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GEORGE BUSH, O SUPER CAPO DA COCAÍNA

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Tradução

Foram traduzi

Claudio José revisionista e esc

O Mito Jesus - Ocomo sendo o Im

O Mito Jesus Madalena como adotivo de Jesus

O Mito Jesus - Adescendente de J

Obs. importandivulgados e rec

como

feita por Claudio José Ayrosa Rosière

dos apenas o Prefácio e os Capítulos 1, 2 e 9

Ayrosa Rosière é pesquisador histórico, ritor. Tem três livros escritos:

Pantera (identifica o pai biológico de Jesus perador Tibério César)

- A Mulher sem Nome (Identifica Maria sendo a neta de Herodes, Herodias, e o pai como sendo o próprio Herodes, o Grande)

Linhagem (identifica a Linhagem do Graal esus até a atualidade)

te: Estes três livros de minha autoria foram omendados pela Revista Maçônica Arte Real pode ser confirmado aqui e aqui

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Índice

PREFÁCIO A “força do crack” de George Bush Por Lyndon LaRouche CAPÍTULO 1 George Bush, o capo das drogas Cronologia: A conexão dos contras com o crack Documentação: alguns dos documentos legais que respaldam a acusação do jornal San Jose Mercury O caso dos homens rãs no informe da Comissão Kerry CAPÍTULO 2 George Bush: o policial que cometeu o crime Bush assume as operações encobertas da Inteligência estadunidense Perfis:

Theodore Schackley Donald P. Gregg Félix Rodríguez, codinome “Max Gomes” Richard V. Secord Oliver North

CAPÍTULO 3 O Ponto Focal de Bush e o caso de LaRouche: existe vida nos asteróides? Billington: quem é Oliver North

CAPÍTULO 4 A verdade sobre Mena, Arkansas... e algo mais Documentação: cartas de autoridades policiais e judiciais de Louisiana; excertos do testemunho de George Morales e Gary Wayne Betzner, nas Audiências da Comissão Kerry Entrevistas: Celerino Castillo CAPÍTULO 5 O Departamento de Defesa faz um trato com os capos do narcotráfico Bush e o Cartel de Cali na Colômbia Bush entregou o Panamá ao Cartel de Cali Noriega: “eu não era um obstáculo” Os Estados Unidos pagam testemunhas contra Noriega Salinas, o capo mexicano das drogas, também é homem de Bush Anos 80, a “narcodécada” de Bush CAPÍTULO 9 Acusação formal contra George Bush e companhia

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Prefácio

A força do crack de George Bush Aqueles familiarizados com este tema perceberão que as páginas que seguem são muito mais que um informe; trata-se de um caso que merece ser apresentado a um grande jurado. As provas exigem um auto de acusação contra o Ex-Presidente dos Estados Unidos George Herbert Walker Bush, e companhia, por conspiração para cometer vários “crimes sérios e feitorias”. Entre os diversos crimes, se incluía importação de cocaína por parte de agentes da liga de Bush e também a obstrução massiva da justiça, neste e em outros casos, por parte de confederados de Bush em cargos importantes no Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Obviamente, o jornal San Jose Mercury News merece elogios por seu valor e persistência em proporcionar o vínculo final tão necessário para demonstrar a conexão entre a tomada de George Bush, em 1983, da operação dos contras, e o início da epidemia de “cocaína-crack” em meados dos anos 80 nos Estados Unidos. Não obstante, a grande maioria das provas correspondentes tem estado nos arquivos de Executive Intelligence Review desde há uma década. A margem adicional de informação factual que proporciona o primor do Mercury, contribui com essa qualidade específica de um feito acrescentando que desperta as paixões mais intensas do público, em respaldo as provas em seu conjunto. Este novo elemento cria o fator político tão necessário para acabar com o acobertamento que se colocou em marcha mediante as mentiras do Vice-Presidente George Bush e pelo cuidadoso desenho das aparições teatrais choronas de Oliver North nas audiências do Congresso sobre este assunto. Quando virem todo o quadro, como mostram as provas cruciais apresentadas aqui, moverão a cabeça em sinal de que estão de acordo que a epidemia de “crack” é somente uma das acusações contra Bush e companhia. Se tivermos que recuperar a república constitucional federal que foi quase destruída desde que Bush chegou a Vice-Presidência dos Estados Unidos em 1980, devemos primeiro despertar e liquidar esta vasta organização ilegal mercenária, financiada significativamente pelas drogas, que Bush levantou encobrindo-se com sua autoridade delegada (e relegada) pelas diretivas presidenciais de segurança nacional 2 e 3, e por sua posição como “czar das drogas” no período das operações fronteiriças de tráfico de drogas dos agentes contras de Bush. Suponhamos que a CIA devia haver sabido que a organização do “governo secreto” do Vice-Presidente George Bush estava importando toneladas de cocaína para colocá-las nas ruas dos Estados Unidos da América (inclusive se à CIA não foi permitido interferir nas operações de Bush ou informar que as conhecia); mas, se alguém se deixa enganar e crer que a CIA possa haver participado no tráfico de drogas, ou havê-lo controlado, então este alguém está perfurando um poço seco ou, talvez, ajudando totalmente a levantar outra operação de encobrimento do verdadeiro autor: Bush. A história do papel de Bush na distribuição de “cocaína-crack” nas ruas dos Estados Unidos começou depois de que o Congresso dos Estados Unidos obrigou o governo de Reagan a atenuar e suspender o respaldo da Agência Central de Inteligência (CIA) as operações dos contras. Como nos mostra a documentação aqui apresentada, o aspecto fundamental do início da epidemia de “cocaína-crack” por parte dos contras em nossas ruas foi o que se fez para compensar a operação dos contras, transferindo o respaldo à operação fora da CIA e de outras agências federais e passando-a para onde a Emenda Boland impedia. O controle se transferiu para as mãos de uma vasta organização mercenária encabeçada por Bush e financiada por fundos privados. Esses mercenários e suas operações eram dirigidos não pelos servidores civis da burocracia da CIA, preocupados por suas aposentadorias, mas desde os escritórios do Conselho de Segurança Nacional e, em grande parte, com a camuflagem do “Ponto Focal”, proporcionada pelo Estado Maior Conjunto do Exército dos Estados Unidos. Concentrem-se no elemento crucial: por que razão os contras tiveram que vender a preços reduzidos a distribuição já existente de cocaína nos Estados Ungidos colocando “cocaína-crack” nesses bairros pobres onde quase não havia tráfico de cocaína anteriormente? Quando a Emenda Boland suspendeu todo subsídio governamental dos Estados Unidos para os contras, Bush, seu assessor de segurança nacional Donald Gregg, e seu títere Oliver North, recorreram a certos governos do exterior e a contribuições privadas para substituir os dólares do governo estadunidense. Não se excluíram contribuições de fontes criminais. Neste papel da “força do crack”, os contras contaram com a ajuda crucial de representantes dos cartéis de cocaína colombianos. Os contras receberam um inventário de cocaína. Para tanto essa cocaína tinha que ser despejada em outros mercados nacionais estadunidenses que não fossem os que já recebiam das redes de distribuição estabelecidas pelos cartéis da Colômbia. Deveria ser aberto um novo mercado, que não existisse, para a cocaína; um mercado novo no qual pudesse ser despejado esse inventário de cocaína dos contras a preços rebaixados para venda rápida. Daí vem as provas desenterradas pelo San Jose Mercury News. Por isto, nestes bairros há tantos mortos e tantos negros e hispânicos culpados, que cumprem sentença que o Capo George Bush deveria estar cumprindo em prisões federais e estatais.

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E somente quanto ao tema das drogas, há muito mais do que inclui o Mercury. Também houve “pilotos de Bush”. Alguns eram como o pára-quedista Hasenfus, agente da Inteligência militar que desatou um escândalo internacional. Outros eram traficantes de marihuana, como Barry Seal, que se converteu em agente e informante dirigido por agentes como Oliver “Buck” Revell, do FBI, e o Tenente-coronel Oliver North, desde o Aeroporto Regional intramontanhoso de Mena, Arkansas. Foi uma operação dirigida pela autoridade especial de segurança nacional federal de Bush, fora do alcance de qualquer governador de Arkansas para intervir. Outros foram partes da operação que o perene assassino e Vice-Presidente George Bush dirigiu pessoalmente para cortar o pescoço do General Manoel Antonio Noriega, quando o próprio Bush visitou o Panamá para reunir-se com o General. Mas as operações de Bush como Vice-Presidente, sob as diretivas 2 e 3, não se limitaram as Américas. Bush usou seu ninho no Conselho de Segurança Nacional e no “Ponto Focal”, sob a proteção do Estado Maior Conjunto dos Estados Unidos, para criar um vasto e complexo “governo secreto” financiado com dinheiro privado, cujas atividades corruptas contínuas tem levado as instituições constitucionais dos três ramos do governo federal à beira da destruição. Inclusive, sem que Bush ocupe um cargo público de eleição, ele e seu exército de valentões mercenários seguem operando dentro e fora dos Estados Unidos com um absoluto desprezo por nossas instituições constitucionais e os direitos de nossos cidadãos e, com freqüência, em oposição direta aos interesses vitais estratégicos dos Estados Unidos no exterior. Enquanto não exorcizarmos as legiões do demônio Bush de suas posições de poder em nossa vida nacional, nenhum cidadão estará a salvo, nem sequer os mais altos cargos do nosso governo são imunes às armações da “Câmara de Starr” e atrocidades similares dos Robespierre da liga de Bush. Leiam as páginas seguintes; estudem as provas. É hora de julgar e neutralizar este vasto aparato de mercenários no governo secreto que o Ex-Presidente Bush segue simbolizando hoje em dia. Nossa nação e o futuro de suas famílias dependem disto, antes que seja demasiado tarde. Lyndon LaRouche Jr. Leesburg, Virginia 13 de setembro de 1996

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Capítulo 1

George Bush, o capo das drogas A série publicada pelo jornal San Jose Mercury News nos dias 18, 19 e 20 de agosto de 1996 faz com que se pergunte: Quantos milhares de presos em cárceres federais dos Estados Unidos cumprem a condenação que corresponde ao Ex-Vice-presidente George Bush? O San Jose Mercury News apontou que o papel dos agentes dos rebeldes dos contras nicaragüenses que se instalaram nos anos 80 na Califórnia foi o de inundar as ruas de Los Angeles com o produto da cocaína chamado crack, e de alimentar a explosão de violência das quadrilhas Crips e Bloods, que eram, de fato, os vendedores varejistas do crack dos contras. O diretor de operações da operação dos contras, em todo o tempo em que os contras estiveram colocando toneladas de cocaína barata nas mãos dos Crips e dos Bloods, foi o Vice-Presidente George Bush. Isto converteu Bush, logo depois presidente dos Estados Unidos, no maior capo das drogas dos anos 80. O candidato presidencial republicano Bob Dole exigiu ao governo estadunidense que atue com maior energia contra o tráfico de drogas. Os documentos reunidos pelo repórter Gary Webb colocam a todos os candidatos das eleições de 1996 a pergunta vital: O presidente Bob Dole, ou o presidente Bill Clinton atuarão contra o maior dos capos estadunidenses do tráfico de drogas dos anos 80? “Atrás do crime há um criminoso”, disse Bob Dole. Contudo, o crime de Bush não começou, nem terminou, ao converter-se em amo e senhor das drogas dos anos 80. Por trás de Bush se encontra a maior ameaça terrorista que pende contra os Estados Unidos. Aqui apresentamos os feitos. Começamos com um resumo da investigação do San Jose Mercury News, uma investigação que o repórter Gary Webb supôs que seria um meio para determinar a participação da Agência Central de Inteligência (CIA) na epidemia do consumo de crack dos anos 80, mas que, na verdade, é a prova da intervenção de George Bush e Oliver North na condução de dita epidemia de consumo de drogas, e muito mais. A REPORTAGEM DO SAN JOSE MERCURY NEWS A série publicada pelo San Jose Mercury News demonstrou com documentos, pela primeira vez, a participação da Força Democrática Nicaragüense (FDN), também conhecida como os contras, dirigida por George Bush, na criação da epidemia de consumo de crack de meados dos anos 80. A série do San Jose Mercury News, que se baseou em vários processos federais contra narcotraficantes e em arquivos secretos do FBI que recentemente foram postos à disposição do público, disse que entre 1981 e 1986 a ligação Bush-contras inundou as ruas dos bairros baixos de Los Angeles com toneladas de cocaína, que lhes rendeu milhões de dólares de lucros, os quais foram enviados aos rebeldes contras da América Central. Hoje, a conseqüência desta perfídia de Bush, é que centenas de milhares de estadunidenses negros e de origem hispânica, e demais, se encontram em prisões federais ou estatais, cumprindo, com efeito, a condenação que corresponde a George Bush, enquanto este segue livre e desfruta da fama e das retribuições econômicas correspondentes a seus antigos cargos de Vice-Presidente e Presidente dos Estados Unidos. Nenhuma cidade dos Estados Unidos esteve imune à epidemia do crack. As quadrilhas de ruas de Los Angeles, os Crips e os Bloods, que foram os primeiros em beneficiar-se de toneladas de cocaína barata e da melhor qualidade, cortesia da sociedade Bush-contras, converteram em zona de guerra o centro sul de Los Angeles, próximo à população de Compton, e posteriormente a centenas de cidades e todos os Estados Unidos. As vítimas da guerra urbana do crack somam já várias dezenas de milhares de mortos e milhões que caminham feridos. A série do San Jose Mercury News, escrita pelo jornalista Gary Webb, radicado em Sacramento (Califórnia), não menciona nem o Vice-Presidente Bush, nem seu papel de “comandante supremo” da guerra secreta da América Central, senão que se concentra em apontar que a CIA é a principal culpada. Contudo, em finais de 1981, graças a várias ordens presidenciais e disposições de segurança nacional, muitas delas que já estão à disposição do público, o Vice-Presidente foi designado chefe de todas as operações de Inteligência do governo de Ronald Reagan (ver Capítulo 2). Todas as operações secretas realizadas por funcionários da CIA, do Pentágono e de todos os demais órgãos de Inteligência federais dos Estados Unidos, ao lado de um exército de ex-agentes de Inteligência e de agentes estrangeiros --- os chamados “asteróides” --- estiveram sob as ordens do Vice-Presidente Bush. Em uma entrevista com o que agora escreve, Webb reconheceu que simplesmente não havia traçado a estrutura de mando dos contras até a casa Branca, ainda que tivesse indícios de que a operação não havia sido exclusivamente da CIA. UM PANORAMA DEVASTADOR O que Webb fez reluzir, contudo, é devastador. Desde o início mesmo do governo de Ronald Reagan, os Estados Unidos se envolveram em uma guerra substituta contra o regime sandinista da Nicarágua, que havia chegado ao poder em 1979 com a derrocada do governo de Anastácio Somoza, graças, ironicamente, ao respaldo do governo de Jimmy Carter. E, desde o início do governo de Reagan, a “força substituta”, os contras, esteve fortemente financiada por meio do tráfico de cocaína nas ruas da Califórnia e de todos os Estados Unidos.

