Gerador de Indução Autoexcitado

  • Upload
    jjjjpf

  • View
    12

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Analisa o desempenho de um gerador de indução autoexictado. A partir dos ensaios são determinados os parãmetros do gerador. Determina o capacitor para definir a autoexcitação. Avalia resulrados experimewntais com simulações.

Citation preview

  • ANLISE DO COMPORTAMENTO DE UM GERADOR DE INDUO TRIFSICO

    AUTOEXCITADO POR CAPACITORES

    Renato Augusto Derze Valado

    Rio de Janeiro

    AGOSTO de 2012

    Projeto de Graduao apresentado ao curso

    de Engenharia Eltrica da Escola Politcnica,

    Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

    parte dos requisitos necessrios obteno do

    ttulo de Engenheiro.

    Orientador: Sebastio rcules Melo Oliveira,

    D.Sc

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    ii

    ANLISE DO COMPORTAMENTO DE UM GERADOR DE INDUO TRIFSICO

    AUTOEXCITADO POR CAPACITORES

    Renato Augusto Derze Valado

    PROJETO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE

    ENGENHARIA ELTRICA DA ESCOLA POLITCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

    RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSRIOS PARA A OBTENO

    DO GRAU DE ENGENHEIRO ELETRICISTA.

    Examinada por:

    ____________________________________ Prof. Sebastio rcules Melo Oliveira, D.Sc (Orientador)

    _____________________________________ Prof. Antonio Carlos Ferreira, Ph.D.

    ____________________________________ Prof. Alexandre Coelho, MSc.

    RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

    AGOSTO de 2012

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    iii

    minha namorada, Talita, aos meus familiares e

    amigos.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    iv

    Agradecimentos

    Aos tcnicos Andr e Srgio do Laboratrio de Mquinas pelo auxlio nos ensaios

    realizados.

    Ao professor Sebastio pela indicao do tema e toda orientao fornecida.

    Aos meus familiares, principalmente ao meu irmo Carlos Augusto por incitar a busca

    pelo conhecimento e ao meu irmo Lus Alberto pelo apoio em momentos difceis.

    Aos meus amigos que aceitaram minha ausncia, quase recluso, com o objetivo de

    concluir este trabalho.

    minha namorada, Talita, pelo suporte nesses anos de Faculdade e aos meus amigos

    do curso de Engenharia Eltrica que tornaram esses anos inesquecveis.

    Ao Professor Hugo Roquette que, com seus ensinamentos e motivao, mudou, ainda

    no ensino mdio, a minha maneira de ver a vida.

    Finalmente, instituio UFRJ que, com excelncia, proporcionou a minha formao

    como Engenheiro Eletricista.

    Muito Obrigado!

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    v

    Resumo do Projeto Final em Engenharia Eltrica apresentado ao Departamento de

    Engenharia Eltrica da Escola Politcnica UFRJ como parte dos requisitos necessrios para a

    obteno do grau de Engenheiro Eletricista:

    ANLISE DO COMPORTAMENTO DE UM GERADOR DE INDUO TRIFSICO

    AUTOEXCITADO POR CAPACITORES

    Renato Augusto Derze Valado

    AGOSTO de 2012

    Orientador: Sebastio rcules Melo Oliveira, D.Sc

    Este trabalho tem como objetivo comprovar, com ensaios prticos, a existncia do

    fenmeno da autoexcitao, por meio de capacitores, de um gerador de induo trifsico. Alm

    disso, pretende-se analisar o comportamento dessa mquina, com medidas experimentais e

    simulao, para diversas condies de operao.

    Inicialmente apresentada a teoria da mquina de induo e do fenmeno da

    autoexcitao.

    Posteriormente so apresentados os resultados dos ensaios preliminares, que permitem

    a obteno do modelo da mquina e o clculo da capacitncia a ser utilizada.

    Em seguida, so expostos os resultados dos ensaios realizados com o gerador

    autoexcitado, assim como da simulao da operao.

    Por fim, so explicitadas as comparaes pertinentes entre a teoria, o que foi medido na

    experincia prtica e o que foi simulado.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    vi

    Sumrio

    CAPTULO 1 ........................................................................................................................................... 1

    1 INTRODUO ................................................................................................................................. 1

    CAPTULO 2 ........................................................................................................................................... 3

    2 CONCEITOS BSICOS ................................................................................................................... 3

    2.1 CONCEITOS INTRODUTRIOS........................................................................................................ 3

    2.1.1 Mquina eltrica ................................................................................................................ 3

    2.1.2 Caractersticas da mquina de induo ............................................................................. 4

    2.1.3 Operao como gerador ................................................................................................... 5

    2.2 DESENVOLVIMENTO DO MODELO TERICO UTILIZADO ...................................................................... 6

    2.2.1 Anlise das frequncias .................................................................................................... 7

    2.2.2 Circuito equivalente do gerador de induo ....................................................................... 9

    CAPTULO 3 ......................................................................................................................................... 11

    3 FUNCIONAMENTO COMO GERADOR AUTOEXCITADO ............................................................ 11

    3.1 DESCRIO DO FENMENO ........................................................................................................ 11

    3.2 MODELO DO GERADOR AUTOEXCITADO ....................................................................................... 14

    3.3 ANLISE DO CIRCUITO EQUIVALENTE ........................................................................................... 17

    CAPTULO 4 ......................................................................................................................................... 19

    4 OBTENO DO MODELO: ENSAIOS EM VAZIO E DE ROTOR BLOQUEADO........................... 19

    4.1 MQUINA UTILIZADA .................................................................................................................. 19

    4.1.1 Esquemas de Ligao ..................................................................................................... 20

    4.2 ENSAIOS EM VAZIO .................................................................................................................... 21

    4.2.1 Objetivo .......................................................................................................................... 21

    4.2.2 Material utilizado ............................................................................................................. 21

    4.2.3 Experimento .................................................................................................................... 21

    4.2.4 Curva de magnetizao .................................................................................................. 25

    4.2.5 Determinao da faixa de capacitores necessria para a autoexcitao .......................... 26

    4.3 ENSAIO DE ROTOR BLOQUEADO .................................................................................................. 28

    4.3.1 Objetivo .......................................................................................................................... 28

    4.3.2 Material utilizado ............................................................................................................. 28

    4.3.3 Experimento .................................................................................................................... 28

    4.3.4 Clculo dos parmetros .................................................................................................. 32

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    vii

    CAPTULO 5 ......................................................................................................................................... 36

    5 ENSAIOS COM GERADOR AUTOEXCITADO .............................................................................. 36

    5.1 OBJETIVO................................................................................................................................. 36

    5.2 MATERIAL UTILIZADO ................................................................................................................. 36

    5.3 CONSIDERAES INICIAIS .......................................................................................................... 37

    5.4 EXPERIMENTOS REALIZADOS ...................................................................................................... 37

    5.4.1 Esquema experimental bancada de testes ................................................................... 38

    5.4.2 Capacitncia mnima para autoexcitao sem carga ....................................................... 39

    5.4.3 Carga varivel e velocidade constante ............................................................................ 40

    5.4.4 Carga fixa em 40 W e velocidade varivel ....................................................................... 45

    CAPTULO 6 ......................................................................................................................................... 49

    6 SIMULAO DIGITAL DA OPERAO COMO GERADOR AUTOEXCITADO ............................ 49

    6.1 MOTIVAO.............................................................................................................................. 49

    6.2 MTODO ITERATIVO ................................................................................................................... 49

    6.3 FORMA DE CLCULO .................................................................................................................. 49

    6.3.1 Mtodo de Newton-Raphson ........................................................................................... 50

    6.3.2 Resumo do programa...................................................................................................... 51

    6.4 RESULTADOS DA SIMULAO ...................................................................................................... 55

    CAPTULO 7 ......................................................................................................................................... 56

    7 COMPARAO ENTRE OS RESULTADOS E CONCLUSES .................................................... 56

    APNDICES .......................................................................................................................................... 61

    DESENVOLVIMENTO DA IMPEDNCIA EQUIVALENTE ................................................................................... 61

    CDIGO EM MATLAB PARA SIMULAO DO FUNCIONAMENTO DO GERADOR AUTOEXCITADO ........................... 63

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................................................... 65

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    1

    Captulo 1

    1 Introduo

    Este projeto baseado na verificao experimental do comportamento de uma mquina

    de induo trifsica com rotor gaiola de esquilo funcionando como gerador, sendo realizada a

    excitao por meio de capacitores, sendo denominada autoexcitao, devido ausncia de

    fontes externas.

