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GEOGRAFIA E PLANTAS MEDICINAIS: A VALORIZAÇÃO E O RESGATE DO
CONHECIMENTO POPULAR NO ENSINO FUNDAMENTAL (6º ANO), DO
COLÉGIO ESTADUAL ARNALDO BUSATO – VERÊ/PR
GARBOSSA, Jaqueline Maria Perardt 1
FLÁVIO, Luiz Carlos 2
RESUMO
O presente artigo contempla uma análise a respeito da importância da valorização e do resgate do conhecimento popular sobre as plantas medicinais. Tais conhecimentos podem ser vastamente abordados nas aulas de Geografia, especialmente no 6º Ano do Ensino Fundamental, uma vez que, neste nível de ensino, há carência de tal conteúdo. Assim, objetiva-se contribuir para o resgate, no contexto da Geografia em geral e especialmente no 6º ano do Ensino Fundamental, em relação à importância dos conhecimentos populares referentes às plantas medicinais, cujos saberes estão sendo esquecidos na atualidade, diante do avanço e da hegemonia da indústria farmacêutica. A implementação ocorreu no Colégio Estadual Arnaldo Busato – Ensino Fundamental e Médio, de Verê, Paraná, partindo da realidade em que muitos alunos buscam a orientação escolar em busca de remédios para dores corriqueiras (de cabeça, estomacais). Como metodologia, empregou-se a pesquisa bibliográfica para embasamento teórico da pesquisadora e a pesquisa de campo, com aplicação de questionários para os alunos e seus familiares a respeito das plantas medicinais e de sua utilização.
Palavras-chave: plantas medicinais, resgate, conhecimento popular, currículo.
ABSTRACT
The present article is an analysis of the importance of recovery and redemption of folk knowledge of medicinal plants. Such knowledge can be widely covered in classes of Geography, especially the 6th year of elementary school, since this level
1 Autora, Professora de Geografia do Colégio Estadual Arnaldo Busato – Ensino Fundamental e Médio – Verê – NRE – Francisco Beltrão – Participante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – 2013 – Geografia – Vinculado à Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste – Campus de Francisco Beltrão.2 Orientador, Professor do Curso de Geografia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, Doutor em Geografia pela Universidade Estadual Paulista.44
of education, there’s a lack of such content. Thus, the objective is to contribute to the rescue, in the context of geography in general and especially in the 6th year of elementary school), in relation to the importance of popular knowledge relating to medicinal plants, whose knowledge are being forgotten today before the advancing and the hegemony of the pharmaceutical industry. The implementation took place in the State College Arnaldo Busato - Elementary and Secondary Education of Verê, Paraná, from the reality that many students seek guidance school in search of remedies for headaches and stomach aches. The methodology employed for the theoretical literature and the researcher's field research with questionnaires for students and their families about the medicinal plants and their use.
Palavras-chave: medicinal plants, redemption, folk knowledge, curriculum.
INTRODUÇÃO
O referido artigo objetiva debater os resultados da discussão efetivada no
contexto de nossa participação junto ao programa PDE (Programa de
Desenvolvimento da Educação). Por meio deste, analisamos e refletimos com os
alunos do 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Arnaldo Busato, de
Verê, PR (Anexo 1), a valorização e o resgate do conhecimento popular dos alunos
e familiares a respeito das plantas medicinais na disciplina de Geografia.
O principal objetivo deste estudo foi contribuir, no contexto dos estudos de
Geografia (especialmente no 6º ano do Ensino Fundamental), com o debate sobre a
importância do resgate dos conhecimentos populares referentes ao cultivo e uso de
plantas medicinais no contexto do ensino de Geografia.
Nossos principais objetivos são:
• Problematizar a importância de integrar o conhecimento popular
“esquecido”, referente a plantas medicinais, no âmbito da Geografia;
• Abordar as novas discussões trazidas pela Geografia Humana
(geografia cultural), sobre a importância da valorização do conhecimento popular
nos estudos geográficos;
• Questionar a hegemonia da indústria farmacêutica no contexto do
capitalismo;
• Analisar o distanciamento do ensino de geografia (6º ano do Ensino
Fundamental), em relação à questão cultural dos povos, no que toca ao
conhecimento popular, abordado nos conteúdos estruturantes: Dimensão
Socioambiental e Dinâmica Demográfica e Cultural.
Como justificativa para a realização deste estudo enfatizamos que o mesmo
partiu da observação da rotina dos alunos no espaço escolar do colégio acima
referido. Ou seja: percebemos que muitos alunos procuravam constantemente
medicamentos químicos para sanar leves desconfortos físicos.
De acordo como nos relatou a Agente Educacional responsável pelo setor
de recepção escolar, distribuição do leite do Programa Leite das Crianças e
encarregada pelo fornecimento de fotocópias da escola, Clarice Ângela Paggi, a
procura por medicamentos químicos é acentuada e corriqueira no Colégio Estadual
Arnaldo Busato de Verê, Paraná.
Segundo ela, de cada 400 alunos, 10 a 20 alunos em média, por dia,
solicitam algum medicamento. Os principais sintomas apontados pelos alunos são:
dores de cabeça, mal estar e vômitos. As dores de cabeça ocorrem geralmente pela
manhã, quando Clarice nos informou que muitos alunos estão com o estômago
vazio. E ao perceber o jejum, ela os encaminha até a cozinha para se alimentarem.
Já na parte da tarde, o problema principal são dores de estômago. As causas são
ligadas à má digestão, devido principalmente às viagens dos alunos com o ônibus
escolar rumo à escola, com o estômago cheio, ocorrendo esporadicamente casos de
vômitos. Neste caso, o/a aluno/a é encaminhado/a até o Posto de Saúde.
De acordo com Clarice, os medicamentos mais frequentemente
administrados no Colégio Estadual Arnaldo Busato são: Paracetamol, como
analgésico e Digestride, como regulador das funções digestivas.
Um aspecto que muito nos chamou a atenção é que, em casos menos
agudos, são preparados e servidos chás naturais como macela, pau-amargo e boldo
aos alunos, através das agentes educacionais encarregadas pelo preparo dos
alimentos na escola. Portanto, na referida escola, a utilização de plantas medicinais
ainda existe, o que é muito positivo.
Também podemos mencionar que a faixa etária em que os nossos alunos se
encontram ao cursarem o 6º ano do Ensino Fundamental é entre 10 e 13 anos de
idade em média. Fase que consideramos ser muito favorável para estarem
estudando a respeito desta temática. Pois neste período da vida, os alunos retratam
em geral grande curiosidade em aprender a respeito de muitos assuntos importantes
para a sua formação como seres humanos críticos, com possibilidades de ampliação
da visão de mundo, já que estão se preparando como cidadãos/ãs, de modo que a
educação desses alunos seja voltada ao resgate dos conhecimentos praticados há
milênios, utilizando plantas medicinais.
Assim, acreditamos que possa haver grandes expectativas em relação à
aprendizagem da temática proposta. A partir desta percepção e através dos estudos
realizados, assumimos como sendo de suma importância que o tema plantas
medicinais seja estudado no 6º ano do Ensino Fundamental, por ser a série entrante,
rumo às séries finais, otimizando a propulsão para uma nova e decisiva etapa de
estudos, através de ricos conhecimentos adquiridos.
Em outubro de 2012, realizamos outro importante instrumento de pesquisa:
a aplicação de um questionário/diagnóstico referente ao uso de plantas medicinais
aos 18 alunos do 6º ano A, no Colégio Estadual Arnaldo Busato presentes neste dia,
durante as aulas de Geografia. Nesta mesma manhã, os alunos levaram para suas
casas um outro questionário elaborado e que foi especialmente respondido pelos
pais/avós ou responsáveis, sendo o mesmo aplicado pelo(a) próprio(a)
filho(a)/neto(a). Tais questionários foram por nós analisados e integram o arcabouço
de nosso trabalho como veremos adiante.
