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Mônica Maria Campolina Teixeira Stehling GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS COM RISCO BIOLÓGICO E PERFUROCORTANTES: CONHECIMENTO E SUA APLICAÇÃO NO CICLO BÁSICO E NA PESQUISA DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA UFMG. Dissertação apresentada à Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Veterinária, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciência Animal. Área de concentração: Epidemiologia. Orientador: Professor Doutor Paulo Roberto de Oliveira Co-Orientador: Professor Doutor Israel José da Silva Belo Horizonte Escola de Veterinária - UFMG 2009

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS COM RISCO ......2 S817g Stehling, Mônica Maria Campolina Teixeira, 1960-Gerenciamento de resíduos com risco biológico e perfurocortantes: conhecimento

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Mônica Maria Campolina Teixeira Stehling

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS COM RISCO BIOLÓGICO EPERFUROCORTANTES: CONHECIMENTO E SUA APLICAÇÃO NO

CICLO BÁSICO E NA PESQUISA DO INSTITUTO DE CIÊNCIASBIOLÓGICAS DA UFMG.

Dissertação apresentada à Universidade Federal deMinas Gerais, Escola de Veterinária, como requisitoparcial para obtenção do grau de Mestre em CiênciaAnimal.

Área de concentração: Epidemiologia.

Orientador: Professor Doutor Paulo Roberto de OliveiraCo-Orientador: Professor Doutor Israel José da Silva

Belo HorizonteEscola de Veterinária - UFMG

2009

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S817g Stehling, Mônica Maria Campolina Teixeira, 1960- Gerenciamento de resíduos com risco biológico e perfurocortantes:conhecimento e sua aplicação no ciclo básico e na pesquisa do Institutode Ciências Biológicas da UFMG / Mônica Maria Campolina TeixeiraStehling. -2009. 72 p. : il.

Orientador: Paulo Roberto de Oliveira Co-orientador: Israel José da Silva Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais,Escola de Veterinária Inclui bibliografia

1. Laboratórios – Eliminação de resíduos – Teses. 2. Lixo – Eliminação -Teses. Educação ambiental – Teses. I. Oliveira, Paulo Roberto de. II. Silva,Israel José da. III. Universidade Federal de Minas Gerais. Escola deVeterinária. IV. Título.

CDD – 628.4

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A minha mãe e ao meu pai (em memória). Como gostaria que estivessem aqui.

Aos meus queridos filhos guerreiros Hendrica e Hainer, que mesmo de tão longe torceram pormim, me apoiaram e incentivaram.

A minha pequena filha Erica, uma grande amiga que com sua inocência sentiu minha ausênciae percebeu minha ansiedade.

Que eu possa ter deixado um legado e exemplo para seus futuros.

Ao meu esposo Ericson, companheiro, parceiro e amigo.

A minha irmã e sobrinha que a cada conquista torcem por mim.

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“É preciso estar aberto aos desafios da incerteza de nossas atividades no cotidiano,questionar constantemente fazeres, de modo que processos pedagógicos estejampermanentemente em desacomodação, sob um olhar indagador, de interrogação e dedúvida”.(Correa, 2005)

“Não basta conquistar somente as funções da inteligência; é necessário investir emsabedoria, gerenciar os pensamentos nos focos de tensão, enfrentar o medo, usar oserros e fracassos como fatores de crescimento, reescrever suas próprias histórias.”(Augusto Cury, 2006)

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AGRADECIMENTOS

Meu carinhoso agradecimento ao meu orientador Prof. Paulinho, que não só pela orientaçãosegura, com sabedoria, equilíbrio, coerência e experiência como pela confiança e incentivo menorteou no decorrer desta pesquisa. Todo meu respeito e consideração.

Ao Prof. Israel que me incentivou desde o inicio, quando a idéia era apenas uma semente quegerminava nas conversas.

Ao Prof. João Paulo, com seus ensinamentos e todo acompanhamento desde a elaboraçãodos questionários ao planejamento estatístico e método estatístico para análise dos resultados.Meu muitíssimo obrigado e saudações Americanas.

Ao Prof. José Ailton e Prof. José Newton que em um dia, mudaram o rumo de minha pesquisa,na metodologia científica e na problematização.

A todos os professores do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Escola deVeterinária/UFMG que direta ou indiretamente contribuíram: nas análises do projeto, nasdisciplinas, nos seminários, nos comentários e correções.

Ao Prof. Francisco e toda diretoria da Escola de Veterinária/UFMG pelo total apoio.

A diretora do Instituto de Ciências Biológicas/UFMG Profa. Dra. Maria Cristina, que autorizou odesenvolvimento desta pesquisa em suas dependências, pela sua acolhida e presteza.

A Aparecida Campana, responsável técnica pela Gerência de Resíduos do ICB, quedisponibilizou o Plano de Gerenciamento de Resíduos do Instituto de CiênciasBiológicas/UFMG para consulta de alguns dados.

Aos professores, funcionários técnicos, alunos de graduação, alunos de pós-graduação ebolsistas do Instituto de Ciências Biológicas/UFMG, pela confiança e boa vontade nasentrevistas para a coleta dos dados, que sem os quais não seria possível a realização destapesquisa. Meus sinceros agradecimentos.

A meu esposo Ericson, meus filhos Hendrica, Hainer e Erica pelas horas privadas do convívio,pelas coisas que deixamos de fazer e pela torcida e compreensão.

Ao Lucas pela ajuda em um momento crucial, no final de uma etapa.

Às alunas de iniciação científica Carolina e Luana pela contribuição na coleta de dados dogrupo de alunos de graduação.

Ao meu grandioso e bondoso DEUS por tudo que tem me concedido e me permitido realizar,por me abençoar a cada dia. Agradeço a chance de ter chegado aqui.

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SUMÁRIORESUMO........................................................................................................... 11

ABSTRACT....................................................................................................... 12

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 142.1 ASPECTOS LEGAIS ......................................................................................... 152.1.1 FEDERAL .......................................................................................................... 152.1.2 ESTADUAL........................................................................................................ 162.1.3 MUNICIPAL ....................................................................................................... 172.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE VIGENTE... 172.3 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS CONFORME AS RESOLUÇÕES

ANVISA E CONAMA ......................................................................................... 192.4 OS RISCOS DOS RESÍDUOS BIOLÓGICOS E PERFUROCORTANTES

PARA A SAÚDE E O MEIO AMBIENTE ........................................................... 222.5 ABORDAGEM TEÓRICA E PRÁTICA SOBRE GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS NA GRADE CURRICULAR DO ICB.............................................. 22

3 OBJETIVOS ...................................................................................................... 243.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................ 243.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 24

4 HIPOTESES FORMULADAS ........................................................................... 24

5 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 255.1 LOCALIZAÇÃO E PÚBLICO ALVO DA PESQUISA......................................... 255.2 AMOSTRAGEM................................................................................................. 255.3 FERRAMENTAS UTILIZADAS PARA A GERAÇÃO DOS DADOS ................. 275.4 CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA DOS RESÍDUOS GERADOS NOS

LABORATÓRIOS DE PESQUISA..................................................................... 285.4.1 DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA GERAL....................................................... 285.4.2 DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E IMUNOLOGIA: ................................... 285.4.3 DEPARTAMENTO DE BOTANICA ................................................................... 295.4.4 DEPARTAMENTO DE FARMACOLOGIA ........................................................ 295.4.5 DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E BIOFÍSICA........................................... 295.4.6 DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA ....................................................... 295.4.7 DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA ............................................................. 305.4.8 DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA ....................................................... 305.4.9 DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA GERAL ................................................... 305.4.10 DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA................................................................... 315.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS .............................................................................. 31

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ 316.1 RESULTADOS - ALUNOS DE GRADUAÇÃO.................................................. 316.2 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS – ALUNOS DE GRADUAÇÃO.................. 396.3 RESULTADOS - DOCENTES, FUNCIONÁRIOS, ALUNOS DE PÓS-

GRADUAÇÃO E BOLSISTAS........................................................................... 396.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS APRESENTADOS PELAS DIVERSAS

CATEGORIAS NOS LABORATÓRIOS DE PESQUISA. .................................. 476.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO DA OBSERVAÇÃO VISUAL .......................... 49

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7 CONCLUSÃO ................................................................................................... 51

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 51

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 52

LISTA DE TABELASTabela 1 Amostragem de alunos da graduação selecionados por curso no Instituto

de Ciências Biológicas/UFMG no período de outubro de 2008 a maio de2009................................................................................................................... 26

Tabela 2 Amostragem de entrevistados por categorias selecionados nos laboratóriosde pesquisa do Instituto de Ciências Biológicas/UFMG no período deoutubro de 2008 a maio de 2009. ..................................................................... 26

Tabela 3 Distribuição percentual do conhecimento dos termos utilizados na gestãode resíduos nas categorias de docentes, funcionários, alunos de pós-graduação e bolsistas do ICB/UFMG ano 2009................................................ 41

Tabela 4 Proporção da maneira pela qual o conhecimento sobre gerenciamento deresíduos foi adquirido pelas categorias de docentes, funcionários, alunosde pós-graduação e bolsistas que atuam nos laboratórios de pesquisa doICB/2009............................................................................................................ 42

Tabela 5 Porcentagem do momento em que ocorreu a aquisição do conhecimentosobre gerenciamento de resíduos, pelas categorias de docentes,funcionários, alunos de pós-graduação e bolsistas que atuam noslaboratórios de pesquisa do ICB/2009. ............................................................. 42

Tabela 6 Distribuição numérica e percentual das respostas que trata sobre aexistência nos laboratórios de materiais e equipamentos necessários aocorreto acondicionamento dos resíduos biológicos e perfurocortantes noICB/2009............................................................................................................ 45

LISTA DE FIGURASFigura 1 Distribuição percentual das respostas dos alunos do ICB/2008, quanto a

afirmativa que a classificação dos resíduos do Grupo A seriam resíduosquímicos. ........................................................................................................... 32

Figura 2 Distribuição percentual das respostas dos alunos do ICB/2008 quanto apresença do risco relacionado aos resíduos biológicos segundo medidacategórica. ......................................................................................................... 32

Figura 3 Freqüência das respostas dos alunos do ICB/2008 quanto a presença dorisco relacionado ao resíduo perfurocortante segundo medida categórica. ..... 33

Figura 4 Freqüência das respostas dos alunos do ICB/2008 quanto aoacondicionamento de resíduos perfurocortantes em sacos plásticos,segundo medida categórica. ............................................................................. 33

Figura 5 Freqüência das respostas dos alunos do ICB/2008 quanto a afirmativa dacor branca do saco para acondicionamento de resíduos biológicos einfectantes, segundo medida categórica........................................................... 34

Figura 6 Freqüência das respostas dos alunos do ICB/2008 quanto a simbologia derisco para resíduos biológicos quanto a afirmativa de ser uma caveira,segundo medida categórica. ............................................................................. 35

Figura 7 Representação em percentuais das respostas dos alunos do ICB/2008,para a variável conhecimento da sigla ANVISA, segundo medidacategórica. ......................................................................................................... 35

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Figura 8 Freqüência das respostas dos alunos do ICB/2008, segundo medidacategórica para a afirmação que a ANVISA e o CONAMA são os órgãosresponsáveis pelo regulamento técnico para o gerenciamento de resíduosde serviços de saúde......................................................................................... 36

Figura 9 Distribuição proporcional para o questionamento se o aluno é orientadoquanto ao descarte de resíduos gerados nos laboratórios e aulas práticasno ICB/2008....................................................................................................... 37

Figura 10 Distribuição percentual se o aluno do ICB/2008 tem informação suficientepara lidar com substâncias e resíduos biológicos gerados nas aulaspráticas. ............................................................................................................. 37

Figura 11 Distribuição percentual se o aluno do ICB/2008 tem informação suficientepara lidar com materiais e resíduos perfurocortantes gerados nas aulaspráticas. ............................................................................................................. 38

Figura 12 Distribuição percentual das respostas dos alunos do ICB/2008 quanto ainserção do tema “Gerenciamento de Resíduos” no ciclo básico doICB/UFMG em caráter continuo e permanente, precedendo atividadeslaboratoriais, assistenciais e de pesquisa. ........................................................ 38

Figura 13 Distribuição percentual sobre o conhecimento das legislações vigentes emnosso país e município nas categorias de docentes, funcionários, alunosde pós-graduação e bolsistas que atuam nos laboratórios de pesquisa doICB/2009............................................................................................................ 41

Figura 14 Proporção de amostrados nas categorias de docentes, funcionários, alunosde pós-graduação e bolsistas que atuam nos laboratórios de pesquisa doICB/2009, que consideram que o assunto deve ser ministrado em caráterobrigatório e contínuo........................................................................................ 43

Figura 15 Distribuição percentual dos amostrados no ICB/2009 nas categorias dedocentes, funcionários, alunos de pós-graduação e bolsistas que atuamnos laboratórios de pesquisa, quanto a consideração de estarem ou nãoexpostos a ricos advindos de resíduos biológicos e perfurocortantes ............. 44

Figura 16 Gráfico demonstrando os intervalos de confiança das respostas obtidas pormeio da escala de Likert. Questões de 03 a 10 categorias amostradas noslaboratórios de pesquisa. Questões de 04 a 18 alunos de graduaçãoamostrados........................................................................................................ 46

LISTA DE ANEXOSAnexo 1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ................................................. 56Anexo 2 Questionário para docentes, funcionários técnicos, alunos de pós-

graduação e bolsistas........................................................................................ 57Anexo 3 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .................................................. 63Anexo 4 Questionário para alunos de graduação ........................................................... 64Anexo 5 Formulário de observação visual ...................................................................... 68Anexo 6 Certificado de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. ............................ 71Anexo 7 Autorização da Diretoria do ICB para realização da pesquisa.......................... 72

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RESUMO

Estudo descritivo, qualiquantitativo sobre o conhecimento e a prática das ações de gestão dosresíduos especificamente do Grupo A com risco biológico e infectante e Grupo E com riscoperfurante, cortante e escarificante, realizada no Instituto de Ciências Biológicas daUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2008 e 2009. O estudo teve por objetivos,identificar o conhecimento da comunidade pesquisada relativas ao gerenciamento de resíduos,considerando todas as etapas desde a geração até a disposição final. Identificar a aplicação doconhecimento nas práticas do gerenciamento adequado de resíduos dentro dos laboratórios depesquisa, seguindo as etapas que o compõe em conformidade com as legislações vigentes emnosso país. A comunidade pesquisada foi composta por professores, estudantes de graduaçãoe pós-graduação, bolsistas e funcionários. Foram aplicados questionários estruturados para osalunos de graduação, e semi-estruturados para os docentes, funcionários, pós-graduandos ebolsistas. Utilizou-se o método de freqüência e proporção; o banco de dados foi montado noEpi-Data 3.1 e exportado para o Excel e Stata. Percebeu-se um desconhecimento sobre oassunto, mas um compromisso e preocupação da comunidade envolvida na pesquisa. Anecessidade de uma abordagem mais detalhada sobre o tema tanto para alunos da graduação,quanto para docentes, funcionários, alunos de pós-graduação e bolsistas que atuam noslaboratórios de pesquisa foi explicitamente colocada por todas as categorias. Muitas dasinadequações estão atreladas à desinformação. É também visível a contribuição da deficiênciade investimento institucional, nas questões de provimento de materiais e equipamentosnecessários à implantação do gerenciamento de resíduos, o que gera um grau de impotênciana comunidade pesquisada para a aplicação, na prática, dos conhecimentos existentes nagestão destes resíduos.

Palavras chave: Gerenciamento de Resíduos, Resíduos Biológicos, Resíduos Perfurantes ecortantes, Educação Ambiental

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ABSTRACT

A quali-quantitative descriptive study on knowledge and practice of the waste managementactivities of the Group A with biological and infectious risk and Group E with perforating, cuttingand scarification risk held at the Institute of Biological Sciences at the Federal University ofMinas Gerais (UFMG) in 2008 and 2009. The aims of the study were to identify the knowledgeof the studied community of the waste management, considering all stages from generation tofinal disposal and to identify the application of this knowledge in the practices of appropriatewaste management in the research laboratories, following its steps according to the currentBrazilian laws. The studied community was composed of professors, graduate andundergraduate students, beneficiary students and staff. Structured questionnaires were appliedto the undergraduate students, and semi-structured ones to professors, staff, postgraduate andbeneficiary students. The method of frequency and proportion was used, the database was builtin Epi-Data 3.1 and exported to Excel and Stata. A lack of knowledge on the subject wasnoticed, as well as a commitment and concern of the community involved in the research. Theneed for a more detailed approach on the subject was explicitly raised by all categoriesincluding the undergraduate students, as well as professors, beneficiary students and staff whowork in research labs. Many of the gaps found are linked to disinformation. It also makesobvious that the lack of institutional investment to provide material and equipments necessaryfor the implementation of waste management creates a degree of helplessness in the studiedcommunity for the application of existing knowledge in the practice of the management of thewaste.

Keywords: Waste Management, Biological Waste, perforating and cutting waste, EnvironmentalEducation

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1 - INTRODUÇÃO

No Instituto de Ciências Biológicas (ICB) daUniversidade Federal de Minas Gerais(UFMG), são oferecidas disciplinas do ciclobásico para os estudantes dos seguintesCursos de Graduação: Ciências Biológicas;Educação Física; Enfermagem; Farmácia;Fisioterapia; Fonoaudiologia; Medicina;Medicina Veterinária; Nutrição; Odontologia;e Terapia Ocupacional.

De acordo com dados disponibilizados pelossetores administrativos do ICB, estes cursospossuem um número relevante de alunos,na graduação e na pós-graduação,aproximadamente 2.913 alunos, dentre osquais 2.432 são da graduação, 481 da pós-graduação e 168 bolsistas O corpo docentedos mesmos é composto por professorescategorizados como substitutos, auxiliares,assistentes, adjuntos, associados e titulares,somando um número aproximado de 231docentes. Existe também a participação defuncionários técnicos de nível médio esuperior, cerca de 98 funcionários queprestam serviços diretamente ouindiretamente ao ensino, pesquisa eextensão. Toda esta categoria de indivíduosestá envolvida em atividades de laboratório,de projetos de pesquisa com realização dediversos procedimentos e técnicas depesquisa, de assistência à saúde,tratamento, diagnóstico, produção deinsumos preventivos e terapêuticos. Assim,esta comunidade desenvolve, em algummomento, atividades com manipulação demateriais biológicos com microrganismos ouobjetos por eles contaminados, materiaisperfurantes, cortantes ou escarificantes eresíduos advindos destes materiais e destassubstâncias. Estas atividades sãodesenvolvidas em laboratórios ou ambientesespecíficos, equipados da forma maissimples à mais complexa.

Os processos de trabalho e as atividadesrelacionadas ao ensino, pesquisa eextensão no Instituto de Ciências Biológicasda UFMG, desenvolvidos nos laboratórios eem outros locais e ambientes, podem, comfreqüência, expor a comunidade envolvida eo meio ambiente a riscos e perigos

identificáveis, atrelados ou dependentes doconhecimento existente e da forma de suaaplicação, das medidas de biossegurança eda gestão de resíduos exercida na unidade.

Em 1949, Sulkin e Pike publicaram aprimeira de uma série de pesquisas sobreinfecções associadas a laboratórios. Nestapesquisa, aproximadamente em um terçodos casos relatados a provável fonte deinfecção, estava associada ao manuseio deanimais e tecidos infectados.

