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Entenda os conflitos entre Israel e Palestina

Disputa é por terras sagradas tanto para judeus com o para muçulmanos. Saiba como a questão evoluiu desde o fim do século XIX até a atualidade.

Do G1, em São Paulo

Os conflitos entre Israel e Palestina têm extensas raízes culturais que remontam a vários séculos.

Veja abaixo um resumo da evolução, do fim do século XIX até a atualidade, da disputa pela região no Oriente Médio, que possui importante significado religioso tanto para o judaísmo quanto para o islamismo.

Raízes do conflito

Em 1897, durante o primeiro encontro sionista, movimento internacional judeu, ficou decidido que os judeus retornariam em massa à Terra Santa, em Jerusalém -de onde muitos foram expulsos pelos romanos no século III d.C..

Imediatamente teve início a emigração para a Palestina, que era o nome da região no final do século XIX.

Nessa época, a área pertencia ao Império Otomano, onde viviam cerca de 500 mil árabes. Em 1903, 25 mil imigrantes judeus já estavam vivendo entre eles. Em 1914, quando começou a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), já eram mais de 60 mil.

Em 1948, pouco antes da criação do Estado de Israel, os judeus somavam 600 mil.

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Adolf Hitler, em foto de 1939 (Foto: Arquivo AFP)

Estado duplo

Confrontos começaram a ocorrer à medida que a imigração aumentava. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o fluxo de imigrantes aumentou drasticamente, porque milhões de judeus se dirigiam à Palestina fugindo das perseguições dos nazistas na Europa.

Em 1947, a ONU tentou solucionar o problema e propôs a criação de um "Estado duplo": o território seria dividido em dois Estados, um árabe e outro judeu, com Jerusalém como "enclave internacional". Os árabes não aceitaram a proposta.

Guerras No dia 14 de maio de 1948, Israel declarou sua independência. Os exércitos de Egito, Jordânia, Síria e Líbano atacaram, mas foram derrotados.

Em 1967, aconteceram os confrontos que mudariam o mapa da região, na chamada "Guerra dos Seis Dias". Israel derrotou Egito, Síria e Jordânia e conquistou, de uma só vez, toda a Cisjordânia, as Colinas de Golan e Jerusalém Oriental.

Em 1973, Egito e Síria lançaram uma ofensiva contra Israel no feriado de Yom Kippur, o Dia do Perdão, mas foram novamente derrotados.

Intifada Em 1987 aconteceu a primeira Intifada, palavra árabe que significa "sacudida" ou "levante", quando milhares de jovens saíram às ruas para protestar contra a ocupação israelense, considerada ilegal pela ONU. Os israelenses atiraram e mataram crianças que jogavam pedras nos tanques, provocando indignação na comunidade internacional.

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Jovens palestinos jogam pedras contra soldados

israelenses perto de Tulkarem, na Cisjordânia, em janeiro de 2009 (Foto: Arquivo AFP)

A segunda Intifada teve início em setembro de 2000, após o então primeiro-ministro israelense Ariel Sharon ter caminhado nas cercanias da mesquita Al-Aqsa, considerada sagrada pelos muçulmanos, e que faz parte do Monte do Templo, área sagrada também para os judeus.

Século XXI

Com o apoio de Washington ao longo dos anos, Israel permanece nos territórios ocupados e continua se negando a obedecer a resolução 242 das Nações Unidas, de novembro de 1967, que obriga o país a se retirar de todas as regiões conquistadas durante a Guerra dos Seis Dias.

Apesar das negociações, uma campanha de atentados e boicotes de palestinos que se negam a reconhecer o estado de Israel, e de israelenses que não querem devolver os territórios conquistados, não permite que a paz se concretize na região.

Cisma Palestino

Em junho de 2007, a Autoridade Nacional Palestina se dividiu, após um ano de confrontos internos violentos entre os partidos Hamas e Fatah que deixaram centenas de mortos. A Faixa de Gaza passou a ser controlada pelo Hamas, partido sunita do Movimento de Resistência Islâmica, e a Cisjordânia se manteve sob o governo do Fatah, do presidente Mahmoud Abbas.

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Militante do Hamas mostra cópia do Corão após invadir a sede do Fatah na Cidade de Gaza,

em junho de 2007 (Foto: Arquivo AFP)

O Hamas havia vencido as eleições legislativas palestinas um ano antes, mas a Autoridade Palestina havia sido pressionada e não permitiu um governo independente por parte do premiê Ismail Hamiya. Abbas declarou estado de emergência e destituiu Hamiya do cargo, mas o Hamas manteve o controle de fato da região de Gaza.

Novos impasses

Em 2010, a tensão voltou a subir. O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, decretou a construção de 1.600 novas casas para judeus no setor oriental de Jerusalém, reivindicado pelos palestinos como sua capital.

O anúncio causou oposição até de aliados ocidentais de Israel, como os EUA.

A Autoridade Palestina considera a ocupação judaica na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental o maior impedimento para a paz.

Antigas fronteiras

Em um longo discurso na Casa Branca sobre a política norte-americana para os países árabes em 19 de maio de 2011, o presidente Barack Obama pediu que israelenses e palestinos fizessem concessões para a criação de um Estado Palestino, nas fronteiras anteriores a 1967 e desmilitarizado.

Poucos dias depois, em visita aos EUA, o premiê israelense Benjamin Netanyahu afirmou diante do Congresso americano que Israel se dispõe a fazer "concessões dolorosas", inclusive de terras, para atingir a paz na região, mas que uma volta às fronteiras de 1967 é "indefensável" e também que a capital, Jerusalém, não deve ser dividida.

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Antes da assembleia da ONU

Em agosto de 2011, Israel dá a aprovação final para a construção das 1.600 moradias israelenses em Jerusalém Oriental, decretada no ano anterior. O ato dificulta os esforços liderados pelos EUA em dissuadir os palestinos de buscar o reconhecimento na ONU da nação como um Estado.

No início de setembro, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, reitera o apoio que já havia declarado à criação do Estado Palestino. O início da assembleia da ONU está marcado para 20 de setembro.

Cerca de 500 mil judeus vivem na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, áreas capturadas por Israel na guerra de 1967. Cerca de 2,5 milhões de palestinos vivem no mesmo território.

A recepção da chamada "guerra ao terror" pelo orden amento jurídico internacional

Gustavo Carvalho Lima de Lucena

Quando George W. Bush declarou estado de guerra logo após 11 de setembro, surgiram diversas controvérsias: seria possível declarar guerra à Rede Mundial de Terrorismo que possui diversas facções espalhadas e camufladas por todo o planeta? Essa expressão "Guerra ao Terror" tem algum sentido jurídico?

Considerações Iniciais

O terrorismo sempre foi uma ameaça à paz e a incolumidade da sociedade. No século XX, particularmente na Guerra Fria, atos terrroristas se proliferaram pelas nações sem resultar, no entanto em uma concreta e absoluta mobilização global.

O 11 de Setembro de 2001 ficou marcado como um divisor de águas no Direito Internacional. A partir do momento em que as Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova York foram abaixo, a comunidade internacional se mobilizou e começou a procurar meios para combater e erradicar a primeira grande ameaça a paz do Séc. XXI: o terrorismo.

Quando o Presidente dos EUA, George W. Bush declarou estado de guerra logo após as tragédias ocorridas, abriu-se uma lacuna na seara do Direito Internacional, o que ensejou o surgimento de diversas controvérsias: Seria possível declarar guerra à Rede Mundial de Terrorismo que possui diversas facções espalhadas e camufladas por todo o planeta? Como essa guerra declarada contra um grupo indeterminado de criminosos iria ser recepcionada pelo Ordenamento Jurídico Internacional? Quais seriam as formas de combate para combater esse beligerante? Afinal, essa expressão "Guerra ao Terror" tem algum sentido jurídico?

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O tema central deste artigo visa responder essas indagações e por tabela integrar e complementar a lacuna iminente, procurando explicar de forma clara e sucinta o tratamento jurídico que essa ação repressiva contra o terror vem recebendo.

Para tanto, é preciso conhecermos as noções gerais sobre o terrorismo e as suas formas de exercício, bem como conhecermos as hipóteses de aplicabilidade do jus in bello no combate a esses atos bárbaros. Por fim, é de suma importância sabermos as atuações concretas dos Estados e das Organizações Internacionais nessa batalha e as medidas e sanções que estão sendo aplicadas para localizar, render e punir os responsáveis por esses crimes que têm provocado tanta insegurança e medo aos cidadãos de bem.

Uma Breve Evolução Histórica do Terrorismo e a Prob lemática de sua Conceituação

Embora sua prática tenha se dado já na Antigüidade, mais precisamente na Palestina, e na Idade Média, com a sociedade secreta dos Hashishins espalhando o medo na Pérsia, o terrorismo nos moldes atuais tem sua origem na Revolução Francesa.

A palavra Terror foi usada com a conotação político-jurídica pela primeira vez na França Revolucionária, durante o governo de Robespierre e consistia num meio de legítima defesa da ordem social.

A sistematização do terrorismo se deu no Séc. XIX, com a sua introdução no anarquismo, pensamento cujos fundamentos eram espalhar o terror contra o Estado e incitar a sociedade contra a máquina estatal e a figura do revolucionário sem piedade, este último preceito defendido fervorosamente por Bakunin.

A prática terrorista foi usada pelos revolucionários russos na luta contra os czares. Naquela época, conforme nos relata Sarah Pellet, "o terrorismo era então utilizado por agrupamentos políticos como um meio de ação cujo objetivo era derrubar o poder vigente em um determinado país." (Brant, 2003, p.11), restringindo-se então ao Ordenamento Jurídico Interno.

