Gerardo Mello Mourão

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  • 8/19/2019 Gerardo Mello Mourão

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    Gerardo Mello MourãoOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

    Gerardo Majella Mello Mourão (Ipueiras, 8 de janeiro de 1917 — io de !aneiro, 9 demar"o de #$$7% &oi um poe'a, &iccionis'a, jornalis'a, 'radu'or, ensas'a e )i*gra&o. +ra

    mem)ro da cademia -rasileira de iloso&ia, da  cademia -rasileira de /agiologia edo Conselho Nacional de Política Cultural  do 0inis'ério da ul'ura do -rasil. o&undadorda ssocia"2o 3acional de +scri'ores. +ra um dos mais respei'ados escri'ores )rasileirosno e4'erior.

     os 11 anos ingressou no 5emin6rio dos eden'oris'as olandeses, em ongonas doampo (0%, e, aos 17 anos, 'omou o 6)i'o de5an'o &onso de ig*rio (&undador dauelaOrdem%, no onven'o da l*ria, em !ui; de ora (0%. ei4ou o conven'o e ingressou em curso de >irei'o (n2oconcludo%.

    In&luenciado por ?ris'2o de 'a@de, &iliouAse B  "2o In'egralis'a -rasileira, e passou a

    dedicarAse ao jornalismo e a dar aulas em colégios. O envolvimen'o com o in'egralismo o&e; ser inCmeras ve;es en're 19D8 e 19EF, ano do &im do +s'ado 3ovo. +m 19E#, acusadode cola)orar com na;is'as, &oi condenado B mor'e, pena redu;ida a D$ anos de pris2o, dosuais cumpriu menos de seis. ?udo n2o passou de mano)ra pol'ica.

    >uas ve;es depu'ado &ederal, elei'o por lagoas, 'eve seus direi'os pol'icos cassados em19G9 pelo egime 0ili'ar. ?endo es'ado no 'o'al de;oi'o ve;es preso duran'e as di'adurasde e'Clio Hargas e de 19GEA198F. 3uma delas, &icou no c6rcere cinco anos e de; meses(19E# 19E8%. 3o documen'6rio J5oldado de >eusJ (#$$E%K1L , dirigido por 5érgio 5an;, erardo 0ello 0our2o declara ue saiu do in'egralismo no perodo em ue es'eve presopelo +s'ado 3ovo de e'Clio Hargas, e a&irma, con'unden'emen'e, ue J&oiJ in'egralis'a en2o o era mais desde en'2o. +m 19G8 é novamen'e preso, acusado dessa ve;de comunismo pelo IAF no perodo da di'adura mili'arM nessa ocasi2o divide cela com

    nomes como Nuenir Hen'ura, Niraldo, /élio

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    Índice

      Kesconder L

    • 1Hiagens

    #>iversos

    • D>oen"a e mor'e

    • EO)ras

    • Fe&er=ncias

    • Giga"Ues e4'ernas

     ViagensKedi'ar  V edi'ar c*digoA&on'eLHiajou por 'oda a mérica e +uropa. O ile &oi o pas es'rangeiro onde permanaceu pormais 'empo, dando aulas de /is'*ria e ul'ura da mérica na acul'ad de rui'ec'ura @>iseo de la

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    1. Ir para cima Y  doro inema A 5oldado de >eus. cessado em D$ de agos'o de #$1$.

    #. Ir para cima Y  migos do ivro A erardo 0ello 0our2o: O poe'a oracular e a)solu'o. cessado em D$ de agos'o de #$1$

    Ligações externasKedi'ar  V edi'ar c*digoA&on'eL

    • +spa"o ul'ural erardo 0ello 0our2o

    • ?H Zmara A +n'revis'a com erardo de 0ello 0our2o ('e4'o%

    ESPAÇO CULTURAL GERARDO MELLOMOURÃO

    htt!""esacoculturalgmm#blogsot#com#br"

    SETE DE SETEMBRO

    $este % de &etembro celebramos mais um anivers'rio do grito de D# (edro ) *s margens do

    riacho do )iranga+ da roclamação de nossa )ndeendência ,ol-tica.+ /ue 0' existia de fatodesde 1232+ ano da verdadeira fundação do )m4rio do 5rasil elo grande e in0ustiçado

    estadista /ue foi D# 6oão V)#

    7stamos a/ui+ antes de tudo+ ara comemorar esta tão relevante data c-vica e evocar a mem8ria

    de D# 6oão V)+ D# (edro )+ 6os4 5onif'cio e todos os demais r8ceres da )ndeendência

    $acional#

    $ão estamos a/ui+ no entanto+ aenas ara evocar tão ilustres vultos da 9ist8ria ('tria+ mas

    tamb4m ara roclamar a imeriosa necessidade de reali:armos nossa integral indeendência

    econ;mica em face dos gruos econ;mico+ o substituindo or uma Democracia ?utêntica+ uma

    Democracia 7fetiva+ uma Democracia )ntegral# 7sta Democracia+ a @nica verdadeiramente

    reresentativa+ ser' caracteri:ada+ antes de tudo+ elo reseito * intangibilidade da (essoa

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Gerardo_Melo_Mour%C3%A3o#cite_ref-1http://www.adorocinema.com/filmes/soldado-de-deus/http://www.adorocinema.com/filmes/soldado-de-deus/https://pt.wikipedia.org/wiki/30_de_agostohttps://pt.wikipedia.org/wiki/30_de_agostohttps://pt.wikipedia.org/wiki/2010https://pt.wikipedia.org/wiki/2010https://pt.wikipedia.org/wiki/Gerardo_Melo_Mour%C3%A3o#cite_ref-2http://www.amigosdolivro.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=4398http://www.amigosdolivro.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=4398https://pt.wikipedia.org/wiki/30_de_agostohttps://pt.wikipedia.org/wiki/2010https://pt.wikipedia.org/wiki/2010https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Gerardo_Melo_Mour%C3%A3o&veaction=edit&vesection=5https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Gerardo_Melo_Mour%C3%A3o&action=edit&section=5http://espacoculturalgmm.blogspot.com/http://www.camara.gov.br/internet/TVcamara/default.asp?lnk=GERARDO-DE-MELLO-MOURAO&selecao=MAT&materia=13965&programa=5&velocidade=100Khttp://www.camara.gov.br/internet/TVcamara/default.asp?lnk=GERARDO-DE-MELLO-MOURAO&selecao=MAT&materia=13965&programa=5&velocidade=100Khttp://www2.camara.leg.br/a-camara/conheca/historiaoral/Memoria%20Politica/Depoimentos/gerardo-mello-mourao/textohttp://espacoculturalgmm.blogspot.com.br/http://espacoculturalgmm.blogspot.com.br/2009/09/sete-de-setembro.htmlhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Gerardo_Melo_Mour%C3%A3o#cite_ref-1http://www.adorocinema.com/filmes/soldado-de-deus/https://pt.wikipedia.org/wiki/30_de_agostohttps://pt.wikipedia.org/wiki/2010https://pt.wikipedia.org/wiki/Gerardo_Melo_Mour%C3%A3o#cite_ref-2http://www.amigosdolivro.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=4398https://pt.wikipedia.org/wiki/30_de_agostohttps://pt.wikipedia.org/wiki/2010https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Gerardo_Melo_Mour%C3%A3o&veaction=edit&vesection=5https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Gerardo_Melo_Mour%C3%A3o&action=edit&section=5http://espacoculturalgmm.blogspot.com/http://www.camara.gov.br/internet/TVcamara/default.asp?lnk=GERARDO-DE-MELLO-MOURAO&selecao=MAT&materia=13965&programa=5&velocidade=100Khttp://www2.camara.leg.br/a-camara/conheca/historiaoral/Memoria%20Politica/Depoimentos/gerardo-mello-mourao/textohttp://espacoculturalgmm.blogspot.com.br/http://espacoculturalgmm.blogspot.com.br/2009/09/sete-de-setembro.html

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    9umana e dos Gruos &ociais e elo reconhecimento de seus direitos naturais+ /ue devem ser

    reseitados elo 7stado#

    $este mesmo diaasão+ roclamamos /ue nossa atual Aonstituição+ igualmente abstrata e

    inautêntica+ al4m de releta de receitos inverific'veis na vida real+ não 4 uma verdadeira

    Aonstituição+ mas sim um estatuto ideol8gico comosto de imortações de teorias 0ur-dicas

    alheias+ devendo ser substitu-da or uma Aonstituição autêntica e realista# Bal Aonstituição deve

    ser a exressão da Aonstituição 9ist8rica da $acionalidade 5rasileira+ da Aonstituição não

    escrita decorrente da formação tradicional de nosso ovo+ da Bradição )ntegral+ da -ntima

    essência nacional+ refletindo o (a-s real+ o 5rasil rofundo e autêntico+ 5rasil em cu0o solo+ onde

    dormem os anteassados+ elevamos nossas reces a Deus+ trabalhamos elo ão de cada dia e+

    enfim+ tecemos os fios de nossa existência cotidiana#

    7stamos a/ui+ or fim+ ara roclamar /ue o 5rasil+ ela sua unidade esiritual+ hist8rica egeool-tica+ tem todos os caracter-sticos de um vasto )m4rio+ sendo )m4rio desde 1232 e como

    tal ermanecendo at4 ho0e+ a deseito da roclamação da Re@blica# Devemos defender+ ois+ a

    ideia de )m4rio+ ideia /ue não se ode confundir com o chamado imerialismo econ;mico+

    ol-tico e militar da idade contemorCnea+ não se fundando+ ao contr'rio deste+ em rinc-ios

    materiais+ mas sim sobre algo de transcendente+ constituindo uma s-ntese fundada no Direito

    $atural Bradicional+ no reseito * (essoa 9umana e aos Gruos $aturais e na defesa da ('tria+

    da $ação e da Bradição#

    + ois+ defendendo a necessidade de indeendência econ;mica+ de construção de uma $ova

    Democracia+ de romulgação de uma $ova Aonstituição e de dilatação da ideia de )m4rio /ue

    celebramos esta data tão relevante de nossa 9ist8ria#

     Victor 7manuel Vilela 5arbuE+ (residente da Frente )ntegralista 5rasileira

    &ão (aulo+ % de &etembro de 33H#

    P O S T AD O P O R VIC TOR EMA NUE L ÀS 21:49 NENHU M COMEN TÁR IO:

    B7RI?

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    ue o meu nome 4 Aaxias

    Ahamo

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    Dedilhei no violão do sertane0o rude

    O fogo das manhãs e as noites de luar###

    Fui 6uvenal Galeno e o 5rasil susirou

    $a minha insiração de bardo oular

    Ahamei

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    GERARDO, O INTEGRALISMO E A MEDIOCRIDADEDO PRECONCEITO IDEOLÓGICO

    G7R?RDO+ O )$B7GR?L)&MO 7 ? M7D)OAR)D?D7 DO (R7AO$A7)BO )D7OLTG)AO

    (or Victor 7manuel Vilela 5arbuE 

    $em bem Gerardo Mello Mourão U o genial oeta da trilogia =Os eãs> e de =)nvenção do mar> e

    igualmente genial romancista de =O valete de esadas> e ensa-sta de =? invenção do saber> U

    deixava este Mundo+ na eserança da ressurreição+ e 0ornalistas med-ocres 0' escreviam artigosde uma total arcialidade+ na tentativa de denegrir seu nome#

    Gerardo 4 um dos mais conhecidos e reseitados autores brasileiros no exterior+ havendo sido

    indicado ao (rêmio $obel em 1H%H e sido admirado or oetas da envergadura de um Octavio

    (a:+ um (ablo $eruda+ um 7frain Bom's 58+ um Michel DeguE e mesmo de um 7:ra (ound+

    ara /uem o =oeta do (a-s dos Mourões> teria escrito+ no seu =oema esantoso>+ tudo o /ue

    ele+ o =(ã de )daho>1W+ teria tentado+ debalde+ escrever! a =eo4ia da ?m4rica>#

    $o 5rasil+ a deseito do ignominioso silêncio de muitos escravos do reconceito ideol8gico U

    essoas do mesmo naie de Lui: Xeis+ de ?lberto Dines e de todos os demais intelectuais de

    terceira categoria /ue reetem as mesmas inverdades caluniosas contra o grande oeta cearense

    e o )ntegralismo+ movimento /ue conhecem somente elo /ue dele escreveram seus inimigos U

    Gerardo teve seu valor reconhecido or escritores e cr-ticos liter'rios do orte de Octavio de