No final dos anos 80, havia uma grandepreocupação com o lixo médico-hospitalar,o que resultou na publicação do “Ato deRastreamento de Lixo Hospitalar”, de 1988.Os princípios estabelecidos para omanuseio de dejetos potencialmenteinfecciosos como risco ocupacional foramreforçados pela Pesquisa do ConselhoNacional, intitulada Biossegurança emLaboratórios (Ministério da Saúde, 2005).

Considerando a Resolução da DiretoriaColegiada - RDC Nº 306/2004 da AgênciaNacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) ea resolução do Conselho Nacional do MeioAmbiente (CONAMA) Nº 358/2005, queestabelecem o regulamento técnico para ogerenciamento de resíduos de serviços desaúde, intra e extra estabelecimento,respectivamente, com o objetivo depreservar a saúde pública e a qualidade domeio ambiente; considerando também asNormas Brasileiras Regulamentares (NBR)da Associação Brasileira de NormasTécnicas (ABNT), Instrução Normativa daComissão Técnica Nacional deBiossegurança (CTNBio) do Ministério daCiência e Tecnologia, diretrizes gerais parao trabalho em contenção com materialbiológico do Ministério da Saúde, e NormaRegulamentadora Nº. 32 do Ministério doTrabalho e Emprego; considerando osprincípios da biossegurança, o emprego demedidas técnicas administrativas enormativas necessárias para preveniracidentes; considerando que o gerador dosresíduos é responsável pelo corretogerenciamento, atendendo às normas eexigências legais, desde o momento de suageração até a sua destinação final, e que a

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correta segregação destes resíduos nomomento e local de sua geração permiteredução de volume dos resíduos perigosose a redução da incidência de acidentesocupacionais dentre outros benefícios àsaúde pública e ao meio ambiente; efinalmente, considerando que asuniversidades têm por objetivos precípuos ageração, o desenvolvimento, a transmissãoe a aplicação de conhecimentos por meiodo ensino, da pesquisa e da extensão, deforma indissociada entre si e integrados naeducação do cidadão, na formação técnico-profissional, na difusão da cultura e nacriação tecnológica. faz-se necessária ademonstração da realidade frente aosconhecimentos gerados e a aplicaçãodestes conhecimentos relativos à gestão deresíduos no desenvolvimento de pesquisas,projetos de extensão e processos detrabalho, realizados pela comunidadeacadêmica do Instituto de CiênciasBiológicas da UFMG.

Portanto, estudos que visam à identificaçãode forma detalhada do gerenciamento deresíduos, são de extremo valor devido ànecessidade de busca de estratégias maiseficientes, específicas e especializadas emdeterminado quadro de agravos e certasatitudes de risco à saúde e meio ambiente.As lacunas a serem preenchidas estão naausência de pesquisas que procuramidentificar de forma específica se oadequado gerenciamento de resíduos temsido conhecido e praticado no ciclo básicodos cursos da área de saúde da UFMG,uma vez que seus alunos estão emconstante contato com estes resíduosdesde o inicio de sua formação, uma vezque a comunidade acadêmica compostatambém por docentes, funcionários, pós-graduandos e bolsistas, que desenvolvematividades nos laboratórios de pesquisadevem ter o conhecimento técnico-científicodo tema em questão.

A preocupação com o risco biológico e riscoperfurocortante nesta comunidade deve serestabelecida e bem delimitada, pois épossível que grande parte de estudantesiniciam suas atividades em laboratórios esalas de aulas práticas sem as noções de

biossegurança e de gerenciamento deriscos.

2 - REVISÃO DE LITERATURA

Como característica do método qualitativo,que em grande parte constou na pesquisa,considera-se primeiramente, o interesse dopesquisador para a busca do significado dascoisas (fenômenos, manifestações,ocorrências, eventos, assuntos), porqueeste tem um papel organizador nos sereshumanos. A segunda propriedade dométodo é que o ambiente natural do sujeitoé o campo onde ocorrerá a observação semo controle de variáveis. No terceiro ponto opesquisador é o próprio instrumento depesquisa, usando diretamente seus órgãosdo sentido para apreender os objetos deestudo, espelhando-os então em suaconsciência onde se tornamfenomenologicamente representados paraserem interpretados. Na quarta propriedadeo método tem maior força no rigor davalidade dos dados coletados, já que aobservação dos sujeitos, por ser acurada, ea sua escuta em entrevista, por ser emprofundidade, tendem a levar o pesquisadorbem próximo da essência da questão emestudo. E a quinta característica é que se ageneralização não é a dos resultados(matematicamente) obtidos, pois não sepauta em quantificações das ocorrências ouestabelecimento de relações causa-efeito,ela se torna possível a partir dospressupostos iniciais revistos, dos conceitose conhecimentos construídos (Egberto,2005).

Segundo Fox (1969), ao usar o método doquestionamento, há seis elementosessenciais a serem levados emconsideração: (1) O contexto doquestionamento; (2) o conteúdo doquestionamento; (3) a pergunta ou questão,que pode ser definida como o estímuloverbal ao qual o participante será exposto;(4) uma providência para as respostas, quese refere à forma da resposta que se esperaque o participante emita; (5) a maneira pelaqual a resposta será registrada; e (6) anatureza da interação pesquisador-participante.

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No método do questionamento, o contextoinclui o que o participante acredita ser arazão de a pergunta lhe estar sendo feita, oque ele acredita que será feito com osdados e o propósito do pesquisador. Oparticipante deve estar ciente de que opesquisador o procurou apenas para buscaruma informação, a qual não poderia obterde outra maneira. Além disso, o participantedeve ser esclarecido quanto aocompromisso do pesquisador com a ética ecom o uso sensível da informação por elefornecida.

2.1 – ASPECTOS LEGAIS

2.1.1 - FEDERAL

O gerenciamento de resíduos de serviçosde saúde foi estabelecido baseado naResolução ANVISA - RDC N° 306, de07/12/2004; a Resolução CONAMA N° 358,de 29/04/2005; bem como as leis, normas eresoluções pertinentes em vigor. Nestasresoluções os órgãos regulamentadoresestabeleceram uma padronização de açõescom uma mesma linguagem.

Estas resoluções foram elaboradas comvistas a preservar a saúde pública e aqualidade do meio ambiente considerandoos princípios da biossegurança de empregarmedidas técnicas, administrativas enormativas para prevenir acidentes,preservando a saúde pública e o meioambiente; considerando que os serviços desaúde são os responsáveis pelo corretogerenciamento de todos os Resíduos deServiços de Saúde (RSS) por eles gerados,atendendo às normas e exigências legais,desde o momento de sua geração até a suadestinação final; considerando que asegregação dos RSS, no momento e localde sua geração, permite reduzir o volumede resíduos perigosos e a incidência deacidentes ocupacionais dentre outrosbenefícios à saúde pública e ao meioambiente; considerando a necessidade dedisponibilizar informações técnicas aosestabelecimentos de saúde, assim comoaos órgãos de vigilância sanitária, sobre astécnicas adequadas de manejo dos RSS,seu gerenciamento e fiscalização.

Vale ressaltar que definem-se comogeradores de RSS todos os serviçosrelacionados com o atendimento à saúdehumana ou animal, inclusive os serviços deassistência domiciliar e de trabalhos decampo; laboratórios analíticos de produtospara saúde; necrotérios, funerárias eserviços onde se realizem atividades deembalsamamento (tanatopraxia esomatoconservação); serviços de medicinalegal; drogarias e farmácias inclusive as demanipulação; estabelecimentos de ensino epesquisa na área de saúde; centros decontrole de zoonoses; distribuidores deprodutos farmacêuticos, importadores,distribuidores e produtores de materiais econtroles para diagnóstico in vitro; unidadesmóveis de atendimento à saúde; serviços deacupuntura; serviços de tatuagem, dentreoutros similares. Analisando este critério dedefinição, fica claro que o Instituto deCiências Biológicas da UFMG deve serconsiderado gerador de resíduos deserviços de saúde pela peculiaridade eespecificidade existentes nos laboratóriosde pesquisa e ensino, nas atividades deensino, pesquisa e extensão.

Estabelece a Portaria N.° 939, de 18 denovembro de 2008 do Ministério doTrabalho e Emprego que as empresas queproduzem ou comercializam materiaisperfurocortantes devem disponibilizar, paraos trabalhadores dos serviços de saúde,capacitação sobre a correta utilização dodispositivo de segurança. Os empregadoresdevem promover a substituição dosmateriais perfurocortantes por outros comdispositivo de segurança no prazo máximode vinte e quatro meses. Dispõe sobrecronograma para implantação deperfurocortantes com dispositivo desegurança, estabelecendo o prazo de seismeses para divulgação e treinamento e dedezoito meses, após o término do prazo deseis meses, para implementação eadaptação de mercado.

De acordo com o item 32.2.4.16 da NormaRegulamentadora nº 32, aprovada pelaPortaria nº 485, de 11 de novembro de2005, as empresas da área de saúdedevem assegurar aos trabalhadores o uso

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de materiais perfurocortantes comdispositivo de segurança.

A NR 32 que trata sobre segurança e saúdeno trabalho em serviços de saúde, tem porfinalidade estabelecer as diretrizes básicas,para a implementação de medidas deproteção à segurança e à saúde dostrabalhadores dos serviços de saúde, bemcomo daqueles que exercem atividades depromoção e assistência à saúde em geral.Estabelece o Programa de Prevenção deRiscos Ambientais (PPRA), o Programa deControle Médico de Saúde Ocupacional(PCMSO), classifica os agentes biológicos,fala de Organismos GeneticamenteModificados e outras deliberações.

Ressalta-se a importância da Lei Nº 9.605de 12 de fevereiro de 1998 que dispõesobre as sanções penais e administrativasderivadas de condutas e atividades lesivasao meio ambiente, e dá outras providências.

A Lei N° 6.938 de 31 de agosto de 1981,que dispõe sobre a Política Nacional doMeio Ambiente, seus fins e mecanismo deformulação e aplicação, e dá outrasprovidências. A Política Nacional do MeioAmbiente tem por objetivo a preservação,melhoria e recuperação da qualidadeambiental propícia à vida, visandoassegurar, no país, condições aodesenvolvimento sócio-econômico, aosinteresses da segurança nacional e àproteção da dignidade da vida humana,atendidos os princípios de manutenção doequilíbrio ecológico; racionalização do usodo solo, do subsolo, da água e do ar;planejamento e fiscalização do uso dosrecursos ambientais; proteção dosecossistemas, com a preservação de áreasrepresentativas; controle e zoneamento dasatividades potencial ou efetivamentepoluidoras; incentivos ao estudo e àpesquisa de tecnologias orientadas para ouso nacional e a proteção dos recursosambientais; recuperação de áreasdegradadas; proteção de áreas ameaçadasde degradação; educação ambiental a todosos níveis de ensino, inclusive a educação dacomunidade, objetivando capacitá-la paraparticipação ativa na defesa do meioambiente.

Ainda no âmbito federal o Decreto Nº 4.281de 25 de junho de 2002 que regulamenta einstitui a Política de Educação Ambiental,Lei Nº 9.795 de 27 de abril de 1999, a qualestabelece que a sua execução, competeaos órgãos e entidades integrantes doSistema Nacional de Meio Ambiente –SISNAMA, às instituições educacionaispúblicas e privadas dos sistemas de ensino,aos órgãos públicos da União, Estados,Distrito Federal e Municípios, envolvendoentidades não governamentais, entidadesde classe, meios de comunicação e demaissegmentos da sociedade.

Trata a Política, a necessidade de inclusãoda Educação Ambiental em todos os níveise modalidades de ensino, recomendandocomo referência os Parâmetros e asDiretrizes Curriculares Nacionais,observando-se: a integração da educaçãoambiental às disciplinas de modotransversal, contínuo e permanente e aadequação dos programas já vigentes deformação continuada de educadores.

Estes programas deverão ser criados,mantidos e implementados, devendo estarintegrados a todos os níveis de modalidadesde ensino.

2.1.2 – ESTADUAL

A Lei Nº 18.031 de 12/01/2009 institui aPolítica Estadual de Resíduos Sólidos.Estabelece princípios que orientam a nãogeração; a prevenção da geração; aredução da geração; a reutilização e oreaproveitamento; a reciclagem; otratamento; a destinação finalambientalmente adequada e a valorizaçãodos resíduos sólidos.

Estabelece diretrizes, com objetivosespecíficos, para a gestão de resíduossólidos no território do Estado.

Indica como instrumentos os Planos deGestão Integrada de Resíduos Sólidos e autilização da Logística Reversa. Apresentaproibições e restrições com penalidade demulta para os infratores.

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O Conselho Estadual de Política Ambiental– COPAM considerando a ResoluçãoCONAMA Nº 358, que dispõe sobre otratamento e a disposição final dos resíduosdos serviços de saúde, e dá outrasprovidências; considerando que aindaexistem estabelecimentos de serviços desaúde no Estado de Minas Gerais que nãodispõem sistemas de tratamento edisposição final dos resíduos de serviços desaúde; considerando que o lançamento deresíduos de serviços de saúde a céu abertoprovoca degradação ambiental por causarpoluição das águas superficiais esubterrâneas, do solo e do ar, além deprovocar danos à saúde pública;considerando que as ações preventivas sãomenos onerosas e minimizam danos àsaúde pública e ao meio ambiente e outrasconsiderações; estabelece que todos osestabelecimentos de saúde do Estado deMinas Gerais, localizados em municípioscom população urbana superior a 50.000(cinqüenta mil) habitantes, conforme dadosdo último censo do IBGE, são obrigados ase adequar às exigências da ResoluçãoCONAMA Nº 358/2005.

2.1.3 - MUNICIPAL

Quanto a legislação do município, desde1981 foram estabelecidas leis, decretos,portarias, resoluções e deliberaçõesnormativas que tratavam do assunto. Apósa publicação da RDC Nº 306, de 07 dedezembro de 2004 e a publicação daResolução CONAMA Nº 358, de 29 de abrilde 2005 o município publicou o DecretoMunicipal N.º 12.165, de 15/09/2005; o qualaprova as diretrizes básicas e oregulamento técnico para o Plano deGerenciamento de Resíduos de Serviços deSaúde no município.

Este decreto faz referência que a aprovaçãodeste plano deve ser feita pelos órgãos demeio ambiente, de saúde urbana, para finsde licenciamento ou obtenção do alvará deautorização sanitária. Define que o Plano deGerenciamento de Resíduos de Serviços deSaúde (PGRSS) é o documento que apontae descreve as ações relativas ao manejo deresíduos sólidos, observadas suascaracterísticas e riscos, no âmbito dos

estabelecimentos geradores de resíduos deserviços de saúde, contemplando osaspectos referentes às fases degerenciamento intra e extra-estabelecimentode saúde.

Dispõe também de condicionantes paraapresentação e a provação do plano pelosórgãos municipais competentes, definindotodos os aspectos desde a geração até adisposição final que devem estar contidosno PGRSS. Exige abordagens e descriçõesno PGRSS de questões relacionadas àsaúde ocupacional e segurança dotrabalhador, como proteção, prevenção deacidentes e atuação da Comissão Internade Prevenção de Acidentes se houver nainstituição, ficando a responsabilidade desua implantação e gerenciamento, comosendo atribuição do responsável legal ouresponsável técnico devidamente indicadono PGRSS.

2.2 – CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOSDE SAÚDE VIGENTE

De acordo com as legislações vigentes osRSS são classificados em 5 Grupos asaber:

GRUPO A: resíduos biológicos, os resíduoscom a possível presença de agentesbiológicos que, por suas características demaior virulência ou concentração, podemapresentar risco de infecção Este grupo deresíduos, pelas resoluções vigentes, édividido em 5 Sub-Grupos, descritos aseguir:

Sub-Grupo A1: culturas e estoques demicrorganismos; resíduos de fabricação deprodutos biológicos, exceto oshemoderivados; descarte de vacinas demicroorganismos vivos ou atenuados; meiosde cultura e instrumentais utilizados paratransferência, inoculação ou mistura deculturas; resíduos de laboratórios demanipulação genética;

Resíduos resultantes da atenção à saúdede indivíduos ou animais, com suspeita oucerteza de contaminação biológica poragentes classe de risco 4, microorganismos

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com relevância epidemiológica e risco dedisseminação ou causador de doençaemergente que se torneepidemiologicamente importante ou cujomecanismo de transmissão sejadesconhecido;

Bolsas transfusionais contendo sangue ouhemocomponentes rejeitadas porcontaminação ou por má conservação, oucom prazo de validade vencido, e aquelasoriundas de coleta incompleta;

Sobras de amostras de laboratório contendosangue ou líquidos corpóreos, recipientes emateriais resultantes do processo deassistência à saúde, contendo sangue oulíquidos corpóreos na forma livre.

Sub-Grupo A2: carcaças, peçasanatômicas, vísceras e outros resíduosprovenientes de animais submetidos aprocessos de experimentação cominoculação de microorganismos, bem comosuas forrações, e os cadáveres de animaissuspeitos de serem portadores demicroorganismos de relevânciaepidemiológica e com risco dedisseminação, que foram submetidos ounão a estudo anatomopatológico ouconfirmação diagnóstica.

Sub-Grupo A3: peças anatômicas(membros) do ser humano; produto defecundação sem sinais vitais, com pesomenor que 500 gramas ou estatura menorque 25 centímetros ou idade gestacionalmenor que 20 semanas, que não tenhamvalor científico ou legal e não tenha havidorequisição pelo paciente, ou familiares.

Sub-Grupo A4: kits de linhas arteriais,endovenosas e dializadores, quandodescartados. Filtros de ar e gases aspiradosde área contaminada; membrana filtrante deequipamento médico-hospitalar e depesquisa, entre outros similares. Sobras deamostras de laboratório e seus recipientescontendo fezes, urina e secreções,provenientes de pacientes que nãocontenham e nem sejam suspeitos deconter agentes Classe de Risco 4, e nemapresentem relevância epidemiológica erisco de disseminação, ou microorganismo

causador de doença emergente que setorne epidemiologicamente importante oucujo mecanismo de transmissão sejadesconhecido ou com suspeita decontaminação com príons;

Resíduos de tecido adiposo proveniente delipoaspiração, lipoescultura ou outroprocedimento de cirurgia plástica que gereeste tipo de resíduo;

Recipientes e materiais resultantes doprocesso de assistência à saúde, que nãocontenha sangue ou líquidos corpóreos naforma livre;

Peças anatômicas (órgãos e tecidos) eoutros resíduos provenientes deprocedimentos cirúrgicos ou de estudosanatomopatológicos ou de confirmaçãodiagnóstica;

Carcaças, peças anatômicas, vísceras eoutros resíduos provenientes de animaisnão submetidos a processos deexperimentação com inoculação demicroorganismos, bem como suasforrações. Bolsas transfusionais vazias, oucom volume residual pós-transfusão.

Sub-Grupo A5: órgãos, tecidos, fluidosorgânicos, materiais perfurocortantes ouescarificantes e demais materiaisresultantes da atenção à saúde deindivíduos ou animais, com suspeita oucerteza de contaminação com príons.

GRUPO B: Resíduos contendo substânciasquímicas que podem apresentar risco àsaúde pública ou ao meio ambiente,dependendo de suas características deinflamabilidade, corrosividade, reatividade etoxicidade. Produtos hormonais eantimicrobianos; citostáticos;antineoplásicos; imunossupressores;digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, e os resíduos e insumosfarmacêuticos dos Medicamentoscontrolados pela Portaria MS 344/98 e suasatualizações. Resíduos de saneantes,desinfetantes, desinfestantes; resíduoscontendo metais pesados; reagentes paralaboratório, inclusive os recipientes

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contaminados por estes. Efluentes deprocessadores de imagem (reveladores efixadores). Efluentes dos equipamentosautomatizados utilizados em análisesclínicas. Demais produtos consideradosperigosos, conforme classificação da NBR10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos,inflamáveis e reativos).