Outro fator relevante, conforme nos mostra a pesquisa, nos anexos, é que
os conhecimentos da medicina tradicional são componentes essenciais na vida
cotidiana de muitas pessoas no município de Verê, sendo que esta tradição ainda é
mantida viva e praticada.
De acordo com a pesquisa feita aos alunos, pais ou responsáveis, nos
anexos, são utilizadas por esta comunidade os seguintes nomes populares de
plantas medicinais: capim cidreira, camomila, guaco, malva, folha de laranjeira,
macela, maracujá, gervão, funcho, manjerona, alho, gengibre, alcachofra, melissa,
espinheira santa, limão, coentro, alfavaca, girassol, boldo, cavalinha, alecrim, chá
verde, laranja(fruto), quebra-pedra, tansagem, sálvia, carqueja, mil em rama e losna.
Veremos também nos anexos, as imagens das cinco plantas medicinais
mais utilizadas pela comunidade entrevistada. São elas: capim cidreira, hortelã,
camomila, guaco e malva. Por isso, verificando-se a valorização que estas plantas
recebem por parte desta comunidade pesquisada, reitera-se que estes
conhecimentos merecem ser valorizados de modo que sejam contemplados e
compartilhados na Série já acima citada, na disciplina de Geografia, do Colégio
Estadual Arnaldo Busato, para que aconteça o resgate e a perpetuação destes
conhecimentos.
Em termos de procedimentos metodológicos, o estudo se ampara em uma
pesquisa bibliográfica acerca do resgate da cultura popular referente ao uso de
plantas medicinais, em contraposição ao avanço do domínio da indústria
farmacêutica no uso de remédios.
Além disso, também se buscou conhecer/pesquisar e enfatizar as espécies
de plantas medicinais aprovadas pelo Ministério da Saúde, no âmbito do Programa
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que está no Anexo 6.
Assim, o referido artigo está dividido em itens, sendo o primeiro referente ao
uso de plantas medicinais, onde discutimos a revalorização de um conhecimento
popular antigo (inclusive no âmbito das políticas públicas), o qual consideramos que
esteja atualmente em risco diante do poder da indústria farmacêutica. Além disso,
abordamos a importãncia de tal temática no ensino de geografia.
1 USO DE PLANTAS MEDICINAIS E GEOGRAFIA: A REVALORIZAÇÃO DE UM
CONHECIMENTO POPULAR ANTIGO, ATUALMENTE EM RISCO
Segundo Santos (2010), o conhecimento popular, ligado à utilização das
plantas medicinais, sempre pertenceu a um domínio de conhecimento muito rico e
repassado de geração em geração. Porém, existe a manifestação de uma grande
tendência e risco do mesmo ir, aos poucos, sendo lançado no esquecimento,
patrocinando uma grande perda de valores culturais populares relacionados a tal
uso.
Maia (2001), aponta que os saberes que envolvem costume e tradição
recebem constantes defrontações, no contexto de ascensão da modernidade. No
que tange ao uso de plantas medicinais, vale observar que os pesados
investimentos em marketing, voltados para um consumismo exacerbado, dos
produtos da grande indústria farmacêutica, seduzem muitos indivíduos rumo ao uso
de remédios industrializados. Isto mostra uma tendência de mudanças de hábitos (e
tradições) interessantes. Revela que se vive em um período no qual a produção do
espaço social é guiado primordialmente pela produção de mercadorias.
Ainda de acordo com Maia (2001), os costumes encontram contradições de
diferentes tempos que se manifestam no espaço e que se realizam no plano vivido.
Por isso, acredita-se que, para o estudo dos costumes e das tradições, vinculado ao
uso de plantas medicinais, a contribuição da Geografia, entre outras ciências sociais,
se torna indispensável.
Para a autora acima citada, é fácil observar o cotidiano da sociedade atual, a
partir da qual se percebe que os setores econômicos mais poderosos estão
interferindo diretamente na saúde das pessoas. Assim, observa-se que há um uso
indiscriminado de fármacos, voltados a garantir a saúde das pessoas. Mas, muitas
vezes, estes produtos são administrados sem a prescrição médica e podem gerar
sérios males à saúde. Muitas vezes, o sintoma de uma simples dor de cabeça torna-
se motivo para uma impulsiva/compulsiva medicação química.
Constata-se, por outro lado, que o uso indiscriminado de remédios oriundos
da indústria química, vem de contramão à sabedoria popular, sendo esta uma
cultura elaborada durante milênios, a qual sempre estimulou a busca por solução
para os pequenos males ou enfermidades comuns através de recursos naturais
ligados às plantas medicinais, as quais podem proporcionar maiores benefícios ao
organismo das pessoas, já que, em geral, apresentam poucos ou quase nenhum
efeito colateral.
No contexto da Geografia Humanista, existe uma grande preocupação entre
os geógrafos acerca de estudos que valorizam a produção geográfica efetivada a
partir das experiências do mundo vivido, através do conhecimento trazido a partir da
cultura produzida por cada povo/espaço/lugar.
1.1 QUAL GEOGRAFIA É PRECISO ENSINAR?
Um de nossos pontos de partida é o princípio de que a Geografia deve
contribuir para solucionar os problemas dos povos. Resende (1986) alerta para o
fato de que é preciso buscar soluções em conjunto para se conseguir bons
resultados em termos dos problemas sociais existentes. De acordo com o autor,
necessita-se criar um mecanismo essencial que possa recuperar a Geografia, para
que seja reconhecida como uma importante e insubstituível ferramenta cultural e que
torne os estudantes sujeitos de transformação social:
Creio que é preciso ensinar uma Geografia que considere o indivíduo como sujeito e não como objeto do processo histórico. Que não separe, enfim, a sociedade da natureza, e que, se eventualmente a separar (numa etapa de investigação), não fragmente esse saber, perdendo a sua dimensão de totalidade. Que possamos transmitir aos nossos alunos uma geografia que sirva aos interesses deles e não dos detentores do poder (RESENDE, 1986, p. 41).
De acordo com Rosendahl (1999), vive-se em um período no qual o mundo
atravessa uma crise de valores e de sentido para a existência humana, onde o
financeiro é visto muitas vezes como a essência de tudo. Desta forma, a questão da
identidade volta ao centro das atenções.
Castells (1998), citado por Rosendahl (1999), afirma que para poder
compreender a política atual, é preciso antes da economia ou da geopolítica voltar-
se para a identidade religiosa, nacional, regional e étnica de cada sociedade. Já a
organização da vida social e das instituições coletivas, a partir dos Estados-Nações,
têm em geral favorecido o capitalismo industrial que se alastra por todo o planeta, ao
invés de assumir interesses coletivos.
O autor também afirma que a questão da identidade volta a ser um centro
positivo de interesses e estudos, visto a crise de valores e de sentido que se está
vivendo, onde tudo pode ser contabilizado, com a completa modificação da análise
de relações e valores sociais, fazendo conexão direta com a acumulação excludente
de capital, trazida pela globalização (CASTELLS, 1998).
Conforme afirma Santos (2000), a cultura popular continua presente e em
resistência à indústria cultural. Para ele, apesar de poderosa nas modificações
ideológicas da cultura de massa, a cultura popular tem conseguido se manter, em
um movimento de baixo para cima, do local para o global, valorizando e preservando
suas raízes.