    Faria+ 6os4 ACndido de Aarvalho+ Aarlos Drummond de ?ndrade+ Xilson Martins e Bristão de

     ?thaEde ,?lceu ?moroso Lima.#

    Logo no rinc-io de seu tendencioso artigo intitulado =O oeta+ o esião e os Ytraços de

    direitaZ>W+ Lui: Xeis se refere a (l-nio &algado como o =arremedo de Fuhrer> sicW# Ora+ ser'

    /ue ele não sabe /ue (l-nio &algado < um de nossos maiores ensadores e escritores+ autor de

    http://espacoculturalgmm.blogspot.com.br/2007/06/gerardo-o-integralismo-e-mediocridade.htmlhttp://espacoculturalgmm.blogspot.com.br/2007/06/gerardo-o-integralismo-e-mediocridade.htmlhttp://espacoculturalgmm.blogspot.com.br/2007/06/gerardo-o-integralismo-e-mediocridade.htmlhttp://espacoculturalgmm.blogspot.com.br/2007/06/gerardo-o-integralismo-e-mediocridade.html

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    obras como =O estrangeiro>+ romance social tão elogiado or literatos e cr-ticos liter'rios do

    /uilate de Monteiro Lobato+ Aassiano Ricardo+ ?ndrade MuricE+ ?frCnio (eixoto+ Menotti Del

    (icchia+ Basso da &ilveira+ ?ugusto Frederico &chmidt+ 6os4 ?m4rico de ?lmeida+ 6acPson de

    Figueiredo+ ?griino Grieco+ Bristão de ?thaEde e Xilson Martins+ dentre outros+ e a

    mundialmente reconhecida =Vida de 6esus> /ue (e# Leonel Franca bem chamou a =08ia de uma

    literatura> U foi ioneiro na condenação ao na:ismo+ como bem lembrou o r8rio Gerardo em

    seu monumental artigo =uem tem medo de (l-nio &algado[>\W+ tendo sido o autor da =Aarta de

    $atal e Fim de ?no>+ de 1H\]+ e de in@meros artigos contr'rios ao na:ismo e ao racismo#

    Falando em racismo+ 4 imortante lembrar /ue a ?ção )ntegralista 5rasileira contou com

    milhares de negros em suas fileiras+ inclusive em osições de liderança# Dentre estes in@meros

    )ntegralistas negros+ odemos citar figuras como 6oão ACndido+ ?bdias do $ascimento ,ali's

    grande amigo de Gerardo.+ Guerreiro Ramos+ &ebastião Rodrigues ?lves e )ronides Rodrigues#O )ntegralismo contou ainda com a admiração e o aoio do vigoroso oeta e ensador

    tradicionalista ?rlindo Veiga dos &antos+ fundador e l-der da Frente $egra 5rasileira e da ?ção

    )merial (atrianovista#

    Muitos 0udeus tamb4m ertenceram ao Movimento do &igma# Dentre estes+ destaco Roberto

    &imonsen+ ?dam &teinberg e ?ben

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    necrol8gios+ em ra:ão de haver sido ele funcion'rio da =Folha>#

    O necrol8gio de Gerardo oderia falar da relevCncia /ue teve o )ntegralismo+ considerado o

    rimeiro movimento c-vico do (a-s+ contando U de acordo com o =Monitor )ntegralista> de 3% de outubro de 1H\% U

    com 1#\]#333 inscritos+ distribu-dos em \#33 n@cleos#

    (oderia+ ainda+ o necrol8gio do gênio de )ueiras ublicado elo 0ornal de /ue foi

    corresondente na distante e misteriosa Ahina+ falar da imortCncia+ no lano intelectual+ dos

    )ntegralistas e do )ntegralismo+ movimento a /ue Gerardo se referiu+ recentemente+ como o

    =mais fascinante gruo da inteligência do (a-s>#

     ? =Folha de (aulo> oderia ter citado ao menos alguns dos cerca de mil intelectuais de relevo

    /ue vestiram a camisa

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    5rasileira de Letras+ o homem /ue ACmara Aascudo considerava o =Mestre incontest'vel do

    folclore brasileiro>###

     Xeis afirma /ue era na:ista o autor de =5rasil U col;nia de ban/ueiros>+ o mais cora0oso libelo

     0amais lançado neste (a-s contra o caitalismo exlorador+ inimigo figadal de nossa ('tria e de

    nosso (ovo# Ora+ como ode ser na:ista algu4m /ue nunca deixou de sublinhar as diferenças

    existentes entre a Doutrina do &igma e a da Aru: Gamada+ defendendo+ inclusive+ /ue o

    nacional+ /ue serviu de retexto * imlantação do 7stado $ovo# $a verdade U como

    ficou rovado diante do Aonselho de 6ustificação do 7x4rcito U Mourão Filho não teve cula

    alguma da divulgação do conte@do do documento or ele escrito elo General G8is Monteiro+/ue dele se aoderara sem o conhecimento do futuro =general do i0ama vermelho># 7 o

    documento em /uestão U /ue tinha a finalidade de servir ara o estudo de m4todos

    revolucion'rios+ era insirado sobretudo em uma mat4ria de uma revista esanhola e fora

    re0eitado or (l-nio &algado+ /ue o considerara or demais fantasioso U levava a assinatura de

    Aohen em ra:ão de 5ela _hun+ o tristemente famoso tirano vermelho de 5udaeste+ uma ve:

    /ue+ segundo Gustavo 5arroso+ _hun seria uma corrutela de Aohen]W#

    Dines U no artigo em aoio a Xeis a /ue anteriormente me referi U fala dos )ntegralistas /ue

    teriam sido esiões a serviço da ?lemanha de 9itler+ mas+ curiosamente+ não fa: referência

    alguma aos v'rios marinheiros )ntegralistas /ue afundaram nos navios brasileiros toredeados

    elos submarinos alemães e aos igualmente numerosos soldados )ntegralistas /ue tombaram

    nos camos e colinas da )t'lia#

    O fecundo editor+ escritor e 0ornalista Gumercindo Rocha Dorea U amigo e comanheiro de

    ideais de Gerardo Mello Mourão+ de /uem ublicou a maior arte dos livros U no @ltimo

    ar'grafo da significativa orelha da ` edição de =O 5rasil na lenda e na cartografia antiga>+ de

    Gustavo 5arroso+ observa /ue!

    =Aomo di: $elson (ereira dos &antos+ a ro8sito do autor de YSma cultura ameaçada! a luso<

     brasileiraZ ,Gilberto FreEre.+ e /ue a/ui estendemos aos citados acima Vicente do Rego

    Monteiro+ Madeira de Freitas+ 5elis'rio (enna+ ACmara Aascudo e Gustavo 5arrosoW+ os seus

    desafetos vão U ou 0' foram U Yarar no esgoto da hist8riaZ+ en/uanto eles continuam atuais###>

    9avendo me estendido al4m do /ue me cabia+ dou or conclu-do este tão singelo artigo+ na

    absoluta certe:a de /ue Gerardo ser' semre lembrado como um dos maiores oetas da L-ngua

    (ortuguesa e como um dos mais brilhantes romancistas e ensa-stas do 5rasil+ en/uanto seus

    detratores+ esses escravos do reconceito ideol8gico+ sairão da vida ara entrar no =esgoto dahist8ria>+ ou U ara emregar a exressão de Lênin U na =lata de lixo da hist8ria>#

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    $OB?&

    1W ? exressão =(ã de )daho> 4 de Gerardo Mello Mourão#

    W O referido artigo foi ublicado no =blog> =Verbo &olto>#

    \W O artigo em /uestão foi ublicado na =Folha de (aulo> a 3\"3]"1HH]#

    W O texto de Dines est' dison-vel em seu =blog>+ o =Airco da $ot-cia>#

    ]W ? reseito do =(lano Aohen>+ recomendo a leitura de =O homem e o muro>+ de Rubem

    $ogueira+ =? ameaça vermelha U o (lano Aohen>+ de 94lio &ilva+ =Mem8rias U a verdade de um

    revolucion'rio>+ de OlEmio Mourão Filho+ e de =9ist8ria das revoluções brasileiras>+ de GlaucoAarneiro#

    P O S T AD O P O R VIC TOR EMA NUE L ÀS 20:48 UM CO MEN TÁR IO:

    B7RI?

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    Gerardo Mello Mourão

    Gerardo Mello Mourão chega aos 90 anos - completados no dia 8 de janeiro - como uma das vozes mais

    representativas da literatura brasileira contemporânea. Um poeta de epressão singular! considerado por

    v"rios cr#ticos e muitos escritores - entre eles $arlos %rummond de &ndrade! 'ilson Martins! (os) $ân-

    dido de $arvalho e *ctavio de +aria - como o poeta maior do ,rasil.

     ascido em 9/! no p) da serra do biapaba! em pueiras! sertão do $ear"! Gerardo teve uma vida

     bastante acidentada e cheia de aventuras. 1ua obra tem merecido! ao longo de mais de meio s)culo! a

    aten2ão de grandes nomes da literatura ocidental! como 3zra 4ound! *ctavio 4az! (orge 5uis ,orges e6obert Graves.

    &os anos 7oi para o 1emin"rio 1ão $lemente! em $ongonhas do $ampo! Minas Gerais! onde

     permaneceu at) os 8 anos! per#odo em ue aprendeu nove idiomas e traduziu! num eerc#cio di"rio!

    tetos do grego e do latim! de omero e 4#ndaro! :irg#lio e or"cio! *v#dio e 4rop)rcio.

    &bandonou o convento em 9;

    obedi=ncia. $ome2ou a estudar direito! mas abandonou. 5ogo em seguida! aderiu ao ntegralismo! assim

    como $âmara $ascudo e &donias +ilho! conduzido para o movimento pelo cr#tico >ristão de &tha?de. +oi

     preso 8 vezes durante as ditaduras do 3stado ovo e Militar. uma delas! 7icou no c"rcere cinco anos e

    dez meses @9AB-9A8C! uando escreveu o c)lebre romance * :alete de 3spadas e dez elegias de

     perdi2ão reunidas no livro $abo das >ormentas. :iajou por toda a 3uropa! &m)rica e ,rasil.

    * pa#s em ue viveu mais tempo! no eterior! 7oi o $hile! onde deu aulas na Universidade $atDlica de

    :alpara#so. a d)cada de 980! morou em 4euim! na $hina! onde 7oi correspondente do jornal +olha de

    1ão 4aulo. Mais precisamente! 7oi o primeiro correspondente brasileiro e sul-americano na $hina.

    3screveu! at) pouco tempo! crEnicas di"rias para os principais jornais do ,rasil.

    & vasta e variada obra de Gerardo Mello Mourão integra uma das mais elevadas contribui2Fes para a

    literatura contemporânea e consegue alcan2ar dimensFes universais! como ) de se esperar de toda alta

    escritura. 3screveu! com brilhantismo e erudi2ão! em verso e em prosa @romances! contos! ensaios e

     biogra7iasC. 3ntre seus livros! destacam-se o romance * :alete de 3spadas @90C! o livro de ensaios &

    nven2ão do 1aber @98;C! a epop)ia nven2ão do Mar @99/C e a trilogia po)tica *s 4eãs! composta pelos

    livros * 4a#s dos MourFes @9AC! 4erip)cias de Gerardo @9/BC e 6astro de &polo @9//C.

    * :alete de 3spadas! traduzido para v"rios idiomas! ) um romance ue est" na pauta do surrealismo! mas

    em uase nada se assemelha ao realismo m"gico latino. 1ua pro7undidade! seus abismos indeci7r"veis!

    aproimam Gerardo de autores centro-europeus! como erman esse! de * 5obo da 3stepe. *

     personagem principal! Gon2alo +alcão de :al-de-$ães! ) um ser perpleo diante da irresid=ncia do ser no

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    mundo. Um dia! ao sair do hotel em ue estava hospedado! percebe ue est" em uma cidade

    completamente desconhecidaH no dia seguinte! acorda em um navio cujo rumo tamb)m desconhece. &

    ep#gra7e b#blica! logo no in#cio do livro! adeua-se per7eitamente ao estado de coisas e Is tensFes da

     personagemJ Kão conhe2o seuer o caminhoK.

    & nven2ão do 1aber! reunião de ensaios! ) um convite ao pensamento. L tamb)m um libelo contra a

    idolatria tecnolDgica da atualidade e o seu culto da especializa2ão - Ko especialista ) o individuo ue sabe

    cada vez mais sobre cada vez menosK. 3 apresenta como contraposi2ão uma cultura human#stica! ue! no

    momento! encontra-se desprestigiada! mesmo por aueles a uem caberia de7end=-la. nclui! al)m de ;0

    artigos originariamente publicados na imprensa! palestras apresentadas em universidades brasileiras e

    estrangeiras! ue abordam temas como a palavra! o poder e o saber.