GRUPO C: Quaisquer materiais resultantesde atividades humanas que contenhamradionuclídeos em quantidades superioresaos limites de isenção especificados nasnormas do CNEN e para os quais areutilização é imprópria ou não prevista.Enquadram-se neste grupo os rejeitosradioativos ou contaminados comradionuclídeos, provenientes de laboratóriosde análises clinicas, serviços de medicinanuclear e radioterapia, segundo a resoluçãoCNEN-6.05.

GRUPO D: resíduos que não apresentemrisco biológico, químico ou radiológico àsaúde ou ao meio ambiente, podendo serequiparados aos resíduos domiciliares;papel de uso sanitário e fralda, absorventeshigiênicos, peças descartáveis de vestuário,resto alimentar de paciente, materialutilizado em anti-sepsia e hemostasia devenóclises, equipo de soro e outrossimilares não classificados como A1; sobrasde alimentos e do preparo de alimentos;resto alimentar de refeitório; resíduosprovenientes das áreas administrativas;resíduos de varrição, flores, podas e jardinse resíduos de gesso provenientes deassistência à saúde.

GRUPO E: classificados comoperfurocortantes e escarificantes ou seja,resíduos de materiais perfurocortantes ouescarificantes, tais como: Lâminas debarbear, agulhas, escalpes, ampolas devidro, brocas, limas endodônticas, pontasdiamantadas, lâminas de bisturi, lancetas;tubos capilares; micropipetas; lâminas elamínulas; espátulas; e todos os utensíliosde vidro quebrados no laboratório (pipetas,tubos de coleta sanguínea e placas de Petri)e outros similares.

Os resíduos de interesse e que foramcontemplados nesta pesquisa, foram

especificamente os do Grupo A e do GrupoE.

2.3 – GERENCIAMENTO DE RESÍDUOSCONFORME AS RESOLUÇÕES ANVISA ECONAMA

O gerenciamento dos RSS constitui-se emum conjunto de procedimentos de gestão,planejados e implementados a partir debases científicas e técnicas, normativas elegais, com o objetivo de minimizar aprodução de resíduos e proporcionar aosresíduos gerados, um encaminhamentoseguro, de forma eficiente, visando àproteção dos trabalhadores, a preservaçãoda saúde pública, dos recursos naturais edo meio ambiente.

O gerenciamento deve abranger todas asetapas de planejamento dos recursosfísicos, dos recursos materiais e dacapacitação dos recursos humanosenvolvidos no manejo dos RSS.

O manejo dos RSS é entendido como aação de gerenciar os resíduos em seusaspectos intra e extra-estabelecimento,desde a geração até a disposição final dosresíduos, incluindo todas as suas etapas.

A seguir são descritas cada etapa dogerenciamento para os resíduos do Grupo Ae Grupo E, de interesse para este trabalho,de acordo com as resoluções vigentes:

Segregação: consiste na separação dosresíduos no momento e local de suageração, de acordo com as característicasfísicas, químicas, biológicas, o seu estadofísico e os riscos envolvidos. Descreve alegislação que a segregação dos resíduosbiológicos tem por finalidade: impedir que osresíduos infectantes contaminem osresíduos comuns; separar os subgrupos deresíduos infectantes ou biológicos quenecessitem de tratamento prévio oudiferenciado, antecedendo a disposiçãofinal; e prevenir acidentes ocupacionaisocasionados pela inadequação dasegregação e acondicionamento dosresíduos e materiais perfurocortantes. Asegregação deve ser realizada no local de

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geração ou próxima a ele, para prevençãode riscos.

Acondicionamento: consiste no ato deembalar os resíduos segregados, em sacosou recipientes que evitem vazamentos eresistam às ações de punctura e ruptura. Acapacidade dos recipientes deacondicionamento deve ser compatível coma geração diária de cada tipo de resíduo. Osresíduos sólidos devem ser acondicionadosem saco constituído de material resistente aruptura e vazamento, impermeável,baseado na NBR 9191da ABNT,respeitados os limites de peso de cadasaco, sendo proibido o seu esvaziamento oureaproveitamento. Os sacos devem estarcontidos em recipientes de material lavável,resistente à punctura, ruptura e vazamento,com tampa provida de sistema de aberturasem contato manual, com cantosarredondados e ser resistente aotombamento. Os resíduos líquidos devemser acondicionados em recipientesconstituídos de material compatível com olíquido armazenado, resistentes, rígidos eestanques, com tampa rosqueada evedante.

Os materiais perfurocortantes eescarificantes são acondicionados emrecipientes rígidos resistentes à perfuração,ruptura e vazamento, provido com tampa,devidamente identificados com a inscriçãode perfurocortante, atendendo aosparâmetros referenciados na NBR 13853ABNT. As agulhas descartáveis devem serdesprezadas juntamente com as seringas,quando descartáveis, sendo proibidoreencapá-las ou proceder a sua retiradamanualmente.

Quando da existência de materialperfurocortante contaminado comradionuclídeos este deve ser descartadoseparadamente no local de sua geração emcaixas apropriadas identificadas por“Perfurocortantes” e “Rejeito Radioativo”.

Quando da suspeita ou comprovação deperfurocortante contaminado pelo Grupo A5(príons) acondicioná-las em caixasapropriadas (NBR 13853 ABNT). Ensacá-las após preenchimento em saco vermelho

para encaminhamento a incineração (RDCANVISA Nº 305/2002).

Resíduos perfurocortantes e escarificantescontaminados com Brometo de Etídeo ousubstâncias químicas do Grupo Bconsideradas tóxicas e perigosas sãoacondicionados em caixas apropriadas earmazenados para posterior incineração.

Identificação: consiste no conjunto demedidas que permite o reconhecimento dosresíduos contidos nos sacos e recipientes,fornecendo informações ao correto manejodos RSS.

A identificação deve estar aposta nos sacosde acondicionamento, nos recipientes decoleta interna e externa, nos recipientes detransporte interno e externo, e nos locais dearmazenamento, em local de fácilvisualização, de forma indelével, utilizando-se símbolos, cores e frases, atendendo aosparâmetros referenciados na norma NBR7.500 da ABNT, além de outras exigênciasrelacionadas à identificação de conteúdo eao risco específico de cada grupo deresíduos.

A identificação dos sacos dearmazenamento e dos recipientes detransporte poderá ser feita por adesivos,desde que seja garantida a resistênciadestes aos processos normais de manuseiodos sacos e recipientes. O Grupo A éidentificado pelo símbolo de substânciainfectante constante na NBR-7500 daABNT, com rótulos de fundo branco,desenho e contornos pretos.

O Grupo E é identificado pelo símbolo desubstância infectante constante na NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundobranco, desenho e contornos pretos,acrescido da inscrição de RESÍDUOPERFUROCORTANTE, indicando o riscoque apresenta o resíduo.

Transporte interno: consiste no trasladodos resíduos dos pontos de geração atélocal destinado ao armazenamentotemporário ou armazenamento externo com

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a finalidade de apresentação para a coletainterna e externa respectivamente.

Os recipientes para transporte internodevem ser constituídos de material rígido,lavável, impermeável, provido de tampaarticulada ao próprio corpo do equipamento,cantos e bordas arredondados, e seremidentificados com o símbolo correspondenteao risco do resíduo neles contidos, deacordo com este Regulamento Técnico.Devem ser providos de rodas revestidas dematerial que reduza o ruído. Os recipientescom mais de 400 l. de capacidade devempossuir válvula de dreno no fundo. O uso derecipientes desprovidos de rodas deveobservar os limites de carga permitidos parao transporte pelos trabalhadores, conformenorma regulamentadoras do Ministério doTrabalho e Emprego (NR 32).

Armazenamento temporário: consiste naguarda temporária dos recipientes contendoos resíduos já acondicionados, em localpróximo aos pontos de geração, visandoagilizar a coleta dentro do estabelecimentoe otimizar o deslocamento entre os pontosgeradores e o ponto destinado àapresentação para coleta externa. Nãopoderá ser feito armazenamento temporáriocom disposição direta dos sacos sobre opiso, sendo obrigatória a conservação dossacos em recipientes de acondicionamento.

Armazenamento temporário poderá serdispensado nos casos em que a distânciaentre o ponto de geração e oarmazenamento externo justifique essamedida.

A sala para guarda de recipientes detransporte interno de resíduos deve terpisos e paredes lisas e laváveis, sendo opiso ainda resistente ao tráfego dosrecipientes coletores. Deve possuir ponto deiluminação artificial e área suficiente paraarmazenar, no mínimo, dois recipientescoletores, para o posterior traslado até aárea de armazenamento externo. Quando asala for exclusiva para o armazenamento deresíduos, deve estar identificada como“SALA DE RESÍDUOS”.

Tratamento: consiste na aplicação demétodo, técnica ou processo que modifiqueas características dos riscos inerentes aosresíduos, reduzindo ou eliminando o riscode contaminação, de acidentesocupacionais ou de dano ao meio ambiente.O tratamento pode ser aplicado no próprioestabelecimento gerador ou em outroestabelecimento, dependendo do tipo deresíduos, como os resíduos do Sub-GrupoA1, e Sub-Grupo A2, observadas nestescasos, as condições de segurança para otransporte entre o estabelecimento geradore o local do tratamento.

O processo de autoclavação aplicado emlaboratórios para redução de cargamicrobiana de culturas e estoques demicrorganismos do Sub-Grupo A1 estádispensado de licenciamento ambiental,ficando sob a responsabilidade dos serviçosque as possuírem, a garantia da eficáciados equipamentos mediante controlesquímicos e biológicos periódicosdevidamente registrados.

Os sistemas de tratamento térmico porincineração, indicado obrigatoriamente paraos resíduos do Sub-Grupo A5, devemobedecer ao estabelecido na ResoluçãoCONAMA Nº. 316/2002.

Armazenamento externo: consiste naguarda dos recipientes de resíduos até arealização da etapa de coleta externa, emambiente exclusivo e com acesso facilitadopara os veículos coletores. Noarmazenamento externo não é permitida amanutenção dos sacos de resíduos fora dosrecipientes ali estacionados.

Coleta e transporte externos: consistemna remoção dos RSS do abrigo de resíduos(armazenamento externo) até a unidade detratamento ou disposição final, utilizando-setécnicas que garantam a preservação dascondições de acondicionamento e aintegridade dos trabalhadores, da populaçãoe do meio ambiente, devendo estar deacordo com as orientações dos órgãos delimpeza urbana. A coleta e transporteexternos dos resíduos de serviços de saúdedevem ser realizados de acordo com as

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normas NBR 12.810 e NBR 14652 daABNT.

Disposição final: consiste na disposição deresíduos no solo, previamente preparadopara recebê-los, obedecendo a critériostécnicos de construção e operação, e comlicenciamento ambiental de acordo com aResolução CONAMA Nº. 237/97.

2.4 - OS RISCOS DOS RESÍDUOSBIOLÓGICOS E PERFUROCORTANTESPARA A SAÚDE E O MEIO AMBIENTE

Um estudo do acondicionamento e coleta deresíduos sólidos domiciliares e o impacto nasaúde das crianças demonstrou umaassociação estatisticamente significanteentre o tipo de acondicionamento domiciliardos resíduos sólidos, bem como entre acoleta de resíduos sólidos domiciliares noambiente de domínio público e aprevalência de A. lumbricóides, T. trichiura eancilostomídeos em crianças entre 5 e 14anos de idade, juntamente com a incidênciade diarréia nestas crianças (Moraes LRS,2007).

O risco de transmissão de doençasinfecciosas advindas da contaminaçãoambiental é bastante remoto na maioria doscasos, desde que sejam tomadasprecauções básicas para a disposição final,que deve ser sempre em aterros sanitários(Cussiol, 2006). Característica jáconsiderada por Uriel Zanom na década de90.

É sabido que o risco de adquirir umainfecção depende basicamente da tríadeagente infeccioso, hospedeiro e meio detransmissão. Certamente este risco torna-semais concreto na medida em que osresíduos são manuseados, acondicionadose descartados inadequadamente. Portantoexiste uma população mais exposta a estetipo de risco, que são os trabalhadoresenvolvidos diretamente com os processosde manuseio, transporte e destinação finaldos resíduos, lembrando que em algummomento da trajetória do resíduo, estepossa ser manipulado também por“catadores”.

Entre janeiro de 1999 e outubro de 2003 oCentro de Vigilância Epidemiológica daSecretaria de Estado de Saúde de SãoPaulo recebeu cerca de 5740 notificaçõesde acidentes ocupacionais com exposição afluídos biológicos, dos quais 4.604ocorreram com materiais perfurocortantes.

A OSHA – Occupational Safety and HealthAdministration calcula que entre 600.000 a800.000 trabalhadores se acidentamanualmente com algum tipo de materialperfurocortante nos Estados Unidos. Já oCDC – Center for Disease Control andPrevention (1998), estima que ocorramanualmente cerca de 384.000 acidentesdesse tipo, somente nos hospitaisamericanos, sem considerar outros locaisonde se manipulam instrumentosperfurocortantes.

Preocupado com esta situação o governobrasileiro, através do Ministério da Saúde,editou em 1998 o Manual de Condutas emExposição Ocupacional a Material Biológico,objetivando descrever os cuidadosnecessários para evitar a disseminação dedoenças infecto-contagiosas principalmenteem relação ao vírus da imunodeficiênciahumana (HIV).

Há um elevado índice de acidentes commateriais perfurocortantes no coletivo detrabalhadores da limpeza hospitalar, oschamados Serventes de Limpeza, os quaissão cadastrados pela empresa prestadorade serviços, através da Comunicação deAcidente de Trabalho (CAT), estedocumento é emitido 1 dia útil após oacidente, pela empresa, ao InstitutoNacional de Seguridade Social (INSS)(Acosta, 2004). A pesquisa aponta váriassituações de trabalho em que ocorrem osacidentes e como estes têm um potencialtransformador, mudando o modo de vidadas pessoas.

2.5 - ABORDAGEM TEÓRICA E PRÁTICASOBRE GERENCIAMENTO DERESÍDUOS NA GRADE CURRICULAR

A formação generalista, humanista, crítica ereflexiva é proposta nas DiretrizesCurriculares Nacionais, tornando-se

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necessário rever o modo como asmetodologias são adotadas pelos docentesno processo de ensino dos cursos. Épreciso estar aberto aos desafios daincerteza de nossas atividades no cotidiano,questionar constantemente fazeres, demodo que processos pedagógicos estejampermanentemente em desacomodação, sobum olhar indagador, de interrogação e dedúvida (Correa, 2005).

Uma abordagem fragmentada ecompartimentalizada dos saberes,desenvolvida nas disciplinas, talvez reflitano processo de formação dos profissionaisdas áreas biológicas e de saúde.

O tempo designado para o desenvolvimentode um conteúdo, uma disciplina, pode estarassociado a vários elementos, como suaimportância no processo de formaçãoprofissional, a importância dos demaisconteúdos da disciplina, sua necessidadepara o desenvolvimento posterior de outrosconteúdos, referencias disponíveis, até odomínio desse saber pelo docente, dentreoutros.

Esgoto e lixo não fazem parte do cardápiodo ensino médico no Brasil, mesmo emdisciplinas tão afins como bioquímica,parasitologia, saúde coletiva, medicinapreventiva, clínica geral de adultos e decrianças. Estranho mas compreensível. Ofundamento das Universidades esta aindanas disciplinas, nos departamentos, noensino compartimentado. A tendênciaambientalmente aceita hoje é priorizar, nagestão de resíduos sólidos, a diminuição dovolume e peso do lixo produzido pelasociedade (Lisboa, 2008).

Buscando informações nas DiretrizesCurriculares Nacionais dos cursos dasáreas biológicas e de saúde, ressaltam-sealguns artigos e parágrafos contidos nasresoluções destes cursos que dizem:

Os profissionais de saúde dentro de seuâmbito profissional devem estar aptos adesenvolver ações de prevenção,promoção, proteção e reabilitação da saúde,tanto em nível individual quanto coletivo.Cada profissional deve assegurar que sua

prática seja realizada de forma integrada econtínua com as demais instancias dosistema de saúde, sendo capaz de pensarcriticamente, de analisar os problemas dasociedade e de procurar soluções para osmesmos. Os profissionais devem realizarseus serviços dentro dos mais altos padrõesde qualidade e dos princípios daética/bioética, tendo em conta que aresponsabilidade da atenção à saúde nãose encerra com o ato técnico, mas sim, coma resolução do problema de saúde, tantoem nível individual como coletivo.

Os profissionais devem estar aptos a tomariniciativas, fazer o gerenciamento eadministração tanto da força de trabalhoquanto dos recursos físicos e materiais e deinformação, da mesma forma que devemestar aptos a serem empreendedores,gestores, empregadores ou lideranças naequipe de saúde.

Os profissionais devem ser capazes deaprender continuamente, tanto na suaformação, quanto na sua prática. Destaforma, os profissionais de saúde devemaprender a aprender e ter responsabilidadee compromisso com a sua educação e otreinamento/estágios das futuras geraçõesde profissionais, mas proporcionandocondições para que haja benefício mútuoentre os futuros profissionais e osprofissionais dos serviços, inclusive,estimulando e desenvolvendo a mobilidadeacadêmico/profissional, a formação e acooperação por meio de redes nacionais einternacionais.

Os profissionais devem contribuir para amanutenção da saúde, bem estar equalidade de vida das pessoas, famílias ecomunidade, considerando suascircunstancias éticas, políticas, sociais,econômicas, ambientais e biológicas.

Consta nas resoluções dos cursos que osconteúdos essenciais devem contemplar acompreensão dos determinantes sociais,culturais, comportamentais, psicológicos,ecológicos, éticos e legais, no nívelindividual e coletivo, do processo saúde-doença; abordagem do processo saúde-doença do indivíduo e da população, em

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seus múltiplos aspectos de determinação,ocorrência e intervenção; promoção dasaúde e compreensão dos processosrelacionados ao meio social e ambiental.

A implantação e o desenvolvimento dasdiretrizes curriculares devem orientar epropiciar concepções curriculares ao cursoque deverão ser acompanhadas epermanentemente avaliadas, a fim depermitir os ajustes que se fizeremnecessários ao seu aperfeiçoamento.

Deve existir a articulação entre o ensino,pesquisa e extensão/assistência, garantindoum ensino crítico, reflexivo e criativo, ensinoproblematizado e contextualizado que leve aconstrução do perfil almejado, estimulandoa realização de experimentos e/ou projetosde pesquisa; socializando o conhecimentoproduzido, levando em conta a evoluçãoepistemológica dos modelos explicativos doprocesso saúde-doença. Assegurando aindissociabilidade entre ensino, pesquisa eextensão.

Os estudos em educação ambientalenfatizam a necessidade de educaçãopermanente, nos âmbitos, formal e nãoformal. Tais aspectos visam formar edesenvolver uma consciência crítica, comaumento de compreensão necessária paraa busca de soluções para os problemasambientais (Dias, 1992; Reigota, 1994).

Torna-se relevante destacar a pertinênciado tema pesquisado para a educaçãoambiental visando às questões relacionadascom a biossegurança dos indivíduosenvolvidos. O fenômeno Resíduo deServiços de Saúde, como qualquer outrotipo de resíduo, esta relacionado com ocompromisso social de quem o gera, e detodos os percalços envolvidos nas demaisetapas. Somando-se também asimplicações de risco e implicaçõesambientais de nossas ações e omissões.

