32
Nº 862 De 12 a 18 de outubro de 2008 EDIÇÃO NACIONAL 2.670.250 EXEMPLARES www.folhauniversal.com.br ARQUIVO PESSOAL Fuga da miséria mata somalianos na travessia do Mar Vermelho VERMELHO DE SANGUE PÁG. 18 Em fichas policiais, celebridades estrelam fotos constrangedoras SORRIA, VOCÊ FOI PRESO PÁG. 24 Comércio ilegal de rins e fígado circula livremente pela internet ÓRGÃOS NA REDE PÁG. 14 PARA SEMPRE: Rita e Ariel se casaram em 2003 Mais estimulados para serem independentes desde pequenos e com o aumento expressivo da expectativa de vida, portadores de Down levam hoje uma vida normal. Casam, estudam e trabalham. Entidades sérias, como a Pestalozzi de São Paulo, ajudam na inserção na sociedade PÁG. 8 www.folhauniversal.com.br

Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

Nº 862De 12 a 18 de outubro de 2008

EDIÇÃO NACIONAL

2.670.250E X E M P L A R E S

w w w . f o l h a u n i v e r s a l . c o m . b r

ARQ

UIV

O P

ESSO

AL

Fuga da miséria mata somalianos na travessia do Mar Vermelho

VERMELHO DE SANGUE

PÁG. 18

Em fi chas policiais, celebridadesestrelam fotos constrangedoras

SORRIA, VOCÊ FOI PRESO

PÁG. 24

Comércio ilegal de rins e fígadocircula livremente pela internet

ÓRGÃOS NA REDE

PÁG. 14

PARA SEMPRE: Rita e Ariel se casaram em 2003

Mais estimulados para serem independentes desde pequenos e com o aumento expressivo da expectativa de vida, portadores de Down levam hoje uma vida normal. Casam, estudam e

trabalham. Entidades sérias, como a Pestalozzi de São Paulo, ajudam na inserção na sociedadePÁG. 8

w w w . f o l h a u n i v e r s a l . c o m . b r

Page 2: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

2 DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008 opinião

Sua participação – cartas, e-mails e fax com comentários, denúncias e opiniões – deve ser enviada para esta coluna com nome completo, legível e endereço que permita confi rmação. As cartas poderão sofrer, se necessário, modifi cações ou cortes, sem, no entanto, ter a idéia original alterada.

Correspondências: Rua do Bosque, 1.449 – Barra Funda – São Paulo – SP – CEP 01136-001 Fax.: (11) 2184-5651 - e-mail: [email protected] (as cartas e e-mails devem conter nome completo, cidade de origem e RG).

CARTAS

RECADO DA REDAÇÃODurante muito tempo, ter um fi lho portador de

síndrome de Down signifi cava, para os pais, a certeza de que teriam pela frente um desafi o gigantesco: cercar sempre a criança de cuidados especiais e de uma proteção constante. E os pais temiam que a

expectativa de vida do fi lho não seria muito grande. Essa realidade mudou como mostramos nesta edição.

Longe de ser tratada como doença, a síndrome de Down permite uma vida independente e, hoje, bem mais longa: os portadores da síndrome trabalham, estudam, se qualifi cam profi ssionalmente. Ou seja, com mais estímulos físicos e intelectuais desde a

infância, eles podem levar uma vida praticamente normal. Falando de superação, temos uma entrevista

com Daniel Dias, nosso maior atleta paraolímpico. Em uma reportagem estarrecedora, revelamos

como a internet se transformou num terreno fértil para a venda de órgãos, que são comercializados

livremente, mostrando que há algo muito errado na política de transplantes do Brasil. E quem acha que astros de Hollywood são alvos apenas de paparazzi

vai ser surpreender. Muitos dos atores mais populares do mundo já posaram para fotógrafos da polícia,

descabelados e com a cara assustada depois de serem fl agrados dirigindo alcoolizados ou de terem cometido

outros delitos nada abonadores. Boa leitura.

Leia a opinião do bispo Edir Macedona página 3i, do caderno Folha IURD

INJUSTIÇADOSParabéns à Folha Uni -

versal pela excelente maté-ria da edição 859, que retrataa dura realidade do Brasil, onde só vão presas pessoas de classe socialbaixa, que não têm condições de pagar um advogado e lutar pelosdireitos, enquanto aqueles que de-veriam estar na cadeia estão soltos e, por coincidência, são pessoas que têm dinheiro. A Justiça no Brasil é muito fraca e lenta

Jair Cesar HonoratoPontal (SP)

EMPREGOQuero parabenizar todos que

trabalham na Folha Univer-sal. Eu queria dar uma idéia: fi quei pensando nas pessoas que

estão desempregadas e não têmcondições de comprar um jornal para ver vagas de emprego, então, fi quei pensando que o jornal podia colocar uma coluna de emprego.

Cristiano Jesus da SilvaPor e-mail

ITÁLIAAbsurda a lei italiana que

considera “invioláveis” o papa e o presidente, como relatou a edição 859. E, para ser coerente, o promotor Giovani Ferrara, antes de processar a comediante Sabina Guzzanti, deveria providenciar para que as obras dos maiores escritores italianos fossem queimadas em pra-ça pública, como nos velhos tem-pos da Inquisição. Afi nal, o maior poeta da Itália, Dante Alighieri,

encheu o inferno de papas na “Di-vina Comédia” – quem quiser pode conferir na biblioteca mais próxima –, Boccaccio fez severas críticas à corrupção na Igreja no “Decame-rão” e Maquiavel, nos “Discorsi Sopra La Prima Deca di Tito Li-vio”, declara ser a Igreja culpada de todos os males que afl igiam a Itália e a principal responsável pela fragmentação política da península. Toda solidariedade à essa ousada comediante, de quem já sou fã sem sequer conhecer.

Edson AmaroSão Gonçalo (RJ)

JORNAL EXCELENTEQueria parabenizá-los pelo

jornal. Sou católico e toda se-mana leio a Folha Universal.

As matérias são excelentes. De fácil entendimento, as notícias são sempre um retrato do Brasil. Gos-tei especialemente da edição 853, que fala sobre os aposentados.

Osmar Loureiro GiovaniniCruzeiro (SP)

RECEITASGostaria de registrar que vo-

cês só estão publicando receitas de salgados. Gostaria de ver mais receitas doces.

Fernando C. PedrosoJundiaí (SP)

CIRCOOs animais fi caram doentes

nas mãos do Ibama. Temos lau-dos que nossos animais nunca

tiveram problemas ou doenças, pois cuidamos muito bem deles. O ponto de toda a ação do Ibama com as ONGs é o dinheiro envol-vido para a retirada dos animais. Eles custam muito caro, uma girafa custa 100 mil euros. Não há maus-tratos e sim santuários que recebem doações para cuidar dos animais de circos. Temos mais de 200 anos de tradição, não somos carrascos ou loucos de maltratá-los.

Augusto Stevanovich,do Le Cirque

RESPOSTA DA REDAÇÃONa ocasião da matéria, a re-

portagem tentou conversar com os donos e com o advogado do circo, mas não obteve resposta.

Comente esta charge: [email protected]

A CRISE NOS ESTADOS UNIDOS

la OS BANCOS EMPRESTAVAM MUITO DINHEIRO

PARA A COMPRA DA CASA PROPRIA.,

,

, -AQUI NOS NAO TEMOS

ESSE PROBLEMA.

impressão: Ediminas S/A - MG - CIRCULAÇÃO: em todo o território nacionalA FOLHA UNIVERSAL NÃO SE RESPONSABILIZA PELAS INFORMAÇÕES CONTIDAS NAS CARTAS DOS LEITORES. ELAS NÃO EMITEM, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DO JORNAL. TAMBÉM NÃO SE RESPONSABILIZA PELA AUTENTICIDADE DOS ANÚNCIOS PUBLICADOS.

CORRESPONDENTES: Rio de Janeiro/RJ - Tel.: (21) 3296-9300 ramal 154 - [email protected] • Belo Horizonte/MG - Tel.: (31) 3349-7300 - [email protected] - Salvador/BA - Tel.: (71) 3432-9027 • Fortaleza/CE - Tel.: (85) 3452-2163 • São Luís/MA - Tel.: (98) 3216-1647 • NORTE - Manaus/AM - Tel.: (92) 2121-1125 - [email protected]

• Rio Branco/AC - TEl.: (68) 3224-6051 • Macapá/AP - Tel.: (96) 3223-6248 • CENTRO-OESTE - Goiânia/GO - Tel.: (62) 3219-7400 • Cuiabá/MT - Tel.: (65) 3623-0373 • SUL Curitiba/PR - Tel.: (41) 3025-5700

Diretor de redação: JERONIMO ALVES Supervisão editorial: DOUGLAS TAVOLAROE LEANDRO CIPOLONI Chefe de redação: CELSO FONSECA

Subeditores: LYGIA REBELLO, FELIPE GIL EMÔNICA SOARES Diretor de arte: VAGNER SILVA

Publicidade: Departamento Comercial - RJ

Tel.: (21) 3296-9300 Consumídia - SP

Tel.: (11) 2959-0322

Redação:Tel.: (11) 2184-5648Fax: (11) 2184-5651

[email protected]

Endereço:Rua do Bosque, 1449

Barra Funda - São Paulo - SPCEP 01136-001

Page 3: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

3DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008entrevista

1 – Você já sentiu preconceito? Infelizmente, até hoje os defi cien-

tes sofrem e fi camos tristes com isso. Durante a escola, quando criança, era pior. Tem aqueles apelidos, chamavam de saci, aleijado. Eu chegava em casa chorando, mas minha mãe sempre me incentivou a me defender e a não me magoar. Depois de crescido é bem me-nos, mas para namorar, por exemplo, foi difícil, porque você sempre vê um pouco de preconceito da família da ou-tra parte. Agora, na pis-cina, não há diferença. Treino com pessoas que não têm defi ciência, às vezes chego na frente. Eles se esforçam bastan-te para não perderem para mim, e eu, para chegar antes deles.

2 – Como começou a nadar?Em 2004, quando tinha 16 anos.

Até então não conhecia o esporte para defi cientes. Quando assisti a Parao-limpíada de Atenas (Grécia, 2004) vi que poderia praticar alguma mo-dalidade também. Nunca tinha feito natação. Eu só não me afogava, mas em 2 meses de treino já nadava os quatro estilos.

3 – Como é sua rotina?Tenho preguiça de acordar muito

cedo, mas duas vezes por semana às 7h30 estou de pé para treinar. Tomo café, almoço e, às 15h30, treino nova-

mente. Nos outros dias, o horário é mais livre. Quando não estou na piscina, na faculdade ou com minha namorada, gosto de jogar video-game e tocar bateria. Na alimentação, sigo o cardápio do nutricionis-

ta, mas pelo menos duas vezes por mês como pizza, que adoro.

4 – Como foi a volta para casa após a Paraolimpíada de Pequim?

Fui recebido com muito carinho. Tanto em Bragança Paulista (SP), onde moro, como em Camanducaia (MG), onde cresci. Todos torceram e acompanharam realmente. O esporte paraolímpico, que

10 PERGUNTAS para

AE

O nadador Daniel Dias, com apenas 20 anos, é hoje um dos principais atletas paraolímpicos do

mundo e, em agosto deste ano, foi o que mais trouxe medalhas da China para o Brasil – nove no total, sendo quatro de ouro, além de três recordes mundiais. Dias nasceu com uma má-formação nos braços e na perna direita, mas nem por isso, muito menos pelo fato de ser fi lho único, os pais lidaram com ele de forma diferente. “Eles sem-pre me trataram como uma criança dita normal e, dessa forma, levei bronca e fi quei de castigo quando aprontei. Isso fez toda diferença na minha formação”, afi rma. Atual-mente, ele cursa o primeiro ano da faculdade de Educação Física e pre-tende fazer Engenharia Mecatrôni-ca no futuro. “Quando tiver tempo, pois agora os treinos tomam parte da minha vida”, conta ele que nada de 5 a 6 mil metros por dia.

Com apenas 20 anos, o nadador paraolímpico é o brasileiro que mais subiu ao pódio em Pequim

DANIEL DIAS

COLECIONADOR DE MEDALHASPor Andrea [email protected]

não era muito reconhecido, hoje já ga-nha mais espaço. Agradeço também aos meios de comunicação.

5 – Apesar de a delegação brasi-leira trazer tantas medalhas, os Jo-gos Paraolímpicos ainda não têm o mesmo destaque na mídia que a Olimpíada. Como os atletas vêem essa diferença?

Infelizmente, isso acontece pois muita gente encara o espor-te paraolímpico como reabilitação. Acompa-nhei a Olimpíada de Pe-quim e vi que os canais de tevê aberta passavam as competições toda hora, mas da Paraolim-píada só alguns noticiaram, e pouco. Que-remos mostrar que a gente treina muito para chegar a uma competição dessas e que somos atletas como quaisquer outros.

6 – Foi muito difícil conseguir patrocínio?

No início era um paitrocínio (brin-ca, referindo-se à ajuda fi nanceira do próprio pai). Família é funda-mental, pois, no início, só ela acredita em você. Cada vez que eu caía na pis-cina, sabia que eles estavam torcendo por mim. Em 2006, fui para meu pri-meiro mundial de natação, na África do Sul, de onde trouxe cinco medalhas. A partir dali, consegui um patrocínio que se mantém até hoje. Espero que essas conquistas ajudem ainda mais no reconhecimento do esporte para-olímpico para todos os atletas.

7 – Você acha que o esporte aju-da a diminuir o preconceito que existe com defi cientes físicos?

Ajuda bastante, tanto para mostrar aos outros que somos capazes, como para nós mesmos vermos que podemos chegar longe. É um estímulo na autoconfi ança. Vemos que a defi ciência é apenas mais um detalhe, mais um degrau.

8 – Você terminou como o maior medalhista da delegação brasileira. Esperava tantas medalhas?

Esperava voltar com alguma me-dalha, mas não nove. Antes de ir, deixei a faculdade de lado. Chegava muito cansado em casa, os treinos es-tavam mais fortes. Treinei para 11 pro-vas. Ainda tenho muito para crescer, quero participar de mais três Para-olimpíadas, no mínimo.

9 – Faz diferença competir – e ganhar – em casa, como nos Jogos Pan-americanos do Rio, com a tor-cida por perto?

Faz total diferença. Mas aqui no Bra-sil competi só com os atletas panameri-canos. Em uma Olimpíada, estão todos

os melhores do mundo. Durante as competições era tanta ansiedade que eu demorava a conse-guir dormir à noite.

10 – O que acha de

ser comparado a Mi-chael Phelps (nada-dor norte-americano

recordista olímpico de medalhas)?Sempre é bom ser comparado ao

melhor do mundo, mas já disse em ou-tras oportunidades, eu sou mais bonito que ele (risos).

NA ESCOLA, QUANDO

CRIANÇA, SOFRI

COM OS APELIDOS.

AGORA, NA PISCINA,

NÃO HÁ DIFERENÇA MUITA GENTE ENCARA

O ESPORTE PARAOLÍMPICO

COMO REABILITAÇÃO,

MAS SOMOS ATLETAS

COMO OS OUTROS

Page 4: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

SETE DIAS 4 DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008

a boa notícia

Espancada por trafi cantes

O ex-diretor de redação do jornal “O Estado de S. Paulo”, Antonio Marcos Pimenta Neves, foi conde-

nado no início do mês a indenizar os pais da também jornalista Sandra Gomide em

R$ 166 mil dividos igualmente entre os dois. A condenação foi decidida pela juíza Mariella Ferraz de Arruda Nogueira, da 39ª Vara Cível de São Paulo, em função dos problemas físicos e psicológicos que o casal sofreu após o assassinato da fi lha, em 2000.