De acordo com Oliveira (1995), a medicina popular é uma importante
alternativa em favor da geração de saúde. Esta faz parte da história concreta de
determinados grupos sociais, e, em especial, os migrantes. É uma das expressões
vivas do ponto de vista político e cultural, quando a sua resistência para a recriação
nas cidades e da luta incessante entre os grupos/classes sociais dominadores e
dominados. Nelas, existe uma gama de procedimentos práticos que refletem um
mundo valioso e complexo.
Conforme Oliveira (1995), com a produção de subsistência, estas
comunidades mantinham contatos com as vilas e as cidades mais próximas, onde
em alguns lugares existiam os farmacêuticos populares, os quais possuíam ricos
conhecimentos em manipulação com produtos à base de plantas, utilizando fórmulas
específicas.
Detentores de um profundo conhecimento da cultura popular rural, os
“cientistas populares” tinham um grande compromisso social, com as plantas
medicinais, objetivando responder às necessidades concretas de doença e
sofrimentos, sobretudo em tempos em que o acesso a hospitais e postos de saúde
era muito restrito, devido às longas distâncias até os centros maiores de saúde, as
estradas eram muito precárias ou inexistentes, os recursos financeiros das famílias
eram baseados na agricultura de subsistência e as famílias eram numerosas.
A medicina popular confronta seus conhecimentos, o seu arsenal de técnicas e a cultura da qual é parte, com a medicina praticada pelos médicos – a medicina erudita. Realizada em diferentes circunstâncias e espaços e por várias pessoas (pais, tios, avós, vizinhos), ou por profissionais populares de cura (benzedeiras, médiuns, ervatários, raizeiros, curandeiros, feiticeiros). Nesta perspectiva, a medicina popular é uma prática de cura, que oferece respostas concretas aos sofrimentos vividos no dia a dia. Ela aproxima e fortalece as relações sociais entre as pessoas, já que pressupõe ajuda e solidariedade. Além disso, é uma medicina barata, próxima e acessível (OLIVEIRA, 1995, p. 51).
Podemos observar nos anexos que trazemos ao fim desse trabalho que, no
Plano de Trabalho Docente da disciplina de Geografia no ano de 2012, para o 6º
ano, a abordagem da temática relacionada a “plantas medicinais” está totalmente
ausente. Podemos nos deparar com o fato de que este importante assunto não está
sendo abordado de forma específica nas escolas, encontrando-se ausente da
programação curricular dentro da área geográfica.
Assim, entendemos que as plantas medicinais merecem ser mais bem
lembradas, estudadas e utilizadas. Nossa idéia ganha ainda mais consistência
diante da aprovação pelo Ministério da Saúde, do Programa Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos cuja iniciativa governamental vem a ser um grande e
importante passo rumo ao despertar da fitoterapia em nosso país. Impulsionará e
incentivará a busca de conhecimentos para alternativas sustentáveis de cuidados
com a saúde, resgatando a sabedoria que a humanidade produziu ao longo da
história.
Assim, ressalta-se a importância que o ensino da Geografia contemple o
tema central deste estudo, uma vez que a medicina popular aproxima e fortalece as
relações sociais entre as pessoas, com o intuito de solidariedade.
1.2 AS PLANTAS MEDICINAIS: UM AVANÇO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS
BRASILEIRAS
Reforçando a necessidade da valorização da cultura popular, o próprio
Ministério da Saúde (2008), através da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos, desenvolveu recentemente o Programa Nacional de Plantas Medicinais
e Fitoterápicos. É uma iniciativa governamental que se coloca como um grande e
importante passo rumo ao despertar da fitoterapia no país. Acreditamos que
impulsionará e incentivará a busca do conhecimento para alternativas sustentáveis
de cuidados com a saúde, resgatando a sabedoria que a humanidade produziu ao
longo da história.
Conforme o Ministério da Saúde (2007), o Programa Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos foi criado através do Decreto Presidencial nº 5.813, de 22
de junho de 2006, quando se integra em uma parte fundamental das políticas
públicas de saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social, sendo um
dos elementos essenciais de transversalidade na aplicação de ações que possam
impulsionar mudanças positivas na qualidade de vida da população do país.
Conforme a fonte acima citada, estas iniciativas são essenciais para um
melhor acesso por parte da população aos medicamentos fitoterápicos, juntamente
com a inclusão social, regional, o avanço da indústria e da tecnologia, promovendo a
segurança alimentar e nutricional, administrando o manejo de nossa biodiversidade
de forma sustentável, além de valorizar e preservar o conhecimento popular, ligado
às comunidades tradicionais, indígenas, caboclas e rurais em geral.
De acordo com o site Portal da Saúde, do Ministério da Saúde, no ano de
2008, as plantas de interesse ao SUS foram selecionadas. Reuniram-se
pesquisadores de universidades e da Farmacopéia Brasileira, representantes de
serviços públicos, e técnicos da Anvisa.
Inicialmente, havia uma lista preliminar de 237 espécies vegetais. Montada
em 2005, juntamente com outros ministérios, consultores e pesquisadores na área.
E para facilitar os trabalhos de seleção, as 237 espécies foram separadas por
indicações para uso na atenção básica.
Conforme o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e
Insumos Estratégicos, José Miguel do Nascimento Júnior, chegou-se então a 71
espécies, sendo plantas nativas para que possam ser cultivadas em ao menos uma
das regiões do Brasil, atendendo às doenças mais comuns.
A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos apresenta-se com
os seguintes objetivos:
Construir e/ou aperfeiçoar marco regulatório em todas as etapas da cadeia produtiva de plantasmedicinais e fitoterápicos, a partir dos modelos e experiências existentes no Brasil e em outros países, promovendo a adoção das boas práticas de cultivo, manipulação e produção de plantas medicinais e fitoterápicos, conforme legislação.• Inserir plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia no SUS, com segurança, eficácia e qualidade, em conformidade com as diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS.• Desenvolver instrumentos de fomento à pesquisa, desenvolvimento de tecnologias e inovações em plantas medicinais e fitoterápicos, nas diversas fases da cadeia produtiva.• Estabelecer mecanismos de incentivo ao desenvolvimento sustentável das cadeias produtivas de plantas medicinais e fitoterápicos com vistas ao fortalecimento da indústria farmacêutica nacional e incremento das exportações de fitoterápicos e insumos relacionados.• Promover o uso sustentável da biodiversidade e a repartição dos benefícios decorrentes do acesso aos recursos genéticos de plantas medicinais e ao conhecimento tradicional associado.• Promover e reconhecer as práticas populares e tradicionais de uso de plantas medicinais, fitoterápicos e remédios caseiros.• Desenvolver estratégias de comunicação, formação técnico‐científica e capacitação no setor de plantas medicinais e fitoterápicos.• Promover a inclusão da agricultura familiar nas cadeias e nos arranjos produtivos das plantas medicinais, insumos e fitoterápicos.• Estabelecer uma política intersetorial para o desenvolvimento socioeconômico na área de plantas medicinais e fitoterápicos (PROGRAMANACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS – MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2007, p. 7).
O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (1997),
promoverá a formação técnico-científica e capacitação na área de plantas
medicinais e fitoterápicos. Desta forma, ocorrerá a capacitação em centros
identificados e bem estruturados, com formação técnica e científica para áreas de
cultivo e manejo sustentável de plantas medicinais e produção de plantas
fitoterápicas, voltados para o ensino Médio e Superior, com o objetivo de implantar a
formação, em Plantas Medicinais para todas as áreas do conhecimento relativas a
este tema.