    As etapas realizadas so:

    Atravs de ensaios em vazio e de rotor bloqueado, determinar os parmetros da

    mquina.

    Calcular a capacitncia mnima necessria para a autoexcitao do gerador.

    Realizar ensaios que permitam verificar o comportamento da mquina operando

    como gerador autoexcitado.

    Resolver, por mtodo iterativo, as equaes que representam o modelo do gerador

    autoexcitado.

    Comparar os resultados obtidos experimentalmente com os simulados

    Na ausncia de outras fontes de energia eltrica, precisa-se prover de outra maneira a

    potncia reativa essencial para seu funcionamento. Portanto, utilizam-se capacitores para

    fornecer o reativo necessrio.

    A principal possibilidade de aplicao do gerador de induo autoexcitado consiste de

    seu uso em localidades remotas, onde no exista rede de distribuio de energia eltrica.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    2

    Para o fornecimento da energia mecnica que provoca o movimento do rotor do gerador,

    podem-se utilizar motores trmicos, ou at mesmo turbinas associadas a quedas dgua.

    Entretanto, com o intuito de emular, em laboratrio, o comportamento dessas fontes de

    movimento, ser utilizada outra mquina de induo acionada por um inversor, o que permite o

    controle da velocidade do motor.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    3

    Captulo 2

    2 Conceitos bsicos

    2.1 Conceitos Introdutrios

    2.1.1 Mquina eltrica

    As mquinas eltricas rotativas so equipamentos destinados a converter energia

    mecnica em eltrica ou vice-versa. No primeiro caso so chamadas de gerador, e, quando

    transformam energia eltrica em mecnica, so denominadas motor.

    O nome mquina de induo advm do fato de o enrolamento do estator criar um campo

    magntico girante que induz corrente alternada no enrolamento do rotor. O desenho do

    enrolamento do rotor varia dependendo da necessidade de torque ou controle de velocidade.

    Duas categorias podem ser distinguidas: o rotor em gaiola de esquilo e o rotor bobinado. A

    mquina de induo com rotor em gaiola de esquilo a preferida para ser usada como gerador,

    devido fcil e pouco necessria manuteno e ausncia de anis coletores ou escovas de

    carbono. Em adio a isso h, por exemplo, a vantagem de ter um entreferro mais regular e

    melhor resistncia a esforos decorrentes de velocidades de disparo.

    O rotor em gaiola de esquilo consiste de barras de alumnio ou cobre inseridas nas

    ranhuras do rotor com todas as barras ligadas em curto-circuito por dois anis, como mostrado

    na figura 2.1:

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    4

    Figura 2.1 Rotor gaiola de esquilo

    Dentre as vantagens da mquina de induo com rotor gaiola, pode-se ressaltar:

    Ausncia de contato eltrico entre rotor e estator, como escovas. Devido a isso,

    apresenta manuteno reduzida.

    O rotor gaiola de esquilo de fcil fabricao, sendo, portanto, mais barato e

    rpido de fazer.

    A principal desvantagem a dificuldade no controle da velocidade.

    2.1.2 Caractersticas da mquina de induo

    Quando mquinas eltricas, de uma forma geral, so comparadas, um dos parmetros

    mais importantes a relao conjugado-velocidade. A figura 2.2 mostra uma curva

    caracterstica tpica de uma mquina de induo com rotor em gaiola de esquilo. A faixa de

    operao da mquina de induo tanto na motorizao como na gerao representa apenas

    uma pequena parte da curva caracterstica completa.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    5

    Figura 2.2 Curva conjugado x escorregamento para mquina de induo.

    Faixa de operao para diferentes valores de escorregamento:

    - s > 1: Frenagem por contramarcha

    - 0 < s < 1: Motor

    - s < 0: Gerador

    2.1.3 Operao como gerador

    Quando a mquina de induo operada como gerador, o seu eixo recebe torque

    mecnico e, consequentemente, potncia mecnica atravs de turbinas, hlices ou, at mesmo,

    de outras mquinas funcionando como motores, sendo criado, assim, um grupo motor-gerador.

    As mesmas perdas que ocorrem no funcionamento como motor (como as perdas no cobre do

    estator e rotor, perdas no ferro do estator, as perdas por atrito e ventilao) ocorrem na

    gerao, entretanto devem ser subtradas da potncia mecnica de entrada.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    6

    A figura 2.3 ilustra o fluxo de potncia da mquina de induo operando como gerador.

    Figura 2.3 Fluxo de potncia no gerador de induo (CHAPALLAZ, 1992).

    Portanto, as perdas so representadas da seguinte maneira:

    - Prot Perdas rotacionais: Perdas oriundas do atrito entre os componentes da mquina

    e devido ventilao.

    - PFe Perdas no ncleo: Perdas, principalmente, por histerese e correntes parasitas.

    - Pcue e Pcur Perdas no cobre do rotor e do estator: Perdas provocadas pelo Efeito

    Joule nos enrolamentos da mquina.

    2.2 Desenvolvimento do modelo terico utilizado

    Ser desenvolvido o modelo por fase de uma mquina de induo trifsica do tipo gaiola

    de esquilo. Nessa mquina, quando em funcionamento, fluem correntes em ambos os

    enrolamentos do estator e rotor, que produzem campos magnticos girantes que interagem

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    7

    entre si no entreferro. O campo girante produzido pelo estator gira velocidade sncrona. O

    campo produzido pelo rotor tambm girante mesma velocidade sncrona do estator, pois o

    campo do rotor consequncia do campo produzido pelo estator. Os campos citados induzem

    tenses no estator de frequncia igual de alimentao e produzem tenses no rotor com a

    frequncia de escorregamento, sendo esta a diferena entre a frequncia do campo girante do

    estator e a frequncia de rotao do rotor.

    necessrio salientar que a induo de tenses no rotor, seja ele bobinado ou de gaiola

    de esquilo, s ocorre se sua velocidade de rotao for diferente da velocidade sncrona. Caso

    contrrio no haveria variao no enlace de fluxo e, consequentemente, induo de tenso no

    rotor.

    2.2.1 Anlise das frequncias

    A frequncia de rotao angular, em rotaes por minuto, do campo girante produzido

    pelo estator de uma mquina de induo dada pela equao (2.1).

    .

    Onde:

    frequncia da rede [Hz]

    nmero de polos do estator

    velocidade de rotao do campo girante do estator [rpm]

    Logo:

    .

    Onde:

    velocidade de rotao do campo girante do estator [rd. s- ]

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    8

    Analogamente, a velocidade de rotao, em rotaes por minuto, do campo girante

    produzido pelo rotor de uma mquina de induo dada pela equao (2.3).

    .

    Onde: frequncia induzida no rotor [Hz]

    nmero de polos do estator

    velocidade de rotao do campo girante do rotor [rpm]

    Logo:

    .

    Onde:

    velocidade de rotao do campo girante do rotor [rd. s- ]

    Ento, o escorregamento definido pela equao (2.5).

    .

    Onde:

    - Velocidade de rotao do rotor [rd. s- ]

    Sabendo-se que:

    possvel chegar equao . .

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    9

    .

    Portanto:

    .

    Resumindo:

    frequncia da tenso do estator

    frequncia da tenso induzida no rotor

    frequncia de rotao do rotor

    2.2.2 Circuito equivalente do gerador de induo

    A figura 2.4 introduz o circuito equivalente por fase de uma mquina de induo. O

    modelo utilizado apresenta todos os parmetros referidos ao estator.

    Figura 2.4 Circuito equivalente por fase de uma mquina de induo trifsico.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    10

    Para o qual:

    Rs Resistncia do estator

    Xs Reatncia de disperso do estator

    Rc Resistncia de perdas no ncleo

    Xm Reatncia de magnetizao

    Xr Reatncia de disperso do rotor referida ao estator

    Rr Resistncia do rotor referida ao estator

    s escorregamento

    Devido s perdas no ncleo da mquina utilizada serem reduzidas, o circuito

    apresentado na figura 2.4 pode ser simplificado desconsiderando a resistncia Rc.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    11

    Captulo 3

    3 Funcionamento como gerador autoexcitado

    Neste captulo ser mostrado o funcionamento terico da mquina de induo

    funcionando como gerador autoexcitado por capacitores.