O terrorismo ganhou dimensões internacionais no período entre-guerras. E a partir daquele momento passou a ser visto como um fenômeno criminoso de interesse global, e o passo inicial para tal se deu com a Convenção de Genebra sobre o assunto em 1937.

No entanto, mesmo com essa evolução, ainda não existe uma homogeneidade acerca do conceito do que seja realmente terrorismo. A citada Convenção de 1937 definiu em seu artigo 1º que a expressão atos terroristas quer dizer fatos dirigidos contra um Estado, e cujo objetivo ou natureza é provocar o terror em pessoas determinadas, em grupos de pessoas ou no público. No entanto, a problemática não encerrou na Convenção. Diversas legislações internas estabeleceram os ditames da prática terrorista, assim como os doutrinadores procuraram definir o que seriam terroristas.

A legislação inglesa deu um importante passo para a conceituação o terrorismo com o

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Terrorism Act 2000 que assim o define como

(...) uma ação ou uma omissão quando o uso ou ameaça é feito com propósitos políticos, religiosos ou ideológicos e que esta ação ou omissão inclui "inter alia" séria violência contra uma pessoa, sérios danos a uma propriedade ou cria um sério risco à saúde ou segurança do público ou uma parte do público. (Brant, 2003, p.16)

Mesmo diante dessa inúmera quantidade de conceitos, podemos inferir que em todos eles delineiam as características-mestras do terrorismo: a) utiliza a violência para intimidar as pessoas; b) visa atingir uma sociedade ou pré-determinada; c) possuem um motivo de cunho político-ideológico-religioso. A essas características, podemos acrescentar ainda a lição do ilustre douto Celso Duvivier Albuquerque Mello, que complementa a nossa explanação com as seguintes características: "(a) imprevisível e arbitrário; b) a vítima não tem meios de evitar; c) é amoral, no sentido de que não leva em consideração argumentos humanitários".(2001, p. 969).

Com isso, é válido afirmar que, embora eles sejam heterogêneos, os diversos conceitos acerca do terrorismo, sejam eles no âmbito do Direito Interno ou Internacional, sejam oriundos da doutrina, da jurisprudência, dos tratados ou das legislações, possuem uma mesma raíz e por isso se convergem entre si.

Terrorismo e o Estado

Bastante interligada tem sido no decorrer da história essa relação ente o terrorismo e o Estado. O envolvimento desses dois institutos pode tanto se convergir como podem se opor entre si. Celso Duvivier Albuquerque de Mello nos ensina que "o terrorismo pode ser tanto do governo como daqueles que contestam o governo. O praticado pelas entidades governamentais consiste no uso de terror com a finalidade de obter um determinado comportamento" (2001, p. 969).

O terrorismo de Estado foi utilizado no governo de Robespierre durante a Revolução Francesa. Ele consiste na prática por serviços especializados e no início visam apenas os contestadores, posteriormente as minorias e por último o próprio Estado. Essa modalidade é usada ainda hoje em regimes de ditadura tirânica e, embora não tenham aparecido provas concretas, especula-se que o Regime Militar do Brasil (1964-1984) fazia o uso de atos terroristas para intimidar certos grupos ideológicos de oposição ao Governo.

Existem também o terrorismo dos que contestam o Governo. É muito comum nesse caso haver confusões com o chamado Direito à Resistência Armada. No entanto os dois institutos são totalmente distintos no que cerne a receptividade perante o Ordenamento Jurídico e a própria natureza de ambos os atos. O Direito à Resistência é inerente a todos os processos civilizatórios, é sempre dirigido contra a ordem político-jurídica estabelecida, a qual pretende alterar por ela está eivada de corrupção, nunca se direcionando a sociedade, ao contrário, sempre busca apoio nesta para obter os seus objetivos. Já o terrorismo de direciona contra todos, usando a violência como forma de absoluta coação contra toda a sociedade e a ordem político-jurídica sem distinção,

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impondo "um certo constrangimento público ao aparato estatal bem como a alguns dos setores privados ligados ao Estado, ou à relações deste com a sociedade internacional." (Brant, 2003, p. 453)

Há ainda uma terceira interligação entre Estado e terror, que consiste na proteção e/ou apoio daquele aos grupos terroristas. O exemplo mais evidente é o Regime Talibã, enquanto este estava no comando do Afeganistão. Eles embora não praticassem o chamado "terrorismo de Governo", eles protegiam o líderda Rede Al Qaeda, Osama Bin Laden, se recusando a entregá-lo aos Estados que estavam procurando-o para o seu julgamento pelos crimes que cometera Situação semelhante no passado no caso EUA x Líbia em 1985, quando o ditador desta nação, Muamar Kadafi abrigou o terrorista palestino Abu Nidal, responsável pelos atentados aos aeroportos de Roma e Viena. Este foi um dos motivos que levou o então governo de Ronald Reagan a bombardear o país africano.

O Jus in Bello e a Legítima Defesa em Face à Luta Contra o Terror ismo

Pela doutrina tradicional, a guerra é uma luta armada entre Estados, desejada ao menos por um deles e empreendida tendo em vista um interesse nacional. Com a evolução do DI e das Relações Internacionais no qual tem-se buscado resolver os litígios de forma diplomática e pacífica, a guerra hoje, de um modo geral, passou a ser considerado crime internacional, e em conseqüência, com a proibição expressa do uso da força na Carta da ONU em 1945, o jus ad bellum não existe mais para os Estados. No entanto, o mesmo documento permite os conflitos armados quando Conselho de Segurança, por motivo compatível aos interesses da Organização assim resolverem (art. 2º, §4º), no caso de luta pela autodeterminação dos povos e no exercício da legítima defesa (art. 51).

Portanto, ainda é permitido o conflito armado, desde que ela não extrapole os limites estabelecidos pela ONU. No entanto, trata-se de uma permissão regulamentada, na qual os beligerantes devem respeitar os limites estabelecidos pelas Convenções de Haia (1907), do Direito Humanitário de Genebra (1949) e de Nova York (1981), além de é claro, o disposto na Carta da ONU. A violação dessas Convenções, que compõem o chamado "jus in bello" acarreta na responsabilidade internacional do Estado e este poderá responder por crime de guerra.

A guerra fundamenta-se em dois princípios que devem ser rigorosamente observados no seu exercício: o princípio da necessidade e o princípio da humanidade. O princípio da necessidade reza que para se conseguir a vitória, não há qualquer restrição nos meios a serem empregados, negando assim o jus in bello. Tal princípio não foi albergado pelo Ordenamento Jurídico Internacional. O princípio da humanidade visa equilibrar o princípio da necessidade, delimitando-o de forma que grupos inocentes não sofressem as terríveis seqüelas de uma guerra. Antes dos atentados de 11 de Setembro, havia uma tendência de que o princípio da necessidade caísse em desuso, no entanto, aparentemente esse princípio vem retomando força no combate a onda terrorista. E para evitar que novas tragédias ocorram, faz necessário o princípio da

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humanidade para igualar o peso na balança.

Com as tragédias ocorridas em Nova York e Washington D.C., começou a surgir na ONU discussões sobre a possibilidade do emprego da legítima defesa, tendo por base o conflito armado e a aplicação do jus in bello contra os grupos terroristas. A questão facilmente se resolveria se por trás desses grupos houvesse uma prova concreta de que algum Estado estaria patrocinando as ações violentas. No entanto, as dificuldades surgem quando há dúvida fundada sobre a participação estatal em algum desses grupos criminosos, ou simplesmente estes não contam com o apoio daquele.

Tem se debatido para esses casos a hipótese do uso da legítima defesa preventiva, que consiste em atacar diante de uma ameaça iminente, mas ainda não efetivada. O uso da legítima defesa preventiva envolvendo ações terroristas foi invocado pelos EUA em 1986 contra a Líbia, sob o argumento de que esta estava protegendo os responsáveis pelos atentados contra soldados americanos na então Berlim Ocidental. Nessa ocasião, alguns Estados do Conselho de Segurança crentes da inocência da Líbia, evitaram questionar a licitude da legítima defesa.

Com a Resolução n. º 1.368/2001 do Conselho de Segurança da ONU, ocorreu um marco inédito no Ordenamento Jurídico Internacional. Embora já houvesse o uso efetivo da força em respostas a atos terroristas como no já citado caso EUA x Líbia, foi a primeira vez que a ONU autorizou a legítima defesa para responder a um ataque terrorista. Conforme nos relata Ana Flávia Velloso, "o texto invoca o direito natural à legítima defesa, individual ou coletiva e, qualificando os atentados terroristas como ameaças a paz e a segurança nacional em clara alusão ao Capítulo VII da Carta das Nações Unidas (...)" (Brant, 205, p. 205.). Com isso, através desta Resolução, os EUA e seus aliados receberam permissão para exercerem o direito à legítima defesa

Isso não quer dizer, entretanto que tem sido pacífico o entendimento da aplicação do jus in bello contra grupos terroristas. Alain Pellet, em uma explicação bastante sábia sobre os atentados de 11 de Setembro, nos revela que

poderíamos em última análise, qualificá-los como crimes contra a humanidade, na concepção dada pelo artigo 7º do Estatuto da Corte Penal Internacional, já que se trata, seguramente, de atos desumanos "perpetrados no quadro de um ataque generalizado ou sistematizado dirigido contra uma população civil e em conhecimento de causa. (Brant, 2003, p.175)

Deveras. A situação não configuraria uma guerra, visto ser difícil saber contra quem se deverá realizar o conflito armado e até mesmo porque o Direito Internacional parece só agora estar buscando uma adaptação para recepcionar novos meios de coibir o terror. No entanto, o fato de o próprio Estatuto da Corte Penal Internacional não ter entrado em vigor parece dificultar mais o encerramento da questão.