Sandra e Pimenta Neves eram namorados. Ela foi as-sassinada num haras em Ibiúna, no interior de São Paulo, após romper com ele. Pimenta fi cou apenas 7 meses preso e cumpre em liberdade a pena, que, em setembro, foi reduzida de 18 para 15 anos pelo

Superior Tribunal de Justiça (STJ)

Assassino de jornalista pagará indenização

aconteceu

O Brasil está 13 pontos acima da média da América Latina quando o assunto é oportunidade de moradia. E também avançou na educa-ção, embora com resultados ainda insatisfatórios. É essa a classifi cação do País no novo Índice de Oportunidades Hu-manas (IOH), do Banco Mun-dial, que foi divulgado no últi-mo dia 2. O índice analisa se há chances distribuídas eqüi-tativamente para as crianças quanto à educação e moradia. Com relação às oportunida-des na educação, no entanto, o Brasil ainda está longe do ideal. Ficou 9 pontos abaixo da média do continente. O estudo foi baseado em dados, entre 1995 e 2005, referentes

Oportunidade de moradia acima da média

No último dia 7, a aposentada Maria José da Costa Barbosa, de 76 anos, foi espancada por trafi cantes

na Favela do Escondidinho, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, depois de se negar a deixá-los usar a casa

onde mora como ponto de venda e consumo de dro-gas. Segundo depoimento dado à polícia, Maria José foi abordada dentro da própria casa por dois homens que queriam expulsá-la para usar o lugar. A aposenta-da foi encontrada pela Polícia Militar ensangüentada e com ferimentos principalmente na cabeça. “Além de golpes, os bandidos também a agrediram com

pauladas”, afi rma Marcos Antônio da Silva, delega-do titular do 7° DP. Até o fechamento desta edição, ela permanecia internada no Hospital Souza Aguiar

com quadro estável de saúde. De acordo com Silva, a polícia já conseguiu identifi car os agressores e aguarda

que a prisão seja determinada pela Justiça.

A crise do sistema fi nanceiro mundial fez a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a prin-cipal da América Latina, despen-car nesta semana. Na segunda-feira (6), as operações foram interrompidas duas vezes, fato que não acontecia desde 1998. Nem isso, porém, foi capaz de deter a desvalorização das ações negociadas. A queda chegou a -15,5% no dia.

A crise também fez o real desvalorizar e a cotação do dólar disparar. Na quarta-feira (8), a moeda chegou a valer

R$ 2,46. Para frear a alta, o Banco Central realizou leilões de dólares à vista, fato que não acontecia desde 2003.

Além disso, para tentar con-ter o pânico no mercado, o mi-nistro da Fazenda, Guido Man-tega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, anunciaram juntos que reservas internacionais serão utilizadas para fi nanciar bancos brasileiros no exterior. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disponibilizará R$ 5 bilhões para exportações.

Para Mantega, a crise é a maior desde 1929, quando a queda da bolsa de Nova York afetou o mundo todo. Desta vez, aliás, na Europa e na Ásia, bolsas de diversos países regis-traram baixas históricas. Jun-to com o anúncio de pacotes bilionários de ajuda, diversos governos passaram a discutir a necessidade de controle maior do capital especulativo para evi-tar que o fracasso de operações fi nanceiras arriscadas não resulte em prejuízo para os contribuin-tes novamente no futuro.

Governo Federal anuncia medidas para tentar minimizar impacto. Cotação do dólar dispara

Crise faz bolsa despencar

REPR

OD

ÃO

NINGUÉM SEGURA: Operadores preocupados com queda de ações da Bovespa

COVARDIA: Aposentada foi agredidaa golpes e pauladas por dois homens

REU

TERS

a 200 milhões de crianças e levou em consideração a con-clusão do sexto ano escolar na idade correta, a matrícula nas escolas e o acesso a água potável, saneamento básico e eletricidade.

FOLH

A PR

ESS

Page 5: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

5DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008sete dias

sua carreiraCríticas produtivas

O Comitê de Gestão do Uso Sustentável de Sardinhas, do

Ibama, alerta para o colapso na produção brasileira em função de abusos e falta de cuidado com a

espécie. A pesca, que já foi de 230 mil toneladas em 1973, não deve passar de 25 mil toneladas este

ano. Cientistas estudam medidas para que o número de peixes volte

a crescer no litoral. Podem ser tomadas decisões como o aumento

do período em que a pesca não é permitida e a proibição do uso da sardinha como isca viva para a pesca de outros peixes. Entre

os fatores que levaram a uma das piores crises da história no setor

estão a política de substituição de barcos pequenos por barcos de

grande porte e o número excessivo de embarcações autorizadas para

a pesca de sardinhas.

Pesquisadores da Universidade de Mannheim, na Alemanha, descobriram

que os cheiros que as pessoas sentem enquanto dormem são capazes de infl uenciar

os sonhos. Por isso, colocar essências de fl ores nos

travesseiros pode signifi car uma noite de sonhos bons. Para o experimento, foram borrifadas no ar altas doses de fragrâncias de perfume

ou de ovos podres enquanto os voluntários estavam na

fase mais profunda do sono. Depois, eles eram acordados. A maioria não se lembrava dos cheiros, mas relatava

boas ou más experiências de acordo com eles.

O escritor brasileiro Monteiro Lobato, criador dos livros da série “Sítio do Pica-pau Amarelo” e de tantas outras obras,

foi o objeto, no começo do mês, de uma matéria na revista norte-americana

"Slate", de Washington. O motivo? Ter escrito, em 1926, o romance de fi cção

científi ca “O Presidente Negro”, no qual ele conta que, no ano de 2228, os Estados Unidos, após transformações tecnológicas e geopolíticas, teriam um presidente negro.

A comparação com as atuais eleições americanas, entre o democrata Barack

Obama, o republicano John MacCain e a feminista Hillary Clinton, é inevitável. No

livro, Lobato imagina uma eleição disputada por uma representante branca do Partido

Feminino, Evelyn Astor; um candidato branco do Partido Masculino, Presidente

Kerlog, que tenta a reeleição; e o vencedor, James Roy Wilde, líder da Associação Negra.

Colapso da sardinha

O visionário Monteiro Lobato Sonhos perfumados

Lidar bem com as crí-ticas pode ser uma boa oportunidade de melhorar o desempenho no traba-lho. “Se o chefe te criticou, é porque sabe que existe a chance de melhoras e con-fia no seu trabalho”, afirma o consultor de carreiras da Catho Renato Waberski. Confira algumas dicas do consultor para lidar bem com a situação:

• É importante ouvir atenta-mente a todas as críticas e não deixar passar em branco nenhum aspecto a ser melhorado.

• Mesmo não concordando, é melhor não se opor ao che-fe. Essa é uma situação delicada, onde é mais aconse-lhável ouvir do que falar.

• Se não fi cou claro para você o problema, pergunte e esclareça os aspectos em que você pode melhorar.

KEYS

TON

E

AE

CRISE DO PEIXE: Pesca excessiva diminuiu quantidade de sardinhas no mar

EXPERIMENTO: Cheiro borrifado no ambiente alterou o sono dos voluntários

saúde na mesa

Limão facilita a digestãoO limão, além de ser rico em vitamina C e minerais, forta-

lece a imunidade do corpo e ainda previne anemia. Por conter pectina, tipo de fi bra solúvel, a ingestão dessa fruta ajuda a saciar a fome, facilita a digestão e regula os níveis de açúcar no sangue. “A pectina está contida na parte branca do limão. Fazer um suco com bagaço todos os dias é ótimo para a saúde, mas para quem tem problemas no estômago é bom não exagerar”, diz Maria Cecília Corsi, do Conselho Regional dos Nu-tricionistas. Ela aconselha a quem sofre desse proble-ma, tomar o suco de limão durante as refeições. “Isso ajuda a não agredir tanto o estômago, para quem não tem esse empecilho, o con-sumo é à vontade”, explica.

KEYS

TON

E

p ,emas no estômago é

Maria Cecília Corsi, s Nu-a

-

o oon-a.

AP

ILU

STRA

ÇÃO

: ED

ER S

ANTO

S

"e

cieleUne g

aOfem

livropo

Fbr

KeJam

ILU

STRA

ÇÃO

: ED

ER S

ANTO

S

Page 6: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

6 DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008 sete dias

é o bicho!

A Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo divulgou na semana passada uma lista das 436 espécies e subespécies de animais vertebrados que estão ameaçados de extinção no estado. Entre elas, estão urubu-rei, tuiuiú, veado-campeiro, onça parda, anta, tartaruga oliva, baleia azul, furão, gato-do-mato pequeno, jaguatirica e macaco-

prego, entre outros. O animal símbolo da pesquisa é o mico-leão-preto, que, após praticamen-te desaparecer, agora é encontrado no

Parque Estadual do Morro do Diabo, na Reserva Estadual de Caetetus e na

Estação Ecológica do Mico Preto. A última lista desse tipo foi lançada

em 1998.

Animais ameaçados em São Paulo

DOMINGO12 • OUTUBRO • 2000000000008888888888888888888

No último dia 29, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o Acordo Ortográfi co da Língua Portuguesa, que mudará cerca de 0,5% das palavras escritas no Brasil. Entre as principais alterações está o fi m do trema e do acento circunfl exo em verbos com duplo “e” e “o” (lêem, por exemplo, será escrito leem), além da eliminação do acento agudo em pa-lavras como “idéia”. A pronúncia, contudo, permanecerá a mesma. Como comenta José Carlos de Azevedo, coordenador do livro “Escrevendo pela

Nova Ortografi a”, as mudanças estão relacionadas ao plano de consolidar uma unidade gráfi ca da língua nos países que falam o português. “Ela não tem

por objetivo simplifi car a ortografi a ou tornar a aprendizagem mais fácil, ainda que isso possa acontecer”, explica Azevedo. Pode parecer complicado no início, mas não é preciso se desesperar para saber de cor todas as novas regras ortográfi -cas. A mudança deve acontecer gradativamente, a partir de 1° de janeiro de 2009

até 2012. Veja as principais alterações:

ÚLTIMOS: Segundo a Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, há 436 espécies em perigo de extinção, como o mico-leão-preto e a onça parda

TRAPAÇA: Vendida por R$ 3,53, a casa, além de velha, estava cheia de multas a pagar

Novas regras para a escrita

Casa abandonada é vendida na internet

FOTO

S: A

E

APDefi nitivamente vende-se e compra-se de tudo pela internet. Na semana passada, a norte-ameri-

cana Joanne Smiths venceu o leilão de um casebre abandonado na cidade de Saginaw. O problema é que ela, que ofereceu lance de US$ 1,75 (R$ 3,53) terá de pagar US$ 850 (R$ 1.717) acumulados em multas e impostos pelo antigo dono do imóvel. Ou seja, a internauta que nunca quis se mudar

para o estado do Michigan e pensava em revender o que comprou, agora terá que sanar a situação fi nanceira da casa. A empresa responsável pela

venda não quis comentar o caso ao jornal local.

ARTE

:FEL

IPE

NAD

AES

Fonte: “Escrevendo pela nova ortografi a” – Publifolha; Houaiss.

Page 7: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

7DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008sete dias

FOLH

APRE

SS

você ouviu?

691170 milhõesDe cápsulas de remédios para emagrecer foram vendidos até julho deste ano em farmácias de manipulação, de acordo com a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (Anvisa). Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o maior consumidor desse tipo

de medicamento.

Atropelamentos fatais foram cometidos por ônibus em

2007, de acordo com relatório da Companhia de Engenharia

de Tráfego de São Paulo, o que equivale a 18% desse tipo de acidente. No ano passado, trafegaram nas ruas da cidade 5 milhões de carros, 648 mil

motos e 65 mil ônibus.

você viu?

“Eu achei que já tinha feito tudo que podia

com extraterrestres em ‘Contatos Imediatos (de Terceiro Grau)’ e ‘E.T“Steven Spielberg, diretor de cinema, a respeito da

inclusão de ETs em “Indiana Jones e O Reino

da Caveira de Cristal”

“Quero me casar e ter fi lhos. Sei que estou me contradizendo e anulando tudo o que disse até o momento, mas agora acredito

no matrimônio“Leonardo diCaprio, ator, em entrevista à revista americana “Parade”

“Não adianta forçar a volta da Jade (Barbosa)

e ela competir ‘meia-boca’. Por enquanto,

competir não é o que importa“

Ricardo Pereira, técnico da ginasta brasileira Jade Barbosa, atualmente

com lesões no punho e no pé, em entrevista ao site “Terra”

“Você tem dinheiro, mas não tem

boas maneiras“Paul McCartney, na canção

“Nothing Too Much Just Out Of Sight”, que,

segundo o jornal britânico “The Sun”, é uma crítica à ex-esposa dele, a modelo

Heather Mills

“Em Nova Iorque eu via sempre as mesmas pessoas, nos mesmos horários e ninguém

se cumprimentava. Achava muito estranho e contra os meus princípios“Mariana Weickert, modelo, sobre um dos

motivos que a fez voltar ao Brasil, em entrevista à revista “UMA”

NOBEL: Peixes fosforescentes são o símbolo da descoberta dos cientistas Osamu Shimomura, Martin Chalfi e e Roger Y. Tsien, que conquistaram o Prêmio Nobel de Química

2008 por descobrirem a proteína verde fl uorescente, usada para tornar visíveis processos da biomedicina antes desconhecidos, como a propagação de células cancerígenas

REU

TERS

AFP

AFP

Heather Mills

PAF

PA

PAAF

PAF

PAF

PFPAFP

AFPP

AFP

AFPFPPFPPPAFPPP

AFPPPP

AFPPPPPPPPPPFPAFPP

AFP

AFP

AFP

AFPP

AFPPPPPFPPPPAFPPFPFPAFP

AFPPPPPFPPAFPFPAFPFPAFP

AFP

AFPPPPFPFPPAFPFPPPPAFP

AFP

AFP

AFP

AFP

AFPP

AFPPPFPPPPAFAFFFFFFFFAFAFAFFFFFFFAFFFFFAFFFFAFFFAFFAFFFAFAFFFFFAFAFFFFFFFFAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

)-o, o

da ginastaatualmente no pé, em

erra”

AE

REU

TERS

FOLH

APRE

SS

m de

T“or a

o

man

Leoema

“Em Nopessoa

seestraMa

m

Page 8: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

8 DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008 CAPA

No Brasil, uma em cada mil crianças nasce com síndrome de Down.Com o apoio e o incentivo da família e maior expectativa de vida, portadores

têm uma rotina normal: estudam, trabalham, namoram e casamPor Andrea [email protected]

Antigamente não ha-via exames que an-tecipassem para a família que teria um

fi lho com síndrome de Down. Também não havia estudos que mostrassem o quanto essas pessoas podem se desen-volver. Assim, se o bebê nascia com a síndrome, em geral, o caso era relatado pelo médico como uma tragédia, e os pais tinham poucas fontes para se infor-mar sobre como agir com a criança.

Até a expectativa de vida de portadores da síndrome era tida como reduzida. Na dé-cada de 80, uma pessoa com

Down não vivia mais de 30 anos. Hoje, ela vive até os 70. “Com tratamento desde bebê, além da exigência da família em relação aos profi ssionais de saúde e de educação, foi possível não só prolongar a ex-pectativa como dar qualidade de vida a essas pessoas”, diz o médico Zan Mustacchi, autor

de livros sobre doenças congê-nitas e diretor do Centro de Estudos e Pes-quisas Clínicas de São Paulo (Cepec-SP).