    3.1 Descrio do fenmeno

    Para que o gerador de induo proporcione a converso de energia mecnica em

    energia eltrica, preciso que haja um magnetismo residual em seu rotor, para que em

    conjunto com sua rotao permita a induo de tenso nos terminais do estator. Entretanto,

    devido pequena intensidade do magnetismo remanescente no rotor, proporcionado por

    operaes anteriores como motor ou ligao de baterias, as tenses induzidas sero muito

    baixas e consequentemente insuficientes para a utilizao em carga.

    Para que o efeito do magnetismo residual seja maximizado, fundamental que haja o

    fornecimento de potncia reativa mquina, seja atravs da rede eltrica, quando ocorre a

    operao interligada, ou por meio de capacitores, quando a operao isolada necessria.

    O fenmeno da autoexcitao ocorre devido ligao do banco de capacitores em

    paralelo aos terminais do estator, que implica em um avano de fase na corrente de excitao

    da mquina. Essa corrente, por sua vez, ao passar pelos enrolamentos do estator, produzir um

    fluxo magntico de mesmo sentido que o fluxo residual original, aumentando a magnetizao da

    mquina.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    12

    Figura 3.1 Processo de autoexcitao do gerador de induo trifsico.

    A figura 3.1 ilustra a interao entre a corrente proveniente do banco de capacitores e a

    tenso induzida no estator pelo fluxo residual do entreferro. Pode-se perceber que no instante

    inicial, representado pelo ponto p1, a tenso eficaz residual no gerador Vi, ao passo que a

    corrente igual a zero. Aps o incio do processo de autoexcitao, uma corrente de

    magnetizao gerada devido tenso Vi nos terminais do capacitor. Em consequncia dessa

    corrente, o fluxo aumentar no rotor, criando assim, uma tenso maior que V i nos terminais do

    estator. Para essa tenso no estator haver uma corrente de magnetizao maior. O processo

    ir se repetir at que a curva de magnetizao cruze com a reta de carga Xc1 no ponto de

    saturao, denominado p2.

    Portanto, devem-se determinar os possveis valores de capacitncia que promovem o

    aumento da magnetizao.

    O funcionamento adequado corresponde interseo entre a reta de impedncia dos

    capacitores e a curva de magnetizao da mquina velocidade sncrona. Entretanto duas

    condies devem ser satisfeitas.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    13

    A reatncia capacitiva deve ser menor ou igual reatncia de magnetizao no

    saturada da mquina. O que indica que a inclinao da reta de impedncia dos capacitores

    deve ser menor que da linha de entreferro.

    A capacitncia mxima e, consequentemente, a reatncia mnima do banco de

    capacitores limitada por um valor de reatncia para a qual a corrente do estator no exceda o

    seu valor nominal em vazio.

    Logo, de acordo com a figura 3.2, nota-se que a regio compreendida entre as retas

    OP1 e OP2 (faixa P1-P2) corresponde extenso de possveis valores de reatncia capacitiva

    que promovem a autoexcitao. Enquanto que a reta ON no produz o efeito desejado, haja

    vista a inexistncia de interseo com a curva de magnetizao.

    Figura 3.2 Comportamento da mquina de induo para diferentes reatncias capacitivas.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    14

    importante que, na prtica, a capacitncia escolhida no tenha um valor muito prximo

    da tangente da linha de entreferro, caso contrrio uma alterao na carga pode levar a reta de

    impedncia para fora da faixa P1-P2.

    3.2 Modelo do gerador Autoexcitado

    Na figura 3.3 mostrado o circuito utilizado com a adio da carga e do banco de

    capacitores necessrio para a autoexcitao.

    Figura 3.3 Circuito equivalente por fase de uma mquina de induo com a adio da carga e do

    banco de capacitores.

    Para o qual:

    Xc Reatncia do banco de capacitores

    RL Resistncia de carga

    O circuito mostrado na figura 3.3 possui todos os parmetros definidos na frequncia

    sncrona do estator. Todavia, no funcionamento proposto neste trabalho, ou seja, como gerador

    autoexcitado, a frequncia de funcionamento pode se alterar. Portanto, devem-se verificar quais

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    15

    parmetros variam com a frequncia e em seguida corrigi-los de forma adequada. Para isso,

    basta adicionar o termo (frequncia expressa em p.u.) s respectivas expresses.

    Sendo:

    Para obter uma relao para o escorregamento em p.u., necessrio dividir pela

    velocidade angular de base, .

    Alm disso:

    Com isso, o escorregamento assume uma nova expresso:

    Logo, chega-se, assim, equao 3.1.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    16

    Assim, apresenta-se na figura 3.4 o circuito equivalente do gerador de induo definido

    na frequncia do estator, ou seja, as frequncias existentes no sistema sero uma frao da

    frequncia sncrona da mquina, que no caso abordado igual a 60Hz.

    Figura 3.4 circuito equivalente do gerador de induo definido na frequncia do estator.

    Para efeito de anlise, dividem-se todas as resistncias, reatncias e tenses do circuito

    equivalente por . Tem-se, portanto, o circuito da figura 3.5.

    Figura 3.5 Circuito equivalente do gerador de induo com parmetros divididos por fpu.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    17

    3.3 Anlise do circuito equivalente

    No circuito mostrado na figura 3.5 no h nenhuma fonte externa aplicada, isso significa

    que a corrente total multiplicada pela impedncia equivalente do circuito deve ser igual a zero,

    como mostrado na equao 3.2.

    Onde, pode ser obtida pela combinao de

    + em paralelo com , esse

    conjunto em srie com: +

    , tudo isso em paralelo com

    e, tambm, com .

    Ou seja:

    Logo, como mostrado no apndice 1:

    Para o modelo utilizado, a corrente diferente de zero, caso contrrio no haveria

    magnetizao da mquina. Logo, atravs da equao . , conclui-se que a impedncia

    equivalente do circuito deve ser igual a zero. Assim, a condio de autoexcitao em regime

    permanente ser:

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    18

    - Parte real de = 0

    - Parte imaginria de = 0

    Com as seguintes suposies:

    Rs R r R

    Xs X r X

    Com isso, a partir do anexo A, possvel chegar s expresses 3.4 e 3.5:

    =

    As equaes 3.4 e 3.5 permitem o clculo dos parmetros Xm e fpu que sero utilizados

    com o objetivo de determinar a tenso Vt e as correntes IL e Is. A resoluo dessas equaes

    pode ser obtida computacionalmente e o desenvolvimento ser mostrado no Captulo 6

    Simulao digital da operao como gerador autoexcitado.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    19

    Captulo 4

    4 Obteno do Modelo: Ensaios em vazio e de rotor bloqueado

    A determinao dos parmetros da mquina de induo trifsica utilizada ser

    imprescindvel para a realizao das simulaes e, do mesmo modo, para a execuo do

    ensaio que promove a autoexcitao.

    4.1 Mquina utilizada

    A mquina utilizada em todos os ensaios descrita na tabela 4.1.

    Motor de induo trifsico

    Fabricante: WEG

    Modelo: A56 0297

    Potncia: 1/3 CV

    Possveis ligaes: / Y

    Tenso: 220 / 380 V

    Corrente: 1,60 / 0,926 A

    Velocidade: 1745 rpm

    Frequncia: 60Hz

    Classe de isolamento: B

    Fator de sobrecarga: 1,35

    Tabela 4.1 Dados de placa da mquina de induo utilizada.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    20

    4.1.1 Esquemas de Ligao

    A figura 4.1 ilustra a mquina trifsica operando na configurao Y, enquanto que a

    figura 4.2 apresenta a configurao .

    Figura 4.1 Configurao Y.

    Figura 4.2 Configurao .

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    21

    A linha contnua mostra a ligao interna entre as bobinas que representam cada uma

    das fases. Ao passo que, a linha tracejada compreendida como a ligao externa, ou seja,

    conexo atravs de fios, o que permite os diferentes esquemas.

    A configurao utilizada durante os ensaios foi a Y, devido praticidade da medio e

    facilidade para realizao dos clculos.

