevistados disseram que sim, sendo

que onze disseram que não possuem o hábito. Já, dentre os pais/avós/

responsáveis, treze comentaram que possuem o hábito de dialogar sobre plantas

medicinais em casa e cinco não.

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De tais dados, podemos concluir que, se por um lado, percebemos uma

relativa perda dessa cultura, por outro lado ainda se nota um processo de

preservação de tais conhecimentos.

Outro ponto que abordamos em nossa pesquisa diz dos problemas de saúde

que os entrevistados buscam solucionar ao fazer uso de plantas medicinais. Os

resultados podem ser vistos no gráfico abaixo:

GRÁFICO 6 – Problemas de saúde que são solucionados ao se fazer uso de Plantas Medicinais por parte dos pais/avós e responsáveis pelos alunos do 6º Ano A, do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR

9

5 5 5 5

21 1 1 1

2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Dor de estômago Dor de cabeça Dor Abdominal ResfriadoGripe Mal-estar Dores Nervosismo

Bronquite Má digestão Infecções

Fonte: Entrevista com os pais/avós/responsável pelos alunos do 6º Ano A do Colégio Estadual

Arnaldo Busato de Verê/PR.

Dos elementos apresentados no gráfico, podemos notar que o principal

problema de saúde tratado com plantas medicinais pelos entrevistados é dor de

estômago, seguido por dor de cabeça, dor abdominal, resfriados e gripe, além de

mal-estar e infecções, bem como dores em geral, nervosismo, bronquite e má

digestão.

Ou seja, fica explícito, então, que são diversos os males combatidos nas

práticas cotidianas dos entrevistados, a partir da utilização dos fitoterápicos

conhecidos desde os tempos antigos.

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Além das questões acima apresentadas, dirigimos ainda uma outra questão

especificamente aos pais/avós entrevistados (já que são especialmente eles que

administram os medicamentos, no âmbito familiar) buscando apurar a seguinte

informação: diante de determinadas enfermidades experimentadas no dia a dia, eles

buscam primeiramente qual alternativa de cura; as plantas medicinais ou remédios

químicos? Quatorze entrevistados (dentre os dezoito), afirmaram que buscam

inicialmente as plantas medicinais. Somente quatro declararam que buscam já num

primeiro momento remédios químicos para os problemas de saúde.

Além dos aspectos acima mencionados, um outro elemento que

consideramos importante evidenciar se refere ao costume dos entrevistados

cultivarem plantas medicinais em suas residências ou em suas proximidades. Dos

18 alunos, 17 realizam alguma forma de cultivo de plantas medicinais,

demonstrando-nos que o número de pessoas que ainda preservam esses

conhecimentos é expressivo.

E conforme os dados colhidos na pesquisa, os alunos entrevistados, em sua

totalidade, acham importante utilizar plantas medicinais para se curar de doenças.

Da mesma forma, todos os pais/avós ou responsáveis consideram importante a

utilização de Plantas Medicinais.

Quanto à transmissão dos conhecimentos pertinentes às plantas medicinais,

dos 18 alunos entrevistados, 07 costumam falar/mencionar sobre o assunto plantas

medicinais. Já os demais 11 alunos pesquisados não possuem esta tradição. Isso

indica um relativo distanciamento com relação a este tema, o que torna ainda mais

necessária nossa reflexão no âmbito escolar e da ciência em geral, especialmente

da Geografia, quanto a sua real implementação no Currículo de Geografia, para o

Colégio Estadual Arnaldo Busato. Percebemos aqui, a urgência que se faz em

trabalhar esta temática nas escolas, para que este vasto conhecimento não se perca

aos poucos, como a água que escorre pelas nossas mãos.

Todavia, é importante mencionar que há, entre os entrevistados, um grande

respeito pelos saberes antigos pertinentes às plantas medicinais, a ponto de

indicarem que tais conhecimentos deveriam integrar os conteúdos dos currículos

escolares, especialmente na disciplina Geografia. Ou seja, ao serem indagados se

consideram importante estudar plantas medicinais em geografia, 100% dos

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entrevistados afirmaram que consideram importante estudar plantas medicinais no

âmbito dessa disciplina escolar.

Assim como seus filhos/netos, 100% dos pais/avós ou responsáveis apóiam

a idéia de se estudar Plantas Medicinais na disciplina de Geografia, no 6º Ano do

Ensino Fundamental. Este dado comprova o grande interesse dos entrevistados

para que esta corrente cultural continue como algo que permaneça, sendo um

importante aspecto da cultura popular presente no cotidiano.