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As redes da Força Democrática Nicaragüense (FDN) que operavam na Baía de São Francisco, Califórnia, [baía em que se localizam as cidades de São Francisco, Oakland e Berkley, N.ED.] e que dominavam os canais que levavam a cocaína a Los Angeles, eram perfeitamente conhecidas, e firmemente dirigidas pela hierarquia dos contras comandada por Bush, Adolfo Calero, ex-executivo da Coca-Cola de Manágua, Nicarágua, que era a cabeça visível do “governo no exílio” da FDN, estiveram sob Bush e North por todos os anos 80. Segundo documentos dos tribunais, obtidos pelo San Jose Mercury News, e agora também em poder de EIR, Calero viajou com freqüência a Baía de São Francisco em princípios dos anos 80, e foi fotografado com o chefe da quadrilha de cocaína, Juan Norwin Meneses Cantarero, pelo menos em um ato para obter fundos para os contras. Meneses Cantarero era oficialmente o chefe da “Inteligência e segurança” da FDN na Califórnia, e esteve presente em todos os atos públicos e privados de Calero, inclusive em pelo menos uma reunião com Rob Owen, ajudante de Oliver North na Casa Branca (e que também foi assistente do Senador Dan Quayle). Em memorandos enviados a North, que vieram à luz posteriormente nas investigações do fiscal-especial do processo Irã-contras, Lawrence Walsh, Owen reconhecia francamente que era conhecedor de que os contras eram financiados por grandes traficantes de cocaína. Além do mais, o porta-voz oficial da FDN de São Francisco, Renato Peña Cabrera, empregado da quadrilha de traficantes de cocaína de Meneses Cantarero, foi declarado culpado por posse de cocaína em 1985, segundo uma nota publicada no San Francisco Chronicle de 23 de junho de 1986. Não obstante, ocupando o posto de “chefe de Inteligência e segurança” da FDN na Baía de São Francisco, Meneses Cantarero foi investigado pela DEA (Drug Enforcement Agency), a dependência estadunidense encarregada do combate às drogas, a qual estabeleceu que desde 1974, quando se chamava “O rei das drogas” em Manágua, era um traficante internacional de drogas de primeira ordem. (Em 1984, a DEA obteve uma ordem selada para instaurar processo contra Meneses Cantarero por tráfico de cocaína, mas nunca se cumpriram os selos da ordem de instauração, nem da ordem de detenção sem direito a fiança, que a acompanhava. Em finais dos anos 80, Meneses Cantarero foi objeto de 45 investigações da DEA). O INÍCIO DA EPIDEMIA DE “CRACK” Segundo as declarações do julgamento federal que se realizou em março de 1996 em San Diego contra o traficante de drogas de Los Angeles, Ricky Donnell Ross, os canais para a cocaína da FDN se abriram em 1981 --- inclusive antes que as primeiras “tropas” da FDN entrassem na Nicarágua. Oscar Danilo Blandón Reyes, uma das testemunhas principais do governo, contra Ross, havia sido uma personagem central da quadrilha traficante de cocaína da FDN. No tribunal, Blandón Reyes disse que na primavera de 1981 recebeu uma chamada de um companheiro nicaragüense exilado em Miami, Donald Barrios, que pediu sua ajuda para iniciar a resistência militar organizada contra o regime sandinista. Blandón Reyes havia abandonado sua pátria em 19 de junho de 1979, justo antes dos sandinistas tomarem a Nicarágua. Blandón Reyes havia sido chefe de um programa de exportações agrícolas de 27 milhões de dólares do governo de Somoza. Estava mais que disposto a ajudar. Foi dito a Blandón Reyes que fosse ao aeroporto internacional de Los Angeles para ser apresentado a outro exilado nicaragüense, Juan Norwin Meneses Cantarero, quem voaria desde são Francisco com os detalhes. Uns dias depois, os dois homens, ambos provenientes de destacadas famílias nicaragüenses da era somozista, voaram a Honduras para uma reunião de planejamento com o Coronel Henrique Bermúdez, ex-adido militar nicaragüense em Washington, DC, o qual já se havia incrustado na folha de pagamento da CIA para organizar uma força militar de resistência anti-sandinista, que estaria composta primariamente de antigos integrantes da guarda nacional de Somoza. O Coronel Bermúdez seria o “comandante-em-chefe” da FDN em El Salvador e em Honduras, e trabalharia diretamente com a equipe pessoal de “ex” agentes da CIA do Vice-Presidente George Bush, o qual encabeçavam Donald Gregg e Felix Rodrigues. Entre o pessoal de George Bush, Gregg ocupava o cargo de principal assessor de segurança nacional, e Rodríguez, por sua vez, instalou-se na América Central, principalmente na base aérea salvadorenha de Llopango, uma das principais instalações de abastecimento dos contras, e conexão das operações de armas por cocaína. Blandón Reyes reconheceria posteriormente que na reunião se esboçaram os planos para financiar os contras com o tráfico de cocaína. (Em 1° de dezembro de 1981, o Presidente Ronald Reagan assinaria uma ordem secreta que autorizava a CIA gastar 19,9 milhões de dólares em ajuda militar encoberta para a recentemente formada contra, o que era muito pouco dinheiro para iniciar uma operação militar séria contra o regime sandinista respaldado pelos cubanos e pelos soviéticos. De regresso à Califórnia, Blandón Reyes viajou a São Francisco, onde recebeu um “curso” intensivo a cargo de um mestre veterano, Meneses Cantarero, sobre como traficar com narcóticos ilegais. Deram-lhe instruções para que abrisse um canal para distribuir a cocaína em Los Angeles. O negócio da cocaína de Blandón Reyes começou a prosperar quando se colocou em contato com um narcotraficante sem-vergonha do centro sul de Los Angeles, Ricky Donnell Ross. Este havia se reunido originalmente com outro comerciante nicaragüense de cocaína, Henry Corrales, quem começou a abastecer a Ross e a seu sócio, Ollie Newell, nas palavras de Ross, de “cocaína notavelmente barata”.Quem abastecia de cocaína a Corrales era Blandón Reyes, quem, por sua vez, rapidamente se encarregaria de “atender” diretamente um cliente tão distinto como Ross.

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A COCAÍNA CHEGA AOS BAIRROS POBRES Até antes da chegada de Blandón Reyes e Ross, a cocaína era muito pouco conhecida nas ruas dos bairros baixos de Los Angeles, apesar de que era já “a droga favorita” da alta sociedade de Hollywood. Em finais dos anos 70 e princípios dos 80, quando a cocaína começou a inundar os Estados Unidos, a droga era demasiado cara para os adictos dos bairros pobres. Blandón Reyes vendeu cocaína a Ross aos preços mais baixos possíveis. Segundo o relato de Ross, Blandón Reyes vendia por pelo menos 10.000 dólares por kilo mais barato que toda a competição.”Algumas vezes quase a doava”, disse no tribunal Chico Brown, sócio de Ross. Rapidamente, Ross colocara quantidades de cocaína com valor de milhões de dólares nas mãos dos Crips, uma quadrilha de Los Angeles que foi criada por integrantes de quadrilhas de presos reclusos nas penitenciárias de segurança máxima da Califórnia. Integrantes do Exército Simbiótico de Libertação e do Exército de Liberação Negra, ambos grupos terroristas dos anos 70, dirigiam as quadrilhas de dentro das prisões, como, por exemplo, a Família Guerrilheira Negra, que deu origem aos Crips e aos Bloods. Ross se converteu no principal provedor dos Crips e de seus rivais os Bloods. Por meados dos anos 80, Ross comprava mais de 100 kilos de cocaína por semana de Blandón Reyes, com a qual realizava vendas de drogas de 2 a 3 milhões de dólares por dia! Em 1983, Ross se converteu em fornecedor principal de crack dos Estados Unidos, cortesia de seu canal contra de cocaína. No momento em que o crack chegou às ruas de Los Angeles, Ross havia estabelecido já sua infra-estrutura de distribuição por meio dos Crips e dos Bloods, que dominavam a vizinhança centro sul da cidade perto de Compton. “Era irreal”, disse Ross ao repórter Webb do San Jose Mercury News. “Estávamos acabando com todos” com uma forma de cocaína de alta concentração, de preço reduzido e de “base livre”. Por um período, a cidade de Los Angeles foi o único centro urbano dos Estados Unidos onde havia crack. Mas, entre o dia de Ação de Graças e o Natal de 1985, segundo documentos da DEA, a cocaína crack chegou às ruas de uma dezena mais de cidades estadunidenses. A cinco dólares a dose, até crianças de nove a dez anos tinham sua introdução à cocaína. Mas se trata de uma droga assassina. O crack, diferentemente da cocaína, causa dependência imediata, porque a cocaína sem base, corre dos pulmões ao coração, e daí ao cérebro e provoca um estupor imediato que, logo se interrompe de forma igualmente repentina. Os adictos do crack estão predispostos à violência e a paranóia. Inclusive depois de que o crack chegou às ruas de muitíssimas cidades dos Estados Unidos, a cocaína da conexão dos contras vendida por Ross era a mais barata do país. Por cortesia de Ross, os Crips e os Bloods puderam ampliar até o resto do país suas operações mercantis com cocaína, e abrir sucursais em cidades de todo o país. Com a expansão das quadrilhas e do consumo de crack, as armas também inundaram as ruas das cidades estadunidenses. E, de novo, os canais para o tráfico de armas se estabeleceram via Blandón Reyes e a infra-estrutura dos contras dirigida por George Bush. Segundo Ross, quando os Crips e os Bloods estabeleceram suas operações de distribuição de crack, Blandón Reyes se converteu no principal provedor de armas, instrumentos de vigilância e outros apetrechos militares. “Uma vez [Blandón Reyes] tratou de vender a meu sócio um lançador de granadas”, disse Ross ao jornalista Webb. Ao menos um dos provedores de armas de Blandón Reyes era Ronald J. Lister, um ex-detetive de polícia de Laguna Beach, Califórnia, que passou por vários organismos federais, entre eles a DEA, a CIA e o FBI. Lister era quem apetrechava e “arrecadava fundos” para os contras na zona ocidental dos Estados Unidos. A CONEXÃO COLOMBIANA A prosperidade da sociedade criminal de Blandón Reyes com Ross --- em Los Angeles --- dependia do aprovisionamento ilimitado de cocaína de alta qualidade e barata da Colômbia. E é aqui onde entram em cena George Bush, Oliver North e o “ex” funcionário da CIA Félix Rodríguez. Foi concedido a Meneses Cantarero asilo político na Califórnia em junho de 1979, apesar de que aparecesse em todos os computadores da DEA assinalado como o principal traficante de drogas da Nicarágua. A verdade é que Meneses Cantarero nunca veria o interior de uma prisão estadunidense, ou sequer a sala de um tribunal. Os funcionários estadunidenses comissionados ao combate às drogas se queixavam amargamente dos obstáculos que lhes eram colocados pela “estrutura de segurança nacional” e a Divisão de Delitos do Departamento de Justiça sempre que tratavam de colocar as mãos em Meneses Cantarero. Foi preso depois, em 1992, já de regresso a Manágua, pela polícia antidrogas do regime pós-sandinista. A polícia se apropriou de 750 kilos de cocaína pura em uma invasão de domicílio em suas propriedades. No julgamento vieram à luz detalhes de sua quadrilha. Enrique Miranda, elo de Meneses Cantarero com os cartéis de cocaína da Colômbia, declarou que na primeira metade dos anos 80, Meneses Cantarero obtinha sua cocaína da Colômbia através de Marcos Aguado, um piloto nicaragüense que era então um importante comandante da Força Aérea de El Salvador e que realizava vôos para levar “ajuda humanitária” e armas aos contras na base aérea de Llopango, no subúrbio da capital, São Salvador. O agente da DEA encarregado de El Salvador, Celerino Castillo, identificaria Aguado como um dos muitos pilotos dos contras que eram conhecidos contrabandistas de cocaína. Aguado voava com aviões da Força Aérea de El Salvador