    4.2 Ensaios em vazio

    4.2.1 Objetivo

    O propsito deste ensaio estimar uma faixa de capacitores que possibilitem a

    autoexcitao da mquina. Para isso, deve-se obter a curva de magnetizao atravs dos

    valores de tenso terminal e corrente de excitao.

    4.2.2 Material utilizado

    - Mquina de induo trifsica ligada em estrela (380V/0,926A)

    - Um Multmetro Analyst 2060

    - Um Multmetro Fluke 77

    - Um Autotransformador varivel com tapes (0-440V)

    - Uma chave faca trifsica

    4.2.3 Experimento

    Foram impostas tenses ao estator da mquina, provenientes do autotransformador.

    Verificou-se que a tenso mxima de fase possvel de ser obtida equivale a 120% do valor

    nominal. Este valor , possivelmente, admissvel para o alcance da regio de saturao.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    22

    A figura 4.3 ilustra o esquema de montagem e ligaes do ensaio.

    Figura 4.3 Esquema de ligaes.

    A obteno dos dados para as fases 2 e 3 realizada de forma anloga mostrada na

    figura 4.3, diferindo apenas pela mudana de posio dos multmetros.

    A tabela 4.2 apresenta as medidas de tenso fase-neutro e corrente de excitao obtida

    para cada uma das fases.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    23

    Ensaio em vazio

    Fase 1 Fase 2 Fase 3

    Tenso [V] Corrente [A] Tenso [V] Corrente [A] Tenso [V] Corrente [A]

    29,40 0,43 28,60 0,43 28,50 0,43

    40,30 0,30 39,70 0,29 39,40 0,30

    50,20 0,25 49,60 0,23 49,20 0,22

    61,00 0,23 60,10 0,22 59,90 0,20

    70,30 0,24 69,30 0,22 68,90 0,21

    81,40 0,25 81,00 0,24 80,00 0,23

    90,70 0,26 89,80 0,25 89,10 0,24

    101,40 0,28 100,70 0,27 99,80 0,25

    111,40 0,30 110,10 0,28 109,50 0,27

    122,50 0,32 121,60 0,31 120,70 0,29

    130,80 0,34 131,20 0,33 128,90 0,32

    141,30 0,37 140,00 0,36 138,80 0,34

    150,60 0,40 149,80 0,39 149,10 0,38

    162,80 0,43 162,00 0,42 160,80 0,40

    171,00 0,45 170,20 0,44 169,30 0,43

    182,50 0,50 181,50 0,49 179,90 0,46

    191,10 0,52 190,20 0,53 188,60 0,50

    202,60 0,56 201,60 0,56 199,40 0,53

    211,10 0,59 209,80 0,59 208,50 0,57

    222,10 0,65 220,80 0,65 219,50 0,63

    232,00 0,70 231,00 0,70 229,80 0,68

    241,80 0,76 240,50 0,77 239,20 0,73

    252,10 0,85 250,30 0,84 248,70 0,82

    260,50 0,92 259,30 0,92 257,60 0,89

    262,30 0,94 262,00 0,94 260,20 0,93

    Tabela 4.2 Parmetros do ensaio em vazio.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    24

    Os primeiros valores da tabela 4.2 no devem ser utilizados para a elaborao da curva

    de magnetizao, haja vista que o rotor da mquina ainda no possua rotao e, por isso, as

    correntes diminuam com a variao positiva de tenso.

    A tabela 4.3 expe as tenses e correntes mdias, obtidas da quinta ltima linha da

    tabela 4.2.

    Valores mdios

    Tenso [V] Corrente [A]

    69,50 0,22

    80,80 0,24

    89,87 0,25

    100,63 0,27

    110,33 0,28

    121,60 0,31

    130,30 0,33

    140,03 0,36

    149,83 0,39

    161,87 0,42

    170,17 0,44

    181,30 0,48

    189,97 0,52

    201,20 0,55

    209,80 0,58

    220,80 0,64

    230,93 0,69

    240,50 0,75

    250,37 0,84

    259,13 0,91

    261,50 0,94

    Tabela 4.3 Valores mdios dos parmetros do ensaio em vazio.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    25

    4.2.4 Curva de magnetizao

    A curva de magnetizao obtida diretamente dos pontos da tabela 4.2, haja vista que a

    tenso de entreferro prxima tenso terminal. Isso pode ser justificado pela queda de

    tenso nos enrolamentos do estator ser pequena. A curva citada apresentada, em pontilhado,

    na figura 4.4. Os asteriscos representam os pontos da tabela 4.3, enquanto que a linha consiste

    na curva que realiza a aproximao da funo discreta fornecida, por uma funo contnua,

    utilizando interpolao, atravs do comando polyfit do MATLAB, a partir dos pontos da tabela

    4.3.

    Figura 4.4 Curva de magnetizao.

    Os primeiros quatro pontos da tabela foram excludos devido ao comportamento inicial

    da mquina, que apenas teve movimento para tenses maiores que 60 V. Portanto, o mais

    conveniente seria mover o rotor com outra mquina sncrona e, neste caso, toda a curva de

    magnetizao em vazio seria obtida, permitindo a tomada de dados desde a corrente de

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-50

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    Imdio [A]

    Vm

    dio

    [V

    ]

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    26

    magnetizao igual a zero, no sendo necessria a retirada dos pontos que ainda no tinham

    rotao.

    4.2.5 Determinao da faixa de capacitores necessria para a autoexcitao

    Como visto no item 3.1, a definio do valor mnimo de capacitncia necessria devido

    reatncia capacitiva ser, obrigatoriamente, menor que a reatncia associada linha de

    entreferro (regio linear da curva de magnetizao), caso contrrio, a autoexcitao no seria

    possvel. Enquanto que a capacitncia mxima limitada por um valor de reatncia para a qual

    a corrente do estator no exceda o seu valor nominal em vazio.

    A figura 4.5 exibe a reta que representa a reatncia de magnetizao em vazio e, por

    isso, o valor mnimo de capacitncia e mximo de reatncia capacitiva, alm da curva de

    magnetizao.

    Figura 4.5 Curva de magnetizao e reta que representa o valor mnimo de capacitncia.

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-50

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    Imdio [A]

    Vm

    dio

    [V

    ]

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    27

    A figura 4.6 mostra a combinao entre a reta que representa o valor mximo de

    capacitncia e a curva de magnetizao. Para efeito de anlise, foi adicionada a curva de

    magnetizao.

    Figura 4.6 Curva de magnetizao e reta que representa o valor mximo de capacitncia.

    Para a determinao das capacitncias foi calculado o coeficiente angular das retas que

    representam as reatncias mnima e mxima. Com isso, podem-se calcular as capacitncias

    limites.

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-50

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    Imdio [A]

    Vm

    dio

    [V

    ]

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    28

    4.3 Ensaio de rotor bloqueado

    4.3.1 Objetivo

    O propsito deste ensaio determinar as reatncias de disperso e as resistncias

    estatricas e rotricas, com todos os parmetros referidos ao estator da mquina.

    4.3.2 Material utilizado

    - Mquina de induo trifsica ligada em estrela (380V/0,926A)

    - Um Multmetro Analyst 2060

    - Um Autotransformador varivel com tapes (0-440V)

    - Uma chave faca trifsica

    - Diversos cabos para as ligaes.

    4.3.3 Experimento

    Primeiramente, trava-se o rotor da mquina com algum artefato que impea

    completamente o movimento. No ensaio descrito, uma chave de grifo foi utilizada.

    Em seguida, com o auxlio do autotransformador varivel, aplica-se uma pequena tenso

    nos terminais do estator, aumentando gradativamente at que se alcance a corrente nominal.

    Com isso, realizam-se medies de tenso, corrente, potncia aparente, potncia ativa e fator

    de potncia. O esquema de ligaes mostrado na figura 4.7.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    29

    Figura 4.7 Esquema de ligaes do ensaio de rotor bloqueado.