Podemos considerar aqui, que os pais e familiares de nossos alunos

receberam inúmeros ensinamentos relacionados ao conhecimento popular das

gerações anteriores e os mesmos possuem uma bagagem riquíssima de

conhecimentos relacionados às diversas espécies de plantas, bem como o seu uso,

manipulação e finalidades.

Como conclusão de nosso trabalho, temos que a cultura popular continua

presente e apresenta resistência à força da indústria cultural. Ou seja, apesar de sua

poderosa presença ideológica marcante no âmbito da cultura de massa, os saberes

populares têm conseguido se manter, em um movimento de baixo para cima, do

local para o global, valorizando e preservando suas raízes.

Concordamos com a iniciativa do Ministério da Saúde (2007), pois, as ações

de resgate e preservação dessa cultura são essenciais para um melhor acesso por

parte da população aos medicamentos fitoterápicos, além de promover inclusão

social, regional, um maior desenvolvimento da indústria e da tecnologia, fomentando

o manejo de nossa biodiversidade de maneira sustentável, e, enfim, valorizando e

preservando o conhecimento popular.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao findarmos esta pesquisa, pensamos ser fundamental observar que, no

âmbito geral da população pesquisada, constata-se certo avanço do uso de

medicamentos químicos para o combate a enfermidades em geral, que acometem

alunos/pais/avós. Nesse sentido, podemos afirmar que a indústria cultural busca

efetivar uma legitimação dessa prática, no plano de um mercado de consumo com

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remédios químicos e que põem em risco ou em ponto de esquecimento as

tradicionais práticas fitoterápicas.

Dentre os traços dominantes em nosso tempo, duas formas de opressão e

dominação emergem: o poder do dinheiro e da informação, na modificação dos

modos de pensar e agir. Ambos passaram a modificar formas e normas de

convivência tradicionais, exercendo ação direta sobre a conduta e as iniciativas das

pessoas.

A pesquisa e a propaganda dedicam-se em altos níveis para desenvolver entre

milhares de produtos, os medicamentos, divulgados como sendo os melhores, de

maior eficácia e sem confrontação, mesmo muito parecidos com outros produtos

disponíveis no mercado. E esta realidade constantemente busca intensificar-se.

Todavia, é importante explicitar que há um conhecimento ainda presente

nas práticas populares que afronta de modo enfático a indústria farmacêutica. Ou

seja, a partir dos dados extraídos de nossos entrevistados, podemos afirmar

categoricamente que é muito marcante a permanência de uma cultura popular que

busca preservar o uso de plantas medicinais para o combate a males corriqueiros

que fazem parte de sua vida cotidiana.

A discussão que aqui trouxemos como fundamental, refere-se ao papel da

escola, especialmente do ensino de Geografia em valorizar o resgate da cultura

popular relacionada ao uso de plantas medicinais, no âmbito escolar.

De acordo com Resende (1986), os docentes precisam criar um mecanismo

essencial que possa recuperar a Geografia como uma importante ferramenta cultural

aos nossos estudantes.

Podemos acrescentar aqui, que é o grande momento para a Geografia

enobrecer o seu currículo, através do tema: “Geografia e Plantas Medicinais: a

valorização e o resgate do conhecimento popular”.

Concordamos plenamente com as palavras de Resende (1986, p. 41):

Creio que é preciso ensinar uma Geografia que considere o indivíduo como sujeito e não como objeto do processo histórico. Que não separe, enfim, a sociedade da natureza, e que, se eventualmente a separar (numa etapa de investigação), não fragmente esse saber, perdendo a sua dimensão de totalidade. Que possamos transmitir aos nossos alunos uma geografia que sirva aos interesses deles e não dos detentores do poder.

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Através das amostras de estudos feitas para com os alunos e com os seus

pais/avós ou responsáveis, com a aplicação dos questionários/diagnósticos

referentes ao uso de plantas medicinais, podemos salientar que a cultura de

reconhecer, cultivar e utilizar plantas medicinais para fins terápicos ainda permanece

viva. E constatamos que há a preservação desta cultura popular no município de

Verê.

Também é notável considerar que, neste momento nacional, vivemos uma

importante iniciativa, relacionada ao resgate e à valorização propriamente dita e o

incentivo à pratica da utilização de plantas medicinais, as quais estão sendo

grandemente apoiadas pelo Governo Federal, através do Programa Nacional de

Plantas Medicinais e Fitoterápicos.

Consideramos que se a questão das plantas medicinais forem ensinadas

concretamente aos alunos a partir de registros no Plano de Trabalho Docente, os

professores, os alunos, assim como seus pais, avós familiares, enfim, toda a

comunidade em geral também serão, de uma maneira ou outra, os beneficiários e

receptores indiretos, praticantes e disseminadores deste precioso saber.