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para a Colômbia, onde os carregava de cocaína para levá-la depois aos Estados Unidos, onde aterrissava em bases militares estadunidenses, diz a declaração de Miranda. A operação para o abastecimento dos contras em Llopango era dirigida desde a Casa Branca, por canal do assessor de segurança nacional de Bush, e ex-funcionário da CIA Donald Gregg e o “ex” funcionário da CIA Felix Rodríguez, o qual esteve em cena em Llopango. Transcrições das audiências do Congresso sobre o escândalo Irã-contras, dadas a conhecer em 1987, revelaram que Rodríguez mantinha Gregg e Bush perfeitamente informados das operações em El Salvador. Não obstante as aterrissagens de aviões repletos de cocaína, esta não podia desaparecer das bases militares estadunidenses sem a participação de importantes funcionários do Pentágono. Eles também estavam subordinados ao Vice-Presidente George Bush, tanto pelas Diretivas de Segurança Nacional 2 e 3, que criaram o Grupo de Situações Especiais, e seu subordinado, o Sub-grupo de Planejamento Prévio de Crises, para servir de pontos focais para o programa secreto de ajuda aos contras (ver detalhes no Capítulo seguinte, onde se incluem fragmentos de documentos oficiais do governo). O segredo dos preços de ganga (crack) oferecido por Meneses Cantarero aos Crips e aos Bloods, que tornaram possível inundar as ruas dos Estados Unidos de cocaína colombiana, era que a operarão deste era “a prova de fracassos”. A cocaína era a “contribuição” dos cartéis colombianos aos “contras”, muitas vezes sem custo. Em troca, desfrutaram de uma década de relativa imunidade ante qualquer intento sério estadunidense de combater as drogas. Não é de se surpreender, já que por meados dos anos 80 o Presidente Reagan havia colocado George Bush à frente da campanha da Casa Branca para combate às drogas. Bush dirigia o Sistema Nacional de Interceptação Fronteiriça de Entorpecentes (NNBIS), que foi criado com o fim de coordenar os esforços de todos os organismos federais, estatais e locais dedicados à luta contra o comércio de narcóticos ilegais, em especial na costa sul da Flórida, por onde entrou muita cocaína nos Estados Unidos na era dos contras. Meneses Cantarero se aproveitou deste acerto. Ele possuía um rancho na Costa Rica que servia de base aos contras e de estação de reabastecimento de combustível para os aviões que percorriam a rota entre os Estados Unidos e Colômbia. Segundo declarações apresentadas no recente julgamento contra Ricky Ross, Meneses Cantarero armazenava grandes quantidades de cocaína em Miami, que transportava semanalmente, para entregá-la a Blandón Reyes e sua rede de distribuição de Los Angeles. Os aviões que voavam da América do Sul para as bases militares dos Estados Unidos eram quase completamente imunes à detecção do Serviço da Guarda Costeira, de aduanas, da DEA e de outros organismos para o combate ao narcotráfico, graças ao mecanismo logístico de “ponto focal” do Estado Maior do Comando Conjunto e ao Sistema Nacional de Interceptação Fronteiriça de Entorpecentes, que tinham acesso aos códigos de identificação dos vôos militares e de segurança nacional em espaço aéreo dos Estados Unidos. AS CONSEQUÊNCIAS Em princípios de 1987, o Congresso não renovou a Emenda Boland, que havia impedido que o governo de Reagan empregasse a CIA abertamente para apoiar os contras na Nicarágua. Agora, as fechaduras do dinheiro estavam abertas, sem os limites de 1981. A derrubada de um avião de abastecimento dos contras, na Nicarágua, em outubro de 1986, revelou pela primeira vez a magnitude da operação secreta ilegal da Casa Branca para ajudar os contras. O Senador democrata John Kerry imediatamente haveria de iniciar uma investigação na Comissão de Relações Exteriores do Senado sobre as provas embaraçosas do tráfico de entorpecentes que os contras realizavam. Nesta ocasião, a equipe do Vice-Presidente Bush se viu forçada a realizar um ambicioso programa para minimizar os danos. Em 27 de outubro de 1986, agentes do FBI, do Serviço de Arrecadação Fiscal, do Departamento de Justiça da Câmara Municipal de Los Angeles e a polícia local, armados de ordens de apreensão contra Danilo Blandón Reyes, contra sua esposa e contra muitos de seus colaboradores, invadiram uma dezena de lugares no sul da Califórnia. Tudo indicava que os Blandón Reyes eram parte de uma quadrilha de traficantes de cocaína. Um primo da esposa de Blandón Reyes, Orlando Murillo, ex-executivo bancário nicaragüense que se havia instalado em Coral Gables, Florida, e que ocupava a vice-presidência da Corporação de Valores Governamentais, havia sido o “banqueiro” do grupo, para facilitar a lavagem de dinheiro nas contas dos contras. As invasões foram, contudo, um fracasso monumental. Blandón Reyes foi alertado e não se encontrou nenhuma prova que o inculpasse. Retirou-se então para a Flórida com 1.600.000 dólares em espécie. Apesar disto, vários anos depois Blandón Reyes regressou à Califórnia para vender outra vez cocaína. Desta vez, falhou e foi processado. Mas o Sub-procurador dos Estados Unidos, L. J. O`Neale, que havia participado dos preparativos para encobrir a quadrilha de traficantes de cocaína de Blandón-Meneses-FDN, interveio para que fosse reduzida a condenação de Blandón Reyes a 28 meses de prisão. Blandón Reyes passou a maior parte deste tempo dando informações a agentes federais; em 19 de setembro de 1994 saiu da prisão e entrou para a folha de pagamento da DEA! Desde então tem recebido pelo menos 166.000 dólares livres de impostos em pagamentos pelo Departamento de Justiça. Juan Norwin Meneses Cantarero deixou os Estados Unidos antes que empreendessem algo contra ele, apesar de mais de uma década de traficar cocaína. Depois de trabalhar na Costa Rica durante vários anos, tratou, sem êxito, de

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restabelecer seu negócio de cocaína na Nicarágua. Posteriormente foi detido pelo governo pós-sandinista e sentenciado por tráfico de cocaína. Cumpre condenação de 30 anos em uma prisão nicaragüense. O Departamento de Justiça de Los Angeles criou a unidade tática “Freeway Ricky” para prender Ross, o qual então é o mais notório traficante de cocaína da região. Ross deixou a cidade e se mudou para Cincinati, onde foi preso pouco depois. Cumpriu uma condenação de cinco anos de prisão e regressou às ruas de Los Angeles há vários anos. Mas, marcado por seu destino, voltou a trabalhar com seu velho sócio... Blandón Reyes. Em 2 de março de 1995, a DEA deteve Ross, depois de haver feito uma armação com ajuda de Blandón Reyes, seu velho fornecedor dos contras. Em agosto de 1996 foi decretada decisão condenatória contra Ross. O governo pede que o condene a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. A EXPLOSÃO A publicação da série do San Jose Mercury News provocou uma explosão de ira, especialmente entre os Congressistas californianos, que têm vivido com a praga da cocaína crack por mais de uma década. Em 23 de agosto de 1996, o Conselho da cidade de Los Angeles aprovou por unanimidade uma resolução que pede a Procuradora-geral dos Estados Unidos, Janet Reno, que investigue se a CIA esteve envolvida no desencadeamento da epidemia de crack e na guerra das quadrilhas dos Crips e Bloods. O conselheiro negro Nate Holden apresentou a resolução e disse a respeito: “Vemos as famílias destroçadas, os adictos de crack, os bebês de crack, os tiroteios, os roubos e assassinatos, e tudo por drogas; nos parece que pode haver um inimigo por dentro... É como se nosso país nos declarasse a guerra. É igual como se um inimigo deixasse cair bombas sobre nós”. No mesmo 28 de agosto de 1996, a Senadora democrata pela Califórnia Bárbara Boxer escreveu ao diretor da CIA, John Deutch, para pedir-lhe uma investigação das denúncias da série do San Jose Mercury News. Ironicamente, em 1986, quando era Congressista da região da Baía de São Francisco, Boxer pediu a Comissão Judicial da Câmara de Deputados que investigasse sinais da vinculação dos contras com uma descoberta de cocaína em São Francisco. O caso de janeiro de 1983, conhecido como “O processo dos homens rãs”, culminou com a detenção de uma dezena de homens que foram capturados quando tratavam de contrabandear 440 toneladas de cocaína no porto de Hunters Point, em São Francisco. As drogas foram levadas aos Estados Unidos pelo navio Ciudad de Cúcuta, da empresa de navegação Gran Colombiana. Este era então o maior carregamento de cocaína descoberto na Califórnia. E quem era o fornecedor das drogas? Juan Norwin Meneses Cantarero, o chefe da quadrilha dos contras traficantes de cocaína. O esforço de Boxer de iniciar uma investigação sobre os possíveis vínculos dos contras com a cocaína antes de 1986 se deparou com um sólido muro de cimento. Na carta enviada ao chefe da CIA em 28 de agosto de 1996, a Senadora Boxer destaca que “por mais de uma década tem perdurado os rumores da conexão contras-CIA [cocaína]. Penso que essas inquietudes somente se resolverão com uma investigação transparente e profunda dos acontecimentos. Peço-lhe que faça esta investigação e que seus resultados sejam públicos”. Em 4 de setembro de 1996, Deutch respondeu ao pedido da Senadora Boxer em uma carta que a legisladora californiana deu a conhecer ao público. “Considero que se trata de acusações muito graves”, disse Deutch, e acrescenta: “A revisão que ordenei dos arquivos da organização que dirijo, na qual se inclui um estudo elaborado em 1988 e dado a conhecer aos comitês de Inteligência do Congresso, respalda a conclusão de que a agência nunca participou do tráfico de entorpecentes e nunca fez nada para tolerar o tráfico de drogas dos contras. Em particular, a CIA nunca teve relações nem com Blandón nem com Meneses, e tampouco parece que haja ocultado informação relativa a qualquer um deles no julgamento que se entabulou contra Ricky Ross”. Deutch continuou: “Ainda que pense que não há substância nos argumentos do Mercury News, desejo esclarecer qualquer suspeita do público sobre o tema. Em conseqüência pedi que o Inspetor Geral da agência realize uma revisão interna imediata e a fundo de todos os alegados concernentes a nossa dependência publicados pelo jornal ... Ordenei que a revisão seja concluída em 60 dias”. Em 30 de agosto de 1996, a Deputada democrata pela Califórnia, Máxime Waters, a Congressista do centro sul de Los Angeles que trabalhou para dito distrito durante anos na Assembléia do Estado da Califórnia, escreveu a Procuradora-geral dos Estados Unidos, ao diretor da CIA e aos líderes dos partidos democrata e republicano do Congresso para que realizassem uma investigação de grande alcance sobre as denúncias relacionadas ao crack e aos contras. “De modo igual que qualquer um que haja visto como o comércio de crack devastou o centro sul de Los Angeles, não posso exagerar meu sentimento de consternação de que meu próprio governo haja participado das origens e da história deste problema”. Waters pediu que a entregassem todos os arquivos que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos possui sobre Meneses Cantarero, Blandón Reyes e Ross. Vários dias depois de ter enviado as cartas, a Deputada Waters prometeu realizar audiências no Congresso sobre as denúncias, sem importar qual fosse a resposta dos líderes do Congresso. “Não se necessita permissão de nenhum órgão para fazer uma audiência”, afirmou Waters. De imediato se trasladou ao centro Correcional Metropolitano de San Diego para fazer a uma entrevista de duas horas e meia com Ricky Ross.

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O Presidente George Bush em uma reunião da Parceria por uma América Livre de Drogas (Partnership for a Drug Free America), celebrada em Washington, DC, em 2 de novembro de 1989. Durante todo o tempo em que os contras estavam desencadeando a epidemia de crack, o Vice-Presidente George Bush era o encarregado do governo de Reagan do programa para a América Central, e supervisionava todas as atividades da CIA, do Pentágono e todas as demais agências de Inteligência do governo.

A Organização de Meneses

$

Adolfo Calero Coronel Enrique Bermúdes “Contras” (FDN)

Félix Rodrigues Rob Owen

Marcos Aguado Llopango

Enrique Miranda Danilo Blandón (Los Angeles)

Cartéis de cocaína da Colômbia

Bloods Crips

Ricky Donnell Ross (Los Angeles)

Horatio Pereira (Costa Rica)

Orlando Murillo (Corporação de

Valores Governamentais,

Coral Gables, Flórida)

Julio Savala Carlos Cabezas

“Grupo de homens rãs”

Norwin Meneses “Segurança e Inteligência” da FDN

São Francisco

CASA BRANCA Vice-Presidente George Bush

Donald Gregg Oliver North

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Estrutura para a América Central da Diretiva de Segurança Nacional No. 2

Secretaria

de

Defesa

Chefes dEstado Maior

Conjunto

Grupo Inter D

Grupo Inte

Grupo de Planejamento Prévio de Crises

Grupo de Planejamento de Segurança Nacional

S

Presidente

Esta estrutura de operações da NSDD-2 para

C onselho de

S egurança

Nacional Grupo

de

Situações

Especiais

o

Agência Central de Inteligência

(CIA)

Pessoal do Conselho de Segurança Nacional

Outros quando

seja necessário

departamental - Centroamérica (GI-CA)

epartamento de Estado

rdepartamental Especial (GIE) Política Exterior

ecretário de Estado

a América Central foi delineada em um memorando da Casa Branca

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Capitulo 2

George Bush: o policial que cometeu o crime Em 7 de junho de 1986 o vice-presidente George Bush anunciou que o governo de Ronald Reagan havia determinado oficialmente, pela primeira vez, “que o comércio internacional de drogas é um problema de segurança nacional” vinculado ao terrorismo. George Bush, imediatamente, apresentava-se a si mesmo como o combatente nacional por excelência contra as drogas. |O Presidente Reagan criou em 28 de janeiro de 1982 a Equipe Especial do Sul da Flórida (South Florida Task Force), a qual colocou sob as ordens de George Bush, parra coordenar os esdforços para fazer frente ao avanço dos narcóticos. Em 22 de março de 1983, Bush foi colocado no comando do Sistema nacional de Interceptação Fronteiriça de Narcóticos (national narcoticss Border Interdiction Systems --- NNBIS). Posteriormente, em agosto de 1986, Bush foi nomeado chefe da Operação Aliança (Alliance Operation), um acordo para a cooperação com o México para deter o fluxo de drogas que passava pela fronteira entre ambos os países. Era o caso clássico do policial corrupto, mas muito pior. Havia uma perversa ironia nas palavras de Bush de “que o comércio internacional de drogas é um problema de segurança nacional”pois, com Bush, os organismos encarregados da segurança nacional dos Estados Unidos não só protegeram, como em realiodade dirigiram muito do comércio das drogas. No Capítulo 1 deste informe apresentamos um caso exemplar da relação da “segurança nacional” com o comércio de drogas no assunto da epidemia de crack de Loss Angeles. Para compreender mwelhor como funciionou, examinaremos agora como George Bush dispôs sistematicamente dos organismos de segurança nacional ao seu alcance nos primeiros anos do governo Reagan-Bush. “Manejo de crises” Para compreender a forma pela qual funcionava o “governo secreto” de Bush temos que ver os organismos disponíveis pela Casa Branca para o “manejo de crises”, que não estavam formados por “pessoal” do mal chamado Conselho de Segurança nacional, senão por pessoal da Casa branca, consagrado a matérias amplamente definidas da segurança nacional. “manejo de crises” é o negócio dos velhacos. Nos primeiros meses do governo de Reagan e Bush em 1981, houve uma disputa entre George Bush e o Secretário de estado Alexander haig pelo domínio do “manejo de crises”. Em 22 de março de 1981, o Washington Post publicou um artigo intitulado “Bush encabeçará o manejo de crises”, dizendo que o Vice-presidente Bush encabeçaria uma nova estrutura para o “manejo de crises”, o que significava “uma função sem precedente para um Vice-presidente”. O artigo assinalava que durante o governo de Carter, esta função esteve a cargo do Conselho de Segurança Nacional do então Zbigniew Brzezinski. Haig protestou; mas de todos os modos Bush ganhou. Neste tempo Bush se apoderou do Grupo de Situaç~]oes Especiais (Special Situation Group), cuujo estatuto foi formalizado em dezembro deste ano. Em 4 de dezembro de 1981, o Presidente Reagan assinou a Ordem Presidencial 12333, a qual, se disse, “liberava” as agências de iInteligência dos Estados Unidos das restrições que lhes foram impostas nos anos 70. Foi muito mais que isso:

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A Ordem Presidencial 12333, que regia todas as operações de “Inteligência no estrangeiro”, designou ao Conselho de Segurança Nacional (National Security Council --- NSC) “organismo máximo do Poder Executivo” para revisar, guiar e dirigir “toda” Inteligência no exterior, a contra-inteligência e as “atividades especiais” (a dizer, as operações secretas). Isto colocou o NSC efetivamente a cargo da CIA, da Inteligência militar, das operações especiais, etc. Isto não significava que o Conselho de Segurança Nacional do Presidente assumiria dito cargo; isto seria feito pela estrutura de nível maior do NSC, uma estrutura sob a qual Bush aumentava seu poder constantemente. A raiz de um “vácuo” do qual se tinha pouco conhecimento, a CIA se tornava responsável pela realização exclusiva das “atividades especiais” (operações secretas) --- como já havia sucedido antes, desde 1947 ---, “a menos que o Presidente determine que é mais provável que outra agência logre um objetivo particular”. Isto, pela primeira vez, abria a porta oficialmente para permitir que o pessoal do NSC levasse a cabo operações secretas. A Ordem Presidencial 12333 incluiu disposições para que a Inteligência e os organismos encarregados de fazer cumprir a lei empregassem recursos privados. NSDD-2 e NSDD-3 Pouco depois, em 12 de janeiro de 1982, se dotou a Diretiva de Segurança Nacional Número 2 (NSDD-2), que formalizava a estrutura do Conselho de Segurança Nacional. Foi confirmada a existência de vários grupos principais nos quais concorriam várias dependências (Grupos de Interagências Seniores --- Sênior Interagency Groups --- SIGs) para a política exterior, defesa, e a Inteligência, um tipo de estrutura kissingeriana (de Kissinger --- N.T.) contra a qual Haig havia lutado todo o primeiro ano do governo de Reagan. Na NSDD-2 era mencionada a função do Vice-presidente. Sem embargo, um mês antes, em 14 de dezembro de 1981, entre a assinatura da Ordfem Presidencial 12333e o anúncio da NSDD-2, se deu a NSDD-3. Com o título de “Manejo de Crises”, se formalizou o domínio de George Bush sobre a Inteligência e as operações secretas. A NSDD-3 confirmava a existência do Gru7po de Situações Especiais, que, como se disse, “seria presidida pelo Vice-presidente”. O “Manejo de Crises” foi definido com estes alcances: “Um assunto de segurança nacional para o qual se necessitam decisões presidenciais e instruções operativas mais rápidas que as que normalmente são proporcionadas pelo pessoal interdirecional do NSC”. A responsabilidade do Manejo de Crises foi designada ao Grupo de Situações Especiais (GSE), presidido pelo Vice-presidente. Logo, em 14 de maio de 1982, a primeira fase do “golpe de Eestado frio” culminou, na forma de um memorando extraordináriio intitulado “ Grupo de Planejamento Prévio de Crises (GPPC), elaborado pelo Conselho de Segurança Nacional. Citando como autoridade a NSDD-3, este memorando estabeleceu o Grupo de Planejamento Prévio das Crises (GPPC), do qual participavam várias agências, subordinado ao GSE. Esta foi uma manobra astuta; o GSE ia manejar os assuntos de segurança nacional que exigiam uma resposta rápida; mas então foi criado o GPPC, que seria um corpo permanente que se reuniria com regularidade e traçaria os planos e as diretrizes do GSE. Em outras palavras, “manejo de Crises” já não era somente para crises. Foi estabelecido que o GPPC se reuniria periodicamente no Salão de Situação (Situation Room) da Casa Branca e que faria o seguinte (ênfases nossas):

“Identificar, na medida do possível, as regiões nas quais os interesses dos Estados Unidos estão em jogo, nas quais tensões crescentes ou outras circunstâncias sugiram a possível aparição de uma crise.

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“Para cada crise potencial, assegurar que se estabeleça um grupo composto de integrantes de diferentes organismos e que se elaborem os planos de contingência. Proporcionar a direção para o grupo e comissionar a preparação das opções de ações preventivaspara impedir a possibilidade de uma crise, assim como a preparação das opções político-militares para tratar com a eventual crise. “Apresentar ditos planos e opções de ação ao GSE. “Idealizar medidas de procedimento, elaborar instrumentos presidenciais e identificar os recursos essenciais para levar a efeito as decisões do Presidente. “Proporcionar ao GSE, se ocorrer a crise, planos de ação alternativos, opções e planos de execução coordenada que permitam alcançar a solução. “Proporcionar ao GSE os planos de segurança, cobertura e imprensa que se recomendem para reforçar a probabilidade de êxito da execução”.

O alcanse disto nos deixa sem fala.Segundo ordens diretas do Vice-presidente, o GSE-GPPC, assume o comando de todos os âmbitos nos quais uma crise potencial possa aparecer, e cria as opções de ações preventivas para fazer frente. A estrutura do GSE-Gppc, segundo um organograma circulado posteriormente pelo Secretário de Estado George Shultz, atuava nas mesmas condições que o Conselho de Segurança Nacional (não o pessoal do NSC, o qual foi colocado em último nível no organograma), e se encontrava acima do Departamento de Estado. Na realidade se adjudicava o direito de prioridade e tornava irrelevante o caráter do Conselho de Segurança Nacional como parte do gabinete presidencial. Foi a isto que objetou vigorosamente o Secretário de Estado George Shultz, quem, sem embargo, não foi escutado. O toque final a tudo isto se deu em um memorando de 12 de maio de 1982 dirigido a todas as agências ordenando-as que fornecessem o nome de seu representante no GPPC a ... Oliver North. Isto não foi tudo. Em 10 de abril de 1982, o Presidente Reagan foi induzido a assinar a diretiva NSDD-30, sobre o “Manejo de Incidentes terroristas”. Esta diretiva dizia que se uma situação terrorista .................................., o Conselho de Segurança nacional poderia convocar o GSE “por instruções do Vice-presidente”. Assim, o Vice-presidente manejava segundo a convocação do GSE. Além do mais, a NSDD-30 criou o “Grupo de Trabalho Sobre |Incidentes Terrorristas” (TIWG, o “Tee-wig”), “para respaldar o Grupo de Situações Especiais” (a dizer, a Bush). Ao Grupo de Trabalho Sobre Incidentes Terroristas se integravam representantes do |Departamento de Estado, da CIA, do Departamento de Defesa, da Ag~encia Federal de Administração de Emerg~encias (Federal Emergency Management Agency) ee o nível maior do NSC, e era presidido por um representante deste último, que, para não nos extendermos, era nem mais nem menos que Oliver North. Assim, ao se colocar em marcha a estrutura da NSDD-30, se combinavam, na medida do possível, todos os níveis de Inteligência e de política exterior para o “Manejo de Crises” as ordens operativas do Vice-presidente dos Estados Unidos George Bush. Continuidade de Governo A participação da Agência Federal de Administração de Emergências (AFAE) no Grupo de Trabalho Sobre Incidentes Terroristass (GTSIT) leva nossa atenção a outro projeto supervisionado por Bush nos primeiros anos do governo de Reagan: “Continuidade de governo”

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(CG).Antes que Oliver North se envolvesse na América Central e com os contras, iisto era no que estava trabalhando com Bush em seu cargo de integrante do NSC. A isso se chamou também algumas vezes “Projeto Dia do Juízo Universal”, o qual o New York Times descreveu em 1994 como um amálgama de mais de 200 ´progrramas negros`tão secretos que só um punhado de militares e civis sabiam deles”. “Continuidade de Governo” (CG) implicou um par de diretivas: primeiro foui a NSDD-47, assinada em julho de 1982, pertencente a AFAE, e que proporcionava uum comitê secreto de várias dependências para a “continuidade de governo”, integrado por 10 altos funcionários do governo. Diz um relato que em 1982 se criou uma nova dependência que se chamou Organismo para os Meios de Planejamento de Mobilização para a Defesa (Defense Mobilization Planning Systems Agency0, cujos funcionários receberam instruções de reportarem-se ao Vice-presidente Bush. Logo, em janeiro de 1983, apareceu a diretiva NSDD-55, redigida por North, que estabelecia o programa do CG, que, segundo o New York Times, seria “supervisionado pelo Vice-presidente George Bush”. Os organismos em mãos de Bush se seguiram refinando nos dois anos seguintes. As funções do GTIT foram determinadas na diretiva NSDD-138, redigida por Oliver North e assinada em 3 de abril de 1984. Foi designado ao GTIT respaldar o grrupo de Situações Especiais de Bush. Mais ainda, em julho de 1985, o Presidente Reagan colocou Bush a frente de uma nova equipe contra terrorismo, formado por representantes do Deparrtamento de defesa, o Departamento de Estado e o Conselho de Segurança Nacional, além de Oliver Revell, alias “Buck” (o outro “Ollie”), e de um cidadão israelense, Amiram Nir, pelo menos até a estranha e imprevista morte de Nir em 1987. (Um dos primeiros atos deste importantíssimo grupo contraterrorista foi a liberação de vários reféns estadunidenses seqüestrados no Líbano por grupos mmuçulmanos respaldados pelo Irã. Assim, com as rendas do contraterrorismo, o Vice-presidente Bush tornou-se oficialmente a cargo do que posteriormente apareceria como o programa secreto de venda de armas ao Irã). O informe da Equipe Especial (Task Force) do Vice-presidente, dado a conhecer em fevereiro de 1986, criou uuma extensão permanente do grupo: o Subgrupo de Operações )Operations Sub-Group, SGO), um subgrupo oficialmente do GTIT da Bush. Também estabeleceu, dentro do NSC, uma direção permanente encarregada do contraterrorismo, a cargo de ... Oliver North. Os dois assistentes de North, Craig Coe e Robert Earl, foram sensivelmente passados da Equipe Especial de Bush a esta direção. O Subgrupo de Operações (SGO) --- o coração do “governo secreto de Bush” --- foi escolhido de entre o grupo formado por representantes do NSC, o Departamento de Defesa, a CIA e o FBI, grupo interdepartamental que servia de ponte para as operações regulares das dependências de Inteligência e das encarregadas de velar pelo cumprimento da lei. Por exemplo, se “Buck” Revell, do FBI, operava com autorização do Subgrupo de Operações (SGO), se reportaria ao SGO, e não ao diretor do FBI. Ao SGO se empregava, entre outras coisas, para realizar inspeções em assuntos acionais e para fazer “truques sujos” aos inimigos de Bush, em particular aos que se opunham a política adotada com os Contras. O aparato do “governo secreto”, constrído por Bush entre 1981 e 1986, pode obter erecursos da CIA, das unidades de “operações especiais” do Departamento de defesa e do setor “privado”. Sem embargo, as operações levadas a cabo pelo aparato de Bush da Casa Branca não eram operações nem da “CIA” nem do “Pentágono”, ainda que ditas dependências com fre4quência as tomavam muito ..................... Em alguns casos, a estrutura Bush-NSCera usada para coisass que a CIA não podia fazer,ou que não deveria fazer. Isto se entrelaça com a “privatização” de muitas ooperações da CIA e da Inteligência dos Estados Unidos, fenômeno que se iniciou com as purgas da CIAA rrealizadas durante o governo Carter, e quue se aceleraram depois quando

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William Casey esteve a frente de dita agência: regar por todas as partes, o que chamaremos “os asteróides”. Examinaremos esta estrutura com mais detalhe no Capítulo 3.

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Capítulo 9

Acusação formal contra George Bush e companhia

Rascunho do auto de acusação penal contra George Bush ,chefe da quadrilha, e seus cúmplices, por tráfico de drogas e outros delitos.Todos os feitos delituosos mencionados nesta acusação estão documentados; a maior parte das provas provem do “Informe Kerry”, emitido pela Comissão de Relações Exteriores do Senado, ou do informe final do fiscal independente sobre o caso Irã-contra.

TRIBUNAL FEDERAL DOS ESTADOS UNIDOS

DISTRITO DE COLUMBIA

OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Vs. GEORGE HERBERT WAKER BUSH

DONALD P. GREGG FÉLIX RODRIGUEZ

codinome “Max Gómez” OLIVER L. NORTH

codinome “William Goode” codinome “Mr. Green” RICHARD V. SECORD

codinome “Richard Copp” codinome “General Richard Adams”

ROBERT W. OWEN codinome “TC”

codinome “The Courier” JOHN HULL

ADOLFO CALERO JUAN N. MENESES CANTARERO

OSCAR DANILO BLANDON REYES WILLIAM F. WELD

CASO PENAL NO.________________ ACUSAÇÃO 1:Artigo 18 do CEU # 1961 e seg. Associação delituosa ACUSAÇÃO 2:Artigo 21 do CEU ## 952 & 963. Conspiração para importar entorpecentes ACUSAÇÃO 3:Artigo 21 do CEU # 848 Empresa delituosa contínua (Chefia de uma quadrilha narcotraficante) ACUSAÇÃO 4:Artigo 18 do CEU # 1503 Conspiração para obstruir a administração da justiça ACUSAÇÃO 5:Artigo 18 do CEU # 1505 Conspiração para obstruir as funções do Congresso

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AUTO DE ACUSAÇÃO PENAL O grande jurado acusa:

Acusação 1: Associação delituosa

A empresa 1. Durante todo o lapso de tempo que abarca esta acusação, existiu uma empresa definida nos termos do parágrafo 18 do Código dos Estados Unidos (CEU), seção 1961 (4), a dizer, um grupo de indivíduos associados de fato que aproveitaram dos postos oficiais do acusado GEORGE HERBERT WALKER BUSH no governo dos Estados Unidos da América para facilitar o movimento, a importação e a distribuição de grandes quantidades de entorpecentes ilegais dentro dos Estados Unidos. 2. Os membros da empresa foram os indivíduos objeto desta acusação penal e outros, entre eles, traficantes internacionais de drogas que utilizaram a empresa e os postos oficiais de GEORGE HERBERT WALKER BUSH, DONALD P. GREGG E OLIVER L. NORTH para facilitar seus negócios de entorpecentes e lavagem de dinheiro.