De acordo com o programa governamental acima, haverá o estímulo à
formação e capacitação humana, realizando atuações abrangentes, visto a
multidisciplinaridade que ocorre no setor de plantas medicinais e fitoterápicos, com a
viabilização do apoio a equipes de pesquisa ligados na área, com apoio financeiro,
organização de convênios e com centros de pesquisa equipados.
Ainda segundo este relatório, pretende-se fomentar pesquisa e tecnologia,
com inovações baseadas na biodiversidade brasileira, seguindo as prioridades
epidemiológicas da população, além de promover interação com universidades
públicas e privadas, juntamente com as demandas do setor produtivo, fornecendo-
lhes assistência técnico-científica e financeira para a execução de pesquisas
tecnológicas.
Em sequência à iniciativa federal acima, outra diretriz que se pretende seguir
é estabelecer projetos cooperativos, em meio aos diversos agentes contidos na
cadeia produtiva deste setor, garantindo a evolução de tecnologias específicas, com
incentivo à agricultura familiar e o uso da biodiversidade brasileira. E através desta
ação, espera-se que seja intensificado o investimento em pesquisa das espécies
nativas da flora do Brasil, com avanços feitos pelo setor privado, alavancando esta
cadeia produtiva.
Segundo Matos (1994) e Lorenzi (2002), o uso da fitoterapia no SUS pode
ser uma solução alternativa para a redução de gastos públicos com medicamentos.
Pois a sua eficácia (comprovada) alia-se a seu baixo custo operacional, vista a
facilidade de acesso às plantas no Brasil e compatibilidade com a cultura e o saber
popular. A partir dos estudos de Figueiredo et al (2005) e apontamentos feitos em
Brasil (2009), vê-se que a utilização de plantas medicinais com fins terapêuticos
favorece a participação da população em seu processo curativo de saúde, passando
de agente passivo para agente ativo de seu cuidado.
1.3 O PODER DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA DIANTE DA CULTURA POPULAR
De acordo com Santos (2010), dentre os traços dominantes na atualidade,
duas formas de opressão e dominação emergem: o poder do dinheiro e o da
informação, na modificação das formas de pensar e agir. Ambos passaram a
modificar formas e normas de convivência tradicionais, exercendo ação direta sobre
a conduta e as iniciativas das pessoas.
Conforme o autor referido, no atual tempo histórico, a informação tornou-se
um meio de exclusão social, visto que a utilização das inovações tecnológicas tem
efetivamente se concentrada em favor de poucas pessoas. E grande parte da
população, sobretudo os mais pobres, têm sido segregados do acesso ao
conhecimento em nível mundial, fomentando ainda mais os problemas sociais.
Santos (2010), também enfatiza que, na atual fase do capitalismo,
testemunha-se a presença de modificações no aspecto econômico, em cujo contexto
se dificulta o comportamento prestativo do ser humano em trazer alívio para a dor,
perante sofrimentos alheios.
Neste contexto, o individualismo está ganhando terreno a cada dia, sendo o
ser humano considerado mais como um simples objeto de produção e de consumo.
Por conseguinte, percebe-se que há também a perda de contatos e trocas de
informações culturais entre pessoas e gerações.
Conforme Capra (2007), ocorre uma fixação muito grande em busca do
crescimento econômico a todo custo. E, agregado a este, a produção da vida
humana se efetiva de modo a criar um meio de vida inseguro e nocivo, sem medir as
possíveis consequências.
Quanto ao poder da indústria farmacêutica, para este último autor, na
presente cultura ocidental, é muito comum o uso de medicamentos com ou até sem
prescrição médica. Nos Estados Unidos, a aspirina está sendo consumida a uma
quantidade de vinte mil toneladas ao ano, o que equivale a em torno de 225 drágeas
por pessoa. Um dos problemas destacados refere-se à exagerada distribuição de
remédios prescritos pelos médicos. As vendas de medicamentos aumentaram a um
ritmo fenomenal, principalmente nos últimos vinte anos, havendo uma enorme
incidência nas prescrições dos tipos: estimulantes, antidepressivos, tranquilizantes e
sedativos.
Em concordância com o autor acima citado, percebe-se que uma das
indústrias cujo percentual lucrativo seguiu em grande expansão nos últimos tempos,
é a indústria farmacêutica, ultrapassando margens lucrativas muito significativas
com relação a outras indústrias manufatureiras. Um dos maiores diferenciais deste
ramo industrial é a amplificação de foco que se dá para colocar em evidência alguns
produtos, os quais se tornam super valorizados, e, no entanto, possuem
composições químicas idênticas a outros produtos existentes no ramo.
A pesquisa e a propaganda são mobilizadas, sobretudo pelas grandes
empresas, para desenvolver marketing de promoção para milhares de produtos,
dentre os quais, os medicamentos. Pesadas campanhas publicitárias divulgam como
sendo um determinado produto o melhor em qualidade e eficácia. Mesmo que seja
apenas similar a outros, este passa a ser conhecido como o melhor de todos. E em
consequência disso, as empresas faturam milhões com a venda de medicamentos,
mesmo que nem sempre se tenha um respaldo científico acerca de sua eficácia e
segurança.
Capra (2007) ainda enfatiza que os anúncios farmacêuticos também utilizam
outra arma mercadológica: buscam atrelar/instigar os médicos a ampliarem sempre
mais a quantidade de receitas de seus medicamentos aos pacientes.
Contrapondo-nos à questão do poder das indústrias de medicamentos
químicos, lembra-se com Drecher (2001) que o Brasil é um país privilegiado pela
sua majestosa flora nativa. E dela (ou do que ainda resta) é possível extrair os
milhares de princípios que são capazes de curar a maioria das doenças. Mas, o que
ainda é preciso resgatar, é um maior despertar para a permanência e manutenção
dos valores deixados pelos ascendentes, que faziam amplo uso da rica flora
medicinal, a qual ainda se faz presente nos quintais das famílias da atualidade.
2. A MEDICINA TRADICIONAL EM VERÊ, PARANÁ: DO CONTEXTO HISTÓRICO
À PERMANÊNCIA NOS DIAS ATUAIS
2.1 O uso de plantas medicinais em Verê: breve contextualização histórica
Os saberes da medicina tradicional são componentes essenciais da vida
cotidiana e precisam ser valorizados pela Geografia em geral, e, de uma maneira
muito especial, em Verê, Paraná, onde esta tradição popular é ainda visivelmente
cultivada. E, para que se perpetue de forma consistente esta transmissão de
valores, propôs-se que o assunto relativo a plantas medicinais seja inserido no
Currículo da disciplina de Geografia, no Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê,
que é o objeto alvo de nossos estudos.
No dia 19 de Outubro de 2012, realizamos a aplicação de um
questionário/diagnóstico, referente ao uso de plantas medicinais aos alunos do 6º
ano, no Colégio Estadual Arnaldo Busato.
Neste mesmo dia, os alunos levaram para suas casas um segundo
questionário/diagnóstico, elaborado para ser respondido por seus pais/avós ou
responsáveis, a fim de que fossem entrevistados pelos seus filhos(as), ou netos(as)
sobre o mesmo assunto.
Esta atividade foi realizada mediante autorização prévia por parte da Direção
da escola e da professora de Geografia do 6º ano, a qual gentilmente se colocou à
disposição, para que pudéssemos atuar com a turma, no que se refere à
apresentação do nosso Projeto de Intervenção Pedagógica, seguido das entrevistas.
Neste dia, tivemos uma experiência muito marcante. Utilizando o aparelho
de multimídia, instalado na própria sala do 6º ano A para apresentar o projeto. E
para a minha surpresa, diversos alunos demonstraram claramente um grande
interesse e curiosidade pelo assunto proposto, quando eles interagiram, colocando
suas próprias experiências sobre o uso e os bons resultados que as Plantas
Medicinais proporcionam para a vida deles mesmos e para a vida de suas famílias.