Como um dos principais resultados do presente trabalho, enfatizamos que o

mesmo se revelou como uma experiência marcante em nossa formação de docente.

E que os conhecimentos a partir dele produzidos poderão ser compartilhados aos

professores na preparação de suas aulas.

Desta forma, acreditamos que pudemos contribuir com o objetivo de

contemplar a preocupação e o envolvimento da Geografia com a cidadania, à

medida em que procuramos evidenciar a necessidade de preservação e valorização

da cultura popular.

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ANEXOS

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30

ANEXO 1

MAPA LOCALIZANDO O MUNICÍPIO DE VERÊ NO ESTADO DO PARANÁ

Fonte: Atlas Digital, 2008.

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31

ANEXO 2

DADOS DOS CENSOS DO IBGE DE 1970 A 2010

POPULAÇÃO URBANA E RURAL DO MUNICÍPIO DE VERÊ

ANO ÁREA RURAL ÁREA URBANA

1970 11.627 1.082 Total 12.7091980 10.468 1.807 Total 12.2731991 7.555 2.657 Total 10.2122000 5.692 3.029 Total 8.7212010 4.595 3.284 Total 7.879

Fonte: IBGE – Censo Demográfico

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32

ANEXO 3

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA DIAGNÓSTICA Nº1

ENTREVISTA APLICADA PELOS ALUNOS DO 6º ANO A, DO COLÉGIO ESTADUAL ARNALDO BUSATO DE VERÊ/PR, AOS PAIS/AVÓS OU

RESPONSPONSÁVEIS PELOS MESMOS, ENTRE OS DIAS 19 E 26 DE OUTUBRO DE 2012

EM QUAL MUNICÍPIO E ESTADO VOCÊ NASCEU?

a) ( ) Município: ______________________________________.

b) ( )Estado:_________________________________________.

O LOCAL ONDE VOCÊ MORA PERTENCE:

a) ( ) Para a área Rural.

b) ( )Para a área Urbana.

EXISTE O COSTUME EM SUA FAMÍLIA DE CULTIVAR PLANTAS MEDICINAIS PRÓXIMO DE SUA RESIDÊNCIA?

a) ( ) Sim. b) ( ) Não.

VOCÊ ACHA IMPORTANTE O USO DAS PLANTAS MEDICINAIS? a) ( ) Sim. b) ( ) Não.

QUANTAS ESPÉCIES DE PLANTAS MEDICINAIS VOCÊ CONHECE ?a) ( ) Uma espécie. b) ( ) Duas espécies. c) ( ) Três espécies. d) ( ) Quatro espécies. e) ( ) Cinco espécies. f) ( ) De seis a nove espécies. g) ( ) Mais de dez espécies.

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QUAIS SÃO AS PLANTAS MEDICINAIS QUE VOCÊ MAIS UTILIZA?__________________________________________________________________

QUAIS SÃO OS DOIS PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE QUE VOCÊ COSTUMA SOLUCIONAR UTILIZANDO PLANTAS MEDICINAIS?

QUANDO ACONTECEM PROBLEMAS DE SAÚDE TAIS COMO: DOR DE CABEÇA, DOR DE BARRIGA, OU RESFRIADO, VOCÊ DÁ MAIOR PREFERÊNCIA PARA:a) ( ) Remédios da medicina popular.b) ( ) Medicamentos químicos.

VOCÊ COSTUMA CONVERSAR COM SEUS FILHOS (AS) SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS?a) ( ) Sim. b) ( ) Não.

VOCÊ ACHARIA IMPORTANTE QUE OS ALUNOS DO 6º ANO E DAS OUTRAS SÉRIES ESTUDASSEM SOBRE AS PLANTAS MEDICINAIS NA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA?

a) ( ) Sim. b) ( ) Não.

AGRADEÇO PELA SUA IMPORTANTE PARTICIPAÇÃO !

Profª Jaqueline

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ANEXO 4

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA DIAGNÓSTICA Nº2

ENTREVISTA AOS PAIS/AVÓS OU RESPONSÁVEIS

PELOS ALUNOS DO 6º ANO A.

TOTAL DE ENTREVISTADOS: 18

PERÍODO DA ENTREVISTA: 19 A 26 DE OUTUBRO DE 2012

EM QUAL MUNICÍPIO E ESTADO VOCÊ NASCEU?

Município: ______________________________________.

Estado:_________________________________________.

O LOCAL ONDE VOCÊ MORA PERTENCE:

a )( ) Para a área Rural. b) ( )Para a área Urbana.