3 – OBJETIVOS

3.1 – OBJETIVO GERAL

Identificar o grau do conhecimento sobregerenciamento de resíduos de serviços de

saúde dos alunos de graduação em seuciclo básico e o conhecimento e a práticaexercida pela comunidade que atua noslaboratórios de pesquisa do Instituto deCiências Biológicas da UFMG, no períodode novembro de 2008 a maio de 2009.

3.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Identificar o grau do conhecimento dosalunos da graduação do Instituto deCiências Biológicas em seu ciclo básico noscursos das áreas da saúde no quesitogestão de resíduos do Grupo A e Grupo E.

- Identificar o grau do conhecimento dosdocentes, funcionários, alunos de pós-graduação e bolsistas da graduação queatuam nos laboratórios de pesquisa doInstituto de Ciências Biológicas no quesitogestão de resíduos do Grupo A e Grupo E.

- Identificar a origem do conhecimentoadquirido para a adesão às práticas etécnicas corretas e adequadas ou incorretase inadequadas, na gestão de resíduos.

- Avaliar a relação existente entre oconhecimento e sua aplicação na gestão deresíduos, dentro dos laboratórios depesquisa.

- Avaliar o nível de conhecimento dacomunidade pesquisada, no que se refereàs legislações vigentes, que dispõem sobreos regulamentos e normas técnicas para ogerenciamento de resíduos de serviços desaúde.

4 - HIPÓTESES FORMULADAS

- O conhecimento técnico-científico sobregerenciamento de resíduos não estariasendo disponibilizado no ICB/UFMG para osalunos de graduação.

- As práticas preconizadas quanto aogerenciamento adequado de resíduos, nãoestariam sendo aplicadas no cotidiano dopessoal vinculado aos laboratórios em razãodo conhecimento insuficiente e da estruturainadequada dos laboratórios.

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5 - MATERIAL E MÉTODOS

5.1 - LOCALIZAÇÃO E PÚBLICO ALVODA PESQUISA

Descrição do plano de recrutamento deentrevistados e os procedimentosseguidos:

Para elaboração desta pesquisa, optou-seem grande parte pelo dado qualitativo que éuma forma de quantificação do eventoqualitativo que normatiza e confere umcaráter objetivo à sua observação, é arepresentação simbólica atribuída amanifestações de um evento qualitativo(Pereira, 2004).

Foi adotada a metodologia qualiquantitativae utilizadas entrevistas estruturadas e semi-estruturadas, através de questionários.

A pesquisa foi realizada no Instituto deCiências Biológicas da UFMG no período denovembro de 2008 a maio de 2009. Acomunidade pesquisada foi composta porprofessores, funcionários, estudantes degraduação, estudantes de pós-graduação ebolsistas. Para efeito da presente pesquisa,consideramos bolsistas os alunos deiniciação à pesquisa e demais bolsistas dequalquer natureza, que utilizam oslaboratórios do Instituto, objeto da pesquisa.

Os cursos de graduação contempladosforam; Ciências Biológicas; Educação

Física; Enfermagem; Farmácia; Fisioterapia;Fonoaudiologia; Medicina; MedicinaVeterinária; Nutrição; Odontologia; eTerapia Ocupacional no ciclo básico doICB/UFMG, tendo como critério deexclusão, bolsistas, pós-graduandos eestudantes de ciências biológicas a partir do5º período.

5.2 – AMOSTRAGEM

Os estudantes de graduação foramrecrutados em um total de 10% de cadacurso, em uma amostragem aleatória.Foram aplicados percentuais aproximadospara cada categoria da comunidade dedocentes, funcionários, pós-graduandos ebolsistas que atuam nos laboratórios depesquisa escolhidos de cada departamento.

Dentre as categorias existentes no ICB,contabilizamos um total de 231 docentes, 98funcionários técnicos de nível médio esuperior, atuando nos diversosdepartamentos, 2.432 alunos de graduação,481 alunos de pós-graduação, 168bolsistas. Existe no ICB um total de 134laboratórios distribuídos em seus 10departamentos.

A amostragem selecionada para os alunosde graduação foi aleatória, utilizandoaproximadamente 10% do total de alunos,demonstrado na tabela abaixo.

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Tabela 1. Amostragem de alunos da graduação selecionados por curso no Instituto de CiênciasBiológicas/UFMG, no período de outubro de 2008 a maio de 2009.

Cursos Total de alunos

existentes

Total alunos

(N)

Percentual

(%)

Ciências biológicas 320 31 11,48

Educação f ísica 177 18 6,67

Enfermagem 152 17 6,30

Farmácia 344 41 15,19

Fisioterapia 112 16 5,93

Fonoaudiologia 60 13 4,81

Medicina 654 68 25,19

Veterinária 217 22 8,15

Nutrição 68 11 4,07

Odontologia 194 19 7,04

Terapia Ocupacional 134 14 5,19

Tota l 2432 270 100,00

A amostragem de docentes, funcionáriostécnicos, alunos de pós-graduação ebolsistas selecionados, que atuam dentro

dos laboratórios de pesquisa, foi a seguinte,representada na tabela 2:

Tabela 2. Amostragem de entrevistados por categorias selecionados nos laboratórios depesquisa do Instituto de Ciências Biológicas/UFMG no período de outubro de 2008 a maio de2009.

Departamentos D/E F/E APG/E B/E

Biologia Geral 03 02 04 03 Bioquímica e Imunologia

02 01 02 01

Botânica 01 01 01 01 Farmacologia 01 01 01 01 Fisiologia e Biofísica

02 02 06 03

Microbiologia 03 01 04 01 Morfologia 01 01 04 03 Parasitologia 03 03 06 05 Patologia Geral 01 01 03 01 Zoologia 01 01 01 01 TOTAL 18 14 32 19

Legenda: D/E= docentes/entrevistados, F/E= funcionários entrevistados, APG/E= alunos de pós-graduação entrevistados, B/E= bolsistas entrevistados, dentro dos laboratórios de pesquisa.

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5.3 - FERRAMENTAS UTILIZADAS PARAA GERAÇÃO DOS DADOS

Para obtenção dos dados utilizou-sequestionários estruturados para os alunosde graduação (Anexo 4), e semi-estruturados para os docentes, funcionários,pós-graduandos e bolsistas (Anexo 2),enfocando o conhecimento sobregerenciamento de resíduos, os aspectosdas etapas que o compõem, desde ageração até a destinação final, comquestões sobre a legislação vigente. Aabordagem também se estendeu àsatividades teóricas e práticas dacomunidade envolvida com enfoque noprocesso de formação. Ressalta-setambém, que na metodologia utilizada, ossujeitos envolvidos no processo deformação e no processo de trabalho noslaboratórios de pesquisa, puderam contribuircom opiniões fundamentadas sobre oassunto gerenciamento de resíduosbiológicos e perfurocortantes, com visõescriteriosas.

Foram aplicados questionários como pré-teste nos alunos de graduação, docentes,funcionários, alunos de pós-graduação ebolsistas da Escola de Veterinária com oobjetivo de avaliar a adequação dasafirmativas e realizar ajustes necessários.Após o pré-teste os questionários do estudoprincipal foram divididos em três blocos: oprimeiro bloco foi destinado a identificaçãodos sujeitos da pesquisa (laboratórios ecomunidade pesquisada), o segundo tevecomo objetivo a identificação doconhecimento destes sujeitos e o terceirodestinado à identificação da aplicação doconhecimento existente sobregerenciamento de resíduos nas atividadesde pesquisa nos laboratórios.

A análise documental da grade curricular nociclo básico do ICB e a inserção doconteúdo que abordasse resíduos deserviços de saúde foram realizadas,buscando onde e quando havia nasdisciplinas, seja na graduação ou na pós-graduação, a abordagem do tema.

Posteriormente os questionários foramdivididos em três blocos: o primeiro bloco foi

destinado aos alunos de graduação doscursos de Ciências Biológicas, EducaçãoFísica, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia,Fonoaudiologia, Medicina, MedicinaVeterinária, Nutrição, Odontologia, TerapiaOcupacional, o segundo bloco teve comoobjetivo a identificação do conhecimento dacomunidade composta por professores,funcionários, estudantes de graduação,estudantes de pós-graduação e bolsistas; eo terceiro bloco foi destinado à identificaçãoda aplicação do conhecimento existente nasatividades de pesquisa nos laboratórios.

Para aplicação dos questionários optou-sepela seguinte dinâmica:

Aplicação de questionários estruturadossobre o assunto, para identificação doconhecimento, aos alunos de graduaçãodos cursos de graduação em CiênciasBiológicas; Educação Física; Enfermagem;Farmácia; Fisioterapia; Fonoaudiologia;Medicina; Medicina Veterinária; Nutrição;Odontologia; e Terapia Ocupacional no ciclobásico do ICB/UFMG, tendo como critériode exclusão, bolsistas, pós-graduandos eestudantes de ciências biológicas a partir do5º período. O questionário para alunos dagraduação foi composto por 18 questõescujo tema envolvia aspectos doconhecimento sobre resíduos biológicos eperfurocortantes e sobre as legislações emnosso país e município. Algumas afirmativasseguiram as propriedades da escala deLikert, utilizando atributos como, discordototalmente, discordo, concordo, concordototalmente, e em algumas situações,concordo, discordo e desconheço (Anexo4).

Foram aplicados questionários semi-estruturados aos professores, funcionários,bolsistas e alunos de pós-graduação queatuam nos laboratórios de pesquisa de cadadepartamento do ICB/UFMG, selecionadosatravés do PGRSS, para identificação doconhecimento e aplicação das normasvigentes referentes ao gerenciamentoadequado de resíduos. As afirmativastambém seguiram as propriedades daescala de Likert, utilizando atributos como,concordo totalmente, concordo, discordo ediscordo totalmente. O atributo de

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concordância ou discordância é tratadocomo variável categórica ordinal e seusintervalos são considerados regulares.Nesta pesquisa utilizaram-se valores de100%, 50%, -50% e -100% para os atributosconcordo totalmente, concordo, discordo ediscordo totalmente, respectivamente(Anexo 2).

Para identificação das práticas exercidaspela comunidade pesquisada nogerenciamento dos resíduos e de possíveisdificultadores à aplicação de práticasadequadas, foi utilizado um roteiro deobservação visual que nos permitiu analisaro que tem ocorrido (Anexo 5).

A aplicação do questionário tanto paraalunos da graduação como para os sujeitosnos laboratórios de pesquisa (docentes,funcionários, alunos de pós-graduação ebolsistas) foi em local que resguardasse aprivacidade de cada um e aconfidencialidade na coleta dos dados, nãoexpondo o entrevistado a algum momentoque permitisse a violação desta privacidade.Portanto foram aplicados em momentos quenão estivessem em aula ou atividades,considerando os aspectos éticos para queem nenhum momento da pesquisapudessem passar por constrangimentosadvindos do ambiente de trabalho, doestudo ou da pesquisa em que seencontravam. Para isso os participantes doslaboratórios de pesquisa foram avisadospreviamente, indicando melhor horário elocal para aplicação do questionário.

Quanto aos aspectos éticos da pesquisa oprojeto foi submetido e aprovado peloComitê de Ética em Pesquisa da UFMG, em1º de dezembro de 2008, com o parecer nºETIC 527/08 (Anexo6). A pesquisa teve totalapoio da Diretoria do ICB (Anexo7).

5.4 – CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVADOS RESÍDUOS GERADOS NOSLABORATÓRIOS DE PESQUISA

Foram selecionados 19 laboratórios depesquisa que pertencem aos dezdepartamentos existentes no ICB, paraaplicação dos questionários. Esta seleçãofoi realizada através de consulta ao Plano

de Gerenciamento de Resíduos de Serviçosde Saúde da unidade, de onde foramretiradas as informações sobre a geraçãoou não de resíduos dos Grupos A e E emcada departamento do ICB.

Os laboratórios selecionados nosdepartamentos geram os resíduos abaixodescritos, conforme mencionado no Planode Gerenciamento de Resíduos doICB/UFMG:

5.4.1 - Departamento de Biologia Geral:

Sub-Grupo A1: culturas e estoques demicroorganismos; meios de cultura einstrumentais utilizados para transferência,inoculação ou mistura de culturas; resíduosde laboratórios de manipulação genética;sobras de amostras de laboratórioscontendo sangue ou líquidos corpóreos naforma livre.

Sub-Grupo A4: carcaças e outros resíduosprovenientes de animais (minhocuçu) nãosubmetidos a processos de experimentaçãocom inoculação de microorganismos, bemcomo suas forrações.

Grupo E: Materiais perfurantes ouescarificantes, tais como: agulhas, lâminasde bisturi; micropipetas; lâminas elamínulas; e todos os utensílios de vidroquebrados no laboratório (pipetas, tubos dehemólise, tubos de coleta sanguínea, placasde Petri e vidraria em geral).

5.4.2 - Departamento de Bioquímica eImunologia:

Sub-Grupo A1: culturas e estoques demicroorganismos; meios de cultura einstrumentais utilizados para transferência,inoculação ou mistura de culturas; resíduosde laboratórios de manipulação genética;sobras de amostras de laboratórioscontendo sangue ou líquidos corpóreos naforma livre.

Sub-Grupo A2: carcaças, peçasanatômicas, vísceras e outros resíduosprovenientes de animais submetidos aprocessos de experimentação com

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inoculação de microorganismos, bem comosuas forrações.

Sub-Grupo A4: carcaças, peçasanatômicas, vísceras e outros resíduosprovenientes de animais não submetidos aprocessos de experimentação cominoculação de microorganismos, bem comosuas forrações.

Grupo E: Materiais perfurantes ouescarificantes, tais como: agulhas, lâminasde bisturi; micropipetas; lâminas elamínulas; tubos capilares e todos osutensílios de vidro quebrados no laboratório.

5.4.3 - Departamento de Botânica:

Sub-Grupo A1: culturas e estoques demicroorganismos não patogênicos deplantas; meios de cultura e instrumentaisutilizados para transferência, inoculação oumistura de culturas.

Grupo E: materiais perfuro cortantes ouescarificantes, tais como: lâminas detricotomia, agulhas, lâminas de bisturi,lâminas e lamínulas; e todos os utensíliosde vidro quebrados no laboratório (pipetas,placas de Petri e vidraria em geral).

5.4.4 - Departamento de Farmacologia:

Sub-Grupo A1: resíduos de laboratório demanipulação genética; sobras de amostrasde laboratório contendo sangue na formalivre.

Sub-Grupo A4: carcaças, peçasanatômicas, vísceras e outros resíduosprovenientes de animais não submetidos aprocessos de experimentação cominoculação de microorganismos, bem comosuas forrações.

Grupo E: materiais perfuro cortantes ouescarificantes, tais como: agulhas, ampolasde vidro, lâminas de bisturi, tubos capilares,micropipetas, lâminas e lamínulas e todosos utensílios de vidro quebrados nolaboratório (pipetas e vidraria em geral). Eoutros similares.

5.4.5 - Departamento de Fisiologia eBiofísica:

Sub-Grupo A4: carcaças, peçasanatômicas, vísceras e outros resíduosprovenientes de animais não submetidos aprocessos de experimentação cominoculação de microorganismos, bem comosuas forrações.

Grupo E: materiais perfuro cortantes ouescarificantes, tais como: agulhas, ampolasde vidro, lâminas de bisturi, tubos capilares,micropipetas, lâminas e lamínulas e todosos utensílios de vidro quebrados nolaboratório (pipetas e vidraria em geral).

5.4.6 - Departamento de Microbiologia:

Sub-Grupo A1: culturas e estoques demicroorganismos; resíduos de fabricação deprodutos biológicos; descarte de vacinas demicroorganismos vivos e atenuados; meiosde cultura e instrumentais utilizados paratransferência, inoculação ou mistura deculturas; resíduos de laboratórios demanipulação genética; sobras de amostrasde laboratórios contendo sangue ou líquidoscorpóreos na forma livre.

Sub-Grupo A2: carcaças, peçasanatômicas, vísceras e outros resíduosprovenientes de animais submetidos aprocessos de experimentação cominoculação de microorganismos, bem comosuas forrações.

Sub-Grupo A4: sobras de amostras delaboratório e seus recipientes e outrosresíduos provenientes de animais nãosubmetidos a processos de experimentaçãocom inoculação de microorganismos, bemcomo suas forrações.

Grupo E: Materiais perfurantes ouescarificantes, tais como: lâminas detricotomia, agulhas, lâminas de bisturi;ampolas de vidro; micropipetas; lâminas elamínulas; tubos de coleta sanguínea,pipeta e todos os utensílios de vidroquebrados no laboratório e outros similares.

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5.4.7 - Departamento de Morfologia:

Sub-Grupo A1: culturas e estoques demicroorganismos; meios de cultura einstrumentais utilizados para transferência,inoculação ou mistura de culturas; sobrasde amostras de laboratórios contendosangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

Sub-Grupo A2: carcaças, peçasanatômicas, vísceras e outros resíduosprovenientes de animais submetidos aprocessos de experimentação cominoculação de microorganismos, bem comosuas forrações.

Sub-Grupo A4: carcaças, peçasanatômicas, vísceras e outros resíduosprovenientes de animais não submetidos aprocessos de experimentação cominoculação de microorganismos, bem comosuas forrações.

Grupo E: Materiais perfurantes ouescarificantes, tais como: lâminas detricotomia, agulhas, lâminas de bisturi;ampolas de vidro; escalpes; brocas; limasendodônticas; pontas diamantadas;lancetas; tubos capilares; micropipetas;lâminas e lamínulas; tubos de coletasanguínea, pipetas; placas de Petri e todosos utensílios de vidro quebrados nolaboratório e outros similares.

5.4.8 - Departamento de Parasitologia:

Sub-Grupo A1: culturas e estoques demicroorganismos; descarte de vacinas demicroorganismos vivos e atenuados; meiosde cultura e instrumentais utilizados paratransferência, inoculação ou mistura deculturas; sobras de amostras de laboratórioscontendo sangue ou líquidos corpóreos naforma livre.

Sub-Grupo A2: carcaças, peçasanatômicas, vísceras e outros resíduosprovenientes de animais submetidos aprocessos de experimentação cominoculação de microorganismos, bem comosuas forrações e os cadáveres de animaissuspeitos de serem portadores demicroorganismos de relevância

epidemiológica e com risco dedisseminação, que foram submetidos ounão a estudo anatomopatológico ouconfirmação diagnóstica.

Sub-Grupo A4: sobras de amostras delaboratório e seus recipientes contendofezes urina e secreções, provenientes depacientes que não contenham e nem sejamsuspeitos de conter agentes Classe deRisco 4, e nem apresentarem relevânciaepidemiológica e risco de disseminação, oumicroorganismo causador de doençaemergente que se torneepidemiologicamente importante ou cujomecanismo de transmissão sejadesconhecido ou com suspeita decontaminação com prions; carcaças, peçasanatômicas, vísceras e outros resíduosprovenientes de animais não submetidos aprocessos de experimentação cominoculação de microorganismos, bem comosuas forrações.

Grupo E: Materiais perfurantes ouescarificantes, tais como: agulhas, lâminasde bisturi; ampolas de vidro; escalpes;brocas; limas endodônticas; pontasdiamantadas; lancetas; tubos capilares;micropipetas; lâminas e lamínulas; tubos decoleta sanguínea, pipetas; e todos osutensílios de vidro quebrados no laboratórioe outros similares.