Entretanto, com a invasão militar Norte-Americana ao Afeganistão sob o pretexto de que o então governo local naquela época, o Regime Talibã se recusava a entregar o chefe da Rede Al Qaeda e principal acusado pelo planejamento dos atentados a Nova York e Washington Osama Bin Laden, ficou claro que o Estado que financiar o terrorismo ou proteger terroristas poderá sofrer, ainda que de forma indireta, com as

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conseqüências de um conflito armado em seu território. Diante da realidade viu-se concretizada a aplicação do jus in bello numa ação de resposta ao terror, embora o assunto ainda não tenha encontrado suas bases fixas no Direito Internacional.

A atuação dos Estados e das Organizações Internacio nais na Busca de Medidas para Prevenir, Combater e Punir o Terror

Não é de hoje que os Estados e as Organizações Internacionais buscam medidas para cercear o Terror. Houve uma grande evolução no uso dos meios tradicionais, bem como procuraram-se novos caminhos que este ato tão bárbaro não causasse o medo e a insegurança geral. Diversas Convenções foram assinadas para coibir o terrorismo e imediatamente invocadas após o 11 de Setembro. Podemos destacar: A Convenção Interamericana contra o Terrorismo (2002); a Convenção Internacional para a Repressão de Atentados Terroristas a Bomba (1988); e a Convenção para a Repressão ao Apoderamento Ilícito de Aeronaves (1970).

Além dessas Convenções, as Organizações Internacionais lançaram mão das Resoluções feitas logo após os ataques a Washington D.C. e Nova York. As mais importantes sem dúvida são as Resoluções n. º 1.368 e 1.373, ambas proferidas pelo Conselho de Segurança da ONU. Esta última Resolução veio como um ponto de equilíbrio para a primeira ao ampliar a competência do Conselho de Segurança da ONU. Ela inova ao impor aos Estados, mesmo que não tenham ratificados, o respeito as Convenções sobre o assunto. Ela focalizou em especial a ação de cortar impedir o financiamento aos grupos terroristas, conforme expõe in verbis:

O Conselho de Segurança,

(...)

Agindo de acordo com o capítulo VII do estatuto da Organização das Nações Unidas,

Decide que todos os Estados membros deverão:

a)Impedir e suprimir o financiamento de atos terroristas;

b)Criminalizar a provisão ou a coleta intencional, por quaisquer meios, direta ou indiretamente, de fundos por seus cidadãos ou em seus territórios com a intenção de que estes fundos sejam usados, ou que se saiba que estes fundos estão sendo usados para a prática de atos terroristas;

c)Congelar sem demora fundos ou outros ativos financeiros ou recursos econômicos de pessoas que cometam ou tentam cometer atos terroristas ou participem ou facilitem a execução de atos terroristas; de entidades de propriedade ou controladas direta ou indiretamente por estas pessoas; e de pessoas e entidades que ajam em favor ou orientadas por pessoas e entidades, incluindo fundos oriundo ou gerados de bens de propriedade ou que sejam controlados direta ou indiretamente por tais pessoas e

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pessoas/entidades associadas;

d)Proibir seus cidadãos ou quaisquer pessoas ou entidades em seu território de disponibilizar fundos, ativos financeiros, recursos econômicos, serviços financeiros ou correlatos, direta ou indiretamente, para beneficiar pessoas que cometem ou tentam cometer, participem ou facilitem a execução de atos terroristas, de entidades de propriedade ou controladas, direta ou indiretamente, por tais pessoas e pessoas/entidades que ajam em favor ou orientadas por tais pessoas;

(...) (Resolução n. º 1.337/2001)

Essa Resolução contornou o princípio de que todos os tratados só obrigam os Estados que os ratificam. Diante disso, ela demonstra um caráter imperialista e convoca a todos os Estados respeitarem as normas anti-terror agindo em conjunto e colaborando na repressão a proliferação dos focos de grupos radicais, fundamentalistas e intolerantes em seus respectivos terrritórios.

Além da ação das Organizações Internacionais, podemos analisar o papel dos Estados nessa cruzada em favor da paz e da segurança global. Além das legislações internas individuais, os Estados têm agido em conjunto, através da ação de sus respectivas polícias que atuam na fronteira. Um exemplo dessa ação conjunta de forma regionalizada pode ser perfeitamente refletido no Cone Sul da América, onde participam Estados que normalmente não são alvos freqüentes de atentados terroristas. O Brasil por sinal tem tido uma grande colaboração nessa ação conjunta. Invocou o Tratado do Rio na XXIV Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores dos Estados-partes do TIAR, onde foi aprovada a Resolução Ameaça Terrorista nas Américas, estabelecendo o uso de todas as medidas disponíveis para capturar, extraditar e punir aqueles que estejam ligados aos atentados de 11 de setembro de 2001. Coube ao representante brasileiro na OEA presidir a reunião do Comitê Interamericano contra o Terrorismo. A conseqüência desses encontros foi a celebração da Convenção Interamericana contra o Terrorismo em junho de 2002. Dentre os pontos mais relevantes, se destacam as medidas para erradicar o financiamento do terrorismo e a promoção por parte dos Estados-signatários de programas de cooperação técnica e de capacitação para fortalecer as instituições nacionais encarregadas de combater o terrorismo. Até o presente momento ela não foi ratificada pelo Governo Federal. Outra importante contribuição feita pelo Brasil foi na XVI Reunião dos Ministros da Justiça do Mercosul, que se preocupou em reforçar a vigilância das fronteiras dos Estados que integram o Cone Sul da América e celebrou acordos que resultaram no Grupo Especial de Combate ao Terrorismo, permitindo uma ação coordenada, comprometendo os países na troca de informações e na cooperação anti-terror.

E por último há um meio bastante tradicional pelos Estados para reprimir não só o terror como os demais crimes em geral é a extradição. No entanto, nem sempre foi possível extraditar responsáveis por atos terroristas, visto que muitas vezes o terrorismo era qualificado como crime político, e por isso, o infrator teria direito a asilo político. Em 1937, houve a primeira tentativa de qualificar o terrorismo como crime e por isso passível de extradição, mas foi em 1971, através a Convenção da OEA, onde tornou obrigatória a extradição por atos terroristas. O mesmo caminho seguiu a Convenção Européia de 1977 sobre o assunto, que determinava a punição direta feita pelo Estado

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ao terrorista, ou se este não for competente para tal, a extradição seria concretizada.

Conclusões

A introdução da chamada "Guerra ao Terror" no Ordenamento Jurídico Internacional, representa o primeiro grande desafio desse séc. XXI no tocante as Relações Internacionais.

O triunfo dos EUA no Afeganistão revelou a possibilidade do uso da força sob a égide do jus in bello contra o terrorismo, através da legítima defesa consagrada no art. 51 da Carta da ONU e da Resolução n. º 1.368/2001, no entanto, este meio não revelou ser o mais eficaz, visto que o Regime Talibã foi derrubado, mas as redes de terror continuam espalhados pelo planeta, camuflado dos Estados mais remotos aos mais importantes.

A ação regionalizada de Estados em conjunto parece ser um caminho mais eficaz e imediato, buscando "cortar o mal pela raiz" com uma precisão maior. É essa a tendência a ser utilizada no combate contra o terror, cabendo a aplicação da força em casos de legítima defesa e com o aval das Organizações Internacionais. No entanto, tal tendência se esbarra no animus beligerandi das grandes potências – principalmente os EUA – sempre dispostas a recorrer ao uso da força quando no atual momento o Mundo aclama por paz e pelas soluções mais precisas e que ocasionem menos vítimas.

Em síntese, a chamada "Guerra ao Terror" parece ter sido introduzida forçosamente no Ordenamento Jurídico, graças ao empenho das grandes potências desejosas em combater o crime usando seus poderosos arsenais bélicos. E assim o Direito Internacional do século XXI começa sob o prisma de se adaptar a esse novo fenômeno político-jurídico sem ao menos ter passado pela evolução necessária a qualquer ramo da Ciência Jurídica para ficar receptivo à novos fatos sociais da humanidade.

Ataques de 11 de setembro levaram à invasão

Do colégio Stockler*

Diversos atentados terroristas foram praticados contra os norte-americanos, mas nenhum pior que o de 11 de setembro de 2001, quando aviões comerciais dos Estados Unidos, sequestrados por terroristas da Al Qaeda e atingiram as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York e parte do edifício do Pentágono em Washington. Milhares de pessoas morreram nesses atentados e o mundo assistiu estupefato à ousadia de Bin Laden.

A reação norte-americana caiu sobre o Afeganistão, refúgio do terrorista. Em semanas, o combalido território afegão foi duramente atacado pelos militares dos EUA, causando uma terrível devastação. O governo do Taleban foi substituído por um grupo opositor, a Aliança do Norte.