    & epop)ia nven2ão do Mar! 4r=mio (abuti de 998! ) considerada pelo cr#tico 'ilson Martins como *s

    5us#adas brasileiro! ue o chama mesmo de K*s ,ras#liadasK! em artigo publicado no jornal Gazeta de$uritiba.

    %e 7ato! Mello Mourão! por outros caminhos e de outras 7ormas! alcan2a o sopro criador de um $amFes!

    ali"s! 7aceta essa ue j" havia logrado com *s 4eãs. 3zra 4ound percebeu na trilogia *s 4eãs! iniciada

    com * 4a#s dos MourFes! ue Gerardo tinha inaugurado o canto da genealogia da &m)rica. 3 esta ) uma

    velha ambi2ão cosmogEnicaJ 7azer! não a genealogia pessoal! mas a genealogia do seu povo! do seu

    mundo.

    4assear pela seara da obra de Gerardo Mello Mourão ) sentir o Karoma! maciez e msicaK de uma poesia

    maior. enhum outro poeta brasileiro recebeu! em uantidade e ualidade! nmero tão grande e tão

    respeit"vel de artigos sobre sua obra. 1omente os literatos de ouvidos cegos! ue não conseguem alcan2ar

    o ritmo da sua po)tica poli)drica! ) ue não percebem a sua grandiosidade.

    * prDprio %rummond declarou-se Kpossu#do de violenta admira2ão pelo imenso! dram"tico e vigoroso

     painelK da poesia de Gerardo! pois sabia do opus magn#7ico do bardo de pueiras! ue Katestar" para

    sempre a grandeza singular e a intensidade universal da poesiaK. Mello Mourão não cabe em moldes nem

    em escolas liter"rias. L singular. 3 vem construindo! solit"rio! a saga do povo brasileiro.

    P O S T AD O P O R VIC TOR EMA NUE L ÀS 20:06 NENHU M COMEN TÁR IO:

    ENTREVISTA: GERARDO MELLO MOURÃO

    1e#uem os trechos principais da entrevista 9ue )erardo Mello Mourão concedeu por escrito :

    *evista !0 do 1!1C de 1ão Paulo; Os mesmos trechos se encontram transcritos no Portal do

    1!1C/http/

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    -andeira.

    0as a respos'a j6 es'6 &icando longa: é a m6 sina das respos'as ue em geral s2o sempre mais

    compridas do ue as pergun'as. +m 'odo caso, eu diria ainda ue o poema se cons'r*i mui'o

    como o JopusJ musical: a repe'i"2o incessan'e da mesma &rase musical, em 'odos os 'ons é a

    J&ugaJ, ou o JcZnonJ ue es'2o na medula sonora dos 'e4'os mais lricos de 0o;ar', de

    -ee'oven e de -ac, por e4emplo. O poe'a repe'e um nCmero sor'eado de sla)as e de

    palavras, sem ne4o en're si, ou 'recos de cr]nicas an'igas e is'*rias do diaAaAdia, como o

    mCsico, com apenas as oi'o no'as musicais es'a)elecidas na escala de uido dre;;o A doAreA

    mi A e es'as oi'o no'as n2o s2o uma gaiola, mas a ma'éria prima do can'o. 32o 6 ou'ras, e sair 

    delas, é desa&inar. Heja os can'adores de &eira do nordes'e: eles can'am redondilas, versos de

    oi'o pés em uadr2o, os camados ga)ine'es de de; sla)as ou o JgalopeAaA)eiraAmarJ de

    rigorosos endecassilacos me'as'asianos. 3unca es'udaram mé'rica, n2o precisam medir versosno dedos, mas jamais incorrem num verso de pé ue)rado. O ri'mo nasceu com eles. Os

    elemen'os &amiliares e uo'idianos é ue salvam o poe'a do prosaismo.

    onvivi mui'o na juven'ude com o is'oriador paulis'ano +rnani 5ilva -runo, mui'o impor'an'e

    para a nossa gera"2o, e desco)rirmos, ainda na adolesc=ncia, ue a is'*ria do mundo é a

    is'*ria de cada omem. + viceAversa. +rnani &undara em 52o

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    la'im, /omero e eus. 3o ano passado, em 5emin6rio reali;ado na 5or)onne pelo

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    $urante sua trajet%ria, o senhor nunca se filiou a nenhuma corrente estilística, nem

    ideol%&ica. ' senhor não concebe a produ(ão artística en&ajada, como um suporte para

    para ideolo&ias"

      ideologia é a nega"2o da &ecundidade e da li)erdade do espri'o. O sujei'o ue se escravi;a a

    uma ideologia n2o 'em idéias. ?em uma idéia s*. s ve;es, &ascinado por um sono generoso,

    o omem se encerra no crculo de &erro, es'éril e sem sada, de uma ideologia. O século #$

    coneceu es'a indig=ncia e es'a impos'ura, com a endemia do mar4ismo. . /.

    a_rence, o mais impor'an'e romancis'a ingl=s de seu 'empo, assinou mani&es'os &avor6veis a

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    0ussolini, como o pr*prio !ames !o@ce, ue saudou o >uce i'aliano como uma esperan"a

     jovem para o mundo. Tuase 'odos os mem)ros do crculo ue girou em 'orno de nnun;io rece)eu o ''ulo no)ili6ruico de irei'a evolucion6ria e s origens &rancesas do

    &ascismo. 5eria in'ermin6vel a lis'a dos escri'ores &ranceses oriundos do &ascismo, como o

    pr*prio -ernanos e 'oda a legi2o de impress2o de ue arles 0aurras &e; a ca)e"a dos

    &ranceses mili'an'es e simpa'i;an'es da Jc'ion ran"aiseJ. ?emAse a impress2o de ue arles

    0aurras &e; a ca)e"a dos &ranceses represen'a'ivos, nas le'ras, nas ar'es e na pol'ica,

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    incluindo o eneral >e aulle,

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    com o na;ismo. 5ua sa'ani;a"2o pelas esuerdas incompe'en'es é uma &al'a de in&orma"2o.

    ire'or do >epar'amen'o niversi'6rio a ue &ui &iliado, era o )rilan'e judeu )enA

     ''ar 3e'o, &undador do en'ro Osvaldo 5pengler, ue passou de e&e do >epar'amen'o

    niversi'6rio a 5ecre'6rio e cer'o modo o des'ino do

    mar4ismo cega ao &im, com a mor'e das ideologias, ue v2o parar 'odas na la'a de li4o da

    is'*ria. Is'o n2o signi&ica ue devamos sa'ani;ar o mar4ismo e os mar4is'as. +les cumpriram

    uma impor'an'e miss2o is'*rica: acelerar o respei'o aos direi'os dos 'ra)aladores na selva

    selvagem do capi'alismo desumano. Heja omens como o Oscar 3ieme@er: ele é o Cl'imo dos

    moicanos do comunismo, e é um san'o por sua pro&iss2oAdeA&é de amor ao ser umano.

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    #ual a finalidade da literatura"

      &inalidade da li'era'ura é a verdade. 0ais claramen'e: é a )ele;a da verdade. O escul'or

    -rancuse pergun'o um dia a

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    2%s ainda padecemos do mal da especializa(ão, da ditadura da certeza e dos b3rbaros

    da individualidade !ue marcaram nossa hist%ria"

      especiali;a"2o é uma das pragas de nosso 'empo cul'ural. i'o sempre Or'ega: o especialis'a

    é o sujei'o ue sa)e cada ve; so)re cada ve; menos.

    ' senhor considera o es!uema proposto por $ecartes falido" 5 preciso acreditar mais

    na ess6ncia do homem" ' ser e a razão são irreconcili3veis" ' senhor acredita !ue

    estamos retomando &radualmente a espiritualidade" -la é le&ítima"

    5eria preciso um 'ra'ado in'eiro para responder a es'a pergun'a. O racionalismo car'esiano n2o

    é '2o e4cluden'e como pensam alguns. O pr*prio >escar'es con'a ue &ormulou seu &amoso

    'eorema depois de uma revela"2o ue le cegara num sono. Tuer di;er: o sono e a ra;2o,

    a &é e o raciocnio '=m um pon'o de encon'ro no Zmago do ser.

    ' fen7meno da &lobaliza(ão impõe a homo&eneiza(ão cultural"

      respos'a 'am)ém 'eria ue ser longa. >epois ue

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    omo o senhor assistiu :s comemora(ões dos ;++ anos de $escobrimento" Mais uma

    vez a festa < elemento !ue caracteriza o país < foi imposta de cima para bai0o e os

    representantes le&ítimos foram alijados"

    onvidado cer'a ve; para as comemora"Ues do segundo cen'en6rio de oe'e, Or'ega @

    asse' e4cusouAse di;endo A Jno es'o@ para commemoraciones.J +u 'am)ém, n2o es'ou para

    comemora"Ues, so)re'udo uando dirigidas por comandos ins'i'ucionais.

    $e sua e0peri6ncia como correspondente no 'riente, notadamente na hina, como o

    senhor v6 a recep(ão dos países a valores ocidentais, depois da abertura econ7mica"

    32o sei. ina é di&cil. 32o creio ue um povo 'ri)almen'e omog=neo, com F mil anos de

    is'*ria escri'a, possa um dia perder sua iden'idade. uele perigo de ianui;a"2o da +uropa,

    denunciado por Or'ega @ asse', n2o e4is'e na ina nem no !ap2o. ?alve; aca)e um dia

    ocorrendo o inverso, como se di; dos gregos: aca)aram sempre coloni;ando seus

    coloni;adores.

    2o fim da década de =+, o senhor afirmou !ue na!uele momento era necess3rio

    >ma!uiavelizar> o 1rasil, se&uindo uma orienta(ão de 'ctavio de ?aria. @sso ainda se faz

    necess3rio hoje em dia" omo 2icolau pode ajudar nosso &overno"

    +m seu admir6vel livro uase adolescen'e, 0auiavel e o -rasil, escri'o aos ## anos, Oc'avio

    de aria a)riu uma picada para a organi;a"2o do poder pol'ico nes'e pas. O ico ampos,

    seu mes're e so)re'udo seu discpulo em algumas coisas, 'en'ou encon'rar auele momen'o

    mauiavélico, 'am)ém lem)rado por

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    &7GS$D? da oesia de Gerardo Mello Mourão#

    Foi o mesmo Aarlos Drummond de ?ndrade /uem+ diante de =O (a-s dos Mourões>+

    comovidamente exclamou! =7sta oesia foi tudo /uanto semre dese0ei escrever na vida+ e

    nunca tive força# Gerardo Mello Mourão teve#> 7 foi+ ainda+ o mesmo Aarlos Drummond de

     ?ndrade /uem reconheceu! O grande oeta de Minas Gerais não sou eu! < 4 o esantoso oetaDantas Mota#

    http://espacoculturalgmm.blogspot.com.br/2007/06/homenagem-gerardo-mello-mouro.htmlhttp://espacoculturalgmm.blogspot.com.br/2007/06/homenagem-gerardo-mello-mouro.html

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    O grande oeta do 5rasil tamb4m não sou eu! < 4 o nordestino Gerardo Mello Mourão# &emre

    sonhei chegar * oesia a /ue ele chegou# $ão tive força# 7le teve#

    Observou ?fonso 5otelho /ue a oesia da l-ngua ortuguesa assou a sustentar /ue 4 =? )nvenção do Mar>+ livro dedicado a

    Lui: Gon:aga+ o =9omero sertane0o> U a trilogia 4ica =Os (eãs>+ comosta or =O (a-s dos

    Mourões>+ =(eri4cia de Gerardo> e =Rastro de ?olo>#

    Outra das obras+ /ue+ considerado o

    rimeiro romance exressionista de nossa Literatura+ foi escrito en/uanto o autor se encontrava

    in0ustamente reso# (or falar em risões in0ustas+ foi Gerardo reso in0ustamente or de:oito

     ve:es+ durante o 7stado $ovo de Get@lio Vargas e o Governo Militar+ /ue tamb4m cassou seumandato de Deutado Federal#

    =O Valete de 7sadas> foi escrito+ bem como as de: elegias da obra =Aabo das Bormentas>+ na

    ocasião em /ue Gerardo+ acusado de ser um esião na:ista ela ditadura estadonovista de