Funções da empresa

3. De janeiro de 1981 a janeiro de 1989, GEORGE HERBERT WALKER BUSH (“BUSH”) foi Vice-presidente dos Estados Unidos, e de janeiro de 1989 a janeiro de 1993, BUSH foi Presidente dos Estados Unidos.

a. Postos oficiais de BUSH: A partir de 1981 e até 1989, enquanto era Vice-presidente dos Estados Unidos, o acusado BUSH assumiu faculdades extraordinárias sobre as operações clandestinas e de Inteligência dos Estados Unidos, entre elas, as seguintes funções oficiais, que explorou para lograr os objetivos descritos no parágrafo 16.

(I) Nos primeiros meses do novo regime de Reagan e Bush, o acusado BUSH lutou para apoderar-se das faculdades de “Manejo de Crises” do governo dos Estados Unidos.Isto se refletiu em um artigo publicado em 22 de março de 1981 no Washington Post sob o título “Bush encabeçará o manejo de crises”. (II) Em 14 de dezembro de 1981,o Presidente Ronald Reagan foi induzido a assinar a Diretiva de Segurança Nacional 3 (DSN-3), sobre o “Manejo de Crises”, a qual designou o Vice-presidente, diretor do Grupo de Situações Especiais (GSE), encarregado do manejo de crises. Durante todo o lapso de tempo que abarca esta acusação, BUSH dirigiu o GSE.

(III) Em 12 de janeiro de 1982, o Presidente Ronald Reagan foi induzido a assinar a Diretiva de Segurança Nacional 2 (DSN-2), que reafirmou a existência de vários grupos interdepartamentais encarregados de Inteligência e operações clandestinas. Segundo a interpretação que BUSH promoveu deste documento, o GSE que ele encabeçava absorvia as faculdades do Conselho de Segurança Nacional em questões de “Manejo de Crises”que incluíram operações clandestinas e de contra-terrorismo.

(IV) Em 28 de janeiro de 1982, BUSH ficou encarregado da equipe especial do sul da Flórida, que enfrentava assuntos de entorpecentes.

(V) Em 14 de maio de 1982, foi criado, em caráter permanente, um Grupo de Planejamento Prévio das Crises (GPPC), subordinado ao GSE. Sob a direção de BUSH, à este grupo foi dado ingerência em qualquer aspecto em que se previsse uma “crise em potencial”,e se lhe encarregou de elaborar “opções preventivas”para enfrentar ditas crises.

(VI) Em 10 de abril de 1982, foi emitida a Diretiva de Segurança Nacional 30 (DSN-30), sobre “Manejo de Incidentes Terroristas” que deu ao Vice-presidente a faculdade de convocar o GSE e que criou o Grupo de Trabalho sobre Incidentes Terroristas (GTIT) para apoiar o GSE. Durante todo o lapso de tempo que abarca esta acusação penal, BUSH dirigiu e controlou o GTIT.

(VII) Em 23 de março de 1983, BUSH tomou o comando do Sistema Nacional de Interceptação Fronteiriça de Entorpecentes (SNIFE).

(VIII) Em julho de 1985, foi criada a Equipe Especial Vice-presidencial sobre Terrorismo, encabeçada por BUSH. (IX) Em fevereiro de 1986, a Equipe Especial Vice-presidencial sobre Terrorismo, sob a direção de BUSH, emitiu seu informe, pelo qual foi criado o Sub-grupo de Operações, oficialmente parte do GTIT de BUSH, assim como um escritório permanente de contra-terrorismo entre o pessoal do Conselho de Segurança Nacional, encabeçado pelo acusado OLIVER NORTH, com a finalidade de prestação de contas, controlado e dirigido por BUSH.

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(X) Em agosto de 1986, BUSH tornou-se chefe da “Operação Aliança”,operação contra o narcotráfico que era conduzida em cooperação com o México.

b. Associação de BUSH com os contras,o narcotráfico colombiano e outros traficantes de entorpecentes: O acusado BUSH utilizou seus postos oficiais para proteger traficantes internacionais de drogas ilegais, para impedir que as autoridades competentes dos Estados Unidos interceptassem embarques de entorpecentes, e para facilitar o transporte, a importação e a distribuição de drogas ilegais. Mais ainda, BUSH utilizou seus postos oficiais para evitar que se descobrisse a relação dos contras com o narcotráfico, e para obstruir as investigações policiais e legislativas sobre os contras e o narcotráfico. 4. De 1951 a 1982, DONALD P. GREGG foi encarregado da Agência Central de Inteligência (CIA). Em 1979, a CIA destacou GREGG ao pessoal do Conselho de Segurança Nacional. Durante 1981 e 1982, GREGG encabeçou o Diretório de Inteligência do CSN. Em agosto de 1982, GREGG renunciou à CIA e assumiu o cargo de Acessor de Segurança Nacional do Vice-presidente GEORGE BUSH. GREGG permaneceu nesse posto até janeiro de 1989. GREGG apresentou FELIX RODRIGUEZ à BUSH e à OLIVER NORTH. GREGG supervisionava diretamente as atividades de Rodriguez.

5. FELIX RODRIGUEZ é um empregado da Agência Central de Inteligência, a quem GREGG recrutou em dezembro de 1984, aproximadamente, para que ajudasse à ele e à BUSH no suprimento de armas e outros apetrechos aos rebeldes contras da Nicarágua. RODRIGUEZ montou sua base de operações no campo aéreo de Llopango, em El Salvador. Em nome de BUSH e GREGG, RODRIGUEZ recrutou traficantes de entorpecentes para que o ajudassem a suprir os contras, assim como a custear as atividades destes e as operações de abastecimento. Em conexão com estas atividades, RODRIGUEZ usou muitas vezes o pseudônimo “Max Gomez”.

6. OLIVER NORTH era um Tenente-Coronel do Corpo de Infanteria da Marinha dos Estados Unidos, destacado ao pessoal do Conselho de Segurança Nacional em 1981, onde permaneceu até 25 de novembro de 1986.NORTH tinha o posto de Sub-diretor de Assuntos Político-militares. Mais ou menos a partir de outubro de 1984 e até outubro ou novembro de 1986, NORTH foi designado por BUSH para conduzir certas atividades com respeito aos contras, o contra-terrorismo no Irã. NORTH serviu à BUSH como elo de ligação entre os contras e os traficantes de drogas. Em conexão com estas atividades, NORTH usou de vez em quando pseudônimos como “William Goode”e “Mr. Green”. 7. RICHARD V. SECORD foi acessor do Departamento de Defesa e do Conselho de Segurança Nacional de 1983 a 1986. Quando se retirou da Força Aérea dos Estados Unidos, em 1983, SECORD tinha o posto de General de Divisão. Em 1983, SECORD tornou-se presidente da Stanford Technology Trading Group International , com escritórios em Vienna,Virgínia. A partir de fins de 1984, assumiu a responsabilidade de abastecimento dos contras com material de guerra, entre outras coisas. Sua ponte aérea foi utilizada para despachar e importar drogas aos Estados Unidos; muitos dos pilotos que contratou eram contrabandistas de drogas. Em conexão com estas e outras atividades, SECORD usou de vez em quando os pseudônimos “Richard Copp”e “General de Divisão Richard Adams”. 8. ROBERT OWEN trabalhava no escritório do Senador Dan Quayle quando conheceu o acusado JOHN HULL. OWEN levou HULL a reunir-se com NORTH e outros sujeitos no Conselho de Segurança Nacional e no Departamento de Defesa. Em 1984, OWEN conheceu o acusado ADOLFO CALERO e se fez empregado dos contras, mas continuou fornecendo informes regulares a NORTH. OWEN servia como “olhos e ouvidos” de NORTH no rancho de HULL na Costa Rica, assim como em outros lugares onde os contras efetuavam embarques de armas e drogas ilegais. OWEN ajudava a coordenar ditos embarques. Em novembro de 1985, OWEN entrou para a folha de pagamentos do escritório de Ajuda Humanitária Nicaragüense. Em conexão com estas atividades, OWEN recebeu de vez em quando os pseudônomos “TC” e “The Courier ( O Mensageiro)”. 9. JOHN HULL possuía um grande rancho na Costa Rica, que foi usado como um dos principais pontos de transbordo de entorpecentes e armas para os contras. Muitos dos pilotos que transportavam drogas como parte da empresa receberam instruções de voltar ao rancho de HULL. 10. Os contras eram insurgentes que efetuavam operações militares e paramilitares na Nicarágua e suas imediações, com a intenção de derrotar o regime Sandinista.

11. ENRIQUE BERMUÚDEZ foi Coronel da Guarda Nacional Nicaragüense no regime de Somoza; havia sido adido militar de Somoza em Washington e formou a Frente Democrática Nicaragüense (FDN), a principal organização contra, em agosto de 1980. BERMÚDEZ utilizou o tráfico de drogas como um dos meios principais de financiar os contras. BERMÚDEZ foi assassinado em 1991 na Nicarágua. 12. ADOLFO CALERO era um dirigente do FDN. CALERO utilizou o tráfico de drogas ilegais como um dos meios principais de financiar os contras. 13. JUAN NORWIN MENESES CANTARERO (“MENESES”) era o Chefe de Inteligência e Segurança da FDN no estado da Califórnia. As autoridades competentes dos Estados Unidos sabiam que MENESES era um

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narcotraficante importante.Para ajudar a financiar os contras, MENESES ajudou a criar e operar uma grande rede de contrabando e distribuição de drogas nos Estados Unidos, em particular na cidade de Los Angeles, Califórnia, e seus arredores. Em 1991, MENESES foi apreendido na Nicarágua, acusado de tráfico de drogas.

14. OSCAR DANILO BLANDÓN REYES (“BLANDÓN”) era sócio de MENESES e participou com este na criação e operação de uma grande rede de contrabando e distribuição de drogas nos Estados Unidos, em particular na cidade de Los Angeles, Califórnia, e seus arredores, que se especializava na distribuição e venda de cocaína em forma de crack. BLANDÓN foi processado em 1991, recebeu uma sentença reduzidíssima e já se encontra em liberdade. 15. De agosto de 1986 a meados de 1988, WILLIAM F. WELD foi Procurador Geral auxiliar dos Estados Unidos, encarregado da Divisão Penal do Departamento de Justiça, o qual começou a exercer as funções do cargo em junho de 1996, quando recebeu a nomeação. WELD explorou este cargo para evitar que se investigasse e se processasse membros e sócios da empresa, entre eles narcotraficantes associados aos contras, assim como para obstaculizar e obstruir as investigações legislativas das relações entre o narcotráfico e os contras.

Propósito e objetivos da empresa

16. Aproveitando seus postos oficiais, BUSH, GREGG E NORTH estiveram em condições de facilitar o financiamento dos insurgentes contras e seu abastecimento de armas e outros apetrechos, protegendo embarques de cocaína e marihuana importada para os Estados Unidos. a. Financiamento dos contras

(I) No fim de 1982, foi aprovada a lei pública 97-377, a primeira da série de “Emendas Boland”, que proibiu expressamente a CIA de gastar dinheiro “com propósito de derrotar o governo da Nicarágua”.

(II) Em 12 de outubro de 1984, foi aprovada a lei pública 98-473, que proibiu expressamente que os fundos à disposição de certas agências e dependências do governo dos Estados Unidos fossem comprometidos em gastos com apoio de operações militares ou paramilitares na Nicarágua. Dita lei diz, na parte correspondente:

Durante o ano fiscal de 1985, nada dos fundos à disposição da Agência Central de Inteligência, Departamento de Defesa ou qualquer outra agência ou entidade dos Estados Unidos que tome parte em atividades de inteligência poderá ser comprometido ou gasto para apoiar, direta ou indiretamente, operações militares ou paramilitares na Nicarágua realizada por qualquer nação, grupo, organização, movimento ou indivíduo.

Este mandamento legal, que ficou conhecido comumente como “Boland II”, modificou-se duas vezes e permaneceu em vigor pelo menos até o ano fiscal de 1987.

(III) Para compensar esta interrupção de financiamento oficial, BUSH, GREGG, RODRIGUEZ, NORTH e outros sujeitos aumentaram seus acordos com traficantes de drogas e fizeram arranjos com os narco-cartéis colombianos para poder usar drogas e os lucros do tráfico de drogas para financiar os contras. b. Abastecimento e armamento dos contras (I). Depois de aprovada a primeira Emenda Boland, BUSH, GREGG, NORTH e outros sujeitos, conhecidos e desconhecidos do grande jurado, começaram a fazer arranjos alternativos para dotar os contras de armas e outros apetrechos. Depois de aprovada a segunda Emenda Boland, tanto a Agência Central de Inteligência como o Departamento de Defesa retiraram grande quantidade de pessoal da América Central, deixando um vazio que encheria a empresa. (II). BUSH, GREGG e outros sujeitos, conhecidos e desconhecidos do grande jurado, designaram RODRIGUEZ e NORTH para que fizessem novos arranjos para abastecer os contras de armas e outros apetrechos. (III) BUSH E GREGG despacharam RODRIGUEZ para a América Central em janeiro de 1985 para que montasse sua base de operações no campo aéreo de Llopango, em El Salvador. (IV) NORTH pediu a OWEN que se reunisse com CALERO para determinar as necessidades dos contras, e NORTH e OWEN acordaram em usar o rancho de HULL na Costa Rica como base de operações para abastecer os contras.