Não se sabe ao certo o nú-

mero de portadores da síndro-me no Brasil, mas de acordo com o censo do IBGE de 2000, passam dos 300 mil. A ocor-rência é de, em média, um a cada mil nascimentos, aumen-tando a incidência com

No Brasil, uma em cada mil crianças nasce com síndrome de Down.Com o apoio e o incentivo da família e maior expectativa de vida, portadores

NA DÉCADA DE 80,

UMA PESSOA COM

DOWN NÃO VIVIA MAIS

DE 30 ANOS. HOJE, ELA

VIVE ATÉ OS 70

JUNTOS: Ariel Goldenberg e Rita de Cássia Niess Pokk, ambos de 28 anos, namoram desde a

adolescência e são casados há 5 anos

SONHO REALIZADO: Luciana Sergi estudou e conseguiu concretizar um sonho: ter carteira de

trabalho assinada. Agora, faz aulas de computação

JULI

ANA

SCH

ORC

K

LUM

I ZÚ

NIC

A

Page 9: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

9DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008capa

COLABORE COM A PESTALOZZI DE SÃO PAULO – BANCO BRADESCO AG. 2687-5 – CONTA 5839-4

Pestalozzi, um estímulo a maisHá 56 anos, a Socie-

dade Pestalozzi de São Paulo, entidade benefi -cente sem fi ns lucrativos, atende crianças e adultos com defi ciência intelectual. “Que-remos estimular essas pesso-as para dar independência a elas no futuro”, conta a mé-dica neuropediatra Ângela

Gonçalves, que trabalha há 17 anos na organização.

A entidade atende pessoas até 22 anos com o objetivo de amenizar o atraso no de-senvolvimento mental, físico e social. Lá, elas têm acesso à alfabetização, aulas de música e dança, além de atendimento médico e desenvolvimento fo-

noaudiológico e fi sioterapêuti-co, entre outras atividades.

A Sociedade Pestalozzi, que tem 148 unidades em todo o País, é mantida por parceiros, entre eles a Igreja Universal do Reino de Deus. Com tra-tamento de ponta para essas pessoas, já recebeu diversas premiações, como o “Bem Efi -

ciente”, em 1999 e 2004, que aponta as 50 entidades mais bem-administradas.

“Atendemos a todos os ti-pos de defi cientes intelectuais, e os de síndrome de Down representam cerca de 25% dos alunos. Até os 6 anos, as crianças vêm

duas vezes por semana para atendimento médico. Depois, começa a escola e, a partir dos 16 anos, os treinamos em capacitação profi ssional

para colocação no mercado de

trabalho”, conta a Ângela.

CURSOS: Crianças e jovens têm atividades que vão de

alfabetização e aulas de música a atendimento médico

o avanço da idade dos pais. Segundo a entidade francesa Fundação Jérôme Lejeune, um dos centros de estudos mais avançados do mundo sobre o tema, cerca de 400 mil pessoas nascem todos os anos com a síndrome na Europa.

A síndrome de Down foi descoberta, em 1866, pelo mé-dico inglês John Down. Ela é causada por um acidente genético durante a divisão celular, quando o feto está em formação.

Além da defi ciência intelec-tual, os portadores têm proble-mas fonoaudiológicos, de vi-são, os músculos mais fracos, e podem nascer com problemas cardíacos, entre outras doenças (veja quadro na pág. 10). A sín-drome de Down, porém, não é considerada doença pelos especialistas e, portanto, não

há como falar em cura. Há estudos que apontam

que é possível dimi-nuir os riscos de ter uma criança por-tadora se o casal ingerir cápsulas de

ácido fólico antes da gravidez e a mulher continuar durante os primeiros meses.

Também se discute avanços no que se refere à qualidade de vida dessas pessoas. E qualida-de de vida para portadores de Down signifi ca aproximar o máximo possível a rotina de-les à de uma pessoa que não tem a síndrome. Hoje, eles estudam, trabalham, fazem amigos, namoram e casam, como aconteceu com Ariel Goldenberg e Rita de Cás-sia Niess Pokk, ambos de 28 anos. Os dois, portadores da síndrome, foram estimuladas pelos pais a se desenvolve-rem física e intelectualmente, o que os ajudou a, hoje, viver como um casal normal (veja relato das mães na página 11).

Também estimulada des-de criança, Luciana Sergi, de 32 anos, namora, estuda e conseguiu realizar um so-nho: ter carteira de trabalho assinada. Ela trabalha como assistente em uma farmácia. “Agora treino no computador para trabalhar com o cadas-tro dos clientes”, diz. Ela foi

alfabetizada e faz aulas até hoje em uma das associações espe-cializadas em pessoas com a síndrome, a Associação para o Desenvolvimento Integral do Down (Adid), em São Paulo.

“Como qualquer outra criança, os portadores pre-cisam de estímulos psico-motores e culturais. Enquan-

to crianças sem a síndrome demoram 5 minutos para fazer uma tarefa, eles demoram 20, mas aprendem da mesma ma-neira. E a forma como vão se de-senvolver na vida depende des-ses estímulos”, explica Regiane Ferreira da Silva, coordenado-ra do programa de emprega-bilidade da Adid.

Estela Brick, de 42 anos, também conseguiu emprego e namorado através da asso-ciação. Trabalha como auxi-liar de escritório e, agora, os planos dela se voltam para a vida pessoal. “Estou noiva, vou casar”, comemora.

ALÉM DA DEFICIÊNCIA

INTELECTUAL, PORTADORES

DA SÍNDROME TÊM

PROBLEMAS DE VISÃO E

MÚSCULOS MAIS FRACOS

DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008

ENQUANTO CRIANÇAS

DEMORAM 5 MINUTOS

PARA FAZER UMA TAREFA,

ELES DEMORAM 20, MAS

APRENDEM IGUALMENTE

DINHEIRO PRÓPRIO: Luis Otávio Pereira e Nogueira de Almeida compra os ingredientes do café da manhã da família com o salário que ganha como mensageiro

MUITOS PLANOS: A auxiliar de escritório Estela Brick, de 42 anos, está noiva e se

prepara para o casamento

FOTO

S: L

UM

I ZÚ

NIC

A

DEM

ETRI

O K

OCH

Page 10: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

10 DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008 capa

A “doença da inteligência”Na contramão da maioria, fundação francesa

chama síndrome de Down de doença, acredita na cura e investe em estudos para encontrá-la

Criada há 12 anos, a Fun-dação Jérôme Lejeune, em Pa-ris, na França, é uma referência mundial quando se fala em sín-drome de Down e dedica-se in-tegralmente à pesquisa e apoio a portadores. Em geral, médicos não chamam a síndrome de doença, mas os da fundação francesa sim. Eles chamam de “doença da inteligência” e acre-ditam que, por ser uma enfer-midade, ela pode ter cura.

O nome da organização foi dado em homenagem ao médico e cientista Jérôme

Lejeune, que morreu em 1994, e que, em 1958, descobriu a origem genética da síndrome

de Down. A fundação fi nan-cia cerca de 50 programas de estudos sobre o tema em

todo o mundo, a um custo de quase 2 milhões de euros (R$ 6 milhões).

Na França, entre 50 mil e 60 mil pessoas têm a síndro-me, sendo que uma em 650 crianças nasce com o proble-ma. Na Europa, nascem cerca de 400 mil portadores de sín-drome de Down por ano. Na entrevista abaixo, Jean-Marie Lê Mené, fundador e presi-dente da fundação, aponta os caminhos para a melhora no quadro de quem nasceu com a síndrome.

ENTIDADE APONTA

CAMINHOS PARA

A MELHORA NO QUADRO

DE QUEM NASCE COM

A SÍNDROME

1 – Em geral, as pesso-as não chamam a síndro-me de Down de doença. É correto chamar assim?

Quando chamamos de doença é porque achamos que pode ter cura. Para doenças genéticas como a distrofi a muscular torna-se claro para os médicos e na mente das pessoas que são doenças. Por que seria diferente para a sín-drome de Down?

2 – Como é possível chegar à cura e quão per-to estamos dela?

Em pessoas com síndrome de Down há uma alteração genética no cromossomo (se-quência de DNA) 21. Em vez de ser copiado duas vezes, como acontece em alguém sem a doença, é copiado três vezes, como o professor fran-cês Jérôme Lejeune descobriu. Apenas alguns genes estão

realmente envolvidos na de-fi ciência intelectual. Difícil dizer o quanto estamos perto da cura, mas temos muitas pesquisas nesse sentido.

3 – O que pode ser curado?

O problema-chave da do-ença é a defi ciência intelec-tual, e isso é o que pode ser curado. As pessoas que sofrem de síndrome de Down, ge-ralmente têm, como conse-qüências, outros problemas: cardíacos, apnéia do sono, etc. Todas estas difi culdades podem ser tratadas com a medicina atual.

4 – Há alguma preven-ção contra a síndrome?

Hoje em dia, não temos nada para evitá-la. No en-tanto, algumas pesquisas têm sido feitas para impedir que a doença se desenvolva no feto.

CIÊNCIA: Segundo o presidente da fundação, Jean-Marie Lê Mené, algumas pesquisas têm sido realizadas

para impedir que a doença se desenvolva no feto

Raio-x da síndrome

DIV

ULG

AÇÃO

ARTE

: FEL

IPE

NAD

AES

Page 11: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

11DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008capa

“Investimos tempo e dedicação em Ariel”

“Alfabetizei minha fi lha em casa”

A artista plástica Corinne Gol-demberg só soube que teve uma criança especial no dia do nasci-mento. “Naquela época, não havia exames. O médico foi grosseiro, disse que meu filho era mongo-lóide, que eu não deveria investir nele, que ele não teria muito tem-po de vida. Isso tudo quando eu ainda estava sangrando do parto. Um horror”, relata. Ariel, o mais novo dos quatro filhos, nasceu temporão e, apesar da síndrome, era uma criança saudável.

O menino fez fi sioterapia des-de bebê. “Com 2 ou 3 meses ele foi fortalecendo o corpo e já sus-tentava a cabeça, depois come-çou a sentar, se comunicava como qualquer outra criança. Investi-mos tempo e dedicação nele”, conta a mãe.

Quando cresceu, Ariel estudou, fez teatro, já participou de um

filme e está na segunda gravação para o cinema, em uma produção que se chama “Colegas”. Hoje, ele trabalha como auxiliar em uma corretora de seguros.

Na adolescência, Ariel começou a namorar Rita. “No começo, achei que era namorico de crianças, de-pois, eles quiseram ficar noivos. Fizemos um bolo e eles trocaram alianças. Após 2 anos, eles falaram em casamento. Então, fiquei preo-cupada, mas depois de muita con-versa, chegamos à conclusão que deveríamos deixá-los tentar. Tanto casamento dá errado, vamos dar chance a eles”, lembra.

Ariel e Rita estão casados há 5 anos, se dão muito bem, e mo-ram com Corinne, que dividiu em dois o amplo apartamento em que vive, para que o casal tenha a pró-pria casa, mas com a segurança e supervisão da família.

Sem dinheiro e informação so-bre o que era síndrome de Down, a professora aposentada Muriel Elisa Távora Niess Pokk foi obri-gada a aprender tudo sozinha a fi m de desenvolver o máximo do potencial da fi lha, Rita. “Alugava livros na biblioteca. Alfabetizei minha fi lha em casa, aprendi a fa-zer fi sioterapia, exercícios físicos e de fonoaudiologia para ajudá-la”, conta. Ainda bebê, Rita não conse-guia mamar, o que fez Muriel re-tirar leite do peito e dar com um conta-gotas na boca da fi lha.

Durante o período escolar, a menina sempre estudou em esco-las regulares e, por isso, o precon-ceito das amiguinhas foi mais intenso. “Um dia cheguei e ela estava encolhida, cho-rando, pois as amigas a haviam chamado de lou-quinha. Aquilo quase me matou. Expliquei que não era nada disso, que ela ti-nha síndrome de Down. A partir de então, se alguém falasse algo, logo calava a boca, pois a própria Rita tomava a

iniciativa de explicar para a pessoa o que era a síndrome”, conta.

Separada do marido, Muriel contou com a ajuda do fi lho, 3 anos mais velho que Rita. “Ele ti-nha muita paciência com a irmã, ajudava em tudo. Um dia cheguei em casa e ele, ainda criança, estava fazendo fi sioterapia com ela, como eu fazia, sem que eu tivesse pedido. Foi emocionante”.

Todo o esforço valeu a pena. Hoje, a menina, já casada e com emprego, tem uma desenvol-tura ímpar para se comunicar e um senso de independência que

choca a própria mãe. “Quando ela ca-

sou, não quis morar em casa, pois disse que daí não pare-ceria que es-tava de fato casada”, diz, orgulhosa.

DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008

DESAFIO: Muriel lutou contra

preconceitos para ensinar a fi lha, Rita de Cássia,

a ser livre e independente

FOTO

S: JU

LIAN

A SC

HO

RCK

PERSISTÊNCIA: Corinne não se deixou abater

pelos prognósticos negativos sobre o fi lho

Page 12: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

12 DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008 GERALassunto

POLÊMICO

Lista coloca terras

destinadas à reforma

agrária entre as que mais agridem a natureza

Assentamento ou

Leticia M. de Oliveira(16 anos)

DESAP: 9/8/1995Iporã – PR. Rapto

por estranho

Luciano Santos de Souza( 13 anos)

DESAP:04/09/2008Zona oeste – RJ. Saiu de

casa e não retornou

Rafael De Souza Alves(16 anos)

DESAP: 7/9/2008Valença – RJ. Saiu de casa e não retornou

Wendel Sabino de Souza(13 Anos)

DESAP: 12/6/1998 Zona norte – RJ. Rapto

por estranho

Skarllate L. dos Santos(15 anos)

DESAP: 13/10/1997 Zona sul – RJ. Rapto

por estranho

Regimara da S. Lemos(17 anos)

DESAP: 16/5/2005Angra dos Reis – RJRapto por estranho

Ricardo de S. M. da Silva

( 13 anos)DESAP: 7/10/1999

Magé – RJ

FOTO

S: A

RQU

IVO

Mateus F. S. Breganha(13 anos)

DESAP: 11/9/1999RJ. Subtração de incapaz

S.O.S CRIANÇA DESAPARECIDA Se você tem informações sobre alguma criança desaparecida, entre em contato com o S.O.S. Criança Desaparecida: Rua Voluntários da Pátria, 120 – Botafogo – Rio de Janeiro. Tel.: (21) 2286-8337 - email: soscriancasdesaparecidas@fi a.rj.gov.br

Leandro S. Bastos(8 anos)

DESAP: 20/9/2008Zona norte – RJ. Saiu de

casa e não retornou

Lucas S. dos Passos(13 anos)

DESAP:11/9/2008Niterói – RJ. Saiu de casa e não retornou

FOLH

APRE

SS

Por Fernando [email protected]

As seis propriedades mais devastadas na região amazônica são do Instituto Nacional

de Reforma Agrária (Incra) no Mato Grosso, apontou a “Lista dos 100 maiores desmatadores de fl oresta do País”, divulgada pelo ministro do Meio Am-biente, Carlos Minc, no último dia 29. O Instituto ainda apare-ce nas 39° e 43° posições. No total, os assentamentos do In-cra teriam desmatado cerca de 229 mil hectares da Amazônia Legal – área que engloba nove estados entre as Regiões Nor-te, Nordeste e Centro-Oeste –, o que acarreta uma multa de cerca de R$ 260 milhões.