     Vargas+ ermaneceu encarceirado or /uase seis anos+ at4 ser libertado em ra:ão de um aelo de

    intelectuais franceses liderados or 6ean (aul &artre+ &imone de 5eauvoir e ?lbert Aamus+ cu0a

    eça teatral =Aal-gula> Gerardo tradu:iu ara o nosso idioma#

    Aearense /uatrocentão e cat8lico aost8lico romano tradicionalista+ Gerardo Mello Mourão

    nasceu em )ueiras+ ao 4 da &erra da )biaaba+ a 32 de 0aneiro de 1H1%# Menino ainda+ deixou o

    seu ensolarado =a-s do Grande Aear'> e seguiu ara o &ul+ onde estudou no c4lebre &emin'rio

    Redentorista de Aongonhas do Aamo+ em Minas Gerais+ e no Aonvento da Gl8ria#

    Mello Mourão 0' havia desistido da vida mon'stica+ /uando+ no Rio de 6aneiro+ encontrou

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    Guerreiro Ramos+ ?bdias do $ascimento+ 6os4 Lins do Rego+ 6aEme Ferreira da &ilva+ Basso da

    &ilveira+ ?ugusto Frederico &chmidt+ Vin-cius de Moraes+ (aulo Fleming+ Francisco _aram e

    Dantas Mota < a/uele /ue Aarlos Drummond de ?ndrade considerava o maior oeta mineiro epois, em ra'eCs, e &oi 'am)émpro&essora em 3ova ussas. + uando n2o 'ina mais o ue me ensinar,cegou l6 um sujei'o ue veio de or'ale;a, ue era de ra'eCs 'am)ém, mais

    )em &ormado do ue a mina m2e, o

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    deslum)ramen'o. oi a primeira impress2o ue eu 'ive de um omemin'eligen'e, cul'o, a)er'o, mas pro&essor prim6rio, ainda no grau prim6rio. 0asprim6rio nauele 'empo era uma coisa mui'o séria: es'udavaAse realmen'e. mina m2e, pro&essora, sa)ia mui'a coisa, era di&eren'e.  egou a época de uerer &ormar o menino ue levava... 32o avia em

    'odo o ear6, nem em 5o)ral, ue era a capi'al da regi2o 'oda, n2o avia umcolégio, um gin6sio, o segundo grau. +m 5o)ral n2o avia gin6sio. /avia umsemin6rio menor, de >om !osé

  • 8/19/2019 Gerardo Mello Mourão

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      n'igamen'e, na es'rada de &erro 'ina um 'elégra&o ue &uncionava em'odo o in'erior do -rasil. 5* avia o 'elégra&o na es'rada de &erro, com auelaspilas primi'ivas &ei'as de garra&as cor'adas com 6cido den'ro. O !o2o l)er'oen'rou, 'odos n*s a'r6s, os meninos, 'odos os soldados, e camou umsargen'o. /avia um 'elegra&is'a ue era ;arolo ue passava 'elegramas,

    vendia passagens e despacava )agagens. +n'2o, o !o2o l)er'o cegou edisse para o sargen'o: R

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    es'ar com uns 8$ anos. +le &oi oronel da or"a

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    a mina &orma"2o, o meu sen'imen'o de epu'ado, 'udo isso. +u ocupei mui'as coisas. 0as 'udo isso namina vida &oi adul'ério. O meu ma'rim]nio é com a mina 'erra e com a mina

    poesia, ue é &undada ali, come"ou ali. +n'2o, é a mina vida, é a minapoesia, o res'o é )es'eira. ?udo é adul'ério, o ma'rim]nio &oi auele ali.  +u me comovi de rece)er um ''ulo de idad2o /onor6rio de ra'eCs.+u devo di;er aui A n2o é para esno)ar n2o A ue rece)i um ''ulo de idad2o/onor6rio do io de !aneiro, cidad2o carioca. m Hereador me deu esse ''ulo,&oi vo'ado na Zmara, marcaram a solenidade e eu n2o &ui rece)er. 32o meocorreu, no dia eu n2o pude, marcaram ou'ra solenidade, 'am)ém n2o &ui n2osei por u=. co ue es'ava no ospi'al e n2o &ui. ece)i um ''ulo de idad2oluminense, dado pelo ua@, grande companeiro de cadeia, ue &e; ues'2odisso. 0as, o de ra'eCs, nem ue eu 'ivesse ue a'ravessar o oceano pararece)er esse ''ulo eu uereria, porue l6 é mina 'erra, mina rai;, mina

    origem.  +u me julgo um omem original no meio da cul'ura )rasileira A originalnauele sen'ido goe'eano. oe'e disse ue original é 'udo ue es'6 plan'adona origem. 5* se é original uando se es'6 plan'ado na origem. ?en'ei &a;er uma o)ra original da li'era'ura )rasileira e na mina vida. i; mui'as )es'eirasna vida, adul'érios de 'odo o jei'o, mas mina &idelidade B origem é grande.+u &alo sempre com mui'a emo"2o de Ipueiras e ra'eCs.  C SAC. -2A-B@SC$'AC Cna Maria Eopes de Clmeida/ A Osenor saiu de Ipueiras...  ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF' A 3*s ocupamos o li'oral do-rasil. 3o princpio, como se di;ia, o -rasil era

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    ias e amar2o 'en'ando comprar coisas, e ele n2o respondia. >ali auns dias, pergun'ou por ue n2o respondia Bs car'as. +le disse: R!u respondocomo tenho respondido sempre no cano das $om$ardas; 1ou homem de poucas letras e muita espada e não descansarei en9uanto não eLpulsar oinvasor da minha pátria; ! respondo pelo Camarão0 por9ue essa tam$(m ( a pátria dele.

    S o primeiro documen'o da /is'*ria do -rasil em ue &igura a palavraRp6'ria &ei'a pelo negro /enriue >ias, em nome dele e do amar2o. +n'2o, ali

    se &undou realmen'e a p6'ria )rasileira, e4pulsando os olandeses.Os omens ue guardavam as cos'as do -rasil 'iveram 'empo de

    come"ar a navegar as 'erras dos ser'Ues. surgiram as )andeiras.alamos mui'o nas )andeiras paulis'as, ue realmen'e &oram as mais

    &rondosas, de maior =4i'o e admir6veis, com er*is como o aposo ?avares e-or)a a'o. S uma coisa &a)ulosa. 0as é preciso ver ue ouve grandes)andeiras 'am)ém, como as )andeiras )aianas, da asa da ?orre, uepercorreram dis'Zncias imensas. /ouve 'am)ém as )andeiras pernam)ucanas, jun'ando 'odo o 3ordes'e, uando um sujei'o do ear6 inven'ou a pa"oca eensinou aos )andeiran'es do rio 52o rancisco ue poderiam levar auilo comocomida.

    +u 'eno uma grande admira"2o pelos &ilmes de &aroes'e americano. H=Ase aueles omens admir6veis naueles cavalos )oni'os, muleres )emves'idas nauelas dilig=ncias &a)ulosas, e &ico um pouco umilado porueeles viveram no século PHIII a'é PIP. O nosso &oi no século PHII e PHIII.

    Os )andeiran'es )rasileiros percorreram es'e

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     "l$u9uer9ue foi um parente nosso + meu0 do %arcísio0 do "l$u9uer9ue0so$rinho da dona 7rites0 a -elha; O api'2o n']nio de l)uuerue, pernam)ucano, &undou a cidade de Ouro

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    ma ve;, disse: RPadre0 eu não tenho condições; !stou tentado0 9uerosair0 vou para o mundo; Não vou ser padre. +le respondeu: R!stá $em; Peça aeus 9ue o ilumine0 re.e0 pense um pouco por B ou 2 dias;R 3o dia seguin'e, euvol'ava: RPadre0 pelo amor de eus0 não 9uero sair0 9uero ficar .

    iuei nessa angCs'ia e4is'encial 'errvel uase an'ol*gica de saio ou

    n2o saio a'é ue, depois de 7 meses de angCs'ia, resolvi sair. + nessa ora,uando 'irei o meu 6)i'o, deposi'eiAo so)re a cama jun'amen'e com 'odos osmeus ves'es eclesi6s'icos, o meu solidéu, comecei a corar e n2o sa. iueinuma si'ua"2o mui'o delicada e disse ue n2o ueria mais sair. O padre disseRPode sair tran9Qilo; -oc& á foi suficientemente provado; Isso ( uma provação9ue eus lhe deu durante D meses; Não fi9ue se torturando0 pode ir tran9Qilo9ue voc& se salvará.R

      mina sada &oi uma coisa '2o 'errvel ue eu sa do mos'eiro nums6)ado de carnaval. Hoc= n2o pode imaginar o ue era o carnaval no io de!aneiro nauele 'empo. an'avaAse pelas ruas: R!va 9uerida0 9uero ser o seu "dão. + auela coisa &a)ulosa` Rrisos;% +u di;ia: R!stá tudo perdido0 está tudo

    louco0 vai tudo para o inferno; ui B missa no domingo de man2 e procurei opadre: R!stou saindo do mosteiro0 9uero voltar; O padre pediuAme ue 'ivessecalma. + eu n2o vol'ei.

    C SAC. -2A-B@SC$'AC Cna Maria Eopes de Clmeida/ A + a osenor desco)riu a poesia[

    ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF' A +u sa &al'ando poucos dias parapronunciar os primeiros vo'os na vida mon6s'ica. 32o s2o os camados padresdiocesanos, de par*uia. Os padres de ordens mon6s'icas pronunciam vo'osde po)re;a, cas'idade e o)edi=ncia.

    +u perdi a cas'idade, a o)edi=ncia e conservei o lu4o da po)re;a para ores'o da vida. 0as, eviden'emen'e, nunca dei4ei de ser cris'2o.

  • 8/19/2019 Gerardo Mello Mourão

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    3o &undo, os pol'icos canalas, mesmo os pol'icos ue ignoram 'udo,'=m uma espécie de voca"2o para o carla'anismo e para o salvacionismo. lgumas leg'imas e ou'ras puramen'e carla'anescas. O -ri;ola, an'es de ser pol'ico, era pregador. eus. >e mal com +leMde )em com +le; Tuer di;er, se eu &i; um neg*cio ue es'ou sa)endo ue émau é porue n2o es'6 de acordo com as minas rela"Ues com >eus. eus, como di;ia o meu mes're namuno: RO 9ue ( o pro$lema reli#ioso dohomem? O homem está li#ado a eus por9ue eus ( mais eu do 9ue eumesmo. +le é o riador e n*s somos jogados no mundo como peda"os dagal64ia primi'iva ue +le criou. +le é mais eu do ue eu mesmo.

    ?er consci=ncia moral e espiri'ual é mui'o impor'an'e. Isso n2o uer di;er ue eu es'eja sempre andando direi'ino, n2o. 0esmo comple'amen'e

    des'ram)elado, mas sempre 'eno consci=ncia dauilo ue es'6 cer'o edauilo ue es'6 errado e me es&or"o para acer'ar.

    ' SA. -2A-B@SC$'A @van Santos/ A os'aria ue o senor nos&alasse 'am)ém como é ue &oi esse seu con'a'o com a pol'ica. >e ue &ormao senor aderiu a esse movimen'oM ue impress2o isso le causou e aconse=ncia disso.

    ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF' A +u &ui l6 e o ?ris'2o me disse:R-á lá na %ravessa do Ouvidor nU 2B  A lem)roAme a'é oje A em frente : Vivraria1chmidt . O ugus'o 5cmid' 'ina uma livraria peuena )em em &ren'e B sededo In'egralismo. li6s, o

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    resolveram: vamos &undar. O 5cmid', en'usiasmadssimo, ueria ue ele&undasse um movimen'o ca'*lico, como a c'ion ran"aise. om as condi"Uesdo 5cmid' cumpridas, &ecaram o ca'*lico 'am)ém. +n'2o o 5cmid' disse:R "#ora vamos levar para fora do *io de aneiro.  oi &undado o nCcleo aui com 1$ ou 1# sujei'os. + os recursos para

    viajar[ Hamos viajar como[ O 5cmid' &alou: R'a. um livro.  O

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      ' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/ A 5r. 0our2o, me digauma coisa. +s'6 mui'o )oa a sua e4posi"2o. O senor dei4ou de &alar oseguin'e: como o senor vivia e so)revivia pro&issionalmen'e[  ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF' A omecei a 'ra)alar comopro&essor. +ra pro&essor de la'im e de &ranc=s em v6rios colégios aui, inclusive

    no in6sio de 52o -en'o. oi o meu primeiro emprego como pro&essor. >epois,&ui jornalis'a no jornal in'egralis'a Ofensiva, auele jornal di6rio e em ou'ro jornal di6rio in'egralis'a, O Povo0 do ual &ui dire'or com #$ e poucos anos. +raeu e o !uca oureiro, genro do ecre'o nE.7GG, de #9 de ou'u)ro de 19E# A de&inindo crimes con'ra a seguran"a

    nacional, cujo ar'. #1 di;ia:promover e manter no território nacional0 ação emfavor do inimi#o; Pena mínima/ BF anos at( máLima;   m64ima seria a mor'e.