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Breve história

O Afeganistão é um país pobre do sudeste asiático. Não possui saída para o mar, seu solo é pobre, seu clima rigoroso. A maioria de sua população confessa a religião islâmica. Durante o século XIX, o Afeganistão foi dominado pela Inglaterra até conquistar a independência, em 1919. A emancipação, porém, não trouxe liberdade para os afegãos. Ao longo do século XX, a vida política do país foi marcada pela sucessão de ditaduras. Terminada a Segunda Guerra, o ditador Mohammad Daoud Khan procurou manter o país neutro em relação aos blocos geopolíticos que se formaram durante a Guerra Fria. Tensões na fronteira do Paquistão, porém, levaram-no a aproximar-se da União Soviética, de quem obtinha auxílio econômico e militar. Havia, no entanto, grupos de oposição que agiam no sentido de desestabilizar o governo de Daoud Khan, que, juntamente com o embaixador dos Estados Unidos em Cabul, foi assassinado em 1979. O novo governo procurou, então uma aproximação com o governo norte-americano e, em represália, o governo soviético determinou a invasão e ocupação do país. A resistência afegã, ancorada no apoio dos Estados Unidos e do Paquistão, foi, todavia, incansável.

O Taleban

A ascensão ao poder soviético de Mikhail Gorbatchev, em 1985, trouxe profundas mudanças para o mundo socialista. O novo governo reduzu drasticamente os gastos militares, enfraquecendo o controle do país sobre o Afeganistão e favorecendo o avanço dos mujahidin (guerrilha islâmica que lutava contra a ocupação do país). Entre eles destacava-se o grupo Taleban, formado por jovens estudantes. Em 1989, as tropas soviéticas desocuparam o Afeganistão.

Aos poucos, o Taleban foi conquistando espaço político e, em 1996, chegou ao poder na pessoa de Mohammad Omar, líder radical islâmico que pretendia abolir todos os sinais de modernidade, impondo à população a meséria e a opressão. Foi este governo que abrigou um terrorista saudita que, desde o domínio soviético, lutava no país: Osama Bin Laden. Foi ele quem criou a Al Qaeda, cujo objetivo, segundo seus dirigentes, é defender os interesses dos povos muçulmanos diante da opressão e da sedução do Ocidente e cujo maior inimigo são os Estados Unidos.

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Contra o Irã, EUA se aliaram a Saddam Hussein

Alexandre Bigeli*

O aiatolá Khomeini, logo após tomar o poder no Irã, em 1979

Em 1980, Irã e Iraque iniciaram uma guerra sangrenta, que teve forte motivação no fundamentalismo religioso e na presença dos EUA no Oriente Médio. O conflito, que terminou no dia 20 de agosto de 1988, sem vencedores, é um fato histórico que ajuda a entender importantes conflitos posteriores no Oriente Médio, a exemplo da Guerra do Golfo (1991) e da Guerra do Iraque (2003).

Até 1979, o Irã era um dos maiores aliados dos Estados Unidos na região - estratégica por abrigar a maior parte das reservas mundiais de petróleo. Neste ano, o país sofreu a Revolução Islâmica, que resultou na deposição do Xá (imperador) Reza Pahlevi e na posse do aiatolá (chefe religioso) Ruhollah Khomeini como líder máximo do país.

Xiitas no poder

O Irã deixava de ser uma monarquia alinhada ao Ocidente para se tornar uma brutal ditadura fundamentalista islâmica. O fato de a população ser de maioria xiita (islâmicos radicais) explica a maciça adesão à revolução. Khomeini defendia a expansão da revolução, o que criou atritos com outras nações do Oriente Médio, e criticava abertamente os EUA, acusando-os de corromper os valores islâmicos.

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Consequências da Revolução Islâmica

Uma das principais conseqüências da revolução foi o rompimento do Irã com os Estados Unidos, que desde então não mantêm relações diplomáticas. Os americanos se viram sem um de seus maiores aliados. Para compensar a perda do Irã, os EUA se aproximaram do país vizinho, o Iraque, onde o jovem vice-presidente havia tomado o poder recentemente por meio de um golpe de estado. Seu nome? Saddam Hussein. Pois é. Inicialmente, o ditador iraquiano foi um aliado estratégico dos americanos no Oriente Médio.

A guerra começou em 1980 por um motivo que, teoricamente, não seria suficiente para iniciar hostilidades entre Irã e Iraque: o controle do Chatt-el-Arab, um canal que liga o Iraque ao Golfo Pérsico, por meio do qual é escoada a produção petrolífera do país. Embora a margem oriental do canal fosse controlada pelos iranianos, qualquer embarcação podia atravessá-lo sem problemas rumo ao Iraque. Mesmo assim, Saddam Hussein reivindicou o controle total do estreito. Diante da recusa iraniana em ceder seu território, tropas de Saddam invadiram o Irã e destruíram o que era então a maior refinaria de petróleo do mundo, em Abadã.

E assim dois países pobres, altamente dependentes da exportação do petróleo, mantiveram um conflito que se dava principalmente por meio de batalhas de infantaria, custando a vida de milhares de soldados e das populações das regiões fronteiriças. O Iraque, que sofreu um pesado contra-ataque iraniano em 1982, foi apoiado principalmente pelos EUA e por outras nações do Oriente Médio, como a Arábia Saudita, cujas elites não viam com bons olhos a expansão do fundamentalismo islâmico, representado pelo Irã.

Massacre dos curdos

O conflito, travado majoritariamente em solo iraquiano, se caracterizou por vitórias alternadas de ambos os lados, configurando um equilíbrio entre os beligerantes, embora o Irã tivesse uma população três vezes maior. Em 1985, o Iraque teve de enfrentar a sublevação da minoria étnica dos curdos, concentrada principalmente no norte do país. Para evitar um conflito em duas frentes, Saddam resolveu liquidar os separatistas curdos, inimigo mais fraco que os iranianos, de maneira rápida e definitiva. Para isso, usou armas químicas, que mataram cerca de 5 mil habitantes da aldeia de Halabja. Completamente esgotados, Irã e Iraque cessaram fogo em 1988, por sugestão da ONU (Organização das Nações Unidas). As fronteiras permaneceram exatamente as mesmas de antes do conflito. Desta forma, é possível afirmar que as vítimas da guerra -cerca de 300 mil iraquianos e 400 mil iranianos- morreram em vão.

Depois da guerra, Saddam não obteve mais apoio logístico ou financeiro dos EUA e dos outros países árabes, que deixaram de ver o Irã como uma ameaça a seus interesses. Mesmo assim, o ditador manteve sua política agressiva para com seus vizinhos. A próxima vítima de Saddam foi o Kuait, invadido e anexado em 1990. A ação acarretou a Guerra do Golfo em 1991, opondo o Iraque a uma coalizão liderada pelos EUA, o ex-aliado. Mas essa é outra história.

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Após invasão, tropas americanas permanecem no Iraqu e

Do colégio Stockler* Após a transferência do governo do Iraque para a administração provisória nomeada pela ONU, em junho de 2004, os EUA, liderados por George W. Bush, deixaram, aos olhos da opinião pública mundial, a forte impressão de que já vão tarde.

Iniciada em março de 2003, a ocupação anglo-americana do Iraque foi uma verdadeira comédia de erros, com direito à ressurreição dos fantasmas do Vietnã e a uma queda vertiginosa da aprovação do ataque pelo próprio público norte-americano. Três motivos ajudam a explicar o descrédito por que passaram os EUA nos momentos finais da guerra, e consolidado no final de junho, quando o xeque-presidente Ghazi Ajil al-Yawar assumiu o controle político do país.

Em primeiro lugar, o atropelo com que a decisão de atacar o Iraque foi tomada pela coalizão EUA-Inglaterra, apoiada na alegação, ainda não comprovada, de que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa. Para não mencionar que essa iniciativa passou por cima daquela que, teoricamente, seria a instância mundial maior na deliberação desse tipo de operação: o Conselho de Segurança da ONU.

O escândalo de Abu-Ghraib

Além disso, em meados de 2004, jornais do mundo inteiro dedicaram suas manchetes às notícias de que havia sido descoberta a prática de tortura na prisão de Abu-Ghraib, destino dos iraquianos presos pelas tropas americanas. Ironicamente, era lá que Saddam Hussein executava cerca de 6000 presos por ano, com requintes de crueldade. Por último, para tornar ainda mais melancólica a retirada política dos EUA do Iraque - a ocupação militar continua até dezembro de 2005 -, a comissão que investiga os atentados de 11 de setembro de 2001 chegou à conclusão de que não há "provas confiáveis" de ligação entre Saddam e a rede terrorista Al Qaeda. Essa afirmação demole a segunda justificativa americana para os ataques, isto é, a alegação de que eles faziam parte de sua campanha global anti-terror.

Com tudo isso, o saldo dos ataques ao Iraque não poderia ser pior. E chega a ofuscar alguns méritos que, por incrível que possa parecer, a ofensiva militar obteve. Afinal, apesar de que pela força, os americanos retiraram Saddam do poder. Com a queda do ditador, o número de jornais - eram cinco, todos oficiais - saltou para 150 independentes. Além disso, passaram a existir 12 partidos políticos, em contraste com o antigo sistema de partido único - o Baath.

Mas nem esses dados são suficientes para dizer que a guerra ao Iraque foi positiva. Até porque, com o fim da ditadura, os iraquianos tomaram gosto pela democracia. E isso fez com que eles se voltassem contra a presença americana, que se não é ditatorial, é arbitrária. Isso explica o lado negro da ocupação americana do Iraque. Por dia, a média de atentados à bomba no país é de 25, o que já matou 900 soldados da coalizão.

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Saddam Hussein começa a incomodar os EUA

Do colégio Stockler* O conflito com o Irã trouxe graves problemas financeiros para o Iraque, governado por Saddam Hussein. Mesmo com o apoio norte-americano, o Iraque enfrentava nas décadas de 80 e 90 uma séria crise que se aprofundou em função da baixa dos preços do petróleo. O governo iraquiano responsabilizava o Kwait pelo problema, afirmando que o país vendera cotas de petróleo superiores às estabelecidas pela OPEP (Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo) e, por essa razão, invadiu o Kwait.