Foi claramente possível perceber que diversos alunos possuem bons
conhecimentos sobre diversas espécies de Plantas Medicinais utilizadas em suas
casas, assim como suas características e suas propriedades terapêuticas.
Também podemos mencionar que através desta intervenção pedagógica,
dos questionários que veremos a seguir e também nos anexos, conseguimos
promover o resgate ao tema proposto, além de ter sido uma oportunidade e uma
abertura para o diálogo sobre esta cultura popular, juntamente com o aval das
famílias.
Os saberes da medicina tradicional são componentes essenciais da vida
cotidiana e precisam ser valorizados pela Geografia em geral, e, de uma maneira
muito especial, em Verê, Paraná, onde esta tradição popular é ainda visivelmente
cultivada. E, para que se perpetue de forma consistente esta transmissão de
valores, propôs-se que o assunto relativo a plantas medicinais seja inserido no
Currículo da disciplina de Geografia, no Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê,
que é o objeto alvo de nossos estudos.
As pesquisas feitas com as famílias, mostram ser esta abordagem de uma
necessidade premente a ser trazida até os alunos. Sobretudo porque a atividade
proposta objetiva promover simultaneamente um importante intercâmbio das
crianças com os saberes dos pais e avós, promovendo uma melhoria significativa da
qualidade de vida da comunidade em questão. E, a partir destes pontos abordados,
percebe-se a necessidade de se fazer um resgate e ao mesmo tempo, manter esta
cultura que ainda é latente neste município, via escola, através das aulas de
Geografia.
Conforme afirma Wachowicz mencionado por Flávio (2011), no processo de
ocupação do Sudoeste do Paraná, o Estado buscou detalhados estudos técnicos a
respeito das características naturais da região. Além de analisar o clima, a
hidrografia, a composição do solo e a fauna, foram também realizados estudos
referentes a composição da flora regional, sendo composta por madeiras de lei e
ervas medicinais a serem aproveitadas.
De acordo com Flávio (2011), a década de 1950, foi o período da chegada
de inúmeras famílias de colonizadores à região Sudoeste o Paraná. E diante das
doenças que surgiam, os nativos e os caboclos, que anteriormente já ocupavam a
região, eram adeptos assíduos da medicina natural. E era através das ervas
medicinais que os mesmos encontravam a cura para inúmeras enfermidades, onde
a utilização fitoterápica era o grande canal de referência de saúde naquele tempo
nesta região, pois o acesso à saúde através de médicos era muito inacessível e
quase inexistente. As pessoas buscavam então muitos tipos de curas e soluções
ligadas à questão saúde, através da cultura popular herdada de seus antecessores.
2.2 A permanência da cultura popular em Verê: síntese dos resultados da
pesquisa com alunos/pais/avós
Na pesquisa por nós realizada, através da aplicação de questionários a
alunos/pais/avós, a respeito da naturalidade dos mesmos, anotamos que a maioria é
natural de Verê, Paraná (ver gráfico 1, anexo 10).
Quanto à área de residência dos alunos e dos pais, a maioria reside na área
urbana do município (Gráfico 2, anexo 11).
No que tange diretamente à questão do uso de plantas medicinais, os
resultados dos questionários nos apresentaram uma grande riqueza de detalhes a
respeito da permanência dessa cultura popular, como buscaremos explicitar a
seguir.
No gráfico 3, evidenciamos a quantidade de espécies de plantas medicinais
mais utilizadas pelos alunos do 6º Ano A, do Colégio Estadual Arnaldo Busato de
Verê/PR e pelos pais/avós/responsáveis:
GRÁFICO 3 – Quantidade de espécies de Plantas Medicinas mais conhecidas pelos alunos do 6º Ano A, do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR e pelos pais/avós/responsável
001
0
4
2
4
1
32
5
3
1
10
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1 espécie 2 espécies 3 espécies 4 espécies 5 espécies De 6 a 9espécies
Mais de 10espécies
Alunos Pais/avós/responsável
Fonte: Entrevista com os Alunos do 6º Ano A do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR e pais/avós/responsável.
Pelo gráfico 3, acima apresentado, pode-se analisar que os alunos/pais/avós
responsáveis, em sua maioria, conhece mais de dez espécies de plantas medicinais.
Ou seja, podemos afirmar que, apesar do avanço da indústria farmacêutica, os
saberes antigos, vinculados ao uso de plantas medicinais ainda se mantém.
Um outro aspecto por nós abordado na pesquisa referes-se à questão do
hábito, por parte de nossos entrevistados, de cultivar plantas medicinais. Os
resultados podem ser vistos no gráfico 4:
GRÁFICO 4 – Hábito de cultivar Plantas Medicinais, por parte de alunos do 6º Ano A, do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR e de seus pais/avós/responsáveis
17 17
1 1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sim NãoAlunos Pais
Fonte: Entrevista com os Alunos do 6º Ano A do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR e pais/avós/responsável.
Conforme se pode verificar, praticamente todos os alunos e pais/
responsáveis entrevistados ainda possuem o hábito de cultivar plantas medicinais
em casa. Mais uma vez, podemos afirmar que tais dados tornam evidente a
permanência dos conhecimentos populares antigos nas práticas cotidianas daquela
população.
Uma outra informação que inferimos ser muito importante, e que buscamos
extrair dos entrevistados, refere-se às plantas medicinais mais utilizadas pelos
alunos e pelas famílias entrevistadas. Os resultados, apresentamos como segue no
gráfico 5:
GRÁFICO 5 – As Plantas Medicinais mais utilizadas por alunos/família do 6º Ano A do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR
14
4 4 4
2 2 21 1 1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Capim Cidreira Camomila Hortelã MacelaFolha de laranjeira Guaco Maracujá GervãoBoldo Girassol
Fonte: Entrevista com os alunos do 6º Ano A do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR.
Os dados a respeito das plantas medicinais que são mais utilizadas pelas
famílias e pelos alunos entrevistados, sendo que é possível constatar que o capim
cidreira é a planta medicinal que desponta como a de maior uso entre os
entrevistados. Além dela, também camomila, hortelã e macela apresentam grau
considerável de utilização. E há, também a presença de plantas como flor de
laranjeira, guaco e maracujá, além de gervão, boldo e girassol como ervas que
permanecem na lista das ervas que prevalecem como de grande importância dentre
os conhecimentos curativos da população estudada.
Há ainda outras espécies que foram mencionadas pelos entrevistados, as
quais não comparecem no gráfico. Dentre elas estão: malva, tansagem, funcho,
melissa, cavalinha, sálvia, manjerona, espinheira santa, alecrim, carqueja, alho,
limão, chá vede, gengibre, coentro, laranja (polpa), mil em rama, alcachofra,
alfavaca, quebra-pedra, e losna.
Sobre a questão da existência do hábito de se dialogar a respeito das
plantas medicinais na família, sete alunos entrevistados disseram que sim, sendo
que onze disseram que não possuem o hábito. Já, dentre os pais/avós/
responsáveis, treze comentaram que possuem o hábito de dialogar sobre plantas
medicinais em casa e cinco não.
De tais dados, podemos concluir que, se por um lado, percebemos uma
relativa perda dessa cultura, por outro lado ainda se nota um processo de
preservação de tais conhecimentos.