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    >a en'2o vina o ar'. G9 lei. O ar'. G8 di;ia: esta lei retroa#irá at( a data de BA de aneiro de EXB . 5er6 a primeira ve; na is'*ria do >irei'o

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    /ouve um rep*r'er ue &e; uma ma'éria 'remenda con'ra n*s, eu, ?Clio, \onder na revis'a O Cru.eiro. +u era mais no'*rio porue escrevia em jornal 'odos osdias. +ra uma coisa 'remenda.  ' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/ A Tuem &oi esserep*r'er[

      ' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/ A Tuem[ Tuem &oi esserep*r'er[  ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF' A +sse rep*r'er, voc= logoadivinar6.  ' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/  >avi 3asser[ +ra o>avi 3asser[  ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF'  A O ?Clio disse: vamos matar esse sueito  0a'ar n2o, disse o \onder. Hamos &a;er ele comer um pra'o demerda` 3*s o cercamos por D ou E dias e, por &im, pegamos o sujei'o na ;onanor'e, para os lados de ndara, Hila Isa)el. 3*s pegamos o sujei'o e ocolocamos no carro e o levamos para o )o'euim do

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      ' SA. -2A-B@SC$'A @van Santos/ A Tual &oi a sua e4peri=nciapol'ica, depois da cadeia[  C SAC. -2A-B@SC$'AC Cna Maria Eopes de Clmeida/ A +u li emalgum lugar ue o senor rece)eu a visi'a do amus na pris2o.  ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF' A +u rece)i. reio ue o amus

    es'eve comigo em D ocasiUes, para me visi'ar.  ' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/ A l)er' amus.  ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF'  l)er' amus. O amus veioaui e eu avia 'radu;ido para o ?ea'ro +4perimen'al do 3egro — era do amigo )dias 3ascimen'o, &i; na cadeia — uma pe"a do amus camada algula.0odés'ia B par'e, &i; uma 'radu"2o per&ei'a, uma )ele;a de 'radu"2o doalgula, do amus. + o )dias &icou andando com o amus pelo ?ea'ro+4perimen'al do 3egro. O amus era uma &igura &isicamen'e impressionan'e.5* &al'ava corar, olando para mim. iuei comovido e ele, comovidssimo,disse ue n2o.

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    candida'o a >epu'ado por +n're ios, par'ido comunis'a. aul oung eracolega da &aculdade eu, o )dias e o 3apole2o.

    ?ra)al6vamos a poesia com mui'a seriedade. S uma is'*ria longa. 'éue um dia cegamos e decidimos a a)andonar 'udo` n2o 'er mais nada comcoisa alguma. O nosso Cnico compromisso era com a o)ra poé'ica. Iramos

    &a;er uma o)ra poé'ica. O ue avamos &ei'o a'é auele momen'o n2o valianada` Tueimamos 'udo, uilos de caderno de poesia ruim, como cos'umam&a;er os adolescen'es, na &ren'e de um )ar em -uenos ires, camado Hic'*ria.

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    alei: !ntão0 vamos em$ora. omos l6 e o meu )ar)eiro era um i'alianocamado uigi. 5en'ei e o )dias 'am)ém sen'ou, esperando vaga. Hagou umacadeira, camaram um, camaram ou'ro. +u disse: Vui#i0 este senhor a9ui estáesperandoS ele estava antes deles. +le me respondeu: Não atendemos pessoade cor . O 9u&? Não atendemos pessoa de cor; 'ale alto Não atendemos

     pessoa de cor; Pessoa de cor0 nãoS não atende ne#ro; "$dias0 ele não atendene#ro a9ui;evan'amos e ue)ramos a )ar)earia do omem 'odina, auelesespelos )oni'os, aueles vidros de lo"Ues. isse ao por'eiro ue es'ava &al'ando um companeironosso. +le disse: r; não entram pessoas de cor a9ui . Como (? Tue)ramos apor'a de vidro do assino da rca e &omos parar na polcia. + assim por dian'e.

    3o opaca)ana

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    um mes're, -enede''o roce, mes're da es'é'ica moderna, ue 'am)ém 'eveseus pecados pol'icosM &oi 5enador, >epu'ado, &undador do essa &orma, a linguagem da poesia é a me'6&oraM n2o é a imagem, n2oé a compara"2o. S a me'6&ora, é a coisa levada além do além, do além de simesma para cegar ao nCcleo, ao caro"o da realidade. O conecimen'o l*gico

    de uma )anana le dir6 ue se 'ra'a de uma &ru'a com &orma cilndricageralmen'e, com uma casca mais grossa, com um miolo assim. Isso n2o é)anana, isso é o concei'o da )anana. ?odo concei'o, no &undo, é umpreconcei'o. O concei'o é uma coisa pessoal. S o concei'o ue eu &a"o, uevoc= &a;, ue ela &a;, pode ser &a'o ou n2o. gora, o conecimen'o m6gico ein'ui'ivo, esse n2o se e4plica logicamen'e, esse le d6 a coisa propriamen'edi'a.

    +n'2o, cegamos B poesia. /6 poucos poe'as respei'ados no mundo. poesia n2o ensina nada. O sujei'o come"a a uerer ensinar... Hoc= &a; umapoesia engajada, voc= es'6 &a;endo li)elos pol'icos, )ons ou maus, masli)elos. Tualuer um pode redigir auela prosa. poesia vem da musa, a coisado polo. prendemos ue é mui'o ligada B récia.  O pr*prio oe'e, um dia, &oi &a;er uma romaria ao onven'o de 52orancisco de ssis e, no camino, encon'rou um 'emplo an'igo de 0inerva ue'apava as 'enéias dos gregos, e &icou l6 um m=s in'eiro. récia nasceu ali,com o pai /omero, nasceu com /e4odo, uando o omem 'omouconecimen'o de ue e4is'ia so)re a 'erra. ome"amos a )uscar auelas&on'es 'odas. om Tui4o'e in'eiro. oe'e sa)ia decor >om Tui4o'e in'eiro. + v6rias ou'ras coisas ue s2o &undamen'ais aoconecimen'o m6gico e in'ui'ivo das coisas. +ssa é a poesia, porue a poesia

    n2o ensinaM n2o ueira ensinar nada a ninguém com poesia.  polo &undou a récia, &undou a on&edera"2o rega, camada n&ic'i]nia0 onde 'udo era resolvido pelos or6culos da 5i)ila, na gru'a de polo.>ormi l6 uma noi'e, porue &ui preso de man2 cedo por 'er 'omado )ano nuna &on'e de as'ala e avia um soldado grego ue me prendeu S escrevi 'udonum dos meus livros. m dia, um desses capi'2es gregos, ?ems'ocles, &e;uma consul'a a polo. n'es da )a'ala, an'es de uma elei"2o, an'es de umalu'a, an'es de uma viagem, ele se consul'ava com os deuses, na 5i)ilaMcamavaAse 5i)ila porue siciava, a'ravés de si)ilos. O capi'2o n2o en'endeu)em e disse: RO senhor pode me eLplicar melhor o 9ue o senhor 9uer di.er com isso? +n'2o, polo disse: "polo não ensina0 "polo revelaS a poesia

    revela as coisas, n2o ensinaM uem uiser ue as veja.  +n'2o, a nossa poesia é isso.

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    de)ai4o do seu céuM é uma rela"2o do omem com seu des'ino e'erno, is'o é,com a divindade. credi'o ue >eus e4is'e. +screvi a vida desse san'o, umpo)re &rade ignoran'e e re;ador, uma coisa &a)ulosa. omecei com umais'*ria, ing=nuo, para con'ar milagres e ou'ras coisas, ue >eus n2o e4is'e,e'c.

    em)roAme de um amigo meu, por'ugu=s, n'onio Haldemar, eramem)ro da cademia de i=ncias de is)oa, ue con'ou ue, na juven'ude,era um sujei'o in'eiramen'e a'eu mili'an'e. +le &oi a uma con&er=ncia do ardeal>om 3uno, ardeal i;em ue oardeal come"ou a &alar e ele se levan'ou — 'ina vin'e e poucos anos—: -;!La; está aí a \falaire] de eus0 9ue foi eus0 por 9ue eus isso;;; Maseus não eListe0 eu sei 9ue eus não eListe; Por 9ue esse ne#ócio de eus?O senhor tem al#uma prova de 9ue eus eListe? !ntão0 o ardeal &icou, assim,perple4o e o Haldemar disse ue o padre;ino novo ue cegou come"ou asoprar no ouvido dele umas coisasM ele empurrou o padre e disse: Não0 meu

    filho0 não sou um homem de letras0 fui um seminarista medíocre0 nem sei comome ordenei padre0 não me lem$ro mais dessas provas da eList&ncia de eus0de 1anto %omás0 das W ou D provas de 1anto %omás0 e tam$(m não meinteressa. Não \senhore0 doutore; !u não tenho nenhuma prova de 9ue euseListe0 a#ora0 o senhor tem al#uma de 9ue ele não eListe? R*isos;Z +n'2o,en'ramos numa apos'a de pascal,

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    passar, porue, de acordo com a geogra&ia e a cosmogra&ia da época, ali era o&im do mundoM depois dali, avia a)ismos in&ini'os, a pessoa caa. li n2o aviamar nem nada. O sujei'o &oi, n2o passou e ele disse: Não volte sem passar . +le&oi, passou e desco)riu o camino para as hndias, pegou o ou'ro lado da f&rica,o Oceano hndico e 0o"am)iue, a'é as hndias.

      +n'2o, &oram os por'ugueses ue inven'aram o mar, e o mar inven'ou o-rasil. + resolvi &a;er uma epopéia, mas, no mundo moderno n2o ca)e maisuma epopéia. Tuem vai &a;er uma epopéia[ Os grandes cr'icos do mundomoderno di;em ue a epopéia do omem moderno é o romance. + por uen2o[

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    ' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/  A O senor n2o uer reci'ar uma poesia[

    ' SA. -2A-B@SC$'A @van Santos/ A 3o &inal, ele poderia pegar olivro dele e ler. ?alve; &osse melor.

    ' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/  '6 )om, '6 )om.

    RIntervenções simult4neas ininteli#íveis;Z' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF'  pega a um livro meu ualuer`' SA. -2A-B@SC$'A @van Santos/  O senor uer 'omar um

    copo d6gua[ Tuer &a;er um lance[' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF'  /ein[' SA. -2A-B@SC$'A @van Santos/  A uer parar pra &a;er um

    lance, >r. erardo[' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF'  ?ra; a uns livros meus`RIntervenções simult4neas ininteli#íveis;Z' SA. -2A-B@SC$'A @van Santos/  0as diga, o senor ia &alar 

    so)re a )ele;a.

    ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF'  aniel, no epis*dio de 5usana, uma )ele;a, uma muler irresis'vel. Osvelinos se reuniram l6, para peg6Ala no jardim, 'omando )ano. +ra a )ele;a.

    Os averros'as dos séculos PIH, PH, como ugus'n 3i&o, acavam ue a)ele;a podia acon'ecer no cZnone da &orma &eminina, da &orma de uma muler.+scoleram uma muler camada !oana de rag2o, uma princesa, comocZnone da )ele;a. -ele;a realmen'e, sa)e[ +u &i; um livro so)re a )ele;acamado 1usana, 'radu;ido, 'am)ém, em D ou E lnguas.  ' SA. -2A-B@SC$'A @van Santos/ A 1usana uer di;er o u=,e4a'amen'e[

    ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF' A -ele;a.  ' SA. -2A-B@SC$'A @van Santos/ A S a )ele;a[ S uma palavragrega[

    ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF' A 32o, R5usana é uma palavradas lnguas sem'icas. +viden'emen'e era uma muler da cidade de 5usa, umasusana.