5.4.9 - Departamento de Patologia Geral:

Sub-Grupo A1: culturas e estoques demicroorganismos; meios de cultura einstrumentais utilizados para transferência,inoculação ou mistura de culturas; sobrasde amostras de laboratório contendosangue na forma livre

Sub-Grupo A2: carcaças.peças anatômicas,vísceras e outros resíduos provenientes deanimais submetidos a processos deexperimentação com inoculação demicroorganismos, bem como suasforrações.

Sub-Grupo A4: carcaças, peçasanatômicas, vísceras e outros resíduosprovenientes de animais não submetidos a

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processos de experimentação cominoculação e microorganismos, bem comosuas forrações.

Grupo E: Materiais perfuro cortantes ouescarificantes, tais como: agulhas, ampolasde vidro, lâminas de bisturi; lancetas; tuboscapilares; lâminas e lamínulas e todos osutensílios de vidro quebrados no laboratório(pipetas, vidraria em geral) e outrossimilares.

5.4.10 - Departamento de Zoologia:

Sub-Grupo A1: culturas e estoques demicroorganismos (protozoários nãopatogênicos); meios de cultura einstrumentais utilizados para transferência,inoculação ou mistura de culturas; resíduosde laboratórios de manipulação genética.

Sub-Grupo A4: carcaças, peçasanatômicas, vísceras e outros resíduosprovenientes de animais não submetidos aprocessos de experimentação cominoculação de microorganismos, bem comosuas forrações.

Grupo E: Materiais perfuro cortantes ouescarificantes, tais como:lâminas detricotomia, agulhas, escalpes, ampolas devidro, brocas, pontas diamantadas, lâminasde bisturi, lancetas, tubos capilares,micropipetas, lâminas e lamínulas e todosos utensílios de vidro quebrados nolaboratório (pipetas, tubos de coletasanguínea e placas de Petri) outrossimilares.

5.5 - ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Na análise estatística utilizou-se o métodode frequência e proporção, o banco dedados foi montado no Epi-Data 3.1 eexportado para o Excel e Stata.

Realizou-se o intervalo de confiança dasproporções das variáveis levantadas comnível de significância de 95%.

6 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 – RESULTADOS - ALUNOS DEGRADUAÇÃO:

Aqui são apresentados o consolidado dosdados obtidos na pesquisa realizada com osalunos de graduação em seu ciclo básico noICB, em todos os cursos da área biológica ede saúde.

De 270 alunos de graduação amostrados amédia das idades foi de 20,5 anos, sendo aidade mínima 18 anos e a idade máxima 32anos, com um desvio padrão de 2,00.Dentre estes alunos 201 (74,4% comintervalo de confiança em 95%, entre 69,2%e 79,6%) eram do sexo feminino e 69(25,5% com intervalo de confiança em 95%,entre 20,3% e 30,7%) do sexo masculino.

Com relação ao Gerenciamento deResíduos de Saúde, 51,8% (intervalo deconfiança em 95%, entre 45,8% e 57,8%)não conheciam o termo; 62,5% (intervalo deconfiança em 95%, entre 56,8% e 68,3%)concordavam que o ICB gera resíduosconsiderados de Serviços de Saúde; e36,3% (intervalo de confiança em 95%,entre 30,5% e 42,0%) desconhecem que noICB possa haver geração deste tipo deresíduo.

Quanto à afirmativa “Se os resíduos dogrupo A seriam resíduos químicos”, 91,8 %(intervalo de confiança em 95%, entre88,5% e 95,1%) desconheciam talclassificação; 1,4% (intervalo de confiançaem 95%, entre 0,0 e 2,9%) discordava daafirmativa; e 6,6% (intervalo de confiançaem 95%, entre 3,6% e 9,6%) concordaramcom a afirmativa (Figura 1).

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1,48%6,6%

91,8%

0

50

100

150

200

250

300

1 2

Questão 03 Discordo Questão 03 Concordo Questão 03 Desconheço

Figura 1 – Distribuição percentual das respostas dos alunos do ICB/2008, quanto à afirmativade que a classificação dos resíduos do Grupo A seriam resíduos químicos.

No entendimento dos alunos, 68,8%(intervalo de confiança em 95%, entre 63,3e 74,4%) concordam e 24,8% (intervalo deconfiança em 95%, entre 19,6 e 29,9%)concordam totalmente que “os resíduos de

culturas e estoques de microorganismos,meios de culturas, resíduos de manipulaçãogenética, são resíduos que apresentamriscos á saúde” (Figura 2).

68,8%

6,3%0%24,8%

Discordo totalmenteQuestão 04

Discordo Concordo Concordo totalmente

Figura 2 – Distribuição percentual das respostas dos alunos do ICB/2008 quanto a presença dorisco relacionado aos resíduos biológicos segundo medida categórica.

Quanto ao tratamento dos resíduoscompostos por culturas demicroorganismos, 61,4% (intervalo deconfiança em 95%, entre 55,6 e 67,2%)concordaram que devem ser inativadosantes do descarte; 36,6% (intervalo deconfiança em 95%, entre 30,9 e 42,4%)

concordam totalmente; e 1,4% (intervalo deconfiança em 95%, entre 0,0 e 2,9%)discordaram deste procedimento. Umestudante amostrado discordou totalmentedeste procedimento.

Ainda quanto ao risco, 95.5% dos alunosassinalaram que as carcaças e resíduos

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compostos por sangue e fluidos corpóreosrepresentam riscos à saúde, e que devempassar por um tratamento especial antes dadisposição final.

Quanto aos resíduos perfuro cortantes eescarificantes, 98,5% (intervalo deconfiança em 95%, entre 97,0 e 99,9%) osconsideraram um risco à saúde (Figura 3).

0,3% 1,1%

98,5%

DiscordoQuestão 07

Concordo

Desconheço

Figura 3 – Freqüência das respostas dos alunos do ICB/2008 quanto a presença do riscorelacionado ao resíduo perfurocortante segundo medida categórica.

Quando questionados se estes resíduosdeveriam ser descartados em sacosplásticos, 43,3% (intervalo de confiança em95%, entre 37,4 e 49,2%) discordavamtotalmente; 45,5% (intervalo de confiançaem 95%, entre 39,6 e 51,5%) só

discordavam; e 7,4% (intervalo de confiançaem 95%, entre 4,2 e 10,5%) concordaramcom a afirmativa; e 3,7% concordaramtotalmente, demonstrados no gráfico (Figura4).

45,5%

7,4 3,7%

43,3%

Discordo totalmenteQuestão 08Discordo

Concordo

Concordo totalmente

Figura 4 – Freqüência das respostas dos alunos do ICB/2008 quanto ao acondicionamento deresíduos perfurocortantes em sacos plásticos, segundo medida categórica.

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No quesito acondicionamento, 62,2%(intervalo de confiança em 95%, entre 56,4e 68,0%) dos alunos desconhecem que ossacos para acondicionar os resíduosbiológicos e infectantes, são de cor branca;27,4% (intervalo de confiança em 95%,

entre 22,0 e 32,7%) concordam com aafirmativa; e 10,3% (intervalo de confiançaem 95%, entre 6,7 e 14,0%) acreditam serde outra cor, conforme pode ser visto(Figura 5).

62,2%

10,3%

27,4%Questão 09 Discordo

Questão 09 Concordo

Questão 09 Desconheço

Figura 5 – Freqüência das respostas dos alunos do ICB/2008 quanto a afirmativa da cor brancado saco para acondicionamento de resíduos biológicos e infectantes, segundo medidacategórica.

Na opinião dos estudantes, 85,1% (intervalode confiança em 95%, entre 80,9 e 89,4%)acham que as lixeiras para resíduosbiológicos e infectantes devem ter tampa eacionamento com pedal; 6,3% (intervalo deconfiança em 95%, entre 3,4 e 9,1%)discordavam da afirmativa; e 8,5% (intervalode confiança em 95%, entre 5,1 e 11,8%)desconheciam o assunto.

Quanto a identificação da lixeira com osímbolo de presença de risco biológico,

41,1% (Intervalo de confiança em 95%,entre 35,2 e 46,9%) desconhecem asimbologia para resíduo infectante; 31,1%(intervalo de confiança em 95%, entre 25,5e 36,6%) acreditam que esta simbologia éuma caveira com um X; e 27,7% (intervalode confiança em 95%, entre 22,4 e 33,1%)discordavam desta afirmativa para resíduosbiológicos. Portanto 72,2% dos alunos nãoconhecem a simbologia de identificaçãopara resíduo biológico e infectante (Figura6).

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35

41,1%

31,1%

27,7%

Questão 11 Discordo Questão 11 Concordo Questão 11 Desconheço

Figura 6 - Freqüência das respostas dos alunos do ICB/2008 quanto a simbologia de risco pararesíduos biológicos quanto a afirmativa de ser uma caveira, segundo medida categórica.

Quanto à sigla ANVISA, 85,9% (intervalo deconfiança em 95%, entre 81,7% e 90,0%)dos alunos a consideram familiar e 14,0%

não a conhecem ou referem não ser familiar(Figura 7).

9,2%

85,9%

4,8%

0

50

100

150

200

250

Questão 12 Não

Questão 12 Sim

Questão 12 Desconheço

Figura 7 – Representação em percentuais das respostas dos alunos do ICB/2008 para avariável conhecimento da sigla ANVISA, segundo medida categórica.

Quanto à afirmativa a qual refere serem aANVISA e o CONAMA os órgãosresponsáveis pelo regulamento técnico parao gerenciamento de resíduos de serviços desaúde, 64,0% (intervalo de confiança em95%, entre 58,3 e 69,8%) desconheciam de

que se tratava; 32,9% (intervalo deconfiança em 95%, entre 27,3 e 38,5%)responderam que sim e; 2,9% (intervalo deconfiança em 95%, entre 0,9 e 4,9%)responderam não (Figura 8).

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36

2,9%

32,9%

64,0%

020

4060

80100

120140

160180

200

Questão 13 Não Questão 13 Sim Questão 13 Desconheço

Figura 8 – Freqüência das respostas dos alunos do ICB/2008, segundo medida categórica paraa afirmação de que a ANVISA e o CONAMA são os órgãos responsáveis pelo regulamentotécnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

Quanto ao conhecimento sobre o assunto“Gerenciamento de Resíduos” e oquestionamento sobre todas as informaçõesprestadas na pesquisa, 82,5% (intervalo deconfiança em 95%, entre 78,0 e 87,1%)disseram que estas informações foramobtidas através de observação visual;29,2% (intervalo de confiança em 95%,entre 23,8 e 34,6%) referiram umconhecimento formal fornecido nagraduação sendo que 70,7% (intervalo deconfiança em 95%, entre 65,3 e 76,1%)referiram não ter tido este conhecimento nagraduação; e 22,5% (intervalo de confiança

em 95%, entre 17,6 e 27,5%) obtiverameste conhecimento através de buscaespontânea em literatura específica.

Dos 270 alunos amostrados 139 (51,4%com intervalo de confiança em 95%, entre45,5 e 57,4%) não tiveram informações decomo descartar o resíduo gerado em aulaspráticas ou laboratórios de pesquisa; e 131(48,5% com intervalo de confiança em 95%,entre 42,5 e 54,4%) referiram ter tido estasorientações, como demonstrado no gráficoda Figura 9.

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37

51,4% 48,5%

0

20

40

60

80

100

120

140

160

1 2

Questão 15 NãoQuestão 15 Sim

Figura 9 – Distribuição proporcional para o questionamento se o aluno é orientado quanto aodescarte de resíduos gerados nos laboratórios e aulas práticas no ICB/2008.

Quanto à abordagem se os alunos têminformações suficientes para lidar comsubstâncias e resíduos biológicos geradosnas práticas laboratoriais, 82,9% (intervalode confiança em 95%, entre 78,4% e

87,4%) acreditam não estarem preparados;e somente 17,0% (intervalo de confiançaentre 12,5 e 21,5%) responderam que sim(tinham informação suficiente),representado na Figura 10.

82,9%

17,0%

0

50

100

150

200

250

1 2

Questão 16 Não

Questão 16 Sim

Figura 10 – Distribuição percentual se o aluno do ICB/2008 tem informação suficiente para lidarcom substâncias e resíduos biológicos gerados nas aulas práticas.

Para lidar com os materiais e resíduosperfuro cortantes e escarificantes geradosnas práticas laboratoriais 74,4% (intervalode confiança em 95%, entre 69,2 e 79,6%)

dos alunos concordam que não tem ainformação suficiente; e 25,5% (intervalo deconfiança em 95%, entre 20,3 e 30,7%)acham estar preparados (Figura 11).

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74,4%

25,5%

0

50

100

150

200

250

Questão 17 Não

Questão 17 Sim

Figura 11 – Distribuição percentual se o aluno do ICB/2008 tem informação suficiente para lidarcom materiais e resíduos perfurocortantes gerados nas aulas práticas.

Finalizando, 47,4% (intervalo de confiançaem 95%, entre 41,4 e 53,3%) dos alunosdos cursos da área de saúde e áreabiológica do ICB/UFMG concordamtotalmente que o “Gerenciamento deResíduos” é um tema que deve serministrado de caráter obrigatório e contínuodurante o curso básico, precedendo as

atividades laboratoriais, assistenciais e depesquisa; 49,2% (intervalo de confiança em95%, entre 43,3 e 55,2%) apenasconcordaram, sendo que 0,7% (intervalo deconfiança em 95%, entre -0,2 e 1,7%)discordaram totalmente; e 2,5% (intervalode confiança em 95%, entre 0,7 e 4,4%)discordaram desta afirmativa (Figura 12).

47,4%

49,2%

0,7% 2,5% Questão 18 Discordototalmente

Questão 18 Discordo

Questão 18 Concordo

Questão 18 Concordototalmente

Figura 12 – Distribuição percentual das respostas dos alunos do ICB/2008 quanto a inserçãodo tema “Gerenciamento de Resíduos” no ciclo básico do ICB/UFMG em caráter continuo epermanente, precedendo atividades laboratoriais, assistenciais e de pesquisa.

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6.2 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOSAPRESENTADOS PARA A CATEGORIAALUNOS DE GRADUAÇÃO.

Nos resultados obtidos nos questionáriosaplicados aos alunos de graduação,observou-se que, embora metade dosalunos não conheça o termo“Gerenciamento de Resíduos de Serviçosde Saúde, quase a mesma percentagemreconhece que o ICB gera este tipo deresíduo. Ainda que pese estereconhecimento, a diferença percentual foisignificativa quando se abordou aclassificação dos resíduos biológicos, pois agrande maioria não conhece estaclassificação e não saberiam dizer queestes resíduos pertencem ao Grupo A,conforme determina a ANVISA na RDC Nº.306/04 e o CONAMA na Resolução Nº.358/05.

Pesquisa realizada na área, demonstrouproblemas relacionados à capacidade dosprofissionais de odontologia de lidar comaspectos da segregação adequada dosresíduos infectantes, ocasionandoconfundimento entre os grupos e sub-grupos. (Schneider et al., 2002). Destacam-se também as evidências sobre a extremarelevância do conhecimento das etapas desegregação e acondicionamento dosresíduos para a continuidade de umadequado processo de manejo (Correa,2007).

Ainda que os alunos reconheçam que tantoos resíduos biológicos como os resíduosperfurocortantes representam um risco àsaúde, e tem plena certeza de que osresíduos perfurocortantes não devem serdescartados em sacos plásticos, osmesmos demonstraram não conhecer a cordo saco para o acondicionamento deresíduos biológicos. No entanto, relatamque as lixeiras deveriam ter tampa e pedal.Torna-se evidente a situação doconhecimento fragmentado e desvinculadocom o exercício da prática.

Existe um grande desconhecimento quantoà simbologia de risco para resíduo biológicoe infectante, chegando a confundirem com asimbologia de risco químico, Vale ressaltar

que esta assertiva é fundamental paraavaliar a segregação e acondicionamentocorretos dos resíduos. Os símbolos sãoestabelecidos na NBR 7.500 da ABNT.

Embora 266 alunos (270 amostrados)conheçam a sigla ANVISA somente umterço demonstrou conhecimento do papel daANVISA e do CONAMA no contexto dagestão de resíduos. Ficou claro também queo aluno de graduação observa e teminteresse por assuntos que possamcontribuir na sua formação, pois aobservação visual do gerenciamento deresíduos nos laboratórios e salas de aulaspráticas foi o principal fator para a aquisiçãodo conhecimento sobre o assunto.Admitiram não estarem adequadamentepreparados para lidar com substâncias eresíduos biológicos e materiais e resíduosperfurocortantes existentes e gerados nasaulas práticas e atividades laboratoriais doICB.

Finalizando, 96,6% concordaram totalmenteou concordam que o “Gerenciamento deResíduos” é um tema que deve serministrado em caráter obrigatório e contínuodurante o curso básico, precedendo asatividades laboratoriais, assistenciais e depesquisa; sendo que 3,33% discordaramtotalmente ou discordaram desta afirmativa.Portanto isso demonstra a necessidade,diagnosticada pelos próprios estudantes, demaior enfoque sobre o assunto.

O percentual que consolida os dados dapesquisa sobre educação ambiental e osresíduos sólidos de saúde, a qual aponta anecessidade de uma reforma no ensino, afim de incluir nos processos pedagógicosdos cursos, novas compreensões como deintegralidade, articulação, diálogo,problematização, de modo a preparar osfuturos profissionais para ainstrumentalização e para o enfrentamentodo problema da abordagem dos resíduossólidos de saúde, com responsabilidade ecomprometimento (Correa,2005).

A aprendizagem baseada e orientada emproblemas tem sido avaliada nasuniversidades, pois a contribuição para umdesenvolvimento sustentável é notória. Os

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40

módulos educacionais evoluíram para incluirproblemas do mundo real e para incentivarsoluções alternativas a estes problemas(Agamuthu, 2007).

É possível que existam falhas na formaçãodos cursos de graduação, de forma que nãoprivilegiem o estudo dessa temática etambém não invistam adequadamente empesquisas com esse enfoque. As soluçõesdependem de uma série de decisõestomadas em diferentes níveis do sistema,tais como, profissionais formados demaneira diferente daquelacompartimentalizada existente nasuniversidades (Correa, 2007).

Estudo realizado na Polônia aponta anecessidade de educar mais os povos sobregerenciamento de resíduos sólidos, e deincentivar o ensino de atitudes pró-ambientais. Recomendou ainda que aeducação ambiental deva começar durantea preparação profissional do professor, comênfase no melhoramento contínuo. Alémdisso, a pesquisa incentiva a necessidadedo entendimento por parte dos queconstroem a política educacional de secolocar a educação ambiental como partedo currículo nas escolas (Jurczak, 2003).

Analisando a grade curricular e o conteúdodas disciplinas do ciclo básico, oferecidasnos cursos de Graduação de CiênciasBiológicas; Educação Física; Enfermagem;Farmácia; Fisioterapia; Medicina; MedicinaVeterinária; Odontologia; Psicologia eTerapia Ocupacional no Instituto deCiências Biológicas da UFMG, no ano de2008, verificou-se que nos cursos deEnfermagem, Farmácia, Fisioterapia,Fonoaudiologia, Medicina e Odontologia,existe a disciplina de microbiologia queaborda temas relacionados comdesinfecção, esterilização, controle depopulações microbianas, lavagem eantissepsia das mãos, parâmetrosrelevantes no controle de infecções. Porém,somente no curso de farmácia, conformedemonstrou a grade curricular, é que há

uma abordagem mais específica sobrecontaminantes ambientais. Em nenhumcurso e disciplina foi evidenciado conteúdoou disciplina com o nome “Gerenciamentode Resíduos”.