(V) NORTH pediu a SECORD que criasse uma ponte aérea para abastecer os contras, assim como usar suas companhias para comprar armas na Europa Oriental e em outras partes para os contras.

(VI) NORTH, SECORD e RODRIGUEZ recrutaram pilotos que eram ao mesmo tempo contrabandistas de entorpecentes para que levassem aos contras armas e outros apetrechos, permitindo-lhes trazer entorpecentes em seus vôos de regresso da América Central aos Estados Unidos, e, ademais, permitindo-lhes vender os entorpecentes

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e ficar com o fruto da venda.Esta atividade se intensificou em grande escala depois de outubro de 1984, quando entrou em vigor a segunda Emenda Boland.

c. Proteção de embarques de entorpecentes

Como incentivo aos pilotos e a outros sujeitos para que levassem armas e outros apetrechos aos contras, os acusados BUSH, GREGG e NORTH usaram seus postos oficiais para evitar que as autoridades competentes dos Estados Unidos atrapalhassem o transporte e a importação de drogas para os Estados Unidos.

d. Proteção de narcotraficantes

Como outro incentivo aos pilotos e a outros sujeitos para que levassem armas e outros apetrechos aos contras, os acusados BUSH, GREGG e NORTH usaram seus postos oficiais para evitar que as autoridades competentes dos Estados Unidos apreendessem os narcotraficantes que participavam do programa de abastecimento dos contras.

e. Obstrução da administração da justiça

(I) Para impedir que se descobrisse a empresa e suas atividades ilegais, os acusados BUSH, GREGG, NORTH e WELD, assim como outros sujeitos, conhecidos e desconhecidos do grande jurado, trataram de impedir e evitar que as autoridades competentes dos Estados Unidos investigassem membros da empresa e outros sujeitos envolvidos no narcotráfico dos contras e outras atividades delituosas.

(II) Para impedir que se descobrisse a empresa e suas atividades ilegais, os acusados BUSH, GREGG, NORTH e WELD, assim como outros sujeitos, conhecidos e desconhecidos do grande jurado, trataram de impedir e evitar que várias comissões do Congresso dos Estados Unidos investigassem a relação entre as operações de abastecimento dos contras e o tráfico de entorpecentes.

A conspiração

17. Mais ou menos desde finais de 1984, os acusados GEORGE BUSH, DONALD P. GREGG, FELIX RODRIGUEZ, OLIVER NORTH, RICHARD SECORD, ROBERT OWEN, JOHN HULL, ADOLFO CALERO, JUAN NORWIN MENESES CANTARERO, OSCAR DANILO BLANDÓN REYES e WILLIAM F. WELD, assim como outros sujeitos, conhecidos e desconhecidos do grande jurado (entre eles Enrique Bermúdez, Barry Seal, George Morales, Michael Palmer, Gary Betzner, Michael Tolliver, Marcos Aguado, Oliver Revell (“Buck”) considerados nesta acusação penal partícipes da conspiração porém não acusados), todos eles membros, empregados ou colaboradores na empresa descrita nos parágrafos de 1 a 16, inclusive, do presente auto, empresa que realizou atividades que afetaram o comércio interestadual e internacional dos Estados Unidos, combinaram-se, conspiraram, aliaram ou acordaram, ilegal, premeditada e conscientemente, realizaram e participaram direta e indiretamente na condução dos negócios da empresa com uma série de condutas delituosas previstas no Artigo 18 do Código dos Estados Unidos, seções 1961 (1) e 1965 (5), descritas nos parágrafos de 18 a 24, inclusive, do presente auto e violações do Artigo 18 do Código dos Estados Unidos, seção 1962 (c).

A série de condutas delituosas

18. A série de condutas delituosas previstas no Artigo 18 do Código dos Estados Unidos, seções 1961 (1) e 1965 (5), por cujo meio os acusados conduziram os negócios da empresa e participaram neles é a que segue:

a. Importar para os Estados Unidos uma substância entorpecente proibida, a saber, cocaína, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 952, e conspirar para esse fim, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 963;

b. Importar para os Estados Unidos uma substância entorpecente proibida, a saber, marihuana, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 952,e conspirar para esse fim, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção963;

c. Possuir e distribuir cocaína com conhecimento de que se importava para os Estados Unidos, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 959, e conspirar para esse fim, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 963;

d. Possuir e distribuir marihuana com conhecimento de que se importava para os Estados Unidos, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 959, e conspirar para esse fim, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 963.

Feitos ilícitos

19. Mais ou menos a partir de meados de 1981, os acusados

ADOLFO CALERO, JUAN NORWIN MENESES CANTERERO E OSCAR DANILO BLANDÓN REYES,

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Assim como Enrique Bermúdez, Marcos Aguado e outros sujeitos,conhecidos ou desconhecidos do grande jurado, premeditada e intencionalmente distribuíram e ajudaram a distribuir grandes quantidades de cocaína, que é uma substância entorpecente proibida, da Colômbia a Costa Rica e daí aos Estados Unidos, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 959, e do Artigo 18 do Código dos Estados Unidos, seção 2.

20. De julho de 1984 a 1985, os acusados

GEORGE BUSH, DONALD GREGG, FELIX RODRIGUEZ, OLIVER NORTH E JOHN HULL,

Assim como Barry Seal e outros sujeitos, conhecidos e desconhecidos do grande jurado, premeditada e intencionalmente distribuíram e ajudaram a distribuir grandes quantidades de cocaína, que é uma substância entorpecente proibida, da Colômbia a Costa Rica, e daí aos Estados Unidos, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 959, e do Artigo 18 do Código dos Estados Unidos, seção 2.

21. Mais ou menos a partir de julho de 1984 a junho de 1986,

GEORGE BUSH, DONALD GREGG, FELIX RODRIGUEZ, OLIVER NORTH E JOHN HULL,

Assim como George Morales e outros sujeitos, conhecidos e desconhecidos do grande jurado, premeditada e intencionalmente distribuíram e ajudaram a distribuir 800 (oitocentos) kgs de cocaína, que é uma substância entorpecente proibida, da Colômbia a El Salvador, e daí aos Estados Unidos, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 959, e do Artigo 18 do Código dos Estados Unidos, seção 2.

22. Mais ou menos a partir de julho de 1984 a outubro de 1986, os acusados

GEORGE BUSH, DONALD GREGG, FELIX RODRIGUEZ, OLIVER NORTH E JOHN HULL,

Assim como George Morales e outros sujeitos,conhecidos e desconhecidos do grande jurado, premeditada e intencionalmente distribuíram e ajudaram a distribuir 9.000 (nove mil) libras de marihuana, que é uma substância entorpecente proibida, da Costa Rica aos Estados Unidos, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 959, e do Artigo 18 do Código dos Estados Unidos, seção 2.

23. Mais ou menos em 8 de janeiro de 1986, os acusados,

GEORGE BUSH, DONALD GREGG, FELIX RODRIGUEZ, OLIVER NORTH E JOHN HULL,

Assim como George Morales e outros sujeitos, conhecidos e desconhecidos do grande jurado, premeditada e intencionalmente distribuíram e ajudaram a distribuir 413 (quatrocentos e treze) kgs de cocaína, que é uma substância entorpecente proibida, da Colômbia a El Salvador, e daí aos Estados Unidos, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 959, e do Artigo 18 do Código dos Estados Unidos, seção 2.

24. Mais ou menos em julho de 1984, os acusados

GEOGE BUSH, DONALD GREGG, FELIX RODRIGUEZ, OLIVER NORTH E JOHN HULL,

Assim como Gary Betzner, George Morales e outros sujeitos,conhecidos e desconhecidos do grande jurado, premeditada e intencionalmente distribuíram e ajudaram a distribuir 1.000 (mil) kgs de cocaína, que é uma substância entorpecente proibida, da Colômbia a Costa Rica,e daí aos Estados Unidos, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 959, e do Artigo 18 do Código dos Estados Unidos, seção 2.

Passos concretos

25. Para levar adiante a conspiração mencionada e cumprir seus objetivos, no Distrito de Colúmbia e em outros lugares, um ou mais dos acusados cometeram, entre outros, um ou mais dos feitos seguintes:

(1) E meados de 1981, MENESES e BLANDÓN viajaram para Honduras para reunirem-se com Enrique Bermúdez, e este lhes deu instruções para criar um mecanismo de financiamento para os contras na parte ocidental dos Estados Unidos.

(2) Em 1981, MENESES e BLANDÓN importaram e venderam mais de 2.000 (dois mil) libras de cocaína na Califórnia.

(3) Em 1983, BLANDÓN, MENESES e outros sujeitos começaram a vender e distribuir em Los Angeles crack elaborado a partir de cocaína importada da Colômbia passando por El Salvador e Costa Rica: Muita desta cocaína foi trazida aos Estados Unidos de avião por Marcos Aguado, que operava do campo aéreo de Llopango, em El Salvador.

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(4) Mais ou menos em 6 de março de 1984, George Morales foi indiciado por contrabando de drogas.Umas semanas depois, Morales se entrevistou com certos dirigentes contras no sul da Flórida --- a saber, Popo Chamorro, Octaviano César e Marcos Aguado --- que lhe disseram que o ajudariam em seus problemas judiciais se ele os ajudasse com armas, explosivos e outros artigos.Os dirigentes contras aceitaram suprir drogas a Morales, as quais ele venderia, para em seguida comprar apetrechos para os contras.

(5) Em março de 1984, Barry Seal, a quem algumas dependências locais haviam recusado como informante, viajou a Washington, onde visitou os escritórios da Equipe Especial Vice-presidencial sobre Drogas, encabeçada por BUSH. Esta entidade ordenou a DEA (Drug Enforcement Agency---Agência de Esforço contra Drogas-N.T.) contratar os serviços de Seal como informante e permitir-lhe conservar suas propriedades e bens, assim como continuar contrabandeando drogas da América Central a Luisiana e Arkansas, entre outros lugares.

(6) Em meados de 1984, Barry Seal se entrevistou em Miami com vários representantes do narco-cartel colombiano, com os quais viajou a Mena, Arkansas, para mostrar-lhes as inastalações que Seal utilizava para contrabandear drogas e para manter e disfarçar seu avião.

(7) Em 12 de maio de 1984, NORTH escreveu em seu caderno:

“... o contrato indica que Gustavo está metido em drogas”.

(8) Em junho de 1984, MENESES assistiu em São Francisco à uma reunião de arrecadação de fundos com CALERO.

(9) Em meados de 1984, NORTH pediu a SECORD que ajudasse CALERO a comprar armas para os contras.

(10) Em meados de 1984, NORTH falou com OWEN e lhe pediu que se reunisse regularmente com CALERO para discutir as necessidades dos contras, passar-lhes Inteligência e entregar-lhes dinheiro.

(11) Em 26 de junho de 1984, NORTH escreveu em seu caderno:

“Chamada de Owen---John Hull---Proteção…

John já tem um exército privado de 75-100---cubanos metidos em drogas---espera-se Até 100 cubanos mais”.

(12) Mais ou menos em julho de 1984, Morales comprou armas na Flórida e as embarcou em um avião na Flórida.O avião regressou depois de alguns dias com um carregamento de entorpecentes, que Morales vendeu, entregando o dinheiro aos contras. (13) Mais ou menos em julho de 1984, pela segunda vez Morales comprou armas na Flórida e as embarcou em um avião na Flórida.O avião regressou depois de alguns dias com um carregamento de entorpecentes, que Morales vendeu passando o dinheiro aos contras.

(14) Mais ou menos em junho ou julho de 1984, Morales telefonou a Gary Betzner e lhe pediu que fosse a Flórida;Morales e Betzner reuniram-se na Flórida para discutir o transporte de armas por avião aos contras e o transporte de drogas no regresso.

(15) Mais ou menos em julho de 1984, Betzner levou um avião carregado de armas, entre elas uma metralhadora M-60, rifles M-16 e explosivos plásticos C-4, de Fort Lauderdale, Flórida, ao rancho de HULL na Costa Rica. No rancho de HULL, foram descarregadas as armas e os explosivos, e imediatamente, na presença de HULL, foi carregado no avião 17 sacos de lona cheios de cocaína e cinco ou seis caixas de cocaína, que Betzner levou a Lakeland, Flórida.

(16) Uns dez dias depois, Betzner levou um avião carregado de armas pequenas do hangar de Morales no aeroporto de Opa-Locka, Flórida, à Los Llanos, lugar adjacente ao rancho de HULL, na Costa Rica. As armas foram descarregadas na presença de HULL e, imediatamente, entre 15 e 17 sacos de lona cheios de cocaína, uns 500 (quinhentos) kilogramas, foram carregados no avião para que Betzner os levasse à Flórida.

(17) Em 20 de julho de 1984, North escreveu em seu caderno:

“Chamada de Clarridge* :---Alfredo César Re Drogas-Borge/Owen deixa Hull só

[rasuras] Campo Aéreo Los Brasiles---Owen deixa Hull”.

*Nota do Tradutor : Duane R. Clarridge --- para identifica-lo aguarde o próximo lançamento.

(18) Mais ou menos de julho de 1984 a janeiro de 1986, por sugestão de Marcos Aguado, Morales treinou pilotos no aeroporto de Opa-Locka, Flórida, para que levassem armas aos contras na América central, e transportassem drogas em seu regresso aos Estados Unidos.

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(19) Entre julho de 1984 e janeiro de 1986, pelo menos em oito ocasiões, Morales ordenou a diversos pilotos que voltassem ao rancho de HULL na Costa Rica para entregar armas e que trouxessem drogas em seu regresso aos Estados Unidos.

(20) Em 23 de julho de 1984, NORTH escreveu em seu caderno:

“Chamada de Rob Owen---Chamada de John Hull”.

(21) De fins de 1984 a fins de 1986, JOHN HULL recebeu de ADOLFO CALERO, por instruções de OLIVER NORTH, um salário mensal de 10.000 (dez mil) dólares.

(22) Mais ou menos em novembro de 1984, Morales comprou mais armas no sul de Miami e as embarcou em um avião em Fort Lauderdale, Flórida. O avião regressou em poucos dias com um carregamento de entorpecentes, que Morales vendeu passando o dinheiro aos contras.