EXISTE O COSTUME EM SUA FAMÍLIA DE CULTIVAR PLANTAS MEDICINAIS PRÓXIMO DE SUA RESIDÊNCIA?

a) ( ) Sim. b) ( ) Não.

VOCÊ ACHA IMPORTANTE O USO DAS PLANTAS MEDICINAIS? a) ( )Sim.

b) ( )Não.

QUANTAS ESPÉCIES DE PLANTAS MEDICINAIS VOCÊ CONHECE ?a)( ) Uma espécie. b)( ) Duas espécies. c)( ) Três espécies. d)( ) Quatro espécies. e)( ) Cinco espécies. f)( ) De seis a nove espécies. g)( ) Mais de dez espécies.

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QUAIS SÃO AS PLANTAS MEDICINAIS QUE VOCÊ MAIS UTILIZA?__________________________________________________________________QUAIS SÃO OS DOIS PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE QUE VOCÊ COSTUMA SOLUCIONAR UTILIZANDO PLANTAS MEDICINAIS?

QUANDO ACONTECEM PROBLEMAS DE SAÚDE TAIS COMO: DOR DE CABEÇA, DOR DE BARRIGA, OU RESFRIADO, VOCÊ DÁ MAIOR PREFERÊNCIA PARA:a)( ) Remédios da medicina popular.b)( ) Medicamentos químicos.

VOCÊ COSTUMA CONVERSAR COM SEUS FILHOS (AS) SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS?a) ( )Sim. b) ( )Não.

VOCÊ ACHARIA IMPORTANTE QUE OS ALUNOS DO 6º ANO E DAS OUTRAS SÉRIES ESTUDASSEM SOBRE AS PLANTAS MEDICINAIS NA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA?

a) ( ) Sim.

b) ( ) Não.

AGRADEÇO PELA SUA IMPORTANTE PARTICIPAÇÃO !

Profª Jaqueline

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ANEXO 5

IMAGENS DAS CINCO PLANTAS MEDICINAIS MAIS UTILIZADAS PELOS ALUNOS DO 6º ANO A

Capim Cidreira

Fonte: pt.wikipédia.org/wiki/capim-limao.

Hortelã

Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/hortelã-verde.

Camomila

Fonte: www.jardimdeflores.com.br/ERVAS/A01camomila.html . Guaco

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Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br.

Malva

Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2010/267/poder-anti-inflamatorio-da-malva/image.

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ANEXO 6

PROGRAMA NACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS

Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/plantas_medicinais.pdf

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ANEXO 7TABELA COM AS 71 ESPÉCIES DE PLANTAS MEDICINAIS APROVADAS PELO

MINISTÉRIO DA SAÚDE

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ANEXO 8

DIRETRIZES CURRICULARES DO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTALCONTEÚDOS ESTRUTURANTES

De acordo com a concepção teórica assumida, serão apontados os

Conteúdos Estruturantes da Geografia para Educação Básica, considerando que

seu objeto de estudo/ensino é o espaço geográfico.

Entende-se, por conteúdos estruturantes, os conhecimentos de grande

amplitude que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina

escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e

ensino. São, neste caso, dimensões geográficas da realidade a partir das quais os

conteúdos específicos devem ser abordados.

Como constructos atrelados a uma concepção crítica de educação, os

conteúdos estruturantes da Geografia devem considerar, em sua abordagem

teórico-metodológica, as relações socioespaciais em todas as escalas geográficas,

analisadas em função das transformações políticas, econômicas, sociais e culturais

que marcam o atual período histórico.

Embora ultrapassem o campo da pesquisa geográfica e perpassem outras

áreas do conhecimento, tais conteúdos são constitutivos da disciplina de Geografia,

porque demarcam e articulam o que é próprio do conhecimento geográfico escolar.

Essa especificidade geográfica é alcançada quando os conteúdos são

espacializados e tratados sob o quadro teórico conceitual de referência da disciplina.

Nestas Diretrizes Curriculares, os conteúdos estruturantes da Geografia são:

• Dimensão econômica do espaço geográfico;

• Dimensão política do espaço geográfico;

• Dimensão socioambiental do espaço geográfico;

• Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico.

Os conteúdos estruturantes e os conteúdos específicos devem ser tratados

pedagogicamente a partir das categorias de análise – relações Espaço ↔ Temporais

e relações Sociedade ↔ Natureza – e do quadro conceitual de referência. Por meio

dessa abordagem, pretende-se que o aluno compreenda os conceitos geográficos e

o objeto de estudo da Geografia em suas amplas e complexas relações.