Analisando o Curso de Biossegurança emLaboratório promovido pelo Centro deExtensão do ICB e administrado porprofissionais docentes e técnicos do próprioInstituto, verificou-se uma carga horária deaproximadamente duas horas específicaspara o conteúdo “Gerenciamento deResíduos”. Possivelmente deve tambémhaver abordagens sobre o tema nos váriosconteúdos do curso, a saber: segurançaquímica, segurança com radioisótopos,segurança microbiológica, o laboratório e abiossegurança.

6.3 – RESULTADOS

DOCENTES, FUNCIONÁRIOS, ALUNOSDE PÓS-GRADUAÇÃO E BOLSISTAS

Utilizou-se neste grupo, 87 pesquisados,compostos por docentes, funcionários,alunos de pós-graduação e bolsistas. Amédia das idades foi de 34,2 anos, sendo aidade mínima 19 anos e a idade máxima 69anos, com um desvio padrão de 11,5.

Nesta comunidade, 58,6% dos pesquisadoseram do sexo feminino e 41,3% do sexomasculino.

Em relação à percepção do assunto nestacomunidade, 85,0% conhecem o termo“Gerenciamento de Resíduos” e 14,4%responderam não conhecer o termo; 71,2%não conhecem as etapas que compõemeste gerenciamento e 28,7% disseramconhecer estas etapas. 90,8% concordamtotalmente que o assunto é importante noâmbito da UFMG e 9,2% dos indivíduossomente concordaram com este quesito.

A tabela abaixo representa o conhecimentodos termos utilizados nas etapas da gestãode resíduos.

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41

Tabela 3 – Distribuição percentual do conhecimento dos termos utilizados na gestão deresíduos nas categorias de docentes, funcionários, alunos de pós-graduação e bolsistas doICB/UFMG ano 2009.

É relevante o dado que 86,2% dospesquisados não têm informações sobre aslegislações vigentes que tratam sobreresíduos, no Brasil país e município de BeloHorizonte (Figura 13). E apenas 19,5%sabem quais são os órgãos queregulamentam e fiscalizam a gestão de

resíduos no Brasil. Inserido ainda nestapremissa 49,4% concordaram totalmente; e44,8% concordaram que os órgãosfiscalizadores deveriam aplicar penalidadesà unidade que não cumpre rigorosamente oque determina a legislação de resíduos.

86,2%

13,7%

Questão 06 Não Questão 06 Sim

Figura 13 – Distribuição percentual sobre o conhecimento das legislações vigentes no Brasil eno município de Belo Horizonte nas categorias de docentes, funcionários, alunos de pós-graduação e bolsistas que atuam nos laboratórios de pesquisa do ICB/2009.

Termos Sim(Nº)

Percentual(%)

Não(Nº)

Percentual(%)

Vagamente(Nº)

Percentual(%)

Caracterização 46 52,8 13 14,9 28 32,1Classificação 36 41,3 20 22,9 31 35,6Segregação 21 24,1 46 52,8 20 22,9Minimização 21 24,1 48 55,1 18 20,6Tratamento prévio 47 54,0 19 21,8 21 24,1Acondicionamento 53 60,9 13 14,9 21 24,1Coleta e transporteinternos

52 59,7 16 18,3 19 21,8

Armazenamentoexterno

33 37,9 35 40,2 19 21,8

Coleta e transporteexterno

28 32,1 37 42,5 22 25,2

Tratamento final 22 25,2 42 48,2 23 26,4Disposição final 19 21,8 49 56,3 19 21,8

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42

Na afirmativa que testa se o entrevistadosabe que a legislação preconiza aminimização da carga microbiana atravésdo Nível III (autoclavação) como método detratamento de alguns tipos de resíduosbiológicos, 62,0% concordaram, 31,0%concordaram totalmente e 6,9% nãosabiam.

Ainda em relação ao tratamento de resíduobiológico, 64,3% concordaram que alegislação preconiza o tratamento de algunstipos de resíduos biológicos através doNível IV (incineração); 19,5% concordaramtotalmente e 11,4% não sabiam.

Para o quesito conhecimento adquiridosobre o tema, 49,4% responderam que foiatravés de busca espontânea em artigos,internet e livros. Outros 49,4% disseram quea informação sobre o assunto fora lhesproporcionada em cursos ou eventos e65,5% disseram ter obtido as informaçõesno próprio laboratório de atuação. 32,1%disseram que o tempo utilizado para ainformação foi de três ou mais horas; 44,8apontaram duas horas para menos e orestante não recordou do tempo.

As tabelas a seguir demonstram de queforma e em que momento a comunidadepesquisada adquiriu a informação sobre oassunto.

Tabela 4 – Proporção da maneira pela qual o conhecimento sobre gerenciamento de resíduosfoi adquirido pelas categorias de docentes, funcionários, alunos de pós-graduação e bolsistasque atuam nos laboratórios de pesquisa do ICB/2009.

Forma Número Percentual(%)

Disciplina obrigatória 19 21,8Disciplina opcional 4 4,6Curso de extensão 12 13,7Durante o processo de trabalho 54 62,0Evento de qualquer natureza 18 20,6Evento proporcionado pela instituição 23 26,4

Tabela 5 – Porcentagem do momento em que ocorreu a aquisição do conhecimento sobregerenciamento de resíduos pelas categorias de docentes, funcionários, alunos de pós-graduação e bolsistas que atuam nos laboratórios de pesquisa do ICB/2009.

MomentoNúmero

(Nº)Percentual

(%)Primeiro período 8 9,2%Segundo período 1 1,1%Terceiro período 1 1,1%Quarto período 6 6,9%Pós-graduação 7 8,0%Durante o processo 28 32,1%Evento de qualquer natureza 9 10,3%Evento propiciado pela instituição 17 19,5%Não se recorda 4 4,6%Não responderam 6 6,9%

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43

Do total de amostrados, 100,0% consideramo assunto de relevância para aplicação noexercício de suas profissões; e 93,1%acharam que o assunto deveria serministrado em caráter obrigatório e contínuo

para docentes, funcionários técnicos, alunosde graduação em seu ciclo básico, alunosde pós-graduação, bolsistas, precedendo asatividades laboratoriais, assistenciais e depesquisa.

6,9%

93,1%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Questão 17 Não Questão 17 Sim

Figura 14 – Proporção de amostrados que consideram que o assunto deve ser ministrado emcaráter obrigatório e contínuo para docentes, funcionários, alunos de pós-graduação e bolsistasque atuam nos laboratórios de pesquisa do ICB/2009.

Dos amostrados, 100,0% consideram queexistam substâncias e materiais biológicos einfectantes no ICB; 98,8% dos pesquisadosconsideram que existam materiais perfurocortantes; e 01 pesquisado desconhecia aexistência de perfurocortantes no instituto.

Na abordagem da geração de resíduos,tanto biológicos e infectantes como perfuro-cortantes e escarificantes, 98,8% relatarama existência destes resíduos no Instituto e01 pesquisado desconhecia totalmente ageração destes resíduos no ICB. Nestasabordagens os resultados foram iguais, poisdemonstrou que os percentuais de

respostas para existência da substânciabiológica e dos materiais perfurocortanteseram iguais para a geração de resíduosadvindos destas substâncias e destesmateriais.

Quanto aos riscos e perigos advindos dassubstancias biológicas, infectantes emateriais perfurocortantes, inclusive osresíduos desses tipos gerados, 87,3%consideram que estão expostos a estesriscos e que a desinformação sobre estesmateriais e resíduos podem expô-los aindamais. Esse resultado está demonstrado naFigura 15.

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2,3% 10,3%

87,3%

NãoQuestão 20

Sim Desconheco

Figura 15 – Distribuição percentual dos amostrados nas categorias de docentes, funcionários,alunos de pós-graduação e bolsistas que atuam nos laboratórios de pesquisa, quanto àpergunta de estarem ou não expostos a riscos advindos de resíduos biológicos eperfurocortantes - ICB/2009.

Percentualmente, 55,1% têm conhecimentode que os resíduos gerados no ICB ematividades laboratoriais, assistenciais e depesquisa, são gerenciados por umprofissional técnico de nível superior, eainda 63,2% têm conhecimento daexistência do Plano de Gerenciamento deResíduos do ICB.

Atualmente 42,5% consideram que seusconhecimentos sobre o assunto sãoinsuficientes para as atividades eprocedimentos que exercem.

Na etapa de questionamentos sobre oprocesso de trabalho obtiveram-se osseguintes resultados:

Para as atividades que geram resíduosbiológicos, 86,2% dos amostrados disseramexercer alguma atividade em que estesresíduos são gerados. Para as atividadesque geram resíduos perfurocortantes,87,3% responderam exercer alguma

atividade em que estes resíduos sãogerados.

Em um número de 19 funcionários e 50alunos questionados sobre oacompanhamento do docente no exercícioda atividade, 34,8% responderam que sãoacompanhados, 34,8% responderam àsvezes e 20,3% responderam que não; e10,2% dos amostrados se abstiveram deresponder.

Referindo-se ao acompanhamento do alunoem suas atividades pelo técnico que atua nolaboratório, 16,0% dos alunos responderamque sempre são acompanhados nasatividades, 42,0% às vezes e 42,0% alunosnegaram este acompanhamento.

A tabela 6 demonstra as respostas quandoquestionados da existência nos laboratóriosde materiais e equipamentos necessáriospara o correto acondicionamento dosresíduos.

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Tabela 6 – Distribuição numérica e percentual das respostas que trata sobre a existência noslaboratórios de materiais e equipamentos necessários ao correto acondicionamento dosresíduos biológicos e perfurocortantes - ICB/2009.

VariáveisCategorias Número de

amostrados(Nº)

Percentual(%)

Erro Padrão(%)

Lixeira com tampa e pedal comsimbologia de risco Não 56 64,3 20,1

Sim 31 35,6 20,1

Saco branco leitoso comsimbologia de risco Não 19 21,8 17,3

Sim 68 78,1 17,3

Caixa para descarte de materialperfurocortante Não 16 18,3 16,2

Sim 71 81,6 16,2

É importante relatar que 71,2% dos 87amostrados referiram que os materiaisperfurocortantes são desprezados emcaixas apropriadas.

Dos amostrados, 77,0% não temconhecimento da forma deacondicionamento e destino final dascarcaças e peças anatômicas geradas noslaboratórios do ICB.

No aspecto de estrutura física, 59,7%relatam que a planta física do laboratóriodificulta o desenvolvimento das atividades,contribuindo para acidentes egerenciamento inadequado dos resíduos.

No aspecto da disposição de formafacilitadora dos equipamentos (lixeiras pararesíduos biológicos e caixas para resíduosperfurocortantes) 60,9% consideram que adisposição está correta e 36,7% consideramque não, sendo que 02 amostrados nãoresponderam.

O gráfico da figura 16 representa o intervalode confiança das respostas em medidacategórica de concordância ou discordância,apresentada como variável categóricaordinal com intervalos regulares. Os valoressignificam: 100% - concordo totalmente,50% - concordo, -50% - discordo e -100% -discordo totalmente do que está sendoquestionado.

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46

-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100

Questão 04Questão 05

Questão 06aQuestão 06bQuestão 08Questão 18

Questão 03Questão 05Questão 07Questão 08Questão 10

A

P

Figura 16 – Gráfico demonstrando os intervalos de confiança das respostas obtidas por meioda escala de Likert. As questões 03, 05, 07, 08 e 10 representam as categorias amostradasnos laboratórios de pesquisa. As questões de 04, 05, 06a, 06b, 08 e 18 correspondem aosalunos de graduação amostrados.

Uma grande parte dos pesquisadoscontribuíram com observações ecomentários sobre o tema. Foi visível emtodas as categorias a preocupação com oassunto. Opinaram com algumas soluções,mas em contrapartida, ficaram evidentes aslimitações para viabilizar as soluções nogerenciamento de resíduos no cotidiano desuas rotinas de trabalho.

Falas de docentes: “....faltam condiçõessanitárias básicas, falta pessoal de apoio,falta apoio institucional, a infra estrutura doICB não comporta bom plano degerenciamento de resíduos”.

“.....deveria haver equipe para orientar,fiscalizar, prever e prover matérias para ogerenciamento de resíduos”.

“Quando falta caixa para perfurocortantes oconteúdo é amassado para caber mais;acho que deveria haver apoio financeiro doICB para gestão de resíduos; deveria havercursos sobre gerenciamento de resíduospara docentes.”

“....faltam caixas apropriadas paraperfurocortantes.”

“....falta número suficiente de materiais parao gerenciamento de resíduos (lixeiras,caixas para perfurocortantes), a UFMG nãodisponibiliza recursos suficientes para taismateriais”.

“O fomento das agências é insuficiente parao aparato dos laboratórios”.

“O conhecimento não é universal, e oslimites devem ser respeitados, se existe anorma deve ser cumprida, não que eu tenhade saber sobre o tema”.

“Faltam caixas apropriadas para osperfurocortantes”.

Falas de funcionários: “.....avançamosmuito com a profissional responsável pelosresíduos”.

“Deveria haver um grupo de pessoas paragerenciar o resíduo, como membro da

CATEGORIAS NOSLABORATÓRIOS DEPESQUISA

ALUNOS DEGRADUAÇÃO

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Comissão Interna de Prevenção deAcidentes, vejo a necessidade de apoioinstitucional”.

“....necessidade de apoio financeiro paraaquisição de materiais.”

“...a gestão de resíduos no ICB é muitoimportante, necessitamos de maiordivulgação”.

“.......divulgação através de manuaisespecíficos.”

“Necessidade de equipamentos corretos.”

“.....enfoque sobre o assunto”.

“Não existe o básico para trabalhar,exemplo lixeiras, caixas paraperfurocortantes. O docente compra algunsmateriais com seu próprio dinheiro. Sintodesanimada”.

Falas de alunos de pós-graduação ebolsistas: “....faltam lixeiras com tampa epedal”.

“A instituição não proporciona cursos eeventos, quando tem temos de pagar”.

“No ICB a maioria dos laboratórios não tomaos cuidados necessários na gestão deresíduos”.

“Existem as caixas, mas as ponteiras sãodesprezadas em saco de lixo”.

“A comunidade deveria passar portreinamentos de forma contínua eobrigatória”.

“No ICB não se faz o correto gerenciamentode resíduos, deveria haver treinamentos”.

“......informação para alunos e professoresdeveria ser constante, principalmente embiossegurança”.

“....tema deveria ser abordado para todacomunidade no ICB”.

“Às vezes são encontrados perfurocortantesno saco de lixo”.

“Deveria haver normas e cursos antes deentrar nos laboratórios”.

“Necessidade de informações sobre oassunto em aulas práticas e atividades noslaboratórios”.

“....pessoas que não tem familiaridade comos laboratórios tem muita dificuldade”.

“....na graduação é o principal momentopara abordar este assunto”.

“ Em momento nenhum foi fornecidainformação, faltam lixeiras, falta sacobranco, a caixas para perfurocortantes sãoem pequena quantidade.

6.4 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOSAPRESENTADOS PELAS DIVERSASCATEGORIAS NOS LABORATÓRIOS DEPESQUISA

Ao se analisar o resultado obtido nosquestionários aplicados aos docentes,funcionários, alunos de pós-graduação ebolsistas que atuam nos laboratórios depesquisa, dividiu-se o assunto em duasetapas de questionamentos, ou seja, oconhecimento sobre o tema e o processo detrabalho. Para a etapa das questões sobre oconhecimento, observou-se que umpercentual significativo conhece o termo“Gerenciamento de Resíduos” e a grandemaioria concorda totalmente que o assuntoé importante no âmbito da UFMG.

A maioria também não conhece aslegislações vigentes que tratam sobreresíduos no Brasil e no município de BeloHorizonte e poucos sabem (19,5%) quais osórgãos regulamentam e fiscalizam a gestãode resíduos, demonstrando uma noçãocompartimentada sobre o assunto.

Quanto à forma de aquisição doconhecimento sobre o assunto, a maiorpercentagem relatou ter sido durante oprocesso de trabalho, vindo a seguir oseventos proporcionados pela instituição.

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Quanto ao momento em que ocorreu aaquisição deste conhecimento, das noveopções de escolha apresentadas, sendoque o entrevistado poderia ter mais de umaopção, percentualmente a primeira opçãomarcada foi durante o processo de trabalhoe a segunda opção, em eventosproporcionados pela instituição,corroborando a discussão acima.

Todos os amostrados consideram o assuntode relevância para aplicação no exercício desuas profissões, e a quase totalidade achouque o assunto deveria ser ministrado emcaráter obrigatório e contínuo paradocentes, funcionários técnicos, alunos degraduação em seu ciclo básico, alunos depós-graduação e bolsistas precedendoatividades laboratoriais, assistenciais e depesquisa.

A quase totalidade dos pesquisadosreconheceu a existência no ICB desubstâncias, materiais e resíduos biológicose perfurocortantes, sendo que apenas umamostrado desconhecia totalmente aexistência destes materiais e resíduos noInstituto.

Os pesquisados consideram ainda estaremexpostos a riscos e perigos advindos destassubstâncias, materiais e resíduos e que adesinformação sobre o assunto pode expô-los ainda mais.

Embora a metade dos entrevistados nãotenha conhecimento de que os resíduosgerados no ICB são gerenciados por umresponsável técnico, mais da metade sabeda existência do Plano de Gerenciamentode Resíduos no instituto, mas, no entanto,não tiveram acesso a este plano.

Menos da metade (42,5%) acredita queseus conhecimentos sobre o assunto sãoinsuficientes para as atividades eprocedimentos que exercem.

Para a etapa de questionamentos sobre oprocesso de trabalho, a grande maioriaexerce atividades que geram resíduosbiológicos e perfurocortantes.

Nas categorias de funcionários e alunospode-se dizer que houve uma divisão muitoaproximada entre os que, no exercício dasatividades, eram acompanhados pelosdocentes, os que eram às vezes e os quenão eram em momento algum.

O aluno às vezes é acompanhado pelotécnico que atua no laboratório, até porquenão são todos os laboratórios que têm ofuncionário de apoio. Interessante observarque um pequeno percentual diz sempre seracompanhado nas atividades.

No que concerne aos materiais eequipamentos necessários ao corretoacondicionamento de resíduos biológicos, adeficiência encontrada se refere a lixeiracom tampa e pedal. Uma pequenapercentagem dos entrevistados relatou anecessidade do uso de saco branco leitosoe caixa para descarte de materiaisperfurocortantes em alguns laboratórios.

Nas respostas e depoimentos obtidos, éimportante salientar que pouco mais dametade dos amostrados considerou que aplanta física dos laboratórios do ICB éantiga, não atende as demandas decrescimento, portanto dificulta odesenvolvimento das atividades,contribuindo para a ocorrência de acidentese o gerenciamento inadequado dosresíduos.

As questões representadas no Gráfico 16abordaram o risco do resíduo composto porculturas e resíduos gerados em laboratóriosde manipulação genética; inativação dosresíduos de cultura e estoques demicroorganismos; o risco á saúderepresentados pelos resíduos compostospor carcaças sangue e fluidos corpóreos ese devem passar por um tratamentoespecial antes da disposição final e ainda seo tema deve ser ministrado em caráterobrigatório e contínuo durante o ciclobásico.

Com relação ao intervalo de confiança dasproporções das variáveis apresentadas nográfico da figura 16, as questões quecontinham medidas categóricas de

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concordância e discordância, foram asquestões de número 03, 05, 07, 08 e 10.

Na questão 03 a abordagem sobre aimportância do assunto mostra um pequenointervalo de confiança próximo a 100%, ouseja, não houve na amostragem 100% derespostas que concordavam totalmente coma afirmativa.