    R'alha na #ravação;Z

    os( herdou as terrasoão os rioscom seus navios

    no "ma.onas no 1ão 'rancisco no Parnaí$a'rancisco herdou o en#enho

    a cana caianaManuel herdou os patacões de ouro "nt8nio herdou as fa.endas de $oise Pedro a casa+#rande

    escada de mármore acarandás lavrados

    outros herdaram os cavalosarreios estri$os de prata

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    e at( Mi#uel herdoua cartola a casacao reló#io e a correntede ouro;Na9uele tempo havia amantes francesas e

    al#u(m  herdou ac9uelinee al#u(mas pistolas de coldre de madrep(rolae o punhal na $ainha de va9ueta;!u não herdei nadafu#i para a Cidade de 1usa

    e raptei : $eira da fonte

    uma1usana;

     "s terras arderam os rios secaram os naviosafundaram

     os patacões? ^ derreteram ^a escada caiu0 acarandás se 9ue$raramos cavalos morreramras#ou+se a casaca0 puiu+se a cartola parou o reló#io sumiu a correntee a pistola e punhal morreu ac9ueline numca$aret de Crate_s;  O tempo comeu tudo*estou a eternidade  teus olhos tua $oca

    herança minha1usana; 

    +n'2o, a )ele;a é a Cnica coisa ue res'a.' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/  -oni'o poema`' SA. -2A-B@SC$'A @van Santos/ A +sse é o da )ele;a[RPausa;Z' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF' A O Invenção do Mar  é a me'6&ora

    da nossa is'*ria por'uguesa e )rasileira. ome"a com >om >ini;, ue &oi

    realmen'e o &undador da lngua por'uguesa. +le &undou a niversidade deoim)ra. +le &undou a lngua por'uguesa pol'ica. +m 'oda a +uropa, 'odas asleis, 'odos os alvar6s, 'odos os decre'os, 'odas as sen'en"as de 'odos osgovernos — na ran"a, na +spana, na lemana, na Ingla'erra, na I'6lia— eram em la'im. m dia, >om >ini; decidiu: "s leis de Portu#al0 os alvarás0os decretos serão feitos na lín#ua do povo portu#u&s; oi o primeiro povo ueado'ou o&icialmen'e a sua lngua. s aulas de 'odas as universidades da+uropa — de

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    es'ava na cidade do

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    a dança da saudade marinheiracantada nas violas/ai tá$uas 9ue foram verdestão tá$uas para fra#atastão tá$uas para #uitarras;

    No mesmo pinho0 Vuís -a. de Camões0cantavam cantos do mar das partidas não che#adasdos amores desterrados

     pelas váreas do "lenteode %eresas e Marias;! as moças de seios redondosde %ra.+os+Montes0 das 7eiras de Portu#al #emiam canções de amor/ai flores do verde pinhoai pinhos da verde flor/

    na flor0 na fr8a e na ful8 de seus aromas/saudades dos marinheiros; 

      ' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/  Isso é )oni'o`  C SAC. -2A-B@SC$'AC Cna Maria Eopes de Clmeida/  lindo`

    ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF'  + vai por a a &ora` o -rasil, emcada cZn'ico... O

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    por'an'o, B oroa Inglesa, ao

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    ' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/  A oi cassado em ueano[

    ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF' A ui cassado no IAF. +u es'avaem casa jan'ando, uando a gia >ou'el de ndrade ligou: "ca$amos de ser cassados eu0 fulano e não sei 9uem;;; 'é oje n2o se sa)e por u=. +u, por 

    acaso, 'eno uma cer'id2o de ue &ui cassado, porue precisei 'irar umacer'id2o de ue n2o 'ina ''ulo elei'oral porue es'ava cassadoM en'2o, deramAme a cer'id2o.

    ' SA. -2A-B@SC$'A @van Santos/ A O senor &oi para onde[' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF' A ui para o ile. Os meus

    amigos della 5an'a /ermandad es'avam 'odos l6 me esperando. oi uma &arra`5a com di&iculdade de -raslia. +u 'ina passapor'e diplom6'ico, de

    >epu'ado e 'udo o mais. O eneral \ruel... +les me prenderam no primeiro diada revolu"2o, levaramAme para a or'ale;a de 5an'a ru;. +s'6vamos presosl6 eu, o 3elson Werneck 5odré, o 5c_ein, o oronel erveira, o 3eiva0oreira, uma por"2o de gen'e. icamos l6. Zmara se declarou em sess2o

    permanen'e a'é me sol'arem, porue eu 'ina imunidades. +n'2o, as'elomandou sol'aremAme.

    ui para -raslia. O riograndino eneral \ruel, irm2o de maur@ \ruel,era o e&e de ou'el de ndrade, ue era lder dopar'ido, disse: Não vai0 senão vão prend&+lo; Marca no 1antos umont e vai  pe#ar o avião com a #ente no )aleão;  +n'2o, &ui para o ale2o. O >ou'el emeu sogro es'avam nesse avi2o, &oram pegarAme.  eguei a -raslia e, usando a palavra no rande +4pedien'e, &i; um

    discursos de uase duas oras. O /um)er'o ucena, a'é morrer, di;ia ueauele 'ina sido o maior discurso ue ele ouvira na Zmara. /avia umsil=ncio, n2o avia ;um)ido.

    TuiseramAme ma'ar — ma'aram alguns sujei'os. oi algo 'errvel.>enunciei a pris2o e denunciei 'udo. oi a primeira vo; ue saiu do &undo dasca'acum)as para denunciar as prisUes de >epu'ados. mina &oi a primeiravo;. iuei 1F dias preso. Tuando sa, &ui para a Zmara e &i; um discursocon'ando o ocorrido.  +n'2o, o sujei'o disse: Não fica na casa do 7arros , meu sogro. iueina casa do

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    de &ora. O epu'ado por ampo rande, no 0a'o rosso, 'am)ém do

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    ' SA. -2A-B@SC$'A @van Santos/ A O ernando /enriue es'aval6 nessa época[

    ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF' A 5im, claro. /avia um primoAirm2odo ernando /enriue. +ra um médico comunis'a camado /ugo le4andre,meu grande amigo. +le era sol'eiro, mais jovem. icou morando na mina

    casa. +u 'ina uma casa )oa, grande. 6 coneci o ernando /enriue, ue&reen'ou a mina casa.5erra era es'udan'e. /avia meia dC;ia. O 5erra era es'udan'e. i;emos

    uma cai4ina. Tuem 'omava con'a da cai4ina era o d2o

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    revis'a semanal e ou'ras E ou F revis'as. iuei 'ra)alando l6 duran'e algum'empo. +ra possvel so)reviver.

    ' SA. -2A-B@SC$'A @van Santos/ A >r. erardo, como o senor v= essa sua e4peri=ncia den'ro da pol'ica pra'a, da pol'ica par'id6ria, dapol'ica ins'i'ucional[ O ue o senor re'ira dessa e4peri=ncia oje[

    ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF'  A m dia pergun'aram isso ao!o@ce. !o@ce 'ina sido mili'an'e pol'ico na Irlanda. 0e'euAse em pol'ica a'é naI'6lia. ssinou mani&es'os de&endendo 0ussolini. >epois de uns 'empos,pergun'aram a ele so)re pol'ica. +le respondeu: " política? Não sei se foi ums_cu$o ou um íncu$o 9ue dormiu comi#o uma noite0 do 9ual hoe tenho amaior repu#n4ncia; O uadro pol'ico )rasileiro — eu 'eno mui'os amigosainda me'idos na pol'ica, amigos nossos, ue voc= conece, mas é umneg*cio....a gen'e 'em ue pensar na 'olerZncia a'é com eles — a pol'ica)rasileira é mui'o po)re`

    ' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/ A e&endi as re&ormas, a re&orma

    agr6ria, so)re'udo. ?ra)alei, de&endi e apresen'ei proje'os nesse sen'ido. uimui'o marcado duran'e o overno oular', mui'o marcado.

    C SAC. -2A-B@SC$'AC Cna Maria Eopes de Clmeida/ A O senor &alou ue apresen'ou proje'o de lei re&eren'e B re&orma agr6ria.

    ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF' A presen'ei um proje'o de lei.+les n2o... presen'ei um proje'o ue aco ue podia... coisa em ue o!ango mais es)arrou na re&orma agr6ria, segundo algumas conversas...>i;iam: RO an#o não tem dinheiro para a reforma a#rária; Nós precisamos de

    mais 2 $ilhões para poder começar uma reforma a#rária; +u disse: an#o0 eutenho uma solução; Tuando eu era menino, l6 no ear6, n2o avia meiocirculan'e no in'erior — ainda 6 pouco es'6vamos comen'ando isso comalguns amigos em ra'eCs. Os comercian'es n2o 'inam dineiro em Ipueiras,ra'eCs. /avia apenas mercadorias. +n'2o, os comercian'es passaram aimprimir dineiro, um dineiro ue se camava )or*: Pa#ar+se+á ao portador deste a import4ncia de EF mil r(is no arma.(m de *aimundoMourão; aimundo 0our2o emi'ia o dineiro, e pagavaAse.3a'uralmen'e, com o 'empo, v6rios deles ue)raram. >i;em ue um paren'emeu ue)rou com G$$ mil con'os de )or*s. Isso deve ser e4agero. >evia aver G$ mil ou G mil. +n&im, emi'iaAse )or*, e o )or* se &a;ia circular como dineiro.

    +n'2o, eu disse: an#o0 voc& emite $oró?   +le pergun'ou: O 9ue ($oró? Jue dia$o ( $oró? !u vou eLplicar/ emite+se um dinheiro0 uma moeda

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    9ue sirva para se pa#arem impostos0 mas 9ue não vai servir para a importaçãonem para su$sídio de eLportação; !ntão0 ela não vai incidir no c4m$io; Comesse dinheiro a #ente compra terra e fa. a reforma a#rária; 0as os dou'ores l6da Zmara acaram ue a moeda podre contamina a moeda forte .

    oi uma coisa inven'iva, viu[ +mi'ir um dineiro para.....mas, eu discu'i

    mui'o. ' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/ A omo &oi essa 'ransi"2oideol*gica da direi'a para a esuerda[ omo o senor mudou[  ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF' A O ue era direi'a e o ue eraesuerda[ S preciso lem)rarAse de ue os pro)lemas sociais, os pro)lemas de jus'i"a social... O primeiro sujei'o ue ins'i'uiu no mundo 8 oras de 'ra)alocamouAse -eni'o 0ussolini. oi 0ussolini ue inven'ou 8 oras de 'ra)alopara o 'ra)alador, ue inven'ou &érias para o 'ra)alador, ue inven'ou au4lioA&amlia para o 'ra)alador. ssim, os ue eram camados de direi'a 'inamuma preocupa"2o social mui'o grande. O par'ido na;is'a, na lemana, era umpar'ido com preocupa"Ues sociais. O 3, e o

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    des'acavam. O avis, en'usiasmada, disse: Nós vamostomar o poder +u disse: Oh0 menina %omar o poder a9ui nos !stados6nidos? %omar o poder do Pentá#ono0 do '7I?  +la disse: !les t&m o poder  por9ue eles det&m o sa$er0 e as elites americanas estão desertando do sa$er;`oe0 nas universidades americanas0 os filhos dos *othschild e dos *oc,efeller não estudam mais0 a não ser as mat(rias ancilares0 como )er&ncia deCapitais0 "dministração de !mpresas0 1ociolo#ia; !les não che#am :smat(rias 9ue são o n_cleo do sa$er0 como `istória0 'ilosofia0 ireito0 etc;

    Isso é verdade. +ssa re)eli2o das massas, rela'ada na o)ra de !osé

    Or'ega @ asse', vai come"ar por a. s massas es'2o 'omando o sa)er e, umdia, cegar2o ao poder. +s'2o en'rando em colégios e &aculdades. on'udo, a&aculdade )rasileira ainda é mui'o ruim, a universidade )rasileira é a pior docon'inen'e, é pior do ue a da -olvia, pois n2o 'emos 'radi"2o. +les '=muniversidades ue v=m dos primeiros dias da col]nia. s primeirasuniversidades da mérica espanola da'am de 1FED. niversidade de 5an'o>omingo, a niversidad 0a@or de 5an 0arcos, o olégio 5an elipe, naol]m)ia, olégio de 5an gus'n, na -olvia, o 5an arlos, no ile: 'odass2o grandes universidades.  ' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/ A 5an ndrés.  ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF' A +les '=m 'radi"2o. 3a -olvia,6 pro&essores de iloso&ia, coneci alguns. +s'ive, por e4emplo, dian'e de umpro&essor espanol salama9ueo. ui, o neg*cio é penoso.