Vários países do Ocidente que compravam regularmente petróleo do Kwait passaram a temer um acirramento das tensões na região, o que poderia comprometer o abastecimento do produto e elevar seus preços. Pressionada pelos Estados Unidos e pela Inglaterra, a ONU estabeleceu um prazo para que o Iraque se retirasse do Kwait, ao que Saddan Hussein respondeu que só cumpriria a exigência da ONU caso uma outra decisão da instituição fosse cumprida: a criação do Estado Palestino. Dessa forma, Hussein procurava aliados entre os árabes para enfrentar as potências ocidentais. O plano do governante iraquiano, porém, fracassou e ele ficou isolado para enfrentar as tropas que se deslocaram para a região.

Operação Tempestade no Deserto

Em janeiro de 1991, expirado o prazo estabelecido pela ONU, o então presidente dos Estados Unidos George Bush, deu início à operação Tempestade no deserto, ação militar contra o Iraque que partia de bases instaladas na Arábia Saudita. Iasser Arafat, líder da OLP, manifestou seu apoio a Saddam Hussein e este aproveitou para convocar a "guerra santa" contra o Ocidente. Seu principal alvo foi Israel que foi atacado por mísseis sem poder revidar.

Depois de seis semanas de combate o Iraque desocupou o Kwait e foi severamente sancionado pela ONU. Todavia, o responsável pelo conflito, Saddam Hussein, permaneceu até 2003 como o chefe de Estado iraquiano, incomodando até pouco tempo as potências vitoriosas do conflito.

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Exercícios

1. (Uepg 2013) A Síria tem apresentado manifestações políticas por parte de rebeldes e repressões sangrentas por parte do governo sírio, ao longo dos anos de 2011 e de 2012. Sobre esse país do Oriente Médio, assinale o que for correto. 01) Os curdos, que habitam parte de seu território, são a maioria étnica do país, que

tem nos árabes sírios a sua segunda etnia em número representativo. 02) Tendo como capital a cidade de Damasco, é banhada pelo Mar Mediterrâneo na

sua porção oeste e possui desertos em seu território. 04) A República Árabe Síria, na guerra com o seu vizinho Israel, teve as Colinas de

Golã, no sudoeste do país, ocupadas por esse país. 08) A Síria é uma república islâmica teocrática semelhante ao Irã, de quem recebe

ajuda financeira e militar. 2. (Uel 2012) Observe o mapa a seguir.

O mapa destaca uma região do mundo que há muito tempo vive em conflitos étnico, religioso, político e econômico. a) Nomeie a região em destaque no mapa, identifique seu principal recurso natural e

discuta a importância desse recurso na economia da região. b) Indique as três religiões que tiveram origem nessa região e as implicações religiosas

e econômicas dessa região para o Brasil.

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3. (Unioeste 2012) A figura abaixo apresenta a atual distribuição territorial de um espaço historicamente conflituoso no Oriente Médio.

Considerando as áreas numeradas na figura, assinale a alternativa correta. a) A figura representa o espaço de conflito entre o Iraque e o Kuwait e as áreas 1, 2, 3

e 4 correspondem, respectivamente ao Kuwait, à Síria, ao Iraque e à Arábia Saudita.

b) A figura representa o espaço de conflito entre palestinos e israelenses e as áreas 1, 2, 3 e 4 correspondem, respectivamente ao Líbano, à Palestina, à Israel e ao Mar Mediterrâneo.

c) A figura representa o espaço de conflito entre palestinos e israelenses e as áreas 1, 2, 3 e 4 correspondem, respectivamente à Faixa de Gaza, à Cisjordânia, à Israel e ao Mar Mediterrâneo.

d) A figura representa o espaço de conflito entre o Iraque e o Kuwait e as áreas 1, 2, 3 e 4 correspondem, respectivamente ao Kuwait, ao Irã, ao Iraque e ao Golfo Arábico.

e) A figura representa o espaço de conflito entre Índia e Paquistão e as áreas 1, 2, 3 e 4 correspondem, respectivamente à Caxemira, ao Afeganistão, ao Paquistão e à Índia.

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4. (Interbits 2012) Desde o final de 2010, vários países com maioria de muçulmanos do norte da África e do Oriente Médio são caracterizados pela “Primavera Árabe”. O mapa e o esquema a seguir destacam os principais países e a duração dos regimes autoritários.

A partir de seus conhecimentos e da análise do mapa e do esquema, é possível afirmar que a) a Primavera Árabe atinge países da África Meridional e do Oriente Médio, a exemplo

do Iêmen (5) e Barein (6). b) na Tunísia (1), país banhado pelo Mar Vermelho, a Primavera Árabe provocou a

deposição do presidente Ben Ali. c) na Líbia (2), a Primavera Árabe não obteve êxito e permanece no poder o ditador

Muamar Cadafi. d) no Egito (3), banhado pelo Golfo Pérsico e Mar Mediterrâneo, permanecem os

conflitos entre a maioria cristã copta e a minoria muçulmana. e) na Síria (4), país banhado pelo Mar Mediterrâneo, atravessa uma guerra civil entre o

governo de Bachar Al Assad e opositores da maioria sunita.

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5. (Ueg 2012) O mundo árabe foi governado nos últimos anos por regimes “ditatoriais” que asseguraram a seus governantes vários anos de poder e liderança baseada na força. Entretanto, recentemente, uma onda de protestos em diversos países árabes tem provocado inquietações em seus governos, apontando para uma possível mudança na história desses países. No atual contexto, apresente duas das principais causas dessas manifestações e discorra sobre elas. 6. (Ufpr 2012) No livro O fim do Estado-nação, de Kenichi Ohmae, a existência do Estado-nação é questionada. Entretanto, ainda se observa que muitos povos reivindicam a criação de um Estado para si, como é o caso dos palestinos e dos curdos. Caracterize o que é um Estado e por que os povos buscam criá-lo. 7. (Uftm 2012) Em julho de 2011, a série de revoltas contra regimes do mundo árabe, conhecida como Primavera Árabe, completou seis meses. Os ativistas utilizaram os dispositivos tecnoinformacionais para questionar os regimes autoritários e centralizadores que ocorrem em diversos países do Oriente Médio. Os levantes contra os governos da situação reivindicaram políticas liberais. Sobre esta crise, é correto afirmar que: a) o novo cenário político, que se forma após a crise árabe, será construído sobre os

pressupostos ideológicos do alcorão. b) a interferência da União Europeia e dos Estados Unidos para conter a crise árabe

atingiu os países que iniciavam o comércio de petróleo. c) o uso das mídias interativas extrapolou o espaço físico geográfico da revolução e se

tornou uma estratégia política para sensibilizar a comunidade internacional. d) a grande preocupação mundial dos países do G8, a respeito da Primavera Árabe, é

a revolta dos migrantes muçulmanos que residem em países europeus. e) o movimento despertou uma onda de atentados terroristas de origem islâmica nos

Estados Unidos. 8. (Unesp 2011)

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No Oriente Médio, a água é um recurso precioso e uma fonte de conflito. A escassez de recursos hídricos está aumentando as tensões políticas entre países e dentro deles, e entre as comunidades e os interesses comerciais. A Guerra dos Seis Dias, em 1967, foi, em parte, a resposta de Israel à proposta da Jordânia de desviar o rio Jordão para seu próprio uso. A terra tomada na guerra deu-lhe acesso não apenas às águas das cabeceiras do Jordão, como também o controle do aquífero que há por baixo da Cisjordânia, aumentando assim os recursos hídricos em quase 50%.

(Robin Clarke e Jannet King. O Atlas da Água, 2005. Adaptado.) A partir da leitura do mapa e do texto, pode-se afirmar que a água é uma questão importante nas negociações entre a) o Iraque e os turcos. b) os palestinos e a Síria. c) o Líbano e a Síria. d) os iranianos e o Iraque. e) Israel e os palestinos. 9. (Uft 2011) No mundo atual presenciamos conflitos étnicos, religiosos e povos sem um Estado-Nação definido, como no caso o povo curdo. A população curda chega a 26,3 milhões nos principais países onde esta população vive (TAMDJIAN,2005). Com base na informação, é correto afirmar que os curdos vivem principalmente: a) Na faixa de gaza entre a Palestina e Israel em que os conflitos são frequentes

mediante a disputa de territórios, o povo curdo sofre a violência e é excluso de direitos.

b) Na antiga Alemanha Oriental, com o fim da guerra fria os curdos ficaram sem pátria. c) Nas Repúblicas Independentes da antiga União das Repúblicas Soviéticas como

Lituânia, Estônia, Letônia, em que as disputas pelo território têm ocorrido com um grande número de genocídio.

d) Em países do Oriente Médio como Turquia, Síria, Irã, Iraque e Armênia em que os curdos não têm direitos políticos e são discriminados pelos governos.

e) Em países do Oriente Médio como Arábia Saudita, Iraque, Iêmen, Israel, Líbano e Jordânia em que o petróleo tem sido um dos fatores pela disputa do território em que os curdos ficaram exclusos e sem pátria.