Na questão 05 referindo-se ao tratamentode culturas e carcaças de animaisinoculados antes da disposição final,observa-se que o intervalo de confiançacresceu estando próximo a concordototalmente.

Na questão 07 que trata sobre o tratamentode resíduos biológicos por autoclavaçãopreconizado pela legislação o intervalo deconfiança se afasta de 100% dividindo asrespostas entre concordo totalmente econcordo.

Na questão 08 referindo-se ao tratamentode resíduos biológicos por incineração,método preconizado pela legislação, vê-seuma maior variação das respostas entreconcordo e discordo aumentando ointervalo de confiança afastando-o de 100.

Na questão 10 sobre a aplicação depenalidades pelos órgãos fiscalizadores àsunidades que não cumprem o quedetermina a legislação, vimos um intervalomaior com aproximação de 100.

Portanto o gráfico demonstra um pequenocoeficiente de variação das respostas àsafirmativas das questões acima citadassobre o tema, o que indica uma percepçãosobre o assunto de forma favorável,concordando a grande maioria dospesquisados, com a abordagem feita naquestão

O gráfico representa uma uniformidade nasrespostas destas questões com intervalosde confiança de 50 para 100%, na área doconcordo para o concordo totalmente.

Na questão 08 vê-se o intervalo deconfiança na área negativa, ou seja, a

grande maioria discordou ou discordoutotalmente da afirmativa que os resíduosperfurocortantes devem ser acondicionadosem sacos plásticos. Portanto, para aafirmativa negativa esperava-se umaresposta negativa.

6.5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO DAOBSERVAÇÃO VISUAL:

Foi observado um total de 15 laboratóriosnos quesitos: geração e segregação,acondicionamento, identificação, coletainterna, transporte interno, armazenamentotemporário, tratamento e armazenamentoexterno.

Na geração e segregação de resíduosbiológicos, 93.3% dos laboratórios geram erealizam segregação de resíduosconsiderados biológicos e infectantes, comoculturas e soluções contendo bactérias eparasitas, os quais são encaminhados paraautoclavação. As carcaças de animais sãoencaminhadas ao freezer específico paraconservação e posteriormente seremrecolhidas pelo servente de limpeza que astransporta ao abrigo externo, onde a SLUfaz a coleta e destinação para o aterrosanitário. Em um dos laboratórios não hágeração de resíduo biológico.

No quesito geração e segregação dosresíduos perfurantes, cortantes eescarificantes (agulhas, lâminas, lamínulas,lâminas de bisturi, lâminas de tricotomia,navalhas, estiletes, limas, ponteiras, vidrariaem geral), 93,3% dos laboratórios geram erealizam segregação deste tipo de resíduo.Em 6,6% destes laboratórios as ponteirassão descartadas em caixas apropriadas enos demais elas são desprezadas emsacos. Em 13,3% destes laboratórios ocorrea segregação dos resíduos perfurocortantese encaminhamento para autoclavação, pelofato de estarem contaminados comparasitas e microorganismos patogênicos.Em 6,6% dos laboratórios os resíduosperfurocortantes são segregados somentequando existe a caixa apropriada. Quandohá falta de caixa, os mesmos sãodesprezados em sacos de lixo. No momentoda observação, havia uma caixa de papelãoaberta somente com vidraria quebrada, não

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sendo possível identificar outros tipos deperfurocortantes. Configurando, claramente,a situação das inadequações existentespara este grupo de resíduos.

No quesito acondicionamento de resíduosbiológicos, o problema se apresenta emmaior proporção. Embora em todos oslaboratórios visitados existisse o sacobranco leitoso com simbologia de riscobiológico, as lixeiras eram em númeroinsuficiente e variados tipos, alguns delesinadequados, a saber: sem tampa, algumassem pedal, algumas sem tampa e pedal.Haviam lixeiras com tampas basculáveis,tampas com acionamento manual, semtampa, lixeiras de cores variadas.

No quesito acondicionamento de resíduosperfurantes, cortantes e escarificantes, em40,0% dos laboratórios foram constatadoserros, como a presença de caixasimprovisadas sem a segurança preconizadapela legislação vigente, caixas abertas comoutros tipos de materiais (como papel ealgodão), agulhas em suas capas, valeressaltar a necessidade de um reencape deforma segura e não de forma manual,vidraria em sacos de resíduos. Nos outros60,0% havia a caixa apropriada preconizadapela legislação vigente.

Acadêmicos dos cursos da área de saúdena pesquisa realizada por Correa em 2005apontam acidentes atrelados à coleta dosresíduos, principalmente associados aobjetos perfurantes e cortantes e que sãosituações não comentadas. Esse agir deforma descompromissada com a realidade,segundo a pesquisadora, remete-nos ànecessidade de responsabilidade do sujeitoconsigo mesmo e com os outros. A éticaprecisa estar na essência do ato de educarcomo parte da prática do educador e do atoeducativo, completa a autora.

No quesito identificação para os resíduosbiológicos em 73,3% dos laboratóriosvisitados não havia nenhum tipo deidentificação de risco biológico nas lixeiras.Em apenas dois laboratórios havia aidentificação de resíduo biológico com asimbologia de risco. Nas caixasimprovisadas para o descarte de resíduos

perfurantes, cortantes e escarificantes,também não havia identificação de risco.

Em 40,0% dos laboratórios a coleta internaé realizada diariamente, tanto para resíduosbiológicos quanto para resíduosperfurocortantes. Nos outros 60,0% doslaboratórios esta coleta é realizadasemanalmente (01 ou até 02vezes/semana).

O transporte interno é realizadomanualmente até o hall da escada ondeficam estacionados os carros paratransporte. Os sacos de resíduos sãoarmazenados temporariamente dentro doscarros no hall próximo a escada, até ohorário de transporte para o abrigo externo.

No quesito tratamento dos resíduos doGrupo A, Sub-Grupo A1 e A2 ( culturas commicroorganismos, microorganismos daclasse IV, carcaças e peças anatômicasinoculadas com microorganismos). Não hágeração de resíduos com microorganismosenquadrados na classe IV; nos laboratóriosque realizam atividades commicroorganismos, existe a preocupação detratar tais resíduos; as culturas e soluçõescom microorganismos são autoclavadas;nas soluções com parasitas e culturas decélulas a conduta utilizada é a colocação dehipoclorito, e após esta solução édesprezada na pia do laboratório, caberessaltar que este método é ineficaz, pois ohipoclorito é inativado se aplicadodiretamente em substância orgânica(Martins,2001). As carcaças,independentemente, se são inoculadas ounão com microrganismos em processos deexperimentação, são encaminhadas para oaterro sanitário.

No quesito armazenamento externo, oabrigo para resíduos obedece aos padrõesestipulados pela legislação municipal. Esteabrigo foi padronizado em todo campusPampulha.

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7 – CONCLUSÕES

As inadequações estão atreladas àdesinformação, ao desconhecimento daslegislações ambientais, de limpeza pública ede vigilância sanitária relativas aosResíduos de Serviços de Saúde.

O desconhecimento de algumas etapas dosistema de gerenciamento adotadointernamente no estabelecimento edeficiência nas orientações sobrebiossegurança tem influenciadonegativamente no processo educacional eno processo de trabalho na instituição.

Este estudo permitiu uma reflexão e análiseentre o grau de conhecimento existente e arealidade de sua aplicação, possibilitando abusca da interdisciplinaridade como formade desenvolver um trabalho educativo e abusca de uma mudança na grade curricular.

É necessário, além da divulgação acapacitação e monitoramento, adisponibilização de recursos financeirospara a implantação da adequada gestão deresíduos nesta instituição.

8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio de estudos epidemiológicosexplicativos observacionais foi possívelidentificar e quantificar fatoresdeterminantes para o gerenciamentoadequado de resíduos no âmbito da UFMG,estabelecendo como foco principal osalunos inseridos no ciclo básico dos cursosde saúde e os indivíduos que atuam noslaboratórios de pesquisa do Instituto deCiências Biológicas. A investigação deassociações entre o conhecimento e aprática da comunidade pesquisada poderiaestar desencadeando possíveis fatores deriscos com a exposição ocupacional econtaminação ambiental. A pesquisa podeser uma ferramenta para direcionar epriorizar estratégias no âmbito da UFMG nointuito de reduzir tais riscos.

Desta forma, estudos que visam àidentificação de forma detalhada dogerenciamento de resíduos, são de grande

valor devido à necessidade de busca deestratégias mais eficientes e especializadasa fim de se prevenir ou minimizardeterminado quadro de agravos à saúde eao meio ambiente. Diversas pesquisasapontam certas situações e atitudes de riscopara a saúde e meio ambiente. As lacunas aserem preenchidas estão na ausência depesquisas que procuram identificar de formaespecífica se o adequado gerenciamento deresíduos é conhecido e praticado no ciclobásico dos cursos da área de saúde daUFMG, uma vez que seus alunos estão emconstante contato com estes resíduosdesde o inicio de sua formação.

A gestão ambiental, é o sistema queabrange a estrutura organizacional, nasatividades de planejamento,responsabilidades, práticas, procedimentos,processos e recursos para desenvolver,implementar, atingir, analisar e manter apolítica ambiental da organização (Maimon,2005), com vistas à preservação da saúdecoletiva, do meio ambiente e qualidade devida.

Estabelecendo um paralelo com osestabelecimentos que possuem laboratóriosde análises clínicas os quais têm investidonos programas de Controle de Infecção eAcreditação Hospitalar, com o objetivo deobter os certificados da InternationalOrganization for Standartization da serieISO9000, que trata dos requisitos para boaspraticas de manejo, assegurando que oestabelecimento ofereça produtos ouserviços que atenda as exigências dequalidade dos clientes.

È importante analisar que o empenho paraos credenciamentos por órgãoscredenciadores de qualidade e certificaçõesnão deveriam ser única e exclusivamentepara os laboratórios que em algummomento almejem oferecer produtos eserviços a alguma clientela, ou seja,atrelada a uma exigência do mercadocompetitivo.

A Universidade enquanto órgão formador,que habilita o indivíduo a prestação deserviços, venda de produtos, prestação deassistência e formação de outros indivíduos,

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deve ver a necessidade de inserir em seuâmbito a opção dos programas ecertificações que exijam padrões dequalidade, dotando-os de condições paraque se tornem exeqüíveis, inserir também autilização da ecoeficiência através daaplicação continua de uma estratégiatécnica, econômica e ambiental, integradaaos processos de trabalho, produtos eserviços, a fim de aumentar a eficiência nouso de matérias primas, água e energia,mediante a não geração, minimização oureciclagem de resíduos e emissões geradasem um processo produtivo, trazendobenefícios econômicos ambientais e desaúde ocupacional.

A ecoeficiencia preconiza a valorização dofator humano e destaca a importância deformar profissionais com uma visão maisampla sobre questões ambientais daatualidade, despertando seu interesse eestimulando sua participação nosprogramas de qualidade ambiental (Sisinno,2005). O conceito de eco-eficiência vemsendo adotado por empresas do mundointeiro, assegurando que seus sistemas deprodução, produtos e serviçoscomprometam-se com um desempenho,econômico e ambientalmente correto.

Transcorridos quatro anos da publicação daRDC 306/2004 da ANVISA que dispõesobre o Regulamento Técnico para ogerenciamento de resíduos de serviços desaúde, o qual também preconiza a garantiada segurança do trabalhador com ainstalação e manutenção nas instituições deum programa educativo permanente econtínuo, vimos uma distância ainda grandeentre o cumprimento desta legislação e aprática exercida em algumas instituições deensino e pesquisa.

A universidade por apresentar um caráterde indissociabilidade das atividades deensino, pesquisa e extensão é o localpropicio para se colocar em prática aconstrução do aprendizado emgerenciamento de resíduos, para os alunosde graduação, pós-graduação e bolsistasvinculando-o às atividades laboratoriais e depesquisa, visto que, a diversidade e

freqüência destas atividades gera resíduosde grande variedade e quantidade.

O saber não deve ser acumulado,empilhado, depositado nos alunos, mas simproblematizado com a realidade atual,articulado com as demais disciplinas, quepermita ligar os saberes e dar-lhes sentidocom as demais etapas do processo deformação, pois uma inteligência incapaz deperceber o contexto fica cega, inconscientee irresponsável (Morin, 2002).

A geração de resíduos resulta da atuaçãode cada indivíduo nos processos de aula,trabalho, pesquisa e assistência dentro dasinstituições, portanto faz-se necessárioarticular e vincular o aprendizado com aspráticas exercidas, situando o aluno nocontexto atual e preparando-o para oexercício profissional futuramente, situandoo docente no contexto do assunto em suarealidade diária para que possa fornecer epropiciar o conhecimento aos alunos,.ecapacitando o funcionário para o corretogerenciamento dos resíduos e adequadoacompanhamento do aluno em suasatividades, o que resultará em ganhos paraa saúde e o meio ambiente.

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HEDRICK, E.R. Infect. Cont. Hosp.Epidemiol, v.9, p.488-490, 1989.

LEFÈVRE, F; LEFÈVRE A. M. C; TEIXEIRAJ.J.V. O Discurso do sujeito coletivo: umanova abordagem metodológica em pesquisaqualitativa. Caxias do Sul: EDUCS, 2000.

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MARTINS, M. A. Manual de InfecçãoHospitalar: epidemiologia, prevenção,controle. 2ª edição. Belo Horizonte. MEDSI,2001. 1111 p.

MINAYO, M.C.S. O desafio doconhecimento: pesquisa qualitativa emsaúde. 9ª ed. Ver. e melhorada. São Paulo:Hucitec, 2006

MORAES, L. R. S. Acondicionamento ecoleta de resíduos sólidos domiciliares eimpactos na saúde de crianças residentesem assentamentos periurbanos deSalvador, Bahia,Brasil. Cadernos de SaúdePública, v.23, n.4, p.643-649, 2007.

MORIN, E. A cabeça bem feita: repensar areforma, reformar o pensamento. 7. ed. Riode Janeiro: Bertrand Brasil, 2002. 128 p.

PEREIRA, J. C. R. Análise de dadosqualitativos: estratégias metodológicas paraas ciências da saúde, humanas e sociais.São Paulo: Ed. USP, 2004. 156 p..

REIGOTA, M. O que é Educação Ambiental.São Paulo: Brasiliense. 1994. 42 p.

SCHNEIDER, V. E. Modelos de gestão deresíduos sólidos de serviços odontológicos(RSSO) por meio do índice de geraçãopercapita. In: Anais do 28º CongresoInteramericano de Ingeniería Sanitária yAmbiental, 2002, Cancun (México). Cancun(MEX): ABES; 2002.1CD-ROM.

SISINNO, C. L. S.; MOREIRA, J. C.Ecoeficiência: um instrumento para aredução da geração de resíduos edesperdícios em estabelecimentos desaúde. Caderno de Saúde Pública, v. 21, n.6, p. 1893-1900, 2005.

SORRENTINO, M. Educação Ambiental euniversidade: um estudo de caso. 1995.Tese (em Doutorado). Faculdade deEducação da USP, São Paulo.

TRAJBER, R.; MANZOCHI, R. Avaliandomateriais impressos de EducaçãoAmbiental: o projeto. In: Avaliando aEducação Ambiental no Brasil: materiaisimpressos. São Paulo: Gais, 1996, p 59-76.

VAZ, C. R.; FAGUNDES, A. B., KACHBA, Y.R.; et.al. SIMPÓSIO ACADÊMICO DEENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 6, 2008,Universidade Federal de Viçosa. Sistema degestão ambiental em instituições de ensinosuperior: uma revisão. Anais. Minas Gerais,2008. 10 p..

VIEZZER, M; RODRIGUES, C. L.;MOREIRA, T. Relações de Gênero naEducação Ambiental. In: Avaliando aEducação Ambiental no Brasil: materiaisimpressos. São Paulo: Gais, 1996. p.15-35.

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ANEXO 1Universidade Federal de Minas Gerais

Escola de VeterináriaDepartamento de Medicina Veterinária PreventivaPrograma de Pós Graduação em Ciência Animal

Área de Concentração em EpidemiologiaNível Mestrado

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDOQUESTIONÁRIO P/ DOCENTES, FUNCIONÁRIOS, PÓS-GRADUANDOS E BOLSISTASMAIORES DE 18 ANOS

Você está sendo convidado a participar da pesquisa “Gerenciamento de resíduos do grupo A eE: conhecimento e sua aplicação no ciclo básico e na pesquisa do Instituto de CiênciasBiológicas da UFMG”, a qual deseja avaliar a relação existente entre o conhecimento e suaaplicação no ICB. Estarão sendo convidados docentes, alunos de graduação, funcionários,alunos de pós-graduação e bolsistas. Sua participação não é obrigatória, mas é defundamental importância para a realização desta pesquisa. Caso participe, a qualquermomento você poderá desistir de participar e retirar seu consentimento, sem que haja prejuízopara você. Após a coleta dos dados com termino previsto para maio de 2009, as etapasseguintes serão constituídas pela tabulação destes dados, análises, redação do projeto edivulgação dos resultados. As informações do questionário são sigilosas e não serãodivulgadas de nenhuma forma que permita identificar a pessoa que as forneceu, resguardandototal confidencialidade, sendo que, os mesmos serão destruídos ao termino da pesquisa. Oobjetivo desta pesquisa é a sua aplicação para a melhoria da qualidade do ensino, melhoriados processos de trabalho e pesquisa no quesito Gestão de Resíduos, nos quais osparticipantes estão envolvidos.Aceito participar da pesquisa e comprometo a responder da forma mais fidedigna e éticapossível.Ass. do Entrevistado:_________________________________________________Nome do Entrevistado:________________________________________________Data:________/_________/ 2008___________________________________________Orientador: Prof. Paulo Roberto de OliveiraMédico Veterinário/Escola de Veterinária/UFMGTelefone: (31)3409-2095 –Fax: (31)34092080Correio eletrônico: [email protected]___________________________________________Mestranda: Mônica M. Campolina T. StehlingEnfermeira Sanitarista – COREN-MG-26004Tel.: 3409-2053 – e-mail: [email protected]. COEP/UFMG: Av. Pres. Antonio Carlos, 6627 – Unidade Administrativa II 2º andar – Sala 2005 – CEP: 31270-901 – BH – MG – Tele fax: (031) 3409-4592e-mail: [email protected]

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ANEXO 2

Universidade Federal de Minas GeraisEscola de Veterinária

Departamento de Medicina Veterinária PreventivaPrograma de Pós Graduação em Ciência Animal

Área de Concentração em EpidemiologiaNível Mestrado

QUESTIONÁRIO P/ DOCENTES – TÉCNICOS - PÓS-GRADUANDOS E BOLSISTAS

Etapa 1 – Identificação

Código:__________________________________

Idade:_______anos

Sexo: 1 ( ) F 0 ( ) M

Formação:________________________________

Código do Departamento Laboratório de atuação:_____________________

Período em curso:______________________________________________

Área de Especialização:_________________________________________

Área de Mestrado:______________________________________________

Área de Doutorado:_____________________________________________

Ocupação:___________________________________________________

Observação: Entre os parênteses foram colocados os percentuais das respostas.