Outro ponto que abordamos em nossa pesquisa diz dos problemas de saúde
que os entrevistados buscam solucionar ao fazer uso de plantas medicinais. Os
resultados podem ser vistos no gráfico abaixo:
GRÁFICO 6 – Problemas de saúde que são solucionados ao se fazer uso de Plantas Medicinais por parte dos pais/avós e responsáveis pelos alunos do 6º Ano A, do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR
9
5 5 5 5
21 1 1 1
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Dor de estômago Dor de cabeça Dor Abdominal ResfriadoGripe Mal-estar Dores Nervosismo
Bronquite Má digestão Infecções
Fonte: Entrevista com os pais/avós/responsável pelos alunos do 6º Ano A do Colégio Estadual
Arnaldo Busato de Verê/PR.
Dos elementos apresentados no gráfico, podemos notar que o principal
problema de saúde tratado com plantas medicinais pelos entrevistados é dor de
estômago, seguido por dor de cabeça, dor abdominal, resfriados e gripe, além de
mal-estar e infecções, bem como dores em geral, nervosismo, bronquite e má
digestão.
Ou seja, fica explícito, então, que são diversos os males combatidos nas
práticas cotidianas dos entrevistados, a partir da utilização dos fitoterápicos
conhecidos desde os tempos antigos.
Além das questões acima apresentadas, dirigimos ainda uma outra questão
especificamente aos pais/avós entrevistados (já que são especialmente eles que
administram os medicamentos, no âmbito familiar) buscando apurar a seguinte
informação: diante de determinadas enfermidades experimentadas no dia a dia, eles
buscam primeiramente qual alternativa de cura; as plantas medicinais ou remédios
químicos? Quatorze entrevistados (dentre os dezoito), afirmaram que buscam
inicialmente as plantas medicinais. Somente quatro declararam que buscam já num
primeiro momento remédios químicos para os problemas de saúde.
Além dos aspectos acima mencionados, um outro elemento que
consideramos importante evidenciar se refere ao costume dos entrevistados
cultivarem plantas medicinais em suas residências ou em suas proximidades. Dos
18 alunos, 17 realizam alguma forma de cultivo de plantas medicinais,
demonstrando-nos que o número de pessoas que ainda preservam esses
conhecimentos é expressivo.
E conforme os dados colhidos na pesquisa, os alunos entrevistados, em sua
totalidade, acham importante utilizar plantas medicinais para se curar de doenças.
Da mesma forma, todos os pais/avós ou responsáveis consideram importante a
utilização de Plantas Medicinais.
Quanto à transmissão dos conhecimentos pertinentes às plantas medicinais,
dos 18 alunos entrevistados, 07 costumam falar/mencionar sobre o assunto plantas
medicinais. Já os demais 11 alunos pesquisados não possuem esta tradição. Isso
indica um relativo distanciamento com relação a este tema, o que torna ainda mais
necessária nossa reflexão no âmbito escolar e da ciência em geral, especialmente
da Geografia, quanto a sua real implementação no Currículo de Geografia, para o
Colégio Estadual Arnaldo Busato. Percebemos aqui, a urgência que se faz em
trabalhar esta temática nas escolas, para que este vasto conhecimento não se perca
aos poucos, como a água que escorre pelas nossas mãos.
Todavia, é importante mencionar que há, entre os entrevistados, um grande
respeito pelos saberes antigos pertinentes às plantas medicinais, a ponto de
indicarem que tais conhecimentos deveriam integrar os conteúdos dos currículos
escolares, especialmente na disciplina Geografia. Ou seja, ao serem indagados se
consideram importante estudar plantas medicinais em geografia, 100% dos
entrevistados afirmaram que consideram importante estudar plantas medicinais no
âmbito dessa disciplina escolar.
Assim como seus filhos/netos, 100% dos pais/avós ou responsáveis apóiam
a idéia de se estudar Plantas Medicinais na disciplina de Geografia, no 6º Ano do
Ensino Fundamental. Este dado comprova o grande interesse dos entrevistados
para que esta corrente cultural continue como algo que permaneça, sendo um
importante aspecto da cultura popular presente no cotidiano.
Podemos considerar aqui, que os pais e familiares de nossos alunos
receberam inúmeros ensinamentos relacionados ao conhecimento popular das
gerações anteriores e os mesmos possuem uma bagagem riquíssima de
conhecimentos relacionados às diversas espécies de plantas, bem como o seu uso,
manipulação e finalidades.
Como conclusão de nosso trabalho, temos que a cultura popular continua
presente e apresenta resistência à força da indústria cultural. Ou seja, apesar de sua
poderosa presença ideológica marcante no âmbito da cultura de massa, os saberes
populares têm conseguido se manter, em um movimento de baixo para cima, do
local para o global, valorizando e preservando suas raízes.
Concordamos com a iniciativa do Ministério da Saúde (2007), pois, as ações
de resgate e preservação dessa cultura são essenciais para um melhor acesso por
parte da população aos medicamentos fitoterápicos, além de promover inclusão
social, regional, um maior desenvolvimento da indústria e da tecnologia, fomentando
o manejo de nossa biodiversidade de maneira sustentável, e, enfim, valorizando e
preservando o conhecimento popular.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao findarmos esta pesquisa, pensamos ser fundamental observar que, no
âmbito geral da população pesquisada, constata-se certo avanço do uso de
medicamentos químicos para o combate a enfermidades em geral, que acometem
alunos/pais/avós. Nesse sentido, podemos afirmar que a indústria cultural busca
efetivar uma legitimação dessa prática, no plano de um mercado de consumo com
remédios químicos e que põem em risco ou em ponto de esquecimento as
tradicionais práticas fitoterápicas.
Dentre os traços dominantes em nosso tempo, duas formas de opressão e
dominação emergem: o poder do dinheiro e da informação, na modificação dos
modos de pensar e agir. Ambos passaram a modificar formas e normas de
convivência tradicionais, exercendo ação direta sobre a conduta e as iniciativas das
pessoas.
A pesquisa e a propaganda dedicam-se em altos níveis para desenvolver entre
milhares de produtos, os medicamentos, divulgados como sendo os melhores, de
maior eficácia e sem confrontação, mesmo muito parecidos com outros produtos
disponíveis no mercado. E esta realidade constantemente busca intensificar-se.
Todavia, é importante explicitar que há um conhecimento ainda presente
nas práticas populares que afronta de modo enfático a indústria farmacêutica. Ou
seja, a partir dos dados extraídos de nossos entrevistados, podemos afirmar
categoricamente que é muito marcante a permanência de uma cultura popular que
busca preservar o uso de plantas medicinais para o combate a males corriqueiros
que fazem parte de sua vida cotidiana.
A discussão que aqui trouxemos como fundamental, refere-se ao papel da
escola, especialmente do ensino de Geografia em valorizar o resgate da cultura
popular relacionada ao uso de plantas medicinais, no âmbito escolar.
De acordo com Resende (1986), os docentes precisam criar um mecanismo
essencial que possa recuperar a Geografia como uma importante ferramenta cultural
aos nossos estudantes.
Podemos acrescentar aqui, que é o grande momento para a Geografia
enobrecer o seu currículo, através do tema: “Geografia e Plantas Medicinais: a
valorização e o resgate do conhecimento popular”.
Concordamos plenamente com as palavras de Resende (1986, p. 41):
Creio que é preciso ensinar uma Geografia que considere o indivíduo como sujeito e não como objeto do processo histórico. Que não separe, enfim, a sociedade da natureza, e que, se eventualmente a separar (numa etapa de investigação), não fragmente esse saber, perdendo a sua dimensão de totalidade. Que possamos transmitir aos nossos alunos uma geografia que sirva aos interesses deles e não dos detentores do poder.