10. (Uftm 2011) Em 2009, o presidente Barack Obama anunciou um reforço de 30 mil homens. O objetivo era tentar estabilizar o conflito; enfraquecer o Talebã; derrotar seu aliado, a Al-Qaeda; e começar a retirada das tropas em julho de 2011. Com o aumento do contingente militar, os EUA passaram a ter cerca de 100 mil soldados lutando nessa guerra, que já dura nove anos. Em meio a um aumento de civis mortos, os EUA, que lideram a coalizão internacional nessa guerra, tentam uma ofensiva. Tropas americanas e da OTAN cercam a cidade de Kandahar, reduto dos insurgentes, e esperam expulsá-los da região até dezembro de 2010, através da operação “Golpe do Dragão”.

(O Estado de S.Paulo, 27.09.2010. Adaptado.) O texto refere-se a) à Guerra do Iraque. b) ao conflito entre Israel e palestinos. c) à tensão entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul.

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d) à crise entre a Rússia e a Ucrânia. e) à Guerra do Afeganistão. 11. (Unesp 2011) Ainda sob o ruído dos protestos nas ruas dos países da região que mais produz petróleo, é impossível prever o desdobramento de todas as revoltas que começaram na Tunísia há pouco mais de dois meses. (...) A interrupção do fornecimento, ou o temor de que isso ocorra, tira o sono de governantes e empresários de todo o mundo. As últimas cinco recessões globais foram, todas elas, precedidas de altas agudas e repentinas no preço do barril. (...) Mesmo com a alta repentina, a situação ainda está sob controle. A soma do gasto mundial com petróleo, hoje, equivale a 4,2% do PIB global, percentual bem abaixo dos registrados a partir de 1979 e em 2008.

(Exame, 09.03.2011. Adaptado.) O medo, no início de 2011, de um novo choque do petróleo estava entrelaçado à região que mais o produz. A crise de instabilidade política ameaçava a distribuição e o fornecimento dessa matéria-prima da matriz energética e da diversificada cadeia da indústria química no mundo. O texto refere-se à crise que envolve a) a América Latina. b) a Rússia. c) o Oriente Médio. d) a China. e) a Europa. 12. (Eewb 2011) Considere as organizações I e II para assinalar a alternativa correta: I. Organização Fundamentalista criada na década de 80, para lutar contra o domínio

Soviético no Afeganistão. II. Grupo Islâmico no Combate a Israel apoiado por outros países, como Síria e Irã. Os nomes das organizações I e II com respectivos países e/ou regiões em que elas tem maior expressão correspondem a: a) Jihad, no Afeganistão e Hamas, no Líbano. b) Hezbollad, no Iraque e OLP, na Palestina. c) Hamas, na Palestina, e OLP, em Gaza. d) Al Qaeda, na Afeganistão, e Hezbollad, no Líbano. 13. (Ufsc 2011) Sobre o Oriente Médio, assinale a(s) proposição(ões) correta(s). 01) A Unesco, um órgão da Organização das Nações Unidas, declarou Jerusalém

como Patrimônio Cultural da Humanidade, pois é uma área que apresenta elementos históricos importantes para diferentes sociedades monoteístas.

02) Os conflitos armados ocorrem no Oriente Médio, sobretudo por conta de reservas de petróleo e pela instabilidade política.

04) Devido ao clima desértico, que torna a área pouco adensada e urbanizada, há uma disputa por territórios mais ricos em recursos minerais.

08) Os atuais conflitos religiosos no mundo árabe estão associados sobretudo à expansão do Protestantismo como dogma do Cristianismo.

16) O petróleo encontrado na região é um fator de forte impulso ao desenvolvimento

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econômico e de melhorias no campo social, devido à justa distribuição de seus recursos.

32) Uma característica encontrada no Oriente Médio são os traçados artificiais das fronteiras, que os dominadores europeus definiram durante sua ocupação.

14. (Ueg 2011) A complexa geografia política e a grande diversidade cultural do Oriente Médio, palco de conflitos diversos, suscitam um olhar mais atento para os problemas da região. Sobre esse assunto, é correto afirmar: a) trata-se de uma área de confluência de três grandes religiões (Islamismo, Judaísmo

e Cristianismo), sendo marcada pela disputa do petróleo; além de ser ponto estratégico que liga três continentes, é a região onde vivem os curdos, a maior etnia sem território.

b) os acordos assinados pelos líderes palestinos e israelenses contaram com o apoio de grupos ativistas, como o Hezbollah, o Hamas e o Jihad.

c) as disputas entre Israel e Palestina favoreceram a aproximação do Egito, da Jordânia e da Síria, levando a paz à região, e desarticulando, assim, o poderio econômico e ideológico das potências ocidentais sobre a região.

d) a cidade de Jerusalém, localizada na Cisjordânia, é o ponto de concórdia entre palestinos e israelenses porque abriga as principais mesquitas e o Muro das Lamentações.

15. (Ufpb 2011) O Oriente Médio é uma região em constante tensão geopolítica de repercussão mundial, envolvendo divergências de várias ordens. Nesse contexto, identifique o acontecimento contemporâneo que vem gerando instabilidade geopolítica na região: a) A invasão do Kuwait pelo Iraque, ocasionando, primeiramente, a entrada dos

Estados Unidos e do Irã nesse conflito e, posteriormente, o rompimento diplomático entre essas duas últimas nações.

b) A retirada completa das tropas americanas do Iraque, gerando graves conflitos internos nesse país.

c) A invasão do Egito por Israel, ocasionando atentados terroristas nos territórios palestinos ocupados por Israel.

d) O programa nuclear do Irã, que, embora seja divulgado por esse país como pacífico, vem gerando uma séria tensão mundial.

e) O reconhecimento do Estado Palestino por Israel, contrariando os interesses dos Estados Unidos e de parte dos países ocidentais.

16. (G1 - ifce 2011) Sobre as atuais realidades geopolíticas e socioeconômicas mundiais, é verdadeiro afirmar-se que a) a Síria é forte aliada dos EUA no mundo árabe e tornou-se a principal mediadora do

conflito Israel-Palestina. b) um dos principais conflitos armados que assola o continente africano é a disputa por

territórios com vastas reservas petrolíferas, travada entre Angola e Moçambique. c) a retirada das tropas israelenses e o desmantelamento dos assentamentos judaicos

na Síria e na Jordânia fazem parte do acordo de paz firmado entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina.

d) o governo norte-americano acusa o Irã de apoiar grupos terroristas e de retomar o

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programa de enriquecimento de urânio para fins nucleares. e) os produtos e as mercadorias brasileiros tornam-se mais baratos no exterior, quando

o real está valorizado frente ao dólar, o que determina o aumento do superavit na balança comercial brasileira.

17. (Cesgranrio 2011) Com a incorporação de países do Leste Europeu e a perspectiva de entrada de novos países na União Europeia, a preocupação se volta para a imigração, uma vez que esses países candidatos, por apresentarem instabilidade econômica e alto índice de desemprego, são “exportadores” de imigrantes em potencial. Há vários anos, a Turquia vem negociando a sua entrada para a zona do euro, mas encontra oposição dos países membros porque a) esteve ao lado dos regimes totalitários em ambas as Guerras Mundiais, o que

aumenta a desconfiança dos países-membros em relação à manutenção dos organismos democráticos.

b) defende, como signatária dos Acordos de Oslo em 1993, a permanência da Palestina independente, o que contraria os interesses da maioria dos países europeus.

c) temem o aumento do percentual da força de trabalho clandestina na construção civil e na agricultura dos países ricos com as reformas econômicas e as privatizações realizadas no país.

d) é um país de maioria muçulmana, envolvido ainda em conflitos com o Chipre, país-membro da União Europeia, e com os curdos, que promovem movimento separatista armado no Leste do país.

e) houve pequeno crescimento econômico da União Europeia nos últimos anos, fazendo com que as atenções se voltassem para o desemprego e a redução dos benefícios sociais daqueles que pleiteiam a entrada no mundo globalizado.

18. (Uespi 2012) O 11 de setembro foi lembrado, nos Estados Unidos, com muitas cerimônias e recordações tristes do passado. O presidente Obama fez vários discursos procurando enfatizar a grandeza do povo norte-americano. No mundo atual, os atos terroristas: a) continuam sendo uma ameaça, embora haja um repúdio público contra os grupos

que usam a violência. b) restringem-se cada vez mais, não tendo ligações com crenças religiosas nem,

tampouco, atingindo os centros urbanos. c) persistem nas lutas contra as grandes potências, mas tendem a se extinguir com a

globalização e a democracia. d) representam uma prática superada, politicamente, pois terminam por matar

inocentes e provocar movimentos de protestos. e) atuam nas disputas entre os países com crenças religiosas diferentes e atemorizam,

sobretudo, os países da Europa e da África. 19. (Uff 2012) Estamos vivendo novos tempos, nos quais estão surgindo formas originais de organização da sociedade, com alterações importantes nas relações sociais contemporâneas. Um dos exemplos mais importantes desses novos tempos é a força das redes sociais. Assinale a alternativa que melhor indica o papel das redes sociais nos últimos tempos.

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a) Crescimento das tendências de esquerda associadas ao modelo cubano que utilizam as redes sociais como base de propaganda.

b) Aumento das tendências totalitárias presentes nos movimentos terroristas europeus e a matança em Oslo em agosto último.

c) Eliminação dos vínculos de amizade nas tradicionais famílias americanas ameaçadas pela crise econômica e os tiroteios nas escolas primárias.

d) Mobilização social que deu origem à primavera dos povos árabes e aos conflitos em Londres em agosto último.

e) Utilização da censura como forma de ampliar o uso da lnternet, gerando a tendência de alienação provocada pela diminuição da leitura de Iivros.