Etapa 2 – Percepção do Assunto

1. O termo “Gerenciamento de Resíduos” lhe é familiar:

1 (85,0% ) Sim 0 (14,9%) Não

2. Têm conhecimento das etapas do gerenciamento de resíduos:

1 (28,7%) Sim 0 (71,2%) Não

3. Como docente/ técnico/aluno, acredita ser importante o assunto no âmbito da UFMG:

0 (0,0%) Discordo totalmente

1 (0.0%) Discordo

2 (9,2%) Concordo

3 (90,8%) Concordo totalmente

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4. Sabe descrever os termos utilizados na gestão de resíduos:

A - Caracterização do resíduo 1 (52,8%) Sim 0 (14,9% ) Não 9 (32,1%) Vagamente

B - Classificação 1 (41,3%) Sim 0 (22,9%) Não 9 (35,6%) Vagamente

C - Segregação 1 (24,1%) Sim 0 (52,8%) Não 9 (22,9%) Vagamente

D - Minimização 1 (24,1%) Sim 0 (55,1%) Não 9 (20,6%) Vagamente

E - Tratamento prévio 1 (54,2%) Sim 0 (21,8%) Não 9 (24,1%) Vagamente

F - Acondicionamento 1 (60,9%) Sim 0 (14,9%) Não 9 (24,1%) Vagamente

G - Coleta e transporte internos 1 (59,7%) Sim 0 (18,3%) Não 9 (21,8%) Vagamente

H - Armazenamento externo 1 (37,9%) Sim 0 (40,2%) Não 9 (21,8%) Vagamente

I - Coleta e transporte externo 1 (32,1%) Sim 0 (42,5%) Não 9 (25,2%) Vagamente

J - Tratamento final 1 (25,2%) Sim 0 (48,2%) Não 9 (26,4%) Vagamente

K - Disposição final 1 (21,8%) Sim 0 (56,3%) Não 9 (21,8%) Vagamente

5.Os resíduos biológicos como culturas e carcaças de animais inoculados commicroorganismos, devem ser submetidos a tratamento prévio antes da disposição final:

0 (0,0%) Discordo totalmente

1 (2,3%) Discordo

2 (29,8%) Concordo

3 (67,8%) Concordo totalmente

6. Está informado sobre as legislações vigentes que trata sobre resíduos, em nosso país emunicípio: 1 (13,7%) Sim 0 (86,2%) Não

7. A minimização da carga microbiana através da Classe III (autoclavação) é um dos métodosde tratamento de resíduos biológicos preconizados pela legislação:

0 (0,0%) Discordo totalmente

1 (6,9%) Discordo

2 (62,0%) Concordo

3 (31,0%) Concordo totalmente

8. Incineração é um dos métodos de tratamento de resíduos biológicos preconizados pelalegislação:

0 (3,4%) Discordo totalmente

1 (11,4%) Discordo

2 (64,3%) Concordo

3 (19,5%) Concordo totalmente

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9. Sabe quais são os órgãos que regulamentam e fiscalizam a gestão de resíduos no Brasil:

1 (19,5%) Sim 0 (80,4%) Não

10. Os órgãos fiscalizadores deveriam aplicar penalidades à unidade que não cumpre o quedetermina a legislação de resíduos, rigorosamente.

0 (1,1%) Discordo totalmente

1 (4,6%) Discordo

2 (44,8%) Concordo

3 (49,4%) Concordo totalmente

11. Sua informação sobre o assunto em algum momento foi através de busca espontânea.

1 (49,4%) Sim 0 (50,5%) Não

12. A informação sobre o assunto em algum momento foi lhe proporcionado no curso atual e/ouevento: 1 (49,4%) Sim 0 (50,5%) Não

A informação sobre o assunto foi no laboratório de atuação:1 (65,5%) Sim 0 (34,4%) Não

13. Recorda quanto tempo de informação lhe foi fornecida.

1 (8,0%) Uma hora 2 (14,9%) Duas horas

3 (32,1%) Três ou + horas 4 (39,0%) Não recordo

14. Esta informação foi parte de ( marque as que se aplicarem): Os percentuais nos parêntesesreferem-se a afirmativa categórica SIM:

1 (21,4%) Disciplina obrigatória

2 (4,6%) Disciplina opcional

3 (13,7%) Curso de extensão

4 (62,9%) Durante o processo de trabalho

5 (20,6%) Evento de qualquer natureza

6 (26,4%) Evento proporcionado pela instituição

15. Caso lhe fora oferecida informações sobre o assunto em que momento isto ocorreu:

1 (9,2%) 1º per. 2 (1,1%) 2º per. 3 (1,1%) 3º per. 4 (6,9%) 4º per. 5 (8,0%) pós grad.

6 (32.1%) Durante o processo de trabalho

7 (10,3%) Evento de qualquer natureza

8 (19,5%) Evento proporcionado pela instituição

9 (4,6%) Não me recordo e 10(6,9%) Missing

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16. Considera o assunto de relevância para aplicação no exercício de sua profissão:

1 (100,0%) Sim 0 (0,0%) Não

17. Acredita que este assunto deve ser ministrado de caráter obrigatório e permanente duranteo curso básico para alunos de graduação, pós-graduação, para os funcionários doslaboratórios e também informações para os docentes, precedendo as atividades laboratoriais,assistenciais e de pesquisa.

1 (93,1%) Sim 0 (6,9%) Não

18. Considera que na sua instituição de ensino e pesquisa existam substâncias e materiais:

Biológicos e infectantes – 1 (100,0%) Sim 0 (0,0%) Não 2 (0,0%) Desconheço

Perfurocortantes - 1 (98,8%) Sim 0 (0,0%) Não 2 (1,1%) Desconheço

19. Considera que na sua instituição de ensino e pesquisa exista geração de resíduos:

Biológicos e infectantes – 1 (98,8%) Sim 0 (0,0%) Não 2 (1,1%) Desconheço

Perfurocortantes - 1 (98,8%) Sim 0 (0,0%) Não 2 (1,1%) Desconheço

20. Considera que está exposto a riscos e perigos advindos destas substâncias e destesresíduos: 1 (87,3%) Sim 0 (10,3%) Não 2 (2,3%) Desconheço

21. Considera que a desinformação sobre o assunto pode lhe expor a riscos e perigos duranteas aulas práticas, atividades de campo, atividades assistenciais e projetos de pesquisa:

1 (93,1%) Sim 0 (5,7%) Não

22. Tem conhecimento que os resíduos gerados nesta unidade são gerenciados por umprofissional técnico de nível superior: 1 (55,1%) Sim 0 (44,8%) Não

23. Tem conhecimento da existência do Plano de Gerenciamento de Resíduos do ICB:

1 (63,2%%) Sim 0 (36,7%) Não

24. Atualmente seus conhecimentos sobre o assunto são suficientes nas atividades eprocedimentos que exerce:

1 (57,4%)Sim 0 (42,5%) Não

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Etapa 3 – Processo de Trabalho

1. Exerce alguma atividade que são gerados resíduos biológicos:

1 (86,2%) Sim 0 (12,6%) Não

Quais:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Exerce alguma atividade que são gerados resíduos perfurocortantes:

1 (87,3%) Sim 0 (11,4%) Não Missing 1,1%

Quais:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. É acompanhado pelo docente no exercício da atividade :

1 (27,5%) Sim 0 (16,0%) Não 9 (27,5%) Às vezes e Missing 28,7%

4. É acompanhado pelo téc. do lab. no exercício da atividade (para alunos):

1 (9,2%) Sim 0 (24,1%) Não 9 (25,2%) Às vezes e Missing 41,3%

5. Ao ingressar no laboratório, foi informado, sobre normas e rotinas quanto à geração deresíduos, e seu correto gerenciamento até a destinação final:

1 (39,0%) Sim 0 (35,6%) Não e Missing 25,2%

6. Existem no laboratório, materiais e equipamentos necessários para o corretoacondicionamento dos resíduos como:

Lixeira com tampa e pedal identif. p/ resíduos biológicos: 1 (35,6%) Sim 0 (64,3%) Não

Saco branco leitoso com simbologia de risco biológico: 1 (78,1%) Sim 0 (21,8%) Não

Caixa para descarte de material perfurocortante: 1 (81,6%) Sim 0 (18,3%) Não

7. No laboratório os resíduos perfurocortantes (lâminas, lamínulas, seringas com agulhas,agulhas, ponteiras, etc...) são desprezados em caixas apropriadas:

1 (71,2%) Sim 0 (14,9%) Não 2 (10,3%) Às vezes 3 (2,3%) Desconheço

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8. Tem conhecimento da forma de acondicionamento e destino final das carcaças e peçasanatômicas geradas no laboratório: 1 (20,6%) Sim 0 (77,0%) Não

____________________________________________________________________________

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9. A planta física do laboratório dificulta o desenvolvimento das atividades:

1 (37,9%) Sim 0 (59,7%) Não

Em que aspecto:

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10. Considera que os equipamentos (lixeiras com tampa e pedal e caixas de perfurocortantes)estão dispostos de forma facilitadora para o descarte dos resíduos:

1 (60,9%) Sim 0 (36,7%) Não

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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ANEXO 3

Universidade Federal de Minas GeraisEscola de Veterinária

Departamento de Medicina Veterinária PreventivaPrograma de Pós Graduação em Ciência Animal

Área de Concentração em EpidemiologiaNível Mestrado

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDOALUNOS DE GRADUAÇÃO MAIORES DE 18 ANOS

Você está sendo convidado a participar da pesquisa “Gerenciamento de resíduos do grupo A eE: conhecimento e sua aplicação no ciclo básico e na pesquisa do Instituto de CiênciasBiológicas da UFMG”,a qual deseja avaliar a relação existente entre o conhecimento e suaaplicação no ICB. Estarão sendo convidados docentes, alunos de graduação, funcionários,alunos de pós-graduação e bolsistas. Sua participação não é obrigatória, mas é defundamental importância para a realização desta pesquisa. Caso participe, a qualquermomento você poderá desistir de participar e retirar seu consentimento, sem que haja prejuízopara você. Após a coleta dos dados com termino previsto para maio de 2009, as etapasseguintes serão constituídas pela tabulação destes dados, análises, redação do projeto edivulgação dos resultados. As informações do questionário são sigilosas e não serãodivulgadas de nenhuma forma que permita identificar a pessoa que as forneceu, resguardandototal confidencialidade, sendo que, os mesmos serão destruídos ao termino da pesquisa. Oobjetivo desta pesquisa é a sua aplicação para a melhoria da qualidade do ensino, melhoriados processos de trabalho e pesquisa no quesito Gestão de Resíduos, nos quais osparticipantes estão envolvidos.Aceito participar da pesquisa e me comprometo a responder o questionário da forma maisfidedigna e ética possível.Ass. do Entrevistado:_________________________________________________Nome do Entrevistado:_______________________________________________Data:________/_________/ 2008

___________________________________________Orientador: Prof. Paulo Roberto de OliveiraMédico Veterinário/Escola de Veterinária/UFMGTelefone: (31)3409-2095 - Fax: (31)3409-2080Correio eletrônico: [email protected]

___________________________________________Mestranda: Mônica M. Campolina T. StehlingEnfermeira Sanitarista – COREN-MG-26004Tel: 3409-2053 – e-mail: [email protected] e [email protected]. COEP/UFMG: Av. Pres. Antonio Carlos, 6627 – Unidade Administrativa II 2º andar – Sala 2005 – CEP: 31270-901 – BH – MG – Tele fax: (031) 3409-4592e-mail: [email protected]

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ANEXO 4

Universidade Federal de Minas GeraisEscola de Veterinária

Departamento de Medicina Veterinária PreventivaPrograma de Pós Graduação em Ciência Animal

Área de Concentração em EpidemiologiaNível Mestrado

QUESTIONÁRIO PARA ALUNOS DE GRADUAÇÃO.

Identificação

1. Código:____________________________________________________________

2. Idade:_______anos

3. Sexo: 1 ( ) F 0 ( ) M

4. Curso:_____________________________________________________________

5. Período em curso:____________________________________________________

Observação: Entre os parênteses foram colocados os percentuais das respostas. Asafirmativas em negrito correspondem às que melhor se aplicariam aos questionamentosrealizados.

Conhecimento

1. Conhece o termo “Resíduos de Serviços de Saúde”?

0 (51,8%) Não conheço

1 (48,1%) Conheço

2. Na sua avaliação o ICB gera resíduos considerados resíduos de Serviços de Saúde:

0 (1,1%) Discordo

1 (62,5%) Concordo

2 (36,3%) Desconheço

3. Conforme a classificação dos resíduos, o Grupo A são resíduos químicos:

0 (1,4%) Discordo

1 (6.6%) Concordo

2 (91,8%) Desconheço

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4. No seu entendimento os resíduos de culturas e estoques de microorganismos, meios deculturas, resíduos de laboratórios de manipulação genética, são resíduos que apresentamriscos à saúde:

0 (0,0%) Discordo totalmente

1 (6,3%) Discordo

2 (68,8%) Concordo

3 (24,8%) Concordo totalmente

5. Os resíduos de culturas, meios de cultura, estoques de microorganismos, devem serinativados antes do descarte:

0 (0,3%) Discordo totalmente

1 (1,4%) Discordo

2 (61,4%) Concordo

3 (36,6%) Concordo totalmente

6. No seu entendimento as carcaças, e resíduos compostos por sangue e fluidos corpóreosrepresentam risco á saúde:

0 (0,0%) Discordo totalmente

1 (4,4%) Discordo

2 (52,5%) Concordo

3 (42,9%) Concordo totalmente

Estes resíduos devem passar por um tratamento especial antes da disposição final:

0 (0,0%) Discordo totalmente

1 (1,9%) Discordo

2 (52,5%) Concordo

3 (45,5%) Concordo totalmente

7. Os resíduos perfurantes, cortantes ou escarificantes em sua opinião são considerados umrisco à saúde:

0 (1,1%) Discordo

1 (98,5%) Concordo

2 (0,37%) Desconheço

8. O descarte do resíduo perfurocortante deve ser em sacos plásticos:

0 (43,3%) Discordo totalmente 1 (45,5%) Discordo

2 (7,4%) Concordo 3 (3,7%) Concordo totalmente

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9. Os sacos para acondicionamnto dos resíduos biológicos ou infectantes são de cor branca:

0 (10,3%) Discordo

1 (27,4%) Concordo

2 (62,2%) Desconheço

10. Em sua opinião as lixeiras para os resíduos biológicos e infectantes devem ter tampa eacionamento com pedal:

0 (6,3%) Discordo

1 (85,1%) Concordo

2 (8,5%) Desconheço

11. A simbologia de risco para resíduos biológicos e infectantes é uma caveira com X:

0 (27,7%) Discordo

1 (31,1%) Concordo

2 (41,1%) Desconheço

12. A Sigla ANVISA lhe é familiar?

1 (85,9%) Sim 0 (9,2%) Não 2 (4,8%) Desconheço

13. A ANVISA e o CONAMA são os órgãos responsáveis pelo regulamento técnico para ogerenciamento de resíduos de serviços de saúde:

1 (32,9%) Sim 0 (2,9%) Não 2 (64,0%) Desconheço

14. As informações acima prestadas foram baseadas em (marque todas que se aplicarem): Ospercentuais referem-se a afirmativa categórica SIM:

1 (85,5%) Observação visual

2 (29,2%) Conhecimento formal fornecido na graduação

3 (22,5%) Busca espontânea através de literatura específica

15. Em algum momento você foi orientado na aula prática ou laboratório, sobre como descartaro resíduo gerado:

1 (48,5%) Sim 0 (51,4%) Não

16. Tem informação suficiente para lidar com substâncias e resíduos biológicos gerados naspráticas laboratoriais.

1 (17,0%) Sim 0 (82,9%) Não

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17. Tem informação suficiente para lidar com materiais e resíduos perfuro-cortantes geradosnas práticas laboratoriais.

1 (25,5%) Sim 0 (74,4%) Não

18. Acredita que o gerenciamento de resíduos é um tema que deve ser ministrado de caráterobrigatório e permanente durante o curso básico, precedendo as atividades laboratoriais,assistenciais e de pesquisa.

0 (0,7%) Discordo totalmente

1 (2,5%) Discordo

2 (49,2%) Concordo

3 (47,4%) Concordo totalmente

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ANEXO 5

Universidade Federal de Minas GeraisEscola de Veterinária

Departamento de Medicina Veterinária PreventivaPrograma de Pós Graduação em Ciência Animal

Área de Concentração em EpidemiologiaNível Mestrado

LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO NOGERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS BIOLÓGICOS E PERFUROCORTANTES GERADOSNOS LABORATORIOS DE PESQUISA DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DAUFMG

OBSERVAÇÃO VISUAL

Identificação

Laboratório:__________________________________________________________

Código:______________________________________________________________

1) GERAÇÃO/ SEGREGAÇÃO

É REALIZADA ALGUMA SEGREGAÇÃO DOS RESÍDUOS BIOLÓGICOS/INFECTANTES?

( ) SIM ( ) NÃO

Em caso afirmativo, que tipo de resíduo é segregado?

____________________________________________________________________________

É REALIZADA ALGUMA SEGREGAÇÃO DOS RESÍDUOS PERFUROCORTANTES EESCARIFICANTES?

( ) SIM ( ) NÃO

Em caso afirmativo, que tipo de resíduo é segregado?

____________________________________________________________________________

2) ACONDICIONAMENTO

OS RESÍDUOS BIOLÓGICOS ESTÃO ACONDICIONADOS DE FORMA CORRETA?

( ) SIM ...( ) NÃO

Caso a resposta seja não, quais as inadequações observadas?

____________________________________________________________________________

OS RESÍDUOS PERFUROCORTANTES ESTÃO ACONDICIONADOS DE FORMACORRETA?

( ) SIM...( ) NÃO

Caso a resposta seja não, quais as inadequações observadas?

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3) IDENTIFICAÇÃO

A IDENTIFICAÇÃO PARA O RECONHECIMENTO DO RESÍDUO, COM A SIMBOLOGIACORRETA É EXISTENTE?

( ) SIM...( ) NÃO

Caso a resposta seja não, quais as inadequações observadas?

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A IDENTIFICAÇÃO É DE FÁCIL VISIBILIDADE?

( ) SIM...( ) NÃO

Caso a resposta seja não, quais as inadequações observadas?

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3) COLETA INTERNA

FREQUÊNCIA DA COLETA: ( ) 1X/dia ( ) 2X/dia: ( ) 1X/sem ( ) 2X/sem.

MÉTODO UTILIZADO: ( ) MANUAL: ( ) CARRO APROPRIADO

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4) TRANSPORTE INTERNO

O TRANSPORTE INTERNO É REALIZADO ATRAVÉS DE CARRO DE COLETA INTERNA?

( ) SIM...( ) NÃO

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DE QUE FORMA É FEITO ESSE TRANSPORTE?

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5) ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO

EXISTE NECESSIDADE DE ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO?

( ) SIM...( ) NÃO

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DE QUE FORMA É FEITO ESTE ARMAZENAMENTO?

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6) TRATAMENTO

O RESÍDUO DO GRUPO A SUB-GRUPO A1 E A2 ( CULTURAS COM MICROORGANISMOS,MICROORGANISMOS DA CLASSE IV, CARCAÇAS E PEÇAS ANATOMICAS INOCULADASCOM MICROORGANISMOS) SÃO TRATADOS CONFORME PRECONIZA A RESOLUÇÃO306/04 – ANVISA E CONAMA 358/05?

( ) SIM...( ) NÃO

Caso a resposta seja não, quais. as inadequações observadas?

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7) ARMAZENAMENTO EXTERNO

O ABRIGO PARA ARMAZENAMENTO EXTERNO OBEDECE AOS PADRÕES ESTIPULADOSPELA ANVISA?

(...) SIM... ( ) NÃO

Caso a resposta seja não, quais as inadequações observadas?

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ANEXO 6

Certificado de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa

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ANEXO 7

Autorização da Diretoria do ICB para realização da pesquisa.