(23) Mais ou menos em 1o. de outubro de 1984, Morales passou a Marcos Aguado um avião McDonnell-Douglas DC-3, também conhecido como C-47, para os contras.

(24) Em fins de 1984, Morales reuniu-se com Chamorro e outros dirigentes contras e discutiram as atividades do acusado OWEN. (25) Mais ou menos em 20 de dezembro de 1984, Morales reuni-se em um hotel da Costa Rica com os dirigentes contras Popo Chamorro, Octaviano César, comandante Tito e Carlo Prado, para discutir o despacho de drogas ilegais para os Estados Unidos.

(26) Em meados de dezembro de 1984, OWEN, HULL, CALERO, Enrique Bermúdez, Frank Chanes (dos Frigoríficos Puntarenas), Jack Terrel e outros sujeitos reuniram-se em Miami , na casa de CALERO.

(27) Mais ou menos em 21 de dezembro de 1984, RODRIGUEZ reuniu-se com GREGG e NORTH para discutir como equipar os contras.

(28) Pouco depois da reunião de 21 de dezembro, GREGG informou a BUSH que RODRIGUEZ queria ir a El Salvador e que GREGG ia apresentar RODRIGUEZ a outros funcionários do governo dos Estados Unidos envolvidos na América Central. BUSH disse “muito bem”.

(29) Em 24 de janeiro de 1985, NORTH esceveu em seu caderno;

“Rob Owens---John Hull---sem conexões com drogas---acredite”.

(30) Em janeiro de 1985, RODRIGUEZ reuniu-se com OWEN no Hotel Marriott Key Bridge, de Roslin, Virgínia.Depois da reunião, OWEN escreveu a NORTH uma carta de duas páginas na qual discute sua reunião com RODRIGUEZ e os projetos deste. (31) Em 22 de janeiro de 1985, BUSH, GREGG E RODRIGUEZ reuniram-se no escritório de BUSH no Antigo Edifício Executivo. (32) Dois dias depois, em 24 de janeiro de 1985, RODRIGUEZ reuniu-se com o General Adolfo Blandón, Chefe do Estado Maior de El Salvador, e em 30 de janeiro de 1985, RODRIGUEZ reuniu-se com o General Bustillo, comandante da Força Aérea de El Salvador.Bustillo ficou de acordo que RODRIGUEZ poderia permanecer no campo aéreo militar de Llopango, nos subúrbios de São Salvador. (33) Em 15 de fevereiro de 1985, RODRIGUEZ reuniu-se com o embaixador Pickering e o Coronel James Steele, comandante do Grupo Militar dos Estados Unidos em El Salvador. (34) Em 19 de fevereiro de 1985, RODRIGUEZ reuniu-se com GREGG para informa-lo sobre suas atividades em Llopango, e imediatamente RODRIGUEZ reuniu-se também com NORTH. (35) Em fins de fevereiro ou princípio de março de 1985, OWEN viajou a Costa Rica, a pedido de NORTH, para reunir-se com grupos dos contras. (36) Em março de 1985, HULL declarou que tinha um amigo no Conselho de Segurança Nacional que lhe depositava 10.000 (dez mil) dólares em uma conta bancária de Miami. (37) Em meados de março de 1985, RODRIGUEZ mudou-se para a base aérea de Llopango. (38) Mais ou menos em 20 de abril de 1985, RODRIGUEZ escreveu a GREGG: “Don,obrigado a ti e ao Vice-presidente [BUSH] por apoiar-me.Sem sua ajuda, eu não poderia ter feito nada aqui”.

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(39) Em 29 de abril de 1985, GREGG escreveu ao Coronel Steele para agradecer-lhe sua ajuda a RODRIGUEZ. (40) Em 5 de janeiro de 1985, GREGG, RODRIGUEZ e Steele reuniram-se no Hotel Marriott Key Bridge, de Roslyn, Virgínia. (41) Mais ou menos em 3 de junho de 1985, OWEN viajou a Califórnia com CALERO para reunirem-se com MENESES. (42) Mais ou menos em 7 de junho de 1985, CALERO e OWEN reuniram-se para concluir uma compra de armas para os contras, depois de um telefonema de NORTH. (43) Em meados de 1985, NORTH e outros membros do Grupo Interdepartamental Restringido sobre América Central (GIR), criado em virtude da DSN-2, reuniram-se e decidiram abrir uma “Frente Sul”dos contras na Costa Rica. (44) Em 28 de junho de 1985, NORTH, SECORD, os ex-funcionários da CIA Thomas Clines e Rafael Quintero, CALERO e Enrique Bermúdez reuniram-se em Miami. NORTH disse a CALERO e a BERMÚDEZ que deviam trabalhar com ele e com SECORD para criar uma Frente Sul com possibilidades. (45) Em 12 de julho de 1985, NORTH escreveu em seu caderno;

“14 milhões de dólares para financiar vieram das drogas”.

(46) Em 9 de agosto de 1985, NORTH escreveu em seu caderno: “DC-6 que se usa para voar de Nova Orleans é usado provavelmente para meter drogas nos Estados Unidos”. (47) Em 10 de agosto de 1985, NORTH escreveu em seu caderno:

“Frente sul...John Hull arranjará treinamento [rasura]...”

e também: “Reunião com ªC.---nome da pessoa do DEA em Nova Orleans com relação golpe Mario/DC-6”. (48) Em agosto de 1985, o Congresso dos Estados Unidos destinou 27 milhões de dólares para ajuda “humanitária”aos contras, e o Presidente Reagan criou o Escritório de Ajuda Humanitária Nicaragüense (OAHN). Em setembro de 1985, NORTH instou o embaixador Robert Duemling, diretor do OAHN, a contratar OWEN, mensageiro de NORTH, para que trabalhasse no OAHN. A princípio, Duemling se negou, mas NORTH e o GIR o pressionaram para que contratasse OWEN. (49) Em 10 de setembro de 1985, NORTH escreveu em seu caderno: “1630 reunião c/Jim,Steele/Don Gregg Falou-se de Blandón[...] Bermúdez disse que estava disposto a dedicar uma unidade de op[eraçõe]s especiais para bloquear linhas log[ísticas] da FMLN Apresentado por Wally GresheimbackslashLitton Visita Calero/Bermúdez a Llopango para criar apoio log[ístico]/ma[nutenção].” (50) Em 20 de setembro de 1985, NORTH escreveu uma carta a RODRIGUEZ, pedindo-lhe que se convertesse em ligação entre o governo de El Salvador e a operação de aprovisionamento dos contras de NORTH e SECORD.No início da carta, NORTH escreveu com maiúsculas: “DEPOIS DE LER ESTA CARTA, DESTRUÍ-LA POR FAVOR.” (51) Em 1o. de outubro de 1985, NORTH escreveu em seu caderno:

“Don Gregg:Máximo Gómes 27-31-59”,

que era o número telefônico de RODRIGUEZ em El Salvador. (52) Também em 1o. de outubro de 1985, o embaixador Duemling,diretor da OAHN escreveu as seguintes notas: “(North) pode usar---Mr. Green disse chamar---Máximo Gomes 273159 em São Salvador Voará com as coisas de El Salvador” (53) Em 17 de outubro de 1985, RODRIGUEZ e NORTH reuniram-se em Washington.

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(54) Em dezembro de 1985, NORTH e Alan Fiers, Chefe da Equipe Especial para América Central da CIA, viajaram a Honduras e El Salvador para convencer funcionários locais para que permitissem que os embarques da OAHN fossem transbordados no campo aéreo de Llopango, El Salvador e em Honduras. (55) Mais ou menos a partir de 9 de janeiro de 1986, e até agosto do mesmo ano, o Escritório de Ajuda Humanitária Nicaragüense (OAHN---Oficina de Ayuda Humanitária Nicaragüense ou ONHA---Office of Nicarágua Humanitary Aid---N.T.) fez os seguintes pgamentos a companhias de propriedade de narcotraficantes e administradas por narcotraficantes: (a) SETCO, por serviços de transporte aéreo:185.924,25 dólares. (b) DIACSA, por reposição de motores de avião:41.120,90 dólares. (c) Frigoríficos de Puntarenas, por prestar e conseguir serviços variados para os contras da Frente Sul:261.932,00 dólares. (d) VORTEX, por serviços de transporte aéreo:317.425,17 dólares. (56) Vortex era de propriedade de Michael Palmer, um narcotraficante que se tornou informante do DEA, ao mesmo tempo que colocava seu avião a serviço da OAHN para levar ajuda “humanitária”aos contras.Posteriormente, foi abandonada uma tentativa de indicia-lo por contrabando de marihuana, por “não servir aos interesses dos Estados Unidos”. (57) Em janeiro de 1986, RODRIGUEZ reuniu-se com Richard Gadd, sócio de SECORD na ponte aérea criada por este. (58) Mais ou menos em 14 de janeiro de 1986, BUSH viajou a Guatemala.Em uma recepção que teve lugar na embaixada dos Estados Unidos, o agente do DEA Celerino Castillo III identificou-se perante BUSH como agente do DEA encarregado de investigações internacionais sobre drogas, e disse a BUSH que algo raro sucedia-se em Llopango.BUSH negou-se a escutar Castillo e afastou-se dele. (59) Mais ou menos em 19 de janeiro de 1986, por instruções de BUSH e GREGG, Samuel Watson, Sub-acessor de Segurança Nacional de BUSH, viajou a Llopango e reuniu-se com RODRIGUEZ para exigir um informe sobre as operações que ali tinham lugar. (60) Em 4 de fevereiro de 1986, Watson escreveu um memorando a BUSH,fazendo-lhe chegar por meio de GREGG, sobre seus achados em El Salvador e Honduras. GREGG escreveu no início do memorando de Watson: “Bom informe de Sam”. (61) GREGG sublinhou uma passagem do memorando de Watson a BUSH de 4 de fevereiro, que expunha a falta de apoio logístico aos contras, e escreveu na margem: “Félix está de acordo com isto;é uma grande deficiência”. (62) Em 27 de fevereiro de 1986, NORTH escreveu em seu caderno: “Reunião c/ Lew Tambs---leilão DEA A/C capturados como traficantes de drogas---US$ 250-260.000 comissão”. (63) Em 16 de abril de 1986, RODRIGUEZ telefonou ao escritório do Vice-presidente BUSH para solicitar uma reunião com este.Um secretário do escritório de BUSH escreveu: “Felix Rodriguez...[para] informar ao Vice-presidente sobre a situação da guerra em El Salvador e o abastecimento dos contras”. (64) Em 20 de abril de 1986, NORTH, SECORD, RODRIGUEZ e o comandante contra Enrique Bermúdez reuniram-se na base aérea de Llopango, em El Salvador. (65) Na noite de 30 de abril do mesmo ano, RODRIGUEZ e Sam Watson reuniram-se para tomar drinks em um restaurante de Washington. (66) Em 1o. de maio de 1986, o acusado RODRIGUEZ reuniu-se com BUSH, GREGG e Watson no escritório de BUSH em Washington. Em certo momento, NORTH e o embaixador Edward Corr somaram-se a reunião. (67) Em 6 de maio de 1986, Watson enviou a BUSH um memorando acerca dos contras: “Uma análise sensata da manutenção sandinista do poder.Os meios sugeridos para combate-lo não bastam.A questão central é que as ações dos contras mais a oposição política interna tem que ser coordenadas. Felix disse que não estamos fazendo nada para dirigir o planejamento contra”. (68) Depois da reunião com BUSH, RODRIGUEZ regressou a El Salvador e, em maio de 1986, reuniu-se com Robert Dutton, que havia substituído Richard Gadd como supervisor principal da operação de aprovisionamento de SECORD.RODRIGUEZ disse a Dutton que ele, RODRIGUEZ, tinha uma relação muito estreita com Bush e certo número de pessoas próximas a ele.

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(69) Mais ou menos em 9 de maio de 1986, depois de uma reunião com Oliver Revell (“Buck”), funcionário do FBI, NORTH reuniu-se com vários agentes do FBI e pediu-lhes que investigassem certas pessoas que vinham fazendo afirmações públicas sobre os contras e as drogas, entre elas Jack Terrel e o Senador John Kerry.

(70) Em 3 de junho de 1986, NORTH reuniu-se com vários agentes do FBI (Federal Bureau of Investigation---Bureau Federal de investigações-N.T) e exigiu que o informassem do por que de não haverem feito nada contra o Senador Kerry por suas afirmações contra NORTH. (71) Em 17 de julho de 1986, NORTH redatou um memorando no qual qualificava Jack Terrel de “ameaça terrorista” e afirmou que o funcionário do FBI Oliver Revell e seu Sub-grupo de Operações do Grupo de Trabalho sobre Incidentes Terroristas reuniriam-se para discutir como enfrentar Terrel, que era a fonte de várias reportagens sobre os contras e o narcotráfico. (72) Em 25 de junho de 1986, o acusado RODRIGUEZ reuniu-se com NORTH e Robert Dutton em Washington, no Antigo Edifício Executivo. NORTH se queixou com RODRIGUES de que haviam violações da segurança.RODRIGUEZ disse a NORTH: “Isto pode ser pior que Watergate. Isto pode arruinar o Presidente dos Estados Unidos.” (73) Em seguida a reunião com NORTH, RODRIGUEZ foi ao escritório de BUSH e teve uma discussão com Watson. (74) Em 8 de agosto de 1986, RODRIGUEZ reuniu-se com GREGG em Washington para discutir as atividades que se realizavam em Llopango e as acusaçòes de que RODRIGUEZ havia roubado um avião. (75) Mais ou menos em 8 de agosto de 1986, HULL escreveu uma carta ao Fiscal Federal de Miami, assim como aos Senadores Richard Lugar e Warren Rudman, para acusar os ajudantes do Senador Kerry de comportamento indevido e de subornar testemunhas. (76) Em 12 de agosto de 1986, GREGG convocou uma reunião de vários funcionários do governo dos estados Unidos para discutir a operação de aprovisionamento dos contras. Um dos participantes, Robert Earl, tomou notas que incluíam o seguinte:

“Llopango [informação secreta rasurada] Não a primeira alternativa

Felix afirma trabalhar c/V[ice]P[resident] visto bom da CIA”.