Através das amostras de estudos feitas para com os alunos e com os seus
pais/avós ou responsáveis, com a aplicação dos questionários/diagnósticos
referentes ao uso de plantas medicinais, podemos salientar que a cultura de
reconhecer, cultivar e utilizar plantas medicinais para fins terápicos ainda permanece
viva. E constatamos que há a preservação desta cultura popular no município de
Verê.
Também é notável considerar que, neste momento nacional, vivemos uma
importante iniciativa, relacionada ao resgate e à valorização propriamente dita e o
incentivo à pratica da utilização de plantas medicinais, as quais estão sendo
grandemente apoiadas pelo Governo Federal, através do Programa Nacional de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
Consideramos que se a questão das plantas medicinais forem ensinadas
concretamente aos alunos a partir de registros no Plano de Trabalho Docente, os
professores, os alunos, assim como seus pais, avós familiares, enfim, toda a
comunidade em geral também serão, de uma maneira ou outra, os beneficiários e
receptores indiretos, praticantes e disseminadores deste precioso saber.
Como um dos principais resultados do presente trabalho, enfatizamos que o
mesmo se revelou como uma experiência marcante em nossa formação de docente.
E que os conhecimentos a partir dele produzidos poderão ser compartilhados aos
professores na preparação de suas aulas.
Desta forma, acreditamos que pudemos contribuir com o objetivo de
contemplar a preocupação e o envolvimento da Geografia com a cidadania, à
medida em que procuramos evidenciar a necessidade de preservação e valorização
da cultura popular.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Portal.saude.gov.br/portal/saúde/profissional/visualizar_texto cfm?idxt
Terceiro Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, realizado entre 23
a 25/05/2007, na Faculdade de Comunicação/Uf Ba, Salvador – Bahia. Disponível
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www.jardimdeflores.com.br/ERVAS/A01camomila.html
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www.portalsaofrancisco.com.br .
ZANATTA, Aparecida Beatriz. A Abordagem Cultural na Geografia. Disponível em:
www.univale.br/cursos/tipos/pos-graduacao_stri/por_uma_geografia-do_poder-
claude_rafestin. Acesso em 25 junho 2012.
ANEXOS
30
ANEXO 1
MAPA LOCALIZANDO O MUNICÍPIO DE VERÊ NO ESTADO DO PARANÁ
Fonte: Atlas Digital, 2008.
31
ANEXO 2
DADOS DOS CENSOS DO IBGE DE 1970 A 2010
POPULAÇÃO URBANA E RURAL DO MUNICÍPIO DE VERÊ
ANO ÁREA RURAL ÁREA URBANA
1970 11.627 1.082 Total 12.7091980 10.468 1.807 Total 12.2731991 7.555 2.657 Total 10.2122000 5.692 3.029 Total 8.7212010 4.595 3.284 Total 7.879
Fonte: IBGE – Censo Demográfico
32
ANEXO 3
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA DIAGNÓSTICA Nº1
ENTREVISTA APLICADA PELOS ALUNOS DO 6º ANO A, DO COLÉGIO ESTADUAL ARNALDO BUSATO DE VERÊ/PR, AOS PAIS/AVÓS OU
RESPONSPONSÁVEIS PELOS MESMOS, ENTRE OS DIAS 19 E 26 DE OUTUBRO DE 2012
EM QUAL MUNICÍPIO E ESTADO VOCÊ NASCEU?
a) ( ) Município: ______________________________________.
b) ( )Estado:_________________________________________.
O LOCAL ONDE VOCÊ MORA PERTENCE:
a) ( ) Para a área Rural.
b) ( )Para a área Urbana.
EXISTE O COSTUME EM SUA FAMÍLIA DE CULTIVAR PLANTAS MEDICINAIS PRÓXIMO DE SUA RESIDÊNCIA?
a) ( ) Sim. b) ( ) Não.
VOCÊ ACHA IMPORTANTE O USO DAS PLANTAS MEDICINAIS? a) ( ) Sim. b) ( ) Não.
QUANTAS ESPÉCIES DE PLANTAS MEDICINAIS VOCÊ CONHECE ?a) ( ) Uma espécie. b) ( ) Duas espécies. c) ( ) Três espécies. d) ( ) Quatro espécies. e) ( ) Cinco espécies. f) ( ) De seis a nove espécies. g) ( ) Mais de dez espécies.
33
QUAIS SÃO AS PLANTAS MEDICINAIS QUE VOCÊ MAIS UTILIZA?__________________________________________________________________
QUAIS SÃO OS DOIS PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE QUE VOCÊ COSTUMA SOLUCIONAR UTILIZANDO PLANTAS MEDICINAIS?
QUANDO ACONTECEM PROBLEMAS DE SAÚDE TAIS COMO: DOR DE CABEÇA, DOR DE BARRIGA, OU RESFRIADO, VOCÊ DÁ MAIOR PREFERÊNCIA PARA:a) ( ) Remédios da medicina popular.b) ( ) Medicamentos químicos.
VOCÊ COSTUMA CONVERSAR COM SEUS FILHOS (AS) SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS?a) ( ) Sim. b) ( ) Não.
VOCÊ ACHARIA IMPORTANTE QUE OS ALUNOS DO 6º ANO E DAS OUTRAS SÉRIES ESTUDASSEM SOBRE AS PLANTAS MEDICINAIS NA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA?
a) ( ) Sim. b) ( ) Não.
AGRADEÇO PELA SUA IMPORTANTE PARTICIPAÇÃO !
Profª Jaqueline
34
ANEXO 4
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA DIAGNÓSTICA Nº2
ENTREVISTA AOS PAIS/AVÓS OU RESPONSÁVEIS
PELOS ALUNOS DO 6º ANO A.
TOTAL DE ENTREVISTADOS: 18
PERÍODO DA ENTREVISTA: 19 A 26 DE OUTUBRO DE 2012
EM QUAL MUNICÍPIO E ESTADO VOCÊ NASCEU?
Município: ______________________________________.
Estado:_________________________________________.
O LOCAL ONDE VOCÊ MORA PERTENCE:
a )( ) Para a área Rural. b) ( )Para a área Urbana.
EXISTE O COSTUME EM SUA FAMÍLIA DE CULTIVAR PLANTAS MEDICINAIS PRÓXIMO DE SUA RESIDÊNCIA?
a) ( ) Sim. b) ( ) Não.
VOCÊ ACHA IMPORTANTE O USO DAS PLANTAS MEDICINAIS? a) ( )Sim.
b) ( )Não.
QUANTAS ESPÉCIES DE PLANTAS MEDICINAIS VOCÊ CONHECE ?a)( ) Uma espécie. b)( ) Duas espécies. c)( ) Três espécies. d)( ) Quatro espécies. e)( ) Cinco espécies. f)( ) De seis a nove espécies. g)( ) Mais de dez espécies.
35
QUAIS SÃO AS PLANTAS MEDICINAIS QUE VOCÊ MAIS UTILIZA?__________________________________________________________________QUAIS SÃO OS DOIS PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE QUE VOCÊ COSTUMA SOLUCIONAR UTILIZANDO PLANTAS MEDICINAIS?
QUANDO ACONTECEM PROBLEMAS DE SAÚDE TAIS COMO: DOR DE CABEÇA, DOR DE BARRIGA, OU RESFRIADO, VOCÊ DÁ MAIOR PREFERÊNCIA PARA:a)( ) Remédios da medicina popular.b)( ) Medicamentos químicos.
VOCÊ COSTUMA CONVERSAR COM SEUS FILHOS (AS) SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS?a) ( )Sim. b) ( )Não.