20. (Uespi 2012) O consumo de drogas desnorteia políticas educacionais e cria redes de tráficos internacionais. Há interesses econômicos e disputas que mobilizam até mesmo polícias e sistemas judiciários. Na verdade, o tráfico de drogas mostra que: a) a sociedade convive com insatisfações e procura resolvê-las usando meios que

fogem aos esquemas da legalidade e buscando alternativas ilusórias. b) a existência da exaltação ao consumo de mercadorias é responsável, claramente,

pelo uso cotidiano dos entorpecentes. c) os interesses econômicos se disseminam pela sociedade, embora sofram com a

forte repressão do Estado aos seus ilícitos permanentes. d) a desigualdade cultural interfere nos hábitos cotidianos, embora não se possa

constatar uma tentativa de massificação crescente dos costumes. e) não há interesse dos meios de comunicação de mudar hábitos culturais; daí o

debate sobre o consumo de drogas estar ausente das suas programações. 21. (Uespi 2012) Os conflitos militares não se ausentam do mundo contemporâneo. O etnocentrismo resiste, e as crenças religiosas provocam disputas, devastando culturas e mantendo tensões. Recentemente, no Oriente Médio: a) a violência se fez presente na luta contra as ditaduras existentes, conseguiu

reestruturar formas de governo e consolidar as práticas democráticas ocidentais. b) a intervenção frequente de exércitos europeus ajudou na derrubada de ditaduras, na

Líbia e no Egito, sem grandes dificuldades. c) a luta política se acirrou contra o autoritarismo permanente dos governos, renovou

lideranças e sonhos de liberdade democrática. d) a rebeldia de grupos religiosos muçulmanos organizou tropas para combate às

ditaduras da região, embora sem o êxito esperado. e) as ditaduras não resistiram à pressão dos rebeldes e foram colocadas fora de poder

com rapidez e sem maiores violências. 22. (Upe 2011) O Islamismo – religião pregada por Maomé e seus seguidores – tem hoje mais de 1 bilhão de fiéis espalhados pelo mundo, sendo ainda predominante no Oriente Médio, região onde surgiu. Um dos principais fundamentos da expansão muçulmana é a Guerra Santa. A respeito dos muçulmanos, é correto afirmar que a) a expansão árabe-muçulmana acabou por islamizar uma série de povos,

exclusivamente árabes. b) o povo árabe palestino, atuando na revolução armada palestina, rejeita qualquer

solução que não a libertação total do Estado de Israel. c) em Medina, a religião criada por Maomé, embora tenha crescido rapidamente e

tenha criado a Guerra Santa –Gihad – não teve caráter expansionista.

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d) a história do Líbano contemporâneo esteve sempre ligada à busca de um certo equilíbrio entre várias comunidades que compõem o país, especialmente as duas mais importantes: xiitas e cristãos.

e) a facção dos fundamentalistas islâmicos pertence à corrente xiita, sendo que os mais radicais repudiam os valores do mundo ocidental moderno.

23. (G1 - ifce 2011) A Doutrina Bush, política maniqueísta norte-americana, classifica os países aliados como pertencentes ao “Eixo do Bem” e seus inimigos como pertencentes ao “Eixo do Mal”. Segundo essa controversa divisão, pertencem ao “Eixo do Mal” a) Coreia do Norte e Irã. b) Rússia e China. c) Cuba e Venezuela. d) Índia e Palestina. e) Vietnã e Sérvia. 24. (Enem 2011) No mundo árabe, países governados há décadas por regimes políticos centralizadores contabilizam metade da população com menos de 30 anos; desses, 56% têm acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens incubam vírus sedentos por modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, o vírus libertário começa a se espalhar pelos países vizinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais – como o Facebook e o Twitter – ajudaram a mobilizar manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico.

SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da Liberdade. Isto é Internacional. 2 mar. 2011 (adaptado).

Considerando os movimentos políticos mencionados no texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes a) reforçar a atuação dos regimes políticos existentes. b) tomar conhecimento dos fatos sem se envolver. c) manter o distanciamento necessário à sua segurança. d) disseminar vírus capazes de destruir programas dos computadores. e) difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a população.

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Gabarito: Resposta da questão 1: 02 + 04 = 06. 01) INCORRETO. Embora os curdos ocupem parte do território sírio, compõe-se como

minoria étnica. 02) CORRETO. O país apresenta seu pequeno litoral banhado pelo Mediterrâneo e tem

a presença de extensos desertos. 04) CORRETO. Na Guerra dos Seis Dias, ocorrida em 1967, as Colinas de Golã foram

anexadas por Israel sem a perspectiva de acordos para sua devolução até o momento.

08) INCORRETO. A Síria é uma república presidencialista. Resposta da questão 2: a) A região em destaque é o Oriente Médio, cujo principal

recurso natural é o petróleo, haja vista que é nessa área que se encontra as maiores reservas em nível mundial. O petróleo é a matriz do desenvolvimento da indústria no século XX sendo, portanto, essencial ao desenvolvimento da economia do planeta. Para o Oriente Médio, grupo de países subdesenvolvidos com indústria incipiente e produção agrícola insuficiente, o petróleo representa a base de sua economia, sua parcela de poder na geopolítica mundial e sua possibilidade de coerção em questões estratégicas, como o caso da elevação do preço do barril do petróleo feita pela OPEP (Organização dos países exportadores de petróleo) em 1973, causa do 1° choque do petróleo.

b) O Oriente Médio é o berço das três grandes religiões monoteístas: Judaísmo,

Cristianismo e Islamismo. As implicações das questões do Oriente Médio para o Brasil são inúmeras. Sob o ponto de vista, - Religioso: destaca-se o predomínio do cristianismo no país, resultado da colonização portuguesa;

- Econômico: a determinação do preço do barril do petróleo que afeta diretamente o sistema produtivo do país;

- Étnico: a imigração de sírio-libaneses e judeus; - Político: a recente mediação feita pelo governo brasileiro na questão nuclear do Irã, ressaltando a importância geopolítica do país. Resposta da questão 3: [C] O mapa representa áreas onde o conflito entre palestinos e israelenses tem ocorrido com frequência nos últimos anos. Eis as características das áreas: 1. Faixa de Gaza – Território palestino controlado pelo Hamas (partido político, grupo

fundamentalista islâmico sunita e grupo terrorista). A relação entre Israel e Hamas é conflituosa, marcada por eventuais atentados suicidas e ataques com mísseis rudimentares contra Israel, que em represália promove bombardeios em Gaza.

2. Cisjordânia – Território povoado por palestinos com a presença da Autoridade Palestina (presidente Mahmoud Abbas, partido moderado Fatah), e com a presença de assentamentos de judeus mais o controle militar israelense.

3. Israel – Território do Estado de Israel, por vezes, alvo da atuação de grupos extremistas.

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4. Mar Mediterrâneo – A tensão é constante no Mediterrâneo, uma vez que Israel controla o mar territorial da Faixa de Gaza. Já ocorreram incidentes como o ataque israelense a navios de uma ONG (Free Gaza) em 2010. A ONU mantém uma missão de paz no Mediterrâneo com o auxílio da marinha de diversos países, inclusive a do Brasil. Resposta da questão 4: [E] A Primavera Árabe constitui um movimento por democracia contra regimes autoritários do norte da África e do Oriente Médio: Tunísia, Líbia, Egito, Síria, Barein e Iêmen. Resposta da questão 5: As ondas de protestos mencionadas no enunciado referem-se ao movimento denominado “Primavera Árabe”, iniciado no ano de 2011 com uma sucessão de revoltas populares em diversos países do norte da África e do Oriente Médio, levando à queda de governos como os de Hosni Mubarak no Egito e Muamar Kadafi na Líbia. Tais movimentos ocorreram em razão da permanência de governos ditadoriais tradicionais que se tornaram alvos de protestos perante a instabilidade econômica de seus países, marcada por inflação, desemprego e crise de desabastecimento. Resposta da questão 6: O Estado-nação é uma unidade política que compõe a organização territorial em nível mundial, e base para o sistema internacional de poder. Caracteriza-se por apresentar território, fronteiras, nação (grupo de indivíduos com identidade étnico-cultural) e um governo centralizado. O Estado é a instituição política que exerce soberania sobre o Estado-nação. A importância do Estado-nação reside no reconhecimento da unidade político-territorial de uma nação, possibilitando sua legitimidade nas relações comerciais e políticas nos sistemas de poder instaurados pela geopolítica. Resposta da questão 7: [C] • INCORRETO – A “Primavera Árabe” foi uma sucessão de movimentos populares

que se iniciou na Tunísia e se espalhou sobre o mundo árabe, particularmente no norte da África e Oriente Médio. Os manifestantes questionavam os governos seculares e a economia obsoleta e inflacionada e, portanto, sem menções às divergências doutrinárias do Islamismo.

• INCORRETO – Não ocorreu interferência direta da União Europeia e Estados Unidos, sendo apenas discutidos embargos e missões de observadores da ONU sobre a região.

• CORRETO – A sucessão de movimentos da Primavera Árabe teve como característica o uso das redes sociais, articulando a resistência dos manifestantes e estendendo a abrangência dos conflitos.

• INCORRETO – A preocupação da comunidade internacional recaiu sobre a variação do preço do barril do petróleo e possível fortalecimento de grupos extremistas.

