8/18/2019 Geração Mensagem

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Geração da MensagemA Geração da Mensagem (1950-53) da literatura angolana de expressão

portuguesa ormou-se na !ontinuidade do movimento dos "#ovos

$ntele!tuais de Angola"% !u&o lema - "'amos es!orir Angola*" - operaria

uma revolução de!isiva na so!iedade !olonial dos +ns da d,!ada de 0.

Mensagem apresenta-se% assim% !omo o /rgão !atalisador de um punado

de &ovens angolanos dispostos assumirem uma atitude de !omate rontal

ao sistema so!io!ultural vigente na ,po!a. oi% sem d2vida% o mais orte

!ontriuto para a verdadeira us!a de uma !ultura% de uma literatura

autnti!a% so!ial e% soretudo% parti!ipada.

4egundo os pr/prios mentores desta Geração% Mensagem pretendia ser o

mar!o ini!iador de uma !ultura nova% deAngola e por Angola

undamentalmente angolana. 6ultura essa 7ue se dese&ava 7ue osse

orte% verdadeira% pu&ante e umana. 8or estes

motivos% Mensagem pro!lamava% em alto% o slogan !ultural e polti!o de

"redes!orir" Angola.

4e se pretender en!ontrar as motivaç:es liter;rias 7ue deram origem a

esta ortssima e mar!ante geração% ser; essen!ial dier 7ue ter; sido oModernismo rasileiro um dos movimentos liter;rios estrangeiros 7ue

mais in!entivou estes &ovens (&untamente !om outros movimentos

liter;rios e !ulturais europeus vigentes na ,po!a) e 7ue mais os e

avançar !om a vontade de produirem uma literatura !apa de traduir

exatamente as ne!essidades% sentimentos% in7uietudes% prolemas e

ansiedades da terra angolana. = intuito prin!ipal desta Geração era% sem

margem para d2vida% dar vida ao e!o das novas ideias% vindas da >uropa e

da Am,ri!a do 4ul% e de aer passar uma tomada de !ons!in!ia da

iminente ne!essidade !oletiva de agir.?uando na revista Mensagem apare!e um !onvite expl!ito ao povo

angolano para 7ue se !onstrusse uma "lngua angolana"% a Geração -

reivindi!ativa !omo era - passa a !onstituir-se uma gritante orça 7ue

impulsionar; a !ultura do pas a a+rmar-se num 7uadro so!ial e umano

plenamente de+nido. esta orma% Mensagem deve ser !lassi+!ada !omo

uma revista liter;ria de !onte2do de!laradamente polti!o.

#uma ,po!a em 7ue o estatuto da vo perten!ia em ex!lusivo aos "não

naturais" de Angola% oi signi+!ativo 7ue os "+los do pas" tivessemassumido tal de!isão% assumindo a ala 7ue% emora perten!esse @ mesma

linguagem !odi+!ada do dominador (a lngua portuguesa)% era uma "ala

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outra"% por7ue era germinada no terreno oposto -Mensagem nas!e nosmusse7ues de uanda% lo!al onde vivia a maioria do povo !oloniado% e da 

"parte" para as mãos dos intele!tuais. >sta "ala outra" deveria

!orresponder a uma nova es!rita 7ue teria 7ue !omater% sem tr,guas%uma literatura !olonial alseadora das realidades e do sentir das gentesari!anas. A nova poesia de Angola teria de en!arar o ritmo-emoção

!ara!tersti!o do omem ari!ano ritmo-emoção esse 7ue le eratransmitido pela pr/pria naturea em 7ue ele se integrava e !om 7uem

vivia em !onta!to direto e em plena !omunão. A poesia angolanatornava-se% pois% so!ial% gritando a dor% a nostalgia% mas reivindi!ando !om

!oragem a transormação das relaç:es so!iais e polti!as. Assim% esta

nova poesia de Angola devia denunciar sem medo% esmagar as

covardias, as imposturas e as mentiras.Mensagem a!onte!e entre 1950 e 1953. >stes limites !ronol/gi!os

!orrespondem% respetivamente% @ ormação do "Movimento dos #ovos

$ntele!tuais de Angola"% em uanda% e @ puli!ação do Primeiro Caderno

de Poesia Negra de Expressão Portuguesa% em isoa.

#a sua primeira ase% Mensagem !ara!teria-se por uma poesia

essen!ialmente evo!a!ionista - avia 7ue evo!ar o passado (o momento

da autenti!idade da vida angolana% re!uperar e relemrar valores e

!ostumes tradi!ionais &; es7ue!idos% en+m% as verdadeiras raes do

omem ari!ano) para sore ele erigir% erguer a tão pretendida

angolanidade% o verdadeiro !ari angolano. B uma ase essen!ialmente

virada para o tema da terra% da mãe-terra - o lo!al privilegiado para

reavivar o en!ontro !om as pr/prias raes. Moldando-se nesta orte

tem;ti!a da terra% a poesia desta primeira ase da Mensagem !omeçava%

assim% a !umprir a sua unção so!ial. 8ara 7ue esta unção osse entendida

pelo alvo pretendido - o povo angolano na sua generalidade - a es!rita ,

aseada num ritmo de evidente !ari popularC era undamental 7ue a

mensagem osse plenamente !aptada pelo povo a 7uem se dirigia e 7ue!ir!ulasse pelos meios mais tradi!ionais% onde estes textos eram muitas

vees re!itados.

A segunda ase po,ti!a de Mensagem , mar!ada pelo alerta !ontra uma

apatia generaliada% imposta por um sistema se!ular% e pela den2n!ia

aerta !ontra esse sistema !olonial 7ue% pela sua orça e poder restritivo%

negava% at, então% uma possiilidade de uturo @7uele povo angolano.

esta orma% poder-se-; dier 7ue esta segunda ase de Mensagem , uma

ase de unção puramente so!ial% pois pretendia-se% !on!retamente%

!umprir o o&etivo de angolaniar Angola e devolver a ari!anidade @7uelepovo% isto ,% reen!ontrar o 7uase &; es7ue!ido "estilo ari!ano de vida".

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>sta poesia oi% at, determinado momento da sua evolução% o ve!ulo deprotesto popular% da !ontestação @ o!upação portuguesa% dela resultando

um verdadeiro movimento revolu!ion;rio de ase e ormação popularC o

M8A (Movimento 8opular de iertação de Angola).Mensagem oi o primeiro movimento !ultural !ons!iente 7ue surgiu emAngola nos 2ltimos 50 anos e assumiu uma grande responsailidade

perante a Dist/ria de Angola.Mensagem teve apenas dois n2meros% uma ve 7ue logo oi proiida e

vetada pelo Governo-Geral 7ue% dentro da mentalidade e lina as!istavigente na ,po!a% ani7uilava 7ual7uer orma aut/noma de !ultura.

>sta revista - e respetiva geração 7ue nela se apoiava - desapare!eu por

ra:es em tudo aleias @ vontade destas% dos seus !olaoradores e do seu

p2li!o. = desapare!imento desta revista% onde estavam !on!entrados osexpoentes m;ximos do movimento intele!tual plenamente virado para as

realidades de Angola% oi% eetivamente% uma lament;vel perda e um

proundo golpe no rilante per!urso da intele!tualidade angolana