Como dimensões geográficas da realidade, os conteúdos estruturantes da

Geografia estabelecem relações permanentes entre si. Os conteúdos específicos,

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por sua vez, devem ser abordados a partir das dimensões geográficas próprias dos

quatro conteúdos estruturantes.

A depender da ênfase que o professor deseja dar a determinado conteúdo

específico, é possível priorizar ora a abordagem de um conteúdo estruturante, ora

de outro. Entretanto, a articulação entre todos eles deve ser explicitada pelo

professor para que o aluno compreenda que na realidade socioespacial eles não se

separam.

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ANEXO 9

PLANO DE TRABALHO DOCENTE PARA O 6º ANO, DO ENSINO FUNDAMENTAL, DA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA DO COLÉGIO ESTADUAL

ARNALDO BUSATO DE VERÊ – ANO DE 2012

COLÉGIO ESTADUAL ARNALDO BUSATO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PLANO DE TRABALHO DOCENTE PARA O 6º ANO

DISCIPLINA: GEOGRAFIA

PROFESSORES: MIRIAN CALGAROTTO, GRACIELI G. HRCHOROVITCH, CLEUNICE DA VEIGA E ROMEU TIEGS

ANO LETIVO: 2012VERÊ – PR

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Objetivo: Compreender os seguintes conceitos chave: lugar, espaço vivido, tempo, natureza, cultura e meio ambiente.

Conteúdos para o 1º Trimestre

-Paisagem-Paisagem natural humanizada-Lugar e espaço vivido-Tempo e lugar-O grau de humanização das paisagens-Orientação e localização-Os pontos cardeais-A rosa dos ventos-Interpretação cartográfica-Sistemas de coordenadas-As linhas imaginárias-Representações cartográficas-Os mapas-Escala e legenda-Recursos de comunicação cartográfica-Diferentes tipos de representações cartográficas

Conteúdos para o 2º Trimestre

-O planeta Terra-O Sistema Solar-Os principais movimentos da Terra-A crosta terrestre-A Terra e seus ambientes-A estrutura da Terra-Os recursos naturais renováveis e não renováveis-Os combustíveis fósseis-Os solos-Formação e modelagem do relevo terrestre-Agentes externos: intemperismo e erosão-Agentes internos: as placas tectônicas-Agentes internos: vulcões e abalos sísmicos-As unidades do relevo - O relevo brasileiro

Conteúdos para o 3º Trimestre

-A hidrosfera terrestre-A água na Terra-O uso das águas oceânicas-As águas continentais-A atmosfera terrestre-Tempo e clima atmosférico-Pressão atmosférica e os ventos planetários-Ciclones e tornados

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-Dinâmicas climáticas-Massas de ar-Climas do Brasil-Climas da Terra-Fatores do clima -Poluição atmosférica e suas conseqüências -Chuva ácida -Inversão térmica-Destruição da camada de ozônio-Efeito estufa- A biosfera-Mundo: vegetação natural-A atuação humana na dinâmica da natureza-Preservação da biodiversidade

Avaliação: Participação nas atividades e desempenho pessoal, avaliações através de testes objetivos e subjetivos, apresentação individual e em equipes de trabalhos escolares.

Metodologias:Aula expositiva, leitura de textos, exposição dialogada, uso de mapas, de multimídia, DVDs, atlas, livros, jornais, revistas, experiências práticas desenvolvimento de trabalho em equipe.

BibliografiaSAMPAIO, Fernando dos Santos. Para viver juntos: Geografia, 6º ano: Ensino Fundamental.1 ed. Rev. – São Paulo: Edições SM, 2009.PARANÁ. Diretrizes Curriculares Nacionais de Geografia para o Ensino Fundamental. SEED - Curitiba.

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ANEXO 10

GRÁFICO 1

GRÁFICO 1 – Naturalidade dos alunos do 6º ano A do Colégio Estadual Arnaldo

Busato de Verê/PR e dos pais/avós/responsável

15

11

2

01

4

01

0

2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Verê-PR FranciscoBeltrão-PR

São Jorged'Oeste-PR

Pato Branco-PR Itapejarad'Oeste-PR

Alunos Pais

Fonte: Entrevista com os Alunos do 6º Ano A do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR e pais/avós/responsável.

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ANEXO 11

GRÁFICO 2

GRÁFICO 2 – Área do município onde residem os alunos do 6º Ano A do Colégio

Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR e seus pais/avós/responsável

65

1213

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Área Rural Área Urbana

Alunos Pais

Fonte: Entrevista com os Alunos do 6º Ano A do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR e pais/avós/responsável.