    Deve-se salientar que a configurao utilizada a estrela, o que permite a tomada dos

    dados de fase, inclusive potncia. Entretanto, o multmetro utilizado no permite a leitura de

    potncia diretamente, ou seja, no possvel sua obteno com as ponteiras conectadas na

    mesma fase que o alicate ampermetro. A soluo encontrada a seguinte: para cada tomada

    de tenso fase-neutro conexo das ponteiras com cada uma das fases, sendo estas

    coincidentes com os terminais da mquina o sensor de corrente deve ser colocado em cada

    uma das outras duas fases, e as informaes devem ser lidas para ambas, de modo que os

    dados encontrados so expostos na tabela 4.4.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    30

    Ensaio de rotor bloqueado

    Fase 1 Fase 2 Fase 3

    V1 58,2 V V2 57,3 V V3 56,9 V

    I12 0,87 A I21 0,89 A I31 0,92 A

    I13 0,86 A I23 0,87 A I32 0,89 A

    FP12 0,893 FP21 0,048 FP31 0,842

    FP13 0,039 FP23 0,835 FP32 0,074

    P12 45 W P21 2 W P31 43 W

    P13 1 W P23 41 W P32 3 W

    S12 51 VA S21 51 VA S31 52 VA

    S13 51 VA S23 49 VA S32 51 VA

    Tabela 4.4 Parmetros do ensaio de rotor bloqueado.

    Como o sistema tido, supostamente, como balanceado, podem-se determinar as

    seguintes relaes:

    Que podem ser demonstradas:

    Tenses e correntes aplicadas:

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    31

    Potncia aparente na fase 1:

    Logo,

    Potncia ativa na fase 1:

    Potncia medida com a tenso da fase 1 e corrente da fase 2:

    Potncia medida com a tenso da fase 1 e corrente da fase 3:

    Ento,

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    32

    Para eliminar o sinal negativo, necessita-se inverter a conexo das ponteiras do

    multmetro ou do sensor de corrente.

    Similarmente:

    As equaes 4.1, 4.2 e 4.3 so anlogas para as outras fases.

    Com isso, constri-se a tabela 4.5:

    Ensaio de rotor bloqueado

    Fase 1 Fase 2 Fase 3

    V1 58,2 V V2 57,3 V V3 56,9 V

    I1 0,90 A I2 0,88 A I3 0,87 A

    S1 51 VA S2 50 VA S3 52 VA

    P1 46 W P2 43 W P3 46 W

    FP1 0,932 FP2 0,883 FP3 0,916

    Tabela 4.5 Parmetros simplificados para o ensaio de rotor bloqueado.

    4.3.4 Clculo dos parmetros

    Neste ensaio, podem-se desprezar os parmetros transversais da mquina, ou seja, a

    reatncia de magnetizao, haja vista que a resistncia de perdas no ncleo j foi considerada

    nula no incio do projeto.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    33

    O bloqueio do rotor impede que haja movimento, logo a velocidade rotrica nula, por

    conseguinte, o escorregamento unitrio, como mostrado a partir da equao 2.5.

    Partindo, ento, das consideraes citadas, tem-se o circuito apresentado na figura 4.8.

    Figura 4.8 Circuito equivalente relativo ao ensaio de rotor bloqueado.

    Os parmetros longitudinais da mquina podem ser obtidos a partir das medidas

    realizadas no ensaio, com as seguintes relaes:

    (4.4)

    .

    .

    .

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    34

    .

    Desta maneira:

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    35

    Parmetros de base para a mquina de 1/3 cv, 380 V:

    Valores em p.u.:

    Com a determinao dos valores por unidade das resistncias e reatncias, que so

    variveis do problema, torna-se possvel a soluo das equaes 3.4 e 3.5, como ser

    apresentada no Captulo 6 Simulao digital da operao como gerador autoexcitado.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    36

    Captulo 5

    5 Ensaios com gerador autoexcitado

    5.1 Objetivo

    Comprovar o fenmeno da autoexcitao utilizando diferentes valores de carga e, com a

    realizao de medidas, ilustrar o desempenho da mquina funcionando como gerador.

    5.2 Material utilizado

    - Mquina de induo trifsica ligada em estrela (380 V / 0,926 A; 1/3 CV), atuando

    como gerador.

    - Mquina de induo trifsica ligada em delta (220 V/6,6 A; 2 CV), atuando como motor.

    - Um Multmetro Analyst 2060.

    - Um Multmetro Fluke 77.

    - Um Multmetro Fluke 75.

    - Um tacmetro Minipa MDT-2236A.

    - Trs rguas para conexo das lmpadas ao circuito.

    - Seis lmpadas incandescentes de 25 W, 40 W e 60 W, resultando em dezoito

    lmpadas no total.

    - 3 conjuntos de capacitores, cada um com 5, 10 e 20 F.

    - Um Inversor trifsico Weg CFW 09.

    - Diversos cabos para as ligaes.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    37

    5.3 Consideraes iniciais

    Para o funcionamento da mquina de induo como gerador, necessrio o

    fornecimento de energia mecnica para que essa promova a rotao do rotor e, assim, possa

    ser gerada energia eltrica.

    Os motores mais indicados para a aplicao sugerida so os de corrente contnua, haja

    vista a facilidade na fixao da velocidade. Entretanto, devido inexistncia, em laboratrio, de

    motores desse tipo e que fossem compatveis mquina principal, foi utilizado um motor de

    induo de potncia seis vezes maior que a do gerador, o que permite que variaes de carga

    no causem grandes mudanas na velocidade.

    Todavia, a ligao direta da rede ao motor de induo impossibilita a operao acima de

    1800 rpm, que representa a velocidade sncrona para aplicao de 60 Hz e 4 polos. Ou seja, na

    ausncia de um inversor, o gerador no capaz de criar tenses com frequncia superior ou

    igual a 60 Hz, devido ao escorregamento maior que zero no funcionamento como motor e, por

    isso, velocidade inferior a 1800 rpm no rotor do gerador, este com escorregamento negativo.

    O ajuste da frequncia de sada do inversor foi realizado manualmente, atravs dos

    botes acoplados.

    5.4 Experimentos realizados

    Foram realizados diversos ensaios com o inversor de frequncia alimentando o motor de

    induo, com esse por sua vez acionando o gerador, para que, finalmente, a carga fosse

    atendida.

    Sendo assim, os experimentos realizados foram:

    - Verificao da capacitncia mnima para a autoexcitao em vazio.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    38

    - Anlise do comportamento do conjunto para velocidade e capacitncia constante com

    carga varivel, tendo sido realizado para duas diferentes associaes de capacitores. Foi

    observada, inclusive, a maior carga suportvel, sem perda da excitao.

    - Avaliao do desempenho para carga e capacitncia fixa e velocidade ajustvel.

    5.4.1 Esquema experimental bancada de testes

    Todo o sistema, funcionando, pode ser visto na figura 5.1, ao passo que, a figura 5.2

    ilustra o esquemtico das ligaes.

    Figura 5.1 Sistema ensaiado.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    39

    Figura 5.2 Esquema de ligaes referente ao sistema ensaiado.

    5.4.2 Capacitncia mnima para autoexcitao sem carga

    Com o inversor acionando o motor a uma velocidade de 1820 rpm, foram colocados

    prova valores decrescentes de capacitncia a partir de 9,375 F. Ressalta-se, que os valores

    disponveis resultam de combinaes srie e paralelo dos capacitores de 5, 10 e 20 F. Logo,

    obteve-se:

    C [ F] Condio

    9,375 = ((5+10)//(5+20)) Mantm magnetizao

    7,5 = ((5+10)//(5+10)) Mantm magnetizao

    7,14 = (20+5)//10 Mantm magnetizao

    6,66 = 20//10 No mantm magnetizao

    Tabela 5.1 Capacitncia mnima disponvel.

    Como previsto no item 4.2.5, no foi possvel excitar a mquina com valores de

    capacitncia inferiores a 6,69 F.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    40

    5.4.3 Carga varivel e velocidade constante

    Nesta etapa foram utilizados diferentes valores de carga, com rotao fixada pelo

    inversor, para dois valores diferentes de capacitncia.

    O clculo das resistncias das cargas feito pela razo entre o quadrado da tenso

    terminal e a potncia nominal das lmpadas.

    - Capacitncia de 9,375 F e rotao em torno de 1885 rpm.

    Os valores mdios, das trs fases, obtidos so apresentados na tabela 5.2. Vale

    ressaltar que as tenses mostradas so medidas entre fase e neutro.