INCORRETO – Os atentados terroristas pertencem a grupos extremistas, embora muitas vezes estejam associados, de forma equivocada, ao Islamismo, e não ocorreram atentados recentes aos Estados Unidos. Resposta da questão 8: [E] A criação do Estado de Israel em 1947 provocou grandes impactos regionais e mundiais com a expulsão dos palestinos dos territórios judeus (refugiados): a pressão dos países

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árabes vizinhos para retomada do território (guerra dos seis dias e do Yom Kippur, entre outros conflitos) e repercussões no comércio de petróleo (alterações nas cotas de produção da OPEP para forçar a elevação dos preços). Apesar dos territórios conquistados por Israel, a partir de 1967, a região sempre ficou sob tensão, com inúmeros conflitos entre palestinos e israelenses, onde a água passou a ter um papel estratégico como forma de dominação. Resposta da questão 9: [D] No mundo atual, a zona de conflitos étnicos que se relacionam ao povo curdo é na região do Oriente Médio, na Turquia, Armênia, Azerbaijão, Irã, Iraque e Síria; é onde esses povos estão concentrados e desejam criar o Curdistão. Por ser uma área rica em petróleo, inúmeros conflitos são gerados. Resposta da questão 10: [E] Após os atentados de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos, no governo George W. Bush, iniciaram uma campanha antiterrorismo em escala mundial, chegando a desafiar o Conselho de Segurança na ONU, planejando e executando ações por conta própria, mesmo sem a aprovação dos demais países do Conselho. O primeiro país invadido pelos Estados Unidos nessa campanha foi o Afeganistão, isto devido a fortes indícios da presença do mentor dos ataques às torres gêmeas em Nova Iorque, Osama Bin Laden, chefe da Al-Qaeda na época, abrigada no país pelos Talibãs. Resposta da questão 11: [C] O Oriente Médio é a maior região produtora de petróleo do mundo. As crises socioeconômicas e políticas que assolaram o norte da África e respingou no Oriente Médio era um grande temor para uma elevação nos preços do petróleo e que, por sua vez, atingiria todo mundo. Resposta da questão 12: [D] Com a invasão soviética surgiu o movimento de resistência ao invasor formado por muejaidins, a Al Qaeda (A Base) liderada por Osama Bin Laden. O Hezbollad é um movimento extremista com representatividade parlamentar no Líbano, mantido principalmente pelo Irã. Resposta da questão 13: 01 + 02 + 32 = 35 O Oriente Médio é um mosaico de culturas, línguas e religiões. È uma área de território relativamente pequeno com um grande contingente populacional e uma ampla gama de interesses tribais e, posteriormente, nacionais. A descoberta de petróleo na região no início do século XX colocou-a no centro das atenções no mapa-múndi. A proposição 04 é falsa: existem áreas urbanizadas e concentrações populacionais nas orlas marítimas da região; A proposição 08 é falsa: os conflitos religiosos na região estão associados ao Islamismo e ao Judaísmo. A proposição 16 é falsa: o petróleo da região não repercutiu em desenvolvimento social ou econômico, pois ficou na maior parte dos casos nas mãos de poucos proprietários, líderes tribais, que negociando diretamente com companhias de exploração concentraram sua renda em ativos imobiliários basicamente. Resposta da questão 14: [A]

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• CORRETA – A alternativa descreve, sucinta e corretamente, a região do Oriente Médio.

• INCORRETA – Os acordos de conciliação e de paz entre palestinos e judeus contam com a oposição dos grupos denominados extremistas.

• INCORRETA – As disputas territoriais entre Palestina e Israel envolvem os países adjacentes em conflitos diretos e indiretos, sendo a paz um objetivo ainda não alcançado.

INCORRETA – Jerusalém, embora esteja localizada na Cisjordânia, é uma das discórdias nos acordos de paz entre palestinos e israelenses, haja vista que ela se encontra sob ocupação de Israel, o que desagrada à comunidade muçulmana. Resposta da questão 15: [D] O Oriente Médio tem sido uma região de instabilidade desde meados do século XX por conflitos complexos e cercados de interesses de várias potencias no ocidente e no oriente. A alternativa [A] é falsa: o Irã permaneceu neutro no conflito entre Iraque e Kuwait; A alternativa [B] é falsa: existe a possibilidade das tropas americanas deixarem o Iraque a partir de 2012; A alternativa [C] é falsa: Israel nunca invadiu o Egito; A alternativa [E] é falsa: Israel ainda não reconhece o Estado Palestino. Resposta da questão 16: [D] O fim da bipolaridade entre EUA e URSS iniciou uma nova ordem mundial marcada pelo multilateralismo e por vários conflitos locais associados a disputas étnico-religiosas e socioeconômicas. O Oriente Médio é uma expressão dessa realidade. O conflito israelo-palestino e as questões associadas ao petróleo colocam a região no centro das atenções A alternativa [A] é falsa, a ditadura Síria não goza de prestígio junto aos Estados Unidos. A alternativa [B] é falsa, não há conflito armado por petróleo em Moçambique. A alternativa [C] é falsa, não existem assentamentos judaicos na Síria e na Jordânia. A alternativa [E] é falsa, o real valorizado torna os produtos brasileiros mais caros. Resposta da questão 17: [D] Do ponto de vista histórico, tanto a situação política e social da Turquia é observada com elementos que dificultam seu ingresso na União Europeia, como citados na alternativa B, como as crises dos países membros: Grécia, Irlanda, Espanha e Portugal – que exigem atenções especiais e determinam maiores dificuldades à novas adesões. Já geograficamente, pode-se dizer que ao final da Segunda Guerra a OTAN cooptou a entrada da Turquia para o bloco, devido à sua proximidade da URSS, de importância estratégica na época, acenando-lhe com o ingresso, no futuro, ao bloco econômico europeu. Agora a Turquia cobra essa entrada e a União Europeia tende a cercar-se de segurança para abrir suas fronteiras a um país muçulmano. A alternativa [A] é falsa, a Turquia era pró aliada na Segunda Guerra, pois mantinha relações com a Grã-Bretanha e a França. A alternativa [B] é falsa, a Turquia mantém uma relação estratégica com Israel após a assinatura dos Acordos de Oslo de 1993.

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A alternativa [C] é falsa, as reformas econômicas e as privatizações realizadas pelo governo tem o intuito de fixar a mão de obra turca no país. A alternativa [E] é falsa, os principais países da zona do euro possuem benefícios sociais de alto valor. Resposta da questão 18: [A] Nas duas últimas décadas, os atos terroristas se ampliaram e adotaram como alvo a representações dos EUA em diversas partes do mundo. Muitos compreendem que a falta de potências que se oponham à política dos Estados Unidos levaram pequenos grupos a organizar ações com os poucos recursos que possuem, portanto, impedidos de fazer uma guerra tradicional, optaram por agir com ações isoladas e específicas, atingindo alvos pontuais, mas buscando grande impacto psicológico e na mídia. Resposta da questão 19: [D] As redes sociais atingem parcela significativa da juventude de maior poder aquisitivo e não está associada a elementos ideológicos de esquerda, mesmo porque, é uma dinâmica incorporada e fortalecida pelas grandes corporações de internet. A imprensa atribui grande importância às redes sociais para a organização dos protestos no “mundo árabe” e de questionamento das estruturas bancárias predominantes na Europa e nos Estados Unidos. Resposta da questão 20: [A] Questão que se propõe atual, mas extremamente genérica. O consumo de drogas em diversas partes do mundo se tornou um dos maiores problemas sociais e tomou uma dimensão que envolveu, em esquemas de corrupção, setores da polícia e do sistema judiciários que deveriam ser os responsáveis diretos pelo tráfico. Resposta da questão 21: [C] A questão faz referência ao que se convencionou chamar de “Primavera Árabe”, movimentos de luta contra ditaduras e de busca por liberdade política, que promoveu transformações em alguns países do norte da África (e não no Oriente Médio), como na Tunísia, Egito e Líbia, e está em curso na Síria (no momento em que esta questão foi formulada). Resposta da questão 22: [D] Povos de origem persa, norte-africanos e ibéricos foram islamizados a partir do século VII. O povo árabe palestino é formado a partir de diferenças políticas e nem todos defendem a luta armada contra Israel. Apesar do conceito de Gihad estar equivocado, a religião adquiriu um caráter expansionista. Existem diversos grupos considerados fundamentalistas e podem ser xiitas ou sunitas. A melhor resposta é D, apesar de imprecisa, pois, no Líbano temos muçulmanos xiitas 41%, muçulmanos sunitas 27%, cristãos maronitas 16%, drusos 7%, ortodoxos gregos 5% e católicos 3%.O país tem um sistema de governo que reflete a composição religiosa do país e busca sempre o equilíbrio. O presidente do Líbano é sempre um maronita, o primeiro-ministro é um muçulmano sunita, o presidente do Parlamento é xiita, e o comandante do Exército é um maronita. Resposta da questão 23: [A] Questão atual e factual, que depende do conhecimento da política externa do governo

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Bush e do conhecimento de quais países são considerados inimigos, destacando-se Irã e Coreia do Norte, principalmente devido à política nuclear dessas nações, entendidas como ameaça à estabilidade mundial. Resposta da questão 24: [E] O texto faz referência aos movimentos que foram denominados de “Primavera Árabe”, que atingiram diversos países e produziram, em 2011, efeitos significativos na Tunísia, Egito e Líbia, com a derrubada de regimes ditatoriais que governavam esses países há décadas. As primeiras manifestações foram protagonizadas por jovens nas grandes cidades e a internet serviu de elemento propagador, mesmo porque partidos de oposição e associações civis, como os sindicatos, eram proibidos. No entanto vale lembrar que a continuidade e expansão desse movimento das várias camadas sociais, atingindo diversas regiões desses países demonstram que as condições econômicas foram determinantes.

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