(77) Em 5 de outubro de 1986, depois de inteirar-se de que o avião C-123 que participava do suprimento dos contras havia sido derrubado na Nicarágua, RODRIGUEZ chamou por telefone o escritório de BUSH. Sem poder falar com BUSH ou GREGG, RODRIGUEZ telefonou então a Sam Watson, ajudante de GREGG, para advertir-lhe da situação.

(78) Em 15 e em 24 de outubro de 1986, NORTH fez em seu caderno anotações que indicam que observava atentamente a investigação que era realizada pela Comissão de Relações Exteriores do Senado e o Senador Kerry. (79) Em 21 de novembro de 1986, NORTH fez outras anotações em seu caderno sobre a informação que,acerca de SECORD foi dada ao Senador Kerry por um investigador particular. (80) Durante 1987 1 1988, WILLIAM WELD, que nos meados de 1986 foi nomeado procurador geral auxiliar encarregado da Divisão Penal do Departamento de Justiça, evitou que a Sub-comissão encabeçada por Kerry na Comissão de Relações Exteriores do Senado tivesse acesso a expedientes e testemunhos. Tudo em violação do Artigo 18 do Código dos Estados Unidos, seção 1962 (d).

Acusação 2: Conspiração para importar entorpecentes

26. Mais ou menos desde outubro de 1984, e pelo menos até 1990, os acusados

GEORGE HERBERT WALKER BUSH DONALD P. GREGG, FELIX RODRIGUEZ, OLIVER L. NORTH, RICHARD V. SECORD, ROBERT W. OWEN, JOHN HULL, ADOLFO CALERO, JUAN NORWIN MENESES CANTARERO E OSCAR DANILO BLANDÓN REYES, Premeditada e intencionalmente,combinaram-se, conspiraram, aliaram e acordaram entre si e com pessoas conhecidas e desconhecidas do grande jurado para cometer infrações contra os Estados Unidos da América, a saber: a. Importar marihuana para os Estados Unidos, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 952, e conspirar para esse fim, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 963;

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b. Possuir e distribuir marihuana com conhecimento de que seria importada para os Estados Unidos, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 959; c. Importar cocaína para os Estados Unidos, em violação do Artigo 21 do código dos Estados Unidos, seção 952; d. Possuir e distribuir cocaína com conhecimento de que seria importada para os Estados Unidos, em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 959; Tudo em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 963.

Acusação 3: Empresa delituosa contínua

27. Todas e cada uma das afirmações feitas nos parágrafos de 1 a 24, inclusive, do presente auto de acusação penal se oferecem como fundamento da acusação 3 e se tem por plenamente expressadas para este propósito. 28. Mais ou menos desde dezembro de 1981, e até o presente, no Distrito de Colúmbia e outros lugares, e dentro da jurisdição deste tribunal, o acusado

GEORGE HERBERT WALKER BUSH

com a ajuda e cumplicidade de outros indivíduos, conhecidos e desconhecidos do grande jurado, participou intencional e premeditadamente em uma empresa delituosa contínua, segundo a define o Artigo 21 do Código dos estados Unidos, seção 848, por quanto BUSH violou o Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 952, 959 e 963, como se sustenta nas acusações 1 e 2 do presente auto,e cometeu outras violações de ditos códigos legais, os quais foram parte de uma série contínua de violações de ditos códigos que o acusado BUSH cometeu em concerto com pelo menos outras cinco pessoas com respeito as quais BUSH ocupava a posição de organizador, supervisor, diretor ou outra posição de administração. Em violação do Artigo 21 do Código dos Estados Unidos, seção 848.

Acusação 4: Conspiração para obstruir a administração da justiça

29. Mais ou menos desde outubro de 1984, e pelo menos até 1990, os acusados

GEORGE HERBERT WALKER BUSH DONALD P. GREGG, FELIX RODRIGUEZ, OLIVER L. NORTH, RICHARD V. SECORD, ROBERT W. OWEN, JOHN HULL E WILLIAM F. WELD, Assim como outros sujeitos, conhecidos ou desconhecidos do grande jurado, premeditada e intencionalmente combinaram-se, conspiraram, aliaram e acordaram entre si para influir maliciosamente, atrapalhar e impedir a devida administração da justiça, em violação do Artigo 18 do Código dos Estados Unidos, seção 1503.

Objetivo da conspiração

30. O objetivo da conspiração foi atrapalhar e impedir que as autoridades competentes dos Estados Unidos investigassem e processassem membros da empresa descrita nos parágrafos de 1 a 16, inclusive, do presente auto, assim como a outros sujeitos que participavam do tráfico de entorpecentes e outras atividades delituosas.

Modo e maneira

31. Foi parte do modo e maneira desta conspiração para atrapalhar a administração da justiça o que os acusados BUSH, GREGG, NORTH E WELD usaram, ou seja, seus postos oficiais para evitar que o DEA, o FBI, a Fiscalização Federal do Sul da Flórida, e outras autoridades competentes investigassem as atividades da supra citada empresa e a relação entre os contras e o narcotráfico. 32. Foi também parte do modo e maneira desta conspiração os que os acusados invocaram em repetidas ocasiões, ou seja, um falso pretexto de “Segurança Nacional”para evitar que as autoridades competentes investigassem e processassem membros da empresa e a outros sujeitos que tomavam parte em atividades ilegais, entre elas o tráfico de entorpecentes. 33. Foi também parte do modo e maneira desta conspiração aqueles em que os acusados tentaram evitar que suas atividades fossem denunciadas ou investigadas em público, para o qual trataram de hostilizar, intimidar e silenciar a quantos criticavam sua linha de conduta. 34. Foi também parte do modo e maneira desta conspiração aquele que, quando uma pessoa ligada a empresa via-se objeto de investigações ou era apreendida, os acusados procuravam, por meios corruptos, fazer com que dito suspeito fosse designado informante ou testemunha, para que pudesse seguir com suas atividades ilegais, entre elas o narcotráfico.

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35. Foi também parte do modo e maneira desta conspiração aqueles em que os acusados forneciam declarações falsas aos funcionários judiciais e policiais que investigavam as atividades da empresa e o narcotráfico. 36. Foi também parte do modo e maneira desta conspiração aquele em que o acusado NORTH, junto com outras pessoas, destruíram documentos acusadores despedaçando-os ou por outros meios.

Passos concretos

37. Para levar avante a conspiração mencionada e cumprir seus objetivos, foi cometido, entre outros, os feitos seguintes: (1) Mais ou menos em 5 de março de 1986, depois de inteirar-se de que Jack Terrel, ex-sócio da empresa, estava informando a várias autoridades e aos órgãos de difusão sobre as atividades da empresa, SECORD encarregou um “oficial da segurança”de investigar Terrel. (2) Em 24 de março de 1986, ou com posterioridade a esta data, NORTH obteve indebitamente um informe escrito pelo agente especial do FBI, George Kiszynsk, com respeito a uma investigação que se fazia em Miami sobre os contras e o narcotráfico. (3) Mais ou menos em 7 de abril de 1996, OWEN escreveu a NORTH uma carta que continha informação secreta e confidencial sobre a investigação dos contras e o narcotráfico que era realizada pelo Fiscal Federal do Distrito sul da Flórida. (4) Mais ou menos em 5 de maio de 1986, após uma reportagem da Radio Pública Nacional sobre os contras e o narcotráfico, NORTH junto com o funcionário do FBI Oliver Revell e outros sujeitos, decidiu utilizar o Sub-grupo de Operações do Grupo de Trabalho sobre Incidentes Terroristas para hostilizar, intimidar e eliminar os críticos de suas atividades. (5) Em 5 de maio de 1986, SECORD enviou uma mensagem cifrada a NORTH, que dizia: “Nosso homem daqui disse que Lewis vem recolhendo info[rmação] contra La Rouche”. Mais tarde, SECORD declarou que “nosso homem daqui”era John Cupp, empregado da ponte aérea de SECORD que viajava constantemente a Llopango e se reunia com RODRIGUEZ e outros. (6) Em 1o. de junho de 1986, vários acusados induziram um porta-voz do Departamento de Justiça dos Estados Unidos a declarar falsamente que o FBI e o DEA haviam “revisado todas e cada uma”das acusações de tráfico de armas, planos de assassinato, narcotráfico e corrupção que eram feitas aos contras, sem encontrar “nenhum indício de credibilidade ou substantivo que mereça proceder penalmente contra os dirigentes contras”. (7) Em 25 de junho de 1986, o acusado RODRIGUEZ reuniu-se com NORTH e Robert Dutton, no Antigo Edifício Executivo, em Washington. NORTH se queixou a RODRIGUEZ de que havia violações das normas de segurança. RODRIGUEZ disse a NORTH: “Isto pode ser pior que Watergate. Isto pode arruinar o Presidente dos Estados Unidos”. (8) Em 17 de julho de 1986, NORTH escreveu um memorando no qual qualificava Jack Terrel de “ameaça terrorista” e ordenava que Oliver Revell e o Sub-grupo de Operações do Grupo de Trabalho sobre Incidentes Terroristas se reunissem para discutir como enfrentar Terrel, que servia como fonte de várias reportagens sobre os contras e o narcotráfico. (9) Em 18 de julho de 1986, por instruções de NORTH e Revell, o FBI ordenou a vigilância de Terrel 24 horas por dia. (10) Mais ou menos em agosto de 1986, HULL fez uma declaração falsa sob juramento a Fiscalização Federal do Disrtrito sul da Flórida. (11) Em 21 de novembro de 1986, NORTH e outras pessoas despedaçaram uma grande quantidade de documentos em seus escritórios do Conselho de Segurança Nacional. (12) Durante 1987 e 1988, WILLIAM WELD, que em meados de 1986 foi nomeado Procurador Geral auxiliar encarregado da Divisão Penal do Departamento de Justiça, evitou que o Departamento de Justiça, o FBI e o DEA investigassem e processassem membros da empresa e seus sócios. (13) De 1986 até pelo menos 1989, BUSH e outros acusados interromperam pelo menos seis investigações de narcotráfico e lavagem de dinheiro em Mena, Arkansa, e suas imediações. Tudo em violação do Artigo 18 do Código dos Estados Unidos, seções 1503 e 371.

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Acusação 5:Conspiração para obstruir as funções do Congresso

38. Desde princípios de 1986, até o presente, os acusados

GEORGE HERBERT WALKER BUSH DONALD P. GREGG, FÉLIX RODRIGUEZ, OLIVER L. NORTH, RICHARD V. SECORD, ROBERT W. OWEN, JOHN HULL E WILLIAM F. WELD, Assim como outros indivíduos, conhecidos e desconhecidos do grande jurado, premeditada e intencionalmente combinaram-se, conspiraram, aliaram-se e acordaram para influir maliciosamente, atrapalhar e impedir o devido exercício da faculdade de averiguação e de investigação das comissões do Congresso dos Estados Unidos, em violação do Artigo 18 do Código dos Estados Unidos, seção 1505.

Objetivo da conspiração

39. O objetivo da conspiração foi atrapalhar e impedir que o Congresso dos Estados Unidos investigasse as atividades de vários membros e sócios da empresa descrita nos parágrafos de 1 a 16, inclusive, do presente auto, assim como de outros sujeitos que participaram no tráfico de drogas e em outras atividades ilegais ou indevidas.

Modo e maneira

40. Foi parte do modo e maneira desta conspiração para obstruir as funções do Congresso as que os acusados BUSH, GREGG, NORTH E WELD usaram, ou seja, seus postos oficiais para evitar que certas comissões do Congresso investigassem as atividades da supra citada empresa e a relação entre os contras e o tráfico de drogas. 41. Foi também parte do modo e maneira desta conspiração os que os acusados invocaram em repetidas ocasiões, ou seja, um falso pretexto de “segurança nacional” para evitar que o Congresso investigasse as atividades da empresa e de outros sujeitos que participaram em atividades ilegais, entre elas o tráfico de drogas. 42. Foi também parte do modo e maneira desta conspiração aquela em que os acusados trataram de evitar que suas atividades fossem denunciadas e investigadas em público, para tanto tratando de hostilizar, eliminar e silenciar a quantos criticassem sua linha de conduta. 43. Foi também parte do modo e maneira desta conspiração aquele em que os acusados forneceram declarações falsas ao Congresso e aos investigadores do mesmo que faziam averiguações sobre a empresa e o narcotráfico. 44. Foi também parte do modo e maneira desta conspiração aquele em que o acusado NORTH e outras pessoas destruíram documentos acusadores, despedaçando-os e usando outros meios.

Passos concretos

45. Para levar adiante a conspiração mencionada e cumprir seus objetivos, além dos feitos expostos no parágrafo 37 do presente auto e os quais se aduzem também aqui, foram cometidos os feitos seguintes: (1) Mais ou menos em agosto de 1986, HULL forneceu declarações falsas a Fiscalização Federal do Distrito sul da Flórida e a membros do Congresso, nas quais acusou de abuso, incluindo o pagamento de subornos a funcionários do Senador Kerry e a própria Sub-comissão de Relações Exteriores presidida por Kerry. (2) Em 15 de outubro de 1986, NORTH fez em seu caderno uma descrição de uma seção fechada da Comissão de Relações Exteriores do Senado com respeito ao narcotráfico e aos contras. (3) Em 24 de outubro de 1986, NORTH fez em seu caderno mais anotações que indicam que observava atentamente a investigação que realizavam a Comissão de Relações Exteriores do Senado e o Senador Kerry. (4) Em 21 de novembro de 1986, NORTH fez em seu caderno mais anotações relativas a informação que sobre SECORD foi entregue a Kerry por um investigador particular. (5) Durante 1987 e 1988, WILLIAM WELD, que em meados de 1986 foi nomeado Procurador Geral auxiliar encarregado da Divisão Penal do Departamento de Justiça, evitou que a Sub-comissão Kerry da Comissão de Relações Exteriores do Senado tivesse acesso a expedientes e testemunhos. Tudo em violação do Artigo 18 do Código dos Estados Unidos, seções 1505 e 371. Com a aprovação do grande jurado

__________________________________ Presidente do grande jurado