VOCÊ ACHARIA IMPORTANTE QUE OS ALUNOS DO 6º ANO E DAS OUTRAS SÉRIES ESTUDASSEM SOBRE AS PLANTAS MEDICINAIS NA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA?
a) ( ) Sim.
b) ( ) Não.
AGRADEÇO PELA SUA IMPORTANTE PARTICIPAÇÃO !
Profª Jaqueline
36
ANEXO 5
IMAGENS DAS CINCO PLANTAS MEDICINAIS MAIS UTILIZADAS PELOS ALUNOS DO 6º ANO A
Capim Cidreira
Fonte: pt.wikipédia.org/wiki/capim-limao.
Hortelã
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/hortelã-verde.
Camomila
Fonte: www.jardimdeflores.com.br/ERVAS/A01camomila.html . Guaco
37
Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br.
Malva
Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2010/267/poder-anti-inflamatorio-da-malva/image.
38
ANEXO 6
PROGRAMA NACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS
Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/plantas_medicinais.pdf
39
ANEXO 7TABELA COM AS 71 ESPÉCIES DE PLANTAS MEDICINAIS APROVADAS PELO
MINISTÉRIO DA SAÚDE
40
41
42
ANEXO 8
DIRETRIZES CURRICULARES DO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTALCONTEÚDOS ESTRUTURANTES
De acordo com a concepção teórica assumida, serão apontados os
Conteúdos Estruturantes da Geografia para Educação Básica, considerando que
seu objeto de estudo/ensino é o espaço geográfico.
Entende-se, por conteúdos estruturantes, os conhecimentos de grande
amplitude que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina
escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e
ensino. São, neste caso, dimensões geográficas da realidade a partir das quais os
conteúdos específicos devem ser abordados.
Como constructos atrelados a uma concepção crítica de educação, os
conteúdos estruturantes da Geografia devem considerar, em sua abordagem
teórico-metodológica, as relações socioespaciais em todas as escalas geográficas,
analisadas em função das transformações políticas, econômicas, sociais e culturais
que marcam o atual período histórico.
Embora ultrapassem o campo da pesquisa geográfica e perpassem outras
áreas do conhecimento, tais conteúdos são constitutivos da disciplina de Geografia,
porque demarcam e articulam o que é próprio do conhecimento geográfico escolar.
Essa especificidade geográfica é alcançada quando os conteúdos são
espacializados e tratados sob o quadro teórico conceitual de referência da disciplina.
Nestas Diretrizes Curriculares, os conteúdos estruturantes da Geografia são:
• Dimensão econômica do espaço geográfico;
• Dimensão política do espaço geográfico;
• Dimensão socioambiental do espaço geográfico;
• Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico.
Os conteúdos estruturantes e os conteúdos específicos devem ser tratados
pedagogicamente a partir das categorias de análise – relações Espaço ↔ Temporais
e relações Sociedade ↔ Natureza – e do quadro conceitual de referência. Por meio
dessa abordagem, pretende-se que o aluno compreenda os conceitos geográficos e
o objeto de estudo da Geografia em suas amplas e complexas relações.
Como dimensões geográficas da realidade, os conteúdos estruturantes da
Geografia estabelecem relações permanentes entre si. Os conteúdos específicos,
43
por sua vez, devem ser abordados a partir das dimensões geográficas próprias dos
quatro conteúdos estruturantes.
A depender da ênfase que o professor deseja dar a determinado conteúdo
específico, é possível priorizar ora a abordagem de um conteúdo estruturante, ora
de outro. Entretanto, a articulação entre todos eles deve ser explicitada pelo
professor para que o aluno compreenda que na realidade socioespacial eles não se
separam.
44
ANEXO 9
PLANO DE TRABALHO DOCENTE PARA O 6º ANO, DO ENSINO FUNDAMENTAL, DA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA DO COLÉGIO ESTADUAL
ARNALDO BUSATO DE VERÊ – ANO DE 2012
COLÉGIO ESTADUAL ARNALDO BUSATO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PLANO DE TRABALHO DOCENTE PARA O 6º ANO
DISCIPLINA: GEOGRAFIA
PROFESSORES: MIRIAN CALGAROTTO, GRACIELI G. HRCHOROVITCH, CLEUNICE DA VEIGA E ROMEU TIEGS
ANO LETIVO: 2012VERÊ – PR
45
Objetivo: Compreender os seguintes conceitos chave: lugar, espaço vivido, tempo, natureza, cultura e meio ambiente.
Conteúdos para o 1º Trimestre
-Paisagem-Paisagem natural humanizada-Lugar e espaço vivido-Tempo e lugar-O grau de humanização das paisagens-Orientação e localização-Os pontos cardeais-A rosa dos ventos-Interpretação cartográfica-Sistemas de coordenadas-As linhas imaginárias-Representações cartográficas-Os mapas-Escala e legenda-Recursos de comunicação cartográfica-Diferentes tipos de representações cartográficas
Conteúdos para o 2º Trimestre
-O planeta Terra-O Sistema Solar-Os principais movimentos da Terra-A crosta terrestre-A Terra e seus ambientes-A estrutura da Terra-Os recursos naturais renováveis e não renováveis-Os combustíveis fósseis-Os solos-Formação e modelagem do relevo terrestre-Agentes externos: intemperismo e erosão-Agentes internos: as placas tectônicas-Agentes internos: vulcões e abalos sísmicos-As unidades do relevo - O relevo brasileiro
Conteúdos para o 3º Trimestre
-A hidrosfera terrestre-A água na Terra-O uso das águas oceânicas-As águas continentais-A atmosfera terrestre-Tempo e clima atmosférico-Pressão atmosférica e os ventos planetários-Ciclones e tornados
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-Dinâmicas climáticas-Massas de ar-Climas do Brasil-Climas da Terra-Fatores do clima -Poluição atmosférica e suas conseqüências -Chuva ácida -Inversão térmica-Destruição da camada de ozônio-Efeito estufa- A biosfera-Mundo: vegetação natural-A atuação humana na dinâmica da natureza-Preservação da biodiversidade
Avaliação: Participação nas atividades e desempenho pessoal, avaliações através de testes objetivos e subjetivos, apresentação individual e em equipes de trabalhos escolares.
Metodologias:Aula expositiva, leitura de textos, exposição dialogada, uso de mapas, de multimídia, DVDs, atlas, livros, jornais, revistas, experiências práticas desenvolvimento de trabalho em equipe.
BibliografiaSAMPAIO, Fernando dos Santos. Para viver juntos: Geografia, 6º ano: Ensino Fundamental.1 ed. Rev. – São Paulo: Edições SM, 2009.PARANÁ. Diretrizes Curriculares Nacionais de Geografia para o Ensino Fundamental. SEED - Curitiba.
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ANEXO 10
GRÁFICO 1
GRÁFICO 1 – Naturalidade dos alunos do 6º ano A do Colégio Estadual Arnaldo
Busato de Verê/PR e dos pais/avós/responsável
15
11
2
01
4
01
0
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Verê-PR FranciscoBeltrão-PR
São Jorged'Oeste-PR
Pato Branco-PR Itapejarad'Oeste-PR
Alunos Pais
Fonte: Entrevista com os Alunos do 6º Ano A do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR e pais/avós/responsável.
48
ANEXO 11
GRÁFICO 2
GRÁFICO 2 – Área do município onde residem os alunos do 6º Ano A do Colégio
Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR e seus pais/avós/responsável
65
1213
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Área Rural Área Urbana
Alunos Pais
Fonte: Entrevista com os Alunos do 6º Ano A do Colégio Estadual Arnaldo Busato de Verê/PR e pais/avós/responsável.