Segundo Guilherme Cassel, ministro do Desenvolvimento Agrário, no relatório há erros como coordenadas que apon-tam para uma área que não cor-responde a um assentamento. Ele também pontua que em ou-tras duas áreas as imagens que serviram de base para a denúncia são anteriores à criação dos as-sentamentos. “A lista tem uma série de irregula-ridades que mais confundem do que esclarecem”, afi rma.

Cassel reconhece que há desmatamento em alguns as-sentamentos, mas minimiza os danos. “É errado induzir à

idéia de que as áreas destina-das à reforma agrária são as principais responsáveis pelo desmatamento. O último dado do Instituto Nacional de Pes-quisas Espaciais (Inpe) aponta uma redução de 25% no desmatamento na Amazônia.

Nas áreas as-sentadas a que-da é de 51%”.

Um dia de-pois de anun-ciada a relação dos vilões do desmatamen-to, Minc voltou atrás. “Pode ter havido certa in-

justiça”, admitiu. O ministro do Meio Ambiente anunciou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) terá 20 dias

para avaliar os questionamen-tos do Incra sobre a lista.

Para Sérgio Leitão, diretor de políticas do Greenpeace, é inegável a relação entre assen-tamentos de reforma agrária e o desmatamento na Amazô-nia. “A região virou um quarto de despejo dos confl itos agrá-rios”, critica. De acordo com ele, a abertura de terrenos para a criação dos as-sentamentos e a atividade agro-pecuária desen-volvida neles não trazem bom custo-benefício dos pontos de vista econômico e ecológico.

Em nota, o Movimento

dos Sem-Terra (MST) afi rmou que a presença de “supostos assentamentos na lista é con-seqüência da política do Go-verno Federal, tanto na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como na do presidente Lula, de regula-

rizar a posse de áreas sem crité-rios adequados para infl ar os números da re-forma agrária”. O ministro Cassel negou a existência de "assenta-mentos fan-

tasmas", ou seja, inexistentes ou usados para outras fi nali-dades, como a extração ilegal de madeira.

MINISTRO DO

DESENVOLVIMENTO

AGRÁRIO CONTESTA OS

DADOS APRESENTADOS

PELO IBAMA

ÁREAS DO INCRA

TERIAM DESTRUÍDO

CERCA DE 229 MIL

HECTARES NA

AMAZÔNIA LEGAL

DEVASTAÇÃO: Área que sofreu queimada no assentamento de Cachimbo, no Mato Grosso

Page 13: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

13DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008geral

é umABSURDO!

Em Porto Alegre (RS), farmácia vendia remédio, sem receita médica,

supostamente capaz de burlar o bafômetro

Andrea [email protected]

Uma farmácia em Por-to Alegre foi notifi -cada pelo Conselho Regional de Farmá-

cia do Rio Grande do Sul (CRF-RS) por propaganda enganosa e falta de ética, por anunciar um remédio supostamente ca-paz de enganar o bafômetro e driblar as blitze policiais, mais freqüentes desde que a Lei Seca entrou em vigor, em 19 de ju-nho deste ano.

Segundo o presidente do CRF-RS, Juliano da Rocha, a de-núncia partiu do jornal “Zero Hora”. O Metadoxil, derivado da vitamina B6, foi criado para ajudar pessoas em tratamento contra o alcoolismo crônico e chegou há pouco tempo no Brasil. O medicamento, de tarja

vermelha, teria virado “moda” entre os jovens. Segundo blogs e fóruns de discussão na inter-net, o remédio engana o bafô-metro e corta o efeito do álcool uma hora depois de ingerido.

O caso deve ser julgado pe-los conselheiros do CRF-RS.

Rocha também vai encami-nhar uma notifi cação para a Vigilância Sanitária de Porto Alegre. Ele diz não ter conhe-cimento de que outros esta-belecimentos estejam ven-dendo o Metadoxil de forma

inapropriada. Porém, segundo o jornal “Correio Braziliense”, o mesmo medicamento esta-ria sendo vendido em Brasília sem receita médica. Em entre-vista ao diário, o professor da Universidade de Brasília (UnB) e gerente de risco sanitário do Hospital Universitário de Bra-sília Carlos César Schleicher disse que “o remédio só acelera mecanismos metabólicos da degradação do álcool, mas não é mágico. Achar que vai fi car sóbrio é ridículo”.

A Lei Seca, além de redu-zir os acidentes de trânsito por todo o País, também infl uen-ciou na queda dos índices de homicídios na cidade São Pau-lo, segundo pesquisa recente da Universidade de São Paulo (USP). O número de mortes por arma de fogo caiu de 85 (julho de 2007) para 60 este ano.

O MEDICAMENTO

FOI CRIADO

PARA AJUDAR NO

TRATAMENTO CONTRA O

ALCOOLISMO CRÔNICO

Falso drible na Lei Seca

AE

PUNIÇÃO: Estabelecimento na capital gaúcha foi autuado pelo Conselho Regional de Farmácia por propaganda enganosa e falta de ética

Page 14: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

14 DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008 BRASIL EM XEQUE

Por Andrea [email protected]

“Sou saudável, não fumo, não bebo. Disponi-bilidade para

viagens. Metade do pagamen-to antes da cirurgia”. Parece até coisa de fi lme, mas a internet está cheia de anúncios como esse, em que pessoas oferecem partes do corpo a quem preci-sa de transplante. Há até quem aceite trocas, como mostra o anúncio que virou título des-sa reportagem.

Um rim varia de R$ 30 mil a R$ 300 mil. Um pedaço do fí-gado pode chegar a R$ 50 mil. “Há oferta porque há procura” diz Volnei Garrafa, coordena-dor da Cátedra de Bioética da União das Nações Unidas para a Educação (Unesco) da Uni-versidade de Brasília. “Quem compra é alguém com dinheiro. Quem vende é alguém vulnerá-vel. A lei brasileira, ao invés de proteger o mais frágil, vulnera-biliza ainda mais, dando a ele a possibilidade de mutilar o próprio corpo para pagar a hi-poteca da casa ou a internação

12 • OUTUBRO • 2008

de um fi lho”, indigna-se. Gar-rafa se refere à lei 10.211, que permitiu a doação entre não parentes para tentar diminuir a demorada fi la de doação de órgãos no País, hoje com mais de 71 mil pessoas.

As justifi cativas são sempre calcadas em urgências fi nan-ceiras ou uma “boa causa”. João*, militar de 36 anos, diz nunca ter pensado em uma coisa dessas até o fi lho so-frer um acidente. “Para salvar meu fi lho faço o que for pre-ciso”, disse à Folha Universal.

Na outra ponta dessa

KEYS

TON

EAR

TE: F

ELIP

E N

ADAE

S

BLOG: Diários eletrônicos agora abrigam pedidos como o acima, em que a falta de dinheiro aparece como justifi cativa

REPR

OD

ÃO

Page 15: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

15DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008brasil em xeque

Como doarou receber

� Em caso de morte, uma autorização por escrito deve ser feita por um parente próximo e entregue no hospital onde a pessoa morreu ou ao médico legista. Outras infor-mações no telefone 0800 61 1997.

� O paciente diagnosticado com necessidade de transplan-te deve ser inscrito pelo médico na lista de espera e rece-ber um comprovante de inscrição, bem como os critérios de distribuição do órgão ou tecido ao qual se relaciona como possível receptor.

� Deve receber também uma senha e o endereço na internet para acompanhar a posição na fi la sempre que quiser.

� Esse procedimento é gratuito. Ninguém deve cobrar para passar você na frente da fi la. Se isso acontecer, denuncie.

� Outras informações nos sites da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) – www.abto.org.br e da Adote – www.adote.org.br .

ções se concretizam”. Volnei Garrafa concorda: “o Brasil tem muitos jovens morren-do. Não faltam órgãos. O que falta é um sistema adequado de captação. Não há equipa-

mentos para diagnosticar cor-retamente a morte encefálica, muitos órgãos se perdem, há poucos doadores e, principal-mente, uma desconfi ança no sistema de saúde”.

Jogo de empurraO artigo 15 da lei 9.434

determina pena de 3 a 8 anos e multa para quem comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano. E a mesma pena para quem promove, intermedia, faci-lita ou leva qualquer vanta-gem com a transação. Em-bora algumas quadrilhas tenham sido desmontadas no País, nunca houve maior preocupação por parte das autoridades em relação ao comércio na internet.

Paulo Quintiliano, chefe da perícia de informática da Polí-cia Federal, diz que a venda de órgãos é um crime previsto por lei específi ca e que a internet é apenas um veículo para come-tê-lo, por isso não se enquadra

polêmica estão pessoas como Maria*. Há 10 anos, ela des-cobriu que os rins não funcio-navam direito e precisaria de transplante urgente. “Eu estava grávida na época, e os médicos disseram que não sobreviverí-amos”, conta. Sobreviveram. Mas desde então ela é escrava da hemodiálise, não pode tra-balhar e não sabe em que lugar da fi la está. “Já vi muita gente morrer na fi la. Mas apenas os pobres morrem. Rico não fi ca na fi la”, acredita. Ela acompa-nha os anúncios da internet e está disposta a negociar. “Mas

só posso pagar até R$ 20 mil e eles querem R$ 300 mil”, la-menta. Mesmo que Maria con-siga acertar o preço, o negócio ainda é cercado de riscos médi-cos e burocráticos. Se algo der errado, é certo que ela não terá o dinheiro de volta.

“O transplante entre vivos é muito arriscado. As chances do doador desenvolver insufi -ciência renal depois é grande e há risco de morte na extra-ção”, diz Francisco de Assis, fundador da organização não-governamental Adote, que promove a doação de órgãos no Brasil. Ele acredita que o problema da fi la é encontrar doadores. “Há cerca de 12 mil possíveis doadores por ano no Brasil, mas de cada 100, apenas dez ou 12 doa-

como crime eletrônico. A as-sessoria do Ministério Público Federal diz que “não há crime federal porque se trata de ne-gociação entre particulares, sem interesse da União”.

Para aumentar o núme-ro de doações e diminuir o tempo de fi la, o Ministé-rio da Saúde lançou, dia 25 de setembro, um pacote de medidas que inclui o reajus-te dos valores pagos às equi-pes de transplantes dos hos-pitais, bonifi cação de 100% para os transplantes efetu-ados, criação de Organiza-ções de Procura de Órgãos (OPOs) e implantação de software para administrar as listas nacional e regionais. O atual orçamento para área de transplantes é de cerca de R$ 500 milhões por ano.* O nome foi trocado a pedido do entrevistado

NÃO FALTAM

ÓRGÃOS. O QUE

FALTA É UM

SISTEMA ADEQUADO

DE CAPTAÇÃO

FOLH

APRE

SS

QUEM COMPRA É

ALGUÉM COM DINHEIRO.

QUEM VENDE É ALGUÉM

VULNERÁVEL. A LEI

PENALIZA O MAIS FRACO

PERIGO: Mesmo que a transação seja concluída, os riscos para quem

doa e quem recebe são muitos

VENDE-SE: Entre anúncios de imóveis e produtos de beleza, pessoa tenta vender o rim

FOTO

S: R

EPRO

DU

ÇÃO

Page 16: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

16 DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008 brasil em xeque

SE NA ALDEIA NÓS,

INDÍGENAS, TÍNHAMOS

DIREITOS, POR QUE NÃO

TEMOS MAIS

NA CIDADE?

Por Gisele [email protected]

Depois de 1516 anos da chegada dos eu-ropeus no continen-te americano, em 12

de outubro de 1492, os povos indígenas ainda sofrem com o descaso. Segundo dados do Banco Mundial, de 2007, 80% dos índios latino-americanos vivem na extrema pobreza. No Brasil, a precariedade nas aldeias empurra os indígenas para áreas urbanas – 441 mil dos 551 mil índios vivem em cidades e apenas 231 mil têm ocupação, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2007.

Para o coordenador do Projeto Índios na Cidade, Marcos Julio Aguiar, faltam políticas públicas para esse grupo. Segundo ele, as difi -culdades para obter a identi-dade indígena, emitida pela Fundação Nacional do Índio (Funai), agravam o proble-ma, pois, sem ela, os índios não podem se benefi ciar dos

serviços públicos destinados a eles, como o atendimento de saúde da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

“Eles (a Funai) diziam que sain-do da aldeia a gente não tinha mais direito a nada. Como se tivéssemos deixado nos-sa identi-dade para trás”, lem-bra Re-jane Sil-va, de 35

anos, índia nascida em Ta-caratu (PE), onde fi ca a al-deia dos pankararu, e mo-radora de São Paulo desde

os 14. “Se na aldeia a gente tinha direitos,

por que não temos mais na cidade? A cidade cresce em torno da aldeia. As melhores ter-ras são invadi-das. O indígena

é obrigado a sair para so-

breviver”, diz Reja-ne, que até o fi m

do ano fará parte do restri-to grupo de índios formados em Direito no País.

Para a Funai, “índios urba-nos” são uma questão recen-te que ainda precisa ser ab-sorvida. “O atual presidente da Funai, Márcio Meira, foi o

primeiro a reconhecer publi-camente que os índios fora das aldeias não deixam de ser índios. É um grande avan-ço. Agora, é preciso que eles usem o poder de voto para eleger pessoas que lutem por eles”, declarou a assessoria de imprensa da Fundação.

Entre os mais de 60 mil pankararus na Grande São Paulo, cerca de 700 mo-ram na precária favela do Real Parque. Devido à

organização da comunida-de, estão entre os que con-seguem com mais facilidade o acesso à identidade indí-gena. Dimas Nascimento, presidente da organização não-governamental (ONG) criada ali para defender a etnia, lembra que o precon-ceito atrapalha para conse-guir emprego. “O índio só se apresenta como tal de-pois dos 3 meses de experi-ência”, relata.

Nas cidades, além de en-frentar precariedade dos servi-ços oferecidos à polulação, os índios têm as particularidades de cada cultura ignoradas. “A mulher guarani usa a placen-ta para um ritual pós-parto. Como os hospitais não têm conhecimento disso, ela prefe-re ter o bebê em casa, às vezes sem segurança”, conta Aguiar. Ele também aponta proble-mas na educação. “O que es-colas ensinam sobre a cultura indígena? Praticamente nada. Um povo que não tem histó-ria não tem como lutar por di-reitos”, conclui.

12 • OUTUBRO • 2008

“Eles (a Funai) diziam que sain-do da aldeia a gente não tinhamais direito a nada. Como se tivéssemosdeixado nos-sa identi-dade para trás”, lem-bra Re-jane Sil-va, de 35

os 14. “Se na aldeiaa gente tinha direitos,

por que não temosmais na cidade? Acidade cresce emtorno da aldeia.As melhores ter-ras são invadi-das. O indígena

é obrigado asair para so-

breviver”,diz Reja-ne, queaté o fi m

CONQUISTA: A índia pankararu Rejane Silva se forma

em Direito no fi m do ano

A maioria dos índios brasileiros vive longe das

aldeias. Na cidade, eles

sofrem com a pobreza e acabam deslocados e sem identidade, com

a perda das tradições

Fora daFora daD

EMET

RIO

KO

CH

LUM

I ZÚ

NIC

A

DIFICULDADES: Dimas Nascimento, presidente de uma ONG em prol dos

direitos dos índios em São Paulo, diz que indígenas ainda sofrem com o preconceito

Page 17: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

17DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008brasil em xeque

Acidentes, demora e problemas técnicos viram rotina em Ilhabela, no litoral paulista

De um lado, acidentes, gente caindo no mar, balsas desgovernadas e suspeitas de que

funcionários são orientados a es-conder falhas técnicas. Do outro, fi las, ações da Fundação de Pro-teção e Defesa do Consumidor (Procon) e autuações da Mari-nha. A situação para quem de-pende de balsas de São Sebastião a Ilhabela, no li-toral norte de São Paulo, está difícil.