    S claro ue, no campo da ci=ncia aplicada, 'emos 6reas maisdesenvolvidas do ue no res'an'e da mérica a'ina. 0edicina e +ngenarias2o e4emplo disso. /6 cen'ros de e4cel=ncia de 0edicina em 52o

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      ' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/ A m do País dosMourões. S da *ecord?  ' SA. G-ACA$' M-EE' M'8AF'  S *ecord; 

    ' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/ oloca para a euipede 'ev=. 32o vou precisar n2o.

      ' SA. -2A-B@SC$'A @van Santos/  A 32o, esse é para voc=,?arcsio.

      ' SA. -2A-B@SC$'A arcísio Dolanda/ A 32o, vou comprar o

    livro.

    GERARDO MELLO MOURÃO : VIDA E OBRA  

    em 09/12/2010 14:18:20 (2526 leituras)

    Gerardo Mello Mourão, o poeta oracular e absoluto ue ti!"aor#ul"o de di$er%se &a#u!'o ceare!se " uatroce!tos a!os,oi amassado !o barro das *pueiras em 8 de &a!eiro de 191+,e em 09 de mar'o de 200+ irou a -ltima p#i!a de sua"ist.ria luta!do pela ida com a mesma sere!idade com uee!re!tou ta!tas mortes em ple!a ida

    ua partida e!tristeceu o mu!do i!telectual e deiou%!os um

    a$io ue precisa ser pree!c"ido para ue possamos dotar de se!tido o ueapare!teme!te !ão a$ se!tido al#um, como por eemplo, a morte, essacompa!"eira i!co!iel ue, !um simples bater de plpebras, ira o mu!do aoaesso e desma!tela tudo o ue tomamos por real, i!suprimel ou mesmoeter!o

    Mas uem sabe morrer de ida lo!#ea, morre sile!te, !o sil3!cio da pe!a uecorre suae sobre o papel para i!spirar os sbios e os deuses Gerardo morreusile!te, mas para a camaril"a ue se amoti!aa com o ito de eclu%lo dosc!o!es polticos e literrios, ele & "aia morrido em ida, tima das

    co!spira'es, das prises, da i!e&a e do sil3!cio "ostil dos !-cleos acad3micose polticos do rasil

    Gerardo !ão tee lu#ar !a 7cademia rasileira de etras, !em !as 7cademiasde etras do ear !ão cobrou do ;stado os da!os morais e materiais ue o;stado l"e causou !ão reuereu apose!tadorias pelo tempo ue seriu < =triarasileira e !u!ca pesou co!tra ele a acusa'ão de dedo%duro, o ue !os lea acrer ue !osso poeta, pela sua ida mesma, pela sua #ra!de$a moral ei!telectual, e!car!ou a metora do >7lbatro$, ime!sa ae dos mares? ueaudelaire sublimou !um dos mais belos poemas de l!#ua ra!cesa: >o poeta

    se compara ao pr!cipe da altura, ue e!re!ta os e!daais e as setas !o ar, eeilado !o c"ão, em meio < turba obscura, suas asas de #i#a!te o impedem de

    http://www.luso-poemas.net/modules/news03/index.php?storytopic=83http://www.luso-poemas.net/modules/news03/index.php?storytopic=83

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    a!dar?

    =elo le#ado ue !os deia em obras literrias de alor i!suprimel, Gerardo @,sem d-ida, muito mais do ue dele & dissemos ou ai!da estamos por di$er aolo!#o do s@culo em curso ; ua!do i!ocamos um mito com tal dime!são, lo#oa em ele, pisa!do suae, com as mãos para trs, ol"os a#udos, bril"a!tes eate!tos a tudo, estido !um ter!o impecel, de #raata%borboleta, esbo'a!doum sorriso matreiro a!tes de co!tar al#uma perip@cia com sua o$ ritmada eibra!te, pr.pria dos ca!tadores !ordesti!os

    o!trrio se!so, o tradutor de =arm3!ides de ;l@ia (5A0%460 a), de Bai!erMaria BilCe (18+5%1926) e do lder militar, poeta e cal#rao c"i!3s, MoD@dE!#, co!"ecido como Mao Fs@%tu!# (189A%19+6), cumpriu com di#!idade asua u!'ão de "uma!ista politicame!te i!correto, de poeta ecludo das cortesdas letras e i#!orou sole!e a patrul"a de literatos ue o co!sideraa um >mar#i!al? das letras, como o oram omero e Ha!te, ames e Ilderli!,audelaire, autr@amo!t e Bimbaud, ue são os #ra!des reitores do saber e doesprito

    ;m mar'o de 2006, como ue a!tee!do o desti!o se cumprir, ui com oci!easta Jol!eK Llieira < casa do poeta ue, apesar do ombro raturado e dasdores !os ossos, !os acol"eu com o e!tusiasmo de cria!'a, e l #raamosdura!te ci!co dias co!secutios, suas co!isses, perip@cias e ae!turas

    Ho!a ea, testemu!"a e #uia dos passos do marido, !os mostraa com seusol"os os liros, os ob&etos, as artes e com o dedo apo!taa os labiri!tos dacasa o!de, desde o pri!cpio & se sabia ue, para o poeta a busca da musa erasempre mais sublime ue o e!co!tro ua!do ec"amos um bloco lmico ea$amos uma pausa, o poeta i!corporaa o il.soo, metia a mão !o seu po'ode erudi'ão e ditaa: N7 ideolo#ia represe!ta a !e#a'ão da ecu!didade dope!same!to e da liberdade do esprito L su&eito ue se escrai$a a umaideolo#ia !ão produ$ id@ias pr.prias e tor!a%se tima de uma id@ia ia al"eia

    Os e$es, asci!ado por um so!"o #e!eroso, o "omem se e!cerra !o crculo de

    erro, est@ril e sem sada de uma ideolo#ia 7 ideolo#ia @ a depraa'ão maiordo pe!same!to e da i!teli#3!cia dos impostores ue t3m sede de poder 7ideolo#ia @ a impostura com ue os tolos esterili$am seu pe!same!to, suai!teli#3!cia e at@ mesmo sua "o!ra L s@culo 20 co!"eceu essa i!di#3!cia eesta impostura com a e!demia do marismo, com o mimetismo do socialismo ecom a #a!!cia sobera!a do capitalismo ;ssas ideolo#ias em co!ro!toetermi!aram o ue poderia brotar de "uma!ismo !os crculos respeiteis dope!same!to dos pases culturalme!te aparel"adosP ; ao i!al do dia, ua!doi!"a a adi#a, Gerardo !os bri!daa, ora com tra#os de bom i!"o, ora comuma poesia a!est@sica e paralisa!te

    omem pio, serico e impre#!ado pela @%ero$ ue sa!tiicou 7#osti!"o de

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    ipo!a e Foms de 7ui!o, Gerardo !ão esco!dia o seu e!tusiasmo pela idade pecador, !em mesmo ua!do i!stado a alar sobre a @ e sobre o ue o terialeado a re!u!ciar a ida clerical aos 18 a!os ; ua!tas "oras de sabedoria:N;u !ão persi#o a ama ;u persi#o a #l.ria e escreo para c"e#ar dia!te deHeus com mi!"as obras, !a espera!'a de ser acol"ido com mi!"as id@iasP-bito, a o$ ibra!te do ca!tador das *pueiras oi abaada pela pro!-!cia emrecto%to!o do rater Gerardo, a !os co!tar ue i!#ressara !o emi!rio dosBede!toristas ola!deses aos 11 a!os, co!e!cido de ue, a maior elicidade aue o "omem pode aspirar @ ser sa!to

    7o oui%lo di$er ue !ão ti!"a or'as pra a#Qe!tar auele sacricio, auelaimola'ão diria e ue os casti#os da co!sci3!cia l"e ardiam mais do ue aspu!i'es por rebeldia, i!eri ue a #3!ese do pe!same!to rebelde ei!depe!de!te do poeta pode ser ac"ada !os seus a!os de !oiciado, pois !ão @cil um &oem re!u!ciar as suas paies e dese&os car!ais, ai!al, as paiesi!au#urais do ser eclodem !a adolesc3!cia, e a ida mo!acal educa o su&eitopara etermi!ar a sua pr.pria o!tade

    Beie!do os tempos !o emi!rio, ele relembrou ue aos 1+ a!os oi pu!idodia!te dos !oi'os pelo pater ma#ister (mestre dos !oi'os) com a se#ui!teordem: N*rmão, pla!te essa roseira !o &ardim, mas pla!te%a de cabe'a prabaio, com a rai$ pra cimaP ua!do a roseira murc"ou, o pater ma#ister bateu< porta da cela de Gerardo e disse: N*rmão, "o&e oc3 est i!cumbido de re#aras pla!tas do &ardimP Gerardo abriu a &a!ela, iu o temporal cai!do e

    co!ti!uou mudo ;!urecido, o pater ma#ister #ritou: NRrater, aui !ão sediscute ordem, !em se uestio!aP Gerardo caiu de &oel"os, bei&ou o c"ão e oire#ar o &ardim debaio de c"ua Fempos depois, !um almo'o domi!ical o paterma#ister disse: NRrater, o se!"or @ "ebdomadrio esta sema!a, e!tão o se!"orai pro!u!ciar errado tr3s palaras em latimP

    Lra, para uem aos 1A a!os & tradu$ia omero e =!daro, Sir#lio e orcio,Ldio e =rop@rcio, pro!u!ciar palaras erradas seria uma "umil"a'ão dia!te dacomu!idade Gerardo pe!sou um pouco e leu um teto ue todos sabiam decor: blia sacra, de libro Ge!esis, caput ui!tum, co!ti!uatur ue oi

    pro!u!ciado assim: de libro Ge!@sis, caputim ui!tum co!ti!uatum Tessepo!to o el"o padre reitor estaa < mesa e #ritou: NRrater, rater, seis a!os delatim e ai!da !ão sabe pro!u!ciar o !ome de um liro da a#rada ;scrituraPGerardo a&oel"ou%se, mas !ão bei&ou o c"ão, pois sua !ature$a & l"e cobraauma atitude o!tudo, passou sete meses traa!do uma luta i!terior (sai, !ãosai) ima#i!a!do ue estaria ec"a!do as portas do c@u para sua alma To diada sada, Gerardo procurou o padre reitor e co!essou%l"e o seuarrepe!dime!to L mestre ol"ou%o e disse: NMeu il"o, oc3 & oi proado porHeus lo!#ame!te meses ue oc3 est !essa a#o!ia i!terior ;!tão esi#a seu desti!oP

    ;m 19A5, poucos meses a!tes de proerir os otos de pobre$a, castidade e

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    obedi3!cia, Gerardo desestiu o "bito e c"e#ou ao Bio de Ua!eiro !uma@spera de car!aal, oui!do os rapa$es, mo'as e tra!siados ca!tar: N;auerida, uero ser o teu 7dãoP e#urame!te, pe!sou co!si#o mesmo: NTossae!"ora, ão todos para o i!er!oP Mas como a car!e @ raca, dura!te ocar!aal Gerardo oi maculado por todos os pecados mortais catalo#ados !asbulas, cat.lica e bi$a!ti!a Nuem uiser ue os ima#i!eP, disse ele ri!do

    7os 2A a!os, Gerardo irmou o =acto del Sit.ria, sa#rou%se caaleiro dae!"ora =oesia e i!#ressou !a Na!ta erma!dad de la LrudeaP, ao lado de;raim Foms o, Godoredo *ommi, Uua! Baul Vou!#, 7bdias Tascime!to eTapoleão opes Ril"o 7 #uilda .rica deiou rastros !as terras e !as #uasmartimas e luiais de uatro co!ti!e!tes, empu!"a!do a ba!deira do saber edo a$er po@tico ;ssa ae!tura mu!da!a est docume!tada !uma bitculapreciosa em ue os membros da a!ta erma!dad escreeram um memora!do@pico%lrico dos ac"ame!tos de c"ãos a!dados ou ima#i!ados e deramtestemu!"o escrito !uma partitura po@tica i!titulada W7mereidaW, preserada!um liro raro do ual se tiraram ape!as al#umas de$e!as de eemplares

    =arece certo di$er ue Gerardo e seu ba!do de &oe!s idealistas, todosdesertores da ida prtica, & compree!diam ue a imposi'ão tir!ica doaltrusmo (um comportame!to imposto pela autoridade), si#!iica a a!ula'ãoda liberdade do pe!same!to e a iola'ão da pr.pria co!di'ão "uma!a, pois!e#a ao "omem o e!co!tro co!si#o pr.prio, e o impede de cumprir, e!im, oseu desti!o i!certo e desco!"ecido !o mu!do