    Carga (W) Carga ( ) Tenso de entrada [V]

    Corrente do gerador

    [A]

    Corrente nos

    capacitores [A]

    Corrente na carga

    [A] fs [Hz] r [rpm]

    vazio 3998,90 261,23 0,95 0,95 0,07 62,2 1888

    25 2416,71 245,80 0,87 0,87 0,12 61,7 1885

    40 1390,87 235,87 0,84 0,82 0,17 61,4 1884

    65 699,49 213,23 0,76 0,72 0,26 60,8 1882

    Tabela 5.2 Dados obtidos para capacitncia de 9,375 F.

    Como, na prtica, h o aparecimento de corrente de carga, mesmo para o circuito sem

    lmpadas nos terminais, devido s conexes, a carga para esse ponto ser considerada, para

    construo grfica, como a razo entre a tenso de entrada e a corrente na carga.

    Para valores de carga maiores que 65 W a mquina perde a excitao. Com isso, a

    faixa de valores de carga para a capacitncia utilizada ficou muito estreita, fato que pode ser

    explicado pelas perdas adicionais na montagem, como resistncia dos cabos, harmnicos

    provenientes do inversor e vibrao do conjunto que era sustentado por uma mesa.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    41

    As figuras 5.3 a 5.7 exibem o comportamento das grandezas medidas em funo da

    resistncia de carga conectada.

    Figura 5.3 Tenso terminal x Resistncia de carga.

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000190

    200

    210

    220

    230

    240

    250

    260

    270

    Resistncia de carga [Ohm]

    Tenso d

    a m

    quin

    a [

    V]

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    42

    Figura 5.4 Corrente da mquina x Resistncia de carga.

    Figura 5.5 Corrente no capacitor x Resistncia de carga.

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 45000.7

    0.75

    0.8

    0.85

    0.9

    0.95

    1

    Resistncia de carga [Ohm]

    Corr

    ente

    de e

    ntr

    ada [

    A]

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 45000.65

    0.7

    0.75

    0.8

    0.85

    0.9

    0.95

    1

    Resistncia de carga [Ohm]

    Corr

    ente

    no c

    apacitor

    [A]

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    43

    Figura 5.6 Corrente na carga x Resistncia de carga.

    Figura 5.7 Escorregamento x Resistncia de carga.

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 45000.05

    0.1

    0.15

    0.2

    0.25

    0.3

    0.35

    0.4

    Resistncia de carga [Ohm]

    Corr

    ente

    na c

    arg

    a [

    A]

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500-4

    -3.5

    -3

    -2.5

    -2

    -1.5

    -1

    Resistncia de carga [Ohm]

    Escorr

    egam

    ento

    [%

    ]

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    44

    Ao aumentar a resistncia de carga, o que significa menor potncia, a corrente na carga

    diminui, causando uma variao na corrente do gerador, reduzindo o fluxo contrrio que

    interage com o da mquina, diminuindo, em mdulo, o escorregamento. Em consequncia, h o

    aumento no mdulo das correntes dos capacitores e, devido a isso, a corrente do gerador se

    estabelece em um valor, em mdulo, maior, apesar da menor componente real.

    Portanto, o comportamento observado no experimento condiz com o terico.

    - Capacitncia de 12,5 F e rotao em torno de 1875 rpm.

    Com o objetivo de atingir maiores valores de carga, o ensaio foi repetido para um valor

    de capacitncia de 12,5 F. Deve-se monitorar a corrente da mquina para que no seja muito

    elevada, se comparada a corrente nominal.

    Carga (W) Carga ( ) Tenso de

    entrada [V]

    Corrente do

    gerador [A]

    Corrente nos

    capacitores [A]

    Corrente na carga [A]

    fs [Hz] r [rpm]

    Vazio 6729,53 289,37 1,39 1,39 0,04 61,4 1878

    25 3033,14 275,37 1,31 1,29 0,12 60,9 1879

    40 1787,57 267,40 1,26 1,25 0,18 60,6 1878

    50 1370,47 261,77 1,24 1,21 0,21 60,4 1876

    60 1088,86 255,60 1,22 1,17 0,26 60,2 1876

    65 975,20 251,77 1,20 1,15 0,27 60,2 1875

    80 726,01 241,00 1,16 1,09 0,34 59,8 1874

    85 675,78 239,67 1,15 1,08 0,36 59,8 1874

    100 512,71 226,43 1,11 1,01 0,43 59,4 1873

    110 446,42 221,60 1,12 1,00 0,51 59,3 1872

    120 382,60 214,27 1,09 0,94 0,49 59,1 1872

    140 253,08 188,23 1,01 0,84 0,57 58,7 1873

    Tabela 5.2 Dados obtidos para ensaio com capacitncia de 12,5 F.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    45

    Os grficos referentes ao ensaio com capacitncia de 12,5 F sero apresentados em

    conjunto com os resultados da simulao digital, no captulo 7 Comparao entre os

    resultados.

    A mxima carga possvel de ser aplicada, para a qual a excitao da mquina fosse

    mantida, foi a combinao entre duas lmpadas de 40 W e uma de 60 W, resultando em 140 W.

    5.4.4 Carga fixa em 40 W e velocidade varivel

    O ltimo ensaio proposto visa analisar o desempenho do sistema para variaes na

    rotao e verificar qual a menor velocidade que mantm a excitao da mquina para a carga

    aplicada.

    Carga de 40 W e capacitncia de 12,5 F

    Tenso de entrada [V]

    Corrente do gerador [A]

    Corrente nos capacitores

    [A]

    Corrente na carga [A]

    fs [Hz] r [rpm]

    228,37 0,91 0,88 0,170 57,9 1782

    232,03 0,93 0,92 0,180 58,2 1794

    236,30 0,96 0,94 0,170 58,7 1809

    241,80 1,00 0,97 0,170 59,3 1828

    247,07 1,03 1,01 0,173 59,9 1847

    252,27 1,06 1,04 0,180 60,5 1867

    259,20 1,11 1,00 0,183 61,3 1892

    Tabela 5.3 Dados obtidos para carga de 40 W, capacitncia de 12,5 F e velocidade varivel.

    As figuras 5.8 a 5.12 ilustram o comportamento das grandezas medidas em funo da

    rotao imposta ao rotor.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    46

    Figura 5.8 Tenso terminal x Rotao.

    Figura 5.9 Corrente de entrada x Rotao.

    1760 1780 1800 1820 1840 1860 1880 1900 1920225

    230

    235

    240

    245

    250

    255

    260

    265

    Rotao [rpm]

    Tenso t

    erm

    inal [V

    ]

    1760 1780 1800 1820 1840 1860 1880 1900 19200.85

    0.9

    0.95

    1

    1.05

    1.1

    1.15

    1.2

    Rotao [rpm]

    Corr

    ente

    de e

    ntr

    ada [

    A]

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    47

    Figura 5.10 Corrente no capacitor x Rotao.

    Figura 5.11 Corrente na carga x Rotao.

    1760 1780 1800 1820 1840 1860 1880 1900 19200.85

    0.9

    0.95

    1

    1.05

    1.1

    1.15

    1.2

    Rotao [rpm]

    Corr

    ente

    no c

    apacitor

    [A]

    1760 1780 1800 1820 1840 1860 1880 1900 1920

    0.15

    0.16

    0.17

    0.18

    0.19

    0.2

    Rotao [rpm]

    Corr

    ente

    na c

    arg

    a [

    A]

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    48

    Figura 5.12 Escorregamento x Rotao.

    Devido ao acrscimo na velocidade de rotao, h uma elevao na frequncia da

    tenso de sada e, em consequncia, no mdulo do escorregamento. O aumento na frequncia

    implica em diminuio da reatncia capacitiva, esse efeito causa a elevao da tenso e da

    corrente da mquina, alm da corrente no capacitor e na carga.

    Para velocidade angular abaixo de 1780 rpm, os capacitores no foram capazes de

    manter a excitao da mquina, haja vista o baixo valor de reativo fornecido ao circuito devido

    diminuio na frequncia.