Um ano de-pois de a Interna-cional Marítima assumir a conces-são, a qualidade do serviço segue recebendo críticas. Pior, a Folha Universal teve acesso a docu-mento em que ex-funcionários relatam que problemas técnicos são constantes e há risco para os passageiros. Recentemente, hou-ve acidentes graves. Em agosto, levada pelo vento, uma das bal-sas atingiu e afundou três navios em São Sebastião. Em setembro, duas pessoas caíram na água.

FOTO

S: A

E

Travessia de risco

O coordenador da Internacional Marí-tima, Valdecir Ribeiro, citado na denúncia feita à Artesp, nega que a empresa esteja orientando funcionários a esconder proble-mas técnicos das autoridades. “É um fato improcedente de um comandante que foi mandado embora por insubordinação. Ele chamou a fi scalização, deveria ter chama-do nossa manutenção”, afi rmou. “Não tem como esconder nada das pessoas viajando. Elas perceberiam”, completa. O responsável pelas balsas de Ilhabela nega que haja riscos, mas admite que as condições das cinco bal-sas utilizadas no sistema estão longe de ser

adequadas. “Existem defi ciências e temos tido problemas com o vento forte no meio do canal. Mas todas as balsas estão passan-do por reforma. Reforçamos nossa equipe de manutenção e compramos 12 motores”, afi rmou frente às denúncias.

Pelo contrato de concessão fi rmado pelo Governo do Estado, a Internacional Marítima recebe R$ 37 milhões por ano, além da bilhe-teria, para manter as 31 balsas de São Paulo operando. Além disso, recentemente, a De-senvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) anun-ciou que gastaria R$ 14 milhões para reparos das balsas operadas pela empresa.

IMPROVISO: Pedestres e passageiros fi cam entre os carros durante a travessia. Em setembro, duas pessoas caíram na água

FILA LUCRATIVA: Por dia, passam 3.187 carros, 897 bicicletas e 4.697 pedestres. A travessia custa por carro R$ 11,60 nos dias úteis e R$ 17,40 no fi m de semana

EMPRESA NEGA IRREGULARIDADES

Há ainda relatos de um incên-dio durante uma das viagens.

“Os marinheiros são obriga-dos a trabalhar sob a pressão de acobertar problemas dos órgãos fi scalizadores”, diz trecho da de-núncia entregue à Agência Re-guladora de Transportes de São Paulo (Artesp). Os autores da denúncia foram demitidos em agosto, quando uma das cinco

balsas usadas na travessia travou no mar. O capitão Pessoa Monteiro, militar responsá-vel pela fi scaliza-ção, estava a bordo e foi alertado. Au-tor de mais de 20

autuações contra a empresa em 2008, o militar determinou que a balsa fosse recolhida para re-paros, fato que irritou a direção.

Os problemas não se limitam a falhas técnicas. Recentemente, o diretor do Procon, Christian Abendroth tentou, sem sucesso, que a Justiça determinasse mul-ta de R$ 100 por carro a mais de uma hora na fi la. (D.S.)

EX-FUNCIONÁRIO

DENUNCIA QUE

ERA OBRIGADO A

ESCONDER FALHAS

TÉCNICAS DE FISCAIS

Page 18: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

18 DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008 reportagem especial

Morte no mar

Por Daniel [email protected]

Um homem chega exausto na praia em Shihra, na costa do Iêmen (Oriente Médio). Pede ajuda. Quase desmaia

na areia. É preciso socorrer as 71 pesso-as que fi caram no barco. Os momen-tos seguintes são de terror e expectati-va. Além dele, outros dois pularam na água em busca de ajuda. Dos três, um desapareceu no mar.

A morte é rotina no Golfo de Adem, porta de entrada do Mar Ver-melho e principal rota de fuga para os africanos que tentam escapar da miséria e da fome em uma região destruída por guerras civis, rumo ao Oriente Médio. Contrabandistas rea-

lizam a travessia de maneira arrisca-da e precária.

O mar é agitado. Os barqui-nhos, superlotados, enfrentam as ondas altas com difi culdade; os

acidentes são comuns. De acordo com a Organização das Nações Uni-das (ONU), o número de mortes não pára de subir.

Na última viagem noticiada, no fi nal de setembro, mais de 50 fi ca-

ram no mar. Não fosse o esforço dos dois que chegaram à praia nadando, a tragédia poderia ser ainda pior. O grupo embarcou em Marera, na So-mália (África). No meio do caminho, o motor do barco quebrou. Os con-trabandistas que cobraram valores equivalentes entre R$ 133 e R$ 190

pela viagem fugiram com a desculpa de buscar baterias novas. Não volta-ram. Ao todo, 124 pessoas, incluindo crianças de 2 anos, fi caram à deriva, 18 dias sem água e sem comida. Os que morreram durante o percurso, foram jogados no mar.

Dos 71 resgatados, dez tiveram que ser internados. Destes, quatro não resistiram. As vítimas entraram na sombria estatística ofi cial da ONU, que indica que, em 2008, mais de 500 pessoas morreram ou desapareceram tentando fugir pelo mar. Trata-se de uma estimativa. Em meio a rotas ar-riscadas dos contrabandistas, é im-

possível precisar o ta-manho do desastre.

As vítimas deste verdadeiro genocídio são somalianos e etí-opes pobres e deses-perados com a falta de perspectiva na área conhecida como Chi-fre da África. Cruzar o

Golfo de Adem é apenas a primeira etapa de uma jornada rumo a países mais ricos no Oriente Médio. Muitos ainda se arriscam ao norte no deserto.

No mar, além dos perigos da traves-sia improvisada, os viajantes ainda en-frentam a crueldade dos trafi cantes de gente. Semanas antes da falha de mo-tor que deixou 50 mortos, uma viagem semelhante terminou com 26 corpos boiando e um número incerto de desa-parecidos. Tudo por conta de um bote que não apareceu.

Ao se aproximarem da costa, os con-trabandistas esperavam encontrar um comparsa para transportar os passagei-ros até a praia. Temendo que as auto-

Dispara número de somalianos e etíopes que perdem a vida fugindo da miséria na travessia do Golfo de Adem, rumo ao Oriente Médio

REU

TERS

escaae ddregiigueerao Conn

lizz

acccooddnn

fi nramm

MISÉRIA: Famílias inteiras tentam

escapar da região conhecida como Chifre da África

APÓS FALHA NO MOTOR DE

BARCO, CONTRABANDISTAS

ABANDORAM 124 PESSOAS.

GRUPO FICOU À DERIVA, 18

DIAS SEM ÁGUA E COMIDA

1.4001.400MORRERAM EM 2007

500500MORRERAM EM 2008

3131MIL FUGIRAM EM 2008

FOTO

S: A

FP

SOCORRO: Em junho, marinheiros norte-americanos ajudaram cerca de

70 refugiados perdidos no mar

ROTINA: Em setembro, mais de 50 pessoas morreram de uma só vez ao

serem abandonadas durante a viagem

Page 19: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

19DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008reportagem especial

Drama já dura décadas

NÚMERO DE VIAGENS

QUADRUPLICOU EM

AGOSTO, SEGUNDO A

ONU. ACIDENTES TAMBÉM

AUMENTARAM

ridades locais se aproximassem, exigiram que cerca de 120 pes-soas pulassem e nadassem para a costa. Só 74 conseguiram.

Os que se recusaram a sal-tar receberam tapas, socos e foram empurrados. Armados, os contrabandistas chegaram a

matar alguns que resistiram, segundo testemunhas.

Confl itos com a ma-rinha do Iêmen são

comuns. Em agos-to, 12 morreram em tiroteio com uma patrulha. Oito pularam para escapar dos disparos. Morre-

ram afogados. Ainda de acor-

do com a ONU, até setembro, 31.192

fugiram para o Iêmen, sendo 21.201 somalianos e 9.854 etí-opes. O fato de o clima ter sido mais ameno em agosto e as

águas terem fi cado mais tran-qüilas é um dos fatores aponta-dos para o número de viagens ter quadruplicado.

PiratariaEm um mar sem lei, além

de contrabandistas de gente, há espaço também para outros criminosos. A região do Golfo

de Adem tem sido apontada por associações navais como uma das mais perigosas do planeta devido à presença de piratas modernos. Seqüestros e roubos são freqüentes. Recen-temente, bandidos capturaram um navio ucraniano carregado com 33 tanques russos que se-guia para o Quênia.

O contexto político torna a situação ainda mais crítica. A Somália vive instabilidade ex-trema. É um país desgovernado e dividido, com intervenções constantes e desastradas de outros países. De acordo com relatório de 2007 da Anistia Internacional, as incursões mi-litares dos Estados Unidos na região “sofreram falta de coor-denação e coerência e falharam na proteção de vida de civis”.

O drama de somalianos tentando atravessar o Golfo de Adem para so-breviver não é novo. Há décadas, as mortes no mar são uma constante na região. Em 1992, a chegada de um barco com 3 mil somalianos famintos no Iêmen causou comoção mundial. Os viajantes fugiam do aumento da violência provocado pela guerra ci-vil. Desde 1978, diferentes grupos

brigam pelo poder em violentos com-bates. Os refugiados viajaram sem água, comida ou condições adequa-das e passaram dias no mar até serem atendidos. Atualmente, a ONU coor-dena os campos de refugiados no Iêmen e ajuda a minimizar a tragédia. Este ano, mais de 31 mil pessoas fugi-ram do Chifre da África em busca de abrigo no país vizinho.

FOTO

S: A

FP

REPR

OD

ÃO

“Ano após ano, dezenas de milhares de soma-

lianos e etíopes desesperados arriscam a vida cru-

zando o Golfo de Adem em busca de segurança

e uma vida melhor. Muitos morrem de maneira

atroz, apunhalados, surrados, jogados ao mar, co-

midos por tubarões, afogados ou afi xiados (...) na

perigosa rota entre Puntland, na Somália, e praias

do Iêmen. Mas os números continuam subindo”

Comissão de Refugiados da ONU

NA HISTÓRIA: Imagem de barco com mais de 3 mil

somalianos famintos pedindo ajuda fi cou

famosa em 1992

ARTE

: FEL

IPE

NAD

AES

SOBR

E FO

TOS

AFP

INTERCEPTADOS: Barco de transporte clandestino é fl agrado por uma patrulha

internacional

Page 20: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

20 seu corpoDOMINGO12 • OUTUBRO • 2008

Natália [email protected]

Apontado pela Or-ganização Mundial de Saúde (OMS) como a principal

causa de cegueira no mun-do, o glaucoma é uma doen-ça que atinge 65 milhões de pessoas e tem como caracte-rística o aumento da pressão intra-ocular, provocado ge-ralmente em razão de blo-queio de fl ui-do no interior do olho. Caso o problema não seja tra-tado a tempo, pode provocar danos sérios – inclusive a perda gradual e irreversível da visão.

“A maior preocupação que temos é que esse proble-ma, na maioria das vezes, não apresenta sintomas. As pes-soas acabam não procuran-do ajuda médica e podem até

fi car cegas por isso”, diz Pau-lo Augusto de Arruda Melo, professor de oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Felizmente, esse não foi o caso de Elisabethe Scruchi, de 56 anos. Em uma consulta de rotina, ela descobriu que tem pressão alta nos olhos, o que aumenta muito as chances de se desenvolver a doença. De-

pois de 2 anos de visitas pe-riódicas ao of-talmologista e colírios especí-fi cos, a pressão foi controlada. “Não tive ne-nhuma seqüela e não desenvol-

vi a doença porque descobri o problema precocemente. Hoje, participo de reuniões na Associação Brasileira dos Por-tadores de Glaucoma (Abrag) e visito regularmente meu of-talmologista”, conta.

O caso de Elizabethe é mais simples do que o de Deli

KEYS

TON

EAR

TE S

OBR

E FO

TO S

XC

Olhosersal.com.br

l

fi car cegas por isso”, diz Pau-lo Augusto de Arruda Melo, professor de oftalmologia da

d d d l d

sobsobDiagnóstico precoce do glaucoma, doença

que mais provoca cegueira no mundo, pode evitar a perda de visão

PROBLEMA ATINGE

65 MILHÕES NO MUNDO E

SE CARACTERIZA

PELO AUMENTO DA

PRESSÃO INTRA-OCULAR

de Souza Pereira, de 74 anos, que não teve tanta sorte. Mes-mo fazendo exames periódi-cos, ela nunca foi diagnosti-ca como sendo portadora de glaucoma. Até que um dia, ao perceber a visão emba-çada, procurou ajuda e rece-beu o diagnóstico da doença. Como demorou 10 anos para fazer a operação – mistura de difi culdades fi nanceiras com o medo da cirurgia –, Deli fi cou com algumas seqüe-las. “Quase perdi a visão. Se soubesse que a operação era tão simples, teria feito muito antes de chegar ao ponto em que cheguei”, reconhece.

pressãopressão

EXAME: Como muitas vezes não aparecem sintomas, visitas ao

oftalmologista devem ser regulares

ARTE

SO

BRE

FOTO

SXC

nos,Mes-ódi-sti-dde

dia,ba-

ece-nça.a.aarade

ommDeelliüüe-Se

erauitoem

Page 21: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

21DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008descobertas da medicina

As pessoas que sofrem de enxaqueca podem formar mais coágulos sangüíneos respon-

sáveis por enfartes e derrames do que as que não enfrentam a conhecida dor de cabeça, fre-qüentemente acompanhada de perturbações visuais, enjôos e vômito. Esse é o resultado de es-tudo publicado na revista nor-te-americana “Neurology”, de setembro, e realizado por uni-versidades de medicina como a de Innsbruck, na Áustria. A partir da análise de exames de ultra-som de 574 pacientes du-rante 15 anos, verifi cou-se que

18,9% das pessoas com en-xaqueca tinham mais chance de tromboembolismo venoso (formação de coágulos em veias).

Outra pesquisa, da Escola de Saúde Pública da Universi-dade de Harvard, nos Estados

Unidos, divulgada em 2006, concluiu que cerca de 10% das mulheres com dor de cabeça crônica e que sentiam vertigem tinham mais riscos de proble-mas cardíacos. Em abril deste ano, a mesma escola alertou que mulheres com enxaqueca semanal correm mais riscos de derrame do que as com crises menos freqüentes, mais pro-pensas a enfartes.

“As chances de acidente vas-cular cerebral (AVC) na juven-tude são ainda maiores em caso de pessoas que sofrem de enxa-queca e fumam, utilizam pílula anticoncepcional ou são obesas.

Como não é possível se curar da doença, a reco-mendação é abandonar o tabaco, evitar o uso de pílulas e controlar a pressão alta e a dia-bete”, acrescenta An-tonio Cezar Galvão, neurologista do Hos-pital das Clínicas, de São Paulo. A enxaqueca é mais comum entre mu-lheres de 20 a 50 anos e, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaléia, atinge cerca de 30 milhões de pessoas no País. (G.B.)

Quem sofre de enxaqueca e dor de cabeça crônica tem mais chances de complicações cardiovasculares

12 • OUTUBRO • 2008

Como não é possível securar da doença, a reco-mendação é abandonar o tabaco, evitar o uso de pílulas e controlar a pressão alta e a dia-bete”, acrescenta An-tonio Cezar Galvão, neurologista do Hos-pital das Clínicas, de São Paulo. A enxaqueca é mais comum entre mu-lheres de 20 a 50 anos e,segundo a Sociedade Brasileira de Cefaléia,atinge cerca de 30 milhões de pessoasno País (G.B.)