    Hesde ue se assumiu poeta, Gerardo i#!orou olimpicame!te a patrul"aideol.#ica ue eleou um ba!do de escrei!"adores < cate#oria de poetas!acio!ais e adotou um posicio!ame!to de i!depe!d3!cia e rebeldia ue sec"ocaa radicalme!te co!tra o XeYstablis"me!t literrio, poltico e acad3mico!acio!al, pois para ele, i!telectual @ a!tes de tudo uma postura crtica, solitriae coere!te re!te a uma circu!st!cia @ saber tirar da escuridão o lume paraue outros deselem as mscaras do real abia tamb@m ue, para cumprir taldesiderato @ preciso i!depe!d3!cia, cora#em e tais atributos são co!di'es do >eu? so$i!"o, porue um i!telectual !ão @ um #rupo, porta!to, !ão co!ta com o

    apoio do outro para e!re!tar uma adersidade e, reQe!teme!te, !ãoe!re!taria se a cada i!iciatia tiesse ue pedir o apoio do cole#a

    7pesar das perse#ui'es, das torturas e dos a!os de cla!desti!idade e de elio!a "i!a, Rra!'a, 7lema!"a e "ile, Gerardo era um "omem doce, semamar#uras, sem rustra'es, e !utria%se da el"a ambi'ão cosmo#Z!ica deier !um mu!do em ue ao "omem @ possel o culto ao belo e < elicidade deser e de eistir com al#u@m ao seu lado, ou se&a, de desrutar de umse!time!to compartil"ado e lire de .dios e ra!cores

    ; aui pe'o 3!ia ao ate para repeti%lo: NL resse!time!to @ a pior coisa a ueo "omem pode #uardar de!tro de si [m "omem co!scie!te !ão permite ue o

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    resse!time!to l"e possua, porue trata%se de um se!time!to !ocio, se!tidopela se#u!da e$, pela terceira e$, pela uarta e$, porta!to !ão @ umse!time!to ori#i!al, pois o resse!time!to @ resse!tir, e isso lea o "omem <pura esterilidade da ra$ão, e impede ue os se!time!tos mais sublimes sema!iestem em seu espritoP

    e!"or das l!#uas co!"ecidas e desco!"ecidas, das l!#uas a!ti#as eesdr-ulas, Gerardo !ão alaa eplicitame!te das suas i!lu3!cias literrias,mas !ão co!se#uia esco!der a sua admira'ão por um rosrio de poetasu!iersais, e!tre os uais ele i!clui o caboclo 7!selmo Sieira, ca!tador da eirade *pueiras, com sua rabeca rouca, sua o$ #emedeira, ca!ta!do uadras esetil"as de sete slabas, moures de oito p@s em uadrão e #alopes%

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    co!de!ado por !e!"uma lei brasileira, !em por ualuer tribu!al le#alme!teco!stitudo e !u!ca compareci dia!te de um &ui$ para ser &ul#ado Tem mesmoo i!ame Fribu!al de e#ura!'a ousou me acusar de co!spirar co!tra o rasil

    7 acusa'ão de espião !a$ista e de "aer colaborado para o au!dame!to de!aios !a costa brasileira, partiu dos meus adersrios !a impre!sa, de HaidTascer, da Beista L ru$eiro, de uem me i!#uei eemplarme!te obri#a!do%o comer uma i#uaria bi$arra e imu!da Fe!"o um ime!so e olmpico desd@mpor u!s pobres bo!irates ue me co!sideram um poeta importa!te e uete!"o direito a uma reisão dos >erros? do passado Tão te!"o erros polticos acorri#ir =orta!to, !ão permito ue !i!#u@m mude uma r#ula do meupassado Mi!"a "ist.ria pessoal @ um patrimZ!io de ue muito me or#ul"oP

    Hesde muito se sabe ue os !aios brasileiros oram au!dados por submari!osaliados para or'ar o rasil a e!trar !a 2\ Guerra, troca!do borrac"a da7ma$Z!ia e idas de mil"ares de !ordesti!os por uma sider-r#ica !o udesteL caso em ue Gerardo oi a#redido !os mais eleme!tares direitos "uma!os, @-!ico em toda a "ist.ria do Lcide!te, pois !ão se co!"ece outro caso em ueal#u@m te!"a sido co!de!ado >por decreto? com aplica'ão retroatia

    Tão temo errar se disser ue Gerardo, o a!tica!Z!ico, oi e @ o mais eruditodos poetas brasileiros desde o ac"ame!to desta !a'ão em 1500, e sua "ist.riase co!u!de com a ist.ria do rasil ao lo!#o do s@culo ]], & ue ieu os@culo i!teiro, e atuou !o e!redo com a co!ic'ão de ue !ão l"e cabia a$er

    "ist.ria, mas sorer a ist.ria

    riador !a mais alta acep'ão da palara, Gerardo di$ia ue o tempo da cria'ão@ i!temporal, ta!to ue podemos c"am%lo de poeta da WsuidadeW (dasaudade), da coisa sua, da circu!st!cia sua, uma e$ ue sua poesia, ao ladose sua prosa, ormam a medula do seu esprito "uma!ista, esprito ue seortaleceu sob o si#!o secular do triium (saberes "uma!os) e do uatriium(saberes eatos)

    =oucas sema!as a!tes da morte, Gerardo co!ide!ciou%me ue estaa aetado

    pela triste$a eiste!cial do ser (ou seria o!tol.#ica^), e ue se se!tia como@o! loK, possudo por uma a!#-stia medular e co!sta!te, at@ mesmo ua!dorecitaa o credo de a!to 7ta!sio e co!irmaa a sua co!ic'ão !a idaeter!a Hisse%me ai!da ue !ão learia co!si#o !e!"uma m#oa dos seusal#o$es, !em mesmo da escritora Bac"el de ueiro$, ue ora l"e acusaa de >direitista? e >esuerdista?, de >!acio!alista? e >e!tre#uista?, de >!a$ista? e >ascista?, de >reacio!rio? e >co!ciliador?, de modo ue isso dee bastar paraue sua alma se&a sala da maldi'ão secular ue ema!a dos sarc.a#osacad3micos e polticos do rasil

    7pre!di muito ao lo!#o de uator$e a!os de irma!dade si!cera com Gerardo, oi!spirador de duas #era'es de escritores ; ua!tas mem.rias cada um de

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    !.s, seus ami#os, podemos reier^ embro%me bem do dia em ele re#ressoude sua *pueiras e omos &u!tos para um ee!to !a 7ssembl@ia e#islatia doear Ta tribu!a, ap.s "aer alado das mis@rias ue testemu!"ara dura!tesua ia#em ao sertão do ear, Gerardo per#u!tou aos deputados se al#u@mali poderia di$er para ue sere um poeta !um ;stado pobre em ultura,;duca'ão e a-de^ 7p.s um tempo de sil3!cio rustra!te, eis ue ele aia aspalaras !a sua l!#ua de pedra e di$: NTeste mu!do o ue dura @ o ue oiu!dado pelos poetas e !ão pelos especialistas, ue são meros i#ura!tes deuma tarea a!cilar Tão são prota#o!istas do saber !em da "ist.ria

    Tu!ca um especialista criou al#o duradouro !em embasou uma !a'ãoP 7oouir isso, suspeitei ue Gerardo utili$ou o euemismo >especialista? para !ãodeiar os deputados ue o aplaudiam de saia%&usta ; prosse#uiu: N7 Gr@cia oiu!dada pelo poeta, omero, ce#o e #3!io L imp@rio roma!o oi i!spirado pelopoeta Sir#lio e por um escritor ue se e$ #e!eral, aio Uulio @sar L mu!do &udaico oi u!dado pelos poetas das proecias, Ueremias, *saias, ;$euiel,Ha!iel e pelos a!tos do rei Hai 7 ciili$a'ão mul'uma!a oi u!dada pelopoeta Maom@, seu se!"or e sobera!o 7 "i!a e a _sia Lrie!tal oram u!dadaspelo poeta `u!#%Ru%F$e, ue co!"ecemos por o!-cio 7 *tlia oi u!dada porHa!te, poeta absoluto "urc"ill, a!imaa suas tropas co!tra o o#o de itler,e!ia!do aos soldados os ersos de "aCespeare Ls soldados #erm!icosleaam !a moc"ila os a!tos de BilCe e os "i!os de Ilderli!

    ; o ue seria de =ortu#al sem ames e =essoa^ Ha Rra!'a sem Soltaire,

    audelaire, amarti!e e u#o^ ; o ear sem seus poetas, re!e#ados eesuecidos^P ; i!ali$ou di$e!do: NRoi o Heus po@tico e dial@tico ue e!#e!drouo pe!same!to mtico, o tempo dii!o do "omem, mas oi a erdade "el3!icaue deu i#or < !o'ão de liberdade e democracia, erdade lumi!osssima ueu!dou o "omem lireP Ls aplausos !ão impediram o !osso poeta de di$er: Npara pree!c"er o a$io do esprito "uma!o ue sere um poeta com suapoesiaP

    BuK mara

    Besumi!do

    Gerardo Mello Mourão (*pueiras, 8 de &a!eiro de 191+ ear, 9 de mar'o de200+) oi um &or!alista, poeta e escritor brasileiro ;ra membro da 7cademiarasileira de Rilosoia, da 7cademia rasileira de a#iolo#ia e do o!sel"oTacio!al de =oltica ultural do Mi!ist@rio da ultura do rasil ;ra um dos maisrespeitados escritores brasileiros !o eteriorat.lico pratica!te, perte!ceu ao moime!to i!te#ralista, te!do estado presode$oito e$es dura!te as ditaduras de Get-lio Sar#as e de 1964%1985 Tumadelas, icou !o crcere ci!co a!os e de$ meses (19421948) To docume!trio

    Woldado de HeusW (2004), diri#ido por @r#io a!$, Gerardo Mello Mourãodeclara ue saiu do i!te#ralismo !o perodo em ue estee preso pelo ;stado

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    Too de Get-lio Sar#as, e airma, co!tu!de!teme!te, ue WoiW i!te#ralista e!ão o era mais desde e!tão ;m 1968 @ !oame!te preso, acusado dessa e$de comu!ismo pelo 7*%5 !o perodo da ditadura militar !essa ocasião diidecela com !omes como Due!ir Se!tura, Diraldo, @lio =elle#ri!o e Lsaldo=eralaX2YU !a maturidade, oi ca!didato a uma cadeira !a 7cademia rasileira de etrase oi i!dicado ao =r3mio Tobel de iteratura em 19+9 ;m 1999 #a!"ou o=r3mio Uabuti pelo @pico *!e!'ão do MarGerardo Mello Mourão @ pai do artista plstico, com obra reco!"ecidai!ter!acio!alme!te, Fu!#aSia&ou por toda a 7m@rica e ;uropa L "ile oi o pas estra!#eiro o!deperma!aceu mais tempo, da!do aulas de ist.ria e cultura da 7m@rica !a[!iersidade at.lica de Salparaso (1964 a 196+) ;!tre 1980 e 1982 morouem =euim, !a "i!a, o!de oi correspo!de!te do &or!al WRol"a de =auloWRoi o primeiro correspo!de!te brasileiro e sul%america!o !a "i!a;ra ami#o !timo de Gui#!ard, Mic"el He#uK e =ablo Teruda7s ae!turas e a'a!"as da sua amlia re!deram, !o ear, uma das maisricas cr.!icas de costumes por parte de roma!cistas, soci.lo#os e"istoriadoresMello Mourão estaa i!ter!ado !a asa de a-de ão Uos@, em umait, Do!aul do Bio de Ua!eiro, desde Ua!eiro de 200+ Fi!"a problemas respirat.rios ealeceu !o dia 9 de Mar'o de 200+, aos 90 a!os, tima de al3!cia m-ltipla de.r#ãos L el.rio decorreu !a capela do pr.prio "ospital, ocorre!do o e!terro!o emit@rio ão Uoão atista, em otao#o

    Lbraabo das Forme!tas (1944)7 i!e!'ão do saberL alete de espadasL pas dos MouresBastro de 7poloLs =eãsL sa#rado e o proa!o7s i$i!"as c"ile!as (19+9)

    u$a!a A % ;le#ia e *!e!trio (1998)!o! u#a (1999)*!e!'ão do Mar (=r3mio Uabuti de 1999)L 3bado de Heus (2001)7l#umas =artituras (2002)L Tome de Heus (obra p.stuma i!: o!raria 2 a!os, 200+)

    bio#raado !o liro W7 a#a de Gerardo: um Mello MourãoW, de Uos@ us ira,;di'es [!iersidade ;stadual Sale do 7cara-, obral (;), 200+

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