    1760 1780 1800 1820 1840 1860 1880 1900 1920-2.95

    -2.9

    -2.85

    -2.8

    -2.75

    -2.7

    -2.65

    -2.6

    -2.55

    Rotao [rpm]

    Escorr

    egam

    ento

    [%

    ]

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    49

    Captulo 6

    6 Simulao digital da operao como gerador autoexcitado

    6.1 Motivao

    Resoluo das equaes 3.4 e 3.5 utilizando os dados obtidos a partir dos ensaios

    preliminares, tais como parmetros do circuito equivalente da mquina de induo e

    capacitncias utilizadas para a autoexcitao, alm dos diferentes valores de carga aplicados.

    Com isso, possvel comparar a operao real da mquina, obtida por meio do ensaio com

    capacitores, com os resultados da simulao.

    6.2 Mtodo iterativo

    Um mtodo iterativo, ou mtodo numrico, tem como objetivo determinar um ou mais

    valores que so a resoluo de um problema, principalmente, quando o clculo direto muito

    longo ou complexo.

    Ao contrrio de metodologias analticas, que conduzem a solues exatas, os mtodos

    iterativos produzem solues aproximadas. Devido ao exposto, deve-se definir qual a preciso

    dos clculos com a qual se pretende obter a soluo numrica desejada.

    6.3 Forma de clculo

    Devido complexidade da resoluo das equaes 3.4 e 3.5, necessria a utilizao

    de uma soluo iterativa, para que a resposta almejada possa ser determinada.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    50

    De acordo com o exposto, escolhe-se o mtodo de Newton-Raphson, haja vista sua

    rpida convergncia.

    6.3.1 Mtodo de Newton-Raphson

    A ideia central no mtodo de Newton-Raphson a linearizao da funo a ser

    calculada via srie de Taylor. Como pode ser visto atravs dos passos a seguir.

    1 Condio inicial xi, i = 0;

    2 Clculo do valor da funo no ponto xi : f(x(i))

    3 Lineariza-se a funo em torno do ponto (xi,f(xi)) pela srie de Taylor, como

    mostrado:

    Para o qual, desprezam-se as derivadas de ordem maior ou igual a dois.

    4 Iterao : e em seguida volta ao passo 2

    O processo deve ser repetido at que , sendo o valor do erro a ser

    estipulado. O caso abordado neste trabalho utiliza uma funo definida por uma matriz, ou seja,

    deve-se utilizar a forma multidimensional do mtodo de Newton-Raphson, assim como nos

    clculos de fluxo de potncia em redes eltricas.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    51

    Portanto, emprega-se o seguinte tipo de linearizao:

    Onde: chamada de matriz Jacobiana ou Jacobiano.

    6.3.2 Resumo do programa

    Como foi explicado anteriormente, o objetivo da simulao digital empregada neste

    trabalho encontrar a soluo das equaes 6.1 e 6.2.

    =

    Para que a soluo seja obtida necessria a determinao de alguns parmetros que

    servem como dados de entrada, como mostrado na tabela 6.1.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    52

    Parmetro Obteno

    Reatncia de magnetizao inicial e

    capacitncia utilizada Ensaio em vazio

    Resistncias e reatncias estatricas e rotricas Ensaio de rotor bloqueado

    Resistncia de carga e rotao Ensaio em carga

    Tenso de entreferro Calculada a partir do ensaio em carga

    Tabela 6.1 Parmetros de entrada da simulao.

    Para o clculo da tenso de entreferro, utilizada a equao 6.3.

    Com e determinados pelo ensaio em carga.

    O programa soluciona as equaes 6.1 e 6.2 para cada valor de carga e tenso

    fornecidas como entrada, alm disso, toma-se como estimativa inicial a frequncia de 60 Hz e

    reatncia de magnetizao obtida no ensaio em vazio Xm = 396,52 .

    Definidos os parmetros de entrada, necessrio calcular os termos do Jacobiano, para

    isso, define-se:

    corresponde equao da parte real da impedncia equivalente

    corresponde equao da parte imaginria da impedncia equivalente

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    53

    Logo:

    Definidas as funes e , realiza-se o clculo das derivadas parciais.

    Com isso, deve-se resolver, a cada iterao, o sistema 6.4:

    Ento, atualizam-se as variveis:

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    54

    A partir dos novos valores de frequncia e reatncia de magnetizao, calculam-se os

    novos valores das partes real e imaginria da impedncia equivalente. Caso o valor encontrado

    seja menor que a tolerncia, ento a iterao convergiu e o processo termina com e

    .

    Aps a convergncia possvel determinar os valores das correntes no gerador, na

    carga e nos capacitores, alm da tenso terminal.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    55

    6.4 Resultados da simulao

    Os resultados obtidos pela simulao para velocidade de 1875 rpm e capacitncia de

    12,5 F so apresentados na tabela 6.2.

    Carga ( ) Tenso de

    entrada [V]

    Corrente do

    gerador [A]

    Corrente nos

    capacitores [A]

    Corrente na carga [A]

    fs [Hz]

    3033,14 268,34 1,28 1,28 0,09 60,58

    1787,57 260,56 1,24 1,23 0,15 60,11

    1370,47 254,68 1,21 1,20 0,19 60,95

    1088,86 248,75 1,19 1,17 0,23 59,78

    975,20 244,55 1,17 1,15 0,25 59,67

    726,01 233,79 1,13 1,08 0,32 58,90

    675,78 232,43 1,13 1,07 0,34 58,75

    512,71 218,92 1,09 1,00 0,43 58,07

    446,42 214,54 1,09 0,97 0,48 57,67

    382,60 205,23 1,07 0,92 0,54 57,17

    253,08 176,55 1,04 0,78 0,70 55,92

    Tabela 6.2 Resultados da simulao.

    Os grficos e consequentemente a anlise dos resultados sero mostrados no captulo

    7 Comparao entre os resultados e concluses.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    56

    Captulo 7

    7 Comparao entre os resultados e concluses

    Neste captulo so explanados os resultados, tanto do ensaio prtico quanto da

    simulao das equaes do circuito equivalente, o que permite a validao do experimento

    realizado.

    As figuras 7.1 a 7.6 elucidam o comportamento das medidas efetuadas em funo da

    resistncia de carga conectada, para velocidade de rotao de 1875 rpm e capacitncia de

    12,5 F.

    O caractere * e o trao contnuo representam o resultado da simulao enquanto que

    os valores medidos so denotados pelo caractere +.

    Figura 7.1 Tenso terminal x Resistncia de carga.

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500160

    180

    200

    220

    240

    260

    280

    Resistncia de carga [Ohm]

    Tenso t

    erm

    inal [V

    ]

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    57

    Figura 7.2 Corrente da mquina x Resistncia de carga.

    Figura 7.3 Corrente no capacitor x Resistncia de carga.

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000 35001

    1.05

    1.1

    1.15

    1.2

    1.25

    1.3

    1.35

    1.4

    Resistncia de carga [Ohm]

    Corr

    ente

    da m

    quin

    a [

    A]

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000 35000.7

    0.8

    0.9

    1

    1.1

    1.2

    1.3

    1.4

    Resistncia de carga [Ohm]

    Corr

    ente

    no c

    apacitor

    [A]

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    58

    Figura 7.4 Corrente na carga x Resistncia de carga.

    Figura 7.5 Frequncia das tenses geradas x Resistncia de carga.

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000 35000

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    Resistncia de carga [Ohm]

    Corr

    ente

    de c

    arg

    a [

    A]

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000 350055

    56

    57

    58

    59

    60

    61

    Resistncia de carga [Ohm]

    Fre

    quncia

    [H

    z]

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    59

    Figura 7.6 Escorregamento x Resistncia de carga.

    Os grficos expostos mostram que os valores de tenso, corrente e frequncia

    encontrados no ensaio para velocidade de rotao de 1875 rpm e capacitncia de 12,5 F

    condizem com o previsto na simulao. As pequenas diferenas existentes foram ocasionadas,

    principalmente, pelas aproximaes realizadas. Portanto, percebe-se que as condies

    arbitradas tiveram pouca influncia no resultado final.

    Logo, pode-se fazer a mesma anlise do item 5.4.3, ou seja, ao aumentar a resistncia

    de carga, o que significa menor potncia, a corrente na carga diminui, causando uma variao

    na corrente do gerador, reduzindo o fluxo contrrio que interage com o da mquina, diminuindo,

    em mdulo, o escorregamento. Em consequncia, h o aumento no mdulo das correntes dos

    capacitores e, devido a isso, a corrente do gerador se estabelece em um valor, em mdulo,

    maior, apesar da menor componente real.