AS CHANCES DE UM AVC

NA JUVENTUDE SÃO AINDA

MAIORES EM CASO DE

PESSOAS QUE SOFREM DE

ENXAQUECA E FUMAM PROBLEMA FREQÜENTE: Mulheres são

as maiores vítimas

KEYS

TON

E

de enfarte e derrame

pressão

Page 22: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

22 DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008 olhar feminino

CULINÁRIA – EDU GUEDES

PETIT GATEAU

• 8 claras em neve• 8 gemas• 1 xícara (chá) de manteiga• 1 xícara (chá) de açúcar

• 1 xícara (chá) de farinha de trigo

• 600g de chocolate meio amargo

MODO DE PREPARO:Bata as claras em neve e reserve. Misture à mão as ge-

mas, a manteiga o açúcar e a farinha. Derreta o chocolate em banho-maria. Por fi m, coloque as claras em neve. Despe-je em formas individuais e coloque em forno pré-aquecido a 180º C por aproximadamente 7 minutos. O ponto certo é assa-do por fora, formando um creme no centro. Sirva, ainda quente, acompanhado de sorvete.

Fonte: Programa Hoje Em Dia / Chef: Eduardo Guedes

DEM

ETRI

O K

OC

H

O branco será a cor do verão. Apostar no visu-al mais claro é tarefa fácil, porém exige alguns cuidados. “Quem tem o qua-dril muito largo, não deve usar calça

branca, já que essa cor aumenta as proporções do corpo, o que pode ser um problema. É me-lhor apostar em blusas brancas nesse caso”, diz o professor de moda da Faculdade Santa Marcelina, Marcio Banfi .

A recomendação é combinar peças brancas com outras estampadas e bem coloridas ou com acessórios de cores fortes. Se você tem medo de arriscar, a dica é apostar na composição com roupas pretas ou básicas, como jeans. “O melhor é saber o seu estilo. Se você se sente bem combinando o branco com estampas grandes ou listradas, use sem medo, mas se você acha que não é a sua cara, o visual pode ser desastroso”, aconselha Banfi . (N.M.)

DIVERSIDADE: O visual mais claro podeser montado com todas as peças do

guarda-roupa. Quem tem quadril largo, porém, deve evitar usar calças brancas

Roupas brancas estarão em alta no verão. A dica é combiná-las com

peças estampadas e coloridas

REU

TERS

FOLH

APRE

SS

porém exigeem o qua-usar calça oporçõesa. É me-e caso”, e Santa

çasm es r,

m s. ê oeé”,

AE

INGREDIENTES:

Page 23: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008 23antena

Por Guilherme [email protected]

Neste fi nal de sema-na estreou o fi lme “As Duas Faces da Lei”, estrelado por

Al Pacino e Robert De Niro como detetives próximos da aposentadoria. Os dois já haviam atuado juntos em “O Poderoso Chefão II” (1974) e “Fogo Contra Fogo” (1995). Casos em que a sin-tonia entre os envol-vidos com o fi l-me ganha

Jornal elege os melhores parceiros

da história do cinema

FOTO

S: D

IVU

LGAÇ

ÃO

FAROESTE: Gênero consagrou Robert Redford (à esq.) e Paul Newman, que atuaram juntos em

“Butch Cassidy”

DUAS FACES: Robert De Niro (à esq.) e Al Pacino estrelam

novo fi lme. Richard Gere e Julia Roberts fi zeram sucesso como

o casal de “Uma Linda Mulher”

tonia entre os envol-vidos com o fi l-me ganha

destaque levaram o jornal britânico “Times” a selecio-nar as duplas mais famosas do cinema.

Paul Newman, que morreu em 26 de setem-bro, aparece na quar-ta colocação, ao lado de Robert Redford, com quem atuou em “Butch Cassidy” (1969) e “Golpe de Mestre” (1973). Em primeiro lugar fi caram Spencer Tracy e Ka-tharine Hepburn, que juntos estrelaram fi lmes como “Adi-

vinhe Quem Vem Para o Jantar?” (1967). Os

dois se apaixo-naram durante as gravações e fi -

caram juntos por 25 anos.

Humphrey Bo-gart e Lauren Bacall,

que aparecem

na sétima posição, também se conheceram nos bastidores de um dos quatro fi lmes que fi zeram juntos – “Ter ou Não Ter” (1944). Eles se casaram em 1945 e fi caram juntos até a morte do ator. Julia Roberts e Richard Gere formaram, em “Uma Linda Mulher” (1990), um dos mais adorados casais do cinema. Os comediantes Jerry Lewis e Dean Martin fi ze-ram mais sucesso nos 17 fi lmes em que atuaram juntos do que nos que aparecem sozinhos.

“Como em todos os rela-cionamentos, a compreensão mútua é a chave. Também há a tal ‘química’, que envolve mais que uma simples obriga-ção profi ssional”, garante Jor-ge Saldanha, editor do site de cinema Score Track Network.

Saldanha destaca a dupla formada atrás das câmeras pelo diretor Alfred Hitchcock e o compositor Bernard Herr-mann, que rendeu dezenas de fi lmes, como “Psicose” (1960). Já o diretor John Ford não dispensava John Wayne em faroestes como “Rastros de Ódio” (1956). Eles fi ca-ram em segundo lugar na se-leção do “Times”.

Page 24: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

De 12 a 18 de outubro de 2008 – Nº 862antena

ILU

STRA

ÇÃO

EDER

SAN

TOS

FOTO

S: A

P E R

EPRO

DU

ÇÃO

Bebidas, drogas, agressão. A cadeia. Quando saem da linha, celebridades revelam, nas delegacias, um lado nada fotogênico

Por Guilherme [email protected]

As celebridades têm posado com assi-duidade para os fotógrafos que não são os paparazzi de plantão, mas sim os fotógrafos da polícia, na hora em

que são fi chados. Daí não adianta xingar nem fazer gestos obscenos. E o pior é que a polícia norte-americana tem o costume de divulgar as fotos dos astros na delegacia, descabelados e com caras assustadas. Só em setembro deste ano, foram presos a atriz Heather Locklear, do seriado “Melrose”, por dirigir bêbada; e o cantor George Michael, fl agrado com drogas. Ele já tinha sido detido por atentado ao pudor e uso de drogas.

Dirigir sob efeito do álcool é o motivo que mais leva os astros às delegacias. Os atores Nick Nolte, Mel Gibson e a atriz Lindsay Lohan que o digam. “Ao invés de usarem a fama para dar exemplo, alguns famosos acham que podem fa-zer a mais do que os outros e acabam bebendo,

se drogando e indo para as ruas atrás de coisas absurdas. E tomam um susto ao descobrirem que possuem todas as limitações da lei como qualquer outro”, avalia Leão Lobo, jornalista es-pecializado em celebridades.

Astros do esporte também dão maus exem-plos. O ex-jogador de futebol americano O.J. Simpson foi inocentado de assassinato em 1995, mas acaba de ser condenado por seqüestro, conspiração, furto e assalto e pode pegar pena de 5 anos à prisão perpétua. O ex-boxeador Mike Tyson foi preso acusado de estupro, em 1991.

Nem as belas se salvam. A modelo Naomi Campbell agrediu uma empregada com um tele-fone em 2006 e, este ano, foi detida após discutir com policiais. Paris Hilton foi presa duas vezes em menos de 3 meses no ano passado.

E basta atingir a maioridade para os astros aprontarem. É o caso de Haley Joel Osment, de “O Sexto Sentido”, e Macaulay Culkin, de “Es-queceram de Mim”, que foram fi chados por diri-girem bêbados e portarem drogas ilícitas.

POLICIAL

ÃFO

TOS:

AP

E REP

ROD

UÇÃ

O

c

Pg

qfnfcf

Md

mNoez

-

e e

i-r

m

s e --

ÃIL

UST

RAÇÃ

O ED

ER S

ANTO

Ssmo-

-

Page 25: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

FolhaIURD

Nº 862 • DOMINGO • 12 • OUTUBRO • 2008

Nas palavras cruzadas da editora brasileira Ediouro, que utiliza nomes de pessoas famosas, há questões rela-tivas à Igreja e ao bispo Edir Macedo, fundador da IURD. Isto se dá porque, segundo o diretor-geral Luiz Fernan-do Predroso, ele é um líder religioso que se destaca no Brasil. “Fazemos uma seleção de conteúdo pesquisan-do assuntos e idéias atuais e, por isso, avaliamos a relevância do nome deste líder que impacta a vida das pessoas”, destacou o diretor.

RESPEITORESPEITO

LEIA MAIS:

4i – FORÇA JOVEM: Campeonato de jiu-jítsu no Rio de Janeiro

7i – MUNDO CRISTÃO: Caminhada antidrogas na Argentina

Marca de Em 31 anos, a imagem da Igreja Universal está cada vez mais

presente no dia-a-dia das pessoas

Por Alice Mota [email protected]

A Igreja Universal tem sido notada em várias partes do mundo. Se tornou um sím-bolo de forte apelo que faz

parte do imaginário das pessoas e está presente na rotina de várias ci-dades do planeta, exibido nas mais diferentes formas. Em um videoclipe da cantora norte-americana Vanessa Carlton, ela toca piano na carroceria de um caminhão que circula pela ci-dade de Nova York e por 10 segundos aparece, no fundo, a frase “Pare de Sufrir” (expressão usada nas fachadas dos templos da IURD no exterior).

No livro “São Paulo”, da Editora Senac-SP, o renomado fotógrafo bra-sileiro Cristiano Mascaro, registrou cenas da vida cotidiana que, segundo ele, são as mais verdadeiras e signifi ca-tivas do comportamento humano. “E foi tentando captar este espírito, que as duas moças (obreiras da IURD) de Marília (cidade do interior de São Pau-lo) me chamaram a atenção. De mãos dadas, e de forma fervorosa, pareciam confessar algo uma à outra. Sem que minha ação interrompesse aquele di-álogo tão franco e sincero, fi z a foto que imaginei representar a dedicação e a fé”, destacou o fotógrafo.

Em uma cena do fi lme “Cen-tral do Brasil”, de Walter Salles, que concorreu ao Oscar de melhor fi lme estrangeiro, escuta-se um rá-dio ao fundo e é o programa “Pala-vra Amiga”, do bispo Edir Macedo, líder da IURD.

LUIZ FERNANDO PREDROSO: Diretor-geral da editora Ediouro

REPR

OD

ÃO

DIV

ULG

AÇÃO

AVALIAMOS A

RELEVÂNCIA DO NOME

DESTE LÍDER QUE

IMPACTA A VIDA

DAS PESSOAS

SENSIBILIDADE: Foto de Cristiano Mascaro registra ação de obreiras

CURIOSIDADE: IURD de Nova York em vídeoclipe da cantora Vanessa Carlton

CRI

STIA

NO

MAS

CAR

O

Page 26: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

2i DOMINGO FolhaIURD

TRANSNACIONAL: A exemplo das marcas reconhecidas mundialmente,

IGREJA CHEIA:

EM TODO LUGAR

especial

O -

-ticas (limita-se a norte com a

tempo, centenas de pessoas

-

cias ocorridas na -

tos -

Presença marcante na Letônia

Um símbolo internacional

REENCONTRO: Após meses distante, casal se

Há marcas que transcen-dem em suas próprias cate-

gorias, sejam religiosas, culturais, comerciais,

sociais, entre outras. Tornam-se parte da cultura e ultra-passam frontei-ras. Uma análi-se da Millward Brown, empresa

multinacional lí-der em pesquisa

no segmento, con-cluiu que essas marcas

são icônicas (evocam fortemente características de algo, ou são muito represen-

tativas) e con-seguem ín-

dices de reconhe-c i m e n -

to de 58% frente aos 36% de outras marcas. Segundo André Lacombe, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e autor de trabalhos sobre consumo e marketing, uma marca é icônica por ter a

capacidade de ser diferente das demais de forma eficien-te. “O público-alvo se iden-tifica com a marca e percebe nela, verdadeiramente, uma oferta que vale a pena, que atenda seus anseios, necessi-dades e desejos. ”, ressaltou.

No Brasil, há instituições que vêm crescendo de forma expressiva com tendência a se tornarem icônicas, como é o caso da Igreja Universal nos 31 anos de existência, já representada em mais de 170 países. Isto é comprova-do a partir das inúmeras apa-rições dos símbolos e sinais da IURD em vídeos, filmes e fotos no Brasil e no mun-do. Lacombe avalia a grande visibilidade alcançada pela Igreja Universal: “Vejo a pe-netração que esta institui-ção conseguiu. Parece-me ter uma forte presença não só no campo religioso, mas também no político. Dessa forma, pode vir a ser uma marca bem associada a essas duas vertentes”.

-

quase de miséria.Apesar de não ter mais es-

oração, e depois de duas semanas meu marido

a Deus”, disse Inta.

vivendo nas ruas e não ti-

para casa.

o mal saiu no momento da-quela oração. Hoje, de vol-

testemunhou Inta.

Page 27: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

FolhaIURD 3i DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008

CONHEÇA ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE OS TEMPLOS DA UNIVERSAL NO BRASIL E NO MUNDO

Se você deseja alguma orientação ou tem alguma reclamação a fazer relativa à IURD, envie um e-mail para:

[email protected]

Separados da vida de Deus

mensagemORIENTAÇÃO

jornal do pastor

BISPO EDIR MACEDO

JORG

E JU

NQ

UEI

RA

ORIENTAÇÕES E RECLAMAÇÕES

você sabia?

DECISÃOEstou firme com o Senhor

Jesus há mais de 1 ano e O busco intensamente. Vou à Igreja duas vezes ao dia para receber o Es-pírito Santo. Tenho passado por tribulações e perseguições, mas tenho certeza da vitória. Tenho desejo de fazer a obra de Deus. Faço parte do grupo de evange-lização e gostaria de saber como identifi car a hora certa de tomar essa decisão, pois vejo muitas pessoas que um dia fi zeram parte do corpo de obreiros e hoje não fazem mais. Oriente-me.

AmigoPor e-mail

Amigo, Vá com calma! Não há neces-

sidade de ir à Igreja duas vezes ao dia. Tenha equilíbrio. O batismo com o Espírito Santo se dá de forma serena e tranqüila, tudo no tempo certo. Entregue isso nas mãos de Deus.

DÚVIDASou membro da IURD. Antes

de começar a freqüentá-la, na-morei um rapaz, porém termi-namos. Ainda gosto muito dele e sinto que ele corresponde. O problema é que não vivemos a mesma fé. Gostaria de saber se é correto lutar por esse amor, pois acredito que um dia pode-remos nos casar. Será que Deus ouve a minha oração? Seria em vão lutar?

AmigaPor e-mail

Cara amiga, Se você realmente acredita

que o seu futuro é ao lado desse rapaz, vá em frente, porém, não se deixe levar pelos sentimentos do coração.

AJUDASou evangélica da IURD e

estava namorando um rapaz, contudo, tive que terminar por pressão de minha família. Hoje, estou com outro rapaz, mas ele não me faz feliz porque não o amo. O que devo fazer?

AmandaPor e-mail

Amanda, Seja honesta consigo mesma

e tenha uma conversa franca com seu namorado. Se ele é de Deus, irá entender. Se você quiser “em-purrar com a barriga”, a situação pode piorar e fi car insuportável. Tome uma atitude de fé e confi e em Deus.

SXC

“Isto, portanto, digo e no Senhor testifi co que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pen-samentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da igno-rância em que vivem, pela dureza do seu coração, os quais, tendo-se tornado insensí-veis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza” (Efésios 4.17-19).

Ter o coração obs-curecido de entendi-mento signifi ca estar alheio à vida que Deus planejou e prometeu nos dar. É viver entre-gue à dissolução e às paixões da carne. E só vivem assim aqueles que não conheceram a Salvação, que não tiveram um encon-tro com o Senhor Jesus. Esse fato, apesar de terrível e cruel, ainda não é o pior.

Pior é a situação daqueles que um dia tiveram o encontro com o Senhor Jesus e estão vivendo da mesma maneira que os gentios aos quais Paulo se refere. Os que conheceram Jesus, por meio de um encontro pessoal, experimentaram um dom espiritual, o dom glorioso de Deus,

tiveram a sensação de Sua presença e, atualmente, vivem como os gentios. Para esses, a situação é muito pior.

A Bíblia diz que é impossível outra vez renová-los, porque estão crucifi cando Jesus para si mesmos (Hebreus 6.4-6). O apóstolo Paulo está chamando a atenção dos cristãos para que não vivam mais de acordo com o curso deste mundo.

Se você, verdadeiramente, entregou sua vida ao Senhor Jesus, então, tem que viver de acordo com Ele para preservar a sua Salvação. Do contrário, irá per-dê-la. E a sua Salva-ção é mais preciosa do que tudo.

Há muitas pessoas que vivem tentando salvar os entes que-ridos. Para isso, são capazes de obrigá-los a ir à igreja aceitar Jesus. Nós não podemos fazer isso. Temos, sim, que mostrar, com a nossa própria vida, o exemplo cristão, cristalino, que com-prova que Jesus está em nós. Vale lem-brar que os bons exemplos são seguidos da mesma forma que os maus.

Deus abençoe a todos.

ENDEREÇO: Avenida João Jorge, 256 – Centro – SP

DEM

ETRI

O K

OC

H

CATEDRAL DE CAMPINAS

BISPO EDIR MACEDO – www.bispomacedo.com.br

TEMOS, SIM, QUE MOSTRAR,

COM NOSSA PRÓPRIA VIDA, O

EXEMPLO CRISTÃO, CRISTALINO,

QUE COMPROVA QUE

JESUS ESTÁ EM NÓS

A reunião inaugural aconteceu no dia 24 de novembro de 2001 pelo bispo Edir Macedo.

Antes da construção do templo, o local abrigava uma garagem de ônibus.

Fica situada bem no centro de Campinas, uma das cida-des mais populosas do estado de São Paulo.

Possui amplo estacionamento, sendo 311 vagas para au-tomóveis, 40 para motos e espaço para 6 microônibus.

O templo acomoda 3.580 pessoas sentadas.

Há salas para o Força Jovem, Grupo de Evangelização e Escola Bíblica Infantil (EBI), além de um auditório que comporta 268 pessoas.

Page 28: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

4i DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008 FolhaIURD

TIC

IAN

A BI

TEN

CO

URT

nacionalnotícias da minha

IGREJABaianos querem mais comunhão

Reunião dos Filhos de Deus leva milhares ao Templo MaiorSalvador (BA) – O perfi l religioso

dos baianos vem mudando nos últi-mos 30 anos. Estudo do Instituto Bra-sileiro de Geografi a e Estatística (IBGE) mostrou que o número de evangélicos quadruplicou. Milhares de pessoas mu-daram as opções reli-giosas migrando para as igrejas evangélicas. Segundo especialistas, o próximo censo (em 2010) deve registrar 570 mil evangélicos.

A Igreja Universal é responsável por gran-de parte da mudança de perfi l religioso dos soteropolita-nos, já que no estado as igrejas rece-bem diariamente milhares de partici-pantes nas reuniões, que acontecem em vários horários.

Recentemente, o bispo Romualdo Panceiro realizou a Reunião dos Filhos

de Deus, que acontece todas as quartas-fei-ras, às 19 horas, no Templo Maior, em Sal-vador. Juntamente com os bispos Marcos Vinícius, Adilson Silva e Guaracy Santos, responsável pelo trabalho no estado, ele fez um clamor em favor do povo baiano.

“O único poder que neutraliza as investidas das forças malignas é o da fé. É com ela que se mantém a comunhão com Deus”, afi rmou o bispo Romualdo ao ini-ciar o encontro. No de-correr, ele realizou várias orações pela cura, liber-

tação e paz familiar.Àqueles que estavam passando por

situações difíceis, ele disse: “Os perío-dos de luta sobrevêm a todos, contudo o Senhor Jesus ensinou que deve-se ter bom ânimo. Fique fi rme, pois esses momentos vão passar”, fi nalizou. CATEDRAL DE SALVADOR: Av. Antônio Carlos Magalhães, 4.197 – Pituba

O ÚNICO PODER

QUE NEUTRALIZA

AS INVESTIDAS DAS

FORÇAS MALIGNAS

É O DA FÉ

força jovem

Localizado na Ilha do Go-vernador, zona norte do Rio de Janeiro, o Iate Clube Jardim Guanabara foi o lugar escolhi-do para sediar a Copa Força Jo-vem Brasil de Jiu-Jítsu. Cerca de 58 academias e 634 atletas par-ticiparam do evento, e o Força Jovem Brasil competiu com 117 esportistas, que ganharam 81 medalhas, fi cando em 3º lugar no ranking da Copa Esta-dual da Liga de Jiu-Jítsu.

Foram realizadas compe-tições de judô e jiu-jítsu, nas categorias Pré-infantil (5 a 7 anos), Infantil (8 a 12), Infan-to (13 a 14), Pré-juvenil e Juve-nil (15 a17) e Adulto (18 anos em diante).

Robson Gracie, presiden-te da Federação de Jiu-Jítsu do Estado do Rio de Janeiro, e Jocilene dos Anjos Lima, co-ordenadora dos esportes do Força Jovem Rio, prestigiaram o evento. “Apóio este trabalho importante da Igreja Universal porque está ajudando a tirar a juventude da rua, dos vícios. A Igreja está de parabéns e essa iniciativa tem que se es-tender a outras instituições”, declarou Gracie.

Equipe carioca de jiu-jítsu conquista 81 medalhas

VITORIOSOS: Força Jovem competiu com 117 esportistas

Segundo o pastor Arides Samir, responsável pelo tra-balho do Força Jovem no Rio, o projeto é muito im-portante. “Nada melhor que o jiu-jítsu, que desenvolve o conceito de respeito entre

alunos, pais e professo-res”, resumiu.

Para participar do jiu-jítsu, entre em contato pelo telefone (21) 2582-0566. Visite o site www.juventudecarioca.com.br

Campanha contra rubéola em Minas

Belo Horizonte (MG) – A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) colaborou com a Campanha Nacional de Vacinação contra a rubéo-la, realizada pelo Ministério da Saúde. Em vários estados, a IURD cedeu espaço para que os profi ssionais aplicassem a vacina.

Em Belo Horizonte, foi disponibilizada a entrada principal do Templo Maior para que a Secretaria de Esta-do de Saúde de Minas Gerais realizasse a vacinação. “Esta iniciativa é muito importante neste combate que travamos

contra a doença. Nosso ob-jetivo é vacinar o maior nú-mero de pessoas no Estado”, disse Nilce Maria Machado, responsável técnica da Secre-tária de Saúde.

FOTO

S: M

ARC

OS

A. S

ILVA

ERIC

A C

ASTI

LHO

S

AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS DO TRABALHO SOCIAL NO PAÍS

em nome doBEMBEM

PREVENÇÃO: Procura pela vacina foi grande durante todo o dia

Page 29: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

FolhaIURD 5i DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008

Magda de Oliveira Vicen-te, de 30 anos, obteve vários milagres. Ela e a mãe conhe-ceram a Igreja por meio de um programa de rádio que ouviram e se identifi caram, pois falava exatamente sobre o que a família estava enfren-tando: problemas espirituais, fi nanceiros e de saúde.

Magda passou a buscar pela cura dos fi lhos. Rafaela, hoje com 12 anos, tinha má formação do rim, que fun-cionava de forma mais lenta que o normal. Ramon, de 6,

sofria de apnéia do sono e re-fl uxo renal. Sobre Ana Clara, a caçula, de apenas 5 meses, os médicos diziam que ela nasceria com problemas re-nais, causados pela heredita-riedade materna.

“Participei das corren-tes na Igreja e meus fi lhos fi caram curados. Eu tam-bém fi quei livre das cri-ses renais, graças a Deus”, conclui Magda.

Em conseqüência de uma grave lesão na coluna, Fernando Guilherme Levi Fernandes, de 32 anos,

estava praticamente condenado a viver em uma cadeira de rodas.

Tudo aconteceu repentinamente, como explica a esposa Amanda Bo-relli Romão, de 28 anos. Segundo ela, Fernando começou a sentir fortes do-res nas costas, após um exaustivo dia de trabalho. “Três dias depois estava completamente debilitado”, diz.

“Ao realizar vários exames, o médico nos disse que o problema era grave”, conta.

Amanda descreve que o diag-nóstico passado foi uma altera-ção na circulação do líquido que banha todo o cérebro e a medula espinhal (líquor).

“De um momento para o ou-tro ele fi cou imóvel, sendo neces-sária uma cirurgia de emergên-cia”, explicou Amanda.

nacional

DEPOIMENTO DE PESSOAS QUE DESAFIARAMA CIÊNCIA E FORAM CURADAS NA IURD

MATRIZ DA IURDAv. Celso Garcia, 499 – Brás – SP

CORRENTE DOS 70Teria que usar cadeira de rodas

“Participei das correntes e meus fi lhos fi caram curados e saudáveis”

Tomava morfi na de 15 em 15 minutos

Desenganada pela medicina

As dores não cessavam

A CORRENTE DOS 70 É REALIZADA ÀS TERÇAS-FEIRAS, ÀS 10H, 15H E 19H

A fé que cura

Desespero e agonia“Após a interven-

ção, esperava-se uma melhora, porém, Fer-nando não mexia sequer os dedos dos pés, causando grande desespero e agonia em todos”, descreve.

“Cheguei à IURD a con-vite de uma irmã e tomei conhecimento das corren-tes pela cura.Passei a lutar pela vida de Fernando que, após receber alta, e mesmo car-regado, decidiu acompanhar-me, crendo no milagre total da cura. E foi o que aconteceu”, relembra.

Hoje, Fernando leva uma vida perfeita e saudável, e ainda trabalha numa ofi cina mecâni-ca de propriedade dele.

São Paulo

Paraná Santa Catarina

A comerciante Marle-ne Gabriel de Lima, de 50 anos, conta os milagres que recebeu através do poder da fé. Durante muito tempo sofreu com dores na coluna.

“Fiz diversos exames, mas em nenhum deles foi reve-lado o que eu tinha”. Marlene conta ainda que sofria de gastrite e pedra nos rins. Se-gundo ela, as consul-tas ao médico eram freqüentes, mas as dores não cessavam. Um dia, foi aborda-da por uma obreira da Igreja Universal em um hospital.

“Ela me convi-dou para partici-par de uma oração pela cura na IURD.

Aceitei e, conforme eu participa-va da corrente, Deus ia restau-rando minha saúde”, afi rma.

Atualmente, Marlene não sofre mais com enfermidades. “Foi uma vitória conquistada para honra e glória do Senhor Jesus”, fi naliza.

CURA: A família recebeu a cura nas reuniões da Igreja Universal

Magali Cristina de Santana, de 41 anos, ainda muito jovem, aos 23, sofreu de uma doença chama-da encefalite crônica, que causa dores de cabeça constantes e for-tíssimas por falta de oxigenação no cérebro. Perdeu alguns movimen-tos dos membros inferiores e fi cou um mês sem poder caminhar.

“Eu tomava dez tipos de re-médios por dia, e quando não suportava as dores era internada e recebia morfi na de 15 em 15 minutos”, lembra.

Em busca de ajuda, ela pro-curou a casa dos encostos. “Eu já estava convencida de que iria

Cecília de Souza, de 39 anos, che-gou à Igreja Universal com muitos problemas. Foram anos sofrendo de enfermidades. Além disso, estava pas-sando por difi culdades fi nanceiras.

“Tinha uma hemorragia que não cessava. Os médi-

cos não conseguiam des-cobrir a causa, embora ti-vesse feito vários exames. Não dormia a noite de tanta dor, minha barriga vivia inchada e dura, e ainda exalava um cheiro

fortíssimo”, recorda.Cecília começou a freqüentar a

IURD e a participar dos propósitos de fé. “Após três meses, fi quei totalmente curada. A hemorragia parou, as dores acabaram e fi quei livre da depressão. Não tenho palavras para agradecer o que Deus fez na minha vida. Es-tava desenganada pelos médicos e, hoje, estou completamente curada”, diz, emocionada.

morrer. Tinha feito até uma carta para a pessoa que iria fi car com meus fi lhos”, relata.

Porém, ao ouvir falar da Cor-rente dos 70, realizada na Igreja Universal, Magali decidiu par-ticipar. “Cheguei à IURD quase carregada com o lado direito do corpo paralisado, mau cheiro e o rosto deformado. Porém, a partir daquele dia, foram muitas lutas, mas eu perseverei e fui curada da-quela terrível doença”, testemu-nha Magali.

CATEDRAL DE FLORIANÓPOLISAv. Mauro Ramos, 1.310 – Centro

SEDE DE REGIONAL Av. Ten. Cel. Duarte, 1.798 – Cuiabá

CATEDRAL DE CURITIBAAv. 7 de Setembro, 3.341 – Centro

CED

IDA

CED

IDA

JULI

ANA

SCH

ORC

K

CATEDRAL MUNDIALAv. Suburbana, 4.242 – Del Castilho

PAU

TY A

RAÚ

JO

Mato Grosso

CED

IDA

Rio de Janeiro

Page 30: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

6i DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008 FolhaIURD

Belém (PA) – O líder do Partido Republicano Brasi-leiro (PRB), Roberto Santos, apresentou projeto de lei que obriga a Administração Pública Direta e Indireta do Estado a justificar a não contratação de candidatos aprovados em concurso pú-blico realizado para preen-chimento de cargos vagos. Isso poderá ser feito através de publicação no Diário Ofi-cial do Estado, assim como em páginas eletrônicas do Governo, até um mês do tér-mino da validade da prova seletiva homologada.

O projeto prevê ainda que a ausência da justifi cati-va obrigará a devolução pela autoridade competente, aos candidatos aprovados, mas não contratados, dos valores por eles recolhidos no ato de

Fale com o [email protected]

política e féRELAÇÕES INSTITUCIONAIS DA IURD

CED

IDA

KEYS

TON

E

Justifi cativas ofi ciaisProjeto obriga explicação aos aprovados e não contratados

Nos rótulos, fotos dos acidentesRio de Janeiro (RJ) – Através

do Projeto de Lei nº 1.635/08, de autoria da deputada estadual Beatriz Santos, as empresas que fabricam e comercializam bebidas alcoólicas no estado do Rio de Janeiro terão que ter nos rótulos fotografi as de veículos em colisão e estatísticas de acidentes de trânsito por causa da embriaguez.

O descumprimento da norma acarretará aos infratores a multa no valor de 5.000 mil Ufi rs-RJ (1 ufi r = 1,8258). Em caso de reincidência, a multa deverá ser dobrada. A mul-ta resultante da aplicação desta Lei será revertida para o Fundo Estadual de Saúde (FES).