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500-12

    -11

    -10

    -9

    -8

    -7

    -6

    -5

    -4

    -3

    -2

    Resistncia de carga [Ohm]

    Escorr

    egam

    ento

    [%

    ]

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    60

    Finalmente, como uma anlise geral, podem-se ressaltar os seguintes pontos:

    O aumento da capacitncia permitiu a utilizao de cargas de potncias maiores.

    Para capacitor e velocidade fixos:

    Diminuio da tenso terminal com o aumento da carga, chegando perda de

    excitao para resistncias muito baixas.

    A frequncia e consequentemente o escorregamento so afetados pelo aumento

    de carga.

    Para capacitor e carga fixos:

    O aumento na velocidade de rotao ocasiona acrscimo na frequncia e

    diminuio na relao entre reatncia capacitiva e frequncia, o que provoca

    aumento na tenso terminal e na corrente dos capacitores e na carga.

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    61

    Apndices

    Desenvolvimento da impedncia equivalente

    Equaes que mostram o desenvolvimento da expresso da impedncia :

    pu

    Considerando XR = XS = X, alm de multiplicar numerador e denominador da 1 parcela

    por , colocando-se em evidncia 1/ na 1 e na 2 parcelas e multiplicando-se o

    numerador e denominador da 3 parcela por , chega-se a seguinte expresso:

    Calcula-se o mnimo mltiplo comum e, assim, aps algumas manipulaes, obtm-se

    as expresses:

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    62

    Parte real de eq =

    Parte imaginria de eq

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    63

    Cdigo em Matlab para simulao do funcionamento do gerador autoexcitado

    %Algoritmo da simulaao digital

    Rl=[3033.14, 1787.57, 1370.47, 1088.86, 975.20, 726.01, 675.78, 512.71,

    446.42, 382.60, 253.08]; Vg; C= 0.0000125;

    % Inicializaes

    R=28.85; X=14.85; k=length(Rl); Xm=396.52; f=60; v=(1875/30);

    %Calculo das bases

    Zbase=(220^2)/81.72; fbase=60; vbase=60; Ibase=81.72/220; Xc=1/(2*pi*60*C);

    %Converso em valores p.u.

    f=f/fbase; v=v/vbase; Rl=Rl/Zbase; X=X/Zbase; R=R/Zbase; Xc=Xc/Zbase; Xm=Xm/Zbase; Vg=Vg/220;

    for i=1:k

    f=1; %Deve-se setar os parmetros, para que no

    Xm=396.52/Zbase; %interfiram nos outros valores de carga

    %Calculo dos valores inciais de fx, gx e suas derivadas

    fx=(-2*X*Rl(i)*Xm-

    Rl(i)*X^2)*f^3+(v*2*X*Rl(i)*Xm+v*Rl(i)*X^2)*f^2+(Xc*(2*R+Rl(i))*Xm+Xc*X*(2*R+R

    l(i))+R^2*Rl(i))*f+(-v*Xc*(R+Rl(i))*Xm-v*Xc*X*(R+Rl(i))); gx=((2*X*Xc+Rl(i)*2*R)*Xm+Rl(i)*X*2*R+Xc*X^2)*f^2+(-v*(2*Xc*X+Rl(i)*R)*Xm-

    v*(Rl(i)*R+Xc*X)*X)*f-Xc*R*(R+Rl(i));

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    64

    dfXm=-2*X*Rl(i)*f^3+v*2*X*Rl(i)*f^2+Xc*(2*R+Rl(i))*f-v*Xc*(R+Rl(i)); dgXm=(2*X*Xc+R*2*Rl(i))*f^2+(-v*(2*Xc*X+Rl(i)*R))*f; dff=3*(-2*X*Rl(i)*Xm-

    Rl(i)*X^2)*f^2+2*(v*2*X*Rl(i)*Xm+v*Rl(i)*X^2)*f+(Xc*(2*R+Rl(i))*Xm+Xc*X*(2*R+R

    l(i))+R^2*Rl(i)); dgf=2*((2*X*Xc+Rl(i)*2*R)*Xm+Rl(i)*X*2*R+Xc*X^2)*f+(-v*(2*Xc*X+Rl(i)*R)*Xm-

    v*(Rl(i)*R+Xc*X)*X);

    while abs(fx)>=(0.001) || abs(gx)>=(0.001)

    J=[dfXm dff;dgXm dgf]; %matriz jacobiana

    H=(J^-1)*[-fx;-gx]; %Calculo dos incrementos

    Xm=Xm+H(1); f=f+H(2);

    fx=(-2*X*Rl(i)*Xm-

    Rl(i)*X^2)*f^3+(v*2*X*Rl(i)*Xm+v*Rl(i)*X^2)*f^2+(Xc*(2*R+Rl(i))*Xm+Xc*X*(2*R+R

    l(i))+R^2*Rl(i))*f+(-v*Xc*(R+Rl(i))*Xm-v*Xc*X*(R+Rl(i))); gx=((2*X*Xc+Rl(i)*2*R)*Xm+Rl(i)*X*2*R+Xc*X^2)*f^2+(-v*(2*Xc*X+Rl(i)*R)*Xm-

    v*(Rl(i)*R+Xc*X)*X)*f-Xc*R*(R+Rl(i));

    dfXm=-2*X*Rl(i)*f^3+v*2*X*Rl(i)*f^2+Xc*(2*R+Rl(i))*f-v*Xc*(R+Rl(i)); dgXm=(2*X*Xc+R*2*Rl(i))*f^2+(-v*(2*Xc*X+Rl(i)*R))*f; dff=3*(-2*X*Rl(i)*Xm-

    Rl(i)*X^2)*f^2+2*(v*2*X*Rl(i)*Xm+v*Rl(i)*X^2)*f+(Xc*(2*R+Rl(i))*Xm+Xc*X*(2*R+R

    l(i))+R^2*Rl(i)); dgf=2*((2*X*Xc+Rl(i)*2*R)*Xm+Rl(i)*X*2*R+Xc*X^2)*f+(-v*(2*Xc*X+Rl(i)*R)*Xm-

    v*(Rl(i)*R+Xc*X)*X);

    end

    Gx(i)=Xm; Gf(i)=f;

    Is(i)=abs(Vg(i)/(R+j*X*abs(f)-(j*(Xc/abs(f))*Rl(i))/(Rl(i)-j*(Xc/abs(f))))); Il(i)=abs((-j*(Xc/abs(f))*Is(i))/(Rl(i)-j*(Xc/abs(f)))); Vt(i)=Il(i)*Rl(i); Ic(i)=Vt(i)/(Xc/abs(f));

    end

    Vt=Vt*220; Gx=Gx*Zbase; Is=Is*Ibase; Il=Il*Ibase; Ic=Ic*Ibase;

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro

    65

    Referncias Bibliogrficas

    [1] CHAPALLAZ, J. M.; GHALI, J. D.; EICHENBERGER, P.; FISCHER, G. Manual on

    Induction Motors Used As Generators, MHPG Series, 1990.

    [2] WAGNER, C. F. Self-excitation of induction Motors Electrical engineering (AIEE

    Transactions), pp. 47-51, Fevereiro de 1939.

    [3] BASSET, E. D. e POTTER, F. M. Capacitive Excitation for Induction Generators - Electrical

    engineering (AIEE Transactions), pp. 540-545, Maio de 1935.

    [4] FITZGERALD, A. E.; KINGSLEY JR, C.; KUSKO A. Mquinas Eltricas, McGraw-Hill,

    1977.

    [5] CHAN, T. F.V Analysis of self-excited induction generators using an iterative method -

    Electrical engineering (IEEE Transactions on energy conversion), Vol 10, No. 3 pp. 502-507,

    Setembro de 1995.

    [6] LIMA, N. N., Operao do gerador de induo em conexo assncrona com a rede

    monofsica, Dissertao de mestrado, 2010.

    [7] NASCIMENTO, C. S. C., Proposta para implantao de microcentrais de gerao gs com

    utilizao de geradores de induo, Dissertao de mestrado, 2010.

    [8] DAHER, S., Um sistema baseado em gerador de induo trifsico para aproveitamento da

    energia elica, Dissertao de mestrado, 1997.