Em visita a Porto Alegre (RS), o presidente da IURD Jeronimo Alves foi entrevistado na rádio “Guaíba“, uma das emissoras de maior audiência da capital gaúcha. Entre vários temas, ele falou a respeito do crescimento da Igreja em todo o Brasil.

Entrevista à Rádio Guaíba

CED

IDA

Fale com a [email protected]

inscrição no concurso pú-blico, devidamente atua-lizados, no prazo máximo de 30 dias.

“Essa é uma forma de tornar transparente os atos da Administração Pública e proporcionar aos cidadãos o

exercício do direito constitu-cional junto ao poder públi-co. A pessoa que se candidata a um cargo público gasta tem-po e dinheiro para estudar, fazer cursos e pagar o valor da inscrição. Quando essa pessoa obtém uma boa clas-sifi cação, alimenta a expec-tativa de ser contratada e sai em busca de informações. Em centenas de casos, não recebe da Administração nenhuma explicação, previsão ou uma justifi cativa pela demora da contratação. O pior acontece quando o prazo termina e ele não foi contratado, e depois surpreende-se com a abertura de novo concurso para o mes-mo cargo a que concorreu”, conclui o parlamentar.

CED

IDA

PONTO DE VISTA

LUIZ

TRA

ZZI

Momentos decisivos para

o BrasilO Brasil está vivendo sucessivas encruzilhadas em sua

história recente. Nos últimos tempos, estamos sendo cha-mados a tomar decisões que podem garantir ou comprome-ter nosso futuro durante anos. Até agora, acertamos mais do que erramos: a economia se tornou assunto de Estado, deixando de ser alvo das disputas eleitorais. Criamos uma classe média ampla, atacamos a desigualdade social, entre outras muitas vitórias.

Como um país não vive apenas de aspectos materiais, mas também de princípios éticos, buscamos aperfeiçoar nossas leis e reforçar a fi scalização. Nesse sentido, o Supre-mo Tribunal Federal (STF), ao proibir o nepotismo nos três poderes da República, tomou uma decisão histórica. Agora, o Ministério Público e a população possuem o amparo legal adequado para lutar contra essa chaga que gera prejuízos fi nanceiros e desmoraliza nossas instituições.

O julgamento possui importância decisiva, pois é um marco na luta contra a apropriação indébita do patrimônio público por parte de alguns dos administra-dores. Estamos na imi-nência de superar um padrão histórico estabe-lecido desde o período colonial, quando Portu-gal, sem dinheiro para ocupar o Brasil, “privatizou” nosso território em capitanias hereditárias e permitiu que o privado desembarcasse antes do público em nossas praias.

Estamos vivendo um momento excepcional de nossa jor-nada civilizatória. Temos que olhar para o que somos e de-cidirmos o que desejamos ser. Entretanto, essa escolha não cabe apenas ao STF, ao Congresso Nacional ou ao Palácio do Planalto. Todo brasileiro deve fazer sua opção cívica, de-nunciando os casos conhecidos e recusando-se a aceitar o atraso. Cada cidadão, independente da cor, credo, nível de educação ou classe social, deve se apropriar da coisa pública e tomá-la como sua, responsabilizando-se pelo seu cuidado.

O STF disse “chega”! Os brasileiros de boa vontade dizem “chega”! É chegada a hora de deixarmos para trás as corren-tes que nos prendem à miséria e à pobreza de valores. Temos um destino glorioso à nossa frente. Vamos a ele!

VITOR PAULO DOS SANTOS é jornalista.

É CHEGADA A HORA

DE DEIXARMOS PARA TRÁS

AS CORRENTES QUE NOS

PRENDEM À MISÉRIA E À

POBREZA DE VALORES

Page 31: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

FolhaIURD 7i DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008 internacional

CAMINHO DO AMOR

Se você deseja mandar seus dados pessoais, envie cartas para a Folha Universal: Estrada Adhemar Bebiano, 3.610 – Inhaúma – Rio de Janeiro – RJ – CEP 20766-720.Se deseja se corresponder com alguém desta coluna, coloque o nome da pessoa pretendida no envelope e dois selos porte nacional.

HOMEM FIELSou branca, 1,56m,

olhos castanhos, 52 anos, microempresária, membro da IURD. De-sejo me corresponder com homem fiel de 52 a 60 anos com situação financeira estável. Peço foto e telefone.

Marlene DiasItapevi (SP)

COMPROMISSO SÉRIOSou morena, olhos e

cabelos castanhos, 46 anos, viúva e sincera. Gostaria de conhecer homem entre 48 e 70

anos, sincero, traba-lhador, para compro-misso sério.

Ana SouzaRio de Janeiro (RJ)

SINCERO E SIMPÁTICOSou morena, 52

anos, cabelos castanhos, 1,58m, simpática, ca-rinhosa e praticante da Palavra de Deus. Gosta-ria de me corresponder com homem sincero, simpático e inteligente entre 53 e 57 anos. Peço foto e telefone.

I. P.Curitiba (PR)

sério para encontrar o verdadeiro amor. Peço foto e telefone.Maria José Takatsuki

São Paulo (SP)

MULHER ROMÂNTICATenho 47 anos, 1,69m,

moreno claro, olhos e ca-belos castanhos, divor-ciado. Procuro mulher de Deus fi el, carinhosa, romântica, temente a Deus, que queira amar e ser amada para futuro compromisso. Peço foto e telefone.Carlos Alberto Nunes

Santo André (SP)

NA MESMA FÉSou morena clara, 49

anos, 1,62m, 62 kg, olhos castanhos. Sou obreira. Estou à espera de um ho-mem de Deus, entre 49 e 55 anos, que esteja na mesma fé e queira com-promisso sério.

M. A. S.Mogi Mirim (SP)

VERDADEIRO AMORSou viúva, tenho 57

anos, 1,51m, 58 kg, olhos e cabelos castanhos. Gos-taria de conhecer homens entre 50 e 65 anos que queiram compromisso

LUC

IAN

A BO

TELH

O

fé sem fronteiras Muitos jovens participaram do evento acompanhados dos pais

Caminhada contra as drogas na Argentina

FOTO

S: C

EDID

AS

PARTICIPAÇÃO: Não faltou animação durante o evento realizado na praça central, San Martín

Buenos Aires (Argen-tina) – Pela segunda vez, neste ano, os jovens – muitos deles acompanhados pelos pais – da Igreja Universal da Argentina saíram às ruas para dizer “não às drogas” em um evento que reuniu milhares de pessoas. A caminhada teve início na pra-ça central, San Martín.

O propósito da passeata foi explicar às pessoas a impor-tância da luta contra as drogas que têm conduzido tantos à decadência e até à morte, cul-minando também no aumen-to da violência na cidade e em todo o país latino-americano.

“Estou participando com a minha fi lha, pois creio que essa campanha irá, de algum modo, libertá-la dessa mal-dição que é a droga”, opinou Carol Machado.

Consciente da importân-cia do encontro, Evelyn Souto, integrante do Grupo Jovem, disse que a caminhada foi pre-parada porque acreditam que o combate às drogas irá reduzir a criminalidade na Argentina. “Sabemos que as drogas não levam a lugar algum e têm cei-fado milhares de vidas, princi-palmente as dos jovens. Tenho fé na conscientização depois dessa campanha”, disse.

SABEMOS QUE AS DROGAS NÃO LEVAM

A LUGAR ALGUM E TÊM CEIFADO

MILHARES DE VIDAS

BAÍA DA ÓPERA: Monumento em Buenos Aires é inspirado no modelo australiano

STO

CK.

XCH

NG

Page 32: Geral FolhaUniversal 862 2cliche Baixa

DOMINGO12 • OUTUBRO • 2008

Opadre brasileiro José Afon-so Lima, que celebrava mis-sa em português na Igreja de S. Francisco Xavier, em

Hyannis (estado de Massachussets, nos Estados Unidos), fugiu para o Brasil após ser acusado de abusar se-xualmente de um menor no estado vizinho de Connecticut. O religioso tinha sido colocado sob licença tempo-rária do sacerdócio no início de setem-bro pelo bispo da diocese de Fall River, George W. Coleman.

O sacerdote, de 46 anos, que desde 1998 celebrava missas para brasileiros que vivem ou trabalham em Cape Cod, ne-gou a acusação antes de viajar. O regula-mento da diocese determina que nessas situações, um padre acusado deve ser afastado até o caso ser resolvido.

Os paroquianos foram informados da suspensão do padre através de uma

carta escrita pelo bispo Coleman, que foi distribuída durante as missas cele-bradas para brasileiros em Fall River e Cape Cod.

De acordo com a diocese de Fall River, o padre Lima foi notifi cado pelo Depar-tamento de Crianças e Famílias de Con-necticut. Ao ser informada, no fi nal da se-mana passada, que o padre Lima poderia

ter regressado ao Bra-sil, a diocese contatou a polícia.

Até ser suspenso, ele morava numa pa-róquia em South Yar-mouth, mas foi obri-gado a mudar-se para Danbury, em Connec-

ticut, e deveria permanecer no local até a decisão fi nal.

O bispo colocou avisos na cidade pedindo a todos que tenham informa-ções sobre o padre, que possam ser úteis à investigação, que entrem em contato com o departamento de “Crianças e Fa-mílias de Connecticut”.

KEYS

TON

E

Religioso abusou de menor, fugiu dos EUA e voltou para o Brasil

8i

CRISTIANE CARDOSO

CRISTIANE CARDOSO – www.cristianecardoso.com

Passe os dedos nos cabelos assim que ele pas-sar. Certifi que-se de estar vestindo aquele jeans bem apertado e um top que venha a

acentuar ainda mais o seu corpo. A maquiagem é fá-cil, coloque bastante e, se possível, chame a atenção para os seus olhos com aquele delineador preto em torno deles. A atitude é: “dê bola” para, basicamente, toda a população masculina.

Você olha para essas jovens orgulhosas por serem chamadas de “fáceis” e pensa: “há quanto tempo eu dormi no tempo?” Ninguém nunca se orgulhou de ser chamado de sujo, exceto os porcos. E talvez seja isso o que a Bíblia quis dizer em Provérbios 11.22 “Como jóia de ouro em focinho de porco, assim é a mulher formosa que se aparta da discrição.”

Eu ainda não consigo me acostumar com o quão degra-dante tantas mulheres se torna-ram nos dias de hoje. Talvez o passado delas tenha algo a ver com isso mas, ainda assim, por que elas iriam querer cometer os mesmos erros das próprias mães? Ou por que elas trilhariam com orgulho o mesmo rumo que as as amigas fracassadas trilharam? A única possível conclusão a qual eu pude chegar é que elas provavelmente não gostam, mas pensam que essa é a única opção que elas têm na vida.

Elas não querem ser “fáceis”, mas pensam que essa é a única maneira de conseguir alguma atenção. Elas não querem ser mães solteiras, mas pensam que é isso que se espera delas e, quem sabe, seja esse o único jeito de prenderem os homens. Elas querem ser bem casadas um dia, mas lhes parece doer menos se simplesmente disserem que “casamento não faz o seu tipo”.

Não é muito mais simples e mais fácil apenas

optar pelo que todos es-peram para você? Não seria mais doloroso ir em busca dos seus sonhos e passar um bom tempo em busca deles do que simplesmente se ajustar ao mínimo que puder aproveitar da vida?

Se elas ao menos soubessem que o que importa é o que elas fazem das próprias vidas hoje! Se elas ao menos soubessem que o passado pode ser facilmente deixado para trás, e o futuro pode ser facilmente reescrito.

Ninguém jamais lhe disse que você deve ser o que você tem sido até hoje. Todo dia é uma nova oportu-nidade para começarmos de novo. Não podemos des-

fazer o passado, mas, certamente, podemos refazer o futuro.

Se você está à procura de aten-ção, comece por se livrar dessa obsessão para obtê-la. Não preci-sa realmente que os olhos de to-dos estejam sobre você, precisa? Existem tantas outras maneiras de ser diferente e admirada. Comece por atrair o único par de olhos que você precisa: o de Deus. Se você consegue chamar a Sua aten-

ção, tem tudo o que precisa para ser bem-sucedida e feliz pelo resto da vida.

O melhor de tudo é que você não precisa se vestir como uma garota propaganda ou plantar bananeira. Ele nos aceita até quando acordamos de manhã, naquela hora em que estamos menos atraentes. Ele entende quando estamos caladas e não estamos no clima para conversar. Ele nunca nos julga, e nos ama do jeito que somos. Não é esse o par de olhos perfei-to que todas precisamos?

Na fé.

Garota propaganda

Para receber aconselhamento espiritual de uma mulher de Deus, envie seu e-mail para [email protected], ou escreva para seção Perguntas e Respostas: Estrada Adhemar Bebiano, 3.610 – Inhaúma – Rio de Janeiro – CEP 20766-720.

mulher cristã perguntas & respostas

TPMSofro com um mal que muitas

mulheres têm: TPM. Chego a ter princípio de depressão, sinto-me agressiva e outras coisas mais. Como me portar espiritualmente para vencer este mal?

Amiga(Por e-mail)

Amiga,É verdade que a tensão pré-

menstrual (TPM) é um fato para muitas mulheres, mas isso não quer dizer que nós, que somos de Deus, temos que aceitá-la de braços abertos. Você pode usar a fé e não se deixar levar pela mesma. Pode fazer um propósito com Deus, uma corrente de cura, um jejum. A TPM só tem controle sobre as mulheres que se deixam ser controladas por ela. Quando você sentir a depressão, amarre e procure se ocupar com coi-sas boas, com as coisas de Deus.

CONSTRANGIDATenho dentro de mim algo

que me atrapalha. Sou obreira e há um ano namorei um pastor auxiliar, mas não o conhecia direito. Todos eram a favor desse namoro, inclusive minha família. Namoramos apenas 3 meses e ele terminou comigo, não me di-zendo o motivo. O que me deixa com baixa auto-estima é que não demorou muito e ele fi cou com outra obreira, que é da mesma região que eu. Pensei até em me

mudar por causa disso. Como devo agir? Não quero que coisas pequenas me atrapalhem a fazer a obra de Deus.

Amiga(Por e-mail)

Amiga,Você merece alguém melhor.

Não se dê o trabalho de mudar por causa de alguém que não serviu para você. Deus tem essa pessoa. Esqueça esse relacionamento que não deu certo.

FESTASMeu namorado é obreiro e

ele às vezes trabalha em festas de rua de madrugada. Outro dia, eu estava na festa de um primo meu, quando vi que ele estava bebendo energético. Ele me disse que essa bebida não é alcoólica, mas será que posso confi ar?

Amiga(Por e-mail)

Amiga,O energético não é uma bebida

alcoólica, mas a questão é: o que vocês estavam fazendo em festi-nhas de rua de madrugada? Festas a essa hora da noite normalmente não são apropriadas para pessoas de Deus, pois há muita bebedeira, drogas, danças, traições e brigas. Espero que a festa do seu primo não tenha sido desse gênero, mas é de se questionar que tipo de trabalho é esse que o seu namorado faz.

FolhaIURDmundo cristão

REGULAMENTO DA DIOCESE

DETERMINA QUE UM PADRE

ACUSADO EM CASOS COMO

ESTE DEVE SER AFASTADO

DO SACERDÓCIO

HARTFORD: Capital de Connecticut, estado onde o sacerdote teria cometido delito

ELAS NÃO QUEREM SER

‘FÁCEIS’, MAS PENSAM

QUE ESSA É A ÚNICA

MANEIRA DE CONSEGUIR

ALGUMA ATENÇÃO

Padre brasileiro é acusado de pedofi lia